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SIMONY DAVET MÜLLER "DETERMINAÇÃO DE ALCALÓIDES E FLAVONÓIDES ATRAVÉS DE CLAE E UV DE EXTRATOS DE Passiflora alata CURTIS, Passifloraceae - MARACUJÁ-DOCE". ITAJAÍ - 2006

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SIMONY DAVET MÜLLER

"DETERMINAÇÃO DE ALCALÓIDES E FLAVONÓIDES ATRAVÉS DE CLAE E UV DE

EXTRATOS DE Passiflora alata CURTIS, Passifloraceae - MARACUJÁ-DOCE".

ITAJAÍ - 2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

"DETERMINAÇÃO DE ALCALÓIDES E

FLAVONÓIDES ATRAVÉS DE CLAE E UV DE EXTRATOS DE Passiflora alata

CURTIS, Passifloraceae - MARACUJÁ-DOCE".

Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí

como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas.

SIMONY DAVET MÜLLER

Itajaí, Fev 2006.

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EXTRATOS DE Passiflora alata CURTIS, Passifloraceae - MARACUJÁ-DOCE".

Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em Ciências Farmacêuticas e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí.

____________________________________ Maique Weber Biavatti, Dra

Orientadora

__________________________________________________________ Tania Mari Bellé Bresolin, Dra

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas

Banca Examinadora:

______________________________________ Maique Weber Biavatti, Dra

Presidente

______________________________________

Tania Mari Bellé Bresolin, Dra

______________________________________ Cid Aimbiré de Moraes Santos, Dr.

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DEDICATÓRIA

Ao José Luis e ao nosso bebê, pelo amor, incentivo e paciência.

A Deus.

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AGRADECIMENTOS

A minha orientadora Dra Maique Weber Biavatti pela dedicação e confiança que depositou

em mim ao longo destes anos.

Aos professores Dr. Valdir Cechinel Filho, Dr. Cid A. M. Santos e Dr.

Franco Della Monache pela disponibilidade de alguns padrões.

Ao Prof. MSc Renê Artur Ferreira pela coleta da Passiflora alata no Campus de Ilhota SC.

Ao Prof. Dr. Armando Cervi pela identificação e registro da planta. Agradeço as bolsistas Michelly e Sônia do Programa Integrado de Pós

Graduação e Graduação (PIPG) pelo esforço e dedicação.

Ao LAPAM, em especial Luciana e Roberta, pelo incentivo, compreensão,

amizade e auxílio no desenvolvimento deste trabalho.

Ao meu marido José Luis pelo amor e compreensão.

A minha mãe, minha irmã Sabrina e meu irmão Odilon pela confiança e

incentivo.

Ao meu querido pai que já cumpriu sua missão aqui na Terra.

Aos meus amigos David, Rita, Bia, Anilson, Maria e Aldry pelo

companheirismo, amizade e carinho.

Aos amigos dos Laboratórios de Farmacognosia e Instrumentação

Analítica/UNIVALI, onde uma parte do trabalho foi conduzida.

À Pró-Reitoria de Pesquisa e Coordenação do Programa de Mestrado em

Ciências Farmacêuticas pelos auxílios concedidos.

À secretária do Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas,

Rosélia, pela eficiência e amizade.

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram de forma positiva para

realização deste trabalho.

Resumo da Dissertação apresentada à UNIVALI como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas

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"DETERMINAÇÃO DE ALCALÓIDES E FLAVONÓIDES ATRAVÉS DE CLAE E UV DE EXTRATOS DE Passiflora

alata CURTIS, Passifloraceae - MARACUJÁ-DOCE".

Simony Davet Müller Fev/2006

Orientadora: Maique Weber Biavatti, Dra Área de Concentração: Produtos Naturais e Substâncias Bioativas Palavras-chave: Passiflora, flavonóides, controle de qualidade, alcalóides, CLAE Número de Páginas: 86.

As folhas de Passiflora alata Curtis, (espécie oficial da Farmacopéia Brasileira) são utilizadas como medicamento contra ansiedade, como antiespasmódico e sedativo. O desenvolvimento de metodologias analíticas para análise de flavonóides e alcalóides em espécies de Passiflora é de suma importância, para o controle de qualidade da planta e extratos fitomedicinais derivados. O estudo sobre perfil de flavonóides e alcalóides em folhas e extrato fluido de P. alata contendo isovitexina foi realizado através de CLAE, comparando seus perfis cromatográficos com extrato fluido de P. incarnata comercial e tintura de P. actinia. Adicionalmente, a concentração total de flavonóides em extratos e folhas foi realizada através de doseamentos Farmacopéicos. O extrato de P. alata foi produzido de acordo com a Farmacopéia Helvetica (1987), de P. incarnata foi obtido comercialmente e de P. actinia de acordo com a Farmacopéia Brasileira (1926). Na análise dos flavonóides em CLAE verificou-se presença de isovitexina em P. alata: no extrato farmacopéico coletado em janeiro e agosto/2001 (0,018 e 0,007% m/m) e no extrato sob refluxo coletado em janeiro e agosto/2001 (1,137 e 0,018% m/m); em P. actinia: no extrato farmacopeico (0,028% m/m) e no extrato sob refluxo (0,631% m/m) e no extrato comercial de P. incarnata (1,198% m/m) sendo o flavonóide majoritário. A vitexina foi encontrada em P. alata (traços), P. incarnata (0,312% m/m) e ausência dos outros flavonóides marcadores testados: orientina, swertisina, hirerosídeo e rutina. O método desenvolvido em CLAE demonstrou ser adequado e diferenciou as espécies estudadas podendo ser aplicado à amostras comerciais. As análises espectrofotométricas baseadas em metodologias Farmacopéicas para P. incarnata, mostraram resultados diferentes em relação ao flavonóide quantificado isovitexina. Sendo que a metodologia da Farmacopéia Britânica apresentou melhor resultado. Não foi detectada a presença de alcalóides β-carbolínicos clássicos testados (harmana, harmina, harmol, harmalol e harmalina) nos extratos e folhas de P. alata .

Abstract of Dissertation (Thesis) presented to UNIVALI as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Master in Pharmaceutical Sciences

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LC AND UV DETERMINATION OF ALCALOID AND FLAVONOID Passiflora alata CURTIS, Passifloraceae

EXTRACTS

Simony Davet Müller Fev/2006

Advisor: Maique Weber Biavatti, Dra. Area of Concentration: Natural Products. Keywords: Passiflora, flavonoids, quality control, alkaloids, HPLC Number of Pages: 86.

Leaves of Passiflora alata Curtis (official species in the Brazilian Pharmacopoeia) are employed for anxiety, as antispasmodic and sedative. The development of new analytical methodologies for the analysis of flavonoids and alkaloids in Passiflora species are needed in order to improve the quality assurance of the plant and derived extract and phytomedicines. A survey on the flavonoids and alkaloids profile and content of isovitexin in leaves and fluid extract of P. alata through LC was made, comparing its chromatographical profiles with a commercial P. incarnata fluidextract and P. actinia tincture. Additionally, the concentration of the total flavonoids of extracts and leaves according to phamarcopoeial photometrical method was determined. The fluidextract of P. alata was produced in accordance with the Pharmacopoeia Helvetica, tincture of P. actinia as produced in accordance to the Brazilian Pharmacopoeia method. The presence of isovitexin in the species (which have distinct chromatographic profiles) was evidenced, which is the major flavonoid compound in the P. incarnata comercial extract (1.198% w/w), but not in P. alata (0.018 summer e 0.007 winter % w/w) fluidextract and leaves (1.137 e 0.018% w/w) P. actinia (0.028 extract and leaves 0.631% w/w). Just traces of vitexin could be observed in the P. alata and P. incarnata (0.312% w/w) and absence of the other tested flavonoids orientin, swertisin, hyperoside and rutin. The LC developed method demonstrated to be adjusted for the qualitative and quantitative analyses and to differentiate species, appropriate to be applied to commercial sample analysis. The flavonoids spectrophotometrical results of three different methods described to P. incarnata were not comparable, the most suitable performance was verified to the British Pharmacopoeia method. None of the classical beta-carbolinic alkaloids tested were found in the P. alata leaves and medicinal extracts: harmane, harmine, harmol, harmalol, harmaline.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 1

2 OBJETIVOS............................................................................................. 5

2.1 Objetivo Geral.......................................................................................... 5

2.2 Objetivos Especificos............................................................................... 5

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................... 6

3.1 Gênero Passiflora..................................................................................... 6

3.1.1 Considerações botânicas......................................................................... 6

3.1.2 Considerações químicas......................................................................... 10

3.2 Controle de Qualidade de Passiflora........................................................ 15

3.3 Considerações Farmacológicas............................................................... 18

4 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 23

4.1 Material Botânico...................................................................................... 23

4.2 Padrões e Solventes................................................................................ 23

4.3 Métodos para Obtenção de Extratos........................................................ 24

4.3.1 Pesquisa de alcalóides e flavonóides ................................................... 24

4.3.2 Obtenção dos extratos fracionados para pesquisa de flavonóides....... 25

4.3.3 Obtenção do extrato sob refluxo para pesquisa de flavonóides......... 26

4.3.4 Obtenção dos extratos para pesquisa de alcalóides................................ 26

4.4. Cromatografia em Camada Delgada (CCD)............................................ 29

4.4.1 Investigação de flavonóides segundo Farmacopéia Brasileira.............. 29

4.4.2 Investigação de alcalóides segundo Farmacopéia Brasileira.................. 29

4.5 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE).................................... 30

4.5.1 Instrumentação......................................................................................... 30

4.5.2 Preparo das amostras para pesquisa de flavonóides C-glicosilados

e alcalóides..............................................................................................

30

4.5.3 Condições cromatográficas para pesquisa de flavonóides C-

glicosilados..............................................................................................

30

4.5.4 Curva de calibração para doseamento de isovitexina em CLAE............. 32

4.5.5 Curva de calibração para doseamento de vitexina em CLAE................. 33

4.5.6 Condições cromatográficas para pesquisa de alcalóides β-carbolínicos. 33

4.6 Validação Analítica................................................................................... 34

4.6.1 Linearidade e intervalo............................................................................. 35

4.6.2 Ensaio de exatidão.................................................................................. 35

4.6.3 Ensaio de especificidade......................................................................... 36

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4.6.4 Limite de quantificação............................................................................. 36

4.7 Doseamento do Teor de Flavonóides Totais em UV............................... 37

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................. 41

5.1 Obtenção dos Extratos Hidroalcoólico e Fracionados para Pesquisa de Flavonóides

e Alcalóides.........................................................................

41

5.2 Cromatografia em Camada Delgada (CCD)............................................ 41

5.3 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE).................................... 45

5.4 Análise Quantitativa Através de CLAE..................................................... 52

5.5 Análise Quantitativa Através de CLAE (Sistema Isocrático).................... 62

5.6 Validação Analítica................................................................................... 64

5.7 Doseamento Espectrofotométrico do Teor de Flavonóides Totais.......... 66

5.8 Pesquisa de Alcalóides Através de CLAE................................................ 70

6 CONCLUSÕES........................................................................................ 78

7 REREFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 80

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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Foto Passiflora alata Curtis, mostrando a inflorescência e o fruto da

planta...........................................................................................

8

Figura 2: Foto Passiflora incarnata Lineau, mostrando a inflorescência e o fruto da

planta..................................................................................

9

Figura 3: Foto Passiflora actinia Hooker; mostrando a inflorescência da

planta................................................................................................

9

Figura 4: Fluxograma dos métodos para obtenção dos extratos.................... 28

Figura 5: Fluxograma do método descrito por PETRY et al. (1998)............... 38

Figura 6: Fluxograma do método descrito pela FARMACOPÉIA BRITÂNICA,

(2000)..........................................................................

39

Figura 7: Fluxograma do método descrito pela FARMACOPÉIA HELVÉTICA

(1987)..........................................................................

40

Figura 8: CCD do extrato hidroalcoólico total de P.

alata.................................................................................................

42

Figura 9: Cromatografias em camada delgada das amostras: A- Extrato hidroalcoólico de

P. alata, B- Tintura Farmacopeica de P. actinia, C- Extrato hidroalcoólico

comercial de P. incarnata e os respectivos padrões 1-vitexina, 2-rutina e 3-

quercetina...................

43

Figura 10: Cromatogramas, da sobreposição do extrato fluido de P. alata coletadas em

Janeiro/2001 com o extrato fluido das folhas coletadas em

Agosto/2001...............................................................

46

Figura 11: Cromatogramas das três espécies de Passiflora: a) P. alata, b) P. actinia e c)

P. incarnata....................................................................

51

Figura 12: Esquema mostrando degradação microbiana de flavonóides......... 54

Figura 13: Cromatogramas de: a) Extrato fluido de P. alata (A)....................... 56

Figura 14: Cromatograma de Extrato fluido de P. alata (A) e espectro de UV de: 1-

isovitexina...............................................................................

57

Figura 15: Cromatograma da co-injeção de padrões 1-isovitexina + 2-vitexina e espectro

de 1-isovitexina.................................................

57

Figura 16: Cromatogramas de: b) Tintura de P. actinia

(T).....................................................................................................

58

Figura 17: Cromatograma de P. actinia (T) e espectro de UV de: 1-

isovitexina.........................................................................................

59

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Figura 18: Cromatograma da co-injeção dos padrões: 1-isovitexina+2-vitexina e espectro

1-isovitexina......................................................

59

Figura 19: Cromatogramas de: b) Extrato fluido de P. incarnata (C) e

padrões............................................................................................

60

Figura 20: Cromatograma de extrato fluido de P. incarnata (C) e espectro de UV de: 2-

vitexina.............................................................................................

61

Figura 21: Cromatograma de extrato fluido de P. incarnata (C) e espectro de UV de: 1-

isovitexina.........................................................................................

61

Figura 22: Cromatogramas de P. incarnata (C), co-injeção dos padrões e espectro de UV

de: 2- vitexina.........................................................

61

Figura 23: Curva de calibração de isovitexina (padrão secundário) em MeOH 50% a 340

nm.................................................................................

65

Figura 24: Curva de calibração de vitexina (padrão secundário) em MeOH 50% a 340

nm..................................................................................

65

Figura 25: Cromatograma da mistura dos padrões ß-carbolínicos................... 71

Figura 26: Cromatograma da mistura dos padrões ß-carbolínicos................... 72

Figura 27: Cromatograma da mistura dos padrões ß-carbolínicos................... 72

Figura 28: Espectros de UV dos padrões de alcalóides.................................... 73

Figura 29: Comparação dos cromatogramas do extrato fluido (A) e dos padrões

(B)................................................................................

74

Figura 30: Comparação dos cromatogramas do extrato a quente (A), extrato a frio (B) e

padrões (C).....................................................................

75

Figura 31: Comparação dos cromatogramas do extrato I (A), extrato II (B), padrões

(C)......................................................................................

77

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LISTA DE TABELAS Tabela 1: Sistema gradiente (1): A = Água - ácido acético (100:0,5) pH= 2,88 e B =

Metanol, fluxo de 0,5 mL/min.......................................

31

Tabela 2: Sistema gradiente (2): A = Água - ácido acético (100:0,5) pH 2,88, B) =

Metanol e C = Acetonitrila, fluxo de 1 mL/min...............

31

Tabela 3: Sistema gradiente (3): A = Acetonitrila - água (110:660); B = Acetonitrila -

água (120:180), fluxo de 1 mL/min...........................

32

Tabela 4: Sistema Gradiente (4): A = água - ácido acético 0,5 % (m/v); B = Metanol; C

= Acetonitrila, fluxo de 1 mL/min................................

32

Tabela 5: Sistema Gradiente: A = acetonitrila, B = metanol e C = tampão fosfato (pH

8,0), fluxo de 0,8 mL/min.............................................

34

Tabela 6: Sistema Gradiente: A = acetonitrila, B = metanol e C = tampão fosfato (pH

8,0), fluxo de 0,8 mL/min.............................................

34

Tabela 7: Sistema Gradiente: A = acetonitrila, B = metanol e C = tampão fosfato (pH

8,0), fluxo de 0,8 mL/min.............................................

34

Tabela 8: Ensaio de Recuperação do método............................................... 36

Tabela 9: Teor encontrado através de CLAE do flavonóide isovitexina e teor de

flavonóides totais em UV das preparações extrativas de P. alata

..........................................................................................

47

Tabela 10: Tempo de retenção relativo aos flavonóides investigados nos extratos de P.

alata, P. actinia e P. incarnata................................

50

Tabela 11: Tempo de retenção referente aos flavonóides investigados nos extratos de P.

alata, P. actinia e P. incarnata................................

50

Tabela 12: Teor encontrado através de CLAE do flavonóide isovitexina e teor de

flavonóides totais em UV das preparações extrativas das três espécies de

Passiflora............................................................

55

Tabela 13: Teor encontrado através de CLAE do flavonóide C-glucosilado

vitexina...........................................................................................

63

Tabela 14: Resultados do Ensaio de Recuperação do método....................... 66

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SÍMBOLOS, ABREVIATURAS E FÓRMULAS ºC graus Celsius

°GL Gay Lussac

% porcentagem

µg micrograma

µm micrômetro

µL microlitro

Abs absorbância

AlCl3 cloreto de alumínio

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BZD benzodiazepínico

CA campo aberto

CCD cromatografia de camada delgada

CLAE cromatografia líquida de alta eficiência

DL 50 dose letal 50%

g grama

H2O água

HPLC High performance liquid chromatrography

i.p. intra peritonial

k fator de retenção

LC Liquid chromatrography

LCE Labirinto em cruz elevado

L. Lineau

LQ Limite de Quantificação

m massa

mL mililitro

min minuto

nm nanômetro

P. A. pureza analítica

PDA Photo Diode Array

PIPG Programa Integrado de Pós-graduação e Graduação

p/v peso/volume

R reagente

v/v volume/volume

UFPR Universidade Federal do Paraná

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USP United States Pharmacopeia

UV ultravioleta

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1 INTRODUÇÃO O uso das espécies vegetais, com fins de tratamento de doenças e

sintomas, remota ao momento em que o homem despertou para consciência, e

começou um longo percurso de manuseio, adaptação e modificação dos recursos

naturais para seu próprio benefício (DI STASI, 1996; MARTINS; CASTRO;

CASTELLANI, 1994). Esta prática milenar, atividade humana por excelência,

ultrapassou todas as barreiras e obstáculos durante o processo evolutivo e chegou

até os dias atuais, sendo amplamente utilizada por grande parte da população

mundial como fonte de recurso terapêutico eficaz (DI STASI, 1996).

As plantas são fontes importantes de substâncias biologicamente ativas,

muitas das quais se constituem em modelos para a síntese de um grande número

de medicamentos. Para obtenção de novos fármacos, dois aspectos distinguem

os produtos de origem natural dos sintéticos: a diversidade molecular e a função

biológica. A diversidade molecular dos produtos naturais é muito superior àquela

derivada dos processos de síntese, que apesar dos avanços tecnológicos atuais,

ainda é restrita. Esse fato possibilita que os compostos químicos presentes nas

plantas possam vir a se tornar fármacos em potencial para as mais diferentes

moléstias (NODARI et al., 2000).

O conhecimento da biodiversidade vegetal, além de ser considerado uma

fonte de modelos químicos para a síntese de novas moléculas, também deve ser

incentivado como um recurso natural com possível atividade na forma de

fitoterápico padronizado, eficiente e seguro. Dentre as várias plantas com

atividade farmacológica conhecida, destacam-se algumas espécies do gênero

Passiflora, conhecido popularmente no Brasil como maracujá, cujas partes aéreas

são tradicionalmente empregadas por suas propriedades sedativas,

antiespasmódica e ansiolítica (NODARI et al., 2000).

Das quatrocentas espécies conhecidas de Passiflora, trinta são descritas

por terem frutos comestíveis. Somente poucas espécies alcançaram

desenvolvimento comercial e dentre estas as mais conhecidas são Passiflora

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edulis Sims, de casca roxa e P. edulis f. flavicarpa Degener, com casca amarela

(SCHMIDT et al., 1995). Esta última é conhecida vulgarmente por maracujá

amarelo, e representa a forma mais cultivada em escala comercial no Brasil. São

também difundidas em nosso país, embora não na mesma escala: Passiflora

edulis Sims (maracujá roxo), Passiflora alata Curtis (maracujá doce), Passiflora

quadrangularis L., Passiflora caerulea L. e Passiflora laurifolia L. (FREITAS, 1985;

SOUZA e MELETTI, 1997).

Entre as inúmeras espécies de Passiflora nativas do Brasil, encontra-se no

estado do Paraná Passiflora actinia Hooker, espécie com poucos estudos

químicos e farmacológicos foram realizados até o presente. Reginatto (2000),

comparando por cromatografia em camada delgada, sete extratos de espécies de

Passiflora, identificou manchas com Rf semelhante aos padrões dos flavonóides

de isoorientina e isovitexina em P. actinia. Em 2001, Kurtz demonstrou a presença

de traços do alcalóide harmana na mesma espécie. Santos, (2003) demonstrou

que o extrato bruto hidroalcoólico de P. actinia administrado em camundongos, em

doses inferiores a 1.800 mg/kg, não resultou em toxicidade aparente e através dos

métodos de labirinto em cruz elevado e campo aberto, foi observado um efeito

sedativo com o extrato hidroalcoólico bruto, extrato metanólico e sub-extrato

metanol-água.

A espécie Passiflora incarnata L. é nativa dos Estados Unidos, onde é

muito cultivada e conhecida como “wild passion flower” ou “maracujá-vermelho”

(SOUZA e MELETTI, 1997). Esta espécie cresce preferencialmente em solos

secos e pobres (Rehwald et al., 1995; Soulimani et al., 1997), não tendo grande

difusão no Brasil em parte devido ao amargor da polpa do fruto (MORAES et al.,

1997). As partes aéreas da planta têm sido usada tradicionalmente para o

tratamento da ansiedade, ataques nervosos e nevralgia (SOULIMANI et al., 1997).

O uso de Passilfora decorrente de suas propriedades sedantes iniciou-se

no século XVII na Europa, mas os estudos farmacológicos sobre P. incarnata L.

começaram a aparecer a partir do século XIX (HOEHNE, 1939). Graças às

propriedades sedantes e devido à presença de flavonóides C-glicosilados e de

alcalóides do tipo harmana, a P. incarnata L. consta em monografias das

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Farmacopéias Francesas (Pharmacopée Française, 1980), Européia (European

Pharmacopoeia, 1996), DAB 10 (Deutsches Arzneibuch, 1992), Helvética

(Pharmacopoeia Helvetica, 1987) e italiana (Farmacopoea Ufficiale Della

Republica Italiana, 1998). Porém esta espécie não se adapta bem ao clima do

Brasil e desta forma a Farmacopéia Brasileira (Farmacopéia Brasileira, 1977)

elegeu como oficial a P. alata Curtis, apesar desta ainda ser pouco estudada. As

flores grandes e de cor carmim intensa e os frutos comestíveis, de sabor muito

doce, fizeram com que esta espécie se disseminasse muito e fosse bastante

apreciada para o consumo natural, sendo reconhecida vulgarmente como

maracujá-doce (SOUZA e MELETTI, 1997).

Oga et al. (1984); Pereira e Vilegas, (2000); relatam a escassez de literatura

e informações científicas relacionadas com P. alata, o que desperta o interesse e

a necessidade de estudar esta espécie brasileira mais detalhadamente para no

futuro, estabelecer parâmetros mais sólidos em relação à atividade farmacológica

e à composição química correspondente assim como a descrição dos caracteres

microscópicos das espécies aqui encontradas com facilidade e com abundância.

Moraes, Vilegas e Lanças (1997) estudaram várias espécies de Passiflora

incluindo a P. alata, através da observação dos perfis cromatográficos das

amostras comerciais destas espécies. Foi possível ter uma idéia preliminar

somente de flavonóides da espécie comercializada, através de Cromatografia

Líquida de Alta Eficiência (CLAE), mas para sua identificação completa é

necessário possuir dados botânicos e identificação dos alcalóides também.

O objetivo principal deste trabalho foi desenvolver uma metodologia

validada por CLAE para a determinação qualitativa e quantitativa de flavonóides e

alcalóides em P. alata comparando com os extratos das espécies P. actinia e P.

incarnata. O desenvolvimento desta metodologia poderá ser útil para aplicação no

controle de qualidade, uma vez que a validação de métodos analíticos aplicados

às drogas vegetais ainda é o ponto chave para se obter extratos padronizados.

Este trabalho pretende contribuir ao conhecimento da espécie medicinal brasileira

P. alata (maracujá-doce), carente de informações técnicas sobre sua qualidade,

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que é largamente utilizada para ansiedade, como antiespasmódico e sedativa

(ZUANAZZI, 2001).

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2 OBETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS 2.1 Objetivo Geral

Avaliar através de CLAE a presença de flavonóides e alcalóides nas folhas e nas

preparações extrativas de Passiflora alata Curtis, Passifloraceae.

2.2 Objetivos Específicos

Desenvolver métodos cromatográficos (CLAE), qualitativos e quantitativos para controle de

qualidade de extratos de Passiflora sp;

Avaliar qualitativamente e quantitativamente os extratos medicinais

produzidos no Laboratório de Farmacognosia da UNIVALI, com relação as

folhas coletadas em janeiro e agosto;

Avaliar quantitativamente o teor de flavonóides totais por espectrofotometria de ultravioleta

(UV), nas folhas e nas preparações extrativas de P. alata .

Comparar os teores de flavonóides e alcalóides através de UV, CLAE bem como os perfis

cromatográficos de P. alata com P. incarnata e P. actinia.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 Gênero Passiflora

A família Passifloraceae compreende cerca de vinte gêneros e seissentas

espécies, distribuindo-se principalmente nas Américas e na África (BARROSO,

1978). São plantas escadentes, herbáceas ou lenhosas e possuem gavinhas, as

quais são ramos modificados, podendo ainda ser detectada a presença de

nectários extraflorais (BARROSO, 1978).

O gênero predominante nessa família é Passiflora, representado por aproximadamente

quatrocentas espécies, cujo nome é atribuído ao significado místico das características físicas de

suas flores, nas quais os escritores do século XVI interpretaram suas diferentes partes como

representando os símbolos da Paixão de Cristo. Por esta razão, esses vegetais são conhecidos na

Europa e América do Norte como flor-da-paixão (BARROSO, 1978; FREITAS, 1985).

Algumas espécies de Passiflora são cultivadas por seus frutos comestíveis, principalmente na

forma de sucos e refrescos. A forma de maracujá comestível, o maracujá amarelo, cultivada em

escala comercial é Passiflora edulis Sims forma flavicarpa Deg. Também muito difundida no Brasil

em menor escala temos a Passiflora alata (Dryander) Curtis, Passiflora quadrangularis L.,

Passiflora caerulea L. e Passiflora caurifolia L. (FREITAS, 1985).

3.1.1 Considerações botânicas

Passiflora alata Curtis

A Passiflora alata (Figura 1) é uma trepadeira com gavinhas, de caule quadrangular com

ângulos levemente alados. Estípulas foliáceas, verdes, com até 2 cm de comprimento. Folhas

alternadas, simples, oval ou oblonga, de 10 a 16 cm de comprimento por 8 a 11 cm de largura,

membranácea, glabérrima, de cor verde-escura na página superior, mais pálida na inferior,

uninérvia e arqueado-venosa, com as nervuras salientes em ambas as faces, principalmente na

inferior; suas margens são inteiras e hialino-cartilagíneas. O pecíolo mede geralmente cerca de 3

cm de comprimento e é profundamente caniculado na parte superior, apresenta 2 a 4 glândulas

sésseis nas margens, dispostas aos pares e convexo na parte inferior, que é carenada. Flores

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vistosas hermafroditas, actinomorfas, pentâmeras, solitárias nas axilas das folhas, perfumadas,

tendo em média 10 a 12 cm de diâmetro. Sépalas e pétalas camosas, avermelhadas internamente.

Corola bisseriada, a série externa muito mais longa, com filamentos listados de branco e roxo,

série interna muito curta, dentiforme. Fruto ovóide a periforme, com até 10 cm de comprimento e 6

cm de largura, amarelo quando maduro (OLIVEIRA; AKISUE, 1998; FARMACOPÉIA BRASILEIRA,

1977).

A espécie P. alata é aparentemente originária da região leste do Brasil, mas encontra-se

largamente distribuída em várias regiões. Conforme a região considerada, recebe os mais diversos

nomes populares, tais como maracujá-guaçú, maracujá-guasú, maracujá-de-refresco, maracujá-

doce, maracujá-comprido ou, simplesmente, maracujá. Esta espécie é muito semelhante a

Passiflora quadrangularis L. (maracujá-mamão, maracujá-assú, maracuja-uaçú), que pertence ao

mesmo sub-gênero e série respectivamente, Granadilla e Quadrangulares; as vezes é difícil

distingui-las a primeira vista, mas ambas apresentam detalhes de organização floral e foliar que as

caracterizam. A P. alata pode ser também confundida com Passiflora macrocarpa (maracujá-

melão), mas novamente, é possível reconhecê-las pela organização foliar e floral. Para alguns

botânicos, P. macrocarpa Mast. é sinonímia de P. quadrangularis L. (FREITAS, 1985; DE

OLIVEIRA et al., 1980)

Outros usos farmacêuticos incluem preparações fitoterápicas, como sedativo no tratamento

de nevralgias, insônia, histeria, epilepsia e ataques nervosos (CORRÊA, 1984). O extrato de

maracujá é usado como componente flavorizante em bebidas alcoólicas e não alcoólicas e em

sobremesas frias. Suas sementes são doces e acídulas, muito apreciadas para a fabricação de

refrigerantes e sucos (CORRÊA, 1984).

Figura 1: Foto Passiflora alata Curtis, mostrando a inflorescência e o fruto da planta. Fonte:

www.herbmed.org/herbs/passifloraalata.

Passiflora incarnata Lineau

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A espécie P. incarnata L. (Figura 2) é nativa dos Estados Unidos, onde é muito cultivada e

conhecida como “wild passion flower” ou “maracujá-vermelho” (SOUZA e MELETTI, 1997). Esta

espécie cresce preferencialmente em solos secos e pobres (Rehwald et al., 1995; Soulimani et al.,

1997) não tendo grande difusão no Brasil, em parte devido ao amargor da polpa do fruto

(MORAES et al., 1997). As partes mais utilizadas são as folhas, sendo estas trilobadas com

comprimento de 6 a 15 cm e largura de 5 a 12 cm (Souza e Meletti, 1997). As partes aéreas da

planta têm sido usadas tradicionalmente para o tratamento de ansiedade, ataques nervosos e

nevralgia (SOULIMANI et al., 1997).

A P. incarnata L. consta em monografias das Farmacopéias Francesas (Pharmacopée

Française, 1980), Européia (European Pharmacopoeia, 1996), DAB 10 (Deutsches Arzneibuch,

1992 ), Helvética (Pharmacopoeia Helvetica, 1987), e italiana (Farmacopoea Officiale Della

Republica Italiana, 1998). Porém esta espécie não se adapta bem ao clima do Brasil.

Figura 2: Foto Passiflora incarnata L. mostrando a inflorescência e o fruto da planta. Fonte:

www.exot-nutz-zier.de/images/ prod_images/Pass...

Passiflora actinia Hooker

A P. actinia (Figura 3), embora sendo uma espécie nativa da região Sul do Brasil, encontram-

se poucos estudos sobre a mesma. Kurtz et al. (2001) em um estudo morfoanatômico e

investigação de constituintes alcaloídicos da espécie através de CLAE, relatou que as folhas

apresentam um contorno oval, margem lisa, ápice obtuso, base arredondada e limbo inteiro.

Observou também que a face abaxial da epiderme é papilosa, o mesófilo é dorsiventral, os feixes

vasculares são colaterais e idioblastos contendo drusas estão distribuídos no parênquima foliar.

Na análise de alcalóides encontrou a presença de traços de harmana.

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Figura 3: Foto Passiflora actinia Hooker mostrando a inflorescência da planta. Fonte:

www.passionflow.co.uk/ actinia1.htm

3.1.2 Considerações químicas

Os estudos referentes à composição química de diversas espécies de Passiflora evidenciam,

principalmente, os alcalóides e flavonóides. Entretanto, outras substâncias como saponinas,

glicosídios cianogênicos, esteróides, lignanas, ácidos graxos, maltol, aminoácidos e taninos,

também são citados freqüentemente na literatura (ALONSO, 1998; REGINATTO, 2000;

REGINATTO et al., 2001).

Os flavonóides representam um dos grupos fenólicos mais importantes e diversificados entre

os produtos de origem natural (ZUANAZZI, 2001). São particularmente importantes para o controle

de qualidade de fitoterápicos, pois através deles é possível identificar muitas espécies de

Passiflora (QUERCIA et al., 1978).

Diversas funções são atribuídas aos flavonóides nas plantas. Entre elas podemos citar:

proteção dos vegetais contra incidência de raios ultravioleta e visível, além de proteção contra

insetos, fungos, vírus e bactérias; atraentes de animais com finalidade de polinização;

antioxidantes; controle de ação de hormônios vegetais; agentes alelopáticos e inibição de enzimas.

Podem também ser usados como marcadores taxonômicos e isto é devido sobretudo a sua

abundância relativa em quase todo o reino vegetal, especificidade em algumas espécies, relativa

estabilidade e seu acúmulo com menor influência do meio ambiente (ZUANAZZI, 2001).

Os flavonóides de origem natural apresentam-se freqüentemente oxigenados e um grande

número ocorre conjugado com açúcares. Essa forma conjugada, também conhecida por

glicosídeos, pode ser formada pela ligação de um ou mais açúcares aos grupos hidroxilas por

ligação hemiacetal facilmente destruída por hidrólise ácida. Outra forma de conjugação de

açúcares ao núcleo flavônico é por meio de ligação açúcar-genina entre carbonos C-1 (anomérico)

do açúcar e um ou dois carbonos do anel A do flavonóide (C-glicosídeo). Quando o metabólito

encontra-se sem o açúcar, é chamado de aglicona ou genina, sendo também denominado de

forma livre (ZUANAZZI, 2001).

Na Passiflora os flavonóides encontrados são do tipo C-glicosilados, possuem atividade

biológica e são de interesse quimiotaxonômico e freqüentemente são utilizados como “marcadores”

na análise de medicamentos fitoterápicos. Esses flavonóides C-glicosilados são menos solúveis

em acetato de etila do que as agliconas de flavonas e podem permanecer na fase aquosa após

hidrólise (PEREIRA; VILEGAS, 2000).

Oga et al. (1984) encontraram os flavonóides orientina (1), isoorientina (2) vitexina (3),

isovitexina (4), e rutina (5) em P. alata através de CCD. Freitas (1985) realizou um estudo dos

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flavonóides glicosídeos de P. incarnata, P. edulis, P. alata e P. quadrangulares, através de CCD e

verificou a presença de quatro flavonóides principais nestas espécies identificados como: vitexina,

isovitexina, orientina e isoorientina.

Vários estudos relatam a presença dos seguintes flavonóides em P. incarnata: C-glicosil

schaftosídio, isoschaftosídio, isovitexina-2´-O-glucopiranosídeo, orientina, isoorientina, isoorientina-

2´-O-glucopiranosídio, swertisina (6), isoscoparin-2”-O-glicosídio quercetina e kaempferol

(PROLIAC et al., 1988; LI et al., 1991; RAHMAN et al., 1997).

Em folhas de P. sexflora, McCormick e Mabry (1992) encontraram seis di-C-glicosilflavonas:

lucenina-2, carlinosídeo, isoviolantina, schaftosídeo, vicenina-1 e isochaftosídeo e seis mono-C-

glicosilflavonas: orientina, isoorientina, isoswertiajaponina e isoswertisina. Em adição, luteolina-7-

O-glucosídeo, luteolina e uma aurona (sufulrentina), também foram identificadas.

Ulubelen et al. (1982) pesquisaram três espécies de Passiflora e relataram a presença dos

seguintes compostos: C-glucosídeo isovitexina, 2”-xilosilvitexina, luteolina-7-O-glucosídeo e uma

mistura de vicenina-2, schaftosídio e isochaftosídeo em folhas de P. pittieri. A partir de P. alata, os

autores obtiveram 2”-xilosilvitexina, vitexina, isovitexina e orientina. Saponarina foi encontrado

somente em P. ambigua.

Os estudos em relação aos flavonóides de Passiflora relatam que os mesmos são derivados

da luteolina (7) e apigenina (8) (GEIGER et al., 1986). Alguns flavonóides detectados com maior

freqüência no gênero Passiflora são os seguintes: orientina, homoorientina, isovitexina, vitexina,

schaftosídeo e swertisina (6) (PEREIRA et al., 2000).

Souza, Schapoval e Bassani (2002) realizaram um trabalho utilizando CLAE, fase isocrática,

para quantificar flavonóides isolados ou compostos em matrizes biológicas complexas, sendo que

o mesmo demonstrou um excelente desempenho em separar os flavonóides quercetina, luteolina e

3-O-metilquercetina em extratos de Achyrocline satureioides.

Moraes (1995) estudou a diferenciação entre P. edulis, P. alata e P. incarnata com base nos

flavonóides, tendo constatado que o perfil cromatográfico destas três espécies permite diferenciá-

las através da CLAE.

Dhawan et al. (2001) consideraram os flavonóides como o maior grupo de constituintes já

pesquisados no gênero Passiflora.

O

Glu

OH

OH O

OH

vitexina

OOH

OH O

OH

Glu

isovitexina

O

OH O

OH

OHOH

Glu

isoorientina(1) (2)

O

Glu

OH

OH O

OH

OH

orientina

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Os alcalóides já encontrados no gênero Passiflora são do tipo indólico simples, derivados do

sistema ß-carbolina, conhecidos como ß-carbolinas ou alcalóides ß-carbolínicos (CORDELL, 1981;

DEWICK, 1997). Vários alcalóides indólicos possuem atividade biológica comprovada, sendo que

muitos têm valor na medicina como tranqüilizante e no tratamento da hipertensão (Cordell, 1981;

Harbone, Baxter, 1995), geralmente essa ação é mediada pela sua interação com um ou mais

receptores específicos.

Muitos dos alcalóides ß-carbolínicos são substituídos em C-1 por um grupo metila, como por

exemplo harmana (8) (CORDELL, 1981).

OOH

OH O

OH

OH

O glu-rha

rutina

O

OH O

OH

Glu

OCH3

swertisina

O

OH O

OH

OH

apigenina

O

OH O

OH

OHOH

luteolina

(5) (6)

(7)

(8)

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Fellows et al. (1938) foram os primeiros autores a pesquisarem alcalóides em P. incarnata,

porém o extrato clorofórmico da mesma, frente aos reativos gerais para alcalóides (Mayer e

Wagner), não apresentou reação positiva.

Entre 1954-1956, Neu, citado por Souza (1997), isolou o alcalóide harmana a partir de partes

aéreas de P. incarnata e posteriormente detectou a mesma substância em P. edulis e P.

quadrangularis.

Estudos realizados com P. incarnata durante a década de 1960 detectaram, através de

análises cromatográficas e espectroscópicas, os alcalóides harmana (8), harmol (9), harmalol (10),

harmalina (11) e harmina (12) (LUTOMSKI, 1959; LUTOMSKI, 1960; LUTOMSKI, 1967; BENNATI

et al., 1968; LUTOMSKI et al., 1968; BENNATI, 1971).

Rehwald et al. (1985) desenvolveram uma metodologia analítica para a detecção de

alcalóides em P. incarnata que consistia na extração, purificação, concentração e posterior análise

em CLAE da fração alcaloídica. Essa técnica foi sensível à detecção de harmana, harmina,

harmalina, harmol e harmalol, porém em quinze amostras comerciais analisadas, somente uma

apresentou traços de harmana.

Segundo Bennati (1967), harmana, harmina e harmalina são alcalóides presentes no

extrato fluido de P. incarnata sendo que o isolamento e separação foram possíveis mediante

extração etérea. O comportamento cromatográfico com padrões de alcalóide foi característico e

permitiu reconhecimento comparando-se com extrato fluido de Passiflora em preparação

farmacêutica complexa.

Estudos com P. incarnata detectaram os alcalóides: harmana, harmina,

harmalina, harmol, harmana e harmalol, sendo que foi utilizado o método de

Cromatografia de Camada Delgada (BENNATI, 1971).

Oga et al. (1984) relatam apenas o teor de alcalóides expresso em harmana de P. alata,

sendo que encontrou 0,217 mg % de alcalóides, no extrato seco das folhas.

Pereira e Vilegas (2000) relatam que contradições e variações dos valores de teor de

alcalóides encontrados na literatura devem-se em parte as diferentes metodologias aplicadas, e

também pode-se considerar os órgãos empregados, a época e o local de colheita.

NN

CH3H

harmana

NN

CH3H

OH

harmol

NN

CH3H

OH

harmalol

NN

CH3H

OCH3

harmalina

(8) (9)

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3.2 Controle de Qualidade de Passiflora

O nome vulgar “maracujá”, de origem tupi-guarani, é empregado para designar uma série de

espécies vegetais pertencentes ao gênero Passiflora. As diversas empresas que comercializam

drogas vegetais obtidas a partir destas espécies freqüentemente enfrentam dificuldade na

identificação destes materiais.

Com freqüência, tais empresas adquirem-nas de coletores preocupados única e

exclusivamente com a atividade extrativa, sem interesse no cultivo da espécie medicinal, bem

como, indiferentes à época da colheita e ao processo de transformação adequada das partes

vegetais em droga. Por isso, muitas vezes, a droga comercializada no Brasil é de baixa qualidade

e não raro apresenta-se fraudada. Com referência a este último fato é conveniente acrescentar que

o problema é bem mais amplo e diz respeito de uma maneira geral á maior parte das drogas aqui

comercializadas (FREITAS, 1985).

Recentemente, as Resoluções - RDC n° 48 e 89 de 16 de março de 2004, da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), incorporaram a P. incarnata L.

na lista de plantas para registro simplificado, para as quais não são necessários

estudos complementares toxicológicos, pré-clínicos e clínicos para a obtenção de

registro de medicamentos, em função do acesso aos estudos sobre esta espécie

(BRASIL ANVISA, 2004), embora até hoje não existam resultados conclusivos que

indiquem qual (is) do(s) constituinte(s) químicos(s) presente(s) nas folhas de

maracujá promovam ação sobre o sistema nervoso central (DHAWAN et al.,

2001b). Entretanto, a referida não preconiza os teores de flavonóides totais

(isovitexina/vitexina).

A diferenciação de P. alata de outras espécies comerciais do gênero Passiflora é

relativamente fácil, visto estes materiais apresentarem folhas lobadas, como P. incarnata L. e P.

edulis Sims ou folhas digitadas/palmatilobadas como P. caerulea L. Outra diferenciação

preocupante é aquela que diz respeito a P. incarnata L. e P. edulis Sims: a margem da folha de P.

edulis Sims é mais nitidamente serrilhada do que a de P. incarnata L. a folha de P. edulis Sims é

NN

CH3H

OCH3

harmina

(12)

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também um tanto irregular, não se conseguindo aplainá-la totalmente quando prensada entre

folhas de papel absorvente. Por outro lado, a face dorsal da folha de P. incarnata L. é pubescente,

o que pode ser observado com auxílio de lupa, fato este não observado em P. edulis Sims

(FREITAS, 1985).

Como a droga comercializada na maioria das vezes é representada pelas partes aéreas, a

dificuldade de diferenciação macroscópica destas drogas aumenta com o grau de fragmentação.

Sendo assim, a diferenciação entre as espécies para propósitos de controle de qualidade deve ser

baseada em constituintes químicos como os flavonóides e farmacognósticas. Normalmente os

parâmetros de avaliação da qualidade da matéria-prima vegetal são caracterizados por critérios de

identidade, pureza e teores descritos nas Farmacopéias (FARIAS, 2001).

A determinação dos flavonóides em plantas medicinais, como proposto pelas

Farmacopéias Alemã (Deutsches Arzneibuch, 1992), Helvética (Pharmacopoeia Helvetica, 1987), e

Italiana (Farmacopoea Ufficiale Della Republica Italiana, 1998) consiste na análise

espectrofotométrica do complexo quelato de alumínio após hidrólise e extração com acetato de

etila. Este é um método geral e é preconizado para P. incarnata e outras espécies ricas em

flavonóides tais como Camomila recutita, Crataegus spp e Betula alba. Muitos autores (Glasl e

Becker, 1984; Schmidt e Ortega, 1993; Pereira, 2002) têm atribuído a metodologia muitas fontes

de erro analítico, uma vez que o método foi desenvolvido especificamente para analisar

flavonóides O-glicosilados e não para flavonóides C-glicosilados, que resistem à hidrólise ácida. Os

C-glicosilados são menos solúveis em acetato de etila (solvente utilizado para extração) do que as

agliconas de flavonas e podem permanecer na fase aquosa após hidrólise, fase esta que é

descartada. Durante a hidrólise ácida, podem sofrer isomerização, denominada rearranjo de

Wessely-Moser, formando misturas de 8-C-glicosídeo e 6-C-glicosídeo (MARKHAM, 1982).

Até 1978 haviam sido publicados poucos trabalhos detalhando a análise de

flavonóides por CLAE. Na década de 70, a separação de misturas complexas de

flavonóides glicosídeos ainda era difícil, e eram utilizadas com sucesso fases

estacionárias do tipo C8, C18 e NH2, e como fase móvel, misturas de água e

metanol, ou misturas acetonitrila-água, fracamente acidificadas com ácido acético.

A utilização da CLAE começou a crescer como ferramenta de análise de

flavonóides em Passiflora principalmente a partir da década de 80.

Num estudo realizado por Quércia et al. (1978) através de CLAE em

amostras de P. incarnata, foi utilizada coluna Zorbax ODS (25 x 2,0 mm I. D.),

temperatura 45 °C, sistema gradiente composto por metanol-água e fluxo de 0,5

mL/min e foi encontrado um teor de vitexina de 0,226% em extrato pilular e 2,24%

em amostras de extratos pulverizados. Ulubelen e Oksu (1982), analisando teores

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de flavonóides através de CLAE utilizaram coluna RP 18 (30 X 0,5 cm I. D.),

sistema isocrático composto por metanol-água-ácido acético (25:70:5) e fluxo 1,5

mL/min em amostras de P. pittieri, P. alata e P. ambigua verificaram que a P. alata

possuía o menor teor de vitexina dentre as três espécies.

Em um outro estudo, Pietta et al. (1986), analisando simultaneamente

flavonóides em amostras que continham extratos de P. incarnata e Crataegus

monogyna, utilizaram coluna C18 (30 cm x 3,9 mm I. D.), sistema isocrático

composto por 2-propanol-tetrahidrofurano-água (5:15:85) e fluxo 1,5 mL/min

verificando a presença de vitexina-4’-O-ramnoside, isovitevina, vitexina e

hiperosídeo.

Também flavonóides C-glicosilados foram pesquisados em extratos de P.

incarnata pelos autores Qimin et al. (1991) em CLAE, onde foi utilizada coluna RP

18 (250 X 4 mm I. D.), sistema gradiente composto por metanol-ácido fórmico 5%-

água e um fluxo de 1,8 mL/min. Foram identificados nestes extratos os flavonóides

schaftosídeo, isochaftosídeo e isovitexina-2”-O-glucopiranosil e isoorientina-2”-

glucopiranosil.

Grice et al., 2001 desenvolveram um novo método em HPLC para análise

simultânea de alcalóides e flavonóides característicos de P. incarnata,

identificando e quantificando harmane, harmine, harmol, isovitexina e vitexina

onde foi utilizado coluna C18 (150 X 4 mm) e um sistema gradiente composto por

metanol-água-ácido acético e fluxo de 1 mL/min.

Os estudos demonstram que a CLAE vem se tornando um dos procedimentos

cromatográficos de análise mais utilizados na área de produtos naturais, visto a alta eficiência de

separação e sensibilidade que são alcançadas, além da possibilidade de utilização com vários

tipos de detectores (MERKEN et al., 2000).

3.3 Considerações Farmacológicas

O gênero Passiflora é mundialmente conhecido por suas propriedades terapêuticas sobre o

Sistema Nervoso Central, fato que vem sendo cientificamente comprovado desde meados do séc.

XX (RUGGY et al., 1940; LUTOMSKI et al., 1975; LOGGIA et al., 1981).

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Na medicina tradicional, a classe de fármacos mais utilizadas como ansiolíticas e sedativas

são os compostos benzodiazepínicos (BZD). Entretanto, além dessas ações, também promovem

uma série de efeitos indesejados, como hipnose, relaxamento muscular, amnésia anterógrada,

prejuízo no desempenho psicomotor, dependência, incompatibilidade com álcool e tolerância

(GRAEFF, 1999). Devido a esses fatores, faz-se necessária pesquisa e o desenvolvimento de

novas drogas, capazes de produzir uma ação ansiolítica e/ou sedativa desprovida desses efeitos.

Inúmeras drogas vegetais, como Melissa officinalis L., Tília europaea L., Hypericum

perforatum L., vêm sendo usadas na medicina popular devido a suas propriedades tranqüilizantes

(COLETA et al., 2001). Em 1940, Ruggy et al., trabalhando com um derivado do extrato fluido de P.

incarnata L., observaram a diminuição da pressão sangüínea e da contração da musculatura lisa

do intestino e do útero em mamíferos. Em 2000, Shi et al. observaram um efeito vaso relaxante

similar, trabalhando com o alcalóide harmana, isolado de Pegamum harmala L.

Alguns alcalóides β-carbolínicos, como a harmina, possuem acentuada atividade

alucinógena, bem como promovem tremores quando aplicados intracerebralmente em ratos

(CORDELL, 1981; SCHRIPSEMA et al., 2000). A capacidade de ligação dos alcalóides β-

carbolínicos aos receptores BZD em ratos foi apresentada por Rommelspacher et al. (1980), sendo

a harmana e a norharmana os mais potentes inibidores destes. Posteriormente em 1996,

Pepplinkhuizen et al. demonstraram que, em altas doses, o alcalóide norharmana ligava-se aos

receptores BZD, bem como inibia a atividade da enzima monoamonoxidase B (MAO-B).

Experimentalmente o mesmo alcalóide induziu sedação e relaxamento da musculatura lisa.

Em 1974, foi relatado que os derivados da pirona (maltol e etil maltol), isolados a partir de P.

incarnata L., causavam efeitos depressores em camundongos como: potencialização do sono

induzido por hexobarbital, ação anticonvulsivante em altas doses e diminuição da atividade

locomotora em doses relativamente baixas (1/10 da DL50) (AOYAGI et al., 1974).

Contraditoriamente, Soulimani et al. (1997) demonstraram que o maltol isolado, misturas de

maltol e harmana e misturas de compostos flavonoídicos e maltol não apresentavam variação nos

parâmetros comportamentais e diminuição da atividade locomotora mesmo em doses elevadas.

Porém esses mesmos autores confirmaram a atividade ansiolítica de P. incarnata L. no extrato

hidroalcoólico (400 mg/kg, i.p.) e a atividade sedativa da mesma a partir do extrato aquoso (400 e

800 mg/kg, i.p.) em camundongos, caracterizando as atividades observadas dependentes do

solvente utilizado na produção do extrato.

Em estudo químico farmacológico, Lutomski et al. (1960) alertaram para a importância da

presença do complexo alcalóide-flavonóide em P. incarnata, para a obtenção de um melhor efeito

farmacológico. Os mesmos autores ainda observam que este complexo está presente no extrato

etanólico.

Trabalhando com extrato fluido e evaporado obtido a partir de folhas de P. alata, contendo

princípios flavonoídicos e alcaloídicos, Oga et al. (1984) relataram que o mesmo promoveu

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redução da atividade locomotora, prolongamento do tempo de sono induzido por pentobarbital

sódico e aumento do tempo de latência das convulsões induzidas por pentilenotetrazol (doses de

75 e 159 mg/kg, via i.p.).

Utilizando o modelo experimental de ansiedade, labirinto em cruz elevado (LCE), Wolfman et

al. (1994) testaram a atividade do flavonóide crisina (1 mg/kg, via i.p.) isolado de P. coerulea e

concluíram que esse composto é um agonista parcial dos receptores BZD, pois apresentou um

decréscimo da ansiedade sem manifestações de atividade sedativa.

Ao contrário dessa observação, Zanoli et al. (2000), ao administrar os flavonóides crisina a

apigenina obtidos respectivamente a partir de P. incarnata e Matricaria chamomilla, verificaram que

ambos produziram uma redução da atividade locomotora espontânea em ratos (sedação) na dose

de 25 mg/kg (via i.p.). Na dosagem de 1 mg/kg (via i.p.), somente a crisina produziu atividade

ansiolítica no modelo de ansiedade claro-escuro. Entretanto, o efeito observado não foi atribuído

aos receptores BZD, visto que estes se encontravam bloqueados por injeção do antagonista

benzodiazepínico flumazenil.

Um estudo comparativo sobre atividade ansiolítica no LCE dos extratos hidroalcoólicos das

espécies de P. alata e P.edulis foi realizado por Petry et al. (2001). Ambos extratos, pela via

intraperitonial em ratos (100 e 150 mg/kg), demonstraram atividade, apesar do extrato de P. edulis

ser mais efetivo em doses menores (50 mg/kg). Trabalhando com o extrato aquoso dessas

mesmas espécies, De-Paris et al. (2002) recentemente obtiveram resultados semelhantes, além de

demonstrar que a composição flavonoídica de P. edulis é mais complexa do que a P. alata.

A partir de 2001, Dhawan et al. começaram a publicar uma série de experimentos em relação

ao gênero Passiflora, dentre os quais um estudo comparativo da atividade biológica de extratos

metanólicos igualmente obtidos de P. incarnata e P. edulis. A dose de 125 mg/kg (via oral) do

extrato metanólico das partes aéreas de P. incarnata apresentou significante atividade ansiolítica

em camundongos no modelo LCE, enquanto que P. edulis não apresentou atividade significativa

em nenhuma das doses testadas (DHAWAN et al., 2001c). O posterior fracionamento do extrato

metanólico de P. incarnata, possibilitou o isolamento de uma substância benzoflavônica (BZF), o

qual apresentou uma atividade ansiolítica expressiva (10 mg/kg, p.o.) similar ao efeito exibido pelo

diazepam (2 mg/kg, v.o) em camundongos submetidos ao LCE (DHAWAN et al., 2001a).

Esses mesmos autores analisaram extratos obtidos de diferentes órgãos vegetais de P.

incarnata e observaram que o extrato metanólico das raízes dessa espécie não apresenta

significativa atividade ansiolítica em relação aos demais órgãos vegetais (DHAWAN et al., 2001b).

O extrato metanólico das folhas de P. incarnata apresentou atividade ansiolítica, propriedades anti-

tussígenas (Dhawan et al., 2002b) contra tosse induzida por SO2 e propriedades afrodisíacas na

dose de 100 mg/kg em animais de laboratório (DHAWAN et al., 2002c).

Santos (2003) realizou um estudo farmacológico através da administração do extrato bruto

hidroalcoólico de P. actinia em camundongos, em doses inferiores a 1.800 mg/kg não resultando

em toxicidade aparente. Através dos métodos LCE e campo aberto, observou um efeito sedativo

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com o extrato hidroalcoólico bruto, extrato metanólico e sub-extrato metanol-água, sendo que

apenas este último apresentou atividade ansiolítica na dose de 30 mg/kg. Ainda no mesmo estudo

verificou-se que todos os extratos e frações com atividade sedativa, apresentaram atividade de

catalepsia em camundongos.

Apesar dos experimentos laboratoriais desenvolvidos com o intuito de avaliar a atividade

farmacológica de Passiflora, ainda não se pode afirmar à qual classe de compostos se deve tal

atividade sedativa, se a um composto isolado ou a grupos de compostos químicos (PEREIRA e

VILEGAS, 2000).

O extrato fluido de P. alata que foi produzido e analisado quimicamente neste trabalho, foi

também investigado por (Salomão, 2003) farmacologicamente quanto aos seus efeitos

psicotrópicos. Efeito ansiolítico foi observado em camundongos tratados com o extrato (100 mg/kg)

e submetidos ao LCE. Todas as doses utilizadas do extrato (30, 100 e 300 mg/kg) produziram

sedação, confirmada pela diminuição do número de cruzamentos e levantamentos realizados pelos

animais, no campo aberto. Finalmente, extrato 100 mg/kg aumentou o tempo de sono induzido

pelo pentobarbital sódico e induziu catalepsia em camundongos produzindo atividade ansiolítica e

sedativa nas doses empregadas neste estudo.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Material Botânico A P. alata foi coletada no horto botânico do Campus da UNIVALI em Ilhota SC, nos meses

de janeiro e agosto de 2001 e identificada botanicamente como P. alata Curtis pelo Professor

Armando Cervi, Curador do Herbário da UFPR e está sob registro UPCB 43.414 no Herbário do

Departamento Botânico da Universidade Federal do Paraná – Curitiba PR.

Após a coleta as folhas foram secas ao ar, trituradas e estocadas em frascos de vidro

protegidas de umidade e calor, no Laboratório de Farmacognosia do curso de Farmácia da

UNIVALI.

A P. actinia, espécie utilizada para fins de comparação com P. alata, foi coletada na

Fazenda Experimental do Canguiri da Universidade Federal do Paraná (UFPR) nos meses de

outubro e novembro de 2001. A amostra coletada esta registrada no Herbário do Departamento

Botânico da Universidade Federal do Paraná – Curitiba PR, sob número UPCB 30.831.

4.2 Padrões e Solventes

Os solventes utilizados no preparo e extração da amostra, foram: álcool de cereais (Synth),

metanol, acetato de etila, ácido fórmico, clorofórmio, diclorometano, hexano, ácido clorídrico e

hidróxido de amônio todos grau P.A. (Merck).

Para as análises em CLAE, foram utilizados metanol, acetonitrila, isopropanol (Nuclear) e

tetrahidrofurano (Sigma-Aldrich), todos grau HPLC; ácido acético (Dinâmica), ácido ortofosfórico

(Merck) reagentes de grau analítico, e água ultrapura, produzida num sistema Compacto Easypure

(Barnstead) a 18,2 MΩcm.

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Foram utilizados os padrões de flavonóides rutina (Sigma), os padrões vitexina, isovitexina,

swertisina, orientina e hiperosídeo cedidos pelos professores Dr. Valdir Cechinel Filho e Dr Franco

Delle Monache. Padrões de alcalóides, harmana, harmol, harmina, harmalina e harmalol, (Fluka)

foram cedidos pelo professor Dr. Cid ª Santos do Departamento de Farmácia da UFPR.

Padrões e solventes foram filtrados por membrana de celulose regenerada (Schleicher e

Schuell) com poros de abertura 0,45 µm.

4.3 Métodos para Obtenção de Extratos

Os diferentes métodos de obtenção de extratos para pesquisa de alcalóides e flavonóides

estão resumidos na Figura 4.

4.3.1 Pesquisa de alcalóides e flavonóides

Extrato de P. alata (A) Folhas secas (500 g) foram moídas e padronizadas pela passagem em um sistema

composto por três tamises com aberturas de 1400 µm, 850 µm e 250 µm respectivamente

(SONAGLIO et al., 1999). Na seqüência utilizando a metodologia adaptada da Pharmacopoeia

Helvética VII (1987), 40% do material vegetal que passou através do tamis com abertura 250 µm,

foi misturado ao pó que passou pelas aberturas anteriores. A droga foi umedecida com o líquido

extrator (álcool de cereais 97°GL: duas partes de álcool para uma parte de água destilada,

obtendo-se teor alcoólico de 64,7%), passada através do tamis com abertura 1400 µm e deixada

em repouso por duas horas.

Utilizando um funil de separação, o material vegetal foi empacotado,

colocando previamente um pequeno pedaço de algodão no funil com objetivo de

uma pré-filtração e o solvente foi distribuído uniformemente sobre a planta moída

e padronizada deixando um excesso de dois centímetros acima do nível da droga.

Durante 12 horas o solvente ficou em contato com o material vegetal. Após,

iniciou-se a percolação coletando-se 1 mL de extrato por minuto.

Extrato de P. actinia (T)

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O extrato de P. actinia foi obtido do Laboratório de Farmacognosia da

UFPR, produzido por Kely Cristina Santos, segundo metodologia proposta pela

Farmacopéia Brasileira I para o preparo de tintura de P. alata (DA-SILVA, 1926).

Extrato de P. incarnata ©

O extrato fluido de P. incarnata foi obtido comercialmente (“Chemische

Fabrik Dr. Hetterich”) Fürth, Alemanha.

4.3.2 Obtenção dos extratos fracionados para pesquisa de flavonóides

Extrato de P. alata (A1) Após elaborado o extrato hidroalcoólico de acordo com a metodologia adaptada da

Pharmacopoeia Helvética VII (1987) e armazenado em refrigerador a 8°C, por 3 dias, o precipitado

(20 g) foi diluído em 200 mL de metanol:água (2:1) e extraído três vezes em funil de separação,

com porções de 100 mL com os solventes: hexano, diclorometano e acetato de etila. O líquido

restante foi denominado fração aquosa que foi concentrado até secura. Em cada uma dessas

extrações foi aguardado o tempo suficiente até obter a nítida visualização das linhas de separação

das duas fases. As fases orgânicas de cada extração, foram reunidas e também concentradas até

a secura em evaporador rotatório.

4.3.3 Obtenção do extrato sob refluxo para pesquisa de flavonóides

Extrato de P. alata e P. actinia (B)

Para obtenção dos extratos das folhas sob refluxo, foram utilizados 0,400 g da planta, seca

e padronizada de acordo com o item 3.3.1 para extrato de P. alata. Colocada em balão de fundo

redondo de 50 mL, acrescentado 25 mL de etanol 40% e aquecido em banho-maria, sob refluxo

por 15 minutos. Após, a mistura foi filtrada por algodão para balão volumétrico de 50 mL. O resíduo

da droga e o algodão foram lavados em balão de fundo redondo com 10 mL de etanol 40% e

aquecido a fervura sob refluxo por 10 minutos. Filtrado novamente a mistura por algodão, lavado o

resíduo e o algodão e mais 10 mL de solvente em balão de 50 mL e aquecido em banho-maria sob

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refluxo por mais 10 minutos. Após o resfriamento em temperatura ambiente, o extrato foi filtrado

para balão volumétrico completando o volume com etanol 40%.

4.3.4 Obtenção dos extratos para pesquisa de alcalóides

A preparação de extratos para pesquisa de alcalóides foi realizada somente com P. alata.

Extrato I

Pó padronizado das folhas (5 g), umedecidas com hidróxido de amônio 5%, deixado em

repouso por 10 minutos, adicionado aproximadamente 30 mL de clorofórmio suficiente para cobrir

a amostra e colocado no ultrassom por 15 minutos. Após, o extrato foi filtrado e concentrado em

banho maria, o resíduo foi ressuspendido com 5 mL de metanol (EVANS, 1996).

Extrato II

Utilizando 15 g de pó padronizado das folhas, umedecido com hidróxido de amônio 5%,

deixado em repouso por 10 minutos, foi adicionado clorofórmio o suficiente para cobrir a amostra e

colocado no ultrassom por 20 minutos. Após, o extrato foi filtrado, concentrado em banho maria,

redissolvido o resíduo com 10 mL de acido clorídrico 1% e colocado no ultrassom por 10 minutos.

Filtrado novamente, alcalinizado com hidróxido de amônia 10% até pH 9-12, foi procedido a

extração em funil de separação com 5 mL de diclorometano. A extração foi repetida por 3 vezes.

Após este processo, a fase orgânica foi concentrada em banho maria, e o resíduo redissolvido

com 5 mL de metanol (EVANS, 1996).

Extratos III e IV

De modo a reproduzir a metodologia clássica para extração de alcalóides, segundo método

descrito por Benatti (1967), uma parte do extrato hidroalcoólico foi concentrado em rota-vapor,

sendo feita a extração durante 7 horas com éter sob aquecimento usando o aparelho Soxhlet.

Após finalizado este processo foi adicionado o agente secante sulfato de sódio anidro, filtrado e

levado em banho-maria até resíduo, em seguida foi redissolvido com ácido clorídrico 1% sob

agitação por 1 hora. Após este processo o extrato foi colocado na geladeira por 10 horas, em

seguida foi realizada a extração com clorofórmio (fase orgânica descartada), adicionando hidróxido

de sódio 10% a fase aquosa e novamente foi submetido a extração com clorofórmio,

acrescentando agente secante sulfato de sódio anidro à fase orgânica, concentrando em banho-

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maria até 1mL e realizando a CCD com a mesma fase móvel e revelador descritos anteriormente

(Extrato Quente III).

Realizou-se o mesmo processo descrito acima, com alteração na extração inicial

com éter, a qual foi realizado a frio, em funil de separação (Extrato Frio IV).

Figura 4: Fluxograma dos métodos para obtenção dos extratos

Extrato (A) (Phram. Helvética VII )

Extrato (T) (Farm.

Brasielira II)

Folhas padronizadas P. actinia

Folhas padronizadas P. alata

Extrato (C) P. incarnata (obtido comercialmente)

Pesquisa Flavonóides (CLAE, UV,

CCD)

Extrato (B) sob refluxo

Pesquisa Flavonóides e

alcalóides (CLAE, UV, CCD)

Extrato (A1) fracionado

Pesquisa Flavonóides

(CCD)

Pesquisa Flavonóides e

alcalóides (CLAE, UV, CCD)

Pesquisa Flavonóides (CLAE, UV)

Extrato (B) Sob refluxo

Pesquisa Flavonóides (UV, CLAE)

Extrato I, II, III e IV

Pesquisa alcalóides

(CLAE)

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4.4.Cromatografia em Camada Delgada (CCD)

4.4.1 Investigação de flavonóides segundo Farmacopéia Brasileira (1977)

Preparou-se uma tintura alcoólica das folhas de P. alata, a 1/5 por

maceração em álcool a 60°C à temperatura ambiente. Evaporou-se 3 mL dessa

tintura a banho-maria e o resíduo foi retomado com 5 mL de metanol sendo filtrado

sobre sulfato de sódio anidro ® (cerca de 0,5 g). Evaporou-se o filtrado a seco,

retomando-o com 5 gotas de metanol. Foi depositado 5 µL desta última solução

sobre uma camada fina de sílica e usando como fase móvel: acetato de etila,

metiletilcetona, água, ácido fórmico (5:3:2:1, v/v). A visualização foi feita sob luz

UV (366 nm ) após nebulização de reativo citrobórico (ácido bórico, ácido cítrico,

metanol 5:5:100, p/v) e solução alcoólica de tricloreto de alumínio a 1%),

FARMACOPÉIA BRASILEIRA (1977).

Realizou-se ainda a seguinte pesquisa para flavonóides: 1 mL do extrato hidroalcoólico foi

evaporado e solubilizado com um mínimo de metanol sendo aplicado em placas de alumínio

cobertas com uma fina camada (0,2 mm) de sílica gel 60 F 254 Merck, ativada a 110°C por 2

horas. Alternadamente, foi preparada a seguinte fase móvel: acetato de etila, água, ácido fórmico

na proporção 80:15:5 e a visualização foi feita sob luz UV 366 nm seguido pela revelação com

ácido 2- aminoetil ester difenilbórico a 1% em metanol e Polietilenoglicol 4000 a 5% em metanol,

sendo a placa aquecida a 120°C por 5 minutos. Para os extratos fracionados seguiu-se este

mesmo procedimento.

4.4.2 Investigação de alcalóides segundo Farmacopéia Brasileira (1977)

Utilizando o extrato hidroalcoólico de P. alata, foram feitas extrações com clorofórmio,

adicionando o agente secante sulfato de sódio anidro, filtrou-se, evaporou-se o filtrado a seco,

retomando-o com algumas gotas de clorofórmio. Foi depositado 5 µL desta última solução sobre

uma camada fina de sílica e usando como fase móvel clorofórmio–metanol-hidróxido de amônia

(9,7:0,3:0,025 v/v). A visualização foi feita sob luz UV (254 e 365 mm) após nebulização do reativo

Dragendorf (WAGNER e BLADT, 1995).

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4.5 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

4.5.1 Instrumentação As análises dos extratos foram realizadas utilizando o cromatógrafo líquido do LAPAM

(Laboratório de Produção e Análise de Medicamentos – UNIVALI) da marca SHIMADZU LC-10;

coluna C18 (Phenomenex), Luna 5µm C18 (Dimensão 250 x 4,60 mm), usando detector SPD –

M10A VP, um “loop” de injeção de 20 µL, uma Bomba LC 10 VP e um software Class VP.

4.5.2 Preparo das amostras para pesquisa de flavonóides C-glicosilados e

alcalóides

Os extratos foram filtrados em presença de carvão ativo e diluída em

metanol 50% na proporção 1:10, sendo novamente filtrada por membrana de

celulose regenerada (Schleicher e Schuell) com poros de abertura 0,45 µµµµm.

Todas as análises foram realizadas em triplicata, a temperatura da coluna de

30 °°°°C.

4.5.3 Condições cromatográficas para pesquisa de flavonóides C-glicosilados

Foram testadas sete condições cromatográficas para as análises dos extratos (T, B, A

e C) em CLAE.

A detecção em UV foi efetuada a 340 nm, 270 nm e 260 nm. Conforme Quadro 1 e

Tabelas 1, 2, 3 e 4:

Quadro 1: Sistemas de solventes utilizados nas corridas isocráticas

SISTEMA

SOLVENTES

FLUXO

(mL/min) 1 acetonitrila – água – ácido acético (18:82:0,5)

1

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2 A = agua – ácido ortofosfórico (100:0,1), pH= 2,6 e B = tetrahidrofurano – isopropanol – acetonitrila,

(10:2:3) (0-60 min de 12% de A em B)

1,2

3 A = agua – ácido ortofosfórico (100:0,1), pH= 2,6 e B = tetrahidrofurano – isopropanol – acetonitrila,

(10:2:3) (0-80 min de 10% de A em B)

1,2

4 isopropanol – tetrahidrofurano – água (5:15:85),

1,5

Tabela 1: Sistema gradiente (1): A = água – ácido acético (100:0,5) pH= 2,88 e B = Metanol,

utilizando um fluxo de 0,5 mL/min.

TEMPO (min) A (%) B (%)

1 80 20

45 - 100

60 80 20

Tabela 2: Sistema gradiente (2): A = água – ácido acético (100:0,5) pH 2,88, B) = Metanol e C =

Acetonitrila, utilizando um fluxo de 1 mL/min.

TEMPO (min) A (%) B (%) C (%)

1 80 10 10

20 70 15 15

30 60 20 20

35 50 25 25

Tabela 3: Sistema gradiente (3): A = Acetonitrila – água (110:660); B = Acetonitrila – água

(120:180), utilizando um fluxo de 1 mL/min.

TEMPO (min) A (%) B (%)

0,01 88 12

5 95 20

10 90 30

17 83 40

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25 75 50

35 65 10

Tabela 4: Sistema Gradiente (4): A = água – ácido acético 0,5% (m/v); B =

Metanol; C = acetonitrila, utilizando um fluxo de 1 mL/min.

TEMPO (min) A (%) B (%) C (%) 1 75 15 10

20 62 20 15

25 55 25 20

30 75 15 10

4.5.4 Curva de calibração para doseamento de isovitexina em CLAE

O teor de isovitexina foi realizado utilizando o sistema gradiente descrito na

Tabela 4. As injeções foram realizadas em triplicata e o resultado foi expresso pela

média das determinações em gramas de isovitexina por 100 g da droga (%, m/m).

Foram pesados 2 mg da substância de referência isovitexina e dissolvido em uma

solução de metanol e água na proporção de 1:1. A solução foi transferida para balão

volumétrico de 100 mL completando-se o volume com solução de metanol na

proporção de 1:1 (solução-mãe). Alíquotas da solução-mãe foram diluídas com uma

mistura metanol e água na proporção de 1:1 obtendo-se soluções contendo

isovitexina, nas seguintes proporções: 4,0; 8,0; 12,0; 16,0; 20,0 µg/mL. As soluções

foram filtradas através de filtro de membrana de celulose regenerada (0,45 µm de

diâmetro nominal de poro) e injetadas no cromatógrafo.

4.5.5 Curva de calibração para doseamento de vitexina em CLAE

O teor de vitexina foi realizado de acordo com o sistema isocrático 4 do

Quadro 1. As injeções foram realizadas em triplicata e o resultado foi expresso

pela média das determinações em gramas de vitexina por 100 g da droga (%,

m/m).

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Foi pesado 1 mg da substância referência, vitexina e dissolvida em uma solução de

metanol e água na proporção de 1:1. A solução foi transferida para balão volumétrico de 100 mL

completando-se o volume com solução de metanol na proporção de 1:1 (solução-mãe). Alíquotas

da solução-mãe foram diluídas com uma mistura metanol e água na proporção de 1:1 obtendo-se

soluções contendo vitexina, nas seguintes proporções: 2,0; 4,0; 8,0; 12,0; 16,0 µg/mL. As soluções

foram filtradas através de filtro de membrana de celulose regenerada (0,45 µm de diâmetro

nominal de poro) e injetadas no cromatógrafo.

4.5.6 Condições cromatográficas para pesquisa de alcalóides ββββ-carbolínicos

Para desenvolver método utilizando a CLAE e melhor separar cada

padrão (harmana, harmina, harmol, harmalina, harmalol), foram usados os

gradientes de concentração da fase móvel (acetonitrila 22%, metanol 22%),

segundo método descrito por Rehwald et al. (1995), conforme as Tabelas 5, 6 e 7.

A detecção em PDA foi efetuada a 340 nm, 240 nm e 260 nm.

Tabela 5: Sistema Gradiente: A = acetonitrila, B = metanol e C = tampão fosfato (pH 8,0),

utilizando um fluxo de 0,8 mL/min.

TEMPO (min) A (%) B (%) C (%)

0-5

5-18

18-30

32

40

32

12

20

12

56

60

56

Tabela 6: Sistema Gradiente: A = acetonitrila, B = metanol e C = tampão fosfato (pH 8,0),

utilizando um fluxo de 0,8 mL/min.

TEMPO (min) A (%) B (%) C (%)

0-5

5-18

18-30

35

45

35

10

20

10

55

35

55

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Tabela 7: Sistema Gradiente: A = acetonitrila, B = metanol e C = tampão fosfato (pH 8,0),

utilizando um fluxo de 0,8 mL/min.

TEMPO (min) A (%) B (%) C (%)

0-5

5-18

18-30

31

38

31

11

18

11

58

44

58

4.6 Validação Analítica

A validação do método (sistema gradiente 4 – Tabela 04) foi baseada na United States

Pharmacopeia (2000). A amostra para os ensaios de validação foi o extrato hidroalcoólico de P.

alata conforme procedimento da Farmacopéia Helvética (1987). A isovitexina, em três níveis

diferentes de concentração (5, 7 e 10 µg/mL), foi adicionada ao extrato para avaliação da

recuperação do método.

4.6.1 Linearidade e intervalo

A linearidade foi determinada com a construção da curva padrão, obtida através das

injeções no cromatógrafo, de diferentes concentrações da substância de referência (isovitexina).

Foi realizada análise de regressão linear e calculado a equação da reta e o

coeficiente de correlação linear o qual deve ser R2 ≥ 0,999 usando o software

CLASS VP-503.

4.6.2 Ensaio de exatidão

A exatidão do método foi determinada após o estabelecimento da

linearidade, sendo verificada através do ensaio de recuperação, “contaminando”

diluições apropriadas de amostra, com diferentes concentrações conhecidas de

solução padrão (isovitexina). A concentração em cada balão ficou compreendida

no intervalo de linearidade do método.

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A solução-padrão foi preparada pesando-se 8 mg de isovitexina e diluído

com metanol 50% para balão volumétrico de 100 mL, tendo como concentração

final: 80 µg/mL.

No preparo da solução-amostra, foi utilizado 5 mL de extrato fluido de P.

alata, diluído com metanol 50% para balão volumétrico de 50 mL e sonicado

durante 5 minutos, tendo como concentração final: 18 µg/mL.

Filtrou-se a solução amostra em papel filtro com carvão ativo e preparou-se

alíquotas seguindo as concentrações demonstradas na Tabela 8. Após realizou-se

as injeções no cromatógrafo utilizando-se como fase móvel o sistema gradiente

(4), demonstrado na Tabela 4.

Tabela 8: Ensaio de Recuperação calculado para o extrato fluido de P. alata (A) fortificado com

isovitexina.

Balão (10 mL) Volume (mL) Amostra

(18 µg/mL)

Volume (µL) Padrão

(18 µg/mL)

Conc. Teórica total

(µg/mL)

Conc. Teórica adicionada

(µg/mL) 1 3 625 10 5

2 3 750 12 7

3 3 1,12 15 10

4 (amostra) 3 - 5 -

5 (padrão) - 625 5 5

4.6.3 Ensaio de especificidade

Este estudo foi realizado durante o teste de recuperação acima (citado no

ensaio de exatidão), tendo como base os dados relativos ao balão no qual foi

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realizada a adição de iguais volumes de amostra e padrão comparando com

aquele que foi colocado apenas padrão.

Cálculo:

Resultado do balão apenas com padrão -------------100%

Resultado do balão com amostra e padrão ---------- X%

Inteferência do extrato fluido = 100 – X%

4.6.4 Limite de quantificação

O limite de quantificação (LQ) corresponde ao menor nível de concentração

que pode ser quantificado com precisão e exatidão aceitáveis. Este foi

determinado através da equação 1, utilizando o coeficiente angular da curva de

calibração e o desvio padrão da curva de regressão linear (S) (USP, 1995).

Equação 1:

LQ = 10 x S

A

4.7 Doseamento do Teor de Flavonóides Totais em UV Nas Figuras 5, 6 e 7 estão descritos os procedimentos operacionais realizados para

análise do teor de flavonóides totais.

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*Valor de referência para P. alata: 0,55% C= A*FD m*E1%

C= concentração de Apigenina em % (m/m); A= absorbância; FD= fator de diluição; m= massa da planta seca em g; E = Coeficiente de abs específica da apigenina (336,5)

Partes aéreas de P. alata (0,2 g droga

seca)

Extração sob refluxo etanol 40% (v/v), 30

min

Solução extrativa

Diluição da solução extrativa (1:20)

Amostra: solução extrativa + 2 mL

Solução AlCl3 0,5% (m/v)

Solução de compensação: sem

adição de AlCl3 0,5% (m/m)

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Figura 5: Fluxograma do método descrito por PETRY et al. (1998). *Valor de referência para P. incarnata: 1,5% do total de flavonóides expressos em Vitexina. Equação: A x 0,8 m Sol 1*: metanol 10% em ác. acético glacial; Sol oxálico -bórica*: 25 g/l ác. bórico + 20 g/l ác. oxálico em ác. fórmico.

Leitura em espectrofotômetro (397

nm) após 30 min.

Partes aéreas de P. alata (0,2 g droga

seca)

Extração sob refluxo 40 mL etanol 60% (V/V), 30

min (2 x)

Completar vol 100 mL

Evaporar 5 mL sol acima, adicionar 10 mL sol 1* e 10

mL sol oxálico bórica* e completar 25 mL ác. acético.

Solução de

compensação: sem adição da sol oxálico

bórica.

Leitura em espectrofotômetro (401 nm) após 30 min.

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Figura 6: Fluxograma do método descrito pela FARMACOPÉIA BRITÂNICA, (2000). *Valor de referência para P. incarnata: 0,3% expressos em Hiperosídeo. A x 1.25 m Sol 1*: hexametilenotetramina 0,5% m/v Sol 2*: ác. clorídrico R1: 25% m/v Sol 3*: ác. acético 5% em metanol.

Partes aéreas de P. alata (0,6 g droga seca)

Extração sob refluxo +1mL sol 1*+20 mL acetona +2 mL sol

2* 30 min (2 X)

Amostra: 10 mL sol acima +1 mL AlCL3 e

completar vol com sol 3*.

Solução de compensação: sem

adição de AlCl3

20 mL sol acima+20 mL H2O+15 mL acetado etila partição da fase

aquosa (3 x). Reunir extratos orgânicos e lavar com 50 mL

H2O.Completar vol 50 mL

Leitura em espectrofotômetro (422

nm) após 30 min.

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Figura 7: Fluxograma do método descrito pela FARMACOPÉIA HELVÉTICA (1987).

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 Obtenção dos Extratos Fluidos e Fracionados para Pesquisa de Flavonóides e

Alcalóides

O extrato hidroalcoólico (A) (1:1, 360 mL), foi obtido por percolação, com álcool bidestilado

diluído, das folhas de P. alata. Durante o armazenamento observou-se a formação de um

precipitado ocasionado possivelmente devido à evaporação do álcool, conseqüentemente

diminuindo o teor alcoólico do extrato e tornando insolúveis substâncias menos polares.

O precipitado desse extrato (A1) (1,5 g) foi particionado com diclorometano, hexano e

acetato de etila com objetivo de purificá-lo e separar as substâncias nele contidas, por ordem de

polaridade, para posteriormente submetê-las a cromatografia em camada delgada (CCD).

A fração diclorometano apresentou coloração verde escura intenso, teve rendimento de

0,2148 g equivalente a 14,32% do precipitado do extrato hidroalcoólico. A fração hexano obteve

um peso de 0,6983 g equivalente a 46,55% do precipitado do extrato hidroalcoólico e a fração

acetato de etila de coloração verde escura, teve rendimento de 0,3 g equivalente a 20% do

precipitado do extrato hidroalcoólico total. A fase aquosa, de coloração castanho avermelhada,

resultou em 0,2870 g de matéria seca, equivalente a 19,13% do precipitado do extrato

hidroalcoólico.

5.2 Cromatografia em Camada Delgada (CCD)

Investigação de flavonóides segundo Farmacopéia Brasileira (1977)

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A caracterização de flavonóides de P. alata realizada segundo Farmacopéia Brasileira

(1977), não apresentou resultado satisfatório. A metodologia descreve que deve aparecer quatro

manchas apresentando coloração amarelo esverdeada sob luz ultravioleta após nebulização do

revelador. Observou-se mancha alongada no centro da placa de alumínio, não apresentando

separação para uma possível caracterização dos flavonóides.

Utilizando a fase móvel, constituída de acetato de etila-água-ácido fórmico na proporção

80:15:5 houve separação dos flavonóides. Nas frações aquosa, diclorometano e acetado de etila

após a eluição cromatográfica e revelação, constatou-se a presença de flavonóides e na fração

hexânica não houve extração de flavonóides. Como pode ser observado na Figura 8, a maioria dos

flavonóides, concentram-se na fase acetato e aquosa devido serem os solventes com maior

polaridade que os demais utilizados. Segundo Markhan (1982), os flavonóides são compostos

polares ou moderadamente polares.

Figura 8: CCD do extrato fluido fracionado (A1) de P. alata, a-fração diclometano, b-fração hexano,

c-fração acetato de etila e d-fração aquosa. Fase móvel: acetato de etila – água - ácido fórmico

(80:15:5).

Na CCD do extrato hidroalcoólico de P. alata (A) (Figura 9), comparando-se com os perfis

dos padrões observa-se possível ausência do flavonóide O-glicosilado rutina, presença de

flavonóide C-glucosilado vitexina e/ou isovitexina e possível ausência do flavonóide quercetina. O

mesmo foi observado para o extrato comercial de P. incarnata e para a tintura farmacopeica de P.

actinia na Figura 9.

a b c d

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Figura 9: Cromatografias de camada delgada das amostras: A- (Extrato hidroalcoólico de P. alata

), T- (Tintura Farmacopeica de P. actinia), C- (Extrato hidroalcoólico comercial de P.incarnata) e os

respectivos padrões 1-Vitexina, 2-Rutina e 3-Quercetina. Fase móvel: acetato de etila-água-ácido

fórmico

( 80:15:5).

Comparando-se os perfis cromatográficos das três espécies de Passiflora, observa-se que

as espécies que mais assemelham-se são P. incarnata e P. actinia. Após efetuarmos as análises

em CLAE, onde também comparamos os perfis cromatográficos das três espécies, confirmamos

este mesmo resultado, podendo assim verificar que as análises preliminares efetuadas através de

CCD foram satisfatórias.

Investigação de alcalóides segundo Farmacopéia Brasileira (1977)

Na caracterização de alcalóides de P. alata segundo método da Farmacopéia Brasileira

(1977), utilizando o extrato fluido (A), não foi obtido resultado satisfatório. A metodologia descreve

três manchas apresentando coloração castanho-avermelhada, após nebulização do revelador. No

entanto, não foi observado nenhuma mancha característica para alcalóides.

A CCD realizada com o extrato I, também não apresentou nenhum

resultado positivo para alcalóides. Já com o extrato II, houve o aparecimento de

uma mancha alaranjada, que depois desapareceu, sendo provavelmente um

resultado falso-positivo para alcalóides, já que o revelador Dragendorff utilizado se

complexa com outras substâncias gerando a mesma coloração característica

(WAGNER e BLADT, 1995)

Segundo Reginatto (2000) há um acúmulo de saponinas em P. alata

verificada por CCD com revelador anisaldeído sulfúrico seguido de aquecimento.

1 2 3 1 2 3 1 2 3 A T C

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A presença de saponinas em P. alata pode ser considerada explicação para o

aparecimento das manchas CCD quando reveladas por Dragendorff, sendo que

este reativo dá falso positivo para compostos terpênicos como limonóides e

saponinas (Biavatti com. pessoal).

5.3 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) Sistemas utilizados na pesquisa de flavonóides C-glicosilados em CLAE

Foram realizadas várias análises em CLAE, utilizando vários sistemas isocráticos (Quadro

1) e vários sistemas gradientes (Tabelas 1, 2, 3 e 4), com o objetivo de obter uma separação dos

flavonóides e um perfil cromatográfico satisfatório das preparações extrativas para assim podermos

comparar, qualificar e quantificar os flavonóides possíveis das três espécies de Passiflora.

De todas as fases testadas para pesquisa de flavonóides verificou-se que a maior

dificuldade foi a separação dos flavonóides C-glucosilados isovitexina e vitexina, devido à

semelhança estrutural, por serem isômeros, mudando apenas a posição da glucose no anel

aromático.

Foi observado uma separação satisfatória destes flavonóides utilizando o sistema

isocrático 4 (Quadro 1) e o sistema gradiente (4) (Tabela 4). Sendo que o sistema isocrático

permitiu quantificar o flavonóide C-glucosilado vitexina na espécie P. incarnata e o sistema

gradiente permitiu quantificar o flavonóide C-glucosilado isovitexina nas preparações extrativas das

três espécies de Passiflora. O sistema escolhido para ser validado foi o sistema gradiente (4)

(Tabela 4).

Comparação entre extrato fluido (A) (Farmacopoea Helvética, VII) de P. alata

coletada no mês de Janeiro e Agosto/2001

1

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Figura 10: Cromatogramas da sobreposição do extrato fluido de P. alata (A) (em

preto) coletadas em Janeiro/2001 com o extrato fluido das folhas coletadas em

Agosto/2001 (em vermelho). Pico 1 – isovitexina. (Sistema gradiente (4) Tabela 4).

A avaliação quantitativa de isovitexina por CLAE e UV entre os extratos

(refluxo e fluido) da planta coletada em janeiro e agosto/2001 em Ilhota SC,

mostra uma diferença significativa entre os diferentes tipos de extratos e entre as

estações do ano da coleta comprovando a influência sazonal na obtenção de

fitoterápicos (Tabela 9).

Um dos fatores que deve ser levado em conta na escolha de um processo

de extração é se o mesmo não altera a composição dos analitos de interesse.

Neste trabalho, tanto a extração por percolação quanto a extração sob refluxo e

aquecimento não alteraram a composição dos flavonóides principais de maracujá

que foram encontrados em quase todas as amostras, variando quantitativamente

de acordo com as condições de extração.

Qimin et al. (1991) afirmam que os dados sobre quantificação de

flavonóides de P. incarnata encontrados na literatura são contraditórios, isto

porque a fração flavonoídica também está sujeita a variações no seu conteúdo: a

época de colheita, parte da planta que constitui a droga, o local de cultivo e a

metodologia de análise empregada são responsáveis por estas variações.

Menguini e Mancini (1988) estudando diversos estágios de desenvolvimento de P.

incarnata, verificaram que o teor de flavonóides é maior nas folhas. A maior

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concentração do flavonóide isovitexina ocorre no período que antecede a floração

até o período de floração do vegetal (setembro a março).

Em termos qualitativos o perfil cromatográfico não sofreu alterações com as

estações do ano analisadas (Figura 10).

Tabela 9: Teor encontrado através de CLAE do flavonóide isovitexina e teor de

flavonóides totais em UV das preparações extrativas de P. alata.

(1) Metodologia segundo FARMACOPÉIA BRITÂNICA, (2000) λ=401 nm

(2) Metodologia segundo PETRY et al. (1998) λ=397 nm

(3) Metodologia segundo FARMACOPÉIA HELVÉTICA, (1987) λ=422 nm

Amostra P. alata

CLAE* Isovitexina %

m/m

UV1 Vitexina % m/m

UV 2 Apigenina %

m/m

UV3

Hiperosídeo % m/m

Extrato B (Janeiro)

1,137 (

0,002) 0,470 (

0,001) 0,087(

0,000

5)

0,775 (

0,001)

Extrato A (Janeiro)

0,018 (

0,001) 0,256 (

0,069) 0,054 ( 0,001)

0,116 ( 0,0005)

Extrato B (Agosto)

0,018 (

0,006) 0,395(

0,0005

)

0,061

(

0,007)

0,405 (

0,001)

Extrato A (Agosto)

0,007(

0,0007)

0,204 (

0,001) 0,033

(

0,005)

0,084

(

0,0005)

* Sistema gradiente (4) (Tabela 4), os valores expressam a média de triplicata (

desvio padrão)

Extrato A= fluido P. alata

Extrato B= refluxo

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Comparação dos perfis cromatográficos de P. alata, P. incarnata e P. actinia

Foi observada separação razoável dos diferentes compostos através da

CLAE, sendo possível diferenciar os extratos das espécies de Passiflora nos dois

sistemas cromatográficos desenvolvidos (Figura 11).

Os flavonóides são considerados por alguns autores como sendo o maior

grupo de constituintes ativos presentes no gênero Passiflora (Dhawan et al.,

2001), sendo em grande parte C-glicosilados e com polaridade elevada. Essa

característica possibilita uma eficiente separação e análise por meio de CLAE em

coluna de fase reversa (MORAES, 1995).

Para escolha do melhor comprimento de onda (340 nm) foram levados em consideração os

espectros UV de padrões, das agliconas e principalmente dos flavonóides presentes nas diferentes

espécies aqui estudadas. Através do Detector de Arranjo de Fotodiodos (PDA) obteve-se os

espectros UV dos diferentes componentes dos extratos de P. alata, P. actinia e P. incarnata os

quais foram identificados como flavonóides, devido aos espectros característicos, com dois

máximos de absorção determinados pelo núcleo da benzopirona: um entre 240-285 nm (banda II)

e outro entre 300-400 nm (banda I). Em geral a banda II é atribuída á absorção do anel A e a

banda I devido ao anel B. Em flavonas a banda I aparece entre 304-350 nm e em flavonóis entre

352-385 nm (Zuanazzi, 2001) (Figuras 15 e 22). Porém não foi possível a identificação dos

flavonóides majoritários da espécie P. alata devido à indisponibilidade dos padrões.

Quando os cromatogramas dos extratos foram comparados e co-injetados com amostras

autênticas de flavonóides, observou-se a presença de vitexina (pico 2) somente nos extratos de P.

alata (Figura 11) e P. incarnata (Figuras 11, 19 e 20). O flavonóide isovitexina (pico 1) foi

identificado nos extratos das três espécies (Figuras 13, 16 e 19). Rehwald et al. (1994) observaram

que a isovitexina é um dos flavonóides majoritários em amostras de P. incarnata. A identificação da

isovitexina feita por meio da comparação dos tempos de retenção de picos e dos espectros UV foi

considerada pelos autores, uma forma segura de identificação de compostos quando são usados

padrões adequados.

No Sistema Gradiente (4), (Tabela 4) foram detectados a presença de 5

picos correspondentes a flavonóides no extrato de P. alata (Figura 13), 6 picos na

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tintura farmacopéica de P. actinia (Figura 16) e 11 picos no extrato comercial de

P. incarnata (Figura 19). Neste sistema cromatográfico, nenhuma das espécies

apresentou pico característico de flavonóide com tempo de retenção superior a 25

minutos (Tabela 10).

No sistema isocrático 4 (Quadro 1), foram detectados a presença de aproximadamente 5

picos correspondentes a flavonóides no extrato de P. alata, 6 picos na tintura farmacopeica de P.

actinia e 9 picos no extrato comercial de P. incarnata. A vitexina foi identificada em maior

quantidade em P. incarnata e está presente na quantidade de traços em P. alata. Já na espécie de

P. actinia pode-se observar a ausência total de vitexina (Figura 11). Neste sistema, a maior

concentração dos picos de flavonóides sai em até 10 minutos e nenhuma das espécies apresenta

pico de flavonóide com tempo de retenção superior a 15 minutos (Tabela 11).

Dessa forma, os dois sistemas permitiram identificar cada espécie e

também permitiram constatar ausência dos demais padrões de flavonóides

(orientina, swertisina e rutina) testados nas preparações extrativas das três

espécies. Há mais semelhança entre as espécies P. incarnata com P. actinia

quando comparados entre si com P. alata, conforme observado através de CCD

(Figura 9).

Tabela 10: Tempo de retenção referente aos flavonóides investigados nos

extratos de P. alata, P. actinia e P. incarnata. (Sistema Gradiente (4), Tabela 4).

* (n=3).

tR (min)

Flavonóide Padrão P. alata* P. actinia* P. incarnata*

Isovitexina 17,020 17,109 17,230 17,122

Orientina 11,851 - - -

Swertisina 26,069 - - -

Rutina 22,475 - - -

Tabela 11: Tempo de retenção relativo aos flavonóides investigados nos extratos de P. alata, P.

actinia e P. incarnata. Sistema isocrático 4 (Quadro 1). * (n=3).

tR (min)

Flavonóide Padrão* P. alata* P. actinia* P. incarnata*

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Vitexina 13,860 13,833 - 14,081

Orientina 10,037 - - -

Swertisina 17,877 - - -

Rutina 12,416 - - -

1

tR=17,1

1 tR=17,2

1 tR=17,1

2

tR2=13,8

2

tR2=14,0

a

b

c

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Figura 11: Cromatogramas das três espécies de Passiflora: a) P. alata, b) P.

actinia e c) P. incarnata. Pico 1-Isovitexina, sistema gradiente 4 (Tabela 4) e Pico

2-Vitexina. À esquerda Sistema Gradiente (4) (Tabela 4) e a direita sistema

isocrático 4 (Quadro 1).

5.4 Análise Quantitativa Através de CLAE

Quando se trabalha com amostras complexas, como extratos de plantas, a separação

isocrática geralmente exibe baixa resolução das substâncias eluidas com menor tempo de

retenção e difícil detecção das substâncias eluidas com maior tempo de retenção, além da demora

para sua eluição. Neste caso a eluição por gradiente permite melhores condições de separação,

otimizando os valores de k de cada pico cromatográfico (PEREIRA, 2002).

Visto serem a maioria dos estudos sobre teor de flavonóides direcionados para P.

incarnata, não foram encontrados dados sobre os flavonóides majoritários em P. alata. Os métodos

em CLAE utilizam flavonas C-glicosiladas como padrões ou então as amostras são submetidas à

hidrólise ácida antes da análise por CLAE (SCHMIDT e ORTEGA, 1993; QUERCIA et al., 1978;

QIMIN et al., 1991). Vários autores relatam que os flavonóide C-glicosilados resistem a hidrólise

ácida (SCHMIDT e ORTEGA, 1993; PETRY et al., 1998; PEREIRA, 2002). Na análise quantitativa

das três espécies, utilizando o sistema gradiente, observou-se que o flavonóide C-glucosilado

isovitexina foi identificado em maior quantidade no extrato fluido comercial de P. incarnata (C),

seguido da tintura Farmacopéica de P. actinia (T) e em menor quantidade no extrato fluido da

espécie oficial da Farmacopéia Brasileira P. alata (A) (Tabela 12). Sendo identificado como o

composto majoritário nas espécies P. actinia e P. incarnata (Figuras 16 e 19).

Vários autores relatam a presença majoritária de isovitexina ou vitexina em amostras de P.

incarnata. Rehwald et al. (1994) analisando 4 amostras de P. incarnata através de CLAE, verificou

que os teores de isovitexina diferem entre as amostras, apesar de constatar que é o flavonóide

majoritário na espécie. Após analisar extrato metanólico em 09 amostras de P. incarnata através

de CLAE, Grice et al. (2001) demonstraram não ser a isovitexina o flavonóide majoritário nas

amostras e sim a vitexina. Já Abourashed et al. (2002), analisando extratos metanólicos através de

CLAE em 115 amostras de diferentes espécies de Passiflora, entre elas as espécies P.alata, P.

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actinia e P. incarnata, encontrou ausência de isovitexina em amostras de P. alata, 0,16% de

isovitexina em P. actinia, 0,42 e 0,11% em amostras de P. incarnata de diferentes locais. A

literatura demonstra dados coerentes com este trabalho, evidenciando também que os teores

diferem de acordo com a época e o local onde são coletadas as espécies. Nas comparações do

teor de isovitexina nas preparações extrativas sob refluxo e aquecimento (B) das espécies P. alata

e P. actinia, a P. alata demonstrou maior teor deste composto. A metodologia de extração sob

refluxo e aquecimento demonstrou que extraiu maior teor de flavonóide do que a metodologia

através da percolação (Tabela 12). Também deve-se considerar que as amostras de P. alata e P.

actinia foram coletadas em épocas e locais diferentes.

Outro fator muito importante na quantificação de flavonóides que deve ser levado em

consideração, é a degradação destas substâncias por fungos e bactérias (Fiura 12). Em um

estudo realizado por Schoefer et al. (2003), o fungo anaeróbio Clostridium orbiscidens demonstrou

ser capaz de converter os flavonóides quercetina, luteolina, apigenina, entre outros em ácido 3,4-

dihidrofenilacético, ácido 3-(3,4-dihidróxifenil) propiônico e ácido 3-(4-hidroxifenil) propiônico. Em

outro estudo realizado por Mamma et al. (2004) foi investigado um sistema multienzimático

produzido por Penicillium decunbens degrada rutina quebrando seu anel heterocíclico

transformando-a em quercetina.

O baixo teor de flavonóide nos extratos fluidos Farmacopéicos de P. alata (A) e P. actinia

(T), visto que estes extratos foram concentrados, em conseqüência diminuindo seu teor alcoólico e

armazenados por mais de 6 meses em geladeira, pode ser explicado por uma possível degradação

por fungos e bactérias, diminuindo o teor de flavonóides. Possivelmente o extrato fluido comercial

de P. incarnata possua conservantes ou pode ter sido submetido a uma etapa de esterilização.

quercetinaa

taxifolina alfitonina

floroglucinol

Ác. 3, 4-dihidroxifen

R= H apigenina R= OH luteolina

R= H naringenina R= OH eriodictiol

dihidrochalconas R= OH floretina

R= H 3-(4-ácido hidroxifenilpropiônico) R= OH 3-(3,4- ácido dihidroxifenilpropiônico)

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Figura 12: Esquema mostrando degradação microbiana de flavonóides.

Tabela 12: Teor encontrado através de CLAE do flavonóide Isovitexina e teor de

flavonóides totais em UV das preparações extrativas das três espécies de

Passiflora (n=3).

(1) Metodologia segundo FARMACOPÉIA BRITÂNICA, (2000) λ=401 nm

(2) Metodologia segundo PETRY et al. (1998) λ=397 nm

(3) Metodologia segundo FARMACOPÉIA HELVÉTICA, (1987) λ=422 nm

Amostra

CLAE*

Isovitexina % m/m

UV1

Vitexina % m/m

UV 2

Apigenina % m/m

UV3

Hiperosídeo % m/m

Extrato B P. alata

1,137 ( 0,002) 0,470 ( 0,001) 0,087( 0,0005) 0,775 ( 0,001)

Extrato A 0,018 ( 0,001) 0,256 ( 0,069) 0,054 ( 0,001)

0,116 ( 0,0005)

Extrato T 0,028 ( 0,002) 0,083 ( 0,00) 0,022 ( 0,0005) 0,025 ( 0,00)

Extrato B P. actinia

0,631 ( 0,001) 0,348 ( 0,001) 0,079 ( 0,00) 0,668 ( 0,012)

Extrato C 1,198 ( 0,009) 0,164 ( 0,00) 0,023 ( 0,003)

0,032 ( 0,0009)

* Sistema gradiente (4) (Tabela 4), os valores expressam a média de triplicata (

desvio padrão)

Extrato A= fluido P. alata Extrato B= refluxo Extrato T= tintura P. actinia Extrato C= fluido comercial P. incarnata

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Figura 13: Cromatogramas de: a) Extrato fluido de P. alata (A) e Padrões: picos 1-

isovitexina, 2-vitexina, 3-orientina, 4-rutina e 5-swertisina (sistema gradiente (4),

Tabela 4)

1

tR=17,1

tR=17,0

1

2

tR=11,8 4 tR=22,4 5 tR=26,0 3

a

OOH

OH O

OH

Glu

isovitexina

O

Glu

OH

OH O

OH

OH

orientina

OOH

OH O

OH

OH

O glu-rha

rutina

O

OH O

OH

Glu

OCH3

swertisina

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Figura 14: Cromatograma do extrato fluido de P. alata (A) e ao lado pode ser

visto o espectro de UV de: 1- Isovitexina (Sistema Gradiente (4), Tabela 4).

Figura 15: Cromatograma da co-injeção dos padrões: 1-isovitexina + 2-vitexina e

ao lado pode ser visto o espectro: 1-Isovitexina (Sistema Gradiente (4), Tabela 4).

1

1

2

OOH

OH O

OH

Glu

isovitexina

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tR=17,23

tR=17,02

1

1 tR=11,8

2

3 tR=22,4

tR=26,0

b

4 5

OOH

OH O

OH

Glu

isovitexina

O

Glu

OH

OH O

OH

OH

orientina

OOH

OH O

OH

OH

O glu-rha

rutina

O

OH O

OH

Glu

OCH3

swertisina

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Figura 16: Cromatogramas de: b) Tintura de P. actinia (T). Padrões: picos 1-

isovitexina, 2- vitexina, 3- orientina, 4- rutina e 5- swertisina (Sistema Gradiente

(4), Tabela 4)

Figura 17: Cromatograma da tintura de P. actinia (T) e ao lado pode ser visto o

espectro de UV de: 1- Isovitexina (Sistema Gradiente (4), Tabela 4).

Figura 18: Cromatograma da co-injeção dos padrões: 1-isovitexina+2-vitexina e

ao lado pode ser visto o espectro: 1-Isovitexina (Sistema Gradiente (4), Tabela 4).

1

1

2

OOH

OH O

OH

Glu

isovitexina

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Figura 19: Cromatogramas de: b) Extrato fluido de P. incarnata (C). Padrões: pico

1-isovitexina, 2- vitexina, 3- orientina, 4- rutina e 5- swertisina (Sistema Gradiente

4, Tabela 4)

1

tR= 17,12

3 tR=11,8

tR=17,0

1

2

5 tR=26,0

c

4 tR=22,4

2

O

Glu

OH

OH O

OH

OH

orientina

O

OH O

OH

Glu

OCH3

swertisina

OOH

OH O

OH

OH

O glu-rha

rutina

OOH

OH O

OH

Glu

isovitexina

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Figura 20: Cromatograma do extrato fluido de P. incarnata (C) e ao lado pode ser

visto o espectro de UV de: 2- vitexina (Quadro 1,Sistema isocrático 4).

Figura 21: Cromatograma do extrato fluido P.incarnata (C) e ao lado pode ser

visto o espectro de UV de: 1- isovitexina (Sistema Gradiente (4), tabela 4).

5.5 Análise Quantitativa Através de CLAE (Sistema Isocrático 4, Quadro 1)

As análises realizadas através do sistema isocrático, apresentaram uma

separação satisfatória dos flavonóides vitexina e isovitexina (Figura 22),

possibilitando a quantificação da vitexina nas amostras de P. alata e P. incarnata.

1

2

tR=14,081

OH

OH

Glu

OH

O

O

Vitexina

2

1

Figura 22: Cromatograma da co-injeção dos padrões (1-isovitexina e 2-vitexina).

Ao lado espectros de UV de: 2- Vitexina (Quadro 1, Sistema isocrático 4).

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Foi verificado ausência de vitexina em P. actinia e também ausência dos demais

padrões testados. Tanto nos extratos sob refluxo (B) como nos extratos sob

percolação de P. alata (A), a vitexina apareceu em baixa quantidade (traços),

ficando abaixo da menor concentração da curva utilizada para o doseamento,

sendo possível quantificá-la apenas no extrato fluido comercial de P. incarnata

(Tabela 13 e Figura 24).

Ainda existem poucos estudos sobre teores de flavonóides em P. alata

através de CLAE, sendo a maioria direcionados para P. incarnata. Tais estudos

relatam a presença de teores baixos ou ausência de vitexina em amostras de P.

alata e teores maiores em amostras de P. incarnata.

Ulubelen e Oksu (1982), analisando teores de flavonóides através de CLAE

em amostras de P. pittieri, P. alata e P. ambigua verificaram que a P. alata

possuía o menor teor de vitexina entre as três espécies. Abourashed et al. (2002),

analisaram extratos metanólicos através de CLAE em 115 amostras de diferentes

espécies de Passiflora, entre elas as espécies P.alata, P. actinia e P. incarnata.

Estes autores encontraram ausência de vitexina em amostras de P. alata e P.

actinia e 0,06% deste composto para amostras de P. incarnata.

Quercia et al. (1978) através de um estudo em CLAE em amostras de P.

incarnata encontraram um teor de vitexina de 0,226% em extrato pilular e 2,24%

em amostras de extratos pulverizados. Grice et al. (2001) após analisarem 9

amostras de P. incarnata (extratos metanólicos) encontraram teores que variam de

16,3 a 2.301,5 µg/g de vitexina.

Segundo a Resolução número 89, de 16 de março de 2004 da ANVISA na

“Lista de Registro Simplificado de Fitoterápicos” a vitexina ou isovitexina são os

flavonóides marcadores da espécie P. incarnata apontada como forma de uso a

tintura ou extrato das folhas, indicando como dose diária 15 a 100 mg de

vitexina/isovitexina.

Os estudos sugerem um teor menor ou ausência de vitexina em P. alata e

P. actinia comparando-se com P. incarnata. Sendo que os teores podem variar de

acordo com o método de extração, local, época de colheita da planta e possível

degradação de flavonóide por fungos e bactérias.

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Tabela 13: Teor encontrado do flavonóide C-glucosilado vitexina,

Amostra tR (min)* g de flavonóide/ %

± SD

Extrato A 13,833 Traços

Extrato B (P. alata) - Traços

Extrato T - -

Extrato B (P. actinia) - -

Extrato C 14,081 0,312 ± 0,0009

(Sistema Isocrático 4, quadro 1, n*=3). Extrato A= fluido P. alata Extrato B= refluxo Extrato T= tintura P. actinia Extrao C= fluido comercial de P. incarnata

5.6 Validação Analítica

O padrão analítico utilizado no procedimento de validação apresentou

resposta linear, cuja curva apresentou valores de R2 ≥ 0,999 com intercepto em y

próximo a zero para isovitexina (Figura 23).

Os dados de recuperação são úteis para avaliar a eficiência do método

analítico proposto, sendo desta forma importante avaliá-la em diferentes

concentrações, uma vez que esta pode variar muito em concentrações baixas.

A especificidade do método foi testada a partir dos dados obtidos no ensaio de recuperação

(Tabela 14), comparando-se o resultado do balão contendo iguais quantidades de amostra e

padrão e aquele onde foi adicionado apenas padrão, para observar o efeito do extrato sobre o

resultado do doseamento do padrão. O extrato demonstrou uma interferência negativa de 4,8%. A

relação feita com a comparação da concentração teórica adicionada com a concentração prática

adicionada, resultou em uma média de 98,67% de recuperação, mostrando que há uma pequena

variação de 1,33%. O coeficiente de variação ficou relativamente baixo, em torno de 0,01. Com isto

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tornamos este método válido, pois o valor encontrado está dentro do limite que é de 2% de

variação (GREEN, 1996).

O limite de Quantificação (LQ) corresponde ao menor nível de concentração que pode ser

quantificado com precisão e exatidão aceitáveis. O valor encontrado foi de 1,29 µg/ml

apresentando uma sensibilidade satisfatória (Tabela 14).

A Figura 24 contém a curva de calibração realizada para o flavonóide vitexina o qual não foi

validado devido estar presente em P. alata na forma de traços.

Figura 23: Curva de calibração de Isovitexina (padrão secundário) em MeOH 50%

a 340 nm (y= 2.11816e-008x-0.000543441)

Figura 24: Curva de calibração de vitexina (padrão secundário) em MeOH 50% a 340 nm (R2=

0,999619). (y=2,29831 e-008x+0,000350931).

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Tabela 14: Ensaio de Recuperação do método, calculada para o extrato fluido de P. alata (A)

fortificado com isovitexina

5.7 Doseamento Espectrofotométrico do Teor de Flavonóides Totais A maneira mais precisa e exata de se identificar e quantificar flavonóides em produtos

naturais é a análise por HPLC. Entretanto, quando se pensa em controle de qualidade, é

conveniente a introdução de alternativas mais simples e baratas, pois nesses casos requerem-se

procedimentos que permitem a análise rápida de numerosas amostras, em laboratórios geralmente

modestos no que se refere ao instrumental instalado e utilizado por analistas na maioria das vezes

sem formação superior. Uma das técnicas que se enquadram bem nesse contexto é a

determinação de flavonóides totais por espectrometria no UV (MARCUCCI, 1995).

O uso do cloreto de alumínio para a determinação da quantidade de flavonóides totais não

é, no entanto, um procedimento isento de limitações. O método é preciso, isto é, ele é

reproduzível, fornecendo desvios pequenos entre um ensaio e outro com a mesma amostra. No

entanto ele pode ser pouco exato, ou seja, o valor que ele fornece pode ser diferente (geralmente

inferior) em relação à quantidade de flavonóides totais realmente presente na amostra analisada

(MARCUCCI, 1995).

Neste trabalho foram realizadas análises do teor de flavonóide total em P. alata

comparando com as outras duas espécies: P. actinia e P. incarnata, através de três métodos de

doseamentos em UV. Destes, dois utilizam solução de cloreto de alumínio e um utiliza solução

oxálico bórica na complexação dos flavonóides. Além de mensurarmos os flavonóides totais

diretamente nas folhas (B), foram também mensurados nos extratos fluidos de P. alata (A), P.

incarnata (C) e na tintura de P. actinia (T).

BalãoVolumeAmostra

(mL)

VolumePadrão

(µL)

Conc.Teóricoadicion.(µg/mL)

Conc.TeóricoTotal

(µg/mL)

Conc.PráticoTotal

(µg/mL)

Conc.Práticoadicion.(µg/mL)

Coef. de

variação

Desviopadrãorelativo

%

1 3 625 5 10 10,34 4,96 0,020 0,4 99,20

2 3 750 7 12 12,31 6,93 0,0133 0,2 99,0

3 3 1,12 10 15 15,16 9,78 0,0156 0,15 97,80

4 3 - - 5 5,38 - 0,0155 - -

5 - 625 5 5 5,21 5,21 0,0133 - -

Média 98,67

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Na metodologia de doseamento de flavonóides totais (λ = 397 nm) baseada na

proposta de Petry et al. (1998) não foram removidos os interferentes lipofílicos.

Segundo o autor, o efeito da interferência lipofílica é avaliado em função do teor

alcoólico do líquido extrator, comparando-se os teores de flavonóides totais de

soluções extrativas com teores alcoólicos crescentes. Foi evidenciado uma

relação direta com a proporção de etanol no líquido extrator e, conseqüentemente,

uma interferência crescente da fração lipofílica extraída. Soluções extrativas

preparadas com etanol a 20 e 40% praticamente não diferiram no seu teor de

flavonóides totais, após o tratamento em coluna de extração sólida.

Os resultados obtidos segundo esta metodologia (Petry et al., 1998) (apesar

de serem utilizadas as amostras numa concentração maior (1:20) do que a do

método descrito) mostraram valores abaixo do referenciado (0,55 g% de

flavonóide em termos de apigenina). Na comparação do teor de flavonóides totais

dos extratos neste método, o extrato de P. alata (A) (janeiro/2001) e extrato de P.

incarnata (C) apresentaram o maior teor, seguido do extrato de P. actinia (T). No

doseamento das folhas a P. actinia apresentou o maior teor em comparação com

P. incarnata. É evidente também que a extração de flavonóides das folhas sob

refluxo e aquecimento é maior do que a extração por percolação, mesmo que na

extração por percolação tenha sido utilizado um grau alcoólico maior, em torno de

60% (Tabela 12).

A metodologia da Farmacopéia Helvética (1987) que doseia os flavonóides

totais (λ = 422 nm) em termos de hiperosídeo (O-glicosilado) (ver Figura 7, pág 40

e Tabela 12, pág 55) é um dos métodos de quantificação do teor de flavonóides

totais mais freqüentemente utilizado (DEUTSCHES, 1992). O método é geral e

preconizado para P. incarnata e outras espécies vegetais ricas em flavonóides.

Contudo, diversos autores assinalam para o mesmo diversas fontes de erro

analítico, decorrentes do método ter sido desenvolvido, de forma específica, para

análise de flavonóides O-glicosilados, mas não para flavonóides C-glicosilados,

que resistem a hidrólise ácida (SCHMIDT e ORTEGA, 1993). Além de tudo, o

método apresenta uma metodologia complexa, a amostra é extraída sob refluxo e

aquecimento utilizando como líquido extrator acetona e ácido, na seqüência é

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ainda submetida a uma extração líquido-líquido com o solvente acetato de etila e a

fração aquosa, onde estão presente os flavonóides encontrados freqüentemente

em Passiflora, é desprezada utilizando-se como solução exame a fração acetato

de etila complexada com cloreto de alumínio.

Nesta metodologia, envolvendo diversas etapas, os resultados obtidos das

folhas das espécies de P. alata e P. actinia foram coerentes com o referenciado

pelo método (mínimo 0,3% de flavonóide em termos de hiperosídeo para P.

incarnata). As folhas e o extrato fluido de P. alata (janeiro/2001) possuem maior

teor de flavonóides totais analisadas de acordo com esta metodologia.

Segundo a metodologia da Farmacopéia Britânica, (2000); onde o líquido

extrator é etanol 60%, a amostra não é submetida a hidrólise ácida. A metodologia

propõe o uso do reagente oxalo-bórico no lugar do cloreto de alumínio para a

formação do complexo a ser analisado por espectrofotometria. De acordo com a

literatura (Glasl, 1985), este tipo de complexação é mais específica para flavonas,

sendo portanto sujeito a menos erros analíticos. Os resultados obtidos foram

inferiores ao referenciado pelo método (1,5% de flavonóides totais em termos de

vitexina para P. incarnata). Comparando-se com as outras duas metodologias

testadas, a metodologia da Farmacopéia Britânica (2000) foi a que apresentou

teores maiores para os extratos de P. alata (A), P. incarnata (C) e P. actinia (T)

(Tabela 12).

As três metodologias analisadas para teor de Flavonóides totais em

espectrofotométricos de UV apresentam em comum: a) teores maiores para

amostras de P. alata coletadas em janeiro do que as coletadas em agosto; b)

teores maiores para amostras de extratos sob refluxo e aquecimento do que

extratos fluidos e c) teor maior para o extrato fluido de P. alata do que para extrato

fluido de P. incarnata e tintura de P. actinia (Tabela 12).

Na comparação dos métodos farmacopéicos com a metodologia

desenvolvida em CLAE observa-se divergências nos resultados. A quantificação

por CLAE apresenta vantagem da separação prévia dos compostos e

possibilidade de quantificação isolada de alguma substância de interesse frente

aos métodos espectrofotométricos. Rehwald et al. (1994) em seu estudo também

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desenvolveram método em CLAE para qualificar e quantificar flavonóides em P.

incarnata e compararam os resultados com teor de flavonóides totais segundo a

metodologia espectrofotométrica da FARMACOPÉIA HELVETICA (1987). Neste

último a maioria dos resultados apresentou teores totais inferiores ao teor de um

único flavonóide analisado em CLAE. As quatro edições da Farmacopéia

Brasileira incluem monografias das folhas de P. alata sem no entanto, preconizar

um método analítico quantitativo para avaliação fidedigna da qualidade da droga.

Estes dados demonstram que há uma necessidade de reavaliação nos

métodos farmacopéicos para doseamentos de flavonóides totais.

5.8 Pesquisa de Alcalóides Através de CLAE Sistemas utilizados na pesquisa de alcalóides β-carbolínicos em CLAE Para desenvolver o método de separação dos padrões de alcalóides,

foram realizadas várias análises, utilizando sistema gradiente e como fase móvel

metanol-acetonitrila-tampão fosfato pH 8,0 com diferentes concentrações,

segundo descrito na Tabela 05.

As análises em CLAE foram monitorados por UV nos comprimentos de

onda de 240, 255 e 370 nm, sendo que os cromatogramas demonstrados

aparecem apenas no comprimento de onda de 240 nm, que foi o de maior

absorção.

Na Figura 25, percebe-se quatro picos característicos de alcalóides, pico 1

do alcalóide harmalol, pico 2 do harmol, pico 3 do harmalina e pico 4 uma mistura

de harmana e harmina. A fase utilizada nesta análise foi baseada na metodologia

descrita por Rehwald, Sticher e Meyer (1995), que utililizou como fase móvel

tampão fosfato em pH 8,0 e metanol-acetonitrila, na proporção 1:1, no

desenvolvimento das suas análises.

A estrutura básica dos padrões harmana (8) e harmina (12) são iguais,

diferenciando-se apenas por uma ligação de um radical –OCH3, na estrutura do

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padrão harmina. Provavelmente esta semelhança leva a retenção dos padrões

no mesmo tempo.

(8) (12)

Na tentativa de separação dos alcalóides harmana e harmina, foram feitas

alterações nos gradientes de concentração da fase móvel utilizada anteriormente,

aumentando a concentração de metanol e diminuindo a de acetonitrila. Como

pode-se perceber na Figura 26, houve um adiantamento nos tempos de retenção

dos padrões, não havendo a separação dos padrões harmana e harmina.

A separação dos padrões harmana e harmina foi realizada após uma

pequena modificação nas concentrações de metanol e acetonitrila (metanol 32% e

acetonitrila 12%), (Tabela 5) como pode ser observado na Figura 27, que

apresenta os tempos de retenções para cada padrão, sendo o do harmolol 6,6

min, harmol 11,4 min, harmalina 16,5 min, harmana 18,4 min e harmina 19,1min. A

Figura 28 apresenta os espectros em UV de cada padrão.

NN

CH3H

harmana

NN

CH3H

OCH3

harmina

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Figura 25: Cromatograma desenvolvido em CLAE, da mistura dos padrões ß-

carbolínicos, pico 1= harmalol, pico 2= harmol, pico 3= harmalina e pico 4=

harmana + harmina. Fase móvel metanol 22% , acetonitrila 22% e tampão fosfato

56% pH 8,0.

Figura 26: Cromatograma, da mistura dos padrões ß-carbolínicos, pico 1=

harmalol, pico 2= harmol, pico 3= harmalina e pico 4= harmana + harmina.

Fase móvel (Tabela 6)

1 2 3

4

1 2

3

4

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Figura 27: Cromatograma, da mistura dos padrões ß-carbolínicos, pico 1=

harmalol, pico 2= harmol, pico 3= harmalina, pico 4= harmana e pico 5=

harmina. Fase móvel (Tabela 5).

1 2

3 4

5

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A B

C D

E

NN

CH3H

OH

harmalol

NN

CH3H

OH

harmol

NN

CH3H

OCH3

harmalina

NN

CH3H

harmana

NN

CH3H

OCH3

harmina

Figura 28: Espectros em UV dos padrões de alcalóides. A= harmalol, B= harmol, C=

harmalina, D= harmana e E= harmina.

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O extrato fluido de P. alata (A), foi analisado segundo metodologia descrita

na Tabela 5. Comparando-se o cromatograma do extrato com o cromatograma

dos padrões, percebe-se que não há picos caracteristícos de alcalóides, não

coincidindo os tempos de retenção. O cromatograma demonstra apenas um pico,

sendo que este apresenta retenção antes de 6 min, e os padrões começam a

serem detectados a partir deste tempo (Figura 29).

Figura 29: Comparação do cromatograma do extrato P. alata (A) e dos padrões

(B), 1= harmalol, 2= harmol, 3= harmalina, 4= harmana, 5= harmina. Fase móvel

metanol 32%, acetonitrila 12% e tampão fosfato (pH 8,0) 56%.

A

B

1 2

4 3

5

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Os extratos a quente (III) e a frio (IV) segundo item 4.3.4, pág 27, também foram

analisados segundo método descrito na Tabela 5. Observando os cromatogramas dos extratos

com o dos padrões, percebe-se que não há picos definidos, além da linha de base estar alterada e

quando observado o perfil dos espectros dos extratos comparado com o dos padrões nota-se que

não há semelhança (Figura 30).

Figura 30: Comparação do cromatograma extrato a quente (III) (A), extrato a frio (IV) (B) e padrões

(C), 1= harmalol, 2= harmol, 3= harmalina, 4= harmana, 5= harmina. Fase móvel (Tabela 5)

C

A B

1 2

3 4

5

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Visto que as análises dos extratos anteriores não apresentaram

resultados positivos para presença de alcalóides, foram desenvolvidos

novos extratos, segundo o método de extração clássica para alcalóides

ácido/base, denominamos extrato I e extrato II (descritos nos itens 4.3.4, pág

26 e 27), o último é mais purificado. As análises foram realizadas em sistema

gradiente, com fase móvel descrita na Tabela 5. Comparando os

cromatogramas do extrato I, extrato II e dos padrões, percebe-se que os

cromatogramas dos extratos são semelhantes, apresentando picos mais

definidos, se comparado ao dos cromatogramas anteriores. Quando

comparados com o cromatograma dos padrões, verifica-se que não há

semelhança nos tempos de retenções e o perfil dos espectros não é

caracteristico. (Figura 31).

A literatura relata que, o gênero Passiflora é composto principalmente

por alcalóides e flavonóides. A investigação dos compostos alcaloídicos

presentes na planta, é em função de que esses alcalóides foram associados

à atividade farmacológica de muitas plantas medicinais que atuam sobre o

sistema nervoso central (PEREIRA; VILEGAS, 2000; REHWALD; STICHER;

MEIER, 1995). Atualmente Dharwan, Kumar e Sharma (2001), relatam que

ainda não está claramente descrito qual constituinte, ou grupo de

constituintes, é responsável elos efeitos sedativos e traquilizantes do

gênero.

Os primeiros estudos relatados na literatura (Bennati, 1971) que detectaram

alcalóides no gênero Passiflora utilizaram métodos mais antigos (CCD) e não

muito precisos. Grice et al. (2001) desenvolveram um único método em CLAE

para análise simultânea de flavonóides C-glicosilados e alcalóides β-carbolínicos

(harmano, harmina e harmol) em 9 amostras de P. incarnata. Os resultados

obtidos mostraram ausência de harmol em todas as amostras, traços de harmana

em 6 amostras, ausência de harmine em 2 amostras e presença nas demais em

pequenas quantidades. As contradições de informações levam a crer que os

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alcalóides não são de fato os compostos predominantes no gênero Passiflora e

provavelmente não estão envolvidos com a atividade farmacológica observada.

Figura 31: Comparação do cromatograma do extrato I (A), extrato II (B), padrões (C), 1= harmalol,

2= harmol, 3= harmalina, 4= harmana, 5= harmina. Fase móvel (Tabela 5)

C

A B

1 2

3 4

5

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