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Diário do Professor 15 a 19 de Março
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DIÁRIO DO PROFESSOR (15, 18 E 19 DE MARÇO)
Foi com muita expectativa que iniciei a minha semana,
pois depois de ter observado a semana do João estava bastante
ansiosa.
Na segunda-feira iniciámos a aula com o Conselho de
Planificação. Depois de propostas as actividades para a semana,
marcámos as inscrições para o Ler, Mostrar e Contar, assim como as
parcerias para o Tempo de Estudo Autónomo. Em seguida, alterámos o
quadro das tarefas. Na distribuição dos PIT’s, alertei os alunos
para marcarem os trabalhos de acordo com a orientação dos
professores, e que no decorrer da semana gerissem bem o seu
tempo de maneira a que
conseguissem fazer tudo aquilo
que tinham marcado. Falei
ainda sobre o facto de escolherem
melhor os colegas com quem
trabalham, pois muitas vezes os alunos recorrem aos amigos para
trabalharem, quando deviam recorrer a quem realmente os
ajudariam. Penso que a minha prestação no Conselho foi boa.
Como na semana anterior falámos acerca disso, tentei não
cometer os mesmos erros do que o João.
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Antes da Escrita Livre, o H. apresentou a história que este
tinha escrito para a Mala Era uma Vez…. Quem o ajudou na criação
de “O menino aventureiro” foi o pai.
Depois da aula de Expressão Musical, foi a Matemática
Colectiva. Para este momento
tínhamos preparada uma
ficha de trabalho com
problemas de multiplicação.
Na resolução da ficha os
alunos não demonstraram
nenhuma dificuldade, e conseguiram
arranjar estratégias para multiplicar números com dezenas.
Faziam Adições sucessivas, somando todas as unidades e depois
todas as dezenas No momento da correcção foram alguns pares ao
quadro mostrar como tinham chegado ao resultado. Como o
resultado apresentado pela A. R. e o Joaquim estava correcto, não
questionei os alunos acerca da tradução do problema que se
encontrava incorrecta, desta forma fiquei sem saber se eles
teriam realmente percebido. Outro assunto que falhei, foi o de
não lhes ter explicado porque é que não terminávamos a
correcção dos problemas, e de ter avançado, também sem
nenhuma explicação para a sistematização das tabuadas do 4 e
do 5. É sempre importante os alunos saberem quando é que se
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iniciam e terminam as actividades, ficando mais fácil para
assimilarem os conteúdos.
No Tempo de Estudo Autónomo trabalhei com a B., treinámos o
cálculo mental. Para isso inventámos um problema onde ela
teria que contar de quatro em quatro para chegar ao resultado.
No decorrer do trabalho apercebi-me que ela já não tinha
dificuldades em fazer contagens e que a sua dificuldade com as
tabuadas prende-se ao facto de esta ainda não ter arranjado
nenhuma estratégia para decorá-las, pois esta aluna já tem
interiorizado que as tabuadas são somas sucessivas.
Para a aula de quinta-feira tínhamos preparado diversas
actividades, e encontrava-me bastante entusiasmada. Ao ler o
Plano do Dia, os alunos ficaram bastante curiosos, pois queriam
saber como seria o Jogo da Glória com as tabuadas e o que eram
os Mapas de Histórias.
Depois de todos terem feito as suas tarefas, os quatro alunos
inscritos para o Ler, Mostrar e Contar, apresentaram quatro textos. No
final do dia a nossa cooperante disse-me que eu poderia
questionar os comentários dos colegas, pois desta forma os
comentários seriam muito mais construtivos, visto todos os alunos
referirem-se ao trabalho dos colegas como “um bom trabalho”.
Se eu questionar o porquê de eles acharem que o trabalho está
bom, os comentários serão muito mais elaborados e construtivos.
Neste mesmo dia, o H. disse que ia apresentar um relato do dia-
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a-dia, mas ao lê-lo apercebemo-nos que não era. Num dos
comentários ao trabalho, um colega comentou que aquilo não
era um relato, nessa altura eu deveria ter intervindo para
questioná-lo acerca de que tipo de texto se tratava o texto.
No tempo de Matemática Colectiva, distribui o tabuleiro para o
Jogo da Glória juntamente com as
regras, assim como as peças e os
dados para o jogo. Foi a maior
asneira que poderia ter feito,
pois mal tiveram as peças na mão
não me deixaram explicar mais nada. Fiquei
bastante aflita, pois até o João já estava a ajudar um grupo no
jogo. De cabeça quente, chamei à atenção o João, mesmo em
frente dos alunos, dizendo-lhe, em alto e bom som, que ele não
me estava a ajudar. Ele na
altura não se apercebeu
que eu estava a falar
com ele, mas a S.
disse que a turma
apercebeu-se. Outro
aspecto em que eu
estive mal, foi o de ter
ameaçado a turma, pois disse-lhes que se não se
portassem bem, não iriam continuar a jogar. No final da aula a
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S. perguntou-me o que é que eu faria se eles não tivessem
continuado o jogo, e que não deveria fazer essas ameaças, o que
deveria fazer era arranjar estratégias para cativar a sua atenção.
No final do dia chegámos todos à conclusão que eu deveria ter
apenas distribuído o tabuleiro com as regras, e discuti-las
primeiro com os alunos e só depois distribuir as peças e os dados.
Depois do intervalo, foi o tempo de Língua Portuguesa. Para
este momento tínhamos preparado um Mapa de Histórias. Esta
actividade correu bastante bem pois consegui cativar os alunos,
criando um certo mistério acerca dos mapas. Depois de os alunos,
a pares, construírem histórias baseadas nos mapas, criaram o seu
próprio mapa. Foi uma actividade bem conseguida, pois todos os
alunos mostraram-se bastante entusiasmados e empenhados. No
final do dia, nós professores, chegámos à conclusão que eles não
deveriam ter criado a história e o
mapa no mesmo dia, apesar de
terem feito bem as duas coisas,
teria sido muito mais
produtivo se tivessem mais
tempo para as fazerem.
No tempo dos Livros e
a Leitura, a L. Sousa,
apresentou um livro da
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biblioteca. Penso que neste momento os alunos não se
aperceberam muito bem de qual era o professor que estava a
gerir este momento, pois todos três falámos. O meu comentário à
apresentação, foi o de que os meninos deveriam trazer livros,
cujos quais os colegas desconhecem, pois os livros que se
encontram na biblioteca todos têm acesso e não são novidade
nenhuma.
Nesta quinta-feira a aula de Educação Física, foi na parte
da manhã passando o Tempo de Estudo Autónomo para a parte da
tarde. Para este dia tinha trabalho marcado com a H. e o João
com o J. e o J., mas como a H. faltou a parte da tarde, e o João
não pode compareceu na escola às quintas à tarde, trabalhei
então com o J. e o J.. O J. tinha que fazer dois listas de palavras,
uma com o “S” e outra com o “C”, e o J. precisava de ajuda para
uma ficha de leitura. Ao trabalhar com o segundo aluno
apercebi-me que este não tinha dificuldades na resolução dos
exercícios, apenas queria aprovação para as respostas.
Nestes dias o Balanço do Dia é fundamental, assim, apesar do
adiantado da hora, havia a necessidade de o fazer. Todos os
alunos disseram que tinham gostado do seu dia e que tinham
trabalhado bem. Eu disse-lhes que não tinha gostado do
comportamento deles durante o Jogo, e que a sua falta de
atenção tinha sido uma falta de respeito para comigo, assim
como, para eles próprios. Os alunos tentaram perceber o que
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tinha falhado, chegando mesmo a dizer que não tinham
percebido que era para lerem as regras colectivamente. Acho
interessante r o à vontade com que conversamos com os alunos e
admitimos que eles nos questionem e dêem as suas opiniões,
porque é assim que construímos de forma cooperada o sentido de
grupo.
Em seguida salientei que no resto do dia todos tinham
trabalhado bem e que tinham feito um bom esforço para gerirem
o seu tempo de trabalho.
Na sexta-feira, depois da leitura do Plano do Dia e da
execução das tarefas, foi a altura do habitual Circuito de
Comunicação da turma, o Ler, Mostrar e Contar. Todos os alunos
inscritos apresentaram um texto. Penso que estes apresentam
mais textos porque já assumiram a escrita como uma forma
privilegiada da comunicação. Nos comentários às produções
penso que melhorei bastante, mas as achegas da S. fazem toda a
diferença. Como no dia anterior ela disse que podemos
questionar os alunos acerca dos comentários que fazem, para
ajudá-los a construírem a competência de comentar
construtivamente um trabalho, sinto-me muito mais à vontade
para instigar os alunos acerca dos seus comentários.
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Em seguida, assistimos à apresentação do projecto dos Meios
de Comunicação. Achei que o projecto estava bastante
organizado, assim como completo. Para a apresentação a C. e a
M. fizeram um livro. Depois
de todos os colegas terem
comentado o projecto,
disse-lhes que tinha
gostado bastante daquele
projecto, sugerindo que a partir
daquele projecto poderiam fazer
outros, tais como uma rádio.
Depois de a C. e a M. terem ajudado os colegas na
elaboração da ficha de trabalho acerca do projecto foi Tempo de
Trabalho e Projecto. Neste tempo fiquei a trabalhar com o R. e o H.. É
um grupo difícil de trabalhar, mas até me entusiasmei tanto que
nem me apercebi que estava a falar muito alto. Como o projecto
era sobre os meios de transporte, estivemos a ver quais eram os
diferentes tipos que existiam, assim como a enumerá-los.
No Tempo de Estudo Autónomo estive a acabar uma ficha de
leitura com o D.. Na minha opinião, este aluno está a fazer
enormes progressos, e não demonstrou dificuldades na resolução
da ficha. Terminado este exercício fui circulando, ajudando os
alunos que iam solicitando a minha ajuda.
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Na parte da tarde foi o Conselho de Cooperação. À medida que os
alunos iam entrando na sala ia-lhes dizendo que avaliassem o
seu PIT assim como o do colega, de modo a aproveitassem bem o
tempo após a entrada na sala. Em seguida quatro alunos
apresentaram o seu PIT à turma, o J., a L. S., o D. e a B. M.. Ao
dar a minha opinião acerca dos trabalhos, pensei sempre
naquilo que iria dizer, pois cada aluno é único, e mais ou
menos capaz do que outro, assim sendo tal como o ensino
diferenciado, deverão existir comentários diferenciados. Depois
foi lido o Diário de Turma. Quando leram a coluna do Não Gostei,
tentei lembrar-me
sempre de
qual era o
papel do
professor
naquele
momento, ou
seja, que não
estava ali para julgar
ninguém, mas sim faze-los porem-se no lugar do
outro.
Neste meu diário, tento descrever o menos possível, pois
acho muito mais importante ou talvez mais fácil, reflectir
acerca da totalidade da minha semana.
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Depois de já nos termos apropriado da totalidade dos
momentos, agora temos que apropriarmo-nos dos pormenores. Na
minha opinião, esta vai ser a nossa maior dificuldade, pois
todos os dias aparecerão pormenores novos. Depois de ter
observado a semana do João, tentei não cometer os mesmos erros
do que ele. E penso que fui bem sucedida.
Os aspectos onde eu falhei, ainda bem que aconteceram
agora, pois quando somos mais é mais fácil dar a volta. A nossa
cooperante disse-me que tinha sido muito grave eu chamar a
atenção ao João, assim como ameaçá-los a parar o jogo. Concordo
que nunca deveria ter falado mais alto para o João. Em relação
ao parar o jogo, acho que é mau ameaçar e não fazer, pois depois
os alunos não nos levam a sério.
Outro aspecto que melhorou imenso os meus comentários foi
o facto de a S. ter-nos dito que podíamos intervir, sempre que
achássemos necessário questionar os comentários dos colegas.
Nesta semana, o Conselho de Cooperação, foi muito mais fácil de
gerir, pois para além de ter poucos assuntos no Não Gostei, senti-
me muito mais bem preparada após termos discutido as
finalidades daquele momento.