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A CONSTITUIÇÃO DE 1824 e o problema da modernidade Menção Honrosa no Grande Prêmio UFMG de Teses • Menção Honrosa no Prêmio CAPES de Teses • Vencedora do Prêmio UFMG de Teses DAVID F. L. GOMES o conceito moderno de constituição, a história constitucional brasileira e a teoria da constituição no Brasil

DAVID F. L. GOMES · 2019. 4. 23. · professores Bernardo Gonçalves Fernandes, Giordano Bruno Soares Ro- ... 2015. Agradeço à CAPES pela bolsa concedida ao longo do curso de doutorado

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A CONSTITUIÇÃO DE 1824 e o problema da modernidade

Menção Honrosa no Grande Prêmio UFMG de Teses • Menção Honrosa no Prêmio CAPES de Teses • Vencedora do Prêmio UFMG de Teses

DAVID F. L. GOMES

o conceito moderno de constituição, a história constitucional brasileira e a teoria da constituição no Brasil

A CONSTITUIÇÃO DE 1824 E O PROBLEMA DA MODERNIDADEDAVID F. L. GOMES

É também da potência do que é clássico a capacidade de dialogar criti-camente com o pluralismo das teorias e das histórias constitucionais formadas na cultura brasileira. Não se trata de negá-las, mas justa-

mente de incluir em um campo coerente as partes de razões que nelas habitam em regime de sincretismo. A tese é exemplar na lição do que se pode ganhar quando o diálogo é feito com tolerância e honestidade intelectual.(...)Um clássico é aquele que pode ir às ruas, pois a liberdade – já aprendemos nestes quase duzentos anos de história constitucional – só pode existir na república democrática, na soberania popular. Não há melhor hora para esta obra vir à luz!”

Juarez Guimarães

ISBN 978-85-60519-XX-X

DAVID F. L. GOMESBacharel, mestre e doutor em Direito pela UFMG. Professor adjunto da Faculdade de Direito da UFMG, nos cursos de graduação em Direito e em Ciências do Estado e no Progra-

ma de Pós-Graduação em Direito.

Neste livro, o autor retorna à história da Independência do Brasil e da primeira Constituição brasileira para, a partir dela, lidar com três problemas centrais: afinal de contas, o que é uma Constituição moderna? Qual a relação entre história constitucional e teoria da Constituição? E qual a relação entre Brasil e Modernidade? De dentro de uma análise minuciosa de fontes históricas, articuladas com uma profunda discussão teórica com autores do Brasil e de fora do país, emerge aos olhos da leitora e do leitor uma tese densa, com conceitos e argumentos inovadores, apta a fornecer uma visada sólida

sobre os temas que desenvolve.

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A const i tu ição de 1824 e o problema da modernidade

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A const i tu ição de 1824 e o problema da modernidade

O conce i to moder no de cons t i tu i ção , a h i s tó r i a cons t i tuc iona l B ras i l e i r a e a teo r i a da

cons t i tu i ção no B ras i l

Dav id F. L . Gomes

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Catalogação na Publicação (CIP)Ficha catalográfica

GOMES, David F. L.A constituição de 1824 e o problema da modernidade – o conceito moderno

de constituição, a história constitucional brasileira e a teoria da constituição no Brasil -- Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2019.

324 p.

ISBN: XXX-XX-XXXX-XXX-X

1. Direito. 2. Direito Constitucional. I. Título.

CDD341.2 CDU342

Copyright © 2019, D’Plácido Editora.Copyright © 2019, David F. L. Gomes

Editor ChefePlácido Arraes

Produtor EditorialTales Leon de Marco

Capa, projeto gráficoNathalia Torres

DiagramaçãoLeda Érica Câmara

Editora D’PlácidoAv. Brasil, 1843, Savassi

Belo Horizonte – MGTel.: 31 3261 2801

CEP 30140-007

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida,

por quaisquer meios, sem a autorização prévia do Grupo D’Plácido.

W W W . E D I T O R A D P L A C I D O . C O M . B R

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O princípio deste século tem sido empregado em política: constituições e seus projetos ocupam todos os espíritos. (Frei Joaquim do Amor Divino

Caneca)1

A tarefa da Filosofia é conceituar o que é, pois o que é, é a razão. No que concerne ao indivíduo, cada um é de toda maneira um filho de seu tempo;

assim a Filosofia é também seu tempo apreendido em pensamentos. É tão insensato presumir que uma filosofia ultrapasse seu mundo presente

quanto presumir que um indivíduo salte além do seu tempo, que salte sobre Rhodes. Se sua teoria de fato está além, se edifica um mundo tal como ele deve ser, esse mundo existe mesmo, mas apenas no seu opinar, um elemento maleável em que se pode imaginar qualquer coisa. (Georg

Wilhelm Friedrich Hegel)2

1 CANECA, Frei Joaquim do Amor Divino. O Typhis Pernambucano. In: CANECA, Frei Joaquim do Amor Divino. Frei Joaquim do Amor Divino Caneca. Organização e introdução de Evaldo Cabral de Mello. Coleção Formadores do Brasil. São Paulo: Ed. 34, (1824) 2001, número XVIII, p. 439.

2 EGEL, Georg W. F. Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito ou Direito Natural e Ciência do Estado em Compêndio. Tradução, notas, glossário e bibliografia de Paulo Meneses et alli. Apresentações de Denis Lerrer Rosenfield e de Paulo Roberto Konzen. São Paulo: Loyola; São Leopoldo: UNISINOS, 2010, p. 43.

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à Stéfane de novo,por rabiscar meus textos, desenhar nos meus livros, sumir minhas anota-ções, desarrumar meus armários, roubar minhas meias, atrapalhar minha

concentração, bagunçar minha ordem... por essas coisas, enfim, que a gente chama de amor

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Nota do Autor

O presente texto corresponde à minha tese de doutorado, defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Direito da UFMG no ano de 2016, tendo sido vencedora do Prêmio UFMG de Teses na área do Direito e recebido menção honrosa tanto no Prêmio CAPES de Teses – também na área do Direito – quanto no Grande Prêmio UFMG de Teses – na grande área de Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Linguística, Letras e Artes. Nela, sigo o desenvolvimento de uma pesquisa de cerca de uma década, iniciada ainda no âmbito da iniciação científica de graduação e cujos primeiros resultados mais sólidos apareceram em minha dissertação de mestrado, publicada posteriormente como livro3. Neste novo trabalho, dou continuidade e avanço em relação a esse primeiro livro monográfico – como anunciado ao final dele –, tanto quanto retomo alguns argumentos ali presentes para aprofundá-los e relê-los à luz de uma renovada base teórica.

Sou grato à professora Juliana Neuenschwander Magalhães e aos professores Bernardo Gonçalves Fernandes, Giordano Bruno Soares Ro-berto, Menelick de Carvalho Netto e Juarez Guimarães pela contribuição imprescindível em minha formação e, particularmente, na gestação desta tese. Sou especialmente grato à professora Maria Fernanda Salcedo Repolês por seu papel mais próximo em minha formação e, mais ainda, ao profes-sor Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira pelos 11 anos ininterruptos de orientação, informação essa que, por si só, fala mais do que qualquer outra coisa que eu pudesse dizer.

Agradeço à equipe técnica da Secretaria do Programa de Pós-Gradu-ação em Direito da UFMG pela atenção dispensada todas as vezes em que precisei recorrer a ela.

3 GOMES, David F. L. “Houve mão mais poderosa”?: soberania e modernidade na independência do Brasil. Belo Horizonte: Initia Via, 2015.

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Agradeço à CAPES pela bolsa concedida ao longo do curso de doutorado.Como uma tese de doutoramento não é o resultado apenas dos quatros

anos do curso do doutorado, mas sim de toda uma trajetória, preciso dizer que, no bojo dessa trajetória, é incomensurável minha dívida com Gabriel Rezende, Juliano dos Santos, Luiz Philipe de Caux e Thiago Simim.

Sou extremamente grato às amigas e aos amigos do Departamento de Direito da UFOP e dos Departamentos de Administração e Economia, de Ciências Humanas e de Direito da UFLA: nas duas instituições, pude encon-trar um ambiente propício para a pesquisa aprofundada e para aproximações interdisciplinares. De um modo ou de outro, há muito delas e deles aqui.

Sou igualmente grato ao professor Eduardo Soares Neves Silva e ao Grupo Crítica & Dialética, do Departamento de Filosofia da UFMG, pela recepção que encontrei e pela rica contribuição teórica.

Por fim, um agradecimento especial vai para as estudantes e os estudantes do Grupo de Estudos “Direito Constitucional, Teorias da Justiça e Lutas por Reconhecimento” e do Núcleo de Estudos “Direito, Modernidade e Capi-talismo”. Coordenei o primeiro na UFOP, entre 2013 e 2014; coordeno o segundo na UFLA, desde 2014. Esta tese não teria sido possível sem os diálogos que puderam ser desenvolvidos em ambos os grupos.

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Prefácio 13

Apresentação 19

Introdução 23

1. O antigo sistema colonial e sua crise 49

2. Os espaços públicos (trans)formados e a percepção alterada da temporalidade vivida 73

3. Fundações abaladas:direito, política e a soberania em xeque 95

4. O conceito modernode Constituição: primeira aproximação 133

5. Para uma crítica à tese da constitucionalização simbólica 177

6. Excurso sobre a Modernidade:entre imperativos sistêmicos e expectativas normativas igualitárias 205

Sumár io

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7. Considerações conclusivas 263

Fontes Históricas 295

Referências 309

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Prefác io

“We have this [concrete] freedom already in the form of feeling – in friendship and love, for example. Here, I am not one-sided, in myself; instead, I restrict myself gladly in relation myself to another, but this

restriction I know myself as myself. In this determinacy one should not feel oneself determined; on the contrary, in considering the other as other,

one first attains the feeling of being a self. Freedom thus lies neither in indeterminacy nor in determinacy; it is both at once. The will that restricts itself simply to a ‘this’ is the will of the obstinate person who

supposes that he would not be free if he did not have precisely the will he has. But the will is not bound to anything restricted; it must go further,

for the nature of willing is not this one-sidedness and bondage. To be free is to will something determinate, yet in this determinacy to be at home with itself and to revert again to the universal” (Hegel, The Philosophy

of Right, §7, trad. Alan White

É com grande felicidade que prefacio a nova obra do Professor Doutor David Gomes, da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, intitulada A Constituição de 1824 e o Problema da Modernidade: o Conceito Moderno de Constituição, a História Constitucional Brasileira e a Teoria da Constituição no Brasil, originalmente apresentada e defendida com grande sucesso como Tese de Doutorado, desenvolvido com bolsa da CAPES, junto ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, perante banca composta pela Professora Titular Juliana Neuenschwander Magalhães (UFRJ), pela Pro-fessora Doutora Maria Fernanda Salcedo Repolês, pelos Professores Doutores Juarez Rocha Guimarães (UFMG) e Menelick de Carvalho Netto (UnB) e por mim, como seu orientador. Tese de Doutoramento que recebeu em 2017 o Prêmio de melhor Tese em Direito e Menção Honrosa da grande área de

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Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Linguística, Letras e Artes da UFMG, assim como a Menção Honrosa da área do Direito na CAPES.

Não vou aqui entrar a fundo nas diversas facetas de uma obra belissi-mamente escrita por alguém que, como poucos, deixa-se guiar e encantar-se pela língua e pela linguagem, assim como não explicitarei de forma exaustiva as questões mais intricadas, tanto polêmicas quanto inovadoras, de teoria, de história e de sociologia do direito. Deixo esse verdadeiro prazer intelectual às leitoras e aos leitores. Apenas irei recuperar-lhe a estrutura geral.

Como o Professor Doutor David Gomes afirma, desde o início da obra, esta se desenvolve em torno de um conjunto de três problemas: o conceito moderno de Constituição, entre direito e política (mas também, como se verá, economia); os reflexos desse conceito na relação entre teoria constitucional brasileira e interpretação da história constitucional do Brasil, profundamente marcada, como também procurei destacar e criticar, pela tradição dos chamados “intérpretes e retratos do Brasil”; e a relação, pois, entre Brasil e Modernidade (questão ainda hoje central para a teoria social brasileira).

Nas próprias palavras do Professor David Gomes, a presente obra tem por objetivos: “desenvolver corretamente o conceito moderno de Constituição, valer-se desse desenvolvimento conceitual para tentar desfazer o curto-circuito entre teoria da Constituição e interpretação da história constitucional no Brasil e explorar as implicações dos dois passos anteriores para o debate, tão caro à teoria social brasileira desde seus primórdios, sobre as relações entre Brasil e mundo moderno, entre Brasil e Modernidade.”

Para tanto, o conceito moderno de Constituição é “categorialmente reconstruído” a partir da história concreta4 da Constituição Brasileira de 1824, desdobrando-se, pois, em três momentos: “a narrativa da situação objetiva em que Brasil e Portugal encontravam-se no contexto geral da rise do Antigo Regime; a narrativa das alterações que ocorriam, naquele momento histórico, no que diz respeito aos espaços públicos e à percepção da temporalidade vivida; e a narrativa das mudanças de fundo que desestruturaram as bases tradicionais do direito e da política”.

Assim, esclarece o Professor Doutor David Gomes, “o percurso do texto começa com um capítulo”, intitulado “O antigo sistema colonial e sua crise”, “sobre a crise do sistema colonial como expressão de um momento crucial

4 Citando, pois, Marx nos Grundrisse, “O concreto é concreto porque é a síntese de múltiplas determinações, portanto, unidade da diversidade. Por essa razão, o concreto aparece no pensamento como processo da síntese, como resultado, não como ponto de partida, não obstante seja o ponto de partida efetivo e, em consequência, também o ponto de partida da intuição e da representação” (MARX, Karl. Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. Trad. Mario Duayer e Nélio Schneider; col. Alice Helga Werner e Rudiger Hoffman. São Paulo: Boitempo, 2011, p. 54).

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na transição do modo de produção capitalista para uma fase mais madura dele mesmo, fase que, ao significar uma consolidação maior desse modo de produção, tendencialmente efetiva e universaliza sua estrutura e sua dinâmica básicas, com os elementos que a formam: o valor, como abstração real, vai progressivamente se impondo e se expandindo, devastando configurações sociais radicionais em todos os campos da vida. Também, por suposto, no campo do direito.”

No segundo capítulo, intitulado “Os espaços públicos (trans)formados e a percepção alterada da temporalidade vivida”, são tratadas “as mudanças correlatas que acontecerão em duas das dimensões axiais para a orientação das ações dos sujeitos em sociedade: o tempo e o espaço”. Ou seja, as alterações “na percepção da temporalidade e a remodelagem da distinção entre público e privado, com a transformação de antigos espaços de publicidade, apropriados em sentido moderno, e a formação de espaços até então inéditos”.

O terceiro capítulo, intitulado “Fundações abaladas: direito, política e a soberania em xeque”, trata dos “efeitos correspondentes no horizonte do direito e da política, mais especificamente na fundamentação das leis e do poder”. Nesse sentido, segundo o Professor Doutor David Gomes, “A impossibilidade de continuar recorrendo às fundamentações mais ou menos absolutas até ali vigentes força uma reestruturação completa internamente ao direito, internamente à política e na relação entre ambos. A teoria do poder constituinte é a expressão teórica que mais bem desvela essa reestruturação”.

No capítulo quatro, intitulado “O conceito moderno de Constituição: primeira aproximação”, uma vez resgatados e articulados os elementos de-senvolvidos nos capítulos anteriores, este terminará por “afirmar ser a Cons-tituição de 1824 um exemplar típico de uma Constituição moderna”. Nesse sentido, como afirma o Professor Doutor David Gomes, “o que procurarei nos três capítulos iniciais é oferecer uma narrativa histórica ao longo da qual as distintas determinações que formam o conceito moderno de Constituição vão revelando-se realmente necessárias, isto é, necessárias de um ponto de vista da estruturação e da dinâmica lógicas do real. Somente ao final dessa narrativa é que chego, no capítulo quatro, àquele que é meu ponto de partida: o conceito moderno de Constituição, sua unidade lógica, os elementos que o formam e a mediação dialética entre eles”.

Num segundo momento da obra, já estando munido de um conceito moderno de Constituição, o Professor Doutor David Gomes esclarece que “o degrau seguinte é o enfrentamento das implicações recíprocas e interna-mente estruturantes entre interpretação da história constitucional e teoria da Constituição no Brasil. A isso é destinado o capítulo cinco – que, todavia, apenas preparará o terreno para que esse enfrentamento seja retomado nas considerações conclusivas”. O Professor Doutor David Gomes retoma, en-tão, seu fio argumentativo, ao explorar criticamente a estrutura conceitual

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da chamada tese da “constitucionalização simbólica”, do Professor Titular Marcelo Neves (UnB), como “exemplo dos condicionamentos internos e recíprocos entre teoria constitucional brasileira e interpretação da história constitucional brasileira”.

Em terceiro lugar, o Professor Doutor David Gomes busca contribuir para o desenvolvimento de um conceito de Modernidade, em suas palavras, “apto a fundamentar uma conclusão sobre a relação entre Brasil e Moder-nidade e, retroativamente, sobre o conceito moderno de Constituição”.

Assim, o capítulo seis é, do ponto de vista teorético, um momento cru-cial da reflexão desenvolvida na presente obra. Intitulado “Excurso sobre a Modernidade: entre imperativos sistêmicos e expectativas normativas”, nele o Professor Doutor David Gomes procura contribuir para “um conceito de Modernidade que permita debruçar-se sobre a relação entre o Brasil e ela, a Modernidade. A unidade jurídico-política independente chamada Brasil nasceu perguntando a si mesma acerca dessa relação.” Embora este seja um dos pontos da obra que mereceria toda uma reflexão crítica à parte, já que, à primeira vista, parece-me que o Professor Doutor David Gomes, para efetuar seu diálogo crítico com e entre Marx e Habermas, retoma, não tanto a reflexão de Habermas sobre o direito na obra Facticidade e Validade (1992), mas antes em Teoria do Agir Comunicativo (1981), fazendo ressoar a diferença entre “Direito-meio” (“instrumento de organização para os subsistemas regidos por meios”) e “Direito-instituição” (instituições jurídi-cas são “normas jurídicas que não podem estar suficientemente legitimadas apelando-se apenas, em termos positivistas, a sua correção procedimental”, pois também necessitam uma justificação material) - o que me parece pro-blemático, do ponto de vista, no mínimo, da história da teoria5, deixo essa importante discussão para outra oportunidade, já que isso escaparia ao ob-jetivo deste prefácio. De toda forma, concordo totalmente com o Professor Doutor David Gomes que a questão Brasil e modernidade ainda “é uma das principais questões, senão a principal, em torno das quais se concentra a teoria social brasileira”, a ser enfrentada no sentido da superação dos en-foques tradicionais e seu culturalismo.

5 Segundo o próprio Habermas, tal distinção foi revista, em Facticidade e Validade, como declarou em entrevista concedida a Barbara Freitag e a Sérgio Paulo Rouanet, publicada pela Folha de S. Paulo, em 30 de abril de 1995: “penso que a filosofia do direito que expus em ‘Facticidade e Validade’ também teve algo de novo [em relação ao Teoria do Agir Comunicativo]. Ela contém uma revisão da ideia, que eu ainda sustentava na ‘Teoria da Ação Comunicativa’, de que se pode distinguir entre o direito enquanto instituição e o direito enquanto meio (‘Medium’). Isso se tornou, depois, problemático para mim.” Sobre as razões disso, ver o desenvolvimento do pensamento de Habermas sobre o direito em CATTONI DE OLIVEIRA, Marcelo Andrade. Direito Constitucional. Belo Horizonte: Ed. Mandamentos, 2002, p. 49-52; e, sobretudo, em SALCEDO REPOLÊS, Maria Fernanda. Habermas e a desobediência civil. Belo Horizonte: Ed. Mandamentos, 2003.

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Se, como já destacado, do ponto de vista teorético, o Professor Doutor David Gomes procura desenvolver um diálogo crítico com e entre Karl Marx e Jürgen Habermas, cabe também considerar que, como esclarece o Professor Doutor David Gomes, o ponto de vista da metodologia his-tórica utilizada ao longo da obra é “a oferecida pela história econômica, pela história dos conceitos (Begriffsgeschichte) e pelo contextualismo de Cambridge. Nesse sentido, as principais fontes históricas utilizadas foram os anais da Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil de 1823; os escritos de Frei Joaquim do Amor Divino Caneca; e panfletos manuscritos e impressos publicados entre 1820 e 1823, além de outros documentos oficiais e fontes secundárias”.

E, por fima, no capítulo sete, a título de “Considerações conclusivas”, o Professor Doutor David Gomes posiciona-se sobre a situação atual dos estudos acerca da Independência do Brasil, abordando com originalidade o que chama de “curto-circuito entre teoria da Constituição e interpretação da história constitucional brasileira”, procurando “amarrar as pontas – ope-ração quase sempre necessária, e quase sempre impossível, em qualquer texto com pretensões dialéticas – do que foi sendo arquitetado nos capítulos anteriores: retorno ao conceito moderno de Constituição”. Mas agora, para isso, busca explicitar “os alicerces principais de uma tradição teórico-consti-tucional outra” - a qual, cabe reconhecer, ele mesmo faz parte -, ao dialogar, especialmente, com a obra dos Professores Doutores Menelick de Carvalho Netto, Maria Fernanda Salcedo Repolês e com a minha (ainda que ele não tenha tido oportunidade de considerar - infelizmente, mas sobretudo para mim - a minha Tese de Titularidade6). Tradição constitucionalista essa que, para o Professor Doutor David Gomes, sendo “criticada de dentro, consegue lidar teoricamente de maneira mais adequada” com os três problemas que, apresentados acima, norteiam toda a presente obra.

No momento atual de crise constitucional porque passa o Brasil, em que são colocados seriamente em risco os direitos fundamentais mais co-mezinhos e basilares para a história do constitucionalismo mundial, desde garantias processuais penais a direitos sociais e trabalhistas, após um processo inconstitucional de impeachment, sem crime de responsabilidade, de uma Presidenta da República democraticamente eleita7, é uma grande felicidade, repito, prefaciar a presente obra: ela expressa um ponto alto no percurso de

6 CATTONI DE OLIVEIRA, Marcelo Andrade. Contribuições para uma Teoria Crítica da Constituição. Belo Horizonte: Ed. Arraes, 2017.

7 Conferir, por exemplo, BUSTAMANTE, Thomas da Rosa de. Em Defesa da Legalidade: Temas de Direito Constitucional e Filosofia Política. Belo Horizonte: Ed. Arraes, 2018; e BAHIA, Alexandre Gustavo Melo Franco de Moraes, CATTONI DE OLIVEIRA, Marcelo Andrade e SILVA, Diogo Bacha (orgs.). O Impeachment e o Supremo Tribunal Federal. História e Teoria Constitucional Brasileira. 2ª ed. Florianópolis: Ed. Empório do Direito, 2017.

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pesquisa deste Professor-pesquisador de excelência, com uma práxis profun-damente comprometida com o constitucionalismo democrático, os direitos fundamentais, a democracia e a justiça social. E, além disso, porque o Professor Doutor David Gomes foi meu orientando de monitoria e de trabalho de conclusão de curso de Graduação em Direito, de iniciação científica (tendo recebido prêmio por sua pesquisa), orientando de Mestrado em Direito, de Estágio de Docência e de Doutorado em Direito, tendo tornado-se, ao longo dos anos, um dos meus maiores e mais importantes interlocutores, coautor de comunicações conjuntas, artigos, capítulos e livros.

David, a quem vai aqui meu agradecimento e meu muito obrigado. A quem tenho a honra de ele ser um dos meus mais caros amigos, cuja amizade, como a da que falava Hegel, nasceu reconhecidamente do trabalho conjunto e desse diálogo acadêmicos – também sobre o(s) sentido(s) de uma vida digna de ser vivida -, de mais de uma década, em que pudemos aprender muito, juntos, um com o outro; e porque ainda há muito a aprender.

Belo Horizonte, 29 de abril de 2018.Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira

Professor Titular de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da UFMG

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ApresentaçãoU ma tese que j á nasce c l á s s i ca

O plano anunciador deste livro é o de formar um novo paradigma de interpretação da história constitucional brasileira, a partir de sua gênese, isto é, a Constituição de 1824. Tese formada na ambiência da inteligência esquerda do trabalho acadêmico do professor Marcelo Cattoni e Menelick de Carvalho Netto, já premiada no âmbito da área do Direito, da UFMG e da Capes, ela apresenta, com rigor e sistematicidade, os documentos de sua alta pretensão.

Assim como Caio Prado Jr. formou um paradigma de pensar a história do Brasil colonial a partir de sua inserção na formação da própria moderni-dade capitalista, inscrita desde as origens na história mundial do capitalismo, a tese de David Gomes pensa a formação de nossa primeira Constituição nacional inserida e coetânea, atravessada pelas contradições, que estruturam o mundo em que vivemos. Mas se já não é correto chamar a tese caiopradiana de economicista – o seu conceito de formação social, colhido em uma histo-grafia marxista francesa renovada, já é capaz de revelar a riqueza no plano de civilização de nossa singularidade – a tese de David Gomes dá um passo além. A sua visada marxista já se beneficia de uma concepção de história aberta, de um espaço de indeterminação e de contingência, enfim, da presença das vontades e atores coletivos em formação.

Se em 1824, ainda não há uma esfera pública já formada no Brasil, de-limitando espaço público e privado e em busca de uma razão publicamente argumentada, ela está em vias de formação ou, na linguagem do autor, em “(trans)formação”. As razões já se imprimem, o princípio da soberania já se discute, o risco do transbordamento para o popular já se antagoniza, os espaços antes modulados e controlados tornam-se porosos à dúvida e à controvérsia, a oralidade faz cena. A opinião pública, na bela expressão, como “idealidade imanente”, já se faz presente, embora acanhada e canhestra: o tempo se ace-lera e o horizonte das experiências se abre. O diagnóstico é contundente: “a

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Independência do Brasil corresponde a um ponto de inflexão na passagem do país à Modernidade”.

Este território conquistado – é da natureza do que é clássico, atualizar o passado – permite a David Gomes operar na defasagem, no espaço lacu-nar, na fissura entre uma teoria da Constituição e a história constitucional brasileira. O conceito é histórico: já não há espaço para anacronismos, para a narrativa das faltas e do atraso de origem. E muito menos para o arbitrário do conceito que não é capaz de se historicizar.

É também da potência do que é clássico a capacidade de dialogar criticamente com o pluralismo das teorias e das histórias constitucionais formadas na cultura brasileira. Não se trata de negá-las, mas justamente de incluir em um campo coerente as partes de razões que nelas habitam em regime de sincretismo. A tese é exemplar na lição do que se pode ganhar quando o diálogo é feito com tolerância e honestidade intelectual.

Neste empreendimento, o autor conquista a superação da depar-tamentalização dos saberes, aqueles que se fazem autarquicamente na história econômica do país, em sua leitura política (a nossa compreensão do século XIX tem sido profundamente renovada), em sua vertente do Direito. O horizonte nunca alcançado da totalidade e a temporalidade larga são atributos do clássico.

Ao inserir a origem política do Brasil na ordem de contradições da Modernidade, David Gomes ganha, em primeiro lugar, uma consciência crítica do liberalismo brasileiro. As limitações democráticas e mesmo a existência da escravidão – há uma “escravidão liberal”, isto é, formulada segundo o direito de propriedade e do racismo colonialista – “não são privilégio da história brasileira, sendo, antes, sintomas incontestáveis do modo específico como história brasileira e história mundial – ou, quando menos, ocidental – intercalam-se”.

Mas conquista, sobretudo, uma visão histórica e atualíssima de nosso dilema constitucional: o de oscilar dramaticamente entre a efetivação brutal e despótica de um capitalismo selvagem e uma ordem de direitos que aspi-ra a liberdade com igualdade. Pois não estamos ouvindo ainda as vozes de um Philodemo, que em 1822 escreveu no “Sedativo contra a malagueta ou obcervasoens sobre este papel”, as palavras que afirmam que o poder já tem donos e estes não são o povo: “o Povo é verdadeiramente soberano; dizei-vos vós. Entre cujas mãos se acha já a soberania, tão sórdida, tão Plebeias, tão mecânicas? Lembra-me um cozinheiro, que ouvi um dia, dissertando sobre a diferença entre forças mortas e forças vivas, questão que tem atormentado os espíritos em Dinâmica, mas hoje puramente curiosa; está-se-me porém representando, que pensais ser a Soberania alguma meretriz, que podeis fa-cilmente freqüentar, imaginar, e definir ou delinear. Que charlatanismo o

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tocar mistérios, reservados a homens de saber profundo ; e que tolice o persuadir-se, que a gente grave o sofreria, e não mandaria logo à tábua”.

Um clássico é aquele que pode ir às ruas, pois a liberdade – já aprende-mos nestes quase duzentos anos de história constitucional – só pode existir na república democrática, na soberania popular. Não há melhor hora para esta obra vir à luz!

Juarez Guimarães

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Int rodução 8

Já faz quase dois séculos. E, neste caso, dois séculos não se referem apenas à distância cronológica entre duas datas riscadas em um calendário determinado, não se referem apenas a um espaçamento entre duas marcas quaisquer fixadas em uma linha que pretende expressar o próprio tempo.

De um ponto de vista interno ao que hoje se chama Brasil, a Inde-pendência desse mesmo Brasil não pode ser compreendida simplesmente como um acontecimento ou como um conjunto de acontecimentos como quaisquer outros situados em algo como uma história mundial ou uma história universal.

Por um lado, até essa Independência não havia propriamente Brasil9. Não por acaso, no idioma inglês, por exemplo, a referência às possessões portuguesas

8 Com o objetivo de oferecer melhores condições para que se acompanhe o desenvolvimento dos argumentos – e tendo-se em vista que a presente tese trabalha tanto com artigos, livros e capítulos de livros quanto com fontes históricas primárias – as referências bibliográficas aqui utilizadas seguem esta lógica: na primeira vez em que um texto é citado, sua referência aparece completa na nota de rodapé correspondente; a partir de então, em todas as vezes nas quais o mesmo texto é citado, as referências nas notas de rodapé correspondentes trazem apenas o sobrenome do autor ou da autora, o título, sem itálico, e o ano da publicação do exemplar do texto utilizado, isto é, o ano do número da revista em que foi publicado o artigo e o ano da edição do livro ou do capítulo de livro, além da(s) página(s). Ademais, em relação às fontes primárias, tanto na primeira quanto nas demais vezes em que um texto é citado, o nome e/ou o pseudônimo do autor ou da autora aparece(m) por inteiro, quando não se tratar de textos anônimos, e, antes do ano de edição das coletâneas consultadas, é colocado entre parênteses o ano da publicação original do texto.

9 PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo: colônia. Entrevista com Fer-nando Novais e posfácio de Bernardo Ricupero. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 322-323; PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução Política do Brasil: colônia e império. 21a. ed., 3a. reimp. São Paulo: Brasiliense, 2006, p. 32; NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). 9a. ed. São Paulo: Hucitec, 2011, p. 234, com citação de Rodrigo de Sousa Coutinho.

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A CONSTITUIÇÃO DE 1824 e o problema da modernidade

Menção Honrosa no Grande Prêmio UFMG de Teses • Menção Honrosa no Prêmio CAPES de Teses • Vencedora do Prêmio UFMG de Teses

DAVID F. L. GOMES

o conceito moderno de constituição, a história constitucional brasileira e a teoria da constituição no Brasil

A CONSTITUIÇÃO DE 1824 E O PROBLEMA DA MODERNIDADEDAVID F. L. GOMES

É também da potência do que é clássico a capacidade de dialogar criti-camente com o pluralismo das teorias e das histórias constitucionais formadas na cultura brasileira. Não se trata de negá-las, mas justa-

mente de incluir em um campo coerente as partes de razões que nelas habitam em regime de sincretismo. A tese é exemplar na lição do que se pode ganhar quando o diálogo é feito com tolerância e honestidade intelectual.(...)Um clássico é aquele que pode ir às ruas, pois a liberdade – já aprendemos nestes quase duzentos anos de história constitucional – só pode existir na república democrática, na soberania popular. Não há melhor hora para esta obra vir à luz!”

Juarez Guimarães

ISBN 978-85-60519-XX-X

DAVID F. L. GOMESBacharel, mestre e doutor em Direito pela UFMG. Professor adjunto da Faculdade de Direito da UFMG, nos cursos de graduação em Direito e em Ciências do Estado e no Progra-

ma de Pós-Graduação em Direito.

Neste livro, o autor retorna à história da Independência do Brasil e da primeira Constituição brasileira para, a partir dela, lidar com três problemas centrais: afinal de contas, o que é uma Constituição moderna? Qual a relação entre história constitucional e teoria da Constituição? E qual a relação entre Brasil e Modernidade? De dentro de uma análise minuciosa de fontes históricas, articuladas com uma profunda discussão teórica com autores do Brasil e de fora do país, emerge aos olhos da leitora e do leitor uma tese densa, com conceitos e argumentos inovadores, apta a fornecer uma visada sólida

sobre os temas que desenvolve.