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Diário do Professor 3 a 7 de Maio
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DIÁRIO DO PROFESSOR (3,6 E 7 DE MAIO)
Nesta sua semana de orientação, o João iniciou a aula com
o Conselho de Planificação . Este começou por explicar o que seria feito
nessa semana. Em seguida marcou as inscrições para o Ler, Mostrar
e Contar , assim como as parcerias para o dia. Quando foi marcar
a inscrição para os Livros e a Leitura foi notório que ainda não
domina os registos, pois ainda não se tinha apercebido que existe
um registo com as participações dos alunos naquele momento.
A atribuição das tarefas foi um pouco barulhenta, penso
que o que falhou neste momento foi a pouca interacção com os
alunos, pois se esta tivesse existido teria havido menos barulho.
Quando distribuiu os PIT’s relembrou-lhes que tinham que
marcam o seu trabalho conscientemente e deveriam marcar o seu
trabalho de acordo com as suas dificuldades. Disse-lhes ainda
que marcassem aquilo que eram capazes de fazer, não marcando
só por marcar. Esta orientação pode fazer com que a quantidade
do trabalho diminua, assim como a qualidade do mesmo, pois os
alunos podem usar aquela orientação como desculpa dizendo
“eu não fiz mais porque não era capaz”, ou ainda “só marquei
aquilo que sabia que era capaz de fazer”.
À medida que iam terminando a sua planificação
individual de trabalho, o João ia-os encaminhando para a
Escrita Livre.
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Após a aula de música foi o tempo de Matemática Colectiva . O
João começou a actividade perguntando se os alunos sabiam o
que era uma lenda, como os alunos
não sabiam ao certo o que era, o
colega explicou-lhes. Em seguida
contou-lhes a lenda do Tangran,
“ Certo dia de um senhor chinês
que certo dia estava a pegar num
lindíssimo quadro de cerâmica, quando o deixou cair,
partindo-se em sete bocados. Desesperado o homem tentou
reconstrui-lo, mas não conseguiu, contudo, descobriu que com
estas sete peças, conseguia formar mais de mil figuras. Assim,
nasceu o Tangram.”. Mostrando-lhes seguidamente um Tangran
em madeira. Continuou a actividade perguntando porque é que
ele tinha o dado o aquele nome (Tangran). Como ninguém sabia
responder-lhe disse: “ já agora vou dizer porque é que se
chamava assim”. Disse-lhes que Tan queria dizer dinastia e que
Gran queria dizer desenhos geométricos.
Em seguida propôs aos alunos
a construção de um Tangran. O
colega distribuiu quadrados em
espuma
pelos
alunos.
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Durante a construção o João foi sempre questionando os alunos
para que estes descobrissem como é que deveriam fazer as
diferentes peças. Acho que o colega geriu bem este momento,
apesar de este poder ter questionado mais, mas quando o fez teve
sempre o cuidado de não se antecipar às respostas. Outro aspecto
que poderia ser melhorado era o rigor matemático, pois o
professor é um exemplo e não deve cair no facilitismo.
Depois de terem construído o Tangran os alunos voltaram a
formar um quadrado.
Após o almoço, no Tempo de Estudo Autónomo , estive a trabalhar
com o D.. Este tempo foi bastante produtivo, tendo o aluno
produzido bastante. Começámos por fazer uma lista de palavras,
depois uma ficha de tabuadas, a seguir um inventar e resolver
problemas, posteriormente uma leitura e uma ficha do manual
de língua portuguesa. Gostei bastante do trabalho realizado com
o aluno, este mostrou-se bastante empenhado e apesar das suas
dificuldades é bastante visível a evolução que este tem feito.
Acho que este progresso deve-se essencialmente à enorme força de
vontade do aluno.
O João começou a aula de quinta-feira lendo o Plano do Dia .
Quando lhe perguntaram o que era um texto dramático este
respondeu: “depois vamos ver o que é um texto dramático.”. Acho
que o colega poderia ter explicado que era o texto de um teatro,
pois não vejo necessidade de lhes esconder as coisas. Não foi o
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caso, mas os alunos poderiam ter-se mostrado irrequietos até à
chegada do texto dramático.
No Ler, Mostrar e Contar o D. apresentou um problema, o F., o J.
e o J. apresentaram um teatro, o H. apresentou o primeiro
capítulo de um texto e a B. M. um problema. Nos seus
comentários voltou a referir que no final de um capítulo,
deveriam deixar uma curiosidade, aliás, é sempre esse
comentário que o colega faz aos capítulos, tanto para comentar
positivamente como negativamente. Outro comentário que não
gostei foi ao problema da B. M., visto o colega já ter referido que
os alunos poderiam fazer exercícios com o dobro, e quando a
aluna apresentou o seu trabalho disse-lhe que era muito fácil. A
aluna não merecia ouvir aquilo, visto esta ser muito esforçada e
empenhada naquilo que faz, sem nunca recorrer ao facilitismo.
Na Matemática Colectiva , os alunos fizeram uma ficha de
trabalho onde tinham que utilizar as peças do Tangran, para
construírem algumas figuras. O colega poderia ter dado mais
dinâmica às explicações, visto este
ter-se praticamente limitado a ler.
Quando o João estava a explicar o
que é que os alunos tinham que
fazer, estes estavam a mexer no
Tangran, como o colega achou que aquilo
estava a distrai-los disse-lhes: “Acho que vou tirar o Tangran,
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vejo toda a gente a mexer e eu ainda não mandei.”. Concordo
que poderia ser um factor de distracção, mas até acho que neste
caso fazia sentido os alunos irem manuseando as peças à medida
que este ia explicando o que eles tinham que fazer. Durante a
resolução da ficha de trabalho, apercebi-me de que o H. estava
ter imensas dificuldades com os exercícios. Estas dificuldades já
eram esperadas, visto este aluno ter algumas dificuldades
espaciais. Também reparei que a T. estava a ter alguma
dificuldade, pois não se apercebeu de imediato que um
triângulo continuava a ser um triângulo independentemente da
sua orientação.
Após o intervalo foi a Língua
Portuguesa . O João começou por
ler-lhes a história do
coelhinho branco, tendo feito
em seguida uma lista com as
personagens.
Em seguida perguntou-lhes: “Antes de um teatro o que é
que devemos fazer?”. Prontamente os alunos responderam que
deveriam elaborar um texto, pois assim poderiam seguir-
se/guiar-se por ele. Depois interrogou-os acerca do que é que esse
texto deveria ter. Os alunos disseram-lhe que deveria ter falas. O
João ainda acrescentou que para além das personagens também
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deveria ter um narrador, e que antes das falas deveria estar o
nome da personagem e como ela se sentia na altura.
A actividade nem começou muito mal, mas chegou a uma
altura em que esta perdeu toda a dinâmica. Acho que isto
aconteceu devido ao facto de o
João ter escolhido frases muito
longas para as falas, e como
estas eram repetidas várias
vezes, os alunos começaram a
perder a motivação e começaram a
ouvir-se frases como: “Ainda demora muito?” e “Parece que a
Língua Portuguesa está a demorar muito!”. Outro aspecto que
não abonou a favor do colega foi o facto de este ter começado
uma frase com letra minúscula, tendo-o repetido em seguida.
Acho que esta desatenção foi resultado do cansaço, pois o texto
começou a ficar extenso o que o tornou cansativo.
Após a escrita do texto dramático, dois grupos
dramatizaram-no. Acho que deveriam ter seguido o texto que
construíram, mas compreendo o porquê de não ter sido utilizado.
Este estava muito longo e mal construído.
No Tempo de Estudo Autónomo estive a trabalhar com a B. M. e o
H.. Durante o meu trabalho com o aluno disse-lhe o que
tínhamos feito na quinta-feira anterior, visto este ter faltado.
Pedi-lhe que lesse o enunciado da ficha de trabalho e
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expliquei-lhe o que deveria fazer. Durante a resolução, o aluno
não sentiu dificuldades. Facto que me deixou particularmente
contente, pois demonstra que tinha aqueles conceitos
interiorizados.
Antes da Educação Física a L. S. apresentou a sua história
da Mala Era uma vez…, “A aventura de um gato que fugiu de casa”.
Na sexta-feira fomos apenas ao Conselho de Cooperação . Este
começou com a avaliação dos PIT’s . A L.S. e o D. trabalharam
bastante bem.
A A. R. não soube gerir bem o seu tempo. Achei
interessantes os comentários dos colegas, pois foram os primeiros
a dar-lhe orientações para que o trabalho pudesse correr
melhor, tendo até a C. se oferecido para ajudá-la.
O F. trabalhou bastante mal nesta semana. Depois de os
colegas terem-lhe dito isso, o João disse que era obrigado a
concordar com eles, visto ser bem visível que este não tinha
trabalhado tanto quanto era capaz. O colega teve dificuldades
em falar do mau trabalho do aluno em questão, oferecendo-se
em seguida para ajudá-lo, quando deveriam ser os alunos a
fazê-lo e não o professor.
Na avaliação dos PIT’ , houve uma vigilância aos
comentários, sendo os próprios alunos a repreenderem os colegas
quando ouviam um comentário idêntico. Penso que isto
aconteceu devido ao facto de nós, estagiários, termos referido
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várias vezes que não era para repetirem os comentários uns dos
outros. Talvez tenhamos passado mal a mensagem, pois o
pretendido era que os alunos compreendessem que os colegas não
aprenderiam mais a ouvir as mesmas coisas e que por isso
deveriam variar os seus comentários. Mas o que acabamos por
fazer foi calar os alunos, em vez de os ajudarmos, acabamos por
desajudá-los.
Na leitura do Diário de Turma , o João arrastou por demasiado
as clarificações dos assuntos discutidos, pedindo por vezes para
voltarem a explicar o que já tinham explicado e desculparem o
que já tinham desculpado. O colega ainda tem dificuldades em
questionar os alunos e a fazê-los pôr-se no lugar dos colegas.
Esta foi uma semana difícil de assistir, tendo por diversas
vezes ter sentido a vontade de intervir. Mas também tenho plena
consciência de que quem está “fora” consegue ter uma noção
diferente de quem está a gerir, apesar de que nesta altura já
deveríamos ser capazes de o fazer.