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DIRETORIA DE SAÚDE OCUPACIONAL DO SERVIDOR Como preservar a saúde mental durante a pandemia Publicado em 31. 03. 2020. Vivemos uma pandemia! O novo coronavírus (Covid-19) vem provocando grandes danos em todos os países do mundo, mostrando à humanidade que não existem fronteiras e que somos um único povo. Trouxe uma avalanche de informações importantes à prevenção e ao controle, mas que também provocam medo e insegurança quando advindas de fontes duvidosas (fake news). O que fazer para manter a saúde emocional diante desse quadro? A Organização Mundial da Saúde (OMS) registra que as epidemias costumam provocar um pânico generalizado na população, principalmente quando não se tem total conhecimento sobre a doença — é o caso da infecção pelo novo coronavírus, ainda sem estudos conclusivos quanto ao uso de medicamentos e sem uma vacina testada e aprovada. Esse po de situação pode abalar a saúde mental, causando estresse e ansiedade. Por isso mesmo, a OMS publicou orientações voltadas à preservação do bem-estar durante a pandemia. Os recados vão desde as atudes que devemos ter com outros até maneiras de explicar a situação para crianças. Seguir essas dicas ajuda indiretamente na prevenção, porque o risco de tomar atudes sem embasamento cien�fico — como passar vinagre em vez de álcool-gel nas mãos para evitar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus — diminui se você esver com a mente equilibrada. Aqui vão os pontos mais importantes do documento: Sem preconceito Desde a descoberta do novo coronavírus, várias pessoas de origem asiáca relataram situações de discriminação pelo fato de o surto ter iniciado na China. Entretanto, ele é capaz de contagiar gente do mundo todo. No Brasil, inclusive, o primeiro afetado foi um homem que voltou de viagem da Itália. Portanto, não se deve atacar ninguém de etnias e nacionalidades diferentes da nossa, estejam elas infectadas ou não. Nada de rótulos A OMS defende que se referir a um paciente como “caso de coronavírus” ou à sua família como “família Covid-19” é uma forma de desumanizá-los em uma situação dicil. Não se deve esquecer que, após a melhora, a vida deles connuará normalmente. Em vez disso, deve-se usar termos como pessoas “que têm Covid-19”, “em tratamento contra a Covid-19” e “se recuperando da Covid-19”.

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DIRETORIA DE SAÚDE OCUPACIONAL DO SERVIDOR

Como preservar a saúde mental durante a pandemia

Publicado em 31. 03. 2020. Vivemos uma pandemia! O novo coronavírus (Covid-19) vem provocando grandes danos em todos os países do mundo, mostrando à humanidade que não existem fronteiras e que somos um único povo. Trouxe uma avalanche de informações importantes à prevenção e ao controle, mas que também provocam medo e insegurança quando advindas de fontes duvidosas (fake news). O que fazer para manter a saúde emocional diante desse quadro?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) registra que as epidemias costumam provocar um pânico generalizado na população, principalmente quando não se tem total conhecimento sobre a doença — é o caso da infecção pelo novo coronavírus, ainda sem estudos conclusivos quanto ao uso de medicamentos e sem uma vacina testada e aprovada. Esse �po de situação pode abalar a saúde mental, causando estresse e ansiedade.

Por isso mesmo, a OMS publicou orientações voltadas à preservação do bem-estar durante a pandemia. Os recados vão desde as a�tudes que devemos ter com outros até maneiras de explicar a situação para crianças. Seguir essas dicas ajuda indiretamente na prevenção, porque o risco de tomar a�tudes sem embasamento cien�fico — como passar vinagre em vez de álcool-gel nas mãos para evitar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus — diminui se você es�ver com a mente equilibrada.

Aqui vão os pontos mais importantes do documento:

Sem preconceito Desde a descoberta do novo coronavírus, várias pessoas de origem asiá�ca relataram situações de discriminação pelo fato de o surto ter iniciado na China. Entretanto, ele é capaz de contagiar gente do mundo todo. No Brasil, inclusive, o primeiro afetado foi um homem que voltou de viagem da Itália. Portanto, não se deve atacar ninguém de etnias e nacionalidades diferentes da nossa, estejam elas infectadas ou não.

Nada de rótulos A OMS defende que se referir a um paciente como “caso de coronavírus” ou à sua família como “família Covid-19” é uma forma de desumanizá-los em uma situação di�cil. Não se deve esquecer que, após a melhora, a vida deles con�nuará normalmente. Em vez disso, deve-se usar termos como pessoas “que têm Covid-19”, “em tratamento contra a Covid-19” e “se recuperando da Covid-19”.

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Seleção de informações A todo momento surge um dado novo sobre casos confirmados do coronavírus, o que leva os no�ciários a lotarem sua programação de reportagens. Apesar de ser importante procurar conhecimento, o fluxo constante de no�cias gera preocupação e estresse. Se sen�rmos que os sites e jornais estão nos deixando ansiosos, o melhor é buscar a informação em momentos específicos, de uma a duas vezes ao longo do dia. E sempre focando naquilo que ajudará a tomar a�tudes prá�cas para a prevenção. E, claro, devemos consultar apenas fontes confiáveis para não cair em fake news.

Orientação às crianças Os pequenos precisam ficar cientes do que está acontecendo, especialmente se há alguém infectado em casa. Ao perceber que os pais estão estressados e ansiosos, eles reproduzem esse comportamento e acabam buscando mais apego ou sendo mais exigentes com os adultos. Dê uma explicação condizente com a faixa etária deles e mantenha a ro�na o mais normal possível. Se seus filhos demonstrarem preocupação, ajude-os a gerenciar suas emoções e a aliviar a ansiedade.

Paciência com os idosos Os mais velhos são a principal população de risco para sofrer complicações da Covid-19, por isso todo cuidado é pouco. É importante fazer recomendações claras sobre a prevenção da enfermidade e repe�-las quantas vezes for necessário, sempre de forma calma e respeitosa. É bom lembrar que a turma da terceira idade que está isolada em casa ou no hospital tem maior probabilidade de se tornar ansiosa, irritada, estressada e agitada — sobretudo os com declínio cogni�vo e demência. Nessa hora, todo apoio emocional e prá�co é bem -vindo, seja da família, seja de profissionais da saúde.

Cuidados no isolamento Se porventura for necessário ficar em casa ou no hospital, é essencial ter cautela com as no�cias sensacionalistas e conservar o que for possível das a�vidades diárias. Apesar do isolamento �sico, deve-se comunicar com os familiares e amigos por internet e telefone. Nos períodos de maior estresse, foque nas suas necessidades e envolva-se em a�vidades que goste e ache relaxante: aquela maratona de séries de TV que nunca teve tempo de assis�r, ler o livro que está na cabeceira há vários meses, ouvir música. Se exercitar (mesmo que na sala), ficar com o sono em dia e comer alimentos saudáveis também colaboram para a saúde �sica e mental.

No mais, siga as orientações médicas quanto aos cuidados necessários contra a contaminação e lembre-se sempre que as autoridades de saúde pública e especialistas do mundo todo estão trabalhando con�nuamente para garan�r os melhores cuidados aos afetados e res�tuir à sociedade, o mais rápido possível, a condição de normalidade.