Diagnostico Setor Mineral Estado Rio de Janeiro

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DIRETRIZES PBLICAS PARA UMA MINERAO SUSTENTVEL NO ESTADO DO RIO DE JANEIROConvnio MME / SGM

N 002 de 2006

DRM-RJServio Geolgico do Estado do Rio de Janeiro

Relatrio Final

Rio de Janeiro, 28 de novembro de 2007

Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econmico, Energia, Indstria e Servios Departamento de Recursos MineraisRelatrio Final- Convnio MME no 2/2006 - Pgina 2 de 129

NDICE1. 2. APRESENTAO ............................................................................................. 4 FORMULAO DO BANCO DE DADOS ........................................................... 4 2.1 Elaborao do cadastro mineral do estado do Rio de Janeiro 2.1.1- Levantamento dos dados bibliogrficos 2.1.2 Confeco de formulrios de atualizao de dados cadastrais e de produo 2.1.3 - Gerao de um banco de dados georeferenciados preliminar 2.1.4 - Levantamento dos dados no campo 2.1.5 - Consolidao do banco de dados do cadastro mineral do estado do Rio de Janeiro 2.1.6 Disponibilizao dos dados atravs de CD-ROM e de um WEBGIS 3. CONTEXTO GEOLGICO ESTADO DO RIO DE JANEIRO...................................10 3.1-Aspectos Preliminares 3.2- O arcabouo Geolgico do Rio de Janeiro no contexto do Sistema Orognico Mantiqueira 3.2.1 - A evoluo das Faixas Araua e Ribeira 3.2.1.1 - A Faixa Araua 3.2.1.2 - A Faixa Ribeira 3.3 - Principais Recursos Minerais Da Faixa Ribeira 3.4 - Mapa geolgico simplificado do Rio de Janeiro 4. PANORAMA MINERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO .............................27 4.1 - A produo mineral no contexto nacional e estadual 4.2 - Histrico da Produo Mineral no Rio de Janeiro 4.3 Distribuio e aspectos econmicos dos Bens Minerais em Produo no Estado 4.3.1 - Diviso scio econmica do estado do Rio de Janeiro 4.3.2 - Localizao das extraes de recursos minerais do estado do Rio de JaneiroServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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4.3.1 Areia 4.3.2 Argila 4.3.3 gua Mineral 4.3.4 Areola 4.3.5 Fluorita 4.3.6 Monazita/zirconita/ilmenita 4.3.7 Quartzito 4.3.8 Rocha para Brita 4.3.9 Rocha para Cantaria 4.3.10 Rocha Ornamental e para Revestimento 4.3.11 Rocha Carbontica 4.3.12 Saibro 5. CONTEXTO SCIO ECONMICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.............86 5.1 - O ndice de Qualidade dos Municpios (IQM) 5.2 - A Contribuio Da Atividade Mineral (Onshore) para o Perfil socioeconmico do Estado do Rio De Janeiro 5.2.1 - A capacidade de gerao de emprego e renda 6. DISCUSSES.................................................................................................108 6.1 - A questo ambiental 6.2 - A valorizao da dimenso socioeconmica 7. DIRETRIZES DO SETOR MINERAL PARA O ESTADO DO RIO DE JANEIRO.120 8. BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................123 ANEXO 1 - Formulrio ANEXO 2 Mapa de Localizao das Extraes Minerais na parte Continental do Estado do Rio de Janeiro.

Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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1. APRESENTAOEste documento refere-se ao Relatrio Final do projeto intitulado Diretrizes Pblicas para uma Minerao Sustentvel no Estado do Rio de Janeiro, fruto do Convnio n 002, firmado entre o Departamento de Recursos Minerais, na qualidade de Servio Geolgico do Estado do Rio de Janeiro, e o Ministrio de Minas e Energia, atravs da Secretaria de Geologia, Minerao e Transformao Mineral. O objetivo do projeto foi avaliar e diagnosticar o setor mineral do Estado do Rio de Janeiro atravs da anlise do potencial mineral associado s variveis econmicas e ambientais, bem como a indicao de critrios de sustentabilidade dos

empreendimentos minerais no Estado do Rio de Janeiro e das diretrizes pblicas e privadas nesse setor produtivo. O projeto foi desenvolvido pelo DRM-RJ em cooperao, atravs de um contrato de prestao de servios, com o Departamento de Geologia Aplicada da Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Neste contrato cabia a Universidade os trabalhos de campo, e a construo de um banco de dados georreferenciado e de um relatrio, o qual foi utilizado, junto com os dados do DRM-RJ, como base para a confeco deste relatrio.

2. FORMULAO DO BANCO DE DADOS2.1 Elaborao do cadastro mineral do estado do Rio de Janeiro

Os recursos minerais localizados na rea continental do Estado do Rio de Janeiro relacionam-se principalmente com as Rochas e Minerais Industriais (RMI), empregados principalmente na construo civil, e mais raramente na indstria de transformao. Dentre os vrios fatores que norteiam a extrao dos RMI destaca-se principalmente a importncia do mercado consumidor local. Nesse contexto, a extraoServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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desses bens torna-se errtica e sazonal, dificultando sobremaneira a tentativa de catalogao dos mesmos. Nesse sentido faz-se necessrio discutir a seguir os critrios adotados no presente relatrio, para o cadastramento desses bens, com a finalidade de expor o panorama mineral da rea em questo. O cadastramento dos bens minerais para a rea continental do estado, seguiu as seguintes etapas: coleta de informaes na literatura, confeco de formulrios de atualizao de dados cadastrais e de produo para a coleta de dados no campo, bem como, para envio s empresas de explorao mineral em atividade no estado, gerao de um banco dos dados georreferenciados preliminar, trabalho de campo e consolidao do banco de dados georreferenciados do cadastro mineral do estado do Rio de Janeiro.

2.1.1- Levantamento dos dados bibliogrficos

A principal fonte bibliogrfica utilizada foi o Registro Mineral do Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ-2006). Buscando identificar com maior abrangncia o parque produtor do RJ, O DRM-RJ criou em 1994, com base na resoluo SEF 2473/94, o seu Registro Mineral que certifica as empresas do setor mineral do Estado do Rio de Janeiro, com base em informaes cadastrais e como pr-requisito para a obteno da Inscrio Estadual junto Secretaria de Estado de Fazenda. A clientela (empresas) englobada foi definida atravs da avaliao dos dados do Cadastro nico disponibilizado pela Secretaria de estado da Fazenda / SEF, onde foram identificas pelo Cadastro de Atividades Minerais(CAE) atual CNAE-F, aquelas empresas fluminense. O DRM-RJ criou e aplicou junto ao Registro mineral, o Cadastro de Atividades Minerais CAM, como alternativa do Estado quantificar e qualificar os dados primrios do setor mineral fluminense, devido a pouca consistncia dos dados e informaes dos dados oficiais do setor, principalmente para os minerais no metlicos. Soma-se a este pertencentes ao setor mineral

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fato, a dificuldade permanente de obteno de dados primrios oficiais, protegidos por clusulas de confidencialidade. O DRM-RJ, mesmo no possuindo poderes normativos para exigir das empresas do setor mineral o preenchimento e devoluo dos formulrios (CAM), conseguiu, a partir de 1994, criar um banco de dados que hoje esboa um perfil do setor extrativo/beneficiador e transformador mineral no RJ. Diferentemente do DNPM, so coletadas informaes sobre a indstria de beneficiamento e transformao, como cermicas e cimenteiras, ampliando a abrangncia do cadastro. Nesse registro encontram-se informaes relativas s empresas que exploram e/ou beneficiam recursos minerais no Estado do Rio de Janeiro. Essas informaes dizem respeito ao bem mineral explorado, localizao geogrfica da explotao, nome da empresa mineradora, nmero de empregados, responsvel tcnico pela operao, produo mensal e valor mdio de venda do produto final. A catalogao dos recursos minerais do Registro Mineral do DRM-RJ sofreu uma reviso criteriosa relacionada principalmente s coordenadas geogrficas, pois que poucas eram as numericamente referenciadas com GPS, sendo a maioria proveniente de mapas imprecisos de localizao entregues pelo minerador e/ou mapas do pedido de requerimento ao DNPM na escala 1:50.000 de onde foram calculados os pontos mdios da rea requerida. Esses dados foram organizados em bases digitais disponveis na escala 1:50.000. Com a representao digital desses dados, foi possvel eliminar os erros de digitalizao e orientar a dinmica dos trabalhos de campo. No entanto, vale ressaltar que essa metodologia compromete a indicao precisa da localizao da extrao mineral, exigindo uma procura detalhada da mesma no campo. Alm da peculariedade da extrao de bens como areia, argila e areola, cuja localizao inconstante. Outras fontes de consulta referem-se aos Termos de Ajustamento de Conduta Ambiental monitorados pelo DRM-RJ, aos projetos e vistorias realizadas pelo, relatrios tcnicos emitido pelas entidades afins e trabalhos acadmicos de universidades. A listagem completa est referenciada na bibliografia.Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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Feita a compilao dos dados existentes na literatura e rgos afins, estes foram considerados como preliminares e agrupados num banco de dados georreferenciados que serviu de base para a etapa de campo.

2.1.2 Confeco de formulrios de atualizao de dados cadastrais e de produo

Foram confeccionados formulrios visando os seguintes objetivos: . atualizao das coordenadas geogrficas da rea de lavra e/ou da sede da empresa, . atualizao dos dados cadastrais das empresas em atividade no estado, . tipo, metodologia, localizao topogrfica e situao ambiental no entorno da lavra, . produo mineral (substncias exploradas e produtos comercializados, compradores e fornecedores, volume explotado e preo mdio nos ltimos cinco anos), . mo de obra (nmero de funcionrios contratados e terceirizados, grau de instruo dos funcionrios, remunerao mdia dos funcionrios) . indicao das necessidades dos mineradores

Esses formulrios encontram-se no Anexo 1 e foram enviados as empresas de minerao do estado acompanhados de carta explicativa dos objetivos do presente projeto, a fim de complementar e retificar os dados que foram levantados em campo pela equipe do projeto bem como aqueles levantados na bibliografia. Alm dos dados obtidos nesses formulrios foram anexados informaes geolgicas como rochas e/ou mineral explorado, tipo litolgico e unidades

estratigrficas do recurso explorado, dados estruturais, outras observaes (presena de veios, enclaves etc) para orientao nos trabalhos de campo. O formulrio em meio eletrnico tambm foi colocado disposio dos mineradores que manifestaram interesse de fazer o preenchimento por meio digital. Foi criado um e-mail especfico para atender esta demanda.Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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2.1.3 - Gerao do banco de dados georreferenciados preliminar

Os dados obtidos na etapa de levantamento bibliogrfico, incluindo as bases cadastrais disponveis do Departamento Nacional de Produo Mineral e do Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro, foram adaptados a tabelas que alimentaram um banco de dados georreferenciados preliminar

confeccionado com o programa SGBD PostgreSQL. Esse banco de dados georreferenciados serviu de base para a confeco de mapas preliminares gerados atravs do programa ArcGis 9.2 adicionando a base topogrfica da Fundao CIDE na escala 1:400.000.

2.1.4 - Levantamento dos dados no campo

O trabalho de campo foi orientado a partir dos mapas com as informaes preliminares acima citadas alm do auxlio dos mapas topogrficos do IBGE na escala 1:50.000 para melhor localizao. O mtodo de geoposicionamento utilizado para localizao desses depsitos no campo foi atravs de GPS-Garmin 76, utilizando o datum Crrego Alegre. No campo foi feita a checagem das coordenadas geogrficas, localizao de novas lavras, a descrio geolgica das principais frentes de lavras em atividade ou paralisadas e o preenchimento do formulrio com os dados cadastrais e econmicos. Foram visitadas em torno de 350 empresas e/ou lavras no estado do Rio de Janeiro. As dificuldades encontradas nessa etapa foram: . impreciso da localizao entre as reas requeridas citadas nos processos de requerimento do DNPM e DRM-RJ, e a localizao exata da extrao, . impreciso na localizao das extraes de bens minerais como areia, areola e argilas pois a lavra de rpida exausto fazendo com que a mesma mude de local em perodos curtos,

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. falta de tcnico responsvel pela operao extrativa da lavra durante a visita dos tcnicos do projeto, . obteno de respostas imprecisas por parte do minerador quanto aos dados econmicos e de mo de obra, . acesso as lavras dificultado pela m conservao das estradas secundrias em poca de chuva.

2.1.5 - Consolidao do banco de dados do cadastro mineral do estado do Rio de Janeiro

Nessa etapa foi consolidado o banco de dados do cadastro mineral do estado do Rio de Janeiro atravs da atualizao do banco de dados preliminar com base nos dados obtidos no campo e nos formulrios enviados e preenchidos pelas empresas. Alm disso, foi ainda incorporado nesse banco, as informaes contidas no Cadastro de Atividades Minerais do DRM-RJ (CAM) a partir de 2004, que tratam da produo do minerador dentre outras informaes. O trabalho de campo foi fundamental para a determinao geogrfica precisa da extrao mineral com auxlio de GPS, como tambm para verificar o universo de empresas que se encontram em atividade no estado.

2.1.6 Disponibilizao dos dados atravs de CD-ROM e de um WEBGIS

Com o objetivo da disseminao das informaes geradas pelo projeto, foi desenvolvido um programa de visualizao dos dados usando a linguagem DELPHI, com o auxlio de objetos desenvolvidos e comercializados pela empresa ESRI chamados MapObjects, verso 2.2. Podem ser visualizadas as camadas: Pontos do Banco de Dados, Sistema Virio, Hidrografia, Unidades de conservao, Diviso administrativa e Geologia. Os requerimentos mnimos necessrios para execuo do programa so: Sistema Operacional: Windows 98;Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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256 Mb de memria RAM; Disco rgido com 30 Mb livres para a instalao do MapObjects 2.2 Runtime;

Processador Pentium 800 MHz ou equivalente; Driver de CD-ROM 32x; e Monitor com resoluo de 800x600;

Estas mesmas informaes podem ser visualizadas, atravs de um WEBSITE na Internet, no endereo http://www.petrleo.rj.gov.br/mineral. Este endereo eletrnico ser transferido para http://www.mineral.rj.gov.br/ assim que o registro junto aos rgos competentes for finalizado, tornando as informaes disponveis para o pblico em geral, via rede mundial de computadores. A pgina possui um mapa interativo, onde o usurio pode aproximar, afastar e coletar informaes de algumas camadas atravs da barra de ferramentas na parte superior esquerda da janela de navegao. A verso do CD-ROM entregue ao MME possui dois diretrios que a verso de distribuio no possui: BANCO DE DADOS: este diretrio possui o Banco de dados final do projeto no formato PostgreSQL; e RELATORIO: Possui uma cpia no formato PDF do Relatrio Final.

3 - CONTEXTO GEOLGICO ESTADO DO RIO DE JANEIRO3.1 - Aspectos Preliminares

A despeito de concentrar um destacado conjunto de empresas e instituies de ensino e pesquisa ligados ao setor de geologia e minerao, o Estado do Rio de Janeiro nunca se revelou como um potencial stio para a minerao de escala em seus domnios

onshore. Ainda que respeitado o aforismo que nos impe a cautela de observar que aausncia de prova no prova a ausncia, difcil ignorar que aps vrios programas de mapeamento geolgico e prospeco mineral empreendidos nas ltimas dcadas, porServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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rgos pblicos (DARME, atual DRM-RJ, que realizou o pioneiro recobrimento geolgico do estado na escala 1:50.000, com o Projeto Carta Geolgica do Estado do Rio de Janeiro, concludo em 1983 e atuaes pontuais da CPRM), pelas trs Escolas de Geologia do Rio de Janeiro e at por escolas de outros estados, como a USP, nenhum indcio de mineralizao por eles relatado prosperou em mina de mdio a grande porte. Ao contrrio, firmou-se o estado como vocacionado basicamente produo de insumos para a construo civil, em arranjos de produtores de pequena escala, os chamados Plos Minerais, a que se somam algumas outras poucas substncias minerais, nominadamente as guas minerais, as rochas carbonticas e a fluorita. Tmse como registros isolados de uma produo mineral baseada em minerais metlicos, a pirita, no Municpio de Rio Claro, e o pequeno ciclo de garimpagem de ouro, no Mdio Paraba e no noroeste do estado, ambas reduzidas, hoje, a meras citaes histricas. Entretanto constata-se que, em decorrncia da evoluo do sistema orognico Neoproterozico que se delineia ao longo da atual borda meridional brasileira, o entorno do Rio de Janeiro foi palco de inmeros episdios mineralizantes, com destaque aos associados s fases de granitognese, que emolduram a pouco diversificada e parcimoniosa produo mineral fluminense onshore,

3.2 - O arcabouo Geolgico do Rio de Janeiro no contexto do Sistema Orognico Mantiqueira

No sendo o propsito deste item apresentar uma abordagem detalhada da evoluo tectnica da Provncia Mantiqueira, dado o escopo do presente trabalho, optamos por transcrever da sntese do estado da arte sobre esse sistema orognico, elaborada por Heilbron et al. (2004), apenas os aspectos relevantes dessa orogenia diacrnica, sob a perspectiva de destacar os principais domnios litolgicos/tectnicos de seus compartimentos setentrional e central, e as mineralizaes a eles associados, como subsdios para a avaliao do potencial mineral do Rio de Janeiro.

3.2.1 - A evoluo das Faixas Araua e RibeiraServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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Como ponto de partida, temos que a Orogenia Neoproterozica Brasiliano-Pan Africana, iniciada h 880 Ma, deu origem aos mais de 3000 km da Provncia Mantiqueira, com o desaparecimento diacrnico dos oceanos Goianides e Adamastor (Tabela 1), situados a oeste e leste do Paleocontinente So Francisco, que resultou na amalgamao do Paleocontinente Gondwana Ocidental, e encerrou-se, h 480 Ma, com o colapso tectnico dos orgenos.Tabela 1 - Cronologia das colises da orognese brasiliana na Provncia Mantiqueira

IDADE (Ma) 790 700

ORGENO Terrenos Apia-Guaxup So Gabriel (coliso de arco-de-ilhas pr orogenia Dom Feliciano) Braslia Merid. / Terr. ApiaGuaxup Dom Feliciano Araua Ribeira

CRTON(S) ASSOCIADO(S) Paranapanema Rio de La Plata

630 600 580 580 (1) 520 (2)

So Francisco Rio de La Plata / Kalahari So Francisco / Congo So Francisco / Congo / Paranapanema

A subdiviso estratigrfica geral da Provncia da Mantiqueira pode ser assim resumida:

a) Embasamento arqueano e/ou paleoproterozico mais velho que 1,7 Ga.

b) Seqncias

metassedimentares

depositadas

em

bacias

intracontinentais

paleoproterozicas a mesoproterozicas.

c) Seqncias metassedimentares e metavulcano-sedimentares neoproterozicas que incluem seqncias de margem passiva (abertura ocenica), seqncias relacionadas ao fechamento de oceanos (bacias de ante-arco e retro-arco), e ao estgio da coliso continental (bacias molssicas e de antepas).Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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d) Granitides neoproterozicos pr-colisionais, gerados em arco magmtico intraocenico ou de margem continental, e portanto contemporneos a processos de subduco.

e) Granitides neoproterozicos sincolisionais.

f) Coberturas neoproterozico-cambrianas associadas a bacias tardi-orognicas e magmatismo ps-colisional

3.2.1.1 - A Faixa Araua

Como um dos episdios terminais do fechamento do oceano Adamastor, na evoluo da Faixa Araua se destacam as mineralizaes associadas aos eventos de granitognese dos diferentes estgios evolutivos.

Figura 1 - Compartimentao tectnica do Orgeno Araua.

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1- Sute G5, tipo I (520-490 Ma). 2- Sute G4, tipo S (520-500 Ma). 3- Formao Salinas (570-520 Ma). 4- Sutes G2 (585-565 Ma) e G3S, ambas tipo S. 5- Sute G1, tipo I (630585 Ma). 6- Complexo paragnissico. 7- Grupo Macabas proximal. 8- Grupo Macabas distal. 9- Formao Ribeiro da Folha (RF) e Grupo Dom Silvrio (DS). 10- Grupo Rio Doce. 11- Granito Salto da Divisa (880 Ma). 12- Complexo Juiz de Fora (2,2-2,0 Ga). 13- Arqueano a Mesoproterozico retrabalhado na Orogenia brasiliana (Supergrupo Espinhao em amarelo): complexos Gu- Guanhes, It- Itabuna, Ma-Mantiqueira, PPocrane, e Po-Porteirinha. 14- Limite cratnico. 15- Zona de sutura neoproterozica. 16- Transporte tectnico. 17- Polaridade metamrfica

Por sua dimenso e importncia econmica, reproduzimos a seguir a figura extrada do livro de Biondi (2003), com os limites da Provncia Pegmattica Oriental (Figura 2), que se insere quase que totalmente na Faixa Araua e cujos corpos mineralizados decorrem de trs (G2, G4 e G5) dos cinco episdios de granitognese citados no quadro acima.

Figura 2 - A Provncia Pegmattica Oriental.

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3.2.1.2 - A Faixa Ribeira

Em seqncia Orogenia Araua e encerrando as etapas colisionais, a Faixa Ribeira apresenta os seguintes aspectos evolutivos:

Coliso (II, ca. 580 Ma) do Crton do So Francisco com outra(s) placas e/ou microplaca(s) e/ou arco de ilhas situado(s) a sudeste deste crton, bem como com a poro sudoeste do Crton do Congo.

Coliso oblqua gerando zonas com predomnio de encurtamento frontal e zonas com componente transpressivo destral. Empilhamento de terrenos de leste para oeste-noroeste.

Subdividido em cinco terrenos tectono-estratigrficos (no sentido de Howell, 1989) separados ora por falhas de empurro, ora por zonas de cisalhamento oblquas transpressivas: Terreno Ocidental Terreno Paraba do Sul Terreno Embu Terreno Oriental Terreno Cabo Frio (520 Ma) (580 Ma)

A estruturao do Orgeno Ribeira, no segmento do Rio de Janeiro, pode ser visualizada no mapa geolgico simplificado abaixo (Figura 3), extrado de Heilbron et al (2004).

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Figura 3 - Compartimentao do Orgeno Ribeira no Rio de Janeiro.

Legenda:1-Sedimentos cretceas/tercirias Granitide Brasilianos sin a ps-colisionais (4-8) - 4-Biotita granitos pscolisionais (510-480 Ma, G5), 5-Granitos contemporneos s ZCs D3 (535-520 Ma, G4), 6-granitos e charnockitos tardi-colisionais (ca. 560 Ma, G3); 7-Granitos porfirides sin-colisionais (590-560 Ma); 8Leucogranitos e charnockitos tipo S ou hbridos sin-colisionais (ca. 580 Ma, G2) Granitides com idade indeterminada (9-10) : 9-Hornblenda granito gnaisse; 10-Sutes Anta e So Primo 11-Arco magmtico Rio Negro (790-620 Ma) Terreno Ocidental (12-17) : (12-14)-Megasseqncia Andrelndia : 12-Seqncia Rio do Turvo em fcies granulito de alta P; 13-Seqncia Rio do Turvo; 14-Seqncia Carrancas 15-Complexo Mantiqueira 16-Fcies distais da Megasseqncia Andrelndia no Domnio Juiz de Fora 17-Complexo Juiz de Fora 18-Complexo Embu indiviso Terreno Paraba do Sul (19-20) : 19-Grupo Paraba do Sul; 20-Complexo Quirino Terreno Oriental (21-22) : 21-Sucesso metassedimentar Italva; 22-Sucesso quaternrios, 2-Sedimentos tercirios, 3-Rochas alcalinas

metassedimentar Costeiro Terreno Cabo Frio (23-24) : 23-Sucesso Bzios e Palmital; 24-Complexo Regio dos LagosServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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A Figura 4 nos mostra uma seo estrutural composta do Orgeno Ribeira com seus terrenos e domnios estruturais.

Figura 4 - Perfil NW-SE do Orgeno Ribeira no Rio de Janeiro (Heilbron et al, 2004).

Legenda: Terreno Ocidental (1-6): 1 a 3- Megasseqncia Andrelndia nos domnios Autctone, Andrelndia e Juiz de Fora, Terreno Ocidental; 4 a 6Associaes do embasamento (Complexos Barbacena, Mantiqueira e Juiz de Fora)

Terreno Paraba do Sul (7-8): 7- Grupo Paraba do Sul; 8Complexo Quirino

Terreno Oriental (9-13): 9- Seqncia Cambuci; 10- Seqncia Italva; 11- Seqncia Costeiro; 12-Arco Magmtico Rio Negro; 13Granitos colisionais

Terreno Cabo Frio(14-15): 14-Seqncias Bzios e Palmital; 15Complexo Regio do Lagos

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O Embasamento

Na extremidade sul do Orgeno Braslia e do Orgeno Ribeira alta a proporo de rochas do embasamento mais velhas que 1,7 Ga, que afloram em praticamente todos os terrenos, com exceo da Nappe Socorro-Guaxup e do Terreno Oriental. Cinco associaes litolgicas constituem o embasamento das bacias

mesoproterozicas e neoproterozicas no Orgeno Ribeira e na poro sul do Orgeno Braslia: a) Faixas arqueanas do tipo greenstone belt, de direo NE-SW, afloram no Domnio Autctone. b) Rochas gneas de carter bimodal (2,22 - 2,12 Ga) intrusivas nas faixas tipo greenstone belt ocorrem no Domnio Autctone. c) Ortognaisses migmatticos, granitides e metabasitos com idades arqueanas (2,8-2,7 Ga) a paleoproterozicas (2,2-2,0 Ga). d) Ortogranulitos paleoproterozicos integram um conjunto muito heterogneo denominado Complexo Juiz de Fora. e) Hornblenda ortognaisses paleoproterozicos denominados de complexos Quirino (2,19 e 2,17 Ga, granitides tonaltico-granodiorticos com enclaves de rochas meta-ultramficas, metamficas e clcio-silicticas) e Regio dos Lagos (ca. 1,9 Ga, ortognaisses tonalticos a granticos, com enclaves diorticos e muitas lentes decamtricas de anfibolitos(diques bsicos desmembrados)), ocorrem nos terrenos Paraba do Sul e Cabo Frio, respectivamente.

As Bacias Precursoras

A maior parte das associaes metassedimentares neoproterozicas do Orgeno Ribeira, bem como da extremidade sul do Orgeno Braslia, representam depsitos sedimentares de margem passiva. Entretanto, na poro interna do Orgeno Ribeira (terrenos Oriental e Cabo Frio) e nas Nappes Superiores do Orgeno Braslia (Nappe Socorro-Guaxup), existemServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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seqncias que parecem ter sido depositadas durante a Orognese Brasiliana, em bacias de ante-arco e retro-arco. Na regio adjacente ao Crton do So Francisco, a sedimentao neoproterozica caracterizada pela Megasseqncia Andrelndia, mas nos terrenos mais internos do Orgeno Ribeira, a marcante aloctonia e elevado grau metamrfico dificultam a reconstituio de seqncias deposicionais.

I. Megasseqncia Andrelndia-Itapira.

A Megasseqncia Andrelndia ocorre em todos os domnios que integram o Terreno Ocidental do Orgeno Ribeira, a sul e sudeste do Crton do So Francisco (domnios Autctone, Andrelndia e Juiz de Fora), bem como nos terrenos alctones (nappes) que ocorrem na poro sul do Orgeno Braslia, a sudoeste do Crton do So Francisco. A Megasseqncia Andrelndia subdivide-se em duas seqncias que gradam lateralmente para sucesses distais semelhantes, com intercalaes de fcies pelgicas:

a) Seqncia Carrancas. (da base para o topo: paragnaisses bandados com intercalaes de anfibolitos; paragnaisses bandados com intercalaes de anfibolitos, quartzitos e filitos cinzentos; quartzitos e intercalaes delgadas de xistos, ambos ricos em muscovita esverdeada; e filitos e xistos cinzentos com intercalaes quartzticas)

b) Seqncia Serra do Turvo, que recobre as unidades da Seqncia Carrancas, bem como da Megasseqncia Caranda e do embasamento. (clorita-biotita-filitos e plagioclsio biotita xisto/gnaisse de granulao fina a mdia e sem bandamento, com fragmentos isolados de granitides do embasamento; biotita xisto a gnaisse, de granulometria grossa, com

intercalaes de anfibolito, gondito, quartzito e rochas clcio-silicticas)

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A interpretao paleoambiental indica deposio em bacia de margem passiva, com fcies plataformais e distais.

II. Unidades Metassedimentares dos Terrenos Paraba do Sul e Oriental.

A cobertura metassedimentar que aflora nos terrenos Paraba do Sul e Oriental compreende uma sucesso de rochas metapelticas e metapsamticas, rica em intercalaes carbonticas e clcio-silicticas. No Terreno Paraba do Sul, a sucesso metassedimentar compreende duas unidades: biotita gnaisses psamticos e sillimanita-biotita gnaisses pelticos. No Terreno Oriental ocorrem sucesses metassedimentares distintas, em trs domnios estruturais: No Domnio Cambuci ocorrem granada-biotita gnaisses migmatticos com lentes de olivina mrmore dolomtico e rochas clcio-silicticas. Lentes de rochas bsicas, transformadas em granada diopsdio granulitos so freqentes.

No Domnio Costeiro predominam gnaisses peraluminosos (kinzigticos), ricos em granada e sillimanita, localmente com cordierita. Esta sucesso possui muitas intercalaes decamtricas de quartzitos impuros, biotita gnaisses bandados, rochas clcio-silicticas e anfibolitos.

O Domnio Italva inclui biotita gnaisses bandados, mrmores calcticos, anfibolitos e anfiblio xistos. O metamorfismo de fcies anfibolito e a sucesso metavulcano-sedimentar basltico contemporneo. sugere ambiente plataformal, com magmatismo

As sucesses de cobertura do Terreno Oriental podem representar bacia de margem passiva, rica em sedimentao carbontica, de um (micro)continente (Terreno Oriental ou Microplaca Serra do Mar) que no fazia parte da Placa So Francisco-Congo. Estas sucesses foram invadidas por rochas do arco magmtico neoproterozico,Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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indicando a passagem de uma fase de margem passiva para margem ativa, relacionada com o incio do processo de subduco. III. Associao Metassedimentar Bzios-Palmital.

A Sucesso Bzios constituda por metassedimentos aluminosos (sillimanitacianita-granada- biotita gnaisses) com freqentes intercalaes de camadas de rochas clcio-silicticas e corpos de anfibolitos. A Sucesso Palmital constituda predominantemente por sillimanita-granadabiotita gnaisses com intercalaes de rochas clcio-silicticas e granada quartzitos. A posio geogrfica destas seqncias, sua constituio litolgica (meta-pelitos, meta-carbonatos e metabasaltos), bem como os dados geocronolgicos sugerem deposio em bacia retro-arco neoproterozica, relacionada ao Arco Magmtico Rio Negro.

Estgio Pr-colisional

No Orgeno Ribeira, a polaridade da subduco foi para leste, resultando na gerao do Arco Magmtico Rio Negro, localizado no Terreno Oriental. Apenas a poro plutnica do Arco Magmtico Rio Negro est preservada e compreende ortognaisses tonalticos a granticos, clcio-alcalinos, com corpos gabricos associados.

Estes granitides esto alojados em paragnaisses do Domnio Costeiro, que provavelmente integravam a poro distal (turbidtica) da margem passiva do Terreno Oriental.

Dados isotpicos sugerem pelo menos duas etapas de gerao de rochas neste arco: 790 Ma e 635-620 Ma.

Dados U-Pb sugerem que o Arco Magmtico Rio Negro atuou como rea-fonte de sedimentos para o Domnio Cambuci (bacia ante-arco?) e para unidades do topo doServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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Domnio Costeiro (bacia retro-arco?), indicando deposio contempornea ao processo de subduco.

Estgio Sincolisional

Estgio Colisional II (ca. 590-560 Ma)

Contrastando com o estilo estrutural de coliso frontal observado no Orgeno Braslia, a Coliso II foi oblqua. Isto resultou na partio da deformao em zonas de encurtamento frontal vergentes para oeste e zonas de mergulho ngreme, orientadas a NE-SW, com componente transpressivo destral. Por isto, os limites entre os compartimentos tectnicos so representados por falhamentos reversos, com

mergulhos ngremes (30 a 60), ou por zonas de cisalhamento oblquas.

A Coliso II colocou os terrenos Paraba do Sul e Oriental (incluindo o Arco Rio Negro) sobre o Terreno Ocidental, que representa o embasamento retrabalhado do Crton do So Francisco, e sobre os terrenos recm-amalgamados da poro sul do Orgeno Braslia.

No topo do Terreno Ocidental, o Domnio Juiz de Fora se caracteriza como uma verdadeira mlange tectnica, definindo um duplex de escala crustal, onde rochas do embasamento e rochas da cobertura neoproterozica esto milonitizadas e

interdigitadas tectonicamente.

O metamorfismo na Klippe Paraba do Sul situa-se na fcies anfibolito, mas no Terreno Oriental varia da fcies anfibolito (Domnio Italva) fcies granulito (domnios Cambuci e Costeiro).

O espessamento resultante da Coliso II originou diversas sutes granitides, a exemplo da sute porfirtica clcio-alcalina de alto-K precoce (ca. 590-580 Ma; tiposServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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Maromba, Pedra Selada e Serra do Lagarto), leucogranitos (tipo Rio Turvo) e/ou granada charnockitos (ca. 580 Ma), sute clcio-alcalina de alto-K tardia (ca. 575-560 Ma; tipo gnaisse facoidal do Rio de Janeiro), e biotita granitos (ca. 560 Ma, tipo Serra dos rgos). Os granitides relacionados Coliso II so mais abundantes no topo do Terreno Ocidental (Domnio Juiz de Fora) e no Terreno Oriental.

Estgio Colisional III (ca. 535-510 Ma)

O ltimo episdio colisional, que resultou no amalgamamento tardio do Terreno Cabo Frio ao Orgeno Ribeira, foi designado de Orognese Bzios.

Naquela poca (meados do Cambriano), praticamente todos os orgenos em torno do Paleocontinente So Francisco-Congo j tinham completado sua histria evolutiva, o que dificulta o entendimento do cenrio tectnico naquele momento. Alguns autores sugerem a possibilidade deste episdio estar relacionado com o rpido fechamento de uma bacia ocenica, localizada entre o Arco Rio Negro/Terreno Oriental (bacia retroarco ?) e a borda sul do paleocontinente do Congo.

Nos terrenos Oriental e Paraba do Sul, e no Terreno Ocidental, este episdio resultou em redobramento normal de estruturas previamente formadas, associado gerao de zonas de cisalhamento destrais, espaadas, como por exemplo as zonas de cisalhamento Alm Paraba, Trs Coraes e Caxambu. A separao lateral mxima calculada da ordem de 15-18 km, para as duas ltimas. Um novo episdio metamrfico e granitos contemporneos s zonas de cisalhamento indicaram idades entre 535 e 520 Ma.

Estgio Ps-colisional

Nos terrenos Oriental e Cabo Frio ocorre uma fase de deformao ps-colisional que marca a transio para um regime tectnico extensional.Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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Esta fase est representada por dois conjuntos de estruturas, que so:

a) zonas de cisalhamento dctil-rpteis, normais, longitudinais ao orgeno e associadas a dobras com vergncia para leste.

b) zonas de cisalhamento subverticais, de direo NW e transversais ao orgeno, com regime transtensivo e predomnio do componente lateral destral e do componente vertical normal (abatimento do bloco leste).

Este regime tectnico est associado gerao de plutonismo ps-colisional com idades entre 510 e 480 Ma. Em geral so granitos clcio-alcalinos que ocorrem como stocks circulares ou na forma de diques e soleiras. Este magmatismo ps-deformacional evoluiu regionalmente, adquirindo uma tendncia mais alcalina na direo sudoeste.

Como exemplos deste magmatismo temos os granitos Parati, Ilha Grande, Pedra Branca (ca. 510 Ma), Suru, Terespolis, Nova Friburgo e Sana.

3.3 - Principais Recursos Minerais da Faixa Ribeira

Em complemento evoluo tectnica acima apresentada, so apresentadas a seguir, apenas a ttulo de registro e em ordem decrescente de idades, as principais mineralizaes ocorrentes nos domnios da Faixa Ribeira, segundo Dardenne & Schobbenhaus (2001).

Au, estratiforme e em veios de quartzo (ZC dctil-rptil), associado a

seqncias vulcano-sedimentares paleoproterozicas. (Serra de Itaberaba-SP)

Pb-Zn-(Cu)-Ba-Ag, do tipo Perau, de idade mesoproterozica, em

jazidas estratiformes sedimentar-exalativas (SEDEX), a partir da atuao de

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sistemas hidrotermais submarinos em bacia rifte com elevado fluxo trmico, provavelmente relacionado a atividades magmticas.

Pb-Zn-Ag, do tipo Panelas, strata-bound, com veios discordantes em meso a neoproterozicos, de seqncias plataformais.

carbonatos,

Provavelmente mineralizaes disseminadas nos carbonatos e xistos, de origem sedimentar-exalativa (SEDEX), posteriormente remobilizada pela tectnica brasiliana.

W, Sn, Au associados a intruses de granitos brasilianos:

Granito Itaoca / SP, 626 Ma, tipo I, relacionado a arco magmtico, sin a tardi tectnico do final do Neoproterozico (Brasiliano) - W, Mo, Cu. Sute Caratinga / SC, 647-500 Ma, tardi a ps-tectnico W (Sn-Mo). Granitide Passa Trs / PR Au em ZC.

Pb-Zn(Cu) e talco em zonas de cisalhamento brasilianas:

Ribeiro da Prata / SC, 522 Ma, com hidrotermalizao de milonitos por fluidos metamrficos durante o perodo de relaxamento, aps a fase de transpresso extrema.

Pb-Zn-Ag(Cu).

Faixa Itaiacoca / PR, ZC brasilianas (N 50-70 E), subverticais ou com mergulhos fortes para SE, onde fluidos metamrficos ricos em SiO2 reagiram com dolomitos e formaram talco.

Fluorita stratabound do Vale do Ribeira, ou derivada da interao de

mrmores com intruses granticas sintectnicas (Gr. Trs Crregos - 640 Ma) e ps-tectnicas (Gr. Itaoca 510 Ma), ou derivada da circulao de fluidos hidrotermais associados ao magmatismo carbonattico ao longo de lineamentos regionais, de idade Cretceo Superior (c. alcalino-carbonatticos: Barra do Itapirapu, 135 Ma / Mato Preto, 65 Ma).Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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3.4 - Mapa geolgico simplificado do Rio de Janeiro

Considerando que as substncias minerais produzidas no Rio de Janeiro, em seu domnio onshore, ou so fundamentalmente rochas in natura e seus derivados de alterao intemprica (areias, argilas, ...) ou no apresentam relaes genticas com as litologias onde ocorrem (guas minerais), nos ser suficiente utilizar, como base geolgica para as inter-relaes a serem estabelecidas na avaliao do setor produtivo mineral do estado, o mapa geolgico simplificado do DRM-RJ (Figura 5). Produzido para atender aos propsitos de divulgao dos principais aspectos geolgicos do estado, no mbito do Projeto Caminhos Geolgicos, a partir da adaptao do Mapa Geolgico do Estado do Rio de Janeiro na escala 1:100.000, condensa de forma bastante prtica as litologias em trs grandes grupos, conforme figura abaixo: 1) o das Rochas Sedimentares, subdivido em Sedimentos Quaternrios e Sedimentos Tercirios; 2) o das Rochas Magmticas, subdividido em Rochas Alcalinas, Diques de Diabsio, Granitos Homogneos e Rochas Bsicas; 3) o das Rochas Metamrficas, subdividido em Rochas Ortoderivadas e Rochas Paraderivadas.( )(

Figura 5 - Mapa Geolgico Simplificado (DRM-RJ, 1:100.000)Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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4. PANORAMA MINERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

4.1 - A produo mineral no contexto nacional e estadual Segundo os dados divulgados pelo DNPM, nas publicaes Sumrio Mineral 2006 e Informe Mineral 2006, a produo da indstria extrativa mineral brasileira, no ano-base de 2005, foi da ordem de US$ 36 bilhes, algo como 4,4 % do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, com um crescimento em relao ao ano anterior em torno de 10,9 %, decorrente, principalmente, do aumento das produes de carvo mineral (12,7%), petrleo e gs natural (11,4%) e minrios ferrosos (11,9%). No mesmo perodo o PIB apresentou um crescimento de 2,3%. Da mesma forma, expressivo foi o aumento de 12,3% na outorga de Portarias de Lavra em 2005, passando das 371 concedidas em 2004 para 416. Com uma grande diversidade de terrenos e ambientes geolgicos distribudos por seus 8,5 milhes de km2, o Brasil possui um dos maiores potenciais minerais do mundo, comparvel aos dos Estados Unidos, Rssia, Canad, Austrlia, China e frica do Sul, apresentando-se em destacada posio no quadro das reservas mundiais de pirocloro (minrio de nibio), tantalita, grafita, caulim, vermiculita, talco, magnesita, cassiterita, bauxita, ferro, mangans e minerais de ltio (Figura 6).

Figura 6 - A participao brasileira no ranking mundial das reservas minerais. (Fonte DNPM, 2006)

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A produo mineral brasileira, que abrange atualmente mais de uma centena de substncias, permite a auto-suficincia do pas na maioria dos produtos minerais e gera significativos excedentes. A participao do setor no total das exportaes brasileiras foi de, aproximadamente, 8,2% e no supervit comercial brasileiro de 21,6%, com crescimentos, relativos ao ano anterior, de 87,2% e 70%, respectivamente. O pas destaca-se como o maior exportador mundial de minrio de ferro e ligas de nibio, e por situar-se entre os grandes produtores de petrleo, caulim, tantalita, bauxita, grafita, amianto, cassiterita, magnesita, vermiculita, rochas ornamentais, talco, rocha fosftica e ouro. Em 2005 a pauta de exportaes de bens primrios minerais foi assim constituda: Ferro (55,4%); Petrleo (31,6%); Rochas Ornamentais (4,4%); Cobre (2,3%); Alumnio (1,7%) e outros (4,5%).

Figura 7 - A participao brasileira no ranking mundial da produo mineral. (Fonte DNPM, 2006)

Entretanto, a despeito do Brasil ser um importante provedor de commodities minerais, destacadamente minrio de ferro, nibio, tntalo e gemas, e projetar-se como grande player mundial de cobre e nquel, devido a mina de Sossego e 118 (Cu) e as jazidas de Vermelho e Ona-Puma (Ni), o setor de minerao, apesar de abrigar um grande nmero de empresas, apresenta-se bastante concentrado na maioria dos segmentos relevantes, o que faz com que valor substancial da produo esteja subordinado a uns poucos bens minerais.Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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A verdadeira dimenso dessa concentrao na produo mineral se expressa de maneira bem ntida quando observada a arrecadao da CFEM, Contribuio Financeira pela Explorao de Recursos Minerais (excludos leo e gs), como o j referido nas pginas iniciais deste trabalho, ainda que ressalvado que a anlise desses valores deva ser relativizada, ao se ter que considerar a variao na alquota aplicada sobre o lucro lquido da empresa mineradora, conforme a substncia mineral produzida (tabela 2), bem como a incorporao de valores referentes a multas.Tabela 2 - Alquotas da CFEM.MINERAL - MINRIO Alumnio, Mangans, Potssio e Sal-gema Ferro, Fertilizantes, Carvo e demais minrios Ouro(quando considerado ativo financeiro)

ALQUOTA 3,0% 2,0% 1,0% 0,2%

Diamante, Gemas de Cor, Carbonados e Metais Preciosos

Assim que, a partir da anlise dos valores da arrecadao da CFEM no ano de 2005, observamos que apenas duas Unidades da Federao, Minas Gerais (50,7%) e Par (29,6%), contriburam com 80,3% do total arrecadado (Figura 8). Bem distanciado, o terceiro colocado, Gois, contribuiu com 3,7%. O Rio de Janeiro ainda que tenha ocupado o 12 lugar nesse ranking estadual, contribuiu com apenas 0,85% do total da arrecadao.

Figura 8 - Principais estados arrecadadores da CFEM em 2005. (Fonte DNPM, 2006)

Nos dois estados lderes concentraram-se os sete municpios com maior contribuio arrecadao da CFEM, respondendo por 55,3% do total (Figura 9). SoServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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eles: Parauapebas-PA (16,3%), Itabira-MG (10,7%), Mariana-MG (7,1%), Oriximin-PA (6,9%), Nova Lima-MG (6,1%), Itabirito-MG (4,6%) e Cana dos Carajs-PA (3,6%).

Figura 9 - Principais municpios arrecadadores da CFEM em 2005. (Fonte DNPM, 2006)

Quando observada a diviso da arrecadao da CFEM por substncia lavrada (Figura 10), temos que 70,6% do total derivou da produo de apenas 4 (quatro) bens minerais: Minrio de Ferro (56,9%), Minrio de Alumnio(6,4%), Minrio de Cobre

(4,4%) e Minrio de Mangans (2,9%).

Figura 10 - As substncias minerais que mais contriburam para a arrecadao da CFEM em 2005. (Fonte DNPM, 2006)

Mais contundente ainda a concentrao dos grupos empresariais na produo mineral brasileira, onde a Companhia Vale do Rio Doce (43,5%) e outras trs empresas

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onde ela detm participao societria, MBR (10,9%), Minerao Rio do Norte (6,9%) e SAMARCO (4,2%), foram responsveis por 65,5% da CFEM recolhida em 2005.

Figura 11 - As empresas que mais contriburam para a arrecadao da CFEM em 2005. (Fonte DNPM, 2006)

Sem a pretenso de se estabelecer juzo de valor quanto as vantagens ou desvantagens para o Pas, digno de nota, a partir da conjugao desses dados com outros referentes produo de leo de gs, a constatao de que a minerao de grande porte no Brasil est basicamente alicerada em um duoplio: PETROBRS e CVRD.

4.2 - Histrico da Produo Mineral no Rio de Janeiro

No conjunto das principais publicaes das ltimas dcadas sobre os recursos minerais de nosso pas, esto registradas vrias ocorrncias de substncias minerais de interesse econmico em nosso estado, como ser visto a seguir. preciso considerar que muitas delas no necessariamente chegaram a configurar uma jazida ou, se chegaram, no esto mais sendo lavradas. Nos dois volumes da edio revisada do livro de Sylvio Fres de Abreu, Recursos Minerais do Brasil, publicada em 1973, podem ser colhidas as seguintes citaes sobre reas mineralizadas ou com simples ocorrncias minerais nos antigos estados daServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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Guanabara e Rio de Janeiro: pirita (Rio Claro), sal marinho (Cabo Frio, Araruama), caolim (Valena, Sapucaia, Sumidouro, Mag, Barra do Pira), tagu ou argila (Vale do Paraba), feldspato (Maric, Niteri, So Gonalo), calcrio (Itaperuna, Campos, Cambuci, Itaocara, Cantagalo, Cordeiro, Valena, Vassouras, Barra Mansa, Paraba do Sul, Itabora), calcrios conchferos (Cabo Frio, So Pedro da Aldeia, Araruama, Saquarema, Itagua, Rio de Janeiro), gipso (Campos), grafita (So Fidlis, Pdua, Itaperuna, Conceio de Macabu), talco (Resende), quartzo (So Gonalo, Marica), areias ilmenticas, zirconticas e monazticas (Bom Jesus de Itabapoana, So Joo da Barra, Campos), barita (So Gonalo, Duque de Caxias, Niteri), amianto (Cantagalo, Carmo, Resende, Valena), diatomito (Campos), corndon (Duque de Caxias), mica (Barra Mansa, Cantagalo, Carmo, Itabora, Maca, Niteri, Porcincula, Rio Claro, So Fidlis, So Gonalo, Saquarema, Sumidouro, Terespolis, Valena), turfa (Campos, Maca, Cabo Frio, Barra Mansa, Resende, Rio de Janeiro), nquel (Trs Rios). Com um enfoque novo, diramos at ousado, o livro Os Recursos Minerais Reais e Potenciais do Brasil e sua Metalogenia (Suszczynski, 1975), que complementa o Mapa Metalogentico do Brasil editado pelo DNPM em 1974, apresenta o quadro da potencialidade do pas para 17 grupos de substncias minerais, sob a tica do que o autor denominou Fases e pocas Metalogenticas da Plataforma Brasileira, ensejando uma abordagem de carter mais regional para as reas mineralizadas, ou com potencial para mineralizaes, contextualizando-as em provncias metalogenticas e cintures ou faixas mineralizadas. Assim que temos as seguintes reas mineralizadas, ou potenciais, do Rio de Janeiro, excludo o domnio plataformal, citadas na obra: faixas grafitosas (Itaperuna-Bom Jesus do Norte, Conceio de Macabu-So Fidlis, MiracemaSanto Antnio de Pdua), platina (notcias chegadas ao autor sobre grandes pepitas no rio Imb, entre So Fidlis e Conceio de Macabu), nquel (Areal), salgema e gipsita (lagoa de Araruama), faixa bauxtica (Itatiaia-Barra do Pira), caulim (inmeros pegmatitos no estado), molibdenita (Petrpolis, Maric), faixas talcferas (ResendeAreias, Passa-Vinte-Pedra Selada, Liberdade-Miranto), fluorita (Rio Bonito-Itabora, Cachoeira de Macacu), zonas ilmenticas (Barra de So Joo-Maca, Angra dos ReisMangaratiba), areias monazticas (Sapucaia).Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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Inspirado na obra de Sylvio F. de Abreu, acima abordada, o DNPM publicou, em quatro volumes, a srie Principais Depsitos Minerais do Brasil, coordenada por Schobbenhaus et al. (1997), onde esto assinaladas as seguintes ocorrncias minerais no estado do Rio de Janeiro: bauxito (Morro Redondo), gemas (fluorita - Rio Bonito, safira - Xerm, espinlio - Cambuci), granitos ornamentais (Rio de Janeiro, Nova Iguau, Mag, Nova Friburgo, Bom Jardim, Santo Antonio de Pdua e Parati), mrmores (Trs Rios, Cordeiro, Cantagalo, Itaocara, Santo Antonio de Pdua, Bom Jardim, Santa Maria Madalena, Cambuci, Italva,), gua mineral (vrios municpios), caulim (reas pegmatticas de Paraba do Sul e Cantagalo-So Fidlis), argila, diatomita (Campos), feldspato (reas pegmatticas de Barra Mansa-Barra do Pira, Niteri-Rio Bonito, Casimiro de Abreu-Glicrio e Cantagalo-So Fidlis), mica (Valena), berilo (Valena, Bom Jesus do Itabapoana, Nova Friburgo), fluorita (Rio Bonito), grafita, quartzo, minerais pesados: ilmenita, rutilo, monazita, zirco (So Joo da Barra). Dardenne & Schobbenhaus (2001), no livro Metalognese do Brasil, ao abordarem as provncias e distritos minerais brasileiros economicamente significativos, referem-se uma nica vez ao Rio de Janeiro, quando da brevssima citao dos depsitos de ETR-Ti (Elementos de terras raras) em areias pretas litorneas, onde inclui a jazida de monazita de So Joo da Barra. Biondi (2003), em uma das mais recentes obras sobre recursos minerais brasileiros, o livro Processos Metalogenticos e os Depsitos Minerais Brasileiros, ratifica, com seu cadastro das mineralizaes brasileiras, a pequena diversidade de bens minerais produzidos no Rio de Janeiro, onde nos 138 modelos genticos considerados, agrupados em 5 grandes sistemas mineralizadores (endomagmtico, hidrotermal magmtico, metamrfico, sedimentar e latertico), h somente 5 citaes de depsitos minerais ocorrentes em territrio fluminense (Tabela 3).

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Tabela 3 - As mineralizaes no Rio de Janeiro e seus modelos genticos (Biondi, 2003)Idade Subst. Depsito provvel. (Ma) Files Fluorita Tangu 100-120 com F a Hidrotermal Magmtico Hidrotermal Plutnico Plutnico Profundo Mod. Gennico Sistema Subsistema Ambiente Sub-amb.

relacionados plutes alcalinos

Pegmatitos

Cordes litorneos S. J. da Barra com 0-2 negras, Stradbroke (Austrlia) Diatomita Lagoa de Cima 0-2 Depsitos Diatomitas Cordes litorneos Ti-Zr-ETR S. J. da Barra 0-2 com Ti-Zr-ETR plcer Sedimentar Sedimentar Marinho Litorneo de Sedimentar Sedimentar Continental Lacustre areias tipo Sedimentar Sedimentar Continental

Titnio

Elico

-

(Shoreline Ti)

Bauxitas derivadas Morro Redondo de 50-55 rochas Latertico type Depositos laterticos residuais -

Bauxito

carbonatadas (karst bauxite)

Entretanto, no que tange aos depsitos sedimentares continentais, onde se incluem as principais substncias produzidas no Rio de Janeiro, o autor faz a ressalva de que a quantidade de depsitos cadastrada, baseada em registros bibliogrficos, muito inferior ao nmero de depsitos existentes, j que eles, apesar de constiturem o maior agrupamento de depsitos minerais do pas, no esto adequadamente quantificados nos cadastros disponveis. Esta uma possvel razo para no haver citaes sobre outras reas de extrao mineral no estado. Ainda que considerada esta ltima ressalva, se nos reportarmos histria tectnica do Rio de Janeiro no contexto da evoluo da Provncia Mantiqueira, torna-se interessante contrastar os dados acima apresentados com a referncia do autor de que, com mais de 820 depsitos minerais reconhecidos, o perodo entre 450 e 650 Ma,Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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correspondente ao evento Brasiliano, torna-se, ao lado do Cenozico (Eoceno, 55 Ma, ao Recente, 0-2 Ma), o perodo mais frtil em nmero de depsitos minerais do pas. Particularmente com relao aos depsitos pegmatticos, onde a Provncia Pegmattica Oriental (Araua/Tefilo Otoni/Governador Valadares - MG) um dos mais prdigos exemplos dessa fertilidade, com 342 pegmatitos identificados. Da mesma forma, destacado que so, sobretudo, brasilianos os depsitos brasileiros formados por metamorfismo dinamotermal ou regional, tais como os de grafita, antofilita, cianita, talco e magnesita. Infelizmente, impe-se reafirmar que essa mesma potencialidade, j materializada em lavras em outros segmentos da Provncia, no foi ainda confirmada em territrio fluminense. Tal realidade fica muito bem delineada na segunda edio do Cadastro dos Recursos Minerais da rea continental do Estado do Rio de Janeiro (Palermo et al, 2006, edio UERJ/DRM0RJ), em CD recentemente divulgado, onde, a partir de uma numerosa e diversificada relao de ndices minerais distribudos por todo o territrio fluminense, revela-se o quo restritas, numericamente, so as substncias que configuram a produo mineral no domnio continental do Rio de Janeiro. Assim que, segundo este cadastro, das 41 substncias/atividades minerais relacionadas aos seus 2.563 ndices, somente 15 delas so de fato produzidas. So elas: lavras de gua mineral, lavras de areia, lavras de areola, lavras de argila, lavras de rochas carbonticas, rochas para brita, lavras de rochas para cantaria, lavras de rochas para revestimento, ornamental e lavras de saibro. Traduzindo de forma mais concreta a dimenso da minerao fluminense onshore no cenrio nacional, temos o fato de que das 48 substncias minerais analisadas no Sumrio Mineral 2006, se excludos ao, cal e cimento, o Rio de Janeiro citado expressamente por sua contribuio produo mineral do pas apenas 7 vezes, com as seguintes participaes: concentrado de zircnio (19,8%), que explotado para a produo de ETR, agregados para a construo civil (11%), gua mineral (6,7%), sal marinho (5%), fluorita (4%), rochas ornamentais (onde 20% da produo nacional se divide, na ordem decrescente de participao, entre CE, PR, RJ e GO), e feldspato (0,3%).Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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4.3 Distribuio e aspectos econmicos dos Bens Minerais em Produo no Estado 4.3.1 Diviso scio econmica do estado do Rio de Janeiro

A anlise desse projeto pressupe um recorte territorial mais abrangente que o municipal, tornando-se oportuno estabelecer um recorte regional, para a anlise da atual contribuio desse setor para o desenvolvimento socioeconmico do estado, sem prejuzo, claro, de focalizaes mais especficas, em nvel municipal, quando assim se fizer mais adequado. Existe uma discrepncia entre as divises territoriais oficialmente adotadas pelo IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica e pelo Governo do Estado (Fundao CIDE - Centro de Informaes e Dados do Rio de Janeiro), restando compatveis em termos de municpios constituintes, apenas as mesorregies/regies norte e noroeste do estado. No presente relatrio, considera-se mais adequada consecuo dos propsitos, a diviso do CIDE, utilizando a Regio de Governo como unidade territorial bsica para as anlises que sero doravante desenvolvidas. Abaixo, sero apresentadas as oito regies do estado do Rio de Janeiro segundo o CIDE (figura 12):

I. METROPOLITANA (17 municpios) Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itabora, Japeri, Mag, Mesquita, Nilpolis, Niteri, Nova Iguau, Paracambi, Queimados, So Gonalo, So Joo de Meriti, Seropdica, Tangu II. NOROESTE FLUMINENSE (13) Aperib, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muria, Miracema, Natividade, Porcincula, Santo Antnio de Pdua, So Jos de Ub, Varre-Sai III. NORTE FLUMINENSE (9)Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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Campos dos Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceio de Macabu, Maca, Quissam, So Fidlis, So Francisco de Itabapoana, So Joo da Barra IV. SERRANA (14) Bom Jardim, Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Nova Friburgo, Petrpolis, Santa Maria Madalena, So Jos do Vale do Rio Preto, So Sebastio do Alto, Sumidouro, Terespolis, Trajano de Morais V. DAS BAIXADAS LITORNEAS (13) Araruama, Armao dos Bzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Maric, Rio Bonito, Rio das Ostras, So Pedro da Aldeia, Saquarema, Silva Jardim VI. DO MDIO PARABA (12) Barra do Pira, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Pira, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valena, Volta Redonda VII. CENTRO-SUL FLUMINENSE (10) Areal, Comendador Levy Gasparian, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paraba do Sul, Paty do Alferes, Sapucaia, Trs Rios, Vassouras VIII. DA COSTA VERDE (4) Angra dos Reis, Itagua, Mangaratiba, Parati

Figura 12 - Diviso do Rio de Janeiro em Regies de Governo, segundo o CIDE-RJ.

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4.3.2 - Localizao das extraes de recursos minerais do estado do Rio de Janeiro

No banco de dados inicial do DRM-RJ estavam cadastrados 1774 processos referentes a 1753 empresas relacionadas extrao e ao beneficiamento dos recursos minerais na rea continental do estado do Rio de Janeiro. Destes processos foi dada baixa em 240, referentes s empresas que encerraram as atividades. Restaram 1534 processos para serem verificados. Para complementar as informaes do Banco de dados foram enviados, via correio, 1200 formulrios aos mineradores que estavam h mais de 3 anos sem renovar o CAM-DRM. Destes retornaram preenchidos 51, outros 350 foram devolvidos por inexatido de endereo ou por j no estarem mais atuando no endereo para o qual foram enviados os formulrio e 799 no deram resposta. O trabalho de coleta de informaes no campo complementado pelos dados fornecidos atravs dos formulrios elaborados e enviados para os mineradores, juntamente com as informaes do CAM-RJ, estabeleceu um quadro de 617 empresas em atividade de extrao de bem mineral, sendo 81 em atividade de beneficiamento de bem mineral (serrarias), 35 empresas paralisadas temporariamente, 240 abandonadas/ fechadas nos ltimos 10 anos e 11 atuando na clandestinidade. Os 917 processos

restantes esto em fase de depurao e carecem de verificao diretamente no local da extrao , visando a confirmao da atividade. O Anexo 2 representa a situao atual no estado em relao atividade mineral de acordo com dados depurados a partir do banco de dados do DRM-RJ. Os bens minerais em extrao no estado so: gua mineral, areia, areola, argila, fluorita, monazita/zirconita/ilmenita/rutilo, rocha para brita, rocha para cantaria, rocha ornamental e para revestimento, rocha carbontica, saibro, e quartzito (produo includa na areia industrial).

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Tabela 4 Produo mineral no Estado do Rio de Janeiro com base no RAL- DNPM e CAM- DRM.PRODUO MINERAL Unidade Bem Mineral Medida RAL / 2006 DNPM N Empresas DRM - RJ CAM (2005/06/07) N Empresas

Areia p/ construo Seixo Areola Argila p/ cermica Argiala Plstica Argila p/ cimento Calcrio p/ Cimento outros calcrios Saibro Sal Marinho Agua Mineral Areia Industrial Brita Fluorita Granito/bloco Marmore Pedras Decorativas Areia Monazitica

m3 m3 m3 t t t t t t t L t m3 t m3 m3 m2 t

* 2.169.381+ 1.802.563 = 3.971.944

111

1.596.073 23.430

79 3

3.592.556 12.760 143.305 3.144.549 17.674 93.089 2.400.313 159.640 1.276.221 2.948 306.370.008 248.228 7.539.386 14.300 121.252 141 2.345.178 355.438

179 2 11 151 2 ***** 3 4 46 1 42 3 70 1 18 2 81 1

2.388.841

3

**120.000 292.758.707 248.228 *** 5.977.208 13.200 **** 1.202.096 92 355.438

37 3 48 1 23 1 1

TOTAL

//

//

310

//

617

* O DNPM relacionou a Minerare e a Rio Vale como areia industrial com produo de 1.802.563m3, que segundo as empresas, foram destinadas integralmente para construo. ** Dado arbitrado pelo DNPM *** 04 pedreiras de brita estavam na relao de empresas de Granito/Bloco *** Dados referentes a produo de rocha ornamental e de pedra decorativa ***** As empresas que produzem argila para cimento so as mesmas que produzem calcrio para cimento.

A seguir ser feita a descrio geogrfica e geolgica de cada bem mineral, tendo como base as macroregies do estado segundo a Fundao CIDE, bem como sero apresentados os dados de economia mineral consolidados a partir do banco de dados final apresentando os dados de produo dos bens de maior consumo/produo do estado.

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4.3.2.1 AreiaA extrao de areia em geral, em todas as regies, se processa atravs de bombas de suco e de forma artesanal, com uso de ps. Neste ltimo caso, sempre atuam na ilegalidade sob a alegao da baixa produtividade. A areia em geral extrada do leito do rio atravs de suco, utilizando-se bombas potentes, acopladas a motores que usam diesel como combustvel e montadas sobre estruturas flutuantes, constitudas por balsas retangulares cujo comprimento varia de 5 a 10 metros e largura de 3 a 4 metros. Algumas so montadas sobre cmaras soldadas, outras sobre tambores de plstico. A draga de suco permanece estacionada em determinado ponto do rio e abastece, atravs de tubulaes, silos de estocagem. Em outros casos, a areia estocada diretamente no ptio e os caminhes so carregados com p carregadeira ou mesmo podem carregar diretamente o caminho. A extraes estritamente artesanais so em locais constitudos por remansos e poos, entretanto com pequena lmina dgua e condies propcias para a deposio de areia que, na maioria das vezes, forma cordes. Nesses locais a extrao efetuada com o uso de ps, formando pequenas pilhas de areia na margem, de onde carregada, tambm com ps, para o caminho. s vezes para levar a areia at a margem so usadas pequenas embarcaes do tipo canoa. Segundo as regies administrativas do estado, as principais aglomeraes de extraes de areia distribuem-se como a seguir (Figura 13 - mapa com principais drenagens e cidades):

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Figura 13 Distribuio das extraes de areia no estado do Rio de Janeiro.

Regio Noroeste FluminenseNa regio Noroeste Fluminense as exploraes atendem o mercado consumidor local e esto localizadas: Ao longo do Sistema hidrogrfico do Rio Muria entre as cidades de Lage de Muria e Cardoso Moreira; No Rio Caragola entre as localidades de Natividade e Itaperuna; Ao longo do Rio Pomba em Santo Antnio de Pdua; Entre Aperib e Itaocara ao longo do Rio Paraba do Sul; Na divisa com o Esprito Santo, ao longo do Rio Itabapoana, foram registradas trs extraes.

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O terreno da regio Noroeste fluminense composto por rochas gnissicas e granulticas predominantemente ortoderivadas, cruzadas perpendicularmente pelo Rio Muria. Estas vrias unidades geolgicas permitem o provimento de areia ao Rio Muria, tornando-se este o principal fornecedor de areia para a regio.

Regio SerranaA rea que se concentram os areais esto sobre influncia do Batlito Serra dos rgos (granito/granodiorito) e pelos migmatitos do complexo Rio Negro. Na Regio Serrana as extraes de areia esto concentradas: Ao longo do Rio Grande (afluente do Rio Paraba do Sul) das cidades de Bom Jardim at o distrito de Renascena, no municpio de So Fidlis; Ao longo do Rio Preto entre a localidade de Bonsucesso, em Terespolis, at Areal; Os outros municpios desta regio tambm apresentam pontos de extraes isolados para atendimento local.

Baixadas LitorneasEsta regio apresenta rochas paraderivadas a noroeste e predominando ortoderivadas no restante da rea, ambas intrudidas por granitos e rochas alcalinas, apresentando no litoral sedimentos representados por areias quartzosas marinhas, de cordes litorneos e cspides de lagunas, por vezes associadas a depsitos de conchas calcrias, relativamente bem selecionadas, com tonalidades esbranquiadas,

amareladas. As extraes de areia esto assim distribudas: ao longo do litoral da Regio dos Lagos desde Itaipuau at Rio das Ostras; Isoladas ao longo das drenagens que nascem no Morro de So Joo; Rio Bacax em Rio Bonito e Silva Jardim;Servio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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Em Cachoeiras de Macacu, nos rios Guapi-Au e Rio Macacu, ressalvando as limitaes ambientais resultantes da APA do rio Macacu;

Outras grades rea de produo, so os areais do Rio So Joo paralisados atualmente pelo IBAMA e Unamar em Cabo Frio paralisada atualmente pelo MP.

Destaca-se em volume de produo uma extratora Minerare, que explora a areia de qualidade industrial prximo a Cabo Frio, porm esta sendo destinada a construo civil, com cerca de 850 mil m3 de areia por ano.

Centro Sul FluminenseNesta regio as extraes de areia esto concentradas nos seguintes locais: Ao longo do Rio Paraba do Sul no curso mdio entre as cidades de Paraba do Sul e Sapucaia; No Rio Santana, em Miguel Pereira; No rio Piabanha, entre Areal e Trs Rios.

A extrao com bombas potentes de 6 polegadas de dimetro efetuada ao longo do Rio Paraba do Sul e no baixo curso do rio Santana. O Rio Santana no seu baixo curso mais largo, variando de 10 a 15 metros e a plancie de inundao, de aluvies arenosos, se apresenta muito extensa com largura mdia da ordem de 500 metros. No mdio curso do rio Santana aproveitando os locais de remanso ou poos, entre trechos encachoeirados, propcios para a deposio de areia e tambm devido a facilidade de acesso at a margem do rio, a extrao feita com bombas de menor potncia e artesanalmente com ps. O conjunto moto-bomba com o qual efetuada a extrao, mais verstil que aquele das dragas, pois leve e de fcil transporte. O equipamento constitudo por bomba de rotor aberto de 3 polegadas de dimetro, acoplada a motor a gasolina com

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potncia em torno de 100Hp, sendo muito usado o motor do antigo Opala da General Motors. Na extrao, o conjunto posicionado na beira do rio junto com o caminho a ser carregado. Um ajudante movimenta o mangote de suco ao longo do leito, sugando uma polpa de areia e gua que bombeada para a caamba do caminho (Fotos 1 a 4). O mangote de suco tem um comprimento de aproximadamente 10 a 12 metros permitindo a extrao ao longo de toda a largura do rio. O carregamento de um caminho caamba com 7m de capacidade efetuado em cerca de 25 minutos. A gua que retorna do caminho cai diretamente na beira do rio, limpa, sem provocar danos margem. Ao longo de todo o rio so cinco pontos de extrao efetuados com moto-bomba.

Fotos 1 a 4 Extrao de areia em Miguel Pereira com conjunto moto-bomba.

Regio Norte Fluminense

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As exploraes de areia nesta regio ficam localizadas nas seguintes zonas: Ao longo do Rio Paraba do Sul no baixo curso desde as cidades de Cambuci at So Joo da Barra, sobressaindo o plo areeiro de Campos; Ao longo da Bacia do Rio Maca desde a cabeceira at a foz na regio de Maca; Pontos isolados de extraes de pequeno porte ao redor de Quissam; Ao longo do Rio Muria entre as cidades de Cardoso Moreira e Campos.

O plo areeiro de Campos est concentrado nas drenagens do Rio Paraba do Sul, na zona com cobertura sedimentar quaternria. A rea tem um grande aporte de sedimentar proveniente do rio Muria e do rio Paraba do Sul.

Regio MetropolitanaNa Regio Metropolitana encontra-se o maior plo areeiro do estado. Este plo explora areia de cava atravs de dragas de suco montadas em balsas flutuantes. A seleo deste mtodo de lavra decorrente da evoluo da lavra no leito do Rio Guandu na dcada de 60 e 70. O processo de lavra desde ento ganhou eficincia e evoluiu em termos de potncia, rendimento e capacidade de lavra. A lavra se desenvolve com a formao de uma cava inundada que avana na medida que a lavra evolui e devido a exposio do lenol fretico, acaba por formar uma lagoa (Tac Seropdica, 2003). A extrao feita em cava devido a proibio de extrao do leito do Rio Guandu, principal supridor de gua da cidade do Rio de Janeiro, com os extratores se deslocando, ao longo do tempo, para os paleocanais, onde se desenvolveu antigo projeto de assentamento agrcola, remanescente do Governo Getlio Vargas (dcada de 1950), com o ento projeto de glebas de 100.000 m2 condicionou a localizao das extraes e conferem aspecto singular de loteamento da grande jazida. O plo areeiro de Seropdica est situado sobre um terreno influenciado pela evoluo tectnica no Tercirio. A Serra do Mar alimentou as baixadas do sistema de

rifts e horst da borda litornea. Inmeras cavas provenientes das extraes de areiaServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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possibilitaram a identificao de paleoformas fluviais, elaboradas possivelmente sob um padro anastomosado (sedimentos basais), passando para um padro meandrante. Estes sedimentos encontram-se capeados por sedimentos mais recentes slticoargilosos. A regio foi objeto de diversos estudos e levantamentos, alm de um Termo de Ajustamento do Conduta, em duas fases, que regularizou ambientalmente a extrao no local e indicou medidas corretivas. Entretanto, continua uma rea de conflito, face aos efeitos visuais na regio (concentrao de lagoas), alm de aspectos ambientais relacionados ao Aqfero Piranema, que tem alta vulnerabilidade e baixa profundidade do lenol fretico.

Regio do Mdio Paraba:O arcabouo geolgico amplamente dominado por rochas pr-Cambrianas, pertencentes aos Complexos Paraba do Sul e Juiz de Fora (fcies granulito e anfibolito). Ocorre o granito Rio Turvo e diversos corpos de rochas granitides ou

granticas, alcalinas dos macios Itatiaia, Passa Quatro, Morro Redondo e os sedimentos das bacias de Resende e Volta Redonda, seguidos por sedimentos quaternrios e depsitos eluvio-aluvionares recentes. Ao longo e nas margens deste rio instalaram-se desde tempos coloniais os ncleos urbanos que prosperaram no rastro dos vrios ciclos econmicos. Ainda, cabe argir que a implantao das Siderrgicas de Barra Mansa e Volta Redonda na metade do sculo passado, junto com outras indstrias que gravitam em torno delas, assim como, a chegada do setor de servios no rastro das empresas que ali se instalaram, provocou um desequilbrio no ecossistema regional que ora se manifesta na deteriorao dos seus recursos naturais, como dito, com fortes impactos sobre o solo, supresso da vegetao, poluio e assoreamento do rio (DRM-RJ, 2005). O quadro atual mostra uma cobertura vegetal bastante alterada pela ao antrpica e pelo uso e ocupao inadequados do solo. Da conjugao destes fatores resulta na acelerao dos processos erosivos que incluem as margens do rio. EmServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marechal Deodoro, 351 - Centro - 24030-060 - Niteri - RJ tel: 21-2620-9879 - 21-2620-2525 - fax: 21-2620-9132 home page: www.drm.rj.gov.br - email: [email protected]

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funo das atividades da pecuria extensiva que sucedeu ao ciclo do caf, cerca de 70% das terras esto cobertas por pastos e pastagens, deterioradas por queimadas e pisoteio do gado. A agricultura ocupa somente cerca de 10% da rea fsica da regio, apesar disso constitui-se como importante fonte de poluio do solo e gua devido ao uso descontrolado de agrotxicos e fertilizantes (Daniel & Souza Jr., 2004). Dessa forma, desde pocas distantes, o processo erosivo atuante nessa Bacia assume propores relevantes, tendo como conseqncia direta provocar carreamento e sedimentao nas drenagens (assoreamento) de material erodido das rochas, responsveis pelo acmulo da substncia mineral areia (DRM-RJ, 2005). As principais exploraes esto localizadas no Rio Paraba do Sul situado entre centros urbanos com importante atividade econmica e com boas vias de circulao, como Resende, Volta Redonda, Vassouras e Valena. Essa posio geogrfica um fator que viabiliza o consumo local e a comercializao e escoamento do produto entre as cidades. Outro fator preponderante a largura de seus canais nessa regio que chega a atingir mais de 200 metros, implicando numa maior recarga sedimentar e recomposio rpida dos leitos explorados. O trecho entre Resende e Barra Mansa constitui o plo areeiro do Mdio Paraba. Outros rios de menor porte apresentam srios problemas ambientais, principalmente pela inadequao dos equipamentos em relao ao porte dos rios, trazendo conflitos como eroso de margens. O DRM-RJ fez diversos levantamentos ao longo do tempo, orientando as prefeituras para a regularizao dos empreendimentos. O rio Bananal, tributrio do Rio Paraba do Sul que desemboca nas proximidades de Barra Mansa, tambm apresenta aptido para a atividade de explorao de areia em seu leito, porm atualmente constam poucas extraes ativas. No rio Preto, na divisa do estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais, encontram-se algumas extraes em Manuel Duarte, Parapena e prximo a Santa Rita de Jacutinga . Outros rios menores como Pirapetinga em Resende e Turvo em Nossa Senhora do Amparo, j foram alvos de extrao de areia. A areia explorada apresenta em geral granulometria de fina a grossa, e composio variando de areia quartzosa, composta essencialmente de gros deServio Geolgico do Estado do Rio de JaneiroRua Marech