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DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA GERAL DOS RECURSOS

DIREITO PROCESSUAL PENAL - Forum de Concursos · Web viewNem todo recurso demanda a apresentação de razões – o antigo protesto por novo júri e embargos de declaração, salvo

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DIREITO PROCESSUAL PENALTEORIA GERAL DOS RECURSOS

SUMÁRIO

1. CONCEITO....................................................................................................................................5

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21.1. Conclusões:..........................................................................................................................52. NATUREZA JURÍDICA....................................................................................................................53. PRINCÍPIOS RECURSAIS................................................................................................................63.1. Princípio da voluntariedade..................................................................................................63.2. Princípio da Unirecorribilidade (unicidade ou singularidade)................................................83.3. Princípio da Fungibilidade (teoria do recurso indiferente; princípio da permutabilidade; princípio da conversibilidade; teoria do recurso sem rosto ou teoria do tanto vale)..........................................113.4. Princípio da Taxatividade....................................................................................................113.5. Princípio da Convolação......................................................................................................123.6. Princípio da Conversão.......................................................................................................123.7. Princípio da non reformatio in pejus (princípio da proibição da reforma pior).....................123.8. Princípio da reformatio in mellius (princípio da reforma para melhor)................................163.9. Princípio da dialeticidade....................................................................................................173.10. Princípio da complementaridade ou complementariedade.................................................183.11. Princípio da suplementaridade ou suplementariedade – polêmico......................................193.12. Princípio da variabilidade...................................................................................................193.13. Princípio da colegialidade...................................................................................................203.14. Princípio do duplo grau de jurisdição..................................................................................203.15. Princípio tantum devolutum quantum apelatum................................................................223.16. Princípio da disponibilidade dos recursos............................................................................233.17. Princípio da adequação.......................................................................................................234. PRESSUPOSTOS RECURSAIS........................................................................................................234.1. Conceito.............................................................................................................................234.2. Pressupostos recursais objetivos........................................................................................254.3. Pressupostos recursais subjetivos.......................................................................................355. EFEITOS DOS RECURSOS.............................................................................................................405.1. Efeito Obstativo (efeito extrínseco ou dilatório-procedimental):.........................................405.2. Efeito devolutum quantum appelatum:..............................................................................405.3. Efeito suspensivo................................................................................................................415.3.1. Conceito.............................................................................................................................415.4. Efeito regressivo, iterativo ou diferido................................................................................425.5. Efeito extensivo (COMUNICABILIDADE RECURSAL).............................................................43Por ele, o réu que não recorreu pode ser beneficiado pelo recurso do comparsa, desde que o fundamento seja comum a todos os imputados.Quando a decisão do tribunal estiver fundada em motivos de caráter objetivo..43ATENÇÃO: é aplicável às ações autônomas de impugnação, como o habeas corpus e a revisão criminal...........43Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.........435.6. Efeito substitutivo..............................................................................................................446. DIREITO INTERTEMPORAL..........................................................................................................456.1. Conceito.............................................................................................................................45As normas que regulamentam a sistemática recursal são de natureza processual tendo aplicação imediata. Art. 2º CPP..............................................................................................................................................................45Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.....................................................................................................................................456.2. Parâmetro interpretativo....................................................................................................45Atualmente a adequada interpretação da sistemática recursal nos permite concluir que o recurso será regido pela lei vigente no momento do nascimento da pretensão recursal, ou seja, no momento em que a decisão foi proferida e ganhou visibilidade.........................................................................................................................46

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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3ATENÇÃO: de acordo com o art. 389 do CPP, a sentença é publicada quando o magistrado a entrega nas mãos do escrivão.......................................................................................................................................................46Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos autos o respectivo termo, registrando-a em livro especialmente destinado a esse fim..............................................................................466.3. Exemplos mais recentes......................................................................................................467. PROCEDIMENTO RECURSAL........................................................................................................467.1. Juízo a quo..........................................................................................................................467.2. Juízo ad quem.....................................................................................................................468. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO.................................................................................................499. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA..............................................................................................................................49

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ATUALIZADO EM 30/12/20181

TEORIA GERAL DOS RECURSOS (ARTS. 574 A 580, CPP)i

1. CONCEITO

O recurso é uma ferramenta voluntária de impugnação das decisões judiciais, construída na mesma relação

jurídica processual que antecede a coisa julgada, tendo aptidão para esclarecer, integrar, reformar ou para

nulificar o julgado.

1.1.Conclusões:

a) O recurso é uma providência voluntária;

b) É admitida na mesma relação processual (a relação se perpetua em outro órgão jurisdicional);

c) O recurso é um desdobramento do direito de ação;

d) A finalidade do recurso pode oscilar entre a integração, o esclarecimento, a reforma ou a

anulação do julgado.

e) Necessita de previsão legal

2. NATUREZA JURÍDICA

Existem posições divergentes sobre a natureza jurídica do recurso:

i. Segundo Ada Pellegrini, o recurso é um desdobramento do direito de ação (POSIÇÃO MAJORITÁRIA).

ii. Segundo o CPP, o recurso é qualquer ferramenta de impugnação das decisões judiciais, com trânsito em

julgado ou não. A redação original do CPP enquadra no capítulo dos recursos as ações autônomas de

impugnação (habeas corpus e revisão criminal). O projeto do novo CPP (Projeto de Lei nº 156) promove a

adequada correção.

iii. Para Hélio Bastos Tornaghi, o recurso é uma nova ação, construída incidentalmente no mesmo processo.

Justifica a sua posição, afirmando que a ação deflagrada com a inicial acusatória tem por objeto o fato

delituoso. O recurso, por sua vez, tem como objeto a decisão impugnada. Na relação recursal, os polos da

1 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo ([email protected]) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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5demanda podem ser alterados (quem estava, originalmente, no polo passivo pode migrar para o polo ativo da

relação recursal, como ocorre quando a defesa recorre). Essa posição é minoritária.

3. PRINCÍPIOS RECURSAIS

São verdadeiras regras interpretativas dos recursos em espécie.

3.1. Princípio da voluntariedade

3.1.1. Conceito

O recurso está inserido na estratégia processual da parte. Se a parte entende que a decisão representa a

justa medida, não tem o dever funcional de recorrer, podendo ser conformar com ela, mesmo que lhe seja

desfavorável. O recurso é pautado pela estratégia da parte, que só recorrerá se lhe for conveniente (art. 574,

CPP).

Obs.: Os membros do Ministério Público ou da Defensoria Pública não têm obrigação de recorrer.

VOLUNTÁRIO ≠ DISCRICIONÁRIO

O Ministério Público não tem discricionariedade para recorrer. Para a defesa, o recurso é voluntário e

discricionário. O recurso para o Ministério Público também é voluntário (não há obrigação de recorrer), mas,

não há discricionariedade.

Os princípios estruturais que vigem na ação penal são: obrigatoriedade e indisponibilidade. O MP, desde que

haja justa causa, deverá ajuizar a ação penal (DEVER DE AGIR), e uma vez proposta a ação penal, o promotor

não pode dela desistir. O MP tem a sua liberdade de convicção (“opiniodelictiI”); que não se confunde com a

ideia de discricionariedade.

Art. 576, CPP: o MP não poderá desistir do recurso que haja interposto, nem total nem parcialmente.

3.1.2. Recurso ex officio (remessa obrigatória, segundo grau obrigatório ou necessário).

Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos,

de ofício, pelo juiz:

I - da sentença que conceder habeas corpus;

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6II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou

isente o réu de pena, nos termos do art. 411.

]

A. Conceito: É o instituto que obriga o juiz, nas hipóteses legalmente selecionadas, a reverter a sua

decisão para reanalise do Tribunal, mesmo que as partes não recorram.

Só é cabível em face de decisões de juiz de primeiro grau. NUNCA COLEGIADO.

B. Natureza jurídica: há três proposições.

Para Aury Lopes Júnior, o art. 574, CPP, examinando o recurso de ofício, não foi recepcionado

pelo art. 129, I, CF, afinal o ativismo judicial rompe com o sistema acusatório, com a figura do

juiz acusador e parcial. Essa posição é minoritária.

Segundo o STF, na Súmula 423, o instituto é uma condição objetiva de eficácia do julgado, que

não transita em julgado enquanto não houver a reanalise pelo Tribunal. Essa é a POSIÇÃO

MAJORITÁRIA.

Para Nestor Santiago, em posição minoritária, o instituto é verdadeiramente um recurso e o

juiz estaria desempenhando uma função anômala, devidamente regulamentada no Código.

Súmula 423: NÃO TRANSITA EM JULGADO A SENTENÇA POR HAVER OMITIDO O RECURSO EX

OFFICIO", QUE SE CONSIDERA INTERPOSTO "EX LEGE".

C. Hipóteses de recurso ex officio:

Concessão do habeas corpus pelo juiz de primeiro grau (art. 574, I, CPP);

Concessão de reabilitação criminal (art. 746, CPP);

Art. 743. A reabilitação será requerida ao juiz da condenação, após o decurso de quatro ou

oito anos, pelo menos, conforme se trate de condenado ou reincidente, contados do dia em

que houver terminado a execução da pena principal ou da medida de segurança detentiva,

devendo o requerente indicar as comarcas em que haja residido durante aquele tempo .

Art. 746. Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício.

Decisão de arquivamento do inquérito ou sentença absolutória nos crimes (contravenções

NÃO) contra e economia popular ou contra a saúde pública (art. 7º, da Lei nº 1.521/51). OBS.

Vale lembrar que o tráfico de drogas e as condutas equiparadas ofendem a saúde pública, mas

não haverá recurso de ofício, pois a lei específica foi omissa no tema (Lei nº 11.343/06).

Concessão de mandado de segurança por juiz de primeiro grau (art. 14, §1º Lei nº 12.016/09).

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7 Indeferimento liminar da ação de revisão criminal pelo relator no Tribunal - ascendência

objetiva nos tribunais (art. 625, §3º, CPP).

Obs.: segundo Guilherme Nucci, em posição MAJORITÁRIA, o inciso II, o art. 574, CPP, está

tacitamente revogado, pois a absolvição sumária do Júri é disciplinada, atualmente, no art.

415, do CPP, com redação dada pela Lei nº 11.689/08, que não trata do recurso de ofício.

Nestor Távora entende que, na verdade, o fundamento cabível é o de que o recurso de ofício

viola o sistema acusatório.

Não há necessidade de fundamentação no recurso. Não precisa intimar as partes para

arrazoar. Quando as partes apelam sobe tudo. Se juiz não enviar para o Tribunal, Presidente

pode avocar.

Se o recurso de ofício fosse encarado no sentido estrito de recurso ele seria inconstitucional;

no entanto, ele não passa de uma condição para o trânsito em julgado material da sentença.

Com essa interpretação ele é plenamente constitucional.

3.2.Princípio da Unirecorribilidade (unicidade ou singularidade)

3.2.1. Conceito:

Para cada decisão judicial caberá, em regra, apenas um recurso. É uma proposta com base em um critério

político de atuação.

3.2.2. Mitigação:

Quando uma mesma decisão ofende a Constituição Federal e a legislação infraconstitucional federal, admite-

se a interposição simultânea de Recurso Especial e Recurso Extraordinário, mitigando a unirrecorribilidade.

§ 5º - Na hipótese de o relator do recurso especial considerar que o recurso extraordinário é prejudicial

daquele em decisão irrecorrível, sobrestará o seu julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal

Federal, para julgar o extraordinário.

§ 6º - No caso de parágrafo anterior, se o relator do recurso extraordinário, em despacho irrecorrível, não o

considerar prejudicial, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça, para o julgamento do recurso

especial.

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8Crítica (Paulo Rangel): não há que se falar em mitigação do princípio, pois para interposição do RE e do REsp a

decisão é estratificada, abarcando apenas uma parte da decisão. Os recursos são apresentados para impugnar

uma parcela distinta do julgado. Podemos analisar a decisão como um todo ou em partes.

#ATENÇÃO: Antiga EXCEÇÃO à unirrecorribilidade se verificava no cabimento simultâneo do protesto por novo

Júri (crime com pena maior ou igual a vinte anos) e da apelação (crime conexo). Nesse caso, o recurso de

apelação ficaria sobrestado aguardando ao protesto por novo júri.

#ATENÇÃO #CPCANTIGO: Seria exceção à unirrecorribilidade a interposição simultânea de embargos infringentes

e de nulidade quanto à parte não unânime e de recursos extraordinários quanto à parte unânime? NÃO, pois a

jurisprudência majoritária (STJ: AgRg no Ag 1.386.935/SP) tinha orientação pela incidência do art. 498, do antigo

CPC, ao processo penal, de modo que, ao interpor os embargos infringentes, os prazos para interposição de RE e

REsp ficariam suspensos, não havendo interposição simultânea. Inclusive, havendo interposição simultânea, sem

posterior ratificação, restaria caracterizada a extemporaneidade do recurso extraordinário.

ATENÇÃO: interposição simultânea de embargos infringentes ou de nulidade e RE ou Resp:

STJ: o prazo para o RE ou Resp ficará sobrestado até o julgamento dos embargos

STF:deve haver a interposição simultânea, sob pena de intempestividade. O RE ou Resp ficarão

sobrestados aguardando o julgamento dos embargos.

#NCPC #MUDANÇADEENTENDIMENTO

Em razão da omissão do Código de Processo Penal, há duas posições a respeito:

I. Uma majoritária, anterior ao novo CPC, segundo a qual a interposição de ambos os embargos (de

nulidade e infringentes) sobrestariam o prazo para a apresentação tempestiva dos recursos

constitucionais, invocando-se, o art. 498 do Código de Processo Penal, com a reforma dada pela Lei nº.

10.352/2001. Esse entendimento prevalece na Justiça Comum Federal e já foi adotado pelo Superior

Tribunal de Justiça no Agravo Regimental em Recurso Especial nº. 767.545/MG, Rel. Ministro Hamilton

Carvalhido, j. 09/03/06 e Recurso Especial nº. 881.847/PE, Rel. Ministro Félix Fischer, j. 22/05/2007.

II. Outra corrente, prevalecente na Justiça Comum Estadual, preconiza que é obrigatória, sob pena de

intempestividade, a interposição simultânea dos recursos constitucionais e dos embargos, devendo o

acusado, desde logo, oferecer em dez dias, a partir da publicação do acórdão, os embargos (de

nulidade ou infringentes), relativamente à parte da decisão não unânime e, em quinze dias, o Recurso

Especial ou Extraordinário (ou ambos), cabível quanto à matéria decidida sem divergência. Esse

entendimento é sustentado pelo Enunciado 355 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, segundo o

qual “em caso de embargos infringentes parciais, é tardio o recurso extraordinário interposto após o CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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9julgamento dos embargos, quanto à parte da decisão embargada que não fora por eles abrangida.”

Nesse caso, o julgamento do Recurso Especial ou Extraordinário ficará sobrestado até o julgamento

dos embargos.

Conclusão:

E agora, não mais havendo a previsão no Código de Processo Civil dos Embargos Infringentes e,

consequentemente, a possibilidade legal do sobrestamento do prazo para os recursos constitucionais, como

ficará a questão em matéria criminal?

Se, antes da vigência do novo Código de Processo Civil, primeiro deveriam ser interpostos os embargos e,

depois do julgamento destes, começaria o prazo para os Recursos Especial e Extraordinário, com a vigência do

novo Código de Processo Civil que, como se sabe, não mais prevê os embargos infringentes, apenas

estabelecendo, no art. 942, como uma técnica de julgamento, que, “quando o resultado da apelação for não

unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores,

que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para

garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito

de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.”, o uso da analogia não mais será possível,

devendo ser aplicado o Enunciado 355 da súmula do Supremo Tribunal Federal. Na doutrina, Rômulo de

Andrade Moreira, Alexandre Morais da Rosa e Renato Brasileiro.

A única exceção ao princípio seria a interposição simultânea de RE e REsp, à luz do art. 26, Lei 8.038/90, bem

como da Súmula 126 do STJ.

STJ Súmula nº 126 - É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em fundamentos

constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida

não manifesta recurso extraordinário.

Eugênio Pacelli nos dá outro exemplo: tratando-se de sucumbência recíproca, poderá ocorrer a interposição

simultânea de recursos distintos, manejados, porém, por partes também distintas.Têm a mesma natureza

jurídica

ATENÇÃO: Em uma mesma sentença, juiz julga extinta a punibilidade em relação a um delito (seria cabível o

RESE, conforme art. 581, VIII, CPP), e condena em relação a outro delito. Neste caso, o recurso de APELAÇÃO

absorveo RESE (PRINCÍPIO DA ABSORÇÃO/CONSUNÇÃO), conforme art. 593, §4º, CPP.

§ 4o Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de

parte da decisão se recorra.

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3.3.Princípio da Fungibilidade (teoria do recurso indiferente; princípio da permutabilidade; princípio da

conversibilidade; teoria do recurso sem rosto ou teoria do tanto vale)

3.3.1. Conceito

Por ele, um recurso inadequado pode ser conhecido como o recurso correto em homenagem à

instrumentalidade das formas (art. 579, CPP).

Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por

outro.

Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte,

mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.

3.3.2. Requisitos:

Ausência de má-fé: para o STF, a má-fé será presumida quando o recurso apresentado goza de

mais prazo do que o recurso correto, e o recorrente se beneficiou do excesso. Para Denilson

Feitosa Pacheco, a posição do STF é muito rígida e se for aplicada, relegará a fungibilidade ao

ostracismo.

Ausência de erro grosseiro: para o STJ, é necessário que exista dúvida objetiva quanto ao

recurso cabível naquela hipótese (REsp 611.877).Se não houver nenhuma divergência

doutrinária ou jurisprudencial é tido como erro grosseiro.

Requisitos: boa-fé, recurso errado no prazo do recurso certo e dúvida objetiva (inexistência de

erro grosseiro).

Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela

parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível – não pode haver a

supressão de uma etapa procedimental do recurso correto. Ex. juízo de retratação do RESE.

Tribunal convertendo em RESE deve devolver para que o juiz realize ou não a retratação.

*Pode ser conhecida como recurso em sentido estrito a apelação erroneamente interposta contra decisão que

julga inepta a denúncia, com a condição de que, constatada a ausência de má-fé, tenha sido observado o prazo

legal para a interposição daquele recurso e desde que o erro não tenha gerado prejuízo à parte recorrida no que

tange ao processamento do recurso. STJ. 5ª Turma, REsp 1.182.251-MT, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em

05/06/2014 (Info. 543).

3.4.Princípio da Taxatividade

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11Para a decisão ser impugnável, deve haver previsão legal disciplinando a ferramenta disponível. Do contrário, a

decisão não será recorrível.

Por ele, os recursos da esfera penal estão taxativamente previstos em lei, não havendo recurso inominado ou de

improviso. Esse princípio também é conhecido como princípio da legalidade recursal.

LEI FEDERAL – competência privativa da União para legislar sobre direito processual. Pode haver, no entanto, a

interpretação extensiva ou analógica da lei processual.

3.5.Princípio da Convolação

Segundo Noberto Avena, a ferramenta impugnativa correta e adequada ao caso pode ser conhecida como se

fosse outra, ainda mais propícia, cabendo ao Tribunal promover a convolação (exemplo: convolar a revisão

criminal apresentada para combater sentença nula transitada em julgado no habeas corpus, já que este tramita

em rito sumaríssimo e comporta a concessão de liminar). Ex.: intempestivo o RO, deve ser recebido como HC

substitutivo.

*#OUSESABER: Não confundir o PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE com o PRINCÍPIO DA CONVOLAÇÃO no processo

penal. O Princípio da Fungibilidade, tal como no Processo Civil, traduz-se na possibilidade de um recurso que

inicialmente não era o adequado para combater determinado vício de uma decisão (Lembrando que, em regra, só

há um Recurso cabível para cada espécie de vício decisório - Princípio da UNIRECORRIBILIDADE RECURSAL) ser

aceito em substituição ao recurso correto. Isso só é possível se o ajuizamento ocorrer NO PRAZO DO RECURSO

CORRETO e não se tratar de ERRO GROSSEIRO. Já o Princípio da Convolação possui lógica semelhante, mas o que

se admite é um MEIO DE IMPUGNAÇÃO e não um recurso. Assim, havendo erro no protocolo de um recurso ou

de um meio de impugnação, ACEITA-SE UM OUTRO MEIO DE IMPUGNAÇÃO em favor do réu. Renato Brasileiro

exemplifica a utilização do princípio: alguém entra com um HC originário em TJ, que vem a ser denegado, o que

enseja o ajuizamento do ROC para o STJ, mas esse é protocolado INTEMPESTIVAMENTE, MAS, EM FACE DO

PRINCÍPIO DA CONVOLAÇÃO, O STJ PODE RECEBER O RECURSO ORDINÁRIO COMO UM NOVO HC!

3.6.Princípio da Conversão

Por ele, o Tribunal incompetente para o qual foi endereçado o recurso, pode reapontar o recurso e encaminhá-lo

ao órgão competente. Esse fenômeno é chamado de intinerância recursal.

3.7. Princípio da non reformatio in pejus (princípio da proibição da reforma pior)

3.7.1. ConceitoCICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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No Processo Penal, uma forma de intimidar o recurso da defesa seria o temor de que o Tribunal piorasse a

situação do réu.INCLUSIVE – erro material, matéria de ordem pública, medida de segurança, revisão criminal.

Por ele, quando o Tribunal julga recurso defensivo, a situação do réu não poderá ser piorada. Para a

exasperação da situação do imputado é necessário que o Tribunal dê provimento a recurso da acusação. Nem

mesmo em se tratando de erro material (STF: HC 83.545/SP; STJ: HC 163.851/RS).

3.7.2. Fundamentos:

a. Processual – o Tribunal não pode julgar extra petita;

b. Político – Almeja-se, ainda, não inibir a atividade recursal da defesa;

3.7.3. Modalidades (classificação):

a. Proibição direta – por ela, o Tribunal, ao julgar o recurso da defesa, não poderá nesta relação recursal

piorar a situação do réu (art. 617, CPP);

Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no

que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da

sentença.

b. Proibição indireta – se o Tribunal, julgando recurso da defesa, anular a decisão impugnada, devolvendo os

autos para que o juiz profira uma nova, a situação do réu também não poderá ser piorada. Percebe-se

que a primeira decisão acaba trazendo um efeito limitador quanto à nulidade fruto do recurso defensivo.

Logo,os limites da sanção estão demarcados no primeiro julgado que foi anulado, pelo que chamamos de

efeito prodrômico. Trata-se de hipótese excepcional em que o ato nulo produz efeitos.

*Situação de reformatio in pejus mesmo tendo havido redução da pena final : Assim, mesmo aparentemente a

decisão do TJ tendo sido benéfica ao réu (por ter reduzido a pena), na verdade, houve, na parte referente à causa

de aumento, uma reforma para pior. (Info 797, STF)

*A proibição da “reformatio in pejus”, princípio imanente ao processo penal, aplica-se ao “habeas corpus”, cujo

manejo jamais poderá agravar a situação jurídica daquele a quem busca favorecer. STF. 2ª Turma. HC 126869/RS,

Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/6/2015 (Info 791).

#DEFENSORIA: Caso o Tribunal, na análise de apelação exclusiva da defesa, afaste uma das circunstâncias judiciais

(art. 59 do CP) valoradas de maneira negativa na sentença, a pena base imposta ao réu deverá, como consectário CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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13lógico, ser reduzida, e não mantida inalterada. STJ. 6ª Turma. HC 251.417-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,

julgado em 3/11/2015 (Info 573). - Ao manter a pena fixada mesmo reconhecendo que uma circunstância judicial

não estava presente, o Tribunal acabou incidindo em reformatio in pejus porque piorou a situação do réu.

*João foi condenado em 1ª instância a uma pena de 2 anos pela prática do crime de furto qualificado pela

escalada (art. 155, § 4º, II, do CP). O Ministério Público não recorreu, transitando em julgado a sentença para a

acusação. A defesa do réu interpôs apelação. O Tribunal de Justiça entendeu que não estavam presentes os

requisitos necessários para a configuração da qualificadora da escalada (art. 155, § 4º, II) e, por isso, a retirou,

transformando em furto simples. Até aí, tudo bem. Esse era um dos pedidos do recurso. Ocorre que os

Desembargadores foram além e decidiram reconhecer a presença da causa de aumento prevista no § 1º do art.

155 do CP, em virtude de estar provado nos autos que o furto ocorreu durante o repouso noturno. Assim, o TJ

afastou a condenação pelo art. 155, § 4º, II, do CP e condenou o réu pelo art. 155, § 1º, do CP. Com base nessa

nova capitulação, o TJ fixou a pena do réu em 1 ano e 4 meses. Agiu corretamente o TJ? NÃO. O STF entendeu

que a decisão do TJ violou o princípio do non reformatio in pejus, devendo ser refeita a dosimetria. O TJ

acrescentou uma causa de aumento de pena (art. 155, § 1º) que não havia sido reconhecida na sentença em 1ª

instância. Como o recurso era exclusivo da defesa, o TJ não poderia ter inserido na condenação uma circunstância

contrária ao réu e que não estava presente anteriormente. Assim, mesmo aparentemente a decisão do TJ tendo

sido benéfica ao réu (por ter reduzido a pena), na verdade, houve, na parte referente à causa de aumento, uma

reforma para pior. STF. 2ª Turma. RHC 126763/MS, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o acórdão Min. Gilmar

Mendes, julgado em 1º/9/2015 (Info 797).

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: Não caracteriza reformatio in pejus a decisão de tribunal de justiça

que, ao julgar recurso de apelação exclusivo da defesa, mantém a reprimenda aplicada pelo magistrado de

primeiro grau, porém com fundamentos diversos daqueles adotados na sentença. Não viola o princípio da

proibição da reformatio in pejus a reavaliação das circunstâncias judiciais em recurso de apelação penal, no

âmbito do efeito devolutivo, desde que essa não incorra em aumento de pena. Não há falar em reformatio in

pejus se os motivos expendidos pelo julgador em sede de apelação exclusiva da defesa não representaram

advento de situação mais gravosa para o réu. STF. 1ª Turma. RHC 119149/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em

10/2/2015 (Info 774). STF. 1ª Turma. HC 126457/PA, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de

Moraes, julgado em 6/11/2018 (Info 922). Esse é também o entendimento do STJ: STJ. 5ª Turma. HC 330.170/RS,

Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/09/2016.

3.7.4. Situações especiais:

a. Reformatio in pejus x Incompetência absoluta:

Se a decisão foi anulada no julgamento de recurso defensivo sob o fundamento da incompetência

absoluta do juízo, subsistem as seguintes posições:

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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14 Para Eugênio Pacelli, não aplicaremos a limitação do art. 617, CPP, que é lei ordinária, já que o

princípio do juiz natural é norma constitucional.

Para o STJ, em POSIÇÃO PREVALENTE, a proibição da reforma pra prior subsiste mesmo

nessahipótese (STJ HC 105.384).

b. Reformatio in pejus x Júri:

DOUTRINA e jurisprudência tradicional: Para a doutrina majoritária (Frederico Marques), se o primeiro

julgamento no Júri é anulado em virtude de recurso da defesa, no segundo julgamento, os jurados podem

reconhecer circunstâncias na quesitação que exaspere a situação do réu, pois eles atuam com soberania

(art. 5º, XXVIII, CF). Todavia, no segundo julgamento, se os jurados reconhecerem as mesmas

circunstâncias do primeiro – quesitação idêntica, o juiz presidente estará adstrito à proibição da

reformatio in pejus. (art. 617, CPP).

ATENÇÃO: o STF, em recente acórdão da lavra do Ministro Cesar Peluso, reconheceu o obstáculo da

reforma para pior mesmo quando no segundo julgamento, os jurados reconheçam circunstâncias que

exasperem a situação do réu, devendo o juiz, na confecção da sentença, atender aos limites da primeira

decisão, anulada em virtude do recurso defensivo (Informativo 542 - STF HC 89.554).

Esta regra, porém, não tem aplicação para limitar a soberania do Tribunal do Júri, prevalecendo o

princípio constitucional da soberania dos veredictos. O juiz, ao aplicar a pena, entretanto, estará limitado

àquela imposta no 1º julgamento (Informativo 542 do STF: HC 89.544/RN).

INFO 542. Tribunal do Júri e Princípio da “Ne Reformatio in Pejus” Indireta – 1 A Turma deferiu habeas

corpus para assentar que o princípio da ne reformatio in pejus indireta tem aplicação nos julgamentos

realizados pelo tribunal do júri.

c. Interpretação extensiva

No julgamento dos recursos da acusação, não poderá o Tribunal declarar de ofício nulidades que

prejudiquem a defesa e que não foram objeto do recurso acusatório (efeito limitador), salvo naquelas

situações onde a decisão é passível de recurso de ofício (Súmula 160 STF).

Súmula 160 É NULA A DECISÃO DO TRIBUNAL QUE ACOLHE, CONTRA O RÉU, NULIDADE NÃO ARGÜIDA

NO RECURSO DA ACUSAÇÃO, RESSALVADOS OS CASOS DE RECURSO DE OFÍCIO.

ATENÇÃO: Corolário do princípio da non reformatio in pejus é o princípio da personalidade dos recursos,

segundo o qual o recurso só pode beneficiar a parte que o interpôs, não aproveitando aquele que não

recorreu. Exceção: art. 580, CPP (recurso interposto por um acusado beneficia os demais se fundado em

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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15motivos objetivos). A parte que recorreu não pode ter sua situação agravada, se não houve recurso da

parte contrária.

*O art. 580 do CPP afirma que, no caso de concurso de agentes, a decisão favorável que um dos réus conseguir no

julgamento do seu recurso poderá ser aproveitada pelos demais acusados, salvo se a decisão tiver se

fundamentado em motivos que sejam de caráter exclusivamente pessoal. Esse dispositivo não pode ser aplicado

quando: a) o réu que estiver requerendo a extensão da decisão não participar da mesma relação jurídico-

processual daquele que foi beneficiado. O requerente será, neste caso, parte ilegítima; b) se invoca extensão da

decisão para outros processos que não foram examinados pelo órgão julgador. Isso porque, neste caso, o que o

requerente está pretendendo é obter a transcendência dos motivos determinantes para outro processo, o que

não é admitido pela jurisprudência do STF. STF. 1ª Turma. HC 137728 EXTN/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em

30/5/2017 (Info 867).

Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um

dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos

outros.

Art. 626, p. único, CPP - Non reformatio in pejus em revisão criminal: Julgando procedente a revisão, o

tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo,

mas, de qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.

Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o

réu, modificar a pena ou anular o processo.

Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.

Súmula 525 STF - A medida de segurança não será aplicada em segunda instância, quando só o réu tenha

recorrido.Tribunal não pode instaurar incidente de insanidade mental.MITIGAÇÃO – há essa possibilidade

quando a primeira instância tiver condenado o réu à pena privativa de liberdade e a defesa recorrer

pedindo a medida de segurança.

3.8. Princípio da reformatio in mellius (princípio da reforma para melhor)

3.8.1. Conceito

Julgando recurso acusatório, o Tribunal está autorizado a julgar extra petita, podendo melhorar a situação do

réu, mesmo que esse não seja o objeto do recurso. Para Luís Flávio Gomes, pode o Tribunal melhorar a

situação do réu, julgando recurso acusatório, mesmo que, para tanto, decida extra petita. CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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16

Regra – efeito devolutivo da apelação – tribunal pode reconhecer de ofício questões em prol do réu

Exceção – Júri (evitar supressão de instância) - Súmula O efeito devolutivo da apelação contra decisões do

Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição.

3.8.2. Fundamentos:

a. Bem jurídico em jogo – é a liberdade, direito indisponível;

b. Tribunal ex officio poderia conceder um habeas corpus, nada impede que ele abranda situação do réu,

julgando recurso acusatório;

c. O réu não pode ser prejudicado pela ineficiência da defesa técnica.

d. Embasamento normativo: a reformatio in mellius se consolida, a contrário sensu, da interpretação do art.

617, CPP;

Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387,

no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado

da sentença.

*É possível a reformatio in mellius (o tribunal melhora a situação do réu em julgamento de recurso exclusivo da

acusação) por medida de economia processual e em nome do princípio do favor rei. O tribunal deve se utilizar de

ordem de habeas corpus de ofício para corrigir em favor do acusado ilegalidades da decisão. PACELLI alinha-se a

esta corrente. STJ: “Esta Corte firmou compreensão no sentido de que é admitida a reformatio in melius, em sede

de recurso exclusivo da acusação, sendo vedada somente a reformatio in pejus.” (REsp 628.971/PR, Rel. Ministro

OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 16/03/2010, DJe 12/04/2010)

3.9. Princípio da dialeticidade

Por ele, o recorrente apresentará as suas razões recursais, de forma que a parte contrária terá condição de

apresentar as suas contrarrazões (dialética), respeitando-se o princípio do contraditório. Através dele também

haverá a fixação dos limites de atuação do Tribunal na apreciação do recurso.

ATENÇÃO: o recurso de apelação pode subir ao Tribunal com ou sem as razões, mitigando a essência da dialética

– crítica. Mas os Tribunais confirmam essa possibilidade. Art. 601 CPP. Obs. Juizado não. Tem que apresentar as

razões, sob pena de não conhecimento.

Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas,

no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de trinta dias.

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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17§ 1o Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos apelado, caberá ao

apelante promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser remetido à instância superior no prazo de

trinta dias, contado da data da entrega das últimas razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a

apresentação das do apelado.

§ 2o As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo se o pedido for de réu pobre ou do

Ministério Público.

- Mas, afinal, o que deveria ser feito diante da ausência de razões e contrarrazões?

Defesa: devolver ao primeiro grau para manifestação. Não sendo feita – intima réu para apresentar novo

advogado. Não nomeando – Defensoria Pública ou defensor dativo. Súmula 707.

MP: art. 28, considerando que não pode desistir do recurso que haja interposto.

• STJ – É nulo o julgamento de recurso de apelação apenas interposto e não arrazoado.

• STF – não há nulidade se as razões reproduzem as alegações finais da defesa.

• Súmula 707, STF – constitui nulidade a falta de intimação do denunciado do recurso interposto

contra a decisão que rejeitou a denúncia, não a suprindo nem mesmo nomeação de defensor

dativo.

• Nem todo recurso demanda a apresentação de razões – o antigo protesto por novo júri e

embargos de declaração, salvo se infringentes.

Toda vez que for interposto recurso, a parte contrária terá o direito de contrarrazoar o recurso (não é obrigação).

É a garantia do prazo para a apresentação das contrarrazões antes da subida dos autos. Súmula 707, STF –

constitui nulidade a falta de intimação do denunciado do recurso interposto contra a decisão que rejeitou a

denúncia, não a suprindo nem mesmo nomeação de defensor dativo. Advém nitidamente da cláusula

constitucional do due processo oflaw, em específico no que atine à proteção ao contraditório.

Obs.: Súmula 707 do STF confirma o princípio da dialeticidade recursal.

Aqui é bom registrar que o parecer do MP, na segunda instância, não representa violação ao princípio da

dialeticidade. Em verdade, o parecer ministerial é exarado na condição de custos legis, e, não, na de parte, razão

pela qual não há falar em violação aos princípios da dialeticidade, ampla defesa e contraditório. Essa é a posição

do STJ: “é entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justiça que o Ministério Público, ao apresentar

parecer em segundo grau de jurisdição, salvo nos casos de ação originária, atua como custos legis (art. 610 do

CPP) e, portanto, inexiste violação dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.” (STJ, AgRg

no HC 195.965/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 27/08/2013, DJe

12/09/2013)

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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18Não obstante isso, atualmente está em debate se a sustentação oral do MP após a sustentação oral da defesa

ofende, ou não, os princípios do contraditório e da ampla defesa, tendo o STF consignado que: “No processo

criminal, a sustentação oral do representante do Ministério Público, sobretudo quando seja recorrente único,

deve sempre preceder à da defesa, sob pena de nulidade do julgamento.” (STF, HC 87926 – Informativo 499, STF).

3.10. Princípio da complementaridade ou complementariedade

Por ele, o recorrente poderá complementar as razões recursais quando a decisão impugnada foi alterada pelo

próprio juiz, em virtude dos seguintes fatores:

Provimento de embargos declaratórios apresentados pela parte contrária.

Correção ex officio de erros formais ou materiais na decisão

A complementação só pode versar sobre o que foi alterado.

Após a interposição do recurso, o juiz pode modificar a sentença nas seguintes hipóteses: a) erro de cálculo e erro

material, desde que não prejudique o réu; b) lei nova mais favorável; c) embargos de declaração; d) juízo de

retratação (RESE ou agravo em execução).

Não se fala em preclusão consumativa, porque os fundamentos da decisão só surgirão com a integração ou

complementação a que os embargos de declaração deram margem.

3.11. Princípio da suplementaridade ou suplementariedade – polêmico.

Vimos que, em regra, para uma decisão, cabe apenas um recurso. No entanto, excepcionalmente, é possível a

interposição de dois recursos simultâneos. Ex. Resp e RE. Por ele, se uma mesma decisão comporta mais de um

recurso, eles poderiam ser apresentados em momentos distintos, desde que dentro do prazo, não havendo

preclusão consumativa pela apresentação do primeiro recurso.

EXEMPLO: réu com 25 anos de condenação no homicídio e 03 anos para o estupro. Para o primeiro cabe o

PROTESTO POR NOVO JÚRI (revogado pela Lei 11.689/2009) e cabe a apelação no segundo caso. Há dois recursos

simultâneos. A suplementariedade dos recursos não tem correlação com o princípio da complementariedade dos

recursos. Obs.: entretanto, registro novamente a dificuldade de se diferenciar suplementariedade de

variabilidade, tendo em conta as divergências doutrinárias acima apontadas.

3.12. Princípio da variabilidade

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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19O recurso interposto pode ser substituído por outro adequado à espécie, desde que dentro do prazo. Ex. Protesto

por novo júri e apelação.Estava previsto em 39 e agora não está. Como excetua a preclusão consumativa deveria

estar previsto.

CRÍTICA: percebe-se que este proceder compromete a preclusão consumativa – MAIORIA DA DOUTRINA.

Quando são cabíveis dois recursos alternativos, a parte pode entrar com um recurso e, no prazo recursal, pode

entrar com outro recurso eliminando o primeiro. O sujeito vai variar de recursos, ou seja, quer variar de recurso.

EXEMPLO: réu condenado a 25 anos cabem o protesto por novo júri e a apelação, o réu interpõe um e depois

outro, desde que respeitado o prazo de interposição. NÃO SE CONFUNDE COM A SUPLEMENTARIEDADE DOS

RECURSOS. Há dois recursos alternativos, ou seja, ou é um ou é outro.

Ada Pellegrini e outros definem o princípio da variabilidade como sendo: “O princípio da variabilidade significa

que a interposição de um recurso não liga o recorrente à impugnação, permitindo-se a interposição de outros

recursos, se no prazo”.

3.13. Princípio da colegialidade

Por ele, em regra, a apreciação do mérito do recurso ocorrerá por um órgão colegiado, dissipando a possibilidade

de erro.Consectário lógico do duplo grau.

Obs.: O CPC prevê a possibilidade de relator negar seguimento ou dar provimento a recurso quando a questão for

sumulada ou de jurisprudência dominante. Isso não se aplica aos recursos essencialmente penais – apelação, rese,

agravo em execução, pois eles têm disciplina própria exigindo a colegialidade. Quanto ao HC, Res e RE é

plenamente possível a decisão monocrática com aqueles fundamentos – STF e STJ.

3.14. Princípio do duplo grau de jurisdição.

3.14.1. Fundamentos:

a. A falibilidade humana e a esperança de que o erro possa ser corrigido

b. O inconformismo natural do homem.

3.14.2 Embasamento normativo

a. Constituição Federal: existe uma decorrência implícita do contraditório, da ampla defesa e do devido

processo legal. Art. 5º, LV.

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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20b. Pacto de São José da Costa Rica (Convenção Americana De Direitos Humanos): existe previsão

expressa no art. 8º, II. ATENÇÃO: vale lembrar que a Convenção Americana é vista pelo STF como uma

norma supralegal.

3.14.3. Mitigações

O princípio do duplo grau é flexibilizado dentro das seguintes hipóteses:

a. Decisões interlocutórias simples: estas decisões, em regra, na esfera penal, não comportam recurso,

de forma que a Ada Pellegrini idealiza o princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias

simples. Vale lembrar que quando uma interlocutória simples comporta recurso, ela deve estar

enquadrada no art. 581 do CPP (rese). Nada impede, contudo, que a decisão seja combatida por HC ou

MS.

b. Para o STF, na Súmula 453, o instituto da mutatio libelli não será invocado na fase recursal, para que

não ocorra supressão de instância.

c. Autoridades com foro por prerrogativa de função

O duplo grau não é aplicado a autoridades que são julgadas originariamente perante Tribunais e o que se pode

discutir eventualmente é a violação à legislação federal, por meio de Resp ou RE (STF. RHC 79785).

ATENÇÃO: Na ação penal 470, que tramitou no STF, e popularmente chamada de “Mensalão”, a Suprema Corte,

pautada no respeito ao duplo grau, admitiu os embargos infringentes, trazendo assim duas consequências

processuais importantes: 1) o STF admitiu como vigente um recurso previsto, que é anterior à CF/88. 2) A

admissibilidade dos embargos infringentes, justificada também pelo respeito ao duplo grau, permitiu a

rediscussão do julgado pelo mesmo Tribunal, não havendo escalonamento.

INFORMATIVO 735/STF

Não cabem embargos infringentes no STF para discutir o quantum da pena aplicada

A divergência estabelecida na fixação da dosimetria da pena não enseja o cabimento de embargos infringentes no

STF (STF. Plenário. AP 470 El-décimos quartos – AgR/MG, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 13/02/2014).

Obs.: Duplo grau de jurisdição

Pode existir recurso sem duplo grau de jurisdição e vice versa. Ex. reexame necessário. Só há duplo grau quando o

recurso proporcionar o conhecimento por órgão diverso dematéria de fato e de direito.

Obs.: para haver duplo grau o juízo a quo precisa ter tido conhecimento do fato. Não pode o juízo ad quem

conhecer primeiro. Por isso a proibição em relação a mutatio libelli. Súmula 453 STF.CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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21Fundamentos - são vários: inconformidade das partes, falibilidade das pessoas; fundamento político que reside na

maior confiabilidade nas decisões colegiadas; duplo grau de jurisdição

Duplo grau de jurisdição não se confunde com a mera possibilidade de recorrer. Duplo grau de jurisdição é a

possibilidade de interposição de recurso que devolva a órgão jurisdicional diverso e de hierarquia superior todo o

conhecimento da matéria de fato e de direito, incluindo questões probatórias.

A posição majoritária é a de que ele estaria implícito nos seguintes dispositivos: devido processo legal (art. 5º,

LIV, CF/88); direito de defesa (art. 5º, LV, CF/88); estrutura do Poder Judiciário, dividido em órgãos jurisdicionais

inferiores e superiores (arts. 92 e segs., CF/88).

Recursos que materializam o duplo grau de jurisdição: apelação, RO em HC, RO em crimes políticos (STF).

ATENÇÃO: Recursos extraordinários (RESP e RE) não são manifestações do duplo grau de jurisdição, pois são

recursos de fundamentação vinculada, que visam à tutela da CF/88 ou da legislação federal infraconstitucional.

Não permitem o reexame fático e probatório. Não se prestam precipuamente a tutelar o interesse das partes.

Pessoas com foro por prerrogativa de função, como não podem apelar (recurso que devolve matéria fática e

probatória à instância superior), não possuem direito ao duplo grau de jurisdição. É que, segundo o STF (AI

601.832 AgR/SP, RHC 79.785/RJ), trata-se de garantia não absoluta, devendo ser harmonizada com as exceções

previstas no próprio texto constitucional. No direito brasileiro, somente não cabe recurso de apelação nas

condenações proferidas em exercício de competência originária dos tribunais. Essa é posição firme do STF. A

situação se justifica por ser hipótese prevista na própria CF, que tem status superior ao Pacto de San José, que

tem status supralegal.

Obs.: No julgamento do mensalão (AP 470), o STF reconheceu, ao considerar cabíveis osembargos infringentes

em ações penais de competência originária do STF, que o princípio do duplo grau de jurisdição também se aplica

nessas ações penais:

* “Assinalou, também, que a regra consubstanciada no art. 333, I, do RISTF buscaria permitir a concretização, no

âmbito desta Corte, no contexto das causas penais originárias, do postulado do duplo reexame, que visa a

amparar direito consagrado na Convenção Americana de Direitos Humanos, na medida em que realizaria, embora

insuficientemente, a cláusula da proteção judicial efetiva. Sublinhou, por fim, que o referido postulado seria

invocável mesmo nas hipóteses de condenações penais em decorrência de prerrogativa de foro, formuladas por

Estados que houvessem formalmente reconhecido, como obrigatória, a competência da Corte Interamericana de

Direitos Humanos em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação desse tratado internacional.”

(Informativo 720, STF)

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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22ATENÇÃO: Súmula 704 do STF - Foro por prerrogativa de função. Coautor que não o possui também pode ser

julgado pelo tribunal em hipótese de conexão/continência. Ex: caso “mensalão”. Note-se, entretanto, que a

reunião não é obrigatória, ficando a critério do tribunal no caso concreto.Mas se houver essa reunião não há que

se falar em duplo grau de jurisdição obrigatório, seja em relação ao acusado com foro, seja em relação ao coautor

ou partícipe. CRÍTICA – em relação ao coautor não há previsão constitucional, de forma que deveria prevalecer a

CADH, por ser supralegal.

ATENÇÃO: A regra é o desmembramento. Apenas quando for necessário haverá a reunião.

3.15. Princípio tantum devolutum quantum apelatum

Quando a parte interpõe o recurso, somente a matéria objeto de impugnação é encaminhada ao Tribunal. No

entanto, esse princípio gera algumas questões no processo penal. Alguns autores dizem que esse princípio não

vigora no DPP. Isso não é verdade, por dois motivos: 1) em caso de recursos da acusação, vige a regra de que a

interposição limita a matéria que poderá ser objeto de impugnação2. Em favor da defesa, podem ser alegadas

matérias que não tenham sido objeto de impugnação; vigora o princípio para beneficiar a defesa. 2) o STF, súmula

713 (“O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição”),

reconhece a existência desse princípio no DPP ao afirmar que na apelação do júri, o órgão “ad quem” somente

pode se manifestar sobre a matéria impugnada no recurso. Se o recurso teve por objeto decisão manifestamente

contrária à prova dos autos, o Tribunal não pode reconhecer uma nulidade de quesitação.

3.16. Princípio da disponibilidade dos recursos

A parte legitimada a recorrer pode dispor do recurso, seja renunciando ao direito de recorrer, desistindo do

recurso interposto, ou, simplesmente, deixando de recorrer. A disponibilidade (após a interposição) é

desdobramento lógico da voluntariedade (antes da interposição). Obs.: Art. 576, CPP – O MP não pode desistir de

recurso que haja interposto.

3.17. Princípio da adequação

Somente pode ser utilizado o recurso adequado.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA

No julgamento de apelação interposta pelo Ministério Público contra sentença de absolvição sumária, o Tribunal

não poderá analisar o mérito da ação penal para condenar o réu. Isso viola os princípios do juiz natural, do devido

2Se o termo de interposição da apelação é omisso quanto à parte do julgado contra a qual se insurge, a definição dos limites da impugnação é estabelecida nas razões do apelo. CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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23processo legal, da ampla defesa e do duplo grau de jurisdição. Neste caso, entendendo que não era hipótese de

absolvição sumária, o Tribunal deverá dar provimento ao recurso para determinar o retorno dos autos ao juízo de

primeiro grau, a fim de que o processo prossiga normalmente, com a realização da instrução e demais atos

processuais, até a prolação de nova sentença pelo magistrado. STJ. 6ª Turma. HC 260.188-AC, Rel. Min. Nefi

Cordeiro, julgado em 8/3/2016 (Info 579). - Vale ressaltar que, se o réu havia sido absolvido sumariamente, isso

significa que não foram ouvidas testemunhas nem realizado interrogatório. Assim, não foi produzida nenhuma

prova em juízo, não podendo, portanto, haver condenação neste caso. - Em um caso envolvendo recurso contra

rejeição da denúncia, o STJ já havia decidido de forma semelhante: (...) Viola os princípios do juiz natural, devido

processo legal, ampla defesa e duplo grau de jurisdição, a decisão do tribunal a quo que condena, analisando o

mérito da ação penal em apelação ministerial interposta ante mera rejeição da denúncia. (...) STJ. 6ª Turma. HC

299.605/ES, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/06/2015.

4. PRESSUPOSTOS RECURSAIS

4.1. Conceito

São os requisitos necessários para que o recurso ultrapasse o juízo de admissibilidade, permitindo que o órgão ad

quem adentre ao mérito da questão.

Antes de apreciar o mérito do recurso, o tribunal deve analisar se estão presentes certos pressupostos (JUÍZO DE

ADMISSIBILIDADE RECURSAL).

Obs.: Juízo de admissibilidade recursal ou de prelibação (conhecimento do recurso) é realizado tanto pelo juízo a

quo (juízo contra o qual se recorre) quanto pelo juízo ad quem (juízo para o qual se recorre). Diferente do juízo de

mérito recursal, o qual, em regra é feito pelo juízo ad quem. O recebimento em primeira instância não vincula o

juízo de admissibilidade do recurso na segunda instância (CONHECE ou NÃO CONHECE). Se o juízo a quo não

admitir o recuso? Cabe RESE, no caso de apelação, e carta testemunhável nos demais.

Obs.: Alguns recursos dispensam a análise dos pressupostos processuais pelo juízo a quo. Ex.: Carta

testemunhável, agravo de instrumento.

Obs.: enquadramento terminológico:

a. Juízo de admissibilidade do recurso: análise prelibatória – CONHECIDO.

b. juízo de mérito: análise delibatória. – PROVIDO.

Obs.: O conhecimento determina a competência para a revisão criminal. Efeito substitutivo. Ainda que não seja

provido, na parte em que foi conhecido irá substituir a decisão recorrida. SituaçõesCICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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24a. Tribunal 2º grau conheceu/não conheceu/deu provimento/não deu provimento: Tribunal 2º grau julga a

revisão criminal. (não importa, pois a competência é dele).

b. RE e Resp - conheceu o recurso: STF ou STJ julgam a revisão criminal, apenas na parte que foi objeto do

RE ou Resp.

c. RE e Resp – não conheceu o recurso: Tribunal de 2º grau julga a revisão.

O STF só vai apreciar a matéria constitucional. Se o objeto da revisão criminal tiver sido apreciado pelo STF no

julgamento do RE, caberá ao próprio STF o julgamento da revisão criminal; caso contrário, a revisão deve ser

julgada pelo TJ.

Se o juiz entender que os pressupostos recursais não estão presentes ele deixa de RECEBER o recurso (receber ou

não receber). Indaga-se: se o juiz receber recurso sem pressuposto, pode reformular / reconsiderar essa decisão?

Até pouco tempo, esse juízo era irretratável, sob o fundamento de que o CPP é omisso quanto a possibilidade ou

não da reconsideração, por isso, subsidiariamente é aplicado o CPC, que vedava tal possibilidade. Entretanto, no

CPC de 1973, em seu artigo 518, havia permissão expressa para a modificação da decisão de recebimento de

recurso. Aliás, a nova redação (Lei 11.276/06) do § 2º, do art. 518, do CPC, era expressa nesse sentido:

Apresentada a resposta, é facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, o reexame dos pressupostos de

admissibilidade do recurso.#CPC73

#NCPC

O novo CPC não mais permite ao juiz de primeiro grau a análise dos pressupostos de admissibilidade, devendo,

após a manifestação da parte contrária, remeter os autos para o juízo ad quem, para lá fazer a análise de

admissibilidade, consoante art. 1.010, §3º do CPC.

Art. 1.010

§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões.

§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz,

independentemente de juízo de admissibilidade.

ATENÇÃO: Nos embargos de declaração, há coincidência entre os juízos a quo e ad quem.

Obs.: Na prática, o conhecimento do recurso significa que a decisão do tribunal irá substituir (efeito substitutivo)

a decisão do juízo a quo no ponto que tiver sido impugnada/devolvida (efeito devolutivo). O efeito substitutivo,

portanto, somente se opera diante do conhecimento/admissibilidade do recurso (art. 1.008, CPC).#NCPC

PRESSUPOSTO LÓGICO: A existência de uma decisão.

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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25

PRESSUPOSTO FUNDAMENTAL: É a sucumbência, que consiste em um gravame decorrente do descompasso entre

o que foi pedido e a decisão. EXEMPLO: acordo de transação penal homologado pelo juiz admite ou não o

recurso? A maioria da jurisprudência e doutrina entende que não cabe porque existe o gravame, mas não existe o

descompasso.

4.2. Pressupostos recursais objetivos

4.2.1. Cabimento

É necessário que o recurso apto a impugnar a decisão esteja previsto em lei. Princípio da legalidade recursal.

Não havendo previsão legal, nada impede que a decisão seja impugnada por HC ou MS.

ATENÇÃO: Ainda que não caiba recurso contra tal decisão, devera ser oportunamente impugnada, para

possibilitar seu reexame em preliminar de apelação.

ATENÇÃO: Indeferimento de pedido de quebra de sigilo bancário é decisão irrecorrível. A solução seria

impetrar MS, havendo que se observar o disposto na Súmula 701 do STF (MS contra decisão de juiz criminal:

réu é litisconsórcio passivo necessário). No caso deferimento do pedido de quebra de sigilo bancário, como a

decisão também é irrecorrível, seria cabível HC, pois, em potencial, a liberdade de locomoção estaria

ameaçada.

ATENÇÃO: Indeferimento de pedido de interceptação telefônica é decisão irrecorrível. A solução aí seria fazer

novo pedido ao magistrado (se possível, com novas provas), pois a impetração de MS, exigindo a citação do

réu (Súmula 701 do STF), frustraria as investigações, diferentemente do sigilo bancário, em que os dados

bancários já estavam registrados.

4.2.2. Adequação

É necessário que o recurso seja a ferramenta adequada para aquela hipótese, de acordo com a

recomendação normativa. ATENÇÃO: o princípio da fungibilidade mitiga os rigores da adequação, já que o

recurso inadequado pode ser julgado como se fosse o correto, desde que não exista má-fé ou erro grosseiro.

ATENÇÃO: Requisitos para aplicação do princípio da FUNGIBILIDADE RECURSAL: a) dúvida objetiva (ausência

de erro grosseiro); b) ausência de má-fé; c) interposição no prazo do recurso correto.

4.2.3. Tempestividade

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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26a. Conceito

Os recursos devem ser interpostos dentro do prazo legal, sob pena de preclusão temporal.

*#DEOLHONAJURIS: Imagine que antes de o acórdão ser publicado no Diário de Justiça, o advogado

da parte soube da decisão e opôs embargos de declaração contra ela. Tais embargos são

tempestivos? O recurso contra a decisão que ainda não foi publicada é tempestivo segundo o STF?

SIM. Admite-se a interposição de embargos declaratórios oferecidos antes da publicação do

acórdão embargado e dentro do prazo recursal. Se a parte tomar conhecimento do teor do acórdão

antes de sua publicação e entender haver omissão, contradição ou obscuridade, pode embargar

imediatamente. Não há nada que impeça isso. Não se pode dizer que o recurso é prematuro porque

o prazo começa a correr da data de intimação da parte, e a presença do advogado, a manifestar

conhecimento do acórdão, supre a intimação. Assim, se a parte se sentir preparada para recorrer

antecipadamente, pode fazê-lo. Essa conclusão é reforçada pelo art. 218, § 4º do CPC 2015. STF.

Plenário. AI 703269 AgR-ED-ED-EDv-ED/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/3/2015 (Info 776).

O STF, alinhando seu entendimento com o Novo Código de Processo Civil, passou a entender pela

tempestividade do recurso prematuro. Não se fala mais em recurso intempestivo por ter sido

interposto antes do prazo.

ATENÇÃO: Para aferir a tempestividade, o que interessa é data do protocolo, estando o art. 575, CPP,

desatualizado. É o teor da Súmula 428 do STF (Não fica prejudicada a apelação entregue em cartório

no prazo legal, embora despachada tardiamente).

TEMPESTIVIDADE DE RECURSO E MOMENTO DE COMPROVAÇÃO. “É admissível comprovação

posterior da tempestividade de recurso extraordinário quando houver sido julgado extemporâneo

por esta Corte em virtude de feriados locais ou de suspensão de expediente forense no tribunal a

quo” (Informativo 659 do STF: RE 626.358/MG). O STJ tem decidido da mesma forma. *Neste tema

houve mudança de entendimento, uma vez que tradicionalmente entendiam os tribunais que a

comprovação da tempestividade deveria ser feita no momento da interposição do recurso.

*#DIZERODIREITO #JURISPRUDÊNCIA #STF: Não é extemporâneo recurso interposto antes da publicação do

acórdão. Sob o ângulo da oportunidade, a publicação do acórdão impugnado é elemento neutro, podendo a

parte, ciente da decisão proferida, protocolar o recurso. Assim por exemplo, admite-se a interposição de

embargos declaratórios oferecidos antes da publicação do acórdão embargado e dentro do prazo recursal. STF. 1ª

Turma. HC 113826, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/4/2018 (Info 897)

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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27PRAZO RECURSO

48 horas

CARTA TESTEMUNHÁVEL (art. 640, CPP). OBS: Para contagem em

horas, deve constar da certidão de intimação o horário da providência; caso

contrário, o prazo será de dois dias.

2 dias EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (art. 619, CPP), inclusive no STJ (art.

263, RISTJ).

5 dias3

APELAÇÃO (art. 593, CPP), RESE (art. 586, CPP), AGRAVOS (Súmulas

699 e 700 do STF)4, CORREIÇÃO PARCIAL, ROC e EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

nos Juizados Especiais e no STF. OBS: PROTESTO POR NOVO JÚRI – revogado.

10 dias

APELAÇÃO nos Juizados Especiais (Aart. 82, Lei 9.099/95),

EMBARGOS DE NULIDADE e EMBARGOS INFRINGENTES (art. 609, p. único,

CPP).

15 dias

RECURSO ESPECIAL, RECURSO EXTRAORDINÁRIO e APELAÇÃO

supletiva da vítima quando não habilitada como assistente de acusação (art.

598, p. único, CPP).

*Depois do novo CPC o prazo para interposição de agravo contra a decisão do

Tribunal de origem que inadmite o recurso especial ou extraordinário, mesmo

em processo penal, é de 15 dias, conforme determina o art. 1.003, § 5º do

CPC/2015. Apesar disso, este prazo é corrido porque não existe contagem em

dias úteis no processo penal.

20 dias

RESE contra lista de jurados (art. 586, p. único, c/c art. 585, XVI,

CPP). OBS: Art. 426, §1º, CPP – “reclamação”: para alguns, teria revogado

tacitamente o RESE contra lista de jurados.

ATENÇÃO: No Júri, como a sentença é lida em plenário, o prazo recursal começa a fluir imediatamente,

salvo se o acusado não estiver presente, caso em que se iniciará da sua intimação.

b. Questões processuais importantes

A tempestividade recursal é medida pela interposição do recurso, sendo que razões

apresentadas fora do prazo caracterizam mera irregularidade. ATENÇÃO: essa referência é

importante para os recursos onde as razões têm prazo autônomo, como a apelação e o RESE

(STJ HC 204.099).

3 No caso de agravo interposto contra decisão monocrática do Ministro Relator no STF e STJ, em recursos ou ações originárias que versem sobre matéria penal ou processual penal, o prazo continua sendo de 5 dias, nos termos do art. 39 da Lei nº 8.038/90 (não se aplicando o art. 1.070 do CPC/2015).

4 A Súmula 699 do STF está superada. Isso porque depois do novo CPC o prazo para interposição de agravo contra a decisão do Tribunal de origem que inadmite o recurso especial ou extraordinário, mesmo em processo penal, é de 15 dias, conforme determina o art. 1.003, § 5º do CPC/2015. Apesar disso, este prazo é corrido porque não existe contagem em dias úteis no processo penal.CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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28Atenção: Em que pese os Códigos de Processo Penal Comum e Militar admitirem, nos casos

de apelação e recurso em sentido estrito, a interposição e a apresentação das razões em

momentos distintos, em homenagem à especialidade, tal não é aplicado no âmbito dos

Juizados Especiais, em que o recurso de apelação deve ser interposto acompanhado das

respectivas razões, sob pena de não conhecimento

Início do prazo recursal

Os prazos recursais são contínuos, peremptórios e fatais, não se interrompendo por feriados,

domingo ou férias, salvo no caso de impedimento do juiz, força maior ou obstáculo criado

pela outra parte. Art. 798. Mas para começar e terminar a contagem tem que ser dia útil – no

caso de intimações. Se ocorrer na audiência, conta da sua data e não do dia seguinte.

Obs.: Tribunais têm competência para editar portaria alterando o expediente forense,

mudando a data de feriado prevista em lei específica.

Obs.: Diário eletrônico – começa do dia útil seguinte à data de publicação. OBS. Se for

publicada em sábado ou domingo, considera-se como publicado apenas na segunda,

começando o prazo a contar da terça.

Os prazos para recurso são de natureza processual e serão contados da respectiva intimação

da decisão e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória (Súmula 710 do

STF). (art. 798 CPP).

Conclusões:

I. MP, Defensor e Advogado Dativo – intimação pessoal.

* Segundo decidiu o STF, a intimação da Defensoria Pública, a despeito da presença do defensor na audiência de

leitura da sentença condenatória, se aperfeiçoa com sua intimação pessoal, mediante a remessa dos autos. STF.

2ª Turma. HC 125270/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/6/2015 (Info 791)

* Obrigatoriedade de intimação pessoal do Defensor Público e do defensor dativo: Em regra, é obrigatória a

intimação pessoal do defensor dativo, inclusive a respeito do dia em que será julgado o recurso (art. 370, § 4º do

CPP). Se for feita a sua intimação apenas pela imprensa oficial, isso é causa de nulidade. Exceção: não haverá

nulidade se o próprio defensor dativo pediu para ser intimado dos atos processuais pelo diário oficial. STJ. 5ª

Turma. HC 311.676-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 16/4/2015 (Info 560).

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29Acusado – pessoalmente – só em primeiro grau. No Tribunal – a intimação é feita pela publicação do decisório em

órgão oficial, já que ele não possui capacidade postulatória para recorrer dessas decisões.

ATENÇÃO:

Não importa quem foi intimado primeiro (advogado ou réu)

É recomendável que a intimação seja acompanhada de termo de apelação, mas não é obrigatório.

Se apenas o advogado for intimado e interpuser apelação, deve o processo voltar para regular intimação

pessoal do réu.

Se não for possível a intimação pessoal? Edital. Só no final do prazo do edital começa o prazo para

recurso.

STJ – inválido o trânsito em julgado quando defensor dativo foi intimado por Diário da Justiça.

II. Advogado do querelante, advogado de defesa, advogado do assistente – intimação pela imprensa ou qualquer

meio idôneo.

Indispensável que contenha o nome do acusado na publicação, sob pena de nulidade.

Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por

férias, domingo ou dia feriado.

§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão:

a) da intimação;

b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;

c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho.

III. A entrega dos autos ou da intimação no setor administrativo do MP é considerada intimação pessoal (STF).

IV. O prazo vai fluir da efetiva intimação, não interessando a data da juntada aos autos do mandado cumprido–

Súmula 710 STF.

V. o prazo começa a fluir do primeiro dia útil subsequente, por ser prazo processual – súmula 310 STF. A

contagem, no entanto, observa o disposto no art. 798, §1º, CPP, não computando o dia de início, mas incluindo o

de vencimento, salvo se terminar em domingo ou dia de feriado, caso em que se considerará prorrogado até o dia

útil imediato (art. 798, §3º, CPP).Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de

intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver

expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir.

VI. Nas decisões proferidas em audiência, as partes presentes já sairão intimadas para eventuais recursos.

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30VII. Na esfera militar a decisão será lida na própria sessão ou em até oito dias, sendo essa a referência para a

consolidação da intimação e fluência do prazo recursal. Se apenas proclamou o resultado e marcou audiência em

oito dias para ler a sentença, conta desta última.

c. Peculiaridade quanto ao prazo do advogado de defesa e o réu

Para interpor recurso goza de certa autonomia entre o réu e o seu advogado, já que o primeiro pode apresentar a

petição de interposição mesmo não possuindo capacidade postulatória. Logo, o prazo para recorrer começa a fluir

da última intimação, pouco importa se quem foi intimado por último foi o réu ou o seu advogado. (STJ Resp

873.052). ATENÇÃO: a intimação pessoal do réu é aplicável no primeiro grau de jurisdição. (HC 111.698).

RECURSOS

Intimação pessoal em cartório judicial e termo inicial do prazo para o MP recorrer

IMPORTANTE!

ATENÇÃO! MINISTÉRIO PÚBLICO

#SUPERADO: Quando o Ministério Público for intimado pessoalmente em cartório, dando ciência nos autos, o seu

prazo recursal se iniciará nessa data, e não no dia da remessa dos autos ao seu departamento administrativo. Isso

porque o prazo recursal para o MP inicia-se na data da sua intimação pessoal. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.347.303-GO,

Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/12/2014 (Info. 554).

*#NOVOENTENDIMENTO: O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é para o

Ministério Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, sendo irrelevante que a

intimação pessoal tenha se dado em audiência em cartório ou por mandado. STJ. 3ª Seção. REsp 1349935-SE, Rel.

Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017 (recurso repetitivo) (Info 611).

d. Prazo em dobro

No Processo Penal

Defensoria - SIM

MP – NÃO. Está afastada a aplicação do art. 180 do NCPC. #NCPC

Advogado dativo – NÃO

No processo CIVIL, o MP e a Defensoria Pública possuem algum benefício de prazo?

MP: sim Defensoria Pública: sim

Contam-se em dobro todos os seus prazos. Contam-se em dobro todos os seus prazos.

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31Fundamento: art. 180 do NCPC.#NCPC Fundamento: LC 80/94.

No processo PENAL, o MP e a Defensoria Pública possuem algum benefício de prazo?

MP: não Defensoria Pública: sim

Em matéria penal, o MP não possui prazo

recursal em dobro (STJ EREsp 1.187.916-SP,

j. em 27/11/2013).

Também em matéria penal, contam-se em

dobro todos os prazos da DP (STJ AgRg no

AgRg no HC 146.823, j. em 03/09/2013).

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: O prazo para interposição de agravo regimental no STF, em processos

criminais, é de 5 dias corridos (não são dias úteis, como no CPC). O MP e a Defensoria Pública possuem prazo em

dobro para interpor esse agravo? • MP: NÃO. Em matéria penal, o Ministério Público não goza da prerrogativa da

contagem dos prazos recursais em dobro. Logo, o prazo para interposição de agravo pelo Estado-acusador em

processo criminal é de 5 dias. • Defensoria Pública: SIM. Mesmo em matéria penal, são contados em dobro todos

os prazos da Defensoria Pública. Logo, o prazo para a Defensoria Pública interpor agravo regimental é de 10 dias.

STF. 1ª Turma. HC 120275/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/5/2018 (Info 902).

Obs.: de acordo com o art. 9º da Lei 10.259/01 não há diferenciação prazal nos juizados federais. Juizados

especiais criminais. Na esfera penal essa diferenciação não atinge a Defensoria.

Renato Brasileiro – prevalece que DP não tem prazo em dobro para recorrer no juizado.

ATENÇÃO: Art. 9º, Lei 10.259/01 – Nos JEF, não há prazo diferenciado para a interposição de recursos.

Aplica-se tal dispositivo à DPU? Há divergência.

1. A DPU não conta com prazo em dobro no JEF (STJ).PREVALECE

2. Por não ser uma “pessoa jurídica de direito público”, o art. 9º da Lei 10.259/01 não seria aplicável à

Defensoria Pública. Assim, ainda nos JEF, a DPU teria o prazo em dobro, mormente se considerada que tal

prerrogativa se encontra prevista na LC 80/94 (art. 44, I), não podendo ser suprimida por uma LO, como é

a Lei 10.259/01.

É cabível a aplicação analógica do art. 229 do CPC 2015 ao processo penal. #NCPC

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos,

terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,

independentemente de requerimento.

§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por

apenas um deles.

§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.

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32e. Interposição via fax

Na esfera penal os recursos podem ser interpostos por FAX (STF HC 86952).

Obs.: O prazo de cinco dias é contínuo, mesmo que comece em dia que não haja expediente forense.

Obs.: A parte é responsável pela qualidade do conteúdo. Se for inelegível será considerada inexistente.

Obs.: INTERPOSIÇÃO DE RECURSO VIA FAX é possível. Os originais deverão ser apresentados no prazo

de 5 dias contados do término do prazo assinalado para a prática do ato, e não da data do envio do

fax, conforme art. 2º, Lei 9.800/99 (STF: RHC 86.952/SP). Somente nos casos de atos não sujeitos a

prazo é que os originais devem ser entregues em até 5 dias da data da recepção do material (Art. 2º,

p.u., Lei 9.800/99). Prazo para o envio dos originais começa a contar no dia imediatamente seguinte

ao do término do prazo, pouco importando o fato de não se tratar de dia útil (STJ, AgRg nos EDcl no

AREsp 226.572/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/04/2013, DJe

29/04/2013).

*#CUIDADO: O art. 1º da Lei nº 9.800/99 prevê que "é permitida às partes a utilização de sistema de transmissão

de dados e imagens tipo fac-símile ou outro similar, para a prática de atos processuais que dependam de petição

escrita." É possível a interposição de recurso por e-mail, aplicando-se as regras da Lei nº 9.800/99? NÃO. A ordem

jurídica não contempla a interposição de recurso via e-mail. O e-mail não configura meio eletrônico equiparado

ao fax, para fins da aplicação do disposto no art. 1º da Lei nº 9.800/99, porquanto não guarda a mesma segurança

de transmissão e registro de dados. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 919.403/DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,

julgado em 13/09/2016. STF. 1ª Turma. HC 121225/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/3/2017 (Info

857).

f. Informatização da Justiça

A lei 11.419/06 pode ser aplicada na esfera penal, com as devidas restrições, como ocorre para o ato

citatório e feito envolvendo a prática de atos infracionais por adolescentes. Permite aos advogados

cadastrados serem intimados por meio eletrônico.

4.2.4. Inexistência de fato impeditivo

a. Conceito: Significa a inexistência de fatos que impedem o conhecimento recurso ou obstam a sua

admissibilidade.

Adequação temporal: estes fatos são anteriores à interposição do recurso – é um antecedente

lógico.

b. Hipóteses:

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33ATENÇÃO: Até 2008, o recolhimento ao cárcere do réu portador de maus antecedentes ou reincidente

era pressuposto pra que o recurso fosse recebido. Atualmente, de acordo com a doutrina majoritária e

com a jurisprudência do STF e STJ, isso não mais existe, o que foi convalidado com a expressa

revogação dos artigos 594 e 595 CPP, que insiram nova leitura para os seguintes dispositivos: art. 585,

CPP; art. 31, Lei nº 7.492/86; art. 27, §2º, Lei nº 8.038/92; art. 2º, §3º, Lei nº 8.072/90 estão

tacitamente revogados; art. 3º da Lei nº 9.613/98 foi revogado pela Lei nº 12.683/12; art. 59, Lei nº

11.343/06; art. 527, CPM, estão tacitamente revogados.Tal entendimento se aplica, inclusive, no

âmbito da legislação penal extravagante.

Renúncia:

Ela se caracteriza como desdobramento do princípio da voluntariedade, revelando-se quando a

parte declara que não vai recorrer.

Obs.: Legitimidade do MP para renunciar (POLÊMICA):

• 1ª Posição (Pacelli): o MP não pode renunciar à pretensão recursal; violaria a

indisponibilidade da ação pública.

• 2ª Posição (Paulo Rangel e Denílson Feitoza): admite-se a renúncia por parte do MP, como

desdobramento do princípio da voluntariedade recursal. Como o CPP só vedou a

desistência (art. 576, CP), nada obsta que o MP renuncie à faculdade de recorrer, à luz,

inclusive, do princípio da voluntariedade (se o MP pode simplesmente ficar inerte, não

recorrendo, poderia renunciar). É O QUE PREVALECE.Afinal seria ilógico que ele pudesse

deixar escoar o prazo (voluntariedade), mas não pudesse renunciar.

Obs. Legitimidade da defesa.

• Segundo o STF, na súmula 705, a renúncia do réu desassistido não impede que o recurso do

advogado seja conhecido.

• Se o advogado renuncia, o réu será intimado para nomear outro.

Deve prevalecer a vontade de quem quer recorrer(Súmula 705 do STF). Em havendo

renúncia do único defensor, réu deve ser intimado para constituir outro antes do

julgamento do recurso, sob pena de nulidade (Súmula 708 do STF).

Preclusão:

Ela se caracteriza como um fato impeditivo que obsta a admissibilidade do recurso ou o eventual

desdobramento do tempo.

Obs.: espécies de preclusão:

• Temporal: intempestividade aferida no momento da interposição do recurso.

• Consumativa: a faculdade processual já foi exercida. Ex. já apresentei razões do recurso,

salvo se a decisão inicial seja alterada (princípio da complementariedade).

• Lógica: decorre da prática de um ato incompatível com o desejo de recorrer. Ex. renúncia.

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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344.2.5. Inexistência de fato extintivo

Significa que não podem existir fatos supervenientes que fulminem o recurso interposto.

a. Desistência

Ela se caracteriza pela manifestação da parte, que pretende que o recurso interposto não seja apreciado.É

irrevogável e irretratável.

O Ministério Público não poderá desistir dos recursos interpostos, já que o recurso é um desdobramento

do direito de ação (art. 576, CPP). Apresentada a petição de interposição, que limita o âmbito recursal,

não se poderá o MP nas razões reduzir o âmbito do recurso, porque equivaleria à desistência parcial. A

limitação nas razões recursais é ineficaz (da mesma forma, nas razões não pode o MP ampliar o âmbito

delimitado na petição de interposição). A matéria objeto de devolução é fixada na petição de interposição

e não pelas razoes recursais.

Renato Brasileiro/Nucci – um promotor fez a interposição e outro as razões. Este último poderia fugir da

matéria alegada. Inclusive requerendo o inverso.

O réu pode desistir do recurso e o seu defensor também (princípio da disponibilidade dos recursos).

Nada impede que a defesa desista dos recursos interpostos havendo aderência entre o desejo do

advogado e do seu cliente.

A desistência é diferente da RENÚNCIA, que ocorre ANTES DA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO. O MP pode

renunciar (qualquer um pode), mas não pode DESISTIR.

Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto

b. Deserção.

Antigamente, o recurso era julgado deserto quando havia fuga do réu após a interposição do recurso de

apelação. O STF reconheceu como hipótese inconstitucional, e o CPP revogou o dispositivo que

disciplinava essa regra. Portanto, não há mais deserção por fuga, subsistindo apenas em caso de ausência

de pagamento das custas. Atenção: em alguns Estados-membros, essas custas recursais são dispensadas.

Atualmente, o art. 595 , que disciplinava a deserção pela fuga do réu após a interposição da apelação,

encontra-se expressamente revogado. Da mesma forma, revogado o art. 594, o recolhimento à prisão ou

a prestação de fiança não é mais pressuposto de admissibilidade do recurso do réu. As duas alterações

legislativas foram reflexo de entendimentos firmados pela jurisprudência.

O art. 806, CPP, disciplina normativamente o preparo.

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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35Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum ato ou diligência se

realizará, sem que seja depositada em cartório a importância das custas.

§ 1o Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa será realizado, sem o prévio pagamento

das custas, salvo se o acusado for pobre.§ 2o A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei,

ou marcados pelo juiz, importará renúncia à diligência requerida ou deserção do recurso interposto.

§ 3o A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de realizar-se em virtude do não-pagamento de

custas não implicará a nulidade do processo, se a prova de pobreza do acusado só posteriormente foi

feita.

Em tese, na ação privada exclusiva ou personalíssima, o preparo pode ser exigido a depender da

respectiva realidade jurídica de cada unidade federativa.

Deserção por FALTA DE PREPARO do recurso do QUERELANTE (querelado - acusado não.) nasações penais

EXCLUSIVAMENTE PRIVADAS (art. 806, §2º, CPP): única hipótese em que a ausência de preparo leva à

extinçãoanômala do recurso no processo penal; nas demais hipóteses, não se pode cercear o direito de

recorrer por falta de preparo.

4.2.6. Regularidade formal5

a. Conceito

Ela guarda pertinência com a interposição do recurso, a apresentação de razões e o respectivo

processamento, devendo-se respeitar a ritualística do recurso e o devido processo legal, como expressão

de garantia. Está intimamente ligada ao princípio do devido processo legal. Hoje os recursos que mais têm

impacto na regularidade formal são os recursos extraordinários (RE e Resp).

Em regra, recursos podem ser interpostos por petição ou por termo nos autos (art. 578, CPP) – somente

aqueles apresentados em primeiro grau e cujas razões podem ser apresentadas em momento distinto

(RESE-agravo em execução/apelação/carta testemunhável). Exceção: recursos extraordinários ou perante

tribunais devem ser interpostos por petição, não sendo possível a interposição por termo nos autos, sob

pena de não conhecimento.

Obs.: Súmula 115 do STJ é aplicável aos feitos criminais, de modo que, na instância especial, o recurso

deve ser interposto por advogado com procuração nos autos(STF: HC 87.008/MG; STJ: AgRg no REsp

1.248.501/SC).Súmula 284 STF: é inadmissível o RE, quando a deficiência na sua fundamentação não

permitir a exata compreensão da controvérsia.

5 A banca considerou correta, na prova da DPE-BA, em 2016, a seguinte alternativa: “Há previsão expressa no Código de Processo Penal de assinatura de termo de recurso por terceiro, na presença de duas testemunhas, caso o réu não saiba assinar seu nome.”CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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36

Obs.: expressão “por termo” nos autos deve ser compreendida como a manifestação inequívoca da parte.

STJ – Assistente de acusação no momento em que foi intimado da sentença absolutória, restando

certificada pelo oficial de justiça comunicante. (instrumentalidade das formas).

b. Mitigação

A regularidade formal é mitigada pela instrumentalidade das formas, pautada no adágio “se o ato atingiu

a sua finalidade, não vamos declarar a invalidade procedimental”. Não quer dizer que os fins justificam os

meios. Eventualmente, o referido princípio do devido processo é mitigado pela instrumentalidade das

formas, desde que o ato atinja a sua finalidade e não tenha havido prejuízo.

#IMPORTANTE #SELIGANAJURISPRUDÊNCIA:

É possível o recurso adesivo no processo penal?

Em matéria criminal, não deve ser conhecido recurso especial adesivo interposto pelo Ministério Público

veiculando pedido em desfavor do réu. STJ. 6ª Turma. REsp 1.595.636-RN, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado

em 2/5/2017 (Info 605).

4.3. Pressupostos recursais subjetivos

Eles guardam íntima relevância com a própria relação recursal e o foco está diretamente ligado na atuação e nos

interesses do recorrente e do recorrido.

4.3.1. Legitimidade

a. Conceito

Segundo Ada, nada mais é do que a pertinência subjetiva para a apresentação de determinado recurso.

Prevista no art. 577, CPP: MP, querelante, acusado, defensor e assistente.

Obs.: No CPP, a legitimidade do réu e do seu defensor são autônomas, devendo ambos ser intimados da

sentença condenatória

b. Hipóteses

Réu: ele tem ampla legitimidade para interpor o recurso (inclusive os extraordinários – RENATO –

somente os recursos cujas razões podem ser apresentadas posteriormente), mesmo como leigo.

Entretanto, a apresentação das razões exigirá capacidade postulatória.Há aqui legitimidade

concorrente disjuntiva com o advogado. Essa divisão de legitimidade reafirma a subdivisão da

ampla defesa em defesa técnica e autodefesa.

Obs.: acusado tem capacidade postulatória para: HC, revisão criminal, interpor recursos, pedidos

relativos à execução da pena.CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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37 Assistente de acusação: os poderes do assistente estão delineados no art. 271.

É a própria vítima, representante ou parente (CADI) que se habilita no processo para auxiliar o

Ministério Público. Os poderes do assistente estão delineados no art. 271, CPP e sua atuação é

subsidiária, só podendo apresentar recurso de o Promotor for omisso. O recurso do assistente é

chamado de subsidiário ou supletivo, afinal ele só poderá recorrer se o Ministério Público não o

fizer.Obs. ou quando o recurso for parcial. Obs2. Quando for total o assistente pode apenas

apresentar as razões. Haverá uma interposição (MP) e duas razões.

*STJ O assistente de acusação possui legitimidade para interpor recurso de apelação, em caráter

supletivo, nos termos do art. 598 do CPP, ainda que o Ministério Público tenha requerido a

absolvição do réu. (Info 564).

Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às

testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos

interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598.

§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo

assistente.

§ 2o O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando este,

intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo

de força maior devidamente comprovado.

A Lei nº 12.403/11, legitima o assistente a pleitear a decretação da prisão preventiva(art. 311,

CPP). Logo, é necessário reconhecer que o assistente almeja o justo provimento jurisdicional e

não a mera indenização pelos danos causados pelo crime. Por isso, a Súmula 208, STF, está

superada e o assistente pode recorrer da concessão de habeas corpus e até mesmo apelar da

sentença condenatória, pleiteando majoração da pena, em postura nitidamente subsidiária.

ATENÇÃO: Súmula 208 do STF – assistente do MP não pode recorrer de decisão concessiva de HC.

Ocorre que, a depender do caso concreto, pode ser que o assistente tenha interesse recursal no

âmbito do HC, pois este, atualmente, vem sendo utilizado, ainda que excepcionalmente, para

trancar a ação penal, o que equivaleria à verdadeira absolvição do réu. Neste caso, restando

prejudicado o interesse patrimonial do assistente, possível a este recorrer em HC.

Obs.: O ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO PODE RECORRER nos seguintes casos:

TRADICIONALMENTE

Extinção da punibilidade: RESE PREVISÃO EXPRESSA NOS ARTS.CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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Sentença absolutória: APELAÇÃO

Impronúncia: APELAÇÃO271 C/C 584, §1º, E 598, CPP, BEM

COMO NA SÚMULA 210 DO STF.

Obs. se pode recorrer de sentença absolutória também tem legitimidade par impugnar absolvição

sumária.

Obs. recentes alterações legislativas aumentaram esse rol:

• Desaforamento

• requerer prisão preventiva (somente já havendo iniciado a ação), e outras

medidas cautelares, por analogia. Motivo pelo que tem se a superação da súmula

208 STF

ATENÇÃO: A doutrina e a jurisprudência majoritária do STJ (HC 137.993/RS), entretanto, têm se

manifestado pelo amplo interesse recursal do assistente, desde que presente a SUCUMBÊNCIA,

sustentando que, na busca pela justa aplicação da lei, poderia recorrer de sentença condenatória

com a finalidade de aumentar a pena.

Prazo:

• 5 dias se ele estiver habilitado

• 15 dias se não estiver habilitado

Obs.: para interpor recurso não há necessidade de habilitação prévia, servindo a peça de

interposição como a própria habilitação.

ATENÇÃO: Segundo o STF, na súmula 448, como o assistente só poderá recorrer se o MP não o

fizer, o seu prazo passa a fluir uma vez esgotado o prazo ministerial.

ATENÇÃO: O assistente tem a legitimidade para interpor alguns recursos, dentro da preleção

normativa, quais sejam:

• Apelação

• RESE: impugnar a extinção da punibilidade e historicamente, antes da lei

11.689/08, a decisão de impronúncia (foi substituído pelo recurso de Apelação).

• Recorrer das decisões que lhes são desfavoráveis dentro da sistemática prisional.

Conclusão: Uma vez deflagrada a legitimidade recursal do assistente, ele poderá desdobrar a

relação recursal até a última instância, com recursos ordinários e extraordinários – Súmula 210

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39STF – o assistente pode recorrer, inclusive extraordinariamente, na ação penal, nos casos dos art.

584, §1º (sentença absolutória e extintiva da punibilidade), e art. 598 (impronúncia).

Obs.: Regramento da legislação especial sobre assistente da acusação:

• Art. 2º, §1º - órgãos federais, estaduais e municipais (Procuradorias) como assistentes de

acusação interessados na responsabilização do Prefeito.

• Art. 26, parágrafo único, da Lei nº 7.492/86 - crimes contra o sistema financeiro –

Comissão de Valores e Banco Central.

4.3.2. Interesse recursal

a. Conceito

Segundo Denílson Feitosa, o interesse deriva da sucumbência, que é fruto de uma situação jurídica

desfavorável originada da decisão a ser impugnada.

b. Classificação da sucumbência

Sucumbência única: há apenas um prejudicado

Sucumbência múltipla: atinge mais de um interessado, podendo ser desdobrada em:

Paralela: os interesses desatendidos são idênticos. Ex. dois réus condenados recorrem.

• Recíproca: os interesses violados são contrapostos. Ex. juiz condena por roubo, mas absolve

por receptação.

Sucumbência Direta: é aquela que ofende frontalmente o interesse da parte;

Sucumbência Reflexa: nela, nós teremos prejuízo aplicável a quem não integra a relação processual,

exemplo: vítima não habilitada diante de uma sentença absolutória (art. 598, parágrafo único, CPP);

Sucumbência Total: o pedido da parte é negado em sua integralidade;

Sucumbência Parcial: nela, apenas uma parte do pedido foi desatendida;

c. Interesse da defesa em recorrer de decisão absolutória

Absolvição imprópria – há interesse

Absolvição própria - a defesa nutre interesse recursal para que o fundamento absolutório impeça

eventual ação civil indenizatória. Exemplo: alteração do fundamento da absolvição de falta de provas

para legítima defesa, vez que esta faz coisa julgada favorável ao acusado no cível.

Extinção da punibilidade – a posição prevalente é de que não há interesse recursal. (REsp 908.863). A

extinção da punibilidade (matéria de ordem pública) pela prescrição da pretensão punitiva não

autoriza o acusado a recorrer em busca de decisão absolutória, sendo-lhe ausente o interesse.

Obs.: divergência entre o interesse do acusado e do defensor – prevalece a vontade de quem quer

recorrer.

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d. Interesse recursal do MP e sentença absolutória e condenatória

Se o Ministério Público for sucumbente, nada impede o recurso da sentença condenatória, pleiteando a

absolvição. A sucumbência acontece quando, em memoriais, o Promotor pleiteou a absolvição e o réu acabou

condenado ou se pleiteou a absolvição e ele foi condenado. Se o pleito do MP em alegações finais foi acatado

não haverá possibilidade de recurso, mesmo que por outro Promotor.

Ação privada- só pode recorrer se for o desejo do querelante.

Havendo sucumbência, o Ministério Público pode recorrer em favor do acusado (exemplo: Ministério Público

pede absolvição, mas o juiz condena), vez que lhe cabe a tutela da liberdade de locomoção deste (interesse

indisponível). Se, entretanto, o Ministério Público tiver pleiteado a condenação do acusado, e o juiz o tenha,

de fato, condenado, não haverá interesse recursal do Ministério Público, pois ausente a sucumbência. A

solução, neste último caso, se o Ministério Público entende que o acusado é inocente, é impetrar um HC em

seu favor.

Ação exclusivamente privada – MP como custos legis, mas tem interesse recursal:

• Se a sentença for condenatória, podendo apelar para postular a exasperação da pena ou para

pleitear a absolvição ou abrandamento da sanção.

• Se a sentença for absolutóriae o querelante não recorrer, o Ministério Público nada poderá

fazer, pois nesse caso materializa-se a disponibilidade da ação penal. “Neste caso, como a ação

privada é movida pelo princípio da disponibilidade, se o querelante não recorrer, o Ministério

Público nada tem a fazer”.

5. EFEITOS DOS RECURSOS

5.1.Efeito Obstativo (efeito extrínseco ou dilatório-procedimental):

Interposição recursal impede a preclusão temporal, obstando o trânsito em julgado da decisão.Refere-se ao

prolongamento da litispendência (existência do processo), evitando a coisa julgada.

5.2.Efeito devolutum quantum appelatum:

Por ele, o Judiciário vai reapreciar a matéria fruto da impugnação e nos termos e limites apresentados pela

parte (princípio da inércia da juridicação). OBS. os limites da impugnação podem ser transbordados em razão

da reformatio in mellius, já que o Tribunal, mesmo julgando extra petita, pode ultrapassar os limites do

recurso para beneficiar o réu.

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41Obs.: uma vez interposto o recurso, a sua dimensão horizontal (devolutividade) é especificada pelo

recorrente. Todavia, a análise da profundidade do conteúdo (dimensão vertical) compete ao órgão julgador.

É efeito presente em todos os recursos. Namaioria dos casos, a matéria é devolvida para órgão distinto.

ATENÇÃO: Efeito devolutivo INVERSO: ocorre quando o conhecimento do recurso (da matéria impugnada) é

devolvido ao próprio órgão que prolatou a decisão recorrida (ex: embargos de declaração); para alguns,

coincidiria com o efeito regressivo, a permitir o exercício do juízo de retratação pelo órgão a quo.

Prova oral - Se a parte pretende limitar a amplitude do recurso, deverá fazer na petição de interposição e não

nas razões. Se ela for omissa, presume-se que tenha recorrido de tudo, e o Tribunal terá ampla cognição

horizontal, salvo nos recursos de fundamentação vinculada, onde esta liberdade não existe (STF HC 93.942,

exemplo: apelação da sentença em plenário do Júri, art. 593, III, CPP).

Nos recursos de fundamentação vinculada vige o princípio da asserção ou afirmação – o recorrente é

obrigado a apontar um dos fundamentos constitucionais ou legais de admissibilidade do recurso, sob pena de

não reconhecimento da via impugnativa.

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:

I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;

II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no

Capítulo anterior;

III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:

a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;

b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;

c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;

d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos

5.3.Efeito suspensivo

5.3.1. Conceito

Ele se caracteriza por obstar que a decisão se implemente no mundo jurídico enquanto o recurso não estiver

definitivamente julgado.

Obs.1: o efeito suspensivo não é a regra do ordenamento jurídico. Ele exige disciplina legal expressa.

Obs.2: enquanto o recurso não é interposto a decisão pode ser implementada? Logicamente que não. Por

isso, Ovídio Batista diz que a decisão passível de impugnação por recurso que goza de suspensividade não se

implementa da sua publicação até o definitivo julgamento do recurso.Osimples fato de uma decisão ser

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42passível de um recurso que goza de efeito suspensivo já é suficiente para a sua aplicação. Na verdade, esse

efeito não é implementado pela interposição do recurso. CONCLUSÃO: percebe-se então que o efeito

suspensivo não é trazido pela interposição do recurso, sendo inerente à própria submissão da decisão àquela

ferramenta.

Obs.3: efeito suspensivo indireto – na pendência do julgamento de um recurso que não goza de efeito

suspensivo (alguns recursos não têm efeito suspensivo previsto em lei ex. RE e Resp) é intolerável a imediata

execução da sanção, pois no Brasil não se admite a execução provisória de pena = #MUDANÇA DE

ENTENDIMENTO:

Execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso

especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da presunção de inocência. Em outras

palavras, é possível o início da execução da pena condenatória após a prolação de acórdão condenatório em 2º

grau e isso não ofende o princípio constitucional da presunção da inocência. STF. Plenário. HC 126292/SP, Rel.

Min. Teori Zavascki, julgado em 17/2/2016 (Info 814).

*#OLHAOGANCHO #NÃOCONFUNDIR #MUITOIMPORTANTE: Não é possível a execução da pena RESTRITIVA DE

DIREITOS antes do trânsito em julgado da condenação. Assim, é cabível execução provisória de penas privativas

de liberdade, mas não de penas restritivas de direito. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.619.087-SC, Rel. Min. Maria Thereza

de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi, julgado em 14/6/2017 (Info 609).

CONCLUSÃO 1: o art. 27, §2º da lei 8.038/90 assevera que o recurso especial e o extraordinário não

possuem efeito suspensivo. Todavia, durante a pendência do julgamento, o cárcere só é possível se

presentes os requisitos da prisão preventiva. Ex. Pimenta Neves – STF reafirmou que não é possível o

encarceramento enquanto pendendo o RE, havendo suspensividade indireta dos efeitos da sentença

condenatória.

CONCLUSÃO 2: em que pese não haver execução provisória de pena, o STF, nas súmulas 716 e 717,

autoriza a execução provisória dos benefícios da execução penal,desde que presentes os seguintes

requisitos: decisão condenatória proferida + recurso apresentado unicamente pela defesa.

• SÚMULA Nº 717: Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença

não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.

• SÚMULA Nº 716: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação

imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença

condenatória.

“A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que o processo de execução criminal provisória pode ser

formado ainda que haja recurso de apelação interposto pelo Ministério Público pendente de julgamento, não CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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43sendo este óbice à obtenção de benefícios provisórios na execução da pena. Hipótese na qual incide a Súmula nº

716/STF.” (STJ, RHC 31222/RJ, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe

30/04/2012)

Obs.4: A apelação de sentença absolutória não possui efeito suspensivo, de forma que se o réu estava

preso será imediatamente libertado – art. 496.

Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em

liberdade. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)Parágrafo único. A apelação não suspenderá a

execução da medida de segurança aplicada provisoriamente. (Redação dada pela Lei nº 5.941, de

22.11.1973).

#OLHAOGANCHO: Súmula 604-STJ: O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a

recurso criminal interposto pelo Ministério Público. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 28/2/2018, DJe 5/3/2018.

5.4.Efeito regressivo, iterativo ou diferido.

5.4.1. Conceito

Por ele, o órgão prolator da decisão poderá se retratar do julgado, diante da interposição do recurso.

5.4.2. Hipóteses

a. RESE

b. Agravo em execução

c. Carta testemunhável

d. Agravo para destrancar Resp ou RE

5.4.3. Classificação dos recursos em razão do órgão competente para rever o julgado

a. Iterativos: são aqueles onde o próprio órgão prolator da decisão é competente para julgar o

recuso.

Ex. embargos de declaração.

b. Recursos reiterativos: a competência para julgar o recurso é do órgão ad quem.

Ex. apelação.

c. Recursos mistos: são aqueles onde o recurso será apreciado pelo órgão prolator da decisão,

sendo que, não havendo retratação do julgado, o recurso será remetido ao órgão ad quem

Ex: recurso em sentido estrito.

5.5.Efeito extensivo (COMUNICABILIDADE RECURSAL)CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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Por ele, o réu que não recorreu pode ser beneficiado pelo recurso do comparsa, desde que o fundamento

seja comum a todos os imputados.Quando a decisão do tribunal estiver fundada em motivos de caráter

objetivo.

ATENÇÃO: é aplicável às ações autônomas de impugnação, como o habeas corpus e a revisão criminal.

Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos

réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

*#OUSESABER: Suponha que os sujeitos “AVCM” e “J.O” sejam penalmente condenados por supostamente terem

cometido, em coautoria, o crime de violação sexual mediante fraude. Nesse caso, se apenas “AVCM” recorrer da

decisão e “JO” deixar transitar em julgado, e o TJ entender que, na verdade, a conduta era atípica. “JO” pode se

beneficiar da decisão? A resposta é SIM! E a justificativa está na aplicação do chamado EFEITO EXTENSIVO DOS

RECURSOS NO PROCESSO PENAL! Tal princípio nitidamente é um desdobramento da isonomia. Por ele se garante

que sujeitos acusados das mesmas condutas, tidas por criminosas, recebam um tratamento paritário. Seria

inadmissível em um Estado de Direito que uma mesma conduta seja típica para um sujeito e não para outro.

Assim sendo, MESMO ANTE O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA DE J.O., teria ele direito à extensão da

absolvição de A.V.C.M, PODENDO ELA SER APLICADA PELO PRÓPRIO TJ, de ofício. Observe-se, todavia, que a

absolvição do recorrente não pode ser derivada de uma condição pessoal, mas de algum elemento objetivo

comum ao suposto coautor que não recorreu.

*O art. 580 do CPP afirma que, no caso de concurso de agentes, a decisão favorável que um dos réus conseguir no

julgamento do seu recurso poderá ser aproveitada pelos demais acusados, salvo se a decisão tiver se

fundamentado em motivos que sejam de caráter exclusivamente pessoal. Esse dispositivo não pode ser aplicado

quando: a) o réu que estiver requerendo a extensão da decisão não participar da mesma relação jurídico-

processual daquele que foi beneficiado. O requerente será, neste caso, parte ilegítima; b) se invoca extensão da

decisão para outros processos que não foram examinados pelo órgão julgador. Isso porque, neste caso, o que o

requerente está pretendendo é obter a transcendência dos motivos determinantes para outro processo, o que

não é admitido pela jurisprudência do STF. STF. 1ª Turma. HC 137728 EXTN/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em

30/5/2017 (Info 867).#ATENÇÃO: O art. 580 do CPP é a norma processual penal garantidora de tratamento

jurídico isonômico para corréus que apresentarem idêntica situação quanto aos demais. A extensão de que trata

o art. 580 do CPP só vale para os réus que integrem a mesma relação jurídica processual daquele que foi

beneficiado.Em outras palavras, a pessoa presa somente pode pedir para si a extensão do benefício se o réu que

foi beneficiado também fizer parte do mesmo processo do requerente.

5.6.Efeito substitutivoCICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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5.6.1. Conceito

Por ele, quando o tribunal aprecia o mérito do recurso, ele preferirá um acórdão substituindo a decisão

impugnada, AINDA QUE SEJA NEGADO PROVIMENTO.

ATENÇÃO: Vale lembrar que se o acórdão substitutivo transitar em julgado (leia-se se ele se transmutar em

um aresto), ele passará a ser a referência para efeito do ingresso de revisão criminal. A competência será do

Tribunal que reformou a decisão.

Obs.: se o recurso anular a decisão não haverá efeito substitutivo, já que o processo voltará ao juízo a quo

para nova decisão.

5.6.2. Embasamento normativo

Aplicaremos o art. 512 do Código de Processo Civil, como nos autoriza o art. 3º do CPP.

Art. 512. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido

objeto de recurso

5.7.Efeito translativo

5.7.1. Conceito

Por ele, o órgão ad quem, pode conhecer matéria que não foi objeto da pretensão recursal.

Ex. nada impede que o Tribunal conheça de nulidades absolutas não suscitadas.

Ex. reformatio in mellius quando só o MP recorrer. Reconhecer de ofício causas de diminuição, atenuantes e

até absolver.

MITIGAÇÃO: o Tribunal não pode conhecer de ofício nulidades absolutas que prejudiquem a defesa e que não

foram suscitadas pela acusação, afastando-se assim a translatividade.

SÚMULA Nº 160: É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da

acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.

O efeito translativo é o aspecto vertical do efeito devolutivo, que não sofre limitação. Assim, o tribunal

poderá apreciar todas as questões que se relacionarem àquilo que foi impugnado, ou seja, a extensão do

recurso é determinada pelo recorrente (efeito devolutivo), mas a profundidade da sua análise, não. Também

está relacionado com a possibilidade de o órgão julgador apreciar ex officio questões de ordem pública nas

instâncias ordinárias (nas instâncias extraordinárias pressupõe-se o prequestionamento).

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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46EFEITO PRODRÔMICO - Cuida-se de efeito ligado ànon reformatio in pejus INDIRETA. Em recurso exclusivo da

defesa, decidindo o tribunal pela anulação da sentença, devendo outra ser proferida em seu lugar, esta não

poderá piorar a situação do réu quando comparada à sentença anulada. Essa limitação imposta à nova

decisão é decorrência do efeito prodrômico da sentença anulada.

EFEITO EXPANSIVO - É efeito do recurso que transcende a matéria impugnada. Tem ligação com o tema das

nulidades processuais. O reconhecimento de uma nulidade processual no julgamento do recurso pode

implicar no desfazimento em cadeia de outros atos que guardem com ele relação de dependência. Tem-se aí

a eficácia expansiva, abrangendo, então, outros atos com base em uma relação de causalidade decorrente da

nulidade do primeiro ato.

6. DIREITO INTERTEMPORAL

6.1.Conceito

As normas que regulamentam a sistemática recursal são de natureza processual tendo aplicação imediata.

Art. 2º CPP.

Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a

vigência da lei anterior.

6.2.Parâmetro interpretativo

Atualmente a adequada interpretação da sistemática recursal nos permite concluir que o recurso será regido

pela lei vigente no momento do nascimento da pretensão recursal, ou seja, no momento em que a decisão foi

proferida e ganhou visibilidade.

ATENÇÃO: de acordo com o art. 389 do CPP, a sentença é publicada quando o magistrado a entrega nas mãos

do escrivão.

Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos autos o respectivo termo,

registrando-a em livro especialmente destinado a esse fim.

6.3.Exemplos mais recentes

6.3.1. O protesto por novo júri foi extinto pela lei 11. 689/08, mais precisamente no dia 08/08/08 – STJ RHC

31585.

6.3.2. O art. 4º da Lei 11.418/06 promoveu a exigência de repercussão geral para o conhecimento do

recurso extraordinário.

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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47ATENÇÃO: O STF na questão de ordem apresentada no AI 664. 567 condicionou a demonstração da

Repercussão Geral às adequações regimentais promovidas em 03.05.2007.

7. PROCEDIMENTO RECURSAL

7.1.Juízo a quo

7.1.1. Interposição do recurso

Obs. ela é parâmetro para aferirmos a tempestividade e a amplitude do recuso apresentado.

7.1.2. Juízo de admissibilidade (pressupostos recursais)

a. Juízo negativo – recurso será rejeitado

b. Juízo positivo – recurso será recebido

7.1.3. Recurso – seguimento ao juízo ad quem

7.2.Juízo ad quem

7.2.1. Juízo de admissibilidade: teremos um novo juízo, com renovação da análise dos pressupostos

recursais.

a. Juízo negativo - o recurso não será conhecido.

b. Juízo positivo - recurso será conhecido

7.2.2. Segue para o órgão colegiado com competência para julgamento.

7.2.3. Órgão colegiado - análise do mérito - recurso será provido ou improvido.

ATENÇÃO: Julgamento monocrático por relator em Tribunal: NÃO é possível, nos TJ’s ou TRF’s, o

julgamento monocrático da apelação, do recurso em sentido estrito ou do agravo em execução.

Perante os Tribunais Superiores permite-se o julgamento do RE ou REsp, aplicando-se o art. 932, CPC

(#NCPC)c/c art. 38, Lei nº 8.038/90.

Classificação dos atos jurisdicionais:

As decisões do juiz são classificadas de acordo com o seu conteúdo decisório:CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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48• DESPACHOS MERAMENTE ORDINATÓRIOS: mínimo conteúdo decisório, sendo atos por meio dos

quais o juiz põe em marcha o processo. Ex. decisão que designa uma audiência.

• DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS SIMPLES: decidem questões controvertidas no curso do processo e

dizem respeito à marcha ou à regularidade procedimental.Distinguem-se das interlocutórias mistas,

porque nestas se encerra o processo ou fase processual, o que não ocorre nas simples. Ex. julga

extinta a fiança; decreta a prisão preventiva; rejeita denúncia; indefere pedido de habilitação de

assistente. Não extinguem o processo. Via de regra, essas decisões são irrecorríveis, e, por isso, não

são passíveis de preclusão, podendo o seu teor ser rediscutido em sede de preliminar na apelação.

Além disso, não se lhes nega a possibilidade de impugnação via ações independentes (HC e MS, por

exemplo).

• DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS MISTAS ou COM FORÇA DE DEFINITIVA ou TERMINATIVAS:ou extinguem

a própria relação processual ou encerram uma fase do processo. Ex. decisão que reconhece o trânsito

em julgado ou reconhece a ilegitimidade ou a decisão de pronúncia.

Há uma controvérsia em matéria de classificação: Vicente Grecco Filho: insere nessa classificação a

decisão que julga extinta a punibilidade, por que extingue o direito material sem condenar ou absolver

(esse sim o mérito principal). Tourinho e Mirabete: entendem que a decisão que julga extinta a

punibilidade é uma decisão DEFINITIVA EM SENTIDO AMPLO, apesar de não ser de mérito principal, ela

faz coisa julgada material. Para Pacelli, só se fala em decisão interlocutória mista quando houver

quaisquer decisões que não julguem o mérito da pretensão penal, tais como a decisão de pronúncia (fim

de uma fase processual) ou de impronúncia (não se julga a pretensão), bem como as que julgam

procedentes as exceções processuais (salvo a de suspeição que é irrecorrível); não obstante isso, dá a

entender que é conveniente classificar a decisão que extingue a punibilidade como interlocutória mista,

porque, de logo, permite identificar o recurso cabível (art. 581, VIII e IX, CPP), bem como a diferenciaria

das sentenças propriamente ditas.

• DECISÕES DEFINITIVAS ou SENTENÇAS EM SENTIDO PRÓPRIO: são as decisões que resolvem o

processo e o encerram com o julgamento de mérito: a) Sentença condenatória; b) Sentença

absolutória; c) Sentença absolutória imprópria.

Embora essa seja a classificação mais recorrente, o CPP nem sempre observa essa coerência. Ex. o CPP

chama a pronúncia de sentença, mas ela não o é porque se trata de decisão interlocutória mista. Além

disso, como salienta Pacelli e já visto acima, não há consenso sobre os critérios de classificação dos atos

judiciais.

Interposição

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49O método comum de interposição de recursos é a elaboração de uma petição. Mas os recursos podem ser

interpostos também por meio de termos nos autos (quando o recurso é interposto verbalmente e reduzido a

termo) e manifestação inequívoca (ocorre quando a parte toma ciência e afirma que não concorda e quer

recorrer).

Custas ou Preparo

O adiantamento de custas e preparo somente ocorre na ação penal privada, a não ser para o pobre. Na ação

penal pública não há adiantamento. Essa é a conclusão que se extrai dos arts. 32, 804 e 806, do CPP.

Intimação do julgamento

De todos os julgamentos de recurso devem ser intimadas as partes. Súmula 431, STF: É nulo o julgamento de

recurso criminal, na segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em habeas-corpus

(em HC só há a nulidade se o advogado requereu a sua intimação).Mesmo em HC, caso haja pedido de

sustentação oral pelo impetrante, sua intimação será obrigatória.

RECURSOS

Manutenção do regime inicial fixado, mas com fundamentação diversa

O Tribunal, na análise de apelação exclusiva da defesa, não está impedido de manter a sentença condenatória

recorida com base em fundamentação distinta da utilizada em primeira instância, desde que respeitados a

imputação deduzida pelo órgão de acusação, a extensão cognitiva da sentença impugnada e os limites da pena

imposta no juízo de origem. Isso não viola o princípio da reformatio in pejus.

STJ. 6ª Turma. HC 302.488-SP, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/11/2014 (Info 553).

8. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO

DIPLOMA DISPOSITIVOS

Código de Processo Penal Art. 574 a 580

9. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

Anotações de aula

Jurisprudência do site Dizer o Direito.

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Manual de Processo Penal – Renato Brasileiro

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iEste material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas, referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas, artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.