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Vida e Obra de Almeida Garrett Projecto de Animação Comum SABE—Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares da Biblioteca Municipal Almeida Garrett Livros de Almeida Garrett existentes na BMAG: Folhas Caídas 821-1 GARRf Camões 821-1 GARRc D. Branca 821-1 GARAd Flores sem fruto 821-1 GARAf Miragaia 821-1 GARAm O roubo das Sabinas 821-1 GARRr Lírica 821-1 GARRl Poesias dispersas 821-1 GARRp Cartas de Amor à Viscondessa da Luz 821 GARAc A moira Encantada 821.1 GARRm Romanceiro 821-1 GARRr A nau Catrineta: Romanceiro 821-1 GARAn Adozinda 821-1 GARAa Documentos sobre A.G. e sua obra existentes na BMAG: Proposta de leitura de Folhas Caídas 821.09 LAMEp Folhas Caídas (tese de doutoramento) 821.09 GARRs Garrett a vida ardente de um romântico 821.09 MAGJg A Garretteana da BPMP 821.09 BPMP Viagens na minha terra 821.09 GARRr Falar verdade a mentir 821.09 GARRb Obra politica e doutrinação da sociedade liberal 821 GARAo Almeida Garrett 1799-1854 Vós que as rosas gentis buscais, amantes, Nos jardins do prazer, E, em vez da flor, espinhos penetrantes Só chegais a colher, Resignados sofrei, sede constantes, Que a desventura, Que a mágoa e dor Sempre em doçura Converte Amor. “Identificado com a Liberdade e com o Cristianismo, ideais dominantes em toda a sua obra, Garrett desdobra- va-se entre o homem político e o homem das letras. Exila- do três vezes, ele desafia o regime absolutista e, ainda, depois, em luta constante pelo aprimoramento da monar- quia constitucional, manterá sempre firme a mão que o atava à literatura. Mas será sempre noutro campo que o escritor irá travar a batalha essencial. A encruzilhada é precisa: entre a cruz do desejo sexual e a luz do amor, o homem descobre-se atravessado pela contingência do encontro com uma mulher.” Sérgio Nazar David in: Cartas de amor à Viscondessa da Luz

Desdobrável_Dia_dos_Namorados

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descobrável do Dia dos Namorados da Biblioteca Almeida Garrett (Porto).

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Vida e Obra de Almeida Garrett Projecto de Animação Comum

SABE—Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares da

Biblioteca Municipal Almeida Garrett

Livros de Almeida Garrett existentes na BMAG: Folhas Caídas 821-1 GARRf Camões 821-1 GARRc D. Branca 821-1 GARAd Flores sem fruto 821-1 GARAf Miragaia 821-1 GARAm O roubo das Sabinas 821-1 GARRr Lírica 821-1 GARRl Poesias dispersas 821-1 GARRp Cartas de Amor à Viscondessa da Luz 821 GARAc A moira Encantada 821.1 GARRm Romanceiro 821-1 GARRr A nau Catrineta: Romanceiro 821-1 GARAn Adozinda 821-1 GARAa

Documentos sobre A.G. e sua obra existentes na BMAG:

Proposta de leitura de Folhas Caídas 821.09 LAMEp Folhas Caídas (tese de doutoramento) 821.09 GARRs Garrett a vida ardente de um romântico 821.09 MAGJg A Garretteana da BPMP 821.09 BPMP Viagens na minha terra 821.09 GARRr Falar verdade a mentir 821.09 GARRb Obra politica e doutrinação da sociedade liberal

821 GARAo

Almeida Garrett

1799-1854

Vós que as rosas gentis buscais, amantes, Nos jardins do prazer, E, em vez da flor, espinhos penetrantes Só chegais a colher, Resignados sofrei, sede constantes, Que a desventura, Que a mágoa e dor Sempre em doçura Converte Amor.

“Identificado com a Liberdade e com o Cristianismo, ideais dominantes em toda a sua obra, Garrett desdobra-va-se entre o homem político e o homem das letras. Exila-do três vezes, ele desafia o regime absolutista e, ainda, depois, em luta constante pelo aprimoramento da monar-quia constitucional, manterá sempre firme a mão que o atava à literatura. Mas será sempre noutro campo que o escritor irá travar a batalha essencial. A encruzilhada é precisa: entre a cruz do desejo sexual e a luz do amor, o homem descobre-se atravessado pela contingência do encontro com uma mulher.” Sérgio Nazar David in: Cartas de amor à Viscondessa da Luz

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Anjo És Anjo és tu, que esse poder Jamais o teve mulher, Jamais o há-de ter em mim. Anjo és, que me domina Teu ser o meu ser sem fim; Minha razão insolente Ao teu capricho se incli-na, E minha alma forte, ardente, Que nenhum jugo respeita, Covardemente sujeita Anda humilde a teu poder. Anjo és tu, não és mulher. Anjo és. Mas que anjo és tu? (…) Seus Olhos Seus olhos - que eu sei pintar O que os meus olhos cegou – Não tinham luz de brilhar, Era chama de queimar; E o fogo que a ateou Vivaz, eterno, divino, Como facho do Destino. Curiosidades Almeida Garrett escreveu uma peça para teatro durante a sua juventude , a que lhe chamou: Os namorados extravagantes. Esta peça, segundo Garrett, foi conservada sobretudo “pela memó-ria desses saudosos dias que, na companhia de amigos, passei no delicioso sítio de Sintra.” Gar-rett vivia os entusiasmos do período liberal (do Vintismo) e estava apaixonado por Luísa Midosi, com quem casaria ainda nesse ano de 1822. Mas esta peça ficou perdida durante muitas décadas. Apesar de se saber da sua existência, só foi desco-berta em meados do séc. XX, e foi dada a conhe-cer na Revista de História Literária de Portugal pela maior especialista portuguesa em Almeida Garrett— a Prof. Doutora Ofélia Paiva Monteiro, da Universidade de Coimbra. Se quiseres conhe-cer mais pormenores sobre: Uma peça inédita da juventude de Garrett: Os namorados extrava-gantes, podes consultar a revista na Biblioteca Pública Municipal do Porto (vol. III- 1974). Aqui fica um pequeno excerto: Júlio: Wenceslau, Wenceslau, não há-de vir um dia em que tenhas alma e sensibilidade? Wenceslau: Bravo, bravo, Sr. Júlio! Que lindo pedaço de sentimental! Belo feixe (sic) para um soneto! Pois tu, grandessíssimo filho… senhora tua mãe, tu andas metido nesta vida; fizeste-me a mim, que era um pobre rapaz, entrar também nela; forçaste ou seduziste todos estes diabos a seguir-te na tua perdição; e vens-me agora pre-gar de missão, falar em almas e corações, em sentimentalismos! Júlio: A minha estrela, o meu destino, e a mais nobre de todas as paixões, a vingança, me força-ram, a meu despeito, a crimes que detesto, e a barbaridades que abomino.

Desdobrável sobre Almeida Garrett

Nº1/2011—Almeida Garrett e o Amor

Especial: Dia dos Namorados

14 de Fevereiro—Dia de S. Valentim

(…)

Almeida Garrett foi muito em pouco tempo. É considera-do, por muitos autores, como o escritor português mais completo de todo o século XIX - iniciador do Romantismo, refundador do teatro português, criador do lirismo moderno, criador da prosa moderna, jornalista, político, legislador, compositor… Garrett alia a vida à obra, a acção à teoria, o homem político ao escritor, o cidadão ao poeta. Concebeu obras-primas na poesia, no teatro e na prosa, inovando a escrita e a composição em cada um destes géneros literários. Ficam aqui algumas pistas, folhas livres e dispersas... Milhares e milhares de páginas, dele e sobre ele, para aprofundar. Algumas características de Almeida Garrett

Versátil, homem de múltiplos talentos Dotado, inteligente, desinibido, líder, Escandaloso, apaixonado, ardente, elegante, sedutor de salão, admirado por colegas e respeitado Divino (assim chamado desde Coimbra) Sensível, irónico e com sentido de humor Vaidosão, homem com estilo, exibicionista, teatral, extro-vertido, ávido de ascensão social, de aplausos e honras Dandi (1º escritor dandi da nossa história literária) Esteta, sensível aos gostos femininos, romântico Brilhante, mundano, moderno, romântico Este inferno de amar Este inferno de amar - como eu amo! Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi? Esta chama que alenta e consome, Que é a vida - e que a vida destrói - Como é que se veio a atear, Quando - ai quando se há-de ela apagar? (…) Não te amo Não te amo, quero-te: o amar vem d'alma.

E eu n'alma - tenho a calma, A calma do jazigo. Ai!, não te amo, não.

(…) E infame sou, porque te quero; e tanto

Que de mim tenho espanto, De ti medo e terror... Mas amar!... não te amo, não.

Perfume da Rosa Quem bebe, rosa, o perfume Que de teu seio respira? Um anjo, um silfo? ou que nume Com esse aroma delira? (..) Bela D'Amor Pois essa luz cintilante Que brilha no teu semblante Donde lhe vem o ‘splendor? Não sentes no peito a chama Que aos meus suspiros se inflama E toda reluz de amor?