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Design e Método Nathália Cirne da Silva 111232190 2011/01 [email protected] Objetivo: Analisar os processos de projetação discutidos em dois livros distintos, Design Industrial de Bernd Lobach e Projeto de Produto de Mike Baxter e traçar um quadro comparativo entre os métodos propostos, ressaltando a importância dos mesmos e destacando os pontos mais relevantes e sua aplicação no desenvolvimento de um projeto de produto, buscando como estes processos projetuais discutidos influênciam diretamente na eficiência profissional do designer. Justificativa: Os processos projetuais analisados guiam, como um roteiro, as etapas necessárias para a produção de um projeto fundamentado e direcionam para um resultado final de maior qualidade, já que orientam a análise de inúmeros fatores até alcançar o projeto definitivo. Dessa forma, comparando as questões citadas e correlacionando-as com as disciplinas do curso de Desenho Industrial, como Desenvolvimento e projeto de produto, é possível encontrar através da metodologia projetual a forma mais adequada de desenvolver um projeto. Conteúdo: No livro Design Industrial Base para a configuração dos produtos industriais, o autor na página 141 afirma que o designer deve ter segurança para realizar experimentações e enumera ítens que devem ser pensados antes de começar a esboçar um projeto de produto, assim, a solução para a organização de todo esse processo projetual começa a surgir. Basicamente, o designer é dividido em criativo, pesquisador, pensador e criador. O designer ao longo do processo de criação do produto é obrigado a conhecer os problemas do mesmo, à pesquisar quais são os pontos de deficiência e usá-los como parâmetros para o desenvolvimento do projeto, lembrando que o produto final deverá agradar não só o consumidor como o usuário, então, esses problemas podem ser de naturezas totalmente diferentes, direcionando o designer para uma coleta de informações para que se possa solucionar posteriormente. Nessa fase, ocorre a união entre a criatividade e a busca de solução, levando em consideração também, pra qual classe social o produto será focado e a relação deste produto com o meio ambiente, sua dupla relação, o impacto do produto no meio ambiente e o impacto do meio ambiente sobre o produto. Além da análise dos produtos do mesmo seguimento existentes no mercado, há também análise de função do mesmo, onde deverá ser estudado as leis físicas e/ou químicas que poderão influenciar no produto e em seguida a análise estrutural, onde deverão ser expostas toda a complexidade estrutural do conjunto. A parte

Design e Método

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Design e Método Nathália Cirne da Silva – 111232190 – 2011/01

[email protected]

Objetivo: Analisar os processos de projetação discutidos em dois livros distintos, Design Industrial de Bernd

Lobach e Projeto de Produto de Mike Baxter e traçar um quadro comparativo entre os métodos propostos,

ressaltando a importância dos mesmos e destacando os pontos mais relevantes e sua aplicação no

desenvolvimento de um projeto de produto, buscando como estes processos projetuais discutidos influênciam

diretamente na eficiência profissional do designer.

Justificativa: Os processos projetuais analisados guiam, como um roteiro, as etapas necessárias para a produção de

um projeto fundamentado e direcionam para um resultado final de maior qualidade, já que orientam a análise

de inúmeros fatores até alcançar o projeto definitivo. Dessa forma, comparando as questões citadas e

correlacionando-as com as disciplinas do curso de Desenho Industrial, como Desenvolvimento e projeto de

produto, é possível encontrar através da metodologia projetual a forma mais adequada de desenvolver um

projeto.

Conteúdo:

No livro Design Industrial – Base para a configuração dos produtos industriais, o autor na página 141

afirma que o designer deve ter segurança para realizar experimentações e enumera ítens que devem ser

pensados antes de começar a esboçar um projeto de produto, assim, a solução para a organização de todo esse

processo projetual começa a surgir. Basicamente, o designer é dividido em criativo, pesquisador, pensador e

criador.

O designer ao longo do processo de criação do produto é obrigado a conhecer os problemas do mesmo,

à pesquisar quais são os pontos de deficiência e usá-los como parâmetros para o desenvolvimento do projeto,

lembrando que o produto final deverá agradar não só o consumidor como o usuário, então, esses problemas

podem ser de naturezas totalmente diferentes, direcionando o designer para uma coleta de informações para

que se possa solucionar posteriormente. Nessa fase, ocorre a união entre a criatividade e a busca de solução,

levando em consideração também, pra qual classe social o produto será focado e a relação deste produto com o

meio ambiente, sua dupla relação, o impacto do produto no meio ambiente e o impacto do meio ambiente

sobre o produto.

Além da análise dos produtos do mesmo seguimento existentes no mercado, há também análise de

função do mesmo, onde deverá ser estudado as leis físicas e/ou químicas que poderão influenciar no produto e

em seguida a análise estrutural, onde deverão ser expostas toda a complexidade estrutural do conjunto. A parte

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estética cabe à análise da configuração, onde o designer paralalemante faz a análise de materiais e processos de

fabricação, tendo em vista a análise de sistema de produtos, onde leva-se em consideração a forma de

distribuíção, montagem, manutenção...

Após tantas análises exaustivas, o autor relembra ao leitor, ao aspirante à designer que provavelmente

está lendo esse texto, que tudo isso não passou apenas da primeira fase de todo o processo que ele descreve

para a realização de um projeto de produto e entra na segunda fase, onde o foco se torna a criatividade... e que

após tantos estudos pode vir a se inibir. E qual seria a solução para despertar a criatividade? Inicialmente ele cita

dois métodos para as soluções dos resultados das análises anteiores: Tentativa e erro ou aguardar a inspiração.

“Aguardar a inspiração”? E como um designer contratado por uma empresa poderá falaresperar a

inspiração”? O desginer não poderá esperar a inspiração, ele deverá ir atrás dela, afinal, deve-se respeitar os

prazos que geralmente são inicialmente impostos. Após duas páginas de suspense e figuras ilustrativas, ele

retoma o assunto definindo que as soluções antes citadas eram mais válidas para artistas e que para o designer

industrial as soluções podem ser buscadas de formas mais precisas, através de métodos adequados. O autor

incentiva o pensamento livre de idéias e se permitir associá-las, esboçando, selecionando as mais promissoras

após uma avaliação, comparando as alternativas com os critérios elaborados previamente.

Na avaliação, deve-se pensar em duas vertentes, são estas: A importância do produto para sociedade e

para os usuários e a importância para o êxito financeiro da empresa, assim, direcionar para o mais apropriado e

entrar na etapa de realização da solução que parecer mais adequada, aperfeiçoando-a. Após todas as

determinações técnicas envolvidas, o projeto poderá ser entregue para aprovação do contratante.

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No capítulo 7, do livro Projeto de Produto do Mike Baxter, o mesmo assunto é abordado, porém, o autor

se coloca de forma mais objetiva apesar da linguagem mais informal sobre o processo do projeto conceitual,

reafirmando já no início uma citação de um capítulo anterior: “Criatividade é 99% transpiração e 1% inspiração”

e lembrando ao leitor que há uma imensa pesquisa e dedicação antes de chegar ao projeto final e que o projeto

conceitual tem como objetivo satisfazer o consumidor e diferenciá-lo dos produtos já existentes, com os

benefícios básicos bem definidos. Por ser mais objetivista, as etapas apresentadas por Baxter são mais definidas.

Um dos primeiros passos, seria especificar as restrições de projetos e parcialmente fazer o sentido

inverso do que foi proposto no primeiro texto comentado, o autor propõe fazer uma análise do espaço,

evitando que se dê continuidade ao projeto para em seguida descobrir que o conceito para o produto em foco

não poderá ir adiante devido a falta dessa análise mais detalhada.

Após a definição do problema, o texto segue para a geração do projeto conceitual, vinculando o

desenvolvimento à um tripé exigido: intuição, imaginação e raciocínio lógico, entrando no campo da

criatividade, citando inicialmente, assim como o texto anterior o foco na imaginação e intuilção, gerando

inúmeras soluções para o problema para depois essas soluções serem análisadas como possíveis ou não. Em

seguida, três técnicas mais direcionadas são apresentadas para gerar o projeto conceitual, são esses: Análise da

tarefa, análise das funções do produto, análise do ciclo de vida.

Através da análise da tarefa, o designer pensa em como o homem, o usuário, irá se relacionar com o

produto e como a forma deste influenciará nesta relação, consequentemente, chega-se em dois aspectos, os

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ergonômicos e os antropométricos, que servirão de base pra o projeto do produto . A análise das funções do

produto, complementa a análise anterior e se apresenta para o consumidor, realizando-se pesquisas formais de

mercado e buscando o passo-a-passo das atividades realizadas para executar a função do produto. Na técnica

analítica do ciclo de vida, o designer relaciona o ciclo do produto desde a matéria-prima até o descarte do

produto, passando pelas etapas de produção, distribuição e uso.

Voltando-se para uma abordagem financeira, a análise de valores exanima os custos para o

desenvolvimento do produto, mão-de-obra, materiais e outros custos indiretos. Nessa etapa, três ítens devem

ser postos em destaque, deve-se identificar as funções do produto, estabelecer os valores separadamente para

cada uma e buscar uma forma de realizá-las da forma mais econômica mas sem que se perca a qualidade. O

texto detalha mais como essa análise deve ser realizada, indicando contas básicas para o calculo de valores.

Saíndo um pouco das características funcionais, volta-se para a parte estética, mas lembrando que esta

também pode influências no desempenho do produto. O auto disserta sobre concepção do estilo, a semântica

do produto (escolhida levando-se em consideração a função e refletindo visualmente o objetivo pretendido), o

simbolismo do produto e importancia de despertar a emoção através deles, para isso, ele indica formas de

capta-las para inseri-las no design.

Mike Baxter ao final do capítulo, mostra a necessidade de se reavaliar os conceitos pré-estabelecidos e

selecioná-los fazendo uma comparação com o conceito referencial e separando-os em grupos: “melhor que”,

“pior que” e “e igual a”, para que se possa encontrar o melhor conceito entre todos e a análisar novamente, de

forma mais aprimorada todas as etapas ao longo do processo.

Conclusão: Os dois textos apontam organizadamente os príncipais ítens que devem ser análisados ao longo do

desenvolmento projetual, de formas um pouco distintas, mas ambos contribuem para entendimento

cronológico e a importância de cada etapa do processo metodológico de projeto para que se tenha um design

de qualidade ao final, que atenda todos os envolvidos, como o produtor e o usuário. O segundo texto, focou

igualmente na etapa de conceituação quanto na parte estética e traçando o vínculo entre elas, enquanto o

primeiro focou mais na parte conceitual, sendo mais breve ao comentar sobre estética, assim, os dois

dissertando sobre o mesmo assunto porém focando em aspectos diferentes, acabam por um complementar o

outro. Os textos, podem servir de roteiro para projetar, aumentando a eficiência do designer ao trabalhar e

consequentemente se tornando válidos para uma complementação na formação profissional e também para

auxiliar no desempenho em outras disciplinas acadêmicas do curso de Desenho Industrial.

Referências bibliográficas:

Baxter, M. Projeto de Produto - Guia prático para o design de novos produtos. Tradução de Itiro Iida. São Paulo:

Editora Blucher, 1998. 174 – 206 p.

LOBACH, B. Design Industrial - Bases para a configuração dos produtos industriais. Tradução de Freddy Van

Camp. São Paulo: Editora Blucher, 2001. 139 – 155 p.

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