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Diagnóstico Social Conselho Local de Acção Social de Trancoso Julho de 2006

Diagnóstico Social - cm-trancoso.pt · Contextualização do Município – Caracterização e definição da realidade social, com recurso à consulta de variada documentação,

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Diagnóstico Social

Conselho Local de Acção Social de Trancoso

Julho de 2006

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

NOTA DE APRESENTAÇÃO

O presente documento constitui-se como o primeiro Diagnóstico Social do Município de

Trancoso, elaborado de acordo com o levantamento de dados relativos às Áreas

Temáticas definidas no Pré-Diagnóstico e aprofundado nas várias reuniões

estabelecidas com os Parceiros Sociais, amplamente participadas e que permitiram

consensualizar o diagnóstico e encontrar as prioridades concelhias passíveis de

Intervenção.

1

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE QUADROS..................................................................................... 4

ÍNDICE DE GRÁFICOS .................................................................................... 7

ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... 8

INTRODUÇÃO................................................................................................. 9

METODOLOGIA............................................................................................. 10

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO....................................................... 11

1.1. Enquadramento do Concelho ...............................................................12

1.1.1. Localização e Caracterização Geográfica .............................................12

1.1.2. Área Total e Localização das Freguesias..............................................13

1.1.3. Demografia ....................................................................................15

1.1.4. Ordenamento Urbano.......................................................................19

1.1.5. Condições de Habitabilidade..............................................................21

1.1.6. Infra-Estruturas Viárias ....................................................................24

1.1.6.1. Rede de Estradas..........................................................................24

1.1.6.2. Rede de Transportes .....................................................................25

1.2. Actividade Económica .........................................................................26

1.2.1 Emprego .........................................................................................31

1.3. Saúde ..............................................................................................33

1.4. Educação e Formação Profissional ........................................................38

1.4.1. Educação .......................................................................................38

1.4.1.1 Escola Profissional .........................................................................42

1.4.1.2 Educação e Formação de Adultos .....................................................43

1.4.1.3. Ensino Recorrente ........................................................................44

1.4.2. Formação.......................................................................................46

1.4.2.1 Raia Histórica................................................................................46

1.4.2.2. AENEBeira – Associação Empresarial do Nordeste da Beira .................47

1.5. Acção Social ......................................................................................49

1.6. Segurança, Justiça e Criminalidade.......................................................55

1.6.1. Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ).............................55

1.6.2. Alcoolismo......................................................................................58

1.6.3. Justiça ...........................................................................................62

1.6.4. Segurança......................................................................................67

1.7. Associativismo...................................................................................68

2

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.8. Património ........................................................................................72

1.9. Turismo............................................................................................73

1.10. Ambiente ........................................................................................77

1.10.1. Resíduos .....................................................................................77

1.10.2. Incêndios (Desflorestação)..............................................................83

1.10.2.1. Risco de Incêndio........................................................................88

1.10.2.2. Perigo de Propagação ..................................................................90

1.10.3. Meios de Prevenção .......................................................................91

1.10.4. Cursos de Água .............................................................................92 2 – ANÁLISE ESTRATÉGICA.......................................................................... 93

2.1. Análise SWOT..........................................................................................94

Área-Problema 1 – Educação/Formação .............................................................95

Área-Problema 2 – Cuidados de Saúde ..............................................................97

Área-Problema 3 – Empregabilidade..................................................................99

Área-Problema 4 – Acção Social...................................................................... 101

Área-Problema 5 – Cultura Associativa ............................................................ 103

Área-Problema 6 – Turismo............................................................................ 105

Área-Problema 7 – Ambiente.......................................................................... 107 3 – EIXOS DE INTERVENÇÃO...................................................................... 109 1. Educação/Formação .................................................................................. 110

2. Cuidados de Saúde ................................................................................... 114

3. Empregabilidade/Actividade Económica........................................................ 117

4. Acção Social............................................................................................. 121

5. Cultura Associativa ................................................................................... 126

6. Turismo................................................................................................... 129

7. Ambiente................................................................................................. 133 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 137

3

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro nr. 1 – Freguesia/Anexas

Quadro nr. 2 – Evolução da População Residente

Quadro nr. 3 – Variação da População Residente/Grupos Etários (1991-2001)

Quadro nr. 4 – Índice de Envelhecimento (2002)

Quadro nr. 5 – Freguesia/População Residente (2001)

Quadro nr. 6 – Época de Construção Edifícios (Tipo Alojamentos Clássicos)

Quadro nr. 7 – Instalações nos Alojamentos

Quadro nr. 8 – Empresa Transportes/Trajectos

Quadro nr. 9 – Nr. Táxis por Freguesia

Quadro nr. 10 – Sociedades/Sector de Actividade

Quadro nr. 11 - Sociedades com sede na Região (CAE - Rev.2) – 2002

Quadro nr. 12 - Empresas com sede na Região (CAE - Rev.2) – 2002

Quadro nr. 13 - Pessoal nas Sociedades com sede na Região (CAE - Rev.2) – 2002

Quadro nr. 14 – Superfície Total

Quadro nr. 15 – SAU (Superfície Agrícola Utilizada)

Quadro nr. 16 - Natureza Jurídica do Produtor

Quadro nr. 17 - Tempo de Actividade Agrícola

Quadro nr. 18 – Situação na Profissão Exterior à Exploração

Quadro nr. 19 – Actividade Exterior à Exploração

Quadro nr. 20 Acções de formação no Âmbito do Programa Foral

Quadro nr. 21 – Taxa de Actividade em % (1991-2001)

Quadro nr. 22 – Taxa de Desemprego em % (1991-2001)

Quadro nr. 23 – Programa Saúde Escolar – Saúde Oral (População Escolar)

Quadro nr. 24 – Centro de Saúde/Acções de Formação

Quadro nr. 25 – Caracterização das Crianças Alvo de Intervenção Precoce

Quadro nr. 26 – Beneficiários do RSI/Acordos de Inserção (Área da Saúde)

Quadro nr. 27 – Taxa de Analfabetismo (1991-2001)

Quadro nr. 28 – População Residente/Nível de Instrução (2001)

Quadro nr. 29 - Nr. Total de Alunos do Jardim de Infância (Evolução)

Quadro nr. 30 – Evolução do Nr. Total de Alunos em Trancoso

Quadro nr. 31 – Evolução do Nr. Total de Alunos em Vila Franca das Naves

Quadro nr. 32 - Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2004/2005)

Quadro nr. 33 - Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006)

Quadro nr. 34 - Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006)

Quadro nr. 35 – Curso de Alfabetização e 2º Ciclo (Valdujo) Ensino Recorrente

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Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 36 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Trancoso) Ensino Recorrente

Quadro nr. 37 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Valdujo) Ensino Recorrente

Quadro nr. 38 – Acções de Formação 2006 – Raia Histórica

Quadro nr. 39 – Acções de Formação 2006 – AENEBeira

Quadro nr. 40 – Cursos/Nr. Acções – AENEBeira

Quadro nr. 41 – Cursos/Nr. Acções – AENEBeira

Quadro nr. 42 - Apoio a Idosos/Freguesia/Nr. Utentes

Quadro nr. 43 - Apoio a Crianças/Freguesia/Nr. Utentes

Quadro nr. 44 – Instituições/Freguesias/Valências (Nr. Utentes)

Quadro nr. 45 – Nr. Indivíduos em Lista de Espera/Valência Lar (Junho 2006)

Quadro nr. 46 – Número de Indivíduos em Lista de Espera/Valência Creche e Jardim

de Infância (Junho 2006)

Quadro nr. 47 – Situação dos Processos – RSI

Quadro nr. 48 – Áreas dos Acordos de Inserção – RSI

Quadro nr. 49 – Caracterização dos Beneficiários, por grupos etários e sexo, a

Frequentar Acções de Inserção

Quadro nr. 50 – Nr. Processos Instaurados e Transitados - CPCJ

Quadro nr. 51 – Nr. de Crianças por Motivo de Intervenção

Quadro nr. 52 – Nr. de Crianças/Grupo Etário/Processos Instaurados

Quadro nr. 53 – Nr. Bebedores Excessivos/Nr. Alcoólicos

Quadro nr. 54 - Nr. Bebedores Excessivos/% da População

Quadro nr. 55 – Nr. Doentes Alcoólicos/% da População

Quadro nr. 56 – Processos de Justiça Cível (2003)

Quadro nr. 57 – Processos de Justiça Cível (2004)

Quadro nr. 58 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2003)

Quadro nr. 59 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2004)

Quadro nr. 60 – Processos Tutelares Cíveis (2003)

Quadro nr. 61 – Processos Tutelares Cíveis (2004)

Quadro nr. 62 – Outros Processos (2003)

Quadro nr. 63 – Outros Processos (2004)

Quadro nr. 64 – Designação das Associações/Freguesias

Quadro nr. 65 – Nr. de Efectivos dos Bombeiros de Trancoso

Quadro nr. 66 – Associações/Apoio Financeiro

Quadro nr. 67 – Monumentos Nacionais/Freguesias

Quadro nr. 68 – Imóveis de Interesse Público/Freguesias

Quadro nr. 69 – Outro Património/Freguesias

Quadro nr. 70 – Afluência de Visitantes

Quadro nr. 71 – Relação Habitantes/Ecoponto e Área/Ecoponto

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Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 72 – Resíduos Recolhidos nos Ecopontos

Quadro nr. 73 – Actividades de Educação/Sensibilização Ambiental

Quadro nr. 74 – Ocorrências/Áreas Ardidas no Concelho (1980-2005)

Quadro nr. 75 - Ocorrências/Áreas Ardidas por Freguesias (1980-2005)

Quadro nr. 76 – Área Total e Área Total Ardida do Concelho

Quadro nr. 77 - Área Total e Área Total Ardida do Distrito e do País

Quadro nr. 78 – Nr. Efectivos do Posto Territorial de Trancoso

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Diagnóstico Social do Município de Trancoso

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico nr. 1 – Evolução da População Residente

Gráfico nr. 2 – Variação da População Residente/Grupo Etários (1991-2001)

Gráfico nr. 3 – Pirâmide Etária

Gráfico nr. 4 – Taxa de Distribuição Água/População

Gráfico nr. 5 – Taxa de Saneamento/População

Gráfico nr. 6 – Utentes Inscritos/Grupos Etários

Gráfico nr. 7 – Evolução População Residente/Nível de Instrução

Gráfico nr. 8 – Evolução do Número de Alunos da EPT

Gráfico nr. 9 – Afluência de Visitantes

Gráfico nr. 10 – Recolha Indiferenciada (Novembro de 2003 a Junho de 2006)

Gráfico nr. 11 – Resíduos Recolhidos Ecopontos (Novembro 2003/Junho de 2005)

Gráfico nr. 12 – Áreas Ardidas no Concelho de Trancoso (1980-2005)

Gráfico nr. 13 – Ocorrências/Área Total Ardida no Concelho (1980-2005)

7

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

ÍNDICE DE FIGURAS

Fig. 1 – Mapa de Portugal/Distrito

Fig. 2 – Mapa do Concelho

Fig. 3 – Mapa do Concelho/Freguesias

Fig. 4 – Rede Viária Nacional

Fig. 5 – Rede Viária Municipal

Fig. 6 – Mapa dos Concelhos – AENEBeira

Fig. 7 – Centro de Saúde e Extensões

Fig. 8 – Mapa dos Concelhos – Raia Histórica

Fig. 9 – Mapa das Valências – Santa Casa da Misericórdia de Trancoso

Fig. 10 - Mapa das Valências – IPSS’s do Concelho

Fig. 11 – Evolução do Consumo de Bebidas Alcoólicas e Álcool Puro

Fig. 12 – Hábitos de Beber dos Portugueses

Fig. 13 – Mapa das Aldeias Históricas de Portugal

Fig. 14 – Mapa da Localização dos Ecopontos no Concelho

Fig. 15 – Mapa do Risco de Incêndio do Concelho

Fig. 16 - Mapa das Áreas Ardidas 1990-2005 do Concelho

Fig. 17 – Mapa dos Principais Cursos de Água do Concelho de Trancoso

8

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

INTRODUÇÃO O Programa “Rede Social” aposta numa estratégia singular de intervenção social, na

medida em que pressupõe que esta seja definida de forma participada por todos os

agentes sociais que actuam localmente.

Da mesma forma, impõe que o estabelecimento do Desenvolvimento Social a nível

concelhio, se baseie num Plano de Acção e numa estratégia elaborada com a

participação de todos os Parceiros Sociais, integrando de forma consensual as

propostas das Entidades Públicas e Privadas, numa atitude de criação de sinergias

que evidenciam as potencialidades existentes, de forma a “que constituam reais

oportunidades de desenvolvimento” 1.

Considera-se que só através de uma orientação estruturada para a acção é possível

delimitar/definir o que se designa de Plano de Desenvolvimento Social, que se torna o

instrumento que descreve todos os objectivos comuns e permite a sistematização das

problemáticas identificadas no Diagnóstico Social.

O Diagnóstico Social é assim “o primeiro instrumento de um bom Plano, ao permitir

uma compreensão da realidade social, que inclui a identificação das necessidades e

detecção dos problemas prioritários e respectivas causalidades, bem como dos

recursos e potencialidades locais”2.

O documento agora apresentado estrutura-se do seguinte modo:

Contextualização do Município – Caracterização e definição da realidade social, com

recurso à consulta de variada documentação, nomeadamente, recolha e tratamento

de dados estatísticos, tendo sido possível orientar a reflexão sobre a realidade social

local, definindo-se áreas-problema (necessidades locais) e sistematizando-se os

vários problemas;

Análise Estratégica – Capítulo dedicado à sistematização das problemáticas (Áreas-

Problema) definidas pelos agentes sociais locais, através da respectiva análise Swot;

Eixos de Intervenção – Identificação de propostas para a intervenção, através da

definição de Linhas Orientadoras para a Acção.

1 Programa Rede Social 2 Programa Rede Social

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Diagnóstico Social do Município de Trancoso

METODOLOGIA O Diagnóstico Social apresentado tem como principal finalidade constituir uma análise

da situação presente do Município de Trancoso, pelo que se trata de um documento

em permanente actualização, fazendo parte do processo de intervenção social.

A esta forma de investigação aplicada subjaz uma intenção clara de intervenção: “não

se elaboram diagnósticos sem uma expressa finalidade práctica”3.

Tendo como principal objectivo a análise da realidade social local, e

consequentemente a definição dos problemas existentes mais preocupantes, com o

intuito de elaborar objectivos concretos de intervenção, o presente documento foi

elaborado de acordo com a seguinte metodologia:

Reuniões com Presidentes de Junta de Freguesia e Representantes das Entidades

(IPSS´s) a desenvolver actividade no Concelho, para um levantamento dos

problemas reais existentes;

Realização de Sessões de Trabalho, onde todas as Entidades constataram as

necessidades locais sentidas, definindo-se as Problemáticas que revelaram os

problemas prioritários;

Utilização da técnica de análise SWOT por forma a equacionar as Forças e

Fraquezas existentes no Concelho, relativamente às Problemáticas identificadas e

priorizadas.

Tendo-se identificado as Àreas-Problemas, definiram-se os Eixos de Intervenção

prioritários, valorizando-se os recursos existentes e definindo-se linhas orientadoras

para uma acção estruturada e concertada (estratégias de acção).

3 Unidade Modular: Diagnóstico Social, Módulos PROFISS, IEFP/IGFSS, MTS/SEEF, 1999

10

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1. Contextualização do Município

11

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.1. Enquadramento do Concelho 1.1.1. Localização e Caracterização Geográfica

Fig. 2 – Mapa do Distrito/Concelhos

Fig. 1 – Mapa de Portugal/Distritos

O Município de Trancoso, é parte integrante da região Centro, pertencendo á Terra Fria

Beirã ou Riba-Coa, localizando-se na zona interior da Beira Alta – Beira Interior Norte –

NUT III, na parte noroeste do Distrito da Guarda, conforme Fig. 1.

Do ponto de vista geográfico, faz fronteira a Norte com os concelhos de Meda e

Penedono (Distrito de Viseu), a Sul com os de Fornos de Algodres e Celorico da Beira,

a Oeste com os de Aguiar da Beira e Sernancelhe (Distrito de Viseu) e a Este com o

Concelho de Pinhel, conforme Fig. 2.

12

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Em termos morfológicos destaca-se o facto de todo o concelho se “integrar numa

zona planáltica cortada pelo rio Távora e seus afluentes, variando a sua altitude entre

os 500/600m a leste e os 900/950m na metade Ocidental, com terrenos

predominantemente graníticos calco-alcalinos”, e de a própria “sede de concelho se

situar num vasto e alto planalto, a cerca de 900m de altitude, nas proximidades da

margem direita do rio Távora e a uma distância de 50km a NNO da cidade da Guarda,

sede do Distrito”.

Em termos climatéricos, a altitude, superior aos 800 m, condiciona grandemente o

clima, tornando-se extremamente rigoroso, com amplitudes térmicas bastante

acentuadas: muito frio de Inverno e muito quente e seco no Verão, tornando-se esta

envolvente uma das condicionantes mais importantes do próprio desenvolvimento

económico-social.

1.1.2. Área Total e Localização das Freguesias O Concelho abrange uma área de cerca de 364 km² e está repartido por 29

Freguesias conforme Fig. 3, nomeadamente: Aldeia Nova, Carnicães, Castanheira,

Cogula, Cótimos, Feital, Fiães, Freches, Granja, Guilheiro, Moimentinha, Moreira de

Rei, Palhais, Póvoa do Concelho, Reboleiro, Rio de Mel, Santa Maria (Trancoso), São

Pedro (Trancoso), Sebadelhe da Serra, Souto Maior, Valdujo, Vale do Seixo,

Tamanhos, Terrenho, Torre do Terrenho, Torres, Vila Garcia, Vila Franca das Naves,

Vilares; algumas Freguesias possuem Anexas e alguns Lugares e/ou Quintas (Quadro

nr. 1).

Fig. 3 – Mapa do Concelho/Freguesias

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Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 1 – Freguesias/Anexas

Freguesias Anexas

Aldeia Velha Aldeia Nova

Alcudra

Carnicães

Castanheira

Cogula

Cótimos A-dos-Ferreiros

Feital Garcia Joanes

Barrocal Fiães

Quinta das Seixas

Freches

Dominga Chã Granja

Vendinha

Guilheiro

Moimentinha

A-do-Cavalo

Casas

Esporões

Golfar

Moinhos das Cebolas

Moreirinhas

Pisão

Valcovo

Moreira de Rei

Zabro

Palhais Benvende

Póvoa do Concelho

Reboleiro

Batocais Rio de Mel

Vila Novinha

Castaíde

Heras

Miguel Choco

Santa Maria (Trancoso)

Montes

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Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Rio de Moinhos

Sintrão

Venda do Cepo

Amial

Avelar

Courelas

São Martinho

São Pedro (Trancoso)

Souto Maior - Aldeia de Santo Inácio

Sebadelhe da Serra Corças

Souto Maior

Falachos Tamanhos

Vale de Mouro

Terrenho

Torre do Terrenho Mendo Gordo

Chafariz do Vento Torres

Frechão

Valdujo Moitas

Carigas Vale do Seixo

Ribeira do Freixo

Vila Franca das Naves

Vila Garcia Freixial

Broca Vilares

Maçal da Ribeira

Total de Anexas 44

Fonte: Santos Costa, “Breve Monografia de Trancoso” 1.1.3. Demografia Tendo em atenção a Evolução da População Residente (Quadro nr. 2) entre os anos

de 1991 e 2001 é de destacar o decréscimo populacional observável; contudo,

considerando o Gráfico nr. 1, há que salientar o facto de, no total do número de

habitantes do Concelho de Trancoso se observar uma tendência para a estabilidade

desde o ano de 2000, justificando-se pelo aumento das infra-estruturas sociais de

apoio à população, e de condições para a promoção de uma maior qualidade de vida

para os habitantes do Município.

15

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 2 – Evolução da População Residente

Anos População Residente

1991 11848

1992 11293

1993 11400

1994 11148

1995 11200

1996 11030

1997 10900

1998 10780

1999 10630

2000 10480

2001 10889

2002 10807

2003 10682

2004 10693

Fonte: INE/Infoline

Gráfico nr. 1 – Evolução da População Residente

9500

10000

10500

11000

11500

12000

1991 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003Anos

Po

p.

Resi

den

te

Pop. Residente

16

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Se tivermos em consideração a Variação da População Residente por Grupos Etários

(Quadro nr. 3), a situação demonstra o notório envelhecimento da população, com um

aumento de 15,6% dos indivíduos com + 65 anos (entre os anos de 1991 e 2001),

agudizado pela diminuição do número de crianças, reflectido-se esta situação no valor

negativo de 31,5% da variação da população com menos de 14 anos (Gráfico nr. 2).

Quadro nr. 3 – Variação da População Residente/Grupos Etários

(1991-2001)

Grupos Etários Variação População Residente (1991-2001)

0-14 Anos -31,5 %

14-25 Anos -5,7 %

25-65 Anos -3,9 %

+ 65 Anos 15,6 %

Fonte: INE/Infoline

Gráfico nr. 2 – Variação da População Residente/Grupos Etários

(1991-2001)

-40% -30% -20% -10% 0% 10% 20%

Percentagem

0-14 Anos

14-25 Anos

25-65 Anos

+ 65 Anos

Gru

po

s Etá

rio

s

Relativamente ao Índice de Envelhecimento apresentado no Quadro nr. 4, verifica-se

um valor para Trancoso de 201,8%, valor este bastante superior ao do território

nacional, demonstrando e reforçando mais uma vez o problema do envelhecimento

populacional das regiões beirãs.

17

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 4 – Índice de Envelhecimento (2002)

Unidade Territorial Índice de Envelhecimento

Portugal 105,5

Centro 133,7

Almeida 283,5

Celorico da Beira 202,9

Figueira de Castelo Rodrigo 266,5

Guarda 129,1

Manteigas 152,1

Meda 244,5

Pinhel 233,1

Sabugal 374,3

Trancoso 201,8

Fonte: INE/Infoline

A pirâmide etária que em seguida se apresenta espelha a situação do Concelho

relativamente aos grupos etários, destacando-se o grupo entre os 0-4 anos, com um

valor bastante reduzido, quer em relação ao sexo feminino quer ao sexo masculino; e

o grupo 60-64 anos, que apresenta valores muitos elevados, reforçando uma vez mais

o crescente envelhecimento da população.

Gráfico nr. 3 – Pirâmide Etária (2001)

-450 -350 -250 -150 -50 50 150 250 350 450

População

De 0 a 4 anos

De 15 a 19 anos

De 30 a 34 anos

De 45 a 49 anos

De 60 a 64 anos

De 75 a 79 anos

Gru

po

s Etá

rio

s

Masculino Feminino

18

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Relativamente ao Índice de Dependência verifica-se que, em relação aos jovens,

houve uma diminuição de 33% (1991) para 23,5% (2001), contrapondo-se em

proporção inversa ao Índice de Dependência da população idosa, que apresentava em

1991, um valor de 37%, e em 2001, um valor de 45%.

Reforça-se uma vez mais a questão do envelhecimento acentuado da população,

fenómeno relacionado com o aumento da Esperança Média de Vida, sentido a nível

local e com uma maior expressividade em relação ao sexo feminino.

Este facto é ainda agravado pela reduzida Taxa de Natalidade, juntamente com a

dificuldade de fixação da população mais jovem e em idade activa.

Esta última questão prende-se com o facto de, por um lado, os jovens que pretendem

prosseguir os estudos, aumentando as suas habilitações, vêem-se obrigados a

procurar centros urbanos, onde se encontram as Entidades que lhe podem conferir um

grau superior, acabando por se fixar nesses lugares onde existem maiores

oportunidades de emprego; por outro lado, os jovens que acabam por possuir menos

habilitações escolares, não encontrando resposta no mercado de trabalho local,

acabam por optar pela migração/emigração.

1.1.4. Ordenamento Urbano

Tendo em consideração a caracterização do ordenamento do território, importa referir

que o Concelho de Trancoso abrange uma área total de 364 km2, sendo constituído

por 29 Freguesias (para além de várias Anexas e de alguns Lugares).

A população apresenta um povoamento disperso, tendo vindo a observar-se um

gradual abandono das aldeias e uma concentração na sede de Concelho,

(nomeadamente as Freguesias de Santa Maria e S. Pedro) e a Freguesia de Vila

Franca das Naves (Quadro nr. 5), com implicações sócio-económicas que serão

salientadas na apresentação deste Diagnóstico.

19

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 5 – Freguesia/População Residente (2001)

Freguesias População

Residente

% da População

Residente/Freguesia

Aldeia Nova 394 3,6

Carnicães 192 1,8

Castanheira 235 2,2

Cogula 228 2,1

Cótimos 194 1,8

Feital 80 0,7

Fiães 263 2,4

Freches 551 5,1

Granja 223 2,0

Guilheiro 242 2,2

Moimentinha 233 2,1

Moreira de Rei 673 6,2

Palhais 187 1,7

Póvoa do Concelho 259 2,4

Reboleiro 304 2,8

Rio de Mel 311 2,9

Sta. Maria (Trancoso) 1313 12,1

S. Pedro (Trancoso) 1793 16,5

Sebadelhe da Serra 185 1,7

Souto Maior 145 1,3

Tamanhos 323 3,0

Terrenho 137 1,3

Torre do Terrenho 211 1,9

Torres 217 2,0

Valdujo 272 2,5

Vale do Seixo 171 1,6

Vila Franca das Naves 1097 10,1

Vila Garcia 198 1,8

Vilares 258 2,4

Total 10889 100

Fonte: INE – Censos 2001

20

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Analisando o Quadro nr. 5, verificamos que num total de 10889 indivíduos (ano de

2001), 3106 indivíduos residem na sede de Concelho (somatório de 12,1% na

Freguesia de Santa Maria e de 16,5% da Freguesia de São Pedro), representando

este valor perto de 30% da população total.

De referir ainda que não existe outra Freguesia que concentre tão elevada

percentagem da população, sendo que a que mais se aproxima é Vila Franca das

Naves com uma representação de 10,1%, justificando-se este facto e de acordo com

dados apurados no Pré-Diagnóstico por ser o segundo maior pólo de desenvolvimento

(infra-estruturas existentes).

Segue-se a Freguesia de Freches, com um valor de 5,1%, devido à proximidade à

sede de Concelho, e provavelmente também a um micro-clima que a caracteriza e

favorece a fixação da população.

Por outro lado, é relevante salientar a questão de que 12 das Freguesias restantes,

não atingem os 2% da % População Residente/Freguesia.

Destacam-se os casos do Feital (0,7%), Souto Maior (1,3%), Terrenho (1,3%) e Vale

do Seixo (1,6%), comprovando a problemática da desertificação do Interior do País e

nomeadamente no Concelho de Trancoso.

1.1.5. Condições de Habitabilidade Relativamente ao alojamento, convém salientar o facto de que devido à desertificação

das Aldeias, que se encontram cada vez mais despovoadas, o número de casas

abandonadas e em estado de alguma degradação é cada vez maior, observando-se,

no entanto, o inverso nas Freguesias que fazem parte da sede de Concelho, onde a

concentração populacional é cada vez maior.

21

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 6 – Época de Construção Edifícios (Tipo Alojamentos Clássicos)

Época de Construção Antiguidade Nr. Alojamentos Percentagem

Antes 1919 + de 86 anos 490 11,89

1919 a 1945 Entre 60 e 85 anos 402 9,75

1946 a 1960 Entre 46 e 59 anos 264 6,40

1961 a 1970 Entre 36 e 45 anos 398 9,66

1971 a 1980 Entre 26 e 35 anos 961 23,31

1981 a 1985 Entre 21 e 25 anos 559 13,56

1986 a 1990 Entre 16 e 20 anos 315 7,64

1991 a 1995 Entre 11 e 15 anos 354 8,59

1996 a 2001 Entre 5 e 10 anos 379 9,19

Total 4122 100

Fonte: INE – Censos 2001

De acordo com os dados do Quadro nr. 6 podemos apurar que a maioria dos

alojamentos do tipo clássico tem mais de 35 anos de construção, demonstrando a

necessidade crescente de realização de obras de valorização e/ou conservação.

De salientar também o número de alojamentos construídos nos anos 70 e 80, que

apresentam um valor considerável, num total de 1520 Alojamentos.

Quadro nr. 7 – Instalações nos Alojamentos

Instalações Sanitárias

c/ Retrete Instalações Eléctricas

Com Dispositivo Descarga Sem Dispositivo Descarga Anos

Com

Electricidade

Sem

Electricidade

Rede

Pública

Sistema

Particular

Esgotos

Outros

Casos

Rede

Pública

Sistema

Particular

Esgotos

Outros

Casos

Retrete

fora do

Alojamento

Sem

Retrete

1991 10691 675 3289 3965 245 106 384 122 170 3085

2001 10579 100 5734 3286 62 45 167 46 622 717

Fonte: INE/Infoline

22

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Por forma a verificar as questões relacionadas com as condições de habitabilidade

torna-se importante analisar o Quadro nr. 7, verificando-se que durante o período

entre 1991 e 2001, houve uma evolução dos valores apresentados; contudo, existem

ainda alojamentos onde as instalações sanitárias não dispõem de retrete e outros de

dispositivo de descarga; do mesmo modo que existem alojamentos que não possuem

ainda instalações eléctricas ou não estão ligados à rede pública de esgotos.

Tendo em consideração o Gráfico nr. 4, que reflecte a taxa de distribuição de água

pela população do Concelho, podemos verificar que existe apenas 1% da população

que carece ainda de abastecimento de água, sendo que este valor se torna

significativo quando traduzido para valores reais - 105 indivíduos.

Gráfico nr. 4 – Taxa Distribuição Água/População

1%7%

92%

População com rede de abastecimento de águaPopulação com rede de abastecimento provisóriaPopulação sem rede de abastecimento de água

Gráfico nr. 5 – Taxa de Saneamento/População

84%

16%

População com saneamento

População sem saneamento

Fonte : Câmara Municipal de Trancoso (2005)

O Gráfico nr. 5, demostra que existe, ainda, cerca de 16% da população sem

saneamento, constituindo esta situação, ainda, um problema a solucionar.

23

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.1.6. Infra-Estruturas Viárias 1.1.6.1. Rede de Estradas O Município encontra-se relativamente bem servido por vias de comunicação, das

quais se destacam a A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso e o acesso à A23 (ligação a

Lisboa), de acordo com o Mapa da Rede Viária Nacional.

Relativamente às Estradas Municipais, preenchem o Concelho e fazem a ligação a

todas as Freguesias, estando a maioria em boas condições de circulação.

Fig. 5 - Rede Viária Municipal

Fig. 4 - Rede Viária Nacional

A sede de Concelho situa-se a 15 Km quer da Estação CP de Vila Franca das

Naves, quer da Estação CP de Celorico, pertencendo ambas á Linha de Comboios

da Beira Alta.

24

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.1.6.2. Rede de Transportes Relativamente ao sistema de transportes, é de salientar o reduzido número de

trajectos existentes no Concelho, na medida em que estes não são suficientes, tendo

a população de utilizar viatura própria ou o serviço de Táxis, disponíveis em quase

todas as Freguesias.

Contudo, referem as Empresas de Transportes a inviabilidade de assegurarem mais

trajectos, na medida em que estes não são rentáveis e não se justificam tendo em

consideração o número de passageiros diários.

A população escolar tem assegurada esta questão, sendo a Câmara Municipal a

entidade responsável pela logística de transporte dos alunos, durante o período

lectivo; a população em geral utiliza também este transporte, pagando um bilhete por

cada viagem/deslocação.

Quadro nr. 8 – Empresa Transportes/Trajectos

Designação Localidades

Empresa Santos Miranda do Douro-Viseu-Coimbra-Lisboa

Trancoso-Mogadouro

Trancoso-Bragança Rodoviária Nacional

Trancoso-Lisboa

Pinhel-Trancoso

Guilheiro-Trancoso RODOCÔA-Transportes, Lda.

Meda-Trancoso

Sta. Eufêmia-Trancoso

Moreira de Rei-Trancoso

Maçal da Ribeira-Trancoso

Celorico da Beira-Trancoso-Freixo de Numão

Viúva Carneiro & Filhos

Freches-Trancoso

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso

O serviço de Táxis existente é utilizado com relativa frequência, uma vez que a rede

de transportes colectivos é diminuta e encontrando-se estes espalhados pelas

Freguesias, permite uma deslocação mais fácil, contudo a custos mais elevados.

25

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

26

Quadro nr. 9 – Nr. Táxis/Freguesia

Localidade Nr. Táxis

Aldeia Nova 1

Cogula 1

Cótimos 1

Freches 2

Guilheiro 1

Moreira de Rei 2

Póvoa do Concelho 1

Reboleiro 1

Terrenho 1

Torre do Terrenho 1

Valdujo 1

Vale do Seixo 1

Vila Garcia 1

Vilares 1

Vila Franca das Naves 9

Trancoso 11

Total 36

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso

1.2. Actividade Económica Relativamente aos Sectores de Actividade é de salientar o facto de as sociedades do Sector Terciário representarem 70% do total das sociedades do Concelho, demonstrando o papel preponderante deste sector na actividade económica do Município. (Quadro nr. 10)

Quadro nr. 10 – Sociedades/Sector de Actividade

Unidade

Territorial

Sociedades do

Sector Primário (%)

Sociedades do

Sector Secundário (%)

Sociedades do

Sector Terciário (%)

Trancoso 5,2 24,0 70,8

Fonte: INE/Infoline

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

27

Relativamente ao número de empresas/sociedades há a considerar que a maioria está ligada aos sectores do comércio (por grosso e a retalho), ás actividades financeiras, assim como à indústria transformadora – CAE G, I e D. (Quadro nr. 11 e Quadro nr. 12)

Quadro nr. 11 – Sociedades com sede na Região (CAE) – 2002

Unidade

Territorial Total A+B C D E F G H I J K L a Q

Trancoso 192 9 1 31 1 14 50 17 41 - 18 10

Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Quadro nr. 12 – Empresas com sede na Região (CAE) – 2002

Unidade

Territorial Total A+B C D E F G H I J K L a Q

Trancoso 1112 186 1 111 1 140 348 137 74 26 49 39

Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

De igual modo, o Quadro nr. 13 revela o número de indivíduos a trabalhar nas

Sociedades com sede na região, demonstrando a importância das mesmas para o

desenvolvimento económico e consequentemente social, da população local.

Quadro nr. 13 – Pessoal nas Sociedades com sede na Região (CAE) – 2002

Unidade

Territorial Total A+B C D E F G H I J K L a Q

Trancoso 1032 … … 216 … 221 248 55 93 86 22

Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Relativamente à debilidade do Sector Primário é esta demonstrada pelos Quadro

nr. 14 e Quadro nr. 15, que demonstram que de 23038ha de área total, devem

considerar-se 15334ha (66,56% do total) como superfície utilizada e desta apenas

2035ha (8,83% do total) para exploração.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

28

Quadro nr. 14 – Superfície Total

Superfície Total Unidade

Territorial Exploração Área Total

Trancoso 2038 21000 23038

Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Quadro nr. 15 – SAU (Superfície Agrícola Utilizada)

Superfície Agrícola Utilizada Unidade

Territorial Exploração Área Total

Trancoso 2035 13299 15334

Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

A exploração de SAU (Superfície Agrícola Utilizada), num total de 2035ha é efectuada

por produtores singulares, sendo que dos 2029 indivíduos apenas 15 se podem

classificar como empresários, confirmando que a actividade agrícola no Concelho se

estabelece como de subsistência e não enquanto actividade económica, conforme

Quadro nr. 16.

Quadro nr. 16 - Natureza Jurídica do Produtor

Produtor Singular Unidade

Territorial Autónomo Empresário

Trancoso 2014 15

Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Dos 2029 indivíduos produtores singulares, podemos verificar pelo quadro abaixo que

o tempo que utilizam para a actividade agrícola é parcial, ou seja, a fonte de

rendimento principal é uma outra actividade, conforme Quadro nr. 17.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

29

Quadro nr. 17 - Tempo de Actividade Agrícola

Unidade de Tempo Produtor Singular

Tempo parcial 1012

>0 - <25% 527

25% - <50% 575

50% - <75% 428

75% - <100% 382

Tempo Completo 117

Total 2029

Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Quadro nr. 18 – Situação na Profissão Exterior à Exploração

Situação na Profissão

Produtor Singular

Patrão/Empregador 58

Trabalhador por conta Própria 106

Trabalhador por conta de Outrém 300

Trabalhador Familiar Remunerado 1

Outra Situação 27

Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

É de salientar que os dados aqui evidenciados se referem ao ano de 1999, tendo-se a

situação agudizado no sentido de o tempo de actividade agrícola ter diminuído e de,

cada vez mais, aumentar a situação de “trabalhador por conta de outrém”.

A debilidade do sector primário passa, entre outros aspectos, pela dificuldade em

tornar a agricultura numa actividade económica, ou seja, estabelecer a actividade

agrícola não como um modo de subsistência, mas antes como uma actividade em que

seja possível competir com os mercados de distribuição e escoamento dos produtos,

com baixos custos para o produtor, visando o lucro.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

30

Quadro nr. 19 – Actividade Exterior à Exploração

Actividade Produtor Singular

Principal 465

Sector Primário 64

Sector Secundário 149

Sector Terciário 252

Secundária 27

Sector Primário 16

Sector Secundário 5

Sector Terciário 6

Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Uma das alternativas são os novos mercados, como é o caso da agricultura biológica,

nomeadamente a criação de uma Cooperativa de Agricultores, capaz de sustentar as

produções individuais relativamente à sua distribuição e à própria rentabilização dos

campos e culturas produzidas.

A importância de se constituir uma Associação que tivesse com objectivo principal a

promoção da economia local, através de um apoio mais objectivo das empresas,

verificou-se através da criação da ACITAM – Associação Comercial e Industrial dos

Concelhos de Trancoso, Aguiar da beira e Meda, que após o seu alargamento para os

Concelhos ilustrados na Figura 6, passou a designar-se AENEBeira- Associação

Empresarial do Nordeste da Beira.

Para além de todo o acompanhamento prestado aos seus Associados, nomeadamente

a nível empresarial, a AENEBeira tem dado especial importância à Formação dos seus

Associados e da população em geral.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

31

Fig. 6 – Mapa dos Concelhos - AENEBeira

1.2.1 Emprego Tendo em consideração a evolução da Taxa de Actividade, entre os anos de 1991 e

2001, é de destacar o aumento da percentagem relativamente ás Mulheres,

acompanhando o valor da região, com o valor do País.

Relativamente aos Homens destaca-se uma diminuição desta Taxa, significando esta

situação, o aumento do número de desempregados do sexo masculino,

nomeadamente, desempregados de longa duração, conforme dados do Centro de

Emprego.

Quadro nr. 21 – Taxa de Actividade em %

(1991-2001)

Taxa de Actividade (%)

Ano de 1991 Ano de 2001 Unidade

Territorial Mulheres Homens Mulheres Homens

Portugal 35,5 54,3 42,0 54,8

Guarda 31,8 49,7 42,7 51,9

Trancoso 25,0 46,8 29,0 45,3

Fonte: INE/Infoline

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

32

No que respeita á Taxa de Desemprego é de salientar o aumento de dois pontos

percentuais entre os anos de 1991 e 2001, (tendo-se a situação agudizado nos anos

que decorrem desde 2001), acentuando-se no caso das Mulheres, com um aumento

de 2,7 pontos percentuais.

Quadro nr. 22 – Taxa de Desemprego em %

(1991-2001)

Taxa de Desemprego

(1991)

Taxa de Desemprego

(2001)

Taxa de Desemprego

(Total) Unidade Territorial

Mulheres Homens Mulheres Homens 1991 2001

Almeida 5,2 2,4 11,8 4,8 3,5 7,8

Celorico da Beira 10,5 2,7 8,6 4,3 5,5 6,1

Figueira Castelo Rodrigo 12,8 2,4 10,9 2,9 5,7 5,8

Guarda 5,5 2,9 6,7 3,8 4,0 5,2

Manteigas 12,5 4,9 9,5 4,1 8,0 6,4

Meda 8,8 2,1 9,5 2,3 4,5 5,1

Pinhel 5,3 2,0 4,9 2,2 3,4 3,3

Sabugal 4,4 2,0 6,5 4,8 2,9 5,5

Trancoso 5,0 2,4 7,7 3,6 3,4 5,3

Fonte: INE/Infoline

Há a salientar também, a situação de emprego precário, caracterizando-se este pela

instabilidade gerada relativamente aos contratos de trabalho

estabelecidos/celebrados, nomeadamente contratos a termo, POC’s (Planos

Ocupacionais), entre outras formas que não promovem de forma alguma a

estabilidade necessária á fixação da população.

Conclui-se que, para além da escassez de oferta de empregos, há a considerar a

situação de grande incerteza relativamente ao emprego, tornando-se estes factores

condicionantes bastantes para que a população não encontre condições para se

estabelecer, aumentando os números relativos ao desemprego, e/ou migrando ou

emigrando para outras regiões que oferecem melhores condições.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.3. Saúde Considerando a área da Saúde é de salientar o facto de o Centro de Saúde se

encontrar localizado numa zona bastante central em relação a todo o Município,

existindo ainda 5 Extensões, que possibilitam aos habitantes da maioria das

Freguesias não terem de se deslocar à sede de Concelho.

Contudo, existe a possibilidade de encerramento de duas Extensões, nomeadamente

a de Guilheiro e a da Cogula, por não oferecerem condições em termos de infra-

estruturas.

Fig. 6 - Centro de Saúde/Extensões

Relativamente aos utentes inscritos no Centro de Saúde, e de acordo com o Gráfico

nr. 6 destacam-se claramente duas situações que reflectem as características

demográficas do Concelho: um valor muito reduzido de crianças com menos de 1 ano

de idade, por um lado; e por outro, um valor extremamente elevado de indivíduos

com mais de 70 anos.

33

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Gráfico nr. 6 - Utentes Inscritos/Grupos Etários

0500

100015002000

25003000

Total

< 1 Ano

1-10 Anos

10-20 Anos

20-30 Anos

30-40 Anos

40-50 Anos

50-60 Anos

60-70 Anos

>= 70 Anos

Fonte: Centro de Saúde Trancoso

Com este enquadramento torna-se preocupante a situação de apenas existirem

consultas de Planeamento Familiar, Saúde Materna, Saúde Infantil e de Hipertensos e

Diabéticos, não tendo o Centro de Saúde consultas de qualquer outra especialidade.

Uma das maiores preocupações em matéria de saúde, refere-se à inexistência de

meios de diagnóstico uma vez que estes não existem em toda a área que o Concelho

abrange, existindo apenas 3 Postos de Recolha para efeitos de análises clínicas, na

sede de Concelho.

Perante a caracterização demográfica do Concelho, relativamente ao acentuado

envelhecimento e a verificação de dificuldades de acesso aos cuidados de saúde por

parte deste grupo da população, o Centro de Saúde implementou, a título de

experiência-piloto o Programa PAII – Programa de Apoio Integrado ao Idoso.

O Programa PAII pretende contribuir para a melhoria da qualidade de vida das

pessoas idosas e dos familiares destes, prevenindo situações de dependência;

promovendo a autonomia dos idosos; prestando cuidados de ordem física e apoio

psicossocial aos utentes e famílias, de modo a contribuir para o seu equilíbrio e bem-

estar; apoiando os utentes e as famílias na satisfação das necessidades básicas e

actividades da vida diária; e colaborando e ou assegurando o acesso à prestação de

cuidados de saúde; cedendo a título temporário equipamentos de saúde/reabilitação

nomeadamente, camas articuladas, andarilhos, canadianas, cadeiras de rodas, entre

outros e de acordo com as necessidades detectadas (Ajudas Técnicas).

34

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

35

Trata-se pois, de uma resposta social que consiste na prestação de cuidados

individualizados e personalizados no domicílio a famílias (idosos) que, por motivo de

doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar, temporariamente

ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou actividades da

vida diária.

Na prossecução destes objectivos, o Centro de Saúde estabeleceu parcerias com as

IPSS’s locais, nomeadamente no que respeita aos serviços prestados a nível de

distribuição de alimentação, higiene pessoal e cuidados com a habitação.

Ainda com o intuito da atingir os fins acima descritos o centro de saúde criou uma

Equipa, composta por Médicos, Enfermeiros, 1 Psicólogo, 1 Fisioterapeuta e

1 Assistente Social.

A equipa de enfermagem tem sido a que manifestamente tem tido mais actividade,

prestando, actualmente, cuidados a 42 Idosos, nomeadamente a nível de entubações,

administração de injectáveis e realização de pensos.

Desde o ano de 2005 que está a ser desenvolvido, pelos Serviços de Psicologia do

Centro de Saúde de Trancoso, , o Projecto Adolescere - Saúde dos Adolescentes, onde

em espaço próprio de forma a fomentar a discrição, se desenvolve todo um trabalho

em termos de apoio aos Jovens do Concelho.

Esse apoio é caracterizado por Consultas de Psicologia, distribuição de meios

contraceptivos gratuitos e encaminhamento dos Jovens para outras Consultas, de

acordo com as necessidades apontadas.

Na sequência deste Projecto foi verificado que um grande número de adolescentes

possuíam poucos conhecimentos sobre os métodos contraceptivos, tendo-se sido

desenvolvida uma Acção de Formação sobre a Temática da Sexualidade, que decorreu

na Escola Profissional de Trancoso, de forma a abranger um maior número de

indivíduos.

Relativamente ao Programa Saúde Escolar – Saúde Oral, tem o Centro de Saúde, de

acordo com as directrizes da Direcção Distrital de Saúde, promovido acções de

divulgação e triagem aos alunos das várias Escolas do Concelho.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

36

O Quadro que se segue caracteriza a população escolar que, durante o ano de 2006

foi abrangida pelo Programa Saúde Escolar - Saúde Oral:

Quadro nr. 23 – Programa Saúde Escolar – Saúde Oral (População Escolar)

Sexo Faixa Etária

Feminino Masculino Total

3-5 8 15 23

5-14 81 103 184

14-16 8 15 23

Total 230

Fonte: Centro de Saúde de Trancoso (2006)

É de salientar que os 230 alunos foram alvo de triagem de um total de 1732 alunos

com idades compreendidas entre os 3 e os 16 anos.

Após a triagem foi efectuada uma listagem com todos os alunos, segundo a idade,

tipo de higiene e médico habitual e foram distribuídos pelos médicos que

atempadamente efectuaram candidatura.

No seguimento do Programa de Saúde Escolar e tendo-se verificado que existiam

grandes carências de informação, o Centro de Saúde promoveu Acções de Formação

sobre Hábitos Alimentares e Saúde Oral em vários estabelecimentos de Ensino,

nomeadamente, Jardins de Infância, Escolas do 1º Ciclo e Escola Secundária de

Trancoso, com o intuito de reforçar e sensibilizar para a importância destes cuidados

de saúde.

Outras Acções de Formação foram também desenvolvidas, relativas a vários Temas:

Quadro nr. 24 – Centro de Saúde/Acções de Formação

Estabelecimento de Ensino Tema da Acção

Escola EB 2º e 3º Ciclo de Vila Franca das Naves Tabagismo

Escola Secundária de Trancoso Alcoolismo

Ensino Recorrente (Valdujo) Hábitos Alimentares e Doenças Cardiovasculares

Fonte: Centro de Saúde de Trancoso (2006)

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

37

Relativamente à Intervenção Precoce pode-se salientar que tem como destinatários

crianças até aos 6 anos de idade, especialmente dos 0 aos 3 anos, que apresentem

deficiência ou risco de atraso grave de desenvolvimento.

A intervenção precoce integra uma equipa de intervenção directa, actuando numa

base concelhia e é constituída por Profissionais de formação diversificada:

Acção Social do Centro de Saúde;

Enfermeiros do Centro de Saúde;

Psicóloga do Centro de Saúde;

Educadores;

Representante do Centro Distrital de Segurança Social;

De acordo com as linhas orientadoras desta acção, a equipa de intervenção directa do

Concelho, para crianças com deficiência ou em risco de atraso grave no

desenvolvimento e suas famílias, considerou, no Relatório Anual de Actividades, 4

crianças-alvo do apoio integrado, caracterizando-se o âmbito e a situação de risco no

Quadro nr. 25:

Quadro nr. 25 – Caracterização das Crianças-alvo de Intervenção Precoce

Sexo Ano de Nascimento Âmbito Risco

Feminino 2005 Creche - Misericórdia Ambiental

Masculino 2004 Creche - Misericórdia Ambiental

Feminino 2005 Domicílio Visão

Feminino 2003 Creche - Misericórdia Paralisia Celebral

Fonte: Centro de Saúde de Trancoso

Tendo em consideração as acções de natureza preventiva e habilitativa podemos

concluir que foram no âmbito da educação e da saúde.

É de salientar as dificuldades sentidas pela Equipa, na sinalização das crianças e no

contacto com as famílias, para informação e orientação, na medida em que estas não

se mostram receptivas e são o retrato das dificuldades sentidas em qualquer acção

social.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

38

Relativamente á participação na realização dos Acordos para Beneficiários do RSI -

Rendimento Social de Inserção, o Serviço de Acção Social do Centro de Saúde

disponibilizou os seguintes elementos:

Quadro nr. 26 – Beneficiários do RSI/Acordos de Inserção

(Área da Saúde)

Âmbito Utentes

Saúde Infantil e Vacinação 5

Medicina Familiar 9

Desintoxicação de Alcoolismo 2

Total 16

Fonte: Centro de Saúde de Trancoso

1.4. Educação e Formação Profissional

1.4.1. Educação Relativamente à área da Educação, salienta-se a ainda elevada Taxa de

Analfabetismo, demonstrada no Quadro nr. 27, apresentando apenas os Concelhos do

Sabugal e da Meda, valores mais elevados.

Quadro nr. 27 – Taxa de Analfabetismo (1991-2001)

Região Geográfica 1991 2001

Portugal 10,9 8,9

Almeida 14,8 14,7

Celorico da Beira 21,6 17,8

Figueira de Castelo Rodrigo 16,2 15,5

Guarda 13,5 10,1

Trancoso 21,8 17,9

Manteigas 15,6 12,8

Meda 19,6 19,2

Pinhel 18,2 16,7

Sabugal 26,3 22,1

Fonte: INE/Infoline

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Apesar de a Taxa de Analfabetismo apresentar ainda um valor de 17,9%, não se pode

deixar de referir o decréscimo desta entre os anos de 1991 e 2001, em cerca de 4%.

Se considerarmos o nível de instrução da população residente, verificam-se alguns

valores de realçar, nomeadamente os que se referem à população “Sem nível de

ensino”, com um total de 2166 indivíduos (sendo 1274 do sexo feminino),

contrapondo com um total de 670 indivíduos (sendo 420 do sexo feminino) com

habilitações equivalentes ao “Ensino superior”.

O número mais elevado refere-se à população com Escolaridade equivalente ao

1º Ciclo do Ensino Básico (5038 indivíduos, ou seja, 46% da população total),

demonstrando claramente a necessidade de intervenção nesta área pilar-base de todo

o desenvolvimento social.

Quadro nr. 20 – População Residente/Nível de Instrução (2001)

Sexo

Nenhum

Nível de

Ensino

1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Ensino

Secundário

Ensino

Médio

Ensino

Superior

Mulheres 1274 2553 484 371 564 40 420

Homens 892 2485 528 496 506 16 250

Fonte: INE/Infoline

Gráfico nr. 7 – Evolução População Residente/Nível de Instrução

0 1000 2000 3000

Mulheres

HomensEnsino SuperiorEnsino MédioEnsino Secundário3º Ciclo 2º Ciclo 1º Ciclo Nenhum nível de ensino

39

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

40

Os Cursos EFA – Educação e Formação de Adultos, têm contribuindo para a alteração

desta realidade, habilitando os indivíduos (a maioria Mulheres) para além de um nível

de ensino mais elevado, de uma qualificação profissional, que lhes permite encontrar

alternativas para a sua situação de desemprego.

Tendo em consideração os Quadros abaixo, referentes a todos os níveis de ensino, é

notória a diminuição do número de alunos, apresentando os anos lectivos de

2004/2005 e 2005/2006 valores bastante reduzidos. Mas essa mesma tendência

demonstra nos últimos anos uma evolução contrária nos primeiros níveis de ensino,

na sede do Concelho.

Quadro nr. 29 – Nr. Total Alunos - Jardim de Infância (Evolução)

Idade das Crianças 2004/2005 Idade das Crianças 2005/2006 Freguesia

3 Anos 4 Anos 5 Anos +5 Anos Total 3 Anos 4 Anos 5 Anos +5 Anos Total

Aldeia Nova 2 - 4 - 6 2 2 - - 4

Freches 4 3 1 - 8 - 5 3 - 8

Reboleiro 4 6 3 - 13 4 6 1 - 11

Torre

Terrenho 1 2 1 - 4 4 6 7 - 17

Palhais 7 2 2 - 11 3 1 2 - 6

Trancoso 5 26 26 2 59 12 11 34 - 57

EPEI

Carnicães/

Castanheira

1 4 - - 5 3 2 4 - 9

EPEI

Vila Novinha/

Rio de Mel

2 3 2 - 7 3 - 3 - 6

EPEI

Tamanho/

Zabro

3 2 3 - 8 5 2 1 - 8

Total 29 28 52 2 121 36 35 55 - 126

Fonte: Agrupamento Vertical de Escolas de Trancoso

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

41

Quadro nr. 30 – Nr. Total de Alunos - Trancoso (Evolução)

Anos Lectivos Nível de

Ensino 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06

Jardim de

Infância - - - - - - - - 121 126

1º Ciclo - - - - 464 435 442 399 265 274

2º e 3º Ciclo - - - - - - 395 295 281 239

3º Ciclo 199 143 104 120 114 103 99 178 176 186

Secundário 232 359 368 362 337 281 262 243 246 232

Total - - - - - - - - 1089 1057

Fonte: Agrupamento de Escolas de Trancoso/Escola Secundária Gonçalo Anes Bandarra

Quadro nr. 31 – Nr. Total de Alunos - Vila Franca das Naves (Evolução)

Nível de Ensino 2003/2004 2004/2005 2005/2006

Jardim de Infância - 52 57

1º Ciclo 112 110 97

2º e 3º Ciclo 200 180 175

Total - 342 329

Fonte: Agrupamento de Escolas de Vila Franca das Naves

Relativamente aos Quadros nr. 30 e nr. 31, comparativos da Evolução do número

total de alunos, nos vários anos de ensino, há a considerar um decréscimo acentuado

em todos, reflectindo esta situação uma realidade social que é sentida a nível

nacional e que está intimamente ligada à reduzida Natalidade, consequência da

crescente instabilidade económico-social do País.

De acordo com as recentes medidas do Ministério da Educação, relativamente ao

Encerramento de Escolas do 1º Ciclo, baseadas no critério da baixa frequência de

alunos conjugada com o elevado índice de insucesso escolar, algumas Escolas do

Agrupamento de Escolas de Trancoso irão encerrar no ano lectivo de 2006/2007,

nomeadamente as das Freguesias de Carnicães, Esporões, Golfar, Guilheiro e

Tamanhos.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

A concentração da população escolar nas Escolas da sede do Concelho, vem agravar

ainda mais, uma questão que se prende com a insuficiência de infra-estruturas , que

já se revela e que tende a acentuar-se com o encerramento de Escolas e com a

concentração da população neste núcleo urbano. 1.4.1.1 Escola Profissional A Escola Profissional de Trancoso (EPT) foi criada no ano de 1989 e iniciou a sua

actividade com um total de 89 Alunos distribuídos por apenas 3 Cursos,

nomeadamente, Técnico de Contabilidade, Técnico de Gestão Agrícola e Técnico de

Mecânica/Frio e Climatização.

Para o ano lectivo de 2006/2007 a EPT irá contar com 360 Alunos, distribuídos por 7

Cursos:

Gráfico nr. 8 – Nr. Alunos - Escola Profissional de Trancoso (Evolução)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

1989/1990

1990/1991

1992/1993

1996/1997

1998/1999

1999/2000

2000/2001

2001/2002

2004/2005

2005/2006

2006/2007

Anos Lectivos

Nr. Alunos

O Gráfico nr. 8 reflecte a Evolução do número de Alunos, com uma tendência positiva,

demonstrando a importância da EPT no contexto educacional do Concelho.

Realça-se o facto de a Escola Profissional de Trancoso estar já reconhecida como

CRVCC (Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências).

42

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

43

1.4.1.2 Educação e Formação de Adultos Os Quadros nr. 32, 33 e 34, que se seguem, mostram os Cursos realizados,

enquadrados na Tipologia EFA – Educação e Formação de Adultos, promovidos pelas

Entidades Santa Casa da Misericórdia de Trancoso e Escola Profissional de Trancoso.

Quadro nr. 32 – Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2004/2005)

Data

Designação Início Fim

Nr. Formandos

Acompanhante de Crianças 25-04-2004 19-10-2005 14

Agente em Geriatria 06-09-2004 13-04-2005 14

Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade 15-11-2004 11-10-2005 14

Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso

Quadro nr. 33 – Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006)

Data

Designação Início Fim

Nr. Formandos

Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade - B2 14-11-2005 11-07-2006 14

Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade - B3 19-09-2005 28-12-2006 14

Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso

Quadro nr. 34 – Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006)

Data

Designação Início Fim

Nr. Formandos

Curso de Cozinheiro - B3 05-04-2005 30-04-2006 14

Fonte: Escola Profissional de Trancoso Pretende-se que a fundamentação da escolha dos Cursos ministrados esteja de

acorodo com as características do mercado de trabalho, indo de encontro com a

caracterização da situação no Município: por um lado, a área da Acção Social (apoio

domiciliário, geriatria), por outro, a área do Turismo (qualificação dos agentes locais

ligada à gastronomia regional).

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

44

1.4.1.3. Ensino Recorrente

Apesar da não continuidade deste Modelo de educação, não podemos deixar de referir

os Cursos realizados pela Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente, quer na

Freguesia de Valdujo, quer na Sede do Concelho (Freguesia de S. Pedro).

Quadro nr. 29 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Valdujo)

Ano Lectivo 2004/2005 Ano Lectivo 2005/2006

Sexo Sexo Grupo

Etário Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

15-20 - - - - - -

20-25 - - - - - -

25-30 - - - - 1 1

30-35 1 - 1 - - -

35-40 1 - 1 - - -

40-45 - - - - 1 1

45-50 1 - 1 - - -

50-55 1 - 1 - 1 1

55-60 3 - 3 - 1 1

60-65 2 - 2 - 1 1

65 3 - 3 - 4 4

Total 12 Total 9

Fonte: Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente

De acordo com as orientações da Iniciativa Novas Oportunidades, este tipo de modelo

deixará de ser utilizado, e a aposta para a elevação dos níveis de qualificação de base

da população adulta, passará pelo incremento da oferta de Cursos de Educação e

Formação de Adultos (EFA) e pelo alargamento da rede de CRVCC (Centros de

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências).

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

45

Quadro nr. 35 – Curso de Alfabetização e 2º Ciclo (Valdujo)

Sexo Faixa Etária

Feminino Masculino Total

15-20 - - -

20-25 - 1 1

25-30 - - -

30-35 - - -

35-40 1 3 4

40-45 - 1 1

45-50 1 - 1

50-55 1 - 1

55-60 1 1 2

60-65 1 3 4

+ 65 - 1 1

Total 15

Fonte: Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente

Quadro nr. 36 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Trancoso)

Ano Lectivo 2004/2005 Ano Lectivo 2005/2006

Sexo Sexo Grupo

Etário Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

15-20 - - - - - -

20-25 - - - - 1 1

25-30 - - - - 1 1

30-35 1 - 1 - 1 1

35-40 1 1 2 - - -

40-45 - - - - - -

45-50 - - - - - -

50-55 2 - 2 - - -

55-60 - 1 1 - - -

60-65 - - - - 1 1

65 3 - 3 - 3 3

Total 9 Total 7 Fonte: Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.4.2. Formação 1.4.2.1 Raia Histórica A Raia Histórica é a Entidade Local Gestora do Programa LEADER, que se destina ao “desenvolvimento do potencial endógeno das zonas rurais, através do apoio a projectos locais, visando promover a economia local, potenciando as populações, no domínio social, económico e cultural.”

Fig. 8 – Mapa dos Concelhos – Raia Histórica

Deste modo, a formação é uma componente integrante e integradora dos Planos de

Acção, e estabelece-se em toda a Zona de Intervenção.

No âmbito do AIBT-CÔA/POCENTRO, e para o ano de 2006 estão já a ser

desenvolvidas as seguintes Acções de Formação:

Quadro nr. 38 – Acções de Formação (2006)

Data

Designação Início Fim

Localidade

Confecção de Vestuário Tradicional 19-06-2006 29-11-2006 Trancoso

Cerâmica Artística no Vale do Côa 26-06-2006 07-12-2006 Meda

Animadores dos Castelos da Raia 03-07-2006 18-12-2006 Pinhel

Gestão e Animação de Casas da Aldeia 10-07-2006 22-12-2006 Figueira de Castelo Rodrigo

Fonte: Raia Histórica – Associação de Desenvolvimento do Nordeste da Beira

46

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

47

1.4.2.2. AENEBeira – Associação Empresarial do Nordeste da Beira

Com o mesmo intuito de possibilitar a Formação e promover o desenvolvimento

pessoal e social das populações, aumentando o seu nível de habilitações e/ou o seu

nível de competências, a AENEBeira promoveu as seguintes Acções de Formação:

Quadro nr. 39 – Cursos/Nr. Acções

Designação do Curso 2004 2005 2006 AutoCad 2004 – Nível I 3 1 - AutoCad 2004 – Nível II 3 1 - AutoCad – 3D 3 - 1 3D Studio Viz – Nível I 3 - 1 AutoCad Land 1 - - AutoCad Map - 1 1 AutoCad Map Guide - - 1 AutoCad 1 - - Front page 3 - - Flash 3 - - Dreamweaver 2 1 - Director 4 - - Redes 2 - - Escritório Windows Introdução 8 4 3 Escritório Windows Intermédio 7 4 2 Escritório Windows Avançado 8 3 1 Base de Dados Office – Excel e Acess 3 - - Gestão da Informação – Internet e Outlook 5 6 3 Mini-Master em Gestão 4 - - Finanças p/ Comerciais e Comércio Electrónico 2 - - Internet e Comércio Eléctrónico 1 - - Secretariado de Direcção 2 - - Finanças p/ não Financeiros 3 - - Design Espaços Comerciais 1 - - Técnicas de Marketing no Comércio Tradicional 3 - - Formação de Empresários (Formação PME/2004) 1 - - Formação de Empresários (Formação PME/2005) - 1 - Web Developer 1 - - Excel para Financeiros - 5 1 Office XP – Excel e Power Point - 2 1 Produção de Cartas, Listas e Catálogos - 5 3 Atrair audiências utilizando apresentações de Power Point - 5 4 Photoshop - 1 2 Vitrinismo - 3 - Arquitectural Desktop - 1 2 Nova Regulamentação do Trabalho - 2 - HSST para Empregadores - 3 - Liderança de Equipas - 3 - Especialista em Web Desing - 1 - Técnico de Instalação e Assistência Informática - 1 - Serviço de Cozinha Tradicional - 1 -

Total 77 56 26 Fonte: AENEBeira

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

48

Quadro nr. 40 – Acções de Formação – 2004/2005/2006

Localidade 2004 2005 2006

Trancoso 25 19 19

Aguiar da Beira 9 8 9

Meda 5 6 3

Celorico da Beira 16 7 5

Pinhel 12 8 8

Vila Franca das Naves 4 2 -

Lageosa do Mondego 6 2 1

Freches - 1 1

Souropires - 1 5

Figueira de Castelo Rodrigo - - 1

Total 77 56 52 (*)

Fonte: AENEBeira

A Formação para o ano de 2006 pode dividir-se em dois grandes grupos: Formação

de Activos e Formação para Desempregados e/ou a Procura do 1º. Emprego.

Quadro nr. 41 – Cursos/Nr. Acções

Designação do Curso 2006

Empreendorismo e Produtos Alimentares Regionais do Côa (AIBT Côa) 2 Conservação e Restauro de Casas Tradicionais (AIBT Côa) 1 Curso de Cozinheiro (EFA) 2 Curso de Operador de Informática (EFA) 1

Total 6 Fonte: AENEBeira (2006)

Tendo em consideração o processo de descentralização do poder e transferência de

competências, que de forma crescente e acentuada se tem vindo a observar, tem-se

conferido ao poder local uma importante e fundamental missão na construção

democrática da sociedade em geral, pelo que se exige cada vez mais que os seus

meios humanos estejam devidamente qualificados.

Nesta medida, o Programa Foral visa a formação dos funcionários e agentes das

Autarquias Locais, cujos objectivos visam a melhoria do desempenho das funções de

cada interveniente.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

49

Quadro nr. 20 – Acções de Formação (Programa Foral)

Acções de Formação Nr. de Acções Nr. de Formandos Nr. de Horas

Internet 6 72 270

Office Iniciação 6 72 270

Office Avançado 4 48 180

Código do Procedimento Administrativo 4 48 144

Total 20 240 864

Fonte: AENEBeira (2006)

1.5. Acção Social

Em relação a esta área temática, há a salientar a preocupação já existente, em

relação ao apoio que é dado, quer à Infância, quer aos Idosos, contando o Concelho

com Infra-estruturas de qualidade e com alguma capacidade de resposta aos

problemas que se têm vindo a acentuar no decorrer dos últimos anos.

Os Quadros nr. 42 e nr. 43 apresentam que a Entidade Santa Casa da Misericórdia de

Trancoso tem já em funcionamento, no apoio aos Idosos e à Infância.

Quadro nr. 42 - Apoio a Idosos/Freguesia/Nr. Utentes

Valência Localidade Nr. Utentes

Centro de Dia Cogula 30

Centro de Dia Freches 15

Centro de Dia Rio de Moinhos 7

Centro de Dia Trancoso 10

Lar de 3ª Idade I Trancoso 55

Lar de 3ª Idade II Trancoso 59

Lar de Acamados Trancoso 37

Serviço de Apoio Domiciliário Freches 23

Serviço de Apoio Domiciliário Terrenho 7

Serviço de Apoio Domiciliário Torre do Terrenho 9

Serviço de Apoio Domiciliário Trancoso 10

Serviço de Apoio Domiciliário Zabro 25

UAI (Unidade de Apoio Integrado) Trancoso 10

Total 297

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 43 - Apoio a Crianças/Freguesia/Nr. Utentes

Valência Localidade Nr. Utentes

ATL Cogula 26

ATL Freches 24

ATL Granja 10

ATL Vila Franca das Naves 46

ATL Tamanhos 4

ATL Zabro 17

Creche/Jardim de Infância Trancoso 156

Total 283

Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso (2005)

Fig. 8 – Mapa das Valências

(Santa Casa da Misericórdia de Trancoso)

50

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

51

O Quadro nr. 44 apresenta, por seu lado, o conjunto de outras Entidades (IPSS´s)

que desempenham também um contributo fundamental no processo da acção social

local (acordos com a Segurança Social).

Quadro nr. 44 – Instituições/Freguesias/Valências (Nr. Utentes)

Valências/Nr. Utentes

Instituições/Entidades Localidade Centro de

Dia

Serviço Apoio

Domiciliário Lar ATL

Centro Social e Paroquial Aldeia Nova 2 16 26 -

Centro Social e Paroquial Fiães 12 7 - -

Associação Cultural e Recreativa de Rio de Mel 6 17 - -

Centro Social, Cultural e Recreativo Torre do

Terrenho 13 7 - -

Centro Social e Paroquial Padre Indalecto Vila Franca das

Naves 20 34 - -

Associação de Solidariedade Social de Guilheiro - 12 - -

Liga de Melhoramentos Reboleiro 15 40 65 -

Centro de Solidariedade Social de St. André

Cótimos - 30 - -

“Os Carnicenses” – Associação de

Desenvolvimento Social e Cultural Carnicães 5 18 - -

Centro Social e Paroquial Trancoso - - - 86

Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda/IPSS´s (2005)

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Fig. 9 – Mapa das Valências (IPSS´s do Concelho) De acordo com os dados do Quadro nr. 45, relativos ao número de indivíduos em lista

de espera para a valência Lar, é de salientar que existe já um número elevado,

demonstrando a necessidade de conclusão de infra-estruturas que já estão em fase de

construção e, nomeadamente outras que se verifiquem ser necessárias.

Quadro nr. 45 – Número de Indivíduos em Lista de Espera/Valência Lar

Entidades Lar

Liga de Melhoramentos do Reboleiro 30

Centro Social e Paroquial de Aldeia Nova 8

Santa Casa da Misericórdia de Trancoso 302

Total 340

Fonte: IPSS do Concelho (Junho 2006)

Quadro nr. 46 – Número de Indivíduos em Lista de Espera

(Valência Creche/Jardim de Infância)

Entidades Creche/

/Jardim de Infância

Santa Casa da Misericórdia de Trancoso 20

Total 20

Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso (Junho 2006)

52

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Contudo, da análise efectuada há a considerar uma questão que se torna pertinente e

que se refere aos Lares de Noite: na mesma medida em que a sociedade evolui,

também as necessidades das pessoas se transformam; a humanização dos serviços

prestados à comunidade pressupõe que cada vez mais se dignifique a pessoa (tanto

mais se for Idosa), que por uma situação de isolamento ou por falta de

competências/apoio dos familiares se encontra sózinha; e se durante o dia essa

situação é amenizada pelas relações vizinhança, durante a noite torna-se sinónimo de

receios.

Dentro desta problemática, será ainda de referir a qualidade do apoio prestado e

neste sentido assume grande importância a política de recursos humanos seguida

para o pessoal que trabalha com esta população, dado que os níveis de qualificação e

formação são vitais para a qualidade do serviço prestado.

De acordo com dados recolhidos juntos das Instituições, os recursos humanos

existentes não possuem qualificação específica para o desempenho das respectivas

funções, sendo necessário apostar na Formação técnica dos intervenientes.

Apesar desta problemática estar sujeita a factores endógenos como sejam a vontade

política, o respeito pelos direitos de cidadania desta população, a garantia de

rendimentos adequados e suficientes, o incremento de condições favoráveis à

constituição e à não destruição das redes de sociabilidade, a promoção de medidas no

âmbito de promover serviços de qualidade, da acessibilidade e do habitat, são

questões que não podem ser descoradas neste âmbito e tanto mais num Concelho

com cerca de 30% da população com + 65 anos de idade.

1.5.1. Rendimento Social de Inserção (RSI)

Os Acordos realizados para beneficiários de Rendimento Social de Inserção, dividem-

se por 5 áreas distintas, nomeadamente: Saúde, Acção Social, Emprego/Formação

Profissional, Habitação e Educação.

Os quadros em seguida, mostram o número de acordos, assim como o número de

beneficiários abrangidos.

53

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

54

Quadro nr. 48 – Áreas dos Acordos de Inserção

Áreas dos Acordos Nr. de Acordos

Março 2005

Nr. de Acordos

Maio 2006

Área da Saúde 32 41

Área da Acção Social 36 52

Área Emprego e Formação Profissional 14 21

Área da Habitação 13 14

Área da Educação 19 15

Total 114 143

Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda

Para além do número de Acordos assinados, é possível ainda caracterizar os

Beneficiários dos Programas de Inserção por sexo, abrangendo quase em igual

número mulheres e homens.

Quadro nr. 49 – Beneficiários RSI/Grupos Etários/Sexo

Março 2005 Maio 2006

Grupo Etário Masculino Feminino Masculino Feminino

0-5 Anos 11 15 12 14

6-18 Anos 25 18 27 25

19-24 Anos 0 3 0 2

25-34 Anos 4 12 5 15

35-44 Anos 7 5 9 5

45-54 Anos 8 5 12 4

55-64 Anos 3 9 7 9

>= 65 Anos 6 4 7 7

Total 64 71 79 81

Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

55

A situação dos Processos de RSI caracteriza-se de acordo com o quadro em seguida:

Quadro nr. 47 – Situação dos Processos de RSI

Situação dos Processos Nr. de Processos

Março 2004 - Março 2005

Nr. de Processos Abril

2005 - Maio 2006

Proc. Entrados Acção Social 31 34

Proc. Activos 15 22

Proc. Cessados 3 (a) 1

Proc. Suspensos 2 (b) 1

Proc. Transferidos 1 0

Proc. Indeferidos 7 5

Proc. Pendentes Despacho 1 5

Proc. Pendentes Informação Social 2 0

Total 62 68 Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda

(a) – Incumprimento do Programa de Inserção – 2 Excesso Rendimentos Trabalho – 1

(b) – Integrados em Formação - 2

1.6. Segurança, Justiça e Criminalidade 1.6.1. Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ)

A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens tem por função promover os direitos

da criança e do jovem e prevenir ou pôr termo a situações que afectem a sua

segurança, saúde, formação, educação e/ou desenvolvimento.

Tendo em consideração as funções da CPCJ e nomeadamente a do Município de

Trancoso, a sua acção não poderia deixar de ser referida no âmbito da segurança, no

caso concreto da segurança das crianças.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

56

Quadro nr. 50 – Nr. Processos Instaurados e Transitados

2003 2004 2005

Processos

Instaurados

Processos

Transitados

Processos

Instaurados

Processos

Transitados

Processos

Instaurados

Processos

Transitados

16

(21 Crianças)

6

(10 Crianças)

8

(10 Crianças)

6

(8 Crianças)

13

(26 Crianças)

12

(24 Crianças)

Fonte: Relatório de Avaliação de Actividades 2005 - CPCJ Trancoso

2006

Processos

Instaurados

Processos

Transitados

4

(9 Crianças) -

Fonte: CPCJ Trancoso (Julho 2006)

Fazendo a leitura do Quadro nr. 50 é possível verificar que o total de processos assim

como o total de crianças e jovens abrangidos, assumem valores mais elevados de ano

para ano.

Esta questão pode revelar duas situações, por um lado, que a população em geral se

encontra mais atenta a estes problemas, ou por outro, que o número de casos tem,

de facto, vindo a aumentar.

Directamente relacionado com esta problemática, reside o facto de estas questões

serem passadas no seio familiar, na intimidade das famílias, sendo as situações

encobertas e dificultando a intervenção.

De referir que a Criança ou Jovem está em risco4 quando:

Está abandonada ou vive entregue a si própria;

Sofre maus-tratos físicos ou é vítima de abusos sexuais;

Não recebe os cuidados ou a afeição adequados à sua idade e situação pessoal;

É obrigada a actividades ou trabalhos excessivos ou inadequados à sua idade,

dignidade e situação pessoal ou prejudiciais à sua formação ou

desenvolvimento;

Está sujeita, de forma directa ou indirecta, a comportamentos que afectem

gravemente a segurança ou o seu equilíbrio emocional;

4 Segundo o nº 2 do artº 3 da Lei 147/99.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

57

Assume comportamentos ou se entrega a actividades ou consumos que afectem

gravemente a sua saúde, segurança, formação, educação ou desenvolvimento

sem que os pais, o representem legal ou quem tenha a guarda de facto se lhes

oponha de modo adequado a remover essa situação.

Assume-se relevante verificar o Quadro nr. 51, no sentido de enumerar quais os

motivos de intervenção por parte da CPCJ no Concelho.

Quadro nr. 51 – Nr. de Crianças/Motivo de Intervenção

Motivo Masculino Feminino Total

Abandono 2 0 2

Abandono Escolar 1 1 2

Abuso Sexual 0 3 3

Exposição a Modelos Comportamentais Desviantes 0 3 3

Maus-tratos Físicos 3 1 4

Maus-tratos Psicológico/Abuso Emocional 4 4 8

Negligência 5 4 9

Total 15 16 31

Fonte: Relatório de Avaliação de Actividades 2005 - CPCJ Trancoso

Igualmente importante é a leitura do Quadro nr. 52, referente às idades, sendo de

destacar que o Grupo Etário com maior incidência é o dos 13 aos 17 anos.

Quadro nr. 52 – Nr. de Crianças/Grupo Etário

(Processos Instaurados em 2005)

Grupo Etário Masculino Feminino Total

0-2 1 0 1

3-5 0 5 5

6-9 2 2 4

10-12 3 0 3

13-15 4 1 5

16-17 5 3 8

18-21 0 0 0

Total 15 11 26

Fonte: CPCJ

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

58

1.6.2. Alcoolismo

O alcoolismo é um problema grave de saúde pública, mas está tão presente no dia a

dia que, por vezes, as pessoas não lhe atribuem a importância devida, ou porque

pensam que nada tem a ver com eles próprios ou porque, efectivamente, não o

reconhecem como problema.

As estatísticas mundiais e europeias, relativamente a este tema e concretamente o

Eurocare afirma que na Europa:

O álcool causa 9,2% de todos os “males” de saúde e morte prematura;

1 em cada 4 homens e 1 em cada 10 mulheres bebem álcool em quantidades

que prejudicam a saúde;

A maior parte dos bebedores subestima o mal produzido pelo álcool no

organismo, a dependência que causa e o mal que causa aos outros;

A OCDE refere um panorama pouco animador em relação ao consumo de álcool

per capita em Portugal (para indivíduos com mais de 15 anos de idade); assim

em 1990 – 16,1 litros, em 1995 – 14,6 litros, e em 2000 – 13 litros; nota: por

exemplo, que em 2000, num conjunto de 30 países, Portugal (que

habitualmente ocupa posições cimeiras nas tabelas nesta matéria) ocupa a 3.ª

posição de maior consumidor sendo apenas ultrapassado pelo Luxemburgo com

14,9 litros e pela Irlanda com 14,2 litros.

Segundo Resolução do Conselho de Ministros “Portugal, como o evidenciam os dados

recentes, figura como um dos maiores consumidores mundiais de bebidas alcoólicas.

E não menos preocupante é o facto de esse consumo estar a aumentar nos jovens e

no sexo feminino, que são dois grupos populacionais mais vulneráveis e de tradicional

baixo consumo. O alcoolismo é a maior toxicodependência dos Portugueses”5.

Esta afirmação teve lugar num pano de fundo em que Portugal é um país produtor e

exportador de bebidas alcoólicas, principalmente vinho, oitavo produto mundial, e

também um dos três países do mundo onde se consome mais álcool puro,

aproximadamente 11 litros de álcool foi a quantidade ingerida por cada português em

1993.

5 Presidência do Conselho de Ministros - Resolução do Conselho de Ministros 166/2000

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Fig. 11 – Evolução do Consumo de Bebidas Alcoólicas e Álcool Puro

Fonte: Ordem dos Enfermeiros

Fig. 12 – Hábitos de Beber dos Portugueses

Fonte: Ordem dos Enfermeiros Tendo em atenção o panorama nacional, houve necessidade de apurar valores referentes a esta problemática no Concelho, tendo-se conseguido obter dados através do Centro Regional de Alcoologia Maria Lucília Mercês de Mello (C.R.A.), evidenciados nos Quadros que se seguem:

59

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

60

Quadro nr. 53 – Nr. Bebedores Excessivos/Nr. Alcoólicos

Nr. de Alcoólicos

Inscritos no CRA Área Geográfica

Nr. de

Bebedores

Excessivos

Nr. de Doentes

Alcoólicos 2001 Total

Aguiar da Beira 910 730 1 27

Almeida 1450 1160 3 53

Celorico da Beira 1230 980 2 72

Figueira de Castelo

Rodrigo 1160 930 3 47

Fornos de Algodres 880 700 1 42

Gouveia 2460 1970 0 92

Guarda 5380 4310 14 538

Manteigas 570 460 0 23

Meda 1050 840 3 47

Pinhel 1800 1440 5 86

Sabugal 2490 1990 1 68

Seia 4150 3330 19 261

Trancoso 1580 1270 2 57

Vila Nova de Foz Côa 1260 1010 2 55

Total 26370 21120 56 1468

Fonte: CRA (2001)

Em termos totais, por exemplo, o valor de 1270 Doentes Alcoólicos, no Concelho de Trancoso, não assume grande relevância se comparados com os 4310 Doentes da Guarda ou os 3330 Doentes de Seia. Assim, tornou-se importante determinar, em termos percentuais, qual a representatividade dos valores no total da população.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

61

Quadro nr. 54 – Nr. Bebedores Excessivos/% da População

Área Geográfica Nr. Bebedores

Excessivos População

% Bebedores

Excessivos

Almeida 1450 8423 0,17

Celorico da Beira 1230 8875 0,14

Figueira de Castelo Rodrigo 1160 7158 0,16

Guarda 5380 43822 0,12

Manteigas 570 4094 0,14

Meda 1050 6239 0,17

Pinhel 1800 10954 0,16

Sabugal 2490 14871 0,17

Trancoso 1580 10889 0,15

Total 16710 115325 -

Fonte: CRA (2001) Verifica-se no Quadro nr. 54 que os Concelhos onde se observa um maior número de Bebedores Excessivos com 17% são: Almeida, Meda e Sabugal; seguidos com 16%, Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel; Trancoso aparece com 15%; e com valores inferiores está Celorico da Beira, Manteigas; Guarda apresenta o valor mais baixo, de 12%. No Quadro nr. 55, o retrato deve ser analisado com mais cuidado uma vez que este diz respeito a Doentes Alcoólicos. O maior número de doentes verifica-se no Concelho de Almeida com 14%; o valor mais próximo a este é de 13% para os Concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Meda e Pinhel; aparece, em seguida, Trancoso com 12%; com os valores mais baixos são assinalados os Concelhos de Celorico da Beira, Manteigas e Guarda (com o valor mais baixo de 10%).

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

62

Conclui-se que existe uma relação directa entre as populações com maior percentagem de indivíduos Bebedores Excessivos e Doentes Alcoólicos existentes.

Quadro nr. 55 – Nr. Doentes Alcoólicos/% da População

Área Geográfica Nr. Doentes

Alcoólicos População

% Doentes

Alcoólicos

Almeida 1160 8423 0,14

Celorico da Beira 980 8875 0,11

Figueira de Castelo Rodrigo 930 7158 0,13

Guarda 4310 43822 0,10

Manteigas 460 4094 0,11

Meda 840 6239 0,13

Pinhel 1440 10954 0,13

Sabugal 1990 14871 0,13

Trancoso 1270 10889 0,12

Total 13380 115325 1

Fonte: CRA (2001)

1.6.3. Justiça Para efeitos de apuramento da existência ou não de lentidão nos processos na Justiça

verificou-se os processos existentes e findos no ano de 2003 e 2004, dados expostos

nos quadros abaixo.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

63

Quadro nr. 56 – Processos de Justiça Cível (2003)

Existentes

Processos Ano

Anterior

Iniciados

no Ano Total

Findos Pendentes

Acções Ordinárias 32 11 43 12 31

Acções Sumárias 87 39 126 39 87

Acções Sumaríssimas 21 24 45 28 17

Acções Especiais 15 4 19 2 17

Divórcios e Separações 24 6 30 11 19

Execuções Ordinárias 83 22 105 28 77

Execuções Sumárias e Outras 163 114 277 133 144

Execuções Comuns 0 31 31 0 31

Execuções Especiais 0 0 0 0 0

Inventários 27 15 42 14 28

Falências e Recuperações de Empresas 1 1 2 1 1

Providências Cautelares 4 11 15 11 4

Outras 8 20 28 14 14

Total 465 298 763 293 470

Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso (2005)

Analisando os Quadros nr. 55 e nr. 56, verifica-se que de um total de 763 Processos

existentes, ficaram pendentes 470, para o ano de 2004, tendo sido resolvidos

38,40% dos Processos.

No que se refere ao ano de 2004 existindo um total de 737 Processos, ficaram

pendentes 454, tendo-se verificado a resolução de 38,40% dos Processos.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

64

Quadro nr. 57 – Processos de Justiça Cível (2004)

Existentes

Processos Ano

Anterior

Iniciados

no Ano Total

Findos Pendentes

Acções Ordinárias 32 28 60 13 47

Acções Sumárias 63 39 102 37 65

Acções Sumaríssimas 15 21 36 31 5

Acções Especiais 12 14 26 3 23

Divórcios e Separações 10 10 20 9 11

Execuções Ordinárias 80 0 80 14 66

Execuções Sumárias e Outras 121 1 122 81 41

Execuções Comuns 31 138 169 59 110

Execuções Especiais 0 0 0 0 0

Inventários 34 11 45 10 35

Falências e Recuperação de Empresas 1 2 3 1 2

Providências Cautelares 3 5 8 5 3

Outras 48 18 66 20 46

Total 450 287 737 283 454

Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso (2005)

De salientar que as Execuções Comuns são as que maior contributo oferecem ao

volume de Processos pendentes no ano de 2004, sendo que no ano de 2003 esse

contributo se tinha verificado relativamente às Execuções Sumárias e Outras.

Quadro nr. 58 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2003)

Existentes Processos

Ano Anterior Iniciados no Ano Total Findos Pendentes

Crimes Totais 166 114 280 107 173

Transgressão 0 1 1 0 1

Recursos de Contra-ordenação 10 16 26 18 8

Outros Processos e Procedimentos 1 3 4 4 0

Total 177 134 311 129 182

Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

65

Quadro nr. 59 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2004)

Existentes Processos

Ano Anterior Iniciados no Ano Total Findos Pendentes

Crimes Totais 127 156 283 146 137

Transgressão 1 0 1 1 0

Recursos de Contra-ordenação 8 31 39 18 21

Outros Processos e Procedimentos 0 8 8 5 3

Total 136 195 331 170 161

Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

Considerando os Quadros nr. 58 e nr. 59, referentes à Justiça Penal, concretamente

no que diz respeito a processos para julgamento, observa-se que de um total de 311

Processos existentes, ficaram pendentes 182 Processos, no ano de 2003, concluindo-

se que 41,48% dos processos foram resolvidos.

Relativamente ao ano de 2004, de um total de 331 Processos existentes, ficaram

pendentes 161, (51,36% dos Processos foram concluídos).

Quadro nr. 60 – Processos Tutelares Cíveis (2003)

Existentes

Processos Ano

Anterior

Iniciados

no Ano Total

Findos Pendentes

Filiação 2 1 3 2 1

Poder Paternal 4 6 10 4 6

Adopção 0 0 0 0 0

Alimentos 2 1 3 0 3

Outros Processos 0 0 0 0 0

Total 8 8 16 6 10

Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

66

Quadro nr. 61 – Processos Tutelares Cíveis (2004)

Existentes

Processos Ano

Anterior

Iniciados

no Ano Total

Findos Pendentes

Filiação 1 1 2 0 2

Poder Paternal 3 9 12 10 2

Adopção 0 4 4 1 3

Alimentos 1 1 2 2 0

Outros Processos 5 0 5 1 4

Total 10 15 25 14 11

Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

Os números referentes aos Processos Tutelares Cíveis, demonstram 16 Processos

existentes e 10 pendentes, que transitaram para o ano de 2004, sendo que 37,5%

dos processos foram resolvidos.

No que se refere aos Processos Tutelares Cíveis do ano de 2004, os Processos

existentes aumentaram para 25, tendo ficado pendentes 11, tendo-se resolvido 56%

dos Processos.

Quadro nr. 62 – Outros Processos (2003)

Existentes

Processos

Ano

Anterior

Iniciados

no Ano Total

Findos Pendentes

Promoção e Protecção 7 1 8 3 5

Tutelares Educativos 0 0 0 0 0

Total 7 1 8 3 5

Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

Em relação aos considerados Outros Processos, e de um total de 8 entrados e um

total de 3 findos, verifica-se 37,5% dos processos resolvidos.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

67

Quadro nr. 63 – Outros Processos (2004)

Existentes

Processos Ano

Anterior

Iniciados

no Ano Total

Findos Pendentes

Promoção e Protecção 6 4 10 5 5

Tutelares Educativos 0 1 1 1 0

Total 6 5 11 6 5

Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

Em relação aos considerados Outros Processos, em 2004, existiram 11 para um total

de 6 findos, sendo 54,55% dos Processos resolvidos.

1.6.4. Segurança

A segurança da população está intimamente relacionada com o desenvolvimento da

actividade policial, e no caso do Concelho, é da responsabilidade da Guarda Nacional

Republicana (GNR).

Quadro nr. 65 – Nr. de Efectivos/Posto Territorial

Posto Territorial Nr. de Efectivos

Trancoso 18

Vila Franca das Naves 8

Total 26

Fonte: Posto Territorial de Trancoso

Fonte: Posto Territorial de Vila Franca das Naves

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

68

Analisando o Quadro nr. 65 verifica-se que existem no conjunto do Posto Territorial de

Trancoso e do Posto Territorial de Vila Franca das Naves, apenas 26 Efectivos, para

uma população total de aproximadamente 10.500 habitantes, significando estes

valores que para um Efectivo da GNR existem cerca de 404 habitantes.

Apesar do reduzido número de Efectivos, existe uma preocupação relativamente à

população mais jovem, facto demonstrado pela acção desenvolvida ao abrigo do

Programa Escola Segura, que tem por objectivos:

Garantir as condições de segurança da população escolar;

Promover comportamentos de segurança escolar.

No Município de Trancoso, o Programa Escola Segura é assegurado por 1 ou 2

Agentes devidamente treinados e preparados para este tipo de acção, e por 1 viatura

exclusivamente dedicada à vigilância e protecção da população escolar.

1.7. Associativismo

Relativamente ao Associativismo, é de enumerar as várias Associações que existem

no Concelho e que desempenham um papel fundamental em termos recreativos,

culturais, sociais e/ou desportivos:

Quadro nr. 66 – Designação das Associações/Freguesia

Nome Localidade

Grupo Desportivo e Recreativo de Aldeia Nova (**) Aldeia Nova

Associação Cultural e de Desenvolvimento da Castanheira Castanheira

Assoc. para o Desenvolvimento Social e Cultural “Os Carnicenses” (*) Carnicães

Associação de Desenvolvimento Social e Cultural da Cogula (*) Cogula

Sociedade Recreativa Cogulense (**) Cogula

Grupo Cultural e Desportivo dos Cótimos (**) Cótimos

Centro de Solidariedade Social Santo André Cótimos

Associação dos Caçadores da Serra de São Pedro Cótimos

Associação de Desenvolvimento do Feital Feital

Associação LuzLinar (*) Feital

Grupo Cultural e Recreativo de Fiães (*) Fiães

Grupo Recreativo e Cultural de Freches Freches

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

69

Banda de Música de Freches (*) Freches

Associação de Melhoramentos da Granja (**) Granja

Liga dos Amigos do Guilheiro Guilheiro

Associação de Solidariedade Social do Guilheiro Guilheiro

Associação Social, Cultural e Desportiva “Os Lagartixos” (**) Moimentinha

Associação dos Naturais e Amigos de Moimentinha (**) Moimentinha

Grupo Recreativo de Moreira de Rei (*) Moreira de Rei

Associação Desportiva e Cultural de Golfar (**) Golfar

Centro Cultural e Desportivo da Póvoa do Concelho Póvoa do Concelho

“Os Popos” – Associação Cultural e Recreativa Póvoa do Concelho

Liga de Melhoramentos da Freguesia do Reboleiro (*) Reboleiro

Associação Cultural e Juvenil da Ribeirinha de Trancoso (**) Reboleiro

Associação Cultural e Recreativa de Rio de Mel Rio de Mel

Associação Recreativa de Souto Maior (**) Souto Maior

Associação Cultural e Recreativa de Ribeira do Freixo (**) Souto Maior

Associação Cultural e Recreativa de Falachos (*) Tamanhos

Associação dos Amigos de Vale de Mouro (**) Tamanhos

Liga dos Amigos de Caça e Pesca de Cabeça do Lagar (*) Terrenho

Associação Cultural e Recreativa do Terrenho (*) Terrenho

Associação Caça e Pesca de Torres Torres

Associação de Protecção da Natureza (*) Trancoso

Associação Cultural e Recreativa de Trancoso (*) Trancoso

Corpo Nacional de Escutas/Agrupamento 505 (*) Trancoso

Grupo Desportivo de Trancoso Trancoso

Clube de Coleccionismo de Trancoso Trancoso

Clube Trancosense (*) Trancoso

Piscotávora – Associação de Produtores Florestais (*) Trancoso

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Trancoso Trancoso

Raia Histórica – Associação de Desenvolvimento Trancoso

Rotary Club de Trancoso Trancoso

Associação de Desenvolvimento Cultural de Rio de Moinhos (**) Trancoso (Sta. Maria)

Associação Cultural e Recreativa e de Melhoramentos de Courelas Trancoso

Associação cultural e Recreativa de Miguel Chôco (**) Trancoso (S. Pedro)

Assoc. Cultural, Recreativa, Social e de Melhoramentos de S. Martinho (*) Trancoso (S. Pedro)

ARA – Assoc. de Desenv., Estudo e Defesa do Património da Beira Interior Trancoso

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

70

Grupo Juvenil de Animação S. P. De Valdujo (*) Valdujo

Associação de Solidariedade, Desenvolvimento e Cultura de Valdujo (*) Valdujo

Grupo Desportivo de Vila Franca das Naves (*) Vila Franca das Naves

Associação de Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves Vila Franca das Naves

Associação Naves XXI Vila Franca das Naves

Associação Cultural e Recreativa de Vilares (*) Vilares

Alto da Broca – Associação de Produtores Florestais Vilares

Associação Cultural e Desportiva de Maçal da Ribeira (**) Vilares

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso

(*) – Associação com Instalações próprias

(**) – Associação com Instalações próprias e Salão de Festas

Tendo reconhecido a importância da acção do Movimento Associativo no Município foi

criado pela Câmara Municipal de Trancoso um Programa de Apoio ao Associativismo,

instituindo-se as Associações como parceiros privilegiados, na promoção das

actividades de carácter cultural, social, recreativo e/ou desportivo.

O Programa destina-se a incentivar a actividade regular das Associações Culturais,

Sociais e/ou Desportivas, estimulando a sua criatividade, visando permitir, através de

um apoio financeiro, a criação de condições que facilitem o incremento da sua

actividade.

O apoio financeiro é constituído por duas vertentes: uma primeira no valor de 250

Euros, destinada a suportar despesas de funcionamento, e uma outra, que valoriza as

acções que fazem parte do Plano de Actividades Anual de cada Associação, sendo

que:

A taxa máxima de comparticipação para os projectos propostos é de 50%;

O limite máximo de financiamento por associação é de 25% do orçamento

global proposto pela Câmara Municipal;

A comparticipação é atribuída em função dos custos inerentes à concretização

de cada projecto;

O Programa apoia pois, acções concretas, devidamente individualizadas,

caracterizadas e orçamentadas, de natureza exclusiva ou predominantemente

imaterial, tendo como finalidade, objectivos culturais, sociais ou desportivos, a

realizar por Associações que tenham a sua sede no Concelho, ficando de fora deste

âmbito as iniciativas desportivas federadas e as actividades de caça e pesca.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

71

O quadro que se segue ilustra a distribuição dos valores acima referidos:

Quadro nr. 67 – Associações/Apoio Financeiro

Nome 2003 2005

Associação de Protecção da Natureza 625 Euros 625 Euros

Clube de Coleccionismo de Trancoso 100 Euros 100 Euros

Associação Social, Cultural e Desportiva “Os Lagartixos” 375 Euros 500 Euros

Grupo Cultural e Recreativo de Fiães 175 Euros 175 Euros

Associação Desportiva e Cultural de Golfar 375 Euros 325 Euros

Associação Recreativa de Souto Maior 375 Euros 350 Euros

Associação Cultural e Recreativa de Ribeira do Freixo 375 Euros 350 Euros

Associação Cultural e Juvenil da Ribeirinha de Trancoso 625 Euros 250 Euros

Banda de Música de Freches 375 Euros -

Associação cultural e Recreativa de Miguel Chôco 375 Euros 400 Euros

Grupo Desportivo e Recreativo de Aldeia Nova 500 Euros 500 Euros

Associação de Solidariedade Social do Guilheiro 375 Euros 375 Euros

Associação de Melhoramentos da Granja 500 Euros 500 Euros

Associação Cultural e Recreativa de Trancoso 1.075 Euros 1.125 Euros

Clube Trancosense 500 Euros 500 Euros

Associação de Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves 250 Euros 225 Euros

Associação Cultural e de Desenvolvimento de Valdujo - 150 Euros

Associação Cultural e Recreativa e de Melhoramentos de Courelas - 450 Euros

Associação Cultural e Desportiva de Vila Franca das Naves - 225 Euros

Assoc. Cultural, Recreativa, Social e de Melhoramentos de S. Martinho - 325 Euros

Associação de Desenvolvimento Cultural de Rio de Moinhos - 150 Euros

Associação dos Naturais e Amigos de Moimentinha - 100 Euros

Associação LuzLinar - 500 Euros

Piscotávora – Associação de Produtores Florestais - 100 Euros

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

72

1.8. Património A definição do Património assume-se como essencial para um bom ordenamento

territorial e para o assegurar da sua conservação.

Esta premissa torna-se tanto mais verdade quando se trata do Concelho de Trancoso,

incluído no roteiro das Aldeias Históricas de Portugal.

Integram o património cultural todos os bens que, sendo testemunhos com valor de

civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devem ser objecto

de especial protecção e valorização.

Quadro nr. 68 – Monumentos Nacionais/Freguesia

Localidade Património Classificação

Castelo e Muralhas Monumento Nacional (desde 1921)

Pelourinho Monumento Nacional (desde 1910) Trancoso

Planalto Batalha São Marcos Monumento Nacional (desde 2004)

Castelo Monumento Nacional (desde 1932)

Pelourinho Monumento Nacional (desde 1932)

Igreja Sta. Marinha Moreira de Rei

Sepulturas Antropomórficas Monumento Nacional (desde 1932)

Fonte: IPPAR

Para os bens imóveis classificados como de interesse nacional, sejam eles

monumentos, conjunto ou sítios, a designação adoptada é Monumento Nacional.

Um bem considera-se de interesse nacional quando a respectiva protecção e

valorização, no todo ou em parte, represente um valor cultural de significado para a

Nação.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

73

Quadro nr. 69 – Imóveis de Interesse Público/Freguesia

Localidade Património Classificação

Igreja Nossa Sra. da Fresta Imóvel Interesse Público (desde 1944)

Capela Sta. Luzia Imóvel Interesse Público (desde 1953)

Sepulturas Antropomórficas Imóvel Interesse Público (desde 1978) Trancoso

Via antiga do Sintrão Imóvel Interesse Público (desde 1997)

Guilheiro Pelourinho Imóvel Interesse Público (desde 1933)

Solar dos Brasis Imóvel Interesse Público (desde 1977) Torre do Terrenho

Igreja Matriz Imóvel Interesse Público (desde 1977)

Fonte: IPPAR

Um bem considera-se de Interesse Público Nacional quando a respectiva protecção e

valorização represente ainda um valor cultural de importância nacional, mas para o

qual o regime de protecção inerente à classificação como de interesse nacional se

mostre desproporcionado.

Quadro nr. 70 – Outro Património/Freguesia

Localidade Património Classificação

Centro Histórico (Zona de protecção)

Parque Municipal Arvoredo de Interesse Público Trancoso

Tília do Largo Sta. Maria Guimarães Arvoredo Interesse Público

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento de Turismo

1.9. Turismo

O Município de Trancoso beneficia de uma tipicidade que advém, paradoxalmente, da

sua condição de interioridade e se na maioria dos sectores, a interioridade constitui

um obstáculo ao seu desenvolvimento, considerado na óptica do turismo, esta

condição pode ser de facto um factor de sucesso.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

O aumento dos índices de qualidade de vida associados á modernização do trabalho

levam à disponibilidade de mais tempos livres e o objectivo consiste em rentabilizar

estes tempos de lazer.

Um ramo que desempenha um papel cada vez mais preponderante na economia

portuguesa, tornando-se um vector de força do desenvolvimento económico-social é,

sem dúvida, a actividade turística.

Trancoso posiciona-se precisamente neste contexto: do ponto de vista dos recursos,

elementos patrimoniais da terra, eles existem em quantidade e qualidade para

construir uma oferta sedutora – potencial turístico – a elevação da vila medieval a

Cidade e a Aldeia Histórica confirmam uma vocação turística que falta explorar

convenientemente.

Fig. 13 – Mapa das Aldeias Históricas de Portugal

As condições naturais enriquecidas com a riqueza cultural do povo beirão (tradições)

com a monumentalidade da sua História, distribuídas nas aldeias do Concelho;

culminam na delimitação de um destino com sério potencial.

74

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

75

A introdução da dimensão do Turismo remete para a importância que este sector da

economia pode assumir para o desenvolvimento do Concelho.

A cadeia de valor que o turismo enquanto actividade económica gera, transforma-o

num instrumento de crescimento apetecível, associado à esfera económica, junta-se-

lhe outra característica de excepção: a preservação do ambiente, a preservação dos

hábitos culturais, a preservação do património construído, são elementos

fundamentais para afirmar territoriais como este.

Porém, a constituição de um destino de turismo resulta da conjugação de outros

factores para além do potencial em termos de matéria-prima, como o sejam a

qualidade da oferta em termos de alojamento, de restauração, equipamento de

animação e eventos e a própria divulgação e inclusão de Trancoso nos roteiros

turísticos.

O Concelho está neste momento, num patamar muito frágil em termos de

desenvolvimento turístico: foram dados passos decisivos neste domínio, mas todavia

insuficientes. Alguns exemplos são a classificação de Trancoso a Aldeia Histórica, a

integração na Região de Turismo da Serra da Estrela, a abertura de uma Albergaria,

na Freguesia de Vila Franca das Naves, e de um Hotel de 4 Estrelas na sede do

Concelho.

Os índices do Posto de Turismo reflectem estas mais valias instaladas, tendo-se

verificado aumentos significativos entre 2002 e 2006: entre 2002 e 2003, a afluência

ao Posto de Turismo regista um crescimento de perto de 700 pessoas; já em 2004, o

número total de visitantes quase que duplica atingindo 6379 pessoas; 2005 atinge

valores surpreendentes em relação aos anos anteriores; destaca-se no período

apurado o mês de Maio de 2005 com 3512 pessoas, certamente relacionado com a

realização da MANIFesta Trancoso 2005, evento que atraiu muitas pessoas à região.

No ano corrente os valores demonstram a continuidade dessa tendência, na medida

em que nos meses que há dados estes têm valores muito superiores a 2005 ou muito

próximos dos verificados nesse ano.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 71 – Afluência de Visitantes

Meses Anos

Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Total

2002 a) 98 257 244 210 406 288 795 334 215 145 89 3081

2003 76 374 215 330 196 330 506 851 256 189 193 201 3717

2004 103 307 953 665 586 581 397 1197 698 573 175 144 6379

2005 223 868 1337 2619 3512 2389 1878 3793 1526 1601 588 543 20877

2006 553 4161 4248 2135 1848 - - - - - - - 10275 (*)

Fonte: Departamento de Turismo da Câmara Municipal de Trancoso

(a) - Turismo encerrado para Obras

(*) – Dados provisórios até dia 28 Maio 2006

Mais evidente se torna a procura crescente deste Concelho em matéria de visitas

turísticas, pelo Gráfico nr. 9, que compara os valores no mês de Abril de cada ano.

Mas também é verdade que os números continuam modestos face às ambições que é

possível conter; a capacidade de acolher turistas e visitantes está longe de ser

esgotada, pelo que permanece grande a margem de progressão de Trancoso na

condição de um destino com enorme potencial turístico.

Gráfico nr. 9 – Afluência de Visitantes

76

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

2003 2004 2005 2006

Anos

Nr.

Tu

rist

as

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento de Turismo

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

77

1.10. Ambiente 1.10.1. Resíduos A produção de resíduos associado ao aumento da população e a sua constituição em

aglomerados constitui um risco real para o meio ambiente, tornando-se importante

descrever os processos existentes no Concelho, no que diz respeito ao seu

tratamento.

A recolha de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) que se praticava na autarquia de

Trancoso, da responsabilidade do Município, era a chamada recolha indiferenciada

feita a partir dos contentores camarários existentes, onde os resíduos eram colocados

de forma indiferenciada e após a recolha destes tinha lugar o confinamento destes

numa das lixeiras municipais, Lixeira da Quinta da Junqueira e Lixeira de Vila Franca

das Naves, que serviam o Concelho.

A crescente escassez de espaços disponíveis para as infra-estruturas, veio exigir uma

nova abordagem, originada, igualmente, pelas medidas regulamentares, pelos

instrumentos económicos e pela maior consciencialização para esta problemática.

Face a esta situação, surgiu uma nova política de gestão de resíduos, o Plano

Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU), em 1997, o qual estabeleceu

como prioridade o encerramento e recuperação das lixeiras, a construção de infra-

estruturas de tratamento e destino final dos RSU, apoio à recolha selectiva e à

reciclagem.

Sendo um dos passos a implementação da estratégia a criação de sistemas de gestão

integrada o concelho de Trancoso passa a ser parte integrante da Associação de

Municípios da Cova da Beira (AMCB), accionando-se os meios para a selagem e

recuperação ambiental das lixeiras de Trancoso.

A AMCB tem por objectivo a gestão, a valorização e o tratamento dos RSU produzidos

na área da sua abrangência. Para tal está a implementar o Sistema de Tratamento de

Resíduos Sólidos Urbanos da Cova da Beira que inclui o Centro de Tratamento de

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Resíduos Sólidos Urbanos da Cova da Beira (CTRSU), este inclui a Central de

Compostagem e o Aterro Sanitário de Apoio.

Com a erradicação das lixeiras existentes pretende-se implementar a redução,

reciclagem e reutilização dos RSU, bem como o processo de compostagem e

confinamento dos mesmos, procurando promover a melhoria acentuada do nível da

qualidade ambiental.

Dada a inexistência de uma infra-estrutura de transferência nos Municípios de

Trancoso e Meda e para colmatar as distâncias existentes entre estes e o Centro de

Tratamento do Fundão, surgiu a necessidade de criar uma infra-estrutura para

receber os RSU dos referidos Municípios, a Estação de transferência de Trancoso, foi

construída em 2002.

Gráfico nr. 11 – Recolha Indiferenciada de Resíduos Recolhidos

(Novembro 2003 a Junho 2006)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

2003

-11

2003

-12

2004

-01

2004

-02

2004

-03

2004

-04

2004

-05

2004

-06

2004

-07

2004

-08

2004

-09

2004

-10

2004

-11

2004

-12

2005

-01

2005

-02

2005

-03

2005

-04

2005

-05

2005

-06

2005

-07

2005

-08

2005

-09

2005

-10

2005

-11

2005

-12

2006

-01

2006

-02

2006

-03

2006

-04

2006

-05

2006

-06

TO

Quantidade (To)

Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

Os dados evidenciados pelo gráfico demonstram que as quantidades de resíduos se

mantém normalmente entre as 190 toneladas e as 325, existindo apenas um pico no

ano 2004 em Agosto.

Apesar da recolha indiferenciada continuar a ser efectuada, conforme acima exposto,

já a lugar à Recolha Selectiva, feita a partir dos Ecopontos e Ecocentros.

78

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

O sistema de recolha selectiva é caracterizado por ser um sistema de transporte

voluntário, que exige aos produtores de resíduos a separação dos mesmos na fonte e

o seu transporte para os pontos de deposição acima referidos.

Foram colocados 18 ecopontos no Concelho de Trancoso, estes são constituídos por

um conjunto de 3 contentores com capacidade de 2,5 m3 cada.

Encontram-se distribuídos por 6 Freguesias, conforme se pode observar na Figura nr.

12:

79

Fig. 12 – Mapa da localização dos Ecopontos no Concelho

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento do Ambiente

Estes foram colocados em locais estratégicos de maior afluência, integração

paisagística e acessibilidade com o intuito de promover uma maior adesão dos

munícipes a recolha selectiva.

Para se definir e dimensionar a rede de Ecopontos foram criados alguns critérios,

nomeadamente a densidade populacional, o grau de cobertura da rede e metas e

taxas de recuperação a atingir e esperadas.

A análise de alguns destes critérios encontra-se retratada no Quadro nr. 72:

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

80

Quadro nr. 72 – Relação Habitantes/Ecoponto e Área/Ecoponto

Freguesias População

Residente

Área

(ha) Nr. Ecopontos

Habitantes

por Ecoponto

Área/Ecoponto

Aldeia Nova 394 2560 1 394 2560

Carnicães 192 844

Castanheira 235 885

Cogula 228 437

Cótimos 194 1214

Feital 80 532

Fiães 263 1003

Freches 551 1356 1 551 1356

Granja 223 926

Guilheiro 242 1461

Moimentinha 233 653

Moreira de Rei 673 3440

Palhais 187 423

Póvoa do Concelho 259 1084

Reboleiro 304 427 1 304 427

Rio de Mel 311 2331

Sta. Maria (Trancoso) 1313 3653 5 262.6 730.6

S. Pedro (Trancoso) 1793 1527 5 358.6 305.4

Sebadelhe da Serra 185 1216

Souto Maior 145 618

Tamanhos 323 835

Terrenho 137 673

Torre do Terrenho 211 1403

Torres 217 1025

Valdujo 272 1640

Vale do Seixo 171 724

Vila Franca das Naves 1097 1075 5 219.4 215

Vila Garcia 198 1329

Vilares 258 1169

Total 10889 36463 18 604.9 2025.72

Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Verificando os dados acima podemos constatar que cada Ecoponto serve em média

605 habitantes, para uma área aproximada de 2025 hectares, valores que se

associam ao grande número de freguesias onde a reduzida densidade populacional

inviabiliza o investimento na recolha selectiva.

O Ecocentro de Trancoso, sob a gestão da empresa multimunicipal Águas do Zêzere e

Côa (AZC) e da empresa Nova Beira, tem lugar conjuntamente com a Estação de

Transferência; trata-se de um espaço amplo, vedado e vigiado, inclui duas zonas

desniveladas que permitem o acesso dos utentes à zona de descarga dos resíduos e a

movimentação dos contentores pelas viaturas de recolha.

É composto por 5 módulos, devidamente identificados, com contentores de grandes

dimensões, onde a população voluntariamente pode colocar os vários tipos de

resíduos com volume de contentorização superior aos ecopontos e que, devido as

suas características, não podem ser removidos pelos sistemas normais de remoção do

lixo.

No Ecocentro podem ser depositados materiais como papel, cartão, embalagens,

vidro, monstros e existe ainda uma caixa complementar para resíduos diversos. O

transporte destes produtos depositados é feito por duas viaturas equipadas com

sistema “amplirol” para a CTRSU do Fundão.

Gráfico nr. 11 – Resíduos Recolhidos nos Ecopontos

(Novembro de 2003 a Junho de 2006)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

Nov-

03

Jan-

04

Mar-0

4

Mai-0

4

Jul-0

4

Set-0

4

Nov-

04

Jan-

05

Mar-0

5

Mai-0

5

Jul-0

5

Set-0

5

Nov-

05

Jan-

06

Mar-0

6

Mai-0

6

Anos/Meses

Kil

os

Papel/Cartão Kg Embalagens Kg Vidro Kg

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento do Ambiente

81

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

82

Pela análise do gráfico acima, é perceptível que no Concelho, a quantidade de

resíduos recolhidos selectivamente, não segue um comportamento constante,

havendo oscilações quer de crescimento quer de regressão, o que impossibilita uma

análise de resultados.

Quadro nr. 73 – Resíduos Recolhidos nos Ecopontos

Anos Papel/Cartão

(Kg) Embalagens

(Kg) Vidro (Kg)

Total

2003 2711 685 10690 16089

2004 34290 7610 20250 64154

2005 21780 5280 31520 60585

2006 7820 2400 9890 22116 (*)

Total 66601 15975 72350 154926

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento do Ambiente

(*) Valor provisório (Junho 2006)

Porém, com base no quadro acima tendo apenas em linha de conta os anos de 2004 e

2005, na medida em que são estes os únicos com dados relativos ao total do período,

verificamos variações substanciais.

Uma variação decrescente na recolha de Papel/Cartão e na de Embalagens e uma

variação crescente na recolha de Vidro.

No total observamos um decréscimo entre a recolha de resíduos recolhidos

selectivamente entre o ano de 2004 e 2005.

Os baixos valores traduzem uma falta de sensibilização da população de Trancoso

para esta temática, pelo que existe uma necessidade de sensibilização e informação

sobre os procedimentos da recolha selectiva.

Porém, será de referir que já existe uma preocupação nesta matéria na medida em

que ao longo dos últimos anos se têm realizado actividades de

educação/sensibilização ambiental, conforme ilustrado no Quadro nr. 74:

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

83

Quadro nr. 74 – Actividades de Educação/Sensibilização Ambiental

Anos Actividade População Alvo

2003 Stand de Sensibilização Ambiental na Feira de S. Bartolomeu Toda a População

2004 Comemoração do Dia Mundial da Criança/Ambiente Crianças dos 4 aos 12 anos

2005 Comemoração do Dia Mundial da Árvore e da Floresta Pré-Escolar e 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Trancoso

2005 Acção de Sensibilização Ambiental/Formação – Os Resíduos na Escola e na vida

Auxiliares de Acção Educativa e Alunos do 3º Ciclo

2006 Iniciativa “Água... um Recurso a Preservar” Toda a População em geral e os Alunos do Pré-Escolar em particular

2006 Acção de Sensibilização/Formação Ambiental – Um olhar sobre a Reciclagem

Alunos do 2º e 3º Ciclo

2006 Acção de Sensibilização/Formação Ambiental – Um olhar sobre a Reciclagem

Alunos do 1º e 3º Ano do 1º Ciclo

Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

Analisando o quadro acima podemos verificar que a maior preocupação reside na

sensibilização das camadas mais jovens da população.

Esta população alvo assume extrema importância na medida em que não têm hábitos

criados terem desde cedo sensibilização para esta temática.

1.10.2. Incêndios (Desflorestação)

Na lei orgânica da Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF) o concelho de

Trancoso enquadra-se no Núcleo Florestal da Beira Interior Norte.

Quadro nr. 75 – Ocorrências/Área Ardida no Concelho (1980 – 2005)

Anos Nr. Ocorrências Área Ardida

(Povoamentos)

Área Ardida

(Matos)

Área Ardida

(Total)

1980 11 215.5 239.5 455

1981 1 125 0 125

1982 27 878.2 1044 1922.2

1983 6 462.1 1225 1687.1

1984 50 227 544 771

1985 161 2009.9 1930 3939.9

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1986 72 178 285 463

1987 73 61 281.5 342.5

1988 63 50.6 239.9 290.5

1989 141 193.9 518.5 712.4

1990 83 2290.1 2612.1 4902.2

1991 101 203.4 1019.8 1223.2

1992 32 9.41 168.85 178.26

1993 95 36 836 872

1994 216 272.5 4236.5 4509

1995 93 669.2 1077.31 1746.51

1996 142 67.38 1444.93 1512.31

1997 109 34.68 355.4 390.08

1998 151 169 541.05 710.05

1999 151 329.6 1514.4 1844

2000 83 474.93 2382.80 2857.73

2001 59 272.50 925 1197.5

2002 85 119.50 395.63 515.13

2003 67 1718.30 1758.92 3477.22

2004 51 62 120.51 182.51

2005 119 652.50 1692.20 2344.70

Total 2242 11782.2 27388.8 39171

Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais

Gráfico nr. 12 – Áreas Ardidas no Concelho de Trancoso (1980-2005)

0,0

1.000,0

2.000,0

3.000,0

4.000,0

5.000,0

6.000,0

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

Ano

ha

Área Ardida Povoamentos Área Ardida Matos Área Ardida Total

Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

84

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Gráfico nr. 13 – Ocorrências Vs Áreas Total Ardidas no Concelho de Trancoso

(1980-2005)

0

50

100

150

200

250

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

Ano

n.º

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

ha

Nº de Ocorrências Área Ardida Total

Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

Fazendo uma leitura do quadro acima e respectivos gráficos, cuja fonte é a

DGRF, conseguimos verificar que os picos em termos áreas totais ardidas, no

Concelho de Trancoso, ocorreu nos anos de 1985, 1990, 1994, 2000 e 2003.

Estes representam respectivamente 10,70 %, 13,31%, 12,24%, 7,76% e

9,44% do total de 36826,3 ha de área ardida. Assim, existe uma tendência de

ciclo crítico com uma cadência mais ou menos de cinco em cinco anos.

Será ainda de referir que os anos acima enunciados como sendo os piores, não

correspondem aos anos com maior número de ocorrências, desta forma, podemos

concluir que as ocorrências verificadas atingiram maior gravidade e

consequentemente abrangeram uma maior área.

Igualmente importante é a transcrição do número de ocorrências e o total de área

ardida dos últimos anos, por freguesia, dados recolhidos da DGRF.

Quadro nr. 76 – Ocorrências e Área Ardida por Freguesia (1999 – 2005)

ANO FREGUESIA

DADOS 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

TOTAL GERAL

Nº de Ocorrências 4 3 1 3 2 4 6 23 Aldeia Nova

Área Ardida Total 628,1 730,0 111,0 3,5 57,0 8,0 57,0 1.594,6

Nº de Ocorrências 2 4 1 1 1 9 Carnicães

Área Ardida Total 0,0 1,0 0,5 0,0 0,0 1,5

85

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

86

Nº de Ocorrências 1 1 Carvalheira

Área Ardida Total 2,0 2,0

Nº de Ocorrências 4 3 3 1 2 1 2 16 Castanheira

Área Ardida Total 15,5 24,5 33,5 15,0 22,0 3,0 2,0 115,5

Nº de Ocorrências 1 1 Sebadelhe da Serra

Área Ardida Total 9,0 9,0

Nº de Ocorrências 1 2 1 4 Cogula

Área Ardida Total 1,0 50,0 6,0 57,0

Nº de Ocorrências 4 7 1 5 3 3 6 29 Cótimos

Área Ardida Total 4,5 508,0 0,5 8,0 2.325,0 7,0 3,5 2.856,5

Nº de Ocorrências 10 2 12 Feital

Área Ardida Total 6,9 11,0 17,9

Nº de Ocorrências 4 1 4 6 3 2 1 21 Fiães

Área Ardida Total 1,0 585,0 115,0 14,0 119,5 1,0 0,5 836,0

Nº de Ocorrências 1 1 Frechão

Área Ardida Total 0,0 0,0

Nº de Ocorrências 11 10 6 4 1 5 3 40 Freches

Área Ardida Total 6,5 147,3 25,0 12,0 300,0 3,5 0,5 494,8

Nº de Ocorrências 4 1 1 4 1 14 25 Granja

Área Ardida Total 0,5 1,0 4,0 8,5 1,0 15,5 30,5

Nº de Ocorrências 2 3 1 6 Guilheiro

Área Ardida Total 0,0 4,5 0,0 4,5

Nº de Ocorrências 1 1 Maçal da Ribeira

Área Ardida Total 1,0 1,0

Nº de Ocorrências 2 5 1 2 10 Moimentinha

Área Ardida Total 3,0 9,5 0,5 1,0 14,0

Nº de Ocorrências 28 8 5 4 11 5 18 79 Moreira de Rei

Área Ardida Total 775,0 293,0 241,5 59,5 185,5 25,0 150,5 1.730,1

Nº de Ocorrências 1 1 1 3 Palhais

Área Ardida Total 0,0 0,5 0,0 0,5

Nº de Ocorrências 1 3 4 15 1 24 Póvoa do Concelho

Área Ardida Total 16,0 189,0 5,5 87,0 0,0 297,5

Nº de Ocorrências 1 2 3 Reboleiro

Área Ardida Total 1,5 1.421,0 1.422,5

Nº de Ocorrências 3 1 2 1 3 1 11 Rio de Mel

Área Ardida Total 5,0 0,0 5,0 118,0 4,0 0,0 132,0

Nº de Ocorrências 8 2 5 6 5 9 7 42 Santa Maria

Área Ardida Total 271,0 41,4 28,0 3,5 2,0 39,0 0,5 385,4

Nº de Ocorrências 1 1 São Martinho

Área Ardida Total 0,0 0,0

Nº de Ocorrências 11 4 6 3 5 3 15 47 São Pedro

Área Ardida Total 15,0 16,0 67,0 3,0 54,0 5,0 4,5 164,5

Nº de Ocorrências 1 4 1 1 1 8 16 Sebadelhe da Serra

Área Ardida Total 2,5 264,0 4,0 2,0 1,0 67,5 341,0

Nº de Ocorrências 6 1 2 2 3 14 Souto Maior

Área Ardida Total 11,5 5,0 1,0 1,0 0,5 19,0

Nº de Ocorrências 15 3 6 4 1 4 33 Tamanhos

Área Ardida Total 24,0 5,0 25,5 3,5 2,0 546,0 606,0

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

87

Nº de Ocorrências 2 1 1 3 2 7 16 Terrenho

Área Ardida Total 0,0 5,0 0,5 2,0 0,0 29,0 36,5

Nº de Ocorrências 1 2 2 3 3 4 15 Torre do Terrenho

Área Ardida Total 0,0 1,5 3,0 107,0 1,0 5,0 117,5

Nº de Ocorrências 6 5 1 4 2 2 20 Torres

Área Ardida Total 3,5 23,5 451,0 1,5 0,0 2,0 481,5

Nº de Ocorrências 1 1 Trancoso

Área Ardida Total 2,0 2,0

Nº de Ocorrências 4 2 4 4 3 3 20 Valdujo

Área Ardida Total 4,0 10,5 5,1 349,5 2,5 4,0 375,6

Nº de Ocorrências 1 1 Vale de Mouro

Área Ardida Total 2,5 2,5

Nº de Ocorrências 1 1 Vale de Seixo

Área Ardida Total 1,0 1,0

Nº de Ocorrências 1 1 1 1 1 3 8 Vale do Seixo

Área Ardida Total 0,0 0,5 0,0 0,5 0,0 1,5 2,5

Nº de Ocorrências 9 8 1 5 3 2 3 31 Vila Franca das Naves

Área Ardida Total 3,0 4,5 0,5 0,0 15,0 0,5 25,0 48,5

Nº de Ocorrências 3 1 4 2 4 14 Vila Garcia

Área Ardida Total 3,5 0,0 60,0 46,0 80,0 189,5

Nº de Ocorrências 5 1 2 3 2 1 14 Vilares

Área Ardida Total 31,5 0,0 1,0 11,0 25,5 1,5 70,5

Nº de Ocorrências 1 1 (em branco)

Área Ardida Total 0,0 0,0

Total Nº de Ocorrências

151 83 59 85 66 51 119 614

Total Área Ardida Total

1.844,0 2.857,7 1.197,5 515,1 3.519,5 182,5 2.344,7 12.461,1

Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais

Quadro nr. 77 – Área Total e Total Ardida do Concelho

Unidade Territorial Área Total (ha)

Trancoso 36454

Área Total Ardida 36826,30

Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais

Tendo em linha de conta as áreas acima referidas verificamos que a área ardida é

superior a área total do Concelho, desta forma e sabendo que existem superfícies que

nunca arderam, podemos concluir que existem áreas alvo de ocorrências sucessivas.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

88

Quadro nr. 78 – Área Total e Total Ardida do Distrito e do País

Unidade

Territorial Área Área Total (Km²) Área Total (ha)

Área Total 5535,90 553590,00

Guarda Área Total

Ardida 4843,78 484378,00

Área Total 91946,70 9194670,0

Portugal Área Total

Ardida 27080,26 2708026,4

Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais

Pelo acima exposto verificamos que o total de área ardida no Concelho de Trancoso

assume valores consideráveis, estes valores tornam-se ainda mais significativos e

preocupantes através da leitura dos quadros relativos ao Distrito e ao País.

Verificamos que enquanto a área ardida no Concelho representa mais de 100% da

área total de Trancoso, a nível de Distrito esta apenas representa 87,50% da área

total, o que é sinónimo de aproximadamente – 14,26%.

A diferença ainda assume valores mais representativos se comparamos os números

apurados em termos de Concelho e País, onde a diferença é de aproximadamente 72

pontos percentuais, uma vez que a área total ardida a nível de Portugal representa

apenas 29,45% da área total.

1.10.2.1. Risco de Incêndio6

De acordo com o decreto-lei 156/2004, de 30 de Junho, o Concelho de Trancoso, e

pelas características que lhe são inerentes, encontra-se em risco elevado e muito

elevado, conforme ilustra o mapa abaixo.

6 Plano Operacional Municipal

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

89

Fig. 15 – Mapa do Risco de Incêndio do Concelho

Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

São situações de potencial risco de incêndio:

Grande representatividade de manchas contínuas de resinosas, o que se

associa a um aumento da velocidade de propagação de incêndios;

Presença de espécies vegetais invasoras (Acácia dealbata), nas imediações da

Estrada Nacional 102 (Freches e Carnicães) e Estrada Nacional 226 (Alto da

Borca);

A maioria dos povoamentos florestais de proprietários privados, encontram-se

em estado de semi-abandono, associando-se grandes quantidades de materiais

combustíveis;

Extensas áreas contínuas de incultos, associados a zonas de maior altitude, a

um estado de arbustivo com uma carga combustível verdadeiramente elevada;

Zonas que sendo alvo de circulação diária de pessoas (estradas nacionais,

municipais e zonas sociais), são propícias à eclosão de incêndios, devendo ser

alvo de cuidados de vigilância;

O factor relevo, no caso particular dos vales encaixados, associados a relevo

recortado e a declives acentuados, acresce a dificuldade de previsão de

propagação e o combate ao incêndio;

O estado da rede viária poderá ser uma condicionante à primeira intervenção e

combate ao incêndio, visto que alguns trilhos existentes encontram-se em

semi-abandono e sem manutenção, o que poderá condicionar ou limitar a

circulação dos veículos de combate;

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Os núcleos populacionais, nomeadamente através da prática de queimadas,

proporcionam um risco permanente de eclosão de incêndios.

1.10.2.2. Perigo de Propagação No que se refere à propagação dos incêndios florestais, são factores determinantes a

carga de combustível existente, as características do relevo e as condições

meteorológicas. Deste modo, e exceptuando as zonas recentemente ardidas e as

áreas urbanas, o Concelho apresenta, condições de carga de combustível

extremamente elevadas.

Considera-se de extrema importância, para análise de possível propagação dos fogos

florestais, toda a informação que se associa ao registo das ocorrências de anos

anteriores, conforme ilustra o mapa abaixo.

Fig. 16 – Mapa de áreas ardidas 1990-2005 do Concelho

Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

De referir que, como medida de controlo de propagação, a Câmara Municipal de

Trancoso, apresentou candidatura ao Programa AGRIS, de modo a implementar

acções que visem quer a redução do risco de deflagração quer a própria propagação

de fogos florestais.

A questão dos incêndios torna-se de grande relevância pelas suas implicações

ambientais, através da constatação do volume de área ardida e pelo elevado risco de

incêndio, estes contribuem para que o solo fique desprotegido e sujeito a erosão

90

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

91

devido à completa destruição da vegetação arbustiva e herbácea e da camada de

manta morta (camada de matéria orgânica no topo dos solos, muito rica em

nutrientes);

Pode formar-se uma camada extremamente repelente à água por baixo da camada de

cinzas que impede a infiltração da água e promove a escorrência por cima do solo,

impedindo definitivamente a renovação da floresta.

As cinzas e o solo são facilmente mobilizados pelos primeiros episódios chuvosos e

não ficando retidos (devido à destruição dos obstáculos, ramos, folhas, raízes, etc.)

são arrastados ao longo das encostas, o que pode resultar na degradação da

qualidade da água (poluição) a jusante das áreas queimadas.

Por tudo o acima exposto assume grande importância não apenas a prevenção, que

passa pelo trabalho de manter a floresta ordenada e limpa, mas também por um

trabalho de tratamento das áreas ardidas nomeadamente a nível de reflorestação.

Neste sentido o trabalho de prevenção e de tratamento da áreas ardidas pode ser

encarado como uma forma de afectação de recursos, empregabilidade, por um lado, e

por outro como uma forma de empreendorismo.

1.10.3. Meios de Prevenção

Sendo que o risco de incêndio no Concelho muito elevado e elevado será importante

referir os meios de Combate, em termos de Recursos Humanos, existentes no

Concelho.

Quadro nr. 79 – Nr. de Efectivos dos Bombeiros de Trancoso

Bombeiros Voluntários Homens Mulheres Nr. Total de

Efectivos

Trancoso 82 12 94

Vila Franca das Naves 60 11 71

Total 142 23 165 Fonte: Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Trancoso Fonte: Associação de Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Segundo a leitura do quadro acima podemos concluir que existem 165 efectivos para

uma área total de 36454 hectares de área total do Concelho, pelo que em média cada

efectivo deverá cobrir uma área aproximada de 221 hectares.

1.10.4. Cursos de Água Na temática do ambiente uma outra questão para a qual se tem de prestar atenção

são os níveis de poluição dos cursos de água, um dos bens essenciais a subsistência

do ser humano. Neste sentido tentamos a recolha de dados para retirar conclusões e

sendo que não nos foi possível, na medida em que existe o conhecimento por parte da

população da existência de cursos de água poluídos, este problema não poderia deixar

de ser aqui referido.

Fig. 17 – Mapa dos Principais Cursos de Água do Concelho de Trancoso

Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

Essa poluição segundo o conhecimento geral da população é mais premente no Rio

Távora (Figura 17).

92

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

93

2 – Análise Estratégica

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

94

2.1. Análise SWOT A análise ou modelo Swot é uma forma muito difundida de fazer diagnóstico, que é

usada nas mais variadas áreas de investigação.

O modelo Swot é também conhecido como o modelo de Harvard, já que a sua

metodologia se baseia neste modelo.

O termo Swot é a junção das iniciais (em inglês) dos quatro elementos chave desta

análise estratégica, nomeadamente:

Strenghts (Pontos Fortes) - Vantagens internas do Concelho em relação aos demais

Concelhos e/ou País;

Weaknesses (Pontos Fracos) - Desvantagens ou fraquezas internas em relação aos

demais Concelhos e/ou País;

Opportunities (Oportunidades) - Aspectos positivos da envolvente, nomeadamente a

conjuntura do País, da Região, legislação, com potencial de fazer crescer e contribuir

para o desenvolvimento do Concelho.

Threats (Ameaças) - Aspectos negativos da envolvente acima referida, capazes de

comprometer o potencial do Concelho e consequentemente o desenvolvimento deste.

No caso concreto do Diagnóstico Social, o objectivo último da análise Swot é definir as

Forças (pontos fortes) e as Fraquezas (pontos fracos), neste caso no concelho de

Trancoso.

Para tal assume essencial a contextualização do Município no sentido de apurar e retratar

a realidade interna, para a realização posterior de uma reflexão aprofundada, na qual é

importante a participação de todos os actores, com o intuito de conseguir o objectivo da

análise.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

95

Área-Problema 1 – Educação/Formação

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema – Educação/Formação

Forças Fraquezas

- Existência de Infra-estruturas para 1º,

2º, 3º Ciclo e Ensino Secundário;

- Escola Profissional de Trancoso;

- Ensino Recorrente;

- Cursos EFA (Educação e Formação de

Adultos);

- Educação Extra-Escolar (Bolsas de

Actividades);

- CENFORMAT (Centro de Formação para

Pessoal Docente e não Docente);

- Residência de Estudantes;

- Planos de Formação:

AENEBEIRA;

Santa Casa da Misericórdia;

Raia Histórica/ Centro Emprego de

Pinhel;

- Serviços de Acção Social Escolar (livros,

material escolar, alimentação);

- Maior procura do ensino Creche e Pré-

escolar na sede do Concelho;

- Inexistência de condições de mobilidade

para alunos portadores de deficiência;

- Existência de um Núcleo de Intervenção

Precoce (Saúde Oral);

- Existência da CPCJ de Trancoso;

- Articulação entre as Instituições de

responsabilidade (Agrupamentos de

Escolas/Centro de

Saúde/GNR/Bombeiros/CPCJ);

- Existência de uma rede de transportes

escolares;

- Existência de 3 Associações de Pais e

Encarregados de Educação;

- Cobertura da rede Pré-Escolar.

- Baixa qualificação profissional da

população activa;

- Elevada Taxa de Analfabetismo;

- Reduzida qualificação profissional dos

quadros técnicos;

- Demissão dos pais no processo educativo

dos filhos (baixas habilitações escolares

e falta de competências parentais e

sociais por parte dos encarregados de

educação);

- Reduzidas expectativas face à

escolarização e empregabilidade;

- Inexistência de serviços de orientação

profissional (SPO – Serviços de

Psicologia e Orientação);

- Diminuição do número de alunos em

todos os níveis de Ensino;

- Instabilidade do Corpo docente

(Agrupamentos de Escolas);

- Fraco aproveitamento de outras formas

de acesso à educação (Centro Cultural,

Biblioteca, Espaço Internet, Cinema,

Teatro, Pavilhão Multiusos);

- Infra-estruturas escolares sem condições

de mobilidade para indivíduos portadores

de deficiência;

- Poucas oportunidades de integração no

mercado de trabalho para os Formandos

dos Cursos EFA;

- Insuficiência de Infra-estruturas para

Creche/Pré-Escolar (sede do Concelho).

- Inadequação da infra-estrutura existente

para o 1º Ciclo (sede do Concelho);

- Insuficiente rede de transportes

escolares.

- Inexistência da “Carta Escolar”.

96

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema 2 – Cuidados de Saúde

97

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema – Cuidados de Saúde

Forças Fraquezas

- Centralidade do Centro de Saúde

(Concelho);

- Existência de Extensões do Centro de

Saúde em algumas freguesias;

- Centro de Saúde com boas instalações;

- Existência do SAP 24 H (Serviço de

Atendimento Permanente) com estruturas

físicas adequadas;

- Existência de Consultas de Clínica Geral e

Consultas de Prevenção (Planeamento

Familiar, Saúde Materna, Saúde Infantil,

Diabéticos e Hipertensos);

- Centralidade do Centro de saúde em

relação aos Concelhos limítrofes;

- Boas acessibilidades ao Centro de Saúde;

- Existência de um Programa de Saúde

Escolar (Saúde Oral);

- Existência do “Espaço Adolescere” (Apoio

Psicologia Clínica);

- Projecto PAII (Apoio Domiciliário ao

Idoso);

- Existência de uma UAI (Unidade de Apoio

Integrado);

- Serviço de marcação de consultas via

telefone (horário de expediente);

- Projecto Piloto de Cuidados Continuados ao

Domicílio com apoio de Fisioterapia e

Psicologia Clínica;

- Existência de Farmácias (Trancoso, Vila

Franca das Naves e um Posto na Freguesia

do Reboleiro).

- Inexistência de Consultas de

Especialidade;

- Inexistência de Meios de Diagnóstico;

- Falta de Cuidados preventivos;

- Envelhecimento da população;

- Aumento da procura de cuidados

ligados à 3ª. Idade;

- Carência de Técnicos Superiores de

Saúde (médio prazo);

- Possibilidade de encerramento do

Serviço de Urgência;

- Insuficiência de apoio médico

domiciliário;

- Encerramento das Extensões de

Saúde (Freguesias de Guilheiro e

Cogula);

- Falta de acções de prevenção

relativas ao Alcoolismo e

Toxicodependência;

- Falta de um sistema integrado de

informatização (Centro de Saúde);

- Falta de divulgação relativamente ao

processo de marcação de consultas;

98

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema 3 – Empregabilidade

99

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema – Empregabilidade/Actividade Económica

Forças Fraquezas

- Importância do comércio grossista e a

retalho;

- Importância do sector de reparação

automóvel;

- Importância do sector da construção

civil e obras públicas;

- Importância da indústria agro-alimentar

(transformação de carnes e lacticínios,

queijarias e panificação);

- Grande expressividade a nível da

restauração;

- Administração Pública como grande

empregador (diversos serviços);

- Existência da Bandarra – Cooperativa

Agrícola (Trancoso);

- Existência da Cooperativa Agrícola Beira

Serra (Vila Franca das Naves);

- Existência da AENEBEIRA (Associação

Empresarial do Nordeste da Beira);

- Existência do GAT (Gabinete de Apoio

Técnico);

- Existência da Raia Histórica (Fomento e

apoio ao desenvolvimento sócio-

económico local);

- Centro de Emprego de Pinhel:

Apoios a Iniciativas Locais de

Emprego;

Apoios a Estágios profissionais;

Apoio a contratação;

- Zona Industrial - incentivos à fixação de

empresas;

- IPSS’s como fonte de empregabilidade.

- Aumento da Taxa de Desemprego

(desemprego de longa duração);

- Interioridade;

- Baixo nível de instrução e qualificação da

mão-de-obra local;

- Elevado número de mão-de-obra

feminina desempregada;

- Vínculos precários de emprego;

- Deficiente fixação de Quadros Médios e

Superiores;

- Salários baixos;

- Debilidade do Sector Primário, visível

pelo trabalho de carácter sazonal e

pratica de agricultura de subsistência;

- Debilidade do Sector Secundário

(encerramento de Fábricas);

- Desajustamento entre a Oferta e a

Procura;

- Falta de iniciativa privada;

- Reduzida capacidade de investimento e

empreendorismo;

- Falta de competitividade;

- Reduzida Rede de Transportes;

- Factores culturais (comodismo) -

dificultam a mobilidade;

- Reduzido profissionalismo.

100

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema 4 – Acção Social

101

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema – Acção Social

Forças Fraquezas

- Existência de IPSS’s (com razoável taxa de

cobertura nas valências de apoio à 3ª

Idade/dependentes e Infância);

- Presença de Associações de Apoio à

Comunidade com elevado grau de

intervenção social;

- CPCJ de Trancoso – Comissão de Protecção

de Crianças e Jovens em risco;

- Disponibilidade de Recursos Humanos

qualificados, com formação

profissionalizante:

Acompanhante de Crianças,

Agente em Geriatria;

Assistente Familiar e de Apoio à

Comunidade;

- Existência da Santa Casa da Misericórdia de

Trancoso (Projectos de Intervenção

Social);

- Existência de um Lar de Acamados (Santa

Casa da Misericórdia de Trancoso);

- Existência de uma UAI (Unidade de Apoio

Integrado);

- CLA de Trancoso (Comissão Local de

Acompanhamento)/ NLI (Núcleo Local de

Inserção) – Rendimento Social de

Inserção;

- Apoio Técnico às IPSS’s (Técnicos da CDSS

Guarda);

- Serviço Social do Centro de Saúde de

Trancoso (Levantamento, orientação e

encaminhamento de utentes/famílias com

necessidade de intervenção).

- Acção Social concentrada no apoio à 3ª.

Idade;

- Insuficiente apoio à Infância;

- Insuficiente apoio aos jovens;

- Inexistência de apoio à Deficiência;

- Aumento relevante do número de crianças

sinalizadas em situação de risco;

- Envelhecimento da população – aumento do

número de idosos dependentes;

- Falta de competências parentais, fraca

estrutura familiar de suporte;

- Insuficiência de estruturas para idosos e

grandes dependentes;

- Falta de formação contínua dos Funcionários

das Instituições de Apoio Social;

- Falta de ocupação dos Idosos;

- Inexistência de Centros de Noite;

- Famílias em situação de exclusão social;

- Deficientes condições de habitabilidade;

- Deficiente acompanhamento às situações de

Alcoolismo sinalizado;

- Dificuldade na obtenção de recursos

económico-financeiros para aquisição e

manutenção de equipamentos sociais;

- Falta de um sistema integrado de

informatização das entidades/serviços;

- Aumento do número de casos de

delinquência juvenil (toxicodependência e

alcoolismo);

- Inexistência de Estruturas de Apoio à Vítima

no Concelho;

- Inexistência de uma Bolsa de Famílias (

acolhimento de Crianças e Idosos).

102

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema 5 – Cultura Associativa

103

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema – Cultura Associativa

Forças Fraquezas

- Existência de estruturas de suporte:

equipamentos desportivos (piscinas,

polidesportivos) recreativos (salões de

festas) culturais (Biblioteca, Centro

Cultural, Auditórios, Cinema);

- Espaço Internet;

- Pavilhão Multiusos;

- Estádio municipal;

- Iniciativas de índole “cultural/popular”

- Existência de 55 Associações;

- Novos equipamentos culturais: Museu

(Trancoso), Centro Cultural/Cinema (Vila

Franca das Naves).

- Fraca articulação inter-associativa (falta

de cultura de parceria entre

Associações);

- Falta de quadros técnicos – animadores

sociais/culturais;

- Associativismo em “part-time”;

- Falta de adesão aos programas e

iniciativas;

- Falta de formação dos Dirigentes

Associativos (desmotivação);

- Falta de responsabilização dos sócios;

- Concentração do número de jovens na

sede de Concelho – diminuição do

número de jovens nas Aldeias;

- Falta de organização e de divulgação de

acções ligadas ao património local

(Tradições);

- Ausência de iniciativas articuladas e

integradoras dos recursos existentes;

- Subaproveitamento do Parque Municipal.

104

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema 6 – Turismo

105

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema – Turismo

Forças Fraquezas

- Tradição de comércio e feiras;

- Centralidade geográfica;

- Enquadramento na Região de Turismo da

Serra da Estrela;

- Enquadramento no Programa Aldeias

Históricas de Portugal (Reabilitação do

Centro Histórico);

- Peculariedade das características

morfológicas e de património do Centro

Histórico de Trancoso;

- Unidade Hoteleira – Hotel Turismo;

- Património histórico, cultural, religioso,

arqueológico e arquitectónico;

- Escola Profissional de Trancoso – Curso de

Turismo e o Curso EFA de Cozinheiro;

- Gastronomia e Artesanato – Produtos

típicos da região;

- Revisão do PDM (Plano Director Municipal);

- Raia Histórica, Apoio ao desenvolvimento

sócio-económico local.

- Subaproveitamento dos recursos

naturais;

- Deficiente tratamento da gastronomia e

do artesanato;

- Deficiente preservação do património;

- Unidades de alojamento deficientes

(inexistência de qualificações técnicas e

de recursos humanos habilitados);

- Falta de planificação da oferta turística

(divulgação, informação e marketing das

potencialidades turísticas);

- Falta de formação profissional específica;

- Enfraquecimento (inadequação e

desqualificação) da oferta comercial aos

turistas;

- Estadias de curta duração;

- Falta de investimento no Turismo Rural;

- Falta de investimento no Turismo

Aventura;

- Falta de competitividade;

- Desajustamento entre a oferta e procura

no Centro Histórico;

- Acessibilidades.

106

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema 7 – Ambiente

107

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema – Ambiente

Forças Fraquezas

- Existência do Ecocentro de

Trancoso/Estação de Transferência de

RSU;

- Albufeira da Teja;

- Parque Municipal de Trancoso - “pulmão

verde” da Cidade;

- Centralidade do Parque Municipal de

Trancoso (Classificado);

- Existência da Associação Humanitária dos

Bombeiros Voluntários de Trancoso;

- Existência da Associação de Bombeiros

Voluntários de Vila Franca das Naves;

- Existência da Associação de Protecção da

Natureza (Trancoso);

- Elaboração do Plano Operacional Municipal

(Florestas);

- Potencial para o desenvolvimento de uma

Política Florestal Integrada: exploração

florestal do Castanheiro e Pinheiro Bravo;

- Baixos níveis de poluição acústica e

atmosférica;

- Acções de Educação Ambiental

(promovidas pelo Departamento do

Ambiente - CMT).

- Elevada área total ardida;

- Despovoamento Florestal e o risco de

erosão;

- Inexistência de limpeza e manutenção

das matas;

- Falta de medições ambientais:

inexistência de mapas de ruído; poluição

dos cursos de água; poluição

atmosférica;

- Revisão do PDM – Plano Director

Municipal;

- Falta de preocupação e sensibilização

ambiental da população em geral;

- Risco de Incêndio (Elevado e Muito

Elevado);

- Inexistência de um Plano de Albufeira:

Albufeira da Teja;

- Poluição do Rio Távora/Ribeira dos

Alacrários – não tratamento dos

efluentes da Fábrica de Lacticínios.

108

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

3 – Eixos de Intervenção

109

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1. Educação/Formação O problema do baixo nível de escolaridade da população está associado à

desvalorização do sistema educativo, afectando sobretudo crianças e jovens.

A resolução passa por um maior envolvimento/participação da sociedade civil

(Educadores), com vista a uma maior valorização do sistema educativo e maior

utilização das respostas educativas/formativas já existentes ou a criar.

A importância da educação é um problema cultural que afecta sobretudo a população

em idade activa com poucas expectativas em relação ao ensino/educação, traduzindo-

se numa fraca participação da comunidade em geral, nos processo educativos.

O reconhecimento da importância da Educação constitui a nível local um desfio ao

desenvolvimento sócio-comunitário e uma oportunidade ao bom exercício da

cidadania.

Sendo a taxa de analfabetismo elevada e consequentemente a baixa qualificação

profissional da população activa do Concelho uma realidade é necessário o uso das

forças externas existentes para a promoção da alfabetização da população.

Quando se fala em forças externas existentes consideram-se os pilares fundamentais

da Iniciativa Novas Oportunidades:

- O primeiro pilar, fazer do ensino profissionalizante de nível secundário uma opção,

sendo a resposta para os inaceitáveis níveis de insucesso e abandono escolar;

Com o mesmo objectivo do pilar acima referido e no que concerne aos jovens com

reduzidas aptidões para seguir o ensino superior e como forma de conferir

habilitações, combate ao insucesso e ao abandono escolar (sentido pela redução do

número de alunos nestes níveis de ensino) existe no Concelho a Escola Profissional

com cursos de cariz profissionalizante conferindo assim aos jovens que frequentam os

cursos a qualificação para a posterior integração na população activa. Existe ainda a

Residência de Estudantes, para os alunos da Escola Profissional de forma a dar

resposta a alunos provenientes de outros Concelhos, assim esta pode ser vista como

uma forma de enraizar jovens.

110

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

111

- O segundo pilar é o de elevar a formação de base dos activos, dar a todos aqueles

que entraram na vida activa com baixos níveis de escolaridade, uma nova

oportunidade para poderem recuperar, completar e progredir nesta matéria;

Este segundo pilar esta relacionado com a formação contínua, onde a questão não se

centra apenas no facto da população em geral possuir poucas habilitações académicas,

mas reside também, no facto de não existir uma cultura de formação contínua: quer a

população activa, quer as Entidades empregadoras não investem na formação contínua.

Numa economia global e do conhecimento a aposta continuada na formação é cada vez

mais necessária de forma a se poder garantir que a população detém as competências

adequadas para fazer face aos desafios desta.

Ainda será de referir que no todo do processo de escolarização o pessoal docente e

não docente tem uma importante palavra a dizer e as condições de instabilidade que

esta classe enfrenta não contribuem em nada para gerar expectativas face a

escolarização e geração de motivação consideramos que os Cursos de formação para

professores e auxiliares da acção educativa que podem de alguma forma promover a

estabilidade acima referida como factor em falta. Ainda estes cursos conferem

qualificação profissional a população alvo.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

112

Área-Problema: Educação/Formação Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Educação/Formação, apontam-se as

seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s):

• Baixo nível de

Escolaridade da

População;

• Baixa

qualificação

profissional da

população activa.

Prioridades de Intervenção:

• Redução da Taxa de

Analfabetismo;

• Promoção da importância da

escolarização;

• Formação contínua para todos

os níveis de qualificação

(formação transversal).

Potencialidades (Recursos):

• Escola Profissional de Trancoso (Centro Novas

Oportunidades);

• Cursos Tipo EFA – Educação e Formação de Adultos;

• CENFORMAT – Centro de Formação Docentes e não Docentes;

• AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira

(Entidade acreditada pelo IQF);

• Raia Histórica (Entidade acreditada pelo IQF);

• Centro de Emprego e Formação Profissional (Pinhel);

• Câmara Municipal;

• Associações de Pais;

• Agrupamentos de Escolas (Trancoso/Vila Franca das Naves);

• Santa Casa da Misericórdia de Trancoso;

• Escola Secundária Gonçalo Anes Bandarra.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

113

Linhas orientadoras para a Acção:

• Sensibilizar para a importância da Escolarização;

• Promover e dinamizar outras formas de acesso à Educação (Centro Cultural/Biblioteca/Espaço Internet);

• Promover a Formação contínua (Activos);

• Promover e divulgar a Iniciativa “Novas Oportunidades”;

• Divulgar os Cursos da Escola Profissional – Formação Quadros Técnicos;

• Divulgar os Cursos promovidos pela AENEBEIRA;

• Divulgar os Cursos promovidos pela Raia Histórica;

• Divulgar os Cursos promovidos pela Santa Casa da Misericórdia de Trancoso;

• Incentivar a continuidade dos Projectos Tipo Cursos EFA – Educação e Formação de Adultos;

• Incentivar a elaboração da “Carta Escolar”;

• Sensibilizar para a articulação entre os Planos de Formação e as Entidades Empregadoras;

• Sensibilizar para a criação de um Gabinete de SPO (Serviço de Psicologia e Orientação) nos Agrupamentos de Escolas;

• Dinamizar o papel das Associações de Pais nas Escolas;

• Promover a criação de uma UNIVA (Unidade de Integração na Vida Activa).

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

114

2. Cuidados de Saúde Sendo os cuidados de saúde um direito que nos assiste a todos deve ser dada especial

atenção a esta temática, não descorando o facto da população que caracteriza o

Concelho ser uma população envelhecida o que se traduz num maior recurso a

cuidados específicos para esta faixa etária.

Pelo acima exposto uma das questões a ser verificada passa pelo apoio domiciliário,

que se apresenta como insuficiente, apesar do esforço realizado pelas IPSS -

Instituições Particulares de Solidariedade Social. Porém, neste sentido o Concelho tem

uma força, o Programa PAII – Programa de Apoio Integrado ao Idoso, que tem como

finalidade colmatar essas carências.

Neste sentido assume-se também como uma força o Programa Saúde XXI, através

deste podem colmatadas várias das fraquezas apontadas na análise swot, como sejam

a carência de meios de diagnóstico.

Este programa pretende ainda a complementaridade entre o SNS – Sistema Nacional

de Saúde e as entidades públicas e privadas com actuação nesta área, neste sentido

consideramos importante a existência de Projectos que reunam o Centro de Saúde,

Escolas, Autarquias, IPSS’s e Associações.

Para além do acima exposto assume-se como essencial promover acções de

sensibilização e informação para a população no sentido de promover uma atitude

preventiva como a importância da vacinação e do planeamento familiar e auxiliar a

população na criação de hábitos de vida saudável.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

115

Área-Problema: Cuidados de Saúde Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos aos Cuidados de Saúde, apontam-se as

seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s):

• Inexistência de

meios de

diagnóstico;

• Inexistência de

consultas de

especialidade;

• Insuficiência do

Apoio Domiciliário

(Cuidados de

Saúde).

Prioridades de Intervenção:

• Alargamento da rede de apoio

de cuidados continuados ao

Idoso e aos dependentes no

domicílio;

• Criação de uma Comissão

Concelhia de Saúde.

Potencialidades (Recursos):

• Centro de Saúde;

• CPCJ Trancoso;

• IPSS´s;

• Juntas de Freguesia;

• Câmara Municipal.

Projectos:

• Programa PAII – Programa de Apoio Integrado ao

Idoso;

• Programa Saúde XXI.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

116

Linhas orientadoras para a Acção:

• Reforçar as parcerias existentes entre o Centro de Saúde a as Juntas de Freguesia/Agrupamentos de

Escolas/CPCJ/GNR/Bombeiros;

• Informação, promoção e defesa da Saúde Pública;

• Promover Acções de Sensibilização relativamente a Hábitos de Vida Saudável;

• Promover Acções de Sensibilização relativamente à Problemática da Deficiência;

• Promover a Humanização dos Serviços de Saúde;

• Promover a iniciativa privada, na área de cuidados médicos e meios auxiliares de diagnóstico;

• Desenvolvimento e modernização de um Sistema de Informação em Saúde.

• Divulgar e promover o Programa de Saúde Escolar;

• Auxiliar a criação de uma Comissão Concelhia de Saúde;

• Auxiliar a divulgação das formas de marcação e atendimento do Centro de Saúde;

• Promover o Serviço de Voluntariado.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

3. Empregabilidade/Actividade Económica

A falta de empregos no Concelho é uma realidade bem visível, que se apresenta como

uma fraqueza grave na medida em que existem outras fraquezas, que aliada a esta,

tornam difícil a criação de forças para o combate ao desemprego com tendência a

aumentar e a fixação dos jovens com qualificações.

As fraquezas são a debilidade do sector primário e secundário em conjunto com uma

reduzida capacidade de investimento e empreendorismo associado a falta de

competitividade, a falta de iniciativa privada, em muito motivada pela cultura de

dependência de subsídios como forma de obtenção de rendimentos e da formação

profissional. Em suma, no Concelho esta ainda muito patente o “paternalismo”

associado ao Estado, facto este comprovado pelos grandes empregadores do Concelho

serem a Câmara Municipal de Trancoso, a Empresa Municipal e a Santa Casa de

Misericórdia de Trancoso.

O mercado local de emprego está bastante dependente da Administração Pública,

e/ou de sectores tradicionais (como a agricultura e o comércio), tecnologicamente

desactualizados, pouco intensivos em capital e equipamento, voltados para o mercado

regional, ou mesmo e apenas de subsistência.

Pelo acima exposto a primeira força a ser usada devem ser acções de informação

dirigidas a população no sentido de divulgar, nomeadamente, formas para a

reintegração versus integração na vida activa e políticas de emprego através do

auxilio na procura de emprego, na criação do próprio emprego e consequentemente

promover a empregabilidade do Concelho.

Nesta linha e no que diz respeito a criação do próprio emprego será necessário

salientar as forças existentes no Concelho, como sejam, o potencial turístico, o

potencial agro-florestal e as carências a nível de acção social, associados a existência

de pessoas qualificadas. Neste sentido é importante informar e divulgar junto da

população formas e programas que explores essas potencialidades, para tal é muito

importante o papel da Raia Histórica, AENEBeira, GAT entre outros actores do

Concelho.

117

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

118

Neste capítulo assume grande importância para além da informação e divulgação a

formação, uma vez que existe a fraqueza de desadequação entre a oferta e a procura

a adaptação que pode e deve ser feita através da formação profissional, mas para tal

e de forma a ajustar a formação ministrada assume-se essencial o conhecimento da

procura existente no Concelho.

Neste sentido é importante que a formação que as várias entidades do Concelho

oferecem, através dos cursos se adaptem a essa mesma procura, a semelhança do

que se verifica com os cursos EFA ministrados pela Santa Casa da Misericórdia de

Trancoso.

No que diz respeito a realidade concreta da Escola Profissional de Trancoso seria

importante a criação de uma UNIVA – Unidade de Integração na Vida Activa para a

realização de um trabalho junto dos alunos finalistas desta Entidade de forma a

promover a sua inserção no mercado de trabalho, evitando a saída dos jovens e

consequentemente promovendo o enraizamento destes, detentores de conhecimentos

técnicos em variadas áreas.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

119

Área-Problema: Empregabilidade/Actividade Económica Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Empregabilidade, apontam-se as seguintes,

que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s):

• Ausência de

empreendorismo -

fraco dinamismo e

inovação;

• Necessidade de

reforço da

competitividade e

valorização do

território.

Prioridades de Intervenção:

• Desenvolvimento de competências

pessoais, relacionais, sociais e

profissionais;

• Valorização da Parceria (objectivo:

superar dificuldades);

Potencialidades (Recursos):

• Centro de Emprego e Formação Profissional de Pinhel;

• Raia História (Associação de Desenvolvimento Local);

• AENEBEIRA (Associação Empresarial do Nordeste da

Beira) através dos serviços de promoção à actividade

económica;

• Grandes empregadores do Concelho (Administração

Pública, IPSS’s, Comércio e Indústria).

Projecto:

• UAC (Unidade de Acompanhamento e Coordenação do

Urbanismo Comercial).

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

120

Linhas orientadoras para a Acção:

• Apoiar o processo de revisão do PDM – Plano Director Municipal;

• Elaborar o PDS – Plano de Desenvolvimento Social;

• Incentivar à criação de um CACI (Centro de Apoio ao Conhecimento e Integração);

• Incentivar à criação de um CACE (Centro de Apoio à Criação de Empresas);

• Acções de Sensibilização sobre a necessidade de reestruturação da actividade produtiva no Sector Primário;

• Promover os “saberes-fazeres” tradicionais (lacticínios, fumeiros e enchidos);

• Criação de um Gabinete de Apoio – Divulgação de Programas/Projectos/Iniciativas;

• Potenciar os recursos existentes no Concelho;

• Promover o Turismo Rural/Turismo de Habitação/Turismo Aventura/Agroturismo;

• Valorizar os recursos agrícolas locais:

* Indústria agro-pecuária e agro-indústria - solos com aptidão agrícola, florestal e silvopastoril;

• Ajustar as oportunidades de qualificação profissional com as ofertas de emprego;

• Promover o ajustamento entre a oferta e a procura no sector comercial (Centro Histórico de Trancoso);

• Promover e divulgar a importância e necessidade de formação contínua em todos os níveis de qualificação;

• Promover a qualificação dos Recursos Humanos (Tecnologias de Informação e Comunicação).

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

4. Acção Social

Devido a caracterização demográfica definir que estamos ante uma população

envelhecida, temos verificado um crescente investimento na acção social destinada a

terceira idade, porém, deve dar-se especial atenção a esta questão na medida em que

ainda existem números significativos nas listas de espera destas instituições.

Por outro lado, existem valências como sejam os lares de noite e as unidades de apoio

integrado (UAI) que devem também ser entendidas como respostas importantes e

necessárias, pelo que devem ser consideradas em futuros investimentos.

Importante também é o investimento destas entidades na humanização dos serviços

na medida em que os recursos humanos destas, na maioria dos casos e conforme

revelam os resultados dos inquéritos aplicados, não detêm qualificações específicas

para o desempenho das funções junto das populações alvo em causa.

Mas a acção social não deve ser apenas destinada a terceira idade, pois se assim for

esta deve ser entendida como uma fraqueza, na medida em que as outras faixas da

população devem ser também alvo de preocupação nesta matéria.

A fraqueza existe e é demonstrada pela inexistência de infra-estruturas para a

população com grandes dependências como sejam o alcoolismo, que apesar de muito

patente em zonas tipicamente agrícolas e do interior permanecem camufladas, daí a

dificuldade na obtenção de números expressivos.

Neste sentido é necessário a criação de um grupo de trabalho para a realização do

levantamento dos casos existentes (grandes dependências), em primeiro lugar, para

depois se poderem definir as linhas orientadoras da acção conforme o número de

casos detectados e perfil dos mesmos.

É importante apostar também nas crianças, que nos últimos anos, apesar da escassa

taxa de natalidade, têm vindo a aumentar. Consequentemente as infra-estruturas

existentes não têm revelado capacidade para dar resposta, na medida em que

existem listas de espera e oferecem condições inadequadas, como sejam a criação de

turmas excedentárias.

121

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

A acção social pode ainda contribuir para o fomento da natalidade, na medida em que

uma das preocupações dos casais jovens, em termos de planeamento familiar, se

prende com a questão dos empregos cada vez mais terem horários e exigências pouco

compatíveis com os horários das crianças e exigências da educação destas.

Ainda relativamente a esta faixa da população existem crianças em situações de risco,

os números relativos as situações detectadas e já devidamente tratadas não

demonstram a realidade na medida em que estas situações são passadas no interior

das famílias e neste Concelho que se caracteriza pela sua interioridade e ruralidade,

existe ainda uma mentalidade muito própria em relação ao papel dos pais perante os

filhos e como os pais percepcionam o papel dos filhos.

Assim é importante dinamizar a rede constituída por todas as entidades que

participam na educação das crianças, nomeadamente, entre as escolas, centro de

saúde, GNR – Guarda Nacional Republicana através de denúncias e do Projecto Escola

Segura e CPCJ – Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.

No âmbito da acção social, a semelhança do que se verifica nas outras áreas

temáticas, também as acções de informação e divulgação se assumem como

importantes na medida em que podem ter um papel preponderante na prevenção de

dependências, violências e para a criação de competências parentais.

Também importante é a formação dos técnicos de acção social, aproveitando a força

existente uma vez que os técnicos existem, conferindo-lhes especialização para as

áreas de intervenção uma vez que o objecto de trabalho destes é população, a vida

das pessoas. Porém, a formação não é suficiente como garante das intervenções, é

necessário que os técnicos detenham recursos materiais e técnicos para a

sistematização da informação de forma a facilitar o tratamento da mesma e meios de

intervenção capazes.

Deve ainda ter-se em linha de conta as minorias, no que diz respeito ao Concelho a

população portadora de deficiência é um dos casos em que é necessário desenvolver

infra-estruturas de suporte e condições que promovam e auxiliem a mobilidade e

independência destas.

122

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

123

Relativamente a exclusão social e pobreza, apesar de em termos globais não se poder

considerar um Concelho com grande pobreza, mais uma vez devido a interioridade e

ruralidade, essa pobreza existe e é expressa na maioria dos casos pelas condições

habitabilidade.

Assume-se essencial uma acção social concertada com o intuito de corrigir os casos

de exclusão social mas no sentido de encetar acções dirigidas à correcção dos

desequilíbrios sociais existentes.

Em relação estreita com tudo o acima exposto e porque nesta área a obtenção dos dados

e mais ainda o tratamento destes e consequente leitura como um todo se revela de

grande relevância e importância, conforme foi demonstrado neste documento, seria

importante a existência de um observatório com o intuito de criar e manter um sistema

de diagnóstico contínuo e ainda, promover uma acção social concertada.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

124

Área-Problema: Acção Social Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Acção Social, apontam-se as seguintes, que

podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s):

• Insuficiente apoio à 3ª Idade;

• Insuficiência de

infraestruturas de apoio à

Infância;

• Famílias em situação de

exclusão social (deficientes

condições de habitação).

Prioridades:

• Alargamento da rede de

equipamentos sociais;

• Apoio ás famílias em situação de

exclusão social(deficientes

condições de habitação);

• Melhorar o acesso a serviços de

qualidade - Humanização dos

serviços de Apoio Social.

Potencialidades (Recursos):

• IPSS’s;

• CLA/NLI;

• Centro de Saúde;

• CPCJ;

• Serviço Local da Segurança Social;

• Câmara Municipal.

Projectos:

Candidatura ao PARES (Programa de

Alargamento da Rede de Equipamentos

Sociais);

Candidatura ao Programa ProHabita.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

125

Linhas orientadoras para a Acção:

• Elaborar o PDS – Plano de Desenvolvimento Social;

• Promover a Acção Social concertada – Gestão participativa do social;

• Melhorar o acesso ás respostas sociais – aumento da rede de equipamentos sociais no Concelho;

• Promover Acções de Formação aos Funcionários/Técnicos das Instituições – Humanização dos Serviços;

• Incentivar e promover a criação de um Sistema de Informação (uniformização do tratamento dos dados), para os

Agentes Sociais do Concelho;

• Promover Acções de Sensibilização/Informação para a problemática do Alcoolismo;

• Elaborar o Plano Municipal de Prevenção Primária da Toxicodependência;

• Criar parcerias para sensibilizar/esclarecer/prevenir a Violência Doméstica;

• Criação de um Observatório – criar e manter um sistema de Diagnóstico contínuo;

• Promover o Serviço de Voluntariado.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

5. Cultura Associativa O associativismo pode e deve ser considerado como um acto de interesse público, desta

forma as associações devem encetar o seu trabalho sob a forma de cooperação com as

entidades existentes no seu raio de acção a nível geográfico e no que diz respeito a sua

natureza, só desta forma a criação e manutenção das associações assume importância,

viabilidade, em suma a razão para a sua existência.

Na sequência da aplicação de um inquérito a massa de associações existentes no

Concelho, num total de 55 associações, foi possível apurar mediante as respostas

disponíveis que as acções destas não têm em consideração, na maioria dos casos, as das

outras associações, isto é, quando são definidas as actividades a serem desenvolvidas

não existe o cuidado nem a rede necessária para a coordenação da definição das

actividades a serem realizadas.

O mesmo se verifica quando se confronta as associações com a questão das parcerias

“Nas actividades realizadas estabelecem algum tipo de parceria”, na maioria dos casos,

as respostas transcrevem a realizados dos factos quando respondem “não” há lugar a

parcerias.

Na base da falta de associativismo entre as associações pode estar a falta de

informação/formação dos dirigentes das associações, fenómeno verificado através do

referido inquérito, dado estes deterem reduzidas habilitações, conforme retrato do todo

da população do Concelho, e ainda por não terem manifestado grande participação em

acções relacionadas com o associativismo.

Neste sentido e não sendo as reduzidas habilitações dos dirigentes, limitadoras, assume

grande importância a sensibilização e informação sobre a temática do associativismo de

forma a combater não a falta de formação dos dirigentes, mas antes a escassa

informação existente no meio e a falta de conhecimento de ferramentas para a procura

por iniciativa individual.

126

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

127

Área-Problema: Cultura Associativa Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Cultura Associativa, apontam-se as

seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s):

• Falta de Formação Técnica

dos Dirigentes Associativos;

• Inexistência de articulação

entre as actividades

associativas;

• Reduzida divulgação e

valorização das dinâmicas

associativas.

Prioridades de Intervenção:

• Definição de padrões de qualidade das

intervenções das Associações;

• Promoção a valorização das Associações

enquanto agentes indutores do

desenvolvimento social local;

• Criação de Protocolos de cooperação

Potencialidades (Recursos):

• Elevado número de Associações com

potencial de intervenção social e

promotoras dos recursos endógenos;

• Centro Cultural de Trancoso;

• Auditórios (várias Freguesias);

• Rádio “Bandarra”;

• Parque Municipal;

• Pavilhão Multiusos de Trancoso;

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

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Linhas orientadoras para a Acção:

• Criação de um Fórum Associativo (articulação entre as diversas actividades associativas);

• Promover a Formação Técnica dos dirigentes Associativos;

• Acção de Sensibilização para a importância das Associações enquanto agentes do desenvolvimento social;

• Promover uma cultura associativa fomentando a participação e o espírito crítico construtivo;

• Promoção e divulgação das diversas actividades associativas: Boletim Municipal/ Rádio Local/Cinema/Espaço Internet.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

6. Turismo

O património, a elevação da Vila Medieval a Cidade e a Aldeia Histórica, o Centro

Histórico envolvido pelas muralhas, o Castelo, o Bandarra, o facto de fazer parte do

Roteiro da Serra da Estrela, as condições naturais, a riqueza cultural, as tradições,

conjuntamente com todas as outras potencialidades definidas na contextualização

conferem sem dúvida os instrumentos necessários para ser desenvolvido o potencial

turístico existente no Concelho.

Sendo que o património classificado e cultural contribui em larga medida para a

existência do potencial turístico de Trancoso por todos reconhecido é necessário

promover a preservação deste, é importante a definição de um Plano de Defesa do

Património.

Mas porque a constituição de um destino de referência não reside apenas no potencial

acima exposto deve existir uma orientação concertada da acção.

Para tal será necessário criar um grupo de trabalho pluridisciplinar com formação

específica, com o intuito de definir uma estratégia para a dinamização e produção de

marketing de forma a ser criada uma identidade local para ser “comercializada” para

que o Concelho seja inserido nos roteiros turísticos e mais importante ainda ser

identificado como um destino.

Este grupo para além de encetar todos os esforços para a definição de uma estratégia

deverá estabelecer parcerias com os prestadores de serviços, das áreas satélite do

turismo, nomeadamente, hoteleira, restauração, artesanato, os comerciantes do

Centro Histórico, com o intuito de projectar o turismo em Trancoso através de uma

oferta qualificada.

No sentido de promover a exploração do potencial turístico e na qualificação da oferta,

existe uma outra força no Concelho, a Raia Histórica assumindo assim um papel

essencial na informação, divulgação e formação da população sobre formas de

potenciar a gastronomia, os produtos típicos e regionais, o artesanato e a tradição do

comércio e feiras.

129

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

130

A necessidade de promover a exploração do turismo esta patente no facto de apenas

existirem duas casas de turismo de habitação, na freguesia do Feital, e na inexistência

de turismo rural que provam a débil exploração, a falta de oferta, o fraco investimento

e a reduzida competitividade do turismo no Concelho.

Neste sentido é necessário a realização de acções de informação e divulgação das

potencialidades existentes, assim como das possibilidades de formas empreendorismo

e consequente criação de empregos, através do aproveitamento dos recursos

associados ao Turismo. Neste sentido o Centro de Emprego tem um papel importante

a exercer.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

131

Área-Problema: Turismo Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos ao sector do Turismo, apontam-se as

seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s):

• Falta de um Plano

estratégico

integrado do sector

turístico

Prioridades de Intervenção:

• Criar estratégias de marketing

associadas à promoção do

Turismo;

• Sessões de

informação/divulgação do

Património;

• Criar uma identidade local –

definir uma estratégia de

desenvolvimento para o

Concelho;

Potencialidades (Recursos):

• Raia Histórica (Associação de Desenvolvimento Local);

• Escola Profissional de Trancoso;

• Centro Emprego e Formação Profissional;

• AENEBeira – Associação Empresarial do Nordeste da Beira.

Em Projecto:

• Programa Aldeias Históricas de Portugal;

• Região de Turismo da Serra da Estrela.

• UAC – Unidade de Acompanhamento e Coordenação do

Urbanismo Comercial/APT - Agência para a Promoção de

Trancoso.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

132

Linhas orientadoras para a Acção:

• Promover o Património arquitectónico e religioso;

• Promover os “saberes-fazeres” tradicionais (lacticínios, fumeiros e enchidos);

• Promover o Programa das Aldeias Históricas de Portugal – Reabilitação do Centro Histórico;

• Promover os Recursos Naturais - Valorização da Fileira Florestal/Afloramentos graníticos ;

• Promover o Turismo Rural/Turismo de Habitação/Turismo Aventura/Agroturismo;

• Promover os recursos cinergéticos (Caça e Pesca);

• Promover a valorização e manutenção/recuperação do património histórico-cultural do Concelho;

• Promover Sessões de divulgação de Projectos existentes;

• Promover a criação de Roteiros/Circuitos Turísticos no Concelho;

• Promover a participação nos Projectos da Região de Turismo da Serra da Estrela;

• Promover a realização de um Plano de Albufeira: Albufeira da Teja;

• Promover Acções de Formação: Boas Práticas Empresariais, Turismo, Hotelaria e Restauração.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

7. Ambiente

A ausência de definição do uso do território, com implicações na degradação do solo,

património paisagístico e arquitectónico e do ambiente, assim como o flagelo que os

incêndios representam para este Concelho e as suas consequências, geram

necessariamente preocupações latentes no seio da população.

Neste sentido é importante uma acção concertada na sua prevenção e na

consciencialização de que esta é uma responsabilidade de todos, neste sentido devem

existir acções de informação e sensibilização sobre as formas de prevenção junto da

população. Nesta matéria considera-se uma força a existência do Plano Operacional

Municipal.

Para além da acção a nível da prevenção existe sempre a possibilidade de ocorrências

e neste sentido é importante que o combate seja eficiente o que depende

directamente dos meios existentes, e eficaz no sentido de conseguir controlar os fogos

rapidamente e de forma a ocorrência atingir as menores proporções possíveis.

Mas como foi acima referido, porque existe sempre a possibilidade de ocorrência, é

também necessário informar e sensibilizar as populações em matéria de acções de

informação e sensibilização sobre a necessidade das áreas ardidas serem alvo de

reflorestação, no sentido de chamar a atenção para as consequências que estas

podem ter no meio ambiente.

Esta problemática é a mais sentida na medida em que o Concelho, localizado na Beira

Interior usufrui de um meio ambiente sem grandes problemas de poluição e o volume

de área ardida atinge proporções indesejáveis. Porém, existe de forma notória outra

preocupação na população que diz respeito a poluição dos cursos de água. Assim, é

necessário incentivar as entidades locais para a realização de medições ao nível da

poluição dos cursos de água e ainda a outros níveis cujas medições não se tem

conhecimento que existam, nomeadamente da qualidade do ar.

133

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

134

Neste sentido as linhas orientadoras para acção em matéria de meio ambiente

passam muito pela informação e divulgação das formas de preservação deste e

assume especial importância, conforme referido na contextualização, a recolha

selectiva do resíduos onde ainda não se conseguiu mobilizar a população para a

responsabilidade que detêm e para a importância que esta tem. Esta acção deve

ainda dar especial atenção a orientação da acção das camadas mais jovens da

população.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

135

Área-Problema: Ambiente Estratégias de Intervenção Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos ao Ambiente, apontam-se as seguintes, que

podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s):

• Incêndios

(Desflorestação);

• Inexistência de

medição de níveis de

poluição;

Prioridades de Intervenção:

• Promover Sessões de Informação/Divulgação

sobre a importância da preservação do Meio

Ambiente;

• Incentivar o repovoamento florestal.

Potencialidades (Recursos):

• Associações de Produtores Florestais;

• Associações de Bombeiros;

• GNR;

• Câmara Municipal.

Projectos:

• Candidatura ao Programa AGRIS;

• Revisão do PDM – Plano Director

Municipal.

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

136

Linhas orientadoras para a Acção:

• Promover a actualização do PDM – Plano Director Municipal;

• Promover a elaboração do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI);

• Promover a existência de Protocolos com Instituições para a limpeza e manutenção das linhas/cursos de água;

• Promover os Recursos Naturais - Valorização da Fileira Florestal/Afloramentos graníticos ;

• Promover os recursos sinérgicos (Caça e Pesca);

• Promover uma Campanha de Educação Ambiental:

• Promover Acções de informação/sensibilização e divulgação sobre a prevenção de incêndios;

• Promover Acções de informação/sensibilização e divulgação sobre os procedimentos a serem seguidos nas

áreas ardidas;

• Promover Acções de informação/sensibilização e divulgação sobre a recolha selectiva de resíduos;

• Promover a utilização do Parque Municipal de Trancoso como Espaço de Lazer (actividades lúdicas, desportivas, repouso).

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Considerações Finais

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Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Considerações Finais

Por tudo o que foi referido neste documento verifica-se que existem duas grandes

problemáticas que se encontram na base de todas as outras: a Escolarização e/ou

Formação e a Empregabilidade, devendo ser alvo de especial atenção pelo que as

linhas orientadoras da acção devem ser direccionadas primeiramente no sentido de as

solucionar.

Sendo utilizadas todas as forças existentes para a promoção da alfabetização da

população, tendo esta de ser orientada para a procura que existe no mercado de

trabalho local e das zonas limítrofes, torna-se essencial a criação de mecanismos que

estejam atentos a essa realidade, na promoção da adequação da oferta à procura.

Pretende-se desta forma a promoção da fixação da população, minimizando a

tendência crescente para o envelhecimento, que é um problema sentido e basilar em

todas as áreas temáticas exploradas.

A transmissão de sensibilidades conferida através da alfabetização promoverá a

recepção as divulgações de informação e as acções de formação que compõem as

linhas orientadoras da acção deste Diagnóstico Social.

Desta forma, será gerado empreendorismo na população do Concelho e a conveniente

exploração dos recursos e potencialidades existentes, nomeadamente, em termos de

turismo e meio ambiente (sector primário), promovendo-se a criação de postos de

trabalho.

Por forma a desenvolver estas matérias terá de existir uma acção concertada e

solidária, por parte da população e do poder politico, caminhando no sentido de

atingir um objectivo comum que é o desenvolvimento do Concelho de Trancoso, o que

por sua vez pressupõem uma melhoria da qualidade de vida para todos os que o

habitam.

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Diagnóstico Social do Município de Trancoso

No sentido deste trabalho conjunto são fundamentais os recursos existentes, tais

como as Entidades ligadas ao Associativismo, que desempenham um papel

fundamental, porém, tem de modificar a sua forma de actuação no sentido de

congregar esforços.

E porque não há desenvolvimento sem uma acção social concertada deve promover-

se a actividade desta no sentido de existir uma rede social, encarregue de estar

atenta as problemáticas, como sejam, a exclusão social, apoio prestado a terceira

idade, condições de habitabilidade da população, ocorrências de violência doméstica,

o alcoolismo, a toxicodependência, crianças em risco, com o intuito de desenvolver as

acções necessárias para promover a detecção e o tratamento adequado destas.

O mesmo que foi referido na acção social é válido para os cuidados de saúde, não há

desenvolvimento possível sem uma população saudável, assim considera-se essencial

a consecução da resolução das problemáticas definidas nesta matéria.

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