DA REMUNERAÇÃO NAS CONTRATAÇÕES DE SERVIÇOS DE TI

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DA REMUNERAO NAS CONTRATAES DE SERVIOS DE TI CONSIDERAES LUZ DA JURISPRUDENCIA DO TCU

DA REMUNERAO NAS CONTRATAES DE SERVIOS DE TI CONSIDERAES LUZ DA JURISPRUDENCIA DO TCU

A jurisprudncia da TCU recomenda a adoo da remunerao com base nos resultados efetivamente apresentados pelas empresas prestadoras de servios de TI.

Segundo a TCU, nas contrataes em que a remunerao no apresenta vinculao direta a resultados, abre-se espao para o pagamento de horas improdutivas, gerando desperdcio de dinheiro publico por meio de contrataes antieconmicas e ineficientes.

O Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG) regula suas contrataes de solues de Tecnologia da Informao pelos rgos e pelas entidades integrantes do Sistema de Administrao dos Recursos de Tecnologia da Informao (SISP) pela instruo normativa n04/10, da secretaria de Logstica e Tecnologia da Informao (SLTI) do MPOG, com base na jurisprudncia do TCU.

Observar a Instruo Normativa n04/10, art.15. pargrafos 2 e 3, inciso III, alnea e. Prioriza a fixao de remunerao nos contratos de servios de TI com base em resultados apresentados pela contratada ao tempo em que autoriza, em carter excepcional, o pagamento baseado no numero de horas utilizadas pelos profissionais engajados na prestao de servios (homem-hora) ou, ainda, de acordo com a quantidade de postos de trabalho alocados na execuo do contrato.

Em ambos os casos, a opo por uma das hipteses excepcionais dever ser previamente justificada, devendo ser previstos tambm mecanismos para aferio de eficincia, a saber, a vinculao do pagamento entrega de produtos, no caso da medio por homens-hora, e a apurao de resultados compatveis com o posto de trabalho disponibilizado.

O Decreto n2.271/97, alinhado com a instruo normativa n04/10, estabelece que, sempre que a prestao de servio objeto da contratao puder ser avaliada por determinada unidade quantitativa de servio prestado, este dever estar prevista no edital e no respectivo contrato e ser utilizada como um dos parmetros de aferio de resultados.

Dessa forma, a remunerao com base em resultados a regra no apenas para as contrataes de servios de TI, mas tambm para a generalidade das contrataes de servios a serem efetuadas pela Administrao Publica Federal, o que se justifica pela submisso da Administrao ao princpio constitucional da eficincia, consoante previso do art.37,caput, da CF.

A Secretaria de Fiscalizao de Tecnologia da Informao (SEFTI), rgo do TCU, que tem por finalidade fiscalizar a gesto e o uso de recursos de Tecnologia da Informao pela Administrao Publica Federal recomenda a utilizao do gerenciamento de nvel de servio (ou gesto de nvel de servio) que vincula o pagamento do fornecedor ao alcance de metas de resultado que, em conjunto, constituem o nvel de servio contratado. A SEFTI exarou a Nota Tcnica n6/10 de onde extraem-se os elementos necessrios a caracterizar um nvel de servio.

Gerenciamento de nvel a metodologia eficaz para assegurar a eficincia na contratao de servios de TI na medida em que define claramente metas de desempenho e qualidade, fixa mtodos de controle de resultados, vinculando a remunerao do contratado ao atendimento da necessidade da Administrao identificada na fase de planejamento.

Dessa forma observamos o alinhamento do gerenciamento de nvel de servios com as determinaes da Lei n8.666/93, sendo compatveis com o princpio da eficincia.

Portanto a utilizao da metodologia de inconteste utilidade nas contrataes cuja remunerao seja desde logo fixada com base em resultados, podendo ser tambm utilizada naquelas em que o pagamento seja feito com base em homens-hora ou postos de trabalho, desde que existentes parmetros mnimos de aferio de resultados.

A adoo do critrio do pagamento homem-hora ou postos de trabalho somente poder ocorrer nos casos de impossibilidade de mensurao de resultados.

O problema identificado no pagamento homem-hora ou postos de trabalho que como a remunerao fixada conforme a mera disponibilidade dos prestadores de servios, a prestao de m qualidade ou intempestiva do servio no pode ser abatida da remunerao da empresa contratada, uma vez que sua responsabilidade se limita disponibilizao da mo de obra, propiciando, em tese, a remunerao de horas improdutivas e por conseqncia, as contrataes antieconmicas (paradoxo lucro-incompetncia).

Mesmo quando admitida a fixao de remunerao com base nos critrios homens-hora ou postos de trabalho, a instruo normativa n04/10 determina a adoo de outros mecanismos voltados a assegurar a eficincia na contratao. Nesse sentido, o 2 do art.15 prev que, quando adotada a mtrica homens-hora, esta dever estar vinculada entrega de produtos com prazos e qualidade previamente definidos, e na contratao por posto de trabalho, o pagamento da remunerao deve estar condicionado comprovao de resultados com o posto previamente definido.

O Tribunal de Contas da Unio nos termos do acrdo n47/2013, manifestou-se pela ausncia de irregularidade na fixao de critrios hbridos de remunerao, isto , com base em resultados e homens-hora ou posto de trabalho, atrelados forma de execuo hbrida ou, em outros termos, s peculiaridades do objeto contratual. Assim, em relao aos itens do contrato para os quais a Administrao detenha parmetros para aferio de resultados, com base nestes dever ser feita a remunerao, e apenas ante a ausncia de tais parmetros o pagamento poder ser efetuado pelo critrio homens-hora ou postos de servios, desde que, conforme dito, sejam previstos mecanismos que assegurem a entrega da prestao de servio contratada previamente ao pagamento.