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Novembro/Dezembro de 2011 | Ano 1 | nº 6 O dia a dia do produtor rural Imperatriz/MA Eleição aquece disputa no Sinrural A eleição que vai escolher a nova diretoria do Sindicato Ru- ral de Imperatriz está agendada para o dia 16 de janeiro de 2012, mas a mobilização das duas chapas que disputam o pleito já começou. De um lado (foto da esquerda), o produtor rural, empresário e secretário munici- pal de Desenvolvimento Econô- mico, Sabino Siqueira da Costa, disputa a vaga de presidente da entidade em chapa que conta com o apoio do atual presiden- te do Sinrural, Karlo Marques. No outro lado (foto da direita), o produtor rural e empresário, José de Ribamar Cunha Filho (o Ribinha), conta com sua tra- dição em Imperatriz para tam- bém concorrer à vaga à frente do Sinrural. Ambos participa- ram como diretores nas últimas gestões do Sindicato e dividem apoios de membros da atual di- retoria. O Diário da Fazenda en- trevistou os candidatos. Acom- panhe nas páginas 08 E 09. << ENTREVISTAS >> Febre aftosa Rebanho do MA vai passar por sorologia em fevereiro PÁGINA 03 Avanço Agricultura Insumos estão mais caros nesta safra no Maranhão PÁGINA 05 Senado aprova projeto do Código Florestal brasileiro PÁGINA 06 Secretário de Agricultura/MA, Cláudio Azevedo, lança campanha de vacinação FOTOS: DIÁRIO DA FAZENDA Foram 59 votos a favor e sete votos contrários ao texto-base Sementes e fertilizantes tiveram alta nos preços; demanda também cresceu Sindicato Rural de Imperatriz escolhe sua diretoria no dia 16 de janeiro

Diário da Fazenda Ed06

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Jornal Diário da Fazenda - Edição 04

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Page 1: Diário da Fazenda Ed06

Novembro/Dezembro de 2011 | Ano 1 | nº 6 O dia a dia do produtor rural Imperatriz/MA

Eleição aquece disputa no Sinrural

A eleição que vai escolher a nova diretoria do Sindicato Ru-ral de Imperatriz está agendada para o dia 16 de janeiro de 2012, mas a mobilização das duas chapas que disputam o pleito já começou. De um lado (foto da esquerda), o produtor rural, empresário e secretário munici-pal de Desenvolvimento Econô-mico, Sabino Siqueira da Costa, disputa a vaga de presidente da entidade em chapa que conta com o apoio do atual presiden-te do Sinrural, Karlo Marques. No outro lado (foto da direita), o produtor rural e empresário, José de Ribamar Cunha Filho (o Ribinha), conta com sua tra-dição em Imperatriz para tam-bém concorrer à vaga à frente do Sinrural. Ambos participa-ram como diretores nas últimas gestões do Sindicato e dividem apoios de membros da atual di-retoria. O Diário da Fazenda en-trevistou os candidatos. Acom-panhe nas páginas 08 E 09.

<< ENTREVISTAS >>

Febre aftosa

Rebanho do MA vai passar por sorologia em fevereiro

páginA 03

Avanço Agricultura

insumos estão mais caros nesta safra no Maranhão

páginA 05

Senado aprova projeto do Código Florestal brasileiro

páginA 06

Secretário de Agricultura/MA, Cláudio Azevedo, lança campanha de vacinação

FOTOS: DIÁRIO DA FAZENDA

Foram 59 votos a favor e sete votos contrários ao texto-base Sementes e fertilizantes tiveram alta nos preços; demanda também cresceu

Sindicato Rural de imperatriz escolhe sua diretoria no dia 16 de janeiro

Page 2: Diário da Fazenda Ed06

Expediente

02 Novembro/Dezembro 2011

Isso ocorre porque a cada ano a idade média de abate do gado di-minui um mês e aumenta em 1 kg o peso médio do animal. Isso é pro-dutividade.

Há outros exemplos. Em 2000, o rebanho brasileiro contava com 30 milhões de vacas leiteiras, que geravam 20 bilhões de litros de leite. Atualmente, o mesmo nú-mero de vacas produz mais de 30 bilhões de litros.

Dados históricos semelhantes também se aplicam à avicultura e à suinocultura, o que significa que todas as mais importantes ativi-dades de produção animal vêem ganhando espaço no PIB agropecu-ário brasileiro. A eficiência produti-va também vale para a agricultura. Há uma década, o Brasil produzia 120 milhões de toneladas de grãos em 45 milhões de hectares; este ano deve gerar 163 milhões/t em 50

milhões/ha.O Brasil já tem papel relevan-

te no cenário global da oferta de alimentos e precisará crescer 40% nos próprios 20 anos para atender às necessidades da crescente po-pulação mundial, estimada em 9 bilhões de pessoas até 2050.

Esta questão ganha ainda mais importância neste momento, quan-do se discute a questão ambiental vs a produção de alimentos.

Os desafios se renovam e é importante seguir em frente. Não basta ao produtor olhar com or-gulho para os números atuais. Ele tem a responsabilidade de conti-nuar investindo em tecnologia e profissionalismo para ofertar mais e melhores alimentos, atento mais do que nunca à sustentabilidade do seu negócio. Ressalte-se que não apenas os consumidores inter-nos esperam isso do campo, mas também o mercado internacional, claramente sintonizado nos movi-mentos por aqui e cada vez mais exigente quanto aos processos uti-lizados na produção de alimentos.

Manejo ambiental eficiente, boas práticas, bem estar animal e responsabilidade social têm de deixar de ser desafios para se tor-narem realidade na pecuária e nas demais atividades produtivas.

A Confederação da Agricul-tura e Pecuária do Brasil (CNA) di-vulgou recentemente que o Brasil mantém 61% de suas terras preser-vadas, enquanto Estados Unidos e União Europeia – apenas para citar dois exemplos importantes – têm no máximo 2% de matas protegi-das. Uma leitura dessa estatística mostra que é perfeitamente pos-sível a convivência da produção eficiente com a preservação am-biental.

Neste ano, o Brasil deve gerar cerca de 9,5 milhões de toneladas de carne bovina, exportando cerca de 2 milhões/t para 150 países e provendo a população com quase 40 kg per capita/ano.

Esses números ganham con-tornos ainda mais fascinantes quando se analisa o crescimento da oferta de carne vermelha na última década: mais de 50% de aumento. E ficam ainda mais im-ponentes imaginando-se que em 2020 o Brasil deverá produzir mais de 13 milhões de toneladas.

Ano novo e as mudançasditorialE

produção e preservação podem conviver em harmonia

rtigoA

Uma publicação mensal da Palavra Assessoria de Comunicação

(99) 8111.1818 | 8138.4433

Textos e FotosEquipe Diário da FazendaAndré WallysonAntonio WagnerDiego Leonardo Boaventura

Conselho EditorialMarco A. Gehlen - Jornalista - MTB 132-MSThaísa Bueno - Jornalista - MTB 36-MSDiego Leonardo Boaventura Sindicato Rural de Imperatriz

Jornal Diário da FazendaAno I, Edição 6, Nov/Dez de 2011

Mensal. Distribuição Dirigida.Imperatriz, Maranhão

Contatos:

[email protected](99) 8111.1818/8138.4433www.diariodafazenda.com.br

Distribuído e apoiado peloSindicato Rural de Imperatriz

*Esta Edição contém na página 13o boletim informativo O Berrante, desenvolvido, autorizado e sob responsabilidade do Sindicato Rural de Imperatriz.

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Identidade VisualLuciana Souza Reino

Editoração gráfica, edição e revisãoEquipe Diário da Fazenda

“Brasil tem 61% de suas terras preservadas

enquanto EUA e União Europeia têm 2%”

O ano da medicina veterinária e o curso de imperatriz

Por JAILSON HONORATO*Médico Veterinário, mestre em Ciência Veterinária,

professor de Farmacologia e Anestesiologia Veterináriana Universidade Estadual do Maranhão - Campus de Imperatriz

Neste ano comemorou-se os 250 anos da profissão no mundo, criada na França em 1761. Mais do que celebrar essa data marcante para a profissão, as sociedades e organizações mundiais da Medici-na Veterinária reunidas em comitê executivo querem evidenciar a im-portância da profissão de Médico Veterinário que trabalha em bene-ficio da saúde animal e da saúde humana.

Por intermédio de diferentes organizações em diversos países, o mundo vem celebrando o “VET 2011”, como tem sido chamado o ano mundial da Medicina Veteri-nária. Os eventos são capitaneados pela Organização Mundial de Saú-de Animal que constituiu para este fim um comitê executivo, do qual o Conselho Federal de Medicina Vete-rinária do Brasil participa represen-tando o país.

As ações e eventos são desen-volvidas para evidenciar a ação do Médico Veterinário em prol da saú-de animal e humana, da sua parti-cipação fundamental na produção de alimentos de origem animal e sua contribuição imprescindível para a saúde do meio ambiente e do planeta.

Recentemente, a importância do Médico Veterinário para o bem-estar social ficou evidente quando o Ministério da Saúde reconheceu a necessidade e definiu a inclusão do Médico Veterinário nas equipes do Programa Saúde da Família – PSF.

A contribuição desse profis-sional será imensa, uma vez que 75% das doenças infecciosas da po-pulação, são transmitidas na inter-face entre pessoas e animais, sem falar nas doenças e intoxicações veiculadas por alimentos de origem animal, a não ser que sua produção

seja acompanhada por conheci-mentos médicos veterinários.

A profissão têm passado por avanços e conquistas, mas mui-tos desafios e perspectivas são vislumbrados para sua formação. Os desafios são muitos como, por exemplo, implementar uma pecuá-ria sustentável sem degradação do meio ambiente, não esquecendo de garantir o bem-estar animal.

O Médico Veterinário é o res-ponsável pelo cuidado aos animais de estimação e de produção, pela segurança da produção alimentar e o combate às zoonoses, a seguran-ça da produção alimentar e a ras-treabilidade animal.

O curso de Medicina Veteri-nária de Imperatriz têm procurado conscientizar seus estudantes so-bre a nobre missão que ora se apro-xima, bem como atender a todos os requisitos de ensino, pesquisa e ex-tensão através de seu corpo docen-te e, neste ano de 2011, recebemos o reconhecimento do Conselho Estadual de Educação comprovan-do o crescimento do curso, sua im-portância para a região tocantina e valorizando nosso empenho.

O ano que chega ao fim, nos traz a certeza da missão cum-prida e nos incentiva a bem conti-nuar o nobre trabalho.

Parabéns a todos e um Fe-liz 2012.

rtigoA

“Neste ano comemorou-se os 250 anos da

profissão no mundo”

Leitores, anunciantes, par-ceiros e amigos. O jornal Diário da Fazenda completa sua sex-ta edição, neste encerramento de 2011 - um ano vigoroso para nossa equipe, pois marcou o nas-cimento e a consolidação desse jornal que dialoga com os produ-tores rurais do Maranhão. Con-tamos nesse período com muitos anunciantes importantes para o nosso início e esperamos, cada vez mais, apresentar um veícu-lo de informações de referência

para a divulgação dos fatos e fi-xação de marcas importantes do agronegócio regional e nacional.

No entanto, é importante antecipar aqui nossos proje-tos de melhorias do jornal para 2012, ano para o qual planeja-mos uma reformulação no jor-nal para ampliá-lo e melhorá-lo. Para isso, fundimos nossa edição de novembro e dezembro em uma única veiculação e faremos o mesmo em janeiro e fevereiro, uma única publicação, para a

partir de março voltarmos com a circulação mensal habitual. Des-de já antecipo que os anúncios mensais planejados continuarão sendo publicados até que sejam completadas todas as edições propostas. Com isso, deveremos apresentar no ano que vem um jornal com mais colunas fixas, adequadas à realidade do agrone-gócio maranhense e abrangendo mais temas no seu jornal rural, o Diário da Fazenda. Feliz Natal e um 2012 repleto de felicidades!

POR PAuLO de CASTRO MARQueS

Proprietário da Casa Branca Agropastoril

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Novembro/Dezembro 2011 03

300 fazendas do MA vão passar por sorologia para comprovar ausência do vírus de aftosa em rebanhoMeta é comprovar a ausência do vírus da febre aftosa no rebanho maranhense para que o Estado possa ser reconhecido como área livre

Diário da Fazenda

O Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abaste-cimento vai iniciar em

14 de fevereiro uma varredura sorológica no Maranhão para verificar se o rebanho estadu-al apresenta indícios de circu-lação ou presença do vírus da febre aftosa. A ação é uma das etapas na tentativa de que o Estado possa ser reconhecido com o status de livre de aftosa com vacinação. “Se a sorologia comprovar que não temos a doença, deveremos receber o certificado de livre da aftosa em maio ou junho, afinal, esta-mos há dez anos sem qualquer registro de focos da doença.”, afirmou o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Pes-ca, Cláudio Azevedo.

Segundo ele, a sorologia

será realizada em 300 proprie-dades rurais do Maranhão com amostras de sangue de cerca de 20 a 30 animais cada. “A so-rologia é um estudo realizado para obter a classificação de zona livre da febre aftosa junto a Organização Mundial de Saú-de Animal (OIE)”, explicou o di-retor da Aged, Fernando Lima.

Vacinação“Estamos empreendendo

todos os esforços para executar essa campanha de forma que não deixemos nenhuma cabeça de gado sem receber a vacina. Para isso, estamos mobilizando toda a equipe da Aged e bus-cando parceiros entre prefei-turas e entidades ligadas ao se-tor rural do Estado. Ganhamos também o reforço do convênio firmado com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-

tecimento (Mapa) no valor de R$ 6,5 milhões, que estão sen-do investidos na renovação e recuperação da frota de veícu-los da Aged, além da reestrutu-ração física dos escritórios da

agência no interior do estado, o que nos dará mais agilidade nas ações da campanha”, ressaltou Cláudio Azevedo.

Nessa segunda etapa da campanha, o Mapa alterou o

período tradicional de vacina-ção, que em todo o país é de 1º a 30 de novembro. Apenas os Estados do Maranhão, Piauí e Pernambuco obedecerão um calendário diferenciado, que vai de 14 de novembro a 14 de dezembro. O Maranhão con-centra 65% do rebanho total dos três estados, respondendo como 2º maior rebanho bovino do Nordeste e 3º rebanho buba-lino do país, cenário que torna o desafio local muito maior.

A novo calendário atende justamente a necessidade de levantamento soroepidemioló-gico do rebanho dos estados, que são candidatos a elevarem a classificação sanitária de mé-dio risco para zona livre de fe-bre aftosa com vacinação, com possível reconhecimento na-cional já no primeiro semestre de 2012.

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DIÁRIO DA FAZENDA

Secretário Cláudio Azevedo está otimista quanto ao reconhecimento no próximo ano

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04 Novembro/Dezembro 2011

anidadeS

Maranhão é campeão nacional na compra de vacina contra a pitiose equinaDiário da Fazenda

Apesar de o Pantanal ser considerado a área de maior ocorrência da pi-

tiose no Brasil, o Maranhão é o Estado que mais adquire a va-cina, seguido de Rondônia e do Pará, segundo dados da Embra-pa Pantanal, que desenvolve o medicamento em parceira com a Universidade Federal de Santa Maria.

Estar na ponta na aquisi-ção da droga não significa que o produtor do Estado está mais preocupado com seu plantel ou adota um manejo adequado. Justamente o contrário: embora receba o nome popular de vaci-na, o Pitium Vac é um imuno-biológico utilizado na cura da doença e não na sua prevenção.

“A compra em grande quan-tidade representa a falta de con-trole no preparo profilático dos plantéis e ascendência da indús-tria farmacêutica veterinária na região”, explica o veterinário Pa-trick Mourão, mestre em Ciên-cia Animal.

Conforme explica, a doença também conhecida como “ferida da moda” ou “câncer dos pânta-nos”, afeta principalmente cava-los que vivem em áreas úmidas. Ela é causada por um fungo pa-rasita de plantas aquáticas que se desenvolve em locais alagadi-ços, especialmente nas regiões de clima tropical e subtropical.

No Maranhão as proprieda-des onde há maior registro da pitiose estão localizadas na bai-xada, onde se apresentam carac-terísticas ambientais favoráveis à manutenção do ciclo biológi-co do agente causador do mal – temperaturas entre 30º e 40ºC e áreas alagadiças.

Males relacionadosMourão destaca que a le-

talidade relacionada à pitiose é consideravelmente baixa, con-tudo, existem relatos onde a do-ença leva ao comprometimen-to além de estruturas da pele, como sistema gastrointestinal podendo levar a casos de cólica e até o acometimento de órgãos internos, além de doenças se-cundárias.

Para o professor, algumas ações preventivas poderiam diminuir substancialmente a ocorrência da doença por aqui. “A prevenção é de caráter zoo-técnico, através da inspeção dos

animais, evitando o máximo o acesso dos mesmos a áreas ala-gadiças por período prolongado, além da aplicação de antiparasi-tários para evitar a existência de lesões, bem como atuação do médico veterinário na fase ini-cial da patologia e preventiva-mente ”, orienta.

Ele lembra que a doença é razoavelmente recente e muitos proprietários ainda não pensam no diagnóstico de pitiose quan-do decidem tratar feridas nos seus equinos.

“O fato da lesão decorren-te desta patologia ser bastan-te semelhante a outras, e seu diagnóstico necessitar de apoio laboratorial, muitas vezes o tratamento é prescrito erronea-mente”, comenta.

Além dos cavalosEmbora os cavalos sejam

os mais acometidos pela doen-ça, também há registros de pi-tiose em cães, bovinos, ovinos e humanos. Até hoje apenas um caso humano foi confir-mado no Brasil (e na América Latina). Há relatos de casos de pitiose em humanos na Tailân-dia.

O plantel eqüino no Mara-nhão é de 171.951 animais, de acordo com o IBGE.

Onde adquirirO medicamento para a pi-

tiose é o Pitium Vac, lançado há nove anos.

De acordo com levanta-mento da Embrapa Pantanal

(Corumbá-MS), até o momen-to pelo menos 251 produtores já adquiriram o remédio pelo menos uma vez. A redução de custo no tratamento foi de R$ 440 por animal.

A vacina ainda não é ex-portada, mas a compra está totalmente informatizada pelo site www.pitiose.com.br. Também é possível realizar a compra por telefone (55) 3220-8906.

A venda da vacina não tem fins lucrativos. Tudo o que é arrecadado é revertido para novas pesquisas relacionadas à doença.

Estudos futurosA universidade Federal de

Santa Maria tem organizado uma série de pesquisas sobre a doença. O relato foi apresen-tado no mês passado, em con-ferência na cidade de Corum-bá (MS). Veja o que eles andam pesquisando:

Pesquisa se propõe a apro-fundar os estudos sobre a epi-demiologia da doença, ou seja, as características de como ela ocorre na população, como é

transmitida, a distribuição a forma como os organismos re-agem.

Outro projeto de pesquisa deve avaliar o uso de um ad-juvante na vacina já existente. Esse adjuvante seria um esti-mulante para a resposta imu-nológica agir por mais tempo.

Um terceiro projeto pre-tende verificar o papel das mu-tucas (tabanídeos) no processo de infecção dos animais. Há suspeitas não comprovadas de que esses insetos poderiam in-terferir na predisposição dos animais em serem infectados.

Outra proposta é realizar experimentos para comprovar a suspeita de que altas concen-trações de ferro na alimenta-ção dos animais (pastagens e água) estimulariam a infecção pelo fungo.

Outro levantamento pre-tende realizar a investigação da população bacteriana presentes nessas feridas com a finalidade de descobrir se há alguma po-pulação específica de bactérias que possa interferir no desen-volvimento do mal.

dos três funcionários que cuidam dos 158 alqueires e dos seus 530 animais. “Monto a ca-valo, visto minhas perneiras, saio para vistoriar o campo e o gado. Gosto de olhar tudo de pertinho. Vejo que esta pro-fissão não existe distinção em ser homem ou mulher, ela só requer muita dedicação e co-ragem, pois há preconceito por pensar que as mulheres não dão

conta do serviço”, comenta.

Talento de famíliaFilha e neta de produtores

rurais, Januária Alves Rocha, apelidada de Jane, cresceu nesse meio. “Sou de Almenara (Norte de Minas Gerais) e passei minha adolescência no campo. Minha mãe teve que gerenciar a fazen-da que tínhamos por meu pai falecer. Ela tomou à frente pela necessidade. Quando jovem, ti-nha que realizar as atividades para a sobrevivência. Anos se passaram e hoje é uma paixão”, comenta Jane.

Administradora da “Estân-cia JB”, localizada no município de São Francisco do Brejão, ela vê a fazenda atualmente como uma empresa. “Cuido de toda a parte burocrática e faço os pagamentos dos funcionários. Além disso, curso Direito para complementar no que precisar dentro da fazenda. A participa-ção da mulher ainda é pouca no Maranhão apesar do grande foco do mercado maranhense ser a agropecuária”, comenta.

Exemplo Um sinal que no geral a

mulher vêm ganhando desta-que no meio rual foi a conquis-ta, pela primeira vez, de uma mulher à frente da Confedera-ção da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Desde 2008, a CNA é presidida pela senadora Kátia Abreu. Isso garantiu uma maior sensibilidade em relação aos problemas enfrentados pe-las mulheres no meio rural e preocupação para criação de projetos voltados para a saúde feminina.

“A mulher não precisa ter dom para trabalhar na área. É só gostar, saber administrar com inteligência e determina-ção. Não é preciso abrir mão da feminilidade e ver o ramo como forma de lazer”, exalta Jane sobre a entrada da mu-lher no agronegócio.

O aumento da força da mulher no campo é reflexo do que vem acontecendo há al-guns anos nos diversos seto-res da economia e do mundo. Com capacidade de assumir vários papéis e ainda se qua-lificar, a mulher tem ampliado sua importância para o merca-do de trabalho como um todo e sempre com resultados po-sitivos.

O medicamento para a pitiose é o Pitium Vac, lançado há nove anos, mas até hoje só 251 produtores adquiriram o remédio

“No Maranhão, as propriedades

da baixada apresentam maior registro

da doença”

REPRODUÇÃO/blOg vETERINÁRIAmINhAvIDA

Liderança maranhense na compra da vacina indica atuação predominantemente curativa e pouco empenho para prevenção da doença

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Novembro/Dezembro 2011 05

André Wallison

A crise do mercado in-ternacional e a alta do dólar, somados ao au-

mento da demanda na procu-ra de produtos, elevaram os preços na hora de planejar a próxima safra.

Segundo o diretor comer-cial da Imperagro em Impe-ratriz, Reginaldo Shigueru, houve um aumento de 25% no valor dos insumos, com rela-ção à safra passada. “Produ-tos importados e uma maior procura nesta época do ano são alguns dos fatores que fizeram os preços subirem”, comenta.

De acordo com Shigueru, os principais responsáveis pela alta são os fertilizantes, que tiveram um aumento mé-dio de 27%. Os produtos com

a menor alta foram as semen-tes médias, que subiram 20% comparados ao valor da safra anterior.

“O preço não ficou tão pesado para os produtores de milho, soja e arroz, por exem-plo, porque este ano houve uma antecipação das chuvas, que normalmente começam em dezembro e este ano che-garam no final de outubro. Com isso teve inclusive um aumento nas vendas”, comen-ta.

PastagensO aumento foi menor,

mas também está mais caro o plantio de pastagens. Segun-do o gerente da revendedora Nadia Rural Fabiano Sabbag Yusuf, houve uma alta de 1,4% no valor por alqueire, num comparativo ao mesmo

período de 2010. Em 2011 o plantio de um alqueire de braquiarão está custando cer-ca de R$ 1.250,00.

Fabiano explica que a alta foi menor por que, enquanto alguns produtos obtiveram alta, outros tiveram uma que-da nos preços. “O custo de 20 quilos de semente de braquia-

rão, por exemplo, era de R$ 193,00 no ano passado, e em 2011 ela está saindo por R$ 256,00, o que representa um aumento de cerca de 32%. Já o herbicida, outro exemplo, custava cerca de R$ 517,00 em 2010 e este ano custa cerca de R$ 472,00”, exemplifica o gerente

Demanda - Já o gerente da Agroquima, Pedro Calhau, diz que um dos motivos desse aumento é maior demanda de compradores. “Aliada à menor produção de sementes e a alta no valor de agrotóxicos, o crescimento da demanda fez com que subissem os valores dos insumos”, afirma.

lantiop

insumos estão mais caros nesta safraFertilizantes chegaram a ter aumento médio de 27%

REPRODUÇÃO/ blOg hENRIqUE vIEIRA

Plantar um hectare esse ano no Maranhão ficou mais caro que no ano anterior, devido à alta de insumos como fertilizantes e sementes

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06 Novembro/Dezembro 2011

ovo prazon

Antonio Wagner

O prazo para georrefe-renciamento de imó-veis rurais com área

inferior a 500 hectares estava previsto para o último dia 20, mas foi adiado para 2013. Pro-dutores rurais que iriam per-der o prazo agora têm nova chance e devem procurar o Incra de sua região para ob-ter informações sobre como proceder.

Quem não fizer o geore-ferenciamento de suas terras fica impedido vender a pro-priedade ou fazer qualquer tipo de financiamento em bancos.

Segundo o chefe da equi-pe de georreferenciamento da Maia Consultoria, em Impe-ratriz, Márcio Brito, embora o prazo do georreferencia-mento para grandes proprie-dades rurais já tenha chegado ao fim, vários produtores não fizeram o cadastro. “Nem to-dos os imóveis do Brasil fo-ram georreferenciados. Ainda existe uma boa parte sem o

cadastro”, comenta Brito. Hoje, há cerca de 5,5 mi-

lhões de imóveis constantes no Sistema Nacional de Ca-dastro Rural (SNCR). A maior parte das propriedades tem abaixo de 500 hectares, o que representa 5,2 milhões de

imóveis passíveis de georre-ferenciamento.

ObrigaçãoDe acordo com o decre-

to 5.770/2005, foi fixado o prazo legal para o georrefe-renciamento dos imóveis ru-

rais em todo o Brasil. O não cumprimento exigência im-plica ria no cancelamento do CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural). O prazo, no entanto, foi prorrogado com a entrada em vigor do Decreto nº 7.620, publicado no Diário Oficial da União na terça-fei-ra (22).

De acordo com a Lei, o chamado Georreferencia-mento consiste na descrição do imóvel rural, em seus li-mites, características e con-frontações, através de me-morial descritivo firmado por profissional habilitado (Engenheiro, Arquiteto, Agrô-nomo, Geólogo, Meteorolo-gista, Geógrafo), com a devida ART(Anotação de Responsabi-lidade Técnica.

Brito ressalta que são três os procedimento necessários que devem ser realizados para o cadastro.

“A primeira etapa se dá com o profissional habilitado do para a execução dos servi-ços de campos e de elabora-

ção do material. A segunda se dá junto ao Incra com a apre-sentação do material, anuên-cia dos confinantes e demais materiais. E a terceira se dá junto ao Cartório de Registro de Imóveis”, explica.

Passo a passoMesmo com o novo pra-

zo, o ideal é que os produto-res organizem a documenta-ção e a apresentem na Sala do Cidadão, das Superintendên-cias Regionais do Incra.

O imóvel georreferencia-do recebe uma plaqueta que contém o código do profis-sional e o registro do mar-co da propriedade. Com ele, certifica-se que a terra está com toda a documentação em dias.

Após os novos prazos en-cerrados e se não fizer o ge-orreferenciamento o respon-sável pela terra é impedido de fazer qualquer modificação no CCIR e não poderá realizar nenhuma transferência, nem dá-la em garantia.

georreferenciamento será obrigatório em 2013Proprietários devem estar atentos às datas, pois aqueles em desacordo com a Lei ficam impedidos de negociar e transferir suas terras

REPRODUÇÃO

Cerca de 5,2 milhões de imóveis estão passíveis de georreferenciamento no Brasil

Senadores aprovam projeto do novo Código Florestal brasileirorâmiteT

Diário da Fazenda

Os senadores aprovaram na noite de 06/12, no ple-nário do Senado, o proje-

to do novo Código Florestal (PLC 30/2011), substitutivo de autoria dos senadores Luiz Henrique (PMDB-SC) e Jorge Viana (PT-AC) para o texto do então deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), aprova-do na Câmara dos Deputados em maio deste ano. Foram 59 votos a favor e sete votos contrários

ao texto-base. Logo em seguida os senadores passaram a votar as emendas de destaque ao tex-to principal. Jorge Viana (PT-AC) acolheu 26 emendas de plenário de um total de 78 apresentadas. O plenário rejeitou quatro desta-ques ao texto.

A presidente da Confede-ração da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, afirmou, antes da votação do texto-base, que depois de 15

anos, o Congresso Nacional per-cebeu a necessidade de atualiza-ção da legislação ambiental. “O Congresso Nacional vota sim pelo Brasil, pelos produtores rurais, pelo emprego, pelo PIB (Produto Interno Bruto) e pela alimentação do povo brasileiro”, afirmou. Para ela, o “dia de hoje é histórico”.

“O parecer do senador Jorge Viana representará a certeza de um desenvolvimento equilibrado e sustentável para o nosso País,

mantendo ao mesmo tempo re-gras rígidas de preservação e pro-piciando o desenvolvimento da atividade agrossilvipastoril”, afir-mou o senador Luiz Henrique. O senador Jorge Viana afirmou que o novo Código Florestal garanti-rá segurança jurídica aos produ-tores rurais. “Nós temos que dar tranqüilidade aos brasileiros e brasileiras que vivem nas áreas rurais, produzindo para que nós, nas cidades, possamos consumir”,

afirmou o relator da proposta do novo Código Florestal, na Comis-são de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Con-trole (CMA).

Passo a passo – Aprovado no Se-nado, o projeto do novo Código Florestal brasileiro volta para a Câmara dos Deputados, onde será analisado e votado no Plená-rio da Casa. Na seqüência, o texto seguirá para sanção presidencial.

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Novembro/Dezembro 2011 07

rasilB

investimento na agricultura familiar aumenta cinco vezes nas últimas oito safrasCrédito para o segmento saltou de R$ 2,3 bilhões para R$ 11,9 bilhõesDiário da Fazenda

O crédito para famílias agri-cultoras quintuplicou nas oito últimas safras,

passando de R$ 2,3 bilhões em 2002/03 para R$ 11,9 bilhões em 2009/10, no âmbito do Progra-ma Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A evolução dos valores foi maior do que o número de contratos, que passou de 904 mil para 1,6 milhão no período (78% mais). Esses dados fazem parte do rela-tório Estatísticas do Meio Rural 2011, publicado em novembro, pelo Núcleo de Estudos Agrá-rios e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Nead/MDA) e o Depar-tamento Intersindical de Estatís-tica e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O maior financiamento do agricultor familiar se deu num contexto de aumento do consu-mo nacional e de uma amplia-ção dos preços internacionais, que levaram a programas como o Mais Alimentos - que permi-tiu uma ampliação da capacida-de produtiva devido à compra de equipamentos e infraestrutura para a propriedade rural fami-liar, financiadas em até dez anos, com até três anos de carência e juro de 2% ao ano. O relatório re-gistra essa evolução da demanda no mercado e da produção: a de arroz, por exemplo, aumentou 24,2%, passando de 10,1 milhões de toneladas em 2001 para 12,6 milhões em 2009; e a do feijão cresceu 42,1% no período, pas-sando de 2,4 milhões de tonela-das para 3,4 milhões.

Renda - O aumento da renda

familiar no campo, entre 2003 e 2009, foi maior para as famílias agricultoras (31,7%, de R$ 1.138 para R$ 1.499) e para os assalaria-dos rurais (38%, de R$ 793 para R$ 1.094) do que para as famílias proprietárias na agricultura pa-tronal (7,6%, de R$ 9.737 para R$ 10.477). A renda das famílias de empregadores e trabalhadores por conta-própria não agrícolas, mas com residência rural, tam-bém cresceu: 24,1%, de R$ 1.230 para R$ 1.526.

Esse aumento explica a ra-zão da taxa de pobreza do cam-po ter reduzido 14,4%, no perí-odo - acima da média brasileira (12,4%), de acordo com o estu-do.

Jovens - A quarta edição de Estatísticas do Meio Rural traz uma novidade em relação às an-teriores, ao buscar dados para

a análise das políticas públicas para a juventude no campo - es-pecialmente com relação à edu-cação e saúde. O estudo demons-tra a concentração da população acima de dez anos de idade sem instrução (20% do total) no cam-po e, na outra ponta, a baixa concentração das pessoas com mais de 15 anos de estudo (1,4%). A maior parte dos moradores do meio rural tem de 3 a 4 anos de escolaridade (25,4%) e de 11 a 12 anos (25,1%). O que significa que há três grandes grupos: os que não estudaram, os que fizeram o primeiro ciclo do ensino funda-

mental e os que fizeram o ensi-no médio. Com relação à saúde, os números mostram que o mo-rador rural tem pouca cobertura de planos de saúde complemen-tar (6,4%).

Dados - A fonte primária da maior parte dos dados do estudo é o Censo Agropecuário 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi cru-zado com outras fontes, como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) ou as compras da Companhia Nacio-nal de Abastecimento (Conab), entre outros.

Aumento da renda no campo foi maior para famílias produtoras que para patrões

REPRODUÇÃO/SEAg-ES

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08 Novembro/Dezembro 2011

Especial: entrevistas com candidatos a presidência do Sinrural

Por Diário da Fazenda

Por que resolveu assumir a direção do Sinrural?

Assim como outros membros da atu-al diretoria, temos a convicção de que pre-cisamos fazer a abertura na administração, oportunizar e trazer mais gente para a área de decisões no sindicato. Como o que tinha, e foi colocado inicialmente, nada mais era que uma repetição da diretoria atual, con-versamos com o grupo e chegamos a uma nova opção. Quando me convidaram como cabeça de chapa, eu aceitei. É uma forma de integrar todos os níveis de associados: desde os que buscaram fundar e fazer forte o sin-dicato, até os jovens que precisam integrar o grupo.

O senhor se reconhece como uma chapa de oposição?

Eu não coloco como se houvesse uma chapa da situação e outra de oposição. Na verdade, somos dois grupos dentro da di-retoria e nosso grupo queria uma abertura maior. Não seria de bom senso uma mudan-ça apenas das peças dentro da entidade. Que-ríamos abrir para jovens que estão integrados ao setor e precisam fazer parte, dar um pou-co de si na administração, trazer novas ideias. E nesse sentido, a nossa chapa abre espaço para pessoas que não estão ou que nunca tiveram parte do Sinrural. Assim como acha-mos importante a experiência dos que ajuda-ram a formar esse sindicato e que também estão afastados. É buscando essa abertura que surgimos como opção, não como oposi-ção. Não tem uma chapa da diretoria e outra não. Nós todos somos advindos da mesma diretoria. Nenhuma das duas tem o apoio de cem por cento dos diretores atuais. Não con-sidero que, pelo fato do atual presidente estar em uma ou outra chapa, configure ser esta a chapa da diretoria. A diretoria é formada por 18 membros e somos uma opção

E nessa chapa, qual a sua proposta para o Sinrural?

A chapa possui várias propostas e aos poucos estão sendo apresentadas. Mas nos nos últimos dois anos estive mais afastado da diretoria por motivos pessoais e pude sentir a ressonância dos associados. Eu consegui ter uma noção daquilo que os sindicalizados precisam. Nesse sentido, vou buscar uma aproximação maior, trazer de volta o sindi-calizado que hoje está um pouco afastado. Só para se ter uma ideia, dos poucos mais de quatrocentos membros sócios ativos, quase 40% estão afastados e sem atualizar suas obrigações com o sindicato. Isso demons-tra que uma coisa precisa ser acrescentada ao trabalho atual. Isso vamos buscar. Uma das funções é pleitear e adotar medidas em favor do associado sendo um defensor de tudo o que possa trazer prosperidade para a categoria; outra colocação do estatuto é estudar e buscar soluções aos problemas re-lativos às atividades rurais. Precisamos fazer uma busca de melhoria de índices, de ações técnicas para prover o associado de ferra-mentas para que desempenhe seu trabalho. Também queremos organizar os serviços que são úteis aos sócios. Fazer isso, ações mais direcionadas: esse é o objetivo.

Na prática, qual é a ação que o senhor quer fazer à frente da entidade?

Entre as ações que pretendemos fa-zer, uma delas é criar a diretoria ambiental, que não existe hoje e essa é uma questão que aflige o produtor. Implantaremos uma gestão dividida com várias comissões. Incor-porar novas atividades, que estão distantes do sindicato, como Piscicultura, Avicultura, Reflorestamento, Silvipastoril, Agricultura. As comissões precisam ter mais importância no Sindicato. Entendemos que a pecuária tem avançado muito, mas outros setores precisam de atenção também. Vamos incre-mentar as diretorias que existem.

Na sua avaliação o marca Sinrural está preterida se comparada à marca Ex-poimp?

Ainda não aos olhos de produtor rural, mas aos olhos da população, eu acre-dito que há uma sobreposição da marca Expoimp e precisamos buscar equilíbrio. A festa é importante, ela traz o cidadão para dentro do parque, ele vê as ações da força produtiva da nossa região, ainda mais agora com o embate entre ambientalistas e pro-dutores. Em Imperatriz, o nosso portal é a Expoimp, mas temos de ter ações práticas para trazer o produtor para dentro do Sindi-cato, o Sindicato deve ter ações o ano inteiro. Ações que façam com que ele se sinta em casa para bater na porta da diretoria, suge-rir e solicitar informações sem que existam barreiras.

Nessa nova lógica, como fica o papel do pequeno produtor. O senhor acre-dita que ele está bem representado hoje?Hoje, a participação do médio e grande produtor no Sindicato ainda é maior. Mas tenho certeza que esta entidade foi pensada para todos os produtores, não importando o tamanho. E vamos buscar isso. Ações que fortaleçam a nossa classe, que promo-vam a segurança no campo, a assistência técnica e o desenvolvimento tecnológico.

O que está faltando para trazer esse produtor?

O primeiro passo é fazer com que o produtor entenda e reconheça a entida-de como a sua casa. Dentro do Sindicato existem trabalhos sociais que podemos im-plementar. Um bom exemplo é criar uma comissão jurídica para atender o pequeno produtor. Um local que possam correr e ter um retorno de suas aflições e necessida-des. Alguém que irá assessorar com orien-tação o nosso produtor, que preste um

serviço na área trabalhista, que os informe sobre suas obrigações, jurídicas, fiscais etc. Para que não seja penalizado por não saber. Hoje ele está desamparado nesse sentido.

Além da informação, qual o maior problema da classe rural hoje?

A questão ambiental. Corremos o ris-co de nos tornarmos marginalizados e nesse sentido precisamos fazer com que o Senado e a Câmara definam regras claras. Os bancos de fomento sempre cobrando uma situação que não podemos nos sujeitar. É inviável tra-balhar com 80% de área para reserva. Como vamos produzir com 20%? Na verdade até menos. Em áreas com morros e rios, quando tirar essas áreas, será menor ainda. Pode ser 15% dependendo do tipo de área. Imperatriz está quase cem por cento na área da Amazô-nia legal. E quando fala-se do Sinrural não é só o produtor de Imperatriz, representamos toda a região Sul e Sudoeste do Maranhão. Temos produtores de Porto Franco, Grajaú, Estreito, Açailândia, Amarante. Nesse senti-do, representamos toda a região. Temos que resolver os problemas da classe pensando no todo. O que acontece no vizinho acontece conosco também.

Hoje o segmento se sente representado pelos atuais governantes?

Eu entendo que nossa representativi-dade melhorou bastante com a nomeação do Claudio Azevedo (secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca). Ele conhe-ce, tem a real noção da realidade e temos

avançado. Temos uma voz que se coloca em defesa do produtor rural. Na verdade, no Maranhão temos poucos representantes que fazem defesa contundente do setor rural, mas todos eles, quando estivemos em Bra-sília, comprometeram-se com a aprovação do Código. Não temos motivo para dizer que alguém, ou maioria, não esteja de om-bros dados com o setor.

Acredita que consigamos ser área livre de aftosa em maio, como prometido?

A intenção é clara. Até o fim de 2012 os principais produtores do Nordeste e o Brasil devem estar neste estado sanitário. Então terá que acontecer. Já houve pro-messas, mas há uma determinação agora e uma disposição política para que seja alcançado.

Na sua avaliação, por que ainda não tivemos esse status reconhecido pelo Governo Federal?

A gente não pode falar só do Mara-nhão. O Pará também tem áreas de tam-pões, o Piauí do mesmo jeito. E outros estados. Há dificuldades. Problemas políti-cos-administrativos e as ações não tiveram a sequência necessária. Por que, o produ-tor tem feito o trabalho dele, tem feito o dever de casa, não se ouve falar de focos por aqui. Agora precisa-se mais ações do governo e ações técnicas no sentido de que tenham relatórios adequados para que o Governo Federal aceite nossas ações como efetivas.

Nascido em Imperatriz e de tradição rural José de Ribamar Cunha Filho, o Ribinha, é hoje um dos nomes a pleitear o cargo de presidente do Sin-

rural (Sindicato Rural de Imperatriz). Desde 2000 vem adquirindo experiência em algumas funções do Sindica-to para agora buscar o cargo de presidente. Essa experi-

ência em gestão não lhe falta, além da atuação como pe-cuarista, tem garantido sucesso à frente do Café Viana e empresas de Cerâmica e construtoras. A chapa tem apoio de outros membros da atual diretoria do sindicato e de produtores, que veem na polarização o fortalecimento da democracia. Confira a entrevista:

José de Ribamar Cunha FilholeiçãoE Votação está prevista para o dia 16 de janeiro

Page 9: Diário da Fazenda Ed06

Novembro/Dezembro 2011 09

Por Diário da Fazenda

Por que resolveu assumir a direção da entidade?

Porque, embora a produção rural não seja a atividade que mais me rentabiliza, nem a que me dá menos trabalho, é a que eu mais gosto, mais me identifico. Eu sou sertanejo, vim do sertão do Piauí. Meu avô era produ-tor rural. Tenho afinidade. Quando chegou a hora de decidir quem seria o nome para assu-mir o Sinrural nesta eleição, o grupo se divi-diu: algumas pessoas tinham objeção pessoal à minha pessoa e outras, ao presidente Karlo Marques. Enquanto estávamos discutindo uma chapa única; uma, duas ou três pesso-as já estavam fazendo reuniões para montar uma chapa alternativa. Isso, na minha avalia-ção, foi um processo deselegante com o pre-sidente. Mas, enfim, quando surgiu o nosso nome foi uma decisão da grande maioria do grupo. Eu não tenho a menor vaidade com esse cargo. Sou uma pessoa realizada pelo que construí e a maior parte do trabalho já fiz estando na diretoria do sindicato.

Estando tão perto desta gestão, que ava-liação o senhor faz desses três anos?

A gestão do Karlo, da nossa diretoria, foi tranquila. Nesses cinco anos da gestão do Karlinho, eu como vice nos últimos três, procuramos atender a todos os associados, independentemente da sua posição eco-nômica ou do seu tempo de participação. O Karlo teve uma enorme habilidade para não envolver a entidade no processo político local. Ela é uma entidade de classe, engloba pessoas das mais variadas tendências e não pode aliar-se a candidaturas de a, b ou c. En-tendemos que a entidade precisa manter sua independência, porque, toda vez que levanta uma bandeira, ela perde credibilidade e se ex-põe desnecessariamente. O presidente sem-pre brinca - uma vez acho que ele disse até para a governadora - que o seu partido é o

PA (Partido do Agronegócio), ou seja, o go-verno que faz alguma ação para o produtor, temos de aplaudir; mas quando nos prejudi-cam temos de reclamar. Isso o Karlinho fez com muita maestria. Outro avanço grande: encampamos a briga no Código Ambiental, trouxemos essa discussão para dentro do Sindicato Rural. São conquistas grandes que permitiram que hoje tenhamos uma apro-ximação muito grande com a Federação de Agricultura e com a CNA. O Sindicato hoje é respeitado por essas entidades, pela sua atu-ação, isenção e trato. Outra coisa importante: ter uma administração pautada pelo equilí-brio financeiro, o que não houve no passado. Hoje, o produtor tira todas as suas certidões a qualquer hora, pois a entidade não tem nenhum débito municipal, estadual ou com fornecedores.

Qual sua proposta hoje para uma nova gestão do Sinrural?

Primeiro precisamos continuar forta-lecendo a entidade, sua representatividade. Para isso ela precisa estar sólida economica-mente, porque não se faz nada sem recursos, precisamos ir ao poder constituído mostrar nossas angústias.

Certo, mas do ponto de vista prático. Que ações são as mais urgentes?

Seguramente vamos querer moderni-zar o Sindicato Rural. Fazer mais fortemente a extensão do conhecimento, da tecnologia, promover cursos e treinamentos. Outro ponto importante: fazer a prestação de con-tas. Qual a dificuldade de fazer a prestação de contas aos associados? Esse é o meu primei-ro compromisso: fazer a prestação de contas mensal de receitas e despesas.

Na sua avaliação, qual é o principal en-trave hoje do agronegócio em Impera-triz?

É o problema ambiental. Até hoje, por

exemplo, o produtor está sendo penalizado da pior forma, que é cortando o seu crédito. Os bancos estão sem operar porque estamos no bioma amazônico e dentro desta área a reserva legal chegava a 80%. Como ninguém tem essa reserva e nem tem a averbação, não se consegue a regularização na Sema (Secre-taria de Meio Ambiente) que é pré-condição. Estamos há quatro ou cinco anos aguar-dando o zoneamento ecológico que não sai. Conversei com Cláudio Azevedo (sec. Estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca) e ele me garantiu que estão celebrando um contrato com a Embrapa para que se possa fazer, ou seja, vai ser recomeçado do zero. O que esperávamos que estivesse pronto no fi-nal de 2010 não está em 2011 e talvez só no fim de 2012. E isso é fundamental.

Neste sentido o senhor acredita que a classe está bem representada no âmbito governamental?

O estado tem a representação, mas não vejo a manifestação dos nossos repre-sentantes neste sentido. O Sinrural deve le-vantar essa bandeira.

Esse entrave burocrático nos bancos de certa forma atingiu os resultados da úl-tima Expoimp?

Sim, já foi sensível. Se não fosse um trabalho junto aos agentes para viabilizar recursos para serem alocados nossa feira ia virar só uma festa, uma quermesse, como tudo no Brasil. Infelizmente o volume dis-ponível não foi o volume utilizado porque a operação fica muito limitada a coisas peri-féricas. O produtor não pode fazer nenhum investimento. Cadê o cadastramento rural? Não tem, porque o Maranhão não tem zo-neamento e não temos nossa área averbada.

Hoje costuma-se ouvir que a marca Ex-poimp é maior que a Sinrural. É preciso fortalecer a imagem do sindicato?

A Expoimp é um evento do sindicato, não pode ser mais importante que ele. Assim como nenhuma entidade pode ter um gestor mais importante que a entidade. Queremos a entidade forte, participativa de todos: gran-des, médios e pequenos.

Qual o papel do pequeno produtor nas ações do Sindicato?

Ele tem a mesma importância que qualquer outro. O que precisamos é que a entidade dê uma atenção especial a ele no que cerne à informação. O que o sindicato precisa fazer é oferecer essa informação. Muitos têm medo do banco, por conta de um passado inflacionário no qual era muito difícil saber o que se devia. Mas hoje o Bra-sil, em estabilidade, permite que você saiba quanto vai pagar. O crédito é indispensável. O pequeno não sabe nem como conseguir os documentos. O sindicato pode fazer isso, disponibilizar um funcionário à disposição dessas pessoas, para tirar dúvidas.

Quanto à febre aftosa, por que ainda não somos área livre da doença?

Faltou vontade política. Na realidade, o Maranhão não percebeu a importância, para a economia, da liberação do nosso re-banho. Fazer vacinação é um dever de casa do produtor rural e ele tem feito isso, mas durante esses anos a Aged foi inoperante, foi de pouca competência. Conheci pouca gente trabalhando com determinação. Sempre falta isso, carro, combustível etc. Isso é desculpa

de quem não quer fazer, por que qual é a dificuldade de você fazer um cadastro para criar base de dados com nome da fazenda do produtor e seu rebanho? Evoluímos em 2002 para médio risco e estamos há 8, 10 anos no mesmo status sanitário. O Piauí co-meçou outro dia e já está no mesmo status do Maranhão. Sabemos que nossa condição na época não era diferente do Pará, Tocan-tins... Por que eles evoluíram? Por que seus produtores, sua classe política entendeu isso, tomaram as ações necessárias. E o que eles têm de diferente? Um órgão que funciona.

O senhor acredita na promessa de libera-ção em maio de 2012?

Ainda é uma promessa. A sinalização mais positiva é a entrada do Cláudio Azevedo na Secretaria de Agricultura, que é alguém que conhece nossos problemas e cria uma interlo-cução mais fácil. Ele tem boa vontade, credi-bilidade e apoio do governo. Eu acredito que vamos passar por um processo de sorologia e temos que conseguir o índice de vacinação aci-ma de 95%. O problema é que não é só ques-tão técnica, precisa ação junto ao Ministério. Estamos otimistas. Seria uma glória para a Ex-poimp. Cada ano menos animais são expostos por conta dessa dificuldade de trazer animais de outras regiões. Para vir não tem problema, mas para sair tem a quarentena e ninguém traz nessas condições. Alguns amigos trazem para prestigiar, mas depois fica aquela sensação de ser obrigado a vender a qualquer preço já que não tem condições de voltar.

Especial: entrevistas com candidatos a presidência do Sinrural

Atual vice-presidente do Sinrural (Sindicato Rural de Imperatriz), Sabino Siqueira da Costa é o cabeça de uma das chapas na eleição da entidade que represen-

ta os produtores rurais de Imperatriz. Secretário de Desen-volvimento Econômico do município, o produtor que veio do Piauí já está em atuação na entidade há pelo menos dez anos.

Além do trabalho no agronegócio, ele se consolidou como um empresário de sucesso com empreendimentos nos segmentos de veículos e distribuição de medicamentos. Sua chapa conta com o apoio do atual presidente do Sinrural, Karlo Marques, que na nova configuração participa no cargo de primeiro se-cretário. Confira a entrevista:

Sabino Siqueira da CostaleiçãoE Pleito escolherá próximo representante do setor rural

Page 10: Diário da Fazenda Ed06

10 Novembro/Dezembro 2011

Em abril o leilão da ATR completou 15 anos, mas a comemoração aconte-

ceu mesmo no mês de outubro, com a realização de mais uma edição Leilão do Boi Branco em Estreito, quando foram ofer-tados aproximadamente 5 mil animais, entre bezerros, cruza-dos, gado PO, fêmeas e outros.

“Somos o maior do Brasil”, garante o organizador do even-to, Célio Luís Rodrigues Men-des.

E a grandiosidade pôde ser vista pelos participantes que lotaram o tatersal na entrada de estreito. Ao todo pelo me-nos 50 caminhões, alguns com até quatro andares de gaiolas com animais vindos de cidades próximas como Carolina, Paraí-so e do Tocantis lotaram as 105 baias montadas no local. Só um dos visitantes do Tocantins trouxe 1,5 mil cabeças, repre-sentando 30% de todo o leilão.

O evento, nesses moldes, que leva o nome de seu fun-

dador Agnelo Teixeira Rezen-de, acontece duas vezes ao ano. “Já estamos há 15 anos na região promovendo leilões toda a sexta-feira, ou seja, o produtor conhece nosso tra-balho, conquistamos credibi-lidade”, argumenta.

PatrocinadorE foi justamente esta cre-

dibilidade que fez com que a empresa Agroquima fosse mais uma vez parceira e pa-trocinadora máster do pregão. Segundo o gerente comercial da empresa, Pedro Calhau, a parceria com a ATR segue há dois anos. “A ATR é um grupo forte, então vemos nessa par-ceria uma oportunidade de mostrar nossa marca, expor nossos produtos. Afinal, aqui está o nosso público, aqui es-tão os produtores”, destaca.

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Maior leilão do Maranhão completa 15 anos

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FOTOS: ANTONIO WAgNER

Evento foi sucesso de vendas e público, comprovando a tradição do leilão que se configura como um gigante em número de animais negociados

LEGENDA DAS FOTOS: 1) Animais em baias no lei-lão. 2) Célio Mendes da ATR e convidados. 3) Agnelo Teixeira Rezende, que dá nome à leiloeira ATR. 4) A pequena Valentina e seu pai Almir (Climetra). 5) Lei-loeiro Gilson de Paula durante o leilão. 6) Pista.

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Page 11: Diário da Fazenda Ed06

Novembro/Dezembro 2011 11

Antônio Wagner

Lojas especializadas em artigos para animais, os conhecidos pet shops,

oferecem uma diversidade cada vez maior de produtos para facilitar a vida dos do-nos, que, em geral, querem en-cher de mimos seus mascotes.

O setor tem crescido bas-tante nos últimos anos e o mercado continua sendo pro-missor para quem pretende investir. Em Imperatriz há es-paço para a multiplicação do ramo pet e, para atrair mais consumidores, empresários têm apostado em estratégias diferenciadas e serviços cada vez mais específicos.

Clínicas veterinárias, ba-zares, agropecuárias e até supermercados também ade-

riram às vendas de produtos voltados para o conforto e es-tética dos bichos domésticos, além das rações. Acessórios como roupas, coleiras, brin-quedos, produtos de higiene e até sapatos para passeios são facilmente encontrados e se-duzem qualquer apaixonado por cães e gatos.

A Servet - Serviço Médi-co Veterinário LTDA, oferece seu atendimento desde 1985 em Imperatriz e é pioneira em todo o Maranhão em serviço de banho e tosa, sanidade, va-cinas e consultas. Clénia Ma-ria, sócia da empresa, foi bus-car novidades do ramo, no Pet South Améria, realizada em São Paulo este ano. “Tudo que surge estamos procurando ad-quirir. Estivemos presente no Pet South América (Feira In-

ternacional de Produtos e Ser-viços para a Linha Pet e Veteri-nária). Trouxemos acessórios em geral, camas, unhas de si-licone, roupas, carrinhos para cães e até tatuagens. O nosso maior investimento atualmen-te é a vinda da máquina “Seca Cão”.

A máquina “Seca Cão” dei-xa o animal acondicionado de forma segura e confortável dentro de ambiente apropria-do, onde as ações de jatos de ar com distribuição e tempe-ratura controladas propor-cionam uma secagem e higie-nização dos pêlos, evitando o stress da secagem convencio-nal feita com secador. A má-quina usa irradiação infraver-melha e com ela protege-se a pele canina de irritações.

A Au Au Miau etc e tal –

Pet Shop, Clínica Veterinária e Estética Animal, está na ci-dade desde abril deste ano e está trazendo para a cidade um Hotel SPA para cachor-ros.

Para Aurizan Holanda, Gerente Administrativa, a procura por este e outros serviços são grandes dentro da empresa.“Há uma procura muito grande por hospeda-gem de animais. Seus donos viajam e não tem com quem deixá-los. O Hotel SPA terá piscina, playground e apar-

tamento individual com área de sol. O animal poderá ficar hospedado quantos dias fo-rem necessários.” A inaugu-ração deste espaço será para janeiro próximo.

“Outra novidade é o espa-ço para eventos e realização de festas particulares. Em ou-tras cidades isso já é normal. Alguns de nossos clientes já fazem isso. Eles fazem de tudo para seus animais de es-timação. Os cães e gatos hoje são parte da família”, finaliza Aurizan Holanda.

nimais domésticosA

Mercado de pet Shop cresce com diversidade de produtosRoupas, coleiras, brinquedos, produtos de higiene e outros itens pensados exclusivamente para animais de estimação fomentam esse novo segmento

Cuidados com animais fazem crescer variedade de itens como roupinhas (no detalhe)

FOTOS: ANTONIO WAgNER

Page 12: Diário da Fazenda Ed06

12 Novembro/Dezembro 2011

Na primeira ação itinerante, realizada no dia 15 de outubro, foram recolhidas quase meia tonelada de embalagens vazias de agrotóxicos

Diego Leonardo Boaventura

Começou a funcionar o sis-tema itinerante de reco-lhimento de embalagens

vazias de agrotóxicos nas fazen-das do sul do Maranhão. O siste-ma itinerante de recolhimento é uma modalidade temporária de coleta cujo objetivo é facilitar o acesso de produtores rurais à de-volução.

O sistema itinerante é volta-do principalmente para o peque-no produtor que, muitas vezes, reclama da dificuldade de trans-porte para entrega das embala-gens nos postos fixos de recebi-mento, na cidade.

“Se Maomé não vai à monta-nha, a montanha vai a Maomé”, brinca o fiscal estadual Agrope-cuário da Aged (Agência de Defe-sa Agropecuária do Maranhão), Jean Teixeira. Segundo ele, mos-trar a importância de dar um destino correto às embalagens de agrotóxicos envolve uma mudan-ça na mentalidade do trabalha-dor rural. “O problema é mesmo cultural, por isso, primeiramente nós partimos para conscientiza-ção, para depois colhermos os resultados”, destaca.

A primeira experiência iti-nerante aconteceu no dia 15 de outubro nas cidades de Porto Franco, Lajeado Novo, São João

do Paraíso e Estreito.De acordo com dados da

Aciart (Associação do Comércio de Insumos Agropecuários da Região Tocantina), a primeira co-leta recolheu 492 quilos de em-balagens vazias.

“O maior volume recebido ocorreu no município de Por-to Franco”, conta o presidente da Aciart, Reginaldo Komatsu. Para o trabalho, os associados da Aciart cederam quatro cami-nhões próprios para transporte dessas embalagens vazias.

Além da associação e da Aged, o trabalho conta com apoio do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens

Vazias (Inpev) e das prefeituras e secretarias dos municípios.

Atualmente no Estado exis-

tem postos de recolhimento fixos em Balsas, Imperatriz e Anaupu-rus.

eio ambienteM

Sul do Maranhão dispõe de sistema itinerante de recolhimento de embalagens vazias

Centro Brasileiro de pecuária Sustentável inaugura sede em imperatriz

Imperatriz é sede do Centro Brasileiro de Pecuária Susten-tável (CBPS). A associação, que

começou no ano passado com o objetivo de divulgar e promover a troca de experiências sobre o ma-nejo sustentável no país, por ini-ciativa do produtor rural Mauro-ni Cangussu, agora tem sua sede oficial localizada à Rua Paraíba, 50, bairro Juçara.

“Nós estamos inaugurando o CBPS com objetivo de modifi-car o perfil da pecuária no Brasil. A humanidade tem que mudar a relação com o meio ambiente, e o CBPS faz parte dessa mudança na área da produção rural”, enfa-tiza Mauroni. A entidade trabalha na divulgação de processos eco-lógicos de produção, como por exemplo, o plantio de árvores nas pastagens. Hoje são nove proprie-dades rurais envolvidas no gru-

po, que não tem fins lucrativos, e promove reuniões para debater o assunto.

Em sua avaliação o maior mérito da associação é promo-ver a divulgação dessas práticas sustentáveis. “Não é uma postura

fácil de mudar. São anos e anos num sistema que parecia o mais adequado. Então é preciso inves-tir em educação, no esclareci-mento, para conseguirmos bons resultados”.

Embora seja voltado ao pe-

cuarista, o CBPS não é restrito a produtores rurais. “Qualquer pes-soa que tenha interesse em aju-dar o planeta e mudar sua postu-ra pode contribuir”, comenta.

Entenda a propostaA base deste novo modelo de

produção é o manejo integrado de pastagem, árvores e gado com o objetivo de aumentar a produ-tividade por unidade de área. Se-gundo defendem, a recuperação dos biomas – se não os originais pelo menos o mais próximo de-les – nas propriedades não é ape-nas uma forma de ajudar o meio ambiente, mas uma maneira de garantir que a atividade não su-cumba, uma vez que a degrada-ção tem caminhado para a morte do solo, o que vai exigir cada vez mais investimentos em suple-mentação e recuperação de pas-

tagens. Gastos estes que podem, no futuro, inviabilizar os negó-cios no campo.

Apesar de a pecuária susten-tável ainda ser um assunto que gera dúvidas e resistência por parte dos produtores, o Mara-nhão tem se mostrado como um Estado de vanguarda na adoção desses métodos.

A primeira fazenda da re-gião a mudar o manejo das pas-tagens degradadas com a regene-ração das arbóreas nativas foi a Fazenda Monalisa, propriedade do médico veterinário Mauroni Cangussu, que desde 2002 tem investido no sistema silvipastoril. A fazenda de 153 alqueires, 600 vacas e 12 touros, inclusive, foi citada como referência de mode-lo sustentável em reportagem da Revista FAO: Animal Production and Health.

O maior volume recolhido ocorreu no munícipio de Porto Franco, a 100 km de Imperatriz

REPRODUÇÃO

Membros do CBPS e convidados prestigiaram a inauguração da sede da entidade

ANTÔNIO WAgNER

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Diário da Fazenda

Ao todo, estima-se que o plantel brasileiro de cava-los de raça esteja em torno

de 900 mil. A estimativa é feita com base em um estudo da Es-cola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), realizado em 2006 sob encomenda da Confe-deração da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Uma das princi-pais lacunas do setor é a ausência de estatísticas, motivo pelo qual a Câmara Temática de Equideocul-tura do Ministério da Agricultura incluiu a consolidação de dados em sua agenda estratégica.

O perfil equestre brasileiro está caminhando para um padrão mais europeu, onde o cavalo é um animal mais doméstico”, diz Alberto Guerra, diretor de marke-ting da Universidade do Cavalo, instituição especializada na for-mação, desenvolvimento e infor-mações para a equinocultura.

Segundo Guerra, o movimen-to, que se acentuou em 2005 com o melhor momento econômico do país, é em direção ao uso do cavalo como ferramenta de la-zer, e não apenas de trabalho. “As pessoas descobriram o prazer de andar, de participar de provas equestres”.

Nesse novo perfil, a quali-dade é um atributo essencial. “O cavaleiro brasileiro está cada vez mais exigente. Ele preza a quali-dade do cavalo e dos cuidados di-ários, o que requer profissionais qualificados”, afirma Guerra. De

acordo com ele, o custo mensal de um cavalo de raça com treina-mento, veterinária e itens de bele-za gira em torno de R$ 1,5 mil.

Por conta dos custos de cria-ção elevados, o mercado de cava-los de raça não tem no lucro sua principal motivação. Também por isso, o perfil do proprietário é de empresários do setor financeiro e industrial. “É um hobby, que não tem muita pretensão de lucro”, diz Guerra.

A visão é compartilhada pelo ex-presidente da Bovespa e atual presidente do Jockey Club de São Paulo, Eduardo da Rocha Azevedo: “nenhuma raça dá lucro”, garante. “Mas é lindo quando o seu cavalo ganha uma prova”, sorri Azevedo, proprietário de 30 PSIs. “Você pre-cisa ter como visão a criação pelo prazer”, reforça o empresário José Alves da Silva, detentor da marca Coca-Cola no Centro-Oeste e um dos maiores criadores de cavalo árabe do país, além de presidente da associação da raça.

ProblemasApesar de numerosos, os

cavalos de raça são minoria no país, cujo rebanho total de equi-nos é de 5,5 milhões - a maioria utilizada na lida com o gado nas propriedades rurais -, conforme a última pesquisa de Produção da Pecuária Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE), divulgada em setembro. “Há muito espaço para crescer”, comemora Guerra.

No Brasil, os cavalos de raça

estão distribuídos entre 23 asso-ciações de criadores. E há cava-los para todos os gostos, desde o turfe, passando por animais de cavalgada, como o Mangalarga Marchador, de exposição, como o Árabe, e os de hipismo. Além desses, há outros bem versáteis, como o Quarto de Milha, raça com o maior plantel no país.

Com 25 mil animais, a raça PSI, uma das mais tradicionais do mundo, passou por sérias dificuldades nos últimos anos, ocasionadas pela longa crise dos hipódromos do país, que se arras-ta desde os anos 1990. Segundo o gerente da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos de Cor-rida (ABCCC), Ricardo Ravagnani, “o mercado de PSI depende das corridas nos hipódromos”.

Apesar dos problemas, a situ-

ação começou a mudar, conforme revela o presidente do Jockey Club de São Paulo. Segundo o clube paulistano, o movimento geral de apostas cresceu 12% nos primei-ros nove meses deste ano frente ao mesmo período de 2010, alcan-çando R$ 84,8 milhões. De olho no bom momento desse mercado, o clube prepara o lançamento de uma campanha para atrair novos proprietários de Puro Sangue In-glês - o preço médio de um potro inédito (com até dois anos), o mais comercializado, é de R$ 32 mil.

Caso o PSI consiga aprovei-tar o momento do segmento, se-guirá a trilha do Quarto de Milha, raça mais difundida do país, com 373,1 mil animais, que apresentou crescimento de 32,2% nas receitas apuradas nos leilões da raça. De origem americana, o Quarto de

Milha, assim chamado por ser o equino mais rápido em 402 me-tros (equivalente a 1/4 de milha), é o cavalo oficial da vaquejada e do laço. Em média, vale R$ 28,5 mil.

Na segunda posição en-tre as raças mais difundidas do país, com 271,1 mil animais, está o Crioulo, cavalo-símbolo do Es-tado do Rio Grande do Sul. Em 2010, os leilões da raça tiveram incremento de 24% sobre o ano anterior, chegando a R$ 75,6 mi-lhões, a uma média R$ 15,4 mil por animal, de acordo com a As-sociação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos.

Típico de cavalgada, o Man-galarga Marchador, presente prin-cipalmente em Minas Gerais, tam-bém se beneficia dos bons ventos. “Estamos numa fase extraordiná-ria, com nossos animais alcançan-do valores de elite, de até RS 2,5 milhões”, comemora Magdi Shaat, presidente da Associação Brasilei-ra dos Criadores do Cavalo Man-galarga Marchador. Com um valor médio de R$ 35 mil por animal, a raça tem plantel estimado em 150 mil. Símbolo da Ferrari e prota-gonista de filmes como o “Corcel Negro”, os cavalos da raça árabe são reconhecidos por sua beleza e resistência. Por suportarem frio e calor intensos, foram utilizados por muito tempo como cavalos de guerra - atualmente, são bas-tante usados em exposições de beleza. Comenta-se que foram os únicos cavalos que sobreviveram à incursão de Napolão Bonaparte à Sibéria, no século XIX.

Novembro/Dezembro 2011 13

Representante SALBLOCO em Imperatriz e região:

Rua Minas Gerais, 103 (Esq.com Benedito Leite) Centro - Imperatriz - MA

Fone: (99) 3254-2036 | Fax: (99) 3524-3477

O berrante é um informativo mensal do:

Mercado de cavalos de raça cresce no BrasilEstimativas da Esalq/CNA apontam para um plantel de mais de 900 mil cavalos de raça no Brasil frente a 5,5 milhões de animais de lida

Maranhão registra presença sólida de investidores desse mercado de cavalos de raça

ANTONIO WAgNER

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14 Novembro/Dezembro 2011

estaquesd

pesquisa vai mapear espécies de parasitas que atacam a região

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) im-plantou no campus

da instituição o primeiro Laboratório de Diagnose de Plantas da região Mapitopa-ba (Maranhão, Piauí, Tocan-tins, Pará e Bahia).

Antes da iniciativa, as análises eram enviadas para outros Estados, como Dis-trito Federal, Goiás, Minas Gerais e São Paulo.

A UFPI irá mapear a ocorrência de nematóides na parte sudeste do Estado, identificando as espécies existentes. Os nematóides são organismos microscó-picos que podem causar estragos significativos nas plantações.

Como parasitas, hos-pedam-se nas raízes das

plantas, sugando seus nu-trientes, prejudicando seu desenvolvimento, favore-cendo o ataque de doenças e diminuindo a produtivi-dade.

Para o professor Dr. Francisco de Alcântara Neto, coordenador do Gru-po de Pesquisa em Produção Vegetal da UFPI, a nova ins-talação trará uma série de benefícios para todos.

“Os alunos de graduação e mestrado vão ter contato direto com os produtores em aulas práticas e projetos de iniciação científica. Os produtores, por sua vez, não vão precisar esperar até vin-te dias para receber as aná-lises, que agora serão feitas no laboratório em dois ou três dias”, afirma.

3º Seminário de Agronegócios na Região Tocantina reúne o setor rural e anuncia evento do leite

Márcia Ferreira, analista do Sebrae, durante evento do agronegócio na Fama

DIÁRIO DA FAZENDA

O 3º Seminário de Agro-negócios na Região Tocanti-na, realizado em 1º de dezem-bro, no auditório da Fama, reuniu representantes do setor rural e produtores em torno de discussões que, se-gundo a organizadora do en-contro, Márcia Maria Martins Ferreira, analista do Sebrae/MA, buscam a melhoria do desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Agronegócio.

No evento foram discuti-das predominantemente duas temáticas: o leite e as frutas e hortaliças, com foco na ge-ração de renda e melhoria da qualidade de vida dos bene-ficiários.

Durante o evento, foi lançado também o X Enel (En contro Nordestino do Leite) que será realizado em outu-bro do próximo ano em Im-peratriz. O evento promete reunir aqui as maiores auto-ridades do segmento lácteo brasileiro.

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Diário da Fazenda

Em 1983, quando o mineiro Antônio Chaves, 63 anos, teve de vender as proprie-

dades de soja que tinha para quitar a dívida no banco, depois da queda do dólar no governo de Fernando Henrique Cardoso, ele não se abateu: “Só sobraram cinco tratores. Foi quando vendi as máquinas e comprei três tan-ques de peixe”.

Do empreendimento queria tirar 100 mil animais, mas não ultrapassou os 25 mil. Foi muita persistência para chegar ao que hoje ele e o filho Vinícius Chaves de Amorim Borges chamam de “Universidade do Peixe”. E não é para menos. Atualmente a fazen-da Boa Esperança, no município de Senador La Rocque, é refe-rência nacional na produção de alevinos de Pintado, Tambaqui (peixe redondo) e Pirarucu. Este último, inclusive, só produzido em cativeiro no Brasil em duas propriedades, esta no Sul do Ma-ranhão e outra em Rondônia.

Mesmo sem ter concluído

uma faculdade, Vinícius hoje é o que se pode chamar de uma sumidade no assunto, sendo convidado constantemente para prestar consultoria e dar pales-tras sobre a criação do peixe que é uma raridade nas pisciculturas nacionais.

Os dois tanques que não prometiam muito na primeira empreitada se multiplicaram para 23 açudes em 20 hectares de lâmina d’água, que este ano tiveram uma produção de 4,3 milhões de alevinos de peixe Re-dondo, 20 mil de Pirarucu e 80 mil de Pintado.

Parece muito? Não para es-tes piscicultores que têm uma meta traçada para 2012 que vai mais que dobrar a produção. Ano que vem os tanques devem gerar 6 milhões de alevinos de Redondo, 30 mil de Pirarucu e 500 mil de Pintado. “Temos um crescimento médio de 20% ao ano”, garante Vinícius.

Ainda assim a produção não tem conseguido atender a de-manda de mercado. Só a fila de espera pelos alevinos chega ao

total de 12 mil embriões. “60% da nossa produção fica no Pará, mas vendemos para o Tocantins, Bahia e não conseguimos atender todo mundo”, explica Vinícius.

E isso sem contar o peixe gordo. Por ano a fazenda produz uma média de 100 toneladas. A produção não chega a Impera-triz, é toda consumida nas re-dondezas da propriedade, em Senador La Rocque, Amarante e João Lisboa. “A procura é tanta que estamos há 45 dias sem con-seguir atender a demanda”, diz.

Peixe criado no secoExcelência e ousadia. Afinal

é difícil acreditar que a proprie-dade de 320 hectares não tem nenhum rio. Toda a produção de peixe ali é feita de água represa-da da chuva. “Temos uma repre-sa de 50 mil metros quadrados”, destaca.

Os tanques, todos comple-mentados com água filtrada e adubação são mais um detalhe do primor e do cuidado com o serviço. Há piscinas de descanso, berçários, tanques de reprodu-

ção de larvas a alevinos, há in-cubadoras e outros detalhes que fazem da fazenda Boa Esperança um grande laboratório de repro-dução ao ar livre. “Desenvolve-mos de tudo aqui. Até a rede de retirada dos peixes é produzida na fazenda. Inventamos uma a base de cordas, porque as dispo-níveis no mercado não agüenta-vam a força dos animais”, expli-ca.

E a vontade de inovar é tan-ta que agora a meta é promover o rastreamento dos peixes. Uma parceria com a Universidade Fe-deral do Pará (UFPA) vai permi-tir, a partir de janeiro, colocar um chip em cada matriz, para promover o mapeamento genéti-co dos alevinos que saem da fa-zenda. “Com isso vamos buscar precocidade e agregar valor ao nosso produto”, justifica.

Sustentabilidade Apesar de toda a atenção

que os peixes recebem neste ‘aquário natural’ a fazenda de oito funcionários ainda explora outras iniciativas. “Nossa terra é

totalmente aproveitada”, diz Vi-nícius.

E é verdade. Ali cada peda-cinho de terra tem uma função: há uma reserva legal com 20 mil árvores de reposição que se jun-tam à mata nativa; são mantidas no local 42 caixas de apicultura que produzem uma média de 200 quilos de mel de abelha. Na fazenda o gado de leite produz pelo menos 200 litros diários, além da criação de 80 vacas PO, para inseminação; e 300 cabeças de Nelore.

Nas árvores que rodeiam a propriedade, há casinhas para chamar passarinhos. “Dá para conhecer cada um pelo canto”, diz seu Antônio. O lugar é tão harmonioso que já recebeu a vi-sita de garças e até tuiuiús.

Na verdade quem passa por ali também fica extasiado com o encanto desta harmonia. “Quan-do acontece uma coisa ruim na vida da gente, é só respirar fun-do e recomeçar”, ensina seu An-tônio. A Fazenda Boa Esperança é o maior exemplo de que esta filosofia dá certo.

FOTOS: ANTONIO WAgNER

A Universidade do Peixeem Senador La Rocque

Nov/Dez de 2011

Peixe gordoE se os negócios estão ‘en-

gordando’ o cardume não tem feito feio. Foi preciso a força de sete peões da fazenda para con-seguir capturar um pirarucu de 150 quilos no tanque da fazen-da para esta reportagem. “E não é o mais pesado. Já tivemos ou-

tros de até 200 quilos”, explica Vinícius. Segundo ele, a fazenda tem condições de tirar crias pe-sadas, mas como os mercados não sustentam peixes tão gran-des, em geral, eles são abatidos com pesos bem menores, de um ou dois quilos no máximo.

Para isso, o controle da ali-

mentação dos bichos é rigoroso, assim como todo o procedimen-to desde a formação das larvas até a reprodução das fêmeas. A quantidade de ração dos peixes, por exemplo, é calculada quin-zenalmente por amostragem. Os animais são pesados, separada-mente, para saber o quando ain-

da podem comer. A alimentação também é pensada com cuidado e vem de longe: “usamos uma ração da Hungria”.

Parece exótico, mas esco-lhas alimentares têm dado cer-to. Na criação das matrizes de Pintado, por exemplo, a mudan-ça do que se serve aos peixinhos

fez com que o ganho de peso que demorava três anos, fosse alcançado em doze meses, com custo menor, em média uma economia em dinheiro de R$ 15,00 por saco de ração. “Fize-mos muitos testes até chegar ao grau de excelência que temos hoje aqui”, garante o rapaz.

FazendaBoa Esperança

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