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Sabrina Martins Barroso Valéria Sousa de Andrade Selma Sanches Dovichi Cátia Silva DEMÊNCIAS: Algumas coisas que talvez você não saiba, mas precisa saber Uberaba - MG Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM 2014

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Sabrina Martins Barroso

Valéria Sousa de Andrade

Selma Sanches Dovichi

Cátia Silva

DEMÊNCIAS: Algumas coisas que talvez você não saiba, mas

precisa saber

Uberaba - MG Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM

2014

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Todas as imagens constantes da cartilha foram retiradas da Internet,

por meio de pesquisa via “Google” e sua utilização não pretende

infringir os direitos autorais de nenhuma das imagens, mas apenas

ilustrar este material instrucional de distribuição gratuita e de

utilidade pública.

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O QUE QUEREMOS COM ESSA CARTILHA?

Essa cartilha visa orientar pessoas que estão lidando com

algum tipo de demência, seja como cuidador ou como paciente. Por

vezes passamos por situações difíceis e não sabemos bem a quem

recorrer ou mesmo o que deveria ser importante perguntar. Outras

vezes, mesmo quando somos orientados, continuamos com dúvidas

ou não entendemos direito o que fazer. Pensando nisso, alguns

profissionais da Universidade Federal do Triângulo Mineiro

montaram essas orientações básicas, que não vão responder a todas

as suas dúvidas, mas podem auxiliar um pouco para que você decida

como agir e onde buscar ajuda quando o assunto for relacionado às

demências. Esperamos poder ampliar essas orientações com as

contribuições de outros profissionais e de cuidadores no futuro.

Como o material foi construído na cidade de Uberaba (MG),

alguns exemplos referem-se a essa cidade, mas a maior parte das

informações é geral e vale para qualquer pessoa no Brasil.

Caso tenha alguma dúvida que não esteja nessa cartilha, entre

em contato conosco por e-mail e tentaremos orientá-lo:

[email protected].

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SUMÁRIO

Informações básicas sobre as demências 04

Orientações da nutrição 12

Orientações da terapia ocupacional 17

Orientações da psicologia 32

Orientações aos cuidadores sobre os cuidadores 42

Orientações do serviço social 46

Leis que podem ser úteis aos pacientes e suas famílias 53

Sobre os autores da cartilha 57

Agradecimentos 58

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1. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE AS DEMÊNCIAS

O que são “demências”?

São alterações que ocorrem no cérebro do indivíduo. Podem

ter causas diferentes, como pequenos derrames cerebrais, tumores,

baixas concentrações de vitaminas, além de poder ocorrer em

estágios avançados de algumas doenças (como no Mal de

Parkinson). Elas afetam a memória, o raciocínio, a linguagem e o

comportamento social.

As demências são progressivas, ou seja, vão piorando com o

passar do tempo e ainda não têm cura. Podem ocorrer em qualquer

período da vida do indivíduo, mas são mais comuns em idosos.

Quanto mais idosa a pessoa, maior sua chance de desenvolver uma

demência. As demências costumam se organizar em fases:

Fase inicial: Dura em média de 2 a 3 anos. O indivíduo ainda é

bastante independente e sociável. Os sintomas são menos graves

e o paciente ainda é bastante independente;

Fase intermediária: Pode durar de 2 a 10 anos, em média.

Surgem mais sintomas que tendem a se agravar. O paciente

pode ficar bem mais dependente;

Fase avançada: Pode durar de 8 a 12 anos. Os sintomas se

agravam e o paciente pode ficar acamado, tornando-se torna-se

bastante ou completamente dependente.

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Existe apenas a demência popularmente conhecida como “Mal

de Alzheimer”?

Não. Há vários tipos de demências, classificadas de acordo

com suas causas. Pode-se citar a demência vascular (que ocorre após

vários “derrames” no cérebro), a demência do Mal de Alzheimer (de

causa ainda desconhecida), a demência por Parkinson (que pode ser

observada em estágios mais avançados do “Mal de Parkinson”), a

demência alcóolica (observada em alcoolistas crônicos), demências

devido à falta de vitaminas (especialmente a B12), e várias outras. A

Demência de Alzheimer é a mais comum.

Quantas pessoas têm demências no Brasil?

Há 6,6% de pessoas com demências diversas em todo o

mundo e 9,3% no Brasil. O Mal de Alzheimer é a responsável por

50% a 60% dos casos de demência nas pessoas idosas no Brasil.

Por que alguém desenvolve uma demência?

A verdade é que ninguém entende ainda porque algumas

pessoas desenvolvem demências e outras pessoas não. O que já

sabemos é que esse problema é mais raro entre as pessoas que

estudaram por mais tempo, costumam ler bastante e trabalham.

Demências têm cura?

Infelizmente até o momento não. O que existem são remédios

e ajudas paralelas (treino cognitivo, alimentação, fisioterapia, terapia

ocupacional) para diminuir o ritmo das perdas e ajudar a manter os

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pacientes independentes e com boa qualidade de vida pelo máximo

do tempo possível.

Sintomas comuns nas demências

Os sintomas das demências variam de pessoa para pessoa,

mas alguns dos mais comuns são problemas de memória e na

capacidade de resolver problemas de forma independente. Os

sintomas não aparecem todos de uma hora para outra, são

progressivos, o que significa que vão aparecendo aos poucos e

piorando com o tempo. Alguns dos sintomas comuns nas demências

são:

Na fase inicial:

Os sintomas podem ser confundidos com aspectos normais do

envelhecimento ou como frutos de aborrecimento e estresse,

dificultando o diagnóstico e tratamento precoce. O indivíduo

demenciado tende a:

Esquecer-se de coisas do cotidiano que aconteceram

recentemente (problemas com a memória recente);

Perder senso de direção ou da noção de tempo (em que dia da

semana está, por exemplo);

Ter dificuldades para gravar novas informações (dificuldades

para aprender coisas novas);

Apresentar alteração de humor (ficar mais agressiva sem um

motivo aparente);

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Demonstrar sinais de depressão (pode ser um sintoma ou ser um

problema que se junta às demências);

Ser “teimosa” (como colocar objetos em lugares errados, etc.);

Manifestar tremor nas mãos e pés quando não está fazendo

atividades (no caso da Doença de Parkinson).

Na fase intermediária:

Os problemas cognitivos aumentam, podendo afetar memória,

raciocínio, concentração, atenção, etc. O indivíduo demenciado

tende a:

Repetir as mesmas informações ou perguntas muitas vezes;

Desorientar-se no tempo e no espaço (que pode acontecer

sempre ou só às vezes);

Não reconhecer lugares ou pessoas (que pode acontecer sempre

ou só às vezes);

Apresentar dificuldades para executar tarefas do dia a dia

sozinho (podendo precisar de ajuda para alimentar-se, vestir-se,

escrever, manipular dinheiro, entre outros);

Mostrar problema de vocabulário, como falar ou escrever frases

sem sentido, “perder as palavras”, entre outros;

Perder a iniciativa, ficando mais acomodado e sem vontade e

precisando ser incentivado a fazer as coisas;

Expressar alteração de humor, como mostrar-se nervoso ou

deprimido em momentos diferentes do dia.

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Revelar-se agressivo quando contrariado ou muito corrigido

sobre as coisas que confunde;

Ter certa dificuldade em conviver com outras pessoas

(especialmente pessoas que não são íntimas do indivíduo);

Manifestar dificuldade para andar, com tendência a cair;

Começar a ter dependência física e aumentar a dependência

psicológica.

Na fase avançada:

O indivíduo demenciado tende a:

Ter dificuldade para raciocinar (muita dificuldade ou não

conseguir fazer coisas simples que fazia antes com facilidade);

Demonstrar dificuldade ou incapacidade de realizar atividades

cotidianas sozinho (como tomar banho, pentear o cabelo, trocar

de roupa, alimentar-se, etc.);

Estar desorientação mais grave no tempo, espaço e sobre

pessoas (não sabe onde está, em que época e não reconhece

pessoas, até a si mesmo);

Perder a capacidade de reconhecer pessoas, inclusive parentes

mais próximos;

Exibir incapacidade de julgamento (dificuldade de escolher

outro item, caso aquele que estava procurando não esteja no

local devido);

Apresentar alterações no comportamento (como agitação,

agressividade, confusão, tendência a andar sem parar ou ficar

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muito tempo parado, tendência a comer sem parar ou não comer,

não falar, mostrar partes íntimas a outros, etc.);

Tender a falar frases curtas, sem sentido ou difíceis de serem

entendidas, ou ausência completa da fala;

Perder a capacidade para engolir sozinho (deglutição);

Mostrar incontinência vesical e fecal (não ter controle para fazer

xixi ou cocô);

Locomover-se com dificuldade e necessidade do apoio de outras

pessoas ou precisar de cadeira de rodas;

Mostrar-se totalmente restrito na cama.

Nas fases iniciais das demências as pessoas ainda são

bastante independentes e têm que ser incentivadas a fazer o maior

número de coisas possíveis sozinhas ou com alguma supervisão.

Com o passar do tempo e o agravamento dos sintomas, podem se

tornar parcial ou completamente dependentes dos cuidadores,

requerendo maior ajuda dos cuidadores. É muito importante colocar

o paciente com demência para fazer atividades de forma

independente enquanto possível, pois isso ajuda para que ele consiga

ser independente por mais tempo.

Tratamento das Demências

O tratamento básico é feito com medicamentos, receitados

por um neurologista ou geriatra. Essa medicação pode ser

conseguida gratuitamente na secretaria de saúde. Orientações sobre

como obter a medicação encontram-se nessa cartilha, na página 46.

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Os remédios ajudam caso sejam tomados TODOS os dias nos

horários e dosagens marcados pelo médico. Não se pode deixar de

tomar os remédios em nenhum dia e nem mudar a dosagem ou os

horários por conta própria. A medicação retarda a perda cerebral,

fazendo com que os sintomas apareçam mais lentamente, ou seja,

menos graves.

Nos últimos anos as pesquisas têm mostrado que o fato de

realizar atividades cognitivas TODOS OS DIAS também ajuda a

diminuir a velocidade da doença. Essas atividades podem ser coisas

simples, como fazer palavras-cruzadas, jogar jogo da memória,

desenhar, entre outras. Isto pode ser combinado com a família e/ou

orientadas por profissionais da Psicologia especializados nessas

atividades (os neuropsicólogos).

Com o passar do tempo a ajuda de um fisioterapeuta passa a

ser muito importante, visto que o indivíduo demenciado ficará

restrito a se locomover através de cadeira de rodas. Além disso, as

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orientações dos terapeutas ocupacionais, nutricionistas e

fonoaudiólogos ajudam demais, desde que seguidas de forma correta

pelos pacientes e seus familiares.

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2. ORIENTAÇÕES DA NUTRIÇÃO

Alimentação e demência

Independente do tipo e grau de demência, as recomendações

alimentares se baseiam em uma alimentação saudável e que

mantenham as funções corporais plenas. Se além da demência uma

pessoa tiver outras doenças também, como sobrepeso, hipertensão

arterial, doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras, será

necessário consultar um nutricionista para um acompanhamento

nutricional individualizado;

A demência, em estágios iniciais, causa dificuldades para

escolher, comprar ou mesmo preparar alimentos. O indivíduo que

relata dificuldades nestas atividades precisa ser acompanhado nas

mesmas para aconselhamento, preservando, na medida do possível,

sua autonomia. Em estágios intermediários da demência, é comum

que essas pessoas se esqueçam de fazer refeições, façam refeições

repetidas ou desenvolvam alterações de paladar que as levam a

consumir combinações estranhas de alimentos ou mesmo ingerir

substâncias que não são alimentos. Quando isso acontece, é

necessário restringir o acesso a alimentos e oferecer refeições

preparadas e acompanhadas pelos cuidadores em horários

determinados, oferecendo refeições de 3 em 3 horas. Assim, a

chance de que o indivíduo coma algo que não seja comida é menor

porque ele se mantém saciado.

A partir dos estágios intermediários da demência, o uso

diário de medicamentos é muito frequente. Cada medicamento pode

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interferir no estado nutricional, seja aumentando a necessidade de

um nutriente ou mesmo impondo a restrição de outro nutriente.

Neste caso, é importante ter acompanhamento de um nutricionista,

que avaliará os medicamentos usados e as alterações necessárias na

alimentação.

10 passos para uma alimentação saudável na demência:

1. São recomendadas no mínimo 6 refeições por dia (café da

manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e

ceia), oferecidas de 3 em 3 horas, em horários fixos e

praticados todos os dias;

2. Oferecer todos os tipos de alimentos saudáveis: frutas,

legumes, verduras, cereais (arroz, milho, trigo), tubérculos

(mandioca, batata-doce, cará, inhame, batata), leguminosas

(feijão, ervilha, lentilha, soja), carnes (ovos, peixes, frango,

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vaca), leite e laticínios (preferir os desnatados), usando com

moderação óleo e açúcar;

3. Os peixes de todos os tipos são ótimos nos casos de

demência, por conter proteínas, vitaminas e gorduras que

auxiliam o funcionamento do cérebro. O que se deve evitar:

peixes com espinhas e peixes fritos (dê preferência para

assados, grelhados, ensopados e cozidos);

4. Incentivar que o paciente use utensílios e talheres seguros

(pratos que não quebrem e que se fixem na mesa, talheres

infantis com pontas arredondadas, copos de plástico), para

evitar ferimentos;

5. Oferecer um prato de cada vez: primeiro a salada, depois

os legumes, o arroz com feijão, a carne e a fruta. Assim,

pode-se garantir que o paciente coma de tudo, ou ao menos

um pouco de cada tipo de alimento;

6. Alimentos que podem ser comidos com as mãos são mais

aceitos: ofereça frutas e legumes em pedaços, tortas, bolos,

pedaços de frango e lanches. Não ofereça frituras, mas sim

prefira os assados devido ao seu melhor valor nutricional;

7. Se o paciente tiver dificuldade para engolir, use alimentos

pastosos (papas, purês, mingaus), mas tenha cuidado com a

variedade. Ofereça todos os tipos de alimentos para manter a

boa nutrição;

8. Usar ovos cozidos por 8 minutos e soja (de diferentes

formas) com frequência, para garantir um bom fornecimento

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de colina, um nutriente que ajuda a equilibrar as funções

cerebrais;

9. Cuidar muito bem da higiene oral após cada refeição e

sempre com acompanhamento;

10. Oferecer água filtrada ao longo do dia, no intervalo das

refeições, garantindo o consumo de 8 a 10 copos por dia.

Durante as refeições são permitidas pequenas quantidades de

líquidos (1/2 copo) para ajudar na deglutição.

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Tabela 1. Sugestão de distribuição de porções de alimentos para um

dia alimentar saudável

Alimento Número de porções/dia

Pão integral com recheios

variados (requeijão ou margarina

light, queijo branco ou ricota)

2 sanduíches ou 4 fatias de pão

com recheio em pequena

quantidade

Leite e laticínios desnatados ou

light

3 xícaras ou 3 fatias

Frutas 3 diferentes por dia, no mínimo 1

cítrica – laranja, acerola, kiwi,

goiaba, etc.

Batatas e tubérculos 1 a 2 pedaços

Arroz ou macarrão 4 a 6 colheres (sopa)

Feijão ou leguminosas 1 concha grande ou 2 pequenas

Saladas cruas (folhas e legumes

crus)

¼ de prato no almoço e ¼ no

jantar

Legumes cozidos (folhas e

legumes cozidos)

¼ de prato no almoço e ¼ no

jantar

Carnes magras (peito de frango,

carne bovina ou de porco sem

gordura) ou peixe

1 pedaço médio ou 2 pequenos

Óleo para preparar alimentos 1 colher (sopa)

Azeite de oliva para saladas

cruas

1 colher (sopa)

Líquidos (água de preferência) 8 a 10 copos médios

Sal 5g (usar o mínimo possível; a

comida não pode ser salgada)

Açúcar Não é recomendado; usar o

mínimo possível ou substituir

pelo adoçante de Stevia Obs.: As quantidades aqui expressas são sugestões generalistas, baseadas em uma

dieta de 2000 kcal. O acompanhamento nutricional individualizado oferece

indicações nutricionais mais precisas e é indicado em todos os casos. * 1g de sal é

o suficiente para encher uma tampa de caneta BIC. 5g = 5 tampas.

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3. ORIENTAÇOES DA TERAPIA OCUPACIONAL

O que é Terapia Ocupacional?

A Terapia Ocupacional (TO) é uma profissão da área da

saúde cujo objetivo primário é possibilitar ao indivíduo realizar suas

atividades de forma independente com ou sem auxílio de outras

pessoas ou de equipamentos que o auxilie. A TO atua junto a

pessoas com comprometimentos físicos, sociais e mentais.

Como a TO pode atuar junto com indivíduos com demência?

Os objetivos da TO se resumem em instruir o indivíduo

demenciado e seu familiar/cuidador quanto à doença, possibilitar que

o indivíduo utilize a capacidade que ainda possua para fazer suas

tarefas do dia-a-dia (até quando for capaz de fazê-lo) e dar

orientações quanto a adaptações que podem ser feitas no ambiente

no qual o indivíduo vive. Tudo isso pode melhorar muito a

independência do indivíduo demenciado nas atividades cotidianas,

controlar seus problemas de comportamento que serão observados e

promover sua socialização com outras pessoas, até quando for

possível. Nesta cartilha iremos nos ater às orientações a serem dadas

ao cuidador e ao indivíduo demenciado para evitar/diminuir

distúrbios de comportamento (como agitação, perambulação,

agressividade, compulsividade, confusão, dentre outros).

O que fazer para tentar diminuir os problemas comportamentais

do indivíduo demenciado?

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Sabemos que nem tudo é possível, mas nos locais onde o

indivíduo demenciado demonstrar distúrbios de comportamento o

cuidador pode fazer adaptações. A seguir, daremos algumas dicas de

como fazê-lo de acordo com cada fase da demência:

Fase Inicial

Na fase inicial da demência as pessoas ainda são bastante

independentes. Não há necessidade de cuidador. Assim, a função

principal da TO é incentivar o indivíduo demenciado a continuar a

fazer o que conseguir por si próprio (ou com alguma supervisão leve

do cuidador). As dicas TO vão se voltar para levar o indivíduo

demenciado a: a) se esforçar por continuar fazendo suas atividades

de vida diária (como se banhar, trabalhar, assistir TV, tomar

medicações, etc.); b) ficar atento sobre onde guarda suas coisas para

evitar que se esqueça depois (ex., tomar cuidado para não se

esquecer de coisas cozinhando no fogão); c) carregar sempre

documentos que mostrem seu nome/endereço/telefone quando for

sair de casa que possa encontrar sua família, caso ele se perca; d)

orientar o familiar a dar ao indivíduo demenciado informações

simples para que ele possa exercitar a capacidade de aprender coisas

novas; e) orientar o familiar a não contrariar o indivíduo por coisas

evitáveis, uma vez que ele pode mostrar alteração de humor.

A rotina é fundamental na vida do indivíduo com demência,

pois fazer a mesma coisa, na mesma hora e do mesmo jeito, o ajuda

a se lembrar, podendo até auxiliar o cuidador na execução das

atividades de supervisão e cuidado. Portanto, é importante que o

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indivíduo demenciado tenha horário para levantar, comer, fazer

atividades, assistir TV, tomar sol, ir a casa de amigos e dormir.

Sugere-se que o indivíduo que já tinha o hábito de dirigir

continue a fazê-lo apenas quando acompanhado por alguém. Essa

recomendação se deve ao fato que ele pode apresentar erros básicos,

mas importantes, como não parar no sinaleiro (farol/semáforo),

esquecer-se como ir a locais familiares, apresentar lentidão ao tomar

decisões, dirigir em velocidade inferior ou superior ao que deve,

ficar nervoso ou confuso enquanto dirige e outros problemas.

Adaptação do ambiente da casa na fase inicial

Como o indivíduo apresenta leves sinais de demência, o

cuidador pode começar com passos simples:

Mantenha os cômodos em ordem - Deixe o caminho livre para

evitar quedas.

Tenha sempre pendurado relógios nos quartos e outros

cômodos bem como mantenha calendários atualizados em

partes visíveis da casa (como na geladeira ou no espelho do

banheiro) – Isso fará com que o indivíduo demenciado

identifique a data e o horário e se mantenha atualizado. À

medida que a doença evoluir, é sempre bom que o cuidador

repita para o indivíduo qual é o dia, a hora, o mês e o ano. No

início da doença, quando o indivíduo ainda conseguir raciocinar,

o cuidador pode também adaptar as formas de orientação, como

colocando placas com letras grandes que o indivíduo possa

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completar, como o exemplo a seguir:

HOJE É DIA (inserir aqui: “dia do mês, mês, ano, dia da

semana”)

Coloque retratos dos familiares e amigos do indivíduo por

toda a casa – Assim, pode-se sempre auxiliar o indivíduo a

exercitar memória e relembrar com ele os nomes das pessoas

nos retratos.

Deixe objetos pessoais (como pente, lenços, talheres, etc.) em

lugares de fácil acesso - Objetos pessoais são reconfortantes e

ajudam a promover o autocuidado.

Mantenha as roupas arrumadas no armário do indivíduo

demenciado – É importante que o armário esteja bem

organizado (ex., camisas de um lado, calças do outro, calcinhas

na 1ª gaveta, etc.) para que o indivíduo consiga se vestir só ou

com o mínimo de auxílio. Se estiver desorganizado, ele pode se

desorientar ou nem ser capaz de e vestir, podendo até mesmo

ficar agressivo.

Fase intermediária

Nesta fase o indivíduo começará a perder a capacidade de

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fazer suas atividades diárias. Assim, ele necessitará do auxílio de um

cuidador. Sugere-se que o cuidador estimule o indivíduo a fazer o

máximo que conseguir, mas deverá sempre estar por perto. Com a

evolução da doença, o indivíduo pode tender a demonstrar

problemas relacionados ao vocabulário ou a se esquecer dos nomes

das pessoas, de coisas e das situações, confundindo e trocando

palavras, como falar “isto é aquela coisa de escrever”, ao invés de

“isto é uma caneta”. Fica, assim, cada vez mais difícil entender o que

o indivíduo demenciado quer expressar.

É possível que o indivíduo perca a paciência com frequência,

além de ter dificuldade em realizar tarefas mais complicadas e que

exijam maior raciocínio. Assim, é interessante que o cuidador

simplifique as atividades. Uma das formas de fazê-lo é dividi-las em

etapas. Por exemplo, ao tomar banho, oriente-o passo a passo sobre o

que tem que fazer como: 1) vamos para o banheiro; 2) tire a blusa; 3)

tire a calça comprida; 4) tire as roupas íntimas; 5) entre no box; 6)

lave o braço direito, etc. O cuidador deve fazer cada parte da

atividade até terminar.

Já não é interessante que o indivíduo dirija, ou seja, ele passa

a ser passageiro e precisará de alguém para levá-los aos lugares que

desejar ir. Por ter tendência a repetições de informações, evite

levantar a voz, corrigir muitas vezes ou discordar do demenciado,

pois isso pode deixá-lo agitado e agressivo. Caso aconteça, tente

acalmá-lo, mudando o foco da conversa para algo que lhe interesse.

Assim como na fase inicial, a rotina é fundamental, pois

fazer a mesma coisa, na mesma hora, do mesmo jeito, ajuda o

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indivíduo demenciado a se lembrar. No entanto, nesta fase o

cuidador terá que auxiliar mais o indivíduo a se lembrar de manter a

rotina. Não deixe o indivíduo manusear tarefas perigosas e

complicadas, como utilizar o fogão, água quente, gás, facas e

tesouras. Além disto, não o deixe guardar coisas em locais altos ou

trocar lâmpadas para que sejam evitadas quedas e futuras fraturas.

Adaptação do ambiente da casa na fase intermediária

O TO orienta o cuidador a fazer o seguinte:

Mantenha os cômodos em ordem - Deixe o caminho livre e

evite quedas. Não deixe a pia da cozinha ou quaisquer outros

pontos da casa desorganizados.

Instale corrimãos – Para que o indivíduo saiba exatamente

onde estão os corrimãos, não deixe que eles tenham a mesma

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coloração das paredes ou dos pisos, o que irá evitar que o

indivíduo fique confuso. Isso irá auxiliar, também, que sejam

evitadas quedas. É possível colocar os corrimãos ao lado do

vaso sanitário, na área do banho, em escadas, em corredores,

etc. Lembre-se que o formato do corrimão e onde ele deve ser

colocado são fatos muitos importantes. A dica é que o corrimão:

1) deve ser arredondado; 2) possuir diâmetro de 3,5 cm a 5 cm;

3) ter altura de 92 cm do piso; 4) estar afastado pelo menos 4 cm

da parede. O material ideal para o corrimão é o aço inox. Mas

quando isto não for possível, use materiais que não escorreguem

e que não enferrujem.

Remova carpetes e tapetes – Quando isto não for possível,

proteja-os com material antiderrapante (que não escorrega). Isto

irá garantir que as bordas estejam bem aderidas ao chão e

ajudará a evitar quedas e confusões do indivíduo.

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Use torneiras nos banheiros e cozinha que sejam conhecidas

pelo indivíduo – Isto irá favorecer que ele saiba como usá-las,

aliviando ou evitando ansiedades e facilitando que ele zele por

seu autocuidado. Isso significa não trocar o tipo de torneira que

o individuo sabe usar, comprando uma que possa ser aberta e

fechada do mesmo jeito que a antiga, se isso for necessário.

Use cores claras e leves na decoração - Cores claras e

contrastantes, como branco com azul, evitam que haja confusão,

o que é muito frequente no indivíduo demenciado. Evitar a

confusão é importante porque ela pode levar a agressividade,

perambulação, quedas, além de propiciar ao indivíduo

demenciado esbarrar em mobílias e, consequentemente

apresentar machucados ou outros acidentes.

Verifique se a iluminação está adequada – Isto pode depender

de como é a vida do indivíduo. Por exemplo, se ele já tem o

costume de ficar com luzes mais fortes, mantenha tal

intensidade. Se, por outro lado, ele apresenta agitação com luz

mais forte, diminua a intensidade da luz. Da mesma forma, se o

indivíduo prefere luz mais clara, é preferível que ela seja usada.

Lembre-se de sempre verificar a iluminação para modificar a

intensidade se achar necessário. É bom lembrar que a

iluminação correta pode ajudar o indivíduo a dormir bem, sem

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interrupções.

Instale relógios e calendários em locais que possam ser

facilmente visualizados - Fornecer avisos poderá ajudar o

indivíduo demenciado a se orientar e não se perder ou ficar

confuso e agressivo. Sinais que usem imagens e texto precisam

ser colocados a uma altura que possam ser vistos. É importante

lembrar que todos os utensílios devem ser simples e ser

facilmente reconhecidos pelo indivíduo, o que pode evitar

confusão.

A dica de colocar placas com letras grandes mostrando “dia,

mês, ano, dia da semana”, como dada na fase inicial, pode

continuar. Mas, como o indivíduo está na fase intermediária, é

interessante que o cuidador (e não o individuo) complete a

informação sobre a data e repita várias vezes ao dia para a

pessoa demenciada, para sua melhor orientação temporal.

Retire as trancas (ou chaves) do lado de dentro dos cômodos

- O indivíduo pode se trancar naqueles cômodos e não saber

como sair. Isto pode levar à agitação, frustração e agressividade.

Bem como a conduzir a traumas e machucados.

Garanta que os pisos não apresentem motivos que

confundam o indivíduo (como riscos, efeitos de pedras,

listras, muito brilho – como porcelanato ou chão encerado) e

que também não sejam escorregadios - As pessoas com

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demência podem interpretar sombras ou áreas escuras no chão

como buracos, confundindo-se ou machucando-se. Algumas

opções são trocar o piso por cerâmica lisa sem

brilho/riscos/desenhos, passar tinta antiderrapante (com

coloração leve) no chão, etc. Procure aquilo que se encaixe

melhor no seu orçamento.

Deixe objetos pessoais (como pente, lenços, etc.) em lugares

de fácil acesso - Objetos pessoais são reconfortantes e ajudam a

promover o autocuidado.

Deixe os sons (telefones, campainhas, alarmes e outros) em

um volume que seja confortável para o indivíduo e que não o

incomode - Barulho pode deixar o indivíduo estressado e

agitado, além de tornar a concentração difícil e aumentar sua

ansiedade.

Não deixe expostos materiais que possam cortar - Como

facas, tesouras, gilette e agulhas. Não se esqueça de que o

indivíduo demenciado tende a perder a capacidade de

diferenciar o que é seguro do que não é. Evite acidentes!

Não deixe expostos materiais sólidos (como sabão/sabonete,

veneno para barata, etc.) ou produtos líquidos, de limpeza e

líquidos tóxicos (como água sanitária, perfume, detergente,

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shampoo, amaciante) - O indivíduo demenciado pode

confundi-los com comida ou bebida ou algo do tipo e ingeri-lo.

Assim como quando convivemos com crianças, todos os

produtos potencialmente tóxicos devem ficar guardados fora de

vista, de preferência trancados.

Escolha bem o contraste das louças - Para as pessoas com

demência, louças, talheres e copos devem ser escolhidos com

cuidado, para que eles reconheçam esses objetos. Preste atenção,

também, que as louças devem oferecer contrastes de cor com a

comida ou bebida para que as pessoas possam diferenciá-las dos

alimentos e não ter problemas para comer/beber.

Não deixe as vasilhas com comida em cima da mesa no

horário das refeições – Alguns indivíduos com demência

podem comer sem parar. Caso isso aconteça com o paciente sob

seus cuidados, ajude-o a se servir junto ao fogão ou zele para

que ele se sirva na mesa e, imediatamente depois, retire as

vasilhas com comida, deixando na mesa apenas seu prato com

comida.

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Para auxiliar o indivíduo a se atentar para quando serão as

próximas refeições o cuidador pode fazer uma tabela e colocar

na parede para marcar deixar isto bem claro, como por exemplo,

“A próxima refeição é café da manhã”:

Preste atenção nos espelhos - Espelhos podem aumentar a

desorientação, pois o indivíduo demenciado pode se confundir,

achando que está vendo outra pessoa no espelho. Isto o deixa

agitado e agressivo. Se o indivíduo estiver apresentando

alterações comportamentais que têm ocorrido frequentemente

A PRÓXIMA REFEIÇÃO É:

........................................................

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quando ele se locomove próximo a espelhos, cubra-os (com panos

lisos) ou os retire.

O cuidador deve se orientar como ajudar o indivíduo a se

vestir – Nesta fase, o indivíduo terá dificuldade em escolher as

roupas sozinho. Assim, o cuidador deverá ajudá-lo colocando

poucas peças de roupas (como 2 ou 3 de cada tipo) sobre a cama e

sugerir que o indivíduo escolha o que quer vestir. Caso o

indivíduo não consiga, o cuidador deve dar a ele peça por peça

(por exemplo, primeiramente a cueca, em segundo lugar a blusa,

etc.) para ajudá-lo a se vestir. Lembre-se, cuidador: procure não

fazer pelo indivíduo o que ele pode fazer por si só. Isto fará com

que ele exerça a capacidade que ainda possui.

Fase avançada

O cuidador deve ter muita paciência e organizar a rotina do

indivíduo, pois nessa fase a doença já evoluiu o bastante para que ele

não tenha interesse em fazer qualquer atividade do cotidiano. Ele vai

apresentar maior dificuldade em realizar tarefas simples por não se

lembrar de como fazer ou confundir a sequência. Assim, o cuidador

terá que fazer todas as atividades (ou a maior parte delas) pelo

indivíduo.

É possível que o demenciado fique só na cama e sem muitas

expressões e vontades. Portanto, o cuidador deverá mudar o

indivíduo de lado a cada 2 horas (ou lembrá-lo de se virar, caso ele

ainda consiga) para evitar feridas no corpo dele.

O cuidador deve permanecer sempre tranquilo e falar de um

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modo gentil e amigável, comunicar-se com frases curtas e simples,

de fácil entendimento, sem elevar a voz, enfocando uma coisa de

cada vez, dando tempo para o demenciado entender, mesmo que seja

esperado que ele já não entenda mais nada. Se for necessário, pode-

se repetir palavras que expressem o mesmo sentido, como por

exemplo, dizer: “tomar banho”, “lavar o corpo”, “entrar no

chuveiro”. Já ao dizer nomes, oriente-o sobre quem é a pessoa ou de

onde ele as conhece, dizendo: "Maria, sua filha, chegou.” ou “João,

seu amigo, está aqui".

Adaptação do ambiente da casa na fase avançada

Mantenha os cômodos em ordem - Deixe o caminho livre e

evite quedas.

Deixe os sons (telefones, campainhas, alarmes e outros) em

um volume que seja confortável para o indivíduo e que não o

incomode – Assim como na fase intermediária, o barulho pode

deixar o indivíduo estressado e agitado, além de aumentar sua

ansiedade.

Verifique se a iluminação está adequada – Isto pode depender

de como é a vida do indivíduo. Por exemplo, se ele já tem o

costume de ficar com luzes mais fortes, mantenha. Se, por outro

lado, ele apresenta agitação com luz mais forte, diminua a

intensidade da luz. Da mesma, se o indivíduo prefere luz mais

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clara, é preferível que ela seja usada. Lembre-se:

- que agora o indivíduo está na fase avançada da doença e

que a possibilidade de problemas de comportamentos é

maior do que em outras fases.

- que a iluminação correta pode ajudar o indivíduo a

dormir bem, sem interrupções.

- de modificar a intensidade da luz, se achar necessário.

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4. ORIENTAÇÕES DA PSICOLOGIA

As demências acarretam grandes alterações na vida do indivíduo

demenciado e de seus familiares. Durante a fase inicial, os sintomas

são mais brandos e geralmente envolvem apenas esquecimentos e

episódios de confusão, mas também pode surgir um quadro

depressivo. Com a evolução da doença para as fases intermediária e

avançada é comum que comecem outros problemas de

comportamento e alterações de humor, requerendo muita paciência e

“jogo de cintura” dos cuidadores. Indicamos alguns aspectos comuns

nos quadros demenciais e breves orientações sobre como agir em

cada caso.

Entendendo as dificuldades de memória

As confusões de memória são geralmente um dos primeiros

sintomas percebidos, mas, no começo, a pessoa com demência e a

família acreditam que os esquecimentos são “normais” ou “coisa da

idade”. Esquecer algo às vezes, quando se está nervoso ou não se

tem costume com uma informação, faz parte da vida de todos.

Diferentemente disto, no caso das demências, a pessoa esquece

coisas com as quais está acostumado, em especial coisas mais

recentes. O indivíduo com demência também tende a se perder em

ambientes muito conhecidos, não consegue organizar-se como

sempre fez e passa a ter dificuldades para comunicar-se e participar

eventos que costumava frequentar.

No início de uma demência o indivíduo tenta esconder as

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coisas que não consegue fazer, desconversando quando perguntado

sobre algo que não lembra ou inventando respostas que não contam

o que realmente aconteceu. Na fase inicial da doença é útil que o

cuidador corrija os esquecimentos e informações erradas dadas pelo

paciente. A partir da fase intermediária, corrigir o paciente só serve

para deixa-lo nervoso e agitado, assim, os cuidadores devem “deixar

pra lá”, sempre que conseguirem a calma necessária para fazê-lo,

respondendo ao paciente mesmo que ele tenha errado seu nome ou

não saiba exatamente quem é você.

Outras dificuldades que o cuidador pode perceber

O paciente também pode passar a mostrar desinteresse por

coisas que antes lhe davam prazer ou a que ele ser dedicou por muito

tempo. Como a falta de iniciativa é uma das características das

demências, deixar atividades de lado pode ser um sintoma e chamar

ou mesmo insistir para que o indivíduo demenciado participe de

atividades, vá a reuniões e encontros familiares pode ajudá-lo a

manter sua socialização.

As alterações de humor também podem acontecer,

especialmente nas fases intermediária e avançada das demências e

geralmente começam quando o paciente tenta fazer algo e não

consegue ou quando apresenta um episódio de confusão. Nessas

situações não adianta confrontar o demenciado, troque de assunto ou

afaste-se por alguns minutos, para que ele se acalme.

Alterações de rotina tornam-se igualmente difíceis para os

indivíduos demenciado, pois um dos sintomas das demências é a

dificuldade para aprender coisas novas, Essa situação convida os

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cuidadores a não fazerem grandes mudanças na decoração da casa ou

no local onde cada coisa é guardada e, caso façam, repetir várias

vezes para os pacientes demenciados que mudança foi feita e onde

estão os objetos agora, todos os dias.

A socialização é uma preocupação, pois é comum que

pessoas com demências sintam-se pressionadas, incapazes,

inadequadas, e tendem a isolar-se, restringir-se ao leito doméstico.

Isso exige observação do cuidador e dos profissionais de saúde que

acompanham o caso e pode haver necessidade de psicoterapia e/ou

medicação antidepressiva e/ou ansiolítica. É importante lembrar que

a convivência com outras pessoas já é, por si só, um exercício para o

cérebro. Quanto mais a pessoa estiver em meio a outras, mais

competente ela se sente, mais estímulos fornece ao seu cérebro e

mais combate está oferecendo aos avanços do processo demencial.

A depressão faz com que a piora da demência seja mais

rápida

É comum que indivíduos demenciado apresentem alterações

de humor, o que prejudica ainda mais o funcionamento cerebral.

Quando uma pessoa aumenta seu nível de estresse, ansiedade ou

depressão ela altera o tipo e quantidade de nutrientes necessários

para seu cérebro funcionar bem, o que afeta seu comportamento.

Com a passagem de tempo, essa alteração química faz com que

regiões cerebrais sejam muito desgastadas ou funcionem de forma

mais lenta do que o normal. Por isto, não se sabe se os transtornos de

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humor, em especial a depressão, atuam como causa ou consequência

das demências, mas sabe-se que uma grande parcela dos indivíduos

com demência também apresenta depressão.

Isto requer que os indivíduos demenciado sejam avaliados

para depressão e também recebam acompanhamento para depressão

se apresentarem esse problema. Quanto mais intenso for o transtorno

de humor, maior alteração química ocorre no cérebro que, cada vez

mais frágil, mais rapidamente evolui no comprometimento de suas

funções, gerando o agravamento da demência.

Vivemos enquanto estamos aprendendo e nos sentindo úteis

É importante que todos saibam que o cérebro precisa de

desafios e novos aprendizados para permanecer funcionando, então

mudar alguns hábitos e permanecer fazendo o que consegue fazer

sozinho é muito importante, especialmente diante de um quadro de

demência. Sabemos o quanto é sofrido e angustiante ver a

dificuldade de alguém próximo a nós para realizar algo, no caso das

demências, quanto mais o paciente fizer por ele mesmo, ainda que

precise de “pistas”, ajuda ou supervisão, melhor para ele.

É comum ouvir filhos, netos e outras pessoas amadas dizendo

que “ele não precisa mais fazer isto, já trabalhou tanto a vida inteira,

agora é hora de descansar”. Na verdade, tal fala está mais ligada a

impaciência de esperar o outro fazer algo de forma mais lenta e

desajeitada ou a sentimento de pena, comuns nas pessoas que

convivem com indivíduos com demências. Desejando evitar que

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objetos sejam danificados, que o ambiente seja desorganizado ou que

a confirmação que a pessoa não faz mais as coisas tão bem quanto

antigamente, muitos cuidadores tendem a fazer tudo pela pessoa com

demência, levando-a a acomodação e desmotivação para a realização

de suas atividades básicas. Lembrem-se que a falta de interesse já é

um dos sintomas das demências, fazer as atividades que o paciente

ainda consegue no lugar dele só agrava esse sintoma, prejudicando

quem você tenta ajudar.

Neste contexto, vale ressaltar que a realização de atividades

simples do dia a dia já é fundamental para que a pessoa se sinta útil,

capaz e independente. Tais sentimentos ajudam a evitar transtornos

de humor, prejudiciais aos pacientes, como dito anteriormente.

É importante, também realizar todos os dias algum tipo de

atividade cognitiva e variar essas atividades. Abaixo estão listadas

algumas tarefas que podem ser utilizadas, organizadas pelas fases da

demência.

Na fase inicial

Para trabalhar memória: contar histórias sobre coisas vividas

em determinadas fases da vida (10 a 20 anos, 20 a 30 anos, etc),

jogar jogo da memória, olhar o dia da semana e do mês no

calendário todos os dias em um determinado horário, assistir

uma notícia no jornal e contar essa notícia com as suas próprias

palavras, construir um mural com grade horária das atividades

semanais para que a pessoa constantemente consulte e memorize

por treino e repetição.

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Para trabalhar encadeamento (capacidade de entender

fatos/histórias com início, meio e fim e de passar

informações de forma coerente e ordenada): ler manchetes de

jornal ou histórias de jornal, revista, livros, contar uma

lembrança começando pelo desfecho (final, meio e começo),

inventar histórias sobre desenhos.

Para trabalhar atenção e concentração: jogo dos 7 erros,

ouvir música, mudar objetos de lugar e depois recoloca-los,

jogos de computador.

Para trabalhar controle motor: fazer alguma atividade com a

mão não-dominante (um destro pentear o cabelo com a mão

esquerda, por exemplo), caminhar, passar creme no próprio

corpo, trabalhos manuais, colorir desenhos, copiar textos.

Para trabalhar a perda de sentidos: identificar diferentes

cheiros, passar creme, experimentar e descrever diferentes

sabores, diferenciar paletas de cores, ouvir músicas de diferentes

estilos.

Para trabalhar socialização: passeios por locais públicos,

jogos com outras pessoas, conversar com familiares, não deixar

a pessoa ficar apenas sozinha em seu quarto.

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Na fase intermediária

Na fase intermediária já pode haver comprometimento de

linguagem e de memória mais severas e a tentativa de manter as

atividades da fase anterior podem gerar mais ansiedade e frustração

do que oferecer auxílio. Assim, nesse período o foco é em manter o

idoso funcional e as atividades incluem atividades de vida básicas

(comer sozinho, tomar banho, escovar dentes e cabelo, vestir-se,

etc.)

Como em qualquer outro momento, é necessário que as

coisas sejam feitas com paciência e evitando estressar o idoso. Peça

que ele colabore com as atividades que tem que ser feitas e apenas

supervisione. Um dos erros comuns dos cuidadores é fazer pelo

idoso, porque o movimento já não é fácil e também porque deixa-lo

fazer sozinho gasta mais tempo e gera mais “bagunça” do que fazer

por ele, mas lembre-se que ele perderá mais rápido suas habilidades

se não exercitá-las.

Caso o idoso já esteja muito debilitado, apoie suas mãos para

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realizar as atividades, mas não as faça por ele enquanto isso for

possível. Nomeie todas as atividades que farão juntos de forma

simples e busque usar frases mais simples e curtas para conversar

com eles e pedir qualquer coisa. Como a compreensão já está

comprometida, frases mais simples ajudam a que eles compreendam

o que está sendo dito.

Se o idoso já apresentar dificuldade para se comunicar, tente

criar cartões com identificação das coisas que ele pode querer

comunicar e deixe-os sempre próximo a ele. Incentive seu uso, pois

ao conseguir se fazer entender, mesmo que de uma forma diferente

da habitual, reduzimos o risco de crises emocionais e também não

perceber que a pessoa precisa de água, comida ou outro tipo de

assistência. A comunicação por cartões (como lembrete ou como

forma única de comunicação) é muito usada fora do Brasil com

pessoas com problemas de linguagem e autistas.

Sempre que alguém vier visitar apresente a pessoa

novamente, lembrando seu nome ao idoso e sua filiação (Ex.: Essa é

Sabrina, filha do Antônio) e não corrija a pessoa a cada

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esquecimento, nem a desminta se não for realmente necessário.

Nessa fase a repetição e o esquecimento já não podem ser corrigidos

se o idoso se concentrar, então pontuar isso todo o tempo é apenas

desgastante para o cuidador e humilhante para o idoso. Nomeie todas

as coisas que utilizar ao longo das atividades (Ex.: colher, sabonete,

camisa, etc.) ou explique para que servem, pois nesse período a

capacidade de aprendizado ainda está presente, então se for

estimulado, o idoso pode relembrar alguns nomes e funções, mesmo

que isso não ocorra no momento em que estão conversando.

Uma atividade que ainda é possível nessa fase é a pintura de

desenhos ou tecido e a prática de algumas atividades físicas. Embora

os idosos já não queiram essas atividades, convidá-los e incentivá-

los é muito importante, porque a circulação piora e se ficarem muito

parados podem originar outros problemas, especialmente se ficam

deitados por muito tempo.

Na fase avançada

Geralmente nesse período os déficits de linguagem são mais

sérios ou o idoso já não fala. Além disso, não é raro que já estejam

acamados e que tenham perdido o controle dos esfíncteres (xixi e

cocô). A estimulação convencional já não funciona, restando aos

cuidadores a orientação de seguir conversando e explicando tudo o

que ocorre aos idosos, sempre com paciência.

Outro ponto que pode evitar inúmeros problemas é realizar a

movimentação no leito dos idosos e também a estimulação indireta,

fazendo massagem ou passando esponja seca, toalha e outros objetos

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de diferentes texturas, mas que não geram desconforto por todo o

corpo do idoso. Essa prática força o cérebro a continuar “prestando

atenção” no corpo do idoso e também auxilia na circulação e no

sentimento de estar acolhido e confortado. Essa é uma fase muito

difícil para os cuidadores, mas torna-se sua função tornar a

existência o mais confortável possível para o idoso.

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5. ORIENTAÇÕES AOS CUIDADORES SOBRE OS

CUIDADORES

Cuidar de alguém com demência exige muito física e

emocionalmente e toma muito tempo. É comum que os familiares

sejam os cuidadores e que eles terminem se esquecendo de cuidar

deles mesmos, apesar de ter que cuidar de alguém com demência.

Parece que as prioridades mudam e que você, cuidador, passa ao

segundo plano. Mas se algo acontecer a você, quem vai ajudar ao

paciente e a você?

Para cuidar, é preciso estar bem e também ser cuidado

É muito importante que você tenha um horário fixo do dia para

cuidar das suas necessidades também, para fazer algo que você gosta

e que possa ajudá-lo a extravasar seu cansaço e emoções negativas

(que são normais, todos nós temos e vão aparecer em você também).

Isso pode ser feito indo conversar com um vizinho sobre algo que

não seja o paciente de quem você cuida, assistindo TV, caminhando

ou fazendo qualquer outra coisa que você goste. Sua atividade como

cuidador é muito importante, mas não representa tudo que você é.

Você merece e precisa de cuidados também.

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Nesse sentido, tentar dividir as responsabilidades com outras

pessoas, escolher e se vigiar para brigar apenas pelas coisas mais

importantes, frequentar grupos de familiares, grupos de oração ou de

atividades físicas e investir tempo para manter amizades deveria ser

encarado da mesma maneira que o tratamento do paciente, com

seriedade e rotina. Procurar a ajuda de um psicólogo também pode te

auxiliar, pense sobre isso. Se sua situação financeira não permite

pagar por um psicólogo, saiba que toda universidade que tem o curso

de Psicologia tem um “serviço escola” em que você pode receber

atendimento psicológico gratuito, feito por um estudante dos últimos

períodos do curso e supervisionado por um psicólogo experiente.

As frustrações são inevitáveis, mas podem ser menos

dolorosas

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O cuidador, sendo membro da família ou não, naturalmente

acompanha no idoso um processo inverso ao que ocorreu no

crescimento de seus filhos, netos ou outras crianças amadas. O idoso

com demência passa, desde o início da doença, por perdas daquilo

que já tinha aprendido e que fazia todos os seus dias. Com o avanço

da doença mesmo atividades simples como comer com a própria

mão podem tornar-se difíceis e muitos familiares sofrem com o não

reconhecimento ou por ver alguém amado perdendo habilidades

pouco a pouco. É comum que o comportamento do indivíduo com

demência mude, que fale cada vez menos, que interaja cada vez

menos com as pessoas, participe menos das atividades da casa e da

família, tenha cada vez mais dificuldades para se locomover, e

realizar as atividades do dia a dia. Sabemos que tudo isso gera

grande sofrimento para os cuidadores.

É importante que o cuidador entenda que as perdas de

habilidades da pessoa em demência fazem parte das características

dessa patologia e vão acontecer, não importa o que o cuidador faça.

Isto não quer dizer que devemos deixar as perdas acontecerem sem

fazer nada, seguindo as orientações desta cartilha, dedicando atenção

e carinho, muito estará sendo feito para combater o avanço da

demência. No entanto, na ocorrência das perdas, a aceitação, bom

enfrentamento e equilíbrio do cuidador são importantes para que a

pessoa sinta-se segura e protegida. Dessa forma, mesmo sentindo-se

menos capaz do que tempos atrás, a pessoa com demência sofre

menos com os sentimentos de incompetência, desvalorização e de

estar atrapalhando a vida das pessoas que o rodeiam.

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Ser cuidador é difícil porque exige muita paciência, além das

outras atividades de cuidado. Ao longo dessa cartilha indicamos

várias vezes a necessidade de ter paciência, de fazer alterações no

ambiente, de vigiar a alimentação dos indivíduos com demência.

Gostaríamos de ter a fórmula para dizer a vocês como fazer isso,

mas, infelizmente, isso não existe. Tudo o que podemos dizer é que

se você não se anular, não sentir culpa por se divertir quando pode e

de tirar um tempo para isso, mesmo que precise “incomodar” outro

cuidador para que possa fazê-lo, você vai estar se mantendo mais

saudável e, com isso, fazendo o que é melhor para você e para o

paciente sob seus cuidados.

Sugerimos ainda que tire fotos, que crie lembranças com a

pessoa de quem você cuida, especialmente nos bons momentos

(festas, passeios, conversas agradáveis) para que você tenha algo

concreto para te lembrar sobre a felicidade dessa relação quando a

situação se tornar difícil. Mas, acima de tudo, lembre-se que você

TEM DIREITO a pedir ajuda sempre e a perder a calma às vezes.

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6. ORIENTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

O que é o Serviço Social?

É uma profissão comprometida com a garantia e defesa dos

direitos sociais, por meio dos serviços, programas e projetos, no

âmbito da saúde, educação, assistência, meio ambiente, previdência

social, habitação, segurança pública, trabalho, cultura, conselhos de

direitos e gestão.

Quem são os assistentes sociais?

São profissionais que cursaram uma Faculdade de Serviço

Social e possuem registro no Conselho Regional de Serviço Social

(CRESS) do estado em que trabalham. A profissão é regida pela Lei

Federal 8.662/1993, que estabelece suas competências e atribuições.

O que fazem os assistentes sociais?

Segundo o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), os

assistentes sociais analisam, elaboram, coordenam e executam

planos, programas e projetos para viabilizar os direitos da população

e seu acesso às políticas sociais, como saúde, educação, previdência

social, habitação e cultura. Analisam as condições de vida da

população e orientam as pessoas ou grupos sobre como ter

informações, acessar direitos e serviços para atender às suas

necessidades sociais. Assistentes sociais elaboram também laudos,

pareceres e estudos sociais e realizam avaliações, analisando

documentos e estudos técnicos e coletando dados e pesquisas. Além

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disso, trabalham no planejamento, organização e administração dos

programas e benefícios sociais fornecidos pelo governo, bem como

na assessoria de órgãos públicos, privados, organizações não

governamentais (ONG) e movimentos sociais. Assistentes sociais

podem, ainda, trabalhar como docentes nas faculdades e

universidades que oferecem o curso de Serviço Social.

Como obter a medicação gratuita para demências

Um dos maiores questionamentos das pessoas que têm

demências e/ou seus familiares, é sobre a forma de conseguir a

medicação gratuita, pois os remédios usados para tratamento das

demências têm custo bastante alto. Informamos que as medicações

ditas de "alto custo", para os diagnósticos de Alzheimer e Parkinson

(por exemplo, medicações como Donepezila, Galantamina,

Amantadina, etc.) podem ser conseguidas levanto a receita médica

para a Gerência Regional de Saúde do seu município. O primeiro

passo é consultar um médico para o diagnóstico. Recebido o

diagnóstico o paciente ou seu cuidador poderá solicitar a medicação

gratuita.

Em cidades como Belo Horizonte é necessário que o

interessado pegue um formulário na Gerência Regional de Saúde e o

leve para que seu médico preencha antes de abrir o caso de

solicitação da medicação. No caso de Uberaba, onde a presente

cartilha foi elaborada, a medicação pode ser conseguida levando a

receita médica para a Gerência Regional de Saúde de Uberaba –

GRS/URA, que abrange 27 municípios jurisdicionados a ela na

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região do Triângulo Mineiro.

Para tanto, o interessado de posse da receita médica, deve

procurar a farmácia da GRS/URA, na Av. Maria Carmelita Castro da

Cunha, 33, no bairro Fabrício, (Telefones 33215415/ 33215622), e

solicitar a montagem do Processo de solicitação de Medicamentos do

Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (ALTO

CUSTO), sendo este o primeiro passo para a obtenção gratuita dos

medicamentos do programa.

Os processos são montados na GRS/URA e encaminhados

para a Secretaria de Estado da Saúde, que faz a avaliação do pedido

e emite o parecer técnico, deferindo ou indeferindo a solicitação.

Para a análise dos processos, são verificados os critérios

estabelecidos nos Protocolos clínicos e Diretrizes Terapêuticas

específicas para cada doença, que são aprovados pelo Ministério da

Saúde. Na prática, isso significa que eles vão analisar o relatório do

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médico que atendeu o paciente com demência e ver como ele fez o

diagnóstico e se esse diagnóstico faz sentido com as informações que

estão sendo apresentadas (baixo nível de vitamina B, déficits de

memória e cognitivos, etc.). Se tudo estiver certo, eles autorizam

(deferem) o pedido. Os pacientes com processos autorizados

(deferidos) são incluídos no Programa e passam a receber os

medicamentos na farmácia da GRS/URA, mensamente com dia e

horário agendados.

Resumindo, o usuário interessado, deverá obter, além da

receita médica, para a inclusão no programa a documentação listada

abaixo, que deverá ser entregue à GRS de seu município (podendo

variar):

Checklist: formulários contendo todos os exames e documentos

necessários para a abertura de processo de solicitação de

medicamentos, organizados por doença;

Laudo de Solicitação, Avaliação e Autorização de medicamento;

Termo de Esclarecimento e Responsabilidade;

Declaração Autorizadora, que deverá ser preenchida quando o

paciente não puder comparecer para montagem e/ou

recebimento dos medicamentos;

Formulários específicos (preenchidos pelo médico para

determinadas doenças).

Os usuários interessados devem pegar os formulários

entregues pela GRS/URA, devem retornar ao serviço de saúde de

origem, procurar no ambulatório ou clínica do médico que

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prescreveu a medicação, para preencher o formulário específico

indicado, anexar os resultados de exames, e se atendidos no Hospital

de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC),

poderão requerê-los no Serviço de Admissão e Alta (SAA), na

Portaria principal do Hospital de Clínicas, com entrada pela Rua

Getúlio Guaritá, mediante a apresentação de documentos pessoais e

o cartão de consulta do HC, quando anotarão os pedidos e será

agendada data para retirar os laudos ou resultados dos exames

solicitados.

Outras medicações e serviços públicos gratuitos

Outros locais de acesso aos recursos e serviços públicos da

saúde, para aquisição de outras medicações de baixo custo,

disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), temos em

Uberaba, por meio das farmácias das Unidades Distritais de Saúde,

Unidades de Pronto Atendimento, Centro de Saúde Eurico Vilela e

Farmácia de Acolhimento da Secretaria Municipal de Saúde. Os

medicamentos disponibilizados estão expostos no site da Prefeitura

Municipal de Uberaba (www.uberaba.mg.gov.br), entrar na

Secretaria Municipal de Saúde e acessar a listagem dos

medicamentos disponíveis na rede municipal. Lembrando que

medicamentos para diabetes e hipertensão têm fornecimento gratuito

nas chamadas Farmácias Populares e os demais medicamentos nesta

mesma farmácia são adquiridos com preços mais acessíveis.

Quanto à aquisição de fraldas descartáveis geriátricas,

empréstimos de órteses e aparelhos ortopédicos através do

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município, estes são solicitadas mediante cadastro da receita médica,

na Sede da Secretaria de Desenvolvimento de Social (SEDS), na rua

Irmão Afonso, nº 617 (fone – 3331-2403) ou, dependendo do local

de moradia do usuário, ele pode procurar em seu município as

unidades do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS),

que têm oito unidades atendendo a cidade de Uberaba, estando os

endereços disponíveis no site da Prefeitura do Município de

Uberaba, na Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDS), no PAIF

– CRAS.

Outras informações referentes a direitos da pessoa com

demências, aqui somente serão citadas e melhor apresentadas e

explicitadas no site da UFTM (www.uftm.edu.br/ladi), sendo alguns

desses direitos:

Isenção do Imposto de Renda dos rendimentos percebidos por

pessoas físicas de proventos de aposentadorias;

Direito ao saque do FGTS/PIS/PASEP;

Direito ao acesso aos relatórios médicos e cópias de prontuários;

Andamento Prioritário em Processo Judicial;

Direito ao auxílio-doença para tratamento de saúde;

Aposentadoria por invalidez e aumento de 25% sobre este

provento ao necessitar de assistência permanente de outra

pessoa;

Isenção na contribuição dos inativos para a Previdência Social;

Direito ao Benefício de Prestação Continuada;

Isenção de IPI e IOF;

Quitação do Financiamento da Casa Própria pelo Sistema

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Financeiro de Habitação;

Seguro de Vida e Direito à curatela.

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7. LEIS QUE PODEM SER ÚTEIS AOS PACIENTES E

SUAS FAMÍLIAS

I – A saúde como direito de todos

Constituição Federal – Artigo 196 e seguintes;

Lei Federal nº 10.741 de 01/10/03 – Estatuto do Idoso, artigo

16;

Lei Federal nº 10.424, de 15/04/2002 – Atendimento e

Internação Domiciliar.

II – Acesso aos dados médicos

Constituição Federal – Artigo 5º, inciso XXXIV (para

hospitais públicos);

Código de Defesa do Consumidor – artigo 43 (para os

hospitais privados).

Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde – Min. Saúde/2007.

III – Doenças graves previstas em leis

Decreto Federal nº 3.000 de 26/03/1999, artigo 39, inciso

XXXIII;

Lei nº 8.541 de 23/12/1992, art. 47; Lei nº 9.250 de

26/12/1995, art. 30, § 2º;

Instrução Normativa SRF nº 25, de 29/04/1996; Lei Federal

nº 8.213 de 24/07/1991, artigo 151; Medida Provisória nº

2.164 de 24/08/2001, artigo 9º; Lei Federal nº 11.052 de

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29/12/2004.

IV – Fundo de garantia por tempo de serviço

Lei Federal nº 8.922 de 25/07/1994 – FGTS, artigo 1º;

Lei Federal nº 8.036 de 11/05/1990 – FGTS, artigo 20, XIII e

XIV;

Medida Provisória nº 2.164 de 24/08/2001, artigo 9º.

V – Licença para tratamento de saúde – auxilio doença

Lei Federal n° 8.213, de 24/07/1991 – LOAS – artigos 26, II

e 151.

VI – Aposentadoria por invalidez

Constituição Federal – artigos 201 e seguintes;

Lei Federal n° 8.213, de 24/07/1991 – LOAS – artigos 26, II

e 151;

Lei Federal nº 10.666 de 08/05/2003, Art. 3º; Decreto

3048/1999, artigo 45.

VII – Benefício de prestação continuada

Constituição Federal – artigos 195, 203 e 204;

Lei Federal n° 8.742, de 07/12/1993 – Lei Orgânica da

Assistência Social;

Decreto Federal n° 1.744 de 08/12/1995; Lei Federal 10.835,

de 08/01/2004;

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VIII – Seguro de vida

Lei nº 10.406, de 10/01/2002 (Código Civil Brasileiro)

Artigos 757 a 788.

IX – Isenção do imposto de renda na aposentadoria

Constituição Federal artigos 5º e 150, II;

Lei Federal n° 7.713 de 22/12/1988, artigo 6º, XIV e XXI;

Lei Federal n° 8.541 de 23/12/1992, artigo 47; Lei Federal n°

9250 de 26/12//1995, artigo 30; Instrução Normativa SRF nº

15/01, artigo 5º, XII;

Decreto Federal n° 3.000 de 26/03/1999, artigo 39, XXXIII.

X – Andamento judiciário prioritário

Lei Federal nº 10.173, de 09/01/2001 – acrescentou artigos

1.211-A e 1.211-B ao Código de Processo Civil;

Lei Federal n° 10.741 de 01/10/2003 – Estatuto do Idoso –

artigo 71.

XI – PIS/PASEP

Resolução 01/96 do Conselho Diretor do Fundo de

Participação PIS-PASEP.

XII – Compra de carro com isenções de impostos (IPI, IOF)

Lei Federal nº 9.503 de 23/09/97 – Código de Trânsito

Brasileiro, art. 140 e 147, § 4º

Lei Federal nº 10.182 de 12/02/2001 (I.P.I);

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Instrução SRF nº 32, de 23/03/2000 e Instrução nº 88, de

08/09/2000 (I.P.I.);

Portaria CAT nº 56/96 e CAT 106/97; Lei Federal n° 8.383

de 30/12/1991 – IOF artigo 72 IV;

Lei Federal nº 10.690, de 16/06/2003 – Isenção compra de

carros deficientes que não podem dirigir;

Lei Federal nº 10.754, de 31/10/03, Artigos 1º e 2º; Lei

Federal 11.196, de 21/11/2005, Artigo 69; Instrução SRF nº

607 de 05/01/2006 (IPI)

XIII – Fornecimento de remédios pelo SUS

Constituição Federal, art. 5º LXIX, 6º 23, Il 196 a 200;

Lei Federal nº 8.080 de 19/12/90, art. 219 a 231;

Portaria nº 1.318/GM – 23 de julho de 2002 – Portaria

SAS/MS 921/2002.

XIV – Curatela / Interdição

Decreto Lei nº 1608/1939 – Titulo XXIX – Curatela dos

incapazes – Arts. 612/619/620;

Código Civil – Lei nº 10406/02 . - Art.1769 /1770/ 1800.

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SOBRE OS AUTORES DA CARTILHA

SABRINA MARTINS BARROSO – Psicóloga, Dra. em Saúde

Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais; professora do

departamento de Psicologia da Universidade Federal do Triângulo

Mineiro/UFTM.

VALÉRIA SOUZA DE ANDRADE – Terapeuta Ocupacional,

especialista em Terapia Ocupacional com ênfase em Gerontologia

pela Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG, Mestre em

Ciência pela Queen’s University (Canadá); professora do

departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do

Triângulo Mineiro/UFTM.

SELMA SANCHES DOVICHI – Nutricionista, Dra. em Ciências

dos Alimentos pela Universidade de São Paulo/USP; professora do

departamento de Nutrição da Universidade Federal do Triângulo

Mineiro/UFTM.

CÁTIA SILVA – Assistente social do Hospital de Clínicas da

Universidade Federal do Triângulo Mineiro/UFTM.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos discentes da Universidade Federal do Triângulo

Mineiro listados abaixo por sua colaboração.

Ana Laura Lopes Zampier

Débora da Silva Prado

Deise Coelho de Sousa

Ellen Resende de Almeida

Kelly Cristina Ramira Sousa

Luciana Francielle e Silva

Maria Cristina Itagiba Fonseca

Nathália Fernandes

Newton de Paula Oliveira

Samira Maria Fiorotto