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Direito Fiscal 1 Conceito de imposto: o imposto é uma prestação, signifca que integra uma rel de natureza obrigacional, pecuniária concretizada em dinheiro, unil corresponde qualquer contraprestação especifca a avor do contribuinte, de prestação não dá lugar a qualquer reembolso, restituição ou indeminização, uma prestação ex lege ou uma prestação que tem por onte a lei, a obrigaçã impostosurge exclusivamente por orçado encontro do actotributário ou do pressuposto de acto do imposto com a lei, artigo 36, n ! e " #$%, é exigi ou por entes p&blicos sem caracter de sanção com o ob'ectivo principal da receitas para a realização de fns p&blicos( Distinção de Taxa de Imposto: )m termos essenciais, pode dizer*se que o impos se distingue da taxa, porque aquele é unilateral e esta bilatera contrário do imposto, que não conere a quem o paga odireito a nenhuma contrapartida directa e imediata, sinalagmaticamente ligada a esse pagamen é sempre a contrapartida individualizada de algo que se recebe em troca, s serviço concretamente prestado, se'a a utilização de um bem do dom nio p& remoção do limite legal ao exerc cio de determinada actividade -cr( art( #$%/( 0ote*se bem, a taxa não tem que ter carácter voluntário( 1 serviço p particular que está na sua origem pode não ser por este dese'ado -pense*se exemplo, no montante pago pela emissão do 2ilhete de dentidade, que os c são obrigados a requerer independentemente da sua vontade/( 1 par mesmo não apreciar ou até abominar o serviço que lhe é prestado -será norm caso da parte que perde uma acção 'udicial e que tem, por isso, que pagar %axa de 4ustiça/( 5as se há um serviço individualmente prestado, aquilo q por esse serviço é uma taxa( taxa não se distingue do imposto por ser vo distingue*se por ser bilateral( )ntre a taxa paga e a contrapartida recebi existir uma exacta equival8ncia econ9mica, mas uma mera equival8ncia 'ur qualquer caso, porém, a medida da taxa tem que assentar na sua proporciona relação ao bene cio espec fco proporcionado pelo serviço prestado suportado pela comunidade com a utilização do bem do dom nio p&blico ou a do limite legal ao exerc cio da actividade do particular( 0unca em unção contributiva revelada por quem a paga( )ste é, de resto, um n qualifcação dos tributos( :e a um serviço essencialmente id8ntico contrapartidas dierenciadas em unção da dierente capacidade contributiv então estaremos perante um imposto, não perante uma taxa( Momentos da vida do imposto ; <or um lado temos o momento do estabelecimento criação, instituição ou incid8ncia do imposto e, por outro lado, o momento aplicação, eectivação, administração ou gestão( 0o primeiro momento trata defnir o se e o quanto do imposto, o que engloba a defnição normativa do actividade ou situação que dá origem ao imposto, o chamado pressuposto de acto gerador ou acto tributário, dos su'eitos passivos e activo responsáveis, substitutos, da obrigação de imposto, do montante do imposto através do valor sobre que recai mediante a percentagem desse valor ou a q por unidade a exigir ao contribuinte e eventualmente das deduç=es a azer assim apurado, na medida em que decidem que não há lugar a imposto ou há l menos imposto, dos bene cios fscais( <or sua vez, no segundo momento da dos impostos, procede*se ? sua aplicação, eectivação, administração ou ge se traduz nas operaç=es de lançamento, liquidação e cobrança dos impostos( lançamento identifca*se o contribuinte, através do lançamento sub'ectivo d a matéria coletável e a taxa, mediante o lançamento ob'ectivo( < determina*se a colecta aplicando ataxa ? matéria colectavel, colec coincidir com o imposto a pagar, a menos que ha'a lugar a deduç=es ? colec

Direito Fiscal 1

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Direito Fiscal parte 1

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Direito Fiscal 1Conceito de imposto: o imposto uma prestao, significa que integra uma relao de natureza obrigacional, pecuniria concretizada em dinheiro, unilateral, no lhe corresponde qualquer contraprestao especifica a favor do contribuinte, definitiva a prestao no d lugar a qualquer reembolso, restituio ou indeminizao, coactiva uma prestao ex lege ou uma prestao que tem por fonte a lei, a obrigao de imposto surge exclusivamente por fora do encontro do facto tributrio ou do pressuposto de facto do imposto com a lei, artigo 36, n1 e 2 LGT, exigido pelo estado ou por entes pblicos sem caracter de sano com o objectivo principal da obteno de receitas para a realizao de fins pblicos. Distino de Taxa de Imposto: Em termos essenciais, pode dizer-se que o imposto se distingue da taxa, porque aquele unilateral e esta bilateral. Com efeito, ao contrrio do imposto, que no confere a quem o paga o direito a nenhuma contrapartida directa e imediata, sinalagmaticamente ligada a esse pagamento, a taxa sempre a contrapartida individualizada de algo que se recebe em troca, seja um servio concretamente prestado, seja a utilizao de um bem do domnio pblico, seja a remoo do limite legal ao exerccio de determinada actividade (cfr. art. 4, n. 2 da LGT). Note-se bem, a taxa no tem que ter carcter voluntrio. O servio prestado ao particular que est na sua origem pode no ser por este desejado (pense-se, por exemplo, no montante pago pela emisso do Bilhete de Identidade, que os cidados so obrigados a requerer independentemente da sua vontade). O particular pode mesmo no apreciar ou at abominar o servio que lhe prestado (ser normalmente o caso da parte que perde uma aco judicial e que tem, por isso, que pagar a chamada Taxa de Justia). Mas se h um servio individualmente prestado, aquilo que se paga por esse servio uma taxa. A taxa no se distingue do imposto por ser voluntria; distingue-se por ser bilateral. Entre a taxa paga e a contrapartida recebida no tem que existir uma exacta equivalncia econmica, mas uma mera equivalncia jurdica. Em qualquer caso, porm, a medida da taxa tem que assentar na sua proporcionalidade em relao ao benefcio especfico proporcionado pelo servio prestado ou ao custo suportado pela comunidade com a utilizao do bem do domnio pblico ou a remoo do limite legal ao exerccio da actividade do particular. Nunca em funo da capacidade contributiva revelada por quem a paga. Este , de resto, um ndice seguro de qualificao dos tributos. Se a um servio essencialmente idntico correspondem contrapartidas diferenciadas em funo da diferente capacidade contributiva revelada, ento estaremos perante um imposto, no perante uma taxa.Momentos da vida do imposto: Por um lado temos o momento do estabelecimento, criao, instituio ou incidncia do imposto e, por outro lado, o momento da sua aplicao, efectivao, administrao ou gesto. No primeiro momento trata-se de definir o se e o quanto do imposto, o que engloba a definio normativa do facto, actividade ou situao que d origem ao imposto, o chamado pressuposto de facto, facto gerador ou facto tributrio, dos sujeitos passivos e activos, o contribuinte, responsveis, substitutos, da obrigao de imposto, do montante do imposto definido atravs do valor sobre que recai mediante a percentagem desse valor ou a quantidade por unidade a exigir ao contribuinte e eventualmente das dedues a fazer ao valor assim apurado, na medida em que decidem que no h lugar a imposto ou h lugar a menos imposto, dos benefcios fiscais. Por sua vez, no segundo momento da dinmica dos impostos, procede-se sua aplicao, efectivao, administrao ou gesto. O que se traduz nas operaes de lanamento, liquidao e cobrana dos impostos. Pelo lanamento identifica-se o contribuinte, atravs do lanamento subjectivo determina-se a matria coletvel e a taxa, mediante o lanamento objectivo. Pela liquidao determina-se a colecta aplicando ataxa matria colectavel, colecta que vem a coincidir com o imposto a pagar, a menos que haja lugar a dedues colecta. Por fim, a cobrana, o imposto vai dar entrada nos cofres do estado seja atravs da cobrana voluntaria ou atravs da coerciva. Reteno na fonte, artigo 34 LGTO rendimento colectvel de IRS resulta, segundo a Autoridade Tributria e Aduaneira, do englobamento dos rendimentos das vrias categorias auferidos em cada ano, depois de feitas as dedues e os abatimentos previstos.A incidncia: em abstracto, se definem os pressupostos tributrios que fazem nascer a obrigao de imposto, em que, em abstracto, se define a matria colectvel do imposto e identificam os sujeitos passivos da relao jurdica fiscal a que o mesmo dar lugar. a fase, em suma, em que a lei determina o que vai estar sujeito a imposto (incidncia real) e quem vai estar sujeito a imposto (incidncia pessoal). Como elemento essencial do imposto que (cf. art. 103, n. 2 da CRP), a incidncia est sujeita ao princpio da legalidade fiscal. A par da incidncia positiva (definida pelas chamadas normas de incidncia, reais e pessoais), temos que considerar uma incidncia negativa, integrada pelas normas que estabelecem isenes de imposto, quer excluindo da tributao situaes que, a no ser a norma de iseno, caberiam no mbito de previso da norma real impositiva (incidncia real negativa), quer excluindo do universo dos contribuintes, sujeitos que, sem a norma de iseno, se constituiriam normalmente como devedores do imposto (incidncia pessoal negativa). Um e outro caso, bem diferentes das situaes de no tributao, em que o mbito de previso da norma de incidncia positiva no compreende os factos e os sujeitos considerados, no sendo necessria nenhuma norma de iseno para que estes fiquem fora do quadro legal de sujeio a imposto.Classificao dos impostos: Impostos directos: Incidem sobre a matria colectvel, sobre manifestaes directas ou imediatas da capacidade contributiva, no constituindo custo de produo das empresas, impostos sobre o rendimento (IRS, IRC) ou o patrimnio (IMI). Impostos indirectos: Incidem sobre manifestaes indirectas ou mediatas da capacidade contributiva, constituindo custo de produo das empresas, impostos sobre o consumo ou a despesa (IVA e imposto selo). Impostos peridicos: quando os factos ou situaes que do origem ao imposto se repetem no tempo, com carcter de continuidade (IRS,IRC,IVA). Impostos de obrigao nica: quando os factos ou situaes no se repetem com carcter de periodicidade, mas ocasional ou esporadicamente (IMT). Impostos reais: Quando incidem objectivamente sobre uma parte do rendimento do capital ou do patrimnio do contribuinte (IRS / IRC / IMI / IVA). Impostos pessoais: Quando embora incidindo sobre bens ou rendimentos, atendem situao pessoal do contribuinte (estado civil, agregado familiar), sua situao econmica (IRS). Impostos de quota fixa: o montante uma importncia fixa para todos os contribuintes, sendo fixado pela lei, h dispensa de liquidao j que o montante da colecta consta da lei (contribuio para o audiovisual). Imposto de quota varivel: a lei faz variar o montante em funo da matria colectvel ou tributvel indicando o factor ou factores que devem recair sobre o valor da matria colectavel para o apuramento da colecta. Impostos estaduais: quando o Estado o titular activo. Impostos regionais: a titularidade activa pertence s regies autnomas (IRS/IVA). Impostos locais: a titularidade activa pertence s autrquicas locais (IMI / IMT / ISV). Impostos sobre o rendimento: So os que tributam o rendimento, geralmente numa perspectiva, rendimento acrscimo, incluindo as mais-valias (IRS / IRC). Impostos sobre o patrimnio: Quando incidem sobre o patrimnio imobilirio (IMI / IMT / I. Selo). Impostos sobre a despesa: Quando se tributa o consumo ou a despesa (IVA / IEC / IA / I. Selo).As fontes do Direito Fiscal: Constituio: o direito dos impostos apresenta-se moldado pela constituio fiscal, isto o conjunto de princpios jurdicos constitucionais, ao mais elevado nvel quer de quem, de como e de quando pode tributar, quer do que e do quanto tributar, estabelecendo assim toda uma teia de limites tributao: de caracter formal, o princpio da legalidade fiscal, tem na base a ideia de autoimposio, auto-tributao ou auto-consentimento dos impostos, segundo a qual os impostos devem ser consentidos pelos prprios contribuintes, artigos 165 n1 e 103 CRP. Este princpio desdobra-se em duas vertentes, a reserva de lei formal, implica que haja uma interveno de lei parlamentar, seja esta uma interveno material ou uma interveno de caracter meramente formal, autorizando o governo a estabelecer em consonncia com a respectiva lei de autorizao legislativa essa disciplina, artigo 165 n1 CPR. Reserva material, exige que a lei contenha a disciplina to completa quanto possvel da matria reservada que nos termos do artigo 103 n2 CRP integra, relativamente a cada imposto, a incidncia, a taxa, os benefcios fiscais, as garantias dos contribuintes, a reserva apenas exigida se e na medida em que estas sejam objecto de restrio ou condicionamento e j no quando forem objecto de ampliao ou alargamento. Temos ainda o princpio da segurana jurdica, da proibio do referendo fiscal e da anualidade da cobrana. De caracter material temos o principio da igualdade fiscal, visa tutelar o valor da justia fiscal, ou seja a abolio das discriminaes em matria de impostos, artigo 13 CRP. Este princpio desdobra-se em duas vertentes, a generalidade ou universalidade, todos os cidados devem estar obrigados ao cumprimento do dever de pagar imposto, independentemente de distines de qualquer espcie. Uniformidade, aquele dever seja aferido por um mesmo critrio, o critrio da capacidade contributiva, imposto igual para os que dispem de igual capacidade contributiva e diferente imposto para os que dispem de diferente capacidade contributiva. O princpio da igualdade fiscal est ancorado no princpio da capacidade contributiva, h duas funes deste princpio a funo garantistica, s devem ficar sujeitos aos impostos os que tem capacidade contributiva e a funo solidaria, desde que haja capacidade de pagar todos devem contribuir para as despesas pblicas na medida da sua capacidade, artigo 4 n1 LGT. Convenes para evitar a dupla tributao. Direito da Unio Europeia: temos dois segmentos, o direito comunitrio fiscal prprio e interestadual. O prprio o que disciplina os impostos comunitrios prprios e o interestadual o respeitante harmonizao e a cooperao fiscal entre os estados. Regulamentos: trata-se de regulamentos internos que por terem como destinatrio apenas a administrao tributrio, s esta lhe deve obedincia, sendo pois, obrigatrios apenas que os rgos situados hierarquicamente abaixo do rgo autor dos mesmo. Por isso, no so vinculativos nem para os particulares nem para os tribunais. O legislador do CPPT veio estabelecer alguma disciplina neste domnio, regulando as orientaes genricas. De um lado, estabeleceu que cabe exclusivamente ao dirigente mximo do servio ou ao funcionrio em quem ele tiver delegado a competncia para emitir orientaes genricas visando a uniformizao da interpretao e aplicao das normas tributarias pelos servios para tais orientaes devem constar obrigatoriamente de circulares administrativas e que se aplicam exclusivamente aos servios, artigos 55. De outro lado, veio impor para a administrao tributria organize uma base de dados, contendo as orientaes genricas, artigo 56 e 68-A LGT. Jurisprudncia: as decises dos tribunais no constituem fonte formal, artigo 281 e 282 CRP.Interpretao, Integrao e Eficcia do direito fiscal: Poder entender-se que as normas fiscais, ou pelo menos, as de incidncia, tm a fora vinculativa condicionada pela autorizao parlamentar anual de cobrana de receitas, que se integrar, ou no no Oramento de Estado. Quanto a outros aspectos, nenhuma particularidade oferecem as normas fiscais quanto sua vigncia e quanto respectiva vacatio legis. Pelo que se lhes aplicam os prazos estabelecidos no Artigo 2 da Lei 6/83, quando o legislador no tenha fixado outros especialmente. Tambm quanto cessao da vigncia das normas fiscais essa cessao se verifica nos termos comuns, pela revogao ou pela caducidade, nos casos em que a vigncia daquelas normas tenha sido pelo legislador limitada no tempo, ou colocada na dependncia de condies que deixaram de verificar-se. relativamente frequente no campo do Direito Fiscal a suspenso da vigncia de normas, embora essa suspenso deva atribuir-se a precipitaes do legislador, orientado para pr em rigor normas de difcil aceitao pelo meio social respectivo. A questo em causa no consiste em saber se a norma fiscal aplicvel antes da sua entrada em vigor, aps o perodo de vacatio legis, estabelecido em termos genricos ou especficos. Mas, mesmo aplicando a norma fiscal apenas a partir do momento da sua entrada em vigor, importa fixar a quais situaes, a quais relaes, essa norma aplicvel. Se todas as situaes a todas as relaes que correspondem previso de comando normativo, ou se somente quelas que se consubstanciam j durante a vigncia da norma considerada. Na primeira hiptese, a norma estar a ser aplicada retroactivamente quanto quelas situaes, quelas relaes constitudas antes da sua entrada em vigor. Na segunda hiptese, observar-se- o princpio da no retroactividade, artigo 12 n1 LGT. Em favor da no retroactividade das normas jurdicas em geral, invocvel um princpio de segurana, de respeito da Boa-F. Porquanto os regimes jurdicos aplicveis devero ser aqueles com os quais os seus destinatrios podiam razoavelmente contar, tendo em face deles estabelecido os seus planos e realizados as suas opes. Em homenagem a um princpio da certeza, de segurana, a norma nova dever aplicar-se s relaes constitudas no domnio da norma anterior; pois, de outro modo, todas as razoveis expectativas sobre as consequncias das opes dos membros de uma sociedade seriam fundadas. Este mesmo princpio de segurana imps ao legislador a consagrao da regra da no retroactividade das normas civis (artigo 12 CC). Os princpios da legalidade e da tipicidade do imposto podem servir de fundamento tese de que no so susceptveis de aplicao retroactiva das normas fiscais respeitantes s matrias contempladas pelo artigo 103/2/3 CRP. Mais frouxa parece ser a argumentao baseada num princpio de igualdade tributria ou nas regras fundamentais do Estado de Direito, demasiado fugidias em muitos aspectos para serem utilizadas por uma teoria da aplicao da lei no tempo. Tambm no parece consistente fazer duvidar um princpio geral de no retroactividade das normas desfavorveis aos cidados da legalidade democrtica e da submisso do Estado lei constitucional (artigo 3 CRP). Da territorialidade do imposto resulta a delimitao do mbito de aplicao no espao das normas fiscais. Estas, em princpio, s se aplicam no territrio do Estado de que dimanam, ou mesmo apenas num espao delimitado desse territrio, quando, pela extenso e diversidade de caractersticas das parcelas de um Estado, os regimes tributrios se aplicam apenas a um dos espaos. Temos a consagrao da proibio da integrao das lacunas no domnio dos elementos essenciais dos impostos, fundada no princpio constitucional da legalidade fiscal, a proibio da analogia. Relao jurdica fiscal: O facto constitutivo, ou facto gerador da relao de imposto, ser aquele facto que conjugou os pressupostos previstos na lei tributria. a realidade com vigor jurdico bastante, que lhe advm da lei, para pr em movimento, para combinar, os pressupostos tributrios, considerados estes como aquelas situaes, pessoais e reais, previstas expressa ou tacitamente, pelas normas de incidncia tributria. Um pressuposto, em si mesmo, como tal, no causa, no facto constitutivo. qualquer coisa sem a qual a causa, o facto constitutivo, se no verifica, no actua. O pressuposto de facto, no sentido global de conjunto de pressupostos sempre indispensvel para que qualquer obrigao tributria se constitua. Os princpios da generalidade, da proporcionalidade ou da progressividade, por exemplo sero pressupostos poltico-financeiros da relao tributria. Mas, numa construo jurdica, interessam, fundamentalmente os pressupostos jurdicos, isto , os factos de cuja conjugao a lei de imposto faz depender, expressa ou tacitamente, o nascimento da relao tributria. Os pressupostos jurdicos de uma relao tributria podem ser muito variveis. Uma das classificaes que se impe divide os pressupostos tributrios por duas grandes categorias, a dos subjectivos e a dos objectivos. Com efeito, os pressupostos tributrios podem dizer respeito a pessoas e bens. Outra classificao indispensvel divide os pressupostos tributrios em genricos, os que procedem toda e qualquer relao de imposto; e especficos, aqueles que precedem as relaes de imposto de certo tipo. Tendo-se definido pressupostos tributrios, como aquelas situaes previstas, expressa ou tacitamente, pelas normas de incidncia tributria, admissvel fazer-lhes corresponder todas as realidades jurdicas que correspondem para a constituio de qualquer vnculo tributrio. Os pressupostos podem abranger, assim, no apenas o plano da projeco directa de uma lei de imposto mas todo o complexo legal dos comandos impositivos e mesmo o plano supra-legal da soberania tributria. Assim, para que se constitua qualquer relao de imposto, seja qual for a sua espcie necessrio que exista um Estado soberano, o exerccio dos seus poderes fiscais, que o respectivo crdito tributrio seja atribudo a algum que possa, pela sua natureza, integrar-se numa relao tributria como sujeito activo, que o respectivo dbito tributrio recaia sobre um ente cuja personalidade passiva seja reconhecida pelo Direito Fiscal, que esse ente se encontre num certa posio de presumvel benefcio relativamente a um ente econmico, e que se mantenha o necessrio enquadramento jurdico de um sistema fiscal. Mesmo conjugando-se todos esses pressupostos genricos, a verificao de uma iseno fiscal, funcionando como pressuposto negativo, obstar a que se constitua um vnculo jurdico de imposto.Obrigao fiscal: o vnculo jurdico nascido da verificao dos pressupostos abstractamente definidos na lei tributria e cujo objecto a pretao de imposto. A obrigao fiscal caracteriza-se por ser uma obrigao legal, publica, exequvel e executiva, semi-executria, indisponvel e irrenuncivel, autoritria e especialmente garantida. Em primeiro lugar, uma obrigao legal, porque se trata duma obrigao ex lege, duma obrigao que tem por fonte a lei. Por isso nasce do encontro do facto gerador com a hiptese legal, como o prescreve a LGT Artigo 36 n1. Depois constitui uma obrigao pblica, dada a sua disciplina jurdica integrar o direito pblico, o que tem traduo nomeadamente na presuno de legalidade do acto de liquidao que suporta a sua exigibilidade. Em terceiro lugar, trata-se duma obrigao exequvel e executiva, na medida em que por um lado, o acto tributrio no autoexequvel, carecendo portanto de execuo e, por outro lado, a sua execuo no est dependente de qualquer outra pronncia para alem da constituda pelo prprio acto tributrio. tambm uma obrigao semi-executria, j que a sua execuo corre na maior parte na administrao tributria. Com efeito cabe a estes segundo o artigo 151 CPPT, decidir os embargos, a oposio, incluindo quando incida sobre os pressupostos da responsabilidade subsidiria, a graduao e verificao dos crditos e as reclamaes dos actos materialmente administrativos praticados pelos rgos da administrao tributaria em sede da execuo fiscal. Apresenta-se igualmente como uma obrigao indisponvel e irrenuncivel, uma vez que ao credor no cabem quaisquer poderes para conceder moratrias, admitir o pagamento em prestaes ou conceder o perdo da divida. A obrigao fiscal tambm uma obrigao autotitulada, isto uma obrigao relativamente qual a administrao fiscal, cria os seus prprios ttulos executivos, constitudos pelas certides de divida extradas pelos servios competentes, artigo 88 CPPT. Por fim estamos perante uma obrigao especialmente garantida, dadas as garantias especiais que rodeiam o credito tributrio, garantias que colocam o credor tributrio num aposio especialmente vantajosa face aos credores comuns.Sujeito activo da relao jurdico fiscal: A personalidade tributria, constitui um dos aspectos da personalidade jurdica. Consiste no reconhecimento de centros de imputao de direitos e deveres tributrios. a susceptibilidade desses direitos e desses deveres. As leis fiscais, visando transferir para as entidades pblicas a parte dos patrimnios que se julga devida pela participao daquelas no processo de formao de riqueza, atingem pela incidncia tributria, realidades econmicas, que nem sempre correspondem a situaes jurdicas regularmente definidas. A personalidade jurdica sofre, limitaes e cerceamentos, ditados pelas particularidades dos ramos de Direito face aos quais no faria sentido, no teria causa, atribuir personalidade a determinadas entidades. E acontece tambm, por vezes, que a personalidade jurdica atribuvel apenas como susceptibilidade de certos direitos e deveres em determinados tipos de relaes jurdicas. A susceptibilidade em obrigaes tributrias como sujeito activo, isto , a personalidade tributria activa nitidamente separvel da soberania fiscal. No apenas porque aquela qualidade de sujeitos activos atribuda a entidades diversas do Estado, no soberanas, mas tambm porque a personalidade do Estado se desdobra por dois planos, o do Estado-soberano, legislador, e o Estado-administrador. E este que aparece nas relaes tributrias como sujeito activo. A lei de imposto, ao definir os pressupostos tributrios de que faz depender o nascimento da relao jurdico-fiscal, atribui a certas entidades determinados direitos, dependentes da verificao daqueles pressupostos e integrados na relao jurdico-fiscal respectiva. Mas a lei de imposto no pode atribuir uma qualidade de credor um vnculo tributrio a uma entidade que no goze da personalidade tributria activa. Pe-se, pois, o problema de saber de que condies depende essa personalidade, a que poder a lei de imposto atribuir a qualidade de sujeito tributrio activo. A personalidade tributria activa parece depender da prossecuo de interesses colectivos. Poder admitir-se que o Estado legislador seja livre na concesso dessa personalidade tributria activa; mas aos sistemas polticos e jurdicos evoludos repugnaria a atribuio de crditos fiscais a entidades que no prosseguem fins de interesse pblico. O Estado, pela sua mesma natureza, carece de rgos para atravs deles exprimir a sua vontade soberana, de imprio, no exerccio da sua funo legislativa, ou governativa. De igual modo, o Estado, ao exercer funes executivas, administrativas, carece de rgos que, normalmente, exprime a vontade do Estado, no plano da Administrao o Governo. O Governo tambm o rgo por meio do qual o Estado manifesta a sua vontade nos quadros da relao jurdica de imposto, atravs de actos de contedo individual (lanamento, liquidao, cobrana, fiscalizao) realizados por agentes situados na hierarquia da orgnica governamental. As especialidades do conceito tributrio de personalidade avultam quanto susceptibilidade de ser sujeito passivo da obrigao fiscal, quanto personalidade tributria passiva. No oferece dvidas a atribuio de personalidade tributria passiva s entidades que como pessoas so tidas pela generalidade de outras disciplinas jurdicas, quer se trate de pessoas fsicas quer de pessoas meramente jurdicas. O sujeito da relao de imposto, pessoa a quem juridicamente exigvel a prestao tributria, apresenta-se-nos como o contribuinte, ou contribuinte de Direito, para distingui-lo da figura do contribuinte de facto, que se desenha em consequncia de, por vezes, o sacrifcio econmico resultante do pagamento do imposto ser suportado por pessoa diversa a quem juridicamente exigvel. Tem-se procurado distinguir o sujeito passivo titular de uma situao jurdico-tributria passiva do contribuinte pessoa em relao qual se verificam os pressupostos tributrios e do devedor de imposto aquele sobre quem recai o dever de prestar. No dever pretender-se que o substituto de impostos ou que o responsvel tributrio sejam devedores mas no sejam contribuintes, nem sujeitos passivos, da relao de imposto. O substituto como o responsvel, como o devedor solidrio, como o sucessor devem o imposto, so devedores, porque so contribuintes, porque so sujeitos passivos a relao jurdica de imposto. Apenas no so sujeitos passivos, nem contribuintes, nem devedores originrios. O sujeito tributrio passivo pode s-lo por um dbito originrio ou por um dbito no originrio. O dbito do sujeito tributrio passivo normalmente originrio. Mas tambm quanto ao carcter originrio do dbito tributrio importa ter presente que aquele carcter no coincide sempre e necessariamente com o desenvolvimento normal da relao jurdica de imposto. No sero sujeitos passivos no originrios apenas as pessoas daquela relao. H casos em que a entidade obrigada a pagar na base de um desenvolvimento normal da relao de imposto um sujeito passivo no originrio. Assim acontece com os substitutos de imposto, chamados a pagar a prestao tributria normalmente, isto , na base de um desenvolvimento normal da relao jurdica de imposto. Mesmo assim, os substitutos de impostos so devedores, sujeitos passivos, no originrios; porquanto em relao a eles no se estabelece uma presuno de benefcio que justifique a incidncia tributria. A atribuio de personalidade tributria passiva depende de vnculos de carcter poltico e econmico. o factor poltico que fixa os limites da atribuio no espao. A ordem jurdico-fiscal tributa situaes econmicas, mas apenas aquelas que se desenvolvem na esfera da respectiva soberania. Esta esfera limitada por elementos polticos, tais como a cidadania, o domiclio, a residncia, a passagem pelo territrio estadual, a situao de bens nesse mesmo territrio, a propositura de uma aco judicial perante os Tribunais do Estado, etc. Assim, sujeito passivo de uma relao tributria predial, ou de contribuio autrquica, ser quem se presume auferir um rendimento elemento econmico proveniente de um prdio situado no territrio do Estado elemento poltico: ser sujeito de uma relao tributria de imposto do selo quem, tendo celebrado um contrato no estrangeiro, queira invoc-lo perante a ordem jurdica portuguesa. Personalidade tributria em especial: No basta o gozo de personalidade tributria passiva, em geral, para que uma entidade se integre, como sujeito passivo, em qualquer tipo de obrigao de imposto. A estrutura caracterstica de cada espcie tributria exige preenchimento de certos requisitos de cuja verificao depende a personalidade tributria em especial. As isenes pessoais ou subjectivas, funcionam como condies negativas relativamente atribuio de personalidade tributria passiva especfica. Esta s ser atribuda a certa entidade se ela no beneficiar de uma iseno. As isenes quer as subjectivas quer as objectivas no devem confundir-se com as situaes de no incidncia. Para que se verifique uma iseno tributria indispensvel precisamente uma situao de incidncia, da qual a iseno tem o efeito de afastar uma pessoa caso de iseno subjectiva ou um bem caso da iseno objectiva.Substituio tributaria: Verifica-se quando por imposio da lei, a prestao tributria for exigida a pessoa diferente do contribuinte, artigo 20 n1 LGT. A substituio tributaria e efectivada atravs do mecanismo da reteno na fonte, artigo 20 n2 LGT. A RETENO NA FONTE so constitudas retenes as entregas pecunirias efectuadas por dedues nos rendimentos pagos ou postos disposio do titular pelo substitudo tributrio, artigo 34 LGT, temos retenes a titulo de pagamento por conta do imposto devido e retenes a titulo definitivo (caso das taxas liberatrias). A Substituio total, quando a substituio abrange tanto a obrigao de imposto como a generalidade das obrigaes acessrias. Neste caso o substituto o nico sujeito passivo de todos os vnculos obrigacionais da relao jurdico fiscal. A Substituio parcial, verificada quando o substitudo tiver de cumprir a generalidade ou algumas das obrigaes acessrias. A substituio tributria concretiza-se numa relao tipo triangular, entre o substituto, a administrao fiscal e o contribuinte ou substitudo. De acordo com o artigo 28 LGT h na substituio trs situaes de responsabilidade tributaria, primeira no caso de o imposto te sido retido e no entregue nos cofres do estado, o substituto o nico responsvel, ficando o substitudo desonerado e qualquer responsabilidade pelo pagamento. Na segunda hiptese de a reteno ser efectuada a titulo de pagamento por conta do imposto do substitudo ou contribuinte, cabe a este a responsabilidade originaria pelo imposto no retido e ao substituto a responsabilidade subsidiaria, ficando ainda este sujeito aos juros compensatrios desde o termo do prazo para a apresentao da declarao pelo contribuinte ou at data da entrega do imposto retido. Na terceira hiptese quando nos restantes casos de reteno na fonte, casos em que a reteno a ttulo de pagamento definitivo, o substitudo apenas subsidiariamente responsvel pelo pagamento da diferena entre as importncias que deixam ter sido deduzidas e as que efectivamente o foram.Solidariedade tributria: Quando o credor do imposto pode exigir o cumprimento integral da divida tributaria, nos termos do artigo 22 n1 LGT, tanto ao devedor como ao responsvel. Quando a lei especificamente o prescreva, quando os pressupostos de facto tributrio se verifiquem em relao a mais de uma pessoa, todas so solidariamente responsveis pelo cumprimento da divida tributaria, artigo 21 n1 LGT, quando no caso de liquidao de sociedades de responsabilidade limitada em que os scios so solidariamente responsveis co aquelas e entre si pelos impostos em divida, artigo 21 n1 LGT. No caso comtemplado no artigo 26 LGT, segundo a qual na liquidao de qualquer sociedade, os liquidatrios devem comear por satisfazer as dvidas fiscais, sob pena de ficarem pessoalmente e solidariamente responsveis pelas importncias respetivas. Na hiptese do artigo 27 LGT entre outros.Responsabilidade tributaria: de acordo com o disposto nos artigos 22 n3 e artigo 23 LGT, por via de regra de natureza subsidiaria face ao devedor originrio, embora possa ser subsidiaria ou solidaria na relao entre os diversos responsveis no caso de pluralidade de responsveis tributrios. O responsvel tributrio chamado ao pagamento do imposto porque o devedor originrio no o pagou oportunamente e em processo de execuo fiscal apurou-se a inexistncia ou insuficincia de bens. O objectivo o reforo da garantia de cumprimento da obrigao fiscal, atravs da responsabilidade pelo pagamento de pessoas diversas do devedor originrio. A responsabilidade tributria abrange a divida tributria, os juros e demais encargos legais. Por egra, a responsabilidade tem natureza subsidiria, artigo 22 n3 LGT. No regime da responsabilidade solidria o credor do imposto pode exigir o cumprimento integral da divida tributria tanto ao devedor como ao responsvel ou responsveis. O que acontece excepcionalmente quando a lei especificamente o prescreva. No regime da responsabilidade subsidiria o credor do imposto s pode exigir o cumprimento da obrigao ao responsvel em sede de execuo fiscal e apos prvia execuo dos bens do devedor originrio, s depois de uma execuo em primeira linha do devedor originrio. No caso de haver pluralidade de responsveis a responsabilidade pode ter natureza solidaria ou conjunta. Por regra, a responsabilidade tem natureza conjunta, artigo 513 CC, ou seja a cada responsvel s pode ser exigido a sua parte proporcional da divida.Transmisso da obrigao fiscal: de acordo com artigo 29 n1 e 3 LGT, o princpio geral o da intransmissibilidade dos crditos e dividas tributarias. Assim salvo disposio em contrrio da lei, os crditos e as dvidas tributarias so insuscetveis de transmisso. Constituem disposies em contrario, a transmisso pelo lado activo ou sub-rogao nos direitos da fazenda publica, artigo 41 n2 LGT. E transmisso pelo lado positivo ou sucesso legal, artigo 29, n2 LGT.Extino da obrigao fiscal: A forma normal de extino da obrigao fiscal o seu cumprimento que pode ser voluntario ou coercivo, artigo 40 LGT e 84 e ss. CPPT. Facto tributrio est sujeito ao princpio da tipicidade (fechada), o que leva a alguma especificao na integrao de lacunas, toda a riqueza ou rendimento possvel de imposto. Subsuno do facto norma, aplica-se ao facto tributrio a norma que potncia a determinao de imposto. O cumprimento, ou pagamento, constitui a forma normal de extino da obrigao tributria, como de qualquer outra. O princpio fundamental em matria de cumprimento o da pontualidade, o que significa que o cumprimento h-de corresponder, em todos os aspectos ao montante poca, ao local e ao modo. A pontualidade no exige, normalmente, que a obrigao deva ser cumprida pelo prprio sujeito passivo, directamente ou atravs dos seus representantes, legais ou voluntrios. Compreende-se bem que assim seja em relao generalidade das prestaes tributrias, por no se tratar de prestaes de coisa, ou de facto, mas sim, normalmente, de prestaes pecunirias. No entanto, algumas prestaes acessrias podero ser exigidas pessoalmente do contribuinte. A prestao tributria dever ser realizada no prazo e no local estabelecidos e pela forma legalmente prevista. Quanto ao prazo do cumprimento, ele muitas vezes estabelecido directamente pela lei, que tem definido um perodo de cobrana boca do cofre, durante o qual os impostos podem ser pagos sem juros de mora, um perodo de cobrana voluntria, durante o qual os impostos j s podem ser pagos acrescidos dos respectivos juros de mora, e um perodo de cobrana coerciva, iniciado com o relaxe das contribuies. Assim acontece com os impostos directos peridicos. Prescrio da obrigao tributria: Como qualquer outra obrigao tambm a relao jurdica de imposto se extingue quando o cumprimento respectivo no realizado num certo perodo de tempo. Importa determinar qual seja o momento em que esse perodo se inicia e qual a sua durao, artigo 48 e 49 LGT. No Direito Privado tem-se entendido que o instituto da prescrio extintiva encontraria o seu fundamento na negligncia, no desinteresse, do credor, que seriam interpretados como renncia tcita ao seu direito. E como geralmente se afirma que os crditos tributrios so irrenunciveis, poderia tambm julgar-se que as obrigaes tributrias no fossem prescritveis. Mas o instituto da prescrio encontra tambm fundamento na certeza e na estabilidade das relaes sociais, que no se compadecem com a cobrana de impostos cujos pressupostos, ou cujo vencimento, se situem em pocas muito remotas. Dao em cumprimento: de acordo com o artigo 40 n2 LGT s admitida nos casos expressamente previstos na lei. Em termos gerais, prevista no CPPT que admite quer antes da instaurao da execuo fiscal, no mbito de processo conducente celebrao de acordo de recuperao de crditos d estado, artigo 87, quer no prprio processo de execuo fiscal, artigo 201 ss. Compensao: de acordo com o artigo 40 n2 LGT s admitida nos casos expressamente previstos na lei. O CPPT configura-a actualmente como modo geral de extino da obrigao fiscal. Um modo que conhece duas modalidades: compensao por iniciativa da administrao fiscal, artigo 89 e compensao por iniciativa do contribuinte, artigo 90. Distino entre caducidade e prescrio: A distino entre caducidade e prescrio , hoje, pacfica na doutrina e jurisprudncia. Partindo de um conceito comum de prescrio em sentido lato, cedo a doutrina concluiu pela necessidade de distinguir duas situaes ou momentos distintos: o momento do exerccio do direito e, posteriormente, a extino desse mesmo direito. Ou seja, na caducidade, regulamenta-se o prazo para o exerccio do direito de liquidao pelo Estado. Na prescrio, estipula-se um determinado prazo, findo o qual, extingue-se o direito. Na base destes institutos esto razes de interesse pblico e de segurana jurdica nas relaes sociais. No seria aceitvel que num Estado de Direito determinada dvida fosse exigvel a todo o tempo e ainda mais prejudicial seria a inexistncia de um prazo limite para a definio da dvida a pagar.Garantias da obrigao fiscal: Garantias tributrias em geral: O cumprimento de qualquer obrigao acha-se assegurado pela faculdade conferida ao credor de obter coercivamente do devedor a respectiva prestao. A aco creditria sobre o patrimnio do devedor constitui, a garantia comum das obrigaes (arts. 601 e 817 CC). Tambm o patrimnio do sujeito tributrio passivo constitui a garantia geral das obrigaes fiscais. Mas estas beneficiam de um regime particularmente favorvel quanto aco creditria sobre o patrimnio do devedor, que corresponde execuo fiscal. Em regra, a realizao coerciva do interesse do credor precedida de uma aco declarativa, na qual se reconhea o crdito, embora esse reconhecimento prvio no seja, muitas vezes, necessrio, como no caso da aco, da letra, que so ao mesmo tempo declarativas e executivas.Garantias tributrias em especial: So pessoais, as garantias resultantes da responsabilidade que as leis fiscais frequentemente atribuem no sentido de melhor assegurar o cumprimento da obrigao tributria pela vinculao de outras pessoas, alm do obrigado originrio. So garantias reais ou privilgios creditrios, estabelecidos em favor da Fazenda Nacional e das Autarquias Locais, a hipoteca legal, de que uma e outra gozam, e ainda a prestao de cauo, em alguns casos admitida. Admite ainda a lei que o cumprimento da obrigao tributria seja assegurado atravs de uma cauo pelos contribuintes que queiram beneficiar de certas vantagens, nomeadamente exercer determinados direitos, sem pagamento prvio de imposto que, em princpio, seria exigvel.Juros de mora e compensatrios como garantias tributrias: Se o imposto no for pago no prazo legalmente estabelecido, comeam a vencer-se juros de mora, a uma taxa mensal de 2%. Os juros de mora s sero devidos quando o cumprimento no tenha sido pontual. Mas poder no haver mora do contribuinte e, no entanto, o pagamento ser retardado por se ter procedido tardiamente s operaes de lanamento e liquidao. Se esse atraso no for imputvel ao contribuinte, este s ter que realizar a prestao tributria, no acrescida de quaisquer juros. Mas se tal atraso lhe for atribuvel, prestao acrescero juros de compensatrios, sem prejuzo das multas e outras penas porventura aplicveis. Tambm as multas fiscais e outros meios compensatrios, podero, em termos paralelos constituir garantias de cumprimento da obrigao tributria.