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* Graduado em Serviço Social pela Universidade Bandeirantes São Paulo. Especialista Serviço Social em Ortopedia e Traumatologia IOT-HCFMUSP. Pós Graduando do Curso de Residência Multiprofissional na modalidade Emergências Clínicas e Trauma, realizada no Hospital Geral do Grajaú-SP, em parceria com a Universidade de Santo Amaro. * Graduada em Serviço Social pela Universidade de Santo Amaro - UNISA. Pós Graduando do Curso de Residência Multiprofissional na modalidade Emergências Clínicas e Trauma, realizada no Hospital Geral do Grajaú-SP, em parceria com a Universidade de Santo Amaro. O mundo do trabalho: alguns desafios e obstáculos para a juventude da periferia contemporânea frente à formação profissional DANILO MENDES GOMES* BRUNA FERNANDA BARROS DE MORAES* Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério O jovem no Brasil nunca é levado a sério (Charlie Brown Jr Trecho da música “Não é Sério”) Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa qualitativa amparada pela metodologia da história oral e teve como sujeitos investigados quatro jovens da periferia da Capital São Paulo, que realizam ou realizaram cursos de formação profissional em termos de graduação, com a finalidade de se profissionalizarem para a inclusão no mercado de trabalho. Pois, a juventude é uma etapa da vida em que são colocados muitos desafios e dificuldades, especialmente para os jovens que residem na periferia e têm a expectativa de iniciar e concluir um curso de graduação. As carências de políticas públicas em funcionamento têm demonstrado pouca efetividade e causa impactos em proporções concretas e abstratas na vida destes jovens, o que dificulta a vida profissional. Tem-se ainda, a deficiente formação educacional que não apenas coloca obstáculos ao desenvolvimento das capacidades de aprendizagem continuada e de adaptabilidade às novas formas de trabalho, essenciais ao novo contexto produtivo, como também a precária formação básica afeta negativamente a inclusão no mercado de trabalho daqueles destinados a tarefas aparentemente simples. Na cena contemporânea os jovens que não possuem requisitos educacionais mínimos, são excluídos das oportunidades de emprego, engrossandoainda mais as estatísticas do trabalho informal e da violência urbana. Palavras chave: Juventude; Mercado de trabalho; Periferia; Formação profissional; História oral.

Danilo Mendes Gomes

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* Graduado em Serviço Social pela Universidade Bandeirantes – São Paulo. Especialista Serviço Social em

Ortopedia e Traumatologia – IOT-HCFMUSP. Pós Graduando do Curso de Residência Multiprofissional na

modalidade Emergências Clínicas e Trauma, realizada no Hospital Geral do Grajaú-SP, em parceria com a

Universidade de Santo Amaro.

* Graduada em Serviço Social pela Universidade de Santo Amaro - UNISA. Pós Graduando do Curso de

Residência Multiprofissional na modalidade Emergências Clínicas e Trauma, realizada no Hospital Geral do

Grajaú-SP, em parceria com a Universidade de Santo Amaro.

O mundo do trabalho: alguns desafios e obstáculos para a juventude da periferia

contemporânea frente à formação profissional

DANILO MENDES GOMES*

BRUNA FERNANDA BARROS DE MORAES*

Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério

O jovem no Brasil nunca é levado a sério

(Charlie Brown Jr – Trecho da música “Não é Sério”)

Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa qualitativa

amparada pela metodologia da história oral e teve como sujeitos investigados quatro jovens da

periferia da Capital São Paulo, que realizam ou realizaram cursos de formação profissional

em termos de graduação, com a finalidade de se profissionalizarem para a inclusão no

mercado de trabalho. Pois, a juventude é uma etapa da vida em que são colocados muitos

desafios e dificuldades, especialmente para os jovens que residem na periferia e têm a

expectativa de iniciar e concluir um curso de graduação. As carências de políticas públicas em

funcionamento têm demonstrado pouca efetividade e causa impactos em proporções concretas

e abstratas na vida destes jovens, o que dificulta a vida profissional. Tem-se ainda, a

deficiente formação educacional que não apenas coloca obstáculos ao desenvolvimento das

capacidades de aprendizagem continuada e de adaptabilidade às novas formas de trabalho,

essenciais ao novo contexto produtivo, como também a precária formação básica afeta

negativamente a inclusão no mercado de trabalho daqueles destinados a tarefas aparentemente

simples. Na cena contemporânea os jovens que não possuem requisitos educacionais

mínimos, são excluídos das oportunidades de emprego, engrossandoainda mais as estatísticas

do trabalho informal e da violência urbana.

Palavras chave: Juventude; Mercado de trabalho; Periferia; Formação profissional; História

oral.

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2

Introdução

Trabalhar a temática da inserção do jovem da periferia no âmbito profissional,

não é uma tarefa de fácil interlocução, porque muitos são os fatores que contribuem

para precarizar este ingresso. Dentre os principais, destacam-se: a mercantilização da

educação pública, a terceirização dos contratos de trabalho dos profissionais que atuam

na educação, ausência de interesse em afirmar a criação e efetivação de políticas

públicas para esse segmento, bem como o interesse da “classe dominante” em desprover

a juventude da periferia de conhecimento, visto que o empoderamento desse público

traria questionamentos aos modelos sociais vigentes.

Ao analisarmos os fatores que contribuem para a precarização desse acesso ao

mercado de trabalho, visualizamos que as transformações no mundo do trabalho, o

sucateamento das políticas públicas e o enxugamento da máquina estatal, bem como à

privatização das políticas sociais de educação, saúde, habitação e os avanços constantes

do neoliberalismo, transformou e mercantilizou o que não poderia ser comercializado,

como nos propõe a reflexão: “[...] a mercantilização do atendimento das necessidades

sociais, é liderada pela privatização das políticas sociais; os direitos sociais deixam de

ser direitos para estarem inseridos no circuito de compra e venda de

mercadoria”.(IAMAMOTO, 2012, p. 48)

Outro ponto, que merece destaque é o modelo de educação1 que temos hoje no

Estado de São Paulo, que é pautado na progressão continuada. Sabemos que a referida

metodologia está amparada dentro de uma concepção de ensino que valoriza as

individualidades, contudo o intuito do questionamento vai de encontro à seguinte

indagação: por que essa metodologia não tem plena efetividade, demonstrando-se

deficitária? Tendo em vista os constantes índices negativos que classificam a educação

pública.

Os resultados são da última edição do Sistema de Avaliação do Rendimento

Escolar do Estado de São Paulo (SARESP), que ocorre anualmente em todo

a rede. Eles mostram problemas no clico final do ensino fundamental e no

ensino médio, apontando como gargalos da educação. Ambas as etapas

estão desde 2008 no patamar baixo proficiência- a escala ainda demarca o

abaixo do básico adequado e avançado. (JORNAL ESTADO DE SÃO

PAULO20 de Agosto, 2014)

1Para aprofundamento ver: Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei Estadual nº 10.403, de

julho de 1971, na deliberação Conselho Estadual de Educação nº 08/97 e nº 09/97.

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3

Verifica-se que muitos jovens concluem o ensino fundamental ou médio com

alguns déficits de aprendizado, e a adesão ao curso de nível superior torna-se ainda mais

desqualificada, visto que esses jovens necessitarão de um tempo maior para se

adequarem a essa nova realidade e dinâmica da universidade.

Um ponto importante são as lacunas existentes na metodologia de ensino

público, que ao invés de identificar deficiências de aprendizagens dos alunos, para

posteriormente serem trabalhadas no processo educacional, acabam atuando pautados

em um modelo hegemônico de ensino, onde todos os alunos têm a “obrigatoriedade” de

enquadrar-se nesse modelo. A não aderência a esse modelo faz da progressão

continuada, a única solução para os prováveis problemas de aprendizado.

Se os espaços das salas de aula fossem de âmbito de aprendizado e formador, os

impactos causados nessa transição seriam menores, pois, os jovens que adentram em um

curso de nível superior sofrem inúmeras dificuldades, a saber, de leitura e interpretação

de textos, realização das normas operacionais básicas de matemáticas, entre outras.

Dentre os diversos fatores que implicam e precarizam a formação escolar

prejudicando os jovens na inserção no mercado de trabalho, sem dúvida a desigualdade

social não pode ser desconsiderada, porque os impactos e a precarização da educação

acessada pelos jovens da periferia, não são nem de longe visualizados, no horizonte das

possibilidades, pelos jovens de classe média alta em seus colégios particulares, que

acessam os bens simbólicos produzidos pela humanidade desde cedo, perdurando assim,

uma sociedade desigual.

Esta desigualdade deixa os alunos formados no modelo atual de ensino público

sem condições de uma disputa justa por qualificação e para adentrarem no mercado de

trabalho, se os compararmos aos formados por escolas particulares.

Partindo destas considerações sobre a dificuldade de acesso ao trabalho,

desenvolvemos esta pesquisa com jovens do gênero feminino e masculino da periferia

do município de São Paulo e temos como objetivo apresentar quais as expectativas que

eles têm referente ao futuro profissional, quais as estratégias utilizadas para alcançarem

à inserção na formação acadêmica/mercado de trabalho, os obstáculos enfrentados e por

último, quais as políticas públicas que tiveram acesso nesse processo.

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4

Juventude, mercado de trabalho e periferia

A juventude é um momento de transformação, as decisões e expectativas do

futuro serão resultados de uma história singular para cada indivíduo, que muitas vezes

neste processo não visualiza que ele é o próprio protagonista da sua história. Vejamos a

definição de juventude:

A juventude, aqui compreendida como construção social e histórica, pode ser

considerada um dos mais significativos momentos do ciclo da vida para se

investigar e propor saídas para muitas das crises e mutações que tomam

forma na contemporaneidade em diferentes esferas do social, em especial, no

mundo do trabalho. As condições culturais e biológicas específicas dos e das

jovens os/as tornam mais expostos/as aos dilemas sociais, deixando-os mais

visíveis para a sociedade como um todo. Tradicionalmente, os estudos que

buscam definir a condição juvenil assinalam que a passagem da escola para

o mundo do trabalho, ao lado da independência em relação à família de

origem e da constituição de um novo núcleo familiar, constitui-se como

marco fundamental no processo de transição para a vida adulta. Se mesmo

em outros momentos históricos contestava-se a sequência ou os significados

destes marcos para diferentes perfis de jovens, as análises mais recentes

indicam que este processo tornou-se mais complexo. (AGENDA

NACIONAL DO TRABALHO DECENTE PARA A JUVENTUDE, 2010, p.

3)

O processo cultural também é importante nessa fase, pois junto dele surgem

novos conceitos, estilos de vida e impasses sobre o futuro, portanto entender a

importância da valorização e preparação para esse jovem inserir-se no mercado de

trabalho é de fundamental importância, para que muitos deles não engrossem as

estatísticas de violência urbana. Para que isto não ocorra, a construção de um bom

currículo profissional é essencial e deve começar com um ensino público de qualidade,

porque é ele que possibilita uma ruptura com o processo de invisibilidade e

naturalização do ser humano destituído de direitos, por conseguinte é mais que uma

obrigação, é um dever do Estado que se denomina: Estado Democrático de Direitos

oferecer um ensino de qualidade.

[...] No universo do trabalho, a associação da categoria juventude às

variáveis: sexo, cor/raça, renda familiar, posição na família, escolaridade e

região de moradia, entre outras, torna ainda mais explícitas as múltiplas

desigualdades que atingem a população juvenil. Os jovens pertencentes a

famílias de mais baixa renda, moradores de áreas metropolitanas mais

pobres ou de determinadas áreas rurais, as mulheres jovens e os jovens

negros de ambos os sexos, são atingidos de maneira ainda mais crítica pelas

dificuldades de acesso a um trabalho decente. (AGENDA NACIONAL DO

TRABALHO DECENTE PARA A JUVENTUDE, 2010, p. 5)

Na contemporaneidade a juventude da periferia brasileira vivencia momentos de

muitas incertezas. Os dados do último mapa da violência, atualizado em 2014, aponta

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5

que São Paulo, ostenta a menor taxa (20,2 para 100 mil jovens) de homicídio entre os

jovens, muito abaixo dos 40 homicídios por 100 mil jovens alavancados por algumas

capitais do nordeste, porém, o mesmo senso alerta que: “ainda sendo a menor taxas das

capitais, são extremamente elevadas para os padrões considerados minimamente

civilizados”. Ou seja, São Paulo está longe do ideal, entretanto, comparada com outras

capitais do Brasil, cria-se o discurso que em nosso estado os jovens estão em condições

“favoráveis”.

Se aprofundarmos nossa analise junto aos homicídios nas periferias de São

Paulo, chegaremos à triste conclusão de que esse levantamento não está de acordo com

a realidade vivenciada por muitos jovens periféricos, não estamos aqui afirmando e nem

realizando uma falácia ao referido documento, porém, como moradores e viventes dos

becos e vielas das muitas “comunidades”, percebemos o alarmante número de jovens

que são abstraídos pelo crime organizado. O dito tribunal do crime, cria suas próprias

regras e dita o andamento do cotidiano de muitas periferias, sendo que muitos são os

jovens que desaparecem após se endividarem com o tráfico, por conta do uso de

substâncias ilícitas, contudo não engrossam essa triste estatística do país, porque os

familiares temendo atos repressivos se calam frente às ameaças. Dayrel e Gomes

trazem para a discussão a seguinte reflexão: “[...] O sentimento de fracasso que

acompanha o jovem que procura trabalho remunerado e não consegue representa uma

porta aberta para a frustração, o desânimo e também a possibilidade do ganho pela via

do crime”.(DAYREL E GOMES 2014, p. 6)

A realidade enfrentada pelo jovem da periferia para adentrar ao mercado de

trabalho é bem distinta de classe média alta, conforme se observa nessa pesquisa

realizada pela Agenda Nacional do Trabalho Decente para a Juventude, ao ressaltar que,

A idade de ingresso no mercado de trabalho é fortemente marcada por

desigualdades sociais. Enquanto muitos jovens pertencentes a famílias de

baixa renda ainda ingressam no mercado de trabalho antes da idade

considerada legal para o trabalho2 e sem concluir o ensino fundamental, os

2Esta síntese foi elaborada a partir de dois sintéticos diagnósticos sobre a situação da juventude brasileira.

No primeiro, elaborado pela OIT (2009), no âmbito do projeto Promoção do Emprego de Jovens da

América Latina (PREJAL) são analisados dados sobre escolaridade e padrões de inserção dos jovens,

sempre considerando sua diversidade em termos de sexo, cor/raça, local de moradia e posição no

domicílio, e avaliadas as recentes políticas e ações governamentais dirigidas a jovens. O documento foi

apresentado e discutido em jornadas técnicas com representantes do governo, dos empregadores e dos

trabalhadores, bem como do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve). No segundo diagnóstico,

elaborado por Corrochano et al. (2008), foram analisadas as diferentes combinações entre trabalho e

estudo no tempo da juventude, também levando em consideração sua diversidade. 3 A idade mínima

considerada legal para ingresso no trabalho no Brasil é de 16 anos, com exceção das situações de

aprendizagem protegidas pela Lei 10. 097/2000, nas quais o trabalho é permitido a partir dos 14 anos.

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jovens de renda mais elevada ingressam, em geral, a partir dos 18 anos,

principalmente em situações de trabalho protegidas e tendo completado o

ensino médio. A maior parte dos jovens, tanto pertencentes a famílias de

mais alta ou de mais baixa renda, se inserem ou procuram se inserir no

mercado de trabalho por volta dos 18 anos de idade. A partir desta faixa, a

desigualdade se expressa muito mais nas chances de encontrar trabalho e no

tipo de trabalho encontrado: os jovens de renda mais elevada estão sujeitos

a menores índices de desemprego e a uma inserção mais protegida no

mercado de trabalho. Estes aspectos sinalizam a necessidade de políticas

ativas de apoio à inserção, particularmente direcionadas para jovens de

baixa renda, mulheres, negros, moradores de áreas urbanas metropolitanas

e de determinadas áreas rurais.(AGENDA NACIONAL DO TRABALHO

DECENTE PARA A JUVENTUDE, 2010, p. 8)

As contradições vivenciadas pelos jovens inseridos em uma mesma metrópole,

porém, de classes sociais distintas e territórios diferentes são nítidas, contudo fica para

outro momento a maturação e aprofundamento desta questão.

Podemos perceber que há diversas discussões sobre quais são os reais ensejos da

juventude e como a escola, em seu papel formador, poderia contribuir para a preparação

desses jovens para o mercado de trabalho. Deste modo, é de fundamental importância

compreender se a juventude tem percebido que para a realização de projetos de vida,

cabe um conhecimento escolar mínimo para atuar no mundo do trabalho, caso o

contrário se não houver está percepção, ela pode ter reproduções pautadas, no seguinte

ditado: “filho de peixe, peixe é”, ou seja, filho de pedreiro, pedreiro será. Não estamos

aqui minimizando ou desdenhando de determinada profissão, o intuito desta explanação

é refletir sobre as reproduções de papéis no seio familiar.

Todo este contexto aborda questões como: desafios e obstáculos da juventude

periférica contemporânea, como aconteceram à inserção no mercado de trabalho, o

trabalho ideal, as especializações e quais as suas motivações frente ao contexto em que

estão inseridas.

Metodologia

A metodologia de pesquisa é imprescindível para o trabalho, afinal ela é a base

para a avaliação, leitura e sua técnica deve ser equilibrada.

[...] a metodologia inclui as concepções teóricas de abordagens, o conjunto

de técnicas que possibilitam a construção da realidade e o sopro divino do

potencial criativo do investigador. Enquanto abrangência de concepções

teóricas de abordagem, a teoria e a metodologia caminham juntas,

intrincavelmente inseparáveis. Enquanto conjunto de técnicas, a metodologia

deve dispor de um instrumental claro, coerente, elaborado, capaz de

encaminhar os impasses teóricos para o desafio da prática. O endeusamento

Page 7: Danilo Mendes Gomes

7

das 50 técnicas produz ou um formalismo árido, ou respostas estereotipadas.

Seu desprezo, ao contrário, leva ao empirismo sempre ilusório em suas

conclusões, ou as especulações abstratas e estéreis. (MINAYO, 2010, p. 16).

O método utilizado foi de uma pesquisa qualitativa, onde os sujeitos são

importantes para revelaruma realidade, o projeto de pesquisa qualitativa ganha vida

através dos depoimentos e narrativas, então tivemos a possibilidade de buscar nas falas:

a vivência sobre o tema, explorar a visão de quem está no processo e o contato direto

com o pesquisado. Conforme afirma Martinelli:

Na verdade, essa pesquisa tem por objetivo trazer à tona o que os

participantes pensam a respeito do que está sendo pesquisado, não é só a

minha visão de pesquisador em relação ao problema, mas é também o que o

sujeito tem a me dizer a respeito. Parte-se de uma perspectiva muito valiosa,

porque à medida que se quer localizar a percepção dos sujeitos, torna-se

indispensável – e este é outro elemento muito importante – o contato direto

com o sujeito de pesquisa. (MARTINELLI, 1999, p. 21).

A pesquisa foi realizada mediante abordagem aos jovens com data e horários

previamente agendados em espaçosresidenciais e públicos, foram sujeitos desta

pesquisa 4 (quatro) jovens: um do gênero masculino e três do feminino.

Para ampliar a discussão optamos por entrevistar jovens de formações distintas:

Serviço Social, Gestão Financeira, Direito e Química.

Foi preparado um roteiro previamente estabelecido com perguntas abertas, sendo

o método de coleta dos dados a história oral, com entrevistas gravadas em áudio.

A História Oral é uma relação de diálogo que acontece entre o entrevistado e o

pesquisador, o que busca a vivência prática do pesquisado,por meio da trajetória de

participação no contexto abordado. Esta coleta tende a englobar através dos relatos, o

estudo de vivências daquelesque obtêm a experiência e as relatam durante as

entrevistas.

Trabalhar com História Oral é basicamente recorrer à palavra do outro, à

palavra suscitada em função de um projeto de pesquisa, à palavra do outro

obtida em um processo de interação entre os pesquisador e o narrador, a

palavra do outro gravada e transcrita que se transforma em um documento,

a palavra do outro cuja análise permite responder às indagações formuladas

pelo projeto de pesquisa, ou mesmo para a preservação da memória de uma

sociedade e de uma época, através do testemunho dos que nela viveram.

(LANG, 1996, s/p).

Como abordamos, é possível desta forma, buscar o depoimento de pessoas que

perpassaram os fatos e as experiências, desta forma buscamos analisar através das

gravações os objetivos da pesquisa, a fim da elaboração do documento principal que

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busca respostas a partir das informações coletadas.

Embora os pesquisadores que recorrem à História Oral o façam de acordo

com os pressupostos de sua disciplina, recorrem todos à palavra do outro,

obtida em uma entrevista marcada pela intersubjetividade. A palavra do

outro, assim obtida e gravada, dá origem a um documento que constitui fonte

para pesquisa. (LANG, 1996, s/p).

A escolha é justificada quando podemos expandiros diferentes olhares sobre o

mesmo contexto, desvelando posições, perspectivas e culturas daquele que vivenciou o

processo.

Um aspecto importante a citar é que a pesquisa está atrelada incondicionalmente

a questão ética, na história oral não poderia ser diferente, cabe assegurar para o

entrevistado este aspecto para que se conclua a relação de confiança que deve haver na

pesquisa.

As categorias de análise

Neste estudo, foram eleitas as seguintes categorias para análise dos resultados

adquiridos juntos aos sujeitos da pesquisa:

O aprendizado no ensino fundamental e médio;

A discriminação pelo fato de residir na periferia;

A entrada no mercado de trabalho para os jovens que residem na periferia de São

Paulo;

Resultado do curso de graduação na vida profissional;

As expectativas deles em relação ao mercado de trabalho diante das exigências e

seletividades do mercado.

Análise das narrativas dos sujeitos pesquisados

Na visão dos entrevistados sobre a avaliação que fazem do aprendizado no

ensino fundamental e médio, e se estes contribuíram nas suas inserções no ensino

superior, ou se colaboraram para enfrentar as dificuldades e obstáculos no mundo

universitário, trazem nas suas narrativas as seguintes questões:

[...] onde eu fiz não prepara a gente pro mundo de trabalho, pro mundo universitário, porque é

totalmente manipulado, é o básico dos básicos o que ele passa,[...] o pouco que sei tive que

correr atrás pra buscar, pra conseguir alcançar e me estabilizar dentro do sistema

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universitário, porque eu tive que fazer toda essa fundamentação que não tive antes, eu tive que

fazer durante a universidade aprender é muito mais do que sociologia, sociologia, história,

filosofia, então muito disso tive que correr atrás porque não tive embasamento na

escola.(Entrevistado 1)

[...] Não exatamente, a escola não me despertou nenhum interesse, lembro que sempre tive

vontade de aprender [...] Na verdade lembro que quando fui fazer minhas primeiras entrevistas

não tinha segurança para escrever, a escola não me deu base nenhuma, foi muito difícil para

mim chegar a um curso de nível superior, muitas vezes pensei em desistir, mais continuei firme e

forte. Nada vai ser fácil pra mim, sair da escola só aprendendo ler e escrever e tive que corre

atrás de tudo... Tenho muita dificuldade. O aprendizado na escola não foi satisfatório.

(Entrevistado 3)

[...] Dificuldades que eram na escrita e na própria área de exatas. Que era pra onde o curso

era voltado. Para reverte esse déficit da minha aprendizagem na escola pública, optei por fazer

um curso de português e matemática. E se não fosse essa iniciativa própria, sinto que não

conseguiria concluir o curso. Pois os professores cobravam um grau de conhecimento básico

que eu não tinha, repeti até um semestre por causa dessa dificuldade. (Entrevistado 4)

Evidenciamos nesta análise de categoria que a maior parte dos entrevistados

(quatro pesquisados), três afirmaram que o ensino fundamental e médio não contribuiu

na inserção do ensino superior. Portanto, nos possibilita compreender as dificuldades

cotidianas para acompanhar as exigências das avaliações e conteúdos propostos pelos

professores, as diversidades e características de determinada turma, pois todo

conhecimento é subjetivo, sendo esse um fator considerado importante que “indica” ao

aluno questões que o levam a avançar ou retroceder. Identificamos nas falas dos sujeitos

o quanto a escola pública, na sua grande maioria, apresenta déficit de ensino.

Quando abordados sobre o fato de residir na periferia, a questão os levou a

revelar a discriminação sofrida durante a busca de vagas no mercado de trabalho, logo

os sujeitos entrevistados relataram cada um a seu modo as seguintes situações:

[...] já sofri sim, é comentários do fato de falar nossa onde você mora é uma região que morre

muita gente, que tem muito bandido, que tem muita favela, né então isso acontece sim, ainda

hoje no século XXI, de tanto você falar sobre o racismo, de tanto você falar sobre a

descriminação, mas ainda são os jovens negros e periféricos que sofrem com tudo isso, não tem

acesso ao mercado de trabalho. (Entrevistado 1)

Não, nunca me senti discriminada [...] eu acredito que independente do lugar onde a gente

esteja a gente pode chegar longe, é mesmo morando na periferia ou não. (Entrevistado 2)

[...] Teve um dia que falei que morava no Capão Redondo e a vaga era para recepcionista no

centro de são Paulo. Falaram que estavam procurando alguém que morasse mais perto, por que

eles pagavam apenas uma condução. Na época nem imaginei, mais pensado bem aquilo foi um

preconceito. (Entrevistado 3)

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Para entrar no mercado de trabalho senti sim preconceito. Claro que não foi algo explicito.

Mais sentia certa descriminação por residir em periferia. Principalmente quando era pra

responder a região e bairro em que residia. Só pelo fato de ver na resposta Capão Redondo -

zona sul, já mudavam o olhar em direção a mim. (Entrevistado 4)

Notamos nas narrativas que a minoria (apenas um sujeito) verbaliza não ter

sofrido preconceito durante a busca por emprego. O que nos leva a conclusão de que

ainda somos uma sociedade fortemente pautada em preconceitos: geográficos e étnicos.

Evidencia-se no discurso dos entrevistados a discriminação com a população que reside

nos territórios considerados periféricos, principalmente quando se trata de uma

população negra, impactando efetivamente em falta de oportunidades de

trabalho,gerando um olhar estigmatizado em relação a esses jovens que residem na

periferia.

Na avaliação que fizeram sobre a entrada no mercado de trabalho para os jovens

que residem na periferia de São Paulo, trazem nos seus discursos que,

[...] as dificuldades pro jovem da periferia é muito maior, muito maior em todos os sentidos, né,

mas dentro do mercado de trabalho é a todo momento uma luta constante. (Entrevistado 1)

Muito difícil, não temos ideia das coisas [...] Quando fiz 16 anos queria trabalhar ter minhas

coisas, ser independente, mais para arrumar trabalho é difícil, hoje vejo que tem alguns

programas de jovem aprendiz, na minha época não tinha, que dizer acho que tinha mais

ninguém nunca me falou isso, meus primeiros trabalhos foi de faxineira com minha mãe em casa

de familiar, depois arrumei um trabalho em um escritório, como já estava acabando a escola

pensei em estudar, foi ai que meus chefes me incentivaram a entrar na faculdade, ai eu fui.

(Entrevistado 3)

Tanto eu como outros que moram em periferia enfrentam dificuldade em conseguir emprego,

por conta dos critérios de avaliação de perfil da maioria das empresas. Quando é perguntado

seu endereço fixo, por exemplo: até “travo” pra falar que moro em favela e não tenho endereço

certo. Acredito que já nessa etapa sou desaprovado para a vaga. Como muitos outros que

acredito que também sejam. (Entrevistado 4)

Referente à proposição da entrada no mercado de trabalho para os jovens que

residem na periferia de São Paulo, três sujeitos mencionaram dificuldades, dentre elas,

merece destaque a avaliação do entrevistado 4 ao narrar que “até travo pra falar que

moro em favela e não tenho endereço certo. “Acredito que já nessa etapa sou

desaprovado para a vaga”. A referida narrativa nos leva a refletir sobre o quanto a

juventude da periferia (favelas), ainda sofre para acessar o mercado de trabalho, pois se

percebe que dentro da própria periferia existem clivagens que classificam ainda mais as

desigualdades, ou seja, dentro da “pobreza” existem “pobrezas” ainda mais precárias.

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No quesito em que foram abordados para narrarem se estão cursando ou já

realizaram uma graduação, bem como apresentar os resultados deste curso na vida

profissional afirmaram que,

A graduação foi muito importante pra mim, é pela visão que eu tive a partir disso, de homem

mundo a desconstrução do senso comum, né o olhar macro pra sociedade, para questões que

envolvem a sociedade, por exemplo, a questão é da educação, a questão do jovem periférico [...]

hoje eu reconheço a minha negritude, eu reconheço a minha história e isso eu sei que parte

muito do curso que eu fiz da graduação de o quanto me formou quanto profissional, quanto

pessoa, o quanto contribuiu é na minha relação com a sociedade , na minha relação com as

pessoas, então essa graduação, agregou e muito na minha vida.(Entrevistado 1)

É a faculdade me ajudou muito, porque eu comecei a ver o mercado de trabalho de outro jeito,

mas na minha área eu não consegui emprego, infelizmente eu não consegui emprego, eu

trabalho em outra área, mas mesmo assim a faculdade de uma maneira contribui para meu

rendimento profissional. (Entrevistado 2)

Foi um divisor de momentos, depois que comecei estudar tudo mudou, aprendi muito! Foram

anos difíceis, tive um filho no ultimo ano do curso o que me atrasou a concluir. Mais minha

família tem muito orgulho de mim, fui à primeira da família a conseguir se formar, a fazer uma

faculdade, você tem ideia disso? Minha família e grande! Por morar na periferia nunca

imaginei em ser uma advogada [...] No início desse ano passei na A.O.B, estou trabalhando na

área. Fazer faculdade fez abrir muitas portas pra mim. Hoje no país pelo fato de ser negra e

pobre tenho que ser muito melhor, a todo momento tenho que mostra que sou boa. (Entrevistado

3)

Minha primeira formação como técnico em química foi uma evolução intelectual. Porque ela

me trouxe uma vontade de estudar e me aperfeiçoar mais. Me senti mais autônomo na busca de

aprendizado. (Entrevistado 4)

Neste contexto, é perceptível o quanto a inserção na universidade proporciona ao

jovem da periferia o crescimento pessoal e profissional, possibilitando novas

oportunidades de emprego.

No que diz respeito em relação às expectativas do mercado de trabalho para os

jovens diante das exigências e seletividades do mercado, realizaram as suas análises ao

comentarem que,

[...] ele te exige uma coisa dentro do mercado de trabalho que ele não te deu [...] se morar na

favela, se é negro, se é periférico se já se envolveu ou não, né, com alguma coisa que está ali na

nossa rotina no nosso dia a dia, pra quem, mora na periferia sabe que existem muitos meios de

você conseguir se manter então as vezes quando não se encontra um mercado de trabalho, se

encontra outras formas de sobreviver.(Entrevistado 1)

[...] muita gente cursando e ta difícil, a gente tá vivendo um momento de crise, [...] e o trabalho,

tá difícil por essas questões muitas gente se formando o mercado saturado, mas eu acho que de

um jeitinho o de outro dá pra conseguir sim. (Entrevistado 2)

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São difíceis, esse governo acabou com o Brasil, o desemprego está muito grande você pode ver

que essa geração está perdida, os moleques só querem usar droga olha só o nosso bairro, se na

nossa época era difícil imagina agora nem para a escola eles vão [...] (Entrevistado 3)

Quanto a isso, sou pessimista. Porque a grande maioria que conheço tem uma visão turva de

como realmente é o mercado de trabalho. É evidente perceber como é limitado o conhecimento

de profissão desses jovens. (Entrevistado 4)

Mediante aos relatos, apontam a dificuldade que o país vem enfrentando, pois, a

atual conjuntura apresenta uma intencionalidade de sucatear ainda mais o ensino

público, dentre as classes, ressaltando que neste contexto o jovem da periferia torna-se

mais vulnerável.

Neste estudo, destacamos o quanto a escola pública, em sua grande maioria

ainda apresenta déficit de ensino, como: português e matemática, ressaltamos que não

estamos fazendo uma análise aprofundada do ensino nas escolas públicas de São Paulo,

porém, o resultado desta pesquisa nos permite o reconhecimento do quanto ainda é

preciso avançar, propor novas maneiras de aprendizados entre alunos e professores, para

então, alcançarmos um ensino de qualidade, e finalmente reduzirmos os dados

apresentados nestas analises.

Como foi apontado na fala dos três entrevistados - a forte presença do

preconceito por morar na “comunidade” impactando na inserção do mercado de

trabalho, - a discriminação com a população negra e moradora dessas regiões

periféricas, - a exposição delicada de não obterem referência (endereço) que o assegure

socialmente como cidadão. Logo é preciso ter um ensino que dê acesso às informações

de políticas públicas, que garante o processo de empoderamento e de autonomia dos

indivíduos.

Considerações finais

A pesquisa discorreu sobre a temática da juventude periférica contemporânea e a

inserção no mercado de trabalho, tivemos como sujeitos de pesquisa quatro jovens que

residem na periferia do município de São Paulo, um graduando em Química, e três já

formadas nas respectivas áreas: Serviço Social, Direito e Gestão Financeira, sendo o

mais novo com vinte um anos e a mais velho com vinte e nove anos, todos cursaram o

ensino fundamental e médio em escola pública e apenas um utilizou programas de

incentivo ao estudo (FIES) para adentrar na faculdade.

A desigualdade social foi apresentada nas entrevistas ao modo que os jovens

traziam aspectos de descriminação em processos seletivos, dificuldades de acesso ao

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ensino superior, problemas no mundo do trabalho, onde um fato evidente é o território

ao qual estão inseridos.

Pensando nesta desigualdade e nos aspectos apresentados como dificultadores

para o acesso ao mercado de trabalho, podemos verificar que os jovens buscam outros

modos de sobrevivência, o que não temos em comum nos jovens entrevistados, mas

temos claro, que a violência urbana está inserida no território, bem como as drogas e a

via do crime, estes estão sempre contratando.

Consideramos, que dentre as narrativas, diante deste complexo e frágil cenário

da educação acessada pelos jovens que residem na periferia, ainda que, com todas as

dificuldades citadas, o acesso à educação superior é o que viabiliza o desenvolvimento

pessoal e profissional, e consequentemente permite novas e melhores oportunidades de

emprego.

Por fim, esse trabalho também evidencia a dificuldade atual que o país vem

enfrentando, como se sobressai no discurso dos entrevistados, podemos chamar de

precarização, mercadoria de ensino e mais presente ainda nos ensinos públicos, questão,

que nos permite um desafio, olharmos com mais atenção a nossa juventude,

principalmente os que moram na periferia, fica clara a necessidade de implementação e

implantação de políticas públicas para esses adolescentes, pois, nota-se em pesquisa que

grande parte deles são os que apresentam “potentes” índice de vulnerabilidade social.

O que eu consigo ver é só um terço do problema

É o Sistema que tem que mudar

Não se pode parar de lutar

Senão não muda

A Juventude tem que estar a fim,

Tem que se unir [..]

(Charlie Brown Jr – Trecho da música “Não é Sério”)

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