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Destaques da 26º 18 - Avisite - O Portal da Avicultura na … Grupo Mantiqueira Itanhandu/ Passa Quatro, MG 4,341% 2 Granja Yabuta Bastos, SP 4,107% 3 Somai Nordeste Montes Claros,

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Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo [email protected] [email protected]

Redação Érica BarrosAlexandre [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Bravos Comunicaçã[email protected]

Circulação e Assinatura Alexandre Aguilar(19) 3241 9292 [email protected]

expediente editORiAL

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

ISSN 1983-0017Produção Animal - Avicultura

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Os desperdícios da agricultura brasileira e o bem-estar das aves

Sempre atenta ao seu tempo e como cientista instigada pela realidade de seu país e pelo futuro, a Professora Dra. Irenilza Alencar Nääs conduz a uma reflexão extremamente oportuna no Ponto Final desta edição ao abordar os desperdícios da agricultura brasi-leira em tempos de inflação elevada e escas-sez de alimentos. Até 30% das nossas safras – lembra – são simplesmente desperdiçados por armazenagem e transporte inadequados, uma cifra inaceitável no contexto atual.

Não por acaso, Irenilza também está pre-sente em outros dois momentos desta edi-ção dedicada ao bem-estar na avicultura: em notícia sobre simpósio realizado pela Feagri/Unicamp e Embrapa sobre mudanças climá-ticas (página 8); e como idealizadora e pales-trante do Simpósio sobre bem-estar de fran-gos e perus, evento realizado no primeiro dia da Conferencia APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (página 18).

Antes questão quase secundária no dia a dia da produção avícola, hoje o bem-estar animal está colocado no centro das preocu-pações da ciência e da tecnologia, a ponto

de superar – como se observou na Confe-rência APINCO e tem sido visto em eventos internacionais – temas aparentemente mais desafiantes ou preocupantes, caso da persis-tente Influenza Aviária.

Por influenciar diretamente os níveis de produtividade de frangos e poedeiras, o bem-estar das aves sempre mereceu a aten-ção do produtor avícola. Mas agora necessi-ta de acompanhamento ultraminucioso – e não só por razões comerciais (pode ser trans-formado em barreira não-tarifária à produ-ção brasileira), mas também por razões pro-dutivas, visto que as mudanças climáticas podem acarretar perdas inimagináveis se as necessidades de bem-estar das aves não fo-rem atendidas.

Em breves pinceladas, a Conferência APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, a reunião mais tradicional da ciência avícola brasileira, está presente nas páginas 13 a 17.

José Carlos GodoyCoordenador Editorial

[email protected]

Ponto Final Perdas na agricultura e

a produção de alimentos

Destaques da 26º Conferência APINCO

Bem-estar das aves é discutido

em Simpósio

Ciência Avícola: Artigo aborda problemas locomotores em frangos de corte

Patos e arroz contribuem para IA na Ásia ............................................30

Produção Animal | Avicultura 3

Eventos ............................ 04 Notícias ............ 06

Postura em foco ..............11 AviGuia ............ 23

Associações ..................... 34

ESTATÍSTICAS E PREÇOSProdução e mercado em resumo .......................................... 36Alojamento de matrizes de corte ..........................................37Produção de pintos de corte ................................................ 38Produção de carne de frango ............................................... 39Exportação de carne de frango............................................ 40Disponibilidade interna de carne de frango ........................41Alojamento de matrizes de postura .................................... 42Alojamento de pintainhas comerciais de postura .............. 43Desempenho do frango vivo no mês de maio .................... 44Desempenho do ovo no mês de maio ................................. 45

Sumário

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Eventos

4 Produção Animal | Avicultura

Junho

4 Produção Animal | Avicultura

Julho

17 a 20 de Julho

49ª Festa do Ovo de Bastos

Local: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe,

Bastos, SP

Realização: Sindicato Rural de Bastos

Contato: 14-3478-9800

Setembro 11 a 12 de setembro

V Curso de Atualização em Avicultura para postura ComercialLocal: Centro de Convenções da UNESP/FCAV de Jaboticabal, SPRealização: Associação Paulista de Avicultura (APA) e FCAVContato: 16-3209-1300E-mail: [email protected]ções: www.funep.com.br/eventos

11 a 14 de novembro

eurotierLocal: Hanover, AlemanhaRealização: Sociedade Alemã de AgriculturaE-mail: [email protected]ções: www.eurotier.de

19 a 21 de novembro

AViSULAt - i Congresso Sul Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e LaticíniosLocal: Centro de Exposições Fundaparque, Bento Gonçalves, RSRealização: Associação Gaúcha de Avicultura (AS-GAV), Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produ-tos Derivados do Estado (SINDI-LAT) e Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (SIPS)Contato: 51-3228-8844Informações: www.avisulat.com.br

novembro

25 e 26 de junho

Avicultor 2008Local: Belo Horizonte, MGRealização: Associação dos Avicultores de Minas Ge-rais (AVIMIG) Contato: 31- 3482-6403Informações: www.avimig.com.br

27 de junho a 30 de abril de 2010

Curso de MBA em AviculturaO mesmo curso acontece em Criciúma, SC, Goiânia, GO, Cascavel, PR e Dourados, MS.Local: Belo Horizonte, MGRealização: Instituto DidatusContato: 41- 3018- 8246Informações: www.didatus.com.brE-mail: [email protected]

29 de junho a 4 de julho

xxiii Congresso Mundial de AviculturaLocal: Convention and Exhibition Centre, Brisbane, AustraliaRealização: World Poultry Science Association (WPSA)Informações: www.wpsa.info

13 de junho

i Workshop de Avicultura do nordesteTem o objetivo de integrar profissionais de diferen-tes empresas, alunos e pesquisadores. A última palestra será realizada pelo professor Ariel Mendes.Local: Campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife, PERealização: UFRPE / CornProductsContato: 81-3220-6011Informações: [email protected]

25 a 27 de junho

Avícola 2008 ArgentinaLocal: Centro Costa Salguero, Buenos Aires, ArgentinaRealização: Cámara Argentina de Productores Avícolas (CAPIA)Contato: 31- 3482-6403Informações: www.feriasalimentarias.com

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6 Produção Animal | Avicultura

Notícias

As “25 mais” em 2007, segundo o ranking da UBAO relatório anual da União Brasileira de Avicultura (UBA) de

2007 mostra, em relação às principais empresas que abatem fran-go no Brasil, estabilidade de posições em comparação a 2006 apenas para as cinco primeiras integrantes da lista – ou, pela or-dem, Sadia, Perdigão, Seara, Doux Frangosul e Eleva, ainda com-putada separadamente da Perdigão, que adquiriu a empresa em outubro de 2007.

Em conjunto, as 25 empresas abateram, no ano que pas-sou, perto de 3,3 bilhões de cabeças de frango, volume

que, pelos números da UBA, correspondeu a cerca de 68% dos abates nacionais. Os outros 25

abatedouros que se seguem responderam por pouco mais de 12% dos abates, o que signi-fica que as 50 maiores empresas do setor processaram pouco mais de 80% dos fran-gos abatidos no Brasil em 2007.

OvoO relatório leva em conta o plantel de poedeiras alojadas

e, assim, várias empresas, embora em posições diferentes, detêm participação similar à de empresas que as antecedem no rol.

Essas 25 empresas estão distribuídas por nove Estados, a maioria de São Paulo (10 empresas) e Minas Gerais (4), vindo a seguir Ceará (3 empresas), Espírito Santo (2), Goiás (2) e Rio Grande do Sul, Bahia, Alagoas e Paraná (cada um com uma empresa).

Em conjunto, elas detêm pouco mais de 32% do plantel nacional de poedeiras, índice que corres-ponde a um volume de, aproxi-madamente, 27,6 milhões de cabeças

POSIÇÃO EMPRESAÁREA DE ATUAÇÃO

(UNIDADES DE ABATE)

PARTIC.

EM 2007

1 Sadia SC, PR, MG, MT, RS, DF 15,07%

2 Perdigão SC, RS, PR, GO, MT 12,51%

3 Seara SC, PR, SP, MS 5,59%

4 Doux RS, MS 5,29%

5 Eleva RS, MS, BA 4,10%

6 Diplomata PR, MS, SC 2,71%

7 Aurora SC, RS, MS 2,35%

8 Dagranja PR, MG 2,15%

9 Big Frango PR 1,57%

10 Penabranca SP 1,48%

11 Copacol PR 1,44%

12 Kaefer PR, RO, SP, ES 1,32%

13 Frango Forte SP 1,16%

14 Rei Frango SP 1,14%

15 C.Vale PR 1,13%

16 Pif Paf MG, RJ 1,06%

17 Ad'Oro SP 0,93%

18 Sertanejo SP 0,90%

19 Penasul RS 0,90%

20 São Salvador GO 0,89%

21 Céu Azul SP 0,85%

22 Anhambi MT, PR 0,82%

23 Reginaves RJ 0,79%

24 Lar PR 0,78%

25 Coperguaçu SP 0,75%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

EMPRESA ÁREA DE ATUAÇÃO PARTIC.

1 Grupo MantiqueiraItanhandu/ Passa Quatro, MG

4,341%

2 Granja Yabuta Bastos, SP 4,107%

3 Somai Nordeste Montes Claros, MG 2,581%

4 Granja Shigueno Tatuí, SP 1,408%

5 Granja Katayama Guararapes, SP 1,408%

6 Avicultura JosidithLeopoldo Bulhões/ Bela Vista, GO

1,408%

7 Naturovos Salvador do Sul, RS 1,173%

8 Granja Sumaré Sumaré, SP 1,173%

9 Granja Antunes Avaré, SP 1,173%

10 Gaasa Alimentos Ltda. Inhumas, GO 1,173%

11 Aviário Santo Antonio Nepomuceno, MG 1,173%

12 Ademar Kerckoff Santa Maria do Jetibá, ES 1,056%

13 Granja Sossêgo Entre Rios, BA 0,939%

14 Waldemiro Berger Santa Maria do Jetibá, ES 0,939%

15 Shinoda Alimentos Porto Feliz, SP 0,821%

16 Regina Alimentos Fortaleza, CE 0,821%

17 Luna Avícola Arapiraca, AL 0,821%

18 Granja Koga Bastos, SP 0,821%

19 Amauri Pinto Costa Itanhandu, MG 0,821%

20 Oscar Hayashida Arapongas, PR 0,704%

21 Lauro Morishita Bastos, SP 0,704%

22 Grupo Emape Barreiras/Tianguá, CE 0,704%

23 Granjas Tok Mogi das Cruzes, SP 0,704%

24 Granja Kakimoto Bastos, SP 0,704%

25 Avine Fortaleza, CE 0,704%

Sub-total (25 empresas = ±27,6 milhões de poedeiras) 32,38%

Total (plantel de 85.226.453 poedeiras) 100,00%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

ABATE DE FRANGOS As 25 maiores empresas em 2007,

segundo o número de cabeças abatidas

PRODUÇÃO DE OVOS As 25 maiores empresas em 2007,

segundo o plantel de poedeiras alojadas

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Produção Animal | Avicultura 7

Unidade da Sadia em pe tem plano para redução de impacto ambiental

Com o intuito de discutir a conces-são do licenciamento ambiental

para a construção de uma fábrica da Sadia no município de Vitória do Santo Antão, (PE), a Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídri-cos (CPRH) realizou em maio, na mesma cidade, uma audiência pública.

No encontro, a empresa apresen-tou o Relatório Ambiental Preliminar (RAP) do empreendimento para repre-

sentantes de órgãos estaduais, muni-cipais e federais, também estiverem presentes moradores de cidades vizi-nhas à instalação da unidade.

Entre as iniciativas da Sadia, que visam diminuir o impacto da atuação da fábrica sobre o meio ambiente, estão o desenvolvimento de um pro-jeto de aflorestamento para mitigar as emissões de carbono e a implanta-ção de uma estação de tratamento de efluentes.

Produção Animal | Avicultura 7

Unidade de Vitória do Santo Antão (PE)

vai ocupar área de 1,5 milhão de metros quadrados

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ulg

ação

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ia

nova política industrial do governo permite isenção para insumo doméstico

Já está em vigor um das mais antigas reivindicações do setor exportador

brasileiro: o drawback verde e amare-lo, um dos itens da nova política in-dustrial do governo federal divulgada no mês de maio.

O drawback permite que as empre-sas nacionais adquiram insumos no mercado interno livres dos impostos IPI, PIS e COFINS, desde que o produto final seja exportado.

Por se tratar de um tributo estadual, o ICMS será cobrado.

As empresas interessadas em partici-par da nova medida devem solicitar ao Ministério do Desenvolvimento um ato concessório – exatamente o mesmo sistema que já ocorre para os insumos exportados.

Mais informações:www.mdic.gov.br

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8 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Estudos de organizações nacionais e internacionais estimam que nos próximos 15 anos, o Brasil será o

maior produtor de proteína animal do mundo. No entanto, se não forem im-plantadas medidas para diminuir o im-pacto das alterações climáticas, o país pode não atingir esta posição. Com a finalidade de reunir estudantes, pesqui-sadores e profissionais de vários setores para discutir estas e outras questões, aconteceu em maio, no auditório da Embrapa, localizado no campus da Uni-camp (Universidade Estadual de Campi-nas), o Seminário de Mudanças Climáti-cas e a Produção Animal.

O encontro discutiu a política cientí-fica pública na área das mudanças climá-ticas, aplicando uma abordagem inter-disciplinar à questão que é ao mesmo tempo científica, política e estratégica.

O evento foi promovido pela Embra-pa Informática Agropecuária em parceria com a Faculdade de Engenharia Agrícola

(Feagri/Unicamp) e teve a coordenação das pesquisadoras Daniella Jorge de Moura e Irenilza de Alencar Nääs.

Alterações Climáticas e a Agricultura

Com base em estudos realizados na Feagri e pelo Painel Intergovernamen-tal sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Eduardo Delgado Assad, analisou pro-jeções para as próximas décadas em relação ao aumento da temperatura e os efeitos em algumas culturas agríco-las, além de propor alternativas para reverter o impacto do aquecimento global no país.

Para Assad, algumas alternativas como redução de queimadas, substitui-ção de combustíveis fósseis por biocom-bustivéis e o reflorestamento podem ajudar o país a amenizar o impacto das mudanças climáticas.

Manejo de Resíduos na produção Animal

As cadeias produtivas de aves e suínos estão entre as mais industrializa-das do país, mas ainda apresentam potenciais impactos de contaminação por resíduos animais na água, solo e ar. O pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Júlio César Palhares, acredita que problemas ambientais na criação de aves e suínos não poderão ser resolvidos apenas com a proposição de novas tecnologias.

Em virtude da grande demanda de recursos naturais por estas cadeias e a potencial degradação do meio ambien-te, o pesquisador sugere que sejam incorporados instrumentos que viabili-zem o manejo ambiental, como a utili-zação de boas práticas de produção nas unidades produtoras e a incorporação do Plano de Manejo de Nutrientes nas leis de licenciamento ambiental das atividades.

Seminário discute mudanças climáticas e a produção animal

O que acontecerá com a produção agropecuária brasileira se as temperaturasdo planeta se elevarem significativamente?

Júlio César PalharesEduardo Delgado AssadMesa de abertura do seminário

Notícias

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Produção Animal | Avicultura 9

Frango sem pena pode ser parte de solução

Desde a década de 1950, o melhora-mento genético em frangos de corte tem sido utilizado para melhorar a taxa de crescimento e o rendimento da carne. Entretanto, para que este potencial gené-tico resulte em uma produção eficiente de frangos, segundo estudos, é neces-sário que o animal seja criado em am-bientes sob temperaturas ideais. Para Avigdor Cahaner, professor da Universi-dade Hebraica, em Jerusalém, Israel, uma linhagem de frangos sem pena pode se tornar realidade diante das mudanças climáticas.

Estudos realizados pelo pesquisador revelaram que frangos sem penas têm maior facilidade para dissipar o calor do corpo, mesmo sob condições quentes e em alta densidade populacional, não necessitando de ventilação ou refrigeração.

Cahaner e sua equipe afirmam que uma linhagem com esta característica é mais resistente e não sofre com proble-mas de bem-estar relacionados ao calor.

Ferramentas de alerta e perdas frente às mudanças

Eduardo Assad apresentou a ferra-menta Agritempo (www.agritempo.gov.br), desenvolvida em parceria com a Unicamp. O Agritempo é um sistema de monitoramento agrometeorológico, que permite aos usuários acessar via Internet as informações meteorológicas

e agrometeorológicas (que são de domí-nio público) de diversos municípios e estados brasileiros . Além de informar a situação climática atual, o sistema possui informações básicas que orientam o zoneamento agrícola brasileiro.

Assad explica que com o Agritempo, os produtores podem acessar mapas de determinada região para consultar a necessidade ou não de irrigação, e ainda qual é o tipo de irrigação mais adequada.

Destacando que as previsões para o crescimento da produção agropecuária mundial estão sendo feitas sem levar em consideração as mudanças climáticas, Irenilza de Alencar Nääs, Professora Titular da Feagri da Unicamp discutiu o uso da rede Zootempo, que tem o obje-tivo de disponibilizar dados sobre even-tos climáticos para a produção animal brasileira.

Os dois pesquisadores pretendem migrar os dados do Zootempo para o Agritempo e dar origem à uma ferramenta única que pode guiar a produção animal.

Irenilza explica que, de posse desta ferramenta, os produtores de proteína animal podem saber se haverá uma onda de calor em determinada região para programar o transporte dos animais para o abate. Ela explica: “No Estado do Mato Grosso, por exemplo, onde há o agrava-mento das péssimas condições das estra-das, se há uma onda de calor, 1/3 dos frangos podem chegam mortos ao desti-no final”. E completa: “O mundo espera o aumento da produção brasileira e o nosso grande trunfo são os menores custos de produção. Se não prestarmos atenção nas mudanças climáticas vamos perder nossa competitividade”.

A pesquisadora faz um apelo para que se divulgue a importância das mudanças climáticas na produção animal, para que mais pesquisadores estudem este tema e publiquem trabalhos.

Os dados para o Zootempo já exis-tem, mas não estão no ar. A previsão é de que ainda neste ano as informações devam ser integradas ao Agritempo. •

Frango sem penas: futura alternativa para climas quentes?

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

pilgrim’s pride registra prejuízo no 1º trimestre

De acordo com a agência Reuters, a Pilgrim’s Pride Corp, um das maior es

produtoras de frango dos Estados Unidos, registrou prejuízo de US$ 111,45 milhões

para o trimestre encerrado em 29 de março, devido aos altos custos da ração que resultaram no fechamento de uma planta de processamento e em uma

redução da produção.

Coréia do norte: vacinação contra iA

Na tentativa de prevenir a infecção dos plantéis do país pelo vírus da Influenza

Aviária, as autoridades da Coréia do Norte determinaram a vacinação contra a doença de todas as aves criadas ao longo da fron-teira com a Coréia do Sul, que vive às vol-tas com um surto da já levou ao sacrifício sanitário mais de 6,5 milhões de aves.

exportações de frango dos eUA cresceram 18% no 1º trimestre

No primeiro trimestre de 2008, as exportações de

frango norte-americanas somaram 683.478 toneladas, número que representou expansão de 18,17% sobre o mesmo trimestre do ano passado.

A Rússia ampliou as com-pras de frango, em relação ao mesmo período de 2007, em quase 36% e permanece isolada como a principal compradora de carne de frango dos EUA, absorvendo 28% do total embarcado. Segundo cliente do país, a China, importou cerca de 28% no período e teve parti-

cipação de 9% nas exportações.

Já o que chama mais atenção no desempenho dos embarques do EUA é a forte expansão, principalmente, o incremento de quase 90% no volume destinado ao merca-do cubano.

Caso o índice de aumen-to se mantenha até o final do ano, as exportações de fran-go para Cuba podem ficar bem próximas ou até se igualarem às do México, vizinho e parceiro dos EUA no Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA, na sigla em inglês). CARne de FRAnGO

5 principais importadores (em receita) do produto brasileiro no 1º trimestre de 2008

EM US$ MILHÕES FOB

POS. PAÍS RECEITA PART.*1 (1) Japão 179,394 14,18%2 (2) Arábia Saudita 168,807 13,35%3 (3) Hong Kong 139,698 11,05%

4 (5)Em. Árabes

Unidos 102,708 8,12%

5 (7) Venezuela 79,978 6,32%

Fonte: SECEX/MDIC – Elaboração e análises: AVISITE

* Participação nas exportações totais brasileiras;

OBS.: Os números entre parênteses, na primeira coluna, indicam a

posição do país importador no primeiro trimestre de 2007.

Venezuela e o frango brasileiro

maior importador do frango brasileiro

em

2008 5o

Sétima maior importadora da carne de frango in natura do Brasil no

primeiro trimestre de 2007, a Venezuela – neste ano e no mesmo perí-odo – gerou uma receita quase 150% superior e, com isso, subiu duas posi-ções no ranking, ocupando agora a quinta posição. O quarto lugar também tem um novo ocupante, os Emirados Árabes Unidos.

Notícias

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Produção Animal | Avicultura 11

Postura em Foco

Os dados relativos a 2007, levantados nacional-mente pelo IBGE, apontam que no ano pas-sado a produção brasileira de ovos totalizou

2,159 bilhões de dúzias (quase 26 bilhões de uni-dades), o que significou aumento de 2,22%

sobre o total alcançado em 2006.À primeira vista, esses dados se

opõem àqueles levantados pelo próprio setor (UBA), que apontou produção

de 24,2 bilhões de unidades e redu-ção de 8% sobre 2006. Observe-se, no entanto, que os números da avicultura referem-se, exclusiva-mente, aos ovos de consumo, enquanto os levantados pelo IBGE incluem também os ovos férteis para produção de pin-tos comerciais ou matrizes, de corte e de postura. E isso, talvez, justifica as diferenças observadas.

Além disso, avaliando-se os dados oficiais sobre a produção brasileira de ovos nos últimos dois anos sob o ponto de vista da produção diária, é possível constatar que, a despeito das significativas variações mensais obser-vadas em alguns casos, ela vem sendo paulatinamente crescente.

Assim, enquanto no trimestre inicial de 2006 o volu-me médio diário produzido ficou em 5,742 milhões de dúzias, um ano depois alcançava 5,856 milhões de dúzias (incremento de 2%), fechando o trimestre final de 2007 com uma produção média diária de 5,988 milhões de dúzias, 4,28% a mais que o produzido no primeiro tri-mestre de 2006.

Embora ainda tênue (ligeiramente acima do cresci-mento vegetativo da população), a expansão da produ-ção parece estar sendo contínua, o que coloca em xeque a tese corrente no setor de que o produto vem se valorizando graças a uma queda na produção.

Daí uma nova tese: Isso tudo não seria, porventura, resultado dos recentes achados científicos demonstrando que o ovo, em vez de vilão, é o “mocinho” do colesterol?

para iBGe, produção brasileira de ovos aumentou 2% em 2007

Evolução mensal da produção brasileira de ovos no biênio 2006/07

MILHÕES DE DÚZIAS

Fonte: IBGE

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12 Produção Animal | Avicultura

Os números divulgados pelo Departamento de Agricul-tura dos EUA (USDA) acerca da evolução das exporta-

ções norte-americanas de ovos – o equivalente a 251 mi-lhões de dúzias em 2007 – são um bom indicador do tipo de produto que o mercado internacional vem adquirindo.

O ovo “in casca” (cozido, em conserva, mas sobretu-do fresco) teve suas exportações quase dobradas nos últimos quatro anos, o que significa que continua tendo um bom mercado.

Já no tocante aos industrializados, vem caindo signifi-cativamente o volume de clara e gema líquidas ou conge-ladas. Assim, nem mesmo a variação, entre 2003 e 2007, de 6,81% nas exportações de gema líquida/congelada

refletem a realidade do segmento, visto que as exporta-ções de 2007, embora maiores que as de 2003, são signi-ficativamente menores que as dos três anos anteriores.

Naturalmente, isso ocorre devido à substituição do produto líquido/congelado pelo produto desidratado. Tanto que as exportações de clara e gema desidratadas registraram expansão, em quatro anos, de 379% e 467%, respectivamente.

Curiosamente, porém, isso não vem se aplicando ao ovo inteiro (sem casca). Pois embora o produto desidrata-do tenha experimentado crescimento de 40%, as expor-tações do ovo inteiro líquido ou congelado registraram aumento de 128%.

Em estudo publicado no journal Human Reproduction, pesquisadores da Universidade da Califórnia (Campus

de Berkeley), EUA, relatam que homens saudáveis alimen-tados com dietas pobres em ácido fólico apresentam um alto nível de anormalidades cromossomáticas no esperma, com efeitos negativos sobre a fertilidade. A suplementa-ção de níveis adequados do também chamado folato corrige esse problema.

Essencial no processo de síntese do DNA, RNA e pro-teínas e na produção de novas células, o ácido fólico é uma vitamina B hidrossolúvel presente em uma série de alimentos, principalmente legumes, frutas cítricas e ovos. Assim, conforme nutricionistas, a simples ingestão de dietas baseadas em ovos – omeletes, por exemplo – já é suficiente para preencher os requisitos diários do nutriente.

O estudo revelou que homens nutridos com doses diárias de 772 a 1.150 mcg de ácido fólico apresentaram

de 20% a 30% menos anormalidades no esperma do que aqueles que recebiam doses menores. E, nas palavras da Dra. Sharon Natoli, diretoria da Food & Nutrition Austrália (uma equipe australiana de médicos dietistas que promo-vem a boa nutrição), o simples consumo de dois ovos proporciona 48% das necessidades diárias de ácido fólico.

A ausência do folato, porém, não afeta apenas a fertilidade, mas a saúde geral. Pode, por exemplo, condu-zir à anemia megaloblástica, que ocasiona (entre outros) perda de apetite, diarréia, desenvolvimento de úlceras dolorosas na boca, alterações de pele, perda de cabelo, cansaço e perda de energia. O problema também é res-ponsável por partos prematuros, malformação de fetos e, nas crianças, retardo do crescimento e da puberdade. Uma extensa lista que pode ser evitada com a ingestão de alimentos simples e comuns como o ovo.

Mais informações:http://humrep.oxfordjournals.org/

Que tipo de ovo o mercado internacional adquire?

Outra virtude do ovo é melhorar a fertilidade do homem

Variação das exportações americanas de ovos entre 2003 e 2007

Fonte: USDA

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Produção Animal | Avicultura 13

Eventos

Comunidade avícola brasileira escolheu o

Professor Doutor Egladison João Campos

como o homenageado do prêmio

“Mérito Científico FACTA 2008”

Organizada pela FACTA, a 27ª edição da Confe-rência APINCO de Ciência e Tecnologia Avíco-las abrangeu mais de quatro dezenas de apre-

sentações envolvendo temas como sanidade, nutrição, manejo, higiene, processamento, exigências interna-cionais e segurança alimentar.

Realizada este ano entre os dias 27 e 29 de maio, o evento também é um marco para Produção Animal Avicultura, que foi lançada durante a Conferência APINCO 2007.

Apesar da abertura oficial do evento ter acontecido na noite da terça feira, as atividades pré-Conferência tiveram um destaque maior neste ano devido à realiza-ção do Simpósio sobre Bem-Estar de Frangos, Poedeiras e Perus (ver matéria na página 18) e a já tradicional apresentação dos principais trabalhos concorrentes ao Prêmio Lamas 2007.

Foi também na cerimônia de abertura que o Pro-fessor Doutor Egladison João Campos foi homenagea-do com o “Mérito Científico FACTA 2008”. A escolha de seu nome foi feita pela comunidade avícola brasi-leira – acadêmicos, técnicos, empresariado – em um processo de escolha iniciado em 2007 e só encerrado em março de 2008.

Formado em dezembro de 1961 pela Escola de Vete-rinária da Universidade Federal de Minas Gerais, ime-diatamente (1962) o médico veterinário Egladison João Campos era contratado, pela Escola, como professor auxiliar para a cadeira de Suínos e Aves. Orientou meia centena de teses de mestrado e grande número de teses de doutorado, escreveu três livros especializados em avicultura e publicou cerca de duas centenas de traba-lhos técnicos. Apesar de estar aposentado da cátedra desde 1992, ainda hoje, prossegue com trabalhos de assessoria e consultoria ao setor.

Conferência ApinCO 2008Conferência ApinCO 2008

Mais de quatro dezenas de apresentações técnicas

Mais de quatro dezenas de apresentações técnicas

Muito emocionado, Campos agradeceu a

homenagem recebida dos “colegas” lem-

brando que foi através da criação de encon-

tros como a Conferência APINCO que a avi-

cultura se tecnificou mais rapidamente e

pôde alcançar sua atual posição no cenário

avícola mundial. Produção Animal | Avicultura 13

Edir Nepomuceno e o homenageado

Egladison João Campos

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14 Produção Animal | Avicultura

Eventos

“São ao todo, portanto, 1.650 meses –

ou quase 140 anos de pesquisa avícola

genuinamente brasileira”

Falando na abertura da Conferência, o Diretor de Even-tos da FACTA, Professor Dr. Edir Nepomuceno da Silva, que presidiu os trabalhos do evento, observou que tão ou mais importante que o próprio evento foi a adesão de acadêmi-cos e técnicos brasileiros ao Prêmio de Pesquisa Avícola José Maria Lamas da Silva. Explicou porquê:

“Foram inscritos ao Prêmio, no total, 275 trabalhos de pesquisa técnico-científica. Levando-se em conta que, em média, atuam nesses trabalhos quatro pesquisadores, tem-se aí cerca de 1.100 técnicos voltados para um mesmo objeti-vo: responder a desafios levantados pela avicultura brasilei-ra. Mais ainda: pesquisas do gênero demandam pelo menos seis meses de experimentos, de repetições, de observações, de análise dos resultados obtidos, de levantamento das con-

clusões. São ao todo, portanto, 1.650 meses – ou quase 140 anos de pesquisa avícola genuinamente brasileira”.

O resumo dos trabalhos inscritos são publicados sob a forma de suplemento da Revista Brasileira de Ciência Aví-cola, também editada pela FACTA, que pode ser solicitada através do e-mail:[email protected].

No quadro abaixo segue a relação dos trabalhos vence-dores do Prêmio Lamas nas áreas de Sanidade, Produção e “Outras Áreas”, destacando-se o nome do respectivo apre-sentador. A despeito do número recorde de trabalhos con-correntes, a área de Nutrição não teve vencedor, mas ape-nas uma menção honrosa. Foram concedidas, ainda, outras quatro menções honrosas nessas mesmas áreas em Sanida-de, Produção e “Outras Áreas”. Curiosamente, um mesmo pesquisador da área de Sanidade (Jorge Luis Chacón Villa-nueva, da FMVZ/USP) fez jus a duas dessas menções hon-rosas. Isso acontece porque todos os trabalhos são avalia-dos sem qualquer identificação prévia de seus autores.

Seguem nas próximas páginas um resumo de algumas palestras selecionadas.

SAnidAde – 61 tRABALHOS COnCORRenteS

Trabalho vencedor: Tipificação de isolados do vírus da bronquite infecciosa das galinhas pelo seqüenciamento do segmento S1 e modelagem protéica – Josiane Tava-res de Abreu – PUC Minas (Betim, MG)

Menção honrosa: Caracterização molecular do vírus da laringotraqueíte infecciosa responsável pelo surto em 2002-3002 em poedeiras no Estado de São Paulo – Jorge Luiz Chacón Villanueva – FMVZ/USP (São Paulo, SP)

Menção honrosa: Características patológicas, mole-culares e sorológicas do vírus variante da bronquite in-fecciosa isolado no Brasil - Jorge Luiz Chacón Villanueva – FMVZ/USP (São Paulo, SP)

nUtRiÇÃO – 125 tRABALHOS COnCORRenteS

Menção honrosa: Efeitos de uma amilase e beta gluca-nase na disponibilidade da energia metabolizável verda-deira e coeficiente de digestibilidade do milho para galos – Júlio César Carrera de Carvalho – UFLA (Lavras, MG)

pROdUÇÃO – 40 tRABALHOS COnCORRenteS

Trabalho vencedor: Avaliação da degeneração femo-ral e bem-estar em frangos de corte – Ibiara Correia de Lima Almeida Paz – FMVZ/UNESP (Botucatu, SP)

Menção honrosa: Análise sensorial de filés de peito pálidos e normais de frangos produzidos no município de Dourados/MS – Rodrigo Garófallo Garcia – Universi-dade Federal da Grande Dourados (Dourados, MS)

OUtRAS ÁReAS – 49 tRABALHOS COnCORRenteS

Trabalho vencedor: Modelos de superfície de resposta para predição do desempenho de frangos – Daniel Emygdio de Faria Filho – FMVZ/UNESP (Jabo-ticabal, SP)

Menção honrosa: Sistema de alerta para a ocorrên-cia de mortalidade alta em frangos de corte devido ao calor – Marcos Martinez do Vale – Feagri/Unicamp (Campinas, SP)

Prêmio Lamas: 275 trabalhos de pesquisa inscritos

Jorge Luiz Chacón Villanueva, Josiane Tavares de Abreu, Marcos Martinez do Vale,

Julio C de Carvalho, Rodrigo Garófallo Garcia, Daniel Emygdio e Ibiara de Almeida Paz

Eventos

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Produção Animal | Avicultura 15

ReCOMendAÇõeS pARA ReUtiLizAÇÃO dA CAMA de AViÁRiO

Na ocorrência de episódio sanitário a cama não deve ser utilizada

O tratamento fermentativo com lona em todo o aviário apresentou melhor resultado na redu-ção da carga bacteriana da cama e controle de cascudinhos

Observar a qualidade da cama nova (procedência, armazenamento)

Tempo do intervalo entre lotes para tratamento da cama não deve ser inferior a 12 dias

Utilização de lança-chamas antes e depois do tratamento da cama

Virgínia Santiago:

Atenção especial deve ser dada à

qualidade da cama nova

Cobertura com lona

no aviário apresentou

o melhor efeito

na redução de

enterobactérias

A médica veterinária Virgínia Santiago Silva apre-sentou os dados de um estudo realizado pela Embrapa Suínos Aves, que avaliou o efeito dos métodos de apli-cação de cal, enleiramento, lona no aviário (variação do método fermentativo que vem sendo empregada por algumas agroindústrias) e sem intervenção sobre a carga bacteriana das camas de aviário.

A pesquisa buscou avaliar se a reutilização da cama para mais de um lote é segura e viável de acordo com as condições de alojamento brasileiras, já que os processos de exportação para a Co-munidade Européia exigem que as camas reutilizadas sejam tratadas e comprovadamente livres de riscos microbiológicos.

Foram avaliadas camas de mara-valha de 24 aviários, divididas em seis por tratamento, reutilizadas por seis lotes consecutivos de frangos.

Virgínia chama atenção para a qualidade da cama nova, que já nos primeiros experimentos demonstrou estar bastante contaminada. De acordo com ela, neste caso, a cama provavelmente deve estar sendo acondicionada em ambientes que favorecem a contaminação e multipli-cação bacteriana.

De modo geral houve redução da carga bacteriana ao longo dos seis lotes, em todos os tratamentos.

Na avaliação do efeito dos tratamentos sobre as enterobactérias, a cobertura com lona no aviário apre-sentou o melhor efeito na redução deste grupo bacte-riano. Neste tratamento não foi detectada a presença

de “cascudinhos”, enquanto este foi um achado cons-tante nos demais. Já o enleiramento da cama foi mais

eficiente na redução de mesófi-los totais, seguido da cobertura com lona.

Além disso, Virgínia ressalta que após a terceira criada a car-ga bacteriana tende a estabilizar em níveis mais baixos, algumas vezes inferiores à contaminação observada em algumas amostras de cama nova, demonstrando a segurança dos processos, espe-

cialmente a cobertura com lona no aviário.Para concluir, Virgínia explica: “A reutilização da

cama de aviário é uma prática segura, desde que sejam aplicados tratamentos eficientes para redução de risco microbiológico”

Manejo adequado para reutilização de cama

Virgínia Santiago Silva

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16 Produção Animal | Avicultura

Eventos

Política da OIE para estabelecimento de normas sanitárias internacionais

Temos que trabalhar para que o Brasil desenvolva massa crítica nos organismos internacionais. Precisa-

mos de força política e co-nhecimento científico. É o que afirma Luiz Carlos de Oliveira, Diretor do Depar-tamento de Negociações Sa-nitárias e Fitossanitárias (DNSF) vinculado à Secreta-ria de Relações Internacio-nais do Agronegócio (SRI) do MAPA.

Para ele, o Brasil não tem representação política no nível de seu agronegó-cio. E apesar de ter se bene-ficiado das negociações da OIE que culminaram em

novas diretrizes (como critérios menos radicais para identificação e notificação de casos de Newcastle e In-

fluenza Aviária), o País precisa aumentar sua partici-pação na elaboração dessas diretrizes. Desta forma é possível assegurar condições mais favoráveis ao acesso dos produtos brasileiros e garantir o posto de maior exportador mundial de carne de frango. Por outro lado, o benefício gerado pela adoção dessas normas torna-se relativo quando se considera o aumento da competitividade de alguns países em condição sanitá-ria inferior à brasileira.

Outro problema citado pelo diretor que ocasiona a pequena participação do Brasil nas comissões da OIE é o contingenciamento de verba, que constantemente afeta o Ministério da Agricultura. “O Ministério do De-senvolvimento Agrário tem orçamento duas vezes maior”, afirma.

Em sua apresentação, Oliveira lembrou ainda que a avicultura também ganha com o reconhecimento de 10 Estados brasileiros como área livre da febre aftosa com vacinação, já que está é uma avaliação do sistema de defesa agropecuário em geral.

De acordo com Helen Claudia Ferreira, Gerente de Produção de Aves da Rivelli Alimentos, a limpeza e a desinfecção são procedimentos simples, que compõe uma etapa de grande impacto na produtividade avíco-la e são responsáveis por manter baixa a concentração de agentes patogênicos. Para ela, manter um progra-ma de limpeza e desinfecção funcionando de forma incorporada à rotina de produção exige empenho e determinação do corpo técnico da empresa, já que muitas vezes a aparente simplicidade do processo in-duz subestimar sua importância.

Basicamente, o trabalho de limpeza consiste na re-moção de uma enorme quantidade de matéria orgânica do ambiente de modo a tornar as superfícies da estrutu-ra capazes de serem desinfetadas. É composto por qua-tro etapas: retirada do esterco do aviário, varredura do piso, lavagem com água sob pressão. Finalizado este processo, inicia-se a desinfecção.

Para fazer a escolha adequada de um desinfetante é necessário conhecer os diversos tipos de produtos exis-tentes para identificar qual deles atende a necessidade do processo a ser realizado. Devem-se considerar o princípio ativo, a estabilidade, a diluição, o método de aplicação, os microorganismos a serem controlados e o

tempo de exposição necessário para alcançar uma me-lhor ação do produto.

Além disso, a aplicação de desinfetantes deve obe-decer aos princípios de boas práticas e de segurança no trabalho, com o uso dos equipamentos de proteção individual que proporcionem se-gurança a quem ma-nuseia e aplica o produto.

Ferreira observa outros pontos que de-vem ser destacados durante o processo de desinfecção de gal-pões: forração do piso (material deve ser ca-paz de absorver a umi-dade das fezes das aves e promover o iso-lamento térmico), preservação do meio ambiente (resí-duos devem ser corretamente manejados) e a reutiliza-ção da cama de viário (entre outros princípios, deve preservar a qualidade sanitária dos lotes).

Sobre a preservação do meio ambiente, Ferreira ain-da argumentou que são necessários novos trabalhos científicos que estudem o impacto da avicultura no ambiente para que o setor possa ter argumentos frente às novas exigências.

Desafio da limpeza e desinfecção de galpões

Dentro do programa de biossegurança, a

limpeza e desinfecção são etapas simples,

mas não menos importante

Helen Claudia Ferreira

Luiz Carlos de Oliveira

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Produção Animal | Avicultura 17

Marek e Gumboro foram descritas

pela primeira vez, respectivamente,

em 1907 e 1957 e eram até então

uma das principais causas de

perdas na avicultura

A evolução das vacinas de Marek e a história da Merial

O francês Stephane Lemiere, especialista em vaci-nologia avícola, integrou a equipe de cientistas da sub-sidiária francesa da Merial Saúde Animal que desenvol-veu Vaxxitek HVT+IBD, com tecnologia vetorial.

Vacina viva congelada, Vax-xitek contém uma cepa vacinal do vírus de Marek (HVT) que codifica a proteína VP2 do vírus de Gumboro (IBD) e confere imunidade contra as duas do-enças simultaneamente, com dose única aplicada no incuba-tório “in ovo” ou pela subcutâ-nea em aves de um dia.

Marek e Gumboro são do-enças economicamente impor-tantes. A primeira é caracteriza-da pelo aparecimento de tumores na pele e nos órgãos internos, provocando mortali-dade, condenações na indústria

de processamento e imunossupressão. A vacinação das aves contra a Marek ocorre desde a década de 1970 e há vários tipos de vacinas disponíveis, entre os quais a HVT, amplamente usada. Descrita pela primeira vez pelo médico veterinário húngaro Jozsef Marek em 1907, a doença de Marek era então a principal causa de

perdas na avicultura. Atualmente a doença é largamen-te controlada com o uso de vacinas.

Já a doença de Gumboro (IBD) foi primeiramente re-latada em 1957 e provoca a destruição dos linfócitos da bolsa de Fabricius. podendo causar danos permanentes ao sistema imune das aves, além de mortalidade em lo-tes suscetíveis. Ela também pode provocar infecções se-cundárias, como colibacilose e dermatite gangrenosa

As pesquisas para desenvolvimento da Vaxxitek se iniciaram no final dos anos 80 e foram concluídas em 1997. O registro nos Estados Unidos ocorreu em 2000, na União Européia em 2002 e no Brasil em 2005.

Considerada um marco histórico na imunização contra as doenças de Marek e Gumboro, Vaxxitek HVT+IBD trouxe importantes benefícios à avicultura.

“Após 30 anos da primeira vacina contra marek, a Merial conseguiu alcançar consistência e uniformida-de”, afirma Lemiere.Stephane Lemiere

Características zootécnicas economicamente importantes para o rendimento

Para Eduardo Mendonça de Souza, da Aviagen EUA, o rendimento de carcaça ou de partes é de grande im-portância numa operação comercial de frangos, já que afeta diretamente o volume disponível para vendas e, conseqüentemente o faturamento da empresa. De acor-do com ele, entre outras variáveis zootécnicas que afe-tam o rendimento estão: números de pintos por matriz alojada, peso vivo e sexo, viabilidade e condenação no abatedouro, produto genético e conversão alimentar e nutrição.

Sobre genética, Souza ressalta que existem no mer-cado aves de crescimento um pouco mais lento (que permitem boa formação de órgãos internos e estrutura óssea) que são mais adequadas para o segmento de ren-dimento e proporcionam uma boa viabilidade a altos pesos. E ainda apresentam excelente rendimento de carcaça e carne de peito.

Para ele, na análise do rendimento deve-se levar em consideração toda a cadeia (incluindo matrizes, frango e abatedouro). Além disso, para se avaliar a relação cus-to X benefício de um produto ou de determinada práti-

ca de manejo, o mais indicado é o uso de um modelo econômico. Ele explica: “Teoricamente, se o objetivo for aumentar o rendimento quanto mais pesado se aba-ter o lote, melhor. No entanto, o aumento da conversão alimentar pode economicamen-te eliminar o benefício do maior rendimento. Para conhecer o peso ideal para se abater um lote, o melhor é levar em consideração, além das variáveis zootécni-cas, as variáveis rela-cionadas ao custo de produção e preços de venda e realizar uma análise econômica para auxiliar a tomada de decisão”.

Eduardo Mendonça de Souza

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18 Produção Animal | Avicultura

Saúde Animal

Simpósio realizado no primeiro dia do evento discutiu conceitos, exigências, novidades e legislação, entre outros tópicos relacionados ao bem-estar

Há uma grande divergência entre os requisitos de bem estar animal, indo de limites extremos de ativismo até a aceita-ção completa de situ-ações de crueldade. E,

além disso, muitos conceitos de bem-estar ainda estão baseados em mitos. Porém, nos próximos cinco anos estes mitos devem ser esclare-

cidos com estudos científicos. É o que afirma Irenilza de Alencar Nääs.

Para ela, o futuro da estimativa de bem-estar está na análise obser-vacional de vídeos que pode identifi-car potenciais indicadores desta condição. Comportamentos agressi-vos geralmente são resultantes de disputas por alimentos e poderão ser identificados em tempo real para assegurar a conformidade.

Entre os principais desafios do

bem-estar animal estão elaborar normas que abordem com precisão as condições de alojamento, (como poeira e amônia) o re-uso da cama, a apanha manual do frango e o transporte.

A pesquisadora também lembrou que o conceito de bem-estar é com-plexo e envolve inúmeros indicadores como produtividade, comportamen-to, mortalidade e incidência de pro-blemas locomotores e patologias.

Princípios de bem-estar

Irenilza de Alencar Nääs

Relegadas a segundo plano até pouco tempo atrás, as discussões sobre bem-estar

animal alcançaram grande impor-tância na atualidade e mereceram uma programação especial durante a Conferência APINCO: o “Simpó-sio sobre bem-estar de frangos e pe-rus” (leia mais nos boxes ao longo da matéria). Um dia inteiro de pa-lestras foi dedicado ao assunto com a presença de pesquisadores nacio-nais e internacionais.

Afirmação recorrente entre os es-pecialistas que falaram no evento é o fato de o Brasil ter plenas condições de cumprir as exigências impostas por protocolos como o GlobalG.A.P, mas deve trabalhar para criar suas próprias normas e padrões de bem-estar e provar cientificamente que

estes protocolos são válidos, além de refletirem melhor as condições de alojamento do país.

Irenilza de Alencar Nääs, uma das especialistas brasileiras no as-sunto, professora titular da Facul-dade de Engenharia Agrícola da Unicamp e atual presidente da As-sociação Internacional de Enge-nharia Agrícola, lembra que o bem-estar animal sempre foi importante, uma vez que este conceito pode significar a viabilidade econômica do negócio.

No entanto, nos últimos anos, uma série de manifestações (sons, ruídos, mudanças de cor, odores e produção) foram acrescentadas à definição de comportamento, que é um indicativo de como a ave se sente. A interpretação de sinais

provenientes da vocalização das aves, por exemplo, passou a ser analisada como uma estimativa para esta condição, já que a asso-ciação de níveis de ruído com aná-lise de imagens pode indicar o bem-estar térmico.

Entre as definições de bem-estar animal mais citadas está a estabele-cida em 1992 pelo Farm Animal Welfare Committe (FAWC – Comi-tê de Bem-estar de Animais de Pro-dução) e engloba o conceito das cinco liberdades: liberdade fisioló-gica (ausência de fome e de sede), ambiental (edificações adaptadas), sanitária (ausência de doenças e de fraturas), comportamental (possi-bilidade de exprimir comporta-mentos normais) e psicológica (au-sência de medo e de ansiedade).

Bem-estar animal centraliza debates na Conferência ApinCO 2008

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Produção Animal | Avicultura 19

Estimativas de bem-estar

Além da análise dos resultados produtivos, mortalidade, compor-tamento, observações visuais e aná-lise de sinais físicos, o bem-estar das aves sempre foi mais comu-mente estimado através de parâme-tros do ambiente térmico. Até por-que as altas temperaturas dentro dos aviários podem representar um grande entrave na eficiência produ-tiva das aves.

Outro fator a ser lembrado é a concentração de amônia nos gal-pões, que pela recomendação inter-nacional não deve ultrapassar 20ppm.

A saúde das aves pode ser com-prometida pela exposição contínua a este poluente, conhecido como irritante de mucosas dos olhos e do trato respiratório das aves, que as predispõe a doenças respiratórias.

As condições ambientais brasi-leiras de alojamento são diferentes e pesquisadores concordam que mais estudos devem ser desenvol-vidos para otimizar a concentra-ção de amônia, se possível, ou mesmo, defendê-las, quando necessário.

Já a vocalização, como anterior-mente mencionada, é citada pela

pesquisadora Irenilza como méto-do não invasivo para estimativa do bem-estar e está relacionada com o estado físico-fisiológico do animal.

Ela explica que a vocalização de poedeiras apresenta diferenças sig-nificativas quando estas são sub-metidas a diferentes regimes de ali-mentação. Aves vocalizam com maior freqüência quando há um aumento no estado de fome.

Os problemas locomotores, que impedem que a ave se movimente livremente e com isso chegue aos bebedouros e comedouros são dis-cutidos no box da página 20.

Para Charlí Ludtke, da World Socie-ty for the Protection of Animals (WSPA), as etapas do carregamento e deslocamento entre a granja e o frigorí-fico, concentram os maiores riscos que podem comprometer todo o processo e formam uma lacuna na cadeia de pro-dução de aves.

Na apanha podem ocorrer falhas (como número elevado de aves por mão e ausência de treinamento dos funcionários) que ocasionam hemato-mas e fraturas nas aves.

Além disso, enquanto são carre-gadas, as caixas que recebem as aves devem estar dentro do galpão e não do caminhão. “O ideal seria a apanha

individual pelo dorso, já que pelo pé pode ocasionar contusão do peito e desarticulação da asa. No entanto, se as caixas estiverem dentro dos gal-pões a apanha pelo pé passa a ser mais considerável”, afirma. E comple-ta: “Com a redução do estresse no manejo das aves podemos diminuir a presença de lesões na carcaça e a incidência de defeitos de qualidade, como a carne pálida e ponta de asa avermelhada”.

Algumas granjas já trabalham com um sistema de trilhos onde as caixas já carregadas correm do galpão para o caminhão.

Charlí lembra que o motorista do

caminhão deve atuar como um fiscal e com-preender os procedimentos de bem-estar animal para o transporte.

A área de espera deve ser adequa-da para refrescar as aves que esperam no caminhão para serem abatidas. Também é fundamental o controle da temperatura e umidade com termo-higrômetros, assim como um funcio-nário responsável por esta etapa e monitoramento do estresse.

Charlí Ludtke

Problemas no manejo

Palestrantes e mediadores: Irenilza de Alencar Nääs,

Ângelo Berchieri, Erika Voogd, Fábio Zancan,Charlí

Ludtke, Giancarlo Piccoli, Sulivan Pereira Alves, Andréa C.

Parrilla, José Maurício França e Paulo Cesar Martins

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20 Produção Animal | Avicultura

Saúde Animal

ASpeCtOS de MAneJO ViSAndO O BeM-eStAR AniMAL e A QUALidAde dA CARne

Vacinação Manter máquinas limpas e secas Manuseio delicado

ClassificaçãoManutenção e desenho do equipamento

para evitar lesõesRevisar equipamento

CamaControle de ventilação para reduzir

umidade do pisoNão abrasiva

Apanha Carregar caixas delicadamenteOrganizar todas as pernas direitas ou

esquerdas em uma mão

Transporte e esperaDevem ser realizados nas horas frias

em climas quentesVentilação equilibrada – cortinas e toldos

podem fornecer sombra

Descarga e pendura Ambiente seguro e higiênico para funcionários Treinamento para manuseio delicado

Atordoamento Controlar nível de água no atordoador Ajustes no atordoador baseados no

tamanho da aves

Sangria Manutenção da máquina de sangria Corte e sangria completos

Fonte: Érika Voogd / Voogd consulting

Manejo pré-abate

Após alojamento e criação bem sucedidos, chega a hora de enviar as aves ao abate. E o manejo pré-abate é uma etapa importante a ser observa-da, pois além de influen-ciar significativamente a qualidade da carne, é também necessário para garantir o bem-estar das

aves. Segue abaixo tabela com informações sobre o bem estar em várias eta-pas da produção avícola, apresentadas pela con-sultora Erika Voogd, da Voogd Consulting, que também participou do seminário sobre bem-es-tar na Conferência Apin-co 2008.

Ibiara de Almeida Paz abordou em sua palestra as diversas técnicas em aviário de produção e reprodu-ção para detectar problemas locomoto-res em frangos de corte.

Entre outras técni-cas de mensuração de

problemas locomotores estão os exames histopatológicos (geral-mente utilizados em pesquisas para detecção de padrões de comportamento do tecido ós-seo), o gait score (observação

visual da capacidade de locomo-ção das aves) e as imagens radio-gráficas (que permitem o imedia-to diagnóstico de má formação óssea ou degenerações). Inde-pendente da técnica de mensura-ção, os scores (notas atribuídas à integridade óssea) são sempre considerados.

Estas notas variavam entre zero (ave normal) e cinco (lesões gra-ves). Atualmente, devido à dificul-dade de se estabelecer os limites entre os escores intermediários, a tendência é que estes scores sejam reduzidos a três notas, os seja, variando de zero a dois.

A pesquisadora apresentou também um sistema de aferição de forças e pressões, desenvolvido em conjunto com a FEAGRI/UNI-CAMP, adaptado para medir com precisão o movimento das patas de animais de produção. Esta metodologia permitiu verificar alterações na pressão realizada nas patas das aves quando as mesmas sentem desconforto ou dor.

Ela explica: “O frango passa na plataforma de força e a pres-são plantar é gravada mostrando a variação da pressão nas pernas. A força é medida antes e depois do uso da dipirona”.

Problemas locomotores

Ibiara de Almeida Paz

Erika Voogd

20 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 21

José Maurício França entende que é possível desenvolver práticas, na produção avícola que assegurem bons índices de produtividade e alta qualidade do produto, sem colocar o bem-estar dos frangos em risco.

Sobre as inúmeras certificações, França afirma que as empresas op-tam por participar destes sistemas para acessar mercados que requisi-tam a conformidade em algumas normas. Além disso, quando aplica-das de forma adequada, contribuem para melhorar o desempenho das empresas. França explica: “Empresa certificadas possuem uma distinção de capacidade reconhecida interna-

cionalmente que pode contribuir para o desenvolvimento dos negó-cios em ambiente de alta competitividade”.

Nas auditorias realizadas para alcançar o protocolo EurepGAP são observados os seguintes itens: ilumi-nação de no mínimo 10lux, com escuridão de 8 horas em 24 horas, cama seca, fresca e tamanho apro-priado com profundidade superior a 2cm e densidade máxima de 38Kg/m2, que permita o acesso do trata-dor para inspeção de remoção das aves doentes e manifestação de liberdade de movimentos pelas aves, entre outros.

O protocolo ACP (Assured Chicken Produc-tion), do Reino Unido, considera ainda necessário o contrato formal de apanha terceiriza-da, o treinamento dos motoristas e a densidade máxima estabelecida por veículo considerando o número de aves por peso. E ainda, cada planta deve possuir um encarregado de assegurar o bem-estar das aves e os veículos de transportes das aves devem ter um plano de emergência.

Exigência dos programas de certificação

Com o crescente debate político e público sobre temas éticos e sócio-ambientais, a demanda por sistemas de certificação tende a crescer. José Maurício França, professor adjunto do curso de medicina veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e auditor de sistemas de certificação lembra que não é a legislação que de-termina a certificação e a inspeção. Tampouco é o usuário final que esta-belece esta necessidade, já que muitas vezes desconhece o conjunto de nor-mas dos programas de certificação. A necessidade de certificação está sendo impulsionada por grupos de varejis-tas, restaurantes e atacadistas. Para eles, a certificação é uma vantagem: é prático, não lhes custa nada (o custo é pago pelos fornecedores), o processo de inspeção é realizado por uma orga-nização independente e externa e as normas são transparentes e públicas.

Atualmente, existe um grande nú-mero de certificações (exigências) e certificadoras que surgem no merca-do internacional, numa quase substi-tuição das barreiras comerciais e sani-tárias oficiais.

O Protocolo GlobalG.A.P (Euro-Retailer Produce Working Group) é um deles. Este sistema de certificação

é praticamente obrigatório para quem queira participar do mercado interna-cional, em especial o europeu.

Para responder a esta nova reali-dade, a União Européia instituiu re-centemente seus próprios padrões para a produção de frango. A Diretiva Européia nº43, de junho de 2007, es-tabelece regras mínimas para a prote-ção de aves destinadas à produção de carne, entre os estados-membros.

Primeira normativa do gênero aplicável à avicultura de corte, a nova diretiva resulta de discussões inicia-das no decorrer dos anos 1990 e pre-coniza que os efeitos negativos da ele-vada densidade de aves podem ser reduzidos nas instalações em que se-jam mantidas boas condições climáticas.

Além de tratar de generalidades (acesso apropriado a cama limpa, be-bedouros e comedouros, tratamento adequado de aves doentes, etc.), a Di-retiva 43 se fixa especialmente nas questões ambientais, inclusive na densidade de criação. E estabelece uma densidade máxima de 33 quilos de peso vivo por metro quadrado, va-lor que pode chegar aos 39 kg/m2 e, ainda – em condições muito excep-cionais – aos 42 kg/ m2.

Certificação e competitividade

Principais parâmetros de bem-

estar animal exigidos pelos

principais países importadores

Trabalhadores treinados especifi- √camente para a atividadeConstante acompanhamento √quanto ao funcionamento de equipamentosGalpão deve ter alarmes que √acusarão falha de qualquer equi-pamento vital para o bem-estar das avesComedouros circulares, mínimo √de 0,66cm/Kg peso vivoComedouros lineares, mínimo de √1,5cm/Kg de peso vivoEquipamento de alimentação, √máximo de 3m de distância de cada indivíduoBebedouros, máximo de 2m de √distância dos comedourosBebedouros circulares, mínimo √de 0,66cm/Kg peso vivoBebedouros lineares, mínimo de √15cm/Kg peso vivoBebedouro nipple, máximo de √15 aves/nippleVentilação, mínimo 4,5m √ 3 ar/Kg peso vivo/horaAmônia, máximo de 20ppm √(10ppm deve ser o objetivo)

José Maurício França

Produção Animal | Avicultura 21

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22 Produção Animal | Avicultura

Saúde Animal

Protocolos brasileiros

Desde outubro de 2007, o Brasil trabalha em dois progra-mas de boas práticas de produ-ção, um para o frango e outro para o ovo. Ambos foram de-senvolvidos em conjunto pela UBA e ABEF e devem ser divul-gados no decorrer de junho corrente.

Conhecidos pelas siglas PIF (Produção Integrada de Frango) e PIO (Produção Inte-grada de Ovo), estes protoco-los pretendem enfrentar o grande número de programas que vêm do exterior e im-põem regras de produção pró-pria, distantes da realidade brasileira. Os protocolos PIF e o PIO já foram largamente discutidos na edição 07 da Revista Produção Animal-Avi-cultura. Eles atendem, além das boas práticas de produção típicas da avicultura, exigên-

cias relacionadas ao bem-es-tar animal, à preservação am-biental, à segurança alimentar do produto final e, inclusive, à saúde, segurança e bem es-tar do trabalhador avícola.

A exigência de renovação da cama dos aviários, que pe-los protocolos estrangeiros precisa ser feita a cada novo lote de frangos, não é mencio-nada no PIF, já que as condi-ções ambientais brasileiras possibilitam o reuso da cama por vários lotes, sem que isso implique em perda de produti-vidade ou na ocorrência de problemas sanitários. A Em-brapa Suínos e Aves realizou um estudo com o objetivo de avaliar de forma técnico-cien-tífica as possibilidades de reuti-lização da cama, que foi tam-bém apresentado durante a Conferência APINCO 2008. •

piF estabelece padrões de produção para o frango

piO segue mesmos moldes para postura comercial

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Produção Animal | Avicultura 23

novus conquista três certificações em 6 meses

Para garantir a qualidade e a excelência de seus produ-tos para nutrição e saúde animal, a fábrica da Novus

no Brasil já conquistou 3 certificações com menos de seis meses de atuação.

Inaugurada em 13 de novembro de 2007, na cidade de Indaiatuba, SP, a unidade brasileira da Novus Interna-tional Inc, possui um sistema integrado de gestão que contempla as certificações NBR ISO 9001:2000 de Sistema de Gestão da Qualidade; Boas Práticas de Fabricação nível III com reconhecimento internacional GlobalGAP e HACCP certificado de acordo com o Codex Alimentarius.

De acordo com informações da assessoria de imprensa, as certificações resultam do sistema integrado de gestão da Novus que gerencia de forma adequada todos os resíduos provenientes da fábrica, analisa os níveis de garantia das matérias-primas e produtos acabados, qualifica seus forne-

cedores em toda a cadeia produtiva e trabalha com equipa-mentos e com tecnologia de ponta.

“Mais do que simplesmente controlar todos os perigos físicos, químicos e biológicos que possam contaminar nossos produtos, estas certificações demonstram o com-prometimento da Novus com nossos clientes”, afirma Felipe Ferreira, gerente industrial da Novus.

Mais informações: www.novusint.com

deS-Vet comemora 25 anos em jantar na Conferência ApinCOdeS-Vet comemora 25 anos em jantar na Conferência ApinCO

A empresa, da divisão de produtos veteri-nários da DES-FAR, foi a responsável

pelo momento mais descontraído para os participantes da Conferência APINCO 2008.

A DES-VET ofereceu um jantar no se-gundo dia do evento, no salão principal do Mendes Convencion Center, em comemo-ração aos seus 25 anos.

Com um público aproximado de 700 pessoas, todos curtiram o menu do Buffet Mendes, ao som do conjunto musical Toni-nho e Mathias. Além disso, foi exibido o filme institucional da DES-VET e realizado o sorteio de um notebook.

“Não poderíamos ter escolhido um evento melhor do que este para comemorar nossos 25 anos. A Facta organiza com muita competência este encontro”, comen-ta Dr. Willians Turco, diretor da empresa, que reuniu também toda sua equipe de vendas e familiares.

Momentos do evento comemo-rativo (da esquerda para direi-ta): Vista geral dos convidados; sorteio comandando pelo pró-prio Dr Willians; o diretor da empresa com esposa e filhos; equipe administrativa reunida e descontração ao som da banda Toninho e Mathias

AviGuia: produtos, serviços e empesas

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24 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empesas

A Vitagri, empresa brasileira do setor de nutrição ani-mal, teve 50% de seu capital social adquirido pelo grupo francês InVivo, quinto maior no ranking mundial do setor e maior central de cooperativas francesas.

O negócio foi acertado com os sócios brasileiros da Vitagri em abril. De acordo com informações da empresa, a nova sociedade garante aos clientes da Vitagri acesso à tecnologia voltada à nutrição animal como as inovações e produtos desenvolvidos nos centros de pesquisas da InVivo e granjas experimentais, além de uma rede internacional de suprimentos de qualidade e grande diversidade.

A Vitagri conta com duas plantas industriais localiza-das em Apucarana, PR. Atua há mais de sete anos no setor de nutrição animal de aves, suínos e bovinos leitei-ros, dentre outros. Para atender esses segmentos, de-senvolve e comercializa produtos aplicando os mais modernos conceitos nutricionais e de serviços.

O Grupo InVivo lidera diversas áreas do agronegócio europeu, tais como: nutrição e saúde animal; armazena-gem, comercialização e distribuição de commodities agrícolas entre eoutras.

Mais informações: www.invivo-group.com

Sociedade é firmada entre Vitagri e inVivo

Cobb premia melhores lotes na produção de ovos férteis em 2006 e 2007

Durante a AveSui 2008, em Flo-rianópolis, SC, a Cobb Vantress do Brasil premiou os melhores lotes de matrizes em número de ovos produ-zidos, nos anos de 2006 e 2007. A vencedora de 2006 foi a paranaense Globoaves em parceria com a Flam-boiã, de Lindóia (SP) e em 2007 a catarinense Agrovêneto, de Nova Veneza.

Para Romilton Naves da Silva, médico veterinário e supervisor de produção da Globoaves, a premiação é um reconhecimento importante ao trabalho de toda a equipe. “O senso de conjunto e a relação com a Cobb são decisivos para obtenção destes resultados. É preciso ter humildade para receber e trocar informações com a assistência técnica”, afirmou Romilton.

Denizard Ribeiro, diretor da Agro-vêneto, também destacou a importân-cia da premiação, principalmente pela quantidade de empresas e número de lotes criados no Brasil em 2007, e creditou o sucesso ao cuidado minu-cioso no manejo e à interação com a assistência Cobb. “É uma linhagem exigente, mas que dá ótimos resulta-dos. Temos uma grande satisfação na parceria com a empresa”, afirmou.

Jairo Arenazio, gerente geral da Cobb para a América do Sul, explica que o prêmio foi criado, entre outras razões, para estimular a coleta de dados nos clientes. “É um instrumento importante para balizar o desenvolvi-mento da genética Cobb”. Os dados são enviados à Cobb USA, que compi-la e avalia o desempenho do produto no campo, traçando as diretrizes dos

novos desenvolvimentos genéticos a partir dos resultados.

A questão do potencial reproduti-vo é importante para linhagens de conformação. “A Cobb tem uma linhagem voltada ao rendimento final de carne, o que acaba limitando a habilidade reprodutiva do animal”, explica Jairo. “Por isso é fundamental o cuidado no manejo e um bom controle da ambiência para alcançar uma me-lhor performance reprodutiva”, completa.

O lote com melhor desempenho reprodutivo também será premiado em 2008. Para Jairo, o prêmio chancela a responsabilidade da Cobb com o futu-ro de seus produtos. “Além disso, é também um reconhecimento e incenti-vo à dedicação do cliente na busca de resultados sempre melhores”.

Denizard Ribeiro (terceiro da esquerda para a direita) e equipe Agrovêneto recebem premiação

Valdecir Salvador - Globoaves, José Luis Januário e Jairo Arenazio - Cobb e Romilton Naves da Silva - Globoaves

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Produção Animal | Avicultura 25

Centro de nutrigenômica

O 24° Simpósio Internacional Anual de Saúde e Nutrição

Animal da Alltech, que aconteceu entre os dias 20 e 23 de abril no Estado de Kentuckhy, Estados Uni-dos, enfatizou a importân-cia das novas tecnologias verdes que são solicitadas para enfrentar as preocupa-ções mundiais.

Fundador e Presidente da Alltech, Pearse Lyons chamou a atenção da audiência ao convidá-las a “repensar as práticas da tecnologia e negócios e a transformar a indústria agropecuária”. Além dis-so, completou que o futu-ro da próxima geração dependerá da redefinição de nossa atitude. Lyons afirma: “É nossa respon-sabilidade alimentar um mundo faminto e a necessidade é a mãe das invenções; constantemente devemos buscar fontes de energia sustentáveis”.

A Medalha da Excelência anual da Alltech foi entregue a Ronan

Power por seu extenso trabalho nos avanços do uso dos Nutrigenômicos e no perfil da expressão dos genes, como ferramentas para melhorar as estratégias nutricionais tanto em animais como em humanos. Power é Diretor do Centro de Nutrigenômica da Alltech.

Durante a programação do Simpósio, a Alltech inaugurou o Centro de Nutrigenômica e Nutrição Animal Aplicada, também em Ken-tucky, EUA.

A nutrigenômica estuda a rela-ção entre os nutrientes e os genes humanos, ou como dieta e genética podem influenciar o equilíbrio entre saúde e doença.

Segundo a empresa, o Centro de Nutrigenômica utiliza as mais modernas tecnologias para gerar uma base de dados que detalha os

efeitos da nutrição sobre os perfis de expressão gênica nos tecidos de várias espécies. Esta base será analisada para determinar o estado de saúde e rendimento dos animais de produção, além das melhores inter-venções nutricionais para obter maior produtividade.

Abertura do Simpósio

internacional da

Alltech

Geração Mais Verde foi

ponto alto do Simpósio

da Alltech

Ronan Power recebe a Medalha da Excelência da Alltech

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26 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola: Bem-estar animal

O artigo a seguir – aqui sinte-tizado e com algumas adap-tações de texto – foi divul-

gado pelo site Plos One (www.plosone.org), revista on-line lança-da em 2007 pela Public Library of Science (PLOS) que publica artigos em todas as áreas das ciências e me-dicina, e traduzido pela equipe da Produção Animal-Avicultura.

A PLOS é um projeto sem fins lu-crativos que visa criar uma bibliote-ca de revistas científicas e publica-ções afins dentro do modelo de licenciamento de conteúdo aberto.

O estudo foi encomendado pelo Departamento para Assuntos Am-bientais, Alimentícios e Rurais do Reino Unido com o objetivo de in-vestigar o grau de ocorrência de de-sordens das pernas nos plantéis bri-tânicos e identificar métodos que possibilitem controlar tais desor-dens. Os autores são pesquisadores de diferentes Universidades do Rei-no Unido.

A íntegra do estudo (com tabe-las e gráficos) está disponível em:

http://www.plosone.org/ article/info:doi/10.1371/journal.pone.0001545

ResumoFrangos de corte têm sido sub-

metidos a intensa seleção genética. Nos últimos 50 anos, suas taxas de crescimento aumentaram mais de 300% (ganho diário passando de 25 gramas para até 100 gramas). Porém, há uma preocupação social crescente em relação às dificuldades ou, mesmo, à impossibilidade de andar das aves atualmente criadas.

Aqui são apresentados os resul-tados de uma pesquisa abrangente de lotes comerciais que procurou quantificar os fatores de risco para a deficiência de locomoção de fran-gos. Na pesquisa, foi avaliada a habi-lidade locomotora de 51.000 aves, amostragem que representou 176 lotes com um total de 4,8 milhões de aves. Também foram analisados, para cada lote, aproximadamente 150 diferentes fatores de manejo.

Com uma idade média de 40 dias, cerca de 27,6% das aves avalia-das apresentaram problemas de lo-comoção, enquanto 3,3% eram quase incapazes de andar. Isto, ape-sar de as aves mais severamente afe-tadas (visivelmente mancas) serem sumariamente descartadas nos pro-

cessos rotineiros de seleção. Eviden-ciou-se que os principais fatores de riscos associados a dificuldades de locomoção e a debilidade das pernas são aqueles especificamente relacio-nados aos índices de crescimento.

Estabelecido um “gait score” – ou seja, um índice de avaliação do grau de mobilidade – constatou-se que os principais fatores relaciona-dos a um “gait score” elevado esta-vam ligados à idade (aves mais ve-lhas), genótipo da ave, nutrição, iluminação (período de “escuro” muito curto), alta densidade, não utilização de antibióticos e forma de apresentação da ração (pellets)

Neste caso, as implicações de bem-estar são profundas, já que cer-ca de 2x1010 frangos são criados em sistemas intensivos mundialmente. A pesquisa identificou procedimentos de manejo que podem contribuir para redução dos problemas loco-motores, mas a implementação des-tas mudanças poderia reduzir índices de crescimento e produção. O deba-te sobre a sustentabilidade e melho-ria das atuais práticas de produção desta importante fonte de alimento deve ser ampliado.

distúrbio das pernas em frangos corte: prevalência, fatores de risco e prevençãoEstudo conduzido por pesquisadores britânicos traça

mapa dos problemas locomotores em frangos de

corte criados em confinamento no Reino Unido

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Autores: Toby G. Knowles1, Steve C. Kestin1, Susan M. Haslam1, Steven N. Brown1, Laura E. Green2, Andrew But-terworth1, Stuart J. Pope1, Dirk Pfeiffer3, Christine J. Nicol1

1 Faculdade de Ciências Veterinárias da Universidade de Bristol (Bristol, Reino Unido);

2 Grupo de Ecologia e Epidemiologia da Universidade de Warwick (Coventry, Reino Unido);

3 Faculdade de Veterinária Royal (Londres, Reino Unido).

introduçãoA seleção de frangos de corte sempre esteve direcio-

nada, primordialmente, para características econômi-cas que reduzam os custos de produção. Em todo o mundo, a maioria dos frangos é criada em modernos sistemas intensivos de produção, onde são confinados em alojamentos de alta densidade e criados para o aba-te em, aproximadamente, 40 dias. No entanto, há evi-dências de que mesmo em criações otimizadas o produ-to final, embora de menor custo, acabe afetado na viabilidade e no bem-estar devido a problemas de loco-moção. E isto é preocupante.

As pesquisas até agora realizadas demonstram que há íntima associação entre práticas de manejo e índice de distúrbio das pernas. Apesar, no entanto, da questão representar um campo profícuo para investigação, exis-tem poucos trabalhos preocupados em avaliar - de for-ma real e com o objetivo de determinar o nível total de distúrbios – como essas práticas funcionam em granjas comerciais.

Material e Métodos Estudamos plantéis de frangos de corte que perten-

cem aos cinco maiores produtores do Reino Unido e que, juntos, respondem por 50% da produção do País. Duas outras empresas relativamente grandes foram convidadas a participar, mas recusaram.

Obtivemos dados de cada produtor na proporção de sua representatividade na produção anual de frango de corte. As visitas às granjas foram selecionadas alea-toriamente e realizadas por veterinários que passaram por um treinamento completo de cinco dias para ava-liar a capacidade de locomoção das aves e atribuir pon-tos a partir de um “gait score” especificamente desen-volvido para esta pesquisa.

Dezoito veterinários pós-graduados e especializados em medicina avícola e produção ou bem-estar atuaram como assessores e foram treinados para estabelecer o “gait score”, que variou de 0 (completamente normal) a 5 (aves incapazes de se locomover). A pontuação ava-liou principalmente a capacidade de locomoção das aves, com pesquisadores treinados para identificar o andar claudicante”, sem firmeza, com movimentos ins-táveis e/ou espasmódicos.

No decorrer do estudo, a uniformidade da pontua-ção foi continuamente monitorada, confirmando-se, ao fim do processo, que os resultados estavam dentro do previsto. Vídeos com imagens de aves se locomo-vendo serviram como referência para cada uma das ca-tegorias de problemas avaliados. Cada um dos 176 lo-tes foi visitado aproximadamente três dias antes do abate. Nos galpão, pelo menos 250 aves de cada lote

nutrição, práticas de manejo, saúde das aves,

melhoramento genético: muitos são os fatores

que influenciam a problemática do sistema

locomotor das aves

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28 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola: Bem-estar animal

Eduardo Lima, Gerente de Servi-ços Veterinários da Aviagen do Brasil, explica que os problemas de pernas (em inglês, leg disorder) em frangos de corte não são um diagnóstico, mas sim um termo consagrado para des-crever uma complexa síndrome de-sencadeada por vários fatores agindo de forma isolada ou em associação.

“Com certeza este é um dos mais intrigantes e desafiadores problemas enfrentados pelos técnicos que atu-am no departamento de fomento das indústrias produtoras de frangos de corte em função do aspecto multifa-torial desta síndrome. Sabemos que sua incidência em um lote de frangos de corte depende da densidade de

alojamento, programa de luz, gené-tica, tipo e qualidade da cama, idade de abate, tipo de manejo e equipa-mento, sem contar com aqueles rela-cionados à nutrição, tais como densi-dade da ração, tipo de ingredientes, forma física, biodisponibilidade dos nutrientes, etc.”, afirma Eduardo.

E completa: “O fato é que, cada vez mais, este será um problema que teremos que administrar, quer seja pe-los impactos zootécnicos (e consequen-temente econômicos) no resultado dos lotes, como pelas implicações no que se refere a bem estar animal, que é um tema que vem ganhando importância pelos reflexos que podemos ter sobre a imagem do produto ‘frango’ – para isso,

técnicos brasileiros reafirmam a importância do equacionamento dos problemas locomotores

O modelo revela até que ponto o “gait score” médio do plantel pode ser melhorado (isto é, reduzido a partir de uma média teórica de 2,5 pontos) através da adoção da “melhor” prática de manejo disponível para cada uma das variáveis analisadas no estudo.

Média da pontuação do lote

foram pré-selecionadas aleatoriamente e pontuadas. Dos 176 lotes do estudo, 57 deles foram abatidos

paulatinamente, com variações de dias ou semanas. É um processo que envolve a remoção de uma porção do lote, normalmente as fêmeas, permitindo que as aves restantes tenham mais espaço para ganhar peso. Para avaliar os efeitos dessa prática foram feitas 30 visitas adicionais aproximadamente três dias antes da apanha de cada grupo. Os lotes visitados uma segunda vez tam-

Eduardo Lima

“Este é um dos mais intrigantes e desafiadores problemas atuais em função do aspecto multifatorial da síndrome”

bém foram escolhidos de for-ma aleatória.

Com a preocupação de que variações nas práticas de ma-nejo tivessem sua interferência aferida, para cada lote foram realizadas entrevistas com o responsável pela granja.

O mesmo questionário foi usado para cada visita e com-preendeu 134 perguntas como a distância e o tempo que os pintos haviam percorrido até a granja e programas de vaci-nação. Desta forma, foram ob-tidas informações sobre a quantidade, o peso, o sexo e o tempo de criação dos pintos e sua data de chegada.

A maior parte do questio-nário buscou informações so-bre práticas de criação incluin-

do densidade média, informação nutricional, construção do gal-pão, saúde e taxas de cresci-

mento e mortalidade, entre outras. Após a realização da entrevista, cada veterinário coletou informações direta-mente relacionadas à qualidade do ar, temperatura, limpeza geral e qualidade da alimentação.

Análises estatísticasModelos estatísticos foram construídos para identi-

ficar variáveis entre lotes que foram associadas com as

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Produção Animal | Avicultura 29

quanto mais informações tivermos sobre ‘Problema de pernas’, melhor.”

Para ele, o desafio continuará sen-do produzir carne de frango com o menor custo possível. “Será necessário aprender a lidar com as pressões para aumentar a densidade de alojamento, fornecendo ração barata (composta por matérias-prima que, depois da febre do biodiesel, nem nós sabemos quais se-rão) sem deixar de cumprir com os re-quisitos ambientais e sociais. O desafio é grande!”, finaliza Eduardo Lima.

Ricardo Valle, Gerente Técnico Re-gional da Aviagen no Brasil, considera que o debate sobre problema de per-nas em frangos de corte é válido, sen-do que as empresas devem concentrar

todos os esforços para diminuir sua incidência, através de uma melhor ambiência, densidades aceitáveis, boa nutrição e um manejo apropriado que leve em conta os fatores relacionados a bem-estar animal.

“Uma preocupação particular refere-se ao aumento de preços e fal-ta de fósforo, pois alguns produtores podem reduzir os níveis de fósforo para economizar, o que resultaria em um acréscimo considerável em pro-blemas ósseos e de pernas. A Aviagen tem um programa genético exclusiva-mente dedicado a melhorar o sistema esquelético das aves há muitos anos, com um programa especial para dimi-nuir a discondroplasia tibial”, afirma.

técnicos brasileiros reafirmam a importância do equacionamento dos problemas locomotores

Ricardo Valle

diferenças nas médias da capacidade de locomoção dos lotes. O modelo utilizado faz parte do pacote de progra-mas MLwiN v2.01 (http://www.cmm.bristol.ac.uk/MLwiN/index.shtml)

Resultados e discussãoComo resultado geral a pesquisa mostrou que há

uma variação considerável na habilidade de andar das aves em cada lote, mas, em média, 27,6% das frangos da amostra tiveram gait score igual ou maior que 3. Vá-rias práticas rotineiras de criação elevaram o placar. Al-gumas delas são descritas a seguir:

O genótipo da ave tem grande influência no proble- ♦ma de pernas. Mundialmente, a genética avícola pertence, predominantemente, a apenas duas com-panhias, neste estudo identificadas como A e B. Al-gumas vezes, as aves de ambos os genótipos são criadas em um mesmo lote. Para cada aumento per-centual da raça A em um lote, entre 0 a 100 %, de-terminou-se um aumento de 0,0024 no score do lote.Por vezes, o trigo integral é adicionado à dieta ali- ♦mentar dos frangos visando melhorar a função di-gestiva. Para cada aumento percentual na dieta à base de trigo, de 0 a 30 por cento, medido durante a terceira semana de vida, determinou-se uma me-lhora de 0,017% no score do lote.Frangos são criados sob uma ampla variedade de ♦iluminação artificial. Para cada 1 hora de aumento no período de escuro diário, numa faixa entre 0 e 8,5 horas, houve uma melhora de 0,079 nos scores do lote.- Têm ocorrido discussões sobre a importância da ♦

densidade como fator de influência no bem-estar das aves e locomoção. Dentro de certos limites, é possível aumentar a rentabilidade alojando-se o máximo número possível de aves em um determi-nado espaço. No entanto, cada 1 kg/m2 adicional na densidade de alojamento (constatação feita no momento de avaliação do lote), em uma faixa entre 15,9 e 44,8 kg/m2, ocasionou uma deterioração de 0,013 no score do lote.Antibióticos são utilizados rotineiramente durante ♦as diferentes fases de criação de frangos e acaba sen-do difícil quantificar seu grau de utilização com exatidão. No estudo, os produtores foram questio-nados se um determinado lote havia recebido anti-bióticos. Quando a resposta foi “sim”, ficava suben-tendido que o lote havia recebido tratamento extra, além do que é normal na prática diária. Para estes lotes o gait score foi reduzido em 0,17.Para minimizar o desperdício e aumentar a quanti- ♦dade de ração consumida em determinado tempo tem-se adotado a peletização. Neste estudo, os pes-quisadores avaliaram subjetivamente a qualidade da peletização - boa ou ruim, conforme os pellets estivessem íntegros ou quebrados. Lotes alimenta-dos com peletização considerada deficiente tiveram o score aumentado em 0,15, em média. •

Numa idade média de 40 dias, mais de

27,6% das aves do estudo apresentaram

uma locomoção debilitada e 3,3% eram

quase incapazes de andar

Preocupação com o custo e excassez do fósroro: “Economizar neste ingrediente pode resultar em aumento de problemas ósseos e de pernas”

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30 Produção Animal | Avicultura

Saúde Animal

pesquisa indica que patos e arroz têm papel fundamental na disseminação da iA

Patos, pessoas e arrozais são os principais fatores por trás dos focos do vírus H5N1 da In-

fluenza Aviária na Tailândia e no Vietnã, e provavelmente explicam a persistência de surtos em países da região, como Laos e Camboja.

A informação é parte do estudo intitulado “Mapeamento do risco

no sudeste asiático do vírus H5N1 da Influenza Aviária: patos, arroz e pessoas”, que foi publicado recente-mente na última edição do periódi-co Proceedings of the National Aca-demy of Sciences of the United States (PNAS) (www.pnas.org). O trabalho foi desenvolvido por pes-quisadores da Organização das Na-

ções Unidas para Agricultura e Ali-mentação (FAO) e outros centros de pesquisa associados, que investiga-ram uma série de surtos do H5N1 na Tailândia e Vietnã registrados entre o inicio de 2004 e final de 2005.

Coordenado por Jan Slingen-bergh, veterinário oficial da FAO, os pesquisadores buscaram estabe-

lecer os diferentes fato-res que contribuíam para a propagação do vírus da Influenza Aviá-ria, incluindo a abun-dância de patos, gansos e frangos, a população humana, a geografia lo-cal e a cultura do arroz.

Na pesquisa, a cria-ção de patos e a exten-são da cultura do arroz surgiram como os mais significativos fatores de influência na ocorren-cia da enfermidade no Vietnã e Tailândia, o que pode levar a dife-rentes estratégias de controle e enfrentamen-to da IA.

Estudo comprova que a associação da rizicultura à criação de patos pode trazer graves riscos sanitários à produção avícola. É mais uma peça no “quebra-cabeça” da Influenza Aviária no sudeste asiático

Vendedora de frangos e patos em um mercado no centro de Hanói, Vietnã

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Produção Animal | Avicultura 31

Em muitas partes do Sudeste da Ásia,

produtores criam patos e cultivam

arroz de forma simbiótica. As fezes

das aves adubam a água onde o grão

é cultivado e os patos também se

alimentam de algas e outras plantas

daninhas que crescem junto às

plantações de arroz. Quando o grão

está maduro e pronto para a colheita,

os patos são afastados

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O trabalho da FAO destaca que no continente asiático é freqüente que se combine a cultura do arroz com a criação de patos, que se ali-mentam de insetos nocivos, larvas e ervas daninhas no arrozal; o que é bom para o grão e uma alimenta-ção nutritiva para os patos.

Na Tailândia, por exemplo, a criação de patos chega ao seu pico entre setembro e outubro; coinci-dindo com a colheita do arroz, que acontece entre novembro e dezembro.

Os cientistas chegaram a esta conclusão graças à utilização do monitoramento por satélite da cul-tura do arroz, da colheita intensiva e dos locais de criação dos patos. A intersecção destes fatores e a crono-logia dos surtos da Influenza Aviária na região ajudaram os cientistas a identificar as situações críticas, quando o risco da doença é maior.

Slingenbergh afirma: “agora sa-bemos com mais precisão onde e

quando esperar a disseminação do H5N1, e isso contribui para a pre-venção e controle do foco. E com a persistência do vírus se tornando cada vez mais restrita a áreas com criação intensiva de patos e arroz no leste e sudeste da Ásia, pode se tornar mais fácil prever a evolução do vírus H5N1”.

No ano de 2005, na Tailândia, o deslocamento dos patos por longas distâncias foram reduzidos consi-deravelmente, já que produtores e comerciantes foram obrigados a fornecer um certificado sanitário para os animais. Além disso, a mo-vimentação local de patos dimi-nuiu quando o governo passou a apoiar quem os mantivesse em am-bientes cercados, oferecendo subsí-dios para alimentação das aves e para construção de cercas. Juntas, estas medidas frearam o ciclo de transmissão do H5N1 e desde o fi-nal de 2005 a Tailândia sofreu ape-nas surtos esporádicos.

Já o Vietnã buscou conter os fo-cos de Influenza Aviária através da vacinação de todas as aves em âm-bito nacional no final de 2005, in-cluindo o delta do Mekong, vasta planície de solo fértil na extremida-de Sul do País que abriga 50 mi-lhões de patos e é também grande produtora de arroz.

A vacinação em larga escala foi repetida em 2006 e 2007. Inicial-mente, as infecções humanas desa-pareceram e os níveis da doença em aves caíram notadamente. O Vietnã durante boa parte de 2007 não enfrentou focos de IA e o vírus H5N1 reapareceu apenas em patos não vacinados e particularmente em no delta do Mekong.

Agora, afirma Slingenbergh, “o conhecimento das áreas de risco e do calendário local da colheita de arroz poderá ser utilizado para controlar a doença e substituir ou minimizar a vacinação em massa indiscriminada”.

Perigosa coincidência: arroz, patos e IA

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Saúde Animal

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No âmbito mundial, o arroz é cultivado nos cinco continentes, tan-to em regiões tropicais como temperadas. A Ásia é a principal pro-dutora, nela concentra-se mais de 90% da pro-dução mundial. O continente que é tam-bém o maior criador de patos (aves de grande rusticidade e mais resis-tentes a doenças que os frangos) abriga mais de 60% da população mundial, onde grande parte vive abaixo da li-nha da pobreza, dispon-do de menos de 2 dóla-res por dia.

A FAO, por sua vez, estima que aproximadamente 90% dos cerca de 1.044 bilhões de patos domésticos existentes no mundo estejam na

Ásia. A China e o Vietnã represen-tam a parte principal deste volume, com aproximadamente 775 milhões de patos ou 75% do total. Já a Tai-lândia tem cerca de 11 milhões de patos.

Rizicultura e a criação de patos na Ásia

O principal pólo produtor de arroz no país é a região Sul, com destaque para o Rio Gran-de do Sul, onde começa a existir a combinação da criação de patos com a cultura do arroz.

O município de Uruguaiana, localizado no extremo ocidental do RS junto à fronteira com a Argentina é o maior produtor brasileiro de arroz, com uma produção de 445 mil toneladas na safra 2006/2007.

Já a criação de pato é pouco praticada no Brasil, exceto nos estados da região Sul, onde a carne é mais tradicional.

De acordo com José Kieling Franco, diretor técnico da Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV), a Secretaria de Agricultura do RS (SAA) está mapeando os poucos produtores que têm combinado o cultivo de arroz com a criação de patos.

O projeto, iniciado há cerca de seis meses, ainda não está concluído, mas já foi possível identificar que esta forma de cultivo não está próxima de áreas de avicultura comercial;

preocupação importante, já que o Estado é o 3º maior exportador de carne de frango.

“A rizicultura associada com a criação de patos no RS acontece em escala muito pe-quena e por isso a ASGAV não está monito-rando, mas estamos acompanhando o traba-lho da SAA, que também pesquisa a origem e o destino do pato criado nos campos de arroz”, afirma Franco. E completa: “Ainda assim esta combinação não deveria aconte-cer. É uma bomba relógio. O pato é uma espécie extremamente suscetível à IA e ainda é migratório”.

Diferentemente do que ocorre na Ásia, a região Sul do Brasil não é extremamente pobre e populosa e dependente do sistema que fornece ao agricultor a proteína animal e o grão ao mesmo tempo. Por esta razão, o diretor acredita que a combinação da rizicul-tura e a criação de patos não vá ser utilizada em grande escala na região Sul.

De toda forma, fica aí o alerta. •

Criação cercada: objetivo

é minimizar o trânsito

e o contato entre patos

domésticos e selvagens

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Brasil: avicultura gaúcha está de olho nos patos

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Associações

AVeS define sete ações estratégicas para desenvolvimento do setor avícola

UBA e ABeF reúnem-se com Abramilho e ABipeCS

Com a intenção de debater solu-ções para a alta do preço do

milho e propor alternativas que estimulem a produção do insumo, o Presidente Executivo da Associação Brasileira de Exportadores de Frango (ABEF), Francisco Turra, reuniu-se na sede da Associação em São Paulo, com os presidentes da Associação Brasileira das Indústrias do Milho (Abramilho), Odacir Klein, da Asso-ciação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abi-pecs), Pedro de Camargo Neto, e com o diretor-executivo da União

Brasileira de Avicultura (UBA), Clóvis Pupperi.

Diante da alta do preço do grão no mercado internacional, os embar-ques aumentaram, o que acabou refletindo no mercado interno. Na reunião, Turra destacou que em fun-ção da sazonalidade e de eventuais riscos à oferta do produto no mercado interno é preciso também a mesma liberdade para uma eventual importa-ção do produto. “É necessária uma linha de ação para estimular a produti-vidade do milho. Hoje as exportações do grão têm crescido ao ritmo de 10%

ao ano, enquanto a safra de milho aumenta 2% no mesmo período”, disse o Presidente da ABEF.

No encontro foi definido que as entidades devem desenvolver ações junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para con-tribuir com sugestões para um novo plano de safra da cultura do milho.

Outra iniciativa é a realização de reuniões com os secretários estaduais de Agricultura dos estados produtores de milho para a discussão de medidas específicas de estímulo aos agricultores que se dedicam à cultura deste grão.

Após uma série de discussões que ocorreram nos últimos meses

sobre questões relacionadas à avicul-tura capixaba, a Associação dos Avi-cultores do Espírito Santo (AVES), elaborou as sete ações prioritárias para o avanço das atividades no setor nos próximos anos, nas seguintes áreas: Abastecimento, Sanidade, Ambiental, Políticas Públicas, Produ-ção, Mercado e Cooperação. O con-junto de iniciativas foi elaborado com base no plano de Gestão Estratégica para Resultados (GEOR) desenvolvido em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empre-sas (Sebrae/ES). Seu objetivo é capaci-tar, instrumentar tecnicamente e logisticamente o avicultor quanto ao seu sistema de produção.

De acordo com o secretário-execu-tivo da associação, Nélio Hand, as ações do GEOR vão desde os cadastra-mentos de estabelecimento pelo Servi-ço de Inspeção Municipal (SIM) até o relacionamento com órgãos públicos.

Em relação às questões sanitá-rias, a AVES está trabalhando para adequar a produção local ao número suficiente de abatedouros federaliza-dos e direcionar aves de descarte para estabelecimentos de inspeção

municipal. No Espírito Santo, o Insti-tuto de Defesa Agropecuária e Flo-restal (IDAF) é o responsável pelo SIM. O serviço tem como finalidade examinar todos os estabelecimentos que recebem, abatem ou industriali-zam carnes de animais e que devem, por lei, serem inspecionados.

Na reunião, o sistema de abasteci-mento de milho que é feito através da ferrovia centro atlântico também foi discutido. A entidade não rejeita a possibilidade de comprar vagões para transportar os grãos e fugir do alto valor cobrado na via férrea no período em que há maior demanda (de abril a setembro). Nélio explica: “Já fizemos

duas operações pela Vale do Rio Doce (empresa que administra o sistema ferroviário). O contrato inicial que ia de outubro a março já venceu e a associa-ção tenta agora uma reunião com diretores da Vale para ajustar o carre-gamento de forma contínua”.

Outra alternativa que vem sendo discutida por avicultores do País e que não está descartada é a importação de milho transgênico da Argentina. O Ministro Reinhold Stephanes já sinali-zou com a possibilidade da importação de milho GM para os produtores de frango do Nordeste, e a expectativa é que o mesmo possa acontecer com os avicultores capixabas.

espírito Santo

Associações

Avicultores discutem ações prioritárias na sede da AVES

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Abastecimento de milho é uma das preocupações da nova diretoria da Asgav

Credenciamento de Laboratório é expectativa do setor avícola no pR

Ao mesmo tempo em que divul-gou os números das exportações de frango do primeiro trimestre de 2008, a recém-empossada diretoria da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), mostrou estar atenta às dificuldades de abastecimento de milho no Estado do Rio Grande do Sul já na cerimônia de posse.

Em parceria com a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), a avicultura gaúcha reivindica junto ao governo mecanismos para garantir o abasteci-mento do grão, com o objetivo de pleitear apoio de deputados e sena-dores para adotar medidas que aju-dem a regular o fornecimento do insumo. As entidades acreditam que taxar as exportações do milho ou oferecer estoques ao governo federal no mercado interno podem ser solu-ções. O presidente da Asgav, Luiz

Fernando Ross, também acena com possibilidade de liberação da impor-tação de milho transgênico que poderá aliviar a alta nos custos da indústria avícola.Exportações Gaúchas

Divulgado pelo setor avícola gaúcho e o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas (Sipargs), os dados das exportações de carne de frango indicam que nos primeiros três meses deste ano, o Estado do RS teve um crescimento de 13,39% em relação ao mesmo período do ano passado. A avicultura gaúcha gera, atualmente, 45 mil empregos diretos e cerca de 9.500 famílias trabalham no sistema de produção integrada.

A diretoria da Asgav aponta ainda que diante da importância da atividade é fundamental que haja o fortalecimen-to da defesa sanitária para garantir a qualidade dos produtos nos mercados

interno e externo. Em parceria com o Sipargs, a Asgav pretende adotar um plano de ações para regularizar algu-mas questões do setor, nas áreas de meio ambiente, sanidade avícola, pro-dução e mercado, segurança do traba-lhador e qualidade industrial.

O Sindicato das Indústrias dos Produ-tos Avícolas do Paraná (Sindiavipar) solici-tou junto à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB) empe-nho na conclusão do diagnóstico que pode credenciar o Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti (CDME), que fica em Curitiba (PR), no Ministério da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como um laboratório de patologia aviá-ria. A reivindicação foi feita através de uma carta entregue pelo diretor-executi-vo do Sindiavipar, Icaro Fiechter, ao chefe do Departamento de Fiscalização e Defe-sa Agropecuária do Paraná, Silmar Bürer.

A entidade explica que com a certifi-cação do CDME será possível realizar todos os exames que a avicultura parana-ense precisa para proteger a qualidade do seu plantel e com isso o laboratório deve ganhar reconhecimento internacio-nal. “Teremos maior agilidade e seguran-ça no diagnóstico laboratorial, já que atualmente os casos de suspeitas de

enfermidades avícolas necessitam ser encaminhados a São Paulo, para a análi-se e o diagnóstico”, destaca o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins.Melhorando a classificação

O credenciamento do centro labo-ratorial pelo MAPA é considerado uma ação estratégica no processo de regio-nalização avícola no Paraná. Este ano, o Estado deve receber nova auditoria dentro do Programa Nacional de Sanidade Avícola.

A iniciativa privada e a SEAB vêm organi-zando reuniões técnicas para avaliar de forma detalhada o programa de sanidade avícola paranaense. A SEAB também concentrou esforços na contratação e capacitação de novos médicos veterinários.

Além disso, nos últimos meses, o setor avícola do Paraná analisou deta-lhadamente o resultado da auditoria feita pelo MAPA em julho de 2007, apresentando as medidas já tomadas para correção das não conformidades encontradas. Silmar Bürer espera que na nova auditoria deste ano o Estado possa galgar uma classificação melhor do que a verificada em 2007. •

Rio Grande Sul

paraná

Silmar Bürer recebe a carta de Icaro Fiechter do Sindiavipar

Luiz Fernando Ross

Produção Animal | Avicultura 35

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Estatísticas e Preços

produção e mercado em resumodesempenho econômico do setor em maio ficou aquém das expectativas

Considerado, comercialmente (devido ao Dias das Mães), o se-gundo melhor mês do ano,

maio deixou muito a desejar para a avi-cultura, especialmente para o frango.

É verdade que, ao con-trário do ocorrido em

2007 e em alguns anos anterio-

res, o mês que marca o pico da sa-fra de car-ne já não represen-tou o “fun-do do

poço” para o frango vivo,

pois até agora o menor preço de

2008 foi registrado em março.

De toda forma, a recupe-ração de quase 30% em

relação a março (de R$1,24/kg para

R$1,61/kg) fi-cou muito

aquém das expectativas e das necessi-dades, pois ainda que esse índice de variação seja significativo para apenas um bimestre, correspondeu, em um ano, a um incremento de somente 34% - ganho insuficiente para cobrir os custos extras registrados nos últi-mos 12 meses.

Com o ovo não foi muito diferen-te. Pois exceto pela breve recuperação em relação a abril, o preço médio do produto continuou inferior ao alcança-do no período de Quaresma e apresen-tou um incremento próximo de 20% em relação a maio do ano passado - valorização que, a exemplo do frango, não cobre a maior parte dos aumentos que têm recaído sobre a atividade des-de então.

Em relação aos resultados produti-vos alcançados pelo setor, também foi decepcionante – mas agora em abril – o volume de carne de frango embarca-do para o mercado externo, o menor dos últimos sete meses, a despeito de se registrar uma ampla demanda inter-nac iona lmente . Há, porém, uma

justificativa n o

âmbito interno para essa aparente contradição: a greve dos fiscais da re-ceita, que estaria retardando ou impe-dindo os embarques.

Menos mal, a esta altura, a evolu-ção do alojamento de matrizes de cor-te que, no início do ano, sugeria volu-me anual da ordem de 51 milhões de cabeças. A média agora alcançada, de 20 milhões de cabeças no primeiro quadrimestre de 2007, sugere por ora alojamento anual em torno dos 48 mi-lhões de matrizes de corte, mesmo assim um volume que vai requerer bom desempenho do mercado interno e das exportações de carne de frango, visto corresponder a um aumento de 13% no potencial produtivo do setor.

No mais é torcer para que a entres-safra da carne – que, teoricamente, deveria começar agora em junho mas que, para o boi, vem desde o início do ano e doravante deve se intensificar ainda mais – alcance também o fran-go. Afinal, embora tenha se recupera-do em relação aos dois meses anterio-res, o preço pago pelo produto no final de maio apenas havia retornado ao mesmo valor registrado na abertura do ano, o que significou variação “zero” no preço do produto. E, de lá para cá, muita coisa mudou no campo das ma-térias-primas e insumos.

Maio

já não

representou

o “fundo do

poço”. Mas a

reação observada

não atende as

necessidades

Ovo,

ainda que

em recuperação, teve

incremento de apenas

20% em relação

à 2007

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Produção Animal | Avicultura 37

MAtRizeS de CORteAlojamento mensal em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. %

Maio 3,110 3,863 24,20%

Junho 3,022 3,358 11,12%

Julho 3,263 3,601 10,36%

Agosto 3,152 3,527 11,90%

Setembro 3,105 3,347 7,77%

Outubro 3,444 3,945 14,56%

Novembro 3,490 3,858 10,55%

Dezembro 3,585 3,766 5,05%

Janeiro 3,137 4,265 35,97%

Fevereiro 2,962 3,852 30,06%

Março 3,674 3,944 7,34%

Abril 3,444 3,953 14,78%

Em 4 meses 13,216 16,013 21,16%

Em 12 meses 39,388 45,279 14,95%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Em abril passado, conforme a UBA, foram alojadas no Brasil 3,953 mi-

lhões de matrizes de corte, volume cer-ca de 15% superior aos 3,444 milhões de cabeças registrados em abril de 2007. Em relação ao mês anterior, março de 2008, não houve, pratica-mente, variação em termos nominais. Contudo, sendo abril um mês mais curto, houve expansão de alojamento da ordem de 3,5%.

Nos últimos três meses, o aloja-mento de matrizes de corte permane-ceu bem aquém do recorde alcançado em janeiro, de 4,265 milhões de cabe-ças. Mas isso não impediu que o pri-meiro quadrimestre do ano fosse en-cerrado com um volume da ordem de 16,013 milhões de matrizes de corte. Correspondendo a uma expansão de 21% sobre o mesmo período de 2007, esse alojamento correspondeu, tam-bém, a uma média mensal de 4 mi-lhões de cabeças, volume que sugere alojamento anual mínimo da ordem de 48 milhões de cabeças, cerca de 13% a mais que o alojado no ano que passou.

Por ora, em 12 meses, as matrizes de corte alojadas somam 45,279 mi-lhões de cabeças, um volume 15% su-perior ao registrado nos 12 meses ime-diatamente anteriores.

Alojamento de matrizes de corteno 1º quadrimestre, média mensal de 4 milhões de cabeças

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38 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

produção de pintos de corteQueda na produção ficou aquém do esperado

As dimensões da crise enfrenta-da pelo setor no segundo bi-

mestre do ano sugeriam efeitos mais significativos. Mas a redução na pro-dução de pintos de corte ficou aquém do esperado. Em abril, con-forme a APINCO, ficou em 429 mi-lhões de cabeças, volume 3,5% su-perior ao registrado no mesmo mês de 2007. Em relação a março alcan-çou-se, aparentemente, uma redu-ção de aproximadamente 2,75%. Mas abril é mais curto, tem 30 dias. E isso levado na devida conta, a pro-dução do mês acabou sendo, em termos proporcionais, cerca de meio por cento maior.

De toda forma, o ritmo de expan-são anterior sofreu significativa freada. Tanto que o volume produzido no pri-meiro quadrimestre de 2008 – perto de 1,759 bilhão de pintos de corte – apresentou um índice de incremento (+6,65%) menor que o registrado nos meses anteriores.

Projetada para a totalidade do ano, a produção acumulada no quadrimes-tre inicial de 2008 sugere volume anual da ordem de 5,276 bilhões de pintos de corte, 2,4% a mais que o produzido no ano passado. Mas essa projeção, todos sabem, se encontra negativa-mente impactada pelo ritmo mais len-to registrado entre março e abril e que tende, doravante, a ser rapidamente superado.

Assim, é lógico esperar para os ou-tros dois quadrimestres do ano volume significativamente maior que o do pri-meiro. Sob esse aspecto, aliás, é curio-so constatar que enquanto o volume produzido nos últimos 12 meses (5,261 bilhões de cabeças) se encontra muito próximo daquele acima projetado, a variação acumulada em relação a idên-tico período anterior está próxima de 10%. E esse, parece, é um indicador muito próximo da possível expansão do setor neste ano.

pintOS de CORte Produção brasileira em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. % AnUAL

Maio 376,4 433,5 15,17%

Junho 379,8 418,8 10,27%

Julho 387,6 434,6 12,12%

Agosto 396,4 444,8 12,22%

Setembro 388,3 424,4 9,30%

Outubro 412,6 463,4 12,30%

Novembro 394,1 431,5 9,50%

Dezembro 405,4 451,8 11,44%

Janeiro 420,5 460,7 9,56%

Fevereiro 390,8 427,9 9,48%

Março 423,4 441,1 4,19%

Abril 414.3 429,0 3,56%

EM 4 MESES 1.649,0 1.758,7 6,65%

EM 12 MESES 4.789,6 5.261,5 9,85%

Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

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Produção Animal | Avicultura 39

produção de carne de frangoVolume produzido no 1º quadrimestre cresceu 10%

CARne de FRAnGOProdução em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/ 2008 VAR. % ANUAL

Abril 707,1 859,7 21,58%

Maio 727,2 851,6 17,10%

Junho 802,2 872,6 8,78%

Julho 764,4 871,8 14,04%

Agosto 777,3 866,9 11,53%

Setembro 797,5 891,4 11,78%

Outubro 790,7 887,9 12,29%

Novembro 851,4 945,5 11,05%

Dezembro 828,9 914,0 10,26%

Janeiro 749,8 866,3 15,53%

Fevereiro 843,7 926,5 9,81%

Março 835,3 880,0 5,35%

EM 4 MESES 3.257,7 3.586,8 10,10%

EM 12 MESES 9.475,5 10.634,2 12,23%

Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

Pelas projeções da APINCO, em abril passado foram produzidas no Bra-

sil 879.984 toneladas de carne de fran-go, volume 5,35% superior ao regis-trado no mesmo mês do ano passado. Em valores nominais, o volume alcan-çado representou queda de 5,02% so-bre o mês anterior, março de 2008. Mas como abril é mês mais curto, em termos reais o volume produzido foi apenas 1,85% inferior.

Com o último resultado, o volume produzido nos quatro primeiros meses de 2008 aproximou-se dos 3,587 mi-lhões de toneladas, expandindo-se 10,10% em relação ao primeiro qua-drimestre de 2007.

Projetados para a totalidade do ano, os números até agora registrados sugerem volume anual da ordem de 10,760 milhões de toneladas, quase 4,5% a mais que o produzido em 2007. Mas - é sabido – normalmente o volume alcançado no quadrimestre ini-cial do ano é menor que o dos dois quadrimestres posteriores. Além disso, as dificuldades enfrentadas pelo setor desde a abertura do exercício levaram a alguma contenção da produção. E isso considerado, a produção dos vin-douros quadrimestres deverá ser signi-ficativamente maior.

Por ora, em 12 meses (maio de 2007 a abril de 2008) a produção bra-sileira de carne de frango soma 10,6 milhões de toneladas, volume que sig-nifica expansão de 12% sobre os 12 meses imediatamente anteriores.

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40 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

exportação de carne de frangoembarques foram 14% maiores no 1º quadrimestre

CARne de FRAnGOExportação brasileira em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. % ANUAL

Maio 196,5 275,2 40,07%

Junho 194,9 259,3 33,06%

Julho 186,2 284,0 52,54%

Agosto 300,6 304,7 1,36%

Setembro 210,6 242,1 15,00%

Outubro 256,9 313,4 20,57%

Novembro 284,1 298,9 5,32%

Dezembro 238,1 299,9 25,95%

Janeiro 209,2 274,9 31,40%

Fevereiro 232,4 292,6 25,89%

Março 303,6 313,2 3,18%

Abril 264,0 270,0 2,27%

Em 4 meses 1.009,2 1.150,7 14,02%

Em 12 meses 2.877,1 3.428,3 19,16%

Fonte: ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

Dados da ABEF apontam que em abril de 2008 o Brasil exportou

270.022 toneladas de carne de frango, volume 2,27% superior ao registrado um ano antes e 13,80% inferior ao al-cançado no mês anterior, março de 2008. Foi o menor volume embarcado nos últimos sete meses - reflexo da greve dos fiscais da receita federal.

Apesar do fraco desempenho no mês, o primeiro quadrimestre foi encer-rado com aumento de 14,02% sobre o mesmo período de 2007. Dessa forma, o volume do período somou 1,150 mi-lhão de toneladas e esteve representa-do por cerca de 630,6 mil toneladas de cortes (54,80% do total, incremento de 9,78% no quadrimestre), 394,3 mil to-neladas de frango inteiro (34,27% do total, incremento de 6,34%), 47,9 mil toneladas de industrializados (4,17% do total, redução de 24,19%) e pouco mais de 77,8 mil toneladas de carne de frango salgada (6,76% do total).

Note-se, neste último caso, que em relação ao mesmo período do ano pas-sado as vendas externas de carne de frango salgada registram um incremen-to, aparente, de mais de 10 mil por cen-to (723,8 toneladas em 2007). Na reali-dade o que ocorreu foi uma mudança de identificação de parte do produto anteriormente exportado como indus-trializados (daí, também, a aparente queda no embarque de industrializa-dos). Por isso, o mais correto é conside-rar os embarques combinados dos dois produtos - cerca de 125,7 mil tonela-das, 10,93% do total exportado no quadrimestre e quase o dobro do ex-portado no mesmo período de 2007 (63 mil toneladas).

Os resultados dos quatro primeiros meses projetam para o ano exportações da ordem de 3,452 milhões de tonela-das. Volume que tende a ser superado já que nos últimos 12 meses (maio de 2007 a abril de 2008), os embarques somam 3,428 milhões de toneladas, 19% maio-res que no mesmo período anterior.

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Produção Animal | Avicultura 41

disponibilidade interna de carne de frangoCrescimento superior a 8% no quadrimestre

O balanço entre produção total e exportações indica que foram

disponibilizadas internamente em abril passado cerca de 610 mil toneladas de carne de frango, 6,77% a mais que em abril de 2007. Nominalmente, esse foi, também, o segundo menor volume disponibilizado no ano, recuando meio por cento em relação a março. Mas em termos reais – ou seja, considerado o número de dias de cada mês – a oferta interna de abril foi inferior à de feverei-ro (29 dias) e março (31 dias), pratica-mente igualando-se à alcançada em janeiro (31 dias).

Com o último resultado, o volume acumulado no ano (1º quadrimestre de 2008) totalizou 2,436 milhões de to-neladas, ficando 8,34% acima do ofer-tado no mesmo período de 2007. Uma vez que o crescimento vegetativo da população brasileira anda em torno de 1,5% ao ano, esse índice de expansão é, sem dúvida, elevado. Mas a boa no-tícia, vinda do setor produtor, é que os estoques anteriormente acumulados esgotaram-se no decorrer do mês, o que, aliás, proporcionou a retomada dos preços do frango já a partir de abril.

Considerada a população atual apontada pelo IBGE – ao redor de 187 milhões de habitantes, segundo o “pop-clock” do órgão – conclui-se que a oferta do quadrimestre corres-pondeu, em termos anuais, a cerca de 39,1 kg per capita. Mas pode ter sido mais, pois, em função da última con-tagem da população (2007), os nú-meros do IBGE passam por um pro-cesso de revisão. Números definitivos estão sendo prometidos para julho e se, como sugeriu a contagem feita no ano passado, a população estiver abaixo daquela ora apontada, a oferta interna foi ainda maior. Nada impede que tenha ultrapassado os 40 kg per capita.

CARne de FRAnGODisponibilidade interna em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. % ANUAL

Maio 510,6 584,5 14,46%

Junho 532,3 592,2 11,26%

Julho 616,5 588,6 -4,52%

Agosto 465,3 567,0 21,87%

Setembro 567,7 624,7 10,04%

Outubro 541,6 578,1 6,73%

Novembro 506,9 589,0 16,20%

Dezembro 613,6 645,6 5,21%

Janeiro 619,7 639,1 3,13%

Fevereiro 517,5 573,8 10,88%

Março 540,1 613,2 13,53%

Abril 571,3 610,0 6,77%

Em 4 meses 2.248,6 2.436,1 8,34%

Em 12 meses 6.603,1 7.205,9 9,13%

Fontes dos dados básicos: APINCO e ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

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42 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Alojamento de matrizes de posturaAumento de 28% no primeiro quadrimestre

MAtRizeS de pOStURAAlojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MÊS2006/

2007

2007/

2008VAR. %

% OVO BRANCO

2006/2007 2007/2008

Maio 23,223 83,167 258,12% 77,62% 74,63%

Junho 42,489 95,915 125,74% 72,49% 63,49%

Julho 93,053 53,253 -42,77% 76,50% 64,66%

Agosto 43,751 63,392 44,89% 66,41% 85,02%

Setembro 31,827 67,212 111,18% 34,56% 43,68%

Outubro 78,400 24,339 -68,96% 66,45% 55,63%

Novembro 80,900 40,126 -50,40% 73,42% 91,92%

Dezembro 62,143 50,503 -18,73% 73,13% 80,03%

Janeiro 59,975 92,858 54,83% 83,33% 56,45%

Fevereiro 34,687 98,130 182,90% 59,64% 85,95%

Março 100,664 47,021 -53,29% 64,12% 62,29%

Abril 23,304 42,813 83,72% 56,66% 69,68%

EM 4 MESES 218,630 280,822 28,45% 67,88% 69,82%

EM 12 MESES 674,416 758,729 12,50% 70,41% 69,53%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Mesmo tendo registrado, em abril passado, volume similar ao do

mês anterior, março de 2008, o aloja-mento de matrizes de postura foi qua-se 84% superior ao do mesmo mês do ano passado.

Segundo a UBA, foram alojadas in-ternamente, no quarto mês do ano, 42.813 matrizes de postura, volume não muito inferior às 47.021 cabeças de março de 2008. Mas como o aloja-mento de um ano antes foi extrema-mente baixo (23.304 matrizes), a varia-ção anual acabou sendo das mais significativas.

Além disso, porém, essa expansão se reflete no alojamento do primeiro quadrimestre de 2008. Ele soma 280.822 matrizes, volume mais de 28% superior ao observado no mesmo período de 2007. Como, no ano pas-sado, foram alojadas no Brasil perto de 700 mil matrizes de postura, o atual ín-dice de expansão aplicado a esse volu-me sugere para 2008 alojamento glo-bal ao redor de 900 mil cabeças. Ou 840 mil cabeças se mantidos os resul-tados do primeiro quadrimestre nos dois quadrimestres subseqüentes.

Por ora, porém, o volume acumula-do em um período de 12 meses se en-contra sensivelmente aquém dessas projeções: entre maio de 2007 e abril de 2008 o alojamento acumulado so-mou 758.729 matrizes de postura, vo-lume 12,5% maior que o alojado no mesmo período anterior.

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Produção Animal | Avicultura 43

Alojamento de pintainhas de posturaem quatro meses, 20 milhões; mas equilíbrio se mantém

pintAinHAS COMeRCiAiS de pOStURAAlojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS2006/

2007

2007/

2008VAR. %

% OVO BRANCO

2006/2007 2007/2008

Maio 5,483 4,960 -9,53% 74,44% 74,17%

Junho 5,478 5,142 -6,14% 74,68% 74,39%

Julho 5,669 5,078 -10,44% 74,57% 74,30%

Agosto 5,543 5,091 -8,16% 72,91% 74,48%

Setembro 5,034 5,074 0,80% 73,43% 72,28%

Outubro 6,086 5,166 -15,13% 75,33% 73,26%

Novembro 4,882 5,105 4,57% 72,55% 73,80%

Dezembro 4,792 5,017 4,71% 75,16% 75,79%

Janeiro 4,821 4,897 1,57% 76,98% 75,11%

Fevereiro 4,749 5,048 6,29% 77,81% 73,17%

Março 5,028 5,122 1,88% 73,73% 72,51%

Abril 4,980 5,127 2,94% 73,53% 71,79%

EM 4 MESES 19,578 20,193 3,14% 75,47% 73,12%

EM 12 MESES 62,545 60,827 -3,14% 74,58% 73,74%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Em abril passado, conforme levan-tamento da UBA, o alojamento

de pintainhas de postura no Brasil to-talizou 5,127 milhões de cabeças, 73% delas de linhagens produtoras de ovos brancos. O volume alojado aumentou 2,94% em relação a abril de 2007 e 3,43% em relação ao mês anterior, março de 2008. Isto, ressal-ve-se, em termos relativos (isto é, le-vando em conta o número de dias de março e de abril), pois em valores no-minais a variação foi de, praticamen-te, zero (aumento de menos de 5 mil cabeças em abril).

Como esse equilíbrio vem de lon-go tempo, o setor encerrou o primei-ro quadrimestre de 2008 com uma variação considerada comedida em comparação ao alojado no mesmo período de 2007: aumento de 3,14%, o que elevou em pouco mais de 600 mil cabeças o volume alojado há um ano (19,578 milhões no 1º quadri-mestre de 2007; 20,193 milhões nes-te ano).

Projetado para a totalidade do ano, o volume acumulado no primeiro qua-drimestre de 2008 aponta alojamento total de 60,579 milhões de pintainhas de postura, o que significaria aumento anual inferior a 1%.

Não por coincidência, o aloja-mento acumulado nos últimos 12 meses é bastante similar a essa proje-ção: totaliza 60,827 pintainhas co-merciais (diferença de apenas 250 mil cabeças), sendo 3,14% inferior ao acumulado entre maio de 2006 e abril de 2007.

Embora crescente desde

dezembro, volume

acumulado em 12 meses se

mantém aquém do

registrado há um ano

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44 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

FRAnGO ViVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/kg

MÊS MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

Maio/2007 1,20 4,35% -11,76%

Junho/2007 1,40 25,00% 16,66%

Julho/2007 1,68 82,60% 20,00%

Agosto/2007 1,84 55,93% 9,52%

Setembro/2007 1,68 9,80% -8,69%

Outubro/2007 1,60 -9,09% -4,76%

Novembro/2007 1,55 21,09% -3,12%

Dezembro/2007 1,65 41,02% 6,45%

Janeiro/2008 1,52 14,28% -7,88%

Fevereiro/2008 1,38 -22,90% -9,21%

Março/2008 1,24 -20,00% -10,14%

Abril/2008 1,33 -2,20% 7,26%

Maio/2008 1,61 34,17% 21,05%

desempenho do frango vivo em maio de 2008Mesmo em ascensão, preço médio segue negativo no ano

Médias Anuais entre 2000 e 2007

ANO R$/KG VAR. % ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57% 2004 1,49 2,75%

2001 0,97 6,47% 2005 1,35 -8,72%

2002 1,13 16,49% 2006 1,16 -14,70%

2003 1,45 28,31% 2007 1,55 33,62%

Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007)

MÉDIA JAN-MAIO R$1,42/KG -2,07%

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

Depois de abrir maio cotado a R$1,45/kg, valor que vinha dos

últimos dias de abril, o frango vivo co-mercializado no interior paulista obte-ve, em apenas uma semana de nego-ciações, ganho de vinte centavos, permanecendo na maior parte do mês estabilizado em R$1,65/kg. Retornou, assim, aos mesmos preços apresenta-dos no início do ano e alcançou, com isso, média mensal de R$1,61/kg, o que, além de significar incrementos nominais de 34,17% e 21,05% sobre, respectivamente, maio de 2007 e abril de 2008, correspondeu à melhor mé-dia alcançada em 2008.

Rompeu-se, pois, o estigma que ca-racterizava o quinto mês do ano como o pior de todo o exercício. Mas não se reverteu, pelo menos até aqui, o preço negativo em relação ao mesmo período de 2007. Porque mesmo mantendo, pelo segundo mês consecutivo, o ritmo de ascensão iniciado em março, o fran-go vivo fechou os cinco primeiros meses de 2008 com preço médio de R$1,42/kg, valor que se encontra 2,07% abaixo daquele registrado no mesmo período do ano passado, perto de R$1,45/kg.

Embora não tenha ocorrido, na prática, um período de safra, estará se iniciando a partir de junho a entressa-fra da carne, período em que, tradicio-nalmente, o frango recupera as perdas iniciais do ano. Portanto, melhoras mais sensíveis de mercado devem ocor-rer. Mas essas melhoras podem, even-tualmente, não alcançar o frango vivo paulista, cujo mercado, cada vez mais restrito, é continuamente inflado por saldos provenientes de integrações.

FRAnGO ViVO - pReÇOS HiStóRiCOS e pReÇO eFetiVO eM 2008

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/KG, granja, interior paulista)

Em maio frango vivo rompeu

ciclo histórico e alcançou melhor

preço do ano. Mas resultados

médios continuam aquém dos

registrados entre janeiro e maio de

2007

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Produção Animal | Avicultura 45

OVO BRAnCO extRA evolução de preços no atacado paulista – R$/Caixa de 30 dúzias

MÊS MÉDIA R$/CXA

VARIAÇÃO %ANUAL MENSAL

Maio/2007 37,21 45,29% -1,64%

Junho/2007 43,56 59,09% 17,06%

Julho/2007 42,13 63,16% -3,28%

Agosto/2007 43,34 73,22% 2,87%

Setembro/2007 38,42 42,03% -11,35%

Outubro/2007 37,29 28,36% -2,94%

Novembro/2007 36,64 26,12% -1,74%

Dezembro/2007 45,30 27,43% 23,64%

Janeiro/2008 38,69 27,69% -14,59%

Fevereiro/2008 50,71 29,20% 31,07%

Março/2008 50,30 22,14% -0,81%

Abril/2008 39,63 4,76% -21,21%

Maio/2008 44,60 19,86% 12,54%

desempenho do ovo em maio de 2008Ovo obteve, em maio, valorização de 12,5% em relação a abril

O simples fato de maio, pela passa-gem do Dia das Mães, ser consi-

derado o segundo melhor mês comer-cial do ano criou no setor de ovos expectativas que, infelizmente, não se concretizaram.

É verdade que, em relação aos va-lores de abertura do mês, o produto registrou expressivas altas por volta, exatamente, do segundo domingo de maio. Mas os valores máximos obtidos continuaram aquém daqueles alcança-dos no período de Quaresma e que permanecem, até aqui, como os me-lhores do ano.

Mas o pior de maio ficou reservado para a última semana do mês, quando os preços recebidos pelo produtor recu-aram quase 7,5% em relação à melhor cotação de maio, situação à primeira vista causada por aumentos de oferta.

As quedas, entretanto, não foram conseqüência da maior disponibilidade e, sim, da própria época do mês - es-gotamento do poder aquisitivo do consumidor, condição sem dúvida agravada pelo aumento generalizado dos preços dos alimentos.

O ovo, porem, ainda não pode ser incluso nesse processo, embora tenha todas as justificativas para apresentar preços mais elevados. Pois ainda que seus preços tenham evoluído 19,86% e 12,54% em relação a maio de 2007 e a abril de 2008, permanecem, como já foi dito, aquém daqueles alcançados neste ano no período de Quaresma.

A próxima chegada do Inverno cria novas e mais favoráveis perspectivas para o setor. Principalmente porque as prenunciadas baixas de temperatura que doravante devem ocorrer implica-rão, de um lado, em queda da produ-ção (o que irá contribuir para manter a oferta ajustada) e, de outro lado, em maior demanda do produto (o frio es-timula o consumo). Assim, é previsível que a ainda incipiente recuperação de preços observada em maio tenha se-qüência no decorrer deste mês.

Médias Anuais entre 2000 e 2007

AnO R$/CxA VAR. % AnO R$/CxA VAR. %

2000 23,12 16,89% 2004 34,47 -13,11%

2001 24,07 4,11% 2005 33,48 -2,87%

2002 27,88 15,83% 2006 27,48 -17,92%

2003 39,67 42,29% 2007 39,37 43,27%

Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007)

MÉDIA JAN-MAIO R$44,79/CAIXA +20,54%

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

OVO extRA BRAnCO - pReÇOS HiStóRiCOS e pReÇO eFetiVO eM 2008

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/caixa, no atacado paulista)

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46 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

Descobriu-se algo que já se sabe há muito tempo: o fantasma da fome ronda o pla-neta Terra. O aumento do consumo, que

já vem sendo preconizado desde o início dos anos 90, associado ao aumento exorbitante do preço do petróleo, jamais realisticamente predito, e, conseqüentemente, puxando os preços das com-modities agrícolas para o alto, coloca em pauta o preço dos alimentos, responsável atualmente pelo aumento de inflação nos quatro cantos do mun-do. De lampejo, nações saem em defesa do bio-combustível, cuja fachada oscila entre vilão e he-rói com a mesma periodicidade em que lemos os jornais nacionais ou interna-cionais. Quando a esse cená-rio se coloca como pano de fundo as questões das mu-danças climáticas e a destrui-ção da floresta amazônica, a visão apocalíptica, descrita pelo profeta João no Livro das Revelações, mais parece noticiário de hoje.

Por outro lado, ao se aumentar o consumo, mantendo-se o mesmo nível de produção e esto-que, fica matematicamente evidente que deverá faltar alimentos. Há então dados sempre esqueci-dos pelas autoridades e que são uma grande ver-gonha nacional: as perdas na agricultura brasilei-ra. Muitas regiões do país estão em franco processo de incremento agrícola, entretanto, regular esta expansão de maneira que se consiga uma produ-ção sustentável é um desafio de grandes propor-ções que o Brasil está longe de vencer. Reduzir as perdas do que já se produz, parece uma solução mais viável no curto e médio prazos. Do plantio à colheita de grãos, estima-se a perda em 20%, en-quanto no transporte e armazenagem os dados variam entre 15 a 30% e, no caso de hortaliças, totaliza até 60% do total produzido. Sendo o país um dos maiores produtores de alimentos do mun-do, o nível de desperdício é simplesmente inacei-tável. Suas dimensões continentais e a má distri-buição de terras agricultáveis associadas a problemas de infra-estrutura tais como armazena-mento apropriado e dificuldades logísticas de dis-tribuição de produtos a mercados consumidores levam o país ao confronto com perdas. Conside-

rando-se que com 1 quilo de grãos pode-se obter 140g de carne bovina, 250 g de carne suína ou caprina, meio quilo de carne de frango ou pesca-do, meia dúzia de ovos, ou ainda 1 copo de leite, a perda advinda da produção de cereais não é aceitável.

A expansão urbanística, a industrialização, a agricultura e pecuária intensivas e ainda a produção de energia elétrica, que estão estreitamente associa-das à elevação do nível de vida e ao crescimento populacional, passaram a demandar crescentes quantidades de água, um bem que tem estreitos li-mites de uso e que também acumula desperdícios. E

não há otimismo suficiente para rebater essa realidade emi-nente. Convive-se com a perda quase como uma fatalidade in-controlável e são mínimas as iniciativas para detê-la, seja com ações específicas na recu-peração de estradas ou no in-vestimento de transportes eco-nomicamente viáveis e

ecologicamente corretos, ou ainda na educação adequada da população desde o berço.

O Brasil vem preparando profissionais e de-senvolvendo tecnologia para os trópicos desde os anos 80, que hoje atuam nas instituições de pes-quisa e universidades. O curioso é que, em muitas áreas do conhecimento, esses mestres e doutores conseguiram muito timidamente participar de programas de transferência de tecnologia que ala-vancassem o desenvolvimento de soluções efeti-vamente para o controle de perdas, adotadas por produtores. Esse potencial humano disponível na área técnica, único no mundo agrícola tropical, encontra-se dormente e sem motivação, enfren-tando o encontro com tecnologias acabadas, de alto investimento nos países de origem e, muitas vezes, inadequadas para utilização nas condições brasileiras.

A redução desses níveis de perda na agricultura brasileira é imprescindível para que efetivamente se possa implementar a idéia de “celeiro do mun-do” para o Brasil. Quem não aprende com a histó-ria está destinado a revivê-la. O desperdício e a per-da precisam ser contidos ou estaremos todos fadados à fome, é apenas uma questão de tempo.

A redução dos níveis

de perda na agricultura

brasileira é imprescindível

para que o país se torne,

efetivamente, o “celeiro

do mundo”

Redução das perdas na produção agrícola: solução de curto prazo para a questão de produção de alimentos

Irenilza de Alencar Nääs,

Professora da FEAGRI/Unicamp, membro da Diretoria da FACTA e presidente da Associação Internacional de Engenharia Agrícola (CIGR)

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46 Produção Animal | Avicultura

pOntO FinAL

Page 48: Destaques da 26º 18 - Avisite - O Portal da Avicultura na … Grupo Mantiqueira Itanhandu/ Passa Quatro, MG 4,341% 2 Granja Yabuta Bastos, SP 4,107% 3 Somai Nordeste Montes Claros,

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