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Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro 1 Arimá Barroso Déficit Habitacional Um mapeamento por bairro Prefeitura Municipal de Natal Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Finanças Departamento de Estudos e Pesquisas Maio de 2006

Déficit Habitacional final - natal.rn.gov.br · Composição do Déficit Habitacional para Unidades da Federação e Municípios ... habitacional básico dos bairros de Natal foi

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Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

1

Arimá Barroso

Déficit

Habitacional

Um

mapeamento

por

bairro

Prefeitura Municipal de Natal

Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Finanças

Departamento de Estudos e Pesquisas

Maio de 2006

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

2

1. Introdução

O estudo Déficit Habitacional no Brasil,

Municípios Selecionados e Microrregiões

Geográficas elaborado, em 2005, pela Fundação

João Pinheiro (FJP), por meio de parceria com o

Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD), o Banco Interamericano

de Desenvolvimento (BID) e o Ministério das Cidades,

permite conhecer em números os principais

problemas habitacionais nas maiores cidades

brasileiras, tais como o déficit habitacional básico, a

inadequação domiciliar entre outros.

O presente trabalho tem como um dos objetivos

sintetizar as informações do estudo da Fundação João

Pinheiro referentes ao déficit habitacional básico de

Natal e das outras capitais do Brasil, fazendo

comparações entre elas e a nível regional. A base de

dados utilizada pela FJP foi proveniente do Censo

Demográfico 2000, do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE.

Uma segunda abordagem desenvolvida pela

autora deste estudo trata da estimativa e do

mapeamento do déficit habitacional básico por bairro

e, conseqüentemente, por região administrativa, per-

mitindo identificar as carências habitacionais nesses

estratos.

2. Aspectos Conceituais e Metodológicos

O déficit habitacional pode ser definido como

a quantidade de moradias que deve ser construída

para solucionar problemas sociais relacionados com

a coabitação familiar, a moradia em domicílios

improvisados ou em construções precárias e o ônus

excessivo com aluguel. Desta forma o déficit

habitacional pode ser dividido em duas partes:

1) Déficit por reposição de estoque:

composto pelas moradias sem condições

de serem habitadas devido a

precariedade das construções (ex.

domicílios rústicos) ou devido ao

desgaste da estrutura física (ex.

domicílios com mais de 50 anos de

construção);

2) Déficit por incremento de estoque:

composto por domicílios: improvisados,

ou em coabitação familiar ou com ônus

excessivo com aluguel.

Devido às limitações na base de dados do Cen-

so 2000 que exclui os domicílios depreciados e os

domicílios com ônus excessivo de aluguel, a Funda-

ção João Pinheiro definiu para os municípios o déficit

habitacional básico, que preserva a mesma definição

do déficit habitacional, utilizando os outros compo-

nentes pesquisados pelo censo. O cálculo do déficit

habitacional básico foi feito para todos os municípios

das regiões metropolitanas e os municípios com po-

pulação urbana maior ou igual a 20.000 habitantes.

Em síntese, o déficit habitacional básico que

será abordado neste estudo corresponde ao somatório

dos domicílios rústicos, com os domicílios improvisados

e com os domicílios em coabitação familiar, que resulta

da soma das famílias conviventes secundárias e das

que residem em cômodos alugados ou cedidos. Esses

componentes delineiam a necessidade de políticas

Déficit habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

Arimá Viana BarrosoPrefeitura Municipal de NatalSecretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e FinançasDepartamento de Estudos e Pesquisas

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

3

Unidades da Federação

Componentes

. Reposição do estoque

- Domicílios rústicos

- Domicílios depreciados

. Incremento de estoque

- Domicílios improvisados

- Coabitação familiar

Famílias conviventes secundárias

Cômodos alugados e cedidos

- Ônus excessivo com aluguel*

Quadro 1

Composição do Déficit Habitacional para Unidades da Federação e Municípios

Municípios

Componentes

. Reposição do estoque

- Domicílios rústicos (estimativa)

. Incremento de estoque

- Domicílios improvisados

- Coabitação familiar

Famílias conviventes secundárias

Cômodos alugados e cedidos

Fonte: Déficit Habitacional no Brasil - 2005, Fundação João Pinheiro * Ônus excessivo com aluguel: trata-se do número de famílias urbanas com renda familiar de até três salários mínimos, que moram em domicílios duráveis alugados e que dependem mais de 30% de sua renda com aluguel.

públicas para a construção de novas moradias.

O Quadro 1 mostra a composição do déficit

habitacional utilizado para as unidades da federação

e para os municípios.

O cruzamento da renda familiar com os com-

ponentes domicílios improvisados e coabitação fami-

liar, do déficit habitacional básico, foi realizado no

estudo da Fundação João Pinheiro. Para os domicíli-

os rústicos não foi possível fazer o referido cruza-

mento, devido às informações disponibilizadas pelo

Censo Demográfico 2000 não permitirem a identifi-

cação das moradias com essa categoria.

A metodologia utilizada para estimar o déficit

habitacional básico dos bairros de Natal foi a

proporcionalidade entre os valores absolutos dos com-

ponentes do déficit do município, do estudo da Fun-

dação João Pinheiro, e os dados referentes a cada

bairro dos componente, domicílios improvisados, fa-

mílias conviventes e cômodos, obtidos do Censo

Demográfico 2000, especificamente do SIDRA e dos

Setores Censitários.Os domicílios rústicos não foram

estimados por bairro nem por região administrativa

devido a falta de informações nas fontes utilizadas.

A heterogeneidade do déficit habitacional bá-

sico entre os bairros e as regiões administrativas foi

medida através de um indicador denominado Con-

centração Relativa, definido como a razão entre o

déficit relativo estimado para cada bairro ou região

administrativa e o déficit relativo do município, cuja

fórmula é a seguinte:

Onde,

Dri = déficit habitacional básico relativo esti-

mado do bairro ou da região administrativa;

Drt = déficit habitacional básico relativo de

Natal.

Algumas definições importantes (Fonte: IBGE

e/ou Fundação João Pinheiro):

Domicílios rústicos: são unidades para fins

residenciais que não apresentam paredes de alvena-

ria nem de madeira aparelhada, o que provoca des-

conforto aos moradores e maior vulnerabilidade de

contaminação por doenças;

CRi

=D

ri

Drt

Se CRi > 1 => Alta concentração

Se CRi < 1 => Baixa concentração

,

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

4

Domicílios improvisados: unidades destinadas

a fins não residenciais que no momento estavam ser-

vindo de moradia. Exemplo: loja, sala comercial, pré-

dio em construção, embarcação, carroça, vagão, ten-

da, barraca, gruta, etc;

Coabitação familiar: corresponde a soma das

unidades domiciliares onde habitam duas ou mais fa-

mílias, denominada de famílias conviventes, e das que

vivem em cômodos cedidos ou alugados;

Famílias conviventes secundárias: constituídas

por, no mínimo, duas pessoas ligadas por laço de pa-

rentesco, dependência doméstica ou normas de con-

vivência e que residem em um mesmo domicílio com

outra família, denominada principal;

Cômodos: domicílios particulares compostos

por um ou mais aposentos, localizados em casa de

cômodos, cortiço, cabeça-de-porco, etc.

3. Comparando o Déficit Habitacional

Básico entre as regiões e as capitais do Brasil

Em 2000, Natal apresentava um déficit

habitacional básico estimado em 24.848 domicílios,

que correspondia a 14% do total dos domicílios par-

ticulares permanentes, com maior parcela destinada

ao componente coabitação familiar, que deteve 23.857

domicílios, cerca de 96% do déficit total.

O restante do déficit foi devido aos domicí-

lios improvisados, com 587 (2,4%), e aos

domicílios rústicos, que obteve 404 (1,6%).

No ranking do déficit habitacional bá-

sico relativo entre as capitais do país e o

Distrito Federal, Natal ocupa a 14a posição

e entre as capitais da região Nordeste a 3a

posição, com as menores carências

habitacionais, perdendo somente para Sal-

vador e Aracaju, que obtiveram déficit

habitacional de 12,5%, e 13%, respectiva-

mente, conforme pode ser observado no

Gráfico 01.

As capitais dos estados das regiões Sul e Su-

deste possuem relativamente os menores déficits

habitacionais, variando entre 5,4%, para Florianópolis

e 8,8% para Vitória. Em seguida, estão posicionadas

três capitais da região Centro Oeste Campo Grande,

Goiânia e Cuiabá, com déficit situado entre 9,8% e

12,4%.

Os maiores valores do déficit ficaram para as

capitais dos estados das regiões Norte e Nordeste,

iniciando com Salvador, que atingiu 12,5%, e termi-

nando com Teresina, que mostrou o maior valor, 27,9%.

Na maioria das capitais o componente do dé-

ficit habitacional básico que apresentou maior parti-

cipação no porcentual total foi a coabitação familiar,

mais especificamente famílias conviventes, que atin-

giu valores superiores a 53,2% do déficit total em

24 capitais. As maiores participações ficaram para

quatro capitais da região Nordeste: Salvador, com

79%, João Pessoa, que apresentou 79,8%, Aracaju,

com 81,9%, e Natal, que atingiu 91,2%, relativamen-

te o maior valor encontrado.

Em resumo, o que mais onerou o déficit

habitacional foram às famílias conviventes secundá-

rias, que residem em um mesmo domicílio com outra

família, problema geralmente causado pela baixa ren-

da familiar.

Fonte dos dados básicos: Déficit Habitacional no Brasil - 2005, Fundação João Pinheiro

Gráfico 01- Estimativa (%) do Déficit Habitacional Básico segundo as capitais do Brasil - 2000

5,4 6,

6

6,8

7

8,3

8,5 8,8 9,

8 10,1 12

,4

12,5

13 13,2 14 14

,8

15,1

15,2

15,3

15,5

15,6 16

,9 18,7 20

,7

21

25

27,8

27,9

Flo

rian

ópol

is

Cur

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a

o P

aulo

Por

to A

legr

e

Rio

de

Jane

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Bel

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e

Goi

ânia

Cui

abá

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Bra

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Pa

lmas

Mac

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Man

aus

Bel

ém

São

Luí

s

Tere

sina

Centro Oeste

Sul

Nordeste

Sudeste

Norte

Déficit Habitacional Básico(%)

Região

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

5

Com relação as unidades da

federação, o estado do Rio Grande do

Norte ocupou a 17a posição no ranking

crescente do déficit habitacional

relativo e a 4a posição entre os estados

da região Nordeste, ficando acima

apenas da Paraíba, Pernambuco e

Sergipe.

Os estados que apresentaram

os maiores porcentuais de déficit

habitacional básico, superiores a

15,5%, estão localizados nas regiões

Norte e Nordeste, com exceção de

Rondônia que atingiu 12,4% de déficit.

O Gráfico 02 mostra os valores do déficit habitacional

básico por região e por unidade da federação.

O déficit habitacional básico relativo de Natal

ficou próximo do déficit habitacional do Brasil

(13,2%), um pouco inferior ao do Estado (16,6%) e

muito abaixo do déficit da região Nordeste que

apresentou aproximadamente 22% (Tabela 01).

Importante notar a enorme quantidade de

domicílios vagos, unidades que estavam desocupadas

na data de referência do Censo Demográfico, que

algumas vezes supera o número de moradias

necessárias para suprir as carências habitacionais

relacionadas com o déficit habitacional básico.

Em Natal, eram 22.379 domicílios vagos que

correspondia, em 2000, a 90% do total do déficit

habitacional básico.

Grosso modo, desprezando as condições em

que se encontravam os domicílios vagos, sua

localização e a que segmento da sociedade se

destinaria, caso fosse possível repassar os 22.379

Fonte dos dados básicos: Déficit Habitacional no Brasil - 2005, Fundação João Pinheiro

Gráfico 02- Estimativa (%) do Déficit Habitacional Básico por região e unidade da federação - 2000

Região

6,8

7,2 7,4 7,5

8,6

9,3

9,4

9,8 12

,4

13,

6

13,7

15,1

15,

2

15,6

15,6

16,6

16,6 19,

2

20,6

21,6

22,3

22,

8

23,

7

25,2 29

,6

36,

3

49,1

SC

RS

PR

SP

RJ

MG

ES

GO

RO

MS

MT

DF

AC

PB

PE

SE

RN

BA

AL

AP

CE PI

TO

RR

AM PA

MA

28,9

22,1

12,2

8,2

7,2

Norte

Nordeste

C.Oeste

Sudeste

Sul

Défici t Habitacional Básico (%)

Unidade da federação

Tabela 01- Estimativa do Déficit Habitacional Básico e número de domicílios vagos em Natal, Rio Grande do Norte, Nordeste e Brasil - 2000

Fonte dos dados básicos: Déficit Habitacional no Brasil - 2005, Fundação João Pinheiro

Estimativas Natal RN Nordeste BrasilDéficit habitacional básico 24.848 111.190 2.515.163 5.890.139% do total de domicílios 13,99 16,56 22,07 13,15Domicílios vagos 22.379 107.692 1.765.220 6.029.756

domicílios vagos de Natal para as famílias com

carências habitacionais ocuparem seria necessário

apenas construir mais 2.469 unidades para zerar o

déficit habitacional.

4. Esmiuçando o Déficit Habitacional

Básico de Natal

Os 24.848 domicílios do déficit habitacional

básico de Natal, aproximadamente 14% do total dos

domicílios permanentes, ficou distribuído por

componentes da seguinte forma: Famílias Conviventes

com 22.669 (12,8%) domicílios; Cômodos com 1.188

(0,7%) domicílios;Domicílios Improvisados que

obteve 587 (0,3%); e Domicílios Rústicos que

mostrou 404 (0,2%).

O componente que mais contribuiu com o

déficit de Natal foi à coabitação familiar, mais

especificamente as famílias conviventes, que

respondeu isoladamente por 91,2% (22.669) dos

domicílios relacionados com o

déficit, a habitação em

cômodos obteve 4,8% .

A estimativa de cerca

de 13% de domicílios com

famílias conviventes leva a

inferir que, para cada grupo

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

6

de 100 domicílios, existem 13 domicílios com famílias

conviventes.

Os componentes relacionados com a

precariedade física da acomodação, domicílios

improvisados e domicílios rústicos, responderam por

apenas 2,4% (587) e 1,6% (404), respectivamente,

conforme pode ser observado na Tabela 02 e

Gráfico 03.

Com relação à renda familiar da população

residente nos domicílios computados como déficit

habitacional, com exceção dos rústicos, pode-se ob-

servar na Tabela 02 uma forte concentração nos

estratos de renda mais baixa nos três componentes

famílias conviventes, cômodos e domicílios improvi-

sados, onde em mais de 72% desses domicílios a ren-

da foi de até três salários mínimos.

De uma maneira geral, dos 24.444 domicílios

em coabitação familiar ou improvisados, em 19.562

(80%) a renda familiar era de até três salários míni-

mos. Deste total, em 92,3%, cerca de 18.058 domicí-

lios, habitavam mais de uma família.

A baixa renda familiar está positivamente re-

lacionada com o déficit habitacional e mais especifi-

camente com o componente famílias conviventes,

constituindo assim um dos principais fatores

Gráfico 03 - Estimativa (%) do Déficit Habitacional Básico de Natal e participação dos componentes - 2000

Fonte dos dados básicos: Déficit Habitacional no Brasil - 2005, Fundação João Pinheiro

2,4 Domicíl ios Improvisados

91,2 Famíl ias Conviventes

4,8 Cômodos

1,6 Domicíl ios Rústicos

Co

ab

ita

ção

F

am

ilia

r

Participação (%) dos componentes

Total de domicíl iosparticulares permanentes

177.783

Défici t14% Habitacional Básico

causadores do déficit. Levando

a concluir que as carências

habitacionais detectadas em

Natal, e em muitas outras cida-

des brasileiras, não é originada

pelo desequilíbrio entre a ofer-

ta e a demanda e sim pela in-

suficiência de renda de grande

parte da população.

Nas classes de renda fa-

miliar de (3 a 5] e (5 a 10]

salários mínimos, a moradia em

domicílios improvisados obteve,

relativamente, a 2a maior parti-

cipação com 27,1% dos domi-

cílios da categoria. Em seguida o componente famí-

lias conviventes que apresentou 16,7% dos domicíli-

os.

4.1 Déficit Habitacional Básico por

Região Administrativa de Natal

Deste item em diante a fórmula do déficit

habitacional básico de Natal por bairro e região ad-

ministrativa será composta pela soma dos domicílios

em coabitação familiar (famílias conviventes e cô-

modos) e dos domicílios improvisados. Isto devido a

falta de informação a respeito da localização dos do-

micílios rústicos nos estratos mensionados.

Fonte dos dados básicos: Déficit Habitacional no Brasil - 2005, Fundação João Pinheiro

Tabela 02 - Estimativa do número de domicílios deacordo com os componentes do Déficit HabitacionalBásico e distribuição porcentual da renda familiarpor componente - Natal 2000

Estimativa Improvisado Convivente Cômodo Déficit absoluto 587 22.669 1.188 % do total dos domicílios 0,3 12,7 0,7Renda familiar (S.M.) Até 3 72,9 79,7 90,5 (3 a 5] 11,1 9,9 5,9 (5 a 10] 16,0 6,8 1,8 Mais de 10 0 3,6 1,8

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

7

.

Desta forma o déficit

habitacional básico de Natal passou a

ser de 24.444 domicílios, que

corresponde a 13,7% dos domicílios

permanentes.

Em número absoluto as regiões

administrativas norte e oeste concen-

tram as maiores quantidades de domi-

cílios com uma das carências

habitacionais: famílias conviventes, cô-

modos e domicílios improvisados. São

13.729 domicílios que corresponde a

56,2% do déficit total do município. O

restante ficou com as regiões sul e les-

te que apresentaram 10.715 (43,8%)

domicílios nessas condições (Gráfico

04).

Mais uma vez pode-se

relacionar a baixa renda familiar como

um dos principais fatores que

contribuem com o déficit habitacional, visto que as

regiões com os maiores déficits, a norte e a oeste,

são historicamente conhecidas como as de mais baixa

renda, contrastando com as regiões leste e sul, que

apesar de possuírem bairros reconhecidamente

pobres tais como Mãe Luíza, Santos Reis e Rocas,

detentoras não apenas das maiores rendas, mas

também dos serviços mais elitizados.

Analisando o déficit habitacional básico em

relação ao total dos domicílios particulares perma-

nentes de cada região observa-se que as regiões les-

te e oeste se sobressaem apresentando porcentuais

de 17,3% e de 14,3%, respectivamente. As regiões

norte e sul mostraram os menores porcentuais, em

torno de 12% (Tabela 03).

Um dado que merece destaque é a quantidade

de domicílios com apenas um morador, de acordo

com o IBGE a maioria dos moradores solitários são

idosos ou jovens, em Natal são 11.723 domicílios,

correspondendo a 6,6% dos domicílios particulares

permanentes. Distribuídos por região administrativa,

em relação ao total dos domicílios particulares

permanentes, têm-se que nas regiões leste e sul em

9,2% e 7,6%, respectivamente, dos domicílios moram

apenas uma pessoa. As regiões que obtiveram os

menores porcentuais foram a oeste, que apresentou

6,1%, e a norte com 5%.

Com relação à distribuição do porcentual de

domicílios com carências habitacionais por região

administrativa , observa-se no Gráfico 05, que dos

22.669 domicílios com famílias conviventes a maioria

está localizado nas regiões norte e oeste com 28,7%

e 26,4%, respectivamente, as regiões sul e leste

ficaram com aproximadamente 22% .

Essa situação muda um pouco se considerar

a quantidade de domicílios permanentes de cada

região, passando a liderar a região leste que

apresentou 16,6% de domicílios com famílias

conviventes, ou seja, para cada grupo de 100

domicílios permanentes existem aproximadamente 17

com famílias conviventes. A concentrações relativa

foi de 1,3.

Fonte dos dados básicos: IBGE (Censo 2000)/Déficit Habitacional no Brasil - 2005, Fundação João Pinheiro

Número dedomicílioscom carênciahabitacional

6958

55075208

6771

Norte Sul Leste Oeste

Convivente

CômodoImprovisado

6.497 5.196 4.989 5.988

252 79 36 220

209 232 183 563

Gráfico 04 - Distribuição do número de domicílios por região administrativa, segundo a carência habitacional - Natal 2000

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

8

Na região norte a relação é de 11 domicílios e

nas regiões sul e oeste é de aproximadamente 13

domicílios com famílias conviventes para cada grupo

de 100 domicílios permanentes (Tabela 03).

A região oeste lidera na moradia em cômodos

tanto em valor absoluto, que abrange 563 (47,4%) do

total de 1.188 cômodos, como em relação ao total de

domicílios particulares permanentes da região que con-

ta com 1,2 domicílios cômodos para cada grupo de

100 domicílios permanentes. As outras regiões pos-

suem porcentuais variando entre 15,4% e 19,6% do

total de cômodos e uma concentração relativa abaixo

da unidade (Gráfico 05 e Tabela 03).

No que se refere aos 587 domicílios improvi-

sados do município, a maioria, (80,4%) encontram-

se localizados nas regiões norte, com 43%, e oeste,

com 37,4%, as regiões sul e leste ficram com apenas

13,4% e 6,2% respectivamente. A concentração

relativa foi maior também nas regiões norte e oeste,

que obtiveram 1,4 e 1,6 para o indicador .

4.2 Déficit Habitacional Básico

por bairro

O Gráfico 06, que mostra a população e a dis-

tribuição por bairro da estimativa das carências

habitacionais por coabitação familiar e por domicílios

improvisados, sugere uma correlação

positiva entre a população e o déficit,

quanto mais populoso for o bairro

maior é o déficit habitacional.

Os oito bairros que lideram no

ranking com as maiores quantidades

de domicílios caracterizados como dé-

ficit, acima de 1.170 domicílios, estão

localizados nas regiões norte (Potengi

- 1.808, Nossa Senhora da Apresen-

tação - 1.462, Lagoa Azul - 1.291 e

Pajuçara - 1.176), oeste (Felipe Ca-

marão - 1.415 e Quintas - 1.298) e

um em cada uma das regiões leste

(Alecrim - 1.476) e Sul (Lagoa Nova

- 1.384).

Gráfico 05 - Distribuição porcentual dos domicílios por carência habitacional segundo a região administrativa - Natal 2000

Fonte dos dados básicos: IBGE (Censo 2000)/Déficit Habitacional no Brasil - 2005, Fundação João Pinheiro

28,7

17,6

43

22,919,6

13,4

22

15,4

6,2

26,4

47,4

37,4

Família convivente Cômodo Domicílio improvisado

NorteSul

LesteOeste

% de domicíliosRegiãoadministrativa

Tabela 03 - Estimativa dos componentes do Déficit Habitacional Básico e da concentração relativa por região administrativa - Natal 2000

Fonte dos dados básicos: IBGE (Censo 2000)/Déficit Habitacional no Brasil - 2005, Fundação João Pinheiro

Regiões Total de domicílios Abs Déficit % Cr Abs Déficit % Cr Abs Déficit % Cr Abs Déficit % Cr

Natal 177.783 24.444 13,7 .... 22.669 12,7 .... 1.188 0,7 .... 587 0,3 .....Norte 59.721 6.957 11,6 0,9 6.496 10,9 0,9 209 0,3 0,5 252 0,4 1,4Sul 40.807 5.508 13,5 1,0 5.196 12,7 1,0 233 0,6 0,8 79 0,2 0,6Leste 30.046 5.208 17,3 1,3 4.989 16,6 1,3 183 0,6 0,9 36 0,1 0,4Oeste 47.209 6.771 14,3 1,0 5.988 12,7 1,0 563 1,2 1,7 220 0,5 1,6Cr = Concentração relativa

Domicílios com carência habitacionalTotal com carência Famílias conviventes Cômodos Domicílios improvisados

6.9585.507

6.497 232

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

9

Os bairros com as menores quantidades de do-

micílios nas condições de déficit, entre 19 e 313, es-

tão localizados, a maioria, na região leste e apenas

um na região norte. Pela ordem crescente do déficit

são eles: Salinas (localizado na região norte), Ribeira,

Areia Preta, Praia do Meio, Petrópolis, Lagoa Seca

e Santos Reis (Gráfico 06 e Mapa 01).

Confrontando os resultados da concentração

relativa do déficit habitacional do item 4.1 que apon-

tou a região leste com a maior concentração de domi-

cílios nas condições de déficit, observa-se uma grande

heterogeneidade intrabairro medida pela dispersão do

indicador. Na região mencionada, o déficit habitacional

relativo dos bairros variou entre 13,8% (Tirol), quase

igual ao de Natal, e 20,8% para o bairro de Santos

Reis, que apresentou Cr>1. As regiões norte e sul

tiveram déficits relativos inferiores ao de Natal, em-

bora tenha superado em quatro bairros da região sul

(Candelária, Lagoa Nova, Neópolis e Nova Desco-

berta), conforme o Mapa 02.

Gráfico 06 - População e distribuição da estimativa dos domicílios com coabitação familiar ou improvisados por bairro e região administrativa - Natal 2000

56.2

59

Fonte dos dados básicos: IBGE (Censo 2000)/Déficit Habitacional no Brasil - 2005 (Fundação João Pinheiro)

88

3 6.65

1

11.4

36

15.6

23

20.5

22

20.2

35

35.5

69

Norte

Leste

Oeste

Sul

19

105

130 19

9 266

301

313

352 35

9

368

390 47

2

479 52

4

566

572

572 60

2

606

606 6

76 681

684 79

3

810

839 852

1175

1291

1298 13

84

1415

1462

147

6

1808

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População

Déficit por Região Administrativa

Mapa 01. Distribuição espacial do número de domicílios em coabitação familiar ou improvisado - Natal 2000

Fonte dos dados básicos: IBGE/Déficit Habitacional no Brasil - 2005 (Fundação João Pinheiro)

Número de domicílios: coabitação ou improvisado

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

10

Os bairros com déficits relativos maiores do

que o de Natal, ou seja, com as maiores concentrações

de domicílios caracterizados como déficit, foram os

seguintes:

Leste: Alecrim, Areia Preta, Barro Vermelho,

Cidade Alta, Lagoa Seca, Mãe Luíza,

Petrópolis, Praia do Meio, Ribeira, Rocas e

Santos Reis;

Oeste: Cidade da Esperança, Dix-Sept Rosado,

Nossa Senhora de Nazaré e Quintas;

Sul: Lagoa Nova e Nova Descoberta;

4.3 Famílias conviventes

O componente famílias conviventes foi o

grande responsável pelo déficit habitacional básico

de Natal, tão mais representativo, com raras exceções,

quanto maior for a população do bairro. Dos 24.444

domicílios caracterizados como déficit, em 92,7%, que

equivale a 22.669 domicílios, habitavam mais de uma

família.

Em relação aos domicílios permanentes, o

déficit devido a famílias conviventes foi estimado

em 12,8%, porcentual um pouco superior a

estimativa do IBGE em 2000, que revelou

11%, ou seja, em 19.636 domicílios residiam

mais de uma família, cuja população

correspondia ao todo em 131.859 habitantes,

cerca de 18,5% da população total.

Fazendo-se o ranking dos bairros de

Natal em relação ao número de domicílios com

famílias conviventes (Gráfico 07) obtém-se

que os oito últimos colocados, ou seja, aqueles

bairros que possuem as maiores quantidades

de unidades onde habitavam mais de uma

família, quatro estão na região norte, dois na

oeste e os dois restantes ficaram nas regiões

leste e sul. Seguindo a ordem decrescente da

36a posição para a 29a, tem-se os bairros:

Potengi - 1.751, Alecrim -1.423, Lagoa Nova

- 1.343, Nossa Senhora da Apresentação

- 1.324, Lagoa Azul - 1.231, Felipe Camarão

- 1.163, Quintas - 1.153 e Pajuçara - 1.044.

O déficit devido ao componente famílias

conviventes em relação ao total de

domicílios permanentes do bairro foi superior

ao de Natal em todos os bairros da região leste,

em seis bairros da região oeste (considerando

Guarapes e Planalto juntos), em quatro da

região sul e apenas em um bairro da norte.

Mapa 02. Distribuição espacial da concentração relativa do Déficit Habitacional Básico por bairro - Natal 2000

Fonte dos dados básicos: IBGE/Déficit Habitacional no Brasil - 2005 (Fundação João Pinheiro)

Até 0,8

0,9 e 1,0

1,1 e 1,2

Mais de 1,2

Concentração relativa

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

11

Os bairros Rocas e Santos Reis, localizados

na região leste, apresentaram os maiores déficits

relativos devido ao componente famílias conviventes,

sendo, respectivamente, 19% e 20,4% de domicílios

com famílias conviventes em relação ao total de

domicílios particulares permanentes.

Concluindo assim que, das quatro regiões

administrativas de Natal, foi a região leste que mais

concentrou, relativamente, os domicílios com

famílias conviventes.

Gráfico 07 - População e estimativa do número de domicílios com famílias conviventes por bairro e região administrativa - Natal 2000

19 98 128

183

264

295

306 31

9

326

362

373 40

9

442

452

487 52

2

531

557 56

0

594 62

5

638

654

733

760

791 80

9 1044 11

53

116

3

1231

1324

1343

142

3 175

1

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Norte

Leste

Oeste

Sul

Famílias conv iv entespor região administrativ a

População

Fonte dos dados básicos: IBGE (Censo 2000)/Déficit Habitacional no Brasil - 2005 (Fundação João Pinheiro)

56.2

59

88

3 5.10

5

8.14

5

10.5

25

16.1

41 22.0

41

45.9

07

Em seguida foram as regiões oeste e sul, onde

tiveram destaque os bairros Cidade da Esperança

(16,7%), Quintas (15,5%), Dix-sept Rosado (15%)

e Lagoa Nova (14,2%). Na região norte a maior

concentração, superior a de Natal, ocorreu para o

bairro Potengi, que apresentou 13% dos domicílios

com famílias conviventes.

- - - - - - - -

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

12

Resumo conclusivo

O déficit habitacional básico de Natal foi de 24.848 domicílios que corresponde a 13,7% do total dos

domicílios particulares permanentes. Distribuído por componente da seguinte forma: 23.857 (96%) domicílios

em coabitação familiar, 587 (2,4%) domicílios improvisados e 404 (1,6%) domicílios rústicos;

. No ranking, pela ordem crescente, do déficit habitacional básico das capitais do país, Natal ocupa a

3a posição entre as capitais da região Nordeste, perdendo somente para Salvador (12,5%) e Aracaju (13%),

e a 14a posição entre as capitais do Brasil;

. As capitais das regiões Sul e Sudeste possuem os menores déficits habitacional básico, variando

entre 5,4% (Florianópolis) e 8,8% (Vitória);

. O déficit habitacional básico de Natal (13,7%) foi relativamente próximo do déficit do Brasil (13,2%),

um pouco inferior ao do Estado (16,6%) e muito abaixo do déficit da região Nordeste (22%);

. Em 2000 Natal contava com 22.379 domicílios vagos que correspondia a 90% do total do déficit

habitacional básico do município;

. O componente famílias conviventes foi que mais onerou o déficit habitacional básico de Natal,

contribuindo com 91,2% do total do déficit, que corresponde a 22.670 domicílios onde residem mais de uma

família. Em seguida veio à habitação em cômodos com 4,8%, e por último a habitação em domicílios

improvisados ou rústicos que apresentaram porcentuais de 2,4% e 1,6% respectivamente;

. Dos 24.444 domicílios em coabitação familiar ou improvisados, em 80% , que equivale a 19.562

domicílios, residem famílias com renda familiar até três salários mínimos;

. As regiões administrativas norte e oeste de Natal apresentaram as maiores quantidades de domicílios

em coabitação familiar ou improvisados, cerca de 6.958 e 6.771, respectivamente. A região sul apresentou

5.507 domicílios e a região leste 5.208 domicílios;

. Em relação ao total de domicílios particulares permanentes foram as regiões leste e oeste que

apresentaram os maiores porcentuais de déficits, cerca de 17,3% e de 14,3%, respectivamente. As regiões

norte e sul mostraram os menores porcentuais, em torno de 12%;

. Segundo o IBGE em 2000 Natal possuía 11.723 domicílios com moradores solitários,que correspondía

a 6,6% dos domicílios particulares permanentes. Distribuídos por região administrativa da seguinte forma:

leste com 9,2%, sul com 7,6%, oeste com 6,1%, e a norte com 5%;

. Dos 22.669 domicílios com famílias conviventes a maioria está localizado nas regiões norte e oeste

com 28,7% e 26,4%, respectivamente, as regiões sul e leste ficaram com aproximadamente 22% ;

. A região oeste lidera na moradia em cômodos tanto em valor absoluto, que abrange 563 (47,4%) do

total de 1.188 cômodos, como em relação ao total de domicílios particulares permanentes da região que

conta com 1,2 domicílios cômodos para cada grupo de 100 domicílios permanentes. As outras regiões

possuem porcentuais variando entre 15,4% e 19,6% do total de cômodos e uma concentração relativa

abaixo da unidade;

Déficit Habitacional em Natal: um mapeamento por bairro

13

. No que se refere aos 587 domicílios improvisados do município, a maioria, (80,4%) encontra-se

localizado nas regiões norte, com 43%, e oeste, com 37,4%, as regiões sul e leste ficaram com apenas

13,4% e 6,2% respectivamente. A concentração relativa foi maior também nas regiões norte e oeste, que

obtiveram 1,4 e 1,6 para o indicador;

. Os oito bairros que lideram no ranking com as maiores quantidades de domicílios caracterizados

como déficits, acima de 1.170 domicílios, estão localizados nas regiões norte (Potengi - 1.808, Nossa Senhora

da Apresentação - 1.462, Lagoa Azul - 1.291 e Pajuçara - 1.176), oeste (Felipe Camarão - 1.415 e Quintas

- 1.298), e um em cada uma das regiões leste (Alecrim - 1.476) e Sul (Lagoa Nova - 1.384);

. As menores quantidades de domicílios na condição de déficit, entre 19 e 313, estão localizados, a

maioria, na região leste e apenas um na região norte. Pela ordem crescente do déficit são eles: Salinas

(localizado na região norte), Ribeira, Areia Preta, Praia do Meio, Petrópolis, Lagoa Seca e Santos Reis;

. O componente famílias conviventes foi o grande responsável pelo déficit habitacional básico de

Natal, dos 24.444 domicílios caracterizados como déficits, em 92,7%, que equivale a 22.669 domicílios,

habitavam mais de uma família;

. Fazendo o ranking dos bairros de Natal em relação ao número de domicílios com famílias conviventes

obtém-se que os oito últimos colocados, ou seja, aqueles bairros que possuem as maiores quantidades de

unidades onde habitam mais de uma família, quatro estão na região norte, dois na oeste e os dois restantes

ficaram nas regiões leste e sul. Seguindo a ordem decrescente da 36a posição para a 29a, têm-se os bairros:

Potengi - 1.751, Alecrim -1.423, Lagoa Nova - 1.343, Nossa Senhora da Apresentação - 1.324, Lagoa

Azul - 1.231, Felipe Camarão - 1.163, Quintas - 1.153 e Pajuçara - 1.044;

. A região leste foi a que mais concentrou, relativamente, os domicílios com famílias conviventes,

apresentando 16,6% do total de domicílios particulares permanentes da região. Depois foram as regiões

oeste e sul, onde tiveram destaque os bairros Cidade da Esperança (16,7%), Quintas (15,5%), Dix-sept

Rosado (15%) e Lagoa Nova (14,2%). Os bairros da região norte apresentaram déficits devido ao componente

famílias conviventes variando entre 9,3% (Salinas) e 13% (Potengi).

- - - - - - - -

Bibliografia consultada

Fundação João Pinheiro (Governo de Minas Gerais). Déficit Habitacional no Brasil Municípios

Selecionados e Microrregiões Geográficas - 2a Edição, 2005.

Alexandro Ferreira Cardoso da Silva. O Solo Urbano e os Espaços de Pobreza: Os loteamentos na

Zona Norte de Natal.

Fundação João Pinheiro (Governo de Minas Gerais). Déficit Habitacional no Brasil 2000 - Informativo

CEI, Demografia, junho de 2002.

Fundação João Pinheiro (Governo de Minas Gerais). Déficit Habitacional em Minas Gerais -

Informativo CEI, Demografia, agosto de 2005.

Robson R. Gonçalves. O Déficit Habitacional Brasileiro: Um Mapeamento por Unidades da Federação

e por Níveis de Renda Domiciliar, IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, abril de 1998.