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DIREITO CONSTITUCIONAL
INTENSIVO II
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Primeira institucionalização coerente do Estado de Direito
ocorreu com a Revolução Francesa de 1789.
Principal ideia do Estado de Direito: Império da Lei.
A principal característica é o abstencionismo, Estado liberal.
Veio substituir o Estado de Polícia, que intervinha em todos os
setores da sociedade.
O movimento novo geralmente é oposto ao movimento do Estado
anterior.
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O objetivo foi criar um Estado que respeitasse as liberdades
individuais.
A liberdade é o valor supremo do Estado Social de Direito. O
objetivo era respeito pelo Estado das liberdades individuais, que só vai se
intrometer naquilo que é essencialmente necessário.
Os direitos fundamentais correspondem aos direitos da burguesia
Os direitos que surgem são liberdade e propriedade, eram os direitos
reivindicados pela burguesia.
Apesar de serem direitos aplicados a todos os cidadãos, não apenas aos
burgueses, tinham aplicação apenas formal e não substancial.
Teoricamente, as classes inferiores desfrutavam desses direitos. Na prática,
não. Não tinham o caráter substancial que conhecemos hoje.
A limitação do Estado pelo direito se estende ao Soberano
Antes do Estado de Direito, o Soberano estava acima do direito. Após o
Estado de direito, o soberano também passa a ser limitado pelas leis.
Atuação da Administração Pública dentro da legalidade
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Nesse período surge o Princípio da Legalidade da Administração Pública,
com o Advento do Estado de Direito. A Administração Pública passa a poder
fazer apenas aquilo que a lei autoriza. Administração Pública como
atividade sub-legal.
O papel do Estado se limita à defesa da ordem e segurança
públicas
Neste período, o Estado não fazia qualquer intervenção em relações
econômicas e sociais, que ficavam adstritas ao âmbito individual.
No aspecto econômico do Estado de Direito, era chamado de Estado
mínimo.
1.1.1 Rule of Law
Inglaterra
Marco Teórico: 1885 – The Law of the Constitution, Albert Dicey
Idéia: governo das leis em substituição ao governo dos Homens.
Governo das leis está acima dos governos públicos.
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Experiência inglesa que até hoje consideramos no nosso ordenamento
jurídico, como devido processo legal substantivo, processo justo e
adequado e não qualquer regra de processo formal.
Devido processo legal em caráter substancial
Quando se falava em restringir liberdades e propriedade, além de
observarem o devido processo legal em seu caráter formal, deveria
observar seu caráter substantivo.
Limitação do poder arbitrário decorre da proeminência das leis e
costumes
Idéia de império da lei, mas como era um sistema Comon Law, não apenas
as leis mas também os costumes servem como limite para o Estado.
Igualdade de acesso aos Tribunais
1.1.2 Rechtsstaat (Estado de Direito)
Prússia – Século XVIII
A idéia principal, a viga mestra deste modelo de Estado é a
impessoalidade do Poder.
O Estado passa a ser o único soberano, não mais as pessoas.
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A vontade do Soberano corresponde àquilo que está na lei. O
Estado não tinha qualquer limitação nas leis. A lei era compreendida como
vontade do soberano. E se o soberano é o Estado, essa lei não limita o
Estado, ele pode colocar o que quiser na lei. Não há limitação material pela
lei ao Estado.
Se a lei é a vontade do soberano e se o soberano é o estado, o
conteúdo da lei não é vinculante.
1.1.3 État Légal
Surge com a Revolução Francesa em 1789, e depois evolui para
outro modelo de Estado, o État Du Droit.
Apesar de a tradução ser Estado Legal, o sentido do État Légal é de
Estado de Direito, corresponde ao Rechtsstaat.
Ambos trazem a idéia de um sistema de leis feitas pelo legislador.
Só que há uma diferença fundamental entre o Rechtsstaat e o État Légal –
apesar de em ambos os casos ser um sistema de leis feitas pelo legislador,
somente no État Légal é que se exigia que os legisladores fossem eleitos de
forma democrática. No Rechtsstaat, não, poderia ser qualquer legislador,
por pessoas que não eram eleitas de forma democrática.
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O poder Legislativo tinha que ter seus representantes eleitos
democraticamente.
Esse etat legal apresentou uma série de problemas na França, pois
existia uma profunda desconfiança dos Franceses em relação ao PJ,
principalmente os revolucionários. Em razão desta desconfiança, não
permitiam que o PJ aplicasse diretamente a Constituição, a chamada
adjudicação da Constituição.
O caráter da Constituição era meramente político, não jurídico,
não vinculava o PE e PL, era como se fosse um conselho ao legislador. Por
isso, foi um sistema inadequado.
Substituído pelo État Du droit – chamado de Verfassungsstaat
(Estado Constitucional) – não corresponde ao Rechtsstaat.
Essa divisão corresponde ao lema da Revolução Francesa:
Liberdade, Igualdade e Fraternidade, feita por Karel Vazak (1979).
Posteriormente, o Norberto Bobbio, disseminou essa divisão pelo
mundo.
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No Brasil, quem divulgou foi Paulo Bonavides.
1ª Geração – Direitos Civis e Políticos
Direitos ligados à liberdade.
Direitos reivindicados pela Burguesia em face do Estado: exigem uma
abstenção do Estado, são direitos que tem caráter negativo.
Visava a não interferir nas liberdades individuais.
Caráter abstencionista do Estado.
São direitos individuais. Direitos atribuídos sobretudo ao indivíduo
em face do Estado.
O que a burguesia queria com a Revolução era respeito à sua liberdade e
propriedade. As classes populares se uniram à burguesia, mas quem
liderava a revolução eram os burgueses.
Surge a primeira concepção importante de Constituição, a chamada
Constituição Sociológica, na Prússia, em 1862.
O protagonista da Concepção Sociológica foi Ferdinand Lassale.
Lassale fazia uma distinção importante entre 2 tipos de Constituição:
o Constituição Jurídica/Escrita
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É o documento constituição que a gente conhece, com a CF/1988. Conjunto
de normas feitas pelo Poder Constituinte Originário.
o Constituição Real/Efetiva
É a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada Nação. Ou
seja, são os poderes que existem de fato, e não de direito, os que mandam,
os burgueses, os banqueiros, a aristocracia, a monarquia. Eles é que
realmente estabelecem as regras, as condições do Estado.
Lassale dizia que se houver um conflito entre a Constituição Escrita e a
Constituição Efetiva, qual prevalecerá? Lembre-se que é uma Concepção
Sociológica, ela vai estudar as relações dos fatos, as relações sociais, vai ter
um fundamento sociológico. Então, para ele, a Constituição Efetiva vai
sempre prevalecer sobre a Constituição Jurídica. Essa soma dos fatores
reais de poder vai sempre prevalecer sobre a Constituição Escrita:
“Constituição como folha de papel”, expressão consagrada por Lassale, para
referir a falta de importância que ele atribuía à Constituição Escrita, ela não
serve para nada, só tem legitimidade se corresponder à Constituição Real.
Constituição sem força normativa, que ninguém obedece: Constituição
Jurídica/Escrita.
1.2 Liberalismo
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Surge nesta etapa, Estado de Direito, Estado Liberal.
Podemos falar em:
Liberalismo Político
Liberalismo Econômico
1.2.1 Liberalismo Político
Corresponde à idéia de Estado limitado.
Dentro dessa idéia, temos 2 pilares principais:
Direitos individuais oponíveis ao Estado
Estado limitado por direitos individuais oponíveis ao Estado
Separação de Poderes entre órgãos distintos
Quando Montesquieu pegou o modelo inglês e escreveu sua obra,
não estabeleceu um esquema rígido de separação dos poderes.
A idéia principal dele era repartir as funções do estado para que
houvesse uma limitação recíproca entre os Poderes.
Se o Estado acumula todas as funções de legislar e executar
(elaborar e aplicar as leis), vai abusar porque não tem limites. Então, o
objetivo era evitar o abuso por meio da repartição de poderes.
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Quem tem poder e não encontra limites tende a dele abusar.
Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, de
1789. Vigora até hoje. Faz parte do bloco de constitucionalidade da França.
Art. 16: Toda sociedade na qual não há garantia de direitos nem é
assegurada a separação de poderes não possui uma Constituição.
Essa era a idéia do liberalismo político
1.2.2 Liberalismo Econômico
Associar à idéia de Estado mínimo.
1776 – “A riqueza das nações” – Adam Smith – Principal
representante do liberalismo econômico.
Dizia que o Estado deve ter apenas 3 deveres:
Proteger a Sociedade contra invasão ou agressão de outras
sociedades;
Estabelecer uma adequada administração da justiça (conflitos
internos);
Erigir e manter certas obras e instituições que nunca seriam do
interesse privado.
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Cuidar das obras e instituições que não dariam lucro, o que não geraria
interesse dos particulares e, por isso, o Estado deveria intervir. Estado
mínimo, que não intervém em praticamente nada.
“A busca do lucro é o mais importante instrumento de transformação da
sociedade.”
1.3 Hermenêutica
Como era a hermenêutica, a interpretação neste período?
A interpretação dos juízes era ampla como é hoje?
Havia profunda desconfiança da atuação dos juízes, tanto que não
podiam aplicar a Constituição. Portanto, a atividade hermenêutica era uma
atividade mecânica, não havia liberdade para os juízes, resultante da
literalidade dos textos. Ou seja, a interpretação dessa época era apenas
literal, apenas divulgar o que o texto dizia. Não chegavam a interpretar, “o
juiz é a boca da lei”. Deveria apenas reproduzir o conteúdo legal.
“O PJ terá um perigoso privilégio se puder interpretar as leis.”
“Querem destruir meus Códigos”, quando quiseram interpretar os
Códigos de Napoleão.
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2. Estado Social (1918)
Com o fim da 1ª GM, em razão da grande demanda por direitos
sociais, o liberalismo se mostrou inadequado para atender essas demandas.
Então surge o Estado Social.
O liberalismo entra em crise e vêem que o Estado mínimo não é
suficiente para atender os direitos sociais. Uma transformação do Estado
Liberal.
Não confundir com estado Socialista. O que diferencia ambos é o
capitalismo.
O Estado Social adere ao Capitalismo.
2.1 Características
O que diferencia o Estado Social do Estado Liberal Anterior?
Intervenção nos domínios econômico, social e laboral
Era um estado intervencionista, que interferiu nas questões econômicas –
regulação econômica, questões sociais (estabelecendo os direitos sociais), e
em questões trabalhistas, regulando as relações de trabalho. Atuação ativa
do estado, que deixa de ter postura abstencionista para ter uma atuação
intervencionista.
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O mercado deixa de ser livre para ser regulado pelo Estado.
O Estado assume um papel decisivo na produção e distribuição de
bens
O estado começa a produzir determinados bens e distribuir
determinados bens.
Garantia de um mínimo de bem-estar
Este estado do bem-estar social é chamado de “welfare state”. Está
associado à característica da garantia de um mínimo de bem-estar. Temos
no Brasil um exemplo hoje: o benefício do LOAS, previsto tanto na CF
quanto na Legislação Previdenciária. A pessoa não precisa contribuir à
Previdência, é um benefício assistencial, concedido a incapazes ou a idosos,
cuja renda familiar seja igual ou inferior a ¼ do Salário Mínimo.
Relacionado ao mínimo existencial para uma vida digna.
Estabelecimento de um grande convênio global implícito de
estabilidade econômica / Pacto Keynesiano
John Maynard Keynes foi o principal protagonista dessa visão econômica,
que surge a partir da década de 30. Revolucionou a economia com seu
pensamento.
Auge: décadas de 50 e 60.
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Com o fim da 2ª GM, praticamente todos os países ocidentais passaram a
adotar a teoria econômica dele.
Na década de 70 teve um declínio.
Década de 2000, com a última crise econômica, voltou a ser ressaltada por
Obama (USA) e Gordon Brown (UK) em suas campanhas.
2.2 Direitos Fundamentais
2ª Geração/Dimensão – Igualdade material
Direitos sociais, econômicos e culturais
Direitos positivos. O Estado tem que agir positivamente para garantir esses
direitos.
Exigem atuação positiva do Estado e não abstenção.
São direitos coletivos.
2 direitos sociais incluídos no artigo 6º da CF/88, que não estavam
previstos no texto original:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
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maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)
CESPE:
Com a 2ª Geração, surgem as garantias institucionais. Garantias não do
indivíduo (HC; MS, HD), mas garantias de determinadas instituições
importantes para a sociedade:
Família
Imprensa livre (tanto que o STF definiu que a Lei de Imprensa não foi
recepcionada pela CF).
Os direitos sociais não foram consagrados apenas em 1918, pois a
CF Francesa de 1791, feita logo após a Revolução Francesa, já consagrava
alguns direitos sociais.
As 2 constituições escritas mais importantes que surgiram no
início foram as de:
EUA – 1787 (1ª)
França – 1791
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A diferença básica sobre este tema nas 2 CF foi que a dos EUA até
hoje está em vigor e a Americana não tem 1 direito social sequer; só tem
direitos civis e políticos.
A CF francesa contemplava alguns direitos sociais, mas durou 2
anos, substituída em 1793. Era instrumento político, tinha direitos sociais,
mas não protegia ninguém.
A CF que realmente divulgou esses direitos foi a Constituição de
Weimar, 1919. A CF mexicana de 1917 também foi muito importante nessa
proliferação dos direitos sociais.
2.3 Concepções
2.3.1 Concepção Política
Principal Protagonista: Karl Schmidt
Surgiu numa obra de 1928.
Chama-se concepção política porque o fundamento da
Constituição é a decisão política que a antecede.
Faz distinção entre 2 tipos de Constituição:
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Constituição propriamente dita
Leis constitucionais
Estas 2 formalmente não têm diferença, ambas são um documento
único. Formalmente são idênticas, formalmente são o mesmo documento.
Substancialmente, são distintas. O conteúdo delas é diferente. A
diferença de conteúdo é que
Constituição propriamente dita
é a que decorre de uma decisão política fundamental: estabelecer normas
que tratam de direitos fundamentais, estrutura do Estado e organização dos
Poderes (quais as competências do PE, PL e PJ?) essas são as matérias
constitucionais, as matérias clássicas das Constituições. Esse é objeto que
decorre de uma decisão política fundamental. Isso é constituição
propriamente dita, todo o restante são apenas leis constitucionais.
Ex. de lei constitucional: Colégio D. Pedro II.
2.3.2 Concepção Jurídica
Principal Protagonista: Hans Kelsen
Surgiu na famosa obra “Teoria Pura do Direito”, em 1925.
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O Jurista não precisa se socorrer da sociologia, da política ou da
história, para buscar a fundamentação da Constituição, pois ela se encontra
no plano jurídico.
Kelsen fala que a Constituição tem um fundamento político, ela
não diz o que é, mas o que deve ser como direito. É um conjunto de normas
como as demais leis, com o detalhe de ser a norma suprema.
Faz uma criação teórica abstrata, irreal, uma fundamentação que
só ele utiliza, inventada por ele.
Para entender, é importante ver outra distinção que ele faz:
Constituição em sentido Lógico-jurídico
Constituição em sentido Jurídico-positivo
Constituição em sentido Jurídico-positivo
É a constituição escrita, o documento constitucional
Ex.: CF 1988 é, para o Kelsen, a Constituição em sentido Jurídico-positivo.
Constituição em sentido Lógico-jurídico
É o que Kelsen chama de Norma Fundamental Hipotética.
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Fundamental, porque é o fundamento da Constituição em sentido jurídico-
positivo.
Hipotética, porque não é uma norma posta, é apenas uma norma
pressuposta.
Não está em nenhum documento fundamental, não está em nenhum
documento do Estado.
É uma pressuposição que o Estado tem para manter o respeito à
Constituição.
Quem determina que as leis sejam obedecidas? A Constituição, tenho que
obedecer a lei porque a Constituição determina.
E quem determina que a Constituição deve ser obedecida? Kelsen justifica
com a norma fundamental hipotética, que diz que todos devem obedecer a
Constituição. Deve-se pressupor que todos devem obedecer a constituição.
É esse o conteúdo da norma fundamental hipotética.
2.4 Liberalismo igualitário & Comunitarismo
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O liberalismo, hoje, nos EUA é usado em sentido diverso do Brasil
e da Europa. É chamado de liberalismo igualitário, com características
específicas.
Talvez os 2 principais representantes do Liberalismo Igualitário
sejam Rauls e Dworkin, baseado na filosofia de Kant.
O Liberalismo igualitário é bem diferente do liberalismo
tradicional, da Europa. Considera o valor liberdade e igualdade.
O debate filosófico entre as 2 correntes é que para o liberalismo, o
importante é o indivíduo; para o Comunitarismo, é a comunidade.
2.4.1 Liberalismo Igualitário
A política não tem por obrigação responder às exigências de
sobrevivência do indivíduo, mas sim garantir a cada um, de maneira
igualitária, a liberdade de escolher e perseguir uma concepção de “vida boa”
(good life: cada um vai buscar conforme o que considerar correto), nos
limites do respeito de uma capacidade equitativa por parte dos outros.
Para os liberalistas igualitários, cada pessoa deve ter a liberdade
de conceber o que entender mais adequado para uma vida boa. Não é o
Estado que decidirá.
Limite: direito de terceiros, nos quais não pode interferir.
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Parte de uma premissa fundamental: a premissa empírica de que
parte é o pluralismo das sociedades contemporâneas.
Idéia de pluralismo de valores.
Não há um valor homogêneo, que todos perseguem. Cada um tem
uma percepção de vida diferente e o Estado deve respeitar as concepções
religiosas, de mundo etc.
A conseqüência que esse respeito terá é a neutralidade do Estado.
O Estado deve ser neutro, para não interferir. Ex.: estado laico, não
confessional. Se tiver uma religião oficial, estará desrespeitando as
concepções dos que não seguem a mesma. Deve ser laico para que todos
sejam igualmente respeitados, conforme a religião que cada um considerar
mais adequada.
Papel do Estado: limita-se a garantir o respeito pelos direitos
individuais e pelos Princípios de Justiça. O Estado que respeita o liberalismo
Igualitário não adota uma ética substancial (não diz quais bens devem ser
perseguidos), mas uma ética procedimental.
Teorias baseadas no procedimento.
Se eu estabelecer o que cada um deve fazer, vou ter problema
diante do pluralismo da sociedade. Então, o Liberalismo igualitário não
estabelece uma idéia substancial de bem, não diz o que fazer, mas como se
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deve utilizar um procedimento para chegar ao resultado correto. Diz quais
procedimentos devem ser adotados para se chegar a um resultado, mas o
resultado desses procedimentos cada um é que vai definir. Ex.: eleições
democráticas, participação de todos etc.
2.4.2 Comunitarismo
A liberdade e a identidade não são características inatas à pessoa.
Dizem que liberdade não é como dizem os liberais, característica pré-
política que todos tem. A liberdade não é dada, não é inata, que todo
ser humano possui, mas é algo conquistado pela sociedade, através de
muita luta.
Os fins que orientam a existência não são produtos de uma escolha
soberana, mas sim de um horizonte sócio-cultural.
Vão dizer: essa opção de vida boa que os liberais pregam é balela, porque as
pessoas não são soberanas para fazer tantas escolhas, porque os fins são
estabelecidos pela sociedade em que vivem, pela comunidade em que a
pessoa vive; de acordo com o meio em que a pessoa vive, ela escolhe
influenciada pela comunidade de que faz parte.
Ao contrário do liberalismo (cada um persegue seus interesses),
diz que comunidade não é a simples soma de condutas individuais, mas que
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comunidade exige participação política e cooperação social. As pessoas
fazem parte de um todo e têm obrigações para com ele. Todos influenciam e
são influenciados.
O liberalismo adota uma ética procedimental, mas o
Comunitarismo adota uma ética substancial, ou seja, eles têm uma
concepção específica, o bem comum. O fim buscado é bem comum.
LICC art. 5º veja o que diz sobre a interpretação teleológica.
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige
e às exigências do bem comum.
É uma visão comunitarista. Existe sim um fim a ser buscado, o
bem comum.
2.5 Hermenêutica
Com o surgimento dos direitos fundamentais de 2ª Geração,
ocorre um incremento do ordenamento jurídico. Uma coisa é aplicar
direitos individuais (liberdade, privacidade, propriedade), outra, é aplicar
direitos sociais, econômicos e culturais. O grau de complexidade do
ordenamento jurídico se tornou muito maior. Ex.: direito à saúde, à
educação. O que eles englobam?
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Passou-se a exigir também uma maior sofisticação da
interpretação (atividade hermenêutica) e aí surgem os famosos elementos
desenvolvidos por Savigny, a partir da 2ª metade do século XIX.
Os 4 elementos de interpretação desenvolvidos foram
Elemento gramatical/literal
O que vai buscar compreender o sentido da palavra, da frase no
contexto.
Elemento lógico
Trabalha com os elementos da lógica formal, aplicando-os à
interpretação jurídica.
Elemento histórico
Aquele no qual o interprete vai buscar nos debates, nos motivos que deram
origem à lei, qual eram os anseios da sociedade. Vai buscar esse contexto
histórico. Debates, discussões, exposição de motivos, anseios da sociedade.
Propiciam uma evolução da interpretação.
Elemento sistemático (talvez, o mais importante)
É aquele que diz que a norma não existe sozinha, mas faz parte de um
sistema de normas. Então, quando vou interpretá-la, não posso interpretá-
la isoladamente, mas em conjunto com as demais normas do sistema, ou
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com as outras leis ou outros dispositivos daquela lei, para que o
ordenamento jurídico seja uniforme e interpretado como um todo.
3. Estado Democrático de Direito / Estado Constitucional
Democrático
Vem substituir o Estado Social.
Podemos colocar como marco temporal de surgimento o final da
2ª Guerra Mundial – 1945.
A partir daí, começa a surgir este novo modelo de estado.
Introduziu a soberania popular dentro do conceito de Estado.
Então, o poder tem que ser exercido conforme a vontade do povo, que passa
a ser preponderante. Tem que ser um Estado Democrático de direito. Esse
direito tem que corresponder aos anseios da sociedade. Ex. claro é a
Alemanha nazista, tudo o que o Hitler fez foi dentro da legalidade, mas ele
adotava medidas de emergência, que davam a ele tanto poder para tomar as
decisões que tomou.
Então, as leis devem ser criadas por um órgão popular.
Estado Constitucional Democrático: não é uma simples questão de
nomenclatura.
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No estado de direito, vem à mente o império da lei.
No Estado Constitucional Democrático, vem à mente a força
normativa da constituição. É um deslocamento de paradigma, para deixar
claro que todos estão submetidos à Constituição, inclusive o legislador.
A doutrina utiliza a nomenclatura no mesmo sentido. Se o
examinador, colocar as mesmas características, não vai querer pirar!
3.1 Características
Aplicação direta da Constituição
Antes, a Constituição, principalmente na parte dos direitos fundamentais,
não tinha aplicação direta, só se aplicava indiretamente. O direito
fundamental, para ele gerar um direito subjetivo, tinha que invocar uma
regulamentação legal. A aplicação da CF era apenas indireta. Hoje se fala em
eficácia horizontal dos direitos fundamentais, que se aplicam diretamente
às relações Estado-particular, mas também nas relações entre particulares.
É uma característica das constituições modernas. O juiz pode
aplicar diretamente o texto constitucional.
Reconhecimento da força normativa da Constituição
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Até então, você tinha na Europa, principalmente, a constituição
vista como um documento meramente político, não vinculava os poderes
públicos, só servia como uma orientação aos Poderes Públicos e o PJ não
poderia obrigar os Poderes a submeterem-se à Constituição.
Nos EUA não, desde que a CF foi feita, ela já tinha caráter jurídico,
tanto que em 1803 houve controle de constitucionalidade (Murbury X
Madison).
Hoje, é vista na Europa como instrumento jurídico, vinculante,
obrigatório.
Assegurar direitos fundamentais e a supremacia da Constituição
através de uma jurisdição constitucional
É criar um sistema de controle pelo PJ a fim de assegurar tanto a
supremacia da Constituição quanto os direitos fundamentais nela
consagrados. Por isso que na Europa surgiram vários Tribunais
Constitucionais, como na Alemanha e Áustria.
Limitação do Poder Legislativo deixa de ser apenas formal e passa
a abranger, também, o aspecto material
O próprio Kelsen dizia que o legislador só estaria limitado por
normas de procedimento, que seria difícil o legislador ficar vinculado a
normas substanciais da Constituição, que seria praticamente impossível
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exercer um controle desse tipo. Dizia que o legislador tem que observar os
procedimentos para elaboração da lei que a Constituição estabelece. Agora,
o conteúdo da Constituição não, não precisa observar. Esta teoria, adotada
até então, é observada. Hoje temos controle de constitucionalide pela forma
e pelo conteúdo das leis. Controle de constitucionalidade material é recente,
da última metade do século XX para cá. Controle de constitucionalidade por
omissão inconstitucional surgiu em 1975, na Iugoslávia. Existe em poucos
países: Iugoslávia, Portugal e Brasil, mas antigamente ninguém adotava.
A Democracia deixa de ter apenas aspecto formal (premissa
majoritária) e passa a ter também um aspecto substancial
O conceito formal de democracia corresponde à premissa
majoritária, ou seja, a vontade da maioria. Antigamente, democracia era
vista como vontade da maioria. Era vista através de aspectos formais, por
exemplo, eleições periódicas, alternância de poder, vontade da maioria.
Hoje, o conceito de democracia abrange também isso, mas é muito
mais do que vontade da maioria, é também fruição de direitos fundamentais
por todos, inclusive pelas minorias.
Quando se fala hoje em democracia, a vontade da maioria é
importante, mas o conceito de democracia é alargado para os direitos
fundamentais. As minorias têm direitos fundamentais que devem ser
respeitados por todos, inclusive pela maioria, para evitar a “tirania da
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maioria”. A maioria iria impor sua vontade e a minoria iria ficar em 2º
plano.
3.2 Direitos Fundamentais
A partir da 2ª metade do século XX, surgem os direitos de 3ª
Geração, ligados ao valor Fraternidade.
Quais são os direitos de 3ª Geração/Dimensão?
Direito ao meio ambiente
Autodeterminação dos povos
Direito ao desenvolvimento
etc
Esses direitos não são individuais nem coletivos, são direitos
transindividuais. São tanto direitos coletivos quando direitos difusos.
Seguindo a classificação de Bonavides, + utilizada em provas
federais, ele considera de 4ª Geração 3 direitos:
Democracia
Informação
Pluralismo
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Ligado diretamente aos direitos das minorias, ao respeito às
diferenças. Respeito ao direito de todos, inclusive das minorias. Respeitar o
outro como ele é, independentemente do que eu queria que ele fosse.
Direito de 5ª dimensão:
Paz
3.3 Concepção Normativa
Autor protagonista: Konrad Hesse.
Tem 1 obra que é 1 marco no constitucionalismo contemporâneo,
aula inaugural em Fraiburg, na Alemanha, 1959, “A força normativa da
Constituição”.
Apesar de muitas vezes ser conformada pela realidade, a
Constituição possui uma força normativa capaz de modificá-la.
Contrapor à concepção de Lassale. É contrária à de Lassale.
Não nego que em alguns casos a Constituição seja conformada
pela realidade, mas em outros casos, a constituição jurídica é capaz de
modificar a realidade. Nem a constituição real se subordina à constituição
escrita nem esta àquela. É uma relação de condicionamento recíproco. Uma
influencia a outra.
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O sentido do direito não é legitimar relações de poder e, por isso, a
constituição tem força para modificar a realidade, basta que para isso exista
“vontade de constituição” e não apenas “vontade de poder”.
4. Libertarianismo
O liberalismo dos EUA é um pensamento de esquerda, é sinônimo
de pensamento progressista. Dworkin é 1 liberal no sentido norte-
americano, de esquerda.
Liberal nos EUA – características:
Forte intervenção na economia
Ampla proteção das liberdades civis
Libertarianismo corresponde ao liberalismo clássico.
Tem 2 bases fundamentais:
Individualismo
Pluralismo
Defendem que não deve haver diferença de tratamento entre
união homo-afetiva e homossexual, são contrários à obrigatoriedade de uso
cinto de segurança, favoráveis à legalização de drogas mais leves, não deve
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haver restrição ao fumo, ao aborto. Cada 1 é adulto para tomar sua própria
decisão e o Estado não deve intervir.
5. Organização do Estado Brasileiro
1.1 Formas de Estado
1.1.1 Estado Unitário
Há 1 centro de Poder, incidindo sobre as mesmas pessoas e o
mesmo território. Isso não significa que esse poder não possa ser
descentralizado. Pode haver uma descentralização política e/ou
administrativa.
O Brasil foi um Estado unitário até a Proclamação da República,
em 1889.
Modelo Europeu, mais antigo.
1.1.2 Estado Federal
Origem: EUA, Constituição Norte-americana de 1787.
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As colônias se uniram para formar uma Confederação, os Estados
mantêm sua soberania, não abrem mão de sua soberania.
Os Estados Federados se unem através de um Tratado
Internacional. Ex.: UK.
Ou podem adotar uma Constituição comum.
Geralmente, a Confederação tem objetivo de defesa ou relações
internacionais, para que o comércio com outros Estados possa ser
incrementado.
2 fatores que geralmente levam à formação da Federação:
Governo eficiente e
Território extenso
Características da Federação:
+ de 1 centro de Poder incidindo sobre as mesmas pessoas e o mesmo
Território.
Os entes possuem apenas autonomia; não possuem soberania (quem possui
soberania é o Estado): “foedus”, “foederis” significa união, pacto, aliança.
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A Forma Federativa foi consagrada em 1891.
As formas de Estado não se confundem com as Formas de
Governo.
2. Formas de Governo
2.1 Monarquia
O poder pertence ao Monarca ou Rei.
Não há res pública, coisa pública.
É 1 governo de indivíduos.
O que caracteriza uma Monarquia?
Características que diferenciam a Monarquia da República:
Irresponsabilidade política do Monarca
O governo do Monarca tem as características da
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o Hereditariedade e
o Vitaliciedade.
2.2 República
Res pública, coisa do povo. Não é um governo de indivíduos.
A república é o Governo do Povo.
Características opostas à da Monarquia:
Responsabilidade Política;
Eletividade no Poder – a pessoa adquire o poder por meio da eleição;
Temporariedade – o poder é sempre temporário (mandato), não
vitalício.
Um dos princípios da República é a alternância de Poder, que está
dentro da eletividade e temporariedade.
3. Sistemas de Governo
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3.1 Parlamentarista
+ antigo, + tradicional, adotado inicialmente na Europa
2 figuras bem distintas:
Chefe de Estado
Figura simbólica que representa o Estado, principalmente no plano
Internacional.
As questões políticas mais importantes não são traçadas pelo Chefe de
Estado.
Não toma medidas de caráter político importantes.
Quem é esta figura simbólica?
Depende do tipo de Parlamentarismo:
- Parlamentarismo Republicano: o Chefe de Estado é o
Presidente da República. Ex.: Alemanha, África do Sul,
Coréia do Sul, Índia, Áustria.
- Parlamentarismo Monárquico: o Chefe de Estado é o
Rei/Rainha ou o Monarca. Ex.: Japão, Espanha, UK.
1º Ministro
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Traça as diretrizes políticas importantes.
Primeiro Ministro.
Auxiliado pelo gabinete (Seriam os ministros do 1º ministro).
Pode ser destituído mesmo antes do prazo final.
Pode haver a “Moção de Desconfiança” do Parlamento: se o Parlamento
perceber que há uma grave crise política, o Primeiro Ministro e o Gabinete
podem ser destituídos.
3.2 Presidencialista
EUA
As figuras de Chefe de Estado e Chefe de Governo se misturam na
mesma pessoa: o Presidente da República.
Questões internacionais: Chefe de Estado.
Políticas internas: Chefe de Governo.
3.3 Semi-parlamentarismo / Semi-presidencialismo
Divergência sobre seu surgimento.
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Surgiu na França, com o Advento da 5ª República.
Alguns dizem que surgiu na Constituição de Weimar, 1919.
Também há distinção entre as figuras Chefe de Estado e Chefe de
Governo, porém, o Presidente da República é eleito diretamente pelo Povo.
O Presidente da República titulariza funções políticas
importantes.
Ex.: França e Portugal.
4. Características essenciais da Federação
4.1 Descentralização Político-administrativa estabelecida pela
Constituição
O que diferencia Descentralização Política de Descentralização
Administrativa?
Descentralização Política: é a capacidade de inovar na ordem
jurídica – o Poder central delega a outros poderes competências políticas
Descentralização Administrativa: competência para executar
aquilo que foi estabelecido por lei.
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Da mesma forma que o Poder central pode delegar, a qualquer
momento pode retirar, revogar a delegação. Isso diferencia o Estado
Unitário do Estado Federal (cuja delegação está prevista na CF).
4.2 Participação das vontades parciais na vontade nacional
(Princípio da Participação)
Em um Estado Federal, há vários estados-membros que se unem e
formam a Federação.
Como estes Estados participam da formação da vontade nacional?
No Brasil, por exemplo, através do Senado Federal.
Todos os Estados têm o mesmo nº de representantes para que
todos os Estados sejam igualmente representados.
4.3 Princípio da Autonomia
Os entes se auto-organizam através de constituições próprias.
Característica importante que não se encontra no Estado Unitário
é a inexistência de constituições estaduais, porque não existem estados-
membros.
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Diferença que alguns autores fazem entre Constituição Federal e
Constituição Nacional:
Algumas normas não se dirigem só à União, mas a todos os Entes
Federativos, são normas da chamada Constituição Nacional.
Ex.: direitos fundamentais são aplicáveis em todos os níveis.
Ex.: art. 19 e 37.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes
o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de
interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
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eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Há normas dirigidas apenas à União.
Municípios têm LO, Estados tem CE; alguns dispositivos se referem
especificamente à União: Constituição Federal.
Norma de reprodução obrigatória: O STF entende que essas normas são de
observância obrigatória pelos Estados, em que as CE terão de reproduzir
esses princípios básicos. A CE tem que reproduzir, porque na CF a
referência é apenas à União. As normas que são expressas pela CF não
precisam ser reproduzidas.
5. Requisitos para Manutenção da Forma Federativa
Requisitos para que a federação não seja dissolvida.
5.1 Constituição Rígida
5.2 Intangibilidade da Forma Federativa de Estado (Art. 60, § 4º,
I)
5.3 Órgão incumbido de exercer o controle de
constitucionalidade
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6. Soberania X Autonomia
6.1 Soberania
É o poder político supremo e independente.
Poder político supremo
Essa característica se refere à ordem interna.
Na ordem interna, não está limitado a qualquer outro poder. Está
acima de todos os poderes.
Poder político independente
Essa característica se refere à ordem internacional.
Não está obrigado a acatar normas que não sejam
voluntariamente aceitas e encontra-se em igualdade com os poderes de
outros povos.
É isso que significa soberania externa.
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O conceito de soberania vem cada vez mais sendo relativizado. Vai
se formando uma ordem mundial e os países que não respeitam
determinadas normas, ainda que não obrigados, ficam isolados do restante,
sofrendo embargos econômicos e outras medidas.
No estado Federal, o atributo da soberania é do Estado Brasileiro,
titular da soberania.
A soberania pertence à República Federativa do Brasil.
A União não tem soberania, tem apenas autonomia.
Em alguns países, a União tem soberania.
Apesar de não ter soberania, quem exerce o atributo da soberania
no plano internacional é a União, encarregada do exercício da soberania do
Estado Brasileiro.
6.2 Autonomia
Palavra de origem grega:
auto = próprio
nomos = norma
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Capacidade de elaboração de normas próprias. Capacidade de
elaborar suas próprias normas.
No Estado Brasileiro, todos os entes federativos são dotados de
autonomia: União, Estados-membros, Municípios e Distrito Federal.
Este entendimento é retirado, basicamente, de 2 dispositivos da
CF:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático [e Social] de Direito e tem como [5]fundamentos [SCDVP]:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
§ único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
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Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º - Brasília é a Capital Federal.
§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão
reguladas em lei complementar. NEL declaratória de princípios
institutivos ou organizativos
Todos os entes têm a mesma autonomia.
Autonomias principais – basicamente, 4 autonomias (Organização,
Legislação, Governo & Administração):
o Auto-organização
União: CF
Estados-membros: CE
Municípios: Lei Orgânica
DF: Lei Orgânica
o Auto-legislação
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Cada 1 desses entes elabora suas próprias normas. Leis Federais,
estaduais, municipais, distritais.
Vale a mesma distinção entre Lei Federal e Lei Nacional.
Ex.: CTN é 1 lei nacional (aplica-se a todos os entes: U, E, DF e M).
Lei Federal: Lei 8.112/90 – Reg. Jdco. Serv. Civis da União.
Servidores estaduais e municipais têm suas respectivas leis.
o Auto-governo
As pessoas dos municípios e estados elegem seus próprios
representantes, seus governos eleitos diretamente pela população.
o Auto-administração
Autonomia administrativa.
Os Municípios têm a mesma autonomia dos demais entes.
Autonomia Política: auto-legislação + auto-governo
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7. Repartição de competências
Utiliza um princípio que vai informar de maneira geral o critério
para que as competências sejam repartidas entre os entes.
O Princípio que informa a repartição de competências é o
Princípio da Predominância do Interesse. De acordo com o tipo de
interesse predominante, determinadas competências são atribuídas a cada
ente.
União: ficará responsável por assuntos de interesse geral.
Estados: responsável por assuntos de interesse regional.
Município: ficará responsável por assuntos de interesse local.
A partir desse princípio, a CF estabelece 4 critérios para
repartição de competências:
7.1 Campos específicos de competência administrativa e
legislativa
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Para alguns entes federativos, a CF atribui poderes enumerados; a outros,
exemplificativos.
Entes para os quais a CF enumerou expressamente suas
competências:
União - sobretudo no artigo 21 (competências administrativas), 22
(competências legislativas) e 48; quando atribui competência
administrativa, indiretamente atribui competência legislativa
para tais assuntos e vice-versa;
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da
República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor
sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
Municípios – a CF enumerou as competências administrativas e
legislativas, misturou tudo no artigo 30.
Poderes remanescentes/residuais:
Estados-membros – artigo 25, § 1º
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA EXPRESSA
AUTONOMIA: CAPACIDADE DE AUTO-ORGANIZAÇÃO
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Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que
adotarem, observados os princípios desta Constituição.
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA/MATERIAL RESIDUAL
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam
vedadas por esta Constituição.
OBS: Reservadas: expressão típica do federalismo norte-americano,
tecnicamente inadequado. Atentar para o que fala a prova, se for cópia da
CF ou se apresenta a palavra técnica: competência residual.
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA/MATERIAL EXPRESSA
§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os
serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de
medida provisória para a sua regulamentação.(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 5, de 1995)
NEL declaratória de princípios institutivos ou organizativos
§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
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agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
DF –art. 32, § 1º
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas
reservadas aos Estados e Municípios.
A competência legislativa atribui, indiretamente, competência
administrativa.
Câmara Legislativa (Câmara Municipal + Assembléia Legislativa).
7.2 Possibilidade de Delegação
Brasil: Federalismo centrípeto.
Causa: a maioria das competências foi atribuída à União.
Ex.: art. 21 + 22.
Como há uma concentração muito grande de competências na
União, a CF permitiu que a União pudesse delegar algumas dessas
competências.
2 aspectos “pegadinhas” em prova objetiva:
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A União só pode delegar essas competências através de Lei
Complementar.
Para ser Lei complementar, a questão tem que falar expressamente.
A União só pode delegar essas competências ao Estados e Distrito
Federal.
Essas matérias não podem ser delegadas a Município:
Art. 22, § único. Lei Complementar poderá autorizar os ESTADOS [e DF] a
legislar sobre questões ESPECÍFICAS das matérias relacionadas neste
artigo.
A União vai ter competência para tratar do assunto, mas poderá delegar
competência aos Estados para tratar de temas específicos dentro do
assunto.
Parte da doutrina faz distinção entre competências privativas e
competências exclusivas, que não consta expressamente na CF.
A CF não considerou tecnicamente essa distinção, usando ambas
as palavras sem critério.
Competência Privativa é aquela atribuída a um determinado ente
ou órgão, mas que admite delegação ou legislação suplementar. Ex.: art.
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22, § ún. é privativa, porque, apesar de ser matéria atribuída à União, pode
ser delegada aos Estados.
Competência Exclusiva: não admite delegação nem legislação
suplementar. A exclusiva exclui quaisquer outros órgãos e outros entes
federativos. É só aquele que pode exercer.
7.3 Competências comuns
São comuns a todos os entes da Federação. É tão comum que
qualquer um pode exercer esse tipo de competência: U, E, DF e M.
Se a CF não fala “compete legislar”, trata-se de competência
administrativa.
COMPETÊNCIA MATERIAL (ADMINISTRATIVA) COMUM
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas
e conservar o patrimônio público;
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II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os
sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e
de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento
alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa
e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
Comp. Adm. Exclusiva da União:
Art. 21 Compete à União: XIX
instituir sistema nacional de
gerenciamento de recursos
hídricos e definir critérios de
outorga de direitos de seu uso.
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XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do
trânsito.
§ único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
7.4 Competências Concorrentes
Se é concorrente, significa que mais de um órgão vai exercer. Mas
não será exercida por todos.
São aquelas que, apesar de não terem sido atribuídas a todos os
entes, podem ser exercidas por mais de um deles. Mas não são todos que
poderão, a CF estabelecerá quem poderá.
Município não tem competência concorrente.
A competência concorrente refere-se à competência legislativa.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE U, E e DF não M
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
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I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino e desporto;
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
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XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR E SUPLETIVA
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui
a competência suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Os municípios podem tratar das matérias do artigo 24, já que não
foi atribuída a eles competência concorrente?
Sim, eles podem legislar sobre essas matérias. O 24 não fala nada,
mas há outro dispositivo que, em alguns casos, atribui indiretamente essa
possibilidade ao município, o artigo 30, I e II.
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Art. 30. Compete aos Municípios:
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA EXCLUSIVA
I - legislar sobre assuntos de interesse local (Princípio da Predominância do
Interesse);
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
O município poderá suplementar a legislação federal e a estadual,
desde que não seja competência privativa ou exclusiva.
Dispositivos mais cobrados em concurso – art. 24, §§ 1º a 4º:
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR E SUPLETIVA
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui
a competência suplementar (complementar) dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
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§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
É importante ler a CF sobre o tema (art. 18 a 37) – nas provas, cai letra da
CF!
Competência Legislativa Privativa:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;
Competência Legislativa Concorrente:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
Reportagem na Folha de SP, pesquisa feita sobre métodos de estudo
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Essas competências são competências não cumulativas.
União e Estados não tratarão dos mesmos aspectos sobre
determinada matéria. A União estabelecerá normas gerais e os Estados, as
normas específicas. Por isso, são não cumulativas. Se União e Estados
pudessem estabelecer normas gerais e específicas, seria cumulativa e
geraria conflito entre a norma federal e a estadual.
Não há hierarquia entre leis federais, estaduais e municipais.
Se a União estabelecer norma específica, será inconstitucional.
Se o Estado estabelecer uma norma geral, será inconstitucional.
A norma específica feita pelo Estado tem que obedecer o conteúdo
da norma geral feita pela União. Se a União estabelecer norma geral e o
Estado, norma específica incompatível com aquela, esta norma estadual não
pode ser objeto de ADI, porque não está violando diretamente a CF – a
violação é apenas indireta. Ela terá sua eficácia suspensa no que contrariar
a norma federal.
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COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR (Complementar e Supletiva)
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais.
Competência Complementar:
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui
a competência suplementar dos Estados (competência complementar,
porque o Estado complementa a norma geral editada pela União).
Competência Supletiva:
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
Suspensão da Eficácia:
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia* da lei estadual, no que lhe for contrário.
Se a União não faz a norma geral, como o Estado exercerá a
competência específica? Ele pode editar a norma geral e a norma específica.
Quando for editada norma federal, a norma estadual terá sua
eficácia suspensa.
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A revogação só pode ser feita pelo mesmo órgão (PL-PL, PE-PE) e
só pode ocorrer com atos de mesma densidade normativa (CF-CF, Lei-Lei,
Decreto-Decreto).
Se a lei federal que suspendeu a eficácia for revogada, haverá o
efeito repristinatório tácito em relação à lei estadual.
* A MP não revoga lei, apenas suspende sua eficácia. Se o Congresso rejeita
a MP, a lei volta a ser aplicada. Isso acontece muito!
Município é ou não ente federativo?!
Defensores: art. 1º e 18
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático [e Social] de Direito e tem como [5]fundamentos [SCDVP]:
I - a soberania;
II - a cidadania;
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III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
§ único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º - Brasília é a Capital Federal.
§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão
reguladas em lei complementar. NEL declaratória de princípios
institutivos ou organizativos
Como os municípios têm as mesmas autonomias dos demais entes,
a maioria da doutrina entende que são entes federativos. É entendimento
amplamente majoritário.
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José Afonso da Silva sustenta que Município não é ente
federativo, com fundamento em 2 razões:
o Não existem Federações de Municípios.
Só existem Federações de Estados.
O Município, ao ser considerado ente federativo, teria natureza de Estado-
membro. Mesmo que o município deixe de existir, a Federação Brasileira
continuaria a existir.
o Os municípios não participam da vontade nacional.
Esse realmente é um problema, porque uma das características da
Federação é a representação da vontade parcial na vontade geral.
Para JAS, município é ente apenas administrativo, não é ente federativo.
DF é Estado, Município, os 2 ou nenhum dos 2?
LRF estabelece os limites de despesas com pessoal.
U: 50%
E: 60%; PL – 3% - DF requereu
enquadramento como município em ADI
M: 60% PL – 6%
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STF: qual a natureza do DF?
ADI 3756: DF é 1 unidade federada com competência parcialmente
tutelada pela União que não é nem Estado nem Município. É unidade
federativa autônoma tutelada pela União.
Nesta questão, está muito mais próximo do Estado do que do
Município, porque tem PJ. Portanto, tem que ser tratado como os
Estados foram tratados.
6. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
1. Poder Legislativo
1.1 Comissões
As comissões passaram a ter maior destaque na CF/1988. Os
temas tratados no legislativo estão se tornando cada vez mais diversos e
complexos. Diversidade e especialização/conhecimento técnico das
matérias exigiram a especialização das comissões.
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1.1.1 Classificações:
Quanto à duração:
a) Temporária
O prazo de duração pode se extinguir de 3 maneiras.
Conclusão dos trabalhos
Fim do prazo estabelecido Ex.: CPI de 6 meses para apuração de
determinados fatos. Este prazo pode ser prorrogado indefinidamente
– não existe número certo de prorrogações.
Fim da legislatura
Mas, por ser Temporária, a Comissão tem que terminar dentro da própria
legislatura1. É o prazo máximo/final.
b) Permanente
Têm prazo permanente de duração.
1 Legislatura: CF 44, p. único. – período de mandato dos deputados – 4 anos. Senador fica por duas legislaturas.
Sessão legislativa: CF 57 – Anual – tem 2 períodos: 2/fev – 17/jul + 1/ago. Dentro desse período, há as Sessões Ordinárias. Sessões Extraordinárias Ocorrem no período de recesso.
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Ex.: CCJ, Comissões Temáticas.
Formadas, geralmente, de forma proporcional.
Quanto à formação
a) Exclusiva
Ex.: a CCJ da Câmara e a do SF.
b) Mistas
Formadas por membros das duas Casas.
1.1.2 CPI
Art. 58, § 3º
Por que se faz uma investigação no âmbito do PL?
Essa investigação é instrumental, não é um fim em si mesmo, é um
instrumento para se atingir determinados fins.
Uma das funções Típicas do PL é legislar.
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Os objetivos da CPI são:
Auxiliar na elaboração de leis
Importante meio de informação para elaborar determinadas leis que
coíbam determinada conduta não desejada.
Fiscalizar o Governo e a Administração Pública
Informar a opinião pública
“A CPI são os olhos e os ouvidos do Parlamento”.
Quem pode ser investigado por CPI?
PE
Pessoas Físicas
Pessoas Jurídicas
Órgãos ligados à gestão da coisa pública ou que de alguma forma
tenham que prestar contas sobre dinheiro, bens ou valores públicos.
Qualquer um que tenha ligação com a coisa pública.
Requisitos para Criação
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a) Requerimento à Mesa
O requerimento tem que ser de pelo menos 1/3
dos membros da Casa.
CPMI: 1/3 de cada Casa (1/3 CD + 1/3 SF).
STF: o requerimento é uma exigência a ser examinada no momento do
protocolo do pedido, não sendo necessária posterior ratificação. MS 26.441.
CF Weimar (1919): CPI é um direito das minorias de fiscalizar as maiorias.
b) Objeto determinado
O fato que ela vai apurar deve ser certo, determinado. Este fato não impede
que, durante as investigações que estão sendo feitas, novos fatos conexos,
descobertos, sejam investigados. Neste caso, basta fazer um aditamento da
petição inicial da CPI.
Sempre que se fala em CPI, não se pode esquecer que é órgão do PL; por
isso, não pode ter mais poderes do que o Parlamento; seus poderes serão os
do Parlamento.
CN, CD ou SF – não pode investigar fatos que sejam de interesse exclusivo
dos Estados e dos Municípios (interesse local ou regional). Devem ser fatos
de interesse geral, da União; caso contrário, estaria ferindo o Princípio
Federativo. Se houver uma conexão entre fato de interesse estadual e da
União, pode investigar.
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O CN não pode fiscalizar fatos de interesse exclusivamente privado.
c) Prazo certo de duração – Comissão temporária
Esses requisitos são normas de observância obrigatória. Art. 58, § 3º:
Art. 58, § 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros
previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara
dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de 1/3 de seus membros, para a apuração de fato
determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade
civil ou criminal dos infratores.
Não formula acusações nem pune delitos. Apenas investiga, com algumas
prerrogativas que a polícia não tem.
Para exercer esses poderes, a fundamentação deve ser contemporânea e
adequada, porque muitas vezes vai violar determinados direitos
fundamentais. Fundamentação adequada não precisar ter a mesma
profundidade da fundamentação jurisdicional; o indício deve ser idôneo
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para a investigação de uma pessoa e instauração da CPI, ou quebra de
determinados sigilos. Não obedecida a fundamentação idônea e adequada,
ela pode ser anulada.
Instrumentos contra CPI:
Se houver risco de a pessoa ser presa, cabe HC.
Dependendo do caso, também caberá MS.
Impetrados contra o Presidente da CPI ou contra a autoridade coatora. Ex:
relator da CPI, mas nem sempre.
São impetrados no STF. Se a CPI terminar, eles são considerados
prejudicados.
Poderes da CPI:
a) Quebra de sigilos:
Bancário
Fiscal
Telefônico (Dados) =/= da interceptação telefônica
Dados
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b) Fiscalização / Apreensão de documentos
c) Condução coercitiva
d) Realizar exames periciais
Lembre que sempre deve haver fundamentação contemporânea e adequada
para o exercício dos Poderes.
Se um Deputado ou Senador se recusar a depor, ele pode até perder o
mandato por quebra de decoro parlamentar, mas não serão obrigados a
depor sobre informações ligadas ao mandato. Esta proteção não se
restringe a Parlamentares, porque as pessoas que recebem informações em
razão do ofício têm a mesma garantia. Mas é uma proteção mais específica:
Art. 53, § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar
sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam
informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
Limites aos Poderes da CPI:
a) “Cláusula de Reserva de Jurisdição”:
Inviolabilidade de domicílio
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Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito
ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
Interceptação telefônica
Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins
de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296,
de 1996)
A interceptação telefônica é a última forma de investigação, porque entra
profundamente na intimidade das pessoas.
Prisão
Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos
casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei;
CPI pode decretar prisão apenas em flagrante delito.
Sigilo imposto a processo judicial.
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X - são invioláveis [4] a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Quando um processo tramita em segredo de justiça, a CPI não pode ter
acesso a esse processo; está protegido pela reserva de jurisdição. Apenas o
juiz que o decretou pode quebrá-lo.
b) Direitos e garantias profissionais
Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;
Direito a advogado.
Tem direito ao silêncio se de alguma forma a resposta puder prejudicá-la.
Se uma pessoa vai a uma CPI depor como testemunha, tem direito ao
silêncio quanto aos fatos que possam incriminá-la.
Art. 5º, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
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Direito ao sigilo profissional ou segredo de ofício.
CPI possui poderes investigatórios e instrutórios.
Não possui poderes acautelatórios (assegurar a efetividade do provimento
final). Ex. indisponibilidade de bens, arresto, proibição de ausentar-se do
país, arresto, sequestro ou hipoteca judiciária.
1.1.3 CPI Estadual
Normas de Observância obrigatória
Só pode investigar fatos de interesse estadual – regional.
Não pode investigar fatos de interesse nacional ou municipal.
Tem que observar a competência fiscalizatória da casa a que pertence.
CPI Estadual não tem competência para investigar autoridades submetidas
a foro privilegiado federal. STJ Pet. Ag. Rg. N 1611/RO.
Pode determinar quebra de sigilo bancário. Esses poderes têm que estar
previstos na CE ou no Regimento Interno da Assembléia Legislativa. ACO
730/RJ.
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Se cometer abuso de poder, a competência para apreciar o HC ou MS será
atribuída ao TJ.
1.1.4 CPI Municipal
Votos de alguns ministros do STF: a CPI Municipal pode ser instaurada, em
razão do princípio da simetria. É um dos instrumentos mais importantes de
fiscalização do Parlamento; por isso, o PL Municipal deve ter esse
instrumento também.
Qual a extensão dos poderes desta CPI?
Tem os mesmos poderes de uma CPI Federal e de uma CPI Estadual?
Tem poderes de investigação próprios de autoridade judicial?
O entendimento majoritário é que a CPI municipal não tem poderes de
investigação próprios de autoridade judicial. Os poderes que ela tem são os
previstos no regimento interno.
O que tem de diferente no município para que ela não possa exercer tais
poderes?
Não existe PJ Municipal, por isso a CPI Municipal não tem poderes próprios
de autoridade judicial. Para o exercício de tais poderes, a CPI deve
requisitar ao PJ que os exerça.
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RE 96.049/SP Os poderes da CPI devem constar no Regimento Interno. A
Lei Orgânica do Município deve prever a existência de CPI.
1.2 Garantias PL – Institucionais
Essas garantias, por serem institucionais, não podem ser renunciadas. A
função da garantia não é assegurar privilégios, mas independência e
imparcialidade necessárias ao ofício.
Iniciam com a diplomação.
Terminam com o fim ou renúncia do mandato.
Min. Carmem Lúcia: “Não existem vereadores suplentes, deputados
suplentes ou senadores suplentes”. O que existe é o suplente de vereador,
deputado ou senador. Como suplente não é parlamentar, não tem nenhum
tipo de garantia. Poderá ser parlamentar se o cargo ficar vago, mas, por
enquanto, é suplente.
O parlamentar afastado tem suas imunidades material e formal suspensas,
mas continua a ter foro privilegiado por prerrogativa de função.
STF Súmula 4
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Não perde a imunidade parlamentar o congressista nomeado Ministro de
Estado (cancelada).
Entendimento anterior à CF/88.
Durante Estado de Defesa e Estado de Sítio, estas garantias permanecem.
Art. 53, § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante
o estado de sítio [e estado de defesa], só podendo ser suspensas
mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos
praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis
com a execução da medida.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)
São 3 exigências para que a suspensão possa ocorrer:
voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva,
nos casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional,
que sejam incompatíveis com a execução da medida.
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Infrações penais STF
a) Foro por prerrogativa de função:
Art. 53, § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma,
serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
Com o término do mandato, os autos só não serão remetidos ao juiz de
origem ser o julgamento no STF já tiver sido iniciado. Inq. 2295. Os
inquéritos tramitam também perante o STF.
Essas infrações penais comuns abrangem delitos eleitorais, contravenções
penais, crimes dolosos contra a vida. Esta prerrogativa de foro só vale para
causas penais. Ação de Improbidade Administrativa não é de competência
do STF por ato praticado antes da diplomação. Após a diplomação, o crime é
de responsabilidade, não de improbidade.
Recl. 2138/DF.
Se houver conexão, a prerrogativa de foro atrai a competência para o STF.
STF Súmula 704
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Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo
legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro
por prerrogativa de função de um dos denunciados.
b) Imunidade material / Inviolabilidade
Freedom of speech
IMUNIDADE MATERIAL / ABSOLUTA / REAL / SUBSTANTIVA /
SUBSTANCIAL / INVIOLABILIDADE / INDENIDADE
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, [administrativa,
política*,] civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
*STF
Penal
Civil
Administrativa
Política
Não compatível com a falta de decoro parlamentar.
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Imunidade material em relação ao aspecto penal: STF causa excludente
de tipicidade.
Palavras, votos e opiniões – 2 situações diferenciadas pelo STF:
Proferidas dentro do Parlamento – presunção absoluta de
que foram proferidas em razão do mandato. Independem de
nexo causal com a atividade parlamentar. Quando se
encontra dentro do recinto legislativo, há presunção
absoluta de que estão ligadas à função. RE Agr 463.671.
Eventuais abusos devem ser coibidos pela própria Casa, não
é competência do STF. Pode perder o cargo – é uma
responsabilização política.
Proferidas fora do Parlamento – deve haver conexão com a
atividade parlamentar. Provada a conexão, não há justa
causa para a ação penal.
STF: A imunidade abrange, também, fatos divulgados pela
imprensa.
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O STF entende que, se as palavras foram proferidas em resposta
imediata ao Parlamentar, elas também estariam protegidas pela imunidade
material.
c) Imunidade Formal
Incoercibilidade impessoal relativa / “Freedom from arrest”
STF Súmula 245
A imunidade parlamentar não se estende ao co-réu sem essa prerrogativa.
Não confundir com a Súmula 704, que se aplica à prerrogativa de foro:
STF Súmula 704
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo
legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro
por prerrogativa de função de um dos denunciados.
Prisão (53, § 2º)
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§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os
autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo
voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
Regra: o parlamentar é insuscetível de prisão provisória (cabe
prisão definitiva de acordo com o STF).
Exceção:
Pode ser preso em flagrante nos casos de crimes inafiançáveis
(esta prisão será mantida ou não pelo Congresso);
A casa respectiva não faz análise jurídica, mas sim de conveniência e
oportunidade (juízo político)
Esta proteção se refere apenas à prisão penal cautelar:
“...Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não
poderão ser presos...”
STF admite prisão quando há decisão condenatória definitiva.
Se a casa do respectivo parlamentar entender que a prisão tem cunho
político, pode decidir pela liberação do cara.
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Processo (53, § 3º ss )
Grande alteração com a EC 35/2001, que substituiu a
improcessabilidade pela processabilidade.
Inq. 1.710 – O Min. Relator disse que não há mais imunidade processual
na CF. Decisão de 2002, Novelino não concorda; considera que foi uma
decisão do relator, não do STF. Entende que não acabou a imunidade
processual, mas que ela foi apenas mitigada.
Tanto o inquérito quanto o processo tramitam no STF.
Ao receber a denúncia, o STF dará ciência à casa do respectivo
parlamentar.
Se os parlamentares considerarem que há uma perseguição política (que
o cara está sendo processado por razões políticas), Partido Político que
tenha representação na Casa poderá requerer pela deliberação para
suspensão do processo. Necessária maioria absoluta para suspensão, que
pode ocorrer até a decisão. Suspenso o processo, suspende-se, também, a
prescrição.
A possibilidade de suspensão do processo é apenas para crimes
praticados após a diplomação.
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Terminou o mandato, termina a suspensão do processo, mesmo
que o parlamentar se reeleja. Neste 2º mandato, o processo pode ser
suspenso novamente? STF não, o processo não pode ser suspenso
novamente, porque o crime foi praticado antes da nova legislatura. AC
(AgR)700.
IMUNIDADE FORMAL/PROCESSUAL/ADJETIVA PARA O PROCESSO - §§3º a
5º
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido
APÓS a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo
voto da maioria de seus membros (= maioria absoluta), poderá, até a
decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo
improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o
mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
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§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato,
nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam
informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora
militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da
Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
Estado de Defesa/Sítio X Imunidades Parlamentares
Regra: As imunidades subsistem
Exceção – 3 requisitos:
Permissão por 2/3 dos membros da casa
Esses 2/3 só podem suspender a imunidade do
parlamentar se for ato praticado fora do recinto,
nunca dentro.
O ato deve ser incompatível com a medida adotada
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§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o
estado de sítio [e estado de defesa], só podendo ser suspensas mediante
o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados
fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a
execução da medida.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
As imunidades subsistem durante o Estado de Defesa e não podem ser
suspensas. Só podem ser suspensas no Estado de Sítio.
d) Deputados Estaduais
Consagrada pela CF/88.
Art. 27, § 1º - Será de 4 anos o mandato dos Deputados Estaduais,
aplicando-sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral,
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
Antes, era só no Território do Estado; então, o STF editou a Súmula 3:
STF Súmula 3
A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita à justiça do Estado
(superada).
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Como a CF/88 trata da matéria, a súmula restou superada. Hoje, a
imunidade é em todo o território nacional, não está restrita ao Estado.
Todo o Estatuto dos Parlamentares Federais aplica-se, por simetria, aos
deputados Estaduais.
STF o Estatuto dos Parlamentares Federais previsto na CR aplica-se
imediatamente e de forma integral aos Parlamentares Estaduais.
Ao tratar desses temas, a CE não pode ir além, nem aquém, da CF. Tem que
ser simétrica, tem que ser no mesmo sentido. Não pode dar mais nem
menos prerrogativas. Tem que ser exatamente as mesmas.
Se o deputado estadual pratica um crime doloso contra a vida, a
competência será do TJ; quando a matéria for de competência da JF, será
competência do TRF (mesmo nível); se for crime eleitoral, a competência
será do TRE.
STF Súmula 721
A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição
estadual.
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STF: no caso dos Deputados Federais, não se aplica a Súmula 721, porque
não é apenas a CE que atribui esta competência, mas a CF 27, § 1º. RHC
80.477.
e) Vereadores
Só têm imunidade material/inviolabilidade & restrita à circunscrição do
município.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 turnos, com o
interstício mínimo de 10 dias, e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
Imunidade Material:
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no
exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do
inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
O vereador tem que estar dentro do Município ou as palavras e opiniões
devem estar relacionadas ao Município?
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Novelino entende que a norma protege o Vereador mesmo que ele esteja
fora do Município, quando as palavras estiverem relacionadas ao Município.
Porém, não parece ser este o entendimento do STF, que considera que o
Parlamentar deve estar dentro dos limites territoriais do Município.
Principalmente os votos do Gilmar Mendes adotam esta posição.
Poderia a Lei Orgânica ou a CE conferir imunidade formal ao Vereador?
Não.
O STF admite que seja estabelecida prerrogativa de foro, no caso do
Vereador, se a CE estabelecer. A CE não está obrigada a estabelecer esta
prerrogativa de foro para o Vereador, diferente do Deputado Federal, cuja
prerrogativa é obrigada a prever. A Lei Orgânica não pode atribuir
competências ao TJ.
No caso do Vereador, se praticar crime doloso contra a vida, a competência
será do Tribunal do Júri – SEMPRE – mesmo que a CE preveja foro por
prerrogativa de função.
STF Súmula 721
A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição
estadual.
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1.3 Processo Legislativo
1.3.1 Conceito
Conjunto de normas que regulam a produção dos atos normativos
primários.
Atos normativos primários são os que atribuem seu fundamento de
validade diretamente da CF.
A CF determinará a norma e o conteúdo dos Atos.
Só há um ato que não entra abaixo da CF: as Emendas constitucionais.
Previsão dos Atos Normativos Primários:
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos (expedidos pelo CN);
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VII – resoluções (do CN, da CD e do SF).
§ único. lei Complementar (MP) disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis.
Dispositivo muito comum em provas.
Princípio da Unidade da CF: todas as normas têm a mesma hierarquia.
STF & STJ não há hierarquia entre LC e LO.
Os parlamentares têm direito público subjetivo à observância do processo
legislativo constitucional. Se esse processo não for observado, caberá
impetração de Mandado de Segurança. Este processo legislativo violado tem
que ser o processo legislativo constitucional, o que a CF estabelece, porque
há regras de processo legislativo que não estão na CF, estão no Regimento
Interno. Se a regra violada é do Regimento Interno, não se admite o MS, é
questão interna corporis, que tem que ser resolvida internamente. Só se
admite MS se o processo legislativo violado for o constitucional.
Apenas o Parlamentar da Casa em que esteja tramitando o projeto de lei
tem legitimidade para impetrar o MS.
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Se o objeto do MS é proteção do direito líquido e certo do Parlamentar,
significa que é um controle incidental, por via de exceção, concreto. A
análise da inconstitucionalidade é feita incidentalmente.
STF Os princípios básicos do processo legislativo são normas de
observância obrigatória. Por isso, serão aplicados nos âmbitos estadual e
municipal.
A CE pode estabelecer que o veto do Governador seja
derrubado por escrutínio em aberto pela Assembléia
Legislativa?
Art. 66, § 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 dias a
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria
absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio SECRETO.
A CE só poderia prever o escrutínio secreto; se previsse escrutínio em
aberto, seria inconstitucional.
1.3.2 Fases do Processo Legislativo (Ordinário)
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3 espécies de Processo Legislativo
Ordinário – produção de leis ordinárias
Sumário
Especiais
Ordinário – produção de leis ordinárias
Sumário
Basicamente, é o tempo de tramitação do projeto de lei.
Iniciativa apenas do Presidente da República (pedido de urgência).
Pedida a urgência, há prazo de 45 dias para cada casa analisar o Projeto de
Lei. Se o SF fizer alguma Emenda ao Projeto de Lei, tem que voltar para a
Câmara apreciar a Emenda, em 10 dias.
Prazo máximo do Processo Legislativo Sumário: 100 dias.
Não observado o prazo, tranca a pauta do Congresso Nacional.
Se houver MP e Projeto de lei trancando a pauta, vota-se antes a MP, depois,
o Projeto de Lei.
Esses prazos não são aplicáveis no Projeto de Código e não correm no
período de recesso parlamentar.
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Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente
da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores
terão início na Câmara dos Deputados.
+
Projetos de iniciativa concorrente
dos Deputados ou Comissões da Câmara,
do PGR e
de iniciativa popular (art 61, §2º)
SF como casa iniciadora – projetos de iniciativa
dos Senadores
de Comissões do Senado
PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO / REGIME DE URGÊNCIA
CONSTITUCIONAL: prazo máximo de 100 dias!
§ 1º - O Presidente da República (só ele tem essa legitimidade) poderá
solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
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§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se
manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até 45
dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva
Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado (ex.
MP), até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 3º - A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos
Deputados far-se-á no prazo de 10 dias, observado quanto ao mais o
disposto no § anterior.
§ 4º - Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso
Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
O processo legislativo é divido em 3 fases:
a) Introdutória
Começa com a iniciativa (61).
Existe diferença entre legitimados para propor LO ou LC?
São exatamente os mesmos.
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Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe
1 a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal ou do Congresso Nacional,
2 ao Presidente da República,
3 ao STF,
4 aos Tribunais Superiores,
5 ao PGR e
6 aos cidadãos,
na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
As 2 diferenças entre LO e LC são:
Matéria
LC – matéria reservada
LO – matéria residual (o que não for matéria
específica de outro ato).
Quórum de Aprovação
LC: maioria absoluta
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LO: maioria simples
Iniciativa geral/comum/concorrente
É a regra geral. Em regra, as iniciativas previstas na CF não são
exclusivamente atribuídas a um legitimado.
Existe mais de um legitimado que pode tomar a iniciativa.
Ex.: leis que tratem da organização do MP.
Iniciativa Privativa/Exclusiva
Exceção.
Aquela atribuída a um só legitimado para tratar de determinada matéria.
Doutrina diz que
Privativa: pode ser delegada
Exclusiva não pode ser delegada.
STF Se é exceção, deve ser interpretada restritivamente; NÃO se
presume e NÃO pode ser ampliada por lei. São as hipóteses exclusivamente
previstas.
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Ex.: matéria orçamentária (165).
Polêmica:
De quem é competência em matéria tributária?
Art. 61, § 1º - São de iniciativa privativa [*] do Presidente da República as
leis que:
II - disponham sobre:
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária[*] e
orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos
Territórios;
O Art. 61, § 1º, II, b, trata de matérias ligadas, apenas, à administração dos
Territórios.
[*] STF:
Entendeu que a exclusividade em iniciar o
processo legislativo sobre mat. Tributária
é exclusivamente em relação às leis dos
Territórios Federais
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PE MP PL PJ Outros
61
LO /
LC
PR PGR
(Leis ligadas
ao MP)
DF
SF
Comissão
STF
TS
Cidadão
(Iniciativa
popular)
1%
eleitores
Divididos
em 5
Estados
0,3% dos
Eleitores de
cada 1 dos
Estados
60
EC
PR 1/3 CD
1/3 SF
José Afonso da
Silva considera
possível.
Novelino:
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Matéria tributária é de competência comum.
Projeto de Lei
Como é regra
especial, não
comporta
interpretação
extensiva. Não se
presume. Não há
decisão do STF
quanto ao tema.
Possível pela
maioria das
Assembléias, com
maioria relativa
de seus membros
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b) Constitutiva
I. Discussões
CCJ – analisa a constitucionalidade. Se considerar inconstitucional, dará um
parecer terminativo e o projeto de lei é arquivado. Ex.: projeto de
descriminalização do aborto realizado nos primeiros 3 meses de gravidez. O
parlamentares podem recorrer dessa decisão e o Plenário apreciará o
conteúdo do projeto de lei.
Comissões temáticas – especializadas em determinados temas. Foram
muito valorizadas pela CF/88.
Plenário da CD & SF
II. Votação
Quórum para instalação do plenário/Quórum de votação: nº de
parlamentares que devem estar presente no plenário para que o processo
de votação possa se iniciar. Art. 47 – regra geral: exigido pela CF para
qualquer deliberação no Congresso Nacional. Se não houver este quórum
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mínimo, a deliberação não pode ocorrer. MAIORIA ABSOLUTA. A maioria
absoluta não varia.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de
cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos,
presente a maioria absoluta de seus membros.
1º presente a maioria absoluta de seus membros – quórum de instalação da
sessão de votação / Quórum de votação: maioria absoluta
2º serão tomadas por maioria dos votos – quórum de aprovação de LO:
maioria simples
CD – 257 (513) – Regra: Casa Iniciadora
SF – 41 (81) – Regra: Casa Revisora. Exceção: será casa iniciadora nos
projetos de iniciativa de Senador.
Emenda a Projeto de Lei:
A iniciativa de emenda pode ser feita por qualquer dos
legitimados do artigo 61. No entanto, com exceção dos parlamentares só
serão admitidas emendas aditivas e no projeto apresentado pelo próprio
legitimado.
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Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe
1 a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal ou do Congresso Nacional,
2 ao Presidente da República,
3 ao STF,
4 aos Tribunais Superiores,
5 ao PGR e
6 aos cidadãos,
na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
Emenda aditiva: acrescenta algo no projeto de lei. Qualquer legitimado pode
apresentar. Os legitimados 2 a 6 só podem apresentar emenda aditiva nos
projetos que eles próprios fizerem. Parlamentar poderá apresentar emenda
aditiva em qualquer projeto. Portanto, só pode ser apresentada pelo
legitimado ou por Parlamentar. Apresentada a emenda aditiva, ela é
considerada um novo projeto de lei.
Emenda modificativa: legitimidade apenas de Parlamentares.
Emenda supressiva: legitimidade apenas de Parlamentares.
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Quando a iniciativa é exclusiva do Presidente da República, ex. 61, § 1º,
admite-se emenda? Admite-se emenda a projeto de lei de iniciativa
exclusiva?
[*] TECNICAMENTE, é Competência Exclusiva/Reservada, devido à
indelegabilidade.
§ 1º - São de iniciativa privativa [*] do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta
e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária[*] e
orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos
Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico,
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem
como normas gerais para a organização do Ministério Público e da
Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
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Competência concorrente do PGR para dispor sobre organização do MPU:
Art. 128, § 5º - leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa
é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público,
observadas, relativamente a seus membros...
e) criação e extinção de Ministérios e *órgãos (qualquer estrutura
organizacional integrante da administração pública) da administração
pública, observado o disposto no art. 84, VI (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
* “Órgãos” – palavra usada em sentido amplo ou atécnico.
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,
promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a
reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Quando a CF reserva a iniciativa, ela não está retirando do
Parlamento a sua competência para discutir, votar e aprovar o Projeto de
Lei. Ela está reservando, apenas, o momento inicial àquele legitimado.
2 restrições:
STF: a emenda tem que estar relacionada ao conteúdo do
projeto apresentado.
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Art. 63: vedação de aumento de despesa em projeto de
iniciativa exclusiva.
CABE EMENDA PARLAMENTAR A PROJETO DE INICIATIVA RESERVADA,
DESDE QUE HAJA PERTINÊNCIA TEMÁTICA E NÃO ACARRETE AUMENTO
DE DESPESAS:
Art. 63. NÃO será admitido aumento da despesa prevista:
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República,
ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
Art. 166,
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que
o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a LDO;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de
anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
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c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e
Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias NÃO
poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o Plano Plurianual.
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e
do Ministério Público.
SANÇÃO PRESIDENCIAL NÃO CONVALIDA VÍCIO DE INICIATIVA.
O processo legislativo é bicameral. Se houver emenda/modificação na casa
revisora, o projeto volta para a casa iniciadora, que se manifestará
unicamente sobre a modificação. A casa iniciadora pode fazer emenda da
emenda da casa revisora (subemenda)? Não, é inadmissível subemenda.
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Pormenorização
É uma técnica legislativa. Alteração mais formal do que,
propriamente, do conteúdo do projeto. É muito comum de ocorrer.
III. Aprovação
Quórum de aprovação: toda vez que a CF não estabelecer quórum
específico, vale a regra geral do artigo 47.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de
cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos,
presente a maioria absoluta de seus membros.
1º presente a maioria absoluta de seus membros – quórum de instalação da
sessão de votação / Quórum de votação: maioria absoluta
2º serão tomadas por maioria dos votos – quórum de aprovação de LO:
maioria simples
Maioria relativa/simples – mais de 50% dos presentes na votação. Maioria
relativa depende de uma condição: depende do nº de membros que
estiverem presentes. LC: quórum de votação = quórum de aprovação.
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Art. 69. As Leis Complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
Quórum de aprovação:
LC: maioria absoluta (50% + 1)
EC: 3/5 (60%)
votação: 2 turnos em cada casa, que são votados
consecutivamente na mesma casa. Prazo não definido entre os turnos, na
CF. Ex.: CD vota em 1º turno. Prazo. CD vota em 2º turno. SF vota em 1º
turno. Prazo. SF vota em 2º turno.
Art. 60, § 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso
Nacional, em 2 turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5
dos votos dos respectivos membros.
CESPE:
Toda votação & aprovação tem que ocorrer no Plenário ou a Comissão pode
votar & aprovar projeto de lei, sem passar pelo Plenário? Existe esta
possibilidade para algumas matérias: as comissões poderão discutir, votar e
aprovar determinados projetos, desde que haja previsão no Regimento
Interno.
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Art. 58, § 2º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a
competência do Plenário, salvo se houver recurso de 1/10 (um décimo) dos
membros da Casa;
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre
assuntos inerentes a suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer
pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
Através de recurso de 1/10 dos membros, a questão poderá ser levada para
o Plenário.
Essa dispensa só pode ocorrer em Lei Ordinária – Comissão não pode
discutir, votar e aprovar LC nem EC.
LC LO
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Matéria expressa na CF Matéria residual
Quórum de aprovação: maioria
absoluta.
Quórum de aprovação: maioria
simples
IV. Sanção / Veto
Sanção é a concordância do Chefe do Executivo com o
Projeto de Lei.
Sanção pode classificada de 2 formas:
1) Quanto à exteriorização (15 dias úteis):
Expressa
Tácita
2) Quanto à extensão:
Total
Parcial
Veto. Várias posições doutrinárias sobre a natureza do veto. Prevalece que
a natureza do veto é um poder-dever. 2 espécies:
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Jurídico (veto por inconstitucionalidade - dever)
Político (projeto de lei contrário ao interesse
público)
O veto é absoluto ou relativo?
Relativo, pois o Congresso Nacional pode derrubar o veto.
Qual o prazo para o Congresso Nacional derrubar o
veto?
30 dias, em escrutínio secreto. Art. 66, § 4º.
Se o veto for parcial, só pode vetar todo o artigo, todo o inciso, todo o
parágrafo ou toda a alínea. Art. 66, § 2º. É diferente do controle de
constitucionalidade feito pelo STF, que pode declarar apenas uma palavra
inconstitucional.
Existe veto tácito?
Não, só pode ser expresso, pois caso permaneça inerte, haverá sanção
tácita.
Sanção expressa Promulgação expressa
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Sanção tácita & Derrubada de Veto se o Presidente não promulgar o
projeto de lei em 48hs, a competência passa para o presidente do Senado
Federal. Se o presidente do SF não o fizer, poderá fazê-lo o Vice-presidente.
Passadas as 48hs, o PR pode promulgar, assim como o Presidente do
Senado.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de
lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em
parte, inconstitucional (VETO JURÍDICO) ou contrário ao interesse público
(VETO POLÍTICO), vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 15 dias
úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de 48 horas,
ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
§ 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de §, de
inciso ou de alínea.
§ 3º - Decorrido o prazo de 15 dias (úteis), o silêncio do Presidente da
República importará sanção.
§ 7º - Se a lei NÃO for promulgada dentro de 48 horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará,
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e, se este NÃO o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado
fazê-lo.
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 dias (não há
sanção para a não observância) contar de seu recebimento, só podendo ser
rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em
escrutínio SECRETO (aberto).
§ 5º - Se o veto NÃO for mantido (/derrubado o veto), será o projeto
enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
§ 7º - Se a lei NÃO for promulgada dentro de 48 horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará,
e, se este NÃO o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado
fazê-lo.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais
proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º - Se a lei NÃO for promulgada dentro de 48 horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará,
e, se este NÃO o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado
fazê-lo.
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Regra: votações separada na CD e no DF. Em alguns casos, como na
derrubada do veto, as duas casas se reúnem conjuntamente para discutir a
derrubada do veto. Porém, o voto é separado. Para que o veto seja
derrubado, deve-se observar o voto de 257 deputados e 41 senadores. A
maioria absoluta deve ocorrer em cada uma das casas. A discussão é feita
em conjunto, mas os votos são computados separadamente.
É diferente da sessão unicameral – a única hipótese prevista na CF é a de
revisão constitucional (art. 3º, ADCT). Neste caso, a maioria absoluta é mais
da metade dos 594 parlamentares, 298. Podem ser todos deputados, pode
não ter nenhum senador.
Estas normas do processo Legislativo Federal são de observância
obrigatória.
Art. 60, § 5º: Proposta de EC rejeitada não pode ser apresentada novamente
na mesma sessão legislativa (art. 57: 2/fev-17/jul – 1/08-22/12)
Art. 60, § 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
havida por prejudicada NÃO pode ser objeto de nova proposta na mesma
sessão legislativa.
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Projeto de lei pode ser reapresentado na mesma sessão, desde que seja
reapresentado pela maioria absoluta da CD ou do SF. Se for em outra sessão
legislativa, não precisa observar essa regra.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá
constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante
proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do
Congresso Nacional.
O presidente sanciona o projeto de lei, por meio do que se tornará lei.
c) Fase complementar
Promulgação
É o ato que atesta a existência da lei. Confere executoriedade à lei.
O presidente promulga a lei.
EC: promulgada pelas Mesas da CD e do SF
Art. 60, § 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas MESAS da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de
ordem.
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Publicação.
Confere obrigatoriedade à lei.
EC: publicada pelo Congresso Nacional.
1.3.3 Medida Provisória
O decreto lei não tinha eficácia desde sua edição, diferente da MP. Apesar de
não ter eficácia desde sua edição, poderia ser aprovado por decurso de
prazo, sendo automaticamente convertido em lei, o que é pior do que MP.
MP foi instituída pela CF/88. Sofreu profunda alteração com a EC 32/2001.
Antes, vigia por 30 dias, só que poderia ser reeditada definitivamente.
Após a EC 32/2001, o prazo de vigência passou a ser de 60 dias, podendo
ser prorrogado por mais 60 dias. Essa prorrogação é automática. Seus
prazos ficam suspensos durante o período de recesso.
***Após a EC32, a MP não poderá ser reeditada na mesma seção legislativa.
- As MPs produzem efeitos imediatos: inovação do ordenamento jurídico e
provocação da manifestação do CN.
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Pegar matéria
Requisitos constitucionais:
Relevância
Urgência
Prazo de apreciação: 45 dias. Não apreciada, entra em regime de urgência &
tranca a pauta da Casa. As deliberações da Casa ficarão sobrestadas.
MP não pode tratar de assunto de EC, LC, DL, só pode tratar de assunto de
Lei Ordinária. Como só pode tratar de assuntos tratados em Lei Ordinária,
só trancaria a pauta em relação a deliberações Ordinárias.
MS 27.931/DF. Não houve decisão de mérito. A liminar foi indeferida. Rel.
Min. Celso de Melo entendeu que seria legítimo esse procedimento.
- A sanção só será necessária no caso de alteração da MP originária. Se o CN
aprovar a MP integralmente, a sanção do PR é dispensável.
Automaticamente vai para promulgação pelo Presidente do CN. Se houver
modificação, vai para o RP sancionar/vetar.
Qualquer alteração feita na MP durante a tramitação na CD ou no SF só
começará a valer a partir da sanção do PR.
Como ficam as situações nesse período?
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Nos casos de alteração da MP pelo CN, este deverá editar um DL em até 60
dias, regulando as situações que ocorreram durante a vigência da MP.
A CF não veda que MP trate de Direitos Fundamentais: pode tratar de
Direitos e Garantias Individuais e Direito Sociais. Não pode tratar de
Vedado que MP trate de matéria
de LC
processual (civil & penal)
penal.
Art. 62, § 1º É VEDADA a edição de medidas provisórias sobre
matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
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c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a
garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos
adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 167, § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida
para atender a despesas imprevisíveis E urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no
art. 62.
Interpretação: em regra, MP não pode tratar de matéria
orçamentária, admitida MP para abertura de crédito extraordinário,
para atender despesas imprevisíveis & urgentes.
Portanto, em Matéria Orçamentária há 3 requisitos: relevância, urgência e
que as despesas sejam imprevisíveis e urgentes.
Errado: “Em matéria orçamentária, NÃO cabe MP em nenhuma
hipótese”.
II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)
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III - reservada a Lei Complementar (MP); (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
RE 254.188 – j. 11/2000 X a lei foi publicada em 2002.
ADI 4.048 – importante. O conceito de imprevisibilidade está densificado na
CF, é uma situação grave, imprevista.
EMENTA: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA PROVISÓRIA N° 405, DE 18.12.2007.
ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. LIMITES CONSTITUCIONAIS À
ATIVIDADE LEGISLATIVA EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA
EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS. I. MEDIDA PROVISÓRIA E SUA
CONVERSÃO EM LEI. Conversão da medida provisória na Lei n°
11.658/2008, sem alteração substancial. Aditamento ao pedido inicial.
Inexistência de obstáculo processual ao prosseguimento do julgamento. A
lei de conversão não convalida os vícios existentes na medida provisória.
Precedentes. II. CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE
NORMAS ORÇAMENTÁRIAS. REVISÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O Supremo
Tribunal Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da
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constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver um tema
ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do
caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto.
Possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato
de constitucionalidade. III. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE
LEGISLATIVA EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE
MEDIDAS PROVISÓRIAS PARA ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO.
Interpretação do art. 167, § 3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d", da
Constituição. Além dos requisitos de relevância e urgência (art. 62), a
Constituição exige que a abertura do crédito extraordinário seja feita
apenas para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. Ao contrário do
que ocorre em relação aos requisitos de relevância e urgência (art. 62), que
se submetem a uma ampla margem de discricionariedade por parte do
Presidente da República, os requisitos de imprevisibilidade e urgência (art.
167, § 3º) recebem densificação normativa da Constituição. Os conteúdos
semânticos das expressões "guerra", "comoção interna" e "calamidade
pública" constituem vetores para a interpretação/aplicação do art. 167, § 3º
c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. "Guerra", "comoção
interna" e "calamidade pública" são conceitos que representam realidades
ou situações fáticas de extrema gravidade e de conseqüências imprevisíveis
para a ordem pública e a paz social, e que dessa forma requerem, com a
devida urgência, a adoção de medidas singulares e extraordinárias. A leitura
atenta e a análise interpretativa do texto e da exposição de motivos da MP
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n° 405/2007 demonstram que os créditos abertos são destinados a prover
despesas correntes, que não estão qualificadas pela imprevisibilidade ou
pela urgência. A edição da MP n° 405/2007 configurou um patente
desvirtuamento dos parâmetros constitucionais que permitem a edição de
medidas provisórias para a abertura de créditos extraordinários. IV.
MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. Suspensão da vigência da Lei n°
11.658/2008, desde a sua publicação, ocorrida em 22 de abril de 2008.
MP pode tratar de imposto? Pode criar ou majorar impostos? Sim! Só que,
neste caso, a melhor maneira de entender MP é equipará-la a um Projeto de
Lei. Não produzirá eficácia a partir de sua edição, só depois de o projeto de
lei ter sido convertido em lei.
PL (2010) convertido em Lei (2011) exigido em 2012.
MP (2010) convertido em Lei (2011) exigido em 2012.
Só não se submetem à anterioridade: II, IE, IPI e IOF e Impostos
extraordinários.
Cabe MP Estadual? Sim. Piauí, TO, AC, SC. STF admitiu criação pela CE. No
caso de município, em geral admite-se também, se previsto na Lei Orgânica.
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- Prerrogativa de foro no âmbito federal:
- se inicia com a diplomação (é a nomeação do parlamentar);
- e vi até o fim do mandato ou com a renúncia do parlamentar;
- durante esse período, o parlamentar tem prerrogativa de foro e será
julgado perante o STF;
- caso o parlamentar tenha cometido algum crime antes da diplomação
(entes de exercer a função parlamentar), será julgado em primeiro
grau, mas com a diplomação os autos serão remetidos ao STF. Caso
durante a função parlamentar o parlamentar não tiver sido julgado e
findo a prerrogativa de foro, os autos voltarão para o juízo de primeira
instância;
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- o inquérito policial em relação a parlamentar tem que se dar perante
o STF. Caso o inquérito esteja perante a justiça comum de primeiro
grau, o parlamentar poderá fazer uma reclamação pedindo a remessa
do inquérito policial ao STF. A prerrogativa de foro permanece mesmo
que ele exerça temporariamente outro cargo;
- a súmula número 4 do STF encontra-se superada (feita bem antes da
Constituição de 1.988), assim, atualmente, o parlamentar que exerce
outro cargo mantém a prerrogativa de foro, mas perde a imunidade.
Para decorar, basta lembrar que a imunidade é uma garantia do
legislativo para preservar a independência do poder, por isso ela é
perdida no caso de exercício de outro cargo;
- suplente não tem nem prerrogativa de foro nem imunidade;
- o STF entende que havendo conexão, a competência será do STF
(assim, no caso de governador que pratica crime juntamente com
presidente, o STF julgará os dois). Vale lembrar que o que estende ao
co-réu é a prerrogativa de foro nesse caso, mas não a imunidade,
conforme a súmula 245 do STF;
- a prerrogativa de foro está prevista no artigo 53, §1º, que afirma que
os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão
submetidos ao julgamento pelo STF;
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- Imunidade Material:
- chamada no direito americano de “Freedom of speech”;
- prevista no caput do artigo 53 da CRFB/88 e abrange: palavras, votos
e opiniões, excluindo tanto a responsabilidade civil2 quanto a
responsabilidade penal;
- a imunidade nesse caso trata-se de causa excludente de tipicidade;
- a imunidade abrange tanto as palavras proferidas dentro da casa
legislativa, tanto as palavras proferidas fora da casa legislativa: se as
palavras forem proferidas dentro da casa legislativa, não há
necessidade de comprovação da conexão com a função parlamentar;
porém, se a palavra for proferida fora do parlamento, é imprescindível
que tenha conexão com a atividade parlamentar;
- segundo o STF, palavras e opiniões acobertadas pela imunidade e
divulgadas na imprensa também estão imunes à censura civil e penal;
- a resposta imediata a uma injúria acobertada pela imunidade também
fica imune;
2 Foi a EC 35/01 que consagrou a irresponsabilidade civil no caso de palavras, votos e opiniões, embora mesmo
antes da previsão expressa na Constituição, já era o entendimento do STF.
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- Imunidade Formal:
- essa imunidade tem dois aspectos: ela protege o parlamentar em
relação à prisão e em relação ao processo3;
- imunidade em relação à prisão: segundo a Constituição, à partir da
diplomação, não podem ser preso salvo flagrante delito de crime
inafiançável. Caso seja efetuada a prisão em flagrante (quando o crime
não seja afiançável), deve-se comunicar (remetendo os autos) em 24
horas a casa respectiva, para que com maioria dos seus membros,
resolva a situação (maioria absoluta). Essa imunidade está prevista no
artigo 53, §2º. Segundo o STF, não pode haver prisão civil do
parlamentar. Segundo o STF, a imunidade da prisão não se aplica na
hipótese de sentença transitada em julgado. O parlamentar então, só
não pode sofrer prisão civil ou prisão penal cautelar;
- imunidade em relação ao processo: até a EC 35/01 vigorava o
princípio da improcessabilidade, assim para que um deputado ou
senador fosse processado, era necessário a autorização da respectiva
casa. Com a Emenda Constitucional 35/01, o princípio da
improcessabilidade foi substituído pelo princípio da processabilidade,
assim a denúncia deverá ser feita perante o STF, que ao receber a
denúncia, dará ciência à casa do respectivo parlamentar (o STF apenas
3 Também chamada de imunidade processual.
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dá ciência, continuando o processo a andar). Havendo um partido
político que tenha representação na respectiva casa, ele poderá
solicitar, perante à casa, a sustação do andamento daquela ação4,
assim, entendendo a casa legislativa que há uma perseguição política,
através da maioria absoluta de seus membros, fica suspenso o
processo. Fica claro que a suspensão do processo acarreta também a
suspensão da prescrição. Assim, sempre que se suspende um processo
em razão de imunidades ou prerrogativas, mesmo sem previsão legal,
há suspensão da prescrição. Tudo o que foi falado está no artigo 53, do
§3º ao §5º;
- a imunidade, ao contrário do foro por prerrogativa de função, atinge
somente os crimes cometidos durante o mandato;
- Garantias do Poder Legislativo no âmbito estadual e distrital:
- o artigo 27, §1º, trata desse tema. Segundo esse artigo, não há
qualquer distinção entre as imunidades dos deputados federal e as
imunidades dos deputados estaduais;
4 Essa sustação somente pode se dar até a decisão.
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- a imunidade do parlamentar estadual abrange todo o território
nacional, não se aplicando mais a súmula 3 do STF que restringia a
imunidade à justiça do estado;
- segundo o STF, o regime das imunidades previsto na Constituição
Federal se aplica de forma direta, imediata e integral aos deputados
estaduais. Segundo o STF, a Constituição Estadual não pode ser mais
generosa do que a Constituição Federal, assim, as regras da
Constituição Estadual devem ser idênticas às regras da Constituição
Federal;
- a prerrogativa de foro, diante do poder implícito dos Estados
membros, pode ser instituída por estes. Portanto, os Estados podem
instituir prerrogativa de foro em sua Constituição Estadual. A
Constituição Estadual não pode estabelecer competência do TRF, mas
caso o crime praticado seja de interesse da União, pode ser julgado
pelo TRF (a regra é o julgamento pelo TJ);
- no que se refere aos Deputados Distritais, o artigo 32, §3º, estabelece
as mesmas regras adotadas para os Deputados Estaduais (art. 27 da
CRFB/88);
- Garantias do Poder Legislativo no âmbito municipal:
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- a Constituição de 1.988 inovou ao conferir imunidade aos vereadores.
Vale lembrar que os vereadores não vão ter as mesmas imunidades
conferidas aos Deputados;
- vereador somente possui imunidade material, por suas opiniões,
palavras e votos. Ele não tem imunidade nem com relação à prisão,
nem com relação ao processo;
- a imunidade dos vereadores está prevista no artigo 29, VIII, dizendo
que “[...] a inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões, palavras e
votos no exercício do mandato, e na circunscrição do Município.” A
expressão “circunscrição do Município” deve ser entendida, segundo o
STF e maioria da doutrina, como o limite territorial do Município.
Marcelo Novelino discorda, entendendo que deveria interpretar essa
expressão como “de interesse do Município”;
- o STF admite que as Constituições Estaduais admitam prerrogativa de
foro para o vereador (não é a Lei Orgânica, uma vez que ela não pode
estabelecer as competência do TJ, que é estadual);
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- Generalidades:
- apesar da União se referir apenas ao processo legislativo federal, os
princípios básicos são de observância obrigatória. A regra decorre
basicamente do princípio da simetria;
- os parlamentares têm direito público subjetivo à observância do
processo legislativo constitucional, assim, caso esse processo não seja
observado, o parlamentar pode impetrar mandado de segurança (única
hipótese de controle preventivo feito pelo judiciário). O parlamentar
somente pode impetrar mandado de segurança se houver violação de
norma constitucional, assim, a violação de regimento interno não gera
a impetração do mandado de segurança (questão própria de regimento
interno é questão interna corporis, não cabendo ao judiciário analisar);
- o processo legislativo está previsto no artigo 59 da CRFB/88,
trazendo os itens: emendas à Constituição; leis complementares; leis
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ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias5; decretos legislativos;
resoluções6;
- Espécies:
- ordinário:
- processo de elaboração da lei ordinária;
- é dividido em três fases:
- fase introdutória: há iniciativa do projeto de lei, podendo
se dividir em duas fases: iniciativa
geral/concorrente/comum, ou seja, aquela atribuída a mais
de um legitimado; iniciativa reservada/exclusiva/privativa,
sendo a atribuída a apenas um legitimado. A iniciativa geral é
a regra é a regra geral, sendo a iniciativa reservada a exceção.
A iniciativa reservada, portanto, pelo fato de ser excepcional,
ela não se presume, sendo o rol previsto na Constituição
referente à iniciativa reservada taxativo, sendo então
numerus clausus. A iniciativa geral está prevista no artigo 61
5 José Afonso da Silva critica a presença da medida provisória nesse artigo, uma vez que esta não segue o
trâmite do processo legislativo, sendo um simples ato.
6 Essas resoluções abrangem as resoluções do Congresso, da Câmara e do Senado.
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da CRFB/887. A regra é que a votação do projeto de lei inicia-
se na Câmara e termine no Senado, sendo a única exceção a
lei de iniciativa do Senado ou de Comissão do Senado. No que
se refere à matéria tributária, em função do artigo 61, §1º, II,
“b”, começaram a advogar que a iniciativa de lei tributária é
privativa do Presidente: tal fato chegou ao STF que, entendeu
que a a iniciativa de lei de matéria tributária é de
competência comum do Presidente e do Poder Legislativo,
aplicando-se a regra de competência reservada do Presidente
apenas no caso de Territórios. A iniciativa de lei orçamentária
é privativa do Presidente da República;
- fase constitutiva: a fase constitutiva tem várias etapas.
Após a iniciativa, vem: discussão votação aprovação
sanção veto. A discussão ocorre basicamente na CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça), assim, passando por
essa fase, deve ser discutida nas comissões temáticas8,
passando posteriormente para a discussão em plenário. A
7 Os legitimados para propor lei ordinária e lei complementar são exatamente os mesmos: qualquer membro
do Legislativo (Deputado, Senador, comissão); pelo Poder Executivo (Presidente da República); pelo Poder Judiciário (STF e Tribunais Superiores, desde que a lei seja relacionada ao Poder Judiciário); pelo Ministério Público (Procurador Geral da República, desde que a lei seja relacionada ao MP); cidadão, pela lei de iniciativa popular (+ de 1% do eleitorado nacional, com no mínimo 5 Estados, com 0,3% dos eleitorados de cada Estado – conforme o artigo 61, §2º).
8 Essas comissões são permanentes. Geralmente, as comissões temáticas correspondem aos Ministérios.
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votação em regra é feita no plenário, sendo este responsável
pela votação do projeto de lei, mas, no entanto, existe a
possibilidade de um projeto de lei ser votado dentro de uma
comissão (art. 58, §2º, I)9, sendo o quórum de votação de
maioria absoluta (deve estar presente pelo menos 50% dos
membros, seja da comissão, seja do plenário, assim o quórum
de votação sempre vai ser um número fixo10). A aprovação
tem quórum distinto: em caso de lei ordinária, maioria
relativa/simples (mais de 50% dos presentes), e em caso de
lei complementar, é maioria absoluta. A aprovação de
emenda constitucional dependo do quórum de 3/5. A regra
da lei ordinária é a regra geral, valendo para: Medida
Provisória; decreto legislativo; lei delegada; resoluções, ou
seja, todas precisam do quórum de maioria relativa/simples
para aprovação. Além do quorum de aprovação, entre a lei
ordinária e a lei complementar há uma diferença material
(em relação à matéria), uma vez que a matéria de lei
ordinária é uma matéria residual (assim, tudo que a
Constituição não determinar que será tratado por
determinada espécie normativa, poderá ser tratada por lei
9 I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se
houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
10 O quórum para votação da lei complementar, portanto, é o mesmo quórum da lei ordinária.
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ordinária). A reserva de lei complementar não se presume,
devendo estar expressa na Constituição. A sanção do
Presidente da República, segundo a súmula 5, supre o vício de
iniciativa (iniciativa privativa do Presidente), mas tal súmula
encontra-se superada, assim, para o STF o vício de iniciativa é
insanável. A emenda ao projeto de lei pode ser apresentada
por qualquer legitimado para propor a lei, desde que seja em
matéria de sua iniciativa. Com exceção dos parlamentares, os
legitimados só podem apresentar emendas aditivas (= novo
projeto)11. Não se admite sub-emenda, assim, não se admite
que haverá uma emenda na emenda. No caso de emenda
supressiva, não há necessidade de voltar à primeira casa que
votou primeiro. O legislativo pode emendar projeto de
iniciativa exclusiva, desde que ela guarde pertinência com o
restante. Caldas da lei ou Contrabando legislativo é uma
forma de aprovar determinado assunto de forma
despercebida. O artigo 63 diz que não será permitido projeto
de lei de iniciativa do Presidente da República que resulte em
aumento da despesa (salvo alguns casos excepcionais de lei
orçamentária). Depois de tudo, vem a sanção ou o veto. A
sanção pode ser expressa ou tácita, assim, decorrido o prazo
11 Assim, fica claro que emenda supressiva somente pode ser apresentada pelo parlamentar.
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de 15 dias úteis, o silêncio do Presidente importará em
sanção, concluindo-se, portanto que o veto necessariamente
deve ser expresso, podendo ser jurídico (em razão de
inconstitucionalidade) ou político (em razão de interesse
público). O veto pode ser total ou parcial. O veto é relativo,
uma vez que pode ser derrubado pelo Congresso Nacional
por maioria absoluta em sessão conjunta (Câmara e Senado)
no prazo de 30 dias em escrutínio secreto (essa regra
também vale para os Estados e Municípios). A derrubada do
veto está prevista no artigo 66, §4º;
- fase complementar -> na verdade, tecnicamente, essa é
uma pós-processo legislativo, mas trataremos dela aqui. A
promulgação é o ato que atesta a existência da lei e lhe
confere executoriedade, mas ainda não se torna obrigatória.
A obrigatoriedade está condicionada à publicação, que
confere obrigatoriedade à lei. Essa regra, vale na verdade,
para Lei Ordinária e Lei Complementar (as únicas que
precisam de sanção e veto). No caso de medida provisória
convertida em lei, só há necessidade de sanção do Presidente
se tiver havido alteração no projeto original;
- sumário:
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- a única diferença existente entre o processo legislativo ordinário
e o processo legislativo sumário, é que neste último, o Presidente,
quando propor projeto de lei, pode pedir urgência na elaboração
do projeto de lei, surgindo prazos para apreciação sob pena de
trancamento da pauta12: 45 dias para a Câmara, 45 dias para o
Senado, e em caso de emenda, 10 dias para manifestação da
Câmara13;
- esses prazos não são contados durante o período de recesso, e
também não pode ser aplicado o processo legislativo sumário aos
projetos de Código (em razão da complexidade) – todo o
procedimento está previsto no artigo 64, §1º ao §4º da CRFB/88
- especiais:
- medida provisória:
- efeitos:
a) inovação na ordem jurídica
12 Com exceção das que tenham prazo constitucional determinado.
13 Somente volta a parte da emenda.
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b) provoca o Congresso Nacional para instauração do
procedimento necessário à sua conversão em lei ou a
rejeita;
- prazo:
- antes da EC 32/01 a medida provisória tinha o prazo de
duração de 30 dias e poderia ser reeditada
infinitamente. As medidas provisórias feitas antes da EC
32/01 segue o procedimento anterior;
- a súmula 651 do STF trata do tema (ler);
- após a EC 32/01 o prazo da medida provisória é de 60
dias. Se dentro desse prazo ela não for analisada pelo
Congresso Nacional, automaticamente,
independentemente de qualquer ato do chefe do
executivo, ela será prorrogada por mais 60 dias. Essa
prorrogação não se confunde com a reedição;
- hoje na CRFB/88 não há limitação quanto ao número
de reedição de uma medida provisória. A única restrição
em relação a medida provisória se encontra prevista no
artigo 62, §10 da CRFB/88, onde dentro de uma mesma
sessão legislativa, é vedada a reedição de uma medida
provisória que tenha sido rejeitada;
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- tal regra vale também para as emendas constitucionais,
conforme prevê o artigo 60, §5º da CRFB/88. Em se
tratando de projeto de lei rejeitado, poderia este ser
reapresentado em uma mesma sessão legislativa? Só
pode ser reapresentado pela maioria absoluta dos
membros da Câmara ou do Senado;
- durante o período de recesso, o prazo é suspenso até
começar uma nova sessão legislativa (2 de fevereiro a 17
de julho e de 1 de agosto a 22 de dezembro);
- existe uma medida de urgência para as medidas provisórias.
Assim, se não forem votadas em 45 dias, elas entram nesse
regime de urgência. Daí, Michel Temer disse que nada impede
que possam ser votadas matérias reservadas fora dos dias
das sessões ordinárias, ou seja, nas sessões ordinárias (já que
elas não podem ser objeto de medida provisória). Na
verdade, a medida provisória, segundo ele, somente trancaria
a pauta em relação às matérias residuais, mas não trancaria a
pauta em relação às matérias reservadas votadas em sessões
extraordinárias. A manobra de Michel Temer foi objeto de MS
27.931/DF que ainda será julgado;
- o artigo 62, §2º da CRFB/88 diz que se a medida provisória
“não for apreciada em 45 dias contados de sua publicação,
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entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada
uma das casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas até
que se ultime a votação, todas as demais deliberações
legislativas da casa em que estiver tramitando”. Assim, uma
interpretação literal do dispositivo nos leva a crer que todas
as votações ficam suspensas. Mesmo assim, no Mandado de
Segurança 27.931/DF foi negada a liminar pelo Ministro
Celso de Mello, que concordou com Michel Temer;
- a sanção da medida provisória convertida em lei pelo
Presidente, segundo o STF, somente é indispensável caso
ocorra alguma alteração do texto original;
- medida provisória VS lei -> uma norma somente pode
revogar outra de mesma densidade normativa e que tenha
sido produzida pelo mesmo órgão. Assim, medida provisória
não pode revogar uma lei, pode no máximo suspender a
eficácia de uma lei. Assim, caso uma medida provisória
suspenda a eficácia de uma lei e depois ela não venha a ser
convertida em lei, volta a ter eficácia a lei suspensa (é o que a
doutrina chama de efeito repristinatório tácito);
- o Presidente não pode retirar a medida provisória da
apreciação do Congresso, mas ele pode criar outra medida
provisória revogando a medida provisória anterior. Assim, se
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o Congresso aprovar a medida provisória revogadora, a
anterior fica definitivamente revogada. Caso o Congresso
venha a rejeitar a medida provisória revogadora, a medida
provisória anterior (revogada) volta a tramitar pelo prazo
restante a que lhe faltava vigorar;
- medida provisória VS regulamentação de direitos
fundamentais -> há duas espécies que podem ser
regulamentadas, sendo essas os direitos individuais e os
direitos sociais, uma vez que não há restrições para esses
direitos serem regulamentados por medida de provisória (a
MP não pode regulamentar direitos políticos e direitos de
nacionalidade) – art. 60, §1º, I, “a”;
- medida provisória VS matéria penal -> atualmente, não
pode haver medida provisória tratando de direito penal e
processual penal, uma vez que a Constituição é bastante clara
em vedar o tratamento desse assunto pela via da Medida
Provisória – art. 60, §1º, I, “b”;
- medida provisória VS matéria de lei complementar ->
matéria de lei complementar não pode ser tratada por
medida provisória. Na verdade,medida provisória não pode
tratar de nenhum tipo de matéria reservada, só podendo
tratar de matéria residual – art. 60, §1º, III;
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- medida provisória VS instituição ou majoração de impostos
-> em relação aos impostos, a Constituição estabelece no
artigo 62, §2º uma regra, que diz que em se tratando de
impostos extrafiscais (II, IPI, IOF, Impostos Extraordinários),
não há nenhuma restrição, uma vez que eles não se
submetem ao princípio da anterioridade do Direito
Tributário. Em se tratando de outros impostos não previstos
nessa lista, o que se deve contar para fins de observância do
princípio da anterioridade não é a data da medida provisória,
mas sim, a data em que esta é convertida em lei – nesse caso,
a medida provisória age como se fosse um projeto de lei, uma
vez que o princípio da anterioridade só começa a ser contado
quando ela é convertida em lei;
- medida provisória VS chefe do executivo que não seja o
Presidente da República (governador, prefeito) -> o artigo 62
da CRFB/88 é categórico em dizer que o Presidente da
República tem atribuição para editar medida provisória, e
não outorga a mesma prerrogativa ao governador e prefeito.
Acontece que a Constituição só trata do processo legislativo
federal, mas o processo legislativo é norma de observância
obrigatória para os Estados e Municípios (em decorrência do
princípio da simetria). Diante do exposto, a Constituição
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Estadual pode atribuir ao Governador a prerrogativa de
editar medida provisória, e quando o fizer, deve observar as
normas gerais regulamentadoras da medida provisória
previstas para o processo legislativo federal (atualmente,
somente Tocantins, Acre e Santa Catarina concederam essa
prerrogativa ao Governador). O STF, com base no princípio
da simetria, adotou o entendimento de que é constitucional a
adoção por parte dos estados da sistemática das medidas
provisórias. Ainda assim, o artigo 25, §2º da CRFB/88 (que
trata do gás canalizado) veda que matérias em relação à gás
canalizado sejam tratadas por meio de medida provisória (se
tem vedação expressa para um caso específico, conclui-se que
no geral, é possível o uso de medida provisória por parte dos
Estados). No que se refere aos prefeitos, não há decisão do
STF a respeito do assunto, mas na doutrina, o raciocínio é
praticamente o mesmo que se faz em relação ao governador:
em razão do princípio da simetria, as leis orgânicas
municipais podem prever a utilização de medida provisória
por parte do prefeito. Resta saber se para que o Município
tenha essa prerrogativa em sua lei orgânica é necessário que
o Estado tenha adotado em sua Constituição tal prerrogativa
para o Governador: surge divergência na doutrina, mas
Marcelo Novelino entende que parece mais aceitável o
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entendimento de que é necessário que o Estado do qual o
Município faz parte tenha adotado em sua Constituição
Estadual a possibilidade de medida provisória para o
Governador (a lei orgânica municipal deve ser simétrica a
Constituição da República e à Constituição Estadual – dupla
simetria da lei orgânica municipal);
- Recurso Extraordinário:
- está previsto na CRFB/88, mais precisamente no artigo 102, III;
- ainda há tratamento dado pela lei 11.418/06 que alterou o CPC;
- dúvida: pode o STF atribuir efeito suspensivo ao recurso
extraordinário? Na jurisprudência do STF, excepcionalmente, ele tem
admitido a possibilidade de conferir efeito suspensivo a tal recurso
(dentre essas hipóteses excepcionais, podemos citar a de risco de
ineficácia da prestação jurisdicional e também quando a matéria
constitucional de fundo esteja sendo discutida pelo plenário);
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- no Recurso Extraordinário, a petição de recurso deve observar alguns
aspectos específicos:
a) a petição deve conter uma preliminar formal de repercussão
geral (essa exigência passou a ocorrer a partir de 03/05/07). A
competência para analisar tal preliminar é concorrente entre o
tribunal de origem (ou turma recursal) e o STF14;
b) indicação expressa do dispositivo autorizador da interposição;
c) preceito constitucional teoricamente violado pela decisão
recorrida;
- nos termos do artigo 102, III da CRFB/88 “compete ao STF,
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe julgar, mediante
recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância
(esgotamento das vias recursais ordinárias)15 quando a decisão
recorrida (prequestionamento)”: ver alíneas na CRFB/88;
- medida cautelar e liminar são decisão provisórias, não
definitivas, nesse caso, o STF não tem admitido a interposição de
14 Lembrando que a análise de repercussão geral é exclusiva do STF. O tribunal de origem vai apenas analisar a
presença da preliminar de repercussão geral, mas não vai adentrar no mérito e dizer se há ou não repercussão geral. O STF somente pode rejeitar a alegação de repercussão geral por 2/3 dos Ministros.
15 Nesse sentido, a súmula 281 do STF.
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Recurso Extraordinário, uma vez que ainda não se esgotaram as
vias ordinárias;
- o prequestionamento é item indispensável na peça recursal do
Recurso Extraordinário. Prequestionamento consiste na
demonstração de que os dispositivos constitucionais apontados
como violados foram enfrentados na decisão ou em embargos de
declaração. Há duas súmulas do STF tratando do tema: a primeira
é a súmula 282 que diz que “é inadmissível o recurso
extraordinário quando não ventilada, na decisão recorrida, a
questão federal suscitada” e a segunda é a súmula 356 que diz que
“o ponto omisso da decisão sobre o qual não foram opostos
embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso
extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”;
- o conjunto fático probatório: o STF entende que não é cabível o
recurso extraordinário quando for necessário o reexame de
provas, ou seja, o conjunto fático probatório já deve vir de baixo,
não cabendo ao STF a análise desse conjunto, a moldura fática já
deve vir delineada das instâncias inferiores;
- alíneas do artigo 102:
a) quando a decisão recorrida contrariar dispositivo
dessa Constituição;
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- nesse caso o STF entende que para cabimento do
recurso extraordinário a violação deve ser direta, não
pode ser uma violação reflexa da Constituição;
- a súmula 280 do STF diz que “por ofensa a direito local
não cabe recurso extraordinário”, assim, se a violação foi
de direito local, e não da Constituição diretamente, não
cabe recurso extraordinário;
- a súmula 636 diz que “não cabe recurso extraordinário
por contrariedade ao princípio constitucional da
legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a
interpretação dada a norma infraconstitucional [...]”;
b) quando a decisão recorrida declarar a
inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
- não cabe recurso extraordinário no caso de não-
recepção (portanto, se a norma é anterior a Constituição
ou anterior ao parâmetro constitucional invocado, não
cabe recurso extraordinário, uma vez que não se trata de
norma inconstitucional – já que no Brasil não há
inconstitucionalidade superveniente);
c) quando a decisão recorrida julgar válida lei ou ato de
governo local em face da Constituição Federal;
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- antes, alguns costumavam dizer que a lei municipal
somente poderia ser controlada pelo STF por recurso
extraordinário, mas atualmente, na ADPF lei municipal
também pode ser objeto de controle perante o Supremo
Tribunal Federal;
- quando a Constituição Estadual tem uma norma de
observância obrigatória16 violada (e apenas nessa
hipótese), da decisão do Tribunal de Justiça Estadual
cabe um Recurso Extraordinário para o Supremo
Tribunal Federal que analisará a lei contestada em face
da Constituição Federal (não em face da Constituição
Estadual como fez o Tribunal de Justiça Estadual). A lei
municipal pode ser objeto de controle concentrado
abstrato ou do controle difuso concreto (esse último é o
caso mais comum);
d) quando a decisão recorrida julgar válida lei local em
face de lei federal;
- esta competência era atribuída ao STJ antes da EC/45,
mas tendo em vista que não há hierarquia entre Leis
16 Exemplos de normas de observância obrigatória: requisitos para criação da CPI; normas relativas ao TCU;
normas relativas ao processo legislativo;
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Municipais, Estaduais e Federais, quando uma lei é
contestada em face da outra, deve-se analisar a
Constituição Federal para ver se determinada lei invadiu
a competência de outra lei, por isso essa análise passou a
ser feita pelo STF;
- repercussão geral:
- tal exigência foi feita pela EC/45 e regulamentada pela lei
11.418/06;
- essa exigência mostra que o recurso extraordinário vem
perdendo a sua feição subjetiva para assumir a sua função de
defesa da ordem constitucional objetiva (função de defesa da
supremacia da Constituição);
- é um requisito prejudicial e antecedente de admissibilidade
recursal (atua como uma espécie de filtro recursal para
admissibilidade do recurso extraordinário);
- a lei 11.418/06 trouxe alterações apenas no CPC, não trazendo
alteração para o CPP, daí resta a dúvida se no caso de Recurso
Extraordinário para o processo penal exige-se a repercussão
geral: segundo o STF, sim, uma vez que mesmo a lei alterando
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apenas o CPC, ela também se aplica em matéria criminal no que se
refere à repercussão geral – a intenção da constituição ao exigir
esse requisito foi em utilizá-lo para toda e qualquer decisão;
- finalidades da repercussão geral:
-> firmar um papel do STF como corte constitucional;
-> delimitar a competência do STF (no que se refere aos
recursos extraordinários) às questões relevantes do ponto de
vista social, econômico, político e jurídico que transcendam
os interesses subjetivos das partes – é o famoso binômio
“relevância e transcendência”;
-> uniformizar a interpretação constitucional para evitar que
o STF decida várias vezes uma mesma questão;
- transcendência dos motivos (efeitos transcendentes dos motivos
determinantes):
- o STF ainda não decidiu de forma definitiva se deve haver ou não
a transcendência dos motivos (ou seja, se os motivos vinculam ou
não), e muito menos quais os casos prováveis de aplicação de tais
motivos;
- Reclamação Constitucional:
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- o STF, através de sua jurisprudência, criou o instituto da reclamação
constitucional, se baseando na “teoria dos poderes implícitos” (tal
teoria quer dizer que se a constituição dá para um órgão determinados
poderes e estabelece determinados fins, significa que ela contemplou
também os meios necessários para atingi-los);
- é cabível tanto no STF (art. 102, I, “e”) tanto no STJ (art. 105, I, “f”);
- quanto à natureza da reclamação, a teoria aparentemente dominante
é a de Pontes de Miranda, que diz que a reclamação tem natureza de
uma ação propriamente dita;
- outra questão que foi muito discutida era se a natureza de tal medida
era jurisdicional ou meramente administrativa: atualmente, o
entendimento pacífico é de que se trata de uma medida jurisdicional
(primeiramente, porque tem o poder de alterar decisões judiciais, e
depois porque produz coisa julgada);
- objeto da reclamação:
- a reclamação tem uma dupla função “político-jurídica”;
- a primeira função da reclamação é preservar a competência e a
segunda função é garantir a autoridade das decisões;
- a decisão atacada pela reclamação constitucional pode ser tanto
em controle abstrato quanto em controle concreto;
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- legitimidade ativa:
- na reclamação constitucional, qualquer pessoa atingida pela
decisão pode ajuizar (não existe um rol de legitimados, como no
caso da ADI, da ADC, da ADPF);
- Súmula Vinculante:
- também foi uma inovação da EC/45;
- na CRFB/88 a súmula vinculante está prevista no artigo 103-A e está
regulamentada pela lei 11.417/06;
- a súmula vinculante promove uma aproximação entre o controle
difuso e o controle abstrato (uma vez que vincula as decisões);
- natureza da súmula vinculante:
1ª Posição -> Natureza Legislativa (Lênio Streck)
- tem natureza legislativa porque tem o poder de elaborar
norma geral e abstrata;
2ª Posição -> Natureza Jurisdicional (Jorge Miranda)
- tem natureza jurisdicional uma vez que necessita de
provocação e do julgamento de diversos casos anteriores;
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3ª Posição -> “Tertium Genus” (Cappelletti)
- ela estaria situada entre o concreto dos atos jurisdicionais e
o abstrato dos atos legislativos;
4ª Posição -> Natureza Constitucional (prevalece em prova
objetiva)
- enquanto a súmula comum tem natureza processual, a
súmula vinculante tem natureza constitucional. Como diz
Celso de Mello, a súmula vinculante é uma norma de decisão;
- objetivo da súmula vinculante (art. 103-A, §1º):
- terá por objetivo a validade, a interpretação de determinadas
normas e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais
haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública (principal destinatária da súmula
vinculante) que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica;
- requisitos (art. 103-A):
- a súmula vinculante pode surgir por iniciativa do próprio STF ou
poderá haver uma provocação. São legitimados para provocar o
STF os legitimados do artigo 103 da CRFB/88 (ou seja, os mesmos
da ADI, ADC e ADPF), além do Defensor Público Geral da União,
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dos tribunais, e dos municípios (desde que no curso do processo
em que ele seja parte) – essa iniciativa está prevista no artigo 3º
da lei 11.417/06, tanto no caput quanto no §1º. Tal regra vale
tanto para a elaboração da súmula, como também para a revisão
ou cancelamento da súmula;
- reiteradas decisões sobre matéria constitucional: apesar do
silêncio constitucional, essas decisões reiteradas devem ser no
mesmo sentido, uma vez que, caso sejam divergentes, não está
autorizada a criação da súmula. As normas devem ser
constitucionais em sentido amplo, não necessitando ser
constitucionais em sentido estrito, referindo-se a qualquer
matéria prevista na constituição;
- publicação: a súmula deve ser aprovada por 2/3 e deve ser
publicada pra que ela comece a produzir efeito. O efeito temporal
da súmula, em regra, será imediato (começa a produzir efeitos a
partir da publicação no diário oficial, não tendo efeito retroativo,
portanto, efeito “ex nunc”), porém, admite-se modulação temporal
dos efeitos da súmula, podendo o STF conferir efeito “ex tunc” à
súmula (para isso, deve fazê-lo expressamente) – tal regra
encontra-se prevista no artigo 4º da lei 11.417/06;
- efeito vinculante em relação aos demais órgãos do poder
judiciário e à administração pública direta ou indireta na esfera
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federal, estadual e municipal: o efeito vinculante da súmula é o
mesmo efeito vinculante da ADI, ADC e ADPF, não atingindo todos
os poderes públicos, mas somente o poder judiciário (com exceção
do pleno do STF) e toda a administração pública. O poder
legislativo não fica vinculado em relação a sua função legislativa,
mas pode ficar vinculado em relação à sua função administrativa
por exemplo;
- a partir da súmula vinculante 11 o STF adotou o entendimento de que
toda súmula vinculante tem efeito impeditivo de recursos;
- Emenda Constitucional 62/09 e Precatórios:
- o precatório é adotado no Brasil desde a Constituição de 1.934 como
forma de pagamento de decisões judiciais proferidas contra a Fazenda
Pública;
- créditos decorrentes de prestação alimentícia também se submetem a
regime de precatório, mas possui uma ordem especial. Apenas as
obrigações definidas em lei como de pequeno valor não se submetem
ao regime de precatório;
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- é pago por meio de RPV, não
se submetendo ao regime de
precatórios;
- é pago por meio de
precatório
observando uma
ordem especial;
- se
submetem a
ordem geral
de pagamento
de
precatórios;
- obrigação de pequeno valor
para o município é de 60
salários mínimos;
- a prioridade será
para os créditos cujos
titulares tenham 60
anos ou mais ou
sofram de doença
grave, desde que
créditos em até 3
vezes o valor do
crédito de pequeno
valor;
- os estados e municípios - admite-se o
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devem definir quais são os
créditos de pequeno valor, mas
o ADCT estabeleceu
temporariamente para os
Estados o valor de 40 salários
mínimos e os Municípios de 30
salários mínimos;
fracionamento,
podendo receber o
teto com o privilégio
de ordem e o restante
sem o privilégio de
ordem;
- nos créditos de pequeno valor
não há fracionamento, não
podendo receber 60 salários
mínimos por RPV e o restante
por meio de precatórios;
Observações:
- segundo o STF, no caso de litisconsórcio ativo facultativo, o valor
é contado por demanda, ou seja, por pessoa, e não sobre o valor
total dos créditos somados;
- sendo o pagamento efetuado dentro do prazo previsto na
constituição, não haverá a fluência de juros, mas somente a
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correção monetária (na data do pagamento já é feita a correção
monetária, não expedindo outro precatório para correção);
- passado o prazo constitucional para o pagamento, além da
correção monetária, serão devido juros de mora;
- hipóteses de seqüestro:
- o preterimento do direito de precedência (logicamente,
dentro da ordem cronológica daquele crédito);
- não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação
do débito;
- não havendo o cumprimento da ordem de pagamento, pode
ocorrer intervenção federal no Estado ou no Distrito Federal e
também pode ocorrer intervenção estadual nos Municípios.
Porém, segundo o STF a intervenção somente seria possível no
caso de descumprimento voluntário e intencional;
- em caso de pagamento de juros de mora, o pagamento é feito
através de precatório complementar