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DIREITO DO TRABALHO AULA 17 MEIOS DE PROVA (Prova documental) Prof. Antero Arantes Martins

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DIREITO DO TRABALHO

AULA 17

MEIOS DE PROVA(Prova documental)

Prof. Antero Arantes Martins

Prova Documental.

PROVA DOCUMENTAL

• O documento é um instrumento capaz de representar um fatoem sentido amplo. Documento compreende não apenas osescritos, mas toda e qualquer coisa que transmita diretamenteum registro físico a respeito de algum fato: desenhos, fotos,filmes, gravações, etc.

• Há determinadas matérias em que se exige a provadocumental, com a exclusão de qualquer outra. Comoexemplo podemos citar o pagamento de salários, que deveser feito mediante recibo ou depósito em conta. Logo, oempregador não pode pretender provar tal pagamento poroutro modo que não seja o documento (recibo ou depósitoem conta).

Prova Documental. Momento de produção.

• De regra a prova documental é produzida na fase

postulatória, consoante art. 434 do CPC/2015.

– Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição

inicial ou a contestação com os documentos

destinados a provar suas alegações.

• Entretanto, existem três exceções:

– Documentos novos;

• Documento cronologicamente novo;

• Documento cronologicamente velho;

– Contraprova;

– Exibição;

Prova Documental. Exibição pela parte contrária.

• Há poder do juiz em determinar a exibição de

documento ou coisa que se ache na posse das

partes, sempre que o exame desses bens for útil

ou necessário para a instrução do processo.

• A parte contrária terá que se manifestar. E neste

momento poderá:

– A) Exibir o documento ou coisa;

– B) Ficar silente e não exibir o documento ou coisa;

– C) Negar que possua documento ou coisa;

– D) Apresentar recusa na exibição do documento ou

coisa. Art. 400 do CPC

Prova Documental. Exibição pela parte contrária.

• Consequências:

– A) A prova veio aos autos e será analisada com os demais elementosprobatórios;

– B) O Juiz presume verdadeiro o fato que a parte pretendia provar com aexibição do documento ou coisa (art. 400, CPC);

– C) Abre-se dilação probatória a fim de que o requerente prove que a partecontrária detém o documento ou coisa. Se provar, aplica-se letra “B” supra.Se não provar a existência do documento ou coisa, nenhuma consequênciaprocessual;

– D) O Juiz julgará a recusa. Se a recusa for aceita, então nenhumaconsequencia processual. Se a recusa não foi aceita, então aplica letra “B”supra.

• O Juiz não admitirá recusa:

– Se a parte tem a obrigação legal de manter o documento;

– Se a parte aludiu o documento ou coisa para fazer prova noprocesso;

– Se for documento comum às partes.

Prova Documental. Exibição por terceiros.

• O pedido de exibição formulado contra quem

não é parte do processo principal provoca a

instauração de um novo processo, em que são

partes o pretendente à exibição e o possuidor

do documento ou coisa. Pode ser preparatória

ou incidental.

• O art. 378 do CPC/2015 tem a previsão de um

dever cívico de qualquer cidadão em colaborar

com o Poder Judiciário. Já o art. 380, II do

CPC/2015 firma um dever legal.

Art. 380, II do CPC/2015 Art. 378 do CPC/2015

Prova Documental. Exibição por terceiros.

• Esse feito incidental deverá ser processado emautos próprios, em apenso ao processo principal eserá julgado por sentença. Entretanto, e na praxe,tem sido processado com os autos principais,dado o Princípio da Simplicidade do Processo doTrabalho.

• Se o terceiro destruir a coisa ou documento quedeveria exibir, ficará responsável civilmentepelas perdas e danos que acarretar à parte, asquais serão demandados em ação ordinária deindenização.

Prova Documental. Exibição por terceiros.

• Em caso de recusa injustificada do terceiro, o Juiz fixarácominação para entrega da obrigação de fazer (art. 500 e 536, § 1ºCPC/2015) e o terceiro estará sujeito às penalidades do art. 77, 1ºe 2º do CPC/2015:

Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveresdas partes, de seus procuradores e de todos aqueles que dequalquer forma participem do processo: ...

§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertiráqualquer das pessoas mencionadas no caput de que suaconduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade dajustiça.

§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui atoatentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízodas sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar aoresponsável multa de até vinte por cento do valor da causa, deacordo com a gravidade da conduta.

Prova Documental. Falsidade.

• Contudo, os documentos podem ser falsificados,ou na sua forma, ou no seu conteúdo.

• A parte contra quem foi produzido o documentopoderá suscitar incidente de falsidade documental.

• Não existe previsão na CLT, devendo ser aplicadoo art. 430 do CPC.

Art. 430 do CPC

Prova Documental. Falsidade.

• Com a declaração de falsidade,cessa a fé que pudesse ter odocumento (Art. 427 CPC/2015). Dadecisão que decide pela falsidadeou pela autenticidade do documentonão cabe recurso, pois consiste emuma decisão interlocutória.

Art. 427 do CPC

Prova Documental. Falsidade.

• O Documento pode ser falsificado de duasmaneiras:

– Material: Quanto à forma do documento

– Ideológico: quanto ao conteúdo do documento

Blá blá

blá blá

blá blá

blá blá

blá

CONTEÚDOFORMA

Prova Documental. Falsidade.

• Falsidade Material: Aquelas previstasnos incisos I e II do Art. 427 do CPC.Quando há vício nos aspectos exterioresdo documento.

• A Falsidade Material poderá serpercebida por meio de perícia.

Prova Documental. Falsidade.

• Falsidade Ideológica: Ocorre quando odocumento é verdadeiro, mas o seuconteúdo não é.

• A Falsidade Ideológica não pode seraveriguada por perícia, pois a falsidadereside na idéia que o documento traz, enão na sua forma

Prova Documental. Falsidade.

• Art. 436. A parte, intimada a falar sobre

documento constante dos autos, poderá:

• I - impugnar a admissibilidade da prova

documental;

• II - impugnar sua autenticidade;

• III - suscitar sua falsidade, com ou sem

deflagração do incidente de arguição de

falsidade;

• IV - manifestar-se sobre seu conteúdo.

DIREITO DO TRABALHO

AULA 18

MEIOS DE PROVA(Prova pericial)

Prof. Antero Arantes Martins

Prova Pericial.

PROVA PERICIAL

• Não é possível exigir que o juiz disponha de

conhecimentos universais a ponto de examinar

cientificamente tudo sobre a veracidade e as

conseqüências de todos os fenômenos possíveis de

figurar nos pleitos judiciais.

• Consiste numa declaração de ciência ou na afirmação de

um juízo.

• A prova pericial consiste em exame, vistoria ou

avaliação (art.464 do C.P.C./2015)

Prova Pericial.

• Exame é a inspeção sobre coisas, pessoas ou

documentos, para verificação de qualquer fato ou

circunstancia que tenha interesse para a solução

do litígio.

• Vistoria é a mesma inspeção quando realizada

sobre bens imóveis.

• Avaliação é a apuração de valor, em dinheiro, de

coisas direitos ou obrigações em litígio.

Prova Pericial.

• A parte pode participar da prova pericial formulando

quesitos e indicando assistente técnico. Os quesitos tem

por finalidade fazer com que o perito, ao responde-los,

possa esclarecer as questões científicas que envolvem o

laudo para as situações fáticas discutidas no processo.

• O juiz poderá indeferir alguns quesitos que julgar

impertinentes, bem como formular os que entender

necessários. É licito apresentar quesitos suplementares.

• O assistente técnico é um expert no assunto de confiança

da parte e que irá acompanhar o trabalho do perito

judicial nos termas científicos que o leigo não pode

compreender.

Prova Pericial.

• Em nível de força probante a perícia é meramente decaráter opinativo e vale pela força dos argumentos emque repousa. O juiz não está adstrito ao laudo e podeformar sua convicção de modo contrário com base emoutros elementos do processo.

• É relevante mencionar que as matérias relativas aoadicional de insalubridade e adicional de periculosidadeexigem a prova pericial (art. 195, CLT), com a exclusãode qualquer outra.

• Inspeção judicial é o meio de prova que consiste napercepção sensorial direta do juiz sobre qualidades oucircunstancias corpóreas de pessoas ou coisasrelacionadas com o litígio.

Art. 195 da CLT

Prova Pericial.

• Para que um laudo técnico seja elaborado, é necessárioque os fatos estejam bem definidos, para que a períciatenha valor probatório.

• Se o perito fundamentar os a sua perícia em fatosinverídicos, a sua conclusão será inútil para aquelelitígio, portanto perderá a sua força probandi.

• Ex: O perito conclui pela insalubridade por ruído naempresa. Contudo, mais tarde, provou-se que oReclamante passava a maior parte do tempo fora daempresa.

• Imaginando que o laudo técnico do peritofosse um prédio, os fatos no processoseriam a base do edifício

FATOS

LAUDO

TÉCNICO

Prova Pericial.

Prova Pericial.

• A Prova emprestada é aceita na sistemática doprocesso do trabalho.

• Contudo, o seu ingresso no processo nãosignifica certeza de ganho de causa à parte quea trouxe, ainda que no processo de origem omagistrado tenha decidido a seu favor.

• Isto porque a coisa julgada atinge somente odispositivo. Além disso, estar-se-ia violando oprincípio do livre convencimento.

Prova Pericial.

• Prova emprestada no caso de perícia:

• A perícia realizada no processo de terceiro ,ainda que no mesmo local de trabalho e sob asmesmas condições, não substitui a perícia a serrealizada no novo processo

• Isto porque estar-se-ia ferindo o princípio docontraditório. As partes tem direito de formularnovos quesitos, requerer esclarecimentos,apresentar assistente técnico, Etc...

Prova Pericial.

• Neste caso, a perícia realizada em processodistinto, ingressará nos autos como documento,e não como perícia, recebendo sua devidavaloração pelo magistrado no momento dojulgamento.

Prova Pericial.

• Prova técnica simplificada:

• CPC/2015:Art. 464-...

• § 2o De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em

substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica

simplificada, quando o ponto controvertido for de menor

complexidade.

• § 3o A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição

de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que

demande especial conhecimento científico ou técnico.

• § 4o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação

acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá

valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e

imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da

causa.