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Voçorocas e processos erosivos na Região Metropolitana do Recife Os processos erosivos são evidentes em vários pontos da RMR, onde se observa desde a formação de voçorocas imensas (Ibura, Araçoiaba) à presença de sulcos disseminados nos cortes expostos (margens da BR-101, PE-18, PE-51), erosão laminar intensa nas vias públicas não pavimentadas (Casa Amarela, Ibura, Nova Descoberta, Passarinho), deslizamentos de taludes (morros das zonas norte e sul da RMR) e assoreamento (Camaragibe). Atualmente encontram-se identificados cerca de 10.000 pontos de risco nas áreas de morros da cidade do Recife e 3.000 em Olinda. Estima-se que a existência de aproximadamente 20.000 pontos de risco no território urbanizado da RMR. São definidos como pontos de risco os locais em morros que apresentam problemas de estabilidade ou de erosão de encostas. (Andrade, 2002) As Prefeituras Municipais vêm já há algumas décadas executando obras de infraestrutura local nessas áreas, principalmente de acessos (escadarias) e de contenção de encostas (muros de arrimo). Com o ganho de experiência por parte das prefeituras, foram paulatinamente adaptadas técnicas de drenagem superficial, reduzidas a utilização de estruturas de arrimo de gravidade e estimulados novos padrões de comportamento social da população, com relação às condições de segurança para habitar em morros. Em função da grande proporção do problema e da limitação dos recursos para solucioná-la, existe a disseminação da prática de utilização de soluções emergenciais, como a colocação de lonas plásticas sobre as barreiras expostas ,para reduzir riscos de infiltrações e erosões superficiais e permitir as municipalidades investirem nos pontos mais críticos mediante intervenções de proteção, com a utilização de técnicas diversas. Os esforços para minimizar as alterações na linha da costa na região do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista, têm sido, também, um dado importante no aspecto da intervenção nas áreas de risco ambiental da RMR. Os efeitos destrutivos

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Voçorocas e processos erosivos na Região Metropolitana do Recife

Os processos erosivos são evidentes em vários pontos da RMR, onde se observa desde a formação de voçorocas imensas (Ibura, Araçoiaba) à presença de sulcos disseminados nos cortes expostos (margens da BR-101, PE-18, PE-51), erosão laminar intensa nas vias públicas não pavimentadas (Casa Amarela, Ibura, Nova Descoberta, Passarinho), deslizamentos de taludes (morros das zonas norte e sul da RMR) e assoreamento (Camaragibe). Atualmente encontram-se identificados cerca de 10.000 pontos de risco nas áreas de morros da cidade do Recife e 3.000 em Olinda. Estima-se que a existência de aproximadamente 20.000 pontos de risco no território urbanizado da RMR. São definidos como pontos de risco os locais em morros que apresentam problemas de estabilidade ou de erosão de encostas. (Andrade, 2002)

As Prefeituras Municipais vêm já há algumas décadas executando obras de infraestrutura local nessas áreas, principalmente de acessos (escadarias) e de contenção de encostas (muros de arrimo). Com o ganho de experiência por parte das prefeituras, foram paulatinamente adaptadas técnicas de drenagem superficial, reduzidas a utilização de estruturas de arrimo de gravidade e estimulados novos padrões de comportamento social da população, com relação às condições de segurança para habitar em morros.

Em função da grande proporção do problema e da limitação dos recursos para solucioná-la, existe a disseminação da prática de utilização de soluções emergenciais, como a colocação de lonas plásticas sobre as barreiras expostas ,para reduzir riscos de infiltrações e erosões superficiais e permitir as municipalidades investirem nos pontos mais críticos mediante intervenções de proteção, com a utilização de técnicas diversas.

Os esforços para minimizar as alterações na linha da costa na região do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista, têm sido, também, um dado importante no aspecto da intervenção nas áreas de risco ambiental da RMR. Os efeitos destrutivos dessas alterações remontam ao início do século 20, mas os impactos mais substanciais ocorreram a partir de intervenções antrópicas, sobretudo aquelas decorrentes da implantação do Porto do Recife assim como da implantação de loteamentos nas zonas de praia. Hoje a grande concentração demográfica junto ao litoral torna as acomodações litorâneas mais importantes, devido aos prejuízos causados à população e à infra-estrutura urbana

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Erosão por Voçoroca em Araçoiaba(Out/2004)

O litoral de Olinda e Paulista, desde a Praia dos Milagres até a Ponta do Sol em Maria Farinha, encontra-se em acentuado processo de erosão. Esse processo tem prejudicado sobremaneira os referidos municípios, seja diretamente, destruindo benfeitorias públicas e privadas, e, indiretamente influindo negativamente no desenvolvimento econômico, turístico, recreativo e imobiliário da região afetada.Bairro Novo, Casa Caiada e Rio Doce em Olinda e parte das praias de Enseadinha e Janga já foram contempladas com obras de proteção e de recuperação. Diversas intervenções também ocorreram no litoral de Paulista, nos últimos 6 (seis) anos, com sérios impactos ambientais na faixa de costa, decorrentes de equívocos técnicos. Ainda assim, necessitam de complementação.

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Em anos mais recentes, iniciou-se também um processo de erosão nas praias da zona Sul do Recife e de Jaboatão dos Guararapes, com avanços expressivos da linha da costa e perdas nas faixas de praia. O mar alcançou o calçadão e a avenida beira mar, causando prejuízos à cidade, devido aos focos de erosão localizados nessas áreas, que provocaram desabamentos nos muros de contenção, as vias e nas calçadas. Ações de proteção nestes trechos do litoral metropolitano foram executadas, mas também de forma parcial e incompleta.

As obras executadas nos locais com problemas de erosão costeira constam normalmente de espigões e quebra-mares semi-submersos de enrocamento, que forma células, as quais devem ser preenchidas com areia, para que a restauração e proteção do litoral se tornem efetivos. Em diversos trechos as obras de enrocamentos, espigões e quebra-mares já foram implantadas. Faltam, no entanto as obras de complementação dos enrocamentos, a retirada dos espigões, que têm função apenas de acesso, e a realimentação das células com areia. A realimentação da praia com areia tem como finalidades a recuperação e proteção da faixa de praia e o retorno a balneabilidade.

Obra de contenção de encosta em Abreu e Lima