14
UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA CENTRO DE FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR I – CFI SOCIEDADE NATUREZA E DESENVOLVIMENTO – SND PROFESSORA: LÍGIA MERES VALADÃO ALUNO: MARCELO FEITOSA PEREIRA TURMA: M2 Resumo do texto de Castro, E.M.R. 2012. Desenvolvimento e Meio Ambiente. In.: Gama, JR, Leão, A.S.R. Sociedade, Natureza e Desenvolvimento. São Paulo: Ed. Acquerello. O texto proposto por Edna Maria Ramos de Castro aborda um tema muito discutido nos dias atuais em todo o mundo abordo do desenvolvimento e as suas consequências contra o meio ambiente e a sociedade. A autora põe em pauta algumas questões como: “O que significa desenvolvimento sustentável? E como a Amazônia participa dessa discussão em torno do globo sobre o desenvolvimento?”, para melhor elaborar o seu texto e a trazer essa discussão para a nossa realidade. O texto é divido em duas partes, a primeira parte demonstra o caminho que essa discussão tomou ainda no século XX, apontando os conceitos criados para desenvolvimento sustentável dentro das perspectivas dos principais debatedores dessa questão daquela época. A segunda parte é elaborada uma análise sobre a Amazônia com o objetivo de compreendê-la dentro da ideia de desenvolvimento sustentável, pois se trata de uma região do globo muito visada por diversos países, tanto por aqueles que a defendem com o objetivo de explorá-la e por aqueles que visam o manejo sustentável de seus recursos, ambos veem aqui uma região rica em recursos naturais, florestais e

DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - RESUMO.docx

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - RESUMO.docx

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPACENTRO DE FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR I – CFISOCIEDADE NATUREZA E DESENVOLVIMENTO – SNDPROFESSORA: LÍGIA MERES VALADÃOALUNO: MARCELO FEITOSA PEREIRA TURMA: M2

Resumo do texto de Castro, E.M.R. 2012. Desenvolvimento e Meio Ambiente. In.: Gama, JR, Leão, A.S.R. Sociedade, Natureza e Desenvolvimento. São Paulo: Ed. Acquerello.

O texto proposto por Edna Maria Ramos de Castro aborda um tema muito discutido nos

dias atuais em todo o mundo abordo do desenvolvimento e as suas consequências contra

o meio ambiente e a sociedade. A autora põe em pauta algumas questões como: “O que

significa desenvolvimento sustentável? E como a Amazônia participa dessa discussão

em torno do globo sobre o desenvolvimento?”, para melhor elaborar o seu texto e a

trazer essa discussão para a nossa realidade. O texto é divido em duas partes, a primeira

parte demonstra o caminho que essa discussão tomou ainda no século XX, apontando os

conceitos criados para desenvolvimento sustentável dentro das perspectivas dos

principais debatedores dessa questão daquela época. A segunda parte é elaborada uma

análise sobre a Amazônia com o objetivo de compreendê-la dentro da ideia de

desenvolvimento sustentável, pois se trata de uma região do globo muito visada por

diversos países, tanto por aqueles que a defendem com o objetivo de explorá-la e por

aqueles que visam o manejo sustentável de seus recursos, ambos veem aqui uma região

rica em recursos naturais, florestais e hidrográficos. Além dessas discussões a

Amazônia também é um palco de debates que abrangem a sua diversidade étnico-social,

sendo um local também de interesse das ciências sociais. É nesse sentido que a autora

no decorrer do texto, buscará alguns conceitos elaborados em meados do século XX

para organizar uma discussão dentro do tema “Desenvolvimento e Meio Ambiente”.

Para melhor compreender o processo tomado pelo desenvolvimento a autora retoma

questões filosóficas, como o Iluminismo, explanando que a partir desse movimento e da

Revolução Industrial, a humanidade passou a acreditar mais na ciência e na tecnologia,

antes dominados pela fé, de que tudo era conquistado de acordo com os desejos de um

ser superior. Crendo mais na própria razão, esse conhecimento forneceu ao homem

ferramentas que o permitiram a elaborar métodos econômicos que viabilizassem o

crescimento da economia. Assim como também, provocou mudanças nas sociedades,

Page 2: DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - RESUMO.docx

apresentando um fenômeno chamado de “processo civilizatório”, onde com o avanço do

conhecimento a sociedade tomou rumo a novos padrões sociais, costumes, e de

organização. Observa-se que a partir desse momento o capital passa a ser objeto de

ambição da humanidade. Para o Iluminismo, somente a razão levaria o homem a

verdade, e a partir dessa verdade o homem encontraria meios corretos de interferir na

realidade, nos rumos do desenvolvimento, do progresso e do controle da natureza. Essa

valorização ao conhecimento racional é visto como um “processo de secularização”,

pois o homem dá valor mais ao conhecimento cientifico do que aos já existentes naquela

época, como a religião, a filosofia e o conhecimento popular. Esse fenômeno é visto

como um “caminho natural” tomado por várias sociedades no mundo. É nesse processo

também, que nasce as Ciências Sociais, já que havia a necessidade de melhor entender

as sociedades e os conflitos existentes dentro dessa concepção. Segundo Habermas

(1987), a humanidade é colocada diante de difíceis dilemas impostos pela modernidade,

esse autor elabora uma crítica abrangente em torno da razão, pois na sua concepção a

razão é um instrumento da vida em prol do progresso econômico. Em seus estudos ele

também expõe uma análise da dinâmica social e os métodos de distinção dentro dos

sistemas sociais, observando que a racionalidade se mostra crescente nas sociedades, já

que as pessoas se orientam mais pela razão do que pelos sentimentos. Esses termos,

Iluminismo, Racionalidade e Modernidade estão estritamente ligados à ideia de

Desenvolvimento, no que abrange a sociedade e a economia capitalista.

Dentro das ciências sociais, muitas análises são influenciadas pelas ideias evolucionistas

submetidas aos rudimentos de progresso e desenvolvimento. Essas análises promulgam

a ver uma tendência das sociedades a prosseguirem um caminho em comum, que

partiriam das “sociedades atrasadas” para as “sociedades modernas”. Deste modo, o

desenvolvimento é coligado às ideias de progresso e modernização, sendo esses termos

colocados a modo comparativo. E devido a essa linha de raciocínio, existe um modelo

de país, em termos de desenvolvimento e progresso, a ser seguido pelos demais, no caso

os países desenvolvidos seriam o modelo ideal a ser seguido pelos países

subdesenvolvidos. Assim, as sociedades espalhadas pelo mundo são classificadas de

acordo com o seu nível de desenvolvimento, de tal modo como se houvesse a

possibilidade de assim amenizar a complexidade social, política, cultural e econômica

de cada sociedade, baseado nesses indicadores econômicos.

Page 3: DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - RESUMO.docx

A partir desse ponto, a autora então inicia a sua análise a bordo das discussões feitas no

século XX em torno do tema em questão, o desenvolvimento. Inicialmente, de modo

sintético, a autora profere haver duas dimensões para as interpretações em torno do

desenvolvimento que surgiram na década de 30: a primeira dimensão é a acadêmica,

que busca compreender e estabelecer explanações em torno do desenvolvimento dentro

do contexto histórico da sociedade moderna e da evolução do capitalismo; e a segunda

seria a dimensão normativa, essa busca inserir os efeitos das práticas de políticas

públicas, de táticas e atos do Estado e dos agentes econômicos. Nas discussões

debatidas no século XX o desenvolvimento era conceituado como crescimento

econômico, até então as questões ambientais não tinham pauta, ou seja, não eram

discutidos os efeitos do desenvolvimento para o meio ambiente no que abrange os

impactos causados por esse efeito, assim como também, não eram considerados os

impactos sociais, em outras palavras, essas discussões de preservação socioambiental

sequer faziam parte do conceito de desenvolvimento. Segundo Diana Hunt (1989),

muitos dos pensadores de economia da época, compartilhavam das mesmas ideias, no

quesito compreender o modo como às sociedades se organizam, aos seus meios de vida

e os métodos criados para o aumento de produção, que teria como consequência futura o

avanço da economia. A economia, como ciência, busca encontrar soluções que

propiciem o crescimento econômico, e os seus principais críticos, procuravam

estabelecer um modo racional para produção e o crescimento de tal forma que

aumentasse a procura de bens e serviços do mercado. A sociedade e natureza sempre

possuíram uma relação onde o homem retira da natureza os recursos que ele possa

transforma através do trabalho, assim a natureza é vista como uma fonte inesgotável de

recursos naturais. Para o capitalismo, por meio da industrialização e do trabalho, a

natureza possui recursos úteis, ou seja, bens que podem ser utilizados pelas pessoas,

para o próprio uso que não seja capital, e outros bens que podem ser utilizados para a

troca, produtos que possuem um valor comercial. No desenvolvimento do capitalismo,

sempre foi observado o anseio pelo acumulo de capital por meio de bens considerados

de alto valor de troca, quanto mais bens acumulados, maior seria o capital. Esse avanço

sempre esteve adjacente ao desenvolvimento da ciência e das tecnologias, que

propiciassem o aumento da produtividade.

Embora as teorias e os modelos de desenvolvimento variem, a sua essência sempre foi

alcançar o crescimento econômico. Será Hunt (1989) que irá explanar as distintas

correntes de pensamento e os autores principais da teoria do desenvolvimento,

Page 4: DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - RESUMO.docx

apontando como temas de discussão os seguintes pontos: “dinâmica econômica

agrícola; altas taxas de crescimento populacional; crescimento histórico das forças

produtivas; liberalismo do mercado; e distinção entre desenvolvimento e crescimento”.

De acordo com Hunt é somente na década de 30 que os debates na América Latina

tomam posição do que ficaria conhecida como “escola estruturalista”, essa corrente de

pensamento buscava esclarecer o porquê de determinados países continuarem a ser

pobres comparados aos países desenvolvidos, alimentando a tese de que a resposta para

essa questão se dava devido à dependência dos países subdesenvolvidos para as

estruturas apresentadas pelos países desenvolvidos. Esse pensamento era defendido

principalmente pelos membros da CEPAL (Comissão Econômica para a América

Latina), tornando-se assim a principal instituição que levantava discussões entorno do

desenvolvimento na América Latina. Outra escola surgiu na década de 40, intitulada

como “a escola do núcleo de modernização capitalista”, essa escola tinha como

interesse avaliar o modelo de crescimento tomado pelos países de economia

desenvolvida, assim como também visava estabelecer as causas do sucesso e as

deficiências do desenvolvimento. Essas escolas elaboraram acirrados debates em torno

da natureza do desenvolvimento, explanando as causas do subdesenvolvimento, qual a

função do Estado no método de desenvolvimento, em outras palavras, essas escolas

defendiam que o desenvolvimento somente era alcançado com o planejamento.

Prebisch, um dos principais membros da CEPAL, defendia que era de suma importância

a posição de autonomia dos países subdesenvolvidos em face aos países desenvolvidos

se assim desejassem o crescimento econômico. Segundo esse sociólogo, os países

subdesenvolvidos têm como principal atividade econômica a exportação de produtos

primários, e por isso perdiam nas relações comerciais, o que como consequência

impedia o seu progresso. Portanto, o Estado a fim de alcançar o desenvolvimento,

deveria criar políticas de investimento que viabilizassem o processo de

desenvolvimento, como a melhoria da infraestrutura daquele país, além de políticas que

criassem orientassem os investimentos e as ações públicas.

A década de 50 para o Brasil é apresentada com muito ânimo, é nesse período também

que os debates na America Latina apresentaram frutos, no entanto se mostravam sempre

com ênfase de que para que houvesse desenvolvimento, antes deveria haver

planejamento, para que somente assim países subdesenvolvidos, pudessem conseguir

níveis de crescimento econômico e tecnológicos mais aceitáveis. Nesse período no

Page 5: DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - RESUMO.docx

Brasil a indústria automobilística é fortalecida, assim como outros ramos da indústria. A

capital passa a ser Brasília e o país cria elos com outras regiões. Nessa mesma época

frentes intelectuais defendiam a importância de haver uma política protecionista da

economia que pudesse desenvolver um programa de industrialização, que era apontado

como uma saída para os países subdesenvolvidos se desenvolverem por meio da própria

fabricação de produtos dentro do país. Essa estratégia era vista como “modelo de

substituição de importações”. Esse modelo de modo prático buscava substituir os

produtos importados por artigos similares produzidos dentro do país subdesenvolvido, e

para isso essas substituições deveriam seguir uma estratégia, que inicialmente partiria da

substituição de produtos do consumo simples, e posteriormente por produtos mais

complexos e por fim a substituição de bens de produção. Embora muitos debates

tenham se iniciado nesse período sob a influência das teorias da escola estruturalista e

da teoria da dependência, muitos dos governos da América Latina, ficaram

caracterizados na década de 70 por governos neoliberalista, surgindo a partir desse

momento governos ditatoriais e autoritários que promulgavam políticas públicas que

acabavam por aumentar a dependência econômica desses países. E é, portanto, a partir

desse momento, dentro da concepção de desenvolvimento, que as problemáticas sociais

começam a ser debatidas.

É somente na década de 60, que o meio ambiente passa a ser considerado nas pautas de

discussões do desenvolvimento, essa conquista partiu devido à mobilização de um

movimento, tanto na Europa como nos EUA, chamado de “movimento ecológico”. Esse

movimento tinha como princípios a discussão das consequências do intensivo uso de

recursos naturais sem a preocupação dos impactos que a extração desses recursos

causaria a natureza e ao homem. O movimento apontou inúmeros impactos da

industrialização acerca do meio ambiente, os riscos do uso da energia de usinas

atômicas, o grande uso de agrotóxicos pela agricultura, à medida que as atividades

agrícolas iam avançando sobre a floresta e o uso de rios como principal fonte de energia

elétrica, eram apenas alguns dos pontos discutidos pelo movimento. Somente em 1972

que as questões ambientais apontadas pelos movimentos ecológicos ganharam pauta na

Conferencia Mundial de Desenvolvimento e Meio Ambiente, em Estocolmo, foram os

primeiros momentos em que países passaram a discutir oficialmente a relação entre

desenvolvimento e meio ambiente. A Rio-92, realizada em 1992, por meio da ONU e

vinte anos após a conferência realizada em Estocolmo, trouxe novamente em pauta

discussões acaloradas principalmente da poluição emitida pelos países desenvolvidos e

Page 6: DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - RESUMO.docx

o que mudou dentre dos vintes anos do que se diz respeito à preservação do meio

ambiente. No Brasil essa questão veio à tona, a partir da década de 80, com o

surgimento de novos conceitos em torno da condição humana com a floresta. Assim,

passam a serem valorizadas as terras de domínio coletivo, como as áreas indígenas,

quilombolas e ribeirinhas, vigorando os saberes tradicionais.

O ecodesenvolvimento é outro conceito de extrema importância nas discussões acerca

da ecologia, além de ser intermediário nas disputadas ideológicas do movimento

ecológico, a academia e as áreas governamentais. O ecodesenvolvimento promove a

procura de novos aspectos e sugestões, que ponham fim na visão de que o

desenvolvimento está intrinsecamente ligada à economia. Já o termo desenvolvimento

sustentável tem base nas ideias do ecodesenvolvimento, no entanto, somente na reunião

de Estocolmo que ele foi utilizado pela primeira vez por W. Bunger. A visão de

desenvolvimento sustentável deseja descobrir outro caminho para o desenvolvimento

que não seja o de aumento da economia, que esse tipo de desenvolvimento possibilitasse

a resolução das problemáticas sociais, como a pobreza, de modo a ser justo com todos,

em outras palavras, esse tipo de corrente visava à possibilidade do uso dos recursos

naturais de maneira sensata, que cobrisse as necessidades da geração atual, mas que

garantisse que as gerações futuras pudessem usufruir desses mesmos recursos, como

também permitir que todas as pessoas usassem as riquezas geradas por suas nações de

caráter igualitário.

Notasse na década de 80 um avanço na conscientização ecológica, e nos debates a

questão ambiental é considerada importante. Nesse momento, há uma sensibilização dos

impactos causados pela industrialização seguida pelo modelo de desenvolvimento

adotado pelo mundo. Nessa mesma época, outras vias de pensamento surgem para

acrescentar a discussão. Há dada importância às questões sociais sob os princípios de

igualdade, democracia, direitos humanos. Assim também, passaram a ser discutidas a

liberdade, a ética e a política como categorias para o desenvolvimento. Nessa onda de

novos conceitos, o “principio de precaução”, essa linha de raciocínio viabilizar haver

um estudo que mostre a capacidade de extração que determinada área de exploração de

recursos naturais pode suportar. Esse dilema incentivou pesquisas na Amazônia, estudos

que visavam encontrar o grau de capacidade da floresta quanto à extração de seus

recursos e o tempo que ela levaria para recuperá-los, essa capacidade é chamada no

meio científico como “capacidade de resiliência”. Assim sendo, a visão proposta pelo

Page 7: DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - RESUMO.docx

princípio de precaução mobilizou métodos de manejo na região amazônica. Além dessas

visões outras foram debatidas também, como: “ética do desenvolvimento”; “valorização

de saberes tradicional”; “ecologia profunda” e a “economia do desenvolvimento”.

A partir desse momento a autora foca a segunda parte do texto, a proposta de discutir o

desenvolvimento nas perspectivas da Amazônia. A autora fomenta que a Amazônia é

vista como uma área de interesse nacional e internacional, pois ainda é uma área do

planeta rica em recursos naturais pouco explorado e grandes áreas de terras inabitáveis,

assim sendo a região amazônica, como citado pela autora, “é uma região estratégica

para o mundo” devido a sua grande capacidade de recursos. A Amazônia no decorrer

das décadas do século passado sofreu um grande processo de ocupação, na maioria,

incentivados pelo governo, que se iniciaram com as medidas de integração nacional,

surgiram nessa década (1950) projetos que mudariam para a sempre a região amazônica

e a colocaria mais próxima das áreas centrais do Brasil, projetos como a construção de

Brasília e a construção da rodovia Belém-Brasília, foram o inicio da integração da

economia da Amazônia com o restante do Brasil. Outros projetos importantes e válidos

citar, foram os planejados pelo governo militar que objetivam o crescimento da

economia, projetando nessa região de terras extensas redes produtivas da pecuária,

agricultura, madeireiras e mineradoras. O governo utilizou de incentivos fiscais para

atrair empreendedores dispostos a investir na região amazônica, assim milhares de

pessoas de diferentes regiões do Brasil se dirigiram a Amazônia, com a esperança de

mudar de vida, direcionados para diferentes áreas do setor econômico. Essa migração

causou uma grande modificação geográfica para a região, com o desmembramento de

cidades e surgimento de novas que pudessem atender os interesses do governo e de

entidades interessadas no desenvolvimento econômico da região. Contudo, as mudanças

ocorridas nessa área colocaram a Amazônia num risco constante em prol do

desenvolvimento, sob a ideia de que para alcança-lo o uso da terra era de extrema

importância. Na discussão em torno da pecuária, a autora salienta abordo do baixo custo

das terras que acabam atraindo investidores para a região, adquirindo essas terras os

empresário almejam ganhar espaço internacional apresentando um produto com o dado

“selo verde” ou “boi orgânico”, produtos que são valorizados no exterior devido o

método de criação utilizado. A soja é um produto recentemente inserido na Amazônia,

também atraídos pelo baixo custo das terras e pela capacidade do solo para a produção

do grão. A madeira ainda é um dos produtos mais explorados na Amazônia, que envolve

não somente questões ambientais, como também sociais, já que se nota o trabalho mal

Page 8: DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - RESUMO.docx

remunerado dos trabalhadores e um alto valor agregado às madeiras que darão lucros

aos investidores da área. No entanto, observa-se que mudanças aos poucos vêm

ocorrendo na região, a respeito de uma extração mais sustentável dessas madeiras, por

meio da utilização de selos e o uso de madeira certificada. Outra problemática

proveniente do crescimento desorganizado na Amazônia é o desmatamento, ocasionado

pelas madeireiras, pela agricultura, avanço da pecuária e a atividades mineiras, são

fatores que alavancam o índice de desmatamento na região. Por fim, um dos

estereótipos da Amazônia é a ideia de terra sem lei, alimentando a ideia para o mundo

de uma região de “pistolagem”. No entanto, a pobreza na região norte o que inclui a

Amazônia, possuem dados alarmantes, uma problemática que as gestões públicas devem

tomar partido para amenizar. Quanto à violência, é extensa a lista de defensores do meio

ambiente mortos e marcados para morrer na região. Segundo a autora, essa violência na

região amazônica é decorrente da ocupação desordenada promovida pelo governo e de

pessoas interessadas pelos recursos que a região oferece.

Na década de 70, no ápice das políticas de integração nacional, não havia medidas que

discutissem a questão dos impactos ambientais que pudessem ocorrer na amazônica.

Devido a isso muitos dos empreendimentos realizados nessa região ocasionaram um

grande impacto socioambiental. É citado o exemplo da construção da usina de Tucuruí

que como resultado desalojou inúmeras famílias da área do projeto, no entanto, as

consequências desse empreendimento levantaram discussões que promoveram uma

maior consciência em torno das questões ambientais e sociais na Amazônia. No entanto,

boa parte da ocupação que ocorreu na Amazônia nesse período foram promovidas pelo

Estado por meio de projetos, como: Polamazônia; o uso de incentivos fiscais na

pecuária e para a Zona franca de Manaus; Programa Grande Carajás e projetos que

envolvem a construção de hidrelétricas. Em meio a essas problemáticas, nasce o

Ministério do Meio Ambiente denotando a importância de se discutir as questões

ambientais no país, diferentemente da Secretária de Meio Ambiente, o Ministério

possuía uma área de trabalho maior. A autora conclui a sua análise, salientando que

tratar do tema desenvolvimento e meio ambiente possui vertentes extremamente

complexas, pois implicam envolver tanto o Estado e a sociedade num só debate, onde

possam ser analisadas as interações em torno do homem x natureza.