37
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS- CFCH DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS GEOGRÁFICAS- DCG CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA EWERTON RICARDO CORREIA DA SILVA PLACAS TECTÔNICAS: DA TEORIA DE DERIVA DE WEGENER A TECTÔNICA DE PLACAS RECIFE 2015

TCC Revisado Ewerton Ricardo Correia Da Silva

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CINCIAS HUMANAS- CFCH DEPARTAMENTO DE CINCIAS GEOGRFICAS- DCG CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA EWERTON RICARDO CORREIA DA SILVA PLACAS TECTNICAS: DA TEORIA DE DERIVA DE WEGENER A TECTNICA DE PLACAS RECIFE 2015 EWERTON RICARDO CORREIA DA SILVA PLACAS TECTNICAS: DA TEORIA DE DERIVA DE WEGENER A TECTNICA DE PLACAS TrabalhoapresentadoCoordenaodoCursode GeografiadaUniversidadeFederaldePernambuco, comorequisitoparcialparaobtenodottulode Licenciado em Geografia. Orientador: Prof. Dr. Ruy Batista Pordeus RECIFE 2015 EWERTON RICARDO CORREIA DA SILVA PLACAS TECTNICAS: DA TEORIA DE DERIVA DE WEGENER A TECTNICA DE PLACAS TrabalhoapresentadoCoordenaodoCursodeGeografiadaUniversidadeFederalde Pernambuco, como requisito parcial para obteno do ttulo de Licenciado em Geografia. Recife, 25/02/2015 ______________________________________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Ruy Por Deus (Universidade Federal de Pernambuco) ______________________________________________________________________ Prof. Me. Jos Geraldo Pimentel Neto (ITEP) ______________________________________________________________________ Prof. Ma. Debora Lcia Correia (UNEAL) AGRADECIMENTOS AgradeoemprimeirolugaraDeuspormefazertaisconquistas,pormefazer acordar todos os dias, pois s ele sabe o quanto que foi difcil e me deu foras para chegar at esse momento, pois foram muitas dificuldades envolvidas. Tambm agradeo a ele por fazer de mim e da minha famlia unida em todos os momentos. Agradeo a minha famlia por todo apoio,compreensoeportertornadopossvelaminhacaminhadaataqui,principalmente por ela ser paciente nos momentos difceis e ajudando da melhor forma possvel para que eu chegasse at aqui, principalmente a minha me, por ser a uma pessoa extremamente apoiadora e que me incentivou a ser o que sou por me ajudar a levantar a cabea nos piores momentos e em que passei e por estar sempre presente ao longo de minha vida. Agradeo,tambm,estdignaoportunidadedeconcluiromeucursodegraduao em uma universidade pblica, visto que so poucos os brasileiros que tem essa oportunidade. Aosmeusamigosquemeacompanharamduranteagraduao,quelesquese perderam durante o caminho aos que convivi durante minhas idas e vindas dirias nos nibus da faculdade. Agradeo tambm agrande amizade quefiz com Adilson Ramos, por ser uma pessoa motivadora nos momentos em que fiquei e aps minha sada da biblioteca do centro de Educao, Assim como os amigos que tenho na biblioteca central.E ao meu Orientador Professor Doutor Ruy Batista Pordeus, este por me fazer gostar eterinteressepeloassuntologonoterceiroperododauniversidade.Todosimportantes,e responsveis por transformaes no meu modo de agir e pensar o mundo. RESUMO Estudarateoriadatectnicadeplacasmuitointeressanteetemtrazidograndeajudana compreensodosfenmenosobservadosnaTerra.Antesdaatualteoria,houvediversos estudosgeomorfolgicosegeolgicos,ondepesquisadorescomoAlfredWegener,Edward Suess e outros, passaram grande parte da sua vida pesquisando traos e evidencias para provar que um dia oscontinentes foram unidos ou existiu algum tipo de ligao entreeles. Mas foi AlfredWegenerquesurgiucomprimeirateoria,chamadadeateoriadaDerivacontinental. Essaprimeirateoriafoibastantediscutidapelacomunidadeacadmica,poisWegener apresentouvriosargumentosquecomprovavaqueumdiaoscontinentesforamunidos, pormelanofoibemaceitapelosgelogos,poisessesargumentosnoapresentavamuma lgicaconcretaqueprovassecomoocorreuesseprocessodeseparao.Comopassardo temposurgiramnovastecnologiasqueajudaramaindamaisaprovarcomoocorreuessa separao,comoosnovosinstrumentosqueajudaramamapearoassoalhoocenico.Com essasnovastecnologiasfoidescobertoqueoassoalhoocenicomuitorecente,surgindoa partirdessemomentoumanovateoria,chamadadetectnicadeplacas.Elafoiformulada graasaHarryHesseRobertDietz,poiselessugeriramqueoscontinentesnose moveriam atravs dacrustaocenicacomosugeridopeladerivacontinental,masqueuma baciaocenicaeumcontinenteemcomummovem-seaomesmotemponumaplaca.Com essa nova teoria,foramdescobertos os tipos de movimentos e o que pode sergerado atravs de suas foras na medida em que os continetes se movimentam, tanto para se unirem quanto para se separarem. LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Encaixes do quebra cabea dos continentes que bordejam o oceano .................... 11 Figura 02 - Pangea e sua diviso em dois continentes, Laursia ao norte e Gondwana ao sul 12 Figura 03 - Distribuio atual das evidncias geolgicas de existncia de geleiras................. 14 Figura 04- Fsseis do rptil Mesosaurus, com idade de 300 milhes de anos ......................... 15 Figura 05 - Padro "zebrado" de anomalias do assoalho ocenico .......................................... 17 Figura 06 - Assoalho Ocenico ................................................................................................ 18 Figura 07 - Distribuio das idades geocronolgicas do fundo ocenico do Atlntico Norte. 19 Figura 08 - Esquema de correntes de conveco atuantes na dorsal meso-ocenica. .............. 20 Figura 09 - Distribuio geogrfica das placas tectnicas da terra .......................................... 21 Figura 10 - Ilustrao dos Limites ocenico-ocenico de placa ............................................... 25 Figura 11 - Ilustrao dos Limites de placa ocenico-continental ........................................... 26 Figura 12 - Ilustrao dos Limites Convergentes Continental-Continental ............................. 27 Figura 13 - Ilustrao dos Limites divergente ocenicos ......................................................... 28 Figura 14 - Ilustrao dos limites divergente Continental ........................................................ 29 Figura 15 - Ilustrao Limite transformante; Falha de San Andreas- Califrnia. .................... 30 Sumrio INTRODUO ........................................................................................................................ 8 1 A DERIVA CONTINENTAL ............................................................................................... 9 1.1 Evidncias do ajuste continental ..................................................................................... 12 1.2 Semelhanas das sequncias das rochas e cadeias de montanhas ................................ 13 1.3 Evidncia Glacial .............................................................................................................. 13 1.4 Argumentos paleontolgicos ............................................................................................ 14 2 MAGNETISMO DAS ROCHAS E EXPANSO DO ASSOALHO OCENICO ....... 16 2.1 O Magnetismo das rochas ................................................................................................ 16 2.2 A expanso do assoalho ocenico ...................................................................................... 17 3 TEORIA DA TECTNICA DE PLACAS ........................................................................ 21 3.1 A placa e seus limites ........................................................................................................ 23 3.1.1 Limites Convergentes ...................................................................................................... 24 a) Limites Convergentes Ocenico-Ocenico .......................................................................... 25 b) Limites Convergentes Oceano-Continete ............................................................................ 25 c) Limites Convergentes Continente-Continete ....................................................................... 26 3.2.1 Limites Divergentes ......................................................................................................... 27 a) Limites Divergentes Ocenicos ............................................................................................ 27 b) Limites Divergentes Continentais ........................................................................................ 28 3.3.1 Limites trnsformantes .................................................................................................... 29 CONCLUSO ......................................................................................................................... 31 REFERNCIAS ..................................................................................................................... 32

APNDICE A PLANO DE AULA APNDICE B SUGESTO DE AVALIAO 8 INTRODUO Ointeressepelotemaabordadoseddevidoagrandeimportnciadasmudanas geolgicasocorridasaoslongosdosanosnoplaneta,taismudanasdespertaramuma curiosidadeeavontadedemeaprofundaraotemaquetemcomoprincipalfocooseventos causadores da separao dos continentes e suas eventuais transformaes enquanto que vo se transformando. Estudaraomesmotempoateoriadaderivadoscontinentesquetevecomoseu principalpesquisadoredefensordateoriaogeofsicoalemoAlfredWegener,em1912.A teoriadasplacastectnicassurgiuapartirdeconstantesestudosemelhoriadateoriacriada por Wegener, na qual ela desenvolvida na dcada de 1960, pelos gelogos americanos Harry Hess e Robert Dietz foi de uma forma bem limpa, pois a primeira foi muito limitada pela falta de tecnologia que poderia at ser uma prova de que realmente aconteceu, como requeriam os pesquisadores da poca. Ela era intuitiva, afirma que os continentes um dia foram unidos em um grande bloco continental, denominado Pangia e que se distanciaram uns dos outros, mas faltando o que ocasionou esse distanciamento dos continentes. Jasegundateoriaocorreugraasaoaumentoexploraodoassoalhoocenica proporcionadagraasaomapeamentodofundoocenicoduranteasegundaguerramundial. Comessaexploraodoassoalho,foidescobertoqueofundooceniconoerasimplese contnuo,mascheiosdecadeiasdemontanhassubmarinas,almdisso,descobriramqueele era bastante jovem e as rochas baslticas e no sedimentares como eles imaginaram. Com isso reabriramcaminhasfundamentaisparaaformulaodateoria.Assimreabriramcaminhos para o estudo de como que os continentes se moveram e a formulao da tectnica de placas. Essesmovimentossochamadosdelimitesdeplacaslitosfricas,sendodistribudos daseguintemaneira:Limitesconvergentes,queconsideradoummovimentodestrutivo, podendo ser distintos em trs situaes: Convergente entre placa Ocenica e Placa Ocenica; Convergente entre Placa Ocenica e Placa Continental; e Convergente entre Placa Continental ePlacaContinental;Limitesdivergentes,sendoestemovimentoconstrutivotendoestea presenadeduassituaes,DivergenteentrePlacaOcenicaePlacaOcenicaeDivergente entrePlacaContinentalePlacaContinental.Oltimosechamalimitetransformante,neste no h nem formao e nem destruio das placas. 9 1 A DERIVA CONTINENTAL Ateoriadaderivadoscontinentesfoiumaideiabastantediscutidapeloscientistas durante os anos 60. Ela foi apresentada pelo meteorologista alemo Alfred Wegener em 1912 noencontrodaSociedadeGeolgicadeFrankfurt.ParaBrancoeSamuelMurgel(1930) desdequeohomemconseguiudesenharmapasdaterranoqualelesrepresentamos continentes, ele percebeu surpreso que seus contornos so de alguma forma complementar ao outro, encaixando como um quebra-cabea gigante, sendo assim: Os mapas mais antigos, que mostram costa leste da Amrica do Sul e a costa oeste da frica, eramprovavelmente,aprimeiraevidnciadequeoscontinentes poderiamtersidounidosumaveze,depois,separadosedeslocadosparasuas posioes atuais. (WICANDER, MONROE, 2009, p. 24). Essaideiadosmapasocorreuporquenessapocajaerambemnotveisas semelhanasqueexistiamentreosdesenhosdalinhadacostalestedaAmricadosulea oestedafricadosul.Destaforma,autorescomoWicandereMonroeutilizaramcientistas, das quais tinham hipteses para complementar suas ideias. O primeiro deleso ser citado o gelogoEdwardSuess,que"percebeuassemelhanasentreosfsseisdeplantasdo PaleozicoSuperiordandia,Austrlia,fricadoSuleAmricadoSul"(WICANDER, MONROE, 2009, p. 25), assim como tambm sobre lento processo de contrao do globo por resfriamento progressivo. Essa hiptese ajudou a explicar alguns tipos de fenmenos como o levantamento das grandes cordilheiras ou as oscilaes de nvel dos continentes. Alm disso, Suess tambm observou a flora, onde ele encontrou fsseis da glossopteris em todas as cinco grandes reas, permitindo uma possvel unio entre essas reas. ParaBrancoeSamuelMurgel(1993,p.25),EdwardSuessafirmouqueacontrao era por parte coerente com o resfriamento progressivo, pois a Terra teve em sua origem uma massa de rochas em fuso. Mas no apenas isso, pois para Wicander e Monroe (2009, p. 25) Suess tambem teve como a evidncia a glaciao nas sequncias de rochas desses continentes meridionaisdaTerra,masasuaprincipalteoriafoiadaFloraGlossopteris.Wicandere Monroe (2009, p. 25) Os fsseis de plantas formam uma flora nica que ocorre em camadas de carvo logo acima dos depsitos glaciais desses continentes do sul. EssashiptesesfizeramcomqueEdwardSuesschegasseaopontodesuporque houveemalgumapocaumaunioentreocontinentefricano,MadagascareaPensula 10 Indiana, ligao essa que era atravs de passarelas, publicando em seguida um livrochamado deThefaceEarth(Afacedaterra),em1885,propondoqueestesupercontinenteera compostodegranderea,reaestaquenoincluiaaAustrlia,AntrtidaeaAmricado Sul.Nessacircunstncia,WicandereMonroe(2009,p.25)afirmamque"Suessacreditava queessescontinentesestavamligadosporpontesdeterrasobreasquaisplantaseanimais migravam", por isso a explicao de alguns fsseis encontrados em outras partes.Assim,SuesspropsonomeaessainterligaodeGondwanadevidoagrande identidade de fauna, sendo, depois, essas ligaes extendidas por outros pesquisadores para os continentes restantes; Autrlia, Antartida e at Amrica do sul.Apsessasideias,surgiuAfredWegener,metereologistaalemoquepassougrande partedasuavidasededicandoaestudosmetereolgicos,astronmicos,geofsicose paleontolgicos(TEIXEIRA,TOLEDO,FAIRCHILDETAIOLI,2000,p.98).Deve-sea Wegeneroscrditosdodesenvolvimentodahiptesedaderivacontinental,ondesegundo Teixeira,(2000)Wegenersurgiucomideiasvisionriasparaaquelapoca,naqualele publicouummonumentallivroTheoriginofcontinentsandoceans(Aorigemdos continentesedosoceanos),em1915.DuranteaexpedioquefeznaGroelndia,Wegener observouarupturaeolentodistanciamentodasplacasdegelo,quecobremooceano,alm disso, ele observou uma segunda coisa, que foi a semelhana das linhas costeiras do Atlntico (Figura 1), na qual despertou em 1910 uma hiptese de que a frica e a Amrica do Sul se encaixavam como um verdadeiro quebra cabea gigante e que todos os continentes poderiam seaglutinarformandoumnicomegacontinente(TEIXEIRA,TOLEDO,FAIRCHILDE TAIOLI, 2000, p. 98). 11 Figura 01 - Encaixes do quebra cabea dos continentes que bordejam o oceano Fonte: Para entender a terra, 2013. Aideiadesupercontinentenosanosseguintesfoisetornandomaispossvelpara Wegener,assimelemelhorouasteoriasanteriorescomoasdeTaylor,EdwardSuesse Bertrand,poisassuashiptesesnoobtiverampenetraonosmeioscientficos,no conseguindosequerpromoverdebatessobresuavalidade.JWegeneraproveitouas evidnciasapontadasporeleseacrescentounovasevidnciasvindasdapaleoclimatologia, disciplina na qual detinha seu total domnio (BRANCO, SAMUEL MURGEL, 1930, p.27). Comdiversasevidnciasemmos,sendoelas:acombinaodasreaslitorneas;a aparnciadassequnciasdamesmarochaecadeiasdemontanhasdamesmaidadeem continentes;PresenadefsseisdeGlossopterisemregiesdafricaeBrasil,cujas ocorrnciassecorrelacionavamperfeitamente,aosejuntaroscontinentesacombinaodos depsitos glaciais, sendo essa ltima evidncia vinda do seu estudo nas zonas paleoclimticas, onde ele acreditava ser possvel reconstituir as posies antigas do equador e dos plos. Comdiversasevidncias,Wegeneracabouadmintindoeramsuficintesparaprovar queemalgummomentoexistiuumsupercontinente,nomendando,este,paraPangiaeque este supercontinente se fragmentou e deslocou continuamente desde a era Mesozica como se 12 fosseumaespciedenataflutuandosobreummagmasemilquidosetrasnformandonos continentes que conhecemos hoje. Figura 02 - Pangea e sua diviso em dois continentes, Laursia ao norte e Gondwana ao sul Fonte: Decifrando a terra, 2000. SegundoTeixeira(2000),essesupercontinentepassouporumafragmentaoatravsdo rifteamentodaAmricadoNorte,queaseparoudaEuropahcercade200milhesdeanos.Essa aberturadoAtlnticoNortefoiacompanhadapelaseparaodoscontinentesdonorte(Chamadode Laursia), do sul (Gondwana)1 e pelo rifteamento de Godwana ao longo do que hoje a costa leste da frica.EssafragmentaodaPangiaocorreunoinciodaeramesozica,vindoapsasua fragmentao o surgimento dos continentes atuais. 1.1 Evidncia do ajuste continental OajustecontinentalfoiobservadonoapenasporWegener,masporoutros pesquisadoresanterioresdevidoaimpressionantesemelhanaentreaAmricadoSule frica.ParaWicandereMonroe(2009)Wegenercitouessassemelhanascomoevidncia parcial da unio desses continentes.

1 O supercontinente do sul Gondwana inclua a maior parte das zonas de terra firme que hoje constituem os continentes do Hemisfrio Sul, incluindo a Antrtida, Amrica do Sul, frica, Madagscar, Seicheles, ndia, Austrlia, Nova Guin, Nova Zelndia, e Nova Calednia. 13 Em1965,SirEdwardBullard,umgeografsicoingls,edoisassociadosmostram que a melhor combinao entre os continentes ocorre em uma profundidade de cerca de 2 mil metros. Desde ento, outras reconstrues, usando os dados da ltima bacia ocenica,temconfirmadoumajusteprecisoentreoscontinentes,quandoelesso reunidos para formar o Pangia (WICANDER, MONROE, 2009, p. 26). Os crticos de Wegener afirmaram que essas configuraes nos contornos das encostas resultaramdeprocessoserosionaisedeposicionaisquesemodificamcontinuamente,nose juntando perfeitamente como antes da possvel separao, como props Wegener. 1.2 Semelhanas das sequncias das rochas e cadeias de montanhas O encaixe das linhas de costa do continente Sul-Americano com o continente Africano perfeito.Quandoapoximamososcontinentes,suascadeiasmontanhosasformamuma nicacadeiacontnuadamesmaidadeeestilodedeformaoemtodaasuaextenso (WICANDER, MONROE, 2009, p. 27). Assim, os nveis litolgicos das rochas presentes nas zonas de costa desses continentes so de mesms constituies ou da mesma origem e a nvel orognicoexisteumacontinuidadenascadeiasmontanhosasquesepodeverificar nacosta lestedocontinentenorteamericanoeeuropeu,ouseja,estescontinentestiveram obrigatoriamente que estar juntos. 1.3 Evidncia Glacial O estudo dos climas antigos trouxe algumas surpresas; sedimentos glaciares que s se formam a altas latitudes e baixas temperaturas foram encontradas em zonas como a frica, a Amrica do Sul, a ndia e a Austrlia. Isto indica que estes continentes j estiveram prximos do polo Sul (Figura 3)e que, entretanto se afastaram mantendo os registros nas rochas. Para Teixeira,Toledo,FairchildeTaioli(2000)algumasevidnciascomoapresenadeestrias indicativas das direes dos movinentos das antigas geleiras, sugeriram que existiam, naquela poca, grandes pores de terra cobertas por camadas de gelo situadas no hemisfrio sul, igual aoqueocorrehojenasregiespolares,acreditandoassimqueoplanetaestariasubmetidoa umclimaglacial.Assim,pode-sedizerqueasdistribuiesdegeleirasduranteaPangia estariarestritaaapenasumacalotapolarnosuldoplaneta,aproximadamentecomohoje (TEIXEIRA, TOLEDO, FAIRCHILD E TAIOLI, 2000, p. 99). 14 Figura 03 - Distribuio atual das evidncias geolgicas de existncia de geleiras Fonte: Decifrando a terra, 2000.

1.4 Argumentos paleontolgicos Fsseis da mesma espcieforamencontrados emlocais a milhares de quilmetros de distncia e em locais que atualmente se encontram separados por oceanos. pouco provvel queestesseresvivospudessemterpercorridoestasgrandesdistnciasqueatualmenteesto separadasporoceanos.Porissoqueforamdegrandeeabsolutaaceitaoosargumentos baseadosnosfsseisedadosclimticos,comoocasodoMesosaurus,umrptildegua doce,cujosfsseissoencontradossomenteemrochasdoperodoPermiano,emcertas regiesdoBrasiledafricadoSul(WICANDER,MONROE,2009,p.28).Porisso lgico assumir, que os continentes estavam unidos quando o mesosaurus estava vivo (Figura 4). 15 Figura 04- Fsseis do rptil Mesosaurus, com idade de 300 milhes de anos Fonte: Para entender a terra, 2006. Apesar de todos esses argumentos, grande parte dos gelogos recusava a ideia de que os continentes se moveram no passado. Segundo os autores, Branco e Samuel Murgel, (1930, p. 34) Para muitos ela foi considerada uma fantasia pela maioria dos gelogos de sua poca. Oqueaconteciaeraqueelesachavamessasevidnciasinadequadasenoconvicente.Esse motivo, segundo Wicander e Monroe (2009) porque nenhum desses pesquisadores foi capaz deforneceromecanismoadequadoparaexplicarcomooscontinentessemoveramna superfcie da terra. Ou seja, isso quer dizer que naquela poca no se tinha conhecimento das propriedades plsticas da astenosfera2, sendo este o principal motivo que impediu Wegener de explicar a sua teoria. Diante disso, o livro de Wegener no foi considerado srio por grande parte do mundo cintfico (TEIXEIRA, TOLEDO, FAIRCHILD E TAIOLI, 2000, p. 99).

2 Camada viscosa do manto que permite a movimentao das placas. 16 2 MAGNETISMO DAS ROCHAS E EXPANSO DO ASSOALHO OCENICO 2.1 O Magnetismo das rochas certo que as evidncias geolgicas de que os continentes se moveram no foi aceita pelosgeofsicosecomunidadecintifica,considerandoateoriadeWegener,deriva continental impossvel. Portanto, no havia uma prova que pudesse provar como que houve a separao desses continentes. Grotzinger e Jordan. (2013, p. 27) explicou que Wegener, por exemplo, pensava que os continentes flutuassem como barcos sobre a crosta ocenica slida, sendoarrastadaspelaforadasmars,dosoledalua.Ideiarejeitadaporquepodser demonstradaqueasforasdasmars,dosoledaluaeramfracasdemaisparapodermover um continente. AsideiasdeWegenercomearamaseraceitasapartirdadcadade50eincioda dcada de 60 devido interpretao das direes de magnetizao das rochas surgindo, ento, aspesquisasPaleomagnticas,queomagnetismorochosoremanescente,queregistraa direodospolosmagnticosdaterra,nomomentodaformaodarocha(WICANDER, MONROE, 2009, p. 30). Esse realizadeo estudo entre 1950 e 1960, foi capaz de descobrir que rochas mais antigas, e de localidades distintas, apresentam polos magnticos diferentes e que ospolospaleomagnticosdoscontinentesaosuldoEquadorsoincompatveiscoma localizaoatualdessescontinentes,masqueeles,ospolos,coincidem-sequandoos continentes so unidos, a exemplo como o supercontinente Gondwana.Assim foram observadas as inverses de polaridade. Os estudos eram feitos atravs de naviosquetransportavammagnetmetros3,cujo,dadosobtidosaonordestedooceano pacficorevelaramanomaliasmagnticaslineares,diferentedequalquerpadroconhecido noscontinentes,sendoessepadrodepolaridadesalternadasedistribudasdemaneira simtrica em relao cadeia mesocenica, essa sua caracterstica conhecida como padro zebradosimtricoaorifte4(Figura5),sendoesta,aprincipalconsequnciadaexpansodo assoalho e das reverses do campogeomagntico. Dessa forma o material fundido do manto ascendepelascadeiasocenicasdenominadasdecorrentesdeconveco,ondeelasse resfriamrapidamentequandoatingemoexteriordacrosta(TEIXEIRA,TOLEDO, FAIRCHILD E TAIOLI, 2000).

3 instrumento usado para medir a intensidade, direo e sentido de campos magnticos em sua proximidade. 4 a designao dada em geologia s zonas do globo onde a crosta terrestre e a litosfera associada esto a sofrer uma fractura acompanhada por um afastamento em direces opostas de pores vizinhas da superfcie terrestre. 17 Figura 05 - Padro "zebrado" de anomalias do assoalho ocenico Fonte: Decifrando a terra, 2000. 2.2 A expanso do assoalho ocenico Surgiuentoumanovapropostadeteoria,sendoessaateoriadaexpansodo assoalho ocenico (Figura 6) representada por Harry Hess5. A chave para essa explicao estava no fundo dos oceanos. Pois durante a dcada de 1940,duranteasegundaguerramundial,devidosnecessidadesmilitaresde localizao de submarinos no fundo dos mares, foram desenvolvidos equipamentos, comoossonaresquepermitiramtraarmapasdetalhadosdorelevodofundo ocenico.,muitodistintosdaplanciemontonacomalgunspicoseplanaltos isoladosqueseimaginavanapocaparaofundodomar.Surgiramcadeiasde montanhas, fendas e fossas ou trincheiras muito profundas, mostrando um ambiente geologicamnetemuitomaisativodoquesepensava(TEIXEIRA,TOLEDO, FAIRCHILD E TAIOLI, 2000, p. 99-100).

5 Gelogo americano que contribuiu para a caracterizao das profundezas ocenicas e no estudo do deslizamento das placas tectnicas. 18 Propondoqueomaterialfundidodomantoascendepelascadeiasocenicas denominadas de correntes de conveco, onde elas se resfriam rapidamente quando atingem o exterior da crosta. Figura 06 - Assoalho Ocenico Fonte: Para entender a terra/ GROTZINGER, JORDAN. - Porto Alegre: Bookman, 2013. OspesquisadoresHarryHesseRobertDietz6sugeriramnoinciodadcadade1960 queoscontinentesnosemovematravsdacrostaocenica,masqueoscontinentesea crostaocenicasemovememconjunto,almdisso,GrotzingereJordan.(2013,p.28-29) explicamqueHesspropuseraqueacrostasepara-seaolongoderiftesnasdorsais mesocenicas e que o novo fundo ocenico forma-se pela ascenso de uma nova crosta quente nessas fraturas. Portanto, descobriu-se o assoalho ocenico jovem e contm muitas feies fisiogrficas, alm de que o fundo ocenico um ambiente geologicamente mais ativo do que sepensava.Nessesentido,algunsfatoscomprovamahiptesedaexpansodoassoalho ocenico so: as rochas nas proximidades da dorsal so muito jovens, aumentando sua idade comoafastamentodadorsal.HessrestaurouaideiadasCorrentesdeconvercotermais

6 gelogo marinho , geofsico e oceangrafo que conduziu pesquisas pioneiras junto com Harry Hammond Hess relativa expanso dos fundos ocenicos. 19 (Figura8)domanto,ouseja,omagmaquenteseelevadomanto,irrompeaolongodas fraturas, edificando as cadeias mesocenicas e, assim, forma uma nova crosta (WICANDER, MONROE,2009,p.33).Damesmaforma,paraTeixeiraeoutros(2000),quandoomagma atingeasuperfcie,semovimentalateralmenteeofundoocenicoseafastadadorsal.Essa fenda para de crescer porque o espao deixado pelo material que saiu preenchido por novas lavas.Assim,nofinaldosanos50comosurgimentoeaperfeioamentodageocronologia permitiuaobtenodeimportantesinformaessobreaidadedasrochasdofundodo ocenico(Figura7),descobrindoqueofundoocenicoAtlnticocompostodebasalto jovemquenoultrapassavaos200milhesdeanosenogranitoantigocomoerapensado anteriormente. Contudo: DataesderochasvulcnicasdoAtlnticoSul,efetuadasnocentrodeperquisas Geocronolgicas da Universidade de So Paulo contriburam para o estabelecimento dopadrodeidadesdacrostaocenica,noqualfaixasderochasdemesmaidade situam-sesimetricamente dos dois lados da dorsalmeso-ocenica, com mais jovens prximas da dorsal e mais velhas ficando mais prximas dos continetes (TEIXEIRA, TOLEDO, FAIRCHILD E TAIOLI, 2000, p. 99-100). Figura 07 - Distribuio das idades geocronolgicas do fundo ocenico do Atlntico Norte. Fonte: Decifrando a terra, 2000. 20 Figura 08 - Esquema de correntes de conveco atuantes na dorsal meso-ocenica. Fonte: Decifrando a terra, 2000. 21 3 TEORIA DA TECTNICA DE PLACAS Ateoriadatectnicadeplacassurgiuapartirdahiptesedeexpansodoassoalho ocenicoapresentadaporHesseDiets,naqualsuaexplicaoemrelaoseparaodos continentesvinhaapartirdadestruioereciclagemdoassoalhoocenicoesualitosfera subjacente,naqualelaretornavaaointeriordaterraGROTZINGEREJORDAN(2013,p. 29). ParaWicandereMonroe(2009,p.35),alitosfera7rgidaeconsistidaemcrosta ocenicaecontinental,assimcomonomantosuperiorsubjacenteaelas.Aespessuramdia dacrostavariaentre5a10kmparaaocenicae25e50paracontinental,podendoser maioresemgrandescordilheiras.UmexemplosoascordilheirasdoHimalaia8quepode atingirat100kmdeespessura.Asplacassofragmentadasefazempartedasuperfcie semirrgida da crosta que tem por si temperaturas mais frias e mais leve possibilitando que elas se movimentem sobre um manto inferior com o seu material semifluido, denso e bastante quente, portanto, o movimento dessas placas a causa fundamental da deriva dos continentes. Ou seja, Teixeira e tal (2000) diz que as placas so de natureza ocenica e continental, alm domais,essasplacassodistribudasgeograficamenteemgrandesepequenosfragmentos (figura 8).Figura 09 - Distribuio geogrfica das placas tectnicas da terra Fonte: Decifrando a terra, 2000.

7 a camada slida mais externa de um planeta rochoso e constituda por rochas e solo. 8 a mais alta cadeia montanhosa do mundo, localizada entre a plancie indo-gangtica, ao sul, e o planalto tibetano, ao norte. 22 Ainda assim, Teixeira e tal (2000) exemplificam as placas continentais Sul Americana, a Africana e Norte-americana. Essas possuem uma composio litolgica muito variada, pois compreenderochascidas,almdisso,elapodeserdivididacomosuperiorquecomposta por rochas sedimentares, igneas e mertmrficas de baixo a mdio grau, e a inferior, onde so predominantes por rochas metamrficas de alto grau de natureza bsica a intermediria, alm deteremmdiaumaespessurade30a40km.Jaocenica,suacomposiomais homognea,tendocomoprincipalrochaprincipalasgneasbasalticas,sendomenosespessa do que a continental possuindo cerca de 6 a 7 km. Asplacassobrepemaastenosfera,sendoessaumazonadomantoexternamenos rgidaquealitosfera,almdesermaisquentemaisfrgileconsequentementesemiplstica, tambm sendo conhecida como zona de baixa velocidade.Considera-se que o movimento resultantedealgumtipodesistemadetransfernciadecalordentrodaastenosferacauseo movimento das placas sobrepostas (WICANDER, MONROE, 2009, p. 33).Deste modo, as placas se separam principalmente nas cadeias ocenicas por se mover sobreaastenosferapodendoatemreascomoasfossasocenicascolidiremsendo subductadas de volta ao manto. Wicander e Monroe (2009) ainda explicam que essas zonas de subduco9seriaolocalondeexisteadestruiodaplaca,ondenelaacrostaocenicamais densamergulhariaparaointeriordaterraatatingircondiesdepressoesuficientepara entraremfuso,sendoincorporadanovamenteaomanto,poissenohouvesseessa reciclagem a terra expandiria. Ahiptesedociclodosupercontinenteumaexpansodasideiasdogelogo canadense J. Tuzo Wilson. No comeo da dcada de 1970, Wilson props um ciclo (agoraconhecidocomociclodeWilson)queincluifragmentaocontinental, aberturaefechamentodeumabaciaocenicaeaglutinaodecontinentes (WICANDER, MONROE, 2009, P. 36). Ou seja, toda essa hiptese, resumidamente, a abertura e o fechamneto de uma bacia ocenica.Sendoassim,diantedetantasevidnciascorrelacionadasatectnicadeplacas, terminousendoaceitaateoriapelamaioriadosgelogos,poisessasinterligaram caracteristicas aos acontecimentos geolgicos.

9 uma rea de convergncia de placas tectnicas, na qual uma das placas desliza para debaixo da outra. 23 3.1 A placa e seus limites Tanto Teixeira, (2000); Wicander e Monroe, (2009); Grotzinger, Jordan (2013) como outrosafirmamemseusestudosquealistosferargidanoumacapacontnuaestando fragmentadaemummosicocontendocercadeumadziadegrandesplacasrgidasem movimentos. Sendo assim, importante entender como elas se movem e interagem, pois so essesmovimentosquevemafetandoemodificandogeologicamenteahistriaeestruturado planeta.Osmovimentosacontecem,poisaastenosferaestligadaalitosfera,ouseja,seuma semoveraoutrasermovida."[...]Alitosferapossuiumaenergiacinticacujafonteo fluxotrmicointernodaterraequeestecalorchegasuperfcieatravsdascorrentesde convecodomantosuperior".(TEIXEIRA,TOLEDO,FAIRCHILDETAIOLI,2000,p. 103).Gelogos apontam como trs os principais tipos de movimenos, ou como chamados de limitesdeplacasesochamadosdelimitesconvergentes,limitesdivergenteselimites transformantes(Tabela1).Esseslimitesexercematividadesdestrutivasouconstrutivase segundoGROTZINGEREJORDAN(2013,p35)Almdessestrstiposbsicos,existem limitesoblquos,quecombinamdivergnciaouconvergnciacomalgumaquantidadede falhamento transformante. AindasegundoGrotzingereJordan(2013)acrostacontinentalformadaporrochas maisleves,pormmenosresistenteenotofacilmenterecicladaparaomantocomoa crosta ocenica, assim elas se comportam de maneiras diferentes, ou seja, os limites da placa continental tende a ser mais espalhados que os limites das placas ocenicas. 24 Tabela 1 - Tipos de limites de placa TipoExemploRelevoVulcanismo Divergente Ocenica Cadeia mesoatlntica Cadeia mesocenica com vale em rifte axial Basalto ContinentalVale em rifte do leste da frica Vale em rifteBasalto e riolito, sem andesito Convergente Ocenica-ocenicaIlhas AleutasArco de ilha vulcnica, fossa ocenica litornea Andesito Ocenica- Continental AndesFossa ocenica litornea, cadeia de montanha vulcnicaAndesito Continental- Continental HimalaiaCinturo de montanhas Subordinado TransformanteFalha de San Andreas Vale de falhaSubordinado Fonte: Fundamentos de geologia, 2009. 3.1.1 Limites Convergentes Os limites convergentes acontecem quando as placas tectnicas colidem frontalmente. Elasconvergemparaseremrecicladas,poissenoocorresseissooplanetaestariaem expanso. Wincander e Monroe (2009) explicam que quando as placas colidem frontalmente, aarestaprincipaldeumaplacasubductadasobamargemdeoutraplaca,sendoassim incorporadaaastenosfera.Oslimitesconvergentespodemserclassificadoscomolimite convergenteentrePlacaOcenicaePlacaContinental;LimiteconvergenteentrePlaca Continental e Placa Continental; limites convergentes entre Placa Ocenica e Placa Ocenica. 25 a)Limites Convergentes Ocenico-Ocenico Acontecequandoduasplacasocenicasconvergemficandoumasubductadasoba outra (Figura 9). Essa placa que afunda inclina-se formando uma longa parede externa de uma fossa ocenica e medida que vai descendo ela aquecida e desidratada at chegar ao ponto em que acontece a fuso com a astenosfera. Assim, para Wicander e Monroe (2009), enquanto a placa desce, o magma que menos denso vai se elevando para a superfcie da placa que no foisubdctadaformandoumacadeiadeilhasvulcnicasdenominadasarcodeilhavulcnica. Caso a taxa de subduco seja maior que o movimento contrrio da placa subjacente, forma-se uma longa eestreita fossa de mar profundo, como ocorre na fossadas Marianas, no oeste Pacfico, onde o oceno atinge cerca de 11 km. Figura 10 - Ilustrao dos Limites ocenico-ocenico de placa Fonte: Para entender a terra, 2006. b) Limites Convergentes Oceano-Continente Acontece quando a placa ocenica, por ser mais densa acaba sendo subductada10 pela continental(figura10),estasendomaislevesetornamaisdifcilsesubdutar.Assim,o magma gerado pela subduco eleva-se por debaixo do continente e se cristaliza, alm disso, essasforascompressivasdeconvergnciaesubdcuoproduzemgrandesterremotosao longodazonadesubduco,emateriaisaolongodotempo,soraspadosdaplaca descendente e incorporados em montanhas adjacentes (GROTZINGER, JORDAN, 2013, p.36). Um

10 sobreposta pela placa mais densa. 26 grandeexemplocitadoporWicandereMonroe(2013)acostasul-americanadopacfico, ondeaocenicadeNazcaestsendosubductadasobaAmricadosul.Assim,umagrande cadeia de montanhas, os Andes, eleva-se no lado continental do limite onde placas colidem e uma fossa de mar profundo est prximo costa. Figura 11 - Ilustrao dos Limites de placa ocenico-continental Fonte: Para entender a terra/ GROTZINGER, JORDAN. - Porto Alegre: Bookman, 2006. c) Limites Convergentes Continente-Continente Acontece quando h a convergncia entre placas envolvendo doiscontinentes (Figura 11), ou seja, no existe subduco do tipo ocenico. Para Wicandder e Monroe (2009, p. 40), oscontinentessoinicialmenteseparadosporumassoalhoocenicoqueestsendo subductado por um continente.Quandoosdoiscontinenteschocamfrontalmentenohaocorrnciadasubduco, visto que a litosfera continental, que consiste em crosta continental e o manto superior por ser menos denso quea listosfera ocenica, no podendo ser empurrado ou atrado para baixo na zona de subduco. Com isso h a criao de cordilheiras de montanhas, como a do Himalaia ou como o vasto e alto planalto do Tibete. Nessaeemoutraszonasdecolizocontinente-continente,ocorremterremotos violentos na crosta que est sofrendo enrugamento. Muitos episdios de formao de montanhasaolongodetodaahistriadaterraforamcausadosporcolises continente-continente (GROTZINGER, JORDAN, 2013, p. 36). 27 Figura 12 - Ilustrao dos Limites Convergentes Continental-Continental Fonte: Para entender a terra, 2006. 3.2.1 Limites Divergentes Os limites divergentes ocorrem quando as placas esto em expanso, ou seja, as placas seseparamumasdasoutras,humregimedistensivo.Esteslimitesdoorigemazonasde rifte por onde ascende, elevando para a superfcie um material proveniente do manto. Ou seja, so limites construtivos. Sendo esse material megmtico e inteiramente basltico inrompendo nasfraturasverticaisformandodiques.Umapartedessemagmaexpelidacomofluxode lava,sendomaiscomumaolongodascristasdascadeiasocenicas.Elesacontecemda seguinteforma:LimitesdivergentesContinente-ContinenteeLimitesdivergentesOcenico-Ocenico. a) Limites Divergentes Ocenicos Essemovimentoocorrenosassoalhosocenicss,formandocordilheirasocenicas (Figura12).SegundoWicandereMonroe(2009),ascadeiasdemontanhasoudorsais ocenicas so caracterizadas por ter uma topografia acidentada com altos relevos que resultam dodeslocamentoderochas,terremotos11,vulcanismos12erifteamentos13causadospelas foras de estiramento de conveco do manto que puxam ambas as partes.

11 enmeno geolgico caracterizado por uma forte e rpida vibrao da superfcie terrestre. 12 a atividade por meio da qual o material magntico expulso do interior da Terra para a superfcie. 13 o ciclo completo pelo qual passa uma bacia ocenica 28 Figura 13 - Ilustrao dos Limites divergente ocenicos Fonte: Para entender a terra, 2006. b) Limites Divergentes Continentais Os limites divergentes continetais esto presentes nos continentes, mas nosprimeiros estgios do rompimento (Figura 13). Um exemplo sengundo o Grotzinger e Jordan (2013) o vale em Rifte do leste da frica. Assim, os riftes caracterizados por esses limites divergentes ocasionam uma serie de atividades vulcnicas e terremotos distribudos ao longo de uma zona larga,ouseja,quandoomagmaseelevasobumcontinente,acrostaficainicialmente abaulada,alongadaeafinada,produzindofraturasessasfraturasemrifte14(WICANDER, MONROE,2009,p.38).OutroexemplocitadoporGrotzingereJordan(2013)omar vermelho e o Golfo da Califrnia, por serem riftes em estgios avanados.

14 resultado do afastamento das pores vizinhas da crusta formando zonas de abatimento tendencialmente lineares e separadas por escarpas de falha. 29 Figura 14 - Ilustrao dos limites divergente Continental Fonte: Para entender a terra, 2006. 3.3.1 Limites trnsformantes Oslimitestransformantesocorremaolongodefraturas,naqualasplacasdeslizam umaemrelaooutra,massemqueocorraacriaoedestruiodalitosfera(Figura14). Para Wicander e Monroe (2009); Grotzinger e Jordan (2013), essas movimentaes ocorrem numtipoparticulardefalhasquetransformamoumudamoseutipodemovimento, movimentos esses que so deslizamentos horizontalmente em relao outra placa.UmdosexemplosmaisimportantesdesselimiteodafalhadeSanAndreas,na Califrnia.Elaseparaaplacadopacficodaplacanorte-americanaeligaascadeias espalhadas no Golfo da Califrnia com as placas de Juan de Fuca e do Pacfico, fora da costa norte da Califrnia (WICANDER, MONROE, 2009, p. 41). 30 Figura 15 - Ilustrao Limite transformante; Falha de San Andreas- Califrnia. Fonte: Para entender a terra, 2006. 31 CONCLUSO Nodecorrertrabalhofizvriaspesquisasderevisobibliogrficassobreacrosta terrestreparabuscaracompreensodosefeitoscausadoresdosmovimentosdasplacas tectnicas. O incio fala sobre o as ideias de Wegener e outros autores que tentaram desvendar comoqueocorreuaseparaodoscontinentes.Tempoesseemqueastecnologiasnose faziam propcias para ambos, mas que mesmo sem elas eles j apresentavam um caminho para chegar a atual teoria. Com um pouco mais de estudo, eu pude descobrir como que determinaram a idade do assoalhoocenico,cujoestesedapartirdeanomaliasmagnticas,ondeestaajudaraa mapearofundooceniconamedidaemquemelhoraramastecnologiasparautilizalode instrumentos como o sonar para a segunda guerra mundial. O estudo foi bastante envolvente, pois ao longo pude entender no apenas a separao desses continentes, mas as formaes de cordilheiras, montanhas, dorssais ocenicas, riftes e muitos outros eventos geolgicos que ocorreram e vivem ocorrendo, tanto no interior quanto exterior, do nosso planeta. Tambmfoipossvelentenderconceitosdediferentesautores,poisparafazeruma pesquisa no vantajoso se fixar em apenas uma obra, pois mesmo sendo contedo nico, os autores apresentam exemplos e outras formas de estudos diferentes. importante lembrar que para compreender o comportamento das placas tectnicas precisoprimeiroentenderosmovimentos internosdaterra,causadospelaastenosfera,sendo essa a principal processadora que faz com que as placas se movimentem.Oestudodasplacasdeextremaimportncianasaladeaula,poisnelaqueos alunos iro ter um alto conhecimento dos continentes, no apenas dos seus movimentos, mas devido s transformaes que vem ocorrendo e que j ocorreu.Aexemplodoentendimentodasplacassedapartirdosdiferentestiposdelimites dasplacas,ondepudeentedercomosocriadosterrenos,sendocriaesvindasdoslimites divergentes;comosodestrudososterrenos,sendoessesoslimitesconvergentesecomo ocorrem os limites transformantes. 32 REFERNCIAS TEIXEIRA, Wilson e tal (Orgs.). Decifrando a Terra. In: TASSINARI, Tectnica Global. So Paulo, Oficina de Textos, 2000. Cap. 6, P. 97-112. WICANDER, REED JAMES S. MONROE; Fundamentos de Geologia. com a colaborao de E. Kirsten Peters; traduo Harue Ohara Avritcher; reviso tcnica Maurcio Antnio Carneiro. So Paulo: Cengage Learning, 2009. GROTZINGER, John; JORDAN, Ton. Para Entender a Terra. 6 edio. Porto Alegre: Bookman, 2013. BRANCO, Samuel Murgel; BRANCO, Fbio Cardinale. A Deriva dos Continentes. So Paulo: Moderna, 1992. SUGUIO Kenitiro. SUZUKI, Uko. A Evoluo Geolgica da Terra, 2 edio. So Paulo, Editora Blucher, 2010. MATHEUS Dutra Milagre, Inverso dos Polos Magnticos. Disponvel em: Acesso em 21 de janeiro de 2015. FOSSEN, Haakon. Geologia Estrutural. Traduo Fbio R. D. Andrade - So Paulo: Oficina de textos, 2012. GROTZINGER, John; JORDAN, Ton. Para Entender a Terra. 6 edio. Porto Alegre: Bookman, 2006. 33 APNDICE A PLANO DE AULA I. DADOS DE IDENTIFICAO Atitude Colgio e Curso Recife - ACC Disciplina: Geografia Turma: 2 ano do ensino mdio Professor: Ewerton Ricardo Correia da Silva Assunto: A Terra em movimento:Tempo: 50 minutos II OBJETIVO GERAL Contribuir para que os alunos compreendam os limites e os movimentos que ocorrem nas placas tectnicas. III OBJETIVO ESPECFICO CONCEITUAIS: Ensinarsobreoscontedosreferentesaosmovimentosocorridosapartirdaderiva continental; Relacionar como os continentes se movimentaram e o que os alunos tm a dizer das transformaes ocorridas; Conhecer as principais placas tectnicas, seus movimentos e causas; Simular os movimentos das placas. PROCEDIMENTAIS: Citar algumas causas conhecidas e atuais geradas pelos movimentos das placas; Conceituarcomosalunossobreosmovimentosdoscontinentesecorrelacionaro assunto do livro; 34 Ocontedoprogramticoserdesenvolvidocomauxiliodetextoselogoapsa exploraoseraplicadaumaavaliaoparamelhorassimilaodocontedo trabalhado; ATITUDINAIS: Argumentardeacordocomasopiniesdosalunos,questionareinteragir, automaticamente os incentivando uma interao; Proporumareflexocontinua,sobreoseventosocasionadospelosmovimentosdas placas tectnicas. IV. CONTEDO PROGRAMTICO Introduo deriva continental; Introduo tectnica de placas; Limites das placas. V. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS Utilizao de apresentao de slides, visando os principais pontos a serem estudados; Leitura e discusso do captulo 3 do livro de Samuel Murgel (1930, p. 24); Exposioverbaldoassunto:Derivacontinentalcomimagensparailustraoo processo de movimentao Exposio do assunto: teoria da tectnica de placas Exposio sobre os limites entre as placas tectnicas. VI. RECURSOS DIDTICOS Osrecursosutilizadosparaestaaulasero:oslivrosdidticos,revistascientificas, artigos e sites relacionados temtica. Pesquisahistrica,movimentos,aspectoslocaisesuaimportnciadinmicaurbana da cidade; 35 Materiais didticos para construo de painis, vdeos e fotos; VII. PROCEDIMENTOS DE AVALIAO Levarimagensdoscontinentesdesdeasuaformao(Pangia)paraqueosalunos possam correlacionar como quebra cabeas. Pedir para que eles descrevam os tipos de movimentos e seus limites. VIII. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA DREYEREIMBECKE,Oswald.O descobrimentodaTerra. SoPaulo:Melhoramentos/ Edusp. 1992. 36 APNDICE B SUGESTO DE AVALIAO Mostraraosalunosumaimagemdadisposiodoscontinenteshcercade200milhesde anos, conhecida como Pangeia, e um mapa com a disposio atual dos continentes.Logoapsisso,perguntarseaturmareconheceasduasimagense,apartirdasobservaes feitas, realizar alguns questionamentos: - Qual a diferena entre os dois mapas? - Por que houve a separao de terras?