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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica 2007 Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4 Cadernos PDE VOLUME II

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 · Infelizmente, o material que existe sobre Jogos Cooperativos tem um acervo bibliográfico limitado, no qual destaca-se a superficialidade dos

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

Produção Didático-Pedagógica 2007

Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4Cadernos PDE

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OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVO (OAC) IDENTIFICAÇÃO

Autor: Ivanete Maria da Costa Estabelecimento: Colégio Estadual João XXIII Ensino: Ensino Fundamental (5ª 8ª série) Disciplina: Educação Física Conteúdo Estruturante: Jogos e brincadeiras Conteúdo Específico: Metodologia dos Jogos Cooperativos e

reflexões críticas sobre sua proposta de ensino

1. RECURSO DE EXPRESSÃO

1.1 Problematização do Conteúdo

Chamada para recurso de expressão: Os jogos cooperativos deverão

conscientizar os alunos que ocorre exploração nas relações sociais da

sociedade capitalista.

Título: Metodologia dos Jogos Cooperativos e reflexões críticas sobre sua

proposta de ensino.

Texto:

A prática dos Jogos Cooperativos apesar de não objetivar a vitória dos

participantes, é uma atividade prazerosa, pois existem muitas formas de

organização que tornam o jogo motivante, devido as oportunidades de

cooperação e interação do grupo.

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Foi constatado que os Jogos Cooperativos não são atividades imediatamente

aceitas pelos alunos e deve-se ter cuidado para que o mesmo não seja visto

com uma característica de resignação, pois a cooperação tem que ir além do

prazer de jogar na aula e na escola (Correia, 2007).

“Os Jogos Cooperativos não são apenas ferramentas na educação popular,

mas que além disso são espaços de criação simbólica, de celebração e de

participação ativa na construção da nossa cultura popular ”(Brow, 2001, p.8)

Entendo que a cultura do povo e, consequentemente, seus valores sofrerão

influência após a prática dos Jogos Cooperativos, levando a reconstruir ideais

que busquem a concretização de objetivos positivos e comuns à todos.

Segundo Correia (2007) a proposta dos Jogos Cooperativos, embora seja

inovadora e adequada para minimizar as conseqüências negativas de uma

Educação Física escolar extremamente competitiva, são necessários mais

estudos para o aprofundamento dos seus aspectos filosóficos, sociológicos e

pedagógicos.

De acordo com Cortez (1996), os Jogos Cooperativos devem estimular a

exploração, livres de pressões e avaliações, onde o aluno tenha a oportunidade

de aprender errando. Essas atividades lúdicas devem:

a) Garantir um ambiente que o aluno possa conviver alegremente;

b) Proporcionar jogos interessantes, cujo o aluno possa estabelecer relações

interpessoais;

c) Estimular o ensino-aprendizagem de várias áreas do saber;

d) Desenvolver a reflexão de todas as atividades executadas, fortalecendo seu

caráter e personalidade;

e) Despertar senso crítico e criativo;

Infelizmente, o material que existe sobre Jogos Cooperativos tem um acervo

bibliográfico limitado, no qual destaca-se a superficialidade dos

encaminhamentos, pois prioriza instruir os educadores sobre os vários tipos de

jogos, não subsidiando- os para uma reflexão de sua prática. Os livros são

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estruturados todos da mesma forma, ou seja, trazem as definições dos jogos e

sugestões de atividades que não permitem muitas adaptações por parte do

educador devido a utilização de materiais específicos dificilmente encontrados

na instituição escolar (Natali, 2006).

Tendo em vista que, o Jogo Cooperativo é classificado em categorias, no qual

pratica-se a cooperação em todas elas, porém em diferentes graus, Orlick

(1989) os divide em:

1- Jogos Cooperativos sem perdedores

Nesses jogos normalmente não se tem perdedores, todas as pessoas jogam

juntas para superar um desafio comum.

2- Jogos Cooperativos de Resultado Coletivo

São formadas duas ou mais equipes que incorporam o conceito de trabalho

coletivo por um objetivo ou resultado comum à todos, sem que haja competição

entre os times que necessitam de alto grau de cooperação entre si, assim

como, cooperar coletivamente com os outros times para alcançar a meta.

3- Jogo de Inversão

Esses jogos acabam com o padrão de times fixos e o valor excessivo dado a

vitória. Existem vários tipos de inversão, dependendo do tipo de jogo e das

regras. Por exemplo:

3.1- Rodízio: Os jogadores trocam de times em determinados momentos, no

final do lance, do saque ou arremesso, por exemplo.

3.2- Inversão do Goleador: Quem faz ponto muda de time.

3.3- Inversão do placar: Os pontos são marcados para o outro time.

3.4- Inversão Total: Tanto quem faz ponto quanto os pontos passam para o

outro time.

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4- Jogos Semi-cooperativos

Esses jogos favorecem o aumento da cooperação no grupo e oferecem as

mesmas oportunidades de jogar para todas as pessoas do time. Os times

continuam jogando um contra o outro, mas a importância do resultado é

diminuída, e dada a ênfase para o envolvimento ativo no jogo e a diversão.

Basicamente, os Jogos Semi-cooperativos são os esportes (volei,basquete,

handebol, futebol, handebol e futsal), com as suas regras alteradas, visando

facilitar a participação dos educandos que tem dificuldade ao jogar. Ocorrendo

a inclusão destes alunos que tantas vezes são discriminados pelo grupo por

não conseguirem se destacar no momento que estão jogando ou pela falta de

oportunidades. Para que isso ocorra, é organizado as seguintes mudanças nas

regras:

-Todos jogam: Com times pequenos, procura-se fazer com que todos

participem e joguem o mesmo tempo.

-Todos tocam/todos passam: Antes de tentar o ponto a bola precisa passar por

todos os jogadores do time.

-Todos marcam ponto: Para vencer o jogo cada jogador do time precisa ter

marcado ponto pelo menos uma vez.

-Passe misto: jogado com homens e mulheres onde a bola precisa passar

alternadamente por homens e mulheres.

-Resultado misto: Jogo com times mistos onde os pontos são marcados

alternadamente por homens e mulheres.

-Todas as posições: Todos os jogadores passam por todas as posições do

jogo.

Orlick, (1989) afirma que os Jogos Cooperativos sem perdedores, os de

Resultado Coletivo e os de Inversão são facilmente aceitos pela maioria dos

grupos etários, enquanto os jogos de Resultado Coletivo não o são,

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principalmente em seus estágios iniciais de introdução. Por isso é importante

respeitar a fase da adaptação ao introduzir quaisquer atividades cooperativas.

Natali (2006) concluiu que normalmente não são feitas reflexões e nem

questionamentos pelos educadores com relação as conseqüências e

objetivos da prática dos Jogos Cooperativos, porque também a quantidade e a

diversidade de autores sobre esse tema são limitadas.

Paltts citado por Teixeira (2001) classifica os Jogos Cooperativos. Porém

quanto a sua finalidade como instrumento de aprendizagem, integração e visão

sistêmica. São eles:

a) Jogos de Quebra-gelo e Integração: São jogos de abertura, nomes, ação,

folia, musicais e com dança, tem a duração curta e com altas doses de ação e

gasto de energia. Servem para unir o grupo desde o início da sessão, os

jogadores se soltam, aquecem, descarregam as tensões físicas e superam

reservas pessoais. Devem ser usados nas primeiras fases de desenvolvimento

do grupo, no início de cada reunião, após intervalos e todas as vezes que o

focalizador sentir que a energia e a motivação da equipe estão diminuindo.

b) Jogos de Toque e Confiança: Depois que o “gelo” foi quebrado, o objetivo do

treinamento ou vivência pode começar a ser gradualmente trabalhado. Estes

jogos ajudam os participantes a observar como lidam com a confiança em suas

vidas. Conforme as pessoas forem se abrindo pode passar para os exercícios

de toque. Os jogos de toque e confiança devem ser utilizados com muito

cuidado. O focalizador deve estar atento ao momento do grupo e às reações de

cada participante, assegurando-se de que de todos estão preparados para

fazê-lo.

c) Jogos de Criatividade, Sintonia e Meditação: São jogos que estimulam a

expressão da imaginação, intuição e criatividade. Os participantes podem se

auto perceber e mostrar abertamente aos outros o que descobriram acerca de

si mesmos e do grupo. Fazem contato com seu próprio interior e com o grupo

que estará completamente integrado, trabalhando junto .

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d) Jogos de Fechamento: Estes jogos servem para dar às pessoas a chance

de se posicionarem em relação ao grupo e a si mesmas, e são capazes de

transferir o que fizeram nas atividades para o seu o seu dia-a-dia.

Natali (2006) reforça que muitas atividades propostas pelos Jogos

Cooperativos não são possíveis de serem aplicadas nos exemplos pré-

estabelecidos, pois cada grupo tem suas características específicas,

decorrentes das experiências vivenciadas em seu contexto social. Por isso é

relativo supor que determinado jogo desenvolverá alguns “sentimentos” nos

indivíduos participantes.

Entendo que o fato de se jogar cooperativamente na escola não deve

transformar os alunos em indivíduos sem autonomia para tomada de decisões,

pois, a realidade social atual vai exigir dele consciência de cidadão para não

ser explorado nas relações sociais.

Sendo assim, Correia (2007) salienta que os Jogos Cooperativos deverá ter

uma proposta contextualizada nos aspectos sociais, políticos e culturais da

sociedade dividida em classes. Portanto, não podem propagar a alienação com

relação aos problemas sociais, ou seja, a prática dos jogos deve visar a

consciência crítica das injustiças da sociedade capitalista.

Santo et alli (2005) reiteram que os Jogos Cooperativos ignoram as relações

de poder vigente no contexto social, pois prega um coletivismo no ambiente

escolar e que na sociedade capitalista não existe, ou seja, estaremos formando

cidadãos incapazes de transformar a realidade social.

Entendo que para efetiva utilização dos Jogos Cooperativos na escola, os

alunos deverão ser conscientizados da exploração nas relações sociais,

entretanto, só a crítica não basta, é necessário ação e a cooperação de todos

para a superação das injustiças do sistema.

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Santo et alli (2005) afirmam que ao utilizar os Jogos Cooperativos para

aumentar a produtividade de uma empresa privada, põem-se em dúvida o

objetivo dessa prática em formar o ser humano para uma sociedade mais justa.

Natali (2006) também questiona tal fato, pois trabalhadores que vivenciam os

Jogos Cooperativos deverão trabalhar melhor em equipe e consequentemente

gerar mais lucros para as empresas.

Sendo assim questiona-se se o objetivo maior dos Jogos Cooperativos está

realmente voltada para o fim das injustiças sociais concretizadas neste sistema

econômico, ou se está corroborando com o contexto atual?

BROW, Guilhermo. Facilitando Jogos Cooperativos. Revista Jogos

Cooperativos , Barueri, v.1, n.5, p.8-9, dezembro, 2001.

CORREIA, Marcos Miranda. Jogos Cooperativos e Educação Física

Escolar:possibilidades e desafios. Digital , Buenos Aires, ano 12,n. 107, abril,

2007. Disponível em <http://www.efdeportes.com/efd107/jogos-cooperativos-e-

educacao-fisica-escolar.htm> Acessado em10 maio 2007.

CORTEZ, Renata do Nascimento Chagua. Sonhando com a magia dos Jogos

cooperativos na escola. Motriz, v.2, no.1, junho,1996. Disponível em:

<http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/02n1/V2n1_ART01.pdf> Acessado em

20 abr. 2007.

NATALI, Paula Marçal. Jogos Cooperativos: Olhando a Teoria e escutando

a Prática . Monografia (especialzação em Políticas Sociais:Infância e

Adolescência), Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2006.

ORLICK, Terry. Vencendo a competição . Tradução: Fernando J.G. Martins.

São Paulo: Círculo do Livro 1989. Tradução de: Winning through cooperation.

SANTO, Wecisley Ribeiro do Espírito; et alii. Os Jogos Cooperativos e a

apologia da fraqueza: reflexões nietzsheanas. Anais do IX Encontro

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Fluminense de Educação Física Escolar. Niterói: Universidade Federal

Fluminense-Departamento de Educação Física, 2005. p.239-242. Disponível

em:<http://www.uff.br/gef/Anais-IX.rtf> Acessado em 10 maio 2007

TEIXEIRA, Mônica.Tipos e categorias de Jogos II. Revista jogos

cooperativos , Barueri, edição 4,n.1, 2001. Disponível em:

<http://www.jogoscooperativos.com.br/entendendo_os_jogos.htm>. Acessado

em 22 abr. 2007.

2. RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO

2.1 Investigação Disciplinar Título: Como educar nos dias de hoje? Texto: Atualmente com o avanço das tecnologias, estamos passando por mudanças

de paradigmas, cujos os saberes não são mais exclusividade de quem ensina,

pois, o acesso às informações está mais viável devido a internet. Entretanto,

acreditamos que somente a informação não basta para a formação do aluno,

por isso, o educador tem o papel de transmitir o conhecimento e auxiliar na

transformação do educando em um sujeito crítico e emancipado.

Sendo assim, uns dos objetivos da escola é o de oferecer condições ao

educando de ter autonomia e capacidade de transformar as informações em

conhecimento relevante produzindo uma aprendizagem significativa. Não quero

afirmar com isso que o professor não precisa transmitir o conhecimento

científico e historicamente sistematizado, se transformando em um mero

motivador das aulas. O que deve ser modificado é o relacionamento professor-

aluno e a postura como educador não só do conteúdo mas político também,

pois, para exercer a cidadania é necessário ter conhecimento dos seus direitos,

deveres e não se alienado com relação as imposições do sistema.

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De acordo com as Diretrizes Curriculares de Educação Física (2006) os Jogos

Cooperativos devem ser trabalhados nas aulas e Educação Física, visando a

não subordinação de um sujeito sobre os outros.

Sendo assim, o espírito de equipe deve ser enfatizado, cujos os alunos

deverão ser conscientizados que todos tem sua importância, independente das

dificuldades individuais. Entretanto, deverão ser esclarecidos que na sociedade

capitalista ocorre a exploração nas relações sociais por uma minoria que detém

o poder aquisitivo.

Para transformar esse contexto social é necessário comprometimento político,

pois, é imprescindível desvencilhar de idéias pré-concebidas do senso comum

e do conformismo em esperar passivamente as mudanças da realidade.

Basicamente como professora devo questionar sobre que cidadão pretendo

formar, possuidor de quais valores e em qual sociedade. Baseado nessas

convicções, a postura do educador de hoje, deve ser repensada para que

tenha condições de formar cidadãos críticos.

Ao refletir a própria prática pedagógica, recriando-a em função das

necessidades dos educandos e avaliando todo o processo de ensino, são

ações que provavelmente favorecerão para a concretização de uma educação

direcionada à aprendizagem íntegra do aluno.

Diante desse pressuposto questiono se a utilização dos Jogos Cooperativos e

a conseqüente transformação de valores seria uma ferramenta eficaz para o

resgate da cidadania e superação das desigualdades sociais.

PARANÁ, Diretrizes Curriculares para a Educação Básica do Estado do Paraná, Diretrizes de Educação Física: Disponível em: <http://www.seed.pr.gov.br/portals/portal/diretrizes/pdf/t_edfisica.pdf> Acessado 20 maio 2007

2.2 Perspectiva Interdisciplinar

Título: Violência escolar

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Texto: A comunidade escolar atual está vivenciando a problemática da violência

diariamente nas relações interpessoais dos educandos e também professor-

aluno. É um contexto doente que se faz rotina dentro e fora da sala de aula,

causando transtornos à todos os envolvidos direta ou indiretamente na

situação.

Sugerimos como proposta interdisciplinar, um trabalho na área de língua

portuguesa, cujos os alunos produzirão textos, poemas, relatos e cartazes

abordando o tema violência e violência escolar para ser exposto em um mural

visando conscientização de toda a comunidade escolar.

Na disciplina de Artes seria organizado peças teatrais com o mesmo tema,

porém transmitindo mensagens e estratégias de como superar essa

problemática, enfatizando a necessidade de mudança através da ação.

Nas aulas de Educação Física seria discutido e refletido sobre as

implementações do referido assunto nas disciplinas citadas acima e sugerido

atividades de Jogos Cooperativos como vivência prática, salientando a sua

importância para minimização da agressividade direcionada para ações

violentas.

2.3 Contextualização Título: Jogos Cooperativos e a transformação de valores Texto:

O trabalho dos Jogos Cooperativos, pode transformar valores auxiliando as

pessoas a mudar os seus conceitos com relação a vida, por isso a prática

desses jogos na instituição escolar, influenciará positivamente na harmonia de

possíveis conflitos.

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Sendo assim, as pessoas que vivenciam os Jogos Cooperativos passam a ter

uma nova visão de si e consequentemente do mundo também, pois o ser

humano age de acordo com suas crenças e valores (Teixeira, 2001).

É afirmado que competir faz parte da natureza do homem. Entretanto, Soler

(2003) afirma que a cooperação e a competição são valores socioculturais, ou

seja, são comportamentos ensinados e aprendidos por meios das relações

sociais provenientes da educação formal ou informal, no qual o indivíduo será

influenciado para competir exacerbadamente ou cooperar com os seus pares.

Por isso, a importância em levar às crianças e jovens valores humanistas para

a transformação efetiva de nossa sociedade. Entretanto, esses valores não

serão um componente curricular na escola, mas ações vivenciadas no dia-a-dia

e priorizados na comunicação entre os indivíduos.

Na escola tem se aprendido muito sobre o conhecimento científico e pouco

sobre o mundo subjetivo das pessoas, sendo assim, freqüentemente surgem

situações em que é transmitido o conteúdo, mas não se está educando, devido

a valorização demasiada à informação em detrimento da formação do indivíduo

(Teixeira, 2001).

Sendo assim Orlick (1989, p.19) salienta que,

Nosso sistema educacional é baseado na competição.

Não ensinamos as nossas crianças a amarem o

aprendizado; nós as ensinamos a se esforçarem para

conseguir notas altas. Não ensinamos as crianças a

amarem os esportes; nós as ensinamos a vencer jogos.

Muitas vezes é enfatizado para as crianças que tem que ser o melhor, sendo o

foco o resultado e não o processo. Valoriza-se a derrota do oponente ao invés

da melhora da performance, reforçando atitudes e posturas competitivas, as

quais poderão reproduzir na vida adulta a exploração de seus semelhantes,

pouca solidariedade, exclusão e violência (Teixeira, 2001) .

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Algumas pessoas acreditam que para "vencer na vida", é preciso ser um

exímio competidor. Por isso, deve-se ensinar as crianças a serem competitivas

para que prosperem na sociedade.

Na verdade a competição sem limites reforça o individualismo e diminui a auto-

estima, pois promove a exclusão, aumentando a frustração que desencadeará

em comportamentos agressivos.

Kamii et alli (1991) define competição como uma comparação entre duas

pessoas, no qual um tenta exceder e superar o outro. Porém, se o adulto

trabalhar a competição com a criança de forma natural, sem glorificar o

vencedor e humilhar o perdedor, não enfatizará o seu aspecto negativo.

KAMII, Constance et alii. Jogos em grupo na educação infantil: implicações

da teoria de Piaget. São Paulo: Trajetória Cultural, 1991

ORLICK, Terry. Vencendo a competição . Tradução: Fernando J.G. Martins.

São Paulo: Círculo do Livro 1989.Tradução de: Winning through cooperation.

SOLER, Reinaldo.Jogos Cooperativos e auto-estima. Sprint Magazine , n.126,

p.42-48, maio-jun, 2003.

TEIXEIRA, Mônica. Vivenciando os jogos Cooperativos como uma prática re-

educativa. Revista jogos cooperativos, Barueri, edição 5,n.1, agosto, 2001.

Disponível em:

<http://www.jogoscooperativos.com.br/entendendo_os_jogos.htm> Acessado

em 22 abr.2007.

TEIXEIRA, Mônica. Jogos Cooperativos e Educação. Revista jogos

cooperativos, Barueri, edição 6, n.1, agosto, 2001. Disponível em:

<http://www.jogoscooperativos.com.br/entendendo_os_jogos.htm> Acessado

em 22 abr.2007.

3- RECURSOS DIDÁTICOS

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3.1 Sítios

Título do Sítio: Caderno de Jogos Cooperativos Disponível em: <http://www.aracati.org.br/portal/pdfs/02_Jovens%20em%20A%E7%E3o/jogos_cooperativos_02.pdf > Acessado em abril 2007 Comentários: Esse sítio apresenta definições, objetivos e tipos de Jogos

Cooperativos. Há também sugestões de atividades cooperativas e textos para

reflexão. Encontramos orientações para o focalizador, são dicas de outras

experiências que deram certo nas aulas.

Título do Sítio: Jogo de aprender Disponível em (endereço Web): <http://www.jogodeaprender.com.br> Acessado em (mês ano): abril/ 2007 Comentários: Esse sítio contém sugestões de Jogos Educativos e

Cooperativos possíveis de serem utilizados em ambientes escolares. Um

desses Jogos Cooperativos é denominado de Role-Playing Game (RPG) que

tem o objetivo de representação de papéis.

Título do Sítio: Revista Jogos Cooperativos Disponível em (endereço Web): http://www.jogoscooperativos.com.br/jogos.htm Acessado em (mês ano): abril/2007 Comentários: Neste sítio encontramos o referencial teórico da Pedagogia da

Cooperação e dos Jogos Cooperativos, contendo vários artigos que explicam a

origem dos jogos, metodologia (categorias dos jogos) e sugestões de

atividades práticas para a sala de aula.

3.2 Sons e Vídeos Categoria: Vídeo

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Título: Alfabetização Cooperativa

Direção: Silvia Marit Syrdahl Soler

Produtora: Teia cooperativa

Duração: 4 minutos e 28 segundos

Local da Publicação: Santos (São Paulo)

Ano: 2007

Disponível em:

<http://youtube.com/watch?v=T1w80frxuhY> Acessado em 10 novembro 2007.

Comentários: No vídeo é sugerido a cooperação como uma possibilidade de

ser utilizada na escola para mudar a educação, pois os alunos aprenderão

juntos em equipe, trabalhando uns com os outros e desenvolvendo valores,

como por exemplo o respeito às diferenças.

Categoria: Áudio-CD/MP3 Título da Música: Aprendendo a jogar Interprete: Guilherme Arantes Título do CD: Guilherme Arantes ao vivo Número da Faixa: 12ª Número do CD: 2-502548 Nome da Gravadora: Sony Music Entertainment Ano: 2001 Disponível em (endereço web): <http://guilhermearantes.letras.terra.com.br/letras/46301>Acessado em agosto 2007. Local: São Paulo (Teatro Mars) Aprendendo a Jogar Guilherme Arantes

Vivendo e aprendendo a jogar

Vivendo e aprendendo a jogar

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Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo

Mas aprendendo a jogar

Comentários: Este trecho da música enfatiza que nem sempre concretizamos

os objetivos, mas é possível aprender com as dificuldades. Sendo assim, o

educador que se propõe a ensinar tem que estar propenso a aprender, e isso é

uma ação cooperativa.,

3.3 Proposta de Atividades

Título: Estamos todos no mesmo saco (Roberto Gonçalves Martini e Cláudia da

Silva Miranda)

Texto:

Esta é uma atividade prática, caracterizada de Jogos de toque e confiança que

objetiva a aproximação e a cooperação entre os alunos.

Recursos: Um saco gigante, confeccionado com tecido utilizado para forro de

biquínis e sungas, espaço físico para o deslocamento dos alunos.

Propósito: Facilitar a vivência de valores e dos seguintes objetivos:

• Desafio comum: adquirir a percepção da interdependência na busca do

sucesso;

• Trabalho em equipe: concluir sobre a importância do equilíbro nas

ações;

• Comunicação: enfatizar o diálogo na escolha da melhor estratégia para

continuar jogando;

• Respeito pelas diferenças possíveis de encontrar no grupo como tipo

físico, idade e diferença de opiniões;

• Persistência em manter o foco no objetivo.

Descrição: Todos os participantes deverão percorrer um determinado caminho,

juntos dentro de um saco gigante.

Iniciar o jogo (por exemplo com 40 pessoas) questionando se todo o grupo

caberia dentro deste saco gigante.

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TEIXEIRA, Mônica. Revista jogos cooperativos, Barueri, v.1, n.1, setembro,

2001.

3.3 Imagens

Comentários e outras sugestões de Imagens:

Na imagem da corrida de velocidade observamos como característica principal

a competição entre os atletas, que devem superar o tempo e o oponente para

serem campeões. Infelizmente, em muitas escolas é desenvolvida essa visão

exacerbada sobre a competição, ocorrendo o reforço do individualismo e a

padronização dos comportamentos.

No símbolo dos Jogos Olímpicos, que deveria ser a união entre os países

através do esporte, constatamos uma verdadeira batalha entre os atletas,

sendo geralmente uma luta entre desiguais, pois é enorme a quantidade de

medalhas conquistadas pelos países do primeiro mundo que investem no

esporte o que provavelmente exploram dos países do terceiro mundo.

Na imagem da luta entre os atletas, se faz uma analogia com o sistema

capitalista: destacamos a luta entre as classes, decorrente das desigualdades

sociais, cujo a maioria é explorada pela classe dominante, detentora da riqueza

material, cultural e intelectual.

Por isso ao trabalhar os Jogos Cooperativos na sala de aula é fundamental

enfatizar o trabalho em equipe, visando superar dificuldades em grupo e

consequentemente o fomento da solidariedade, pois com a união entre as

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pessoas para a conquista de objetivos comuns, ocorrerá o respeito às

diferenças. Sendo assim, o foco das discussões deve ser direcionado à

conscientização dos educandos com relação às injustiças sociais e a

transformação do contexto atual.

4- RECURSO DE INFORMAÇÃO 4.1 Sugestão de Leitura

Categoria: Livro Sobrenome: Soler Nome: Reinaldo Título do Livro: Jogos Cooperativos Edição: 1ª Local da Publicação: Rio de Janeiro Editora: Sprint Disponível em (endereço WEB): Ano de Publicação: 2002 Comentários: Neste livro encontramos a origem e a evolução dos Jogos

Cooperativos, como utilizá-los nas aulas de Educação Física e com os alunos

portadores de necessidades especiais. Constam exemplos e classificações dos

Jogos Cooperativos.

Categoria: Livro Sobrenome: Brotto Nome: Fábio Otuzzi Titulo do livro: Se o importante é competir, o fundamental é cooperar! Edição: 6ª Local da Publicação: Santos, SP

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Editora: Re- Novada Disponível em (endereço WEB): Ano de Publicação: 1997 Comentários: Neste livro o autor define cooperação e competição, enfatizando

as características positivas e negativas em ambas situações. Relaciona vários

tipos de Jogos Cooperativos e possíveis questionamentos que podem ser feitos

durante a atividade.

Categoria: Artigo Científico (Internet) Sobrenome: Correia Nome: Marcos Miranda Título: Jogos Cooperativos e Educação física Escolar: possibilidades e desafios Disponível em (endereço WEB): http://www.boletimef.org/?canal=12&file=892&det=641 http://www.efdeportes.comefd197/jogos-cooperativos-educaçaofisica-escolar.htm> Acesso( mês ano): maio/2007 Comentários: Neste artigo é feita a crítica à Educação Física excessivamente

esportivizada e a exacerbação à competição. O autor considera relevante a

proposta dos Jogos Cooperativos , porém pondera com relação às

possibilidades vigentes à prática desses jogos.

Categoria: Anais Sobrenome: Santo Nome: Wecisley Ribeiro do Espírito et alii Título: Os Jogos Cooperativos e a apologia da fraqueza: reflexões nietzsheanas Disponível em (endereço WEB):< http://www.jff.br/gef/anais_IX.rtf> Acesso (mês ano): maio 2007

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Comentários: Os autores possuem uma postura crítica com relação à prática

dos Jogos Cooperativos. Questionam se estará sendo formado uma sociedade

de homens, realmente capazes de superar a exploração nas relações de poder

vigentes na sociedade capitalista.

4.2 Notícias

Jornal on-line

Título da Notícia: Técnico Joel Santana, do Flamengo, é absolvido

de acusação no STJD

Referência:

Globoesporte.com/globo.com.técnico Joel Santana,do flamengo, é absolvido de acusação no STJD. Gazeta do povo on line,15 agosto.2007. Disponível em : <http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/esportes/conteudo.phtml?id=688047&tit=Tecnico-Joel-Santana-do-Flamengo-e-absolvido-de-acusacao-no-STJD > Acessado em 10/12/2007 Texto

Por unanimidade de votos, o técnico do Flamengo, Joel Santana, foi absolvido

da acusação de incentivo à violência no jogo contra o Santos, no último dia 5.

Nesta quarta-feira, o técnico foi julgado pela Terceira Comissão Disciplinar do

Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

O treinador foi flagrado pelas câmeras de televisão e microfones incitando a

violência, na Vila Belmiro. Joel corria o risco de ficar até dois anos longe dos

gramados, mas não foi enquadrado no artigo 279 (incitar publicamente a

prática de infração). O técnico poderá comandar a equipe no Fla-Flu desta

quinta-feira, no Maracanã.

Relembre o caso

Joel foi indiciado no artigo 279 (incitar publicamente a prática de infração) no

jogo Flamengo x Santos. O Rubro-Negro perdia por 3 a 0, na Vila Belmiro, e os

jogadores do Peixe valorizavam a posse de bola. O comandante, bastante

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nervoso na beira do gramado, mandou que seus atletas

Em silêncio

Joel Santana passou boa parte do tempo calado. Ao seu lado, o meia Roger

recebia orientações do advogado Michel Assef Filho.

Relatório

O relator do processo, José Teixeira Fernandes, destacou que as palavras de

Joel Santana não foram registradas na súmula da partida. Ainda segundo o

relator, o técnico do Flamengo sabia que estava sendo filmado quando orientou

os jogadores a baterem nos santistas.

Depoimento de Joel Santana

O técnico do Flamengo foi chamado para explicar o caso e se disse

envergonhado e arrependido. Segundo Joel, sua atitude não combina com o

perfil de um profissional com mais de vinte anos de carreira. Ele afirmou que

não havia qualquer intenção de mandar os jogadores partirem para a agressão.

Depoimento de Roger

Roger afirmou que não estava mais em campo quando Joel Santana falou com

os jogadores. Segundo ele, não foi possível ouvir do banco de reservas. Para o

meia, as palavras serviram apenas para os defensores marcarem forte.

Roger encerra o seu depoimento dizendo que não houve nenhuma falta

violenta do Flamengo no jogo, mesmo depois das palavras do comandante

rubro-negro.

Defesa

Michel Assef Filho diz que o Flamengo cometeu 15 faltas na partida contra o

Santos e não recebeu nenhum cartão amarelo. Segundo ele, o adversário

cometeu 32 faltas no duelo. O advogado afirma que os jogadores rubro-negros

não ouviram as palavras de Joel Santana

Em seguida, Michel Assef Filho apresenta as declarações do técnico do

Santos, Vanderlei Luxembrugo, defendendo o colega.

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Votação

Por unanimidade, Joel Santana é inocentado da acusação que o enquadrava

no artigo 279 (incitar publicamente a prática de infração).

Comentários: A notícia relata que na competição esportiva, especificamente no

futebol, é incitado a violência entre os atletas, sendo uma das grandes críticas

dos Jogos Cooperativos que contraditoriamente almejam a união dos

participantes .

4.3 Destaques

Título: Cooperação na fecundação Texto:

Competição e Cooperação são valores e atitudes socioculturais, então

podemos deduzir que são comportamentos ensinados/aprendidos por meio das

relações sociais, ou seja, da Educação formal, não- formal e informal.

Algumas pessoas utilizam até a fecundação do óvulo para justificar o fato de

que somos competitivos. Existem várias teorias para explicar a fecundação, a

que eles divulgam é a da competitividade, ou seja o mais rápido é que fecunda,

tornando-se o grande campeão na corrida ao óvulo.

Acredito em uma segunda versão para os fatos, em que a cooperação é o fator

principal na fecundação. Para que um espermatozóide consiga entrar no óvulo,

é preciso que centenas tenham aberto caminho. Cada espermatozóide que

tenta entrar tem a sua “cabeça” destruída pelo impacto e morre. E na realidade,

o mais lento é que consegue ter êxito. Explicando melhor, todo o processo é

voltado à cooperação, pois todos se unem para a sensibilizar óvulo e abrir

caminho para um entrar. Nessa história, a cooperação é a tônica.

Pode-se concluir que cooperação é um valor sociocultural, portanto, podemos

ensinar as pessoas a jogar de outra forma, e não mais apenas da mesma

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forma eleita como única:”competição”. Existem alternativas, depende agora da

visão que o professor tem de mundo. E quais transformações deseja alcançar.

Referência :

SOLER, Reinaldo. Jogos Cooperativos e auto-estima. Sprint Magazine , n.126,

p.42-48, maio-jun, 2003.

Comentários: O autor enfatiza que na fecundação ao contrário do que afirmam

ocorre a cooperação entre os espermatozóides, pois para conseguir entrar no

óvulo é necessário que centenas tenham aberto caminho, sensibilizando o

óvulo para que somente um penetre.

4.4 PARANÁ

Título: Jogos Cooperativos no projeto de meninos e meninas de e na rua do

PCA-UEM

Texto:

O Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e Defesa da Criança e do

Adolescente-PCA, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura-PEC da

Universidade Estadual de Maringá-UEM, é um programa de assessoria,

capacitação, intervenção e produção científica. Criado em 1992, está

direcionado para a pesquisa aplicada e a divulgação de práticas e

conhecimentos sobre a temática específica da infância e adolescência. Prioriza

a participação de diferenciados atores sociais (professores e profissionais de

várias áreas do conhecimento, técnicos, alunos) na defesa da criança e

adolescente.

O projeto de extensão “meninos e meninas de e na rua” do Departamento de

Educação Física, faz parte deste programa e está em atividade desde 1997, é

coordenado pela professora Drª Verônica Regina Muller e tem como objetivo

geral oferecer aos meninos e meninas em situação de rua de Maringá e região,

a oportunidade de brincar de forma orientada. Estão envolvidos no projeto,

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acadêmicos de vários cursos, como de Psicologia, Pedagogia, Direito e

Filosofia que o desenvolvem nas tardes de sábado, oferecendo atividades

lúdicas (Jogos cooperativos) e políticas com as crianças. É realizado reuniões

semanalmente com a coordenadora e eventualmente convidados para refletir

sobre as experiências vivenciadas no projeto, com o intuito de definir as ações

posteriores.

Objetivos específicos:

• Obter informações sobre as crianças e adolescentes em situação de rua

em Maringá;

• Investigar sobre as brincadeiras;

• Conquistar espaços onde eles possam desenvolver práticas de

movimento corporal periódicas;

• Utilizar o conteúdo da Educação Física para a abordagem inicial com os

meninos (as);

• Divulgar conhecimentos sobre a realidade das crianças e adolescentes

marginalizados em Maringá;

• Sensibilizar os acadêmicos do projeto e a sociedade em geral sobre a

problemática dos meninos e meninas de rua.

Referências: Disponível em:

<http://www.pca.uem.br/frame5.html> Acessado em 25 novembro 2007.