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Nº 1561 (II Série) | 23 março 2012 RIbanho POR LUCA FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail [email protected] | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail [email protected] Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) | Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) | Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão Opinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo | Publicidade e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação ([email protected]) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP www.diariodoalentejo.pt Hoje, sexta-feira, espera-se céu muito nublado em toda a região. A temperatura vai oscilar entre os nove e os 24 graus centígrados. Amanhã, sábado, também são esperadas algumas nuvens e no domingo podem cair alguns aguaceiros. Mostra de Sopas do Alentejo na Ovibeja Durante a próxima edição da Ovibeja vai decorrer a 1.ª Mostra de Sopas Tradicionais do Alentejo. A iniciativa encontra-se agendada para o dia 28, data em que cada participante revela a sua receita de eleição, que pode ir desde a tradicional açorda às sopas de tomate ou à poejada de bacalhau com feijão manteiga, entre muitas outras. A iniciativa encontra-se a cargo da Confraria Gastronómica do Alentejo, em colaboração com a organização da Ovibeja. Câmara de Sines atribui apoio de 50 mil euros ao Teatro do Mar A Câmara Municipal de Sines aprovou o protocolo entre a autarquia e a Contra Regra – Associação de Animação Cultural/Teatro do Mar para o ano 2012 (março a dezembro). O protocolo estabelece um apoio de 50 mil euros da câmara à associação. A Contra Regra deverá garantir a estreia no concelho das novas produções da companhia, realizar um conjunto mínimo de apresentações dessas produções no concelho, promover várias atividades pedagógicas e de formação artística e participar nas atividades comemorativas organizadas pela autarquia. Santa Clara-a-Nova cede Museu Etnográfico a Almodôvar A Câmara Municipal de Almodôvar e a Casa da Cultura de Santa Clara-a-Nova assinaram no final da semana passada o protocolo de colaboração que integrará o Museu Etnográfico Manuel Vicente Guerreiro na Rede de Museus de Almodôvar. Compete agora à autarquia “assegurar todos os aspetos relativos à gestão do museu, como a limpeza do espaço, a preservação do seu espólio, a renovação e divulgação das exposições patentes”, esclarece a câmara, adiantado que “com a integração deste museu, a Rede de Museus de Almodôvar passará a ser composta por três museus, o Museu da Escrita do Sudoeste, o Museu Severo Portela e o Museu Etnográfico Manuel Vicente Guerreiro, prevendo-se para um futuro próximo a abertura do Museu de Arte Sacra no Convento de Nossa Senhora da Conceição, que integrará também esta rede”. O historiador José Mattoso foi recente- mente homenageado num encontro científico em Mértola sobre acervos patri- moniais, em que foi dado espe- cial relevo ao tratamento docu- mental de que está a ser alvo a sua biblioteca pessoal, doada ao Campo Arqueológico e que será em breve integralmente dispo- nibilizada on line. Um trabalho que deixa o investigador “muito satisfeito” e convicto de ter dei- xado o seu legado no sítio certo. Despediu-se da vida acadé- mica em 2008, numa cerimónia aqui em Mértola. Abandonou em definitivo a investigação? No sítio onde eu passei a viver não tinha livros e portanto não era sério que fizesse qualquer trabalho de investigação. Isso aconteceu de uma forma volun- tária, sem nenhuma espécie de dramatismo. É muito simples que uma pessoa faça investi- gação enquanto pode; quando não pode, faz outras coisas. Como ocupa os seus dias? Hesito em responder. A fór- mula simples seria rezar. Mas esse termo provoca grande de- sorientação por parte das pes- soas. Poderia dizer então medi- tar, apreender o real, e preparar a morte. Schopenhauer, por exem- plo, disse que aquilo que é próprio do homem é enfrentar a morte, e acho que é isso que afinal dá sen- tido à vida. Mas é qualquer coisa de difícil encontrar as orientações certas nessa confrontação, para que não haja nem pessimismo, nem dramatismo. Para que seja qualquer coisa simples e clara, como é o destino de todas as pes- soas que vivem. Neste momento desempe- nha alguma função na vida pública? Não, felizmente. O último que tive foi na Fundação para a Ciência e Tecnologia, como presidente do conselho con- sultivo para as Ciências Sociais e Humanas. O professor Sentieiro acaba de me pedir mais uma colaboração, num campo mais simbólico do que real, e receio mesmo que não tenha condições de saúde para poder realizar qualquer função significativa. Doou a sua biblioteca pes- soal ao Campo Arqueológico de Mértola sem impor quais- quer condições. Como vê o tratamento que lhe está a ser dado, tal como foi exposto neste encontro? Fico surpreendido porque não me parecia que pudesse ser um caso assim tão exemplar. O tipo de biblioteca que eu construí é o normal para um investigador qualquer na área das ciências humanas. Mas, por outro lado, fico realmente muito satisfeito, porque foi uma equipa que to- mou essa tarefa muito a sério, com uma dinâmica e objetivos muitos firmes e muito comba- tivos e não sei se isso teria sido possível noutro sítio se não aqui em Mértola, onde há uma tra- dição de militância, de gratui- dade no trabalho que as pes- soas fazem. Como faz o confronto entre os portugueses de hoje e esse reino medieval que estudou? Confesso que tenho alguma pena que aquelas esperan- ças todas que tivemos no 25 de Abril tenham ficado frustradas em termos de capacidade in- telectual, de difusão do conhe- cimento e do saber como base para a organização social, para a construção nacional, das ins- tituições. Acho que houve uma deriva e que os níveis mais al- tos de participação no poder não souberam difundir, criar estra- tégias de generalização do rigor, da capacidade de organização. Mas iniciativas como esta aqui em Mértola mostram que talvez haja pequenos focos de ação cor- reta, adequada, e a minha espe- rança é que eles se alarguem. A ligação afetiva a Mértola mantém-se, apesar de já não residir cá? Absolutamente. Mantém-se e cresce, acho eu. Carla Ferreira José Mattoso 79 anos, natural de Leiria Entrou para o mosteiro beneditino de Singeverga em 1950 e doutorou-se em História Medieval pela Universidade de Lovaina em 1966, tendo regressado à vida laica em 1970. Prémio Pessoa em 1987, dirigiu uma História de Portugal que ainda é uma referência, sobretudo para quem queira entender o processo de tomada de consciência da identidade nacional. Foi professor universitário, dirigiu a Torre do Tombo, e fixou residência em Mértola durante mais de uma década, na Horta da Malhadinha, propriedade que doou ao Campo Arqueológico, juntamente com a sua biblioteca pessoal, um fundo de cerca de 15 mil documentos especializado em História Medieval. José Mattoso homenageado pelo Campo Arqueológico Mértola é “um pequeno foco de ação correta” PUB TUNÍSIA desde 270/MP/4*/7n/Pessoa dpl/Abril SAL desde 495/APA/3*/7n/Pessoa dpl/Agosto Telf: 284361772/73 [email protected] A sua AGÊNCIA de VIAGENS em Beja PUB º º º º

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Nº 1561 (II Série) | 23 março 2012

RIbanho POR LUCA

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO

ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e

assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail [email protected] | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail [email protected] Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) | Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) | Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas

Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute ReimãoOpinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo | Publicidade

e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação ([email protected]) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

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Hoje, sexta-feira, espera-se céu muito nublado em toda a região. A temperatura vai oscilar entre os nove e os 24 graus centígrados. Amanhã, sábado, também são esperadas algumas nuvens e no domingo podem cair alguns aguaceiros.

Mostra de Sopas do Alentejo na OvibejaDurante a próxima edição da Ovibeja vai decorrer a 1.ª Mostra de Sopas Tradicionais do Alentejo. A iniciativa encontra-se agendada para o dia 28, data em que cada participante revela a sua receita de eleição, que pode ir desde a tradicional açorda às sopas de tomate ou à poejada de bacalhau com feijão manteiga, entre muitas outras. A iniciativa encontra-se a cargo da Confraria Gastronómica do Alentejo, em colaboração com a organização da Ovibeja.

Câmara de Sines atribui apoio de 50 mil euros ao Teatro do MarA Câmara Municipal de Sines aprovou o protocolo entre a autarquia e a Contra Regra – Associação de Animação Cultural/Teatro do Mar para o ano 2012 (março a dezembro). O protocolo estabelece um apoio de 50 mil euros da câmara à associação. A Contra Regra deverá garantir a estreia no concelho das novas produções da companhia, realizar um conjunto mínimo de apresentações dessas produções no concelho, promover várias atividades pedagógicas e de formação artística e participar nas atividades comemorativas organizadas pela autarquia.

Santa Clara-a-Nova cede Museu Etnográfico a Almodôvar A Câmara Municipal de Almodôvar e a Casa da Cultura de Santa Clara-a-Nova assinaram no final da semana passada o protocolo de colaboração que integrará o Museu Etnográfico Manuel Vicente Guerreiro na Rede de Museus de Almodôvar. Compete agora à autarquia “assegurar todos os aspetos relativos à gestão do museu, como a limpeza do espaço, a preservação do seu espólio, a renovação e divulgação das exposições patentes”, esclarece a câmara, adiantado que “com a integração deste museu, a Rede de Museus de Almodôvar passará a ser composta por três museus, o Museu da Escrita do Sudoeste, o Museu Severo Portela e o Museu Etnográfico Manuel Vicente Guerreiro, prevendo-se para um futuro próximo a abertura do Museu de Arte Sacra no Convento de Nossa Senhora da Conceição, que integrará também esta rede”.

O histor iador José Mat toso foi recente-mente homenageado

num encontro científico em Mértola sobre acervos patri-moniais, em que foi dado espe-cial relevo ao tratamento docu-mental de que está a ser alvo a sua biblioteca pessoal, doada ao Campo Arqueológico e que será em breve integralmente dispo-nibilizada on line. Um trabalho que deixa o investigador “muito satisfeito” e convicto de ter dei-xado o seu legado no sítio certo.

Despediu-se da vida acadé-mica em 2008, numa cerimónia aqui em Mértola. Abandonou em definitivo a investigação?No sítio onde eu passei a viver não tinha livros e portanto não era sério que fizesse qualquer trabalho de investigação. Isso aconteceu de uma forma volun-tária, sem nenhuma espécie de dramatismo. É muito simples que uma pessoa faça investi-gação enquanto pode; quando não pode, faz outras coisas.

Como ocupa os seus dias?Hesito em responder. A fór-mula simples seria rezar. Mas esse termo provoca grande de-sorientação por parte das pes-soas. Poderia dizer então medi-tar, apreender o real, e preparar a morte. Schopenhauer, por exem-plo, disse que aquilo que é próprio do homem é enfrentar a morte, e

acho que é isso que afinal dá sen-tido à vida. Mas é qualquer coisa de difícil encontrar as orientações certas nessa confrontação, para que não haja nem pessimismo, nem dramatismo. Para que seja qualquer coisa simples e clara, como é o destino de todas as pes-soas que vivem.

Neste momento desempe-nha alguma função na vida pública?Não, felizmente. O último que tive foi na Fundação para a Ciência e Tecnologia, como presidente do conselho con-sultivo para as Ciências Sociais e Humanas. O professor Sentieiro acaba de me pedir mais uma colaboração, num campo mais simbólico do que real, e receio mesmo que não tenha condições de saúde para poder realizar qualquer função significativa.

Doou a sua biblioteca pes-soal ao Campo Arqueológico de Mértola sem impor quais-quer condições. Como vê o tratamento que lhe está a ser dado, tal como foi exposto neste encontro? Fico surpreendido porque não me parecia que pudesse ser um caso assim tão exemplar. O tipo de biblioteca que eu construí é o normal para um investigador qualquer na área das ciências humanas. Mas, por outro lado,

fico realmente muito satisfeito, porque foi uma equipa que to-mou essa tarefa muito a sério, com uma dinâmica e objetivos muitos firmes e muito comba-tivos e não sei se isso teria sido possível noutro sítio se não aqui em Mértola, onde há uma tra-dição de militância, de gratui-dade no trabalho que as pes-soas fazem.

Como faz o confronto entre os portugueses de hoje e esse reino medieval que estudou? Confesso que tenho alguma pena que aquelas esperan-ças todas que tivemos no 25 de Abril tenham ficado frustradas em termos de capacidade in-telectual, de difusão do conhe-cimento e do saber como base para a organização social, para a construção nacional, das ins-tituições. Acho que houve uma deriva e que os níveis mais al-tos de participação no poder não souberam difundir, criar estra-tégias de generalização do rigor, da capacidade de organização. Mas iniciativas como esta aqui em Mértola mostram que talvez haja pequenos focos de ação cor-reta, adequada, e a minha espe-rança é que eles se alarguem.

A ligação afetiva a Mértola mantém-se, apesar de já não residir cá?Absolutamente. Mantém-se e cresce, acho eu. Carla Ferreira

JoséMattoso 79 anos, natural de Leiria

Entrou para o mosteiro beneditino de Singeverga em 1950 e doutorou-se em História Medieval pela Universidade de Lovaina em 1966, tendo regressado à vida laica em 1970. Prémio Pessoa em 1987, dirigiu uma História de Portugal que ainda é uma referência, sobretudo para quem queira entender o processo de tomada de consciência da identidade nacional. Foi professor universitário, dirigiu a Torre do Tombo, e fixou residência em Mértola durante mais de uma década, na Horta da Malhadinha, propriedade que doou ao Campo Arqueológico, juntamente com a sua biblioteca pessoal, um fundo de cerca de 15 mil documentos especializado em História Medieval.

José Mattoso homenageado pelo Campo Arqueológico

Mértola é “um pequeno foco de ação correta”

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