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ANO HfcUliAO PARA SAÕpÃulÕ
Kruschiov na ONU Contraa Vontade de Eisenhower:Desarmamento
«whír Executivo — Orlando Bomfim Jr.
Mo d» Jon.iro, samona da 23 q 29 dt setembro do 1960Texto na 7* pág.
Diretor — Mário AlvosN' 82
Redator-Chofe — Fragmon Borges
DENUNCIA PRESTES EM SÃO PAULO:
Jânio Pediu Votos Dosem Troca da
ComunistasIrr
«Dinheiro nãoe tudona vida...»
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Jânio: Demagogo
UdSTexto na l*pág. do 2»cad.
ras
Salário mínimoantes das eleiçõescontra a carestia
fa ELEVAÇÃO cio custo da vida tem«ido vertiginosa ultimamente. É
de maneira a arrebentar Iodos os or-comentos dos que vivem de salários ouvencimentos. Os trabalhadores « opovo cm geral sofrem, em conseqüèn-cia, brutal redução em sua capacida-de aquisitiva. E o resultado è o que sesabe: aumento das privações, menospão no mesa do homem que vive deuma renda fixa. Impõe-se, assim, adelermlncção de novo salário mínimo,ocompaiihado da majoração geraldos salários. Será, nessas condições,um mero reajustamento. Os trabalha-dores não irão ganhar mais, o que,afinal de contas, seria justíssimo. Irãoapenas voltar a ganhar o que ganha-vim antes. E isso se cv novo scláriomínimo for fixado de acordo com aelevação do custo da vida, o que con-sideramos um critério aceitável. Deven-do, naturalivnte, manifestar-se a res-peito os interessados, que são os tra-trabalhadores, através das assembléiasdos Sindicatos. Por outro lado, o novosalário mínimo deve ser fixado pelogoverno agora, porque o contrárioseria condenar os operários a suportaruma situação que já é insustentável.Contra isso tramam, muitas vezes apa-rentando o contrário, as correntes queapoiam o entreguista Jânio Quadros.As forças agrupadas em torno de Lotte Jango compreendem que este é o seuinteresse: novo salário mínimo antesdas eleições. |2' pág. ]? cad.J,
Legalidade do Partido¦'-..' ,'"•¦''" .••:.•'.¦", ",.¦¦:¦. ''ilâSii';- "..¦
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WIZ CARIOS PRISTB este dandoum grande exemplo da participação en-tusiástica • eficiente des comunistas na«empenho eleitoral. O ex-senador ea-rioea vem se desdobrando no propagan-Ja da candidatura loft-Jongo. Na úl-«mo semana, percorreu diversas cidadesdt Sáo Paulo, Paraná • Rio Grande doSul. Irá om seguida ao Nordeste, voltan-do oo Rio para o final da campanha.Nessa verdadeira maratona, o líder co-munista falo em comícios e estações derádio, dá entrevistas à imprensa estabe-!«• contatos políticos. Sua principalpreocupação • esclarecer o eleitorado,analisar os principais problemas queafligem o povo, mostrar o conteúdo no-cionalista das candidaturas do more-chal Lott e do sr. João Goulert, a impor-Wncio de sua vitória para o avanço dademocracia • o progresso, para a com-plita, libertação d« nossa Pátria da «-piorarão ettran^lra e> para o elevaçãode nfvel de vida des brasileiros. Temdenunciado, na base de ergumentos, ocaráter entreguista da candidatura Ja-nio Quadros. I, num de seus comícios,mostrou que o amigo de Roekefeller,agora entregue a uma campanha on-ticomunista de tipo Pena Boto, por duasvezes mandou emissário pedir os votosdos comunistas e assegurar que, se elei-to, daria imediatamente legalidade aoPartido Comunista do Brasil. Em ambasàs vezes foi repelido. (Leio reportagemna terceiro página do primeiro eader-nol.
...... M S»»wlM BgJí-i».; ¦ .sMaWMmÊJtàÁ**wNfiÍSi^B^R^rwSÈ^BÍ ^m'& **¦'¦'¦¦¦¦¦ '':< ^MmmÊM WÈIÈÊÈÊÉlÈÊküM^iç&mm W»i~ > &/'mÊm mSmP'&.':' ¦¦•.';'íti eW ^HiH em^mÊC" ^ ^ m\m mm^.mw&R&iti Mm Sm 'Bwt ~ .mm em
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Salto Frente0RUND0 BOMFIM JR.
JÁ NOS PRIMEIROS momentos em que o prélio elei-toral começou a tomar impulso, certos órgãos de• imprenso, reconhecidamente obscurantistas, se empe-
nharam em fazer crer que era falsa a afirmativa d»que a lula tinha o sentido principal de um embolPentre patriotas e entreguistas. O nacionalismo, diziameles, nao será o divisor des candidaluros. Marchandoao lado do sr. Jânio Quadros, o que pretendiam naverdade, era baralhar as coisas para impedir
'que
contra o seu candidato formosse a maioria da Nação.
jyjAS O^ CERTO é que, nesta componha sucessória,
as forças nacionalistas desempenham papel im-porfante, até mesmo decisivo, desde o surgimento doscandidatos. O marechal Lott, no âmbito nocioncl, e osr. Sérgio Magalhães, no Eslodo da Guanabara,' sãodois exemplos significativos. Ao contrário da costumei-ra imposição vinda das cúpulas partidárias, houve, porassim dizer, uma escolha prévia do eleitorado móisconsciente. E, longe dos ccmbalachos realizados emtorno de restritos interesses personolistas ou de grupos,essa escolha nasceu de um critério que partia exala-mente das conveniências dos interesses nacionais.Cuidou-se de fazer candidatos homens que, pelocrédito do seu passado, fossem capazes de possibilitara aglutinação, ao seu redor, das correntes orientadosno rumo de uma solução democrática e patriótica paroos problemas do nosso povo.
CREMOS ser impossível negar a participação abnega-
da dos comunistas dentro do conjunto dos forçasnacionalistas. Souberam agir de acordo com umaorientação política de princípios. Na perspectiva dasaspirações finais da classe operária, viram os objetivosimediatos a atingir, que são os de toda a Nação,desejosa de se liberrar por completo das condiçõesespoliadoras impostas pelos monopólios estrangeiros,principalmente os norte-americanos.
gOB OUTRO aspecto, a atividade dos comunistas, nas
eleições, também revela a estrutura efetivamente
nacional do seu movimento, que não se quebra eenfraquece por considerações regionalistas secundáriosSua posição, nos Estados, é ditado pelo interessesuperior de leva. à vitória as candidaturas do marechallott e do sr. João Goulart. Trata-se, pois, do maisampla mobilização das fórços locois para garantiresse resultado.
POR ISSO mesmo, o campanha nos Estados crescede importância e significação. Doí por que oscomunistas na Guanabara compreendem a necessidade
de empregar todo o vigor de sua dedicação para ovitorio do candidatura Sérgio Magalhães, anulando odivis.onismo de Mendes de Moraes e Tenório Cavnlcon.ie derrotando o entreguista desbragado que o o s,Carlos Lacerda. O mesmo alcance tem o esforço pareeleger pela mais larga margem de votos possívelToncredo Neves porá governador e Santiago'Dantaspara vice-governodor de Minas Gerais. E são idênticosas .azoes que levam os comunistas a apoiar as condi-daruras de Aurélio Carmo no Pará. Newton Belo noMaranhão, Aluysio Alves no Rio Grande do NorteSilvestre Pericles de Góes Monteiro e Aurélio Vianaem Alagoas, Janduhy Carneiro e Jacob Frtínz noParaíba, Mauro Borges em Goiás, Wilson Fodul emMato Grosso.
ESSA ATIVIDADE, coerente e oo mesmo tempo despida!de personalismo, constitui, inegavelmente, um dosfatores do prestigio que cerca a ação do, comunistas«facilita seu esforço unificador, das demais correntes
botaííT d*°b|e"V0S comuns- E - visão nacional dabotalho pohtica que está sendo trovada robustece aconsciência de que o resultado das urnas, a 3 de
ista íeS SeraVa°J0Papel deCÍSÍV0 ««-• os naeiana.|lista , ho,e ma,s do que nunca, desempenham AVitória da chapa Lott-Jango alargará as possibilidades
favoraTT.en? d°$ fÔrÇ0S P°lífÍC0S num 5entid°favorável a luta democrática e -mancipadora do nosso
— 2 NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 23 a 29 de setembro de 1960 —
REPÚDIO AOS 30%
AssembléiaReafirma aBancários
-MonstroPosiçãoCariocas
Depoii daquela assembléia-monstroeu it realliou no Teatro João Caeta-
ri 3, no último dia 15, com a participa-çjo entuilàitlca de mai» de cinco mil
bancárioi da Guanabora, oi carlocai
ouumlram, praticamente, ,a liderança
da campanha nacional da corporação
psla conquiita da proposta de emer-
gjncia, que consublancia um aumento
salarial de 50%, extinção do trabalho
aos sábados, fixação do salário mini-
mo profissional, e prazo de 90 dias pa-ra início da elaboração do Contrato
Coletivo de Trabalho.
Para êles, os bancários da Guana-
bara, estão voltodas as atençõe» de
todos os seus colegas dos demais Es-
tados.
Esso posição de destaque se justi-fica pela atitude firme e unitária queos liderados de Aluizio Palhano vêm
mantendo fcce as constantes Investi-das dos banqueiros, que pretendemfracionar a campanha nacional d* rei-vindicação dos bancárioi, golpeando,em primeiro lugar, o campanha no k"i-tado da Guanabara, atravél de propôs-tas divlsionistas, como aquela de au-
mento puro e simples de 30%, repu-cüada enèrglccmente na assembléia do
Teatro João Caetano.
Assembléia-monstro
Na assembléia do T«<atro João Cae-
tano, os bancários cariocas deram mcis
uma soberba demonstração de firme-za e do inquebrantável unidade. A
proposta patronal de um aumento de
30% foi repudiada com uma vala ma-
ciça que se prolongou por vário» se-
gundo». A mesma sorte teve a suges-tão de um orador, propondo conside-rar apenas o aumento salarial, emboraem base» mai» elevadas, deixando de.lado a* outras reivindicações.
As denúncias
No relatório da diretoria do Sindi-cato, apresentado à assembléia, foidenuncicda a situação privilegiada do»banqueiros, cujo» lucro» confeuado»vêm em elevação crescente, acusandono ano de 1959 a cifra de 13 bilhõe»de cruzeiro», 42% a mai» em relaçãoao» lucros de 1958. O relatório ialien-ta que, enquanto isio, mai» de 70%dos bancários recebem laláriot de fo-me, quo variam de ó a 12 mil cruzei-ros apenas.
Após ialientar que os banqueiros,»em qualquer motivo sério e razoável,negam-se atender o convite do Go-vlrno Federal para participarem dasreunião» da Comiisão Miita Nacional,o» liderei bancário» voltaram a denun-ciar ai manobrai do diretor do Bancodo Brasil o udenista Artur Santo», ob-
jetivando afastar os funcionários da-
quele Banco dos acordos salariais.
Resoluções
Sob uma explosão de aplausos, foioprovada, por unanimidade absoluta,
a proposta da Diretoria do Sindicatodos Bancários, que é a seguinte: ai
rejeitar a contra-proposta patronal, na
bose de 30%, sem mínimo nem má-ximo, o com as compensações de pra-xe; b) manutenção da assembléia per-manente, a fim de possibilitar à Dlre-torla uma rápida consulta ò classe,
em qualquer emergência; c) autorizara Diretoria a novos contatos com os
srs. banqueiros, tendo como base a
proposta de emergência; d) promoverdemonstrações públicas da classe em
grau sempre mais elevado, visando a
demover os banqueiros de sua atual
posição de intransigência; e) conda-
mar os bancários a ampliar o con-
solidar lua organização nos locais de
trabalho; f) autorizar a criação do
fundo de solidariedade; d) promover ,reuniões com os colegas do Banco do
Brasil, a fim de tomar medidas contraas manobras que visam a exclui-losdoi acôrdoi salarioii que venham aser firmados.
m*pt- ,,**»'«:<-'-
SolidariedadeApós essa inequívoca demonstração
de unidade, os bancários carioca» co-meçaram a receber nova» manifes.u-
ções de solidariedade do» teui colega»de todo o pais.
Os bancários de Minas Gerai», reu-nidos em assembléia geral, decidiramrejeitar qualquer proposta semelhantea que foi repudiada pelos . cariocas.Nesse mesmo tentldo manifestaram-seos trcbalhadores em estabelecimentosde crédito do Fortaleza, Recife, è Nite-roi, que endereçaram telegramas' dosolidariedade ao» seu» colega» cario-ca».
Essa» manifestações do apoio quechegam do todo o Brasil vêm consti-tuindo um estímulo apreciável è lutados bancários carioca» que, desde se-
gunda-feira última, ganharam às ruasda cidade, promovendo nova» mahl-feitaçõe» pública» pela conquista daoroposta do emergência.
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MÊrns.' ^^'ysZwmmz^^ÊÈM f™»sí?:'<:: ¦.'•''. *»•¦ ¦ ¦'. Áfl 111 ¦•'jlfmWBgmM^' ¦>'.-, ¦>' ¦ r.^mWMMMT'-' üSaS^MMMMMMr-^mUU ^mm\- 'I'¦¦'¦' . feSÉSH. -ST SBBB IIBB> O^B^ ^IIBbV^»IBBBBBBT'X '¦ HjMMM^
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¦HB^B^BBI B^IBbW!.''•'^ÍÍi^bIBi BBBlikVi'^ yi 'yS^ÍK-S^ííS^StSi.¦ íV^^SBI^s^^UÍ-íiSBBBtSnKsndS^Bí^B^:•¦Ss^ajaS bbbbbbV''- ¦« • ¦''¦¦(">-¦; '^^BS^^ÍsíwBií' ^Mfí^yâ/fmmwi^BmmMimmmW^iMmWmu bbbK^bI bbbbbW. "bf*i l 4r t mT$pM^mummWiM\mmvmW£Bk ' < <' ^m^MM&Mt4.m^Mx^Mi>iPMMMmWÊMmwai
.'^BvSRRrSH Bv- **-.'.Sb1 »OV'i'?1.^S»O^I''-.''^^»I EfôV!<t'^lmmm^mmm^^ííài^íàii)^^^^ ''•i^j$M^ aL's QM ^^M mfiÊnsssCi*»^!! B^bÍbsb&o»- ' ^^^^^^^Ltítli^Q
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£?¦'¦ 'iitiESsP^^^liÍB^BBsBBKWKBW
0 teatrofoi pequeno
Com aUnidos
A, dependências do Teatro João Caetano foram pequenas pm^^J J»»
,a ma«a de bancários que atendeu à convocação do seu Sindicato pwa • M-
SS* último dia 15, onde foi repudiada, com «ma vala ensurdecedor^ .
proíos!» patrona, de um aumento de 30%, que acham «.suficiente. Querem 50%
e o atendimento das demais reivindicações
Equiparação:os Marítimos
e os Portuários
Lei da Previdência RegulamentadaEm lolonidado quo contou com ¦
preionca do» tr*. João Goulart, vice--proiidonto da República; Batida Ra-mo», mlnUtre do Trabalho; parlamen-taro» o centena» do lidere» sindicais, o
presidenta KubiUchok aninou o docre-to quo rogulamonta a Lei Orgânica da
Providência Social. Na solenidade, roa-
lizada na manhã do dia 19, no Pala-
cio dat Laranjeira», fizeram uso da pa-lavra o líder bancário Huberto Mene»e»,
Defende Teu Direito
em nome dos participante» do III Con-
gretie Sindical Nacional, • Deoclotla-no Cavalcanti, prosidonto da CNTI. Nsfeto, os membros da Comissão Parité-ria quo regulamentou a Lei, vende-se•s srs. Waldomar Alvos o Geraldo Cam-
pos, representantes dos empregados. AComissão oro composto ainda dos srs.Moacir Veloio o Mario Passos, repre-sentantes do Governo, o Antônio Mon-teiro Cruz o Milton Bezerra Cabral, re-
presentantos dos empregadores. A»eleições para o» órgãos colegiado» doslAPs serão realizadas até 5 de novom-bro próximo.
No próximo dia 29, no Toatro João
Caetano, os Irobalhodoros maritimo»
o pòrtuories cariocas promoverão a
primeira dat grandes manlfostaÇoe»
públicas om favor da oqulpora$ão do»
sous vencimentos aos dos militares.
Nosso luta |a so encontram unidos 12
sindicatos marítimos, a União dos Por-
kiáries do Broill o a Pederacáo Nacio-
nal dot Porhiériot. A campanha se
desenvolvora om todo o território na-
cional, o poderá culminar com uma
greve gorai so até I do novembro a
equiparação não estiver em vigor.
Nova (ase
O movimento dos !robalhod«res do,
mar polo equlpanscfio dos nus venci-
mentos sos dos mllltsros entrou sm sua
fato decisiva opas terem sido soluciona-
dat slsvmat dat reivindicações dos 5
Sindicatos marítimos quo, encabeçado»
pelo entidade dot oficiais do néutica,
ameaçavam paralisar a atividade nos
seus tòtorot, à soro hora do dia 15
do corroiMt. Superado s crise Inicial,
tudo Indlcs quo Iodos os Sindicato,
marítimo», Inclusive o dos oficiais de
néutica, oficiais do maquino, radiote-
legrsfittsi o do enfermeiros, venham a
participar do movimento quo uno os
homens do mar o dot portei de todo
o poli.
liatória foi encontrada, ficando deci-
dida a anulação da greve, em virtude
de o ministro do Trabalho haverem *e
comprometido a con«eguir a liberação
da verba de 240 mllhõet de cruzeiros
destinada ao pagamento dot a»ra«a-
do» devidos aos pensionittas o aposen-
tado» do IAPM.
O mlnUtro da Viação, por outro la-
do, reunido com o» membros da Co-
mistáo de Marinha Mercante o do Lói-de Brasileiro, decidiu mandar incorpo-rar o abono provisório de 30% aosvencimento» do» marítimo», para efeitodo» cálculos das gratificações. Inúme-ra» outra» reivindicação», constante»do acordo salarial da novembro de1959, foram atendida» pela» autori-dade».
União com os "barnabés"
Em reunião interttndical realizadana mahnã do dia 16 do corrente, natede do Sindicato Nacional dot Ma-rinheiros, ficou deliberado que io pio-cedessem a entendimentos com tâdasat ontldadet do funciOnaiiimo públicoo autárquico, do modo a quo te uni-fiquem, num poderoso movimento domassas, todas as categorias empenha-das om conquistar a equiparação devencimentos entro civis o militares.
Um apelo direto foi feito à Federa*
ção Nacional de Marítimo» o Federa»
ção Nacional do Grupo do Máquina»,
para que io lancem imediatamente nacampanha.
Assembléias
Doido o dia 20 que o» Sindicatoomarítimos o suas Delegacias Regionaisreceberam instruções da Comissão In-torsindical para convocarem assemblé-ias gerais, visando a mobilizar todo oseu quadro social para desenvolver ¦campanha pela paridade. Os lideres
que aderiram ao movimento polo pari-dade são os seguintes:
Armando Maia, presidente do Sindi-cato dos Mestres de Pequena Cabalo-
gem; José Ananlas dos Anjot, dos Pro-ticos do Arrais do Rio do Janeiro; Wol-dir Gomes dos Santos, do SindicatoNacional dos Marinheiros; José Rlbol-ro da Silva, do Sindicato Nacional dosFoguiita»; Pedro Torres, do SindicatoNacional dos Taifeiros; Joaquim Porei,dot Motoristas; Firmino Fernandes, dosOperários Navais; Carlos Gerardi, doeEmpregados em Escritórios; WaldomarMonteiro da Silva, dos Carpinteiros Na-vais; Manoel Jerônimo Dias, da Uniãodos Portuários do Brasil, e Felipe Ra-mo», da Federação Nacional dot Par-tuáriot.
Conquistas parciais
Multai reuniões interminitteriali o
inúmera, oisemblélai ilndlcali precede-ram o docitão dos marítimas do dar
marcha-à-ró na greve articulada para
soro hora do dia 15. A solução conci-
NotaSindical
A AssembléiaDos Bancários
HA. (Londrina — Est d» Paraná).O consulente, que é dirigente sindical, secretário do sindicato da ca-
tegoria a que pertence, foi despedido — segundo alega — sem que Unhadado motivo, e somente em virtude da atividade que exercia. Nestas círcuns-táncias, pode o pátrio despedi-lo? „
— Tenho que, aJém d« unotivada, a despedida foi ilegal. O pátrio temo direito de despedir empregado não estável, quando bem entenda. Pagar*indenização e Aviso Prévio quando a dispensa foi Injusta. B ficara Isentodeste pagamento se o empregado tiver Incorrido em qualquer das faltasprevistas no art- 482 d» Consolidação das Leis do Trabalho.
Sendo estável o empregado, entretanto, a rescisão do contrato só é vá-lida em dois casos, a saber;
a) — quando o empregado cometeu falto e esta falta resultar, apu-rada em Inquérito Judicial, Julgada procedente. Lntao, com au-torizacão da Justiça, o contrato será desfeito.
b) - quando empregado e empregador concordarem, amigavelmente,com a rescisão do contrato, preenchidas as formalidades previs-tas no art. SOO da Consolidação: — assistência do sindicato e,à falta de sindicato, homologaçSi) da «autoridade local competen-te do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio ou da Jus-tica do Trabalho». , . _
O consulente, secretário do sindicato representativo da categoria pro-flssional a que pertence, é provisoriamente estável até quando P^durar_ainvesüdura, de acordo com o art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho,que dispõe: - «O empregado eleito para cargo de administração sindicai ourepresentação profissional não poderá, por motivo de serviço ser Impedidodo exercício de suas funções, nem transferido sem causa Justificada, a Juí/.odo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, para lugar ou mister qu..lhe dificulte ou torne Impossível o desempenho da comissão ou do mane ato >.Com efeito, despedir o empregado, em razão apenas de sua qualidade ü> :ii-rigiente sindical, é impedir o exercício dc suas funções, pondo entraves ao inredesenvolvimento da entidade. . .. „„
Os Tribunais do Trabalho, em pronunciamento expressivo tem si-fracado a tese de que o empregado exercente de cargo de administração sin-Il caW ProSr!aemen^ estável, durante o período da investida».
^UronA..em tal caso ilegal a dispensa, determinando > sua reintegração rias funçõesa^terSSteSpadas o condenando a empresa no pagamento dos saláriosa oue faria jus, se estivesse normalmente trabalhando.
O consulente, pois. deve dlrlglr-se à Justiça do Trabalho, pedindo asua reintegração, bem como os salários. „„í„„j.o„
Ò Supremo Tribunal Federal. Julgando hipótese semelhante, entendeuoue- - «Entendeu o Tribunal Superior do Trabalho que a mera indenizaçãoao empregado exercente de mandato sindical, com a conilnaçao de mula.orando dispensado Injustamente, frustraria o propósito da proteção visa Ia
peloTgislador e anotaria o amparo por êle pretendido, por ^.<f>> *«£
nização farão jus quaisquer empregado e a imposição de multa, por suaSuWadc,Tãoimpediria a violação da lei. Ê incensurável .resto que assimentende. O* empregado ocupante de cargo de administração ^ic^naojode,nor motivo de serviço, ser impedido do exercício de suas funções, nem se-cmer ransferido seniTcausa justificada. A decisão recorrida, deferindo a reln-
&áSReclamante, não violou o « 3» do art. 543 da Consolidação Traba-Ihista. Becurso Extraordinário não conheci-do;. Ac STF Ia. Turma (Itec. Ext. 34.67K),Rei.: .Ministro Mota Filho, publicado em an-diènciá ile 28-5-1957;, in Dicionário de Deci-soes Trabalhistas, B. Cslhelro Bonfim, ed. de1959, pág. 67.
CampanhaNovo Salário
Toda» as Comissões de Salário Mi-eimo já estão recompostas, e em con-dições de se reunir para julgar a ne-cessidade da revisão do» novos rii-veis salariais, em caráter excepcional.O SEPT (Serviço de Estatística e Pre-vidência do Trabalho) érgão encarre-
gado de promover o levantamento docusto da vida nas 22 Regiões e 55sub-Regiões de Salário Mínimo, já seencontra, por outro lado, capacittdo
para fornecer as certidões sobre o en«carecimento do custo da vida em to-do o território nacional.
Évèraldo Martins
Campanha de massasJá existem, portanto, todos os ele-
mentos indispensáveis para que se cui-de do imediata revisão dos atuais ni-veis salariais. Os líderes sindicais quese avistaram com o presidente da Re-pública, em Brasília, pediram ao pre-sidente Kubitschek a elevarão gereide 70*/. nos atuais niveis de saláriominimo, até 1? de outubro vindouro, ea promoção do rezoneamento, 90 diasupós a decretação do novo mínimo. ODiretor do SEPT, em conversa com areportagem, essegurou que o rezone-cimento poderá ser feito dentro de 120dias, desde que autorizado pelo mi-nistro do Trabalho.
Para tornar vitoriosos essas reivindi-cações, os lideres sindicais continuampromovendo assembléias em todo opaís, e endereçando telegramas e ape-los ao presidente da República e aoministro do Trabalho, exigindo a ime-diata revisão do salário mínimo.
A execeocionclidatle, como se sabe,
ApressarMínimo
só pode «er reconhecida se contar, a
»«u favor, com 3/4 do» voto» da Co-
missão do Salário Mínimo. A Comissão
o compo»ta de 5 representante» dos
anpregados, 5 do» empregadores, e
de um presidente, nomeado pelo Go-
vAmo Federal. Uso »ianiflca aue a ex-
cepcionalidade, em cada Região ou
sub-Reglão, só «erá reconhecida se
«ontar, no minimo, com doii votos dos
empregadores a seu favoi.
O ministro do Trabalho, »r. Batista
Ramo», vem promovendo demarches
junto ao» órgão» representantes da
Indústria e do comércio, procurandoconveneé-lo» a in«truirem o» seus re-
pretentante» para que votem pela ex-
cepcionalidade, con«iderando a eleva-
çõo brutal do custo da vida no pe-
ríodo compreendido entre novembro
de 1959, quando foram calculados os
atual» níveis salariais, e setembro cor-
rente. . . '
Sabe-se que é pensamento do minis-
Iro do Trabalho mandar convocar as
reunlõe» des Comiisõe» semente depois
que estiver assegurado o voto dos em-
pregadores a favor da excepcional)-
dade. Justamente por isso é que os
trabalhadora» continuam promovendomanifestações em todo o país, visando
a apressar o pronunciamento tanto das
autoridades como dos órgãos patro-nais. Os niveis de salário mínimo, con-
forme a lei, são revistos, normalmen-
te, de três em três anos. O reconheci-
mento da excepcionalidade é neces-
sário para que os novos níveis sejam
estebeleeidos e decretados, imediata-
mente.
ô» «figurões» do sindicalismo de anlanho, cevados no ambiente pli-ddo das reuniões assessoradas pelos agentes da Delegacia de Ordem Políticae Social, deveriam ter comparecido àquela assembléia-monstro que os banca-rios cariocas realizaram no último dia 15, no Teatro João Caetano- Ali, aocalor da Imensa mossa humana, eles poderiam verificar que os tempos re*l-mente são outros, e teriam motivos de sobra para acabar com as ridículasafirmações que continuam faiendo pela Imprensa, sobre «os processos coer-cltlvos usados pelos vermelhos no III Congresso Sindical Nacional.»
Fato curioso na assembléia dos bancários foi a semelhança das rui-dosas manifestações do plenário com as que levaram os presidentes daCNTI, CNTC e CNTTT o se retirarem do III Congresso Sindical Nacional.
A massa de trabalhadores presentes era outra. Também outros eramos pontos em discussão. Só uma coisa foi igual, tanto na assembléia dlosbancários como na sessão do III Congresso — a vaia maciça contra oorador que se colocou em posição oposta ao pensamento dos milhares dehomens e mulheres que ali estavam reunidos.
Como se vê, não sio os «vermelhos» que vaiam. Quem vala, quemcassa a palavra ao orador safado, quem o põe para fora do seu meio quandoéle surge como um provocador ordinário, é a massa de trabalhadore». Essamassa que adquiriu uma consciência de classe, a qual, infellimente, aindanão foi assimilada pelos homens oriundos do sindicalismo do Estado Novo.
Ninguém pode impedir as manifestações expontâneas, profundamenteautênticas dos trabalhadores que se reúnem para cuidar dos seus Interès-ses, quando êles percebem a ação dos elementos provocadores e dlvlslonis-tas. Os trabalhadores têm sensibilidade suficiente para saber quando umorador é safado mesmo, e quando, honest amente, defende uni ponto de vistacontrário ao da maioria. Neste caso, trava-se o debate; no outro, é o que seviu, tanto na assembléia dos bancários, como na sessão do III Congresso:uma vaia maciça para definir, sem rodeios, a repulsa, à tese defendida peloadvogado do diabo.
Os desertores do III Congresso Sindical Nacional teriam mais umalição e aprender com a assembléia dos bancários, que reuniu mais de cincomil trabalhadores nas empresas de estabelecimentos de crédito do Estado daGuanabara. Teria sido mesmo muito bom que êles tivessem ido até lá, aoinvés de estarem perambulando pela Europa e EUA, com os técnicos daORIT.
Huberto Meneses Pinheiro, presidente da CONTEC; Aluizio Pnlhano,presidente do Sindicato dos Bancários; c todos os demais líderes da corpo-ração que se encontravam na mesa (ta assembléia, cumpriram o seu papel,apelando a imensa massa de bancários que fizessem silêncio e deixassem ohomem falar. O apelo foi atendido em parte, mas nem por isso Huberto seretirou da mesa com os seus companheiros, como o féz Deocleciaiio, Parmi-glanl, Sinduipho e Campista no III Congresso. O orador bancário tambémnão se retirou do Teatro- Êle viu que a sua opinião era insustentável por-que chocava-se com a da maioria esmagadora dos seus colegas.
A assembléia dos bancários cariocas foi, por isso mesmo, um dos maispalpitantes exemplos da atual fase do sindicalismo brasileiro; a assembléiareuniu milhares de trabalhadores que já sabiam o que defender, do m sinomodo que sabiam o que queriam os delegados ao III Congresso. Os ex-cessos que às vezes ocorrem, com a verificação de vaias duradouras nos can-didatos a ovelha negra, podem ser corrigidos, jamais condenados. Essas ma-nifestações refletem o cresoente vigor do movimento sindical binsilelro.Quem não entende assim, está fora da realidade. É inútil se pretender, aessa altura, que as assembléias sindicaisse processem como no tempo das interven-ções ministeriais, numa serenidade artificial,alimentada a ponta de baionetas. Hoje ostrabalhadores são donos dos seus sindicatos.
íHilsón Azevedo
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— Rio de Janeiro, semana de 23 a 29 de setembro de 1960 NOVOS RUMOS 3 —
Denuncia Prestes em São Paulo:
Jânio Pediu Votos dos Comunistasem Troca da Legalidade do Partido
Falando em São Paulo, na capi-tal e no interior, que percorreu nosúltimos dias realizando grandes co-micios, Luiz Carlos Presles fèz no-vas e importantes revelações sóbreas manobras com que o sr. JânioQuadros procurou conquistar oapoio dos comunistas à sua candi-daturâ nas eleições de 3 de outu-bro próximo. «O sr. Jânio Quadros— disse Prestes — que em Recife elogo após em Porto Alegro vem deinvestir, com a mesma desmoraliza-da linguagem do almirante PenaBoto, contra os comunistas, numaevidente demonstração de desespé-ro diante da derrota que o aguardanas umas, é o mesmo que em finsdo ano passado e no inicio destemandava um emissário pedir-me osvotos dos comunistas, comprome-tendo-se, em troca, a dar todas asgarantias para a volta de nosso Par-tido à legalidade. Mas nós, que sem-pre nos orientamos por questões de{princípios — acrescentou — sabia-Vnos muito bem que o sr. Jânio Qua-dros. na sua condição de candidatodos imperialistas norte-americanosp dò" que há de mais reacionário eminossp País, visava apenas a sua elei-
ção para continuar no caminho dastraições aos interesses populares enacionais. E por isso continuamoscom o marechal Teixeira Lott, queé o candidato dos patriotas, que éum homem honrado e capaz de de-fender no Governo posições nacio-nalistas. E certamente por esse mo-tivo é que o sr. Jânio Quadros pas-sa a acusar os comunistas usandoa mesma linguagem do ridículo ai-mirante Pena Boto e da polícia.Com isto, no entanto, êle se désmas-cara mais uma vez, aparecendo talqual é, como um demagogo e anti-comunista, como homem de confian-ça dos imperialistas norte-america-nos e de seus agentes ém nossoPais». , ,"Rush" eleitoral
Prestes, que vem desenvolvendofebril atividade na campanha pelavitória de Lott e Jango, cruzou nasemana passada em vários sentidoso Estado bandeirante. Depois defalar em Araçatuba, Bauru e Tau-bate, esteve em Jundiaí e Campinas,Ribeirão Preto e Presidente' Pru-dente, de onde retornou domingo,via Londrina, à capital paulista pa-
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A palavra dc Prestessoma votos para Lott
Dezenas de milhares de pessoas ouvi-ram, na capital e no Interior de SSoPaulo, na semana passada, a palavraesclarecedosa de Prestes, que cruzou oEstado em vários sentidos.
Panorama A Plataforma de Jânioe o Retrato Entresuista
Em outro local desta edição, NOVOS RUMOS dedica uma de suas pá-ginas à publicação de um retrato de corpo inteiro do demagogo Jânio Qua-dros. A reportagem mostra como, em seis meses de campanha eleitoral,Jânio íoi completameate. desmascarado pelo povo, a ponto de já hoje terpraticamente desistido de aparecer como homem dc concepções démocrá-ricas e nacionalistas, para firmar-se em sua verdadeira face de instrumentodos trustes ianques e do latifúndio.
Como se quisesse dar a esse retrato o toque final e definitivo, Jâniotornou público, em Recife, domingo último, a sua «plataforma de governo».Embora" preiWule.ulo ainda embrulhar a sua mercadoria antinacional numalinguagem ambígua e coníusionistà, Jânio assumiu formalmente, em suaplataforma, quase tòclas ms posições reacionárias e entreguistas que ele antesprocurava negar.
Há mesmo um ponto em que Jânio se define sem reservas e sem sub-teriúgios, a favor dos interesses imperialistas norte-americanos: é na questãocambial. Não há no Brasil, atualmente, problema mais básico e premente.E tampouco ha problema onde as posições antagônicas dos nacionalistas edos entreguistas estejam mais claramente definidas. Os nacionalistas defen-dem o rígido controle - quando não o monopólio — do Estado sobre asoperações de câmbio, para que as receitas do pais em divisas estrangeirasnáo sejam manipuladas pelos grandes trustes ianques que dominam o nos-so comércio com o exterior. Os entreguistas, pelo contrário, defendem ainstauração do câmbio livre» como sistema oficial de operações cambiais,para que nenhuma resistência seja oposta à especulação dos <tubarões> nor-te-americanos cio comércio exterior, e para que as empresas estrangeiras nopais tenham dólares mais fáceis e mais baratos para as suas remessas delucros.
Todo o pais tem ainda fresca na memória a insuportável pressão exer-cida pelos imperialistas ianques, através do Fundo Monetário Internacional edos seus agentes no seiq do próprio Governo - o grupo Lucas Lopes-Ro-bertò Campos — para que o Governo brasileiro adotasse o sistema do «cám-bio livro. No jargão do FMI, esta operação de entrega de nossas receitasrm divisas estrangeiras é chamada de '..unificação das taxas cambiais». Napratica, ela se traduz na eliminação do -câmbio dc custo > para o financia-incuto das importações essenciais â população e ao desenvolvimento do pais,n:< supressão do chamado confisco cambial-, com o qual o Estado recuperauma pequena parle das escandalosas subvenções dadas por êle aos produ-toros e comerciantes do cate. e na eliminação das -categorias^- oficiais deimportação e exportação, com a.s quais o governo controla as operações co-mordais e cambiais com o exterior, para evitar que elas caiam inteiramentena,? mãos das «General Foods-/ e outros trustes ianques que aqui operam.
È a favor dessa reforma cambial, dita de «unificação das taxas cam-binis-. que Jânio se pronunciou, em sua -.-plataforma?. Diz êle, textualmente,que seu governo promoveria a «eliminação do confisco cambial, visando aobter a unificação das taxas cambiais de exportação e importação». Preci-samente esta foi a receita aplicada na Argentina pelos patrões ianques deiioiuli/i, e teve como resultado, em um ano (.1959), a queda da produçãoindustrial argentina em 10%, o aumento do custo de vida em 1009^ ç *implantação do regime de terior que vigora naquele pais.
Porler-se-ia alegar que essa manifestação entreguista, embora sobreum ponto básico, estivesse isolada na platarforma janista. Mas a reali-dade é bem outra. Jânio promete «combater a inflação.» principalmente atra-ves da redução do.s investimentos estatais — o que é outra das «recomenda-çôes do FMI repelidas pelo governo Kubitschek, — elogia fartamente osinvestimentos imperialistas e promete <oferecer ao capitalista estrangeirocondições justas de concorrência*, em vez de preocupar-se, como o marechalLott, com a necessidade de policiamento das atividade antinacionais dessecapitalista; promete «proteção e encorajamento ao ensino privado», alinhamdo-se, assim no campo dos comerciantes do ensino e inimigos da escoüapública; e ainda reserva espaço para uma ameaça aos democratas e ao mo-\ intento operário, aos quais chama, segundo o velho chavão, de portadores-dc ideologias incompatíveis com as componentes históricas da formação dopovo bi asileiro .
Haverá alguma ideologia mais incompatível com a formação históricade missa povo pio que a fabricada nos gtti- ________i¦ 11r.-, dc Wall Street, e defendida aqui porJânio g seus comparsas? E' a essa perguntaque c povo br silejio vai responder, em 3 deoulubiu, elegendo Lott.
Renato Arena
ra falar ali em dois comidos, emVila Formosa e Santana.
Dezenas de milhares de pessoas,que no curso desse «rush» de Pres-tes ouviram sua palavra, puderamBentir com mais nitidez os aspectosdominantes da situação nacional ea orientação que os comunistasapontam para a conquista de umavida melhor para todos os brasilei-ros. Abordando a questão do domí-nio dos trustes e monopólios norte-americanos sobre a nossa Pátria,Prestes traçou o paralelo entre aprosperidade e os lucros astronômi-cos auferidos por essas empresas e,a situação de miséria que caracteri-za a vida de milhões de brasileiros.«Êsse tipo de «ajuda» do capital es-trangeiro não nos interessa, porquenão é ajuda mas espoliação sem pie-dade do melhor fruto do trabalhodos brasileiros» — disse Prestes,apontando como exemplo a Light,que trouxe 30 milhões quando seinstalou t hoje somente de lucrosenvia à sua matriz, anualmente, amesma quantia.
Referindo-se ao problema da ter-ra, cujo monopólio pelos latifun-diários é a outra causa dos malesque torturam a vida dos brasilei-ros, Prestes desmascarou a chama-da «reforma agrária» do governa-dor Carvalho Pinto, simples refor-ma tributária que não atenderá, deforma alguma, nem mesmo numgrau minimo, às necessidades doscamponeses paulistas. E denunciouo governador janista pelas violen-cias praticadas em Santa Fé do Sulcontra os trabalhadores do campo,cujo líder Jofre Corrêa Neto vemde ser condenado a três anos de pri-são, com base na infame Lei de Se-gurança, simplesmente po1* ter de-fendido com coragem e lealdade acausa desses trabalhadores. Pres-,tes analisou as características dascandidaturas presidenciais, mos-trando a verdadeira face do sr. Jâ-nio Quadros e os motivos pelos quaisLott e Jango devem receber os su-frágios de todos os patriotas. «Acandidatura de Lott nasceu sem queêle o quisesse no mesmo 11 de no-vembro, quando o marechal se co-locou à frente do Exército para es-' magar'0 golpe imperialista já emmarcha e garantir a posse dos elei-tos. Sua candidatura, por outro la-do, é. a primeira em nossa históriaque nasce do próprio povo e não deconchavos nas cúpulas partidárias».
Entre outros vários pontos abor-dados por Prestes, Cuba figurou emdestaque, manifestando o povo, emtoda a parte, a sua enorme simpatiapela causa da revolução. «A lulado povo cubano é a nossa luta —disse Prestes — e, se os imperia-listas norte-americanos consuma-rem a agressão que projetam, nos-sa solidariedade não faltará em ne-nhum terreno».
Povo esmagou provocaçõesem Taubaté
Em Taubaté, na primeira partedo comicio, antes de Prestes ocupara tribuna, provocadores jànistaspostados na frente do comitê da«vassoura», junto à praça onde serealizava o «meeting», tentarampromover desordens, apoiados nu-ma aberta benevolência das autori-dades policiais presentes. Mas areação popular não se fèz esperare os provocadores foram postos cmfuga. Pouco depois, Prestes dirigiaa palavra ao povo e somente osaplausos entusiásticos da multidãointerrompiam o seu discurso. E ocomicio, de proporções sem prece-dentes na cidade, terminou sem maisqualquer alteração da ordem. EmJundiai, na Praça da Matriz^ cercade 5 mil pessoas compareceram aocomicio, em que também falaram odeputado Luciano Lepera e o verea-dor Antônio Galdino. Uma hora de-pois, Prestes falava em Campinasdiante de considerável massa popu-lar. Provocadores jànistas lambemsurgiram na oportunidade, mas fo-ram prontamente dominados porelementos do próprio povo. Outrosoradores do comicio foram os lide-res sindicais Victorio Chinaglia, Pe-dro Segundo Simionato e FlorianoDezen, bem como o deputado Le-pera.
Em Ribeirão Preto
Ao chegar a Ribeirão Preto, nasexta-feira, Prestes foi recebido porinúmeros patriotas, entre eles o vi-ce-prefeito do município, dr. Orlan-do Jurca, dirigentes locais do PSB,lideres estudantis e dirigentes sin-dicais. Ainda no aeroporto LeitoLopes, abordado pelo repórter SilvaBueno, da Rádio Cultura, Prestesdirigiu uma saudação aos ribeirão-pretanos, respondendo lambem avárias perguntas sóbre problemas
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Prestes aclamadoem toda parleda atualidade politica nacional e in-lernacional.
Depois de receber inúmeras vi-sitas de personalidades locais, na re-sidência onde se hospedou, ínclüsi-ve delegações de vários municípiosvizinhos, Prestes compareceu à noi-te a um comicio na Praça 15 de No-vembro. Ai cerca de 5 mil pessoasaguardavam a sua palavra. Depoisde falarem os srs. Antônio Girotto,Ramão Fernandes, Antônio Vieira
vpiJSaciano Lepera,.«Prestes ao asso-mar à tribuna foi acolhido por umaverdadeira ovacão. Mais tarde, odirigente comunista dirigiu-se nova-mente ao povo, desta vez através daPRA-7, Rádio Clube, numa entro-vista gravada.
Em Presidente PrudenttEm Presidente Prudente, na Al-
t.a Sorocabana, Luiz Carlos Presteschegou às últimas horas do dia se-güinte, recebendo festiva recepçãono aeroporto, onde se encontravauma pequena multidão, entre osquais o vice-prefeito municipal dr.Hugo Lacorte, dirigentes de váriospartidos e gramde número de jovensestudantes. O automóvel conduziu-do Prestes deixou o local precedidode motociclistas fazendo as vezes debatedores e seguido de diversos car-ros, rumando para o centro cia ei-dade.
Sempre num ambiente dc vivaexpectativa popular, Luiz CarlosPrestes chegou ao palanque naPraça da Bandeira sob a chuvaque caia, sem que, no entanto, nin-guém abandonasse o local. Depoisde falarem alguns oradores, entreos quais o camponês João MiguelCorrêa, o módico José da SilvaGuerra e o vice-prefeito Hugo La-corte, Prestes iniciou o seu discür-so entre vivas da multidão, a maiorjá concentrada em comícios politi-
Cada comício realizado por l-iilz Carlos Prestes foi marcado pela vibrado dosnncMiiitlistas de tôdáa as correntes políticas que se unem em rorno das randt-ilnfiiras de Lott e .lanço. Prestes foi aclamado em tAda a parte, siiccdendose asdpnionsitràçOcs de carinho do povo para com o lítlrr comunista. Na foto éle apareçaquando subia ao palanque de onde falou, na Praça Quinze, em Ribeirão Prèt,).
ros naquela praça, e por várias vê-zcs teve de interromper as suas pa-lavras diante dos aplausos.
Para chegar à noite a São Paulo,Prestes teve de descer domingo pe-Ia manhã a Londrina e, assim podertomar o avião que o conduziria à ca-pitai bandeirante. Coincidentemen-te, no mesmo instante em que o li-der comunista desembarcava de umtáxi aéreo, o marechal Lott. e suacomitiva, que haviam realizado nanoite-anterior um comicio na me-Irópole do Norte do Paraná, toma-vam avião para outras cidades doSul. Prestes e Lott, pela primeiravez depois de longos anos, reviram-se de perto, cumprimentando-se.Mais dois comícios emSão Paulo
Domingo à noite, perante um au-ditóriõ fie mais de ã mil pessoas,
constituído de famílias inteiras detrabalhadores, Luiz Carlos Prestesfalou em Vila Formosa, na capitalbandeirante. Antes dele usaram dapalavra o sr. Luis Firmino de Li-ma, dirigente sindical; Ramon Fer-nandes, pelos comunistas da locali-dade; dr. Anselmo Páscoa e o es-tudante João Carlos Marinho.
Em Santana, também na capitalpaulista, duas horas depois, Prestesnovamente dirigiu a sua palavra aopovo, sendo, no transcorrer de suaoração e principalmente ao retirar-se, cntusiàsticamente aplaudido.Neste comicio falaram também ossrs. Euripedcs de Castro, do dire-lório do PRT; Raimundo Santos, doComiiê Metropolitano Lott-Jango;Miguel Costa Júnior, Luís Tenóriode Lima e Luis Cristofolcti, dirigen-les sindicais; Nelson Proeriça, Cel-so Barroso e Maurício Varela.
Curitiba Recebeu CabotDando Vivas a Fidel
CURITIBA, L3 (Do Còrrespon-dente) — A «visita» do embaixadornorte-americano a Curitiba, queacaba de encerrar-se num clima me-lancólico, constitui-se numa vibran-te manifestação do povo çuritibanoem favor da revolução cubana c derepúdio à intervenção imperialistados Estados Unidos em Cuba. Aochegar à Capital paranaense, mr.Cabot encontrou a cidade cobertade saudações a Cuba. Nas ruas docentro, por onde passou o carro doembaixador, lia-se no asfalto, emenormes letras brancas, centenas de\ézes, «Viva Cuba» e «Viva Fidel».Estudantes e operários paranaensesfizeram publicar manifestos vigoro-sos, através da imprensa, de protes-
Fora de RumoNoticiou-se que as diretrizes de
governo do sr. Jânio Quadros, dc-pois dc elaboradas c batidas á má-quina, ficaram aguardando divul-gação quinze dias, devido à trans-ferencia do comicio cm que, noRecife, o candidato da 'IlansmisLatin American Lettèrs1.' ia lc-las.Causa alegada para adiamento: umtemporal.
A historia desse temporal só podeser acreditaria no Sul, Em Per-nambuco sabe-se que no dia dncomicio de Jânio havia apenastempo nublado. Sóbre as verda-deiras causas do adiamento háversões contraditórias, uma dasquais alusivas á intemperança dòestadista que pretende moralizaro pais.
Setenta e duas horas antes daleitura dessas diretrizes, a seremconhecidas se não chovesse porfora ou por dentro do sr. Qua-dros, um jornal revelou alguns dcseus pontos, entre os yuais ligu-
ram "liberdade relativa para nscapitais estrangeiros" e, quanto aindustrialização, "crédito fácil ápequena empresa" c "desenvolvi-mento sem sacrifício desmedido doelemento humano".
As Idéias, segundo o marxismo,tem uma grande importância. Masp necessário que saibamos de ondeelas vèm. "A forma que a.s idéiastomam no cérebro dependem decircunstâncias", diz Feuerbach. Nocaso das diretrizes do sr. Jânioadiadas cm face de uma simplesameaça de chuva não devemos darexcessiva importância a cinscuns-tâncias de ordem gastronômica.A mesquinharia com que o can-didato entreguista alude ao pro-blema da industrialização, preten-dendo atribuir à grande indústria"desmedido sacrifício do elementohumano" e o caso da "liberdaderelativa" pura o capital estran-Relro, de cuja influência predo-mlnante nós é que ainda não te-mos liberdade absoluta, Indicammuitu bem a.s circunstâncias que
to contra a politica de rapina ado-tada pelo Departamento de listadona América Latina e, especialincn-te, em relação a Cuba.
O edifício onde tem sede o «Cen-Irq Cultural Interamericano», quepatrocinou uma conferência do em-baixador ianque, estava cercado porinscrições de saudação a Cuba. E«-sa manifestação de repúdio do povoParanaense, à política imperiaUstarepresentada por mr. Cabot foi tãoeloqüente que o jornal conservador«Correio do Paraná» noticiou a che-gada do embaixador Cabot com es-ta manchete: .«Embaixador JohnCabot recebido com vivas a FidelCastro»
Paulo Motta lima
imprimem no cérebro do sr. Já-nio Quadros suas idéias tantas vê-zes denunciadas, que são as deficar o desenvolvimento da indús-Iria de base nacional.
Sabem os norte-americanos queestão fazendo, quando aplaudem,com a falta de malícia que os ca-racteriza, a candidatura JânioQuadros, chamando cm suas agen-cias telegráficas "o candidato pre-sidcncial", como se fosse o únicolançado no pleilM. O único, para
Com ou sem chuva, os pernam-bacanos só vieram a ter conheci-mento das diretrizes do sr. Jâniopoucos dias antes da eleição. Oex-governador dc São Paulo pro-cura para ésse atraso uma expli-cação. Disse que o governo nãotem facilitado "um levantamento-sereno e objetivo das atuais con-dições do pais". Duas semanas an-tes do 3 de outubro. Jânio des-conhecia as atuais condições dopais...
.... „¦¦,¦.-. 1.
NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 23 a 29 de setembro de 1960 -
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Kubitschek Uniu-se a RecifePara Exaltação de Lott-Jango
Vou votar emLott e Jango
Sérgio:Palácio
Apoiado em seu prestigio popular, o presidente Juscelino Kubitschek reafirmou no Recife.por insistência de dezenas de milhares de trabalhadores que o receberam, que votará* a3 de outubro nos candidatos nacionalistas Lott e Jango. Falando ao povo, ]K disse queconhece bem c admira as profundas convicções democráticas e nacionalistas do marechalHenrique Lott.
Favorito Para oGuanabara
O deputado Sérgio Magalhãeschega ao 3 de outubro como o verda-deiro favorito na eleição paro e gevêr-ne da Guanabara. Dos seus três adver-sérios, Mendes de Moraes nunca che-
geu a existir realmente, a nãe ser como«faixa» de Lacerda; Tenório, que tevecerto impulso quando estava sozinhona área popular, foi quase inteiramen-te dominado pela campanha de escla-recimento empreendida pelas forçasnacienalistas e populares que passarama apeior Sérgio; desmascarada aoselhes de tede e povo cerne umnegeeista e ladrão d dinheiro com os anegocista e ladrão do dinheiro público,além de entreguista e reacionário, prà-ticamente está reduzido aes seus redu-tes tradicionais de lanterneiros. Sérgiosurge, assim, cem amplos possibilidadesde vitória, apoiado pela aliança popu-lar e nacionalista que se formou omtime de sua candidatura, independen-temente, o mesmo contra a vontade dascúpulas partidárias.
O próprio surgimento da cândida-tura nacionalista como aspirante real àvitória se transforma em fator de seureforçamento. Muitos setores pessedis-tos, que até há pouco preferiam enten-der-se cem Lacerda, para o apoie oedivisionista Mendes de Moraes, já ege-ra são instados a aderir à corrente ser-
gista, porque se vêem na iminência de
perder duplamente: com Mendes e comLacerda. Inúmeros vereadores e condida-tes a deputado do PSD estão assim dei-xando de lado a trama de Mendes deMoraes, e passam abertamente a apoiorSérgio.
Por esta e por outras razoes e sr.Augusto de Amaral Peixete, |á na sema-na passada, era o único dirigente pesse-dista carioca a continuar ostensivamentedefendendo a manutenção da condida-tura Mendes de Moraes. Isto se entende,
porque e irmão do Ministro da Viaçáo é
velho companheiro de negócios e fonas
de Lacerda e trensfermeu-se inegável-
mente em instrumento do Corvo de le-vradio; mas êle está isolado e não con-seguirá empurrar sòsinho e centra a cor-rente o barco furado de Mendes de Mo-raes. O vereador Frederico Trota, líderde uma das mais fortes clientelas poli-ticas do PSD carioca, já anunciou queencabeçará um grupo de dirigentes«descontentes» para propor ao Direto-rio Regional de seu Partido a retirada deMendes de Moraes e o apoio a SérgioMagalhães.
Iste processe de decomposição defrente divisionista de PSD arrebentou deforma pública e espetacular ne entre-vista dada à imprensa, na semana pos-soda, pele lider de Maioria ne Câmarades Deputados, e porta-vez oficial de
presidente Kubitschek, deputado Abe-lorde Jurema. Criticando asperamente aação lacerdista da candidatura Mendesde Moraes, reconhecendo que ¦ verde-deira luta na Guanabara se trevo entreSérgio e Lacerda e, mai saindo, eflrmen-do a sua convicção de que e candidatenacionalista marcha para uma grandevitória sobre e negeeista e entreguisteLacerda, o deputado Jurema deu a pro-va pública de que o sr. Kubitschek e acúpula nacional pessodista, se de inicieestimularam e lançamento de Mendes,com vistas a seus próprios planos conti-nuístas, já não se interessam mais piilamanutenção desse candidatura. O liderda Maioria foi ainda adiante, o propôsclaramente a retirada de Mendes, dandeassim, a um só tempo, um dure golpe ne
que ainda restava da candidatura deseu Partido, o uma demonstração de fre-
queza o incapacidade de decisão perparte do Partido de gevlmo.
Rompendo vigeresamenle de seio dasforças populares —¦ socialistas, cemunis-tas, lideres sindicais e setores mais cem-batlvos de PTB — a candidatura Sérgiovenceu a resistência das cúpulas, e pe-netreu vitoriosamente nos eampos dis-
pulados por Mendes e Tenório. O ve-reader Meuráe Pilhe e e deputede Che-
gei Freitas — aquilo ostensivamente oêste guardando ainda certas aparências— que representam quase tada a forçado PSP na Guanabara, se recusaram aendossar o apoio negociado pelo sr.Adhemar de Barros a Tenório, e decidi-ram-se pelo apoie a Sérgio. A mesmacorrente sergista está empolgando osdemais partidos que têm vinculaçôes nasáreas populares da Guanabara —PST, PRT, PTB, PSB — e arrastará sem*dúvida em 3 de outubro a esmagadoramaioria do eleitorado desses partidos.. .
RECIFE, 18 (Do Correspondente)— Fazendo com os dedos da mão o«V» da vitória e o «L» de Lott, os aplau-sos ruidosos o entusiastas do uma grandemultidão, o Presidente Kubitschek ter-nou-se o centro, ne Recife, de uma dascalorosas manifestações de apoio popu-lar às candidaturas nacionalistas de Lotte Jango já assistidas na Capital pernam-bucana. Toda a visita do presidente aesta cidade, que tinha oficialmente o
propósito de servir à entrega de titulode «Cidadão de Pernambuco», e «Ci-dadão do Recife», oferecidos a êle peloslegislativos, estadual e municipal, trans-formou-se em comício pró-Lott-Jongo.
Na cerimônia da entrega do títulode «Cidadão de Recife», realizada noTeatro Santa Isabel, onde foi aplaudido
por uma compacta massa popular, queextravasava pelas proximidades do edi-fício, o presidente de inicio evitou refe-rir-se à sucessão eleitoral, até que foiconvidado a pronunciar-se sobre a es-colha de seu sucessor, por popularesque o ouviam. O sr. Kubitschek atendeuimediata o prazerosamente ao convite,afirmando que não hesitava em repetirne Recife a recomendação que vem fa-zendo a todos os brasileiros, para quevotem maciçamente no marechal Lott eem João Goulart. Ele recebeu então osmais calorosos aplausos com que o povopernambucano e agraciou. Durante vá-rios minutos, quase toda de pé, a assis-tência o aplaudiu, dando vivas aos can-didatos nacionalistas.
Heras depois, durante a inaugura-. ção de um edificie de IAPI, o presidentededicou a maior parte de seu discurso aum demorado elogio ao marechal Lott.Referiu-se ao patriotismo o à cohvic-
ção democrática demonstradas pelo ma-rechol Lott, quando se pôs à frente demevimento de 11 de novembro, paraderrotar os golpistas que pretendiamimpedir a posse dos eleitos pelo povo,Afirmou que a eleição do marechal re-presentará para o nosso povo a segu-rança de que teremos cinco anos de
progresso e desenvolvimento, e fêz umveemente apelo a seus correleglonáriospara que lutem com energia pela vitóriade Lott e Jango. Cada vez que suas pa-lavras eram saudadas pela entusiásticaevação popular, o presidente respondia
fazendo os gestos característicos dacampanha do marechal Lott o «V» e o«L».
Ao deixar o Teatro Santa Isabel,o presidente Kubitschek chegou a parti-cipar de um comício de rua, em favordos candidatos nacionalistas. Atendendoao convite de um grupo de estudantes,que o alcançaram da densa multidão
que o cercava, o presidente subiu a umcaminhão, estacionado em frente aoTeatro, para participar de um comício-relâmpago nacionalista. Ao lado de umoperário têxtil, de líderes estudantis, edo vice-prefeito Lima Cavalcanti, o Pre-sidente tornou então a exaltar as can-
Vereadores deRibeirão PretoSão Todos Por Cuba
Ribeirão Preto, 19 (De correspon-dente) — A Câmara Municipal de Ri-beirãe Preto o e Diretório Municipal doPartido Libertador, nesta cidade paulis-ta, receberem à semana passada umamensagem do Encarregado de Nego-cios de Cuba no Brasil, sr. DomingosCompany agradecendo a solidariedade
que derem à revolução cubana. O fatoocorreu em decorrência de uma resolu-
çãe aprovada pelo Diretório Municipalde PL, manifestando repulsa por qual-quer intervenção que atingisse o sobe-ronia política e o vide econômica da
nação cubana. A resolução foi apresen-tada pelo vereador Moacir Alves Pau-iine à Câmara Municipal, que tambéma aprovou, per unanimidade, encaml-nhando-a ao Presidente Kubitschek, àOrganização dos Estados Americanos,e à Embaixada de Cuba.
A carta do diplomata cubano ex-
pressa um «profundo agradecimento
pelo apoio e a solidariedade prestadaao povo cubano, que luta per sua inde-
pendência econômica o soberania poli-
tica».
Carta do SertãoDiputado Carro Lacerda:tá feia a situação.Um Jorná chamado «HOJE:chame meei d* ladrSo.
Vassamice quis troeiaquilo qui num é seudando pur mais do valo.Safadeaa do douto...ma« desta vez num valtu.
Noa pur ca lemo a nurlea,o doutfi deve U lido.Oi decumento qui provamforam tombem cunhioido.(Cum licença da palava)meeê é munto sabido!!
Deu» nos defenda, doutd,de vasmlcê sê Inleito.Mermo tando sem mandaquer* toma desse jeito?Caroule tando mandando..o douto fica babandoatrás de morde o peito.
Eu vi o doutfi falandoonte na tllivisSo.Nem slqué se defendeudessa pecha de ladrão.
Doutfi Serjo Magalhins,nunca robô da ninguém.Jâ disse, pubrloamente,qui deve o pfico qui tam.
O Istado da Guanabarapercisa dessa Ingenhêro.Home nobe, de talente,louvava de pensamento,cem pur canto braslltro!
¦ratilêro inte na efi!DoutA Serjo A bronziado.CabAco pernambucano,valente, deaaçombradoíAmigo de todo mundo,humirde, forte • honrado!
Purisao, doutA Lacerda,vasmlcA fiou* ciente.No df* trAa de outub»do voto de nossa gente:« Serjo coma II disseo doutA Jango pra Vice• Late pra Prlsldents.
Quem nesses trAs num votAA um farço brasilArolPalavas dum nordestino:o seu puAta vaquéro.
TJM*)ÊÍÊÊÊamM\mm\x.a*ma*amMàwmmm aS-Uiie lj •»
WW' ,^^B^eM ifltaaV^H raeHfieleael W.L «W |w. mm mw*^ ~ ^Wm Mr:H ¦r^asG**** '^LaeH^Vsfl mmT^ '* ^^'^eaeae^^^kael LH ^*!Iil
1 IP oWee.^el Lr^ae»*^- fl BattearGeULstaaeatoW_ *MZMÊm\\r^ ~'m\' Meleaeaaaeaei LaaaaT Vfc~R f* r* ftH S^^ TSzeH HK^Jajarf*w ¦¦ B '^"'s/i %ll Iti KJíbI aff)
I BbIw. 'Il ¦¦ Er fl »-, Hsar
fdidaturas de Lott e Jango, recomendon-do-as ao povo, que recebeu suas pala-vras com um entusiasmo inexcedível.
A imensa popularidade e o indiscu-tível favoritismo do marechal Lott no Re-cife foi reconhecido pelo PresidenteKubitschek, que declarou, ao iniciar a
exaltação do candidato nacionalista nainauguração do edifício do IAPI; «Sinto,desde que cheguei ao Recife, que a aspi-ração geral do povo desta cidade é a de
que me pronuncie em favor de Lott eJango. Faço-o com prazer, pois continuocada vez mais integrado nos princípiosnacionalistas e democráticos que orien-tam as candidaturas de Lott e Jango»
Com Apoio no PovoTancredo Promoveráo Progresso de Minas
Às vésperas do pleito, a situaçãodo candidato nacionalista ao governode Minas, Tancredo Neves, apareceainda mais segura e vitoriosa do queno início da campanha eleitoral, quan-do sua eleição em 3 de outubro já eratida como certa. As diversas tentativasde sabotagem à sua candidatura — olançamento da candidatura RibeiroPenna, o movimento divisionista enca-beçado pelo sr. José Maria Alkmin, etc.— não surtiram o efeito esperado pe-los seus autores, ou seja, o fraciona-mento do PSD mineiro e o enfraqueci-mento da aliança PSD-PTB-PR, queapoia o candidato nacionalista. Por seulado, o sr. Tancredo Neves soube em-
preender uma campanha de esclareci-mento da população mineira, e de di-vulgação de seu programa nacionalis-ta, percorrendo praticamente todos osmunicípios do Estado, e com isso fir-mou-se na simpatia da gente de Mi-nas.
O exemplo de Ribeiro Penna é li-
pico. O quase senil político mineiro doPSD foi lançado como candidato à go-vernança com o claro objetivo de tirarvotos de Tancredo, afastando deste se-tores do PSD e do PR, e assim forta-lecer a posição do candidato udenista,sr. Magalhães Pinto. Mas o movimentodivisionista foi neutralizado, a ponto deo tiro «sair pela culatra»: hoje, os pou-cos eleitores prováveis do sr. RibeiroPenna vêm do campo udenista. Dai oanunciado movimento pela retiradadessa candidatura, em favor do sr. Ma-
galhães Pinto, que é prevista para dias
, antes do pleito.Tampouco o sr. José Maria Àlk-
min logrou êxito em sua tentativa desabotagem a Tancredo. Frustrado emsuas ambições políticas — pretendia serêle próprio o candidato do PSD — oex-ministro da Fazenda esteve na orl-
gem do lançamento de Ribeiro Penna.Repetindo entretanto a sua conhecida
qualidade de homem hesitante, retirou-se à última hera do movimento, com aesperança de arranjar uma compensa-ção pessoal por sua omissão. Esperousem êxito durante mais de um mês, atédesistir, e aceitar o entendimento comMagalhães Pinto, que o lançou comocandidato a vice-governador, pelo PDC,na chapa de Ribeiro Penna. Sua ação,contudo, foi imediatamente repudiada,
pela quase unanimidade dos diretóriosdo PSD estadual, que manifestaram de
público a sua solidariedade com o es-
quema Lott-Tancredo.Para completar a desmoralização
de sua atitude divisionista, o sr. Alkminfoi visto em campanha eleitoral no in-terior mineiro utilizando um avião de
propriedade do sr. Magalhães Pinto.Hoje, êle está reduzido praticamenteao apoio que receba da imprensa dosr, Assis Chateaubriand, a quem se li-
gou recentemente por laços de família,e do sr. Magalhães Pinto. Mas, denlrodo próprio PSD, o número dos que oacompanham é insignificante, segundolevantamentos feitos pela direção déstePartido.
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neiro, dando apoio constante às rei-vindicações populares e surgindo comoum vigoroso defensor de uma políticade desenvolvimento nacionalista parao Estado.
Essa política está consagrada no
programa de governo de Tancredo Ne-ves, que se divide em quatro «metasv:educação, saúde, agropecuária e in-dustrialização. Tal como o marechalLott, o candidato nacionalista em-Mi-nas inclui a meta da educação entreas mais importantes. <:0 analfabetismo— disse êle — pode ser consideradoo maior flagelo em Minas. Uma verda-deira praga, que constitui sério obstá-culo ao progresso e desenvolvimento doEstado». Daí a sua meta: destruir com-
pletamente, en cinco anos, a praga doanalfabetismo em Minas, através daconstrução de mil- e quinhentas novasunidades escolares, e do reforço e aper-feiçoamento da escola pública.
A construção de arande númerode hospitais, creches e postos de saú-de, o levantamento de uma extensarede de silos para o estimulo à pro-dução agrícola, um vasto programa deconstrução de estradas pavimentadas,são outros pontps do «programa demetas» de Tancredo Neves. Sua princi-pai preocupação no terreno econômi-co, entretanto, é o aproveitamento dosimensos recursos minerais do Estado,não sob a forma de privilégios paraexportadores ianques, mas através da
criação e estímulo ao desenvolvimentodo parque industrial do Estado.
aguarde:
BRASILSÉCULO XX
NOVOS RUMOS
DiretorMário Alves
Diretor ExecutivoOrlando Bomfim Júnior
Redator CheíeFragmon Borges
SecretáriaLuiz Fernando Cardoso
GerenteGiittemberg Cavalcanti
RedatoresRenato Arena, Paulo Motta Lima.Nilson Azevedo, Fausto Ciipertino,
Rui Facó, Solon Pereira Neto
Redação: Av. Rio Branco. 257. Wandar, S/1715 - Tel: 43-7344Gerência: Av. Rio Branco, 25",
9' andar S/905SUCURSAL DE S. PAULO
Metas para o povoO segredo da solidez da cândida-
tura Tancredo Neves está na sua iden-tificação com a corrente nacionalistae popular que já domina a vida poli-lica mineira. Durante I ô d a a gestãoB I a s Fortes, Tancredo caracterizou-secomo representante do setor mais na-cionalista e progressista do governo mi-
Rua José Bonifácio, 29 - 10'andar — S/ 103
Tel: 37»T 64Endereço telegráfico —
<NOVOSRUMOS>
ASSINATURASI Anual Cr$ 250,00
Semestral > 130,00j Trimestral » 70,00; Aérea anual, mais CriÇ 100,00;I semestral, Cr$ 50,00; trimestral,
Cr$ 30,00.Número avulso Cr$ 5,00
] Número atrasado > 8,00
3.000 jovens desfilaram no Maracanãzinho
0'""Poeta- Vaqueiro
Domingo último foi inaugurada noMaracanãzinho a V Semana de Educa-ção Física, com um grande desfile decerca de 3.000 jovens. Depois de ace-so o Fogo Simbólico e realizado o des-file, os atletas e o público presentescantaram o Hino Nacional.
Com a participação de 22 educan-
dários, foram iniciadas, após o desfile,as competições do XIX Campeonato In-lercolegiai de Desportos.
As festividades e competições daV Semana de Educação Física são uma
promoção do Departamento de Educa-ção Complementar da Secretaria deEducação.
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Rio de Janeiro, semana de 23 a 29 de setembro de 1960
Notas Sobre LivrosO mais recente lançamento d» editor» Vitória é o livro do historiador
soviético Li Vladimirov — A Diplomacia do Dólar, em tradução braslPtrade A. Guedes e Z. Aiambert. fi um interessantíssimo estudo histórico sobrocerto período da diplomacia de Washington — o da guerra hispano-norte-americana de 1808, da qual resultou a perda, por parte da Espanha, dasFilipinas, de Cuba, de Porto Rico e de outras possessões menores, que pas-Miram ao domínio e ao protetorado dos Estados Unidos. .
Escreve o autor: «O presente livro nâo é senão uma tentativa de «sela-recer o verdadeiro caráter da diplomacia dos E.U.A. no período de forma-çáii do imperialismo norte-americano e seu papel na preparação da conquistadis colônias espanholas». Na elaboraçái© do livro, L. Vladlmlrav apoiou-seem abundante bibliografia e sobretudo em documentos e materiais de ar-quiv.i, principalmente de fontes norte-americana. Trata-se portanto de umaobra feita Jt luz de rigoroso critério cientifico, com a análise dos vários pro-hlemas econômicos e políticos que. condicionaram a guerra hispano-norte-americana de 1808, c com a caracterização das manobras diplomáticas que aprecederam e sucederam.
Escrevo ainda o autor: «A análise das concepções • métodos de poií-tica exterior da diplomacia norte-americana na época da guerra contra aImpunha permite também compreender melhor os planos agressivos qne hojearquitetam alguns círculos dos E.U.A., uma vea que se observa certa con-tlnuiilade na politica exterior e nos métodos da diplomacia deste pais». Estac com efeito a lição fundamental que o autor nos transmite, e isto emprestaao seu livro, a par de sua importância propriamente histórica, um acenltuadosabor de candente atualidade.
A «diplomacia do dólar» — que é a politica ditada ao Departamentode Estado pela potência do dólar — se exerce sob múltiplas formas, porémtendo cm vista, em todos os («sos, a dominação Imperialista. Uma de taisformas; cuja aplicação é feita ostensivamente «m nossos dias, pade ser qua-liflcado de «diplomacia com dólar» — ou seja: a diplomada do suborno eda corrupção mediante empréstimos concedidos a governos dos paisea do-minados ou que se pretende dominar. O Brasil se acha precisamente enqua-(liado nesse sistema diplomático, no qual os nossos governos aparecem inva-riàveimente de chapéu na mão, a pedir ou a receber alguns nmtaã d* dólar.Ainda há pouco, na conferência de Costa Bica, o Chanceler Horáclo Liferlá estava na postura humilhante, e agora mesmo voou pura a Capital dodólar, o ministro Pais de Almeida, que aliás é um agente conhecido dosmonopólios americanos em nosso Pais, a pedir, * implorar, a esmolar o que«nos cabe» dos 500 milhões prometidos em Costa Rica.
O livro de L. Vladimirov nos ajuda também a compreender o sentidoexato da diplomai-la do dólar no concernente às suas íórmub-s de «unidade»de interesse, aspirações e ideais do «hemisfério americano». Na guerra oontraa Espanha, em 1808, a mesma politica e os mesmos métodos foram aplicadospelo Governo de Washington, tanto cm relação a Cuba quanto em relaçãoàs Filipinas: os mesmos métodos cínicos e brutais para «justificar» a mes-ma política de dominação e rapina. Hoje é a mesmíssima coisa — tanto emrelação aos demais paises do hemisfério quanto em relação a Formosa, kCoréia do Sul, ao Japão, às Filipinas, ao Irã, etc, etc. Na realidade, •«hemisfério» da política imperialista norte-americana alarga-se até ali ondepodem alcançar as suas garras arrogantes e insaciáveis. E a sua raiva r«-(Tiidesce até o delírio ao sentir que semelhante «hemisfério» começa a «»-troifcar-se cada dia mais, tudo levando a supor que dentro de pouco tempoêle terá desaparecido até mesmo das nossas fronteiras latino-americana*.O exemplo e a lição de Cuba, na hora pre-sente, estão nos mostrando, de maneira eon-tnndente, o que em verdade significa a«unidade do hemisfério» para os diplomatasdo dólar que fazem funcionar o Depaitta»mento de Estado.
NOVOS RUMOS
Aslroíiido Fv
Uma LutadoraLeitor deste nosso querido Jornal (Náo é verdade que «Novos Rumos»
está um grande jornal, bem feito, sempre claro e limpo nas suas atitudes?)manda-me um recorte onde se lê que há, nesta cidade, uma senhora oomoitenta e clnoo anos de Idade, acompanhando todos os movimento* políticosnacionais e estrangeiros. Chama-se D. Leontina e lê a «Gazeta de Noticias»desde criança. Todos nós sabemos do passado desse jornal, fundado em1875 por Ferreira de Araujo e que está merecendo ou precisando d» alguémque escreva sua longa- e bela história, participante que M das luta» do povobrasileiro. '
Não me espante a vida longa e bela de D. Leontina. Ela vem «go»declarar que «empunhou com decisão a verdadeira bandeira da ReíormaAgrária» esperando que o jornal que ela deade pequenina lê, também o faça.Nâo pode aceitar que o jornal de Ferreira de Araujo no qual acompanhours campanhas da abolição da escravatura a pela República, nio tenha «on-tinuadb a lutar, como ela própria o fas, pelas causai mala necessárias aoBrasil. Louva Fidel Castro de quem se declara fi incondicional e terminasua carta e a entrevista que deu à «Gazeta de Notícias» dizendo que vat vo-ter no marechal Lotft.
Grande e bela lutadora essa mulher que aparece sorrindo num re-trato de jornal, com a cabeça toda branca, mas afirmando sem medo sus»convições políticas. Grande e bela lutadora que os anos nio tornaram maisíraca e que não se deixou convencer pelos preconceito* que transformam osvelhos em pessoas apáticas e sonolentaa. Nio é velha, nio envelheceu, donaLeontina. Os anos que viveu foram muitos e por isso mesmo forttflcaramiiajiara que não deixasse de ver e sentir os problemas do povo brasileiro quesão também os seus problemas. Não pediu para si — leio Isso na reportagemou melhor, no recorte que o leitor me mandou — nada; nio quis um tituloqualquer desses que enchem várias pessoa* desa cidade, uma única razãolevou-a a vir de público dizer à «Gazeta» aua idade: é demonstrar que elaanalisa os problemas, sente-os e está ao lado de todo* aqueles que, anall-sandoos, sentindo-os, defendem suas convições.
Saúdo daqui dona Leontina; saúdo essa lutadora que «abe desfraldaras bandeiras das justas causas; ela que assistiu i llbertçio do* escravos,ela que assistiu à queda da monarquia, queria agora — é o que dl* — Vero seu jornal defender como ela está defendendo, a reforma agrária, • lutepelos nossos direitos nacionalistas, e a vitória do marechal Lott em S deoutubro.
Disse: — A noticia que até hoje mais me alegrou foi quando da Abo-lição da Escravatura, mas muito maiür alegria eu teria *e o marechal Lottfôr o vitorioso na,s próximas eleições.
Não é verdade que são úteis e férteis os oitenta * cinco anos de donaLeontina'.' Viva mais, viva muito para que outras alegria* possam tomarseu sorriso mais claro, mesmo que seus ca-belos fiquem mais claros também..
Dona Leontina é um bom exemplo,principalmente para certos jovens que nem.sabem usar a modela de em favor das justescausas do povo brasileiro. Viva ela.
Tópicos TípicosNosso anticlcrioalismo — aliás notório, porém Isento de sectarismo —
não impede que tenhamos um grande amigo de batina. Trata-se do padre[Monte, sagacissimo reverendo, dotado de inequívoca predisposição paran pensamento dialético. Domingo último, em conversa com êle. Inquirimo-losobre o restabelecimento de Assis Chateaubriand « a fúria entreguista comquo o velho escriba voltara à atividade.
O homem esteve tão perto de um justo (e definitivo) repouso...não lhe parece que Deus tenha desperdiçado uma boa oportunidade d*ievá-lo ?
Padre Monte advertiu-nos:Deus escrevi; direito por linhas tortas, meu caro. Não devemos des-prezar a possibilidade de uma recaída...
No O CRUZEIRO, David Nasser íêz o elogio de Carlos Lacerda e oelogio de Tenório Cavalcanti. Se houver tempo, até as eleições, fará prova-velmente o elogio de Mondes de Morais. 6ó não há de fazer — com toda acerteza — o elogio de Sérgio Magalhães. Sérgio é o tipo do candidato quenão convém aos patrões do David. Por isso mesmo, seu elogio vai ser feitoé pelo povo carioca no próximo dia 3 de outubro. ,
Segundo o cronista Antônio Maria, houve quem dissesse no «CountryClub*: Prefiro Milton Campos a Sartre.
Para vocês verem o que • o «Coun.tr)'».
Por outro lado, Ionesco, chegando ao BrasilIre, deu-se ares de surpreendido:
Quem é este cavalheiro? Não o conheço.Ionesco é muito apreciado no «Country».
interrogado sobre S*r-
1_, se por acaso no «Country» circulasse algum suplemento literário,haveria de ser o do DIÁKIO DF NOTICIAS, que, além do Corçio («esquer-dismo católico me parece como uma assustadora bobagem») tem o campeãonacional do puxa-saquismo agressivo, um certo Vltto Santos que escreven seguinte, a respeito daquele cidadão estreito de mentalidade • largo dequadris que ora concorro ao governo da Guanabara:
«Carlos Lacerda, estudioso, culto, inteligentíssimo... suascampanhas se sustentam na bravura cívica, na sinceridade, nodesprendimento... não décm a paisagem física e humana aC. Lacerda porque é o poeta que se levanta... o pensadorpolítico não desmerece o artista rta palavra... poesia e hu-nianidade... um homem de letras...»
Aliás, como homem de letras, seu trabalho mais famoso foi mesmo a«Carta Brandi». Mas a idéia de Vltto San-tos de organizar uma «Pequena Antologiadc Carlos Lacerda» é boa e merece onosso ap.iin; sugerimos apenas que elaseja impressa cm papel «Tico-tico» (Ifipor ÜO).
a MiSTiFicnçnolUntdbU. db LINGUAGEMJOÃO DAS NEVES
Eugene Ionesco chegou ao Bra-sil. E sua presença está alvoroçandoalguns círculos intelectuais, ávidosdas palavras, das declarações estu-dadas com o fito evidente dé «cho-car», da superfleialidade publicitá-ria do autor dè «O Rinoceronte».Por que, esse namoro? Quais as ra-zões do endeusamento do dramatis-ta romeno? Sem dúvida, a presen-ça salutar de Sartre, um Sartre«engajado», um Sartre que nãoperdoa — sendo uma das maioreainteligências de nosso século — asmistificações de regimes decadentes,andou tomando irrespirável o *m-biente. Era necessário que surgisseuma tábua de salvação. Simone deBcauvoir, é evidente, não servia.Podia até ser pior. Mulher quandocisma de ser inteligente... melhornão puxar pela língua. Casalzinhoincômodo!
Ionesco, portanto veio a ca-lhar. O «namoro» egtá em parte ex-plicado. Mas esta é a razão do mo-mento, E a coisa vem de longe.Quando Luis de Lima apresentouem um só programa (há cerca dedois anos) «A Cantora Careca» •a «Lição», as duas primeiras anti-peças de Ionesco, surpreendeu-nos,não o sucesso de público. Afinal,tratava-se da estréia no Brasil deum ator dos mais comentados emnossos suplementos literários, dosmais controversos. E não só a tra-dução, realizada aliás pelo próprioL.L., era muito feliz, conseguindo,em nosso idioma, uma admirávelcorrespondência com o original nadesarticulação das palavras, comode primeira água o espetáculo. Sur-preendeu-noa, isto sim, O unânimeaplauso de alguns pseudo-intelec-tuais ao autor. £ verdade que sepoderá argumentar que Ionesco jáera razoavelmente conhecido. Umacoisa no entanto é conhecer umaobra pela simples leitura, Outra, eparticularmente no «antiteatro», éestar numa poltrona a suportar aprogressiva mecanização dos atoresem um paico que, se provoca inevi-tàvelmente risos, produz também
n uma inequívoca sensação de cansa-ço, quando não um completo mal-estar. Por que, então, o aplauso unà-nime de nossa burguesia?
A explicação, cremos, está naprópria obra de Ionesco. Inicialmen-te queremos dizer que nio o con-lideramos, enquanto autor, um me-díocre. Poderá parecer meio tolo,através du respostas aos jornaisque o entrevistaram. Mas isso tam-bém não passa de atitude. Não êmedíocre, pois. Tem até talento. £inegável a teatralidade da grandemaioria de seus trabalhos, apesardc que muitos deles, poderiam serperfeitamente reduzidos â metade.Inegável a qualidade literária por
0 PEIXE MORREPELR BOCA!
Sob o titulo «Uma piada sobreIke diz muito acerca das eleiçõesde 1960», artigo de autoria de La-dy Jean Campbell, o jornal londrino<Evening Standard», de 13 do cor-rente publicou a seguinte anedota:
Chega às portas do céu PabloCasais e bate.
Quem é? perguntam os an-jos.
Pablo Casais.Prove!
Casais pega o violoncelo e toca.Pode entrar.
Dai a pouco chega Picasso ebate à porta.
Quem é?Pablo Picasso.Prove!
Picasso toma os pincéis e pinta.Pode entrai-.
Mais alguns momentos e che-ga Eisenhower. Bate.
Quem é? perguntam osguardiães.
Dwight D. Eisenhower.Prove!
ike pensou, pensou e respondeu:Confesso que não sei como
provar quem sou eu_Ora, disseram alguns anjos,
hoje mesmo chegaram Casais e Pi-casso • provaram facilmente quemeram.
Ike pôs-se novamente a pensar,cocou a orelha e perguntou:— E quem são esses dois?
Ai a porta abriu-se e algumasvozes angelicais disseram em coro:
Pode entrar, Presidente Ei-senhower!
Pedro Severino
aguarde:
BRASILSÉCULO XX
exemplo de «Como se desembara-çar» ou a sólida construção de «Alição». Até mesmo em «Jacques oua Submissão», que no seu todo ébastante fraca, poderemos encon-trar uma certa dose de lirismo.
Ionesco é, outrossim, o intro-dutor em teatro de uma nova formade humor. Um humor negro, retor-cido, humor de desespero. Mas o queo torna profundamente interessantepara a classe privilegiada dos tor-turados de barriga cheia, não é seurazoável talento e sim seu profun-do negativismo, c «o mundo em umaluz insólita^ com pessoas movendo-
se em um tempo sem tempo, emum espaço sem espaço»; é essa con-versão do problema da..vacuidadedas palavras chaves de conversasrotineiras em solução; é a angústiametafísica, o irracionalismo doentio.A pregação do conformismo atra-vós da completa falência do ser hu-
tano, das suas mínimas aspiraçõesem «As Cadeiras». Escrevendo aliássobre a... antipeça cm questão E.I. afirmou não serem os reveses davida ou o desastre moral dos ve-lhos o tema de seu trabalho. Ascadeiras vazias significam a ausên-cia de pessoas, a ausência do Impo-
rador, a ausência de Deus, a ausén-cia de matéria, a irrealidade domundo, o vazio metafísico; o tem»de «As cadeiras» é o nada. Afirma-ção que revela, quanto mais nãoseja, uma confusão digna de nota.Confusão que como outras tantas,já bastante comercializadas peloautor, contribuem para que sejaainda maior a sua divida perantea história. «Cada pensador», nosdiz Lukacs, «ó responsável, perantea história, pelo conteúdo objetivorle sua filosofia, independentementedos desígnios subjetivos que a ani-mem. Não há ideologia inocente».
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SÉRGIO MSGALHãES: CONDiDüTO DOS INIELECTUHSA candidatura do deputado Sói-
gio Magalhães, que corresponde aosanseios nacionalistas do povo riaGuanabara, é a de maior penetra-ção em todos os meios da antigacapital federal.
• Ao, contrário de seu opositor,
quo foi há pouco corrido da Facül-dade Nacional de Direito, onde, comseus parceiros rio malfadado Cluberia Lanterna, armou violenta báder-na que resultou'em vários estudai.-tes feridos, o candidato nacionalis-ta encontra boa acolhida em todos
os setores. O flagrante acima é deseu encontro com os intelectuais ciaGuanabara, realizado na ABI, ondeexpôs seu programa dc governo,apoiado unanimemente pelos pre-sentes.
Noticiários Cavalares teatro BeatrizBANDEIRA
Agripino Grieco th uma confe-rêncla na sede social do Jocky Clubsobre Cinco Panfletários Brasilei-ros. Nio pudemos ir iá. Buscamosentão a noticia no jornais do diaseguinte.
Lemos no Jornal do Brasil que oconferencista falou sobre «oito» cmvez de «cinco» panfletários. O Globoporém diz que foram «sete».
Segundo o JB, três dos panfletá-rios eni questão eram «padres»: «lo-sé Severiano, Figueiredo Pimentel .Enéias Ferraz. Que o poeta e criticoilosé Severiano de Resende era pa-dre, todo mundo sabe; mas Figuci-redo Pbnentd! mas Enéias Ferraz!
O Globo não se refere a estes doisúltimos, mas chama o outro de«frei» José Zeferino de Res-snde.Aliás o padre José Severiano, queera padre mesmo, já não usava maisbatina, e vivia em Paris na boa vi-da. O que não lhe impedia de escre-ver um untuoSo e scráfico O MeuElos Santorum.
Outro panfletário citado por Agri-pino, segundo ainda O Globo, foi o«comerciário» Eduardo Prado. Se orepòrtezlnho marinho quiser saberquem era Eduardo Prado ( e nàoconfundir com o «prado» do JockeyClub), leia A Cidade e as Serras de.Eça de Queiroz: lá o encontrará sol)o pseudônimo dc Jacinto. Se nãosouber ler, pergunte a alguém queo saiba e que lhe poderá tambéminformar que Eduardo Prado é autorde um famoso panfleto intituladoA Ilusão Americana, com sucessivasedições. Poderá mesmo aprender quese trata precisamente dá «ilusão»
Roland Corbisiermarca encontro jcom intelectuais
Sexta-feira, dia 23, o pessoal deteatro e intelectuais de outros se-tores irão encontrar-se na ABI como professor Roland Corbisier, can-didato a constituinte do Estado ciaGuanabara sob a legenda do PTB(número 292). O encontro, que sc-rã às 18 horas, terá como objetivoo debate rio candidato com os lio-meris de cultura.
que 0 Globo alimenta, em suas pá-ginas, diariamente, a peso dc dólar.
Mas onde O Globo supera dc lon-ge o JB é na referência ao «astrode todos os panfletários», nada me-nos que «o engenheiro Carlos Ma-ximiniano Pimenta de Laerte.» Es-ereve ainda o foca bisonho que êsle«abordou principalmente cm seusataques a religião e a monarquia».Que confusão! Ora, o panfletárioem apreço era simplesmente <» Car-los dc Laet, professor do Pedro II,membro proeminente da AcademiaBrasileira dc Letras, colaboradorpermanente do católico Jornal doBrasil (além de outros jornais), mo-narquista intransigente, católico em-pedernido.
A respeito de outro panfletário,que usou em certo tempo o pseudo-ninio de João Barafunda, informaO Globo que êle ficou apenas conhe-cido por esse pseudônimo, a lalponto que «não encontramos em ne-iiiuiii) documento o seu verdadeirosobrenome.» Aqui JB acertou e deu-lhe o nome exalo — Coelho Cavai-canti, conhecidíssimo como tal nosmeios jornalísticos do seu tempo,amigo de Lima Barreto, e que ara-bou morrendo no hospício e.m HMS.Erram por igual o JB e 0 Globoquando o tomam por gaúcho: nada,Coelho Cavalcanti era dc Alagoas
Como a conferência de AgripinoGrieco foi realizada nu Jockey Club,ficamos a pensar que as notícias doJornal rio Brasil c de O Globo foramescritas por cavalos do referidoJockey.
p s.
Conferência deGuerreiro Ramossobre a China
A 22 rio corrente, quinta-feira,o professor Guerreiro liamos pro-nunciará uma conferência sobre otema «Aspectos sociológicos e filo-sóficos da Nova China.-. 0 ato épatrocinado [>cla Sociedade Sino-brasileira e terá lugar na ABI i!)'andar). 0 professor Guerreiro Ra-mos visitou recentemente a Repú-blica Popular da China.
Teatro Infantill.-iln d_ muito ii.iiico tempo o »P«*
rrriiiu-iito iln Teatro Infantil, entre nós.Mus de uni ano pari» cá vão-sc nmlti-pllrniulo os grupos que incluem piti $u»im.i;minarão peças para crianças e iwrmio outros inie sc ilcilicani exclusiva»mente a fazer teatro para ns pe^u-fil-nos. (.-.inslderninus um tal cometlmenioile tâ.i uriiii.lc responsabilidade, diantedas conseqüência!) que pode acarretai:,que não exilamos em dizer que _ qu*»se tão grave fazer teatro infantil semestar apto para isso, quanto receitarsem ser médico. Comparecemos a doisespetáculos esta .semana, devidamentenconip.iiilmda de Sonlnlia, garota decinco anos. Assistimos à peça de Sil*Moreira «Plu-plé-pll-Plulão», que estásendo levada no teatrinlio da PequenaCruzada, á Av. I.plt.lcio Pessoa, e ao«Palhacinlio Triste» de Ittiy Duarte, en-cernida no Teatro de Bolso, pelo rtii-po dos Duendes. A peça dc Sila í mui-lo lio». tão boa que esperamos que amil ora não tique nessa, li se apresseiem fazer outras no mesmo gênero. 1"peça pedagógica, simples, alegre, semnada que possa atemorizar ou excitara criança. K sendo um texto para me-niiio.s já em idade escolar, do$ último*unos do curso primário, pilas noçõesque contém e pelos termos que usa, éentretanto apresentada de maneira tãoagradável e bonita que prende a ateu-ção mesmo dc crianças que ainda n&on podem entender nem dela participar.Digamos que Interessa mesmo ao adul-lo pois, há sempre uma criança «dorme-i ida deirtro de nós, pronta a despertará iniiis leve solicitação, K aquele cena-riu Imnilo onde se apagam e acendemas estréias, <> Sol e a l.tia tão bem tra-jados, o velho e simpático mágico, •iHincqiiinha que vira menina, os brln-quedos autômatos que ar_•_*•"• wsam <•palco, a borboleta que paira de vez emquando, voando, são bastante atraente*'Siniiiilia. interessada todo o tempo, re-clamou quando acabou, -lá, o mesmonão se deu (\im o «1'alhaclnho Triste».Desde a entrada dos primeiros perso-nagens aos berros, com vozes agudase desagradáveis as crianças c.iiii.ça-rum a se agitar, havendo mesmo algu-mus menores que romperam em choro,obrigando seus acompanhantes a rrtl-ni-lns da sala. Também nó? não assls-limos alé o fim. Sônia que .tá reclama-va Arsti? o inicio pediu para ir embora.Por se tratar de assunto de suma im-portáiicia, voltaremos a ile, assim qn_Còr possivcl.
— ô NOVOS RUMOS
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OS PAIS SÃO ANALFABETOS, MAS MIGUELZINHO SERÁ ENGENHEIRO
Operário PaulistaVai Estudarem Moscou
Rio de Janeiro, semana de 23 a 29 de setembro de 1960 —
Notasde São Paulo
O javeiii operário paulista, que vai rs-tndnr cm Moscou, posa para o fotógrafoao 'adn de seus pais e tle sua irmã ca-cuia, Mariazinha, que está contente porter agora, como ela mesma diz, «umirmão famoso»
Álbum defamília
A carestia e a lutado proletariado
JOSÉ ARMANDO DE CASTRO
Segundo os dados divulgados peloDepartamento Intersindical de Estatísli-ca e Estudos Sócio-Econômicos, de ja-neiro de 1959 a maio de 1960 o au-mento do custo da vida na Capital deSâo Paulo foi de 59,2%. De então pa-ra cá, os preços das mercadorias e gê-neros essenciais deu tremendo salto,contribuindo para isso a extinção dosórgãos estatais de controle de preços.A manobra seguinte do governo fede-ral, com a finalidade evidente de apo-
gar um pouco sua responsabilidade, dereestruturação desses organismos, nãofoi capaz de fechar a brecha pela qualcontinua a passar uma catadupa deelevações de preços. Cada dona decesa, cada chefe de família sabe bemo que está acontecendo com o preçodo leite, da carne, dos medicamentos,das tarifas de energia elétrica e tele-fones, o que nos dispensa de maiorescomentários sobre esta questão.
De acordo com a mesma fonte cila-da — o DIEESE — os alugueis de casas
populares. aumentaram em 1960, com-
parando com 1959, de 25,5% em mé-dia.
Como conseqüência disso tudo, o so-lário mínimo real é hoje menor que ode dezembro de 1958, ou seja, 3.700,00. Todos os demais salários evencimentos lambem sofreram notáveisreduções no seu valor real, como con-seqüência da desenfreada carestia.Acumulam-se desta maneira os fatoresdo descontentamento e os de lutas emovimentos, única maneira de o pro-Itiaiiado e o povo trabalhador em ge-rol conquistar reajustamenlos capazesde minorar suas dificuldades.
Ao mesmo tempo, os trustes estran-
gç!ros, particularmente os norte-ame-ricanos, auferem enormes lucros (só a
parte confessada ultrapassa os 40' c 1,lucros esses decorrentes dos altos pre-çOS — preço de monopólio — das mer-cadorias cuja produção controlam. Alight e a Bond & Share aumentem o
preço da energia elétrica, fato que re-
percute no aumento do custo de umaimensidade de mercadorias. A Ander-son Clayton, a Sanbra, a Swift, etc. ou
mentam o preço do óleo, e isso arrastoos demais gêneros alimentícios na ot-
ta. Os frigoríficos e os grandes criado-res aumentam o preço da carne e de-
rivados. A Good Year, a Firestone, aPirelli, etc. aumentam os preços dos
pneus e isso também repercute imedia-tamenlc no aumento geral dos preçosdos gêneros alimentícios, que usam,numa porcentagem esmagadora o
transporte rodoviário. Também os me-dicamentos, o trigo, etc. sofrem aumen-tos, constantes, cm prejuízo do povo,mas em benefício dos trustes norte-ame-ricanos que controlam esses produtos.
O governo do Estado, que arrancado povo aproximadamente 100 bilhõesde cruzeiros por ano, o que faz diante.-testo situação? Eleva impostos e la-xas, faz novas concessões à Light, man-tém os fatores de baixa produtividadedas lavouros de gêneros de consumointerno.
Só este ano, n arrecadação do au-mento do imposto de vendas e consig-nações aumentou de aproximadamente5.1% em relação ao ono passado. Amultiplicidade de vezes que é cobrodoesse imposto 'A a 5 vezes em mediaifaz dele um dos mais importantes fa-tôres de careslia. No preço de cadamercadoria estão incluídos em geral20% desse imposto. Ao mesmo tempo,as tarifas ferroviárias são também au-mcnladas freqüentemente, e isso Iam-bém repercute sobre o custo dos trans-
portes e portanto sobre n careslia. Ataxa da água foi aumentada. E como Banco do Estado repleto cie dinhei-ro, nega-se dinheiro à lavoura, seja pa-ra a financiamento da produção de ge-n::ros alimentícios, seja para a defesade produtores apertados pela açãodos trusles, como aconteceu com os
plantadores de amendoim ainda há
pouco.Por outro lado, o aparelho de Es-
lc d é utilizado da forma mais desca-rt i para a profanando da cândidolur do sr, Jânio Quadros. As obras doc nio sco transformadas em benevs i eleitorais, enquanto prefeitos, par-tirlos, organizações populares, etc. sãomobilizados pelo governo para a cam-
pc: lha eleitoral, Para os trabalhadores
qu pleiteiam reivindicações, há amea
ça.. • 1 ; pnra os lavra-doi-j de Suiiiti re do Sul, que desejam
apenas plantar gêneros alimentícios, o
governo destina as famosas cadeiasconstruídas pelo sr. Jânio Quadros.Mas, para os especuladores, para oslatifundiários que queimam as casas e
as roças dos camponeses, o governo tu-do garante. Para a polícia norte-ame-ricana, que deseja tomar conhecimentodos arquivos do DOPS, as portas estãoabertas pelo servil governo do Estado.Para os reclamos do povo, ouvidos tam-
pados. E' esse o governo que o sr. Jâ-nio Quadros aponta como um paradig-ma de que seria o seu próprio governoà frente do Brasil, caso eleito. . .
Por sua vez, o governo federal faznovas concessões aos trustes nortè-ame-ricanos, ao mesmo tempo que permitemanobras traiçoeiras, como a da ex-tinção da COFAP e das COAPS; con-tinua com a política cambial exigida
pelos trustes americanos, o que ali-menta tremendamente a inflação.
Cresce assim o descontentamento po-pular em relação tanto ao governo fe-deral quanto ao Estadual, ao mesmotempo em que aumenta também extra-ordinariamente a simpatia do povo pa-ra com a revolução cubana e as medi-das que ela está tomando. Esse des-contentamento já se traduz em formasde luta tão sérias como a greve geralde Santos, a greve dos estudantes deescolas superiores, a greve dos trabe, ¦
lhadores da Aymoré, os protestos popu-lares na praça. Ao mesmo tempo, ostrabalhadores ocorrem cada vez emmaior número para seus sindicatos, rea-lizam o II Congresso Sindical Estaduale mandam uma grande delegação aoIII Congresso Sindical Nacional.
Esta situação requer medidas imedia-Ias e profundas. As forças populares,se forem mobilizadas e unidas, pode-rão obrigar o governo a intervir emalguns trustes norte-americanos quecontrolam a produção de gêneros es-senciais e serviços públicos (energiaelétrica, gás, telefones, moinhos, frigo-rificos, etc.)-. Isso tornará possível ocontrole dos preços desses produtos,bem como da remessa de lucro dessasorganizações, abrindo caminho parasua encampação. Por outro lado, a mo-bilização e a ação das forças popula-res pode também fazer com que o go-vêrno do Estado coloque a serviço do
povo as quantias fabulosas que delesâo arrancadas sob a forma de impôs-tos, pode fazer com que cessem as ne-
gocialas que financiam a campanha docandidato dos trustes americanos e do;latifundiários, pode obrigar a que ces-sem os aumentos dos tarifas e taxas,bem como que se isente do imposto devendas e consignações os gêneros de
primeira necessidade.Por sua vez, os operários, os em-
pregados, os funcionários públicos de-vem exigir o aumento do salário mini-mo, de maneira que seja restabelecidoseu poder de compra, bem como o rea-
juslamento de todos os salários e ven-cimentos. Na base da experiência dosanos anteriores, os trabalhadores sa-bem que a tática dos trustes e do pa-tronato em geral tem sempre em vistaconceder aumentos fracionados — porempresa, por setor, etc. — procuran-do sufocar o descontentamento do po-vo com uma migalha. A tática das so-lucões parciais dispersa as forças do
proletariado diante do patronatounido.
A perspectiva para ésle ano, quan-do os trabalhadores já têm mais expe-riência e mais organização, deve seroutra a da luta organizada e unitáriono Eslado contra a careslia e por umaumento de salários e vencimentos deacóido com as necessidades. Nesta luIa, os trabalhadores contam com asmelhores condições de vitória, pois as
candidaturas nacionalistas de Lott e
Jango apoiam os trabalhadores dascidades e dos campos, os estudantes,os professores e os funcionários em suaslutes especificas — por um justo sa-lário mínimo, pelo aumento de saláriose vencimentos em geral, na defesa da
escola pública, pela extensão da legis-lacáo trabalhista ao campo, pelo con-tróle das remessas de lucros, pelo Hi-
reito de greve, etc.A justa perspectiva dos trabalhado-
res hoje é a unidade de ação por suavreivindicações imediatas e a lula pelavitória das candidaturas que já prova-ram eslar mais vinculadas a suas principais aspirações nacionalistas e demo-
eróticas.
Miguel José Draella, jovem traba-lhador de 24 anos, sem outros predi-cados que uma «ronde dedicação aotrabalho e uma entusiástica vontade deestudar, conseguiu, como que por um
passe de mágica, concretizar um dosseus maiores sonhos: fazer um cursode engenharia mecânica.
Pobre, terceiro filho de um casal deorigem camponesa, desde os doze anosde idade cooperava na manutenção dacasa, ajudando o pai nos serviços decomércio ambulante que o mesmo fa-zia entre as zonas urbana e campesi-na do Município de São Carlos, no Es-lado de São Paulo.
gem. O rapaz inteirou-se mais comple-
amente do assunto consultando NO-'OS RUMOS e tomou as providências
necessárias.
Conto, de fada;
Assim, Miguel só consegue comple-tar o curso primário aos 14 anos e, issomesmo, freqüentando as aulas à noite.Dois anos mais tarde, matricula-se naEscola de Comércio D. Pedro II, aindana sua cidade natal, que não chegaa completar pois, muda-se para a Ca-
pitai do Estado, sendo incorporado aoexército. Neste período de sua vidaocorre algo de que muito se orgulha:o exército nacional é mobilizado paraimpedir, a 11 de novembro de 1955,
que a vontade popular seja traída; o
praça Miguel participa das manobrasmilitares de sua unidade e colabora,assim, com o seu humilde quinhão, paraque a ordem democrática seja manti-da.
Nos últimos fempos Miguel Draeltcivinha trabalhando na Indústria de Mó-veis Probel, quando leu no «Diário deSão Paulo» de 26 de abril último, quetinha sido organizado, em Moscou,uma instituição de ensino superior quepossibilitava a jovens de todo o mun-do a oportunidade de estudar, atravésda distribuição^ de bolsas inteiramentegratuitas, Jayo no que diz respeitoaos estudos propriamente ditos, quan-Io às necessidrítles de estada e via-
Quando,, no dia 31 de agosto últi-
mo, recebeu o comunicado de que ti-
nha sido admitido na Universidade da
Amizade dos Povos, Miguelzinho, como
é chamado pelos companheiros de tra-
balho, ficou completamente atônito.
Então ,poderia realmente estudar? Êle
que não tinha diplomas, que nem se-
quer o curso secundário havia comple-
tado?Era um conto de fadas, mas compôs-
lo de elementos deliciosamente mate-
riais e verdadeiros.Dai para frente foi um desenrolar
de festas e de carinhos. Os parentes,os amigos, que são muitos, cercaram--no de todas as atenções.
O operário paulista transformara-seem estudante de Moscou, e nos olhosde seus colegas via-se respeito, admi-ração e a intima convicção de queMiguel Draella era um moço vitorio-
so e de sorte.Quando a nossa reportagem visitou
a sua casa e o acompanhou à fábricaProbel, aonde fora despedir-se de seus
companheiros, tivemos a oportunida-dade de participar da alegria de quetodos estavam possuídos. Eram abra-
Cos e votos de felicidades de todos oslados, acompanhados sempre de ummemo pedido — ^ogora que você vai
se tornar um homem culto, não se es-
queça da gente, mande postais, cartascontando-nos tudo o que fizer e comoé a vida na União Soviética^.
Pais analfabetosDona Concheta, como tódtt mãe, com
lágrimas de felicidade e já com um
pouco de saudades, disse-nos: «Ficosatisfeita por meu filho ir para um paisbom como é a URSS. Sofro com o sepa-ração, mas sei que esta viagem é boanão só para o meu menino, como parao Brasil>.
«Seu» José afirmou: «Quando meufilho voltar será um técnico, um enge-nheiro capaz, que colaborará para odesenvolvimento de nossa pátria. Mi-nha esposa é analfabeta e eu, só ago-ra depois de velho, é que estou fazen-do b curso primário. Minha satisfaçãoe meu orgulho são, neste momento, osmaiores do mundo».
Miguel partiu no último dia ló. Du-rante o seu primeiro ano de estada emMoscou estudará a língua russa. De-
pois entrará para a Faculdade de En-
genharia da Universidade de Amizadedos Povos onde permanecerá cerca de
quatro anos.
Mensagemaos jovens
«Sinto-me satisfeito e comovido com
a obtenção desta balsa de estudos que
me permite fazer um Curso Superior na
União Soviética.Gostaria qui todos os jovens brasi-
leiros, operários, estudantes e campo-
neses tivessem a mesma oportunidade.
A todos, os meus votos de felicidade
que continuem lutando pela emanei-
pação de nossa Pátria.
Aos amigos de S. Paulo, S. Carlos e
Mogi das Cruzes, um forte abraço e o
até breve doMiguelzinho
Sâo Paulo, 15-9-60.
¦ ' IP* Mmmmm ^ ^ I Tm% II /\ >' T ""''' N WWmmWÊhC, ^ , "IP Ml HÉiÉv »¦-li ívi ¦ í çfSMHter
H I tJá Iv 11 liiir 11¦t^.. . BÜ B:'& Mmmmmmmmji-M-^WmtWC
'' ¦¦
Wm lÉfc '"^mm ¦¥¦ BsMt\ fm m^Wmm m ¦'¦¦¦'¦¦Um
^^^^HÍ^^HÍ^^^^^^^BÍv I^s^HHb Ifci rimmM m -mm mkwm r YlMII $¦ m\ j&B <Htj*l
llli-lllig lil*gSBa mWÊ EJ li i Ira| ^^H^^^Hs IÉMiP:
O desgaste da candidatura Jânio
e o ascenso de Lott • Jango, de que
falam insistentemente nestes últimos
dias jornais de todo o país, verifica-se
lambem com grande intensidade aqui
em São Paulo. Foi isso que fêz com
que o sr. Jânio Quadros atrasasse de
2-1 horas seus compromissos com o Nor-
deste, em dias da semana passada, pa-
ra atender a reclwnações da direção
da UDN, que promoveu aqui uma reu-
nião sob a presidência do sr. Maga-
Ihões Pinto. O vereador carioca Jair
Martins declarou então que o apoio de
Jânio e Carlos Lacerda está prejudi-
cando sua candidatura, dados os es-
cândalos em que se viu envolvido o
homem do Clube da Lanterna. E o go-
vernador de Santa Catarina confessou
que, no seu Eslado, a votação de Jânio
será' mínima.
Num comitê de líderes sindicais que
apoiam o sr. Jânio Quadros, o assunto
foi debatido publicamente. Resolveram
eles acusar o sr. Carvalho Pinto de res-
ponsável pelo desgaste que vem so-
frendo seu candidato à presidência da
República. Não apenas as violências
cometidas agora, no caso da greve dos
motoristas, foram profligadas com v.ee.-
mência. Lembrou-se que fatos idênticos
haviam ocorrido na greve dos lixeiros
e na dos trabalhadores em calçados.
A essa altura, entretanto, um defen-
sor do sr. Carvalho Pinto interveio!
«Mas os senhores não vão dizer que o
sr. Carvalho Pinto foi responsável pelo
massacre do Largo da Sé, quando do
aumento das passagens de ônibus, em
outubro de 1958, Nessa época era o
próprio sr. Jânio Quadros o governa-
dor e todo mundo tomou conhecimen-
to de que a ordem de atirar contra o
povo partiu diretamente dele. . .>
Nâo houve contestação e nesse dia
Iodos saíram muito murchos do Comi-
tê da rua Irmã Simpliciana. E mais mui-
chos ficarão depois do 3 de outubro.
Os homens de côr de São Paulo es-
tão tomando posição contra o sr. Jânio
Quadros. Eles não se esquecem de que,
quando prefeito, o atual candidato' ''da
UDN vetou o projeto de lei qu» man-
dava construir o monumento a mão pré-
ta — uma ridícula verba de 300 mil
cruzeiros — monumento que só se en-
contra hoje no Largo Paisandu porque
a Câmara rejeitou o veto do prefeito.
E também não se esquecem das perse-
guições sofridas pelo atleta Ademar
Ferreira da Silva, demitido do cargo
que exercia na Prefeitura pelo então
governador da cidade, o mesmo si.
Jânio da Silva Quadros.
Queridopor todos
Miguelzinho i muito querido por Iodos o.s .seus companheiros de trabalho, na Fábrica Probel.
Ai está ele cercado pelo carinho do todos, na tarde do dia 15, quando ali compareceu, n3o
para trabalhar, mas para despedir-se já que viajaria no dia seguinte para Moscou. A hora do
café foi um momento de festa c de alegria, entre os que privaram com o jovem, no contato
diário, no local de trabalho.
aguarde:
BRASILSÉCULO XX
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POR ORDEM DO GOVERNADOR CARVALHO PINTO
Juiz condenaLíderes Camponeses
S res anose seis meses
Jofrè Correia, líder dos camponeses tleSanta Fé do Sul, acaba de s<-r conde-nnilo a Ires anos e sois meses de rc-clusàOi por lutar cnnlrn u latifundiárioZlco t';i>i/. quo d' "?.i« expulsai; <«s ctun-poneses de suas lenus.
A condenação de quatro diretoresda Associação dos Lavradores de San-ta Fé do Sul, pelo juiz de direito de
Jales, como incursos na Lei de Segu-rança, teve enorme repercussão em to-
do o Estado. Os protestos se fazemouvir cada vez mais vigorosos. JofreCorreia Neto, presidente da Associa-
ção, foi condenado a 3 anos e seismeses de prisão, enquanto aos outrostrês diretores, Adindo Chiosini, Olím-
pio Pereira Machado e Nelsinho Xavierfoi imposta uma pena de um ano e
quatro meses.Como é sabido, já há muito tempo os
camponeses de Santa Fé estão empe-nhados em luta contra o latifundiárioZico Diniz que lhes arrendou as ter-ras e, depois de vê-las beneficiadas,determinou a retirada dos lavradoresa fim de transformá-las em pastagens.O apoio vigoroso do movimento sindi-cal paulista impediu que maiorns vio-lências fossem come»idis contra ôlesapesar do desespero do Icllvndiário,
que mandou certa vez balsar JofreCorreia Neto e ainda recentemente,com testemunho de altos funcionáriosda secretaria da Agricultura e do ptó-piio delegado de polícia local, man-
i\
dou incendiar casas e destruir lavou-ras.
A condenação dos dirigentes da As-sociação foi a forma encontrada pelegoverno estadual, aliado do latifúndio-rio, para atirar ao desespero os lavro--dores. Para isso só havia um caminho:lançar mão da Lei de Segurança e en-contrar um juiz disposto, em 1960, aaplicar esse código de castigos do Es-tado Novo. Mos, para servir ao lati-fundiário e ao governo, isso ,foi en-contrado.
Na Assembléia Legislativa o deputa-do Luciano Lepera prof ligou veemente-mente a atitude do governo do Estado;em todas as assembléias sindicais, emtodos os comícios de bairro da cam-panha Lott-Jango a denúncia dos oro-dores desperta a mais viva revolta dopovo contra mais éste crime do go-vêrno do sr. Carvalho Pinto, que des-sa maneira mais se identifica com t~'tcandidato, o sr. Jânio Quadros.
Ao mesmo lompo que crescem os
protestos, espera-se o julgamento dohabeas corpus já impetrado perante oSupremo Tribunal Federal contra o atodo juiz de direito de Jales, que fer«os preceitos constitucionais.
— Rio de Janeiro, semana de 23 a 29 de setembro de 1960 NOVOS RUMOS¦ mÊmmmmmmamm*ã*MmmmaMmmmmammmmmmmmm ¦M*iti>MB.MtMM*a-aM**M*MM*-i m
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RP? ^BBBBsl SBBBK^IíBBbI SBBK'^
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KRUSCHIOV NA ASSEMBLÉIA DA ONU:
Possível Uma NovaConferência de Cúpula
Foi e levououtrosNO GONGO:
Kruschlov esta na ONU contra a vontade de Elsenhower. Numerosos outros chefesd» Governo, atendendo ao apelo do Prlmelro-Mlnistro Soviético, também para liviajaram. NSo tendo outro Jeito, Elsenhower lá comparecerá, de passagem apenasé verdade. Como vêem oi leitores o chefe do colosso do norte nâo pode, hoje,fazer o aue quer.
Os próprios comentaristas daUPI e de jornais norte-americanos;afirmam que esta sessão da ONUque ora se inicia será a mais im-portante de toda a história das Na-ções Unidas. Além dos dirigentesdos países socialistas, governantesde paises neutralistas tão importan-tes como Cuba, República ÁrabeUnida, índia, Indonésia e muitos ou-tros, já estão em Nova Iorque ou jámarcaram a data de sua chegada àsede da ONU. Em outras palavras,apesar do boicote do Governo norte-americano e das medidas de discri-minação anunciadas pelo Departa-mento de Estado, o Presidente doConselho de Ministros da União So-viética recebeu o apoio de paisesnão comprometidos em blocos mili-tares para que se concretizasse aconferência de cúpula mundial.
É claro que isto não acontecepor acaso A política de paz que ca-racteriza a atuação internacional daUnião Soviética desde a criação doprimeiro Estado socialista, encon-tra atualmente, depois da constitui-ção do sistema socialista mundial e
da formação de Estados indepeden-tes na Ásia, África e América La-tina, com a destruição do colônia-lismo, uma acolhida inteiramentefavorável.
Desarmamento: objetivomundial
Em sua chegada a Nova Ior-que, Kruschiov definiu o objetivo desua ida às Nações Unidas. Disse odirigente soviético que era necessá-rio convencer «aqueles que têm ocrânio muito duro» que a guerraatômica não é solução para os pro-blemas internaiconais em litígio. Adelegação soviética, chefiada porKruschiov, deverá apresentar pro-postas novas para que se consigachegar a um acordo sobre o desar-mamento geral e completo. Por ou-tro lado, o simples fato de queKruschiov compareça à ONU mos-tra claramente que a União Sovié-tica está firmemente disposta aprestigiar êste organismo interna-cional e não teme um contato diretoe sério com os representantes dos
As Vésperas da Morte Colonialismo EsperneiaExiste na Bélgica uma compa-
nhia chamada «Sociedade Geral daBélgica», que possui alguns bancos,uma empresa de mineração de car-vão e dezenas de empresas indus-triais. Ela sozinha produz a metadedo carvão da Bélgica. Grande nú-mero de ministros dc Estados saí-ram diretamente da diretoria da«Sociedade» para ocupar suas pas-tas, ou vice-versa. Juntamente comriuzentas outras companhias, estrei-tamente ligadas entre si e quaseconstituindo um único grupo, a «So-ciedade Geral da Bélgica» controlatoda a vida política e econômicado país. Grande parte deste contrô-le provinha das possessões colo-alais deste e de outros trustes queexploravam as riquezas e o povo doCongo.
Sòment« a «Sociedade Geral»,através da «União Mineira do AltoCaranga» na qual possui a maioriadas ações, controlava 70% da eco-nomia do Congo, até o momento daindependência. A «União Mineira»fornece metade do urânio consumi-do pelos países capitalistas, é amaior fornecedora de eolbato e aterceira fornecedora de cobre paraêsse* países. Setenta mil operáriostrabalham em suas minas em tro-ca de um salário de fome e forne-cem lucros dc mais de 50% sobreo capital anualmente. A própriacompanhia confessa que em 1959,depois das reinversões de capital ea constituição do fundo de reserva,teve um lucro líquido de mais detrês e meio bilhões de francos, pa-ra um capital de menos de dez bi-Ihões, incluindo as reservas paramelhor explorar o Congo, a «So-ciedade Geral» se associou com
NotaInternacional
os interesses coloniais ingleses da«Concessões da Tanganica», com ogrupo francês de Rotschild, com oBanco Barclay da Inglaterra, e como grupo norte-americano de Rockc-feller.
Em resumo, a «Sociedade Ge-ral da Bélgica» conta inteiramentecom o Governo belga e com o«apoio» dos governos e trustes dosEstados Unidos, Inglaterra e Fran-ça, para manter seu tesouro noCongo. Não é outro o motivo realda «independência» das provínciasricas em minérios de Catanga eCasai, mediante a atividade dos «só-cios menores» da «União Mineira»Moisés Tchombê e Albert Calonji.
Golpe com data marcadaO coronel Mobutu, o homem
que deu o último golpe de estadopara derrubar o Governo de Lu-mumba, confessou cândidamente aum correspondente estrangeiro quetinha conversado longamente comfuncionários da ONU no Congo ecom elementos do grupo do presi-dente Cassavubu antes de se deci-dir a tentar a sublevação do exér-cito contra Lumumba. Dado o gol-pe, os srs. Josef Ileo, «primeiro-mi-nistro» do Congo por decisão deCasavubu e da União Mineira,Tchombê, Calonji e o próprio Go-vêrno belga se solidarizaram comMobutu. Mais ainda, a rádio de Bra-zaville, emissora francesa localiza-da do outro lado do rio Congo emfrente a Leopoldville e protegidapelo governo de Fullbert Youlou, o«Salazar de batina» do antigo Con-go francês, colocou-se inteiramenteà disposição de Mobutu. Enquantoislo, a Rádio Nacional do Congo
Berlime a Guerra Fria
A situação existente em Berlim pode ser bom ilustrada com um fa-to significativo que ocorreu a 1" de setembro deste ano. Na capital da Re-pública Democrática Alemã, o setor democrático de Berlim, realizavam-segrandes manifestações o programas de todo o tipo para marcar o 21v ani-versário da invasão da Polônia pelas tropas liitleristas, inicio da SegundaGuerra Mundial. Enquanto isto, no setor de Berlim ocupado pelos EstadosUnidos, Inglaterra e França, essa data era realmente «comemorada» comuma reunião de antigos SS. ex-prisioneiras de guerra nazistas e refugiadosque defendem a anexaçâò de territórios hojo pertencentes à República De-niocrãlica Alemã, á Polônia, á Tchecoslováquia e à União Soviética. Denada adiantaram as advertências do Governo c',a RDA para que fosse impe-dida a provocação révanchisla, e se a reunião fracassou nâo foi por faltade apoio de Adenauer oli de Wllly Brandt, prefeito de Berlim Ocidental,' masporque os habitantes da cidade se negaram a compactuar com a volta aonazismo.
Não se pense, porém, que e.sla reunião foi apenas um fato isolado.Pelo contrário ela representa a própria política seguida pela AlemanhaOcidental e pelas potências ocupantes de Berlim Ocidental, com a cumpli-cidade do governo social-democrata de Prandt. Ainda agora é anunciada areunião do Parlamento da RFA no antiga prédio da assembléia hitlerista,o Reichs.tag, situado na fronteira entre os dois setores da cidade e especial-mente reconstruído para a provocação. A realização desta sessão do Parla-mento de um Pais numa cidade ocupada milltarmentc por potências cs-trangelras e encravadas no território de outro país é algo que nada tema ver com os princípios do direito, do cristianismo, da defesa da paz, ou qual-quer outra coisa que não seja o militarismo. Funcionários ou políticos daUFA e de Berlim Ocidental realizam constantemente «visitas» à capital daRDA procurando causar conflitos com as autoridades locais. Ainda na se-mana [lassada o presidente da RFA, Luebke, e o nazista Gerharrl Schroeder,ministro de Adenauer*foram a Berlim Ocidental declarando abertamente queo faziam para deixar claro que ficarão;, em Berlim, com a ajuda dosEstados Unidos, Inglaterra e França.
Essa política do imperialismo alemão renascido na RFA tem uma baseobjetiva. A opressão do povo alemão que vive .sob a ditadura de Adenauere os planos de domínio mundial da RFA dependem Intimamente da conti-iiuação da guerra fria, Dessa forma, o novo imperialismo militarista alemãonão tem e não pude ter qualquer proposta a apresentar para resolver oproblema de Berlim. O plano defendido pela RDA e URSS de transformaçãode Berlim Ocidental numa cidade livre e desmilitarizada viria pôr fim aum dos principais focos de tensão internacional na Europa e no mundo, enào representaria qualquer prejuízo para a população da cidade .Acabaria os centros de espionagem e Incitação,' terminaria aanormal de território ocupado dentro de um pais pacifico,precisamente isto que nâo interessa aosbelicistas de Bonn e do Pentágono. Talsituação, entretanto, não perdurará pormulto tempo. O Tratado de Paz será as-sinado, pelo menos com a RDA, e o tumorterá que sei extirpado.
situaçãoMas é
Fausto Cupertino
era trancafiada pelas tropas daONU que chegaram ao cúmulo deimpedir que o primeiro-ministro dopaís entrasse numa propriedade pú-blica.
Mobutu, entretanto, não podecontar com as tropas da ONU, esim apenas com os funcionários de-signados pelo secretário geral Ham-marskjold, henfeitor perpétuo da«Sociedade Geral da Bélgica». Asforças de Gana, da Guiné e da RAUforam imediatamente desligadas docomando da ONU e colocadas àdisposição de Lumumba. O próprioMobutu tentou prender o primeiro-•ministro mas não o conseguiu emvista da oposição dos soldados con-goleses e daqueles países. Apesar detodas as suas ameaças, o coronelgolpista não consegue evitar que ogoverno do Congo se reúna sob apresidência de Lumumba e convo-que o Parlamento. Casavubu, o po-lítico «moderado» segundo os bel-gas que o mantêm na esperança deevitar o pior, já começa a tentaruma reaproximação com Lumum-ba. Apesar dc tudo, a vitória deMobutu ainda está longe. .
Sempre a ONUUm dos principais motivos pa-
ra o golpe de Mobutu .consistia em(Mie as tropas em que o sr. Ham-marskjold mais confiava para fa-zer pressão sobre Lumumba tive-ram que ser mandadas para aCatanga onde o movimento dosoperários mineiros contra Tchombêe os belgas tomava formas cada vezmais violentas. Ao mesmo tempo,os soldados de Lumumba aperta-vam o cerco sobre Catanga e Casaie, apesar de todo o apoio em armase homens dado pela Bélgica aTchombê e Calonji, seu fim se apro-ximava. Os dois «líderes» separa-tistas não conseguiriam enfrentaros fogos vibrados pelas tropas con-golesas e pelo jk)vo das duas co-
Bandeira: preçodo Panamá
na Costa RicaO presidente Eisenhovver re-
solveu finalmente aceitar a exigên-cia panamenha de que a bandeiradeste país fosse hasteada no Canalde Panamá, como símbolo da «so-berania» do Panamá sobre a zonado Canal. Como se vê, era uma exi-gência até bem modesta. Tratava-seapenas de uma bandeira. Mas oCongresso e o Governo dos Esta-dos Unidos temem qualquer conce.s-são que possa dar mais disposiçãode luta às massas latino-america-nas.
Na Conferência de Costa Rica,entretanto, a delegação panamenhatinha um preço: ou os Estados Uni-dos aceitavam a exigência do Go-vêrno conciliador de La Guardiã, ouentão o Panamá teria que votar afavor de Cuba, diante da tremendapressão popular de solidariedade àRevolução de Fidel Castro. Chris-tian Herter, que já tiniia sofridouma derrota quando os chancelereslatino-americanos se recusaram aaceitar seu plano de salvamento daditadura trujillista, não teve outraalternativa: aceitou. Agora é a vozdo Congresso entrar em cena c ten-lar anular a decisão dc Eisénhow.ei'.
lònias, cansado de viver sob o chi-cote belga.
Os soldados dos países daOTAN e «neutros» não bastavampara manter a divisão do país con-tra a vontade dos congoleses. Eranecessário afastar imediatamente ogoverno de Lumumba e substituí-lo por outro mais «moderado» e«compreensivo», disposto a colai»-rar oom a ONU para restaurar pa-cificamente o colonialismo. Começaentão nova onda de boatos espalha-dos pelos funcionários da ONU epelas agências hnperiilisüw. O co-mando da ONU intervém brutal-mente na política interna do Congoe impede o Governo • o Parlamentode exercer seus poderes. A tio fa-lada ainda técnica • financeira daONU e sistematicamente boicotadaou entregue a Casavubu, Tchombê,Calonji e Ileo.
A única ajuda efetiva que oGoverno do Congo tem recebido éa prestada pelos paises independen*
tes da África, principalmente Gana,Guiné e RAU, e pelos países sócia-listas. Por isso mesmo, uma dasprimeiras atitudes de Mobutu foiexigir a retirada do pessoal diploma-tico da União Soviética e da Tche-coslováquia e a exclusão dós con-tingeates da Guiné, Gana e RAUdas forças da ONU, o máximo queo coronel golpista poderia fazer emrelação aos países africanos semconfessar descaradamente seu en-treguismo.
A penetração do imperialismono Congo, através do truste belgada «União Mineira» que tem fontesem quase todos os paises imperia-listas, é tão grande que a liberta-ção do país exige uma luta dura eprolongada. Mais atada, como dis-se o representante da Guiné naONU, é exatamente no Congo queo imperialismo pretende iniciar aguerra colonial contra os países in-dependentes da África, numa tenta-tiva para evitar o colapso final dosistema colonialista.
I BI Bv 1 fi^;l P9 Imm mmW^Tr^mW mmm w ^MHÍv ^ * ^B ^P* ' í^^H
EB-i^y-iZ Vmm\ fÁ.'m -£m wk\m m mSÊ ¦ . ,"^MÍ mrm WÊW
»¦:¦¦-¦¦¦ -*;¦¦¦..¦'a¦»:¦'¦ ; mmm^r^mm ^1 ^^^BÍ£qE. -^ 'Àmm^ÂJnmwr^fmmm Bü*^». 3? fit^^Mmmm mmwi
Não gostaramdo golpe
Republicano
ou democrata:
dá na mesmaO candidato democrata â pre-
sidência dos Estados Unidos, sena-dor John Kennedy, mandou à Afri-ca um enviado pessoal para entrarem contato com os novos dirigen-tes do continente e preparar umaplataforma para o próximo Govêr-no democrata, em caso de vitórianas eleições de novembro. Dianteda propaganda democrata nos EUAe das afirmações de grande nume-ro de menos avisados no mundo in-toiro, era dc se esperar que o sr.Averrel Harriman, o enviado deKennedy, viesse dar realmente umelemento novo para a política nor-te-americana, que só não apoia aspotências colonialistas contra os po-vos africanos quando êste apoioprejudicaria seus interesses na lutaque eles mesmo promovem contraesses povos.
Infelizmente, porém, o sr. Har-riman se parece tanto com um mo-nopolista republicano como um pu-nhado de areia se parece com ou-tro punhado. Exemplo: segundo osr. Harriman. os povos colonizadospelos ingleses e franceses têm «enor-me estima» para com seus antigossenhores....
O golpe militar pró-imperialiimo do co-ronel Mobutu esta encontrando pelafrente a reelitência cada vei maior dopovo do Congo. Depois de conquistar aindependência, k custa de durai lutai,os congoleiet nflo eruzarSo os braços.
EUA queremderrubar
Governo do LaosO reino do Laos, encravado
entre a China, a Tailândia, e Viet-Nam e o Cambódia, ocupa boa parteda atenção do bloco militar que osnorte-americanos construíram nosuleste da Ásia com o término daguerra da Indochina. Viet-Nam,Cambódia e Laos, constituem naverdade um só problema para a po-Htica do Departamento de Estado,que não descansou enquanto nãoconseguiu derrubar o Governo neu-tralista laociano de Suvana Fuma.O entrosamento do Laos no blocomilitar da OTASE prepararia o ter-reno para poder empurrar o Govêr-no neutrallsta do Cambódia na pa-rede e adiar sempre mais a unifica-ção do Viet-Nam.
Com a volta do Príncipe Suva-na Fuma ao poder, depois do movi-mento revolucionário chefiado pelocapitão Cong Lee, os Estados Uni-dos sofreram uma derrota grave.Procuram então provocar um con-flito entre a Tailândia, dominadapor uma ditadura chefiada porWashington, e o I>aos, usando co-mo pretexto uma invasão a partirda República Democrática Populardo Viet-Nam.
países com sistema social diferentedo seu.
Referindo-se às acusações doGoverno norte-americano, segundoas quais a decisão de Kruschiov nãopassava de um gesto de propagan-da, o chefe do Governo da URSSridicularizou a «lógica» dos 'impe-rialistas. De fato, qual é a lógicaque permite aos herdeiros do sem-pre lembrado Foster Dulles afir-marem que não passa de propagan-da uma proposta que poderá fazercom que as negociações sobre o de»sarmamento saiam do ponto morto,e no próprio território dos EstadosUnidos, sob o controle e a influên-cia do Departamento de Estado edas agências de notícias a serviçodo imperialismo?
O problema da coexistência pa-cifica, como afirmou a Conferênciaafro-asiática de Bandung em 1955,não interessa apenas aos paises II-deres dos dois sistemas mundiaisque se chocam em nosso tempo. Aprópria presença de Nasser, Nehru,Sukarno, Fidel Castro e outros di-rigentes neutralistas mostra que ospovos de todo o mundo já compre-enderam que a Terceira GuerraMundial representará uma heca-tombe universal que põe em perigotanto os paises beligerantes comoos que se mantiverem à margem doconflito. \Boicote não adiantou
A declaração de Herter nãoera apenas a manifestação de uma«opinião pessoal». O Departamentode Estado fêz tudo o que estava aoseu alcance para que a reunião fra-cassasse. Durante dias seguidos, osporta-vozes se repetiam em acusa-ções à União Soviética e em reafir-mações da posição de Eisenhowerde não comparecer à ONU. Nosbastidores diplomáticos, as palavraseram mais duras e diziam claramen-te que os Estados Unidos «não to-lerariam» que quaisquer governosmandassem seus chefes para a reu-nião.
Os dias passavam e aumenta-va o número da lista dos presen-tes. Eisenhower não teve outra ai-ternativa senão concordar em fazerum discurso no dia 22. Na Ingla-terra, Macmillan sugeria a possibi-lidade de que acabaria por se deci-dir a chefiar a delegação britânica.O boicote fracassou. A reunião iriase realizar. Agora o jeito era parti-cipar, de um modo ou de outro, paraevitar o desmascaraménto comple-to. Mas as provocações continu-riam enquanto fosse possível...Fidel também
E de fato as provocações con-tinuaram. No domingo, Fidel Cas-tro chegou a Nova Iorque para pre-sidir a delegação cubana à próximasessão da ONU. Milhares de pes-soas foram saudar o lider revolu-cionário tanto no aeroporto comopor toda/; as ruas pelas quais suacomitiva passou até chegar ao ho-tel. Quando Fidel ia acenar para amultidão, um policial do FBI deu-lhe um golpe no braço, num ato debrutalidade inadmissível em relaçãoa um governante estrangeiro. Masa coisa não acabou aí. Chegando aohotel, a delegação cubana teve quese sujeitar a uma humilhação dasmais grosseiras: o gerente do hotelexigia um depósito de 5.000 dó-lares para alugar apartamentos aoPrimeiro Ministro cubano e sua co-mitiva. Um dia mais tarde, o gc-rente, que se jactava de contar coma aprovação do Departamento deEstado, exigiu não mais cinco mil,e sim dez mil dólares, ou seja, qua-se dois milhões de cruzeiros adian-tados, além de pretender impedir aentrada de Fidel Castro no restau-rante do hotel.
A resposta cubana foi eloqüen-te e significativa: Fidel Castro e osoutros representantes do GovernoRevolucionário preferem alojar-senum hotel situado no bairro negrodo Harlem, entre os oprimidos, a sesubmeter às exigências provocati-vas e absurdas de uma empresa querepresenta apenas os grupos mono-polistas do Departamento de Esta-' do e do Pentágono. Enqaunto isto,o embaixador norte-americano emCuba ficará confinado ao bairroonde se localiza a embaixada dosEUA em Havana, no aristocráticoVedado (fechado). Ê a resposta deum governo soberano às provoca-ções dos Estados Unidos.
aguarde:
BRASILSÉCULO XX
gfe^
ATÉ UM LÍDER UDENISTA RECONHECE:Hmm m
Lacerda noé CorrupçãoSem Limite
er• *., 1' • ¦<V;'£i Si
jí^^ji-,
3 ^.ív
Qualquer pessoa sabe que tá po-de comprar um imóvel ao seu legítimodono. Qualquer pessoa sabe que só in-teretsa comprar um imóvel que estejalivro «desimpedido. Assim te passam ascoitos antro particulares. Por que haviade ser diferente quando o negócio é en-tra um particular e o Estado? Por quedevo a Eitado comprar um'imóvel em
situação irregular? Só porque é o Es-
fado? E' a isto precisamente que se
chama uma negociata. E é essa negocia-ta quo o sr. Carlos Lacerda quer reali-xar com o Estado da Guanabara.
Vários tão os aspectos escusos da
\ó tão discutida permuta entre três lo-
tet do terreno» da rua do Lavradio porum lote da Avenida República do Chi-
le. A «Tribuna da Imprensa» acha-seinstalada no» imóveis números 92, 94,
96 o 98 da rua do Lavradio, cuja desa-
propriacão é reclamada pelo interesse
público. Visando a tirar partido da si-
tuacão, o sr. Lacerda, aproveitando-sede uma conjuntura que êle próprio criou,
de uma barganha vergonhosa com o ex-
prefeito Sá Freire Alvim, passou dos
ataques ao elogio à administração,abrindo caminho para trocar os lotes da
Rua do Lavradio (desvalorizados) porum lote (valorizadíssimo) da Avenida
Chile. Por inteimédio de vereadores a
êle ligados na Câmara Municipal, ar-
rançou uma lei — a Lei n/ 3 — na qualenvolveu também, como escudo, duas
instituições sem fins lucrativos: uma io-
ja maçônica e um templo religioso.¦feV
Diz o povo, entretanto, que a men-
tira tem pernas curtas; as do sr. Lacerda
tão curtíssimas. As irregularidades vie-
ram à tona o o mentiroso pegado pelocós das calça».
PRIMEIRO: a Lei de número 3, ao
especificar os imóveis do propriedade
do «Tribuna da Imprensa», objeto da
permuta, menciona oponas os de nú-
mero «*, 94 e 98. Nada se diz sobre o
de número 96.
SEGUNDO: a avaliação procedida
pela Bolsa de Imóveis do Rio de Janei-
ro, de que publicamos um fac-simile em
nosso último número, atribui ao terreno
da Avenida República do Chile o valor
de 98 milhões de cruzeiros. A avaliação
feita pelo engenheiro Abelardo Xavier
da Silveira e publicada na «Tribuna da
Imprensa», como peça de defesa, atri-
bui ao» terrenos da $ >a <)o Lavradio o
valor do 17 milhões e 800 mil cruzeiro».
O tr. Lacerda deteja trocar terrenos que
valem 17 milhõet e 800 mil cruzeiro»
por um lote que vale mais de cinco vêze»
aqueles, isto é, 9C milhões, e ainda porcima, receber do Estado 100 mil cru-
zeiros de volta...
TERCEIRO:'a Lei n.? 3 menciona co-
mo propriedade da «Tribuno da Impren-
sa» os imóveis de número 92, 94 e 98
da Rua do Lavradio. A verdade, porém,é que dos três lotes acima mencionados,
apenas o de número 98 portence à em-
presa jornalística do sr. Carlos Lacerda.
Os outros dois — os de n's. 92 e 94
— pertencem a um cidadão estrangeiro,
o sr. Albert Henry Frisbee. Isso é o que
QUINTO: resta a hipótese do sr. guradoras do mundo) no Brasil e é pro-
Albert Henry Frisbee ser um do» dono» vaval que ainda hoje outro firma suo
da «Tribuna da Imprensa». A audácia - Colllr * Frisbee - continui « repre-
do «r. Cario» Lacerda ao entrar numa «entá-las ..a Estado de Sao Paulo,
campanha eleitoral, tendo, ao mesmo Para completar êste breve retrato
tempo, tanta tujeira nos costas, autori- d„ corrupto sr. Cario» Lacerda, lembra-
za-nos até mesmo a levar em conta es- riamos, ainda, que segundo informa ofi-
ta enormidade. E dizemos enormidade cialmente ao IAPI, o sr. Lacerda rece-
porque o artigo 160 da Constituição beu e embolsou as contribuições des-
veda expressamente a estrangeiros se- contadas dos seus operários para a pre-
rem acionistas de sociedades anônimas vidência social. Não só não destinou o
proprietárias de empresas jornalísticas dinheiro ao IAPI — como era sua obri-
ou radiofônicas. gação — mas ainda gastou-o nas suas
SEXTO: também não é demais lem- prolongadas viagens pela Europa. Pode
mformaVrepartição competente, o Re- brar que os duas companhia, de segu- haver maior exemplo de falta d. «cru-
B. uTg.JT. móveis. Sortanto, está ro, às quai, aparecem hipotecados os Pu.o de desonestidade de von, e fn*
2 terizado que o sr. Cario, Lacerda .Ce, ditos da «Tribuna da Imprensa», .rada de realizar ngoaatasrD ss.;,jm
Guanabara dois lotes de terreno, que de fraudar o pais, remetendo ilegalmen- so, destacado poht.co daUDN carioca
nâo lhe pertencem, mas a um cidadão i. para o estrangeiro lucros aqui aufe- conversando em Brás, a urna-do
;¦ ridos. Durante mais de vinte anos, políticos • jornalistas: «Tenho muitoeS'ran9e firma
do sr. Albert Henry Frisbee - foi medo de ver o Lacerda no Governo da
QUARTO: além do fato de que representante d(J <(Pearl)> , da «Pru. Guanabara. Não sei até onde poderá >f
apenas um dos três lotes mencionados ^.^ ^
. ^ da< maiorei $e. a corrupçâo a|i„.».
pertence à «Tribuna da Imprensa»,
acha-se êle gravado com uma hipoteca
à Caixa Econômica, no valor de 1 mi-
Ihão 150 mil cruzeiros; os outros dois lo-
tes, de propriedade do sr. Frisbee,
acham-se igual ncnte hipotecados a
duas empresas inglesas de seguros, a
«Pearl Assurance Company Limited» e a
«Prudential Assurance Limited», no va-
lor de 1 milhão e 500 mil cruzeiros.
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¦> y y'-«*m mm mt'- yfflÊmt
oH ^|jntmm
Desespero
da derrota
A certeza na vitória, com que Lacerda Ini-ciou sua campanha eleitoral, desapareceu daface do candidato da corrupção e do golpe.O desespero tomou conta do Corvo do La-vradio e o suor inunda o seu rosto trans-tornado.
Lacerda se Apropriou deMilhões de Cruzeiros dosInstitutos de Aposentadoria
* uftmo de¦ 1960?7:2-51
ÍR-60 '— Eduotd»
V
,60 — Murilo Cmfrl K.* i.'liPl 4 • Virrfl mmWBm%
2° Ve*n. ^Itíèfrèo Weínkk da Lacerda — i(V|3^j(), +*. ArtirtfiínlVrYft -—_-¦
4 .s Vera, ^"W^T,"2 — Ik-üü — ^eitw^ Uifc- ;\
Jrô*. • N " 5 114 — IK-W — Altrjiri»^(JÓ-L. Sfl>aítiao Silva Uni - 2 ".V«ra.
ar3 NVi 116 - !K-fí0 - íúÜo Bwr«-s'— Emihiii Htpo- íie.tao — 4 " Vnr"'
¦ I fj ° 5 UO — !R-'.'!5 — ,1a-"* I-í^i^oj?./,n -- Joaquim I^íw — 2 " Vira.
Alem das dividas para com IAPI i IAPC.o Corvo também está às voltas com o Im-posto de Renda, conforme processo na 2.'Vara da Fazenda. Na foto. fac-simile doD O dt 12/9, página 7 151.
Nem debaixode vara
^^Vjl ¦£<% ^MmMW0fMMMwM
Br ^^' **tl!;%, JKWI WÊmlBÈkWÉÊM Hm ,¦• m $t^ Tf/j m !i' vmWm ¦¦ tÊMMW MMMUmWs mmm ' '\XMM\Mm
Me ^¦¦"/"" Wã uÊ^wMmm
|Hr^^* ¦ .AMMMUr''' ' • w^*-'"'' -^^aBsW^^t^^^^» i^F>;' "^B ^B^^
W WW W' Mmm Lm Mmm^$ ÍmmmM mÊm
^K^B W"v'^ ^$^ÈÊfr^* ' 1^3»^SSÍ!wã«wii«wH^B»bS^S,?S s,.t.„-ít,iP*^>< s:: iWm^ ,„'. ¦1^,„..,l„„„..
^^" <* y^féGMmtjlÊ^^ WÈliÈ^f-INf '¦ "r rlW^lÈ^^X "*'í"
¦JBJ HDy>VjV7^uOKS9^S^sH ^^ * *MHBMWBm^elo^S8B«MlBgS' MW' ^^"^s^s^sss^s^s^Wsa&SPf^ME^ Hpjt '¦!BJ^BBPjjBjf^*7j3(||P^|^r^^^^^^ EB y^^r^^^^3flB»g^»^»^»i8s8Mt^WCT ^^»»K£-iSMte^K'wSttfl»»w»S»1MBB ¦ *íji^3u^Bij^^^^^BBrjBilA>fjjfc^ '"V^jy ^^^^^E^c^^fi^'.iM^^j^ft^^^^L^H»^ÉonK^**v nEr'"'
¦JOJBjBbj^j^fej^ijIllyii^iKMB t^-, ¦^a.1;... 'z!i\&i8&t£*.ij ¦¦¦.^a~2. _O^S^»^»^»^»^BPIBi^»^»^»^»^»l»^»^»^»^»^»^»M»^»^»^»^»^»^»^»^»»W»^»^»^»^»l »»taW»1J^^iWrlWw**iSH^^f^ ' *r*r.Y >i !»»ÍÍlJiMfcMÍitÍÍMÉL^^ :.r^
Bo^^SwKogryy ^jt^s^fi^tjMHMs^tjaoMML^^Sfytl^ /j^^^-^jSJpjBswifloijHBWHw tí*^*^^«^^^i.*íilauí:ivía<»fe.**s«?-.*t:-:4?-^í* • '•-.>^Kà.í-•"*.íí..
A negociata da Avenida Chile nõo atraso, o Corvo do Lavradio,' fazendo 15 milhões HO IAPC
passa de um aspecto apenas das fal- |ui à sua condição de ave de rapina,
catruos em que se encontra envolvido, |á se apropriou indèbitamente de vários Já no que se refere às dívidas ria
de corpo e alma, o candidolo udenista milhões de cruzeiros recolhidos de seus «Tribuna da Imprensa* p a r a com o
oo Governo da Guanabara. Esta é a empregado. . que, somados às suas IAPC a situação ainda é mais grave,
conclusão a que se chega, à base de contribuições de empregador atingem niesmo porque esla deve ultrapassar os
um exame frio, sereno, do, delito, que a cerca de vinte • quatro milhões de quinze milhões de cruzeiros, do. qual.
assinalam cada passo das atividade, cruzeiros. E o Código Penal, como se Cr$ 4.061.412,00 estão sendo cobra-
desse aventureiro, verdadeiro caudilho .abe, prescreve penas até cinco anos dos |udicialmente. E aqui se repete o
• _i . _ - j. „;,:. _„„_ „, „n»nriM Hâ«d rMiTo mesmo caso anterior de apropriação in-de «gang», que ainda tem a coragem de pnsao para o» autore» aesse aeino.
, . " . . debita, pois ao lado das contribuiçõe.de se apresentar como e h e f o de um
movimento contra a «corrução . o rou- As Contribuições que embolsOU d» Lacerda como «-"pregador «fluram
as contribuições dos seus empregadosbo«.
De foto, um breve levantamento O ir. Carlos Lacerda vem sendo filiado» a esse Instituto, ou sejam os re-
procedido nos últimos dia, em relação autuado há nada meno, de oito o;,os dalores, repórteres, fotógrafo, o revi-
/• i i »-i« .:. .......>. rir,, rnnirihnirões «ores do seu jornal, todas por êle em-às dividas do jornal do «r, Carlos La- pelo nao pagamento aas coninouiçoes i
cerda para com o, instituto, d. provi- a que está sujeito.como empregador, bolsadas sem a menor cerimônia. Em
dência re- ,1a cifra, e.tarrecedora. o bem .orno pelo nfio recolhimento da, conseqüência, no Cartório do 1» Oficio
prova, concretamente, que multo mais «ontrlbulçfie. quo rigorosamente des- da 1» Vara da Fazenda Pública exis-
¦ i il.' i i À*,»tm Am .«in *mnnnnrlni «.fin nunn- tem duas ações executivas movidas con«do que um simples contribuinte em conta ae seu» ompregaaos. sao quan-
tia» cujo total entre abril de 1952 »ra a «Tribuna da Imprensa» pelo Ini-
março de 1960 ascendem a Cr$ .... ti,ut0 de Aposentadoria e Pensões dos
8.965.204,70, inclusive mullas diversas, Comerciados, referindo-se uma, no
só no IAPI. montante de CrS 1.956.657,70 a con-
Iribuiçòes de obril de 1953 a dezem-
Não despreza nenhum reCUrSO bro de 1955, e outra a uma divida daCr$ 2.104.755,20, correspondente a
Entretanto, nesse período, no curso contribuições de fevereiro a agosto de
do qual centenas de vezes escrevendo 1957.
artigos, falando na Câmara ou mani-
festando seu pensamento por outros Fêz acordos para enganarmeios, nõo poupou os responsáveis pela«falência» dos institutos, Lacerda n ã Tais^dividas, em face da rolutan.
perdeu tempo em meio à sua ânsia in- c'a de Lacerda em satisfazer o seu pa-
contida de acumular fortuna. Comprou gamento, já determinaram a penhora
apartamentos (na Rua Toneleros e na de bens da «Tribuna da Imprensa*.
Praia do Flamengo), uma casa de com- Foi somente nessas condições que
po, automóveis e outros bens, com di- Lacerda aceitou entrar em acordo pata
nheiro que não lhe pertencia.
É certo que o IAPI, fracassadas as
suas tentativas de cobrança amigável,
apelou para a Justiça e que o Tribunal
Federal de Recursos condenou lacerda
a recolher as contribuições que havia
escamoteado de seus empiegados. Nem
assim o negocista se declorou vencido,
e apelou da sentnça naturalmente por-
que não tem nas suas mãos, em dinhei-
ro vivo, a quantia de Cr$ 1.059.000,00
a que se refere a decisão judicial. E o
mesmo deverá acontecer com outros
oito milhões cuja cobrança seguirá, sem
dúvida, o mesmo caminho.
o pagamento parcelado de uma claqun-
Ias parles da sua dívida. Mas, mesmo
assim, violou o compronvsso assumido,
que fixava sele prestações mensais pa-ra a sua liquidação, num lotai de CrS
2.104.755,20. Somente dois anos após
a dota desse acordo, ou seja em julliodeste ano, pagou a primeira prestação.
Quanto à outra parcela (Cr$ . .
1.956.657,70) o acordo a que chegou
o IAPC com o sr. Lacerda não lem en-
contrado melhor sorte, bastando essi-
nalar que de trinta e três prestaçõessucessivas de Cr$ 59.299,00 êle apenas
pagou seis.
E agoraJosé?
Depois dc tentar o golpe do terreno da Av. Chile, dr se apropriar dc 21 milhões de cruzeiros do IAPI e IAPC, de sonegar o paqa^
nentb do' Imposto de Renda c ver penhoradas as máquinas dc seu pasquim, o candidato do Clube da Lanterna faz uma pausa em sua
ampanha eleitoral e tenta, desesperado, encontrar uma saida par., a enrascada em que se meteu. Terrivelmente embaraçado, pois todos
que o acusam apóiam-sé em provas irrefutáveis que exibem para q uantos quiserem ver. o candidato chegou a fugir na semana passaoa.
para Petrópolis, pretextando doença. E agora, Lacerda?
• *í ¦ .^fflHHBoKpS*^8W
*^^^«x**,^^
SEIS MESES DE CAMPANHAi
DESMASCARAM O DEMAGOGO
ENTREGUISTA IANIO
Seis meses atrás, Jânio era inve-
jado por todos os aspirantes a de-
magogo, como um modelo no gênero.Candidato «da banqueirada paulistae dos grupos internacionais», como
bem o caracterizou o marechal lott,
Jânio centrelizava a sua campanha na
tentativa de confundir as áreas popu-lares, e obtinha inegavelmente certos
êxitos nesse terreno. Distinguindo-senisso do um Lacerda, êle foi bastante
inteligente para compreender qüe não
conseguiria qualquer apoio popular se
•e apresentasse de público como de-
fensor dos interesses « idéias que o
sustentam. Pelo contrário, sua preocu-
fiação era aparecer como candidato
«independente», de concepções novas
sobre os problemas do país e, mesmo,
como um «louco». O que, aliás, não
lhe e muito difícil, uma ver que diver-
sos depoimentos de médicos ilustres,
«m Sâo Paulo, iá apontaram nele ai-
çjuns sintomas reais de loucura.
Com esse ob|etivo de confundir o
público sobre o caráter de sua candi-
datura, Jânio foi à União Soviético,
fêz-se fotografar ao lado de Nasser
e só faltou ingressar no Exército cuba-
no, quando visitou Havana. Disse vâ-
rias vezes que «nfio entendia porqueos comunistas o atacavam», pois, afir-
mova, era um incondicional defensor
da legalidade para o PCB e chegava
mesmo a admirar os comunistas.^ Era,
em palavras, um ardoroso partidárioda reforma agrária, da revolução cuba-
na, do direito de greve — enfim, de
toda e qualquer idéia ou reivindica-
ção esposada pelo povo brasileiro.
Isso há seis meses. Hoje, dez dias
antes das eleições, Jânio já perdeu
qualquer ilusão de aporecer como II-
der das causos populares. Defende
abertamente a perseguição aos comu-•nistas e ao movimento operário, não
perde oportunidade de atacar Fidel e
a revolução cubana, e nem sequer pen-
.sa mais na União Soviética, a não ser¦ -^iara'-temer or-poderio- dó socialismo.
Sua preocupação, ao contrário de an-
tes, é aparecer como defensor dos la-
tifundiários, dos investimentos estran-
igeiros, e da diplomacia ianque. Oue
aconteceu, para uma mudança tão rc-
dical de comportamento?
0 povo tirou a máscarado demagogo entreguista
Na verdade, a mudança é mais apa-
rente que real. Em seis meses de cam-
panha eleitoral, Jânio fo) gradual-mente desmascarado pelo próprio povobrasileiro, come um vulgar • grosseirodemagogo entreguista. Para isso con-correram, além da crescente afirma-
ção de conteúdo, nacionalista, demo-erótico t honrado da candidatura Lott,as próprias contradições em que se de-bate o demagogo. Embora gozasse deum largo crédito de confiança, perparte dos grupos Ianques e reacioná-rios que e financiam (o «Time», cernemtando a* viagem de seu candidato àURSS, escreveu que Jânio pedia ir aon-
de quisesse, que ninguém iria suspei-tá-lo de «simpatias pelo comunismo»:eram apenas «inlunçées» da campanhaeleitoral), Jânio nunca pôde desem-baraçar-se de todo de seus laços cemos trustes. Mesmo sem o fazer, váriasvezes êle foi «mal compreendido» pelareação; «O Globo», per exemple, em
editoriais de primeira página, fés cri-ticas indignadas às suas declaraçõesde apoio a Cuba.
Jânio foi assim obrigado a man-ter-se numa linha sinuosa e negacean-te, que entrava em conflito aberto cemsuas pretensões eleitorais. Foi ao Krem-lin e depois correu imediatamente abeijar a mão do Papa, em Rema. De-clarou-se admirador de Fidel Castro,mas logo compensou sua «ousadia»com uma manifestação de amor a
Rockefeller — «meu grande amigo»,disse êle. Nessas idas e vindas de can-didato entreguista, o povo aprendeua rir dele. E sua desmoralização foi
tão profunda que fei pessfvel ao mo-rechal lott, na pequena cidade dt
Apuearana, no interier de Paraná, fazerestourar de rir a multidão' que cem-
pareceu ao seu comício, cem sua fé-
lebre charada: «O que é que arsda da
direita para a esquerda e dá esquerda
para a direita?» A resposta do pevefoi unânime e imediata: «é Jânio!...»
O resultado fei que Jânie não ge-nhou apoie considerável de forcai ne>cionalistas è populares, e viu ameaço-do o seu prestígio junto a certos sete-res mais intransigentes da reação. Pe-na Boto foi um dos que chegaram a
dar entrevista à imprensa, criticandoacerbamente a demagogia janista,embora reafirmando o seu apoio ao
amigo de Rockefeller. Daí a mudançade atitude: Jânio desistiu de olhar parao povo, e passou a aceitar de vez a
sua caracterização como candidato de
direita.
Aí se explica ¦ obcessão anticomu-
nisto demonstrada pelo candidatoudenista, nas últimas semanas. Depoisde desmascarado, na Convenção do
PRP, come um verdadeiro inimigo de
movimento operário e de socialismo(«No governo, não darei tréguas aos
comunistas» — fei o que Jânie pren-tificou-se a deixar escrito, para ale-
gria dos integralistas, em conversa do-
cumentadà cem Plínio Salgado) Jânio
embarcou numa aberta campanha de
provocações, repetindo os «slogans» da
propaganda ianque sabre o comunis-
ssssssl HMt\í- * * "ví^CSSB
Br^^í^w^TSib^b WmWi&$i!mÊMM&lmgÊ!Êmt ¦mWsÊ$mM3$$i:"^3Êí%&iGM*mi BsPÉÉ^?!* rTriB
WÊSÊÍ sseaFF^B ¦efe* ^H ssaP^«B ¦¦
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ISHIbJI an' " '%¦ '¦• Wi3r>'%À Som Jmmrr^nnlP^^aaaaaltaalT^'''''"
'*'''' " &'^-><*>m&<sm" jgr~^ÊÈfwÊm^B^mÈÈ^K-
'^üÊzÈfâmWk -MfürisW^-¦'$$*w
'"vj^ffitWj nm '' ^w«J-MjIsBsm ^JÊÊÊÊ^W m\mm\w':'' <ífllol IHÍ> ^^^''-feJBaaW ^¦W»ae&'flH9¥Í&''*fi^yg^iM awSt, • ^^^'«^SbbWC ' y99m3fll saBr^S?'' ' ¦ *¦¦%j?'laai Kt. : . \. :-¦ i^.aaaaarwBHBwBal mWW. : '<'•¦¦:.:§m M\m;.^í:s:-: ¦¦ ¦ •¦* mmw^mltimWm
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^^^JMÜ IHilta»B ssssssw'•*'''^^JtmbH jHr^lwPP -
Quando está bêbado
Jânio conta nos dedos
O recente escândalo do Recife, onde Jânioteve de cancelar um comido a última hora
nnr estar "no
porre". provou mais uma vez
n,,r o candidato dos trustes. depois de alguns
topos de "whisky ', só sabe contar nos dedo».
mo.Em/quatro dias, de 11 a 14 de se-
tembro, Jânio não fêz outra coisa se-não marcar a sua poslrno de inimigoferoz do movimento operário. Em cadacidade que passou, nesse período, dei-xava uma ameaça. Em Blumenau, re-velou a sua hostilidade ao direito de
greve para os trabalhadores, afirman-de que «ó claro que nenhum de nósapoia greve* que promovam interês-te* subalternos». Em Recife negou odireito de atuação política para ei co-munistas, repetindo, como pretexto pa-ra essa posição, a velha calúnia de
que «es comunistas obedecem o orien-tação de uma potência estrangeira».Em Joinville, também em Santa Cata-rina, arretou outra ameaça, afirmandoque «jornais permitirei que as doutri-nas do comunismo internacional preva-Icçam na terra brasileira».
0 amigo do Rockefellertambém é contra Cuba
E Jânio não se limita a tirar a más-
cara de democrata e admirador dos
comunistas, que tentou adotar no inf-
cio de sua campanha, para marcar
agora a sua posição reacionária. Tom-
bém em outro problema vital para o
imperialismo norte-americano — a re-
volução cubana — êle já está deixan-
do perfeitamente-«lára o-Widenll- -
dade com a diplomacia de Washing-
ton. Já se irrita francamente quandomencionam o sua viogem a Cuba, e as
declarcções que fêz na época.
Depois de fixar sua «posição ofi-
ciai» de cumplicidade com os planosimperialistas de intervenção em Cuba,
no discurso que pronunciou na revista
«Manchete», Jânio tem repetido com
freqüência declarações hostis à revo-
lução cubana, ^aquele discurso, éle
defendeu a tática ianque de utilizar a
Organização dos Estados Americcnos
para derrubar o governo de Fidel Cas-
tro, afirmando que Cuba deve confor-
mar-se com as decisões da OEA, e de-
ve renunciar ò ajuda dos foguetes so-
viéticos no caso de uma agressão mi-
litar dos Estados Unidos. Em diversas
oportunidades, depois disso, êle tem• procurado justificar a derrubada do
principio da não-intervenção e da so-
berania nacional, por parle dos Esta-
dos Unidos, contra Cuba, no coso do
governo cubano «ser dominado peloscomunistas*. «Serei o primeiro a com-
bater Cubo quando ali se instalar um
governo comunista*, afirmou o testa-• de-ferro do Esso, paro a Arcebispo
de Porto Alegre, no último dio 13, em
declarações divulgadas por escrito o
imprensa.
Também na questão da reformaagrária, Jânio esqueceu completamen-te suas tiradas demagógicas de antes.
Xas respostas que deu ao CONCLAP,também por escrito, chegou ao cúmulode afirmar que a «reforma agrário» a
ser adotada pelo Brasil é a pura e
simples canalização dos recursos pú-blicos para os latifundiários, para queestes «estejam em condições-, de ex-
piorar suas ferros. Da mesma forma de-
sapareceram de circuloção suas afir-
mações de preocupação pelos interès-ses do povo, contra a ganância dos
tubarões e dos grupos econômicos.«Creio que dentro da prática da livre
concorrência encontrarão, consumido-res e produtores, os meios adequadosde produzir e de se abastecerem sem
intervenção do governo», disse êle, nas
mesmas respostas ao sindicato de trus-•tes chamado CONCLAP, ao expor a sua
posição contrária a qualquer controle
do Estado sobre as manobras e espe-
culações dos grupos econômicos contra
o povo.
Um plano escondidodo "Our boy" de Washington
Repelido pelos trabalhadores e na-cionalistas, e acuado pela campanha
patriótica do marechal lott, Jânio as-sume assim a sua verdadeira posiçãode boneco des trustes e do latifúndio.Isso, é claro, não impede que, vez
por outra, êle ainda tente confundir
¦¦ I r 1 i : r^ 11 1 ¦* II
ANO II Rio de Janeiro, semana de 23 a 29 de setembro de 1960 N' 82
os incautos, pois seu descaramento é
suficiente para desobrigá-lo de qual-
quer coerência. Ainda no último dia
13, em São Paulo, precisamente um
dia depois de suo campanha antico-
munista no Sul do país, êle não teve
escrúpulos de afirmnr, diante de uma«uposta «Ação Socialista» formada pa-
a apoiar sua candidatura, qç-:
«Tenho certeza de que a democrá-
ia do futuro será um Estado sócia-
Isto».
Jânio, contudo, já está queimado,rrremediàvelmente, como «our boy» do
Departamento de Estado, segundo a
expressão famosa da «Hamon1* Letter».
E a opinião público brasileira já está
alertada, inclusive, de detalhes de seus
planos de entrega imediata do petró-leo à Esso, se fosse eleito. Informa-
ções trazidas por aquela mesma revis-
ta financeira ianque dão conta de pio-
parativos já em curso para o vinda
de uma «missão econômica» composta
de banqueiros norte-americanos, para«fazei um balanço» da situação eco-
nômica do Brasil — balanço que, òb-
viamente, seria concluído pela afiima-
çõo da insolvência do pais, e pela in-
dicaçâo do «único remédio» possível:a entrega do petróleo.
É o próprio Jânio, aliás, que confir-
ma a veracidade dessa informação da
«Hanson's Letter». Em uma resposta es-
crita que endereçou ao «Jornal da
Bahia», em 29 de setembro passado,afirmou cie:
«E indiscutivei a necei^idade de
uma participação maior dos governosestaduais nus proveitos da exploração
do polróleo. As condições vigentes são
do molde a dosoncorajar o indispen-
sável apoio, quer à pesquisa, quer a
lavra, pelos governos locais».
Qualquer pessoa oinda que poucoligada ao assunto do petróleo no Bra-
sil enxergará a vinculação entre esso
declaração de Jânio e o célebre «pio-
no Roberto Campos» de entrega do
petróleo, divulgado no «O Globo» pe-Io ex-agente de Rockefeller no BNDE.
É exatamente a concessão de auton-
dade aos governos estaduais para ne-
gociarem com os tru<le< estrangeiros
a exploração do petróleo em cada Es-
tado, limitando-se a Petrobrás às suas
instalações existentes no Recôncavo
baiano a linha básica desse plano de
entrega do petróleo.É um plano entretanto que, como
muitos outros quo vieram anf>s dele,
não chegará a ser posto em pratica;
pois o povo brasileiro já conhece Já-
nio, e mostrará nos umas o que pensada suo demagogia e Ho seu coratrn
de inst.umcnto dos trustes. Lott será
eleito.
i
matam*'" iun*irn«"TWrri)Éi i ¦"¦"•"-*"*T1trTiiii-i,i im-i»».*^.-. ^^---sCr^i.. ,.i.7, <ec.sl.nV° j^^s^uíi.?;.'>S/<M10N Í!nér.llY been anticipated In Washington «j, th. elea
^í Pra.tl woulà give lhe Departmen anothe Prond Qf
fl fllrlBtlon
ELECTION »ith Castro could te ignor? \q^ m the Argentine eleoWon I
\ «™— sr&pssm *#• "'*¦»¦"•""m -°re "our boy". iarrangeoents of this kind. ^y^
"'^~^rawaijL.<a|je.llii>làWWlM4i''l'i'1t|'"aB^inriW4
Patrão descuidado«deu o serviço»
' Aa.ni, se oralmente em Washington que a elelçSb de Quadro, no Brasil dar* .
piSnlò í EMado um outro Frondúí. Mas as eldçe,S realizadas agorajia A^enUn.
XI cautela em qo.taq.er novos arrancos de '„«.«, homem dto, tipo .isso * .
que afirmou a revista do. grupos Imance.rc* ianques. Hanson. Letter ,
lllllll. ¦¦¦¦¦—¦ II
1
!UMOS Rio de Janeiro, semana
/ Tomad Light
de 23 a 29 de setembro de 1960 —
DicionárioDistribuiçãona SociedadePrimitiva
Executivo. O que se pede do Le-gislativo é a elaboração de leis quegarantam o bom funcionamentoda máquina administrativa. Leisessas que não deixam dúvidas eque possam ser executadas peloPoder Executivo, sem necessidadede novo exame pelo Legislativo, oque julgamos um absurdo".
Em abono da tese da inconsti-tucionalidade, cita o parecer duasopiniões, uma do Sr. TemístoclésCavalcanti e outra do Sr. SampaioCosta, segundo as quais a fixaçãode tarifas, no regime da indcpcr.ciência dos pr ores, via atnoui-ção do Poder Executivo.
Porque é constitucional
A respeito das alegações acima,da Procuradoria Juridica do De-
partamento de Águas e EnergiaElétrica, ouvimos o próprio autordo projeto, deput" "o Barbosa Li-ma Sobrinho, solicitando unfcpro-nunciamento seu, em particularsobre a suposta inconstitucionali-dade e a alegada incapacidade dosórgãos legislativos para manlfes-tar-se sobre tarifas. Disse-nos odeputado hp.*'*nalista:
_ Um dos pilares do regimeconstitucional é o consentimentodo povo. Foi na luta pelo respeitoa esse princípio que se firmou oregime constitucional em todo omundo, desde a Inglaterra da épo-ca de João Sem Terra. E esse con-sentimento deve ser dado pelo po-der que, por excelência, representao povo, isto é, pelo Poder Legisla-tivo. Não pode haver criação deum novo imposto, ou qualquer ai-teração de imposto sem que o Po-der Legislativo se pronuncie, apro-vando. Assim é o regime constitu-eional, e é assim que se exerce oconsentimento popular. Ora, astarifas, fixadas para os serviços
públicos, são um ônus muito maior
que os impostos para os usuáriosdesses serviços, notadamente osassalariados. Por que, então, osimpostos necessitam de aprovaçãolegislativa e as tarifas não? Igno-
rat esse princípio seria, isto sim,violar a essência do regime consti-tucional.
Maior fiscalização
Continua o deputado BarbosaLima Sobrinho:
— Uma segunda rirão nvlitaem favor da tese que defendo. Aprévia aprovação da alteração dastarifas pelo legislativo implica nanecessidade de uma maior flsca-lização do assunto. A experiênciabrasileira mostra como é grandeo poder corrutor dos trustes uaeletricidade e como é relativa-mente fácil ao truste corromperos poucos elementos do PoderExecutivo que com êle têm conta-to. Além disso, tal tramitação pro-piciaria um maior conhecimentodo assunto, reduzindo a margemde que dispõem os trustes parafraudar o País.
Por fim, não resiste a menor ar-eumentação essa alegação de queo legislativo não está aparelhadopara opinar sobre tarifas. Efetiva-mente, as tarifas são estabelecidasatravés de um contrato firmado,pelo Poder Público e sujeito aaprovação do Poder Legislativo. Eisto é assim, porque os contratosde concessão envolvem privilégios.A modificação da tarifa é, conse-qüentemente, uma alteração docontrato e não poderia prescindirda aprovação, do consentimentodo Poder que aprovou o contrato.Sem isso, sim, é que há uma dele-gaçc-o dc podêres: dá-se ao Exe-cutivo a faculdade legislativa dereformar ou alterar contratosaprovados pelo legislativo. Aquino Rio, até alguns anos atrás, ha-via uma lei pela qual a$ tarifaseram fixadas pela Câmara Muni-cipal. „ .
Essa é a tradição brasileira, au-tênticamente constitucional. Coma revogação daquela Lei, a Light,conseguiu um dos seus objetivos eficou com as mãos livres.
Portanto, a tese contida no meuprojeto é legítima tanto jurídicacomo moralmente. Querer concen-trar essas atribuições nas mãos doExecutivo não passa de uma .-'sa.Porque os trustes ficam com asmãos livres.
i i
MB*
A Rádio de Moscou transmite para o Brasil programas espe-
ciais a partir de 20 horas, hora do Rio de Janeiro, no diapasaode ondas:
16 metros (17,82 e 17,84 megaciclos)
19 » (15,21; 15,40 e 15,44 megaciclos)
25 " (11,79 e 11,92 megaciclos)
'0\J pi___.v.-»". J-..J,»-... _« 1**v ""
gislativos não estão aparelhadospara opinar qual a tarifa que cor-responde à justa remuneração dedeterminado capital, pois para is-so não possui órgãos especializa-dos, que se encontram no Executi-vo. Os serviços públicos são, emregra, controlados pelo Poder Le-gislativo por meio de leis, que sãonormas de caráter geral e cujaexecução deve ficar a cargo do
aguarde:
BRASILSÉCULO XX
exConveniente para a Light
Concluindo, afirmou-nos ogovernador de Pernambuco:
_ Portanto, inconveniencia.nomeu projeto só existe para os trus-tes, que passarão a ter sua conta-bilidade fiscalizada ou que, na piordas hipóteses, encontrarão maiordificuldade para aplicar a técnicado suborno e da corrução, em quesão mestres.
A- noção dc propriedade privada, „i rin nrodução nSo existia entreíhomenàrpftSKS. Apenas algunsB.ÍSSW de Produ^^r*.
mo rato "i ",„..,,, indivíduos da co-SSSârS í aK! era realizadoSSênté. Não _ue Isso decorresse
S-,ri,st_S»síahfi nira enfrentar a natureza e delavcUySSsparusuasubsistéticia.nÍSSio e-Ukglo da sociedade, além do2 o trabalho humano apenas basta-va para prover suas necessidades mais
n hCns W,is, mas n&o dava para criarSm excedente, uma reserva para •
I. *, um produto suplemeri ar.Nio podia, desta maneira existir cia*se social nem exploração do homem pe-'"''"balho dos homeiurprimitiveitinha como base a cooperação simples,
to é o emprego simultâneo de umaauuntdade mais ou menos considera-vil" í? mão-de-obra para a execuçãode trabalhos slmpl*. A «perlênclamostra que a rcallza.ão de uma-mesmaSftfa S íeita mais rapidamente porum grupo de homens do que por umhomem trabalhando durante um tempoequivalente à soma do tempo de traba-lho empregado por todo 0 8™!»;^é certo ainda que os instrumentos d*trabalho sejam os mesmos, assim co-mo o nivel técnico médio. Os mutirõesrealizados pelos nossos lavradores paraa execução de ura trabalho simples toroçado de uma área. etc), constituemum exemplo de cooperação simples.Mais ainda, há trabalhos, mesmo sim-píes, inacessíveis a um so indivíduo, emie só podem ser realizados por umaequipe- Na sociedade primitiva encon-iramos, entre outros a caça aos gran-des animais (mamutes, por exemplo),que só podia ser realizada em grupo,mediante a cooperação simples.
Como a produção mal clava paraa subsistência Imediata da comunidade,havendo, portanto, Insuficiência de ob-jetos de consumo, a distribuição tinhaque ser igualitária. Numa sociedade qutproduz o estritamente necessário ao sus-tendo dos seus membros, uma distribui-ção desigual faria com que sucumbis-sem pela íome aqueles contempladoscom um quinhão menor. E isso exp»ria a perigo a capacidade de sobrevl-vencia de toda a comunidade.
Portanto, na sociedade primitiva adistribuição Igualitária era decorrênciade uma produção insuficiente, ao passaquo a distribuição igualitária que Mar*preconiza para a sociedade comunis.ta baseia-se na abundância de produ.tos. A União Soviética e os demais pa.ises socialistas encontram-se na primei.ra etapa da sociedade comunista'— asocialismo —, onde a distribuição aindainão é igualitária, mas feita de acordacom a quantidade e a qualidade do tra.balho. Quem trabalha mais, ou execut»um trabalho mais complexo, receb*
Na sociedade capitalista, teórica,mente, rege o mesm0 principio na dis.tribuição dos bens produzidos. Entre-tanto, como as leis aqui atuam abrindocaminho em meio a tendências que aelas se opõem, esse principio se se ye-rifica em média e nunca em casos In-dividuais; Além disso, a existência dapropriedade privada dos meios de pro-dução faz com que só uma parte rela-tivamente pequena da massa de bensproduzidas se destine àqueles que osproduzem, sendo a outra parte apro-priada pelos donos desses meios de pro-dução, isto é, os donos das fábricas, dasfazendas, etc, os donos do capital.
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II Quem Mudou em Bogotá:EUA ou a Situação?
áquinas da RDA Para o BrasilVem crescendo nos últimos anos
o intercâmbio comercial entre oBrasil e a República DemocráticaAlemã. As exportações brasileirascondam principalmente de café,enquanto da RDA, recebemos tra-tofes e outras máquinas. Agora,
dando mais um passo no sentidode ampliar tal intercâmbio, vemde ser assinado em Leipzig umconvênio comercial entre a "Still
Sia", de São Paulo e a "Werkzeug-maschinenexport" da RepúblicaDemocrática Alemã. Na foto, o re-
presentante da firma brasileira,Sr. José Vaneck, aparece à direi-ta e o diretor-gcral da firma ale-mã à esquerda. A "Still Sia" im-portará da Alemanha, máq- ' ias c
. ferramentas no valor de váriosmilhões de marcos.
Seria inexato dizer-se que a Conferência EconJmlCR deBogotá constitui uma mera repetição desencontros, 8«nJSes anteriormente realizados pelos Estados jrMrtca-nos Lm dúvida, ainda que timidamente c sob a formaSe generalidades, o documento final-da reunÇp da «IJclavlcL de Boeotá» aflora alguns dos problemas que se en-con.ram na ba e do subdesenvolvimento dc toda a AmericaL £ Entretanto cabe aqui uma outra indagação: terialid pos 1 ¦. que as coisas corressem agora de outro modoe que a delegação norte-americana mantivesse a mesmae gqiacia. indiferença diante das justas qiptXM. que cm o •
ras oportunidades têm sido apresentadas quanto à poüdos Estados Unidos para com a América Latina Sei ia isto
possível depois dos movimentas populares^vltprlosos naglômbia, na Venezuela e, sobretudo, om Cuba, nos últimosfrAc ano***' i'
Por outro lado, somente interesses outros, como os doapoio incondicional ao Imperialismo, ianque ou. raramo, osde uma promoção pessoal do Sr J*^r*$®&Çjderiam levar certos jornais a considerar a Confeiência deBogotá como «Üma reviravolta, na posição norte-americana.Onde esta suposta reviravolta? Quais as su .s manUc-s vçoes concretas? No simules reconhecimento, através deíormulaçõcs vagas e gerais, dc quo devem «P^J"ntag?alguns dos problemas realmente básicos da Amei ua LaUna' Sim o. 500 milhões do dólares «para programas dcdesenvolvimento social» (Veja-se bem: .orlai e nfto eçonft.mico) não deixaram de exercer uma certa atração sotm.diversos delegados. E a tal ponto que chegou a ser apre-sentada - embora depois retirada - uma ridícula moÇftode louvor aos Estados Unidos pela sua «nova atitude, r .compreensão dos nossos problemas. fl0nAnf,i_
Não acreditamos que se tenha modificado a essênciada politica do imperialismo norte-americano em relação aAmerica Latina ou a qualquer outra parte do.mundo. Mas,não se pode negar que nas condições de hoje o impe¦ua-li-mo 1. íiãn po:le agir corno antes, desembarcando fuzileirospara resolver diferenças ou armando braços mercenáriospara derrubar governos legítimos, como na Guatemala, em3954. A revolução cubana é uma realidade e, por mais queisso desagrade ou desespere certas pessoas, nao pode seresmagada pela força norte-americana. Hoje, mais ao:quenunca, o mundo é um só e a existência do campo socialistacom seu poderio, assegura a Fidel Castro .que ele poderácontinuar levando avante suas transformações revoluciona-rias, sem o temor de verse apeádo do Poder por um dc-sembarque norte-americano. Essa nova realidade esteve pre-sente em Bogotá e pode-se afirmar que, sem ela, as me-lhorès idéias da,OPA seriam apenas palavras ao vento, comotêm sido ate agora. E\ antes de tudo a essa nova--m£(iade, que se deve a pequena modificação -- ali a (uc lormal, de palavras, sem apoio em atos - na posição noite-amGí.C-übdesrnvolvimento da America Latina não resultoude uma fatalidade histórica Incontprnavel. E
^o.«nca»;sas já bem determinadas e que se podem efumlr^no se
guinte: de um lado, a espoliação miper. Mlsia cm prtmeçoluear « norte americana) e, dc outro, nas atiasadas estiu
turas agrárias. Espoliação e atraso entrelaçam-se e_ nãoraro apóiam-se mutuamente. ,-(L,.ia
E' certo que a «Declaração de Bogola¦-, por insistenç ada Venezuela e vencendo a oposição Inicial do Brasil, incluiuentre as recomendações relativas a .medida de progressosocial» uma no sentido dc que sejam revistas as atuaisestruturas legais ou institucionais relativas à posse aaterra. Essa indicação talvez tenha o mérito de como qu»«legalizar» as medidas de reforma agrária preconizadas ernalguns paises, inclusive no Brasil. Mas, .sua íncculdade êpatente. Que poderia fazer a Conferência, como estimuloreal a programas de reforma agrária na América Laüna.Teria que estudar as medidas já postas em prátloa emCuba e, em certo grau, na Venezuela, aconselhando-as ao»demais" paises. Pelo menos isto...
A espoliação da América Latina pelo capital estran-geiro dá-se por duas vias principais: li pelo aviltamentoprogressivo e constante dos preços dos nossos produtos ct«expui-tação e pela transferência direta de rendas produzidasnos paises latino-americanos para os Estados Unidos, atravésd.s remessas de lucros, dividendos, dos juros, das amor-tizaçôes de empréstimos, do pagamento de «royalties», deassistência técnica, etc, etc.
A respeito dos preços, cuja estabilização a delegaçãocubana reclamou, limitou-se a Declaração a uma referênciageraí. Compromisso, mesmo, por parte dos Estados umaos,nenhum. No'entretanto, bastaria que os norte-americanosso dispusossem de lato a assinar acordos a longo prazo,garantidores de preços mínimos, para que a América La-tina tivesse um mínimo de garantia para suas receitas cam-biais. Bastaria que os Estados Unidas firmassem c0"trat°s:como foi feito no passado em Washington, com a diferença,de que agora seriam estabelecidos preços mínimos e naomáximos...
Outro tanto poderia ser dito no referente ao movimeniode capitais. A Declaração é pouco mais que vazia nes«particular. Não define uma taxa mínima de desenyolvlmen-ta econômico, que pudesse ser consider da satis a orla e.ao mesmo tempo, garantida jwr emprestImos puWiços «trangeiros. Cuba propôs que a Conferência sol cltnc,ssoema^Estados Unidos uma ajuda de 30 bilhões de dólares em 10nnos para o financiamento de projetos básicos de desenvolvinfento. A proposta cubana foi considerada um des
jo-pósito, se bem que, se a aceitassem, os Estados unwosapenas restltulrlam ft América La Una uma pri rt do quedaqui têm levado. E nem a proposta cubana o api ovada,nem qualquer outra que fixasse algo de concreto.
Enfim, como disse o ministro cubano Rag:lno BotijaConferência resumlu-se a um P^ò^queg ato foi
dado á luz, «trabalhosamente, pelo subseciett.no cie r.
do Douglas Dlllon, assistido por IS janeiras., Não ha porC|u exagerar os resulta-dos de Bogotá. 500 mi-lhões de dólares (prome-tidosi são um preço niiil-to baixo pata tanio ;;s-sunhamenlo
^**. 11 -____- in' **^
Rio de Janeiro, semana de 23 a 29 de setembro de 1960 NOVOS RUMOS
>)'
j. u. c. XVII CONGRESSO METROPOLITANO DOS ESTUDANTES
Um doi fatores positivos do forta-
lecimento do que se convencionou cha-
mar movimento estudantil, terá sido o
ingresso em suas fileiras, como orga-
nizcção, dos jovens católicos, através
da Juventude Universitária Católica. A
mocidade católica percebeu que a me-
lhor maneira a seu alcance, de influir
r-> processo brasileiro é a militáncicdiuturna nas legítimas organizações es-
tudantis: diretório acadêmico, a união
estadual • a União Nacional. Para ai-
çar a esta posição, entretanto, estão
enfrentando uma dura luta contra uma
casta de intelectuais reacionários, ar-
rogados em guias espirituais da juven-tude, e contra determinados setores re-
trógrados da Igreja. Na medida em
que afastam tais trambolhos — e em
que fazem certas descobertas, como a
de que esse negócio de «movimento
estudantil dominado pelos comunistasȎ conversa remunerada da imprensa li-
geda ao Imperialismo — os católicostêm podido dar inestimável colabora-
çâo para a conquista de novas posi-
ções pelas massas universitárias, e, em
conseqüência, pelo movimento naciona-lista. No XVII Congresso Metropolitanodós Estudantes, encerrado domingo, is-
fo ficou bem claro. Podemos mesmodizer que eles representaram uma dai
mais fortes determinantes do sucesso
do co «clavo, tido por todos que o pre-lenciaram como o mais produtivo • o
que melhores resoluções políticas ado-
?ou, de quantos a Unlõo Metropolitanados Estudantes já realizou. A delega-
ção juclsta mostrou-se perfeitamentecônscia do papel que deve ser execu-
tado pela mocidade das escolas nos
países subdesenvolvidos. Procurou sem-
pre evitar as questões que poderiamdividir o plenário. E, meimo quandocaíram num imperdoável radicalismo,tentando sustentar uma posição (sobrea lei de Diretrizes e Bases) condenada
pelas outras tendências representadasno Congresso, as moças e rapazes da
JUC souberam reassumir sua posturaunitária: após derrotados no debate,
aclamaram, também, a proposição vi-
toriosa, quando esta foi posla em vo-
tação.M. A.
Ref orma da Universi dade
e D cresa da E scola Púbi ca
I
Da Terraà Lua
Documentos soviéticossobre o segundo foguete cós-mico (Lunik II) que atingiua Lua e o terceiro foguetecósmico, (Lunik III) porta-dor da Estação AutomáticaInterplanetária que foto-grafou o lado invisível daLua.
Publicação da
Editorial Vitória Ltda.
A venda nas livrarias
CrS 130,00Pedidos pelo reembolso paraCaixa Postal 165 — Riode Janeiro.
' Com sessões plenárias varando os
madrugadas (algumas terminaram de-
pois das 4 horas), reuniu-it, na se-
mana de 11 a 17 do corrente, o XVII
Congresso Metropolitano dos Estudan-
les. 360 delegados representaram os
42 escolas de nível superior da Gua-
nabara; Calendário e Temário foram
cumpridos à risca; funcionaram 12 co-
missões técnicas; e não faltou «quo-
rum» para deliberar em nenhum ins-
tante do conclave. O Congresso opro-
vou Tomada dt Contai • Relatório da
diretoria da UME, elaborou um Pro-
grama Mínimo Administrativo t uma
Carta de Princípios, redigiu um Regu-
lamento Interno para o Restaurante
Central dos. Estudantes (Calabouço),discutiu • adotou deliberações sobre
Reforma Universitária, Lei de Dirotri-
zes • Bases da Educação, »ôbre sabo-
tagem que o CONCIAP vom fazendo
ao movimento estudantil, tomou im-
portante» rtsoluçõei do caráter poli-
tico, elegeu o Tribunal Eleitoral Me-
tropolitano (TEME), • ainda debateu
com o sr. Sérgio Magalhães, cândida-
to nacionalista ao Governo do Estado.
UnidadeO Congresso teve duas eoraeterlitl-
cas principais: unidade e vitalidade.
As reuniões plenárias e de comissões
chegavam, não raro, quese ao des-
pontar do sol sem que ninguém se
ausentasse. E isto a despeito de mui-
tos dos congressistas terem de traba-
lhar ó ou 8 horas no dia seguinte.
Os debates jamais tiveram iguais
profundidade e entusiasmo, em reu-
• niões dessa ordem. E, no entanto, a
esmagadora maioria dai resoluções fo-
ram tomada» por unanimidade. Não
houve, em absoluto, divergência quan-to aos objetivos. A discrepância, quan-do existiu, foi sempre em torno da
maneiro pela qual ai questões devem
ser enfrentadas.
Ao final dai diieusiõei chegava-se
sempre a uma lolueao unitária, ocor-
rendo, freqüentemente, ier decidida
umo resolução pelo critério de acla-
mação.
Reforma e diretrizes
Reforma Universitária e diretrizes e
Bases da Educação foram os temas
mais debatidos. Ê urgente colocar a
Universidade em função das nossas
necessidades, decidiram os jovens. Foi
inscrita no Programa Mínimo, uma re-
comendação taxativa no sentido de
que a UME promova uma intensa cam-
panha pela reforma do ensino supe-
rior. Sobre Diretrizes e Bases da Edu-
cação os universitários reafirmaram a
posição que vêm sustentando em su-
cessivas campanhas: contro a subven-
ção (sob qualquer forma) a eslabe-
lecimentos de ensino particulares, con-
tra a participação de donos de escolas
nos órgãos de edministração do ensi-
no, e pela defesa da autonomia dos
Estados no que concerne à formaçãode seus sistemas escolares.
Denúncia (
Apoiada em farta documentação,
uma denuncia gravissima foi levada o
conhecimento dos congressistas. O
CONCLAP (Conselho das Classes Pro-
dutoras), entidade que se notabilizou
pelas campanhas sistemáticas que vem
movendo contra o ISEB e outras ins-
tituiçõei ligadas ao movimento nacio-
nalista, criou e supervisiona uma or-
genização clandestina, destinada a
afastar os jovens de suas legítimas as-
lociaçõei de classe. Esta organização
é mantida por recursos doados porempresas privadas «nacionais e estran-
geiras» e atua fundando grêmios es-
tudantis de «recreação» e «cultura*,
«apoliticos»; promovendo, através das
paginai de certoi jornais e da voz de
certoi político», campanha» de calúnia
e difamação dai entidades, estudan-
tii, visando com ino a desacreditá-la»;
e financiando o divisionismo de ele-
mento» oportuniíta* infiltrado» no mo-
vimento estudantil. O Congresso dele-
gou podêres à diretoria da UME
pera tirar fotocópia» da documenta-
ção recolhida e encetar um amplo mo-
vimento de de»mascaramento desses
agentes do entreguismo.
Resoluções políticas
Afora o que ficou cristalizado nu
Declaração de Princípios, o Congres-
so aprovou as seguintes resoluções:
I — Apoio cos planos da SUDENE, de
recuperação do Nordeste, e contra a
entrega da energia produzida porPaulo Afonso à Bond and Share; II —
Apoio à Comissão Parlamentar de In-
quérito que investiga a» atividades da
HANNA, pelo controle estatal da ex-
portacão de minérios, contra a expor-
tação de minerai» atômico»; III — P«"
Ia cricção de uma e»cala móvel de
«alários; IV — Contra o financiamento,no» molde» em que atualmente é feito,
aos produtore» de café; V — Pela
criação da DISPETROl; VI — Apoio à
Declaração de Brasília; VII — Apoio
às liga» Campone»as, voto de louvor
ao deputado Francisco Julião; VIII —
Repúdio ao Tratado Luso-brasileiro de
Consulta e Amizade; IX — Contra as
ditaduras; X — Pela unidade do mo-
vimento estudantil internacional; XI —
Por uma reformulação da OPA; e XII
— Sclidariedade ao povo argelino e
repúdio ao governo colonialista de
De Gaulle.
Teme
Foi eleito o Tribunal Eleitoral Me-
tropolitano (TEME), órgão encarrega-
do de processar às eleições para a
nova diretoria de UME. Nove jovensforam escolhidos para formar o Tri-
bunal. Desde logo ficou estabelecido
que a Presidência do mesmo será exer-
cida pelo universitário Nejson Pompèia,
da Faculdade de Direito da Pontifícia
Universidade Católica. As eleições te-
rão inicio no dia 5 de outubro, e se-
rão realizadas pelo processo de vota-
ção direta, com urnas em todas as
„. .^^^^^^^&mwmitmmmmmWÊWny^'^'J&fty'-^- •'¦¦'""?%
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flfl flfl». ¦ flfl BB>flfl Bflflk- 4Vr flflflHKWt,> V Có- fiF&üâv ^MmmÀx m\ Aj 'flU Hfl.flfl BB'flflmmMWM El W Mmmmm/mmmHJ ¦L^'"'-' PI II II Imi lii 1ÉI mmtc "-< i fll IImmM WLJmm Eflkf^M 'mM mmM
mccCvmm m^ fl BsV 1 ¦ . ^H flWmmvM&Êmmm mm »H ^Lu mm ^1
fll 'II II¦1 H'< -'W^mm m\-'¦** - ¦¦ Bi^k^rlr!5HI fl--i . *jeWifl . flfl¦V ír^'.mm\\í¥MW^mm-- ¦¦¦ k^k^k^k^k^k^k^k^k^k^k^k^k^k^k^k^k^k^k^H^k^HB M/í1?,-'- J—U\ mmWm\ £ \mmmmWi!IÈM HI SI
WmW*MmmY^^mm| ^rl B«^B..B I
•«I Pv^^§!Sl HHHBk»k1k^k^k^k^k^k^k^k^k^k^«^»^i^ê«»',?*
Estudantesapoiam Cuba
escolas. Voltarão todos os alunos cujas
matrículas estejam regularizadas e quenão se encontrem em débito com seus
respectivos diretórios acadêmicos.
O XVII Congresso Metropolitano dos Estudantes foi um dos mais importantes já realizados
pela UME. Os debates giraram, em .sua maioria, em tomo dos dois problemas atualmente
centrais dos estudantes, quais piam. a rclorma das universidades e a defesa da escola publi-
ca. Entre.as muitas moções aprovadas, destaca-sc a du apoio a Declararão de 1^*m. uue
[oi aplaudida pelos jovens (lotu)i
Declaração de Princípios
Flagrantes
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° Ccnlos Diegues (Faculdade de
Direito (j" PUC e Diretor de «O Metro-
politano'-) expendia conceitos sabre
nacionclismo. Dizia: "Para nós, o na-
cionalismo só terá sentido enquanto
aplicado em função das classes mais
oprimidas-. Nislo, César Guimcrães
(redator-chefe de «O Metropolitano)vira-se pnra Arond Abend (Escola Na-
cional de Engenharia), e pergunla:Por que êle não diz tem função do
proletariado?
" A brllhcnle universitária Creusa
(Faculdade Nacional de Filosofia e
JUC) teve prorrogado por sois vezes
o tempo de que dispunha para defen-
der seu ponto do visto sòbrc o Lei
de Diretrizes e Bases. Lauro CamatgoiFcculdade de Direito do Colete) foi
seu ouvinle mais ntento: solicitou qua-
tro das seis prorrogações obtidas pela
oradora.
" O Plenário funcionou sem servi-
ços de alto-falante. Joào Carlos Muller
(Faculdade de Direilo do PUC) e Má-
rio Mussi (Faculdade Nacional de Me-
dicina), que revezaram-se na presi-
dência do encontro, freqüentemente
perdiam a calma, quando tentavam
recompor a ordem, perturbada pelo ca-
lor dos debates. Já com a secretaria
ocorria o contrário. Da bela Licna Sil-
veira (Escola Nacional de Belas Artes)
e de outra graciosa jovem, que exer-
ceram o penoso mister de anotar tudo
quanto foi dilo pelos delegados, ema-
nava uma serenidade largamente res-
ponsável pelo êxito do Congresso.
* Quando do votação cia Cario de
Princípios o universitário Corlos Callou
cpresentou proposta no sentido de que
se acrescentasse a palavra improdu-
tivo no trecho da Declaração que fala-
va em «extinguir o latifúndio», Visou
com isso a aprove cão mais fácil do
item. Levanlou-se porem uma das mo-
cas da JUC e protestou: «Latifúndio,
improdutivo ou não, é um mal, o cum-
p-e extirpá-lo .
O» Universitário» Carioca», reunidos
no seu XVII Congresso Metropolitanodo» Estudante», unido» pelo» princípio»democrático» e pela freternidade uni-
versai, resolvem:
1 — Reafirmação do» direitos con-
tidos na Declaração Universal dos Di-
reitos do Homem, elaborada pela ONU;
2 — Consideramos que só uma poh-lica nacionalista do desenvolvimentobrasileiro, dará ao Pais o progressosocio-econômico, que só será válido
se visar fundamentalmente as classes
menos favorecidas, revelando a preo-cupação humana no processo do de-
senvolvimenlo; 3—0 conceito cons-
litucional de uso da propriedade in-
forma a necessidade de uma reforma
agrária urgente, em termos que asse--gurem, realmente, justa retribuição com
igual oportunidade para todos; 4 —
Assegurar a educação democrática e
gratuita, em todos os graus, é um dos
deveres fundamentais do Estado, reser-
vados exclusivamente para as
escolas públicas os recursos finan-
ceiros destinados ao ensino, bem
como o cumprimento do dispositi-
vo constitucional do emprego in-
tegral dos 20% a êle destinados; 5
Por uma maior assistência e ajuda
ao inventor brasileiro e pela criação
no seio da classe de órgão represen-
tafivo para maior divulgação dos in-
ventos nacionais; 6 — A UME reafir-
ma sua posição contra todas as for-
mas de colonialismo; 7 — A políticaexterna do País deve basear-se na
absoluta independência de todos os
governos, subordinado exclusivamente
aos interesses nacionais, repudiados
quaisquer acerto* lesivos à soberania
nacional; 8 — As relações diplomáti-
cas e comerciais entre todos o» paisesfundamentam-se nos Interesses de to-
dos os povos e no anseio comum de
paz. A confraternização e a união dos
estudantes de todos os países é um
dos fundamentos da paz universal; 9
A defesa da soberania nacional, do
desenvolvimento econômico do pois,dos postulados democráticos e dos de-
mais princípios aqui proclamados, não
pode prescindir da participação aluan-
te e permanente dos estudantes, como
vanguarda vigilante e esclarecida do
povo; 10 — Vigilância no setor eco-
congressista
O deputado Séroio Magalhães, candidato da.s (orcas nacionalistas an povcrno dn Estado
da Guanabara, compareceu, a convite dos jovens universitários, a uma das sessões plena
rias do XVII Congresso Metropolitano dos Estudantes. Depois de expor aos mocos seu
vasto programa, o candidato nacionalista to. homenageado, recebendo uma casta (foto) ^
congressista.
Declaração de Havana:
Congresso ApoiaO princípio de auto determinação dos povos e da não-ingerência nos
negóc.os internos de outras nações se constituiu om um do, íten, do Carta de
Princípios votada pelo XVII Congresso Metropolitano dos Estudantes. Como
decorrência disso os estudantes aprovaram resoluções reconhecendo a Declaração
de Havana como legítima portadora do corpo de atitudes que l.bertarao os
países subdesenvolvidos da América Latina; dando integral apoio a todas as
medidas tomadas pelo Governo Revolucionário de Cuba; e condenando a
Declaração de São José.
nômico privado em relação, às emprl-
sas eitrangelra», evitando que a» me»-
mas façam reme»»a» de lucros extra-
ordinários e royaltles para o exterior;
11 Pela nacionalização imediata
das indústria» de base, como tombem
que o monopólio estatal seja a solu-
ção para exploração das fontes de
energia; 12 — Lutar para que o go-vêrno estude e ponha em prática um
novo plano de estabilização da moeda
que não importe na paralisação ou
diminuição do atual processo de de-
senvolvimenlo econômico; 13 — Ar"10
a todos os atos do intervenção e na-
cionalização nos frigoríficos; 14 — Pe-
Ia nacionalização dos bancos, com;:a-
nhias de seguros e companhias de n-
vestimentas; 15 — Deveremos far
sempre alentos ás exigências dos tra-
balhadores c, como assunto de impor,-
lância imediata, à defesa da com-'-'aautonomia sindical e de umo lei de
greve firmada nesta liberdade de fhli-
beracão; 16 — A irrestrita solidotie-la-de, através da aliança operáro--s-ludantil, aos trabalhadores e om--os
soiore5 do povo que fornecem n or-
ça de trabalho necessário a um d"Son-volvimento que se processa em detn-
mento de seus interesses, com um mar-
cante caráter de espoliação; 17 — A
necessidade do movimento estudantillutar pela aulodeterminação dos povos,contra a ingerência estrangeira em
questões internas, preconizando uma
política exterior independente dos do'»
grandes blocos e voltada para a uni-
dade dos povos latino-americanos na
sua luta contra o imperialismo; 18 —
Exigir um desenvolvimento econõm-coem função dos interesses do povo brn-
sileiro, tendo por objetivo o domi" o
pelo mesmo das fases de industrial;-nação e comercialização das alividad-»básicas da nação; 19 — Pela indor"'1-dência do movimento estudantil f •'»
classes que detêm o poder político, r i'o
no atual momento histórico é fun <"-
mentalmente instrumento dos inteu'-' s
dos homens de indústria e, secundarie;-mente, representa um estado agrar'ocaracterizado por velhas formas de In-
tifúndio semi-feudal; 20 — Apoio í<nações africanas que atualmente esteio
travando luta pela sua libertação do
colonialismo; 21 — Apoio ao povocubano na sua luta contra o imporia-lismo, repúdio à declaração de SãoJosé; 22 — Consideramos a univer.i-dade uma instituição mantida pelo po-vo, quo deve estar a serviço do povo,através do aprofundamento e difusãoda cultura, da consciência das neer-s-sidades humanas da sociedade cm queestá inserida; 23 — O universitário,como um privilegiado, não tem dirdle.'a visar apenas a sua realização pcv-soai, mas deve colocar seu estudo a
serviço das necessidades de sua cole-tividade; 24 — O voto do analfabetoe da praça de pré é uma medida no-
cessaria à democratização do proces-so político brasileiro; 25 — A unidadedos estudantes não visa tão somentea defesa de seus direito», é, sobretu-do, uma necessidade nacional.
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— 4 NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 23 a 29 de setembro de 1960 —
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Liberdade. 1 f í|
PERSEGUIDOS POLÍTICOS DE ESPANHA E PORTUGAL
Convocada a II ConferênciaLatino-Americana (Novembro)
A Comissão Latino-AmericanaPerriiancntc pela Anistia para ospresos e exilados políticos de Espa-nha e Portugal, está convocando pa-ra os dias 11, 12 c 13 de novembrodo ano em curso, a sua segundaConferência Latino-Americana. Ks-tas reuniões, que congregam intelec-tuais e políticos de projeção dos pai-ses ao sul do Rio Grande, fazemparte de ampla campanha destina-da a conseguir unia anistia queabra, em Portugal e Espanha, unianova era de paz civil. A existêncianaqueles países, dc milhares de pre-sos políticos e dc tribunais de excc-cão para castigar com duras penas,inclusive a execução sumária, sim-pies de|itos ile opinião, assim comoa violação a todo o momento dosdireitos humanos, 6 reprovada portodos os cidadãos que não compre-endem a permanência, numa épocaem quv o desenvolvimento üa socie-dade atingiu um estágio de civiliza-ção que permite ao homem a digni-dade de manifestar sem maiores rc-presálias o seu pensamento, em ler-ras de tão decantadas tradições cul-1 tirais, de um regime inquisitorial,que chega a ser mais cruel, em cer-
los aspectos, do que certas práticasrepressivas usadas na Idade Média.
Em Buenos AiresA II Conferência terá por locai
Buenos Aires. Para tomar partena importante reunião a Comis-são Latino-Americana Permanen-te convida as figuras mais pres-tigiosas do Continente, as insti-tuições, movimentos, imprensa epovo a participarem do conclave,que deverá resultar numa demons-tração em prol da democracia maiorainda do que a I Conferência reali-zada cm abril na cidade de São Pau-lo. A Comissão solicita que as ade-soes sejam comunicadas ao seguin-te endereço: Comision Permanente.Latinoamericana — Bartolomé Mi-tre 12(50 — Montevideo — Uruguay.
Assinam a convocatória da IIConferência diversas personalidadesde projeção da América Latina, en-tre a.s quais o embaixador ÁlvaroLins, membro da Academia Brasi-leira de Letras, a dra. Delores deMelo Vasão, conhecida advogadapaulista e o sr Antônio Mastroco-lu, deputado estadual em São Paulo.
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Como se forja um povo c um regimeque põe sua marca indelével na vida denosso tempo e na marcha da humanidadepara o futuro, .
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COI.TOMAl CHUMBO
Foi posto em liberdade em um diaclaro, sem nuvens. Atrás ficavam asatalaias dos sentinelas, as cercas dearame «farpado... Nikolai Ncchvaihavia passado alguns «intermináveis»anos na colônia de correção por meiodo trabalho, de Creliábinsk.
Por que foi parar ali? Alguns delin-quentes errastaram o jovem operáriopara seu grupo, e afastaram do bomcaminho. Em companhia deles, Niko-lai cometeu um roubo. Foi descoberto,detido e julgado.
É difícil educar o homemHá uma verdade bastante conhecida:
é difícil educar o homem, mas é mui-to mais difícil reeducá-lo. Na UniãoSoviética está traçado, em toda a suaamplitude, o problema da reeducaçãodos delinqüentes. Os fundamintoi dalegislação penal da URSS • das repú-blicas federadas estabelecem: «A penanão é somente costigcypelo delito co-metido, mas tem também como finali-dade corrigir e reeducar os condena-dos no efpírito da atitude honrada parao trabalho, do cumprimento estrito daileis, do respeito às normas da convi-vencia socialista, assim como no espí-rito de prevenir a perpetração de no-vos crimes, tanto pelos condenados co-mo por outras pessoas. A pena nãotem por objeto ocasionar sofrimentosfísicos ou humilhar a dignidade hu-mana». A colônia não é um cárcere;nela não há celas com gradei nasjanelcs, nem grossos muros de pedra.O regime implantado para os redu-sos se diferencia consideravelmente docarcerário, ainda que isto não faca su-por, por certo, que se outorguem con-descendências infundadas.
Nicolãi NachvaiA colônia se chama de correção por
Intermédio do, trabalho. Nachvai, comotodos os reclusos, tinha que trabalhar.Em oficinas bem equipadas aprendeu oofício de cortador a maçarico que lheensinaram experimentados mestres.Termincdo o dia de trabalho, Nikolaidirigia-se à escola secundária, que nâose diferençava em nada das que «xis-tiam no outro lado das cercas de ara-me farpado. Quando foi posto em li-,berdade, Nikolai, junto com o dinheiroganho na colônia com seu trabalho, re-'cebeu o diploma de bacharel.
Ao sair da colônia, Nikolai nfio tevedúvidas sobre o que fazer e aonde di-rigir-se. Iria, naturalmente, à fábricede laminação de tubos, de Cheliábinsk,que patrocinava a colonial Dir-se-iaque entre uma grande empresa indus-tricl # uma colônia de reclusos nãopode haver nada de comum. Entre-tanto,*não é assim. Os soviéticos, edu-cados no espírito da moral socialista,se preocupam profundamente com odestino de cada pessoa, participamativamente da luta para suprimir a de-linqüência <i ajudam aos que caem apôr-se de pé e a abrir caminho na vida.E assim procede o pessoal da fábricade laminação de tubos de Cheliábinsk.
Quer ser engenheiroPara converter em bons trabalhado-
res os facínoras, especuladores e la-drões de ontem, a colônia necessitavade equipamentos industriais modernos.Tudo isto foi construído e montado coma cooperação da fábrica. Às oficinasda colônia chegam, com freqüência,operários de vanguarda, membros dasbrigadas de trabalho comunista. En-sinam os reclusos, os ajudam a adqui-rir verdadeira mestria em seus ofícios.
Puseram Nachavái para trabalhar naoficina de soldadura elétrica de tubos.O jovem olhava tudo com receio. E se,de repente, seu passado influísse naatitude dos demais em relação a èle?E se no seu íntimo, desconfiassem delee começassem a isolá-lo? Mas não ocor-reu nada disso. Acolheram-no como
RELATÓRIO DA C0SEC ACUSA:
qualquer novato: instruíram-no detida-mente acerca das medidas de segu-rança no trebalho, o informaram detudo como camaradas e o ajudaram.a familiarizar-se com o seu trabalho.Do passado, nem a menor alusão.
A Nikolai lhe agrada o ofício de cor-tador a maçarico. Mas quer adquirirmais conhecimentos e saber fazer maiscoisas. Ao mesmo tempo que trabalha,Nikolai começou a estudar na seçãopreparatórios de um instituto de ensino,superior. E dentro de alguns anos pen-sa receber o titulo de engenheiro.
M. \VIadimir Riazánov
Recordamos oulro caso. Certa vezem que os patrocinadores visitaram acolônia, estava entre êles o famosolaminador de tubos Pável Grechkin,Herói do Trabalho Socialista. O pes-soai da colônia o apresentou a Vladí-mir Riazánov, jovem de vinte anos queestava cumprindo a pena imposta porroubo. O jovem despertou o interessedo velho operário, e Pável Grechkinvoltou a visitar meis de uma vez seunovo conhecido, sustentando com êlelongas conversações paternais. Era evi-dente que VIadimir sentia na almaaquele tropeço que havia tido na suavida.
Olha, rapaz — lhe disse certavez Grechkin —, tenho fé em ti, e teajudaremos a fazer de ti um homem.
Não duvido — respondeu Vladi-mir com voz trêmula, fixando a vistano rosto bondoso, afetadamente sé-rio, do vemo operário.
Respondo por Riazánov, serei pa-ra êle um pai — anunciou Pável Gre-chkin.
Quando por sentença do tribunal,Vlcdímir foi posto em liberdade antesde cumprir a pena, Grechkin o reco-mendou para que o admitissem na fá-brica de laminação de tubos. Aloja-ram o jovem na casa operário, ondeagora se vê com freqüência PávelGrechkin. Visitam também Riazánov osmembros do comitê sindical da fábricae camaradas da oficina em que tra-balha. Eles se sentem também fiadoresde Riazánov, mostram grande preocu»pação pela sorte do homem que sehavia desviado e o ajudam com boaspalavras, com seus conselhos e exem-pio pessoal.
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Primeiroscontados
Ao deixar ¦ prisão, onde cumpriu longapena por crime de roubo, o operário NilolaiNachvai dlrigiu-sc à fábrica dc tubos ondeiria trabalhar, entrando em contado comleus novo» companheiros.
sVmm\m MwM MwmMmm IWm l ¦¦ ' aU\ m\tflfl KlflS^Bfl WK m\
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^H ^MWL—^Ê ^Mm\ * Jla^sH
m^pjm,^ v m
Deseja serengenheiro
Durante os anos de rcclusüo Nachvai aprendeu uma nova profissão e fiz os estudos secun-dârios, preparando-se para Ingressar na Faculdade de Engenharia >üo logo fosse libertado.Na foto, Nachvai mostra no quadro negro os seus conhecimentos de Química, indispensáveisa carreira que pretende abraçar no futuro. O sistema penitenciário soviético dá oportuni-tladc iit~ recuperação a todos,
TRAGÉDIA DO ENSINONA ÁFRICA PORTUGUESA
A VIII Conferência Internacionaldos Estudantes, patrocinada pela COSEC(Secretaria Coordenadora de UniõesNacionais de Estudantes, cuja sede é emLeiden, Holanda), realizada em 1958em Lima (Peru), elegeu uma Comissãode Estudos e Informações sobre as con-dições dos estudantes nes países colo-niais africanos. O trabalho da Comissãoestá sendo apreciado agora, quando aCOSEC realiza a sua IX Conferência, emZurich, na Suiça. Khau Kuarg Hua, pre-sidente da União Nacional dos Estudan-tes de Malaya, integrante da Comissão,foi encarregado de fazer uma investiga-ção sobre a situação do ensino na colo-nia portuguesa de Angola. Divulgamos,hoje, alguns trechos de seu relatório.Trata-se de um documento muito oportu-no pç^ra os brasileiros, pois apcirace noexato momento em que algu. jornalis-tas patrícios, membros da comitiva doPresidente Juscelino às rhnmadas <.co-memorações henrlryiinas», tecem loas,no seu afã de justificar a ossinaturc doTratado Luso-brasileiro de Consulta eAmizade, ao sistema de ensino salaza-rista e às maravilhas da colonização lu-sitana na África.
0 país«Angola — escreve Khau — é
um vasto e rico território situado na cos-ta da África Ocidental, com a superfí-cie de 1.246.700 Km2 e uma popula-ção de 4 milhões e meio de habitantes,colonizado pelos portugueses desde1486, onde existe um dos mais eleva-dos índices de analfabetismo de toda aÁfrica, numa média de 95 por cento».
Não há universidade«Como nos demais territórios colo-
nizados pelos portugueses, em Angolanão existe ensino superior equiparado*ao universitário. Os angolanos quedesejarem estudar além do secun-dário, são obrigados a matricular-senas universidades da metrópole, porém,devido ao elevado custo das bolsas, eà falta de assistência do governo, o seunúmero não vai além de uma dúzia porano».
«Em declarações feitas à Comissãodc Estudos e Informações, os alunosafricanos em Lisboa condenam severa-mente a político educacional portuguê-sa adotada en> África, declarando quei educação pnmária e secundária é
privilégio dos europeus, sendo que aporcentagem de crianças africanas quefreqüentam as escolas, não vai além deum por cento».
«Os nativos não têm o direito dereceber nem a educação estatal, sendoque só as escolas missionárias lhesabrem as portas».
Quadro«Em todo o território de Angola,
existe «penas um total de 500 escolasincluindo primárias, secundárias e mis-sionárias. No que se refere ao ensinosecundário, o governo mantém ali ape-nas 5 liceus, com pouco mais de 600lugares. Funcionam 37 estabelecimen-tos particulares».
«Em 1958 o total de alunos matri-culados nas 500 escolas, era de100.150, correspondendo a 2 por cen-to, assim distribuídos: 54.300 nas esco-Ias de alfabetização, 31.945 nas es-colas primárias, 5.784 nas escolas se-cundárias e 8.120 nas escolas missio-nárias».
Única y«Ainda hoje a única escola agrí-
cola existente em Angola, é a escola
Vieira Machado, situada na Vila d*Tchiningurio, com capacidade para ape-nas 50 alunos e exclusivamente par*brancos, pois até 1968 nenhum alun»preto a freqüentava. Até 1954 nenhumaluno de naturalidade africana a haviafreqüentado, conforme o confirma o es-critor James Duffy em seu livro sobrea África».
Ventos da TransformaçãoO presidente da União Nacional
dos Estudantes de Malaya conclui duseguinte forma o seu relatório: «Sabe-se que os fatores que criaram esta de-plorável situação e responsáveis pel»grande atraso cultural dos territórios d»Angola e Moçambique, são todoioriundos da ignóbil ditadura salazaris-ta que oprime Portugal. Porém, os ven-tos da transformação estão girando naÁfrica, e brevemente estarão em Ango-Ia, quiçá também na metrópole, fazen-do com que aqueles povos se tornem li-vres. Já se notam movimentos no seio dapopulação nativa e, na medida em queo sol vai penetrando nas plagas ango-lanas, o povo vai sacudindo a albardndos odiosos opressores».
¦— Rio de Janeiro, semana de 23 a 29 de setembro de 1960 NOVOS RÜM
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Acabar Com Latifúndio e Atraso Industrial:a Maneira de Defender a Economiae a Uni
O professor Carlos Rafael Rodriguez,catedrótico de Economia Política daUniversidade de Havana e diretor do
jornal «Hoy», órgão do Partido Sócia-lista Popular (comunista), fêz recen-temente uma conferência na Universi-dade Popular sobre o tema «Defesada Economia Cubana». NR publicou,em seu número 80, um condensado da
primeira porte da conferência, ondeCarlos Rafael analisa a estrutura da•conomla herdada pela revolução de-
pois de mais de melo século de semi-dependência em relação aos trustesnorte-americanos. Publicamos agora ostrechos mais importantes da segunda
parte. Rodriguez estabelece, em primei-ro lugar, o diferença radical existenteentre os que desejavam apenas algu-mas reformas de superfície, e es que,eemo Fidel Castro, compreenderam des-
de o início que era necessário mudara própria estrutura adulterada da eco-
nomia do pais.O que tínhamos de fazer para de-
fender nossa economia era transfor-má-la. O primeiro passo da revoluçãoera a ofensiva, para depois iniciar a
defesa do que foi conquistado. E o
programa da revolução poderia ser> traduzido nos seguintes aspectos prin-
cipais:1) Transformar nosso país de eco-
nomia agrária em economia industrial
para depois contruir uma economia to-
talmente industrializada na qual^ a
agricultura, com toda a sua importân-cia e embora continuasse crescendocontinuamente, não fosse o fator prin-cipal, e sim um fator complementar e
secundário.2) Eliminar dessa forma o desem-
prego, porque daremos um golpe im-
placável à sua forma agrária agora e,
com o desenvolvimento industrial, o eli-
minaremos num prazo móis ou menos
curto, que o comandante Che Gueva-
ra calculou em dois anos e meio.
3) Eliminar-também a dependência
das exportações, não porque exporte-
mos menos, e sim porque as exporte-
ções passarão a ser uma proporçãocada vez menor do produto nacionaltotal, de maneira que Cuba produzatanto que em vez do açúcar represen-tar 25% de todo o produto nacional,mesmo com o desenvolvimento subse-
quente da produção açucareira, ela
passe a representar apenas 15% ou
10%, ou até m".os, de tudo o que é
produzido no pois.4) Eliminar a dependência de um
só mercado externo, romper o mono-
palio comercial que nos foi imposto
pelo imperialismo norte-americano.
5) Finalmente, proteger desse modo,
mediante um processo mais ou menos
longo, de acordo com as circunstân-cias históricas, com a força da revolu-
ção, com a solidariedade que a Revo-lução receber da'América e do mundo,com o desenvolvimento do movimentonacional antiimperialista da AméricaLatino, proleger, nesse processo maisou menos longo, todos os domínios da
economia; fazer com que passem parao controle da Nação, e, pelo menos,ter, como temos agora, um Governocapaz de impedir que a utilização dos
pontos-chove por companhias estran-
geiras diminua o bem-estar do povo econtradiga o desenvolvimento econô-mico do país.
Isto sim, constitui uma verdadeirarevolução e é isto que está fazendo aRevolução Cubana que se iniciou há
muitos anos e que começou a culminaro partir de 1» de janeiro de 1959,
Significação da ReformaAgrária • *
Por isso, começamos com a ReformaAgrária. A Reforma Agrária não é
para Cuba uniedmente um problema de
caráter social, embora tenha um im-
portante aspecto social. Ê claro quenum país que tem mais de dois e meiomilhões de cidadãos vivendo no cempoe do campo, o fato de que só existis-sem 48 mil proprietários de terras, edesses alguns milhares fossem grandesproprietários, o fato de que existissem32 mil camponeses em propriedades demenos de um terço de caballeria (cêr-ca de 4,5 hectares), outros 30 milem propriedades que iam de um terçoa três quartos de caballeria; o fatode que 150 mil propriedades, que cons-tiluem 98% de todas as propriedades,fossem menores do que 37 caballe-rias e que, por outro lado, 114 pro-priedades, isto é, • os grandes latifún-dios tivessem sozinhos 20% de todaa terra disponível, todos estes fatosexplicam a miséria tradicional do povode Cuba.
Isto explica que, nos momentos de
crises — e nós que vivemos os anosdramáticos da década de 1930 o sa-bemos — os camponeses tivessem quedormir nas calçadas e viver de esmo-Ias com seus filhos e filhas, filhas queeram candidatas à prostituição, porqueesse era o único caminho que os im-
perialistas e os latifundiários lhes dei-xavom.
Êste aspecto social do problemaagrário tem enorme importância e o
• revolução restaurou os direitos do cam-
ponês, ao converter mais de 100 mil
arrendatários, subarrendatários, por-ceiros e colonos em donos de um p«-daço de terra; e, sobretudo, ao trans-formar a situação centenas de traba-lhadores ogricolas, que antes traba-lhavam nas grandes plantações, e quetrabalharam durante multo tempo porsalários inferiores a 20 centavos diá-
rios. Aqui abro um parêntese para ob-
servar que êste fato, apesar de dra-
mático é pouco conhecido até hoje.Há alguns dias quando dizia a meus
alunos na Universidade que em Cubo,até 1933, trabalhava-se no campo 12
a 14 horas diárias por salários infe-
riores a 20 centavos, houve em seus
rostos um olhar de espanto.
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Miséria acabouEssa situação vai acabar, acabou de-
finitivamenle com a Reforma Agrária.
Açúcar só
não cKegãD**
Durante malti dr cinqüenta anos a economiaurbana foi Inteiramente dominada pela pro-duçSo de açúcar. Milhares de hectares deterras eram monopolizadas pelas cirandescompanhias açucarelras, cm sua maioria cs-trangclras
Carlos Raíacl -„em NRMas esta reforma tem um caráter eco-
nômico que é importante quanto o
social, o que está vinculada ao proces-so de nossa economia nacional: Cuba
não podia ser um pais industrial se a
metade da população não tinha a
possibilidade de consumir, se os cam-
poneses cubanos viviam nestas condi-
ções de miséria, se a renda média dos
cemponeses era inferior a 15 pesosmensais para toda a família. Como
poderia haver consumidores para a
indústria de calçados? Como poderiohaver consumidores para as indústriasde .tecidos, de produtos alimentícios e
todas os outros ramos da economianacioncl? Por conseguinte, o primeiroresultado da Reforma Agrária está
sendo e será a elevação do nível de
consumo do cempesinato e a criaçãode seu mercado para consumo interno
de produtos industriais. De tal forma
que com a aplicação inicial da Refor-
ma Agrária, aumentou de forma er-
traordinária o consumo de todas os
artigos industriais em nosso país.
Não existe atualmente em Cuba uma
só fábrica que não esteja trabalhandoem dois turnos e que não se destineao consumo nacional. Existem mesmofabricos que trabalham três turnos e
que não conseguem satisfazer os pedi-dos existentes. Esta situação é Intei-
ramente nova em Cuba.
País agrícola importavaalimento
Por outro lado, êste é um elemento
econômico essencial paia o desenvol-vimento de nossa industrio e traz co-
mo conseqüência c poupança de divi-
sas. Quando se diz a um estrangeiro
que êste pais agrícola que foi chama-
do de «terra mais linda que és olhos
humanos jamais viram-», que foi con-siderada por muitos estrangeiros comolimpais privilegiado por náo ler, salvo na época dos ciclones, qualquerameaça natur?.! ene ponha em perigosuas colheitas, quando se diz a um
estrangeiro que êste país importava170 milhões de dólares em alimentos
(dos quais 140 milhões vinhem cios
Estados Unidos), o assombro é total.
Se somarmos os 80, 100, 130 ou 170
milhões de pesos que vimos importem-do em alimentos nos últimos 40 anos,veremos que foram gastos bilhões de
pesos que deveriam ler sido empre-
gados em maquinaria agrícola e em
instalações industriais. Sc isto tivesse
sido feito, Cuba seiia agora um paisindustrializado, muitas vezes mais prós-
pero do que somos.
Por isso, cada peso que o campo-
nês cubano poupa agoia produzindo
a década de trinta.
riqueza agrícola, cada quintal de ar-
roz que é produzido a mais no país,vai nos emancipando da tutela estran-
geira, represento divisas que iremosacumulando, não para gastar em coi-
sas inúteis, mas para comprar má-
quinas que tornarão rentável e prós-
pera a economia de nosso país.
Finalmente, esta Reforma Agráriadará à indústria uma fonte de matérias--primas. Ontem mesmo, um operário
de uma das fábricas estatais me disse
cheio de orgulho que pela primeiravez foi beneficiado em Cuba o algo-
dão cubano para a fabricação de te-
cidos cubanos. O mesmo acontecerá
com o azeite de soja e de amendoim,
que substituirá os óleos importados.Outro aspecto da Reforma Agrária quenão pode ser esquecido é o quantita-tivo. A economia deturpada que nos
foi imposta pelo imperialismo fêz com
que, apesar do solo fertillssimo de
Cuba, tenhamos um rendimento de
apenas 45.000 arrobas por ccballe-
ria, enquanto que em outros paísesêste rendimento vai a 80, 90 ou 100
arrobas. Desse moda, a produção açu-
careira ocumulou em suos mãos, às
vezes sem utilizar, 179 mil caballeriasde terra, quando necessitava apenas
de 74 mil, usando os velhos métodos
agrícolas, ou 50, usando métodos mo-
dernos. Com isso poderiam ser produ-zidos seis milhões de toneladas de
açúcar. A mesma situação existe na
pecuária. Se poupássemos estas terras
mal empregados, poderíamos utiliza--Ias para outros cultivos.
Esse c o outro aspecto da Reforma
Agrária como parte da industrialização
do país.
Que tipo deindustrializaçãi
Mas, chegando a êste ponto, a in-
clustrialização, é preciso perguntar: quetipo de industrialização queremos?Muitos são os que têm aconselhado
que Cuba continue sendo um paisugríctfla, que aproveitássemos nossos
recursos naturais apenas para a in-
dúslric de consumo. Diziam estes se-
nhores que já tínhamos dado passossuficientes no sentido da industrializa-
ção «que poderíamos nos contentarcom a produção agrícola, importando
ô resto dos países industriais avan-
çados.Vejamos alguns dados sobre a in-
dústria que tínhamos. Em 1954, os téc-
nicos do Banfoic publicaram o primei-ro censo industrial de Cuba e, a des-
peito das insuficiências estatísticas, re-velou-se que havia 1840 indústrias.Analisemos, porém, em quo consistiameslas «indúslrias.. Dessas 1.840 em-
presas, 830, quase a metade, tinha
5 ou menos empregados. Em outras
palavras, as pequenas oficinas artesã-
nais de tabaco ou de calçado, em queo patrão trabalha com três ou quatroempregados, e violam as leis e o fis-
co para que se possam manter, são
a metade das empresas industriais que
possuíamos. São as 830 indústrias quenos legou o imperialismo. . .
Outras 336 empresas tinham de 6
a 10 operários, 320 tinham de 11 a
25 operários. Isto é, 80% das em-
presos tinham menos de 25 operários
e eram, portanto, pequenas ou peque-nissimas indústrias. Somente 14 em-
presas tinham mais de 500 operários,
e erom, quase todas, empresas estran-
geiras.
Indústria verdadeiraE esta c indústria que certos tevolu-
cionários queriom defender. Mas náo
é esta a indústria que vai ser cons-Iruída e defendida cm Cuba. Em seu
último discurso, disse Fidel Caslro-.
Cuba aspira ao meior grau de indus-Irialização possível e, embora vá rea-
lizar esse processo de forma sensala
e por etapas, podemos estar certos
de que nosso pcís terá o grau de in-
dustrialização necessário.
Temos todas as condições para queem nosso país, dentro de poucos onos,
seja implantada a indústria siderúrqi-ca. Já estão sendo ultimedas nego-
ciações com países amigos para cons-Iruir uma usina siderúrgica com capa-
cidade para 500 mil toneladcs de aço
por ano. Vamos iniciar também a cons-Irução das indústrias metálicas, comoos que foram contratadas com a Tchc-
coslováquia, e que tanto aborrecemcertos stnhoros porque, segundo dizem,vamos ser escravizados pelos paisessocialistas. E vamos preparar, nessesindústrias iniciais e incipientes, técni-
cos que mais tarde trabalharão nas
empresas siderúrgicas meis avançadas.Da construção de refrigeradores passa-remos à construção de motores e, no
momento oportuno, produziremos nos
mesmos os máquinas ferramentas de
que necessitamos. Teremos tambémuma indústria química, porque neces-sitamos de centenas de milhões de pe-sos em adubos c inseticidas pnra levar
ovante os planos de desenvolvimentoagrícola que o INRA elaborou e náo
podemos nos dar ao luxo de continuarimportando amoníaco dos Estados Uni-
dos para a fábrica de adubos nitro-
gonadoj de Molanzas. Com isso pou-
paremos milhões de pesoi cm divisas,ao mesmo tempo que colocaremos nas
meios do classe opciária máquinas quese conveilcião em riquezas,
A GUERRAPODE SEREVITADA!
A paz c a guerra: fis aquestão fundamental dos nossosiliiis. Dela depende « destino derada ser humano, náo importaonde cie viva. Será possível man-ler a paz, ou a (ruerra será umaInevitablUdade? Èstc problemaconstitui o tema central do arti-(to de Todor Jidkov, primeirosecretário do Partido ComunistaBúlgaro, intitulado "A paz. pro-blema crucial do nosso tempopublicado no número 8 da revis-ta PROBLEMAS I>A PAZ E DOSOCIALISMO. Partindo do fato (de que "o conteúdo fundamentalde nossa época c a passagem docapitalismo para o socialismo", oautor mostra que cslá envelhe-cida a tese segundo a qual "a
nossa época é a época do impe-rialismo, uma época de guerrase revoluções proletárias". Destamudança naquilo que constitui oconteúdo fundamental da nossaépoca, decorre também que asguerras delíftram de ser umainevltablltdauí, pois as leis doimperialismo têm hoje um campo
i limitado. O autor dá, enfim, umaprofunda explicação teórica, doponto de vista filosófico marxista,da tese de que as guerras deixa-ram de ser inevitáveis e que épossível preservar a paz.
O número 8 de PROBLEMASDA PAZ E DO SOCIALISMO traz,ainda, outras matérias de grandeinteresse, como o artigo de F.Ilavllcck sobre a nova Constitui-(ão da Teliecoslováquia, na qualo autor estuda as modificaçõesoperadas na estrutura econômicar política (1o país; a continuaçãodo debate sobre a função econô-mica do Estado no socialismo,(rés cartas Inéditas de Lênln, ar-tiRos sòhre algumas das retum-liaiites derrotas sofridas ultima-mente pelo imperiallsno ianque— no .lapão na Coréia d» Sul ena Turquia — c outras matériasde c/rsinde interesse.
Acompanhe as questões maisimportantes da atualidade lendoregularmente
PROBLEMADA PAZ E DOSOCIALISMO
cujo numero 8 está à venda emlõdas as bancas de jornais e 11-vrarias. Redação e Administração:rua da Assembléia, 34, salas 204<• :ifll. Rio. Preço do exemplarCrS 30,00. Assinaturas: 1 ano CrS360,00 e seis meses Cr$ 180,00
iéÈ/ãiBt'A''r'i\*,ifíHtrílà «ryVi^wfrvf-tTWi-gffrilMrvr, —¦-—^—¦¦'—-"•—
JanistasEspalhamo Terror ParaImpedir Eleições
Desesperados com u certeza, queganha corpo em seus espíritos, de questrãò derrotados nas urnas a 3 de ou-tubro, os partidários do sr. Jânio Qua-dros perdem a cabeça e se lançam àprática de toda sorle de violências efazem do terrorismo sua arma de ame-drontamento do eleitorado. Esse deses-pêro se faz sentir com maior intensl-dade nos Estados de São Paulo, daGuanabara e de Pernambuco. Em SãoPaulo e Pernambuco, cujos governos sàojanistas, os srs. Carvalho Pinto e CidSampaio assumem o comando dos atosde violência e terrorismo, lançando suaspolícias contra trabalhadores em grevee jornalistas, processando lideres cam-poneses e apreendendo edições de jor-nais que apoiam a candidatura nacio-nalista do marechal Lott. Na Guana-bara, os partidários dos srs. Jânio Qua-dros e Carlos Lacerda espalham o ter-ror incendiando barracas de propagan-da da candidatura do sr. Sérgio Ma-galhães, tentando tumultuar os comi-cios nacionalistas, espancando e ferin-do gravemente estudantes da Faculda-dt de Direito e chegando ao ponto dealvejar a tiros a residência do condi-
dato nacionalista, cuja família é sub-metida a uma torpe campanha de in-timidação pelo telefone. A violência seacentua mais no Estado de São Paulo,onde o governador Carvalho Pinto con-tinua a tradição deixada pelo seu mes-Ire, sr. Jânio Quadros, velho e conhe-cido inimigo dos trabalhadores. Ali,grupos de janistas apoiados pela indi-ferença da polícia tentam dissolver pelaviolência comícios de propaganda dacandidatura Lott, a policia massacra osmotoristas de táxi, em greve, dos quaisJânio se revelou, quando no Governoinimigo declarado, e Carvalho Pintomanda condenar a anos de prisão co-nhecidos lideres camponeses, de SantaFé do Sul, ccmo Jofre Correia. Comessa onda de terror e violência, os ja-nistas procuram justificar uma soluçãoextra-legal, já que estão certos da der-rota nas urnas. E ainda têm o dos-plante de afirmar que são os comu-nistas que tumultuam o processo elei-toral e não desejam a posse dos can-didatos eleitos I
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Jânio Quadrosgoverna assim
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Durante o Governo de Jânio Quadros em São Paulo, as violências c ontra os trabalhadores em luta por melhores condições de vida se su-cederam, algumas com trágicas conseqüências. Jânio se revelou, par ticularmente, um inimigo declarado dos motoristas de táxi, aos quaisquis obrigar a pintar os carros de amarelo, como nos Estados Unidos. O seu sucessor, Sr. Carvalho Pinto, nâo fica atrás. A semana pas-.<ada. durante a greve dos motoristas, o governador paulista' mandou sua policia massacrar (foto) os grevistas e jornalistas que 14. esta-vam fazendo a cobertura dos acontecimentos.
0 desesperoda derrota
O repúdio dos estudantes a candidatura do corvo (ou será rato?) Lacerda levou ao deses-pêro os lanternciros, que. antevendo a derrota nas urnas a 3 de outubro, desencadearam aonda He violência contra os partidários dn deputado Sérgio Magalhfles A loto ms n,. tra
o momento em que os arruaceiros rasgavam uma faixa do candidato nacionalista em frenteâ FND. dando inicio às badernas.
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Também levaram
o seu quinhão
Os lanternelros acompanharam em grande número o candidato da negociata da Av. Chile,ao prédio ds Faculdade Nacional de Direito, onde foram recebidos por estrèpltosa vaia dosestudantes daquela escola. Ao perceberem que espécie de recepção aguardava seu candidato,armaram verdadeira baderna, passando a agredir os opositores. Mas também apanharam,conforme mostra a foto, onde vemos um desajustado do Clube da Latcrna sendo castigado.
Ganhar
pela força
Na falta de argumentos para ganhar o apoio das massas, os lanternelros começam a usarda violência, num desespero justificado de quem sente aproximar-se a derrota. Na Facnldadrde Direito (foto) ns partidários do Sr. Carlos Lacerda, raivosos r Incohtrolávcis lançaram-se contra os estudantes que estão em bloco com o candidato nacionalista Sr. Serg.oMagdlliáes,
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