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Diagnóstico Social do Município de Trancoso
NOTA DE APRESENTAÇÃO
O presente documento constitui-se como o primeiro Diagnóstico Social do Município de
Trancoso, elaborado de acordo com o levantamento de dados relativos às Áreas
Temáticas definidas no Pré-Diagnóstico e aprofundado nas várias reuniões
estabelecidas com os Parceiros Sociais, amplamente participadas e que permitiram
consensualizar o diagnóstico e encontrar as prioridades concelhias passíveis de
Intervenção.
1
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
ÍNDICE GERAL
ÍNDICE DE QUADROS..................................................................................... 4
ÍNDICE DE GRÁFICOS .................................................................................... 7
ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... 8
INTRODUÇÃO................................................................................................. 9
METODOLOGIA............................................................................................. 10
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO....................................................... 11
1.1. Enquadramento do Concelho ...............................................................12
1.1.1. Localização e Caracterização Geográfica .............................................12
1.1.2. Área Total e Localização das Freguesias..............................................13
1.1.3. Demografia ....................................................................................15
1.1.4. Ordenamento Urbano.......................................................................19
1.1.5. Condições de Habitabilidade..............................................................21
1.1.6. Infra-Estruturas Viárias ....................................................................24
1.1.6.1. Rede de Estradas..........................................................................24
1.1.6.2. Rede de Transportes .....................................................................25
1.2. Actividade Económica .........................................................................26
1.2.1 Emprego .........................................................................................31
1.3. Saúde ..............................................................................................33
1.4. Educação e Formação Profissional ........................................................38
1.4.1. Educação .......................................................................................38
1.4.1.1 Escola Profissional .........................................................................42
1.4.1.2 Educação e Formação de Adultos .....................................................43
1.4.1.3. Ensino Recorrente ........................................................................44
1.4.2. Formação.......................................................................................46
1.4.2.1 Raia Histórica................................................................................46
1.4.2.2. AENEBeira – Associação Empresarial do Nordeste da Beira .................47
1.5. Acção Social ......................................................................................49
1.6. Segurança, Justiça e Criminalidade.......................................................55
1.6.1. Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ).............................55
1.6.2. Alcoolismo......................................................................................58
1.6.3. Justiça ...........................................................................................62
1.6.4. Segurança......................................................................................67
1.7. Associativismo...................................................................................68
2
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
1.8. Património ........................................................................................72
1.9. Turismo............................................................................................73
1.10. Ambiente ........................................................................................77
1.10.1. Resíduos .....................................................................................77
1.10.2. Incêndios (Desflorestação)..............................................................83
1.10.2.1. Risco de Incêndio........................................................................88
1.10.2.2. Perigo de Propagação ..................................................................90
1.10.3. Meios de Prevenção .......................................................................91
1.10.4. Cursos de Água .............................................................................92 2 – ANÁLISE ESTRATÉGICA.......................................................................... 93
2.1. Análise SWOT..........................................................................................94
Área-Problema 1 – Educação/Formação .............................................................95
Área-Problema 2 – Cuidados de Saúde ..............................................................97
Área-Problema 3 – Empregabilidade..................................................................99
Área-Problema 4 – Acção Social...................................................................... 101
Área-Problema 5 – Cultura Associativa ............................................................ 103
Área-Problema 6 – Turismo............................................................................ 105
Área-Problema 7 – Ambiente.......................................................................... 107 3 – EIXOS DE INTERVENÇÃO...................................................................... 109 1. Educação/Formação .................................................................................. 110
2. Cuidados de Saúde ................................................................................... 114
3. Empregabilidade/Actividade Económica........................................................ 117
4. Acção Social............................................................................................. 121
5. Cultura Associativa ................................................................................... 126
6. Turismo................................................................................................... 129
7. Ambiente................................................................................................. 133 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 137
3
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro nr. 1 – Freguesia/Anexas
Quadro nr. 2 – Evolução da População Residente
Quadro nr. 3 – Variação da População Residente/Grupos Etários (1991-2001)
Quadro nr. 4 – Índice de Envelhecimento (2002)
Quadro nr. 5 – Freguesia/População Residente (2001)
Quadro nr. 6 – Época de Construção Edifícios (Tipo Alojamentos Clássicos)
Quadro nr. 7 – Instalações nos Alojamentos
Quadro nr. 8 – Empresa Transportes/Trajectos
Quadro nr. 9 – Nr. Táxis por Freguesia
Quadro nr. 10 – Sociedades/Sector de Actividade
Quadro nr. 11 - Sociedades com sede na Região (CAE - Rev.2) – 2002
Quadro nr. 12 - Empresas com sede na Região (CAE - Rev.2) – 2002
Quadro nr. 13 - Pessoal nas Sociedades com sede na Região (CAE - Rev.2) – 2002
Quadro nr. 14 – Superfície Total
Quadro nr. 15 – SAU (Superfície Agrícola Utilizada)
Quadro nr. 16 - Natureza Jurídica do Produtor
Quadro nr. 17 - Tempo de Actividade Agrícola
Quadro nr. 18 – Situação na Profissão Exterior à Exploração
Quadro nr. 19 – Actividade Exterior à Exploração
Quadro nr. 20 Acções de formação no Âmbito do Programa Foral
Quadro nr. 21 – Taxa de Actividade em % (1991-2001)
Quadro nr. 22 – Taxa de Desemprego em % (1991-2001)
Quadro nr. 23 – Programa Saúde Escolar – Saúde Oral (População Escolar)
Quadro nr. 24 – Centro de Saúde/Acções de Formação
Quadro nr. 25 – Caracterização das Crianças Alvo de Intervenção Precoce
Quadro nr. 26 – Beneficiários do RSI/Acordos de Inserção (Área da Saúde)
Quadro nr. 27 – Taxa de Analfabetismo (1991-2001)
Quadro nr. 28 – População Residente/Nível de Instrução (2001)
Quadro nr. 29 - Nr. Total de Alunos do Jardim de Infância (Evolução)
Quadro nr. 30 – Evolução do Nr. Total de Alunos em Trancoso
Quadro nr. 31 – Evolução do Nr. Total de Alunos em Vila Franca das Naves
Quadro nr. 32 - Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2004/2005)
Quadro nr. 33 - Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006)
Quadro nr. 34 - Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006)
Quadro nr. 35 – Curso de Alfabetização e 2º Ciclo (Valdujo) Ensino Recorrente
4
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Quadro nr. 36 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Trancoso) Ensino Recorrente
Quadro nr. 37 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Valdujo) Ensino Recorrente
Quadro nr. 38 – Acções de Formação 2006 – Raia Histórica
Quadro nr. 39 – Acções de Formação 2006 – AENEBeira
Quadro nr. 40 – Cursos/Nr. Acções – AENEBeira
Quadro nr. 41 – Cursos/Nr. Acções – AENEBeira
Quadro nr. 42 - Apoio a Idosos/Freguesia/Nr. Utentes
Quadro nr. 43 - Apoio a Crianças/Freguesia/Nr. Utentes
Quadro nr. 44 – Instituições/Freguesias/Valências (Nr. Utentes)
Quadro nr. 45 – Nr. Indivíduos em Lista de Espera/Valência Lar (Junho 2006)
Quadro nr. 46 – Número de Indivíduos em Lista de Espera/Valência Creche e Jardim
de Infância (Junho 2006)
Quadro nr. 47 – Situação dos Processos – RSI
Quadro nr. 48 – Áreas dos Acordos de Inserção – RSI
Quadro nr. 49 – Caracterização dos Beneficiários, por grupos etários e sexo, a
Frequentar Acções de Inserção
Quadro nr. 50 – Nr. Processos Instaurados e Transitados - CPCJ
Quadro nr. 51 – Nr. de Crianças por Motivo de Intervenção
Quadro nr. 52 – Nr. de Crianças/Grupo Etário/Processos Instaurados
Quadro nr. 53 – Nr. Bebedores Excessivos/Nr. Alcoólicos
Quadro nr. 54 - Nr. Bebedores Excessivos/% da População
Quadro nr. 55 – Nr. Doentes Alcoólicos/% da População
Quadro nr. 56 – Processos de Justiça Cível (2003)
Quadro nr. 57 – Processos de Justiça Cível (2004)
Quadro nr. 58 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2003)
Quadro nr. 59 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2004)
Quadro nr. 60 – Processos Tutelares Cíveis (2003)
Quadro nr. 61 – Processos Tutelares Cíveis (2004)
Quadro nr. 62 – Outros Processos (2003)
Quadro nr. 63 – Outros Processos (2004)
Quadro nr. 64 – Designação das Associações/Freguesias
Quadro nr. 65 – Nr. de Efectivos dos Bombeiros de Trancoso
Quadro nr. 66 – Associações/Apoio Financeiro
Quadro nr. 67 – Monumentos Nacionais/Freguesias
Quadro nr. 68 – Imóveis de Interesse Público/Freguesias
Quadro nr. 69 – Outro Património/Freguesias
Quadro nr. 70 – Afluência de Visitantes
Quadro nr. 71 – Relação Habitantes/Ecoponto e Área/Ecoponto
5
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Quadro nr. 72 – Resíduos Recolhidos nos Ecopontos
Quadro nr. 73 – Actividades de Educação/Sensibilização Ambiental
Quadro nr. 74 – Ocorrências/Áreas Ardidas no Concelho (1980-2005)
Quadro nr. 75 - Ocorrências/Áreas Ardidas por Freguesias (1980-2005)
Quadro nr. 76 – Área Total e Área Total Ardida do Concelho
Quadro nr. 77 - Área Total e Área Total Ardida do Distrito e do País
Quadro nr. 78 – Nr. Efectivos do Posto Territorial de Trancoso
6
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico nr. 1 – Evolução da População Residente
Gráfico nr. 2 – Variação da População Residente/Grupo Etários (1991-2001)
Gráfico nr. 3 – Pirâmide Etária
Gráfico nr. 4 – Taxa de Distribuição Água/População
Gráfico nr. 5 – Taxa de Saneamento/População
Gráfico nr. 6 – Utentes Inscritos/Grupos Etários
Gráfico nr. 7 – Evolução População Residente/Nível de Instrução
Gráfico nr. 8 – Evolução do Número de Alunos da EPT
Gráfico nr. 9 – Afluência de Visitantes
Gráfico nr. 10 – Recolha Indiferenciada (Novembro de 2003 a Junho de 2006)
Gráfico nr. 11 – Resíduos Recolhidos Ecopontos (Novembro 2003/Junho de 2005)
Gráfico nr. 12 – Áreas Ardidas no Concelho de Trancoso (1980-2005)
Gráfico nr. 13 – Ocorrências/Área Total Ardida no Concelho (1980-2005)
7
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
ÍNDICE DE FIGURAS
Fig. 1 – Mapa de Portugal/Distrito
Fig. 2 – Mapa do Concelho
Fig. 3 – Mapa do Concelho/Freguesias
Fig. 4 – Rede Viária Nacional
Fig. 5 – Rede Viária Municipal
Fig. 6 – Mapa dos Concelhos – AENEBeira
Fig. 7 – Centro de Saúde e Extensões
Fig. 8 – Mapa dos Concelhos – Raia Histórica
Fig. 9 – Mapa das Valências – Santa Casa da Misericórdia de Trancoso
Fig. 10 - Mapa das Valências – IPSS’s do Concelho
Fig. 11 – Evolução do Consumo de Bebidas Alcoólicas e Álcool Puro
Fig. 12 – Hábitos de Beber dos Portugueses
Fig. 13 – Mapa das Aldeias Históricas de Portugal
Fig. 14 – Mapa da Localização dos Ecopontos no Concelho
Fig. 15 – Mapa do Risco de Incêndio do Concelho
Fig. 16 - Mapa das Áreas Ardidas 1990-2005 do Concelho
Fig. 17 – Mapa dos Principais Cursos de Água do Concelho de Trancoso
8
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
INTRODUÇÃO O Programa “Rede Social” aposta numa estratégia singular de intervenção social, na
medida em que pressupõe que esta seja definida de forma participada por todos os
agentes sociais que actuam localmente.
Da mesma forma, impõe que o estabelecimento do Desenvolvimento Social a nível
concelhio, se baseie num Plano de Acção e numa estratégia elaborada com a
participação de todos os Parceiros Sociais, integrando de forma consensual as
propostas das Entidades Públicas e Privadas, numa atitude de criação de sinergias
que evidenciam as potencialidades existentes, de forma a “que constituam reais
oportunidades de desenvolvimento” 1.
Considera-se que só através de uma orientação estruturada para a acção é possível
delimitar/definir o que se designa de Plano de Desenvolvimento Social, que se torna o
instrumento que descreve todos os objectivos comuns e permite a sistematização das
problemáticas identificadas no Diagnóstico Social.
O Diagnóstico Social é assim “o primeiro instrumento de um bom Plano, ao permitir
uma compreensão da realidade social, que inclui a identificação das necessidades e
detecção dos problemas prioritários e respectivas causalidades, bem como dos
recursos e potencialidades locais”2.
O documento agora apresentado estrutura-se do seguinte modo:
Contextualização do Município – Caracterização e definição da realidade social, com
recurso à consulta de variada documentação, nomeadamente, recolha e tratamento
de dados estatísticos, tendo sido possível orientar a reflexão sobre a realidade social
local, definindo-se áreas-problema (necessidades locais) e sistematizando-se os
vários problemas;
Análise Estratégica – Capítulo dedicado à sistematização das problemáticas (Áreas-
Problema) definidas pelos agentes sociais locais, através da respectiva análise Swot;
Eixos de Intervenção – Identificação de propostas para a intervenção, através da
definição de Linhas Orientadoras para a Acção.
1 Programa Rede Social 2 Programa Rede Social
9
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
METODOLOGIA O Diagnóstico Social apresentado tem como principal finalidade constituir uma análise
da situação presente do Município de Trancoso, pelo que se trata de um documento
em permanente actualização, fazendo parte do processo de intervenção social.
A esta forma de investigação aplicada subjaz uma intenção clara de intervenção: “não
se elaboram diagnósticos sem uma expressa finalidade práctica”3.
Tendo como principal objectivo a análise da realidade social local, e
consequentemente a definição dos problemas existentes mais preocupantes, com o
intuito de elaborar objectivos concretos de intervenção, o presente documento foi
elaborado de acordo com a seguinte metodologia:
Reuniões com Presidentes de Junta de Freguesia e Representantes das Entidades
(IPSS´s) a desenvolver actividade no Concelho, para um levantamento dos
problemas reais existentes;
Realização de Sessões de Trabalho, onde todas as Entidades constataram as
necessidades locais sentidas, definindo-se as Problemáticas que revelaram os
problemas prioritários;
Utilização da técnica de análise SWOT por forma a equacionar as Forças e
Fraquezas existentes no Concelho, relativamente às Problemáticas identificadas e
priorizadas.
Tendo-se identificado as Àreas-Problemas, definiram-se os Eixos de Intervenção
prioritários, valorizando-se os recursos existentes e definindo-se linhas orientadoras
para uma acção estruturada e concertada (estratégias de acção).
3 Unidade Modular: Diagnóstico Social, Módulos PROFISS, IEFP/IGFSS, MTS/SEEF, 1999
10
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
1.1. Enquadramento do Concelho 1.1.1. Localização e Caracterização Geográfica
Fig. 2 – Mapa do Distrito/Concelhos
Fig. 1 – Mapa de Portugal/Distritos
O Município de Trancoso, é parte integrante da região Centro, pertencendo á Terra Fria
Beirã ou Riba-Coa, localizando-se na zona interior da Beira Alta – Beira Interior Norte –
NUT III, na parte noroeste do Distrito da Guarda, conforme Fig. 1.
Do ponto de vista geográfico, faz fronteira a Norte com os concelhos de Meda e
Penedono (Distrito de Viseu), a Sul com os de Fornos de Algodres e Celorico da Beira,
a Oeste com os de Aguiar da Beira e Sernancelhe (Distrito de Viseu) e a Este com o
Concelho de Pinhel, conforme Fig. 2.
12
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Em termos morfológicos destaca-se o facto de todo o concelho se “integrar numa
zona planáltica cortada pelo rio Távora e seus afluentes, variando a sua altitude entre
os 500/600m a leste e os 900/950m na metade Ocidental, com terrenos
predominantemente graníticos calco-alcalinos”, e de a própria “sede de concelho se
situar num vasto e alto planalto, a cerca de 900m de altitude, nas proximidades da
margem direita do rio Távora e a uma distância de 50km a NNO da cidade da Guarda,
sede do Distrito”.
Em termos climatéricos, a altitude, superior aos 800 m, condiciona grandemente o
clima, tornando-se extremamente rigoroso, com amplitudes térmicas bastante
acentuadas: muito frio de Inverno e muito quente e seco no Verão, tornando-se esta
envolvente uma das condicionantes mais importantes do próprio desenvolvimento
económico-social.
1.1.2. Área Total e Localização das Freguesias O Concelho abrange uma área de cerca de 364 km² e está repartido por 29
Freguesias conforme Fig. 3, nomeadamente: Aldeia Nova, Carnicães, Castanheira,
Cogula, Cótimos, Feital, Fiães, Freches, Granja, Guilheiro, Moimentinha, Moreira de
Rei, Palhais, Póvoa do Concelho, Reboleiro, Rio de Mel, Santa Maria (Trancoso), São
Pedro (Trancoso), Sebadelhe da Serra, Souto Maior, Valdujo, Vale do Seixo,
Tamanhos, Terrenho, Torre do Terrenho, Torres, Vila Garcia, Vila Franca das Naves,
Vilares; algumas Freguesias possuem Anexas e alguns Lugares e/ou Quintas (Quadro
nr. 1).
Fig. 3 – Mapa do Concelho/Freguesias
13
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Quadro nr. 1 – Freguesias/Anexas
Freguesias Anexas
Aldeia Velha Aldeia Nova
Alcudra
Carnicães
Castanheira
Cogula
Cótimos A-dos-Ferreiros
Feital Garcia Joanes
Barrocal Fiães
Quinta das Seixas
Freches
Dominga Chã Granja
Vendinha
Guilheiro
Moimentinha
A-do-Cavalo
Casas
Esporões
Golfar
Moinhos das Cebolas
Moreirinhas
Pisão
Valcovo
Moreira de Rei
Zabro
Palhais Benvende
Póvoa do Concelho
Reboleiro
Batocais Rio de Mel
Vila Novinha
Castaíde
Heras
Miguel Choco
Santa Maria (Trancoso)
Montes
14
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Rio de Moinhos
Sintrão
Venda do Cepo
Amial
Avelar
Courelas
São Martinho
São Pedro (Trancoso)
Souto Maior - Aldeia de Santo Inácio
Sebadelhe da Serra Corças
Souto Maior
Falachos Tamanhos
Vale de Mouro
Terrenho
Torre do Terrenho Mendo Gordo
Chafariz do Vento Torres
Frechão
Valdujo Moitas
Carigas Vale do Seixo
Ribeira do Freixo
Vila Franca das Naves
Vila Garcia Freixial
Broca Vilares
Maçal da Ribeira
Total de Anexas 44
Fonte: Santos Costa, “Breve Monografia de Trancoso” 1.1.3. Demografia Tendo em atenção a Evolução da População Residente (Quadro nr. 2) entre os anos
de 1991 e 2001 é de destacar o decréscimo populacional observável; contudo,
considerando o Gráfico nr. 1, há que salientar o facto de, no total do número de
habitantes do Concelho de Trancoso se observar uma tendência para a estabilidade
desde o ano de 2000, justificando-se pelo aumento das infra-estruturas sociais de
apoio à população, e de condições para a promoção de uma maior qualidade de vida
para os habitantes do Município.
15
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Quadro nr. 2 – Evolução da População Residente
Anos População Residente
1991 11848
1992 11293
1993 11400
1994 11148
1995 11200
1996 11030
1997 10900
1998 10780
1999 10630
2000 10480
2001 10889
2002 10807
2003 10682
2004 10693
Fonte: INE/Infoline
Gráfico nr. 1 – Evolução da População Residente
9500
10000
10500
11000
11500
12000
1991 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003Anos
Po
p.
Resi
den
te
Pop. Residente
16
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Se tivermos em consideração a Variação da População Residente por Grupos Etários
(Quadro nr. 3), a situação demonstra o notório envelhecimento da população, com um
aumento de 15,6% dos indivíduos com + 65 anos (entre os anos de 1991 e 2001),
agudizado pela diminuição do número de crianças, reflectido-se esta situação no valor
negativo de 31,5% da variação da população com menos de 14 anos (Gráfico nr. 2).
Quadro nr. 3 – Variação da População Residente/Grupos Etários
(1991-2001)
Grupos Etários Variação População Residente (1991-2001)
0-14 Anos -31,5 %
14-25 Anos -5,7 %
25-65 Anos -3,9 %
+ 65 Anos 15,6 %
Fonte: INE/Infoline
Gráfico nr. 2 – Variação da População Residente/Grupos Etários
(1991-2001)
-40% -30% -20% -10% 0% 10% 20%
Percentagem
0-14 Anos
14-25 Anos
25-65 Anos
+ 65 Anos
Gru
po
s Etá
rio
s
Relativamente ao Índice de Envelhecimento apresentado no Quadro nr. 4, verifica-se
um valor para Trancoso de 201,8%, valor este bastante superior ao do território
nacional, demonstrando e reforçando mais uma vez o problema do envelhecimento
populacional das regiões beirãs.
17
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Quadro nr. 4 – Índice de Envelhecimento (2002)
Unidade Territorial Índice de Envelhecimento
Portugal 105,5
Centro 133,7
Almeida 283,5
Celorico da Beira 202,9
Figueira de Castelo Rodrigo 266,5
Guarda 129,1
Manteigas 152,1
Meda 244,5
Pinhel 233,1
Sabugal 374,3
Trancoso 201,8
Fonte: INE/Infoline
A pirâmide etária que em seguida se apresenta espelha a situação do Concelho
relativamente aos grupos etários, destacando-se o grupo entre os 0-4 anos, com um
valor bastante reduzido, quer em relação ao sexo feminino quer ao sexo masculino; e
o grupo 60-64 anos, que apresenta valores muitos elevados, reforçando uma vez mais
o crescente envelhecimento da população.
Gráfico nr. 3 – Pirâmide Etária (2001)
-450 -350 -250 -150 -50 50 150 250 350 450
População
De 0 a 4 anos
De 15 a 19 anos
De 30 a 34 anos
De 45 a 49 anos
De 60 a 64 anos
De 75 a 79 anos
Gru
po
s Etá
rio
s
Masculino Feminino
18
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Relativamente ao Índice de Dependência verifica-se que, em relação aos jovens,
houve uma diminuição de 33% (1991) para 23,5% (2001), contrapondo-se em
proporção inversa ao Índice de Dependência da população idosa, que apresentava em
1991, um valor de 37%, e em 2001, um valor de 45%.
Reforça-se uma vez mais a questão do envelhecimento acentuado da população,
fenómeno relacionado com o aumento da Esperança Média de Vida, sentido a nível
local e com uma maior expressividade em relação ao sexo feminino.
Este facto é ainda agravado pela reduzida Taxa de Natalidade, juntamente com a
dificuldade de fixação da população mais jovem e em idade activa.
Esta última questão prende-se com o facto de, por um lado, os jovens que pretendem
prosseguir os estudos, aumentando as suas habilitações, vêem-se obrigados a
procurar centros urbanos, onde se encontram as Entidades que lhe podem conferir um
grau superior, acabando por se fixar nesses lugares onde existem maiores
oportunidades de emprego; por outro lado, os jovens que acabam por possuir menos
habilitações escolares, não encontrando resposta no mercado de trabalho local,
acabam por optar pela migração/emigração.
1.1.4. Ordenamento Urbano
Tendo em consideração a caracterização do ordenamento do território, importa referir
que o Concelho de Trancoso abrange uma área total de 364 km2, sendo constituído
por 29 Freguesias (para além de várias Anexas e de alguns Lugares).
A população apresenta um povoamento disperso, tendo vindo a observar-se um
gradual abandono das aldeias e uma concentração na sede de Concelho,
(nomeadamente as Freguesias de Santa Maria e S. Pedro) e a Freguesia de Vila
Franca das Naves (Quadro nr. 5), com implicações sócio-económicas que serão
salientadas na apresentação deste Diagnóstico.
19
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Quadro nr. 5 – Freguesia/População Residente (2001)
Freguesias População
Residente
% da População
Residente/Freguesia
Aldeia Nova 394 3,6
Carnicães 192 1,8
Castanheira 235 2,2
Cogula 228 2,1
Cótimos 194 1,8
Feital 80 0,7
Fiães 263 2,4
Freches 551 5,1
Granja 223 2,0
Guilheiro 242 2,2
Moimentinha 233 2,1
Moreira de Rei 673 6,2
Palhais 187 1,7
Póvoa do Concelho 259 2,4
Reboleiro 304 2,8
Rio de Mel 311 2,9
Sta. Maria (Trancoso) 1313 12,1
S. Pedro (Trancoso) 1793 16,5
Sebadelhe da Serra 185 1,7
Souto Maior 145 1,3
Tamanhos 323 3,0
Terrenho 137 1,3
Torre do Terrenho 211 1,9
Torres 217 2,0
Valdujo 272 2,5
Vale do Seixo 171 1,6
Vila Franca das Naves 1097 10,1
Vila Garcia 198 1,8
Vilares 258 2,4
Total 10889 100
Fonte: INE – Censos 2001
20
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Analisando o Quadro nr. 5, verificamos que num total de 10889 indivíduos (ano de
2001), 3106 indivíduos residem na sede de Concelho (somatório de 12,1% na
Freguesia de Santa Maria e de 16,5% da Freguesia de São Pedro), representando
este valor perto de 30% da população total.
De referir ainda que não existe outra Freguesia que concentre tão elevada
percentagem da população, sendo que a que mais se aproxima é Vila Franca das
Naves com uma representação de 10,1%, justificando-se este facto e de acordo com
dados apurados no Pré-Diagnóstico por ser o segundo maior pólo de desenvolvimento
(infra-estruturas existentes).
Segue-se a Freguesia de Freches, com um valor de 5,1%, devido à proximidade à
sede de Concelho, e provavelmente também a um micro-clima que a caracteriza e
favorece a fixação da população.
Por outro lado, é relevante salientar a questão de que 12 das Freguesias restantes,
não atingem os 2% da % População Residente/Freguesia.
Destacam-se os casos do Feital (0,7%), Souto Maior (1,3%), Terrenho (1,3%) e Vale
do Seixo (1,6%), comprovando a problemática da desertificação do Interior do País e
nomeadamente no Concelho de Trancoso.
1.1.5. Condições de Habitabilidade Relativamente ao alojamento, convém salientar o facto de que devido à desertificação
das Aldeias, que se encontram cada vez mais despovoadas, o número de casas
abandonadas e em estado de alguma degradação é cada vez maior, observando-se,
no entanto, o inverso nas Freguesias que fazem parte da sede de Concelho, onde a
concentração populacional é cada vez maior.
21
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Quadro nr. 6 – Época de Construção Edifícios (Tipo Alojamentos Clássicos)
Época de Construção Antiguidade Nr. Alojamentos Percentagem
Antes 1919 + de 86 anos 490 11,89
1919 a 1945 Entre 60 e 85 anos 402 9,75
1946 a 1960 Entre 46 e 59 anos 264 6,40
1961 a 1970 Entre 36 e 45 anos 398 9,66
1971 a 1980 Entre 26 e 35 anos 961 23,31
1981 a 1985 Entre 21 e 25 anos 559 13,56
1986 a 1990 Entre 16 e 20 anos 315 7,64
1991 a 1995 Entre 11 e 15 anos 354 8,59
1996 a 2001 Entre 5 e 10 anos 379 9,19
Total 4122 100
Fonte: INE – Censos 2001
De acordo com os dados do Quadro nr. 6 podemos apurar que a maioria dos
alojamentos do tipo clássico tem mais de 35 anos de construção, demonstrando a
necessidade crescente de realização de obras de valorização e/ou conservação.
De salientar também o número de alojamentos construídos nos anos 70 e 80, que
apresentam um valor considerável, num total de 1520 Alojamentos.
Quadro nr. 7 – Instalações nos Alojamentos
Instalações Sanitárias
c/ Retrete Instalações Eléctricas
Com Dispositivo Descarga Sem Dispositivo Descarga Anos
Com
Electricidade
Sem
Electricidade
Rede
Pública
Sistema
Particular
Esgotos
Outros
Casos
Rede
Pública
Sistema
Particular
Esgotos
Outros
Casos
Retrete
fora do
Alojamento
Sem
Retrete
1991 10691 675 3289 3965 245 106 384 122 170 3085
2001 10579 100 5734 3286 62 45 167 46 622 717
Fonte: INE/Infoline
22
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Por forma a verificar as questões relacionadas com as condições de habitabilidade
torna-se importante analisar o Quadro nr. 7, verificando-se que durante o período
entre 1991 e 2001, houve uma evolução dos valores apresentados; contudo, existem
ainda alojamentos onde as instalações sanitárias não dispõem de retrete e outros de
dispositivo de descarga; do mesmo modo que existem alojamentos que não possuem
ainda instalações eléctricas ou não estão ligados à rede pública de esgotos.
Tendo em consideração o Gráfico nr. 4, que reflecte a taxa de distribuição de água
pela população do Concelho, podemos verificar que existe apenas 1% da população
que carece ainda de abastecimento de água, sendo que este valor se torna
significativo quando traduzido para valores reais - 105 indivíduos.
Gráfico nr. 4 – Taxa Distribuição Água/População
1%7%
92%
População com rede de abastecimento de águaPopulação com rede de abastecimento provisóriaPopulação sem rede de abastecimento de água
Gráfico nr. 5 – Taxa de Saneamento/População
84%
16%
População com saneamento
População sem saneamento
Fonte : Câmara Municipal de Trancoso (2005)
O Gráfico nr. 5, demostra que existe, ainda, cerca de 16% da população sem
saneamento, constituindo esta situação, ainda, um problema a solucionar.
23
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
1.1.6. Infra-Estruturas Viárias 1.1.6.1. Rede de Estradas O Município encontra-se relativamente bem servido por vias de comunicação, das
quais se destacam a A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso e o acesso à A23 (ligação a
Lisboa), de acordo com o Mapa da Rede Viária Nacional.
Relativamente às Estradas Municipais, preenchem o Concelho e fazem a ligação a
todas as Freguesias, estando a maioria em boas condições de circulação.
Fig. 5 - Rede Viária Municipal
Fig. 4 - Rede Viária Nacional
A sede de Concelho situa-se a 15 Km quer da Estação CP de Vila Franca das
Naves, quer da Estação CP de Celorico, pertencendo ambas á Linha de Comboios
da Beira Alta.
24
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
1.1.6.2. Rede de Transportes Relativamente ao sistema de transportes, é de salientar o reduzido número de
trajectos existentes no Concelho, na medida em que estes não são suficientes, tendo
a população de utilizar viatura própria ou o serviço de Táxis, disponíveis em quase
todas as Freguesias.
Contudo, referem as Empresas de Transportes a inviabilidade de assegurarem mais
trajectos, na medida em que estes não são rentáveis e não se justificam tendo em
consideração o número de passageiros diários.
A população escolar tem assegurada esta questão, sendo a Câmara Municipal a
entidade responsável pela logística de transporte dos alunos, durante o período
lectivo; a população em geral utiliza também este transporte, pagando um bilhete por
cada viagem/deslocação.
Quadro nr. 8 – Empresa Transportes/Trajectos
Designação Localidades
Empresa Santos Miranda do Douro-Viseu-Coimbra-Lisboa
Trancoso-Mogadouro
Trancoso-Bragança Rodoviária Nacional
Trancoso-Lisboa
Pinhel-Trancoso
Guilheiro-Trancoso RODOCÔA-Transportes, Lda.
Meda-Trancoso
Sta. Eufêmia-Trancoso
Moreira de Rei-Trancoso
Maçal da Ribeira-Trancoso
Celorico da Beira-Trancoso-Freixo de Numão
Viúva Carneiro & Filhos
Freches-Trancoso
Fonte: Câmara Municipal de Trancoso
O serviço de Táxis existente é utilizado com relativa frequência, uma vez que a rede
de transportes colectivos é diminuta e encontrando-se estes espalhados pelas
Freguesias, permite uma deslocação mais fácil, contudo a custos mais elevados.
25
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
26
Quadro nr. 9 – Nr. Táxis/Freguesia
Localidade Nr. Táxis
Aldeia Nova 1
Cogula 1
Cótimos 1
Freches 2
Guilheiro 1
Moreira de Rei 2
Póvoa do Concelho 1
Reboleiro 1
Terrenho 1
Torre do Terrenho 1
Valdujo 1
Vale do Seixo 1
Vila Garcia 1
Vilares 1
Vila Franca das Naves 9
Trancoso 11
Total 36
Fonte: Câmara Municipal de Trancoso
1.2. Actividade Económica Relativamente aos Sectores de Actividade é de salientar o facto de as sociedades do Sector Terciário representarem 70% do total das sociedades do Concelho, demonstrando o papel preponderante deste sector na actividade económica do Município. (Quadro nr. 10)
Quadro nr. 10 – Sociedades/Sector de Actividade
Unidade
Territorial
Sociedades do
Sector Primário (%)
Sociedades do
Sector Secundário (%)
Sociedades do
Sector Terciário (%)
Trancoso 5,2 24,0 70,8
Fonte: INE/Infoline
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
27
Relativamente ao número de empresas/sociedades há a considerar que a maioria está ligada aos sectores do comércio (por grosso e a retalho), ás actividades financeiras, assim como à indústria transformadora – CAE G, I e D. (Quadro nr. 11 e Quadro nr. 12)
Quadro nr. 11 – Sociedades com sede na Região (CAE) – 2002
Unidade
Territorial Total A+B C D E F G H I J K L a Q
Trancoso 192 9 1 31 1 14 50 17 41 - 18 10
Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)
Quadro nr. 12 – Empresas com sede na Região (CAE) – 2002
Unidade
Territorial Total A+B C D E F G H I J K L a Q
Trancoso 1112 186 1 111 1 140 348 137 74 26 49 39
Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)
De igual modo, o Quadro nr. 13 revela o número de indivíduos a trabalhar nas
Sociedades com sede na região, demonstrando a importância das mesmas para o
desenvolvimento económico e consequentemente social, da população local.
Quadro nr. 13 – Pessoal nas Sociedades com sede na Região (CAE) – 2002
Unidade
Territorial Total A+B C D E F G H I J K L a Q
Trancoso 1032 … … 216 … 221 248 55 93 86 22
Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)
Relativamente à debilidade do Sector Primário é esta demonstrada pelos Quadro
nr. 14 e Quadro nr. 15, que demonstram que de 23038ha de área total, devem
considerar-se 15334ha (66,56% do total) como superfície utilizada e desta apenas
2035ha (8,83% do total) para exploração.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
28
Quadro nr. 14 – Superfície Total
Superfície Total Unidade
Territorial Exploração Área Total
Trancoso 2038 21000 23038
Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)
Quadro nr. 15 – SAU (Superfície Agrícola Utilizada)
Superfície Agrícola Utilizada Unidade
Territorial Exploração Área Total
Trancoso 2035 13299 15334
Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)
A exploração de SAU (Superfície Agrícola Utilizada), num total de 2035ha é efectuada
por produtores singulares, sendo que dos 2029 indivíduos apenas 15 se podem
classificar como empresários, confirmando que a actividade agrícola no Concelho se
estabelece como de subsistência e não enquanto actividade económica, conforme
Quadro nr. 16.
Quadro nr. 16 - Natureza Jurídica do Produtor
Produtor Singular Unidade
Territorial Autónomo Empresário
Trancoso 2014 15
Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)
Dos 2029 indivíduos produtores singulares, podemos verificar pelo quadro abaixo que
o tempo que utilizam para a actividade agrícola é parcial, ou seja, a fonte de
rendimento principal é uma outra actividade, conforme Quadro nr. 17.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
29
Quadro nr. 17 - Tempo de Actividade Agrícola
Unidade de Tempo Produtor Singular
Tempo parcial 1012
>0 - <25% 527
25% - <50% 575
50% - <75% 428
75% - <100% 382
Tempo Completo 117
Total 2029
Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)
Quadro nr. 18 – Situação na Profissão Exterior à Exploração
Situação na Profissão
Produtor Singular
Patrão/Empregador 58
Trabalhador por conta Própria 106
Trabalhador por conta de Outrém 300
Trabalhador Familiar Remunerado 1
Outra Situação 27
Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)
É de salientar que os dados aqui evidenciados se referem ao ano de 1999, tendo-se a
situação agudizado no sentido de o tempo de actividade agrícola ter diminuído e de,
cada vez mais, aumentar a situação de “trabalhador por conta de outrém”.
A debilidade do sector primário passa, entre outros aspectos, pela dificuldade em
tornar a agricultura numa actividade económica, ou seja, estabelecer a actividade
agrícola não como um modo de subsistência, mas antes como uma actividade em que
seja possível competir com os mercados de distribuição e escoamento dos produtos,
com baixos custos para o produtor, visando o lucro.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
30
Quadro nr. 19 – Actividade Exterior à Exploração
Actividade Produtor Singular
Principal 465
Sector Primário 64
Sector Secundário 149
Sector Terciário 252
Secundária 27
Sector Primário 16
Sector Secundário 5
Sector Terciário 6
Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)
Uma das alternativas são os novos mercados, como é o caso da agricultura biológica,
nomeadamente a criação de uma Cooperativa de Agricultores, capaz de sustentar as
produções individuais relativamente à sua distribuição e à própria rentabilização dos
campos e culturas produzidas.
A importância de se constituir uma Associação que tivesse com objectivo principal a
promoção da economia local, através de um apoio mais objectivo das empresas,
verificou-se através da criação da ACITAM – Associação Comercial e Industrial dos
Concelhos de Trancoso, Aguiar da beira e Meda, que após o seu alargamento para os
Concelhos ilustrados na Figura 6, passou a designar-se AENEBeira- Associação
Empresarial do Nordeste da Beira.
Para além de todo o acompanhamento prestado aos seus Associados, nomeadamente
a nível empresarial, a AENEBeira tem dado especial importância à Formação dos seus
Associados e da população em geral.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
31
Fig. 6 – Mapa dos Concelhos - AENEBeira
1.2.1 Emprego Tendo em consideração a evolução da Taxa de Actividade, entre os anos de 1991 e
2001, é de destacar o aumento da percentagem relativamente ás Mulheres,
acompanhando o valor da região, com o valor do País.
Relativamente aos Homens destaca-se uma diminuição desta Taxa, significando esta
situação, o aumento do número de desempregados do sexo masculino,
nomeadamente, desempregados de longa duração, conforme dados do Centro de
Emprego.
Quadro nr. 21 – Taxa de Actividade em %
(1991-2001)
Taxa de Actividade (%)
Ano de 1991 Ano de 2001 Unidade
Territorial Mulheres Homens Mulheres Homens
Portugal 35,5 54,3 42,0 54,8
Guarda 31,8 49,7 42,7 51,9
Trancoso 25,0 46,8 29,0 45,3
Fonte: INE/Infoline
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
32
No que respeita á Taxa de Desemprego é de salientar o aumento de dois pontos
percentuais entre os anos de 1991 e 2001, (tendo-se a situação agudizado nos anos
que decorrem desde 2001), acentuando-se no caso das Mulheres, com um aumento
de 2,7 pontos percentuais.
Quadro nr. 22 – Taxa de Desemprego em %
(1991-2001)
Taxa de Desemprego
(1991)
Taxa de Desemprego
(2001)
Taxa de Desemprego
(Total) Unidade Territorial
Mulheres Homens Mulheres Homens 1991 2001
Almeida 5,2 2,4 11,8 4,8 3,5 7,8
Celorico da Beira 10,5 2,7 8,6 4,3 5,5 6,1
Figueira Castelo Rodrigo 12,8 2,4 10,9 2,9 5,7 5,8
Guarda 5,5 2,9 6,7 3,8 4,0 5,2
Manteigas 12,5 4,9 9,5 4,1 8,0 6,4
Meda 8,8 2,1 9,5 2,3 4,5 5,1
Pinhel 5,3 2,0 4,9 2,2 3,4 3,3
Sabugal 4,4 2,0 6,5 4,8 2,9 5,5
Trancoso 5,0 2,4 7,7 3,6 3,4 5,3
Fonte: INE/Infoline
Há a salientar também, a situação de emprego precário, caracterizando-se este pela
instabilidade gerada relativamente aos contratos de trabalho
estabelecidos/celebrados, nomeadamente contratos a termo, POC’s (Planos
Ocupacionais), entre outras formas que não promovem de forma alguma a
estabilidade necessária á fixação da população.
Conclui-se que, para além da escassez de oferta de empregos, há a considerar a
situação de grande incerteza relativamente ao emprego, tornando-se estes factores
condicionantes bastantes para que a população não encontre condições para se
estabelecer, aumentando os números relativos ao desemprego, e/ou migrando ou
emigrando para outras regiões que oferecem melhores condições.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
1.3. Saúde Considerando a área da Saúde é de salientar o facto de o Centro de Saúde se
encontrar localizado numa zona bastante central em relação a todo o Município,
existindo ainda 5 Extensões, que possibilitam aos habitantes da maioria das
Freguesias não terem de se deslocar à sede de Concelho.
Contudo, existe a possibilidade de encerramento de duas Extensões, nomeadamente
a de Guilheiro e a da Cogula, por não oferecerem condições em termos de infra-
estruturas.
Fig. 6 - Centro de Saúde/Extensões
Relativamente aos utentes inscritos no Centro de Saúde, e de acordo com o Gráfico
nr. 6 destacam-se claramente duas situações que reflectem as características
demográficas do Concelho: um valor muito reduzido de crianças com menos de 1 ano
de idade, por um lado; e por outro, um valor extremamente elevado de indivíduos
com mais de 70 anos.
33
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Gráfico nr. 6 - Utentes Inscritos/Grupos Etários
0500
100015002000
25003000
Total
< 1 Ano
1-10 Anos
10-20 Anos
20-30 Anos
30-40 Anos
40-50 Anos
50-60 Anos
60-70 Anos
>= 70 Anos
Fonte: Centro de Saúde Trancoso
Com este enquadramento torna-se preocupante a situação de apenas existirem
consultas de Planeamento Familiar, Saúde Materna, Saúde Infantil e de Hipertensos e
Diabéticos, não tendo o Centro de Saúde consultas de qualquer outra especialidade.
Uma das maiores preocupações em matéria de saúde, refere-se à inexistência de
meios de diagnóstico uma vez que estes não existem em toda a área que o Concelho
abrange, existindo apenas 3 Postos de Recolha para efeitos de análises clínicas, na
sede de Concelho.
Perante a caracterização demográfica do Concelho, relativamente ao acentuado
envelhecimento e a verificação de dificuldades de acesso aos cuidados de saúde por
parte deste grupo da população, o Centro de Saúde implementou, a título de
experiência-piloto o Programa PAII – Programa de Apoio Integrado ao Idoso.
O Programa PAII pretende contribuir para a melhoria da qualidade de vida das
pessoas idosas e dos familiares destes, prevenindo situações de dependência;
promovendo a autonomia dos idosos; prestando cuidados de ordem física e apoio
psicossocial aos utentes e famílias, de modo a contribuir para o seu equilíbrio e bem-
estar; apoiando os utentes e as famílias na satisfação das necessidades básicas e
actividades da vida diária; e colaborando e ou assegurando o acesso à prestação de
cuidados de saúde; cedendo a título temporário equipamentos de saúde/reabilitação
nomeadamente, camas articuladas, andarilhos, canadianas, cadeiras de rodas, entre
outros e de acordo com as necessidades detectadas (Ajudas Técnicas).
34
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
35
Trata-se pois, de uma resposta social que consiste na prestação de cuidados
individualizados e personalizados no domicílio a famílias (idosos) que, por motivo de
doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar, temporariamente
ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou actividades da
vida diária.
Na prossecução destes objectivos, o Centro de Saúde estabeleceu parcerias com as
IPSS’s locais, nomeadamente no que respeita aos serviços prestados a nível de
distribuição de alimentação, higiene pessoal e cuidados com a habitação.
Ainda com o intuito da atingir os fins acima descritos o centro de saúde criou uma
Equipa, composta por Médicos, Enfermeiros, 1 Psicólogo, 1 Fisioterapeuta e
1 Assistente Social.
A equipa de enfermagem tem sido a que manifestamente tem tido mais actividade,
prestando, actualmente, cuidados a 42 Idosos, nomeadamente a nível de entubações,
administração de injectáveis e realização de pensos.
Desde o ano de 2005 que está a ser desenvolvido, pelos Serviços de Psicologia do
Centro de Saúde de Trancoso, , o Projecto Adolescere - Saúde dos Adolescentes, onde
em espaço próprio de forma a fomentar a discrição, se desenvolve todo um trabalho
em termos de apoio aos Jovens do Concelho.
Esse apoio é caracterizado por Consultas de Psicologia, distribuição de meios
contraceptivos gratuitos e encaminhamento dos Jovens para outras Consultas, de
acordo com as necessidades apontadas.
Na sequência deste Projecto foi verificado que um grande número de adolescentes
possuíam poucos conhecimentos sobre os métodos contraceptivos, tendo-se sido
desenvolvida uma Acção de Formação sobre a Temática da Sexualidade, que decorreu
na Escola Profissional de Trancoso, de forma a abranger um maior número de
indivíduos.
Relativamente ao Programa Saúde Escolar – Saúde Oral, tem o Centro de Saúde, de
acordo com as directrizes da Direcção Distrital de Saúde, promovido acções de
divulgação e triagem aos alunos das várias Escolas do Concelho.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
36
O Quadro que se segue caracteriza a população escolar que, durante o ano de 2006
foi abrangida pelo Programa Saúde Escolar - Saúde Oral:
Quadro nr. 23 – Programa Saúde Escolar – Saúde Oral (População Escolar)
Sexo Faixa Etária
Feminino Masculino Total
3-5 8 15 23
5-14 81 103 184
14-16 8 15 23
Total 230
Fonte: Centro de Saúde de Trancoso (2006)
É de salientar que os 230 alunos foram alvo de triagem de um total de 1732 alunos
com idades compreendidas entre os 3 e os 16 anos.
Após a triagem foi efectuada uma listagem com todos os alunos, segundo a idade,
tipo de higiene e médico habitual e foram distribuídos pelos médicos que
atempadamente efectuaram candidatura.
No seguimento do Programa de Saúde Escolar e tendo-se verificado que existiam
grandes carências de informação, o Centro de Saúde promoveu Acções de Formação
sobre Hábitos Alimentares e Saúde Oral em vários estabelecimentos de Ensino,
nomeadamente, Jardins de Infância, Escolas do 1º Ciclo e Escola Secundária de
Trancoso, com o intuito de reforçar e sensibilizar para a importância destes cuidados
de saúde.
Outras Acções de Formação foram também desenvolvidas, relativas a vários Temas:
Quadro nr. 24 – Centro de Saúde/Acções de Formação
Estabelecimento de Ensino Tema da Acção
Escola EB 2º e 3º Ciclo de Vila Franca das Naves Tabagismo
Escola Secundária de Trancoso Alcoolismo
Ensino Recorrente (Valdujo) Hábitos Alimentares e Doenças Cardiovasculares
Fonte: Centro de Saúde de Trancoso (2006)
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
37
Relativamente à Intervenção Precoce pode-se salientar que tem como destinatários
crianças até aos 6 anos de idade, especialmente dos 0 aos 3 anos, que apresentem
deficiência ou risco de atraso grave de desenvolvimento.
A intervenção precoce integra uma equipa de intervenção directa, actuando numa
base concelhia e é constituída por Profissionais de formação diversificada:
Acção Social do Centro de Saúde;
Enfermeiros do Centro de Saúde;
Psicóloga do Centro de Saúde;
Educadores;
Representante do Centro Distrital de Segurança Social;
De acordo com as linhas orientadoras desta acção, a equipa de intervenção directa do
Concelho, para crianças com deficiência ou em risco de atraso grave no
desenvolvimento e suas famílias, considerou, no Relatório Anual de Actividades, 4
crianças-alvo do apoio integrado, caracterizando-se o âmbito e a situação de risco no
Quadro nr. 25:
Quadro nr. 25 – Caracterização das Crianças-alvo de Intervenção Precoce
Sexo Ano de Nascimento Âmbito Risco
Feminino 2005 Creche - Misericórdia Ambiental
Masculino 2004 Creche - Misericórdia Ambiental
Feminino 2005 Domicílio Visão
Feminino 2003 Creche - Misericórdia Paralisia Celebral
Fonte: Centro de Saúde de Trancoso
Tendo em consideração as acções de natureza preventiva e habilitativa podemos
concluir que foram no âmbito da educação e da saúde.
É de salientar as dificuldades sentidas pela Equipa, na sinalização das crianças e no
contacto com as famílias, para informação e orientação, na medida em que estas não
se mostram receptivas e são o retrato das dificuldades sentidas em qualquer acção
social.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
38
Relativamente á participação na realização dos Acordos para Beneficiários do RSI -
Rendimento Social de Inserção, o Serviço de Acção Social do Centro de Saúde
disponibilizou os seguintes elementos:
Quadro nr. 26 – Beneficiários do RSI/Acordos de Inserção
(Área da Saúde)
Âmbito Utentes
Saúde Infantil e Vacinação 5
Medicina Familiar 9
Desintoxicação de Alcoolismo 2
Total 16
Fonte: Centro de Saúde de Trancoso
1.4. Educação e Formação Profissional
1.4.1. Educação Relativamente à área da Educação, salienta-se a ainda elevada Taxa de
Analfabetismo, demonstrada no Quadro nr. 27, apresentando apenas os Concelhos do
Sabugal e da Meda, valores mais elevados.
Quadro nr. 27 – Taxa de Analfabetismo (1991-2001)
Região Geográfica 1991 2001
Portugal 10,9 8,9
Almeida 14,8 14,7
Celorico da Beira 21,6 17,8
Figueira de Castelo Rodrigo 16,2 15,5
Guarda 13,5 10,1
Trancoso 21,8 17,9
Manteigas 15,6 12,8
Meda 19,6 19,2
Pinhel 18,2 16,7
Sabugal 26,3 22,1
Fonte: INE/Infoline
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Apesar de a Taxa de Analfabetismo apresentar ainda um valor de 17,9%, não se pode
deixar de referir o decréscimo desta entre os anos de 1991 e 2001, em cerca de 4%.
Se considerarmos o nível de instrução da população residente, verificam-se alguns
valores de realçar, nomeadamente os que se referem à população “Sem nível de
ensino”, com um total de 2166 indivíduos (sendo 1274 do sexo feminino),
contrapondo com um total de 670 indivíduos (sendo 420 do sexo feminino) com
habilitações equivalentes ao “Ensino superior”.
O número mais elevado refere-se à população com Escolaridade equivalente ao
1º Ciclo do Ensino Básico (5038 indivíduos, ou seja, 46% da população total),
demonstrando claramente a necessidade de intervenção nesta área pilar-base de todo
o desenvolvimento social.
Quadro nr. 20 – População Residente/Nível de Instrução (2001)
Sexo
Nenhum
Nível de
Ensino
1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Ensino
Secundário
Ensino
Médio
Ensino
Superior
Mulheres 1274 2553 484 371 564 40 420
Homens 892 2485 528 496 506 16 250
Fonte: INE/Infoline
Gráfico nr. 7 – Evolução População Residente/Nível de Instrução
0 1000 2000 3000
Mulheres
HomensEnsino SuperiorEnsino MédioEnsino Secundário3º Ciclo 2º Ciclo 1º Ciclo Nenhum nível de ensino
39
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
40
Os Cursos EFA – Educação e Formação de Adultos, têm contribuindo para a alteração
desta realidade, habilitando os indivíduos (a maioria Mulheres) para além de um nível
de ensino mais elevado, de uma qualificação profissional, que lhes permite encontrar
alternativas para a sua situação de desemprego.
Tendo em consideração os Quadros abaixo, referentes a todos os níveis de ensino, é
notória a diminuição do número de alunos, apresentando os anos lectivos de
2004/2005 e 2005/2006 valores bastante reduzidos. Mas essa mesma tendência
demonstra nos últimos anos uma evolução contrária nos primeiros níveis de ensino,
na sede do Concelho.
Quadro nr. 29 – Nr. Total Alunos - Jardim de Infância (Evolução)
Idade das Crianças 2004/2005 Idade das Crianças 2005/2006 Freguesia
3 Anos 4 Anos 5 Anos +5 Anos Total 3 Anos 4 Anos 5 Anos +5 Anos Total
Aldeia Nova 2 - 4 - 6 2 2 - - 4
Freches 4 3 1 - 8 - 5 3 - 8
Reboleiro 4 6 3 - 13 4 6 1 - 11
Torre
Terrenho 1 2 1 - 4 4 6 7 - 17
Palhais 7 2 2 - 11 3 1 2 - 6
Trancoso 5 26 26 2 59 12 11 34 - 57
EPEI
Carnicães/
Castanheira
1 4 - - 5 3 2 4 - 9
EPEI
Vila Novinha/
Rio de Mel
2 3 2 - 7 3 - 3 - 6
EPEI
Tamanho/
Zabro
3 2 3 - 8 5 2 1 - 8
Total 29 28 52 2 121 36 35 55 - 126
Fonte: Agrupamento Vertical de Escolas de Trancoso
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
41
Quadro nr. 30 – Nr. Total de Alunos - Trancoso (Evolução)
Anos Lectivos Nível de
Ensino 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06
Jardim de
Infância - - - - - - - - 121 126
1º Ciclo - - - - 464 435 442 399 265 274
2º e 3º Ciclo - - - - - - 395 295 281 239
3º Ciclo 199 143 104 120 114 103 99 178 176 186
Secundário 232 359 368 362 337 281 262 243 246 232
Total - - - - - - - - 1089 1057
Fonte: Agrupamento de Escolas de Trancoso/Escola Secundária Gonçalo Anes Bandarra
Quadro nr. 31 – Nr. Total de Alunos - Vila Franca das Naves (Evolução)
Nível de Ensino 2003/2004 2004/2005 2005/2006
Jardim de Infância - 52 57
1º Ciclo 112 110 97
2º e 3º Ciclo 200 180 175
Total - 342 329
Fonte: Agrupamento de Escolas de Vila Franca das Naves
Relativamente aos Quadros nr. 30 e nr. 31, comparativos da Evolução do número
total de alunos, nos vários anos de ensino, há a considerar um decréscimo acentuado
em todos, reflectindo esta situação uma realidade social que é sentida a nível
nacional e que está intimamente ligada à reduzida Natalidade, consequência da
crescente instabilidade económico-social do País.
De acordo com as recentes medidas do Ministério da Educação, relativamente ao
Encerramento de Escolas do 1º Ciclo, baseadas no critério da baixa frequência de
alunos conjugada com o elevado índice de insucesso escolar, algumas Escolas do
Agrupamento de Escolas de Trancoso irão encerrar no ano lectivo de 2006/2007,
nomeadamente as das Freguesias de Carnicães, Esporões, Golfar, Guilheiro e
Tamanhos.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
A concentração da população escolar nas Escolas da sede do Concelho, vem agravar
ainda mais, uma questão que se prende com a insuficiência de infra-estruturas , que
já se revela e que tende a acentuar-se com o encerramento de Escolas e com a
concentração da população neste núcleo urbano. 1.4.1.1 Escola Profissional A Escola Profissional de Trancoso (EPT) foi criada no ano de 1989 e iniciou a sua
actividade com um total de 89 Alunos distribuídos por apenas 3 Cursos,
nomeadamente, Técnico de Contabilidade, Técnico de Gestão Agrícola e Técnico de
Mecânica/Frio e Climatização.
Para o ano lectivo de 2006/2007 a EPT irá contar com 360 Alunos, distribuídos por 7
Cursos:
Gráfico nr. 8 – Nr. Alunos - Escola Profissional de Trancoso (Evolução)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
1989/1990
1990/1991
1992/1993
1996/1997
1998/1999
1999/2000
2000/2001
2001/2002
2004/2005
2005/2006
2006/2007
Anos Lectivos
Nr. Alunos
O Gráfico nr. 8 reflecte a Evolução do número de Alunos, com uma tendência positiva,
demonstrando a importância da EPT no contexto educacional do Concelho.
Realça-se o facto de a Escola Profissional de Trancoso estar já reconhecida como
CRVCC (Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências).
42
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
43
1.4.1.2 Educação e Formação de Adultos Os Quadros nr. 32, 33 e 34, que se seguem, mostram os Cursos realizados,
enquadrados na Tipologia EFA – Educação e Formação de Adultos, promovidos pelas
Entidades Santa Casa da Misericórdia de Trancoso e Escola Profissional de Trancoso.
Quadro nr. 32 – Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2004/2005)
Data
Designação Início Fim
Nr. Formandos
Acompanhante de Crianças 25-04-2004 19-10-2005 14
Agente em Geriatria 06-09-2004 13-04-2005 14
Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade 15-11-2004 11-10-2005 14
Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso
Quadro nr. 33 – Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006)
Data
Designação Início Fim
Nr. Formandos
Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade - B2 14-11-2005 11-07-2006 14
Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade - B3 19-09-2005 28-12-2006 14
Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso
Quadro nr. 34 – Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006)
Data
Designação Início Fim
Nr. Formandos
Curso de Cozinheiro - B3 05-04-2005 30-04-2006 14
Fonte: Escola Profissional de Trancoso Pretende-se que a fundamentação da escolha dos Cursos ministrados esteja de
acorodo com as características do mercado de trabalho, indo de encontro com a
caracterização da situação no Município: por um lado, a área da Acção Social (apoio
domiciliário, geriatria), por outro, a área do Turismo (qualificação dos agentes locais
ligada à gastronomia regional).
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
44
1.4.1.3. Ensino Recorrente
Apesar da não continuidade deste Modelo de educação, não podemos deixar de referir
os Cursos realizados pela Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente, quer na
Freguesia de Valdujo, quer na Sede do Concelho (Freguesia de S. Pedro).
Quadro nr. 29 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Valdujo)
Ano Lectivo 2004/2005 Ano Lectivo 2005/2006
Sexo Sexo Grupo
Etário Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total
15-20 - - - - - -
20-25 - - - - - -
25-30 - - - - 1 1
30-35 1 - 1 - - -
35-40 1 - 1 - - -
40-45 - - - - 1 1
45-50 1 - 1 - - -
50-55 1 - 1 - 1 1
55-60 3 - 3 - 1 1
60-65 2 - 2 - 1 1
65 3 - 3 - 4 4
Total 12 Total 9
Fonte: Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente
De acordo com as orientações da Iniciativa Novas Oportunidades, este tipo de modelo
deixará de ser utilizado, e a aposta para a elevação dos níveis de qualificação de base
da população adulta, passará pelo incremento da oferta de Cursos de Educação e
Formação de Adultos (EFA) e pelo alargamento da rede de CRVCC (Centros de
Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências).
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
45
Quadro nr. 35 – Curso de Alfabetização e 2º Ciclo (Valdujo)
Sexo Faixa Etária
Feminino Masculino Total
15-20 - - -
20-25 - 1 1
25-30 - - -
30-35 - - -
35-40 1 3 4
40-45 - 1 1
45-50 1 - 1
50-55 1 - 1
55-60 1 1 2
60-65 1 3 4
+ 65 - 1 1
Total 15
Fonte: Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente
Quadro nr. 36 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Trancoso)
Ano Lectivo 2004/2005 Ano Lectivo 2005/2006
Sexo Sexo Grupo
Etário Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total
15-20 - - - - - -
20-25 - - - - 1 1
25-30 - - - - 1 1
30-35 1 - 1 - 1 1
35-40 1 1 2 - - -
40-45 - - - - - -
45-50 - - - - - -
50-55 2 - 2 - - -
55-60 - 1 1 - - -
60-65 - - - - 1 1
65 3 - 3 - 3 3
Total 9 Total 7 Fonte: Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
1.4.2. Formação 1.4.2.1 Raia Histórica A Raia Histórica é a Entidade Local Gestora do Programa LEADER, que se destina ao “desenvolvimento do potencial endógeno das zonas rurais, através do apoio a projectos locais, visando promover a economia local, potenciando as populações, no domínio social, económico e cultural.”
Fig. 8 – Mapa dos Concelhos – Raia Histórica
Deste modo, a formação é uma componente integrante e integradora dos Planos de
Acção, e estabelece-se em toda a Zona de Intervenção.
No âmbito do AIBT-CÔA/POCENTRO, e para o ano de 2006 estão já a ser
desenvolvidas as seguintes Acções de Formação:
Quadro nr. 38 – Acções de Formação (2006)
Data
Designação Início Fim
Localidade
Confecção de Vestuário Tradicional 19-06-2006 29-11-2006 Trancoso
Cerâmica Artística no Vale do Côa 26-06-2006 07-12-2006 Meda
Animadores dos Castelos da Raia 03-07-2006 18-12-2006 Pinhel
Gestão e Animação de Casas da Aldeia 10-07-2006 22-12-2006 Figueira de Castelo Rodrigo
Fonte: Raia Histórica – Associação de Desenvolvimento do Nordeste da Beira
46
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
47
1.4.2.2. AENEBeira – Associação Empresarial do Nordeste da Beira
Com o mesmo intuito de possibilitar a Formação e promover o desenvolvimento
pessoal e social das populações, aumentando o seu nível de habilitações e/ou o seu
nível de competências, a AENEBeira promoveu as seguintes Acções de Formação:
Quadro nr. 39 – Cursos/Nr. Acções
Designação do Curso 2004 2005 2006 AutoCad 2004 – Nível I 3 1 - AutoCad 2004 – Nível II 3 1 - AutoCad – 3D 3 - 1 3D Studio Viz – Nível I 3 - 1 AutoCad Land 1 - - AutoCad Map - 1 1 AutoCad Map Guide - - 1 AutoCad 1 - - Front page 3 - - Flash 3 - - Dreamweaver 2 1 - Director 4 - - Redes 2 - - Escritório Windows Introdução 8 4 3 Escritório Windows Intermédio 7 4 2 Escritório Windows Avançado 8 3 1 Base de Dados Office – Excel e Acess 3 - - Gestão da Informação – Internet e Outlook 5 6 3 Mini-Master em Gestão 4 - - Finanças p/ Comerciais e Comércio Electrónico 2 - - Internet e Comércio Eléctrónico 1 - - Secretariado de Direcção 2 - - Finanças p/ não Financeiros 3 - - Design Espaços Comerciais 1 - - Técnicas de Marketing no Comércio Tradicional 3 - - Formação de Empresários (Formação PME/2004) 1 - - Formação de Empresários (Formação PME/2005) - 1 - Web Developer 1 - - Excel para Financeiros - 5 1 Office XP – Excel e Power Point - 2 1 Produção de Cartas, Listas e Catálogos - 5 3 Atrair audiências utilizando apresentações de Power Point - 5 4 Photoshop - 1 2 Vitrinismo - 3 - Arquitectural Desktop - 1 2 Nova Regulamentação do Trabalho - 2 - HSST para Empregadores - 3 - Liderança de Equipas - 3 - Especialista em Web Desing - 1 - Técnico de Instalação e Assistência Informática - 1 - Serviço de Cozinha Tradicional - 1 -
Total 77 56 26 Fonte: AENEBeira
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
48
Quadro nr. 40 – Acções de Formação – 2004/2005/2006
Localidade 2004 2005 2006
Trancoso 25 19 19
Aguiar da Beira 9 8 9
Meda 5 6 3
Celorico da Beira 16 7 5
Pinhel 12 8 8
Vila Franca das Naves 4 2 -
Lageosa do Mondego 6 2 1
Freches - 1 1
Souropires - 1 5
Figueira de Castelo Rodrigo - - 1
Total 77 56 52 (*)
Fonte: AENEBeira
A Formação para o ano de 2006 pode dividir-se em dois grandes grupos: Formação
de Activos e Formação para Desempregados e/ou a Procura do 1º. Emprego.
Quadro nr. 41 – Cursos/Nr. Acções
Designação do Curso 2006
Empreendorismo e Produtos Alimentares Regionais do Côa (AIBT Côa) 2 Conservação e Restauro de Casas Tradicionais (AIBT Côa) 1 Curso de Cozinheiro (EFA) 2 Curso de Operador de Informática (EFA) 1
Total 6 Fonte: AENEBeira (2006)
Tendo em consideração o processo de descentralização do poder e transferência de
competências, que de forma crescente e acentuada se tem vindo a observar, tem-se
conferido ao poder local uma importante e fundamental missão na construção
democrática da sociedade em geral, pelo que se exige cada vez mais que os seus
meios humanos estejam devidamente qualificados.
Nesta medida, o Programa Foral visa a formação dos funcionários e agentes das
Autarquias Locais, cujos objectivos visam a melhoria do desempenho das funções de
cada interveniente.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
49
Quadro nr. 20 – Acções de Formação (Programa Foral)
Acções de Formação Nr. de Acções Nr. de Formandos Nr. de Horas
Internet 6 72 270
Office Iniciação 6 72 270
Office Avançado 4 48 180
Código do Procedimento Administrativo 4 48 144
Total 20 240 864
Fonte: AENEBeira (2006)
1.5. Acção Social
Em relação a esta área temática, há a salientar a preocupação já existente, em
relação ao apoio que é dado, quer à Infância, quer aos Idosos, contando o Concelho
com Infra-estruturas de qualidade e com alguma capacidade de resposta aos
problemas que se têm vindo a acentuar no decorrer dos últimos anos.
Os Quadros nr. 42 e nr. 43 apresentam que a Entidade Santa Casa da Misericórdia de
Trancoso tem já em funcionamento, no apoio aos Idosos e à Infância.
Quadro nr. 42 - Apoio a Idosos/Freguesia/Nr. Utentes
Valência Localidade Nr. Utentes
Centro de Dia Cogula 30
Centro de Dia Freches 15
Centro de Dia Rio de Moinhos 7
Centro de Dia Trancoso 10
Lar de 3ª Idade I Trancoso 55
Lar de 3ª Idade II Trancoso 59
Lar de Acamados Trancoso 37
Serviço de Apoio Domiciliário Freches 23
Serviço de Apoio Domiciliário Terrenho 7
Serviço de Apoio Domiciliário Torre do Terrenho 9
Serviço de Apoio Domiciliário Trancoso 10
Serviço de Apoio Domiciliário Zabro 25
UAI (Unidade de Apoio Integrado) Trancoso 10
Total 297
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Quadro nr. 43 - Apoio a Crianças/Freguesia/Nr. Utentes
Valência Localidade Nr. Utentes
ATL Cogula 26
ATL Freches 24
ATL Granja 10
ATL Vila Franca das Naves 46
ATL Tamanhos 4
ATL Zabro 17
Creche/Jardim de Infância Trancoso 156
Total 283
Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso (2005)
Fig. 8 – Mapa das Valências
(Santa Casa da Misericórdia de Trancoso)
50
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
51
O Quadro nr. 44 apresenta, por seu lado, o conjunto de outras Entidades (IPSS´s)
que desempenham também um contributo fundamental no processo da acção social
local (acordos com a Segurança Social).
Quadro nr. 44 – Instituições/Freguesias/Valências (Nr. Utentes)
Valências/Nr. Utentes
Instituições/Entidades Localidade Centro de
Dia
Serviço Apoio
Domiciliário Lar ATL
Centro Social e Paroquial Aldeia Nova 2 16 26 -
Centro Social e Paroquial Fiães 12 7 - -
Associação Cultural e Recreativa de Rio de Mel 6 17 - -
Centro Social, Cultural e Recreativo Torre do
Terrenho 13 7 - -
Centro Social e Paroquial Padre Indalecto Vila Franca das
Naves 20 34 - -
Associação de Solidariedade Social de Guilheiro - 12 - -
Liga de Melhoramentos Reboleiro 15 40 65 -
Centro de Solidariedade Social de St. André
Cótimos - 30 - -
“Os Carnicenses” – Associação de
Desenvolvimento Social e Cultural Carnicães 5 18 - -
Centro Social e Paroquial Trancoso - - - 86
Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda/IPSS´s (2005)
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Fig. 9 – Mapa das Valências (IPSS´s do Concelho) De acordo com os dados do Quadro nr. 45, relativos ao número de indivíduos em lista
de espera para a valência Lar, é de salientar que existe já um número elevado,
demonstrando a necessidade de conclusão de infra-estruturas que já estão em fase de
construção e, nomeadamente outras que se verifiquem ser necessárias.
Quadro nr. 45 – Número de Indivíduos em Lista de Espera/Valência Lar
Entidades Lar
Liga de Melhoramentos do Reboleiro 30
Centro Social e Paroquial de Aldeia Nova 8
Santa Casa da Misericórdia de Trancoso 302
Total 340
Fonte: IPSS do Concelho (Junho 2006)
Quadro nr. 46 – Número de Indivíduos em Lista de Espera
(Valência Creche/Jardim de Infância)
Entidades Creche/
/Jardim de Infância
Santa Casa da Misericórdia de Trancoso 20
Total 20
Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso (Junho 2006)
52
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Contudo, da análise efectuada há a considerar uma questão que se torna pertinente e
que se refere aos Lares de Noite: na mesma medida em que a sociedade evolui,
também as necessidades das pessoas se transformam; a humanização dos serviços
prestados à comunidade pressupõe que cada vez mais se dignifique a pessoa (tanto
mais se for Idosa), que por uma situação de isolamento ou por falta de
competências/apoio dos familiares se encontra sózinha; e se durante o dia essa
situação é amenizada pelas relações vizinhança, durante a noite torna-se sinónimo de
receios.
Dentro desta problemática, será ainda de referir a qualidade do apoio prestado e
neste sentido assume grande importância a política de recursos humanos seguida
para o pessoal que trabalha com esta população, dado que os níveis de qualificação e
formação são vitais para a qualidade do serviço prestado.
De acordo com dados recolhidos juntos das Instituições, os recursos humanos
existentes não possuem qualificação específica para o desempenho das respectivas
funções, sendo necessário apostar na Formação técnica dos intervenientes.
Apesar desta problemática estar sujeita a factores endógenos como sejam a vontade
política, o respeito pelos direitos de cidadania desta população, a garantia de
rendimentos adequados e suficientes, o incremento de condições favoráveis à
constituição e à não destruição das redes de sociabilidade, a promoção de medidas no
âmbito de promover serviços de qualidade, da acessibilidade e do habitat, são
questões que não podem ser descoradas neste âmbito e tanto mais num Concelho
com cerca de 30% da população com + 65 anos de idade.
1.5.1. Rendimento Social de Inserção (RSI)
Os Acordos realizados para beneficiários de Rendimento Social de Inserção, dividem-
se por 5 áreas distintas, nomeadamente: Saúde, Acção Social, Emprego/Formação
Profissional, Habitação e Educação.
Os quadros em seguida, mostram o número de acordos, assim como o número de
beneficiários abrangidos.
53
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
54
Quadro nr. 48 – Áreas dos Acordos de Inserção
Áreas dos Acordos Nr. de Acordos
Março 2005
Nr. de Acordos
Maio 2006
Área da Saúde 32 41
Área da Acção Social 36 52
Área Emprego e Formação Profissional 14 21
Área da Habitação 13 14
Área da Educação 19 15
Total 114 143
Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda
Para além do número de Acordos assinados, é possível ainda caracterizar os
Beneficiários dos Programas de Inserção por sexo, abrangendo quase em igual
número mulheres e homens.
Quadro nr. 49 – Beneficiários RSI/Grupos Etários/Sexo
Março 2005 Maio 2006
Grupo Etário Masculino Feminino Masculino Feminino
0-5 Anos 11 15 12 14
6-18 Anos 25 18 27 25
19-24 Anos 0 3 0 2
25-34 Anos 4 12 5 15
35-44 Anos 7 5 9 5
45-54 Anos 8 5 12 4
55-64 Anos 3 9 7 9
>= 65 Anos 6 4 7 7
Total 64 71 79 81
Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
55
A situação dos Processos de RSI caracteriza-se de acordo com o quadro em seguida:
Quadro nr. 47 – Situação dos Processos de RSI
Situação dos Processos Nr. de Processos
Março 2004 - Março 2005
Nr. de Processos Abril
2005 - Maio 2006
Proc. Entrados Acção Social 31 34
Proc. Activos 15 22
Proc. Cessados 3 (a) 1
Proc. Suspensos 2 (b) 1
Proc. Transferidos 1 0
Proc. Indeferidos 7 5
Proc. Pendentes Despacho 1 5
Proc. Pendentes Informação Social 2 0
Total 62 68 Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda
(a) – Incumprimento do Programa de Inserção – 2 Excesso Rendimentos Trabalho – 1
(b) – Integrados em Formação - 2
1.6. Segurança, Justiça e Criminalidade 1.6.1. Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ)
A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens tem por função promover os direitos
da criança e do jovem e prevenir ou pôr termo a situações que afectem a sua
segurança, saúde, formação, educação e/ou desenvolvimento.
Tendo em consideração as funções da CPCJ e nomeadamente a do Município de
Trancoso, a sua acção não poderia deixar de ser referida no âmbito da segurança, no
caso concreto da segurança das crianças.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
56
Quadro nr. 50 – Nr. Processos Instaurados e Transitados
2003 2004 2005
Processos
Instaurados
Processos
Transitados
Processos
Instaurados
Processos
Transitados
Processos
Instaurados
Processos
Transitados
16
(21 Crianças)
6
(10 Crianças)
8
(10 Crianças)
6
(8 Crianças)
13
(26 Crianças)
12
(24 Crianças)
Fonte: Relatório de Avaliação de Actividades 2005 - CPCJ Trancoso
2006
Processos
Instaurados
Processos
Transitados
4
(9 Crianças) -
Fonte: CPCJ Trancoso (Julho 2006)
Fazendo a leitura do Quadro nr. 50 é possível verificar que o total de processos assim
como o total de crianças e jovens abrangidos, assumem valores mais elevados de ano
para ano.
Esta questão pode revelar duas situações, por um lado, que a população em geral se
encontra mais atenta a estes problemas, ou por outro, que o número de casos tem,
de facto, vindo a aumentar.
Directamente relacionado com esta problemática, reside o facto de estas questões
serem passadas no seio familiar, na intimidade das famílias, sendo as situações
encobertas e dificultando a intervenção.
De referir que a Criança ou Jovem está em risco4 quando:
Está abandonada ou vive entregue a si própria;
Sofre maus-tratos físicos ou é vítima de abusos sexuais;
Não recebe os cuidados ou a afeição adequados à sua idade e situação pessoal;
É obrigada a actividades ou trabalhos excessivos ou inadequados à sua idade,
dignidade e situação pessoal ou prejudiciais à sua formação ou
desenvolvimento;
Está sujeita, de forma directa ou indirecta, a comportamentos que afectem
gravemente a segurança ou o seu equilíbrio emocional;
4 Segundo o nº 2 do artº 3 da Lei 147/99.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
57
Assume comportamentos ou se entrega a actividades ou consumos que afectem
gravemente a sua saúde, segurança, formação, educação ou desenvolvimento
sem que os pais, o representem legal ou quem tenha a guarda de facto se lhes
oponha de modo adequado a remover essa situação.
Assume-se relevante verificar o Quadro nr. 51, no sentido de enumerar quais os
motivos de intervenção por parte da CPCJ no Concelho.
Quadro nr. 51 – Nr. de Crianças/Motivo de Intervenção
Motivo Masculino Feminino Total
Abandono 2 0 2
Abandono Escolar 1 1 2
Abuso Sexual 0 3 3
Exposição a Modelos Comportamentais Desviantes 0 3 3
Maus-tratos Físicos 3 1 4
Maus-tratos Psicológico/Abuso Emocional 4 4 8
Negligência 5 4 9
Total 15 16 31
Fonte: Relatório de Avaliação de Actividades 2005 - CPCJ Trancoso
Igualmente importante é a leitura do Quadro nr. 52, referente às idades, sendo de
destacar que o Grupo Etário com maior incidência é o dos 13 aos 17 anos.
Quadro nr. 52 – Nr. de Crianças/Grupo Etário
(Processos Instaurados em 2005)
Grupo Etário Masculino Feminino Total
0-2 1 0 1
3-5 0 5 5
6-9 2 2 4
10-12 3 0 3
13-15 4 1 5
16-17 5 3 8
18-21 0 0 0
Total 15 11 26
Fonte: CPCJ
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
58
1.6.2. Alcoolismo
O alcoolismo é um problema grave de saúde pública, mas está tão presente no dia a
dia que, por vezes, as pessoas não lhe atribuem a importância devida, ou porque
pensam que nada tem a ver com eles próprios ou porque, efectivamente, não o
reconhecem como problema.
As estatísticas mundiais e europeias, relativamente a este tema e concretamente o
Eurocare afirma que na Europa:
O álcool causa 9,2% de todos os “males” de saúde e morte prematura;
1 em cada 4 homens e 1 em cada 10 mulheres bebem álcool em quantidades
que prejudicam a saúde;
A maior parte dos bebedores subestima o mal produzido pelo álcool no
organismo, a dependência que causa e o mal que causa aos outros;
A OCDE refere um panorama pouco animador em relação ao consumo de álcool
per capita em Portugal (para indivíduos com mais de 15 anos de idade); assim
em 1990 – 16,1 litros, em 1995 – 14,6 litros, e em 2000 – 13 litros; nota: por
exemplo, que em 2000, num conjunto de 30 países, Portugal (que
habitualmente ocupa posições cimeiras nas tabelas nesta matéria) ocupa a 3.ª
posição de maior consumidor sendo apenas ultrapassado pelo Luxemburgo com
14,9 litros e pela Irlanda com 14,2 litros.
Segundo Resolução do Conselho de Ministros “Portugal, como o evidenciam os dados
recentes, figura como um dos maiores consumidores mundiais de bebidas alcoólicas.
E não menos preocupante é o facto de esse consumo estar a aumentar nos jovens e
no sexo feminino, que são dois grupos populacionais mais vulneráveis e de tradicional
baixo consumo. O alcoolismo é a maior toxicodependência dos Portugueses”5.
Esta afirmação teve lugar num pano de fundo em que Portugal é um país produtor e
exportador de bebidas alcoólicas, principalmente vinho, oitavo produto mundial, e
também um dos três países do mundo onde se consome mais álcool puro,
aproximadamente 11 litros de álcool foi a quantidade ingerida por cada português em
1993.
5 Presidência do Conselho de Ministros - Resolução do Conselho de Ministros 166/2000
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Fig. 11 – Evolução do Consumo de Bebidas Alcoólicas e Álcool Puro
Fonte: Ordem dos Enfermeiros
Fig. 12 – Hábitos de Beber dos Portugueses
Fonte: Ordem dos Enfermeiros Tendo em atenção o panorama nacional, houve necessidade de apurar valores referentes a esta problemática no Concelho, tendo-se conseguido obter dados através do Centro Regional de Alcoologia Maria Lucília Mercês de Mello (C.R.A.), evidenciados nos Quadros que se seguem:
59
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
60
Quadro nr. 53 – Nr. Bebedores Excessivos/Nr. Alcoólicos
Nr. de Alcoólicos
Inscritos no CRA Área Geográfica
Nr. de
Bebedores
Excessivos
Nr. de Doentes
Alcoólicos 2001 Total
Aguiar da Beira 910 730 1 27
Almeida 1450 1160 3 53
Celorico da Beira 1230 980 2 72
Figueira de Castelo
Rodrigo 1160 930 3 47
Fornos de Algodres 880 700 1 42
Gouveia 2460 1970 0 92
Guarda 5380 4310 14 538
Manteigas 570 460 0 23
Meda 1050 840 3 47
Pinhel 1800 1440 5 86
Sabugal 2490 1990 1 68
Seia 4150 3330 19 261
Trancoso 1580 1270 2 57
Vila Nova de Foz Côa 1260 1010 2 55
Total 26370 21120 56 1468
Fonte: CRA (2001)
Em termos totais, por exemplo, o valor de 1270 Doentes Alcoólicos, no Concelho de Trancoso, não assume grande relevância se comparados com os 4310 Doentes da Guarda ou os 3330 Doentes de Seia. Assim, tornou-se importante determinar, em termos percentuais, qual a representatividade dos valores no total da população.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
61
Quadro nr. 54 – Nr. Bebedores Excessivos/% da População
Área Geográfica Nr. Bebedores
Excessivos População
% Bebedores
Excessivos
Almeida 1450 8423 0,17
Celorico da Beira 1230 8875 0,14
Figueira de Castelo Rodrigo 1160 7158 0,16
Guarda 5380 43822 0,12
Manteigas 570 4094 0,14
Meda 1050 6239 0,17
Pinhel 1800 10954 0,16
Sabugal 2490 14871 0,17
Trancoso 1580 10889 0,15
Total 16710 115325 -
Fonte: CRA (2001) Verifica-se no Quadro nr. 54 que os Concelhos onde se observa um maior número de Bebedores Excessivos com 17% são: Almeida, Meda e Sabugal; seguidos com 16%, Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel; Trancoso aparece com 15%; e com valores inferiores está Celorico da Beira, Manteigas; Guarda apresenta o valor mais baixo, de 12%. No Quadro nr. 55, o retrato deve ser analisado com mais cuidado uma vez que este diz respeito a Doentes Alcoólicos. O maior número de doentes verifica-se no Concelho de Almeida com 14%; o valor mais próximo a este é de 13% para os Concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Meda e Pinhel; aparece, em seguida, Trancoso com 12%; com os valores mais baixos são assinalados os Concelhos de Celorico da Beira, Manteigas e Guarda (com o valor mais baixo de 10%).
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
62
Conclui-se que existe uma relação directa entre as populações com maior percentagem de indivíduos Bebedores Excessivos e Doentes Alcoólicos existentes.
Quadro nr. 55 – Nr. Doentes Alcoólicos/% da População
Área Geográfica Nr. Doentes
Alcoólicos População
% Doentes
Alcoólicos
Almeida 1160 8423 0,14
Celorico da Beira 980 8875 0,11
Figueira de Castelo Rodrigo 930 7158 0,13
Guarda 4310 43822 0,10
Manteigas 460 4094 0,11
Meda 840 6239 0,13
Pinhel 1440 10954 0,13
Sabugal 1990 14871 0,13
Trancoso 1270 10889 0,12
Total 13380 115325 1
Fonte: CRA (2001)
1.6.3. Justiça Para efeitos de apuramento da existência ou não de lentidão nos processos na Justiça
verificou-se os processos existentes e findos no ano de 2003 e 2004, dados expostos
nos quadros abaixo.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
63
Quadro nr. 56 – Processos de Justiça Cível (2003)
Existentes
Processos Ano
Anterior
Iniciados
no Ano Total
Findos Pendentes
Acções Ordinárias 32 11 43 12 31
Acções Sumárias 87 39 126 39 87
Acções Sumaríssimas 21 24 45 28 17
Acções Especiais 15 4 19 2 17
Divórcios e Separações 24 6 30 11 19
Execuções Ordinárias 83 22 105 28 77
Execuções Sumárias e Outras 163 114 277 133 144
Execuções Comuns 0 31 31 0 31
Execuções Especiais 0 0 0 0 0
Inventários 27 15 42 14 28
Falências e Recuperações de Empresas 1 1 2 1 1
Providências Cautelares 4 11 15 11 4
Outras 8 20 28 14 14
Total 465 298 763 293 470
Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso (2005)
Analisando os Quadros nr. 55 e nr. 56, verifica-se que de um total de 763 Processos
existentes, ficaram pendentes 470, para o ano de 2004, tendo sido resolvidos
38,40% dos Processos.
No que se refere ao ano de 2004 existindo um total de 737 Processos, ficaram
pendentes 454, tendo-se verificado a resolução de 38,40% dos Processos.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
64
Quadro nr. 57 – Processos de Justiça Cível (2004)
Existentes
Processos Ano
Anterior
Iniciados
no Ano Total
Findos Pendentes
Acções Ordinárias 32 28 60 13 47
Acções Sumárias 63 39 102 37 65
Acções Sumaríssimas 15 21 36 31 5
Acções Especiais 12 14 26 3 23
Divórcios e Separações 10 10 20 9 11
Execuções Ordinárias 80 0 80 14 66
Execuções Sumárias e Outras 121 1 122 81 41
Execuções Comuns 31 138 169 59 110
Execuções Especiais 0 0 0 0 0
Inventários 34 11 45 10 35
Falências e Recuperação de Empresas 1 2 3 1 2
Providências Cautelares 3 5 8 5 3
Outras 48 18 66 20 46
Total 450 287 737 283 454
Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso (2005)
De salientar que as Execuções Comuns são as que maior contributo oferecem ao
volume de Processos pendentes no ano de 2004, sendo que no ano de 2003 esse
contributo se tinha verificado relativamente às Execuções Sumárias e Outras.
Quadro nr. 58 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2003)
Existentes Processos
Ano Anterior Iniciados no Ano Total Findos Pendentes
Crimes Totais 166 114 280 107 173
Transgressão 0 1 1 0 1
Recursos de Contra-ordenação 10 16 26 18 8
Outros Processos e Procedimentos 1 3 4 4 0
Total 177 134 311 129 182
Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
65
Quadro nr. 59 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2004)
Existentes Processos
Ano Anterior Iniciados no Ano Total Findos Pendentes
Crimes Totais 127 156 283 146 137
Transgressão 1 0 1 1 0
Recursos de Contra-ordenação 8 31 39 18 21
Outros Processos e Procedimentos 0 8 8 5 3
Total 136 195 331 170 161
Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso
Considerando os Quadros nr. 58 e nr. 59, referentes à Justiça Penal, concretamente
no que diz respeito a processos para julgamento, observa-se que de um total de 311
Processos existentes, ficaram pendentes 182 Processos, no ano de 2003, concluindo-
se que 41,48% dos processos foram resolvidos.
Relativamente ao ano de 2004, de um total de 331 Processos existentes, ficaram
pendentes 161, (51,36% dos Processos foram concluídos).
Quadro nr. 60 – Processos Tutelares Cíveis (2003)
Existentes
Processos Ano
Anterior
Iniciados
no Ano Total
Findos Pendentes
Filiação 2 1 3 2 1
Poder Paternal 4 6 10 4 6
Adopção 0 0 0 0 0
Alimentos 2 1 3 0 3
Outros Processos 0 0 0 0 0
Total 8 8 16 6 10
Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
66
Quadro nr. 61 – Processos Tutelares Cíveis (2004)
Existentes
Processos Ano
Anterior
Iniciados
no Ano Total
Findos Pendentes
Filiação 1 1 2 0 2
Poder Paternal 3 9 12 10 2
Adopção 0 4 4 1 3
Alimentos 1 1 2 2 0
Outros Processos 5 0 5 1 4
Total 10 15 25 14 11
Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso
Os números referentes aos Processos Tutelares Cíveis, demonstram 16 Processos
existentes e 10 pendentes, que transitaram para o ano de 2004, sendo que 37,5%
dos processos foram resolvidos.
No que se refere aos Processos Tutelares Cíveis do ano de 2004, os Processos
existentes aumentaram para 25, tendo ficado pendentes 11, tendo-se resolvido 56%
dos Processos.
Quadro nr. 62 – Outros Processos (2003)
Existentes
Processos
Ano
Anterior
Iniciados
no Ano Total
Findos Pendentes
Promoção e Protecção 7 1 8 3 5
Tutelares Educativos 0 0 0 0 0
Total 7 1 8 3 5
Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso
Em relação aos considerados Outros Processos, e de um total de 8 entrados e um
total de 3 findos, verifica-se 37,5% dos processos resolvidos.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
67
Quadro nr. 63 – Outros Processos (2004)
Existentes
Processos Ano
Anterior
Iniciados
no Ano Total
Findos Pendentes
Promoção e Protecção 6 4 10 5 5
Tutelares Educativos 0 1 1 1 0
Total 6 5 11 6 5
Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso
Em relação aos considerados Outros Processos, em 2004, existiram 11 para um total
de 6 findos, sendo 54,55% dos Processos resolvidos.
1.6.4. Segurança
A segurança da população está intimamente relacionada com o desenvolvimento da
actividade policial, e no caso do Concelho, é da responsabilidade da Guarda Nacional
Republicana (GNR).
Quadro nr. 65 – Nr. de Efectivos/Posto Territorial
Posto Territorial Nr. de Efectivos
Trancoso 18
Vila Franca das Naves 8
Total 26
Fonte: Posto Territorial de Trancoso
Fonte: Posto Territorial de Vila Franca das Naves
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
68
Analisando o Quadro nr. 65 verifica-se que existem no conjunto do Posto Territorial de
Trancoso e do Posto Territorial de Vila Franca das Naves, apenas 26 Efectivos, para
uma população total de aproximadamente 10.500 habitantes, significando estes
valores que para um Efectivo da GNR existem cerca de 404 habitantes.
Apesar do reduzido número de Efectivos, existe uma preocupação relativamente à
população mais jovem, facto demonstrado pela acção desenvolvida ao abrigo do
Programa Escola Segura, que tem por objectivos:
Garantir as condições de segurança da população escolar;
Promover comportamentos de segurança escolar.
No Município de Trancoso, o Programa Escola Segura é assegurado por 1 ou 2
Agentes devidamente treinados e preparados para este tipo de acção, e por 1 viatura
exclusivamente dedicada à vigilância e protecção da população escolar.
1.7. Associativismo
Relativamente ao Associativismo, é de enumerar as várias Associações que existem
no Concelho e que desempenham um papel fundamental em termos recreativos,
culturais, sociais e/ou desportivos:
Quadro nr. 66 – Designação das Associações/Freguesia
Nome Localidade
Grupo Desportivo e Recreativo de Aldeia Nova (**) Aldeia Nova
Associação Cultural e de Desenvolvimento da Castanheira Castanheira
Assoc. para o Desenvolvimento Social e Cultural “Os Carnicenses” (*) Carnicães
Associação de Desenvolvimento Social e Cultural da Cogula (*) Cogula
Sociedade Recreativa Cogulense (**) Cogula
Grupo Cultural e Desportivo dos Cótimos (**) Cótimos
Centro de Solidariedade Social Santo André Cótimos
Associação dos Caçadores da Serra de São Pedro Cótimos
Associação de Desenvolvimento do Feital Feital
Associação LuzLinar (*) Feital
Grupo Cultural e Recreativo de Fiães (*) Fiães
Grupo Recreativo e Cultural de Freches Freches
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
69
Banda de Música de Freches (*) Freches
Associação de Melhoramentos da Granja (**) Granja
Liga dos Amigos do Guilheiro Guilheiro
Associação de Solidariedade Social do Guilheiro Guilheiro
Associação Social, Cultural e Desportiva “Os Lagartixos” (**) Moimentinha
Associação dos Naturais e Amigos de Moimentinha (**) Moimentinha
Grupo Recreativo de Moreira de Rei (*) Moreira de Rei
Associação Desportiva e Cultural de Golfar (**) Golfar
Centro Cultural e Desportivo da Póvoa do Concelho Póvoa do Concelho
“Os Popos” – Associação Cultural e Recreativa Póvoa do Concelho
Liga de Melhoramentos da Freguesia do Reboleiro (*) Reboleiro
Associação Cultural e Juvenil da Ribeirinha de Trancoso (**) Reboleiro
Associação Cultural e Recreativa de Rio de Mel Rio de Mel
Associação Recreativa de Souto Maior (**) Souto Maior
Associação Cultural e Recreativa de Ribeira do Freixo (**) Souto Maior
Associação Cultural e Recreativa de Falachos (*) Tamanhos
Associação dos Amigos de Vale de Mouro (**) Tamanhos
Liga dos Amigos de Caça e Pesca de Cabeça do Lagar (*) Terrenho
Associação Cultural e Recreativa do Terrenho (*) Terrenho
Associação Caça e Pesca de Torres Torres
Associação de Protecção da Natureza (*) Trancoso
Associação Cultural e Recreativa de Trancoso (*) Trancoso
Corpo Nacional de Escutas/Agrupamento 505 (*) Trancoso
Grupo Desportivo de Trancoso Trancoso
Clube de Coleccionismo de Trancoso Trancoso
Clube Trancosense (*) Trancoso
Piscotávora – Associação de Produtores Florestais (*) Trancoso
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Trancoso Trancoso
Raia Histórica – Associação de Desenvolvimento Trancoso
Rotary Club de Trancoso Trancoso
Associação de Desenvolvimento Cultural de Rio de Moinhos (**) Trancoso (Sta. Maria)
Associação Cultural e Recreativa e de Melhoramentos de Courelas Trancoso
Associação cultural e Recreativa de Miguel Chôco (**) Trancoso (S. Pedro)
Assoc. Cultural, Recreativa, Social e de Melhoramentos de S. Martinho (*) Trancoso (S. Pedro)
ARA – Assoc. de Desenv., Estudo e Defesa do Património da Beira Interior Trancoso
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
70
Grupo Juvenil de Animação S. P. De Valdujo (*) Valdujo
Associação de Solidariedade, Desenvolvimento e Cultura de Valdujo (*) Valdujo
Grupo Desportivo de Vila Franca das Naves (*) Vila Franca das Naves
Associação de Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves Vila Franca das Naves
Associação Naves XXI Vila Franca das Naves
Associação Cultural e Recreativa de Vilares (*) Vilares
Alto da Broca – Associação de Produtores Florestais Vilares
Associação Cultural e Desportiva de Maçal da Ribeira (**) Vilares
Fonte: Câmara Municipal de Trancoso
(*) – Associação com Instalações próprias
(**) – Associação com Instalações próprias e Salão de Festas
Tendo reconhecido a importância da acção do Movimento Associativo no Município foi
criado pela Câmara Municipal de Trancoso um Programa de Apoio ao Associativismo,
instituindo-se as Associações como parceiros privilegiados, na promoção das
actividades de carácter cultural, social, recreativo e/ou desportivo.
O Programa destina-se a incentivar a actividade regular das Associações Culturais,
Sociais e/ou Desportivas, estimulando a sua criatividade, visando permitir, através de
um apoio financeiro, a criação de condições que facilitem o incremento da sua
actividade.
O apoio financeiro é constituído por duas vertentes: uma primeira no valor de 250
Euros, destinada a suportar despesas de funcionamento, e uma outra, que valoriza as
acções que fazem parte do Plano de Actividades Anual de cada Associação, sendo
que:
A taxa máxima de comparticipação para os projectos propostos é de 50%;
O limite máximo de financiamento por associação é de 25% do orçamento
global proposto pela Câmara Municipal;
A comparticipação é atribuída em função dos custos inerentes à concretização
de cada projecto;
O Programa apoia pois, acções concretas, devidamente individualizadas,
caracterizadas e orçamentadas, de natureza exclusiva ou predominantemente
imaterial, tendo como finalidade, objectivos culturais, sociais ou desportivos, a
realizar por Associações que tenham a sua sede no Concelho, ficando de fora deste
âmbito as iniciativas desportivas federadas e as actividades de caça e pesca.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
71
O quadro que se segue ilustra a distribuição dos valores acima referidos:
Quadro nr. 67 – Associações/Apoio Financeiro
Nome 2003 2005
Associação de Protecção da Natureza 625 Euros 625 Euros
Clube de Coleccionismo de Trancoso 100 Euros 100 Euros
Associação Social, Cultural e Desportiva “Os Lagartixos” 375 Euros 500 Euros
Grupo Cultural e Recreativo de Fiães 175 Euros 175 Euros
Associação Desportiva e Cultural de Golfar 375 Euros 325 Euros
Associação Recreativa de Souto Maior 375 Euros 350 Euros
Associação Cultural e Recreativa de Ribeira do Freixo 375 Euros 350 Euros
Associação Cultural e Juvenil da Ribeirinha de Trancoso 625 Euros 250 Euros
Banda de Música de Freches 375 Euros -
Associação cultural e Recreativa de Miguel Chôco 375 Euros 400 Euros
Grupo Desportivo e Recreativo de Aldeia Nova 500 Euros 500 Euros
Associação de Solidariedade Social do Guilheiro 375 Euros 375 Euros
Associação de Melhoramentos da Granja 500 Euros 500 Euros
Associação Cultural e Recreativa de Trancoso 1.075 Euros 1.125 Euros
Clube Trancosense 500 Euros 500 Euros
Associação de Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves 250 Euros 225 Euros
Associação Cultural e de Desenvolvimento de Valdujo - 150 Euros
Associação Cultural e Recreativa e de Melhoramentos de Courelas - 450 Euros
Associação Cultural e Desportiva de Vila Franca das Naves - 225 Euros
Assoc. Cultural, Recreativa, Social e de Melhoramentos de S. Martinho - 325 Euros
Associação de Desenvolvimento Cultural de Rio de Moinhos - 150 Euros
Associação dos Naturais e Amigos de Moimentinha - 100 Euros
Associação LuzLinar - 500 Euros
Piscotávora – Associação de Produtores Florestais - 100 Euros
Fonte: Câmara Municipal de Trancoso
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
72
1.8. Património A definição do Património assume-se como essencial para um bom ordenamento
territorial e para o assegurar da sua conservação.
Esta premissa torna-se tanto mais verdade quando se trata do Concelho de Trancoso,
incluído no roteiro das Aldeias Históricas de Portugal.
Integram o património cultural todos os bens que, sendo testemunhos com valor de
civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devem ser objecto
de especial protecção e valorização.
Quadro nr. 68 – Monumentos Nacionais/Freguesia
Localidade Património Classificação
Castelo e Muralhas Monumento Nacional (desde 1921)
Pelourinho Monumento Nacional (desde 1910) Trancoso
Planalto Batalha São Marcos Monumento Nacional (desde 2004)
Castelo Monumento Nacional (desde 1932)
Pelourinho Monumento Nacional (desde 1932)
Igreja Sta. Marinha Moreira de Rei
Sepulturas Antropomórficas Monumento Nacional (desde 1932)
Fonte: IPPAR
Para os bens imóveis classificados como de interesse nacional, sejam eles
monumentos, conjunto ou sítios, a designação adoptada é Monumento Nacional.
Um bem considera-se de interesse nacional quando a respectiva protecção e
valorização, no todo ou em parte, represente um valor cultural de significado para a
Nação.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
73
Quadro nr. 69 – Imóveis de Interesse Público/Freguesia
Localidade Património Classificação
Igreja Nossa Sra. da Fresta Imóvel Interesse Público (desde 1944)
Capela Sta. Luzia Imóvel Interesse Público (desde 1953)
Sepulturas Antropomórficas Imóvel Interesse Público (desde 1978) Trancoso
Via antiga do Sintrão Imóvel Interesse Público (desde 1997)
Guilheiro Pelourinho Imóvel Interesse Público (desde 1933)
Solar dos Brasis Imóvel Interesse Público (desde 1977) Torre do Terrenho
Igreja Matriz Imóvel Interesse Público (desde 1977)
Fonte: IPPAR
Um bem considera-se de Interesse Público Nacional quando a respectiva protecção e
valorização represente ainda um valor cultural de importância nacional, mas para o
qual o regime de protecção inerente à classificação como de interesse nacional se
mostre desproporcionado.
Quadro nr. 70 – Outro Património/Freguesia
Localidade Património Classificação
Centro Histórico (Zona de protecção)
Parque Municipal Arvoredo de Interesse Público Trancoso
Tília do Largo Sta. Maria Guimarães Arvoredo Interesse Público
Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento de Turismo
1.9. Turismo
O Município de Trancoso beneficia de uma tipicidade que advém, paradoxalmente, da
sua condição de interioridade e se na maioria dos sectores, a interioridade constitui
um obstáculo ao seu desenvolvimento, considerado na óptica do turismo, esta
condição pode ser de facto um factor de sucesso.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
O aumento dos índices de qualidade de vida associados á modernização do trabalho
levam à disponibilidade de mais tempos livres e o objectivo consiste em rentabilizar
estes tempos de lazer.
Um ramo que desempenha um papel cada vez mais preponderante na economia
portuguesa, tornando-se um vector de força do desenvolvimento económico-social é,
sem dúvida, a actividade turística.
Trancoso posiciona-se precisamente neste contexto: do ponto de vista dos recursos,
elementos patrimoniais da terra, eles existem em quantidade e qualidade para
construir uma oferta sedutora – potencial turístico – a elevação da vila medieval a
Cidade e a Aldeia Histórica confirmam uma vocação turística que falta explorar
convenientemente.
Fig. 13 – Mapa das Aldeias Históricas de Portugal
As condições naturais enriquecidas com a riqueza cultural do povo beirão (tradições)
com a monumentalidade da sua História, distribuídas nas aldeias do Concelho;
culminam na delimitação de um destino com sério potencial.
74
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
75
A introdução da dimensão do Turismo remete para a importância que este sector da
economia pode assumir para o desenvolvimento do Concelho.
A cadeia de valor que o turismo enquanto actividade económica gera, transforma-o
num instrumento de crescimento apetecível, associado à esfera económica, junta-se-
lhe outra característica de excepção: a preservação do ambiente, a preservação dos
hábitos culturais, a preservação do património construído, são elementos
fundamentais para afirmar territoriais como este.
Porém, a constituição de um destino de turismo resulta da conjugação de outros
factores para além do potencial em termos de matéria-prima, como o sejam a
qualidade da oferta em termos de alojamento, de restauração, equipamento de
animação e eventos e a própria divulgação e inclusão de Trancoso nos roteiros
turísticos.
O Concelho está neste momento, num patamar muito frágil em termos de
desenvolvimento turístico: foram dados passos decisivos neste domínio, mas todavia
insuficientes. Alguns exemplos são a classificação de Trancoso a Aldeia Histórica, a
integração na Região de Turismo da Serra da Estrela, a abertura de uma Albergaria,
na Freguesia de Vila Franca das Naves, e de um Hotel de 4 Estrelas na sede do
Concelho.
Os índices do Posto de Turismo reflectem estas mais valias instaladas, tendo-se
verificado aumentos significativos entre 2002 e 2006: entre 2002 e 2003, a afluência
ao Posto de Turismo regista um crescimento de perto de 700 pessoas; já em 2004, o
número total de visitantes quase que duplica atingindo 6379 pessoas; 2005 atinge
valores surpreendentes em relação aos anos anteriores; destaca-se no período
apurado o mês de Maio de 2005 com 3512 pessoas, certamente relacionado com a
realização da MANIFesta Trancoso 2005, evento que atraiu muitas pessoas à região.
No ano corrente os valores demonstram a continuidade dessa tendência, na medida
em que nos meses que há dados estes têm valores muito superiores a 2005 ou muito
próximos dos verificados nesse ano.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Quadro nr. 71 – Afluência de Visitantes
Meses Anos
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Total
2002 a) 98 257 244 210 406 288 795 334 215 145 89 3081
2003 76 374 215 330 196 330 506 851 256 189 193 201 3717
2004 103 307 953 665 586 581 397 1197 698 573 175 144 6379
2005 223 868 1337 2619 3512 2389 1878 3793 1526 1601 588 543 20877
2006 553 4161 4248 2135 1848 - - - - - - - 10275 (*)
Fonte: Departamento de Turismo da Câmara Municipal de Trancoso
(a) - Turismo encerrado para Obras
(*) – Dados provisórios até dia 28 Maio 2006
Mais evidente se torna a procura crescente deste Concelho em matéria de visitas
turísticas, pelo Gráfico nr. 9, que compara os valores no mês de Abril de cada ano.
Mas também é verdade que os números continuam modestos face às ambições que é
possível conter; a capacidade de acolher turistas e visitantes está longe de ser
esgotada, pelo que permanece grande a margem de progressão de Trancoso na
condição de um destino com enorme potencial turístico.
Gráfico nr. 9 – Afluência de Visitantes
76
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
2003 2004 2005 2006
Anos
Nr.
Tu
rist
as
Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento de Turismo
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
77
1.10. Ambiente 1.10.1. Resíduos A produção de resíduos associado ao aumento da população e a sua constituição em
aglomerados constitui um risco real para o meio ambiente, tornando-se importante
descrever os processos existentes no Concelho, no que diz respeito ao seu
tratamento.
A recolha de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) que se praticava na autarquia de
Trancoso, da responsabilidade do Município, era a chamada recolha indiferenciada
feita a partir dos contentores camarários existentes, onde os resíduos eram colocados
de forma indiferenciada e após a recolha destes tinha lugar o confinamento destes
numa das lixeiras municipais, Lixeira da Quinta da Junqueira e Lixeira de Vila Franca
das Naves, que serviam o Concelho.
A crescente escassez de espaços disponíveis para as infra-estruturas, veio exigir uma
nova abordagem, originada, igualmente, pelas medidas regulamentares, pelos
instrumentos económicos e pela maior consciencialização para esta problemática.
Face a esta situação, surgiu uma nova política de gestão de resíduos, o Plano
Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU), em 1997, o qual estabeleceu
como prioridade o encerramento e recuperação das lixeiras, a construção de infra-
estruturas de tratamento e destino final dos RSU, apoio à recolha selectiva e à
reciclagem.
Sendo um dos passos a implementação da estratégia a criação de sistemas de gestão
integrada o concelho de Trancoso passa a ser parte integrante da Associação de
Municípios da Cova da Beira (AMCB), accionando-se os meios para a selagem e
recuperação ambiental das lixeiras de Trancoso.
A AMCB tem por objectivo a gestão, a valorização e o tratamento dos RSU produzidos
na área da sua abrangência. Para tal está a implementar o Sistema de Tratamento de
Resíduos Sólidos Urbanos da Cova da Beira que inclui o Centro de Tratamento de
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Resíduos Sólidos Urbanos da Cova da Beira (CTRSU), este inclui a Central de
Compostagem e o Aterro Sanitário de Apoio.
Com a erradicação das lixeiras existentes pretende-se implementar a redução,
reciclagem e reutilização dos RSU, bem como o processo de compostagem e
confinamento dos mesmos, procurando promover a melhoria acentuada do nível da
qualidade ambiental.
Dada a inexistência de uma infra-estrutura de transferência nos Municípios de
Trancoso e Meda e para colmatar as distâncias existentes entre estes e o Centro de
Tratamento do Fundão, surgiu a necessidade de criar uma infra-estrutura para
receber os RSU dos referidos Municípios, a Estação de transferência de Trancoso, foi
construída em 2002.
Gráfico nr. 11 – Recolha Indiferenciada de Resíduos Recolhidos
(Novembro 2003 a Junho 2006)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
2003
-11
2003
-12
2004
-01
2004
-02
2004
-03
2004
-04
2004
-05
2004
-06
2004
-07
2004
-08
2004
-09
2004
-10
2004
-11
2004
-12
2005
-01
2005
-02
2005
-03
2005
-04
2005
-05
2005
-06
2005
-07
2005
-08
2005
-09
2005
-10
2005
-11
2005
-12
2006
-01
2006
-02
2006
-03
2006
-04
2006
-05
2006
-06
TO
Quantidade (To)
Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso
Os dados evidenciados pelo gráfico demonstram que as quantidades de resíduos se
mantém normalmente entre as 190 toneladas e as 325, existindo apenas um pico no
ano 2004 em Agosto.
Apesar da recolha indiferenciada continuar a ser efectuada, conforme acima exposto,
já a lugar à Recolha Selectiva, feita a partir dos Ecopontos e Ecocentros.
78
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
O sistema de recolha selectiva é caracterizado por ser um sistema de transporte
voluntário, que exige aos produtores de resíduos a separação dos mesmos na fonte e
o seu transporte para os pontos de deposição acima referidos.
Foram colocados 18 ecopontos no Concelho de Trancoso, estes são constituídos por
um conjunto de 3 contentores com capacidade de 2,5 m3 cada.
Encontram-se distribuídos por 6 Freguesias, conforme se pode observar na Figura nr.
12:
79
Fig. 12 – Mapa da localização dos Ecopontos no Concelho
Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento do Ambiente
Estes foram colocados em locais estratégicos de maior afluência, integração
paisagística e acessibilidade com o intuito de promover uma maior adesão dos
munícipes a recolha selectiva.
Para se definir e dimensionar a rede de Ecopontos foram criados alguns critérios,
nomeadamente a densidade populacional, o grau de cobertura da rede e metas e
taxas de recuperação a atingir e esperadas.
A análise de alguns destes critérios encontra-se retratada no Quadro nr. 72:
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
80
Quadro nr. 72 – Relação Habitantes/Ecoponto e Área/Ecoponto
Freguesias População
Residente
Área
(ha) Nr. Ecopontos
Habitantes
por Ecoponto
Área/Ecoponto
Aldeia Nova 394 2560 1 394 2560
Carnicães 192 844
Castanheira 235 885
Cogula 228 437
Cótimos 194 1214
Feital 80 532
Fiães 263 1003
Freches 551 1356 1 551 1356
Granja 223 926
Guilheiro 242 1461
Moimentinha 233 653
Moreira de Rei 673 3440
Palhais 187 423
Póvoa do Concelho 259 1084
Reboleiro 304 427 1 304 427
Rio de Mel 311 2331
Sta. Maria (Trancoso) 1313 3653 5 262.6 730.6
S. Pedro (Trancoso) 1793 1527 5 358.6 305.4
Sebadelhe da Serra 185 1216
Souto Maior 145 618
Tamanhos 323 835
Terrenho 137 673
Torre do Terrenho 211 1403
Torres 217 1025
Valdujo 272 1640
Vale do Seixo 171 724
Vila Franca das Naves 1097 1075 5 219.4 215
Vila Garcia 198 1329
Vilares 258 1169
Total 10889 36463 18 604.9 2025.72
Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Verificando os dados acima podemos constatar que cada Ecoponto serve em média
605 habitantes, para uma área aproximada de 2025 hectares, valores que se
associam ao grande número de freguesias onde a reduzida densidade populacional
inviabiliza o investimento na recolha selectiva.
O Ecocentro de Trancoso, sob a gestão da empresa multimunicipal Águas do Zêzere e
Côa (AZC) e da empresa Nova Beira, tem lugar conjuntamente com a Estação de
Transferência; trata-se de um espaço amplo, vedado e vigiado, inclui duas zonas
desniveladas que permitem o acesso dos utentes à zona de descarga dos resíduos e a
movimentação dos contentores pelas viaturas de recolha.
É composto por 5 módulos, devidamente identificados, com contentores de grandes
dimensões, onde a população voluntariamente pode colocar os vários tipos de
resíduos com volume de contentorização superior aos ecopontos e que, devido as
suas características, não podem ser removidos pelos sistemas normais de remoção do
lixo.
No Ecocentro podem ser depositados materiais como papel, cartão, embalagens,
vidro, monstros e existe ainda uma caixa complementar para resíduos diversos. O
transporte destes produtos depositados é feito por duas viaturas equipadas com
sistema “amplirol” para a CTRSU do Fundão.
Gráfico nr. 11 – Resíduos Recolhidos nos Ecopontos
(Novembro de 2003 a Junho de 2006)
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Nov-
03
Jan-
04
Mar-0
4
Mai-0
4
Jul-0
4
Set-0
4
Nov-
04
Jan-
05
Mar-0
5
Mai-0
5
Jul-0
5
Set-0
5
Nov-
05
Jan-
06
Mar-0
6
Mai-0
6
Anos/Meses
Kil
os
Papel/Cartão Kg Embalagens Kg Vidro Kg
Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento do Ambiente
81
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
82
Pela análise do gráfico acima, é perceptível que no Concelho, a quantidade de
resíduos recolhidos selectivamente, não segue um comportamento constante,
havendo oscilações quer de crescimento quer de regressão, o que impossibilita uma
análise de resultados.
Quadro nr. 73 – Resíduos Recolhidos nos Ecopontos
Anos Papel/Cartão
(Kg) Embalagens
(Kg) Vidro (Kg)
Total
2003 2711 685 10690 16089
2004 34290 7610 20250 64154
2005 21780 5280 31520 60585
2006 7820 2400 9890 22116 (*)
Total 66601 15975 72350 154926
Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento do Ambiente
(*) Valor provisório (Junho 2006)
Porém, com base no quadro acima tendo apenas em linha de conta os anos de 2004 e
2005, na medida em que são estes os únicos com dados relativos ao total do período,
verificamos variações substanciais.
Uma variação decrescente na recolha de Papel/Cartão e na de Embalagens e uma
variação crescente na recolha de Vidro.
No total observamos um decréscimo entre a recolha de resíduos recolhidos
selectivamente entre o ano de 2004 e 2005.
Os baixos valores traduzem uma falta de sensibilização da população de Trancoso
para esta temática, pelo que existe uma necessidade de sensibilização e informação
sobre os procedimentos da recolha selectiva.
Porém, será de referir que já existe uma preocupação nesta matéria na medida em
que ao longo dos últimos anos se têm realizado actividades de
educação/sensibilização ambiental, conforme ilustrado no Quadro nr. 74:
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
83
Quadro nr. 74 – Actividades de Educação/Sensibilização Ambiental
Anos Actividade População Alvo
2003 Stand de Sensibilização Ambiental na Feira de S. Bartolomeu Toda a População
2004 Comemoração do Dia Mundial da Criança/Ambiente Crianças dos 4 aos 12 anos
2005 Comemoração do Dia Mundial da Árvore e da Floresta Pré-Escolar e 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Trancoso
2005 Acção de Sensibilização Ambiental/Formação – Os Resíduos na Escola e na vida
Auxiliares de Acção Educativa e Alunos do 3º Ciclo
2006 Iniciativa “Água... um Recurso a Preservar” Toda a População em geral e os Alunos do Pré-Escolar em particular
2006 Acção de Sensibilização/Formação Ambiental – Um olhar sobre a Reciclagem
Alunos do 2º e 3º Ciclo
2006 Acção de Sensibilização/Formação Ambiental – Um olhar sobre a Reciclagem
Alunos do 1º e 3º Ano do 1º Ciclo
Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso
Analisando o quadro acima podemos verificar que a maior preocupação reside na
sensibilização das camadas mais jovens da população.
Esta população alvo assume extrema importância na medida em que não têm hábitos
criados terem desde cedo sensibilização para esta temática.
1.10.2. Incêndios (Desflorestação)
Na lei orgânica da Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF) o concelho de
Trancoso enquadra-se no Núcleo Florestal da Beira Interior Norte.
Quadro nr. 75 – Ocorrências/Área Ardida no Concelho (1980 – 2005)
Anos Nr. Ocorrências Área Ardida
(Povoamentos)
Área Ardida
(Matos)
Área Ardida
(Total)
1980 11 215.5 239.5 455
1981 1 125 0 125
1982 27 878.2 1044 1922.2
1983 6 462.1 1225 1687.1
1984 50 227 544 771
1985 161 2009.9 1930 3939.9
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
1986 72 178 285 463
1987 73 61 281.5 342.5
1988 63 50.6 239.9 290.5
1989 141 193.9 518.5 712.4
1990 83 2290.1 2612.1 4902.2
1991 101 203.4 1019.8 1223.2
1992 32 9.41 168.85 178.26
1993 95 36 836 872
1994 216 272.5 4236.5 4509
1995 93 669.2 1077.31 1746.51
1996 142 67.38 1444.93 1512.31
1997 109 34.68 355.4 390.08
1998 151 169 541.05 710.05
1999 151 329.6 1514.4 1844
2000 83 474.93 2382.80 2857.73
2001 59 272.50 925 1197.5
2002 85 119.50 395.63 515.13
2003 67 1718.30 1758.92 3477.22
2004 51 62 120.51 182.51
2005 119 652.50 1692.20 2344.70
Total 2242 11782.2 27388.8 39171
Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais
Gráfico nr. 12 – Áreas Ardidas no Concelho de Trancoso (1980-2005)
0,0
1.000,0
2.000,0
3.000,0
4.000,0
5.000,0
6.000,0
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
Ano
ha
Área Ardida Povoamentos Área Ardida Matos Área Ardida Total
Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso
84
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Gráfico nr. 13 – Ocorrências Vs Áreas Total Ardidas no Concelho de Trancoso
(1980-2005)
0
50
100
150
200
250
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
Ano
n.º
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
ha
Nº de Ocorrências Área Ardida Total
Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso
Fazendo uma leitura do quadro acima e respectivos gráficos, cuja fonte é a
DGRF, conseguimos verificar que os picos em termos áreas totais ardidas, no
Concelho de Trancoso, ocorreu nos anos de 1985, 1990, 1994, 2000 e 2003.
Estes representam respectivamente 10,70 %, 13,31%, 12,24%, 7,76% e
9,44% do total de 36826,3 ha de área ardida. Assim, existe uma tendência de
ciclo crítico com uma cadência mais ou menos de cinco em cinco anos.
Será ainda de referir que os anos acima enunciados como sendo os piores, não
correspondem aos anos com maior número de ocorrências, desta forma, podemos
concluir que as ocorrências verificadas atingiram maior gravidade e
consequentemente abrangeram uma maior área.
Igualmente importante é a transcrição do número de ocorrências e o total de área
ardida dos últimos anos, por freguesia, dados recolhidos da DGRF.
Quadro nr. 76 – Ocorrências e Área Ardida por Freguesia (1999 – 2005)
ANO FREGUESIA
DADOS 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
TOTAL GERAL
Nº de Ocorrências 4 3 1 3 2 4 6 23 Aldeia Nova
Área Ardida Total 628,1 730,0 111,0 3,5 57,0 8,0 57,0 1.594,6
Nº de Ocorrências 2 4 1 1 1 9 Carnicães
Área Ardida Total 0,0 1,0 0,5 0,0 0,0 1,5
85
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
86
Nº de Ocorrências 1 1 Carvalheira
Área Ardida Total 2,0 2,0
Nº de Ocorrências 4 3 3 1 2 1 2 16 Castanheira
Área Ardida Total 15,5 24,5 33,5 15,0 22,0 3,0 2,0 115,5
Nº de Ocorrências 1 1 Sebadelhe da Serra
Área Ardida Total 9,0 9,0
Nº de Ocorrências 1 2 1 4 Cogula
Área Ardida Total 1,0 50,0 6,0 57,0
Nº de Ocorrências 4 7 1 5 3 3 6 29 Cótimos
Área Ardida Total 4,5 508,0 0,5 8,0 2.325,0 7,0 3,5 2.856,5
Nº de Ocorrências 10 2 12 Feital
Área Ardida Total 6,9 11,0 17,9
Nº de Ocorrências 4 1 4 6 3 2 1 21 Fiães
Área Ardida Total 1,0 585,0 115,0 14,0 119,5 1,0 0,5 836,0
Nº de Ocorrências 1 1 Frechão
Área Ardida Total 0,0 0,0
Nº de Ocorrências 11 10 6 4 1 5 3 40 Freches
Área Ardida Total 6,5 147,3 25,0 12,0 300,0 3,5 0,5 494,8
Nº de Ocorrências 4 1 1 4 1 14 25 Granja
Área Ardida Total 0,5 1,0 4,0 8,5 1,0 15,5 30,5
Nº de Ocorrências 2 3 1 6 Guilheiro
Área Ardida Total 0,0 4,5 0,0 4,5
Nº de Ocorrências 1 1 Maçal da Ribeira
Área Ardida Total 1,0 1,0
Nº de Ocorrências 2 5 1 2 10 Moimentinha
Área Ardida Total 3,0 9,5 0,5 1,0 14,0
Nº de Ocorrências 28 8 5 4 11 5 18 79 Moreira de Rei
Área Ardida Total 775,0 293,0 241,5 59,5 185,5 25,0 150,5 1.730,1
Nº de Ocorrências 1 1 1 3 Palhais
Área Ardida Total 0,0 0,5 0,0 0,5
Nº de Ocorrências 1 3 4 15 1 24 Póvoa do Concelho
Área Ardida Total 16,0 189,0 5,5 87,0 0,0 297,5
Nº de Ocorrências 1 2 3 Reboleiro
Área Ardida Total 1,5 1.421,0 1.422,5
Nº de Ocorrências 3 1 2 1 3 1 11 Rio de Mel
Área Ardida Total 5,0 0,0 5,0 118,0 4,0 0,0 132,0
Nº de Ocorrências 8 2 5 6 5 9 7 42 Santa Maria
Área Ardida Total 271,0 41,4 28,0 3,5 2,0 39,0 0,5 385,4
Nº de Ocorrências 1 1 São Martinho
Área Ardida Total 0,0 0,0
Nº de Ocorrências 11 4 6 3 5 3 15 47 São Pedro
Área Ardida Total 15,0 16,0 67,0 3,0 54,0 5,0 4,5 164,5
Nº de Ocorrências 1 4 1 1 1 8 16 Sebadelhe da Serra
Área Ardida Total 2,5 264,0 4,0 2,0 1,0 67,5 341,0
Nº de Ocorrências 6 1 2 2 3 14 Souto Maior
Área Ardida Total 11,5 5,0 1,0 1,0 0,5 19,0
Nº de Ocorrências 15 3 6 4 1 4 33 Tamanhos
Área Ardida Total 24,0 5,0 25,5 3,5 2,0 546,0 606,0
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
87
Nº de Ocorrências 2 1 1 3 2 7 16 Terrenho
Área Ardida Total 0,0 5,0 0,5 2,0 0,0 29,0 36,5
Nº de Ocorrências 1 2 2 3 3 4 15 Torre do Terrenho
Área Ardida Total 0,0 1,5 3,0 107,0 1,0 5,0 117,5
Nº de Ocorrências 6 5 1 4 2 2 20 Torres
Área Ardida Total 3,5 23,5 451,0 1,5 0,0 2,0 481,5
Nº de Ocorrências 1 1 Trancoso
Área Ardida Total 2,0 2,0
Nº de Ocorrências 4 2 4 4 3 3 20 Valdujo
Área Ardida Total 4,0 10,5 5,1 349,5 2,5 4,0 375,6
Nº de Ocorrências 1 1 Vale de Mouro
Área Ardida Total 2,5 2,5
Nº de Ocorrências 1 1 Vale de Seixo
Área Ardida Total 1,0 1,0
Nº de Ocorrências 1 1 1 1 1 3 8 Vale do Seixo
Área Ardida Total 0,0 0,5 0,0 0,5 0,0 1,5 2,5
Nº de Ocorrências 9 8 1 5 3 2 3 31 Vila Franca das Naves
Área Ardida Total 3,0 4,5 0,5 0,0 15,0 0,5 25,0 48,5
Nº de Ocorrências 3 1 4 2 4 14 Vila Garcia
Área Ardida Total 3,5 0,0 60,0 46,0 80,0 189,5
Nº de Ocorrências 5 1 2 3 2 1 14 Vilares
Área Ardida Total 31,5 0,0 1,0 11,0 25,5 1,5 70,5
Nº de Ocorrências 1 1 (em branco)
Área Ardida Total 0,0 0,0
Total Nº de Ocorrências
151 83 59 85 66 51 119 614
Total Área Ardida Total
1.844,0 2.857,7 1.197,5 515,1 3.519,5 182,5 2.344,7 12.461,1
Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais
Quadro nr. 77 – Área Total e Total Ardida do Concelho
Unidade Territorial Área Total (ha)
Trancoso 36454
Área Total Ardida 36826,30
Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais
Tendo em linha de conta as áreas acima referidas verificamos que a área ardida é
superior a área total do Concelho, desta forma e sabendo que existem superfícies que
nunca arderam, podemos concluir que existem áreas alvo de ocorrências sucessivas.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
88
Quadro nr. 78 – Área Total e Total Ardida do Distrito e do País
Unidade
Territorial Área Área Total (Km²) Área Total (ha)
Área Total 5535,90 553590,00
Guarda Área Total
Ardida 4843,78 484378,00
Área Total 91946,70 9194670,0
Portugal Área Total
Ardida 27080,26 2708026,4
Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais
Pelo acima exposto verificamos que o total de área ardida no Concelho de Trancoso
assume valores consideráveis, estes valores tornam-se ainda mais significativos e
preocupantes através da leitura dos quadros relativos ao Distrito e ao País.
Verificamos que enquanto a área ardida no Concelho representa mais de 100% da
área total de Trancoso, a nível de Distrito esta apenas representa 87,50% da área
total, o que é sinónimo de aproximadamente – 14,26%.
A diferença ainda assume valores mais representativos se comparamos os números
apurados em termos de Concelho e País, onde a diferença é de aproximadamente 72
pontos percentuais, uma vez que a área total ardida a nível de Portugal representa
apenas 29,45% da área total.
1.10.2.1. Risco de Incêndio6
De acordo com o decreto-lei 156/2004, de 30 de Junho, o Concelho de Trancoso, e
pelas características que lhe são inerentes, encontra-se em risco elevado e muito
elevado, conforme ilustra o mapa abaixo.
6 Plano Operacional Municipal
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
89
Fig. 15 – Mapa do Risco de Incêndio do Concelho
Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso
São situações de potencial risco de incêndio:
Grande representatividade de manchas contínuas de resinosas, o que se
associa a um aumento da velocidade de propagação de incêndios;
Presença de espécies vegetais invasoras (Acácia dealbata), nas imediações da
Estrada Nacional 102 (Freches e Carnicães) e Estrada Nacional 226 (Alto da
Borca);
A maioria dos povoamentos florestais de proprietários privados, encontram-se
em estado de semi-abandono, associando-se grandes quantidades de materiais
combustíveis;
Extensas áreas contínuas de incultos, associados a zonas de maior altitude, a
um estado de arbustivo com uma carga combustível verdadeiramente elevada;
Zonas que sendo alvo de circulação diária de pessoas (estradas nacionais,
municipais e zonas sociais), são propícias à eclosão de incêndios, devendo ser
alvo de cuidados de vigilância;
O factor relevo, no caso particular dos vales encaixados, associados a relevo
recortado e a declives acentuados, acresce a dificuldade de previsão de
propagação e o combate ao incêndio;
O estado da rede viária poderá ser uma condicionante à primeira intervenção e
combate ao incêndio, visto que alguns trilhos existentes encontram-se em
semi-abandono e sem manutenção, o que poderá condicionar ou limitar a
circulação dos veículos de combate;
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Os núcleos populacionais, nomeadamente através da prática de queimadas,
proporcionam um risco permanente de eclosão de incêndios.
1.10.2.2. Perigo de Propagação No que se refere à propagação dos incêndios florestais, são factores determinantes a
carga de combustível existente, as características do relevo e as condições
meteorológicas. Deste modo, e exceptuando as zonas recentemente ardidas e as
áreas urbanas, o Concelho apresenta, condições de carga de combustível
extremamente elevadas.
Considera-se de extrema importância, para análise de possível propagação dos fogos
florestais, toda a informação que se associa ao registo das ocorrências de anos
anteriores, conforme ilustra o mapa abaixo.
Fig. 16 – Mapa de áreas ardidas 1990-2005 do Concelho
Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso
De referir que, como medida de controlo de propagação, a Câmara Municipal de
Trancoso, apresentou candidatura ao Programa AGRIS, de modo a implementar
acções que visem quer a redução do risco de deflagração quer a própria propagação
de fogos florestais.
A questão dos incêndios torna-se de grande relevância pelas suas implicações
ambientais, através da constatação do volume de área ardida e pelo elevado risco de
incêndio, estes contribuem para que o solo fique desprotegido e sujeito a erosão
90
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
91
devido à completa destruição da vegetação arbustiva e herbácea e da camada de
manta morta (camada de matéria orgânica no topo dos solos, muito rica em
nutrientes);
Pode formar-se uma camada extremamente repelente à água por baixo da camada de
cinzas que impede a infiltração da água e promove a escorrência por cima do solo,
impedindo definitivamente a renovação da floresta.
As cinzas e o solo são facilmente mobilizados pelos primeiros episódios chuvosos e
não ficando retidos (devido à destruição dos obstáculos, ramos, folhas, raízes, etc.)
são arrastados ao longo das encostas, o que pode resultar na degradação da
qualidade da água (poluição) a jusante das áreas queimadas.
Por tudo o acima exposto assume grande importância não apenas a prevenção, que
passa pelo trabalho de manter a floresta ordenada e limpa, mas também por um
trabalho de tratamento das áreas ardidas nomeadamente a nível de reflorestação.
Neste sentido o trabalho de prevenção e de tratamento da áreas ardidas pode ser
encarado como uma forma de afectação de recursos, empregabilidade, por um lado, e
por outro como uma forma de empreendorismo.
1.10.3. Meios de Prevenção
Sendo que o risco de incêndio no Concelho muito elevado e elevado será importante
referir os meios de Combate, em termos de Recursos Humanos, existentes no
Concelho.
Quadro nr. 79 – Nr. de Efectivos dos Bombeiros de Trancoso
Bombeiros Voluntários Homens Mulheres Nr. Total de
Efectivos
Trancoso 82 12 94
Vila Franca das Naves 60 11 71
Total 142 23 165 Fonte: Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Trancoso Fonte: Associação de Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Segundo a leitura do quadro acima podemos concluir que existem 165 efectivos para
uma área total de 36454 hectares de área total do Concelho, pelo que em média cada
efectivo deverá cobrir uma área aproximada de 221 hectares.
1.10.4. Cursos de Água Na temática do ambiente uma outra questão para a qual se tem de prestar atenção
são os níveis de poluição dos cursos de água, um dos bens essenciais a subsistência
do ser humano. Neste sentido tentamos a recolha de dados para retirar conclusões e
sendo que não nos foi possível, na medida em que existe o conhecimento por parte da
população da existência de cursos de água poluídos, este problema não poderia deixar
de ser aqui referido.
Fig. 17 – Mapa dos Principais Cursos de Água do Concelho de Trancoso
Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso
Essa poluição segundo o conhecimento geral da população é mais premente no Rio
Távora (Figura 17).
92
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
94
2.1. Análise SWOT A análise ou modelo Swot é uma forma muito difundida de fazer diagnóstico, que é
usada nas mais variadas áreas de investigação.
O modelo Swot é também conhecido como o modelo de Harvard, já que a sua
metodologia se baseia neste modelo.
O termo Swot é a junção das iniciais (em inglês) dos quatro elementos chave desta
análise estratégica, nomeadamente:
Strenghts (Pontos Fortes) - Vantagens internas do Concelho em relação aos demais
Concelhos e/ou País;
Weaknesses (Pontos Fracos) - Desvantagens ou fraquezas internas em relação aos
demais Concelhos e/ou País;
Opportunities (Oportunidades) - Aspectos positivos da envolvente, nomeadamente a
conjuntura do País, da Região, legislação, com potencial de fazer crescer e contribuir
para o desenvolvimento do Concelho.
Threats (Ameaças) - Aspectos negativos da envolvente acima referida, capazes de
comprometer o potencial do Concelho e consequentemente o desenvolvimento deste.
No caso concreto do Diagnóstico Social, o objectivo último da análise Swot é definir as
Forças (pontos fortes) e as Fraquezas (pontos fracos), neste caso no concelho de
Trancoso.
Para tal assume essencial a contextualização do Município no sentido de apurar e retratar
a realidade interna, para a realização posterior de uma reflexão aprofundada, na qual é
importante a participação de todos os actores, com o intuito de conseguir o objectivo da
análise.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Área-Problema – Educação/Formação
Forças Fraquezas
- Existência de Infra-estruturas para 1º,
2º, 3º Ciclo e Ensino Secundário;
- Escola Profissional de Trancoso;
- Ensino Recorrente;
- Cursos EFA (Educação e Formação de
Adultos);
- Educação Extra-Escolar (Bolsas de
Actividades);
- CENFORMAT (Centro de Formação para
Pessoal Docente e não Docente);
- Residência de Estudantes;
- Planos de Formação:
AENEBEIRA;
Santa Casa da Misericórdia;
Raia Histórica/ Centro Emprego de
Pinhel;
- Serviços de Acção Social Escolar (livros,
material escolar, alimentação);
- Maior procura do ensino Creche e Pré-
escolar na sede do Concelho;
- Inexistência de condições de mobilidade
para alunos portadores de deficiência;
- Existência de um Núcleo de Intervenção
Precoce (Saúde Oral);
- Existência da CPCJ de Trancoso;
- Articulação entre as Instituições de
responsabilidade (Agrupamentos de
Escolas/Centro de
Saúde/GNR/Bombeiros/CPCJ);
- Existência de uma rede de transportes
escolares;
- Existência de 3 Associações de Pais e
Encarregados de Educação;
- Cobertura da rede Pré-Escolar.
- Baixa qualificação profissional da
população activa;
- Elevada Taxa de Analfabetismo;
- Reduzida qualificação profissional dos
quadros técnicos;
- Demissão dos pais no processo educativo
dos filhos (baixas habilitações escolares
e falta de competências parentais e
sociais por parte dos encarregados de
educação);
- Reduzidas expectativas face à
escolarização e empregabilidade;
- Inexistência de serviços de orientação
profissional (SPO – Serviços de
Psicologia e Orientação);
- Diminuição do número de alunos em
todos os níveis de Ensino;
- Instabilidade do Corpo docente
(Agrupamentos de Escolas);
- Fraco aproveitamento de outras formas
de acesso à educação (Centro Cultural,
Biblioteca, Espaço Internet, Cinema,
Teatro, Pavilhão Multiusos);
- Infra-estruturas escolares sem condições
de mobilidade para indivíduos portadores
de deficiência;
- Poucas oportunidades de integração no
mercado de trabalho para os Formandos
dos Cursos EFA;
- Insuficiência de Infra-estruturas para
Creche/Pré-Escolar (sede do Concelho).
- Inadequação da infra-estrutura existente
para o 1º Ciclo (sede do Concelho);
- Insuficiente rede de transportes
escolares.
- Inexistência da “Carta Escolar”.
96
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Área-Problema – Cuidados de Saúde
Forças Fraquezas
- Centralidade do Centro de Saúde
(Concelho);
- Existência de Extensões do Centro de
Saúde em algumas freguesias;
- Centro de Saúde com boas instalações;
- Existência do SAP 24 H (Serviço de
Atendimento Permanente) com estruturas
físicas adequadas;
- Existência de Consultas de Clínica Geral e
Consultas de Prevenção (Planeamento
Familiar, Saúde Materna, Saúde Infantil,
Diabéticos e Hipertensos);
- Centralidade do Centro de saúde em
relação aos Concelhos limítrofes;
- Boas acessibilidades ao Centro de Saúde;
- Existência de um Programa de Saúde
Escolar (Saúde Oral);
- Existência do “Espaço Adolescere” (Apoio
Psicologia Clínica);
- Projecto PAII (Apoio Domiciliário ao
Idoso);
- Existência de uma UAI (Unidade de Apoio
Integrado);
- Serviço de marcação de consultas via
telefone (horário de expediente);
- Projecto Piloto de Cuidados Continuados ao
Domicílio com apoio de Fisioterapia e
Psicologia Clínica;
- Existência de Farmácias (Trancoso, Vila
Franca das Naves e um Posto na Freguesia
do Reboleiro).
- Inexistência de Consultas de
Especialidade;
- Inexistência de Meios de Diagnóstico;
- Falta de Cuidados preventivos;
- Envelhecimento da população;
- Aumento da procura de cuidados
ligados à 3ª. Idade;
- Carência de Técnicos Superiores de
Saúde (médio prazo);
- Possibilidade de encerramento do
Serviço de Urgência;
- Insuficiência de apoio médico
domiciliário;
- Encerramento das Extensões de
Saúde (Freguesias de Guilheiro e
Cogula);
- Falta de acções de prevenção
relativas ao Alcoolismo e
Toxicodependência;
- Falta de um sistema integrado de
informatização (Centro de Saúde);
- Falta de divulgação relativamente ao
processo de marcação de consultas;
98
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Área-Problema – Empregabilidade/Actividade Económica
Forças Fraquezas
- Importância do comércio grossista e a
retalho;
- Importância do sector de reparação
automóvel;
- Importância do sector da construção
civil e obras públicas;
- Importância da indústria agro-alimentar
(transformação de carnes e lacticínios,
queijarias e panificação);
- Grande expressividade a nível da
restauração;
- Administração Pública como grande
empregador (diversos serviços);
- Existência da Bandarra – Cooperativa
Agrícola (Trancoso);
- Existência da Cooperativa Agrícola Beira
Serra (Vila Franca das Naves);
- Existência da AENEBEIRA (Associação
Empresarial do Nordeste da Beira);
- Existência do GAT (Gabinete de Apoio
Técnico);
- Existência da Raia Histórica (Fomento e
apoio ao desenvolvimento sócio-
económico local);
- Centro de Emprego de Pinhel:
Apoios a Iniciativas Locais de
Emprego;
Apoios a Estágios profissionais;
Apoio a contratação;
- Zona Industrial - incentivos à fixação de
empresas;
- IPSS’s como fonte de empregabilidade.
- Aumento da Taxa de Desemprego
(desemprego de longa duração);
- Interioridade;
- Baixo nível de instrução e qualificação da
mão-de-obra local;
- Elevado número de mão-de-obra
feminina desempregada;
- Vínculos precários de emprego;
- Deficiente fixação de Quadros Médios e
Superiores;
- Salários baixos;
- Debilidade do Sector Primário, visível
pelo trabalho de carácter sazonal e
pratica de agricultura de subsistência;
- Debilidade do Sector Secundário
(encerramento de Fábricas);
- Desajustamento entre a Oferta e a
Procura;
- Falta de iniciativa privada;
- Reduzida capacidade de investimento e
empreendorismo;
- Falta de competitividade;
- Reduzida Rede de Transportes;
- Factores culturais (comodismo) -
dificultam a mobilidade;
- Reduzido profissionalismo.
100
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Área-Problema – Acção Social
Forças Fraquezas
- Existência de IPSS’s (com razoável taxa de
cobertura nas valências de apoio à 3ª
Idade/dependentes e Infância);
- Presença de Associações de Apoio à
Comunidade com elevado grau de
intervenção social;
- CPCJ de Trancoso – Comissão de Protecção
de Crianças e Jovens em risco;
- Disponibilidade de Recursos Humanos
qualificados, com formação
profissionalizante:
Acompanhante de Crianças,
Agente em Geriatria;
Assistente Familiar e de Apoio à
Comunidade;
- Existência da Santa Casa da Misericórdia de
Trancoso (Projectos de Intervenção
Social);
- Existência de um Lar de Acamados (Santa
Casa da Misericórdia de Trancoso);
- Existência de uma UAI (Unidade de Apoio
Integrado);
- CLA de Trancoso (Comissão Local de
Acompanhamento)/ NLI (Núcleo Local de
Inserção) – Rendimento Social de
Inserção;
- Apoio Técnico às IPSS’s (Técnicos da CDSS
Guarda);
- Serviço Social do Centro de Saúde de
Trancoso (Levantamento, orientação e
encaminhamento de utentes/famílias com
necessidade de intervenção).
- Acção Social concentrada no apoio à 3ª.
Idade;
- Insuficiente apoio à Infância;
- Insuficiente apoio aos jovens;
- Inexistência de apoio à Deficiência;
- Aumento relevante do número de crianças
sinalizadas em situação de risco;
- Envelhecimento da população – aumento do
número de idosos dependentes;
- Falta de competências parentais, fraca
estrutura familiar de suporte;
- Insuficiência de estruturas para idosos e
grandes dependentes;
- Falta de formação contínua dos Funcionários
das Instituições de Apoio Social;
- Falta de ocupação dos Idosos;
- Inexistência de Centros de Noite;
- Famílias em situação de exclusão social;
- Deficientes condições de habitabilidade;
- Deficiente acompanhamento às situações de
Alcoolismo sinalizado;
- Dificuldade na obtenção de recursos
económico-financeiros para aquisição e
manutenção de equipamentos sociais;
- Falta de um sistema integrado de
informatização das entidades/serviços;
- Aumento do número de casos de
delinquência juvenil (toxicodependência e
alcoolismo);
- Inexistência de Estruturas de Apoio à Vítima
no Concelho;
- Inexistência de uma Bolsa de Famílias (
acolhimento de Crianças e Idosos).
102
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Área-Problema – Cultura Associativa
Forças Fraquezas
- Existência de estruturas de suporte:
equipamentos desportivos (piscinas,
polidesportivos) recreativos (salões de
festas) culturais (Biblioteca, Centro
Cultural, Auditórios, Cinema);
- Espaço Internet;
- Pavilhão Multiusos;
- Estádio municipal;
- Iniciativas de índole “cultural/popular”
- Existência de 55 Associações;
- Novos equipamentos culturais: Museu
(Trancoso), Centro Cultural/Cinema (Vila
Franca das Naves).
- Fraca articulação inter-associativa (falta
de cultura de parceria entre
Associações);
- Falta de quadros técnicos – animadores
sociais/culturais;
- Associativismo em “part-time”;
- Falta de adesão aos programas e
iniciativas;
- Falta de formação dos Dirigentes
Associativos (desmotivação);
- Falta de responsabilização dos sócios;
- Concentração do número de jovens na
sede de Concelho – diminuição do
número de jovens nas Aldeias;
- Falta de organização e de divulgação de
acções ligadas ao património local
(Tradições);
- Ausência de iniciativas articuladas e
integradoras dos recursos existentes;
- Subaproveitamento do Parque Municipal.
104
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Área-Problema – Turismo
Forças Fraquezas
- Tradição de comércio e feiras;
- Centralidade geográfica;
- Enquadramento na Região de Turismo da
Serra da Estrela;
- Enquadramento no Programa Aldeias
Históricas de Portugal (Reabilitação do
Centro Histórico);
- Peculariedade das características
morfológicas e de património do Centro
Histórico de Trancoso;
- Unidade Hoteleira – Hotel Turismo;
- Património histórico, cultural, religioso,
arqueológico e arquitectónico;
- Escola Profissional de Trancoso – Curso de
Turismo e o Curso EFA de Cozinheiro;
- Gastronomia e Artesanato – Produtos
típicos da região;
- Revisão do PDM (Plano Director Municipal);
- Raia Histórica, Apoio ao desenvolvimento
sócio-económico local.
- Subaproveitamento dos recursos
naturais;
- Deficiente tratamento da gastronomia e
do artesanato;
- Deficiente preservação do património;
- Unidades de alojamento deficientes
(inexistência de qualificações técnicas e
de recursos humanos habilitados);
- Falta de planificação da oferta turística
(divulgação, informação e marketing das
potencialidades turísticas);
- Falta de formação profissional específica;
- Enfraquecimento (inadequação e
desqualificação) da oferta comercial aos
turistas;
- Estadias de curta duração;
- Falta de investimento no Turismo Rural;
- Falta de investimento no Turismo
Aventura;
- Falta de competitividade;
- Desajustamento entre a oferta e procura
no Centro Histórico;
- Acessibilidades.
106
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Área-Problema – Ambiente
Forças Fraquezas
- Existência do Ecocentro de
Trancoso/Estação de Transferência de
RSU;
- Albufeira da Teja;
- Parque Municipal de Trancoso - “pulmão
verde” da Cidade;
- Centralidade do Parque Municipal de
Trancoso (Classificado);
- Existência da Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Trancoso;
- Existência da Associação de Bombeiros
Voluntários de Vila Franca das Naves;
- Existência da Associação de Protecção da
Natureza (Trancoso);
- Elaboração do Plano Operacional Municipal
(Florestas);
- Potencial para o desenvolvimento de uma
Política Florestal Integrada: exploração
florestal do Castanheiro e Pinheiro Bravo;
- Baixos níveis de poluição acústica e
atmosférica;
- Acções de Educação Ambiental
(promovidas pelo Departamento do
Ambiente - CMT).
- Elevada área total ardida;
- Despovoamento Florestal e o risco de
erosão;
- Inexistência de limpeza e manutenção
das matas;
- Falta de medições ambientais:
inexistência de mapas de ruído; poluição
dos cursos de água; poluição
atmosférica;
- Revisão do PDM – Plano Director
Municipal;
- Falta de preocupação e sensibilização
ambiental da população em geral;
- Risco de Incêndio (Elevado e Muito
Elevado);
- Inexistência de um Plano de Albufeira:
Albufeira da Teja;
- Poluição do Rio Távora/Ribeira dos
Alacrários – não tratamento dos
efluentes da Fábrica de Lacticínios.
108
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
1. Educação/Formação O problema do baixo nível de escolaridade da população está associado à
desvalorização do sistema educativo, afectando sobretudo crianças e jovens.
A resolução passa por um maior envolvimento/participação da sociedade civil
(Educadores), com vista a uma maior valorização do sistema educativo e maior
utilização das respostas educativas/formativas já existentes ou a criar.
A importância da educação é um problema cultural que afecta sobretudo a população
em idade activa com poucas expectativas em relação ao ensino/educação, traduzindo-
se numa fraca participação da comunidade em geral, nos processo educativos.
O reconhecimento da importância da Educação constitui a nível local um desfio ao
desenvolvimento sócio-comunitário e uma oportunidade ao bom exercício da
cidadania.
Sendo a taxa de analfabetismo elevada e consequentemente a baixa qualificação
profissional da população activa do Concelho uma realidade é necessário o uso das
forças externas existentes para a promoção da alfabetização da população.
Quando se fala em forças externas existentes consideram-se os pilares fundamentais
da Iniciativa Novas Oportunidades:
- O primeiro pilar, fazer do ensino profissionalizante de nível secundário uma opção,
sendo a resposta para os inaceitáveis níveis de insucesso e abandono escolar;
Com o mesmo objectivo do pilar acima referido e no que concerne aos jovens com
reduzidas aptidões para seguir o ensino superior e como forma de conferir
habilitações, combate ao insucesso e ao abandono escolar (sentido pela redução do
número de alunos nestes níveis de ensino) existe no Concelho a Escola Profissional
com cursos de cariz profissionalizante conferindo assim aos jovens que frequentam os
cursos a qualificação para a posterior integração na população activa. Existe ainda a
Residência de Estudantes, para os alunos da Escola Profissional de forma a dar
resposta a alunos provenientes de outros Concelhos, assim esta pode ser vista como
uma forma de enraizar jovens.
110
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
111
- O segundo pilar é o de elevar a formação de base dos activos, dar a todos aqueles
que entraram na vida activa com baixos níveis de escolaridade, uma nova
oportunidade para poderem recuperar, completar e progredir nesta matéria;
Este segundo pilar esta relacionado com a formação contínua, onde a questão não se
centra apenas no facto da população em geral possuir poucas habilitações académicas,
mas reside também, no facto de não existir uma cultura de formação contínua: quer a
população activa, quer as Entidades empregadoras não investem na formação contínua.
Numa economia global e do conhecimento a aposta continuada na formação é cada vez
mais necessária de forma a se poder garantir que a população detém as competências
adequadas para fazer face aos desafios desta.
Ainda será de referir que no todo do processo de escolarização o pessoal docente e
não docente tem uma importante palavra a dizer e as condições de instabilidade que
esta classe enfrenta não contribuem em nada para gerar expectativas face a
escolarização e geração de motivação consideramos que os Cursos de formação para
professores e auxiliares da acção educativa que podem de alguma forma promover a
estabilidade acima referida como factor em falta. Ainda estes cursos conferem
qualificação profissional a população alvo.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
112
Área-Problema: Educação/Formação Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Educação/Formação, apontam-se as
seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:
Problema(s):
• Baixo nível de
Escolaridade da
População;
• Baixa
qualificação
profissional da
população activa.
Prioridades de Intervenção:
• Redução da Taxa de
Analfabetismo;
• Promoção da importância da
escolarização;
• Formação contínua para todos
os níveis de qualificação
(formação transversal).
Potencialidades (Recursos):
• Escola Profissional de Trancoso (Centro Novas
Oportunidades);
• Cursos Tipo EFA – Educação e Formação de Adultos;
• CENFORMAT – Centro de Formação Docentes e não Docentes;
• AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira
(Entidade acreditada pelo IQF);
• Raia Histórica (Entidade acreditada pelo IQF);
• Centro de Emprego e Formação Profissional (Pinhel);
• Câmara Municipal;
• Associações de Pais;
• Agrupamentos de Escolas (Trancoso/Vila Franca das Naves);
• Santa Casa da Misericórdia de Trancoso;
• Escola Secundária Gonçalo Anes Bandarra.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
113
Linhas orientadoras para a Acção:
• Sensibilizar para a importância da Escolarização;
• Promover e dinamizar outras formas de acesso à Educação (Centro Cultural/Biblioteca/Espaço Internet);
• Promover a Formação contínua (Activos);
• Promover e divulgar a Iniciativa “Novas Oportunidades”;
• Divulgar os Cursos da Escola Profissional – Formação Quadros Técnicos;
• Divulgar os Cursos promovidos pela AENEBEIRA;
• Divulgar os Cursos promovidos pela Raia Histórica;
• Divulgar os Cursos promovidos pela Santa Casa da Misericórdia de Trancoso;
• Incentivar a continuidade dos Projectos Tipo Cursos EFA – Educação e Formação de Adultos;
• Incentivar a elaboração da “Carta Escolar”;
• Sensibilizar para a articulação entre os Planos de Formação e as Entidades Empregadoras;
• Sensibilizar para a criação de um Gabinete de SPO (Serviço de Psicologia e Orientação) nos Agrupamentos de Escolas;
• Dinamizar o papel das Associações de Pais nas Escolas;
• Promover a criação de uma UNIVA (Unidade de Integração na Vida Activa).
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
114
2. Cuidados de Saúde Sendo os cuidados de saúde um direito que nos assiste a todos deve ser dada especial
atenção a esta temática, não descorando o facto da população que caracteriza o
Concelho ser uma população envelhecida o que se traduz num maior recurso a
cuidados específicos para esta faixa etária.
Pelo acima exposto uma das questões a ser verificada passa pelo apoio domiciliário,
que se apresenta como insuficiente, apesar do esforço realizado pelas IPSS -
Instituições Particulares de Solidariedade Social. Porém, neste sentido o Concelho tem
uma força, o Programa PAII – Programa de Apoio Integrado ao Idoso, que tem como
finalidade colmatar essas carências.
Neste sentido assume-se também como uma força o Programa Saúde XXI, através
deste podem colmatadas várias das fraquezas apontadas na análise swot, como sejam
a carência de meios de diagnóstico.
Este programa pretende ainda a complementaridade entre o SNS – Sistema Nacional
de Saúde e as entidades públicas e privadas com actuação nesta área, neste sentido
consideramos importante a existência de Projectos que reunam o Centro de Saúde,
Escolas, Autarquias, IPSS’s e Associações.
Para além do acima exposto assume-se como essencial promover acções de
sensibilização e informação para a população no sentido de promover uma atitude
preventiva como a importância da vacinação e do planeamento familiar e auxiliar a
população na criação de hábitos de vida saudável.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
115
Área-Problema: Cuidados de Saúde Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos aos Cuidados de Saúde, apontam-se as
seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:
Problema(s):
• Inexistência de
meios de
diagnóstico;
• Inexistência de
consultas de
especialidade;
• Insuficiência do
Apoio Domiciliário
(Cuidados de
Saúde).
Prioridades de Intervenção:
• Alargamento da rede de apoio
de cuidados continuados ao
Idoso e aos dependentes no
domicílio;
• Criação de uma Comissão
Concelhia de Saúde.
Potencialidades (Recursos):
• Centro de Saúde;
• CPCJ Trancoso;
• IPSS´s;
• Juntas de Freguesia;
• Câmara Municipal.
Projectos:
• Programa PAII – Programa de Apoio Integrado ao
Idoso;
• Programa Saúde XXI.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
116
Linhas orientadoras para a Acção:
• Reforçar as parcerias existentes entre o Centro de Saúde a as Juntas de Freguesia/Agrupamentos de
Escolas/CPCJ/GNR/Bombeiros;
• Informação, promoção e defesa da Saúde Pública;
• Promover Acções de Sensibilização relativamente a Hábitos de Vida Saudável;
• Promover Acções de Sensibilização relativamente à Problemática da Deficiência;
• Promover a Humanização dos Serviços de Saúde;
• Promover a iniciativa privada, na área de cuidados médicos e meios auxiliares de diagnóstico;
• Desenvolvimento e modernização de um Sistema de Informação em Saúde.
• Divulgar e promover o Programa de Saúde Escolar;
• Auxiliar a criação de uma Comissão Concelhia de Saúde;
• Auxiliar a divulgação das formas de marcação e atendimento do Centro de Saúde;
• Promover o Serviço de Voluntariado.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
3. Empregabilidade/Actividade Económica
A falta de empregos no Concelho é uma realidade bem visível, que se apresenta como
uma fraqueza grave na medida em que existem outras fraquezas, que aliada a esta,
tornam difícil a criação de forças para o combate ao desemprego com tendência a
aumentar e a fixação dos jovens com qualificações.
As fraquezas são a debilidade do sector primário e secundário em conjunto com uma
reduzida capacidade de investimento e empreendorismo associado a falta de
competitividade, a falta de iniciativa privada, em muito motivada pela cultura de
dependência de subsídios como forma de obtenção de rendimentos e da formação
profissional. Em suma, no Concelho esta ainda muito patente o “paternalismo”
associado ao Estado, facto este comprovado pelos grandes empregadores do Concelho
serem a Câmara Municipal de Trancoso, a Empresa Municipal e a Santa Casa de
Misericórdia de Trancoso.
O mercado local de emprego está bastante dependente da Administração Pública,
e/ou de sectores tradicionais (como a agricultura e o comércio), tecnologicamente
desactualizados, pouco intensivos em capital e equipamento, voltados para o mercado
regional, ou mesmo e apenas de subsistência.
Pelo acima exposto a primeira força a ser usada devem ser acções de informação
dirigidas a população no sentido de divulgar, nomeadamente, formas para a
reintegração versus integração na vida activa e políticas de emprego através do
auxilio na procura de emprego, na criação do próprio emprego e consequentemente
promover a empregabilidade do Concelho.
Nesta linha e no que diz respeito a criação do próprio emprego será necessário
salientar as forças existentes no Concelho, como sejam, o potencial turístico, o
potencial agro-florestal e as carências a nível de acção social, associados a existência
de pessoas qualificadas. Neste sentido é importante informar e divulgar junto da
população formas e programas que explores essas potencialidades, para tal é muito
importante o papel da Raia Histórica, AENEBeira, GAT entre outros actores do
Concelho.
117
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
118
Neste capítulo assume grande importância para além da informação e divulgação a
formação, uma vez que existe a fraqueza de desadequação entre a oferta e a procura
a adaptação que pode e deve ser feita através da formação profissional, mas para tal
e de forma a ajustar a formação ministrada assume-se essencial o conhecimento da
procura existente no Concelho.
Neste sentido é importante que a formação que as várias entidades do Concelho
oferecem, através dos cursos se adaptem a essa mesma procura, a semelhança do
que se verifica com os cursos EFA ministrados pela Santa Casa da Misericórdia de
Trancoso.
No que diz respeito a realidade concreta da Escola Profissional de Trancoso seria
importante a criação de uma UNIVA – Unidade de Integração na Vida Activa para a
realização de um trabalho junto dos alunos finalistas desta Entidade de forma a
promover a sua inserção no mercado de trabalho, evitando a saída dos jovens e
consequentemente promovendo o enraizamento destes, detentores de conhecimentos
técnicos em variadas áreas.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
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Área-Problema: Empregabilidade/Actividade Económica Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Empregabilidade, apontam-se as seguintes,
que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:
Problema(s):
• Ausência de
empreendorismo -
fraco dinamismo e
inovação;
• Necessidade de
reforço da
competitividade e
valorização do
território.
Prioridades de Intervenção:
• Desenvolvimento de competências
pessoais, relacionais, sociais e
profissionais;
• Valorização da Parceria (objectivo:
superar dificuldades);
Potencialidades (Recursos):
• Centro de Emprego e Formação Profissional de Pinhel;
• Raia História (Associação de Desenvolvimento Local);
• AENEBEIRA (Associação Empresarial do Nordeste da
Beira) através dos serviços de promoção à actividade
económica;
• Grandes empregadores do Concelho (Administração
Pública, IPSS’s, Comércio e Indústria).
Projecto:
• UAC (Unidade de Acompanhamento e Coordenação do
Urbanismo Comercial).
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
120
Linhas orientadoras para a Acção:
• Apoiar o processo de revisão do PDM – Plano Director Municipal;
• Elaborar o PDS – Plano de Desenvolvimento Social;
• Incentivar à criação de um CACI (Centro de Apoio ao Conhecimento e Integração);
• Incentivar à criação de um CACE (Centro de Apoio à Criação de Empresas);
• Acções de Sensibilização sobre a necessidade de reestruturação da actividade produtiva no Sector Primário;
• Promover os “saberes-fazeres” tradicionais (lacticínios, fumeiros e enchidos);
• Criação de um Gabinete de Apoio – Divulgação de Programas/Projectos/Iniciativas;
• Potenciar os recursos existentes no Concelho;
• Promover o Turismo Rural/Turismo de Habitação/Turismo Aventura/Agroturismo;
• Valorizar os recursos agrícolas locais:
* Indústria agro-pecuária e agro-indústria - solos com aptidão agrícola, florestal e silvopastoril;
• Ajustar as oportunidades de qualificação profissional com as ofertas de emprego;
• Promover o ajustamento entre a oferta e a procura no sector comercial (Centro Histórico de Trancoso);
• Promover e divulgar a importância e necessidade de formação contínua em todos os níveis de qualificação;
• Promover a qualificação dos Recursos Humanos (Tecnologias de Informação e Comunicação).
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
4. Acção Social
Devido a caracterização demográfica definir que estamos ante uma população
envelhecida, temos verificado um crescente investimento na acção social destinada a
terceira idade, porém, deve dar-se especial atenção a esta questão na medida em que
ainda existem números significativos nas listas de espera destas instituições.
Por outro lado, existem valências como sejam os lares de noite e as unidades de apoio
integrado (UAI) que devem também ser entendidas como respostas importantes e
necessárias, pelo que devem ser consideradas em futuros investimentos.
Importante também é o investimento destas entidades na humanização dos serviços
na medida em que os recursos humanos destas, na maioria dos casos e conforme
revelam os resultados dos inquéritos aplicados, não detêm qualificações específicas
para o desempenho das funções junto das populações alvo em causa.
Mas a acção social não deve ser apenas destinada a terceira idade, pois se assim for
esta deve ser entendida como uma fraqueza, na medida em que as outras faixas da
população devem ser também alvo de preocupação nesta matéria.
A fraqueza existe e é demonstrada pela inexistência de infra-estruturas para a
população com grandes dependências como sejam o alcoolismo, que apesar de muito
patente em zonas tipicamente agrícolas e do interior permanecem camufladas, daí a
dificuldade na obtenção de números expressivos.
Neste sentido é necessário a criação de um grupo de trabalho para a realização do
levantamento dos casos existentes (grandes dependências), em primeiro lugar, para
depois se poderem definir as linhas orientadoras da acção conforme o número de
casos detectados e perfil dos mesmos.
É importante apostar também nas crianças, que nos últimos anos, apesar da escassa
taxa de natalidade, têm vindo a aumentar. Consequentemente as infra-estruturas
existentes não têm revelado capacidade para dar resposta, na medida em que
existem listas de espera e oferecem condições inadequadas, como sejam a criação de
turmas excedentárias.
121
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
A acção social pode ainda contribuir para o fomento da natalidade, na medida em que
uma das preocupações dos casais jovens, em termos de planeamento familiar, se
prende com a questão dos empregos cada vez mais terem horários e exigências pouco
compatíveis com os horários das crianças e exigências da educação destas.
Ainda relativamente a esta faixa da população existem crianças em situações de risco,
os números relativos as situações detectadas e já devidamente tratadas não
demonstram a realidade na medida em que estas situações são passadas no interior
das famílias e neste Concelho que se caracteriza pela sua interioridade e ruralidade,
existe ainda uma mentalidade muito própria em relação ao papel dos pais perante os
filhos e como os pais percepcionam o papel dos filhos.
Assim é importante dinamizar a rede constituída por todas as entidades que
participam na educação das crianças, nomeadamente, entre as escolas, centro de
saúde, GNR – Guarda Nacional Republicana através de denúncias e do Projecto Escola
Segura e CPCJ – Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.
No âmbito da acção social, a semelhança do que se verifica nas outras áreas
temáticas, também as acções de informação e divulgação se assumem como
importantes na medida em que podem ter um papel preponderante na prevenção de
dependências, violências e para a criação de competências parentais.
Também importante é a formação dos técnicos de acção social, aproveitando a força
existente uma vez que os técnicos existem, conferindo-lhes especialização para as
áreas de intervenção uma vez que o objecto de trabalho destes é população, a vida
das pessoas. Porém, a formação não é suficiente como garante das intervenções, é
necessário que os técnicos detenham recursos materiais e técnicos para a
sistematização da informação de forma a facilitar o tratamento da mesma e meios de
intervenção capazes.
Deve ainda ter-se em linha de conta as minorias, no que diz respeito ao Concelho a
população portadora de deficiência é um dos casos em que é necessário desenvolver
infra-estruturas de suporte e condições que promovam e auxiliem a mobilidade e
independência destas.
122
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
123
Relativamente a exclusão social e pobreza, apesar de em termos globais não se poder
considerar um Concelho com grande pobreza, mais uma vez devido a interioridade e
ruralidade, essa pobreza existe e é expressa na maioria dos casos pelas condições
habitabilidade.
Assume-se essencial uma acção social concertada com o intuito de corrigir os casos
de exclusão social mas no sentido de encetar acções dirigidas à correcção dos
desequilíbrios sociais existentes.
Em relação estreita com tudo o acima exposto e porque nesta área a obtenção dos dados
e mais ainda o tratamento destes e consequente leitura como um todo se revela de
grande relevância e importância, conforme foi demonstrado neste documento, seria
importante a existência de um observatório com o intuito de criar e manter um sistema
de diagnóstico contínuo e ainda, promover uma acção social concertada.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
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Área-Problema: Acção Social Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Acção Social, apontam-se as seguintes, que
podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:
Problema(s):
• Insuficiente apoio à 3ª Idade;
• Insuficiência de
infraestruturas de apoio à
Infância;
• Famílias em situação de
exclusão social (deficientes
condições de habitação).
Prioridades:
• Alargamento da rede de
equipamentos sociais;
• Apoio ás famílias em situação de
exclusão social(deficientes
condições de habitação);
• Melhorar o acesso a serviços de
qualidade - Humanização dos
serviços de Apoio Social.
Potencialidades (Recursos):
• IPSS’s;
• CLA/NLI;
• Centro de Saúde;
• CPCJ;
• Serviço Local da Segurança Social;
• Câmara Municipal.
Projectos:
Candidatura ao PARES (Programa de
Alargamento da Rede de Equipamentos
Sociais);
Candidatura ao Programa ProHabita.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
125
Linhas orientadoras para a Acção:
• Elaborar o PDS – Plano de Desenvolvimento Social;
• Promover a Acção Social concertada – Gestão participativa do social;
• Melhorar o acesso ás respostas sociais – aumento da rede de equipamentos sociais no Concelho;
• Promover Acções de Formação aos Funcionários/Técnicos das Instituições – Humanização dos Serviços;
• Incentivar e promover a criação de um Sistema de Informação (uniformização do tratamento dos dados), para os
Agentes Sociais do Concelho;
• Promover Acções de Sensibilização/Informação para a problemática do Alcoolismo;
• Elaborar o Plano Municipal de Prevenção Primária da Toxicodependência;
• Criar parcerias para sensibilizar/esclarecer/prevenir a Violência Doméstica;
• Criação de um Observatório – criar e manter um sistema de Diagnóstico contínuo;
• Promover o Serviço de Voluntariado.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
5. Cultura Associativa O associativismo pode e deve ser considerado como um acto de interesse público, desta
forma as associações devem encetar o seu trabalho sob a forma de cooperação com as
entidades existentes no seu raio de acção a nível geográfico e no que diz respeito a sua
natureza, só desta forma a criação e manutenção das associações assume importância,
viabilidade, em suma a razão para a sua existência.
Na sequência da aplicação de um inquérito a massa de associações existentes no
Concelho, num total de 55 associações, foi possível apurar mediante as respostas
disponíveis que as acções destas não têm em consideração, na maioria dos casos, as das
outras associações, isto é, quando são definidas as actividades a serem desenvolvidas
não existe o cuidado nem a rede necessária para a coordenação da definição das
actividades a serem realizadas.
O mesmo se verifica quando se confronta as associações com a questão das parcerias
“Nas actividades realizadas estabelecem algum tipo de parceria”, na maioria dos casos,
as respostas transcrevem a realizados dos factos quando respondem “não” há lugar a
parcerias.
Na base da falta de associativismo entre as associações pode estar a falta de
informação/formação dos dirigentes das associações, fenómeno verificado através do
referido inquérito, dado estes deterem reduzidas habilitações, conforme retrato do todo
da população do Concelho, e ainda por não terem manifestado grande participação em
acções relacionadas com o associativismo.
Neste sentido e não sendo as reduzidas habilitações dos dirigentes, limitadoras, assume
grande importância a sensibilização e informação sobre a temática do associativismo de
forma a combater não a falta de formação dos dirigentes, mas antes a escassa
informação existente no meio e a falta de conhecimento de ferramentas para a procura
por iniciativa individual.
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Diagnóstico Social do Município de Trancoso
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Área-Problema: Cultura Associativa Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Cultura Associativa, apontam-se as
seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:
Problema(s):
• Falta de Formação Técnica
dos Dirigentes Associativos;
• Inexistência de articulação
entre as actividades
associativas;
• Reduzida divulgação e
valorização das dinâmicas
associativas.
Prioridades de Intervenção:
• Definição de padrões de qualidade das
intervenções das Associações;
• Promoção a valorização das Associações
enquanto agentes indutores do
desenvolvimento social local;
• Criação de Protocolos de cooperação
Potencialidades (Recursos):
• Elevado número de Associações com
potencial de intervenção social e
promotoras dos recursos endógenos;
• Centro Cultural de Trancoso;
• Auditórios (várias Freguesias);
• Rádio “Bandarra”;
• Parque Municipal;
• Pavilhão Multiusos de Trancoso;
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
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Linhas orientadoras para a Acção:
• Criação de um Fórum Associativo (articulação entre as diversas actividades associativas);
• Promover a Formação Técnica dos dirigentes Associativos;
• Acção de Sensibilização para a importância das Associações enquanto agentes do desenvolvimento social;
• Promover uma cultura associativa fomentando a participação e o espírito crítico construtivo;
• Promoção e divulgação das diversas actividades associativas: Boletim Municipal/ Rádio Local/Cinema/Espaço Internet.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
6. Turismo
O património, a elevação da Vila Medieval a Cidade e a Aldeia Histórica, o Centro
Histórico envolvido pelas muralhas, o Castelo, o Bandarra, o facto de fazer parte do
Roteiro da Serra da Estrela, as condições naturais, a riqueza cultural, as tradições,
conjuntamente com todas as outras potencialidades definidas na contextualização
conferem sem dúvida os instrumentos necessários para ser desenvolvido o potencial
turístico existente no Concelho.
Sendo que o património classificado e cultural contribui em larga medida para a
existência do potencial turístico de Trancoso por todos reconhecido é necessário
promover a preservação deste, é importante a definição de um Plano de Defesa do
Património.
Mas porque a constituição de um destino de referência não reside apenas no potencial
acima exposto deve existir uma orientação concertada da acção.
Para tal será necessário criar um grupo de trabalho pluridisciplinar com formação
específica, com o intuito de definir uma estratégia para a dinamização e produção de
marketing de forma a ser criada uma identidade local para ser “comercializada” para
que o Concelho seja inserido nos roteiros turísticos e mais importante ainda ser
identificado como um destino.
Este grupo para além de encetar todos os esforços para a definição de uma estratégia
deverá estabelecer parcerias com os prestadores de serviços, das áreas satélite do
turismo, nomeadamente, hoteleira, restauração, artesanato, os comerciantes do
Centro Histórico, com o intuito de projectar o turismo em Trancoso através de uma
oferta qualificada.
No sentido de promover a exploração do potencial turístico e na qualificação da oferta,
existe uma outra força no Concelho, a Raia Histórica assumindo assim um papel
essencial na informação, divulgação e formação da população sobre formas de
potenciar a gastronomia, os produtos típicos e regionais, o artesanato e a tradição do
comércio e feiras.
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Diagnóstico Social do Município de Trancoso
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A necessidade de promover a exploração do turismo esta patente no facto de apenas
existirem duas casas de turismo de habitação, na freguesia do Feital, e na inexistência
de turismo rural que provam a débil exploração, a falta de oferta, o fraco investimento
e a reduzida competitividade do turismo no Concelho.
Neste sentido é necessário a realização de acções de informação e divulgação das
potencialidades existentes, assim como das possibilidades de formas empreendorismo
e consequente criação de empregos, através do aproveitamento dos recursos
associados ao Turismo. Neste sentido o Centro de Emprego tem um papel importante
a exercer.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
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Área-Problema: Turismo Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos ao sector do Turismo, apontam-se as
seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:
Problema(s):
• Falta de um Plano
estratégico
integrado do sector
turístico
Prioridades de Intervenção:
• Criar estratégias de marketing
associadas à promoção do
Turismo;
• Sessões de
informação/divulgação do
Património;
• Criar uma identidade local –
definir uma estratégia de
desenvolvimento para o
Concelho;
Potencialidades (Recursos):
• Raia Histórica (Associação de Desenvolvimento Local);
• Escola Profissional de Trancoso;
• Centro Emprego e Formação Profissional;
• AENEBeira – Associação Empresarial do Nordeste da Beira.
Em Projecto:
• Programa Aldeias Históricas de Portugal;
• Região de Turismo da Serra da Estrela.
• UAC – Unidade de Acompanhamento e Coordenação do
Urbanismo Comercial/APT - Agência para a Promoção de
Trancoso.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
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Linhas orientadoras para a Acção:
• Promover o Património arquitectónico e religioso;
• Promover os “saberes-fazeres” tradicionais (lacticínios, fumeiros e enchidos);
• Promover o Programa das Aldeias Históricas de Portugal – Reabilitação do Centro Histórico;
• Promover os Recursos Naturais - Valorização da Fileira Florestal/Afloramentos graníticos ;
• Promover o Turismo Rural/Turismo de Habitação/Turismo Aventura/Agroturismo;
• Promover os recursos cinergéticos (Caça e Pesca);
• Promover a valorização e manutenção/recuperação do património histórico-cultural do Concelho;
• Promover Sessões de divulgação de Projectos existentes;
• Promover a criação de Roteiros/Circuitos Turísticos no Concelho;
• Promover a participação nos Projectos da Região de Turismo da Serra da Estrela;
• Promover a realização de um Plano de Albufeira: Albufeira da Teja;
• Promover Acções de Formação: Boas Práticas Empresariais, Turismo, Hotelaria e Restauração.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
7. Ambiente
A ausência de definição do uso do território, com implicações na degradação do solo,
património paisagístico e arquitectónico e do ambiente, assim como o flagelo que os
incêndios representam para este Concelho e as suas consequências, geram
necessariamente preocupações latentes no seio da população.
Neste sentido é importante uma acção concertada na sua prevenção e na
consciencialização de que esta é uma responsabilidade de todos, neste sentido devem
existir acções de informação e sensibilização sobre as formas de prevenção junto da
população. Nesta matéria considera-se uma força a existência do Plano Operacional
Municipal.
Para além da acção a nível da prevenção existe sempre a possibilidade de ocorrências
e neste sentido é importante que o combate seja eficiente o que depende
directamente dos meios existentes, e eficaz no sentido de conseguir controlar os fogos
rapidamente e de forma a ocorrência atingir as menores proporções possíveis.
Mas como foi acima referido, porque existe sempre a possibilidade de ocorrência, é
também necessário informar e sensibilizar as populações em matéria de acções de
informação e sensibilização sobre a necessidade das áreas ardidas serem alvo de
reflorestação, no sentido de chamar a atenção para as consequências que estas
podem ter no meio ambiente.
Esta problemática é a mais sentida na medida em que o Concelho, localizado na Beira
Interior usufrui de um meio ambiente sem grandes problemas de poluição e o volume
de área ardida atinge proporções indesejáveis. Porém, existe de forma notória outra
preocupação na população que diz respeito a poluição dos cursos de água. Assim, é
necessário incentivar as entidades locais para a realização de medições ao nível da
poluição dos cursos de água e ainda a outros níveis cujas medições não se tem
conhecimento que existam, nomeadamente da qualidade do ar.
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Diagnóstico Social do Município de Trancoso
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Neste sentido as linhas orientadoras para acção em matéria de meio ambiente
passam muito pela informação e divulgação das formas de preservação deste e
assume especial importância, conforme referido na contextualização, a recolha
selectiva do resíduos onde ainda não se conseguiu mobilizar a população para a
responsabilidade que detêm e para a importância que esta tem. Esta acção deve
ainda dar especial atenção a orientação da acção das camadas mais jovens da
população.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
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Área-Problema: Ambiente Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos ao Ambiente, apontam-se as seguintes, que
podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:
Problema(s):
• Incêndios
(Desflorestação);
• Inexistência de
medição de níveis de
poluição;
Prioridades de Intervenção:
• Promover Sessões de Informação/Divulgação
sobre a importância da preservação do Meio
Ambiente;
• Incentivar o repovoamento florestal.
Potencialidades (Recursos):
• Associações de Produtores Florestais;
• Associações de Bombeiros;
• GNR;
• Câmara Municipal.
Projectos:
• Candidatura ao Programa AGRIS;
• Revisão do PDM – Plano Director
Municipal.
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
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Linhas orientadoras para a Acção:
• Promover a actualização do PDM – Plano Director Municipal;
• Promover a elaboração do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI);
• Promover a existência de Protocolos com Instituições para a limpeza e manutenção das linhas/cursos de água;
• Promover os Recursos Naturais - Valorização da Fileira Florestal/Afloramentos graníticos ;
• Promover os recursos sinérgicos (Caça e Pesca);
• Promover uma Campanha de Educação Ambiental:
• Promover Acções de informação/sensibilização e divulgação sobre a prevenção de incêndios;
• Promover Acções de informação/sensibilização e divulgação sobre os procedimentos a serem seguidos nas
áreas ardidas;
• Promover Acções de informação/sensibilização e divulgação sobre a recolha selectiva de resíduos;
• Promover a utilização do Parque Municipal de Trancoso como Espaço de Lazer (actividades lúdicas, desportivas, repouso).
Diagnóstico Social do Município de Trancoso
Considerações Finais
Por tudo o que foi referido neste documento verifica-se que existem duas grandes
problemáticas que se encontram na base de todas as outras: a Escolarização e/ou
Formação e a Empregabilidade, devendo ser alvo de especial atenção pelo que as
linhas orientadoras da acção devem ser direccionadas primeiramente no sentido de as
solucionar.
Sendo utilizadas todas as forças existentes para a promoção da alfabetização da
população, tendo esta de ser orientada para a procura que existe no mercado de
trabalho local e das zonas limítrofes, torna-se essencial a criação de mecanismos que
estejam atentos a essa realidade, na promoção da adequação da oferta à procura.
Pretende-se desta forma a promoção da fixação da população, minimizando a
tendência crescente para o envelhecimento, que é um problema sentido e basilar em
todas as áreas temáticas exploradas.
A transmissão de sensibilidades conferida através da alfabetização promoverá a
recepção as divulgações de informação e as acções de formação que compõem as
linhas orientadoras da acção deste Diagnóstico Social.
Desta forma, será gerado empreendorismo na população do Concelho e a conveniente
exploração dos recursos e potencialidades existentes, nomeadamente, em termos de
turismo e meio ambiente (sector primário), promovendo-se a criação de postos de
trabalho.
Por forma a desenvolver estas matérias terá de existir uma acção concertada e
solidária, por parte da população e do poder politico, caminhando no sentido de
atingir um objectivo comum que é o desenvolvimento do Concelho de Trancoso, o que
por sua vez pressupõem uma melhoria da qualidade de vida para todos os que o
habitam.
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Diagnóstico Social do Município de Trancoso
No sentido deste trabalho conjunto são fundamentais os recursos existentes, tais
como as Entidades ligadas ao Associativismo, que desempenham um papel
fundamental, porém, tem de modificar a sua forma de actuação no sentido de
congregar esforços.
E porque não há desenvolvimento sem uma acção social concertada deve promover-
se a actividade desta no sentido de existir uma rede social, encarregue de estar
atenta as problemáticas, como sejam, a exclusão social, apoio prestado a terceira
idade, condições de habitabilidade da população, ocorrências de violência doméstica,
o alcoolismo, a toxicodependência, crianças em risco, com o intuito de desenvolver as
acções necessárias para promover a detecção e o tratamento adequado destas.
O mesmo que foi referido na acção social é válido para os cuidados de saúde, não há
desenvolvimento possível sem uma população saudável, assim considera-se essencial
a consecução da resolução das problemáticas definidas nesta matéria.
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