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Direito processual civil contemporâneo: teoria … · Acesso à Justiça e Princípios Processuais. Jurisdição, competência, cooperação, ação e processo. Partes, litisconsórcio

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ISBN978-85-472-0991-9

Pinho,HumbertoDallaBernardinadeDireitoprocessualcivilcontemporneo:teoriageraldoprocesso/HumbertoDalla

BernardinadePinho.7.ed.SoPaulo:Saraiva,2017.Volume11.Processocivil2.Processocivil-BrasilI.Ttulo.16-0626CDU347.9(81)

ndicesparacatlogosistemtico:

1.Brasil:Direitoprocessualcivil347.9(81)

2.Brasil:Processocivil347.9(81)

PresidenteEduardoMufarej

Vice-presidenteClaudioLensing

DiretoraeditorialFlviaAlvesBravin

Conselhoeditorial

PresidenteCarlosRagazzo

GerentedeaquisioRobertaDensa

ConsultoracadmicoMuriloAngeli

GerentedeconcursosRobertoNavarro

GerenteeditorialThasdeCamargoRodrigues

AssistenteeditorialPolianaSoaresAlbuquerque

ProduoeditorialAnaCristinaGarcia(coord.)|LucianaCordeiroShirakawaClarissaBoraschiMaria(coord.)|KelliPriscilaPinto|MarliaCordeiro|MnicaLandi|

TatianadosSantosRomo|TiagoDelaRosa

Diagramao(LivroFsico)MuiraquitEditoraoGrfica

RevisoAlbertinaPiva

ComunicaoeMKTElaineCristinadaSilva

CapaCasadeIdeias/DanielRampazzo

Livrodigital(E-pub)

Produodoe-pubGuilhermeHenriqueMartinsSalvador

ServioseditoriaisSuraneVellenich

Datadefechamentodaedio:6-10-2016

Dvidas?

Acessewww.editorasaraiva.com.br/direito

NenhumapartedestapublicaopoderserreproduzidaporqualquermeioouformasemaprviaautorizaodaEditoraSaraiva.

AviolaodosdireitosautoraiscrimeestabelecidonaLein.9.610/98epunidopeloartigo184doCdigoPenal.

http://www.editorasaraiva.com.br/direito

Acesso Justia e Princpios Processuais. Jurisdio, competncia,

cooperao, ao e processo. Partes, litisconsrcio e terceiros. Sujeitos do

processo.Atosprocessuaiseprocessoeletrnico.Tutelaprovisria.Formao,

suspenso e extino do processo. Aes Constitucionais. Juizados Especiais

Estaduais,FederaisedaFazendaPblica.TutelaColetiva.Meiosadequadosde

composio de litgios (negociao, conciliao, mediao e arbitragem).

Atualizado de acordo com o Novo CPC Lei n. 13.105/2015, com a Lei de

ArbitragemLein.13.129/2015,comaLeideMediaoLein.13.140/2015,

comasLeisn.13.245/2016(quealterouoEstatutodaOAB),13.256/2016(que

alterou o novo Cdigo de Processo Civil) e 13.300/2016 (que disciplinou o

processo e o julgamento do mandado de injuno). De acordo com a

jurisprudnciapredominantedoSupremoTribunalFederaledoSuperiorTribunal

de Justia (smulas, recursos extraordinrios com repercusso geral e recursos

especiaisrepetitivos).

Beatriz,

Por mais que procure, no consigo encontrar palavras para descrever meu

sentimentoporvoc.

Desdeomomentoemquetevi,pelaprimeiravez,topequenininha,natelada

ultrassonografia,soubequeestavairremediavelmenteapaixonado.

Seunascimentodeuumnovosentidominhavida.

Vocmeensinouosentidodeamar,naformamaispuraeintensapossvel!

Sumrio

Dedicatria

Agradecimentos

Prefcio

Apresentao

NotaSegundaEdio

NotaTerceiraEdio

NotaQuartaEdio

NotaQuintaEdio

NotaSextaEdio

NotaStimaEdio

Primeiraspalavras

captulo1-DireitoProcessual:conceito,naturezaeoacessoJustia

1.1Consideraesintrodutrias

1.2Asformasdecomposiodosconflitos

1.2.1Autodefesa(ouautotutela)8

1.2.2Autocomposio

1.2.3HeterocomposioeJuzoArbitral

1.2.4Jurisdio/processo

1.3Correntesunitaristaedualistadacinciaprocessual

1.4MovimentosdeacessoJustia

captulo2-FontesdoDireitoProcessualCivilBrasileiro

captulo3-Evoluohistrica

captulo4-PrincpiosgeraisdoDireitoProcessualCivil

4.1Generalidades

4.2Osprincpiosemespcie

4.2.1Devidoprocessolegal

4.2.2Isonomiaouigualdadeentreaspartes

4.2.3Contraditrio102eampladefesa

4.2.4Juiznatural

4.2.5Inafastabilidadedocontrolejurisdicional

4.2.6Publicidadedosatosprocessuais

4.2.7Motivaodasdecisesjudiciais

4.2.8Impulsooficialdoprocesso

4.2.9Inadmissibilidadedaprovaobtidapormeiosilcitos

4.2.10Livreconvencimentomotivadooupersuasoracionaldojuiz

4.2.11Economiaprocessual

4.2.12Duraorazoveldoprocesso

4.2.13Cooperao135

4.2.14Conciliao

4.2.15Duplograudejurisdio

4.3Anoodeprocessojustoeasgarantiasfundamentais

4.4OIMPACTOdonovoCPCNAPRINCIPIOLOGIACONSTITUCIONAL-PROCESSUAL

captulo5-Anormaprocessual:interpretaoeintegraoeficcianotempoenoespao

5.1Identificaodanormaprocessual

5.2Dimensoespacialetemporaldanormaprocessual

5.3FORMASDEINTERPRETAODANORMAprocessual

5.4Meiosdeintegrao

5.5Oimpactodoneoconstitucionalismoeanovahermenutica

captulo6-Jurisdio:funojurisdicionaldistinodasoutrasfunesdoEstadoajurisdiovoluntria

6.1Funesestataistpicas

6.2Conceito

6.3Caractersticas

6.4Princpiosdajurisdio

6.5Elementosdajurisdio

6.6Espciesdejurisdio

6.7Teoriasquantodenominadajurisdiovoluntria

6.7.1Teoriaclssicaouadministrativista

6.7.2Teoriarevisionista

6.8Ajurisdioeacooperaointernacional

captulo7-rgosdafunojurisdicional:organizaofederaleestadual

7.1Disciplinabsica,funesemissodoPoderJudicirio

7.2rgosdoPoderJudicirio

captulo8-Ao:conceito,naturezajurdica,espcies,condiesparaseuregularexerccioedireitodedefesa

8.1Noo

8.2Teoriasacercadanaturezajurdicadaao

8.2.1TeoriaImanentista,Civilista,ouClssica

8.2.2TeoriadoDireitoConcretodeAo(TeoriaConcreta)

8.2.3TeoriadaAocomoDireitoPotestativo

8.2.4TeoriadaAocomoDireitoAbstrato

8.2.5TeoriaEcltica

8.3Caractersticas

8.4Conceito

8.5Condiesdaao

8.5.1Noo

8.5.2Condiesgenricas

8.5.2.1Legitimidadedaspartes:alegitimidadeadcausam

8.5.2.2Interesseprocessualemagir317

8.5.2.3Aexclusodapossibilidadejurdicadopedidodoroldecondiesparaoregularexercciododireitodeao

8.5.3Condiesespecficas

8.5.4Aferiodascondiesdaao

8.6Elementosdaao

8.6.1Partes329

8.6.1.1Litisconsrcio

8.6.1.2Intervenodeterceiros

8.6.2Causadepediroucausapetendi

8.6.3Pedido

captulo9-Competncia:conceito,naturezajurdica,espcies,critriosdedeterminao,causasdemodificao,incompetnciaeconflitodecompetncia

9.1Conceitoenaturezajurdica

9.2Princpiosqueregemacompetncianodireitobrasileiro

9.3Critriosdedeterminaodacompetncia

9.3.1Competnciaecooperaointernacionais

9.3.1.1Competnciainternacional

9.3.1.2Cooperaointernacional

9.3.2Competnciainterna

9.4Concretizaodajurisdio363

9.5Incompetnciaabsolutaerelativa

9.6Causasdemodificaodacompetncia

9.6.1Conexo

9.6.2Continncia

9.6.3Inrcia

9.6.4Vontadedaspartes

9.7Conflitodecompetncia

9.8Forosespeciais

9.8.1Forodoruincapaz

9.8.2Forodoguardiodeincapaz

9.8.3Forododomicliodoalimentando

9.8.4Foroparaasaesdereparaodeacidentedetrnsito

9.8.5Forododomicliodoconsumidor

9.8.6Outrashipteses

9.9CooperaoNacional

captulo10-Sujeitosdoprocesso.Partes.Litisconsrcio.Terceiros

10.1Juiz:sujeitoimparcialdoprocesso

10.2Demandanteedemandado:sujeitosparciaisdoprocesso

10.2.1Conceito

10.2.2Litisconsrcio

10.2.3Intervenodeterceiros

10.2.3.1Assistnciaedemaisformasdeintervenovoluntria

10.2.3.2Denunciaodalide

10.2.3.3Chamamentoaoprocesso

10.2.3.4Oincidentededesconsideraodepersonalidadejurdica

10.2.3.5Oamicuscuriae

10.2.3.6Correonopolopassivodademanda

captulo11-OadvogadoeoEstatutodaOAB.ODefensorPblico

11.1Princpiosgeraisdaadvocacia

11.2Direitosedeveresdoadvogado

11.3AdvocaciaPblica

11.4DefensoriaPblica

captulo12-OjuizeoEstatutoJurdicodaMagistratura

12.1Disposiesconstitucionais

12.2Poderes,devereseresponsabilidadesdojuiz

12.3Impedimentosesuspeies

12.4AuxiliaresdaJustia

captulo13-OMinistrioPblicoeseuEstatutoJurdico

13.1Origensefeiopr-Constituiode1988

13.2AnaturezapolticadoMinistrioPblico

13.3OMinistrioPbliconaConstituiode1988

13.4AparticipaodoMinistrioPblicononovoCPC

13.5ApolarizaodaatuaodoMinistrioPbliconosdireitoscoletivos

captulo14-Processo:conceito,naturezajurdicaeespcies

14.1Noo

14.1.1Processo,procedimentoeautos

14.1.2Funesatribudasaoprocesso

14.2Teoriassobreanaturezajurdicadoprocesso

14.2.1Teoriasprivatistas

14.2.1.1Teoriadoprocessocomoumcontrato

14.2.1.2Processocomoumquasecontrato

14.2.2Teoriadarelaojurdicaprocessual

14.2.3Teoriadoprocessocomosituaojurdica

14.2.4Teoriadoprocessocomoinstituio

14.2.5Teoriadoprocessocomoprocedimentoemcontraditrio611

14.2.6Teoriadoprocessocomocategoriacomplexa

14.2.7Teoriadoprocessocomocategoriajurdicaautnoma

14.3Conceitoenaturezajurdicadoprocesso

14.4Classificaodosprocessos

14.4.1Processodeconhecimento

14.4.2Processodeexecuo

14.5Classificaodassentenas

captulo15-Aspectoseconmicoseticosdoprocesso

15.1Aspectoseconmicos

15.1.1Noesgerais

15.1.2Despesasprocessuais

15.1.3Honorriosadvocatcios

15.1.3.1Origemenaturezajurdica

15.1.3.2Histricodoshonorriosnoordenamentojurdicobrasileiro

15.1.3.3InovaesdonovoCPCemrelaoaoshonorriosdesucumbncia

15.1.3.4Honorriosdesucumbncia:captuloautnomodasentena

15.1.4Gratuidadedejustia

15.1.4.1Regrasgerais

15.1.4.2Procedimentoparaaconcessoeparaaimpugnaodegratuidadedejustia

15.2Aspectosticosdoprocesso

15.2.1Repressom-f.Responsabilidadepordanoprocessual

15.2.2Acooperaocomonovoparmetroticodossujeitosdoprocesso

captulo16-Processoeletrnico

16.1Oprocessoeletrnico

16.2Odireitoprocessual,ainformticaeoacessoJustia

16.3HistricodoprocessoeletrniconoBrasil

16.4Princpiosdoprocessoeletrnico

16.4.1Princpiodaigualdade

16.4.2Princpiododevidoprocessolegal

16.4.3Princpiosdocontraditrioedaampladefesa

16.4.4Princpiodapublicidade

16.4.5Princpiodaduraorazoveldoprocesso

16.4.6AcessoJustia

16.4.7Princpiodaoralidade

16.4.8Princpiodainstrumentalidadedasformas

16.4.9Princpiodalealdadeprocessualedaboa-f

16.4.10Princpiodaceleridade

16.5ALEIDOPROCESSOELETRNICO(LEIN.11.419/2006)

16.6AResoluon.185/2013doCNJ

16.7DisposiessobreprocessoeletrnicononovoCPC

captulo17-Atosprocessuais.Teoriageraleespcies.Nulidades

17.1Classificaodosatosprocessuais

17.2Atosentrejuzos

17.3Atosentrejuzoepartes

17.4Tempodosatosprocessuais

17.5Lugardosatosprocessuais

17.6Formadosatosprocessuais

17.6.1Normasgerais

17.6.2Convenesprocessuaiseprocessocalendrio

17.7Prazosdosatosprocessuais

17.8Princpiosdosatosprocessuais

17.9DEFEITOSDOSATOSPROCESSUAIS

17.9.1Consideraesiniciais

17.9.2Modalidadesdeatosprocessuaisdefeituosos

17.9.3Princpiosaplicveisaosdefeitosdosatosprocessuais

17.9.4RegramentoimpostoaotemapelonovoCPC

17.10ATOSDEDISTRIBUIOEREGISTRO

17.11ATOSRELATIVOSAOVALORDACAUSA

captulo18-Relaojurdicaprocessualepressupostosprocessuais

18.1Caractersticasdarelaojurdicaprocessual

18.2Objetodarelaojurdicaprocessual

18.3Pressupostosprocessuais

captulo19

Objetodacognio:questesprviasemrito

19.1Questes

19.1.1Questesprvias

19.1.1.1Questoprviapreliminar

19.1.1.2Questoprviaprejudicial

19.1.2Questoprincipal

captulo20-Tutelaprovisria

20.1OBSERVAESINTRODUTRIAS

20.2REGRASGERAISINTRODUZIDASPELONOVOCPC

20.3MODALIDADES

20.3.1Tuteladeurgncia

20.3.1.1Disposiesgerais

20.3.1.2Tutelaantecipadarequeridaemcarterantecedente

20.3.1.3Tutelacautelarrequeridaemcarterantecedente

20.3.2Tuteladaevidncia

captulo21-Formao,suspensoeextinodoprocesso

21.1formaodoprocesso

21.1.1Noesgerais

21.2SUSPENSODOPROCESSO

21.2.1Noesgerais

21.2.2Hiptesesdesuspenso

21.2.2.1Morteouperdadacapacidadeprocessualdequalquerdaspartes,deseurepresentantelegaloudeseuprocurador

21.2.2.2Convenodaspartes

21.2.2.3Arguiodeimpedimentooudesuspeio

21.2.2.4Admissodeincidentederesoluodedemandasrepetitivas

21.2.2.5Questoprejudicial

21.2.2.6Pormotivodeforamaior

21.2.2.7Quandosediscutiremjuzoquestodecorrentedeacidentesefatosdanavegaodecompetnciadotribunalmartimo

21.2.2.8NosdemaiscasosqueesteCdigoregula

21.3EXTINODOPROCESSO

21.3.1Noesgerais

21.3.2Modalidadesdeextinodoprocessosemresoluodomrito

21.3.2.1Indeferimentodapetioinicial

21.3.2.2Neglignciadaspartespormaisdeumano

21.3.2.3Omissodoautorpormaisdetrintadias

21.3.2.4Ausnciadospressupostosdeconstituioedesenvolvimentoregulardoprocesso

21.3.2.5Perempo,litispendnciaecoisajulgada

21.3.2.6Faltadascondiesdaao

21.3.2.7Convenoarbitral

21.3.2.8Desistnciadaao

21.3.2.9Intransmissibilidadedaao

21.3.2.10Outroscasos

21.3.3Hiptesesderesoluodomrito

21.3.3.1Acolhimentoourejeiodopedido

21.3.3.2Prescrioedecadncia

21.3.3.3Reconhecimentodopedidopeloru

21.3.3.4Transao

21.3.3.5Rennciaaodireito

captulo22-JuizadosEspeciaisCveis

22.1Noesgerais

22.1.1ImpactodoCPC/2015nomicrossistemadosJuizadosEspeciais

22.2Histrico

22.3FilosofiadosJuizadosEspeciais

22.4Princpiosfundamentais

22.5EstruturadosJuizadosEspeciais:acessibilidade,operosidade,utilidadeeproporcionalidade

22.6JuizadosEspeciaisestaduais

22.6.1Noesgerais

22.6.2Competncia

22.6.3Capacidadedeserparte

22.6.4Litisconsrcioeintervenodeterceiros

22.6.5Procedimento

22.6.6Conciliadoresejuzesleigos

22.6.7Atosprocessuaisepedido

22.6.8Citaes,intimaeserevelia

22.6.9Daconciliaoedaarbitragem

22.6.10Instruo,julgamentoeprovas

22.6.11Respostadoru

22.6.12Sentenaerecurso

22.6.13Extinodoprocessosemresoluodomrito

22.6.14Turmanacionaldeuniformizao

22.6.15Execuoeprocedimentos

22.7JuizadosEspeciaisFederais

22.7.1Noesgerais

22.7.2Competncia

22.7.3Capacidadeprocessual

22.7.4Procedimento

22.7.5Atosprocessuais

22.7.6ArbitragemeJuizadoFederal

22.7.7Sentena

22.7.8Recursos

22.7.9Uniformizaodejurisprudncia.Turmasdeuniformizao.Recursosdasdecisesecompetncia

22.7.10AexecuodosprovimentosdosJuizadosFederais

22.8JuizadosEspeciaisdaFazendaPblica

22.8.1Noesgerais

22.8.2Competncia

22.8.3Capacidadedeserparte

22.8.4Procedimento

22.8.5Atosprocessuais

22.8.6Arbitragemejuizado

22.8.7Sentena

22.8.8Recursos

22.8.9Uniformizaodejurisprudncia.Recursosdasdecisesecompetncia

22.8.10AexecuodosprovimentosdosJuizadosdaFazendaPblica

22.8.11Disposiestransitrias

captulo23-Tutelacoletiva

23.1Atutelacoletivaeosnovosdireitos

23.2Evoluolegislativa

23.3Espciesdedireitosmetaindividuais

23.4Princpiosdatutelacoletiva

23.5Aspectosprocedimentaisdatutelacoletiva

23.6PeculiaridadesdaaocoletivanoEstatutodoIdoso

23.7AaocoletivanaLeiMariadaPenha

23.8ALein.11.448/2007ealegitimidadedaDefensoriaPblicaparaaproposituradeaescoletivas

23.9ALein.12.288/2010(EstatutodaIgualdadeRacial)

23.10Aesconstitucionaisdecartercoletivo

23.10.1Aopopular

23.10.1.1Notasgerais.AaopopularcomoinstrumentodecontrolejudicialdosatosdoEstado

23.10.1.2Conceitoecaractersticas

23.10.1.3Legitimidade

23.10.1.4Competncia

23.10.1.5Procedimento

23.10.1.6Coisajulgadaeexecuo

23.10.1.7OpapeldoMinistrioPblico

23.10.1.8Questescontrovertidas

23.10.2Mandadodeseguranacoletivo

23.10.2.1Conceito

23.10.2.2Legitimidadeativa

23.10.2.3Legitimidadepassiva

23.10.2.4Procedimentoecompetncia

23.10.3Aocivilpblica

23.10.3.1Legitimidadeelitisconsrcio

23.10.3.2Competnciaelitispendncia

23.10.3.3Procedimento

23.10.3.4Tutelasdeurgncia

23.10.3.5Desistnciaeabandonodaaocivilpblica

23.10.3.6Sentenaecoisajulgada

23.10.3.7Execuo

23.10.3.8ImpactodoCPC/2015nomicrossistemadatutelacoletiva

captulo24-Aesconstitucionais

24.1Mandadodesegurana

24.1.1Definio

24.1.2Baseconstitucionalelegal

24.1.3Naturezajurdica

24.1.4Histrico

24.1.5Legitimidadeativa

24.1.6Falecimentodoimpetrante

24.1.7Requisitos(oupressupostosparaaconcessodasegurana)

24.1.8Modalidades

24.1.9Momentodaimpetrao

24.1.10Hiptesesespeciaisdeatosimpugnados

24.1.11Mandadodeseguranacontradecisojudicial

24.1.12DomandadodeseguranacontradecisoproferidaporJuizadosEspeciaisCveis

24.1.13Mandadodeseguranaemfacedeinquritocivil

24.1.14Legitimidadepassivaoproblemadaidentificaodaautoridadecoatora

24.1.15Competncia

24.1.16Procedimento

24.1.17Liminar

24.1.18Notificaodaautoridadecoatora

24.1.19Prazodeimpetrao

24.1.20Constitucionalidadedafixaodoprazo

24.1.21Contagemdoprazo

24.1.22Asinformaes

24.1.23Efeitosdarevelia

24.1.24Arguiesincidentes

24.1.25Desistnciadaimpetrao

24.1.26Asentena

24.1.27Remessanecessria

24.1.28Recursos

24.1.28.1Legitimidaderecursal

24.1.28.2Recursosemespcie

24.1.29Coisajulgada

24.1.30Dasuspensodaliminaredasegurana

24.1.30.1Legitimidade

24.1.30.2Caractersticasecompetncia

24.1.30.3Procedimento

24.1.31Execuo

24.1.32Parcelasatrasadas

24.1.33AparticipaodoMinistrioPblico

24.2MandadodeInjuno

24.2.1Previsonormativa

24.2.2Objeto

24.2.3Legitimidade

24.2.4Procedimento

24.2.5Competncia

24.2.6Aodeinconstitucionalidadeporomisso

24.3Habeasdata

24.3.1Previsoconstitucionaleprevisolegal

24.3.2Legitimao

24.3.3Objeto

24.3.4Afasepr-processual

24.3.5Afasejudicial

24.3.5.1Petioinicial

24.3.5.2Liminar

24.3.5.3MinistrioPblico

24.3.5.4Sentenaecoisajulgada

24.3.5.5Recursos

24.3.6Competncia

24.3.7Lein.12.527/2011

24.4ReclamaoConstitucional

24.4.1Aspectolegal

24.4.2Aspectojurisprudencial

captulo25-Mecanismosadequadosdesoluodeconflitos

25.1Visogeral

25.2Classificaesdasviasalternativas

25.3Principaismodalidades

25.3.1Negociao

25.3.2Mediao

25.3.2.1Conceito

25.3.2.2Evoluolegislativa

25.3.2.3Elementos,espciesebarreiras

25.3.2.4Oprocessodemediao.Notascaractersticas.Filtragemeadequaotpicadosconflitos

25.3.2.5AMediaonoCPC/2015enaLein.13.140/2015

25.3.2.6Perspectivasparaodireitobrasileiro

25.3.2.7PerspectivasnaEuropa

25.3.2.8Aquestodamediaoobrigatria

25.3.3Arbitragem

25.3.3.1Filosofia

25.3.3.2Definio

25.3.3.3Juzoarbitral

25.3.3.4Naturezajurdica

25.3.3.5ALein.9.307/96.Constitucionalidade

25.3.3.6Sujeitoeobjetodaarbitragem

25.3.3.7Princpiosdaarbitragem

25.3.3.8Convenodearbitragem

25.3.3.9Orbitro

25.3.3.10Aspectosprocedimentais

25.3.3.11Sentenaarbitral

25.3.3.12Nulidadedasentenaarbitral

25.3.3.13Efetivaodadecisoarbitral

25.3.3.14DisposiesnonovoCPCenaLein.13.129/2015

Refernciasbibliogrficas

Texto4Capa

TextoOrelha(Capa)

Dedicatria

Este curso dedicado ao Professor Paulo Cezar Pinheiro Carneiro, como

sinaldereconhecimentoportodososensinamentosrecebidos.

PCPC ou (PC2), como carinhosamente chamado pelos alunos, foi meu

professordurantetodoocursonagraduaodaUERJ,desdeTGPIatProcesso

Civil IV. Com ele aprendi desde a teoria dos institutos fundamentais at o

exercciodadocncia,ocuidadocomatcnicajurdicaeaatenoquesedeve

dispensarsempreaosalunos.

Foitambmmeuorientadornadissertaodemestradoetesededoutoradona

UERJ, almde grande incentivador deminha extenso de ps-doutoramento na

UniversityofConnecticut,nosEstadosUnidos,sobasupervisodoProf.Angel

Oquendo.

Seu esprito empreendedor e dinmico, desprendido de homenagens ou

reconhecimentopessoal,masaomesmotempoinsistenteepersistente,apesarde

toda a burocracia que asfixia a universidade pblica brasileira, possibilitou,

dentre outras iniciativas, a implantao de um Juizado Especial Civil, a

reorganizao do Escritrio Modelo, a criao e organizao dos Cursos de

MestradoeDoutoradoemDireitoProcessualnaUERJeacriaodaclnicade

mediao.

ColegaaposentadodoParquetFluminense, convidou-mea integrar aBanca

Examinadora doConcurso de Ingresso, na cadeira deDireitoProcessualCivil,

por diversas vezes, sempre me prestigiando nas mais variadas atividades

acadmicas.

Foi,e,fontedeinspiraoerefernciaparaseusalunos,ex-alunos,colegas

doMinistrioPblicoeestudiososdoProcessoCivilbrasileiro.

,acimadetudo,algumcomumgrandeegenerosocorao.

AoMestre,comrespeito,gratido,lealdade,carinhoeadmirao.

Agradecimentos

,nestemomento,impossvellembraronomedetodososalunosque,direta

ouindiretamente,contriburamparaoprocessodecriaodestaobra.

Quero me referir, contudo, queles que participaram de forma mais

expressiva.

Inicialmente, Bianca Oliveira de Farias (hoje Mestre e Professora

Universitria) e Flvia Pereira Hill (hoje Doutora e Tabeli), que me

presentearam,aofinaldocurso,comversesencadernadasdasaulasministradas

em suas turmas, cujo curso se encerrou em2001.Guardo at hoje, com todoo

carinho,provadetosincerahomenagem.

Com o material inicialmente selecionado, Laura Nahid, Mrcia Gimenes,

MarianaBastoseMrioAugustoGuerreirotrabalharamnacompilaodotexto.

FernandaBatista eDanielleMelome auxiliaramna reviso, notas de rodap e

atualizaoemvirtudedasinmerasalteraesnoCPC.

Glucio Incio da Silveira se encarregou, com a habitual competncia, da

revisodotrabalho.Umavezmaisotextoprecisouseratualizado,emrazodas

leis editadas desde a Emenda n. 45/2004. Recorri, ento, tcnica e precisa

revisodeFlviaVitalBrazil.

Natlia Lamas e Ana Carolina Weber ficaram responsveis pela reviso

ortogrfica,gramatical,deestiloeuniformizaodasrefernciasbibliogrficas.

NovasleisforameditadasdesdealtimaedioeoprojetodonovoCPCfoi

apresentado(2010).Foramnecessriasnovasreviseseatualizaes,queforam

coordenadas por Larissa Pochmann e Renata Berlinski, a fim de que o leitor

tivessesuadisposioumtextosistematizado.

Atodoselesagradeoimensamente.Peoaosdemais,cujosnomesnoforam

registrados por traio de minha memria, mas que me instigaram com suas

perguntas,comentriosesugestes,quesesintamigualmentereconhecidos.

Prefcio

Maisumaveztenhoahonradeserconvidadoparafazeroprefciodonovo

livrodalavradoamigo,ex-alunoe,hoje,doutoreprofessordaUniversidadedo

EstadodoRiodeJaneiro(UERJ),HumbertoDallaBernardinadePinho.

Paraminhasatisfao,nesteseunovo trabalho,oProfessorHumbertoDalla

escreveuumcursocompletodeTeoriaGeraldoProcesso,disciplinaquecultivo

commuitocarinhoededicao.

OlivrooraeditadofeitodavivnciadeHumbertoDallacomoprofessorda

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e composto das aulas de

TeoriaGeraldoProcessoquetemministradoaolongodosanos.

TodasasmatriasqueenvolvemoestudodaTeoriaGeraldoProcesso,desde

oconceitodedireitoprocessual,natureza,asfonteseapartehistricaatateoria

geral dos recursos, do processo de execuo e do processo cautelar, foram

detidamenteexaminadaseescritascomelegncia,profundidadee,sobretudo,com

clareza.Masnos.

O livro contm tambm trabalhos relativos aos movimentos de acesso

Justia, contemplando, emcaptulos prprios, os JuizadosEspeciaisCveis e a

tutelacoletiva,osquaisdemonstramocuidadoeozelodoProfessorHumberto

em fazer uma obra completa que pudesse servir no s a seus alunos, mas,

tambm, a advogados, professores, enfim, todos aqueles que operam com o

direito.

Aleituradolivropermitequeoleitorsaiacomconhecimentobastantepreciso

da Teoria Geral do Processo e pronto para o exerccio da prtica processual,

almdepossibilitaroaprofundamentonareaespecficadoDireitoProcessual

Civil.

TenhoacertezadequeestaobradoProfessorHumbertoterimensosucesso

comoosseusanteriorestrabalhos,sendodeleituraobrigatriaparatodosaqueles

quecultivamodireitoprocessual.

De minha parte, quero expressar, mais uma vez, a minha alegria, o meu

orgulhoesatisfaoporestabelaobraproduzidapeloProfessorHumbertoDalla

BernardinadePinho.

RiodeJaneiro,29dejunhode2007.

PauloCezarPinheiroCarneiro

ProfessorTitulardeTeoriaGeraldoProcessodaUniversidadedoEstadodo

RiodeJaneiro

Apresentao

Honra-meoProf.HumbertoDallacomoconviteparaapresentaroseunovo

livro,DireitoProcessualCivilcontemporneoTeoriaGeraldoProcesso,que

agorapublica,paragudionosdosseusalunoseex-alunosdeGraduaoede

Ps-GraduaonoRiodeJaneiro,mas,tambm,detodososqueconhecemsuas

qualidadescomojurista.

DiscpulodePauloCezarPinheiroCarneiro,que,aoladodeLuizFux,lidera

aescoladeprocessualistasformadanaUniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro

por Jos Carlos Barbosa Moreira, Humberto revela nesta obra capacidade

invejveldeconciliarainsuperveldogmticaconstrudaemquasedoissculos

pelo processualismo cientfico com as novas exigncias de efetividade e de

instrumentalidadedoprocesso,caractersticasdonossotempo.

Expondocomamesmaisenoeomesmoespritocrticotantoasdoutrinase

os institutos tradicionais comoos que emergiramnos ltimos anos no curso de

sucessivosprojetosdereformas,oferecearsenalde informaessuficientepara

queojovemleitorpossaconstruirosseusprprioscritriosdeavaliaodessa

evoluo,desenvolvendoapartirdaosseusestudoscomsolidez.

Ottulodaobrajrepresenta,emsimesmo,umacorajosatomadadeposio.

Embora defenda a unidade cientfica bsica do processo civil e do processo

penal, oAutor se rende realidade de que no possvel construir aomesmo

tempo uma boa teoria geral para ambos, pois se h muitos pontos comuns, h

tambmdivergnciasradicais,quenopodemserignoradas,anoserfalseando

oqueumeoutropossuemdeespecfico.

Arelevnciadenovosinstrumentosdetuteladedireitos,como,porexemplo,

os meios alternativos de soluo de conflitos, os juizados especiais, as aes

coletivas,asnovasfigurasdetuteladaurgnciaeainformatizaosoanalisados

sempre numa perspectiva construtiva e crtica, de evoluo sem rupturas e de

permanente busca do aperfeioamento e da melhoria da qualidade da

administraodaJustiacivil.

No momento em que os manuais mais antigos no conseguem assimilar e

explicaronovoeosmaisrecentesnemsempreconseguemrevelaraimportncia

dosaberconstrudopelasgeraespassadas,estelivropreencheumalacunaeao

mesmo tempo lana um sinal de esperana de que possvel e desejvel

conservareinovar.

O Autor vai, assim, colocando solidamente o seu tijolo no edifcio do

conhecimentodoprocessocivilnoBrasil.

Parabns!

RiodeJaneiro,8dejulhode2007

LeonardoGreco

NotaSegundaEdio

Foicomimensasatisfaoquepudemosconstatarainesperadaeexcepcional

acolhidaqueestamodestaobraobtevedosmaisvariadossetoresdacomunidade

jurdica.

Emmenosdeumanoaprimeiraediojestesgotada,oquenosmotivoua

revisareatualizartodootexto,emrazodasleiseditadasduranteoanode2008,

bemcomoainserireaperfeioaralgunstpicos.

Reposicionamos o captulo antes dedicado apenas ao estudo do acesso

Justia para o captulo introdutrio, por acreditar que tais noes so

verdadeiramentepropeduticasedevemsertransmitidasaoalunadoantesmesmo

doestudodosinstitutosfundamentais,comoajurisdio,oprocessoeaao.

A obra ganha um captulo dedicado aos procedimentos especiais, previstos

dentroeforadoCPC,comoobjetivodefornecerumavisogeraldosdiversos

ritoscontempladosemnossodireitoprocessualcivilpositivado.

Oscaptulos referentesexecuoe tuteladeurgncia so remodeladosde

formaaapresentarasnoesgeraisdosinstitutosdeformasistemtica.

Apesardetodososnossosesforos,diantedoaceleradoritmodolegislador

reformista,certamenteaolongodesteanoedoprximooutrasleisseroeditadas.

Deformaagarantiraatualizaodaobraatquevenhaaprximaedio(se

Deus quiser!), estaremos ofertando material complementar em nosso stio,

sobretudonaseofrum,earquivosdeatualizao,napginainicial,aexemplo

doquejtemosfeitocomoLivrodedicadoLegislaodoMinistrioPblico,

cuja5edioseencontranoprelo.

Nopossoencerrarestabrevenotasemagradeceratodoempenho,dedicao

eprofissionalismodaDra.MarciaDuarte,que,continuandoo trabalho iniciado

pelaDra.FlaviaVitalBrazil, teveparticipao fundamentalparaqueestanova

ediopudesseserpreparadaemtopoucotempo.

Oautor

Junhode2008

NotaTerceiraEdio

Novamente nos debruamos sobre o texto, desta vez para trazer a lume a

terceiraedio.Duranteumanoemeioacompanhamosasinovaeslegislativas

atqueacomunidadeacadmicafoisurpreendidacomanotciadequeoSenado

FederalhaviaconvocadoumaComissopararedigirumnovoCPC.Noobstante

essefato,novasleiscontinuaramasereditadas.

Nessa terceira edio, optamos por no fazer significativas mudanas no

texto,aguardandoasdiretrizesdonovotextodoCPC,queseesperaaindapara

esteano.

Fizemosaatualizaodeacordocomosnovosdiplomas,chamandoaateno

para a nova lei orgnica daDefensoria Pblica, a lei que instituiu os Juizados

EspeciaisdaFazendaPblicaeospequenosajustesereparosfeitosnobojodo

Cdigo. Foram inseridos pequenos trechos explicando ao leitor o significado

dessasprincipaismudanas,demodoamanterotextosempreatual.

Foram feitas, tambm, pequenas correes e ajustes em pontos que vm

sofrendo grande evoluo jurisprudencial, como a smula vinculante e a

repercussogeral.Procuramos,ainda,darumapanormicadoProjetodeLein.

5.139/2009,ochamadoProjetodeLeidaAoCivilPblica,eisqueasnotcias

sodequesuaaprovaoiminente.

Porfim,nestaterceiraedio,pretendemosaumentarograudeinteratividade

entreestelivroeasferramentasdecomunicaocomnossosleitores.Refiro-me

pgina na internet (http://www.humbertodalla.pro.br), ao blog

(http://humbertodalla.blogspot.com) e ao twitter

(http://twitter.com/humbertodalla), alm, claro, do e-mail

([email protected]).

Queroaproveitaroensejoparaagradecer todasascontribuies, sugestes,

crticaseelogiosrecebidosdetodasaspartesdopas.Registro,nestemomento,

o enorme auxlio que me tem sido prestado pela acadmica Larissa Clare

PochmanndaSilva,sobretudoparaqueestaediopudessechegarrapidamente

sprateleiras.

Oautor

Carnavalde2010

http://www.humbertodalla.pro.brhttp://humbertodalla.blogspot.comhttp://twitter.com/humbertodallamailto:[email protected]

NotaQuartaEdio

Maisumaediodestaspequenasliesdeteoriadoprocesso.Aocontrrio

da terceiraedio,estaquartanomarcadaporumainundaodenovas leis.

Poroutrolado,vivemossombradeumnovoCdigodeProcessoCivil.

E um novo Cdigo mesmo. So premissas e valores renovados que

pretendem,comgrandechancedesucesso,inserirnossoordenamentoprocessual

naeracontempornea.

Apartirdeumapremissaneoconstitucionalistaeps-positivista,osinstitutos

so revistos, o procedimento abreviado, os recursos so reservados para os

casos relevantes, os precedentes passam a ter maior prestgio, o processo

eletrnico viabilizado e a efetividade, finalmente, parece se tornar algomais

prximoepalpvel.

Nestelivrojfaremosdiversoscomentriosetrascreveremosdispositivosdo

ProjetodeLein.8.046/2010.Todasasnovidadesdoprojetoeasetapasdesua

tramitao sero acompanhadas de perto, no blog. Continuaremos a postar os

ComentriosaoNovoCPC,atividadeque iniciamosemmeadosde2010eque

mantemoscomfrequnciaquinzenal,deformaadeixaroleitorsempreatualizado.

Tambm foram feitos ajustes em alguns captulos, de modo a adaptar essa

edio chegada do novo livro, que tratar do processo civil (conhecimento,

procedimentos especiais, cumprimento de sentena, execuo, cautelares,

recursosemeiosdeimpugnao)equeseracontinuaodeste.

Novoscaptulosforaminseridos,tambmdemodoacobrirtodooprograma

deprocessocivilquedadonasprincipaisUniversidadesdopas.

Quero registrar meus agradecimentos Larissa Pochmann, que revisou os

originaisemeauxiliounaatualizaoeinserodematerial,eRenataBerlinski

deBritoeCunha,quefezarevisoeformataofinal.

Oautor

Agostode2011

[email protected]

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NotaQuintaEdio

Chegamos a mais uma edio deste volume 1 doDireito Processual Civil

Contemporneo, ao mesmo tempo em que nos aproximamos do 15 ano

consecutivodedocncia.

Temosvisto,nosltimostempos,umamadurecimentodealgunsinstitutosde

nossodireitoprocessual,noobstante a indefinioquantoao tempoea forma

exatadonovoCdigo.

Diversas verses tm se sucedido e, apesar das divergncias, fica clara a

ideiadaconstituiodeumsistemahbrido,compostoporinstitutosnacionaise

estrangeiros,algunsdosquaisimportadosdocommonlaw.

Ao que parece, nosso novo Cdigo regular uma atividade jurisdicional

multifacetada.

O juiz no deve apenas interpretar e aplicar a lei oumesmo compor a

lide. Tais conceitos, forjados em tempos de positivismo, hoje no encontram

maisespaonumasociedadeps-moderna,globalizadaedigital.

A jurisdio, hoje, tem de ser neoconstitucionalizada, garantista,

uniformizadora,vinculante,pacificadoraevoltadaparaointeressepblico.

Certamente,muitosdos institutos tradicionaisprecisamdeumnovoenfoque

paraquepossamseamoldaraessenovoformato.

Esseonossoprincipaldesafionestaedio.

Aomesmotempoemquefizemosumarevisogeraleatualizamosocontedo

com novas tendncias doutrinrias e precedentes dos Tribunais Superiores,

preparamosoleitorparaessasnovasdimensesdaatividadejurisdicional.

QueroregistrarmeusagradecimentosaAntonioAbiRamia,CarlaKalcenik,

MichelePaumgartten,PriscilaTerra,RenataBerlinskideBritoeCunhaeRoberto

Rodrigues,peloinestimvelauxlionarevisoeatualizaodotextodestaquinta

edio.

Alm disso, como ainda estamos em tempos de gestao do novo Cdigo,

apresentamos ao final de cada captulo um quadro comparativo e algumas

consideraes sobre o novo texto proposto, atualizando, sempre que possvel,

comasnovasverses.

Assim como na edio anterior, caso seja aprovada uma nova verso do

Projeto ou o Substitutivo, em fins de 2012 ou durante o ano de 2013, vamos

disponibilizaraversoemnossoblogedaremoscontinuidadeaoscomentrios,

jcombasenonovotexto.

Novamente,colocamo-nosdisposiopormeiodetodososcanaisdigitais

disponveis, e renovamos os agradecimentos comunidade acadmica pela

excelenteacolhidaqueaobravemtendo.

Oautor

RiodeJaneiro,setembrode2012.

http://www.humbertodalla.pro.br

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NotaSextaEdio

Chegamos sexta edio deste volume 1, dedicado teoria geral do

processo,aesconstitucionais,tutelacoletivaemeiosalternativosdesoluode

conflitos.

Promovemosacompletareviso,reestruturaoeatualizaodotexto,afim

dequepudesseestaremtotalacordocomaredaosancionadaepublicadado

novoCdigodeProcessoCivilLein.13.105/2015.

EstevolumecorrespondeParteGeraldoNovoCdigodeProcessoCivil.

Mantivemososcaptulosreferentesaosjuizadosespeciais,tutelacoletiva,aes

constitucionais e mecanismos de soluo de conflitos, fazendo as respectivas

adaptaesporforadonovoordenamento.

Ademais, inserimos um tpico sobre a reclamao, no captulo das aes

constitucionais,eatualizamosotextodasaescoletivas.

Exclumos os captulos que apresentavam uma viso geral dos recursos,

execuo e procedimentos especiais, pois tais matrias j so tratadas com o

aprofundamentodevidonovolume2.

Tambm inserimos a Lei de Mediao (Lei n. 13.140/2015) e a Lei n.

13.129/2015,queatualizouaLeideArbitragem.

Nesta atualizao pude contar,mais uma vez, com a valiosa ajuda daDra.

CarlaKacelnik.A ela omeu agradecimento pela colaborao e pela atenciosa

revisodotexto.

Igualmente agradeo aosDrs.MariaEduardaBrasil eMarcusPereira, bem

como ao acadmico Daniel Pontes, pelo auxlio na reviso do texto do Novo

CdigodeProcessoCivil.

Comosempre,ficamosdisposioparacrticasesugestes.

Oautor

RiodeJaneiro,junhode2015.

http://www.humbertodalla.pro.br

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NotaStimaEdio

Emmenosdeumanonossaltimaedioseesgotou!

Motivo de grande orgulho para ns, esse fato nos impulsionou a, uma vez

mais,atualizareampliarotexto.

Destavez incorporamosalgumas alteraes reflexas, por contadasLeisns.

13.146/2015 e 13.256/2016. Da mesma forma, no que concerne aplicao

subsidiria do NCPC, examinamos os enunciados j produzidos, bem como

apresentamosalgumasinconsistnciasesntesesconclusivas.

Almdisso,examinamosaLein.13.245/2016,quealterouoEstatutodaOAB

paraampliarosdireitosdosadvogadosnotocanteaoacessoainquritos,onovo

Cdigodetica,aprovadoem2015peloConselhoFederaldaOAB,eaLein.

13.300/2016,quedisciplinouoprocessoeojulgamentodomandadodeinjuno.

Trouxemos,igualmente,algumasimpressessobreodireitointertemporaleas

normasdetransioentreosordenamentos.

Consideraes mais especficas foram lanadas nos chamados

microssistemas, ou seja, juizados especiais, tutela coletiva e aes

constitucionais.

Procuramos, tambm, adicionar um nmero maior de referncias cruzadas

entreosdispositivos legais.Noscursos e aulasministradosnosltimosmeses,

notamosumaespecialnecessidadedomercadonessesentido,jque,emborase

complementem,inmerosartigosdoNCPCestoespalhadosaolongodotexto,e

precisam,necessariamente,ser interpretadosemconjunto,sobpenadeperdade

substratohermenutico.

Em seguida, identificamos pequenos atritos detectados entre as leis de

mediaoearbitragemeotextodonovoCPC.Essespontostambmforamobjeto

deabordagemespecfica.

Como agora vivemos a Era dos Precedentes, fizemos meno, sempre que

possvel, a recursos extraordinrios com repercusso geral, recursos especiais

repetitivosesmulaseditadosantesdavignciadoCPC/2015equecomelese

harmonizam.Damesmaforma,chamamosaatenoparahiptesesdesuperao

detaisprecedentes.

A fim de contribuir com o debate, inserimos os principais Enunciados

aprovados pelo FPPC Forum Permanente de Processualistas Civis e pela

ENFAMEscolaNacionaldeFormaoeAperfeioamentodeMagistrados.

Comosempre, temosalimentadonossoscanaisnas redessociaiscomnovos

textos,palestras e comentrios.Todospodemser acessadospormeiodonosso

site.

Muitoobrigadoatodososalunos,colegaseamigospelatimaacolhidaque

estaobravemtendo.

Last, but not least, queria registrar meus sinceros agradecimentos Dra.

RenataDiMasiPalheiro.Suasobservaesecomentrios,emtodososmomentos

http://www.humbertodalla.pro.br

desta reviso, foram determinantes para que o resultado final pudesse ser

alcanado.

Oautor

RiodeJaneiro,maiode2016.

Primeiraspalavras

Este livro frutodaexperinciacolhidaemmaisdedezanosdedocncia,

primeiro na Faculdade de Direito da UERJ e, depois, concomitantemente, na

Estcio.

Sempre fiz questo de lecionar todo o programa. Procurei acompanhar as

turmas,desdeoprimeiroperododeteoriageraldoprocesso,atoltimo,que

trata dos procedimentos especiais e previstos na legislao extravagante ao

CdigodeProcessoCivil.

Paralelamente a isso, o fato de lecionar tanto na graduao como na ps-

graduao, lato e stricto sensu, permitiu-me observar as necessidades

acadmicas dos alunos de ambos os nveis e procurar, dentro de minhas

possibilidades,atend-las.

Ao longo desses anos, fui colhendo excertos das aulas, obtidos a partir de

trabalhos desenvolvidos por diversos alunos, que anotavam, gravavam,

taquigrafavam e digitavam as aulas, transmitindo-me o contedo, depois, em

disquetesoupore-mail.

Otextovemsendoescritohseisanos,emdoseshomeopticas,aproveitando

asraraseirregularesbrechasdetempo.Foimodificadoinmerasvezes,emrazo

dasconstantesediesdenovasleisquealteraramoCdigodeProcessoCivil.

Alinguagemutilizadaamaisclaraediretapossvel.Procureiprivilegiaro

contedomnimo indispensvel a um curso de Teoria do Processo, adaptado e

ajustadosnecessidadesdaJustiadosculoXXI.

Por outro lado, institutos que, normalmente, so vistos de passagem, foram

aprofundados, tendo em vista que o livro destina-se tambm a alunos de ps-

graduao, aomesmo tempoque visa a preparar o aluno da graduao para as

especializaeseomestrado.

Dessemodo,aoladodetemastradicionaiscomojurisdio,aoeprocesso,

soigualmentecontempladososmecanismosdeacessoJustia,oprocedimento

nos juizados especiais, as formas alternativas de soluo de conflitos e as

modalidades de tutela coletiva. Quanto a esses tpicos, compilei, atualizei e

adapteidiversostrabalhosescritosnosltimosanosdeformaacomplementaro

contedodaobra.

A ideia trabalhar numa dimenso intermediria. Pretendo que o resultado

sejamaisprofundodoqueummanualouapostilautilizadaemgraduao,mas,ao

mesmotempo,nemtoespecficoerestritocomoumtextodemestrado.

Comoapropostainovadora,esperocontarcomaboavontadeepacincia

dos leitores, sem prescindir das valiosas crticas e sugestes dos colegas, de

modoaaperfeioaraomximootrabalho.

Oautor

Junhode2007

CAPTULO1

DireitoProcessual:conceito,naturezaeoacessoJustia

1.1CONSIDERAESINTRODUTRIAS

Tradicionalmente, e para fins meramente didticos, a doutrina classifica o

Direito,talcomooconcebemos,emdoisgrandesramos:pblicoeprivado.

Enquanto no ramoprivado subsistiria uma relao de coordenao entre os

sujeitos integrantes da relao jurdica, como no direito civil, no direito

comercial e nodireitodo trabalho, no ramopblicoprevaleceria a supremacia

estatalemfacedosdemaissujeitos.

Nessalinhaderaciocnio,odireitoprocessual,assimcomooconstitucional,

oadministrativo,openaleo tributrio,constitui ramododireitopblico,visto

que suas normas, ditadas pelo Estado, so de ordem pblica e de observao

cogente1 pelos particulares, marcando uma relao de poder e sujeio dos

interessesdoslitigantesaointeressepblico.

Todavia, essa dicotomia2 entre pblico e privado apenas utilizada para

sistematizao do estudo, pois, modernamente, entende-se que est superada a

denominada summa divisio3, tendo em vista que ambos os ramos tendem a se

fundiremproldafunosocialperseguidapeloDireito.

Assimsendo,fala-sehojeemconstitucionalizaododireito4-5.

A questo, inclusive, ganha novos contornos no estudo da temtica das

convenesprocessuais, como servistomais adiante, duranteo examedo art.

190.

Dessaforma,abandonadaavisodicotmicaultrapassada,podemosdefiniro

direito processual como o ramo da cincia jurdica que trata do conjunto de

regras e princpios que regulamentam o exerccio da funo jurisdicional do

Estado.

A jurisdio,queserobjetodeestudomaisaprofundado,constituia forma

estatal, por excelncia, de composico de litgios, embora no seja a nica6,

comoveremosaseguir.

1.2ASFORMASDECOMPOSIODOSCONFLITOS

Adoutrinatradicionalmenteclassificaasformasderesoluodeconflitosem

autodefesa, autocomposio e heterocomposico7. Esta ltima poderia ser feita

pelo Estado (jurisdio) ou por um particular, em certos casos especficos

permitidospelaLei(arbitragem).

bemverdade,contudo,quehojepartedadoutrinatemexpandidooconceito

dejurisdio,paraabarcartambm,emcertassituaes,aresoluodeconflitos

empreendida fora do Poder Judicirio. Nesse sentido, teceremos maiores

consideraesnocaptuloquetratadajurisdioedesuascaractersticas.

1.2.1Autodefesa(ouautotutela)8

Seriaaformamaisprimitivaderesoluodeconflitos.Utilizava-sedafora

fsicacontraoadversrioparavencersuaresistnciaesatisfazerumapretenso.

RemontaaoCdigodeHamurabi,queconsagrouaLeideTalioolhopor

olho,dentepordente,queimpunhaorevidenamesmamedidaqueainjustia

praticada,sendoutilizada,principalmente,nocombateaocrime9.

Restringia-seimposiodeumasoluopelomaisfortesemquehouvessea

afirmao da existncia ou inexistncia de direito, apresentando como

caractersticasessenciaisaausnciadejuizimparcialeaimposiodointeresse

dapartemaisforte.

Deve ser observado que a Lei de Talio trouxe apenas uma regra de

proporcionalidade.Olimitedaagressoretribudaseriaodalesocausada.

Pornogarantirajustia,massomenteavitriadomaisousadosobreomais

tmido, talprticafoivedadapelosEstadosmodernos.Nessesentido,umpasso

muito importante foi a garantia do due process of law, cuja origem remonta

MagnaCarta(1215),poisestaimpediaquequalquerpessoafosseprivadadeseus

bens ou de sua liberdade sem que fosse observado o devido processo legal,

ficandoproibida,portanto,aautotutela.

Almdessagarantia,hojeprevistaemnossoordenamentojurdiconoart.5,

LIV,daCF,temostambmaregradoart.345doCP,quecaracterizaaautotutela

como ilcito penal, ao tipificar o crime de exerccio arbitrrio das prprias

razes.

Todavia,oEstadopermiteaautodefesaemsituaesexcepcionais,taiscomo:

na legtima defesa no mbito penal 10 (art. 25 doCP); no desforo possessrio

conferidoaopossuidorturbado(art.1.210,1,doCdigoCivil);nodireitode

reteno do locatrio (art. 578 doCdigoCivil) e do depositrio (art. 644 do

CdigoCivil);bemcomonodireitodegreve,garantidoconstitucionalmente(art.

9daConstituiodaRepblica),nombitododireitodotrabalho.

TaisexceessejustificampelofatodeoEstadonemsempreestarpresente

nomomentoemqueumdireitoviolado.Assim,paraevitaroperecimentodo

direito, seu titular poder realizar atos por conta prpria para garanti-lo, nos

casosemquealeipermitir,desdequeofaaimediatamenteapsaviolaoou

quando o direito estiver prestes a ser vulnerado, devendo haver, sempre, a

proporcionalidadeentreoagravosofridoearesposta.

1.2.2Autocomposio

Nafasepositivistadenossodireito,aautocomposioeravistacomoforma

intermediria de soluo de conflitos, ainda precria, pormmais evoluda do

queaautodefesa.

Trata-se de soluo parcial (por ato dos sujeitos em conflito) na qual as

parteschegamaumacordoquantoexistnciaouinexistnciadeumdireito,seja

pela renncia, pela transao (concesses recprocas) ou mediante o

reconhecimentodapretensoalheia,pondofimaoconflitodeinteressesexistente.

Tal mtodo no desapareceu dos ordenamentos jurdicos modernos, sendo

consentido e atmesmo estimulado emmuitas situaes (desde que se trate de

direitosdisponveisoudereflexospatrimoniaisdedireitosindisponveisv.g.,

valor discutido para penso alimentcia), embora subsistam crticas quanto

aparenteespontaneidadedosacrifcioprprio,bemcomoquantodesvantagem

para a parte mais fraca, resultante de disparidades econmicas ou de uma

interpretaoerrneaouincompletadodireito11.

Em nosso ordenamento, a autocomposio pode ocorrer extra ou

endoprocessualmente, isto,antesda instauraodoprocessoouduranteasua

pendncia12,sendoque,nasegundahiptese,haveraextinodoprocessocom

aresoluodomrito.

Aindisponibilidadedodireitodeliberdade,associadaaoprincpiodanulla

poena sine judicio, durante muito tempo fundamentou a inexistncia da

autocomposio no mbito penal. Todavia, a Constituio de 1988 estabeleceu

emseuart.98,I,apossibilidadedatransao(emborasempreacompanhadade

controlejurisdicional,deacordocomanormaquearegulamentou)emcasosde

infraes penais de menor potencial ofensivo, dispositivo que s veio a ser

regulamentado em 1995, por meio da Lei n. 9.099, que trata dos Juizados

Especiais.

Soexemplosdeautocomposioemnossoordenamentojurdico:atransao

civil (arts. 840 a 850 doCdigoCivil); a conciliao (arts. 21 a 26 daLei n.

9.099/95eart.165,2,doCPC/2015);amediao(art.165,3,doCPC/2015

eLein.13.140/2015);eatransaopenal 13(arts.72a76daLein.9.099/95).

bemverdadequeotermoautocomposioest,hoje,emdesuso.Osnovos

ordenamentosvm tratandoda conciliao edamediao enquanto ferramentas

mais adequadas para o tratamento dos conflitos. Trataremos deste temamais

frente,noCaptulo25.

1.2.3HeterocomposioeJuzoArbitral

Aparcialidadecaractersticadaautocomposiofundamentouacrenadeque

asoluodeconflitosdeveriaserentregueapessoadesinteressadanoobjetoda

disputa.OJuzoArbitralumamodalidadedeheterocomposio(julgamentodo

litgio por terceiro escolhido consensualmente pelas partes) tambm voltada

fixaodeexistnciaouinexistnciadeumdireito.Diferencia-sedaconciliao

porquanto esta, alm de consistir em meio alternativo de autocomposio

induzida, permite apenas que um terceiro imparcial conduza as partes a um

acordo,nadamaispodendofazerseissosemostrarinvivel.

J no caso da arbitragem, no havendo possibilidade de acordo entre as

partes, caber ao rbitro impor a sua deciso solucionando a controvrsia, em

razodofatodequeasparteshaviamacordadopreviamentequesesubmeteriam

quiloqueporaqueleviesseaserdecidido.

Com a promulgao da Lei n. 9.307, em 1996, foi modernizado o

procedimento arbitral, que antes era regulamentado pelo CPC de 1973, em

captuloprprio.

Aleiatribuiueficciaprpriasentenaarbitral,proporcionandoosmesmos

efeitosda sentena judicial, inclusivecomforade ttuloexecutivo,podendoo

procedimento arbitral ser utilizado por partesmaiores e capazes que disputam

direitospatrimoniaisdisponveis.

Discute-se acercadanaturezapblicaouprivadado instituto14.Questode

importncia meramente acadmica, preferimos conceber o instituto como uma

formaparaestataldesoluodelitgios.

1.2.4Jurisdio/processo

Torna-se,apartirdosc.XIV,aformapredominantederesoluodeconflitos

monopolizadapeloEstado15.

Palavraquevemdolatimjurisdictio(queetimologicamentesignificadizero

direito),ajurisdiotemcomofimltimo16apacificaosocialeconsisteemum

poderedeverdoEstado,poisseporumladocorrespondeaumamanifestaodo

poder soberano do Estado, impondo suas decises de forma imperativa aos

particulares,poroutro,correspondeaumdeverqueoEstadoassumededirimir

qualquerconflitoquelhevenhaaserapresentado17.

Assim,medidaqueoEstado,vedandoajustiaprivada,retiradoindivduo

a possibilidade de buscar, por suas prprias foras, a resoluo dos conflitos,

assume,emcontrapartida,opoder-deverdesolucion-loscomjustia18,umavez

que a perpetuao de pretenses insatisfeitas e controvrsias pendentes de

resoluoconstituiriafontedeintensaperturbaodapazsocial.

Apresentou-secomoomeioquedispunhadasmaioreschancesderesoluo

justa e pacfica dos litgios, diante da imparcialidade e da fora coativa das

decisesproferidas.

Por conseguinte, a funo jurisdicional concebida, segundo Chiovenda,

como a funo doEstado que tem por escopo a atuao da vontade objetiva e

concreta da lei, mediante a substituio de uma atividade privada por uma

atividade pblica; ou, consoante Carnelutti, como a funo estatal de justa19

composiode lides, entendidascomooconflitode interessesqualificadopela

pretensodeumaparteeresistnciadeoutra20.

Afunojurisdicionalpodeserdefinida,ainda,deacordocomumapostura

queprocurarelacionarosconceitossupracitadoscomosendoafunodeatuara

vontadeobjetivadalei,comafinalidadedeobterajustacomposiodalide.

A jurisdio apresenta como vantagens a imparcialidade, a defesa dos

direitos da sociedade e a autoridade e capacidade de impor a deciso tomada.

Suas caractersticas bsicas so a presena de uma pretenso21 (o interesse

contrariadoouresistidoquelevaocidadoabuscaraprestaojurisdicionaldo

Estado-Juiz a fimde alcanarobemquealmeja), a inrcia22 (o fatodeo juiz,

comoregra,noagirdeofcio,massomentequandoprovocadopelaspartes),a

substitutividade23 (o monoplio da funo jurisdicional) e a definitividade24

(cabeaoJudiciriodarapalavrafinalnosconflitosequestesjurisdicionalmente

suscitados).

Essas quatro caractersticas traduzem a prpria jurisdio exercida pelo

Estado-Juizpormeiodeuminstrumentodenominadoprocesso.Assim,ojuizir

adequar o caso concretoque lhe submetido moldura legal25, aplicando o

dispositivo legal pertinente questo e solucionando o conflito de forma a

garantir seja proporcionada aos membros da sociedade a justia por eles

esperada quando escolheram oEstado-Juiz como nico solucionador de seus

conflitos.

Oprocesso,porsuavez,oinstrumentodequeseutilizaoEstadopara,no

exercciodafunojurisdicional,resolverosconflitosdeinteressesapresentados

pelaspartes.

Atualmente, no entanto, muito se discute acerca da crise vivenciada pelo

Judicirio,daquestodoacessoJustiaedafaltadeefetividadedoprocesso

comomeiodeproporcionarspartesexatamenteaquiloaquefazemjus.

Constata-se que, superada a fase do desenvolvimento cientfico do

processo26, pugna-se por sua efetividade, como formade viabilizar o acesso

ordemjurdicajusta27.

Noentanto,emrespostasreivindicaessociais,vemganhandodestaqueo

movimento em busca de novos instrumentos alternativos de pacificao social,

fundadonacrenadequeoimportantepacificar,sendoirrelevante28queessa

aosejaobradoEstadooudeoutrosmeios.

Comisso,almdomtodoestatalderesoluodelitgios(jurisdio),hoje

se fala tambmnos equivalentes jurisdicionais, ou seja, nosmeiosmediante os

quaisseobtmasoluodeconflitoscomaparticipaodiretadoslitigantesou

atravsdeumparticulardesprovidodepoderjurisdicional.

Assim, osMtodosAlternativos de Soluo deConflitos osMASCs29

caracterizam-sepelarupturacomoformalismoprocessual;pelapossibilidadede

juzos de equidade, compreendendo, entre outros, a negociao direta entre as

partes,amediao,aconciliaoeaarbitragem30;bemcomopelaceleridadee

confidencialidade, embora o dispndio econmico, em certos casos, seja mais

elevado.

1.3CORRENTESUNITARISTAEDUALISTADACINCIAPROCESSUAL

Distinguem-se,nadoutrina,duascorrentesacercadasistematizaododireito

processual:aqueacreditanaunidadedeumateoriageraldoprocesso(unitarista)

e a que sustenta a separao entre a cincia processual civil e a penal 31, por

constituremramosdissociados,cominstitutospeculiares(dualista) 32.

No entanto, a posio mais adequada, a nosso ver, a que entende pela

existnciadeumanicaTeoriaGeraldoProcesso,tendoemvistaqueacincia

processual, sejapenal,civil,ouatmesmo trabalhista,obedeceaumaestrutura

bsica, comum a todos os ramos, fundada nos institutos jurdicos da ao, da

jurisdioedoprocesso.

Longedepretenderafirmaraunidadelegislativa,aTeoriaGeraldoProcesso

permite uma condensao cientfica de carter metodolgico, elaborando e

coordenando os mais importantes conceitos, princpios e estruturas do direito

processual.

Importante destacar que novos emodernos diplomas, como aLeiMaria da

PenhaLein.11.340/2006,quevisaaprevenirereprimiraviolnciadomstica,

adotam a sistemtica de juzos hbridos, sugerindo a criao de varas

especializadas,comcompetnciacivilecriminal,demodoafacilitaroacesso

Justiaeconferirproteomaisefetivavtimadetaissituaesdeviolncia33.

Dessa forma, o estudo da Teoria Geral do Processo fruto da autonomia

cientficaalcanadapelodireitoprocessuale temcomoenfoqueocomplexode

regras e princpios que regem o exerccio conjunto da jurisdio pelo Estado-

Juiz; da ao, pelo demandante (e da defesa, pelo demandado); bem como os

ensinamentosacercadoprocesso,procedimentoepressupostos.

AsnormasgenricasdefinidaspelaTeoriaGeraldoProcessodizemrespeito

aoProcesso,AoeJurisdio.EsteselementosintegramachamadaTrilogia

Estrutural do Processo, porque so institutos bsicos dos ramos do direito

processual.

Importante contribuio sobre o tema foi dada em 2014 por Afrnio Silva

Jardim34, ao disponibilizar o texto intitulado no creem na teoria geral do

processo,masqueelaexiste,existe...asbruxasestosoltas...:

Tenho sustentado, em vrios de meus estudos, que o essencial para que exista o processo (comocategoria autnoma) apretensoenoa lide.Noprocessocivil, trabalhista epenalhpretenso,nosentido de que o autor pede ao juiz que prevalea o seu interesse em detrimento do interesse do ru(manifestaodevontade,exteriorizadapelopedido).Oconceitodepretenso,formuladoporCarnelutti,nopressupeaexistnciadeumcredoredeumdevedorenemdequalquerrelaojurdicadedireitomaterial. e)O conceito de jurisdio tem outra dimenso no processo penal, pois seria no um poder-dever,massimumagarantiafundamental,sendoaquimaissensvelagarantiadojuiznatural(...)Entendoque a existncia de um poder-dever de prestar jurisdio em nada incompatvel com a garantiafundamental,ambosasseguradosnaConstituiodaRepblica.Tudonopassadeumapredominnciadeescopoesconfirmaaexistnciadejurisdioejuiznaturalnasvriasespciesdeprocesso(penal,civiletrabalhista).f)Agoradigoeu:amaioroumenoratuaodojuiznocampoprobatrionoprocessopenal,civiloutrabalhistanoinfirmaaexistnciadeumconceitounitriodeprocesso.Alis,nodireitobrasileiro,temos regra expressa no sentido de que o juiz penal pode produzir prova de ofcio, desde quesupletivamente atividade probatria das partes. Alis, este um dos temas hoje preferido da TeoriaGeraldoProcesso.Hinmeroslivrosemnossaptriatratandodopoderinstrutriodojuiznoprocessocivil e penal. Para que no pensem que ns, do processo penal, sejamos ingnuos, acreditando que sepossachegarverdadeabsoluta,sugerimossubstituironomedoprincpiodabuscadaverdaderealporprincpio da busca do convencimento do juiz. g) A circunstncia de o nus da prova ser distribudodiversamentenoprocessopenalnonegaaTeoriaGeraldoProcesso.Atporque, temosque tratardetemasgerais,comoprova,nus,precluso,etc.Sempresustentamosque,naaopenalcondenatria,onusdaprovatododaacusao.Nestesentido,nossoestudodoutrinriofoipioneiro.Entretanto,istoemnadadificultou a elaboraodemeusoutros textos, todospartindode conceitos formuladospelaTeoriaGeraldoProcesso.Porderradeiro,aindaqueassimnofosse,noesqueamos,maisumavez,dasaespenaisnocondenatrias,ondeadistribuiodonusdaprovapodeser igualaoprocessocivil.h) JuizNaturaleimparcial.SoconceitoscomunsaosvriosramosdoDireitoProcessual.Sehativismojudicialaqui ou acol uma questo de distoro prtica, que em nada se relaciona com a Teoria Geral doProcesso. i)Asexpressesfumusboni iurisepericuluminmorapodemserusadassimnasmedidascautelarespenais.SoexpressestradicionaisnoDireitohsculos,enocabetraduzi-lasliteralmente.Agora, se elas incomodam, podemos usar outras com sentido semelhante, desde que demonstrem a

urgnciadamedidaequeelanodesarrazoada, tendoemvistaaprovaproduzida.Emqueasvelhas

expresses de parte da doutrina (no da lei processual penal) negam a existncia da Teoria Geral doProcesso??? j)A existncia ou no do chamado poder geral de cautela, no processo penal, emnadainfirmaaTeoriaGeraldoProcesso.Tantoqueencontramosautoresquesustentamasuaexistncianoprocessopenal,mormentequandoamedidanoafetardireitos individuais fundamentais,assimcomohautores que a negam no processo civil ou do trabalho, mormente quando a medida afetar direitosindividuaisfundamentais.(...)Dequalquerforma,seconseguiremacabarcomaTeoriaGeraldoProcesso(useiaexpressorepetidamentedepropsito),eumesentireiestimuladoasustentaraN.T.G.P.,ouseja,aNeoTeoriaGeraldoProcesso.Hoje,bastacolocaraexpressoneoqueovelhosetornanovo.

1.4MOVIMENTOSDEACESSOJUSTIA

fato indubitvel que o direito processual civil tem passado por enormes

transformaesatalcanarsuaformaatual.

Desdeosprimrdiosdacivilizaoorganizadaatosdiasatuais,ospovos

tm apresentado como preocupao constante a busca de instrumentos efetivos

paraapacificaosocial.

Nesse sentido, as diversas sociedades evoluram de modo a encontrar a

melhormaneiradesolucionarseusconflitos.

Pormeiodessecaminhopercorrido,desdeapocadoCdigodeHamurabi,

podemos identificar essas formas de soluo de litgios, conhecidas hoje como

substitutos(ouequivalentes) jurisdicionais,asaber,autodefesa,autocomposio

emediao.

Essa busca encerra-se, de certomodo, com a adoo da jurisdio, que, a

partirdemeadosdo sculoXIV, torna-sea formapredominantede soluodos

litgios35.

Desdeento,ajurisdiopassasatribuiesdoEstadoeoPoderEstatal

enxergadocomoumtodoqueexercidoemtrsvertentesdistintas,conformesua

readeatuao.

Apartir da, delineiam-se as trs funesdoEstado: administrar, legislar e

julgar.nessecontextoqueoEstado-Juizassumearesponsabilidadedeexercera

jurisdio,compondodeformaimperiosaedefinitivaoslitgios36.

Essa a realidade que prepondera hoje de forma quase absoluta na ordem

processualmundial.

Ocorreque,comopassardotempo,ajurisdiotemsemostradoineficazem

diversas situaes pelos mais variados motivos, o que, juntamente com a

crescentemodificao da sociedade, enseja uma busca por novos instrumentos

jurisdicionais.

Nessa esteira, foram inseridos na ordem jurdica processual dispositivos

voltadosreduodonveldeobstruodasviasjurisdicionais.

No Brasil, foram adotadas basicamente duas formas de atuao. Numa

primeiralinha,foramcriadosedesenvolvidosmecanismosdetuteladeinteresses

metaindividuais, tais comoa aopopular, a ao civil pblica, omandadode

seguranacoletivoeoutrasaescoletivas,previstasnosnaLein.7.347/85,

mas,tambm,noCdigodeDefesadoConsumidorenoEstatutodaCrianaedo

Adolescente,entreoutros.

Numa segunda linha, a ao foi diversificada; numa primeira vertente, os

procedimentostradicionaisforamabreviados,suprimindo-sefasesdesnecessrias

ouaperfeioando-searedaodosdispositivoslegais,evitando-seassimmaiores

delongas processuais em razo de divergncia de interpretao acerca deles.

Numa segunda vertente, procurou-se simplificar alguns procedimentos,

principalmente aqueles que versavam sobre pequenas disputas na rea cvel e

infraes de menor potencial ofensivo na rea criminal, atravs da adoo de

princpioscomoaoralidade,imediatidade,concentraoeinformalizao,todos

envoltosemumaatmosferaconciliatria.

Seguindoaprimeiralinhadeatuao,foieditadanoBrasilaLein.7.347/85,

quedisciplinouaaocivilpblica37.

Contudo,oaparelhojudicirio,apesardeinmerastentativasdemelhora,tem

semostrado lentonacompreensodasquestescoletivas,oquedesperta, cada

vez mais, a ateno dos doutrinadores para a questo do acesso Justia,

sobretudonajurisdiocoletiva.

OacessoJustiasemdvidao temamaisemvoganosdiasatuais.Tem

influenciado diuturnamente o legislador nos mltiplos projetos apresentados,

sobretudonachamadaReformadoPoderJudicirio.

Ocorre que, como adverte Kazuo Watanabe38, essa questo bastante

complexa, pois necessria uma novamentalidade a fim de que se assegure o

acessoordemjurdicajusta.

Ampliandoessatica,etrazendonovasluzes,J.J.CalmondePassosafirma

sernecessrioconceberoprocessocomo instrumentode realizaoefetivados

direitos individuais e coletivos, sendoento, emltimaanlise,um instrumento

polticodeparticipaosocial 39.

Nessaperspectiva,MauroCappelletti 40 introduze apresenta aomundo suas

OndasRenovatriasdoDireitoProcessual,quevmsendoestudadascomoa

base do moderno direito processual, no mais cegamente vinculado a regras

formais, mas comprometido com as novas necessidades sociais, e atento s

modificaesemtodososramosdavidahumana.

Isso se d como verdadeira necessidade de sobrevivncia de qualquer

disciplinajurdica.

Por assim ser, se o direito necessrio para regulamentar a vida em

sociedadeesecertoqueessasociedadeestempermanenteevoluo,acincia

jurdicaencontra-se,inexoravelmente,diantedoseguintedilema:ouacompanhaa

evoluo, fornecendoassoluesadequadasenecessriasasemanteraordem

noEstadoDemocrticodeDireito,evitandodeumladooautoritarismoedeoutro

a anarquia; ou torna-se obsoleta e desprovida de qualquer serventia, o que

acarretar suamais perfeita falta de efetividade, utilizando-se aqui o termo no

contextopropostoporLusRobertoBarroso41,paraquemefetividadesignificaa

realizaodoDireito,odesempenhoconcretodesuafunosocial,bemcomo

a materializao, no mundo dos fatos, dos preceitos legais simbolizando a

aproximao,tontimaquantopossvel,entreodever-sernormativoeoserda

realidadesocial.

Tendo em vista todas as consideraes acima aduzidas, no fica difcil

perceber a grande importncia de um estudo mais aprofundado do direito

processual,oque,indubitavelmente,spodeserfeitodentrodeumaperspectiva

voltadaaoacessoJustia.

Entretanto, talestudotorna-semaisespecfico,namedidaemqueoreferido

acessoJustiadevesergarantidonumaordemcivilconstitucional,enoapenas

nas demandas individuais, mas tambm, e principalmente, nas coletivas, pois

nestasresidemasgrandescarnciasenecessidadesdasociedadedemassa.

,nessecontexto,quevoltamosaopensamentodeCappellettiparaconcluir

queodireito,tantomaterialcomoprocessual,nopodeficarestagnado,sobpena

de cair em desuso ou, o que pior, deixar de atender aos anseios sociais,

perdendoassimsuarazodeser 42.

Destarte,torna-seimperioso,nosdiasdehoje,quandoestamosimersosnuma

ordemcoletiva,investigarqualomeiomaiseficazparaaproteodosdireitos

transindividuais43.

Isso porque vivemos em uma sociedade de produo em massa; temos

relaesdetrocaedeconsumoemmassa,bemcomoconflitosdemassa.

Dessaforma,nomaisseprocuraraJustiaapenasparadirimirconflitosde

cartermeramenteindividual,mastambmparaasoluodeoutrosdenatureza

eminentemente coletiva, j que envolvem grupos, classes e coletividades. Em

outras palavras, buscar-se- a soluo de conflitos oriundos de violaes de

massa44.

Na realidade, a complexidade da sociedade moderna, com o intrincado

desenvolvimento das relaes econmicas, d lugar a situaes nas quais

determinadas atividades podem trazer prejuzos aos interesses de um grande

nmerodepessoas,fazendosurgirproblemasdesconhecidosslidesmeramente

individuais.Assim,osdireitoseosdeveresno seapresentammais, comonos

Cdigos tradicionais, de inspirao liberal-individualista, como direitos e

deveresessencialmenteindividuais,masmetaindividuais.

Portanto, continuar, conforme a tradio individualista, a atribuir direitos

exclusivamente apessoas individuais significaria tornar impossvelumaefetiva

proteo jurdica dos direitos coletivos, exatamente na ocasio em que surgem

como elementos cada vez mais essenciais para a vida civil (direito ao meio

ambiente, sade, segurana social em sentido lato etc.).Emsuma,osdireitos

transindividuaispertencem,emltimaanlise,coletividade.

Nesse sentido, Paulo Cezar Pinheiro Carneiro45 prope um reestudo da

garantiaconstitucionaldoacessoJustia,apartirdequatrograndesprincpios,

asaber:acessibilidade,operosidade,utilidadeeproporcionalidade.

Aacessibilidadesignificaaexistnciadesujeitosdedireito,capazesdeestar

em juzo, sem obstculos de qualquer natureza, utilizando adequadamente o

instrumental jurdico e possibilitando a efetivao de direitos individuais e

coletivos.

Isso sedatravsdodireito informao,dagarantiadeuma legitimidade

adequadaedagratuidadedaJustiaparaosnecessitados.

Operosidade, a seu turno, significa que todos os envolvidos na atividade

judicial devem atuar de forma a obter omximode sua produo, para que se

atinjaoefetivoacessoJustia.

Talprincpioaplica-senocamposubjetivoapartirdeumaatuaoticade

todosossujeitosdoprocesso,osquaisdevemsemprezelarpelaefetividadeda

atividadeprocessual.Nocampoobjetivo,podeser instrumentalizadoatravsda

utilizaocorretadosmeiosprocessuais,priorizandosempreabuscadaverdade

realeandoleconciliatria.

Por utilidade entende-se que o processo deve assegurar ao vencedor tudo

aquilo que ele tem direito a receber, da forma mais rpida e proveitosa,

garantindo-se, contudo, o menor sacrifcio para o vencido. Isso

instrumentalizadoatravsdosseguintesfatores:

a)superaodadicotomiaseguranaversusceleridade,binmioquedeveser

aquilatadocasoacaso,nocursodofeito;

b)utilizaodasespciesdetuteladeurgncia;

c)concretizaodaexecuoespecficacomoregra,adotando-seaexecuo

genricaapenasexcepcionalmente;

d) fungibilidade da execuo, especificamente no campo dos direitos do

consumidor(art.6,V,doCDC),propondooautoroaumentodaincidnciadessa

regraparaoutroscamposdodireito;

e)alcancesubjetivodacoisajulgada,sobretudonasaescoletivas;e

f) limitao da incidncia das nulidades, como corolrio do princpio da

instrumentalidadedoprocesso.

Por fim, o princpio da proporcionalidade, que se traduz pela escolha a ser

feita pelo julgador quando existem dois interesses em conflito. Deve ele se

orientar por privilegiar aquele mais valioso, ou seja, o que satisfaz ummaior

nmerodepessoas.

Dessaforma,numcasoconcreto,umdireitocoletivodevetermaisvalor46

doqueumindividual.Esseprincpiodevesemanifestar tantonoquerespeita

legitimidade, concesso de medidas de urgncia, nus da prova (inverso),

utilizaodeprovailcita,fungibilidadedeexecuoecoisajulgada.

Toda essa concepo deve ser adotada pelo Poder Judicirio, hoje to em

voganosnoticirios,namedidaemque,entretodosossujeitosprocessuais,o

Juizaquelequemaisnecessitamodificarsuamentalidade,afimdeadequ-las

necessidadesdomundoglobalizado.

No nos cabe aqui exemplificar ou especificar essa afirmao. Contudo,

certo que no raros autores vm se dedicando a esse mister, no com intuito

destrutivo ou de atacar a magistratura como instituio, mas no intuito de

contribuir para a adoo de uma nova postura, o que claramente pode ser

identificado nas posies assumidas pelo Conselho Nacional de Justia,

notadamente em matria de probidade, publicidade, eficincia e controle dos

gastospblicos.

Nessa linha de raciocnio, o prprio direito processual tradicional deve se

reciclar, a exemplo do que vem sendo feito pelo direito civil, a fim de ganhar

flegoparaenfrentaroprximomilnio,emqueumasociedadedemassa,cada

vez mais globalizada, recorrer ao Poder Judicirio deduzindo pretenses

coletivasedeextensosocial.

Novamente aqui a questope-se em foco: ouodireito processual civil se

renovaeseadaptasnovasnecessidadessociais;ouperderemgrandepartesua

efetividadecontribuindoparaelevaronveldetensosocial,namedidaemque

estarfalhandoemseuobjetivodepromoverapazeobemcomumnasociedade.

Porfim,necessriofazerarefernciaobradeLuizGuilhermeMarinoni 47,

quevemretomandoaideiadeumprocessocivilconstitucionalizado,revendoos

conceitostradicionaisdejurisdio,apartirdosgrandesmestresitalianos:

Diante da transformao da concepo de direito, no h mais como sustentar as antigas teorias da

jurisdio,quereservavamaojuizafunodedeclararodireitooudecriaranormaindividual,submetidas

queeramaoprincpiodasupremaciadaleieaopositivismoacrtico.OEstadoconstitucionalinverteuospapis da lei e da Constituio, deixando claro que a legislao deve ser compreendida a partir dosprincpiosconstitucionaisdejustiaedosdireitosfundamentais.Expressoconcretadissosoosdeveresde o juiz interpretar a lei de acordo com a Constituio, de controlar a constitucionalidade da lei,especialmenteatribuindo-lhenovosentidoparaevitaradeclaraodeinconstitucionalidade,edesupriraomisso legal que impede a proteo de um direito fundamental. (...) O direito fundamental tutelajurisdicional,almdetercomocorolrioodireitoaomeioexecutivoadequado,exigequeosprocedimentosea tcnicaprocessual sejamestruturadospelo legislador segundoasnecessidadesdodireitomaterial ecompreendidospelojuizdeacordocomomodocomoessasnecessidadesserevelamnocasoconcreto.(...)Ojuiztemodeverdeencontrarnalegislaoprocessualoprocedimentoeatcnicaidneaefetivatuteladodireitomaterial.Paraissodeveinterpretararegraprocessualdeacordo,trat-lacombasenastcnicasdainterpretaoconformeedadeclaraoparcialdenulidadesemreduodetextoesupriraomisso legal que, ao inviabilizar a tutela das necessidades concretas, impede a realizao do direitofundamentaltutelajurisdicional.

Comosepodepercebersemmaioresdificuldades,impossvelconcebernos

diasatuaisaatividadejurisdicionaldivorciadadosprincpiosconstitucionais48,

especialmente,doacessoJustiaedadignidadedapessoahumana49.

Dentro dessas premissas, passamos a analisar o movimento do legislador

brasileiro em prol das reformas processuais, sobretudo a partir da Emenda n.

45/2004 e do Princpio Constitucional da Durao Razovel do Processo,

insculpidonoart.5,LXXVIII50.

AmaiorpreocupaodosestudiososdoDireitoProcessualnaatualidadetem

sido com a efetividade da prestao jurisdicional, demodo a proporcionar ao

cidado uma respostamais rpida do Poder Judicirio. Por essemotivo esto

sendo realizados vrios movimentos na comunidade jurdica para atingir tal

escopo.

Em 1994, foi levada a efeito a primeira grande reforma que proporcionou

grandes inovaes.Podemser citadascomoexemplosasnovas sistematizaes

datutelaantecipadaedatutelaespecficadasobrigaesdefazerenofazer,o

novoregimedorecursodeagravo,entreoutras.

Em 2001 e 2002, com a entrada em vigor das Leis n. 10.352/2001,

10.358/2001e10.444/2002,concretizou-seasegundagrandereformadoCdigo

deProcessoCivilde1973,quetevecomopontosmaisrelevantes:

(i)limitaroscasosdereexamenecessrio;

(ii)permitirafungibilidadeentreasprovidnciasantecipatriaseasmedidas

cautelaresincidentais;

(iii)reforaraexecuoprovisria;

(iv) permitir ao relator a converso de agravo de instrumento em agravo

retido;

(v)limitaroscasosdecabimentodeembargosinfringentes;

(vi)corrigiraredaodediversosdispositivoslegaisetc.

Emdezembrode2004,depoisde intensosdebates, foi finalmenteaprovadae

editadaaEmendaConstitucionaln.45,quetrazemseubojoachamadaReforma

doPoderJudicirio.

Tal Diploma inclui no Texto Constitucional temas relevantes, tais como a

garantia da durao razovel do processo, a federalizao das violaes aos

direitos humanos, a smula vinculante, a repercusso geral da questo

constitucionalcomopressupostoparaaadmissibilidadedorecursoextraordinrio

eosConselhosNacionaisdaMagistraturaedoMinistrioPblico.

EmanexoaotextodaReforma,assinadopelosChefesdosTrsPoderesda

Repblica um Pacto em favor de um Judicirio mais rpido, eficiente e

Republicano51.EssePactotrouxeumnovopacotedereformasaoCPCde1973,o

quedenotou,demaneirabemclara,queasmodificaesatentoempreendidas

no haviam sido suficientes para a efetiva melhora na qualidade da prestao

jurisdicional.

Vrios projetos foram, ento, encaminhados ao Congresso Nacional,

principalmentepelo InstitutoBrasileiro deDireitoProcessualCivil, originando

outrasalteraes,dentreasquaisaLein.11.187/2005,quealterounovamenteo

regimedoagravoeaLein.11.232/2005,quedeunovotratamentoexecuopor

quantia certa fundada em sentena, estendendo a essa a comunho entre as

instncias cognitiva e executria, consagrando como regra o sincretismo, antes

relegadofiguradesituaoexcepcionalnocenrioexecutivobrasileiro.

AessesDiplomasjuntaram-seaLein.11.277/2006,dispondosobreumanova

e polmica hiptese de sentena liminar; a Lei n. 11.276/2006, que inseriu no

nosso ordenamento a denominada smula obstativa de recurso e alterou

disposies relativas apelao; aLein. 11.280/2006,que incluiuno textodo

Cdigo diversas disposies de relevo; a Lei n. 11.341/2006, que alterou o

pargrafonicodoart.541doCPC/1973;aLein.11.382/2006,quecriounova

sistematizao para a execuo fundada em ttulos extrajudiciais; a Lei n.

11.417/2006,quedisciplinaaedio,a revisoeocancelamentodeenunciado

desmulavinculantepeloSupremoTribunalFederal;aLein.11.418/2006,que

acrescenta dispositivos que regulamentam o 3 do art. 102 da Constituio

Federal; a Lei n. 11.419/2006, que dispe sobre a informatizao do processo

judicial;aLein.11.441/2007,quesimplificaoprocedimentoparaoinventrio,

partilha, separao e divrcio consensuais; a Lei n. 11.448/2007, que atribui

legitimidadeDefensoriaPblicaparaaproposituradeaocivilpblica;aLei

n.11.672/2008,queinseriualetracnoart.543doCPC/1973,regulamentandoo

julgamentopeloSTJdosprocessosrepetitivose,porfim,aLein.11.694/2008,

quealterouosarts.649e655-AdoCPC/1973aotratardaexecuodedvidas

dosPartidosPolticos.

No perodo de julho de 2008 a fevereiro de 2010 diversas leis e duas

emendasconstitucionaistrouxeramalteraesrelevantesparaoprocessocivil.

ALein.11.737,de14dejulhode2008,alterouaredaodoart.13daLein.

10.741/2003 (Estatuto do Idoso), que previa que as transaes de alimentos

celebradasperanteoPromotordeJustiaeporelereferendadas teroefeitode

ttulo executivo extrajudicial, dispensando a parte, em caso de descumprimento

do acordo, de ajuizar uma ao de conhecimento para discutir os alimentos

devidos, a fim de avanar para a cobrana do que foi celebrado no acordo.A

alteraopassouapreverqueatransaodealimentofirmadaperanteDefensor

Pblicoeporelereferendadatambmtervalordettuloexecutivoextrajudicial.

Jno anode2009,mais precisamentenodia13de abril, foi assinadoo II

PactoRepublicano.OreferidoPacto,assinadopelostrspoderes,oExecutivo,o

LegislativoeoJudicirio,emsuasegundaverso52,temcomoobjetivosoacesso

Justia, especialmente dos mais necessitados (inciso I), o aprimoramento da

prestao jurisdicional (inciso II) e o aperfeioamento e fortalecimento das

instituiesdoEstado(incisoIII).

Como forma de concretizar estes objetivos, o Pacto traz vrias medidas,

sendoalgumasdelasadisciplinadomandadodeseguranaindividualecoletivo,

especialmente quanto medida liminar e quanto aos recursos (item 1.5), a

concluso das normas relativas ao funcionamento do Conselho Nacional de

Justia (item 2.1), o aprimoramento para maior efetividade ao pagamento de

precatrios(item2.2),arevisodasnormasprocessuais,visandoaagilizarea

simplificar o processamento das aes, atravs da restrio das hipteses do

reexame necessrio e da reduo dos recursos (item 2.6), o fortalecimento da

DefensoriaPblica(item3.1),arevisodaleidaaocivilpblica(item3.2)e

ainstituiodosJuizadosEspeciaisdaFazendaPblicanombitodosEstados,

doDistritoFederaledosMunicpios(item3.3).

ALei n. 11.965, de 3 de julho, alterou a redao dos arts. 982 e 1.124-A,

CPC/1973, que previa a necessidade das partes estarem assistidas por um

advogado quando da lavratura de escritura pblica nos casos de inventrio,

partilha,separaoconsensualedivrcioconsensualfeitosnaviaadministrativa.

A via extrajudicial j representava uma inegvel celeridade decorrente da

possibilidadedesepromoverimportantesatosdavidacivilatravsdeescritura

pblicaeareferidaleiveioaacrescentarque,quandodalavraturadaescritura

pblica,aspartespodemestarassistidastambmporumDefensorPblico,cuja

qualificaoconstarnoatonotarial.

ALein.11.969,de6dejulhode2009,alterouaredaodoart.40,2,do

CPC/1973, dispondo sobre a retirada dos autos em cartrio pelo advogado.A

nova redaododispositivoprevque, nahiptesedeprazo comumspartes,

poder o advogado retirar os autos para cpia, independentemente de prvio

ajustecomoprocuradordaparteadversa,por,nomximo,1h(umahora).

Em 29 de julho de 2009, a Lei n. 12.004 revogou a Lei n. 883/49, que

dispunha sobre o reconhecimento de filhos ilegtimos, que eram assim

denominadosporseremforadaconstnciadocasamento,eincluiuoart.2-Ada

Lein.8.560,admitindoqualquermeiodeprovaparaapaternidadeeprevendoa

recusa do suposto pai em se submeter ao exame deDNA como ensejadora da

presunodepaternidade,presunoestarelativa,poisdeverserapreciadano

contextodosautos.

Nomesmodia,aLein.12.008dispssobreaprioridadeconcedidapessoa

idosa. A referida lei confere prioridade no trmite processual a todos os

procedimentos em que figure como parte pessoa idosa, assim entendida como

aquela que tiver 60 anos ou mais; pessoa portadora de deficincia fsica ou

mentalepessoascomdoenasgraves,descritasnoincisoIVdoart.69-AdaLei

n.9.784/99,queregulaoprocessonombitodaAdministraoPblicaFederal,

aindaqueestasdoenastenhamsidocontradasnocursodoprocesso.

A referida lei dispe, ainda, que as pessoas nestas situaes devero

comprovarsuacondioe,aindaquefaleamnocursodoprocesso,aprioridade

permanecer,estendendo-setalbenefcioaseussucessores.

Em 7 de agosto de 2009, concretizando uma das previses do II Pacto

Republicano(item1.5),entrouemvigoraLein.12.016.Areferidaleirevogou

diversas leis j existentes, dentre elas aLei n. 1.533/51, que dispunha sobre o

mandadodeseguranaindividual,epassouadispornossobreomandadode

seguranaindividualcomo,regulamentandoosincisosLXIXeLXXdoart.5da

ConstituioFederal,emdoisartigos,passouadisportambmsobreomandado

deseguranacoletivo.

Aleifrisouocartersubsidiriodomandadodesegurana,prevendoquea

ao ser utilizada para proteger direito lquido e certo no amparado pelo

habeascorpus,comohaviasidoprevistonalegislaoanterior(Lein.1.533/51),

comotambmacrescentouporhabeasdata (art.1).Dentreoutras inovaes,a

leipreviuqueamedidaliminarterseusefeitos,senoforrevogadaoucassada,

ataprolaodasentena(art.7,3), enquantoa legislaoanterior (Lein.

1.533/51)afirmavaqueamedidaliminarpossuaeficciapor90(noventa)dias,

prorrogveis por mais 30 (trinta). Pondo fim a uma questo polmica nos

tribunais,areferidaleipreviu,ainda,apossibilidadedeseinterpororecursode

agravo de instrumento em face da deciso que indefere liminar (art. 7, 1),

previsoquenohavianalegislaoanterior.

No que tange ao mandado de segurana coletivo, a Lei n. 12.016, como

mencionado,regulamentou,emseusarts.21e22,osdispositivosconstitucionais,

dispondosobrealegitimaoparaomandadodeseguranacoletivo,oobjeto,a

coisa julgada, a litispendncia e a necessidade de oitiva da pessoa jurdica de

direito pblico, prevendo a aplicao das disposies sobre o mandado de

segurana individual no que houver compatibilidade. Contudo, o legislador

limitou a previso do mandado de segurana coletivo apenas aos direitos

coletivose individuaishomogneos, semqueesta restrio tenhaqualquerbase

constitucional.

Nodia7deoutubrode2009,realizandomaisumadasprevisesdoIIPacto

Republicano(item3.1),aLeiComplementarn.132alteroualgunsdispositivosda

LeiComplementar n. 80, de 12 de janeiro de 1994, que organiza aDefensoria

PblicadaUnio,doDistritoFederaledosTerritrioseprescrevenormasgerais

parasuaorganizaonosEstados.

As alteraes objetivam que aDefensoria Pblica atenda, prioritariamente,

aos mais pobres, alm de prever sua especializao para atendimento

interdisciplinar a grupos vulnerveis, como crianas e adolescentes, mulheres

vtimas de violncia domstica e pessoas vtimas de abuso sexual. Para tal

objetivo, a legislao prev a necessidade de descentralizao da Defensoria

Pblica em todo pas, para que a mesma possa estar presente nas reas mais

carentes.

H,ainda,previsoexpressaparaaDefensoriaproporaocivilpblicaem

defesa dos assistidos e foi enfatizada a importncia da soluo de conflitos

extrajudicialmente, por meio da conciliao, da arbitragem, da promoo da

conscientizaodosdireitoshumanos,dacidadaniaedoordenamentojurdico.

Em11denovembrode2009adveioaEmendaConstitucionaln.61,alterando

oart.103-BdaConstituioFederalparamodificaracomposiodoConselho

Nacional de Justia, responsvel pela fiscalizao da atuao administrativa e

financeira do Poder Judicirio, bem como dos deveres funcionais dos

magistrados.A referida emenda constitucionalmanteve em quinze o nmero de

membrosdoConselhoNacionaldeJustia,bemcomoomandatopeloprazode

dois anos, sendo admitida uma reconduo,mas suprimiu, da redao anterior,

queosmembrosdoCNJdeveriamtermaisde35anosemenosque66anose,

ainda,modificouoincisoIdoart.103-BdaConstituio.

Com amodificao do inciso I do dispositivo constitucional, a redao de

queumdosmembrosdoCNJseriaumMinistrodoSupremoTribunalFederal,a

serindicadopeloTribunal,foirevogada.Passouavigorarqueorepresentantedo

STFnoConselhosersempreoprpriopresidentedoSupremoTribunalFederal.

Em 15 de dezembro de 2009, a Lei n. 12.122 incluiu s causas de

procedimento sumrio as de revogao da doao, incluindo a alneag ao art.

275doCPC/1973.

Nodiaseguinte,16dedezembrode2009,aLein.12.126veioaampliarorol

delegitimadosaproporaesnosJuizadosEspeciaisCveisnombitoestadual,

fazendo acrscimos ao 1 do art. 8 da Lei n. 9.099/95 para prever tambm

como legitimados a serem partes nos juizados estaduais as pessoas fsicas

capazes,desdequeexcludososcessionriosdaspessoasjurdicas(incisoI),as

microempresas, segundo definio da Lei n. 9.841/99 (inciso II) e as pessoas

jurdicas qualificadas como Organizao da Sociedade Civil de Interesse

Pblico,assimqualificadaspelaLein.9.790/99(incisoIII).

Aindaemdezembrode2009,maisumaleitrouxealteraesredaodaLei

n.9.099/95,quedispesobreosJuizadosEspeciaisnombitoestadual:aLein.

12.137,de18dedezembrode1999.Areferidaleialterouoart.9,4,daLein.

9.099, que previa que, no caso de o ru ser pessoa jurdica, poderia ser

representadoporpreposto,paraespecificarqueoprepostodeveestarmunidode

cartadepreposio, compoderesde transigir,masquenoprecisa ter vnculo

empregatcio.

ALein.12.153,de22dedezembrode2009,realizandoaprevisodoitem

3.3doIIPactoRepublicano,previuacriaodeJuizadosEspeciaisdaFazenda

PblicanombitodosEstados,doDistritoFederaledosTerritrios,sendoque

estes,juntocomosJuizadosEspeciaisCveiseCriminais,passaroaintegraro

SistemadosJuizadosEspeciais.OsJuizadosdaFazendaPblicaserocriados

em um prazo de at dois anos da entrada em vigor da lei e tero competncia

absolutaparaprocessar,conciliar,julgareexecutarascausascveis,deinteresse

dosEstados,doDistritoFederaledosMunicpios,cujovalornoultrapasse60

(sessenta) salrios mnimos, podendo ser rus os Estados, os Municpios, o

Distrito Federal e os Municpios, bem como as Autarquias, Fundaes e

EmpresasPblicasaelevinculadas(art.5).

Em14dejaneirode2010,aLein.12.195alterouosincisosIeIIdoart.990

doCPC/1973,possibilitandoquesejamnomeadoscomoinventariantesocnjuge

casadosoboregimedacomunhodebens,queestivesseconvivendocomooutro

ao tempo de suamorte e o herdeiro que se achar na posse e administrao do

esplio,senohouvercnjugesuprstite.

Comoalteraes,forampropostos,ainda,umprojetodeleiparaumanovalei

da ao civil pblica e umprojetodeumnovoCdigodeProcessoCivil, que

trazem importantesmodificaesnoprocesso civil (isso sem falar em todosos

outrosProjetosdeCdigoquecomearamaseridealizadosapartirde2009,tais

comoConsumidor,Eleitoral, Florestal, Penal eComercial, almdoNovoCPP,

quejgestadohalgunsanos).

O Projeto de Lei n. 5.139/2009, que propunha uma nova lei da ao civil

pblica,foioprimeirosubmetidoaoprocessolegislativoem29-4-200953.

O Projeto de Lei n. 5.139/2009, que teve suas discusses encerradas na

ComissodeConstituioeJustiaem16dedezembrode2009,oinstrumento

centraldeumsistemanicodeaescoletivas,comapropostaderevogaoda

Lein.7.347/85edetodasasdemaisnormasreferentesaoprocessocoletivono

Cdigo de Defesa do Consumidor e nas demais leis especficas. Ele foi,

inclusive,incorporadocomoumdosobjetivosdoIIPactoRepublicano(item3.2)

epossui,comoalgumasprevises,umrolmaisamplo,emboraexemplificativo,

debens jurdicosobjetodeproteodaaocivilpblica;umadefiniomais

precisaparaosdireitosindividuaishomogneos;oestabelecimentodeprincpios

relativos ao processo civil coletivo; o aprimoramento das regras atinentes

competncia;aindicaomaisdetalhadadelegitimados;acriaodeCadastros

Nacionais de Processos Coletivos e o incremento da eficincia das aes

coletivas.

Contudo, o referido projeto foi rejeitado no dia 17 demaro de 2010 pela

ComissodeConstituioeJustiadaCmaradosDeputados,emumavotao

pormaioria,de17votosa14,aofundamentodefaltadedebateededis