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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (1º e 2º setor) PARAESTATAIS (3º setor) Desconcentração Descentralização Atuação ao lado do Estado Direta Indireta Particulares Órgãos Públicos Autarquias Fundações Empresas Públicas Sociedades de Economia Mista Serviços Autônomos Entidades de Apoio Organizações Sociais Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP’s No quadro acima, encontra-se a estrutura interna da Administração Pública, ou seja, o sentido formal, material ou orgânico, no qual exploramos os órgãos e pessoas jurídicas que a integram. 1. DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO: São as técnicas usadas pela Administração a fim de que as competências e atribuições, a ela inerentes, sejam realizadas. Desconcentração: É a repartição de atribuições e competências entre órgãos públicos, os quais pertencem a uma única pessoa jurídica (por isso a concentração é interna). Direito Administrativo Aula 2 – Organização Administrativa Prof.ª Islene

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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

(1º e 2º setor)

PARAESTATAIS

(3º setor)

Desconcentração Descentralização Atuação ao lado do Estado

Direta Indireta Particulares

Órgãos Públicos Autarquias

Fundações

Empresas Públicas

Sociedades de Economia Mista

Serviços Autônomos

Entidades de Apoio

Organizações Sociais

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público –

OSCIP’s

No quadro acima, encontra-se a estrutura interna da Administração Pública, ou seja, o sentido formal, material ou orgânico, no qual exploramos os órgãos e pessoas jurídicas que a integram.

1. DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO:

São as técnicas usadas pela Administração a fim de que as competências e atribuições, a ela inerentes, sejam realizadas.

Desconcentração:

É a repartição de atribuições e competências entre órgãos públicos, os quais pertencem a uma única pessoa jurídica (por isso a concentração é interna).

Órgão Público não tem personalidade jurídica. “São partes uma pessoa governamental” (MAZZA, 2012), ou seja, pertencem à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Município.

Em ações judiciais, quem responde é a pessoa jurídica a qual órgão pertence. Exemplo: Ação judicial contra o Ministério dos Esportes deve ser pleiteada contra a União Federal.

Excepcionalmente, alguns órgãos serão dotados de capacidade jurídica. Exemplos: defesa em sede de mandado de segurança, Ministério Público propondo ação civil pública.

O conjunto formado pelos órgãos públicos é intitulado ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA.

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Descentralização:

Atribuições e competências exercidas por entidades estatais, as quais têm personalidade jurídica, ou seja, respondem judicialmente.

As entidades estatais compõem a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA e poderão ser: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

2. ÓRGÃOS PÚBLICOS – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA

São criados por lei;

Não possuem personalidade jurídica, pois integram uma pessoa estatal (União, Estados, Distrito Federal e Municípios);

Importante: adota-se, no Direito Administrativo brasileiro, quanto à teoria do órgão público, a da imputação, ou seja, o agente público atua em nome do Estado, logo, a atuação do agente é atribuída a um órgão público e, portanto, a um Estado.

Classificação dos órgãos públicos:

Quanto à posição estatal: podem ser independentes (órgãos que se encontram no topo da estrutura hierárquica. Ex. Presidência da República), autônomos (subordinados aos independentes, mas com autonomia administrativa e financeira. Ex.: Ministério da Fazenda); superiores (vinculados aos autônomos, mas com poder de decisão. Ex.: Superintendência da Receita Federal) ou subalternos (mera execução de atividades. Ex.: Recursos humanos da Receita Federal).

Quanto à estrutura: podem ser simples (um só órgão em sua estrutura. Ex.: Senado Federal) ou composto (mais de um órgão em sua estrutura. Ex. Congresso Nacional).

Quanto à atuação funcional: podem ser singular (manifestação de vontade de um agente. Ex.: decisão privativa do Presidente da República) ou colegiado (manifestação de vontade de órgão colegiado. Ex.: Tribunal de Contas em atuação conjunta com o Congresso Nacional).

3. ENTIDADES – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

Entidades autônomas que poderão possuir personalidade jurídica de direito público (autarquias, fundações públicas) ou de direito privado (empresas públicas e sociedades de economia mista).

Logo, as entidades da administração pública indireta possuem personalidade jurídica.

No caso das autarquias, são criadas por lei específica e, as demais, autorizadas por lei específica.

Estão sujeitas ao controle finalístico, também chamado de supervisão ministerial, tutela administrativa e vinculação, que é a possibilidade de verificação, pela administração pública direta, do alcance da finalidade proposta em lei, pela entidade da Administração Pública indireta. Não há subordinação, nem hierarquia, mas apenas vinculação.

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3.1. AUTARQUIAS

Pessoa jurídica de direito público;

Criadas e extintas por lei específica;

Exercem atividades típicas da Administração Pública;

Não exercem atividade econômica;

Possuem imunidade tributária;

Bens impenhoráveis, imprescritíveis e inalienáveis;

Realizam licitação e concurso;

Regime jurídico único quanto aos servidores;

Prerrogativas de Fazenda Pública: prazo quádruplo pra contestar e dobrado para recorrer; remessa necessária (recurso de ofício); regime de precatórios;

Responsabilidade objetiva;

Controle pelo Tribunal de Contas;

Podem ser: administrativas ou de serviços (autarquias comuns), autarquias especiais (possuem maior autonomia, podendo ser stricto sensu ou reguladoras), autarquias corporativas (conselhos profissionais), fundacionais (há destinação de patrimônio público) e autarquias territoriais (espaço geográfico administrado direitamente pela União, ou seja, são os territórios federais).

OAB: segundo o STF, não possui natureza autárquica, pois não integra a Administração Pública, logo, conforme entendimento do Supremo, é entidade sui generis.

3.1.1. AGÊNCIAS REGULADORAS

Autarquias com regime especial;

Dirigentes estáveis, pois não ocupam cargo de livre nomeação e livre exoneração, mas somente poderá sair dele pelos seguintes motivos: encerramento do mandato, renúncia, sentença judicial transitada em julgado;

Mandato fixo: dirigentes permanecem nos cargos por prazo determinado, conforme cada agência;

Há alternância na substituição dos dirigentes;

Mandatos não coincidem com o do Presidente da República, que é a autoridade responsável pela nomeação do dirigente, após aprovação pelo Senado Federal;

ANP, ANS, ANTAQ e ANTT são as agências que permitem recondução dos dirigentes, para as demais está vedada;

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A quarentena é o período em que o ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, fazendo jus à remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção e aos benefícios inerentes. O período de quarentena será de quatro meses, quando a lei específica da agência não mencionar prazo diverso;

As agências podem ser federais, estatuais, municipais e distritais;

As agências fiscaliza, promovem o desenvolvimento de atividades, controlam o uso de bens públicos, dentre outras atividades;

São dotadas de poder normativo, ou seja, expedem atos normativos abaixo da lei, mas que regulam as atividades para as quais foram destinadas;

Não têm competência regulamentar, que é privativa do Presidente da República;

3.1.2. AGÊNCIAS EXECUTIVAS:

Autarquias ou fundações públicas que recebem esse título mediante contrato de gestão com o Ministério supervisor;

É uma qualificação e não uma nova pessoa jurídica;

Após o contrato de gestão, expede-se decreto;

Há maior autonomia;

Deverão possuir plano estratégico de reestruturação;

Existem, apenas, no âmbito federal;

Saliente-se que a finalidade do contrato de gestão firmado é a melhoria do desempenho das atividades da autarquia ou da fundação pública, que recebe incentivos para isso, quando assina o contrato de gestão.

3.2. FUNDAÇÕES PÚBLICAS:

Pessoa jurídica formada pela destinação de um patrimônio público;

São criadas por lei, quando a personalidade jurídica for de direito público e autorizadas por lei, quando a personalidade jurídica for de direito privado;

Lei complementar define as áreas de atuação da fundação pública, mas a lei específica cria a fundação;

As fundações públicas de direito privado são denominadas: fundações governamentais;

As fundações públicas são espécies de autarquias (art. 37, XIX, CF/88), portanto prestam serviços públicos e exercem poder de polícia.

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Importante: as provas de concurso têm aceitado a possibilidade de o Estado criar uma fundação pública de direito privado, a qual é denominada fundação governamental, ou seja, pessoa jurídica de direito privado, criada por autorização legal, com afetação de bens à determinada finalidade pública. Isso decorre da interpretação atual quanto ao art. 37, XIX, da CF/88.

3.3. EMPRESAS ESTATAIS – EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

Integram a Administração Pública Indireta;

Têm personalidade jurídica de direito privado;

Sofrem controle pelos Tribunais de Contas;

Contratam por licitação;

Realizam concurso público;

Proibição quanto ao acúmulo de cargos;

Pessoal regido pela CLT, exceto os dirigentes que poderão ocupar cargos comissionados;

Impossibilidade de falência.

3.3.1. EMPRESAS PÚBLICAS:

Pessoas jurídicas de direito privado;

Autorizadas por lei;

Totalidade do capital público;

Forma de constituição livre;

Exploram atividade econômica ou prestam serviço público;

Competência da Justiça Federal (Fazenda Pública).

3.3.2. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA:

Pessoa jurídica de direito privado;

Lei autoriza a criação;

Maioria do capital é público;

Obrigatoriamente sociedade anônima (S.A.);

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Exploram atividade econômica ou prestam serviço público;

Competência da justiça comum estadual (vara cível).

4. PARAESTATAIS/ENTES DE COOPERAÇÃO

Entidades privadas que atuam ao lado do Estado;

Não possuem fins lucrativos;

Atuam na prestação de serviços de interesse público (serviços de utilidade pública);

Recebem incentivos do Estado;

São elas: serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais e organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP).

4.1. SERVIÇOS AUTONÔMOS

Pessoas jurídicas de direito privado;

Criados mediante autorização em lei;

São o denominado sistema S;

Exemplos: SESI, SENAI, SENAC, SESC;

Não têm fins lucrativos;

Prestam serviços de utilidade pública;

Beneficiam grupos ou categorias profissionais;

Parafiscalidade;

Custeados por constribuições;

Superávit deve ser revertido em benefício da paraestatal;

Não fazem concurso público;

Realizam ritos procedimentais simplificados que devem obedecer a Lei de Licitações;

Controle pelo Tribunal de Contas.

4.2. ENTIDADES DE APOIO

Podem ser fundações privadas, associações ou cooperativas;

Não têm fins lucrativos;

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Qualificação por meio de convênio;

Recebem verba pública;

Sofrem controle do Tribunal de Contas;

Procedimento simplificado para suas contratações;

Atuam, principalmente, ao lado de hospitais e universidade públicas.

4.3. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

Entidade de iniciativa privada;

Assim qualificadas pelo poder público;

Prestam serviços de utilidade pública nas áreas de educação, pesquisa, saúde, desenvolvimento tecnológico, preservação do meio ambiente e cultura;

Qualificação por meio de contrato de gestão;

Recebe bens e servidores do Estado;

Não precisa licitar, exceto quando houver aplicação de recurso estatal;

Controle pelo Tribunal de Contas.

4.4. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO

Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos;

Serviços não exclusivos do Estado;

Qualificação por meio de termo de parceria;

Não precisa licitar, exceto quando houver aplicação de recurso estatal;

Controle pelo Tribunal de Contas.

5. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES

A nomenclatura “agência” ou sua falta, não terá, em alguns casos, ligação com a qualificação recebida. Por exemplo: ABIN – órgão despersonalizado denominado Agência Brasileira de Inteligência, CVM – Comissão de Valores Mobiliários, que é agência reguladora, ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – serviço social autônomo.

Associação pública: consórcio cuja natureza jurídica é de direito público, o qual integra a Administração Pública Indireta dos entes consorciados (art. 241, CF/88).