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Deformações estruturais em concreto e soluções Este artigo pretende delinear, para engenheiros de projeto, de materiais e responsáveis de obras, quais são as variáveis que interferem na deformação de vigas e lajes de concreto. É inspirado no capítulo nove do livro organizado por Edward G. Nawy, "Concrete Construction Engineering Handbook". O capítulo "Deformações em peças de concreto", escrito por Russell S. Fling, delineia 20 opções para minimizar as deformações das estruturas. Antes de tudo, é necessário caracterizar qualitativamente o fenômeno. A resposta típica de deslocamentos de viga biapoiada em um ensaio físico com cargas crescentes é apresentada na figura 1. Esses dados são provenientes de uma adaptação dos valores encontrados no artigo de Alfredo Conceição Neto e outros, na revista Téchne de fevereiro de 2003. A viga foi ensaiada sob ação de duas cargas concentradas no terço central do vão. O gráfico da figura 1 mostra a flecha no vão em função do momento fletor máximo. Entendemos por flecha o maior deslocamento vertical da viga. Nota-se que no início, o trecho AO, o comportamento é linear, estando a viga não-fissurada, o que chamamos região de Estádio I. Aqui valem as expressões da resistência dos materiais para o cálculo da flecha e sua rigidez é caracterizada pelo produto Ecs.Ic, onde Ecs é o módulo de elasticidade secante do concreto e Ic a inércia da seção de concreto. As armaduras têm pouca influência nessa fase. O ponto A da curva (momento-flecha) caracteriza o início da fissuração, em que há uma mudança clara do comportamento da viga. Se não fissurasse, seu comportamento seguiria pela reta AD. Com a fissuração, as flechas aumentam com a carga seguindo a curva AB onde a viga esta fissurada, região chamada de Estádio II. O fim dessa fase é dado pelo ponto B, onde o aço começa a escoar (Momento de Plastificação) iniciando a última região de comportamento, o Estádio III. A viga só rompe quando as deformações da fibra mais comprimida do concreto ou a mais tracionada da armadura atingem valores altos. Isto é caracterizado pelo ponto C, o ELU (Estado Limite Último). A segurança de uma viga à flexão é garantida quando o Momento Fletor Solicitante, decorrente das cargas majoradas por gf, é menor ou igual o Momento Fletor Resistente, que é dado pelos materiais existentes na viga. Sendo o momento resistente o valor do momento fletor no ponto C (ELU).

Deformações Estruturais em Concreto e Soluções

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Page 1: Deformações Estruturais em Concreto e Soluções

Deformações estruturais em concreto e soluções

Este artigo pretende delinear, para engenheiros de projeto, de materiais e

responsáveis de obras, quais são as variáveis que interferem na deformação de

vigas e lajes de concreto. É inspirado no capítulo nove do livro organizado por

Edward G. Nawy, "Concrete Construction Engineering Handbook".

O capítulo "Deformações em peças de concreto", escrito por Russell S. Fling,

delineia 20 opções para minimizar as deformações das estruturas.

Antes de tudo, é necessário caracterizar qualitativamente o fenômeno. A resposta

típica de deslocamentos de viga biapoiada em um ensaio físico com cargas

crescentes é apresentada na figura 1. Esses dados são provenientes de uma

adaptação dos valores encontrados no artigo de Alfredo Conceição Neto e outros,

na revista Téchne de fevereiro de 2003. A viga foi ensaiada sob ação de duas

cargas concentradas no terço central do vão. O gráfico da figura 1 mostra a flecha

no vão em função do momento fletor máximo.

Entendemos por flecha o maior deslocamento vertical da viga. Nota-se que no

início, o trecho AO, o comportamento é linear, estando a viga não-fissurada, o que

chamamos região de Estádio I. Aqui valem as expressões da resistência dos

materiais para o cálculo da flecha e sua rigidez é caracterizada pelo produto Ecs.Ic,

onde Ecs é o módulo de elasticidade secante do concreto e Ic a inércia da seção de

concreto. As armaduras têm pouca influência nessa fase.

O ponto A da curva (momento-flecha) caracteriza o início da fissuração, em que há

uma mudança clara do comportamento da viga. Se não fissurasse, seu

comportamento seguiria pela reta AD. Com a fissuração, as flechas aumentam com

a carga seguindo a curva AB onde a viga esta fissurada, região chamada de Estádio

II. O fim dessa fase é dado pelo ponto B, onde o aço começa a escoar (Momento de

Plastificação) iniciando a última região de comportamento, o Estádio III.

A viga só rompe quando as deformações da fibra mais comprimida do concreto ou a

mais tracionada da armadura atingem valores altos. Isto é caracterizado pelo ponto

C, o ELU (Estado Limite Último). A segurança de uma viga à flexão é garantida

quando o Momento Fletor Solicitante, decorrente das cargas majoradas por gf, é

menor ou igual o Momento Fletor Resistente, que é dado pelos materiais existentes

na viga. Sendo o momento resistente o valor do momento fletor no ponto C (ELU).

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Os deslocamentos da estrutura serão verificados para as cargas de serviço

(utilização) e têm uma faixa de valores que fica em torno do ponto A. Ou seja, para

verificar o Estado Limite de Serviço a estrutura se encontra nos Estádios I ou II. A

região do Estádio III não deve ser atingida sob ação dessas cargas de serviço.

A resposta momento-flecha caracterizada na figura 1 é para cargas imediatas, ou

seja, para um carregamento de curta duração. Quando o carregamento é mantido,

as deformações aumentam com a fluência e a retração e conseqüentemente as

flechas também. As principais variáveis envolvidas no fenômeno são:

� Para a regi�o do Estádio I (viga n�o-fissurada)

- Módulo de elasticidade secante do concreto, Ecs

- Fluência e retra��o do concreto

- Dimens�es da pe�a

- V�o e carregamento atuante

� Para a regi�o do Estádio II (viga fissurada)

Além das variáveis anteriores, a resposta é fortemente condicionada pela

quantidade de armadura de tra��o As, e de compress�o A's. Quanto maior for a

quantidade de armadura, menores ser�o as flechas. A seguir será apresentado um

pequeno exemplo didático de uma viga biapoiada com carga concentrada no meio

do v�o, figura 2, com duas variantes onde só é modificada a resistência à tra��o do

concreto.

No primeiro caso, figuras 3a e 3b, a viga permanece n�o-fissurada pois sua

resistência à tra��o na flex�o é alta, 5 MPa, e, no segundo caso, figuras 3c e 3d, a

resistência à tra��o na flex�o é baixa, 2 MPa, ficando a viga fissurada para o

carregamento estabelecido. A primeira viga, com resistência à tra��o alta (5 MPa)

n�o fissura sob a a��o do momento aplicado e se comporta elasticamente. Para

achar os deslocamentos é necessário saber para cada trecho, com momento Mi,

qual é o raio de curvatura do segmento de arco que ele se transforma, que no caso

é dado por ri = (EI)I/Mi .

Ao juntarmos esses segmentos de arco temos a viga deformada, mostrada na

figura 3a. Essa mesma viga sob a a��o de uma fluência com j = 2,2 tem os raios

dos segmentos de arco divididos por (1 + j), o que faz com que a flecha final (a¥)

seja a inicial multiplicada por (1 + j), e tenha o valor 1,15 cm.

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A segunda viga, com resistência à tra��o mais baixa (2 MPa), fissura sob a a��o do

carregamento aplicado e se comporta parte no Estádio I e parte no Estádio II. Os

elementos 5 e 6 ficam fissurados e se deformam muito mais, os raios s�o menores,

e com isso a flecha inicial é maior. O efeito da fluência nesse caso é menor, sendo a

flecha final de 1,45 cm para As = 5.0 cm2 e de 2,52 cm para As = 2.05 cm2, ou

seja, a flecha no Estádio II é fortemente afetada pela quantidade de armadura de

tra��o As.

A seguir ser�o descritas as op��es possíveis de a��es a serem tomadas para

diminuir as deforma��es nas várias etapas do processo de produ��o da estrutura.

Page 4: Deformações Estruturais em Concreto e Soluções
Page 5: Deformações Estruturais em Concreto e Soluções

Opções de projeto estrutural

Aumentar a altura das vigas e lajes

Aumentar a altura das pe�as leva à diminui��o das deforma��es, e embora a altura

das vigas n�o possa ser normalmente aumentada por raz�es arquitet�nicas ou por

interferências nas instala��es, existem várias situa��es onde isso é possível. Nas

lajes, normalmente é possível aumentar sua altura, sendo a implica��o principal o

aumento de custo da estrutura.

A redu��o das deforma��es é aproximadamente igual a (h antigo/h novo)3 nas

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vigas n�o-fissuradas (Estádio I) e para vigas fissuradas essa redu��o é de

aproximadamente (d antigo/d novo)n, com n variando entre 1 e 2. Nas vigas n�o-

fissuradas com se��o T a redu��o de flechas com o aumento de altura é menor

porque a largura da mesma permanece fixa.

Aumentar a largura das vigas

Algumas vigas n�o podem ter sua altura aumentada mas podem ser feitas mais

largas; esse alargamento diminui as flechas na raz�o b antigo/b novo nas vigas

n�o-fissuradas (Estádio I), mas tem pouca ou nenhuma ajuda em vigas T. Já no

caso de pe�as fissuradas (Estádio II) a diminui��o de deforma��es é pequena.

Podem existir situa��es onde o aumento da largura conduz a pe�a do estado

fissurado para o n�o-fissurado, sendo aí sua influência bastante significativa na

redu��o da flecha.

Aumentar a armadura de tração As

O aumento da armadura de tra��o As, mesmo que n�o necessário para a seguran�a

no Estado Limite Ultimo, pode diminuir significativamente as deforma��es de vigas

fissuradas. Na figura 4 pode-se ver na mesma viga do exemplo da figura 2 o efeito

da diminui��o da flecha com o aumento de As. Em vigas e lajes com pouca

armadura e, portanto, pequena rigidez no Estádio II, essa op��o de aumento de As

é bastante útil. Já para pe�as n�o-fissuradas o aumento de armadura n�o traz

resultados significativos.

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Aumentar a armadura de compressão A's

O aumento da armadura de compress�o A's n�o diminui as deforma��es imediatas

(t = to), mas pode reduzir em até 50% (Branson, 1971) o incremento das

deforma��es com o tempo, decorrentes da retra��o e da fluência. Seja por exemplo

um caso onde a flecha inicial ao = 1,2 cm e o incremento de flecha igual a 2,6 cm

no tempo, com a flecha total de a¥ = 3,8 cm. A coloca��o de uma armadura de

compress�o de 2% (A's/b.d) diminui o incremento de flecha de 50%, ou seja, para

1,3 cm, e a flecha total fica a¥ = 2,5 (redu��o de 39%).

O incremento de flecha ao longo do tempo se deve a dois fatores, a fluência

(deforma��o lenta) e a retra��o diferencial. A armadura de compress�o reduz as

deforma��es pois a fluência da regi�o comprimida transfere parte da for�a do

concreto para a armadura de compress�o. Quanto mais perto da face comprimida

estiver a armadura A's mais efetiva será sua colabora��o. Assim, sua influência

será mais efetiva em vigas altas do que em vigas chatas e lajes. Em algumas pe�as

de pouca altura, a armadura de compress�o está a dist�ncia t�o pequena da linha

neutra que seu efeito é pouco significativo.

Colocar ou aumentar a armadura de protensão

Nas pe�as protendidas, a protens�o é projetada para balancear parte da carga, isto

é, provocar uma carga equivalente para cima, que equilibra parte da carga

permanente e da sobrecarga. O incremento de deslocamentos no tempo será

pequeno porque a fluência amplificará somente uma pequena flecha inicial ao.

Modificar a geometria da estrutura

Solu��es comuns para o enrijecimento da estrutura constituem-se em aumentar o

número de pilares para reduzir o comprimento dos v�os, colocar vigas transversais

adicionais para criar o funcionamento em duas dire��es: s�o as grelhas, nas quais

no entanto s�o mais difíceis de montar as armaduras em obra. Pode-se também

aumentar a se��o dos pilares para criar mais momentos negativos, especialmente

efetivo nos apoios extremos.

Opções de seleção de materiais

Sele��o de materiais que aumentem o módulo de elasticidade e resistência à tra��o

do concreto.

A correta escolha dos agregados, tipo de cimentos, aditivos tem uma influência

muito forte nas características mec�nicas do concreto (Ec, fct, fluência, retra��o);

assim por exemplo existem regi�es do Brasil que só se obtém concreto com

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razoável módulo de elasticidade se forem "importados'' agregados de outras

regi�es.

Um melhor módulo de elasticidade leva, em pe�as n�o-fissuradas, a uma redu��o

da flecha dada pela rela��o (Ec antigo/Ec novo); já para pe�as fissuradas a melhora

é menos significativa. Deve-se atentar, porém, que normalmente um concreto com

melhor módulo de elasticidade tem também melhor resistência à tra��o e menor

fluência e retra��o, o que melhora o comportamento de pe�as fissuradas e o

comportamento ao longo do tempo, esteja a pe�a fissurada ou n�o.

Outro ponto a observar é que uma estrutura onde o concreto tenha resistências

efetivas bem maiores que fck (o que deveria ser a regra), tem também melhor

módulo de elasticidade efetivo, e melhor resistência à tra��o.

Seleção de traços que aumentam o módulo de elasticidade e resistência à

tração do concreto

Para um bom concreto devemos ter, além de uma resistência à compress�o

efetivamente garantida na pe�a, boa resistência à tra��o e módulo de elasticidade,

e baixa retra��o e fluência. Pode-se especificar em projetos valores para esses

par�metros, porém os ensaios de recebimento que caracterizam o concreto à

retra��o e à fluência s�o caros e inexeqüíveis, ficando-se infelizmente na suposi��o

que esse comportamento seja adequado para o material fornecido.

Resultados de um concreto com melhor resistência à tração

As pe�as n�o-fissuradas n�o ter�o em princípio melhora de comportamento a

deforma��es para valores mais elevados da resistência à tra��o. Já as pe�as

fissuradas ter�o menos fissuras, ou eventualmente n�o fissurar�o, o que melhora

substancialmente seu comportamento. Vale lembrar que a resistência efetiva à

tra��o pode ser reduzida em decorrência de tens�es de tra��o impostas pelas

restri��es à retra��o, ou resultantes de carregamento prematuro como veremos a

seguir.

Page 9: Deformações Estruturais em Concreto e Soluções

Opções de procedimentos de obra

Retardar o primeiro carregamento do concreto

A resposta de vigas a deforma��es é principalmente determinada pela sua

resistência no primeiro carregamento e n�o tanto pela sua resistência final.

Se pelo cronograma de constru��o for desejável o carregamento prematuro do

concreto (infelizmente os cronogramas reais assim o imp�e) devem-se assegurar

medidas adequadas para obter resistências altas (compress�o e tra��o) quando do

primeiro carregamento.

Nessa fase, embora a pe�a tenha resistência necessária para suportar o

carregamento, n�o tem resistência à tra��o adequada para n�o fissurar e, como

vimos, um elemento fissurado pode ter uma flecha várias vezes maior que um n�o-

fissurado. O carregamento antecipado também aumenta a fluência, que faz com

que as deforma��es ao longo do tempo aumentem substancialmente.

Planejar os procedimentos de escoramento e reescoramentos

Muitos estudos indicam que a carga introduzida nos pavimentos pelo escoramento e

reescoramento pode ser até duas vezes o peso próprio desses (SK Ghosh) e

(Calavera e Dutari, 1992). Nota-se ainda que os pavimentos, mesmo com

reescoramento, s�o submetidos a mais de 30% do seu peso próprio na idade de

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quatro a cinco dias, o que constitui um carregamento bastante prematuro. Devido a

esses carregamentos a laje fica sobre-solicitada (para a resistência à tra��o dessas

idades) e fica microfissurada ou fissurada. Um maior número de pavimentos com

reescoras, assim como uso de escoras permanentes e seqüências adequadas de

retirada das escoras, diminuem essas cargas. Em lajes com grandes v�os muitas

vezes a f�rma n�o está bem nivelada, iniciando deforma��es congênitas. O

cimbramento se deforma em níveis apreciáveis, introduzindo no concreto novo um

perfil já bastante deformado a priori.

Cura para assegurar a resistência à tração potencial do concreto e para

diminuir retração e fluência

A cura inadequada leva o concreto a maiores deforma��es de retra��o. Em

decorrência, surgem tens�es de tra��o maiores que sua resistência à tra��o,

surgindo fissuras. Essas fissuras e microfissuras (n�o-visíveis) diminuem a rigidez

das pe�as e aumentam as deforma��es. Uma boa cura diminui também o valor da

fluência.

Utilizar contraflechas em lajes e vigas

Contraflechas n�o modificam o valor final real das flechas, mas possibilitam que a

flecha visível (flecha real-contraflecha) seja menor, possibilitando menores acertos

com enchimentos e menor percep��o visual. Com os sistemas modernos de f�rmas

a introdu��o de contraflechas n�o é conveniente, porém existem situa��es onde tal

procedimento pode ser útil e aplicável.

Evitar o rebaixamento das armaduras negativas

O rebaixamento dos negativos sempre reduz a resistência da pe�a (ELU). Seu efeito

em pe�as n�o-fissuradas é mínimo; porém em pe�as fissuradas, principalmente as

lajes, diminui a rigidez das pe�as aumentando suas deforma��es. Nos balan�os

esse fato é de extrema import�ncia.

Retardar a instalação de vedações e elementos sensíveis a deformações

Esse retardamento tem pequeno efeito na flecha total, mas pode reduzir o

incremento de flecha após a instala��o desses elementos; é essa a parcela de

flecha importante no funcionamento conjunto.

Page 11: Deformações Estruturais em Concreto e Soluções

Conclusão

Um bom exemplo para sintetizar as conseqüências de uma soma de efeitos

favoráveis versus os resultados de uma soma de efeitos desfavoráveis. Seja uma

viga projetada com fck = 25 MPa e módulo de elasticidade Ecs = 24 GPa, para a

qual se obteve duas vigas reais em obras diferentes, com materiais e técnicas

construtivas diferentes. Na obra A (soma favorável) obteve-se fc, real = 29 MPa,

Ecs, real = 27,1 GPa, resistência à tra��o na flex�o de 4,2 MPa e fluência de 1,8.

Na obra B (soma desfavorável) obteve-se fc, real = 25,5 MPa, Ecs, real = 21,5

GPa, resistência à tra��o na flex�o de 1,8 MPa e fluência de 2,5. A flecha inicial e a

final das duas obras têm valor de ao = 0,59 cm e a¥ = 1,47 cm para obra A e ao =

1,92 cm e a¥ = 2,92 cm para a obra B. Esses números n�o s�o irreais, e refletem a

nossa prática; cumpre portanto repensar meticulosamente nossos procedimentos

nessa área.

LEIA MAIS

Concrete Construction Engineering Handbook. Edward Nawy, CRC Press, New York,

1997.

Deformation of Concrete Structures. Dan Branson, Mc Graw-Hill, 1977.

Cálculo de flechas em estruturas de hormigon armado. J. Calavera e L. Dutari,

Intemac, Madrid, 1992.

Ricardo França, professor doutor da Escola Politécnica da USP, diretor da Fran�a e

Associados Engenharia, foi coordenador da comiss�o de revis�o da NB-1

[email protected]

Envie artigo para: [email protected]. O texto não deve ultrapassar o

limite de 15 mil caracteres (com espaço). Fotos devem ser encaminhadas

separadamente em JPG.

Page 12: Deformações Estruturais em Concreto e Soluções

CÁLCULO DE FLECHAS EN ESTRUCTURAS DE HORMIGÓN ARMADO, 2ª ed. (Ediciones INTEMAC) en Barcelona

NUEVO

Autores:

J. Calavera Ruiz; Dr. Ingeniero de Caminos

L. García Dutari; Dr. Ingeniero de Caminos

Raúl Rodríguez Escribano; Ingeniero de Caminos.

De acuerdo con la nueva instrucción EHE-08.

El cálculo de flechas en estructuras de hormigón, especialmente en forjados, vigas planas y

forjados sin vigas, se ha ido transformando en un problema crítico, dada su influencia en la

fisuración de tabiquerías y cerramientos. El incremento de luces de proyecto, la reducción de

momento de inercia que supone el empleo de los aceros de alta resistencia, hoy habituales y la

reducción progresiva de coeficientes de seguridad que ha supuesto la nueva Instrucción EHE-

08, han sido, entre otros, los factores que más directamente han influido en esta situación,

que ha hecho que la comprobación de las flechas sea hoy de esencial importancia.

En la nueva edición, aparte de contemplar la normativa EHE-08, EUROCÓDIGO EC-2 y CÓDIGO

NORTEAMERICANO ACI 318-08, se amplía el campo del libro a los forjados sin vigas y a los

voladizos, temas no contemplados en la primera edición.

El libro trata de satisfacer, simultáneamente, los intereses de dos grupos de lectores:

Por un lado quienes desean un estudio profundo y detallado de las bases y del desarrollo del

cálculo de flechas, tema ciertamente complejo, que los Autores resuelven no solamente con

carácter teórico, sino también recopilando la Normativa EHE-08 y el EUROCÓDIGO EC-2, y la

Norma Norteamericana ACI 318-08 y el método de Integración de Curvaturas, realizando

ejemplos y estudios comparativos entre ellas.

Por otro lado, para los lectores interesados únicamente en la aplicación práctica, el libro

incluye un conjunto de tablas de comprobación de Forjados, Losas, Vigas, Vigas Planas y

Forjados sin Vigas, que permiten la verificación inmediata de cualquier pieza, sin necesidad de

Page 13: Deformações Estruturais em Concreto e Soluções

cálculo. Estas tablas están realizadas mediante el método de integración de curvaturas, de

gran refinamiento, que ha permitido tener en cuenta el ritmo de cimbrado (en su caso) y

construcción de la estructura y el de albañilería, para el cálculo de la flecha.

Los autores han realizado para esta segunda edición Programas Informáticos, totalmente

nuevos para su uso en entorno WINDOWS®, contenidos en un CD anejo al libro, que permiten

el cálculo, en condiciones simplificadas y/o con un cálculo riguroso y detallado según las

normas EHE-08, ACI 318-08, EUROCÓDIGO EC-2 y por Integración de Curvaturas.

Estos programas, en su versión más rigurosa, permiten variar la flecha de descimbrado, la

consideración de cuántas plantas se cimbran si es el caso de cimbrado de plantas consecutivas,

las edades de aplicación de las diferentes acciones permanentes y variables, todo ello para

temperaturas y humedades a elegir.

Un volúmen con 396 Páginas

117 Figuras

2 gráficos y tablas auxiliares

456 tablas de comprobación de forjados, losas, vigas de canto y vigas planas y forjados sin

vigas

Un CD conteniendo cuatro programas informáticos de Cálculo de Flechas para secciones de

forma cualquiera

117 Referencias bibliográficas

Encuadernación en guaflex