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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPACENTRO DE FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR I – CFISOCIEDADE NATUREZA E DESENVOLVIMENTO – SNDPROFESSORA: LÍGIA MERES VALADÃOALUNO: MARCELO FEITOSA PEREIRA TURMA: M2
Resumo do texto de Castro, E.M.R. 2012. Desenvolvimento e Meio Ambiente. In.: Gama, JR, Leão, A.S.R. Sociedade, Natureza e Desenvolvimento. São Paulo: Ed. Acquerello.
O texto proposto por Edna Maria Ramos de Castro aborda um tema muito discutido nos
dias atuais em todo o mundo abordo do desenvolvimento e as suas consequências contra
o meio ambiente e a sociedade. A autora põe em pauta algumas questões como: “O que
significa desenvolvimento sustentável? E como a Amazônia participa dessa discussão
em torno do globo sobre o desenvolvimento?”, para melhor elaborar o seu texto e a
trazer essa discussão para a nossa realidade. O texto é divido em duas partes, a primeira
parte demonstra o caminho que essa discussão tomou ainda no século XX, apontando os
conceitos criados para desenvolvimento sustentável dentro das perspectivas dos
principais debatedores dessa questão daquela época. A segunda parte é elaborada uma
análise sobre a Amazônia com o objetivo de compreendê-la dentro da ideia de
desenvolvimento sustentável, pois se trata de uma região do globo muito visada por
diversos países, tanto por aqueles que a defendem com o objetivo de explorá-la e por
aqueles que visam o manejo sustentável de seus recursos, ambos veem aqui uma região
rica em recursos naturais, florestais e hidrográficos. Além dessas discussões a
Amazônia também é um palco de debates que abrangem a sua diversidade étnico-social,
sendo um local também de interesse das ciências sociais. É nesse sentido que a autora
no decorrer do texto, buscará alguns conceitos elaborados em meados do século XX
para organizar uma discussão dentro do tema “Desenvolvimento e Meio Ambiente”.
Para melhor compreender o processo tomado pelo desenvolvimento a autora retoma
questões filosóficas, como o Iluminismo, explanando que a partir desse movimento e da
Revolução Industrial, a humanidade passou a acreditar mais na ciência e na tecnologia,
antes dominados pela fé, de que tudo era conquistado de acordo com os desejos de um
ser superior. Crendo mais na própria razão, esse conhecimento forneceu ao homem
ferramentas que o permitiram a elaborar métodos econômicos que viabilizassem o
crescimento da economia. Assim como também, provocou mudanças nas sociedades,
apresentando um fenômeno chamado de “processo civilizatório”, onde com o avanço do
conhecimento a sociedade tomou rumo a novos padrões sociais, costumes, e de
organização. Observa-se que a partir desse momento o capital passa a ser objeto de
ambição da humanidade. Para o Iluminismo, somente a razão levaria o homem a
verdade, e a partir dessa verdade o homem encontraria meios corretos de interferir na
realidade, nos rumos do desenvolvimento, do progresso e do controle da natureza. Essa
valorização ao conhecimento racional é visto como um “processo de secularização”,
pois o homem dá valor mais ao conhecimento cientifico do que aos já existentes naquela
época, como a religião, a filosofia e o conhecimento popular. Esse fenômeno é visto
como um “caminho natural” tomado por várias sociedades no mundo. É nesse processo
também, que nasce as Ciências Sociais, já que havia a necessidade de melhor entender
as sociedades e os conflitos existentes dentro dessa concepção. Segundo Habermas
(1987), a humanidade é colocada diante de difíceis dilemas impostos pela modernidade,
esse autor elabora uma crítica abrangente em torno da razão, pois na sua concepção a
razão é um instrumento da vida em prol do progresso econômico. Em seus estudos ele
também expõe uma análise da dinâmica social e os métodos de distinção dentro dos
sistemas sociais, observando que a racionalidade se mostra crescente nas sociedades, já
que as pessoas se orientam mais pela razão do que pelos sentimentos. Esses termos,
Iluminismo, Racionalidade e Modernidade estão estritamente ligados à ideia de
Desenvolvimento, no que abrange a sociedade e a economia capitalista.
Dentro das ciências sociais, muitas análises são influenciadas pelas ideias evolucionistas
submetidas aos rudimentos de progresso e desenvolvimento. Essas análises promulgam
a ver uma tendência das sociedades a prosseguirem um caminho em comum, que
partiriam das “sociedades atrasadas” para as “sociedades modernas”. Deste modo, o
desenvolvimento é coligado às ideias de progresso e modernização, sendo esses termos
colocados a modo comparativo. E devido a essa linha de raciocínio, existe um modelo
de país, em termos de desenvolvimento e progresso, a ser seguido pelos demais, no caso
os países desenvolvidos seriam o modelo ideal a ser seguido pelos países
subdesenvolvidos. Assim, as sociedades espalhadas pelo mundo são classificadas de
acordo com o seu nível de desenvolvimento, de tal modo como se houvesse a
possibilidade de assim amenizar a complexidade social, política, cultural e econômica
de cada sociedade, baseado nesses indicadores econômicos.
A partir desse ponto, a autora então inicia a sua análise a bordo das discussões feitas no
século XX em torno do tema em questão, o desenvolvimento. Inicialmente, de modo
sintético, a autora profere haver duas dimensões para as interpretações em torno do
desenvolvimento que surgiram na década de 30: a primeira dimensão é a acadêmica,
que busca compreender e estabelecer explanações em torno do desenvolvimento dentro
do contexto histórico da sociedade moderna e da evolução do capitalismo; e a segunda
seria a dimensão normativa, essa busca inserir os efeitos das práticas de políticas
públicas, de táticas e atos do Estado e dos agentes econômicos. Nas discussões
debatidas no século XX o desenvolvimento era conceituado como crescimento
econômico, até então as questões ambientais não tinham pauta, ou seja, não eram
discutidos os efeitos do desenvolvimento para o meio ambiente no que abrange os
impactos causados por esse efeito, assim como também, não eram considerados os
impactos sociais, em outras palavras, essas discussões de preservação socioambiental
sequer faziam parte do conceito de desenvolvimento. Segundo Diana Hunt (1989),
muitos dos pensadores de economia da época, compartilhavam das mesmas ideias, no
quesito compreender o modo como às sociedades se organizam, aos seus meios de vida
e os métodos criados para o aumento de produção, que teria como consequência futura o
avanço da economia. A economia, como ciência, busca encontrar soluções que
propiciem o crescimento econômico, e os seus principais críticos, procuravam
estabelecer um modo racional para produção e o crescimento de tal forma que
aumentasse a procura de bens e serviços do mercado. A sociedade e natureza sempre
possuíram uma relação onde o homem retira da natureza os recursos que ele possa
transforma através do trabalho, assim a natureza é vista como uma fonte inesgotável de
recursos naturais. Para o capitalismo, por meio da industrialização e do trabalho, a
natureza possui recursos úteis, ou seja, bens que podem ser utilizados pelas pessoas,
para o próprio uso que não seja capital, e outros bens que podem ser utilizados para a
troca, produtos que possuem um valor comercial. No desenvolvimento do capitalismo,
sempre foi observado o anseio pelo acumulo de capital por meio de bens considerados
de alto valor de troca, quanto mais bens acumulados, maior seria o capital. Esse avanço
sempre esteve adjacente ao desenvolvimento da ciência e das tecnologias, que
propiciassem o aumento da produtividade.
Embora as teorias e os modelos de desenvolvimento variem, a sua essência sempre foi
alcançar o crescimento econômico. Será Hunt (1989) que irá explanar as distintas
correntes de pensamento e os autores principais da teoria do desenvolvimento,
apontando como temas de discussão os seguintes pontos: “dinâmica econômica
agrícola; altas taxas de crescimento populacional; crescimento histórico das forças
produtivas; liberalismo do mercado; e distinção entre desenvolvimento e crescimento”.
De acordo com Hunt é somente na década de 30 que os debates na América Latina
tomam posição do que ficaria conhecida como “escola estruturalista”, essa corrente de
pensamento buscava esclarecer o porquê de determinados países continuarem a ser
pobres comparados aos países desenvolvidos, alimentando a tese de que a resposta para
essa questão se dava devido à dependência dos países subdesenvolvidos para as
estruturas apresentadas pelos países desenvolvidos. Esse pensamento era defendido
principalmente pelos membros da CEPAL (Comissão Econômica para a América
Latina), tornando-se assim a principal instituição que levantava discussões entorno do
desenvolvimento na América Latina. Outra escola surgiu na década de 40, intitulada
como “a escola do núcleo de modernização capitalista”, essa escola tinha como
interesse avaliar o modelo de crescimento tomado pelos países de economia
desenvolvida, assim como também visava estabelecer as causas do sucesso e as
deficiências do desenvolvimento. Essas escolas elaboraram acirrados debates em torno
da natureza do desenvolvimento, explanando as causas do subdesenvolvimento, qual a
função do Estado no método de desenvolvimento, em outras palavras, essas escolas
defendiam que o desenvolvimento somente era alcançado com o planejamento.
Prebisch, um dos principais membros da CEPAL, defendia que era de suma importância
a posição de autonomia dos países subdesenvolvidos em face aos países desenvolvidos
se assim desejassem o crescimento econômico. Segundo esse sociólogo, os países
subdesenvolvidos têm como principal atividade econômica a exportação de produtos
primários, e por isso perdiam nas relações comerciais, o que como consequência
impedia o seu progresso. Portanto, o Estado a fim de alcançar o desenvolvimento,
deveria criar políticas de investimento que viabilizassem o processo de
desenvolvimento, como a melhoria da infraestrutura daquele país, além de políticas que
criassem orientassem os investimentos e as ações públicas.
A década de 50 para o Brasil é apresentada com muito ânimo, é nesse período também
que os debates na America Latina apresentaram frutos, no entanto se mostravam sempre
com ênfase de que para que houvesse desenvolvimento, antes deveria haver
planejamento, para que somente assim países subdesenvolvidos, pudessem conseguir
níveis de crescimento econômico e tecnológicos mais aceitáveis. Nesse período no
Brasil a indústria automobilística é fortalecida, assim como outros ramos da indústria. A
capital passa a ser Brasília e o país cria elos com outras regiões. Nessa mesma época
frentes intelectuais defendiam a importância de haver uma política protecionista da
economia que pudesse desenvolver um programa de industrialização, que era apontado
como uma saída para os países subdesenvolvidos se desenvolverem por meio da própria
fabricação de produtos dentro do país. Essa estratégia era vista como “modelo de
substituição de importações”. Esse modelo de modo prático buscava substituir os
produtos importados por artigos similares produzidos dentro do país subdesenvolvido, e
para isso essas substituições deveriam seguir uma estratégia, que inicialmente partiria da
substituição de produtos do consumo simples, e posteriormente por produtos mais
complexos e por fim a substituição de bens de produção. Embora muitos debates
tenham se iniciado nesse período sob a influência das teorias da escola estruturalista e
da teoria da dependência, muitos dos governos da América Latina, ficaram
caracterizados na década de 70 por governos neoliberalista, surgindo a partir desse
momento governos ditatoriais e autoritários que promulgavam políticas públicas que
acabavam por aumentar a dependência econômica desses países. E é, portanto, a partir
desse momento, dentro da concepção de desenvolvimento, que as problemáticas sociais
começam a ser debatidas.
É somente na década de 60, que o meio ambiente passa a ser considerado nas pautas de
discussões do desenvolvimento, essa conquista partiu devido à mobilização de um
movimento, tanto na Europa como nos EUA, chamado de “movimento ecológico”. Esse
movimento tinha como princípios a discussão das consequências do intensivo uso de
recursos naturais sem a preocupação dos impactos que a extração desses recursos
causaria a natureza e ao homem. O movimento apontou inúmeros impactos da
industrialização acerca do meio ambiente, os riscos do uso da energia de usinas
atômicas, o grande uso de agrotóxicos pela agricultura, à medida que as atividades
agrícolas iam avançando sobre a floresta e o uso de rios como principal fonte de energia
elétrica, eram apenas alguns dos pontos discutidos pelo movimento. Somente em 1972
que as questões ambientais apontadas pelos movimentos ecológicos ganharam pauta na
Conferencia Mundial de Desenvolvimento e Meio Ambiente, em Estocolmo, foram os
primeiros momentos em que países passaram a discutir oficialmente a relação entre
desenvolvimento e meio ambiente. A Rio-92, realizada em 1992, por meio da ONU e
vinte anos após a conferência realizada em Estocolmo, trouxe novamente em pauta
discussões acaloradas principalmente da poluição emitida pelos países desenvolvidos e
o que mudou dentre dos vintes anos do que se diz respeito à preservação do meio
ambiente. No Brasil essa questão veio à tona, a partir da década de 80, com o
surgimento de novos conceitos em torno da condição humana com a floresta. Assim,
passam a serem valorizadas as terras de domínio coletivo, como as áreas indígenas,
quilombolas e ribeirinhas, vigorando os saberes tradicionais.
O ecodesenvolvimento é outro conceito de extrema importância nas discussões acerca
da ecologia, além de ser intermediário nas disputadas ideológicas do movimento
ecológico, a academia e as áreas governamentais. O ecodesenvolvimento promove a
procura de novos aspectos e sugestões, que ponham fim na visão de que o
desenvolvimento está intrinsecamente ligada à economia. Já o termo desenvolvimento
sustentável tem base nas ideias do ecodesenvolvimento, no entanto, somente na reunião
de Estocolmo que ele foi utilizado pela primeira vez por W. Bunger. A visão de
desenvolvimento sustentável deseja descobrir outro caminho para o desenvolvimento
que não seja o de aumento da economia, que esse tipo de desenvolvimento possibilitasse
a resolução das problemáticas sociais, como a pobreza, de modo a ser justo com todos,
em outras palavras, esse tipo de corrente visava à possibilidade do uso dos recursos
naturais de maneira sensata, que cobrisse as necessidades da geração atual, mas que
garantisse que as gerações futuras pudessem usufruir desses mesmos recursos, como
também permitir que todas as pessoas usassem as riquezas geradas por suas nações de
caráter igualitário.
Notasse na década de 80 um avanço na conscientização ecológica, e nos debates a
questão ambiental é considerada importante. Nesse momento, há uma sensibilização dos
impactos causados pela industrialização seguida pelo modelo de desenvolvimento
adotado pelo mundo. Nessa mesma época, outras vias de pensamento surgem para
acrescentar a discussão. Há dada importância às questões sociais sob os princípios de
igualdade, democracia, direitos humanos. Assim também, passaram a ser discutidas a
liberdade, a ética e a política como categorias para o desenvolvimento. Nessa onda de
novos conceitos, o “principio de precaução”, essa linha de raciocínio viabilizar haver
um estudo que mostre a capacidade de extração que determinada área de exploração de
recursos naturais pode suportar. Esse dilema incentivou pesquisas na Amazônia, estudos
que visavam encontrar o grau de capacidade da floresta quanto à extração de seus
recursos e o tempo que ela levaria para recuperá-los, essa capacidade é chamada no
meio científico como “capacidade de resiliência”. Assim sendo, a visão proposta pelo
princípio de precaução mobilizou métodos de manejo na região amazônica. Além dessas
visões outras foram debatidas também, como: “ética do desenvolvimento”; “valorização
de saberes tradicional”; “ecologia profunda” e a “economia do desenvolvimento”.
A partir desse momento a autora foca a segunda parte do texto, a proposta de discutir o
desenvolvimento nas perspectivas da Amazônia. A autora fomenta que a Amazônia é
vista como uma área de interesse nacional e internacional, pois ainda é uma área do
planeta rica em recursos naturais pouco explorado e grandes áreas de terras inabitáveis,
assim sendo a região amazônica, como citado pela autora, “é uma região estratégica
para o mundo” devido a sua grande capacidade de recursos. A Amazônia no decorrer
das décadas do século passado sofreu um grande processo de ocupação, na maioria,
incentivados pelo governo, que se iniciaram com as medidas de integração nacional,
surgiram nessa década (1950) projetos que mudariam para a sempre a região amazônica
e a colocaria mais próxima das áreas centrais do Brasil, projetos como a construção de
Brasília e a construção da rodovia Belém-Brasília, foram o inicio da integração da
economia da Amazônia com o restante do Brasil. Outros projetos importantes e válidos
citar, foram os planejados pelo governo militar que objetivam o crescimento da
economia, projetando nessa região de terras extensas redes produtivas da pecuária,
agricultura, madeireiras e mineradoras. O governo utilizou de incentivos fiscais para
atrair empreendedores dispostos a investir na região amazônica, assim milhares de
pessoas de diferentes regiões do Brasil se dirigiram a Amazônia, com a esperança de
mudar de vida, direcionados para diferentes áreas do setor econômico. Essa migração
causou uma grande modificação geográfica para a região, com o desmembramento de
cidades e surgimento de novas que pudessem atender os interesses do governo e de
entidades interessadas no desenvolvimento econômico da região. Contudo, as mudanças
ocorridas nessa área colocaram a Amazônia num risco constante em prol do
desenvolvimento, sob a ideia de que para alcança-lo o uso da terra era de extrema
importância. Na discussão em torno da pecuária, a autora salienta abordo do baixo custo
das terras que acabam atraindo investidores para a região, adquirindo essas terras os
empresário almejam ganhar espaço internacional apresentando um produto com o dado
“selo verde” ou “boi orgânico”, produtos que são valorizados no exterior devido o
método de criação utilizado. A soja é um produto recentemente inserido na Amazônia,
também atraídos pelo baixo custo das terras e pela capacidade do solo para a produção
do grão. A madeira ainda é um dos produtos mais explorados na Amazônia, que envolve
não somente questões ambientais, como também sociais, já que se nota o trabalho mal
remunerado dos trabalhadores e um alto valor agregado às madeiras que darão lucros
aos investidores da área. No entanto, observa-se que mudanças aos poucos vêm
ocorrendo na região, a respeito de uma extração mais sustentável dessas madeiras, por
meio da utilização de selos e o uso de madeira certificada. Outra problemática
proveniente do crescimento desorganizado na Amazônia é o desmatamento, ocasionado
pelas madeireiras, pela agricultura, avanço da pecuária e a atividades mineiras, são
fatores que alavancam o índice de desmatamento na região. Por fim, um dos
estereótipos da Amazônia é a ideia de terra sem lei, alimentando a ideia para o mundo
de uma região de “pistolagem”. No entanto, a pobreza na região norte o que inclui a
Amazônia, possuem dados alarmantes, uma problemática que as gestões públicas devem
tomar partido para amenizar. Quanto à violência, é extensa a lista de defensores do meio
ambiente mortos e marcados para morrer na região. Segundo a autora, essa violência na
região amazônica é decorrente da ocupação desordenada promovida pelo governo e de
pessoas interessadas pelos recursos que a região oferece.
Na década de 70, no ápice das políticas de integração nacional, não havia medidas que
discutissem a questão dos impactos ambientais que pudessem ocorrer na amazônica.
Devido a isso muitos dos empreendimentos realizados nessa região ocasionaram um
grande impacto socioambiental. É citado o exemplo da construção da usina de Tucuruí
que como resultado desalojou inúmeras famílias da área do projeto, no entanto, as
consequências desse empreendimento levantaram discussões que promoveram uma
maior consciência em torno das questões ambientais e sociais na Amazônia. No entanto,
boa parte da ocupação que ocorreu na Amazônia nesse período foram promovidas pelo
Estado por meio de projetos, como: Polamazônia; o uso de incentivos fiscais na
pecuária e para a Zona franca de Manaus; Programa Grande Carajás e projetos que
envolvem a construção de hidrelétricas. Em meio a essas problemáticas, nasce o
Ministério do Meio Ambiente denotando a importância de se discutir as questões
ambientais no país, diferentemente da Secretária de Meio Ambiente, o Ministério
possuía uma área de trabalho maior. A autora conclui a sua análise, salientando que
tratar do tema desenvolvimento e meio ambiente possui vertentes extremamente
complexas, pois implicam envolver tanto o Estado e a sociedade num só debate, onde
possam ser analisadas as interações em torno do homem x natureza.