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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro i Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro Junho 2017

Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização ... · dos produtos da Região Centro 6 países europeus. Para cada mercado foi apresentada uma ... sugere-se o desenvolvimento

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização

para o Setor Agroalimentar da Região Centro

Junho 2017

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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Lista de siglas

APILEGRE – Associação dos Apicultores do Nordeste do Alentejo

APOMA – Associação de Produtores de Ovos-Moles de Aveiro

CAE – Classificação Portuguesa das Atividades Económicas

CATAA – Associação Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar de Castelo Branco

CENTRO2020 – Programa Operacional Regional do Centro 2014-2020

CIF – Cost, Insurance and Freight

DOP – Denominação de Origem Protegida

EUA – Estados Unidos da América

FELBA – Promoção de Frutas e Legumes da Beira Alta A.C.E.

FNAP – Federação Nacional dos Apicultores de Portugal

IGP – Indicação Geográfica Protegida

INE – Instituto Nacional de Estatística

InovCluster – Associação do Cluster Agroindustrial do Centro

INRA – Unité de Recherches Cidricoles, Biotransformation des Fruits et Légumes

ITC – International Trade Centre

IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado

LOE – Linha de Orientação Estratégica

MELTAGUS – Associação de Apicultores do Parque Natural do Tejo Internacional

NC – Nomenclatura Combinada

NUTS – Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos

PEC – Pauta Exterior Comum

PIB – Produto Interno Bruto

RSSF – Rede de Sensores Sem Fios

SPI – Sociedade Portuguesa de Inovação

UE – União Europeia

VAB – Valor Acrescentado Bruto

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Sumário Executivo

A InovCluster – Associação do Cluster Agroindustrial do Centro (doravante InovCluster),

reconhecida em 2009 pelo Governo Português, tem desenvolvido a sua atividade de forma a

contribuir para que a Região Centro se afirme a nível nacional, ibérico e europeu como um

território líder nas fileiras agroindustriais de excelência, suportado na singularidade e na

qualidade dos seus recursos endógenos, na preservação da biodiversidade e da diversidade

paisagística dos seus espaços agrícolas e rurais, e na competitividade dos sistemas produtivos

locais e regional.

Atualmente, a InovCluster conta com conjunto alargado de associados, na sua maioria

empresas, mas também outras entidades como associações/cooperativas, instituições de

ensino superior, instituições de investigação e desenvolvimento ligadas ao setor agroindustrial

e agroalimentar, e vários municípios da Região Centro.

Prosseguindo a sua missão, a InovCluster pretende continuar a desempenhar um papel ativo

na promoção internacional do setor agroindustrial regional, procurando, através de iniciativas

específicas, fomentar a presença das empresas do setor nos mercados externos.

Neste sentido, a InovCluster dinamizou e viu aprovada a candidatura do projeto AgroCentro ao

Programa Operacional Regional do Centro 2014-2020 (CENTRO2020). Este projeto prevê a

realização de 4 ações, a saber:

• Ação 1. Elaboração de Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o

Setor Agroalimentar da Região Centro;

• Ação 2. Consolidação da estratégia – capacitação para a internacionalização e

partilha de conhecimento;

• Ação 3. Realização de ações de internacionalização para promoção internacional da

oferta regional dos produtos selecionados com base na comunicação de fatores

imateriais de competitividade e na valorização das caraterísticas intrínsecas dos

produtos;

• Ação 4. Realização de ações de promoção do projeto e divulgação de resultados.

Com o intuito de contribuir para o cumprimento da ação 1, a InovCluster conta com o apoio da

Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI).

O presente trabalho tem assim como objetivo geral a elaboração do Diagnóstico e Plano

Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro. A este

objetivo geral correspondem os seguintes objetivos específicos:

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OE1) Caraterizar o setor agroalimentar da Região Centro com base num conjunto de

indicadores selecionado;

OE2) Identificar e caraterizar categorias de produtos do setor agroalimentar regional com

potencial de exportação, especialmente os produtos endógenos com maior valor

acrescentado (8 a 10 categorias de produtos), com referência específica aos fatores

diferenciadores das mesmas categorias de produtos nos mercados internacionais;

OE3) Identificar mercados externos preferenciais para as categorias de produtos

selecionadas (mínimo de 3 mercados, em média, por categoria de produto identificada);

OE4) Envolver os atores regionais no processo de criação de uma estratégia de

internacionalização para as categorias de produtos do setor agroalimentar da Região

Centro;

OE5) Definir uma estratégia para a internacionalização do setor agroalimentar da Região

Centro, com uma abordagem diferenciada por categoria de produto.

De modo a atingir os objetivos supramencionados, foi definida uma metodologia de trabalho

que compreende cinco etapas:

ETAPA 1 Caraterização do setor agroalimentar da Região Centro com base num conjunto de indicadores selecionado

ETAPA 2 Identificação e caraterização de categorias de produtos do setor agroalimentar regional com potencial de exportação e identificação de fatores críticos de sucesso para a internacionalização

ETAPA 3 Identificação de mercados externos que se apresentem como mercados de oportunidade para cada uma das categorias identificadas

ETAPA 4 Realização de momentos de participação e definição partilhada da estratégia de internacionalização, com o tecido empresarial e outros atores regionais relevantes

ETAPA 5 Definição do Plano Estratégico de internacionalização para o setor agroalimentar da Região Centro

Esta metodologia envolveu um processo alargado de recolha de informação, incluindo análise

de dados quantitativos e qualitativos apresentados em fontes como o Instituto Nacional de

Estatística ou o International Trade Centre.

Para além disso, foram realizadas 5 sessões em diferentes locais da Região Centro (Caldas da

Rainha, Castelo Branco, Fundão, Trancoso e Seia) que tiveram como principal objetivo a

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recolha de elementos sobre as perspetivas de internacionalização (motivações, mercados,

produtos, etc.) das empresas do setor agroalimentar. Refira-se que nestas sessões

participaram 37 empresas e outras entidades deste setor.

O desenvolvimento destas atividades permitiu identificar 8 categorias de produtos

agroalimentares com maior potencial de internacionalização. Para cada uma das categorias foi

feita uma caraterização geral, foram sintetizados dados relativos ao comércio internacional e

foram identificadas as principais empresas e outras entidades relevantes.

As atividades permitiram ainda sinalizar como mercados prioritários para a internacionalização

dos produtos da Região Centro 6 países europeus. Para cada mercado foi apresentada uma

caraterização geral, foram sintetizados dados relativos ao comércio internacional e trocas

comerciais com Portugal, foram caraterizadas as categorias de produtos de interesse e foram

identificados os principais regulamentos e barreiras aduaneiras.

Com base no trabalho de caraterização dos produtos e dos mercados, propõe-se uma

estratégia para o período 2017-2020 assente em diferentes níveis incluindo visão, objetivos

estratégicos, linhas de orientação estratégica e ações a desenvolver.

A visão corresponde ao cenário que se pretende alcançar a médio-longo prazo e representa o

quadro de referência de toda a estratégia proposta. Nesse sentido, foi definida a seguinte

visão:

AzeiteBolachas e biscoitos

Doçaria conventual

EnchidosHortofrutícol

as em compota e

desidratados

MelQueijos e requeijões

Vinho e bebidas

licorosas

Alemanha Áustria Finlândia França Luxemburgo Suíça

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vi

Vis

ão

Em 2020, os produtos da Região Centro serão amplamente reconhecidos e

apreciados nos mercados internacionais por via da sua autenticidade e qualidade.

Em alinhamento com a visão, foi identificado um conjunto de objetivos estratégicos:

Ob

jeti

vo

s e

str

até

gic

os

Melhorar o posicionamento externo das marcas e produtos agroalimentares da

Região Centro;

Melhorar a capacidade de penetração dos produtos agroalimentares em

mercados externos;

Promover a diversificação para mercados de nicho ou de maior sofisticação;

Adaptar os produtos agroalimentares aos gostos e preferências dos mercados

de destino, em particular em termos de imagem e linguagem;

Garantir a visibilidade dos produtos agroalimentares nos principais certames

europeus;

Qualificar os canais de divulgação dos produtos agroalimentares, em particular

os canais online;

Explorar a nova imagem de Portugal empreendedor e destino turístico

prioritário;

Maximizar o potencial de internacionalização da Região no setor

agroalimentar, recorrendo à investigação, desenvolvimento e inovação.

Por forma a alcançar a visão e os objetivos estratégicos propostos, foram definidas 6 linhas de

orientação estratégica:

• Explorar o novo posicionamento de Portugal;

• Mobilizar a diáspora portuguesa;

• Privilegiar as iniciativas colaborativas;

• Monitorizar a informação dos mercados;

• Fomentar a diferenciação dos produtos;

• Promover a participação em feiras e missões.

De modo a materializar as linhas de orientação estratégica, sugere-se o desenvolvimento de 8

ações:

• Ação 1 – Criar um Plano de Marketing e Branding;

• Ação 2 – Promover a criação de agrupamentos complementares de empresas;

• Ação 3 – Promover a diferenciação dos produtos agroalimentares da Região Centro;

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• Ação 4 – Desenvolver materiais de comunicação e divulgação;

• Ação 5 – Criar canais online de comunicação e divulgação;

• Ação 6 – Participar em feiras e missões;

• Ação 7 – Organizar missões inversas;

• Ação 8 – Criar uma plataforma de monitorização da informação sobre os mercados.

AÇÃO 1 – CRIAR UM PLANO DE MARKETING E BRANDING

Na Ação 1 sugere-se a criação de um Plano de Marketing e Branding para os produtos

agroalimentares da Região Centro identificados como prioritários no âmbito do presente

trabalho. Este Plano deverá incluir as ferramentas de comunicação a desenvolver (como

brochuras, catálogos e vídeos promocionais) e as ações de comunicação a realizar nos

mercados considerados como estratégicos (ver Ação 4).

Deverá incluir ainda propostas para a criação de marcas (branding) que traduzam aqueles que

são os elementos caraterísticos e diferenciadores dos produtos agroalimentares. Refira-se que

estas marcas poderão ser criadas de forma agregada ou individual consoante o tipo de

produto.

Por último, o Plano deverá incluir também um conjunto de orientações sobre o modo de

comunicação e disseminação dos produtos nomeadamente: promover valores apreciados nos

diferentes mercados como autenticidade, tradição, sustentabilidade, ambiente rural e

ingredientes naturais; e acompanhar a promoção com imagens de marca de Portugal

reconhecidas no exterior como, por exemplo, imagens turísticas.

AÇÃO 2 – PROMOVER A CRIAÇÃO DE AGRUPAMENTOS COMPLEMENTARES DE

EMPRESAS

Na Ação 2 recomenda-se a criação de agrupamentos complementares de empresas por

produto e por mercado. Estes agrupamentos terão como principais vantagens a diminuição dos

entraves à entrada nos diferentes mercados, a melhoria das condições, por exemplo, ao nível

do transporte e do crédito, e o aumento da visibilidade da oferta.

Refira-se que na abordagem aos mercados externos estes agrupamentos complementares de

empresas deverão, num primeiro momento, procurar identificar canais de exportação e

respetivos intermediários que facilitem o processo de exportação. Deverá dar-se prioridade a

intermediários com conhecimento prévio dos produtos agroalimentares da Região Centro,

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nomeadamente membros das comunidades portuguesas nos mercados de destino com

atividade no setor agroalimentar.

AÇÃO 3 – PROMOVER A DIFERENCIAÇÃO DOS PRODUTOS AGROALIMENTARES DA

REGIÃO CENTRO

A Ação 3 tem como objetivo a promoção da diferenciação dos produtos agroalimentares da

Região Centro permitindo o encaminhamento dos mesmos para segmentos ou nichos de

mercado de elevada sofisticação e nível de exigência. Para a consecução deste objetivo,

apresenta-se de seguida um conjunto de recomendações em termos de apostas a realizar ou

novos produtos a desenvolver:

• Apostar em produtos que utilizem ingredientes diferenciadores nomeadamente ao

nível da saúde e bem-estar;

• Apostar na certificação dos produtos;

• Apostar em produtos biológicos, ou seja, sem intensificadores de sabor, corantes,

emulsificantes, estabilizantes ou conservantes;

• Desenvolver produtos inovadores em conjunto com entidades do Sistema Nacional

de Investigação e Inovação;

• Apostar em novas formulações com ingredientes exóticos para a Europa

(provenientes do Brasil ou de países africanos, por exemplo).

AÇÃO 4 – DESENVOLVER MATERIAIS DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO

A Ação 4 tem como principal objetivo promover os produtos agroalimentares da Região Centro

nos mercados selecionados. Para o efeito, sugere-se o desenvolvimento de um conjunto de

materiais comunicacionais incluindo um website, uma brochura e um catálogo de produtos por

agrupamento complementar de empresas (ver Ação 2).

Propõe-se que os conteúdos dos diferentes materiais promocionais sejam elaborados na língua

específica de cada mercado selecionado. Refira-se que o conteúdo deverá ser claro,

sistemático, preciso e detalhado, em particular tendo em conta a natureza dos mercados (e.g.

alemão e austríaco) que privilegiam a objetividade e a apresentação de exemplos concretos.

AÇÃO 5 – CRIAR CANAIS ONLINE DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO

Na Ação 5 sugere-se a criação de websites associados a cada um dos agrupamentos

complementares de empresas (um website por agrupamento).

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Estas plataformas deverão ser criadas na língua do país para o qual cada um dos

agrupamentos deseja exportar os seus produtos, e o seu conteúdo deverá incluir versões

digitais dos diferentes documentos de promoção internacional (desenvolvidos no âmbito da

Ação 4).

Por outro lado, recomenda-se que os websites incluam uma plataforma de comércio eletrónico,

onde constem os produtos das diferentes empresas que constituem cada um dos

agrupamentos. Desta forma, será criado um canal de distribuição online, que não só facilitará o

contacto e o desenvolvimento de negócios com os clientes habituais, como permitirá dar a

conhecer os produtos a um grupo alargado de potenciais novos clientes.

Refira-se que ao desenvolver os canais online de distribuição e disseminação dos produtos

deverão ser tidos em conta diferentes critérios nomeadamente as preferências do público-alvo

em cada um dos mercados e as orientações definidas no Plano de Marketing e Branding

nomeadamente ao nível da promoção (ver Ação 1).

AÇÃO 6 – PARTICIPAR EM FEIRAS E MISSÕES

Tendo em consideração que as feiras se constituem como um dos canais mais eficazes para a

entrada em mercados externos, na Ação 6 recomenda-se a participação da InovCluster e de

representantes dos diferentes agrupamentos complementares de empresas (e/ou de

representantes de empresas a título individual que desejem marcar presença) nestes certames

internacionais, nomeadamente naqueles que se apresentam como mais representativos de

cada um dos mercados considerados.

No âmbito desta Ação sugere-se ainda a organização por parte da InovCluster de missões a

cada um dos mercados ou a participação neste tipo de atividades de diplomacia económica

promovidas por outras entidades como a AICEP ou a PortugalFoods.

Após a participação em feiras e/ou missões internacionais, propõe-se que seja efetuado o

follow-up das relações estabelecidas com potenciais clientes, nomeadamente através da

organização de missões inversas (Ação 7).

AÇÃO 7 – ORGANIZAR MISSÕES INVERSAS

Na Ação 7 sugere-se a organização de missões inversas a Portugal, por forma a dar a

conhecer às entidades contactadas no âmbito das feiras e missões a realidade do setor

agroalimentar nacional e, em particular, da Região Centro.

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Recomenda-se que, no âmbito destas missões, os representantes dos diferentes mercados

sejam convidados a visitar as instalações de empresas da Região Centro correspondentes a

cada um dos agrupamentos complementares de empresas. Durante estas visitas, os

convidados poderão aferir em primeira mão de que forma os produtos são confecionados,

assim como as condições de armazenamento e o processo de expedição dos mesmos.

Adicionalmente, propõe-se a realização de eventos para apresentação e degustação de

produtos e distribuição de material promocional, onde se dará a oportunidade para o

estabelecimento de relações empresariais através de reuniões multilaterais ou bilaterais (B2B)

entre as empresas exportadoras e os representantes de cada um dos mercados.

Refira-se que esta Ação poderá, em alguns casos, servir como complemento à participação em

feiras ou missões internacionais (Ação 6), constituindo uma oportunidade para as empresas

fazerem o follow-up de relações previamente estabelecidas no âmbito destas atividades.

AÇÃO 8 – CRIAR UMA PLATAFORMA DE MONITORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE

OS MERCADOS

Na Ação 8 propõe-se o desenvolvimento de uma plataforma online para monitorização da

informação sobre os mercados. Esta plataforma deverá estar dividida em diferentes áreas,

cada uma delas associada a um agrupamento complementar de empresas distinto.

O seu objetivo passa por permitir às diferentes empresas da Região Centro o acesso a

conteúdos úteis, como materiais promocionais em formato digital, informações sobre os

mercados (e.g. tendências de consumo, situação económica e produtos mais vendidos) e

contactos dos intermediários.

Por outro lado, recomenda-se a criação de uma secção para troca de experiências, apenas

visível a utilizadores registados, onde os representantes das diferentes empresas poderão

partilhar casos de sucesso e colocar dúvidas.

Adicionalmente, esta plataforma deverá permitir o registo da adesão das empresas a diversas

iniciativas, nomeadamente a participação em feiras/missões internacionais (ver Ação 6) ou

missões inversas (ver Ação 7) e o planeamento dos diferentes passos do processo de

internacionalização de cada agrupamento complementar de empresas.

Porto, junho de 2017

A Sociedade Portuguesa de Inovação

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xi

Agradecimentos

Gostaríamos de agradecer a todas as pessoas e entidades que, generosamente, se

disponibilizaram para a discussão de temas relevantes para a elaboração deste trabalho,

contribuindo com a sua visão para uma análise multifacetada da realidade.

Porto, junho de 2017

A Sociedade Portuguesa de Inovação

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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Índice

1. Introdução .............................................................................................................................. 2

2. Diagnóstico do setor agroalimentar da Região Centro ......................................................... 8

2.1. Dados económicos gerais ............................................................................................. 8

2.2. Dados do comércio internacional ................................................................................ 13

3. Fichas de caraterização dos produtos ................................................................................ 21

3.1. Identificação dos produtos .......................................................................................... 21

3.2. Azeite ........................................................................................................................... 23

3.3. Bolachas e biscoitos .................................................................................................... 31

3.4. Doçaria conventual ...................................................................................................... 38

3.5. Enchidos ...................................................................................................................... 41

3.6. Hortofrutícolas em compota e desidratados ............................................................... 49

3.7. Mel ............................................................................................................................... 56

3.8. Queijos e requeijões .................................................................................................... 64

3.9. Vinho e bebidas licorosas ........................................................................................... 73

4. Fichas de caraterização dos mercados .............................................................................. 82

4.1. Identificação dos mercados ......................................................................................... 82

4.2. Alemanha .................................................................................................................... 83

4.3. Áustria ......................................................................................................................... 98

4.4. Finlândia .................................................................................................................... 112

4.5. França ....................................................................................................................... 126

4.6. Luxemburgo ............................................................................................................... 140

4.7. Suíça ......................................................................................................................... 154

5. Estratégia de internacionalização ..................................................................................... 170

5.1. Visão e objetivos estratégicos ................................................................................... 171

5.2. Linhas de orientação estratégica .............................................................................. 172

5.3. Ações a desenvolver ................................................................................................. 176

5.4. Fichas de abordagem aos mercados por produto .................................................... 182

6. Bibliografia ......................................................................................................................... 197

Anexo 1. Síntese das sessões realizadas ................................................................................ 202

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

xiii

Índice de Figuras

Figura 1. Metodologia do projeto. ................................................................................................................. 3 Figura 2. Evolução do número de empresas do setor agroalimentar e das fileiras da agricultura e pesca e

agroindustrial na Região Centro, entre 2011 e 2014. ................................................................................... 8 Figura 3. Distribuição do número de empresas do setor agroalimentar da Região Centro por NUTS III, em

2014. ............................................................................................................................................................. 9 Figura 4. Evolução do volume de negócios do setor agroalimentar e das fileiras da agricultura e pesca e

agroindustrial na Região Centro, entre 2011 e 2014. ................................................................................. 10 Figura 5. Distribuição do volume de negócios do setor agroalimentar na Região Centro por NUTS III, em

2014. ........................................................................................................................................................... 10 Figura 6. Evolução do VAB do setor agroalimentar e das fileiras da agricultura e pesca e agroindustrial na

Região Centro, entre 2011 e 2014. ............................................................................................................. 11 Figura 7. Distribuição do VAB do setor agroalimentar na Região Centro por NUTS III, em 2014. ............. 11 Figura 8. Evolução do número de trabalhadores do setor agroalimentar e das fileiras da agricultura e

pesca e agroindustrial na Região Centro, entre 2011 e 2014. .................................................................... 12 Figura 9. Distribuição do número de trabalhadores do setor agroalimentar na Região Centro por NUTS III,

em 2014. ..................................................................................................................................................... 12 Figura 10. Evolução das importações, exportações e do saldo da balança comercial do setor

agroalimentar na Região Centro, entre 2012 e 2015. ................................................................................. 13 Figura 11. Evolução das importações e exportações do setor agroalimentar na Região Centro dentro e

fora da UE, entre 2012 e 2015. ................................................................................................................... 13 Figura 12. Distribuição das exportações do setor agroalimentar na Região Centro por NUTS III, em 2015. .. 14 Figura 13. Distribuição das importações do setor agroalimentar na Região Centro por NUTS III, em 2015. .. 14 Figura 14. Principais produtos exportados na Região Centro, em 2015. .................................................... 15 Figura 15. Evolução das exportações do setor agroalimentar na Região Centro por produto, entre 2012 e

2015. ........................................................................................................................................................... 15 Figura 16. Distribuição geográfica por NUTS III dos produtos mais exportados pela Região Centro, em

2015. ........................................................................................................................................................... 16 Figura 17. Principais produtos importados na Região Centro, em 2015. .................................................... 16 Figura 18. Evolução das importações do setor agroalimentar na Região Centro por produto, entre 2012 e

2015. ........................................................................................................................................................... 17 Figura 19. Distribuição geográfica por NUTS III dos produtos mais importados pela Região Centro, em

2015. ........................................................................................................................................................... 17 Figura 20. Evolução do saldo da balança comercial do setor agroalimentar na Região Centro por produto,

entre 2012 e 2015. ...................................................................................................................................... 18 Figura 21. Categorias de produtos da Região Centro com maior potencial de internacionalização. .......... 22 Figura 22. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor do

azeite em Portugal, entre 2012 e 2015. ...................................................................................................... 26 Figura 23. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor do azeite em Portugal,

entre 2012 e 2015. ...................................................................................................................................... 26 Figura 24. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor do azeite em 2015. .. 27 Figura 25. Exportações portuguesas do subsetor do azeite para os principais mercados de destino, em

2012 e 2015. ............................................................................................................................................... 27 Figura 26. Preço médio por kg exportado no subsetor do azeite português para os principais mercados de

destino, em 2012 e 2015. ........................................................................................................................... 28 Figura 27. Principais importadores de azeite a nível mundial em 2015. ..................................................... 28 Figura 28. Principais exportadores de azeite a nível mundial em 2015. ..................................................... 29

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

xiv

Figura 29. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor dos

produtos de pastelaria em Portugal, entre 2012 e 2015. ............................................................................ 33 Figura 30. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor dos produtos de pastelaria

em Portugal, entre 2012 e 2015.................................................................................................................. 34 Figura 31. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor dos produtos de

pastelaria em 2015. .................................................................................................................................... 34 Figura 32. Exportações portuguesas do subsetor dos produtos de pastelaria para os principais mercados

de destino, em 2012 e 2015. ...................................................................................................................... 35 Figura 33. Principais importadores de produtos de pastelaria a nível mundial em 2015. ........................... 35 Figura 34. Principais exportadores de produtos de pastelaria a nível mundial em 2015. ........................... 36 Figura 35. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor dos

enchidos em Portugal, entre 2012 e 2015. ................................................................................................. 44 Figura 36. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor dos enchidos em Portugal,

entre 2012 e 2015. ...................................................................................................................................... 45 Figura 37. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor dos enchidos em

2015. ........................................................................................................................................................... 45 Figura 38. Evolução das exportações do subsetor dos enchidos para Angola e do saldo da balança

comercial do subsetor em Portugal, entre 2012 e 2015. ............................................................................. 46 Figura 39. Preço médio por kg exportado no subsetor dos enchidos portugueses para os principais

mercados de destino em 2012 e 2015. ....................................................................................................... 46 Figura 40. Principais importadores de enchidos a nível mundial em 2015. ................................................ 47 Figura 41. Principais exportadores de enchidos a nível mundial em 2015. ................................................ 47 Figura 42. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor dos

produtos hortofrutícolas em Portugal, entre 2012 e 2015. .......................................................................... 52 Figura 43. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor dos produtos

hortofrutícolas em Portugal, entre 2012 e 2015. ......................................................................................... 52 Figura 44. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor dos produtos

hortofrutícolas em 2015. ............................................................................................................................. 53 Figura 45. Exportações portuguesas do subsetor dos produtos hortofrutícolas para os principais mercados

de destino em 2012 e 2015. ....................................................................................................................... 53 Figura 46. Principais importadores de produtos hortofrutícolas a nível mundial em 2015. ......................... 54 Figura 47. Principais exportadores de produtos hortofrutícolas a nível mundial em 2015. ......................... 54 Figura 48. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor do

mel em Portugal, entre 2012 e 2015. .......................................................................................................... 59 Figura 49. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor do mel em Portugal, entre

2012 e 2015. ............................................................................................................................................... 59 Figura 50. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor do mel em 2015. .. 60 Figura 51. Exportações portuguesas do subsetor do mel para os principais mercados de destino em 2012

e 2015. ........................................................................................................................................................ 60 Figura 52. Preço médio por kg exportado no subsetor do mel português para os principais mercados de

destino em 2012 e 2015. ............................................................................................................................ 61 Figura 53. Principais importadores de mel a nível mundial em 2015. ......................................................... 62 Figura 54. Principais exportadores de mel a nível mundial em 2015. ......................................................... 62 Figura 55. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor dos

queijos e requeijões em Portugal, entre 2012 e 2015. ................................................................................ 67 Figura 56. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor dos queijos e requeijões

em Portugal, entre 2012 e 2015.................................................................................................................. 67

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

xv

Figura 57. Evolução da quantidade importada e exportada no subsetor dos queijos e requeijões em

Portugal, entre 2012 e 2015. ...................................................................................................................... 68 Figura 58. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor dos queijos e

requeijões em 2015. ................................................................................................................................... 68 Figura 59. Exportações portuguesas do subsetor dos queijos e requeijões para os principais mercados de

destino em 2012 e 2015. ............................................................................................................................ 69 Figura 60. Preço médio por kg exportado no subsetor dos queijos e requeijões para os principais

mercados de destino em 2012 e 2015. ....................................................................................................... 70 Figura 61. Principais importadores de queijo e requeijão a nível mundial em 2015. .................................. 70 Figura 62. Principais exportadores de queijo e requeijão a nível mundial em 2015. .................................. 71 Figura 63. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor do

vinho e bebidas licorosas em Portugal, entre 2012 e 2015. ....................................................................... 76 Figura 64. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor do vinho e bebidas

licorosas em Portugal, entre 2012 e 2015. ................................................................................................. 77 Figura 65. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor do vinho e bebidas

licorosas em 2015. ...................................................................................................................................... 77 Figura 66. Exportações portuguesas do subsetor dos vinhos e bebidas licorosas para os principais

mercados de destino em 2012 e 2015. ....................................................................................................... 78 Figura 67. Principais importadores de vinho e bebidas licorosas a nível mundial em 2015. ...................... 78 Figura 68. Principais exportadores de vinho e bebidas licorosas a nível mundial em 2015. ...................... 79 Figura 69. Mercados prioritários para a internacionalização dos produtos da Região Centro. ................... 83 Figura 70. Níveis de definição da estratégia. ............................................................................................ 170 Figura 71. Contributo das linhas de orientação para a estratégia. ............................................................ 175

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xvi

Índice de Tabelas

Tabela 1. Atividades do setor agroalimentar classificadas por CAE Rev. 3. ................................................. 4 Tabela 2. Produtos do setor agroalimentar classificados por Nomenclatura Combinada. ............................ 4 Tabela 3. Sessões realizadas com empresas e outras entidades da Região Centro. .................................. 6 Tabela 4. Evolução do volume de negócios do setor agroalimentar entre 2011 e 2014 e respetivo peso na

economia da Região Centro. ........................................................................................................................ 9 Tabela 5. Produtos com vantagem comparativa, de acordo com o índice de Balassa, na Região Centro. 19 Tabela 6. Azeites DOP da Região Centro. ................................................................................................. 23 Tabela 7. Caraterização do subsetor do azeite em Portugal e na Região Centro em 2014. ...................... 24 Tabela 8. Vantagens comparativas reveladas dos principais exportadores de azeite em 2015. ................ 29 Tabela 9. Exemplos de bolachas e biscoitos da Região Centro. ................................................................ 31 Tabela 10. Caraterização do subsetor dos produtos de pastelaria em Portugal e na Região Centro em

2014. ........................................................................................................................................................... 32 Tabela 11. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de produtos de

pastelaria em 2015. .................................................................................................................................... 36 Tabela 12. Exemplos de doces conventuais da Região Centro. ................................................................. 38 Tabela 13. Exemplos de enchidos da Região Centro. ................................................................................ 41 Tabela 14. Caraterização do setor da fabricação de produtos à base de carne em Portugal e na Região

Centro em 2014. ......................................................................................................................................... 43 Tabela 15. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de enchidos em

2015. ........................................................................................................................................................... 48 Tabela 16. Hortofrutícolas com selos DOP e IGP da Região Centro. ......................................................... 49 Tabela 17. Caraterização do subsetor hortofrutícola em Portugal e na Região Centro em 2014. .............. 50 Tabela 18. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de produtos

hortofrutícolas em 2015. ............................................................................................................................. 55 Tabela 19. Exemplos de mel da Região Centro.......................................................................................... 56 Tabela 20. Caraterização do subsetor do mel em Portugal e na Região Centro em 2014. ........................ 57 Tabela 21. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de mel em 2015. 62 Tabela 22. Queijos e requeijões DOP da Região Centro. ........................................................................... 64 Tabela 23. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de queijo e

requeijão em 2015. ..................................................................................................................................... 71 Tabela 24. Principais caraterísticas dos vinhos produzidos nas diferentes regiões vitivinícolas da Região

Centro. ........................................................................................................................................................ 73 Tabela 25. Caraterização do subsetor do vinho e bebidas licorosas em Portugal e na Região Centro em

2014. ........................................................................................................................................................... 74 Tabela 26. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de vinho e

bebidas licorosas em 2015. ........................................................................................................................ 79 Tabela 27. Evolução da posição e quota da Alemanha no comércio internacional português de bens entre

2012 e 2015. ............................................................................................................................................... 85 Tabela 28. Evolução da balança comercial de bens de Portugal com a Alemanha entre 2012 e 2015. ..... 85 Tabela 29. Principais exportações portuguesas para o mercado alemão em 2015. ................................... 86 Tabela 30. Principais importações agroalimentares alemãs em 2015. ....................................................... 87 Tabela 31. Principais produtos do subsetor do azeite importados pela Alemanha em 2015. ..................... 88 Tabela 32. Principais mercados de origem das importações alemãs de azeite em 2015. .......................... 89 Tabela 33. Principais marcas de azeite na Alemanha. ............................................................................... 89 Tabela 34. Principais produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e bolos importados pela Alemanha em

2015. ........................................................................................................................................................... 90

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

xvii

Tabela 35. Principais mercados de origem das importações alemãs de bolachas, biscoitos e bolos em

2015. ........................................................................................................................................................... 91 Tabela 36. Principais marcas de bolachas, biscoitos e bolos na Alemanha. .............................................. 91 Tabela 37. Principais produtos do subsetor do mel importados pela Alemanha em 2015. ......................... 92 Tabela 38. Principais mercados de origem das importações alemãs de mel em 2015. .............................. 93 Tabela 39. Principais marcas de mel na Alemanha. ................................................................................... 93 Tabela 40. Principais produtos do subsetor do vinho e das bebidas licorosas importados pela Alemanha

em 2015. ..................................................................................................................................................... 95 Tabela 41. Principais mercados de origem das importações alemãs de vinho e bebidas licorosas em 2015. 95 Tabela 42. Principais marcas de vinho e bebidas licorosas na Alemanha. ................................................. 96 Tabela 43. Evolução da posição e quota da Áustria no comércio internacional português de bens entre

2012 e 2015. ............................................................................................................................................. 100 Tabela 44. Evolução da balança comercial de bens de Portugal com a Áustria entre 2012 e 2015. ........ 100 Tabela 45. Principais exportações portuguesas para o mercado austríaco em 2015. .............................. 101 Tabela 46. Principais importações agroalimentares austríacas em 2015. ................................................ 101 Tabela 47. Principais produtos do subsetor do azeite importados pela Áustria em 2015. ........................ 103 Tabela 48. Principais mercados de origem das importações austríacas de azeite em 2015. ................... 103 Tabela 49. Principais marcas de azeite na Áustria. .................................................................................. 104 Tabela 50. Principais produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e bolos importados pela Áustria em

2015. ......................................................................................................................................................... 105 Tabela 51. Principais mercados de origem das importações austríacas de bolachas, biscoitos e bolos em

2015. ......................................................................................................................................................... 105 Tabela 52. Principais marcas de bolachas, biscoitos e bolos na Áustria. ................................................. 106 Tabela 53. Principais produtos do subsetor de enchidos importados pela Áustria em 2015. ................... 107 Tabela 54. Principais mercados de origem das importações austríacas de enchidos em 2015. .............. 107 Tabela 55. Principais marcas de enchidos na Áustria. ............................................................................. 108 Tabela 56. Principais produtos do subsetor dos queijos e requeijões importados pela Áustria em 2015. 109 Tabela 57. Principais mercados de origem das importações austríacas de queijos e requeijões em 2015. . 109 Tabela 58. Principais marcas de queijos e requeijões na Áustria. ............................................................ 110 Tabela 59. Evolução da posição e quota da Finlândia no comércio internacional português de bens entre

2012 e 2015. ............................................................................................................................................. 113 Tabela 60. Evolução da balança comercial de bens de Portugal com a Finlândia entre 2012 e 2015. .... 114 Tabela 61. Principais exportações agroalimentares portuguesas para o mercado finlandês em 2015. ... 115 Tabela 62. Principais importações agroalimentares finlandesas em 2015. .............................................. 115 Tabela 63. Principais produtos do subsetor de enchidos importados pela Finlândia em 2015. ................ 117 Tabela 64. Principais mercados de origem das importações finlandesas de enchidos e produtos

semelhantes em 2015. .............................................................................................................................. 117 Tabela 65. Principais marcas de enchidos na Finlândia. .......................................................................... 118 Tabela 66. Principais produtos do subsetor das preparações de produtos hortícolas importados pela

Finlândia em 2015. ................................................................................................................................... 119 Tabela 67. Principais mercados de origem das importações finlandesas de preparações de produtos

hortícolas em 2015. .................................................................................................................................. 119 Tabela 68. Principais marcas de preparações de produtos hortícolas na Finlândia. ................................ 120 Tabela 69. Principais produtos do subsetor do mel importados pela Finlândia em 2015. ........................ 121 Tabela 70. Principais mercados de origem das importações finlandesas de mel em 2015. ..................... 121 Tabela 71. Principais marcas de mel na Finlândia. ................................................................................... 122 Tabela 72. Principais produtos do subsetor do vinho e das bebidas licorosas importados pela Finlândia em

2015. ......................................................................................................................................................... 123

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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Tabela 73. Principais mercados de origem das importações finlandesas de vinho e bebidas licorosas em

2015. ......................................................................................................................................................... 123 Tabela 74. Principais marcas de vinho e bebidas licorosas na Finlândia. ................................................ 124 Tabela 75. Evolução da posição e quota da França no comércio internacional português de bens entre

2012 e 2015. ............................................................................................................................................. 128 Tabela 76. Evolução da balança comercial de bens de Portugal com a França entre 2012 e 2015. ........ 128 Tabela 77. Principais exportações portuguesas para o mercado francês em 2015. ................................. 129 Tabela 78. Principais importações agroalimentares francesas em 2015. ................................................. 130 Tabela 79. Principais produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e bolos importados pela França em

2015. ......................................................................................................................................................... 131 Tabela 80. Principais mercados de origem das importações francesas de bolachas, biscoitos e bolos em

2015. ......................................................................................................................................................... 132 Tabela 81. Principais marcas de bolachas, biscoitos e bolos na França. ................................................. 132 Tabela 82. Importações francesas de preparações de produtos hortícolas em 2015. .............................. 133 Tabela 83. Principais mercados de origem das importações francesas de preparações de produtos

hortícolas em 2015. .................................................................................................................................. 134 Tabela 84. Principais marcas de compostas e fruta seca/desidratada em França. .................................. 134 Tabela 85. Principais produtos do subsetor do mel importados pela França em 2015. ............................ 135 Tabela 86. Principais mercados de origem das importações francesas de mel em 2015. ........................ 136 Tabela 87. Principais marcas de mel em França. ..................................................................................... 136 Tabela 88. Principais produtos do subsetor dos vinhos e bebidas licorosas importados pela França em

2015. ......................................................................................................................................................... 137 Tabela 89. Principais mercados de origem das importações francesas de vinho e bebidas licorosas em

2015. ......................................................................................................................................................... 138 Tabela 90. Principais marcas de vinho e bebidas licorosas em França. ................................................... 138 Tabela 91. Evolução da posição e quota do Luxemburgo no comércio internacional português de bens

entre 2012 e 2015. .................................................................................................................................... 141 Tabela 92. Balança Comercial de Bens de Portugal com a Luxemburgo. ................................................ 142 Tabela 93. Principais exportações portuguesas para o mercado luxemburguês em 2015. ...................... 143 Tabela 94. Principais importações agroalimentares luxemburguesas em 2015. ...................................... 143 Tabela 95. Principais produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e doçaria conventual importados pela

Luxemburgo em 2015. .............................................................................................................................. 145 Tabela 96. Principais mercados de origem das importações luxemburguesas de bolachas, biscoitos e

doçaria conventual em 2015. .................................................................................................................... 145 Tabela 97. Principais marcas de bolachas, biscoitos e doçaria conventual no Luxemburgo. ................... 146 Tabela 98. Principais produtos do subsetor de enchidos importados pelo Luxemburgo em 2015. .......... 147 Tabela 99. Principais mercados de origem das importações luxemburguesas de enchidos e produtos

semelhantes em 2015. .............................................................................................................................. 147 Tabela 100. Principais marcas de enchidos no Luxemburgo. ................................................................... 148 Tabela 101. Principais produtos do subsetor do mel importados pelo Luxemburgo em 2015. ................. 149 Tabela 102. Principais mercados de origem das importações luxemburguesas de mel em 2015. ........... 149 Tabela 103. Principais marcas de mel no Luxemburgo. ........................................................................... 150 Tabela 104. Principais produtos do subsetor dos vinhos e bebidas licorosas importados pelo Luxemburgo

em 2015. ................................................................................................................................................... 151 Tabela 105. Principais mercados de origem das importações luxemburguesas de vinho e bebidas

licorosas em 2015. .................................................................................................................................... 151 Tabela 106. Principais marcas de vinho e bebidas licorosas no Luxemburgo. ......................................... 152

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

xix

Tabela 107. Evolução da posição e quota da Suíça no comércio internacional português de bens entre

2012 e 2015. ............................................................................................................................................. 155 Tabela 108. Evolução da balança comercial de bens de Portugal com o Luxemburgo entre 2012 e 2015. . 156 Tabela 109. Principais exportações portuguesas para o mercado suíço em 2015. .................................. 156 Tabela 110. Principais importações agroalimentares suíças em 2015. .................................................... 157 Tabela 111. Principais produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e bolos importados pela Suíça em

2015. ......................................................................................................................................................... 159 Tabela 112. Principais mercados de origem das importações suíças de bolachas, biscoitos e bolos em

2015. ......................................................................................................................................................... 159 Tabela 113. Principais marcas de bolachas, biscoitos e bolos na Suíça. ................................................. 160 Tabela 114. Principais produtos do subsetor do mel importados pela Suíça em 2015. ............................ 160 Tabela 115. Principais mercados de origem das importações suíças de mel em 2015. ........................... 161 Tabela 116. Principais marcas de mel na Suíça. ...................................................................................... 161 Tabela 117. Principais produtos do subsetor dos queijos e requeijões importados pela Suíça em 2015. 163 Tabela 118. Principais mercados de origem das importações suíças de queijos e requeijões em 2015. . 163 Tabela 119. Principais marcas/variedades de queijos e requeijões na Suíça. ......................................... 164 Tabela 120. Principais produtos do subsetor dos vinhos e bebidas licorosas importados pela Suíça em

2015. ......................................................................................................................................................... 165 Tabela 121. Principais mercados de origem das importações suíças de vinho e bebidas licorosas em

2015. ......................................................................................................................................................... 166 Tabela 122. Principais marcas de vinho e bebidas licorosas na Suíça. .................................................... 166 Tabela 123. Contributo das Ações para as LOE. ...................................................................................... 181

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

1

1. Introdução

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

2

1. Introdução

A InovCluster – Associação do Cluster Agroindustrial do Centro (doravante InovCluster),

reconhecida em 2009 pelo Governo Português, tem desenvolvido a sua atividade de forma a

contribuir para que a Região Centro se afirme a nível nacional, ibérico e europeu como um

território líder nas fileiras agroindustriais de excelência, suportado na singularidade e na

qualidade dos seus recursos endógenos, na preservação da biodiversidade e da diversidade

paisagística dos seus espaços agrícolas e rurais, e na competitividade dos sistemas produtivos

locais e regional.

Atualmente, a InovCluster conta com conjunto alargado de associados, na sua maioria

empresas, mas também outras entidades como associações/cooperativas, instituições de

ensino superior, instituições de investigação e desenvolvimento ligadas ao setor agroindustrial

e agroalimentar, e vários municípios da Região Centro.

Prosseguindo a sua missão, a InovCluster pretende continuar a desempenhar um papel ativo

na promoção internacional do setor agroindustrial regional, procurando, através de iniciativas

específicas, fomentar a presença das empresas do setor nos mercados externos.

Neste sentido, a InovCluster dinamizou e viu aprovada a candidatura do projeto AgroCentro ao

Programa Operacional Regional do Centro 2014-2020 (CENTRO2020). Este projeto prevê a

realização de 4 ações, a saber:

• Ação 1. Elaboração de Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o

Setor Agroalimentar da Região Centro;

• Ação 2. Consolidação da estratégia – capacitação para a internacionalização e

partilha de conhecimento;

• Ação 3. Realização de ações de internacionalização para promoção internacional da

oferta regional dos produtos selecionados com base na comunicação de fatores

imateriais de competitividade e na valorização das caraterísticas intrínsecas dos

produtos;

• Ação 4. Realização de ações de promoção do projeto e divulgação de resultados.

Com o intuito de contribuir para o cumprimento da ação 1, a InovCluster conta com o apoio da

Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI).

O presente trabalho tem assim como objetivo geral a elaboração do Diagnóstico e Plano

Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro. A este

objetivo geral correspondem os seguintes objetivos específicos:

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

3

OE1) Caraterizar o setor agroalimentar da Região Centro com base num conjunto de

indicadores selecionado;

OE2) Identificar e caraterizar categorias de produtos do setor agroalimentar regional com

potencial de exportação, especialmente os produtos endógenos com maior valor

acrescentado (8 a 10 categorias de produtos), com referência específica aos fatores

diferenciadores das mesmas categorias de produtos nos mercados internacionais;

OE3) Identificar mercados externos preferenciais para as categorias de produtos

selecionadas (mínimo de 3 mercados, em média, por categoria de produto identificada);

OE4) Envolver os atores regionais no processo de criação de uma estratégia de

internacionalização para as categorias de produtos do setor agroalimentar da Região

Centro;

OE5) Definir uma estratégia para a internacionalização do setor agroalimentar da Região

Centro, com uma abordagem diferenciada por categoria de produto.

De modo a atingir os objetivos supramencionados, foi definida uma metodologia de trabalho

que compreende cinco etapas:

ETAPA 1 Caraterização do setor agroalimentar da Região Centro com base num conjunto de indicadores selecionado

ETAPA 2 Identificação e caraterização de categorias de produtos do setor agroalimentar regional com potencial de exportação e identificação de fatores críticos de sucesso para a internacionalização

ETAPA 3 Identificação de mercados externos que se apresentem como mercados de oportunidade para cada uma das categorias identificadas

ETAPA 4 Realização de momentos de participação e definição partilhada da estratégia de internacionalização, com o tecido empresarial e outros atores regionais relevantes

ETAPA 5 Definição do Plano Estratégico de internacionalização para o setor agroalimentar da Região Centro

Figura 1. Metodologia do projeto.

No âmbito da Etapa 1 foi realizado um diagnóstico do setor agroalimentar da Região Centro.

Para o efeito, foi efetuado um trabalho de levantamento, análise e sistematização de dados

qualitativos e quantitativos apresentados em fontes estatísticas como o Instituto Nacional de

Estatística (INE) ou o International Trade Centre (ITC).

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

4

Refira-se que nos dados quantitativos gerais e/ou macroeconómicos do setor agroalimentar foi

considerada a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas (CAE Rev. 3) e nos dados

relativos ao comércio internacional foi utilizada a categorização da Nomenclatura Combinada

(NC) a dois dígitos de 2017.

Na Tabela 1 e na Tabela 2 apresentam-se as atividades/produtos associados à CAE Rev. 3 e à

NC, incluídos como parte do setor agroalimentar durante a elaboração do presente trabalho.

Tabela 1. Atividades do setor agroalimentar classificadas por CAE Rev. 3.

SECÇÃO A

01 Agricultura, produção animal, caça e atividades de serviços relacionados

03 Pesca e aquicultura

SECÇÃO C

10 Indústrias alimentares

11 Indústria das bebidas

12 Indústria do tabaco

Tabela 2. Produtos do setor agroalimentar classificados por Nomenclatura Combinada.

SECÇÃO I

01 Animais vivos

02 Carnes e miudezas, comestíveis

03 Peixes e crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos

04 Leite e laticínios; ovos de aves; mel natural; produtos comestíveis de origem animal, não especificados nem compreendidos noutros capítulos

05 Outros produtos de origem animal, não especificados nem compreendidos noutros capítulos

SECÇÃO II

06 Plantas vivas e produtos de floricultura

07 Produtos hortícolas, plantas, raízes e tubérculos, comestíveis

08 Frutas; cascas de citrinos e de melões

09 Café, chá, mate e especiarias

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

5

10 Cereais

11 Produtos da indústria de moagem; malte; amidos e fécula; inulina; glúten de trigo

12 Sementes e frutos oleaginosos; grãos, sementes e frutos diversos; plantas industriais ou medicinais, palhas e forragens

13 Gomas, resina, e outros sucos e extratos vegetais

14 Matérias para entrançar e outros produtos de origem vegetal, não especificados nem compreendidos noutros capítulos

SECÇÃO III 15 Gorduras e óleos animais ou vegetais; produtos da sua dissociação; gorduras alimentícias elaboradas; ceras de origem animal ou vegetal

SECÇÃO IV

16 Preparações de carnes, de peixes ou de crustáceos, de moluscos ou de outros invertebrados aquáticos

17 Açúcares e produtos de confeitaria

18 Cacau e suas preparações

19 Preparações à base de cereais, de farinhas, amidos, féculas ou leite; produtos de pastelaria

20 Preparações de produtos hortícolas, de frutas ou de outras partes de plantas

21 Preparações alimentícias diversas

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres

23 Resíduos e desperdícios das indústrias alimentares; alimentos preparados para animais

24 Tabaco e seus sucedâneos manufaturados

No que diz respeito à Etapa 2 foram identificadas 8 categorias de produtos da Região Centro

com maior potencial de internacionalização, a saber:

• Azeite;

• Bolachas e biscoitos;

• Doçaria conventual;

• Enchidos;

• Hortofrutícolas em compota e desidratados;

• Mel;

• Queijos e requeijões;

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

6

• Vinho e bebidas licorosas.

Para cada categoria de produtos foi feita uma caraterização exaustiva que procurou sinalizar os

principais aspetos diferenciadores nos mercados internacionais.

Relativamente à Etapa 3, foram identificados como mercados prioritários para a

internacionalização dos produtos da Região Centro os seguintes:

• Alemanha;

• Áustria;

• Finlândia;

• França;

• Luxemburgo;

• Suíça.

Estes mercados foram caraterizados de forma detalhada (incluindo dados qualitativos e

quantitativos) de modo a identificar os fatores críticos de exportação para os mesmos.

No que concerne à Etapa 4, foram realizadas 5 sessões com empresas e outras entidades do

setor agroalimentar da Região Centro (Tabela 3) com vista à recolha de contributos para a

definição da estratégia de internacionalização (ver Anexo 1 com a síntese das sessões

realizadas).

Tabela 3. Sessões realizadas com empresas e outras entidades da Região Centro.

Local Data

Seia Fevereiro 2017

Trancoso Março 2017

Caldas da Rainha Abril 2017

Fundão Abril 2017

Castelo Branco Maio 2017

Quanto à Etapa 5, após consolidação da informação recolhida, propõe-se uma estratégia de

internacionalização assente em diferentes níveis: visão, objetivos estratégicos, linhas de

orientação estratégica, ações a desenvolver e fichas de abordagem aos mercados por produto.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

7

2. Diagnóstico do setor agroalimentar da

Região Centro

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

8

2. Diagnóstico do setor agroalimentar da Região Centro

Neste Capítulo é apresentado um diagnóstico do setor agroalimentar da Região Centro, tendo

por base dados económicos gerais e dados relativos ao comércio internacional (exportações e

importações).

2.1. Dados económicos gerais

O setor agroalimentar é de vital importância na Região Centro, não só pelos bens de primeira

necessidade que produz, mas também pelo valor que cria para a Região.

Em 2014, o número de empresas do setor agroalimentar na Região Centro ascendia a 32.483.

Este número aumentou de forma significativa após 2012, essencialmente devido ao

crescimento de empresas da fileira da agricultura e pesca (cerca de 134,3% entre 2012 e 2014,

sendo que o número de empresas desta fileira representava 89,1% do total de empresas do

setor em 2014) (Figura 2).

De salientar que, em 2014, as empresas do setor agroalimentar representavam 13,3% do

número total de empresas localizadas na Região Centro.

Figura 2. Evolução do número de empresas do setor agroalimentar e das fileiras da agricultura e pesca e

agroindustrial na Região Centro, entre 2011 e 2014.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

Analisando a distribuição geográfica do número de empresas, nesse mesmo ano, por

Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS) III, destaca-se a sub-

15 721 15 617

28 056

32 483

12 435 12 357

24 665

28 954

3 286 3 260 3 391 3 529

0

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

30 000

35 000

2011 2012 2013 2014

Em

pre

sas (

nº)

Ano

Setor agroalimentar Fileira da agricultura e pesca Fileira agroindustrial

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

9

região do Oeste com cerca de 22,1% (correspondendo a 7.191 empresas), seguida das sub-

regiões das Beiras e Serra da Estrela com 17,8% (5.789 empresas) e da Região de Coimbra

com 16,8% (5.461 empresas) (Figura 3). Por outro lado, a sub-região que apresentava menor

número de empresas era a Beira Baixa com apenas 3,7% do total (1.215 empresas).

Figura 3. Distribuição do número de empresas do setor agroalimentar da Região Centro por NUTS III, em 2014.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

O setor agroalimentar é um setor essencial para a economia regional, tendo representado mais

de 10% do volume de negócios total1 da Região em 2014. De referir que este valor se manteve

praticamente constante no período entre 2011 e 2014 (Tabela 4).

Tabela 4. Evolução do volume de negócios do setor agroalimentar entre 2011 e 2014 e respetivo peso na

economia da Região Centro.

Ano Volume de negócios

do setor agroalimentar da Região Centro (mil

milhões de euros)

Volume de negócios total da Região Centro (mil milhões de euros)

Peso do volume de negócios do setor agroalimentar na

economia da Região Centro (%)

2011 5,2 54,6 9,5%

2012 5,3 51,3 10,3%

2013 5,3 51,4 10,2%

2014 5,4 52,7 10,3%

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

1 Nota: o website do INE não apresenta dados sobre o volume de negócios da indústria do tabaco.

22,1%

13,4%

16,8%6,5%

15,0%

3,7%

4,7%

17,8% Oeste

Região de Aveiro

Região de Coimbra

Região de Leiria

Viseu Dão Lafões

Beira Baixa

Médio Tejo

Beiras e Serra da Estrela

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

10

No período em análise, o volume de negócios do setor agroalimentar na Região Centro

aumentou cerca de 3,8%, atingindo os 5,4 mil milhões de euros em 2014. A fileira que mais

contribuiu para este valor foi a agroindustrial, com 70,4% do total (correspondendo a 3,8 mil

milhões de euros) (Figura 4).

Figura 4. Evolução do volume de negócios do setor agroalimentar e das fileiras da agricultura e pesca e

agroindustrial na Região Centro, entre 2011 e 2014.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

Tal como demonstrado na Figura 5, a NUTS III com maior contributo para o volume de

negócios da Região Centro, em 2014, era a sub-região do Oeste com 36,5% do total

(correspondendo a 1,8 mil milhões de euros), seguida da Região de Coimbra com 16,5%

(797,2 milhões de euros) e da Região de Aveiro com 13,0% (630,3 milhões de euros).

Figura 5. Distribuição do volume de negócios do setor agroalimentar na Região Centro por NUTS III, em 2014.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

5,2 5,3 5,3 5,4

1,5 1,5 1,6 1,6

3,7 3,7 3,7 3,8

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2011 2012 2013 2014

Volu

me d

e n

egócio

s

(mil

milh

ões d

e e

uro

s)

Ano

Setor agroalimentar Fileira da agricultura e pesca Fileira agroindustrial

36,5%

13,0%16,5%

12,4%

10,9%

2,8%

7,8%

Oeste

Região de Aveiro

Região de Coimbra

Região de Leiria

Viseu Dão Lafões

Beira Baixa

Médio Tejo

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

11

O Valor Acrescentado Bruto (VAB)2 do setor agroalimentar da Região Centro apresentou um

crescimento de 12,7% no período entre 2011 e 2014, alcançando os 966,8 milhões de euros

em 2014. A fileira agroindustrial ocupa, mais uma vez, uma posição de destaque, com um peso

de 66,2% (640,1 milhões de euros) no VAB total do setor (Figura 6).

Figura 6. Evolução do VAB do setor agroalimentar e das fileiras da agricultura e pesca e agroindustrial na

Região Centro, entre 2011 e 2014.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

Analisando a distribuição do VAB do setor por NUTS III constata-se que, à semelhança do

volume de negócios, também no caso do VAB as sub-regiões que mais contribuíram foram o

Oeste com 33,0% (294,5 milhões de euros), a Região de Coimbra com 15,6% (139,0 milhões

de euros) e a Região de Aveiro com 15,4% (137,4 milhões de euros) (Figura 7).

Figura 7. Distribuição do VAB do setor agroalimentar na Região Centro por NUTS III, em 2014.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

2 Nota: o website do INE não apresenta dados sobre o VAB da indústria do tabaco.

858,0 877,0 909,6966,8

266,8 290,0 295,9 326,7

591,3 586,9 613,7 640,1

0,0

200,0

400,0

600,0

800,0

1 000,0

1 200,0

2011 2012 2013 2014

VA

B (

milh

ões de e

uro

s)

Ano

Setor agroalimentar Fileira da agricultura e pesca Fileira agroindustrial

33,0%

15,4%15,6%

10,3%

9,1%

2,4%

6,7%

7,4%

Oeste

Região de Aveiro

Região de Coimbra

Região de Leiria

Viseu Dão Lafões

Beira Baixa

Médio Tejo

Beiras e Serra da Estrela

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

12

Em 2014, o setor agroalimentar empregava mais de 43 mil pessoas3 na Região Centro, valor

que aumentou aproximadamente 4,1% durante o período em análise, sendo responsável por

quase 10% do emprego regional nesse último ano. Tal como nos casos do volume de negócios

e do VAB, a fileira agroindustrial assume particular relevância, representando 64,5%

(correspondendo a 27.968 trabalhadores) do emprego total no setor em 2014 (Figura 8).

Figura 8. Evolução do número de trabalhadores do setor agroalimentar e das fileiras da agricultura e pesca e

agroindustrial na Região Centro, entre 2011 e 2014.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

Em termos da distribuição do número de trabalhadores do setor agroalimentar por NUTS III,

mais uma vez evidencia-se a sub-região do Oeste com 30,3% do total em 2014 (12.449

trabalhadores) (Figura 9).

Figura 9. Distribuição do número de trabalhadores do setor agroalimentar na Região Centro por NUTS III, em

2014.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

3 Nota: o website do INE não apresenta dados sobre o número de trabalhadores da indústria do tabaco.

41 662 41 168 41 53143 366

14 001 13 903 14 658 15 398

27 661 27 265 26 873 27 968

0

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

30 000

35 000

40 000

45 000

50 000

2011 2012 2013 2014

Tra

balh

adore

s (

nº)

Ano

Setor agroalimentar Fileira da agricultura e pesca Fileira agroindustrial

30,3%

15,0%

17,0%

9,0%

9,1%

3,6%

7,3%

8,6%Oeste

Região de Aveiro

Região de Coimbra

Região de Leiria

Viseu Dão Lafões

Beira Baixa

Médio Tejo

Beiras e Serra da Estrela

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

13

2.2. Dados do comércio internacional

Entre 2012 a 2015, as exportações de produtos agroalimentares da Região Centro cresceram a

um ritmo superior ao das importações (16,2% versus 8,0%), facto que contribuiu para a

redução do saldo negativo da balança comercial (Figura 10).

Figura 10. Evolução das importações, exportações e do saldo da balança comercial do setor agroalimentar na

Região Centro, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

De salientar que em ambos os casos, importações e exportações, predominavam as

transações com outros países da União Europeia (UE) (em 2015 as exportações com estes

países representavam 67,3% do total e as importações 85,6%) (Figura 11).

Figura 11. Evolução das importações e exportações do setor agroalimentar na Região Centro dentro e fora da

UE, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

1 497,0 1 583,5 1 539,9 1 616,7

958,1 970,4 1 058,4 1 113,3

-538,9 -613,2-481,5 -503,4

-1 000,0

-500,0

0,0

500,0

1 000,0

1 500,0

2 000,0

2012 2013 2014 2015

Import

ações, export

ações e

sald

o

da b

ala

nça c

om

erc

ial (

milh

ões de

euro

s)

Importações Exportações Saldo

639,3

1 243,0

633,3

1 364,0

671,9

1 316,8

749,5

1 383,2

318,8

254,1

337,0

219,6

386,6

223,1

363,8

233,5

0,0

200,0

400,0

600,0

800,0

1 000,0

1 200,0

1 400,0

1 600,0

1 800,0

Export

ações

Import

açõ

es

Export

ações

Import

açõ

es

Export

ações

Import

açõ

es

Export

ações

Import

açõ

es

2012 2013 2014 2015

Export

ações e

im

port

ações (m

ilhões d

e

euro

s)

Ano

Intra UE Extra UE

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

14

Em 2015, a sub-região mais exportadora foi o Oeste com 43,7% do total (correspondendo a

486,8 milhões de euros), seguida da Região de Aveiro com 14,9% (165,4 milhões de euros) e

da Região de Coimbra com 14,4% (160,7 milhões de euros) (Figura 12).

Figura 12. Distribuição das exportações do setor agroalimentar na Região Centro por NUTS III, em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

Em termos de distribuição geográfica das importações, o cenário era muito similar ao

apresentado para as exportações (Figura 13).

Figura 13. Distribuição das importações do setor agroalimentar na Região Centro por NUTS III, em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

43,7%

14,9%

14,4%

7,5%

8,0%

1,0%4,4%

6,1%

Oeste

Região de Aveiro

Região de Coimbra

Região de Leiria

Viseu Dão Lafões

Beira Baixa

Médio Tejo

Beiras e Serra da Estrela

41%

13,8%

12,9%

5,4%

8,5%

3,2%

11,2%

3,9%

Oeste

Região de Aveiro

Região de Coimbra

Região de Leiria

Viseu Dão Lafões

Beira Baixa

Médio Tejo

Beiras e Serra da Estrela

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

15

Em 2015, as categorias de produtos mais exportados pela Região Centro foram peixes e

crustáceos (nomenclatura 03), frutas (08), preparações de carne, de peixes, de crustáceos e de

moluscos (16), bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres (22) e preparações de produtos

hortícolas (20) (Figura 14).

Figura 14. Principais produtos exportados na Região Centro, em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

Analisando a evolução das exportações do setor agroalimentar na Região Centro entre 2012 e

2015, constata-se que as categorias de produtos supramencionadas foram sempre as mais

exportadas (Figura 15). Não obstante algumas oscilações, o comportamento em termos gerais

destes produtos foi de aumento das exportações, exceto para o caso das bebidas, líquidos

alcoólicos e vinagres (22), em que ocorreu um decréscimo em 2015 face a 2012 de 9,0%.

Figura 15. Evolução das exportações do setor agroalimentar na Região Centro por produto, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

03

Peixes e crustáceos

198,0

milhões €

08

Frutas

121,9

milhões €

16

Preparações de carne, de peixes ou de crustáceos e de moluscos

119,7milhões €

22

Bebidas, líquidos

alcoólicos e vinagres

116,7millões €

20

Preparações de produtos hortícolas

106,4

milhões €

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

180,0

200,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Export

ações (

milh

ões d

e e

uro

s)

Nomenclatura combinada

2012 2013 2014 2015

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

16

Em 2015, a sub-região que mais contribuiu para as exportações das categorias de peixes e

crustáceos (03), frutas (08), preparações de carne, de peixes, de crustáceos e de moluscos

(16) e bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres (22) foi o Oeste. Relativamente às preparações

de produtos hortícolas (20), foi a Região das Beiras e Serra da Estrela a principal responsável

pelas exportações destes produtos (Figura 16).

Figura 16. Distribuição geográfica por NUTS III dos produtos mais exportados pela Região Centro, em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

No ano de 2015, as categorias de produtos mais importadas pela Região Centro foram peixes

e crustáceos (03), carnes e miudezas (02), gorduras e óleos animais ou vegetais (15), produtos

hortícolas (07) e frutas (08) (Figura 17). Refira-se que os peixes e crustáceos e as frutas fazem

parte da lista de produtos mais exportados, conforme apresentado anteriormente.

Figura 17. Principais produtos importados na Região Centro, em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

3 8 16 20 22

Nomenclatura combinada

Oeste

Região de Aveiro

Região de Coimbra

Região de Leiria

Viseu Dão Lafões

Beira Baixa

Médio Tejo

Beiras e Serra da Estrela

03

Peixes e crustáceos

494,0

milhões €

02

Carnes e miudezas

162,4

milhões €

15

Gorduras e óleos animais

ou vegetais

146,0

milhões €

07

Produtos hortícolas

139,6

millões €

08

Frutas

131,0 milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

17

Analisando a evolução das importações dos diferentes produtos agroalimentares entre 2012 e

2015, observa-se que não houve alterações nas cinco categorias de produtos mais compradas

pela Região Centro (Figura 18).

Figura 18. Evolução das importações do setor agroalimentar na Região Centro por produto, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

De forma similar ao caso das exportações, foi também a Região do Oeste que mais contribuiu

para as importações das seguintes categorias de produtos: carnes e miudezas (02), peixes e

crustáceos (03), produtos hortícolas (07) e frutas (08). No caso da categoria gorduras e óleos

animais ou vegetais (15), a região mais importadora foi o Médio Tejo (Figura 19).

Figura 19. Distribuição geográfica por NUTS III dos produtos mais importados pela Região Centro, em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

450,0

500,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Import

ações (m

ilhões d

e e

uro

s)

Nomenclatura combinada

2012 2013 2014 2015

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

2 3 7 8 15

Nomenclatura combinada

Oeste

Região de Aveiro

Região de Coimbra

Região de Leiria

Viseu Dão Lafões

Beira Baixa

Médio Tejo

Beiras e Serra da Estrela

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

18

A evolução do saldo da balança comercial entre 2012 e 2015 (Figura 20) mostra que a Região

Centro é claramente deficitária na categoria peixes e crustáceos (03). Esta Região apresentava

também saldo substancialmente negativo na categoria carnes e miudezas (02), apesar de uma

tendência no período em análise para uma redução da diferença entre exportações e

importações.

Relativamente às categorias com saldo positivo, sinalizam-se as preparações de carnes, de

peixes ou de crustáceos e de moluscos (16), as bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres (22) e

as preparações de produtos hortícolas (20).

Figura 20. Evolução do saldo da balança comercial do setor agroalimentar na Região Centro por produto, entre

2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em janeiro de 2017)

No que concerne às categorias de produtos da Região Centro com maior vantagem

comparativa revelada4 (Tabela 5), destacam-se as preparações de carne, de peixes ou de

crustáceos e de moluscos (16), os peixes e crustáceos (03) e as preparações de produtos

hortícolas (20) (de referir que o índice de Balassa das categorias 16 e 20 aumentou 275,0% e

210,0% entre 2005 e 2015, respetivamente). Como apresentado anteriormente, estas

categorias são particularmente importantes para o setor agroalimentar da Região Centro,

representando uma grande parte da sua quota de exportações.

4 A vantagem comparativa revelada, calculada pelo índice de Balassa, mede a intensidade da especialização do

comércio internacional de um país relativamente a uma região ou ao mundo. Este indicador permite aferir a estrutura relativa das exportações de um país/região ao longo do tempo, utilizando o peso de um determinado setor nas exportações mundiais por forma a normalizar o peso das exportações desse mesmo setor para cada país. De referir que os produtos que apresentam vantagem comparativa revelada face ao exterior são aqueles cujo índice de Balassa é superior a 1.

-350,0

-300,0

-250,0

-200,0

-150,0

-100,0

-50,0

0,0

50,0

100,0

150,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Sald

o d

a b

ala

nça c

om

erc

ial (

milh

ões d

e e

uro

s)

Nomenclatura combinada

2012 2013 2014 2015

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

19

Não obstante a sua relevância no âmbito das exportações portuguesas, verifica-se que os

produtos da categoria peixes e crustáceos integram também a lista dos bens mais importados.

Com efeito, apesar de registar um índice de Balassa de 3,3 em 2015, esta categoria de

produtos apresenta uma balança comercial negativa de cerca de 296,0 milhões de euros nesse

ano.

Para além de peixes e crustáceos, outras categorias como produtos hortícolas (07) e gorduras

e óleos animais ou vegetais (15) registam um saldo negativo na sua balança comercial, apesar

de apresentarem vantagens comparativas reveladas face ao exterior. Estes dados poderão

indicar que a Região não tem aproveitado devidamente o potencial de produção e exportação

destes produtos, havendo margem para um aumento da sua comercialização no exterior.

Tabela 5. Produtos com vantagem comparativa, de acordo com o índice de Balassa, na Região Centro.

Categorias de produtos 2005 2010 2015

01 Animais vivos 2,2 2,7 2,6

03 Peixes e crustáceos 3,2 3,5 3,3

04 Leite e laticínios 1,1 1,6 1,7

05 Outros produtos de origem animal 0,04 1,8 2,3

07 Produtos hortícolas 1,2 1,4 1,5

08 Frutas 1,4 2,3 2,0

15 Gorduras e óleos animais ou vegetais 1,2 1,1 1,3

16 Preparações de carne, de peixes ou de crustáceos e de moluscos

1,2 3,8 4,5

19 Preparações à base de cereais, farinhas, amidos, féculas ou leite

0,9 1,3 1,7

20 Preparações de produtos hortícolas 1,0 2,5 3,1

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 1,8 1,9 1,9

Fonte: INE, Base de Dados e ITC, Trade Map (acedidos em janeiro de 2017)

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20

3. Fichas de caraterização dos produtos

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

21

3. Fichas de caraterização dos produtos

Neste Capítulo são identificadas as categorias de produtos da Região Centro com maior

potencial de internacionalização e são apresentadas fichas de caraterização para cada uma

destas categorias. Para cada ficha é apresentada uma caraterização geral da categoria de

produtos, são sintetizados dados relativos ao comércio internacional5 e são identificadas as

principais empresas e outras entidades relevantes.

3.1. Identificação dos produtos

A Região Centro possui alguns produtos endógenos que, pela sua cultura e tradição, são já

reconhecidos a nível nacional e até mesmo internacional: o azeite (nomeadamente o Azeite da

Beira Alta, o Azeite da Beira Baixa e o Azeite do Ribatejo), o mel (como o Mel do Ribatejo

Norte e o Mel da Serra da Lousã), os queijos e requeijões (incluindo o Queijo da Beira Baixa, o

Queijo Rabaçal, o Queijo da Serra da Estrela, o Requeijão da Beira Baixa e o Requeijão da

Serra da Estrela) e o vinho (a Região apresenta cinco regiões vitivinícolas – Bairrada, Beira

Interior, Dão, Lisboa e Tejo). Estes produtos são classificados como Denominação de Origem

Protegida (DOP)6 ou Indicação Geográfica Protegida (IGP)7, sendo que esta classificação

obriga a que estes produtos sejam produzidos de acordo com as regras estipuladas no caderno

de especificações (incluindo as condições de produção, elaboração e acondicionamento). A

rotulagem deve também cumprir os requisitos da legislação em vigor, mencionando a área

geográfica associada.

Para além dos produtos acima referidos, a Região produz também alguns produtos hortícolas e

frutícolas entre os quais se destacam a Castanha dos Soutos da Lapa (DOP), a Maçã Bravo de

Esmolfe (DOP), a Pera Rocha do Oeste (DOP), a Cereja da Cova da Beira (IGP), a Maçã de

Alcobaça (IGP), a Maçã da Beira Alta (IGP) e o Pêssego da Cova da Beira (IGP). Refira-se que

nos últimos anos se tem assistido a uma tendência crescente para a desidratação e

transformação em compotas destes produtos perecíveis (como forma de aumentar a vida útil

dos mesmos).

5 Nota: os dados do comércio internacional apresentados nas fichas de caraterização são relativos a Portugal uma vez

que não existem dados dos mercados de destino das exportações desagregados para a Região Centro. 6 Denominação de Origem Protegida (DOP) indica o nome de uma região, de um local determinado ou, em casos

excecionais, de um país, que serve para designar um produto agrícola ou um género alimentício originário dessa região, desse local determinado ou desse país, cuja qualidade ou caraterísticas se devem essencial ou exclusivamente a um meio geográfico específico, incluindo os fatores naturais e humanos, e cuja produção, transformação e elaboração ocorrem na área geográfica delimitada. 7 Indicação Geográfica Protegida (IGP) indica o nome de uma região, de um local determinado ou, em casos

excecionais, de um país, que serve para designar um produto agrícola ou um género alimentício originário dessa região, desse local determinado ou desse país, e que possui determinada qualidade, reputação ou outras caraterísticas que podem ser atribuídas a essa origem geográfica, e cuja produção e ou transformação e ou elaboração ocorrem na área geográfica delimitada.

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22

Também populares são os doces conventuais tão caraterísticos da Região como o Pão-de-ló

de Ovar (DOP), os Pastéis de Tentúgal (DOP) e os Ovos-moles de Aveiro (DOP).

Não apresentando ainda DOP ou IGP, são de sinalizar na Região Centro, pela sua importância

socioeconómica e sociocultural, outros produtos ligados à pastelaria e doçaria como os

Biscoitos de Escalhão, os Biscoitos do Louriçal, o Bolo de Azeite, os Borrachões e as Cavacas.

Importa, por último, mencionar outros produtos com grande tradição na Região como o Bucho

da Guarda, a Chouriça de Bofes da Guarda, a Chouriça de Carne da Guarda, a Farinheira da

Guarda, a Farinheira Raiana, a Morcela da Guarda, a Morcela Doce do Jarmelo, o Paio da

Guarda, a Paleta de Santana da Serra e o Presunto de Santana da Serra.

Tendo por base os elementos supracitados e a informação apresentada no capítulo anterior,

foram selecionadas como categorias de produtos com maior potencial de internacionalização

as apresentadas na Figura 21.

Figura 21. Categorias de produtos da Região Centro com maior potencial de internacionalização.

De seguida apresenta-se uma ficha descritiva para cada uma das categorias de produtos

selecionadas.

AzeiteBolachas e biscoitos

Doçaria conventual

EnchidosHortofrutícol

as em compota e

desidratados

MelQueijos e requeijões

Vinho e bebidas

licorosas

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23

3.2. Azeite

CARATERIZAÇÃO GERAL

O azeite é um dos produtos mais associados à saudável dieta mediterrânica, que devido à sua

relevância foi classificada em 2010 pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da

Humanidade.

Os azeites produzidos em Portugal são cada vez mais sinónimo de qualidade. Reflexo dessa

qualidade e caraterísticas únicas são os diferentes tipos de azeite classificados como DOP. Na

Tabela 6 são apresentados os azeites DOP da Região Centro, incluindo principais

caraterísticas e área geográfica de produção.

Tabela 6. Azeites DOP da Região Centro.

Produto Caraterísticas Área geográfica

Azeite da Beira Alta

Apresenta uma coloração amarela clara, com aroma sui generis e sabor a fruto. As variedades de azeitona utilizadas são a Galega, a Cornicabra, a Carrasquenha, a Negrinha, a Madural e a Cobrançosa.

Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia e Trancoso.

Azeite da Beira Baixa

Apresenta uma coloração amarela clara, com aroma sui generis e sabor a fruto. As variedades de azeitona utilizadas são a Galega, a Bical e a Cordovil.

Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova, Mação, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova, Sabugal, Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão.

Os dados quantitativos apresentados na caraterização geral desta secção

tiveram em consideração a subclasse 10412 – Produção de azeite da

Classificação Portuguesa das Atividades Económicas (CAE Rev. 3).

Relativamente aos dados do comércio internacional, foi utilizada a seguinte

categoria da Nomenclatura Combinada (NC) a quatro dígitos de 2017:

1509 – Azeite e respetivas frações, mesmo refinados, mas não

quimicamente modificados, obtidos a partir de azeitonas, unicamente por

processos mecânicos ou físicos.

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24

Produto Caraterísticas Área geográfica

Azeite do Ribatejo

É um azeite ligeiramente espesso e frutado, com cor amarela ouro, por vezes ligeiramente esverdeada. As variedades de azeitona utilizadas são a Galega vulgar, a Lentisca e a Cobrançosa.

Abrantes, Alcanena, Alcobaça, Alvaiázere, Azambuja, Cartaxo, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Gavião, Golegã, Mação, Ourém, Pombal, Porto de Mós, Santarém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha.

Fonte: Website da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (acedido em fevereiro de 2017)

Em 2014, o número de empresas da Região Centro ligadas à produção de azeite ascendia a

247 (cerca de 52,4% do total de empresas deste subsetor a nível nacional). O VAB das

empresas da Região nesse ano representava 13,8% (correspondente a 5,0 milhões de euros)

do total nacional e o volume de negócios resultante da produção de azeite, a nível regional,

tinha um peso de 14,7% (cerca de 56,3 milhões de euros) no volume de negócios total (Tabela

7).

Tabela 7. Caraterização do subsetor do azeite em Portugal e na Região Centro em 2014.

Região País

Número de empresas 247 471

Valor Acrescentado Bruto (milhões de euros) 5,0 36,2

Volume de negócios (milhões de euros) 56,3 382,7

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Num mercado global muito competitivo, a introdução de novos produtos com caraterísticas

diferenciadoras é essencial para a captação de novos clientes/ consumidores e mercados.

Nesse sentido, nos últimos anos diversas empresas ligadas à produção de azeite têm

procurado promover projetos de investigação e desenvolvimento em parceria com entidades do

Sistema Nacional de Investigação e Inovação com vista à introdução de produtos inovadores

no mercado. A título de exemplo, apresenta-se de seguida o projeto “Azeite enriquecido com

material vegetal”.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

25

Azeite enriquecido com material vegetal

Este projeto consistiu no desenvolvimento de dois novos produtos

de tempero à base de azeite virgem extra: azeite virgem extra com

adição de manjericão, limão e macroalga undaria pinnatifida e

azeite virgem extra com adição de gengibre, endro e macroalga

Chondrus crispus.

A introdução de ervas aromáticas (como o manjericão) teve como

finalidade a obtenção de um sabor diferenciador associado ao

aroma inicial e caraterístico do azeite virgem extra. Por outro lado, a adição de macroalgas

visou a maximização das propriedades antioxidantes e nutritivas do azeite, promovendo a

qualidade nutricional deste produto, incrementando a sua estabilidade oxidativa (com o

consequente aumento do tempo de prateleira) e proporcionando um novo alimento com

ingredientes funcionais (que melhoram a saúde e o bem-estar geral do consumidor).

Promotores: Nono Sentido, Lda. e Instituto Politécnico de Leiria (MARE – Centro de Ciências

do Mar e do Ambiente).

http://mare.ipleiria.pt/projetos/recursos-alimentares-marinhos/azeite-enriquecido-com-algas/

CARATERIZAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Entre 2012 e 2015, as importações e exportações portuguesas de azeite registaram subidas

significativas, tendo alcançado os 312,2 milhões de euros e os 433,9 milhões de euros,

respetivamente, em 2015. O valor da balança comercial deste subsetor cresceu cerca de

87,8% durante o período em análise, atingindo um saldo positivo de 121,7 milhões de euros em

2015 (Figura 22). Este facto deveu-se, sobretudo, ao aumento significativo das exportações,

cuja taxa de crescimento atingiu valores superiores à das importações (65,0% e 57,5%,

respetivamente).

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26

Figura 22. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor do azeite

em Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

O saldo positivo exibido pela balança comercial do subsetor do azeite deve-se, por outro lado,

ao preço médio por kg praticado por Portugal nas suas exportações, superior ao preço médio

por kg importado. A título de exemplo, em 2015 o país importava azeite a 3,0 euros por kg,

valor inferior aos 3,6 euros por kg a que vendia para o exterior (Figura 23).

Figura 23. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor do azeite em Portugal, entre

2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

198,2

284,1

235,0

312,2

263,0

341,0

373,0

433,9

64,8 56,9

138,0 121,7

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

450,0

500,0

2012 2013 2014 2015

Import

ações, export

ações e

sald

o d

a b

ala

nça

com

erc

ial (

milh

ões e

uro

s)

Anos

Importações Exportações Balança Comercial

1,9

2,52,2

3,02,7

3,3

2,9

3,6

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

2012 2013 2014 2015

Pre

ço m

édio

por

kg (

euro

s)

Anos

Importações Exportações

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

27

Em 2015, Espanha destacou-se como o principal importador de azeite português, registando

um fluxo de compras de 174,8 milhões de euros, correspondentes a 40,3% do total das

exportações portuguesas. Saliente-se a importância que o grupo de países representados na

Figura 24 tem no âmbito do comércio internacional português neste subsetor, arrecadando

cerca de 93,2% do total das vendas nacionais de azeite.

Figura 24. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor do azeite em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

A Figura 25 demonstra o crescimento significativo das vendas para estes mercados que, na

sua totalidade, contabilizaram um incremento de 69,6% entre 2012 e 2015, contribuindo

consideravelmente para o aumento das exportações registadas neste período. Sinaliza-se a

preponderância que destinos como Espanha e Itália tiveram neste contexto, já que foram os

países para os quais as exportações nacionais de azeite mais cresceram (respetivamente

175,7% e 284,4%).

Figura 25. Exportações portuguesas do subsetor do azeite para os principais mercados de destino, em 2012 e

2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Espanha

174,8

milhões €

Brasil

149,0

milhões €

Itália

56,5

milhões €

Angola

15,4

milhões €

França

8,9

milhões €

63,3

142,9

14,7 13,14,6

174,8

149,0

56,5

15,48,9

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

180,0

200,0

Espanha Brasil Itália Angola França

Export

ações (

milh

ões d

e e

uro

s)

Principais destinos

2012 2015

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

28

Verifica-se que o aumento do valor das exportações para os principais mercados de destino

tem na sua génese a subida acentuada do preço médio por kg de azeite exportado entre 2012

e 2015. Espanha e Itália foram, mais uma vez, os países que registaram o maior incremento no

valor das importações. De facto, em 2015 pagaram mais 63,7% e 62,7%, respetivamente, por

kg de azeite importado face a 2012 (Figura 26).

Figura 26. Preço médio por kg exportado no subsetor do azeite português para os principais mercados de

destino, em 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

A Figura 27 apresenta os principais importadores mundiais de azeite. Observa-se a presença

de 3 dos destinos preferenciais das exportações portuguesas, nomeadamente Itália, Espanha e

França, cujos volumes de compras significativos mostram que a aposta nestes mercados tem

margem para continuar a crescer. Por outro lado, verifica-se que países como os Estados

Unidos da América (EUA) e a Alemanha apresentam grande potencial como destino de

exportações para este subsetor, em particular os EUA cujas importações de azeite ascenderam

a 1.228,1 milhões de euros em 2015.

Figura 27. Principais importadores de azeite a nível mundial em 2015.

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

3,4

1,92,1

3,1

2,3

4,5

3,13,5

4,1

3,0

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

Brasil Espanha Itália Angola França

Pre

ço m

édio

por

kg (

euro

s)

Principais destinos

2012 2015

Itália

2.002,3

milhões €

EUA

1.228,1

milhões €

Espanha

620,3

milhões €

França

479,9

milhões €

Alemanha

316,5

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

29

De referir que Portugal se apresenta como um dos principais exportadores de azeite a nível

mundial, lista claramente dominada por países do Sul da Europa, cujo clima mediterrânico é

reconhecidamente propício à produção de azeite de qualidade superior (Figura 28).

Figura 28. Principais exportadores de azeite a nível mundial em 2015.

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

De sinalizar ainda que Portugal apresenta um índice de Balassa próximo do espanhol e

bastante superior ao italiano, países que lideram a lista dos principais exportadores de azeite

(Tabela 8). Estes dados permitem aferir que Portugal apresenta uma acentuada vantagem

comparativa para produção e exportação de azeite em relação ao resto do mundo.

Tabela 8. Vantagens comparativas reveladas dos principais exportadores de azeite em 2015.

País Índice de Balassa

Espanha 23,4

Itália 7,8

Tunísia 149,9

Grécia 55,2

Portugal 19,2

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

Espanha

2.632,5

milhões €

Itália

1.442,2

milhões €

Tunísia

854,6

milhões €

Grécia

632,9

milhões €

Portugal

433,9

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

30

PRINCIPAIS EMPRESAS E OUTRAS ENTIDADES RELEVANTES

As 5 principais empresas produtoras de azeite da Região Centro (considerando o seu volume

de negócios) são8:

• Leopoldino Freitas & Filhos, Lda.;

• SAOV - Sociedade Agrícola Ouro Vegetal, S.A.;

• Veríssimo, Irmão & Cia, Lda.;

• Ourogal – Sociedade de Transformação e Comercialização de Produtos Agrícolas,

S.A.;

• Lagares de Azeite do Rabaçal.

Como entidades relevantes (incluindo associações de produtores e cooperativas) ligadas à

produção de azeite sinalizam-se:

• Associação do Azeite de Portugal;

• Associação dos Agricultores do Ribatejo;

• Associação dos Produtores de Azeite da Beira Interior;

• Cooperativa Agrícola das Matas, CRL;

• Cooperativa Agrícola dos Olivicultores da Fonte Longa - Fontelongacoop, CRL;

• Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Fundão, CRL;

• Cooperativa Agrícola Olivicultores de Montes Olalhas, CRL;

• Federação Nacional das Cooperativas de Olivicultores, FCRL.

8 Fonte: Base de dados Ignios (consultada em fevereiro de 2017).

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

31

3.3. Bolachas e biscoitos

CARATERIZAÇÃO GERAL

A pastelaria da Região Centro é muito rica e diversificada, contemplando desde bolachas,

biscoitos e bolos secos até aos doces conventuais ricos em ovos e açúcar, tão tradicionais e

caraterísticos de Portugal (ver secção seguinte). A maioria da pastelaria da Região resulta da

passagem, de geração em geração, de segredos preciosos sobre a arte da conjugação de

alimentos simples e relativamente acessíveis. Com base em receitas ancestrais e utilizando

produtos endógenos (como, por exemplo, o azeite), existem diversas bolachas e biscoitos

típicos na Região (Tabela 9).

Tabela 9. Exemplos de bolachas e biscoitos da Região Centro.

Produto Caraterísticas Área geográfica

Biscoitos de Escalhão

Biscoito fabricado à base de farinha pouco peneirada. Tem forma oval e cor amarelo-torrada na parte externa e amarelo-esbatida no interior.

Figueira de Castelo Rodrigo.

Biscoitos do Louriçal

Biscoito em forma de oito, confecionado com massa de pão e com azeite, que se esfarela facilmente ao mastigar.

Pombal.

Bolo de Azeite

Bolo sem açúcar elaborado de forma semelhante ao pão caseiro tradicional. À sua massa é adicionado azeite, o que o torna mais apaladado e macio.

Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Rodão.

Os dados quantitativos apresentados na caraterização geral desta secção

tiveram em consideração a subclasse 107 – Fabricação de produtos de

padaria e outros produtos à base de farinha da CAE Rev. 3.

Relativamente aos dados do comércio internacional, foi utilizada a

seguinte NC a quatro dígitos de 2017: 1905 – Produtos de padaria,

pastelaria ou da indústria de bolachas e biscoitos, mesmo adicionados de

cacau; hóstias, cápsulas vazias de medicamentos, obreias, pastas secas

de farinha, amido ou de fécula, em folhas, e produtos semelhantes.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

32

Produto Caraterísticas Área geográfica

Borrachões

Designados desta forma devido à incorporação de vinho e/ou aguardente na receita, têm como principal caraterística o elevado prazo de validade (cerca de 8 meses, desde que estejam devidamente acondicionados e não apanhem humidade).

Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Rodão.

Cavacas

Biscoito oco no seu interior e coberto por um creme branco elaborado apenas com as claras batidas com açúcar. Este biscoito é encontrado em diversas regiões e é imagem de marca das Caldas da Rainha.

Caldas da Rainha.

Esquecido Bolo seco, arredondado e achatado, com uma tonalidade amarela esbranquiçada.

Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Rodão.

Fonte: Website da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (acedido em fevereiro de 2017) e CIMBB (2015)

Na Região Centro existiam, em 2014, 1.946 empresas ligadas ao subsetor dos produtos de

pastelaria (que inclui os segmentos bolachas e biscoitos e doçaria conventual), representando

cerca de 30,7% do total de empresas deste subsetor a nível nacional (Tabela 10). O VAB

resultante da fabricação de produtos de pastelaria, na Região, ascendia nesse ano a 153,7

milhões de euros (cerca de 27,0% do total nacional) e o volume de negócios gerado por este

subsetor, a nível regional, fixava-se nos 421,6 milhões de euros (correspondendo a um peso de

25,6% do volume de negócios total).

Tabela 10. Caraterização do subsetor dos produtos de pastelaria em Portugal e na Região Centro em 2014.

Região País

Número de empresas 1.946 6.340

Valor Acrescentado Bruto (milhões de euros) 153,7 568,9

Volume de negócios (milhões de euros) 421,6 1.645,0

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

33

CARATERIZAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Entre 2012 e 2015 os indicadores de comércio internacional do subsetor português dos

produtos de pastelaria mantiveram-se relativamente estáveis. A balança comercial, que

apresentou valores negativos durante o período analisado, protagonizou uma ligeira

recuperação (crescimento de 6% face a 2012), fruto de um incremento de 11,1% das

exportações portuguesas neste subsetor (Figura 29).

Figura 29. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor dos

produtos de pastelaria em Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

No período em análise observam-se tendências distintas no que respeita ao preço médio por

kg importado e exportado no subsetor nacional dos produtos de pastelaria. Enquanto no caso

dos produtos exportados se assiste a alguma variação, tendo o preço médio registado os

mesmos valores em 2012 e 2015 (2,0 euros por kg), é visível uma tendência de crescimento do

lado das importações, com o preço médio a ascender aos 2,1 euros por kg em 2015,

registando um incremento de 10,5% face a 2012 (Figura 30).

284,5 294,6 290,2 296,2

169,0 176,4 183,2 187,8

-115,5 -118,2-107,0 -108,4

-150,0

-100,0

-50,0

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

2012 2013 2014 2015

Import

ações, export

ações e

sald

o d

a b

ala

nça

com

erc

ial (

milh

ões d

e e

uro

s)

Anos

Importações Exportações Balança Comercial

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

34

Figura 30. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor dos produtos de pastelaria em

Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

A Figura 31 apresenta os principais destinos das exportações portuguesas do subsetor dos

produtos de pastelaria no ano de 2015. Espanha domina claramente este indicador com um

valor de importações de 76,9 milhões de euros, correspondentes a 40,9% do total das vendas

internacionais portuguesas de produtos de pastelaria. Os países apresentados, na sua

totalidade, foram responsáveis pela importação de 72,7% do total do fluxo de exportações

deste subsetor em Portugal no ano em questão.

Figura 31. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor dos produtos de

pastelaria em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

A posição de Espanha no contexto das exportações portuguesas de produtos de pastelaria tem

vindo a ser reforçada, conforme atesta a Figura 32. De facto, entre 2012 e 2015, o volume de

exportações para o mercado espanhol aumentou cerca de 6,2 milhões de euros, o que

representa um incremento de 8,8%. Salienta-se, por outro lado, o crescimento significativo das

1,9 1,9

2,1 2,1

2,0

2,12,1

2,0

1,8

1,9

2,0

2,1

2,2

2012 2013 2014 2015

Pre

ço m

édio

por

kg (

euro

s)

Anos

Importações Exportações

Espanha

76,9

milhões €

França

22,5

milhões €

Reino Unido

15,6

milhões €

Angola

12,2

milhões €

Alemanha

9,4

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

35

exportações para o Reino Unido, tendo o volume de negócios aumentado mais de 200% ao

longo dos últimos 4 anos (ocupando este país já o terceiro lugar entre os parceiros comerciais

portugueses).

Figura 32. Exportações portuguesas do subsetor dos produtos de pastelaria para os principais mercados de

destino, em 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

A performance positiva dos produtos de pastelaria portugueses no mercado britânico é

particularmente encorajadora face à sua significância no contexto internacional. Efetivamente,

em 2015, o Reino Unido importava o segundo maior volume de produtos de pastelaria a nível

mundial, num total de 2.184,5 milhões de euros, ficando apenas aquém das importações dos

EUA, cujo fluxo de compras ascendia a 3.640,8 milhões de euros (Figura 33).

Saliente-se a presença de 3 dos principais parceiros comerciais portugueses na lista dos

maiores importadores mundiais de produtos de pastelaria, cujo volume de importações

registado em 2015 sugere a possibilidade do reforço das exportações portuguesas para estes

destinos. Por outro lado, países como o Canadá ou os EUA apresentam-se com elevado

potencial para a aposta numa maior diversificação dos destinos das exportações nacionais.

Figura 33. Principais importadores de produtos de pastelaria a nível mundial em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

70,7

24,6

4,8

17,313,3

76,9

22,515,6

12,2 9,4

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

Espanha França Reino Unido Angola AlemanhaExport

ações (

milh

ões d

e e

uro

s)

Principais destinos

2012 2015

EUA

3.640,8

milhões €

Reino Unido

2.184,5

milhões €

França

1.836,5

milhões €

Alemanha

1.822,6

milhões €

Canadá

1.314,7

milhões €

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36

A Figura 34 apresenta os principais exportadores mundiais de produtos de pastelaria, liderados

pela Alemanha que contabilizou, em 2015, um fluxo de vendas internacionais de 2.632,5

milhões de euros.

Figura 34. Principais exportadores de produtos de pastelaria a nível mundial em 2015.

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

Em 2015, o volume de exportações portuguesas neste subsetor ascendeu aos 187,8 milhões

de euros, valores insuficientes para a inclusão do país na lista dos maiores exportadores

mundiais. Não obstante, Portugal acompanha a especialização verificada em países como o

Canadá, a Bélgica ou a Itália, apresentando uma capacidade semelhante à dos maiores

exportadores mundiais para a produção e exportação de produtos de pastelaria (Tabela 11).

Tabela 11. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de produtos de

pastelaria em 2015.

País Índice de Balassa

Alemanha 1,4

Canadá 2,7

EUA 0,7

Bélgica 2,7

Itália 2,3

Portugal 2,1

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

Alemanha

2.632,5

milhões €

Canadá

1.442,2

milhões €

EUA

854,6

milhões €

Bélgica

632,9

milhões €

Itália

433,9

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

37

PRINCIPAIS EMPRESAS E OUTRAS ENTIDADES RELEVANTES

As 5 principais empresas produtoras de bolachas e biscoitos da Região Centro (considerando o

seu volume de negócios) são:

• Diatosta – Indústria Alimentar, S.A.;

• Rialto – Indústria Alimentar, Lda.;

• Arminda Ferreira Almeida Neto, Lda.;

• Lusoestrela – Indústria e Comércio de Produtos Alimentares, Lda.;

• Beira Salgados, Lda..

Como entidades relevantes ligadas à produção de bolachas e biscoitos sinalizam-se:

• ACIP – Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares;

• AIBA – Associação dos Industriais de Bolachas e Afins.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

38

3.4. Doçaria conventual

CARATERIZAÇÃO GERAL9

A doçaria conventual resulta de receitas criadas e aperfeiçoadas nos conventos, onde a

mestria das freiras aliou o açúcar proveniente das colónias portuguesas a uma quantidade

excedentária de gemas de ovos. Na Região Centro estavam localizadas diversas ordens

religiosas femininas, tendo daí resultado uma gama alargada de doces conventuais (Tabela

12). Tradicionalmente, estes doces eram produzidos e comercializados nas pastelarias locais,

estando muitas vezes circunscritos à zona geográfica de origem. Atualmente existe uma maior

distribuição destes produtos, sendo possível encontrá-los por todo o território nacional.

Tabela 12. Exemplos de doces conventuais da Região Centro.

Produto Caraterísticas Área geográfica

Castanhas de Ovos Doce confecionado tendo por base uma calda de açúcar e ovos que depois vai ao forno para alourar.

Aveiro e Viseu.

Fatias de Tomar

Doce rico em gemas e confecionado em banho-maria numa panela especial desenvolvida para o efeito. No final, o doce é cortado e embebido em calda de açúcar.

Tomar.

9 Nota: Nesta ficha não se apresentam dados quantitativos de caraterização geral e do comércio internacional uma vez

que a doçaria conventual está inserida na subclasse da CAE Rev.3 e na NC do subsetor dos produtos de pastelaria (dados apresentados na secção anterior).

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39

Produto Caraterísticas Área geográfica

Ovos-moles de Aveiro

Doce obtido pela junção de gemas cruas a uma calda de açúcar. Pode apresentar-se envolvido em hóstia ou acondicionado em barricas de madeira ou de porcelana. Os ovos-moles estão classificados como IGP.

Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Mira, Murtosa, Oliveira de Frades, Ovar, São Pedro do Sul, Sever do Vouga, Tondela, Vagos e Vouzela.

Palha de Abrantes

Doce confecionado com gema de ovos e amêndoa, coberto por fios de ovos ligeiramente tostados no forno. A Palha de Abrantes está classificada como IGP.

Abrantes.

Pão-de-ló de Ovar

Doce com o formato de uma “broa” de massa leve, cremosa, fofa e de cor amarela. O interior deste doce é húmido. O Pão-de-ló de Ovar está classificado como IGP.

Ovar.

Pastéis de Santa Clara Doce em forma de meia-lua, recheado com doce de ovos e amêndoa.

Coimbra.

Pastéis de Tentúgal

Doce com massa de espessura extraordinariamente reduzida (obtida a partir da junção de água com farinha) e recheio cremoso (resultante da mistura de gema de ovo com uma calda de açúcar). Os Pastéis de Tentúgal estão classificados como IGP.

Montemor-o-Velho.

Pastéis de Vouzela Pastéis de massa folhada extremamente fina, recheada com creme de ovos.

Vouzela.

Queijadas

Como o próprio nome indica, é um doce que inclui queijo fresco na sua confeção. O recheio de queijo, açúcar e ovos é colocado sobre uma massa de farinha, gordura e água.

Montemor-o-Velho.

Sardinhas doces de

Trancoso

Doce frito, em forma de sardinha, com uma crosta de massa relativamente estaladiça e recheio de ovo.

Trancoso.

Fonte: Websites da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, da Câmara Municipal de Abrantes e do Roteiro Gastronómico de Portugal (acedidos em fevereiro de 2017)

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

40

A conservação dos doces conventuais tem sido um dos principais entraves à

internacionalização destes produtos. Nesse sentido, nos últimos anos têm sido promovidos

diversos projetos de investigação com vista ao desenvolvimento de novos processos de

conservação. A título de exemplo, é apresentado de seguida o projeto “Ultracongelação dos

ovos-moles de Aveiro”.

Ultracongelação dos ovos-moles de Aveiro

Este projeto, desenvolvido em 2015, visou o estudo da

ultracongelação como método de conservação dos ovos-

moles com vista à sua internacionalização.

Como principal resultado do projeto sinaliza-se a

manutenção do sabor inicial deste doce conventual após a

aplicação de um processo de ultracongelação a -40ºC. Refira-se que após a congelação este

produto mantém condições não nocivas para a saúde durante cerca de quatro meses.

No seguimento deste estudo foi publicado um regulamento europeu que autoriza a exportação

deste doce tradicional mediante a obrigatoriedade de estar ultracongelado.

Promotores: Associação de Produtores de Ovos-Moles de Aveiro (APOMA) e Universidade de

Aveiro.

https://uaonline.ua.pt/pub/detail.asp?lg=pt&c=43783

PRINCIPAIS EMPRESAS E OUTRAS ENTIDADES RELEVANTES

Como empresas dedicadas à produção de doces conventuais destacam-se:

• Europastry Portugal, S.A.;

• Casa do Crespo - Fábrica de Doçaria, Lda.;

• Fabridoce - Doces Regionais Lda..

Como entidades relevantes ligadas à doçaria conventual sinalizam-se:

• APOMA – Associação de Produtores de Ovos-Moles de Aveiro;

• APPO – Associação de Produtores de Pão de Ló de Ovar;

• Associação dos Pasteleiros de Tentúgal.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

41

3.5. Enchidos

CARATERIZAÇÃO GERAL

Os enchidos são uma categoria de produtos de origem animal, principalmente suína, com

grande tradição na Região Centro. A maioria dos enchidos sofre um processo de fumeiro que

tradicionalmente era utilizado como forma de aumentar o tempo útil para o consumo dos

alimentos. Na Tabela 13 são apresentados exemplos de enchidos endógenos da Região

Centro, incluindo caraterísticas e área geográfica.

Tabela 13. Exemplos de enchidos da Região Centro.

Produto Caraterísticas Área geográfica

Bucho, chouriça de bofes, chouriça de carne, farinheira

e paio da Guarda

Enchidos fumados produzidos com carne de porcos de raça Bísara. Apresentam um travo medianamente picante, denotando-se o sabor a alho e aroma fumado.

Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso.

Farinheira raiana

Enchido fumado obtido a partir de ossos vários e gorduras de porcos de raça Bísara. Exibe um sabor intenso, com travo ligeiramente picante, denotando o sabor da canela e da abóbora.

Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso.

Os dados quantitativos apresentados na caraterização geral desta secção

tiveram em consideração a subclasse 10130 – Fabricação de produtos à

base de carne da CAE Rev. 3.

Relativamente aos dados do comércio internacional, foi utilizada a

seguinte NC a quatro dígitos de 2017: 1601 – Enchidos e produtos

semelhantes, de carne, de miudezas ou de sangue; preparações

alimentícias à base de tais produtos.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

42

Produto Caraterísticas Área geográfica

Maranho

Enchido fresco confecionado com recurso ao bucho da cabra ou da ovelha. É recheado com carne de caprino ou ovino, alguns produtos do fumeiro, arroz e ervas aromáticas (sobretudo hortelã).

Mação, Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei.

Morcela da Guarda

Enchido fumado obtido a partir de sangue e gorduras de porcos de raça Bísara. Apresenta um sabor muito intenso, com travo adocicado, denotando o intenso sabor dos cominhos e o aroma fumado.

Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso.

Morcela Doce do Jarmelo

Enchido fumado produzido a partir de sangue e gorduras de porcos de raça Bísara. Apresenta sabor intenso a canela e a erva-doce e ligeiro aroma fumado.

Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso.

Plangaio

Enchido semelhante ao maranho e ao bucho que inclui na sua confeção farinha de centeio e ossos de porco cortados aos pedaços, colocados dentro do bucho do porco. Depois de preparado, o enchido é colocado em fumeiro, o que lhe permite adquirir um sabor caraterístico.

Proença-a-Nova.

Presunto e paleta de Santana

da Serra

Produtos provenientes de porcos de raça alentejana, apresentando sabor pouco salgado, pouco picante, persistente e intenso.

Abrantes, Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor, Sabugal, Sardoal e Vila Velha de Rodão.

Fonte: Websites da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro e das Aldeias do Xisto (acedidos em fevereiro de 2017)

Em 2014, o número de empresas da Região Centro ligadas ao setor da fabricação de produtos

à base de carne (que inclui o subsetor dos enchidos) ascendia a 115 (cerca de 26,4% das

empresas a nível nacional). O VAB deste setor na Região representava 20,3%

(correspondendo a 27,2 milhões de euros) do total nacional e o volume de negócios, também a

nível regional, tinha um peso de 20,4% (cerca de 150,1 milhões de euros) no volume de

negócios total (Tabela 14).

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

43

Tabela 14. Caraterização do setor da fabricação de produtos à base de carne em Portugal e na Região Centro em 2014.

Região País

Número de empresas 115 435

Valor Acrescentado Bruto (milhões de euros) 27,2 134,0

Volume de negócios (milhões de euros) 150,1 734,6

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Atualmente existem várias questões associadas ao consumo de enchidos, tais como o elevado

teor de sal e gordura, que se têm vindo a refletir no desenvolvimento de alternativas mais

saudáveis, mantendo sempre os sabores tradicionais caraterísticos. Neste sentido, diversas

empresas nos últimos anos têm procurado desenvolver projetos em parceria com entidades do

Sistema Nacional de Investigação e Inovação com o objetivo de desenvolver produtos

inovadores (que permitam inclusive atingir novos mercados). A título de exemplo, apresenta-se

de seguida o projeto “Novos produtos de charcutaria com prazo de validade alargado e mais

saudáveis, recorrendo à tecnologia de altas pressões”.

Novos produtos de charcutaria com prazo de validade alargado e mais saudáveis,

recorrendo à tecnologia de altas pressões

O principal objetivo deste projeto foi a criação de novos

produtos de charcutaria mais saudáveis (com menos sal e

aditivos) e com o prazo de validade alargado, recorrendo à

tecnologia de altas pressões. Esta tecnologia permite

pasteurizar alimentos em condições atérmicas (à

temperatura ambiente) ou a frio (a temperaturas de

refrigeração), por destruição microbiana, sem afetar a qualidade dos produtos processados,

aumentando consideravelmente o prazo de validade comercial e permitindo a exportação para

mercados mais longínquos.

Promotores: Primor Charcutaria Prima, S.A. e Universidade de Aveiro

http://pofc.qren.pt/media/noticias/entity/parceria-entre-a-empresa-e-a-instituicao-de-ensino-

estabelecida-ao-abrigo-do-compete

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44

CARATERIZAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Entre 2012 e 2015, as importações e exportações de enchidos apresentaram valores

relativamente estáveis. Após uma subida das exportações em 2013 e 2014, o ano de 2015

ficou marcado por uma diminuição deste indicador, voltando a valores semelhantes aos

registados em 2012. De facto, a variação da balança comercial foi mínima entre os dois anos,

contabilizando um decréscimo de 2,9% (Figura 35). Saliente-se, no entanto, a boa performance

deste subsetor, que em 2015 registou um valor de exportações de 71,6 milhões de euros que

resultaram numa balança comercial positiva de 38,9 milhões de euros.

Figura 35. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor dos

enchidos em Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Apesar de Portugal ter mantido uma balança comercial positiva nos últimos anos, verifica-se

uma disparidade entre os preços praticados nas exportações e importações nacionais. De

facto, em 2015, o preço médio por kg importado excedeu em 61,1% o preço médio por kg

exportado (Figura 36).

34,4 33,9 31,8 32,7

74,5

84,582,3

71,6

40,1

50,6 50,5

38,9

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

2012 2013 2014 2015

Import

ações, export

ações e

sald

o d

a b

ala

nça

com

erc

ial (

milh

ões d

e e

uro

s)

Anos

Importações Exportações Balança Comercial

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

45

Figura 36. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor dos enchidos em Portugal,

entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Em 2015, Angola destacou-se como o principal importador de enchidos portugueses,

registando um volume de negócios de 53,7 milhões de euros em compras (Figura 37). Este

valor corresponde a um peso de 75% no total das exportações deste subsetor no ano em

análise.

Figura 37. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor dos enchidos em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

A importância de Angola como parceiro comercial português assume particular relevância no

âmbito do subsetor dos enchidos. Como é possível comprovar pela Figura 38, a dependência

portuguesa deste mercado reflete-se claramente na balança comercial do subsetor, existindo

uma correlação entre o seu saldo e as exportações dirigidas a este país.

3,7

3,3

3,7 3,6

2,2 2,3 2,3 2,2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

2012 2013 2014 2015

Pre

ço m

édio

por

kg (

euro

s)

Anos

Importações Exportações

Angola

53,7

milhões €

Espanha

4,7

milhões €

Cabo Verde

2,2

milhões €

França

2,0

milhões €

Moçambique

2,0

milhões €

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46

Figura 38. Evolução das exportações do subsetor dos enchidos para Angola e do saldo da balança comercial

do subsetor em Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

O preço médio por kg exportado para Angola sofreu um decréscimo de 4,8%, indicador que

poderá justificar a ligeira diminuição das exportações nacionais e da balança comercial em

2015, face à relevância deste mercado no total das exportações do subsetor (Figura 39).

Refira-se que este decréscimo foi ligeiramente atenuado pelo aumento do preço médio por kg

exportado para Espanha (cerca de 64,7%).

Figura 39. Preço médio por kg exportado no subsetor dos enchidos portugueses para os principais mercados

de destino em 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

53,7

67,0 70,7

60,3

40,1

50,6 50,5

38,9

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2012 2013 2014 2015

Evolu

ção d

as e

xport

ações p

ara

Angola

e d

a

Bala

nça C

om

erc

ial (m

ilhões e

uro

s)

Anos

Exportações Angola Balança Comercial

2,1

1,7

2,0

3,6

2,12,0

2,8

2,0

3,3

2,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

Angola Espanha Cabo Verde França Moçambique

Pre

ço m

édio

por

kg (

euro

s)

Principais destinos

2012 2015

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

47

A Figura 40 apresenta os principais importadores mundiais de enchidos. Observa-se a

presença de apenas um dos destinos preferenciais das exportações portuguesas – França. O

volume de importações francesas mostra que a aposta portuguesa neste mercado tem margem

para continuar a crescer. Por outro lado, é possível observar que países como o Reino Unido, a

Alemanha, o Canadá e o Japão apresentam grande potencial como destino de exportações

para este subsetor (em particular os dois primeiros mercados que, em 2015, registaram

importações de 496,0 milhões de euros e 420,1 milhões de euros, respetivamente).

Figura 40. Principais importadores de enchidos a nível mundial em 2015.

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

Não obstante a sua ausência do grupo dos principais exportadores de enchidos (Figura 41),

Portugal situa-se na 15ª posição, com um total de 71,6 milhões de euros exportados em 2015,

valor ainda distante dos 608,3 milhões de euros contabilizados pela Alemanha, maior

exportador de enchidos a nível mundial. Na sua totalidade, os cinco países que lideram esta

lista atingiram um volume de exportações de 2.064,5 milhões de euros, perfazendo 51,7% do

total das vendas internacionais neste subsetor.

Figura 41. Principais exportadores de enchidos a nível mundial em 2015.

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

Importa salientar que Portugal apresenta um índice de Balassa superior a qualquer um dos

países que constam na lista de principais exportadores mundiais, indicando uma acentuada

vantagem comparativa revelada para produção e exportação de produtos deste subsetor

(Tabela 15).

Reino Unido

496,0

milhões €

Alemanha

420,1

milhões €

França

216,5

milhões €

Canadá

189,1

milhões €

Japão

187,9

milhões €

Alemanha

608,3

milhões €

EUA

489,5

milhões €

Itália

392,5

milhões €

Espanha

351,3

milhões €

Polónia

222,9

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

48

Tabela 15. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de enchidos em 2015.

País Índice de Balassa

Alemanha 1,9

EUA 1,3

Itália 3,5

Espanha 5,1

Polónia 4,7

Portugal 5,3

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

PRINCIPAIS EMPRESAS E OUTRAS ENTIDADES RELEVANTES

As 5 principais empresas produtoras de enchidos da Região Centro (considerando o seu

volume de negócios) são:

• Probar – Indústria Alimentar, S.A.;

• Green Leaf Foods, Lda.;

• Indubeira – Indústria Alimentar, S.A.;

• Luís Leal & Filhos, S.A.;

• Sulpastéis – Comércio e Indústria de Produtos Alimentares Congelados, Lda..

Como entidades relevantes ligadas à produção de enchidos sinalizam-se:

• ACPA – Associação de Criadores de Porco Alentejano;

• APIC – Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes;

• ACG – Associação do Comércio e Serviços do Distrito da Guarda.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

49

3.6. Hortofrutícolas em compota e desidratados

CARATERIZAÇÃO GERAL

A Região Centro abrange uma área geográfica de grandes contrastes, desde uma extensa

zona litoral até uma zona montanhosa, onde se localiza a maior serra de Portugal Continental.

Esta Região inclui diversas bacias hidrográficas e uma variabilidade climática que permite a

coexistência de condições para uma grande diversidade de produção hortofrutícola, sendo

espelho dessa realidade a existência de diferentes tipos de hortofrutícolas com selos DOP e

IGP (Tabela 16).

Tabela 16. Hortofrutícolas com selos DOP e IGP da Região Centro.

Produto Área geográfica

Amêndoa Douro (DOP) Algumas freguesias do concelho da Meda.

Castanha dos Soutos da Lapa (DOP)

Aguiar da Beira e Trancoso.

Maçã Bravo de Esmolfe (DOP)

Aguiar da Beira, Aguiar da Beira, Arganil, Belmonte, Carregal do Sal, Castro Daire, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Nelas, Mangualde, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Pinhel, S. Pedro do Sul, Santa Comba Dão, Sátão, Seia, Tábua, Tondela, Trancoso, Vila Nova de Paiva e Viseu.

Cereja da Cova da Beira (IGP)

Belmonte, Covilhã e Fundão.

Os dados quantitativos apresentados na caraterização geral desta secção

tiveram em consideração a subclasse 103 – Preparação e conservação de

frutos e produtos hortícolas da CAE Rev. 3.

Relativamente aos dados do comércio internacional, foi utilizada a

seguinte categoria da NC a dois dígitos de 2017: 20 – Preparações de

produtos hortícolas, de frutas ou de outras partes de plantas.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

50

Produto Área geográfica

Ginja de Óbidos e Alcobaça (IGP)

Alcobaça, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e algumas freguesias de Porto de Mós.

Maçã da Beira Alta (IGP)

Aguiar da Beira, Almeida, Arganil, Carregal do Sal, Castro Daire, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Mangualde, Manteigas, Meda, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Pinhel, S. Pedro do Sul, Sabugal, Santa Comba Dão, Sátão, Seia, Tábua, Tondela, Trancoso, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela.

Maçã da Cova da Beira (IGP) Belmonte, Covilhã e Fundão.

Maçã de Alcobaça (IGP) Alcobaça, Batalha, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Leiria, Lourinhã, Marinha Grande, Nazaré, Óbidos, Peniche, Porto de Mós e Torres Vedras.

Pêssego da Cova da Beira (IGP)

Belmonte, Covilhã e Fundão.

Pera Rocha do Oeste (DOP)

Alcanena, Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Batalha, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Ferreira do Zêzere, Leiria, Lourinhã, Marinha Grande, Nazaré, Óbidos, Ourém, Peniche, Pombal, Porto de Mós, Sobral de Monte Agraço, Tomar, Torres Novas e Torres Vedras.

Fonte: Websites da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro e da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (acedidos em fevereiro de 2017)

Em 2014, existiam 91 empresas na Região Centro ligadas aos produtos hortofrutícolas

(aproximadamente 26,9% das estabelecidas neste subsetor em Portugal). O VAB deste

subsetor na Região representava 31,4% (correspondente a 142,6 milhões de euros) do total

nacional e o volume de negócios resultante da preparação de frutos e produtos hortícolas, a

nível regional, tinha um peso de 25,3% (189,6 milhões de euros) no volume de negócios total

(Tabela 17).

Tabela 17. Caraterização do subsetor hortofrutícola em Portugal e na Região Centro em 2014.

Região País

Número de empresas 91 338

Valor Acrescentado Bruto (milhões de euros) 44,8 142,6

Volume de negócios (milhões de euros) 189,6 749,3

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

51

Aproveitando as caraterísticas únicas dos diversos produtos DOP e IGP e de forma a aumentar

a vida útil dos mesmos, nos últimos anos tem-se assistido a uma tendência crescente por parte

das empresas para a desidratação e transformação destes produtos perecíveis em compotas,

doces ou geleias. Nesse sentido, têm sido várias as entidades que têm procurado desenvolver

novos processos de desidratação. A título de exemplo, apresenta-se de seguida o projeto

“Peras secadas – promoção de um produto agroalimentar tradicional utilizando metodologia

científica”.

Peras secadas – promoção de um produto agroalimentar tradicional utilizando

metodologia científica

O projeto teve como principal objetivo o aumento da capacidade de

criação de valor económico do setor agroalimentar. Para o efeito, o

projeto incluiu duas vertentes: uma de investigação fundamental, em

que se estudaram as relações entre o estado de maturação e a

cinética de secagem, bem como as transformações

(macro)moleculares e macroestruturais durante o processo de

secagem; e outra de investigação tecnológica aplicada, com o desenvolvimento de diferentes

tipos de sistemas de secagem específicos para frutos.

Promotores: Escola Superior Agrária de Viseu, Associação para o Desenvolvimento da

Aerodinâmica Industrial, Escola Superior de Tecnologia de Viseu, FELBA – Promoção de

Frutas e Legumes da Beira Alta A.C.E, INRA – Unité de Recherches Cidricoles,

Biotransformation des Fruits et Légumes, Instituto Nacional de Investigação Agrária e das

Pescas e Universidade de Aveiro.

http://repositorio.ipv.pt/handle/10400.19/1282

CARATERIZAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Entre 2012 e 2015 as importações e exportações portuguesas de produtos hortofrutícolas

registaram subidas significativas, tendo atingido os 292,6 milhões de euros e os 424,1 milhões

de euros, respetivamente, em 2015. O valor da balança comercial deste subsetor cresceu

cerca de 83,4% durante o período em análise, atingindo um saldo positivo de 131,5 milhões de

euros em 2015 (Figura 42). Este facto deveu-se, sobretudo, ao aumento das exportações, cuja

taxa de crescimento atingiu valores superiores à das importações (27,1% e 7,3%,

respetivamente).

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

52

Figura 42. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor dos

produtos hortofrutícolas em Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

O aumento das exportações, refletido no incremento do saldo da balança comercial, deve-se,

em parte, à taxa de crescimento positiva verificada no preço médio por kg exportado.

Efetivamente, o preço das exportações portuguesas aumentou cerca de 39,4% entre 2012 e

2015, ao contrário do valor das importações que se manteve constante durante este período

(Figura 43).

Figura 43. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor dos produtos hortofrutícolas

em Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

272,7283,7

299,2 292,6

344,4

388,2399,6

424,1

71,7

104,5 100,4131,5

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

450,0

2012 2013 2014 2015

Import

ações, export

ações e

sald

o d

a b

ala

nça

com

erc

ial (

milh

ões d

e e

uro

s)

Anos

Importações Exportações Balança Comercial

1,1 1,11,2 1,1

0,8

0,9 1,0

1,1

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

2012 2013 2014 2015

Pre

ço m

édio

por

kg (

euro

s)

Anos

Importações Exportações

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

53

Em 2015, Espanha registou o maior volume de compras de produtos hortofrutícolas

portugueses, perfazendo um total de 85,2 milhões de euros. Ao contrário de outros subsetores

portugueses, que apresentam grande dependência de um grupo muito restrito de mercados,

este subsetor é caraterizado por alguma desconcentração. De facto, o principal importador

destes produtos regista um peso de 20,0% no total das exportações, sendo que o top 5

ascende a 60,7% (Figura 44).

Figura 44. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor dos produtos

hortofrutícolas em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

A Figura 45 apresenta as exportações efetuadas para estes destinos em 2012 e 2015,

registando-se um aumento generalizado deste indicador (com uma ligeira exceção para o

mercado angolano). Verifica-se que, no período em análise, as exportações dirigidas a estes

países registaram, na sua totalidade, um incremento de 19,2%. Neste contexto, o Reino Unido

e a Alemanha foram os destinos que contabilizaram um maior crescimento de volume de

compras, tendo importado em 2015 mais 23,3% e 69,3%, respetivamente, face aos valores de

2012.

Figura 45. Exportações portuguesas do subsetor dos produtos hortofrutícolas para os principais mercados de

destino em 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Espanha

85,2

milhões €

Reino Unido

61,4

milhões €

França

52,5

milhões €

Alemanha

29,8

milhões €

Angola

28,6

milhões €

73,9

49,8

43,9

17,6

30,9

85,2

61,4

52,5

29,8 28,6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Espanha Reino Unido França Alemanha Angola

Export

ações (

milh

ões d

e e

uro

s)

Principais destinos

2012 2015

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

54

Na Figura 46 apresentam-se os principais importadores de produtos hortofrutícolas a nível

mundial. Observa-se a presença de 3 dos destinos preferenciais das exportações portuguesas,

nomeadamente Alemanha, França e Reino Unido, cujos volumes de compras significativos

mostram que a aposta nestes mercados tem margem para continuar a crescer. De facto, em

2015, o volume de compras com proveniência portuguesa ascendia apenas a valores entre os

0,6% e os 1,9% do total das importações de produtos hortofrutícolas nestes mercados. Por

outro lado, constata-se que países como os EUA e o Japão apresentam grande potencial como

destino de exportações para subsetor, tendo em conta os valores consideráveis que importam

anualmente. Em 2015, os EUA registaram um fluxo de compras de 6.927,5 milhões de euros,

perfilando-se como o maior importador de produtos hortofrutícolas.

Figura 46. Principais importadores de produtos hortofrutícolas a nível mundial em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Os principais exportadores mundiais de produtos hortofrutícolas, apresentados na Figura 47,

contabilizam, juntos, um valor de exportações de 21.967,2 milhões de euros, 42,1% do dotal

das vendas internacionais deste subsetor.

Figura 47. Principais exportadores de produtos hortofrutícolas a nível mundial em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Apesar de Portugal apresentar um valor de exportações muito inferior ao dos países

sinalizados como maiores exportadores do subsetor dos produtos hortofrutícolas, o índice de

Balassa português é apenas inferior ao dos Países Baixos (Tabela 18). Este facto indica que o

país apresenta vantagem comparativa para produção e exportação de produtos deste subsetor.

EUA

6.927,5

milhões €

Alemanha

4.663,3

milhões €

França

3.354,5

milhões €

Reino Unido

3.126,9

milhões €

Japão

2.912,8

milhões €

China

6.658,0

milhões €

EUA

4.885,3

milhões €

Países Baixos

4.181,3

milhões €

Itália

3.140,1

milhões €

Bélgica

3.102,5

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

55

Tabela 18. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de produtos

hortofrutícolas em 2015.

País Índice de Balassa

China 0,9

EUA 1,0

Países Baixos 2,7

Itália 2,1

Bélgica 2,4

Portugal 2,4

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

PRINCIPAIS EMPRESAS E OUTRAS ENTIDADES RELEVANTES

As 5 principais empresas produtoras de hortofrutícolas da Região Centro (considerando o seu

volume de negócios) são:

• Saberes e Fazeres da Vila, Lda.;

• Companhia das Abóboras, Produção e Comercialização de Compotas, Lda.;

• Bmfoods, Lda.;

• Sabores da Gardunha - Geleias e Compotas, Lda.;

• H. Won, Lda..

Como entidades relevantes ligadas à produção de hortofrutícolas sinalizam-se:

• ANP – Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha;

• APMA – Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça;

• BANDARRA – Cooperativa Agrícola do Concelho de Trancoso, CRL;

• Cooperativa Agrícola dos Fruticultores da Cova da Beira, CRL;

• FELBA – Promoção de Frutas e Legumes da Beira Alta A.C.E..

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

56

3.7. Mel

CARATERIZAÇÃO GERAL

O mel é um produto cujas especificidades e sabor estão intimamente ligadas à flora regional.

Por este motivo, em cada região é produzido mel com caraterísticas (e.g. cor, cheiro, sabor e

textura) ímpares. Refira-se que o mel é o único produto doce que, para além do alto valor

energético, contém proteínas, diversos sais minerais e vitaminas essenciais à saúde. Na

Tabela 19 são apresentados exemplos de mel produzidos na Região Centro, incluindo dois

produtos classificados como DOP.

Tabela 19. Exemplos de mel da Região Centro.

Produto Caraterísticas Área geográfica

Mel da Beira Baixa

Na Beira Baixa são produzidos principalmente 3 tipos de mel:

• Rosmaninho: é um mel claro e de sabor suave e aromático;

• Urze: carateriza-se por ser escuro e ter um sabor forte e peculiar;

• Multiflora ou de flores: é cremoso e sujeito, após embalamento, a temperaturas controladas, inferiores à temperatura ambiente, que provocam uma cristalização rápida e muito fina. Apresenta uma consistência ideal para barrar.

Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor, Vila Velha de Ródão, Proença-a-Nova e Oleiros.

Os dados quantitativos apresentados na caraterização geral desta secção

tiveram em consideração a subclasse 01491 - Apicultura da CAE Rev. 3.

Relativamente aos dados do comércio internacional, foi utilizada a

seguinte categoria da NC a quatro dígitos de 2017: 0409 – Mel natural.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

57

Produto Caraterísticas Área geográfica

Mel do Ribatejo Norte

Produto que se apresenta em quatro variedades, dependendo do tipo de pólen que o originou:

• Serra d'Aire (pólen de alecrim, lavanda e menta);

• Albufeira de Castelo de Bode (pólen de urze, murta e castanha);

• Bairro (pólen de cardo, rubus, echium e trifolium);

• Alto Nabão (principalmente pólen de eucalipto).

Este produto está classificado como DOP.

Alcanena, Ferreira do Zêzere, Ourém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova de Barquinha.

Mel da Serra da Lousã

Produto que apresenta uma coloração âmbar, por vezes muito escuro e muito viscoso. Este produto está classificado como DOP.

Arganil, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra, Pedrogão Grande, Penela e Vila Nova de Poiares.

Mel de Sever do Vouga

Produto resultante da floração do mirtilo, com uma tonalidade rubi e de sabor silvestre. Tem caraterísticas antioxidantes e antibacterianas.

Sever do Vouga

Fonte: Websites da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e das Terras da Beira baixa (acedidos em fevereiro de 2017) e CIMBB (2015)

Em 2014, o número de empresas ligadas à produção de mel na Região Centro era de 261

(aproximadamente 24,5% das empresas deste subsetor estabelecidas a nível nacional). O VAB

deste subsetor na Região ascendeu aos 1,6 milhões de euros neste ano (24,6% do total

nacional), tendo o volume de negócios atingido um peso significativo (83,1% do volume de

negócios total) (Tabela 20).

Tabela 20. Caraterização do subsetor do mel em Portugal e na Região Centro em 2014.

Região País

Número de empresas 261 1.067

Valor Acrescentado Bruto (milhões de euros) 1,6 6,5

Volume de negócios (milhões de euros) 469,1 564,4

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

58

De referir que nos últimos anos têm sido várias as entidades que têm procurado promover

projetos com vista ao desenvolvimento de novos processos e sistemas que permitam aumentar

a produção de mel. Um exemplo é o projeto “Modelação espacial do potencial de exploração

apícola utilizando sistemas se informação geográfica”, apresentado de forma resumida de

seguida.

Modelação espacial do potencial de exploração apícola utilizando sistemas de

informação geográfica (ApiSIG)

Este projeto teve como objetivos o desenvolvimento e validação

de uma metodologia de ordenamento apícola (para posterior

aplicação a nível nacional), através do mapeamento e análise

espácio-temporal das variáveis biofísicas, biológicas, físicas e

químicas mais importantes para esta atividade.

Para atingir este objetivo, foi feita a referenciação geográfica dos

apiários existentes na área geográfica inserida na zona controlada sob gestão das diferentes

associações de apicultores inseridas no projeto, bem como a recolha, organização e análise de

um conjunto de dados espaciais correspondentes às variáveis biofísicas e às condicionantes

legais.

Deste projeto resultou uma importante ferramenta de gestão multifuncional para apoio à

atividade apícola de cada região, através da monitorização desta atividade e da construção de

ferramentas de suporte à tomada de decisão no ordenamento apícola.

Promotores: Instituto Politécnico de Castelo Branco, Associação de Apicultores do Parque

Natural do Tejo Internacional (MELTAGUS), Associação dos Apicultores do Nordeste do

Alentejo (APILEGRE), Associação dos Apicultores do Parque Natural de Montesinho,

Associação Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar de Castelo Branco (CATAA) e

Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP).

http://fnap.pt/projectos/projecto-apisig/

CARATERIZAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

No ano de 2015 o subsetor português do mel apresentou uma balança comercial negativa,

contrariando a tendência de saldo positivo e de crescimento verificada nos anos anteriores.

Para este facto, muito contribuiu a aceleração da taxa de crescimento das importações, que

registaram um incremento de 98,0% entre 2012 e 2015 (Figura 48).

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

59

Figura 48. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor do mel em

Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Não obstante o aumento considerável das importações portuguesas de mel, verificou-se que,

durante o período em análise, o preço médio por kg importado diminuiu cerca de 14,4%, tendo-

se fixado nos 2,6 euros (Figura 49). Também o preço médio por kg das exportações registou

uma tendência negativa, com um decréscimo de 6,1% durante o mesmo espaço temporal.

Figura 49. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor do mel em Portugal, entre 2012

e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

4,95,6

6,9

9,7

5,56,3

8,47,9

0,6 0,71,5

-1,8-4,0

-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

2012 2013 2014 2015

Import

ações, export

ações e

sald

o d

a b

ala

nça

com

erc

ial (

milh

ões d

e e

uro

s)

Anos

Importações Exportações Balança Comercial

3,1 2,9

2,6 2,6

3,2

3,53,4

3,0

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

2012 2013 2014 2015

Pre

ço m

édio

por

kg (

euro

s)

Anos

Importações Exportações

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

60

A Figura 50 apresenta os principais mercados de destino das exportações portuguesas do

subsetor do mel em 2015, verificando-se uma predominância clara de países da UE. Espanha

perfila-se como o principal importador de mel português, com mais de 50,0% do total. Verifica-

se ainda uma elevada concentração das exportações portuguesas nos 5 principais mercados

de destino que, no ano em questão, foram responsáveis pela importação de 88,6% do total das

vendas de mel português.

Figura 50. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor do mel em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Em 2015, Espanha ultrapassou a Alemanha como principal parceiro comercial português no

subsetor do mel, lugar que os germânicos ocupavam em 2012 (Figura 51). Um incremento de

163,6% das importações espanholas de mel nacional, aliado a um decréscimo de 93,3% das

importações alemãs, motivou esta alteração.

Figura 51. Exportações portuguesas do subsetor do mel para os principais mercados de destino em 2012 e

2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Espanha

4,0

milhões €

Alemanha

1,5

milhões €

Bélgica

0,6

milhões €

Angola

0,5

milhões €

França

0,4

milhões €

1,1

2,9

0,4 0,5

0,2

4,0

1,5

0,6 0,5 0,4

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

Espanha Alemanha Bélgica Angola França

Export

ações (

milh

ões d

e e

uro

s)

Principais destinos

2012 2015

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

61

Apesar do crescimento significativo das importações espanholas, registado durante o período

em análise, verifica-se uma descida do preço médio por kg de mel nacional exportado para

este país (Figura 52). De facto, entre 2012 e 2015, este indicador sofreu um decréscimo de

27,3%, fixando-se nos 2,2 euros por kg. Já o caso alemão evidencia um aumento considerável

do preço do mel português, consubstanciado no crescimento de 46,0% do preço médio por kg

exportado por Portugal para este destino.

Figura 52. Preço médio por kg exportado no subsetor do mel português para os principais mercados de

destino em 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Os EUA são o maior importador mundial de mel, tendo registado um fluxo de compras de 545,3

milhões de euros em 2015 (Figura 53). No topo da lista de principais importadores de mel

encontram-se, também, dois dos parceiros comerciais portugueses neste subsetor,

nomeadamente a Alemanha e a França. Os seus volumes de negócios (292,8 milhões de

euros e 115,7 milhões de euros, respetivamente) demonstram elevado potencial para um

reforço da aposta portuguesa nestes mercados. Por outro lado, países como os EUA, o Reino

Unido ou o Japão evidenciam um elevado potencial como mercados de destino de exportações

de mel, constituindo uma oportunidade para a diversificação das vendas internacionais

portuguesas.

3,1 3,03,3

5,6

5,0

2,2

4,4 4,3

6,3

2,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

Espanha Alemanha Bélgica Angola França

Pre

ço m

édio

por

kg (

euro

s)

Principais destinos

2012 2015

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62

Figura 53. Principais importadores de mel a nível mundial em 2015.

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

A Figura 54 apresenta os principais exportadores de mel a nível mundial, que, em conjunto,

são responsáveis por 40,9% das exportações do subsetor.

Figura 54. Principais exportadores de mel a nível mundial em 2015.

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

A Nova Zelândia e a Argentina apresentam uma grande vantagem comparativa revelada face

ao resto dos países, registando índices de Balassa de 40,7 e 20,1, respetivamente (Tabela 21).

Apesar de não constar na lista de principais exportadores mundiais de mel, com um volume de

vendas internacionais de apenas 7,9 milhões de euros, Portugal apresenta um índice de

Balassa superior a 1,0, indicando a existência de vantagens comparativas para a produção e

exportação de mel.

Tabela 21. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de mel em 2015.

País Índice de Balassa

China 0,9

Nova Zelândia 40,7

Argentina 20,1

México 2,9

Alemanha 0,7

Portugal 1,1

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

EUA

545,3

milhões €

Alemanha

292,8

milhões €

Reino Unido

118,2

milhões €

França

115,7

milhões €

Japão

106,0

milhões €

China

260,1

milhões €

N. Zelândia

180,6

milhões €

Argentina

147,4

milhões €

México

140,5

milhões €

Alemanha

128,3

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

63

PRINCIPAIS EMPRESAS E OUTRAS ENTIDADES RELEVANTES

As 5 principais empresas produtoras de mel da Região Centro (considerando o seu volume de

negócios) são:

• Euromel - Sociedade de Produção e Comercialização de Mel, Lda.;

• Apiagro - Produção Agrícola Biológica, Lda.;

• Colmeicentro - Apicultura Abrantes, Lda.;

• Quinta do Espinho - Soc. Agricultura Biológica e Produtos Naturais, Lda.;

• Goldenbee - Unipessoal, Lda..

Como entidades relevantes ligadas à produção de mel sinalizam-se:

• Associação dos Apicultores da Beira Alta;

• Associação dos Apicultores da Região de Leiria;

• COOPBEI – Cooperativa Agrícola e Apícola das Beiras, CRL;

• FNAP – Federação Nacional de Apicultores de Portugal;

• Lousãmel, Cooperativa Agrícola dos Apicultores da Lousã e Concelhos Limítrofes,

CRL;

• MEIMOACOOP - Cooperativa Agrícola de Desenvolvimento Rural e Solidariedade,

CRL.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

64

3.8. Queijos e requeijões

CARATERIZAÇÃO GERAL10

A Região Centro apresenta caraterísticas climáticas e territoriais propícias à pecuária e

consequentemente à produção de leite. Tradicionalmente, em regiões em que existia produção

de leite, este era utilizado no fabrico de queijo e requeijão de modo a aumentar o seu prazo de

consumo e como forma de rendimento complementar para os agregados familiares.

Como resultado das caraterísticas dos diferentes tipos de leite e modos de processamento (por

exemplo utilização de coalho vegetal ou animal), existem diversos queijos e requeijões na

Região Centro com consistências e texturas variadas. Na Tabela 22 são apresentados os

queijos e requeijões DOP da Região Centro, incluindo principais caraterísticas e área

geográfica de produção.

Tabela 22. Queijos e requeijões DOP da Região Centro.

Produto Caraterísticas Área geográfica

Queijo Amarelo da Beira Baixa

Queijo curado de pasta semi-dura ou semi-mole, ligeiramente amarelada, obtido pelo esgotamento da coalhada após coagulação do leite de ovelha.

Belmonte, Castelo Branco, Fundão, Idanha -a- Nova, Mação, Oleiros, Penamacor, Proença -a- Nova, Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão e algumas freguesias da Covilhã.

Queijo Amarelo da Beira Baixa Velho

Queijo de pasta dura a extra-dura, de cor entre o amarelo-torrado e o alaranjado, obtido pela cura prolongada (mínimo 90 dias) do Queijo Amarelo da Beira Baixa

10 Nota: Nesta ficha não se apresentam dados quantitativos de caraterização geral uma vez que o website do INE não

apresenta elementos desagregados para o subsetor dos queijos.

Os dados apresentados na caraterização do comércio internacional desta

secção tiveram em consideração a seguinte categoria da NC a quatro

dígitos de 2017: 0406 – Queijos e requeijão.

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65

Produto Caraterísticas Área geográfica

Queijo de Castelo Branco

Queijo curado de pasta semi-dura ou semi-mole, ligeiramente amarelada, obtido por esgotamento lento da coalhada, após coagulação do leite de ovelha.

Belmonte, Castelo Branco, Fundão, Idanha-a-Nova, Mação, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei, Vila Velha de Ródão e algumas freguesias da Covilhã.

Queijo de Castelo Branco Velho

Queijo curado de pasta dura a extra-dura, de cor entre o amarelado e o alaranjado, obtido por cura prolongada (mínimo 90 dias) do Queijo de Castelo Branco.

Queijo Picante da Beira Baixa

Queijo curado de pasta dura ou semi-dura, de cor ligeiramente acinzentada, obtido por esgotamento da coalhada após coagulação do leite de ovelha. Apresenta um aroma ativo e sabor forte e picante.

Belmonte, Castelo Branco, Fundão, Idanha -a- Nova, Mação, Oleiros, Penamacor, Proença -a- Nova, Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão e algumas freguesias da Covilhã

Queijo Rabaçal

Queijo curado de pasta semi-dura a dura, obtido por esgotamento lento da coalhada, após a coagulação da mistura de leites de ovelha e cabra.

Alvaiázere, Ansião, Penela e algumas freguesias de Condeixa-a-Nova, Pombal e Soure.

Queijo Serra da Estrela

Queijo curado de pasta semi-mole, amanteigada, branca ou ligeiramente amarelada, obtido por esgotamento lento da coalhada após coagulação pelo cardo do leite proveniente de ovelhas da raça Bordaleira Serra da Estrela e ou Churra Mondegueira.

Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia e algumas freguesias de Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu.

Queijo Serra da Estrela Velho

Queijo curado de pasta semi-dura a extra-dura, de cor alaranjada/ acastanhada, obtido por maturação prolongada (mínimo 120 dias) do queijo Serra da Estrela.

Requeijão da Beira Baixa

Massa cremosa, ligeiramente granulosa e branca, obtida por precipitação ou coagulação, pelo calor, das proteínas contidas no soro resultante do fabrico do Queijo Amarelo da Beira Baixa, do Queijo de Castelo Branco e do Queijo Picante da Beira Baixa.

Belmonte, Castelo Branco, Fundão, Idanha-a-Nova, Mação, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei, Vila Velha de Ródão e algumas freguesias da Covilhã.

Requeijão Serra da Estrela

Massa cremosa, ligeiramente granulosa e branca, obtida por precipitação ou coagulação, pelo calor, das proteínas contidas no soro resultante do fabrico do Queijo Serra da Estrela.

Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia e algumas freguesias de Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu.

Fonte: Website da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (acedido em fevereiro de 2017) e CIMBB (2015)

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

66

De referir que nos últimos anos tem sido dedicada particular atenção por parte de algumas

entidades ao estudo da funcionalização dos alimentos (incluindo dos produtos tradicionais

como o queijo e o requeijão) com o objetivo de se desenvolverem novos produtos capazes de

atingir mercados-alvo cada vez mais exigentes. O projeto “Adição de manjericão como

ingrediente funcional e de preservação” apresentado de seguida é um exemplo dos estudos

realizados.

Adição de manjericão como ingrediente funcional e de preservação

Este projeto visou o estudo da incorporação de material desidratado

de manjericão no queijo da Serra da Estrela.

Para a consecução deste objetivo, foram realizados diversos ensaios

com queijos adicionados de manjericão a fim de verificar as

alterações nutricionais sofridas pelos mesmos após 1 e 6 meses de

maturação.

Como principais resultados sinalizam-se a presença de ácidos gordos insaturados e a deteção

das propriedades bioativas do manjericão nos diferentes ensaios (com claros benefícios para a

conservação dos queijos e para a saúde dos consumidores).

Parceiros: Instituto Politécnico de Bragança, Universidade do Porto, Universidade do Minho,

Universidade de Madrid, Universidade de Belgrado, Universidade de Salamanca

https://bibliotecadigital.ipb.pt/handle/10198/12608

CARATERIZAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

O subsetor dos queijos e requeijões é caraterizado por uma balança comercial negativa, fruto

de um grande fluxo de compras realizadas ao exterior. Em 2015, as importações excederam as

exportações em mais de 300%, tendo Portugal registado um saldo negativo de 118,7 milhões

de euros (Figura 55). Refira-se que entre 2012 e 2015 se observou um decréscimo de mais de

35% no saldo da balança comercial.

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67

Figura 55. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor dos

queijos e requeijões em Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Não obstante os valores superiores de importações, é possível verificar pela Figura 56 que o

preço praticado por Portugal nas suas exportações é consideravelmente superior ao registado

nas importações. Observa-se, ainda, um aumento continuado do preço médio por kg

exportado, entre 2012 e 2015, tendência oposta à verificada no caso do preço médio por kg

importado, que sofreu um decréscimo no mesmo período.

Figura 56. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor dos queijos e requeijões em

Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

129,5

146,2163,0 158,0

41,8 35,2 43,9 39,3

-87,7-111,0

-119,1 -118,7-150,0

-100,0

-50,0

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

2012 2013 2014 2015

Import

ações, export

ações e

sald

o d

a b

ala

nça

com

erc

ial (

milh

ões d

e e

uro

s)

Anos

Importações Exportações Balança Comercial

3,5 3,6 3,6

3,3

4,04,2

4,8 4,7

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2012 2013 2014 2015

Pre

ço m

édio

por

kg (

euro

s)

Anos

Importações Exportações

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

68

Verifica-se, na Figura 57, que a razão para o desequilíbrio da balança comercial portuguesa

neste subsetor reside nas quantidades de queijo e requeijão importadas e exportadas. A

tendência crescente das importações e decrescente das exportações resultou numa diferença

de quase 500,0% entre estes indicadores, em 2015.

Figura 57. Evolução da quantidade importada e exportada no subsetor dos queijos e requeijões em Portugal,

entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Em 2015, Angola destacou-se como o principal importador de queijo e requeijão português,

registando um fluxo de compras de 13,0 milhões de euros, correspondentes a 33,1% do total

das exportações portuguesas (Figura 58). A nível de mercados internacionais, este subsetor

apresenta alguma desconcentração, uma vez que os principais importadores de queijo e

requeijão português representam 69,5% do total das exportações, sendo os restantes 30,5%

distribuídos por diversos países em todo o mundo.

Figura 58. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor dos queijos e requeijões

em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

36,940,3

44,948,3

10,5 8,3 9,2 8,40,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

2012 2013 2014 2015

Milh

ões d

e k

g

Anos

Importações Exportações

Angola

13,0

milhões €

Espanha

5,0

milhões €

EUA

3,7

milhões €

França

3,5

milhões €

Alemanha

2,1

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

69

A Figura 59 analisa os valores exportados para os principais parceiros comerciais em 2012 e

2015. Verifica-se uma quebra em 2015 face a 2012 em países como Angola e Espanha, não

obstante terem mantido o seu estatuto de primeiro e segundo maiores importadores de queijo e

requeijão português. Mercados como os EUA, a França e a Alemanha registaram incrementos

significativos neste indicador. Sinaliza-se que a Alemanha apresentou a maior taxa de

crescimento, tendo importado, em 2015, um valor 425% superior ao contabilizado em 2012.

Figura 59. Exportações portuguesas do subsetor dos queijos e requeijões para os principais mercados de

destino em 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

O aumento de exportações registado em mercados como os EUA e a França deve-se

sobretudo ao incremento do seu preço médio por kg entre os anos de 2012 e 2015. De facto,

entre os países referidos, estes mercados apresentaram a maior taxa de crescimento deste

indicador, tendo o preço das exportações aumentado 27,6% para os EUA e 23,4% para França

(Figura 60).

Refira-se que os EUA e a Alemanha apresentam os valores mais elevados de preço médio por

kg (7,4 euros e 7,0 euros, respetivamente), indicando uma tendência para a compra de queijos

e requeijões de qualidade elevada.

13,7

6,2

2,3 2,8

0,4

13,0

5,03,7 3,5

2,1

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Angola Espanha Estados Unidos França Alemanha

Export

ações (

milh

ões d

e e

uro

s)

Principais destinos

2012 2015

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

70

Figura 60. Preço médio por kg exportado no subsetor dos queijos e requeijões para os principais mercados de

destino em 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Os principais importadores de queijo e requeijão, a nível mundial, contabilizam quase 40% do

total das importações globais neste subsetor. Os EUA, a França e a Alemanha integram o

grupo de destinos preferenciais das exportações portuguesas que figuram na lista de principais

importadores do subsetor dos queijos e requeijões. Os seus volumes de negócios,

apresentados na Figura 61, demonstram elevado potencial para um reforço na aposta nestes

mercados, sobretudo a nível de queijos e requeijões de maior qualidade.

Por outro lado, o grande fluxo de importações registado em países como o Reino Unido e a

Itália indica que estes mercados devem ser considerados como destinos com elevado

potencial, oferecendo margem para uma maior diversificação das exportações nacionais de

queijo e requeijão.

Figura 61. Principais importadores de queijo e requeijão a nível mundial em 2015.

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

4,6

2,3

5,8

4,7

6,7

4,6

2,2

7,4

5,8

7,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

Angola Espanha Estados Unidos França Alemanha

Pre

ço m

édio

por

kg (

euro

s)

Principais destinos

2012 2015

Alemanha

3.387,6

milhões €

Reino Unido

1.792,0

milhões €

Itália

1.601,2

milhões €

França

1.337,4

milhões €

EUA

1.216,3

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

71

Os principais exportadores de queijo e requeijão (Figura 62) apresentam um fluxo de vendas

para o exterior significativo, contabilizando, juntos, mais de metade das vendas internacionais

deste subsetor. Verifica-se, ainda, a dominância de países europeus na origem das

exportações desta categoria de produtos, indicando uma maior especialização da Europa para

a produção de queijo e requeijão.

Figura 62. Principais exportadores de queijo e requeijão a nível mundial em 2015.

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

Como é possível observar na Tabela 23, os Países Baixos apresentam o maior índice de

Balassa (4,4), registando vantagens comparativas para a produção e exportação de queijo e

requeijão face aos seus concorrentes. Portugal, por sua vez, apresenta um índice de apenas

0,5, indicando que o queijo e o requeijão portugueses não são ainda uma forte aposta no

âmbito das exportações nacionais.

Tabela 23. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de queijo e requeijão

em 2015.

País Índice de Balassa

Alemanha 1,7

Países Baixos 4,4

França 4,1

Itália 3,3

EUA 0,6

Portugal 0,5

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

Alemanha

3.391,3

milhões €

Países Baixos

3.105,7

milhões €

França

3.010,3

milhões €

Itália

2.258,6

milhões €

EUA

1.253,6

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

72

PRINCIPAIS EMPRESAS E OUTRAS ENTIDADES RELEVANTES

As 5 principais empresas produtoras de queijos e requeijões da Região Centro (considerando o

seu volume de negócios) são:

• Schreiber Foods Portugal, S.A.;

• Indústrias Alimentares Gelgurte, Lda.;

• Queijo Saloio - Indústria de Lacticínios, S.A.;

• Queijos Tavares, S.A.;

• Lactipedros - Sociedade de Lacticínios, S.A..

Como entidades relevantes ligadas à produção de queijos e requeijões sinalizam-se:

• ANIL – Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios;

• APQDCB – Associação dos Produtores de Queijo do Distrito de Castelo Branco;

• ESTRELACOOP – Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela, CRL.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

73

3.9. Vinho e bebidas licorosas

CARATERIZAÇÃO GERAL

A Região Centro possui diferentes caraterísticas edafoclimáticas que determinam uma

multiplicidade de aromas e sabores únicos dos vinhos produzidos nesta área geográfica. Na

Tabela 24 são apresentadas as cinco regiões vitivinícolas do Centro (Bairrada, Beira Interior,

Dão, Lisboa e Tejo) e as principais caraterísticas dos vinhos produzidos em cada uma delas.

Tabela 24. Principais caraterísticas dos vinhos produzidos nas diferentes regiões vitivinícolas da Região Centro.

Região Vitivinícola Caraterísticas Área geográfica11

Bairrada

Região onde são produzidos, maioritariamente, vinhos de aroma frutado. Os principais vinhos incluem tinto, branco, rosado e espumante. De salientar que a Bairrada é a mais antiga região de espumantes do País.

Águeda, Anadia, Aveiro, Cantanhede, Coimbra, Mealhada, Oliveira do Bairro, Vagos.

Beira Interior

Esta região produz vinhos brancos, tintos, rosados e palhetes, bem como espumantes naturais de qualidade, contribuindo para tal a elevada variedade de castas, que têm permitido a descoberta constante de novos aromas e sabores.

Belmonte, Castelo Branco, Celorico da Beira, Covilhã, Fundão, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Guarda, Idanha-a-Nova, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Trancoso e Vila Velha de Ródão.

11 Nota: Apenas concelhos da Região Centro.

Os dados quantitativos apresentados na caraterização geral desta secção

tiveram em consideração as subclasses 1101 – Fabricação de bebidas

alcoólicas destiladas e 1102 – Indústria do vinho da CAE Rev. 3.

Relativamente aos dados do comércio internacional, foi utilizada a

seguinte categoria da NC a quatro dígitos de 2017: 2204 – Vinho de uvas

frescas, incluindo os vinhos enriquecidos com álcool; mostos de uvas

(excluindo os da posição 2009); e 2208 – Álcool etílico não desnaturado,

com um teor alcoólico, em volume, inferior a 80%; aguardentes, licores e

outras bebidas espirituosas.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

74

Região Vitivinícola Caraterísticas Área geográfica11

Dão

Região na qual se produzem vinhos tintos de aroma intenso e fruta madura, sabor complexo e delicado e uma textura aveludada e encorpada. São também produzidos vinho branco, rosé e espumante de aroma frutado.

Arganil, Carregal do Sal, Fornos de Algores, Gouveia, Mangualde, Mortágua, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, Sátão, Seia, Tábua, Tondela e Viseu.

Lisboa

Região de grande diversidade de vinhos: vinho com denominação de origem, vinho regional, vinho licoroso, vinho leve, vinho de mesa, aguardente vínica, aguardente bagaceira e espumante.

Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Batalha, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Leiria, Lourinhã, Marinha Grande, Nazaré, Óbidos, Ourém, Peniche, Pombal, Porto de Mós, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.

Tejo

Região na qual são produzidos diferentes vinhos tintos, vinhos brancos e espumantes. São também produzidos vinhos mais doces como os licorosos, aos quais é adicionado álcool durante o processo de fermentação, e vinhos de colheita tardia, cujo doce resulta da sobrematuração das uvas.

Abrantes, Alcanena, Constança, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.

Fonte: Websites do Instituto da Vinha e do Vinho e das comissões vitivinícolas regionais (acedidos em fevereiro de 2017)

Em 2014, o número de empresas da Região Centro ligadas à produção de vinho e bebidas

licorosas era de 536 (cerca de 34,7% das empresas deste subsetor estabelecidas em

Portugal). O VAB deste subsetor na Região ascendia, nesse ano, a 58,7 milhões de euros

(15,6% do total nacional) e o volume de negócios, também a nível regional, a 224,5 milhões de

euros (14,2% do volume de negócios total) (Tabela 25).

Tabela 25. Caraterização do subsetor do vinho e bebidas licorosas em Portugal e na Região Centro em 2014.

Região País

Número de empresas 536 1564

Valor Acrescentado Bruto (milhões de euros) 58,7 375,0

Volume de negócios (milhões de euros) 224,5 1.584,0

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

75

De sinalizar que de modo a aumentar a produtividade das vinhas (tendo em vista

nomeadamente o incremento das exportações) têm sido desenvolvidos nos últimos inúmeros

projetos de cooperação envolvendo empresas/adegas cooperativas e entidades do Sistema

Nacional de Investigação e Inovação. Um exemplo de projeto, apresentado de seguida, é o

“INOVWINE – Inovação no Setor do Vinho e da Vinha”.

INOVWINE – Inovação no Setor do Vinho e da Vinha

O projeto INOVWINE teve como principais objetivos:

• Desenvolver um sistema de genotipagem e identificação da

videira com base em marcadores genéticos;

• Implementar um sistema de controlo e monitorização remota

dos fatores bióticos e abióticos associados à vinha;

• Criar uma coleção de leveduras vínicas adaptadas às condições regionais e às

exigências do mercado.

Este projeto incluiu 3 vertentes de atuação (ambiente, videira e microflora) e resultou no

desenvolvimento de um produto e de um software.

O produto (designado por IWsense) consiste numa rede de sensores sem fios (RSSF), que

permite efetuar a monitorização de parâmetros ambientais da vinha.

O software (Inovwine) é composto por um sistema de informação e por uma aplicação para

dispositivos móveis, que disponibiliza um conjunto alargado de funcionalidades para apoio na

gestão e monitorização de vinhas. Esta aplicação permite visualizar, em tempo quase real,

dados abióticos (por exemplo a temperatura do ar, a humidade do solo, a precipitação, etc.) de

vinhas que estejam a ser monitorizadas remotamente.

Promotores: Adega de Cantanhede, Biocant e Instituto Pedro Nunes.

www.inovwine.com

CARATERIZAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

O subsetor do vinho e bebidas licorosas é reconhecidamente um dos pontos fortes do comércio

internacional português. Entre 2012 e 2015 o saldo da balança comercial deste subsetor

manteve-se positivo e estável, tendo registado um montante de 547,2 milhões de euros no

último ano (Figura 63).

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

76

Figura 63. Evolução das importações, das exportações e do saldo da balança comercial do subsetor do vinho e

bebidas licorosas em Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Parte da diferença registada anualmente entre o valor exportado e importado é resultado das

diferenças de preços praticados no âmbito das compras e vendas ao exterior. De facto, em

2015, o preço médio por kg exportado fixava-se nos 2,7 euros, enquanto o preço médio por kg

importado não ultrapassava os 0,9 euros (Figura 64). Refira-se que estes indicadores seguiram

tendências completamente opostas durante o período em análise, existindo um aumento de

25,5% no preço médio por kg exportado e um decréscimo de 22,8% no preço médio por kg

importado.

192,5239,6 234,3 230,6

746,4 766,2768,8 777,8

553,9526,6 534,5 547,2

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0

700,0

800,0

900,0

2012 2013 2014 2015

Import

ações, export

ações e

sald

o d

a b

ala

nça

com

ecia

l (m

ilhões d

e e

uro

s)

Anos

Importações Exportações Balança Comercial

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

77

Figura 64. Evolução do preço médio por kg importado e exportado no subsetor do vinho e bebidas licorosas

em Portugal, entre 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Em 2015, França apresentou o maior volume de compras de vinho e bebidas licorosas de

origem portuguesa, contabilizando um total de 111,2 milhões de euros (Figura 65). Além da

França, países como o Reino Unido, Angola, os EUA e a Bélgica constituem os principais

importadores deste subsetor em Portugal, perfazendo no seu conjunto um montante de 338,0

milhões de euros (49,9% do total das vendas portuguesas de vinho e bebidas licorosas ao

exterior).

Figura 65. Principais mercados de destino das exportações portuguesas do subsetor do vinho e bebidas

licorosas em 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

A Figura 66 apresenta as exportações efetuadas para estes destinos em 2012 e 2015,

registando-se as variações mais críticas nos casos de Angola e dos EUA. O primeiro mercado

registou um decréscimo de 18,0%, tendo-se verificado um incremento de 25,2% no caso do

segundo destino. Na sua totalidade, o valor das exportações para estes mercados mantiveram-

1,2 1,3

0,9 0,9

2,2

2,42,6

2,7

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

2012 2013 2014 2015

Pre

ço m

édio

por

kg (

euro

s)

Anos

Importações Exportações

França

111,2

milhões €

Reino Unido

79,2

milhões €

Angola

78,3

milhões €

EUA

70,5

milhões €

Bélgica

48,8

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

78

se estáveis entre 2012 e 2015 (à semelhança do saldo da balança comercial), registando-se

uma variação positiva de apenas 1,1%

Figura 66. Exportações portuguesas do subsetor dos vinhos e bebidas licorosas para os principais mercados

de destino em 2012 e 2015.

Fonte: INE, Base de Dados (acedida em fevereiro de 2017)

Os EUA apresentam-se como os principais importadores de vinho e bebidas licorosas a nível

mundial, tendo registado um fluxo de compras de 11.745,1 milhões de euros em 2015 (Figura

67). O facto de apenas um dos mercados mais importantes de importação deste subsetor

constar nos principais destinos de exportações portuguesas (Reino Unido) aponta para um

grande potencial na diversificação das vendas internacionais de vinho e bebidas licorosas

nacionais, nomeadamente para países como os EUA, a Alemanha, a China e o Canadá.

Figura 67. Principais importadores de vinho e bebidas licorosas a nível mundial em 2015.

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

A Figura 68 apresenta os principais exportadores mundiais de vinho e bebidas licorosas,

verificando-se uma dominância da França com um volume de negócios de 12.210,7 milhões de

114,7

73,6

95,5

52,747,3

111,2

79,2 78,370,5

48,8

0

20

40

60

80

100

120

140

França Reino Unido Angola Estados Unidos Bélgica

Export

ações (

milh

ões d

e e

uro

s)

Principais destinos

2012 2015

EUA

11.745,1

milhões €

Reino Unido

5.083,0

milhões €

Alemanha

3.945,8

milhões €

China

2.603,6

milhões €

Canadá

2.256,4

milhões €

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79

euros. Na sua totalidade, estes países contabilizam 59,0% do total das exportações mundiais

deste subsetor.

Figura 68. Principais exportadores de vinho e bebidas licorosas a nível mundial em 2015.

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

Além de registar o maior volume de exportações, França apresenta também o maior índice de

Balassa, observando-se uma grande especialização do país para a produção de vinho e

bebidas licorosas (Tabela 26). Por sua vez, e apesar de não constar na lista de principais

exportadores, Portugal apresenta um índice de 4,2 (apenas inferior ao da França e do Reino

Unido), demostrando uma elevada vantagem comparativa revelada, em relação ao resto do

mundo, para a produção e exportação de vinho e bebidas licorosas.

Tabela 26. Vantagens comparativas reveladas de Portugal e dos principais exportadores de vinho e bebidas

licorosas em 2015.

País Índice de Balassa

França 7,4

Reino Unido 4,7

Itália 3,9

Espanha 3,5

EUA 0,6

Portugal 4,2

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em fevereiro de 2017)

França

12.210,7

milhões €

Reino Unido

7.335,5

milhões €

Itália

6.009,8

milhões €

Espanha

3.219,9

milhões €

EUA

3.164,5

milhões €

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

80

PRINCIPAIS EMPRESAS E OUTRAS ENTIDADES RELEVANTES

As 5 principais empresas produtoras de vinhos e bebidas licorosas da Região Centro

(considerando o seu volume de negócios) são:

• Casa Santos Lima - Companhia das Vinhas S.A.;

• J. Carranca Redondo, Lda.;

• Aliança - Vinhos de Portugal, S.A.;

• Global Wines, S.A.;

• Sociedade Agrícola e Comercial dos Vinhos Messias, S.A..

Como entidades relevantes ligadas à produção de vinhos e bebidas licorosas sinalizam-se:

• Comissão Vitivinícola da Bairrada;

• Comissão Vitivinícola da Região Beira Interior;

• Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa;

• Comissão Vitivinícola Regional do Dão;

• Comissão Vitivinícola Regional do Tejo.

• IVV – Instituto da Vinha e do Vinho.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

81

4. Fichas de caraterização dos mercados

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

82

4. Fichas de caraterização dos mercados

Neste Capítulo são identificados os mercados considerados como prioritários para a

internacionalização dos produtos da Região Centro selecionados e são apresentadas fichas de

caraterização para cada um destes mercados. Para cada ficha é apresentada uma

caraterização geral do mercado, são sintetizados dados relativos ao comércio internacional e

trocas comerciais com Portugal, são caraterizados os subsetores de interesse e são

sinalizados os principais regulamentos e barreiras aduaneiras.

4.1. Identificação dos mercados

As trocas comerciais portuguesas com o exterior desenvolvem-se, em grande parte, dentro da

UE, permitindo ao país beneficiar não só da proximidade geográfica e da existência de um

regime fiscal favorável e normalizado, como da livre circulação de pessoas, bens, serviços e

capitais.

De acordo com dados do INE, em 2015, 71,9% das exportações agroalimentares portuguesas

tiveram como destino países da UE, sinalizando-se como principais mercados a Espanha, a

Alemanha, a França e o Reino Unido.

Complementarmente, é importante mencionar que nos últimos anos a InovCluster tem

realizado um conjunto de ações em países da UE com vista a promover os produtos

agroalimentares da Região Centro. Entre estas ações destacam-se:

• A organização, em 2014, 2015, 2016 e 2017 da participação conjunta de Portugal na

International Green Week. Estes eventos realizaram-se em Berlim e contaram com

cerca de 500.000 visitantes, na sua maioria consumidores finais mas também um

número considerável de profissionais de diversos países;

• A participação, em 2012, 2014 e 2016, na feira SIAL Paris, em articulação com a

PortugalFoods;

• A realização, em 2016, de uma ação de prospeção no Luxemburgo, onde

representou produtos de mais de 20 empresas, na sua maioria da Região Centro;

• A realização, em 2015, de uma ação promocional na Suíça com a participação de 4

empresas da Região Centro;

• A participação, em 2015 e 2016, no evento Portugal love at the first bite, na Áustria,

sendo que a participação de 2015 foi efetuada a título individual e a de 2016 contou

com o envolvimento de 7 empresas da Região Centro;

• A realização, em 2017, de uma ação de prospeção na Finlândia, onde estabeleceu

contacto com 3 potenciais importadores e com 2 potenciais parceiros.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

83

Merecem ainda referência os resultados das sessões realizadas no âmbito do presente projeto,

que permitiram identificar como principais mercados de exportação das empresas participantes

a Áustria, a Alemanha, a Bélgica, o Brasil, a França e o Luxemburgo (ver Anexo 1).

Tendo por base os elementos supracitados, foram selecionados como mercados prioritários

para a internacionalização dos produtos da Região Centro os apresentados na Figura 69.

Figura 69. Mercados prioritários para a internacionalização dos produtos da Região Centro.

De seguida apresenta-se uma ficha descritiva para cada um dos mercados selecionados.

4.2. Alemanha

CARATERIZAÇÃO GERAL DO MERCADO

Localizada na Europa Central, a Alemanha possui uma área total de cerca de 357 mil km2 e

uma população de 81,6 milhões de habitantes (dados de 2015), correspondente a uma

densidade populacional de aproximadamente 228,6 habitantes/km2 (AICEP Portugal Global,

2016a).

A economia alemã é uma das mais avançadas e competitivas do mundo. Em 2016, o PIB do

país superou os 3,1 biliões de euros, posicionando-se como a quarta maior economia mundial

e maior economia europeia.

Após o agravamento da crise económica e financeira internacional, em 2008, a Alemanha foi o

país que mais rapidamente recuperou, tendo registado um incremento de 7,7% do PIB nos dois

anos que se seguiram à crise (3,7% no conjunto da UE). Nos últimos anos, o PIB tem registado

um crescimento menor (0,6% em 2012, 0,4% em 2013, 1,6% em 2014 e 1,5% em 2015),

resultado da implementação de medidas de austeridade na Zona Euro.

Alemanha Áustria Finlândia França Luxemburgo Suíça

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

84

As exportações alemãs de bens e serviços desempenham um papel muito importante, tendo o

seu valor ascendido a 46,8% do PIB em 2015. Refira-se que este indicador, de extrema

relevância para a balança comercial do país, superou, no referido ano, o valor de algumas das

maiores economias mundiais como os EUA (12,6%), o Japão (17,6%) e a China (22,1%).

A indústria transformadora apresenta um contributo fundamental para o sucesso da economia

alemã; em 2015 era responsável por 30,2% do PIB, tendo assumido uma importância cada vez

maior neste contexto nos últimos anos.

COMÉRCIO INTERNACIONAL E TROCAS COMERCIAIS COM PORTUGAL

Embora tenha perdido, nos últimos anos, algum terreno para países como a China ou os EUA,

a Alemanha continua a desempenhar um papel central na realização de trocas comerciais

internacionais. Em 2014, o país ocupou o 3º lugar no ranking mundial quer de exportadores,

quer de importadores (em ambos os casos atrás da China e dos EUA), com 7,9% e 6,4% do

valor global das exportações e importações mundiais, respetivamente (AICEP Portugal Global,

2016a).

A UE continua a ser o principal parceiro comercial da Alemanha. No ano de 2014, este território

foi responsável por absorver 57,5% das exportações alemãs e por fornecer 57,6% das

importações do país. Países como a França, o Reino Unido, e os Países Baixos assumem-se

como principais parceiros comerciais intra UE, enquanto os EUA e a China são responsáveis

pela maior parte do fluxo de trocas comerciais extra UE.

No âmbito da UE, e já em 2015, a França foi o principal cliente da Alemanha, com uma quota

de mercado de 8,6%, tendo os Países Baixos ocupado a posição de principal fornecedor, com

uma quota de 9,3%. A nível global, os países que se destacaram como principal cliente e

fornecedor foram, respetivamente, os EUA (quota de 9,5%) e a China (quota de 9,7%).

No que respeita aos produtos mais transacionados pela Alemanha em 2015, verifica-se um

peso acentuado dos produtos de elevado grau tecnológico e de maior valor acrescentado, quer

nas exportações, quer nas importações. Neste contexto, destacam-se os veículos e material de

transporte, as máquinas e aparelhos mecânicos, as máquinas elétricas e partes, os produtos

farmacêuticos e os instrumentos de ótica, que representaram 55,4% do valor global das

exportações alemãs em 2015. Por outro lado, 47,8% das importações alemãs foram

representadas pelas seguintes categorias de produtos: máquinas e aparelhos mecânicos,

máquinas elétricas e partes, veículos e material de transporte, combustíveis e óleos minerais, e

produtos farmacêuticos.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

85

Em 2015, Portugal ocupou o 33º lugar no ranking de clientes, com uma quota de mercado de

0,7%, e o 32º lugar no ranking de fornecedores, com uma quota de mercado de 0,6%. Verifica-

se que o mercado alemão tem maior relevância para a economia portuguesa do que o

contrário, uma vez que, em 2015, surgiu na balança comercial de bens em 3º lugar (a seguir a

Espanha e França) como cliente e no 2º lugar como fornecedor nacional (a seguir a Espanha),

tendo absorvido aproximadamente 12,0% do total das exportações e fornecido 12,9% do total

das importações portuguesas (Tabela 27).

Tabela 27. Evolução da posição e quota da Alemanha no comércio internacional português de bens entre 2012 e 2015.

2012 2013 2014 2015

Alemanha como cliente de Portugal

Posição 2 2 3 3

% Exportações 12,4 11,6 11,7 12,0

Alemanha como fornecedor de Portugal

Posição 2 2 2 2

% Importações 11,3 11,4 12,3 12,9

Fonte: AICEP Portugal Global, 2016a

O saldo da balança comercial portuguesa com a Alemanha apresenta-se deficitário, tendo

ascendido a -1.884,6 milhões de euros em 2015 (Tabela 28). Verifica-se ainda uma tendência

de aumento das importações portuguesas, que entre 2012 e 2015 cresceram cerca de 21,5%.

Tabela 28. Evolução da balança comercial de bens de Portugal com a Alemanha entre 2012 e 2015.

2012 2013 2014 2015

Variação

2012-2015

Variação

2014-2015

Exportações (milhões de euros) 5.595,9 5.508,7 5.621,3 5.883,1 5,1% 4,7%

Importações (milhões de euros) 6.391,3 6.487,7 7.276,5 7.767,7 21,5% 6,8%

Saldo (milhões de euros) -795,4 -979,0 -1.655,2 -1.884,6 - -

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

As exportações portuguesas para a Alemanha em 2015 concentraram-se, sobretudo, em três

categorias de produtos – veículos e outro material de transporte (22,4%), máquinas e

aparelhos elétricos (17,2%) e maquinaria e aplicações mecânicas (11,2%) – que, no conjunto,

representaram 50,8% do valor global expedido para o mercado alemão (AICEP – Portugal

Global, 2016).

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86

Do lado das importações, registou-se, também em 2015, uma concentração nas mesmas três

categorias de produtos – veículos e outro material de transporte (30,1%), maquinaria e

aplicações mecânicas (13,4%) e máquinas e aparelhos elétricos (11,8%) – que representaram

igualmente mais de metade (55,3%) do total de importações portuguesas provenientes da

Alemanha.

Importa salientar que, de acordo com dados do INE, o número de empresas portuguesas que

exportam para a Alemanha aumentou entre 2011 e 2015 (de 2.676 para 2.983), tendo o

número de empresas importadoras de produtos alemães diminuído neste período (de 7.451

para 6.231).

No âmbito do setor agroalimentar, os principais produtos exportados por Portugal em 2015

para o mercado alemão encontram-se explicitados na Tabela 29. Destacam-se as bebidas,

líquidos alcoólicos e vinagres, e as frutas, categorias que apresentaram os maiores volumes de

exportação para o mercado alemão (48,1 e 34,9 milhões de euros, respetivamente). Sinalizam-

se ainda as gorduras e óleos animais ou vegetais, categoria (com NC a 2 dígitos) que registou

a maior taxa de crescimento no período 2012-2015 (301,0%).

Tabela 29. Principais exportações portuguesas para o mercado alemão em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões

de euros) Variação

2012-2015

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 48,1 13,7%

08 Frutas 34,9 12,1%

20 Preparações de produtos hortícolas 29,8 40,8%

07 Produtos hortícolas 12,3 2,7%

05 Outros produtos de origem animal 12,1 -24,8%

19 Preparações à base de cereais 10,3 -27,6%

21 Preparações alimentícias diversas 7,5 -4,2%

04 Leite e laticínios 0406 Queijos e requeijão

7,3 2,1

-26,2% 451,2%

0409 Mel natural 1,5 -48,8%

15 Gorduras e óleos animais ou vegetais 5,6 301,0%

03 Peixes e crustáceos 4,3 26,9%

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

Analisando as principais importações agroalimentares alemãs em 2015, evidenciam-se, em

termos de volume, as frutas, o leite e laticínios, e as bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres

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(Tabela 30). Merecem referência ainda as preparações à base de cereais (onde se incluem as

bolachas, biscoitos e doçaria conventual), que registaram a maior taxa de crescimento das

importações alemãs de produtos agroalimentares no período 2012-2015 (38,5%).

Tabela 30. Principais importações agroalimentares alemãs em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões

de euros) Variação

2012-2015

08 Frutas 9.051,1 32,7%

04 Leite e laticínios 0406 Queijos e requeijão

6.821,8 3.387,6

10,2% 10,0%

0409 Mel natural 292,8 29,3%

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 6.523,2 -1,8%

02 Carnes e miudezas comestíveis 6.044,5 2,1%

07 Produtos hortícolas 5.554,0 11,6%

12 Sementes e frutos oleaginosos 4.812,0

-1,9%

20 Preparações de produtos hortícolas 4.663,3 9,7%

18 Cacau e suas preparações 4.212,5 29,6%

09 Café, chá, mate e especiarias 3.877,9 -7,8%

19 Preparações à base de cereais 3.774,9 38,5%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

De seguida apresenta-se uma caraterização sucinta dos subsetores de interesse para o

mercado alemão. Refira-se que na seleção dos subsetores de interesse em cada um dos

países foram tidas em consideração, dentro dos produtos previamente identificados como

relevantes no âmbito do presente trabalho, as categorias com maior volume de exportações

portuguesas/importações dos mercados e com maior taxa de crescimento.

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SUBSETORES DE INTERESSE

4.2.1. Azeite

A Alemanha está entre os maiores mercados europeus de

azeite. Apesar do seu baixo consumo per capita, em

comparação com os países mediterrânicos, tem um mercado de

grande dimensão e em crescimento no segmento dos azeites de

elevada qualidade. Entre 2010 e 2014, o consumo de azeite na

Alemanha manteve-se estável e à volta das 58-60 mil toneladas

anuais - cerca de 750 gramas per capita/ano (CBI Market

Intelligence, 2016a).

Em linha com as recentes tendências de consumo, os alemães

incorporam cada vez mais o azeite nos seus hábitos culinários, procurando substituir óleos com

elevado teor de gordura por uma alternativa mais saudável e com melhores caraterísticas

nutricionais. O foco destes consumidores na elevada qualidade e rastreabilidade, em particular,

proporciona oportunidades para empresas exportadoras dos países produtores tradicionais

como é o caso de Portugal.

Embora continuem a ser um nicho de mercado, os azeites especiais estão a atrair um interesse

crescente entre os consumidores alemães. Constata-se a tendência para o favorecimento de

azeites com indicações geográficas ou terroirs específicos. De facto, os consumidores alemães

reparam na origem dos azeites – favorecem em particular os países produtores tradicionais e

com marcas fortes -, reforçando as suas preocupações de rastreabilidade e confiança.

Sendo um país pouco preparado para a produção de azeite, as importações assumem uma

importância significativa neste subsetor. O azeite virgem é o produto preferido, representando

cerca de 250,6 milhões de euros em 2015 (Tabela 31). Saliente-se que os diferentes produtos

importados apresentaram elevadas taxas de crescimento entre 2012 e 2015, em linha com a

tendência crescente de aumento do consumo de azeite na Alemanha.

Tabela 31. Principais produtos do subsetor do azeite importados pela Alemanha em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros) Variação

2012-2015

150910 Azeite virgem 250,6 45,1%

150990 Outros azeites 34,5 35,2%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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Em 2015, os principais países exportadores de azeite para a Alemanha eram a Itália (75% do

volume total), a Espanha e a Grécia (Tabela 32). A quota de Portugal atingiu apenas 700 mil

euros nesse ano. Em virtude da crescente preferência dos alemães pelo azeite, o volume de

importações deste produto tem aumentado consideravelmente. A nível global, entre 2012 e

2015, as importações deste produto cresceram 50%.

Tabela 32. Principais mercados de origem das importações alemãs de azeite em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Itália 206,4 43,1%

2º Espanha 38,7 60,7%

3º Grécia 22,6 3,6%

4º França 5,1 72,1%

5º Tunísia 5,0 777,7%

8º Portugal 0,7 78,3%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

As principais marcas de azeite distribuídas na Alemanha são a Almasol, a Alnatura, a Clever, a

Olio Mediterraneo e a Skarvelis (Tabela 33).

Tabela 33. Principais marcas de azeite na Alemanha.

Marca Proveniência Observações

Almasol Alemanha Oferece azeite produzido na Alemanha e premiado diversas vezes pela sua qualidade.

Alnatura Alemanha Comercializa azeite virgem, entre uma grande variedade de outros produtos.

Clever Alemanha Entre uma diversa gama de outros produtos, comercializa azeite.

Olio Mediterraneo Alemanha Oferece uma vasta variedade de azeite de diferentes regiões mediterrânicas.

Skarvelis Grécia Comercializa azeite de elevada qualidade produzido na região de Mani, na Grécia.

Em linha com as recentes tendências deste mercado, espera-se que o consumo de azeite

continue a crescer e as importações continuem a representar uma elevada percentagem do

total de azeite consumido. Neste sentido, este mercado apresenta-se como uma oportunidade

para os produtores e exportadores de azeite da Região Centro.

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4.2.2. Bolachas, biscoitos e doçaria conventual

Uma vez que a doçaria conventual integra produtos

portugueses sem grande expressão no mercado alemão,

considera-se que a sua maior concorrência neste mercado

será exercida por outro tipo de bolos, nomeadamente da

indústria da pastelaria.

A Alemanha é o 5º maior mercado de pastelaria e panificação

do mundo e o maior da UE, com um volume de negócios de

cerca de 16 mil milhões de euros em 2015. Apesar da

maturidade do mercado, o volume de negócios deste subsetor tem aumentado nos últimos

anos (taxa de crescimento anual de 1,5% entre 2012 e 2015) (Germany Trade & Invest, 2016).

Os consumidores alemães são particularmente conscientes das questões da saúde,

particularmente os baby-boomers (população com mais de 65 anos), que dominam o mercado

na presente década. Com elevado poder de compra, a sua procura por estilos de vida

saudáveis tem guiado o mercado com vista à oferta de alimentos com novas propriedades,

algo que também se verifica na preferência por snacks mais saudáveis no subsetor das

bolachas, biscoitos e doçaria conventual (Agriculture and Agri-food Canada, 2010).

Refira-se que as importações deste subsetor têm aumentado desde 2012, em particular na

categoria waffles e wafers, que registou uma taxa de crescimento de 33,2% no período entre

2012 e 2015 (Tabela 34). Sinaliza-se ainda que a categoria outros produtos de padaria e

pastelaria representa a maior fatia dos produtos importados pela Alemanha (cerca de 1,2 mil

milhões de euros em 2015).

Tabela 34. Principais produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e bolos importados pela Alemanha em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

190590 Outros produtos de padaria e pastelaria 1.161,9 21,8%

190531 Bolachas e biscoitos adicionados de edulcorantes

401,0 19,1%

190532 Waffles e wafers 201,9 33,2%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Um conjunto de diferentes países fornece produtos deste subsetor à Alemanha, com maior

destaque para os Países Baixos, a Polónia, a Itália, a França e a Bélgica (Tabela 35). Destaca-

se a proximidade geográfica dos fornecedores refletindo talvez a similitude de gostos e a

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familiaridade dos seus produtos. Portugal ocupava o 22º lugar na lista de principais mercados

de origem em 2015, com um volume de negócios de 9,8 milhões de euros e um decréscimo de

6,0% face a valores de 2012.

Tabela 35. Principais mercados de origem das importações alemãs de bolachas, biscoitos e bolos em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Países Baixos 282,1 34,1%

2º Polónia 280,9 53,5%

3º França 242,1 10,1%

4º Itália 240,1 30,9%

5º Bélgica 203,3 11,7%

16º Portugal 9,8 -6,1%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

As principais marcas alemãs de bolachas, biscoitos e bolos são, entre outras, a Bahlsen e a

Kuchen Meister (Tabela 36).

Tabela 36. Principais marcas de bolachas, biscoitos e bolos na Alemanha.

Marca Proveniência Observações

Alnatura Alemanha Comercializa bolachas, biscoitos e bolos, entre uma grande variedade de outros produtos.

Bahlsen Alemanha Entre os seus principais produtos é possível encontrar uma diversa variedade de bolachas e biscoitos.

Hig Hagemann Alemanha Comercializa bolachas, biscoitos e outros produtos de pastelaria.

IBIS Alemanha Entre outros produtos de padaria e pastelaria, oferecem diversos bolos e snacks.

Kuchen Meister Alemanha Disponibilizam uma grande variedade de bolachas, biscoitos e bolos no mercado alemão.

Sendo um dos maiores mercados de bolachas, biscoitos e bolos do mundo, o mercado alemão

engloba oportunidades para as empresas de panificação/pastelaria. Estas oportunidades

podem ser encontradas em bolos e snacks saudáveis, com elevado valor nutricional e no

lançamento de produtos inovadores que vão ao encontro dos gostos locais. Assim, prevê-se

que as maiores oportunidades no subsetor deverão resultar da inovação e da exploração de

nichos de mercado como os produtos artesanais, private label ou com ingredientes especiais.

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4.2.3. Mel

A crescente opção da população por estilos de vida mais

saudáveis tem estimulado o consumo de produtos naturais e

recolhidos sob processos tradicionais, como o mel orgânico. Os

consumidores alemães não só apreciam o método de produção

ambientalmente amigável, mas também muitas vezes encaram

os produtos orgânicos como mais saudáveis do que os produtos

convencionais.

A Alemanha é um dos maiores mercados consumidores de mel a nível mundial; em 2015,

foram consumidas cerca de 85 mil toneladas deste produto. Ainda neste ano, foram produzidas

no país 23,4 mil toneladas de mel, que posicionaram a Alemanha no quarto lugar da lista dos

principais produtores de mel europeus (CBI Market Intelligence, 2015a).

Conforme supramencionado, os consumidores alemães apresentam uma grande preferência

por produtos orgânicos. No caso do subsetor do mel, os produtos orgânicos representam

atualmente cerca de 10% do total de mel comercializado, ascendendo a 8 mil toneladas anuais.

Espera-se que o mercado de mel orgânico cresça 5 a 15% nos próximos cinco anos.

Em linha com o que vem acontecendo por toda a UE, no mercado alemão o mel tem sido

utilizado como um substituto do açúcar a nível industrial. Os produtos que contêm este

ingrediente estão a ganhar popularidade, uma vez que os consumidores consideram o mel uma

escolha mais saudável do que o açúcar ou os adoçantes artificiais. Os fabricantes têm

respondido a esta tendência substituindo o açúcar pelo mel nas suas formulações, o que lhes

permite rotular os produtos como “sem açúcar”.

As importações de mel por parte da Alemanha registaram um decréscimo súbito em 2014, em

virtude de uma queda substancial de mel proveniente da Argentina provocada por graves

perdas no número de colónias de abelhas europeus (CBI Market Intelligence, 2015b). Até

recentemente, este mercado era um dos principais produtores de mel a nível mundial e um dos

principais fornecedores da Alemanha. Desde então a procura de alternativas em outros países

por parte dos distribuidores de mel na Alemanha levou a uma recuperação das importações

deste bem, cujo valor ascendeu a 292,8 milhões de euros em 2015 (Tabela 37).

Tabela 37. Principais produtos do subsetor do mel importados pela Alemanha em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros) Variação

2012-2015

040900 Mel natural 292,8 29,0%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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Em 2015, o principal fornecedor de mel da Alemanha era o México, com cerca de 61 milhões

de euros (Tabela 38). O Chile e a Ucrânia acabaram por substituir a Argentina no fornecimento

de mel, tendo crescido, respetivamente, 207,6% e 151,8% entre 2012 e 2015. Portugal registou

um decréscimo de 52,0% face ao volume de negócios de mel exportado para a Alemanha em

2012. No entanto, com a queda das importações com origem na Argentina, verifica-se uma

oportunidade para a aposta sustentada neste mercado, que desde então tem vindo a procurar

diferentes substitutos.

Tabela 38. Principais mercados de origem das importações alemãs de mel em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º México 61,1 69,3%

2º Chile 24,1 207,6%

3º Ucrânia 22,8 151,8%

4º Roménia 19,9 31,1%

5º Hungria 17,5 70,6%

25º Portugal 1,5 -52,0%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Entre as principais marcas de mel consumidas na Alemanha encontram-se a Bihophar e a

Breitsamer Honig (Tabela 39).

Tabela 39. Principais marcas de mel na Alemanha.

Marca Proveniência Observações

Alnatura Alemanha Comercializa vários tipos de mel, entre uma grande variedade de outros produtos.

Bihophar Alemanha Oferece uma vasta gama de mel com diferentes sabores.

Breitsamer Honig Alemanha Disponibiliza diversas gamas de mel natural com diferentes sabores.

Hero Suíça Entre uma grande variedade de outros produtos, disponibiliza aos seus consumidores mel natural.

Wasgau Alemanha Entre muitos outros produtos, oferece mel natural biológico de diferentes sabores.

Devido às tendências crescentes da substituição do açúcar refinado por mel, e ao facto de a

Alemanha não apresentar autossuficiência na produção de mel natural, prevê-se que as

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94

importações deste mercado continuarão a ser significativas nos próximos anos, existindo uma

clara oportunidade para os produtores e exportadores de mel natural da Região Centro.

4.2.4. Vinho e bebidas licorosas

A Alemanha perfila-se como um dos maiores mercados de

produção e consumo de vinho e bebidas licorosas na

Europa. Em 2014, o país consumiu 116 milhões de

hectolitros, tendo registado um volume de negócios de 60

mil milhões de euros neste subsetor. Refira-se que este

mercado é simultaneamente um grande produtor e

importador de vinho, muito devido à procura elevada por

este tipo de produtos. Em 2014, o país produziu cerca de

9,3 milhões de hectolitros de vinho, tendo consumido 20,7

litros per capita (IVV, 2016) (Statista, 2017).

As tendências da moda desempenham um papel importante no mercado vitivinícola alemão.

Contrariamente ao que sucedeu no passado, os vinhos leves e claros, brancos e rosé

apresentam procuras elevadas, particularmente entre os mais jovens (CBI Market Intelligence,

2016b).

Os preços estão em patamares diferenciados, dependendo do canal de vendas / público-alvo.

No setor retalhista praticavam-se preços médios de cerca de 2,97 euros por litro de vinho em

2015. Ao comprarem em lojas especializadas em vinhos, os consumidores pagavam mais

(média de 6,23 euros por litro) (Meininger Verlag, 2016).

A nível de bebidas licorosas verifica-se uma tendência crescente de procura por produtos

premium, principalmente no que diz respeito a gin, vodka e rum, sendo que os consumidores

alemães preferem pagar mais por bebidas de grande qualidade e marcas reputadas

internacionalmente (Euromonitor International, 2016a).

As importações de vinho e bebidas licorosas têm registado um crescimento irregular nos

últimos anos. O principal produto importado pela Alemanha são os vinhos de uvas frescas em

recipientes de capacidade não superior a 2L, tendo o seu volume de negócios ascendido a 1,6

mil milhões de euros em 2015 (Tabela 40). De uma forma geral verificou-se um crescimento

das importações deste subsetor entre 2012 e 2015.

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Tabela 40. Principais produtos do subsetor do vinho e das bebidas licorosas importados pela Alemanha em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

220421 Vinhos de uvas frescas em recipientes de capacidade não superior a 2L

1.581,6 5,0%

220429 Outros vinhos de uvas frescas 488,4

-9,7%

220830 Uísques 429,5 12,2%

220410 Vinhos espumantes e vinhos espumosos 394,6 1,5%

220840 Rum e outras aguardentes 263,7 12,0%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, os principais fornecedores alemães de vinho e bebidas licorosas eram a Itália, a

França e a Espanha (Tabela 41). Estes mercados posicionam-se favoravelmente aos olhos dos

consumidores alemães como produtores de vinho. São igualmente capazes de fornecer as

quantidades exigíveis a um dos mercados com maior consumo de bebidas alcoólicas a nível

global. Portugal aparecia em 12º lugar no top de preferências alemãs, tendo registado um

volume de exportações de 41,5 milhões em 2015. Saliente-se o crescimento de 8,6% das

exportações de vinho e bebidas licorosas portuguesas com destino à Alemanha observado

entre 2012 e 2015.

Tabela 41. Principais mercados de origem das importações alemãs de vinho e bebidas licorosas em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Itália 1.064,2 -0,3%

2º França 835,9 -2,7%

3º Espanha 470,7 7,8%

4º Estados Unidos 403,0 33,9%

5º Reino Unido 317,0 0,8%

12º Portugal 41,5 8,6%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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Apesar de registar uma produção elevada de vinho e bebidas licorosas, as principais marcas

consumidas no mercado alemão são internacionais, como é o caso da Grand Sud, a Freixenet

ou a Blanchet (Tabela 42).

Tabela 42. Principais marcas de vinho e bebidas licorosas na Alemanha.

Marca Proveniência Observações

Grand Sud França Oferece uma grande variedade de vinhos como Sauvignon, Chardonnay, Merlot Rosé, entre outros.

Le Filou França Disponibiliza uma diversa gama de vinhos, com destaque para o tinto.

Freixenet Espanha Comercializa diferentes tipos de vinho espumante.

Württemberger Alemanha Oferece uma variedade de vinhos brancos e tintos.

Blanchet França Disponibiliza diversas gamas de vinho, com destaque para o branco.

Prevê-se que o consumo de bebidas alcoólicas e, em particular vinho de uva, mantenha a sua

tendência crescente nos próximos anos, esperando-se que a percentagem de produtos

importados no volume de negócios do subsetor continue a aumentar. Neste sentido, existe uma

oportunidade para que as empresas da Região Centro reforcem a sua aposta neste mercado.

REGULAMENTOS E BARREIRAS ADUANEIRAS

A Alemanha, como membro da UE, faz parte integrante da União Aduaneira, caraterizada,

essencialmente, pela livre circulação de mercadorias e pela adoção de uma política comercial

comum relativamente a países terceiros.

A União Aduaneira implica, para além da existência de um território aduaneiro único, a adoção

da mesma legislação neste domínio – Código Aduaneiro Comunitário –, bem como a aplicação

de iguais imposições alfandegárias aos produtos provenientes de países terceiros – Pauta

Exterior Comum (PEC).

A PEC baseia-se no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias,

sendo os impostos de importação na sua maioria ad valorem (calculados através de uma

percentagem sobre o valor total das mercadorias). O valor aduaneiro, por sua vez, é calculado

através do CIF (Cost, Insurance and Freight) no país de importação das mercadorias, ou seja,

imputa a responsabilidade do pagamento do transporte de mercadorias, bem como do seguro

do mesmo, aos importadores.

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Para além dos encargos já referidos, há também lugar ao pagamento do Imposto sobre o Valor

Acrescentado (IVA). Na Alemanha, a maioria dos produtos e alguns serviços são tributados a

uma taxa de 19% (taxa normal), existindo igualmente uma taxa reduzida (7%) aplicável aos

serviços e a bens de primeira necessidade (principalmente géneros alimentícios, produtos

agrícolas e publicações).

De uma forma geral, as normas alemãs que regem a comercialização de produtos alimentares

estão de acordo com a legislação comunitária, em particular com os seguintes regulamentos:

• Regulamento (CE) 178/2002, que estabeleceu os princípios e normas gerais da

legislação alimentar, criou a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos

e definiu procedimentos em matéria de segurança dos alimentos;

• Regulamento (CE) 852/2004, que estabeleceu regras de higiene dos géneros

alimentícios;

• Regulamento (CE) 853/2004, que estabeleceu regras específicas de higiene

aplicáveis aos géneros alimentícios de origem animal;

• Regulamento (CE) 854/2004, que estabeleceu regras específicas de organização

dos controlos oficiais de produtos de origem animal destinados ao consumo

humano;

• Regulamento (CE) 882/2004, que estabeleceu regras para assegurar a verificação

do cumprimento da legislação relativa aos alimentos para animais e aos géneros

alimentícios e das normas relativas à saúde e ao bem-estar dos animais.

Refira-se que estes regulamentos impõem um conjunto de requisitos para a comercialização

dos produtos alimentares, destacando-se os respeitantes à rotulagem dos mesmos e que

obrigam à inclusão dos seguintes elementos:

• Denominação comercial do produto;

• Nome e morada do fabricante, embalador ou empresa comercial estabelecida na

UE;

• Ingredientes (especialmente as substâncias passíveis de provocar alergias);

• Instruções de conservação;

• Capacidade da embalagem;

• Prazo de validade;

• Quantidade (volume, peso);

• Indicação do lote;

• Origem do produto.

No caso da Alemanha, todas estes elementos devem ser apresentados em língua alemã e em

local bem visível na embalagem, de fácil leitura.

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4.3. Áustria

CARATERIZAÇÃO GERAL DO MERCADO

Com uma população de 8,6 milhões de habitantes em 2015 e uma área de 83,9 mil km2, a

Áustria tem uma densidade populacional de 102,5 habitantes/km2. Dispõe de uma economia de

mercado muito desenvolvida e aberta, de uma mão-de-obra altamente qualificada e de um

elevado nível de vida, mantendo estreitas relações com outros países do espaço europeu,

especialmente a Alemanha, com a qual desenvolve grande parte do seu comércio externo. Por

razões geográficas, históricas e culturais, a Áustria é normalmente considerada como uma

porta de entrada para os países da Europa de Leste (AICEP Portugal Global, 2016b).

No âmbito da UE, a Áustria representava em 2015 a 12ª maior economia em termos de PIB

(337,4 mil milhões de euros).

A crise económica e financeira mundial teve um impacto negativo na economia austríaca, que

sofreu uma contração do PIB de 3,8% em 2009, ainda assim inferior à média da UE (-4,3%).

Nos últimos anos, a Áustria tem registado uma recuperação económica lenta, com uma taxa de

crescimento do PIB que atingiu os 0,5% e 0,8% em 2014 e 2015, respetivamente.

Em 2015, a economia austríaca era dominada pelo setor dos serviços, que representava mais

de 70% do PIB, com destaque para o comércio e o turismo. O setor da construção, outro dos

pilares da economia do país, estava sobretudo focado na área das infraestruturas e na

edificação industrial e comercial. A atividade industrial, que representava cerca de 28% do PIB,

estava centrada em produtos de média e média/alta tecnologia, com destaque para a

engenharia e produção de maquinaria (sobretudo maquinaria têxtil, agrícola, transformação de

madeira e equipamentos de perfuração). O setor agrícola, que contribuía apenas com 1,4%

para o PIB, destacava-se pela produção de carne bovina e de vinho. Refira-se que a agricultura

biológica tem vindo a desenvolver-se rapidamente, representando no ano em questão cerca de

10% da produção agrícola.

Sinaliza-se ainda que a base da economia austríaca assenta em PME, de um modo geral de

tipo familiar, centradas em nichos de mercado.

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COMÉRCIO INTERNACIONAL E TROCAS COMERCIAIS COM PORTUGAL

A Áustria é o 31º maior exportador mundial e o 29º maior importador mundial, registando em

2015 valores de aproximadamente 137,7 mil milhões de euros e 140,7 mil milhões de euros,

respetivamente, em cada um destes indicadores (ITC – Trade Map, 2017).

O leque de parceiros comerciais da Áustria carateriza-se por uma grande diversidade,

fortalecida nos últimos anos. Em 2013, o número de destinos alcançou os 167 países. A

Alemanha continua a ser o principal destino – cerca de 30 por cento das exportações. Seguem-

se os EUA e a Itália, com quotas de exportação bastante mais modestas – 6,2% e 5,9%,

respetivamente (AICEP Portugal Global, 2016b).

Entre 2012 e 2015, as categorias de produtos exportados mantiveram-se inalteradas, muito

embora o seu valor tenha sofrido um acréscimo significativo. As principais exportações da

Áustria em 2015 foram constituídas por máquinas e aparelhos mecânicos (18,1%), máquinas,

aparelhos e materiais elétricos (12,3%) e veículos automóveis e partes (8,7%), que

corresponderam a quase 40,0% do total de exportações.

Em 2015, 70,4% das compras austríacas foram realizadas a países da UE, sendo que cerca de

41,0% do total das importações eram originárias da Alemanha. No ano em questão, as

importações de máquinas e aparelhos mecânicos (13,2%), máquinas, aparelhos e materiais

elétricos (11,5%) e veículos automóveis e partes (10,0%) situaram-se à cabeça das compras

austríacas ao exterior.

Prevê-se que no futuro as importações austríacas deverão aumentar, sustentadas pelo reforço

da procura privada interna (COFACE, 2017).

No que diz respeito às trocas comerciais entre a Áustria e Portugal, em 2015 Portugal ocupava

a 44ª posição no ranking de clientes e a 41ª posição no ranking de fornecedores da economia

austríaca (AICEP Portugal Global, 2016b).

A Áustria, por sua vez, representava no mesmo ano 0,57% das exportações portuguesas

posicionando-se em 23º lugar na lista de principais parceiros (Tabela 43). Ao nível das

importações, Portugal comprava cerca de 0,50% das suas necessidades à Áustria (sendo que

este mercado ocupava o 24º lugar em termos de importância neste indicador).

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100

Tabela 43. Evolução da posição e quota da Áustria no comércio internacional português de bens entre 2012 e 2015.

2012 2013 2014 2015

Áustria como cliente de Portugal

Posição 24 24 23 23

% Exportações

0,57 0,54 0,56 0,57

Áustria como fornecedor de Portugal

Posição 31 26 24 24

% Importações 0,49 0,48 0,49 0,50

Fonte: AICEP Portugal Global, 2016b

Em 2015, Portugal exportou 283,1 milhões de euros para a Áustria, tendo importado 301,6

milhões de euros. A balança comercial entre os dois países é deficitária para Portugal,

correspondendo a um saldo de -18,5 milhões neste ano (Tabela 44).

Tabela 44. Evolução da balança comercial de bens de Portugal com a Áustria entre 2012 e 2015.

2012 2013 2014 2015 Variação

2012-2015 Variação

2014-2015

Exportações (milhões de euros) 256,9 257,0 269,0 283,1 10,2% 5,2%

Importações (milhões de euros) 276,3 271,8 290,0 301,6 9,2% 4,0%

Saldo (milhões de euros) -19,3 -14,8 -21,0 -18,5 - -

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

A nível de produtos exportados para a Áustria, Portugal tem no topo da sua lista veículos e

outro material de transporte (24,0%), máquinas e aparelhos (22,3%) e vestuário (17,4%), que

em 2015 correspondiam a 63,7% do total das exportações nacionais com destino à Áustria.

Por sua vez, no que diz respeito às importações, verifica-se que os produtos com maior peso

no fluxo de compras nacional adquirido a fornecedores austríacos são máquinas e aparelhos

(27,4%), químicos (11,9%) e veículos e outro material de transporte (10,3%), que em conjunto

foram responsáveis por quase metade do valor deste indicador.

No âmbito do setor agroalimentar, os principais produtos exportados por Portugal para o

mercado austríaco em 2015 apresentam-se explicitados na Tabela 45. Destacam-se as

preparações de carnes, de peixes ou de crustáceos (onde se incluem os enchidos), e as

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101

bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres, categorias que apresentaram os maiores volumes de

exportação para o mercado austríaco (3,2 e 2,0 milhões de euros, respetivamente). Sinalizam-

se ainda as gorduras e óleos animais ou vegetais, categoria que registou uma taxa de

crescimento significativa no período 2012-2015 (17.526,6%).

Tabela 45. Principais exportações portuguesas para o mercado austríaco em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões de

euros) Variação

2012-2015

16 Preparações de carnes, de peixes ou de crustáceos 3,2 -15,1%

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 2,0 23,3%

15 Gorduras e óleos animais ou vegetais 1,6 17.526,6%

20 Preparações de produtos hortícolas 1,5 -7,1%

21 Preparações alimentícias diversas 0,9 56,3%

19 Preparações à base de cereais 0,7 227,2%

08 Frutas 0,5 194,4%

07 Produtos hortícolas 0,4 -63,4%

04 Leite e laticínios 0406 Queijos e requeijão

0,3 0,2

-67,8% -79,8%

0409 Mel natural - -

05 Outros produtos de origem animal 0,2 -64,8%

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

Do lado das importações austríacas (Tabela 46) evidenciam-se, com volumes acima dos 800

milhões de euros, as frutas, as carnes e miudezas comestíveis e as preparações à base de

cereais (onde se incluem as bolachas, biscoitos e doçaria conventual).

Tabela 46. Principais importações agroalimentares austríacas em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões

de euros) Variação

2012-2015

08 Frutas 972,1 28,1%

02 Carnes e miudezas comestíveis 894,0 2,0%

19 Preparações à base de cereais 865,9 13,6%

04 Leite e laticínios 0406 Queijos e requeijão

789,3 413,5

11,1% 7,5%

0409 Mel natural 25,6 1,3%

20 Preparações de produtos hortícolas 763,9 8,2%

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Categorias de produtos Valor (milhões

de euros) Variação

2012-2015

21 Preparações alimentícias diversas 678,6 3,1%

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 628,6 7,5%

18 Cacau e suas preparações 544,7 29,7%

07 Produtos hortícolas 540,7 17,2%

09 Café, chá, mate e especiarias 490,0 6,0%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

SUBSETORES DE INTERESSE

4.3.1. Azeite

O azeite tem sido reconhecido como um alimento de alta

qualidade pelos consumidores austríacos nos últimos anos. No

entanto, a sua utilização não se encontra ainda totalmente

disseminada neste país; apenas 1,2 litros de azeite per capita

são consumidos anualmente, valor relativamente baixo quando

comparado com países mediterrânicos – em Portugal, por

exemplo, consomem-se 6 a 7 litros per capita (Austrian Agency

for Health and Food Safety, 2017).

Os tipos de azeite comercializados na Áustria são: azeite

virgem, azeite virgem extra e azeite de pomace. Adicionalmente,

são permitidas misturas da mesma categoria de qualidade, mesmo de azeites proveniente de

diferentes países.

A procura de azeite ou outro óleo vegetal na Áustria é influenciada por novas tendências de

saúde e bem-estar, pelo aprovisionamento sustentável e pelo interesse dos consumidores por

produtos diferentes ou considerados exóticos. Este mercado oferece oportunidades para óleos

especiais, tendo em atenção critérios de segurança alimentar e ácidos gordos transgénicos.

Em particular, a saúde e o bem-estar são uma fonte de preocupação na Áustria. Os

consumidores estão cada vez mais conscientes do valor dos diferentes óleos e do seu impacto

distinto na saúde humana. Esta consciencialização para alimentos cada vez mais saudáveis e

com propriedades benéficas para o organismo tem levado a um crescimento sustentado do

consumo de azeite na Áustria.

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103

Sendo um país pouco preparado para a produção de azeite, as importações assumem uma

importância significativa neste subsetor. O azeite virgem é o produto preferido, representando

cerca de 38,8 milhões de euros em 2015 (Tabela 47).

Tabela 47. Principais produtos do subsetor do azeite importados pela Áustria em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

150910 Azeite virgem 38,8 31,8%

150990 Outros azeites 5,4 51,2%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Os austríacos preferem o azeite proveniente da Itália (volume de importações de 18,7 milhões

de euros em 2015) e, em anos recentes, da Grécia e da Espanha, cujas taxas de crescimento

entre 2012 e 2015 atingiram os 95,2% e os 84,4%, respetivamente (Tabela 48). A quota de

Portugal em 2015 era pouco significativa: 60 mil euros e atrás de países de escassa tradição

na produção de azeite (como a Suécia).

Tabela 48. Principais mercados de origem das importações austríacas de azeite em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Itália 18,7 14,5%

2º Grécia 11,0 95,2%

3º Espanha 6,7 84,4%

4º Alemanha 6,6 0,1%

5º Suécia 0,6 20,6%

7º Portugal 0,06 1346,9%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Uma vez que a Áustria não apresenta tradição na produção de azeites, as principais marcas

consumidas no país são internacionais (Tabela 49). De destacar as marcas italianas Carapelli e

Conte DeCesare, que comercializam azeite extra virgem de muito elevada qualidade.

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Tabela 49. Principais marcas de azeite na Áustria.

Marca Proveniência Observações

Alnatura Alemanha Comercializa azeite virgem, entre uma grande variedade de outros produtos.

Carapelli Itália Líder nas exportações de azeite extra virgem na União Europeia.

Clever Alemanha Entre uma diversa gama de outros produtos, comercializa azeite na Áustria.

Conte DeCesare Itália Comercializa azeite virgem de qualidade premium no mercado austríaco.

Fandler Áustria Especializada na produção de uma grande variedade de óleos, vinagres e azeites, incluindo azeite virgem.

Em linha com as recentes tendências deste mercado, espera-se que o consumo de azeite

continue a crescer e as importações continuem a representar uma elevada percentagem do

total do azeite consumido. Neste sentido, este mercado apresenta-se como uma oportunidade

para os produtores e exportadores de azeite da Região Centro.

4.3.2. Bolachas, biscoitos e doçaria conventual

A Áustria é um dos países europeus com maior consumo de

produtos de padaria e pastelaria, atingindo os 80,0 kg per

capita anualmente (Federation of Bakers, 2017). De facto, o

consumo de produtos de padaria e pastelaria constitui uma

tradição fortemente enraizada neste país. Nas ocasiões

festivas são servidos diversos pães e bolos com uma

combinação de especiarias exóticas (canela, cravo, gengibre

e cardamomo).

Devido à grande maturidade e consolidação dos atores no mercado, não se espera que o

consumo de bolachas, biscoitos e bolos cresça significativamente no futuro. Assiste-se, no

entanto, a uma tendência crescente para a diversificação no consumo dos produtos de padaria

e pastelaria por parte dos austríacos. Cada vez mais, os consumidores preferem produtos que

integram ingredientes saudáveis – massas integrais, fibra e ómega 3 -, assim como produtos

pré-preparados ou prontos-a-levar, à medida que o seu consumo se faz crescentemente fora

de casa.

As importações de produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e bolos têm crescido de forma

sustentada nos últimos anos. Em 2015, a principal categoria era outros produtos de padaria e

pastelaria, cujas importações ascendiam a 370,0 milhões de euros (Tabela 50).

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105

Tabela 50. Principais produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e bolos importados pela Áustria em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

190590 Outros produtos de padaria e pastelaria 370,5 7,7%

190531 Bolachas e biscoitos adicionados de edulcorantes

109,9 12,5%

190532 Waffles e wafers 44,6 22,7%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, o principal fornecedor internacional do subsetor de bolachas, biscoitos e bolos

austríaco era a Alemanha (Tabela 51). Este facto está relacionado com o domínio de várias

empresas alemãs no retalho austríaco. As exportações de Portugal em 2015 representaram um

volume pouco significativo; no entanto, o crescimento verificado face a 2012 (672,6%) mostra

elevado potencial para o aumento das exportações portuguesas para este mercado.

Tabela 51. Principais mercados de origem das importações austríacas de bolachas, biscoitos e bolos em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Alemanha 366,4 12,8%

2º Itália 48,2 -6,8%

3º Bélgica 24,3 54,0%

4º Polónia 20,3 15,7%

5º Hungria 19,0 13,7%

18º Portugal 0,7 672,6%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

As principais marcas austríacas de bolachas, biscoitos e bolos são, entre outras, a Vegavita e a

Winer Backstürbel (Tabela 52).

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Tabela 52. Principais marcas de bolachas, biscoitos e bolos na Áustria.

Marca Proveniência Observações

Bahlsen Alemanha Entre os seus principais produtos é possível encontrar uma diversa variedade de bolachas e biscoitos.

Lebzelterei Schmid Áustria Comercializa diversas gamas de bolachas, biscoitos e bolos, em particular de gengibre e mel.

Manner Áustria Oferece uma diversidade de bolachas e biscoitos, em particular wafers.

Vegavita Áustria Comercializa produtos vegan premium, entre os quais bolachas e biscoitos.

Winer Backstüberl Áustria Oferece uma grande variedade de bolachas, biscoitos e bolos.

Prevê-se que este mercado, que tem registado um aumento nas importações de produtos de

padaria e pastelaria, continue a crescer, apresentando potencial para as empresas da Região

Centro produtoras e exportadoras destes produtos.

4.3.3. Enchidos

A Áustria é um grande produtor e consumidor de enchidos

– o consumidor austríaco gasta, em média, 20% do seu

orçamento para artigos de mercearia em salsichas e

presuntos (Mikinovic, 2009). Nos últimos anos, este

consumo tem vindo a crescer, em particular de produtos à

base de porco, nos quais a Áustria é um dos principais

consumidores per capita a nível europeu.

O mercado dos enchidos é caraterizado por uma enorme

diversidade. Estes podem incluir salsichas baseadas em

carne crua, produtos de pickles com carne fumada e seca com sabores muito caraterísticos

(Rohpokelware), produtos de carne seca (Gebratenes), salsichas fumadas (Bruhwurste) e

produtos de carne cozinhada (Kochpokelware).

Os austríacos possuem uma longa tradição de criação e abate de gado para enchidos. A maior

parte dos processos de produção é ainda tradicional e levada a cabo em pequenas

explorações, com não mais de 50 cabeças.

Refira-se que não obstante a grande capacidade de produção, a popularidade destes produtos

faz da Áustria um país importador de enchidos. De facto, em 2015, foram importados cerca de

69,0 milhões de euros, valor que tem vindo a crescer nos últimos anos (Tabela 53).

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Tabela 53. Principais produtos do subsetor de enchidos importados pela Áustria em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

160100 Enchidos e produtos semelhantes 69,0 8,6%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, os principais fornecedores internacionais de enchidos para o mercado austríaco

eram a Alemanha e a Itália, países que apreciam igualmente algumas das carnes tradicionais

consumidas neste mercado (Tabela 54). A sua familiaridade facilita a entrada no mercado bem

como a capacidade para seguir os métodos de produção e os standards de qualidade impostos

internamente. Portugal não apresentava exportações para este mercado, havendo no entanto

uma oportunidade para tal, uma vez que a tendência de importações crescente de enchidos

por parte da Áustria abre portas a novos mercados.

Tabela 54. Principais mercados de origem das importações austríacas de enchidos em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Alemanha 44,3 11,0%

2º Itália 15,6

-8,7%

3º Hungria 3,7 26,7%

4º Países Baixos 1,5 31,5%

5º Eslovénia 1,1

-2,0%

- Portugal - - -

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Os principais concorrentes destes produtos são locais. Insersdorfer, Radatz e Stasnik são

marcas familiares para os consumidores austríacos (Tabela 55). A Já!Naturlich tem

conquistado uma fatia de mercado crescente, em virtude do aumento da preocupação com

produtos naturais ou mais saudáveis, sem no entanto perder de vista os ingredientes típicos da

cultura austríaca.

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Tabela 55. Principais marcas de enchidos na Áustria.

Marca Proveniência Observações

Inzersdorfer Áustria Entre os seus principais produtos incluem-se salsichas, carne em conserva, patés e preparados de carne pré cozinhada.

Já! Natürlich Áustria Oferece uma diversidade de produtos biológicos, nos quais se incluem salsichas e outros enchidos.

Radatz Áustria Especializada na produção e comercialização de salsichas e outros enchidos.

Stastnik Áustria Oferece uma diversidade de produtos, incluindo bacon, salsichas, salame e outros enchidos.

Vulcano Áustria Oferece produtos de elevada qualidade, nos quais se incluem diversos enchidos, presunto, fiambre e carnes secas.

Nos próximos anos a tendência crescente no consumo de enchidos deverá manter-se neste

mercado, resultando num incremento das importações. Neste sentido, o mercado austríaco

apresenta potencial relevante para uma aposta por parte de empresas de produção e

exportação de enchidos.

4.3.4. Queijos e requeijões

A Áustria tem uma longa tradição de produção de queijos e

requeijões. Existem cerca de 200 tipos de queijos e requeijões

produzidos neste país, sendo que muitos deles alcançam

avaliações positivas em competições internacionais.

Embora o queijo austríaco seja muito apreciado pelos

consumidores, tem-se assistido a alguns problemas ao nível da

confiança. Por exemplo, o queijo de leite cru esteve em destaque nas notícias nos últimos anos

em virtude de vários escândalos com bactérias de listeria (Bouma, Fievet, Kuijerem, Ridder &

Spadt, 2012).

Os queijos austríacos são conhecidos por serem muito diferentes e distintivos de outros países.

De acordo com antigas tradições, as receitas são transmitidas de geração em geração.

As regiões oriental e ocidental são as mais famosas para a produção de queijos. Os queijos

tradicionais de leite de vaca, tais como Bergkäse e Surakäs, são produzidos principalmente na

região ocidental - Voralberg. Por sua vez, na região oriental, produzem-se essencialmente

queijos de leite de ovelha.

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109

Não obstante a capacidade de produção de queijos e requeijões de qualidade, a Áustria

apresenta valores significativos de importações neste subsetor. Em 2015, a categoria outros

queijos registou um volume de negócios de 284,7 milhões de euros (Tabela 56). No entanto,

foram as categorias queijos frescos e queijos fundidos que apresentaram um maior

crescimento entre 2012 e 2015, com taxas de 29,9% e 27,3%, respetivamente.

Tabela 56. Principais produtos do subsetor dos queijos e requeijões importados pela Áustria em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

040690 Outros queijos 284,7 0,6%

040610 Queijos frescos 87,3 29,9%

040630 Queijos fundidos 18,3 27,3%

040620 Queijos ralados 14,9

-3,4%

040640 Queijos de pasta azul 11,7 11,7%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, os queijos e requeijões estrangeiros presentes no mercado austríaco eram

maioritariamente provenientes da Alemanha (Tabela 57). Outros países tradicionais de

produção de queijo registaram montantes importantes como a Itália, os Países Baixos ou a

França. A fatia de Portugal era pouco significativa e diminuiu cerca de 84,5% face a valores

registados em 2012.

Tabela 57. Principais mercados de origem das importações austríacas de queijos e requeijões em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Alemanha 251,8 10,0%

2º Itália 64,4 4,1%

3º Países Baixos 25,1 75,1%

4º França 18,0 1,8%

5º Suíça 11,9 -19,7%

20º Portugal 0,1 -84,5%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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110

As principais marcas de queijos e requeijões na Áustria são vendidas especialmente por

empresas especializadas na produção e comercialização de lacticínios, como a Kärntnermich

ou a Schärdinger, entre outras (Tabela 58).

Tabela 58. Principais marcas de queijos e requeijões na Áustria.

Marca Proveniência Observações

Kärntnermilch Áustria Comercializa diversos laticínios, incluindo uma grande variedade de queijos.

Lamercantile Áustria Oferece uma diversidade de produtos tradicionais, incluindo especialidades regionais, entre os quais diferentes variedades de queijos.

Le Gruyère Suíça Produz e comercializa internacionalmente a sua marca de queijo suíço.

Schärdinger Áustria Comercializa uma diversidade de laticínios, incluindo dezenas de variedades de queijos e requeijões.

Walsersoltz Áustria Oferece vários tipos de queijo, incluindo queijo para barrar.

Prevê-se que o consumo de queijos e requeijões continue a evoluir positivamente, alavancando

as importações destes produtos por parte da Áustria. Assim, verifica-se uma clara oportunidade

para que as empresas nacionais reforcem a sua quota de mercado na Áustria, retomando

valores de exportação que nos últimos anos caíram.

REGULAMENTOS E BARREIRAS ADUANEIRAS

A Áustria, como membro da UE, faz parte integrante da União Aduaneira, caraterizada,

essencialmente, pela livre circulação de mercadorias e pela adoção de uma política comercial

comum relativamente a países terceiros.

A União Aduaneira implica, para além da existência de um território aduaneiro único, a adoção

da mesma legislação neste domínio – Código Aduaneiro Comunitário –, bem como a aplicação

de iguais imposições e encargos alfandegários aos produtos provenientes de países terceiros.

Para além dos encargos relacionados com impostos ad valorem ou com o valor aduaneiro

(explicitados nos regulamentos e barreiras aduaneiras do mercado alemão – secção 4.2 do

presente documento), as importações estão também sujeitas ao pagamento do IVA. Na Áustria

existem as seguintes taxas de IVA:

• 20% (taxa normal) sobre a generalidade de bens e serviços;

• 13% (taxa reduzida) sobre dormidas, serviços culturais e outros;

• 10% (taxa reduzida) sobre os géneros alimentícios e os produtos farmacêuticos,

entre outros.

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111

Em termos de quadro regulatório, sinaliza-se o “regulamento de requisitos de segurança e

outros requisitos para alimentos, objetos utilitários e cosméticos de forma a proteger o

consumidor” (Food Safety and Consumer Protection Law Fed Gaz I 13/2006). Este

regulamento, lançado em janeiro de 2006, tinha como objetivo harmonizar o direito austríaco

com a regulamentação alimentar comunitária (e.g. CE 852/2004, CE 178/2002, entre outros já

explicitados na secção 4.2).

Refira-se que a regulamentação austríaca e comunitária impõe um conjunto de requisitos para

a comercialização dos produtos alimentares, destacando-se os respeitantes à rotulagem dos

mesmos e que obrigam à inclusão de elementos como a denominação comercial e a origem do

produto (já descritos na secção 4.2).

No caso da Áustria, todos os elementos devem ser apresentados em alemão e em local bem

visível na embalagem, de fácil leitura.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

112

4.4. Finlândia

CARATERIZAÇÃO GERAL DO MERCADO

Localizada no Norte da Europa, a Finlândia possui uma área de 303,8 mil km2 e uma

população de aproximadamente 5,5 milhões de habitantes (dados de 2015), correspondendo a

uma densidade populacional de 18,1 habitantes/km2.

Apesar de ser reconhecidamente uma economia forte e segura, o desempenho económico da

Finlândia nos últimos anos tem sido pautado pela irregularidade. À contração de 8,2% em

2009, seguiram-se os anos positivos de 2010 e 2011, com o PIB a crescer, respetivamente,

3,6% e 2,6%, graças à retoma das exportações. No entanto, os fracos desempenhos no seio

da UE arrastaram o país para uma recessão entre 2012 e 2014, com o PIB a regredir a uma

média anual de 1,0% (AICEP Portugal Global, 2016c).

Em 2015, a economia finlandesa retomou o rumo do crescimento, impulsionada sobretudo pelo

consumo privado, pelas exportações e pelo investimento. Em 2015, a Finlândia registou um

PIB de 209,5 mil milhões de euros, com um aumento de 0,2% face a 2014. Este ciclo positivo

prolongou-se no ano de 2016, prevendo-se a continuação de uma evolução positiva em 2017 e

2018.

As exportações finlandesas de bens e serviços desempenham um importante papel no âmbito

da sua economia, tendo contribuído com mais de 36% do PIB em 2015. Este indicador, aliado

à diminuição das importações neste mesmo ano, permitiu registar uma diminuição assinalável

no défice da balança corrente, que em 2015 se situava nos 0,4% do PIB (valor inferior aos

1,4% registados em 2014).

COMÉRCIO INTERNACIONAL E TROCAS COMERCIAIS COM PORTUGAL

Como consequência da recessão vivida na Finlândia entre 2012 e 2014, a balança comercial

do país, habitualmente excedentária, registou défices consecutivos. Refira-se, no entanto, que

este défice diminuiu consideravelmente nos últimos anos, prevendo-se que o saldo possa

voltar a registar valores positivos num futuro próximo (AICEP Portugal Global, 2016c).

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

113

Apesar de ser um país relativamente pequeno e a recuperar de uma recessão, a Finlândia é o

43º maior exportador mundial e o 46º maior importador mundial, registando em 2015 valores de

53,8 mil milhões de euros e 54,2 mil milhões de euros, respetivamente, em cada um destes

indicadores (ITC – Trade Map, 2017).

Em 2015, os principais parceiros comerciais da Finlândia eram sobretudo países com alguma

proximidade geográfica. Neste contexto salientam-se como principais clientes países como a

Alemanha (quota de 13,6%), a Suécia (quota de 10,1%) e os EUA (quota de 6,7%). Por outro

lado, os seus principais fornecedores foram a Alemanha (quota de 14,9%), a Suécia (quota de

11,2%) e a Rússia (quota de 10,9%) (AICEP Portugal Global, 2016c).

Os produtos mais exportados pela economia finlandesa refletem a importância dos seus

principais setores (florestal e telecomunicações), destacando-se as máquinas e equipamentos

mecânicos (13,6%), o papel e cartão (13,5%) e as máquinas e equipamentos elétricos (8,5%).

Já do lado das importações, registou-se um peso de 35,4% em combustíveis e óleos minerais

(13,8%), máquinas e equipamentos mecânicos (12,1%) e máquinas e equipamentos elétricos

(9,5%).

No ano em questão, Portugal ocupava o 45º lugar no ranking de clientes, com uma quota de

mercado de 0,26%, e o 25º lugar no ranking de fornecedores, com uma quota de mercado de

0,44%.

A Finlândia, por sua vez, ocupava a 25ª posição no ranking de principais clientes portugueses,

absorvendo cerca de 0,44% do total das exportações portuguesas e o 36º lugar no ranking de

principais fornecedores com uma quota de 0,27% (Tabela 59).

Tabela 59. Evolução da posição e quota da Finlândia no comércio internacional português de bens entre 2012 e

2015.

2012 2013 2014 2015

Finlândia como cliente de Portugal

Posição 25 25 25 25

% Exportações 0,50 0,46 0,50 0,44

Finlândia como fornecedor de Portugal

Posição 43 41 38 36

% Importações 0,25 0,24 0,27 0,27

Fonte: AICEP Portugal Global, 2016c

O saldo da balança comercial das trocas bilaterais entre a Finlândia e Portugal é claramente

favorável à economia portuguesa, tendo ascendido a 56,1 milhões de euros em 2015 (Tabela

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

114

60). Não obstante, verifica-se um decréscimo do saldo face a 2012, muito devido ao aumento

que tem vindo a ser registado nas importações de produtos finlandeses (16,9% entre 2012 e

2015).

Tabela 60. Evolução da balança comercial de bens de Portugal com a Finlândia entre 2012 e 2015.

2012 2013 2014 2015

Variação 2012-2015

Variação 2014-2015

Exportações (milhões de euros) 227,3 216,8 241,4 221,7 -2,5% -8,2%

Importações (milhões de euros) 141,7 134,4 156,7 165,6 16,9% 5,7%

Saldo (milhões de euros) 85,6 82,3 84,7 56,1 - -

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

As exportações portuguesas para a Finlândia, em 2015, concentraram-se sobretudo em três

grupos de produtos – minerais e minérios (55,8%), máquinas e aparelhos (12,2%) e matérias

têxteis (6,0%) – que, no seu conjunto, representaram 74% do valor global expedido por

Portugal para o mercado finlandês (AICEP Portugal Global, 2016c).

A nível de importações, no ano de 2015, registou-se um peso de 71,7% com apenas 3

categorias de produto – máquinas e aparelhos (24,7%), químicos (23,9%) e metais comuns

(23,1%).

Refira-se que, de acordo com dados do INE, o número de empresas portuguesas que

exportam para a Finlândia se manteve estável entre 2011 e 2015 (ligeiro aumento de 763 para

773).

No âmbito do setor agroalimentar, os principais produtos exportados por Portugal para o

mercado finlandês em 2015 apresentam-se explicitados na Tabela 61. Merecem particular

destaque as bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres, e as preparações de produtos hortícolas

(onde se incluem os hortofrutícolas em comporta e desidratados), categorias que apresentaram

os maiores volumes de exportação para o mercado finlandês (3,9 e 2,6 milhões de euros,

respetivamente). Sinalizam-se ainda as preparações de carnes, de peixes ou de crustáceos

(onde se incluem os enchidos), categoria que registou uma taxa de crescimento superior a

500% no período 2012-2015.

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115

Tabela 61. Principais exportações agroalimentares portuguesas para o mercado finlandês em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões de

euros) Variação

2012-2015

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 3,9 17,7%

20 Preparações de produtos hortícolas 2,6 35,5%

21 Preparações alimentícias diversas 1,3 38,9%

07 Produtos hortícolas 0,4 146,8%

16 Preparações de carnes, de peixes ou de crustáceos 0,2 515,9%

08 Frutas 0,2

-60,6%

15 Gorduras e óleos animais ou vegetais 0,1 -56,8%

19 Preparações à base de cereais 0,1 -44,2%

17 Açúcares e produtos de confeitaria 0,1 -74,2%

02 Carnes e miudezas comestíveis 0,05 - 12

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

Analisando as importações agroalimentares finlandesas em 2015, evidenciam-se, com volumes

acima dos 400 milhões de euros, as bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres, e as frutas.

Evidencia-se ainda o mel natural, categoria (com NC a 4 dígitos) que registou um crescimento

superior a 50% no período 2012-2015 (Tabela 62).

Tabela 62. Principais importações agroalimentares finlandesas em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões

de euros) Variação

2012-2015

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 454,4

-2,4%

08 Frutas 434,7 23,1%

19 Preparações à base de cereais 371,2 12,0%

04 Leite e laticínios 0406 Queijos e requeijão

366,0 278,6

3,6% 13,8%

0409 Mel natural 8,3 50,4%

21 Preparações alimentícias diversas 355,8 7,5%

15 Gorduras e óleos animais ou vegetais 311,3 -8,5%

12 Em 2012 não foi feita qualquer transação de produtos da categoria 02. Carnes e miudezas comestíveis entre

Portugal e a Finlândia.

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116

Categorias de produtos Valor (milhões

de euros) Variação

2012-2015

09 Café, chá, mate e especiarias 294,3 -1,4%

20 Preparações de produtos hortícolas 255,8 0,5%

07 Produtos hortícolas 242,3 13,3%

03 Peixes e crustáceos 240,6 12,1%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

SUBSETORES DE INTERESSE

4.4.1. Enchidos

A produção e o consumo de carne estão fortemente

enraizados na cultura finlandesa. Os finlandeses

consomem não só as carnes mais tradicionais – vaca,

porco e aves – como veado, alce e até urso. Consomem

ainda produtos à base destas carnes nomeadamente

enchidos. Refira-se que em 2015 o consumo de enchidos

no país atingiu os 11,4 kg per capita (Statista, 2017).

Na Finlândia, os enchidos são maioritariamente

produzidos em grandes unidades fabris. Unidades

industriais de processamento de carne de menores

dimensões costumam fabricar enchidos orgânicos, saudáveis ou picantes para nichos de

mercado. Os finlandeses consideram que os enchidos são uma importante parte da sua

cultura, sendo um alimento comum ou até essencial em eventos sociais (Suvanto, Querol,

Kurki & Valkosalo, 2006).

Sendo um dos pratos típicos da Finlândia, existem vários tipos de enchidos produzidos em

diferentes regiões do país. A Mustamakkara, da região de Tampere, conhecida como salsicha

preta devido à sua cor, é um tipo de morcela extremamente popular em todo o país. É

confecionada misturando carne de porco e banha, entre outros ingredientes, sendo a sua cor

induzida pela adição de sangue de porco. Outro enchido em destaque é o Ryynimakkara, que

contém pedaços de cevada, e se apresenta como uma alternativa mais saudável devido a uma

redução de gordura (10 a 15%) provocada pela adição do cereal.

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117

Em 2015, a Finlândia importou cerca de 18,4 milhões de euros em enchidos, registando uma

taxa de crescimento de 8,3% face a valores de 2012 (Tabela 63).

Tabela 63. Principais produtos do subsetor de enchidos importados pela Finlândia em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

160100 Enchidos e produtos semelhantes 18,4 8,3%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Os principais parceiros comerciais finlandeses neste setor são a Alemanha, a Dinamarca e a

Suécia, que em 2015 registaram 82,6% do total das importações finlandesas de enchidos

(Tabela 64). Refira-se que a Dinamarca tem vindo a aumentar consideravelmente as suas

exportações de enchidos para a Finlândia, tendo a taxa de crescimento ascendido a 380,3% no

período entre 2012 e 2015 (Tabela 64). Com um volume de negócios de 0,2 milhões de euros

em 2015, Portugal apresentava uma posição quase negligenciável no perfil de importações de

enchidos da Finlândia.

Tabela 64. Principais mercados de origem das importações finlandesas de enchidos e produtos semelhantes

em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Alemanha 8,9 -19,6%

2º Dinamarca 3,9 380,3%

3º Suécia 2,4

-10,6%

4º Itália 1,2 27,5%

5º Espanha 1,1 179,5%

- Portugal 0,2 515,9%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

As principais marcas de enchidos na Finlândia são, entre outras, a Atria, Kivikylän e a

Tamminen (Tabela 65).

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118

Tabela 65. Principais marcas de enchidos na Finlândia.

Marca Proveniência Observações

Atria Finlândia Comercializa diversos produtos alimentares, entre os quais diferentes tipos de enchidos.

Chef Wotkin’s Finlândia Oferece uma diversa variedade de produtos de carne, com particular destaque para salsichas e outros enchidos frescos.

HK Finlândia Disponibiliza uma diversidade de enchidos, salsichas, bacon e outros tipos de carne.

Kivikylän Finlândia Comercializa enchidos e produtos semelhantes.

Tamminen Finlândia Oferece uma grande diversidade de produtos de carne, entre os quais enchidos e carnes secas.

As tendências do subsetor para os próximos anos apontam para uma preferência dos

consumidores finlandeses para sabores sazonais, associados a produtos premium e únicos.

Adicionalmente, procurarão produtos de confeção fácil, que permitam reduzir o tempo passado

a cozinhar e facilitem o seu estilo de vida atarefado (Euromonitor International, 2017a). Prevê-

se que este mercado, que tem registado um crescimento nas importações de enchidos,

continue a crescer, apresentando potencial para que as empresas da Região Centro

diversifiquem o seu perfil de exportações.

4.4.2. Hortofrutícolas em compota e desidratados

Os consumidores finlandeses apresentam um perfil de

consumo diversificado, procurando uma grande variedade

de produtos. Estão disponíveis mais de 40 tipos de frutas e

vegetais secos/desidratados nas prateleiras dos

supermercados finlandeses, sendo considerados pelos

consumidores como snacks saudáveis (CBI Market

Intelligence, 2012).

Devido ao seu clima e à prevalência de florestas e regiões

montanhosas, as compotas finlandesas são maioritariamente feitas à base de bagas silvestres,

nomeadamente a airela vermelha, o mirtilo, a amora ártica e a framboesa. As compotas de

fruta (por exemplo de pêssego e morango) e/ou de produtos hortícolas são, normalmente,

importadas.

As importações finlandesas de preparações de produtos hortícolas atingiram os 255,8 milhões

de euros em 2015, com um crescimento de 0,5% face a valores de 2012 (Tabela 66). A

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119

categoria frutas e outras partes comestíveis de plantas preparadas ou conservadas (que inclui

a fruta seca/desidratada) cresceu 9,9% desde 2012, atingindo os 77,5 milhões de euros em

2015. Já a categoria doces, geleias e marmeladas (que inclui as compotas) cresceu 36,2%

durante o período de referência, atingindo os 16,3 milhões de euros em 2015.

Tabela 66. Principais produtos do subsetor das preparações de produtos hortícolas importados pela Finlândia

em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

20 Preparações de produtos hortícolas 255,8 0,5%

2008 Frutas e outras partes comestíveis de plantas preparadas ou conservadas

77,5 9,9%

2007 Doces, geleias e marmeladas 16,3 36,2%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, a Alemanha, os Países Baixos e a Suécia eram os principais parceiros comerciais

finlandeses no subsetor das preparações de produtos hortícolas, representando cerca de

43,9% do total das importações. Refira-se que, com uma taxa de crescimento de 33,5% entre

2012 e 2015, Portugal tem vindo a ganhar relevância na lista de principais mercados de origem

das importações finlandesas de produtos hortícolas, ocupando em 2015 o 19º lugar (Tabela

67).

Tabela 67. Principais mercados de origem das importações finlandesas de preparações de produtos hortícolas

em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Alemanha 42,5 8,8%

2º Países Baixos 41,3 11,7%

3º Suécia 28,6 -1,8%

4º Bélgica 22,0 -19,3%

5º Dinamarca 20,5 -4,3%

19º Portugal 2,5 33,5%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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120

As principais marcas de compota finlandesa são a Herkkumma e a Kaskein Marja, enquanto a

Green Tale oferece, entre outros produtos, uma variedade de frutas secas/desidratadas

(Tabela 68).

Tabela 68. Principais marcas de preparações de produtos hortícolas na Finlândia.

Marca Proveniência Observações

Green Tale Finlândia Disponibiliza no mercado finlandês uma diversidade de produtos, entre os quais fruta desidratada.

Herkkumaa Finlândia Comercializa uma grande variedade de produtos fabricados a partir de hortícolas e frutas, entre os quais compotas.

Kaskein Marja Finlândia A sua oferta de produtos inclui diversas variedades de compotas e geleias.

Kiantama Finlândia Entre outros produtos, disponibiliza aos seus clientes fruta desidratada e compotas.

Streamline Dinamarca Comercializa uma grande variedade de compotas, focando-se no desenvolvimento e comercialização de produtos saudáveis com pouca adição de açúcar.

Prevê-se que as necessidades de preparações de produtos hortofrutícolas se mantenham

elevadas nos próximos anos. De facto, devido aos seus rigorosos invernos e à reduzida área

de cultivo, a Finlândia tem uma grande necessidade de importar produtos à base de frutas e

vegetais, apresentando-se como um mercado de grande potencial para os produtores e

exportadores da Região Centro.

4.4.3. Mel

Devido ao seu clima rigoroso, a apicultura na Finlândia é

realizada sob condições extremas, sendo necessários

investimentos avultados para o isolamento térmico das unidades

de produção e das colmeias. Por este motivo, a apicultura

encontra-se concentrada no sul do país, onde o clima apresenta

mais semelhanças com o da Europa Central. As principais

regiões produtoras de mel na Finlândia são Uusimaa, Häme e

Pirkanmaa, assim como algumas zonas do sudoeste do país –

estas regiões são responsáveis por cerca de 70,0% do mel

produzido na Finlândia. Nos últimos anos, a produção média anual de mel neste país foi de 1,8

milhões de kg, tendo havido, no entanto, um aumento do seu consumo - de 475,0 para 590

gramas per capita (Ministry of Agriculture and Forestry – Finland, 2016).

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121

O número total de colónias de abelhas na Finlândia é de cerca de 46.000, sendo a produção

média anual por colónia de 40,9 kg de mel. Estima-se que o valor económico do setor seja de

cerca de 22,2 milhões de euros (Suomen Mehiläishoitajain Liitto, 2017).

A Finlândia não apresenta autossuficiência na produção de mel, sendo capaz de cobrir apenas

cerca de 62,0% do seu consumo (Ministry of Agriculture and Forestry – Finland, 2016). Neste

sentido, o país tem vindo a apresentar necessidades crescentes de importar mel natural, tendo

registado um incremento de 50,6% neste indicador entre 2012 e 2015 (Tabela 69).

Tabela 69. Principais produtos do subsetor do mel importados pela Finlândia em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

040900 Mel natural 8,3 50,6%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, os principais parceiros comerciais finlandeses neste subsetor eram a Alemanha e a

Dinamarca, que em conjunto foram responsáveis por 74,7% do total das importações de mel da

Finlândia. Historicamente a Alemanha é um mercado que tem vindo a dominar o perfil de

importações de mel na Finlândia. Não obstante a sua posição no topo da lista das principais

origens de importações finlandesas de mel em 2015, o volume de importações da Alemanha

diminuiu cerca de 63,4% entre 2012 e 2015, pelo que novos países periféricos produtores de

mel como a Argentina e a Espanha começam a revelar alguma importância, sugerindo uma

oportunidade de penetração de outros países neste mercado (Tabela 70). No caso de Portugal,

não foram registados volumes de negócios significativos no período em análise.

Tabela 70. Principais mercados de origem das importações finlandesas de mel em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Alemanha 3,6 63,4%

2º Dinamarca 2,6 41,6%

3º Bélgica 0,8

19,0%

4º Argentina 0,4 25,5%

5º Espanha 0,3 7.975,0%

- Portugal - - -

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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122

As principais marcas de mel finlandês são, entre outras, a Lappi Hunaja – que se enquadra

num nicho de mercado especializado em mel do ártico – e a Hunajaythymä (Tabela 71).

Tabela 71. Principais marcas de mel na Finlândia.

Marca Proveniência Observações

Hunajayhtymä Finlândia Comercializa mel natural, oferecendo diversas variedades deste produto.

Korpiahon Hunaja Finlândia Maior empresa de produção e comercialização de mel na Finlândia, oferecendo diversas gamas de mel natural e outros produtos baseados em mel.

Lappi Hunaja Finlândia Comercializam diversas gamas de mel do ártico, produzido em regiões do norte da Finlândia.

Mesimäki Finlândia Disponibiliza no mercado diferentes gamas de mel natural, incluindo mel aromático e com sabores a fruta.

Voi Hyvin Finlândia Oferece mel orgânico de qualidade premium.

Prevê-se que a tendência deste setor para os próximos anos seja de crescimento da procura,

induzida por consumidores atraídos por produtos saudáveis e que procuram substituir o açúcar

por adoçantes naturais, como o mel (Euromonitor International, 2017b). O facto de a Finlândia

não apresentar autossuficiência na produção de mel, aliada à tendência de diversificação

verificada no seu perfil de importações, tornam este mercado extremamente atrativo para as

empresas de produção e exportação de mel da Região Centro.

4.4.4. Vinho e bebidas licorosas

O consumo de vinho na Finlândia cresceu cerca de 1,1%

anualmente, entre 2009 e 2014, tendo atingido um valor

total de 62,1 milhões de litros (11,4 litros per capita) no

último ano. Prevê-se que até 2019 o consumo continue a

aumentar a uma taxa anual média de 1,4%, podendo

mesmo atingir os 66,4 milhões de litros (Canadean, 2015).

Por sua vez, as bebidas espirituosas viram um declínio de

4% no seu volume de vendas na Finlândia, em 2015. Este

desempenho mais fraca deveu-se a diferentes fatores,

como a maturidade do mercado e os preços elevados,

assim como a alterações proeminentes nos padrões dos consumidores neste país. De facto,

muitos dos consumidores finlandeses estão a trocar as bebidas espirituosas (mais pesadas)

por bebidas com menos álcool, como o espumante (Euromonitor International, 2017c).

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123

A categoria vinhos de uvas frescas em recipientes de capacidade não superior a 2L foi a que

maior peso teve nas importações finlandesas de vinho e bebidas licorosas em 2015, tendo

ascendido a um valor de 117,8 milhões de euros (Tabela 72). Refira-se que, em comparação

com outras bebidas licorosas, o vinho domina claramente o perfil de importações finlandesas.

Tabela 72. Principais produtos do subsetor do vinho e das bebidas licorosas importados pela Finlândia em

2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

220421 Vinhos de uvas frescas em recipientes de capacidade não superior a 2L

117,8

-0,9%

220860 Vodka 59,1

-10,2%

220429 Outros vinhos de uvas frescas 42,3 28,7

220410 Vinhos espumantes e vinhos espumosos 40,1 19,4%

220890 Outros 23,7

-4,0%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, os principais parceiros comerciais finlandeses neste setor eram a França, a

Alemanha e o Chile (Tabela 73). Destaque-se a Alemanha que, com um incremento de 30,3%

no volume de exportações para a Finlândia entre 2012 e 2015, subiu ao segundo lugar da lista

de principais mercados de origem das importações finlandesas de vinho e bebidas licorosas.

Portugal ocupava o 14º lugar nesta lista, tendo exportado para a Finlândia, em 2015,

aproximadamente 3,8 milhões de euros, valor que correspondeu a um crescimento de 18,5%

face às exportações de 2012.

Tabela 73. Principais mercados de origem das importações finlandesas de vinho e bebidas licorosas em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º França 65,2 7,2%

2º Alemanha 32,3 30,3%

3º Chile 25,9 -13,8%

4º Itália 25,7 0,3%

5º Espanha 16,0 -25,8%

14º Portugal 3,8 18,5%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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124

Uma vez que a Finlândia é um país com poucas áreas de cultivo e, portanto, quase nenhuma

atividade relacionada com a vinicultura ou produção de vinhos, as principais marcas

consumidas pelos finlandeses são importadas. Podem destacar-se, entre outras marcas,

GatoNegro da Espanha e Monte Vecchio de Itália (Tabela 74).

Tabela 74. Principais marcas de vinho e bebidas licorosas na Finlândia.

Marca Proveniência Observações

Esquador Rioja Espanha Oferece diferentes tipos de vinho a consumidores finlandeses.

GatoNegro Espanha Uma das marcas de vinho mais vendidas na Finlândia nos segmentos de tinto, branco e Chardonnay.

Gran Sasso Itália Comercializa diferentes tipos de vinho tinto e branco na Finlândia.

Monte Vechio Itália Vinho produzido em Itália; um dos mais populares entre os consumidores finlandeses.

Urmeneta Chile Marca chilena que exporta para a Finlândia diferentes vinhos, em particular tinto.

Os padrões de consumo de bebidas alcoólicas na Finlândia estão a mudar e prevê-se que

estas alterações se mantenham nos próximos anos. Em particular, os finlandeses procurarão

trocar bebidas mais pesadas por vinhos mais leves e produtos premium ou de nicho

(Euromonitor International, 2017c).

REGULAMENTOS E BARREIRAS ADUANEIRAS

A Finlândia, como membro da UE, é parte integrante da União Aduaneira, caraterizada,

essencialmente, pela livre circulação de mercadorias e pela adoção de uma política comercial

comum relativamente a países terceiros. As mercadorias com origem na UE ou colocadas em

livre prática no território comunitário (isto é, que sejam provenientes de países terceiros em

relação às quais foram pagos os direitos aduaneiros e que tenham cumprido as formalidades

de importação) encontram-se isentas de controlos alfandegários, sem prejuízo, porém, de uma

fiscalização no que respeita à respetiva qualidade e caraterísticas técnicas (especificadas na

legislação comunitária já apresentada nos regulamentos e barreiras aduaneiras do mercado

alemão – secção 4.2 deste relatório).

A União Aduaneira implica, para além da existência de um território aduaneiro único, a adoção

da mesma legislação neste domínio – Código Aduaneiro Comunitário –, bem como a aplicação

de iguais imposições e encargos alfandegários aos produtos provenientes de países terceiros.

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125

Para além dos encargos relacionados com impostos ad valorem ou com o valor aduaneiro

(explicitados na secção 4.2 do presente documento), as importações estão também sujeitas ao

pagamento do IVA.

Na Finlândia a maioria dos bens e serviços é tributada a uma taxa base de 24% (taxa normal),

sendo que os produtos alimentares, os serviços de restauração e os alimentos para animais

são taxados a 14% (taxa reduzida). Outros bens e serviços como os medicamentos, livros,

transportes públicos e atividades culturais, entre outros, são taxados a 10%. Refira-se que, no

âmbito do setor agroalimentar, são ainda aplicados impostos especiais de consumo a produtos

como bebidas alcoólicas, doces, gelados e refrigerantes.

Em termos de quadro regulatório, sinaliza-se a legislação comunitária já apresentada na

secção 4.2 (e.g. CE 852/2004 e CE 178/2002) e que impõe um conjunto de requisitos para a

comercialização dos produtos alimentares, destacando-se os respeitantes à rotulagem dos

mesmos e que obrigam à inclusão de elementos como a denominação comercial e a origem do

produto.

No caso da Finlândia, todos os elementos devem ser apresentados em língua finlandesa e/ou

sueca (ambas oficiais no país) e em local bem visível na embalagem, de fácil leitura. Os

produtos devem ainda incluir autocolantes ou etiquetas requisitadas pelo comprador e as

embalagens de transporte necessitam de estar em conformidade com as dimensões standard e

com os requisitos ambientais.

Por último, é importante sinalizar que relativamente ao subsetor dos vinhos e bebidas licorosas

se observam algumas limitações à promoção e venda destes produtos na Finlândia, através da

criação por parte do Estado de um monopólio no setor retalhista.

O monopólio dos vinhos e bebidas licorosas é controlado pela Alko13, uma empresa detida pelo

Estado finlandês e responsável pela venda no país de bebidas alcoólicas que contenham mais

de 4,7% de teor de álcool.

Refira-se que a Alko publica 2 vezes por ano (em maio e novembro) Purchase Plans incluindo

os tipos de produtos que prevê comercializar no ano seguinte nas suas lojas (tendo por base

fatores como o stock de produtos existente e a procura dos clientes) e as instruções para a

submissão de propostas e para a entrega de amostras por parte das empresas interessadas

em vender neste mercado.

13 https://www.alko.fi/en

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126

4.5. França

CARATERIZAÇÃO GERAL DO MERCADO

Localizada na região centro da Europa, a França possui uma população de 64,4 milhões de

habitantes e uma área de cerca de 544,0 mil km2 (dados de 2015), o que corresponde a uma

densidade populacional de 118,4 habitantes/km2 (AICEP Portugal Global, 2016d).

Reconhecida como uma das maiores potências económicas europeias, a França destacava-se

como a 6ª maior economia mundial em 2015, com um PIB de aproximadamente 2,2 biliões de

euros.

Não obstante a contração económica sofrida na generalidade dos países europeus em 2009,

fruto de uma grave crise financeira, a economia francesa tem vindo a apresentar taxas de

variação anuais do PIB positivas desde 2010. Em 2015, esta taxa ascendeu a cerca de 1,2%,

maior valor registado desde 2011, altura em que a economia francesa cresceu

aproximadamente 2,1%.

O setor dos serviços apresenta-se como o mais importante para a economia francesa, tendo

representado 78,8% do PIB em 2015, seguindo-se a indústria transformadora (reconhecida

nomeadamente nos setores da aeronáutica, farmacêutico, automóvel e agroalimentar) e o setor

agrícola (onde se destaca a produção de cereais, vinho e produtos lácteos) com pesos de

19,5% e 1,7%, respetivamente.

COMÉRCIO INTERNACIONAL E TROCAS COMERCIAIS COM PORTUGAL

Em 2015, a economia francesa destacou-se como a 6ª maior exportadora e a 7ª maior

importadora mundial de bens e serviços, com volumes de negócios de cerca de 445,0 mil

milhões de euros e 507,6 mil milhões de euros, respetivamente. No período entre 2011 e 2015,

a taxa de variação anual média das exportações francesas situou-se nos 5,6%, tendo as

importações registado um incremento anual de 3,8% (AICEP Portugal Global, 2016d).

Apesar de o saldo da balança comercial ser deficitário, o crescimento mais rápido das

exportações tem permitido aumentar a taxa de cobertura (das importações pelas exportações),

que em 2015 era cerca de 88,0%, valor superior aos 82,1% registados em 2011.

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127

O ano de 2015 revelou-se crucial para o aumento generalizado do volume das trocas

comerciais internacionais, uma vez que nesse ano se registaram subidas de 21,1% e 18,2%,

respetivamente, nas exportações e importações francesas face a 2014.

Refira-se a importância que as trocas comerciais no contexto europeu assumem para a

economia francesa. Em 2015, 57,9% das exportações francesas foram absorvidas por países

europeus, sendo que no caso das importações constata-se que 59,0% do total das compras

francesas foram fornecidas por estes países.

Em 2015, destacavam-se como principais clientes franceses a Alemanha (quota de 13,9%), os

EUA (quota de 8,4%), a Espanha (quota de 6,3%) e o Reino Unido (quota de 6,2%). Importa

salientar, neste contexto, o aumento de exportações destinadas aos EUA em 2015, que nesse

ano registou mais 2 pontos percentuais face a 2014 (subindo do 6º para o 2º lugar na lista de

principais clientes do país). Já do lado dos fornecedores, destacam-se a Alemanha (quota de

14,9%), os EUA (quota de 8,9%), a China (quota de 8,1%%) e a Itália (quota de 6,4%). Mais

uma vez se verifica um acréscimo acentuado do fluxo comercial com os EUA, cujo peso nas

importações alemãs aumentou 2,5 pontos percentuais entre 2014 e 2015.

Os produtos mais transacionados pela economia francesa em 2015 foram, no caso das

exportações, as aeronaves e outros aparelhos aéreos (13,4%), as máquinas e equipamentos

mecânicos (10,9%) e os veículos automóveis e outros veículos (7,9%). No caso das

importações, os produtos que registaram maior fluxo comercial foram as máquinas e

equipamentos mecânicos (11,1%), os combustíveis minerais (10,5%) e os veículos automóveis

e outros veículos (8,9%).

No mesmo ano, Portugal ocupava a 23ª posição no ranking de clientes franceses, com uma

quota de 0,8%, e a 21ª posição entre os principais fornecedores, com uma quota de 0,9%.

Por sua vez, a França apresentava uma importância relativa elevada como parceiro comercial

português, ocupando o 2º lugar no ranking de clientes (absorvendo 12,1% das exportações

portuguesas) e o 3º lugar na lista de principais fornecedores (com um peso de 7,4% na quota

de importações portuguesas) (Tabela 75).

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128

Tabela 75. Evolução da posição e quota da França no comércio internacional português de bens entre 2012 e

2015.

2012 2013 2014 2015

França como cliente de Portugal

Posição 3 3 2 2

%

Exportações 11,8 11,6 11,8 12,1

França como fornecedor de Portugal

Posição 3 3 3 3

% Importações

6,6 6,7 7,1 7,4

Fonte: AICEP Portugal Global, 2016d

O saldo da balança comercial portuguesa das trocas bilaterais com a economia francesa

apresenta um superavit significativo, que em 2015 alcançou os 1.572,5 milhões de euros

(Tabela 76). Não obstante, verifica-se um incremento acentuado das importações, que entre

2012 e 2015 cresceram bastante mais que as exportações (20,1% contra 12,7%).

Tabela 76. Evolução da balança comercial de bens de Portugal com a França entre 2012 e 2015.

2012 2013 2014 2015

Variação 2012-2015

Variação 2014-2015

Exportações (milhões de euros) 5.351,3 5.496,8 5.658,6 6.031,7 12,7% 6,6%

Importações (milhões de euros) 3.711,9 3.834,7 4.180,8 4.459,2 20,1% 6,7%

Saldo (milhões de euros) 1.639,4 1.662,0 1.477,8 1.572,5 - -

Coeficiente Cobertura 144,2% 143,3% 135,3% 135,3% - -

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

As exportações portuguesas para França em 2015 focaram-se em três principais categorias de

produtos, nomeadamente veículos e outro material de transporte (quota de 15,1%), máquinas e

aparelhos (quota de 10,1%) e metais comuns (quota de 9,0%) (AICEP Portugal Global, 2016d).

No que diz respeito às importações, registou-se, também em 2015, uma concentração elevada

em três principais categorias de produtos (com um peso de quase 50%), designadamente

veículos e outro material de transporte (22,9%), máquinas e aparelhos (14,2%) e químicos

(12,3%).

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129

No âmbito do setor agroalimentar, os principais produtos exportados por Portugal para o

mercado francês em 2015 encontram-se explicitados na Tabela 77. Destacam-se, com

volumes de exportação superiores a 60 milhões de euros, as bebidas, líquidos alcoólicos e

vinagres, e as frutas. Sinaliza-se ainda o mel natural, categoria (NC a 4 dígitos) que registou

uma taxa de crescimento significativa no período 2012-2015 (1.588,9%).

Tabela 77. Principais exportações portuguesas para o mercado francês em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões

de euros) Variação

2012-2015

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 132,2 -3,5%

08 Frutas 65,3 45,4%

16 Preparações de carnes, de peixes ou de crustáceos

56,8 -5,9%

20 Preparações de produtos hortícolas 52,5 19,6%

03 Peixes e crustáceos 40,3 30,7%

19 Preparações à base de cereais 29,0 3,0%

07 Produtos hortícolas 27,5 1,9%

04 Leite e laticínios

0406 Queijos e requeijão 25,1

3,5 -26,9%

27,7%

0409 Mel natural 0,4 1.588,9%

02 Carnes e miudezas comestíveis 18,2 92,2%

21 Preparações alimentícias diversas 14,7 38,2%

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

Analisando, a um nível global, as principais importações agroalimentares francesas em 2015,

evidenciam-se, com volumes superiores a 3 mil milhões de euros, as frutas, as carnes e

miudezas comestíveis, os peixes e crustáceos, as preparações de produtos hortícolas (onde se

incluem as hortofrutícolas em compota e desidratados), as bebidas, líquidos alcoólicos e

vinagres, o leite e laticínios, e as preparações à base de cereais (onde se incluem as bolachas,

biscoitos e doçaria conventual) (Tabela 78).

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130

Tabela 78. Principais importações agroalimentares francesas em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões de

euros) Variação

2012-2015

08 Frutas 4.597,7 23,8%

02 Carnes e miudezas comestíveis 4.307,2 - 3,8%

03 Peixes e crustáceos 4.094,5 11,6%

20 Preparações de produtos hortícolas 3.354,5 5,7%

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 3.308,2 7,4%

04 Leite e laticínios 0406 Queijos e requeijão

3.208,1 1.337,4

7,3% 14,7%

0409 Mel natural 115,7 58,6%

19 Preparações à base de cereais 3.070,3 12,8%

18 Cacau e suas preparações 2.866,3 25,8%

07 Produtos hortícolas 2.794,9 14,4%

09 Café, chá, mate e especiarias 2.575,0 22,1%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

SUBSETORES DE INTERESSE

4.5.1. Bolachas, biscoitos e doçaria conventual

Em 2014, o setor das bolachas, biscoitos e bolos em França

estava avaliado em cerca de 3 mil milhões de euros,

apresentando um crescimento considerável e contínuo desde

2009. Tipicamente, os supermercados vendem a maioria

destes produtos – cerca de 90% -, sendo a restante quota de

mercado detida sobretudo por pastelarias e lojas de retalho

especializadas (France Agroalimentaire, 2016).

Os produtores franceses confecionaram cerca de 472,8 mil

toneladas de bolachas, biscoitos e bolos em 2014,

aumentando a sua produção em cerca de 14,1 mil toneladas face ao ano anterior. No total, a

produção aumentou cerca de 3,9% face a valores de 2009, muito devido ao incremento da

produção de bolachas e biscoitos de chocolate, que em 2014 atingiram as 185,6 mil toneladas.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

131

Refira-se que os franceses apresentam fortes preferências por esta categoria de produtos,

consumindo anualmente 8,5 kg de bolachas, biscoitos e bolos per capita.

Em 2014, a França exportou cerca de 206,1 mil toneladas de bolachas, biscoitos e bolos, mais

de 45,0% do total da sua produção anual. As companhias francesas geralmente exportam mais

bolos do que bolachas e biscoitos, sendo que em 2014 a venda internacional de bolos

produzidos em França atingiu as 127,0 mil toneladas.

Não obstante, a França é uma grande importadora de bolachas, biscoitos e bolos. Em 2015, a

categoria com maior volume de importações foi outros produtos de padaria e pastelaria, que

ascendeu a mais de mil milhões de euros e cresceu 18,9% face a valores de 2012 (Tabela 79).

Tabela 79. Principais produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e bolos importados pela França em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

190590 Outros produtos de padaria e pastelaria 1.017,5 18,9%

190531 Bolachas e biscoitos adicionados de edulcorantes

456,4 8,4%

190532 Waffles e wafers 243,5 -10,4%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Grande parte das importações francesas de bolachas, biscoitos e bolos são provenientes de

países fronteiriços como a Alemanha, a Bélgica e a Itália. Em 2015, o volume de importações

proveniente destes 3 países correspondeu a 61,2% do total das importações francesas neste

subsetor. Portugal ocupava o 11º lugar na lista de principais mercados de origem das

importações francesas de bolachas, biscoitos e bolos, com um volume de exportações de 19,9

milhões de euros em 2015 – decréscimo de 16,5% face a 2012 (Tabela 80).

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132

Tabela 80. Principais mercados de origem das importações francesas de bolachas, biscoitos e bolos em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Alemanha 478,8 16,5%

2º Bélgica 380,5 7,2%

3º Itália 264,4 -8,1%

4º Países Baixos 159,4 5,4%

5º Espanha 147,2 64,2%

11º Portugal 19,9 -16,5%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

As principais marcas francesas de bolachas, biscoitos e bolos são, entre outras, Biscuterie de

Provence, Chabrior e Brossard (Tabela 81).

Tabela 81. Principais marcas de bolachas, biscoitos e bolos na França.

Marca Proveniência Observações

Biscuiterie de Provence

França Disponibiliza uma grande diversidade de biscoitos de produção biológica e sem glúten.

Brossard França Oferece uma variada gama de bolachas, biscoitos e bolos.

Chabrior França Comercializa uma grande diversidade de produtos, entre os quais bolachas, biscoitos e outros snacks.

Loc Maria França Disponibiliza bolachas e biscoitos de diferentes gamas.

St Michel França Oferece diversos tipos de produtos, incluindo bolachas, bolos e biscoitos.

Prevê-se que as importações deste mercado continuarão a ser significativas nos próximos

anos, existindo uma clara oportunidade para os produtores e exportadores de bolachas,

biscoitos e bolos portugueses retomarem a sua quota de exportações (que tem diminuído

desde 2012) para este país.

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133

4.5.2. Hortofrutícolas em compota e desidratados

Com uma área de cultivo de 550 mil hectares e uma

produção anual de 9 milhões de toneladas de frutas e

vegetais, a França é um dos maiores produtores de

hortofrutícolas em toda a Europa. Em 2016, o volume de

negócios deste subsetor – que emprega quase 700 mil

pessoas – atingiu os 8,1 mil milhões de euros. A nível de

consumo, estima-se que cada agregado familiar compre

cerca de 166,0 kg de produtos hortofrutícolas todos os anos

(Business France, 2016).

A produção de compotas de frutas e vegetais tem vindo a crescer desde 2010 em toda a UE,

tendo a França registado a maior taxa de crescimento no período 2010-2015 (56,0%). Em

2014, o mercado francês já se perfilava como o maior produtor de compotas, com um volume

de 395 mil toneladas. Por outro lado, o país apresentava-se também como o maior consumidor

deste tipo de produtos na UE, representando cerca de 36,0% do valor total consumido (CBI

Market Intelligence, 2016c).

No mercado de fruta seca/desidratada, em 2015 a França atingiu uma quota de mercado de

13,0% do total de importações destes produtos no seio da UE. Os franceses são grandes

consumidores de frutos secos/desidratados, tendo mesmo sido o país com maior consumo per

capita de tâmaras secas (0,4 kg) e de ameixas secas (0,42 kg), no mesmo ano.

As importações francesas de preparações de produtos hortícolas atingiram cerca de 2,8 mil

milhões de euros em 2015, com um crescimento de 14,4% face a valores de 2012 (Tabela 82).

A categoria frutas e outras partes comestíveis de plantas preparadas ou conservadas (que

inclui a fruta seca/desidratada) cresceu 13,9% desde 2012, atingindo 739,4 milhões de euros

em 2015. Já a categoria doces, geleias e marmeladas (que inclui as compotas) cresceu 9,6%

durante o período de referência, atingindo os 179,5 milhões de euros em 2015.

Tabela 82. Importações francesas de preparações de produtos hortícolas em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

20 Preparações de produtos hortícolas 2.794,9 14,4%

2008 Frutas e outras partes comestíveis de plantas preparadas ou conservadas

739,4 13,9%

2007 Doces, geleias e marmeladas 179,5 9,6%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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134

Em 2015, os principais parceiros comerciais franceses neste subsetor eram a Bélgica, os

Países Baixos e a Espanha, que em conjunto representaram uma quota de 48,5% das

importações francesas de preparações de produtos hortícolas. Portugal ocupava o 13º lugar

nesta lista, com um volume de exportações para França, em 2015, de aproximadamente 52,5

milhões de euros, valor que correspondeu a um crescimento de 19,6% face às exportações de

2012 (Tabela 83).

Tabela 83. Principais mercados de origem das importações francesas de preparações de produtos hortícolas

em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Bélgica 599,3 21,7%

2º Países Baixos 547,3 22,6%

3º Espanha 479,7 4,2%

4º Alemanha 372,2 -10,5%

5º Itália 230,8 -2,6%

13º Portugal 52,5 19,6%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

As principais marcas francesas de compota são, entre outras, a L’Épicurien e a St. Dalfour,

havendo também uma forte presença da marca norte americana Smucker’s (Tabela 84). Já as

frutas secas/desidratadas são normalmente fornecidas por marcas como a Brousse e a Nourish

Vitals.

Tabela 84. Principais marcas de compostas e fruta seca/desidratada em França.

Marca Proveniência Observações

Brousse França Oferecem diferentes variedades de fruta seca e desidratada.

L’Épicurien França Disponibilizam, entre outros produtos, uma vasta gama de geleias e compotas artesanais.

Nourish Vitals França Comercializam, entre outros produtos, frutas secas e desidratadas.

Smucker’s EUA Marca norte americana que disponibiliza no mercado francês compotas e geleias de diferentes sabores.

St. Dalfour França Disponibilizam, entre outros produtos, compotas de diferentes sabores, procurando oferecer aos seus consumidores alimentos saudáveis e naturais.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

135

Prevê-se que nos próximos anos as tendências de consumo francesas permaneçam

inalteradas, pelo que a procura de hortofrutícolas em compota e desidratados deverá manter-

se consideravelmente alta. Neste sentido, verifica-se uma oportunidade para as empresas

nacionais continuarem a exportar para França, aproveitando a existência de uma grande

comunidade portuguesa neste país e a crescente confiança e preferência que os franceses têm

depositado nos produtos de Portugal.

4.5.3. Mel

Um pouco por toda a Europa, os padrões de consumo têm vindo

a ser alterados nos últimos anos, com os consumidores a

procurarem cada vez mais evitar produtos e ingredientes com

elevado teor calórico e/ou açúcar refinado. Em linha com a

procura crescente de produtos baixos em calorias, os

consumidores estão também interessados em produtos com

elevado valor nutricional, naturais e que apresentem benefícios

para a saúde. O mel afigura-se como um adoçante natural, que

além de poder ser utilizado como substituto do açúcar refinado, pelo seu paladar doce, possui

uma série de benefícios para a saúde largamente apreciados pelos consumidores.

Em 2015, existiam em França cerca de 70.000 apicultores e um total de 1,3 milhões de

colmeias (French Food in the US, 2017). Este subsetor, cujo VAB estimado se encontrava na

ordem dos 133,5 milhões de euros, produz anualmente 11,4 mil toneladas de mel, valor

insuficiente para satisfazer as necessidades de consumo francesas, que atingem as 35,0 mil

toneladas por ano (cerca de 0,5 kg per capita) e que têm de ser supridas através de

importações deste produto (GFA Consulting Group, 2016).

Refira-se que em 2015 as importações francesas de mel natural ascenderam a 115,7 milhões

de euros, sendo este valor cerca de 58,6% superior ao observado em 2012 (Tabela 79). O

crescimento registado nas importações encontra-se na linha com as tendências do subsetor,

que apontam para o aumento do consumo do mel como substituto de açúcar ou produtos

complementares.

Tabela 85. Principais produtos do subsetor do mel importados pela França em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros) Variação

2012-2015

040900 Mel natural 115,7 58,6%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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136

Em 2015, a Espanha, a China e a Alemanha eram os países que mais se destacavam no perfil

das importações francesas de mel, com uma quota de 48,2% do total. Portugal ocupava o 16º

lugar nesta lista, com um volume de exportações para França, em 2015, de aproximadamente

0,9 milhões de euros, valor que correspondeu a um crescimento de 436,6% face às

exportações de 2012 (Tabela 83).

Tabela 86. Principais mercados de origem das importações francesas de mel em 2015.

Ranking Países Valor em 2015 (milhões

de euros) Variação

2012-2015

1º Espanha 25,4 43,0%

2º China 17,2 126,6%

3º Alemanha 13,2 49,5%

4º Itália 9,1 111,1%

5º Ucrânia 8,8 203,3%

16º Portugal 0,9 436,6%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

As principais marcas de mel francês são, entre outras, a Miel l’Apiculteurm, a Miel de Pyrénées

e a Lune de Miel (Tabela 87).

Tabela 87. Principais marcas de mel em França.

Marca Proveniência Observações

Lune de Miel França Oferece mel 100% natural assim como mel com diferentes fragâncias e sabores.

La Maison du Miel França Comercializa diferentes gamas de mel assim como outros produtos confecionados a partir de mel.

Miel de Pyrénées França Disponibiliza diversas gamas de mel natural com variados sabores.

Miel et Miels França Oferece mel gourmet premium com diferentes sabores.

Miel l’Apiculteur França Comercializa diferentes tipos de mel natural com variados sabores.

Como referido, a França é um mercado com elevado consumo de mel, tendência que se

deverá manter ou até aumentar nos próximos anos devido à crescente utilização do mel como

adoçante natural. Por outro lado, tendo com conta a falta de autossuficiência na produção de

mel prevê-se que as importações deste mercado continuarão a ser significativas nos próximos

anos, existindo uma clara oportunidade para os produtores e exportadores de mel natural da

Região Centro.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

137

4.5.4. Vinho e bebidas licorosas

A produção de vinho em França é feita essencialmente

em 10 regiões: Languedoc-Roussilon, Bordeaux, Rhône,

Loire, Provence, Champagne, Bourgogne, Beaujolais,

Alsace e Corsica. Com uma produção vinícola

equivalente a 47,9 milhões de hectolitros, em 2015 a

França registou um aumento de 2% na produção de

vinho face a 2014, valor que ascende a 5% quando

comparado com a média registada entre 2010 e 2014

(BNP Paribas, 2016).

Com um consumo total de cerca de 28 mil hectolitros em 2015, a produção de vinho em França

não só é autossuficiente, como faz do país o maior exportador mundial de vinho. De facto, em

2015, a França exportou 14,2 milhões de hectolitros, perfazendo um volume de negócios total

de 7,7 mil milhões de euros (MercoPress, 2015).

Não obstante a elevada produção vinícola, o diversificado perfil de consumo da população

francesa torna este mercado extramente propício a importações de diferentes bebidas

alcoólicas, com alguma predominância de bebidas licorosas. Em 2015, o produto que registou

um maior volume de importações foi aguardentes de vinho ou bagaço de uvas, que atingiu

valores superiores a 2,7 mil milhões de euros (Tabela 88).

Tabela 88. Principais produtos do subsetor dos vinhos e bebidas licorosas importados pela França em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

220820 Aguardentes de vinho ou bagaço de uvas

2.772,9 6,3%

220860 Vodka 398,7 7,2%

220429 Outros vinhos de uvas frescas 389,4 5,0%

220870 Licores 313,3 -4,3%

220830 Uísques 228,3 34,6%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, o Reino Unido era o principal mercado de origem das importações francesas deste

subsetor, com um volume de 650,6 milhões de euros em produtos expedidos para França

(Tabela 89). Refira-se que este mercado é sobretudo fornecedor de bebidas licorosas como

aguardentes, licores e uísques. No que diz respeito ao vinho, os principais mercados de origem

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138

eram a Espanha e a Itália, com um volume de exportações para França de 274,1 e 152,1

milhões de euros, respetivamente.

Tabela 89. Principais mercados de origem das importações francesas de vinho e bebidas licorosas em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Reino Unido 650,6 7,3%

2º Espanha 274,1 20,2%

3º Itália 152,1 -4,2%

4º Estados Unidos da América 138,9 17,2%

5º Portugal 111,2 -3,0%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Os consumidores franceses apresentam uma elevada preferência pelos vinhos do seu país,

conhecidos internacionalmente pela sua elevada qualidade. Entre algumas marcas relevantes

destacam-se J. P. Chenet e La Vieille Ferme (Tabela 90).

Tabela 90. Principais marcas de vinho e bebidas licorosas em França.

Marca Proveniência Observações

Châteu de Seguin França Oferece aos seus consumidores diferentes tipos de vinho, incluindo tinto, branco e champanhe.

E. Guigal França Comercializa uma grande variedade de vinhos, com particular destaque para o tinto e o branco.

Famille Perrin França Entre outras variedades, comercializa vinho tinto, branco e rosé.

J. P. Chenet França Disponibiliza diversos tipos de vinho incluindo tinto, branco e rosé.

La Vieille Ferme França Vinho de origem francesa produzido em Vallée du Rhôme; oferece vinho branco, tinto e rosé.

Prevê-se que as importações de vinho e particularmente de bebidas licorosas mantenham

valores consideravelmente elevados nos próximos anos. Destaque-se a grande comunidade

portuguesa em França como uma oportunidade para a penetração de produtos tradicionais da

Região Centro, entre os quais os vinhos.

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139

REGULAMENTOS E BARREIRAS ADUANEIRAS

A França, como membro da UE, faz parte integrante da União Aduaneira, caraterizada por um

regime de livre circulação de mercadorias e pela adoção de uma política comercial comum

relativamente a países terceiros. As mercadorias com origem em países da UE, ou já

colocadas em território comunitário, encontram-se isentas de controlos alfandegários,

necessitando apenas de cumprir os requisitos técnicos e de qualidade exigidos pelos países de

destino. Estes requisitos encontram-se de acordo com a legislação comunitária (e.g. (CE)

852/2004, (CE) 178/2022, entre outros), previamente explicitada nos regulamentos e barreiras

aduaneiras do mercado alemão (secção 4.2 do presente relatório).

A União Aduaneira implica, para além da existência de um território aduaneiro único, a adoção

da mesma legislação neste domínio – Código Aduaneiro Comunitário –, bem como a aplicação

de iguais imposições e encargos alfandegários aos produtos provenientes de países terceiros

(já referidos na secção 4.2).

A nível de tributação, em França existem diferentes taxas de IVA:

• Taxa normal: 20% aplicada à maioria dos produtos;

• Taxas reduzidas: 10% aplicada a produtos agrícolas e da pesca e 5,5% sobre a água e

bebidas não alcoólicas, géneros alimentícios, entre outros;

• Taxa específica: 2,1% aplicada sobretudo a medicamentos reembolsáveis pela

Segurança Social.

Saliente-se ainda que alguns produtos como é o caso das bebidas alcoólicas ou do tabaco

estão sujeitos ao pagamento de Impostos Especiais de Consumo.

De entre a legislação comunitária, destaquem-se os aspetos que dizem respeito à rotulagem

de produtos alimentares e que obrigam à inclusão de elementos como a denominação

comercial e a origem do produto (já apresentados na secção 4.2).

No caso da França, todos estes elementos devem ser apresentados em língua francesa e em

local bem visível na embalagem, de fácil leitura.

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140

4.6. Luxemburgo

CARATERIZAÇÃO GERAL DO MERCADO

O Luxemburgo é um país com uma das mais pequenas áreas da UE (2,6 mil km2),

apresentando uma economia aberta e muito dependente do exterior, em particular das

economias vizinhas (França, Alemanha e Bélgica). O país conta com uma população residente

de 569 mil pessoas (dados de 2015), das quais 47% são estrangeiros. Por outro lado, 71% do

total da mão-de-obra é estrangeira (sendo que 46% dos trabalhadores são oriundos da Bélgica,

da França e da Alemanha) (AICEP Portugal Global, 2017).

O Luxemburgo apresenta um nível de vida extraordinariamente elevado, registando o maior

PIB per capita da UE (76,4 mil euros em 2015 em paridade do poder de compra).

A grande maioria do PIB luxemburguês provém do setor terciário. A contribuição deste setor

para a economia representava, em 2014, 87,8% do PIB – a maior parte em resultado de

atividades financeiras, imobiliárias e serviços a empresas. Este setor empregava cerca de 187

mil pessoas neste ano, correspondendo a 72,5% da população ativa. Contudo, desde a crise

de 2008, o governo luxemburguês assumiu o objetivo de reduzir progressivamente o peso dos

serviços financeiros na economia e promover uma maior diversificação. A estratégia passa

pelos setores dos componentes automóveis, da saúde e biotecnologia, das TIC e das

tecnologias espaciais.

O setor secundário (que representava 11,9% do PIB em 2014) tem sido historicamente

dominado pela produção de ferro e aço. A tendência nos últimos anos tem sido contudo de

diversificação e têm surgido novas empresas químicas e de produtos plásticos com elevada

incorporação de tecnologia e valor acrescentado (Oficina Económica y Comercial de España,

2016).

O setor primário ocupava uma importância residual na economia luxemburguesa em 2014

(apenas 0,3% do PIB). O setor empregava 3,2 mil pessoas neste ano, o que equivale a cerca

de 2% da população ativa.

Refira-se que cerca de 80% da produção nacional de bens e serviços é exportada, e que 80%

das exportações estão concentradas no setor terciário (AICEP Portugal Global, 2017).

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

141

COMÉRCIO INTERNACIONAL E TROCAS COMERCIAIS COM PORTUGAL

A balança comercial do Luxemburgo é tradicionalmente deficitária. Em 2015, este país

apresentou um saldo negativo na balança de bens de 6,0 mil milhões de euros (apesar do

crescimento deste indicador em 11,8% face ao ano anterior) (AICEP Portugal Global, 2017).

Os principais destinos das vendas das empresas luxemburguesas são países da UE, que

concentraram 79,7% do total das exportações em 2015. Os cinco principais clientes do

Luxemburgo – Alemanha, França, Bélgica, Países Baixos e Itália – foram responsáveis por

cerca de 63% do total de bens exportados em 2015. Por outro lado, os cinco principais

fornecedores do Luxemburgo - a Alemanha, a Bélgica, a França, os EUA e os Países Baixos -

concentraram aproximadamente 71% do total das importações neste ano.

No que diz respeito aos produtos mais transacionados pelo Luxemburgo no ano em questão,

destacam-se o ferro fundido, ferro e aço (13,0%), as máquinas e equipamentos mecânicos

(11,3%) e o plástico e suas obras (9,7%). A nível das importações, os produtos mais

transacionados pela economia luxemburguesa foram os veículos automóveis e outros veículos

terrestres (12,1%), os combustíveis e óleos minerais (9,4%) e as máquinas e equipamentos

mecânicos (8,7%).

Em 2015, Portugal era o 30º país na lista de principais clientes do Luxemburgo, com uma quota

de cerca de 0,4%, apresentando-se ainda como 23º principal fornecedor deste país, com um

peso idêntico. Por outro lado, no que diz respeito à posição do Luxemburgo no comércio

internacional português, este país posicionava-se em 47º no ranking de principais clientes

portugueses (com um volume de exportações de 0,17% do total) e em 46º na lista de principais

fornecedores (com uma quota de 0,19% das importações portuguesas) (Tabela 91).

Tabela 91. Evolução da posição e quota do Luxemburgo no comércio internacional português de bens entre

2012 e 2015.

2012 2013 2014 2015

Luxemburgo como cliente de Portugal

Posição 50 48 47 47

% Exportações

0,13 0,14 0,15 0,17

Luxemburgo como fornecedor de Portugal

Posição 52 54 49 46

% Importações

0,14 0,14 0,19 0,19

Fonte: AICEP Portugal Global, 2017

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

142

Refira-se que o saldo da balança comercial de bens é tradicionalmente desfavorável a Portugal

– défice de 31,1 milhões de euros em 2015 (Tabela 92).

Tabela 92. Balança Comercial de Bens de Portugal com a Luxemburgo.

2012 2013 2014 2015 Variação 2012-2015

Variação 2014-2015

Exportações (milhões de euros) 60,1 67,6 72,4 85,9 42,9% 18,6%

Importações (milhões de euros) 80,2 80,2 109,8 117,0 45,9% 6,6%

Saldo (milhões de euros) -20,0 -12,6 -37,4 -31,1 - -

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

As exportações portuguesas para o Luxemburgo, em 2015, concentraram-se sobretudo em

bens alimentares (28,4%) e agrícolas (16,0%), surgindo na terceira posição os veículos e outro

material de transporte (13,8%). Estes três grupos de produtos constituíram quase 60,0% das

vendas portuguesas para o Luxemburgo em 2015, que no total aumentaram cerca de 42,9%

relativamente a 2012 (AICEP Portugal Global, 2017).

Refira-se que o vinho e bebidas licorosas assumem uma posição claramente dominante no

contexto dos produtos exportados – cerca de 10,6 milhões de euros se considerados em

conjunto. O Luxemburgo constitui-se como um destino crescente dos vinhos portugueses,

tendo permitido compensar em alguma medida a queda do volume de vendas deste produto

para Angola nos últimos anos.

Do lado das importações, registou-se, em 2015, um domínio acentuado de máquinas e

aparelhos, que foram responsáveis por 46,4% das compras portuguesas neste mercado.

Seguiram-se químicos (24,6%) e metais comuns (11,5%), que em conjunto com máquinas e

aparelhos tiveram um peso de 82,5% no total das importações portuguesas com origem no

Luxemburgo.

No âmbito do setor agroalimentar, os principais produtos exportados por Portugal para o

mercado luxemburguês em 2015 apresentam-se explicitados na Tabela 93. Destacam-se as

bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres, os peixes e crustáceos, e as preparações de carnes, de

peixes ou de crustáceos (onde se incluem os enchidos), categorias que apresentaram os

maiores volumes de exportação para o Luxemburgo no ano em questão (15,7, 4,3 e 3,4

milhões de euros respetivamente).

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

143

Tabela 93. Principais exportações portuguesas para o mercado luxemburguês em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões de

euros) Variação

2012-2015

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 15,7 11,3%

03 Peixes e crustáceos 4,3 77,5%

16 Preparações de carnes, de peixes ou de crustáceos 3,4 58,1%

09 Café, chá, mate e especiarias 2,3 127,6%

19 Preparações à base de cereais 2,1 10,9%

20 Preparações de produtos hortícolas 1,9 49,7%

15 Gorduras e óleos animais ou vegetais 1,6 40,9%

04 Leite e laticínios 0406 Queijos e requeijão

1,5 0,9

11,4% 67,7%

0409 Mel natural 0,04 0,5%

02 Carnes e miudezas comestíveis 1,2 32,6%

08 Frutas 1,1 -5,7%

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

Analisando, a um nível global, as principais importações agroalimentares do Luxemburgo em

2015, merecem particular destaque, com volumes superiores a 100 milhões de euros, o leite e

laticínios, as frutas, as carnes e miudezas comestíveis, as preparações à base de cereais

(onde se incluem as bolachas, biscoitos e doçaria conventual), e o café, chá, mate e

especiarias (Tabela 94).

Tabela 94. Principais importações agroalimentares luxemburguesas em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões de

euros) Variação

2012-2015

04 Leite e laticínios 0406 Queijos e requeijão

383,1 273,6

10,5% 3,9%

0409 Mel natural 1,3 30,8%

08 Frutas 235,3 66,2%

02 Carnes e miudezas comestíveis 136,1 5,6%

19 Preparações à base de cereais 135,6 3,8%

09 Café, chá, mate e especiarias 125,9 19,2%

16 Preparações de carnes, de peixes ou de crustáceos 82,6 6,9%

21 Preparações alimentícias diversas 82,1 19,0%

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144

Categorias de produtos Valor (milhões de

euros) Variação

2012-2015

03 Peixes e crustáceos 80,4 21,1%

07 Produtos hortícolas 78,4 13,9%

20 Preparações de produtos hortícolas 78,7 -3,0%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

SUBSETORES DE INTERESSE

4.6.1. Bolachas, biscoitos e doçaria conventual

Atualmente assiste-se, em toda a Europa, a uma tendência

crescente para a diversificação no consumo dos produtos de

padaria e pastelaria. Cada vez mais, os consumidores

preferem produtos que integram ingredientes saudáveis –

massas integrais, fibra e ómega 3 -, assim como produtos

pré-preparados ou prontos-a-levar, à medida que o seu

consumo se faz crescentemente fora de casa.

A cada vez maior preferência pelo snack pronto-a-levar tem

contribuído para um aumento do consumo dos produtos de

pastelaria e panificação no Luxemburgo, em particular de bolachas/bolos/snacks de pequeno-

almoço. Tratando-se de um país de dimensões extremamente reduzidas, o Luxemburgo não

apresenta autossuficiência na produção de bolachas, biscoitos e bolos, precisando,

naturalmente, de importar grande parte dos produtos que consome neste subsetor. Em 2015, a

categoria com maior volume de importações foi outros produtos de padaria e pastelaria, que

ascendeu aos 59,4 milhões de euros (Tabela 95). Observou-se, ainda, uma tendência

crescente nas importações de produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e doçaria

conventual entre 2012 e 2015.

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145

Tabela 95. Principais produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e doçaria conventual importados pela

Luxemburgo em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

190590 Outros produtos de padaria e pastelaria 59,4 12,9%

190531 Bolachas e biscoitos adicionados de edulcorantes

14,8 0,7%

190532 Waffles e wafers 5,9 8,1%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, a Bélgica destacava-se como principal parceiro comercial do Luxemburgo no

subsetor das bolachas, biscoitos e bolos, tendo atingido um volume de negócios de 38,0

milhões de euros (Tabela 96). Em segundo lugar encontrava-se a França, que beneficiou de

um decréscimo das importações com origem na Alemanha entre 2012 e 2015. Portugal

encontrava-se na sexta posição, com um volume de negócios de 1,1 milhões de euros e uma

taxa de crescimento de 85,8% entre 2012 e 2015.

Tabela 96. Principais mercados de origem das importações luxemburguesas de bolachas, biscoitos e doçaria

conventual em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Bélgica 38,0 25,3%

2º França 19,0 16,1%

3º Alemanha 17,0 -22,9%

4º Itália 3,9 108,6%

5º Países Baixos 1,2 62,7%

6º Portugal 1,1 85,8%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Entre as principais marcas de bolachas, biscoitos e bolos consumidas no Luxemburgo

encontram-se a francesa Croustipate e a italiana Bauli (Tabela 97).

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146

Tabela 97. Principais marcas de bolachas, biscoitos e doçaria conventual no Luxemburgo.

Marca Proveniência Observações

Allergo França Disponibiliza uma grande variedade de produtos sem glúten e lactose, incluindo bolachas, biscoitos, bolos e outros snacks.

Bauli Itália Comercializa produtos de pastelaria, em particular bolachas bolos e biscoitos.

Croutispate França Entre outros produtos, oferece uma diversidade de bolos, crepes e outros snacks de pastelaria sem glúten.

Hig Hagemann Alemanha Comercializa bolachas, biscoitos e outros produtos de pastelaria.

Pitch França Disponibiliza no mercado luxemburguês brioches recheados de chocolate.

Prevê-se que o consumo de bolachas, biscoitos e bolos continue com a mesma tendência de

crescimento nos próximos anos. Nesse sentido, as empresas da Região Centro poderão

aproveitar esta oportunidade para consolidar a importância que Portugal tem vindo a ganhar

neste mercado.

4.6.2. Enchidos

No Luxemburgo a produção de carne é geralmente levada a cabo em quintas familiares, onde

a qualidade de vida dos animais é tida como uma

prioridade para os produtores. Os consumidores têm em

consideração este aspeto quando escolhem os produtos

que consomem; por este motivo, a maior parte da carne

consumida no Luxemburgo é produzida localmente (Le

Governement du Gránd-Duché de Luxembour, 2017).

Os produtores luxemburgueses são especializados

sobretudo em carne de vaca e de porco; em 2012, a

população de gado bovino era de 188,5 mil cabeças,

enquanto o gado suíno rondava as 90 mil cabeças.

O luxemburguês médio compra à volta de 163,5 kg de carne por ano, tornando o Luxemburgo

um dos maiores consumidores de carne per capita em todo o mundo. A carne encontra-se

fortemente enraizada na cultura luxemburguesa, em particular no que diz respeito a enchidos e

outros produtos semelhantes. Entre os produtos mais populares encontra-se o Träipen, um

enchido tradicional do Luxemburgo, confecionado a partir da cabeça do porco e adicionado de

gordura e sangue. Existem diferentes variedades que podem levar diversos ingredientes extra,

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147

como cebola, mel ou especiarias. Também popular no Luxemburgo é o Thüringer, salsicha

tradicional alemã geralmente utilizada em cachorros quentes.

Sendo um país de elevado consumo de enchidos, e tendo em conta a pouca capacidade

produzida associada à reduzida população e dimensão do país, o Luxemburgo importa uma

parte considerável dos enchidos que consome. Em 2015, o volume de importações atingiu os

20,3 milhões de euros, valor que registou um incremento de 5,7% face a 2012 (Tabela 98).

Tabela 98. Principais produtos do subsetor de enchidos importados pelo Luxemburgo em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

160100 Enchidos e produtos semelhantes 20,3 5,7%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, a Bélgica era o principal parceiro comercial luxemburguês no subsetor dos enchidos.

Neste ano, as importações deste país ascenderam a 9,4 milhões de euros, valor três vezes

superior ao segundo mercado de importações mais popular no Luxemburgo – a Itália (Tabela

99). Portugal, por sua vez, encontrava-se na quinta posição, com um volume de exportações

de 1,3 milhões de euros neste ano – resultantes de uma subida de 76,7% face a valores de

2012.

Tabela 99. Principais mercados de origem das importações luxemburguesas de enchidos e produtos

semelhantes em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Bélgica 9,4 -4,6%

2º Itália 3,1 7,6%

3º França 2,9 34,7%

4º Alemanha 2,8 11,0%

5º Portugal 1,3 76,7%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

As principais marcas de enchidos consumidas no Luxemburgo são, entre outras, Maison

Kirsch, Dekpeyrat e Meica (Tabela 100).

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148

Tabela 100. Principais marcas de enchidos no Luxemburgo.

Marca Proveniência Observações

Aoste França Oferece diversos tipos de produtos alimentares, entre os quais salsichas e enchidos

Delpeyrat França Disponibiliza uma variada gama de produtos de charcutaria, entre os quais diversos enchidos.

Herta França Comercializa, entre outros alimentos, enchidos, salsichas e carnes secas.

Maison Kirsch Luxemburgo Entre outras variedades de produtos, oferece diferentes tipos de carne seca e enchidos.

Meica Alemanha Comercializa uma grande variedade de salsichas frescas e em conserva e outros enchidos.

Prevê-se que este mercado, que tem registado uma variação positiva nas importações de

enchidos, continue a crescer, apresentando potencial para que as empresas da Região Centro

diversifiquem o seu perfil de exportações.

4.6.3. Mel

No Luxemburgo, a produção de mel é feita maioritariamente por

pequenos apicultores, que posteriormente vendem o seu mel

(muitas vezes totalmente orgânico) em mercados locais.

Em 2015, foram produzidas no Luxemburgo 180,4 toneladas de

mel, valor mais alto registado neste mercado desde 2010 (Le

portail des statistiques, 2017). O aumento da produção está

associado às tendências crescentes de uso do mel como

substituto natural de açúcares refinados, que um pouco por toda

a Europa tem despoletado um aumento significativo no seu

consumo. De facto, de acordo com projeções da Comissão Europeia, o consumo de açúcar na

Europa irá diminuir em cerca de 5% durante a próxima década (CBI Market Intelligence, 2017).

Também as importações de mel natural têm vindo a aumentar no Luxemburgo. Entre 2012 e

2015 o volume de importações de mel cresceu cerca de 30,8%, atingindo 1,3 milhões de euros

em 2015 (Tabela 101).

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149

Tabela 101. Principais produtos do subsetor do mel importados pelo Luxemburgo em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

040900 Mel natural 1,3 30,8%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, os principais parceiros comerciais do Luxemburgo neste subsetor eram sobretudo

países fronteiriços como a França, a Alemanha e a Bélgica (Tabela 102). Apesar de não

apresentar um montante significativo, fruto da reduzida dimensão e quantidade de importações

deste mercado, Portugal era o 6º maior fornecedor de mel do Luxemburgo, podendo este

mercado constituir um nicho para alguns produtores portugueses especializados em mel

premium ou orgânico.

Tabela 102. Principais mercados de origem das importações luxemburguesas de mel em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º França 0,4 61,9%

2º Alemanha 0,3 24,6%

3º Bélgica 0,3 22,1%

4º Estados Unidos da América 0,08 31,1%

5º Espanha 0,04 38,5%

6º Portugal 0,04 500,0%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Entre as principais marcas de mel consumidas no Luxemburgo encontram-se a alemã

Breitsamer Honig e a francesa Lune de Miel (Tabela 103).

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150

Tabela 103. Principais marcas de mel no Luxemburgo.

Marca Proveniência Observações

Breitsamer Honig Alemanha Disponibiliza diversas gamas de mel natural com diferentes sabores.

Jardin Bio França Comercializa uma grande variedade de produtos biológicos, entre os quais mel natural de diversos sabores.

Lune de Miel França Oferece mel 100% natural assim como mel com diferentes fragâncias e sabores.

Rigone di Asiago Itália Disponibiliza diferentes variedades de mel natural com diversos sabores.

Wasgau Alemanha Entre muitos outros produtos, oferece mel natural biológico de diferentes sabores.

Devido às tendências crescentes de substituição do açúcar refinado por mel, prevê-se que as

importações deste mercado continuarão a crescer nos próximos anos, existindo uma

oportunidade para os produtores e exportadores de mel da Região Centro.

4.6.4. Vinho e bebidas licorosas

A produção de vinho no Luxemburgo está tipicamente

concentrada na região sudeste, onde o rio Moselle faz

fronteira com a Alemanha. Esta produção é focada

especialmente em vinhos brancos, como Rivaner (Müller-

Turhau), Elbling, Auxerrois, Riesling, Pinot Gris e Pinot

Blanc. São também produzidos diversos espumantes e

até um pouco de Pinot Noir. Em 2014, o Luxemburgo

tinha cerca de 1,2 mil hectares de vinha e produziu 10,1

milhões de litros de vinho (Knoema, 2017).

O Luxemburgo é um dos maiores consumidores de

bebidas alcoólicas no Mundo. Este facto encontra-se associado não só aos hábitos de

consumo da população luxemburguesa como à importância do enoturismo no país. Com efeito,

muitos turistas viajam com destino ao Luxemburgo com o intuito de visitar quintas e vinhas e

provar os seus produtos típicos. Em 2014, foram consumidos 5 milhões de litros de vinho no

Luxemburgo, valor que dividido apenas pela sua população ascende a quase 100,0 litros per

capita anuais.

Além dos vinhos produzidos no país, o Luxemburgo importa valores consideráveis de vinho e

bebidas licorosas. Em 2015, a categoria mais representativa era a de vinhos de uvas frescas

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151

em recipientes de capacidade não superior a 2L, que ascendia a 63,8 milhões de euros (Tabela

104). Saliente-se, ainda, a categoria uísque, que entre 2012 e 2015 cresceu cerca de 80,2%.

Tabela 104. Principais produtos do subsetor dos vinhos e bebidas licorosas importados pelo Luxemburgo em

2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

220421 Vinhos de uvas frescas em recipientes de capacidade não superior a 2L

63,8 -0,5%

220830 Uísque 30,7 80,2%

220410 Vinhos espumantes e vinhos espumosos 26,3 -5,1%

220870 Licores 17,9 31,3%

220890 Outros 12,9 85,2%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, os principais parceiros comerciais luxemburgueses neste subsetor eram a França e a

Bélgica, cujo volume de exportações para o Luxemburgo superou os 40,0 milhões de euros

(Tabela 105). Em terceiro lugar apresentava-se o Reino Unido, que com uma taxa de

crescimento de 115,5% entre 2012 e 2015 ultrapassou a Itália no ranking de principais

fornecedores luxemburgueses. Portugal encontrava-se no quinto lugar, com um volume de

exportações de 2,5 milhões de euros, valor que apresenta potencial de crescimento de acordo

com a tendência registada nos últimos anos.

Tabela 105. Principais mercados de origem das importações luxemburguesas de vinho e bebidas licorosas em

2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º França 42,5 1,9%

2º Bélgica 41,3 30,2%

3º Reino Unido 28,6 115,5%

4º Itália 22,0 17,4%

5º Portugal 2,5 15,6%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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152

As principais marcas de vinho e bebidas licorosas consumidas no Luxemburgo são, entre

outras, Crémante de Luxembourg e Domaines Vinsmoselles (Tabela 106). Também algumas

marcas internacionais, como a alemã Karl Sonntag, são populares neste mercado.

Tabela 106. Principais marcas de vinho e bebidas licorosas no Luxemburgo.

Marca Proveniência Observações

Crémant de Luxembourg

Luxemburgo Vinho espumante, semelhante a champanhe, produzido no Luxemburgo.

Domaines Vinsmoselle

Luxemburgo Comercializa diversos tipos de vinho, entre os quais o vinho branco mais vendido no Luxemburgo.

Karl Sonntag Alemanha Vinho da região vinícola de Schengen (fronteira entre o Luxemburgo e a Alemanha). Dispõe de vários tipos de vinho, incluindo tinto e branco.

Sienra Itália Vinho produzido na região de Piemonte, Norte de Itália.

Sixty Six Luxemburgo Comercializa uma grande variedade de vinho tinto, branco e rosé.

Prevê-se que as importações de vinho e bebidas licorosas mantenham a tendência de

crescimento nos próximos anos. Destaque-se a grande comunidade portuguesa no

Luxemburgo como uma oportunidade para a penetração de produtos tradicionais da Região

Centro, entre os quais os vinhos.

REGULAMENTOS E BARREIRAS ADUANEIRAS

O Luxemburgo, como membro da UE, é parte integrante da União Aduaneira, caraterizada,

essencialmente, pela livre circulação de mercadorias e pela adoção de uma política comercial

comum relativamente a países terceiros. As mercadorias com origem na UE ou colocadas em

livre prática no território comunitário (isto é, que sejam provenientes de países terceiros em

relação às quais foram pagos os direitos aduaneiros e que tenham cumprido as formalidades

de importação) encontram-se isentas de controlos alfandegários, sem prejuízo, porém, de uma

fiscalização no que respeita à respetiva qualidade e caraterísticas técnicas (especificadas na

legislação comunitária já apresentada nos regulamentos e barreiras aduaneiras do mercado

alemão – secção 4.2 deste relatório).

A União Aduaneira implica, para além da existência de um território aduaneiro único, a adoção

da mesma legislação neste domínio – Código Aduaneiro Comunitário –, bem como a aplicação

de iguais imposições e encargos alfandegários aos produtos provenientes de países terceiros.

Para além dos encargos relacionados com impostos ad valorem ou com o valor aduaneiro

(explicitados na secção 4.2), as importações estão também sujeitas ao pagamento do IVA. A

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153

taxa normal aplicada sobre a generalidade dos bens e serviços é de 18%. No entanto, em

determinadas situações e tipo de produtos (principalmente bens essenciais e alguns serviços),

podem ser aplicadas as taxas intermédia (14%), reduzida (8%) e super reduzida (3%). Sobre

determinados bens como sejam o álcool, as bebidas alcoólicas, o tabaco e os produtos

petrolíferos incidem ainda Impostos Especiais de Consumo (Excise Duties).

De entre a legislação comunitária, destaquem-se os aspetos que dizem respeito à rotulagem

de produtos alimentares e que obrigam à inclusão de elementos como a denominação

comercial e a origem do produto (já apresentados na secção 4.2).

No caso do Luxemburgo, todos estes elementos devem ser apresentados numa das três

línguas oficiais do país (luxemburguês, francês e alemão) e em local bem visível na

embalagem, de fácil leitura.

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154

4.7. Suíça

CARATERIZAÇÃO GERAL DO MERCADO

Com 8,2 milhões de habitantes dos quais cerca de 24% correspondem a residentes

estrangeiros (sobretudo italianos, alemães e portugueses), a Suíça possuía em 2015 um dos

maiores PIB per capita europeus (65,2 mil euros) e perfilava-se como a 19ª maior economia a

nível mundial (AICEP – Portugal Global, 2016e).

Segundo o Global Competitiveness Report 2016-2017 do Fórum Económico Mundial, num

conjunto de 138 países, a Suíça ocupa, pelo oitavo ano consecutivo, o 1º lugar no Índice Geral

de Competitividade, sendo de sublinhar a posição cimeira alcançada nos seguintes pilares:

eficiência do mercado laboral, disponibilidade tecnológica, fatores de sofisticação e inovação.

A economia suíça é uma das mais prósperas, modernas e competitivas do mundo, caraterizada

por um setor terciário muito desenvolvido (impulsionado pelos serviços financeiros) e por um

setor industrial baseado em alta tecnologia e inovação. Dispõe ainda de uma cultura

empresarial exigente e de uma mão-de-obra altamente qualificada.

O setor terciário representava, em 2015, 75% do PIB e 74% da população empregada, com

particular destaque para o comércio, os serviços financeiros e o turismo. A indústria era

responsável por cerca de 23% do PIB e 22% do emprego, enquanto o setor agrícola não

chegava a representar 1% do PIB e absorvia 2% do emprego (AICEP Portugal Global, 2016e).

COMÉRCIO INTERNACIONAL E TROCAS COMERCIAIS COM PORTUGAL

O posicionamento da Suíça no panorama do comércio internacional tem vindo a reforçar-se

nos últimos anos. De acordo com a Organização Mundial de Comércio, este país posicionava-

se, em 2015, no 16º lugar do ranking de exportadores, com uma quota de 1,8% das

exportações mundiais, e no 17º enquanto importador, com uma quota de 1,5%.

Em 2015, a Suíça apresentava um saldo da balança comercial de 35 mil milhões de euros, que

correspondeu a um aumento de aproximadamente 7% face ao ano anterior (AICEP Portugal

Global, 2016e).

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155

Neste ano, os principais parceiros comerciais suíços eram, do lado das exportações, a

Alemanha (14,2%), os EUA (10,6%) e Hong Kong (8,7%). Já a nível de importações, os

principais fornecedores eram a Alemanha (20,6%), o Reino Unido (12,8%) e os EUA (8,0%).

Por sua vez, os produtos mais comercializados pela economia suíça, no mesmo ano, eram

pérolas, pedras e metais preciosos (30,5%), produtos farmacêuticos (20,8%) e máquinas e

aparelhos mecânicos (7,9%) – a nível de exportações - e pérolas, pedras e metais preciosos

(34,4%), produtos farmacêuticos (8,6%) e máquinas e aparelhos mecânicos (7,1%) – a nível de

importações.

As trocas comerciais entre a Suíça e Portugal posicionam a economia portuguesa no 39º lugar

da lista de principais clientes das vendas internacionais deste país e em 38º lugar no ranking

de fornecedores internacionais de bens à economia suíça.

Verifica-se que a Suíça assume um papel mais preponderante na economia portuguesa,

ocupando, em 2015, o 16º lugar na lista de clientes (quota de mercado de 0,92%) e detendo a

29ª posição no ranking de fornecedores (quota de 0,44%) (Tabela 107).

Tabela 107. Evolução da posição e quota da Suíça no comércio internacional português de bens entre 2012 e

2015.

2012 2013 2014 2015

Suíça como cliente de Portugal

Posição 16 16 16 16

%

Exportações 0,89 0,89 0,89 0,92

Suíça como fornecedor de Portugal

Posição 25 25 28 29

% Importações

0,59 0,49 0,45 0,44

Fonte: AICEP Portugal Global, 2016e

Nos últimos anos, a balança comercial tem registado constantes saldos positivos para Portugal.

Verifica-se um aumento anual, desde 2012, das exportações portuguesas com destino à Suíça,

acompanhada de uma diminuição significativa das importações. No período 2012-2015 as

exportações cresceram 14,4% e as importações diminuíram 21,0%, resultando num saldo da

balança comercial de 194,6 milhões de euros em 2015.

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156

Tabela 108. Evolução da balança comercial de bens de Portugal com o Luxemburgo entre 2012 e 2015.

2012 2013 2014 2015 Variação 2012-2015

Variação 2014-2015

Exportações (milhões de euros) 400,9 419,1 429,3 458,6 14,4% 6,8%

Importações (milhões de euros) 334,2 280,4 265,7 264,0 -21,0% -0,6%

Saldo (milhões de euros) 66,6 138,7 163,6 194,6 - -

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

Em 2015, os principais produtos portugueses exportados para a Suíça em 2015 eram os

produtos alimentares (12,6%), as máquinas e aparelhos (11,4%) e os veículos e material de

transporte (8,9%). Do lado das importações, os produtos que encabeçavam a lista eram os

químicos (66,5%), as máquinas e aparelhos (13,4%) e os instrumentos de ótica e precisão

(8,5%) (AICEP Portugal Global, 2016e).

No âmbito do setor agroalimentar, os principais produtos exportados por Portugal para o

mercado suíço apresentam-se explicitados na Tabela 109.

Tabela 109. Principais exportações portuguesas para o mercado suíço em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões de

euros) Variação

2012-2015

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 44,1 11,7%

03 Peixes e crustáceos 8,9 57,4%

16 Preparações de carnes, de peixes ou de crustáceos 3,9 62,0%

19 Preparações à base de cereais 3,6 -14,1%

20 Preparações de produtos hortícolas 3,6 100,1%

04 Leite e laticínios 0406 Queijos e requeijão

3,4 2,0

119,1% 50,0%

0409 Mel natural 0,009 1,1%

21 Preparações alimentícias diversas 2,1 142,5%

15 Gorduras e óleos animais ou vegetais 2,0 96,6%

07 Produtos hortícolas 1,7 55,0%

08 Frutas 1,6 46,8%

Fonte: INE, Base de Dados (acedido em abril de 2017)

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157

Destacam-se, com um volume de exportações superior a 40 milhões de euros, as bebidas,

líquidos alcoólicos e vinagres. Sinalizam-se ainda as preparações alimentícias diversas e o

leite e laticínios, categorias que registaram taxas de crescimento no período 2012-2015 de

142,5% e 119,1%, respetivamente.

Analisando, a um nível global, as principais importações agroalimentares da Suíça em 2015,

evidenciam-se, com volumes superiores a 650 milhões de euros, as bebidas, líquidos

alcoólicos e vinagres, as frutas, o café, chá, mate e especiarias, e as preparações à base de

cereais (onde se incluem as bolachas, biscoitos e doçaria conventual) (Tabela 110).

Tabela 110. Principais importações agroalimentares suíças em 2015.

Categorias de produtos Valor (milhões de

euros) Variação

2012-2015

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 1.643,6 10,1%

08 Frutas 1.158,9 41,0%

09 Café, chá, mate e especiarias 787,8 14,2%

19 Preparações à base de cereais 667,2 15,4%

02 Carnes e miudezas comestíveis 624,3 13,3%

21 Preparações alimentícias diversas 596,3 -1,3%

18 Cacau e suas preparações 562,8 42,7%

07 Produtos hortícolas 547,9 16,8%

04 Leite e laticínios 0406 Queijos e requeijão

502,7 326,2

7,9% 8,4%

0409 Mel natural 35,4 32,4%

06 Plantas vivas e produtos de floricultura 493,6 1,1%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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SUBSETORES DE INTERESSE

4.7.1. Bolachas, biscoitos e doçaria conventual

Produtos da categoria das bolachas, biscoitos e bolos são

extremamente populares na Suíça, sendo normalmente

considerados como snacks convenientes e acrescentados à

lista de compras semanais dos agregados familiares neste

país. O consumo anual destes produtos na Suíça atingiu os 5

kg per capita em 2014, valor que tem vindo a manter-se

estável até hoje. A popularidade das bolachas e biscoitos é

influenciada, não só pela conveniência que estes produtos

apresentam, como pelas inovações, ao nível do produto,

introduzidas neste subsetor anualmente (Euromonitor International, 2015).

O preço médio das bolachas, biscoitos e bolos tem permanecido estável, não obstante uma

subida marginal dos mesmos em 2016. Devido à forte posição do franco suíço face ao dólar e

ao euro, os produtores suíços têm-se deparado com algumas dificuldades para comercializar

os seus artigos devido à forte concorrência de produtos importados de outros países a preços

mais acessíveis. De facto, tem sido crescente a quantidade de bolachas, biscoitos e bolos

importados, tanto de conhecidas marcas europeias, como de marcas brancas, com um preço

médio inferior ao normalmente praticado pelos produtores e retalhistas suíços neste subsetor

(ReportLinker, 2016).

Em 2015, as importações suíças de produtos do subsetor da padaria e pastelaria ascenderam

a 389,4 milhões de euros, valor que representou um incremento de 18,5% face a 2012. A

categoria outros produtos de padaria e pastelaria foi a que teve maior peso nas importações

suíças neste subsetor, tendo sido responsável por 75,6% das compras internacionais em 2015

(correspondendo a 294,5 milhões de euros). Destaque-se, ainda, o crescimento das

importações de waffles e wafers que, entre 2012 e 2015, aumentaram cerca de 41,9% (Tabela

111).

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Tabela 111. Principais produtos do subsetor das bolachas, biscoitos e bolos importados pela Suíça em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

190590 Outros produtos de padaria e pastelaria 294,5 18,6%

190531 Bolachas e biscoitos adicionados de edulcorantes

52,9 9,5%

190532 Waffles e wafers 26,7 41,9%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, grande parte das importações suíças de bolachas, biscoitos e bolos eram

provenientes de países fronteiriços como a Alemanha, a Itália e a França (Tabela 112). Neste

ano, o volume de importações destes 3 países correspondeu a 40,2% do total neste subsetor.

Portugal ocupava o 13º lugar na lista de principais mercados de origem das importações suíças

de bolachas, biscoitos e bolos, com um volume de exportações para este país de 2,3 milhões

de euros em 2015 - redução de 36,0% face a 2012 (Tabela 112).

Tabela 112. Principais mercados de origem das importações suíças de bolachas, biscoitos e bolos em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Alemanha 138,2 28,7%

2º Itália 62,0 12,4%

3º França 56,2 15,1%

4º Áustria 39,7 18,5%

5º Espanha 21,1 34,2%

13º Portugal 2,3 -36,0%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

As principais marcas suíças de bolachas, biscoitos e bolos são, entre outras, a Kambli e a

Swiss Delice (Tabela 113).

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

160

Tabela 113. Principais marcas de bolachas, biscoitos e bolos na Suíça.

Marca Proveniência Observações

Kagi Suíça Oferece uma diversidade de bolachas, biscoitos e wafers cobertas de chocolate suíço.

Kambli Suíça Comercializa diferentes tipos de bolachas e biscoitos.

Laeckerli Huus Suíça Disponibiliza diferentes gamas de bolachas e biscoitos, entre outros produtos.

Viscuit Suíça Comercializa diferentes biscoitos feitos à base de cereais integrais.

Swiss Delice Suíça Entre outros produtos, oferece uma diversidade de bolachas e biscoitos.

Prevê-se que o consumo de produtos de padaria e pastelaria na Suíça possa crescer

marginalmente durante os próximos anos (Euromonitor International, 2015). Por outro lado,

sendo este um mercado de elevado potencial, será expectável que Portugal possa recuperar a

sua quota de exportações, que entre 2012 e 2015 sofreu um decréscimo acentuado.

4.7.2. Mel

Na Suíça são produzidas anualmente 3,4 mil toneladas de mel

natural, quantidade que cobre apenas um terço das

necessidades de um país que todos os anos consome cerca de

1,3 kg de mel natural per capita (Agroscope, 2017).

Neste sentido, a Suíça precisa de importar uma quantidade

significativa deste produto, necessidade que aliada à crescente

substituição do açúcar refinado pelo mel natural provocou um

incremento considerável das importações deste subsetor. De

facto, entre 2012 e 2015, o valor das importações de mel natural cresceu cerca de 32,4%

(Tabela 114).

Tabela 114. Principais produtos do subsetor do mel importados pela Suíça em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

040900 Mel natural 35,4 32,4%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

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161

Em 2015, os principais parceiros comerciais suíços neste subsetor eram o México e a

Alemanha, que em conjunto obtiveram uma quota de 59,8% das importações de mel natural.

Destaque-se ainda a Áustria que, com um incremento de 34,9% no volume de exportações

entre 2012 e 2015, subiu ao terceiro lugar da lista de principais mercados de origem das

importações suíças de mel natural (Tabela 115). Refira-se que entre 2012 e 2015 Portugal não

exportou mel para a Suíça.

Tabela 115. Principais mercados de origem das importações suíças de mel em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º México 10,5 30,1%

2º Alemanha 10,1 29,7%

3º Áustria 2,4 34,9%

4º Argentina 2,4 -3,4%

5º França 2,4 8,6%

- Portugal - - -

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

As principais marcas de mel suíço são a Swiss Alpine Honey e a Apimiel (Tabela 116).

Destaque-se ainda a marca alemã Breitsamer Honig que figura na lista das mais consumidas

neste país.

Tabela 116. Principais marcas de mel na Suíça.

Marca Proveniência Observações

Apimiel Suíça Oferece várias variedades de mel natural.

Hero Suíça Entre uma grande variedade de outros produtos, disponibiliza aos seus consumidores mel natural.

Nectaflor Suíça Entre outros produtos, comercializa diferentes tipos de mel natural

Breitsamer Honig Alemanha Oferece diversas gamas de mel natural com diferentes sabores.

Swiss Alpine Honey

Suíça Comercializa mel natural de qualidade premium produzido nos Alpes Suíços.

Devido às tendências crescentes de substituição do açúcar refinado por mel, e ao facto de a

Suíça não apresentar autossuficiência na produção de mel natural, prevê-se que as

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162

importações deste mercado continuarão a ser significativas nos próximos anos, existindo uma

clara oportunidade para os produtores e exportadores de mel natural da Região Centro.

4.7.3. Queijos e requeijões

O subsetor dos queijos e requeijões é um dos mais dinâmicos na

Suíça, mercado que oferece aos seus clientes cada vez mais

qualidade e diversidade – existem hoje mais de 400 tipos de queijo

suíço (Euromonitor International, 2017d).

As principais caraterísticas dos queijos suíços são a sua alta

qualidade e sabor, aliados a rigorosos parâmetros de produção,

controlo de qualidade e diretivas ambientais. As regiões mais representativas dos queijos

suíços são Appenzell, Emmentaller, Gruyère e Sbrinz, todas elas associadas a famosas

variedades de queijo (Cheeses from Switzerland, 2017).

Os suíços são ávidos consumidores de queijos e requeijões – em 2015 foram consumidos

cerca de 21,0 kg per capita. As vendas de queijo mozarela (3,6 kg per capita) foram as que

mais cresceram nos últimos anos, tendo aumentado cerca de 25,0% na última década

(Swissmilk, 2017).

Não obstante a grande quantidade e qualidade dos queijos na Suíça, verifica-se que as

importações de queijos e requeijões têm vindo a aumentar. Em 2015, as importações suíças de

queijos e requeijões ascenderam a 326,2 milhões de euros, valor que representou um

incremento de 8,4% face às importações destes produtos em 2012. A categoria de produtos

outros queijos (que inclui Cheddar, Edam, Camembert, entre outros) foi a que maior peso teve

nas importações, tendo sido responsável por mais de metade do valor das compras

internacionais de queijos e requeijões em 2015 (Tabela 117). Destaque-se, ainda, o

crescimento das importações de queijos fundidos que, entre 2012 e 2015, aumentaram cerca

de 30,0%.

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163

Tabela 117. Principais produtos do subsetor dos queijos e requeijões importados pela Suíça em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

040690 Outros queijos 186,9 6,2%

040610 Queijos frescos 91,6 13,5%

040630 Queijos fundidos 18,5 30,0%

040620 Queijos ralados 15,7 4,3%

040640 Queijos de pasta azul 14,0

-6,8%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, grande parte das importações suíças de queijos e requeijões eram provenientes de

países fronteiriços como a Itália, a França e a Alemanha (Tabela 118). Neste ano, o volume de

importações destes 3 países correspondeu a 85,3% do total das importações suíças de queijos

e requeijões. Portugal ocupava o 10º lugar na lista de principais mercados de origem das

importações suíças de queijos e requeijões, com um volume de exportações para este país de

2,3 milhões de euros em 2015 - incremento de 48,0% face a 2012 (Tabela 118).

Tabela 118. Principais mercados de origem das importações suíças de queijos e requeijões em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Itália 122,3 0,6%

2º França 107,9 5,8%

3º Alemanha 47,9 19,7%

4º Países Baixos 11,5 26,0%

5º Grécia 9,8 36,3%

10º Portugal 2,3 48,0%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

A produção nacional representa cerca de dois terços do consumo anual de queijos e requeijões

na Suíça, mostrando uma elevada fidelidade dos consumidores suíços para com os produtos

domésticos (Euromonitor International, 2017d). Entre algumas das marcas/variedades mais

consumidas encontram-se Appenzeller, Le Gruyère e Tête de Moine (Tabela 119).

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164

Tabela 119. Principais marcas/variedades de queijos e requeijões na Suíça.

Marca/Variedade Proveniência Observações

Appenzeller Suíça Produzido na região de Appenzel, oferece vários tipos de queijo incluindo queijo com temperos e fondue.

Le Gruyère Suíça Oferece uma gama diversificada de queijos, que vão desde o “clássico” até ao biológico, produzido apenas com produtos orgânicos.

Sbrinz Suíça Confecionado na região centro da Suíça, este queijo entra na categoria dos queijos duros.

Tête de Moine Suíça Produzido na região de Bellelay, esta categoria de queijo semiduro oferece as variedades “clássic” e “reseve”.

Vacherin Fribourgeois

Suíça Comercializa 6 diferentes tipos de queijo produzidos com diferentes ingredientes e tempos de cura distintos.

Prevê-se que nos próximos anos o interesse dos consumidores suíços por queijos de elevada

qualidade lhes permita manter uma ligação forte com os produtos locais. No entanto, é

esperado que a percentagem de queijo importado, a preços mais acessíveis, continue a

crescer no volume de negócios total do subsetor (Euromonitor International, 2017d).

4.7.4. Vinho e bebidas licorosas

O consumo de bebidas alcoólicas na Suíça tem vindo a

diminuir nos últimos anos. Em 2014, foram consumidos

264,9 milhões de litros de vinho e bebidas licorosas,

menos 2,8% que no ano anterior (CBI Market Intelligence,

2016d). Sinalizam-se os consumos de vinho tinto e

branco, que sofreram, nesse ano, decréscimos de 3,3% e

1,7%, respetivamente. Já o espumante tem vindo a

ganhar quota de mercado, tendo ascendido a 7% do total

de vinho consumido em 2014. Refira-se a importância que

o vinho premium tem neste mercado, constituindo cerca

de 20 a 30% do total de vinho consumido na Suíça.

A área vinícola na Suíça ocupa 14,8 mil hectares; mais de metade desta área (58%) é

constituída por castas de uvas usadas em vinho tinto como Pinot Noir e Gamay.

A produção doméstica de vinho e bebidas licorosas, em 2014, ascendeu aos 94,0 milhões de

litros, um incremento de quase 10 milhões face aos valores de 2013 mas insuficiente para

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

165

satisfazer as necessidades dos consumidores locais (Branchenverband Deutschschweizer

Wein, 2017).

A categoria vinhos de uvas frescas em recipientes de capacidade não superior a 2L foi a que

teve maior peso teve nas importações suíças de vinho e bebidas licorosas em 2015, tendo

ascendido a um valor de 708,5 milhões de euros, correspondente a 61,9% do total das

importações do subsetor (Tabela 120). Refira-se que, em comparação com outras bebidas

licorosas, o vinho domina claramente o perfil de importações suíças.

Tabela 120. Principais produtos do subsetor dos vinhos e bebidas licorosas importados pela Suíça em 2015.

NC Designação Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

220421 Vinhos de uvas frescas em recipientes de capacidade não superior a 2L

708,5 2,3%

220410 Vinhos espumantes e vinhos espumosos 167,7 11,5%

220429 Outros vinhos de uvas frescas 86,4 8,6%

220830 Uísques 56,9 23,7%

220890 Outros 36,2 25,7%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Em 2015, os principais parceiros comerciais suíços neste subsetor eram a Itália, a França e a

Espanha, que em conjunto obtiveram uma quota de 74,2% das importações de vinho e bebidas

licorosas suíças. Destaque-se, ainda, a Alemanha que, com um incremento de 22,4% no

volume de exportações para a Suíça, entre 2012 e 2015, subiu ao quarto lugar da lista de

principais mercados de origem de importações suíças de vinhos e bebidas licorosas (Tabela

121). Portugal ocupava o 19º lugar nesta lista, com um volume de exportações para a Suíça,

em 2015, de aproximadamente 27,9 milhões de euros, valor que correspondeu a um aumento

de 22,7% face às exportações de 2012.

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166

Tabela 121. Principais mercados de origem das importações suíças de vinho e bebidas licorosas em 2015.

Ranking Países Valor em 2015

(milhões de euros)

Variação 2012-2015

1º Itália 376,8 13,9%

2º França 342,6 -9,4%

3º Espanha 130,0 7,1%

4º Alemanha 52,5 22,4%

5º Reino Unido 52,1 9,4%

19º Portugal 27,9 22,7%

Fonte: ITC, Trade Map (acedido em abril de 2017)

Os consumidores suíços apresentam uma forte preferência por produtos domésticos, o que se

aplica, naturalmente, ao vinho. Refira-se que a qualidade crescente destes vinhos tem levado a

um aumento anual do consumo de vinho doméstico nos últimos anos (Euromonitor

International, 2016b). Entre as marcas de vinho e bebidas licorosas mais consumidas

encontram-se Cave de la Côte, Château d’Auvernier e Maison Gilliard (Tabela 122).

Tabela 122. Principais marcas de vinho e bebidas licorosas na Suíça.

Marca Proveniência Observações

Cave de la Côte Suíça Oferece uma vasta seleção de vinho branco, tinto, rosé e espumante.

Cave Cidis Suíça Comercializa vinhos de diferentes gamas e preços, incluindo tinto, branco e rosé.

Château d’Auvernier

Suíça Disponibiliza uma grande diversidade de vinhos, incluindo branco, tinto, chardonnay, pinnot gris, entre outros.

Maison Gilliard Suíça Oferece uma vasta variedade de vinhos de diferentes gamas de preços.

Serge Roh Suíça Comercializa vinhos brancos, rosés e tintos de diferentes castas.

O crescente aumento da preferência dos consumidores suíços por bebidas não alcoólicas ou

pela cerveja poderá provocar uma queda no consumo de vinho e bebidas licorosas nos

próximos anos, facto que deverá ser tido em consideração por parte dos produtores da Região

Centro na abordagem a este mercado.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

167

REGULAMENTOS E BARREIRAS ADUANEIRAS

Apesar da Suíça não fazer parte da UE e portanto não ser integrante da União Aduaneira, as

exportações comunitárias para este país são, na sua maioria, efetuadas livremente por força de

vários acordos estabelecidos incluindo:

• Acordo de comércio livre de produtos industriais (1972);

• Acordo de comércio livre de produtos agrícolas (1999);

• Acordo de comércio livre de produtos agrícolas transformados (2004).

Para que as mercadorias possam beneficiar destes regimes preferenciais, aquando da sua

exportação para a Suíça, é necessário comprovar a origem comunitária das mesmas através

da apresentação do certificado de circulação de mercadorias, emitido pelas alfândegas do país

de origem.

No caso da exportação frequente de mercadorias para a Suíça, deverá ser requerido o estatuto

de “exportador autorizado”. Refira-se que este estatuto deve ser solicitado, no caso português,

por escrito, à Diretora-Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, devendo o pedido ser

acompanhado de um dossier, em duplicado, onde constem, entre outras, informações sobre os

produtos e as respetivas provas de origem.

Apesar de apresentar requisitos legais extremamente semelhantes aos da UE em termos de

especificações técnicas e regras de qualidade (nomeadamente alimentar), nem sempre a

legislação suíça está de acordo com a comunitária. Neste sentido, é conveniente um contacto

prévio com o cliente/importador para obtenção de esclarecimentos quanto às especificações

desejadas e permitidas para os produtos.

A pauta aduaneira suíça é semelhante à da UE, sendo o valor aduaneiro calculado através do

valor CIF no país de importação das mercadorias, imputando aos importadores a

responsabilidade do pagamento do transporte de mercadorias, bem como do seguro do

mesmo. Para além dos direitos aduaneiros, as importações estão sujeitas ao pagamento de

IVA, existindo para tal taxas diferenciadas:

• 8% (taxa normal) sobre a generalidade de bens e serviços;

• 2,5% (taxa reduzida) sobre alguns géneros alimentícios, água e eventos culturais e

desportivos;

• 3,8% (taxa especial) sobre serviços de hotelaria;

• 0% sobre seguros, serviços financeiros, educação e saúde.

Saliente-se que alguns produtos como é o caso das bebidas alcoólicas ou do tabaco estão

sujeitos ao pagamento de Impostos Especiais de Consumo.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

168

No que toca à rotulagem de produtos, aplicando-se genericamente as regras em vigor no

espaço comunitário (descritas nos regulamentos e barreiras aduaneiras do mercado alemão –

secção 4.2), todos os elementos deverão ser apresentados, pelo menos, numa das três línguas

oficiais da Suíça: francês, alemão e italiano.

Existem, no entanto, particularidades por exemplo relativamente ao vinho, cujos rótulos das

embalagens vendidas no país deverão fazer referência, entre outros elementos, ao nome e

morada do importador suíço, nome do produtor, designação do produto, indicação geográfica

de origem e percentagem de álcool. Deverão ainda, conforme exigido pelo Swiss Alcohol

Board, serem feitos de material facilmente deteriorável.

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169

5. Estratégia de internacionalização

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

170

5. Estratégia de internacionalização

Neste Capítulo é apresentada a estratégia de internacionalização por produto a adotar pela

InovCluster no período 2017-2020, encontrando-se a mesma alicerçada nas análises efetuadas

quer ao nível dos produtos, quer ao nível dos próprios mercados, sintetizadas nos capítulos

anteriores, e nos resultados das sessões realizadas.

A estratégia definida assenta em diferentes níveis: visão, objetivos estratégicos, linhas de

orientação estratégica, ações a desenvolver e fichas de abordagem aos mercados por produto

(Figura 70).

Figura 70. Níveis de definição da estratégia.

Visão

Objetivos estratégicos

Linhas de orientação estratégica

Ações a desenvolver

Fichas de abordagem aos mercados por produto

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

171

5.1. Visão e objetivos estratégicos

A visão exprime o cenário ambicionado pela InovCluster no futuro próximo, posicionando-se

como o objetivo último das atividades a realizar em matéria de apoio à internacionalização das

empresas do setor agroalimentar da Região Centro.

Neste sentido, no âmbito do Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor

Agroalimentar da Região Centro, propõe-se a seguinte visão:

Vis

ão

Em 2020, os produtos da Região Centro serão amplamente reconhecidos e

apreciados nos mercados internacionais por via da sua autenticidade e qualidade.

Em alinhamento com a visão, foi definido um conjunto de objetivos estratégicos:

Ob

jeti

vo

s e

str

até

gic

os

Melhorar o posicionamento externo das marcas e produtos agroalimentares da

Região Centro;

Melhorar a capacidade de penetração dos produtos agroalimentares em

mercados externos;

Promover a diversificação para mercados de nicho ou de maior sofisticação;

Adaptar os produtos agroalimentares aos gostos e preferências dos mercados

de destino, em particular em termos de imagem e linguagem;

Garantir a visibilidade dos produtos agroalimentares nos principais certames

europeus;

Qualificar os canais de divulgação dos produtos agroalimentares, em particular

os canais online;

Explorar a nova imagem de Portugal empreendedor e destino turístico

prioritário;

Maximizar o potencial de internacionalização da Região no setor

agroalimentar, recorrendo à investigação, desenvolvimento e inovação.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

172

5.2. Linhas de orientação estratégica

Por forma a alcançar a visão e os objetivos estratégicos propostos, foram definidas 6 linhas de

orientação estratégica (LOE):

• LOE1. Explorar o novo posicionamento de Portugal;

• LOE2. Mobilizar a diáspora portuguesa;

• LOE3. Privilegiar as iniciativas colaborativas;

• LOE4. Monitorizar a informação dos mercados;

• LOE5. Fomentar a diferenciação dos produtos;

• LOE 6. Promover a participação em feiras e missões.

LOE1. EXPLORAR O NOVO POSICIONAMENTO DE PORTUGAL

Os últimos anos representaram uma evolução substancial na imagem de Portugal como

destino turístico. Esta evolução, aliada a uma conjuntura internacional favorável (na qual se

destaca a queda das reservas para destinos turísticos como a Turquia e o Egito) tem

conduzido a um aumento considerável no número de turistas que visitam o país (e que

procuram sobretudo a gastronomia e o vinho). Entre os principais países geradores de receitas

de turismo para Portugal, em 2016, encontram-se alguns dos mercados identificados como

estratégicos no presente trabalho nomeadamente a França (com 18,0% do total) e a Alemanha

(com 11,7%). Refira-se que estes mercados registaram um crescimento significativo neste

indicador em 2016 face ao ano anterior, sendo de assinalar o aumento de 17,6% no caso da

Alemanha e de 13,5% no caso da França (AICEP Portugal Global, 2017b).

Sinaliza-se ainda que a organização de alguns eventos como o WEB SUMMIT tem contribuído

para melhorar a imagem de Portugal como um país empreendedor, dinâmico e criativo,

atraindo um número crescente de empresas (em particular start-ups) para o país.

Considerando o crescimento do número de turistas, associado ao aumento do reconhecimento

nos mercados internacionais, é necessário adotar uma estratégia que conjugue a exportação

de produtos agroalimentares (nomeadamente aqueles que não são imediatamente associáveis

a Portugal) com as imagens fortes suprarreferidas. Esta conjugação terá como principal

objetivo promover o potencial dos produtos da Região Centro a nível internacional,

tradicionalmente ancorados em nichos de mercado.

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173

LOE2. MOBILIZAR A DIÁSPORA PORTUGUESA

A presença de comunidades de língua portuguesa no estrangeiro é, em muitos casos, um

elemento facilitador para a realização de trocas comerciais.

Nesse sentido, importa valorizar a comunidade emigrante nos mercados estratégicos através

do seu apoio ao processo de exportação. Pretende-se que esta comunidade ajude a

ultrapassar a falta de conhecimento nos mercados locais, a minimizar os riscos financeiros e a

suavizar a entrada nos mercados.

Em termos de modelo de exportação, poderão considerar-se três formas distintas (AICEP

Portugal Global, 2013): exportação própria, quando uma empresa vende diretamente a outra

empresa localizada no mercado de destino; exportação direta, que ocorre quando uma

empresa vende a um importador; e exportação indireta, quando intermediários como agentes,

empresas de trading ou centrais de compras de grandes cadeias de distribuição estão

envolvidos na troca.

Refira-se que a exportação indireta envolve um menor risco no processo de

internacionalização, constituindo assim uma forma facilitada de garantir a entrada em

mercados externos.

LOE3. PRIVILEGIAR AS INICIATIVAS COLABORATIVAS

A internacionalização é um processo complexo e exigente devido à distância geográfica e às

complexidades de operar em mercados onde existe escassa familiaridade com procedimentos,

culturas e normas. Refira-se, no entanto, que este processo poderá ser facilitado através do

desenvolvimento de iniciativas colaborativas.

Neste sentido, é importante que a InovCluster promova um conjunto de iniciativas em parceria

com outras entidades como associações de produtores e cooperativas agrícolas. Estas

iniciativas poderão passar pela constituição de agrupamentos complementares de empresas,

pela angariação de intermediários, pela negociação com cadeias ou com lojas especializadas,

pela promoção direta em feiras e pela constituição de cabazes de produtos classificados como

DOP – vinhos, queijos, azeites, mel, etc.

LOE4. MONITORIZAR A INFORMAÇÃO DOS MERCADOS

A internacionalização, devido à distância geográfica e às complexidades de operar em

mercados onde existe escassa familiaridade com procedimentos, culturas e normas (conforme

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

174

referido anteriormente), implica uma profunda experiência e um conhecimento constantemente

em atualização.

Acresce que a internacionalização das empresas está condicionada a cada realidade

individual. Pelas suas particularidades, caraterísticas e dimensão, cada empresa deverá seguir

objetivos próprios. Para tal, é necessário cada empresa possuir uma informação atualizada

sobre os mercados de maior potencial, de forma a poder preparar abordagens que permitam

desenvolver negócios de forma bem-sucedida.

Nesse sentido, considera-se fundamental a monitorização da informação (incluindo produtos

mais vendidos e tendências) nos mercados considerados como estratégicos.

LOE5. FOMENTAR A DIFERENCIAÇÃO DOS PRODUTOS

Os mercados selecionados são constituídos por consumidores sofisticados e de elevada

exigência quanto a caraterísticas diferenciadoras (embalagem, certificação biológica ou de

comércio justo, etc.). Esta circunstância obrigará a um forte investimento na adaptação dos

produtos às caraterísticas dos mercados, privilegiando-se a identificação de atributos que

constituam eixos de diferenciação nestes mercados de elevada complexidade.

Nesse sentido, importa desenvolver um Plano de Marketing e Branding que identifique os

principais elementos caraterísticos e diferenciadores dos produtos agroalimentares da Região

Centro.

Considera-se ainda relevante o desenvolvimento de produtos inovadores no âmbito de projetos

em parceria com entidades do Sistema Nacional de Investigação e Inovação.

LOE6. PROMOVER A PARTICIPAÇÃO EM FEIRAS E MISSÕES

Constituindo-se como um dos primeiros passos para a entrada nos mercados, a participação

em feiras e missões empresariais internacionais assume uma importância decisiva para o seu

sucesso. Nesse sentido, a estratégia a seguir deverá ser de otimização dessa participação,

selecionando-se os eventos mais significativos para os mercados em questão e que se

constituam como veículos interessantes para os produtos agroalimentares da Região Centro.

Existem, no entanto, outros critérios que deverão ser considerados como, por exemplo, a

possibilidade de contactar com entidades responsáveis por desenvolvimentos tecnológicos ou

relacionados com fatores de competitividade como novas técnicas de embalamento, de

etiquetagem ou de marketing.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

175

A participação em feiras e missões deverá ser realizada em grupos consistentes e coerentes

de empresas, de forma a se procederem a esforços conjuntos de marketing – em termos

regionais ou de produtos.

Em suma, as LOE descritas serão conducentes ao alcance da visão estabelecida.

Figura 71. Contributo das linhas de orientação para a estratégia.

MOBILIZAR A DIÁSPORA

PORTUGUESA

EXPLORAR O NOVO

POSICIONAMENTO DE PORTUGAL

MONITORIZAR A INFORMAÇÃO

DOS MERCADOS

PRIVILEGIAR AS INICIATIVAS

COLABORATIVAS

FOMENTAR A DIFERENCIAÇÃO DOS PRODUTOS

PROMOVER A PARTICIPAÇÃO

EM FEIRAS E MISSÕES

Desenvolver estratégias de promoção cruzada com o turismo

Promover a entrada nos mercados com o apoio das comunidades emigrantes

Estabelecer estratégias de comum interesse para as empresas

Tomar decisões com base nas tendências e exigências dos mercados

Definir e desenvolver atributos que possam servir de elemento de diferenciação nos mercados

Criar critérios para participação nas feiras que constituam um valor acrescentado para as empresas

VISÃO Em 2020, os produtos da

Região Centro serão amplamente reconhecidos

e apreciados nos mercados internacionais

por via da sua autenticidade e qualidade.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

176

5.3. Ações a desenvolver

Para a consecução da estratégia, foi definido um conjunto de 8 ações diretamente relacionadas

com as LOE, a saber:

• Ação 1 – Criar um Plano de Marketing e Branding;

• Ação 2 – Promover a criação de agrupamentos complementares de empresas;

• Ação 3 – Promover a diferenciação dos produtos agroalimentares da Região Centro;

• Ação 4 – Desenvolver materiais de comunicação e divulgação;

• Ação 5 – Criar canais online de comunicação e divulgação;

• Ação 6 – Participar em feiras e missões;

• Ação 7 – Organizar missões inversas;

• Ação 8 – Criar uma plataforma de monitorização da informação sobre os mercados.

AÇÃO 1 – CRIAR UM PLANO DE MARKETING E BRANDING

Nesta Ação sugere-se a criação de um Plano de Marketing e Branding para os produtos

agroalimentares da Região Centro identificados como prioritários no âmbito do presente

trabalho.

Este Plano deverá incluir as ferramentas de comunicação a desenvolver (como brochuras,

catálogos e vídeos promocionais) e as ações de comunicação a realizar nos mercados

considerados como estratégicos (ver Ação 4).

Deverá incluir ainda propostas para a criação de marcas (branding) que traduzam aqueles que

são os elementos caraterísticos e diferenciadores dos produtos agroalimentares. Refira-se que

estas marcas poderão ser criadas de forma agregada ou individual consoante o tipo de produto

(ver secção 5.4 com sugestões para cada um dos produtos).

Por último, o Plano deverá incluir também um conjunto de orientações sobre o modo de

promoção dos produtos nomeadamente:

• Promover valores apreciados nos diferentes mercados como autenticidade, tradição,

sustentabilidade, ambiente rural e ingredientes naturais;

• Ilustrar a compra dos produtos com exemplos de hábitos de consumo (em particular

nos mercados mais seletivos);

• Acompanhar a promoção com imagens de marca de Portugal reconhecidas no

exterior como, por exemplo, imagens turísticas;

• Promover a divulgação dos produtos da Região Centro como integrantes de uma

culinária de um país empreendedor, dinâmico e criativo;

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

177

• Divulgar os métodos de produção dos produtos, acompanhados das respetivas

imagens;

• Promover a combinação dos diferentes produtos como o vinho, o azeite, os enchidos

e os queijos e requeijões.

AÇÃO 2 – PROMOVER A CRIAÇÃO DE AGRUPAMENTOS COMPLEMENTARES DE

EMPRESAS

Nesta Ação recomenda-se a criação de agrupamentos complementares de empresas por

produto e por mercado. Estes agrupamentos terão como principais vantagens a diminuição dos

entraves à entrada nos diferentes mercados, a melhoria das condições, por exemplo, ao nível

do transporte e do crédito, e o aumento da visibilidade da oferta.

Refira-se que na abordagem aos mercados externos estes agrupamentos complementares de

empresas deverão, num primeiro momento, procurar identificar canais de exportação e

respetivos intermediários que facilitem o processo de exportação. Deverá dar-se prioridade a

intermediários com conhecimento prévio dos produtos agroalimentares da Região Centro,

nomeadamente membros das comunidades portuguesas nos mercados de destino com

atividade no setor agroalimentar.

Em termos de metodologia a seguir para identificação e seleção destes intermediários, sugere-

se:

a) Definição do perfil dos intermediários, com preferência para membros integrados nas

comunidades portuguesas;

b) Identificação de potenciais intermediários que correspondam ao perfil estabelecido. A

título de exemplo, na Alemanha, sinaliza-se a Associação dos Agentes Alemães

(Centralvereinigung Deutscher Wirtschaftsverbände für Handelsvermittlung und

Vertrieb);

c) Avaliação dos potenciais intermediários;

d) Estabelecimento de contactos com os potenciais intermediários;

e) Seleção do(s) intermediário(s) mais adequado(s).

AÇÃO 3 – PROMOVER A DIFERENCIAÇÃO DOS PRODUTOS AGROALIMENTARES DA

REGIÃO CENTRO

Esta Ação tem como objetivo a promoção da diferenciação dos produtos agroalimentares da

Região Centro permitindo o encaminhamento dos mesmos para segmentos ou nichos de

mercado de elevada sofisticação e nível de exigência. Para a consecução deste objetivo,

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

178

apresenta-se de seguida um conjunto de recomendações em termos de apostas a realizar ou

novos produtos a desenvolver:

• Apostar em produtos que utilizem ingredientes diferenciadores nomeadamente ao

nível da saúde e bem-estar;

• Apostar na certificação dos produtos;

• Apostar em produtos biológicos, ou seja, sem intensificadores de sabor, corantes,

emulsificantes, estabilizantes ou conservantes;

• Desenvolver produtos inovadores em conjunto com entidades do Sistema Nacional

de Investigação e Inovação;

• Apostar em novas formulações com ingredientes exóticos para a Europa

(provenientes do Brasil ou de países africanos, por exemplo).

AÇÃO 4 – DESENVOLVER MATERIAIS DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO

Esta Ação tem como principal objetivo promover os produtos agroalimentares da Região

Centro nos mercados selecionados. Para o efeito, sugere-se o desenvolvimento dos seguintes

materiais comunicacionais:

• Website: deverá ser criado um website para cada agrupamento complementar de

empresas, incluindo uma área com materiais promocionais e uma plataforma de

comércio eletrónico, sendo considerado um canal de divulgação e de distribuição (ver

Ação 5);

• Brochuras: deverão integrar informação condensada (uma brochura por agrupamento

complementar de empresas), com referência ao tipo de produto a promover,

indicação das empresas que constituem cada agrupamento e contacto telefónico do

seu representante;

• Catálogo de produtos: deverá ser desenvolvido um catálogo de produtos para cada

agrupamento complementar de empresas, contendo as caraterísticas técnicas e

comerciais dos produtos, assim como uma lista de preços na moeda do mercado de

destino. Adicionalmente, poderá conter uma pequena apresentação de cada uma das

empresas que constituem o agrupamento em causa, indicando informações como o

website do mesmo (ver Ação 5) ou o contacto do seu representante;

• Vídeos promocionais: deverão ser desenvolvidos vídeos de curta duração para

apresentação dos diferentes agrupamentos complementares de empresas e seus

produtos. Estes vídeos deverão ser um complemento importante aos conteúdos

usualmente apresentados no âmbito das feiras e missões (ver Ação 6).

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

179

Propõe-se que os conteúdos dos diferentes materiais promocionais sejam elaborados na língua

específica de cada mercado selecionado. Refira-se que o conteúdo deverá ser claro,

sistemático, preciso e detalhado, em particular tendo em conta a natureza dos mercados (e.g.

alemão, suíço e austríaco) que privilegiam a objetividade e a apresentação de exemplos

concretos.

AÇÃO 5 – CRIAR CANAIS ONLINE DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO

Nesta Ação sugere-se a criação de websites associados a cada um dos agrupamentos

complementares de empresas (um website por agrupamento).

Estas plataformas deverão ser criadas na língua do país para o qual cada um dos

agrupamentos deseja exportar os seus produtos, e o seu conteúdo deverá incluir versões

digitais dos diferentes documentos de promoção internacional (desenvolvidos no âmbito da

Ação 4).

Por outro lado, recomenda-se que os websites incluam uma plataforma de comércio eletrónico,

onde constem os produtos das diferentes empresas que constituem cada um dos

agrupamentos. Desta forma, será criado um canal de distribuição online, que não só facilitará o

contacto e o desenvolvimento de negócios com os clientes habituais, como permitirá dar a

conhecer os produtos a um grupo alargado de potenciais novos clientes.

Refira-se que ao desenvolver os canais online de distribuição e disseminação dos produtos

deverão ser tidos em conta diferentes critérios nomeadamente as preferências do público-alvo

em cada um dos mercados e as orientações definidas no Plano de Marketing e Branding

nomeadamente ao nível da promoção (ver Ação 1).

AÇÃO 6 – PARTICIPAR EM FEIRAS E MISSÕES

Tendo em consideração que as feiras se constituem como um dos canais mais eficazes para a

entrada em mercados externos, nesta Ação recomenda-se a participação da InovCluster e de

representantes dos diferentes agrupamentos complementares de empresas (e/ou de

representantes de empresas a título individual que desejem marcar presença) nestes certames

internacionais, nomeadamente naqueles que se apresentam como mais representativos de

cada um dos mercados considerados (ver secção 5.4).

A participação nas feiras terá como principais vantagens:

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

180

• Estabelecer relações com novos clientes (importadores ou representantes de

grandes empresas de retalho internacionais), fornecedores ou distribuidores nos

mercados de destino dos produtos;

• Mostrar em primeira mão a qualidade dos produtos das empresas da Região Centro

nos diferentes mercados;

• Obter informações sobre tendências de mercado e avaliar a evolução da

concorrência;

• Adquirir novos conhecimentos através da participação em workshops, ações de

formação ou seminários sobre questões relacionadas com o comércio internacional.

No âmbito desta Ação sugere-se ainda a organização por parte da InovCluster de missões a

cada um dos mercados ou a participação neste tipo de atividades de diplomacia económica

promovidas por outras entidades como a AICEP ou a PortugalFoods.

Após a participação em feiras e/ou missões internacionais, propõe-se que seja efetuado o

follow-up das relações estabelecidas com potenciais clientes, nomeadamente através da

organização de missões inversas (Ação 7).

AÇÃO 7 – ORGANIZAR MISSÕES INVERSAS

Nesta Ação sugere-se a organização de missões inversas a Portugal, por forma a dar a

conhecer às entidades contactadas no âmbito das feiras e missões a realidade do setor

agroalimentar nacional e, em particular, da Região Centro.

Recomenda-se que, no âmbito destas missões, os representantes dos diferentes mercados

sejam convidados a visitar as instalações de empresas da Região Centro correspondentes a

cada um dos agrupamentos complementares de empresas. Durante estas visitas, os

convidados poderão aferir em primeira mão de que forma os produtos são confecionados,

assim como as condições de armazenamento e o processo de expedição dos mesmos.

Adicionalmente, propõe-se a realização de eventos para apresentação e degustação de

produtos e distribuição de material promocional, onde se dará a oportunidade para o

estabelecimento de relações empresariais através de reuniões multilaterais ou bilaterais (B2B)

entre as empresas exportadoras e os representantes de cada um dos mercados.

Refira-se que esta Ação poderá, em alguns casos, servir como complemento à participação em

feiras ou missões internacionais (Ação 6), constituindo uma oportunidade para as empresas

fazerem o follow-up de relações previamente estabelecidas no âmbito dessas atividades.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

181

AÇÃO 8 – CRIAR UMA PLATAFORMA DE MONITORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE

OS MERCADOS

Nesta Ação propõe-se o desenvolvimento de uma plataforma online para monitorização da

informação sobre os mercados. Esta plataforma deverá estar dividida em diferentes áreas,

cada uma delas associada a um agrupamento complementar de empresas distinto.

O seu objetivo passa por permitir às diferentes empresas da Região Centro o acesso a

conteúdos úteis, como materiais promocionais em formato digital, informações sobre os

mercados (e.g. tendências de consumo, situação económica e produtos mais vendidos) e

contactos dos intermediários.

Por outro lado, recomenda-se a criação de uma secção para troca de experiências, apenas

visível a utilizadores registados, onde os representantes das diferentes empresas poderão

partilhar casos de sucesso e colocar dúvidas.

Adicionalmente, esta plataforma deverá permitir o registo da adesão das empresas a diversas

iniciativas, nomeadamente a participação em feiras/missões internacionais (ver Ação 6) ou

missões inversas (ver Ação 7) e o planeamento dos diferentes passos do processo de

internacionalização de cada agrupamento complementar de empresas.

A Tabela seguinte indica o contributo de cada Ação para as LOE.

Tabela 123. Contributo das Ações para as LOE.

LOE

Ações LOE1 LOE2 LOE3 LOE4 LOE5 LOE6

Ação 1 – Criar um Plano de Marketing e Branding +++ ++ ++

Ação 2 – Promover a criação de agrupamentos complementares de empresas

+++ +++ ++ ++

Ação 3 – Promover a diferenciação dos produtos agroalimentares da Região Centro

++ +++

Ação 4 – Desenvolver materiais de comunicação e divulgação

+++ ++ ++ ++

Ação 5 – Criar canais online de comunicação e divulgação

++ ++ +++

Ação 6 – Participar em feiras e missões ++ ++ ++ +++

Ação 7 – Organizar missões inversas ++ ++

Ação 8 – Criar uma plataforma de monitorização da informação sobre os mercados

++ +++ ++

Legenda: +++ - contributo forte; ++ - contributo médio

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

182

5.4. Fichas de abordagem aos mercados por produto

AZEITE

ESTRATÉGIA DE MARKETING E

BRANDING

▪ Criação de dois agrupamentos complementares de empresas (um por

mercado);

▪ Criação de estratégia de marketing comum para cada agrupamento

complementar de empresas;

▪ Criação de uma marca única para cada agrupamento complementar de

empresas;

▪ Criação de logotipo, embalagem e rótulo único para cada marca.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Gourmet Festival Düsseldorf: exposição de produtos alimentares, vinhos e

outras bebidas – Dusseldorf, Agosto 2017;

▪ Anuga: uma das maiores feiras de alimentação e bebidas mundiais –

Colónia, Outubro 2017;

▪ International Green Week: feira de produtos alimentares, vinhos e bebidas

– Berlim, Janeiro 2018;

▪ Biofach: exposição de alimentos e bebidas orgânicos – Nuremberga,

Fevereiro 2018.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Kulinarik Salzburg: feira de alimentos, vinhos e outras bebidas –

Salzburgo, Setembro 2017;

▪ Gustav: feira de bens de consumo, incluindo alimentos e bebidas –

Dornbirn, Outubro 2017;

▪ Kulinar Tulln: grande feira de produtos alimentares e bebidas – Tulln,

Março 2018;

▪ Guten Appetit – Ried: feira gastronómica e de produtos alimentares, Abril

2018.

MERCADOS ▪ Alemanha;

▪ Áustria.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

183

POSSÍVEIS ENTIDADES A

ENVOLVER

▪ Associação do Azeite de Portugal;

▪ Associação dos Agricultores do Ribatejo;

▪ Associação dos Produtores de Azeite da Beira Interior;

▪ Cooperativa Agrícola das Matas, CRL;

▪ Cooperativa Agrícola dos Olivicultores da Fonte Longa - Fontelongacoop,

CRL;

▪ Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Fundão, CRL;

▪ Cooperativa Agrícola Olivicultores de Montes Olalhas, CRL;

▪ Federação Nacional das Cooperativas de Olivicultores, FCRL;

▪ AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste;

▪ NERSANT – Associação Empresarial do Distrito de Santarém;

▪ NERLEI – Associação Empresarial do Distrito de Leiria;

▪ NERC - Associação Empresarial da Região de Coimbra;

▪ AIRV – Associação Empresarial da Região de Viseu;

▪ AIDA – Associação Empresarial do Distrito de Aveiro.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

184

BOLACHAS, BISCOITOS E DOÇARIA CONVENTUAL

ESTRATÉGIA DE MARKETING E

BRANDING

▪ Criação de cinco agrupamentos complementares de empresas (um por

mercado);

▪ Criação de estratégia de marketing comum para cada agrupamento

complementar de empresas;

▪ Criação de uma marca única para cada agrupamento complementar de

empresas;

▪ Criação de logotipo e rótulo único para cada marca;

▪ Criação de embalagem única para cada tipo de produto (por marca).

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Gourmet Festival Düsseldorf: exposição de produtos alimentares, vinhos e

outras bebidas – Dusseldorf, Agosto 2017;

▪ Anuga: uma das maiores feiras de alimentação e bebidas mundiais –

Colónia, Outubro 2017;

▪ International Green Week: feira de produtos alimentares, vinhos e bebidas

– Berlim, Janeiro 2018;

▪ ISM: feira internacional de doces e snacks – Colónia, Janeiro 2018;

▪ Biofach: exposição de alimentos e bebidas orgânicos – Nuremberga,

Fevereiro 2018.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Kulinarik Salzburg: feira de alimentos, vinhos e outras bebidas –

Salzburgo, Setembro 2017;

▪ Gustav: feira de bens de consumo, incluindo alimentos e bebidas –

Dornbirn, Outubro 2017;

▪ Kulinar Tulln: grande feira de produtos alimentares e bebidas – Tulln,

Março 2018;

▪ Guten Appetit – Ried: feira gastronómica e de produtos alimentares, Abril

2018.

MERCADOS

▪ Alemanha;

▪ Áustria;

▪ França,

▪ Luxemburgo;

▪ Suíça.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

185

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Feira Vivez Nature: feira de agricultura biológica e produtos naturais –

Paris, Outubro 2017;

▪ Europain & Intersuc: feira mundial de pastelaria e padaria – Paris,

Fevereiro 2018;

▪ Feira SIAL: feira dirigida ao mercado global da indústria alimentar e de

bebidas – Paris, Outubro 2018.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Salon de L’alimentation (Food & Feel Good): grande feira da indústria

alimentar e de bebidas no Benelux – Bruxelas, Outubro 2017;

▪ Tavola: feira alimentar no Benelux – Kortrijik, Março 2018;

▪ Broodway: feira de produtos de pastelaria no Benelux - Kortrijik, Setembro

2018.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ OLMA: exposição de produtos agrícolas, alimentares e vinhos – St.

Gallen, Outubro 2017;

▪ Igeho: feira de hotelaria, catering e produtos alimentares – Basileia,

Novembro 2017;

▪ Slow Food Market Bern: exposição de produtos alimentares e bebidas -

Berna, Março 2018;

▪ Vitafoods Fair: feira de alimentos de alto valor nutricional – Genebra, Maio

2018;

▪ Fachmesse für Bäckerei: feira especializada em produtos de pastelaria –

Berna, Março 2019.

POSSÍVEIS ENTIDADES A

ENVOLVER

▪ APOMA – Associação de Produtores de Ovos-Moles de Aveiro;

▪ APPO – Associação de Produtores de Pão de Ló de Ovar;

▪ Associação dos Pasteleiros de Tentúgal;

▪ AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste;

▪ NERSANT – Associação Empresarial do Distrito de Santarém;

▪ NERLEI – Associação Empresarial do Distrito de Leiria;

▪ NERC - Associação Empresarial da Região de Coimbra;

▪ AIRV – Associação Empresarial da Região de Viseu;

▪ AIDA – Associação Empresarial do Distrito de Aveiro.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

186

ENCHIDOS

ESTRATÉGIA DE MARKETING E

BRANDING

▪ Criação de dois agrupamentos complementares de empresas (um por

mercado);

▪ Criação de estratégia de marketing comum para cada agrupamento

complementar de empresas;

▪ Criação de uma marca única para cada agrupamento complementar de

empresas;

▪ Criação de logotipo e rótulo único para cada marca;

▪ Criação de embalagem única para cada tipo de produto (por marca).

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Kulinarik Salzburg: feira de alimentos, vinhos e outras bebidas –

Salzburgo, Setembro 2017;

▪ Gustav: feira de bens de consumo, incluindo alimentos e bebidas –

Dornbirn, Outubro 2017;

▪ Kulinar Tulln: grande feira de produtos alimentares e bebidas – Tulln,

Março 2018;

▪ Guten Appetit – Ried: feira gastronómica e de produtos alimentares, Abril

2018.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Salon de L’alimentation (Food & Feel Good): grande feira da indústria

alimentar e de bebidas no Benelux – Bruxelas, Outubro 2017;

▪ Tavola: feira alimentar no Benelux – Kortrijik, Março 2018;

▪ Meat Expo: feira dirigida à indústria da carne no Benelux – Kortrijik,

Outubro 2018.

MERCADOS ▪ Áustria;

▪ Luxemburgo

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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POSSÍVEIS ENTIDADES A

ENVOLVER

▪ ACPA – Associação de Criadores de Porco Alentejano;

▪ APIC – Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes;

▪ Associação do Comércio e Serviços do Distrito da Guarda;

▪ AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste;

▪ NERSANT – Associação Empresarial do Distrito de Santarém;

▪ NERLEI – Associação Empresarial do Distrito de Leiria;

▪ NERC - Associação Empresarial da Região de Coimbra;

▪ AIRV – Associação Empresarial da Região de Viseu;

▪ AIDA – Associação Empresarial do Distrito de Aveiro.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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HORTOFRUTÍCOLAS EM COMPOTA OU DESIDRATADOS

ESTRATÉGIA DE MARKETING E

BRANDING

▪ Criação de dois agrupamentos complementares de empresas (um por

mercado);

▪ Criação de estratégia de marketing comum para cada agrupamento

complementar de empresas;

▪ Criação de uma marca única para cada agrupamento complementar de

empresas;

▪ Criação de logotipo e rótulo único para cada marca;

▪ Criação de embalagem única para cada tipo de produto (por marca).

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Turku Food and Wine Fair: exposição de produtos alimentares e vinhos –

Turku, Outubro 2017.

▪ Nordic Organic foodFAIR: feira alimentar de produtos orgânicos, dirigida

ao mercado nórdico – Malmo, Novembro 2017.

▪ ELMA: feira de produtos alimentares e bebidas – Helsínquia, Novembro

2017.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Feira Vivez Nature: feira de agricultura biológica e produtos naturais –

Paris, Outubro 2017;

▪ Feira SIAL: feira dirigida ao mercado global da indústria alimentar e de

bebidas – Paris, Outubro 2018;

▪ Vinitech SIFEL: feira mundial das fileiras vitivinícolas, frutos e produtos

hortícolas – Bordeaux, Novembro 2018.

MERCADOS ▪ Finlândia;

▪ França.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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POSSÍVEIS ENTIDADES A

ENVOLVER

▪ ANP – Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha;

▪ APMA – Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça;

▪ BANDARRA – Cooperativa Agrícola do Concelho de Trancoso, CRL;

▪ Cooperativa Agrícola dos Fruticultores da Cova da Beira, CRL;

▪ FELBA – Centro de Valorização das Frutas e Legumes da Beira Alta;

▪ MEIMOACOOP - Cooperativa Agrícola de Desenvolvimento Rural e

Solidariedade, CRL;

▪ AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste;

▪ NERSANT – Associação Empresarial do Distrito de Santarém;

▪ NERLEI – Associação Empresarial do Distrito de Leiria;

▪ NERC - Associação Empresarial da Região de Coimbra;

▪ AIRV – Associação Empresarial da Região de Viseu;

▪ AIDA – Associação Empresarial do Distrito de Aveiro.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

190

MEL

ESTRATÉGIA DE MARKETING E

BRANDING

▪ Criação de dois agrupamentos complementares de empresas (um por

mercado);

▪ Criação de estratégia de marketing comum para cada agrupamento

complementar de empresas;

▪ Criação de uma marca única para cada agrupamento complementar de

empresas;

▪ Criação de embalagem, logotipo e rótulo único para cada marca.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Gourmet Festival Düsseldorf: exposição de produtos alimentares, vinhos e

outras bebidas – Dusseldorf, Agosto 2017;

▪ Anuga: uma das maiores feiras de alimentação e bebidas mundiais –

Colónia, Outubro 2017;

▪ International Green Week: feira de produtos alimentares, vinhos e bebidas

– Berlim, Janeiro 2018;

▪ Biofach: exposição de alimentos e bebidas orgânicos – Nuremberga,

Fevereiro 2018.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Turku Food and Wine Fair: exposição de produtos alimentares e vinhos –

Turku, Outubro 2017.

▪ Nordic Organic foodFAIR: feira alimentar de produtos orgânicos, dirigida

ao mercado nórdico – Malmo, Novembro 2017.

▪ ELMA: feira de produtos alimentares e bebidas – Helsínquia, Novembro

2017.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Feira Vivez Nature: feira de agricultura biológica e produtos naturais –

Paris, Outubro 2017;

▪ Feira SIAL: feira dirigida ao mercado global da indústria alimentar e de

bebidas – Paris, Outubro 2018.

MERCADOS

▪ Alemanha;

▪ Finlândia;

▪ França;

▪ Luxemburgo;

▪ Suíça

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Salon de L’alimentation (Food & Feel Good): grande feira da indústria

alimentar e de bebidas no Benelux – Bruxelas, Outubro 2017;

▪ Tavola: feira alimentar no Benelux – Kortrijik, Março 2018.

FEIRAS DE

REFERÊNCIA

▪ OLMA: exposição de produtos agrícolas, alimentares e vinhos – St.

Gallen, Outubro 2017;

▪ Igeho: feira de hotelaria, catering e produtos alimentares – Basileia,

Novembro 2017;

▪ Slow Food Market Bern: exposição de produtos alimentares e bebidas -

Berna, Março 2018;

▪ Vitafoods Fair: feira de alimentos de alto valor nutricional – Genebra, Maio

2018.

POSSÍVEIS ENTIDADES A

ENVOLVER

▪ Associação dos Apicultores da Região de Leiria;

▪ COOPBEI – Cooperativa Agrícola e Apícola das Beiras, CRL;

▪ FNAP – Federação Nacional de Apicultores de Portugal;

▪ Lousãmel, Cooperativa Agrícola dos Apicultores da Lousã e Concelhos

Limítrofes, CRL;

▪ MEIMOACOOP - Cooperativa Agrícola de Desenvolvimento Rural e

Solidariedade, CRL;

▪ AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste;

▪ NERSANT – Associação Empresarial do Distrito de Santarém;

▪ NERLEI – Associação Empresarial do Distrito de Leiria;

▪ NERC - Associação Empresarial da Região de Coimbra;

▪ AIRV – Associação Empresarial da Região de Viseu;

▪ AIDA – Associação Empresarial do Distrito de Aveiro.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

192

QUEIJOS E REQUEIJÕES

ESTRATÉGIA DE MARKETING E

BRANDING

▪ Criação de dois agrupamentos complementares de empresas (um por

mercado);

▪ Criação de estratégia de marketing comum para cada agrupamento

complementar de empresas;

▪ Criação de logotipo para cada agrupamento complementar de empresas

para promoção dos queijos e requeijões da Região Centro;

▪ Manutenção de imagem e marca individualizada para cada empresa.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Kulinarik Salzburg: feira de alimentos, vinhos e outras bebidas –

Salzburgo, Setembro 2017;

▪ Gustav: feira de bens de consumo, incluindo alimentos e bebidas –

Dornbirn, Outubro 2017;

▪ Kulinar Tulln: grande feira de produtos alimentares e bebidas – Tulln,

Março 2018;

▪ Guten Appetit – Ried: feira gastronómica e de produtos alimentares, Abril

2018.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ OLMA: exposição de produtos agrícolas, alimentares e vinhos – St.

Gallen, Outubro 2017;

▪ Igeho: feira de hotelaria, catering e produtos alimentares – Basileia,

Novembro 2017;

▪ Slow Food Market Bern: exposição de produtos alimentares e bebidas -

Berna, Março 2018;

▪ Vitafoods Fair: feira de alimentos de alto valor nutricional – Genebra, Maio

2018.

MERCADOS ▪ Áustria;

▪ Suíça.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

193

POSSÍVEIS ENTIDADES A

ENVOLVER

▪ ANIL – Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios;

▪ APQDCB – Associação dos Produtores de Queijo do Distrito de Castelo

Branco;

▪ ESTRELACOOP – Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da

Estrela, CRL;

▪ AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste;

▪ NERSANT – Associação Empresarial do Distrito de Santarém;

▪ NERLEI – Associação Empresarial do Distrito de Leiria;

▪ NERC - Associação Empresarial da Região de Coimbra;

▪ AIRV – Associação Empresarial da Região de Viseu;

▪ AIDA – Associação Empresarial do Distrito de Aveiro.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

194

VINHO E BEBIDAS LICOROSAS

ESTRATÉGIA DE MARKETING E

BRANDING

▪ Criação de quatro agrupamentos complementares de empresas (um por

mercado);

▪ Criação de estratégia de marketing comum para cada agrupamento

complementar de empresas;

▪ Criação de logotipo para cada agrupamento complementar de empresas

para promoção de vinhos e bebidas licorosas da Região Centro;

▪ Manutenção de imagem e marca individualizada para cada empresa.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Gourmet Festival Düsseldorf: exposição de produtos alimentares, vinhos e

outras bebidas – Dusseldorf, Agosto 2017;

▪ Anuga: uma das maiores feiras de alimentação e bebidas mundiais –

Colónia, Outubro 2017;

▪ International Green Week: feira de produtos alimentares, vinhos e bebidas

– Berlim, Janeiro 2018;

▪ ProWein: feira internacional de vinhos e bebidas espirituosas – Dusseldorf,

Março 2018.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Turku Food and Wine Fair: exposição de produtos alimentares e vinhos –

Turku, Outubro 2017;

▪ ELMA: feira de produtos alimentares e bebidas – Helsínquia, Novembro

2017;

▪ ViiniExpo: feira de vinhos e bebidas licorosas – Helsínquia, Março 2018.

FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Vinexpo: feira de vinhos e bebidas espirituosas – Bordeaux, Junho 2017;

▪ Salon de vins des vignerons indépendants: feira de vinhos diversos – Lille,

Novembro 2017;

▪ Feira SIAL: feira dirigida ao mercado global da indústria alimentar e de

bebidas – Paris, Outubro 2018;

▪ Vinitech SIFEL: feira mundial das fileiras vitivinícolas, frutos e produtos

hortícolas – Bordeaux, Novembro 2018.

MERCADOS

▪ Alemanha;

▪ Finlândia;

▪ França;

▪ Luxemburgo.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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FEIRAS DE REFERÊNCIA

▪ Salon de L’alimentation (Food & Feel Good): grande feira da indústria

alimentar e de bebidas no Benelux – Bruxelas, Outubro 2017;

▪ Megavino: exposição de diferentes variedades de vinhos no Benelux –

Bruxelas, Outubro 2017;

▪ Bellavita Expo: exposição de vinhos no Benelux – Amesterdão, Novembro

2017.

POSSÍVEIS ENTIDADES A

ENVOLVER

▪ Comissão Vitivinícola da Bairrada;

▪ Comissão Vitivinícola da Região Beira Interior;

▪ Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa;

▪ Comissão Vitivinícola Regional do Dão;

▪ Comissão Vitivinícola Regional do Tejo.

▪ IVV – Instituto da Vinha e do Vinho;

▪ AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste;

▪ NERSANT – Associação Empresarial do Distrito de Santarém;

▪ NERLEI – Associação Empresarial do Distrito de Leiria;

▪ NERC - Associação Empresarial da Região de Coimbra;

▪ AIRV – Associação Empresarial da Região de Viseu;

▪ AIDA – Associação Empresarial do Distrito de Aveiro.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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6. Bibliografia

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

197

6. Bibliografia

Documentos

• Agriculture and Agri-food Canada (2010), “Consumer Trends – Bakery Products in

Germany”;

• AICEP Portugal Global (2013), “Horizonte Internacionalizar: Guia para PME”;

• AICEP Portugal Global (2016a), “Alemanha – Ficha de Mercado”;

• AICEP Portugal Global (2016b), “Áustria – Ficha de Mercado”;

• AICEP Portugal Global (2016c), “Finlândia – Ficha de Mercado”;

• AICEP Portugal Global (2016d), “França – Ficha de Mercado”;

• AICEP Portugal Global (2016e), “Suíça – Ficha de Mercado”.

• AICEP Portugal Global (2017), “Luxemburgo – Ficha de Mercado”;

• AICEP Portugal Global (2017b), “Ficha de País: Portugal”;

• Austrian Agency for Health and Food Safety (2017), “Olive oil”;

• BNP Paribas (2016), “Wine market in France, key figures”;

• Bouma, M., Fievet, C., Kuijeren, E., Ridder, R., & Spadt, S. (2012), “International

market research - An international marketing strategy for Dutch Raw Cheese in

Austria”;

• Business France (2016), “Fruit and vegetables industry”;

• Canadean (2015), “Consumer and Market Insights: Wine and Market in Finland”;

• CBI Market Intelligence (2012), “Product Factsheet Dried Fruit and Vegetables in

Finland”;

• CBI Market Intelligence (2015a), “CBI Product Fact Sheet: Industrial honey in

Germany”;

• CBI Market Intelligence (2015b), “CBI Product Fact Sheet: Organic honey in

Germany”;

• CBI Market Intelligence (2016a), “CBI Product Fact Sheet: Olive Oil in Germany”;

• CBI Market Intelligence (2016b), “CBI Trends: Wine in Germany”;

• CBI Market Intelligence (2016c), “Exporting jams and jellies to Europe”;

• CBI Market Intelligence (2016d), “CBI Product Factsheet: Premium wine in

Switzerland”;

• CBI Market Intelligence (2017), “Which trends offer opportunities on the European

honey market?”;

• CIMBB (2015), “Beira Baixa - Produtos de Excelência”;

• Euromonitor International (2015), “Bakery in Switzerland”;

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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• Euromonitor International (2016a), “Alcoholic Drinks in Germany”;

• Euromonitor International (2016b), “Wine in Switzerland”;

• Euromonitor International (2017a), “Packaged food in Finland”;

• Euromonitor International (2017b), “Spreads in Finland”;

• Euromonitor International (2017c), “Wine in Finland”;

• Euromonitor International (2017d), “Dairy in Switzerland”;

• Fórum Económico Mundial (2016), “Global Competitiveness Report 2016-2017”;

• France Agroalimentaire (2016), “French Biscuits and Cakes”;

• Germany Trade & Invest (2016), “The Food & Beverage Industry in Germany”;

• GFA Consulting Group (2016), “Foreign Market sector brief – Honey in France”;

• IVV - Instituto da Vinha e do Vinho (2016), “Alemanha: visão geral do mercado de

bebidas alcoólicas”;

• Meininger Verlag (2016), “A snapshot of the German wine market”;

• Ministry of Agriculture and Forestry – Finland (2016), “EU’s Apiculture Programme in

Finland 1 September 2013 – 31 August 2016”;

• Oficina Económica y Comercial de España (2016), “Luxemburgo - Informe Económico

y Comercial en Bruselas”;

• ReportLinker (2016), “Biscuits Market – Switzerland Industry Analysis, Size, Share,

Growth, Trends and Forecast 2016-2024”;

• Mikinovic, S. (2009), “Future of meat consumption”;

• Suvanto, H., Querol, M., Kurki S., & Valkosalo, P. (2006), “Key factors influencing

economic relationships and communication in European food chains (FOODCOM) –

Review of sausage and bread chains”.

Websites consultados

• Agroscope:

https://www.agroscope.admin.ch/agroscope/en/home/topics/livestock/bees/bienenpro

dukte/honig.html;

• Aldeias do Xisto: http://aldeiasdoxisto.pt/;

• Base de dados IGNIOS: https://www.ignios.pt/;

• Branchenverband Deutschschweizer Wein:

http://www.weinbranche.ch/index.cfm?nav=567,1010&DID=9&SID=1;

• Câmara Municipal de Abrantes: http://cm-abrantes.pt/;

• Cheeses from Switzerland: http://www.cheesesfromswitzerland.com/switzerland.html;

• COFACE: http://www.coface.com/Economic-Studies-and-Country-Risks/;

• Comissão Vitivinícola da Bairrada: http://www.cvbairrada.pt/;

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

199

• Comissão Vitivinícola da Região Beira Interior: http://www.cvrbi.pt/;

• Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa: http://www.vinhosdelisboa.com/;

• Comissão Vitivinícola Regional do Dão: http://www.cvrdao.pt/;

• Comissão Vitivinícola Regional do Tejo: http://www.cvrtejo.com/;

• Programa Operacional Fatores de Competitividade:

http://pofc.qren.pt/media/noticias/entity/parceria-entre-a-empresa-e-a-instituicao-de-

ensino-estabelecida-ao-abrigo-do-compete;

• Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro: http://ptqc.drapc.min-

agricultura.pt/home.php;

• Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural: https://tradicional.dgadr.pt/pt/;

• Federação Nacional dos Apicultores de Portugal: http://fnap.pt/;

• Federation of Bakers: https://www.fob.uk.com/about-the-bread-industry/industry-

facts/european-bread-market/;

• French Food in the US: http://frenchfoodintheus.org/817;

• Inovwine: www.inovwine.com;

• Instituto do Vinho e da Vinha: http://www.ivv.min-agricultura.pt/np4/regioes;

• Instituto Nacional de Estatística, Base de Dados:

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_bdc_tree&contexto=bd&selTab

=tab2;

• Instituto Politécnico de Viseu: http://repositorio.ipv.pt/handle/10400.19/1282;

• International Trade Centre, Trade Map:

http://www.trademap.org/Product_SelProduct_TS.aspx;

• Knoema: https://knoema.com/WVAWPC2016/worldwide-vineyard-acreage-wine-

production-and-consumption-2011-2014?regionId=LU;

• Le Governement du Gránd-Duché de Luxembourg:

http://www.luxembourg.public.lu/en/le-grand-duche-se-presente/gastronomie/produits-

terroir/produits-alimentaires/viandes/index.html;

• Le portail des statistiques:

http://www.statistiques.public.lu/stat/TableViewer/tableViewHTML.aspx?sCS_Chosen

Lang=fr&ReportId=13377;

• MARE – Instituto Politécnico de Leiria: http://mare.ipleiria.pt/projetos/recursos-

alimentares-marinhos/;

• MercoPress: http://en.mercopress.com/2015/04/28/france-leads-world-wine-

production-and-exports-with-third-largest-area-with-vineyards;

• Organização Mundial do Comércio: https://www.wto.org/;

• Roteiro Gastronómico de Portugal: http://www.gastronomias.com/;

• Statista – The Statistical Portal: https://www.statista.com/;

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

200

• Suomen Mehiläishoitajain Liitto (Beekeeping in Finland):

http://www.mehilaishoitajat.fi/liitto/in-english/;

• Swissmilk: https://www.swissmilk.ch/fr/producteurs-de-lait/medias/communiques-de-

presse/2017/une-nation-damateurs-de-fromages;

• Terras da Beira Baixa: http://www.terrasdabeirabaixa.pt/;

• Universidade de Aveiro: https://uaonline.ua.pt/pub/detail.asp?lg=pt&c=43783.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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Anexo 1. Síntese das sessões realizadas

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

202

Anexo 1. Síntese das sessões realizadas

Neste Anexo apresenta-se uma síntese das sessões realizadas com empresas e outras

entidades do setor agroalimentar da Região Centro.

Metodologia

No âmbito do presente trabalho foram realizadas 5 sessões de trabalho em diferentes locais da

Região Centro (Caldas da Rainha, Castelo Branco, Fundão, Trancoso e Seia), que contaram

com a participação de 37 entidades.

As tabelas seguintes apresentam as entidades que participaram em cada uma das sessões.

Local: Seia (Guarda) Data: Fevereiro 2017 Nº Participantes: 9

Entidades participantes Concelho Principais produtos

António Anastácio & Filhos, Lda. Seia Queijo

Azeites do Cobral, Lda. Oliveira do Hospital Azeite

Branquinho & Branquinho, Unipessoal, Lda. Seia Biscoitos

Dom Fumeiro da Serra – Salsicharia Tradicional, Lda. Seia Enchidos

Lacticínios Correia & Barreiras, Lda. Seia Queijo

Queijaria da Eva Seia Queijo

Queijaria da Pena, Lda. Seia Queijo

Queijaria da Ti Fatita Seia Queijo

Queijos Matias, Lda. Seia Queijo

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

203

Local: Trancoso (Guarda) Data: Março 2017 Nº Participantes: 6

Entidades participantes Concelho Principais produtos

Casa da Prisca SA Trancoso Enchidos

Doces e compotas

Presunto e Fumeiros e R & Filhos, Lda Moimenta da Beira Enchidos

António Fonseca Unipessoal Lda Trancoso Enchidos

CBEAL - Carnes Beira Alta Lda Trancoso Enchidos

Queijaria Artesanal - Clemente & Clemente Lda Celorico da Beira Queijo

Salsicharia Coelho Figueira de Castelo

Rodrigo Enchidos

Local: Caldas da Rainha (Leiria) Data: Abril 2017 Nº Participantes: 3

Entidades participantes Concelho Principais produtos

AIRO - Associação Industrial da Região do Oeste Caldas da Rainha -

Calimenta - Indústria de Confeitaria e Conservas de Fruta, Lda

Caldas da Rainha Hortofrutícolas

Manuel de Sousa Barosa, Lda Caldas da Rainha Pastelaria

Local: Fundão (Castelo Branco) Data: Abril 2017 Nº Participantes: 5

Entidades participantes Concelho Principais produtos

BeiraLacte - Lacticínios da Beira Baixa Lda. Fundão Queijo

Câmara Municipal do Fundão Fundão -

Cooperativa Agrícola dos Olivicultores do Fundão, CRL

Fundão Azeite

Sabores da Gardunha, Lda Fundão Compotas

Mel Licores

Salsicharia da Gardunha, Lda Fundão Enchidos

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

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Local: Castelo Branco Data: Maio 2017 Nº Participantes: 14

Entidades participantes Concelho Principais produtos

A Palmeira Castelo Branco Doces e biscoitos

Beesweet – More Than Honey, Lda. Oliveira de Azeméis Mel

Beira Salgados, Lda. Idanha-A-Nova Salgados

Bolos Dayana Castelo Branco Pastelaria

Desidrata - Fruta Desidratada Benedita Hortofrutícolas

Doces Saberes Proença-A-Nova Compotas

Erikae Castelo Branco Licores

EsHoneybee By Ema Silva Salvaterra de Magos Mel

Expertevasion, Lda Porto Azeite

Fast Vegan Castelo Branco Enchidos

vegetarianos

Fumeiros da Guarda, Lda Guarda Enchidos

Genuinous-Produtos Artesanais de Excelência Seia

Queijo Mel

Licores Enchidos

Gramas Ímpares Unipessoal Lda Manteigas Compotas

Licores Serrano Lda. Covilhã Licores

Refira-se que a discussão nas sessões obedeceu a um guião semi-diretivo constituído por 5

questões.

QUESTÃO 1 Qual o histórico de internacionalização?

QUESTÃO 2 Em que mercados estão presentes atualmente?

QUESTÃO 3 Que barreiras/dificuldades sentiram?

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

205

QUESTÃO 4 Em que mercados tencionam entrar nos próximos 3 anos?

QUESTÃO 5 De que forma tencionam abordar o(s) mercado(s)? Já identificaram oportunidades específicas?

Síntese das sessões

De seguida apresenta-se de forma sintética os contributos recebidos pelos 37 presentes nas 5

sessões, divididos pelas questões apresentadas previamente.

1) Histórico de internacionalização

Os empresários portugueses declararam que procuram identificar e entrar num leque restrito

de mercados que se afiguram como estratégicos, não só porque constituem mercados de

escoamento dos seus produtos, mas também porque são portas de entrada para outros

mercados vizinhos.

As exportações são fundamentalmente diretas e indireta. Procuram parceiros locais,

maioritariamente constituídos por representantes portugueses ou membros das comunidades

portuguesas, que trabalham com produtos portugueses.

O mercado da “saudade” é visto como já saturado. Contudo, a circunstância de lidar com

intermediários conhecedores da qualidade e do potencial dos produtos portugueses é vista

com bons olhos e como facilitadores da distribuição para o cliente final.

O contacto direto é estabelecido muitas vezes através da internet, seja em resultado de

pesquisa efetuado pelo exportador ou, inclusivamente, em resultado de pesquisa pelo

importador por produtos portugueses.

Os empresários do setor agroalimentar da Região Centro privilegiam maioritariamente a venda

a nichos de mercado, tais como lojas gourmet, mercados biológicos ou outros locais de mais

elevada sofisticação. As grandes cadeias de supermercados não são encaradas

favoravelmente em termos de exportações, em virtude da elevada pressão que impõem ao

nível de preços, acabando por colocar em causa a viabilidade do investimento.

Existe sempre que possível uma adaptação dos produtos às especificidades de cada país. A

decisão de adaptar depende sobretudo do conhecimento do país de destino. Os empresários

consideram essencial a presença frequente no mercado no sentido de aferir as tendências e

necessidades de procura. O papel dos intermediários com conhecimento dos produtos

portugueses é aqui essencial na medida em que podem ajudar a transmitir essa necessidade

de adaptação com maior facilidade.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

206

2) Mercados

Os mercados são fundamentalmente próximos em termos culturais. Os “mercados da saudade”

representam uma fatia muito importante – Suíça, França, Alemanha. A razão prender-se-á com

a perecibilidade dos alimentos, o que torna menos viável a exportação para destinos

longínquos, e especialmente com a familiaridade com as espécies / marcas de produtos

alimentares. Fora da Europa exportam para EUA, Emirados Árabes Unidos, Brasil ou Angola.

3) Barreiras e dificuldades à exportação

O fato de se tratar de produtos agroalimentares e portanto perecíveis revela-se como uma das

principais dificuldades para a exportação. O caso dos enchidos e do queijo é especialmente

problemático pelo próprio processo de produção, mantendo as caraterísticas tradicionais. É

também por esta razão que se torna importante a circunstância de os intermediários

conhecerem os produtos que comercializam. De fato, é difícil que uma pessoa que não

conhece o produto em questão invista na sua compra.

O custo do transporte em frio é dispendioso, mas costuma ser incorporado no preço final. Para

alguns mercados, contudo, o fator chave não é o preço, mas a sua qualidade (e

especificações) relativamente aos produtos locais. Por exemplo, um produto percecionado

como elaborado segundo processos tradicionais é amplamente procurado em lojas gourmet do

Centro e Norte Europeu.

A valorização dos produtos portugueses no comércio internacional tem-se revelado difícil.

Existe um desconhecimento dos mesmos, que acabam por se revelar desvantagens

competitivas relativamente a outros produtos como os italianos ou os espanhóis que gozam de

reconhecimento quase imediato.

Na opinião de alguns empresários a promoção dos produtos é um processo complexo, sendo

necessário alcançar um elevado número de pessoas para se notarem os esperados efeitos no

destino.

Os contactos diretos são realizados em paralelo com a visita a feiras internacionais. Contudo,

de uma forma geral, os empresários têm uma perceção de retorno pouco significativo da sua

presença em feiras. Afirmam contudo que constituem eventos importantes para dar a conhecer

os produtos e renovar contactos com clientes já estabelecidos. Além disso, a participação em

feiras deve ser preparada extensivamente uma vez que a forma de agir e realizar negócios

implica um conhecimento empírico elevado (6 a 7 anos). Surge assim a necessidade de

melhorar a transmissão deste conhecimento de natureza tácita entre os diversos empresários.

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Diagnóstico e Plano Estratégico de Internacionalização para o Setor Agroalimentar da Região Centro

207

Os intermediários apresentam-se como úteis nos processos de entrada nos mercados, uma

vez que facilitam a distribuição nos canais de um país de contornos muitas vezes

desconhecidos para o exportador português. Contudo, representam uma fatia demasiado

elevada do preço final, o que acaba por prejudicar a rentabilidade / viabilidade do mercado.

O trabalho conjunto entre empresários é pouco frequente. As iniciativas conjuntas são

avaliadas como formas necessárias para vencer alguns dos desafios abordados, como a

rentabilidade das ações de promoção, a integração de vários produtores para a redução do

transporte por tonelada ou mesmo a constituição de cabazes.

4) Novos mercados

As preferências dos empresários estão viradas novamente para mercados próximos (em

termos culturais) como a Europa (Áustria, Alemanha, Bélgica, França e Luxemburgo), o Brasil,

os EUA ou mesmo o Canadá. Existem contudo algumas intenções para explorar mercados

próximos (geograficamente) como o Norte de África. Contudo a abordagem terá que ser

cuidada, ou seja, a afetação de recursos terá que acompanhar o nível de interesse e a

estabilidade do próprio mercado.

5) Formas de abordagem dos mercados (perspetiva futura)

Em virtude do esmagamento de preços pelas grandes superfícies comerciais, em qualquer

país, o principal enfoque estratégico constitui a entrada em segmentos de mercado premium,

biológicos, etc. onde a qualidade assume uma importância relativamente superior.

Os empresários consideram que a mediação através de importadores portugueses ou de

ascendência portuguesa é uma estratégia que deve continuar, pois estes têm sido no passado

embaixadores das marcas. O seu conhecimento dos canais de distribuição no destino são

oportunidades que se deve tirar partido.

A questão da falta de informação sobre países onde se tenciona entrar pela primeira vez

constitui um constrangimento que os empresários gostariam de ver debelado. Esta informação

inclui regulamentações, estudos de mercados e informação de natureza jurídica ou financeira.