14
UMA REPARAMETRIZAC ¸ ˜ AO D AS PRO B AB IL ID AD ES D E CAPTURA EM UM MO D EL O B AY ESIAN O DE CAPTURA-RECAPTURA Marcelo de PAULA 1 C arlos Alb erto R ib eiro D IN IZ 2 Jos´e G alv˜ao LE IT E 2 RESUMO: A proposta deste trabalho ´ e apresentar uma reparametriza¸c˜ ao para as probabilidades de captura de um processo de captura-recaptura com o objetiv o de v erifi car poss´ ıv eis vantag ens e desvantag ens em rela¸c˜ ao ao modelo bay esiano proposto por C astledine (1 9 8 1 ). P ara isso foram consideradas duas diferentes prioris de referˆencia para as probabilidades de captura do modelo bay esiano proposto por C astledine a fi m de comparar as estimativ as a posteriori deste com as estimativ as a posteriori do modelo onde as probabilidades de captura foram reparametrizadas. A-presentamos um estudo de simula¸ ao com diferentes probabilidades de capturas com o objetiv o de concretizar tal compara¸c˜ ao. As estimativ as bay esianas do tamanho populacional foram obtidas atrav ´ es de alg oritmos de simula¸ ao estoc´astica,via MC MC (Monte C arlo Mark ov C hain). PAL AV RAS-C H AV E: P rocesso de captura-recaptura; popula¸c˜ ao fechada; an´alise bay esiana; simula¸ aoestoc´astica. 1 Introdu¸c˜ ao O p rocesso de cap tu ra e recap tu ra, no caso da estim a¸c˜ ao do tam an h o p op u lacion al, con siste em selecion ar u m a am ostra de tam an h o n 1 de um a p opula¸c˜ ao m arcan do-a e devolven do-a `a p op u la¸c˜ ao. Ap´os um certo p er´ıodo de tem p o selecion a- se u m a seg u n da am ostra aleat´oria de tam an h o n 2 , con ta-se o n ´ u m ero de elem en tos m arcados e m arca-se os elem entos n ˜ao m arcados, devolven do-os `a p op u la¸c˜ ao. Ap´os 1 Instituto de Ciˆ encias Ambientais e Desenvolvimento Sustent´avel, Universidade Federal da Bahia – UFBA, CE P : 4 7 8 0 5 -1 0 0 , Barreiras, BA, Brasil. E -mail: [email protected] 2 Dep artamento de E stat´ ıstica, Universidade Federal de S˜ao Carlos – UFSCar, CE P : 1 3 5 6 5 -9 0 5 , S˜ao Carlos, SP , Brasil. E -mail: d cad @pow er.ufscar.br / [email protected] R ev . B ras . B iom., S˜ao P aulo, v.2 6 , n.2 , p .1 1 5 -1 2 8 , 2 0 0 8 115

Diniz Galvao C - Unesp

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Diniz Galvao C - Unesp

UMA REPARAMETRIZACAO D AS PRO B AB IL ID AD ES D E

CAPTURA EM UM MO D EL O B AY ES IAN O D E

CAPTURA-RECAPTURA

Marcelo de PAULA1

C arlos Alb erto R ib eiro D IN IZ 2

J ose G alv ao LE IT E 2

RESUMO: A proposta deste trabalho e apresentar uma reparametrizacao para as

probabilidades de captura de um processo de captura-recaptura com o objetiv o de

v erifi car possıv eis v antag ens e desv antag ens em relacao ao modelo bay esiano proposto

por C astledine (1 9 8 1 ). P ara isso foram consideradas duas diferentes prioris de referencia

para as probabilidades de captura do modelo bay esiano proposto por C astledine a fi m

de comparar as estimativ as a posteriori deste com as estimativ as a posteriori do modelo

onde as probabilidades de captura foram reparametrizadas. A-presentamos um estudo

de simulacao com diferentes probabilidades de capturas com o objetiv o de concretizar tal

comparacao. As estimativ as bay esianas do tamanho populacional foram obtidas atrav es

de alg oritmos de simulacao estocastica, v ia MC MC (Monte C arlo Mark ov C hain).

P AL AV RAS-C H AV E: P rocesso de captura-recaptura; populacao fechada; analise

bay esiana; simulacao estocastica.

1 Introducao

O p rocesso de cap tu ra e recap tu ra, n o caso da estim acao do tam an h o

p op u lacion al, con siste em selecion ar u m a am ostra de tam an h o n1 de u m a p op u lacao

m arcan do-a e dev olv en do-a a p op u lacao. Ap os u m certo p erıodo de tem p o selecion a-

se u m a seg u n da am ostra aleatoria de tam an h o n2, con ta-se o n u m ero de elem en tos

m arcados e m arca-se os elem en tos n ao m arcados, dev olv en do-os a p op u lacao. Ap os

1Instituto de Ciencias Ambientais e Desenvolvimento Sustentavel, Universidade Federal da Bahia– UFBA, CE P : 4 7 8 0 5 -1 0 0 , Barreiras, BA, Brasil. E -mail: [email protected]

2Dep artamento de E statıstica, Universidade Federal de Sao Carlos – UFSCar, CE P : 1 3 5 6 5 -9 0 5 , SaoCarlos, SP , Brasil. E -mail: d cad@pow er.ufscar.br / [email protected]

R ev . B ras. B iom., Sao P aulo, v.2 6 , n.2 , p .1 1 5 -1 2 8 , 2 0 0 8 1 1 5

Page 2: Diniz Galvao C - Unesp

um certo perıodo de tempo seleciona-se uma terceira amostra de tamanho n3,conta-se o numero de elementos marcados, marca-se os elementos nao marcados,devolvendo-os a populacao, e assim por diante. Esse processo e realizado s vezes(s ≥ 2 ).

O interesse em estimar tamanhos de populacoes surgiu em meados do seculoX V II, segundo W hite et al. (1 9 8 2 ). H istoricamente, Laplace (1 7 8 6 ) utilizou talprocesso para estimar o tamanho da populacao da F ranca. Em ecologia, o primeiropesq uisador a empregar este metodo foi o dinamarq ues Carl G. J. Petersen (1 8 9 6 ),q ue estudou o fl ux o migratorio de peix es no mar B altico.

As tecnicas de captura-recaptura podem ser usadas para populacoes fechadasou abertas. Uma po p u lac ao fech ad a e aq uela em q ue os efeitos de nascimento,mortalidade e migracao nao sao considerados, isto e, supoem-se q ue seu tamanhonao se altera durante o perıodo de estudo (Comack , 1 9 9 2 ). Uma po p u lac ao aberta

e aq uela q ue durante a realizacao do ex perimento se altera em tamanho e emcomposicao por ocorrencia de nascimentos, mortes e migracoes. Com relacao aoestudo de populacoes abertas, varios outros autores destacaram-se. Entre os maiscitados estao Jolly e S eber (1 9 6 5 ), Pollock (1 9 9 1 ) e S chw arz e Arnason (1 9 9 6 ).

B asicamente ex istem tres abordagens para a estimacao do tamanho populaci-onal, a partir de amostras obtidas pelo processo de captura-recaptura: a primeirae a abordagem classica (Otis et al. (1 9 7 8 ), Engen (1 9 7 8 )), a segunda e a B ay esiana(S mith (1 9 8 8 ), Mingoti (2 0 0 0 ), W ang (2 0 0 2 ), Madigan et al. (1 9 9 7 ), Castledine(1 9 8 1 ), H unter e Griffi ths (1 9 7 8 ), Castledine (1 9 8 1 ), S mith (1 9 8 8 ,1 9 9 1 ), George eRobert (1 9 9 2 ), Ananda (1 9 9 7 ), Y oshida (1 9 9 6 ), Y oshida et al. (1 9 9 9 ), Leite et al.(2 0 0 0 ), K ing et al. (2 0 0 1 )) e a terceira e a relacionada com a aplicacao de modeloslog-lineares para tabelas de contingencia incompletas (Coull et al. (1 9 9 9 ), Cormarck(1 9 8 9 ), B ishop et al. (1 9 7 5 ), Abeni (1 9 9 4 ), Rivest et al. (2 0 0 4 )). Neste trabalhofaremos o estudo sob o enfoq ue bay esiano.

A maior parte das aplicacoes do processo de captura-recaptura diz respeitoa inferencia sobre tamanhos de populacoes animais (S eber (1 9 8 6 , 1 9 9 2 ), Pollock(1 9 7 4 , 1 9 9 1 ), Pollock et al. (1 9 8 3 , 1 9 8 4 )). No entanto, mais recentemente,esta metodologia passou a ser utilizada em estudos sociais e epidemiologicos,oceanografi a, dinamica de frota de veıculos, modelagem de demografi a de insetos,dentre outras aplicacoes.

Com o objetivo de se obter aprox imacoes dos valores de ex pressoes analıticascomplex as, as programacoes desenvolvidas neste trabalho para o estudo desimulacao estocastica via Monte Carlo Markov Chain (MCMC), algorıtmode G ibbs S am p lin g (” Amostrador de Gibbs” , ver Geman e Geman (1 9 8 4 ) e Gelfande S mith (1 9 9 0 ), Casella et al. (1 9 9 2 ), S mith et al. (1 9 9 3 )) e algorıtmo de M etro po lis

H astin gs (ver Metropolis et al. (1 9 5 3 ), H astings (1 9 7 0 ), Chib et al. (1 9 9 5 ))foram implementadas no S oftw are R, cuja convergencia foi monitorada pelo pacoteCODA - Converg ence Diag nostic s and Ou tp u t Analy sis Softw are forG ib b s Sam p ling Ou tp u t (B est et al. 1 9 9 5 ).

116 Rev. Bras. Biom., Sao Paulo, v.26, n.2, p.115-128, 2008

Page 3: Diniz Galvao C - Unesp

2 Metodologia

Nesta secao apresentamos o modelo estatıstico e determinamos afuncao de verossimilhanca para o metodo de captura-recaptura com s estagios demarcacao (s ≥ 2) proposto por Castledine (1981). Denotemos por

N : tamanho desconhecido da populacao,s : numero de amostras selecionadas (epocas de captura), s ≥ 2,pj : probabilidade de qualquer animal ser capturado na j-esima amostra,

j = 1, 2, ..., s,p = (p1, p2, ..., ps),nj : numero de animais capturados na j-esima amostra, j = 1, 2, ..., s,mj : numero de animais marcados recapturados na j-esima amostra, j =

1, 2, ..., s.Vamos supor que as seguintes condicoes sejam verificadas:

1 . a populacao e fechada;2 . nao ha animais marcados na populacao no inıcio do processo, isto e, m1 = 0;3 . os animais comportam-se independentemente uns dos outros;4 . as marcas nao afetam a capturabilidade do animal;5 . os animais nao perdem suas marcas durante o processo;6 . as epocas de amostragem sao independentes.

Neste caso, a funcao de verossimilhanca (ver por exemplo Zacharias (2000)e Paula (2006)) e tal que

L (N,p | D) = P (n1, m 1; n2, m 2; ...; ns, m s | p,N) ∝N

r

s

j= 1

pnj

j (1 − pj)N−nj ,N ≥ r, (1)

onde D = (n1, m1; n2, m2; ...; ns, ms) representa os dados, r =

s∑

j= 1

nj −

s∑

j= 1

mj

corresponde ao numero de animais distintos capturados ao longo do processo e0 < pj < 1, j = 1, 2, ..., s.

2 .1 Modelo bayesiano

Nesta secao a inferencia sobre N e analisada sob o enfoque bayesiano, ou seja,utilizamos conhecimento a priori sobre o tamanho populacional N , como do vetorde probabilidades p = (p1, p2, ..., ps).

Suponhamos que as probabilidades de captura sejam, a priori, independentes eidenticamente distribuıdas, com pj , j = 1, 2, ..., s, seguindo distribuicao Be ta (α, β)com α e β conhecidos (α > 0, β > 0) e que a distribuicao a priori de N sejaπ (N) , N = 1, 2, . . . , com N e p independentes. Entao, a distribuicao a priori

conjunta de N e p e igual a

π (N,p) = π (N) π (p) =

s∏

j= 1

1

B(α, β)pα−1

j (1− pj)β−1π (N) , (2 )

Rev. B ra s. B io m ., S a o P a u lo , v .2 6 , n .2 , p .1 1 5 -1 2 8 , 2 0 0 8 1 1 7

Page 4: Diniz Galvao C - Unesp

e a distribuicao a posteriori con jun ta de N e p e tal q ue

π(N,p | D) ∝

(

N

r

) s∏

j=1

pnj+α−1

j (1 − pj)N−nj+β−1π(N), N ≥ r. (3 )

E m m uitas situacoes p raticas, p odem os n ao ter in form acao a priori sobre op aram etro de in teresse. N este caso, dev em os con siderar um a distribuicao a priori

n ao-in form ativ a. C on sideram os duas diferen tes prioris n ao in form ativ as p ara asp robabilidades de cap tura do m odelo bay esian o p rop osto p or C astledin e (19 8 1) afi m de com p arar as estim ativ as a posteriori deste m odelo com as estim ativ as a

posteriori do m odelo on de a p robabilidade de cap tura foi rep aram etrizada, a saber:

1. P riori n ao in form ativ a de J eff rey s, isto e, Be ta (α = 0 , 5 ;β = 0 , 5 ):

π (pj) =1

B (α, β)p−

1

2

j (1 − pj)−

1

2 , j = 1, 2, ..., s . (4 )

2. P riori n ao in form ativ a de N ov ick an d H all’s:

π (pj) =1

pj (1 − pj), j = 1, 2, ..., s . (5 )

B ox e T iao (19 7 3 ) discutiram as ideias de J eff rey s (19 6 1), sobre a distribuicao a

priori p ara rep resen tar o estado de ausen cia de in form acao ou ig n oran cia a resp eitodo com p ortam en to p robabilıstico dos p aram etros. O estudo abran g eu os casosun ip aram etricos e m ultip aram etricos. A crıtica m ais freq uen te a an alise B ay esian ae q ue diferen tes prioris con duzem a diferen tes resp ostas. C on tudo, com o in teressede en con trar “ objetiv idade” p ode-se usar prioris n ao-in form ativ as.

S e h ouv er um a am ostra p eq uen a de dados, e n ecessario fazer serias con -sideracoes p ara a in form acao a priori. Q uan do a am ostra e g ran de, in terv alosde con fi an ca classicos e in terv alo de credibilidade B ay esian o serao q uase iden ticosn um ericam en te. P ara m ais in form acoes sobre prioris n ao in form ativ as v er N ov ickan d H all (19 6 5 ), J eff rey s (19 6 1), B ox e T iao (19 7 3 ) e Y an g et. al (19 9 4 , 19 9 5 , 19 9 6 ).

2 .2 R epa ra m e triz a c a o d a s pro b a b ilid a d e s d e c a ptu ra

N esta secao ap resen tam os um a rep aram etrizacao do v etor de p robabilidadesde cap tura p = (p1, p2, ..., ps) con sideran do um a estrutura h ierarq uica. A trav es deum estudo de sim ulacao v erifi cam os o efeito desta rep aram etrizacao n as estim ativ asa posteriori dos p aram etros. R eescrev en do as p robabilidades de cap tura com o

pj =ex p

(

ηj

)

1 + ex p(

ηj

) , j = 1, 2, ..., s , (6 )

tem os q ue a fun cao de v erossim ilh an ca rep aram etrizada e tal q ue

118 Rev. Bras. Biom., Sao Paulo, v.26, n.2, p.115-128, 2008

Page 5: Diniz Galvao C - Unesp

L (N, η |D) ∝

(

N

r

) s∏

j=1

exp{

njηj

}

[

1 + exp{

ηj

}]N, N ≥ r, −∞ < ηj < ∞, (7)

onde η = {η1, η2, ..., ηs}. D e (6) temos a funcao de ligacao

lo g

(

pj

1 − pj

)

= ηj ,−∞ < ηj < ∞, j = 1, 2, ..., s. (8)

O uso dessa transformacao logito e usual quando desejamos sair do espacoparametrico de pj , 0 < pj < 1, j = 1, 2, ..., s e trabalhar no espaco parametrico deηj , −∞ < ηj < ∞, j = 1, 2, ..., s.

2.3 Distribuicao a posteriori

Para a implementacao de um modelo bayesiano hierarquico adotamos asseguintes distribuicoes a priori :

π (N) = N−1;ηj ∼ N

(

µ, σ2)

, j = 1, 2, ..., s;µ ∼ N

(

a, b2)

;σ2

∼ I G (c, d);

(9)

onde a, b, c e d sao hiperparametros conhecidos. D e (7) e (9) segue que a distribuicaoa posteriori conjunta de N , η = {η1, η2, ..., ηs}, µ, σ2 e tal que

π N,η,µ,σ2 | D ∝ N

r

s

j= 1

exp njηj

1 + exp ηjN

(10)

× 1√2πσ2

exp − 1

2σ2ηj − µ

2 × exp − 1

2b2(µ − a)2

× σ2 −(c+ 1 )exp

−d

σ2×

1

N.

As distribuicoes condicionais necessarias para implementar o algorıtmo Gibbs

S a m p lin g (v er por ex emplo, G eman e G eman, 19 8 4 e G elfand e S mith , 19 9 0 ),conjuntamente com o algorıtmo de M etro po lis H a stin gs, a partir de (10 ), sao dadasa seguir.

(1) A distribuicao condicional de N − r, dados η, µ, σ2 e D e tal q ue

N − r | η, µ, σ2, D ∼ B N

r, 1 −

s∏

j= 1

[

1

1 + eηj

]

, (11)

onde B N denota a distribuicao binomial negativ a;

Rev. B ra s. B io m ., S a o P a u lo , v .2 6 , n .2 , p.115 -12 8 , 2 0 0 8 119

Page 6: Diniz Galvao C - Unesp

(2) a distribuicao condicional de η, dados N, µ, σ2 e D e tal que

ηj | N, µ, σ2, D ∝ exp

{

−1

2σ2

(

ηj − µ)2

}

×exp

{

njηj

}

[

1 + exp{

ηj

}]N, j = 1, 2, ..., s; (12)

(3 ) a distribuicao condicional de µ, dados N, η, σ2 e D e tal que

µ | N, η, σ2, D ∼ N

b2

s∑

j=1

ηj + σ2a

sb2 + σ2,

b2σ2

sb2 + σ2

; (13 )

(4 ) a distribuicao condicional de σ2, dados N, η = {η1, η2, ..., ηs}, µ e D e tal que

σ2 | N, η, µ, D ∼ I G

s

2+ c ,

s∑

j=1

(

ηj − µ)2

2+ d

. (14)

onde I G denota a distribuicao gama inversa.

3 Resultados e discussao

3 .1 P ro b a b ilid a d e s d e c a ptu ra ig u a is

C om o objetivo de comparar as estimativas bay esianas produz idaspelo modelo bay esiano original proposto por C astledine (considerando cada uma dasduas prioris de referencia) e o modelo hierarquico com probabilidades de capturareparametrizadas foi realizado um estudo de simulacao com s = 6 epocas de captura,supondo uma populacao de tamanho N = 5 000. O vetor de probabilidades e dadopor p = (p1, p2, ..., p6) com p1 = p2 = ... = p6 = p. F oram atribuıdas 24 valores a p.

C omo p = e x p (η)1+ e x p (η) , temos, para cada valor de p, um valor de η e um valor simulado

da estatıstica r, como apresentada na T abela 1.

L embremos que a estatıstica r e dada por r =

s∑

j=1

nj −

s∑

j=1

mj , ou seja, e o

numero de animais distintos capturados durante todo o processo.A T abela 2 mostra os resultados a posteriori para o tamanho populacional N

segundo os M odelos I ao M odelo III, respectivamente, a saber:

M o d e lo I. M odelo bay esiano proposto por C astledine (1981) com distribuicao a

priori nao informativa de J eff rey s, π (N) ∝ N−1, para o tamanho populacional N

120 Rev. Bras. Biom., Sao Paulo, v.26, n.2, p.115-128, 2008

Page 7: Diniz Galvao C - Unesp

Tabela 1 - Resultados das simulacoes com diferentes valores de p e N = 5000

Prob. Captura R eparam . E statıstica Prob. Captura R eparam . E statıstica

pj = p η r pj = p η r

0, 005 −5, 2933 134 0, 40 −0, 4055 47 130, 01 −4, 5951 27 5 0, 45 −0, 2007 49070, 02 −3, 8918 521 0, 50 0 49690, 03 −3, 47 61 87 4 0, 55 0, 2007 49100, 04 −3, 17 81 1124 0, 60 0, 4055 50000, 05 −2, 9444 1336 0, 65 0, 6190 50000, 10 −2, 197 2 2319 0, 7 0 0, 847 3 50000, 15 −1, 7 346 3111 0, 7 5 1, 0986 50000, 20 −1, 3863 3626 0, 80 1, 3863 50000, 25 −1, 0986 4145 0, 85 1, 7 346 50000, 30 −0, 847 3 4343 0, 90 2, 197 2 50000, 35 −0, 6190 4556 0, 95 2, 9444 5000

e um produto de prioris nao informativas Beta(α = 0, 5; β = 0, 5) para o vetor deprobabilidades p = (p1, p2, ..., p6).

Modelo II. Modelo bayesiano proposto por Castledine (1981) com distribuicao a

priori nao informativa de Jeffreys, π (N) ∝ N−1, para o tamanho populacional N

e um produto de prioris nao informativas de N ovick and H all’s para o vetor deprobabilidades p = (p1, p2, ..., p6).

Modelo III. Modelo de captura-recaptura utilizado por Castledine (1981) comreparametrizacao das probabilidades de captura considerando uma distribuicao apriori de Jeffreys, π (N) ∝ N−1, para o tamanho populacional N e uma distribuicaoa priori N ormal com media centrada em zero e variancia σ2 = 1000 para ηj , j =1, 2, ..., s.

P ara cada um dos 24 casos considerados na Tabela 1 e considerando os modelosI e II foram geradas duas cadeias de 40000 iteracoes. Foram descartadas as primeiras20000 interacoes como ” bu rn-in”e foi atribuıdo um salto de tamanho 20, resultandoem uma amostra fi nal de tamanho 1 000 da distribuic ao a posteriori conjunta. P arao M odelo III foram g eradas duas cadeias de 7 0000 iterac oes. F oram descartadasas p rimeiras 20000 interac oes como ”bu rn -in ”e foi atribuıdo um salto de tamanho5 0, resultando em uma amostra fi nal de tamanho 1 000 da distribuic ao a posteriori

conjunta.A T abela 2 mostra os resumos a posteriori do p arametro N (onde E (N | D)

denota a media a posteriori e (I C . 9 5 % de N ) denota o interv alo de credibilidade9 5 % ) dos M odelos I ao M odelo III resp ectiv amente.

P elos resultados ap resentados na T abela 2, com relac ao ao modelo I, observ a-seq ue as estimativ as a posteriori dos p arametros N sao satisfatorias q uando pj =p ≥ 0, 02, j = 1 , 2, ..., 6 . N as situac oes onde pj = p < 0, 02, o tamanho p o-p ulac ional foi em media subestimado, como e o caso de pj = 0, 005 e pj = 0, 01 ,

Rev. B ra s. B io m ., S a o P a u lo , v .2 6 , n .2 , p .1 1 5 -1 2 8 , 2 0 0 8 1 2 1

Page 8: Diniz Galvao C - Unesp

Tabela 2 - Estimativas a posteriori de N referentes aos Modelos I a III

Modelo I Modelo II Modelo III

Prob. r E(N|D) I C .9 5% E(N|D) I C .9 5% E(N|D) I C .9 5%

0, 005 13 4 2608 (9 14 ; 7 109 ) 7 825 (19 7 3 ;13 9 4 8) 13 6121 (2009 ; 4 7 84 02)0, 01 27 5 3 63 3 (19 9 3 ;669 6) 53 4 7 (253 2;114 04 ) 54 05 (254 4 ;11604 )0, 02 521 4 9 9 9 (3 4 52; 7 4 21) 5663 (3 7 81;87 11) 57 68 (3 7 57 ;87 27 )0, 03 87 4 4 87 2 (3 59 8;53 18) 4 501 (3 686;54 9 0) 4 508 (3 7 13 ;5506)0, 04 1124 4 54 2 (3 9 10;527 4 ) 4 621 (3 9 7 2;53 7 6) 4 611 (3 9 9 6;53 86)0, 05 13 3 6 4 7 3 5 (4 164 ;53 7 5) 4 7 9 0 (4 224 ;54 3 7 ) 4 7 87 (4 225;54 57 )0, 10 23 19 4 87 3 (4 600;517 4 ) 4 888 (4 609 ;5180) 4 886 (4 608;5212)0, 15 3 111 4 9 54 (4 7 80;514 0) 4 9 60 (4 7 9 4 ;514 4 ) 4 9 57 (4 7 82;513 2)0, 20 3 626 4 83 2 (4 7 24 ;5152) 4 83 3 (4 7 25;5109 ) 4 83 5 (4 7 28; 4 9 4 7 )0, 25 4 14 5 5069 (4 9 84 ;5157 ) 507 0 (4 9 85;5157 ) 5069 (4 9 83 ;5151)0, 3 0 4 3 4 3 4 89 4 (4 83 5;5053 ) 4 9 03 (4 83 7 ;5125) 4 89 4 (4 83 3 ; 4 9 54 )0, 3 5 4 556 4 9 09 (4 865;5054 ) 4 9 15 (4 867 ;5112) 4 9 10 (4 868;4 9 54 )0, 4 0 4 7 13 4 9 3 3 (4 9 01;5066) 4 9 3 4 (4 9 00;5088) 4 9 3 3 (4 9 02; 4 9 68)0, 4 5 4 9 07 5054 (4 9 61;5081) 5054 (5029 ;5081) 5054 (5028;5080)0, 50 4 9 69 5053 (4 9 68;507 3 ) 5053 (503 4 ;507 3 ) 5053 (503 4 ;507 2)0, 55 4 9 10 4 9 9 7 (4 9 89 ;5018) 4 9 88 (4 9 3 6;503 8) 4 9 4 8 (4 9 3 6; 4 9 61)0, 60 4 9 9 8 5006 (5003 ;5012) 5012 (5008;503 2) 5022 (5012;503 2)0, 65 4 9 9 9 5003 (5002;5003 ) 5008 (5004 ;5017 ) 5010 (5004 ;5017 )0, 7 0 5000 5002 (5001;5003 ) 5002 (5000;5003 ) 5004 (5000;5004 )0, 7 5 5000 5001 (5001;5002) 5001 (5000;5002) 5001 (5000;5004 )0, 80 5000 5000 (5000;5001) 5000 (5000;5002) 5000 (5000;5002)0, 85 5000 5000 (5000;5001) 5000 (5000;5001) 5000 (5000;5001)0, 9 0 5000 5000 (5000;5000) 5000 (5000;5000) 5000 (5000;5000)0, 9 5 5000 5000 (5000;5000) 5000 (5000;5000) 5000 (5000;5000)

j = 1, 2, ..., 6, onde a amplitude dos intervalos de credibilidade foram maiores que osdemais casos. Isso ocorre devido ao fato da probabilidade de captura ser pequenaresultando numa estatıstica r pequena, ou seja, ha falta de dados. O s estudosde simulacao evidenciaram que quando a estatıstica r e maior que a metade dotamanho populacional N

(

r ≥ N2

)

, as estimativas a posteriori dos parametros saosatisfatorias.

Com relacao ao modelo II observa-se que as estimativas a posteriori dosparametros N foram superestimadas nos casos de probabilidade de captura pequena,isto e, onde a estatıstica r e pequena e a amplitude dos intervalos de credibilidadeforam maiores que os demais casos.

Considerando o modelo III as estimativas a posteriori para N sao satisfatoriasquando pj = p ≥ 0, 15, j = 1, 2, ..., 6. Pelos resultados apresentados na Tabela 2podemos concluir que os Modelos I e II sao, no mınimo, equivalentes ao ModeloIII. Ex istem intervalos de credibilidade que nao contem o verdadeiro valor de N nosresultados referentes ao modelo III. O u seja, a reparametrizacao nao e mais eficientedo que a utilizacao pura e simples do parametro.

A Figura (1) mostra graficamente o comportamento das estimativas dotamanho populacional N segundo cada modelo estudado. O bserve que, para valoresde p > 0, 6, os comportamentos das estimativas de N em ambos os modelos saoequivalentes.

122 Rev. Bras. Biom., Sao Paulo, v.26, n.2, p.115-128, 2008

Page 9: Diniz Galvao C - Unesp

2000

3 000

4 000

5 000

6 000

7 000

8 000

9 000

1 0000

1 1 000

1 2000

0 5 00 1 000 1 5 00 2000 25 00 3 000 3 5 00 4 000 4 5 00 5 000

Estatística r

N

M o d e lo c o m p r io r i B e ta (0,5 ;0,5 ) M o d e lo c o m p r io r i N o v ic k a n d H a ll's

M o d e lo R e p a r a m e tr iz a d o T a m a n h o p o p u la c io n a l N v e r d a d e ir o

Figura 1 - Comportamento das estimativas de N segundo os modelos I, II e III.

3.2 Probabilidades de captura diferentes

Para completar o estudo sobre os modelos, comparamos os mesmosconsiderando probabilidades de captura diferentes para cada epoca por meio dediferentes cenarios, conforme mostra a Tabela 3 .

Tabela 3 - D iferentes cenarios

N = 5000, s = 6.p1 p2 p3 p4 p5 p6

Cenario 1 0, 05 0, 10 0, 15 0, 20 0, 25 0, 3 0Cenario 2 0, 3 0 0, 25 0, 20 0, 15 0, 10 0, 05Cenario 3 0, 05 0, 10 0, 15 0, 15 0, 10 0, 05Cenario 4 0, 25 0, 10 0, 02 0, 02 0, 10 0, 25Cenario 5 0, 01 0, 02 0, 03 0, 04 0, 05 0, 06Cenario 6 0, 06 0, 05 0, 04 0, 03 0, 02 0, 01Cenario 7 0, 3 5 0, 12 0, 03 0, 03 0, 12 0, 3 5Cenario 8 0, 01 0, 08 0, 22 0, 22 0, 08 0, 01

C enario 1 : As probabilidades de captura aumentam a cada epoca, produzindo uma

estatıstica r grande.

Rev. Bras. Biom., Sao Paulo, v.26, n.2, p.115-128, 2008 123

Page 10: Diniz Galvao C - Unesp

Cenario 2: As probabilidades de captura diminuem a cada epoca, produzindo uma

estatıstica r grande.

Cenario 3: As probabilidades de captura aumentam ate a terceira epoca e em

seguida diminuem ate a ultima , produzindo uma estatıstica r moderada.

Cenario 4 : As probabilidades de captura diminuem ate a terceira epoca e em

seguida aumentam ate a ultima , produzindo uma estatıstica r moderada.

Cenario 5 : As probabilidades de captura aumentam a cada epoca, produzindo uma

estatıstica r pequena.

Cenario 6 : As probabilidades de captura diminuem a cada epoca, produzindo uma

estatıstica r pequena.

Cenario 7 : As probabilidades de captura diminuem ate a terceira epoca e em

seguida aumentam ate a ultima , produzindo uma estatıstica r grande.

Cenario 8 : As probabilidades de captura aumentam ate a terceira epoca e em

seguida diminuem ate a ultima , produzindo uma estatıstica r moderada.

A Tabela 4 mostra as estimativas a posteriori do tamanho populacional N

considerando cada Modelo para cada cenario.

Tabela 4 - Estimativas a posteriori do tamanho populacional NModelo I Modelo II Modelo III

r E(N|D) I . C .(9 5 % ) d e N E(N|D) I . C .(9 5 % ) d e N E(N|D) I . C .(9 5 % ) d e N

Cenario 1 3444 5006 (4544; 5009) 4896 (4802; 5034) 4867 (47 31 ; 5000)C e n a rio 2 3422 4936 (47 65; 501 1 ) 4987 (4837 ; 501 8) 4866 (47 35; 5009)C e n a rio 3 2358 4904 (4605; 51 7 3) 4867 (47 21 ; 51 45) 4887 (461 0; 51 81 )C e n a rio 4 27 7 4 497 9 (4504; 501 4) 5054 (4669; 501 7 ) 47 99 (4596; 5028)C e n a rio 5 949 5063 (41 27 ; 587 2) 4898 (4326; 621 1 ) 51 88 (4205; 6366)C e n a rio 6 938 5028 (3542; 51 7 0) 4943 (3804; 5392) 4882 (37 02; 541 6)C e n a rio 7 3395 497 4 (467 5; 51 39) 4954 (4543; 5061 ) 4805 (4667 ; 5049)C e n a rio 8 2523 501 8 (4927 ; 5522) 5029 (4945; 5550) 5241 (4950; 557 5)

Observe que os Modelos I, II e III comecam a produzir resultados

similares a medida que a estatıstica r aumen ta. N ovamen te os estudos de

simulacao eviden ciaram que quan do a estatıstica r e maior que a metade do

taman h o populacion al N(

r ≥N

2

)

, as estimativas a posteriori dos parametros

sao satisfatorias para ambos os modelos estudados. N este caso podemos tambem

con cluir que os modelos sao equivalen tes.

Conclusoes

A luz dos resultados apresen tados n a T abela 2 , con sideran do probabilidades

de captura ig uais para as epocas, e os resultados apresen tados n a T abela 4 ,

con sideran do o caso de probabilidades de captura diferen tes para cada epoca,

a medida que a estatıstica r aumen ta, n ao h a diferen cas en tre os Modelos

124 Rev. B ra s. B io m ., S a o P a u lo , v .26 , n .2, p .115 -128 , 20 0 8

Page 11: Diniz Galvao C - Unesp

considerados. Os estudos de simulacao evidenciaram que quando a estatıstica r emaior que a metade do tamanho populacional N

(

r ≥N

2

)

, as estimativas a posteriori

dos parametros sao satisfatorias para ambos os modelos estudados. D esta formaa reparametrizacao da probabilidade de captura nao se mostrou uma alternativaefi ciente para o modelo de captura-recaptura.

P AU L A, M.; D INIZ , C . A. R .; L E ITE , J . G . Transformation to the capture-recapture probabilities from B ay esian model. R ev. B ras. B iom ., S ao P aulo, v.26 ,n.2, p.1 1 5 -1 28 , 20 0 8 .

ABSTRACT: The proposal this paper is to present a transformation to the capture-

recapture prob ab ility from capture-recapture process w ith ob jectiv e that to v erify

possib le the ins and outs in respect to b ay esian mod el consid ered b y Castled ine (1 9 8 1 ).

F or this on consid ered tw o d iff erent non informativ e priors for the capture prob ab ilities

from b ay esian mod el consid ered b y Castled ine in ord er to compare the them posterior

estimates w ith the posterior estimates that mod el w here the capture prob ab ilities w as

transformed . W e present a simulation stud y consid ering d iff erent capture prob ab ilities

w ith ob jectiv e to found this comparison. The population size posteriori b ay esian

estimates w as mad e throug h sev eral stud ies of stochastic simulation throug h M CM C

(M onte Carlo M ark ov Chain).

K E Y W O RD S: Capture-recapture process; closed population; b ay esian analy sis;

stochastic simulation.

Referencias

AB E NI, D . D .; B R ANC ATO, G .; P E R U C C I, C . A. C apture-recapture to estimatethe size of the population w ith human immunodefi ciency virus ty pe 1 infection.E pid em iology , B altimore, v.5 , p.41 0 -41 4, 1 9 9 4.

ANAND A, M. M. A. B ay esian methods for mark -resighting survey s. C om m u n .

S tatist. T h eory M eth od s, New Y ork , v.26 , p.6 8 5 -6 9 7 , 1 9 9 7 .

B E S T, N.; C OW L E S , M. K .; V INE S , K . C O D A - C on vergen ce d iagn osis an d ou tpu t

an aly sis softw are for G ibbs sam plin g ou tpu t. V ersion 0 .4 . C ambridge: B iostatisticsU nit MR C , 1 9 9 5 . (Technical report).

B IS H OP , Y . M. M.; F IE NB E R G , S . E .; H OL L AND , P . W . D iscrete m u ltivariate

an aly sis: theory and practice. C ambridge: MIT P ress, 1 9 7 5 . 5 5 7 p.

B OX , G . E . P .; TIAO, G . C . B ay esian in feren ce in statistical an aly sis. New Y ork :J ohn W iley , 1 9 7 3 . 5 8 8 p.

C AS E L L A, G .; G E OR G E , E . I. E x plaining the G ibbs sampler. A m . S tat.,W ashington, v.46 , p.1 6 7 -7 4, 1 9 9 2.

C AS TL E D INE , B . A. B ay esian analy sis of multiple-recapture sampling for a closedpopulation. B iom etrika, L ondon, v.6 8 , p.1 9 7 -21 0 , 1 9 8 1 .

Rev. Bras. Biom., Sao Paulo, v.26, n.2, p.115-128, 2008 125

Page 12: Diniz Galvao C - Unesp

CHAPMAN, D. G. Some properties of the hypergeometric distribution withapplications to zoological sample censuses. Univ. Calif. Publ. Stat., Berkley, v.1p.131-60, 1951.

CHIB, S.; GREEMBERG, E. Understanding the metropolis-hastings algorithm.Am. Stat., Washington, v.49, p.327-35, 1995.

COMACK, D. G. Internal estimation for mark-recapture studies of closed popula-tions. Biometrics, Washington, v.48, p.567-76, 1992.

CORMACK, R. M. Loglinear models for capture-recapture. Biometrics, Washing-ton, v.45, p.395-413, 1989.

COULL, B. A.; AGRESTI, A. The use of mixed logit models to refl ect heterogeneityin capture-recapture studies. Biometrics, v.55, Washington, p.294-301, 1999.

ENGEN, S. Stochastic abundance models. New York: Chapman and Hall, 1978.389p.

GAMERMAN, D. Silmulacao estocastica via cadeias de Markov. Rio de Janeiro:IME-UFRJ, 1996. 196p.

GELFAND, A. E.; SMITH, A. F. M. Sampling based approaches to calculatingmarginal densities. J . Am. Stat. Assoc., New York, v.85, p.398-409, 1990.

GEMAN, S.; GEMAN, D. Stochastic relaxation Gibbs distribuitions and thebayesian restoration of images. IEEE Trans. Pattern Anal. Mach. Intell., New York,v.6, p.721-41, 1984.

GELMAN, A.; RUBIN, D. Inference from iterative simulation using multiplesequences. Stat. Sci., Hayward, v.7, p.457-511, 1992a.

GEORGE, E. I.; ROBERT, C. P. Capture-recapture estimation via Gibbs sampling.Biometrika, London, v.79, n.4, p.677-83, 1992.

GERKING, S. D. Vital Statistics of the fish population of Gordy Lake, Indiana.Trans. Am. F isheries Soc., Bethesda, v.82, p.48-67, 1953.

HASTINGS, W. K. Monte Carlo Sampling methods using Markov chains and theirapplications. Biometrika, London, v.57, p.97-109, 1970.

HUNTER, A. J.; GRIFFITHS, H. J. Bayesian approach to estimation of insectpopulation size. Technometrics, Washington, v.20, n.3, p.231-234, 1978.

JEFFREYS, H. Theory of probability. London: Oxford University Press, 1961.

JOLLY, G. M. Explicit estimates from capture-recapture data with both death andimmigration - stochastic model. Biometrika, London, v.52, p.225-247, 1965.

KING, R.; BROOKS, S. P. On the Bayesian analysis of population size. Biometrika,London, v.88, p.317-336, 2001.

LAPLACE, P. S. Sur les naissances, les mariages et les morts. In: H istoire de l´

academie royale des sciences. Paris, 1783. 693p.

126 Rev. Bras. Biom., Sao Paulo, v.26, n.2, p.115-128, 2008

Page 13: Diniz Galvao C - Unesp

LEITE, J. G.; RODRIGUES, J.; MILAN, L. A. A Bayesian analysis for estimatingthe number of species in a population using nonhomogeneos Poisson process. Stat.

Probabil. L ett., Amsterdan, v.48, p.153-161, 2000.

MADIGAN, D.; YORK, J. C. Bayesian methods for estimation of the size of a closepopulation. Biometrika, London, v.84, p.19-31, 1997.

METROPOLIS, N. et al. Equations of state calculations by fast computingmachines. J. Chem. Phys., New York, v.21, p.1087-1091, 1953.

MINGOTI, S. A. A stepwise Bayesian estimator for the total number of distinctspecies in finite populations: sampling by elements. J. Appl. Stat., Abingdon, v.275,p.651-670, 2000.

NOVICK, W. R.; HALL, W. J. A Bayesian indiff erence procedure. J. Am. Stat.

Assoc., New York, v.60, p.1104-1117. 1965.

OTIS D. L. et al. Statistical inference from capture data on closed animal popula-tions. It W ildlife Monographs, v.62, p.1-135, 1978.

PAULA, M. Um enfoque Bayesiano do modelo de captura-recaptura na presenca de

covariaveis., 2006. Dissertacao (Mestrado em Estatıstica), Universidade Federal deSao Carlos, Sao Carlos, 2006.

PETERSEN, C. G. J. The yearly immigration of young plaice into Limfjord fromthe German sea, Rept. Dan. Biol. Stn., v.6, p.1-48, 1896.

POLLOCK, K. H. The assumption of equal catchability of animals in tag-recapture

experiments. 1974. Ph.D. (Ph.D em Estatıstica), Cornell University, Ithaca, NewYork, 1974.

POLLOCK, K. H. Modeling capture-recapture, and removal statistics for estimationof demographic parameters for fish and wildlife populations: Pas, present, andfuture. J. Am. Stati. Assoc., New York, v.86, p.225-238, 1991.

POLLOCK, K. H.; OTTO. Robust estimation of population size in closed animalpopulations from capture-recapture experiments. Biometrics, Washington, v.39,p.1035-1049, 1983.

POLLOCK, K. H.; HINES, J. E.; NICHOLS, J. D. The use of auxilary variables incapture-recapture and removal experiments. Biometrics, Washington, v.40, p.329-340, 1984.

RICKER, W. E. Handbook of Computations for Biological Statistics of Fish popu-lations. Bull. Fish. Board Can., Ottawa, v.119, p.1-300, 1958.

RICKER, W. E. Computation and interpretation of biological statistics of fi sh po-

pulation. Ottawa: Departament of the Environment, Fisheries and Marine Service,1975. 382p.

RIVEST, L. P.; DAIGLE, G. Loglinear models for the robust design in mark-recapture experiments. Biometrics, Washington, v.60, p.100-107, 2004.

Rev. Bras. Biom., Sao Paulo, v.26, n.2, p.115-128, 2008 127

Page 14: Diniz Galvao C - Unesp

SCHWARZ, C. J.; ARNASON, A.N. A general methodology for the analysis ofcapture-recapture experiments in open populations. Biometrics, Washington, v.52,p.860-73, 1996.

SEBER, G. A. F. A review of estimating animal abundance. Biometrics,Washington, v.42, p.267-92, 1986.

SEBER, G. A. F. A review of estimating animal abundance II. Int. Stat. Rev.,Sidney, v.602, p.129-166, 1992.

SMITH, P. J. Bayesian methods for multiple capture-recapture surveys. Biometrics,Washington, v.44, p.1177-189, 1988.

SMITH, P. J. Bayesian analysis for a multiple capture-recapture model. Biometrika,v.78, London, p.399-408, 1991.

WANG, X. Bayesian analysis of capture-recapture models. 2002. Ph.D. (Doutoradoem Estatıstica). University of Missouri, Columbia. 2002.

WHITE, G. C. et al. Capture-recapture and removal methods for sampling closed

populations. Los Alamos: National Laboratory, New Mexico, 1982.

YANG, R.; BERGER, J. O. Estimation of a covariance matrix using the referenceprior. Ann. Stat.,Hayward, v.22, n.3, p.1195-1211. 1994.

YANG, R.; CHEN, M. H. Bayesian analysis for random coeffi cient regression modelsusing noninformative priors. J. Multiv. Anal., v.55, n.2, p.283-311. 1995.

YANG, R.; PYNE, D. Bayesian analysis with mixed model in unbalanced case. Ph.D.

Dissertation. Purdue University.

YOSHIDA, O. S. Inferencia Bayesiana do numero de especies de uma populacao.1996. Dissertacao (Mestrado em Estatıstica), Instituto de Matematica e estatıstica,Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, 1996.

YOSHIDA, O. S.; LEITE, J. G.; BOLFARINE, H. Stochastic monotonicityproperties of Bayes estimation of the population size for capture-recapture data.Stat. Probabil. Lett., Amsterdan, v.42, p.257-66, 1999.

ZACHARIAS, H. P. Aplicacao do algoritmo Gibbs sampling no processo de captura-

recaptura. 2000. Dissertacao (Mestrado em Estatıstica), Universidade Federal de SaoCarlos, Sao Carlos, 2000.

Received in 06.11.2007.

Approved after revised in 13.07.2007.

128 Rev. Bras. Biom., Sao Paulo, v.26, n.2, p.115-128, 2008