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Projeto Gráfico: Serviço de Edição e Informação Técnico-Científica / CEDC / INCA INTRODUÇÃO OBJETIVOS MÉTODO RESULTADOS REFERÊNCIAS CONSIDERAÇÕES FINAIS Enfermeira. Residente de Enfermagem - Ministério da Saúde – Instituto Nacional de Câncer DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM À CRIANÇA PORTADORA DE NEUROBLASTOMA Jaqueline Duarte Fernandes, Alessandra Zanei Borsatto, Renata Carla Nencetti P. Rocha O neuroblastoma é o tumor sólido extracraniano mais comum em 1 crianças . Proveniente das células simpáticas primitivas da crista neural, pode ser detectado em qualquer sítio da cadeia ganglionar simpática, 2 sendo mais comum na medula adrenal (40%) e tórax (15%) . Os sinais e sintomas mais comuns são massa abdominal dura, indolor e irregular que ultrapassa a linha média do abdômem, sudorese, hipertensão arterial, 3,4 taquicardia, irritabilidade . As metástases ocorrem com maior freqüência em crianças mais velhas acometendo medula óssea, fígado, pele, 5 linfonodos e crânio . As modalidades de tratamento são cirurgia, 1,3 quimioterapia e radioterapia isoladas ou associadas . Identificar os principais diagnósticos de enfermagem em crianças portadoras de neuroblastoma, com base na taxonomia da North American 6 Nursing Diagnosis Association (NANDA) ; relacionar, para cada diagnóstico, as intervenções de enfermagem correspondentes com base na 7 Nursing Intervenions Classification (NIC) . Estudo descritivo de revisão bibliográfica no qual foi realizada uma revisão de literatura sobre o tema utilizando livros texto e documentos obtidos nas bases de dados LILACS, MEDLINE e Biblioteca SCIELO. Realizado a partir da experiência adquirida no atendimento aos pacientes pediátricos acometidos por neuroblastoma, enquanto enfermeiros do Programa de Residência em Enfermagem Oncológica do Instituto Nacional de Câncer. Após leitura dos documentos, foi realizada uma breve revisão sobre o tema e elaborados os diagnósticos de enfermagem conforme suas características definidoras e fatores de risco. As intervenções, de acordo com a taxonomia NIC, foram listadas para cada diagnóstico. 1. KOWALSKI, Luiz Paulo et. al. Manual de Condutas Diagnósticas e Terapêuticas em Oncologia. 3.ed. São Paulo: Âmbito Editores, 2006. p. 195-198. 2. LAWRENCE, Walter Jr.; LENHARD, Raymond Jr. Oncologia Clínica. Manual de la American Cancer Society. Washignton DC: OPS, 1996. 3. GUIMARÃES, José Renan. Manual de Oncologia. 2.ed. São Paulo: BBS Editora, 2006. p. 1019- 1029. 4. FLORES-HERNÁNDEZ, S.S. et. al. Recién nacido com massa medistinal: diagnóstico temprano. Gac Méd Méx. Vol 141 No. 6, 2005. 5. ROSTIÓN, Carmen Glória. Neuroblastoma: forma de apresentación y probabilidad de resección quirúrgica. Revista Pediatria Electrónica, 2005, vol 2, n 2. 6. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificação – 2001- 2002/organizado por American Nursing Association. Trad. Jeanne Liliane. Porto Alegre: Artmed, 2002. 7. DOCHTERMAN, Joanne McCloskey; BULECHEK, Gloria M. Bulechek. Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). 4 ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2008. A partir do conhecimento da fisiopatologia e do comportamento desse tumor, levando em consideração a faixa etária mais atingida, foi possível listar os principais diagnósticos de enfermagem e suas intervenções. Com essa sistematização, o enfermeiro organiza o julgamento clínico da criança com neuroblastoma e identifica precocemente as suas necessidades. Uma assistência de enfermagem sistematizada contribui para que as intervenções sejam realizadas de forma individualizada, favorecendo a linguagem dos enfermeiros e os cuidados ao paciente. Diagnósticos de Enfermagem Intervenções de Enfermagem Náusea relacionada a tumor intra- abdominal e fármacos evidenciada por sensação de vômito. - Avaliar episódios de náuseas incluindo freqüência, duração e fatores precipitantes; - Obter história alimentar incluindo as preferências e alimentos que a criança não gosta; - Controlar os fatores ambientais relacionados às náuseas (odores, estímulos visuais desagradáveis); - Estimular higiene oral para promover o conforto; - Orientar familiar a respeito dos alimentos com elevado teor de carboidrato e reduzido teor de gordura; - Fracionar as refeições e ingesta hídrica; - Monitorar a resposta aos fármacos que evitam ou aliviam a náusea; - Programar as doses dos agentes quimioterápicos de modo a causar a mínima interferência na ingesta alimentar; - Administrar antiemético a intervalos regulares antes, durante e depois da administração de antineoplásicos; - Reavaliar após intervenção. Fadiga evidenciada por aumento das necessidades de repouso e falta de energia/incapacidade de manter o nível habitual de atividade física, relacionada a estados de doença e/ou anemia. - Reduzir as demandas impostas à criança – programar a realização dos procedimentos e atividades; - Envolver a família no planejamento das atividades, evitando esforços não condizentes com o estado de saúde da criança; - Monitorar a ingestão nutricional para garantir calorias necessárias; - Monitorar a resposta cardiorrespiratória à atividade; - Auxiliar nas atividades físicas regulares (deambulação, banho e outras atividades cotidianas). Padrão respiratório ineficaz relacionado a deformidade torácica e dor, evidenciado por taquidispnéia e uso de musculatura acessória. - Monitorar freqüência, ritmo, profundidade e esforço respiratório. - Posicionar o paciente de forma a maximizar o potencial - Mobilizar o paciente objetivando mobilização das secreções. - Remover secreções – aspirar vias aéreas superiores observando suas características. - Auscultar sons respiratórios, percebendo as áreas de ventilação diminuídas ou ausentes e ruídos adventícios - Administrar oxigênio umidificado. - Administrar medicamentos prescritos (broncodilatadores, nebulização,opióides). Dor aguda relacionada a agentes lesivos biológicos (doença) e físicos evidenciada por comportamento expressivo de dor. - Determinar o local, as características, a qualidade e a intensidade da dor quando possível; - Observar as alterações em relação aos relatos anteriores de dor; - Identificar indicadores não verbais de desconforto; - Orientar familiares sobre as necessidades de conforto, a fim de facilitar a resposta à analgesia; - Sugerir a presença de um dos pais durante os procedimentos; - Avaliar a eficácia da analgesia. Risco de infecção relacionado a procedimentos invasivos (cirurgia) e defesas secundárias inadequadas (neutropenia). - Instituir medidas de proteção padrão – lavagem das mãos e utilização de luvas e máscaras, quando necessário; - Monitorar temperatura e leucometria; ventilatório (semi-fowler/fowler). - Realizar curativo de ferida operatória de maneira asséptica; - Utilizar coberturas de acordo com as características da ferida operatória; - Monitorar as características da FO, inclusive drenagem, coloração, odor, sinais flogísticos, deiscência, etc.; - Ensinar ao familiar como cuidar da incisão, inclusive quanto a sinais/sintomas de infecção. Unitermos: Diagnósticos de Enfermagem; Neuroblastoma.

DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM À CRIANÇA ...bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/Jackeline_2.pdf · Estudo descritivo de revisão bibliográfica no qual foi realizada

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INTRODUÇÃO

OBJETIVOS

MÉTODO

RESULTADOSREFERÊNCIAS

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enfermeira. Residente de Enfermagem - Ministério da Saúde – Instituto Nacional de Câncer

DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM À CRIANÇA PORTADORA DE

NEUROBLASTOMA

Jaqueline Duarte Fernandes, Alessandra Zanei Borsatto, Renata Carla Nencetti P. Rocha

O neuroblastoma é o tumor sólido extracraniano mais comum em 1crianças . Proveniente das células simpáticas primitivas da crista neural,

pode ser detectado em qualquer sítio da cadeia ganglionar simpática, 2sendo mais comum na medula adrenal (40%) e tórax (15%) . Os sinais e

sintomas mais comuns são massa abdominal dura, indolor e irregular que ultrapassa a linha média do abdômem, sudorese, hipertensão arterial,

3,4taquicardia, irritabilidade . As metástases ocorrem com maior freqüência em crianças mais velhas acometendo medula óssea, fígado, pele,

5linfonodos e crânio . As modalidades de tratamento são cirurgia, 1,3quimioterapia e radioterapia isoladas ou associadas .

Identificar os principais diagnósticos de enfermagem em crianças portadoras de neuroblastoma, com base na taxonomia da North American

6Nursing Diagnosis Association (NANDA) ; relacionar, para cada diagnóstico, as intervenções de enfermagem correspondentes com base na

7Nursing Intervenions Classification (NIC) .

Estudo descritivo de revisão bibliográfica no qual foi realizada uma revisão de literatura sobre o tema utilizando livros texto e documentos obtidos nas bases de dados LILACS, MEDLINE e Biblioteca SCIELO. Realizado a partir da experiência adquirida no atendimento aos pacientes pediátricos acometidos por neuroblastoma, enquanto enfermeiros do Programa de Residência em Enfermagem Oncológica do Instituto Nacional de Câncer.

Após leitura dos documentos, foi realizada uma breve revisão sobre o tema e elaborados os diagnósticos de enfermagem conforme suas características definidoras e fatores de risco. As intervenções, de acordo com a taxonomia NIC, foram listadas para cada diagnóstico.

1. KOWALSKI, Luiz Paulo et. al. Manual de Condutas Diagnósticas e Terapêuticas em Oncologia. 3.ed. São Paulo: Âmbito Editores, 2006. p. 195-198.

2. LAWRENCE, Walter Jr.; LENHARD, Raymond Jr. Oncologia Clínica. Manual de la American Cancer Society. Washignton DC: OPS, 1996.

3. GUIMARÃES, José Renan. Manual de Oncologia. 2.ed. São Paulo: BBS Editora, 2006. p. 1019-1029.

4. FLORES-HERNÁNDEZ, S.S. et. al. Recién nacido com massa medistinal: diagnóstico temprano. Gac Méd Méx. Vol 141 No. 6, 2005.

5. ROSTIÓN, Carmen Glória. Neuroblastoma: forma de apresentación y probabilidad de resección quirúrgica. Revista Pediatria Electrónica, 2005, vol 2, n 2.

6. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificação – 2001-2002/organizado por American Nursing Association. Trad. Jeanne Liliane. Porto Alegre: Artmed, 2002.

7. DOCHTERMAN, Joanne McCloskey; BULECHEK, Gloria M. Bulechek. Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). 4 ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2008.

A partir do conhecimento da fisiopatologia e do comportamento desse tumor, levando em consideração a faixa etária mais atingida, foi possível listar os principais diagnósticos de enfermagem e suas intervenções. Com essa sistematização, o enfermeiro organiza o julgamento clínico da criança com neuroblastoma e identifica precocemente as suas necessidades. Uma assistência de enfermagem sistematizada contribui para que as intervenções sejam realizadas de forma individualizada, favorecendo a linguagem dos enfermeiros e os cuidados ao paciente.

Diagnósticos de Enfermagem

Intervenções de Enfermagem

Náusea relacionada a tumor intra-abdominal e fármacos evidenciada por sensação de vômito.

- Avaliar episódios de náuseas incluindo freqüência, duração e fatores precipitantes;

- Obter história alimentar incluindo as preferências e alimentos que a criança não gosta;

- Controlar os fatores ambientais relacionados às náuseas (odores, estímulos visuais desagradáveis);

- Estimular higiene oral para promover o conforto;

- Orientar familiar a respeito dos alimentos com elevado teor de carboidrato e reduzido teor de gordura;

- Fracionar as refeições e ingesta hídrica;

- Monitorar a resposta aos fármacos que evitam ou aliviam a náusea;

- Programar as doses dos agentes quimioterápicos de modo a causar a mínima interferência na ingesta alimentar;

- Administrar antiemético a intervalos regulares antes, durante e depois da administração de antineoplásicos;

- Reavaliar após intervenção.

Fadiga evidenciada por aumento das necessidades de repouso e falta de energia/incapacidade de manter o nível habitual de atividade física, relacionada a estados de doença e/ou anemia.

- Reduzir as demandas impostas à criança – programar a realização dos procedimentos e atividades;

- Envolver a família no planejamento das atividades, evitando esforços não condizentes com o estado de saúde da criança;

- Monitorar a ingestão nutricional para garantir calorias necessárias;

- Monitorar a resposta cardiorrespiratória à atividade;

- Auxiliar nas atividades físicas regulares (deambulação, banho e outras atividades cotidianas).

Padrão respiratório ineficaz relacionado a deformidade torácica e dor, evidenciado por taquidispnéia e uso de musculatura acessória.

- Monitorar freqüência, ritmo, profundidade e esforço respiratório.

- Posicionar o paciente de forma a maximizar o potencial

- Mobilizar o paciente objetivando mobilização das secreções.

- Remover secreções – aspirar vias aéreas superiores observando suas características.

- Auscultar sons respiratórios, percebendo as áreas de ventilação diminuídas ou ausentes e ruídos adventícios

- Administrar oxigênio umidificado.

- Administrar medicamentos prescritos (broncodilatadores, nebulização,opióides).

Dor aguda relacionada a agentes lesivos biológicos (doença) e físicos evidenciada por comportamento expressivo de dor.

- Determinar o local, as características, a qualidade e a intensidade da dor quando possível;

- Observar as alterações em relação aos relatos anteriores de dor;

- Identificar indicadores não verbais de desconforto;

- Orientar familiares sobre as necessidades de conforto, a fim de facilitar a resposta à analgesia;

- Sugerir a presença de um dos pais durante os procedimentos;

- Avaliar a eficácia da analgesia.

Risco de infecção relacionado a procedimentos invasivos (cirurgia) e defesas secundárias inadequadas (neutropenia).

- Instituir medidas de proteção padrão – lavagem das mãos e utilização de luvas e máscaras, quando necessário;

- Monitorar temperatura e leucometria;

ventilatório (semi-fowler/fowler).

- Realizar curativo de ferida operatória de maneira asséptica;

- Utilizar coberturas de acordo com as características da ferida operatória;

- Monitorar as características da FO, inclusive drenagem, coloração, odor, sinais flogísticos, deiscência, etc.;

- Ensinar ao familiar como cuidar da incisão, inclusive quanto a sinais/sintomas de infecção.

Unitermos: Diagnósticos de Enfermagem; Neuroblastoma.