157
TALITA TREVIZANI ROCCHETTI Detecção Bacteriana e de Genes de Resistência a Antimicrobianos pela Técnica de PCR em Tempo Real em Infecções de Corrente Sanguínea de Pacientes Submetidos a Transplante de Órgãos Sólidos Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de Mestre em Ciências. São Paulo 2011

Detecção Bacteriana e de Genes de Resistência a ...lemc.com.br/public/uploads/teses/Talita_Trevizani_Rocchetti... · Gene Bacteriano 16S rDNA ... Resistência a Antimicrobianos

  • Upload
    vanthu

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

TALITA TREVIZANI ROCCHETTI

Detecção Bacteriana e de Genes de Resistência a

Antimicrobianos pela Técnica de PCR em Tempo Real em

Infecções de Corrente Sanguínea de Pacientes Submetidos

a Transplante de Órgãos Sólidos

Tese apresentada à Universidade Federal de

São Paulo – Escola Paulista de Medicina para

obtenção do Título de Mestre em Ciências.

São Paulo

2011

TALITA TREVIZANI ROCCHETTI

Detecção Bacteriana e de Genes de Resistência a

Antimicrobianos pela Técnica de PCR em Tempo Real em

Infecções de Corrente Sanguínea de Pacientes Submetidos

a Transplante de Órgãos Sólidos

Tese apresentada à Universidade Federal de

São Paulo – Escola Paulista de Medicina para

obtenção do Título de Mestre em Ciências.

Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Campos

Pignatari

Este trabalho foi realizado com auxílio

financeiro fornecido pela Fundação de Amparo

à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

Processo nº 2008/04761-8

São Paulo

2011

ROCCHETTI, Talita Trevizani

Detecção bacteriana e de genes de resistência a antimicrobianos pela técnica de

PCR em Tempo Real em infecções de corrente sanguínea de pacientes

submetidos a transplante de órgãos sólidos – Talita Trevizani Rocchetti - São

Paulo, 2011. xx, 156 p.

Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de

Medicina. Programa de Pós-graduação em Infectologia

Título em inglês: Real-time Polymerase Chain Reaction for Detection of Bacterial and Antimicrobial Resistance Genes in Blood Cultures of Solid Organ Transplanted Patients.

1. Diagnóstico molecular; 2. Bacteremia; 3.PCR em Tempo Real; 4. Transplante

de órgãos; 5. Genes de resistência.

iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

DISCIPLINA DE INFECTOLOGIA

CHEFE DO DEPARTAMENTO:

Prof. Dr. Angelo Amato Vicenzo de Paola

COORDENADOR DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO:

Prof. Dr. Ricardo Sobieh Diaz

São Paulo

2011

iv

TALITA TREVIZANI ROCCHETTI

Detecção Bacteriana e de Genes de Resistência a

Antimicrobianos pela Técnica de PCR em Tempo Real em

Infecções de Corrente Sanguínea de Pacientes

Submetidos a Transplante de Órgãos Sólidos

BANCA EXAMINADORA:

Titular: Prof. Dr Luis Fernando Aranha Camargo

Titular: Profa. Dra. Marinês Dalla Valle Martino

Titular: Prof. Dr Eliezer Silva

Suplente: Profa. Dra. Antonia Maria de Oliveira Machado

v

Não se deve ir atrás de objetivos fáceis.

É preciso buscar o que só pode ser alcançado

por meio dos maiores esforços.”

Albert Einstein

vi

Dedico este trabalho

ao meu amado pai Vanderlei (in memoriun),

a minha amada mãe, Maria Regina e

aos meus amados irmãos Thiago e Taisa...

Vocês são além da minha razão de vida,

minha inspiração profissional!!

vii

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Dr. Antonio Carlos Campos Pignatari, por todo

crescimento profissional que tive, pelas oportunidades de aprendizado, os

ensinamentos e pela grande orientação. Tenho no senhor uma imensa adimiração e

inspiração profissional.

À Liana Carbalo Menezes, por todos os ensinamentos, paciência e carinho

que recebi. Se eu aprendi um pouco do que você sabe de Biologia Molecular, saio

vitoriosa dessa primeira etapa no LEMC.

À Profª Dra. Ana Cristina Gales, pelos constantes ensinamentos, pelo

exemplo de caráter e profissionalismo.

Ao André Doi, por toda orientação, atenção, ajuda e amizade ao longo da

elaboração deste trabalho.

À equipe do Laboratório Central, Dra. Antonia, Eliete, Thomas, Flavia,

Fernando, Clarice, por todo aprendizado, paciência e dedicação na coleta e

separação das amostras deste projeto.

Ao grupo de Transplantes do Hospital São Paulo e Hospital do Rim, em

especial ao Prof. Dr. Luis Fernando Aranha Camargo e ao Dr. Moacyr Silva Jr, por

todo apoio e colaboração quanto ao rumo e perfil que este trabalho deveria tomar.

A equipe do SCIH do Hospital do Rim, principalmente à Dra Lucy Corrêa, por

toda ajuda e por me abrir as portas para acessar ao programa TASY onde pude

selecionar meu material de estudo.

Aos meninos do SAME do Hospital do Rim, por toda dedicação e ajuda na

coleta dos prontuários.

À Jussimara Monteiro, que proporcionou meu primeiro contato e meus

primeiros aprendizados dentro da Biologia Molecular. Você faz parte da inspiração que

tenho profissional.

Ao Paulo Bispo, um grande amigo que fiz e que me ensinou com todo seu

conhecimento, agradeço por toda confiança depositada em mim.

À Eloiza Helena Campana, minha amiga, vizinha, companheira de laboratório

e de baladas. Você me apoiou em cada momento que tive ao longo dessa minha

viii

jornada no mestrado. Conhecê-la foi uma das melhores coisas que me aconteceu

desde meu regresso a São Paulo.

À Karen Bauab, amiga querida, que tive prazer em conhecer. Deu-me todo

apoio que precisei, nos meus experimentos, na viajem ao Rio de Janeiro, com

conversas, você é uma grande amiga e companheira de laboratório.

Luiz Roberto Chirotto Filho, meu primeiro amigo do laboratório e que faço

questão de preservar. Fico feliz de podermos nos ajudar em nossos projetos e de

podermos manter essa nossa amizade. Você terá sempre meu apoio.

À Renata Picão, por todo ensinamento e ajuda valiosa que me proporcionou.

Tenho grande admiração por você e tive o prazer de ter convivio fora do laboratório.

Ao Danilo Elias, por toda amizade, momentos de conversa e descontração que tive

ao seu lado, fico triste de você não estar aqui para prestigiar esse momento comigo.

Às amigas Cynthea, Paula Peraro, Adryella, Thaís, Jéssica por toda

conversa e apoio que tive de vocês. Aos meus grandes amigos e colegas do

LEMC/ALERTA, Adriana Nicoletti, Lorena, Milene, Ana Carolina, Fernanda Inoue,

Raquel Girardello, Thiago, Rodrigo Cayô, Anderson, Loren, Kelly, Martha, Zonta,

Fernanda Marques, Vinicius, Thomas, Cecília Cergole, Cecília Godoy, Paula

Ignez, Paula Koga, Alinne, Katia, Mirian e Amilton e aos que recentemente

entraram para o nosso grupo, pelo convívio agradável e carinho demonstrado durante

a realização deste trabalho.

À Rosana Capecce, pela dedicação e valioso apoio em todos os momentos.

Ao Charles, por toda colaboração eu tive ao longo do meu mestrado.

Aos professores da DIPA por todo aprendizado.

Á minha prima Gabriela, e aos meus amigos Ademar e Monica, por

acreditarem em mim quando eu havia desacreditado.

A Rosalina, por todo companheirismo, carinho e apoio, durante toda essa

etapa da minha vida.

À minha família, Vanderlei, Maria Regina, Thiago e Taisa, obrigada por

sempre estarem ao meu lado.

A todos que participaram diretamente ou indiretamente do meu trabalho, o meu

muito obrigada!

ix

SUMÁRIO

ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................ 13

ÍNDICE DE TABELAS ..................................................................................... 16

ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... 19

RESUMO.......................................................................................................... 21

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 22

2. OBJETIVOS ................................................................................................. 24

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 25

3.1. Transplante de Órgão Sólido ..................................................................... 25

3.1.1. Transplante no Brasil ...................................................................... 25

3.1.2. Epidemiologia em Transplantados .................................................. 26

3.2. Infecões de Corrente Sanguínea ............................................................... 28

3.2.1. Infecção de Corrente Sanguínea em Transplantados de Órgãos

Sólidos ...................................................................................................... 29

3.3. Genes de Resistência a Antimicrobianos .................................................. 32

3.3.1. Gene mecA ..................................................................................... 32

3.3.2. Genes vanA e vanB ........................................................................ 33

3.3.3. -Lactamases de Espectro Ampliado (ESLs) ............................... 36

3.3.5. Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC) .............................. 41

3.3.4. Metalo--Lactamases ...................................................................... 43

3.4. Sistemas Automatizados no Processamento de Hemoculturas ................ 47

3.5. Microbiologia Molecular Aplicada no Diagnóstico Clínico ......................... 50

3.5.1. Reação de Polimerização em Cadeia - PCR, PCR Multiplex e PCR

em Tempo Real ......................................................................................... 50

3.5.2. Validação de Novos Métodos de Diagnósticos ............................... 52

x

4 - MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................... 54

4.1. Casuística .................................................................................................. 54

4.1.1. Variáveis Clínicas ............................................................................ 54

4.2. Coleta das Hemoculturas de Acesso Periférico ........................................ 57

4.2.1. Coleta das Hemoculturas de Acesso Central – Cateteres .............. 57

4.3. Processamentos das Amostras pelo Método Fenotípico .......................... 57

4.3.1. Determinação da positividade e negatividade das hemoculturas pelo

aparelho Bactec® ...................................................................................... 57

4.3.2. Resultado Parcial da Hemocultura Positiva pela Coloração de Gram

.................................................................................................................. 58

4.3.3. Resultado Final da Hemocultura pelo Sistema Automatizado

Phoenix® ................................................................................................... 58

4.4. Pdronização da PCR em Tempo Real ...................................................... 59

4.4.1. Eficiência e Especificidade da PCR em Tempo Real ...................... 62

4.4.2. Determinação do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff” ...................... 65

4.4.3. Determinação do Limite de Detecção - LoD (Sensibilidade) ........... 66

4.5. Aplicação nas Amostras de Hemocultura ................................................. 67

4.5.1. Extração do DNA Direto dos Frascos de Hemocultura ................... 68

4.5.2. Aplicação da PCR em Tempo Real para o Gene HFE de Controle

Interno de Extração ................................................................................... 69

4.5.3. Detecção do DNA Bacteriano PCR em Tempo Real pelo Sistema

TaqMan ..................................................................................................... 69

4.5.4. Detecção dos Genes que Conferem Resistências aos

Antimicrobianos por PCR em Tempo Real pelo Sistema SYBR Green .... 70

4.6. Testes Direto do Isolado Bacteriano Referente à Hemocultura ................. 71

4.6.1. Teste de Triagem com Disco-Difusão para Ertapenem ................... 72

4.6.2. Teste de Hidrólise para Detecção de Metalo-β-Lactamases ........... 73

4.6.3. Detecção Fenotípica de ESβL ......................................................... 74

4.6.4. Determinação da Suscetibilidade a Vancomicina ........................... 75

4.6.5. Determinação da Suscetibilidade a Oxacilina ................................. 76

4.6.6. PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano ........................ 76

4.7. Análise Estatística dos Dados ................................................................... 77

xi

5. RESULTADOS ............................................................................................. 79

5.1. Amostras de Hemoculturas Incluídas no Estudo ....................................... 79

5.2. Validação Analítica da PCR em Tempo Real ............................................ 79

5.2.1. Eficiência e Especificidade da PCR em Tempo Real ...................... 80

5.2.2. Padronização da PCR em Tempo Real Sistema TaqMan para o

Gene Bacteriano 16S rDNA ...................................................................... 82

5.2.3. Determinação do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff” ...................... 84

5.2.4. Determinação do Limite de Detecção – LoD ................................... 84

5.2.5. Determinação da Curva ROC para as Reações dos Genes de

Resistência a Antimicrobianos e para a Reação Multiplex Gram-positivo e

Gram-negativo por PCR em Tempo Real ................................................. 86

Na Figura 4 encontram-se as curvas Roc dos genes estudados. .................... 86

5.3. Aplicação da PCR em Tempo Real nas Amostras de Hemocultura .......... 89

5.3.1. Detecção do Gene HFE de Controle Interno da Extração ............... 89

5.3.2. Detecção do Gene Bacteriano 16S rDNA ....................................... 89

5.3.3. Detecção PCR dos Genes que Conferem Resistência aos

Antimicrobianos em Bactérias Gram Negativas ........................................ 93

5.3.4. Detecção PCR dos Genes que Conferem Resistência aos

Antimicrobianos em Bactérias Gram Positivas .......................................... 96

5.4. Testes Direto do Isolado Bacteriano ......................................................... 99

5.4.1. Confirmação de Susceptibilidade a Oxacilina e Gene de Resistência

mecA pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano

Referente a Amostra de Hemocultura ....................................................... 99

5.4.2. Confirmação da Produção de Carbapenemase e Gene de

Resistência blaKPC pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do Isolado

Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura ................................... 100

5.4.3. Confirmação da Produção de Metalo-β-Lactamases e Genes de

Resistência blaIMP, blaVIM e blaSPM pelo Método da PCR em Tempo Real

Direto do Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura ....... 101

5.4.4. Confirmação da Produção de ESβL e Genes de Resistência blaSHV,

blaTEM e blaCTX-M pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do Isolado

Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura ................................... 102

xii

5.5. Variáveis Clínicas, Análise e Comparação do Tempo de Liberação dos

Resultados pelo Método Fenotipico e Tratamentos antes e Após os Resultados

em Relação ao Resultado Obtido pela PCR em Tempo Real ........................ 105

5.5.1. Hemoculturas Positivas para Isolados Gram Positivos ................. 106

5.5.2. Hemoculturas Positivas para Isolados Gram Negativos ................ 109

6. DISCUSSÃO .............................................................................................. 113

7. CONCLUSÕES .......................................................................................... 127

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 128

9. ABSTRACT ................................................................................................ 149

10. ANEXOS .................................................................................................. 151

ANEXO 1. Dados referentes aos 117 pacientes e 185 hemoculturas incluídas

no estudo........................................................................................................ 151

ANEXO 2. Drogas Testadas para os respectivos Painéis do Sistema

automatizado Phoenix. ................................................................................... 154

ANEXO 3. Apresentação no 50 th ICAAC 2010. ............................................ 156

xiii

ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABTO – Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos

AIM – Australian Imipenemase

ATCC - American Type Cuture Collection

CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

CDC – Center for Disease Control

CIM - Concentração Inibitória Mínima

CLSI – Clinical Laboratory Standards Institute

Ct – Ciclo threshold

CTX-M – Cefotaximase

CVC – Cateter Venoso Central

DD – Disco Difusão

DM – Diabete Mellitus

DNA – Ácido Desoxirribonucleico

DIM – Dutch Imipenemase

EDTA – Ácido Etilenodiaminotetracético

ESL - Extended Spectrum -Lactamase

EUA – Estados Unidos da América

GIM – German Imipenemase

HAS – Hipertensão Arterial

HFE – Hemocromatose

ICS – Infecção de Corrente Sanguínea

IMP – Imipenemase

IS - Insertion Sequence

IUPAC – The International Union of Pure and Applied Chemistry

xiv

KHM – Kyorin Health Science metallo-β-lactamase

KPC - Klebsiella pneumoniae Carbapenemase

LB - Luria Bertani

LED – Diodos emissores de luz

LEMC – Laboratório Especial de Microbiologia Clínica

ML – Metallo--Lactamase

MRSA – Staphylococcus aureus resistente a meticilina

NDM – New Delhi metallo-β-lactamase

OMP – Outer Membrane Protein

PBP – Penicillin Binding Protein

PBP2a – Proteína Ligadora de Penicilina Adicional

PCR – Polymerase Chain ReaCtion

PFGE – Pulsed Field Gel EleCtrophoresis

SCOPE – Surveillance and Control of Pathogens of Epidemiological Importance

SCoN – Staphylococcus coagulase negativo

SDS-PAGE – Sodium Dodecyl Sulfate Polyacrylamide Gel EleCtrophoresis

SIM – Seul Imipenemase

SNT – Sistema Nacional de Transplantes

SPM – São Paulo metallo-β-lactamase

SUS – Sistema Único de Saúde

TBE – Tris-Borato-EDTA

TSB – Tryptone Soy Broth

TM – Temperatura de Melting

TMB – Tripoli metallo-β-lactamase

UFC – Unidade formadora de colônia

xv

UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo

UTI – Unidade de Terapia Intensiva

UV – Ultravioleta

VIM – Verona Imipenemase

VRE – Enterococcus Resistente a Vancomicina

VRSA – Staphylococcus aureus Resistente a Vancomicina

xvi

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Lista de iniciadores de amplificação da região codificadora dos

genes estudados.........................................................................................

60

Tabela 2. Relação dos microrganismos testados para validação das

reações de PCR em Tempo Real..........................................................

64

Tabela 3. Resultados dos controles dos genes de resistência e os Tm

dos produtos amplificados...........................................................................

80

Tabela 4. Desvio Padrão e media do Tm, Eficiência da reação de PCR,

Ct e Tm da ultima diluição............................................................................

82

Tabela 5. Resultados da padronização dos protocolos de PCR em

Tempo Real utilizando sondas TaqMan-MGB multiplex Gram

especificas..................................................................................................

83

Tabela 6. Resultados de cutoff e LoD para cada gene especifico dos

microrganismos avaliados...........................................................................

85

Tabela 7. Sensibilidade, especificidade e Ct delimitado pela curva ROC

para os genes que conferem resistência a antimicrobianos e para o gene

16S rDNA para Gram positivo e Gram negativo.........................................

88

Tabela 8. Sensibilidade, especificidade pela curva ROC de acordo com o

LoD para os genes que conferem resistência a antimicrobianos e para o

gene 16S rDNA para Gram positivo e Gram negativo.................................

88

xvii

Talela 9. Resultado da PCR em Tempo Real pelo sistema TaqMan para

o gene 16S rDNA nas 126 hemoculturas positivas pelo Bactec®................

91

Talela 10. Resultado da PCR em tempo real sistema SYBR Green para

os genes de resistência em Gram negativos e resultado do sistema

Phoenix®.....................................................................................................

95

Talela 11. Resultado da PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para

os genes de resistência de Gram positivos e resultado do Phoenix®..........

97

Tabela 12. Resultado do Etest para Oxacilina e PCR em Tempo Real

sistema SYBR Green para o gene de resistência mecA direto da colônia

e comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura.......................

99

Tabela 13. Resultado do método de disco difusão e PCR em Tempo

Real sistema SYBR Green para o gene de resistência blaKPC direto da

colônia e comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura...........

101

Tabela 14. Resultado do teste de hidrólise e PCR em Tempo Real

sistema SYBR Green para os genes de resistência blaSPM, blaVIM e blaIMP

direto da colônia e comparação com a PCR direto do frasco de

hemocultura................................................................................................

102

Tabela 15. Resultado do disco aproximação para ESβL e PCR em

Tempo Real pelo sistema SYBR Green para os genes de resistência

blaSHV, blaCTX-M e blaTEM direto da colônia e comparação com a PCR

direto do frasco de hemocultura..................................................................

104

xviii

Tabela 16. Dados referentes aos resultados dos testes fenotípicos e da

PCR em Tempo Real liberados direto das hemoculturas e avaliação do

tratamento recebido pelos pacientes...........................................................

107

Tabela 17. Dados referentes aos resultados dos testes fenotípicos e da

PCR em Tempo Real liberados direto das hemoculturas e avaliação do

tratamento recebido pelos pacientes...........................................................

110

xix

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Etapa da Transpeptidação: Formação das ligações cruzadas

nas cadeias peptídicas................................................................................

34

Figura 2. A - Amplificação do DNA de Gram positivo (curva em amarelo)

e Gram negativo (curva em vermelho); B- Sonda Gram Positivo (GP) e

Sonda Gram Negativo (GN).........................................................................

62

Figura 3. Fluxograma do processamento das amostras.............................

67

Figura 4. Curva ROC para genes de resistência a antimicrobianos e

sondas Gram Positivo e Sonda Gram Negativo: A – Gram Positivo; B-

Gram Negativo; C - blaTEM; D - vanA; E - vanB; F - blaCTX; G - blaSHV; H -

mecA; I - blaKPC............................................................................................

87

Figura 5. Prevalência de espécies Gram positivas identificadas pelo

sistema automatizado Phoenix®..................................................................

92

Figura 6. Prevalência de espécies Gram negativas identificadas pelo

sistema automatizado Phoenix®..................................................................

93

Figura 7. Total de amostras positivas pela metodologia da PCR em

Tempo Real pelo sistema SYBR Green para os respectivos genes de

resistência estudados..................................................................................

98

xx

Figura 8. Número e porcentagem de pacientes referentes a

hemoculturas em que foram isoladas bactérias Gram positivas,

recebendo tratamento inadequado no momento da coleta da

hemocultura, depois do resultado do Gram da hemocultura e depois do

resultado final da Hemocultura....................................................................

108

Figura 9. Número e porcentagem de pacientes referentes a

hemoculturas em que foram isoladas bactérias Gram negativas não

fermentador, recebendo tratamento inadequado no momento da coleta

da hemocultura, depois do resultado do Gram da hemocultura e depois

do resultado final da Hemocultura...............................................................

111

Figura 10. Número e porcentagem de pacientes referentes a

hemoculturas em que foram isoladas bactérias Gram negativas

enterobacteriaceas, recebendo tratamento inadequado no momento da

coleta da hemocultura, depois do resultado do Gram da hemocultura e

depois do resultado final da Hemocultura....................................................

112

RESUMO

21

RESUMO

Pacientes transplantados de órgãos sólidos apresentam alto risco para infecção da

corrente sanguínea. A instituição da terapia antimicrobiana apropriada guiada por um

diagnóstico rápido e preciso das infecções da corrente sangüínea está relacionada a

um resultado satisfatório. O objetivo deste estudo foi a detecção de bactérias Gram-

positivas e Gram-negativas em hemocultura automatizada (Bactec®, Becton

Dickinson), com a utilização do multiplex para reação da polimerase em cadeia (PCR)

em Tempo Real e detecção de genes de resistência. Métodos: Um total de 185

hemoculturas, 126 positivas e 59 negativas, foram obtidos de 117 pacientes

submetidos a transplante de órgãos sólidos, dois centros de transplante na cidade de

São Paulo, Brasil, Hospital São Paulo e Hospital do Rim e Hipertensão. DNA das

culturas de sangue foi extraído pelo método fenol clorofórmio (Brazol®, LGC, Brasil). A

detecção do DNA bacteriano foi realizada utilizando iniciadores universais do gene

16S rRNA. A diferenciação entre as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas foi

feito por hibridização com sondas específicas por multiplex TaqMan em Tempo

Real. Os genes de resistência: blaSHV, blaTEM, blaCTX-M, blaKPC, blaSPM, blaVIM, blaIMP,

vanA, vanB e mecA foram detectadas utilizando iniciadores específicos, em Tempo

Real sitema SYBR Green. A adequação do tratamento antimicrobiano foi avaliada pela

revisão do prontuário dos pacientes. Resultados: Cinqüenta e nove amostras foram

positivas para bactérias Gram-positivas e sessenta e sete amostras foram positivas

para bactérias Gram-negativas. Todas as amostras (100%) foram concordantes entre

hemocultura e PCR. Trinta e duas amostras foram positivas para o gene mecA, cinco

para o gene blaCTX-M, uma para o gene blaKPC, uma para o gene blaSHV e uma para

blaTEM. Oitenta e oito foram negativas para todos os genes. A detecção de genes de

resistência a antimicrobianos favoreceria a adequação da antibioticoterapia,

particularmente no descalonamento no tratamento de bacteremias causadas por

bactérias Gram positivas e na adequação precoce no tratamento de bacteremias por

bacilos Gram negativas multiresistentes em pacienetes tranplantados de órgãos

sólidos. Conclusão: A PCR multiplex “in house” para bactérias Gram-positivas e

Gram-negativas e detecção de genes de resistência aos antimicrobianos por PCR em

Tempo Real poderia ser útil para o diagnóstico rápido da infecção da corrente

sangüínea em pacientes submetidos a transplante de órgão sólidos.

INTRODUÇÃO

22

1. INTRODUÇÃO

A introdução de técnicas moleculares na medicina diagnóstica e sua

aplicação no diagnóstico de doenças infecciosas estabelecem uma nova era na

detecção e caracterização de microrganismos na rotina de processamento de

amostras clínicas.

A presença de bacteremia agrava o quadro clínico do paciente e quando

se trata de pacientes transplantados há a necessidade do diagnóstico precoce

e rápido de Infecções de Corrente Sanguínea (ICS), uma vez que a taxa de

mortalidade relacionada a esta infecção nesta população é alta, principalmente

quando ocorre o agravamento do quadro clínico como o choque séptico

(Ferraresso & Berardineli, 2005).

Normalmente, as hemoculturas levam em média 24 a 36 h após a coleta

para positivar. A terapia antimicrobiana pode ser otimizada com base na

identificação presuntiva do agente bacteriano. Porém a completa identificação

do microrganismo e perfil de susceptibilidade normalmente não está disponível

antes de 24 a 72h. O uso da PCR tem sido sugerido em diagnóstico molecular,

pois além de ser uma técnica sensível também diminui o tempo de liberação

dos resultados quando comparado com o método fenotípico (Valones et al.,

2009).

A PCR convencional em pesquisa já é usada habitualmente e seu uso

no diagnóstico clínico cresce a cada dia. Porém no diagnóstico clínico a

sensibilidade e a rapidez na liberação dos resultados podem ser otimizados

pela técnica da PCR em Tempo Real, já que a amplificação e leitura são feitos

simultanemente.

INTRODUÇÃO

23

Em um recente trabalho, realizado por Lehmann e colaboradores (2010),

foi elaborado um método de detecção bacteriana, usando o gene 16s rDNA

diretamente da hemocultura. Os resultados apontaram que a técnica da PCR

foi duas vezes mais sensível que o método convencional, sugerindo assim a

importância e aplicabilidade da PCR nesses casos. Entretando, apesar da

disponibilidade de Kits comerciais para detecção de microrganismos e de

genes de resistência direto de amostras clínicas, até o momento, nenhum

trabalho relata a aplicação da PCR em Tempo Real, e a padronização “in

house” para o diagnóstico rápido de ICS em transplantados de órgãos sólidos.

OBJETIVOS

24

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Principal

1. Padronizar a técnica de PCR em Tempo Real para a pesquisa de

bactérias e dos principais genes que codificam resistência aos

antimicrobianos;

2.2. Objetivos Secundários

1. Aplicar a técnica de PCR em Tempo Real padronizada para a pesquisa

de bactérias e dos principais genes que codificam resistência aos

antimicrobianos em amostras de frascos de hemocultura coletada de

pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos;

2. Correlacionar os resultados obtidos com a detecção molecular de

bactérias e de genes de resistência aos antimicrobianos, realizada

diretamente da amostras clínica com os resultados de identificação

bacteriana e teste de sensibilidade automatizado obtidos com o isolado

da respectiva hemocultura;

3. Avaliar o possível impacto dos testes moleculares no tratamento de

Infecções de Corrente Sanguínea nos pacientes submetidos a

transplantes de órgão sólidos;

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

25

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Transplante de Órgão Sólido

3.1.1. Transplante no Brasil

O Brasil tem o maior programa público de transplantes de órgãos e

tecidos do mundo, sendo o Sistema Único de Saúde (SUS) responsável por

92% dos procedimentos. Este programa é composto por uma rede de 1.376

equipes médicas e 548 unidades credenciadas, porém, 63.866 pacientes

aguardam por um órgão no Brasil, de acordo com o Sistema Nacional de

Transplantes (SNT) em 2009 (Ministério da Saúde, 2009).

Em 2009, foram notificados 42.783 transplantes no Brasil, sendo 5.998

de órgãos sólidos. Destes, 4.259 foram transplantes de rim, ocupando o

primeiro lugar no número de transplantes nacionais, seguido por fígado (1.322),

coração (200), pâncreas (158) e pulmão (59) (Associação Brasileira de

Transplantes de Órgãos - ABTO, 2009).

Entre os centros de transplantes no Brasil, encontram-se o Hospital São

Paulo/Unifesp (HSP) e o Hospital do Rim e Hipertensão (HRH). No HSP são

realizados transplantes de rim, medula óssea, coração, osso, pulmão, córnea e

fígado. Sola e colaboradores (2007), em estudo retrospectivo, registraram 81

transplantes de órgãos sólidos no período de janeiro de 2004 a março de 2005.

Destes, 35 foram de rim-pâncreas, 17 apenas de rim, 17 de fígado, 20 de

coração.

O programa de transplante de rim do HSP teve início em 1976 como

uma modalidade de tratamento renal, pela divisão de Nefrologia da

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

26

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Na época, menos de 10

transplantes eram realizados. Este número aumentou para 178 em 1998,

mesmo ano em que foi inaugurado o HRH filiado a UNIFESP, e em 2004 foram

realizados 654 transplantes (Medina-Pestana, 2006), ocupando o primeiro lugar

no ranking mundial em transplantes de rim. Hoje o setor de transplantes do

Hospital do Rim e Hipertensão é referência em todo país.

O último levantamento de 2009 aponta que foram realizados 352

transplantes de rim, equivalente a 8,3% do total realizado em todo Brasil

(Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, 2009).

3.1.2. Epidemiologia em Transplantados

O transplante de órgãos sólidos representa hoje a melhor terapia

substitutiva para pacientes com doença crônica terminal. Apesar de o rim ser o

órgão mais transplantado no país, os transplantes de outros órgãos sólidos tem

crescido gradativamente nos últimos anos (Associação Brasileira de

Transplantes de Órgãos, 2009).

O transplante renal é uma alternativa terapêutica para pacientes com

doenças renais em estágio terminal, oferecendo assim melhor qualidade de

vida para aproximadamente 77.589 indivíduos registrados em programas de

diálise no Brasil (Sesso, 2010). No país, 6.500 pessoas apresentam doença

hepática avançada, risco de morte ou qualidade de vida comprometida e

aguardam na fila de transplante de fígado. No estado de São Paulo foram

realizados 200 transplantes de coração no ano de 2009. Entretanto, 305

pessoas se encontravam na lista de espera, sendo que aproximadamente 50%

não foram atendidos reservando-se o procedimento àqueles indivíduos com

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

27

alto risco de falecer de doença cardíaca em menos de um ou dois anos

(Ministério da Saúde, 2009).

O número de transplantes realizados por doadores falecidos se

sobrepõe ao numero realizado por doadores vivos. Este dado pode parecer

óbvio, porém há 10 anos, o número de doadores vivos para transplante de rim

era maior. Esse aumento se deve a inúmeras campanhas em todo país para

com intuito de incentivar a população à doadoção de órgãos (Associação

Brasileira de Transplantes de Órgãos, 2009). O transplante de rim, pâncreas,

medula óssea, fígado e pulmão intervivos pode ser realizado somente se não

trouxer prejuízo ou representar riscos à saúde do doador (Sistema Nacional de

Transplantes, 2011).

Os transplantes de órgãos sólidos apresentam alto risco de rejeição. As

rejeições agudas e crônicas são as principais causas de perda de órgãos

transplantados. A resposta imune pode ser tanto mediada por células T, sendo

a mais importante em rejeição aguda de órgãos transplantados, ou por

anticorpos produzidos por linfócitos B, que tem grande contribuição no

processo de rejeição (La Rosa et al., 2007).

Os avanços das técnicas cirúrgicas e dos tratamentos com terapia

imunossupressora levaram a diminuição nos índices de rejeição aguda, com a

sobrevivência dos enxertos após um ano em cerca de 90% dos transplantes.

(Danovitch, 2001; Mies, 1998). Os imunossupressores, apesar de reduzir

substancialmente as taxas de rejeição, apresentam efeitos colaterais

indesejáveis como imunodeficiência e toxicidade em outros órgãos (Halloran,

2004).

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

28

Apesar da excelente evolução na sobrevida dos pacientes e do enxerto,

o transplante de órgão sólido não é isento de complicações. A infecção é a

principal complicação no pós-transplante (Fishman & Rubin, 2005), sendo as

infecções de corrente sanguinea, uma das mais prevalentes (Nusair et

al.,2008). No primeiro mês pós-transplante, as infecções bacterianas são

responsáveis por 90% das complicações infecciosas, sendo que o risco destas

infecções ocorrerem varia com o tempo, principalmente em decorrência da

imunossupressão (Fishman, 2007).

3.2. Infecões de Corrente Sanguínea

Infecção de Corrente Sanguínea (ICS) é caracterizada pela presença de

bactéiras ou fungos em uma ou mais amostras de hemoculturas associada a

um quadro clínico compatível com sepse (Bone et al., 1992).

A microbiota humana normalmente não causa infecção e pode proteger

o organismo humano contra outros patógenos por competir pelos nutrientes e

locais de ligação nas superfícies celulares (Donnelly & De Paum, 2005). O

responsável pelo controle desta microbiota é o sistema imunológico. Quando a

imunidade celular e humoral encontra-se intacta, oferece uma proteção contra

a maioria dos microrganismos agressores devido a boas condições clínicas,

bom estado nutricional e função normal dos órgãos (Donnelly & De Paum,

2005). Entretanto um déficit específico de imunidade aumenta a suscetibilidade

a infecções, que seriam erradicadas em um organismo íntegro normalmente

pelo mecanismo de defesa (Halloran, 2004).

Como consequência da resposta imune celular deficitária, os pacientes

estão mais sujeitos a infecção por patógenos e apresentam também maior

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

29

gravidade no quadro clínico. Alguns dos fatores que agravam as condições de

imunossupressão são a dose e duração da terapia imunossupressora, doenças

auto-imunes, deficiências imunológicas funcionais, neutropenia e linfopenia,

condições metabólicas como diabetes, desnutrição e infecção por vírus

imunomoduladores como citomegalovírus (Fishman & Rubin, 1998; Halloran,

2004).

3.2.1. Infecção de Corrente Sanguínea em Transplantados de

Órgãos Sólidos

A incidência de infecção em transplantados é determinada pela

interação entre a exposição a agentes infecciosos e a terapia

imunossupressora. Esta varia devido a inúmeros fatores, tais como o tipo de

órgão transplantado, a quantidade de medicamento imunossupressor usado, a

necessidade do uso de terapia adicional contra rejeição e complicações pós-

cirurgicas (Patel & Paya, 1997).

ICS é considerada uma das causas mais importantes de mortalidade

em pacientes que realizaram transplante de órgãos sólidos (Singh et al, 2000;

Rodriguez et al., 2006; Husain et al., 2006). Estima-se que a incidência de

bacteremia seja de 28 a 30% em transplante hepático, 5 a 11% em transplante

renal e 10% em transplantados cardíacos (McClean et al., 1994; Moreno, et al,,

1994).

Moreno e colaboradores (2007), em um estudo realizado na Espanha,

no período de julho de 2003 a abril de 2005, incluíram 3.926 casos de

transplantes, sendo que destes, 2.935 eram de órgão sólido e 991 de células

hematopoiéticas. Dos 2.935 casos de transplantes, 321 (10%) apresentaram

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

30

ICS, sendo que 134 foram em transplantados hepáticos, 121 em

transplantados de rim, 32 em transplantados cardíacos, 17 em transplantados

de pulmão e 17 em transplantados de pâncreas. Com exceção do transplante

de rim, Staphylococcus coagulase negativo (SCoN) foi o microrganismo mais

isolado seguido de Escherichia coli. Outros patógenos como Acinetobacter

baumannii, Pseudomonas spp., Enterococcus spp., Staphylococcus aureus,

Klebsiella spp., Enterobacter spp., Streptococcus viridans, Streptococcus

pneumoniae, Corynebacterium spp. e Stenotrophomonas maltophilia também

foram identificados mas em menor freqüência. Entre os isolados de S. aureus,

16% eram resistentes a meticilina (MRSA), 14,5% das enterobactérias eram

resistentes a cefalosporinas e 10% dos bacilos gram negativos eram

multiresistentes.

Um estudo retrospectivo realizado em um hospital terciário da cidade de

São Paulo avaliou 81 transplantes de órgãos sólidos realizados no período de

janeiro de 2004 a março de 2005. Dos pacientes avaliados, 9% adquiriram ICS.

O transplante hepático apresentou a maior taxa de ICS (29%) e nenhum caso

foi relatado em transplantados renais. Os agentes infecciosos mais prevalentes

foram K. pneumoniae (33,3%), P. aeruginosa (33,3%) e A. baumannii (33,3%).

Porém, diferente do estudo de Moreno e colaboradores (2007), não foi

encontrado nenhum caso de infecção por bactéria Gram positiva (Sola et al.,

2007).

Em um recente estudo, realizado no Brasil, Silva Jr e colaboradores

(2010) avaliaram 3.308 tranpslantes realizados no HRH e HSP, entre os anos

de 2000 e 2006 e constataram uma incidência de 4,11% de ICS nestes

transplantes, sendo E. coli (30,3%) o principal agente isolado nessas infecções.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

31

Cinco isolados de E. coli, 8 K.pneumoniae e 8 E. aerogenes foram

multiresistêntes aos antimicrobianos. Entre os Gram positivos, 5 SCoN e 6 S.

aureus foram resistentes a meticilina. Nenhum VRE foi relatado.

Alguns trabalhos demonstram um maior número de bactérias Gram

negativas isoladas (Candel et al, 2005; Rodriguez et al, 2006) enquanto outros

relatam um maior número de bactérias Gram positivas (Berger et al, 2006).

Entretanto há concordância entre as principais espécies encontradas e a

resistência aos antimicrobianos (Linares et al., 2007).

A ICS representa uma falência do hospedeiro em controlar a infecção de

um foco primário. Choque séptico é a complicação mais severa no contexto da

bacteremia, aumentando a chance de morte em até 50% (Candel et al, 2005).

Michalak e colaboradores (2005) estudaram 102 pacientes transplantados de

rim-pâncreas. Bacteremia ocorreu em 13 dos pacientes e destes, 5 (38%)

tiveram choque séptico, sendo que, 100% dos pacientes foram a óbito. Dentre

os sítios de infecção primária, o catéter venoso central aparece em maior

frequência em transplantados de órgão sólido (Rodriguez et al., 2006; Singh et

al., 2000). Outros trabalhos relatam que o órgão doado proveniente de um

doador apresentando infecção ou sendo um doador cadáver, aumenta a

possibilidade do paciente receptor apresentar infecção (Battaglia et al., 2004;

Dantas et al., 2006).

A presença de bacteremia em pacientes transplantados em vigência de

terapia imunossupressora requer atenção dos profissionais da área da saúde,

uma vez que é frequente a presença de microrganismos multirresistentes, o

que restringe a escolha da terapia antimicrobiana apropriada.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

32

3.3. Genes de Resistência a Antimicrobianos

3.3.1. Gene mecA

Os antibióticos betalactâmicos produzem um efeito bactericida pela

inibição das enzimas responsáveis por catalisar um estágio vital da biossíntese

do peptideoglicano, principal componente da parede celular das bactérias

Gram positivas (Giesbrecht et al., 1998).

A resistência apresentada pelos estafilococos aos antibióticos

betalactâmicos deve-se principalmente a dois mecanismos distintos, porém não

dissociados, pois ambos podem interagir. O primeiro mecanismo desenvolvido

pela bactéria é produção da enzima betalactamase que hidrolisa o antibiótico.

O segundo mecanismo está associado à alteração do sítio de ação do

antibiótico betalactâmico pela produção de uma proteína ligadora de penicilina

adicional, a PBP2a (também denominada PBP2’), que está ausente nos

Staphylococcus spp. sensíveis à meticilina (Hackbarth et al., 1989).

A codificação desta nova PBP está relacionada à aquisição do gene

mecA por Staphylococcus spp. Este gene faz parte de um elemento genético

móvel encontrado em todos os isolados de S. aureus e Staphylococcus

Coagulase Negativo (SCoN) resistentes a meticilina. Katayama e

colaboradores, em 2000, demonstraram que o gene mecA faz parte de um

elemento genômico designado cassete estafilocócico do cromossomo mec

(“staphylococcal cassette chromosome mec” - SCCmec), integrado ao

cromossomo de S. aureus .

Atualmente, o gênero Staphylococcus compreende 40 espécies. (Cunha

et al., 2004). Entre seus representantes, S.aureus é considerado o patógeno

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

33

mais virulento e importante, mas a incidência de infecções causadas por SCoN

vem aumentando em todo o mundo (Sakai, 2004).

Em um recente estudo do Programa de Vigilância SENTRY ("SENTRY

“Antimicrobial Surveillance Program”) realizado com 3.907 amostras de

bactérias Gram positivas coletadas de centros médicos no Brasil, entre o

perído de janeiro de 2005 a setembro de 2008, constatou-se que S. aureus foi

o microrganismos mais prevalente em infecções de corrente sanguínea

seguido por SCoN. Neste mesmo estudo, 31% dos isolados de S. aureus e

80% dos SCoN apresentaram resistência a meticilina (Gales et al., 2009). Em

um estudo realizado em pacientes transplantados de órgãos sólidos, esta

prevalência também foi observada. Diversos autores relataram alta incidência

de infecção de corrente sanguínea por Staphylococcus spp. resistentes a

meticilina. (Linares et al., 2009; Bert et al., 2010).

3.3.2. Genes vanA e vanB

Da mesma maneira que os antimicrobianos β-lactâmicos, a classe dos

glicopepitideos (vancomicina) agem no metabolismo de construção da parede

celular bacteriana, através da ligação da porção terminal D-Ala-D-Ala de um

pentapeptídeo encontrado em precursores de peptidoglicano, interferindo na

etapa de transpeptidação (Figura 1) (Silveira et al., 2006; Eggert et al., 2001).

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

34

Figura 1. Etapa da Transpeptidação: Formação das ligações cruzadas nas

cadeias peptídicas (Eggert et al., 2001).

A resistência bacteriana à vancomicina em enterococos ocorre através

de uma modificação genética no gene bacteriano, sintetizando, como exemplo,

D-alanina-D-lactato (D-Ala-D-Lac) ao invés do dipeptídeo D-alanina-D-alanina

(D-Ala-D-Ala) (Silveira et al., 2006). A modificação do aminoácido terminal D-

alanina por D-lactato introduz uma interação eletrostática repulsiva no lugar da

ligação de hidrogênio. Em conseqüência, a afinidade da vancomicina com a

camada de peptidoglicano diminui em uma escala superior a 1000 vezes

(MacComas et al., 2003).

A aquisição do mecanismo de resistência a vancomicina é mediada por

vários genes (Werner et al., 2008). Embora a origem da sensibilidade de

enterococos frente à teicoplanina envolva mecanismos diferentes daquele da

vancomicina, essas características de sensibilidade e resistência frente aos

dois glicopeptídeos servem como base para uma classificação clínica (Silveira

et al., 2006).

Dos sete fenótipos descritos atualmente (A,B,C,D,E,G,L), os genes vanA

e vanB são, de longe, os mais prevalentes no mundo e são descritos

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

35

principalmente entre as espécies E. faecalis e E. faecium. Cepas de

enterococcus com fenótipo vanA apresentam alto grau de resistência a

vancomicina e teicoplanina e a resistência pode ser induzida pela presença de

glicopeptídeos (vancomicina, teicoplanina, avorpacina, ristocetina) e por

agentes não glicopeptídeos, como bacitracina e polimixina B (Cetinkaya et al.,

2000). O fenótipo vanB apresenta altos níveis de resistência a vancomicina

enquanto a sensibilidade a teicoplanina é mantida. Ambos os genes podem ser

encontrados em plasmídeos ou no cromossomo bacteriano e ser transferidos

entre espécies enterocócicas (Cetinkaya et al., 2000).

Uma situação mais preocupante foi o temor de que genes que conferem

resistência à vancomicina presentes nos VRE (Enterococcus Resistente a

Vancomicina) fossem transmitidos para os MRSA. Isto foi recentemente

confirmado em alguns casos isolados (n=7) surgidos na América do Norte,

sendo conhecidos como VRSA (S. aureus Resistente a Vancomicina) (Tenove,

2008; Zhu et al., 2008).

Em uma publicação de 2003, Chang e colaboradores reportaram em um

isolado de VRSA de uma ponta de cateter, a presença concomitante do gene

de resistência mecA e do gene vanA. Tal evidência foi confirmada através da

PCR localizado em um plasmídeo de 60 kb e a seqüência de DNA do gene

vanA VRSA foi idêntica à de uma amostra de E. faecalis resistente à

vancomicina isolada a partir da mesma cultura de ponta cateter (Chang et al.,

2003).

A consolidação da vancomicina como um antimicrobiano importante

frente a bactérias Gram positivas multiresistentes, trouxe um período de certa

tranqüilidade para a contenção destes agentes e tratamento nos centros

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

36

médicos. Entretanto, com o surgimento dos primeiros isolados de enterococos

resistentes a vancomicina e a emergência da sua disseminação no ambiente

hospitalar, levou a necessidade da busca de novos antimicrobianos para o

tratamento deste patógeno multirresistente (Silveira et al., 2008).

Este fato se agrava quando estes microrganismos são isolados em

infecções de corrente sanguínea. Dentre os Gram positivos, as espécies de

Enterococcus spp. aparecem entre os primeiros microrganismos mais isolados

nestas infecções (Cervera et al.,2009; Erdem et al.,2009). No Brasil Gales e

colaboradores, em um estudo multicêntrico em 2009, apontaram estes

microrganismos como oitavo entre todas as epécies encontradas e terceiro

entre os Gram positivos. De todos os isolados de enterococcus, 7,7% eram

VRE.

Enterococcos é frequentemente isolado em pacientes transplantados,

especialmente em transplantes de rim e fígado (Patel et al., 2001). Nestes

pacientes, infecções de corrente sanguínea é uma das mais comuns infecções

causadas por VRE. Esta infecção frequentemente é severa e associada a uma

bacteremia recorrente e persistente, e maior risco de morte (Nusair et al., 2008;

Asensio et al., 2008; Bhavinani et al., 2000; Lodise et al., 2002; Ghanen et al.,

2007).

3.3.3. -Lactamases de Espectro Ampliado (ESLs)

Os -lactâmicos são os agentes antimicrobianos utilizados com maior

frequência para o tratamento de infecções bacterianas. A ampla utilização

destes agentes principalmente das cefalosporinas de segunda e terceira

gerações, para o tratamento de infecções causadas por enterobactérias, foi

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

37

acompanhada pelo surgimento e disseminação de cepas bacterianas

resistentes produtoras de enzimas do tipo ESβL. A resistência aos -lactâmicos

dificulta o tratamento das infecções causadas por estes patógenos,

aumentando a morbi-mortalidade dos pacientes acometidos assim como os

custos diretos e indiretos relativos às internações (Tumbarello et al. 2006).

ESLs são enzimas capazes de hidrolisar todos os antimicrobianos β-

lactâmicos com exceção das cefamicinas (cefoxitina, cefotetan) e dos

carbapenenêmicos (imipenem, meropenem) e são inibidas pelo ácido

clavulânico, tazobactam e sulbactam. Pertencem à classe molecular A de

Ambler (1980) e estão distribuídas no grupo 2be de Bush e Jacoby (2010). As

ESL apresentam um resíduo serina no seu sítio ativo e são codificadas por

genes localizados em plasmídeos que podem também codificar resistência aos

aminoglicosídeos, tetraciclina, cloranfenicol, quinolonas e

trimetoprim/sulfametoxazol (Rossolini et al. 2008d;Winokur et al. 2001).

Outras ESLs tais como PER, VEB, BES, GES, BEL, TLA e SFO,

também foram descritas, porém SHV, TEM e CTX-M são as mais prevalentes

entre as enterobactérias (Harada et al.,2008).

3.3.3.1. TEM

As ESBLs do tipo TEM são derivadas das beta-lactamases de espectro

restrito do tipo TEM-1 e TEM-2. A descrição da primeira β-lactamase desta

classe, denominada TEM-1 ocorreu em 1960. Esta enzima foi encontrada em

uma amostra clínica de Escherichia coli isolada da corrente sanguínea de uma

jovem paciente grega chamada Temoniera, origem da sigla da β-lactamase

TEM (Turner 2005). A β-lactamase TEM-2 foi a primeira derivada da TEM-1

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

38

(Barthelemy et al. 1985). Já a β-lactamase TEM-3, reportada em 1988, foi a

primeira a apresentar o fenótipo ESβL (Sougakoff et al. 1988). Atualmente

existem mais de 160 derivados de TEM

(http://www.lahey.org/Studies/temtable.asp) sendo que algumas são resistentes

aos inibidores de β-lactamase e a grande maioria apresenta o fenótipo ESβL

(Bradford 2001b). Esta enzima é codificada por genes localizados, usualmente,

em elementos genéticos móveis, plasmídeos e transposons, que por meio de

uma série de eventos de transposição e rearranjos, migram para diferentes

plasmídeos que circulam entre microrganismos da mesma espécie ou de

espécies diferentes. Devido à grande facilidade de disseminação, esta enzima

tem sido descrita em diversas espécies de Enterobactérias, e em outras

espécies bacterianas (Paterson and Bonomo 2005). Embora essas β-

lactamases sejam mais frequentemente relatadas em E. coli, Klebsiella spp.,

EnterobaCter aerogenes, Morganella morganii, Proteus mirabilis, Proteus

rettgeri, e Salmonella spp. (Bonnet et al. 1999;Marchandin et al. 1999;Morosini

et al. 1995;Palzkill et al. 1995;Perilli et al. 2000;Tessier et al. 1998), têm sido,

também, reportadas entre bactérias Gram negativas não Enterobacteriaceae.

3.3.3.2. SHV

A denominação da sigla SHV vem de uma propriedade bioquímica da

enzima variável sulfidrila (“sulphydryl variable”) (Tzouvelekis and Bonomo

1999a). O fenótipo ESβL é caracterizado a partir de substituições de

aminoácidos que ocorrem no gene blaSHV-1, e estas alterações assemelham-se

as que acontecem com as ESβL do tipo TEM (Huletsky et al. 1993).

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

39

Em 1983, foi descrito o primeiro relato de uma SHV de espectro

ampliado, denominada SHV-2, encontrada em amostras clínicas de K.

pneumoniae, K. ozaenae e Serratia marcescens (Knothe et al. 1983). Em 1988,

SHV-3 e SHV-4 foram descritas por Jarlier e colaboradores (Jarlier et al. 1988)

e Buré e colaboradores (Bure et al. 1988), respectivamente. Ambas foram

encontradas em amostras clínicas de K. pneumoniae recuperadas de hospitais

franceses. SHV-5 foi descrita na Grécia e Tailândia (Chanawong et al., 2001; ,

Neonakis et al., 2003; Poirel et al., 2004a), enquanto SHV-12 foi identificada,

até o momento, somente na Tailândia (Chanawong et al., 2001). Desde 1982,

quando a ceftazidima foi disponibilizada para o uso clínico, até o presente

momento, foram descritas mais de 140 variantes da β-lactamase da classe

SHV (http://www.lahey.org/Studies/webt.asp#SHV).

A enzima SHV já foi relatada em vários membros da família

Enterobacteriaceae e em Acinetobacter spp. (Poirel et al., 2004a, Zavascki et

al., 2010). Em P. aeruginosa, poucos isolados foram descritos como produtores

dessa (Bush et al.,1995) enzima. Em K. pneumoniae, a enzima SHV-1 é

responsável por até 20% da resistência a ampicilina mediada por plasmídeos

nesta espécie (Tzouvelekis and Bonomo 1999b). Em muitas cepas de K.

pneumoniae o gene blaSHV-1, ou outro gene relacionado, apresenta-se integrado

ao cromossomo bacteriano (Livermore 1995). Inúmeros relatos de surtos

envolvendo K. pneumoniae produtoras de -lactamases de espectro ampliado

têm sido reportados (Coque et al. 2008).

Apesar de grande parte das -lactamases do tipo SHV apresentar

fenótipo ESβL, algumas, como por exemplo, SHV-10 e SHV-11, possuem

fenótipo de resistência aos inibidores das -lactamases e apesar de hidrolisar

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

40

as penicilinas, essa enzima apresenta uma hidrólise reduzida para as

cefalosporinas e, dessa forma, não é classificada como ESβL (Bradford 2001a).

3.3.3.3. CTX-M

As ESBL do tipo cefotaximase (CTX-M) são codificadas por genes

localizados em plasmídeos. Essas β-lactamases têm a propriedade de conferir

resistência a todas as cefalosporinas de espectro ampliado, porém,

apresentam como substratos preferenciais a cefotaxima e a ceftriaxona

(Bonnet 2004a;Cartelle et al. 2004;Rossolini et al. 2008c).

O primeiro relato da produção de CTX-M ocorreu em 1990, a partir de

um isolado clínico de E. coli recuperado na Alemanha (Bauernfeind et al.,

1990). Desde então, essas enzimas vêm se disseminando mundialmente em

diferentes gêneros de enterobactérias (Bonnet 2004b;Rossolini et al. 2008e).

Atualmente, encontram-se descritos na literatura mais de 80 tipos de CTX-M

diferentes (http://www.lahey.org/Studies/other.asp#table1).

No início da década de 1990, a β-lactamase CTX-M-2 disseminou-se

rapidamente na Argentina e em países vizinhos (Rossolini et al. 2008b). Outros

membros da família CTX-M estão distribuídos em diversos lugares do mundo;

CTX-M-9 e CTX-M-14 predominantemente na Ásia e na Espanha (Hernandez

et al. 2005;Munday et al. 2004), CTX-M-3 e CTX-M-15 na Europa. Apesar de

não ter sido isolada no Reino Unido antes de 2001, a enzima CTX-M-15 é

atualmente a ESβL mais prevalente em amostras bacterianas de E. coli e K.

pneumoniae nesta região (Livermore and Hawkey 2005).

Durante muitos anos, a identificação da enzima CTX-M esteve restrita

aos membros da família Enterobacteriaceae. Porém em isolados clínicos de P.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

41

aeruginosa já foram descritas as enzimas CTX-M-1, CTX-M-43 (al Naiemi et

al., 2006; Celenza et al., 2006) e CTX-M-2 (Picão et al., 2009a; Picão et al.,

2009b). A disseminação das β-lactamases do tipo CTX-M está causando

importantes e imprevisíveis mudanças na epidemiologia da resistência aos

antibióticos β-lactâmicos (Rossolini et al. 2008a).

3.3.5. Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC)

Os carbapenêmicos são considerados os agentes mais potentes contra

infecções causadas por bactérias Gram negativas devido à sua elevada

afinidade pelas PBPs, estabilidade diante da maioria das β-lactamases e pela

excelente permeabilidade através da membrana externa bacteriana (Woodford

et al., 2004). No entanto, nos últimos anos, o isolamento de bactérias Gram

negativas resistentes também aos carbapenêmicos vêm se tornando mais

frequente em diversas partes do mundo (Nordmann and Poirel 2002).

Em enterobactérias, a resistência a esta classe de antimicrobianos pode

ser causada pela produção de carbapenemases. As carbapenemases do tipo

KPC (sigla para “Klebsiella pneumoniae carbapenemase”), incluídas na classe

A (Ambler 1980b) ou grupo 2f de Bush (Bush et al. 1995b) são enzimas que

são capazes de hidrolisar penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e

carbapenêmicos (Queenan and Bush 2007b).

A primeira descrição da enzima KPC-1 ocorreu no ano de 2001, na

Carolina do Norte (EUA), a partir de um isolado de K. pneumoniae coletado em

1996, durante um estudo de vigilância denominado ICARE (“Intensive Care

Antimicrobial Resistance pidemiology”). No entanto, uma recente correção na

sequência de nucleotídeos do gene blaKPC-1 indicou que as enzimas KPC-1 e

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

42

KPC-2 são idênticas (Yigit et al., 2001). A partir de então, relatos de KPC-2

tornaram-se frequentes na Costa Leste dos Estados Unidos e rapidamente

expandiu-se, sendo descrito em diversas partes do mundo (Queenan and Bush

2007a). Até o momento, onze variantes de KPC foram descritas

(http://www.lahey.org/studies).

O gene que codifica a enzima KPC está frequentemente localizado em

um elemento genético móvel com grande potencial para disseminar-se. Esta

característica somada ao fato deste gene ser, frequentemente, encontrado em

cepas de K. pneumoniae, que é conhecida por sua capacidade de acumular e

transferir determinantes de resistência, é motivo de muita preocupação pelas

agências nacionais de saúde (Queenan and Bush 2007c). Embora as

carbapenemases do tipo KPC sejam predominantemente descritas em cepas

de K. pneumoniae, existem relatos dessa enzima em cepas de Enterobacter

spp. (Hossain et al. 2004); (Bratu et al. 2005b), Escherichia coli (Navon-

Venezia et al. 2006), Salmonella spp. (Miriagou et al. 2003), Citrobacter

freundii, Pseudomonas aeruginosa (Villegas et al. 2007), entre outras espécies

(Sacha et al., 2009). O tratamento de infecções causadas por microrganismos

que expressam esse determinante de resistência é extremamente difícil,

resultando muitas vezes em altas taxas de mortalidade, devido à resistência a

múltiplos agentes antimicrobianos (Bratu et al. 2005a).

A enzima KPC-2 foi primeiramente descrita no Brasil por Monteiro e

colaboradores (2009), em quatro amostras de K. pneumoniae isoladas entre

setembro e novembro de 2006 em um hospital de Recife. Desde então,

isolados de K. pneumoniae e E. cloacae produtores de KPC-2 também foram

descritas no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, revelando que a

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

43

emergência deste mecanismo de resistência em hospitais brasileiros vem

ocorrendo desde o ano de 2005 (Pavez et al., 2009; Peirano et al., 2009;

Zavascki et al., 2009a).

Em um recente estudo do Programa de Vigilância SENTRY (SENTRY-

“Antimicrobial Surveillance Program”), realizado com 3.220 amostras de

bactérias Gram negativas, coletadas de centros médicos no Brasil, entre o

período de janeiro de 2003 a maio de 2008, constatou-se que Klebsiella spp. foi

o segundo microrganismo mais prevalente em infecções de corrente

sanguínea, porém nenhum isolado apresentou KPC (Andrade et al., 2008). Em

2010, Linares e colaboradores, avaliaram 1.057 transplantes de órgão sólidos

realizados em um centro Médico na Espanha, entre o período de julho de 2003

a dezembro de 2007,e observaram 116 episódios de infecções por K.

pneumoniae sendo que mais de 50% desses eram ICS. Dos isolados desse

estudo, nenhum apresentou produção de carbapenemase. O mesmo fato se

repetiu em outro estudo, agora realizado no Brasil, no qual K. pneumoniae foi a

segunda espécie de Gram negativo mais prevalente em ICS e nenhum isolado

de KPC foi relatado (Silva JR et al.,2010).

3.3.4. Metalo--Lactamases

As metalo-β-lactamases (MBL) são pertencentes ao grupo 3 de Bush

(Bush et al. 1995a) e à classe molecular B de Ambler (Ambler 1980a).

Apresentam potente atividade contra carbapenêmicos e hidrolisam todos os -

lactâmicos comercialmente disponíveis, exceto os monobactâmicos

(aztreonam). Este grupo requer íons Zn+2 ou outros cátions divalentes como

cofatores no sítio ativo. São resistentes à ação dos inibidores das serino-β-

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

44

lactamases como ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam (Queenan and

Bush 2007d), embora sofram inibição por agentes quelantes (EDTA, derivados

de tiol e do ácido dipicolínico); (Payne et al., 1997a; Payne et al., 1997b; Laraki

et al., 1999; Bebrone, 2007).

As MBLs, como todas as β-lactamases, podem ser divididas em

cromossomais e codificadas por genes móveis. As MLs intrínsecas são

normalmente mediadas por cromossomo (Walsh et al. 1994) e são encontradas

em um número limitado de espécies, como: Bacilus cereus, Aeromonas

hydrophila, Flavobacterium odoratum, Legionella gormanii, Bacteroides fragilis,

Stenotrophomonas maltophilia (Hirakata et al. 1998). MLs adquiridas

apresentam-se em estruturas genéticas móveis que fornecem mobilidade ao

gene, facilitando a disseminação dessa enzima entre diferentes espécies

bacterianas. Atualmente, são conhecidas 10 sub-classes de MBLs adquiridas:

IMP (imipenemase), VIM (Verona imipenemase), SPM (São Paulo metallo-β-

laCtamase), GIM (German imipenemase), SIM (Seul imipenemase), AIM

(Australian imipenemase), KHM (Kyorin Health Science MBL), NDM (New Delhi

metallo-β-laCtamase), DIM (Dutch Imipenemase) e TMB (Tripoli metallo-β-

laCtamase) (Osano et al., 1994; Lauretti et al., 1999; Toleman et al., 2002;

Castanheira et al., 2004; Lee et al., 2005; Yong et al., 2007a, Sekiguchi et al.,

2008; Salabi et al., 2009; Poirel et al., 2009).

Embora essas enzimas sejam mais frequentemente isoladas em

espécies de bactérias Gram negativas não-fermentadoras, como Pseudomonas

aeruginosa e Acinetobacter baumannii, cada vez mais estas enzimas têm sido

reportadas em membros da família Enterobacteriaceae, incluindo K.

pneumoniae (Lincopan et al. 2005b;Morfin-Otero et al. 2009).

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

45

O primeiro relato de MβLs adquirida ocorreu em 1994 (Osano et al.

1994), sendo descrito como uma subclasse denominada IMP-1. Esta enzima foi

encontrada em uma cepa clínica de Serratia marcescens isolada no Japão, a

qual apresentava fenótipo de resistência a imipenem e cefalosporinas de amplo

espectro. Diversas variantes dessa enzima foram então descritas em P.

aeruginosa, Acinetobacter spp. e enterobactérias de praticamente todos os

continentes (Walsh et al., 2005; Walsh et al., 2008). As variantes IMP-1, IMP-16

e IMP-18 já foram reportadas em isolados clínicos brasileiros de P. aeruginosa

(Mendes et al., 2004; Mendes et al., 2007b; Xavier et al., 2007). Em 2005,

Lincopan e colaboradores relataram o primeiro caso de K. pneumoniae

produtora de IMP-1 isolada de uma única amostra, na América Latina

(Lincopan et al. 2005a).

Em 1999, a segunda subclasse descrita de MBL adquirida foi

denominada VIM foi observada em uma amostra de P. aeruginosa originária de

Verona, Itália (Lauretti et al., 1999). Muitas variantes de VIM já foram descritas,

tanto em microrganismos fermentadores da glicose, quanto em não

fermentadores. Embora a maioria das descrições tenha ocorrido na Europa,

algumas 25 variantes já foram identificadas na América e Ásia (Queenan &

Bush, 2007; Walsh et al., 2005; Walsh et al., 2008).

Em 2002, foi descrita uma nova subclasse de MBL, a SPM-1 (São Paulo

Metalo-β-lactamase). Esta enzima foi isolada de uma P. aeruginosa recuperada

do trato urinário de uma paciente de quatro anos hospitalizada no complexo

HSP/UNIFESP (Toleman et al., 2002). Esta enzima parece estar

especificamente relacionada à espécie de P. aeruginosa, uma vez que, até

então, não foi encontrada em demais patógenos. Amostras produtoras desta

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

46

enzima foram isoladas em diversas cidades brasileiras, tais como São Paulo,

Brasília, Salvador, Fortaleza, Santo André, Londrina, Maringá, Curitiba, Recife,

Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Luiz (Gales et al., 2003; Pellegrino et al.,

2002; Poirel et al., 2004b; Nouér et al., 2005; Vieira et al., 2005; Zavascki et al.,

2005), sendo que na maioria destas descrições foi encontrado um perfil clonal

predominante, denominado clone SP. A única descrição da produção de SPM-

1 fora do Brasil ocorreu em 2010, na Suiça. Entretanto, a amostra de P.

aeruginosa, em que o gene blaSPM-1 foi detectado, foi isolada de um paciente

que havia sido atropelado e possuía internação prévia no Hospital Geral

Regional, em Recife (Salabi et al., 2010).

Em 2002, cinco isolados de P. aeruginosa foram recuperados de

diferentes pacientes de um centro médico em Dusseldorf, Alemanha. Estes

isolados codificavam uma nova β-lactamase da classe B, denominada GIM-1

(German imipenemase) (Castanheira et al., 2004). Em 2005, Lee e

colaboradores reportaram uma nova enzima do tipo MBL, SIM-1 que foi

identificada em sete isolados clínicos de Acinetobacter baumannii na Coréia, os

quais haviam sido isolados entre setembro de 2003 e novembro de 2004.

Recentemente, foram descritas novas subclasses de MBLs adquiridas:

AIM-1(Australian imipenemase), recuperada de um isolado clínico de P.

aeruginosa, em 2007, na Austrália (Yong et al., 2007b); KHM-1 (Kyorin Health

Science metalo-β-lactamase), descrita em 2008, no Japão, em um isolado

clínico de C.freundii (Seikiguchi et al., 2008); NDM-1 (MIM- 1) (New Delhi

metalo-β-lactamase), descrita em 2008, na Índia, em um isolado clínico de K.

pneumoniae, e posteriormente, sua ocorrência também foi relatada em

enterobactérias na Inglaterra (Doumith et al., 2009; Yong et al., 2009); TMB-1

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

47

(Tripoli MBL), recuperada de um isolado clínico de P. aeruginosa detectado da

Libia (África), em 2008 (El Salabi et al., 2009) e DIM-1 (Dutch Imipenemase),

descrita em 2009 a partir de um isolado de P. stutzeri originário da Holanda

(Poirel et al., 2010).

3.4. Sistemas Automatizados no Processamento de Hemoculturas

O sangue é um dos espécimes clínicos mais importantes dentro de um

laboratório de microbiologia. A hemocultura permite a identificação de

microrganismos na corrente sanguínea e é o método disponível mais sensível

na detecção da bacteremia.

A automação no laboratório de microbiologia ocorreu inicialmente em

1970 com a introdução do primeiro sistema semi-automatizado de hemocultura.

Posteriormente, em 1990 estes sistemas foram aperfeiçoados e criados os

equipamentos de hemocultura que realizam monitoramento contínuo do

crescimento microbiano.

Os métodos dos sistemas automatizados disponíveis comercialmente

baseiam-se na inoculação de amostra de sangue dentro de um frasco

hermeticamente fechado e estéril que contêm meio de cultura enriquecedor

que favorece o crescimento dos microrganismos, acrescido de substâncias que

inativam ou adsorvem os antibióticos.

Cada frasco possui meios específicos que, por suas características

químicas, permitem a seleção do microrganismo que deseja-se isolar: aeróbios,

anaeróbios, fungos ou micobactérias.

Os frascos de hemocultura são incubados a 37C dentro de

equipamentos automatizados que vão promover a agitação contínua do meio

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

48

de cultura. Na base do frasco de hemocultura existe um sensor de CO2 que

monitora a quantidade e CO2 no meio. Dentro do equipamento, próximo à base

onde o frasco de hemocultura é colocado, um diodo emissor e receptor de luz é

posicionado e vai detectar alterações de cor e/ou fluorescência.

Com o crescimento bacteriano e conseqüente produção de CO2, o

sensor localizado dentro do frasco promove, através de uma reação química,

alteração de cor ou emissão de fluorescência, com conseqüente alteração da

luz refletida detectada pelo diodo presente no equipamento. Este sinal é

transmitido a um computador acoplado ao equipamento. O computador possui

diversos algorítimos para reportar a detecção de um frasco positivo: (a) quando

a reflectância excede o ponto de corte estabelecido, (b) quando o instrumento

reconhece um aumento linear nos níveis de CO2 ou (c) quando ococrre

alteração nas taxas de CO2 produzido (Nolte et al.,1993).

Algumas metodologias, além de utilizar detecção colorimétrica ou

fluorimétrica podem também utilizar detecção manométrica da produção do

CO2.

Apesar do aperfeiçoamento das metodologias automatizadas para

aumentar a sensibilidade e reduzir o tempo de detecção do crescimento

microbiano a técnica é dependente de condições pré-analíticas ideais como:

volume da amostra, quantidade de amostras, momento e técnica de coleta.

Estudos revelam que 0,20 a 6% das amostras apresentam resultados

falso-negativos, onde o paciente apesar de apresentar episódio de bacteremia

o agente não é isolado (Shiguei et al., 1995; Smith et al., 1995; Ziegler et al.,

1998).

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

49

Após a detecção do crescimento do agente no equipamento de

hemocultura automatizado é realizado diretamente do frasco, pesquisa do

microrganismo com coloração pelo método de Gram e semeadura em meios

seletivos e enriquecedores para o isolamento do agente.

Após 24 horas de incubação é possível observar em placa o crescimento

dos microrganismos e proceder à etapas de identificação e teste de

sensibilidade.

A identificação dos agentes pode ser realizada por técnicas manuais,

onde características bioquímicas e físicas são observadas e interpretadas, ou

através de técnicas automatizadas, através de diversas provas bioquímicas em

que se estabelece um perfil bioquímico característico de cada.

Os métodos automatizados além de fornecer maior precisão nos

resultados proporciona rapidez na identificação, podendo esta ocorrer a partir

de 2 horas, a depender do microrganismo. No Brasil, os sistemas

automatizados mais utilizados são: Vitek®; Vitek-2® (bioMérieux, Hazelwood,

MO); Walk-Away® (DADE, West Sacramento, CA); BD Phoenix®, sendo que o

Phoenix apresenta no mesmo painel identificação e teste de susceptibilidade

(Anvisa, 2008).

O teste de sensibilidade também pode ser realizado através de

metodologia manual ou automatizada. A metodologia manual baseia-se na

técnica de Kirb-Bauer de disco difusão onde os halos de inibição são

interpretados de acordo com as recomendações do CLSI (Clinical Laboratory

Intitute). Outros métodos, tais como os Epsilométricos, como ETEST também

podem ser utilizados quando pretende-se realizar a determinação da

Concentração Inibitória Mínima (CIM) a determinados antimicrobianos.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

50

Já as técnicas automatizadas baseiam-se na técnica de microdiluição

em caldo onde diversas concentrações de antibióticos são utilizadas para

chegar à determinação da CIM. Estas concentrações são interpretadas pelos

equipamentos de acordo com as recomendações vigentes do CLSI (2010).

Tanto a metodologia manual como a automatizada permitem a detecção

de alguns mecanismos de resistência específicos, seja pela técnica de disco

aproximação seja pela técnica de uso combinado de antibióticos. Os fenótipos

geralmente reportados são a presença de ESBL e MLSb (Macrolídeos,

Lincosaminas e Estreptograminas).

3.5. Microbiologia Molecular Aplicada no Diagnóstico Clínico

3.5.1. Reação de Polimerização em Cadeia - PCR, PCR Multiplex e

PCR em Tempo Real

A técnica da PCR, idealizada em 1983 por Kerry Mullis tornou-se

realidade após o isolamento e purificação da enzima Taq DNA polimerase a

partir da bactéria termofílica Thermus aquaticus (Saiki et al., 1988). Esta

técnica passou a ser a mais utilizada em laboratórios de pesquisa e consiste de

uma reação de amplificação do DNA extraído e adicionado com dNTPs

(desoxirribunucleotídeos trifosfatos), oligonucleotídeos (primers) iniciadores da

reação e Taqpolimerase. É facil de ser executada e é realizada em três fases:

desnaturação, anelamento e extensão. Na primeira etapa, desnaturação, a

dupla fita de DNA é separada, na segunda etapa, anelamento, os primers se

posicionam no DNA, na terceira etapa a Taq polimerase inicia a extensão do

DNA (Konenam et al. 2006b).

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

51

A partir do uso rotineiro da PCR, outros métodos e aplicações puderam

ser elaborados. Uma delas é a PCR Multiplex. Este consiste na amplificação de

mais de um alvo simultaneamente pela adição de diferentes conjuntos de

primers específicos para cada alvo no mesmo tubo de reação. Para isto,

devem-se tomar alguns cuidados com os conjuntos de primers escolhidos, tais

como a temperatura de anelamento dos primers usados deve ser semelhante,

os conjuntos de primers devem gerar produtos com tamanhos moleculares

distintos, e estes devem apresentar especificidade de anelamento apenas com

uma sequência alvo. Apesar de ser uma estratégia de amplificação de uso

conveniente para detecção de DNA de agentes infecciosos, apresenta maior

dificuldade no desenvolvimento da metodologia e menor sensibilidade quando

comparada com amplificação de uma única sequência alvo (Hayden, 2004).

A técnica de PCR em Tempo Real é um refinamento da técnica original

de PCR, pois combina a amplificação e a quantificação de uma sequência de

DNA alvo por meio da detecção de fluorescência utilizando sondas específicas

marcadas com fluoróforos, ou com base na determinação da temperatura de

desnaturação de uma seqüência de DNA dupla fita (“melting temperature” -

Tm) marcada com substância intercalante fluorescente (Klein, 2002; Kubista et

al., 2006). É considerado um método homogêneo de amplificação de DNA, no

qual amplificação e detecção são realizadas no mesmo tubo de reação,

podendo eliminar processamentos pós-PCR, diminuindo o manuseio de

produtos de amplificação e o risco de contaminação cruzada (Hayden, 2004).

Os princípios aplicados para detecção de uma sequência alvo por PCR em

Tempo Real são baseados na mensuração de fluorescência durante a reação.

A quantidade de produto formado é monitorada durante o decorrer da reação

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

52

por meio da detecção da fluorescência detectada por diferentes filtros de

captação em determinados comprimentos de onda. A fluorescência é

proporcional à quantidade de produto formado em cada ciclo e o número de

ciclos de amplificação necessários para obter uma determinada quantidade de

DNA é registrado (Cicldo Threshold- Ct). Com a alta eficiência dos reagentes,

sensibilidade dos instrumentos e otimização de técnicas, o número de

moléculas de DNA de uma determinada seqüência presente em uma amostra,

pode ser determinado com grande sensibilidade (Mackay, 2004; Kubista et al.,

2006).

Hoje se encotram disponíveis Kits que utilizam a metodologia da PCR

em Tempo Real para o diagnóstico rápido em infecções de corrente sanguínea,

sendo o SeptFast (LightCycler SeptiFast assay; Roche Diagnostics) o mais

conhecido. Porém se trata de um método comercial em que seu uso fica

restrito em laboratórios de analises clínicas, pois requer excelente habilidade

técnica para o manuseio e é muito caro quando comparado a cultura (Lehman

et al., 2009).

3.5.2. Validação de Novos Métodos de Diagnósticos

A introdução de um novo método de diagnóstico em laboratório clínico

necessita de uma validação analítica e clinica, principalmente com os métodos

in house, para garantir uma maior confiabilidade ao protocolo escolhido. A

validação analítica avalia a acurácia, precisão, sensibilidade e especificidade

do método, que são indicadores das características do teste e por isso, não

dependem da prevalência da doença ou de doenças correlacionadas com a

população em que o teste de diagnóstico vai ser utilizado. A sensibilidade

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

53

analitica é testada medindo o mais baixo limite de detecção do alvo ou do

microrganismo desejado. A especificidade analítica mede a capacidade do

teste em detectar outro DNA que não o do microrganismo desejado.

Cada protocolo de diagnóstico molecular, após ter seus parâmetros

analíticos testados, também deve ter sua validação clínica determinada na

população a que se destina. Essa validação clínica é realizada analisando-se o

desempenho do teste em um número adequado de pacientes. A utilidade

clínica de um teste de diagnóstico para a população em que será aplicado pode

ser avaliada pelos valores preditivos (positivo e negativo), que são calculados a

partir de análise dos parametros de validação clínica comparados com a

prevalência da doença (Rossetti et al., 2006).

De acordo como documento MM3-A2 do “Clinical Laboratory Standard

Institute” (CLSI, 2006), um roteiro de avaliação para introdução de novo método

de diagnóstico deve ser seguido, como a determinação da sensibilidade

analítica (limite de detecção – LoD), especificidade analítica, precisão, cutoff

(valor de corte), sensibilidade e especificidade diagnóstica, acurácia

diagnóstica, valores preditivos e diagnóstico.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA regulamenta

através da RDC 302/2005, que tanto laboratórios clínicos quanto de pesquisa

devem validar os métodos desenvolvidos no próprio laboratório fornecendo

evidências quanto ao desempenho (RDC 302/2005; Normas e Manuais

Técnicos, 2005).

MATERIAIS E MÉTODOS

54

4 - MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Casuística

Foram selecionadas para o estudo as hemoculturas positivas e as cinco

primeiras hemoculturas negativas de cada mês, independente do centro

referente, provenientes de pacientes submetidos a transplante de órgãos

sólidos internados no HSP e no HRH, coletadas entre fevereiro de 2009 a

fevereiro de 2010.

Foram incluídas no presente estudo 59 hemoculturas negativas e 126

hemoculturas positivas pelo sistema automatizado Bactec® (Becton Dickinson,

EUA). Destas, 4 hemoculturas negativas e 14 hemoculturas positivas foram

provenientes de 11 pacientes admitidos na unidade de transplantados de

órgãos sólidos (rim, rim e pâncreas, pulmão, fígado e coração) localizada no

10º andar do HSP e 55 hemoculturas negativas e 112 hemoculturas positivas

foram provenientes de 106 pacientes do serviço de transplante de órgãos

sólidos (rim e rim e pâncreas) do HRH.

4.1.1. Variáveis Clínicas

Os dados clínicos dos pacientes foram coletados no Same (Serviço de

Arquivo Médico) do HRH e no Same do HSP. O estudo foi retrospectivo

incluindo pacientes submetidos a transplantes de órgãos sólidos (rim,

rim/pâncreas, pulmão, coração e fígado), como também os pacientes

internados nos hospitais avaliados com intercorrências clínicas pós-transplante.

Os laudos com os resultados da hemocultura e antibiograma foram fornecidos

pelo Laboratório Central do HSP, UNIFESP.

MATERIAIS E MÉTODOS

55

Para descrever os episódios de ICS e analisar os fatores de risco

presentes no momento da coleta da hemocultura, foram coletadas as

informações relacionadas abaixo:

1- Dados do Paciente:

Nome;

Data de Nacimento;

Sexo;

2- Dados da Internação:

Hospital de Internação (HSP, HRH);

Data da Internação;

3- Dados do Transplante:

Data do Transplante;

Tipo de Doador: Vivo ou Falecido;

Órgão transplantado;

Tempo de Transplante até a bacteremia;

4- Dados da Infecção:

Data da coleta da bacteremia;

Tempo de Internação até a Bacteremia;

Resultado da coloração de Gram da hemocultura;

Data de validação do Gram;

Resultado da Hemocultura (microrganismos e antibiograma);

MATERIAIS E MÉTODOS

56

Data de validação da Hemocultura;

5- Dados do Tratamento:

Data de recebimento da coloração de Gram pelo médico;

Antibióticoterapia até quatro dias antes do resultado do Gram;

Antibióticoterapia até quatro dias após o resultado do Gram;

Avaliação da adequação da antibioticoterapia após o Gram;

Data de recebimento da Hemocultura pelo médico;

Antibióticoterapia até quatro dias antes do resultado da

Hemocultura;

Antibióticoterapia até quatro dias após o resultado da

Hemocultura;

Avaliação da adequação da antibioticoterapia após o resultado

do Gram;

Adequação da terapía empírica após o resultado da

Hemocultura;

A adequação da antibioticoterapia foi avaliada por 2 médicos e definida

como adequada quando o paciente utilizava pelo menos um dos

antimicrobianos ao qual a bactéria identificada era sensível “in vitro” e

inadequada quando o microrganismo isolado não era sensível “in vitro” a

nenhum dos antimicrobianos utilizado pelo paciente ou se este não estava em

uso de nenhum antimicrobiano, porém não foi avaliada quanto a abordagem

clínica da infecção (Pereira, 1997).

MATERIAIS E MÉTODOS

57

4.2. Coleta das Hemoculturas de Acesso Periférico

Frente a suspeita de infecção, as coletas de hemocultura foram

realizadas pela equipe de enfermagem seguindo normas preconizadas pelas

Comissões de Controle Infecção Hospitalar (CCIH) do HSP e do HRH.

Dos pacientes adultos, foram coletados 10 mL de sangue no frasco

BACTEC Plus Aerobic/F® e das crianças foram coletados 5 mL de sangue no

frasco BACTEC Plus Pediatric/F®.

Na persistência da febre uma coleta adicional de hemocultura foi

realizada a critério do médico assistente após 24 horas da primeira coleta.

4.2.1. Coleta das Hemoculturas de Acesso Central – Cateteres

A coleta de hemocultura de cateter foi realizada em pacientes portadores

de cateter venoso central (CVC), nos quais não é possível ou não está indicada

à punção periférica, para coleta de amostra sanguínea. O procedimento foi

realizado pela equipe de enfermagem seguindo normas preconizadas pelas

CCIH do HSP e do HRH.

4.3. Processamentos das Amostras pelo Método Fenotípico

As hemoculturas do HSP e do HRH foram processadas no setor de

microbiologia do Laboratório Central do Hospital São Paulo, UNIFESP.

4.3.1. Determinação da positividade e negatividade das

hemoculturas pelo aparelho Bactec®

Após a coleta, os frascos de hemocultura foram processados pelo

equipamento Bactec 9240® (Becton Dickinson, Maryland, EUA), um sistema

MATERIAIS E MÉTODOS

58

automatizado que realiza a monitorização contínua do crescimento bacteriano.

O meio de cultura do frasco possui nutrientes que são metabolizados frente à

presença de microrganismos viáveis na amostra. Esta metabolização resulta na

produção de CO2 e esta alteração pode ser detectada e interpretada pelo

sistema como amostra positiva.

4.3.2. Resultado Parcial da Hemocultura Positiva pela Coloração de

Gram

Frente à positivação da hemocultura pelo sistema Bactec®, foi realizada

coloração pelo método de Gram e semeadura em meios enriquecedores e

seletivos para cultura. Os meios utilizados para o crescimento bacteriano

foram: ágar chocolate, ágar sangue e ágar eosino-metileno-blue (EMB).

4.3.3. Resultado Final da Hemocultura pelo Sistema Automatizado

Phoenix®

A identificação dos microrganismos e o teste de susceptibilidade a

antimicrobianos foram realizadas pelo equipamento Phoenix® 100 (Becton

Dickinson Microbiology Systems, Coceysville, Md.) Este sistema utiliza painéis

(PMID-121 para isolados Gram negativo, PMID-123 para Gram negativo não

fermentador e PMID-104 para Gram positivo (Anexo 2)) nos quais há provas

para identificação bacteriana e drogas antimicrobianas desidratadas. O sistema

utiliza indicadores colorimétricos e fluorométricos para leitura dos testes de

identificação e antibiograma. Todas as amostras positivas e negativas foram

encaminhadas ao Laboratório Especial de Microbiologia Clínica - LEMC da

MATERIAIS E MÉTODOS

59

Disciplina de Infectologia da UNIFESP, onde as metodologias genotípicas

foram aplicadas.

4.4. Padronização da PCR em Tempo Real

Os iniciadores utilizados para detecção do controle interno da reação

foram desenhados para o gene da hemocromatose (HFE). A diferenciação

entre as bactérias Gram positivas e Gram negativas foi feita por multiplex

TaqMan (TaqMan-MGB) em Tempo Real utilizando iniciadores universais do

gene 16S rRNA (Bispo et al., 2011). Os iniciadores para Gram positivas, Gram

negativas, controle interno e os genes de resistência blaKPC, blaSHV, blaTEM,

blaCTX, blaIMP, blaSPM, blaVIM, vanA, vanB e mecA padronizados no presente

estudo, estão apresentados na Tabela 1.

Todos os iniciadores testados para a PCR em Tempo Real utilizando o

sistema TaqMan foram testado em concentrações diferentes.

MATERIAIS E MÉTODOS

60

Tabela 1. Lista de Iniciadores de amplificação da região codificadora dos genes

estudados.

Iniciador Sequencias (5’3’) Resistência Genes

Tamanha do Fragmento (PB)

HFE_ F GATGACCAGCTGTTCGTGTTCTAT -

HFE

HFE_R CCACATCTGGCTTGAAATTCTAC 93

16S NT-341Fw

16S 522Rv

GACTCCTACGGGAGGC

GCGGCTGCTGGCAC

-

16 S rDNA

192

Sonda GP CTGYSSAGCAACGCCGCG-MGB -

-

-

Sonda GN CCTGAYSCAGAMATGCCGCG-MGB -

-

blaSHV-F ATGCGTTATACGCCTGTG

Cefalosporina

blaSHV

blaSHV-R TGCTTTGTATTCGGGCCAA 1018

blaTEM-F TGCCGCATACACTATTCTCAGAATGA

Cefalosporina

blaTEM

blaTEM-R ACGCTCACCGGCTCCAGATTTAT 868

blaCTX-F ATGT GCAG(C/T))ACCAGTAA(A/G)GT(G/T)ATGGC

Cefalosporina

blaCTX

blaCTX-R TGG GT(A/G)AARTA(A/G)GTSACCAGAA(C/T)CAGCGG 600

blaKPC-F ATGTCACTGTATCGCCGTCTAGTTC

Carbapenêmicos

blaKPC

blaKPC-R CAATCCCTCGAGCGCGAGTC 800

blaIMP-F GAATAG(A\G) (A\G)TGGCTTAA(C\T)TCTC

Carbapenêmicos

blaIMP

blaIMP-R CAAAC(C\T)ACTA(G\C)GTTATC 188

blaVIM-F GTTTGGTCGCATATCGCAAC

Carbapenêmicos

blaVIM

blaVIM-R AATGCGCAGCACCAGGATAG 382

blaSPM-F CTAAATCGAGAGCCCTGCTTG

Carbapenêmicos

blaSPM

blaSPM-R CCTTTTCCGCGACCTTGATC 798

mecA-F AAAACTAGGTGTTGGTGAAGATATACC

Meticilina

mecA

mecA-R GAAAGGATCTGTACTGGGTTAATCAG 147

vanA-F CATGACGTAATCGGTAAAATC

Glicopeptidio

vanA

vanA-R ACCGGGCAGRGTATTGAC 732

vanB-F CATGATGTGTCGGTAAAATC

ACCGGGCAGRGTATTGAC

Glicopeptidio

vanB

vanB-R 635

PB= Pares de base

A amplificação da reação de PCR em Tempo Real foi realizada no

equipamento 7500 Real Time PCR System (Applied Biosystems, CA) utilizando

o Kit Platinum SYBR Green qPCR Super Mix (Invitrogen, California, EUA) e

TaqMan Universal PCR Master Mix (Applied Biosystems, Foster City, EUA). As

condições de termociclagem foram: 2 minutos a 50°C, seguidos de 10 minutos

a 95°C e 45 ciclos de 15 segundos a 95°C e 1 minuto a 60°C. Todos os

MATERIAIS E MÉTODOS

61

iniciadores testados para a PCR em Tempo Real utilizando o fluoroforo SYBR

Green foram submetidos à análise da curva de desnaturação (melting curve)

para garantir a correta amplificação de cada conjunto de iniciador e assim,

determinar a temperatura de desnaturação (Tm- Temperatura de melting) dos

produtos de PCR para cada gene. O ciclo de dissociação dos produtos para a

curva de desnaturação (melting curve) foi: 95°C por 10 minutos, seguidos por

40 ciclos de 40 segundos a 95°C, 1 minuto a 60°C, e uma etapa para

realização da curva de desnaturação que variou de 68°C até 95°C, com

aumento gradual na temperatura de 0,5°C/s. Dessa forma, foi determinada a

temperatura de desnaturação (Tm) dos produtos de PCR dos genes analisados.

Tanto para o sistema SYBR Green quanto para o sistema TaqMan foi

avaliado o Ct em que ocorreu a detecção da positividade.

Para a PCR pelo sistema TaqMan, a positividade foi analisada a partir

da sonda detectada. Na figura 2 está esquematizada a detecção de uma

bactéria Gram negativa e Gram positiva. Quando há amplificação e a sonda

VIC , trata-se de uma bactéria Gram negativa. Quando detectada a sonda FAM

na amplificação trata-se de uma bactéria Gram positiva.

MATERIAIS E MÉTODOS

62

Figura 2. A - Amplificação do DNA de Gram positivo (curva em amarelo) e

Gram negativo (curva em vermelho); B- Sonda Gram Positivo (GP) e Sonda

Gram Negativo (GN).

4.4.1. Eficiência e Especificidade da PCR em Tempo Real

A eficiência (E) das reações para os protocolos de PCR em Tempo Real

foi calculada após construção de uma curva padrão utilizando a fórmula: E =

10(-1/-slope) -1, onde E = especificidade, “slope” = inclinação da curva no 7500

Software v2.0.4 . O valor corresponde à eficiência da reação em porcentagem

quando multiplicado por 100. As curvas foram avaliadas por um ensaio com as

amostras em triplicata. A regressão linear foi construída com o mínimo de 5

pontos e foram avaliadas as diferenças intra ensaio, com intervalo de confiança

de 95%.

Para determinar a eficiência da PCR em Tempo Real foram utilizadas

cepas controles que apresentam genes de resistências que foram cedidas

gentilmente por outros grupos de pesquisas e que estão armazenadas no

banco de microrganismos do LEMC. Todas as amostras bacterianas foram

A

GP

B

GN

MATERIAIS E MÉTODOS

63

recuperadas em ágar sangue de carneiro (5%) após incubação por 24 horas

em atmosfera aeróbia ou microaerófila. Os respectivos controles utilizados para

os genes de resistência se encontram na Tabela 2. O limite mínimo de

detecção de DNA para o gene HFE foi avaliado utilizando DNA extraído dos

frascos Bactec®. Estes foram diluídos a partir de 10 ng/µl até 100 fg/µl. Em um

tubo contendo 4 mL de salina foi preparada uma suspensão bacteriana na

escala 0,5 de Mc Farland (1,5 x 108 UFC/mL). 1 mL da solução foi transferida

para tubo de 2mL estéril e assim foi extraído o DNA bacteriano por fervura, 10

minutos a 100°C e centrifugado a 16.000g por 5 minutos. O sobrenadante foi

transferido para um tubo de 2 mL estéril. Para a preparação das amostras para

a curva padrão, foi realizado uma diluição seriada de 10-1 a 10-7 a partir do tubo

da escala 0,5 de Mc Farland (1,5 x 108 UFC/mL) para cada gene testado. Para

a padronização as curvas foram realizadas em triplicata.

A determinação da especificidade analítica foi abordada em dois

aspectos: reação cruzada e falsos positivos, conforme o documento MM3 do

CLSI. Foram avaliados a capacidade de amplificação dos alvos amplificados e

a incapacidade de amplificação cruzada de microrganismos relacionados aos

microrganismos alvo. Uma reação contendo todos os reagentes, com exceção

do DNA da amostra, também foi utilizada como controle negativo.

MATERIAIS E MÉTODOS

64

Tabela 2. Relação dos microrganismos testados para validação das

reações de PCR em Tempo Real.

MICRORGANISMO CEPA e n° Banco Gene controle

Staphylococcus aureus ATCC 25923 GP

Staphylococcus aureus ATCC 43300 mecA

S. haemolyticus ATCC 29968 GP

S. epidermidis ATCC 12228 GP

Staphylococcus warneri Amostra clinica* GP

Enterococcus faecalis ATCC 29212 GP

Enterococcus faecalis ATCC 51299 vanB

Enterococcus faecium ATCC 51559 vanA/GP

Streptococcus pyogenes ATCC 18615 GP

Streptococcus pneumoniae ATCC 49619 GP

Streptococcus viridans Amostra clinica* GP

Streptococcus mitis Amostra clinica* GP

Escherichia coli ATCC 25922 GN

EnterobaCter aerogenes ATCC 13048 GN

Serratia marcescens Amostra clínica* GN

Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 GN

Pseudomonas aeruginosa Controle 1088* SPM-1

Pseudomonas aeruginosa Controle 131* IMP-1

Pseudomonas aeruginosa Controle 225 VIM-2

Klebsiella pneumoniae ATCC 700603 GN

Klebsiella pneumoniae Controle 28005* KPC/CTX-M/SHV/TEM

AcinetobaCter baumannii ATCC 19606 GN

Salmonella SP Amostra clinica* GN

ATCC - American Type Collection Culture; * - Número da amostra

referente ao Banco de microrganismos dos Laboratórios LEMC/ALERTA

MATERIAIS E MÉTODOS

65

4.4.2. Determinação do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff”

A determinação do Ct do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff point” foi

realizada usando amostras negativas. O “cutoff”, limiar o qual um resultado

abaixo dele é relatado como positivo e acima como negativo, foi calculado de

acordo com o documento EP12 e EP17 do CLSI (Clinical and Laboratory

Standards Institute) e Chandelier et al.(2010).

Para dados paramétricos com distribuição dos Ct das amostras negativas

correspondentes a uma distribuição normal, com 95% de confiabilidade e valor

de α de 5%, o LoB foi calculado pela equação:

LoB = µCtN + 1.645 σCtN

CtN= Ct da amostras negativas.

Para dados não paramétricos com distribuição não correspondente a

distribuição normal e resultados quando truncado com zero, foi considerado p =

(100-α) = 95. Os valores mensurados foram ordenados de acordo com o

resultado e o percentil foi estimado pela observação dos valores classificados.

O LoB foi determinado pela posição do Ct correspondente ao 95 percentile

pela equação:

LoB = PctB(100-α)

LoB = NB (p/100) + 0,5

Quando o valor da posição não for um valor inteiro, para o cálculo da

posição do 95 percentile, foi realizado a interpolação linear. Se a posição foi

X1,5 a posição foi a média entre duas posições. Se a posição do 95 percentile

corresponder a uma posição X1,25 , a posição foi calculada como X1 + 0,25 (X2 –

X1).

MATERIAIS E MÉTODOS

66

O ciclo de “cutoff” foi determinado a partir do Ct de amostras negativas.

Os valores de Ct determinado pelas amostras negativas puderam ser

considerados quando determinados e quando foram “undetermined” os

resultados do Ct foram considerados como valores Ct correspondentes a 40,

ou seja, o último ciclo do PCR usando o método em tempo real (Chandelier et

al., 2010).

4.4.3. Determinação do Limite de Detecção - LoD (Sensibilidade)

Para métodos laboratoriais de análises clínicas foi recomendado pelo

CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute) no qual o limite inferior de

detecção pode ser determinado conforme o documento EP17. Foi sugerido

para determinar o LoD um número mínimo de 60 resultados de amostras

positivas com baixa concentração.

O limite inferior de detecção das reações de PCR foi obtido pela equação:

LoD = LoB + cβ SDS

LoD – limite de detecção

LoB – limite do branco

cβ – derivado do percentil de 95% da distribuição padrão Gaussiana e

fator de correção.

SDS – desvio padrão estimado para a população

MATERIAIS E MÉTODOS

67

4.5. Aplicação nas Amostras de Hemocultura

A figura 3 ilustra o fluxo do processamento das amostras.

Figura 3. Fluxograma do processamento das amostras.

LABORATÓRIO CENTRAL/ BACTEC

PCR EM TEMPO REAL

SYBER GREEN PARA O GENE HFE

EXTRAÇÃO DO DNA PELA TÉCNICA DO BRAZOL

LEMC

PCR EM TEMPO REAL TAQMAN PARA O GENE 16S rDNA

SISTEMA AUTOMATIZADO

PHOENIX

GENES DE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS

CULTIVO DE BACTÉRIAS REFERENTES ÀS HEMOCULTURAS DISCORDANTES DO SISTEMA AUTOMATIZADO PHOENIX

TESTE FENOTIPICOS PARA OS RESPECTIVOS GENES DE RESISTÊNCIA

PCR EM TEMPO REAL PARA OS RESPECTIVOS GENES DE RESISTÊNCIA

HEMOCULTURA NEGATIVA BACTEC

HEMOCULTURA POSITIVA BACTEC

MICRORGANISMO ISOLADO ENCAMINHADO

PARA INCLUSÃO NO BANCO DE

MICRORGANISMO

COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS PHOENIX/PCR EM TEMPO REAL

NEGATIVO POSITIVO

COLETA DE HEMOCULTURA EM TRASPLANTADOS DE ÓRGÃO SÓLIDO HSP/HRH

COLORAÇÃO DE GRAM

MATERIAIS E MÉTODOS

68

4.5.1. Extração do DNA Direto dos Frascos de Hemocultura

O DNA do microrganismo presente na corrente sanguínea de cada

paciente foi obtido a partir do sangue dos frascos de hemocultura positivos e

negativo detectados pelos sistemas automatizados. Antes de proceder à

extração do DNA foi realizada a anti-sepsia da tampa do frasco do sistema

Bactec®, com algodão ou gaze embebido em álcool a 70%. Uma agulha e

seringa foram acopladas à tampa do frasco e uma alíquota foi aspirada. Em um

microtubo foram colocados 500 µL de Brazol e a esse volume foram

adicionados 500 µL de sangue do frasco de hemocultura, e a mistura foi

homogeneizada de 3 a 5 segundos no vórtex. Em seguida foram adicionados

180 µL de clorofórmio gelado e novamente foi realizada homogeneização de 3

a 5 segundos no vórtex. O microtubo foi centrifugado a 20.000g por 12 min a

8oC. O sobrenadante foi retirado e transferido para outro microtubo contendo

500 µL de etanol gelado que foi agitado por 3-5 segundos no vórtex. O

microtubo foi centrifugado a 20.000g por 15min a 8oC. O sobrenadante foi

retirado com cuidado para não perder o pellet. O pellet foi lavado com 500 µL

de etanol gelado e em seguida foi centrifugado a 20.000g por 12 min a 8oC. O

sobrenadante foi retirado com cuidado e o pellet deixado a temperatura

ambiente para secagem e depois solubilizado em 50 µL de água dEPC e

incubado a 65º C por 30 minutos. Após o procedimento de extração, seguiu-se

diretamente para a realização das técnicas genotípicas ou as amostras foram

congeladas a -20ºC até o uso.

MATERIAIS E MÉTODOS

69

4.5.2. Aplicação da PCR em Tempo Real para o Gene HFE de

Controle Interno de Extração

Todas as hemoculturas positivas e negativas para o Bactec®, após a

extração do DNA, foram submetidas a PCR para o controle interno da reação.

A PCR em Tempo Real pelo sistema SYBR Green foi realizada em um volume

de reação de 25 μL contendo 12,5 μL Platinum kit SYBR Green qPCR Super

Mix (Platinum Taq DNA polimerase, SYBR Green I dye, Tris-HCl, KCl, 6 µM

MgCl2, 400 µM dGTP, 400 µM dATP, 400 µM dCTP, 800 µM dUTP, uracil DNA

glicosilase, e estabilizadores) (Invitrogen, California, EUA); 0,75 μL (10 µM) de

cada iniciador; 6 μL de água ultra pura e 5 μL de DNA. As reações foram

realizadas no aparelho 7500 Tempo Real PCR System (Applied Biosystems,

CA), utilizando o seguinte programa: 2 min a 50 º C, 10 min a 95 º C, seguida

de 40 ciclos de 15 segundos a 95 º C e 60 segundos a 60 º C. A dissociação

dos produtos para a curva de desnaturação (melting curve) foi a 95°C por 10

minutos, seguidos por 40 ciclos de 40 segundos a 95°C, 1 minuto a 60°C, e

uma etapa para realização da curva de desnaturação que variou de 68°C até

95°C, com aumento gradual na temperatura de 0,5°C/s. Dessa forma, foi

determinada a temperatura de desnaturação (Tm) dos produtos de PCR do

gene da hemocromatose.

4.5.3. Detecção do DNA Bacteriano PCR em Tempo Real pelo

Sistema TaqMan

As amostras de hemocultura com resultado positivo para o controle

interno de extração foram submetidas à detecção do DNA bacteriano. A PCR

em Tempo Real sistema TaqMan foi realizada em um volume de reação de

MATERIAIS E MÉTODOS

70

20μL contendo 10μL TaqMan Universal 2X Master Mix (Applied Biosystems,

CA); 0,5 μL (10 µM) de cada iniciador 0,6 μL (5 µM) da sonda para Gram

negativo 0,2 μL (5 µM) da sonda para Gram positivo, 5,2 μL de água ultra pura

e 3 μL de DNA. As reações foram realizadas no aparelho 7500 Tempo Real

PCR System (Applied Biosystems, CA), utilizando o seguinte programa: 2 min a

50 º C, 10 min a 95 º C, seguida de 40 ciclos de 15 segundos a 95 º C e 60

segundos a 60º C .

4.5.4. Detecção dos Genes que Conferem Resistências aos

Antimicrobianos por PCR em Tempo Real pelo Sistema SYBR

Green

Para as amostras identificadas pela sonda de Gram negativo pela PCR

em Tempo Real foi realizada a PCR dos genes que codificam as ESΒLs,

metalo-β-lactamases e KPC. Para as amostras identificadas pela sonda de

Gram positivoo pela PCR em Tempo Real foi realizada a PCR para os genes

vanA, vanB e mecA.

A amplificação da reação de PCR em Tempo Real para os genes blaSHV,

blaTEM, blaCTX, blaKPC, vanA, vanB e mecA foi realizada no equipamento 7500

Tempo Real PCR System, Applied Biosystems, CA, utilizando 12,5 µL Kit

Platinum SYBR Green qPCR Super Mix (Platinum Taq DNA polimerase, SYBR

Green I dye, Tris-HCl, KCl, 6 mM MgCl2, 400 µM dGTP, 400 µM dATP, 400 µM

dCTP, 800 µM dUTP, uracil DNA glicosilase, e estabilizadores) (Invitrogen,

California, EUA) e 0,75 μL (10 µM) de cada iniciador; 6 μL de água ultra pura

e 5 μL de DNA. As condições de termociclagem foram dois minutos a 50°C,

seguidos de 10 minutos a 95°C e 45 ciclos de 15 segundos a 95°C e um minuto

MATERIAIS E MÉTODOS

71

a 60°C. A dissociação dos produtos para a curva de desnaturação (melting

curve) foi a 95°C por 10 minutos, seguidos por 40 ciclos de 40 segundos a

95°C 1 minuto a 60°C, e uma etapa para realização da curva de desnaturação

que variou de 68°C até 95°C, com aumento gradual na temperatura de 0,5°C/s.

Dessa forma, foi determinada a temperatura de desnaturação (Tm) dos

produtos de PCR dos diferentes genes de resistências.

A detecção dos genes blaIMP, blaSPM, blaVIM por PCR multiplex em

Tempo Real pelo sistema SYBR Green foi realizada em um volume de reação

de 25 μL contendo 12,5 μL Platinum kit SYBR Green qPCR Super Mix

(Invitrogen, Califórnia, EUA), 0,125 μL (10 mM) de cada iniciador para os

genes blaSIM, blaSPM, blaVIM e blaGIM ; 1,25 μL (10 mM) de cada iniciador para

blaIMp; 6 μL de água ultra pura e 3 μL de DNA. As reações foram realizadas no

aparelho 7500 Tempo Real PCR System (Applied Biosystems, CA), utilizando o

seguinte programa: 2 min a 50 º C, 10 min a 95 º C, seguida de 40 ciclos de 20

segundos a 94 º C , 30 segundos a 53 º C e 60 segundos a 60 º C. Para o

SYBR Green PCR, a temperatura da amostra foi aumentada gradualmente

para 95°C para gerar curvas de dissociação (Mendes et al., 2007).

4.6. Testes Direto do Isolado Bacteriano Referente à Hemocultura

A metodologia da PCR Tempo Real foi comparada com os resultados

liberados pelo método automatizado Phoenix®. Para os resultados discordantes

entre as duas metodologias, foram realizadas testes fenotípicos e moleculares

a partir da cultura do isolado bacteriano referente à hemocultura testada. Os

exemplares bacterianos encontram-se armazenados no banco de

MATERIAIS E MÉTODOS

72

microrganismos do LEMC. Estas amostras foram retiradas do banco e

semeadas em meio ágar sangue e incubadas em estufa a 37o C por 24 horas.

Um segundo repique foi realizado, para as bactérias Gram negativas em meio

MacConkey e para as Gram positivas em meio ágar sangue e incubadas em

estufa a 37o C por mais 24 horas.

4.6.1. Teste de Triagem com Disco-Difusão para Ertapenem

Para amostras de K. pneumoniae sugestivas como produtoras de

carbapenemase, mas negativas para o gene blaKPC na metodologia de PCR em

Tempo Real, foi realizado o teste de sensibilidade por disco-difusão para

ertapenem. A preparação do inóculo bacteriano foi realizada após o

crescimento em placas de ágar MacConkey por 24 horas. Com o auxílio de

alça de semeadura, uma a três colônias isoladas de K. pneumoniae foram

transferidas para tubos contendo 4 mL de salina (NaCl - Sigma, St. Louis, MO).

A suspensão bacteriana foi homogeneizada e a turvação medida em

turbidímetro digital (Baxter®, Sacramento, EUA), para a obtenção de uma

concentração bacteriana correspondente a 0,5 da escala de McFarland, em

seguida as amostras foram semeadas em placa de ágar Müeller-Hinton (Oxoid,

Basingstoke, Inglaterra) com auxílio de swab estéril. O perfil de sensibilidade foi

realizado utilizando discos de ertapenem (10µg), (Oxoid, Basingstoke,

Inglaterra). As placas foram incubadas em aerobiose a 37ºC por 18 a 24 horas.

Após este período, a leitura foi realizada e o halo de inibição interpretado de

acordo com os critérios estabelecidos pelo CLSI para EnterobaCteriaceae.

Dessa forma, as amostras foram classificadas como sensíveis (S) ou

resistentes (R) (CLSI, 2010).

MATERIAIS E MÉTODOS

73

4.6.2. Teste de Hidrólise para Detecção de Metalo-β-Lactamases

O teste de hidrólise foi realizado nos isolados que foram sugestivos para

a produção de metalo-β-lactamases pelo sistema Phoenix®, porém com reação

de PCR em Tempo Real direto da amostra clínica para os genes blaSPM, blaIMP

e blaVIM negativa. O teste de hidrólise teve como objetivo principal a detecção

da atividade enzimática nas amostras avaliadas. Depois de isoladas, 10

colônias foram inoculadas em 10 mL caldo de TSB (Oxoid, Basingstoke,

Inglaterra) com 4 µg/mL de cefoxitina. Os tubos ficaram incubados na estufa a

37C por 18 horas sob agitação. A suspensão bacteriana foi transferida para

um tubo cônico e passou por uma centrifugação de 15 minutos à 3.000 rpm.

Em seguida, o sobrenadante foi desprezado e o sedimento ressuspenso em 1

mL de solução de hidrólise (Tris-HCl 1 mM e ZnSO4 1 mM). As amostras

suspensas foram ultrasonicadas com 4 ciclos de 30 segundos e o produto

sonicado foi transferido para tubo de microcentrífuga que então, foi

centrifugado por 3 minutos à 4ºC e 13.000 rpm (Centrifuge 5415R, Eppendorf,

Hamburg, Germany). O sobrenadante (extratos brutos de proteínas) foi

transferido para um novo tubo e as amostras mantidas no gelo até o momento

do ensaio.

Para verificar a atividade de hidrólise foram preparadas soluções de

imipenem em tampão fosfato 0,1 M, pH 7,0 a uma absorbância de

aproximadamente 1,5 a 2 unidades de absorbância a 260 nm. Em uma cubeta

de quartzo foram adicionados 900 µL da solução de antimicrobiano, juntamente

com 100 µL do extrato bruto de β-lactamase. O monitoramento da absorbância

da solução foi realizado por 1 minuto em espectrofotômetro. A diminuição da

absorbância da solução de antimicrobianos indica um resultado positivo para a

MATERIAIS E MÉTODOS

74

produção de metalo-β-lactamases. A variação da absorbância foi calculada

pela diferença entre o valor de absorbância final e inicial após um minuto de

leitura (Abs/min). Posteriormente, as amostras foram submetidas à inibição

por EDTA para confirmar se tratar de uma amostra produtora de metalo-β-

lactamases.

Como controle positivo do teste foi utilizada a amostra de P. aeruginosa

(Banco do LEMC número P1088) carreadora do gene blaSPM (Monteiro et al.

2009).

4.6.3. Detecção Fenotípica de ESβL

Em todos os isolados que foram identificados como produtores de ESβL

pelo método automatizado Phoenix® e que tiveram reações negativas para a

detecção dos genes blaSHV, blaCTX-M, blaTEM pela metodologia da PCR em

Tempo Real realizada diretamente da amostra clínica, foi realizada a detecção

fenotípica da produção de ESβL pela metodologia da disco-aproximação

(Jarlier et al., 1988). Foi preparada uma suspensão bacteriana com turbidez

correspondente a 0,5 da escala de McFarland. Após homogeneização, a

suspensão foi semeada em uma placa de ágar Müeller-Hinton utilizando swab

estéril. Foram dispensados os discos de aztreonam (30μg), ceftriaxona (30μg),

ceftazidima (30μg) e cefepima (30μg) a uma distância de 25 mm (centro a

centro) de um disco de amoxicilina/ácido clavulânico (30μg/10μg), que foi

colocado no centro da placa. Os discos utilizados foram os da Oxoid®

(Basingstoke, Inglaterra). As placas foram incubadas por 18 a 24 horas, em

temperatura de 35°C.

MATERIAIS E MÉTODOS

75

O teste da disco-aproximação foi considerado positivo para a produção

de ESβL quando houve o aparecimento de deformações do halo de inibição ou

o de uma zona fantasma entre o substrato e o inibidor. Como controle

positivodo teste foi incluída a cepa de K. pneumoniae ATCC 700603, produtora

de ESΒL, e a cepa de E. coli ATCC 25922 foi utilizada como controle negativo.

4.6.4. Determinação da Suscetibilidade a Vancomicina

Todos os isolados resistentes a vancomicina pelo método automatizado

Phoenix® e que tiveram resultado negativo para a pesquisa dos genes vanA e

vanB pelo método da PCR em Tempo Real realizado diretamente da amostra

clínica, foram submetidas a determinação da CIM, pela metodologia Etest®,

conforme recomendações do fabricante. Foi preparada uma suspensão

bacteriana ajustada a 0,5 da escala de McFarland foi uniformemente semeada

na placa de ágar Müeller-Hinton e, quinze minutos após, a fita de Etest®

contendo vancomicina foi dispensada sobre a placa. As placas foram

incubadas em aerobiose a 37ºC por 18 a 24 horas. A CIM foi determinada

como sendo a concentração indicada na intersecção entre a fita de Etest® e a

zona elíptica de inibição do crescimento bacteriano. As amostras foram

classificadas em sensíveis ou resistentes de acordo com os pontos de corte

preconizados pelo CLSI para métodos diluicionais. Como controle foi utilizada a

cepa Staphylococcus aureus ATCC® 29213.

MATERIAIS E MÉTODOS

76

4.6.5. Determinação da Suscetibilidade a Oxacilina

Todos os isolados sensíveis a oxacilina pelo método automatizado

Phoenix® e pesquisa positiva do gene mecA pela PCR em Tempo Real direto

da amostra clínica foram submetidos a determinação da CIM, pela metodologia

Etest®, conforme recomendações do fabricante. Foi preprarada uma suspensão

bacteriana ajustada a 0,5 da escala de McFarland foi uniformemente semeada

na placa de ágar Müeller-Hinton suplementado com 2% NaCl e, quinze minutos

após, a fita de Etest® contendo oxacilina foi dispensada sobre a placa. As

placas foram incubadas em aerobiose a 37ºC por 18 a 24 horas. A CIM foi

determinada como sendo a concentração indicada na intersecção entre a fita

de Etest® e a zona elíptica de inibição do crescimento bacteriano. As amostras

foram classificadas em sensíveis ou resistentes de acordo com os pontos de

corte preconizados pelo CLSI para métodos diluicionais. Como controle foi

utilizada a cepa Staphylococcus aureus ATCC® 29213.

4.6.6. PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano

Os mesmos isolados submetidos ao teste fenotípico foram submetidos

ao PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para detecção dos genes de

resistência. Após o isolamento das colônias, foi realizado em um tubo contendo

4 mL de salina uma suspensão bacteriana na escala 0,5 de Mc Farland (1,5 x

108 UFC/mL). 1 mL desta suspensão foi transferida para um tubo de 2mL

estéril e assim foi extraído o DNA bacteriano por fervura, 10 minutos a 100°C e

centrifugado a 20.000g por 5 minutos. O sobrenadante foi transferido para um

tubo de 2 mL estéril. Para a reação de PCR foi realizada um diluição a 10-1 do

DNA estraído. Para os isolados submetidos ao teste confirmatório para ESBL,

MATERIAIS E MÉTODOS

77

foi realizado a PCR para os genes blaCTX-M, blaSHV e blaTEM. Para os isolados

submetidos ao teste DD para ertapenem, foi realizado a PCR para blaKPC. Para

os isolados submetidos ai teste de hidrólise, foi realizado a PCR para os genes

blaIMP, blaSPM e blaVIM. Já para os isolados submetidos ao E-test para oxacilina

foi realizado a PCR para o gene mecA. As concetrações e condições de

ciclagem foram as mesmas dos testes realizados direto da hemocultura.

4.7. Análise Estatística dos Dados

A análise dos dados consistiu na descrição geral, a partir de Tabelas

utilizando o programa de planilha Microsoft Excel 2007 e SSPS 17.0 (SPSS

Inc., Chicago, IL).

Os valores preditivo positivo (VPP) e negativo (VPN) foram calculados

como medidas de eficácia diagnóstica da PCR em Tempo Real para o gene

16S rDNA em relação aos resultados do Phoenix®.

O grau de concordância entre os resultados da PCR em Tempo Real

para o gene 16S rDNA em relação aos resultados do Phoenix® foram

estabelecidos pelo cálculo do coeficiente kappa (K).

O Kappa é uma medida de concordância inter-observador e mede o grau

de concordância além do que seria esperado tão somente pelo acaso. Esta

medida de concordância tem como o valor máximo o “1”, valor que representa

o máximo de concordância e o “0” que indica ausência de concordância. Um

eventual valor de Kappa menor que zero sugere que a concordância

encontrada foi menor do que aquela esperada por acaso. Sugere, portanto,

discordância, mas seu valor não tem interpretação como intensidade de

discordância (Feinstein et al., 1990).

MATERIAIS E MÉTODOS

78

A acurácia analítica foi calculada pela curva ROC. Esse é o resultado

da plotagem dos resultados de sensibilidade (eixo y) e especificidade

subtraída de 1 (eixo x), para diferentes pontos de corte. A área abaixo da

curva (AAC) é comumente utilizada como uma medida do desempenho do

teste, podendo ser traduzida como a probabilidade do observador em

classificar amostras corretamente ou como a sensibilidade média entre toda a

faixa de valores possíveis de sensibilidade. Assim, para uma curva na qual a

AAC é igual a 1, o teste é 100% sensível e específico, e a chance de o

observador errar ao utilizar o teste para caracterizar uma determinada amostra

é nula. Se o teste não for discriminatório, a AAC aproxima-se a 0,5, o que

significa 50% de probabilidade de o observador acertar ao classificar uma

amostra por esse método, ou seja, a classificação é realizada ao acaso (Eng,

2005). Este foi elaborado tanto para os genes de resistência a

antimicrobianos pelo método da PCR em Tempo sistema SYBR Green quanto

para o gene 16S rDNA pelo método da PCR em Tempo sistema TaqMan,

utilizando apenas amostras controles bem caracterizadas como negativas e

positivas.

RESULTADOS

79

5. RESULTADOS

5.1. Amostras de Hemoculturas Incluídas no Estudo

Durante o período de fevereiro de 2009 a fevereiro de 2010, 185

hemoculturas de 117 pacientes transplantados de órgão sólidos foram incluídas

no estudo, das quais 18 hemoculturas (4 hemoculturas negativas e 14

hemoculturas positivas pelo sistema automatizado Bactec®) foram

provenientes de 11 pacientes admitidos na unidade de transplantados de

órgãos sólidos (rim, rim e pâncreas, pulmão, fígado e coração) localizada no

10º andar do HSP e 167 hemoculturas (55 hemoculturas negativas e 112

hemoculturas positivas) foram provenientes de 106 pacientes do serviço de

transplantados de órgãos sólidos (rim e rim/ pâncreas) do HRH.

5.2. Validação Analítica da PCR em Tempo Real

As temperaturas de desnaturação (Tm) obtidas na detecção do controle

interno (gene HFE) e dos genes que conferem resistências aos antimicobianos

para cada controle positivo ATCC testado foram observadas, permitindo o

estabelecimento de um intervalo experimental de Tm possíveis. O Tm médio e

o desvio padrão observados para os genes avaliados estão apresentados na

Tabela 3.

RESULTADOS

80

Tabela 3. Resultados dos controles dos genes de resistência e os Tm dos

produtos amplificados.

Genes

Tm

Menor Maior Media

Desvio

Padrão

mecA 71,37 72,54 71,92 0,29

vanA 85,32 85,67 85,48 0,08

vanB 74,28

74,61

74,41

0,14 blaSHV 91,04 91,82 91,67 0,22

blaTEM 85,53 86,01 85,85 0,22

blaCTX 88,80 88,96 88,85 0,09

blaKPC 91,19 91,35 91,31 0,07

blaIMP 76,15 76,33 76,27 0,10

blaSPM 84,73 84,91 84,85 0,10

blaVIM 89,37 89,55 89,43 0,10

HFE 81,05 82,16 81,72 0,30

5.2.1. Eficiência e Especificidade da PCR em Tempo Real

A eficiência das reações apresentados na Tabela 4 foram de 81,487%

para blaSHV, 81,96% para blaTEM, 86,40 para blaCTX, 81,233% para blaKPC, 100%

para blaIMP, 80,07% para blaSPM, 128,765% para blaVIM, 93,772% para vanA,

116,911% para vanB e 108,939% para mecA. Para o gene HFE (controle

interno) a eficiência foi de 89,47%.

Para calcular a especificidade foram testados os iniciadores para

amplificar o DNA dos genes apresentados na Tabela 4. Todos os genes

apresentaram capacidade de positivar as amostras controles por PCR em

Tempo Real utilizando o fluoróforo SYBR Green. As amostras controles foram

RESULTADOS

81

testadas e foram amplificadas para o gene HFE, controle interno. Todas as

amostras foram PCR positivas para os seus respectivos genes de resistência, e

os controles negativos apresentaram resultados negativos.

A reação para detecção do gene HFE, controle interno, não apresentou

reação cruzada com DNA de microrganismos. E uma reação contendo todos os

reagentes, com exceção do DNA da amostra, também foi utilizada como

controle negativo e apresentou PCR negativa

A detecção da ultima diluição foi calculada a partir da diluição seriada de

amostras controles para cada gene avaliado. Para o gene HFE, o controle

utilizado foi uma amostra de sangue periférico com concentração de DNA de

100 pg/uL. A diluição seriada variou de 10-1 a 10-7 e a menor diluição detectada

foi a 10-4 e a menor de DNA foi de 100 fg/uL. Para os genes blaSHV, blaTEM,

blaCTX, blaKPC, blaIMP, blaSPM, blaVIM, vanA, vanB, mecA e as menores diluições

foram de 10-6, 10-7, 10-6, 10-6, 10-7, 10-7, 10-7, 10-7, 10-6 e 10-7 respectivamente.

RESULTADOS

82

Tabela 4. Desvio Padrão e media do Tm, Eficiência da reação de PCR, Ct e Tm

da ultima diluição

5.2.2. Padronização da PCR em Tempo Real Sistema TaqMan para o

Gene Bacteriano 16S rDNA

A reação do gene 16S rDNA foi avaliado por um ensaio com as

amostras em triplicata. A regressão linear foi construída com o mínimo de 5

pontos e foram avaliadas as diferenças intra ensaio, com intervalo de confiança

de 95%. As sondas Gram especificas foram testadas quanto à capacidade em

diferenciar as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas utilizadas na

padronizaçao e apresentados na Tabela 5.

Para calcular a especificidade foram testados os iniciadores e sondas

Gram específicas para amplificar o gene 16S rDNA e estes mostraram ser

capazes de positivar as amostras controles S. aureus (ATCC 43300), E. coli

(ATCC 25922) e P. aeruginosa (ATCC 27853) por PCR em Tempo Real

utilizando sondas TaqMan-MGB.

HFE blaSHV blaTEM blaCTX blaKPC blaIMP blaSPM blaVIM vanA mecA vanB

Controle 100 pg/ul escala

0,5 MF

escala

0,5 MF

escala

0,5 MF

escala

0,5 MF

escala

0,5 MF

escala

0,5 MF

escala

0,5 MF

escala

0,5 MF

escala

0,5 MF

escala 0,5

MF

Tm maior 82,16 91,83 86,01 88,96 91,36 76,33 84,91 89,56 85,68 72,55 74,61

Tm menor 81,05 91,04 85,54 88,80 90,98 76,15 84,73 89,38 85,32 71,37 74,28

media Tm 81,72 91,67 85,85 88,86 91,27 76,27 84,85 89,56 85,68 71,92 74,41

DP Tm 0,30 0,22 0,22 0,09 0,13 0,10 0,10 0,10 0,08 0,29 0,14

Eficiencia% 89,47 81,49 81,96 86,40 81,23 100,00 80,07 128,77 93,77 108,94 116,91

Slope -3,60 3,86 3,85 3,70 -3,87 -3,30 -3,92 -2,78 3,48 -3,13 -2,97

Sensibilidade

diluiçao 10

-4 10

-6 10

-7 10

-6 10

-6 10

-7 10

-7 10

-7 10

-6 10

-7 10

-6

Ct diluição 35,91 38,21 37,41 30,92 36,84 36,50 35,72 36,13 30,74 35,93 36,94

Tm diluição 81,05 91,04 85,54 88,80 91,20 76,15 84,73 89,43 85,32 71,37 74,45

UFC/mL por

reação 100 fg/uL 15,0 1,50 15,00 15,0 1,50 1,50 1,50 15,0 1,50 15,0

RESULTADOS

83

Tabela 5. Resultados da padronização dos protocolos de PCR em Tempo

Real utilizando sondas TaqMan-MGB multiplex Gram especificas.

Microrganismo Linhagem

PCR TaqMan Multiplex

Sonda Gram-

Positiva

Sonda Gram-

Negativa

Staphylococcus aureus ATCC 25923 Positivo Negativo

Staphylococcus aureus ATCC 43300 Positivo Negativo

Staphylococcus haemolyticus ATCC 29968 Positivo Negativo

Staphylococcus epidermidis ATCC 12228 Positivo Negativo

Staphylococcus warneri Amostra clinica Positivo Negativo

Enterococcus faecalis ATCC 29212 Positivo Negativo

Enterococcus faecalis ATCC 51299 Positivo Negativo

Enterococcus faecium ATCC 51559 Positivo Negativo

Streptococcus pyogenes ATCC 18615 Positivo Negativo

Streptococcus pneumoniae ATCC 49619 Positivo Negativo

Streptococcus viridans Amostra clinica Positivo Negativo

Streptococcus mitis Amostra clinica Positivo Negativo

Escherichia coli ATCC 25922 Negativo Positivo

Enterobacter aerogenes ATCC 13048 Negativo Positivo

Serratia marcescens Amostra clínica Negativo Positivo

Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 Negativo Positivo

Pseudomonas aeruginosa Controle (P1088) Negativo Positivo

Pseudomonas aeruginosa Controle 131 Negativo Positivo

Pseudomonas aeruginosa Controle 225 Negativo Positivo

Klebsiella pneumoniae ATCC 700603 Negativo Positivo

Klebsiella pneumoniae Controle(A28005) Negativo Positivo

Acinetobacter baumannii ATCC 19606 Negativo Positivo

Salmonella SP Amostra clinica Negativo Positivo

RESULTADOS

84

5.2.3. Determinação do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff”

O Ct (ciclo threshold) de “cutoff” foi calculado para os genes resistência

a antimicrobianos e para as sondas Gram específicas. De acordo com o

número de amostras negativas, este número variou entre os genes e estão

apresentados na Tabela 6. A partir deste ciclo de “cutoff”, as amostras que

apresentarem resultados abaixo do Ct foram consideradas positivas e acima,

negativas.

5.2.4. Determinação do Limite de Detecção – LoD

O Ct (ciclo threshold) do limite inferior de detecção, o LoD foi calculado

para os genes resistência a antimicrobianos e para as sondas Gram

específicas a partir de amostras positivas mas com baixa concentração. O Ct

LoD está apresentado na Tabela 6.

RESULTADOS

85

Tabela 6. Resultados de cutoff e LoD para cada gene avaliados.

Nº Amostra

Negativa GP GN mecA bla SHV bla CTX-M vanA vanB bla KPC bla TEM

1 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

2 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

3 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

4 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

5 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

6 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

7 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

8 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

9 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

10 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

11 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

12 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

13 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

14 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

15 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

16 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

17 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

18 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

19 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

20 41,00 41,00 41 41 41 41 41 41 41

21 41,00 41,00 41 41 38,274689 41 41 41 41

22 41,00 41,00 41 41 37,055664 41 41 41 41

23 41,00 41,00 41 41 37,020847 41 41 41 41

24 41,00 41,00 41 41 37,003807 41 41 41 37,1618

25 41,00 41,00 41 41 36,766258 41 41 41 30,202

26 41,00 41,00 41 41 36,717575 41 41 41

27 41,00 41,00 41 41 36,521244 41 41 41

28 41,00 41,00 41 39,1427 36,477421 41 41 41

29 41,00 41,00 41 39,1427 36,187653 41 41 41

30 41,00 41,00 41 37,918 36,152454 41 41 41

31 41,00 41,00 41 37,4123 35,818134 41 41 41

32 41,00 41,00 36,93 36,5065 35,381996 41 41 41

33 41,00 41,00 36,93 35,6181 34,501266 39,25 41 41

34 41,00 41,00 35,94 35,3588 33,048428 39,2 41 41

35 41,00 41,00 35,06 35,0958 28,741648 37,29 41 41

36 41,00 41,00 33,6 34,2808 36,92 41 41

37 41,00 41,00 29,83 34,198 36,12 41 41

38 41,00 41,00 34,1476 35,62 41 41

39 41,00 41,00 33,8952 35,53 41 41

41 41,00 41,00 35,15 41 41

41 41,00 41,00 37,701 41

42 41,00 41,00 37,701 41

43 41,00 41,00 37,55 41

44 41,00 41,00 37,55 41

45 41,00 41,00 37,037 41

46 41,00 41,00 37,037 38,2736

47 41,00 41,00 36,615 38,1545

48 41,00 41,00 36,615 38,1545

49 41,00 39,44 36,26 37,0442

50 41,00 39,44 36,26 34,9422

51 41,00 39,29 34,982 34,9422

52 41,00 39,23 33,286

53 41,00 38,82 31,476

54 41,00 38,47 31,476

55 41,00 38,30

56 41,00 37,54

57 41,00 37,36

58 41,00 37,31

59 41,00 37,29

60 41,00 37,08

61 37,74 36,96

62 33,98 36,89

63 36,79

64 35,88

65 34,02

66 33,03

67

68

69

70

Nº Total 62 66 37 39 35 41 54 51 25

N B 59,40 63,20 35,65 37,55 33,75 38,50 51,80 48,95 24,25

Cutoff 40,00 36,61 34,97 34,19 33,77 35,57 33,32 37,98 36,04

LoD 38,68 34,47 33,91 33,26 32,62 33,67 32,29 36,67 34,53

RESULTADOS

86

5.2.5. Determinação da Curva ROC para as Reações dos Genes de

Resistência a Antimicrobianos e para a Reação Multiplex Gram-

positivo e Gram-negativo por PCR em Tempo Real

Na Figura 4 encontram-se as curvas Roc dos genes estudados.

A B

D C

E F

RESULTADOS

87

Figura 4. Curva ROC para genes de resistência a antimicrobianos e sondas

Gram positivo e Sonda Gram negativo: A – Gram positivo; B- Gram negativo; C

- blaTEM; D - vanA; E - vanB; F - blaCTX; G - blaSHV; H - mecA; I - blaKPC

Na Tabela 7 encontram-se os valores de sensibilidade, especificidade e

respectivo Ct, de acordo com a curva ROC. De acordo com a curva ROC os

valores da sensibilidade foram altas para os genes estudados, porém as

especificidades para os genes de blaKPC, blaSHV e blaCTX-M ficaram baixas. Na

Tabela 8 encotram-se a especificidade e sensibilidade delimitado pela curva

ROC para o respectivo Ct calculado pelo LoD. De acordo com a curva ROC a

especificidade foi alta, porém a sensibilidade para os genes blaTEM, blaSHV,

blaCTX-M e vanB foi baixa.

I

H G

RESULTADOS

88

Tabela 7. Sensibilidade, especificidade e Ct delimitado pela curva ROC para os

genes que conferem resistência a antimicrobianos e para o gene 16S rDNA

para Gram positivo e Gram negativo.

Tabela 8. Sensibilidade, especificidade pela curva ROC de acordo com o LoD

para os genes que conferem resistência a antimicrobianos e para o gene 16S

rDNA para Gram positivo e Gram negativo.

Gene N ° de

amostras Positivas

N ° de amostras Negativa

Área Sensibilidade Especificidade CT

Gram Positivo 24 62 0,992 0,958 0,968 39,23 Gram Negativo 34 66 0,973 0,941 0,864 37,36

blaTEM 55 25 0,966 0,909 0,92 37,37 vanA 51 40 0,99 0,98 0,845 37,17 vanB 19 54 0,961 0,947 0,852 36,87 blaCTX-M 24 35 0,896 0,917 0,6 38,15 blaSHV 35 39 0,863 0,943 0,74 38,65

mecA 83 37 0,976 0,976 0,89 36,79 blaKPC 52 51 0,984 0,942 0,41 37,6

Gram Positivo 24 62 0,992 0,875 0,968 38,68 Gram Negativo 34 66 0,973 0,765 0,985 34,47

bla TEM 55 25 0,966 0,673 0,96 34,53

bla CTX-M 24 35 0,896 0,708 0,971 32,62

bla SHV 35 39 0,863 0,257 1 33,26

bla KPC 52 51 0,984 0,827 0,961 36,67

mec A 83 37 0,976 0,783 0,946 33,91 van A 51 40 0,99 0,745 1 33,67 van B 19 54 0,961 0,579 0,963 32,29

Ct LoD N ° de

amostras Positivas

N ° de amostras

Negativas Gene Área

Sensibili dade

Especifici dade

RESULTADOS

89

5.3. Aplicação da PCR em Tempo Real nas Amostras de

Hemocultura

5.3.1. Detecção do Gene HFE de Controle Interno da Extração

Todas as amostras de Hemoculturas, sendo elas negativas ou positivas

pelo aparelho Bactec®, foram submetidas à extração de DNA e a PCR em

Tempo Real para o gene HFE. O Tm dos controles positivos variou de 81,076 –

81,245. As amostras foram consideradas positivas quando a Temperatura de

melting (Tm) se encontrava neste intervalo. Somente quando o resultado de

PCR foi positivo para esta reação, é que as mesmas foram encaminhadas para

realizar a PCR em Tempo Real para os demais genes em estudo. Todas as

amostras incluídas foram positivas para o gene HFE indicando que houve

extração e evitando a possibilidade de falso negativo para os demais genes.

5.3.2. Detecção do Gene Bacteriano 16S rDNA

Todas as amostras que tiveram resultado positivo para o gene HFE

foram submetidas à detecção do gene 16S rDNA por PCR em Tempo Real.

Nenhuma das 59 hemoculturas negativas pelo sistema Bactec®

apresentou positividade por PCR para o gene 16S rDNA. Na Tabela 9 estão

apresentados os resultados da PCR para o gene 16S rDNA aplicada às 126

hemoculturas positivas. Das 66 amostras identificadas pelo sistema

automatizado Phoenix® como espécies de bactérias Gram negativas, em cinco

não foi possível a amplicação na PCR para o gene 16S rDNA, porém das 62

hemoculturas aplicadas houve concordância de 100% entre o resultado do

sistema automatizado Phoenix® e da PCR. Para as 59 amostras identificadas

pelo Phoenix® como espécies de bactérias Gram positivas, em 19 não foi

RESULTADOS

90

possível a aplicação da PCR para o gene 16S rDNA, porém, das 40

hemoculturas aplicadas houve concordância de 100% entre o resultado do

sistema automatizado Phoenix® e da PCR. Uma única amostra de hemocultura

que apresentou dois tipos de bactérias, uma Gram positiva e outra Gram

negativa, a PCR detectou apenas a bactéria Gram negativa. A média de Ciclo

threshold (CT) apresentada pelas amostras positivas para Gram positiva e para

Gram negativo foi 24.

Das 126 hemoculturas positivas pelo sistema automatizado Bactec®, 60

bactérias Gram positivas e 67 Gram negativas foram identificadas pelo sistema

automatizado Phoenix®. Cento e vinte e cinco hemoculturas apresentaram

apenas uma bactéria, sendo 59 Gram positivas e 66 Gram negativas e apenas

uma das hemoculturas teve crescimento de duas bactérias distintas, uma Gram

negativa e outra Gram positiva, identificadas como AcinetobaCter spp. e

Staphylococcus haemolyticus.

As 60 bactérias Gram positivas identificadas foram: 21 SCoN (9 SCoN, 5

Staphylococcus epidermidis, 4 Staphylococcus haemolyticus, 1 Staphylococcus

equorum, 1 Staphylococcus capitis, 1 Staphylococcus warneri; 14 S.aureus 5

Streptococcus pneumoniae; 3 Listeria monocytogenes; 3 Enterococcus

faecium; 1 Enterococcus faecalis; 1 Enterococcus durans e 1 Corynebaterium

jeikeium (figura 5).

RESULTADOS

91

Talela 9. Resultado da PCR em Tempo Real pelo sistema TaqMan para o

gene 16S rDNA nas 126 hemoculturas positivas pelo Bactec®.

83 C.jeikeiun GP Pos 111 A.baumannii GN Pos GN 36,025

146 E.durans GP Pos GP 28,552 10 A.baumannii GN Pos GN 29,845

107 E.faecalis GP Pos GP 25,32 60 A.baumannii GN Pos GN 20,997

48 E.faecium GP Pos 64 AC.SPP/S. haemo. GP/GN Pos GN 17,7

49 E.faecium GP Pos GP 29,24 67 B.cepacia GN Pos

50 E.faecium GP Pos GP 22,725 113 E. cloacae GN Pos GN 16,645

84 L. monocytogenes GP Pos GP 34,813 114 E. cloacae GN Pos GN 15,968

82 Listeria spp. GP Pos GP 35,101 160 E.aerogenes GN Pos GN 22,139

85 Listeria spp. GP Pos GP 28,9 73 E.aerogenes GN Pos GN 24,345

86 Listeria spp. GP Pos 155 E.coli GN Pos GN 21,722

66 S.warneri GP Pos GP 17,917 37 E.coli GN Pos GN 20,407

6 S.aureus GP Pos 32 E.coli GN Pos GN 30,323

7 S.aureus GP Pos GP 25,719 17 E.coli GN Pos GN 18,65

94 S.aureus GP Pos GP 27,765 110 E.coli GN Pos GN 22,762

69 S.aureus GP Pos GP 28,596 34 E.coli GN Pos GN 24,158

70 S.aureus GP Pos 157 E.coli GN Pos GN 17,308

76 S.aureus GP Pos GP 22,04 1 E.coli GN Pos GN 17,005

109 S.aureus GP Pos 38 E.coli GN Pos GN 32,853

137 S.aureus GP Pos 39 E.coli GN Pos GN 31,034

138 S.aureus GP Pos 20 E.coli GN Pos GN 22,538

139 S.aureus GP Pos 77 E.coli GN Pos GN 27,004

92 S.aureus GP Pos GP 19,907 78 E.coli GN Pos GN 18,188

11 S.aureus GP Pos GP 17,89 166 E.coli GN Pos GN 30,205

152 S.aureus GP Pos 9 E.coli GN Pos GN 26,15

88 S.aureus GP Pos GP 21,764 18 E.coli GN Pos GN 34,779

47 S.capitis GP Pos GP 27,499 163 E.coli GN Pos GN 23,525

176 S.epidermidis GP Pos 51 Enterobacter spp. GN Pos GN 19,815

177 S.epidermidis GP Pos GP 2,448 133 Enterobacter spp. GN Pos GN 18,606

12 S.epidermidis GP Pos GP 23,135 108 Enterobacter spp. GN Pos GN 36,995

36 S.epidermidis GP Pos GP 23,305 143 K.oxytoca GN Pos GN 32,997

120 S.epidermidis GP Pos GP 30,748 74 K.pneumoniae GN Pos GN 17,748

40 S.epidermidis GP Pos GP 18,531 158 K.pneumoniae GN Pos GN 18,408

41 S.epidermidis GP Pos GP 20,709 121 K.pneumoniae GN Pos GN 20,282

12 S.epidermidis GP Pos GP 22,583 122 K.pneumoniae GN Pos GN 24,631

31 S.epidermidis GP Pos GP 32,04 154 K.pneumoniae GN Pos GN 23,15

126 S.epidermidis GP Pos GP 22,274 95 K.pneumoniae GN Pos GN 28,089

91 S.epidermidis GP Pos GP 19,883 96 K.pneumoniae GN Pos

150 S.epidermidis GP Pos GP 30,079 97 K.pneumoniae GN Pos

168 S.epidermidis GP Pos 98 K.pneumoniae GN Pos GN 19,415

169 S.epidermidis GP Pos GP 28,675 99 K.pneumoniae GN Pos GN 29,076

170 S.epidermidis GP Pos 100 K.pneumoniae GN Pos GN 19,397

90 S.equorum GP Pos GP 33,088 101 K.pneumoniae GN Pos

13 S.haemolyticus GP Pos GP 31,197 102 K.pneumoniae GN Pos GN 28,712

33 S.haemolyticus GP Pos GP 21,101 103 K.pneumoniae GN Pos GN 25,412

42 S.haemolyticus GP Pos GP 31,248 104 K.pneumoniae GN Pos GN 33,535

44 S.pneumoniae GP Pos 164 K.pneumoniae GN Pos GN 21,429

45 S.pneumoniae GP Pos 165 K.pneumoniae GN Pos GN 20,489

46 S.pneumoniae GP Pos 63 K.pneumoniae GN Pos GN 23,866

43 S.pneumoniae GP Pos GP 34,935 117 K.pneumoniae GN Pos GN 21

61 S.pneumoniae GP Pos 142 K.pneumoniae GN Pos GN 17,814

55 SCN GP Pos GP 17,766 87 K.pneumoniae GN Pos GN 20,168

75 SCN GP Pos GP 21,102 147 K.pneumoniae GN Pos GN 16,898

123 SCN GP Pos 178 L. adecarboxylata GN Pos GN 30,222

16 SCN GP Pos GP 24,851 2 M. morganii GN Pos GN 22,205

68 SCN GP Pos 3 M. morganii GN Pos GN 33,221

130 SCN GP Pos GP 26,178 118 N. meningitides GN Pos GN 19,921

58 SCN GP Pos GP 17,014 185 P.aeruginosa GN Pos GN 33,399

59 SCN GP Pos GP 15,502 183 P.aeruginosa GN Pos GN 25,569

23 SCN GP Pos GP 24,181 54 P.aeruginosa GN Pos GN 17,737

127 P.aeruginosa GN Pos GN 21,824

128 P.aeruginosa GN Pos GN 26,248

19 P.aeruginosa GN Pos GN 19,449

81 P.mirabilis GN Pos GN 25,695

136 S. maltophilia GN Pos GN 29,144

140 S. maltophilia GN Pos

26 Salmonella spp. GN Pos GN 22,622

184 Salmonella spp. GN Pos GN 21,097

GRAM POSITIVO GRAM NEGATIVO

Nº HEMOIdentificação

Phoenix®

GRAM

FenotipicoHFE 16S rDNA

CT 16S

rDNANº HEMO

Identificação

Phoenix®

GRAM

FenotipicoHFE 16S rDNA

CT 16S

rDNA

HFE= PCR para o gene da Hemocromatose; Pos=Positivo; GP=Gram positivo;

GN=Gram negativo. CT= Ciclo threshold.

RESULTADOS

92

Figura 5. Prevalência de espécies Gram positivas identificadas pelo sistema

automatizado Phoenix®.

As 67 bactérias identificadas pelo sistema automatizado Phoenix® como

Gram negativas foram: 22 Klebsiella pneumoniae; 17 Escherichia coli; 6

Pseudomonas aeruginosa; 3 Acinetobacter baumannii; 3 Enterobacter spp.; 2

Enterobacter cloacae; 2 Enterobacter aerogenes; 2 Morganella morgani; 2

Stenotrophomonas maltophilia; 2 Salmonella spp.; 1 Acinetobacter spp.; 1

Burkolderia cepacia; 1 Klebsiella oxytogenes; 1 Leclercia adecarboxylata; 1

Neisseria meningitidis e 1 Proteus mirabilis (Figura 6).

25%

24% 15%

8%

7%

5% 5%

1% 2% 2% 2% 2% 2%

Staphylococcus epidermidis Staphylococcus aureus Staphylococcus Coagulase Negativo Streptococcus pneumoniae Staphylococcus haemolyticus Listéria monocytogenes Enterococcus faecium Staphylocuccos equorum Staphylococcus capitis Staphylococcus warneri Enterococcus faecalis Enterococcus durans Corynebacterium jeikeium

RESULTADOS

93

Figura 6. Prevalência de espécies Gram negativas identificadas pelo sistema

automatizado Phoenix®.

A especificidade, a sensibilidade, o valor preditivo positivo, o valor

preditivo negativo e a concordância estimada pelo teste Kappa foi de 100%, já

que nenhuma amostra negativa pelo sistema automatizado foi considerada

positiva para a PCR em Tempo Real e as amostras consideradas Gram

positivo e Gram negativo pelo sistema automatizado concordaram com o

resultado da PCR.

5.3.3. Detecção PCR dos Genes que Conferem Resistência aos

Antimicrobianos em Bactérias Gram Negativas

Totas as 67 hemoculturas Gram negativas, foram submetidas a PCR em

Tempo Real pelo sistema SYBR Green para os genes de resistêcia de ESβL

(blaSHV, blaCTX-M, blaTEM), K. pneumoniae carbapenemase (blaKPC) e metalo-β-

lactamases (blaIMP, blaSPM e blaVIM), apesar de 5 não apresentarem resultado

33%

25%

9%

4%

4% 3%

3%

3% 3%

3%

1% 1% 1%

1% 1% 1%

Klebsiella pneumoniae Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa Acinetobacter baumannii Enterobacter spp. Enterobacter cloacae Enterobacter aerogenes Morganella morgani Stenotrophomonas maltophilia Salmonella spp. Acinetobacter spp Burkolderia cepacia Klebsiella oxytogenes Leclercia adecarboxylata Neisseria meningitidis Proteus mirabilis

RESULTADOS

94

para a PCR de 16S rDNA. Das 67 hemoculturas Gram negativas, três amostras

apresentaram o gene blaCTX-M, uma blaKPC, uma blaCTX-M e blaTEM e uma blaCTX-

M e blaSHV. Os respectivos Tm e Ct estão na Tabela 10. Das cinco amostras

que apresentaram positividade na PCR para os genes de ESβL uma não foi

considerada produtora de ESβL pelo sistema automatizado. Dezenove

amostras consideradas produtoras de ESβL pelo sistema automatizado não

apresentaram positividade na PCR para os genes de ESβL. Apenas uma

amostra apresentando K.pneumoniae foi positiva na PCR para blaKPC, porém

no antibiograma liberado pelo sistema Phoenix® essa não foi resistente para os

carbapenêmicos meropenem e imipenem. Já duas amostras de K.pneumoniae

consideradas resistentes a estes carbapenêmicos não foram positivas na PCR

para blaKPC. Três amostras de P. aeruginosa e uma de A. baumannii

apresentaram resistênciaum a pelo menos um dos carbapenens (meropenem

e/ou imipenem), porém foram negativas na PCR para os genes de metalo-β-

lactamases.

RESULTADOS

95

Talela 10. Resultado da PCR em tempo real sistema SYBR Green para os

genes de resistência em Gram negativos e resultado do sistema

Phoenix®.

RES = Resistência ; Ct RES= Ciclo Threshold; Tm RES= Temperatura de

melting; R= resistente; I= Intermediário; Imp= imipenem; mero= meropenem.

CTX-M TEM SHV KPC IMP VIM SPM 60 A. baumannii NÃO R/R 10 A. baumannii NÃO

111 A. baumannii NÃO 64 AC.SPP/S. HAEMO NÃO 67 B.cepacia NÃO

113 E. cloacae NÃO 114 E. cloacae NÃO 73 E.aerogenes NÃO

160 E.aerogenes NÃO 18 E.coli SIM CTX-M 14,26 88,453 34 E.coli SIM CTX-M 29,008 89,247 17 E.coli NÃO

157 E.coli NÃO 21 E.coli NÃO

155 E.coli NÃO 166 E.coli NÃO

1 E.coli NÃO 110 E.coli NÃO

9 E.coli NÃO 77 E.coli NÃO

163 E.coli NÃO 37 E.coli NÃO 38 E.coli NÃO 78 E.coli NÃO 39 E.coli NÃO 20 E.coli SIM

133 Enterobacter spp. NÃO 51 Enterobacter spp. NÃO

108 Enterobacter spp. NÃO 143 K.oxytoca NÃO 147 K.pneumoniae SIM CTX-M 27,941 88,6 104 K.pneumoniae SIM KPC 23,132 91,061 142 K.pneumoniae NÃO CTX-M SHV 28,171/29,46 89,2/91,318 158 K.pneumoniae NÃO 102 K.pneumoniae SIM R/R 63 K.pneumoniae SIM 87 K.pneumoniae SIM

164 K.pneumoniae SIM 165 K.pneumoniae SIM 154 K.pneumoniae SIM 74 K.pneumoniae SIM

121 K.pneumoniae SIM 95 K.pneumoniae SIM 96 K.pneumoniae SIM

122 K.pneumoniae SIM 97 K.pneumoniae SIM 98 K.pneumoniae SIM

117 K.pneumoniae SIM 99 K.pneumoniae SIM

100 K.pneumoniae SIM 101 K.pneumoniae SIM R/R 103 K.pneumoniae SIM 178 L. adecarboxylata NÃO

2 M. morganii NÃO 3 M. morganii NÃO

118 N. meningitides NÃO 183 P.aeruginosa NÃO 19 P.aeruginosa NÃO R/I 54 P.aeruginosa NÃO

127 P.aeruginosa NÃO R/R 128 P.aeruginosa NÃO R/R 185 P.aeruginosa NÃO 81 P.mirabilis SIM CTX-M TEM 22,979/26,932 88,8/85,772

140 S.maltophilia NÃO 136 S.maltophilia NÃO 26 Salmonella spp. NÃO

184 Salmonella spp. NÃO

Nº Hemo Identificação ES?L IMP/MERO

Sistem Automatizado Phoenix® PCR em Tempo Real GENES RES bla CT RES TM RES

RESULTADOS

96

5.3.4. Detecção PCR dos Genes que Conferem Resistência aos

Antimicrobianos em Bactérias Gram Positivas

Totas as 59 hemoculturas Gram positivas, foram submetidas a PCR em

Tempo Real pelo sistema SYBR Green para os genes de resistêcia mecA,

vanA e vanB, apesar de 19 não apresentarem resultado para a PCR de 16S

rDNA. Trinta e duas amostras foram positivas para o gene de resistência mecA.

No entanto, 5 amostras sendo 4 identificadas pelo sistema Phoenix® como S.

aureus e uma S. epidermidis foram sensíveis para oxacilina. Uma amostra de

E. durans foi postiva para a PCR do gene mecA e uma amostra de S.

pneumoniae foi resistente a oxacilina pelo sitema automatizado e negativa para

o gene mecA. Nenhuma amostra foi positiva para os genes de resistência vanA

e vanB nem resistente a vancomicina pelo sistema Phoenix®. Os respectivos

Tm e Ct estão apresentados na Tabela 11.

Com relação aos resultados de susceptibilidade a oxacilina liberados

pelo sistema automatizado Phoenix® e a detecção do gene mecA pelo método

da PCR em Tempo Real, houve 86,7% de concordância entre as duas

metodologias e 13,3% de discordância.

RESULTADOS

97

Talela 11. Resultado da PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para os

genes de resistência de Gram positivos e resultado do Phoenix®.

mec A van A van B

83 C.jeikeiun NA S

146 E.durans NA S mec A 20,157 72,143

107 E.faecalis NA S

48 E.faecium NA S

49 E.faecium NA S

50 E.faecium NA S

84 L. monocytogenes NA S

85 Listeria spp. NA S

82 Listeria spp. NA S

86 Listeria spp. NA S

66 S. warneri R S mec A 11,545 72,143

137 S. aureus R S mec A 15,533 72,315

11 S.aureus S S mec A 29,331 71,799

76 S.aureus S S mec A 30,106 71,971

138 S.aureus S S mec A 30,186 72,315

139 S.aureus S S mec A 30,166 72,315

94 S. aureus R S mec A 19,763 72,83

88 S.aureus S S

109 S.aureus S S

92 S.aureus S S

69 S.aureus S S

70 S.aureus S S

152 S.aureus S S

6 S.aureus S S

7 S.aureus S S

47 S.capitis S S

36 S.epidermidis R S mec A 13,427 72,658

12 S.epidermidis R S mec A 13,581 72,658

40 S.epidermidis R S mec A 12,778 71,283

150 S.epidermidis R S mec A 13,322 72,315

176 S.epidermidis R S mec A 12,701 72,315

177 S.epidermidis R S mec A 17,97 72,315

91 S.epidermidis R S mec A 15,395 72,486

169 S.epidermidis S S mec A 30,047 72,143

41 S.epidermidis R S mec A 17,683 71,627

120 S.epidermidis R S mec A 28,299 72,143

126 S.epidermidis R S mec A 18,176 72,486

31 S.epidermidis R S mec A 19,396 72,43

168 S.epidermidis S S

125 S.epidermidis S S

170 S.epidermidis S S

90 S.equorum R S mec A 13,079 72,143

13 S.haemolyticus R S mec A 13,388 71,799

33 S.haemolyticus R S mec A 12,503 71,112

42 S.haemolyticus R S mec A 19,202 71,799

61 S.pneumoniae NA S

44 S.pneumoniae NA S

45 S.pneumoniae NA S

46 S.pneumoniae NA S

43 S.pneumoniae S S

58 SCN R S mec A 13,514 72,315

123 SCN R S mec A 16,351 72,315

59 SCN R S mec A 11,803 72,143

16 SCN R S mec A 12,589 71,283

55 SCN R S mec A 10,967 72,486

23 SCN R S mec A 14,197 72,658

130 SCN R S mec A 14,25 72,658

68 SCN R S mec A 18,48 72,19

75 SCN S S

TM RES

Sistema automatizado Phoenix® PCR em Tempo Real

GENES RESNº Hemo Identificação OXA VANCO CT RES

Ct RES= Ciclo Threshold; Tm RES= Temperatura de melting; R= resistente;

S= Sensível ; OXA= oxacilina; VANCO= Vancomicina; NA= Não aplicado.

RESULTADOS

98

No total, foram identificadas 5 amostras que apresentaram blaCTX-M, uma

blaTEM, uma blaSHV, uma blaKPC, 32 apresentaram mecA, e nenhuma

apresentou vanA, vanB, blaVIM, blaSPM e blaIMP pela PCR em Tempo Real

sistema SYBR Green (figura 7).

Figura 7. Total de amostras positivas pela metodologia da PCR em Tempo

Real pelo sistema SYBR Green para os respectivos genes de resistência

estudados

RESULTADOS

99

5.4. Testes Direto do Isolado Bacteriano

5.4.1. Confirmação de Susceptibilidade a Oxacilina e Gene de

Resistência mecA pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do

Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura

Para as amostras que apresentaram positividade para o gene mecA pela

PCR em Tempo Real sistema SYBR Green, mas que foram consideradas

sensíveis a oxacilina pelo sistema Phoenix®, o exemplar bacteriano referente a

amostra de hemocultura, armazenada no Banco de Microrganismo do LEMC,

foi submetido aos testes confirmatórios de susceptibilidade a oxacilina e a PCR

em Tempo Real sistema SYBR Green para confirmação da presença do gene

mecA. Os resultados dos testes se encontram na Tabela 12.

Tabela 12. Resultado do Etest para oxacilina e PCR em Tempo Real sistema

SYBR Green para o gene de resistência mecA direto da colônia e comparação

com a PCR direto do frasco de hemocultura.

NT= Não Testado; S= sensível; R= resistente

Direto da Hemocultura

Nº HEMO Identificação do Microrganismo

Susceptibilidade a Oxacilina

Real Time para o gene mec A

Real Time para o gene

mec A

Etest Oxacilina

CIM E-test

76 S. aureus S mecA Negativo S 0,125 11 S. aureus S mecA Negativo S 0,125

138 S. aureus S mecA NT NT NT 139 S. aureus S mecA Positivo R >256 169 S. epidermidis S mecA Negativo S 0,125

Sistema automatizado Phoenix® Testes direto do Isolado Bacteriano

RESULTADOS

100

O exemplar referente à amostra 138 não foi localizado, portanto não

foram realizados os testes. Para as testadas, três amostras, duas de S. aureus

e uma de S. epidermidis confirmaram ser sensível a oxacilina, porém negativas

para o gene mecA. Em uma amostra observamos discordância do método

automatizado Phoenix® em que foi sensível a oxacilina, e no teste direto do

isolado apresentou resistência a oxacilina e a presença do gene mecA.

5.4.2. Confirmação da Produção de Carbapenemase e Gene de

Resistência blaKPC pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do

Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura

Duas amostras de K. pneumoniae apresentaram resistência a imipenem

e meropenem pelo sistema automatizado Phoenix®. Porém, apresentaram

resultado negativo na PCR em Tempo Real pelo sistema SYBR Green para o

gene blaKPC. Outra amostra de K. pneumoniae apresentou sensibilidade a

imipenem e meropenem pelo sistema automatizado Phoenix®, mas apresentou

resultado positivo na PCR em Tempo Real pelo sistema SYBR Green para

blaKPC. As três amostras de K. pneumoniae foram isoladas de hemoculturas

provenientes de um mesmo paciente , porém os dois isolados resistentes aos

carbapenêmicos não se encontravam armazenados no banco de

microrganismo do LEMC. Assim, foi selecionado o isolado sensível a

carbapenêmicos com PCR em Tempo Real positivo para o gene blaKPC

adicionalmente a outros 4 isolados de K. pneumoniae provenientes do mesmo

paciente e que se encontravam no banco de microrganismo do LEMC, os quais

eram sensívies aos carbapenemicos e com resultado negativo para o gene

blaKPC pelo método da PCR em Tempo Real e todos foram submetidos a ao

A

RESULTADOS

101

teste de disco difusão para ertapenem e PCR em Tempo Real direto da

colônia para blaKPC. Os resultados estão apresentados na Tabela 13. Dos

cinco isolados retirados do banco de microrganismos do LEMC, todos

apresentaram resistência a ertapenem e positividade na PCR em Tempo Real

para blaKPC.

Tabela 13. Resultado do método de disco difusão e PCR em Tempo Real

sistema SYBR Green para o gene de resistência blaKPC direto da colônia e

comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura.

Direto da

Hemocultura

Nº HEMO Nº PacienteData da

hemocultura

Identificaçao

do

Microrganismo

CIM/DD

para ERT

Susceptibilidad

e a IMP/MERO

CIM para

IMP/MERO

(µg/mL)

PCR em Tempo

Real para blaKPC

PCR em Tempo

Real para blaKPC

DD para

ERT

DD para ERT

(mm)

95 64 13/11/2009 K.pneumoniae 14mm S/S ≤1/≤1 Negativo KPC R 15mm

96 64 13/11/2009 K.pneumoniae 14mm S/S ≤1/≤1 Negativo KPC R 15mm

97 64 21/11/2009 K.pneumoniae S/S ≤1/2 Negativo KPC R 15mm

98 64 21/11/2009 K.pneumoniae S/S ≤1/2 Negativo NT NT NT

103 64 02/12/2009 K.pneumoniae Negativo NT NT NT

99 64 03/12/2009 K.pneumoniae S/S NL Negativo KPC R 15mm

100 64 03/12/2009 K.pneumoniae Negativo NT NT NT

104 64 10/12/2009 K.pneumoniae 22mm S/S NL KPC KPC R 15mm

101 64 15/12/2009 K.pneumoniae >4µg/mL R/R >8/>8 Negativo NT NT NT

102 64 15/12/2009 K. pneumoniae >4µg/mL R/R >8/>8 Negativo NT NT NT

Testes direto do Isolado BacterianoSistema automatizado Phoenix®Dados da Hemocultura e do Paciente

NT= Não Testado; S= sensível; I= Intermediário

5.4.3. Confirmação da Produção de Metalo-β-Lactamases e Genes

de Resistência blaIMP, blaVIM e blaSPM pelo Método da PCR em Tempo

Real Direto do Isolado Bacteriano Referente a Amostra de

Hemocultura

Quatro amostras, 3 de P. aeruginosa e 1 de A.baumannii foram

resistentes a pelo menos um carbapenem (imipenem e/ou meropenem),

sugerindo a produção de metalo-β-lactamases. Para esses exemplares foi

realizado o teste de hidrólise e a PCR em Tempo Real sistema SYBR Green

direto da colônia bacteriana referente à hemocultura para os genes blaIMP,

RESULTADOS

102

blaVIM. blaSPM. Todas as amostras apresentaram hidrólise negativa e a PCR em

Tempo Real negativa para os 3 genes (Tabela 14).

Tabela 14. Resultado do teste de hidrólise e PCR em Tempo Real sistema

SYBR Green para os genes de resistência blaSPM, blaVIM e blaIMP direto da

colônia e comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura.

NT= Não Testado; S= sensível; I= Intermediário

5.4.4. Confirmação da Produção de ESβL e Genes de Resistência

blaSHV, blaTEM e blaCTX-M pelo Método da PCR em Tempo Real Direto

do Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura

Vinte e quatro amostras, sendo elas 20 de K. pneumoniae, três de E.coli

e um de P. mirabilis foram ESβL positivas pelo método automatizado. Destas,

duas E.coli e uma K. pneumoniae foram positivas para o gene blaCTX-M e um

P.mirabilis foi posistiva tanto para o gene blaCTX-M quanto para blaTEM. Em uma

amostra foi detectado o gene blaCTX-M e blaSHV, porém esta foi negativa para

ESβL pelo Phoenix®. Das 25 amostras, 7 não foram encontradas no banco de

microrganismos do LEMC, sendo que destas 2 foram positivas para genes de

ESβL não podendo ser confirmado. Das 18 amostras submetidas ao teste de

disco aproximação para ESβL e para a PCR em Tempo Real direto da colônia,

uma E. coli, positiva para ESβL pelo método automatizado e negativa para a

Direto da Hemocultura

60 A.baumannii R/I NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO 19 P. aeruginosa R/R NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO

127 P. aeruginosa R/R NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO 128 P.aeruginosa R/R NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO

Testes direto do Isolado Bacteriano

Nº HEMO Identificação do Microrganismo

Susceptibilidade a IMI/MERO

Real Time para os Genes bla

IMP/VIM/SPM

Real Time para os genes bla

IMP/VIM/SPM Teste de Hidrólise

Sistem automatizado Phoenix®

RESULTADOS

103

PCR em Tempo Real direto da hemocultura, não confirmou a positividade à

ESβL pelo método fenotípico e nem para a PCR direto da colônia. As outras

17 amostras confirmaram ser ESβL positiva pelo método do disco aproximação

e 9 apresentaram positividade para pelo menos um gene ESβL. Destas 9, 6

foram negativas para o gene ESβL direto da hemocultura. Em 3 amostras

houve detecção do gene ESβL tanto na amostra de hemocultura quanto direto

do isolado bacteriano, porém em uma destas amostras foi detectado direto da

hemocultura o gene blaCTX-M e na colônia apenas blaSHV e em outra havia sido

detectado os genes blaCTX-M e blaTEM e direto da colônia foi detectado apenas o

gene blaCTX-M (Tabela 15).

RESULTADOS

104

Tabela 15. Resultado do disco aproximação para ESβL e PCR em Tempo Real

pelo sistema SYBR Green para os genes de resistência blaSHV, blaCTX-M e

blaTEM direto da colônia e comparação com a PCR direto do frasco de

hemocultura.

NT= Não Testado

Direto da Hemocultura

Nº HEMO Identificaçao do Microrganismo

ESBL Phoenix

PCR em Tempo Real para CTX- M/ TEM/SHV

PCR em Tempo Real para CTX-M/

TEM/SHV ESβL Côlonia

20 E.coli SIM NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO 34 E.coli SIM CTX-M CTX-M ESβL

18 E.coli SIM CTX-M NT NT 63 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NEGATIVO ESβL 142 K.pneumoniae NÃO SHV/CTX-M NT NT 147 K.pneumoniae SIM CTX-M SHV ESβL 87 K.pneumoniae SIM NEGATIVO TEM/CTX-M ESβL 164 K.pneumoniae SIM NEGATIVO CTX-M/SHV ESβL 165 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NEGATIVO ESβL 154 K.pneumoniae SIM NEGATIVO TEM/CTX-M/SHV ESβL 74 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NEGATIVO ESβL 121 K.pneumoniae SIM NEGATIVO SHV ESβL 95 K.pneumoniae SIM NEGATIVO CTX-M/SHV ESβL 96 K.pneumoniae SIM NEGATIVO CTX-M ESβL 122 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NEGATIVO ESβL 97 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NEGATIVO ESβL 98 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NT NT

117 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NEGATIVO ESβL 99 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NEGATIVO ESβL 100 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NT NT

101 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NT NT 102 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NT NT 103 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NT NT

104 K.pneumoniae SIM NEGATIVO NEGATIVO ESβL 81 P.mirabilis SIM CTX-M/TEM CTX-M ESβL

Sistema automatizado Phoenix® Testes direto do Isolado Bacteriano

RESULTADOS

105

5.5. Variáveis Clínicas, Análise e Comparação do Tempo de

Liberação dos Resultados pelo Método Fenotipico e Tratamentos

antes e Após os Resultados em Relação ao Resultado Obtido pela

PCR em Tempo Real

Foram obtidas 185 amostras, 59 negativas e 126 positivas pelo sistema

automatizado Bactec®, coletadas de 117 pacientes submetidos a transplante de

órgão sólido. Dos 117 pacientes, 10,16% (11/117) foram admitidos na unidade

de transplantados de órgãos sólidos do HSP e 89,84% (106/117) no serviço de

transplantados de órgãos sólidos (rim e rim e pâncreas) do HRH. Em relação

ao sexo, 27,97% (32/117) dos pacientes eram do sexo feminino e 72,03%

(85/117) do sexo masculino. A idade média foi de 45,17 anos, sendo a idade

máxima de 74 anos e a mínima de 2 anos. Quanto ao tipo de transplante,

89,74% (105/117) pacientes foram submetidos a transplante de rim; 6,84%

(8/117) a transplante de rim e pâncreas; 1,70% (2/117) a transplante de fígado;

0,85% (1/117) a transplante de fígado e rim e 0,85% (1/117) a transplante de

coração. Em relação ao tipo de doador, 35,04% (41/117) pacientes receberam

o órgão transplantado de um doador vivo e 74,96% (76/117) pacientes de um

doador falecido.

Comparando as datas de coleta das 185 hemoculturas com a data de

transplante dos pacientes, o tempo médio em que os pacientes se

encontravam transplantados até a coleta da hemocultura foi de 331,15 dias

sendo que o menor tempo foi de 2 dias e o maior foi de 7300 dias (20 anos)

(Anexo 1).

RESULTADOS

106

5.5.1. Hemoculturas Positivas para Isolados Gram Positivos

Cinquenta e nove hemoculturas foram identificadas pelo sistema

automatizado Phoenix® com bactérias Gram positivas. A mediana em relação

ao tempo de liberação do resultado do Gram foi de 1 dia e para liberação final

de 4 dias.

A inadequação do tratamento, de acordo com o tempo de liberação dos

resultados parciais e finais é demonstrada na Figura 8. Durante o tratamento

empírico, isto é, antes da liberação do resultado do Gram, em 8 casos

(13,56%) os pacientes recebiam tratamento considerado inadequado; após a

liberação do resultado do Gram foi observada inadequação em 4 casos

(6,78%) e após a liberação final da hemocultura, 5 (8,48%) apresentavam

inadequação. Os critérios de inadequação adotados seguem padronização já

citada anteriormente.

A amostra 139 referente ao paciente 88, destacada na Tabela 15, foi

oxacilina sensível pelo método automatizado, porém o isolado retirado do

banco de microrganismos foi resistente a oxacilina pelo E-test. Neste caso o

paciente recebeu oxacilina no tratamento após o resultado final da hemocultura

e mesmo assim a antibioticoterapia foi adequada, pois foi considerado o

resultado do sistema automatizado para essa avaliação.

Dos cinco casos em que os pacientes receberam tratamento inadequado

mesmo após a liberação do resultado final, dois isolados eram SCoN

resistentes a oxacilina com gene mecA positivo tratados com levofloxacina e

bactrim respectivamente. Outros dois, um SCoN e um S. aureus, ambos

sensíveis a oxacilina e gene mecA negativos, não foram tratados. Um isolado

de Listeria spp. foi tratado com Bactrim (Tabela16).

RESULTADOS

107

Tabela 16. Dados referentes aos resultados dos testes fenotípicos e da PCR

em Tempo Real liberados direto das hemoculturas e avaliação do tratamento

recebido pelos pacientes.

PACIENTENº HEMO GRAM MICRORGANISMO OXA VANCO GN/GP

GENES

RES

TEMPO

LIBERAÇÃO

GRAM

TEMPO

LIBERAÇÃO

HMC

TRAT. NA

COLETA DA

HMC

TRAT. APÓS

GRAM DA

HMC

TRAT. APÓS

FINAL HMC

TRAT. NA

COLETA DA

HMC

TRAT. APÓS GRAM

DA HMC

TRAT. APÓS

FINAL HMC

5 6 GP S.aureus S S 1 3 A A A Vanco Vanco Vanco

5 7 GP S.aureus S S GP 1 3 A A A Vanco Vanco Vanco

9 11 GP S. aureus S S GP mecA 2 4 A A A Vanco Oxa Oxa

10 12 GP S.epidermidis R S GP mecA 2 4 A A A Vanco Vanco Teico

10 13 GP S.haemolyticus R S mecA 1 3 A A A Vanco Teico Teico

11 16 GP SCN R S GP mecA 2 4 A A A Vanco Vanco Vanco

17 23 GP SCN R S GP mecA 3 4 A A A Vanco Vanco Vanco

22 31 GP S.epidermidis R S GP mecA 2 4 A A A Bactrim Vanco Vanco

24 33 GP S. haemolyticus R S GP mecA 2 3 I A I Bactrim Vanco +Bactrim Bactrim

27 36 GP S.epidermidis R S GP mecA 1 3 A A A Vanco Vanco Vanco

30 40 GP S.epidermidis R S GP mecA 3 4 A A A Vanco Vanco Vanco

30 41 GP S.epidermidis R S GP mecA 2 4 A A A Vanco Vanco Vanco

31 42 GP S.haemolyticus R S GP mecA 1 3 A A A Vanco Vanco Vanco

32 43 GP S.pneumoniae S S GP 1 4 A A A Roce+Bac+levo Roce+Bac+levo Roce+Bac+levo

33 44 GP S.pneumoniae R S 1 4 A A A Roce+clari Roce+clari Roce+clari

33 45 GP S.pneumoniae NA S 1 4 A A A Roce+clari Roce Roce

33 46 GP S.pneumoniae NA S 1 4 A A A Roce+clari Roce Roce

34 47 GP S.capitis S S GP 2 4 I I I

35 48 GP E.faecium NA S 1 3 A Vanco Vanco

35 49 GP E.faecium NA S GP 1 3 A Vanco Vanco

35 50 GP E.faecium NA S GP 1 3 A Vanco Vanco

39 55 GP SCN R S GP mecA 2 4 A A A Vanco Line Line

40 58 GP SCN R S GP mecA 1 3 A A A Vanco Vanco Vanco

40 59 GP SCN R S GP mecA 2 3 A A A Vanco Vanco Vanco

41 61 GP S.pneumoniae NA S 2 6 A A A Levo Levo Levo

43 66 GP S. warneri R S GP mecA 2 3 A A A Vanco Vanco Vanco

45 68 GP SCN R S mecA 1 3 I I I Levo Levo Levo

46 69 GP S.aureus S S GP 1 3 A A A Vanco Vanco Vanco

46 70 GP S.aureus S S 1 3 A A A Vanco Vanco Vanco

49 75 GP SCN S S GP 1 3 A A A Roce Vanco Roce

50 76 GP S.aureus S S GP mecA 2 3 I I I

54 82 GP Listeria spp. NA S GP 2 6 I I I Bactrim Bactrim Bactrim

55 83 GP C.jeikeiun NA S 2 4

56 84 GP L. monocitogenes NA S GP 2 5 A A A Vanco Vanco Vanco

56 85 GP Listeria spp. NA S GP 1 6 A A A Vanco Vanco Vanco

56 86 GP Listeria spp. NA S 1 6 A A A Vanco Vanco amp

58 88 GP S.aureus S S GP 1 3 A A A Cip+roce Cip+roce Cip+roce

60 90 GP S.equorum R S GP mecA 2 3 A A A Vanco Vanco Vanco

60 91 GP S.epidermidis R S GP mecA 1 3 A A A Vanco Vanco Vanco

61 92 GP S.aureus S S GP 2 4 A A A Roce Vanco Oxa

63 94 GP S.aureus R S GP mecA 2 5 I A A Bactrim Vanco Vanco

65 107 GP E.faecalis NA S GP 1 3 I A A Roce Vanco Vanco

66 109 GP S.aureus S S 2 3 A A A Oxa Oxa Oxa

76 120 GP S.epidermidis R S GP mecA 1 3 A A A Vanco Vanco Vanco

78 123 GP SCN R S mecA 3 4 A A A Vanco Vanco Vanco

80 125 GP S.epidermidis S S GP 1 3 A A A Vanco Vanco Vanco

81 126 GP S.epidermidis R S GP mecA 2 4 A A A Vanco Vanco Vanco

83 130 GP SCN R S GP mecA 2 4 A A A Bactrim Vanco Vanco

88 137 GP S.aureus R S mecA 2 3 A A A Vanco Vanco Vanco

88 138 GP S.aureus S S mecA 1 5 A A A Vanco Vanco Oxa

88 139 GP S.aureus S S mecA 1 5 A A A Vanco Vanco Oxa

92 146 GP E.durans NA S GP mecA 2 4 A A A Vanco Vanco Vanco

94 150 GP S.epidermidis R S GP mecA 2 4 A A A Vanco Vanco Vanco

96 152 GP S.aureus S S 1 3 A A A Vanco Vanco Vanco

106 168 GP S.epidermidis S S 1 3 A A A Vanco Vanco Roce+clari

106 169 GP S.epidermidis S S GP mecA 3 5 A A A Vanco+Cip+roce Cip+roce Cip+roce

106 170 GP S.epidermidis S S 1 3 A A A Vanco Vanco Roce

110 176 GP S.epidermidis R S mecA 3 4 A A A Line Line Vanco

110 177 GP S. epidermidis R S GP mecA 1 4 A A A Vanco Line Line

Identificação

amostraTeste fenotipico/Phoenix®

PCR em

Tempo Real Informações do Prontuário

Trat.= Tratamento; Ade= Adequação da antibióticoterapia; HMC=

Hemocultura; OXA= Oxacilina; Vanco= Vancomicina; GP= Gram Positivo; GN=

Gram Negativo

RESULTADOS

108

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Coleta da Hemocultura

Gram da Hemocultura

Final da Hemocultura

Numero de pacientes

Porcentagem de pacientes

Figura 8. Número e porcentagem de pacientes referentes a hemoculturas em

que foram isoladas bactérias Gram positivas, recebendo tratamento

inadequado no momento da coleta da hemocultura, depois do resultado do

Gram da hemocultura e depois do resultado final da Hemocultura.

RESULTADOS

109

5.5.2. Hemoculturas Positivas para Isolados Gram Negativos

Sessenta e sete hemoculturas foram identificadas pelo sistema

automatizado Phoenix® apresentando bactérias Gram negativas. A mediana

em relação ao tempo de liberação do resultado do Gram foi de um dia. Com

relação ao tempo de liberação da espécie e susceptibilidade a antimicrobianos

do isolado foi de três dias. Durante o tratamento empírico, isto é, antes da

liberação do resultado do Gram, 19 (28,4%) dos casos de hemoculturas os

pacientes recebiam tratamento considerado inadequado. Destes, 14 (20,9%)

eram espécies de enterobacteriaceas e 4 (7,5%) espécies de não

fermentadores. Após a liberação do resultado do Gram, 14 (20,9%)

apresentavam-se em tratamento inadequado, sendo 11 (16,42%) de

enterobacteriaceas e 3 (4,48%) de não fermentadores. Após a liberação do

resultado final da hemocultura, 3 (4,5%) apresentavam-se em tratamento

inadequado sendo, 2 (2,99%) de enterobacteriaceas e 1 (1,51%) de não

fermentador (figuras 9 e 10). Destas 3 hemoculturas, 1 foi positiva para o gene

de resistência CTX-M e 2 negativas para qualquer gene de resistência

pesquisado, sendo que apenas a mostra CTX-M positiva foi ESβL positiva para

o sistema automatizado (Tabela 17).

RESULTADOS

110

Tabela 17. Dados referentes aos resultados dos testes fenotípicos e da PCR

em Tempo Real liberados direto das hemoculturas e avaliação do tratamento

recibido pelos pacientes.

PACIENTE

HEMOGRAM MICRORGANISMO ESβL IMI/MERO GN/GP GENES RES

TEMPO

LIBERAÇÃO

GRAM

TEMPO

LIBERAÇÃO

HMC

TRAT. NA

COLETA DA

HMC

TRAT. APÓS

GRAM DA HMC

TRAT. APÓS

FINAL HMC

1 1 GN E.coli NÃO GN 1 3 A A A

2 2 GN M. morganii NÃO GN 1 3 A A A

2 3 GN M. morganii NÃO GN 1 3 A A A

7 9 GN E.coli NÃO GN 1 2 A A A

8 10 GN A.baumannii NÃO GN 1 3 A A A

11 17 GN E.coli NÃO GN 2 3 A A A

12 18 GN E.coli SIM GN CTX-M 1 3 I I I

13 19 GN P.aeruginosa NÃO R/I GN 1 3 I A A

14 20 GN E.coli SIM GN 1 2 A A A

19 26 GN Salmonella SPP. NÃO GN 3 5 A A A

23 32 GN E.coli NÃO GN 2 3 A I I

25 34 GN E.coli SIM GN CTX-M 1 3 I A A

28 37 GN E.coli NÃO GN 1 3 A A A

29 38 GN E.coli NÃO GN 1 4 A A A

29 39 GN E.coli NÃO GN 1 3 A A A

36 51 GN Enterobacter SPP. NÃO GN 1 3 A A A

38 54 GN P.aeruginosa NÃO GN 3 5 A A A

40 60 GN A.baumannii NÃO R/R GN 2 3 A A A

42 63 GN K.pneumoniae SIM GN 2 4 A A A

43 64 GP/GN AC. spp./S. haemolyticus NÃO GN 4 4 A A A

44 67 GN B.cepacia NÃO 1 5 I I I

47 73 GN E.aerogenes NÃO GN 2 3 A A A

48 74 GN K.penumoniae SIM GN 1 3 I I A

51 77 GN E.coli NÃO GN 1 3 A A A

51 78 GN E.coli NÃO GN 1 3 A A A

53 81 GN P. mirabilis SIM GN CTX/TEM 1 3 A A A

57 87 GN K.penumoniae SIM GN 1 3 I I A

64 95 GN K.penumoniae SIM GN 1 4 I I A

64 96 GN K.penumoniae SIM 1 4 I I A

64 97 GN K.pneumoniae SIM 1 4 A A A

64 98 GN K.penumoniae SIM GN 1 4 I I A

64 99 GN K.pneumoniae SIM GN 1 4 A A A

64 100 GN K.pneumoniae SIM GN 1 4 A A A

64 101 GN K.pneumoniae SIM R/R 1 4 A A A

64 102 GN K.pneumoniae SIM R/R GN 1 4 A A A

64 103 GN K.pneumoniae SIM GN 1 5 A A A

64 104 GN K.pneumoniae SIM GN KPC 1 4 A A A

65 108 GN Enterobacter spp. NÃO GN 3 4 I I A

67 110 GN E.coli NÃO GN 1 2 A A A

68 111 GN A.baumannii NÃO GN 1 4 A A A

70 113 GN E. cloacae NÃO GN 5 6 I I A

70 114 GN E. cloacae NÃO GN 3 4 I I A

73 117 GN K.penumoniae SIM GN 1 4 I A A

74 118 GN N. meningitides NÃO GN 1 2 I A A

77 121 GN K.pneumoniae SIM GN 1 3 A A A

77 122 GN K.pneumoniae SIM GN 1 3 A A A

81 127 GN P.aeruginosa NÃO R/R GN 1 3 A

81 128 GN P.aeruginosa NÃO R/R GN 1 3 A A

86 133 GN Enerobacter spp. NÃO GN 1 3 A A A

87 136 GN S.maltophilia NÃO GN 1 3 I I A

88 140 GN S.maltophilia NÃO 2 4 I I A

90 142 GN K.pneumoniae NÃO GN SHV/CTX-M 2 3 A A A

90 143 GN K.oxitoca NÃO GN 2 3 A A A

92 147 GN K.pneumoniae SIM GN CTX-M 1 4 A A

97 154 GN K.penumoniae SIM GN 1 3 I I A

98 155 GN E.coli NÃO GN 1 2 A A A

99 157 GN E.coli NÃO GN 2 3 A A A

99 158 GN K.pneumoniae NÃO GN 1 3 A A A

101 160 GN E.aerogenes NÃO GN 1 3 A A A

103 163 GN E.coli NÃO GN 1 4 A A A

104 164 GN K.penumoniae SIM GN 1 6 I A A

104 165 GN K.penumoniae SIM GN 5 6 I A A

105 166 GN E.coli NÃO GN 1 3 A A A

110 178 GN L. adecarboxylata NÃO GN 3 6 A A A

115 183 GN P.aeruginosa NÃO GN 2 4 A A A

116 184 GN Salmonella spp. NÃO GN 4 6 A A A

117 185 GN P. aeruginosa NÃO GN 1 3 A A A

Teste fenotipico/Phoenix® Informações do ProntuárioIdentificação

amostra

PCR em Tempo

Real

Trat.= Tratamento; HMC= Hemocultura; IMI = Imipenem; Mero = Meropenem; GP=

Gram Positivo; GN= Gram Negativo

RESULTADOS

111

0

2

4

6

8

10

12

14

Coleta da Hemocultura

Gram da Hemocultura

Final da Hemocultura

Numero de pacientes

Porcentagem de pacientes

Figura 9. Número e porcentagem de pacientes referentes a hemoculturas em

que foram isoladas bactérias Gram negativas não fermentador, recebendo

tratamento inadequado no momento da coleta da hemocultura, depois do

resultado do Gram da hemocultura e depois do resultado final da Hemocultura.

RESULTADOS

112

0

5

10

15

20

25

Coleta da Hemocultura

Gram da Hemocultura

Final da Hemocultura

Numero de pacientes

Porcentagem de pacientes

Figura 10. Número e porcentagem de pacientes referentes a hemoculturas em

que foram isoladas bactérias Gram negativas Enterobacteriaceas, recebendo

tratamento inadequado no momento da coleta da hemocultura, depois do

resultado do Gram da hemocultura e depois do resultado final da Hemocultura.

DISCUSSÃO

113

6. DISCUSSÃO

Infecções de Corrente Sanguínea é uma das infecções mais sérias que

um paciente hospitalizado pode apresentar, sendo o quadro agravado quando

se trata de pacientes em recuperação ou em condições debilitantes. Em

pacientes transplantados de órgão sólidos, bacteremia é uma das

complicações mais frequentes e está fortemente associada a altas taxas de

morbidade e mortalidade (Singh et al., 2000).

O diagnóstico precoce de ICS é essencial para a instituição de uma

terapia adequada em casos de pacientes transplantados favorecendo uma

maior chance de sobrevida e sucesso pós-transplante. Entretanto, a

terapêutica empírica pode ser dirigida a bactérias Gram positivas ou Gram

negativas, e mesmo para leveduras, dependendo das características clínicas

dos pacientes. Além disso, a probalilidade de bactérias carreando diversos

genes de resistência dificulta a adequação terapêutica que se confirma apenas

com o resultado final da identificação do microrganismo e antibiograma,

geralmente em não menos de 72 horas após a coleta da hemocultura mesmo

com a utiização de métodos fenotípicos automatizados. A utilização de testes

moleculares para a detecção precoce de microrganismo em corrente

sanguínea e a detecção de genes de resistência pode trazer contribuição para

a adequação do tratamento antimicrobiano com diminuição de

morbi/mortalidade (Ferraresso & Berardineli, 2005).

O uso da técnica da PCR para fins de diagnóstico estabelece a nova era

na detecção e caracterização de microrganismo direto de amostras clínicas. A

partir do uso rotineiro da PCR, outros métodos e aplicações puderam ser

elaborados entre elas a PCR Multiplex e a técnica da PCR em Tempo Real.

DISCUSSÃO

114

Esta ultima é um refinamento da técnica original de PCR, pois combinam a

amplificação e a quantificação de uma sequência de DNA alvo por meio da

detecção de fluorescência. É considerado um método homogêneo de

amplificação de DNA, no qual amplificação e detecção são realizadas no

mesmo tubo de reação, podendo eliminar processamentos pós-PCR (corrida

de eletroforese em agarose), diminuindo o manuseio de produtos de

amplificação e o risco de contaminação cruzada (Hayden, 2004).

A abordagem da PCR em Tempo Real para fins de diagnóstico tem

ganhado crescente aceitação como uma técnica de laboratório adequado,

porém, a interpretação dos resultados pode ser duvidosa. A amostra poderia

ser considerada negativa, enquanto que ela contém o patógeno (resultado falso

negativo). Tal situação pode ocorrer devido à baixa concentração de

patógenos, ou quando a amostra apresentar inibidores de PCR. Em contraste,

a amostra poderia ser considerada como positiva, enquanto ele não contém o

patógeno (resultado falso positivo). Esta situação pode ser encontrada quando

o desenho dos iniciadores e / ou sonda não são ideais, ou em caso de

contaminação do DNA, durante a etapa de extração, ou durante a PCR, como

mostrado por Stals e colaboradores (2009) para PCR em Tempo Real. Embora

estes problemas possam ser minimizados com o uso de controles adequados,

é de fundamental importância a determinação do cutoff (Limite de Detecção

Branco- LoB) e de um limite de detecção (LoD) do método para ajudar na

interpretação confiável.

No presente estudo foram realizados os cálculos do LoD e cutoff para o

gene 16S rDNA para detecção de bactérias Gram positivos e Gram negativos

além dos genes de resistência. Porém, para os genes blaIMP, blaSPM e blaVIM, a

DISCUSSÃO

115

interpretação dos resultados foi conforme Mendes e colaboradores (2007).

Além dos cálculos do LoD e Cutoff foi realizada, através da curva ROC, uma

análise direta de especificidade e sensibilidade dos iniciadores para os genes

estudados. Através do LoD e cutoff fica possível a interpretação confiável dos

resultados de forma qualitativa (presença e ausência).

O limite de detecção de Unidade Formadora de Colônia (UFC) por

reação para os respectivos genes em estudo mostrou o teste muito sensível,

sendo possível a detecção dos genes na presença de 15 á 1,5 UFC, porém

quando determinado o Cutoff e o LoD este limite aumenta a UFC por reação

para a maioria dos genes avaliados. Para o genes blaKPC, blaSHV e blaCTX-M a

especificidade mostrou-se mais baixa quando comparamos com os demais

genes, já os genes blaTEM, blaSHV, blaCTX-M e vanB mostrou uma sensibilidade

mais baixa quando comparados com os demais genes. Levando-se em conta

que se trata de um teste elaborado para ser aplicado diretamente em amostras

clínicas, há a prioridade de manter uma boa sensibilidade com uma boa

especificidade. Para PCR em Tempo Real quanto maior o tamanho do produto

de amplificação maior é a especificidade e menor a sensibilidade do teste. E a

baixa sensibilidade encontrada para os genes blaTEM, blaSHV, blaCTX-M e vanB

pode ser devido ao tamanho dos produtos amplificados (Dorak, 2006) pois, os

iniciadores utilizados para estes genes foram os mesmos utilizados em PCR

convencional, que formam produtos de amplificação entre 700 a 1000 pb, para

posteriormente serem direcionados para o seqüenciamento. Outro motivo para

esses genes não terem sido detectados é por haver muito DNA não do gene

procurado. Uma quantidade muito grande de DNA humano pode atrapalhar a

amplificação do gene procurado e também a presença de excessos de

DISCUSSÃO

116

inibidores que o método de extração não retirou. A solução dessas

interferências deve aumentar a sensibilidade do teste.

A diminuição da especificidade para detectar Gram negativos pode ser

devido ao fato de haver interferência quanto à Taq polimerase. As preparações

podem conter uma quantidade pequena de DNA contaminante proveniente de

Escherichia coli ou Thermus aquaticus (Okhravi et al., 2000b, Carroll et al.,

1999) e também de Pseudomonas spp., Sphingomonas spp., Moraxella spp. e

AcinetobaCter spp. (Mühl et al., 2008), que podem ser suficientes para

amplificação de sinal positivo após amplificação pela metodologia da PCR em

Tempo Real. Quando a técnica de PCR em Tempo Real é utilizada para a

detecção de patógenos em amostras clínicas com pequena quantidade de DNA

a presença de sinal positivo para os controles negativos pode dificultar a

interpretação dos resultados das amostras positivas (Klaschik et al., 2002).

Levando-se em conta que estes genes (blaCTX-M e blaSHV) podem ser

encontrados nessas bactérias, a interferência é ainda maior.

Em um recente estudo, Lehmann e colaboradores (2008) avaliaram a

aplicação da PCR em Tempo Real na detecção de patógenos no sangue pelo

Kit LightCycler SeptiFast® (Roche-Molecular Diagnosis) e comparou os

resultados com os obtidos pelo Bactec® 9240 (Becton Dickinson GmbH,

Germany). Kit LightCycler SeptiFast® é padronizado para utilização no aparelho

automatizado SeptiFast, no qual a partir da amplificação do DNA, realliza-se in

vitro a identificação das 25 espécies mais importantes de bactérias e fungos

diretamente do sangue. Das 114 amostras positivas para a PCR, 46 foram

negativas pelo Bactec®. Das 58 amostras positivas para ambos os testes, 18

foram discordantes, podendo ter ocorrido tanto por algumas espécies que

DISCUSSÃO

117

foram identificadas pelo Bactec® não se encontrarem no painel de identificação

do SeptiFast ou porque foram consideradas contaminações na hemocultura.

No presente estudo, não houve discordância quanto a detecção de

bactérias Gram positivas e Gram negativas pelo método fenotípico de

coloração de Gram e a PCR em Tempo Real para o gene 16S rDNA. Contudo,

para esta avaliação foram excluídas 5 amostras que apresentavam bactérias

Gram negativas e 19 amostras que apresentavam bactérias Gram positivas.

Esta conduta foi necessária porque durante o desenvolvimento do trabalho

houve necessidade de resintetizar as sondas de Gram positivo e Gram

negativo. Porém estas amostras não foram excluídas das outras etapas do

estudo e foram avaliadas quanto à presença de genes de resistência. Uma

amostra identificada com a presença de uma bactéria Gram positiva e outra

Gram negativa foi positiva apenas para a sonda de Gram negativo, sendo a

bactéria Gram positiva não detectada. A bactéria Gram positiva se tratava de

um S. haemolyticus. Em hemoculturas é comum a contaminação da amostra

por esses microrganismos no momento da coleta. Em estudos, a taxa de

amostras consideradas contaminadas por SCoN chega a ser de 26% (Ikegaya

et al,, 2010) já que se trata de bactérias colonizantes da pele. Apesar deste

dado demonstrar a dificuldade do método em detectar a presença de diferentes

microrganismos, houve 100% de concordância entre a detecção de bactérias

Gram positivas e Gram negativas quando comparado com o método fenotípico.

Trabalhos que avaliam a prevalência de bactérias Gram positivas e

Gram negativas presentes em hemoculturas referentes à pacientes

transplantados de órgão sólidos apontam para maiores taxas de

microrganismos Gram negativos (Bert et al., 2010; Silva Jr et al., 2010; Linares

DISCUSSÃO

118

et al., 2009; Al-Hasan et al., 2008). Porém, este dado pode variar de acordo

com o perfil epidemiológico da região estudada e do Hospital (Berger et al.,

2006). Neste estudo, a prevalência de bactérias Gram negativas foi de 53,17%,

e de Gram positivas de 46,83%, havendo pouca diferença entre as incidências.

Dentre as espécies Gram negativas identificadas no presente estudo

pelo sistema automatizado, K. pneumoniae foi a mais prevalente sendo que

destas, 90 % foram ESβL positivo e 2 resistentes a carbapenemicos. Na

literatura, esta espécie se apresenta entre os principais microrganismos isolado

em hemoculturas, inferior apenas a E. coli, sendo a taxa de exemplares ESβL

positivo bastante alta ( Linares et al., 2010; Andrade et al., 2008).

Dentre as espécies Gram positivas identificadas, o gênero

Staphylococcus foi a mais prevalente. Destas, 59% apresentaram resistência a

oxacilina pelo sistema automatizado Phoenix®. No presente estudo houve

predomínido de SCoN em relação a S. aureus, com altas taxas de resistência a

oxacilina, o mesmo encontrado na literatura (Gales et al., 2009). Em relação

ao gênero enterococcus, este é comumente isolado em pacientes

transplantados de órgão sólidos, especialmente em transplante de rim e fígado

(Patel et al.,2001).

Relatórios recentes mostram uma prevalência de colonização por VRE

entre 3,4% e 55% (Freitas et al., 2006; Hagen et al., 2003; Bakir et al.,

2001) e de infecção entre 4% e 11% (Patel et al., 2001; McNeil et al., 2005) em

transplantados de fígado e rim, respectivamente. Neste estudo houve 8,3% dos

casos de ICS por enterococos, porém nenhum isolado foi VRE.

Quando comparado os resultados dos testes de susceptibilidade em

isolados Gram negativos, liberados pelo sistema automatizado em relação a

DISCUSSÃO

119

PCR em Tempo Real para os genes de resistência, o método fenotípico

apontou a presença de 24 amostras ESβL positiva. Destas 24, apenas 4

apresentaram PCR positivo para ESβL direto da hemocultura. Uma amostra foi

ESβL positiva pelo método da PCR, mas não pelo método fenotípico. Porém,

quando avaliados os 15 isolados bacterianos referentes às hemoculturas em

que houve discordância entre a presença de ESβL pelo método automatizado e

a detecção molecular, uma amostra não confirmou ser ESβL pela técnica

fenotípica de disco aproximação.

Das 14 amostras em que foi confirmado a presença ESβL pelo método

da disco aproximação, 9 foram positivas para pelo menos um gene de ESβL,

sendo que destas, 6 que foram negativas para o gene ESβL direto da

hemocultura mas foram positivas direto da colônia. Em 3 amostras houve

detecção de ESβL tanto na amostra de hemocultura quanto direto da colônia,

porém em uma destas amostras foi detectado direto da hemocultura o gene

blaCTX-M e na colônia apenas blaSHV e em outra havia sido detectado os genes

blaCTX-M e blaTEM e direto da colônia foi detectado apenas o gene blaCTX-M. Para

os resultados que foram ESβL positivo pelo sistema, mas negativa para a PCR

direto da amostra clínica quanto do isolado, possivelmente se trata de outro

mecanismo de resistência ou uma ESβL diferente das pesquisadas no estudo.

Quanto aos resultados em que houve detecção do gene de ESβL direto do

isolado, mas não direto da amostra clínica, este fato pode ser explicado por se

tratar de concentrações diferentes de DNA, isto é, na hemocultura a quantidade

de DNA era inferior a necessária para ser detectada pelo teste. A sensibilidade

do teste pode ser otimizada diminuindo o tamanho do produto de amplificação

fazendo-se novos desenhos de iniciadores para os respectivos genes.

DISCUSSÃO

120

O mesmo ocorreu para o gene blaKPC. Duas amostras de K. pneumoniae

foram resistentes a carbapenemicos, porém negativas para a PCR do gene

blaKPC direto da amostra clínica. Outra amostra, sensível para os

carbapenemicos foi positiva para a PCR do mesmo gene. Ao avaliarmos estas

amostras, elas foram isoladas do mesmo paciente. Foram então estudados 5

isolados bacterianos pertencentes a este mesmo paciente e que se

encontravam armazenadas no banco de microrganismos do LEMC. Dos 5

isolados, todos foram resistentes a ertapenem pelo método da disco difusão e

positivo para blaKPC. Este fato pode ser explicado como para ESβL. A

sensibilidade do teste foi reduzida ou por não haver quantidade de DNA

suficiente para ser detectado direto da amostra clínica ou também pela redução

da sensibilidade direto da amostra clínica devido ao tamanho do produto de

amplificação para este gene.

Já para Gram positivos, no caso o gene mecA, a concordância foi maior.

O tamanho do produto de amplificação para este gene é menor interferindo

menos na sensibilidade do teste. Das 32 hemoculturas positivas para o gene

mecA pela técnica da PCR em Tempo Real, apenas 6 foram sensíveis a

oxacilina pelo sistema automatizado e uma se tratava de um Enterococcus.

Nesta amostra possivelmente houve interferência ou por alguma contaminação

na coleta ou por uma infecção prévia com algum microrganismo do gênero

Staphylococcus. Quanto as 5 hemoculturas citadas anteriormente, quatro eram

S. aureus e 1 S. epidermidis. Os isolados bacterianos referentes a essas

hemoculturas retirados do banco de microrganismos do LEMC foram testados

pelo método fenotípico E-test para avaliação da susceptibilidade a oxacilina e

PCR direto da colônia. Quatro destes isolados foram sensíveis a Oxacilina e

DISCUSSÃO

121

negativos para a PCR em Tempo Real para o gene mecA. Porém, uma

amostra de S.aureus, foi resistente ao antimicrobiano em questão e positivo

para o gene mecA, neste caso foi considerado erro “muito grave”. A

metodologia da PCR em Tempo Real para este gene se apresentou mais

sensível. É comum a presença de contaminação em hemoculturas de SCoN e

estes são avaliados como contaminantes ou causadores da bacteremia de

acordo com a análise do médico que acompanha ao paciente. Esta

interferência do gene mecA ou por contaminantes ou por infecções prévias

pode acarretar resultados falso positivos. Porém, nenhuma amostra

verdadeiramente resistente a oxacilina e positiva para o gene mecA deixou de

ser detectada, sendo este erro considerado erro “grave”. Em um recente

trabalho elaborado por Yanagihara e colaboradores, 2010, em que foi avaliada

a concordância entre a detecção de isolados de Staphylococcus resistentes a

oxacilina pelo método fenotípico e a detecção do gene mecA pelo Kit de

detecção SeptiFast®, o método molecular não foi capaz de detectar o gene

mecA em 2 amostras. Os autores sugerem que isto foi devido à diferença de

sensibilidade entre os dois testes (um foi realizado direto da amostra clinica e o

outro direto do isolado). De acordo com os resultados apresentados em nosso

estudo, a sensibilidade para o gene mecA foi capaz de detectar falso-positivo

mesmo direto de amostras clínicas, sendo alta a sensibilidade para o gene.

No Brasil, se encontram dois dos maiores centros que realizam

transplantes na América Latina. Estes são os HSP e HRH. Silva Jr e

colaboradores (2010) avaliaram todos os transplantes renais realizados nestes

dois centros entre os anos de 2000 a 2006. Um total de 3308 transplantes de

rim foram realizados. Mais de 50% dos casos foi referente a doador vivo e

DISCUSSÃO

122

receptor do sexo masculino. A incidência de ICS foi de 4,1% (185) sendo a

média de tempo pós-transplante para a ocorrência de infecção de 235 dias. No

presente estudo, só foram avaliados os transplantes em que ocorreu suspeita

de bacteremia. Dos 117 pacientes incluídos no estudo, a maioria (72%) foi do

sexo masculino e quase 90% foram submetidos a transplante de rim. O tempo

médio de pós-transplante até a coleta da hemocultura foi de 331 dias e quase

75% dos pacientes receberam transplante de doador falecido.

Não existe na literatura um consenso quanto ao maior risco de infecção

referente a transplante proveniente de doador vivo ou doador falecido. (Spees

et al., 1982; Dantas et al., 2006). Porém, alguns autores sugerem que o risco

infeccioso é maior em transplante de doador falecido. Isto se refere às

condições desfavoráveis do enxerto e a menor compatibilidade entre doador e

receptor, havendo a necessidade de tratamento imunossupressor mais

acentuado, facilitando os episódios de infecção (Dantas et al., 2006).

Normalmente, quando se refere a transplantes de rim, o número de

transplantes por doador vivo supera aos de doador falecido. Porém no presente

estudo, como referido anteriormente, só foram avaliados os episódios de

infecção, sendo assim a taxa de doador falecido foi superior.

O interesse da aplicação de um método molecular para o diagnóstico

direto de uma amostra clínica tem como principal objetivo a diminuição no

tempo do resultado, a escolha da terapia adequada em menor tempo, além de

maior sobrevida dos pacientes. A padronização aqui apresentada, leva em

média 8 horas para ser executada, desde o recebimento da hemocultura

positiva ou negativa pelo aparelho Bactec® até o resultado dos genes de

resistência. Levando-se em conta que quando o frasco de hemocultura é

DISCUSSÃO

123

aplicado ao método molecular já foi realizada a coloração de Gram pelo

laboratório de análises clínicas, o resultado de Gram positivo e Gram negativo

pelo método molecular pode não colaborar na rapidez do resultado.

Porém, no mesmo dia em que é realizada a PCR para a detecção da

presença de bactérias Gram negativas e Gram positivas pelo método

molecular, já é possível a avaliação da presença de genes que conferem

resistência. Considerando que a liberação do resultado final da hemocultura

levou de 3 a 4 dias para ser liberado pelo laboratório clínico após a positividade

pelo Bactec®, o método molecular poderia ser útil na antecipação do resultado

do gene de resistência.

Quanto ao tratamento dos pacientes apresentando hemoculturas

positivas para Gram positivos observamos uma inadequação da utilização

empírica em 11,86% na coleta da hemocultura, diminuindo para 6,78% quando

da liberação do resultado do Gram da hemocultura. O resultado final da

hemocultura incluindo o antibiograma não modificou a inadequação restante de

6,78% observada, sendo a maioria devido a hemoculturas positivas para

SCoN. Portanto, o nosso resultado molecular quando da realização do Gram

da hemocultura traria pouca contribuição para a adequação antimicrobiana

nessa população de pacientes e nessas instituições. Entretanto, poderia trazer

contribuição para racionalização do uso de antimicrobianos em hemoculturas

positivas para amostras sensíveis à oxacilina com gene mecA negativo. Em um

estudo realizado por Cattoir e colaboradores, 2011, houve 100% de

concordância entre o método fenotipico e molecular para detecção do gene

mecA em isolados do gênero Staphylococcus, porém muitos dos casos foram

definidos como uma possível contaminação da amostra pelo micorganismo

DISCUSSÃO

124

isolado. Neste mesmo estudo foi avaliada a possibilidade de interferência do

método molecular na adequação da antibióticoterapia e concluiu-se que a

rápida identificação de S. aureus e determinação de suscetibilidade à oxacilina

usando uma técnica de PCR não teve um impacto clínico importante devido ter

ocorrido 100% de concordância e pelo perfil de tratamento usado naquela

instituição.

No presente estudo avaliamos também o descalonamento da

antibioticoterapia. De acordo com os resultados apontados, a PCR poderia ser

útil em 16 dos casos em que pacientes se encontravam em uso de

vancomicina e eram sensíveis a oxacilina. Destes casos, 11 poderiam ter sido

beneficiados pelo resultado negativo para o gene mecA e a antibioticoterapia

poderia ter sido modificada para oxacilina.

Para bacilos Gram negativos não fermentadores observamos uma

inadequação de 7,5% no momento da coleta da hemocultura, diminuindo para

4,48% quando da liberação do resultado do Gram da hemocultura, e uma

queda importante da inadequação (1,51%) apenas quando do resultado final da

hemocultura. Não houve detecção de nenunha metalo-β-lactamase. Para

enterobacterias observamos uma inadequação de 20,9% no momento da

coleta da hemocultura, diminuído para 16,42% quando da liberação do

resultado do Gram da hemocultura, e uma queda ainda mais significante

quando do resultado final da hemocultura (2,99%). Destas 2,99% apenas uma

hemocultura foi positiva para ESβL pelo método da PCR porém, o tratamento

continuou inadequado. Uma amostra apresentou PCR positivo para blaKPC e

neste caso houve adequação na antibioticoterapia. Sendo assim, a PCR para

esta amostra poderia antecipar a escolha do tratamento.

DISCUSSÃO

125

Em algumas amostras, não houve a detecção do mecanismo de

resistência, ou porque como foi sugerido anteriormente o método da PCR para

alguns genes estudados não foi sensível o suficiente para detectá-los direto da

hemocultura ou porque se tratava de outro mecanismo. Em bactérias Gram

negativas há um extenso tipo de mecanismos que podem levar a resistência

nessas bactérias. Entre eles, outras cabapenemases sem ser as que foram

estudas como, por exemplo, as carbapenemases do tipo OXA, além de

alterações em porinas, outras ESβL além das estudadas (Bush, 2010) e

aumento da expressão de bombas de efluxo (Lister et al., 2009). Em Gram

negativos fica difícil a possibilidade do teste colaborar num descalonamento do

tratamento, pois quando a PCR for negativa para os genes estudados, poderá

haver outro mecanismo e sendo assim a bactéria poderá ser resistente ao

antibiótico de escolha.

Para Gram negativos, houve uma considerável redução da inadequação

do tratamento após o resultado do Gram na hemocultura. Os resultados

moleculares aqui apresentados concordaram em 100% com os fenotípicos

quando para detecção de bactérias Gram positivas e Gram negativas. Assim

sendo, se o teste fosse realizado de amostras extraídas do sangue, por EDTA,

seria possível contribuir para que fosse alterado o tratamento empírico. De

acordo com os dados apontados no presente estudo, o tratamento empírico foi

inadequado em 28, 4% dos casos em que houve ICS causada por bactérias

Gram negativas. Na literatura há relatos de taxas de até 23,5% de tratamentos

empíricos inadequados, sendo que 54% são em ICS por bactérias Gram

negativas (Zaragoza et al., 2003).

DISCUSSÃO

126

Em relação à racionalização do uso de antimicrobianos, 11 pacientes

com bactérias Gram positivas isoladas em hemocultura e sensíveis a oxacilina

foram tratados com vancomicina. Apesar de 2 isolados sensíveis terem

apresentado gene mecA (falsos positivos), em 9 a ausência na detecção

molecular deste gene poderia ter auxiliado o descalonamento do antibiótico

(troca da vancomicina pela oxacilina). Já em relação aos Gram negativos o

contrário foi observado, o escalonamento foi realizado na maioria dos casos de

inadequação.

O tempo mediano para liberação do resultado final foi de 4 dias. Com a

aplicação da detecção molecular dos genes de resistência pela técnica de PCR

multiplex é possível reduzir o tempo para reajuste da terapia empírica. Como já

demonstrado neste trabalho, poderíamos reduzir as taxas de inadequação aos

antimicrobianos de 13,56% para 8,48% para Gram positivos e de 28,4% para

4,5% em relação aos Gram negativos. Apesar de existir poucos dados de

literatura, acreditamos que o ajuste precoce da terapia empírica utilizada

contribui no curso do tratamento do paciente.

Pretendemos dar continuidade a este estudo, agora avaliando a

detecção bacteriana e de genes de resistência direto do sangue coletado para

hemoculturas, aproveitando a experiência adquirida com a padronização dos

testes moleculares.

CONCLUSÕES

127

7. CONCLUSÕES

Os ensaios moleculares foram capazes de detectar os genes de

interesse na diluição corresponde a 15 UFC até 1.5 UFC, porém com

baixa sensibilidade para os genes com produtos de amplificação entre

700 a 1.000 pares de bases e alta especificidade;

Observamos 100% de concordância entre a detecção bacteriana pelo

método de hemocultura automatizado com coloração de Gram e a PCR

em Tempo Real direto do frasco de hemocultura;

Para os genes de resistência a antimicrobianos em bactérias Gram

positivas observamos 87,6% de concordância na detecção do gene

mecA;

Para os genes de resistência a antimicrobianos em bactérias Gram

negativas observamos maior variabilidade entre a detecção fenotípica e

molecular;

A detecção de genes de resistência a antimicrobianos favoreceria a

adequação da antibioticoterapia, particularmente no descalonamento no

tratamento de bacteremias causadas por bactérias Gram positivas e na

adequação precoce no tratamento de bacteremias por bacilos Gram

negativas multiresistentes em pacientes tranplantados de órgãos

sólidos;

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

128

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Al Hasan,M.N., Razonable,R.R., Eckel-Passow,J.E. and Baddour,L.M. Incidence rate

and outcome of Gram-negative bloodstream infection in solid organ transplant

recipients. Am J Transplant 2009; 9: 835-843.

al Naiemi N, B Duim, A Bart. A CTX-M extended-spectrum beta-lactamase in

Pseudomonas aeruginosa and Stenotrophomonas maltophilia. J Med Microbiol 2006;

55: 1607-1608.

Ambler RP. The structure of b-lactamases. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci 1980;

289: 321-331.

Andrade, S.S. ;Sader, H.S.;Barth, A.L.;Ribeiro, J.; Zoccoli, C.; Pignatari, A.C.C.; Gales,

A.C. Antimicrobial susceptibility of Gram negative bacilli isolate in Brazilian hospitals

participating in the SENTRY program (2003-2008). Braz J Infect Dis 2008; 12: 3-9.

ANVISA. Testes de sensibilidade aos antimicrobianos. Módulo 5. 2008.

http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/

modulo5/introducao.htm

ANVISA. Resolução No 302/2005. Regulamento Técnico para funcionamento de

Laboratórios Clínicos. 13 de outubro de 2005.

http://lacen.saude.sc.gov.br/arquivos/RES_302B.pdf

Asensio A, Ramos A, Cuervas-Mons V et al. Effect of antibiotic prophylaxis on the risk

of surgical site infection in orthotopic liver transplant. Liver Transpl 2008; 14: 799–805.

Associação brasileira de transplante de órgãos. 2009. [texto da internet]. Disponível

em:http://www.abto.org.br/abtov02/portugues/populacao/rbt/2007/graficos.aspx?idCate

goria=2. Acesso em 10 jan 2011.

Bakir M, Bova JL, Newell KA, Millis JM, Buell JF, Arnow PM. Epidemiology and clinical

consequences of vancomycin-resistant enterococci in liver transplant patients

Transplantation 2001; 72: 1032–1037.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

129

Battaglia M, Ditonno P, Selvaggio O, et al. Kidney transplants from infected donors: our

experience. Transplant Proc 2004; 36:491-492.

Barthelemy,M., Peduzzi,J. and Labia,R. Distinction between the primary structures of

TEM-1 and TEM-2 beta-lactamases]. Ann Inst Pasteur Microbiol 1995; 136: 311-321.

Bauernfeind A, H Grimm, S Schweighart. A new plasmidic cefotaximase in a clinical

isolate of Escherichia coli. Infection 1990; 18(5): 294-298.

Bebrone C. Metallo-β-lactamases (classification, activity, genetic organization,

structure, zinc coordination) and their superfamily. Biochem Pharmacol 2007; 74(12):

1686-1701.

Berger N, Guggenbichler S, Steurer W, et al. Bloodstream infection following 217

consecutive systemic-enteric drained pancreas transplants. Infect Dis 2006; 6:1-9.

Bert F, Larroque B, Paugam-Burtz C, Janny S, Durand F, Dondero F et al. Microbial

epidemiology and outcome of bloodstream infections in liver transplant recipients: an

analysis of 259 episodes. Liver Transpl 2010; 16(3):393-401.

Bhavnani SM, Drake JA, Forrest A et al. A nationwide, multicenter, case-control study

comparing risk factors, treatment, and outcome for vancomycin-resistant and -

susceptible enterococcal bacteremia. Diagn Microbiol Infect Dis 2000; 36: 145–158.

Bispo,P.J., de Melo,G.B., Hofling-Lima,A.L. and Pignatari,A.C. Detection and gram

discrimination of bacterial pathogens from aqueous and vitreous humor using real-time

PCR assays. Invest Ophthalmol Vis Sci 2011; 52: 873-881.

Bone RC, Balk RA, Cerra FB, Dellinger RP, Fein AM, Knaus WA et al. Definitions for

sepsis and organ failure and guidelines for the use of innovative therapies in sepsis.

The ACCP/SCCM Consensus Conference Committee. American College of Chest

Physicians/Society of Critical Care Medicine Chest 1992; 101(6):1644-1655.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

130

Bonnet,R., De Champs,C., Sirot,D., Chanal,C., Labia,R. and Sirot,J. Diversity of TEM

mutants in Proteus mirabilis. Antimicrob Agents Chemother 1999; 43: 2671-2677.

Bonnet,R. Growing group of extended-spectrum beta-lactamases: the CTX-M

enzymes. Antimicrob Agents Chemother 2004; 48: 1-14.

Bradford, P.A. Extended-spectrum beta-lactamases in the 21st century:

characterization, epidemiology, and detection of this important resistance threat. Clin

Microbiol Rev 2001; 14: 933-951.

Bratu,S., Tolaney,P., Karumudi,U., Quale,J., Mooty,M., Nichani,S. and Landman,D.

Carbapenemase-producing Klebsiella pneumoniae in Brooklyn, NY: molecular

epidemiology and in vitro activity of polymyxin B and other agents. J Antimicrob

Chemother 2005; 56: 128-132.

Bure,A., Legrand,P., Arlet,G., Jarlier,V., Paul,G. and Philippon,A. Dissemination in five

French hospitals of Klebsiella pneumoniae serotype K25 harbouring a new transferable

enzymatic resistance to third generation cephalosporins and aztreonam. Eur J Clin

Microbiol Infect Dis 1988; 7: 780-782.

Bush K, GA Jacoby, AA Medeiros. A functional classification scheme for

betalactamases and its correlation with molecular structure. Antimicrob Agents

Chemother 1995; 39(6): 1211-1233.

Bush K, Jacoby GA. Updated functional classification of beta-lactamases. Antimicrob

Agents Chemother 2010; 54(3):969-976.

Candel FJ, Grima E, Matesanz M, et al. Bacteremia and septic shoch after solid-organ

transplantation. Transplant Proc 2005, 37:4097-4099.

Carroll NM, Adamson P, Okhravi N. Elimination of Bacterial DNA from Taq DNA

Polymerases by Restriction Endonuclease Digestion. J Clin Microbiol

1999;37(10):3402-4.

Cartelle,M., del Mar,T.M., Molina,F., Moure,R., Villanueva,R. and Bou,G. High-level

resistance to ceftazidime conferred by a novel enzyme, CTX-M-32, derived from CTX-

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

131

M-1 through a single Asp240-Gly substitution. Antimicrob. Agents Chemother 2004; 48:

2308-2313.

Castanheira M, Toleman MA, Schmidt JF, Jones RN, Walsh TR. Molecular

characterization of a β-lactamase gene, blaGIM-1, encoding a new subclass of metallo-

β-lactamase. Antimicrob Agents Chemother 2004; 48(12): 4654-4661.

Cattoir,V., Merabet,L., Djibo,N., Rioux,C., Legrand,P., Girou,E. and Lesprit,P. Clinical

impact of a real-time PCR assay for rapid identification of Staphylococcus aureus and

determination of methicillin resistance from positive blood cultures. Clin Microbiol Infect

2011; 17: 425-431.

Celenza G, C Pellegrini, M Caccamo, B Segatore, G Amicosante, M Perilli.

2006.Spread of blaCTX-M-type and blaPER-2 beta-lactamase genes in clinical isolates

from Bolivian hospitals. J Antimicrob Chemother 57(5): 975-978.

Cetinkaya Y, Falk P, Mayhall CG. Vancomycin-Resistant Enterococci. Clin Microbiol

Rev 2000; 13 (4): 686–707.

Chanawong A, FH M’Zali, J Heritage, A Lulitanond, PM Hawkey. SHV-12, SHV-5,

SHV-2a and VEB-1 extended-spectrum B-lactamases in gram negative bacteria

isolated in a university hospital in Thailand. J Antimicrob Chemother 2001; 48(6): 924-

925.

Chandelier A, Planchon V and Oger R. Determination of cycle cut off in real-time PCR

for the detection of regulated plant pathogens. Bulletin OEPP/EPPO Bulletin 2010; 40:

52–58.

Chang S, Sievert DM, Hageman JC, Boulton ML, Tenover FC, Downes FP, Shah S,

Rudrik JT, Pupp GR, Brown WJ, Cardo D, Fridkin SK. Infection with vancomycin-

resistant Staphylococcus aureus containing the vanA resistance gene. N Engl J Med

2003; 348: 1342-1347.

CLSI. Clinical and Laboratory Standards Institute. Methods for dilution antimicrobial

susceptibility tests for bacteria that grow aerobically. Seventh Edition: Approved

Standard M100-S20. Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne, Approved

Standard M100-S20. (2010).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

132

Clinical and Laboratory Standards Institute EP17-A. Protocols for determination of

limits of detection and limits of quantitation. Approved guideline, Oct/2004. vol 24, No

34.

CLSI. Molecular Diagnostic Methods for Infectious Diseases; Approved Guideline -

Second Edition. CLSI document MM03-A2. Wayne PA: Clinical and Laboratory

Standard Institute; 2006.

Clinical and Laboratory Standards Institute. EP12-A2 User protocol for evaluation of

qualitative test performance. Approved guideline-second edition, Jan/2008. vol 28, No

3.

Coque,T.M., Baquero,F. and Canton,R. (2008) Increasing prevalence of ESBL-

producing Enterobacteriaceae in Europe. Euro Surveill 13.

Cunha Mde L, Sinzato YK, Silveira LV. Comparison of methods for the identification of

coagulase-negative staphylococci. Mem Inst Oswaldo Cruz 2004; 99(8):855-60.

Danovitch GM. Immunosuppressive medications for renal transplantation: A multiple

choice question. Kidney Int 2001; 59:388-402.

Dantas SRPE, Kuboyama RH, Mazzali M, Moretti ML. Nosocomial infections in renal

transplant patients: risk factors and treatment implications associated with urinary tract

and surgical site infections. J Hosp Infect 2006; 63:117-123.

Donnely JP, De Paum B. Infections in immunocompromised host: general principles.

In: Mandell L, Bennett J, Doli R, editors. Mandell, Bennett, & Doli: Principles and

practice of infectious diseases. 6th ed. Philadelphia: Churcill Livingstone. 2005; p.3421-

3432.

Dorak, MT. Real Time PCR. New Yorh: Taylor & Francis Group. 2006 Cap 5: 93-106.

Doumith M, M Warner, M Weinbren, DM Livermore, N Woodford. Dissemination of a

novel metallo-β-lactamase, NDM-1 (MIM-1) in diverse Enterobacteriaceae in the UK.

49th Interscience Conference in Antimicrobial Agents and Chemotherapy (ICAAC). San

Francisco - CA, USA. Setembro 12-15, 2009. Poster C1-058.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

133

Eggert US, Ruiz N, Falcone BV, Branstrom, AA.; Goldman, RC.; Silhavy, TJ.; Kahne,

D. Genetic basis for activity differences between vancomycin and glycolipid derivatives

of vancomycin. Science 2001; 294 (5541): 361-364.

El Salabi A, M Tolemam, TR Walsh. 2009. Novel subclass of a group B1 metallo-β-

lactamase, TMB-1, in clinical and non-clinical Gram-negative bacteria from Libya. 49th

Interscience Conference in Antimicrobial Agents and Chemotherapy (ICAAC). San

Francisco - CA, USA. Setembro 12-15, 2009. Poster C1-1365.

Erdem,I., Ozgultekin,A., Sengoz,I.A., Ozturk,E.D., Senbayrak,A.S., Turan,G.,

Dincer,E., Oguzoglu,N. and Goktas,P. Bloodstream infections in a medical-surgical

intensive care unit: incidence, aetiology, antimicrobial resistance patterns of Gram-

positive and Gram-negative bacteria. Clin Microbiol Infect. 2009; 15: 943-946.

Feinstein AR, Cicchetti DV. High agreement but low kappa: I. The problems of two

paradoxes. J Clin Epidemiol 1990; 43(6):543-9.

Ferraresso M, Berardinelli L. Nosocomial infection in kidney transplant recipients: a

retrospective analysis of a single-center experience. Transplant Proc 2005; 37:2495-

2496.

Fishman JA, Rubin RH. Infection in organ-transplant recipients. N Engl J Med 1998;

338(24):1741-1750.

FishmanJA, Rubin RH. Infection in Organ-Transplant Recipients. N Engl J Med 2005;

338:1741-1751.

Fishman JA. Infection in solid-organ transplant recipients. N Engl J Med 2007; 357(25):

2601-2614.

Freitas MC, Pacheco-Silva A, Barbosa D et al. Prevalence of vancomycin-resistant

Enterococcus fecal colonization among kidney transplant patients. BMC Infect Dis

2006; 6: 133.

Gales AC, Menezes LC, Silbert S, Sader HS. Dissemination in distinct Brazilian regions

of an epidemic carbapenem-resistant Pseudomonas aeruginosa producing SPM

metallo-β-lactamase. J Antimicrob Chemother 2003; 52(4): 699-702.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

134

Gales AC, Sader HS, Ribeiro J, Zoccoli C, Barth A, Pignatari AC. Antimicrobial

susceptibility of gram-positive bacteria isolated in Brazilian hospitals participating in the

SENTRY Program (2005-2008). Braz J Infect Dis 2009; 13(2):90-98.

Ghanem G, Hachem R, Jiang Y, Chemaly RF, Raad I. Outcomes for and risk factors

associated with vancomycin-resistant Enterococcus faecalis and vancomycin-resistant

Enterococcus faecium bacteremia in cancer patients. Infect Control Hosp Epidemiol

2007; 28: 1054–1059.

Giesbrecht P, Kersten T, Maidhof H, Wecke J. Staphylococcal cell wall: morphogenesis

and fatal variations in the presence of penicillin. Microbiol Mol Biol Rev 1998;

62(4):1371-1414.

Hackbarth CJ, Chambers HF. Methicillin-resistant staphylococci: detection methods

and treatment of infections. Antimicrob Agents Chemother 1989; 33(7): 995-999.

Hagen EA, Lautenbach E, Olthoff K, Blumberg EA. Low prevalence of colonization with

vancomycin-resistantEnterococcus in patients awaiting liver transplantation. Am J

Transplant 2003; 3: 902–905.

Halloran PF. Imunossupressive drugs for kidney transplantation. N Engl J Med. 2004;

351: 2715-2729.

Harada S, Ishii Y, Yamaguchi K. Extended-spectrum beta-lactamases: implications for

the clinical laboratory and therapy. Korean J Lab Med 2008; 28(6):401-412.

Hayden RT. In Vitro Nucleic Acid Amplification Techniques. In: Persing DH, Tenover

FC, Versalovic J, Tang Y-W, Unger ER, Relman DA, White TJ. Molecular Microbiology:

Diagnostic Principles and Practice. Washington DC: ASM Press; 2004.

Hernandez,J.R., Martinez-Martinez,L., Canton,R., Coque,T.M. and Pascual,A.

Nationwide study of Escherichia coli and Klebsiella pneumoniae producing extended-

spectrum beta-lactamases in Spain. Antimicrob. Agents Chemother 2005; 49: 2122-

2125.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

135

Hirakata,Y., Izumikawa,K., Yamaguchi,T., Takemura,H., Tanaka,H., Yoshida,R.,

Matsuda,J., Nakano,M., Tomono,K., Maesaki,S., Kaku,M., Yamada,Y., Kamihira,S. and

Kohno,S. Rapid detection and evaluation of clinical characteristics of emerging

multiple-drug-resistant gram-negative rods carrying the metallo-beta-lactamase gene

blaIMP. Antimicrob Agents Chemother 1998; 42: 2006-2011.

Hossain,A., Ferraro,M.J., Pino,R.M., Dew,R.B., III, Moland,E.S., Lockhart,T.J.,

Thomson,K.S., Goering,R.V. and Hanson,N.D. Plasmid-mediated carbapenem-

hydrolyzing enzyme KPC-2 in an Enterobacter sp. Antimicrob Agents Chemother 2004;

48: 4438-4440.

Huletsky,A., Knox,J.R. and Levesque,R.C. Role of Ser-238 and Lys-240 in the

hydrolysis of third-generation cephalosporins by SHV-type beta-lactamases probed by

site-directed mutagenesis and three-dimensional modeling. J Biol Chem 1993; 268:

3690-3697.

Husain S, Chan KM, Palmer SM et al. Bacteremia in lung transplant recipients in the

current era. Am J Transplant 2006; 6:3000-3007.

Ikegaya,S., Iwasaki,H. and Ueda,T. Clinical significance of coagulase-negative

Staphylococci isolated from blood culture samples of patients with hematological

disorders; true bacteremia or contamination. Rinsho Ketsueki 2010; 51: 398-401.

Jarlier,V., Nicolas,M.H., Fournier,G. and Philippon,A. Extended broad-spectrum beta-

lactamases conferring transferable resistance to newer beta-lactam agents in

Enterobacteriaceae: hospital prevalence and susceptibility patterns. Rev Infect Dis

1988; 10: 867-878.

Katayama Y, Ito T, Hiramatsu K. A new class of genetic element, staphylococcus

cassette chromosome mec, encodes methicillin resistance in Staphylococcus aureus.

Antimicrob Agents Chemother 2000; 44(6):1549-55.

Klaschik S, Lehmann LE, Raadts A, Hoeft A, Stuber F. Comparison of different

decontamination methods for reagents to detect low concentrations of bacterial 16S

DNA by real-time-PCR. Mol Biotechnol 2002b;22(3):231-42.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

136

Klein D. Quantification using real-time PCR technology: applications and limitations.

TRENDS in Molecular Medicine 2002; 8(6):257-60.

Knothe,H., Shah,P., Krcmery,V., Antal,M. and Mitsuhashi,S. Transferable resistance to

cefotaxime, cefoxitin, cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae and Serratia marcescens. Infection 1983; 11: 315-317.

Konenan, E. Et al. Diagnóstico Microbiológico, Guanabara koogan SA, 6ª ediçao,

capitulo 12, parte 1, pag 618-651. 2006.

Kubista M, Andrade JM, Bengtsson M, Forootan A, Jonák J, Lind K et al. The real-time

polymerase chain reaction. Molecular aspects of Medicine 2006;27:95-125.

Laraki N, Franceschini N, Rossolini GM, Santucci P, Meunier C, Pauw E, Amicosante

G, Frere JM, Galleni M. Biochemical characterization of the Pseudomonas aeruginosa

101/1477 metallo-β-lactamase IMP-1 produced by Escherichia coli. Antimicrob Agents

Chemother 1999; 43(4): 902-906.

LaRosa DF, Rahman AH, Turka LA. The Innate Immune System in Allograft Rejection

and Tolerance. J Immunol 2007; 178: 7503–7509.

Lauretti L, ML Riccio, A Mazzariol, G Cornaglia, G Amicosante, R Fontana, GM

Rossolini. Cloning and characterization of blaVIM, a new integronborne metallo-

betalactamase gene from a Pseudomonas aeruginosa clinical isolate. Antimicrob

Agents Chemother 1999; 43(7): 1584-1590.

Lee K, Yum JH, Yong D, Lee HM, Kim HD, Docquier JD, Rossolini GM, Chong Y.

Novel acquired metallo-beta-lactamase gene, blaSIM-1, in a class 1 integron from

Acinetobacter baumannii clinical isolates from Korea. Antimicrob Agents Chemother

2005; 49(11): 4485-4491.

Lehmann,L.E., Hunfeld,K.P., Emrich,T., Haberhausen,G., Wissing,H., Hoeft,A. and

Stuber,F. A multiplex real-time PCR assay for rapid detection and differentiation of 25

bacterial and fungal pathogens from whole blood samples. Med Microbiol Immunol

2008; 197:313-324.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

137

Linares L, Cervera C, Cofán F, et al. Epidemiology and Outcomes of Multiple

Antibiotic–Resistant Bacterial Infection in Renal Transplantation. Transplant Proc 2007;

39:2222–2224.

Linares L, Garcia-Goez JF, Cervera C, Almela M, Sanclemente G, Cofan F et al. Early

bacteremia after solid organ transplantation. Transplant Proc 2009; 41(6):2262-2264.

Linares,L., Cervera,C., Hoyo,I., Sanclemente,G., Marco,F., Cofan,F., Ricart,M.J.,

Navasa,M. and Moreno,A. Klebsiella pneumoniae infection in solid organ transplant

recipients: epidemiology and antibiotic resistance. Transplant Proc 2010; 42: 2941-

2943.

Lincopan N, McCulloch JA, Reinert C, Cassettari VC, Gales AC, Mamizuka EM. First

isolation of metallo-β-lactamase-producing multiresistant Klebsiella pneumoniae from a

patient in Brazil. J Clin Microbiol 2005; 43(1): 516-519.

Lister PD, DJ Wolter, ND Hanson. Antibacterial-resistant Pseudomonas aeruginosa:

clinical impact and complex regulation of chromosomally encoded

resistancemechanisms. Clin Microbiol Rev 2009; 22(4): 582-610.

Livermore,D.M. Beta-Lactamases in laboratory and clinical resistance. Clin

Microbio.1995; 8: 557-584.

Livermore,D.M. & Hawkey,P.M. CTX-M: changing the face of ESBLs in the UK. J

Antimicrob Chemother 2005; 56: 451-454.

Lodise TP, McKinnon PS, Tam VH, Rybak MJ. Clinical outcomes for patients with

bacteremia caused by vancomycin-resistant Enterococcus in a level 1 trauma center.

Clin Infect Dis 2002; 34: 922–929.

Mackay IM. Real-time PCR in the microbiology laboratory. Clin Microbiol Infect

2004;10:190-212.

Marchandin,H., Carriere,C., Sirot,D., Pierre,H.J. and Darbas,H. TEM-24 produced by

four different species of Enterobacteriaceae, including Providencia rettgeri, in a single

patient. Antimicrob Agents Chemother 1999; 43: 2069-2073.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

138

McClean K, Kneteman N, Taylor G. Comparative risk of bloodstream infection in organ

transplant recipients. Infect Control Hosp Epidemiol 1994; 15(9):582-584.

McComas CC, Crowley BM, Boger DL. Partitioning the loss in vancomycin binding

affinity for D-Ala-D-Lac into lost H-bond and repulsive lone pair contributions. J Am

Chem Soc 2003; 125 (31): 9314 -9315.

McNeil SA, Malani PN, Chenoweth CE et al. Vancomycin-resistant enterococcal

colonization and infection in liver transplant candidates and recipients: A prospective

surveillance study. Clin Infect Dis 2006; 42: 195–203.

Medina-Pestana JO. Organization of a High-Volume Kidney Transplant Program-The

“Assembly Line” Approach. Transplantation 2006; 81: 1510-1520.

Mendes RE, MA Toleman, J Ribeiro, HS Sader, RN Jones, TR Walsh. Integron

carrying a novel metallo-beta-lactamase gene, blaIMP-16, and a fused form of

aminoglycosideresistant gene aac(6')-30/aac(6')-Ib': report from the SENTRY

Antimicrobial Surveillance Program. Antimicrob Agents Chemother 2004; 48(12): 4693-

4702.

Mendes ER, Kiyota AK, Monteiro J, Castanheira M, Andrade SS, Gales CA, Pignatari

CCA, Tufik S. Rapid Detection and Identification of Metallo-β-lactamase-Encoding

Genes by Multiplex Real-Time PCR Assay and Melt Curve Analysis. J Of Clin Microbiol

2007a; 45:544–547.

Mendes RE, M Castanheira, MA Toleman, HS Sader, RN Jones, TR Walsh.

Characterization of an integron carrying blaIMP-1 and a new aminoglycoside

resistance gene, aac(6')-31, and its dissemination among genetically unrelated clinical

isolates in a Brazilian hospital. Antimicrob Agents Chemother 2007b; 51(7): 2611-2614.

Michalak G, Kwiatkowski A, Bieniasz M, et al. Infectious Complications After

Simultaneous Pancreas–kidney transplantation. Transplant Proc 2005; 37: 3560-3563.

Mies S. Transplante de fígado. Rev Ass Med Brasil 1998; 44(2): 127-34.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

139

Ministério da Saúde. Brasil. [texto da internet]. 2009. Disponível em:

http://portal.saude.gov.br/saude/. Acesso em 10 jan 2011.

Miriagou,V., Tzouvelekis,L.S., Rossiter,S., Tzelepi,E., Angulo,F.J. and Whichard,J.M.

Imipenem resistance in a Salmonella clinical strain due to plasmid-mediated class A

carbapenemase KPC-2. Antimicrob Agents Chemother 2003; 47: 1297-1300.

Monteiro,J., Santos,A.F., Asensi,M.D., Peirano,G. and Gales,A.C. First report of KPC-

2-producing Klebsiella pneumoniae strains in Brazil. Antimicrob Agents Chemother

2009; 53: 333-334.

Moreno A, Mensa J, Amela M, et al. 138 episodes of bacteremia or fungemia in

patients with solid organ (renal or hepatic) transplantation. Med Clin (Barc) 1994;

103(5):161-4.

Moreno A, Cervera C, Gavald ´a J, et al. Bloodstream infections among transplant

recipients: results of nationwide surveillance in Spain. Am J Trans 2007; 7:2579-2586.

Morfin-Otero,R., Rodriguez-Noriega,E., Deshpande,L.M., Sader,H.S. and

Castanheira,M. Dissemination of a bla(VIM-2)-Carrying Integron Among

Enterobacteriaceae Species in Mexico: Report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program. Microb Drug Resist 2009; 15: 33-35.

Morosini,M.I., Canton,R., Martinez-Beltran,J., Negri,M.C., Perez-Diaz,J.C., Baquero,F.

and Blazquez,J. New extended-spectrum TEM-type beta-lactamase from Salmonella

enterica subsp. enterica isolated in a nosocomial outbreak. Antimicrob Agents

Chemother 1995; 39: 458-461.

Mühl H, Kochem AJ, Disqué C, Sakka SG. Activity and DNA contamination of

commercial polymerase chain reaction reagents for the universal 16S rDNA real-time

polymerase chain reaction detection of bacterial pathogens in blood. Diagn Microbiol

Infect Dis 2010; 66:41-49.

Munday,C.J., Xiong,J., Li,C., Shen,D. and Hawkey,P.M. Dissemination of CTX-M type

beta-lactamases in Enterobacteriaceae isolates in the People's Republic of China. Int.

J Antimicrob Agents 2004; 23: 175-180.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

140

Navon-Venezia,S., Chmelnitsky,I., Leavitt,A., Schwaber,M.J., Schwartz,D. and

Carmeli,Y. Plasmid-mediated imipenem-hydrolyzing enzyme KPC-2 among multiple

carbapenem-resistant Escherichia coli clones in Israel. Antimicrob Agents Chemother

2006; 50: 3098-3101.

Neonakis IK, EV Scoulica, SK Dimitriou, AI Gikas, YJ Tselentis. Molecular

epidemiology of extended-spectrum beta-lactamases produced by clinical isolates in a

university Hospital in Greece: detection of SHV-5 in Pseudomonas aeruginosa and

prevalence of SHV-12. Microbial Drug Resistance 2003; 9(2): 161-165.

Nolte, FS; Williams, JM; Jerris, RC; Morello, JA; Leitch; Matushek, S; Schwabe,

LD; Dorigan, F; kocka, FE. Multicenter Clinical Evaluation of a Continuous

Monitoring Blood Culture System Using Fluorescent-Sensor Technology (BACTEC

9240). J Clin Microbiol 1993; 31: 552-557.

Nordmann, P. and Poirel,L. Emerging carbapenemases in Gram-negative aerobes.

Clin Microbiol Infect 2002; 8: 321-331.

Nouér SA, Nucci M, Oliveira MP, Pellegrino FLPC, Moreira BM. Risk factors for

acquisition of multidrug-resistant Pseudomonas aeruginosa producing SPM metallo-β-

lactamase. Antimicrob Agents Chemother 2005; 49(9): 3663-3667.

Nusair A, Jourdan D, Medcalf S et al. Infection control experience in a cooperative care

center for transplant patients. Infect Control Hosp Epidemiol 2008; 29: 424–429.

Okhravi N, Adamson P, Carroll N, Dunlop A, Matheson MM, Towler HM, Lightman S.

PCR-based evidence of bacterial involvement in eyes with suspected intraocular

infection. Invest Ophthalmol Vis Sci 2000a; 41(11):3474-9.

Osano E, Arakawa Y, Wacharotayankun R, Ohta M, Horii T, Ito H, Yoshimura F, Kato

N. 1994. Molecular characterization of an enterobacterial metallo β- lactamase found in

a clinical isolate of Serratia marcescens that shows imipenem resistance. Antimicrob

Agents Chemother 1994; 38(1): 71-78.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

141

Palzkill,T., Thomson,K.S., Sanders,C.C., Moland,E.S., Huang,W. and Milligan,T.W.

(1995) New variant of TEM-10 beta-lactamase gene produced by a clinical isolate of

proteus mirabilis. Antimicrob Agents Chemother 1995; 39: 1199-1200.

Patel R, Paya CV. Infections in solid organ transplantation recipients. Cli Microbiol Ver

1997; 10:86-124.

Patel R, Allen SL, Manahan JMet al. Natural history of vancomycinresistant

enterococcal colonization in liver and kidney transplant recipients. Liver Transpl 2001;

7: 27–31.

Paterson,D.L. and Bonomo,R.A. Extended-spectrum beta-lactamases: a clinical

update. Clin Microbiol Rev, 2005; 18: 657-686.

Pavez M, Mamizuka EM, Lincopan N. Early dissemination of KPC-2-producing

Klebsiella pneumonia strains in Brazil. Antimicrob Agents Chemother 2009; 53(6):

2702.

Payne DJ, Bateson JH, Gasson BC, Khushi T, Proctor D, Pearson SC, Reid R.

Inhibition of metallo-β-lactamases by a series of thiol ester derivatives of

mercaptophenylacetic acid. FEMS Microbiol Lett 1997a; 157(1): 171-175.

Payne DJ, Bateson JH, Gasson BC, Proctor D, Khushi T, Farmer TH, Tolson DA, Bell

D, Skett PW, Marshall AC, Reid R, Ghosez L, Combret Y, Marchand- Brynaery J.

Inhibition of metallo-β-lactamases by a series of mercaptoacetic acid thiol ester

derivatives. Antimicrob Agents Chemother 1997b; 41(1): 135- 140.

Peirano,G., Seki,L.M., Val,P., V, Pinto,M.C., Guerra,L.R. and Asensi,M.D.

Carbapenem-hydrolysing beta-lactamase KPC-2 in Klebsiella pneumoniae isolated in

Rio de Janeiro, Brazil. J Antimicrob Chemother 2009; 63: 265-268.

Pellegrino FLPC, Teixeira LM, Carvalho MGS, Nouér AS, Oliveira MP, Sampaio JLM,

Freitas ADF, Ferreira ALP, Amorim ELT, Riley LW, Moreira BM. Ocurrence of a

multidrug-resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de

Janeiro, Brazil. J Clin Microbiol 2002; 40(7): 2420-2424.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

142

Pereira, CAP. Impacto da Implementação de métodos automatizados em

hemoculturas na evolução clínica de pacientes com infecções de corrente sanguínea.

1997. 109f. Tese ( Doutorado em Medicina) – Disciplina de Doença Infecciosas e

Parasitárias, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo. 1997.

Perilli,M., Segatore,B., de Massis,M.R., Riccio,M.L., Bianchi,C., Zollo,A.,

Rossolini,G.M. and Amicosante,G. TEM-72, a new extended-spectrum beta-lactamase

detected in Proteus mirabilis and Morganella morganii in Italy. Antimicrob Agents

Chemother 2000; 44: 2537-2539.

Picão RC, L Poirel, AC Gales, P Nordmann. Further identification of CTX-M-2

extended-spectrum beta-lactamase in Pseudomonas aeruginosa. Antimicrob Agents

Chemother 2009a 53(5): 2225-2226.

Picão RC, LCC Fehlberg, PP Barbosa, R Girardello, KC Bauab, AC Gales.

Cefotaximases (CTX-M) em Pseudomonas aeruginosa: devemos nos preocupar? XXV

Congresso Brasileiro de Microbiologia. Porto de Galinhas, PE. Novembro, 8-12. Poster

A03- 090. 2009b.

Poirel L, E Lebessi, M Castro, C Fevre, M Foustoukou, P Nordmann. Nosocomial

outbreak of extended-spectrum beta-lactamase SHV-5 producing isolates of

Pseudomonas aeruginosa in Athens, Greece. Antimicrob Agents Chemother 2004a;

48(2): 2277- 2279.

Poirel L, Magalhaes M, Lopes M, Nordmann P. Molecular analysis of metallobeta-

lactamase gene blaSPM-1-surrounding sequences from disseminated Pseudomonas

aeruginosa isolates in Recife, Brazil. Antimicrob Agents Chemother 2004b; 48(4):

1406-1409.

Poirel L, Rodriguez-Martinez J, Naiemi NA, Debets-Ossenkopp Y, Nordmann P.

Characterization of blaDIM-1, a novel integron-located metallo-β-lactamase gene from

a Pseudomonas stutzeri clinical isolate in the Netherlands. Abstracts of the Nineteenth

European Congress of Clinical Microbiology and Infectious Diseases, 2009: Helsinki,

Finland. Basel, Switzerland: European Society of Clinical Microbiology and Infectious

Diseases. Abstract O-309, p. S69.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

143

Poirel L, J Rodriguez-Martinez, N al Naiemi, Y Debets-Ossenkopp, P Nodmann.

Characterization of DIM-1, an integrin-encoding metallo-beta-lactamase from a

Pseudomonas stutzeri clinical isolate in the Netherlands. Antimicrob Agents Chemother

2010; 54(6): 2420-2424.

Queenan AM & K Bush. Carbapenemases: the versatile beta-lactamases. Clin

Microbiol Rev 2007; 20(3): 440-458.

Rodriguez C, Munoz P, Rodriguez-Creixems M, Yanes JF, Palomo J, Bouza E.

Bloodstream infections among heart transplant recipients. Transplantation 2006;

81:384-391.

Rossetti ML; da Silva CMD; Rodrigues JJS. Doenças Infecciosas- Diagnóstico

Molecular. Rio de janiero: Ed Guanabara koogan. 2006 Cap:3: 41-46.

Rossolini,G.M., D'Andrea,M.M. and Mugnaioli,C. The spread of CTX-M-type extended-

spectrum beta-lactamases. Clin Microbiol Infect 2008; 14: 33-41.

Sacha, P., Ostas, A., Jaworowska, J., Wieczorek, P., Ojdana, D., Ratajczak, J. and

Tryniszewska,E. The KPC type beta-lactamases: new enzymes that confer resistance

to carbapenems in Gram-negative bacilli. Folia Histochem Cytobiol 2009; 47: 537-543.

Saiki RK, Gelfand DH, Stoffel S, Scharf SJ, Higuchi R, Horn GT et al. Primer-directed

enzymatic amplification of DNA with a thermostable DNA polymerase. Science 1988;

239: 487-491.

Sakai H, Procop GW, Kobayashi N, Togawa D, Wilson DA, Borden L, Krebs V, Bauer

TW. Simultaneous detection of Staphylococcus aureus and coagulase negative

staphylococci in positive blood cultures by real-time PCR with two fluorescence

ressonance energy transfer probe sets. J Clin Microbiol 2004; 42(12):5739-5744.

Salabi AE, Toleman M, Walsh TR. Novel subclass of a group B1 metallo-β- lactamase,

TMB-1, in clinical and non-clinical Gram-negative bacteria from Libya. In: Annual

Intescience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy, 49., 2009, San

Francisco. Anais… Washington: American Society for Microbiology, 2009.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

144

Salabi AE, Toleman MA, Weeks J, Bruderer T, Frei R, Walsh TR. First report of the

metallo-β-lactamase SPM-1 in Europe. Antimicrob Agents Chemother 2010; 54(1):

582.

Sekiguchi J, Morita K, Kitao T, Watanabe N, Okazaki M, Miyoshi-Akiyama T, Kanamori

M, Kirikae T. KHM-1, a Novel Plasmid-Mediated Metallo-β-Lactamase from a

Citrobacter freundii Clinical Isolate. Antimicrob Agents Chemother 2008; 52(11): 4194-

4197.

Sesso RCC; Lopes AA; Thomé FS; Lugon JR; Burdmann EA. Censo Brasileiro de

Diálise, 2009. J Bras Nefro 2010; 32(4): 380-384.

Shigei, J. T., J. A. Shimabukuro, M. T. Pezzlo, L. M. de la Maza, and E. M., Peterson.

Value of terminal subcultures for blood cultures monitored by BACTEC 9240. J Clin

Microbiol 1995; 33:1385–1388.

Silva Jr M, Marra AR, Pereira CAP, Pestana JOM, Camargo LFA. Bloodstream

Infection after Kidney Transplantation: Epidemiology, Microbiology, Associated Risk

Factors, and Outcome. Transplantation 2010; 20(10): 1-7.

Silveira GP, Nome, F, Gesser JC, Sá, MM. Estratégias utilizadas no combate a

resistência bacteriana. Quim Nova 2006; 29 (4): 844-855.

Singh N, Paterson DL, Gayowski T, Wagner MM, Marino IR. Predicting bacteremia and

bacteremic mortality in liver transplantation recipients. Liver Transpl 2000; 6:54-61.

Sistema Nacional de Transplantes. [texto da internet]. Disponível em:

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1004. Acesso em 10 jan

2011.

Smith, J. A., E. A. Bryce, J. H. Ngui-Yen, and F. J. Roberts. Comparison of BACTEC

9240 and BacT/Alert blood culture systems in an adult hospital. J Clin Microbiol 1995;

33:1905–1908.

Sola AF, Bittencourt ARC, Guerra CM, Godoy HL, Medeiros EAS. Health Care-Related

Infections in Solid Organ Transplants. Brazilian J Infect Dis 2007; 11(6):567-570.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

145

Sougakoff,W., Goussard,S., Gerbaud,G. and Courvalin,P. Plasmid-mediated

resistance to third-generation cephalosporins caused by point mutations in TEM-type

penicillinase genes. Rev Infect Dis 1988; 10: 879-884.

Spees,E.K., Light,J.A., Oakes,D.D. and Reinmuth,B. Experiences with cadaver renal

allograft contamination before transplantation. Br J Surg 1982; 69: 482-485.

Stals,A., Werbrouck,H., Baert,L., Botteldoorn,N., Herman,L., Uyttendaele,M. and Van

Coillie,E. (2009) Laboratory efforts to eliminate contamination problems in the real-time

RT-PCR detection of noroviruses. J. Microbiol. Methods 2009; 77: 72-76.

Tenover FC. Vancomycin-resistant Staphylococcus aureus: a perfect but

geographically limited storm? Clin Infect Dis 200; 46(5): 675-7.

Tessier,F., Arpin,C., Allery,A. and Quentin,C. Molecular characterization of a TEM-21

beta-lactamase in a clinical isolate of Morganella morganii. Antimicrob Agents

Chemother 1998; 42: 2125-2127.

Toleman,M.A., Simm,A.M., Murphy,T.A., Gales,A.C., Biedenbach,D.J., Jones,R.N. and

Walsh,T.R. Molecular characterization of SPM-1, a novel metallo-beta-lactamase

isolated in Latin America: report from the SENTRY antimicrobial surveillance

programme. J. Antimicrob Chemother 2002; 50: 673-679.

Tumbarello,M., Spanu,T., Sanguinetti,M., Citton,R., Montuori,E., Leone,F., Fadda,G.

and Cauda,R. Bloodstream infections caused by extended-spectrum-beta-lactamase-

producing Klebsiella pneumoniae: risk factors, molecular epidemiology, and clinical

outcome. Antimicrob Agents Chemother 2006, 50: 498-504.

Turner,P.J. Extended-spectrum beta-lactamases. Clin Infect Dis 2005; 41(4): 273-275.

Tzouvelekis,L.S. and Bonomo,R.A. SHV-type beta-lactamases. Curr Pharm 1999; 5:

847-864.

Vieira VV, Fonseca EL, Vicente ACP. Metallo-β-lactamases produced by carbapenem-

resistant Pseudomonas aeruginosa in Brazil. Clin Microbiol Infect 2005; 11(11): 937.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

146

Villegas,M.V., Lolans,K., Correa,A., Kattan,J.N., Lopez,J.A. and Quinn,J.P. (2007) First

identification of Pseudomonas aeruginosa isolates producing a KPC-type carbapenem-

hydrolyzing beta-lactamase. Antimicrob Agents Chemother 2007; 51: 1553-1555.

Valones, MAA; Guimarães, RL; Brandão, LAC; Souza PRE; Carvalho AAT; Crovela, S.

Principles and applications of polymerase chain reaction in medical diagnostic fields: a

review. Brazilian Journal of Microbiology 2009; 40:1-11.

Walsh,T.R., Hall,L., Assinder,S.J., Nichols,W.W., Cartwright,S.J., MacGowan,A.P. and

Bennett,P.M. Sequence analysis of the L1 metallo-beta-lactamase from Xanthomonas

maltophilia. Biochim Biophys Acta 1994; 1218: 199-201.

Walsh TR, MA Toleman, L Poirel, P Nordmann. Metallo-betalactamases: the quiet

before the storm? Clin Microbiol Rev 2005; 18(2): 306-325.

Walsh TR. Clinically significant carbapenemases: an update. Curr Opin Infect Dis

2008; 21(4): 367-371.

Werner G, Coque TM, Hammerum AM, Hope R, Hryniewicz W, Johnson A, Klare I,

Kristinsson KG, Leclercq R, Lester CH, Lillie M, Novais C, Olsson-Liljequist B, Peixe

LV, Sadowy E, Simonsen GS, Top J, Vuopio-Varkila J, Willems RJ, Witte W, Woodford

N. Emergence and spread of vancomycin resistance among enterococci in Europe.

Euro Surveill 2008; 13 (47): pii 19046.

Winokur,P.L., Canton,R., Casellas,J.M. and Legakis,N. Variations in the prevalence of

strains expressing an extended-spectrum beta-lactamase phenotype and

characterization of isolates from Europe, the Americas, and the Western Pacific region.

Clin Infect Dis 2001; 3(2): 94-103.

Woodford N, Tiemo PM, Young K, Tysall L, Palepou MFI, Ward E, Painter RE, Suber

DF, Shungu D, Silver LL, Inglima K, Komblum J, Livermore DM. Outbreak of Klebsiella

pneumonia producing a new carbapenem-hydrolyzing class A β-lactamase, KPC-3, in

a New York Medical Center. Antimicrob Agents Chemother 2004; 48(12):4793-4799.

Xavier DE, AC Gales, RE Mendes, ACC Pignatari, LS Filho, LF Cirilo, M Castanheira.

2006. IMP-18-Producing Pseudomonas aeruginosa (PSA): increasing diversity of

mobile metallo-beta-lactamase (MBL) in Brazil. 46th Intescience Conference on

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

147

Antimicrobial Agents and Chemotherapy (ICAAC). San Francisco - CA. Setembro, 27-

30, 2007. Poster C2-419.

Yanagihara,K., Kitagawa,Y., Tomonaga,M., Tsukasaki,K., Kohno,S., Seki,M.,

Sugimoto,H., Shimazu,T., Tasaki,O., Matsushima,A., Ikeda,Y., Okamoto,S., Aikawa,N.,

Hori,S., Obara,H., Ishizaka,A., Hasegawa,N., Takeda,J., Kamihira,S., Sugahara,K.,

Asari,S., Murata,M., Kobayashi,Y., Ginba,H., Sumiyama,Y. and Kitajima,M. Evaluation

of pathogen detection from clinical samples by real-time polymerase chain reaction

using a sepsis pathogen DNA detection kit. Crit Care 2010; 14, R159.

Yigit, H, AM Queenan, GJ Anderson, A Domenech-Sanchez, JW Biddle, CD Steward,

S Alberti, K Bush, FC Tenover. Novel carbapenem-hydrolyzing betalactamase, KPC-1,

from a carbapenem-resistant strain of Klebsiella pneumoniae. Antimicrob Agents

Chemother 2001; 45(4): 1151–1161. (Erratum, 52(2): 809, 2008.).

Yong D, Bell JM, Ritchie B, Pratt R, Toleman MA, Walsh T R. A novel subgroup

metallo-β-lactamase (MBL), AIM-1 emerges in Pseudomonas aeruginosa (PSA) from

Australia. In: Annual Intescience Conference on Antimicrobial Agents and

Chemotherapy, 47., 2007, Chigaco. Anais… Washington: American Society for

Microbiology, 2007a.

Yong D, JM Bell, B Ritchie, R Pratt, MA Toleman, TR Walsh. 2007. A Novel Sub-

Group Metallo-β-Lactamase (MβL), AIM-1 Emerges in Pseudomonas aeruginosa

(PSA) from Australia. 47th Interscience Conference in Antimicrobial Agents and

Chemotherapy (ICAAC). Chicago, IL, USA. Setembro 17-20, 2007b. Poster C1-539.

Yong D, MA Toleman, CG Giske, HS Cho, K Sundman, K Lee, TR Walsh.

Characterization of a new metallo-β-lactamase gene, blaNDM-1, and a novel

erythromycin esterase gene carried on a unique genetic structure in Klebsiella

pneumoniae Sequence Type 14 from India. Antimicrob Agents Chemother 2009;

53(12): 5046-5054.

Zaragoza,R., Artero,A., Camarena,J.J., Sancho,S., Gonzalez,R. and Nogueira,J.M.

The influence of inadequate empirical antimicrobial treatment on patients with

bloodstream infections in an intensive care unit. Clin Microbiol Infect 2003; 9: 412-418.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

148

Zavascki AP, Gaspareto PB, Martins AF, Gonçalves AL, Barth AF. Outbreak of

carbapenem-resistant Pseudomonas aeruginosa producing SPM-1 metallo-β-

lactamase in a Teaching Hospital in Southern Brazil. J Antimicrob Chemother 2005;

56(6): 1148-1151.

Zavascki AP, Machado AB, Oliveira KR, Superti SV, Pilger DA, Cantarelli W, Pereira

PR, Lieberkmecht AC, Barth AL. KPC-2-producing Enterobacter cloacae in two cities

from Southern Brazil. Int J Antimicrob Agents 2009; 34(3): 286-288.

Zavascki AP, CG Carvalhaes, RC Picão, AC Gales. Multi-drug resistant Pseudomonas

aeruginosa and Acinetobacter baumannii: resistance mechanisms and implications for

therapy. Expert Rev Anti Infect Ther 2010; 8(1): 71-93.

Zhu W, Clark NC, McDougal LK, Hageman J, McDonald LC, Patel JB. Vancomycin

resistant Staphylococcus aureus isolates associated with inc18-like vanA plasmids in

Michigan. Antimicrob Agents Chemother 2008; 52 (2): 452-457.

Ziegler, R., I. Johnscher, P. Martus, D. Lenhardt, and H.-M. Just. Controlled clinical

laboratory comparison of two supplemented aerobic and anaerobic media used in

automated blood culture systems to detect blood- stream infections. J Clin Microbiol

1998; 36: 657–661.

ABSTRACT

149

9. ABSTRACT

Solid organ transplanted patients are at high risk for blood stream infection. The

institution of appropriate antimicrobial therapy guided by a rapid and accurate

microbiological diagnosis of blood stream infections is related to a successful outcome.

The aim of this study was the detection of Gram-positive and Gram-negative bacteria

from automated blood cultures (Bactec®, Becton Dickinson) with the use of the

multiplex real-time polymerase chain reaction (PCR) and detection of antimicrobial

resistance genes. Methods: A total of 185 blood cultures, 126 positive and 59

negative, were obtained of 117 patients submitted to solid organ transplant at two

transplant centers in the city of São Paulo, Brazil, Hospital São Paulo and Hospital do

Rim e Hipertensão. DNA from the blood cultures was extracted by phenol chloroform

method (Brazol®, LGC, Brazil). The detection of bacterial DNA was performed using

universal primers of 16S rRNA gene. The differentiation between Gram-positive and

Gram-negative bacteria was done by hybridization with Gram-specific probes by

multiplex real-time TaqMan. The resistance genes: blaSHV, blaTEM, blaCTX-M, blaKPC,

blaSPM, blaVIM, blaIMP, vanA, vanB and mecA were detected using specific primers by

real-time SYBR Green. The adequacy of antimicrobial treatment was evaluated by

reviewing the records of patients. Results: Fifty nine samples were positive for Gram-

positive and sixty seven samples were positive for Gram-negative. All samples (100%)

were concordant between blood culture and PCR. Thirty two samples were positive for

mecA gene, five for blaCTX-M gene, one for blaKPC gene, one for blaSHV gene and one for

blaTEM. Eighty eight were negative for all genes. The detection of antimicrobial

resistance genes could enhance the appropriateness of antibiotic therapy,

particularly in descalation the treatment of bacteremia caused by Gram positive and

early adequacy in the treatment of Gram negative bacteremia of solid organ

transplanted patients. Conclusion: The in house multiplex PCR for Gram-

positive/Gram-negative bacteria and detection of antimicrobial resistance genes by

Real Time PCR could be useful for rapid diagnosis of bloodstream infection in patients

undergoing solid organ transplant.

ANEXOS

150

ANEXOS

ANEXOS

151

10. ANEXOS

ANEXO 1. Dados referentes aos 117 pacientes e 185 hemoculturas

incluídas no estudo.

Método Fenotipico

Nº Hemo Nº Paciente Idade Sexo CC Bactec/Phoenix Órgão Trans Tipo Doador Data TX Tempo TX

1 1 47 M HRH E.coli RIM FALECIDO 23/02/2009 140

2 2 67 M HSP M. morganii CORAÇÃO FALECIDO 27/08/1990 7300

3 2 67 M HSP M. morganii CORAÇÃO FALECIDO 27/08/1990 7300

4 3 35 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 18/03/2009 150

5 4 36 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 23/10/2006 675

6 5 18 F HRH S.aureus RIM FALECIDO 30/12/2008 0

7 5 18 F HRH S.aureus RIM FALECIDO 30/12/2008 1

8 6 43 M HSP NEGATIVO RIM/PANC FALECIDO 10/04/2004 1825

9 7 65 F HRH E.coli RIM FALECIDO 06/06/2009 82

10 8 14 F HRH A.baumannii RIM FALECIDO 22/12/2009 8

11 9 55 F HRH S.aureus RIM FALECIDO 03/10/2005 25

12 10 22 M HRH S.epidermidis RIM VIVO 08/12/2008 30

13 10 22 M HRH S.haemolyticus RIM VIVO 08/12/2008 30

14 11 32 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 22/12/2006 820

15 11 33 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 22/02/2009 60

16 11 32 M HRH SCN RIM FALECIDO 22/12/2006 23

17 11 32 M HRH E.coli RIM FALECIDO 22/12/2006 790

18 12 65 M HRH E.coli RIM VIVO 23/11/2009 16

19 13 68 M HRH P.aeruginosa RIM FALECIDO 11/06/2005 1365

20 14 52 M HRH E.coli RIM FALECIDO 04/02/2009 150

21 15 59 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 08/02/2004 1945

22 16 27 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 29/09/2009 120

23 17 63 M HSP SCN FIGADO FALECIDO 28/06/2009 10

24 18 60 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 03/10/2007 730

25 18 60 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 03/10/2007 790

26 19 59 M HRH Salmonella spp. RIM VIVO 14/09/2008 210

27 20 59 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 27/10/2009 60

28 21 35 F HRH NEGATIVO RIM VIVO 30/01/2009 60

29 21 35 F HRH NEGATIVO RIM VIVO 30/01/2009 30

30 22 46 M HRH NEGATIVO RIM VIVO 22/08/2009 150

31 22 46 M HRH S.epidermidis RIM VIVO 22/08/2005 10

32 23 31 F HRH E.coli RIM VIVO 18/02/2009 75

33 24 37 M HSP S.haemolyticus RIM FALECIDO 15/02/2009 14

34 25 39 M HSP E.coli RIM VIVO 03/07/1996 4859

35 26 50 F HRH NEGATIVO RIM/PANC FALECIDO 24/04/2009 7

36 27 35 F HRH S.epidermidis RIM FALECIDO 02/01/2009 75

37 28 28 F HRH E.coli RIM FALECIDO 13/11/2008 365

38 29 49 F HRH E.coli RIM FALECIDO 24/10/2009 20

39 29 49 F HRH E.coli RIM FALECIDO 24/10/2009 60

40 30 41 M HRH S.epidermidis RIM VIVO 17/08/2008 13

41 30 41 M HRH S.epidermidis RIM VIVO 17/08/2008 13

42 31 46 F HRH S.haemolyticus RIM/PANC FALECIDO 07/11/2009 4

43 32 56 M HRH S.pneumoniae RIM FALECIDO 12/04/2009 1

44 33 45 M HRH S.pneumoniae RIM VIVO 11/05/2004 1

45 33 45 M HRH S.pneumoniae RIM VIVO 11/05/2004 1

46 33 45 M HRH S.pneumoniae RIM VIVO 11/05/2004 0

47 34 25 M HSP S.capitis RIM VIVO 16/08/2009 6

48 35 62 F HRH E.faecim RIM FALECIDO 28/07/2009 1

49 35 62 F HRH E.faecim RIM FALECIDO 28/07/2009 1

50 35 62 F HRH E.faecim RIM FALECIDO 28/07/2009 1

51 36 49 F HRH Enterobacter spp. RIM FALECIDO 28/08/2009 10

52 37 53 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 06/03/2006 1305

53 37 53 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 06/03/2006 1305

54 38 46 M HRH P.aeruginosa RIM VIVO 18/06/2009 190

55 39 2 M HRH SCN RIM FALECIDO 22/05/2009 8

56 39 2 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 22/05/2009 9

57 40 62 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 02/03/2009 30

58 40 62 M HRH SCN RIM FALECIDO 02/03/2009 31

59 40 62 M HRH SCN RIM FALECIDO 02/03/2009 32

Dados do Paciente Dados do TX

ANEXOS

152

60 40 62 M HRH A.baumannii RIM FALECIDO 02/03/2009 47

61 41 67 M HRH S.pneumoniae RIM FALECIDO 07/02/2008 0

62 42 47 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 22/01/2009 90

63 42 47 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 22/01/2009 29

64 43 11 M HRH Ac. Spp/ S. haemo. RIM FALECIDO 21/12/2008 2

65 43 11 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 21/12/2008 24

66 43 11 M HRH S. warneri RIM FALECIDO 21/12/2008 10

67 44 32 F HRH B.cepacia RIM VIVO 04/02/2007 1030

68 45 37 M HRH SCN RIM VIVO 15/12/2005 1

69 46 40 M HRH S.aureus RIM VIVO 10/02/2008 12

70 46 40 M HRH S.aureus RIM VIVO 10/02/2008 12

71 47 59 M HSP NEGATIVO FIGADO FALECIDO 27/03/2009 30

72 47 59 M HSP NEGATIVO FIGADO FALECIDO 27/03/2009 60

73 47 59 M HSP E.aerogenes FIGADO FALECIDO 27/03/2009 20

74 48 36 F HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 30/08/2009 60

75 49 23 M HRH SCN RIM VIVO 18/08/2007 2

76 50 45 M HRH S.aureus RIM VIVO 03/11/2008 0

77 51 54 M HRH E.coli RIM VIVO 05/05/2009 141

78 51 54 M HRH E.coli RIM VIVO 05/05/2009 210

79 52 20 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 12/01/2009 30

80 53 37 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 31/12/2008 180

81 53 37 M HRH P.mirabilis RIM FALECIDO 31/12/2008 191

82 54 47 M HRH Listeria spp. RIM VIVO 08/11/2009 4

83 55 67 F HRH C.jeikeiun RIM FALECIDO 23/04/2009 1

84 56 55 M HRH L. monocytogens RIM VIVO 22/06/2008 12

85 56 55 M HRH Listeria spp. RIM VIVO 22/06/2008 25

86 56 55 M HRH Listeria spp. RIM VIVO 22/06/2008 25

87 57 60 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 05/08/2009 30

88 58 60 M HRH S.aureus RIM VIVO 07/08/2005 0

89 59 52 M HRH NEGATIVO RIM VIVO 16/08/2004 1730

90 60 50 M HRH S.equorum RIM FALECIDO 20/06/2008 0

91 60 50 M HRH S.epidermidis RIM FALECIDO 20/06/2008 0

92 61 54 M HRH S.aureus RIM VIVO 27/09/2004 1

93 62 59 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 30/11/2009 2

94 63 24 F HRH S.aureus RIM/PANC FALECIDO 29/08/2009 10

95 64 43 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 02/11/2009 11

96 64 43 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 02/11/2009 11

97 64 43 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 02/11/2009 19

98 64 43 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 02/11/2009 19

99 64 43 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 02/11/2009 32

100 64 43 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 02/11/2009 32

101 64 43 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 02/11/2009 44

102 64 43 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 02/11/2009 44

103 64 43 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 02/11/2009 31

104 64 43 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 02/11/2009 39

105 65 62 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 28/09/2009 33

106 65 62 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 28/09/2009 65

107 65 62 M HRH E.faecalis RIM FALECIDO 28/09/2009 1

108 65 62 M HRH Enterobacter spp. RIM FALECIDO 28/09/2009 4

109 66 47 M HSP S.aureus RIM FALECIDO 21/03/2000 1

110 67 33 F HRH E.coli RIM FALECIDO 14/08/2009 8

111 68 3 M HRH A.baumannii RIM FALECIDO 28/10/2009 33

112 69 32 F HRH NEGATIVO RIM/PANC FALECIDO 27/07/2009 5

113 70 55 M HRH E. cloacae RIM VIVO 10/04/2009 60

114 70 55 M HRH E. cloacae RIM VIVO 10/04/2009 60

115 71 35 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 03/06/2009 60

116 72 40 M HRH NEGATIVO RIM VIVO 25/03/2006 1305

117 73 55 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 05/11/2009 13

118 74 62 M HRH N. meningitides RIM VIVO 12/04/2009 1901

119 75 40 M HSP NEGATIVO RIM/FIGADO FALECIDO 07/07/2008 240

120 76 40 M HRH S.epidermidis RIM FALECIDO 29/08/2009 1

ANEXOS

153

121 77 41 M HSP K.pneumoniae RIM/PANC FALECIDO 31/11/2009 15

122 77 41 M HSP K.pneumoniae RIM/PANC FALECIDO 31/11/2009 15

123 78 30 M HRH SCN RIM FALECIDO 18/02/2009 0

124 79 18 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 07/09/2008 120

125 80 44 M HRH S.epidermidis RIM FALECIDO 24/06/2009 0

126 81 49 M HRH S.epidermidis RIM VIVO 30/11/2006 20

127 81 49 M HRH P.aeruginosa RIM/PANC FALECIDO 08/11/2009 41

128 81 49 M HRH P.aeruginosa RIM/PANC FALECIDO 08/11/2009 41

129 82 38 M HRH NEGATIVO RIM VIVO 04/03/2005 1460

130 83 42 M HRH SCN RIM FALECIDO 05/12/2008 9

131 84 52 F HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 04/04/2009 60

132 85 53 F HRH NEGATIVO RIM VIVO 03/08/2007 90

133 86 57 F HRH Enterobacter SPP. RIM FALECIDO 01/04/2009 137

134 87 46 F HRH NEGATIVO RIM VIVO 14/02/2008 665

135 87 46 F HRH NEGATIVO RIM VIVO 14/02/2008 730

136 87 46 F HRH S.maltophilia RIM VIVO 14/02/2008 730

137 88 51 M HSP S.aureus RIM FALECIDO 27/02/2009 15

138 88 51 M HSP S.aureus RIM FALECIDO 27/02/2007 0

139 88 51 M HSP S.aureus RIM FALECIDO 27/02/2007 0

140 88 51 M HSP S.maltophilia RIM FALECIDO 27/02/2007 730

141 89 58 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 13/11/2008 60

142 90 58 M HRH K.pneumoniae RIM VIVO 28/12/2004 1640

143 90 58 M HRH K.oxytoca RIM VIVO 28/12/2004 1640

144 91 21 F HRH NEGATIVO RIM VIVO 27/07/2009 34

145 92 70 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 07/04/2009 30

146 92 70 M HRH E.durans RIM FALECIDO 07/04/2009 28

147 92 70 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 07/04/2009 48

148 93 39 F HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 10/05/2009 120

149 93 39 F HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 10/05/2009 120

150 94 56 M HRH S.epidermidis RIM FALECIDO 19/04/2009 33

151 95 65 M HRH NEGATIVO RIM VIVO 25/01/2009 8

152 96 58 M HRH S.aureus RIM FALECIDO 27/07/2009 12

153 97 42 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 29/09/2009 34

154 97 42 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 29/09/2009 32

155 98 20 M HRH E.coli RIM FALECIDO 12/02/2006 1215

156 99 40 F HRH NEGATIVO RIM VIVO 09/11/2008 280

157 99 40 F HRH E.coli RIM VIVO 09/11/2008 131

158 99 40 F HRH K.pneumoniae RIM VIVO 09/11/2008 216

159 100 52 M HRH NEGATIVO RIM VIVO 19/02/2009 14

160 101 36 M HRH E.aerogenes RIM FALECIDO 11/09/2009 11

161 102 38 M HRH NEGATIVO RIM VIVO 20/08/2009 11

162 102 38 M HRH NEGATIVO RIM VIVO 20/08/2009 15

163 103 67 F HRH E.coli RIM FALECIDO 16/03/2003 2430

164 104 46 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 29/07/2009 16

165 104 46 M HRH K.pneumoniae RIM FALECIDO 29/07/2009 15

166 105 57 M HRH E.coli RIM VIVO 15/08/2006 1030

167 106 64 M HRH NEGATIVO RIM VIVO 17/03/2004 1975

168 106 64 M HRH S.epidermidis RIM VIVO 17/03/2004 0

169 106 64 M HRH S.epidermidis RIM VIVO 17/03/2004 3

170 106 64 M HRH S.epidermidis RIM VIVO 17/03/2004 0

171 107 57 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 16/11/2009 46

172 107 57 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 16/11/2009 47

173 108 32 F HRH NEGATIVO RIM/PANC FALECIDO 18/09/2007 790

174 108 32 F HRH NEGATIVO RIM/PANC FALECIDO 18/09/2007 46

175 109 54 F HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 31/10/2008 74

176 110 17 F HRH S.epidermidis RIM FALECIDO 19/07/2009 15

177 110 17 F HRH S.epidermidis RIM FALECIDO 19/07/2009 30

178 110 17 F HRH L. adecarboxylata RIM FALECIDO 19/07/2009 40

179 111 55 M HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 14/06/2009 77

180 112 31 F HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 06/12/2008 60

181 113 74 M HRH NEGATIVO RIM VIVO 11/04/2009 30

182 114 51 F HRH NEGATIVO RIM FALECIDO 15/12/2006 740

183 115 42 M HRH P.aeruginosa RIM VIVO 08/06/2009 36

184 116 72 M HRH Salmonella spp. RIM VIVO 20/01/2004 2125

185 117 17 M HRH P.aeruginosa RIM FALECIDO 29/03/2009 300

CC=Centro de Custo; HSP= Hospital São Paulo; HRH= Hospital do Rim e Hipertensão; TX= Transplante; Rim/Panc= Transplante de Rim e Pâncreas

ANEXOS

154

ANEXO 2. Drogas Testadas para os respectivos Painéis do Sistema

automatizado Phoenix.

ANEXOS

155

ANEXOS

156

ANEXO 3. Apresentação no 50 th ICAAC 2010.

Real-time Polymerase Chain Reaction for Detection of Bacterial Pathogens and Antimicrobial Resistance Genes in Blood Cultures of Solid Organ Transplanted Patients. Talita Trevizani Rocchetti1,2, Liana Carballo Menezes1,2, Luiz Roberto Chirotto Filho1,2, Karen De

Castro Bauab1,2, Luis Fernando Aranha Camargo2, Antonio Carlos Campos Pignatari1,2.

1. Special Clinical Microbiology Laboratory (LEMC), Federal University of São Paulo/UNIFESP

2. Division of Infectious Diseases, Federal University of São Paulo/UNIFESP

Solid organ transplanted patients are at high risk for blood stream infection. The institution of

appropriate antimicrobial therapy guided by a rapid and accurate microbiological diagnosis of

blood stream infections is related to a successful outcome. The aim of this study was the

detection of Gram-positive and Gram-negative bacteria from automated blood cultures

(Bactec®, Becton Dickinson) with the use of the multiplex real-time polymerase chain reaction

(PCR) and detection of antimicrobial resistance genes. Methods: A total of 154 blood cultures,

113 positive and 41 negative, were obtained of 109 patients submitted to solid organ transplant

at two transplant centers in the city of São Paulo, Brazil, Hospital São Paulo and Hospital do

Rim e Hipertensão. DNA from the blood cultures was extracted by phenol chloroform method

(Brazol®, LGC, Brazil). The detection of bacterial DNA was performed using universal primers of

16S rRNA gene. The differentiation between Gram-positive and Gram-negative bacteria was

done by hybridization with Gram-specific probes by multiplex real-time TaqMan. The resistance

genes: blaSHV, blaTEM, blaCTX, blaKPC and mecA were detected using specific primers by real-time

SYBR Green. Results: Fifty four samples were positive for Gram-positive and fifty nine samples

were positive for Gram-negative. All samples (100%) were concordant between blood culture

and PCR. Forty six samples were positive for mecA gene, seven for blaCTX gene, eight for blaKPC

gene and fifty three were negative for all genes. Conclusion: The results of this study suggest

that multiplex PCR for Gram-positive/Gram-negative bacteria and detection of antimicrobial

resistance genes by Real Time PCR could be useful for rapid diagnosis of bloodstream infection

in patients undergoing solid organ transplant.