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DESENVOLVIMENTO DE JOGOS E BRINCADEIRAS NA PERSPECTIVA DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA. Lairton Fortunato Júnior Professor PDE da Escola Estadual José Luiz Gori, Mandaguari – PR Giuliano Gomes de Assis Pimentel Universidade Estadual de Maringá RESUMO: Este artigo analisa o ensino dos jogos e brincadeiras como conhecimento da cultura corporal e as estratégias metodológicas para seu ensino na perspectiva crítico- superadora, com vistas ao desenvolvimento de um projeto de intervenção pedagógica na Educação Física Escolar. A justificativa da escolha deste tema para a elaboração de um artigo deve-se aos anos vividos dentro da escola, foi possível observar que a prática da educação física escolar carece de uma organização e sistematização de seus conteúdos e de uma prática pedagógica pautada em um referencial crítico. Ainda hoje, o ensino da educação física se mantém, em muitos aspectos, em suas dimensões, tradicionais, ou seja, com enfoque exclusivamente no desenvolvimento das aptidões físicas, de aspectos psicomotores e na prática esportiva, conforme já diagnosticara as Diretrizes (PARANÁ, 2008).A metodologia aplicada foi a da prática junto aos alunos, tendo como foco de trabalho a execução de um projeto junto aos alunos do Ensino Fundamental em uma escola pública estadual, onde foram desenvolvidas atividades com jogos e brincadeiras inseridas nos conteúdos de Educação Física, dentro perspectiva histórica-crítica. Esta foi a visão do aproveitamento das estratégias em ação. Particularmente estas experiências influíram em mudanças nos rumos de trabalho, permitindo que aproveite melhor os métodos da prática da Educação Física para a filosofia de vida. Palavras-chave. Educação. Física, Pedagogia. Crítico. Superadora.

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DESENVOLVIMENTO DE JOGOS E BRINCADEIRAS NA PERSPECTIVA DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA.

Lairton Fortunato Júnior

Professor PDE da Escola Estadual José Luiz Gori, Mandaguari – PR

Giuliano Gomes de Assis Pimentel

Universidade Estadual de Maringá

RESUMO: Este artigo analisa o ensino dos jogos e brincadeiras como conhecimento da

cultura corporal e as estratégias metodológicas para seu ensino na perspectiva crítico-

superadora, com vistas ao desenvolvimento de um projeto de intervenção pedagógica na

Educação Física Escolar. A justificativa da escolha deste tema para a elaboração de um

artigo deve-se aos anos vividos dentro da escola, foi possível observar que a prática da

educação física escolar carece de uma organização e sistematização de seus conteúdos

e de uma prática pedagógica pautada em um referencial crítico. Ainda hoje, o ensino da

educação física se mantém, em muitos aspectos, em suas dimensões, tradicionais, ou

seja, com enfoque exclusivamente no desenvolvimento das aptidões físicas, de aspectos

psicomotores e na prática esportiva, conforme já diagnosticara as Diretrizes (PARANÁ,

2008).A metodologia aplicada foi a da prática junto aos alunos, tendo como foco de

trabalho a execução de um projeto junto aos alunos do Ensino Fundamental em uma

escola pública estadual, onde foram desenvolvidas atividades com jogos e brincadeiras

inseridas nos conteúdos de Educação Física, dentro perspectiva histórica-crítica. Esta foi

a visão do aproveitamento das estratégias em ação. Particularmente estas experiências

influíram em mudanças nos rumos de trabalho, permitindo que aproveite melhor os métodos da

prática da Educação Física para a filosofia de vida.

Palavras-chave. Educação. Física, Pedagogia. Crítico. Superadora.

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INTRODUÇÃO

Autores como Saviani, Gasparin e outros, apontam a necessidade de rever as

práticas da educação. Esses autores propõem a educação crítico-superadora. A pedagogia

crítico-superadora representa a repercução da pedagogia histórico-crítica no campo da

Educação Física. Foi sistematizada por um Coletivo de Autores e publicada em livro em 1992,

constituindo-se em uma importante contribuição para essa área do conhecimento no Brasil.

Nessa perspectiva de Educação Física o objetivo não é o aprimoramento das capacidades

físicas ou o rendimento esportivo, mas sim o de propiciar aos alunos a apropiação crítica da

cultura corporal históricamente produzida pela humanidade ( Coletivo de Autores, 1992, p. 38)..

Na perspectiva da reflexão sobre a cultura corporal, a dinâmica curricular, no âmbito da Educação Física tem características bem diferenciadas das da tndência anterior. Busca desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de representação o mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizados pela expressão corporal : jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como forma de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, históricamente criadas e culturalmente desenvolvidas (Coletivo de Autores, 1992, p.38).

Este artigo justifica-se pela possibilidade de contribuir para uma a formação mais

crítica do professor e pela necessidade de conhecer os processos educativos e históricos,

pautados no materialismo histórico-dialético, já que se constata a grande necessidade de um

trabalho diferenciado na área da educação física escolar, tendo em vista os problemas

presentes neste contexto.

Considerando as características da formação acadêmica dos professores do Colégio

Estadual José Luiz Gori e suas práticas pedagógicas, observa-se que em suas aulas o

conjunto de práticas corporais passíveis de serem abordadas e desenvolvidas no interior da

escola, resumem-se à prática de algumas modalidades esportivas, privilegiando a técnica, o

gesto técnico, a repetição, tendo o esporte como conteúdo referencial pelos bimestres, sem

maiores preocupações (ou desconhecimento) com qualquer abordagem pedagógica.

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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Diretrizes Curriculares no Ensino da Educação Física

A Educação Física escolar tem seu foco no desenvolvimento da aptidão física do

homem, lutando para educar o homem forte, ágil, apto e empreendedor, capaz de destacar-

se competitivamente. Historicamente, esta visão vem contribuindo para a manutenção da

sociedade capitalista, tendo em vista buscar a adaptação do homem à sociedade, alienando-o

da sua condição de sujeito histórico, e tornando-o mero espectador das transformações sociais

ao seu redor.

Considerando-se este ponto de vista, a Educação Física tem como objetivo primordial

desenvolver a aptidão física, atingindo o máximo de sua capacidade e rendimento; e os

conteúdos selecionados, representam o que a escola tem de perspectiva do conhecimento

para apresentar ao aluno.

Nesta perspectiva, o esporte possibilita o exercício de alto rendimento e proporciona a

chance de destaque da Escola em modalidades esportivas mais conhecidas e que possuem

maior prestígio social, como é o caso do voleibol e do basquetebol, por exemplo.

O Decreto Federal nº 69.450/71, título IV, cap. I, confere ao ensino da Educação

Física, um tratamento diferenciado em relação às outras disciplinas, como podemos observar

no seu texto:

Art. 5 – Os padrões de referência para orientação das normas regimentais da adequação

curricular dos estabelecimentos, bem como para o alcance efetivo dos objetivos da Educação

Física, desportiva e recreativa são situados em:

I – Quanto à seqüência e distribuição semanal, três sessões no ensino primário e no

médio e duas sessões no ensino superior, evitando-se a concentração de atividades em

um só dia ou em dias consecutivos.

II – Quanto ao tempo disponível para cada sessão, 50 min, não incluindo o período

destinado à preparação dos alunos para as atividades.

III – Quanto à composição das turmas, 50 alunos do mesmo sexo, preferencialmente

selecionados por nível de aptidão física.

Para respeitar tais normas, não haveria como incluir as aulas desta disciplina nos

horários normais dos turnos, exigindo a presença do aluno em outro período, o que causaria

ônus aos alunos com menores condições financeiras, considerando-se o transporte e alimentação

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Necessários a esta dupla jornada na escola.

Há também a situação especial do aluno que encontra-se no mercado de trabalho,

cumprindo uma jornada diária que, muitas vezes, o leva ao ensino noturno. Temos a

normatização que prevê “a participação facultativa aos alunos trabalhadores do curso

noturno, com jornada igual ou superior a seis horas”. Se tais aulas são ministradas em outro

período, logicamente este aluno, em especial, acaba excluído de sua prática, mesmo que

contra sua vontade.

Encontramos aqui uma incoerência entre a organização e a normatização escolar.

Sobre este aspecto no ensino da Educação Física, encontramos as seguintes

considerações:

A expectativa da Educação Física escolar, que tem como objeto a reflexão sobre a cultura corporal, contribui para a afirmação dos interesses da classe das camadas populares, na medida em que desenvolve uma reflexão pedagógica sobre valores como solidariedade, substituindo individualismo, cooperação confrontando a disputa, distribuição em confronto com apropriação, sobretudo enfatizando a liberdade de expressão dos movimentos – a emancipação -, negando a dominação e submissão do homem pelo homem (COLETIVO DE AUTORES ,1992, p.40)

A escola, para atingir este objetivo pedagógico, necessita então compreender

os conteúdos estruturantes enquanto tema da cultura corporal, com uma visão crítico-

superadora, sem desconsiderar, no entanto, a necessidade do domínio dos elementos técnicos e

táticos, mas não evidenciando apenas e exclusivamente estes como únicos conteúdos da

aprendizagem.

Nessa perspectiva da reflexão da cultura corporal, a expressão corporal é uma linguagem, um conhecimento universal, patrimônio da humanidade que igualmente precisa ser transmitido e assimilado pelos alunos na escola. A sua ausência impede que o homem e a realidade sejam entendidos dentro de uma visão de totalidade. Como compreender a realidade natural e social, complexa e contraditória, sem uma reflexão sobre a cultura corporal humana? (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 42)

A organização do projeto político/pedagógico proporciona à escola a oportunidade

de organizar o ensino da Educação Física dentro do movimento histórico pela

transformação estrutural da sociedade, orientando a ação revolucionária dos homens e

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comportando alguns momentos simultâneos, conforme descreve Chauí em uma palestra

em Recife. Pernambuco (1991):

Desestabilizar, Estruturar, Convencer, Consolidar concepções práticas e ideológicas que delimitam o contexto sócio=histórico, confrontando-as com outras que a elas se opõem, buscando competência e objetividade para levar à frente este projeto de forma a materializa-lo, explicitando assim a conquista de uma outra qualidade de vida para os homens, entendidos enquanto sujeitos históricos e construtores de seu próprio processo de humanização”

Esse movimento expressa-se na Educação Física, através da vontade de

elaboração de uma teoria geral que leve a uma prática transformadora.

1.2 Histórico da Educação Física

A Educação Física sofreu uma evolução desde que houve também uma evolução

cultural dos povos, estando sua orientação no tempo e no espaço, em sintonia com os sistemas

políticos, sociais, econômicos e científicos vigentes nas sociedades humanas (Coletivo de autores,

1992).

A preocupação na Pré-História concentrava-se no desenvolvimento da força bruta,

necessária a todo guerreiro, mas sem nenhuma definição sob o ponto de vista moral (Coletivo

de autores, 1992).

Já na Antigüidade, os gregos, um povo mais evoluído, visavam o desenvolvimento

físico e moral do homem, e a Educação Física considerava o aspecto somático, a harmonia de

formas e musculatura saliente, mas sem exagero. Vêm daí a origem de atletas de porte

esbelto. Esta fase é considerada como a fase anatômica da Educação Física. Os romanos, por

sua vez, tendo herdado as atividades físicas dos gregos após a conquista deste pais, em plena

decadência, orientavam as práticas esportivas com o intuito de desenvolver as massas

musculares, ignorando quase que completamente a cultural intelectual e, menos ainda, a

moral(Coletivo de autores, 1992).

Durante a Idade Média, caracteriza-se a reação contra a adoração pagã do físico, e o

espírito passa a predominar sobre a matéria. Desta forma, o exercício físico fica relegado a

segundo plano (Coletivo de autores, 1992).

Atualmente, com o advento da fisiologia e outras ciências, cai o conceito anatômico e

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prevalece o fisiológico. O objetivo deixa de ser a força e passa a ser a saúde. Leva-se em conta

também o lado moral, tendo em vista que, a Educação Física deve concorrer para proporcionar,

além do preparo físico, a educação no seu tríplice aspecto: físico, moral e intelectual (Coletivo de

autores, 1992).

1.3 Seleção de Conteúdos

Num âmbito geral, podemos considerar conteúdos essenciais para o desenvolvimento

satisfatório da disciplina de Educação Física: Jogo; Esporte; Capoeira; Ginástica e Dança.

Não existe uma ordem rígida para a organização do programa que irá trabalhar estes

conteúdos. Isto dependerá de cada situação e cada momento do processo educativo.

O jogo

Brincar e jogar são sinônimos em diversas línguas. Trata-se de uma invenção do

homem que, intencionalmente e através de sua curiosidade, busca criar situações em que

possa modificar, mesmo que imaginariamente, a realidade e o presente (Coletivo de autores,

1992).

Para a criança, o jogo satisfaz a necessidade de ação e o professor deve procurar

conhecer as motivações, tendências e incentivos que possam coloca-la em ação.

O jogo não é um aspecto dominante da infância, mas deve ser entendido como um

fator de desenvolvimento, tendo em vista o estímulo ao exercício do pensamento. (Coletivo

de autores, 1992).

Proporciona também, um contato e intimidade maior com regras, que acompanham

o homem desde a mais tenra idade até a velhice, tornando sua convivência social mais

tranqüila e prazerosa.

Segundo Vygotsky (1994, p. 126): “O mais simples jogo com regras transforma-se

imediatamente numa situação imaginaria, no sentido de que, assim que o jogo é regulamentado

por certas regras, várias possibilidades de ação são eliminadas”.

Isto leva a criança a buscar alternativas, elaborar estratégias, realizar tentativas e

conviver com a possibilidade do erro.

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1.4 O Esporte

Trata-se de uma prática social através de temas lúdicos da cultura corporal. Como

tal, lida com situações que envolvem códigos, sentidos e significados da sociedade que o

cria e pratica. Portanto, sua abordagem pedagógica pode ser complexa e merece ser

estudada com cuidado (Coletivo de autores, 1992).

Tratando-se de uma produção histórico-cultural, não há como desvinculá-lo dos

códigos e significados impostos pela sociedade capitalista, principalmente quando lhe

atribuem valores educativos para que se justifique no âmbito do currículo escolar. Por outro

lado, não se desconsidera o fato de que suas características acabam reproduzindo,

inevitavelmente, as desigualdades sociais. Desta forma, o praticante acaba por adaptar-se

aos valores e normas defendidos para a “funcionalidade” e desenvolvimento da sociedade

(Coletivo de autores, 1992).

Para que se evite a predominância deste estereótipo sobre a prática do esporte, faz-

se necessário rever os programas, conforme citado a seguir:

“Para o programa de esporte se apresenta a exigência de “desmitificá-lo” através da oferta, na escola, do conhecimento que permita aos alunos criticá-lo dentro de um determinado contexto sócio-econômico-político-cultural. Esse conhecimento deve promover, também, a compreensão de que a prática esportiva deve ter o significado de valores e normas que assegurem o direito à prática do esporte” (Metodologia do Ensino de Educação Física / coletivo de Autores, 1992, p. 71)

1.4.1 A Capoeira

O significado da capoeira está na luta pela emancipação do negro na sociedade

escravocrata. É a voz do oprimido em relação ao opressor (Coletivo de autores, 1992)..

Entendemos então a riqueza de movimento e de ritmos que sustentam esta prática, e a

necessidade de preservar suas raízes históricas.

Cabe portanto, à Educação Física brasileira, resgatar esta modalidade como

manifestação cultural, trabalhando sua historicidade e evitando relegá-la apenas a um esporte

técnico (Coletivo de autores, 1992).

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1.4.2 A Ginástica

Esta é uma prática claramente influenciada pelas mais diferentes culturas. No

currículo escolar tradicional brasileiro, fundem-se diversas linhas de manifestações, como a

européia, que inclui formas básicas do atletismo (caminhar, correr, saltar e arremessar), e

formas básicas da ginástica (pular, empurrar, levantar, carregar, esticar). Inclui também

exercícios em aparelhos (balançar na barra fixa, equilibrar na trave olímpica), entre outros.

Infelizmente, a falta de estrutura, que compreende falta de aparelhos e instalações

adequados, desestimula o ensino da ginástica (Coletivo de autores, 1992).

Entendemos então que a ginástica nos programas de Educação Física, apresenta-

se como uma forma particular de exercitar-se, abrindo possibilidades de atividades que

podem proporcionar ricas experiências corporais (Coletivo de autores, 1992).

Constituem-se fundamentos da ginástica: saltar, equilibrar, rolar/girar, trepar e balançar/

embalar.

Torna-se um desafio elaborar um programa de ginástica para diferentes séries e,

para tanto, deve-se considerar a evolução em sua abordagem, desde formas espontâneas

de solução de problemas com técnicas rústicas nas primeiras séries, até o aprimoramento

nas últimas séries do ensino fundamental e médio (Coletivo de autores, 1992).

1.5 A Dança

A dança é uma expressão dos mais diversos aspectos da vida do homem. Sua

origem está na imitação dos dançarinos, para simular os acontecimentos que desejavam

que se tornassem realidade. Podemos considerá-la uma linguagem social através da qual

exprimem-se os sentimentos, emoções e afetividade nas mais diversas esferas (Coletivo de

autores, 1992).

Sua prática proporciona ao educando, as mais diversas possibilidades de resgate de suas

origens culturais, despertando sua identidade social no projeto de construção da cidadania.

Em relação ao desenvolvimento técnico, pode-se sugerir a abordagem dos seguintes

fundamentos (Coletivo de autores, 1992):

a) Ritmo = cadência, estruturas rítmicas.

b) Espaço = formas, trajetos, volumes, direções, orientações.

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c) Energia = tensão, relaxamente, explosão.

Em se tratando do conteúdo expressivo, pode-se sugerir os seguintes temas:

a) As ações da vida diária.

b) Os estados afetivos.

c) As sensações corporais.

d) Os seres e fenômenos do mundo animal, vegetal e mineral.

e) O mundo do trabalho.

f) O mundo da escola.

g) Os problemas sócio-políticos atuais.

1.6 A Escola na Perspectiva Histórico Crítica

Em 1984 é apresentada uma concepção educacional denominada pedagogia histórico-

crítica. Trata-se de uma prática pedagógica que propõe uma interação entre conteúdo e a

realidade concreta, objetivando a transformação da sociedade através da compreensão e

ação do educando e que enfoca nos conteúdos, como produção histórico-social de todos os

homens (SAVIANI, 2005) .

Sobre este tema, Demerval Saviani, em seu livro “Pedagogia Histórico-Crítica”, coloca

que a visão histórico-crítica é uma superação das visões não-críticas e crítico-reprodutivistas

da educação. Esta visão do autor é um complemento às análises apresentadas no livro

“Escola e Democracia”, que pode ser considerado uma introdução desse novo paradigma

educacional (GASPARIN, 2003)..

Saviani considera a teoria histórico-crítica pertencente ao grupo das teorias críticas,

tendo em vista que a mesma busca uma compreensão da sociedade de forma ampla, e, a

partir daí, ações que possam modificá-la e adequá-la a uma nova perspectiva que será

construída. Entendemos, portanto, que deve existir uma transformação da situação vigente, e

não sua simples reprodução (GASPARIN, 2003).

Na mesma linha de pensamento, surge a preocupação de João Luiz Gasparin, por

volta de 1987, expressada em seu livro “Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica”

(2003).

Nesta obra, Gasparin propõe uma alternativa de ação doscente-discente, onde o

professor trabalha com o aluno e não para o aluno. Propõe, para tanto, um trabalho

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pedagógico que consiste no uso do método dialético prática-teoria-prática. Cada um dos cinco

passos em que se divide a nova didática tem como objetivo envolver o educando na

aprendizagem significativa dos conteúdos, que, junto com os procedimentos didáticos, são

estudados na interligação que mantém com a prática social dos alunos (GASPARIN, 2003).

Considera-se viável a junção da pedagogia histórico-crítica com a Teoria Histórico-

Cultural na realidade da sala de aula.

1.7 A Educação Física na Perspectiva Histórico-Crítica

Entre o final da década de 70 e o início dos anos 80, o país passava por

um regime ditatorial cada vez mais deslegitimado, com a insatisfação popular

diante da opressão, o colapso da economia e a submissão ao Fundo Monetário

Internacional servindo como pano de fundo e, exigindo da sociedade civil, cada

vez mais a prova de sua força.

Alguns desses protagonistas podem ser identificados nas Comunidades de Base da

Igreja Católica, em uma esquerda marxista dispersa e na emergência do novo sindicalismo

(Sader, 1988). Focalizando particularmente a década de 80 é possível perceber os avanços

conseguidos pela sociedade civil: fundação do Partido dos Trabalhadores (1980), criação da

Central Única dos Trabalhadores (1983) e elaboração e promulgação da Constituição Federal

(1988). É dentro desse quadro onde os ventos democráticos começam a soprar e se

intensificam, que melhor pode ser localizada a emergência da pedagogia histórico-crítica e o

impulso que obteve nos anos 80.

Como citamos anteriormente, originada nos estudos de Saviani, a pedagogia

histórico-crítica procurou delimitar melhor a pedagogia dialética entre as pedagogias críticas e

sistematizou-a entre 1979 1983. Esta pedagogia faz uma clara opção favorável à classe

trabalhadora e ao conhecimento sistematizado, defendendo a instituição escolar diretamente

ligada ao problema da Ciência.

Opondo-se à neutralidade da prática educativa, presente no tecnicismo, Saviani

propõe uma pedagogia com forte sentido político, buscando uma sociedade sem classes.

Outro ponto importante é a perspectiva de sistematização de métodos e processos de

ensino, através da qual o professor deve organizar o processo educativo de tal modo que

possibilite ao aluno a apropriação da cultura historicamente elaborada pela humanidade.

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Até a década de 70 a Educação Física encontra-se revestida de conservadorismo em

suas práticas. Prima pela esportivização e neutralidade da prática pedagógica, visando a

aptidão física. Tais elementos eram os alicerces da formação do professor na época. A partir da

década de 80, como assinalado por autores como Brach (1992, Coletivo de Autores); Castellani

Filho (1994), entre outros, a Educação Física experimenta renovações geradas pela pedagogia

crítico-superadora. Esta representa a repercussão da pedagogia histórico-crítica no campo da

Educação Física. Um Coletivo de Autores sistematizou esta tendência, publicando suas idéias

em 1992, e contribuindo significativamente para essa área de conhecimento no Brasil. Por esta

perspectiva, o objetivo desta área não é o simples aprimoramento das capacidades físicas ou o

rendimento esportivo, mas sim, oportunizar ao aluno a apropriação crítica da cultura corporal

historicamente produzida pela humanidade.

“Na perspectiva da reflexão sobre a cultura corporal, a dinâmica curricular, no âmbito da Educação Física tem características bem diferenciadas das da tendência anterior. Busca desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de representação o mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizados pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como forma de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, históricamente criadas e culturalmente desenvolvidas”. (Coletivo de Autores, 1992, p.38)

Com inspiração da pedagogia histórico-crítica, a pedagogia crítico-superadora incorpora

alguns de seus pressupostos, e condena as relações sociais desiguais, visando o acesso ao

conhecimento elaborado, do qual faz parte a Educação Física. Para Teixeira (2001, p. 107):

Entende-se atuar no ser social a partir do momento em que este realiza as atividades corporais e os movimentos, pois o ato motor não consiste num processo isolado; pelo contrário, encontra significação apenas quando se relaciona com a conduta de toda a personalidade

Na perspectiva crítico-superadora, o professor não pode mais ser formado como um

técnico, e sim, respeitando questões mais amplas que perpassam o processo educativo,

como é a relação educação e sociedade, o currículo e o projeto político-pedagógico. Estes

itens passam a fazer parte de um conjunto que deve afinar-se com as novas necessidades

que uma proposta pedagógica crítica impõe.

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No Coletivo de Autores, estas novas necessidades evidenciam-se através da seguinte redação:

“Todo educador deve ter definido seu projeto político-pedagógico. Essa definição orienta sua prática no nível da sala de aula (…). É preciso que cada educador tenha bem claro : qual o projeto de homem e sociedade que persegue? Quais os interesses de classe que defende? Quais os valores, a ética e a moral que elege para consolidar através de sua prática? Como articula suas aulas com este projeto maior de homem e sociedade?”. (Coletivo de Autores, 1992, p. 26)

Dentro dessa perspectiva de formação do professor um currículo radicado nas

ciências biológicas torna-se estreito e limitado. Assim, as ciências humanas foram valorizadas e

chamadas a contribuir na formação do professor de Educação Física.

(GASPARIN 2003, p. 154), descreve bem como deve acontecer o planejamento

dentro da visão histórico-crítica:

“A proposta de planejamento, dentro da perspectiva histórico-crítica, deveria ser iniciada e realidade com base em problemas sociais existentes na comunidade e na sociedade. Todavia, essa linha de raciocínio e de trabalho torna-se inviável por causa da estrutura organizacional da maioria das escolas de ensino fundamental, médio e mesmo de ensino superior. Normalmente, os conteúdos são definidos antes do início do ano letivo, sem saber ainda quem serão os alunos, nem suas condições sociais ou suas necessidades. Por isso, é recomendável iniciar e desenvolver a tarefa a partir da realidade existente nas escolas”.

Nesta perspectiva, o planejamento deve iniciar-se pelos conteúdos a serem

trabalhos e não pelos grandes problemas sociais, mesmo porque, na prática, mão se

consegue fugir do conteúdo predeterminado, nem descartar manuais adotados pelas

escolas. O ideal é adaptar o que já existe à realidade atual, incorporando o que surge

através da pedagogia histórico-crítica.

1.7.1 Formação de professores

A teoria e a prática são propostas como intercomplementares e interdependentes.

Isso significa que em todas atividades humanas é preciso que se tenha conhecimentos

teóricos para desenvolver a capacidade prática.

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O currículo de licenciatura e bacharel em Educação Física conseguem apresentar

conteúdos e oferecer estrutura para o ensino teórico e prático na formação de professores

para atender as necessidades dinâmicas de cada nova geração no que refere ao

desenvolvimento integral?

Outro aspecto importante que deve ser considerado para justificar o presente

trabalho é o que refere ao currículo aplicado para a formação do professor licenciado e

bacharel. Há diferenças consideráveis, na proposta curricular, porém, estas diferenças não

correspondem no momento do exercício da profissão. É preciso que sejam tratados estes

aspectos dentro de uma nova perspectiva em que a isonomia seja estabelecida, mesmo

porque é evidente que o bacharel terá que se preparar por mais tempo e aprofundar mais

no conhecimento dos conteúdos curriculares.

Outro aspecto importante que justifica o presente trabalho é o que refere à sociedade

capitalista e a exploração da mão-de-obra através dos estágios atualmente amplamente

utilizado pelo CIEE, que além das limitações salariais ainda desfruta de uma série de benefícios

relacionados às obrigações sociais.

Esta característica da acumulação primitiva do capital, que foi definida por Karl

Marx em sua teoria “da mais valia”, saiu das fábricas da época da Revolução Industrial,

quando foi criada e passou a ser aplicada na quase totalidade das atividades econômicas

tanto nas empresas públicas quanto nas privadas.

E como não poderia deixar de ser, hoje é comum em escolas, academias de

ginástica, instituições que trabalham com exercícios físicos visando melhor saúde, mais

beleza corporal, ao lado de outras vantagens, contarem com um número elevado de

funcionários contratados como estagiários, sendo muitos destes graduados, bacharelados

ou até pós-graduados em Educação Física.

Este quadro precisa mudar o mais rápido possível. Não há como aceitar a

continuidade da descaracterização e desvalorização do profissional que dedica anos de sua

vida se preparando, para depois ter sua força de trabalho sendo explorada por aqueles que os

meios de produção, que de alguma forma é um modo de acumulação primitiva do capital.

Quando se trata instituições privadas, o acúmulo é direto, pois a produção de um

bom profissional supera em muito ao que recebe representado pelo mínimo exigido por lei.

No caso das instituições públicas que contratam estagiários, a única diferença é que ma

grande maioria dos casos os recursos são aplicados em áreas não planejadas como

prioritárias, ou não rara desviadas através dos muitos canais da corrupção ativa ou passiva.

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Este quadro precisa mudar. A ele se deve grande parte do atraso em que vive a

sociedade brasileira em pleno século XXI.

Realizar um estudo teórico e prático que permita conhecer o que dizem alguns

autores e entrevistados a respeito do assunto, proporcionará uma melhor visão do que

poderá ser proposta para alcançar resultados positivos na solução dos problemas sobre o

tema abordado nesta trabalho.

1.7.2 Exigência de prática

A exigência da prática como complemento da teoria em qualquer curso

de grau médio profissionalizante ou superior, decorre da necessidade de fazer

com que o aluno de hoje, profissional de amanhã confronte asa duas situações

(teoria e prática), para verificar se realmente ao concluir um curso, encontra-se

em condições de exercer as funções para as quais se encontra qualificado.

A realidade é que ainda não foi criado um instrumento que substitua com

eficiência a disciplina de Prática de Ensino. É fácil identificar esta situação, quando se

verifica que a Lei que dirige e estabelece as bases da Educação Nacional, estabelece

em sua letra e naturalmente no espírito a manutenção da obrigatoriedade da teoria e da prática

para preparar profissionais de nível superior, essencialmente para o exercício do Magistério.

A delimitação em torno da Prática do Ensino decorre do papel atribuído a mesma, como articuladora do conhecimento no currículo e na carga horária atribuída a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96) Artigo 65, que está a exigir enfoques e proposições superadoras na produção do conhecimento e nas experiências e vivências práticas. Resoluções complementares prevêem que a Prática do Ensino deverá constituir o elemento articulador entre formação Teórica e Prática com vistas á organização do exercício docente e deverá incluir as diversas dimensões da dinâmica escolar (LACKS, 2001, p. 1).

A autora analisa a questão da Prática de Ensino como forma de organização do

exercício docente. Há relevância no trabalho desenvolvido pela disciplina de Prática de

Ensino, pelo fato de não haver condições de ambientes semelhantes àqueles que o futuro

profissional encontrará na prática após a conclusão da parte teórica com carga horária maior

desenvolvida em sala de aula.

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Há, entretanto, um problema desafiante nesta relação: a teoria e a prática não se

encontram próximas. Grande parte dos conteúdos da grade curricular, devidamente

planejada para atender às necessidades de aprendizagem e de formação profissional, é

esquecida no momento da prática, porque não há harmonia entre as práticas aplicadas e as

condições individuais dos alunos.

Quando se trata de Estágio em Educação Física, os alunos têm preferência pela

Prática de algum esporte. E estes dependem de adaptações em que a teoria às vezes não

consegue nem prever.

Na visão geral, a questão da teoria e da prática é tratada de forma diversa por

aqueles quer atuam em diferentes áreas de pesquisa e que alcançam conhecimentos com

lógica, tornando-os mais fáceis de serem entendido e aplicados.

Referindo-se à práxis, o conhecimento é uma atividade teórico-prática e/ou prático-teórica, já que a teoria orienta a ação e a prática estrutura e/ou realimenta a teoria. Desse método, os autores explicam que esta relação entre teoria e prática é o que condiciona o processo e maturação do conhecimento; sendo assim, conceituam o conhecimento científico como um processo que é desencadeado progressivamente e que emerge dessa relação. O conhecimento científico é o aperfeiçoamento do conhecimento comum, obtido através de procedimentos metódicos, reflexivos e críticos de pesquisa sobre um objeto ou realidade, podendo gerar diferentes informações sobre fenômenos pesquisados (SHIGUNOV, 2002, p. 79).

O autor aborda a questão da aplicação dos métodos em que a teoria e a prática se

somam para proporcionar o conhecimento científico e o aperfeiçoamento do conhecimento

comum.

Analisando por este ângulo a questão dos estágios supervisionados como parte do

currículo dos Cursos de Graduação em Educação Física estão corretos no que refere à

aplicação, o que precisa ser mudado são os procedimentos metodológicos aplicados atualmente.

Não há como negar a importância do preparo de professores para qualquer área de

atuação do professor, com Estágio Supervisionado que se soma com a teoria. Mas para

isso é necessário que haja uma constante reciclagem ou atualização que atenda ás

necessidades ou exigências das novas gerações. Certamente este é um seja um dos

problemas de tanta crítica por parte daqueles que freqüentam os cursos de graduação e

bacharelando em Educação Física.

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Quanto à Prática de Ensino e ao Estágio Supervisionado é importante ressaltar que as críticas ao modelo tecniscista sob o qual estas disciplinas foram orientadas. Monteiro (2000) aponta que a formação de professores pautada na racionalidade técnica implicou numa organização destas disciplinas como momentos de observação e reprodução irrefletida de aulas consideradas “boas”. Esta concepção partiu do pressuposto de que a prática fundamenta a aquisição do conhecimento, e então, “a experiência tem o sentido de oportunidade para a indução e apropriação pelo sujeito do que está dado” . Esta leitura sugere uma visão de formação que privilegia o saber “prático” no fazer do professor, tendo esta “prática” o significado de ação desprovida de reflexão sistematizada e fundamentada, ou seja, baseada no modelo ensaio e erro, levando conseqüentemente, a aquisição de conhecimentos a críticos e pouco reflexivos (CUPOLILLO, 2001, p. 2).

É preciso, portanto, que aqueles que se encontram envolvidos com a educação fiquem

atento ás necessidades mais reais de aquisição de conhecimento da população. Não há mais

espaços para a manutenção de uma educação tradicional imposta por aqueles que dispõem do

poder e formam a classe dominante.

O estágio surgiu como um importante elemento no preparo profissional, articulando teoria e prática, sendo apontado por um dos professores como referência para a prática docente após a conclusão da graduação. A experiência de campo – o estágio – assume importância primordial na formação do professor, por se constituir num espaço intermediário entre o mundo da prática e o mundo acadêmico. Espera-se que os estudantes usem os conhecimentos adquiridos para resolver problemas práticos, ao mesmo tempo que aprendam e ganhem experiência através do contato com a realidade escolar. Mas, ainda segundo esta autora, o estágio perde o sentido a partir em que apenas socializa o aluno de acordo com a prática escolar dominante nas escolas (GORI, 2001, p. 5).

A importância do Estágio Supervisionado jamais será superada, pois como já se

comentou anteriormente, trata-se da única maneira de complementar conhecimentos teóricos

com a prática. E embora haja uma diferença muito grande quando se de preparação de mão-

de-obra para a área técnica, de produção industrial ou agrícola e uma variedade de prestação

de serviços e a educação. O tipo de matéria-prima transformada em uma indústria não pode ser

comparada em nada com aquela da sala de aula, em que os alunos têm suas características

individuais, seus comportamentos, criatividades, realizações, frustrações, etc, tendo

obrigatoriamente que serem entendidos sobre estes e outros modos de serem.

Certamente os grandes problemas encontrados na disciplina de Prática de Ensino

encontram-se alicerçados na teimosia de professores que insistem em igualar seres

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humanos não apenas entre si, mas também a matérias-primas inclusive representadas por

produtos inanimados.

A vinculação teoria-prática que visualiza a questão sob o ponto de vista do descompasso universidade e a realidade social, e que aponta para a necessidade da articulação entre as duas instâncias a partir do entrelaçamento do saber e do fazer, constitui-se, então, um dos eixos propostos para a Base Comum Nacional, conceito construído pelos educadores e pela ANFOPE já consagrado no Art. 64 da Lei 9.394. Defendendo a docência como base da identidade profissional de todo o educador, a ANFOPE concebe os cursos de formação dos profissionais da educação como momentos de produção coletiva de conhecimento através da “unidade entre teoria/prática” (PAIVA, 2001, p. 1).

A expressão “momentos de produção coletiva” comprova o argumento apresentado

na referência anterior. Na verdade há urgência na modificação deste método que continua

sendo conservador, pois as mudanças ocorridas nunca satisfazem as exigências da sociedade

que vive a modernidade de um mundo globalizado, com informações de toda natureza.

O Programa Nacional de Graduação é “uma ação política de Ensino Superior do MEC, conjunta com a SESu e o Fórum de Pró-Reitores de Graduação que objetiva organizar novas diretrizes gerais dos currículos dos cursos de graduação”. Tal programa desdobra-se em duas linhas básicas: uma reconhecida como “Programa de Modernização e Qualificação do Ensino Superior”, e outra como Programa de Incentivo à Docência (PID) (TAFFAREL, 1998, p. 16).

Há um trabalho voltado para a solução dos problemas citados anteriormente. Ocorre

de uma série de fatores, entre eles a ausência de um incentivo á docência tem sido o fator

de impedimento de qualquer tipo de avanço mais sério, principalmente nos Ensinos

Fundamental e Médios. Não é preciso ir longe para ver todo o esforço realizado pelo

governo na criação do Fundef, que tem se tornando centro de atenções para a corrupção

em grande parte dos municípios brasileiros. Uma medida que poderia ser colocada em

prática com resultados muito superiores, é hoje motivo de investigações e processos. Da

mesma forma que em outro caso, ainda na educação, o Programa Nacional de Merenda

Escolar encontra-se sob suspeita em na maioria dos municípios brasileiros. Como se pode

observar, além da falta de criatividade, de incentivo, de possibilidade de se oferecer uma

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educação de melhor qualidade, inclusive na questão do Estágio Supervisionado, a educação

brasileira paga o preço da corrupção oficializada.

As Diretrizes Curriculares Gerais para a Graduação correspondem, em nível do ensino superior, aos parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Básica. São orientações do governo, emanadas do Ministério da Educação, visando Direcionar o Processo de Formação Humana nos Projetos de Escolarização do Sistema Nacional de Educação, ou seja, representam a direção e a centralização da orientação curricular sob os auspícios do Estado (TAFFAREL, 1998, p. 16).

A preocupação existe em relação a melhorar os currículos e colocá-los em prática

para a formação das novas gerações de docentes para o Ensino Básico com qualidades mais

humanas, portanto, voltados para a formação integral do ser humano que se situa como

criativo, com capacidade de tomar decisões, crítico, responsável não apenas para o seu

universo pessoal limitado. Que estes novos docentes que estão saindo das universidades

com os currículos atualizados estejam comprometidos em preparar cidadãos livres que

sabem construir responsavelmente sua parte na sociedade da qual faz parte.

Critica-se a prática pedagógica dos professores que ministram aulas nos cursos de licenciatura por não conhecerem a realidade escolar para a qual estão formando seus alunos. Esses professores, na maioria das vezes, possuem o discurso, sem terem condições de realizar e ver realizado na prática o que recomendam a seus alunos de graduação. É transmitido aos futuros professores, muitas vezes, um conhecimento arcaico, distante da realidade, pouco significativo, desencadeando um processo de (des) qualificação dos profissionais de Educação Física e de outras áreas da educação. Isto é o que CANDAU e LELIS (1995 chamam de visão dicotômica-dissociativa da relação teoria-prática, que consiste no complexo isolamento entre cada um desses pólos (GORI, 2001, p. 4).

Observa-se que o autor aponta para a necessidade de um compromisso

interligado entre os professores dos cursos de licenciatura ou graduação que são

os responsáveis por preparar aqueles que vão lecionar nos ensinos Fundamental

e Médio, e a realidade destes últimos. Muitas vezes o professor sai dos bascos

universitários formados e embora tenham realizado um Estágio Supervisionado,

o clima em que este foi realizado não lhe permitiu integrar na realidade educacional que só

vai conhecer quando assume como titular de uma determinada disciplina dentro de uma

sala de aula.

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E esta situação que se acumula com a somatória de fatores diversos, que

acaba conduzindo os docentes novatos a situação simplesmente de apatia, que

se transforma em desânimo e em muitos casos a continuidade no trabalho ocorre

por causa da necessidade de sobrevivência. Perde-se o idealismo, a disposição por oferecer o

melhor de si para uma boa formação das novas gerações.

Verifica-se que o autor frisa a questão dos “docentes novos enriquecidos

teoricamente nos anos de formação acadêmica”. Sugere, portanto, a necessidade de prática.

Mas neste caso é preciso repensar também que o Estágio Supervisionado não ocorre nas

mesmas condições e clima de sala de aula definitiva, como já se evidenciou anteriormente.

Os dados colhidos em pesquisas diversas dão as diretrizes para este problema,

principalmente quando se trata da questão teoria e prática. E neste sentido há quem

discorde de sua validade em melhor índice, pois deixa muito a desejar.

Neste sentido, a pesquisa se encaminharia para aquisição de conhecimentos que viriam proporcionar a solução dos problemas teóricos/práticos. Mas não é este o entendimento de pesquisa que o mundo moderno tem apresentado. O saber científico, no mundo moderno, apresenta-se de várias maneiras, dependendo de diferentes paradigmas adotados para a investigação, com diferenças de ordem filosófica, religiosa, política, ideológica. O saber científico que se apresenta com muita força no mundo moderno, em especial nas universidades, é um saber comprometido com o avanço tecnológico que sustenta o conhecimento acadêmico, onde a teoria se sobrepõe à prática e a prática tem, como função, comprovar teorias (SHIGUNOV, 2002, p. 79).

O que ser verifica, principalmente na área de atuação dos docentes de

Educação Física é que a prática não corresponde à comprovação das teorias. É

preciso buscar fundamentos para descobrir onde se encontra esta diferença

visível mais por aqueles que atuam na área. Quem sabe tudo não ocorre pelo

fato de haver nesta disciplina um contado maior entre aluno e professor, o que

exige um comportamento mais compreensivo de ambas as partes, e que esse

nem sempre é possível com condições impostas de ambas as partes.

Shigunov (2002, p. 82), contribui para essa discussão, relatando alguns pontos

conclusivos de uma pesquisa com professores da rede pública de Maringá, Paraná, que

revelou que a prática pedagógica docente está atrelada a um modelo de formação

profissional voltado para o instruir, treinar, exigir e comandar e cobrar, e não para o educar,

dialogar, elogiar, entender. Ressalta o autor a valorização da atividade prática presente no

discurso dos professores, nas falas dos alunos (que não querem perder um minuto da aula

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prática e rejeitam a aula teórica), nas cobranças pedagógicas sobre as normas, disciplina,

sobre o perfeito andamento do currículo escolar, durante o ano letivo.

Verifica neste caso que o autor analisa a pesquisa a que refere tendo o professor

um compromisso puro e simples de coordenar e controlar o andamento do currículo escolar

durante o ano letivo. Será realmente que isso é educação? Currículos estes que nem

sempre são refeitos, atualizados, corrigidos nem em suas falhas?

Estas interrogações conduzem as nossas atenções para um novo item que certamente

trará informações interessantes a respeito dos problemas levantados neste estudo.

1.7.3 Currículo: Licenciatura e Bacharelado

O currículo estabelece um direcionamento planejado para que se realize o processo

de aprendizagem segundo determinados princípios fundamentados na lógica filosófica da

educação e que não raro encontra-se enraizado nas tradições, com valores que não têm

mais significado para as gerações posteriores.

O currículo é um processo, no qual a aprendizagem e o entendimento decorrem do diálogo e da reflexão, em que são criados (não transmitidos); portanto, o papel do currículo como processo, é o de ajudar a negociar essas passagens. Para este fim, o currículo deve ser rico, recursivo, relacional, e rigoroso. Em relação ao discurso sobre o passado e presente do currículo. Este não prestou atenção à complexidade do pensamento humano, pelo contrário, adotou o paradigma comportamentalista, conduzindo, assim, os educadores e “curricularistas” a admitirem que as capacidades que precisam ser desenvolvidas e que irão caracterizar a qualidade do ser humano são as capacidades de intencionalidade, auto-organização e comunicação; as demais se perdem (SHIGUNOV, 2002, p. 90).

O autor citado admite que as condições impostas pelos currículos, que não contribuem

para a educação, são descartados. Mas será que aqueles que os são responsáveis pela

execução do que determinam os currículos são informados sobre essa possibilidade?

Esta situação de desencontro e informações não corretas tem criado dificuldade

crescente entre teoria e prática. É preciso que se estude com maior cuidado onde estão as

falhas na aplicação dos currículos, pois é preciso fundamentar novos argumentos onde deve

prevalecer a lógica e a qualidade humana de reconhecer e corrigir os erros. No caso dos

currículos é importante ressaltar que sua importância na organização a administração da

educação exige medidas urgentes e arrojadas.

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O campo do currículo atingiu este estágio infeliz, como diz Doll, devido `a teoria equivocada, inadequada e imprópria para os problemas de ensino aprendizagem. A teoria foi tomada emprestada de outras disciplinas e não compreendia todos os problemas de ensino e aprendizagem que precisavam ser tratados numa perspectiva prática e não teórica. Tais problemas precisam ser analisados de uma maneira concreta e particular, sujeitos a mudanças inesperadas. Sobre o assunto, Doll (1997 comenta que esta mudança de ênfase na relação teoria e prática, na qual a teoria não mais precede a prática, e em que a prática não é mais criada da teoria, não pretende negar a teoria ou criar uma lacuna inseparável entre as duas. Também não pretende “praticalizar” a teoria. Na verdade, ela pretende basear a teoria na prática e desenvolvê-la a partir da prática. Atualmente, a compreensão de currículo tem um sentido mais amplo, ou seja, o espaço de luta, de organização, de construção coletiva que deve provocar uma revisão das formas de organização e funcionamento de toda a escola, levando-a a uma maior articulação das esferas administrativas e pedagógicas (SHIGUNOV, 2002, p. 90).

É fundamental que seja rediscutido currículo para que ele possa ser colocado a

serviço de uma educação para o século XXI, mas que não permaneça por tanto tempo

estático. Os educadores e docentes precisam ter condições materiais, financeiras, políticas

e humanas para modificar o que hoje é instrumento que dificulta a colocação em prática de

uma educação com a qualidade que corresponda as necessidades da sociedade

contemporânea. Aquela educação que forma também o homem-cidadão junto e ao

mesmo tempo que o homem-profissional.

Atualmente, a desproporção entre estes dois parâmetros educacionais tem

sido motivo de muitas frustrações e inegavelmente da crise na educação em todo

o mundo que adotou a filosofia da sociedade capitalista em que a produção

econômica é tudo de mais importante que pode existir na vida do ser humano.

Estudos realizados especialmente com a participação da experiência ou pelo menos

da observação criteriosa tem ermitido, como se pode observar nesta referência, a proposição

de mudanças no sentido de melhorar o que atualmente se aplica nos currículos. Sabendo-se

que estes não estão alcançando os resultados desejados, este tipo de iniciativa deveria ser

geral. Construir uma nova realidade curricular a partir dos erros existentes na atual conjuntura,

em que quando submetidos às experiências atualizadas, os currículos não alcançam os

efeitos desejados na educação, é uma questão de necessidade que implica em criatividade e

novas experiências. Somente assim o Estágio Supervisionado e a teoria e a prática poderão

alcançar os objetivos teóricos delas esperadas.

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Como outro fator de desvalorização da educação física, existe a postura de certos de ensino, que dão destaque a essa disciplina apenas para obter resultados esportivos que serão utilizados como marketing em benefício da instituição e não do educando. A educação física recebe um tratamento diferenciado das demais disciplinas do currículo, porque ainda é vista como uma ação prática isolada de uma ação teórica. Por exemplo, nas discussões das reuniões realizadas com os dirigentes e professores de escolas, em que a ênfase é dada às disciplinas entendidas como mais importantes para a formação do aluno, a educação física permanece de fora – “os casos omissos são discutidos isoladamente.” (SHIGUNOV, 2002, p. 91).

No caso específico da Educação Física, a preocupação de professores, alunos e

instituições educacionais em buscar resultados esportistas para a promoção o uso específico

de marketing, tem feito com que o trabalho educacional seja colocado em planos inferiores.

Os exemplos em que os resultados financeiros e sociais são vantajosos, tem exercido

influência até na organização curricular que prioriza a Educação Física Desportiva, ignorando

muitos métodos que são importantes para o desenvolvimento da criança e do adolescente.

As diferentes modalidades esportivas que grande parte dos alunos aprendem na

escola, deveriam ser consideradas como disciplina comum somadas às demais sem

qualquer interferência da ordem que hoje se tem. No caso, alunos que se destacam chegam

a abandonar as demais áreas do conhecimento e dedicam com exclusividade em suas

possíveis carreiras esportivas. O currículo deveria propor uma forma de obrigação para que o

aluno dedicasse à sua possível vocação esportiva, sem deixar de cumprir as cargas horárias

de todas as demais disciplinas.

O perfil do professor exigido pelo currículo novo vem no sentido de: desenvolver atitudes críticas e democráticas acerca da sociedade, da educação e da EF; o conhecimento técnico deve ser entendido como o co conhecimento e a competência que lhe permita/auxilie planejar, executar, orientar e avaliar atividades da EF escolar e não escolar; buscar gerar e transformar o conhecimento técnico. O profissional formado pelo CEFD/UFES deverá incorporar conhecimentos básicos fundamentais que possibilitem compreender o contexto sócio cultural vigente e fazer-se agente de interação e transformação (PIRES, 2002, p. 3), .

Na teoria o novo currículo propicia ao professor de Educação Física o direito de

discutir criticamente as questões da sociedade e do que acredita ser falha na nesta área

educacional. Porém, o fato de haver um domínio de um grupo conhecido como “classe

dominante”, ainda há um vasto caminho a ser percorrido até transformar em prática aceita

[M1] Comentário: Tente colocar com suas palavras.

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Como participação daqueles que se encontram na base da estrutura educacional.

O perfil traçado no currículo para o professor de Educação Física ideal, se houvesse

um pouco mais de estímulo e a eliminação da ideologia política e da dominação, certamente

proporcionaria um avanço em relação à lacuna existente nesta área da educação.

A reorganização das atividades do profissional da área de Educação Física,

permitindo que sejam discutidas as diferentes experiências adquiridas com os alunos nas

quadras onde praticam os exercícios e os problemas que surgem no dia-a-dia, incluindo

aqueles que se somam durante o Estágio obrigatório, que não raro são diferentes dos que

estão presentes durantes as aulas, certamente muita coisa seria mudada e os resultados

educacionais seriam melhores.

Neste caso, não apenas os Estágios que dão condições de prática na formação

do professor e do aluno, mas também este último, no decorrer das aulas encontraria

ambiente melhor para a realização da aprendizagem.

As tentativas de implantação do Projeto tal qual foi concebido pelo Ministério da

Educação, ainda é ilusória, pois qualquer que seja a iniciativa de mudanças em qualquer área

educacional, não adianta se ter apenas bons projetos. É indispensável que se tenha

investimentos financeiros, materiais, humanos e de espaço físico. Pois não há realização sem

esta estrutura. E por tudo que se conhece até o momento, pouco ou nada foi feito neste sentido.

Além disso, há uma preocupação com o perfil do profissional da área de Educação

Física, que ao invés de trabalhar tendências, o que se convenceu chamar de vocação, que

é uma qualidade aparentemente subjetiva, mas que não deixa de ter razão de ser, pois é

parte de cada ser humano, os pré-requisitos evidenciados passaram a ser mediante maior

qualificação, em que o tempo de curso e a classificação feita entre bacharelando e

licenciatura assumiu destaque. Ora, quem observa o trabalho desempenhada na área de

Educação Física sabe que até mesmo leigo com liderança, argumento, dedicação, carisma

e um pouco de interesse em aprender a respeito do que tratam os conteúdos a serem

ensinados, pode ter maior sucesso com seus alunos e o processo de aprendizagem deles,

não apenas que um bacharel, mas até mesmo que doutores.

Observa-se que o profissional classificado neste caso deve ter conhecimentos

específicos, nem que estes constem apenas na grade curricular que lhe permitiu concluir um

curso. O que vale, então, é o que se buscou e alcançou nos bancos escolares dentro de

convenções. As características individuais, a índole positiva, a capacidade criativa e

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empreendedora, a liderança democrática ou não, mas que desperta interesse e confiança

nos alunos, não são consideradas.

Sem a menor dúvida é necessário repensar as questões aqui levantadas. Não há

como separar anos de escola das qualidades (e dos defeitos) de profissionais tão importantes

para a formação das novas gerações.

Observa-se que a definição da prioridade na formação diferencia muito em

comparação com aquela dada ao bacharelando. Não há o que discutir diferente do que já

foi dita na análise daquele tema.

1.7.4 Sociedade Capitalista e a Exploração da Mão-de-obra

O entendimento do que ocorre na filosofia produtiva econômica, com reflexos em

outras áreas, na sociedade capitalista só é possível a partir de uma análise do processo

histórico.

Acompanhando a exposição de alguns autores verifica-se que em muitas partes do

mundo as exploração da mão-de-obra que ocorria quando surgiu na prática a crítica em torno

de suas conseqüências, durante a Revolução Industrial, continua com cara características

semelhantes.

Antes de analisar esta questão, é importante voltar ao contexto histórico e conhecer

a questão da relação da teoria para se chegar até o momento atual, que concentra o interesse

por este estudo.

A outra vertente teórica retoma a relação da teoria com a prática, tema de discussão filosófica, objeto de reflexão desde Sócrates, Platão, Aristóteles, da qual surgiram as modernas ciências do conhecimento com conteúdo social. Marx e Engels retomam as discussões sob a perspectiva do processo histórico dialético, surgindo como diretriz para a ação educativa. Com um devido salto no tempo, chegou-se a um grupo de teorias que foram derivadas dessa vertente e classificadas como teorias da reprodução social e à teoria de reprodução cultural. A primeira admite a dependência da educação em relação à sociedade e conclui que a educação e a escola têm uma função reprodutiva, reproduzem a sociedade de classe e o modo de produção capitalista (SHIGUNOV, 2002, p. 89).

As experiências com a educação proposta pelo processo histórico dialético de Marx

e Engels sofre de um mal que pode ser denominado de ausência de dinâmica ou adequação, o

que justifica a sua condição estática contrária à natureza humana biológica e comportamental,

que reflete na sociedade através do tempo e do espaço geográfico.

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A crítica marxista de que a educação reproduz na sociedade a classe e o modo de

ser capitalista carece de maiores detalhes, pois esta mesma ação ocorre em qualquer tipo de

ideologia. Caso contrário não haveria razão de ser da educação, nem da ideologia com seus

princípios doutrinários.

Aqui a diferença entre regulamentação do trabalho, historicamente defendida pelo movimento operário, e regulamentação da profissão, conceito liberal de ordem corporativa, que apenas reserva determinado campo de atuação profissional. Daqui resultam os vários equívocos em torno da idéia de que a regulamentação da profissão atacaria a desregulamentação do trabalho, sendo portanto uma estratégia anti-neoliberal. Não obstante, a regulamentação da profissão não insere, necessariamente, em seu bojo, a discussão do as seguramento das conquistas trabalhistas e, no caso específico da educação física, o que presenciamos foi justamente um movimento organizado a partir do empresariado do mercado das atividades físicas, ou seja, o lado antagônico – no sentido classista do termo – dos trabalhadores da educação física (NOZAKI, 2002, p. 6) .

A regulamentação do trabalho com seus princípios classistas faz parte dos princípios

do liberalismo como doutrina econômica, social e política que de alguma forma atingiu quase

toda a sociedade mundial. Mas a defesa da classe trabalhadora e de seus interesses

encontra-se alicerçada no socialismo científico marxista.

No caso específico da classe dos profissionais de Educação Física, que embora se

faça presente a partir de organização própria, é preciso considerar que como em quaisquer

outros casos, há tendências de defesa dos interesses. Por isso a análise crítica em relação

aos profissionais que se encontram submetidos aos contratos do CIEE, por exemplo, percebendo

salário mínimo.

Neste caso têm-se a aplicação do processo de acumulação primitiva do capitalismo

interpretado e analisado por Marx na sua teoria da “mais valia” que representa a diferença

entre o valor de determinado bem produzido e o salário pago a quem o produz. Para Marx a

diferença é exorbitante e proporciona a acumulação infinita do capital, considerando o

número de operários de uma empresa e o tempo em que cada um dedica ás suas funções.

Assim a mais-valia apresenta, já na primeira figura de lucro, uma feição que além de não deixar reconhecer de imediato sua identidade com mais-valia, trabalho excede4nte, parece negá-la de maneira indireta. Nessa forma complementar alienada do lucro, e no mesmo grau em que a figura do lucro esconde seu núcleo íntimo, o capital adquire cada vez mais uma figura de coisa, cada vez mais passando de relação à coisa, que todavia traz em seu corpo a relação social, devorada, coisa que, com vida e autonomia fictícia, se relaciona consigo mesma (MARX, 1999, p. 213).

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No caso específico dos profissionais que atuam na área de Educação Física, em

escolas, academias e outras instituições que exigem habilitação e são submetidos a um

contrato de trabalho como estagiários com um salário que não condiz com a sua

responsabilidade em produzir o melhor, muito menos com os anos de trabalho que precisou

dedicar para alcançar a posição em que se encontra, as falhas se encontram em ambos os

lados. O empregador, seja ele público ou privado, busca o lucro máximo sem medir as

conseqüências de seus atos na vida de seus funcionários. Mas também aquele que se

submete passivamente e até se acomoda em um trabalho deste, mesmo após concluir um

curso de licenciatura ou de bacharel, tem grande parte da responsabilidade pela falta de

informações a respeito de si mesmo, suas potencialidades, seus direitos e a defesa da

classe da qual faz parte.

Infelizmente existem muitos profissionais submetidos ao regime de estagiário

contratado pelo CIEE, com menos encargos trabalhistas para o empregador, pois este fica

isento de recolhimentos trabalhistas e sociais. Além da falta de colaboração em relação a um

melhor padrão de vida do funcionário, acaba ainda por comprometer a arrecadação de

impostos destinados à seguridade social. Embora, repete-se: trata-se de uma situação

perfeitamente legal.

Diante dos transtornos criados neste sentido seria mais fácil trabalhar com novas

perspectivas, mais criatividade, modificando a legislação que rege este aspecto do estágio

remunerado para aqueles que se encontram regularmente matriculados e freqüentando um

curso.

2 RESULTADO E DISCUSSÃO DAS ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Considerando a fundamentação teórica deste trabalho, o objetivo era chegar ao ensino de

jogos numa perspectiva crítica e que não reproduzisse a lógica dominante, que á a do capitalismo.

Portanto, como já fundamentado, os jogos são um conteúdo estruturante e devem ser tratados

como patrimônio cultural, mas de forma crítica. Os jogos, na sociedade capitalista, reproduzem a

lógica da dominação do Homem sobre o Homem, sendo necessária uma metodologia contra-

hegemônica. Para tanto, além da base teórica, é necessário que o professor conheça o contexto

maior de sua formação e do trabalho, como discutido anteriormente.

Com base nessas reflexões teóricas, se buscou interagir o corpo docente e discente

na desconstrução e construção dos jogos. A implementação deste plano de trabalho ocorreu

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no Colégio Estadual José Luiz Gori – Ensino Fundamental e Médio, de Mandaguari, e será

voltado aos professores de Educação Física. Os percursos deste estudo foram:

• Seleção de fontes bibliográficas e outras fontes a respeito de jogos e brincadeiras

e da metodologia crítico-superadora.

• Apresentação do projeto à comunidade escolar.

• Reflexão das atividades desenvolvidas e possibilidades de transformação social.

• Elaboração de produção didático-pedagógica – Unidade didática (OAC) - para

implementação do projeto na escola.

As atividades do PDE serão realizadas, em sua grande maioria de forma presencial,

nas Instituições de Ensino Superior Públicas do Estado do Paraná e, à distância, com os

demais Professores da Rede Pública Estadual de Ensino. A estrutura organizacional do PDE,

constitui-se de três grandes eixos de atividades, quais sejam: atividades de integração teórico-

práticas, atividades de aprofundamento teórico e atividades didático-pedagógicas com

utilização de suporte tecnológico.

Estas atividades foram realizadas no decorrer do Programa, o qual se constitui de

quatro períodos, distribuídos em dois anos.

O Eixo 1 prioriza as atividades voltadas para a integração teórico-prática, enquanto parte

da proposta de formação continuada do PDE, estando nele contemplado o Plano de Trabalho

Pedagógico.

• Plano de Trabalho;

• Projeto de intervenção pedagógica na escola;

• Produção Didático-Pedagógica;

• Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola;

• Artigo Científico.

Estas atividades serão desenvolvidas sob a responsabilidade dos Professores

Orientadores das IES, a partir da definição do objeto de estudo, de acordo com a área/disciplina

de ingresso no Programa.

O Eixo 2 Contribui para o aprofundamento teórico sobre as questões educacionais e

nas questões específicas do currículo da Educação Básica da Rede Estadual. Esse eixo

objetiva ampliar, aprofundar e atualizar os conhecimentos, cujo conteúdo abrangerá temas

relativos aos Fundamentos da Educação, a Metodologia Científica e aos conteúdos curriculares

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específicos possibilitando o aprofundamento teórico. As atividades desenvolvidas compreendem:

cursos, seminários, encontros de área, simpósios, grupos de estudo.

2.1 Cursos nas IES:

Tais cursos versarão sobre os Fundamentos da Educação, Metodologia da Pesquisa e

questões específicas das disciplinas das áreas de ingresso do professor PDE relacionadas ao

currículo da Educação Básica. Compreenderão várias atividades, dentre elas: leitura de textos

oferecidos pelos docentes das IES durante as aulas, leitura de textos indicados nas referências

bibliográficas sugeridas pela SEED mediante seleção realizada conjuntamente com o orientador,

elaboração do plano de trabalho do PDE, produção didático-pedagógica, Discussão e estudos

com o orientador sobre o desenvolvimento do tema Jogos e Brincadeiras.

2.2 Encontros de orientação:

Discussões e esclarecimentos de dúvidas relacionadas ao resgate de

jogos e brincadeiras infantis, elaboração do plano de trabalho e a proposta de

intervenção na escola, elaboração do projeto e desenvolvimento do trabalho de

conclusão do PDE, elaboração de materiais didático-pedagógicos.

2.3 Seminários específicos do PDE:

Destinado a esclarecimentos sobre a Política de Formação Continuada e a Concepção

Pedagógica do Programa; sobre a Legislação Normatizadora do Programa; os

encaminhamentos metodológicos e orientações a respeito do Plano de trabalho, bem como

estudos sobre o sistema MOODLE e, de Acompanhamento e Integração em Rede – SACIR.

2.4 Encontros de áreas específicas

Discussão das temáticas relacionadas ao plano de trabalho, à educação e o ensino;

Discussão e delineamento da condução das diversas atividades que compõem o

PDE;

Integração entre professores PDE.

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2.5 Simpósios disciplinares

Atividades ofertadas para aprimoramento de conhecimentos específicos de

cada área, para os professores da Rede das áreas e disciplinas da Educação

Básica, das quais participarão os professores PDE.

2.6 Grupos de estudo

Desenvolvimento e articulação de reflexões teóricas, nos temas definidos pela SEED.

O Eixo trata-se da instrumentalização tecnológica para atuar com os demais

professores da Rede, por meio dos Grupos de Trabalho em Rede - GTR, desenvolvidos com

base na utilização da plataforma MOODLE, ambiente no qual será possível estabelecer a

interação com os demais Professores da Rede Estadual de Ensino.

2.7 Resultado da experiência

Inicialmente a idéia de desenvolver as estratégias de ação foi dirigida aos professores.

Realizando uma auto-análise, ao adentrar na teoria do material lido, sentiu-se que muita

coisa precisava ser mudada na metodologia e base teórica das aulas de Educação Física.

Disseminar as inovações entre os colegas de trabalho foi um pensamento lógico, pois o

PDE tem também este como objetivo.

Não foi possível, entretanto, desenvolver as atividades com os colegas. Estavam

preocupados com os conteúdos a serem ensinados para seus alunos, com as exigências

da escola em manter a programação. Sentiu-se que não há uma organização por parte dos

órgãos responsáveis que permita um trabalho desta natureza. Isso significa a ausência de

conhecimentos prévios sobre o quadro de profissionais do Magistério do Estado por parte

dos organizadores do PDE. Falta, portanto algo como planejamento estratégico

e comunicação da SEED os Núcleos Regionais de Educação que por sua vez se

responsabilizariam por se comunicar com as escolas. Estas observações ficam como

proposta a serem analisadas para o futuro.

Necessitando de uma alternativa consistente, pois precisava sentir na prática os

resultados propostos principalmente dentro da dialética marxista, tomou-se a providência no

sentido de trabalhar com os alunos. Novo foco, nova clientela, nova filosofia de trabalho e

previsão de resultados.

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Refez-se então, os planos e propôs trabalhar com os alunos. A estratégia inicial

foi de transformar as aulas de educação física em um tipo de jogo competitivo em que

ganhar, ser vitorioso é a motivação principal.

Elaborou-se um plano de trabalho com alguns tipos de jogos nos quais os alunos

seria organizados em grupos escolhidos aleatoriamente, verificando durante as atividades em

diversas modalidades, quais os que eram dotados de mais talentos. Estes foram selecionados

para formarem uma equipe, sendo feito o mesmo com os menos talentosos. Em um primeiro

momento, os alunos não observaram o que estava sendo realizado em organização dos

grupos. Somente quando iniciaram as disputas começaram a sentir as diferenças. O integrantes

das equipes mais fracas reclamaram da diferença de habilidade e talento das mais fortes.

Disseram que isso era injusto.

O argumento destacado foi de que na vida como nos jogos e brincadeiras, nas

práticas esportivas de qualquer modalidade, é necessário sempre buscar o aperfeiçoamento,

E que somente o treinamento com planejamento, dedicação e determinação, onde os mínimos

detalhes devem ser observados é que se melhora e vence.

Embora o tempo de realização destas atividades tenha sido limitado, foi suficiente

para se observar que houve assimilação por parte dos alunos e que eles iniciaram um processo

evolutivo que seria o caminho certo para alcançar patamares desejados.

Esta foi a visão do aproveitamento das estratégias em ação. Particularmente estas

experiências influíram em mudanças nos rumos de trabalho, permitindo que aproveite melhor os

métodos da prática da Educação Física para a filosofia de vida.

No cotidiano nunca se imagina as relações das atividades educacionais com o

enfrentamento de dificuldades existenciais. Por isso muita gente mesmo carregada de títulos,

muitas vezes realizadas financeira e materialmente, fracassa na sua vida pessoal.

Pode-se afirmar foi fundamental a estratégia em ação não apenas para confrontar

com a literatura lida e interpretada, mas essencialmente para a aplicação numa nova conduta

pedagógica na disciplina e conteúdos de Educação Física e no cotidiano existencial.

Finalmente pode-se concluir que houve uma desmotivação em realizar o projeto

dentro de meu objetivo inicial, pelo fato de não ter recebido o apoio para aplica-lo nos colegas

de profissão no estabelecimento de ensino em que atuo.

Na verdade seria esta uma forma de compartilhar idéias e ações em uma área do

conhecimento educacional que necessariamente tem que ser dinâmica. Essa situação causou-

me angústia e conseqüente decepção.

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