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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE
MARCIA DE LOURDES ROMAN
EDUCAÇÃO FÍSICA E A PRÁTICA PEDAGÓGICA DA DANÇA CRIATIVA
Unidade didática apresentada ao
Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE).
Orientador: Profª. Drª. Carmem
Helisa Henn Brandl
ASSIS CHATEAUBRIAND
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL – PDE
APRESENTAÇÃO
O material proposto é uma unidade didática destinada a alunos que
aborda um único tema, no caso, a dança criativa, contendo textos de
fundamentação com as respectivas atividades a serem desenvolvidas.
O tema dança, aqui proposto, decorre da experiência de anos de
trabalho docente sem que houvesse uma prática efetiva dessa modalidade nas
aulas de Educação Física nas escolas em geral. Os motivos dessa ausência do
tema da dança nas escolas, provavelmente, se devem, ora pela falta de
afinidade dos professores com o conteúdo, ora pela dificuldade de espaço
físico, ou ainda por falta de planejamento, enfim, são fatores que acabam
contribuindo para a concepção, por parte dos alunos, de que aulas de
Educação Física devam ser constituídas somente por esportes.
Tendo em vista a preocupação com o real significado da disciplina de
Educação Física, que é o de levar o aluno a refletir e a vivenciar as mais
diversas práticas corporais, é que se pretende realizar esta proposta de
trabalhar a dança numa perspectiva crítica.
A dança é uma das artes mais antigas da humanidade, visto que os
povos primitivos a praticavam de forma espontânea. Com o passar da história
da humanidade, a dança foi deixando de ser uma prática natural e se tornando
uma atividade para os mais habilidosos. Esse panorama de especialização da
atividade se reflete também na escola, pois a dança acontece geralmente só
em comemorações e festividades onde professores preparam uma coreografia
circunstancial, convocando somente alunos que se destacam e apresentam
alguma afinidade, desconsiderando os demais alunos. Na Educação Física
Escolar, a dança assume fundamental importância na expressão corporal,
atividade em que o aluno, no seu desenvolvimento, vivencia formas de
movimento e de grau de complexidade que contribuem para o conhecimento
corporal, cultural, social e psicológico e também como meio para questionar os
valores estabelecidos pela mídia, onde as músicas e as coreografias seguem
um modismo e um padrão repetitivo, com coreografias que apelam para a
sexualidade.
Outro fator para que a dança seja motivo, principalmente por parte dos
meninos, de preconceito nas aulas de Educação Física é que os pais
influenciaram na escolha das atividades quando criança, pois as meninas
foram e são estimuladas a brincar de roda, de boneca e a dançar as músicas
infantis e os meninos ganharam e ganham bolas, sendo estimulados a praticar
esportes. Nesse sentido, ao ingressarem na escola, essa preferência pelos
esportes prevalece entre os meninos. Há que se pensar a dança escolar de
uma forma tal que meninos e meninas a pratiquem como um meio de se
expressarem através do movimento, trabalhando em grupo e exercendo o
espírito de equipe e criatividade, em situações de satisfação individual e de
grupo pela produção dos movimentos criados por eles, não importando a
qualidade técnica, mas, sim, a participação.
Esta Unidade Didática está organizada com os instrumentos de
textos de fundamentação, reflexões a cerca do tema proposto, vídeos,
trabalhos de pesquisa, atividades praticas e atividades em grupo com produção
coreográfica da dança.
Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovir>.
PRIMEIRO MOMENTO: Dança, História e Cultura
No estudo da evolução humana e de nossos ancestrais, a história nos
mostra que a dança está presente desde os primitivos, quando o ser humano
simulava, através da imitação, os seus desejos, esperando que se tornassem
realidade.
A dança foi evoluindo e, em cada época e espaço geográfico, se
tornou, para os povos, a representação de diversos aspectos da vida humana e
de suas características culturais.
Para entender a evolução da dança, Gaspari (2008) classifica a dança,
pelos dados históricos, como étnicas (traduzem a identidade de um país, são
alguns exemplos disso a dança do ventre, a dança afro- e a dança flamenca),
folclóricas (expressam as tradições e os costumes de determinados povos e
nações), danças de salão ou sociais (valsa, bolero, rock, pagode, samba, tango
e outras) e a dança teatral ou artística para espetáculo (balé, dança moderna,
contemporânea, jazz, sapateado).
As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCEs) propõem, para
o conteúdo estruturante Dança, os conteúdos básicos e os conteúdos
específicos que são as danças folclóricas (fandango, quadrilha, dança de fitas,
dança de São Gonçalo, frevo, samba de roda, batuque, baião, cateretê, dança
do café, cuá fubá, ciranda carimbó), dança de salão (valsa, merengue, forró,
vanerão, samba, soltinho, xote, bolero, salsa, swing, tango), dança de rua
(break, funk, house, loching, popping, ragga), dança criativa (os elementos de
movimento corpo, espaço, forma, tempo e improvisação e atividades de
expressão corporal) e as danças circulares (contemporâneas, folclóricas e
sagradas), que devem ser trabalhados de acordo com o contexto escolar e, de
forma especial, considerando a dança um conteúdo que contribui para a
superação dos limites e das diferenças corporais, sugerindo então que a dança
escolar possa ser realizada por qualquer pessoa independentemente de seus
limites, analisando com os alunos os aspectos históricos, culturais, regionais e
os modismos que essa cultura corporal apresenta, podendo até reproduzir, mas
sempre com consciência crítica não só para reproduzir, mas também para
recriar.
Para refletir...
Sabemos que a dança surgiu há milhares de anos e que existem várias
formas de vivenciá-la. Então cabe perguntar:
-- Por que dançamos?
-- Qual é a importância da dança para o ser humano na vida pessoal e
social?
-- Hoje as danças se apresentam de várias formas, então quais são as
formas de dança que vocês, alunos, conhecem?
Os objetivos da dança como conteúdo escolar devem possibilitar a
exploração da criatividade através da descoberta e da busca de novas formas
de movimentação corporal, usando diferentes ritmos para aumentar a
motivação, direcionando para a expressividade e transformando a dança em
conhecimento (GASPARI, 2008).
Atividade 1: Uma dança no estilo dança de rua
No primeiro momento, o professor reproduz, com os alunos, uma
dança no estilo dança de rua, por ser um estilo que atualmente agrada tanto
meninos quanto meninas e com uma música conhecida, para que todos
consigam participar.
No segundo momento, os alunos serão divididos em grupos e cada
grupo desenvolverá uma sequência de passos em relação a um trecho dessa
música, com a apresentação para o grande grupo.
São muitas as possibilidades que perpassam gerações até chegarmos
às danças da contemporaneidade, ditadas pelos meios de comunicação e da
indústria cultural, sendo necessário fazer uma reflexão sobre esses modelos
para que não se reproduza uma prática alienante. Nesse sentido, a dança, na
Educação Física, deve ser um momento de expressão e de criação e não só de
reprodução dos modelos que a mídia propõe, possibilitando a exploração da
criatividade através de diferentes ritmos e de inúmeras formas de expressar os
movimentos.
Para refletir...
Levando em conta o parágrafo anterior, você acha que dançar é só
reproduzir danças prontas?
SEGUNDO MOMENTO: Elementos da Dança
A dança tem alguns elementos necessários importantes para a
consciência do esquema corporal. Trabalhar esses elementos significa levar o
aluno a entender as diversas possibilidades de movimentos que o seu corpo
pode realizar.
Conforme Ferreira (2009) e Cunha (1988), o corpo, o espaço, a forma
e o tempo são os quatro elementos da dança criativa. Cada elemento tem
vários fatores integrantes que são usados no movimento da dança.
O elemento corpo na dança compreende exatamente tudo o que está
relacionado às partes internas do corpo (coração, pulmões, músculos, ossos e
articulações), às partes externas (cabeça, ombros, caixa torácica, quadris,
costas, braços, mãos, pernas e pés), aos movimentos (alongar, dobrar, torcer,
circular, cair, recuperar, balançar, oscilar e sacudir) e os passos (andar, correr,
saltar, pular, saltitar, skip, gallop e deslizar). Vale dizer que, para dançar,
precisamos do corpo inteiro e os movimentos que ele consegue expressar.
Atividade 2: Vivenciando o elemento corpo
Alunos se espalham livremente pelo espaço destinado à atividade.
Os alunos, ao ritmo de uma música com contagem quaternária, deverão
seguir os movimentos do professor, que contempla todos os elementos
acima.
Nosso corpo é uma máquina perfeita e, na dança, precisamos de todas as
partes do corpo. Então vamos fazer uma pequena coreografia explorando as
partes do corpo, começando pela cabeça:
-- movendo a cabeça para frente e para trás, direita e esquerda e
girando para a direita e para a esquerda.
-- movendo os ombros simultaneamente para frente e para trás, depois alternadamente, elevando e descendo os ombros juntos e depois alternando.
-- movendo o tronco para frente/trás e girando para os lados.
-- explorando os movimentos de braços estendidos e flexionados e, junto com os braços, explorar os movimentos com as mãos.
-- movimentando os quadris para frente/trás, direita/esquerda, girando.
-- explorando os movimentos de pernas e pés, elevando a perna estendida, flexionada, saltando e cruzando as pernas, saltando e fazendo o movimento de tesoura no ar, etc.
Sem nos deslocarmos podemos fazer movimentos com todo o nosso corpo:
-- vamos alongar todo o corpo numa contagem quaternária, em seguida vamos nos encolher e nos dobrar nos abraçando, girando para o lado direito/esquerdo se soltando e circundando o quadril para a direita/esquerda, em seguida cai para frente, tocando o chão e levantando, balançando os membros, oscilando o corpo e terminando com movimento de sacudir o corpo.
-- agora, ao ritmo da música, todos em movimento, se deslocam pelo espaço determinado ao comando do professor, devendo andar, correr, pular, saltar, realizar o skip, o galope e deslizar, parando em uma pose quando o professor disser “parem” e recomeçando com outro movimento de deslocamento definido pelo professor.
O segundo elemento da dança é o espaço, em que se caracteriza em
relação às dimensões onde a dança acontece, em qual espaço o movimento se
realiza, seja com ou sem deslocamento, por meio de saltos (espaço aéreo), no
solo (através de quedas e de rolamentos) e para onde esses movimentos se
projetam.
Para desenvolver a dança, precisamos ter várias noções, como as
seguintes:
-- a forma como é o desenho do corpo no espaço, em quais níveis podemos realizar o movimento, podendo ser alto (em pé), médio
(agachado) e baixo (sentado ou deitado), em qual direção podemos nos deslocar (para frente, para trás, para os lados, para as diagonais);
-- o tamanho do movimento, podendo ser grande ou pequeno em relação ao deslocamento ou ao próprio movimento que a pessoa executa, sem se deslocar;
-- o lugar, entendido como sendo o setor determinado no espaço em que ocorre a coreografia (centro, lado direito ou esquerdo do palco, ao fundo ou à frente);
-- o foco, que é o elemento que completa o movimento, sendo a direção do olhar;
-- e a trajetória, que pode ser reta ou curva, entendendo como trajetória o deslocamento, ou seja, o movimento corporal individual.
Atividade 3: Vivenciando o elemento espaço
1 – Vamos fazer uma atividade envolvendo forma e níveis.
-- Os alunos serão divididos em dois grupos (A e B), dispostos em
fileiras uma de frente para a outra, a uma média distância. Cada grupo
cria uma pose relacionada a uma pequena frase que tenha um verbo e
um advérbio (Exemplo: dançar alegremente). O grupo fará a imitação
dessa frase e a equipe contrária deverá adivinhar a que se referem os
movimentos e, ao acertar, deverá correr atrás para pegá-los. Os que
forem pegos do grupo A passarão para o grupo B.
-- Os dois grupos em fileiras, um de frente para o outro, mas antes cada
grupo se reúne e escolhe em que nível fará uma pose (baixa, média,
alta). Ao comando do professor os grupos executam suas poses,
ficando previamente combinado que, se forem no mesmo nível, não
marcam pontos e, se fizerem em níveis diferentes, marcam pontos.
2 – Agora cada grupo irá criar uma pequena coreografia, com movimentos
para frente, para trás e para os lados, terminando com uma pose.
3 – Para realizar uma atividade sobre tamanho e lugar, cada grupo realizará
os mesmos movimentos do exercício anterior, porém cada grupo ocupará um
local determinado da quadra. Depois cada grupo reduz o espaço, fazendo os
mesmos movimentos num espaço reduzido.
4 – Para trabalhar o foco e a trajetória, um grupo, sem se deslocar, fará uma
sequência de três (3) movimentos com o corpo na trajetória reta e depois se
deslocará movimentando-se na trajetória reta, sendo que todos do grupo
devem direcionar o olhar para um foco. O outro grupo desenvolverá as
mesmas atividades, mas na trajetória curva.
O elemento forma é a estrutura do movimento, ou seja, é o desenho
que o corpo realiza quando executa um movimento se projetando no
espaço.
Os itens do elemento forma são:
-- a variedade dos movimentos que compõem uma coreografia,
-- o contraste, que está associado ao inesperado e à surpresa de um movimento,
-- o equilíbrio, que pode ser estático ou dinâmico e que é importante no controle muscular,
-- a sequência de movimentos, que devem estar interligados,
-- a repetição, que é o número de vezes que os movimentos podem acontecer,
-- a harmonia, que deve ser a sequência ordenada dos elementos que compõem os movimentos,
-- e, por fim, o clímax, que é uma sequência inesperada e surpreendente de uma sequência de movimentos.
Atividade 4: Vivenciando o elemento forma
Continuando com os dois grupos e com a coreografia anterior,
deverão acrescentar movimentos de braços, tronco, cabeça e outros passos
observando a variedade, o contraste, o equilíbrio, a sequência, a repetição, a
harmonia e o clímax
Na dança, o elemento tempo está relacionado ao ritmo, que pode
estar acompanhado de música, de percussão ou do rìtmo do próprio corpo. A
palavra ritmo vem do grego rhytmos e designa aquilo que flui, que se move,
aquilo que constitui um movimento regulado. Os movimentos do corpo sempre
se dão em um tempo delimitado, obedecendo a um compasso, que é uma
unidade rítmica marcada pelo pulso (identifica o caráter do movimento, se é
alegre, sóbrio, vivaz), em determinada velocidade (lenta ou rápida) e com uma
duração definida (longa ou curta). A combinação desses elementos de tempo
produz um padrão rítmico, caracterizado pelo acento, que é o tempo mais forte
de um movimento, e pela pausa, medida de tempo durante o qual uma ação
corporal é interrompida e reiniciada.
Como estamos falando em dança, o ritmo está na música e na dança,
mas, se observarmos, o ritmo se faz presente na natureza, na vida humana,
vegetal ou animal, nas funções orgânicas do homem, em suas manifestações
corporais, no seu gesto, nos seus movimentos.
Na dança usamos a palavra “passos”. Pergunta-se: -- O que são
passos? Para nós, passos são os movimentos dançantes, mas a realização de
cada passo está ligada à marcação rítmica ou compasso, que pode variar em
binário, ternário ou quaternário.
Atividade 5: Vivenciando o elemento tempo
Nesta atividade vamos trabalhar em círculo!
1 - Vou tocar duas percussões e, depois, vocês baterão duas palmas. Agora,
quatro percussões e, após, quatro palmas. Depois, oito percussões e, após,
vocês executam oito palmas.
2 - O professor inicia com duas palmas e todos repetem o movimento. Então
o professor aponta para um aluno, que fará outro movimento. Todos, então,
repetem as palmas mais o movimento do aluno e este aponta outro aluno e,
assim, sucessivamente.
3 - Quando o professor disser 1, todos se deslocam um passo à frente.
Quando disser 2, todos se deslocam um passo para trás. Quando disser 3,
para a direita, e 4, para a esquerda. Depois, cada grupo elabora exercícios
para cada número e apresenta.
4 - Vou identificar um som mais forte na quarta percussão. Vocês vão andar 4
passos à frente e 4 passos para trás, devendo, junto com o 4º passo, bater
palmas uma só vez.
5 - Alunos espalhados, se deslocando ao ritmo da percussão, ao parar a
percussão de acordo com o comando do professor, juntar: 3 a 3, 4 a 4, por
cores, pelo time pelo qual torcem, pelo mês do aniversário, etc.
6 - Vamos produzir um ritmo usando o nosso corpo:
− Os alunos são divididos em 4 grupos, cada grupo faz uma
sequência de movimento usando palmas, estalos, tocando em uma parte do
corpo, enfim, criando um ritmo.
7 - Ao som de uma música, executar sua marcação rítmica, ou executar o
passo com os pés. No caso da música, ter a métrica quaternária:
- dar um passo à frente com o pé direito e contar um;
- trazer o pé esquerdo, completando o deslocamento e contar dois;
- trazer o outro passo para trás com o pé direito e contar três;
- Trazer novamente o esquerdo e contar quatro.
Agora em grupos vocês irão criar passos diferentes com essa marcação.
TERCEIRO MOMENTO: Qual é a relação entre a dança e a Educação Física?
Todas as disciplinas têm seus conteúdos estudados, planejados e
distribuídos ao longo das séries e durante o ano. A Educação Física é uma
disciplina como as outras e seus conteúdos são especificados pelas Diretrizes
Curriculares Estaduais, conteúdos formulados com base em autores
renomados, que entendem que os conteúdos da Educação Física Escolar
devem ser jogos e brincadeiras, esporte, ginástica, dança e lutas. Nesse
sentido, a dança é um conteúdo necessário, que deve ser trabalhado no
cotidiano das aulas, por todos os alunos.
A dança não deve ser considerada apenas como meio ou recurso
educacional, pois deve haver um aprofundamento teórico-prático,
transformando a dança em conhecimento, seja no fazer-sentir ou na
contextualização dos diferentes ritmos dos diferentes momentos históricos.
Para refletir...
Pergunta-se: -- Vocês já pensaram na dança como um conteúdo a ser
vivenciado igual ao esporte? -- Será que existe preconceito em relação à
dança? Quais são as danças mais apropriadas para o contexto escolar?
Para conhecermos melhor assuntos relativos à dança, vamos assistir a
vários trechos de filmes e de vídeos em que a dança é vivenciada de várias
formas por homens e por mulheres.
Trechos dos filmes e vídeos:
• Dança folclórica / maxixe: Site: <http://www.youtube.com/watch?v=9RhdcgPZ-xo
•Dança de salão / tango: Site: <http://diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php
• Dança artística / moderna: Site: <http://www.youtube.com/watch?v=KWMCUUUu4QQ&feature=related
• Dança étnica / dança afro: Site:<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php
• Dança Circular: Site:<http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo
Para refletir...
Pergunta-se: -- Quais são os tipos de dança que vimos nos trechos dos
filmes? -- Vocês conhecem outros tipos? -- Quais são as danças atuais e quais
as danças mais antigas?
Como vimos, existem várias formas de dançar e todas com um
significado e retratando um momento histórico, por isso permanecendo na
cultura dos povos. Para conhecermos melhor a evolução da dança, vamos
fazer uma pesquisa em duplas e, depois, socializar o que descobrimos.
Pesquisa:
Para conhecermos a evolução da dança, faremos um sorteio e cada
dupla de alunos fará uma pesquisa em livros, revistas e/ou internet sobre um
tipo de dança, anotando informações como onde a dança surgiu e qual é o
seu significado. Depois deverão apresentar essas informações aos colegas e
fazer um pequeno cartaz para expor na escola.
Como vimos, são vários os tipos de dança que se apresentam na
contemporaneidade, contudo o foco na dança criativa será objetivado e
explicitado mais profundamente.
A dança criativa tem como precursor Rudolf Laban (1879-1958),
coreógrafo e bailarino que, a partir da primeira metade do século XX, propôs,
para as crianças, uma forma diferente de dança escolar, onde os movimentos
rígidos e mecânicos do balé deram lugar à dança criativa. Na dança criativa, as
crianças têm a oportunidade de se movimentar de acordo com um tema
proposto, tema ligado à natureza do ser humano e suas relações com tudo o
que o cerca no universo.
Para Marques (2003), esse termo sugere que as aulas de dança
devem permitir e incentivar os alunos a experimentar, explorar, expandir,
colocar “seu eu” no modo de representação de gestos e de movimentos. Esses
gestos e movimentos se tornam educativos se forem ensinados de tal modo
que os alunos possam compreender, sentir, verbalizar, contextualizar e apreciar
aquilo que estão fazendo.
Cunha (1998) diz que com a orientação do professor aos alunos,
através de estímulos comparativos, sonoros e a música, é que deverá trabalhar
os fundamentos da dança criativa, buscando conscientizar o esquema corporal
em movimento, para que os alunos vivenciem a forma, o espaço e o tempo,
que se sucedem na movimentação corporal, percebendo, através dos sentidos,
como o movimento acontece.
QUARTO MOMENTO: Dança Criativa
A autora justifica a dança criativa não só pelo fato de não reproduzir
danças prontas, mas no aprimoramento da ação motora, no desenvolvimento
do potencial criativo, na diversidade de ações psicomotoras que possibilitam a
educação rítmica e a concentração na realização da sequência dos
movimentos. Os sentimentos, os pensamentos e as emoções se refletem na
expressividade e o trabalho em grupo e recreativo favorece a socialização.
Para entender a dança criativa, vamos assistir a 2 vídeos que
retratam a dança criativa.
Dança criativa:
Vídeo 1 – High School Musical 2 - Vem Dançar. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=NDHYZtwjFTs&feature=related .
Video 2 – High School Music – I don’t dance. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=rYcp1QXtjq4&feature=related
Atividade 6: Vivenciando a dança criativa
Serão definidos alguns critérios para a elaboração e a criação de
uma coreografia. O grupo deverá considerar os seguintes critérios:
- O grupo deve escolher um tema junto com uma música (brasileira).
- O estilo da dança deve ser livre.
- Fazer a leitura da letra da música e refletir sobre o tema.
- Discutir e organizar a forma como será montada a coreografia para
que todos os colegas participem.
- Dividir a sala em grupos e, a partir da ideia discutida sobre a
coreografia, cada grupo ficará com uma parte da música para criar seus
passos.
- Depois que cada grupo montou e aprendeu sua sequência de
passos, deverá apresentar a sua dança para o grande grupo.
- De acordo com a sequência da música, cada grupo ensina o passo
a passo das pequenas coreografias para o grande grupo, até que consigam
aprender toda a coreografia.
Para refletir e avaliar.
Questionamentos: -- O que é mais interessante, copiar coreografias
prontas ou criar seus próprios movimentos? -- Como vocês se sentem em
relação aos movimentos que vocês criaram? -- E sobre a dança na Educação
Física, vocês gostaram? -- Consideram a dança como uma atividade escolar
importante?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entre as normas do PDE está a implementação do projeto, ou seja,
realizar, na prática, o projeto que elaboramos.
No presente caso, que tem como objetivo trabalhar a dança de forma
reflexiva e vivenciando a dança criativa, por ser ainda um conteúdo pouco
explorado nas aulas da maioria das escolas, a implementação do projeto se
torna um desafio tanto para o professor quanto para os alunos.
Sendo assim, inserir este projeto de dança no contexto escolar deve
ser o começo da inclusão da dança em todas as séries, pois pode ser
apresentado às escolas o argumento de que a dança é movimento e sua
prática deve se estender a todos os alunos, desde que respeitados os limites e
a individualidade, realizando as atividades de forma contextualizada, assim
favorecendo a legitimação da Educação Física como área do conhecimento.
SUGESTÕES DE LEITURA
BARRETO, D. Dança... ensino, sentido, e possibilidades na escola. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
FERREIRA, M. G. Dança Criativa – Unidança-Universidade Livre da Dança, sd (Apostilado).
FUGIKAWA, C.S.L.;GUASTI, M.In: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Livro Didático Público – Educação Física Ensino médio. Curitiba: SEED-PR, 2006.
OSSOMA, P. A Educação Pela Dança. São Paulo: Summus, 1988.
VERDERI, E. B. L. P. Dança na escola. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
REFERÊNCIAS
CHANEL,D. High School Music - I don’t dance. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=rYcp1QXtjq4&feature=related>. Acesso em: 14 jul. 2010, 11:33.
CHANEL, D. High School Musical 2 – Vem Dançar. Disponível em:<http://www.youtube.com/watch?v=NDHYZtwjFTs&feature=related>.Acesso em: 14 jul. 2010, 11:25.
CUNHA, M. Dance aprendendo – aprenda dançando. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade, 1988.
FERREIRA, V. Dança escolar – um novo ritmo para a educação física. Rio de Janeiro: Sprint, 2009.
FLETCHER, A. Ela Dança Eu Danço. Disponível em:<http://www.youtube.com/watch?v=KWMCUUUu4QQ&feature=related>. Acesso em: 13 jul. 2010, 16:11.
FRIEDLANDER, L. Trecho 4 do Filme Vem Dançar. Disponível em:<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=15024>. Acesso em: 6 jul. 2010, 11:00.
GASPARI, T. C. Dança. In: DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação física na escola – implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara, 2008.
GFAB. Maxixe – Danças Folclóricas. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=9rhdcgpz-xo>. Acesso em: 6 jul. 2010, 10:56.
MARQUES, I. A. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Educação Básica – Educação Física. Curitiba. 2008.
SORDI, E. M. D.. Dança Circular. Disponível em:http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modulares/conteudo/conteudo.php?conteudo=78. Acesso em 14 jul.2010, 10:23.
TABORDA, R. Dança Africana. Disponível em:http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=10107. Acesso em 14 jul. 2010, 10:40.