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ILUSTRlsSIMO SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO DE LICITAÇÃO ASSESSORIA DE CADASTRO E LICITAÇOES - ADCL/DG/DNIT DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DA B.!l: Edital de Concorrência Pública n° 115/2005-00 ~ ~ iJi .4 MALUCELLI CONSTRUTORA ,Qg OBRAS §lA, pessoa jurrdica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n° 76.519.974/0001- 48, com sede em sao Paulo - SP, na AlamedaGabriel Monteiroda Silva, n° 2.014, , por seu representante legal adiante assinado,(atos constitutivos em anexo - DOC. 01), na qualidadede interessadano processode Concorr6ncia Pública ~ ~ ~ 115/2005-00),vem respeitosamente à presença de Vossas Senhorias, com o devido acatamento para, com fundamentono artigo 41, § 1 °, 2° e seguintesda Lei n° 8.666/93, apresentar, tempestivamente, IMPUGNACÃO AQ EDITAL ,Qg LlCITACÃO, o que faz segundoas razOes de fato e fundamentosde direito adiante consignados. 1- BREVE RETROSPECTIVA 1. Em 10 de maio de 2005, através de publicação do Diário Oficial da Unilo, o DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES - DNIT, tomou público que realizará 81icitaçao na modalidade de CONCORR~NCIA PÚBLICA, do tipo "Menor Preço", Edital n° 11512005-00, objetivando a contratação de empresa para a execuçao, sob o regime de empreitada por preço unitário, de obras e serviços de duplicação, com restauração da pista existente, no subtrecho rodoviário -Entr. BR-465 (B) / RJ-O71/097 (Santa ~ 1

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ILUSTRlsSIMO SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO DE LICITAÇÃOASSESSORIA DE CADASTRO E LICITAÇOES - ADCL/DG/DNIT

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES

DA

B.!l: Edital de Concorrência Pública n° 115/2005-00

~~

iJi

.4 MALUCELLI CONSTRUTORA ,Qg OBRAS §lA,pessoa jurrdica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n° 76.519.974/0001-48, com sede em sao Paulo - SP, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, n° 2.014, ,por seu representante legal adiante assinado, (atos constitutivos em anexo - DOC.01), na qualidade de interessada no processo de Concorr6ncia Pública ~ ~~ 115/2005-00), vem respeitosamente à presença de Vossas Senhorias, com odevido acatamento para, com fundamento no artigo 41, § 1 °, 2° e seguintes da Lein° 8.666/93, apresentar, tempestivamente, IMPUGNACÃO AQ EDITAL ,QgLlCITACÃO, o que faz segundo as razOes de fato e fundamentos de direito adiante

consignados.

1- BREVE RETROSPECTIVA

1. Em 10 de maio de 2005, através de publicação do Diário

Oficial da Unilo, o DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DETRANSPORTES - DNIT, tomou público que realizará 81icitaçao na modalidade de

CONCORR~NCIA PÚBLICA, do tipo "Menor Preço", Edital n° 11512005-00,

objetivando a contratação de empresa para a execuçao, sob o regime de

empreitada por preço unitário, de obras e serviços de duplicação, com restauração

da pista existente, no subtrecho rodoviário -Entr. BR-465 (B) / RJ-O71/097 (Santa

~1

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Cruz) - Acesso a Mangaratiba e Acesso ao Porto de Sepetiba~ segmento -Km

385,80- Km 411,96 e Acesso ao Porto de Sepetiba (Km 403,5)."

A J. MALUCELLI prontamente adquiriu o Edital de

Licitação, porém, ao analisar o corpo do Edita!, deparou-se com vfcio existente notópico 14.4, (c) - QualificaçAo Técnica, mais especificamente com relação à

exigência de comprovação do plantio de árvores ou arbustos, em quantidade

mfnima de 20.000,00 (vinte mil) unidades, consoante tabela de fi. 13.

2. Tal exigência, contudo, encontra-se eivada por manifesta

ilegalidade e nao demonstra qualquer vínculo de pertinência em face do interesse

público a ser satisfeito através do processo licitatório em epígrafe, pelo que implica

na invalidade do edital.

Portanto, diante da constataçao desta irregularidade, a J.MALUCELLI apresenta impuanacão ao referido Edital, de forma a proteger seus

interesses e a licitude do certame, bem assim para que seja declarada a nulidade

~ instrumento convocatório em razao do referido vício, o qual será

inequivocamente demonstrado doravante.

3. Antes de se adentrar ao mérito específico da ilegalidadeconstatada pela J. MALUCELLI em relação ao Edital de Licitação de ConcorrênciaPública n° 115/2005-00, é oportuno tecer algumas considerações.

o Poder Público, para realizar as obras e serviços quelhe estao afetos, muitas vezes nao tem a capacitação técnica necessária para sua

realizaçao, buscando, por conseguinte, junto aos particulares, a contratação dasobras e serviços perseguidos. Para tanto, a Administração dispõe do instrumento

jurídico denominado "LICITAÇÃO", que nada mais é que o processo administrativo

para selecionar a melhor proposta, com vista à realização do objeto licitado.

Contudo, a Administraçao Pública, dentro do Estado de

Direito, deve obedecer rigorosamente aos principios jurídicos e às disposições

normativas que orientam a prática de seus atos, sob pena da nulidade dos

mesmos. Da mesma forma, deve atender à finalidade da norma e à

)2

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proporciona/idade em sua aplicação, para satisfazer os desejos e intenções do

Administrador, consubstanciados na suoremacia ~ interesse oúb/ico.

4. Desta feita, nos procedimentos licitat6rios, a par de

observar o corriqueiro principio da legalidade, deve o Administrador, por dever de

ofício, balizar o que vai dito na crueza fria das normas, com a finalidade que tais

normas buscam atingir e de maneira proporcional. ~ ~ norma ~ finalidade

~ buscar .§Yg aplicaçao ~ ~ ~ fim ~ Q mesmo ~ negar .§ .§Yg existência.

CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO, depois deexpor seu próprio ponto de vista sobre a questão, corrobora-o com a lição de outros

mestres:

"Bem por isto Caio Tácito apostilou com louvável exatidão: "a destinação dacompetência do agente precede a sua investidura. A!!! !!!.2 concede autorizaclo~ !aI! !!!D. .Y!!! obletlvo oroorio. A obrlaaclo iuridica n,I.Q ! Y.!D.! obrlaacãoinconseQüente; !!! .y!!! .Y!!! .fim esDecial. Dresume .Y!!! endereco. anteciDa .Y!!!alcance. oredetermlna .Q DróDrio!lY..Q,:. Cirne Lima, avisadamente, já advertira queé traço caracterlstico da atividade administrativa ".!!!!! vinculada! .Y!!! .fim ~ !Dessoa.!..!.Q! interesses Dartlculares 2.2 aaente.QY. 2.2.Qrg!.Q g!!!;! exercita'."

Assim, à luz dos princfpios basilares do direito

administrativo, consubstanciados na aplicaçao dos artigos 5° e 37 da ConstituiçaoFederal, nos dispositivos da Lei 8.666/93 e demais dispositivos legais aplicáveis,

abordar-se-á a Ileaalidade ~) constante do Edital, o qual. por conseguinte,

deverá ser necessariamente revogado, bem como publicado novo instrumento

convocatório com o vício sanado, nos termos do art. 21, § 4° da Lei n° 8.666/93.

111.1. Q DESPROPÓSITO ~ EXIGÊNCIA RELATIVA! COMPROVACÃO. ATRAVÉS Q5, .

ATESTADOS. QQ PLANTIO Q5 ARVORES Q.U ARBUSTOS ~ QUANTIDADE MINIMA

APRESENTADA-ILEGALlDADE5IRRELEVÃNCIA~! NATUREZAQQ OBJETO LICITADO

5. Como se sabe, o edital representa o fundamento de

validade de todos os atos praticados no iter do procedimento licitatório e, por isso

mesmo, vincula a Administração Pública, bem como obriga aos licitantes à sua

integral observância, para que possam participar do certame.

Sem prejuízo. todas as regras constantes do edital,impostas pelo Administrador e traduzidas em limitações e exigências das maisdiversas (contempladas de acordo com a natureza do objeto). devem prestar

1 Bandeira de Mello, Celso Antônio. Curso de Direito Administtativo. 4. ed. p. 53.

J3

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obediência aos princípios norteadores da atividade administrativa, dentre os quais

enumeram-se os princrpios da proporciona/idade e da razoabi/idade.

Sobre o princípio da proporcionalidade nas licitações,MARÇAL JUSTEN FILHO ressalta que se traduz em verdadeiro "r..] vinculo ~oertinência !!!!!! ! exiaência .Q..Y ! limitacão ! .Q interesse oúblico .§. §.§[

satisfeito. Isso equivale a afirmar a nulidade ~ QualQuer!mt!l gM,! contemDleexiaências excessivas .Q..Y inúteis. gM,! imoecam ! DarticiDacão ~interessados gM,! Doderiam executar orestacão f!1i1 P..§L§. ~ Administra~ão.'2

E conclui, com a propriedade que lhe é peculiar:

"A questAo apresenta relevância extrema .Q.§.§ licitacões ~ técnica, em que !.!!!Q! !oossibilidad! .d.! .! orooosta .d.! menor ~ !!! derrotada 22! .2.Y!!:!. 2! .!D.!!.2rQualidade. f imoerioso gY§. ~ evidencie, mediante informações disponiveis noprocedimento administrativo que antecedeu à licitaçao, 9Y.! ! Qualidade técnicaexialda ! NECESSÁRIA! INDISPENSÁVEL 2!!! .! Administraclo Pública, gerandoefeitos positivos aptos a superar a desvantagem derivada do preço mais elevado."

6. Ora, salvo melhor jurzo, o Edital de Concorrência Pública

em eprgrafe possui como objeto a execução de serviços que exigem notável

capa citação técnica das eventuais empresas interessadas em participar do certame

(basta analisar a tabela constante à fi. 12 do Edital), pois que relacionados à

duplicação e restauração de subtrecho rodoviário de 29,66 Km de extensao - cujo

valor estimado supera a casa dos R$ 141.000.000,00 (cento e quarenta e um

milhões e reais).

Outrossim, nao se pode olvidar que o critério definido noitem 7. do Edital (fi. 04) para a seleçao da proposta mais vantajosa é o de MENOR

PRECO, com fundamento no art. 45, § 1°, I, da Lei n° 8.666/93. Com efeito, esta

informação será útil para o desenrolar desta explanação, conforme será visto logo

abaixo.

Dentro deste contexto e com base nos ensinamentosdoutrinários aduzidos acima, depreende-se que a exigência relativa à

comprovaçao, mediante atestados ou certidões de qualificação técnica, do plantio

de árvores ou arbustos na quantidade mfnima de 20.000 (vinte mil) unidades, a teor

do contido no item 14.4 (c) do Edital, além de ser manifestamente !!!g.@1, naodemonstra qualquer vfnculo de pertinência para a análise e julgamento da proposta

2 Justen Fillto, Marçal. Comentários à lei de licilaç&s e contratos administrativos, 10" ed. - sao Paulo: Dialética, 2004, p.394.

~?..

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mais vantajosa ao interesse público visado através da Concorr~ncia em eprgrafe.

7. A Mm.. porque.! !!! Y!Q! inauestionavelmente .!possibilidade f!! exiaências f!! Quantidades mínimas !!!! relação ! capacidade

técnica. 9!!!r profissional. 9!!!r operacional. havendo ~ !! considerar

passível f!! comprovação apenas ~ respectivamente) .! aptidão QQ

profissional.! !!! mantido !lQ.§. Quadros Q.! licitante. 2!!!! como .! anterior

exDeriência ~ enQuanto empresa = !!!2 ~ unidade jurídica! econômica

autônoma = P..!r! .! execucão ~ atividade similar .í!!!! natureza. n!.Q !!!!

Quantidade) àQuela exiaida.e!!2 ÉQ!!!! ~ Licitacão.

Veja-se o que dispõe o art. 30 da lei 8.666/93, in verbis.

NArt. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

[...]§ 1° - A comprovação de aptidao referida no inciso II do "caput" deste artigo, no casodas licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos porpessoas jurldicas de direito público ou privado, devidamente registrados nasentidades profissionais competentes, limitadas!!. exigências !.:.I - capacitaçao técnico-profissional: comprovaçao do licitante de possuir em seuquadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nlvelsuperior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor deatestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço decaracteristicas semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maiorrelevância e valor significativo do objeto da licitação, VEDADAS !§ EXIG~NCIAS .QgQUANTIDADES MiNIMAS 9.Y Drazos máximos:

[.. .]

§ 5° -g vedada! exigência d! comDrovaclo .do! atividade 9.Y d! aDtldão .Ç..2!!!IImitacões .do! ~ 9.Y ~ !P;.Q.Ç;! 9.Y ~ 1m !.Q.Ç.!!! esDecificos. QY QUAISQUEROUTRAS ~ PREVISTAS ~.!::gJS QY! Inibam! DarticiDaclo !!! licitacão."

Confira-se o posicionamento da jurisprudência quandoindagada a respeito:

E. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 48 REGIÃO

"ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. INABILITAÇÃO. EXIG~NCIA VEDADA PELALEGISLAÇÃO. EFEITOS.

1. Quando .Q instrumento convocatório ~ inserir exla6ncia 9!!! !!m.!!! .!particlpacão ~ licitantes. impondo Quantidades mínimas. !fi confronto .Ç..2.!!! .Q. 9!!!dispõe .Q. .!d: ~ § ~ Ia ~ ~ ~ 8666/93. !!.I.Q. ~ prevalecer! decisão Q.Y!inabilita licitante ~ certame.2. Os princípios que regem a licitaçao, visam garantir à administraçao a possibilidade deselecionar a proposta que lhe for mais vantajosa. QualQuer límítacão ímDosta .D..2

~ Q.Y! 22.!!!. restringir ! isonomia !!!!!:!.Q! particiDantes ~ !!! afastada.

3. A cacacita~o técnico-crofissional. llQ ~ resceita i comprovacão ~ aptidão, édirigida ao profissional que deve ser mantido no quadro permanente da licitante,

~

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mediante a apresentaçio de atestados de responsabilidade técnica pela execuçaode obra equivalente âquela objeto do certame.

4. Improvimento da apelaçâo e da remessa oficial."(AMS 8O262/RS - APELAçAO EM MANDADO DE SEG~ ~ 200171030019135, ORGAoJULGADOR: TERCEIRA TURMA, REL. JUIZ CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, JULG.:

18/02/2003)

E. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 58 REGIÃO

"CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. EXIG~NCIA DE'QUANTIDADES MINIMAS', INFRING~NCIA AQ ARTIGO ~ PARÁGRAFO iQ:INCISO Ia QA .LEI ~ ~ ~ ~

1. Q EDITAL ~ LICITACAo ~ ~ CONTER EXIG~NCIA ~ COMPROME!AQ.U, REST61NJA QCA~ER COMPETITIVO gQ CERTAME, ~ ~ VlOLACAOAQ PRINCIPIO QA IGUALDADE ~ LICITANTES.

2. O ARTIGO 30, PARAGRAFO 10, INCISO I, DA LEI N° 8.666, DE 1993, ~EXPLICITAMENTE, A EXIG~NCIA ~ "QUANTIDADES MINIMAS",

ILEGALIDADE DO ITEM EDITALlclO QUE ESTIPULA QUANTIDADES MINIMAS DEPESSOAL E DE HORAS MENSAIS.

3. APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL IMPROVIDAS."

(AMS 49071/RN - APELAçAO EM MANOADO DE SEG~ ~ 95.05.12075-3, ORG.A.O

JULGADOR: TERCEIRA TURMA, REL. DESEMBARGADOR FEDERAL GERALDO APOlIANO, JULG.:

12/12/1996)

ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. CONCORR~NCIA. CLAÚSULA IMPERTINENTE AOOBJETO LICITADO. ILEGALIDADE. OCORR~NCIA. CONCESsAo DA LIMINAR.

1. g ~ A cLÁuSULA ~ EDITAL ~ CONCORRÊNCIA. ~ ~ ~ ~CONTEUDO RESTRITIVO PARA A PARTICIPACÃO DOS LICITANTES NOPROCEDIMENTO ~'f~'!~!.9R~fQB-~ ~ MESMõSCOMPROVACÃO~QUALIFICACÃO TECNICA. INADEQUADA QY. DESNECEs-s-ÃRi-';:---~ §.ÉVERIFICAR M CONDICOES ~ LICITANTE ~ ATENDER AQ OBJETO LICITADO.Q ABL ~ DA ~ ~ 8.666/93. ~ ~IG~NCIAS QY.E VERSE~ SOBRE ACOMPRO_VACAO ~ QUANTIDADES MINIMAS QY PRAZOS MAXIMOS ~EXECUCAO ~ CONTRATOS SIMILARES ANTERIORES.

2. REMESSA OFICIAL IMPROVIDA.

(REOMS 98.05.39593-6 - Segunda Tunna - Rei. Des. Federal PETRUCIO FERREIRA,v.u., j. 02/02/1999)

8. Neste passo faz-se mister um breve esclarecimento. O

projeto da lei de LicitaçOes aprovado pelo Congresso Nacional distinguia

expressamente a caDacita~o técnica grofissional da cagacita~o técnica

oDeracional. Todavia, em decorr~ncia de vetos presidenciais em seu texto, a

racionalidade desta sistemática restou comprometida, conforme se pode facilmente

notar a partir da leitura do art. 30 da lei n° 8.666/93.

Como motivo destes vetos, apontou-se que os

dispositivos aos quais diziam respeito "seriam muito amplos e proporcionariam

8

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exig~ncias de excessivo rigor para participação em licitações». 3

Ocorre que, paradoxalmente, a falta de sistematizaçãodeste comando normativo, decorrente dos vetos realizados, tomou impossfvel

precisar, de maneira satisfatória, os limites que se impõem à Administração no que

pertine às exigências passíveis de serem formuladas em relação à qualificação

técnica dos interessados em participar de certame licitatório. Ao certo, sabe-se

apenas que devem apresentar! mínima restrição possível, espfrito este

compatrvel com as disposições da Constituição Federal.

Desta rte , a soluçao encontrada - e que melhor secoaduna dentro deste contexto - diz respeito à aplicaçao do arto 3D, § 5° da lei de

licitações como f!!Q.r ~ limitacão ~ exiaências relacionadas! capacitacão

técnica operacional, pois que proíbe exigências não autorizadas por lei.

9. Aliado a isso, não se pode negligenciar o fato de que a

proibicão expressa quanto à exigência de quantidades mínimas ou prazos

máximos verificada no art. 3D, § 1°, inciso I, relativamente à qualificação técnica

Drofissional, deve ser estendida também à qualificação técnica oDeracional, a partir

de uma necessária interpretação te/eo/ógica e sistemática (e, portanto, homogênea)

do referido comando normativo (e, porque não dizer, da própria lei de licitações

como um todo).

Portanto, a exigência de quantitativos mfnimos

relacionados à capacitação técnica operacional assemelha-se ilegal, seja porque

(i) nao é autorizada por lei, seja porque (ii) se mostra contrária à intenção do

legislador ao redigir o art. 30 da Lei de licitações, cujas disposiçOes constantes de

seus incisos e parágrafos devem ser interpretadas de maneira harmônica entre si,

em relação à própria lei e, sobretudo, em relação à Constituição.

10. Sob este prisma, a exigência imposta pelo Edital de

Concorrência Pública n° 115/2005-00, relativa à comprovação de anterior

experiência dos licitantes para o plantio de árvores e arbustos na quantidade

mfnima de 20.000 unidades, traduz-se em discricionariedade administrativa que

nao merece prosperar, ante a sua evidente ileaalldade.

3 Justen Filho, Marçal. Comentários à lei de licitaç6es t contratos administrativos, 10" ed. - São Paulo: Dialética, 2004, p.

322.

~

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Aliás, a delimitação da discricionariedade administrativa

quanto à qualificação técnica operacional, estampada pelo arto 30, § 5° da lei n°

8.666/93 igualmente encontra amparo constitucional no art 37, XXI, o qual dispõe,

em sua parte final, que o processo licitat6rio "somente oermitirá!.! exiafncias.d!aualificacão técnica! econômica indisoensáveis ~ aarantia ~ cumorimento~ obriaacõeso"

Corroborando com esse entendimento, que pode ser

analisado como corolário ao princIpio da proporciona/idade, ensina TOSHIO

MUKAI: "Pode-se afinnar que esse fim está fundado no princIpio da

proporciona/idade dos meios aos fins (principio gera/ do direito), segundo o qual

!!!.Q §.! ~ admitir,gjl! .9: leaislador! ! administracão imoonham ! liberdade

restricões ,gjl! excedam !.9: ,gjl! ! necessário R!.!! atender!.9: llm oerseauido.~ nesse sentido que o princípio tem valor constitucional. ,,4

CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO adota omesmo posicionamento:

. Assim, a providência administrativa, !!!!!! extensa ou !!!!!!. intensa do que o

requerido para atingir o interesse público insculpido na regra aplicada, ! inválidapor consistir em um transbordamento da finalidade legal," 5

11. Evidentemente, ~ necessidade Q! comprovação Q!

execução Q! serviços mediante ~ imposição Q! Quantidades mínimas. !.Q

arrepio Q.@ ~ compromete P..Q! completo ~ leaalidade ~ exiaência. Isso

porque é descabido eliminar um licitante pela não apresentação de comprovação

de serviços em certa unidade de medida.

De fato, poderia ser razoável a necessidade de

demonstração somente da exDeriência das licitantes, com a execução de selViços

de plantio de álVores ou arbustos, desde QY.! n!Q houvesse Quantidades

minimas determinadas.

Isso se deve ao fato de que o instrumento convocatório,

como ato administrativo que é, tem de estar em conformidade com a finalidade

legal que o vincula. Ora, a finalidade ~ norma Q.Y.! Institui .! Qualificação

técnica ~ DarticiDantes Q.Q Drocesso licitatório ~ !!!!! dúvida. asseaurar .2

4 Mukai, T~hio. Cf. E. Forsthoff. Tratado de Derecho Administrativo, trad. do alemIo, 1958, p. 129.

5 Bandeira de Mello, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 4. ed. p. 28.

~8

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desempenho técnico ~ ! necessário Q.Q interessado !!! execução Q.Q

objeto licitado. ! .!!!Q limitar! cercear! liberdade Q.!. participação n!.§.

licitações.

12. A ~I porque o plantio de árvores ou arbustos não diz

respeito, propriamente, ao OBJETO apresentado no item 3. do Edital de Licitaçao,

qual seja, "l..] a execução, sob o regime de empreitada por preço unitário, das~ ! servicos ~ duolicacio. ~ restauracio ~ ~ existente. .d.Q

subtrecho rodoviário abaixo descrito:"

Em verdade, constata-se que o tratamento paisagFstico é

apenas ACESSÓRIO! execucão Q.Q obieto Q! licitacão, e tem por finalidadeúnica a proteçao do meio ambiente através da nao interferência no ecossistema

existente nas áreas circunvizinhas ao trecho rodoviário que será duplicado e

restaurado.

Deste modo, em hipótese alguma o "plantio de árvores e

arbustos" poderia ser considerado requisito sine qua non para a comprovação de

capacidade técnica pelo licitante, porquanto, repise-se, a natureza do objeto licitado

diz respeito apenas a obras de engenharia civil, de modo que toda e qualquer

capacitaçao técnica passível de ser demonstrada pelas empresas concorrentes

deverá cingir-se, exclusivamente, a este ramo de atuação.

A própria lei de Licitação (art. 30, 11) estabelece que!

demonstracão 9! aptidão deverá !.!! pertinente ,Ç,.Q.!!! .Q. objeto 9! licitacão, o

que !!.Ç.!y! a possibilidade de formular exigências excessivas quanto a aspectos

secundários do objeto do certame.

A jurisprudência é taxativa no sentido de reconhecer a

nulidade de cláusula editalícia que nao guarda vinculo ~ pertinência em relaçao

ao objeto licitado. Confira-se:

E. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 58 REGIAO

"ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. CONCORR~NCIA. CLAÚSULA IMPERTINENTE AOOBJETO LICITADO. ILEGALIDADE. OCORR~NCIA. CONCESSÃO DA LIMINAR.

1. É NULA A cLÁUSULA DE EDITAL DE CONCORRÊNCIA QY.5 TEM EM SEUCONT"'E1iDO- RESTRITIVO PARA A PÃRTICIPÃC').Õ"DOS LICifÃNTES NO~ROCEDIME~TO LI~ITATORIQ:"""fQB -~ QQ§ MESMõi"""COMPROVACÃO ~QUALIFICACAO TECNICA INADEQUADA QY DESNECESsARIA f.âBA ~VERIFICAR M. CO"N"DíCõ"ÉS QQ LICITANTE gM, ATENDER AQ OBJETO LICITADO.O ART. 30 DA LEI N° 8.666/93, VEDA EXIG~NCIAS QUE VERSEM SOBRE A

'79

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COMPROVAÇAo DE QUANTIDADES MINIMAS OU PRAZOS MAxIMOS NAEXECUçAO DE CONTRATOS SIMILARES ANTERIORES.

2. REMESSA OFICIAL IMPROVIDA.

(REOMS 64590/RN - REMESSA Ex OFFICIO N° 98.05.39593-6, ORGAO JULGADOR:

SEGUNDA TURMA, REL. DESEMBARGADOR FEDERAL PETRUCIO FERREIRA. JULG.: 02/02/1999)

E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

LICITAÇÃO - QUALIFICAÇÃO TÉCNICA - Q EDITAL. !.§ INTERNA ~LICITACÕES. ~ ~ EXIGIR ESPECIFICIDADE !&. ~ D~SÇ;ABAC:rERIZEO OBJETO LICITADO, DIRECIONANDO O PROCEDIMENTO A UM NUMEROUMITADO DE OFERTANTES - SEGURANÇA CONCEDIDA - RECURSONECESsARIO IMPROVIDO.(APELAçAO CIVEL N. 39.631-5 - JUNDIAI - 78 CAMARA . JuLHo/98" DE DIREITO PÜBLlCO -RELATOR: GUERRIERI REZENDE - 27.07.98 - V.U.)

Deveras, para caracterizar irremediavelmente o completodespropósito da exigência em análise, cumpre destacar que dentre as 120 (cento e

vinte) páginas das Planilhas Orçamentárias anexas ao Edital (relativas à BR-101/RJe ao Acesso ao Porto de Sepetiba), apenas em 2 (duas) páginas - mais

especificamente em míseros 5 (cinco) subitens, dentre os vários existentes nestas2 (duas) páginas - faz-se referência ao plantio de arvores e arbustos, o que

evidencia a sua insignificAncia e desvinculação em face do cerne do objeto licitado.

13. A .t!I.!, porque o Y!!.Q.!: orçamentário previsto para oplantio de árvores, arbustos ou gramfneas queda-se aproximadamente em R$297.000,00 (duzentos e noventa e sete mil reais), ou seja, corresDonde ! intimaDarcela ~ ~ ~ yiraula ~ a:Q! cento) Q.Q Y!!.Q.!: .tQ1@! ~ licitação.

Entao, pergunta-se: mostra-se proporcional ou atende àfinalidade da norma insculpida pelo art. 30 da Lei n° 8.666/93 a exigência de

comprovaçao, mediante atestado e/ou certidao, do plantio da quantidade mfnima de

20.000 árvores ou arbustos para que os licitantes possam ser habilitados para

participar da Concorrência Pública instaurada pelo DNIT, considerando, neste

passo, a sua irrelevância econômica em relaçao ao objeto licitado? Certamente

que nlol

Ora, uma rápida análise do referido comando normativorevela que irA documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: (...) II -

comprovação de aptidão para desenvolvimento de atividade oertinente !comoatfvel em caracterfsticas, quantidades e prazos ,Ç:,Q!ll .Q obteto ~ licitacão[.. .J" Assim sendo, tendo em vista que a exigência ora impugnada seQuer diz

respeito ao objeto da licitação, nao há como, data venia, considerá-Ia relevante'"'-

~10

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para a realizaçao do interesse público que está em jogo - seja em termos técnicos,

seja pelo aspecto econômico.

14. A auatro, porque nao se mostra razoável ou coerente o

estabelecimento da quantidade mínima de árvores ou arbustos no patamar em que

se deu (ainda que se ilegal nao fosse), porquanto ~ imDede que um licitante

que tenha realizado, em outra oportunidade, o plantio de 3.000, 5.000 ou 10.000

árvores, possa agora, sem problema algum, alcançar o número de árvores previstopela Planilha Orçamentária anexa ao Edital de Concorrência Pública n° 115/2005-

00.

Isto se deve a um s6 fato: !!!! !!!!f.! [email protected] reclama

QualQuer 9!!.Y. ~ especializacão técnica. Trata-se, conforme exposto acima, de

mera atividade complementar à execuçao do objeto licitado, que dependerá, em

última análise, da simples aquisiçao de mudas e sementes em número suficiente

para o plantio reclamado, mediante a supervisao, logicamente, de profissional

técnico responsável devidamente cadastrado na entidade profissional competente.

15. A .Çi!!çQ, pelo simples motivo de que a Concorrência

Pública em referência é do tipo "MENOR PREÇO", com suporte no art. 45, § 1°, I, da

Lei 8.666/93.

Explica-se. Neste tipo de licitaçao, a Administraçãoconsagra vencedor do certame aquele que (i) apresentar proposta de acordo com

as especificações do edital de licitaçao; e (ii) ofertar o menor preço.

A toda evidência, tem-se que nao basta ao licitante

apresentar o menor preço para sagrar-se vencedor do certame. É preciso, antes,

que atenda a todas as exigências e especificações constantes do instrumento

convocatório, pois, se nao o fizer, a sua proposta de preço sequer será avaliada

pela Comissão de Licitação.

Logo, o nao atendimento, pelo licitante, de exigência ou

especificaçao contida no Edital se mostra prejudicial à análise de sua proposta de

preço.

Transportando esta premissa ao caso presente, conclui-se que o licitante que nao se desincumbir do ônus relativo à comprovaçao, através

de atestados ou certidões, de sua anterior experiência para o plantio de 20.000

~11

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árvores, em hipótese alguma terá avaliada, oportunamente, a sua proposta de

preço.

Isto significa, por óbvio, que possivelmente haveráinteressados em participar do certame - e o que é pior, provavelmente aptos a

executar prestação útil e vantajosa para a Administração Pública - os quais,

entretanto, serão desestimulados ou até mesmo impedidos de fazê-lo por conta de

exiaAncia excessiva. !!!y!!! ! estranha [email protected]. objeto licitado (para não dizer !!!a!!),

consubstanciada no plantio de vegetação destinada ao tratamento paisagfstico daregião na qual ocorrerá a sua execução.

Deste modo, tal exigência, na forma com que se impõeno Edital de Licitação em estudo, ao invés de gerar efeitos positivos no sentido de

estimular a competição entre os futuros licitantes, revela, desde logo, o caráter

restritivo ~ certame, bem como cria condições à previsão de que não serápossrvel a escolha da proposta efetivamente mais vantajosa ao interesse público -

o que não se pode conceber e permitir.

16. Assim sendo e diante de todo o exposto neste tópico,

conclui-se que a exigência prevista no Edital de Concorrência Pública n° 115/2005-

00 quanto à comprovaçao, através de atestados e/ou certidões, de anterior

experiência para o plantio de 20.000 árvores revela ILEGALIDADE e ~ insanáveisque impõem - sempre com o devido acatamento - a REVOGACÃO do instrumento

convocatório por esta I. Comissao de Licitaçao, bem como POSTERIOR PUBLICACÃO

~ ~ EDITAL. §SM. REFERIDA EXIGÊNCIA, pela mesma forma em que se deu o texto

original, conforme preconiza o art. 21, § 4° da lei n° 8.666/93.

Em última análise, para que se garanta a observânciadas "normas técnicas" relativas ao plantio das árvores e arbustos (propiciado pela

dotação orçamentária disposta a cargo do DNIT para a realização do processolicitatório em eprgrafe), sem que, por outro lado, seja restringida a participação de

empresas aptas a executar prestação útil para a Administração, basta que o MQVO

EDIT~ mantenha, como ~ requisito neste tocante, a necessidade de

comprovação, pelos licitantes, de que possuem experiência própria e em seus

respectivos quadros permanentes um técnico responsável devidamente cadastradoperante a entidade profissional competente, a teor do item 14.4 (b) e (c) - !!!!!

Quantitativos mínimos. ~ ~.

\~12

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17. Conforme ressaltado no tópico 111.1. acima, a exigência

imposta pelo Edital de Licitaçao, relativamente à quantidade mrnima de árvores e

arbustos cujo plantio deverá ser comprovado pelos licitantes, evidencia condenável

caráter restritivo ~ certame que está na iminência de se iniciar.

Neste sentido e considerando a gravidade das

implicações que decorrem desta constatação, dentre as quais sobressai o

dlrlalsmo a licitantes determinados, a J. MALUCELLI passa a tratar o assunto com

maior profundidade, a fim de que não restem dúvidas, ao final desta explanação,

com relação à procedência de suas alegações.

18. Toda licitação pública repousa no fato de que o Poder

Público está sujeito, a princípio, ao dever de licitar (comparar produtos e ofertas).

Este dever está assentado em uma finalidade econômica (maior vantagem para a

Administraçao) e outra, isonômica (oferecer iguais oportunidades aos particulares

que possam oferecer serviços, obras e bens à Administraçao Pública).

A licitaçao é um procedimento administrativo destinado aselecionar a melhor proposta de fornecimento, ou seja, aquela que assemelhe maisvantajosa para a Administraçao. Neste procedimento, todos os ofertantes devemser tratados com absoluto respeito à iaualdade, incluindo-se aí o exame dacapacidade jurfdica, técnica e econômica dos interessados.

Para que essas finalidades sejam alcançadas em toda e

qualquer licitaçao, a doutrina determinou, dentre outros, a aplicação dos princfpios

da legalidade, da ~ concorrincia e da iaualdade.!!!!!:.!.Q! ofertantes.

19. Pela aplicação do DrincíDio ~ legalidade, o agente

público não pode fugir da finalidade da nOnTla que aplica, pois transmudar o que

nela se busca é negar vigência à sua aplicação. Deste modo, a exigência

descabida e que ultraDassa os limites da norma, como aquela verificada no item

14.4 (c). quanto ao plantio de árvores e arbustos na quantidade mfnima de 20.000

unidades, é totalmente ll!g!!.

~13

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20. O princípio ~ !!.Y!! concorrência é tido como o mais

importante princfpio da licitação. porque se não há competição não pode haver

licitação. É por essa razão que o art. 25 da lei de Licitações dispõe sobre a

inexigibilidade de licitação quando houver inviabilidade de competição.

Esse princípio vem consagrado no inciso " § 1°, do art.

3° da Lei de LicitaçOes e, ainda, reza o art. 90 da mesma lei que! .Ç!!!!!! "frustar QY.

fraudar. mediante ajuste. combinacão QY. QualQuer QY.t[Q exDediente. Q caráter

comDetitivo QQ Qrocedimento licitatório. ÇQl!J. Q il11.YjJQ ~ ~ ~ §i QY. ~outrem. vantagem deco"ente ~ adiudica~ão QQ ~ licitado".

A esse respeito, as lições de CARLOS ARI SUNDFELD

são insuperáveis:

"Entre os princlpios correlatos ou decorrentes daqueles enunciados pela lei, sao demencionar os da: COMPETITIVIDADE, segundo o qual a estrutura do procedimentohá de estar montada e funcionar de modo a efetivamente enseiar ! disDuta. .2confronto !!!!r! .2!. licitantes; .2 ~ Dosslbllldade ~ .9. licitante fiscalizar ~ .9.Drocedimento. essencial !Q. 2!!n2 exercício ~ !!Y!. direitos: ! .9. ~formallsmo...

A comDetltlvldade !!!Ia concreta efetiva. ! condição essencial ~ sucesso ~licitação. Quando! comDeticão !!!!r! diversos suleltos f.Q.!: imDossivel. !l!.2 !!.f!!! licitação (art.25), pois ela nao existe sem confronto, sem disputa, semoposiçao, sem conflito de interesses entre pessoas. QAÍ A .b§ VEDAR..MRESTRICÕES EDITALiclAS IA2 INT~NSAS ~ ACABEM f.QB. FRUSTRA.LA

QY. DIFICULTÁ.LAí.!n:.~§~!l, [...]"

Todavia, o presente Edital faz precisamente o contrário

do que impõe esse principio, ao estabelecer exigência totalmente despropositada,

elencada no item 14.4 (c), quanto à comprovação do plantio de vegetação em

quantidades minimas para aferiçao da capacidade técnica dos ofertantes.

20.1. Isso porque !!! exiaência cerceia .Q IJrincílJio Q.!

concorr~ncia, refreando! possibilidade Q! !f!r!r melhores preços ~ .os

serviços. Q! !!!.QQ.Q ! cartelizar .Q serviço Q! duplicação g restauração .dotrecho g subtrecho rodoviários Jicita~ g tornar. RQ! conseQüência. .Q

interesse público r!f!!!lQ! ~ minoria.

20.2. Segundo MARÇAL JUSTEN FILHO: "Q .!!Q

convocatório ~ ~ estabelecer §§. regras necessárias Q!!! se/ecão .d!

() Sundfeld Sundfeld, CarIos Ari. Licitaçlo de Contrato Administrativo: de .x.do com as leis 8666/93 e 8883/94. SIoPaulo: Malheiros, 1994, p. 21/22.

'114

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orooosta vantajosa. Se essas exigéncias serão ou não rigorosas, isso dependerá

do tipo de prestação que o particular deverá assumir. Resoeitadas ~ exigências

necessárias Q.@!@ assegurar ~ seleção ~ orooosta ~ vantajosa. .serão

inválidas ~ ~ .cláusul!§ ~ ~ indiretamente. orejudiauem .Q caráter

'comlJetitivo' ~ licita cão.

Assim, toda e qualquer afronta

competitividade deve ser afastada. É como decidem os tribunaisprincfpio daao

E. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 58 REGIÃO

"ADMINISTRATIVO. LICITAÇAo. EDITAL. PREENCHIMENTO DE REQUISITOS.DEFERIMENTO DA HABILlTAÇAO.

1. DEVE SER HABILITADA PARA PARTICIPAR DA LICITAÇAO A EMPRESA QUEPREENCHE TODOS OS REQUISITOS PREVISTOS NO EDITAL DO CERTAME;

2. DESBORDA QQ RAZoAVEL. FRUSTRANDO O PRINCiPIO DACOMPETITMDADE. EXIGIR-SE .JA ~ ~ Qf HABILlTACAO Q.!.!:g A EMPRE'SATENHA REALIZADO SERVIÇOS SEMELHANTES AQ LICITADO. EM VERDADE, AEMPRESA MELHOR CAPACITADA PODE NUNCA HAVER REALIZADO TRABALHOSEMELHANTE, ENTRETANTO OSTENTAR CAPACIDADE TÉCNICA BASTANTE ÀEXECUÇÃO DO MESMO;

3. HIPÓTESE EM QUE, ALÉM DISSO, RESTOU DEVIDAMENTE COMPROVADO QUEA IMPETRANTE APRESENTOU TODA A DOCUMENTAÇAo NECESsARIA,APRESENTANDO NAo APENAS ATESTADOS DE QUE REALIZOU SERVIÇOS DELIMPEZA, CONSERVAÇAo E HIGIENIZAÇAO DE BENS MÓVEIS, IMÓVEIS EINSTALAÇOES, MAS TAMBÉM DE QUE AINDA OS VEM EXERCENDO;

4. REMESSA OFICIAL IMPROVlDA."

(REOMS - REMESSA Ex OFFICIO - 78549/SE, SEGUNDA TURMA, RELATOR PAULO ROBERTODE OLIVEIRA LIMA, DJ DATA: 06/06/2003 - PAGINA: 559)

.ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. EXIG~NCIA DE DESEMPENHO ANTERIOR DEATIVIDADE COMPATIVEL COM O OBJETO DO EDITAL. RESTRiÇÃO NÃoPREVISTA EM LEI. ARTIGO 30, PARAGRAFO PRIMEIRO, INCISO I, DA LEI N%8.666, DE 1993.

1. EM EDITAL DE PROCESSO LICITATÓRIO, T~M-8E COMO INADMiSsíVEIS ASEXIG~NCIAS ~ ~~~P!:~!';~!AM. RESTRINJAM~U FRUSTREM-oCARA TER COMPETITIVO .QQ~. - -

2. INADMISSIBILID~E Qg cLÁUSULA EDITALlclA ~ EXIGE ATESTADO ~ANTERIOR EXECUCAO Qg ATIVIDADE gM, PROPORCOES EQUIVALENTES A~ ~ PRETENDE CONTRATAR.

3. A ~ ~ ~ Qg ~ AO EXIGIR CAPACITACÃO TÉCNICA PARA AH~BIUTACAO NQ CERTAME. ~ REQUER A ANTERIOR EXECUCW~IDENTICO SERVICO. RESTRIÇOES COMO A DO EDITAL IMPUGNADOIMPLICARIAM ETERNA IMPOSSIBILIDADE DE PARTICIPAÇÃO DE NOVASEMPRESAS EM LICIT AÇOES PÚBLICAS.

4. ~ ~ Qg UCITACÕES. gM, .JSJJ. ARTIGO ~ INCISO !!a REFERE-8E A"COMPROVACÃO Qg APTIDAO fAM DESEMPENHO DE ATIVIDADE"

7 Justen Filho, Marçai. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Aide. 1994, p. 36.

615

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COMPATlvEL COM O OBJETO DA LlCITACÃO. E NÃo À COMPROVACÃO DEDESEMPENHO ~ERIOR ~ ATMDADE SIMILAR ÁQUE~ ~ ~ OBJETO gQCONCURSO. A T~NUE-- DIFERENÇA ENTRE O TEXTO DA LEI E O TEXTOCONSTANTE DO EDITAL É BASTANTE PARA QUE SE ALTERE TODO O SENTIDODOS DIZERES, VICIANDO DE ILEGALIDADE A DISPOSlçAO EDITALICIA.

5. A EXIG~NCIA EDITALlcIA, ALÉM DE INSTITUIR RESTRIÇAo OFENSIVA AOPRINCiPIO DA IGUALDADE, NAo ATENTOU PARA O ARTIGO 30, PARAGRAFOPRIMEIRO. INCISO I, DA LEI N% 8.686, DE 1993, ONDE SE ENUMERAM ASÚNICAS EXlG~NCIAS PERMITIDAS NO TOCANTE A COMPROVAÇAo DACAPACITAÇAO TÉCNICA DO LICITANTE. E PORQUE FOI A LEI TAXATNA,LIMITANDO AS EXIG~NCIAS ADMITIDAS, NAo PODERIA UM EDITALCONTRARIA-LA, PENA DE (AO MENOS NESTE TOCANTE) SER CONSIDERADONULO.

6. REMESSA OFICIAL IMPROVIDA.

(REO - REMESSA Ex OFFfclO - 54009, TERCEIRA TURMA, RELATORA JuIZA SU8STIT1JTA

GERMANA MORAES, DJ DATA:10/10/1997 PAGINA:84342)

E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIo GRANDE DO SUL

"LlCITAÇAo. PRINCIPIO DA COMPETITIVIDADE. MANDADO DE SEGURANÇA. 1. QART-37. PAR-1. Qh .c.E. .s.Q ADMITE RESTRIÇOES A PARTICIPAÇAo EMPROCeDIMENTO LlCITATORIO fQB MOJ:IVO ~ QUALIFICAÇAo T~tNICA ~ECONOMICA. S ~ ASSIM INDISPENSAVEIS A GARANTIA.QQ CUMPRIMENTOgM OBRIGACõES. ASSIM. FERE DIREITO LIQUIDO E CERTO DISPOSITIVO DEDECRETO MUNICIPAL QUE, EM TRANSPORTE COLETIVO URBANO. IMPEDE MAISDE UMA CONCESsAo A MESMA EMPRESA. 2. APELO PROVIDO, VENCIDA ARELATORA QUE NEGAVA PROVIMENTO AOS APELOS. (15 FLS.)"

(APELAçAO CIVEL N° 70000254276. PRIMEIRA CAMARA CIvEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA 00 RS,RELATOR: FABIANNE BRETON BAlSCH, JULG.: 21/03/2001)

"ADMINISTRATIVO, AÇÃO POPULAR. LICITACÃO. EXIGÊNCIAS.COMPETITIVlDADE COMPROMETIDA. ! : EXIG~NCIAS ABUSIVAS.DESNECESsARIAS. ELENCADAS PARA DETERMINADA LICITACÃO. PODEM VIRA CAUSAR PREJUTZO AQ ~PUBLlCO. Y!§!Q ~ DIMINUEMQ NYMERõQg PARTICIPANTES QQ CERTAME. II - NO MAIS, REQUISITOS ~ DIMINUAM ACOMPETITIVlDADE .Q.à CONCORR~NCIA GOZAM .Q.à PRESUNCÃO QgCAUSAREM PREJUIZO A2 PATRIMONIO PUBLICO. A TEOR DO ARTIGO 4 DA LEIN, 4717/65. III - EVENTUAISBENEFrCIOS DE PARTICULARES EXCLUIDOS DA

LICITAÇÃO, NEM SEMPRE E ÓBICE AO MANEJO DA AÇÃO POPULAR, DESDE QUEO OBJETIVO PREClpuo SEJA O DE EVITAR LESÃO AOS COFRES PÚBLICOSDECORRENTES DE EXlG~NCIAS ~ DIMINUAM A COMPETlTMDADE .Q.à

LICITACAo. RECURSO PROVIDO, SENTENÇA DESCONSTltUrDA,"

(APELAçAO CIVEL N° 599231107, SEGUNDA CAMARA CIVEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS,RELATOR: ARooWERtANG. JULGADO EM 13/10/1999)

Logo, ~ absolutamente !!m!! ~ viciada ~ exigência

editalfcia ~ refer~ncia. QQ!§ ~ afronta.§Q DrincfDio ~ comootitividade.

20.3. Em corroboraçao com a tese ora desenvolvida, HEL Y

LOPES MEIRELLES assevera que nao é possrvel que -r..J a Administração, porexcesso de cautela ou vicio burocrático, condicione a habilitação dos licitantes ~

apresentaçSo de documentos inúteis e dispendiosos, que muitas vezes afastam

16 p

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ConCOff9ntes idôneos pela dificuldade de obt4-los. ~

Assim, percebe-se que a exigência em comento,

constante do Edital no item 14.4 (c), mostra-se totalmente despropositada, uma

vez que nao serve para comprovar a qualificação técnica dos licitantes, mas,

apenas e tao-somente, 2!!! afastar determinados interessados! favorecer .!outros.

Ainda que nao seja essa a intençao do

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES, os

efeitos dessa exig~ncia se manifestam independentemente do fator volitivo

envolvido.

21. Por fim, encerra-se a presente com a transcrição deexcerto que bem denota a perspectiva em que se insere a Administração quandose trata de licitação:

"Deve considerar-se que incumbe à Administraçao justificar as exigencias deexperi6ncia anterior que introduz no ato convocat6rio. Nao 6 dever dos particularesdemonstrarem que as exig6ncias impostas pela Administraçao sao excessivas. Ouseja. nao 6 posslvel a Administraçao invocar algum tipo de presunçao delegitimidade de atos administrativos para transferir ao particular o Onus de provaextremamente complexa. ~ .Q ! DOrQUe f.2! ! Constituiclo 9Y! determinou!admlsslbllidade aD8nas m exlainclas !! !!!!!! mlnimas DOssiveis. Portanto.Quando! Administracao Droduzlr exla6nclas maiores. recairá ~ !!! .Q~ ~ evidenciar! conformidade ~ !Y! conduta !!Do ~ ~ Constituição.

(...)Ou seja. se a Administraçao tiver avaliado mal a realidade, reputando comoindispensável uma experi6ncia que tecnicamente se revela como dispensável, !!y!!Q. !!l2 ~ Drevalecer. (...) Trata..e * restriclo !.2 universo ~ licitantes. .Q9Y.! somente !! ~ ,Ç;.Q!!!.9. constitucional Quando f.2! indisDensável !segurança .d! Admlnistraclo Pública.

Neste ponto, é imperioso destacar que a Constituiçao autoriza apenas exig~nciasque configurem um mlnimo de segurança. Portanto, nI.2 11 admitem exia6ncias9Y.! m !!.t.!!! ~. Logo. ! Administraclo n!Q Doderi resD!ldar !!y! !!2!,Ç,Q.!!! ! invocacio á 9Y! ! exig6ncia amDlia !y! segurança. ~ evidente que omáximo de segurança corresponderia ao máximo de restriçao. Essa nao é a soluçãoautorizada pela Constituiçao."g

8 Apud Mukai, TOIbMJ. A Em.-aa Priv8da na Licit8ÇOes P6blka. Manual Teórico e Pr*ico. SIo Paulo: Ada, 2000, p. 3'

Justen Filho, MarçaI. ComenlÓ1'lo.r à lei de Ilcl~.r e contratos administra/Nos, 10" M. - 510 Paulo: Dialética, 2004, p.

324/325.

(':;17

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v - REQUERIMENTO- -

22. A luz do exposto e do demais, que certamente será

suprido pelos 11. Membros desta d. Comissao de Licitação, a J. MALUCELlI

CONSTRUTORA DE OBRAS S/A. vem, respeitosamente, à presença de Vossas

Senhorias requerer:

(a) o recebimento e o conhecimento da presente IMPUGNAÇÁO ao Edital

de Concorrência Pública n° 115/2005-00, com a aplicaçao do § 3°, do

art. 41, da Lei de LicitaçOes;

(b) o provimento da Impugnaçao para o fim de declarar .!. nulidade ~Edital. .!m ~ ~ vicio/ileaalidade apontado, com a retificaçao do

vício e a republicação do Edital nos termos do art. § 4°, do art. 21 da

Lei 8.666/93;

(c) a susDensão 92 certam! licitatório por essa

seja sanado o vício/ilegalidade apontado.Comissao, até que

Nestes termosPede deferimento.

De Curitiba para Brasília-DF IEm 1° de junho de 2005.

J. MALUCELLI CONSTRUTORA DE OBRAS S/A

18

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- - '-Aos 02 (dois) dias do mês de janeiro do ano de 2004, as 10:00 hs. (dez horas) na sede dasociedade na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, n° 2014, na cidade de São Paulo, estado deSão Paulo, reuniram-se as seguintes pessoas, representando a totalidade do capital social: J.

MALUCELLI ADMIMSTRAÇÃO E PARTICIPAÇÃO S/A., pessoa jurídica de direitoprivado, com sede em Antonina, Paraná, na Rua Comendador Araújo, n° 516, sala 03, CEP83370-000, inscrita no CNPJ/MF sob o n° 77.803.385/0001-50, com estatuto social arquivadona Junta Comercial do Estado do Paraná sob n° 41300004170, em sessão de 30/12/199.'1,

representada neste ato por seu Diretor JOEL MALUCELLI, brasileiro, Casado pelo regime deseparação total de bens, economista, residente e domiciliado em Curitiba, Paraná, na Rua BentoViana, n° 780, portador da Carteira de Identidade RG n° 439.047-4-SSP-PR, inscrito noCPF/MF 003.054.569-20; ESPÓLIO DE MARCO AURÉLIO MALUCELLI, neste atorepresentado por sua inventariante Sra. MARcIA MELLO MALUCELLI, brasileira, viúva,empresária, residente e domiciliada em Curitiba, Paraná, na Av. Iguaçu, n° 2689, apto. 201,POrtadora da Carteira de Identidade RG n° 1.034.133-7 -SSP-PR e inscrita no CPF/MF

025.222.729-85; CELSO JACOMEL, brasileiro, casado pelo regime de comunhão universalde bens, engenheiro civil, residente e domiciliado em Curitiba, Paraná, na Avenida Nossa

Senhora da Luz, n° 230, portador da Carteira Profissional n° 1 592-D expedida pelo CREA-PR einscrito no CPFIMP 002.405.759-20; ERNESTO SCARANTE SOBRINHO, brasileiro,casado pelo regime de comunhão universal de bens, advogado, residente e domiciliado emCuritiba, Paraná, na Rua Bruno Filgueira, n° 2170, apto. 202, POrtador da Carteira Profissionaln° 7810, expedida pela OAB-PR e inscrito no CPFIMF 005.224.149-15 e JUAREZ JOSÉ

MALUCELLI, brasileiro, Casado pelo regime de comunhão universal de bens, industrial,residente e domiciliado em Curitiba, Paraná, na Rua Carneiro Lobo, n° 456, apto. 501, POrtadorda Carteira de Identidade RG n° 670.675-SSP-PR e inscrito no CPFIMF 027.711.369-53. Pararesidir a Assembléia foi eleito, por unanimidade, ERNESTO SCARANTE SOBRINHO queaceitando a incumbência, convidou a mim, JUAREZ JOSÉ MALUCELLI, para secretariá-lo,no que aceitei, assim se constituindo a mesa e dando-se início aos trabalhos. .QR!!E.M-UQ

!!IA:- (a) Constituição da Companhia, por transfornlação de tipo Societário, nos tennos do .artigo 220 e seguintes da Lei 6.404/76 e conseqüente alteração da denominação social; (b)Leitura completa e aprovação da relação de subscritores da totalidade do Capital Social; (c)Discussão e aprovação do Projeto do Estatuto Socia1; (d) E1eição da primeira diretoria; e (e)Outros atos referentes a Constituição. DELIBERAÇÕES UNÂNIMES: Estando presentetodos os sócios de J. MALUCELLI CONSTRUTORA DE OBRAS LTDA., pessoa jurídicade direito privado, com sede e foro jurídico na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, n° 2014, nacidade de São Paulo, estado de São Paulo, inscrita no CNPJIMF sob n° 76.519.974/0001-48,com seus atos constitutivos arquivados na Junta Comercial do Estado do Paraná - JUCEPARsob o n° 75.473 por despacho da sessão de 08/02/1966, sob a denominação de SIPRENDE -SOCIEDADE PARANAENSE DE ENGENHARIA E EMPREENDIMENTOS LTDA.,que vigorou até a ] 38 alteração con . LUCELLI

. ' .: .. ~CONSTRUTORA DE OBRAS LTQA., a . ~ ada na JuntaComercial do Es~o do p~~. so~'o 20 .15.i.~" ~ss ".' ~ 18/04A/1977' " "O $elo de ~ut~nttCldadej Clkitiba/PR i-- . ;

de Atos foI afixada na) -.,Ç; /~ultima folha do docu~ent~ j :...~ - 1otOIt. -.. C-lentregue para a pal~ I ~WI tjDV ~

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J. MALUCELLi CONSTRUTORA DE OBRAS SI A.

CNF J/~U' 76.S19.974/0001-4R

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J. MALUCELL1 CONSTRUTORA DE OBRAS SI A.CNFJ/l\1f' 76.519.974/0001-48

NIRC 35.209.812.922ATA DE ASSEMBLÉI!. GERAL DE C(,'NS'~TfUIÇÃO DE SOCIEDADE ANÔNIMA

POR1'1"{ÀNSFORrtfAÇÃO DI;: TIPO SOCIETÁRIO

alterações contratuais posteriores da 158 a 548, arquivadas na Junta Comercial do Estado doParaná, e 558 a 688 alterações contratuais de consolidação, e 6~ a 738, arquivadas na JuntaComercial do Estado de São Paulo. O presidente propôs a transfonnação da sociedade limitadaem sociedade anônima de capital fechado. Colocada a matéria em votação, foi: (a) Aprovada atransfonnação da atual J. MALUCELLI CONSTRUTORA DE OBRAS L TOA. emsociedade anônima de capital fechado com a denominação de J. MALUCELLICONSTRUTORA DE OBRAS S/A., sem solução de continuidade no tocante a todos os seusdireitos e obrigações, passando a sociedade a reger-se pela Lei n° 6.404/76, ficando portanto, acargo da sociedade anônima J. MALUCELLI CONSTRUTORA OE OBRAS S/A. todas asobrigações civis, comerciais, fiscais e trabalhistas da sociedade ora transfonnada, e da mesmafonna, ficando também a mesma investida em todos os direitos da sociedade limitada. (a.l) Emvirtude da transfonnação,

,divididos em 100.915.279 (cem

milhões, novecentos e quinze mil e duzentos e setenta e nove) cotas no valor de R$ 1,00 (umreal) cada o..

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~NFJ/l\lr 76.519.974/0001-48

NIRC 35.209.812.922ATA DE ASSEMBLÉI/'. GER/'~L DE CONS'fUVIÇÃO DE SOCIEDADE ANÔNIMA

POR TRANSFORJ'\fAÇÃO DE TIPO SOCIET ÁRIO

comunhão universal de bens, engenheiro civil, residente e domiciliado em Curitiba, Paraná, naRua Petit Carneiro, n° 927, apto. 91, portador da Carteira de Identidade RG n° 357.9 I 2-SSP/PR,e inscrito no CPFIMF 010.566.629-72 E CELSO JACO MEL, já qualificado, 01 (uma)Diretora Administrativa, MÁRCIA MELLO MALUCELLI, já qualificada e um (01) Diretorde Compras e Manutenção, JUAREZ JOSÉ MALUCELLI, já qualificado. Os Diretoreseleitos declaram, na forma de Lei, que não estão impedidos de exercer qualquer atividademercantil. Os Diretores eleitos terão prazo de mandato de 03 (três) anos, podendo ser reeleitos.ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar e encerradas as matérias constantes da ordem -- - --

do dia, o Sr. Presidente declarou suspensos os trabalhos da Assembléia pelo tempo necessário àlavratura da presente Ata que, lida em alta voz e achada exata e conforme, depois de reaberta asessão, foi aprovada e assinada por mim, Juarez José Malucelli, Secretário da Assembléia, peloSr. Presidente da Assembléia, pelos diretores da Companhia eleitos e pelos acionistas presentes.

Curitiba-PR., 02 d

'.'.'...' 'i.~üCELLiADM~EPARTíc,P AÇÃO SI A

Representada por Joel Malucelli

ERNEgfO. ~ ~ INHO

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. }1 ~ . ..!~~ ~. . ~~~~~~ ~ . . .MARcIA MELLO MALUCELLI Luritíba/PR 2 2 ABR.

A presente Cópia fotol

::: dOCUrr:,

2. ~~ -b.~~~~a~Josemari de Camargo Dominski

CI/RG: 8.275.962-5-SSP/PR

Testemunhas: ~

~

Visto do advogado:/'

~/OOAB/PR-

3

~I358.892/04-1

ESPOLIO DE MARCO AURÉLIO MALUCELLIRepresentado por Márcia Mello Malucelli

Andréia Rarnalho da SilvaCI/RG: 7.237 .998-5-SSP/PR