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DIREITO PROCESSUAL PENAL Prof. Gisela Esposel Procedimento penal Procedimento Especial dos Crimes de Competência do Tribunal do Júri Parte 1

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DIREITO

PROCESSUAL

PENAL

Prof. Gisela Esposel

Procedimento penal

Procedimento Especial dos Crimes de Competência do

Tribunal do Júri

Parte 1

- Previsão Constitucional: artigo 5º, inciso XXXVIII CR/88

- Previsão legal: artigo 406 – 497 do CPP

- Artigo 5º, XXXVIII . É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) A plenitude de defesa

b) O sigilo das votações

c) A soberania dos vereditos

d) A competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida

Procedimento especial dos crimes de competência do Tribunal do Júri

- Da competência para os crimes dolosos contra a vida.

- Artigo 74 parágrafo 1º do CPP . Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, parágrafos 1° e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados

- Homicídios simples, privilegiado e qualificado, induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, infanticídio e as modalidades de aborto

Procedimento especial dos crimes de competência do Tribunal do Júri

- Súmula 603 do STF - A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do Juiz singular e não do Tribunal do Júri

- Artigo 78 . Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:

- I . No concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri

Procedimento especial dos crimes de competência do Tribunal do Júri

- Princípio da Reserva Mínima

- O Poder Judiciário confere aos populares o julgamento da causa

- Trata-se de um procedimento bifásico.

- A primeira fase denomina-se de iudicium accusationis (juízo de admissibilidade da acusação )

- A segunda fase denomina-se de iudicium causae ( juízo de mérito )

Procedimento especial dos crimes de competência do Tribunal do Júri

- Da primeira fase:

- Artigo 406 – 421 do CPP

- Denúncia ou queixa subsidiária. Recebimento pelo magistrado. Citação do réu para apresentar resposta à acusação em 10 (dez ) dias. Vista do Ministério Público.

- Após será marcada a audiência com oitiva do ofendido, testemunha de acusação e defesa, peritos, acareações, reconhecimento de pessoas e coisas, interrogatório e debate oral. Encerrados os debates, o juiz irá proferir sua decisão ou o fará em 10 dias ( artigo 411 parágrafo 9º )

Procedimento especial dos crimes de competência do Tribunal do Júri

- Decisões que podem ser proferidas ao término da 1ª fase: pronúncia, impronúncia, absolvição sumária e desclassificação

- Da pronúncia.

- Artigo 413 do CPP . O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação

- Natureza jurídica da decisão de pronúncia: decisão interlocutória mista não terminativa. Não julga o mérito e também não põe fim ao procedimento

Procedimento especial dos crimes de competência do Tribunal do Júri

- Artigo 413 parágrafo 1º do CPP . A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena

- Essa decisão deverá ser fundamentada, sem contudo, entrar no mérito, sem juízo aprofundado. Deverá ser comedido, caso contrário haverá excesso de linguagem, levando-se até a uma possível anulação da decisão

Procedimento especial dos crimes de competência do Tribunal do Júri

- Não precisa de prova evidente, cabal, robusta. É provável que tenha praticado, não exige-se a certeza da autoria/participação. Exige-se a prova material de que o fato ocorreu

- Prevalece na doutrina que, na dúvida, o juiz deverá pronunciar – in dubio pro societate

- Com a pronúncia o réu será levado a julgamento em plenário, iniciando-se a segunda fase

- Pronunciar significa admitir a acusação; juízo de admissão da ação penal

Procedimento especial dos crimes de competência do Tribunal do Júri

- A decisão de pronúncia não faz coisa julgada material, mas delimita a tese da acusação em plenário

- Na pronúncia deverá constar a narração do fato delituoso, incluindo as qualificadoras e as causas de aumento de pena. As causas de privilégio, bem como atenuantes e agravantes, poderão ser reconhecidas ainda que não constem da pronúncia

- Exemplo: A foi pronunciado por homicídio simples. Em plenário do Júri a acusação não poderá fazer qualquer referência a qualificadoras. Não haverá quesitação sobre qualificadoras

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- Princípio da congruência ; correlação ; adstrição:

- Artigo 418 do CPP . O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. Trata-se da emendatio libelli prevista no artigo 383 do CPP

- Também poderá ocorrer a mutatio libelli (artigo 384 do CPP), com a modificação da imputação

Procedimento especial dos crimes de competência do Tribunal do Júri

- Pronúncia X Prisão Processual

- Artigo 413 parágrafo 3º . O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código

- Não existe mais a prisão decorrente de decisão de pronúncia. Era uma modalidade de prisão cautelar. Serão observados os motivos autorizadores do artigo 312 do CPP

Procedimento especial dos crimes de competência do Tribunal do Júri

- Recurso cabível: Da decisão de pronúncia caberá Recurso em Sentido Estrito previsto no artigo 581, inciso IV do CPP

- Artigo 421 do CPP . Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri

- Pronúncia X crimes conexos. Pronunciado pelo crime doloso contra a vida, o crime conexo o seguirá. Não pode o crime conexo ser objeto de sentença condenatória ou absolutória pelo Juiz Presidente

- É causa interruptiva da prescrição (artigo 117, II do CP)

Procedimento especial dos crimes de competência do Tribunal do Júri