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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DESTA CAPITAL, A QUEM COUBE ESTA POR DESTRIBUIÇÃO LEGAL. AÇÃO PENAL Nº: 0065588-55.2013.8.06.0001 (SAJ ) AUTOR: Ministério Público Estadual. Réu: Ewerton Souza do Nascimento. O Juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis.” Platão. EWERTON SOUZA DO NASCIMENTO, brasileiro, solteiro, servente de pedreiro, portador do R.G 2004007113173 – SSP/CE e regularmente inscrito no CPF nº 062.974.773-37, residente e domiciliado na Av. Visconde do Rio Branco, nº 6705, Bairro Aerolandia, CEP: 60.120-065, nesta comarca da Capital, doravante DENUNCIADO pelo Ministério Público Estadual, por suposta infração ao Art. 157, §2º, incisos I e II, c/c o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal Brasileiro (Decreto Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940), que por intermédio de seus procuradores, que esta a subscrevem e ao final assinam, com respectiva procuração ad judicia em anexo, consignando, entre outros, o endereço profissional para o envio das intimações necessárias de praxe, data vênia, vêm mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do Art. 396 e Art. ______________________________________________________________________________ ________________ Rua Cidade Ecológica, 420, CEP: 60.812-450, Edson Queiroz -Fortaleza/CE- Fones: 85 8551-5090 (OI)/9698-8682 (TIM) e 8894-2003 (OI) Email’s: [email protected]/[email protected]

Resposta Escrita à Acusação Ewerton Souza Do Nascimento

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EXCELENTSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO DA 5 VARA CRIMINAL DA COMARCA DESTA CAPITAL, A QUEM COUBE ESTA POR DESTRIBUIO LEGAL.

AO PENAL N: 0065588-55.2013.8.06.0001 (SAJ)AUTOR: Ministrio Pblico Estadual.Ru: Ewerton Souza do Nascimento.

O Juiz no nomeado para fazer favores com a justia, mas para julgar segundo as leis.

Plato.EWERTON SOUZA DO NASCIMENTO, brasileiro, solteiro, servente de pedreiro, portador do R.G 2004007113173 SSP/CE e regularmente inscrito no CPF n 062.974.773-37, residente e domiciliado na Av. Visconde do Rio Branco, n 6705, Bairro Aerolandia, CEP: 60.120-065, nesta comarca da Capital, doravante DENUNCIADO pelo Ministrio Pblico Estadual, por suposta infrao ao Art. 157, 2, incisos I e II, c/c o Art. 14, inciso II, ambos do Cdigo Penal Brasileiro (Decreto Lei n 2.848 de 07 de dezembro de 1940), que por intermdio de seus procuradores, que esta a subscrevem e ao final assinam, com respectiva procurao ad judicia em anexo, consignando, entre outros, o endereo profissional para o envio das intimaes necessrias de praxe, data vnia, vm mui respeitosamente presena de Vossa Excelncia, nos termos do Art. 396 e Art. 396-A, ambos do CPPB e Art. 5; LV e LVII, da Constituio Federal de 1988, APRESENTAR COMPETENTE:RESPOSTA ESCRITA ACUSAO, consoante assim, lhe faculte a lei penal, o direito e a mais transluzente justia:I ESCORO PROCESSUAL E FATDICO:

Segundo narra a vestibular acusatria (fls. 30/32), por volta das 07h10min do dia 12 de Setembro de 2013, o ora Denunciado EWERTON SOUZA DO NASCIMENTO, fora preso e posteriormente autuado em flagrante delito por suposto envolvimento numa tentativa de assalto a uma Agncia Lotrica Bolada da Sorte, situada na Rua Emlio de Menezes, n 774, no Bairro do Bonsucesso, nesta Capital.

Consta ainda nesta vestibular, que no dia e hora supra, policiais receberam informaes, atravs de populares, que naquele citado endereo, havia dois homens em atitude suspeita, que poderiam estar prestes a realizarem um assalto citada lotrica. (fls. 05/06)

Narra ainda inicial acusatria, que o Denunciado em companhia de um menor, ao perceber a aproximao de uma viatura policial, teria lanado em uma residncia circunvizinha, um revlver, marca Taurus, calibre 38, numerao GJ73205, com 05 (cinco) projteis calibre 38 intactos. (fls. 31)

Que os policiais militares, os abordaram, os identificando, tratando-se na verdade os dois suspeitos, de um menor de iniciais J.B.F e deste Denunciado, que possui apenas 20 anos de idade. (fls. 23)

Da abordagem pessoal de praxe, os PMs encontraram na posse do citado menor, uma arma da marca Taurus, calibre 38, numerao 766707, com 05 (cinco) projteis calibre 38 intactos. (fls. 05/06 e 31)

Resta-se consignado na Denuncia ainda, que haveria um terceiro suspeito, que fardado com roupas da CAGECE, momentos antes, teria rendido a Senhora Francisca Antonia Oliveira de Moura, que mora em cima da citada Lotrica Bolada da Sorte e em posse de uma arma de fogo, teria dito a ela que queria assaltar somente a citada lotrica. Entretanto, desistiu voluntariamente do intento, evadindo-se do local numa motocicleta da Marca Honda, Modelo FAN 125 cilindradas, de cor vermelha, de placas no identificada nos autos. (fls. 11-linhas 20/30 e fls. 31)

No entanto, Excelncia, apenas o Denunciado encontra-se preso, por fora de Despacho incidental, que converteu a priso em flagrante em priso preventiva (fls. 25/27), sendo que o Menor apreendido, j fora liberado pela Justia (apenas a ttulo de informao.

A Denuncia foi digitalmente protocolada dia 30 de Setembro de 2013 (fls. 30/32), nos moldes da Lei Processual Penal, doravante, recebida em todos os seus termos no dia 10 de Outubro de 20013 (fls. 72).

Ressalte-se ainda, Excelncia, que o Ru ainda no fora regularmente citado nos autos desta laboriosa Ao Penal, entretanto, dar-se por citado no momento da protocolizao deste instrumento legal, atravs de seus advogados (procurao ad judicia em anexo).

Data vnia, Excelncia, estes so os fatos.

II - DAS PRELIMINARES DE MRITO:

Inicialmente, Douta Magistrada, j em sede de PRELIMINAR DE MRITO, o Denunciado ver-se preso h mais de 60 dias e sem a sua culpa devidamente formada, numa Ao Penal onde o Ministrio Pblico aponta 03 (trs) possveis partcipes, entre estes; um Menor (solto) e outro sequer identificado nos autos, ou seja, somente este Denunciado, encontra-se preso e respondendo a esta Ao, sem ter, sequer sido, pelo menos at a presente data, citado regularmente nos autos.

A norma do Art. 400 do CPPB, estabelece um prazo mximo de 60 (sessenta) dias para o inicio da audincia de instruo e julgamento, o qual mostra-se neste momento notadamente vencido.

Desta forma, Douta Magistrada, a priso do Denunciado mostra-se inequivocamente ilegal e priso ilegal tem que ser RELAXADA, conforme assim preceitua o Art. 5, Inciso LXV e LXVI da Constituio Federal de 1988.A priso ilegal ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciria.

(Art. 5, LXV - Constituio Federal/88)Uma vez, pelo Magistrado constatada a ilegalidade da priso, esta dever ser imediatamente relaxada. (Min. Marco Aurlio de Mello) Outrossim Excelncia, ainda em sede de PRELIMINAR, o ora denunciado EWERTON SOUZA DO NASCIMENTO, postula por sua ABSOLVIO SUMRIA, na forma do Art. 397, incisos II e III e Art. 415, incisos II e IV do CPPB, uma vez que tal ao penal, no pode prosseguir, por uma simples razo, o crime ora denunciado inequivocamente diverso da conduta ora praticada pelo Ru, a qual encontra-se neste momento, em absoluta discordncia com o tipo penal juridicamente definido na inicial acusatria, seno vejamos:

Narra o Parquet, em sua laboriosa pea delatria, que o Ru teria tentado assaltar uma Agncia Lotrica Bolada da Sorte, situada na Rua Emlio de Menezes, n 774, no Bairro do Bonsucesso, nesta Capital.

Entretanto, fora surpreendido por policiais militares nas proximidades deste local, no no local.

As testemunhas arroladas neste Caderno digital Inquisitrio, aduzem terem apenas visualizado o Denunciado e o Menor de iniciais J.B.F. (39/44)

A testemunha Francisca Antonia Oliveira de Moura informou que um homem fardado com roupas da CAGECE, teria rendido-a com uma arma de fogo, momentos antes abordagem ao Denunciado e do Menor.

Tal testemunha, reside em cima da citada Lotrica Bolada da Sorte e por essa razo, o tal falso funcionrio da CAGECE posse de uma arma de fogo, teria dito a ela que queria assaltar somente a citada lotrica. Entretanto, desistiu voluntariamente do intento, evadindo-se do local numa motocicleta da Marca Honda, Modelo FAN 125 cilindradas, de cor vermelha, de placas no identificada nos autos. (fls. 11-linhas 20/30 e fls. 31)

Tal testemunha, aduz ainda em seu depoimento perante a Autoridade Policial, no reconhecer a pessoa do Denunciado, nem do Menor, como sendo o homem que rendeu, o qual trajava um fardamento tpico de funcionrios da CAGECE. E sequer visualizou os mesmos no momento que foi constrangido pelo citado homem. (fls. 42/43)

No h nos autos, outrossim, qualquer reconhecimento dos mesmos, por parte de qualquer testemunha ou mesmo de qualquer funcionrio da citada Lotrica (vtima), como sendo estes os pretensos malfeitores desses frustrado intento criminoso.

H bem da verdade Excelncia, o tipo penal ao Denunciado atribudo, em nada condiz com a sua conduta, uma vez que foi surpreendido nas proximidades da lotrica, no de fronte ou mesmo dentro da Lotrica, fora sim, surpreendido em posse se uma arma de fogo de uso permitido, incorrendo no entanto no crime previsto no Art. 14 da Lei 10.826/2003 (Estatuto de Desarmamento) Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido. Esse sim, o nico crime cometido pelo Denunciado.

Desta forma Excelncia, o tipo penal ora em investigao, NO SE ENQUADRA A CONDUTA NARRADA!Segundo a Doutrina do Professor Damsio de Jesus, sobre CONDUTA e TIPO PENAL, assim conceitua:

CONDUTA: a ao ou omisso humana consciente e dirigida a determinada finalidade. Ou seja; toda ao ou omisso que der causa a um resultado naturalstico, provocando um nexo de causalidade entre tal resultado e o agente.

TIPO PENAL: o enquadramento perfeito da conduta, resultado e o nexo de causalidade, dando origem abstrata ao modelo perfeito de lei penal (tipicidade).

Desta forma, se conduz a divergncia mais expressiva entre os penalistas, pois conforme se identifique a real inteno do agente, quando da ao ou da omisso, novo sentido se dar conduta, por sua vez, nova definio estrutural do crime.Neste diapaso, Excelncia, a conduta do ru, narrada pelo Parquet na inicial acusatria, trata-se na verdade de uma conduta tipificada na norma do Art. 14 da Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), uma vez que inexiste, qualquer relao de causalidade com o tipo penal ora denunciado.

O Art. 29, em seus Pargrafos 1 e 2 do CPB, anuem tal entendimento, desta forma, mister se faz absorver teoricamente o conceito congruente de ao, j que a conduta esta diretamente ligada ao ou omisso do agente, uma vez que a palavra ao por ter sentido amplo, abrange em sentido estrito, o fazer, e a omisso, o no fazer.Sobre o tema ainda, a doutrina ptria moderna, assim vem nos ensinar: Para Eugenio Ral Zaffaroni e Jos Henrique Pierangeli, ainda sobre o conceito de CONDUTA e TIPICIDADE PENAL, intitulam esta ltima, em TIPICIDADE LEGAL OU FORMAL. De acordo com eles, deve ser considerada tambm a existncia da TIPICIDADE CONGLOBANTE, que nada mais , que a comprovao de que a conduta legalmente tpica est tambm proibida pela norma, o que se obtm desentranhando o alcance da norma proibitiva conglobada com as restantes normas da ordem normativa.De acordo com esse raciocnio, a conduta tpica no apenas aquela proibida pela norma penal, mas sim por todo o ordenamento jurdico. Nesses termos,a tipicidade penal o resultado da conjugao da tipicidade legal (adequao tpica) e da tipicidade conglobante (antinormatividade).Desta forma, podemos entender, que conduta incompatvel com o tipo penal, gera ATIPICIDADE. Por sua vez, atipicidade, segundo assim conceitua o Professor Fernando Capez, como a;

A inequvoca ausncia de adequao do fato com o tipo penal (tipicidade formal) ou com todo o sistema normativo (tipicidade conglobante). Podendo ainda ser ela ABSOLUTA, quando o fato considerado indiferente ao Direito Penal, ou RELATIVA, quando desclassificado para outro tipo penal. Ex.: O agente acusado de concusso (CP, Art. 316), que crime funcional, mas, posteriormente, descobre-se que ele no era, ao tempo do crime, funcionrio pblico. Nesse caso, o crime recebe nova tipificao: extorso (CP, Art. 158).Assim, a conduta que se adqua perfeitamente ao tipo penal chamada de TPICA. Se no existe essa adequao, a conduta ATPICA.Alm destas teses levantadas at aqui, podemos ainda Excelncia, levantar outra hiptese de ausncia de tipicidade, assim prevista na doutrina, quando do apontamento do OBJETO MATERIAL (Matria) por parte do Agente Ministerial, uma vez que Denuncia o Ru no tipo previsto no Art. 157, 2, incisos I e II, c/c o Art. 14, inciso II, ambos do Cdigo Penal Brasileiro. Crime de Roubo Qualificado na modalidade TENTADA.Ora Excelncia, ainda que o Denunciado tivesse incorrido no tipo penal ora apontado pelo Parquet, (Tentativa de Roubo Qualificado), lio corriqueira em direito penal, que os CRIMES CONTRA O PATRIMNIO (furto e roubo por exemplo), A CONSUMAO ACONTECE NO MOMENTO DA INVERSO DA POSSE DE COISA ALHEIA MVEL (RS FURTIVA), CASO NO OCORRA A INVERSO DA POSSE, POR CASO FORTUITO OU DE FORA MAIOR, ECONTRAREMOS O FENMENO DA TENTATIVA. (Professor Tourinho Filho Teoria do Crime Vol. 04, Ed. Saraiva 2000) de notria sabena jurdica, data vnia, Excelncia, que para o direito penal o que vale o dolo, a inteno real do agente, quando da ao ou da omisso, para que assim se possa identificar com absoluta fidelidade a conduta tpica e a sua subseqente criminalizao.Narra o Parquet, em sua laboriosa pea acusatria, que o Denunciado quando abordado pelos PMs, encontrava-se prximo lotrica, no dentro daquela agncia ou mesmo de fronte.

No fora, outrossim, o Denunciado, reconhecido pela testemunha (a Senhora Francisca Antonia Oliveira de Moura), naquela ocasio, rendida por um rapaz que trajava farda da CAGECE, no identificado, nem indiciado, tampouco preso.

No fora o Denunciado reconhecido por qualquer testemunha, nem dentro da Lotrica, nem de fronte, nem mesmo fora surpreendido tentando assaltar ningum. Tanto o Denunciado, quanto o Menor apreendido, aduzem no conhecer, nem terem conhecimento ou qualquer ligao com o suporto ladro, o qual trajava fardamento da CAGECE e constrangeu a citada testemunha.Desta forma Excelncia, o crime ora apontado pelo Representante do Ministrio Estadual, mostra-se incompatvel com a conduta do Denunciado, uma vez que no participou desta tentativa de roubo Casa Lotrica Boa Sorte.

Razo pela qual, Excelncia, roga o Denunciado, EWERTON SOUZA DO NASCIMENTO, por sua ABSOLVIO SUMRIA nos moldes do Art. 397, incisos II e III e Art. 415, incisos II e IV do CPPB, uma vez que a conduta do agente inequivocamente ATPICA, no possuindo, desta forma a Denuncia, a elementar objetiva material para a propositura da mesma; justa causa.Entretanto, Douto Juiz, Caso Vossa excelncia possua entendimento divergente do nosso e no decida pela ABSOLVIO SUMRIA, entendendo ainda, por dar prosseguimento ao feito, em que pese s acusaes formuladas pelo Ministrio Pblico Estadual em desfavor do ora Denunciado, EWERTON SOUZA DO NASCIMENTO, alm de ineptas, esto sedimentadas em provas escassas e tendenciosas e pautadas em equvocos, pois como j vimos o crime em comento, segundo a narrativa denunciatria, trata-se na verdade do tipo previsto no Art. 14 da Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido.Desta forma, Douta Magistrada, postula ainda o Denunciado, ALTERNATIVAMENTE, em sede de PRELIMINAR DE MRITO, pela DESCLASSIFICAO DO CRIME DE ROUBO QUALIFICADO NA MODALIDADE TENTADA, ora denunciado nos termos do Art. 157, 2, incisos I e II, c/c o Art. 14, inciso II, ambos do Cdigo Penal Brasileiro (Decreto Lei n 2.848 de 07 de dezembro de 1940), PARA O CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO, tipo previsto no Art. 14 da Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento).

Data vnia, Douta Magistrada, caso Vossa Excelncia acolha o nosso alternativo, pedido de DESCLASSIFICAO DO CRIME, por possuir o acusado primariedade e idade inferior a 21 anos (contados da data do fato - Fls.23), faz jus aos benefcios do Art. 65, inciso I, do CPB, DEVENDO SUA PENA SER ATENUADA, no caso de pretensa condenao no crime de Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido.Ainda que no acate a tese de DESCLASSIFICAO, faz jus tambm aos benefcios do Art. 65, inciso I, do CPB, devendo a sua pena, ainda sim, SER ATENUADA, no caso de pretensa condenao no crime denunciado na forma desta Denuncia (fls. 30/32).

Por inexistir nos autos qualquer prova concreta da ligao do Denunciado com o suporto ladro que trajava farda da CAGECE e por inexistir na conduta, ora narrada pelo Parquet, qualificadora elementar da violncia ou grave ameaa, no h de se falar em Roubo Qualificado, mesmo na modalidade tentada. Desta forma, Excelncia, a sua pena devera tambm ser diminuda, na forma do Art. 29, 1 do CPB. (causa de diminuio de pena)O fato ocorreu, Excelncia, por volta das 07h10min da manha, horrio em que a lotrica estava fechada e segundo narra o MP, com o porto da casa vizinha, a qual dava acesso Lotrica fechado, impossibilitando qualquer tentativa idnea desse intento criminoso, impossibilitando execuo e a consumao do crime ora narrado, caso tpico de CRIME IMPOSSVEL, segundo assim disciplina a norma do Art. 17 do CPB;

Art. 17/CPB - no se pune a tentativa quando, por ineficincia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, impossvel consumar-se o crime. Desta forma, Douta Magistrada, por se tratar de CRIME IMPOSSVEL, o Ru dever ser ABSOLVIDO SUMARIAMENTE, na forma do Art. 397, incisos I, II e III do CPPB, situao inclusive, j antecipadamente prevista pelo prprio titular desta laboriosa Ao Penal, conforme podemos observar nas fls. 32, alinhas 03 deste caderno digital.Por derradeiro, Excelncia, ainda em sede de Preliminar de Mrito, caso Vossa Excelncia acolha os nossos alternativos pedidos de DESCLASSIFICAO (Art. 383 e 418 do CPPB), de ATENUAO DA PENA (Art. 65, I do CPB) e CAUSAS DE DIMINUIO DE PENA (Art. 29, I do CPB), por presuno legal, sua pena dever ser reduzida, o que certamente lhes colocar nas condies do Art. 89 da Lei 9.099/95 e por possuir o mesmo ainda, primariedade, ocupao licita e certa e endereo definido no distrito da culpa, far jus ao beneplcito da SUSPENSO CONDICIONAL DO PROCESSO, ainda luz da Smula 337 do STJ.

o que se pede em sede de Preliminar de Mrito.III - NO MRITO: lio corriqueira em Direito Penal, que os fatos narrados tanto na pea inicial acusatria, quanto na pea de defesa, possuam a rigor duas vertentes, sendo uma verdade puramente inquisitria e uma verdade processual, as quais se confrontam numa batalha tcnica instrutria, no fito de se encontrar a verdade legal, tambm chamada de verdade real, devendo esta ltima, estar sempre em harmonia com a justia e com o direito.J em sede de mrito, foroso neste momento recorremo-nos ao Art. 1 da Constituio Federal, especificamente em seu inciso III, que trata de um dos princpios mais importantes inerentes pessoa, que o Principio da Dignidade da Pessoa Humana.

Uma vez que se a sua dignidade, sob esta tica encontra-se notadamente violada, em razo de uma priso evidentemente ilegal e de uma acusao inequivocamente atpica.

O Art. 5, tambm da Carta Magna Republicana, atravs de seu inciso LVII, assim dispe:

"Ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado da sentena penal condenatria".

Estabelece-se nesta norma Constitucional, o Princpio da Presuno de Inocncia, to veementemente defendido em nosso texto normativo matriarcal, o qual, doravante, neste momento, ver-se absurdamente violado, uma vez que ainda se encontra, h mais de 60 (sessenta) dias preso e sem qualquer citao para responder a esta Ao Penal de forma digna, como assim exige a Lei.

O direito penal ptrio, at admite, mesmo no caso de dvidas com relao culpabilidade do ru, a formulao e at mesmo o recebimento da Inicial denunciatria, noutro passo, INADMITE uma condenao com base em provas dbias, falhas o insuficientes, ou seja, norteia obrigatoriamente Vossa Deciso Merital, o PRINCPIO DO IN DBIO PRO RO, uma vez que no h nos autos provas suficientes para a condenao do Denunciado, colocando-o, outrossim, no mnimo em situao de dvida, com relao a sua culpabilidade. E por este inteligente Princpio Constitucional, na dvida, Vossa Excelncia tem o dever de absolv-lo, estabelecendo uma relao de obrigatoriedade de ABSOLVIO.

O Denunciado fora encontrado na rua, apenas prximo ao local do fato, h bem da verdade, Excelncia, de posse de uma arma de fogo, cometendo o crime previsto no Art. 14 da Lei 10.826/2003 (Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido).

No h nos autos qualquer ligao do mesmo ao Rapaz no identificado com farda da CAGECE, atravs do qual, faz o MP uma injusta e equivocada relao de causalidade.

Art. 13/CPB - O resultado, de que depende a existncia

do crime, somente imputvel a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ao ou omisso sem a qual o resultado no teria ocorrido.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)Supervenincia de causa independente (Includo pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) 1 - A supervenincia de causa relativamente independente exclui a imputao quando, por si s, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.(Includo pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) 2 - ...A inteligncia dessa norma nos conduz ao entendimento, de que o Denunciado no possui nenhuma relao de causalidade com o fato tpico produzido na conduta do citado Rapaz desconhecido, armado e supostamente passando-se por funcionrio da CAGECE.

O fato de o Denunciado ter sido encontrado prximo ao local do fato, no pode servir de presuno nica de culpabilidade. Exige-se no direito penal para que se identifique a Materialidade e a Autoria Delitiva, um lastro mnimo de provas, entretanto, essas provas tem que ser sedimentadas em idoneidade testemunhal e contundncia formal ou mesmo material.

Outrossim, inexiste nos autos qualquer reconhecimento das testemunhas, indicando ser o Denunciado o autor, ou co-autor ou mesmo partcipe deste evento criminoso.

Inexiste ainda nos autos, qualquer laudo pericial das armas encontradas e apreendidas com o Denunciado e o Menor, comprovando a eficcia e o funcionamento das mesmas.

No h anotaes de placas dos veculos indicados como os veculos utilizados neste evento delituoso.

Por fim, Excelncia, a conduta do Denunciado minuciosamente narrada na Vestibular Acusatria em nada se enquadra ao tipo penal ora denunciado nesta Ao Penal.

Desta feita, tal Pea Denunciatria mostra-se inepta, sem justa causa e galgada em provas insuficientes, devendo, portanto, o Ru EWERTON SOUZA DO NASCIMENTO, por fora do Art. 386, IV, V e VII do CPB, ser ABSOLVIDO de todas as acusaes a ele formuladas, como medida nica de direito e imperiosa de Justia.

de conhecimento jurdico basilar, que para a concretizao de um crime, necessrio se percorrer algumas fases, que a doutrina chama de inter-criminis, o qual subdivide-se em quatro etapas; Cogitao; Preparao; Execuo e o Resultado.Folheando estes autos, no difcil chegar a concluso que o Denunciado NO PERCORREU AS FASES OBRIGATRIAS DO INTER-CRIMINIS.

A Norma do Art. 13, do CPB, disciplina ainda o inter-criminis, quando diz que o resultado, de que depende a existncia de um crime, somente imputvel a quem lhe deu causa. O que nesse caso, EWERTON SOUZA DO NASCIMENTO, NO DEU CAUSA AO EVENTO CRIMINIS! (tampouco sua tentativa), Como se v clarividentemente nos autos inquisitoriais.

Data vnia, caso Vossa Excelncia possua entendimento divergente do nosso, o Denunciado roga as benesses do Art. 29; pargrafo 1 e 2 do CPB, uma vez que a sua participao notoriamente nfima, o que corroborado com o entendimento do MP, uma vez que na prpria Inicial Acusatria, deixa claro a posio do mesmo neste evento, como de mero partcipe.Desta forma, Excelncia, em razo da fragilidade de provas e de sua insuficincia, AUTORIA e MATERIALIDADE vem-se prejudicadas, o que conduz o Denunciado situao do Art. 386, incisos; II, IV, V e VII e PARGRAFO NICO, Inciso I do CPPB.

Assim sendo, Excelncia, EWERTON SOUZA DO NASCIMENTO, dever ser absolvido do Crime previsto no Art. 157, 2, Incisos I e II c/c o Art. 14, Inciso II, ambos do CPB (Tentativa de Roubo Qualificado), uma vez que inexiste nos autos qualquer prova de ter o mesmo concorrido para a infrao penal, ora imputada e a luz do Art. 386, Incisos; II, IV, V e VII e PARGRAFO NICO, inciso I do CPPB, clama por sua justa ABSOLVIO, como medida nica de direito e inequvoca de JUSTIA!

EX POSITIS, com fulcro no Art. 396 e Art. 396 A, do CPPB, EWERTON SOUZA DO NASCIMENTO, vem mui respeitosamente presena de Vossa Excelncia, APRESENTAR competente RESPOSTA ESCRITA ACUSAO. E nos termos do Art. 5; XXXVII; LIII; LV; LVI e LVII, da Constituio Federal de 1988, desde j REQUERER:A injustia que se faz a um, uma ameaa que se faz a todos. Baro de Montesquieu.IV - DO PEDIDO: A) Em sede de PRELIMINAR DE MRITO, Excelncia, com base no Art. 5, Inciso LXV, LXVI da Constituio Federal e Art. 400 do CPPB, o Denunciado que j se ver preso h mais de 60 dias, sem a sua culpa devidamente formada, uma vez que sequer fora citado nos autos para responder a esta laboriosa Ao Penal, por possuir primariedade, ocupao licita e endereo certo e fixo no distrito da culpa (fls. 17/23) e ainda, por no se enquadrar mais nas condies do Art. 311 e 312, muito menos oferecer qualquer risco a esta instruo ou ao processo, aproveita o ensejo e roga por sua IMEDIATA SOLTURA, luz do Art. 316 do CPPB e ainda;

A.1) Douta Magistrada, por se tratar de CRIME IMPOSSVEL, o Ru dever ser ABSOLVIDO SUMARIAMENTE, na forma do Art. 397, incisos I, II e III e Art. 415, incisos II e IV, ambos do CPPB, situao inclusive, j antecipadamente prevista pelo prprio titular desta laboriosa Ao Penal, conforme podemos observar nas fls. 32, alinhas 03 deste caderno digital. No possuindo, inclusive a Denuncia, a elementar objetiva formal necessria para a propositura desta Ao; a justa causa, notadamente tornando a conduta do Denunciado inequivocamente ATPICA;A.2) Data vnia, caso Vossa Excelncia possua entendimento divergente do nosso e no vislumbre neste momento a Absolvio Sumria do Denunciado, ALTERNATIVAMENTE e ainda em sede de preliminar roga pela DESCLASSIFICAO DO CRIME, ora denunciado nos termos do Art. 157, 2, incisos I e II, c/c o Art. 14, inciso II, ambos do CPB, PARA O CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO, tipo penal previsto no Art. 14 da Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), pelas razes de fato e de direito j aduzidas;A.3) Caso o pedido alternativo anterior (Pedido de Desclassificao de Crime) seja na sua integralidade atendido, e por possuir ainda o acusado primariedade e idade inferior a 21 anos (contados da data do fato - Fls.23), faz jus aos benefcios do Art. 65, inciso I, do CPB, DEVENDO A SUA PENA SER ATENUADA, no caso de pretensa condenao no crime de Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido.A.3.1)Entretanto, caso no acate a tese de DESCLASSIFICAO anteriormente postulada, mesmo assim faz jus o Ru benesse do Art. 65, inciso I, do CPB, devendo a sua pena, ainda sim, SER ATENUADA, mesmo no caso de uma pretensa condenao, na forma do crime ora denunciado. (fls. 30/32);

A.4) Por inexistir qualquer relao de causalidade entre o Denunciado e o fato tpico ou mesmo com o terceiro e suposto partcipe (o pretenso ladro que se passou por funcionrio da CAGECE, como assim narrou o Parquet), outrossim, no haver nos autos qualquer prova concreta da ligao do Denunciado com o citado rapaz e por inexistir na conduta, ora narrada, qualificadora elementar da violncia ou grave ameaa, roga o Denunciado, por fora do Art. 29, 1 do CPB. (causa de diminuio de pena), PARA QUE A SUA PENA SEJA DIMINUDA;A.5) Por presuno legal, sua pena dever ser reduzida, o que certamente lhes conduzir s condies do Art. 89 da Lei 9.099/95 e por possuir o mesmo ainda, primariedade, ocupao licita e endereo fixo e certo no distrito da culpa, far jus ao beneplcito da SUSPENSO CONDICIONAL DO PROCESSO, ainda luz da Smula 337 do STJ, derradeiramente, ainda em sede de Preliminar de Mrito o que se pede;B) NO MRITO, pelos motivos de fato e de direito j aduzidos, EWERTON SOUZA DO NASCIMENTO, DEVER SER ABSOLVIDO DO CRIME ORA DENUNCIADO (Art. 157, 2, Incisos I e II c/c o Art. 14, Inciso II, ambos do CPB - Tentativa de Roubo Qualificado), uma vez que inexiste nos autos qualquer prova de ter o mesmo concorrido para a infrao penal, ora imputada e a luz do Art. 386, Incisos; II, IV, V e VII e PARGRAFO NICO, inciso I do CPPB, clama por sua justa ABSOLVIO, como medida nica de direito e inequvoca de JUSTIA!;

C) Roga desde j o Denunciado; o PRINCPIO DO IN DBIO PRO RO, uma vez que na dvida, Vossa Excelncia ter o condo para absolv-lo, uma vez que, inexiste nos autos provas suficientes para a condenao do mesmo;D) Com fulcro no Art. 396-A do CPPB, vem ainda o Ru apresentar o ROL DAS TESTEMUNHAS DE DEFESA, requerendo ainda, desde j, as respectivas intimaes de praxe e o que for necessrio ao processo e a sua defesa; por convenincia desta instruo ou da prpria defesa;

E) In fine, a luz dos Arts. 396, 396-A e Art. 406, todos CPPB, REQUER ainda, que Vossa Excelncia RECEBA ESTA RESPOSTA ESCRITA ACUSAO, em todos os seu termos. Decidindo dessa maneira, Vossa Excelncia, estar certamente, realizando como de costume, a mais ldimae costumeira JUSTIA!

A justia atrasada no justia; seno injustia qualificada e manifesta.

Ruy Barbosa Fortaleza/Ce, 20 de Outubro de 2013.Advogado

Adriano Geoffrey de Gis Arajo Wagner deSouza Advogado

Rogrio Magno Costa Barbosa

AdvogadoV DO ROL DE TESTEMUNHAS:

I PATRCIA VIANA MENDES, brasileiro, solteira, do lar, portador do RG n 2003010222702-SSP/CE e regularmente inscrito no CPF sob o n 018.142.558-03, residente e domiciliado na Rua Cinderela, n 43, Casa B, Bairro Aerolandia, CEP: n 60.850-220, nesta Capital.

II AURISMAR MARIANO DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, servios gerais, portador do RG n 2000013011376-SSP/CE e regularmente inscrito no CPF sob o n 030.184.543-32, residente e domiciliado na Rua Noite Ilustrada, n 40, Bairro Aerolndia, CEP: n 60.820-082, nesta Capital.

III LUCINEUDA TAVARES DE SOUSA, brasileiro, amasiada, costureira, portador do RG n 2003010478235-SSP/CE e regularmente inscrito no CPF sob o n 038.191.173-00, residente e domiciliado na Rua Seis Companheiros, Ed. Santo Augustinho, Bl. 12, Apt331, Bairro Barra do Cear, CEP: 60.331-790, nesta Capital.

Termos em que, cumpridas as necessrias formalidades legais, pede e espera conhecimento, processamento e acolhimento, como medida nica de direito e imperativa de justia.Fortaleza/Ce, 20 de Outubro de 2013.Advogado

Adriano Geoffrey de Gis Arajo Wagner deSouza Advogado

Rogrio Magno Costa Barbosa

Advogado______________________________________________________________________________________________Rua Cidade Ecolgica, 420, CEP: 60.812-450, Edson Queiroz-Fortaleza/CE-Fones: 85 8551-5090 (OI)/9698-8682 (TIM) e 8894-2003 (OI)

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