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Mundo Contemporâneo 5ª SÉRIE - EDIÇÃO Nº3- Dezembro2013 Playstaon. a mais re- cente inovação da sony Pág.26 Educados pela TVI Pág. 28 Varrer o pó para debaixo do tapete... Portugal no grupo G do mundial de futebol Pág. 10 Pág.14 Natal Vs Crise Pág.46

Dezembro 2013

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É num período festivo que a Mundo Contemporâneo culmina um ciclo e uma etapa do seu percurso. Foi uma equipa empenhada que se bateu para fazer chegar até si o melhor de acordo com os nossos princípios e dentro de um amplo leque de temáticas.

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Mundo Contemporâneo5ª SÉRIE - EDIÇÃO Nº3- Dezembro2013

Playstation. a mais re-cente inovação da sony

Pág.26

Educados pela TVIPág. 28

Varrer o pó para debaixo do tapete...

Portugal no grupo G do mundial de futebol

Pág. 10

Pág.14

Natal Vs Crise Pág.46

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ÍNDICEDezembro 2013

ECONOMIA «

EDITORIAL «

POLÍTICA «

SOCIEDADE «

INTERNACIONAL «

CIÊNCIA E TECNOLOGIA «

Novo partido de esquerda em Portugal:fará sentido?

Mais do Mesmo...

Torna-te no pai natalNatal de Norte a Sul

A Síndrome de adoração dos famosos

Varrer o pó para debaixo do tapete...Aldeia Global: Portugueses no Estrangeiro

Nova microalga descoberta no Ílhavo

Playstation 4 - amais recente inovação da sony

Alcançado acordo histórico para comércio mundial

6

8

1011

1618

21

23

2626

2 Mundo Contemporâneo Dezembro 2013

Alojamentos turisticos triplicados entre 2008 e 2013 em Faro24

Perfil: Tiago Fleming Outeiro27

O legado de Marx7

Deputados recusam aumento no Reino UnidoUcrânia em clima de tensão

1314

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ÍNDICEDezembro 2013

» DESPORTO

» ARTES E CULTURA

» MODA

Portugal no grupo G do mundial de futebol

O Desporte está de luto

Farense, a grande reviravolta

Russia torna-se campeã mundial de xadrez

Educados pela TVI

O Homem e a lenda: Jim Morrison

Frozen: O Reino do Gelo

Época de Saldos

Natal vs Crise

Looks do Reveillon 2013/2014

2829

32

4044

4243

4446

48

» Diga 52

Mundo ContemporâneoDezembro 2013 3

Como um trovão 34

A influência da internet na compra das prendas de natal 50

Friends vs How I Met Your Mother 36Quem não vê Sevilha, não vê maravilha 38

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4 Mundo Contemporâneo Dezembro 2013

DIRETOR GERAL DIRETORES-ADJUNTOS

DIRETOR DE ARTE DIRETORES DE ARTE ADJUNTOS

Joana Pedroso

Alexandre Carvalheiro Diogo Simão

DIREÇÃO

Fernando Gamito Miguel Domingos

Editorial É num período festivo que a Mundo Contemporâneo culmina um ciclo e uma etapa do seu per-curso. Foi uma equipa empenhada que se bateu para fazer chegar até si o melhor de acordo com os nossos princípios e dentro de um amplo leque de temáticas. A Cultura, a vida política e económica, nacional e internacional estiveram sempre debaixo do nosso olhar atento e perspicaz, sem nunca abandonar-mos as questões de índole social. Alternando entre opinião e informação, podemos dizer que cumprimos a nossa missão!

Neste terceiro e último número desta quinta série, o Natal afigurou-se indispensável, sendo vários os artigos e crónicas que lhe dedicámos. Em tempos de crise «os presentes de natal, têm de ser mais contidos e essencialmente, mais simbólicos do que materiais».

A política, a economia e o desporto são também temas quentes e que valem a pena explorar. A moda, a cultura e a tecnologia que não se sintam rogadas pois sempre tiveram aqui lugar marcado e este número não será de todo exceção. os amantes do desporto e os sempre atentos ao panorama internac-ional contarão igualmente com tudo menos «fait-divers» nestas áreas.

«Deus quer, o homem sonha e a obra nasce.», assim o dizia o grande Fernando pessoa e é com total convicção que a direção da revista reitera em nome de toda a equipa que foi sem dúvida enriquece-dor e prazeroso fazer parte deste projeto.

Miguel Domingos ( Diretor Geral)

Fernando Gamito (Diretor Adjunto)

Miguel Domingos Fernando Gamito

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Mundo ContemporâneoDezembro 2013 5

Economia

Politica

Artes e Cultura

Moda

Sociedade

Internacional

Desporto

Ciências e Tecnologia

CoordenadorMarta Cardoso Alexandre Carvalheiro Ângela Pescadinha

Coordenador

Coordenador

Coordenador

Coordenador

Coordenador

Coordenador

Coordenador

Filomena Pires Catarina Arraes

Mariana Gonçalves Catarina Lopes Catarina Vicente Raquel Gerreiro

Raquel da Costa

Duarte Drago Patricia Victório Inês Oliveira

Diogo Simão Filipa Barão Catarina Perez

Dinis Mestre

Raquel Figueiredo

Ana Margarida Tiago Pais

Carina Fernandes Carolina Hermano Claudia Henriques Daniela Filipe Isarina João

Bruno Martins Diogo Gonçalves Catarina Martins Mariana Vilaça

Inês Coelho

Sílvia Guerreiro

Catarina Gil

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POLÍTICA

6 Mundo Contemporâneo Dezembro 2013

Novo partido de esquerda em Portugal: fará sentido?

Rui Tavares, eurodeputado independente eleito pelo bloco de es-querda, reuniu cerca de 150 pessoas no Teatro S. Luis em Lisboa dia 16 de novembro com o intuito de formar um novo partido político.

O LIVRE, nome aprovado por maioria neste encontro, já tem um símbolo – uma papoila vermelha que representa a liberdade, assim como a paz durante a I Guerra Mundial e rege-se pelos princípios Liberdade, Igualdade, Solidariedade, Socialismo, Ecologia, Europeísmo e Universalismo, como se pode ler na Declaração de Princípios em livrept.net.

Atualmente existem quatro forças políticas de es-querda na Assembleia da República contra duas de direita; fará sentido acrescentar mais uma força política esquerdista? Rui Tavares acredita que sim, mas esclarece que não quer criar “mais um novo partido” mas um “partido tipo novo” que se pretende posicionar no “meio da esquerda”, ou seja, com o PS de um lado e o Bloco de Esquerda mais o PCP coligado com Os Verdes do outro. Posicionamento este que não deixa de ser estratégico quando se pensa em coligações futuras…

O atual eurodeputado pretende concorrer com a sua nova força política já nas europeias de Maio do próximo ano. Se tal não acontecer, é bem possível que fique sem assento no Parlamento Europeu já que as desavenças com o Bloco de Esquerda, partido através do qual foi eleito, já foram expressadas publicamente. A mais mediatizada terá sido com o antigo líder Francisco Louçã que acusou o historiador de formação de ter implementado informações falsas sobre a fundação do Bloco de Esquerda nos jornais i e Sol.

Texto de Marta CardosoFotografia de Afonso Ré Lau

 

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POLÍTICA

Mundo ContemporâneoDezembro 2013 7

Mais do mesmo…

Após tantas tentativas falhadas, os favoritos são os mesmos

 

Agora digam-me: por que razão hão-de ser apenas o Partido Socialista ou o Partido Social Democrata os “ouvidos” pelos portugueses? Gostos e in-clinações políticas à parte, acho de uma tremenda injustiça pon-derar apenas os “laranjinhas” ou o “partido da mãozinha” para governar este país que precisa mais de quem olhe por ele do que quem o queira ven-der e ver ainda mais na ruína…José Sócrates? Mas o que deu na cabeça de alguns para pensar eleger este homem presidente? Não é que o presi-dente atual tenha muito poder de decisão sobre o que está a acontecer no país agora, mas também não precisam pensar em alguém parecido (ou ainda pior). Esquecem-se que não existem só dois lugares para pôr as “cruzinhas” no dia da eleição, há que mudar! Há que pensar noutras opções, expandir os horizontes, pensar mais além! Se não resultou com estes, porquê continuar a “bater no ceguinho”? A não ser que o povo português goste de ser abusado, maltratado e enxovalhado, não vejo razão para que estes sejam as expetativas para a eleição do ano que vem.Nem sei como expressar a minha revolta ao ler esta notícia. Nem queria acreditar quando a li! Até verifiquei a fonte duas ou três vezes, não fosse um daqueles sites de piadas ou assim…

Mas a verdade é que é neste caminho que alguns portugueses ainda querem andar, é a estas pessoas que nada têm de bom para nos trazer (já vimos isso antes…) que querem entregar a condução deste nosso país.Portugal chora, geme e grita por alguém que impulsione esta economia e que expulse o “carro conduzido por três cavalos alinhados lado a lado” ou “o trenó puxado por três cavalos” (significado da palavra troika) daqui para fora!Chega de juros, chega de dívida de interesses, chega de corrupção. É por isso que se ouviu na 1ª semana de Dezem-bro que há o tal alerta para a corrupção “dramática” em Portugal. A ver aqui: (http://www.jn.pt/PaginaInicial/Socieda-de/Interior.aspx?content_id=3566249&page=-1).

É por estas e por outras que não me canso de dizer, pensar e às vezes gritar de raiva: “é sempre mais do mes-mo!”…

Ângela P. Nascimento

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POLÍTICA

8 Mundo Contemporâneo Dezembro 2013

O legado de MarxUma crítica atual a um movimento político que, desde a sua criação, tem dado que falar.

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POLÍTICA

Mundo ContemporâneoDezembro 2013 9

O comunismo é uma corrente política e socioeconómica, que tem como primordial intuito a criação de condições para uma classe igualitária, uma sociedade sem classes sociais.

O mentor desta corrente política foi Karl Marx, que defendia nas suas obras a criação de uma socie-dade sem classes, o que implicava a tomada do poder pelo partido comunista e a nacionalização dos bens de produçãoOra, esta corrente é completamente oposta ao capitalismo.

O comunismo acredita que toda a riqueza de uma determinada sociedade vinha do proletariado, ou seja, da classe trabalhadora, enquanto que o capitalismo valoriza as clas-ses sociais, de acordo com os bens que determinada pessoa possui, ou pelo estatuto que alguém desempenha na sociedade.

A realidade é que apesar de «doente», o regime que se encontra em vigor na maior parte do mundo é o capitalismo: isto, devido à presente realidade da nossa sociedade.

Seria impensável, na sociedade onde estamos inseridos, defender que uma pessoa que bastante investiu na sua formação tenha o mesmo reconhecimento e ordenado que uma pessoa que nem o 12º ano concluiu. Outro dos fatores que leva o comunismo a estar completamente fora de contexto em relação à nossa sociedade é a evolução da estrutura económica e social. Hoje em dia, a es-trutura económica já não é a mesma, pois, o setor secundário já não é o dominante, mas sim o terciário, que assenta nos serviços, e não na produção industrial.Assim sendo, o comunismo, segundo os ideais de Marx, hoje em dia, e mesmo no pas-sado, não passa de uma «Utopia», que leva uma classe mais «fraca» a sonhar com uma realidade que é muito difícil de existir.

Para ser aplicada nos dias que correm, esta ideologia política teria de ser reformulada e adaptada às exigências da nossa sociedade, o que alguns já vêm procurando fazer.

No entanto, devido a vários fatores, um dos quais a mentalidade dos povos, que está virada para o capitalismo de consumo, será muito difícil a adoção desta ideologia política na sociedade atual. As razões que levam os povos a não confiar no comunismo são as más memórias destes regimes, que já estiveram instalados em alguns países: memórias que, juntamente com as do fascismo, não deixam qualquer tipo de saudade a ninguém.

Num tempo de crise como o que estamos a viver, seria o comunismo uma opção para «salvar» a nossa economia?

A verdade é que o sistema capitalista está ultrapassado e tem levado milhões de pessoas à ruína, com as crises cíclicas que tem desencadeado ao longo dos tempos, mas, apesar disto, a mentalidade das pessoas não muda.Sempre existiu um sentimento de desprezo em relação ao comunismo, na maior parte da Europa, o que fez com que esta corrente conquistasse poucos adeptos. Está, então, nas mãos da nova geração de adeptos do comunismo, fazer qualquer coi-sa para mudar esta situação, pois, o mau momento que está a acontecer do ponto de vista

económico precisa de ser combatido, e esse combate precisa de ideias inovadoras: ideias essas que devem partir de todas as correntes políticas, quer sejam de Direita quer sejam de Esquerda.

Dinis Mestre

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INTERNACIONAL

10 Mundo Contemporâneo Dezembro 2013

Varrer o pó para debaixo do tapete…

O mundial de 2014, no Brasil, vai consumir grande parte do dinheiro público brasileiro. Os cálculos apon-tam para cerca de 30 biliões de dólares, valor muito superior ao que foram investidos nos últimos três mundiais, que rondaram os 25 biliões. A maior parte desse dinheiro é gasto em infra-estruturas, nas cidades que vão acolher os jogos, ou seja, na construção de estádios, na reforma de outros tantos e na construção de estradas e aeroportos. A questão que aqui se coloca é: valerá mesmo a pena? A verdade é que a maior parte do dinheiro gerado pelo Mundial vai, directamente, para o bolso da FIFA e os lucros proporcionados pelo turismo dirigem-se a hoteleiros e empresários, ou seja, a alta classe social, a única beneficiária de todo este espetáculo a que chamamos futebol. Entretanto, nas favelas, continua o jogo do gato e do rato. A polícia considera que a solução passa pela perseguição aos bandidos, a fonte de todo o mal do país. Mas para onde os levam? E por quanto tempo estarão eles afastados? A solução é temporária e o problema é bem mais grave. O Brasil, pondo o futebol de lado, as magníficas praias e as mulheres, é um país onde o analfabetismo atinge 8,6% da população com mais de 15 anos. É um país desigual e com enormes problemas sociais. Será que precisa de mais estádios? Não, o Brasil precisa de educação, saúde, segurança e alimentação. O Brasil precisa de tudo, menos de um Campeonato do Mundo de Futebol.

Duarte Drago

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INTERNACIONAL

Mundo ContemporâneoDezembro 2013 11

Aldeia Global: Portugueses no Estrangeiro

Nesta edição, que marca o fim da colaboração dos alunos do 2º ano de Ciências da Comunicação do ano letivo de 2013/2014, contactámos Lucas Kaminski Sampaio, de nacionalidade portuguesa, que, com apenas 21 anos, é Chefe de Partida no Restaurante Ammolitena, na Alemanha, mais porme-norizadamente na região de Rust.

Apesar de, no momento, residir na Alemanha, tivemos a oportunidade de falar com Lucas Sampaio numa das suas visitas a Portugal, antes de a entrevista ser feita, revelando-se uma pessoa muito simpática e educada. Foi um trabalho fácil de fazer, pois, o nosso entrevistado, mesmo tendo que responder por intermé-dio de internet, pela questão da distância, foi muito acessível e bastante cooperante com o nosso trabalho.

Mundo Contemporâneo (MC) - Sabemos que o restaurante onde trabalha acaba de ganhar uma Estrela Michelin. Como se sente?

Lucas Sampaio (LS) - Ficámos loucos quando soubemos. Mas, sinto-me com muita mais pressão em cima, porque as expetativas dos clientes, agora, são muito mais elevadas. Mas, sinto que conseguimos alcan-çar um grande objetivo, que nos deu valor ao trabalho todo de um ano e recebemos cumprimentos de muitos restaurantes de toda a Alemanha com várias estrelas.

MC- Como surgiu a opção de sair do seu país?

LS - A oportunidade veio com o Festival de Gastronomia no «Vila Jóia», conhecido mundialmente no mundo gastronómico. Pude presenciar e conhecer vários chefes e aproveitei para ir a Frankfurt fazer uma pro-va de trabalho. Não num dos melhores, mas, comecei por aí. Tinha uma estrela, um estilo diferente e acabou por me aceitar. Aí aprendi e muito, ouve uma troca de conhecimentos, expus os meus e adquiri os deles.

MC – Fale-nos um pouco do Restaurante onde trabalha, desde o espaço físico ao menu.

LS – Agora, estou no «Restaurante Ammolite», que abriu em Junho de 2013, tem uma arquitetura mo-derna e um estilo muito inovador. A forma do restaurante é redonda com uma cozinha em direto aos clientes, mas, para além disso, quem está na sala tem a sua privacidade, difícil de explicar. Venham ver, dizem que vale a pena, mas nunca lá comi (risos). O menu muda a cada duas semanas para não provocar muita rotina, puxar

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INTERNACIONAL

12 Mundo Contemporâneo Dezembro 2013

sempre por nós e, acima de tudo, para estar a usar os produtos sazonais.

MC - O que se tem revelado, para si, como mais difícil, neste tempo em que está longe do seu país de origem?

LS – Bem, o mais difícil é mesmo estar longe do mar, do sol, dos amigos que me conhecem, e quando queres ouvir uma voz amiga porque não estás nos teus dias. A família claro, que lhes custa a eles e a mim o facto de eu estar fora, mas, espero, acima de tudo, nunca os desiludir, pois, é a minha vida, não posso estar parado. Acho que todos os que estão fora sentem o mesmo.

MC - Visto que, tão novo, teve a oportunidade de acompanhar um res-taurante a adquirir uma estrela Michelin, quais são as perspetivas que tem para o futuro?

LS - As perspectivas são não parar, dar o melhor, tentar a segunda estrela ou mudar para fora da Europa, mas, acima de tudo, dar o melhor com criatividade e amor, pois, sem dar algo primeiro, não vem nada em troca.

MC - Como acha que teria sido o seu percurso, se tivesse ficado em Portugal?

LS - Se tivesse ficado em Portugal, não sei o que seria, não vejo isso assim, sempre gostei de viajar. Acho que acabaria por sair, mesmo que a situação estivesse boa em Portugal. Quero conhecer o mundo, como muitos outros.

MC - Qual a sua opinião sobre o que Portugal tem, neste momento, para oferecer aos jovens, em termos profissionais?

LS - Tenho que ser sincero, não estou muito a par do que se tem passado em Portugal, mas sei o que se passa à volta dos meus conhecidos, e muitos deles já perderam a esperança e a força de tentar fazer algo pró-prio. Para seguir uma vida normal, acho que se consegue, mas a pergunta que se coloca é se estarão a fazer o que querem realmente para o seu futuro.

MC - Pelo que podemos constatar, a sua carreira, de momento, não passa por Portugal. A seu ver, será uma utopia pensar no nosso país como um lugar cheio de futuros promissores para os jovens?

LS – (mostra-se pensativo) Sempre vi potencial em Portugal, mas acho que não está no momento de abrir negócios, ou, se o fizerem, têm que ser coisas com 100% de garantia, para que o país possa crescer e para que surjam novas oportunidades.

Patricia Victório e Duarte Drago

Se tivesse ficado em Portu-gal, não sei o que seria, não vejo isso assim, sempre gostei de viajar. Acho que acabaria por sair, mesmo que a situação es-tivesse boa em Portugal. Quero conhecer o mundo, como mui-tos outros.

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INTERNACIONAL

Mundo ContemporâneoDezembro 2013 13

Deputados recusam aumento no Reino Unido

A proposta de um aumento dos salários dos deputados provocou uma enorme controvérsia. A IPSA (Independent Parliamentary Standards) é uma entidade, independente do Parlamento, que fixa os salários dos deputados no Reino Unido. Propõe um aumento salarial de 11% após as eleições de 2015. Os deputados dos partidos trabalhistas, conservadores e liberais estão totalmente contra este aumento e consideram-no absurdo O objetivo da IPSA é controlar as contas dos de-putados e fixar os vencimentos. De acordo com o The Guardian, a única forma de anular as decisões da IPSA seria legislar a extinção do próprio organismo. Numa altura em que se vive uma crise mundial, esta medida aparece num contexto de cortes orça-mentais e medidas de austeridade. Por estes motivos, é normal que esta medida tenha causado tamanha polémica. Apesar de tudo, a IPSA, por ser independen-te, não necessita de aprovação da Câmara dos Repre-sentantes para atuar, continuando assim a aprovar esta medida.

O principal motivo desta medida tem origem na redução prevista nas pensões dos deputados e nos valores que recebem, quando deixam o Parlamento. A longo prazo, isto não resultaria, em princípio, num custo acrescido para as contas públicas. Assim, o salário anual dos deputados britânicos passaria, das atuais 66 mil libras anuais (79 mil euros), para 74 mil (88 mil euros).

Vários deputados expressaram a sua contestação acerca desta medida. Philipp Ham-mond, deputado e secretário de Estado, afirma que «Enquanto eu for secretário da Defesa, presidindo a uma situação em que os soldados, que servem tão brilhantemente o nosso país, estão a ter aumentos de 1%, eu não irei aceitar um aumento de salário», em declarações à Radio 5 Live. Este aguarda, também, que o resto do Executivo siga o seu exemplo.

Danny Alexander, Secretário-chefe do Tesou-ro, em entrevista à BBC conclui que «A maioria das pessoas vai achar totalmente incompreensível, num tempo de restrições nos pagamentos ao setor público, num tempo de apertos na despesa, que a IPSA esteja a recomendar [aumento de salários para os deputa-dos]». Considera esta subida de salários «totalmente inapropriada» e garante que vai abdicar do vencimen-to extra.

O deputado trabalhista Ed Balls critica a medida da IPSA e considera-a «totalmente fora do contexto do mundo real». Considera uma questão relevante, «Como é que poderia dizer aos deputados do Parti-do Trabalhista que, nesta altura, com uma economia como esta, sob grande pressão, quando há uma crise do custo de vida, eles devem aceitar um aumento do salário?”.

Inês Coelho

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INTERNACIONAL

14 Mundo Contemporâneo Dezembro 2013

Ucrânia em clima de tensão

Pressão de Moscovo e associação com UE gera

tumultos

 

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INTERNACIONAL

Mundo ContemporâneoDezembro 2013 15

Ucrânia em clima de tensão

 

A origem dos protestos, que começaram no dia 2 de Dezembro, deve-se ao contrato de abas-tecimento de gás com a Rússia e à não-associação, através de um acordo de livre comércio, com a União Europeia. Kiev continua a ser pressionada por Moscovo, para que não assine o documento da UE e, ao invés, adira à união alfandegária que a Rússia está a criar. Estas acções, por parte do governo, levam os protestantes a exigir a demissão do governo, pois, acreditam, ainda, viver sobre a influência da Rússia. Durante os dias que se seguiram, os manifestantes ocuparam edifícios governamentais, en-quanto gritavam “Viva a Revolução Europeia!”. Apesar dos protestos iniciarem por serem pacíficos, existiu excesso de violência por parte da unidade especial de Berkut. O presidente, Viktor Ianukovitch, já se pronunciou e criticou a ocupação destes edifícios, apesar de, também, não apoiar as ações das forças policiais. «Podemos dizer que, na noite de sexta para sábado, as forças de segurança foram longe de mais», afirmou o presidente, numa entrevista a vários canais televisivos ucranianos. José Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, também deu a sua opinião, ao afirmar que as autoridades devem respeitar as liberdades democráticas, mas, no entanto, também apela aos mani-festantes para que mostrem alguma contenção. O líder da oposição, Oleh Tyahnybok, exige a impugnação do mandato presidencial e a demis-são do governo. Após a apresentação de uma moção de censura, por parte da oposição, e a rejeição da mesma, os manifestantes prometem continuar nas ruas. Deste modo, pró-europeus ocupam o centro político do país, até à renúncia do presidente. Depois da rejeição desta moção, a Gazprom (russa) e a Naftogaz (ucraniana) tentam dis-

cutir uma parceria estratégica, mas, não chegam a nenhum acordo. Estes desacordos podem levar à inflação da economia ucraniana.O cancelamento do acordo de associação e comércio livre com a União Europeia (UE), uma semana antes da respetiva cerimónia de assinatura, é o principal fator que leva os pró-eu-ropeus a manifestarem-se nas ruas. Pretendem terminar com a influência de Moscovo, nos países saídos da antiga União Sovié-tica. Mais do que um projeto económico, é um projeto político. Assim sendo, os dirigentes da oposição continuam a apelar à população para não pararem as manifestações, até que o presi-dente publique um decreto sobre a demissão do governo. Com efeito, as autoridades ucranianas deram um prazo de cinco dias para os manifestantes pró-europeus abandonarem os edifícios governamentais que ocuparam em Kiev. Estas manifestações contam, já, com cerca de 150 mil participantes e a oposição fala em 19 desaparecidos. Com a situação em aberto, a Ucrânia vive um clima de pré-guer-ra civil.

Inês Oliveira

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SOCIEDADE

16 Mundo Contemporâneo Dezembro 2013

Torna-te no Pai NatalDezembro é o mês das compras, das prendas e, principalmente, da solidariedade. Durante este período verificamos um grande aumento de iniciativas solidárias, como a recolha de alimentos, vendas, feiras e corridas solidárias. Mas será que este tipo de iniciativas não deveria ser prolon-gado durante o ano inteiro?

Durante este mês, algo de mágico acontece. As pessoas, que durante a maior parte do ano, só «olhavam para o seu umbigo», deixam de o fazer e começam a olhar em volta. O princi-pal moti-vo desta situação deve-se à família e ao amor, porque dezembro é o mês do Natal, e o Natal é a altu-ra para estarmos em famí-lia, aman-do-nos uns aos outros. Assim, to-dos aqueles que se encontram bem financeiramente, ou que, pelo me-nos, não estão a morrer de fome, começam a pensar naqueles que não têm absolutamente nada. A imagem de uma criança a passar o Natal sem ter um bacalhau à mesa, uma prenda debaixo da árvore de

Natal - ou até sem ter a tal árvore - ou pior, sem ter nada, aterroriza a maior parte das pessoas. E, é neste

sentido, que as campanhas solidá-rias começam a surgir. Todos os dias somos bombardeados com imensa publicidade, que nos convida a aju-dar diversas instituições para tornar o Natal de alguém melhor.

Uma iniciativa particular-

mente especial está a decorrer atualmente, de forma bastante acessível e fácil para todos que

quiserem ajudar e tornar o Natal de uma criança mais feliz. Basta dirigir-se a uma agência dos correios ou então ir ao site dos CTT, escolher uma das imensas cartas de crianças carenciadas e ser o Pai Natal delas. Existem pedidos inimagináveis, crianças a pedirem simples peças de

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SOCIEDADE

Mundo ContemporâneoDezembro 2013 17

Carina Fernades

roupa, comida e brinquedos. Depois, basta entregar o presente novamente nos correios e eles encarregam-se de o fazer chegar à devida criança. Imagine a alegria da criança ao receber o que pediu ao Pai Natal.

É um pequeno gesto que pode fazer uma grande diferença no Natal de uma criança e na sua vida. Po-rém, não nos podemos esquecer de que as pessoas não comem apenas na quadra natalícia. Elas precisam de ajuda, não só nesta época, como também durante o resto do ano. Então, porque é que as campanhas surgem com maior afluência no Natal? Tudo não passa de uma questão de marketing e de oportunidade, pois é muito mais fácil ajudar alguém em épocas especiais do que em ocasiões normais, uma vez que nestas ocasiões o nos-so sentido emocional não se encontra tão apurado.

Devemos aproveitar esta época para ajudar? Claro que sim, mas não nos podemos esquecer de que o ser humano necessita de comida, atenção, carinho e amor o ano inteiro. Por isso mesmo, deveríamos começar

uma nova campanha: de Janeiro a Janeiro, o Natal é quando o mundo precisar.

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SOCIEDADE

18 Mundo Contemporâneo Dezembro 2013

Natal de Norte a SulO Natal é uma época assinalada por um encanto especial, que é celebrada com alegria, cor e muito entusiasmo. Por todo o país, esta quadra é o rosto de costumes e tradições que honram a herança deixada pelos diferentes povos. A Mundo Contemporâneo abordou alguns testemu-nhos, residentes em vários pontos de Portugal, desde o Algarve, até ao Norte e Ilha da Madeira, de forma a analisar os diferentes retratos natalícios por todo o país, que diferem em tradições e gastronomia.

A mudança das pessoas e alteração dos estilos de vida são fatores que fazem com que as tra-dições natalícias venham a sofrer alterações com o tempo. Entre jogos e tra-dições de Natal, Isa-linda Mar-tins, habi-tante em Faro, mas que vi-veu no campo até aos vinte anos de idade, con-fessou que os tem-pos muda-ram e as pessoas também. «Até aos meus sete anos, os meus pais levavam o ano inteiro a dizer que, se me portasse bem,iria ter no Natal uma “coisinha” especial, algo que não

recebesse durante o ano. Então, na noite de Natal punha um sapati-nho à chaminé, lembro-me que as “coisinhas” que recebia eram bom-bons de Regina, bolachas de bauni-

lha, meias e pantufas, e éramos felizes as-sim”, afirma a mesma. Não ligando a ma-terialismos como nos dias de hoje, retrata uma época de há quase cin-quenta anos atrás, em que as famí-lias ligavam a pequenos simbolismos, como por exemplo o presépio, «a minha mãe, nesta altura, semeava searas para

pôr no presépio, que representava o campo e o trigo como homenagem a Jesus Cristo, e eu ia com os meus pais e a minha irmã apanhar musgo natural para pôr no presépio», mas,

actualmente, com o movimento existente na cidade, já não se faz o presépio do mesmo modo, mas sim de uma forma mais simples e rápida. Porém, Ma-rinha Rodri-gues, 51 anos, residente em Viana do Castelo, comprova que, ainda existem pessoas que se regem pelas tradições mais antigas: «No dia 1 de Dezembro vamos todos buscar musgo e um “pinheirinho” natural. Depois, construímos uma estrutura de base para colocar o musgo e dar a impressão de ser um monte verda-deiro, só que em miniatura. Colo-camos as figuras do presépio (...). E conclui: «Tudo isto demora algum tempo mas é uma boa forma de convivermos em conjunto o espírito natalício, penso que, se algum dia não podermos realizar esta tradição, o Natal deixará de ser Natal». Também Ofélia Gonçalves, 40 anos, habitante em Porto Moniz, destaca que, na Madeira, permane-ce a vertente antiga, onde o Natal é repleto de costumes e festas: «As

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SOCIEDADE

Mundo ContemporâneoDezembro 2013 19

tradições cristãs no Natal estão fixadas nos costumes do povo ma-deirense. Em muitas das localida-des da ilha, como em Porto Moniz, as ruas são iluminadas com muitas luzes, bem como decorações, que demonstram a alegria que se sente nesta época. Também as casas são decoradas com as “lapinhas”, e com as árvores de Natal».

As tradições tentam ser passadas de geração em geração, mas, mesmo sem querer, com pe-quenas alterações. «Tentei incutir aos meus filhos que o Natal é para ser vivido em família e não com os amigos como atualmente aconte-ce», referiu Marinha. As prendas, as decorações, o modo de vida e as pessoas, estão em constante mudança. «Não festejei o Natal com as minhas filhas tal como eu festejava com os meus pais, elas ti-veram mais bens materiais, mas em questão de ensinamentos morais ensinei o que me ensinaram», diz esta residente na cidade de Faro. O Natal madeirense prolon-ga-se até ao «cantar dos reis», na noite de dia cinco para dia seis de Janeiro: «uns grupos de pessoas reúnem-se e dirigem-se às casas de

quem se vai “cantar os reis”; uma vez que se chega a determinada casa, há uma espécie de duelo musical entre quem está à porta e quem está dentro de casa. (…) É ha-bitual que haja também uma mesa de comidas e bebidas “esperando” esta visita. Na Madeira, o Bolo-Rei é especialmente consumido neste dia e, segundo a tradição, a quem calhar a fatia com a fava, terá de

comprar o próximo bolo, e a quem calhar o brinde terá de comprar as bebidas», afirma a mesma. Idalino Martins, 61 anos, remete para o fac-to de alguns jovens não valorizarem as tradições natalícias. «Algumas famílias não são tão unidas e alguns jovens preferem divertir-se, ao

invés de estar com a família na noi-te de Natal. Os locais noturnos es-tão abertos nesta noite, até há fes-tas de Natal nestes mesmos, o que acho vergonhoso, porque assim não cumprem a tradição», mencio-

na o próprio. Para alguns, o Natal pode não fazer diferença, mas para a grande maioria faz, como refere Isalinda: «se não existisse o Natal, seria como um mundo sem sol». Ofélia salienta, também, que o Natal madeirense é mais do que enfeites e decorações, pois é vivido intensamente a nível religio-so, principalmente nas zonas rurais: «As missas do parto acontecem du-rante a madrugada, e prolongam-se desde dia 16 até à véspera da noite de Natal. Estas têm muita adesão por parte das pessoas. Normalmen-te, após a missa, há um convívio no adro da igreja, onde grupos de cordas, acordeões e castanholas tocam e cantam. (…) A Noite do Mercado é realizada no Mercado dos Lavradores no dia 23 de De-zembro, no Funchal. Nesta grande festa, as pessoas deslocam-se de todos os pontos da ilha, e lá adqui-rem as últimas iguarias que estarão presentes na mesa de Natal». Para muitos, a época nata-lícia é sinónimo de gastronomia e fartura à mesa, sem ligar a quais-

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quer dietas. As comidas são muito diversificadas. Estas variam entre salgados, doces, carnes e peixe. A cozinha típica regional da Madeira é muito variada e apreciada, principalmente, agora, na quadra natalícia: «No Natal são con-fecionadas iguarias típicas da época. Entre elas destacam-se as broas e pães caseiros, o Bolo de Mel, a carne de vinho e alhos e os tradicio-nais licores de vários sabores. Na véspera de Natal serve-se uma ceia de canja de galinha e, depois, vamos à Missa do Galo, que, geral-mente, atrai muitos fiéis», afirma Ofélia. Marinha Rodrigues refere: «A véspera de Natal é passada de forma muito tranquila com os familiares mais próximos, conversan-do, jogando às cartas e ao dominó. Comemos o baca-lhau típico com batatas ou o peru, letria, arroz doce, rabanadas, formigos, pinhões, diversos tipos de bolos e tartes».No Algarve, o jantar de Natal difere do campo para a

cidade. «No campo matavam, e matam, ainda, o porco, e comiam», refere Isalinda, embora também comessem bacalhau, broas e filhoses. «Atualmente, costumo fazer peru, amêijoas, lombo de porco recheado ou assado,

hallacas (prato tradicional do Natal venezuelano), filho-

ses, rabanadas, bolo-rei e doces que as crianças da casa peçam para fazer», conta a residente da cidade de Faro acerca do Natal na sua casa. Todas as crianças veneram o Natal. Para elas,

esta é uma época mági-ca, onde o Pai Natal dá as prendas à meia-noite de 24 de Dezembro, muitos familiares que não viam há algum bom tempo reúnem-se à volta de uma mesa recheada de comidas deli-ciosas, e os «mimos» são todos direcionados para elas. Assim, todos alegram-se com a chegada do tão esperado dia. As ruas estão iluminadas, há passadeiras vermelhas, as músicas na-talícias estão presentes nos nossos ouvidos quando es-tamos num estabelecimen-to comercial, os presentes

esperam ansiosamente debaixo da árvore, aproveite.

Feliz Natal

Carina Fernades, Daniela Filipe e Carolina Hermano

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SOCIEDADE

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A síndrome da adoração dos famosos Vivemos numa sociedade onde, a cada dia que passa, os jovens deixam de ser quem são para poderem atingir um ideal imposto pelos famosos. Perfeição essa, que só existe nas revistas e no mundo paralelo, que os adolescentes criam. Até que ponto são os jovens capazes de ir para conseguirem imitar os seus ídolos, e assim, alcançarem o mesmo estatuto que eles?

Desde sempre, o ser humano tem uma necessidade infindável de ser sociável ou simplesmente ser aceite num grupo. Para tal, este utiliza a mímica. Assim, se imitarmos os mesmos comportamentos dos elementos do grupo a que quere-mos pertencer, teremos mais hipóteses de sermos aceites. E é isto que acontece hoje em dia. O ser humano anseia pertencer ao grupo que admira, e, por isso, transforma-se numa máquina de mimese.

Desta forma, as empresas vêem uma oportunidade para fazerem dinheiro: transformam os famosos em ditadores de ten-dências e formadores de opinião. Apesar de estes deterem uma in-fluência sobre toda a população, o público que é mais atingido, bombardeado e influenciado são os adolescentes. Estes querem per-tencer ao grupo dos famosos e, por isso mesmo, imitam-nos, fazendo com que os seus ídolos sejam vistos como líderes de opinião.

Contudo, existem jovens que, no meio desta relação, deixam-se perder completamente, e tornam-se obcecados, deixando de lado a sua própria personalidade, para imitar a do seu ídolo. A revista USA Weekend afirmou que «esta geração não está satisfeita com apenas olhar para cartazes ou, mesmo, estar lado a

lado com as suas estrelas favoritas, eles querem ser essas pessoas». Muitas das vezes, querendo olhar e agir como pessoas famosas, os ado-lescentes chegam a tomar medidas drásticas. Este levantamento tam-bém apurou que «48% bebem bebi-

das alcoólicas, 47% fumam cigarros, 25% têm filhos, 58% têm tatuagens, e cerca de 40% toma medicamen-tos», tudo isto porque os seus ídolos assim o fazem.

Os psicólogos deram um nome àquilo que pode tornar-se uma condição potencialmente pa-tológica: «síndrome da adoração de celebridades». Mas, mesmo pos-suindo este lado negativo, a cada dia que passa, os famosos são utilizados, cada vez mais, como produtores de opinião pública. No centro des-ta relação, existe o facto de que,

quanto mais influência os famosos tiverem sobre os adolescentes, que são, no fundo, os maiores consumis-tas, melhor será para a sociedade de consumo em que vivemos. É óbvio que esta relação de dependência entre famosos e jovens não passa

de um negócio, onde os maiores beneficiários são os famosos e as empresas que os patrocinam.

Assim, estes passam a ser cartazes de publicidade ambu-lante, e nós obedecemos a estas normas com um sorriso nos lábios, deixando em casa a nossa personalidade e o nosso sentido crítico. «Se esta atriz aparece nesta publicidade então é porque o produto é bom»; «Eu até não gosto muito deste sapato, mas se a Rita Pereira o utiliza é porque está na moda»; «Se o Ronaldo

tem esta blusa, então eu também tenho que ter uma igual»; estes são apenas alguns casos, no meio de milhões de situações que acontecem todos os dias, onde o gosto do outro se sobrepõe ao nosso e o critério de avaliação pessoal é influenciado pelos seres que são «superiores» a nós.

Contudo, outra questão se levanta. Será que os famosos, depois de fazerem publicidade a determina-do produto, utilizam-no? A resposta é óbvia: não! São vários os casos em que famosos que fazem publicidade

«se há coisa que tenho a certeza de que não me vou arrepender é de ter feito es-tas tatuagens».

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SOCIEDADE

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a determinado produto são constrangidos a não utilizar produtos rivais ou de outras marcas. Como foi o caso da cantora Alicia Keys, que neste ano se tornou numa das diretoras criativas da marca Blackberry e foi apanhada a utilizar a aplicação IOS, que pertence ao rival iPhone. Este é apenas um caso em que os famosos, apesar de fazerem campanhas publicitárias de determinados produtos, nem sequer os utilizam. E assim, os jovens vão-se deixando iludir, uma vez que estes, na sua maioria, necessitam de um líder que lhes indique qual o melhor cami-nho a seguir.

Em Portugal, uma fã com apenas 15 anos, afirma ter seis tatuagens do cantor Justin Bieber e refere que «se há coisa que tenho a certeza de que não me vou arrepender é de ter feito estas tatuagens». É dentro deste meio que os jovens vão vivendo, cheios de tatuagens, que não possuem qualquer significado, crentes de que a mimese os levará a chegar ao mesmo patamar dos que são vistos como Deus e, assim, ditadores de todas as regras. Neste contexto, não deveria a sociedade ter algum papel significativo para impedir que esta lavagem cerebral continue a acontecer? Para felicidade de alguns, e infelicidade de poucos, a sociedade tem as mãos demasiado ocupadas a enfiar dinheiro dentro dos bolsos.

Cludia Henriques e Isarina João

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ECONOMIA

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Alcançado acordo histórico para comércio mundial

A Organização Mundial do Comércio (OMC) alcançou no passado Sábado, em Bali, um acordo global que poderá vir a injectar cerca de 700 mil milhões de eu-ros na economia global e consequentemente gerar 21 milhões de postos de trabalho.

Foi na madrugada de Sába-do, 7 de Dezembro, no decorrer da Cimeira da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Bali, que foi celebrado o acordo global que visa facilitar as trocas comerciais através do abate de barreiras à importação de bens.

O acordo aponta caminhos para reduzir o tempo de desalfande-gamento das mercadorias, nomea-damente através da simplificação dos procedimentos adminis-trativos. E avança também prazos para desactivar postos de controlo que muitos países usam para dificultar a circula-ção de bens importados.

Especialmente difícil é o que diz respeito à agricul-tura, especialmente no que diz respeito aos subsídios aos produtores. Em Bali, conse-guiu-se o consenso em torno da necessidade de reduzir os subsídios à exportação por estes serem claramente destorcedores da concorrência, tendo os países emergentes (liderados pela Índia) conseguido um regime de excepção para subsídios à produção, quando se trata de um estado garantir níveis de colheita fundamentais para ali-mentar a sua população.

O acordo de Bali estabelece regras que irão permitir um acesso facilitado dos países mais pobres

aos mercados dos mais ricos. Esta tem sido uma das principais reivin-dicações no palco da OMC. A aber-tura de regimes de quotas que estão em vigor, a existência de canais preferenciais para a importação de bens dos países em desenvolvimen-to e um maior apoio dos mercados de serviços locais a estes países são algumas das medidas previstas no acordo alcançado na conferência.

Portugal é, segundo o Go-

verno, um dos beneficiários deste acordo, que lhe irá permitir “dar o salto para ter uma posição mais importante nos mercados globais”, afirmou à Lusa Bruno Maçães. O secretário de Estado dos Assuntos Europeus estima que, com as novas regras, o país poderá reduzir os cus-tos de transacção em cerca de 10%.

Estudos de organizações académicas de referência inter-nacional sustentam que o acordo

agora alcançado poderá contribuir para injectar 700 mil milhões de euros na economia mundial e gerar 21 milhões de postos de trabalho, essencialmente nos países em de-senvolvimento.

Mas há quem lembre que os progressos alcançados são poucos. “As negociações falharam ao não assegurar protecção permanente para os países assegurarem alimen-tação para os seus povos”, defendeu

John Hilary, da organização não-governamental War on Want, citado pela BBC. Nick Deardan, da Movimento pelo Desenvolvimento Mundial, sustenta que, “se os Estados Unidos e a Europa realmente quises-sem combater a pobreza mundial, teriam aceitado um acordo mais forte para os países mais pobres”.

Apesar das vozes críticas, o entendimento de Bali, em que Roberto Azevedo acabou por mostrar ter uma capacidade nego-cial que não se via nos seus anteces-sores, contém aspectos muito po-sitivos. Embora não ataque a sério a questão das tarifas alfandegárias, no sentido de alguma normalização e impedindo que elas funcionam como barreira proteccionista para os produtos de cada estado.

Sílvia Guerreiro

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ECONOMIA

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Alojamentos turísticos triplicados entre 2008 e 2013 em Faro

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ECONOMIA

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Entre o período de 2008 a 2013 a cidade de Faro conseguiu triplicar o seu número de alojamentos turísticos.

De acordo com, os dados da Câmara Municipal, em Faro exis-tiam apenas duas pousadas e dez hotéis em 2008, sendo que, no final do presente ano a capital algarvia conta com mais 43 novos alojamen-tos. Segundo o presidente da Câmara, Rogério Bacalhau, esta ne-cessidade de expansão dos alojamentos deve-se, sobretudo, à chegada das companhias aéreas low cost ao Aeroporto Internacional de Faro. As viagens a baixo custo contribuíram para a vinda de mais turistas para o Algarve. O facto de a cidade de Faro ser banhada pela Ria Formosa foi outro dos fatores condicionantes para o alargamento dos alojamentos. Nas palavras de Rogério de Bacalhau, Faro tem tudo para atrair mais turistas. «Temos uma cidade velha lindíssima, temos uma Baixa, te-mos um património local, temos uma gastronomia, temos bom tempo, temos o aeroporto. Tudo isso são características que levam a que os turistas queiram vir a Faro». Com uma taxa de ocupação média anual superior a 80%, ou seja, uma sobrelotação positiva, Faro tem todas as capacidades (e tam-bém necessidade) para criar mais hotelaria, nomeadamente, um hotel com 5 estrelas que tivesse capacidade para fazer congressos. «Não temos um hotel de dimensão para fazer um congresso para 300 pessoas e temos aqui uma universidade, que é uma instituição propícia a desenvolver esse tipo de atividades, mas quando o quer fazer, vai fa-zer nos concelhos à volta de Faro» referiu o presidente em declarações à Lusa. Assim, o presidente da Câmara, Rogério Bacalhau, confessou que pretende ampliar a notoriedade da nossa cidade, através do turis-mo e eventos culturais.

Ana Margarida Ruivo

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Ciência e Tecnologia

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Nova microalga descoberta no Ílhavo

Playstation 4 - a mais recente inovação da SonyQuando alguém perguntar o que oferecer neste Natal, aqui fica uma ótima ideia para dar a quem mais gostas.

Foi revelado, numa fonte académica, que um grupo de biólogos da UA – Universidade de Aveiro -, desco-briu, numa lagoa pouco profunda, em Gafanha de Boavista, no Ílhavo, uma nova microalga. O organismo, causa-dor das «marés vermelhas» na ria de Aveiro, origina toxinas que, regularmente, causam a proibição da «apan-ha» de bivalves.

Pertencente ao grupo dos dinoflagelados, exibe uma característica própria dos seus semelhantes, de «produzir quistos de resistência com um revestimento calcário». Desconhecia-se, até hoje em dia, que esta espécie habitava em água doce. António José Calado, da Universidade de Aveiro, afirma que «Até à descrição de Theleodinium calcisporum (nome dado ao novo organismo), todas as espécies com quistos calcários descritos eram marinhas».

Nesta espécie acontece um fenómeno que se verifica apenas numa pequena quantia dos milhares de quistos até hoje conhecidos.

Catarina Arraes

A nova Playstation é dez vezes mais poderosa que a Plays-tation 3, com um sistema de jogos avançado, um desempenho gráfico fantástico, um espaço de armazena-mento de 500 Gb e processadores personalizados. Esta leva-te a novos e envolventes mundos de jogo e a uma comunidade de jogos profun-damente interligada. Tens mais de 180 jogos a serem desenvolvidos. O seu design é diferente dos anteriores, pois, consigo traz o co-mando Dualshock 4, com manípulos mais precisos, sensores de movi-mento incorporados, um altifalante integrado e controlos táteis. Através do novo botão share, podes exibir os teus melhores momentos de jogo, partilhando-os nas redes sociais. A mais recente Playstation traz, também, a Playstation Camera, que transmite os teus jogos em direto,

grava vídeos e podes ainda falar com os teus amigos, através desta e do auscultador monofónico. Podes iniciar a tua sessão na Playstation, com o reconhecimento facial e utilizar os comandos de voz para navegares no menu em mãos-livres. Através da Playstation App podes ligar a PS4 ao smartphone e ao tablet, para anda-res sempre ligado. Podes ainda jogar os teus títulos da PS4 na PS Vita, através da rede Wi-Fi doméstica, graças à reprodução

remota. O preço deste aparelho fica estimado em 399.99€ e podes reser-vá-lo no site oficial da Playstation.

Raquel da Costa

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Ciência e Tecnologia

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Tiago Fleming Outeiro é de Matosinhos, nasceu a 10 de Junho de 1976 e licenciou-se em Bioquímica, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. No entanto, pelo meio, teve ainda a oportunidade de experienciar o programa Erasmus, fazendo parte da sua licenciatura, a Universidade de Leeds, no Reino Unido. Começou por fazer o doutoramento em Chicago, mas, apenas concluiu este grau académico no Whitehead Institude for Biomedical Re-sarch (ligado ao Massachusetts Institute of Technology).

Os seus trabalhos concentram-se na área das neurociências, na qual tenta, principalmente, compreender as razões que levam ao desenvolvimento de doenças como o Alzheimer, Parkinson ou Huntington, conseguindo, assim, avanços para a melhoria dos pacientes afetados, ou, até mesmo, a cura ou uma forma ótima para a prevenção.Com uma carreira longa e diversa, após terminado o seu doutoramento foi consultor e investigador na FoldRx Phar-maceuticals, de 2007 a 2011 foi chefe de departamento e um dos principais investigadores do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa. É, desde 2007, professor auxiliar no Instituto de Fisiologia, da Faculdade de Medicina da Uni-versidade de Lisboa. E é, também desde de 2007, professor e dire-tor do departamento de Neurodegeneration and Restaurative Research, na universidade Medizin Gottingen, na Alemanha.

Em Novembro de 2012, foi abordado pelo Jornal Público, aquando da identificação do funcionamento de uma proteína, que interfere na comunicação entre os neurónios e afeta a memória dos doentes de Parkinson, permitindo, assim, a aplicação de novos medicamentos para a doença. Esta situação foi explicada ao Público, pelo próprio Tiago Outeiro: «Há uma oportunidade muito grande de se testarem novos fármacos para aspetos particulares da doença, até agora menos possíveis de ser tratados, e corrigir defeitos na comunicação neuronal e encontrar fármacos que possam evitar a acumulação destes oligómeros de alfa-sinucleína (agregados proteicos) no cérebro dos doentes de Parkinson», afirmou o mesmo.

Perfil: Tiago Fleming OuteiroPortugal é rico em grandes mentes inteletuais, e, hoje, apresento mais uma.

Filomena Pires

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CULTURA

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Educados pela TVIUma crítica feminina aos efeitos do programa mais visto e comen-tado da programação nacional

A Casa dos Segredos é mais um programa que segue um modelo já definido anteriormente: as dife-renças são subtis, mas as reações de Portugal são as mesmas. A maior parte da nossa população delira com as futilidades, histerismo e falta de conteúdo (cerebral) dos participantes. Os portugueses seguem o progra-ma, pois sentem neces-sidade disso (e talvez, também, para se sentirem mais inteligen-tes do que real-mente são). Co-mentam, votam e fazem com que a escala das audiências seja quatro vezes maior do que a do telejornal. Esta é a verdade inconveniente do nosso país.

Há quem desculpe a população jovem por assistir a este tipo de «entretenimento», por ainda não estar formada e não ter a capacidade de se questio-nar. Ora, seguindo essa lógica, os jovens não possuem raciocínio crítico: quais ovelhas do rebanho, deixam-se guiar pelo pastor, para um matadouro chamado «futu-ro».Isto entristece-me profundamente, visto que será des-

tes jovens «contaminados» que surgirá o crescimento económico e a gestão deste país.

«O culpado? O programa de televisão Casa dos Segredos, o qual deveria ser banido porque apela aos piores instintos de qualquer pessoa. Acho que aquele programa pode ser responsabilizado, dado que as pes-soas são convidadas a mostrar o pior de si. Todos os

persona-gens são degra-dantes e encon-traram o sítio certo para se mostra-rem», expla-nou Miguel Sousa Tava-res, em declara-ções no

Jornal da Noite.

O programa está cheio de peripécias quotidia-nas que denunciam o perfil do nosso país.

O que há de maior gravidade nesta situação é que as pessoas fechadas naquela casa agem de uma maneira repugnante, em termos de cultura, princípios e educação. E pior: representam muitas outras «perso-nagens» reais que estão à solta cá fora, que não estão presas numa casa, a serem vigiadas 24horas por dia. Isto sim é preocupante

Catarina Perez

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CULTURA

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A história, a poesia e inspirações de uma das figuras mais incontornáveis e míticas da música rock.

8 de Dezembro de 2013. Se Jim Morrison fosse vivo, completa-ria hoje 70 anos. Existem bandas/cantores dos quais gostamos ou músicas que ouvimos em deter-minadas alturas e pouco depois se apagam da nossa memória… este artigo não é sobre uma dessas ban-das.

Conheci a banda «The Doors» ainda em criança, posso mesmo atribuir a culpa à minha mãe e, se ao início, a magia das le-tras me passava completamente ao lado, a melodia das suas mú-sicas fez-me apaixonar de forma instantânea. Com o passar dos anos, esta banda tornou-se cons-tante na minha vida. Nos bons e maus momentos, Jim Morrison tornou-se um «amigo» presente.

Para muitos considerado como um imortal poeta do rock, as suas letras repletas de geniali-dade despertaram em mim toda a atenção e, ao longo dos anos, pretendi saber mais, quis ler, ouvir, conhecer. Posso usar até o cliché «nasci na altura errada» quando falo das minhas preferên-cias musicais.

Morrison é, também, conhecido pelas suas atitudes provocadoras ou pela sua obses-são pela morte. Morreu aos 27 anos, sendo considerado membro do conhecido «clube dos 27», juntamente com Janis Joplin, Jimi Hendrix: todos eles sucumbiram aos excessos do final dos loucos anos 60.

Loucos, como ele.Jim, nasceu em 1943, em Melbourne, Florida, filho de Clara e George S. Morrison, então oficial da marinha.

Aos 5 anos de idade teve, como daria a conhecer anos mais tarde, a sua primeira experiência com a morte - ao passar de carro com os pais pelo deserto, viu um acidente - um camião com traba-lhadores índios tinha ido contra outro carro e vários corpos estavam

espalhados na estrada, sangrando até à morte. Nas palavras do pró-prio, «Eu era apenas uma criança e fui obrigado a ficar dentro do automóvel enquanto os meus pais foram ver o que se passava. Não consegui ver nada – para mim era apenas tinta vermelha e pessoas deitadas no chão.Mas sentia que alguma coisa se tinha passado (…) Apercebi-me que elas não sabiam mais do que eu sobre o que tinha acontecido. Esta foi a primeira vez que senti medo (…) E penso que nessa altura as almas daqueles índios mortos – talvez de um ou de

dois deles – andavam a correr às voltas e vieram parar ao meu corpo (…)E eu,como uma esponja, absorvi tudo (...)»

Diz-se que a sua obsessão com a morte surgiu neste episódio sórdido, que os seus pais afirmam nunca ter sucedido.

Morrison cresceu sem um pai presente e isto pode ser a chave para compreender a sua estranha mente. Ao mesmo tempo que cres-

ceu sem raízes, era tam-bém atlético e popular, um pouco traquina, um pouco rebelde e tinha fome da palavra dos ou-tros, assim como da sua. Lia tudo a que pudesse deitar a mão, mesmo autores extremamente complexos para a sua idade. No entanto, é Nietzsche que o fasci-nará, ao ponto da sua dicotomia filosófica da

Grécia Antiga (Dionísio e Apolíneo) vir a marcar a estética poética da banda «The Doors».

Anos mais tarde, Jim ingres-sou num curso de cinema, que, ao contrário do que se diz, nunca che-gou a terminar. Morrison passou grande parte do tempo perdido na transcendência dos seus excessos, dormindo com mulheres, bebendo e terminando noites num telhado de um edifício abandonado perto da praia de Venice. Mergulhado em ácidos e LSD, escrevendo ininter-ruptamente poemas e canções. «Eu

Diz-se que a sua obsessão com a morte surgiu neste episódio sórdido, que os seus pais afirmam nunca ter sucedido.

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A história, a poesia e inspirações de uma das figuras mais incontornáveis e míticas da música rock.

tinha um concerto de rock intei-ro na minha cabeça», afirmou o mesmo ao seu amigo Ray Man-zarek na edílica cena na praia de Venice, quando se reencontram após uma temporada de ausên-cia de Jim Morrison no deserto.

Jim canta «Moonlight Drive» a medo ao seu amigo, que fica sem palavras perante a beleza poética que a canção encerra. Com a amostra de talento que Jim Morrison evi-dencia, Ray não hesita e ambos combinam formar uma banda cujo nome vai derivar de um poema de William Blake, The Doors of Perception.Nascem, assim, os «The Doors». A sua essência.

Manzarek convida dois colegas seus das aulas de medi-tação, o guitarrista com formação clássica, Bobby Krieger e o bate-rista com formação em jazz, John Densmore. Em poucos meses, os «The Doors» já tocam em bares razoáveis. «Light My Fire», canção curiosamente escrita por Bobby Krieger num dos primeiros ensaios da banda, torna-se num sucesso nacional em pouco tempo.

A banda começa a chamar a atenção. É uma banda diferente, que cativa pessoas diferentes. A ausência de baixo convencional, o teclado circense-sombrio de Ray Manzarek, a clara influência flamenga de Krieger na guitarra e a poesia mística de Morrison tor-nam-se marcantes e persuasivas aos sentidos. Jim sobressai como o líder do gru-po. Não apenas pela sua extrema inteligência e sensibilidade, es-pelhadas na poesia que canta, ou pela sua voz grave e profunda. A

sua imagem sensual e misteriosa é um apelo à libido mais profunda das jovens de Los Angeles. Torna-se um ídolo em pouco tempo.

«Os concertos ao vivo são uma forma de troca de flui-dos cósmicos com a audiência (…) uma simbiose perfeita. Ele

rebola no chão, ele desmaia ou simula gemidos sexuais, ele invoca shamans(...) Tudo com o suporte dos seus companheiros de banda sempre dispostos a ampará-lo nos seus devaneios artísticos.», escreveu Ana Filipa Carvalho, na Obvious Magazine.

Com o sucesso crescente e avassalador, Jim começa a re-fugiar-se cada vez mais nos áci-dos e na bebida, distanciando-se da banda e apressando o fim da banda mais mítica da história.Na manhã de 3 de julho, foi encontrado morto na banheira da sua casa parisiense. Ele tinha 27 anos e, segundo a polícia, foi vítima de um ataque cardíaco. Apesar dos antecedentes de Morrison, a polícia não realizou uma autópsia.

É enterrado no célebre cemitério Pére Lachaise, em Pa-

ris, onde estão sepultados vários artistas mundiais, que Morrison admirava, como Honoré de Bal-zac e Oscar Wilde. No entanto, existem imensas teorias da cons-piração e, segundo Ray Manza-rek, o corpo nunca foi visto pelas pessoas próximas do cantor, para além de Pamela (sua namorada). O empresário dos «The Doors», Bill Siddons, apanhou o primeiro avião para a capital francesa, mas, quando chegou, o caixão estava fechado. A tese oficial foi a de Pa-mela Courson, pois, segundo ela o cantor morreu durante a noite em casa. Mas, a jovem apresentou duas versões diferentes.Os nossos sonhos são, muitas vezes, limitados pela experiência. Percepções formadas através da experiência, seja ela a de executar algo, do quotidiano ou da expe-riência da totalidade dos nossos sentidos, do que sentimos, vemos, provamos, ouvimos.

O Rock dos loucos anos 60 foi, sem dúvida, engolido pe-las filosofias da perceção, pelas experiências com drogas, mentes alteradas, shamanismo, e foi uma tentativa de ganhar um terreno mais elevado de consciência, de arte. Foi uma época de rebelião e contra-cultura. De paz e amor. De drogas para viagens com o trans-cendente. De amor à natureza. De hippies. De contestação à guerra no Vietname. De repúdio de uma sociedade consumista que come-çava a espalhar-se num piscar de olhos.

E este foi um homem que viveu apaixonadamente essa filo-sofia.Long live to the Lizard King!

Long live to the Lizard

King!

Raquel Figueiredo

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Frozen: O Reino do Gelo

Uma aventura gelada que nos vai aquecer o coração!

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Uma aventura gelada que nos vai aquecer o coração!

Uma aventura gelada que nos vai aquecer o coração!A vasta herança cinematográfica dos estúdios Walt Disney, sobretudo a que se situa na Era de Ouro dos

anos 90, dei-xou um legado demasiado marcante, a que o novo milénio nem sempre soube respon-der com firmeza e originalidade. No entanto, os últimos proje-tos lançados vieram revitali-zar a esperan-ça do público na habilidade de criação de histórias empol-gantes e reple-tas de magia dos estúdios Disney, como «The Princess and the Frog» (2009), «Tan-gled» (2010) e «Wreckit Ral-ph» (2012).

«Frozen» era, portanto, olha-do com alguma expetativa pela sua combinação do universo digital com a aura clássica dos grandes musicais Dis-ney, para além de marcar o reencontro do estúdio com as

histórias de Hans Christian Ander-sen, 24 anos após «The Little Mer-

maid».Vagamente inspirada no conto «The Snow Queen», de Christian An-dersen, a 53ª longa-metragem de animação da Walt Disney Animated Studios, «Frozen», faz-nos mergu-lhar numa jornada épica, salpicada de humor e aventura, onde a jovem princesa Anna, ao lado de Kristoff e da sua leal rena Sven, enfrenta uma série de peripécias, de modo a en-contrar a sua irmã Elsa, cujos pode-res de gelo aprisionaram o Reino de Anderelle num inverno perpétuo.

No seguimento de «Wreckit Ralph», matizado de uma narrativa surpreendentemente original, o novo filme da Disney também de-monstra que nem só de romances se faz o amor. O amor que predomi-na é o fraternal, aquele que as duas irmãs, Anna e Elsa, nutrem uma pela outra. Esta linha tem vindo a quebrar a saga de romances clássi-cos e de princesas bem-amadas que caracteriza o estilo Disney, assim como é dada primazia à emanci-pação da mulher, retirando-lhe o estatuto de «donzela indefesa». Adicionalmente, este filme vem confirmar a tendência que já come-çava a verificar-se perante a pelí-cula «Brave» (2012): a inexistência de um verdadeiro vilão. A Disney concentra-se agora em questões mais profundas como a consciência das personagens e as suas relações interpessoais, e em «Frozen» esta propensão para pôr de lado a luta do «bem contra o mal» é confirma-da. Os estúdios Walt Disney aliam, pois, todas estas características a uma forte componente de aventura e fantasia, ilustrada na perfeição por uma animação extremamente bem conseguida.

Existem, contudo, algumas falhas que deixam um pouco a de-

sejar. Na tentativa de nos transpor-tar às façanhas do passado, onde as músicas se revelavam formida-velmente virtuosas e simbólicas, a história faz-nos esperar por um espectáculo musical que se asse-melhe aos clássicos dos anos 90, o que infelizmente não acontece. O excessivo recurso às canções, por vezes, não acrescenta nada ao fio narrativo e quebra o ritmo do filme. Por outro lado, algumas particula-ridades na versão portuguesa não fazem justiça às grandes dobragens dos anos 90, acabando por retirar o significado e expressividade obriga-tórios na interpretação da grande canção de «Frozen», «Let It Go», um potente hino à liberdade,que nos recorda como a Disney é capaz de compor as mais emblemáticas canções.

Inexplicavelmente, outra das grandes falhas do filme surge a nível dos personagens. A princesa Anna aparenta ser uma cópia da protago-nista de «Tangled», Rapunzel, assim como a rena Sven uma reciclagem de Maximus, o cavalo desse mesmo filme; e Kristoff é caracterizado, sobretudo, pela pobreza que apre-senta a nível de personalidade. Por fim, tal como evidenciado anterior-mente, a ausência de um verda-deiro antagonista poderá tornar o universo deste novo clássico menos empolgante do que se esperaria.

Não obstante, «Frozen» é um filme mágico, trazendo consigo a diversão e ternura, habituais dos filmes Disney, que tanto nos aquece o coração.

Catarina Gil

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Como Um Trovão

Estou rendido. Antes deste, tinha assistido a «Prisoners», um thriller desafiante de grande qualidade. Só que o destino tinha um «Jack in the Box» à minha espera: e dele, apanhei um Knock-Out glorioso. «The Place Beyond the Pines» não pode ser classificado normalmente. Insere-se em vários géneros (ação, comédia, policial, «teen-drama», romance, entre outros) e não se deixa prender especialmente por nenhum deles. A câmara de Derek Cianfrance («Blue Valentine») delicia-se de tal forma com os corpos dos seus atores e com a beleza

Um dos filmes mais originais (e esquecidos) do ano é visitado e dignificado.

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Como Um Trovão natural da Nova Iorque suburbana, que quase a sentimos a lamber os lábios de sofreguidão. É um sentimento raro no cinema americano atual, mas, que aqui existe em abundância.Um motoqueiro de «bolas da morte» (Ryan Gosling, eletrizante, tal como o tinha sido em «Drive») recebe a no-tícia de que um antigo «engate» seu (Eva Mendes), teve um filho de ambos. Gosling decide deixar a sua vida de incertezas e dedicar-se a sustentar o filho, mas, vem a descobrir que por muito que se esforce, não se consegue

afastar de quem realmente é. É verdade: não podemos escapar de quem nós realmente somos; a nossa verdadeira natureza irá acabar por surgir e tomar conta das nossas ações.E isto é apenas o início, daquilo em que o filme te vai pôr a matutar, por isso aguenta firme que a tempestade vem a caminho.Mas não deixes que isto te faça pensar que vai ser uma seca: nada do género! Admito que algumas cenas de cariz familiar foram alongadas um pouco, mas isso não altera o ritmo fantástico que te é oferecido. Desde corridas de motas a alta velocidade, tiroteios, festas de secundária cheias de álcool e drogas, suspense e intrigas policiais em larga escala… Aqui encontras de tudo, e melhor ainda: está contextualizado, com desenvolvimento de personagens e sempre desenrolando o novelo da história. Existe um magnífico sentido de naturalidade na maneira como tudo foi fil-mado: são acontecimentos extraordinários, capturados, por acaso, numa câmara.Ray Liotta, Rose Byrne, Dane DeHaan e Emory Cohenentram saem de plano, sem pretensiosismos de vedeta: são apenas intervenientes alheios à sua participação nesta odisseia moderna. Odisseia, essa, que não ficaria completa sem Bradley Cooper. Eu não sou grande fã, mesmo depois de o ver em «Hangover» e «Silver Linings Playbook». Mas tenho que admitir que, para a personagem que interpreta, foi uma escolha de casting acertada: um inteligente polícia com um forte sentido de justiça, pre-sente apenas naqueles calmos momentos em que ninguém o observa ou conde-na. O homem tem carinha para este tipo de papéis: mas não vejo potencial para muito mais. Mas, hey! Se até o Matthew (totó) McConaughey se tornou bom ator, quem sou eu para duvidar de alguma coisa?De alguma forma, o fim do filme (o sol sobre as montanhas, a paisagem verdejan-te e uma estrada que serpenteia para o inevitável desconhecido) sugeriu-me algo maravilhoso e melancólico. As escolhas que cada personagem faz têm consequências? Sim.«Não podemos escapar de quem nós realmente somos»? Sim.Se isto é verdade, então as consequências do que fazemos são o resultado da nos-sa própria natureza única. Por outras palavras, meus amigos, este filme é uma apaixonante fábula sobre a consciência humana de algo mais profundo que qualquer sentimento ou laço afetivo: esta é a história de alguém que descobriu o que é o destino.

Existem alguns problemas menores, como algumas (poucas) cenas menos interessantes e o facto de Cooper ainda não me ter convencido plenamente. Mas, são «ninharias», compara-

das com a magnificência do épico que temos em mãos. Estou rendido. «The Place Beyond the Pines» fez-me render a alma. É uma experiência cativante e única: e só me abste-nho de lhe atribuir a maior pontuação possível porque acabei de o ver.

Diogo Simão

Um dos filmes mais originais (e esquecidos) do ano é visitado e dignificado.

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Duas das melhores «sitcoms» de sempre analisadas paralelamente: e são bem mais parecidas do que à primeira vista parecem!

Em 1994 nasceu uma das séries mais famosas de sempre, criada pelas mentes de David Crane e Marta Kauffman: «Friends». A minha série preferida aos 12 anos e, talvez, não só a primeira série que vi, como a minha preferida até hoje. Porquê? O seu elenco, representado por seis melhores amigos, juntos em Nova Iorque, durante dez tempora-das, constituía o plano perfeito. Muitas vezes apaixonei-me pelo instantâneo «How YOU DOOIN’?» do Joey e a sua postura infantil. Outras, rio-me até não poder mais, com as constantes e inoportunas piadas do Chandler. A Rachel ensinou-me que não é um problema dar impor-tância às coisas materiais, desde que não seja a nossa única prioridade. A Phoebe mostrou-me que todos pode-mos ser loucos de vez em quando (quem nunca cantou «Smelly Cat» com ela?). O Ross e a irmã Mónica ensina-ram-me que, por mais diferenças que existam, devemos valorizar sempre a nossa família. Mas, todos eles, ao mesmo tempo, ensinaram-me uma única coisa, que prevalece acima de tudo o resto: a amizade é o maior presente quando partilhada. Em 2004, Friends terminou, deixando milhares de fãs em estado melancólico e nostálgico.Um ano depois, em 2005, surge «How I Met Your Mo-ther» (que também adoro!), dos criadores Carter Bays e Craig Thomas, utilizando a mesma fórmula de sucesso de «Friends»: um grupo de amigos a viver em Nova Iorque, partilhando dramas, carreiras, amores e desamores. A série mostra o protagonista, Ted Mosby, a narrar aos seus filhos todas as peripécias de como conheceu a mãe deles. O sucesso foi óbvio, sendo, no entanto, para mui-tos, um remake da querida sitcom americana «Friends». E a verdade é que, para os seguidores de ambas, as semelhanças saltam à vista de forma imediata. Ambos os grupos passam grande parte, senão a maior parte do seu tempo no café, em casa ou num pub, e apenas rara-mente vão trabalhar. No primeiro episódio de cada uma das séries o rapaz romântico do grupo apaixona-se perdidamente

Friends vs How I Met Your Mother

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Duas das melhores «sitcoms» de sempre analisadas paralelamente: e são bem mais parecidas do que à primeira vista parecem!

Friends vs How I Met Your Mother

pela rapariga que não gosta dele, mas, acabam juntos na temporada seguinte. Namoram durante um ano e separam-se, ficando juntos regularmente ao longo das temporadas. No entanto, apenas Ross e Rachel («Friends») têm um final feliz. As personagens de ambas as séries são o foco de toda esta semelhança. Ora vejam: Ross Geller e Ted

Mosby, para além da situação amorosa semelhante, possuem empregos aborrecidos e ambos são uns «zero à esquerda» no que toca a relacionamentos. Rachel Green e Robin Scherba-tsky, as meninas bonitas de cada série, são as mais racionais de cada grupo, mas, também, as mais dramáticas. Robin é a paixão de Ted, assim como Rachel a de Ross. Phoebe Buffay e Lily Aldrin têm, ambas, um passado obs-curo e afigura-se como normal o surgimento de uma história inacreditável quando se está por perto de uma das duas, pois são espontâneas e loucas, tendo uma personalidade bastante similar. Chandler Bing e Marshall Eriksen são os mais engraça-dos acabando po r casar com uma das suas melhores amigas (Monica Geller e Lily Aldrin, respectivamente.), continuando, depois de casados, a fazer a mesma vida com os amigos. Por último, Joey Tribianni e Barney Stinson, os sedutores de ambas as séries. Estes, durante as diferentes temporadas, dormem com imensas mulheres, até que a determinada altu-ra, ambos se apaixonam pelas suas grandes amigas, Joey por Rachel e Barney por Robin. A diferença nesta situação é que Barney, de facto, acaba por ficar com Robin, ao contrário de Joey, que regressa à sua habitual vida de mulherengo. Pode dizer-se, aqui, que o Barney é uma versão evoluída do Joey. Evolução… É um conceito intrigante quando colocamos lado a lado estas duas maravilhosas séries: são impossíveis de não se associarem à cultura dos anos em que estiveram no ar e no entanto … Quando as vemos hoje, é como ver mãe e filha a passear na rua. E a mãe deve ir a contar uma história: uma história sobre um mundo de gargalhadas infinitas.

Raquel Figueiredo

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Quem não vê Sevilha, não vê maravilha!Um relato de um dia bem passado por um grupo de estudantes na cidade espanhola.

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Quem não vê Sevilha, não vê maravilha!Um relato de um dia bem passado por um grupo de estudantes na cidade espanhola.

Já passava cerca de meia hora das oito da manhã. Os co-mentários e a azáfama que se faziam ouvir e sentir perto do autocarro eram absolutamente normais: expetativas, ansieda-de, curiosidade e espírito de camaradagem eram os ingre-dientes escolhidos para uma viagem a Sevilha.

Com um horário aperta-do, onde os atrasos se pode-riam manifestar desagradáveis, cerca de 40 alunos do curso de Ciências de Comunicação, da Universidade do Algarve, rumaram à cidade espanhola para conhecer novas reali-dades, e permitirem-se a ser bafejados por um pouco de cultura.

O percurso ficou marca-do pelo convívio tipicamente académico, piadas, jogos de cartas, lamentações acerca da carga de trabalho, discussões das últimas tendências da moda, leitura de romances ou alguma obra de índole literária, e ainda opinar sobre as tão ansiadas férias que se aproxi-mavam a passos largos.

A chegada a Sevilha deu-se pela hora de almoço, onde S. Pedro nos decidiu brindar com uns chuviscos momentâneos! Viagem mo-

lhada, viagem abençoada… Depois de petiscarmos as célebres e deliciosas marmitas preparadas com muito amor e carinho pelos nossos progenitores, ou então não, rumámos ao Centro Andaluz de Arte Contempo-rânea.

Este peculiar complexo artístico que outrora fora mosteiro e fábrica, transporta-nos hoje para uma série de viagens em diversos momentos históricos re-levantes. Sabemos que Colombo ali esteve sepultado, pelo menos durante algum tempo, que a igreja que em tempos acolheu religiosos e religiosas foi conver-tida em fábrica e recuperada aquando da Expo’92, assim como todo o espaço envolvente. Esculturas, pinturas e obras artes que captam a nossa atenção e aguçam a nossa curiosidade marcaram o percurso dentro e fora das paredes do centro cultural.

Cabia-nos estarmos atentos e saber-mos ob-servar o rigor do tempo, uma vez que teríamos muito pouco para chegar ao palácio real de Sevilha a tempo da visita já programada. E assim foi, talvez a guia se tenha alongado na visita anterior, ou talvez tenhamos sido um pouco vagarosos, o certo é que, à conta do nosso atraso, os «nuestros hermanos» não nos per-mitiram a entrada. Todavia, como portugueses que somos não nos deixámos ficar e propusemos-mos a nós próprios um itinerário complementar, uma breve visita à parte antiga da cidade, assim como uns mo-mentos para descontração e relaxamento, desfrutando de umas belas tapas, um simples café ou um cappuc-cino. Podemos, sem sombras de dúvidas, afirmar que foi um dia muito bem passado; aprendemos, ri-mos e explorámos. É caso para dizer, quem não vê Sevilha, não vê maravilha!

Miguel Domingos e Fernando Gamito

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Portugal no grupo G do Mundial de FutebolAlemanha e Portugal são as principais cabeças de lista no grupo G

Portugal garantiu a sua participação no mundial de 2014, no Brasil, quando venceu a Suécia, em duas partidas de play-off. No total, foram 12 jornadas, para garantir o lugar no Mundial de futebol. Nesses mesmos jogos houve vitórias, uma derrota, frente à Rússia, e alguns empates. Os 23 jogadores que fizeram parte dos jogos foram: Guarda-redes: Eduardo, Ventura e Rui Patrício; Defesas: Bruno Alves, Fábio Coentrão, João Pereira, Pepe, Ricardo Carvalho, Rolando e Sílvio; Médios: Carlos Martins, João Moutinho, Miguel Veloso, Paulo Machado, Raul Meireles e Ruben Micael; Avançados: Cristiano Ronaldo, Danny, Hélder Postiga, Hugo Almeida, Nani, Ricardo Quaresma e, por último, Varela. Na sexta- feira, dia 6 de Dezembro de 2013, pelas 16h, ocorreu o sorteio, organizado pela FIFA, onde a seleção nacional ficou a saber o grupo no qual ficaria inserida e os seus adversários. No seu grupo, a equipa treinada por Paulo Bento tem como adversários, além da Alemanha, os Estados Unidos da América e o Gana. O primeiro encontro de Portugal será em Salvador, a 16 de Junho, frente à Alemanha, seguindo-se uma via-gem até à Amazónia, para defrontar, seis dias depois, os Estados Unidos, antes de fechar a fase de grupos em Brasília, frente ao Gana, a 26. Os outros grupos desta competição mundial são: Grupo A: Brasil, Croácia, México e os Camarões; Grupo B: Espanha, Holanda, Austrália e o Chile; Grupo C: Japão, Costa do Marfim, Grécia e a Colômbia; Grupo D: Inglaterra, Itália, Costa Rica e o Uruguai; Grupo E: França, Honduras, Equador e a Suíça; Grupo F: Argentina, Irão, Nigéria e a Bósnia e Herzegovina; Grupo H: Argélia, Rússia, República da Coreia e a Bélgica. Cristiano Ronaldo, em declarações numa conferência de imprensa, promovida pelo Real Madrid, proferiu que o seu sonho «é ganhar uma competição importante como o Mundial ou o Europeu, mas é preciso ter os pés bem assentes na terra. Só o melhor pode ganhar e espero que Portugal esteja entre os melhores». Através destas declarações, o internacional português demonstrou o seu desejo de estar entre os melhores do mun-dial.

Catarina Martins

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O desporto está de lutoA 6 de Dezembro, faleceu, com 95 anos, devido a uma doença pulmo-nar, o grande líder sul-africano Nelson Mandela.

É importante perce-ber a importância que Man-dela tinha para o desporto. Símbolo da luta pela liber-dade, soube como vincular a ligação entre os homens e o mundo do desporto. O líder foi pugilista na sua infância, um des-porto no qual «dentro do ringue, a idade, a cor da pele ou a riqueza não têm espaço», disse Mandela na sua biografia. Desde cedo fã da seleção de futebol de África do Sul, utilizou, assim, o desporto para acabar com o racismo, unindo negros e brancos, criando a na-ção «arco-íris», ao vestir o equipamento de râguebi, o

desporto mais simbólico da comunidade branca. Antes do apito inicial, na final contra a nova Zelândia, Madiba aparece em campo vestido com o equipamento da Selecção de África do Sul (Springbok). «Não sabíamos que aconteceria daquela forma. Quando Nelson Mandela apareceu no campo com a camisa Springbok, o público explodiu de júbilo. É a experiência mais assombrosa que vivi num estádio de râguebi», afirmou Laurie Mains, técnico, na altura, da selecção neozelandesa.

Em 1995, Madiba utilizou o Campeonato do Mundo de râguebi para unir a nação dividida, tendo o desfecho sonhado. A África do Sul foi campeã e, assim, a selecção, que era odiada por muitos negros passou a ser idolatrada. Mais recentemente, em 2010, como todos sabemos, a África do Sul recebeu o primeiro cam-peonato do Mundo de Futebol, a muito custo, com a contribuição de Mandela, que lutou muito para que este se desenrolasse na sua terra natal.

Líder do apartheid, movimento que lutava pela união dos povos, para pôr fim à guerra e, sobretudo para acabar com as diferenças raciais entre negros e brancos, soube assim, com inteligência e perspicácia, utilizar o desporto para construir uma África do Sul mais justa e solidária. O desporto chora, assim, a morte de um grande homem, que muito contribuiu para o desporto, aca-bando com todas as diferenças raciais, que, antigamente, eram motivo de guerra e discriminação, para criar uma nação de igualdade, onde o desporto se torna uma língua que todos podem falar sem preconceito. Grandes nomes do desporto, como Pelé e Cristiano Ronaldo, entre muitos outros, prestam homenagem a este «rei» que partiu, deixando o mundo do desporto, e não só, mais pobre. Mariana Vilaça

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Rússia torna-se campeã mundial de XadrezRussos fazem o cheque-mate final, no mundial que se disputou na Turquia, e carregam o troféu para o seu país A equipa, que se viria a tornar campeã, começou o torneio com alguns precalços, obtendo inicialmente um empate, seguido por uma derrota, numa altura muito comprometedora da prova. Todavia, sabendo que apenas um resto de desempenho brilhante lhe daria a vitória, a Rússia «arregaçou as mangas» e deu tudo de si, de forma a ultrapassar todos os seus rivais. O duelo decisivo, para determinar o vencedor da prova, colocou frente-a-frente russos e ucranianos. As duas forças da Europa de Leste mostraram a razão pela qual eram duas das favoritas a erguer o troféu. De forma bastan-te renhida e exigindo um nível de concentração soberbo, a equipa da Rússia conseguiu sorrir no final do encontro. Ian Nepomniachtchi foi capaz de produzir uma prestação formidável num dos duelos, que se encontrava muito complicado, o que permitiu que a Rússia ficasse a depender apenas de si própria para se sagrar campeã mundial, no último encontro, frente à, aparentemente inofensiva, equipa do Egito.

Aparentemente porque, contrariando o resto da sua prestação na prova, a última classificada mostrou ser um «osso duro de roer», perante a ansiosa Rússia. Mas, apesar de um encontro bem disputado, de forma surpreen-dente, a vitória iria tombar para o lado dos Russos, que, após sete vitórias consecutivas, tiveram todo o mérito em vencer a prova e poder dizer uma vez mais: cheque-mate. Coube à China preencher o segundo lugar do pódio, após vitória sobre a Turquia, e à Ucrânia arrecadar a medalha de bronze, após bater a equipa da Arménia, que ainda conseguiu igualar a pontuação dos Estados Unidos, ficando estes no quinto e quarto lugares, respectivamente.

Bruno Martins

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Farense, a grande reviravoltaNovo treinador de futebol consegue grandes resultados e devolve ambição aos farenses

Depois de um início de época bastante atribulado, com Mauro Brito no comando da equipa técnica que, após uma série negativa de resultados, com quatro derrotas, dois empates e apenas uma vitória e um golo marca-do, foi destituído do cargo, o cargo de treinador foi, posteriormente, entregue a Jorge Paixão.

Desde que este assumiu o cargo de técnico principal, o treinador conseguiu feitos magníficos com uma equi-pa que estava com a moral em baixo. Em 13 jogos, sete foram vitórias, cinco foram empates e apenas obteve uma derrota, conseguindo um total de 26 pontos, afastando-se das posições de descida e subindo cerca de 10 lugares, estando mesmo, atualmente, nos 10 lugares cimeiros da tabela classificativa da Segunda Liga de futebol portugue-sa.

Para além desta subida surpreendente na tabela classificativa, a equipa marcou um total de 21 golos, sen-do 10 deles da autoria do ponta de lança Ram-bé – emprestado pelo Belenenses -, que é agora o máximo golea-dor da Segunda Liga. Infelizmente, agora, no mercado de inverno, o mesmo deve abando-nar o Farense e voltar ao seu clube.

O Farense tem, neste momento, uma série de 10 jogos sem perder, tendo ganho nos últimos três por 4-1 ao Sporting B, 2-0 ao Atlético, e 3-1 ao Benfica B, sendo estes três dos principais candidatos ao título. Segundo as vitórias e as exibições de grande qualidade que o Farense executou, é possível afirmar que, neste momento, o Farense é, também, um dos principais favoritos à subida de divisão, algo que há 2 meses seria impensável.

Mas, com a maturidade demonstrada e, sendo eu farense e conhecendo bem a estrutura do clube, sei que o Farense não vai baixar os braços e que vai continuar com a mesma garra, atitude e com as grandes exibições a que nos habituou no presente. Além das exibições, como adepto do clube, fico satisfeito pelo facto de que Jorge Paixão e os jogadores tenham devolvido a confiança e, como o nome indica, a paixão a toda a massa associativa e adeptos farenses, os quais torcem cada vez mais pelo seu clube. Adivinho um futuro próspero e feliz para este grande clube. «Dos fracos não reza a História». Força Farense!

Diogo Gonçalves

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Época de Saldos

Uma época de reunião de família, amor, felicidade e … COMPRAS! Mas tenhamos cuidado!

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Mundo ContemporâneoDezembro 2013 45Mariana Gonçalves

Com a época natalícia aí à porta, chega o tempo de começar a fazer as lis-tas de Natal; da refeição que vai ser servida à família, das prendas que se vai oferecer aos en-tes queridos, das roupas que se vão estrear, enfim, começa um rodopio de compras.

O mês de Dezembro é um mês com muita importância a nível comercial. Começam os anúncios de promoções aqui, promoções ali, feitos principalmente para enganar as pessoas e levá-las a comprar aquele produto e a pensar que encontraram uma grande pechincha. Mas o que é certo, é que é nesta altura que o preço de tudo sobe a níveis por vezes exorbitantes e nós nem nos apercebemos ou fazemos que não vemos porque precisamos mesmo para algum preparativo ou porque não há em mais nenhuma altura do ano. Certas marcas aproveitam que só vendem, ou que vendem maioritariamente, nesta altura para subirem os preços e conseguirem lucrar o que não lucram o resto do ano. Tudo isto para que na altura dos saldos propriamente ditos não tenham uma queda do lucro. Há toda uma concorrência e uma correria aos preços que nem paramos para pensar naquilo que estamos a fazer realmente. Falemos não só de roupa ou cosméticos, mas também de pro-dutos alimentares e bens materiais ou até mesmo de decorações natalícias e para o réveillon. As lojas de roupa, por exemplo, aproveitam o desespero das pessoas para encontrar a peça de roupa perfeita e aumentam certas peças, nomeadamente, os vestidos de festa. Os supermercados aumentam os preços do bacalhau, da sapateira, dos champanhes. As lojas de cosméticos, dos cremes, perfumes e maquilhagem fazem o mesmo às prendas ideais para qualquer mulher. As lojas de decorações inventam grandes preços para os enfeites mais bonitos e mais glamourosos com que as pessoas devem decorar as suas casas para receber família e amigos, levando-

nos a pensar que é daquilo que realmente precisamos para criar o ambiente perfeito e que aquele preço não é nada comparado com a satisfação que vamos dar aos nossos convidados. E nós nem refilamos por-que é uma época associada ao amor, felicidade e no-vos começos. Uma época de reunião familiar, onde queremos que tudo esteja perfeito para disfrutar dos momentos em que todos estão juntos e a festejar.

Saldos. Uma palavra que faz todas as mulheres sorrir. Uma das alturas do ano em que se pode agar-rar em todas as nossas poupanças e comprar mais do que o habitual. A altura do ano em que mas-sas de famílias se deslocam aos centros comerciais para comprar aquelas roupas caras que agora estão a metade do preço, aquela peça que se anda a na-morar há muito tempo mas que por causa do pre-ço, não havia coragem para a comprar. É certo e sa-bido que, quando uma mulher ouve esta pequena palavrinha de apenas seis letras, o seu coração bate mais forte e a sua felicidade aumenta radicalmente.

Muita gente até já espera para comprar as prendas de Natal na época de saldos, e desculpam-se dizendo que as prendas são para ser abertas no dia dos Reis e não no dia 25 de Dezembro como tem sido até agora a tradição portuguesa. Enfim, os saldos têm uma gran-de influência na autoestima, principalmente no sexo feminino, e nunca podemos de deixar de espreitar as maravilhosas promoções que são feitas sem deixar de comprar nem que seja um miminho para nós próprias.

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Natal vs. Crise

A dificuldade de cumprir com a tradição e manter o ânimo face às dificuldades financeiras.

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O Natal está a chegar, mas antes dele a nossa querida crise já nos tinha batido à porta.Nesta época debatemo-nos com sentimentos bastante contraditórios. Por um lado a alegria típica natalícia, por outro lado a dificuldade de cumprir com a tradição e manter o ânimo face às dificuldades financeiras. Contudo, existem formas de dar a volta à situação e garantir que apesar de todos os contratempos este seja um Natal memorável. Neste período de crise, os presentes de Natal, têm de ser mais contidos e, essencialmente, mais sim-bólicos do que materiais. Hoje em dia, optar por presentes úteis e em conta é o fator chave para contornar a

crise, com destaque para livros, jogos educativos e vestuário.Outra opção é a aposta nas compras online, estas prometem ser en-tregues em tempo recorde já para não falar na oferta de preços mais baixos. São algumas das vantagens que podemos usufruir com o atual “shopping” virtual. A aposta em produtos nacionais ajuda no fomento da economia portuguesa, já para não falar na quantidade de produtos portugueses que poderá encontrar com excelente qualidade e a um preço bastante acessível. Muitos portugueses optam por adiar as compras natalícias para beneficiar da época de saltos e promoções, ou então recorrem a produ-tos de “marca branca”. O orçamento para as prendas é dedicado à família mais chegada, dando prioridade às crianças. Nos dias que correm os mais novos são aqueles que alimentam o espírito natalício, pois no fundo é deles que se faz o Natal. Os mais velhos já estão conscientes da situação econó-mico-financeira do país, por isso optam por valorizar outros aspetos da quadra que não os presentes materiais, por exemplo, a reunião com a família. Um estudo desenvolvido pelo Observador Cetelem revela que 50% dos portugueses inquiridos afirmou que “este ano vamos gastar menos do que o ano passado”. Além de reduzirem os presentes de Na-tal, 11% pretende fazer férias fora de casa. Cada vez menos recorre-se ao subsídio de Natal para as compras de presentes.Os presentes mais escolhidos para oferecer são: o vestuário (47%), brin-quedos (42%), livros/ CD’s (26%), perfumes/relógios (17%). Já para nós próprios temos: smartphones (10%), eletrodomésticos (8%), telemóveis (5%), tablets (5%). Não se esqueça que o importante é controlar os seus ímpetos consumistas, não esbanje o dinheiro, tente ser rigoroso com as suas compras e principalmente com a sua carteira. Pense bem sobre aquilo que quer comprar e sobre a utilidade do produto… Uma ótima solução para fazer render os seus tostões em algo que valha mesmo a pena.

Catarina Lopes

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Looks Do Réveillon 2013/ 2014O que é que deverá vestir nesta ocasião? Qual o vestuário que se adequará ao seu tipo de festa?

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Looks Do Réveillon 2013/ 2014 A passagem de ano é um acontecimento importante, é a despedida do ano velho e a comemoração do ano novo, e como tal, há sempre uma preocupação com a roupa que deve usar, esta questão é principal-mente posta pelas senhoras. De forma a entrar no novo ano com um look fantástico, vários são os aspetos em consideração; pri-meiramente tem de se ter em conta o ambiente e as pessoas com quem se vai comemorar, adaptando o seu estilo ao tipo de festa que irá frequentar, se é uma mais casual, passada entre familiares e amigos, ou uma

festa mais animada e distinta, onde constam muitas pessoas. Outro aspe-to a ter em consideração é o seu gosto pessoal, tem de se sentir bem. En-tre muitos mais aspetos destaco o principal, um modelo ideal que valorize o seu corpo e que este look condiga com o estilo de festa de passagem de ano. Alguns looks que estão sempre na moda nesta época são principalmen-te os vestidos, de qualquer género, e que podem variar entre os curtos e os compridos; os shorts também são uma ótima escolha; se quiser um look sofisticado mas mais descontraído pode optar por um vestido clás-sico, ou apostar numa saia, entre qualquer comprimento, e uma blusa de brilho, os shorts também são uma opção. O calçado e os acessórios que são utilizados é que distinguem o estilo de cada pessoa, bem como a festa. Nos sapatos deve-se optar pelos saltos agulha com plataforma, que valorizam a constituição física da pessoa, parecendo mais alta e elegante, quanto aos acessórios estes é que lhe dão uma aparência maravilhosa, é fulcral combinar todo o conjunto (roupa e sapatos) com os acessórios, para possuírem um estilo próprio e sofisticado, pode-se optar por esco-lher alguns elementos como: colar, pulseira, brincos e claro uma bolsa. Normalmente, neste dia as pessoas costumam muito utilizar a cor branca ou preta, mas isto não é uma regra, pois podem e devem abusar das outras cores, como o amarelo que remete para a riqueza, o verde que transmite esperança, o rosa que significa o amor, o vermelho que simboli-za a paixão e o azul que remete para a tranquilidade. Existem tecidos que são principalmente designados para esta ocasião que só acontece uma vez ao ano, são eles o cetim e a seda que são ma-cios, leves e brilhantes, e claro os paetês que são tecidos bordados com lantejoulas, todos estes transmitem charme e delicadeza. Muitas vezes as pessoas utilizam a roupa de uma certa cor pelo seu sim-bolismo, sendo este relacionado com o desejo que pretende realizar no novo ano. Lembre-se que o seu vestuário transmitirá o que está sentindo.

CatarinaVicente

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MODA

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A influência da Internet na compra de prendas de NatalE mais uma vez, chegando nós ao mês de Dezembro, impossível o nosso pensamento não remeter direta-mente para a época Natalícia que este mês represen-ta. E os problemas são, ano após ano, os mesmos... Já todos nós, ou quase todos, ouvimos falar nos variados sites de encomenda/venda que existem espalhados pelo mundo da internet. Neles podemos encontrar as mais variadas coisas que pretendemos e o que um não tem, tem o outro. Pois é, cada vez mais ouvimos falar na facilidade de encontrar coisas bonitas, diferentes e, acima de tudo, a um preço mais convidativo e ao nível da nossa carteira, para oferecermos a diversas pessoas. É nas épocas de aniversário, Páscoa e Natal que normalmente oferecemos prendas às pessoas que nos são mais importantes e de quem gostamos, mas não queremos ser repetitivos nos presentes e por isso torna-se ainda mais difícil a compra de algo. Mas são todos os portugueses que utilizam a internet para esse fim? Ou a maioria? Não. A classe que mais utiliza esse método é, compreensivelmente, a dos indivíduos mais jovens, entre os 18 aos 24 anos com 23%. A partir desta idade já é mais raro ouvir alguém dizer que comprou alguma coisa através da internet, sendo que dos 55 aos 65 anos o valor é de 1%, como revelou o estudo «Intenções de Compra dos Consumidores Portugueses para o Na-tal de 2012, cujos inquiridos foram 500 indivíduos portugueses em Portugal Continental, de ambos os sexos dos 18 aos 65 anos. O certo é que a Internet está, dia após dia, mais inserida na vida das pessoas e visto que é nesta altura que precisamos de prendas diversificadas para fazermos a dife-rença, tentamos procurar as variadas opções e por isso pesquisamos em tudo o que nos é possível. Nos centros comerciais, visto todos terem basicamente as mesmas lojas, temos sempre a possibilidade de oferecer algo que coincida com a oferta de outra pessoa. Na internet isso já é mais difícil de acontecer, pela razão de ser um destino menos recorrido e escolhido pela população. Mas esta escolha tem a seu lado negativo também, porque será que a população não opta tanto por compras na internet? A razão é, como também já ouvimos muitas vezes, o facto de não ser fidedigno, têm sempre receio de comprar, gastar o dinheiro e no fim não receberem em casa o que encomendaram sendo certo que gastaram o dinheiro e não têm consigo a prenda que tanto queriam. Ora, por esta razão é logo posta de parte esta opção, principalmente pelos indivíduos a partir dos 40 anos, que são os que menos confiam na internet e por isso não se arriscam a fazê-lo.Mas tem também um lado positivo, que é o facto de conseguirmos ‘fugir’ à enorme confu-são que os shoppings e lojas têm, pela quantidade de pessoas que por lá andam. Os mais jovens, visto a internet ter uma grande influência no seu dia-a-dia, são sem dúvida, os que mais se arriscam e podemos até dizer que quanto mais tempo passa, mais sites de compra/venda existem e mais confiáveis eles vão ficando, sendo, por isso, uma razão para que haja uma influência ainda maior nesta época em que nos encontramos, a natalícia. Apesar da crise que os portugueses ultrapassam, há sempre um dinheirinho posto de lado para comprar algo, se bem que agora, mais simples e mais barato que antigamente compravam. Como sempre, o que mais interessa é a intenção!

Raquel Guerreiro

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A influência da Internet na compra de prendas de Natal

Raquel Guerreiro

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Diga

Núria Madruga: “Preocupa-me o futuro dos meus filhos”

Sónia Tavares: “Tenho uma vida bem resolvida” Júri do programa X-Factor

Daniela Mercury: “Eu quero dar beijos toda hora e ela corre, morre de vergonha!” (Cantora sobre inibição de Malu Verçosa, ao ser beijada ao vivo na Globo)

Mickael Carreira: “Ninguém me quer”

Cristiano Ronaldo: “A Irina tem o que pro-curo numa mulher”

Catarina Furtado: “Preciso de trabalhar e gosto muito do que faço”

Nani: “Anuncio que sou pai de um menino”

Judite Sousa: “Um divórcio deixa profundas feridas emocio-nais”

Kanye West: “É como ser um policial ou como a guerra” (Rapper dizendo que sua profissão também tem muitos riscos)

Luis Filipe Vieira: “Jesus não agrediu ninguém”

“Jesus não agrediu ninguém”- Luis Filipe Vieira, presidente do Benfica.

Alessandra Ambrósio: “É claro que tenho celulite”

David Carreira: “Vou cantar tema para Mandela”

 

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MCiências da Comunicação - 2ºano - 2013/2014

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