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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 198.2.55.O DATA: 17/08/16 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Não Deliberativa de Debates - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 18h DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 16:48 CP PAES LANDIM Obs.:

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 198.2.55.O

DATA: 17/08/16

TURNO: Vespertino

TIPO DA SESSÃO: Não Deliberativa de

Debates - CD

LOCAL: Plenário Principal - CD

INÍCIO: 14h

TÉRMINO: 18h

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 16:48 CP PAES LANDIM

Obs.:

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Ata da 198ª Sessão da Câmara dos Deputados, Não Del iberativa de

Debates, Vespertina, da 2ª Sessão Legislativa Ordin ária, da 55ª Legislatura,

em 17 de agosto de 2016.

Presidência dos Srs.:

Izalci, Hildo Rocha, Jones Martins, nos termos

do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno.

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I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Havendo número regimental, declaro aberta a

sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos

trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. AUGUSTO CARVALHO , servindo como 2° Secretário, procede à

leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido)

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Mauro Pereira.

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O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Izalci, colegas Deputados que estão aqui presentes nesta

quarta-feira, cumprindo com as suas obrigações, eu recebi e tive a oportunidade de

acompanhar, hoje pela manhã, o Sr. José Antonio Fernandes Martins, o Seu

Martins, da Marcopolo, de Caxias do Sul, e Presidente da Associação Nacional dos

Fabricantes de Ônibus — FABUS.

Nós tivemos uma importante reunião com o Sr. Gilberto Pereira de Almeida,

Chefe de Gabinete do nosso Líder do Governo, o Deputado Andre Moura. Em

seguida, tivemos uma reunião também com o meu Líder, o Deputado Baleia Rossi.

O Sr. Martins é um homem da indústria, já que a Marcopolo tem indústrias em

oito países do mundo. Mas a sua preocupação é com o nosso mercado interno, com

a crise, com o consumo interno. O setor de fabricantes de ônibus está, a bem dizer,

paralisado.

Portanto, o Sr. Martins está vindo aqui, em busca de apoio dos nossos

Líderes e do Líder do Governo para que haja um incentivo do nosso Governo Temer

especialmente agora, após o processo do impeachment, para que a nossa economia

comece a andar. É preciso que o BNDES, que também está parado, comece a

cumprir a sua verdadeira função. É preciso que haja uma renegociação das dívidas

das empresas com o setor produtivo e que haja uma renegociação também dos

impostos federais, com relação aos quais quase 65% das empresas brasileiras

estão em atraso.

É muito importante o nosso trabalho parlamentar, encaminhando, ajudando e

apoiando esses empreendedores que são geradores de emprego no nosso País.

Portanto, foi com muita satisfação que hoje exerci uma das atribuições do meu

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mandato, apoiando esses geradores de emprego que merecem todo o apoio não só

deste Deputado, mas de todos os nossos Deputados e Deputadas, Senadores e

Senadores do Congresso Nacional.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, meu colega Deputado Izalci.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao próximo orador, o

Deputado Augusto Carvalho.

O SR. AUGUSTO CARVALHO (SD-DF. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos idos de 1996, eu fui autor da Lei nº 9.262,

aprovada pelo Congresso Nacional, sancionada pelo Presidente da República,

contestada pelo Ministério Público e, finalmente, validada pelo Supremo Tribunal

Federal.

Esta lei previa a venda direta dos lotes nos chamados condomínios

horizontais do Distrito Federal, na região da Área de Proteção Ambiental — APA de

São Bartolomeu.

Infelizmente, entra governo e sai governo e continua a novela da

regularização desses condomínios e do direito à moradia, que é um direito da

cidadania. Isso vem sendo protelado, vem sendo procrastinado, sem que solução

alguma seja encontrada.

Sr. Presidente, eu acompanhei o então candidato Rodrigo Rollemberg numa

reunião havida no Condomínio Estância Quintas da Alvorada, um dos condomínios

horizontais a que me referi, onde estivemos debatendo com os moradores. Eles nos

relataram as dificuldades e o desespero que muitas vezes toma conta das pessoas

quando as máquinas colocadas em ação pela fiscalização do GDF derrubavam

construções, trazendo a insegurança e a incerteza para as famílias que, aos

milhares, habitam não só aquele condomínio, como vários condomínios da APA de

São Bartolomeu.

Agora está em curso uma operação de demolição que não tem poupado toda

a comunidade daquele condomínio. As famílias novamente estão em absoluto

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desespero em razão dessa insegurança. Fala-se que irão derrubar 200 casas. O

Governo afirma que irá derrubar apenas muros, cercas e casas que estejam em

construção e, que, portanto, não estariam habitadas.

Por isso, em razão dessa incerteza e dessa insegurança, para que as coisas

fiquem claras e para que as propostas de campanha assumidas pelo então

candidato e agora Governador possam ser colocadas à prova, nós estamos

solicitando — e V.Exa. também já o fez — uma audiência com o Rodrigo

Rollemberg, a fim de que a bancada de Brasília possa colocar perante ele essa

aflição dos nossos representados.

Queremos que essa questão se deslinde de uma vez por todas e, com a

regularização da venda direta aos legítimos moradores e ocupantes dessas áreas,

eles materializem o sonho da casa própria, que é um direito de todo cidadão.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Gonzaga

Patriota.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, meu pronunciamento registra o trabalho de um pernambucano de

Garanhuns, o Sr. Francisco Campos Souto Neto, como gerente do Banco do Brasil

lá na minha querida Petrolina.

O Chico, como ele é chamado, é um gerente diferente: ele é um gerente

social, um gerente que aproxima, um gerente que discute, um gerente que orienta.

Em razão disso, estive observando a vida dele e pude ver que, por onde passou —

inclusive, é um irmão maçom —, deixou uma marca, tendo recebido o título de

cidadão de várias cidades, inclusive da minha querida Petrolina.

Também quero pedir para fazer minhas as palavras do Deputado Augusto

Carvalho. Já sou brasiliense, Deputados Augusto Carvalho e Izalci, pois estou aqui

há mais de 30 anos e tenho acompanhado o crescimento e o desenvolvimento de

Brasília. Obviamente, alguém ocupa terras da União quando elas estão acéfalas e

não servem para nada.

Acompanhei o que aconteceu de anteontem para cá. Pelo que eu soube, uma

recomendação do Ministério Público chegou às mãos do querido Governador

Rodrigo Rollemberg, do meu partido, e alguém — não sei nem se foi o Governador

— mandou ir lá derrubar casas. Era uma recomendação!

Eu quero inclusive pedir ao Poder Judiciário, que já tem pedidos de liminares

sobre a questão, que dê uma olhada nisso. Recomendação é um cuidado:

recomendou-se, mas não se está dizendo para derrubar uma casa. Não! A casa

pode esperar até amanhã, pode esperar mais 1 semana ou 1 mês.

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Quero me associar com os Deputados Augusto Carvalho e Izalci, bem como

com os demais Deputados e Senadores de Brasília, para irmos conversar com o

Governador, para que se pare com isso! Depois, se o juiz mandar, podem até

derrubar. Mas agora não.

Sr. Presidente, gostaria que fosse dada a devida divulgação ao meu

pronunciamento.

Obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna desta Casa para

fazer o registro do grande trabalho desenvolvido pelo servidor Francisco Campos

Souto Neto, que, há cerca de 1 ano, é gerente da Agência Central do Banco do

Brasil em Petrolina.

O que diferencia o trabalho desenvolvido por Francisco no Vale do São

Francisco é o foco principal na questão social. É claro que a questão financeira é

importante, mas destaca-se a forma como o referido servidor trata seu público-alvo.

Os elogios são unânimes. Lidar com Francisco na sua agência tem sido um

verdadeiro exercício de cidadania, um exemplo de como um servidor público deve

se portar em relação à sociedade.

Gostaria, neste momento, Sr. Presidente, de fazer um breve histórico da vida

desse grande servidor. Francisco Campos Souto Neto, natural de Garanhuns e

nascido em 9 de outubro de 1977, começou a trabalhar com 13 anos, dando aulas

particulares. Aos 16 anos, foi para São Paulo, onde se preparou para lecionar numa

escola de Tecnologia da Informação —TI, a For Teens Informática. Ao completar 18

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anos, após ser dispensado dos serviços militares, continuou ensinando, dessa vez

no Alcance Cursos, passando lá 3 anos e meio. Durante esse período, pelo seu

conhecimento em TI, fora contratado pela Procenge para coordenar o processo de

implantação das urnas de votação eletrônicas e para apuração dos votos eletrônicos

das cidades de Lajedo e Calçado nas eleições de 1998.

Trabalhou no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas —

SEBRAE de Garanhuns, onde foi destaque como estagiário, inclusive com

publicações nacionais no Conexão Sebrae, a exemplo da matéria Valorizando o

Estagiário. No mesmo período, também trabalhando na Caixa Econômica Federal —

CEF, promoveu melhorias no atendimento, principalmente dos clientes do setor de

imobiliário.

Prestou concurso para o Banco do Brasil S.A. em 1999, onde iniciou sua

carreira de bancário na cidade de Orocó, em Pernambuco, sendo empossado e

orientado pelo amigo e colega Eurípedes Carvalho de Oliveira Júnior, então Gerente

de Relacionamento Governo e hoje seu subordinado em Petrolina. A partir daí,

iniciou uma grande jornada, destacando-se nas agências por onde passou, e foi

promovido a gerente, atingindo os objetivos das agências.

Em 2010, recebeu um dos seus maiores desafios: o de gerenciar a agência

da cidade do Paulista. Em todas as agências em que trabalhou evidenciou a

importância no atendimento aos idosos, priorizando os aposentados, beneficiários

do INSS, gestantes e, principalmente, pessoas com deficiência física, por terem

dificuldades na acessibilidade. Buscou manter a melhor acessibilidade possível nas

dependências por onde passou. Essa percepção se amplia por causa do Gabriel, o

seu filho mais velho, de 19 anos, que possui uma paralisia cerebral grave.

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Esse trabalho, Sr. Presidente, resultou no recebimento do Título de Cidadão

Paulistense das mãos do então Prefeito Junior Matuto, com a indicação do Vereador

Augusto Costa.

Ele ajudou na implantação e gerenciamento do programa Desenvolvimento

Regional Sustentável — DRS, do Banco do Brasil, nas cidades de Iati, com

bovinocultura de leite; de Tacaratu, com o artesanato de Caraibeiras; de São Bento

do Una, com o cultivo da mandioca e apoiando fortemente a avicultura e

bovinocultura de leite.

Na cidade do Paulista, ele financiou, através do Fundo de Financiamento

Estudantil — FIES, o maior número de estudantes em relação às demais agências

do Banco no Estado no período de sua gestão, além de ter fomentado o comércio e

a indústria da região.

Viabilizou ainda a doação de 15 microcomputadores para o Município do

Paulista e também realizou a doação de 10 microcomputadores para o Município de

Iati, no intuito de apoiar a inclusão digital.

Ao chegar a Recife, na quarta maior Central Estadual de Abastecimento —

CEASA do País, promoveu, em conjunto com a Associação dos Comerciantes e

Usuários do CEASA — ASSUCERE, o fortalecimento do núcleo de segurança e

mais uma vez melhorou a acessibilidade da agência, reformando calçadas e

instalando uma estação elevatória. Ainda apoiou fortemente os empresários,

produtores rurais e instituições, como IPA, CONAB, IFPE-Recife, Comando Militar do

Nordeste — CMNE, do qual recebeu o título de Amigo do Comando Militar do

Nordeste, em 2014.

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Em 27 de abril de 2015, recebeu a honra de gerir a maior agência do Norte-

Nordeste do País: a Agência 0963, de Petrolina, onde se dedica incessantemente a

fortalecer os pilares do agronegócio, do comércio e da indústria, do setor imobiliário,

da pessoa física e das relações institucionais.

Os destaques observados em sua gestão são a reinauguração das novas

instalações da agência em agosto de 2015; o atendimento aos produtores rurais

com aumento significativo no volume de crédito; o fortalecimento dos programas

habitacionais no Município, como o Programa Minha Casa, Minha Vida; e

principalmente a valorização da sua equipe e o respeito às diferenças.

O Município de Petrolina e todo o Vale do São Francisco têm presenciado e

agradecem o excelente trabalho desenvolvido pelo servidor Francisco Campos

Souto Neto à frente da Agência Central do Banco do Brasil naquele Município.

Em razão disso, as Vereadoras e Vereadores de Petrolina concederam, por

unanimidade, o título de Cidadão Petrolinense a Francisco Campos Souto Neto. Ele

agora é também, como eu, Cidadão Petrolinense.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Passo a palavra ao Deputado Valdir Colatto.

S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. VALDIR COLATTO (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero comunicar à Casa que nós estivemos, pela manhã, numa

audiência com o Presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade — ICMBio, o Dr. Rômulo Mello, em que discutimos a situação do

Parque Nacional de São Joaquim.

O Parque Nacional de São Joaquim foi criado em 1961, mas suas divisas

ainda não foram não foram medidas e regulamentadas. Isso está trazendo grandes

complicações em função da nova lei que nós aprovamos aqui, sem os devidos

cuidados e sem, vamos dizer assim, a verificação in loco das divisas desse parque.

Hoje há uma grande confusão com relação àqueles que foram atingidos pela

transformação de áreas privadas em públicas. Muitos agricultores e, inclusive,

muitas empresas com projetos de energia eólica foram atingidos. Nós precisamos

trabalhar esse processo para ver se conseguimos resolver os conflitos e manter o

Parque Nacional de São Joaquim.

Agora foi sancionada uma lei aprovada aqui pelo Congresso Nacional, que

trata da demarcação desse parque. Mas, desde 1961, praticamente ninguém foi

indenizado.

Isso é uma prática de governo. Oitenta anos se passaram, sendo que 20% do

território brasileiro são parques hoje, áreas pelas quais não houve indenização ou

pagamento.

Nós fizemos a lei do Código Florestal Brasileiro, autorizando a compensação

para aqueles que precisam fazer reserva legal, tanto para compensação de

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reposição como para cota de reserva ambiental. Mas, infelizmente, o Governo não

regulamentou essa situação.

Temos que resolver, de uma vez por todas, essa questão dos parques no

Brasil. No caso do Parque Nacional de São Joaquim, é preciso que a comunidade

seja ouvida e que se faça um acordo de concessão administrativa e, não, judicial,

para resolvermos esse problema.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra à Deputada Geovania de

Sá.

A SRA. GEOVANIA DE SÁ (PSDB-SC. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, meu colega Deputado Izalci, todos os Deputados aqui presentes, eu

venho aqui falar de um assunto muito latente, principalmente no meu Estado, Santa

Catarina. Trata-se do trabalho de grande importância desenvolvido pelas Igrejas,

independentemente da denominação, principalmente no que diz respeito a minimizar

o impacto das drogas e dos crimes hoje cometidos por muitos jovens.

Eu tenho percorrido vários Municípios, principalmente no acompanhamento

do trabalho das nossas lideranças na implementação de políticas públicas e na

fiscalização, ouvindo todas elas.

Esse final de semana foi um exemplo muito claro disso, pois foi algo

emocionante. Eu me deparei, no sábado, na cidade de Jaguaruna, com

aproximadamente mil jovens que fazem um trabalho social principalmente na área

da música. Esses jovens buscam as igrejas e também os espaços culturais, para

ocuparem o tempo ocioso. E eu parabenizo cada líder, independentemente da Igreja

que frequente.

Eu também gostaria de registrar aqui um trabalho que pude acompanhar no

sábado à noite, na cidade de Içara, no meu Estado: o lindo projeto chamado Oficina

Jovem, que completou 5 anos No sábado à noite, muitos jovens que poderiam estar

procurando coisas que não fazem bem à sua saúde nem ao ambiente familiar, vão a

um lugar que realmente lhes traga conforto.

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A partir do momento em que fortalecemos a fé de cada jovem, nós o tiramos,

Deputado Valdir Colatto das drogas e do crime, que estão atingindo cada dia mais

as nossas cidades.

Segurança pública é um tema que tem que ser tratado com seriedade. E esse

trabalho que as Igrejas desenvolvem é realmente fantástico.

Então, eu quero parabenizar o Pastor Cirço e o Pastor PC. Quero parabenizar

o Ricardinho, a quem eu dei uma entrevista falando da minha trajetória e da minha

história. Quero parabenizar cada um que se dedica a esse projeto e a todos os

projetos desenvolvidos pelas Igrejas, que têm um papel fundamental.

Muitas vezes o poder público não consegue chegar até os jovens. Mas essas

pessoas lá estão, fazendo um trabalho importante em cada bairro, em cada

comunidade, em cada cidade. Eu quero, portanto, parabenizar todos.

Sr. Presidente, mudando de assunto, eu gostaria também de falar de algo que

está precisando de uma atenção especial no Brasil: a adoção.

São aproximadamente 55 mil crianças que não têm o aconchego de um lar,

que não têm uma família, que não têm alguém que lhes dê o amor, o carinho e o

respeito que merecem.

Nós precisamos, nesta Casa que constrói leis, buscar uma saída para essa

situação. E eu quero aqui pedir aos Deputados e a quem está me assistindo pela TV

Câmara que busquemos uma saída, para que possamos dar a essas crianças uma

família e dignidade, para que tenham os seus direitos garantidos.

Não podemos mais aceitar, Deputado Izalci, que nossas crianças estejam lá

nos abrigos. São crianças que sofreram o rompimento do vínculo afetivo, sofreram

com a violência e lá estão porque não têm uma família.

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Nós sabemos que é muito grande o número de famílias no País que estão na

fila de espera, aguardando para adotar e dar um lar a uma criança.

Enquanto mulher e mãe — também tenho minhas filhas —, venho aqui pedir

isso ao Parlamento.

Graças a Deus, Deputado Izalci, nós tivemos hoje uma audiência com o

Presidente desta Casa, o Rodrigo Maia, que disse que será dada, sim, uma atenção

especial para esse assunto, que diz respeito aos direitos das nossas crianças. São

55 mil crianças que precisam da nossa atenção.

Agradeço ao Presidente Rodrigo Maia pela sua atenção a essa situação.

Agradeço a cada brasileiro que luta diariamente para que possamos encontrar uma

saída e dar a essas crianças a garantia dos seus direitos: uma família que lhes dê

aconchego, respeito e dignidade.

Sr. Presidente, gostaria que os meus discursos fossem transcritos nos Anais

da Casa e também divulgados pelo programa A Voz do Brasil e demais meios de

comunicação.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa., Deputada.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELA ORADORA

Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde, colegas Deputadas e Deputados. Boa

tarde também a todos os que nos assistem pela TV Câmara.

Tenho percorrido muitas cidades do meu Estado, acompanhando o trabalho

das lideranças na implementação de políticas públicas, bem como o trabalho

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desenvolvido em todas as áreas. Mas chama muito a muito atenção o trabalho que

as Igrejas desenvolvem com os jovens.

No último sábado, marquei presença na comemoração dos 5 anos do Oficina

Jovem, em Içara. Não dá pra não mencionar um acontecimento como aquele. O

Pastor Cirço, que é o presidente, e o Pastor Paulo César, que é o responsável pelo

evento, estão de parabéns. Trabalhos como esse, que mantêm a juventude longe do

mundo das drogas e do crime, trazem um impacto bastante positivo para os

Municípios.

Na ocasião, ainda fui entrevistada pelo Ricardinho. Contei da minha origem

humilde e da minha caminhada até aqui, contei do alcance dos meus sonhos e do

quanto a minha crença em Deus foi importante nisso tudo. E espero ter feito com

que a fé de cada um dos que me ouviu tenha ficado ainda mais inabalável. Espero

que eu os tenha incentivado a não desistirem de seus sonhos, a ultrapassarem seus

limites. Foi muito bom. Jamais conseguiria, aqui, em palavras, expressar o que senti!

Também o 9º Congresso Regional de Jovens, em Jaguaruna, não foi

diferente. Foi outro acontecimento marcante, que reuniu cerca de 1.500 pessoas. E

ainda tive a honra de louvar a Deus com meu amigo Clayton Queiroz.

Que maravilhoso, meus amigos, ver que a nossa juventude escolheu o melhor

caminho, que é seguir a Deus! Espero que vejamos ainda mais eventos como estes

não apenas em nosso País, mas no mundo todo.

Quero que fique muito claro que não estou aqui defendendo qualquer

denominação religiosa. Estou aqui salientando a importância da Igreja, que fortifica a

fé nas pessoas. É a fé que gera um impacto incrivelmente positivo não somente na

vida familiar, mas também na sociedade como um todo.

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Vivemos em um Estado laico. Portanto, o nosso Estado não é ateu. Nós

defendemos a fé, independentemente de religião. E sabemos que aqui mesmo, em

nosso plenário, estão a cruz e a Bíblia. Deus é muito bem-vindo em nosso dia a dia,

de todas as formas.

Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde, colegas Deputadas e Deputados. Boa

tarde também a todos os que nos assistem pela TV Câmara. Gostaria de aproveitar

este espaço para falar sobre um assunto que está precisando de uma atenção

especial no País: a adoção.

São aproximadamente 55 mil crianças que não têm o aconchego de um lar,

que não têm uma família, que não têm o amor, o carinho e o respeito que merecem.

E nós precisamos nesta Casa, que é a Casa que constrói leis, darmos mais

atenção para essa situação. Precisamos buscar uma solução para ela.

Então, quero pedir aos Deputados e a quem está me assistindo pela TV

Câmara que possamos dar uma família a cada criança, que possamos dar-lhe

dignidade e direitos garantidos.

Não podemos mais aceitar que nossas crianças estejam lá nos abrigos. São

crianças que sofreram rompimento de vínculo afetivo, sofreram com a violência e lá

ainda estão porque não têm uma família.

Nós sabemos que o número de famílias no País que estão na fila de espera,

aguardando para adotar uma criança, para dar um lar a uma criança é muito grande.

Enquanto mulher e mãe — também tenho minhas filhas —, venho aqui pedir

para este Parlamento que dê atenção ao assunto. Graças a Deus, tivemos hoje uma

audiência com o Presidente desta Casa, o Deputado Rodrigo Maia, que disse que

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será dada, sim, uma atenção especial a essa questão, que diz respeito aos direitos

das nossas crianças. São 55 mil crianças que precisam da nossa atenção.

Agradeço ao Presidente Rodrigo Maia a atenção que deu a essa situação e

agradeço também a cada brasileiro que luta diariamente para que possamos dar a

essas crianças a garantia de seus direitos, uma família que lhes dê aconchego,

amor e dignidade.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Passo a palavra ao Deputado Hildo Rocha.

O SR. HILDO ROCHA (Bloco/PMDB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Izalci, que preside esta sessão, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos

os que nos acompanham pelos meios de comunicação da Casa, pela Rádio Câmara

e pela TV Câmara, eu venho à tribuna na tarde desta quarta-feira para provar que

contra números não há argumentos. Vou mostrar, neste meu pronunciamento do

Pequeno Expediente, que os números da saúde pública no Maranhão comprovam o

caos que nela se encontra instalado por incompetência e consentimento do

Governador do Estado.

Hoje as populações dos Municípios do Estado e até mesmo da Capital

podem observar, Deputado Darcísio Perondi, que a procissão de ambulâncias, que

havia se encerrado no Governo de Roseana Sarney, voltou com toda a força.

O que é procissão de ambulâncias? É a fila de ambulâncias oriundas dos

diversos Municípios maranhenses — o Maranhão tem 217 Municípios —, que

utilizam a BR-135, a única via de acesso até a cidade de São Luís, transportando

doentes para os dois hospitais que há na Capital, os dois socorrões, o de

emergência e o de urgência.

E essa procissão de ambulâncias voltou porque o Governador do Estado do

Maranhão, o Flávio Dino, deixou de repassar os recursos do Fundo Estadual de

Saúde, no valor de 100 mil reais, para os Municípios menores, como a Roseana

Sarney fazia quando era Governadora do Estado. Mensalmente esse valor era

repassado a todos os Municípios do Maranhão que tinham hospitais construídos

pelo então Secretário de Saúde, o Ricardo Murad, dentro do programa Saúde é

Vida, por ele idealizado com o apoio de Roseana Sarney.

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Mais de 50 hospitais serviam a várias populações das cidades do Maranhão.

Hoje quase todos, se não 90%, esses hospitais estão fechados, porque o

Governador deixou de lhes repassar tal verba. E as senhoras que poderiam ter o

parto dos filhos nas suas cidades, agora têm de se deslocar para outras cidades,

humilhando-se para que hospitais de outras cidades, principalmente São Luís,

possam recebê-las.

A Maternidade Marly Sarney, a melhor maternidade do Maranhão e que foi

totalmente modernizada no Governo da Roseana Sarney, agora conta com algo que

não havia antes: é o Instituto Acqua que administra o hospital, que o Flávio Dino

trouxe de São Paulo e deve ser dirigido por algum comunista camarada dele. Eles

tratam mal as pessoas, as parturientes e suas famílias. Estão colocando as

parturientes no corredor!

Deputado Darcísio Perondi, V.Exa. é médico e sabe que a mulher, depois do

parto, principalmente se for cesariana, não pode ficar no corredor de uma

maternidade, porque pode pegar infecção.

É um absurdo o que o Governador comunista do Maranhã está fazendo com

a população!

Governador Flávio Dino, respeite o povo maranhense!

Era isso o que eu tinha a colocar na tarde de hoje, Sr. Presidente. Gostaria

que o meu pronunciamento fosse divulgado pelo programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Valdir Colatto.

O SR. VALDIR COLATTO (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna para falar de um

assunto específico: a segurança jurídica e o direito de propriedade.

Nós precisamos realmente tirar o Brasil desse nó ideológico em que se

encontra e fazer a economia andar. Para isso, nós temos que facilitar a vida do

empreendedor, do empresário, do trabalhador, dos que querem fazer algum

trabalho. Há também a agricultura.

Aqui existe a Frente Parlamentar em Defesa da Desburocratização, que diz

muito claro: “Muito ajuda quem pouco atrapalha”. E é isto o que nós estamos

tentando fazer: destravar este País.

Eu torço e ajudo para que o nosso Presidente Michel Temer e a sua equipe

possam destravar e desburocratizar o Brasil, não atrapalhando aqueles que querem

produzir. Se o Governo não atrapalhar, já fará um grande trabalho. Também a

economia vai andar, porque ela realmente precisa de incentivo.

Eu estava falando com o nosso Líder Darcísio Perondi que prego nós

façamos um grande parcelamento do Programa de Recuperação Fiscal — REFIS,

para destravar a economia, porque uma empresa parada não gera imposto, não

gera emprego, não gera atividade econômica.

Então, nós precisamos trazer de volta aos trilhos da produção aqueles que

querem empreender, para que paguem imposto, gerando emprego e fazendo a

economia andar. Quem vai fazer a economia andar é a sociedade privada, não é o

Governo — que, aliás, até hoje conduz muito mal a gestão pública.

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Mas eu queria falar especificamente, Sr. Presidente, sobre a questão da

segurança jurídica e da regularização fundiária do Brasil.

Nós precisamos dar ao proprietário rural a segurança de que ele é o dono da

propriedade. Mas ele tem que buscar os meios legais para que isso aconteça. Nós

não podemos mais deixar de fazer o dever de casa e ficar no aguardo de decisões

ideológicas, que levam tempo para ser resolvidas.

Existem problemas com a regularização fundiária na faixa de fronteira, com o

usucapião, com as cláusulas resolutivas, com os indígenas, com os quilombolas,

com os assentamentos da reforma agrária e com os parques.

Só para mostrarmos alguns números, hoje 13% do território brasileiro — o

Brasil tem que saber disso — é tido como terra indígena, sendo que a Fundação

Nacional do Índio — FUNAI está planejando aumentar esse percentual para 25%.

Só para equiparar, esses 13% de terra indígena equivalem à área de 10 Estados de

Santa Catarina para 800 mil indígenas, porque 400 mil estão nas cidades. Isto é,

0,4% da população brasileira detém 13% do território brasileiro.

Além do mais, há os quilombolas e o Movimento dos Trabalhadores Rurais

Sem Terra — MST, com 11% do território brasileiro e 90 milhões de hectares para 1

milhão de famílias. E os parques representam 26% do território brasileiro.

Isso quer dizer que apenas os órgãos FUNAI, INCRA e IBAMA detêm 40% do

território brasileiro.

E sabe V.Exa. em quanto do território deste Brasil nós plantamos, Deputado

Mauro Pereira? Nós plantamos em 7% do território brasileiro. Enquanto isso, 13%

vão para os indígenas; 11%, para o MST; 20%, para os parques. Então, 40% são

mal administrados pela FUNAI, INCRA e IBAMA.

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Precisamos resolver isso, pois 70% das terras no Brasil são terras públicas e

apenas 30% estão com a iniciativa privada, que tem a livre iniciativa de fazer o seu

trabalho.

Também no Brasil, 61% são de florestas nativas. É o país que mais preserva

no planeta. E não ganhamos nada com isso, a não ser sermos chamados de

desmatadores do Brasil.

Então, Sr. Presidente, para buscar uma solução — e agradeço o minuto a

mais que V.Exa. me concede —, nós precisamos, com certeza, garantir o direito de

propriedade, dar segurança jurídica aos nossos produtores e fazer investimentos no

campo nas áreas trabalhista, produtiva e principalmente logística. Enquanto nós não

garantirmos isso, não vamos ter competitividade, e a comida chegará mais cara à

mesa do brasileiro. Nós precisamos de mudanças.

No campo, nós precisamos de uma lei trabalhista específica para o nosso

agricultor. Agora haverá a reforma da Previdência, Sr. Presidente. E nós vamos

defender que se mantenha a aposentadoria aos 60 anos para o agricultor e 55 anos

para a mulher agricultora.

Por que vamos defender isso, Deputado Darcísio Perondi? Porque o

agricultor começa a trabalhar bem cedo, como eu e os meus 14 irmãos, que

começamos trabalhar na roça aos 6 anos de idade. Quem trabalha na roça não é

como nós que vivemos aqui no ar-condicionado. E quando essas pessoas chegam

aos 60 anos, elas já não têm mais saúde, não têm mais força de trabalho. Elas nos

pedem encarecidamente: “Deputado, nós não aguentamos trabalhar mais anos do

que até os 60 anos.” Os agricultores vivem expostos a todo o tipo de trabalho

pesado.

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Quero dizer que agricultura contribui com 2,3% para o Fundo de Assistência

ao Trabalhador Rural — FUNRURAL, bem como empresas rurais, que contribuem

por meio da folha de pagamento. Portanto, nós precisamos ver com carinho esses

agricultores que recebem o salário mínimo, cuja renda, muitas vezes, é que mantém

os pequenos Municípios brasileiros em pé. Principalmente, é o salário mínimo que

mantém o nosso agricultor vivo, em especial o pequeno agricultor.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Tem a palavra o Deputado Alberto Fraga, do

Democratas do Distrito Federal.

O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente

Izalci, V.Exa. deve ter recebido várias ligações daqueles moradores da Estância

Quintas da Alvorada como as que recebi. Eu acho que esse Governador, que já está

com o rótulo de destruidor, é um irresponsável. É irresponsável a ponto de acabar

com o sonho de centenas de pessoas, de famílias que deram duro na vida para

construir suas casas. E agora vem o Governo e passa o trator em cima das casas

dos trabalhadores. Isso é de uma maldade que o tempo não vai apagar! V.Exa. deve

ter recebido vários telefonemas como os que recebi. Mas nós somos da Oposição.

Fazer o quê?

Se o Governador fala em nome da moralidade e se ele tem a Agência de

Fiscalização do Distrito Federal — AGEFIS, que passou a ser o seu órgão demolidor

de casas de trabalhadores, então que não deixe construir! Essa é a questão.

Estão lá as casas em área que ele diz que não é pública, é do Governo. Mas,

Deputado Darcísio Perondi, deixa construir casa de dois andares, casa que é o

sonho de qualquer trabalhador neste País, e vem um cara e passa o trator em cima.

Vai haver uma convulsãozinha social ali, porque muitas pessoas daquela localidade

não têm para onde ir.

Esse Governador, com esse rótulo de destruidor de lares, já derrubou, além

de casas, quantas igrejas? Que eu saiba, só no Sol Nascente e no Pôr do Sol, foram

mais de dez igrejas. Não deixe então construir!

Se existem os órgãos de fiscalização, coloque esses órgãos para trabalhar,

mas antes não permita que as pessoas invistam suas economias naquilo. Se o

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Governo permitiu que construíssem casas, por que derrubá-las? Se a construção é

ilegal, por que levou energia para aquela área? Por que está cobrando IPTU? Se é

ilegal, isso não pode acontecer. A partir do momento em que o Estado, em que o

Governo leva energia para lá e cobra o IPTU, a política tem que ser diferenciada.

O mais grave, Presidente Izalci, é que ele está se comportando como um

verdadeiro nazista. Parece o Hitler. Ele não abriu canal de conversa com os

moradores dali, que são funcionários públicos de bom poder aquisitivo.

Hoje, vindo para cá, eu estava vendo um vídeo em que ele, na campanha,

dizia que não iria derrubar as casas e que iria exatamente legalizar a situação dos

condomínios. Qual foi a ação depois de eleito? A de passar um trator em cima da

casa dos trabalhadores. Eu, como Parlamentar, assim como V.Exa., não tenho

resposta para isso. Quando as pessoas pedem ajuda para nós, o que temos a

responder? Dar uma bela de uma resposta em 2018 para ele.

Ele não tem respaldo popular, tem uma rejeição de quase 70%, está

conseguindo fazer com que o povo de Brasília sinta saudades, vejam bem, do

Governo do PT, do destruidor-mor que foi Agnelo Queiroz, que quebrou o Distrito

Federal! O Sr. Rodrigo Rollemberg está fazendo o povo sentir saudades do Governo

anterior. Vai ser incompetente assim no inferno!

E agora há mais uma denúncia: comprou 6 mil ingressos destas Olimpíadas

para presentear os companheiros, os apaniguados.

Então, é um Governador que faz de conta, é um Governador que ainda não

assumiu o Governo do Distrito Federal.

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Fica este recado para o povo: na hora de escolher alguém, escolha alguém

que pelo menos tenha maturidade administrativa. Rodrigo Rollemberg não serve

para administrar nem boteco naquelas piores corrutelas que existem neste País.

Sr. Presidente, peço que este pronunciamento seja divulgado no programa A

voz do Brasil.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Passo a palavra imediatamente ao próximo

orador, o Deputado Mauro Pereira.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador,) - Sr. Presidente, Deputado Izalci, eu gostaria de iniciar o meu

pronunciamento comunicando aos nossos 82 Deputados e Deputadas que se

encontram nesta Casa que agora, a partir das 15h30min, acontecerá um importante

evento no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas — SEBRAE,

sobre o setor vitivinícola nacional, no qual estarão presentes o Instituto Brasileiro do

Vinho — IBRAVIN e a nossa Frente Parlamentar de Defesa e Valorização da

Produção Nacional de Uvas, Vinhos, Espumantes e seus Derivados.

Trata-se do Seminário Brasil Vitivinícola, em que todos os técnicos e as

pessoas que trabalham nesse setor debaterão sobre o momento que estamos

vivendo, a expectativa para o futuro e os desafios competitivos que temos a seguir.

Também o Carlos Paviani e o nosso Ministro Afif Domingos estarão presentes na

abertura do seminário.

Então, é importantíssima a presença do colega Deputado que queira

participar desse evento, que acontecerá agora, às 15h30min, no SEBRAE.

Também gostaria de dizer que no dia de hoje, pela manhã, nós participamos,

juntamente com o Sr. Velloso, que é o Presidente-Executivo da Associação

Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos — ABIMAQ, e o nosso amigo

Filippetti, de uma importante audiência com o Ministro-Chefe da Secretaria de

Governo da Presidência da República, o Sr. Geddel Vieira, na qual mostramos a real

situação da nossa economia.

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Nós podemos dizer que estamos vivendo um momento positivo, porque,

somente com o afastamento da ex-Presidente Dilma Rousseff pela Câmara e pelo

Senado, a economia já começou a melhorar. Porém, essa melhora é totalmente

insuficiente se comparada com o estrago que aconteceu de 2013 para cá, no

Governo Dilma Rousseff.

Nas nossas indústrias, houve uma queda de produção de aproximadamente

60%. Existe uma paralisia, existe um momento de retração muito grave. As nossas

indústrias e empresas, estão com um problema de caixa seriíssimo, devido aos

prejuízos acumulados ao longo desses anos. Ao mesmo tempo, muitas dessas

empresas, em torno de 60%, não estão conseguindo pagar os impostos federais.

Então, o que há de ótimo no Governo Michel Temer é a presteza dos nossos

Ministros. O Sr. Velloso já esteve falando com o Ministro Henrique Meirelles e esteve

reunido com o nosso Ministro-Chefe da Casa Civil no dia de ontem, por quase 1

hora. E hoje o Ministro Geddel Vieira, mesmo com todas as suas preocupações, nos

atendeu.

Nós podemos dizer, meus colegas Deputados, que, com o impeachment,

teremos, sim, a esperança de um Brasil melhor. Isso é preciso. No momento em que

a confiança voltar ao País, os próprios banqueiros vão poder renegociar as dívidas

com mais facilidade, haverá mais investimento externo. E, ao mesmo tempo, o

Michel Temer vai ser o verdadeiro Presidente do País.

Eu quero aproveitar esse 1 minuto que ainda me resta para parabenizar os

nossos Senadores e as nossas Senadoras, que, de forma democrática, Deputado

Darcísio Perondi, conduziram o processo de impeachment no Senado, onde a

democracia prevaleceu e reinou nesses últimos dias. A partir do dia 25, vai ocorrer a

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votação definitiva. Eu não tenho dúvida nenhuma de que nós estamos no caminho

certo.

Ontem a ex-Presidente Dilma Rousseff deu uma entrevista em que mostrou

para toda a imprensa nacional a arrogância e a prepotência de Dilma Rousseff e sua

equipe, bem como a de sua equipe. A impressão que se tem é que agora ela não é

mais Presidente do Brasil, mas Presidente da Organização das Nações Unidas —

ONU, de tão arrogante. Ela fez a leitura de um documento e simplesmente saiu,

virou as costas para o povo, para os jornalistas. Assim era o Governo Dilma. Ela só

não virou as costas para seus amigos, que estavam metidos em corrupção, que

quebraram a PETROBRAS, que quebraram os fundos de pensão e que deram ao

País o maior prejuízo da sua história. A maior roubalheira que aconteceu na história

do País foi no Governo Lula e no Governo Dilma Rousseff.

Mas agora nós estamos no caminho certo. Os Senadores estão cumprindo a

sua missão com muita presteza. E não podemos nunca nos esquecer da nossa

Lava-Jato, que também vem fazendo um trabalho fenomenal.

Eu quero, nos últimos 30 segundos, parabenizar o Ministro da Saúde Ricardo

Barros, um homem trabalhador e dedicado, que trabalha das 8 horas da manhã até

a meia-noite, aos sábados e domingos. Os objetivos dele para o nosso País e para a

nossa gente são os melhores possíveis.

Então, os nossos Ministros estão trabalhando de forma firme e correta. Temos

que valorizá-los, porque todos querem o melhor para o nosso País. E nós vamos

conseguir dar um presente para o povo brasileiro: segurança.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Miro Teixeira.

O SR. MIRO TEIXEIRA (Rede-RJ. Sem revisão do orador.) - Eu quero,

Presidente, continuar a minha manifestação de ontem, aproveitando a presença do

Deputado Darcísio Perondi, que agora tem a tarefa duríssima de relatar a Proposta

de Emenda à Constituição nº 241, de 2016.

Nós temos opiniões divergentes neste Plenário, claro. Nós representamos a

Nação brasileira e a diversidade brasileira. Penso que está nos faltando restabelecer

o conceito de Parlamento, do ambiente em que os opostos podem discutir, podem

apresentar as suas ideias e encontrar soluções comuns, úteis ao povo e ao País.

Eu penso que este é o momento em que nós temos, exatamente pelas

dificuldades que o País está atravessando — e que continuará atravessando — que

agir dessa forma. Eu acho que este é o grande momento do Parlamento. Não é o

grande momento da individualidade dos mandatos; é o grande momento de a

instituição dizer o que se passará depois.

Qual é a minha divergência sobre o método que está sendo anunciado?

Anuncia-se primeiro e se efetiva a apresentação de uma PEC, a PEC nº 241/16, e

começa-se a se falar de uma reforma trabalhista, vagamente; de uma reforma da

Previdência, vagamente, em vez de se trabalhar analiticamente em cada aspecto.

Isso deixa inquieto todo o universo de trabalhadores, todo o universo de

aposentados. Eu duvido que Deputado Darcísio Perondi dê um voto para tirar o

décimo-terceiro, as férias remuneradas. Eu duvido! Não há essa hipótese! Mas essa

discussão genérica acaba introduzindo os boatos. Quantas vezes já vimos aqui

cartazes, outdoors, dizendo: “Vão acabar com as férias remuneradas, vão acabar

com décimo-terceiro”? No dia em que isso chegar ao Plenário, nós estaremos

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prontos para reagir duramente contra tudo isso. Mas isso não vai acontecer. A

verdade é essa.

Eu penso que organizar uma lista de metas seria mais útil. Nós temos graves

problemas fiscais, mas os problemas fiscais não estão na despesa de pessoal. Os

problemas da Previdência Social não estão na contribuição do trabalhador urbano

nem nos benefícios de prestação continuada aos trabalhadores urbanos. Aí, a

Previdência é superavitária. Não há déficit na Previdência aí.

Discutir aprofundadamente esses assuntos nos permitirá, tenho a impressão,

organizar um plano de metas para o Brasil. Isso resultará em quê? Resultará na

geração de novos empregos, no desenvolvimento. Como pode um país continuar

criando ônus para a folha de pagamento — folha de pagamento onerada pelo

Estado brasileiro? E esse sistema tributário, com esse número de impostos, taxas,

contribuições? Como é que nós vamos abordar esses temas?

Nós temos capacidade de fazer isso. Nós já fomos Constituintes.

Numericamente fomos suficientes para produzir uma Constituição. Nós somos,

agora, também, capazes de fazer um novo Projeto Brasil. Houve aquele Projeto

Brasil que embalou o MDB, que embalou Ulysses Guimarães nas grandes reuniões

com Maria da Conceição Tavares, Rafael de Almeida Magalhães, Carlos Lessa e

tantos outros. Como Parlamentares — Ulysses, claro, parlamentar — chamavam as

pessoas da sociedade, e travávamos os debates.

Eu tenho divergências, como todos têm divergências em relação a outras

ideias, e eu penso que, por sermos nós o Parlamento, temos que deixar de lado a

linguagem agressiva, a intolerância com a ideia alheia. Há um livro ótimo, intitulado

Liberdade para as ideias que odiamos. Basta ler a capa e se entende todo o livro.

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Liberdade para nossas próprias ideias não é vantagem pedir. Vamos exigir a

liberdade para as ideias que odiamos e procurar sentar — até porque não há esse

extremo tão relevante aqui na Casa —, discutir e construir um novo projeto para o

Brasil, muito rapidamente.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra a Sra. Deputada Janete

Capiberibe, em substituição ao Deputado Darcísio Perondi.

A SRA. JANETE CAPIBERIBE (PSB-AP. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, a Câmara dos Deputados sedia, desde

ontem, o XIII Seminário LGBT do Congresso Nacional, com o tema O Próximo Pode

Ser Você. O objetivo é combater o discurso de ódio presente nesta Casa e

disseminado por alguns setores a toda a sociedade brasileira.

Com a presença do segmento LGBT, a diversidade do povo brasileiro está

melhor representada nesta Casa.

Aos poucos, vamos tornar este Parlamento mais diverso, com mais amor e

menos ódio.

O poder público — desde o Poder Legislativo municipal e os Poderes

Executivos municipais, para os quais haverá eleições daqui a 2 meses — precisa se

abrir para a diversidade que forma a sociedade brasileira, que forma a plenitude do

ser humano, que deve ser incluída nas políticas públicas de governo.

Os discursos, os crimes de ódio e as campanhas difamatórias nas redes

devem ser combatidos desde o âmbito municipal.

As propostas legislativas de inclusão e respeito à comunidade LGBT, para

reduzir a cultura de ódio, devem ser aprovadas desde o âmbito municipal.

Sou defensora dos direitos da comunidade LGBT na resistência ao Estatuto

da Família e à Escola sem Partido, para tornar lei a criminalização da homofobia.

O Estado brasileiro é laico e não pode sucumbir a fundamentalismos.

O Brasil, onde a homoafetividade não é crime, é um dos países que mais

matam por homofobia!

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Como explicar esse ódio, senão pela determinação de alguns setores em

atacar a vida do outro por sua forma diferente de amar?

Isso é inaceitável! O amor, o direito de amar, vai vencer o ódio. Esta Casa

não pode ser movida por esse sentimento e pela exclusão.

Queremos uma sociedade de inclusão, de respeito à diversidade e de muito

amor.

Desejo que tenhamos mais representantes LGBT eleitos para este

Parlamento e, desde essa eleição, para as Prefeituras e Câmaras Municipais.

Este Parlamento deve ser diverso, deve abrigar a diversidade da população

brasileira, a diversidade das raças, das etnias, dos credos religiosos.

Nós entendemos que é o Poder é laico. Mas, na prática, vemos que não é

dessa forma que ele se apresenta para toda uma sociedade que tem uma

diversidade religiosa imensa, bem como uma diversidade sexual imensa.

Então, nós estamos trabalhando, já nessa campanha eleitoral dos Municípios

do nosso Estado do Amapá, pela eliminação da discriminação com o segmento

LGBT na sociedade do meu Estado e do nosso País como um todo.

Eu dou as boas-vindas àqueles que, desde ontem, no Auditório Nereu

Ramos, realizam o seu XIII Seminário LGBT do Congresso Nacional, trazendo

visibilidade ao segmento dentro desta Casa, que representa o povo brasileiro. Essa

é uma forma de se conseguir eliminar a discriminação da nossa sociedade contra o

segmento.

Sejam sempre muito bem-vindas e muito bem-vindos os representantes

LGBT! Deixo um grande abraço a todos do segmento.

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Peço, Deputado Izalci, que o este meu discurso seja divulgado para todo este

imenso País por meio do programa A Voz do Brasil e que seja registrado nos Anais

e demais órgãos de comunicação da Casa.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa., Deputada.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Darcísio

Perondi.

O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ouvi com atenção a intervenção do Deputado

Miro Teixeira. Miro Teixeira é uma universidade da política nesta Casa há muito

tempo. Eu o ouço sempre com atenção. Ele trabalha com a convergência. Sabe

respeitar a divergência, de fato. Nós temos que ter liberdade para as ideias que

odiamos.

Mas ele levantou a questão da agenda do Presidente Michel Temer — hoje,

interino; a partir de fins de agosto, definitivo, felizmente.

Eu concordo com ele em quase tudo. Primeiro, esta Casa precisa analisar as

propostas do Presidente Michel acima de ideologias, acima de partidos e olhar a

Pátria.

Eu perguntei a ele se acreditava que esta Casa iria responder. Ele me afirmou

que deve debater bastante e vai responder. Ele manifestou também — estou

desviando do que eu iria falar — que precisaria da agenda. Na realidade, o

Presidente Michel trabalhou com o ônus da interinidade. Ele não é definitivo; ele é

interino. E tem o processo do impeachment para se encerrar ali no Senado. Mesmo

assim, ele conseguiu avançar.

E ele dizia, meu caríssimo e brilhante Deputado Izalci, de Brasília, que

preside a sessão neste momento, que não assumiu interinamente como Presidente,

como pessoa; ele assumiu que o Governo é definitivo, a Presidência é definitiva.

Então, ele até tomou atitudes como se fosse Presidente definitivo, e não era. Isso

realmente não é fácil para alguém com a inteligência, a maturidade, a serenidade e

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a experiência do Presidente Michel Temer, que o Deputado Luiz Carlos Hauly

conhece, que o Deputado Miro Teixeira conhece mais que eu — eu conheci Michel

Temer em fevereiro de 1995, quando aqui cheguei e tinha medo deste microfone,

pois havia saído lá da Santa Casa de Ijuí, dos postos de saúde, do meu consultório

e vindo para cá, sem antes ter sido Vereador, e ele me abordou no Auditório Freitas

Nobre para apoiá-lo, porque ele queria ser Líder do PMDB. Foi nessa ocasião que

eu o conheci, e V.Exa. já o conhecia. V.Exas. foram colegas de Constituinte, não

foram?

O SR. MIRO TEIXEIRA - Não.

O SR. DARCÍSIO PERONDI - Não foram.

Então, ele tem esse talento.

Inclusive, ele começou a agendar o tratamento de determinados temas,

corajosamente — corajosamente, repito —, e está calcado em quatro ou cinco

temas iniciais. Há outros temas, mas o principal, o inicial, foi, sim, o gigantesco

déficit público, com o envio a Proposta de Emenda à Constituição nº 241, de 2016 —

depois, quando falar pela Liderança do Governo, devo clareá-la, porque eu me tornei

Relator da PEC —, para enfrentar o problema. Nós temos um déficit público, uma

despesa, de 43% do PIB todos os anos. Se tirarmos a não financeira, temos 33%. É

a maior despesa pública dos países emergentes do mundo. Isso tem que ser

enfrentado. É preciso reduzir a despesa primária, analisando bem o problema, com

parcimônia.

Na etapa seguinte, quando eu falar pela Liderança, vou me manifestar melhor

sobre a PEC 241/16, pois agora meu tempo já está se encerrando.

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Com isso, também haverá condição de enfrentar o outro problema, a dívida

interna bruta, que está crescendo — o Deputado Luiz Carlos Hauly é professor

desse assunto. A dívida é muito grande, tem custo e está crescendo. É por isso que

nós já somos, para o mundo inteiro, péssimos pagadores de nossa conta. Ele

trabalha nesse sentido.

Então, essa é a primeira, porque a PEC já está tramitando em tempo recorde:

já criamos a Comissão; na semana que vem chamaremos o Ministro; e o tema está

aberto para a discussão com toda a sociedade.

A segunda questão, meu caro Deputado Miro, meu caro Deputado Rodrigo,

Deputada Kokay, Deputado Hauly, é que a MP 241/16 não vai dar certo se não for

feita a reforma da Previdência. E aí, sim, os técnicos estão trabalhando. Eu lhe

asseguro, Deputado Miro, que há 90 dias foram ouvidas as confederações sindicais

e empresariais; muita gente foi ouvida. A área técnica está trabalhando todo dia,

porque a solução não pode ser um remendo — não pode ser um remendo: quando

vier, ela tem que vir de forma muito clara.

E, se a Casa quiser mudar, pode mudar. Se esta Casa quiser, pode mudar a

PEC 241/16 também. O Presidente Michel dá liberdade às ideias que odiamos,

conforme V.Exa. disse antes.

Então, podem ficar tranquilos, porque o tema está sendo trabalhado e,

quando vier, tem que vir bem. Não pode ser um suspiro. Tem que vir bem, para

resolver. E não vai tirar direitos de ninguém — de ninguém, repito —, mas vai

mostrar a realidade demográfica e o custo enorme existente, bem como os

problemas sérios de gestão que existem e têm que ser enfrentados.

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E a terceira questão, a trabalhista, também está sendo discutida pelos

técnicos e pela área sindical. Ela também está sendo discutida. Ela vai vir em

outubro ou novembro. De forma simples, ela virá.

Só que em 90 dias não dá para resolver tudo. O paciente está em estado

grave; o paciente está na UTI, em coma, recebendo pesados medicamentos,

inclusive pesados antibióticos, ligado a um montão de aparelhos, até para urinar. E o

médico sai da UTI, após examiná-lo — porque todos os dia ele o examina —, a

família está ali, e o médico diz para eles que o paciente melhorou um pouquinho,

porque agora ele está até urinando. Explica que haviam pensado em fazer diálise,

porque o rim não estava funcionando, mas o rim começou a funcionar, e não será

preciso fazer diálise. Então, é um processo. Ele vai ficar por 3 ou 4 meses na UTI, e

é preciso torcer para que ele não pegue uma infecção. Esse é o processo do Brasil.

Mas eu também tenho confiança, como os senhores, de que a solução é

política, passa por esta Casa, e esta Casa tem compromisso com ela, principalmente

aqueles que votaram pelo impeachment. E eu dizia, quando pedia o voto pelo

impeachment: “Se vier conosco votar pelo impeachment, que venha também votar

pelas reformas”. Mas tudo isso é um processo, que tem que respeitar esta Casa. Ele

vai passar por esta Casa, e eu tenho a convicção de que esta Casa vai responder

bem.

Hoje eu li um artigo — e recomendo que todos o leiam — do brilhante

jornalista Luiz Carlos Azedo, excelente articulista, intitulado Alô, alô, marcianos!

Há uma questão que ele levanta — eu ia falar sobre isso; V.Exa. me

provocou: “Qual é o real compromisso dos partidos políticos” — que estão

aprovando o impeachment e participam do Governo Temer — “com a

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responsabilidade fiscal?” Daí, ele cita que houve problemas com Delfim Neto, nos

Governos Geisel e Figueiredo; com Sarney; com Collor. Com o Plano Real houve

um equilíbrio e, depois, desandou de novo. E esta Casa, diz ele, não pode ficar

esperando um novo desastre.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz Carlos

Hauly, que dispõe de 5 minutos.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Izalci, Deputada Erika Kokay, Deputado Darcísio Perondi, Deputado Miro

Teixeira, Deputado Rodrigo Martins, senhoras e senhores, se perguntarem a dez

Parlamentares qual é a minha atividade, todos vão dizer: “Hauly é economista,

conhece finanças públicas, reforma tributária, orçamento, gestão pública”. Mas eu

sou professor de Educação Física. Sou da primeira turma da Universidade Estadual

de Londrina (1974).

Faz mais de 42 anos que me formei, e o meu amor pela Educação Física é

eterno. Quando estudante de Educação Física, eu já dava aulas e fiz as primeiras

escolinhas e ruas de recreio — de basquete, de vôlei, de handebol, de atletismo.

Quando fui Prefeito, implantei a Educação Física nas escolas primárias. Fui o

primeiro Prefeito do Brasil a implantar a Educação Física nas escolas primárias do

Município de Cambé, no Paraná. Implantei as escolinhas esportivas, montei o

embrião do que é hoje esse time de handebol feminino da minha cidade de Cambé

foi pentacampeão sul-americano. E o handebol se disseminou pelo Paraná e pelo

Brasil, tanto o masculino quanto o feminino. A minha paixão pelo esporte é muito

grande.

Quando terminei o meu mandato de Prefeito, fui ser Secretário da Fazenda do

Estado do Paraná. Já era economista, entendia de números e orçamento, e ajudei

muito o Governador Alvaro Dias. Mas o meu maior orgulho foi ter ajudado a criar

dois programas esportivos: o Frutos da Terra, voltado para os jovens que estavam

despontando no esporte, e o Paraná Olímpico. Isso tem mais de 30 anos.

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Naqueles 4 anos de Governo Alvaro Dias, todos os atletas paranaenses de

nível nacional, sul-americano, pan-americano e mundial voltaram para o Paraná, que

se tornou uma potência esportiva em todas as modalidades.

Eu cheguei ao Congresso Nacional em 1991, e trabalhei a Lei Pelé, a Lei

Zico, a Lei de Incentivo ao Esporte — fui o Relator dela também. Ajudei o Deputado

Eduardo Mascarenhas, do PSDB do Rio de Janeiro, a criar o Conselho Federal e os

Conselhos Regionais de Educação Física.

Eu tenho trabalhado ao longo da minha vida e, embora seja economista, um

especialista na área tributária, financeira e econômica da administração pública, vejo

que a solução para os problemas da infância e da adolescência, da juventude, está

no contraturno. Infelizmente o Brasil é um dos mais pobres do mundo em oferta de

vagas no contraturno.

O contraturno, basicamente, engloba a prática desportiva, a educação física,

a música, a dança, as artes cênicas, o artesanato. São essas atividades que não

existem na escola brasileira! É preciso fazer uma revolução nesse sentido,

Presidente Izalci. No contraturno, a criança tem que queimar todas as suas energias.

Num período, estuda; no outro, faz a tarefa e pratica atividades de esporte, cultura,

música, dança.

Os melhores são então selecionados e vão para os centros de treinamento

estudantis. Isso começa na infância, já no primeiro grau, e depois tem sequência no

segundo grau.

Quando eu estudei, havia educação física na universidade; hoje, nem isso

existe mais.

Então, é preciso investir na base.

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Quanto às Olimpíadas, parabenizo o Comitê Olímpico Brasileiro e o Comitê

Olímpico Internacional pela beleza e pelo glamour do esporte. O esporte contagia

milhões de crianças e jovens. Todo mundo quer imitar os atletas, principalmente no

caso das modalidades individuais, que é a essência, é o suprassumo da educação

física, do desporto no mundo.

Os esportes coletivos são maravilhosos! Eu, com quase 66 anos, jogo

basquetebol toda semana, disputo o campeonato brasileiro e o mundial de

basquetebol veterano, para ser exemplo, para ser modelo para a juventude.

Presidente Izalci, agradeço a recuperação da minha inscrição e quero dizer

que o esporte, a cultura, a música, a dança dentro da escola, isso é a solução para

Brasil. E o Brasil vai alcançá-la, mas se investir. Está investindo, mas é pouco. É

preciso um investimento maciço, um investimento substantivo no Município, no

Estado, na União para formarmos uma Nação vigorosa, próspera e feliz.

Que Deus abençoe os atletas brasileiros!

Agradecemos principalmente aos militares, que tiveram a visão estratégica de

apoiar 130 atletas nas Olimpíadas, defendendo o Brasil. Estou orgulhoso da nossa

Marinha, do nosso Exército e da nossa Aeronáutica pela contribuição que deram, e

estão dando, e de todos os atletas brasileiros.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao próximo orador inscrito

no Pequeno Expediente, o Deputado Angelim, do PT do Acre.

O SR. ANGELIM (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Deputados, venho a esta tribuna para fazer uma denúncia quanto aos preços

exorbitantes das tarifas aéreas para o meu Estado do Acre. Se você comparar o

preço das tarifas aéreas para o trecho Brasília-Rio Branco vai ver que eles são

superiores ao preço de qualquer voo para a Europa, para o Japão, para os Estados

Unidos.

Além disso, estamos à mercê de um oligopólio, ou de um duopólio, como se

chama. São duas empresas, a TAM e a Gol, com dois voos diários para Rio Branco

à noite, na madrugada. Se você comprar uma passagem para amanhã, com 2 dias

de antecedência — na última semana eu assim procedi —, custa 2 mil reais para ir,

2 mil reais para voltar.

Aí, eles dizem: “Você tem que comprar com antecedência, nas promoções”.

Ora, Sr. Presidente, eu estou pensando naquele empresário que tem que vir de

repente, para tratar de seus negócios no Rio, em São Paulo, em Brasília. Estou

pensando nos casos de saúde, daqueles que têm que se ausentar de forma rápida

para buscar tratamento em outros centros. Não podemos ficar à mercê de

promoções de empresas aéreas.

Eu sou a favor de que se abra o mercado, realmente, para que haja

concorrência, para que se ofereça melhor qualidade no atendimento ao usuário,

para que possamos ter tarifas mais adequadas ao bolso do consumidor, para que

não fiquemos na situação que hoje nós estamos atravessando.

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Eu tenho aqui alguns dados, Sr. Presidente, que são interessantes. Eles

dizem que não existem voos diurnos para o Acre — e o nosso aeroporto já oferece

todas as condições para receber aeronaves durante o dia — porque é muito mais

rentável oferecerem voos da ponte aérea Rio-São Paulo-Brasília, que são voos de

40 ou 50 minutos, do que oferecerem voos que levam 3 horas para ir e 3 horas para

voltar do Acre. Para ir ao Acre e voltar, gastam-se 7 ou 8 horas, quando em 8 horas

de trabalho eles podem fazer três, quatro, cinco voos de ponte aérea, o que é muito

mais rentável. Ora, então, as regiões mais distantes do País, como o Acre, o interior

do Nordeste, vão ficar prejudicadas?

E o mais grave: eu já participei de duas audiências públicas neste Congresso,

uma aqui na Câmara dos Deputados, outra, no Senado, com o Deputado Alan Rick,

com os Deputados da bancada do Acre, com o Senador Jorge Viana, com o

Senador Blairo Maggi, com o Senador Sérgio Petecão, e em presença das Diretorias

da Azul, da Gol e da TAM. É a mesma lenga-lenga: não se resolve nada, não se

chega a um resultado concreto. E quem paga com isso somos nós, acrianos, que

ficamos à mercê dessa oferta de serviço restrito e a preços exorbitantes.

Mais grave ainda: em uma dessas audiências, Deputado Moisés Diniz, meu

querido conterrâneo, do Acre, que também conhece profundamente esse assunto,

foi dito que no Brasil não existe nenhum órgão de controle das tarifas aéreas; quem

o faz é o mercado, essa mão invisível do mercado, que ajuda os rentistas e os

grandes empresários e prejudica, penaliza, o consumidor, o usuário, o contribuinte.

Então, chega! Temos que dar um basta a essa situação de descalabro por

que temos passado ao longo do tempo no meu Estado. Nós não podemos ficar à

mercê das empresas aéreas.

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Um tempo desses, eu tive que fazer uma visita. Estava com passagem

marcada Rio Branco-Brasília, que custava 1.400 reais. Aí, disseram para mim:

“Deputado, por que você não compra passagem para Manaus?”. Eu digo: “Mas eu

vou para Brasília”. “Compra para Manaus, que está 400 reais. Quando chegar a

Brasília, o senhor desembarca”. Como é que pode? De Rio Branco a Manaus são 2

horas de voo, Deputada Erika Kokay; de Rio Branco a Brasília são 3 horas. Por uma

passagem Rio Branco-Manaus, com 5 horas de voo, fazendo conexão em Brasília,

eu vou pagar um terço da tarifa que pago para votar de Rio Branco direto para

Brasília. Existem umas planilhas de custos, Deputado Carlos Marun, que não

entendemos como fecham contabilmente.

Então, eu quero fazer o meu protesto contra esse abuso de tarifas, contra o

abuso do preço de tarifas aéreas para o meu Estado, o que inviabiliza que a pessoa,

que o cidadão comum possa, muitas vezes, visitar um parente, participar de um

curso, fazer trabalhos em outros centros do País.

Eu quero pedir o apoio de todos os meus pares para fazermos um apelo, uma

ação enérgica contra essas empresas, que cada dia mais penalizam o contribuinte,

o cidadão brasileiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Augusto

Carvalho, do Solidariedade do Distrito Federal.

O SR. AUGUSTO CARVALHO (SD-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, são muito importantes as palavras

proferidas pelo sábio e veterano Deputado Miro Teixeira, que tem muita experiência.

E eu também me considero, de certa forma, um veterano nesta Casa, Sr.

Presidente, onde estou pelo sexto mandato, e nunca vi, em tempo algum, a

desagregação das relações pessoais que hoje ocorre nesta Casa: agressões

inomináveis, os mais desqualificados adjetivos para se referir a adversários de

ideias.

A sugestão que o Deputado Miro Teixeira, muito prontamente respondida pelo

Deputado Darcísio Perondi, , a meu ver é muito importante, especialmente neste

momento em que trataremos dos temas que temos pela frente, temas espinhosos,

temas difíceis, que visam a recolocar as finanças em dia, a ajustar as contas

públicas, desarrumadas que foram por aquele Governo desastrado da Presidente

Dilma — que, em boa hora, foi afastada.

Aliás, Sr. Presidente, ontem foi divulgada a carta da Presidente afastada aos

brasileiros e aos Senadores. A carta não traz nada de novo; é mais do mesmo. Nela,

a Presidente rememora até a tortura nos cárceres da ditadura, como se ela

estivesse desconectada da realidade. Ela insiste nessa cantilena do golpe; faz uma

ligação completamente equivocada com o golpe militar de 1964, contra o qual ela

resistiu, assim como tantos desta Casa. Eu, por exemplo, militando no Partido

Comunista Brasileiro, resisti o quanto pude, na minha juventude, na minha militância

no movimento estudantil e no movimento sindical.

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Portanto, não tem cabimento essa agressão que ela faz quando rememora,

relembra a sua condição de vítima da ditadura para criticar o pretenso golpe de que

ela insiste em acoimar o legítimo processo constitucional, dirigido pelo Presidente da

Suprema Corte do País.

Ela não disse nada ao povo brasileiro nem, muito menos, aos Senadores. Se

pensava que iria granjear algum voto a mais para poder estancar o seu processo

inexorável de afastamento, ela certamente já sabe da reação causada entre os

Senadores. Até entre os seus aliados, Sr. Presidente, as manifestações são de

desalento, são de absoluto desconforto com o discurso que chega tardiamente, com

uma carta mal redigida, porque insiste na agressão, ao qualificar como fraude e

infâmia o processo constitucional que o Senado da República protagoniza neste

momento.

Por isso, Sr. Presidente, colocando como fato consumado esse afastamento

definitivo, consideramos que o Presidente Michel Temer, quando empossado

definitivamente, enfrentará desafios para colocar o nosso País nos eixos, recuperar

a credibilidade, reconstruir as contas públicas, dar capacidade e segurança jurídica

para que os investidores possam aportar no Brasil o capital imprescindível para que

possamos fazer os investimentos fundamentais, na área de saneamento, por

exemplo.

Ainda ontem eu ouvi a opinião do Ministro Moreira Franco, dizendo que

defende as PPPs para buscar junto ao capital privado a complementação da

atividade estatal, seja no Estado do Rio de Janeiro, que já tem um projeto piloto para

se iniciar, seja em outros Estados. Com as PPPs, a iniciativa privada poderá

enfrentar, junto com o Estado, o desafio de universalizar o acesso à água tratada, à

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coleta e ao tratamento de esgoto, que hoje ostentam índices que envergonham o

nosso País, Sr. Presidente.

São esses os desafios que nós temos para a boa convivência Parlamentar:

ouvir as posições contrárias às nossas e, por que não, repetindo o nosso querido e

saudoso Ulysses Guimarães, deixar que briguem as ideias, mas os homens, não.

Nesse conflito das ideias, nessa contraposição de argumentos, é preciso que

discutamos. É necessária uma reforma da Previdência? Onde estão os gargalos?

Fala-se do acúmulo de aposentadorias por morte e de aposentadorias pelo INSS. A

soma dessas aposentadorias seria de 34 bilhões. É esse o principal motivo do

desequilíbrio da Previdência Social? A culpa é dos servidores públicos, ao levarem

para a aposentadoria o salário integral?

Enfim, temos de discutir com seriedade, com profundidade, para buscar uma

solução que preserve os direitos adquiridos e não destrua as conquistas dos

trabalhadores ao longo do tempo de trabalho.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Passo a palavra ao próximo orador inscrito no

Pequeno Expediente, Deputado Giovani Cherini.

O SR. GIOVANI CHERINI - Sr. Presidente, é possível somar ao meu tempo o

tempo de Liderança da bancada do PR?

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Adiciono o tempo de Liderança do PR.

V.Exa. dispõe de 5 minutos do Pequeno Expediente, mais o tempo regimental

de 7 minutos, para uma Comunicação de Liderança, pelo PR, totalizando 12

minutos.

O SR. GIOVANI CHERINI (PR-RS e como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ontem, proferi desta tribuna um discurso

sobre o alto índice de suicídios no Brasil e, em especial, no meu Estado, o Rio

Grande do Sul.

De lá para cá, ocorreu-me que nossas cooperativas, através do Sistema OCB

— Organização das Cooperativas Brasileiras, poderão contribuir e participar

ativamente da campanha Setembro Amarelo, que pretende alertar sobre a

importância da prevenção em casos de suicídio.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, tirar a própria vida já é a segunda

principal causa de morte em todo mundo. A cada 40 segundos, urna pessoa se

suicida no mundo, segundo estimativa da OMS.

Também para a Organização Mundial de Saúde, o tema precisa deixar de ser

tabu. Segundo estatísticas do órgão, tirar a própria vida já é a segunda principal

causa de morte em todo o mundo para pessoas de 15 a 29 anos de idade — ainda

que, estatisticamente, pessoas com mais de 70 anos sejam mais propensas a

cometer suicídio.

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O Brasil é o oitavo país com mais episódios no mundo. O suicídio a principal

causa de morte entre jovens de 25 a 34 anos no Brasil e a 15ª no mundo. É tratado

como problema de saúde pública desde 1990.

Segundo a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio,

estudos recentes apontam que 100% das pessoas que se mataram tinham alguma

doença psiquiátrica. E a mais frequente é a depressão. Isso faz com que,

potencialmente, o suicídio seja prevenível.

Aí pode entrar o trabalho das nossas cooperativas, especialmente as do

segmento da saúde, através do nosso SESCOOP — Serviço Nacional de

Aprendizagem do Cooperativismo, das nossas Unimeds. As ações de prevenção

poderão acontecer através de ações e programas que tenham como objetivo elevar

a autoestima dos seus associados e familiares.

Eu tenho uma experiência nesse sentido através da cooperativa Universidade

de Líderes Juventude Sem Fronteiras, instituição que tive a honra de fundar e

presidir.

Durante 17 anos realizamos cursos e proporcionamos vivências que buscam

equilibrar o estado emocional dos nossos jovens. A consequência desse trabalho é

uma memorável contribuição para a conquista dos seus objetivos e a melhoria das

relações no campo familiar, social e profissional.

Por isso faço um apelo ao Presidente Márcio Freitas: que a OCB e as

organizações estaduais assumam, também, a campanha Setembro Amarelo.

É o cooperativismo salvando vidas.

Essa é mais uma sugestão para nós fazermos a prevenção ao suicídio no

Brasil e no nosso Rio Grande do Sul.

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Quero, agora, falar agora outro assunto. No dia 13 de julho, assumi no meu

Rio Grande do Sul a Presidência do Partido da República e resolvemos inovar no

partido. E a nossa inovação começa com as mulheres.

O PR gaúcho, a partir da nossa administração, terá uma grande tarefa em

defesa da igualdade entre homens e mulheres. Todas as comissões provisórias do

PR no Rio Grande do Sul, tanto estadual quanto municipal, terão na sua composição

50% de mulheres e 50% de homens.

Na função de Presidente Estadual do partido, estabelecemos essa norma.

O Diretório Municipal de Porto Alegre seguiu o mesmo critério, e a criação de

novas comissões provisórias seguirá rigorosamente essa orientação.

A iniciativa vem ao encontro da campanha Igualdade na Política, lançada pelo

Tribunal Superior Eleitoral para estimular a participação feminina nas eleições

municipais de 2016. Na Câmara, as mulheres ocupam hoje apenas 44 cadeiras, das

513 existentes. No Senado, 13, de 81 vagas.

Na verdade, na medida em que nós valorizamos a mulher dentro do diretório

municipal, dentro dos diretórios estaduais, ela começa a sentir o gosto pela política.

A mulher não pode ser lembrada apenas no período eleitoral, como

“candidata-laranja”, o que acontece, infelizmente, muitas e muitas vezes e está

acontecendo novamente agora. Por quê? Porque os partidos não colocam as

mulheres nos seus diretórios — não colocam as mulheres! Tem que haver uma

regra nacional. Não adianta querer, depois, ter vaga garantida. Tem que haver, sim,

a participação da mulher no partido. A mulher precisa participar ativamente da vida

partidária, em condições igualitárias, podendo se manifestar, impositivamente, como

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militante e dirigente. Depois, ela vai conquistar por si só os seus espaços. Isso é

igualdade de oportunidades.

Hoje somente 10% dos prefeitos são mulheres, e apenas 12% dos

vereadores.

Lá no Rio Grande do Sul, a Presidente do PR Mulher, Adriane Cerini, está

levando a sério o trabalho que propõe trazer a mulher para o protagonismo político.

Infelizmente, a cota de 30% de candidaturas, prevista no ordenamento jurídico,

desde 1995, não tem funcionado, não tem conseguido cumprir o seu papel.

Por isso eu confio na Adriane e no trabalho que ela e sua equipe vêm

fazendo, colocando dentro do PR do Rio Grande do Sul 50% de mulheres e 50% de

homens. Depois elas vão exercer os seus mandatos, porque, participando do partido

politico, com a igualdade total, tomarão gosto pela politica.

Essa é uma grande inovação que nós estamos fazendo no PR do nosso Rio

Grande do Sul.

Também criamos o PR Melhor Idade lá no Rio Grande do Sul, para que a

terceira idade também tenha espaço na politica.

Quando assumi a Presidência Estadual do Partido da República, passei a

desenvolver uma dinâmica de trabalho que visa à participação efetiva da sociedade

na política. Nesse sentido, organizamos, como eu já disse, para que as mulheres

sejam 50%, iguais aos homens. Também estamos organizando a Juventude do PR.

E agora criamos o PR Melhor Idade, com o advogado Paulo Sergio Schnorr, de 75

anos de idade, que tem a grande missão de dar visibilidade aos senhores e às

senhoras da terceira idade do Rio Grande do Sul e trabalhar em defesa dos

interesses dessas pessoas no meio político.

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Entre outras, serão tratadas pelo PR Melhor Idade no Rio Grande do Sul as

questões relativas à saúde do idoso; as relativas à aquisição de medicamentos de

uso contínuo, diante das necessidades do usuário de melhor idade; as relativas ao

espaço de lazer para a melhor idade ao ar livre; as relativas à área previdenciária.

Cabe salientar, Sr. Presidente, que a população idosa vem crescendo por

todo o planeta, e isso traz transformações na estrutura da sociedade, da família e

das políticas que regulam as relações entre pessoas.

Mais do que designar um grupo de pessoas em determinada idade, o termo

“melhor idade” nos fala de uma nova concepção do envelhecimento, na qual os

indivíduos estão libertos de obrigações com o trabalho e a família e podem, enfim,

se dedicar a atividades que ficaram em segundo plano em outras etapas da sua

vida, fazendo assim, jus ao termo “melhor idade”.

Também na área da juventude estamos atuando e criamos o PR Jovem.

Para a política ser completa, precisamos dar ouvido e projeção a esses três

segmentos que contemplam importantes camadas da nossa sociedade: mulheres,

pessoas da melhor idade e jovens.

O PR Jovem tem o objetivo de fortalecer o jovem do campo, o jovem técnico,

o jovem cooperativista e o jovem empreendedor.

Com a facilidade do acesso à informação, o jovem de hoje é um grande

formador de opinião e está cada vez mais ativo politicamente.

O PR Jovem do Rio Grande do Sul é presidido por Pietro Rosso e Ana Paula

Kovalski, que apresentam a sua plataforma de trabalho, que deve ser expandida

pelos quatro cantos do meu Rio Grande do Sul: a relação do jovem com a família; os

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objetivos de vida dos jovens; a relação da juventude com o acesso as drogas; a

depressão do jovem.

Você, jovem gaúcho, também faça parte do PR Jovem! Acompanhe as ações

pelas redes sociais! No Facebook, temos o PR JOVEM - RS.

Como podem ver V.Exas. Sras. e Srs. Deputados, nós estamos nesta grande

caminhada desde o dia 13 de julho, quando assumimos esta missão, designada pelo

PR Nacional, com apoio do meu Líder Deputado Aelton Freitas, do Vice-Presidente

Giacobo e do Presidente Nacional Antonio Carlos Rodrigues. Nós recebemos a

tarefa de fazer um partido que seja uma força política no meu Rio Grande do Sul e

estamos organizando isso.

Organizamos o Diretório de Porto Alegre; organizamos os Diretórios

Municipais e já estamos em 125 Municípios.

Assumi com 16 vereadores. Não pudemos colocar mais candidatos, mas eu

tenho certeza de que nós vamos ser uma grande força política no Rio Grande do

Sul.

Infelizmente, eu não estou no partido porque eu o escolhi, mas porque fui

expulso do PDT por ter votado contra a corrupção, por ter votado contra um Governo

que criou a maior corrupção da história do País — eu votei a favor do impeachment.

Por isso, recebi a pena máxima que um político pode receber na sua vida, uma

verdadeira pena de morte: ser expulso do partido por ter essa opinião. Depois disso,

acabei sendo maravilhosamente bem recebido pelo Partido da República, e nesse

partido vamos fazer uma grande história.

Tive uma grande história no PDT, onde fiquei 28 anos, e vou continuar, com

certeza, no Partido da República, a minha trajetória.

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De agora em diante terei dois partidos, pois o PDT continuará no meu

coração e contra ele jamais vou fazer qualquer tipo de vingança nem atrapalhar a

vida das pessoas — até porque a base partidária do PDT não me expulsou.

Por isso, eu estou no Partido da República hoje. Todo mundo se lembra

disso. Depois das eleições do dia 2 de outubro, ficarão todos assustados, porque

haverá uma grande caminhada em direção a um partido liberal, que não atrapalha a

vida das pessoas e que quer um Brasil melhor.

No Partido da República, a juventude, as mulheres e as pessoas da melhor

idade terão o apoio total, amplo e irrestrito, para que nós possamos ser uma nova

força no Rio Grande do Sul e, com certeza, uma grande força em âmbito nacional.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Flavinho, do

PSB de São Paulo.

O SR. FLAVINHO (PSB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Parlamentares, senhores servidores, amigos que nos acompanham pelos meios

de comunicação, venho à tribuna para falar sobre um tema muito delicado no País,

inclusive nesta Casa, mas que não pode ficar relegado a uma simples discussão

ideológica.

A Classificação Brasileira de Ocupações — CBO, aprovada pela Portaria

Ministerial nº 397, de 2002, reconhece, nomeia e codifica os títulos e descreve as

características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro.

Segundo o Ministério do Trabalho, a CBO tem uma dimensão estratégica

importante, na medida em que, com a padronização de códigos e descrições,

poderá ser utilizada pelos mais diversos atores sociais do mercado de trabalho.

Além do mais, a relevância da CBO reside no fato de integrar políticas públicas do

âmbito da Pasta ministerial, sobretudo relativas aos programas de qualificação

profissional e intermediação de mão-de-obra. Cuida, portanto, de padronizar a

nomenclatura e a descrição de ocupações para o livre exercício da atividade

profissional.

E aqui eu chego ao ponto específico: o verbete nº 5.198 da CBO, que trata

dos profissionais do sexo. Esse verbete vai sendo subdividido em sinônimos. O

5198-05, por exemplo, trata de sinônimos de profissionais do sexo: garota de

programa, garoto de programa, meretriz, messalina, michê, mulher da vida,

prostituta, trabalhador do sexo, e por aí vai.

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E, no âmbito da descrição sumária dessa suposta ocupação, o texto da CBO

— Classificação Brasileira de Ocupações diz que essas pessoas “buscam

programas sexuais; atendem e acompanham clientes; participam em ações

educativas no campo da sexualidade. As atividades são exercidas seguindo normas

e procedimentos que minimizam as vulnerabilidades da profissão”.

Em outro momento, diz que “trabalham por conta própria, em locais diversos e

horários irregulares. No exercício de algumas das atividades podem estar expostos

a intempéries e discriminação social.”

Eu fiz um requerimento ao Ministro do Trabalho solicitando a retirada da CBO

desse verbete, pois ele coloca as mulheres em situação de vulnerabilidade total.

Segundo a Polícia Federal, em nosso País existem três indústrias

pesadíssimas, nobre Deputado: a indústria do tráfico de armas, a indústria de

drogas, a indústria da exploração sexual, a prostituição. Isso faz com que a indústria

da exploração sexual cresça e prolifere, além de tocar diretamente no art. 1º da

Constituição, que trata da dignidade humana, ao jogar numa situação ainda mais

delicada essas mulheres que já vivem em situação de vulnerabilidade.

Além do mais, agora tratando de uma questão jurídica e técnica, toca

diretamente no Código Penal. A manutenção na CBO desse verbete que trata das

profissionais e dos profissionais do sexo afronta diretamente o Código Penal, do art.

227 até o art. 231.

Aqui está totalmente explanada a afronta que faz esse verbete da CBO.

É claro que esta é uma discussão que envolve paixão, inclusive daqueles que

fazem uso dos serviços desses profissionais; envolve ideologia, pois há aqueles que

querem uma liberalidade integral no nosso País, incluindo a droga e outras coisas

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mais; mas a questão aqui diz respeito fundamentalmente à dignidade humana e ao

aspecto técnico de afronta ao Código Penal Brasileiro.

Estamos levando à frente esta discussão. Apresentamos esse requerimento

ao Ministro do Trabalho, nobre Deputado Ronaldo Nogueira, e esperamos que este

Parlamento possa olhar para a vulnerabilidade dessas mulheres e desses homens e

até mesmo de crianças e adolescentes, que são expostos à exploração sexual, pois,

muitas vezes, este Congresso fecha os olhos para essa temática tão importante que

toca na dignidade humana.

Este Parlamentar não se calará diante desse desafio.

Muito obrigado, Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Tem a palavra o próximo orador inscrito, o

Deputado Rodrigo Martins, do PSB do Piauí.

O SR. RODRIGO MARTINS (PSB-PI. Sem revisão do orador.) - Boa tarde,

Sr. Presidente, Deputado Izalci. Boa tarde, Sras. e Srs. Deputados presentes.

Ocupo a tribuna no dia de hoje para fazer dois registros.

O primeiro registro é do aniversário, ontem, da cidade em que eu nasci, da

cidade em que moro hoje, da cidade cuja população me deu o prazer de me

escolher Vereador para representa-la por dois mandatos. A cidade de Teresina

completou, na data de ontem, 164 anos de fundação.

Parabenizo a cidade de Teresina, a população que lá vive e que gosta

daquela cidade e os teresinenses de coração, que lá foram acolhidos.

Faço também o reconhecimento do trabalho da gestão municipal, do Prefeito

Firmino Filho e de toda a sua equipe, que, apesar do momento de crise financeira e

econômica hoje vivenciado em todos os Estados e em grande parte dos Municípios

brasileiros, tem feito da cidade de Teresina um canteiro de obras e mantido a sua

estabilidade financeira.

Sr. Presidente, também ocupo a tribuna para fazer um apelo ao Governo

Federal, ao Governo Estadual, aos Governos Municipais e a todos os

Parlamentares, quer sejam estaduais, quer sejam federais, do Estado do Piauí, para

que juntos busquemos uma solução para o Parque Nacional da Serra da Capivara.

O Parque foi criado em 1979, é reconhecido pela UNESCO por seu

patrimônio cultural e histórico — há sítios arqueológicos presentes na região —,

mas, infelizmente, há muito tempo, não é de agora, vem vivenciando problema

financeiro quanto à manutenção.

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O Parque engloba diversas cidades: São Raimundo Nonato, a principal, São

João do Piauí, Coronel José Dias e Canto do Buriti.

Obtive votos naquela região, embora não seja o seu maior representante nem

tenha nascido lá, como já disse aqui, mas eu tenho um orgulho muito grande do

Parque Nacional da Serra da Capivara, do meu Estado do Piauí, por ser uma área

de importância para o Brasil e para o mundo.

A Sra. Niède Guidon, arqueóloga reconhecida internacionalmente, dedicou

toda a sua vida, todo o seu trabalho em prol do Parque Nacional da Serra da

Capivara.

Sabemos que o Ministro Sarney Filho, agora há pouco, à tarde, anunciou o

repasse de cerca de 1 milhão de reais para a manutenção das atividades do Parque

que estavam paradas por falta de verbas.

Mas eu faço um alerta: esse não é um problema momentâneo, e não é

somente esse recurso que vai ser liberado agora pelo Ministério do Meio Ambiente

que contempla as necessidades do Parque.

Eu saúdo a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Piauí, a OAB Piauí,

especialmente o ex-Presidente Willian Guimarães, por ter entrado na Justiça com

uma ação civil pública com esse foco ambiental, com essa preocupação com a

preservação do meio ambiente no nosso Estado do Piauí, por ter conseguido

melhorias e por ter elevado ainda mais o debate do tema do meio ambiente e da

preservação do Parque Nacional da Serra da Capivara.

Quero me colocar à disposição de todas as pessoas que estão envolvidas

com o Parque Nacional da Serra da Capivara, não só enquanto Parlamentar, não só

enquanto piauiense, mas também como membro da Comissão de Meio Ambiente e

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Desenvolvimento Sustentável da Casa, na busca por uma solução plausível para

que esse Parque, que hoje é patrimônio do Piauí, do Brasil e mundial, seja

realmente contemplado com os recursos necessários ao seu funcionamento.

Manifesto daqui o nosso total e irrestrito apoio a todos os funcionários do

Parque, na pessoa de Niède Guidon.

Muito obrigado e boa tarde.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao próximo orador inscrito,

o Deputado Marx Beltrão, do Bloco PMDB/PEN de Alagoas.

O SR. MARX BELTRÃO (Bloco/PMDB-AL. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a qualidade da água, antes de qualquer outra questão, é fator

fundamental para a dignidade humana. Neste sentido, quero trazer para esta Casa o

importante debate hídrico, especialmente sobre a cidade de Piaçabuçu, que fica na

região do Baixo São Francisco, no litoral sul de Alagoas.

Tenho orgulho de representar neste Parlamento um Estado de tantas belezas,

de tantos pontos turísticos, e digo sem modéstia: Alagoas tem um dos litorais mais

belos deste País. Apesar do nosso forte e natural potencial turístico, como nesta

região, sempre tivemos dificuldade de explorar melhor esse setor por falta de

infraestrutura. E isso não é característica restrita apenas à região do Baixo São

Francisco.

Alagoas tem feito sua parte por meio da Secretaria de Estado do Meio

Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH) e da Companhia de Saneamento de

Alagoas (CASAL). O Estado tem saído do discurso e partido para a prática para

resolver os impasses gerados a partir da salinização da água em Piaçabuçu, que

fica no encontro da foz do Rio São Francisco com o mar, mas precisa de apoio do

Governo para tratar da revitalização e da redução da vazão do Velho Chico.

Na última semana, o Governo Federal sinalizou que nossos anseios e

demandas serão contemplados. Com o lançamento do Programa de Revitalização

da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que foi rebatizado de Novo Chico, mais

de 1 bilhão de reais serão investidos nos próximos 3 anos para recuperar o curso

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das águas e melhorar o sistema de abastecimento, contemplando Municípios

alagoanos também com obras de saneamento.

Revitalizar o rio significa impulsionar toda a cadeia produtiva que alimenta

nosso povo e gerar emprego e renda para a nossa Alagoas, por meio do turismo, da

pesca e da subsistência de milhares de ribeirinhos.

A obra de transposição de águas do São Francisco, que se estende há 1

década, só será eficaz e trará benefícios à população se a Bacia for revitalizada. O

desvio das águas traz impactos às nascentes e às margens. Sem esse olhar

cuidadoso, seria como “despir um santo para vestir o outro”.

A sensibilidade do Governo demonstra que o diálogo acerca dessa situação

tem sido efetivo. Isso se soma à minha luta junto ao Ministério da Integração

Nacional para a perfuração de mais poços, o que reforça a questão do

abastecimento de água em diversas regiões.

Mas insisto, nobres colegas, que a questão é mais ampla e demanda a

atenção de todos os agentes públicos. Volto ao exemplo de Piaçabuçu, onde o mar

está adentrando no Rio São Francisco a ponto de deixar a água imprópria para o

consumo dos moradores. As famílias não podem continuar a sofrer com a

salinização.

É inaceitável que a população também continue a sofrer com medidas como a

priorização da água para a geração de energia elétrica, por decisão da Agência

Nacional de Águas, em detrimento do consumo humano. Uma saída eficaz seria o

investimento em fontes renováveis de energia. Precisamos de maior potencial

energético sem depender das águas do São Francisco. Com isso, sairíamos desta

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grave crise de abastecimento. Isso sem falar na situação da água que tem chegado

às casas.

Há muito tempo, a questão hídrica no Nordeste passou a ser um tema

suprapartidário em nossa bancada. Neste caso, não é diferente. Chamo a atenção

para Piaçabuçu pela urgência e pela gravidade, mas outros Municípios que utilizam

as águas da foz do Rio São Francisco sofrem com a baixa vazão e com o avanço do

mar — portanto, com a salinização.

O tema tem sido discutido no Estado. Como representante do povo alagoano,

tenho a obrigação de cobrar medidas efetivas e colaborar de modo propositivo para

a solução do problema.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra à próxima oradora inscrita

para o período do Pequeno Expediente, a Deputada Erika Kokay.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Sem revisão da oradora.) - Tivemos hoje

uma belíssima sessão do Congresso Nacional em homenagem ao transcurso dos 10

anos da Lei Maria da Penha.

A Lei Maria da Penha foi tecida com a participação da sociedade civil, pela

sensibilidade do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de a Lei adentrar no

Congresso Nacional, houve uma discussão permanente de um grupo em que estava

presente a Secretaria de Políticas para as Mulheres — SPM, que tinha status de

Ministério e que foi reduzida a quase nada no Governo interino e sem votos de

Michel Temer.

Quando Lula decidiu que haveria de ser criada a Secretaria de Políticas para

as Mulheres, ele reconheceu a necessidade da elaboração de políticas transversais.

Porque há necessidade da condição de transversalidade da política de igualdade de

direitos entre homens e mulheres, há necessidade de que o recorte de gênero esteja

em todas as políticas — na política de educação, na política de saúde, na política de

assistência, na política de geração de renda, enfim, em todas as políticas. Porque

nós estamos falando de algo que é absolutamente estruturante para a construção de

uma sociedade mergulhada numa cultura de paz.

Nós vivemos neste País a desumanização simbólica das mulheres,

desumanização das mulheres que já se expressou em uma legislação que permitia

que mulheres e crianças fossem castigadas fisicamente pelos homens. Nós já

tivemos leis neste País segundo as quais as mulheres eram parcialmente incapazes

e tinham que ter a autorização dos pais ou dos maridos para poder atuar, exercer a

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sua própria cidadania. Nós já tivemos legislações neste País que institucionalizavam

a subalternização da mulher, que eram pedaços de um colonialismo do qual ainda

não fizemos o luto, um colonialismo segundo o qual os donos das terras, amigos do

rei, sentiam-se também donos das mulheres e das crianças. Nós já vimos às

mulheres ser negada a condição de expressar o seu próprio desejo, a sua própria

vontade, de exercer uma humanidade que tem como alimento básico e fundamental

a liberdade.

É impossível exercer a humanidade sem liberdade, sem a liberdade sobre nós

mesmas, sobre os nossos atos. É impossível exercer a humanidade sem essa

condição que os seres humanos têm de ter consciência da sua vida, de pegá-la

pelas mãos e transformá-la. A potencialidade transformadora dos seres humanos,

com consciência crítica, é absolutamente intrínseca e fundamental para nos

reconhecermos enquanto seres humanos — humanidade negada às mulheres.

A Lei Maria da Penha, que completa 10 anos, faz e busca fazer o luto de uma

violência que é absolutamente desestruturante. Quando nós estamos nas ruas,

ninguém sabe quem somos — somos seres anônimos. Em casa somos nós

mesmos, em casa nos despimos de todas as máscaras, sejam metafóricas, sejam

literais. E há milhões de mulheres neste País que não querem voltar para casa

porque ali serão vítimas de uma verdadeira tortura, do arrancar paulatino delas

mesmas — mulheres que são arrancadas da sua liberdade de ter o comportamento

que queiram ter, que são arrancadas da liberdade de ter as relações que queiram

ter, as amizades que queiram ter. São mulheres que estão sendo moldadas e que

estão sendo preenchidas no seu esvaziamento humano, provocado pela violência

doméstica, pelo desejo do outro. Viram espelhos do desejo do outro, e não pessoas.

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Nós estamos falando de mais de 50% da sociedade brasileira, que não está

nos espaços de poder, que não está nesta Casa como deveria estar, que não está

nos espaços do poder, como se a sociedade dissesse: “A parte que te cabe neste

latifúndio são as tarefas domésticas, é a dupla e a tripla jornada”.

E ainda ouvimos o Ministro da Saúde dizer que as mulheres trabalham menos

do que os homens, negando todos os dados e todas as pesquisas, porque nós

mulheres trabalhamos mais do que os homens. Porque, além da jornada pública que

temos, temos uma jornada doméstica.

Além disso, ouvimos outro Ministro, o Ministro das Relações Exteriores, dizer

que os homens ficariam completamente em pé de guerra — ou algo parecido — ao

saberem que no México existe a paridade entre homens e mulheres que nós

queremos atingir nesta Casa e neste País, para que possamos bater no peito e dizer

que vivemos numa democracia.

Um Parlamento que representa um pacto de casacas, um pacto de bengalas,

um pacto de cartolas não representa o povo brasileiro como deveria representar. Ele

é uma inversão da composição majoritária de mulheres, de negros de um país que

carrega a sua força e a sua dimensão gigantesca na sua própria diversidade.

Hoje comemoramos os 10 anos da Lei Maria da Penha, que identifica que as

violências nem sempre deixam marca na pele, mas deixam marca na alma. E

soubemos que vamos indicar Maria da Penha para concorrer ao Prêmio Nobel da

Paz, porque teve a coragem a partir da sua própria dor, essa dor que teceu a Lei

Maria da Penha, essa dor que mexe ou que tece as nossas conquistas, porque a

felicidade das mulheres é sempre muito guerreira. Porque carregam as mulheres um

pacto, um pacto indissolúvel com a própria coragem, com a amorosidade e com a

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generosidade de quem sabe que os seus movimentos em defesa dos direitos iguais,

como ondas, atingem o conjunto da sociedade. Por isso, a violência doméstica

também atinge o conjunto da sociedade, naturaliza a própria violência e faz com que

seja lei o mais forte dominar o mais frágil, quando transforma uma sociedade de

áulicos em uma sociedade de opressores.

E nós queremos uma sociedade igual, queremos romper as desumanizações

simbólicas e construir uma sociedade em que não tenhamos medo nem das noites,

nem das ruas, nem das nossas próprias casas.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Muito obrigado, Deputada Erika Kokay.

Durante o discurso da Sra. Erika Kokay, o Sr. Izalci,

nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno, deixa

a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Hildo

Rocha, nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento

Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Convido para fazer uso da palavra no

Pequeno Expediente o Deputado Federal Carlos Marun, do Estado de Mato Grosso

do Sul.

V.Exa. dispõe de 5 minutos.

O SR. CARLOS MARUN (Bloco/PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Ilustre

correligionário, Deputado Hildo Rocha, que vem lá do Maranhão, glorioso Estado do

nosso querido Brasil, nobres pares que aqui se encontram, senhoras e senhores que

nos ouvem e nos assistem através dos meios de comunicação que transmitem esta

sessão legislativa, boa tarde.

Deputado Giovani Cherini, quem inventou o marketing político, dizem, foi o

nazismo. Joseph Gobbels era o Ministro da propaganda nazista. E ele baseava a

sua atuação na máxima de que uma mentira repetida à exaustão seria

obrigatoriamente considerada verdade. Essa foi a máxima nazista. Isso enganou os

alemães a ponto de alguns só verem e entenderem que estavam perdendo a guerra

quando os russos praticamente meteram o pé na porta do seu quarto. Aí é que eles

foram ver que estavam perdendo a guerra. Até então, tiro de canhão era

treinamento, era manobra de tropa nazista em torno de Berlim. A mentira era

propagada com o intuito de se transformar em verdade.

Pois bem. Nós estamos vendo isso se repetir hoje. Aos setores que foram

contra o impeachment se somam, é verdade, outros que se opõem ao necessário

ajuste fiscal que o Brasil precisa viver para voltar a ter crescimento e, dessa forma,

oferecer oportunidade de vida melhor ao povo brasileiro. E o que fazem esses

setores neste momento? Mentem, mentem, mentem, na expectativa de que essas

mentiras se transformem em verdade.

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Aqui vai a verdade, Deputado Julio Lopes. O Projeto de Lei Complementar nº

257 não obriga demissões, não proíbe reajustes, não proíbe concursos, não proíbe a

reposição de aposentados, não retira recursos da educação, da saúde, de nenhum

outro setor, essencial ou não, não mexe em direitos.

Tenho visto um terrorismo ser espalhado, o que faz com que muitas pessoas

se dirijam a nós e perguntem se, ao ser aprovado o PLP 257, não será pago o 13º

salário, Deputado Hildo Rocha. Até isso estão espalhando. Não sei se é só no meu

Estado ou se isso também acontece em outros Estados da Federação. Repetem

mentira, mentira, mentira, na esperança de que, eu repito, isso se transforme em

verdade.

Pois bem. Eu desafio esses setores a destacarem, no substitutivo aprovado

nesta Casa, um único artigo, uma única palavra que corrobore esse tsunami de

mentiras com o qual esses segmentos assolam, neste momento, a Nação. Mostrem

o artigo! Parem com conversa afiada! O Brasil não merece mais de vocês esse tipo

de tratamento. E o desafio está posto: mostrem o artigo do PLP 257 que pode

induzir a essa conclusão.

O PLP 257 exige, sim, Deputada Erika Kokay, responsabilidade na gestão

das contas públicas. Deputado Jones Martins, não vamos construir um país se os

governantes continuarem pensando que podem gastar o que pensam ser

interessante, se os governantes continuarem pensando que o gasto público pode ser

ilimitado. Não. Nós temos, sim, que impor um teto para o crescimento dos gastos

públicos.

Deputado Darcísio Perondi, nos últimos 10 anos, os gastos públicos

cresceram 51% acima da inflação. O Estado não cabe mais na economia brasileira.

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Temos que tomar providências quanto a isso e o faremos, com coragem e

determinação, porque existe um novo Brasil, um Brasil melhor, governado por Michel

Temer.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Obrigado, Deputado Carlos Marun.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Enquanto o Deputado Izalci sobe à

tribuna, vamos conceder 1 minuto para o Deputado Julio Lopes, do PP do Rio de

Janeiro.

O SR. JULIO LOPES (Bloco/PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Obrigado,

Presidente Hildo.

Eu só gostaria de registrar, Deputado Izalci, que estive hoje com o Ministro

Moreira Franco trabalhando na Medida Provisória nº 727, de 2016, que estamos

ajustando. A medida trata de parcerias público-privadas e visa a avançarmos no

Brasil com esses investimentos, Presidente Hildo.

Uma das coisas que nós estamos querendo criar no Brasil com essa proposta

legislativa é o seguro de infraestrutura, a fim de que o mercado segurador possa

avaliar os riscos dos empreendimentos brasileiros.

A gente sabe quanto dinheiro se perdeu em empreendimentos

superavaliados, em empreendimentos mal dimensionados que desfalcaram os

cofres públicos brasileiros, as instituições, enfim, que resultaram neste descalabro

desse assalto aos cofres públicos. A participação do mercado segurador, ao avaliar

o risco, ao quantificar o verdadeiro preço das obras e ao se certificar de que elas

serão devidamente entregues no seu preço, no seu prazo e no seu devido momento

vai mudar a realidade brasileira de obras públicas no setor de infraestrutura, Sr.

Presidente.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Eu que agradeço, Deputado Julio Lopes.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Izalci, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSDB.

V.Exa. dispõe de 13 minutos, somado o tempo da inscrição no Pequeno

Expediente.

O SR. IZALCI (PSDB-DF e como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nós estamos vivendo um momento

realmente muito difícil aqui no Distrito Federal. O Governador que assumiu há quase

2 anos ainda faz o discurso de que a crise foi causada pelo Governo anterior. De

fato, foi mesmo. O Governo anterior fez um estrago na economia do DF, deixou um

rombo imenso, mas é evidente que quem ousa se candidatar ao Governo deve

saber disso muito antes e preparar um plano de governo para sanar os problemas.

Se não tinha competência para fazê-lo, não devia ter saído candidato. Não adianta

ficar, durante os 4 anos do mandato, lamentando e culpando o Governo anterior.

Nem o básico é executado. Hoje, as escolas públicas estão com as atividades

paralisadas. As empresas terceirizadas que fazem a limpeza das escolas estão

fazendo uma paralisação porque não recebem do Governo.

A saúde pública há muito tempo passa por uma imensa crise, tanto que é que

a Câmara Legislativa instalou a CPI da Saúde para investigar denúncias seriíssimas

de corrupção e pagamento de propina no setor da saúde do Distrito Federal.

Agora, a crise é na segurança pública. Na Polícia Civil, hoje, delegados

entregaram os cargos.

Então, educação, saúde e segurança pública não existem mais no Distrito

Federal.

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Como o Governador não tem capacidade para resolver esses problemas, ele

cria outros. Ontem e hoje, autorizou a derrubada de casas, como foi dito aqui por

diversos Parlamentares. Ontem tive a oportunidade de estar presente no

condomínio, um condomínio consolidado que ele visitou durante a campanha

eleitoral, um condomínio que ele disse estar apto a ser regularizado. Está tudo

gravado.

Os políticos precisam ter muita atenção, porque, na era digital, todo mundo

grava, todo mundo acompanha. E está nas redes sociais, na televisão o discurso do

Governo pela regularização daquele condomínio que está sendo destruído — a

destruição começou ontem e continua hoje.

O Governo sequer tem a sensibilidade de receber a bancada do Distrito

Federal. Nós já pedimos uma reunião com o Governador. Nem retorno tivemos. Por

quê? Porque a única coisa que ele tem feito ultimamente no seu Governo é derrubar

casas em condomínios. E não só em condomínios de classe média. Estão sendo

derrubadas casas também no Condomínio Sol Nascente e em Vicente Pires.

Este é o Governo da destruição. E não adianta querer ajudar. Nós insistimos,

mas não conseguimos sequer ajudar o Governo, por sua incapacidade de

articulação e pela concentração do poder.

Lamentavelmente, quem paga por isso é a sociedade, é o contribuinte. As

empresas estão indo embora de Brasília. O setor econômico do Distrito Federal está

acabando. Mais de 7 mil empresas fecharam este ano. Grandes empresas foram

embora para o Estado de Goiás, por causa dos incentivos fiscais. Este Governo não

tem a sensibilidade de conversar com o Ministério Público também sobre a diferença

de alíquotas dos incentivos aqui no Entorno, que é imensa. Às vezes, a diferença de

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alíquotas de uma mesma atividade é de 15%. Enquanto no Distrito Federal cobram-

se 18%, em Goiás cobram-se 3%, 3,5%.

O Governo sequer consegue conversar com os empresários ou com o

Ministério Público, que sempre questionando a guerra fiscal através de ações

judiciais. Ora, o Governo do Distrito Federal tem que questionar os outros Estados

que estão fazendo. Perdemos mais de 1 bilhão de reais em receitas, e não só por

causa da crise, mas também pela evasão das empresas.

Então, é um governo que não tem sensibilidade, que não tem experiência

administrativa porque nunca governou nada, nunca administrou nada. E,

lamentavelmente, não colocou nos cargos estratégicos pessoas experientes, vividas,

que conheçam a gestão pública. Sabemos a diferença entre a gestão privada e a

gestão pública. Enfim, é lamentável.

Este é o primeiro em que talvez sejam executadas — é o que eu espero;

ainda não começaram as obras —, desde 2009, as emendas de bancada. Desde

2009 que não se executa nenhuma emenda de bancada. E, por incrível que pareça,

os outros órgãos as executam: o Ministério Público, o Tribunal de Justiça, a

EMBRAPA, a UnB, todos executam as emendas. E este Governo não tem

capacidade para isso.

Deputada Erika Kokay, nós destinamos 120 milhões para a construção do

Hospital do Câncer. Daqui a pouco, ele não consegue executar o projeto. É um

governo que realmente não tem uma política de desenvolvimento para a cidade, que

não tem um projeto para a nossa cidade. Fica aí na dependência dos cofres

públicos, da receita do Fundo Constitucional, e estamos passando pelo que vemos

aí. As pessoas, revoltadas, ligam para todos os Deputados. E não conseguimos falar

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com o Governador, que deveria ao menos agir com mais transparência. No caso da

Polícia Civil, o Governador também teve gravados diversos discursos nos quais,

como coordenador da bancada, defendia a paridade, que nós defendemos também.

Mas ele tem que agir com transparência, ele tem que mostrar as planilhas para os

servidores da Polícia Civil, da Polícia Militar, para todos os servidores do GDF, ele

tem que mostrar a realidade da receita e da despesa. Mas não. A cada hora

apresenta uma justificativa diferente, números diferentes. Há uma insegurança total

quanto aos números.

É lamentável que tenhamos mais uma vez, por mais 4 anos, um governo

inoperante, um governo que não tem sensibilidade nenhuma. Eu acho que, para ser

Governador, para ser Chefe do Poder Executivo, as pessoas teriam que ter passado

por alguma dificuldade, teriam que saber o quanto é difícil para o trabalhador

conseguir a casa própria, por exemplo.

Ontem, eu presenciei uma cena muito triste: um jovem que deve ter 26 anos

ou 27 anos, desempregado, que havia construído praticamente 80% da sua casa, no

fundo do terreno, com a esposa grávida, viu o trator derrubar sua casa sem

nenhuma cerimônia. Nós notamos, aliás, o prazer das pessoas em derrubar as

casas. É incrível. O Governo não tem sensibilidade realmente. A bancada do Distrito

Federal tenta conversar, pede audiência com o Governo; com os Deputados

Distritais, a mesma coisa. O Governo não está nem aí.

No caso do condomínio, não há decisão judicial, como alguns alegam. Há

uma recomendação do Ministério Público. O Governo deveria ter chamado o

Ministério Público, o Tribunal de Justiça, se fosse necessário, as partes envolvidas e

tentado um acordo, já que a área será regularizada. Disso eu não tenho nenhuma

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dúvida. É um condomínio consolidado, com ruas afastadas, no qual milhares de

famílias moram há anos. Todo mundo paga o IPTU — Imposto Predial e Territorial

Urbano. Há muito tempo o Governo recebe o IPTU dos condomínios que são

abastecidos com água, energia elétrica, telefonia, tudo, mas simplesmente derruba

as casas. Isso é triste.

Da mesma forma em Vicente Pires. Recentemente, uma pessoa investiu tudo

o que tinha na vida — o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, a rescisão

contratual da esposa — e construiu uma casa. Veio o trator e a derrubou

completamente, sem nenhuma cerimônia. No Condomínio Sol Nascente, 16 igrejas

foram derrubadas.

Então, o Governo não fiscaliza, porque, se estivesse fiscalizando, as pessoas

não construiriam casas. Depois que as pessoas constroem, eles chegam e

simplesmente derrubam. Todo mundo sabe que isso acontece há anos. As pessoas

compram terrenos com boa-fé, porque as terras do Distrito Federal sempre foram

regularizadas. As terras do DF são todas irregulares, não as áreas dos condomínios.

No Paranoá, em São Sebastião, no Sol Nascente, que tem mais de 120 mil

habitantes, nada tem regularização. As áreas precisam ser regularizadas. Não há

nada oficial. Lamentavelmente, talvez seja o maior erro de Juscelino Kubitschek não

ter desapropriado todas as áreas do DF.

Esse condomínio do que falo em especial consta, sim, no PDOT, o Plano

Diretor de Ordenamento Territorial. A maioria das terras é particular, não é do

Estado. O que é do Estado não dá para identificar exatamente. E o Governo

simplesmente autoriza a derrubada das casas.

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O Governo deveria convocar imediatamente para uma reunião TERRACAP —

Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal, a AGEFIS — Agência de

Fiscalização do Distrito Federal, que é o terror, que faz esse tipo de trabalho com

muito prazer, a Justiça, o Ministério Público, e tentar um acordo no sentido de

estabelecer um prazo para a regularização — porque será regularizado. O Governo

deveria cuidar das coisas que são mais importantes. Estão aí as pessoas morrendo

nas filas diante dos hospitais, estão aí as escolas paradas, está aí a Polícia Civil

parada exatamente por falta de diálogo, de confiança. Governar é demonstrar

confiança, transparência, coisa que este Governo não tem.

Solicitei, juntamente com os Deputados Augusto Carvalho, Rogério Rosso,

Erika Kokay e Alberto Fraga — que também falou sobre isso aqui —, uma audiência

com o Governo do Distrito Federal, para buscarmos o entendimento. Estamos

tratando de sonhos. Não é fácil para o trabalhador comum, para o servidor público

— aliás, alguns servidores desta Casa moram lá —, realizar o sonho da casa

própria, para depois vir um governo e destruir esse sonho em poucos minutos.

O Deputado Gonzaga Patriota também se prontificou, porque é do partido do

Governador, a tentar uma conciliação, a conversar com o Governo, para que haja

uma sensibilização, pelo menos, porque não vamos poder devolver àquelas famílias

as casas que já foram destruídas. O Governador disse há pouco que não orientou a

derrubada de nenhuma casa em que houvesse alguém morando. Conversa. Ontem,

uma jovem subiu no telhado da casa, em que mora desde 2009, e mesmo assim

derrubaram a casa, também sem nenhuma cerimônia.

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Espero que o Governo do Distrito Federal nos receba hoje e que aceite

buscar uma solução definitiva para essa questão dos condomínios, cuja

regularização sempre foi, por parte deste Governo, uma promessa de campanha.

Sr. Presidente, eu peço a V.Exa. que autorize a divulgação deste meu

pronunciamento nos meios de comunicação desta Casa, em especial no programa A

Voz do Brasil,

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Nós é que agradecemos a participação,

Deputado Izalci, do Distrito Federal. Vamos determinar à Assessoria da Mesa que

faça divulgar nos meios de comunicação desta Casa, em especial no programa A

Voz do Brasil, o pronunciamento de V.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra à Sra. Deputada

Erika Kokay, para uma Comunicação de Liderança, pelo PT.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, subo a esta tribuna para lembrar um artigo do

Projeto de Lei Complementar nº 257, de 2016, que trata exatamente de retirada de

direitos dos servidores. O artigo diz que cabe aos Governadores que aceitarem as

condições de renegociação da dívida reajustar as suas despesas primárias

correntes pela inflação. Basta isso.

Vamos considerar o que representam as despesas primárias correntes, as

despesas de custeio, as despesas com pessoal e também as despesas com a

manutenção da própria máquina. Vamos citar o exemplo da saúde. Via de regra, os

medicamentos, os insumos na área da saúde, historicamente, são reajustados em

percentuais acima dos da própria inflação. Se só podemos reajustar as despesas

correntes pela inflação, pela variação da inflação medida, e se temos que pagar

medicamentos e insumos, majorados acima da inflação, vamos ter menos recursos

para reajustar os salários dos servidores.

Dizer que essa lei representa um processo de responsabilidade fiscal dos

Estados é negar a própria realidade. Dizem alguns psicanalistas famosos que até se

pode negar a realidade e construir fantasmas, mas é preciso reconhecer que

fantasma é fantasma e que realidade é realidade. Não se pode transformar a

realidade em fantasmas ou os fantasmas em realidade.

Portanto, quando se diz aqui que não há impacto sobre os servidores dos

Estados, está se negando a realidade. O projeto é muito claro.

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Além disso, a proposta que está nesta Casa nos remete ao que eles chamam

de acordo federativo. O que diz o acordo federativo? O acordo federativo fala

realmente em congelamento de salários, em impedimento de promoções, de

reestruturação de carreiras.

É dito que isso acontece em nome da responsabilidade fiscal. Já existe uma

lei de responsabilidade fiscal neste País. Os Governadores já têm que seguir a Lei

de Responsabilidade Fiscal, como todo gestor público. Essa lei já existe! O que não

se pode é permitir a explicitação da chantagem. “Negociamos a sua dívida se você

decidir.” Mas se fala em imposição do Palácio do Planalto — ocupado, diga-se, por

golpistas, ocupado por quem não teve um único voto para ser Presidente deste País.

Têm que rastejar e se submeter às condições impostas, ao que diz o Governo

golpista. É nítido isso. É nítido.

Além disso, há a Proposta de Emenda à Constituição nº 241, de 2016. A PEC

241 é mais grave. É mais grave porque alcança todas as despesas primárias, mas

deixa incólumes as despesas financeiras. O País vai continuar pagando juros de

uma dívida que ele não sabe direito o que é, porque não fez auditoria dessa dívida.

Nunca foi feita auditoria, prevista na Constituição, da dívida pública brasileira, dívida

pública que faz com que banqueiros possam lucrar sem gerar um único emprego. É

como se fosse uma agiotagem pública.

Alguém diz então: “Não, eu tenho que me relacionar com as finanças públicas

como se eu estivesse na minha casa, eu não posso gastar mais do que eu tenho”.

Eu digo que o exemplo das nossas casas é absolutamente fundamental, e não

posso dizer isto para o meu filho que está com uma doença grave e precisa de

atendimento: “Não, eu não vou gastar com você, eu não vou gastar com a sua

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educação, eu não vou gastar para que você tenha saúde. Não, eu não vou gastar,

porque eu vou pagar a um agiota que me cobra uma dívida que eu não sei — eu não

sei — como foi construída, não sei se realmente devo a ele”.

Ora, qual de nós pais e mães de família deixaria o filho ou a filha morrer por

falta de assistência à saúde? Mas é algo isso que está acontecendo aqui. Nós

vamos deixar incólumes os serviços da dívida, que consomem 43% do Orçamento

deste Brasil, e se fala em déficit da Previdência?

Se nós analisarmos as despesas do Governo Dilma, vamos ver que houve

diminuição da despesa com pessoal — houve diminuição da despesa com pessoal

—, mas não se eliminaram as despesas com os programas sociais, que existem

para que o Brasil se faça justo.

O Brasil não se faz justo enquanto houver neste País tanta desigualdade. O

Brasil não se faz justo com a mortalidade infantil que havia no Governo Fernando

Henrique Cardoso. Pessoas morriam de tuberculose. E nós conseguimos enfrentar

isso com investimentos na saúde.

Se o que está na PEC 241 já tivesse sido implementado, nós teríamos

perdido, nos últimos 10 anos, só na saúde e na educação, por volta de 500 bilhões

de reais. Nós não podemos permitir isso na saúde e na educação, e a saúde é

subfinanciada — subfinanciada.

Vários Parlamentares que hoje estão como áulicos que rastejam e marcham

de cabeça baixa, sem olhar para o povo, de acordo com os sons de tambores que

emanam do Palácio do Planalto, defendiam que era preciso romper o

subfinanciamento da saúde, que era preciso investir mais em educação. Esse é o

discurso corrente quando há campanhas eleitorais. Esses Parlamentares que faziam

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essa defesa mudaram o discurso, tiveram o seu discurso roubado, capturado pelo

golpismo. Agora dizem que é preciso tirar dinheiro da saúde e da educação para

pagar a banqueiros, para pagar ao capital internacional, para pagar a dívida pública.

Nunca se fez uma auditoria acerca dessa dívida.

Portanto, a PEC 241, a Proposta de Emenda à Constituição nº 241, é

dramática para o País, dramática! Ela significa o congelamento por 20 anos,

podendo ser revisto daqui a 10 anos. O Governo golpista está legislando e

encaminhando propostas para governos que ainda vão vir.

Como um golpe não fica circundado, ele vai esgarçando o tecido democrático,

ele vai esgarçando o Estado Democrático de Direito. O golpe virou norma nesta

Casa. Na última quinta-feira, em um dia sem sessão deliberativa, em um dia

esvaziado, ninguém soube que haveria reunião para que fosse instalada essa

Comissão que vai retirar dinheiro da saúde, da educação, da infraestrutura, do

serviço público. Às 17h49min, houve o anúncio de que seria instalada essa

Comissão. Era um dia sem Parlamentares. E era um dia sem Parlamentares porque

não havia sessão deliberativa. No final de uma quinta-feira, foi convocada essa

reunião para as 18 horas. Isso não estava no Diário, não estava na Ordem do Dia,

isso não foi publicado, não estava na Internet, não estava em lugar nenhum. Apenas

sabiam que haveria essa reunião os que se sujeitaram a rasgar o Regimento desta

Casa e a rasgar a Constituição.

A Constituição fala em publicidade, transparência, impessoalidade. Nós não

podemos tratar dessa maneira a informação. Não podemos aceitar que

Parlamentares não sejam informados que vai ser instalada Comissão relativa a uma

PEC que vai mexer com a vida deste País, vai mexer com os programas sociais e

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vai mexer com a vida dos servidores! Dez minutos antes da instalação, o anúncio foi

feito por meio de microfone. Não havia nada na Internet, em local algum. Não se

aceita que se implemente o golpe.

O que nós estamos dizendo aqui é o que disse a Presidenta Dilma Rousseff:

chega de golpe! Este País merece democracia e direitos.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Obrigado, Deputada Erika Kokay.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Registro a presença, nesta Casa, do

Vereador Astolfo, da cidade de São Domingos do Maranhão.

Seja bem-vindo a esta Casa Legislativa!

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Jones Martins,

do PMDB do Rio Grande do Sul.

O SR. JONES MARTINS (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o País precisa da aprovação do Projeto de Lei

Complementar nº 257, de 2016. É preciso desfazer a falácia de que esse projeto vai

tirar recursos da saúde, vai tirar recursos da educação. O projeto prevê, isto sim, o

congelamento do investimento, ou a limitação do investimento à variação da

inflação. Isso é responsabilidade.

Há um discurso fácil que temos ouvido com relação à dívida e a uma eventual

auditoria dessa dívida. É preciso que se fale claro ao povo brasileiro. Nós somos a

favor da auditoria. Ao mesmo tempo, no entanto, perguntamos: por que o Governo

que sai — sai porque cometeu crime fiscal, sai porque fez promessas e não as

cumpriu, sai porque gastou e se comprometeu a gastar mais do que a lei permitia —

não fez, em 13 anos de mandato, a tão esperada e aplaudida auditoria que hoje

muitos pregam?

O PLP 257 é um projeto que favorece a responsabilidade, é um projeto que

limita gastos, é um projeto que aposta no crescimento da economia, e essa é a

questão.

Há muito discurso fácil para agradar corporações aqui e acolá. Há muito

discurso fácil para enganar as pessoas menos informadas. Está faltando, parece-

me, mais responsabilidade nesse debate, mais responsabilidade.

O Governo do Presidente Michel Temer é um Governo legítimo, foi eleito

constitucionalmente. Ele substitui, de acordo com a Constituição, com o Regimento

Interno da Câmara dos Deputados e com o do Senado Federal, após toda a

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tramitação do processo de impeachment, uma Presidenta que foi condenada pela

Câmara e o será também pelo Senado. Então, é um Governo legítimo sim, tem

legitimidade para propor mudanças e tem legitimidade para colocar o País nos

trilhos.

É preciso romper o discurso fácil da gastança. É preciso romper o discurso

demagógico de que vai sair dinheiro da saúde, da educação. São feitas

comparações singulares: “Se isso acontecesse na minha casa, eu faria diferente!” É

evidente! Quando se cuida da nossa casa, o tratamento é um; quando se cuida da

sociedade, da coletividade, é outro, a visão é global. Essa falácia tem que ser

combatida!

O Projeto de Lei Complementar nº 257 é de responsabilidade. Ele aposta no

crescimento. Ele aposta em que este País pode devolver aos investidores

credibilidade na economia, para que eles invistam, para que empregos sejam

gerados, para que a riqueza circule e, a partir disso, seja aumentada a arrecadação

financeira através dos impostos, das contribuições, das taxas. Com isso, o País

poderá redistribuir esse bolo orçamentário por meio de serviço social. Essa é a

lógica. Têm que parar com esse discurso fácil de que está tirando daqui ou de lá.

Além de fácil, ele é mentiroso, engana as pessoas. O que nós precisamos é de

responsabilidade. Precisamos reestabelecer a credibilidade, propiciar o crescimento.

A saúde vive um problema sério, sim, de subfinanciamento. É verdade! A

nossa distribuição orçamentária per capita está muito longe do que prevê a Suécia,

do que preveem os países do Leste Europeu. Em nossa Constituição, está previsto

o melhor programa social do mundo, que é o Sistema Único de Saúde — SUS. Mas

nós não temos como financiá-lo. Como vamos financiá-lo se a economia está

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degringolando, a arrecadação de impostos está diminuindo cada vez mais, as

empresas estão fugindo, um contingente de 12 milhões de desempregados se

apresenta? De onde vamos tirar dinheiro para financiar a utopia com que todos nós

sonhamos, a utopia que queremos? Devemos buscá-la sim. Vamos fazer isso!

Precisamos financiar a saúde, precisamos financiar a educação. A saúde precisa de

muito financiamento, e precisa de gestão também.

Nós precisamos, antes de mais nada, devolver a ordem orçamentária,

devolver o ajuste fiscal, devolver a segurança jurídica para os investidores, devolver

à sociedade a responsabilidade fiscal, a intolerância com gastos desnecessários.

Trata-se de gastar aquilo que se arrecada. É muito fácil prometer o céu e as

estrelas, mas é preciso ter recursos para pagar, ter condições financeiras de

sustentar esse discurso.

Portanto, Sr. Presidente, o Projeto de Lei Complementar nº 257 é uma

necessidade para o País.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Vai-se passar ao horário de

V - COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

Tem a palavra a Sra. Deputada Erika Kokay, pelo PT.

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A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente,

eu acho isso de uma estranheza profunda. Eu penso que se Camus estivesse vivo

ele falaria que estamos vivendo uma absurdidade. Mas digo eu que é um absurdo,

perdendo a modéstia e utilizando uma expressão de Nelson Rodrigues.

Foi isso o que aconteceu na quinta-feira ao se chamar uma reunião para

instalação de uma Comissão que vai mudar o Brasil porque vai submeter o Brasil

aos mais profundos arrochos, porque vai retomar o modelo de Fernando Henrique

Cardoso, em que o Brasil vivia de joelhos — de joelhos! — para o Fundo Monetário

Internacional.

Era a rendição ao Fundo Monetário Internacional que exigia um Estado

mínimo para o povo brasileiro. O povo brasileiro merece mais! E vêm me dizer aqui

que não há como romper o subfinanciamento da saúde! Mas há como ficar

alimentando o rentismo neste País, ficar alimentando banqueiros que continuam

lucrando como sempre lucraram neste Brasil!

E dizem que o Governo, em 13 anos, não fez auditoria da dívida. Mas nunca

mandou um projeto como esse. A Proposta de Emenda à Constituição nº 241 tem

uma digital: a digital golpista. Golpista! Ninguém vem aqui dizer que Dilma cometeu

crime de responsabilidade. Fala-se da falta de governabilidade, fala-se de corrução,

como se Michel Temer fosse um vestal, como se Michel Temer não fosse corrupto,

como se Michel Temer não tivesse uma denúncia de que recebeu, no Palácio do

Jaburu, 10 milhões! Como se a cúpula do PMDB não estivesse toda ela com pedido

de prisão pelo Ministério Público! Como se três Ministros já não tivessem saído pela

porta dos fundos da Esplanada dos Ministérios porque foram acusados de

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corrupção! Ou como Romero Jucá, que foi acusado de tentar derrubar Dilma

Rousseff para poder estancar a Operação Lava-Jato!

E vêm me falar de Dilma Rousseff corrupta?! Nunca se conseguiu apontar um

ato de corrupção de Dilma Rousseff! Nenhum ato de corrupção!

Falaram de decretos — que Fernando Henrique Cardoso também fez, pelo

menos quatro vezes a mais do que Dilma Rousseff, os mesmos decretos.

Falaram das ditas pedaladas fiscais, porque Dilma Rousseff atrasou o

pagamento do Banco do Brasil para o Crédito Safra, em um convênio. É por isso

que Dilma Rousseff está saindo. É com isso que eles querem justificar o

impeachment. É golpe! Isso é golpe!

E aí vêm me falar que não há tanques nas ruas, que não há botas e não há

baionetas. Essa literalidade é reducionista. “Ah, não há botas.” Mas há paletós de

couro fino que pisam este Parlamento. “Ah, não há baionetas, não há fardas.” Mas

há paletós, há sapatos de bico fino, há microfones em vez de baionetas. É golpe da

mesma forma.

A história sabe disso. A história irá dizer que há uma Presidente e que

nenhuma denúncia de corrupção pesa contra ela. Ela está sendo investigada agora

por quê? Por obstrução à Justiça? Por que quis nomear Luiz Inácio Lula da Silva

para ser Ministro deste País? É disso que estão acusando Dilma Rousseff? É disso?

E de que estão acusando Eduardo Cunha, que ninguém fala sobre ele? E de que

estão acusando Renan Calheiros? E de que estão acusando Romero Jucá? E essa

lista de Parlamentares do PP, que é o partido com maior número de pessoas

envolvidas na Lava-Jato? E a lista do PMDB? Há um mutismo. É como se estivesse

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ocupando o Palácio do Planalto alguém que sobre ele não pesa nenhuma denúncia

de corrupção.

Ora, vejam, há uma gênese no golpe, uma gênese. A arqueologia do golpe

pressupõe a retirada de direitos, pressupõe impor a esta Nação o programa

derrotado nas urnas por quatro vezes, o programa de ajuste fiscal contra os

trabalhadores e o povo brasileiro — não contra banqueiros, não contra as grandes

fortunas. Um trabalhador paga muito mais impostos neste País do que banqueiros.

E Dilma Rousseff ainda reajustou a tabela do Imposto de Renda para

preservar os direitos dos trabalhadores. Reajustou, e mesmo assim ainda temos

uma carga tributária que tira de quem não tem para dar a quem já tem, e tem muito.

Esse é o programa de Governo! Ou alguém aqui acha que, se vai-se reajustar

as despesas deste País, as despesas primárias, todas elas, apenas pela inflação,

vai-se continuar mantendo o Programa de Aceleração do Crescimento? Negativo!

Ou vai-se continuar mantendo o investimento em infraestrutura fundamental para a

indústria? Como não haverá infraestrutura para a indústria, o que faz o governo

golpista? Ele diz: “Não, vamos retirar direitos, vamos impor o negociado sobre o

legislado”. Tudo vai ser negociado à mesa, inclusive o que já faz parte do arcabouço

legal deste País. E ainda dizem: “Não, isso é para favorecer o sindicato, porque ele

vai poder negociar”. Mas estão sendo negociados retrocessos! Retrocessos!

Está sendo vislumbrado para este País, para depois da tentativa que eles têm

de consolidar o golpe — ainda creio que este País fará uma opção pela democracia,

que este País fará uma opção pela retidão e pela justiça e não irá convalidar, não irá

convalidar Michel Temer, com sua história de corrupção, com sua história de ajuste

contra os trabalhadores, com suas opções para banqueiros e grandes empresários

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em detrimento do povo —, mas para depois de convalidar o golpe que eles querem,

eles já estão dizendo que virá uma reforma da Previdência contra trabalhadores e

trabalhadoras, uma reforma trabalhista contra trabalhadores e trabalhadoras.

Ora bolas! É preciso pagar as contas dos que construíram o golpe. E vamos

calar sobre Eduardo Cunha, porque ele é peça importante na construção do golpe.

Vamos nos calar! Vamos nos calar! Não importa o decoro parlamentar, não importa

a ética. E lembro-me de Jarbas Passarinho, quando dizia: “Às favas com os

escrúpulos”. Isso já foi falado por Jarbas Passarinho e é repetido todos os dias nesta

Casa com os golpes que são engendrados, com aqueles que, à surdina, constroem

uma reunião que ninguém sabe o que acontecerá: “é secreta esta Comissão, este

Parlamento”.

Na CPI FUNAI e INCRA também aprovaram a quebra de sigilos secretos. Não

se sabe de quem os sigilos foram quebrados. E tão gritante foi a anomalia e

ilegalidade que o próprio Poder judiciário, que muitas vezes não tem parcialidade,

anulou os atos dessa CPI, que busca retirar direito de indígena, que busca retirar

direito de quilombolas, porque, vejam, e eu repito, sem democracia os direitos não

sobrevivem, o terreno fica árido, árido. Sem democracia — estamos vivendo uma

ruptura democrática—, não há como se preservar direitos.

Mas eu ainda fico com os poetas, dentre eles o poeta maior, que dizem que

do asfalto é possível brotar flores. É possível brotar flores. Vamos tirar os canhões

que estão sendo apontados para o povo brasileiro, para os servidores e servidoras,

e vamos substituí-los pelas flores.

Apenas para não dizer, nestes períodos sombrios de golpe, que eu não falei

das flores.

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O Sr. Hildo Rocha, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Izalci, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Angelim.

V.Exa. dispõe de até 5 minutos.

O SR. ANGELIM (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queria cumprimentar o Prefeito Marcus

Alexandre pelo belíssimo ato que promoveu ontem em Rio Branco, Capital do Acre,

para o lançamento de sua candidatura à reeleição para Prefeito daquela cidade.

Eu fui Prefeito de Rio Branco por 8 anos e fui sucedido por Marcus Alexandre,

um jovem engenheiro que fez um trabalho extraordinário nesses 4 anos. Deu

prioridade absoluta à área social: à saúde, à educação, à assistência social. Como

engenheiro competente que é, deu prioridade também à infraestrutura, à

pavimentação de ruas, à trafegabilidade em ramais e, principalmente, ao

saneamento básico.

É de se ressaltar também o seu extraordinário trabalho na área da mobilidade

urbana. Hoje, uma das grandes questões das cidades do mundo é a mobilidade

urbana, o transporte de massa com preços acessíveis para o trabalhador. Marcus

Alexandre fez nesses 4 anos um trabalho que nos deixa a todos impactados

positivamente.

Eu cuidei daquela cidade por 8 anos e, quando saí, estava preocupado: “Meu

Deus, quem será o Prefeito desta cidade?” Porque nós criamos um carinho, um zelo,

um cuidado com a cidade que ajudamos a estruturar, a planejar com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida da população. Mas hoje, ao final do primeiro mandato

de Marcus Alexandre, estou muito contente por ver os avanços significativos de Rio

Branco, do ponto de vista da urbanização, do ponto de vista da atualização dos seus

planos diretores, dos seus planos municipais de habitação, do seu plano municipal

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de transporte e de trânsito e tantos outros instrumentos de planejamento que são

necessários para melhorar e otimizar os investimentos.

Mesmo no momento de crise que nós vivemos hoje, Sr. Presidente, em que

todos os Municípios e Estados brasileiros passam por problemas sérios devido à

queda no valor das transferências do Fundo de Participação dos Estados e do

Fundo de Participação dos Municípios, devido, principalmente, à queda da

arrecadação própria, o Prefeito Marcus Alexandre soube aplicar os poucos recursos

de que dispunha com seriedade, com prioridade e, principalmente, seguindo um

plano de trabalho elaborado de forma coletiva, a várias mãos.

Como acriano e como ex-Prefeito daquela cidade, fico muito feliz de dizer isso

aqui, de público. Trabalhar com gestão pública, seja estadual, seja municipal, é um

grande desafio, mas aquele jovem gestor aplicou com seriedade os recursos, focou

o planejamento da infraestrutura e da mobilidade urbana e priorizou a educação, o

que é muito importante.

Rio Branco foi considerada a primeira cidade do Brasil em transparência pelo

Portal da Transparência, pelos órgãos federais. Isso é muito importante. Num

momento de crise econômica, ética e política, vemos um jovem gestor fazer um

trabalho tão reconhecido pela população.

Meus parabéns a ele e a sua equipe. Fico contente, como filho daquela

cidade, por cumprimentá-lo e por reconhecer nacionalmente o seu belo trabalho.

Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) -Tem a palavra por 1 minuto o Deputado Átila

Lins.

O SR. ÁTILA LINS (PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, queria apenas dizer que ontem nós destacamos aqui, numa breve

comunicação, a visita do Ministro Mendonça Filho a Manaus. E eu queria

rapidamente dizer que a sua visita a Manaus, ontem, contou com a presença do

Governador José Melo e de muitas autoridades amazonenses.

O Ministro assinou convênio para a liberação de recursos no valor de 6

milhões de reais para a Universidade Federal do Amazonas, que serão investidos

em melhorias no Hospital Universitário Getúlio Vargas, e para a liberação de 2

milhões de reais para o Governo do Estado injetar na Escola Estadual Senador

Evandro das Neves Carreira, além de uma série de outros recursos para atender a

escolas padrão de tempo integral.

Sr. Presidente, eu quero pedir a V.Exa. que considere como lido este

pronunciamento, para transcrição nos Anais da Casa, sobre todas as medidas e

todos os benefícios levados para o Estado do Amazonas pelo Ministro Mendonça

Filho na última sexta-feira.

Muito obrigado, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro desta tribuna a presença em

Manaus, na última sexta-feira, do Ministro da Educação, o Deputado Mendonça

Filho.

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Em cerimônia que contou com a presença do Governador José Melo e de

muitas autoridades amazonenses, o Ministro Mendonça Filho anunciou

investimentos federais no Programa Amazônia Conectada.

O Ministro também assinou convênio para liberação de recursos da ordem de

R$ 6 milhões para a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que serão

investidos em melhorias no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), e de R$ 2

milhões para o Governo do Estado, que injetará na Escola Estadual Senador

Evandro das Neves Carreira, localizada no Residencial Viver Melhor, Bairro Santa

Etelvina, Zona Norte.

Mendonça Filho disse que a mensagem que o Governo Federal quer passar

com os repasses ao Estado é de compromisso: “Compromisso com o Norte do País,

com a região Amazônica e com o Estado do Amazonas, para que a gente possa

oferecer qualidade de vida para a população e para que tenha acesso a serviços

básicos fundamentais como saúde e educação”, destacou.

O Governador José Melo lembrou que o Ministério da Educação liberou R$ 6

milhões para o Estado na semana passada. “Esse recurso será para nós darmos

continuidade ao trabalho de construção de 12 escolas padrão e de 10 de tempo

integral que estão sendo construídas. Algumas estão em fase de conclusão e outras

em fase de licitação. O repasse vai fazer frente ao avanço dessas obras”, pontuou.

Acatando proposta do Ministério da Defesa, a contrapartida de R$ 10,5

milhões do MEC será destinada à ampliação da rede lógica entre os Municípios de

Tefé e Manaus, visando ampliar a comunicação na Mesorregião do Centro

Amazonense. A Mesorregião do Centro Amazonense é composta de seis

microrregiões: Coari, Itacoatiara, Manaus, Parintins, Rio Preto da Eva e Tefé. A

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iniciativa beneficiará aproximadamente 834 mil alunos matriculados em escolas

públicas de ensino fundamental e médio de 30 Municípios do interior do Amazonas.

Antes da cerimônia de assinatura do termo de convênio, o Governador José

Melo e o Ministro Mendonça Filho visitaram a Escola Estadual Senador Evandro das

Neves Carreira. A unidade de ensino, inaugurada no dia 18 de março deste ano,

atende a 3.006 estudantes, nas modalidades de ensino fundamental de 6º a 9º ano,

ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), nos três turnos. Eles também

visitaram as obras do novo Hospital Universitário Getúlio Vargas.

Era o que tinha dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado!

Durante o discurso do Sr. Átila Lins, o Sr. Izalci,

nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno, deixa

a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Hildo

Rocha, nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento

Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Vou passar a palavra ao Deputado Paes

Landim, para uma Comunicação de Liderança pelo PTB e pela ordem. Portanto,

S.Exa. poderá usar da palavra da tribuna da Câmara dos Deputados pelo tempo de

15 minutos.

Em seguida, vou convidar para usar a tribuna o Deputado Heráclito Fortes.

Portanto, povo piauiense que está nos acompanhando pela TV Câmara, fique

atento, que, dentro de instantes, o grande Deputado Federal Heráclito Fortes, do

Piauí, vai fazer uso da palavra e vai dar boas notícias.

Agora tem a palavra o Deputado Paes Landim, que também é do Piauí.

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Pela ordem e como Líder. Sem revisão

do orador.) -

DISCURSO DO SR. DEPUTADO PAES LANDIM QUE, ENTREGUE AO ORADOR

PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.

(Discurso a ser publicado na Sessão nº 266, de 20/10/16.)

O Sr. Hildo Rocha, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Jones Martins, nos termos do § 2º do

art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Deputado Hildo

Rocha, para uma Comunicação de Liderança, pelo Bloco Parlamentar PMDB/PEN.

S.Exa. vai dispor dos 10 minutos destinados ao PMDB e dos 3 minutos do Pequeno

Expediente. Disporá, portanto, de 13 minutos.

O SR. HILDO ROCHA (Bloco/PMDB-MA. Pela ordem e como Líder. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente Jones Martins, Sras. Deputadas, Srs.

Deputados, inicialmente quero apoiar as palavras do orador que me antecedeu, o

Deputado Paes Landim, no que diz respeito à honestidade, à transparência e à

competência do Ministro do Meio Ambiente do Governo Michel Temer. Realmente,

Sarney Filho é um dos profissionais, um dos homens públicos que mais conhece o

meio ambiente, não apenas a legislação, mas também a realidade do nosso povo, a

realidade da natureza, a realidade do meio ambiente brasileiro.

Sr. Presidente, eu tive, há pouco, uma audiência com o Secretário de Política

Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, seu conterrâneo, um profissional

de alto gabarito, de alto nível, que nos recebeu de forma bastante profissional,

bastante receptiva. Fui acompanhado do Vereador Astolfo, de São Domingos do

Maranhão. Fomos àquele Ministério para reforçar o pedido de prorrogação do

pagamento das dívidas dos produtores rurais do Maranhão, em função da estiagem

que aconteceu no ano passado. Foi a pior seca que o Maranhão viu nos últimos

anos. Pela falta de chuva, a produção não foi aquela que se esperava. Houve um

prejuízo enorme. Por isso, nós fomos até o Ministério e reforçamos esse pedido, que

outros Parlamentares também já fizeram.

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A propósito, o Presidente Michel Temer já sabe do problema, já está

trabalhando, junto com a sua equipe econômica, junto com a Fazenda Nacional, no

sentido de dar uma solução a esse grave problema.

Nós fomos lá com essa finalidade e também com outra, relacionada

justamente à produção de abacaxi na cidade de São Domingos do Maranhão. Em

São Domingos do Maranhão é produzido um dos melhores abacaxis do Brasil, o

abacaxi pérola de São Domingos. São Domingos é um dos maiores produtores de

abacaxi do Brasil, mas tem uma dificuldade muito grande para expandir a sua

produção e melhorar a economia da cidade, da região e do Maranhão, porque o

período de chuva naquela cidade, assim como em toda a região que já faz parte da

Amazônia, é diferente do das outras regiões em que se planta o abacaxi.

Enfim, nós fomos ao Ministério, e o Vereador Astolfo fez uma apresentação,

mostrando a necessidade de que se mude o período de início do financiamento para

os produtores de abacaxi da cidade de São Domingos, cidade que muito se

desenvolve. Ficou lá o nosso pleito.

Nós já tínhamos feito esse pedido no ano passado, durante a gestão da

Ministra Kátia Abreu. Isso já tinha sido adiantado, mas foi fundamental a nossa

audiência com Neri Geller, que conhece o assunto, é produtor rural também, tem

grande experiência. Ele se sensibilizou com esse problema e nos garantiu a

resolução desse problema, para que possamos ajudar no desenvolvimento da

cidade de São Domingos do Maranhão.

Quero ainda, Sr. Presidente, trazer ao conhecimento de toda a população

brasileira, principalmente a população maranhense, números que mostram como o

Governador Flávio Dino tem massacrado o povo do Maranhão com uma

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administração que prioriza a perseguição política, em vez de priorizar as políticas

públicas, a da saúde, por exemplo.

Trago, para conhecimento das Sras. Deputadas, dos Srs. Deputados, dos

senhores, das senhoras, dos jovens e demais telespectadores da TV Câmara e

ouvintes da Rádio Câmara, alguns dados, alguns números. Como eu disse, contra

os números, não há argumentos. Vou citar números sobre a saúde pública do

Maranhão.

Antes registro que a nossa Presidente da Frente Parlamentar da Saúde, que

muito bem conhece a saúde pública do Maranhão, está aqui ouvindo o nosso

pronunciamento.

Sr. Presidente, essas informações que vou passar agora podem ser

acessadas pelo site do Ministério da Saúde.

O Governador Flávio Dino e o Secretário da Saúde do Maranhão alegam que

hospitais estão fechados, que a saúde não funciona tão bem porque o Governo

Federal não está repassando recursos para o Estado. Isso não é verdade!

Eu vou mostrar aos senhores e às senhoras que, no ano de 2015, de janeiro

até agosto, o Governo do Estado do Maranhão recebeu do Governo Federal, do

Fundo Nacional de Saúde, 205 milhões e 58 mil reais. Vejam bem, no ano passado,

o Governo do Maranhão, para a rede estadual de saúde, recebeu cerca de 205

milhões de reais!

Este ano, de janeiro até agosto, o Governo do Estado já recebeu do Fundo

Nacional de Saúde, portanto, do Governo Federal, 234 milhões e 77 mil reais. Foram

30 milhões a mais que o Maranhão recebeu para assistência de média e de alta

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complexidade ambulatorial e hospitalar. Foram 30 milhões a mais em relação ao ano

passado.

O Governo Federal está fazendo a sua parte. Quem não está fazendo a sua

parte é o Governo do Estado, é o Governador Flávio Dino. Eu digo isso e vou provar!

Vou provar com números! Como eu disse, contra os números não há argumentos!

Vamos aos números, que qualquer cidadão pode acessar porque é

obrigatória a transparência. Existe a Lei de Acesso à Informação. Todo brasileiro

tem o direito de acessar informações. Todos os Governos Estaduais têm a

obrigação de apresentar os números. Não fazem isso porque queiram, ou porque

seja correto, ou porque sejam transparentes, fazem isso porque a lei os obriga.

Estão no site da Secretaria de Planejamento do Maranhão as informações

relativas à saúde, entre as de outras políticas públicas. Vou falar somente sobre a

saúde pública. O Relatório Resumido de Execução Orçamentária do 3º Bimestre de

2016 mostra que o Governo do Maranhão, neste ano, até o terceiro bimestre,

empenhou 642 milhões e 528 mil reais em assistência hospitalar e ambulatorial.

Repito: o Governo do Maranhão empenhou, para assistência hospitalar e

ambulatorial neste ano, segundo informações disponíveis no site da Secretaria de

Planejamento do Estado, 642 milhões e 528 mil reais.

Eu costumo dizer que existe o magro porque existe o gordo. E nós podemos

compará-los. Se não existisse o magro, não existiria o gordo; se não existisse o

gordo, não existiria o magro. Então, vamos comparar o Governo atual, do Sr. Flávio

Dino, com o Governo que ele sucedeu, o Governo Roseana Sarney, governo que

saiu já faz 2 anos. Vamos ver quanto o Governo Roseana, em 2014, nesse mesmo

período, até o terceiro bimestre, gastou, de acordo com o Relatório Resumido de

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Execução Orçamentária. Lembro que o Governo Flávio Dino gastou pouco mais de

600 milhões. Sabe quanto o Governo Roseana gastou em 2014, Deputado

Heráclito? Gastou 883 milhões e 397 mil reais. O Governo Roseana gastou, em

assistência hospitalar e ambulatorial, 250 milhões a mais que o Governo Flávio Dino.

É por isso que o povo está morrendo nas filas. Maranhenses estão morrendo

por falta de vagas em centro cirúrgico. Lá, o médico está tirando par ou ímpar para

saber quem vai para a UTI, porque não há vagas, porque o Governador não está

investindo na saúde! Ele procurou aumentar o gasto com pessoal, para contratar os

seus camaradas, do seu partido, em vez de investir na saúde. São 250 milhões a

menos. E vejam que, de 2014 para cá, já houve inflação. São 2 anos de inflação,

praticamente.

Então, o Governo Roseana gastou mais, há 2 anos, do que gastou o Governo

Flávio Dino agora nessa área. O povo está morrendo no Maranhão, e muitos estão

se socorrendo, Deputado Heráclito, do Piauí. Embora Roseana tenha deixado uma

enorme estrutura de hospitais, montados para funcionar, para atender bem o povo

do Maranhão, o Governador não investe em saúde.

Quero citar outro dado importante. Ele dizia que ia investir muito, Presidente

Jones, na atenção básica. O Governador Flávio Dino mentiu para a população

maranhense. Ele não investe na assistência hospitalar e ambulatorial nem na

atenção básica. Está aqui a prova! O Governo Roseana, em 2014, gastou 4 milhões

e 300 mil reais em atenção básica. Sabem quanto o Governo Flávio Dino gastou

este ano em atenção básica? Apenas 183 mil reais. É por isso que o povo

maranhense está morrendo de tuberculose, está morrendo de lepra, doenças que

muitos Estados já conseguiram controlar há muitos anos.

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Esse Governo comunista do seu Flávio Dino assumiu fazendo promessas,

mas mentiu ao povo maranhense. Disse que ia investir maciçamente na saúde, na

atenção básica, mas não o faz. Quem está fazendo a atenção básica, Srs.

Deputados, são os Municípios, que estão numa situação muito difícil! Até vacinação

o Governo do Estado se nega a realizar.

Sr. Presidente Jones Martins, são essas as minhas colocações no dia de

hoje. Pediria que fossem divulgadas pelos meios de comunicação desta Casa.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Muito obrigado, Deputado Hildo

Rocha. O pedido de V.Exa. foi acatado. A orientação da Mesa é de que o seu

pronunciamento seja divulgado pelos meios de comunicação da Casa.

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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Deputado Átila

Lins.

O SR. ÁTILA LINS (PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu apenas quero fazer um apelo desta tribuna ao Presidente desta

Casa, Deputado Rodrigo Maia, no sentido de que S.Exa. coloque em pauta a

Proposta de Emenda à Constituição nº 518, de 2010, que foi aprovada na Comissão

Especial, da qual fui o Relator e que teve na sua Presidência o Deputado Arnaldo

Faria de Sá.

Essa PEC, de autoria do Deputado Pompeo de Mattos, do PDT do Rio

Grande do Sul, trata sobre a estabilidade de servidores públicos que tenham

ingressado no serviço público até o ano de 1990. Nós fizemos um parecer favorável

a que se dê estabilidade a esses servidores que não puderam ser aproveitados

quando da promulgação da Constituição de 1988.

Agora, essa nova PEC apresentada tenta resolver a situação de milhares de

servidores brasileiros, tanto no âmbito do Governo Federal quanto dos Governos

Estaduais e Municipais que ingressaram em 1984, em 1986, e que não puderam ser

aproveitados, porque, quando a Constituição foi promulgada, só puderam ter

estabilidade aqueles servidores que ingressaram até 5 anos antes, até 1983. Então,

para quem entrou em 1984, nós estendemos o prazo até 1990, exatamente quando

entrou em vigor o Regime Jurídico Único dos servidores públicos federais.

De forma que eu queria fazer este apelo ao Presidente Rodrigo Maia, porque

isso vai resolver a situação de milhares de servidores do País inteiro.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Heráclito Fortes, do PSB do Piauí.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, brasileiras e brasileiros, a carnavalesca

Rosa Magalhães anunciou, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, na semana

passada, que no espetáculo de encerramento das Olimpíadas haverá um cenário

com as belezas da Serra da Capivara, no Estado do Piauí. Ninguém pode imaginar o

orgulho dos piauienses e a repercussão nacional do anúncio, pela importância do

Parque Nacional da Serra da Capivara. Mas os jornais também noticiaram de

maneira triste que a Profa. Niède Guidon, que toma conta, que administra, que é a

razão de ser do Parque, anunciou o seu fechamento por falta de verbas. É triste

esse contraditório entre o ufanismo da beleza e a decepção provocada por 13 anos

de desacerto e desgoverno.

Não é a primeira vez que esse assunto do Parque Nacional da Serra da

Capivara vem a esta tribuna, vem a esta Casa. É lamentável. Falta planejamento,

falta amor à preservação de um bem cultural como esse.

Agora o Governador diz que vai haver diálogo. Ora, o Governador administrou

o Estado por 8 anos, o Governador voltou, o Governador mandou e manda no Piauí.

O que falta, na verdade, é interesse e vontade política.

Mas eu quero louvar, Sr. Presidente, o gesto do Ministro Sarney Filho, do

Meio Ambiente, que, hoje, na tentativa de salvar mais uma vez o Parque, comunicou

o envio de 1 milhão de reais, como medida emergencial. Ora, isso não vai resolver o

problema, mas pelo menos é um gesto de boa vontade de um Ministro que está há

menos de 3 meses no cargo.

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Eu quero fazer um apelo ao Presidente da República interino, Michel Temer, e

ao Governo Federal, para que olhem com bons olhos a Serra da Capivara, porque a

Serra é o olhar do Brasil através dos antepassados, é o início da civilização nas

Américas, e o trabalho foi feito pela Profa. Niède, essa professora extraordinária.

Aqui abro um parêntese. Não tenho quase nenhuma relação pessoal com ela,

o que não me tira o direito e o dever de ser um admirador profundo do seu trabalho.

Ao fazer este registro, quero fazer um apelo ao Governo Federal para que

encontre uma solução definitiva para a sobrevivência do Parque. Que o Brasil tenha

a tranquilidade de visitá-lo sem nenhum susto, como o de chegar lá e encontrar as

suas portas fechadas por falta de recursos.

Sr. Presidente, era o registro que eu queria fazer, com tristeza, sobre a

situação lamentável da Serra da Capivara.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Obrigado, Deputado Heráclito Fortes.

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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra à Deputada

Carmen Zanotto, defensora do Sistema Único de Saúde e integrante da bancada de

Santa Catarina.

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão da

oradora.) - Obrigada, nobre Presidente. Obrigada, Deputado Heráclito Fortes, por

dividir o seu tempo conosco.

Eu quero neste momento, Sr. Presidente, reafirmar o meu compromisso com

o Sistema Único de Saúde, reafirmar a luta histórica que nós temos no SUS, nesses

28 anos, a partir da nossa Constituição, seguida da Lei nº 8.080, da Lei nº 8.142.

Reafirmo a importância que esse sistema tem para o conjunto das ações e serviços

de saúde País afora.

Nós avançamos muito, no conjunto dos Municípios brasileiros, com relação ao

acesso aos serviços de saúde. Precisamos avançar muito mais. Para isso, nós

precisamos efetivamente garantir, cada vez mais, a melhoria na gestão.

Fui Relatora da Proposta de Emenda à Constituição nº 1, de 2015 — é

preciso trazer a este plenário a PEC 1/15, de autoria do Deputado Vanderlei Macris.

No caso, resgatamos o projeto de lei de iniciativa popular Saúde+10, ampliando os

recursos para a saúde, no comparativo com o que estabelece a Emenda

Constitucional nº 86, hoje vigente.

Sei que estamos num momento de crise, em que precisamos efetivamente

ajustar as contas públicas, mas precisamos ajustar as contas públicas sem deixar de

atender à demanda da população. E uma das principais demandas da população

brasileira é o acesso às ações e aos serviços de saúde.

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Todos nós sabemos que, para que consigamos atender a essa demanda,

precisamos garantir mais recursos, em especial para a União, porque o conjunto de

Municípios, que deveriam estar colocando 15%, estão colocando, em média, 24%;

os Estados, que deveriam estar colocando 12%, estão colocando, em média, 14%.

Vamos enfrentar a crise política sim, mas vamos enfrentá-la com muita

serenidade, com muito discernimento, buscando garantir aquilo que é uma conquista

da população brasileira, dos usuários do Sistema Único de Saúde, o nosso SUS.

Sr. Presidente, peço que seja considerado como lido e divulgado pelos

veículos de comunicação da nossa Casa o meu pronunciamento a respeito da

entrega, na semana passada, pelo Governador Raimundo Colombo, do Centro

Cultural Vidal Ramos, o antigo Colégio Vidal Ramos.

O Centro Cultural de Santa Catarina, que será administrado pelo SESC-SC, é

uma bela obra. Está à disposição da sociedade. Houve a reforma, a recuperação de

um patrimônio. É uma obra ímpar. Espero que possamos, naquele espaço, motivar

nossas crianças e nossos adultos para a questão cultural, para as artes e para a

literatura.

Sr. Presidente, quero ainda registrar que aconteceu, na última segunda-feira,

o II Seminário Empreende Mulher Catarinense. Hoje é dia 17 de agosto. Nesta data,

nós comemoramos, no Estado de Santa Catarina, o Dia Estadual da Mulher

Empresária.

Eu apresentei nesta Casa um projeto que, acredito, vai tramitar com rapidez.

É o Projeto de Lei nº 5.680, de 2016, que institui o Dia Nacional da Mulher

Empresária.

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Por que é importante termos uma data como essa? Porque precisamos

despertar no coletivo das mulheres que são empreendedoras a consciência do papel

delas na economia nacional.

Nós sabemos que essas mulheres empreendedoras, em especial as das

micro e das pequenas empresas — geradoras de emprego e renda —, acolhem no

seu coletivo trabalhadoras, assim como fazem também homens empreendedores.

Mas atuam de uma forma que alcança mais a comunidade, gerando, repito,

emprego e renda para a população brasileira.

Precisamos fomentar o micro e o pequeno empresário e, em especial,

valorizar esse coletivo das mulheres empresárias.

Sr. Presidente, peço que sejam considerados como lidos esses discursos e

divulgados pelos veículos de comunicação da Casa.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Muito obrigado, Deputada Carmen

Zanotto, do PPS de Santa Catarina. A Presidência acata o seu pedido e solicita que

a Casa, pelos seus meios de comunicação oficiais, divulgue os pronunciamentos de

V.Exa.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a cidade de Lages recebeu na última

semana um grande incentivo para o desenvolvimento da cultura na nossa região. O

centenário Grupo Escolar Vidal Ramos, conhecido como o Colégio Rosa, foi

entregue totalmente restaurado para a comunidade. Foram investidos R$ 6,5

milhões do Governo do Estado nas obras de restauração. O Colégio foi

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transformado no primeiro Centro Cultural de Santa Catarina e será administrado pelo

Serviço Social do Comércio — SESC por 30 anos.

Referência nacional em arquitetura e educação, o Colégio Rosa, simboliza um

momento da história de Lages. O prédio passou por uma grande transformação. O

projeto arquitetônico, baseado em um minucioso levantamento histórico e

iconográfico, respeitou as características originais, inclusive a pintura externa.

O Colégio Rosa foi um dos sete grupos escolares inaugurados entre 1911 e

1913 pelo Governador Vidal Ramos, em Santa Catarina. Em apenas 2 anos, o então

Governador inaugurou os sete grupos escolares, que se tornaram símbolo de

qualidade na educação pública brasileira.

De todos os prédios, o Grupo Escolar Vidal Ramos de Lages é o único com

dois pisos, construído em uma parte alta da cidade, para se destacar entre os outros

prédios do Município.

No espaço restaurado, a população terá acesso a serviços e eventos artístico-

culturais, como cursos, apresentações e exposições. Conta com salas para aulas de

artes, dança, música, teatro, cursos de literatura e uma biblioteca especializada em

artes e história da cidade e da região.

Em outro espaço será possível a visualização de documentários e

audiovisuais do acervo do CineSesc, além da audição de diferentes grupos musicais

catarinenses, de referência na música brasileira. Na parte externa há uma cafeteria

e, ao lado, uma sala de cinema que poderá ser usada também para “contação” de

histórias e apresentações musicais de solos, duos e trios. O Centro Cultural Vidal

Ramos funcionará todos os dias.

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A revitalização do Colégio Rosa e sua transformação em um centro cultural

representa muito para todos os lageanos e serranos, pois a nossa região é carente

de espaços e eventos que estimulem a criatividade, o descobrimento de talentos e o

desenvolvimento de habilidades e capacidades para a arte e a cultura.

Obrigada.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a participação feminina na atividade

empreendedora está em pleno crescimento no Brasil. Em Santa Catarina, desde

2005 é comemorado o Dia Estadual da Mulher Empresária, no dia 17 de agosto. Por

isso, com o objetivo de estimular o desenvolvimento e integrar mulheres

empresárias, oportunizando a atualização e a troca de informações, a Assembleia

Legislativa de Santa Catarina, em parceria com o Conselho Estadual da Mulher

Empresária — CEME e a Federação das Associações Empresariais de Santa

Catarina — FACISC, realizou ontem, em Florianópolis, a segunda edição do

Seminário Empreende Mulher. O evento contou com palestras, painéis e cases de

sucesso.

Com a presença de aproximadamente 500 mulheres, movidas pela mesma

vontade de fortalecer o papel da mulher na sociedade, as participantes destacam

que iniciativas como essa propiciam o surgimento de lideranças femininas.

Na oportunidade, destaquei a apresentação do Projeto de Lei nº 5.680, de

2016, um projeto nosso, que institui o Dia Nacional da Mulher Empresária. Com esse

PL, que esperamos seja aprovado, nosso objetivo é que tenhamos um dia nacional

para oportunizar a troca de experiências e desenvolver, ainda mais, o

empreendedorismo entre as mulheres como acontece no Estado catarinense.

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Segundo estatísticas do SEBRAE, 7,3 milhões de brasileiras lideram negócios

próprios no País. O número pode ser considerado até maior do que o de homens

empreendedores.

Em Santa Catarina, há pelo menos 281 microempresárias, mais de 30% dos

empreendedores catarinenses. A maioria das mulheres empresárias, 95%,

consideram-se multitarefas, e pelo menos a metade deste número realiza o trabalho

doméstico. Porém, mesmo com a jornada excessiva, 72% afirmam que não

abandonariam seus negócios em troca de um emprego bem remunerado.

Durante o evento, a Presidente do Conselho Nacional da Mulher Empresária,

Neiva Kieling, ressaltou que o papel da mulher na sociedade é relevante em

qualquer área para o desenvolvimento do País. Ao pontuar que as mulheres são

maioria na sociedade, Neiva reforçou que é preciso avançar, uma vez que as

mulheres ainda ocupam pouquíssimos papéis de liderança.

Nós mulheres temos as mesmas competências que os homens, e mesmo

assim ainda somos a minoria nos espaços de poder. Aqui mesmo, ocupamos

apenas 10% das vagas. Por isso, precisamos e devemos incentivar a mulher para

que lute pelo seu espaço e que saiba da sua capacidade de assumir qualquer cargo,

seja nas empresas, seja na política.

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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Para uma Comunicação de Liderança,

concedo a palavra ao Deputado Heráclito Fortes, pelo PSB.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu quero me dirigir, de maneira muito

direta, mas também muito carinhosa, ao povo de Bom Jesus, no Vale do Gurguéia,

no Piauí. Bom Jesus, Sr. Presidente, é uma das últimas fronteiras agrícolas do País

e deu um salto, em 15, 20 anos, na produção de soja e de outros grãos.

É uma região extraordinária, que passou a ser habitada por especialistas do

campo que vieram do Sul, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, ou do Centro-

Oeste, do Mato Grosso, para, com as suas tecnologias de ponta, implantarem o que

há de mais moderno no cultivo da soja e de outros grãos na região de Bom Jesus.

A cidade cresce a olhos vistos, mas não é um crescimento desordenado, Sr.

Presidente, é um crescimento sustentável, com faculdade, com escolas em vários

níveis. Vale a pena ver a melhoria que essa região, puxada pela pujança de Bom

Jesus, provocou no Estado do Piauí.

A V.Exa., que é de outras paragens, eu queria só dizer que Bom Jesus fica

encravada exatamente naquela região onde nós temos a beleza daqueles poços

jorrantes, caracterizada pelo Poço Violeto, que, embora fique em outro Município,

faz parte do complexo de atração de belezas da grande Bom Jesus.

Eu estou dizendo isso para agradecer a maneira carinhosa como eu fui

tratado na sexta-feira da semana passada, quando fui assistir à convenção que

consagrou o candidato à reeleição Marcos Elvas, do PSDB, coligado com um grupo

de amigos que eu mantenho em Bom Jesus há muitos anos.

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A candidata a Vice-Prefeita é a Prof. Dra. Nadja Benvindo, filha de Adelmar

Benvindo, por várias vezes Prefeito e uma das figuras mais extraordinárias que

aquela região produziu em termos de vocação política. Ele foi um amigo e um aliado.

Fizemos uma parceria que trouxe muitos resultados para Bom Jesus e para a

região.

Eu me lembro de que no Governo Fernando Henrique, com o Ministro do

Planejamento, hoje Ministro das Relações Exteriores, José Serra, nós conseguimos

levar recursos para a eletrificação de 80 quilômetros de uma região chamada Serra

do Quilombo, um platô fantástico e que hoje é exatamente a maior concentração dos

empreendimentos agropecuários.

Sr. Presidente, vale a pena ver a modernização tecnológica. As máquinas que

são lançadas mundo afora, os empresários de Bom Jesus apressam-se em adquiri-

las para que a qualidade e a renovação tecnológica do seu serviço acompanhe o

progresso mundial.

Pois bem. Marcos Elvas está a terminar o seu mandato de Prefeito agora,

embora já tenha sido Prefeito anteriormente. Ele fez um dos discursos, mostrando

obras e realizações, enfim, mais profundos que eu ouvi nos últimos tempos. É

impressionante o elenco de realizações de Marcos Elvas para a cidade de Bom

Jesus. É impressionante a maneira séria com que ele administra aquele Município.

Isso resultou na convenção de maior empolgação que eu vi nos últimos tempos. A

população agradeceu e consagrou aquele jovem Prefeito candidato à reeleição,

agora fazendo composição com a Profa. Nadja.

Eu quero agradecer aos Vereadores, aos candidatos, a todos aqueles que me

acolheram e que me receberam, e dizer que Bom Jesus, para mim, é um marco na

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minha luta política e que eu estarei acompanhando a caminhada do Marcos e de seu

grupo nessa jornada.

Finalizando, eu quero mandar um abraço para a Dra. Cláudia, Primeira-Dama

do Município, que, além de me tratar bem, Sr. Presidente, ainda me deu a chance de

levar para Recife, onde a minha mulher me aguardava para um almoço fantástico, o

melhor capote do mundo, a melhor galinha do mundo, que é produzida em Bom

Jesus.

Portanto, os meus agradecimentos, o meu abraço.

Sucesso, Marcos Elvas! Bom Jesus merece V.Exa.! O Piauí o parabeniza!

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Muito obrigado, Deputado Heráclito

Fortes!

Deputado Heráclito Fortes, eu, como Deputado do Rio Grande do Sul, gaúcho

por adoção e nascido em Santa Catarina, ouço com muito orgulho e satisfação o

registro histórico que V.Exa. faz da contribuição que gaúchos e catarinenses deram

para o desenvolvimento do Piauí e para a sua Bom Jesus, especialmente.

O SR. HERÁCLITO FORTES - V.Exa. está convidado para ir a Bom Jesus

ver a gauchada.

O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - O convite está aceito, Deputado.

Desejo desde já sorte ao seu grupo político e êxito na caminhada democrática

eleitoral.

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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Deputado Silas

Freire.

O SR. SILAS FREIRE (PR-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, não sei se o Deputado Heráclito Fortes, em pronunciamento anterior que

tenha feito hoje, fez menção à dramática situação por que passa a Fundação Museu

do Homem Americano, em São Raimundo Nonato. E, confirmando que o fez, quero

aqui só reforçar e chamar à atenção, porque o Parque Nacional da Serra da

Capivara, um arquivo vivo da história da humanidade para o mundo inteiro, está hoje

quase de portas fechadas.

Para não me tornar repetitivo, já que foi falado pelo Deputado Heráclito

Fortes, só quero chamar a atenção das autoridades, principalmente do Governo

Federal, porque a apaixonada arqueóloga e Profa. Niède Guidon, que veio para o

Brasil desenvolver uma missão, sofre diuturnamente para manter aquele parque

aberto para o mundo, parque onde a ciência comprova a passagem do homem

americano.

Não faz nem 3 meses que o novo Ministro do Meio Ambiente, acompanhado

de autoridades estaduais, esteve no parque firmando, com a direção da fundação

que administra o parque, acordos para a sua manutenção ou pelo menos para

amenizar as suas dificuldades. Mas não evoluíram. Nós entendemos que o Governo

do Presidente Michel Temer, que ainda é um governo interino, ainda encontra

dificuldades.

Mas entendemos também que um histórico parque para o mundo, como o

nosso, não pode esperar. Está lá prestes a fechar. Os servidores estão com seus

salários atrasados, e a fundação está sem ter como mantê-lo aberto.

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Está prestes a ocorrer uma vergonha internacional! Não é nacional, é

internacional. Aquele parque é conhecido mundialmente. Milhares de pessoas no

mundo inteiro desejam conhecer o Parque Nacional da Serra da Capivara.

Quero registrar a nossa preocupação e chamar a atenção do Ministro do Meio

Ambiente e das autoridades brasileiras para aquela fundação, que já teve sua

manutenção garantida pelas iniciativas privada, pública, mista, até mesmo pela

PETROBRAS. Mas, como neste País as coisas andam um pouco para frente e mais

para trás, eles perderam esse apoio e hoje estão com as portas semifechadas, por

que não dizer quase fechadas, para vergonha mundial.

Aproveito, ao fazer esse registro, para convocar a bancada federal do Piauí

para o encontro que teremos na Assembleia Legislativa daquele Estado, na sexta-

feira, dia 19, às 14 horas, quando estará presente a Comissão Especial desta Casa

para discutir sobre a unificação das Polícias Militar e Civil.

Lá estarão entes do Piauí, do Maranhão, do Ceará, de toda aquela região,

para que nós possamos enriquecer o debate e trazer para esta Casa a opinião

daquela região do País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Deputado

Heráclito Fortes, pelo PSB.

V.Exa. dispõe de 10 minutos.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero me congratular com o Deputado Silas Freire por estar sintonizado

com essa reclamação do Piauí sobre o abandono da Fundação Museu do Homem

Americano, conduzida pela Profa. Niède Guidon, sobre o qual já falei em

pronunciamento anterior.

Gostaria de falar um pouco sobre os 3 meses de Governo Temer. Causa-me

espécie quando vejo aqui o desespero de alguns que lançam contra o Presidente e

membros da sua equipe calúnias e grosserias, menos por convicção e mais por

conveniência. São pessoas, Sr. Presidente, que estão cheias de cargos de

confiança, de cargos em comissão no Governo Federal e que, pela mudança de

administração, começam a perder essas mordomias, começam a perder as tetinhas

do Governo, onde mamaram por longos 13 anos.

Aí fazem um discurso de agressão como se a Nação brasileira não estivesse

acompanhando o que ocorreu no Brasil nesses últimos anos: o desmonte da

máquina, o clube da falsa felicidade que começou a se desenhar e a se vender no

País, quebrando-o. Nós estamos com um País quebrado. Este País não foi

quebrado da noite para o dia. Foi um aparelhamento criminoso.

Vamos ser justos. O Presidente Lula, quando assumiu, colocou no Banco

Central o Henrique Meirelles, que passou a comandar a economia e houve um

período em que tudo ia bem. Era um céu de brigadeiro.

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A Presidente Dilma Rousseff começou a perseguir o Henrique Meirelles já na

Casa Civil, e, com aquela sua postura de gerentona, de que sabia de tudo, não

aceitava as opiniões técnicas de Henrique Meirelles e resolveu tirá-lo. Até que o

Lula, faça-se justiça, insistiu pela sua permanência — porque, Sr. Presidente, equipe

econômica não pode ter duração de pernoite em motel, rodízio permanente; equipe

econômica tem que ter maturação, tem que ter entrosamento; ela planta agora para

colher os resultados lá adiante. Mas não foi isso o que foi feito.

Quando se diz que a Presidente Dilma Rousseff está sendo condenada pelo

conjunto da obra, é a pura verdade. As pedaladas representam apenas um item do

que ocorreu.

Sr. Presidente, veja o que se fez com a PETROBRAS, uma das empresas

que era orgulho dos brasileiros. Eu tenho alguns amigos, Sr. Presidente, que

durante anos de sua vida pegaram as suas economias e compraram ações da

PETROBRAS para garantir o seu futuro e que agora amargam o prejuízo.

Veja o que foi feito, Sr. Presidente, na política protecionista dos fundos de

pensão, os escândalos envolvendo fundos de pensão, os investimentos criminosos

feitos e por aí afora.

Mas, Sr. Presidente, há uma coisa curiosa quando se diz que há um golpe.

Vamos analisar bem. Quem preside esse estágio do processo de impeachment da

Presidente Dilma é o Ministro Lewandowski. Nomeado por quem? Pelo Presidente

Lula. Dos 11 Ministros do Supremo, 9 foram nomeados na era Lula-Dilma. O

Procurador Rodrigo Janot foi nomeado por quem? Pela Presidente Dilma. O seu

mandato na Procuradoria foi renovado pela Presidente Dilma.

Vamos acabar com essa história falaciosa de golpe!

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Sr. Presidente, a Constituição brasileira determina que a chapa presidencial

tenha um vice para acompanhar o titular. Quem foi o titular de Dilma? Michel Temer.

Ela gostou tanto, Sr. Presidente, que repetiu. Ontem eu disse aqui e vou dizer

novamente, meus caros Deputados: a Dilma fez com o Temer o que nós, quando

criancinhas, meu caro Deputado Mauro Pereira, fazíamos quando pedíamos um

refrigerante da época, o Grapette. “Quem pede Grapette repete.” A Dilma repetiu o

Temer. Não tem essa história, não.

E mais, em determinado momento, quando começou a se atritar com o PT,

chamou o Temer para ser o seu bastião político. E aí, logo, logo, começou-se a

chamar o gabinete do Vice-Presidente Michel Temer de Posto Ipiranga, numa alusão

a essa propaganda muito bem feita do marketing brasileiro na qual o Posto Ipiranga

resolve o problema dos perdidos, dos desejosos, dos sedentos, e por aí afora.

Sr. Presidente, o Lula é sabido. E o Lula está num trabalho terrível. O Lula

quer ser oposição. O Lula quer se ver livre da Dilma, só um cego não vê isso. É um

poste. Mas ele tem outro poste que hoje o atrapalha mais do que qualquer outro. Ele

não poderá jamais ser oposição se o Sr. Haddad tiver a menor possibilidade de ser

Prefeito de São Paulo. Então, ele quer se livrar do Haddad, tanto é que está dando

pito, carão, no Haddad, em público.

O Haddad foi dizer que o termo “golpe” era pesado, e ele ralhou com o

Haddad em público. O eleitor não quer ver um Prefeito de uma cidade como São

Paulo ser ralhado em público. É uma maneira inteligente de desgastá-lo e de se ver

livre desse poste.

Eu, ontem, depois daquela carta pífia que a Sra. Dilma anunciou aos

brasileiros, encontrei-me com alguns petistas aqui no corredor. Como estavam

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satisfeitos. Porque viram que aquilo não era uma carta à Nação, mas um atestado

de óbito. Aquela carta de ontem, Sr. Presidente, não é uma carta de esperança, não

é uma carta de compromisso, porque tudo o que ela diz que poderá fazer foi

exatamente o que não fez quando governou.

As melhores cabeças que a Dilma tinha no seu Governo ela tirou por

capricho: Nelson Jobim, Moreira Franco, Eliseu Padilha, e por aí afora. O Lula trocou

o Cristovam Buarque, um educador mundialmente conhecido, pelo conterrâneo de

V.Exa., o Tarso Genro, que entende de tudo na vida, menos de ser educador. Saiu

de lá, foi ser coordenador político. Saiu da coordenadoria política, foi para o

Ministério da Justiça. Qual foi sua grande obra no Ministério da Justiça? Entregar ao

governo cubano os dois boxeadores que quiseram foragir-se aqui no Brasil, em

protesto ao regime em que viviam. Esse é que é o quadro.

O brasileiro precisa acordar para esses discursos sem sentido, sem

fundamento. O Brasil quer mais, o Brasil quer virar a página. Se o Michel Temer vai

ser o melhor dos mundos ou não vai, eu não sei, mas já é o começo, porque, pelo

menos, nós vamos começar a dar valor ao qualificado, à meritocracia.

Sr. Presidente, a quantidade de penduricalhos que há nesses Ministérios,

essas nomeações feitas por militantes, é de cortar o coração dos brasileiros.

Eu faço esse registro, Sr. Presidente, aproveitando esta oportunidade que o

meu partido me dá, para fazer um apelo ao povo brasileiro: torça para que nós nos

livremos, durante muito tempo, desse mal que nos foi trazido em nome de uma

esperança que havia vencido o medo e que hoje virou uma triste decepção e

frustração para o povo brasileiro.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Obrigado, Deputado Heráclito Fortes.

Cumprimento-o pela análise que faz da situação brasileira.

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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Deputado

Mauro Pereira, do PMDB do Rio Grande do Sul. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente Jones Martins, do PMDB do Rio Grande do Sul, é um

prazer vê-lo presidindo esta sessão.

Na tarde de hoje nós tivemos um importante evento no Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas — SEBRAE, que foi aberto pelo nosso amigo

e Presidente da instituição, Guilherme Afif Domingos, ex-Parlamentar, Ministro,

homem ilustre, que valoriza e muito a nossa política brasileira e que luta pela Lei do

SIMPLES, para prestigiar e valorizar a micro e pequena empresa.

O projeto que altera o SIMPLES foi votado nesta Casa e foi para o Senado.

Nós estamos num momento muito importante para esta lei. O Senado, agora, fez

uma reformulação no projeto, e, provavelmente, na próxima terça-feira, ele voltará a

esta Casa para que possamos votá-lo.

O encontro no SEBRAE, hoje, ocorreu juntamente com o Instituto Brasileiro

do Vinho — IBRAVIN, e estavam presentes o seu Presidente, Sr. Dirceu Scottá; o

Presidente da Câmara Setorial da Uva e do Vinho, Sr. Humberto Cereser; o Sr.

Fábio Fernandes, do Ministério da Agricultura; o Diretor-Executivo do IBRAVIN,

Carlos Paviani; e o representante dos trabalhadores.

O setor da vitivinicultura foi tratar de assuntos relacionados ao setor

vitivinícola — vinhos, espumantes e suco de uva — e, ao mesmo tempo, olhar para

o futuro. Hoje, nossa produção de vinho é de ótima qualidade. Nossos produtores

conseguiram a excelência, nossos vinhos são fantásticos. Os espumantes, então,

nem se fale; são premiados no mundo todo e estão competindo de igual para igual

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com os produtos europeus. O suco de uva tem uma qualidade fantástica. E o povo,

os supermercadistas e os restaurantes estão apoiando nossa produção nacional.

Mas, é lógico, nós estamos lutando para nos firmarmos e, ao mesmo tempo,

para que haja a redução do IPI do vinho. Nós conseguimos isso no ano passado, por

meio de uma medida provisória que a Presidenta Dilma mandou para esta Casa.

Nós conseguimos aprová-la na Comissão Especial e, depois, no Plenário, mas a

Presidente Dilma a vetou e disse que iria fazer um decreto para reduzir o IPI do

vinho. Não o fez.

Agora, estamos trabalhando para que o Presidente Michel Temer, juntamente

com a equipe econômica do nosso Ministro Henrique Meirelles, faça justiça aos

nossos produtores de uva e a nossas vinícolas, porque nosso produto é de

qualidade, mas esse imposto o está encarecendo muito.

Então, é uma batalha que nós, os membros da Frente Parlamentar de Defesa

e Valorização da Produção Nacional de Uvas, Vinhos, Espumantes e Derivados — e

também da cachaça e da cerveja artesanal — estamos lutando para conseguir a

vitória. Se Deus quiser, vamos conseguir.

Eu quero parabenizar o nosso Presidente Michel Temer pela excelente equipe

de Governo. Hoje eu estive reunido com o Ministro Geddel Vieira; ontem, com o

Ministro Eliseu Padilha. É um pessoal incansável, que está trabalhando das 8 horas

até a meia-noite, no sábado, no domingo. Nós temos Ministros que, com certeza,

estão imbuídos em trabalhar para a nossa sociedade. E, como Deputados, nós

temos que valorizar e prestigiar aqueles que realmente trabalham de uma maneira

firme, de uma maneira correta.

Eu gostaria de parabenizar aqui a pessoa, o cidadão, o nosso colega Ricardo

Barros, Ministro da Saúde — um Ministério que, infelizmente, durante o Governo

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Dilma, ficou devendo, e muito, para a sociedade. Em Caxias do Sul mesmo, o

Hospital Geral, com todo o programa de oncologia funcionando desde 2014 e

atendendo a população, até hoje não teve a parte do Governo Federal paga. Esse

Governo deixou mais de 300 UPAs fechadas, inacabadas, devendo, e muito, para a

sociedade brasileira, para os Municípios, para os Governos. E o Ministro da Saúde

Ricardo Barros vem trabalhando muito para fortalecer o SUS, juntamente com a sua

equipe de servidores públicos.

Nós temos que valorizar, prestigiar esse lado profissional e sério do nosso

Ministro Ricardo Barros. Eu sou franco em dizer: o Ministro é do Partido

Progressista, eu sou do PMDB, mas nós temos que valorizar aquilo que está dando

certo e aquelas pessoas que trabalham com determinação.

Então, quero parabenizar todos os Ministros do Presidente Michel Temer, o

nosso amigo Osmar Terra, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior, o Ministério do Trabalho, enfim, todos os que estão imbuídos em bem

atender a nossa população. Mas o mais importante é darmos força para que o

Ministro Henrique Meirelles e o Presidente do Banco Central reduzam os juros e

fortaleçam o BNDES, com a renegociação de dívidas para os nossos empresários,

que estão numa situação muito difícil e não estão conseguindo nem pagar os

impostos federais.

Era isso, Sr. Presidente Jones Martins.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Obrigado, Deputado Mauro Pereira.

Cumprimento V.Exa. pelo pronunciamento.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO À MESA PARA PUBLICAÇÃO

O SR. CARLOS BEZERRA (Bloco/PMDB-MT. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, de baixíssima eficiência

alocativa, o setor de infraestrutura é um dos exemplos gritantes da enorme

ineficiência nacional. E, nesse conjunto, grita mais alto ainda o saneamento básico.

Na verdade, o saneamento básico será sempre a grande linha divisória da

saúde pública no País. Abaixo dela, é difícil conceber controles epidemiológicos

eficientes, reorganização da atenção básica do Sistema Único de Saúde,

atendimento materno-infantil adequado. Até mesmo o Bolsa Família falha em seu

objetivo de inclusão social quando se mantêm as precárias condições em que vivem

seus beneficiários. Na verdade, qualquer programa, qualquer ação que vise a

melhorar a qualidade de vida dos mais carentes será pífio de resultados se não

atacarmos o problema crucial do saneamento.

O desempenho do setor é vergonhoso. Comparado a 16 países da América

Latina, o Brasil ocupa um incômodo 9º lugar em atendimento urbano de água e um

não menos incômodo 12º em esgoto, segundo o Instituto Trata Brasil.

Entre 2007 e 2014, o investimento médio anual no setor foi de R$ 8,2 bilhões.

É de supor que, a prevalecerem os mesmos níveis de aporte e o mesmo ritmo das

obras, a universalização do saneamento só será atingida em 2052.

Para universalizar os serviços de saneamento até o ano de 2033, conforme o

Plano Nacional de Saneamento Básico, será preciso elevar a média de

investimentos para R$ 15,2 bilhões por ano. Isso significa dizer que existe um hiato

absurdo e inaceitável de 19 anos em relação à meta traçada no plano.

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O hiato se dá no tempo, mas se dá também no espaço. Os indicadores de

rede de água, de coleta e de tratamento de esgoto constituem mais uma das muitas

causas e mais um dos muitos efeitos de desigualdades regionais profundas. Os

percentuais são marcadamente piores no Norte e muito ruins no Nordeste, enquanto

as Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste apresentam comparativamente bons

resultados, conquanto longe, ainda, do ideal, sobretudo no que diz respeito à coleta

e tratamento de esgoto.

Para se ter uma ideia, basta confrontar as Regiões Norte e Sudeste, onde se

encontram os extremos:

Atendimento com rede de água: Norte, 54,5%, e Sudeste, 91,7%; coleta de

esgoto: Norte, 7,9%, e Sudeste, 78,3%; tratamento de esgoto: Norte, 14,4%, e

Sudeste, 45,7%. Os dados constam do Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto -

2014 divulgado no último mês de fevereiro pela Secretaria Nacional de Saneamento

Ambiental — SNIS, do Ministério das Cidades.

De acordo com o Instituto Trata Brasil, até o início do ano, de 337 obras de

água e esgoto do Programa de Aceleração do Crescimento em cidades brasileiras

com mais de 500 mil habitantes, 124 estavam paralisadas ou atrasadas. Outro

número vexatório: às vésperas da Olimpíada, não será cumprida a meta fixada na

Eco 92 de despoluição de 80% da Baía de Guanabara.

A explicação que não justifica é a baixa eficiência do setor de infraestrutura,

velha conhecida dos brasileiros. O mal é que se gasta muito e se tem muito pouco,

com projetos mal concebidos, falta de acompanhamento e fiscalização, não

cumprimento de prazos e má alocação dos recursos financeiros.

E não adianta aportar mais dinheiro nem estabelecer metas que de antemão

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se sabe que não serão cumpridas, entre outros motivos, pelas dificuldades técnicas

e operacionais dos Municípios, especialmente os pequenos. Das 26 empresas

estaduais de saneamento, que cuidam de 80% dos Municípios, somente 13

conseguiram acessar recursos do BNDES ou do FGTS.

Uma forma de facilitar o acesso ao financiamento é desonerar o investimento.

Nesse sentido, o Projeto de Lei nº 95, de 2015, do Senado Federal, é especialmente

bem-vindo. A proposição estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico,

ao criar o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento do Saneamento

Básico — REISB, com o objetivo de estimular as pessoas jurídicas prestadoras de

serviços públicos de saneamento básico a aumentarem o volume de investimentos,

por meio da concessão de créditos relativos à Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social (COFINS) e à Contribuição para o Programa de Integração Social

e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP).

Bastante acertado, também, o aceno da instituição de novas parcerias com o

setor privado, por meio de medida provisória, de iniciativa do Presidente Michel

Temer, logo no início da interinidade. Trata-se do Programa Parcerias de

Investimentos — PPI.

O Brasil tem pressa de ações reestruturantes, porque de meias medidas, de

gestos histriônicos, de projetos que não se sustentam estamos todos fartos.

Muito obrigado.

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VI - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Nada mais havendo a tratar, vou

encerrar a sessão.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 198.2.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 17/08/2016 Montagem: 5827

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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Encerro a sessão, convocando Sessão

Não Deliberativa de Debates para amanhã, quinta-feira, dia 18 de agosto, às 14

horas.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 198.2.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 17/08/2016 Montagem: 5827

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(Encerra-se a sessão às 18 horas.)