11
Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-144 Diretrizes para tratamento da sepse grave/choque séptico – abordagem do agente infeccioso - diagnóstico Guidelines for the treatment of severe sepsis and septic shock – management of the infectious agent - diagnosis INTRODUÇÃO O diagnóstico de infecção num paciente séptico é de fundamental impor- tância. Embora nem sempre seja fácil detectar o foco primário, esta deve ser uma preocupação constante para o controle da sepse grave. A correta indivi- dualização do local primário do processo infeccioso possibilita a realização de exames específicos, que podem conduzir à identificação dos microrganismos responsáveis. A conduta terapêutica, incluindo a antimicrobiana, vai diferir, substancial- mente, de acordo com o local da infecção primária e a não identificação des- te local possibilitará maior probabilidade de erro terapêutico. Vários trabalhos demonstram que a escolha inicial inadequada do esquema antimicrobiano pode levar a aumento significativo da taxa de mortalidade em pacientes sépticos. Considerando o que existe de evidência na literatura médica, apontaremos como conduzir ao diagnóstico infeccioso nas infecções graves e as condutas a serem tomadas para seu controle local. Discutiremos, individualmente, os quadros infecciosos mais comuns de infecção grave e os procedimentos que têm sido validados em trabalhos científicos representativos para seu tratamento. OBJETIVOS • Identificar as melhores estratégias para identificação do agente infeccioso, bem como estabelecer as técnicas adequadas para coleta; • Avaliar a efetividade e a segurança do controle do foco infeccioso em pacientes com sepse grave ou choque séptico, tais como retirada de cateteres, remoção cirúrgica precoce e drenagem do derrame pleural; • Revisar as recomendações da terapia antimicrobiana para os pacientes com sepse, em termos de indicação, precocidade de administração, ajustes de dose, tempo de uso, papel de antibioticoterapia combinada e descalonamento. Décio Diament 1 , Reinaldo Salomão 1 , Otelo Rigatto 1 , Brenda Gomes 1 , Eliezer Silva 2 , Noêmia Barbosa Carvalho 3 , Flavia Ribeiro Machado 4 1. Sociedade Brasileira de Infectologia – SBI – Brasil. 2. Associação de Medicina Intensiva Brasileira – AMIB – Brasil. 3. Associação Médica Brasileira – AMB – Brasil. 4. Instituto Latino Americano de Sepse – ILAS – Brasil. RESUMO A sepse tem alta incidência, alta letalidade e custos elevados, sendo a principal causa de mortalidade em unidades de terapia intensiva. Está claramente demonstrado que pacientes reconhecidos e tratados precocemente tem melhor prognóstico. Nesse sentido, a abordagem precoce do agente infeccioso, tanto no sentido do diagnóstico como no controle do foco infeccioso são fundamentais para a boa evolução do paciente. A presente diretriz aborda as evidências disponíveis na literatura em relação às principais estratégias para esse diagnóstico. Essa diretriz faz parte do projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira. Publicada previamente. Disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br/ans/ diretrizes/58.pdf. Final de elaboração: Julho de 2009. Revisada em: Dezembro de 2010. Conflitos de interesse: Décio Diament participa de estudos clínicos patrocinados pelos Laboratórios Schering-Plough, Pharmasset e Janssen. Autor correspondente: Flavia Ribeiro Machado R. Napoleão de Barros 75 – 5º andar CEP: 04024-900- São Paulo (SP), Brasil. Fone: (11) 5576-4069 E-mail: [email protected] ARTIGO ESPECIAL

Diretrizes choque séptico

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Texto sobre as diretrizes brasileiras de Choque Séptico

Citation preview

134Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-144Diretrizes para tratamento da sepse grave/choque sptico abordagem do agente infeccioso - diagnsticoGuidelines for the treatment of severe sepsis and septic shock management of the infectious agent - diagnosisINTRODUOO diagnstico de infeco num paciente sptico de fundamental impor-tncia.Emboranemsempresejafcildetectarofocoprimrio,estadeveser umapreocupaoconstanteparaocontroledasepsegrave.Acorretaindivi-dualizao do local primrio do processo infeccioso possibilita a realizao de examesespecfcos,quepodemconduziridentifcaodosmicrorganismos responsveis.A conduta teraputica, incluindo a antimicrobiana, vai diferir, substancial-mente, de acordo com o local da infeco primria e a no identifcao des-te local possibilitar maior probabilidade de erro teraputico. Vrios trabalhos demonstram que a escolha inicial inadequada do esquema antimicrobiano pode levar a aumento signifcativo da taxa de mortalidade em pacientes spticos.Considerando o que existe de evidncia na literatura mdica, apontaremos comoconduziraodiagnsticoinfecciosonasinfecesgraveseascondutas aseremtomadasparaseucontrolelocal.Discutiremos,individualmente,os quadrosinfecciososmaiscomunsdeinfecograveeosprocedimentosque tm sido validados em trabalhos cientfcos representativos para seu tratamento.OBJETIVOS Identifcar as melhores estratgias para identifcao do agente infeccioso, bem como estabelecer as tcnicas adequadas para coleta;Avaliaraefetividadeeaseguranadocontroledofocoinfecciosoem pacientescomsepsegraveouchoquesptico,taiscomoretiradadecateteres, remoo cirrgica precoce e drenagem do derrame pleural; Revisar as recomendaes da terapia antimicrobiana para os pacientes com sepse, em termos de indicao, precocidade de administrao, ajustes de dose, tempo de uso, papel de antibioticoterapia combinada e descalonamento.Dcio Diament1, Reinaldo Salomo1, Otelo Rigatto1, Brenda Gomes1, Eliezer Silva2, Nomia Barbosa Carvalho3, Flavia Ribeiro Machado41. Sociedade Brasileira de Infectologia SBI Brasil.2. Associao de Medicina Intensiva Brasileira AMIB Brasil.3. Associao Mdica Brasileira AMB Brasil.4. Instituto Latino Americano de Sepse ILAS Brasil.RESUMO Asepsetemaltaincidncia,alta letalidadeecustoselevados,sendoa principal causa de mortalidade em unidades deterapiaintensiva.Estclaramente demonstradoquepacientesreconhecidos etratadosprecocementetemmelhor prognstico.Nessesentido,aabordagem precocedoagenteinfeccioso,tantono sentido do diagnstico como no controle do foco infeccioso so fundamentais para aboaevoluodopaciente.Apresente diretrizabordaasevidnciasdisponveis naliteraturaemrelaosprincipais estratgias para esse diagnstico. Essa diretriz faz parte do projeto Diretrizes da Associao Mdica Brasileira. Publicada previamente. Disponvel em:http://www.projetodiretrizes.org.br/ans/diretrizes/58.pdf. Final de elaborao: Julho de 2009. Revisada em: Dezembro de 2010.Confitos de interesse: Dcio Diament participa de estudos clnicos patrocinados pelos Laboratrios Schering-Plough, Pharmasset e Janssen.Autor correspondente: Flavia Ribeiro MachadoR. Napoleo de Barros 75 5 andar CEP: 04024-900- So Paulo (SP), Brasil.Fone: (11) 5576-4069E-mail: [email protected] ESPECIALDiretrizes para tratamento da sepse grave/choque sptico abordagem do agente infeccioso - diagnstico 135Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-144Descrio do mtodo de coleta de evidnciaFoi utilizada a base de dados Medline (www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed) com os descritores: inappropriate antimicrobial therapy; de-escalating antimicrobial therapy; blood culture and sepsis or septic shock; blood culture and collection technique; skin antiseptics and blood cultures; blood culture contamination; skin preparationorskinorvenipuncturesitedisinfection;changing needlesandbloodcultures;communityacquiredpneumonia andsputumculture;nosocomialorventilatorassociated pneumoniaandsputumculture;lungbiopsyorthoracoscopy and pneumonia or pneumonitis; catheter related bloodstream infection;urinecultureandbacteriuria;catheter-associated urinarytractinfections.Estabuscagerou8.846artigos, sendo selecionados 115.Grau de recomendao e fora de evidnciaA: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistncia.B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistncia.C: Relatos de casos (estudos no controlados).D: Opinio desprovida de avaliao crtica, baseada em consensos, estudos fsiolgicos ou modelos animais.1. importante a identifcao do agente etiolgico? primeira vista pode parecer bvio que a identifcao doagenteetiolgicocausadordoepisdiodesepse importante. Entretanto, qual a evidncia que a utilizao demtodosdediagnsticomicrobiolgicoteriaalgum impacto na letalidade da sepse?H evidncia que pacientes com sepse que receberam antibioticoterapiaadequadaaoperfldesensibilidade doagenteinfecciosoisoladoemculturativerammenor letalidade do que aqueles indivduos que receberam terapia inadequada(B).(1)Almdisso,pacientesqueestavam recebendoantibiticosinadequadosequetiverama terapiaajustadadeacordocomoperfldesensibilidade aosantimicrobianosnapocadorecebimentodo resultadodasculturaspuderamtermelhoreschancesde reduodaletalidade,emboramenoresdoqueaqueles que receberam de forma precoce. Quanto mais precoce for a antibioticoterapia adequada, melhor ser o prognstico do paciente (B).(1-16) Ousodeantibioticoterapiaadequadapermiteo descalonamento da antibioticoterapia emprica para terapia mais especfca, de acordo com o perfl de sensibilidade do microrganismo e pode diminuir o risco de aparecimento debactriasresistentes(D).(17-20)Odescalonamentodos antibiticosparamedicamentosmaisespecfcoseem menor nmero reduz o custo da terapia (B).(21-26)Recomendao Recomenda-se sempre tentar identifcar o agente etio-lgicodainfecopormeiodemtodosmicrobiolgicos, imunolgicosoumoleculares.Issofundamentalparaa adequaodaantibioticoterapia,querparacobriragentes que eram resistentes ao esquema emprico inicial, quer para reduzir o espectro antimicrobiano da terapia emprica (des-calonamento), reduzindo custos e presso seletiva.2.Hemoculturasdevemsercoletadasdetodosos pacientes com sepse grave a despeito do foco infeccioso?importanteacoletadeculturas,poisestasconsti-tuem o principal meio de diagnstico etiolgico dispon-vel na prtica clnica. Dentre as culturas a serem colhidas, as hemoculturas tm papel primordial, pois na sepse pode havermicrorganismoscirculandonacorrentesangunea deformacontnuaouintermitente.Osmicrorganismos entram na circulao sangunea a partir de um ou mais fo-cos infecciosos, independente de sua localizao e podem se instalar em outros tecidos, formando focos secundrios. Entre 30% a 50% dos pacientes com sepse grave tm he-moculturaspositivas.Pneumoniaeinfecesintra-abdo-minais so as mais frequentemente associadas bacteremia secundria(B).(27,28)Muitoscasosdesepsenotmfoco defnido(D).(29)Quandoopacientetemfocodefnidoe esteforpassveldeanlisemicrobiolgica(urina,escar-ro, lquidos cavitrios, lquor, etc.), deve-se colher cultura desses materiais concomitantemente s hemoculturas.Apesar de pacientes com sepse grave e choque sptico comhemoculturaspositivasenegativascompartilharem os mesmos fatores de risco e praticamente a mesma leta-lidade (B),(30) a identifcao do microrganismo causador do episdio sptico, mesmo a posterior, tem implicaes importantes,comooajustedaantibioticoterapiaparadrogasde espectromaisespecfco(descalonamento),comacon-sequentereduodapressoecolgicasobreoambiente hospitalar, reduzindo o aparecimento de bactrias resisten-tes e reduo de custos de tratamento.Almdisso,aadequaodaantibioticoterapiasen-sibilidade do microrganismo resulta em menor letalidade (B)(1-16,21,22,24-26)(D).(17-20) Alguns estudos tm demonstrado que a coleta de hemoculturas em pacientes hospitalizados compneumoniacomunitriasemfatoresderiscopode nosercusto-efetiva,devidoaobaixondicedepositivi-dade(B)(31)(C).(32)Todavia,noscasosmaisgraves,com bacteremia,sepsegraveouchoquesptico,acoletade hemoculturas pode auxiliar na identifcao do agente cau-sador, em caso de positividade, e na orientao da terapia antimicrobiana, apesar de, eventualmente, o microrganis-136 Diament D, Salomo R, Rigatto O, Gomes B, Silva E, Carvalho NB et al.Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-144mo isolado no sangue no ser o causador da pneumonia, principalmente quando h outros focos de infeco alm dos pulmes (B).(33)Recomendao Recomenda-se sempre a coleta de culturas do sangue eoutroslocaissuspeitosdeinfecodepacientescom sepse.3. A tcnica de coleta da hemocultura interfere em sua sensibilidade e especifcidade?Asensibilidadeeaespecifcidadedashemoculturas podemserafetadaspelatcnicadecoleta,gerando resultadosfalso-positivosoufalso-negativos.Opreparo da pele com antisspticos importante. Em ambientes de trabalhoatarefados,comounidadesdeterapiaintensiva ou de emergncia, pode haver presso por coletas rpidas, devidoaoestadogravedospacientes.Aassepsianesses casospodeserinadequada,resultandoemcontaminao dashemoculturas.Opreparodapelecomantisspticos deefeitolento,comooPovidineoulcoola70%,s indicadoseforpossvelesperardoisminutospeloseu efeito aps a aplicao. Antisspticos mais rpidos, como a clorexidina e a tintura de iodo, que agem em 10 segundos, somaisindicados(A)(34-36)(B)(37)(C)(38)(D).(39)Acoleta, quando realizada por pessoas treinadas, resulta em melhores resultados,commenorndicedecontaminao(B).(40,41) Apsacoletadosanguenohnecessidadedetrocade agulhas para inocul-lo nos frascos de hemocultura, pois esseprocedimento,almdenoreduzirosndicesde contaminao, expe os profssionais da coleta ao risco de acidentesporagulhaeaumentaocustodacoleta.Antes dainoculaodosanguenosfrascosdehemocultura aconselhvel desinfetar o local da inoculao, geralmente a tampa de borracha (B).(42,43)Acoletadehemoculturasdeveserrealizadapreferen-cialmenteemveiasperifricas.Acoletadehemoculturas por cateteres geralmente resulta em contaminao destas e s vlida para o diagnstico de infeco da corrente san-gunea relacionada a cateter (ICSRC). Nesses casos, a cole-ta feita simultaneamente de veias perifricas e do cateter, visando observar se o microrganismo cultivado o mesmo nosdoislocais(B).(44-46)Ashemoculturasdevemserco-lhidas preferencialmente antes do incio da antibioticote-rapia, para evitar interferncia dos antibiticos no cresci-mento bacteriano (falso negativo). Entretanto, a diluio dos antimicrobianos no meio de cultura pode resultar em concentraesabaixodaquelaqueseriainibitriaparaa bactria e poderia permitir seu crescimento, assim, cultu-ras devem ser colhidas mesmo que antibiticos j tenham sido empregados (B).(47) Devem ser colhidas mais de uma amostra e at trs amostras com intervalos de tempo entre as coletas. A recomendao do volume de coleta depende do sistema de hemocultura que est sendo utilizado. Em geral,devesernaproporode1:5a1:10mldesangue parameiodecultura,emsetratandodeadultos.Abac-teremia, em geral, intermitente e a chance de cultivar o microrganismoaumentacomonmerodecoletascom certo tempo entre elas. Porm, coletar mais de trs amos-tras pode ser economicamente invivel, alm de demandar tempoemdetrimentodeinciodotratamentoemprico com antimicrobianos.O momento da coleta deve ser o mais breve possvel, visando programao a terapia emprica tambm o mais breve possvel. Alm disso, um estudo aponta que no h benefciosnointervalodecoleta(B).(48)Considerando--se que o benefciodointervalo entre ascoletasnoest claramentedemonstradoequeesseintervalovairesultar ematrasonoinciodoantimicrobiano,nocontextodo pacienteemsepsegravenoserecomendaacoletacom intervalodetempo.Aproporosangue:meiodecultu-ra deve respeitar as normas tcnicas do sistema de hemo-cultura que estiver sendo utilizado, lembrando que existe variao de desempenho entre os diversos sistemas comer-ciais de hemocultura, com diferentes sensibilidades e espe-cifcidades (B).(49-54) A quantidade de sangue a ser colhida pode infuir no resultado: quanto maior o volume, maior a probabilidade de deteco do patgeno, principalmente quando a bacteremia intermitente ou com baixo nmero de bactrias circulantes (B).(47,55-57) Em relao interpretao dos resultados, quando bac-trias da fora cutnea (Staphylococcus epidermidis, Coryne-bacteriumsp,Propionobacteriumacnes,Bacillussp,exceto B. anthracis) crescem em apenas uma amostra, maior a probabilidade que sejam contaminantes. O risco de conta-minao, em geral, estimado em 3% para uma amostra. Sehcrescimentodessasbactriasemduasamostrasou mais, a probabilidade de contaminao cai para menos de um em 1000 (0,03 x 0,03 = 0,0009). Assim, deve-se ter precauo ao interpretar esse tipo de resultado de hemo-culturascomofalso-positivo. Todavia,quandohcresci-mento de microrganismos do tipo S. aureus, S. pyogenes, S. agalactiae, S.pneumoniae, E. coli e outras enterobactrias, P. aeruginosa, B. fragilis e Candida sp, quase sempre se trata de infeco da corrente sangunea (B)(58-61)(D).(62-64)RecomendaoEmpacientescomsepsegraveouchoquesptico, recomenda-se a coleta de trs amostras de hemoculturas, ajustando-seaquantidadedesangueaoespecifcadoem Diretrizes para tratamento da sepse grave/choque sptico abordagem do agente infeccioso - diagnstico 137Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-144cadafrasco,evitando-seoatrasonoinciodaantibioti-coterapia. Deve-se proceder correta desinfeco da pele antes da coleta, evitando-se a coleta por meio de cateteres, exceto na suspeita de bacteremia associada ao mesmo.4. A coleta e a forma de coleta de espcime respira-trio interferem na capacidade de prover o diagnstico etiolgico de pneumonia comunitria?Acoletadeescarroparaodiagnsticodepneumonia adquiridanacomunidade(PAC)umdesafo,devidos difculdadestcnicasparaaobtenodematerialadequa-do. O escarro obtido por simples expectorao, na maioria dasvezes,contaminadopelasalivaouporsecreesdas vias areas superiores, resultando em falso-positivo ou falso--negativo. A anlise do escarro deve ser feita nas pores pu-rulentas, onde h menos de 10 clulas epiteliais ou mais de 25 polimorfonucleares por campo de pequeno aumento (x 100) (B)(65)(D).(66) O achado de diplococos Gram-positivos especfco (85 a 100%) para pneumococo, mas tem sensi-bilidade muito varivel (15 a 100%) (A)(67)(B).(68,69)Existem muitas limitaes para o uso do escarro como meio diagnstico de PAC. Muitos pacientes no produzem escarro, principalmente no incio da doena. Mesmo com supervisodepessoaltreinado,acoletadoescarromuitas vezesinadequadae,frequentemente,hcontaminao por bactrias patognicas ou no patognicas das vias areas superiores,especialmenteemdoentescrnicos,levando aerrosdeinterpretaodoteste.Maiserrospodemser causados pela interpretao dissociada entre o resultado do Gram e da cultura do escarro. Alm disso, anti bioticoterapia prvia tambm altera o resultado (D).(70)Oescarroinduzidotemsidoutilizadoefoimais estudado em pacientes com sndrome de imunodefcincia adquirida (AIDS) vtimas de pneumonite intersticial. Seu desempenho diagnstico talvez seja um pouco melhor que oescarroseminduo,mas,certamente,menorqueo lavado brnquico com ou sem broncoscopia. No caso de pacientes com AIDS e pneumonia por Pneumocystis jirovesi, previamente denominado Pneumocystis carinii, essa tcnica temsensibilidadede13%a55,5%eespecifcidadede 98,6% e esses nmeros podem ser melhorados se for feita a deteco do P. jirovesi com imunofuorescncia direta em vez de colorao (B).(71,72) Em pacientes portadores do vrus daAIDS(HIVpositivos)oucomAIDS,oescarrono induzidocomomeiodiagnsticodePACtemomesmo desempenho que em pacientes HIV negativos (B).(73)No caso de pacientes com PAC grave, com insufcin-cia respiratria aguda que necessitem de intubao e ven-tilao mecnica, a coleta de secreo por meio do lavado brnquico,sembroncoscopia,associadaculturasemi-quantitativacomlimiarde10.000unidadesformadoras de colnias por mililitro (104 UFC/ml), tem boa sensibili-dade, variando de 58% a 83%, sendo maior que o lavado obtidoporbroncoscopia,comavantagemdesermenos invasiva e de fcil execuo. Essa tcnica permite identif-car os agentes causadores da pneumonia em grande parte dos casos, se for feita precocemente. Aps a identifcao do patgeno, h possibilidade de adequar a terapia antimicrobiana. Pode-se, tambm, utili-zar a cultura de aspirado traqueal naqueles pacientes que venham a ser intubados, com limiar de 105-106 UFC/ml.Recomendao Nos pacientes graves, recomenda-se a coleta de cultu-ra quantitativa de escarro, aspirado traqueal ou de lavado brnquico, com ou sem broncoscopia.5. A coleta e a forma de coleta de espcime respira-trio interferem na capacidade de prover o diagnstico etiolgico de pneumonia hospitalar ou associada ven-tilao mecnica?Odiagnsticodapneumoniahospitalardepende inicialmente de alto grau de suspeita. A presena de infltrados naradiografadetraxnavignciadedoisdosseguintes parmetros: febre ou hipotermia, expectorao purulenta e leucocitose ou leucopenia, tem alta sensibilidade, mas baixa especifcidade para o diagnstico de pneumonia associada ventilao mecnica (PAV) (B)(74)(D).(75)A coleta de material para diagnstico de PAV pode ser feitapormeiodetcnicasinvasivas,comobroncoscopia elavadobroncoalveolaroutcnicasno-invasivas,como aspirado traqueal. Estudos demonstram que as duas abor-dagenstmresultadossemelhantesemrelaoaletalida-de,tempodepermannciahospitalar,usoemodifcao daantibioticoterapia(A)(76-79)(B).(80)Ambasastcnicas devemserfeitasdeformasemiquantitativa,deformaa sedeterminaronmerodeunidadesformadorasdeco-lnia(UFC)presentesemcadaamostra.Comoacoleta do aspirado traqueal tem maior chance de contaminao, o ponto de corte para considerar o resultado signifcativo deve ser superior (105 ou 106) ao do lavado broncoalveolar (104) ou do escovado protegido (103).A coleta do lavado broncoalveolar bilateral, por bron-coscopiaoucomsondasespecializadas,aumentaasensi-bilidadedomeiodiagnstico,desdequeasamostrasde ambos os pulmes apresentem resultados similares. Deve- selevaremcontaqueaPAVumaafecogeralmente bilateral e colher amostras de ambos os pulmes aumenta achancedediagnosticaromicrorganismoenvolvidona patologia. Entretanto, nos casos de acometimento unilate-138 Diament D, Salomo R, Rigatto O, Gomes B, Silva E, Carvalho NB et al.Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-144ral, a amostragem bilateral pode inocular microrganismos patognicos no pulmo sadio (B).(81)Deve-se lembrar que as hemoculturas tm baixa sensi-bilidade para detectar o mesmo microrganismo isolado na cultura de escarro ou lavado broncoalveolar. A presena de bacteremianocapazdepredizercomplicaes,nose relaciona ao tempo de permanncia hospitalar e no iden-tifca pacientes com doena mais grave. O isolamento de microrganismo na hemocultura no confrma que ele seja o patgeno causador da PAV (B).(33) RecomendaoEmlocaisondenohbroncoscopiadisponvel24 horas, a tcnica de coleta de escarro por aspirao traqueal vlidaetemomesmodesempenhomicrobiolgicoda broncoscopiacomlavadobroncoalveolar(B).(82-84)Reco-menda-se a coleta de culturas semiquantitativas por meio deaspiradotraquealoubroncoscopiacomlavadobrn-quico utilizando-se pontos de corte diferentes.6.importanteemtermosprognsticosrealizar biopsiapulmonarparaodiagnsticodepneumonia (infltrado no infeccioso) e no diagnstico do agente etiolgicodessapneumoniaempacientesimunocom-petentes e imunocomprometidos?Abiopsiadepulmotemsidoutilizadaparaajudar nodiagnsticoetiolgicodapneumoniteintersticialem pacientes imunocomprometidos, nos quais h maior inci-dnciadepatgenosnousuais,comocitomegalovrus, Pneumocystisjirovesi,etc.Empacientesportadoresde AIDS ou cncer, o aparecimento de infltrados intersticiais naradiografadetraxconstituiumdesafodiagnstico. Aurgnciadoquadrodeinsufcinciarespiratriaaliada defcincia do sistema imune impe rapidez ao processo de investigao diagnstica e instituio de terapia antimi-crobiana emprica. A ocorrncia de infeco por patgenos quedifcilmentecrescememmeiosdeculturahabitual-mente utilizados no diagnstico microbiolgico de rotina, aliada s difculdades tcnicas na aplicao de mtodos de deteco de antgenos, anticorpos e cidos nucleicos, nem sempre disponveis ou aplicveis, faz que seja necessria a utilizaodabiopsiadepulmoparaajudarnodiagns-tico etiolgico da pneumonite intersticial, resultando em tratamento adequado em tempo hbil. A identifcao do microrganismo envolvido permite dirigir a terapia antimi-crobiana,evitandoefeitosadversosecustosdemltiplas medicaes,almdereduzir a letalidade.Autilizao de imunohistoqumicanoexameanatomopatolgicode grandeauxlionodiagnsticoprecocedeafecesvirais, fngicas e parasitrias (B).(85) Entretanto, um estudo com-parou a mortalidade de pacientes com cncer submetidos biopsia pulmonar com a terapia antimicrobiana empri-ca com antibiticos de largo espectro associados eritro-micinaesulfametoxazol-trimetoprim.Amortalidadefoi igualnosdoisgrupos,masogruposubmetidobiopsia teve maior nmero de complicaes. Os pacientes do gru-po submetido terapia emprica sem biopsia que apresen-tavam deteriorao do estado clnico eram biopsiados aps alguns dias. Os autores concluram que, em pacientes com cncer, especialmente aqueles sem neutropenia, a biopsia depulmopodeserreservadaaoscasosquenorespon-dem terapia antimicrobiana de largo espectro (A).(86)A biopsia pulmonar, em casos de patologia pulmonar intersticial, pode ser de grande valia nos pacientes que no apresentam melhora clnica apenas com terapia antimicro-biana emprica e naqueles casos nos quais no foi possvel diagnosticar o agente etiolgico utilizando-se de mtodos no-invasivos. Tambm fundamental para o diagnstico de neoplasias pulmonares, cujo quadro clnico e radiolgi-co por vezes se confunde com patologias infecciosas, como no caso dos linfomas e da linfangite carcinomatosa (A).(87)Abiopsiapulmonarpodeserfeitaporbroncoscopia (transbrnquica), toracoscopia ou toracotomia (a cu aber-to). A indicao de cada tipo de procedimento ultrapassa o escopo desta diretriz, mas convm lembrar que a biopsia transbrnquicapodeimplicaremmaiornmerodecom-plicaes, como sangramentos e pneumotrax. A toracosco-pia, auxiliada por equipamentos de vdeo, de utilizao mais recente,tornaoprocedimentodabiopsiamenosinvasivo que a realizada por toracotomia (A)(88)(D).(89-92)Recomendao No se recomenda o uso rotineiro de biopsia de pul-mocomomeiodiagnsticodeprocessoinfeccioso,de-vendo esse mtodo fcar reservado aos casos em que outros mtodosapresentaramresultadosnegativosouquando h deteriorao clnica do paciente, a despeito da terapia antimicrobiana de amplo espectro. Os casos de pneumo-nite intersticial grave, com falncia respiratria aguda, so aqueles onde a biopsia tem papel preponderante.7. As diversas formas de diagnstico de infeco de-corrente sangunea associada a cateter diferem em sua sensibilidade e especifcidade?O diagnstico da infeco da corrente sangunea rela-cionada a cateter ICSRC) de difcil realizao, em decor-rncia da pouca correlao existente com o quadro clni-co, que por si s no sufciente para o estabelecimento dodiagnstico.AICSRCpodeserdefnidadediversas maneiras.Umadelasseriaapresenadebacteremiaou Diretrizes para tratamento da sepse grave/choque sptico abordagem do agente infeccioso - diagnstico 139Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-144fungemiaempacientecomcateterintravascular,depelo menos uma hemocultura perifrica positiva na vigncia de quadroclnicodeinfeco(febre,calafrios,hipotenso), semoutrafonteaparentedesepseexcetoocateter.Esse diagnsticoseriacorroboradopelapresenadecultura dapontadocateterpositiva,commaisde15unidades formadoras de colnia (UFC) na cultura semiquantitativa oumaisde103UFCnaculturaquantitativa,sendoque omesmomicrorganismo(espcieeantibiograma)deve ser isolado do segmento do cateter e do sangue perifrico. Outro achado que sugere o diagnstico seria o encontro, em hemoculturas quantitativas colhidas simultaneamente do sangue e do cateter, de proporo maior que 5:1 UFC, respectivamente, ou o tempo diferencial para deteco de crescimento do microrganismo entre o sangue perifrico e do cateter maior que duas horas.Note-se que o primeiro critrio implica na remoo do cateter e o diagnstico retrospectivo, no auxiliando na deciso de retirar o cateter por suspeita de infeco. Essas defnies,provavelmente,nosovlidasparacateteres impregnados com antisspticos ou antibiticos.A presena de febre e calafrios com ou sem hipotenso muito sensvel na deteco de processo infeccioso, mas tempoucaespecifcidade.Sinaisdeinfeconolocalde inserodocateter,comoinfamaoepusnavigncia debacteremiatmmelhorespecifcidade.Oisolamento em cultura de microrganismos da fora cutnea, como S. aureus,S.epidermidis(coagulasenegativo),Candidasp, etc., refora a suspeita de ICSRC (D).(93,94)Como j mencionado, as tcnicas para o diagnstico da ICSRC incluem mtodos com e sem a retirada do cateter. O mtodo clssico requer a retirada do cateter e o envio de um segmento de cerca de cinco centmetros da ponta para culturasemiquantitativa,pelatcnicadeMakicomrola-mento do cateter em placa de meio de cultura; ou tcnica quantitativa, utilizando sonicao ou vortex do cateter em meiolquido.AtcnicadeMakisensvelparadetectar microrganismos que colonizam a superfcie externa do cate-ter, enquanto que a tcnica quantitativa detecta microrga-nismos que colonizam tanto a superfcie externa quanto a interna. Em cateteres de curta permanncia, a tcnica semi-quantitativa tem boa sensibilidade e especifcidade, pois os microrganismoscolonizammaisfrequentementeasuper-fcie externa do cateter. Para cateteres de longa permann-cia, nos quais a colonizao da superfcie interna tem maior importncia, a tcnica quantitativa melhor (B)(95,96)(D).(94)Acoletadepequenosvolumesdesanguedocateter, seguida de colorao pelo mtodo de Gram ou laranja de acridina,somtodossimplesepromissores,comsensi-bilidadevariandode87%a91%eespecifcidadede94 a 97%. A aplicao de escovao intraluminal do cateter aumenta a sensibilidade e pode resultar em maior nmero deresultadosfalso-positivos,almdeimplicaremmaior risco de embolizao e bacteremia. Num estudo, os auto-res usaram a tcnica de escovao intraluminal do cateter paraodiagnsticodeICSRC,colhendohemoculturas preps-escovaoehemoculturadocateter.Ocateter foi removido e cultivado pela tcnica semiquantitativa de Maki. A tcnica mostrou-se segura, desde que a escova no protuda alm da ponta do cateter. Houve diminuio das contagensdebactriasnashemoculturasperifricasedo cateter aps a escovao, talvez por remoo de biomassa intraluminal (B).(97)Acoletadeculturassimultneasdosangueperifrico edocateter,semquantifcao,apresentalimitaes importantes.Amaioriadoscateterescolonizadanas conexesenolmen.Portanto,amaioriadasculturas positivas colhidas de cateteres refete a colonizao e no signifcainfeco,principalmentequandosoisolados microrganismosdaforacutnea,comoosestaflococos coagulasenegativos.Todavia,ovalorpreditivonegativo desse mtodo alto (98%).Asmaioressensibilidadeeespecifcidadeparao diagnstico da ICSRC so obtidas com a coleta simultnea dehemoculturasquantitativasdocateteredosangue perifrico.Ocrescimentodepelomenos1000UFCna cultura obtida do cateter altamente especfco (99%) para o diagnstico de ICSRC, mas pouco sensvel (20%). Quando associadoaocrescimentodomesmomicrorganismono sangue perifrico, a sensibilidade aumenta. O crescimento demicrorganismosnaculturaobtidadocateterna proporodecincoa10vezesonmerodeUFCobtido na hemocultura perifrica altamente preditivo de ICSRC. Apesardeseromtodocommaioracurcia,asculturas quantitativas simultneas do cateter e do sangue perifrico tmcustomaisaltoemaiorcomplexidadeparaexecuo (B)(95)(D).(93,94) Comoadventodetcnicasautomatizadasdehemo-cultura, possvel monitorar o tempo de crescimento dos microrganismos. Quanto maior a quantidade demicror-ganismospresentesnosangue,maisrpidoseratingido olimiardedetecodecrescimentoemmeiodecultu-rapeloequipamento.Quandootempodecrescimento diferencialentreculturadocateteresangueperifrico maiorqueduashoras,asensibilidadeeaespecifcidade paraodiagnsticodeICSRCsoelevadas,94%e91%, respectivamente.Porm,essesvaloressovlidosapenas para cateteres de longa permanncia, nos quais a presena de colonizao intraluminal mais prevalente. Para catete-res de curta permanncia os resultados so piores (B).(98-100)140 Diament D, Salomo R, Rigatto O, Gomes B, Silva E, Carvalho NB et al.Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-144Recomendao Recomenda-se a retirada do cateter nos casos em que se suspeita do mesmo ser a causa da infeco em pacientes com sepse grave ou choque sptico. O segmento da ponta deve ser enviado para cultura semiquantitativa ou quanti-tativa. Nesses casos, no se recomenda a utilizao das tc-nicas que mantm o cateter, pelo risco associado falta de controle do foco de infeco. Em outras situaes, a coleta de culturas pareadas de sangue perifrico e do cateter com quantifcao de colnias ou contagem do tempo diferen-cial de crescimento de microrganismos pode ser utilizada.1. A cultura quantitativa de urina deve ser sempre va-lorizada como forma de diagnstico de infeco urinria?A mera presena de bactrias na urina no indicativa deinfecodotratourinrio,podendosignifcarconta-minaodacoletacomforadotratogenital.Ocritrio paradiagnsticodeinfecodotratourinriopormeio de cultura quantitativa da urina foi estabelecido aps es-tudos pioneiros (C).(101-103) Nesses estudos, comparou-se a presena de bacteriria e a ocorrncia de sintomas e sinais de infeco do trato urinrio em mulheres, fcando estabe-lecido que 100.000 unidades formadoras de colnias por mililitro(UFC/ml)deurinaoumaisseriaolimitedef-nidorparainfeco.Contagensemvaloresmenoresso consideradascomocontaminao.Todavia,indivduos sintomticospodemtercontagensmenoreseavaloriza-odeumresultadodeculturadeurinacommenosde 100.000UFC/ml depende do estado clnico do paciente. Para mulheres jovens e sexualmente ativas com disria, po-laciria e urgncia urinria, contagens de 100UFC/ml so signifcativas (B)(104)(D).(105,106) Outras situaes nas quais olimitedefnidordeinfecodotratourinriopodeser menor que 100.000UFC/ml so: crianas pequenas, sexo masculino, indivduos submetidos sondagem vesical, uso recente de antimicrobianos, urina diluda por ingesto de lquidos em excesso, obstruo urinria, piria e pielone-frite hematognica por S. aureus ou Candida sp (D).(106,107) Em indivduos submetidos cateterizao vesical, o cri-trio usualmente utilizado de 100.000UFC/ml. Entretan-to, sugere-se que um limite mais baixo seria mais adequado, principalmente em cateterismos de curta permanncia, nos quais as contagens de bactrias aumentam rapidamente. A incidncia de bacteriria associada cateterizao vesical de3%a10%pordiadeusodocateter.Comoamdia de tempo de cateterizao de dois a quatro dias, ao fnal desse perodo, de 10% a 30% dos pacientes apresentaram bacteriria signifcativa. Aps um ms de uso, ou seja, cate-terizao de longa permanncia, mais de 90% dos pacientes tero bacteriria. Ao redor de 15 a 20% dos pacientes hos-pitalizadossosubmetidossondagemvesicaldedemora por perodos curtos (B)(108)(D).(109) Asprincipaiscomplicaessoinfeco,uretritee trauma. A maioria das infeces relacionadas a cateterismo vesicalendgena,porcontaminaocomforadopa-ciente. Os cateteres vesicais predispem a infeces por v-rios motivos, a saber: colonizao das superfcies interna e externa do cateter (B),(110) formao de bioflme (C),(111,112) promoo de maior adeso bacteriana s clulas epiteliais dauretra(B),(113)inibiodafunoantibacterianados leuccitospolimorfonuclearesepromoodaformao de resduo urinrio na bexiga (D).(114) Os fatores de risco independentes para a ocorrncia de bacteririaassociadacateterizaovesicalso:durao dacateterizao,colonizaouretralcombactriaspato-gnicas, colonizao da bolsa de coleta de urina conectada sondavesical,ausnciadeantibioticoterapia,diabetes mellitus, sexo feminino, creatinina srica anormal, outros usos que no cirurgias ou medio do volume urinrio e erros de manipulao (D)(109)(B).(115)Recomendao Pacientes cateterizados e assintomticos no devem ser submetidos cultura de urina, nem se deve usar anti-biticosproflticosoulavagemvesicalparaprevenir infeces urinrias relacionadas a cateteres. A presena de sintomas e sinais, aliada aos fatores de risco de bacteriria, crucialnainterpretaodeculturasquantitativasde urinaparaodiagnsticodeinfecodotratourinrio. Em indivduos sem sonda vesical, recomenda-se a coleta deurinacomlimpezadagenitliaexterna,sendoque asmulheresdevemtercuidadoespecial,separandoos lbios vaginais no momento de urinar. A cultura deve ser quantitativa, mas o limiar de positividade varia conforme sexo, presena de sintomas e leucocitria. Em indivduos com sonda vesical de demora, a coleta deve ser feita com tcnica assptica, aspirando urina da tubulao e nunca da bolsa coletora.ABSTRACTSepsisisacommonandlethalconditionthatcarriesa substantialfnancialburdenandistheprimarycauseofdeath in intensive care units. Early diagnosis and treatment of patients hasbeenclearlyshowntoimproveprognosis.Terefore,early diagnosisofinfectionsandcontroloftheprimaryinfection sitearefundamentaltoimprovingpatientsprognosis.Tis guideline reviews the available evidence concerning the primary strategies for the diagnosis of infection.Diretrizes para tratamento da sepse grave/choque sptico abordagem do agente infeccioso - diagnstico 141Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-144REFERNCIAS1.Harbarth S, Garbino J, Pugin J, Romand JA, Lew D, Pittet D.Inappropriateinitialantimicrobialtherapyanditsefect on survival in a clinical trial of immunomodulating therapy for severe sepsis. Am J Med. 2003;115(7):529-35.2.VallsJ,RelloJ,OchagavaA,GarnachoJ,AlcalMA. Community-acquiredbloodstreaminfectionincriticallyill adult patients: impact of shock and inappropriate antibiotic therapy on survival. Chest. 2003;123(5):1615-24.3.Lodise TP Jr, Patel N, Kwa A, Graves J, Furuno JP, Grafunder E, et al. Predictors of 30-day mortality among patients with Pseudomonasaeruginosabloodstreaminfections:impactof delayedappropriateantibioticselection.AntimicrobAgents Chemother. 2007;51(10):3510-5.4.TelladoJM,SenSS,CalotoMT,KumarRN,NoceaG. Consequencesofinappropriateinitialempiricparenteral antibiotic therapy among patients with community-acquired intra-abdominalinfectionsinSpain.ScandJInfectDis. 2007;39(11-12):947-55.5.Kumar A, Roberts D, Wood KE, Light B, Parrillo JE, Sharma S, et al. Duration of hypotension before initiation of efective antimicrobial therapy is the critical determinant of survival in human septic shock. Crit Care Med. 2006;34(6):1589-96.6.Kang CI, Kim SH, Park WB, Lee KD, Kim HB, Kim EC, etal.Bloodstreaminfectionscausedbyantibiotic-resistant gram-negativebacilli:riskfactorsformortalityandimpact ofinappropriateinitialantimicrobialtherapyonoutcome. Antimicrob Agents Chemother. 2005;49(2):760-6.7.Garnacho-MonteroJ,Garcia-GarmendiaJL,Barrero-AlmodovarA,Jimenez-JimenezFJ,Perez-ParedesC,Ortiz-Leyba C. Impact of adequate empirical antibiotic therapy on theoutcomeofpatientsadmittedtotheintensivecareunit with sepsis. Crit Care Med. 2003;31(12):2742-51.8.ZaragozaR,ArteroA,CamarenaJJ,SanchoS,Gonzlez R,NogueiraJM.Teinfuenceofinadequateempirical antimicrobialtreatmentonpatientswithbloodstream infectionsinanintensivecareunit.ClinMicrobiolInfect. 2003;9(5):412-8. 9.LeoneM,BourgoinA,CambonS,DubucM,AlbanseJ, MartinC.Empiricalantimicrobialtherapyofsepticshock patients:adequacyandimpactontheoutcome.CritCare Med. 2003;31(2):462-710.Zaidi M, Sifuentes-Osornio J, Roln AL, Vzquez G, Rosado R,SnchezM,etal.Inadequatetherapyandantibiotic resistance. Risk factors for mortality in the intensive care unit. Arch Med Res. 2002;33(3):290-4.11.Hanon FX, Monnet DL, Srensen TL, Mlbak K, Pedersen G, Schnheyder H. Survival of patients with bacteraemia in relation to initial empirical antimicrobial treatment. Scand J Infect Dis. 2002;34(7):520-8.12.IbrahimEH,ShermanG,WardS,FraserVJ,KollefMH. Teinfuenceofinadequateantimicrobialtreatmentof bloodstreaminfectionsonpatientoutcomesintheICU setting. Chest. 2000;118(1):146-55.13.KollefMH,ShermanG,WardS,FraserVJ.Inadequate antimicrobialtreatmentofinfections:ariskfactorfor hospitalmortalityamongcriticallyillpatients.Chest. 1999;115(2):462-74.14.LeiboviciL,ShragaI,DruckerM,KonigsbergerH,Samra Z, Pitlik SD. Te beneft of appropriate empirical antibiotic treatmentinpatientswithbloodstreaminfection.JIntern Med. 1998;244(5):379-86.15.Behrendt G, Schneider S, Brodt HR, Just-Nbling G, Shah PM.Infuenceofantimicrobialtreatmentonmortalityin septicemia. J Chemother. 1999;11(3):179-86. 16.Weinstein MP, Murphy JR, Reller LB, Lichtenstein KA. Te clinical signifcance of positive blood cultures: a comprehensive analysis of 500 episodes of bacteremia and fungemia in adults. II.Clinicalobservations,withspecialreferencetofactors infuencing prognosis. Rev Infect Dis. 1983;5(1):54-70.17.NiedermanMS.Teimportanceofde-escalating antimicrobialtherapyinpatientswithventilator-associated pneumonia. Semin Respir Crit Care Med. 2006;27(1):45-50.18.Turnidge J. Impact of antibiotic resistance on the treatment of sepsis. Scand J Infect Dis. 2003;35(9):677-82.19.HfkenG,NiedermanMS.Nosocomialpneumonia:the importance of a de-escalating strategy for antibiotic treatment of pneumonia in the ICU. Chest. 2002;122(6):2183-96. 20.Alvarez-Lerma F, Grau S, Gracia-Arnillas MP. Gram-positive cocciinfectionsinintensivecare:guidetoantibacterial selection. Drugs. 2006;66(6):751-68.21.CosgroveSE.Terelationshipbetweenantimicrobial resistance and patient outcomes: mortality, length of hospital stay,andhealthcarecosts.ClinInfectDis.2006;42Suppl 2:S82-9.22.Lemmen SW, Becker G, Frank U, Daschner FD. Infuence of an infectious disease consulting service on quality and costs of antibiotic prescriptions in a university hospital. Scand J Infect Dis. 2001;33(3):219-21.23.RosenthalVD,GuzmanS,MigoneO,CrnichCJ.Te attributablecost,lengthofhospitalstay,andmortalityof central line-associated bloodstream infection in intensive care departmentsinArgentina:Aprospective,matchedanalysis. Am J Infect Control. 2003;31(8):475-80.24.TeresD,RapoportJ,LemeshowS,KimS,AkhrasK. Efects of severity of illness on resource use by survivors and nonsurvivors of severe sepsis at intensive care unit admission. Crit Care Med. 2002;30(11):2413-9.25.AngusDC,Linde-ZwirbleWT,LidickerJ,ClermontG, Carcillo J, Pinsky MR. Epidemiology of severe sepsis in the United States: analysis of incidence, outcome, and associated costs of care. Crit Care Med. 2001;29(7):1303-10.26.GutirrezZufaurreMN,Garca-RodrguezJA.[National multicentersurvey:theuseofintravenousantimicrobial agents]. Rev Esp Quimioter. 2006;19(4):349-56. Spanish.27.Opal SM, Garber GE, LaRosa SP, Maki DG, Freebairn RC, Kinasewitz GT, et al. Systemic host responses in severe sepsis 142 Diament D, Salomo R, Rigatto O, Gomes B, Silva E, Carvalho NB et al.Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-144analyzed by causative microorganism and treatment efects of drotrecogin alfa (activated). Clin Infect Dis. 2003;37(1):50-8.28.Brun-BuissonC,DoyonF,CarletJ.Bacteremiaandsevere sepsis in adults: a multicenter prospective survey in ICUs and wards of 24 hospitals. French Bacteremia-Sepsis Study Group. Am J Respir Crit Care Med. 1996;154(3 Pt 1):617-24.29.RussellJA.Managementofsepsis.NEnglJMed. 2006;355(16):1699-713.ErratuminNEnglJMed. 2006;355(21):2267. 30.Brun-BuissonC,DoyonF,CarletJ,DellamonicaP,Gouin F,LepoutreA,etal.Incidence,riskfactors,andoutcome ofseveresepsisandsepticshockinadults.Amulticenter prospective study in intensive care units. French ICU Group for Severe Sepsis. JAMA. 1995;274(12):968-74.31.Campbell SG, Marrie TJ, Anstey R, Dickinson G, Ackroyd-Stolarz S. Te contribution of blood cultures to the clinical management of adult patients admitted to the hospital with community-acquired pneumonia: a prospective observational study. Chest. 2003;123(4):1142-50. 32.Chalasani NP, Valdecanas MA, Gopal AK, McGowan JE Jr, Jurado RL. Clinical utility of blood cultures in adult patients withcommunity-acquiredpneumoniawithoutdefned underlying risks. Chest. 1995;108(4):932-6.33.LunaCM,VidelaA,MatteraJ,VayC,Famiglietti A,VujacichP,NiedermanMS.Bloodcultureshave limitedvalueinpredictingseverityofillnessandasa diagnostictoolinventilator-associatedpneumonia.Chest. 1999;116(4):1075-84.34.SchifmanRB,PindurA.Teefectofskindisinfection materialsonreducingbloodculturecontamination.AmJ Clin Pathol. 1993;99(5):536-8.35.Little JR, Murray PR, Traynor PS, Spitznagel E. A randomized trialofpovidone-iodinecomparedwithiodinetincturefor venipuncture site disinfection: efects on rates of blood culture contamination. Am J Med. 1999;107(2):119-25.36.MimozO,KarimA,MercatA,CosseronM,FalissardB, Parker F, et al. Chlorhexidine compared with povidone-iodine asskinpreparationbeforebloodculture.Arandomized, controlled trial. Ann Intern Med. 1999;131(11):834-7.37.StrandCL,WajsbortRR,SturmannK.Efectofiodophor vs.iodinetinctureskinpreparationonbloodculture contamination rate. JAMA. 1993;269(8):1004-6.38.KingTC,PricePB.Anevaluationofiodophorsasskin antiseptics. Surg Gynecol Obstet. 1963;116:361-5. 39.Malani A, Trimble K, Parekh V, Chenoweth C, Kaufman S, Saint S. Review of clinical trials of skin antiseptic agents used to reduce blood culture contamination. Infect Control Hosp Epidemiol. 2007;28(7):892-5.40.SurdulescuS,UtamsinghD,ShekarR.Phlebotomyteams reduceblood-culturecontaminationrateandsavemoney. Clin Perform Qual Health Care. 1998;6(2):60-2.41.Weinbaum FI, Lavie S, Danek M, Sixsmith D, Heinrich GF, Mills SS. Doing it right the frst time: quality improvement andthecontaminantbloodculture.JClinMicrobiol. 1997;35(3):563-5.42.SpitalnicSJ, WoolardRH,MermelLA.Tesignifcanceof changingneedleswheninoculatingbloodcultures:ameta-analysis. Clin Infect Dis. 1995;21(5):1103-6.43.SchifmanRB,StrandCL,MeierFA,HowanitzPJ.Blood culturecontamination:aCollegeofAmericanPathologists Q-Probesstudyinvolving640institutionsand497134 specimensfromadultpatients.ArchPatholLabMed. 1998;122(3):216-21.44.Bryant JK, Strand CL. Reliability of blood cultures collected fromintravascularcatheterversusvenipuncture.AmJClin Pathol. 1987;88(1):113-6.45.DesJardin JA, Falagas ME, Ruthazer R, Grifth J, Wawrose D, Schenkein D, et al. Clinical utility of blood cultures drawn fromindwellingcentralvenouscathetersinhospitalized patients with cancer. Ann Intern Med. 1999;131(9):641-7.46.Everts RJ, Vinson EN, Adholla PO, Reller LB. Contamination ofcatheter-drawnbloodcultures.JClinMicrobiol. 2001;39(9):3393-4.47.SchermerCR,SanchezDP,QuallsCR,DemarestGB, Albrecht RM, Fry DE. Blood culturing practices in a trauma intensivecareunit:doesconcurrentantibioticusemakea diference? J Trauma. 2002;52(3):463-8.48.Li J, Plorde JJ, Carlson LG. Efects of volume and periodicity on blood cultures. J Clin Microbiol. 1994;32(11):2829-31.49.Frank U, Malkotsis D, Mlangeni D, Daschner FD. Controlled clinicalcomparisonofthreecommercialbloodculture systems. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 1999;18(4):248-55.50.Murray PR, Hollick GE, Jerris RC, Wilson ML. Multicenter comparisonofBACTEC9050andBACTEC9240blood culture systems. J Clin Microbiol. 1998;36(6):1601-3.51.PohlmanJK,KirkleyBA,EasleyKA,WashingtonJA. ControlledclinicalcomparisonofIsolatorandBACTEC 9240Aerobic/Fresinbottlefordetectionofbloodstream infections. J Clin Microbiol. 1995;33(10):2525-9.52.MorelloJA,LeitchC,NitzS,DykeJW,AndruszewskiM, Maier G, et al. Detection of bacteremia by Difco ESP blood culture system. J Clin Microbiol. 1994;32(3):811-8.53.WilsonML,WeinsteinMP,ReimerLG,MirrettS,Reller LB. Controlled comparison of the BacT/Alert and BACTEC 660/730nonradiometricbloodculturesystems.JClin Microbiol. 1992;30(2):323-9.54.Washington JA. An international multicenter study of blood culturepractices.TeInternationalCollaborativeBlood CultureStudyGroup.EurJClinMicrobiolInfectDis. 1992;11(12):1115-28.55.WeinsteinMP,MirrettS,WilsonML,ReimerLG,Reller LB. Controlled evaluation of 5 versus 10 milliliters of blood cultured in aerobic BacT/Alert blood culture bottles. J Clin Microbiol. 1994;32(9):2103-6.56.IsaacmanDJ,KarasicRB,ReynoldsEA,KostSI.Efectof number of blood cultures and volume of blood on detection of bacteremia in children. J Pediatr. 1996;128(2):190-5.57.Kellogg JA, Manzella JP, Bankert DA. Frequency of low-level Diretrizes para tratamento da sepse grave/choque sptico abordagem do agente infeccioso - diagnstico 143Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-144bacteremia in children from birth to ffteen years of age. J Clin Microbiol. 2000;38(6):2181-5.58.Weinstein MP, Towns ML, Quartey SM, Mirrett S, Reimer LG,ParmigianiG,RellerLB.Teclinicalsignifcance ofpositivebloodculturesinthe1990s:aprospective comprehensive evaluation of the microbiology, epidemiology, andoutcomeofbacteremiaandfungemiainadults.Clin Infect Dis. 1997;24(4):584-602.59.Weinstein MP, Reller LB, Murphy JR, Lichtenstein KA. Te clinical signifcance of positive blood cultures: a comprehensive analysis of 500 episodes of bacteremia and fungemia in adults. I. Laboratory and epidemiologic observations. Rev Infect Dis. 1983;5(1):35-53.60.BatesDW,LeeTH.Rapidclassifcationofpositiveblood cultures.Prospectivevalidationofamultivariatealgorithm. JAMA. 1992;267(14):1962-6.61.BatesDW,GoldmanL,LeeTH.Contaminantblood culturesandresourceutilization.Tetrueconsequencesof false-positive results. JAMA. 1991;265(3):365-9.62.MacGregorRR,BeatyHN.Evaluationofpositive bloodcultures.Guidelinesforearlydiferentiationof contaminatedfromvalidpositivecultures.ArchIntern Med. 1972;130(1):84-7.63.RuppME,ArcherGL.Coagulase-negativestaphylococci: pathogens associated with medical progress. Clin Infect Dis. 1994;19(2):231-43; quiz 244-5. Review.64.WeinsteinMP.Bloodculturecontamination:persisting problemsandpartialprogress.JClinMicrobiol. 2003;41(6):2275-8.65.MurrayPR,WashingtonJA.Microscopicandbacteriologic analysisofexpectoratedsputum.MayoClinProc. 1975;50(6):339-44.66.MandellLA,Marrie TJ,GrossmanRF,ChowAW,Hyland RH.Canadianguidelinesfortheinitialmanagement ofcommunity-acquiredpneumonia:anevidence-based update by the Canadian Infectious Diseases Society and the CanadianToracicSociety.TeCanadianCommunity-AcquiredPneumoniaWorkingGroup.ClinInfectDis. 2000;31(2):383-421.67.Reed WW, Byrd GS, Gates RH Jr, Howard RS, Weaver MJ. Sputumgramsstain incommunity-acquiredpneumococcal pneumonia. A meta-analysis. West J Med. 1996;165(4):197-204.68.ReinMF,GwaltneyJMJr,OBrienWM,JenningsRH, MandellGL.AccuracyofGramsstaininidentifying pneumococci in sputum. JAMA. 1978;239(25):2671-3.69.AderayeG.Tevalueofsputumgramstaininthe diagnosisofpneumococcalpneumonia.EthiopMedJ. 1994;32(3):167-71.70.SanPedroGS,CampbelGDJr.Limitationsofdiagnostic testing in the initial management of patients with community-acquired pneumonia. Semin Respir Infect. 1997;12(4):300-7. Review.71.CrucianiM,MarcatiP,MalenaM,BoscoO,Serpelloni G,MengoliC.Meta-analysisofdiagnosticproceduresfor Pneumocystis carinii pneumonia in HIV-1-infected patients. Eur Respir J. 2002;20(4):982-9.72.Miller RF, Kocjan G, Buckland J, Holton J, Malin A, Semple SJ. Sputum induction for the diagnosis of pulmonary disease in HIV positive patients. J Infect. 1991;23(1):5-15.73.Cordero E, Pachn J, Rivero A, Girn-Gonzlez JA, Gmez-Mateos J, Merino MD, et al. Usefulness of sputum culture for diagnosisofbacterialpneumoniainHIV-infectedpatients. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2002;21(5):362-7.74.Fbregas N, Ewig S, Torres A, El-Ebiary M, Ramirez J, de La BellacasaJP,etal.Clinicaldiagnosisofventilatorassociated pneumonia revisited: comparative validation using immediate post-mortem lung biopsies. Torax. 1999;54(10):867-73.75.Valencia M, Torres A. Ventilator-associated pneumonia. Curr Opin Crit Care. 2009;15(1):30-5. Review. 76.Canadian Critical Care Trials Group. A randomized trial of diagnostic techniques for ventilator-associated pneumonia. N Engl J Med. 2006;355(25):2619-30.77.Ruiz M, Torres A, Ewig S, Marcos MA, Alcn A, Lled R, etal.Noninvasiveversusinvasivemicrobialinvestigationin ventilator-associated pneumonia: evaluation of outcome. Am J Respir Crit Care Med. 2000;162(1):119-25.78.Sanchez-Nieto JM, Torres A, Garcia-Cordoba F, El-Ebiary M, Carrillo A, Ruiz J, et. al. Impact of invasive and noninvasive quantitativeculturesamplingonoutcomeofventilator-associated pneumonia: a pilot study. Am J Respir Crit Care Med. 1998;157(2):371-6. Erratum in Am J Respir Crit Care Med 1998;157(3 Pt 1):1005. 79.deJaegerA,LitalienC,LacroixJ,GuertinMC,Infante-RivardC.Protectedspecimenbrushorbronchoalveolar lavagetodiagnosebacterialnosocomialpneumonia inventilatedadults:ameta-analysis.CritCareMed. 1999;27(11):2548-60.80.WoodAY,DavitAJ2nd,CirauloDL,ArpNW,Richart CM,MaxwellRA,BarkerDE.Aprospectiveassessment ofdiagnosticefcacyofblindprotectivebronchial brushingscomparedtobronchoscope-assistedlavage, bronchoscope-directedbrushings,andblindendotracheal aspiratesinventilator-associatedpneumonia.JTrauma. 2003;55(5):825-34.81.JacksonSR,ErnstNE,MuellerEW,ButlerKL.Utilityof bilateral bronchoalveolar lavage for the diagnosis of ventilator-associated pneumonia in critically ill surgical patients. Am J Surg. 2008;195(2):159-63. 82.Mentec H, May-Michelangeli L, Rabbat A, Varon E, Le Turdu F, Bleichner G. Blind and bronchoscopic sampling methods in suspected ventilator-associated pneumonia. A multicentre prospective study. Intensive Care Med. 2004;30(7):1319-26.83.LeoA,Galindo-GalindoJ,FolchE,GuerreroA,Bosques F,MercadoR,ArroligaAC.Comparisonofbronchoscopic bronchoalveolarlavagevsblindlavagewithamodifed nasogastrictubeintheetiologicdiagnosisofventilator-associated pneumonia. Med Intensiva. 2008;32(3):115-20.144 Diament D, Salomo R, Rigatto O, Gomes B, Silva E, Carvalho NB et al.Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(2):134-14484.Flanagan PG, Findlay GP, Magee JT, Ionescu A, Barnes RA, Smithies M. Te diagnosis of ventilator-associated pneumonia using non-bronchoscopic, non-directed lung lavages. Int Care Med. 2000;26(1):20-30.85.SolansEP,GarrityERJr,McCabeM,MartinezR,Husain AN. Early diagnosis of cytomegalovirus pneumonitis in lung transplant patients. Arch Pathol Lab Med. 1995;119(1):33-5.86.Browne MJ, Potter D, Gress J, Cotton D, Hiemenz J, Taler M,et.al.Arandomizedtrialofopenlungbiopsyversus empiric antimicrobial therapy in cancer patients with difuse pulmonary infltrates. J Clin Oncol. 1990;8(2):222-9.87.Potter D, Pass HI, Brower S, Macher A, Browne M, Taler M, et. al. Prospective randomized study of open lung biopsy versusempiricalantibiotictherapyforacutepneumonitis innonneutropeniccancerpatients.AnnToracSurg. 1985;40(5):422-8.88.AyedAK,RaghunathanR.Toracoscopyversusopenlung biopsy in the diagnosis of interstitial lung disease: a randomised controlled trial. J R Coll Surg Edinb. 2000;45(3):159-63.89.LuhSP,LiuHP.Video-assistedthoracicsurgery--the past,presentstatusandthefuture.JZhejiangUnivSciB. 2006;7(2):118-28.90.BoutinC,LoddenkemperR,AstoulP.Diagnosticand therapeuticthoracoscopy:techniquesandindicationsin pulmonary medicine. Tuber Lung Dis. 1993;74(4):225-39.91.Loddenkemper R. Toracoscopy--state of the art. Eur Respir J. 1998;11(1):213-21. 92.TassiGF,DaviesRJ,NoppenM.Advancedtechniquesin medical thoracoscopy. Eur Respir J. 2006;28(5):1051-9. 93.OGradyNP,AlexanderM,DellingerEP,GerberdingJL, HeardSO,MakiDG,etal.Guidelinesfortheprevention ofintravascularcatheter-relatedinfections.Centersfor DiseaseControlandPrevention.MMWRRecommRep. 2002;51(RR10):1-29.94.NicolettiC,CarraraD,RichtmannR,organizadores. Infeco relacionada ao uso de cateteres vasculares. 3 ed. So Paulo: Associao Paulista de Estudos e Controle de Infeco Hospitalar; 2005.95.SafdarN,FineJP,MakiDG.Meta-analysis:methodsfor diagnosing intravascular device-related bloodstream infection. Ann Intern Med. 2005;142(6):451-66.96.Siegman-IgraY,AnglimAM,ShapiroDE,AdalKA, StrainBA,FarrBM.Diagnosisofvascularcatheter-related bloodstreaminfection:ameta-analysis.JClinMicrobiol. 1997;35(4):928-36.97.DobbinsBM,KiteP,CattonJA,WilcoxMH,McMahon MJ.Insituendoluminalbrushing:asafetechniqueforthe diagnosisofcatheter-relatedbloodstreaminfection.JHosp Infect. 2004;58(3):233-7.98.Blot F, Nitenberg G, Chachaty E, Raynard B, Germann N, AntounS,et.al.Diagnosisofcatheter-relatedbacteraemia: aprospectivecomparisonofthetimetopositivityof hub-bloodversusperipheral-bloodcultures.Lancet. 1999;354(9184):1071-7.99.GaurAH,FlynnPM,GianniniMA,ShenepJL,Hayden RT.Diferenceintimetodetection:asimplemethodto diferentiatecatheter-relatedfromnon-catheter-related bloodstreaminfectioninimmunocompromisedpediatric patients. Clin Infect Dis. 2003;37(4):469-75.100. Quilici N, Audibert G, Conroy MC, Bollaert PE, Guillemin F, Welfringer P, et al. Diferential quantitative blood cultures inthediagnosisofcatheter-relatedsepsisinintensivecare units. Clin Infect Dis. 1997;25(5):1066-70.101. MarpleCD.Tefrequencyandcharacterofurinarytract infectionsinanunselectedgroupofwomen.AnnIntern Med. 1941;14(12):2220-39.102. Kass EH. Asymptomatic infections of the urinary tract. Trans Assoc Am Physicians. 1956;69:56-64. 103. MerrittAD,SanfordJP.Sterile-voidedurineculture;an evaluation in 100 consecutive hospitalized women. J Lab Clin Med. 1958;52(3):463-70.104. Hooton TM, Scholes D, Stapleton AE, Roberts PL, Winter C,GuptaK,etal.Aprospectivestudyofasymptomatic bacteriuria in sexually active young woman. N Engl J Med. 2000;343(14):992-7.105. Stamm WE. Protocol for diagnosis of urinary tract infection: reconsidering the criterion for signifcant bacteriuria. Urology. 1988;32(2 Suppl):6-12.106. Woods GL. Specimen collection and handling for diagnosis of infectious diseases. In: Henry JB, editor. Clinical diagnosis and managementbylaboratorymethods.19thed.Philadelphia: Saunders; c1996 p. 1311-31.107. PlattR.Quantitativedefnitionofbacteriuria.AmJMed. 1983;75(1B):44-52.108. GaribaldiRA,BurkeJP,DickmanML,SmithCB.Factors predisposingtobacteriuriaduringindwellingurethral catheterization. N Engl J Med. 1974;291(5):215-9.109. WarrenJW.Catheter-associatedurinarytractinfections. Infect Dis Clin North Am. 1997;11(3):609-22. 110. GaribaldiRA,BurkeJP,BrittMR,MillerMA,SmithCB. Meatalcolonizationandcatheter-associatedbacteriuria.N Engl J Med. 1980;303(6):316-8.111. Cox AJ, Hukins DW, Sutton TM. Infection of catheterised patients:BacterialcolonisationofencrustedFoleycatheters shownbyscanningelectronmicroscopy.UrolRes. 1989;17(6):349-52.112. NickelJC,GristinaAG,CostertonJW.Electron microscopy study of an infected Foley catheter. Can J Surg. 1985;28(1):50-1, 54.113. DaifukuR,StammWE.Bacterialadherencetobladder uroepithelialcellsincatheter-associatedurinarytract infection. N Engl J Med. 1986;314(19):1208-13.114. Zimmerli W, Lew PD, Waldvogel FA. Pathogenesis of foreing body infection. Evidence for a local granulocyte defect. J Clin Invest. 1984;73(4):1191-200.115. PlattR,PolkBF,MurdockB,RosnerB.Riskfactorsfor nosocomialurinarytractinfections.AmJEpidemiol. 1986;124(6):977-85.