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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Índice

PrefácioDesenvolvimento Sustentável e o Imperativo de Transparência

IntroduçãoVisão Geral da Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade

O propósito de um relatório de sustentabilidade 3

Orientações para a Estrutura de Relatórios da GRI 3

Orientações para as Diretrizes da GRI 4

Aplicação das Diretrizes 5

Parte 1Definição de Conteúdo, Qualidade e Limite do Relatório

Definição do conteúdo do relatório 7

Princípios para definição do conteúdo do relatório 8

Princípios para assegurar a qualidade do relatório 13

Orientações para o estabelecimento do limite do relatório 17

Parte 2

Conteúdo do Relatório

Perfil

1. Estratégia e análise 20

2. Perfil organizacional 21

3. Parâmetros para o relatório 22

4. Governança, compromissos e engajamento 23

5. Forma de gestão e Indicadores de desempenho 24

Desempenho Econômico 26

Desempenho Ambiental 27

Desempenho Social

Práticas trabalhistas e trabalho decente 30

Direitos humanos 33

Sociedade 37

Responsabilidade pelo produto 39

Esclarecimentos Gerais sobre a Elaboração de RelatóriosColeta de dados 41

Forma e periodicidade do relatório 41

Verificação 42

Glossário 43

Agradecimentos 45

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Prefácio

O Desenvolvimento Sustentável e o Imperativo de Transparência

O objetivo do desenvolvimento sustentável é “satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”1. Como forças fundamentais na sociedade, as organizações de todos os tipos têm um papel importante a desempenhar em seu alcance.

Entretanto, nesta era de crescimento econômico sem precedentes, atingir tal objetivo pode parecer mais uma aspiração do que uma realidade. À medida que as economias se tornam cada vez mais globalizadas, surgem oportunidades nunca vistas para gerar prosperidade e qualidade de vida, por meio do compartilhamento do conhecimento e do acesso à tecnologia. A questão é que essas oportunidades nem sempre estão disponíveis para uma população que não para de crescer e são acompanhadas de novos riscos à estabilidade do meio ambiente. As estatísticas que demonstram melhoria na condição de vida de muitas pessoas em todo o mundo têm como contrapartida informações alarmantes sobre o estado do meio ambiente e o permanente ônus da miséria e da fome de milhões de pessoas. Esse contraste cria um dos dilemas mais prementes do século XXI.

Um dos principais desafios do desenvolvimento sustentável é a exigência de escolhas inovadoras e novas formas de pensar. Se, por um lado, o desenvolvimento de conhecimento e de tecnologia contribui para o crescimento econômico, por outro, também pode contribuir para solucionar os riscos e danos que esse crescimento traz à sustentabilidade de nossas relações sociais e do meio ambiente. Novos conhecimentos e inovações em tecnologia, em gestão e em políticas públicas cada vez mais desafiam as organizações a fazer novas escolhas em relação ao impacto de suas operações, produtos, serviços e atividades sobre as economias, as pessoas e o planeta.

A urgência e a magnitude dos riscos e dos danos para a nossa sustentabilidade e a grande disponibilidade de opções e oportunidades tornarão a transparência sobre os impactos econômicos, ambientais e sociais componente fundamental para que haja eficácia nas relações com os stakeholders (partes interessadas)2, nas decisões sobre investimento e em outras relações de mercado. Para dar suporte a essa expectativa e para comunicar de forma clara e transparente o que se refira à sustentabilidade, é necessário compartilhar globalmente uma estrutura de conceitos, uma linguagem coerente e uma métrica. A missão da Global Reporting Initiative (GRI) é satisfazer essa necessidade, oferecendo uma estrutura confiável para a elaboração de relatórios de sustentabilidade, que possa ser usada por organizações de todos os tamanhos, setores e localidades.

A transparência em relação à sustentabilidade das atividades organizacionais é do interesse de diferentes públicos da empresa, incluindo o mercado, trabalhadores, organizações não governamentais, investidores, contadores etc. Por esse motivo, a GRI conta com a colaboração de uma vasta rede de especialistas de todos esses grupos de stakeholders, por meio de consultas que visam ao consenso. Estas, ao lado da experiência prática, têm resultado no aperfeiçoamento da Estrutura de Relatórios desde a fundação da GRI, em 1997. Essa abordagem de aprendizagem multistakeholder3 conferiu à Estrutura de Relatórios da GRI a ampla credibilidade de que desfruta entre os stakeholders.

1 Gro Harlem Brundtland (org.). Nosso Futuro Comum. Relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Rio de Janeiro, FGV, 1988.

2 N. do E. Stakeholders (partes interessadas) são definidos como as organizações ou indivíduos que podem ser significativamente afetados pelas atividades, produtos e/ou serviços da organização relatora e cujas ações possam significativamente afetar a capacidade dessa organização de implementar suas estratégias e atingir seus objetivos com sucesso. Isso inclui entidades ou indivíduos cujos direitos, nos termos da lei ou de convenções internacionais, lhes conferem legitimidade de reivindicações perante a organização.

3 N. do E. :Termo em inglês para qualificar um processo que leva em conta todos os grupos de partes interessadas.

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Visão Geral sobre Relatórios de Sustentabilidade

A Finalidade de um Relatório de SustentabilidadeElaborar relatórios de sustentabilidade é a prática de medir, divulgar e prestar contas para stakeholders internos e externos do desempenho organizacional visando ao desenvolvimento sustentável. “Relatório de sustentabilidade” é um termo amplo considerado sinônimo de outros relatórios cujo objetivo é descrever os impactos econômicos, ambientais e sociais (tripple bottom line) de uma organização, como o relatório de responsabilidade social empresarial, o balanço social etc.

Esse tipo de documento deve oferecer uma descrição equilibrada e sensata do desempenho de sustentabilidade da organização relatora, incluindo informações tanto positivas como negativas.

Um relatório de sustentabilidade baseado nas Diretrizes da GRI divulga os resultados obtidos dentro do período relatado, no contexto dos compromissos, da estratégia e da forma de gestão da organização. Entre outros propósitos, pode ser usado como:

• Padrão de referência (benchmarking) e avaliação do desempenho de sustentabilidade com respeito a leis, normas, códigos, padrões de desempenho e iniciativas voluntárias;

• Demonstração de como a organização influencia e é influenciada por expectativas de desenvolvimento sustentável;

• Comparação de desempenho dentro da organização e entre organizações diferentes ao longo do tempo.

Orientações sobre a Estrutura de Relatórios da GRI Todos os documentos que compõem a Estrutura de Relatórios da GRI são desenvolvidos por meio de um processo de busca de consenso entre os stakeholders, como empresas, investidores, trabalhadores, sociedade civil, contadores e comunidade científica, entre outros, e estão sujeitos a testes e melhoria contínua.

A Estrutura de Relatórios da GRI visa servir como um modelo amplamente aceito para a elaboração de relatórios sobre o desempenho econômico, ambiental e social de uma organização. Foi concebida para ser utilizada por organizações de qualquer porte, setor ou localidade. Leva em conta as questões práticas enfrentadas por uma série de organizações, desde pequenas empresas até grupos com operações variadas e geograficamente espalhadas, e inclui o conteúdo geral e o específico por setor, acordados globalmente por vários stakeholders, como aplicáveis na divulgação do desempenho de sustentabilidade da organização.

As Diretrizes para Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI consistem de princípios para a definição do conteúdo do relatório e a garantia da qualidade das informações relatadas. Incluem também o conteúdo do relatório, composto de indicadores de desempenho e outros itens de divulgação, além de orientações sobre temas técnicos específicos relativos à elaboração do relatório.

Figura 1: A Estrutura de Relatórios da GRI

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Os Protocolos de Indicadores fornecem definições, orientações para compilação e outras informações destinadas a auxiliar as organizações relatoras e a assegurar coerência na interpretação dos indicadores de desempenho. Os usuários das Diretrizes devem também usar os protocolos de indicadores.

Os Suplementos Setoriais complementam as Diretrizes com interpretações e orientações sobre como aplicá-las em determinado setor e incluem indicadores de desempenho específicos do setor. Os suplementos setoriais aplicáveis devem ser utilizados como complemento das Diretrizes, e não em substituição a elas.

Os Protocolos Técnicos foram criados para orientar questões referentes à elaboração do documento, como o estabelecimento de limites do relatório. Devem ser usados junto com as Diretrizes e suplementos setoriais e abordam questões com as quais a maioria das organizações depara durante o processo de elaboração do relatório.

Orientações sobre as Diretrizes da GRI

As Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade compreendem os princípios, as orientações e os indicadores de desempenho. Todos esses elementos têm o mesmo peso e importância.

Parte 1 – Definição de Conteúdo, Qualidade e Limite do Relatório

Três elementos principais do processo de elaboração do relatório são descritos na Parte 1. Para ajudar a determinar o que relatar, essa parte abrange os princípios de materialidade, de inclusão dos stakeholders, de contexto da sustentabilidade e de abrangência, com um pequeno conjunto de testes para cada um. A aplicação desses princípios determina os temas e indicadores a ser divulgados. Os princípios de equilíbrio, de comparabilidade, de exatidão, de periodicidade, de confiabilidade e de clareza, juntamente com os testes, podem ser usados em favor da qualidade das informações relatadas. A Parte 1 termina com as orientações para as organizações relatoras sobre como definir as unidades de negócios contempladas no relatório (também chamada Limite do Relatório).

Figura 2: Visão Geral das Diretrizes da GRI

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Parte 2 – Conteúdo do Relatório

A Parte 2 traz o conteúdo que deve ser incluído no relatório de sustentabilidade. As Diretrizes identificam as informações a ser divulgadas, que são relevantes e essenciais para a maioria das organizações e do interesse da maior parte dos stakeholders, em três categorias de conteúdo:

• Perfil − Informações que estabelecem o contexto geral para a compreensão do desempenho organizacional, tais como sua estratégia, perfil e governança;

• FormadeGestão − Conteúdo que descreve o modo como a organização trata determinado conjunto de temas para fornecer o contexto para a compreensão do desempenho em uma área específica;

• IndicadoresdeDesempenho − Informações comparáveis sobre o desempenho econômico, ambiental e social da organização.

Aplicação das Diretrizes Como Começar

Todas as organizações (privadas, públicas ou sem fins lucrativos), independentemente de porte, setor ou localidade, são incentivadas a elaborar relatórios segundo as Diretrizes da GRI, sejam iniciantes ou experientes. O relatório pode assumir vários formatos: impresso ou publicado na internet, separado ou como parte do relatório anual ou financeiro.

O primeiro passo é determinar seu conteúdo. As orientações para esse fim estão contidas na Parte 1. Algumas organizações podem optar por fazer seu relatório desde o início da Estrutura de Relatórios da GRI, seguindo todos os temas nela contidos, enquanto outras talvez prefiram começar pelos temas mais viáveis e práticos, introduzindo outros gradualmente. Todas deverão descrever o escopo de seu relatório e são estimuladas a indicar seus planos de ampliação dos relatórios ao longo do tempo.

Níveis de Aplicação da GRI

Após a finalização do documento, os relatores deverão declarar o nível de aplicação da Estrutura de Relatórios da GRI por meio do sistema de níveis de aplicação da GRI. Esse sistema pretende fornecer:

• Aos usuários do relatório: clareza sobre até que ponto as Diretrizes da GRI e outros elementos da Estrutura de Relatórios foram aplicados em sua elaboração;

• Aos relatores: uma visão ou caminho para a expansão progressiva da aplicação da Estrutura de Relatórios da GRI ao longo do tempo.

Declarar o nível de aplicação implica uma comunicação clara e transparente de quais elementos da Estrutura de Relatórios da GRI foram aplicados na elaboração do relatório. Para atender às necessidades de relatores iniciantes, intermediários e avançados, o sistema apresenta três níveis, intitulados C, B e A. Os critérios de relato encontrados em cada um dos níveis indicam a evolução da aplicação ou cobertura da Estrutura de Relatórios da GRI. Uma organização poderá autodeclarar um ponto a mais (+) em cada nível (por exemplo, C+, B+, A+), caso tenha sido utilizada verificação externa4.

Uma organização autodeclara um nível de relato baseada em sua própria avaliação do conteúdo de seu relatório, segundo os critérios dos níveis de aplicação da GRI.

4 Para mais informações sobre opções de verificação, ver a seção sobre verificação em “Esclarecimentos Gerais sobre a Elaboração de Relatórios”.

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Além da autodeclaração, as organizações poderão escolher uma ou ambas as opções a seguir:

• Por meio de verificação externa, obter um parecer a respeito da autodeclaração;

• Solicitar à GRI que examine a autodeclaração.

Mais informações sobre os níveis de aplicação e os critérios completos podem ser encontrados no documento “Níveis de Aplicação da GRI”, no site www.globalreporting.org.

Solicitação para Notificação de Uso

Solicita-se às organizações que usaram as Diretrizes e/ou outros elementos da Estrutura de Relatórios da GRI como base para seus relatórios que notifiquem a Global Reporting Initiative no momento de sua publicação. Para tanto, poderão escolher uma ou todas as seguintes opções:

• Simplesmente notificar a GRI acerca do relatório e fornecer uma cópia em papel e/ou em formato eletrônico;

• Registrá-lo no banco de dados de relatórios on-line da GRI;

• Solicitar à GRI que examine seu nível de aplicação autodeclarado.

Maximização do Valor do Relatório

O relatório de sustentabilidade é um processo e uma ferramenta vivos, que não se inicia nem termina com uma publicação impressa ou on-line. Sua elaboração deverá se enquadrar em um processo mais amplo de estabelecimento de estratégia organizacional, implementação de planos de ação e avaliação de resultados. O relatório possibilita uma sólida avaliação do desempenho da organização e pode dar suporte à melhoria contínua do desempenho ao longo do tempo. Também serve como ferramenta para engajar stakeholders e assegurar uma contribuição útil a processos organizacionais.

Parte 1: Definição de Conteúdo, Qualidade e Limite do Relatório

Esta parte apresenta princípios e orientações para a elaboração do relatório referentes ao conteúdo, à garantia da qualidade das informações relatadas e ao estabelecimento do limite do relatório.

As orientações para o relatório descrevem as medidas a serem tomadas ou opções que a organização pode considerar ao decidir o que relatar, geralmente ajudando na interpretação e no uso das Diretrizes para Elaboração de Relatório da GRI. Esclarece quanto à definição do conteúdo e ao estabelecimento do limite do relatório.

Os princípios de relatório descrevem os resultados que um relatório deverá atingir e orientam as decisões ao longo de seu processo de elaboração, como que temas e indicadores relatar e a forma de relatá-los. Cada um dos princípios compreende uma definição, uma explicação e um conjunto de testes para que a organização possa avaliar o próprio uso desses princípios. O objetivo é que os testes sejam utilizados como ferramentas de autodiagnóstico, e não como itens específicos a ser relatados. Os testes podem, entretanto, servir como referência para explicar decisões quanto à aplicação desses princípios.

Juntos, os princípios visam ajudar a atingir transparência – o valor e o objetivo que permeiam todos os aspectos de um relatório de sustentabilidade. Define-se a transparência como a divulgação completa de informações sobre os temas e indicadores necessários para refletir impactos e possibilitar a tomada de decisões pelos stakeholders, bem como sobre os processos, procedimentos e hipóteses usados na preparação dessa divulgação.

Os princípios estão organizados em dois grupos:

• Princípios para determinar que temas e indicadores a organização deverá relatar;

• Princípios para assegurar a qualidade e a adequada apresentação das informações relatadas.

Os princípios foram agrupados dessa forma para ajudar a esclarecer seus papéis e funções, mas isso não significa uma restrição rígida ao seu uso. Cada um deles pode apoiar um conjunto de decisões e se mostrar útil em questões que vão além da simples definição de conteúdo do relatório e da garantia da qualidade das informações relatadas.

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1.1 Definição do Conteúdo do Relatório

Deve-se determinar o conteúdo a ser coberto pelo relatório para assegurar uma apresentação equilibrada e razoável do desempenho da organização. Para isso, é preciso considerar tanto os propósitos e a experiência da organização relatora como os interesses legítimos e as expectativas procedentes de seus stakeholders. Ambos são importantes pontos de referência na decisão quanto ao que incluir no relatório.

Orientações

O uso da Estrutura de Relatórios da GRI na preparação de relatórios de sustentabilidade deve obedecer a abordagem abaixo. Orientações mais detalhadas sobre definição de conteúdo podem ser encontradas no Protocolo Técnico – Aplicação dos Princípios do Conteúdo de Relatório.

• Identifique os temas e respectivos indicadores que sejam relevantes, e portanto devam ser relatados, por meio de um processo interativo compatível com os princípios de materialidade, de inclusão dos stakeholders e de contexto da sustentabilidade e com as orientações para o estabelecimento do limite do relatório;

• Ao identificar os temas, considere a relevância de todos os aspectos do indicador identificados nas Diretrizes da GRI e nos suplementos setoriais aplicáveis. Considere também outros temas que sejam importantes para o relatório, se houver;

• A partir do conjunto de temas e indicadores relevantes identificados, aplique os testes apresentados para cada princípio a fim de avaliar quais temas e indicadores devem ser relatados;

• Use os princípios para priorizar os temas selecionados e decidir quais informações deverão ser enfatizadas.

• Os métodos ou processos específicos usados para avaliar a materialidade deverão:

• diferir para cada organização e poder ser definidos por ela;

• sempre levar em conta as orientações e os testes encontrados nos princípios de relatório da GRI;

• ser divulgados.

Ao aplicar essa abordagem:

• Diferencie entre indicadores essenciais e adicionais. Todos os indicadores foram desenvolvidos pela GRI em processos multistakeholders, e aqueles designados como essenciais são geralmente aplicáveis e considerados relevantes pela maioria das organizações. A organização deve incluí-los em seu relato, a menos que sejam considerados não relevantes, com base nos princípios de relatório. Indicadores adicionais também poderão ser considerados essenciais, dependendo do contexto da organização;

• Os indicadores das versões finais dos suplementos setoriais são considerados essenciais e deverão ser aplicados usando-se a mesma abordagem dos indicadores essenciais encontrada nas Diretrizes;

• Todas as outras informações (como indicadores específicos da empresa) deverão estar sujeitas aos mesmos princípios de relatório e ter o mesmo rigor técnico das Diretrizes da GRI;

• Verifique se as informações a ser relatadas e o limite do relatório são apropriados, aplicando o princípio da abrangência.

Figura 3: Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório

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Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório

Cada um dos princípios compreende uma definição, uma explicação e um conjunto de testes para orientar seu uso. O objetivo é que os testes sejam utilizados como ferramentas de autodiagnóstico, e não como itens específicos de divulgação a serem relatados. Os princípios devem ser usados junto com as orientações para a definição do conteúdo.

MateRialidade

Definição: As informações no relatório devem cobrir temas e indicadores que:

· Reflitam os impactos econômicos, ambientais e sociais significativos da organização ou que

· Possam influenciar de forma substancial as avaliações dos stakeholders .

Explicação: As organizações encontram uma série de temas que podem relatar. Os temas e indicadores relevantes são os que podem ser considerados importantes por refletir os impactos econômicos, ambientais e sociais da organização ou por influenciar as decisões dos stakeholders, merecendo, portanto, ser incluídos no relatório. A materialidade é o limitar a partir do qual tópicos ou indicadores se tornam suficientemente expressivos para serem relatados. A partir desse limiar, nem todos os temas relevantes terão igual importância e a ênfase dentro do relatório deverá refletir a prioridade relativa desses temas e indicadores relevantes.

Em relatórios financeiros, a materialidade costuma ser compreendida como o limiar a partir do qual se influenciam as decisões econômicas dos usuários de demonstrações financeiras, em especial investidores. O conceito de limiar também é importante em relatórios de sustentabilidade, mas diz respeito a uma gama mais vasta de impactos e de stakeholders. A materialidade para relatórios de sustentabilidade não se restringe aos temas da sustentabilidade que têm impacto financeiro significativo na organização. Determiná-la inclui ainda considerar impactos econômicos, ambientais e sociais que ultrapassam o limiar que afeta a capacidade de “satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Esses tópicos relevantes frequentemente terão impacto financeiro significativo de curto e longo prazo na organização. Serão, portanto, relevantes também para os stakeholders que focam estritamente na situação financeira da organização.

Para determinar se uma informação é relevante, deve-se utilizar uma combinação de fatores internos e externos, entre os quais a missão geral e a estratégia competitiva da organização, preocupações expressas diretamente pelos stakeholders, expectativas sociais mais amplas e o raio de influência da organização sobre entidades tanto upstream (a cadeia de suprimentos, por exemplo) quanto downstream (como os clientes). As avaliações de materialidade também deverão levar em conta as expectativas básicas expressas em normas e acordos internacionais que a organização deve cumprir.

Na avaliação da importância das informações, esses fatores internos e externos devem ser considerados com base no quanto eles traduzem os impactos econômicos, ambientais e sociais significativos ou os processos decisórios dos stakeholders6. Metodologias já estabelecidas podem ser usadas para avaliar a importância dos impactos. Geralmente, “impactos significativos” são aqueles sujeitos a uma preocupação permanente por parte das comunidades de especialistas ou que tenham sido identificados por meio de ferramentas estabelecidas, como metodologias de avaliação de impacto ou análise de ciclos de vida. Os impactos suficientemente importantes para exigir uma gestão ativa ou comprometimento por parte da organização provavelmente serão considerados significativos.

O relatório deverá enfatizar as informações sobre desempenho referentes aos temas mais relevantes. Outros temas relevantes poderão ser incluídos, mas com menor destaque. A organização deverá explicar seus processos para a determinação da prioridade relativa de temas em seu relatório.

5 Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso Futuro Comum. Oxford: Oxford University Press, 1987, p. 43.6 Para uma discussão acerca de stakeholders, ver o princípio da inclusão dos stakeholders.

Figura 4: Definindo Materialidade

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Além de orientar a seleção de temas a relatar, o princípio de materialidade se aplica ao uso dos indicadores de desempenho. Um relatório poderá apresentar vários graus de abrangência e detalhamento na divulgação de desempenho. Em alguns casos, há uma orientação da GRI com um nível de detalhamento usualmente considerado adequado para um indicador específico. De modo geral, as decisões sobre como relatar os dados devem ser baseadas no quanto uma informação é importante para a avaliação do desempenho da organização e quanto ela facilita comparações adequadas.

O relato de temas relevantes poderá envolver a divulgação de informações usadas por stakeholders externos diferentes das utilizadas internamente no processo cotidiano de gestão. Entretanto, tais informações fazem, de fato, parte do relatório, pois vão transmitir avaliações e processos decisórios de stakeholders, ou dar apoio ao seu engajamento, podendo resultar em ações capazes de influenciar de forma significativa o desempenho ou abordar temas fundamentais para os stakeholders.

Testes

Na definição de temas relevantes, leve em conta fatores como:

R Impactos, riscos ou oportunidades de sustentabilidade avaliados de forma adequada (como aquecimento global, HIV-aids, pobreza), identificados por meio de pesquisa confiável, feita por especialistas de renome ou por órgãos especializados com credibilidade no setor

Importância para os stakeholders, incluindo:

RPrincipais interesses/tópicos e indicadores de sustentabilidade levantados pelos stakeholders (como grupos vulneráveis dentro das comunidades locais, sociedade civil);

RPrincipais temas e futuros desafios do setor relatados por pares e pela concorrência;

RRegulamentos, leis, acordos internacionais ou acordos voluntários com importância estratégica para a organização e seus stakeholders;

Importância para a organização, incluindo:

RPrincipais valores, políticas e estratégias organizacionais, sistemas de gestão operacional, objetivos e metas;

R Interesses/expectativas de stakeholders envolvidos diretamente no sucesso da organização (como empregados, acionistas e fornecedores);

RPrincipais riscos para a organização;

RFatores críticos para o sucesso organizacional;

RCompetências essenciais da organização e a forma como contribuem para o desenvolvimento sustentável.

Priorização

RO relatório prioriza temas e indicadores relevantes.

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inclusão dos stakeholdeRs

A organização relatora deve identificar seus stakeholders e explicar no relatório que medidas foram tomadas em resposta a seus interesses e expectativas procedentes.

Explicação

Os stakeholders são definidos como organizações ou indivíduos que possam ser significativamente afetados pelas atividades, produtos e/ou serviços da organização e cujas ações possam afetar significativamente a capacidade da organização de implementar suas estratégias e atingir seus objetivos com sucesso. Isso inclui organizações ou indivíduos cujos direitos nos termos da lei ou de convenções internacionais lhes conferem legitimidade de reivindicações perante a organização.

Os stakeholders podem incluir tanto as partes diretamente envolvidas nas operações da organização (como empregados, acionistas e fornecedores) quanto as que mantém outros tipos de relacionamento com ela (como grupos vulneráveis dentro das comunidades locais, sociedade civil).

Os interesses e expectativas procedentes dos stakeholders são uma referência fundamental para muitas decisões no decorrer da elaboração do relatório, como, por exemplo, sobre o escopo, o limite, a aplicação dos indicadores e a abordagem de verificação. Todavia, nem todos os stakeholders de uma organização usarão o relatório. Isso impõe o desafio de equilibrar os interesses/expectativas específicos dos stakeholders que, espera-se, farão uso do relatório, com as maiores expectativas de prestar contas a todos os stakeholders.

Para algumas decisões, tais como o escopo ou o limite do relatório, os interesses e expectativas procedentes de uma vasta gama de stakeholders deverão ser considerados. Poderá haver, por exemplo, stakeholders que não consigam articular seus pontos de vista sobre o relatório e cujas preocupações serão apresentadas por representantes. Ou stakeholders que optem por não expressar seus pontos de vista sobre o relatório porque dependem de diferentes canais de comunicação e engajamento. Ainda assim, os interesses e expectativas procedentes desses stakeholders deverão ser reconhecidos nas decisões sobre o conteúdo do relatório. Entretanto, outras definições, como o nível de detalhamento para que o relatório seja útil para os stakeholders ou as expectativas de diferentes stakeholders sobre o que é necessário para torná-lo claro, poderão exigir uma ênfase maior naqueles

que, espera-se, farão uso do relatório. É importante documentar os processos e a forma como as decisões foram tomadas.

O processo de engajamento dos stakeholders pode servir como ferramenta para a compreensão de seus interesses e expectativas procedentes. As organizações costumam promover diferentes formas de engajamento dos stakeholders como parte de suas atividades normais − com vistas ao cumprimento de normas internacionais, por exemplo, ou ao informar sobre processos organizacionais/de negócios em andamento −, o que pode fornecer subsídios úteis para as decisões acerca do relatório. Além disso, esse engajamento poderá ser implementado especificamente para subsidiar o processo de elaboração do relatório. As organizações também podem lançar mão de outros meios, como a mídia, a comunidade científica ou atividades colaborativas com pares e stakeholders, que ajudariam na compreensão de seus interesses e expectativas procedentes.

Para que o relatório seja passível de verificação, o processo de engajamento terá de ser documentado. Quando os processos de engajamento dos stakeholders são usados para a elaboração do relatório, eles devem se basear em abordagens, metodologias ou princípios sistemáticos ou amplamente aceitos. A abordagem geral deverá ser suficientemente eficaz para assegurar que as necessidades de informação dos stakeholders sejam adequadamente compreendidas. A organização relatora precisa documentar sua abordagem para definir com quais stakeholders se engajou, como e quando, e de que modo esse engajamento influenciou o conteúdo do relatório e as atividades de sustentabilidade da organização. Esses processos deverão ser capazes de identificar subsídios diretos dados pelos stakeholders, assim como expectativas legitimamente estabelecidas pela sociedade. A organização poderá encontrar visões conflitantes ou expectativas distintas entre seus stakeholders e precisará explicar como buscou equilibrar esses fatores nas decisões tomadas na elaboração do relatório.

A não identificação e o não engajamento de stakeholders diminuem as chances de o relatório estar adequado às suas necessidades, não tendo, dessa forma, total credibilidade entre todas as partes. O engajamento sistemático dos stakeholders, ao contrário, aumenta a receptividade e a utilidade do relatório. Este, quando executado de maneira apropriada, resultará provavelmente em

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aprendizagem contínua dentro e fora da organização e numa melhor prestação de contas para vários stakeholders. A prestação de contas fortalece a confiança entre a organização relatora e seus stakeholders, e essa confiança, por sua vez, fortalece a credibilidade do relatório.

Testes:

RA organização pode descrever os stakeholders aos quais considera que deva prestar contas;

RO conteúdo do relatório utiliza os resultados dos processos de engajamento dos stakeholders usados pela organização em suas atividades contínuas, conforme exigido pela estrutura legal e institucional dentro da qual ela opera;

RO conteúdo do relatório utiliza os resultados de quaisquer processos de engajamento de stakeholders empreendidos especificamente para sua confecção;

ROs processos de engajamento de stakeholders que subsidiam decisões sobre o relatório são coerentes com seu escopo e limite.

contexto da sustentabilidade

O relatório deverá apresentar o desempenho da organização no contexto mais amplo da sustentabilidade.

Explicação

As informações sobre o desempenho deverão ser contextualizadas. A pergunta subjacente aos relatórios de sustentabilidade é de que modo a organização contribui ou pretende contribuir no futuro para a melhora ou deterioração das condições econômicas, ambientais e sociais em nível local, regional ou global. O simples relato de tendências no desempenho individual (ou na eficiência da organização) não responderá a essa questão. Os relatórios devem, portanto, buscar expressar o desempenho em relação a conceitos mais amplos de sustentabilidade. Isso envolve a discussão do desempenho da organização no contexto dos limites e demandas relativos aos recursos ambientais ou sociais em nível setorial, local, regional ou global. Por exemplo, além de relatar tendências em ecoeficiência, a organização poderia apresentar sua carga total de poluição em relação à capacidade do ecossistema regional de absorver o poluente.

Esse conceito é articulado de forma mais clara na área ambiental, em termos de limites globais para o uso de recursos e para níveis de poluição, mas também pode ser relevante no que diz respeito a metas sociais e econômicas, como os objetivos nacionais ou internacionais de desenvolvimento socioeconômico e sustentável. Por exemplo, a organização poderia relacionar os níveis dos salários e benefícios sociais dos empregados aos níveis de renda mínima e média nacionais e à capacidade das redes de proteção social de absorver os miseráveis ou os que vivem próximo da linha de pobreza. As organizações que operam em várias localidades e setores, com portes variados, devem considerar como melhor enquadrar seu desempenho organizacional geral dentro de um contexto mais amplo de sustentabilidade. Isso pode tornar necessária a distinção entre os temas ou fatores que causam impactos globais (como a mudança climática) e os que geram impactos regionais ou locais (como o desenvolvimento da comunidade). Ao relatar temas que têm impactos locais positivos ou negativos, é importante comunicar como a organização afeta as comunidades em diferentes locais. Da mesma forma, pode ser necessário distinguir entre tendências ou padrões de impactos ao longo de todas as operações em contraste com a contextualização do desempenho de local para local.

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A própria estratégia de negócios e sustentabilidade da organização fornece o contexto para a discussão de desempenho. A relação entre sustentabilidade e estratégia organizacional deverá ser clara, assim como o contexto dentro do qual o desempenho é relatado.

Testes:

R A organização apresenta seu entendimento de desenvolvimento sustentável e utiliza as melhores informações e medidas de desenvolvimento sustentável disponíveis para os temas abordados no relatório;

R A organização apresenta seu desempenho com referência a condições e objetivos de desenvolvimento sustentável mais amplos, conforme aparecem em publicações setoriais, locais, regionais e/ou globais de destaque;

R A organização apresenta seu desempenho de modo a comunicar a magnitude de seu impacto e sua contribuição em contextos geográficos apropriados;

R O relatório descreve como os temas de sustentabilidade se relacionam com a estratégia, riscos e oportunidades de longo prazo da organização, incluindo temas da cadeia de suprimentos.

abRanGÊncia

A cobertura dos temas e indicadores relevantes, assim como a definição do limite do relatório, deverá ser suficiente para refletir os impactos econômicos, ambientais e sociais significativos e permitir que os stakeholders avaliem o desempenho da organização no período analisado.

Explicação

A “abrangência” é composta principalmente por dimensões como escopo, limite e tempo. O conceito de abrangência poderá também ser usado para se referir a práticas na coleta de informações (por exemplo, assegurando que os dados compilados incluam resultados de todos os locais dentro do limite do relatório) e se a apresentação das informações é aceitável e apropriada. Esses temas estão relacionados à qualidade do relatório e são tratados detalhadamente nos princípios de exatidão e equilíbrio na Parte 1.

O “escopo” se refere à gama de temas de sustentabilidade contidos em um relatório. A soma dos temas e indicadores relatados deverá ser suficiente para refletir os impactos econômicos, ambientais e sociais significativos, bem como permitir que os stakeholders avaliem o desempenho da organização. A decisão quanto às informações contidas no relatório serem suficientes ou não deverá basear-se tanto nos resultados dos processos de engajamento dos stakeholders como em expectativas sociais mais amplas, que possam não ter surgido diretamente no processo de engajamento dos stakeholders.

O “limite” se refere às unidades de negócios (subsidiárias, joint ventures, empresas contratadas etc.) cujo desempenho é declarado pelo relatório. Ao estabelecer o limite de seu relatório, a organização deverá considerar a gama de entidades sobre as quais tem controle (geralmente chamada de “limite organizacional”, vinculado a definições usadas em relatórios financeiros) e a gama de entidades sobre as quais exerce influência (geralmente chamada de “limite operacional”). Ao avaliar influência, a organização tem de considerar sua capacidade de influenciar entidades tanto upstream (a cadeia de suprimentos, por exemplo) como downstream (os distribuidores e usuários de seus produtos e serviços, por exemplo). O limite pode variar dependendo do tipo de informação ou do aspecto específico relatado.

O “tempo” se refere à necessidade de as informações selecionadas estarem completas em relação ao período especificado no relatório. Na medida do possível, atividades, eventos e impactos deverão ser reportados de acordo com o período coberto pelo relatório. Isso inclui atividades que causem mínimo impacto a curto

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

prazo, mas que terão efeito cumulativo expressivo e razoavelmente previsível, o qual pode tornar-se inevitável ou irreversível a longo prazo (como poluentes biocumulativos ou persistentes). Ao abordar impactos futuros (positivos e negativos), as informações deverão basear-se em estimativas criteriosas que reflitam o provável tamanho, natureza e escopo dos impactos. Ainda que especulativas por natureza, essas estimativas poderão fornecer informações úteis para o processo decisório, desde que seus critérios sejam claramente divulgados e suas limitações claramente reconhecidas. A divulgação da natureza e probabilidade de tais impactos, mesmo que eles só venham a se materializar no futuro, é coerente com o objetivo de oferecer uma declaração equilibrada e razoável do desempenho econômico, ambiental e social da organização.

Testes:

RO relatório foi desenvolvido levando-se em conta toda a cadeia de organizações upstream e downstream e abrange todas as informações que poderiam ser consideradas relevantes com base nos princípios de materialidade, de contexto da sustentabilidade e de inclusão dos stakeholders;

R O relatório inclui todas as organizações sujeitas ao controle ou à influência significativa da organização relatora, salvo declaração em contrário;

R As informações no relatório incluem todas as ações ou eventos significativos no período coberto e estimativas de impactos futuros expressivos de eventos passados, quando estes são razoavelmente previsíveis e podem se tornar inevitáveis ou irreversíveis;

RO relatório não omite dados relevantes que influenciariam as avaliações ou decisões dos stakeholders ou refletiriam impactos econômicos, ambientais e sociais significativos.

1.2 Princípios para Assegurar a Qualidade do Relatório

Esta seção contém princípios que orientam escolhas para assegurar a qualidade das informações relatadas, incluindo sua apresentação. As decisões relativas ao processo de preparação das informações no relatório deverão ser coerentes com esses princípios. Todos eles são fundamentais para uma transparência efetiva. A qualidade das informações possibilita que os stakeholders realizem avaliações de desempenho consistentes e justas e tomem as medidas adequadas.

equilíbRio

O relatório deverá refletir aspectos positivos e negativos do desempenho da organização, de modo a permitir uma avaliação equilibrada do desempenho geral.

Explicação

A apresentação geral do conteúdo do relatório deverá retratar de modo imparcial o desempenho da organização. É preciso evitar escolhas, omissões ou formatos de apresentação que tendam a influenciar indevida ou inapropriadamente uma decisão ou julgamento por parte do leitor. O relatório deve incluir resultados tanto favoráveis quanto desfavoráveis e abordar temas que possam influenciar as decisões dos stakeholders proporcionalmente à sua materialidade. Os relatórios têm de fazer uma clara distinção entre a apresentação objetiva dos fatos e a interpretação das informações por parte da organização relatora.

Testes

RO relatório divulga resultados e temas tanto favoráveis quanto desfavoráveis;

RAs informações são apresentadas num formato que permite aos usuários ver tendências positivas e negativas no desempenho de ano para ano;

RA ênfase em diferentes temas do relatório é proporcional à sua materialidade.

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coMpaRabilidade

As questões e informações deverão ser selecionadas, compiladas e relatadas de forma consistente. As informações relatadas deverão ser apresentadas de modo que permita aos stakeholders analisar mudanças no desempenho da organização ao longo do tempo e subsidiar análises sobre outras organizações.

Explicação

A comparabilidade é necessária para a avaliação de desempenho. Os stakeholders que usarem o relatório deverão poder comparar as informações sobre o atual desempenho econômico, ambiental e social da organização com o anterior, com seus objetivos e, na medida do possível, com o desempenho de outras organizações. A consistência no relato permite às partes internas e externas comparar o desempenho e avaliar progressos como parte das atividades de classificação, decisões de investimento, programas de defesa de direitos ou conscientização (advocacy programs), entre outras. Comparações entre organizações exigem sensibilidade a fatores como diferenças de porte, influências geográficas e outras considerações que possam afetar o desempenho relativo de cada uma. Quando necessário, os relatores deverão fornecer um contexto que ajude os usuários dos relatórios a compreender fatores que possam contribuir para as diferenças de desempenho entre organizações.

A manutenção da consistência nos métodos utilizados para os cálculos de dados, no layout do relatório e na explicação dos métodos e hipóteses usados na preparação das informações facilita a comparabilidade ao longo do tempo. Como a importância relativa de temas para uma dada organização e seus stakeholders muda de um período para outro, o conteúdo dos relatórios também evoluirá. Entretanto, dentro dos limites do princípio de materialidade, as organizações deverão visar à consistência em seus relatórios ao longo do tempo. É preciso incluir números totais (ou seja, dados absolutos, tais como toneladas de resíduos) e também proporções (ou seja, dados normalizados, como resíduos por unidade de produção) para possibilitar comparações analíticas.

Quando forem alterados o limite, o escopo, a duração do período coberto pelo relatório ou seu conteúdo (inclusive design, definições e uso de quaisquer indicadores), as organizações relatoras devem, na medida do possível, reformular seus informes atuais junto com dados históricos, ou vice-versa. Essa medida irá assegurar que as informações e comparações sejam confiáveis e significativas ao longo do tempo. Onde tais reformulações não forem feitas, o relatório deverá explicar as razões e implicações para a interpretação dos informes atuais.

Figura 5: Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório

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Testes

RO relatório e as informações nele contidas podem ser comparados de um ano para outro;

RO desempenho da organização pode ser comparado com padrões de referência (benchmarks) apropriados;

RQualquer variação significativa entre relatórios com respeito a limite, escopo, duração do período analisado ou informações cobertas pode ser identificada e explicada;

RO relatório utiliza, quando disponíveis, protocolos geralmente aceitos para compilação, medição e apresentação de informações, incluindo os protocolos técnicos da GRI para indicadores contidos nas Diretrizes;

RO relatório usa suplementos setoriais da GRI, quando disponíveis.

exatidão

As informações deverão ser suficientemente precisas e detalhadas para que os stakeholders avaliem o desempenho da organização relatora.

Explicação

As respostas a temas e indicadores econômicos, ambientais e sociais podem ser expressas de muitas maneiras, desde respostas qualitativas até medições quantitativas detalhadas. As características que determinam a exatidão variam de acordo com a natureza das informações e o usuário delas. Por exemplo, a precisão das informações qualitativas é, em grande parte, determinada pelo grau de clareza, detalhamento e equilíbrio de sua apresentação dentro do adequado limite do relatório. Por outro lado, o rigor das informações quantitativas pode depender dos métodos específicos usados para coletar, compilar e analisar dados. O nível de exatidão necessário dependerá, em parte, do uso que se pretende fazer das informações. Certas decisões exigirão um nível mais alto em determinadas informações relatadas do que em outras.

Testes

RO relatório indica quais dados foram medidos;

RAs técnicas de medição de dados e as bases de cálculo são descritas adequadamente e podem ser reproduzidas com resultados semelhantes;

RA margem de erro para dados quantitativos não é suficiente para influenciar substancialmente a capacidade dos stakeholders de chegar a conclusões adequadas e consistentes sobre o desempenho;

RO relatório indica quais dados foram estimados e que hipóteses e técnicas foram usadas na elaboração dessas estimativas ou onde as informações podem ser encontradas;

RAs declarações qualitativas do relatório são válidas com base em outras informações relatadas e em documentação disponível.

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peRiodicidade

O relatório é publicado regularmente e as informações são disponibilizadas a tempo para que os stakeholders tomem decisões fundamentadas.

Explicação

A utilidade das informações está intimamente ligada ao fato de o momento de sua divulgação permitir aos stakeholders integrá-las eficazmente ao seu processo decisório. O momento da divulgação se refere tanto à regularidade do relatório como à atualidade dos eventos nele descritos.

Embora seja desejável um fluxo permanente de informações para satisfazer certos propósitos, as organizações relatoras deverão se comprometer a fornecer regularmente informação consolidada sobre seu desempenho econômico, ambiental e social em algum momento específico. A consistência na periodicidade dos relatórios e na duração dos períodos cobertos também é fundamental para assegurar tanto a comparabilidade das informações ao longo do tempo como a acessibilidade do relatório entre os stakeholders. Pode ser igualmente relevante para os stakeholders que o calendário dos relatórios financeiro e de sustentabilidade esteja alinhado. A organização deve equilibrar a necessidade de fornecer informações seguindo um calendário com a importância de assegurar que as informações sejam confiáveis.

Testes

RAs informações constantes no relatório estão sendo divulgadas enquanto são ainda recentes em relação ao período coberto pelo relatório;

RA coleta e a divulgação das informações fundamentais sobre o desempenho são compatíveis com o cronograma dos relatórios de sustentabilidade;

RAs informações constantes no relatório (incluindo os informes publicados via internet) mostram claramente o período de tempo a que se referem, quando serão atualizadas e quando foram feitas as últimas atualizações.

claReza

As informações deverão estar disponíveis de uma forma que seja compreensível e acessível aos stakeholders que fizerem uso do relatório.

Explicação

O relatório (quer impresso, quer em outras mídias) deverá apresentar as informações de forma compreensível, acessível e utilizável pelos stakeholders da organização. As informações desejadas deverão ser encontradas sem demasiado esforço e apresentadas de maneira clara para os stakeholders que detêm um conhecimento razoável a respeito da organização e de suas atividades. Os gráficos e as tabelas de dados consolidados podem ajudar a tornar as informações do relatório acessíveis e compreensíveis. O nível de agregação das informações também pode afetar a clareza do relatório caso elas sejam significativamente mais ou menos detalhadas do que os stakeholders esperam.

Testes

RO relatório contém o nível necessário de informações para atender às expectativas dos stakeholders, mas evita detalhes excessivos e desnecessários;

ROs stakeholders podem encontrar as informações específicas que desejam sem demasiado esforço, por meio de índices, mapas, links ou outras ferramentas;

RO relatório evita vocabulário técnico, siglas, jargões e outros termos que tendem a ser pouco conhecidos pelos stakeholders e inclui explicações (quando necessário) na seção em questão ou num glossário;

ROs dados e informações do relatório estão disponíveis aos stakeholders, inclusive aos que têm necessidades específicas de acessibilidade (habilidades, idiomas e tecnologias diferentes).

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confiabilidade

As informações e processos usados na preparação do relatório deverão ser coletados, registrados, compilados, analisados e divulgados de uma forma que permita sua revisão e estabeleça a qualidade e materialidade das informações.

Explicação

Os stakeholders deverão ter a certeza de que o relatório poderá ser verificado para que se estabeleça a confiabilidade de seu conteúdo e se saiba até que ponto os princípios de relatório da GRI foram aplicados. As informações e dados incluídos deverão ser apoiados por controles ou documentação internos que possam ser analisados por outras partes que não as que elaboraram o relatório. Informações sobre o desempenho que não sejam embasadas por comprovação não deverão constar no relatório de sustentabilidade, salvo se apresentarem informações relevantes e o relatório trouxer explicações inequívocas de quaisquer dúvidas relacionadas a elas. Os processos decisórios subjacentes ao relatório deverão ser documentados de uma forma que permita analisar em que foram baseadas as decisões fundamentais (tais como os processos para determinar o conteúdo e o limite do relatório e o engajamento dos stakeholders). Ao desenvolver seu sistema de informação, a organização relatora deve prever verificação externa.

Testes

RA abrangência da verificação externa está identificada;

RA fonte original das informações do relatório pode ser identificada pela organização;

RA organização pode fornecer comprovações que embasam hipóteses ou cálculos complexos;

REncontra-se disponível uma declaração por parte de quem forneceu os dados ou informações originais, atestando sua confiabilidade ou exatidão dentro de margens de erro aceitáveis.

1.3 Orientações para o Estabelecimento do Limite do Relatório7 Ao mesmo tempo em que define o conteúdo de um relatório, cabe à organização determinar o desempenho de quais unidades de negócios (como subsidiárias e joint ventures) será apresentado no documento. O relatório deverá incluir as organizações sobre as quais a relatora exerce controle ou influência significativa, tanto diretamente quanto por meio de seus relacionamentos com várias organizações upstream (como a cadeia de suprimentos) e downstream (como distribuição e consumidores).

Para o estabelecimento de limites, as seguintes definições são aplicadas8:

• Controle − O poder de dirigir as políticas financeiras e operacionais de um empreendimento para obter benefícios de suas atividades;

• Influência significativa − O poder de participar nas decisões de políticas financeiras e operacionais da entidade, mas sem controle sobre essas políticas.

As orientações para o estabelecimento do limite do relatório fazem parte do relatório como um todo, assim como o estabelecimento do limite para indicadores de desempenho individuais.

Nem todas as entidades devem ser tratadas da mesma maneira no relatório. A abordagem usada para incluir uma organização (unidades de negócios, joint ventures, fornecedores, clientes etc.) dependerá da combinação do controle ou influência da organização relatora sobre ela e se a divulgação se relaciona ao desempenho operacional, desempenho de gestão ou informações narrativas/descritivas. As orientações sobre a abrangência do relatório baseiam-se no reconhecimento de que diferentes relações envolvem diferentes graus de acesso às informações e de capacidade de influenciar os resultados. Por exemplo, informações operacionais como dados sobre emissões de entidades sob o controle da organização podem ser compiladas de forma confiável, mas podem não estar disponíveis para uma joint venture ou para fornecedores.

7 As “Orientações para o Estabelecimento do Limite do Relatório” originaram-se do “Protocolo de Limites”. Futuras atualizações das diretrizes irão incorporar quaisquer novos aprendizados ou novas orientações a partir da experiência com o “Protocolo de Limites da GRI”. 8 Esses termos são discutidos mais a fundo no “Protocolo de Limites”.

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As orientações para o estabelecimento da abrangência do relatório definem expectativas mínimas para a inclusão de empresas ou organizações upstream e downstream no relato sobre os indicadores e informações sobre a gestão. Entretanto, a organização poderá apontar a necessidade de estender a abrangência para que um ou mais indicadores incluam entidades upstream ou downstream.

A definição da importância de determinadas unidades de negócios para a coleta de informações ou a consideração da ampliação de um limite dependem da escala de seus impactos de sustentabilidade. Aquelas com impactos significativos costumam gerar maior risco ou oportunidade para a organização e seus stakeholders, sobressaindo, portanto, como entidades em relação às quais a organização provavelmente será percebida como responsável ou passível de prestar contas.

Orientações para o Estabelecimento da Abrangência do Relatório

• O relatório de sustentabilidade deverá incluir em seu limite todas as entidades que gerem impactos de sustentabilidade significativos (reais e potenciais) e/ou todas as entidades sobre as quais a organização relatora exerça controle ou influência expressivos sobre políticas e práticas financeiras e operacionais;

• Essas entidades poderão ser incluídas por meio do uso de indicadores de desempenho operacional, indicadores de desempenho de gestão ou descrições narrativas.

• A organização deverá incluir, no mínimo, as seguintes entidades e abordagens em seu relatório:

• as entidades sobre as quais a organização exerça controle deverão ser abordadas por meio de indicadores de desempenho operacional;

• as entidades sobre as quais a organização exerça influência significativa deverão ser abordadas por meio de informes sobre desempenho de gestão.

Figura 6: Árvore de Decisão para Estabelecimento da Abrangência do Relatório

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

A organização exerce controle sobre a

entidade?

A organização exerce influência

significativa?

A organização exerce influência?

Esse controle causa impactos significativos?

Esse controle causa impactos significativos?

Esse controle causa impactos significativos?

Exclua

Não é necessário

relatar

Não é necessário

relatar

Não é necessário

relatar

Dadossobredesempenho

DivulgaçãosobreaFormadeGestão

Descrição de questões e dilemas

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• Os limites para conteúdos narrativos deverão incluir organizações que estejam associadas a desafios fundamentais para a organização relatora, em razão de seus impactos expressivos, embora esta não exerça controle ou influência significativa sobre elas;

• O relatório deverá contemplar todas as organizações de sua abrangência. Em seu processo de elaboração, a organização poderá escolher não coletar dados relativos a uma organização ou grupo de organizações, desde que tal decisão não altere significativamente o resultado final de um informe ou indicador.

Parte 2: Conteúdo do Relatório

Esta seção especifica o conteúdo básico que deverá constar em um relatório de sustentabilidade, sujeito às orientações para a determinação de conteúdo na Parte 1 das Diretrizes. Há três tipos de conteúdo:

• Perfil − Informações que fornecem o contexto geral para a compreensão do desempenho organizacional, incluindo sua estratégia, perfil e governança;

• InformaçõessobreaFormadeGestão − Dados cujo objetivo é explicitar o contexto no qual deve ser interpretado o desempenho da organização numa área específica;

• IndicadoresdeDesempenho − Expõem informações sobre o desempenho econômico, ambiental e social da organização passíveis de comparação.

Sugere-se que as organizações sigam essa estrutura ao compilar seus relatórios, embora outros formatos possam ser escolhidos.

Figura 7: Visão Geral do Conteúdo do Relatório da GRI

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Perfil

1. Estratégia e Análise

Esta seção pretende fornecer uma visão estratégica da relação da organização com a sustentabilidade para dar o contexto para relatos subsequentes e mais detalhados em outras seções das Diretrizes. Tais relatos podem se basear em informações fornecidas em outras partes do relatório, mas esta seção visa propiciar o conhecimento sobre tópicos estratégicos, em vez de simplesmente resumir o conteúdo do relatório. A estratégia e a análise devem consistir na declaração esboçada no item 1.1 e em uma narrativa concisa como a esboçada no item 1.2.

1.1 Declaração do detentor do cargo com maior poder de decisão na organização (como diretor-presidente, presidente do conselho de administração ou cargo equivalente) sobre a relevância da sustentabilidade para a organização e sua estratégia.

A declaração deverá apresentar a visão e a estratégia geral de curto, médio (entre três e cinco anos) e longo prazo, especialmente com relação à gestão dos principais desafios associados ao desempenho econômico, ambiental e social. A declaração deverá incluir:

• prioridades estratégicas e temas fundamentais de curto e médio prazo referentes a sustentabilidade, incluindo o respeito a normas internacionalmente aceitas, e como elas se relacionam à estratégia e ao sucesso organizacional de longo prazo;

• tendências mais abrangentes (macroeconômicas ou políticas, por exemplo) que afetam a organização e influenciam as prioridades da sustentabilidade;

• principais eventos, realizações e insucessos durante o período coberto pelo relatório;

• visões sobre o desempenho em relação a metas;

• perspectiva sobre os principais desafios e metas da organização para o próximo ano e objetivos para os próximos três ou cinco anos;

• outros itens pertinentes à abordagem estratégica da organização.

1.2 Descrição dos principais impactos, riscos e oportunidades.

A organização deverá apresentar duas seções que contenham uma narrativa concisa dos principais impactos, riscos e oportunidades.

A seção 1 deve focar nos principais impactos da organização sobre a sustentabilidade e os efeitos em relação aos stakeholders, inclusive os direitos

conforme definidos pela legislação nacional e normas relevantes internacionalmente aceitas. Aqui, é preciso levar em conta os vários interesses e expectativas procedentes dos stakeholders. Esta seção deverá incluir:

• descrição dos impactos significativos causados pela organização sobre a sustentabilidade e os desafios e oportunidades a eles associados. Isso inclui impactos nos direitos dos stakeholders conforme definidos pela legislação nacional e as expectativas em relação a normas e padrões internacionalmente aceitos;

• explicação da abordagem para priorizar esses desafios e oportunidades;

• principais conclusões relativas ao progresso no tratamento desses temas e o desempenho obtido nesse sentido no período coberto pelo relatório. Isso inclui uma avaliação dos motivos para um desempenho aquém ou além do esperado;

• descrição dos principais processos em andamento para lidar com o desempenho e/ou as mudanças relevantes.

A seção 2 deve focar no impacto de tendências, riscos e oportunidades de sustentabilidade sobre as perspectivas e desempenho financeiro de longo prazo da organização. Aqui, é preciso concentrar-se especificamente em informações relevantes, ou que venham a sê-lo no futuro, para os stakeholders financeiros. A seção 2 deve incluir:

• descrição dos riscos e oportunidades mais importantes para a organização resultantes de tendências de sustentabilidade;

• priorização dos principais temas de sustentabilidade, como riscos e oportunidades, de acordo com sua relevância para a estratégia organizacional, vantagem competitiva, indicadores qualitativos e (se possível) quantitativos no longo prazo;

• tabela(s) que resumam:

• metas, desempenho em relação às metas e lições aprendidas no período coberto pelo relatório;

• metas para o próximo período de relatório e metas e objetivos de médio prazo (três a cinco anos) com relação aos principais riscos e oportunidades.

• breve descrição de mecanismos de governança adotados especificamente para gerir esses riscos e oportunidades e identificação de outros riscos e oportunidades relacionados.

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Versão 3.1

2. Perfil Organizacional

2.1 Nome da organização.

2.2 Principais marcas, produtos e/ou serviços.

A organização relatora deverá indicar a natureza de seu papel na oferta desses produtos e serviços e até que ponto faz uso de terceirização.

2.3 Estrutura operacional da organização, incluindo principais divisões, unidades operacionais, subsidiárias e joint ventures.

2.4 Localização da sede da organização.

2.5 Número de países em que a organização opera e nome dos países em que suas principais operações estão localizadas ou são especialmente relevantes para as questões de sustentabilidade cobertas pelo relatório.

2.6 Tipo e natureza jurídica da propriedade.

2.7 Mercados atendidos (incluindo discriminação geográfica, setores atendidos e tipos de clientes/beneficiários).

2.8 Porte da organização, incluindo:

• número de empregados;

• número de operações;

• vendas líquidas (para organizações do setor privado) ou receita líquida (para organizações do setor público);

• capitalização total discriminada em termos de dívida e patrimônio líquido (para organizações do setor privado);

• Quantidade de produtos ou serviços oferecidos.

Além dos dados citados acima, sugere-se que as organizações forneçam outras informações, conforme apropriado, tais como:

• ativototal;

• proprietáriosbeneficiários(incluindoaidentificaçãoeopercentualdeparticipaçãodosprincipaisacionistas);

• discriminaçãoporpaís/regiãode:

• vendas/receitaporpaíses/regiõesquecorrespondama5%oumaisdareceitatotal;

• custosporpaíses/regiõesquecorrespondama5%oumaisdareceitatotal;

• número de empregados.

2.9 Principais mudanças durante o período coberto

pelo relatório referentes a porte, estrutura ou participação acionária, incluindo: • localização ou mudanças nas operações,

inclusive abertura, fechamento e expansão de unidades operacionais;

• mudanças na estrutura do capital social e outra formação de capital, manutenção ou alteração nas operações (para organizações do setor privado).

2.10 Prêmios recebidos no período coberto pelo relatório.

3. Parâmetros para o Relatório peRfil do RelatóRio

3.1 Período coberto pelo relatório (como ano contábil/civil) para as informações apresentadas.

3.2 Data do relatório anterior mais recente (se houver).

3.3 Ciclo de emissão de relatórios (anual, bienal etc.)

3.4 Dados para contato em caso de perguntas relativas ao relatório ou seu conteúdo.

escopo e liMite do RelatóRio

3.5 Processo para a definição do conteúdo do relatório, incluindo:

• determinação da materialidade;

• priorização de temas dentro do relatório;

• identificação de quais stakeholders a organização espera que usem o relatório.

Inclua uma explicação de como a organização aplicou as “Orientações para a Definição de Conteúdo do Relatório”, os Princípios a elas relacionados e o Protocolo Técnico – Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório.

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3.6 Limite do relatório (como países, divisões, subsidiárias, instalações arrendadas, joint ventures, fornecedores). Para outras orientações, consulte o protocolo para definição de limite da GRI (“GRI Boundary Protocol”).

3.7 Declaração sobre quaisquer limitações específicas quanto ao escopo ou ao limite do relatório9.

Se o limite e o escopo do relatório não abordam toda a gama de impactos econômicos, ambientais e sociais relevantes da organização, declare a estratégia e o cronograma estipulados para atingir cobertura completa.

3.8 Base para a elaboração do relatório no que se refere a joint ventures, subsidiárias, instalações arrendadas, operações terceirizadas e outras organizações que possam afetar significativamente a comparabilidade entre períodos e/ou entre organizações.

3.9 Técnicas de medição de dados e as bases de cálculos, incluindo hipóteses e técnicas, que sustentam as estimativas aplicadas à compilação dos indicadores e outras informações do relatório.

Explique quaisquer decisões que não se apliquem aos protocolos de indicadores da GRI ou que divirjam substancialmente deles.

3.10 Explicação das consequências de quaisquer reformulações de informações fornecidas em relatórios anteriores e as razões para tais reformulações (como fusões ou aquisições, mudança no período ou ano-base, na natureza do negócio, em métodos de medição).

3.11 Mudanças significativas em comparação com anos anteriores no que se refere a escopo, limite ou métodos de medição aplicados no relatório.

suMáRio de conteúdo da GRi

3.12 Tabela que identifica a localização das informações no relatório.

Identificação dos números das páginas ou links para páginas na internet em que se pode encontrar os seguintes itens:

• Estratégia e análise 1.1 e 1.2;

• Perfil organizacional 2.1 a 2.10;

• Parâmetros para o relatório 3.1 a 3.13;

• Governança, compromissos e engajamento 4.1 a 4.17;

• Formas de gestão, por categoria;

• Indicadores essenciais de desempenho;

• Quaisquer indicadores adicionais da GRI que forem incluídos;

• Quaisquer indicadores de suplementos setoriais da GRI incluídos no relatório.

VeRificação

3.13 Política e prática atual relativa à busca de verificação externa para o relatório. Se a verificação não for incluída no relatório de sustentabilidade, é preciso explicar o escopo e a base de qualquer verificação externa fornecida, bem como a relação entre a organização relatora e o(s) auditor(es).

4. Governança, Compromissos e Engajamento

GoVeRnança

4.1 Estrutura de governança da organização, incluindo comitês sob o mais alto órgão de governança responsável por tarefas específicas, tais como estabelecimento de estratégia ou supervisão da organização. Descrevaomandatoecomposição(incluindonúmerodemembrosindependentese/oumembrosnão executivos) do mais alto órgão de governança e seus comitês, e indique o cargo de cada indivíduo e qualquer responsabilidade direta por desempenho econômico, social e ambiental. Relate a porcentagem de indivíduos, discriminados por gênero, que fazem parte do mais alto órgão de governança da organização e de seus comitês, discriminados por faixa etária, minorias e outros indicadores de diversidade. Consulte as definições de faixa etária e minorias no Protocolo do Indicador LA13 e observe que a informação relatada no item 4.1 pode ser cruzada com a relatada no LA13

4.2 Indicação caso o presidente do mais alto órgão de governança também seja um diretor executivo (e, se for o caso, suas funções dentro da administração da organização e as razões para tal composição).

4.3 Para organizações com uma estrutura de administração unitária, declaração do número

9 Veja a explicação para “escopo” no princípio da abrangência. N.T. Essa nota constava na G3 e não consta na G3.1

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Versão 3.1

e gênero de membros independentes ou não executivos do mais alto órgão de governança. Declare como a organização define “independente” e “não executivo”. Esse elemento se aplica somente a organizações que têm estruturas de administração unitária(vejanoglossárioadefiniçãode“membroindependente”).

4.4 Mecanismos para que acionistas e empregados façam recomendações ou deem orientações ao mais alto órgão de governança.

Inclua referência a processos relativos a:

• uso de deliberações de acionistas ou outros mecanismos que permitam aos acionistas minoritários expressar opiniões à alta direção;

• informações e consulta aos empregados sobre as relações de trabalho com órgãos de representação formal, como “comissões de trabalhadores”, em nível organizacional e representação de empregados no mais alto órgão de governança.

Identifique temas relacionados a desempenho econômico, ambiental e social levantados por meio desses mecanismos durante o período coberto pelo relatório.

4.5 Relação entre remuneração para membros do mais alto órgão de governança, diretoria executiva e demais executivos (incluindo acordos rescisórios) e o desempenho da organização (incluindo desempenho social e ambiental).

4.6 Processos em vigor no mais alto órgão de governança para assegurar que conflitos de interesse sejam evitados.

4.7 Processo para determinação de composição, qualificações e conhecimento dos membros do mais alto órgão de governança e de seus comitês, inclusive com consideração de gênero e outros indicadores de diversidade.

4.8 Declarações de missão e valores, códigos de conduta e princípios internos relevantes para o desempenho econômico, ambiental e social, assim como o estágio de sua implementação.

Explique até que ponto eles: • são aplicados na organização em regiões e

departamentos/unidades diferentes;

• relacionam-se a normas acordadas internacionalmente.

4.9 Procedimentos do mais alto órgão de governança para supervisionar a identificação e gestão por parte da organização do desempenho econômico, ambiental e social, incluindo riscos e oportunidades relevantes, assim como a adesão ou conformidade com normas acordadas internacionalmente, códigos de conduta e princípios.

Inclua a frequência com que o mais alto órgão de governança avalia o desempenho de sustentabilidade.

4.10 Processos para a autoavaliação do desempenho do mais alto órgão de governança, especialmente com respeito ao desempenho econômico, ambiental e social.

coMpRoMissos coM iniciatiVas exteRnas

4.11 Explicação de se e como a organização aplica o princípio da precaução.

O Artigo 15 dos Princípios do Rio10 introduziu o princípio da precaução. A resposta ao item 4.11 poderia relatar a abordagem da organização para gestão de risco no planejamento operacional ou no desenvolvimento e introdução de novos produtos.

4.12 Cartas, princípios ou outras iniciativas desenvolvidas externamente de caráter econômico, ambiental e social que a organização subscreve ou endossa.

Incluaadatadeadoçãoepaíses/unidadesoperacionais em que são aplicados e a gama de stakeholders envolvidos no desenvolvimento e governançadessasiniciativas(multistakeholders, por exemplo). Faça uma diferenciação entre iniciativas não obrigatórias e voluntárias e outras que a organização tenha obrigatoriamente de cumprir.

10 Nota da versão brasileira da G3: Os “Princípios do Rio de Janeiro” foram estabelecidos na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992.

Page 26: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

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4.13 Participação em associações (como federações de indústrias) e/ou organismos nacionais/internacionais de defesa em que a organização:

• possui assento em grupos responsáveis pela governança corporativa;

• integra projetos ou comitês;

• contribui com recursos de monta além da taxa básica como organização associada;

• considera estratégica sua atuação como associada.

Isso se refere principalmente à participação como associada do ponto de vista da organização.

enGajaMento dos stakeholdeRs

Os pontos a seguir se referem ao processo de engajamento dos stakeholders conduzido pela organização ao longo do período coberto pelo relatório. Esse processo não se limita, portanto, ao engajamento dos stakeholders implementado para a preparação do relatório de sustentabilidade.

4.14 Relação de grupos de stakeholders engajados pela organização.

Exemplos de grupos de stakeholders:

• sociedadecivil;

• clientes;

• empregados, outros trabalhadores e seus sindicatos.

• comunidadeslocais;

• acionistaseprovedoresdecapital;

• fornecedores;

4.15 Base para a identificação e seleção de stakeholders com os quais se engajar.

Inclui o processo da organização para a definição de seus stakeholders e para a determinação dos grupos com os quais se engajar ou não.

4.16 Abordagens para o engajamento dos stakeholders, incluindo a frequência do engajamento por tipo e por grupos de stakeholders.

Podem ser incluídos levantamentos, grupos de discussão, comitês comunitários, comitês de assessoria corporativa, comunicações por escrito, estruturas gerenciais e sindicais etc. A organização deve indicar se qualquer parte do engajamento foi realizada especificamente para o processo de preparação do relatório.

4.17 Principais temas e preocupações que foram levantados por meio do engajamento dos stakeholders e que medidas a organização tem adotado para tratá-los.

5.FormadeGestãoeIndicadores deDesempenho

A seção referente aos indicadores de desempenho de sustentabilidade está organizada nas categorias econômica, ambiental e social. Os indicadores sociais são subdivididos nas seguintes categorias: práticas trabalhistas, direitos humanos, sociedade e responsabilidade pelo produto. Cada categoria inclui informações sobre a forma de gestão e um conjunto correspondente de indicadores de desempenho essenciais e adicionais.

Os indicadores essenciais foram desenvolvidos por meio dos processos multistakeholders da GRI, que visam identificar os indicadores geralmente aplicáveis e considerados relevantes para a maioria das organizações. A organização deverá relatar os indicadores essenciais, a menos que eles demonstrem não estar alinhados aos princípios de relatório da GRI. Os indicadores adicionais representam práticas emergentes ou tratam de temas que podem ser relevantes para algumas organizações, mas não para outras. No caso de existirem versões definitivas de suplementos setoriais, os indicadores deverão ser tratados como indicadores essenciais (paramais detalhes, veja o capítulo “Definição do Conteúdo do Relatório”).

Page 27: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

25

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

As informações sobre a forma de gestão devem fornecer uma breve visão da abordagem da gestão da organização no que tange aos aspectos definidos sob cada categoria de indicador, visando estabelecer o contexto para informações sobre desempenho. A organização poderá estruturar suas informações sobre a forma de gestão de modo a cobrir a totalidade dos aspectos sob determinada categoria ou agrupar suas respostas para os aspectos de outra forma. Entretanto, as informações sobre a forma de gestão deverão tratar todos os aspectos relacionados a cada categoria, independentemente do formato ou agrupamento.

Com a estrutura geral do conteúdo do relatório, os itens 1.1 e 1.2 do perfil, referentes a “estratégia e análise”, procuram dar uma visão geral sobre os riscos e oportunidades que atingem a organização como um todo. As informações sobre a forma de gestão visam mostrar o próximo nível de detalhe da abordagem da organização para gerir os temas de sustentabilidade associados aos riscos e oportunidades.

Ao relatar os indicadores de desempenho, deve-se aplicar a seguinte orientação sobre compilação de dados:

• Relato sobre tendências – As informações apresentadas deverão ser relativas ao período coberto pelo relatório (um ano, por exemplo) e a pelo menos dois períodos anteriores, bem como às metas futuras, quando estabelecidas para curto e médio prazo;

• Uso de protocolos – As organizações deverão usar os protocolos que acompanham os indicadores ao relatá-los. Os protocolos fornecem orientação básica para a interpretação e compilação de informações;

• Apresentação de dados – Em alguns casos, índices ou dados normalizados são formatos úteis e apropriados para a apresentação de dados. Se forem usados índices ou dados normalizados, os dados absolutos também deverão ser fornecidos;

• Agregação de dados – As organizações relatoras deverão determinar o nível apropriado de agregação de informações (veja orientação adicional nos “Esclarecimentos Gerais sobre a Elaboração de Relatórios”);

• Sistema métrico – Os dados relatados deverão ser apresentados por um sistema métrico internacionalmente aceito (quilogramas, toneladas, litros) e calculados usando-se fatores padrão de conversão. No caso de existirem convenções internacionais específicas (como a que trata das emissões de gases de efeito estufa – GEE –, por exemplo), elas normalmente estarão especificadas nos protocolos de indicadores.

Page 28: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

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Desempenho EconômicoA dimensão econômica da sustentabilidade se refere aos impactos da organização sobre as condições econômicas de seus stakeholders e sobre os sistemas econômicos em nível local, nacional e global. Os indicadores econômicos ilustram:

• o fluxo de capital entre diferentes stakeholders;

• os principais impactos econômicos da organização sobre a sociedade como um todo.

O desempenho financeiro é fundamental para compreender uma organização e sua própria sustentabilidade. Entretanto, essas informações já são normalmente relatadas nas demonstrações financeiras. O que geralmente é menos informado, apesar de frequentemente desejado por usuários de relatórios de sustentabilidade, é a contribuição da organização à sustentabilidade de um sistema econômico mais amplo.

InformaçõessobreaFormadeGestão

Deve-se fornecer um relato conciso acerca dos itens da forma de gestão com referência aos seguintes aspectos econômicos:

• Desempenho Econômico;

• Presença no Mercado;

• Impactos Econômicos Indiretos.

objetiVos e deseMpenho

Objetivos gerais da organização relativos a desempenho relevante quanto aos aspectos econômicos.

Deve-se utilizar indicadores específicos da organização (conforme necessário), além dos indicadores de desempenho da GRI, para demonstrar os resultados do desempenho em relação aos objetivos.

política

Política(s) resumida(s) da organização como um todo que defina(m) seu compromisso global quanto aos aspectos econômicos ou indicação de onde essas informações podem ser encontradas no domínio público (como um link para uma página da internet).

outRas infoRMações contextuais

Outras informações relevantes necessárias para compreender o desempenho organizacional, tais como:

• principais resultados/metas atingidos e não atingidos;

• principais riscos e oportunidades organizacionais;

• principais mudanças, no período coberto pelo relatório, de sistemas ou estruturas visando melhorar o desempenho;

• principais estratégias para a implementação de políticas ou obtenção de desempenho.

IndicadoresdeDesempenhoEconômicoaspecto: deseMpenho econôMico

ESSE

NC

IAL

EC1 Valor econômico direto gerado e distribuído, incluindo receitas, custos operacionais, remuneração de empregados, doações e outros investimentos na comunidade, lucros acumulados e pagamentos para provedores de capital e governos.

ESSE

NC. EC2 Implicações financeiras e outros riscos

e oportunidades para as atividades da organização devido a mudanças climáticas.

ESSE

NCI

AL EC3 Cobertura das obrigações do plano de pensão

de benefício definido que a organização oferece.

ESSE

NC. EC4 Ajuda financeira significativa recebida do

governo.

Page 29: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

27

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

aspecto: pResença no MeRcado

AD

ICIO

NA

L EC5 Variação da proporção do salário mais baixo, discriminado por gênero, comparado ao salário mínimo local em unidades operacionais importantes.

ESSE

NC. EC6 Políticas, práticas e proporção de gastos com

fornecedores locais em unidades operacionais importantes.

ESSE

NC

IAL

EC7 Procedimentos para contratação local e proporção de membros de alta gerência e trabalhadores recrutados na comunidade local em unidades operacionais importantes.

aspecto: iMpactos econôMicos indiRetos

ESSE

NC

IAL

EC8 Desenvolvimento e impacto de investimentos em infraestrutura e serviços oferecidos, principalmente para benefício público, por meio de engajamento comercial, em espécie ou atividades pro bono.

AD

ICIO

NA

L

EC9 Identificação e descrição de impactos econômicos indiretos significativos, incluindo a extensão dos impactos.

Desempenho AmbientalA dimensão ambiental da sustentabilidade se refere aos impactos da organização sobre sistemas naturais vivos e não vivos, incluindo ecossistemas, terra, ar e água. Os indicadores ambientais abrangem o desempenho relacionado a insumos (como material, energia, água) e a produção (emissões, efluentes, resíduos). Além disso, abarcam o desempenho relativo à biodiversidade, à conformidade ambiental e outras informações relevantes, tais como investimentos e gastos com meio ambiente e os impactos de produtos e serviços.

InformaçõessobreaFormadeGestão

Deve-se fornecer um relato conciso sobre a abordagem da gestão com referência aos seguintes aspectos ambientais:

• Materiais;

• Energia;

• Água;

• Biodiversidade;

• Emissões, Efluentes e Resíduos;

• Produtos e Serviços;

• Conformidade;

• Transporte;

• Geral.

objetiVos e deseMpenho

Objetivos gerais da organização visando ao desempenho relevante quanto aos aspectos ambientais.

Deve-se usar indicadores específicos da organização (conforme necessário), além dos indicadores de desempenho da GRI, para demonstrar os resultados do desempenho em relação aos objetivos.

política

Política(s) resumida(s) da organização como um todo que defina(m) seu compromisso global com relação aos aspectos ambientais ou indicação de onde essas informações podem ser encontradas no domínio público (como um link para uma página da internet).

Responsabilidade oRGanizacional

O cargo mais alto com responsabilidade operacional referente a aspectos ambientais ou explicação sobre como é dividida, na alta gerência, a responsabilidade operacional para esses aspectos. Isso é diferente do item 4.1, que enfoca as estruturas de governança.

Page 30: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

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tReinaMento e conscientização

Procedimentos relativos a treinamento e conscientização sobre os aspectos ambientais.

MonitoRaMento e acoMpanhaMento

Procedimentos relativos a monitoramento e medidas corretivas e preventivas, incluindo as referentes à cadeia de suprimento.

Relação das certificações por desempenho ambiental ou sistemas de certificação, ou outras abordagens de auditoria/verificação, na organização relatora ou em sua cadeia de suprimento.

outRas infoRMações contextuais

Outras informações relevantes necessárias para compreender o desempenho organizacional, tais como:

• principais resultados/metas atingidos e não atingidos;

• principais riscos e oportunidades organizacionais relacionadas a questões ambientais;

• principais mudanças, no período coberto pelo relatório, de sistemas ou estruturas visando melhorar o desempenho ambiental;

• principais estratégias e procedimentos para a implementação de políticas ou alcance de objetivos.

IndicadoresdeDesempenhoAmbiental

aspecto: MateRiais

ESSE

NC. EN1 Materiais usados por peso ou volume.

ESSE

NC. EN2 Percentual dos materiais usados provenientes

de reciclagem .

aspecto: eneRGia

ESSE

NC. EN3 Consumo de energia direta discriminado por

fonte de energia primária.

ESSE

NC. EN4 Consumo de energia indireta discriminado

por fonte primária.

AD

ICIO

NA

L EN5 Energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência.

AD

ICIO

NA

L

EN6 Iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo consumo de energia, ou que usem energia gerada por recursos renováveis, e a redução na necessidade de energia resultante dessas iniciativas.

AD

ICIO

NA

L

EN7 Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções obtidas.

aspecto: áGua

ESSE

NC. EN8 Total de retirada de água por fonte.

A

DIC

ION

AL EN9 Fontes hídricas significativamente afetadas

por retirada de água.

AD

ICIO

NA

L EN10 Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada.

aspecto: biodiVeRsidade

ESSE

NC

IAL

EN11 Localização e tamanho da área possuída, arrendada ou administrada dentro de áreas protegidas, ou adjacente a elas, e áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.

ESSE

NC

IAL

EN12 Descrição de impactos significativos na biodiversidade de atividades, produtos e serviços em áreas protegidas e em áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.

AD

ICIO

NA

L

EN13 Habitats protegidos ou restaurados.

AD

ICIO

NA

L EN14 Estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão de impactos na biodiversidade.

Page 31: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

29

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

AD

ICIO

NA

L EN15 Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e em listas nacionais de conservação com habitats em áreas afetadas por operações, discriminadas pelo nível de risco de extinção.

aspecto: eMissões, efluentes e Resíduos

ESSE

NC. EN16 Total de emissões diretas de gases de efeito

estufa, por peso.

ESSE

NC.

EN17 Emissões indiretas relevantes de gases de efeito estufa, por peso.

AD

ICIO

NA

L EN18 Iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e as reduções obtidas.

ESSE

NC. EN19 Emissões de substâncias destruidoras da

camada de ozônio, por peso.

ESSE

NC. EN20 NOx, SOx e outras emissões atmosféricas

significativas, por tipo e peso.

ESSE

NC. EN21 Descarte total de água, por qualidade e

destinação.

ESSE

NC. EN22 Peso total de resíduos, por tipo e método de

disposição.

ESSE

NC. EN23 Número e volume total de derramamentos

significativos.

AD

ICIO

NA

L

EN24 Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados considerados perigosos nos termos da Convenção da Basiléia10 – Anexos I, II, III e VIII, e percentual de carregamentos de resíduos transportados internacionalmente.

AD

ICIO

NA

L

EN25 Identificação, tamanho, status de proteção e índice de biodiversidade de corpos d’água e habitats relacionados significativamente afetados por descartes de água e drenagem realizados pela organização relatora.

aspecto: pRodutos e seRViços

ESSE

NC. EN26 Iniciativas para mitigar os impactos ambientais

de produtos e serviços e a extensão da redução desses impactos.

ESSE

NCI

AL

EN27 Percentual de produtos e suas embalagens recuperados em relação ao total de produtos vendidos, por categoria de produto.

AsPEcto:conFormIDADE

ESSE

NCI

AL

EN28 Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não monetárias resultantes da não conformidade com leis e regulamentos ambientais.

ASPECTO: TRANSPORTE

AD

ICIO

NA

L

EN29 Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e outros bens e materiais utilizados nas operações da organização, bem como do transporte de trabalhadores.

ASPECTO: GERAL

AD

ICIO

NA

L EN30 Total de investimentos e gastos em proteção ambiental, por tipo.

10 Nota da versão brasileira da G3: A Convenção da Basiléia para o Controle dos Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e Sua Disposição foi promovida em março de 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), na Basiléia, Suíça, e entrou em vigor em maio de 1992.

Page 32: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

30

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

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Desempenho Social A dimensão social da sustentabilidade se refere aos impactos da organização nos sistemas sociais nos quais opera.

Os indicadores de desempenho social da GRI identificam aspectos de desempenho fundamentais referentes a práticas trabalhistas, direitos humanos, sociedade e responsabilidade pelo produto.

Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente Os aspectos específicos referentes a práticas trabalhistas baseiam-se em normas internacionalmente reconhecidas, tais como:

• Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Organização das Nações Unidas (ONU);

• Convenção das Nações Unidas: Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos;

• Convenção das Nações Unidas: Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais;

• Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres (CEDAW);

• Declaração da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho (em particular, as oito convenções da OIT, a saber, as Convenções 100, 111, 87, 98, 138, 182, 29, 105);

• Declaração e Programa de Ação de Viena11.

InformaçõessobreaFormadeGestão

A Declaração Tripartite sobre Empresas Multinacionais e Política Social da OIT (em particular, as oito convenções da OIT identificadas como fundamentais) e as Diretrizes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) para Empresas Multinacionais deverão ser os principais pontos de referência para um relato conciso sobre a forma de gestão com referência aos seguintes aspectos trabalhistas:

• Emprego;

• Relações entre os trabalhadores e a governança;

• Saúde e segurança no trabalho;

• Treinamento e educação;

• Diversidade e igualdade de oportunidades;

• Igualdade de remuneração para mulheres e homens.

11 Nota da versão brasileira da G3: Documento elaborado na Conferência Mundial sobre os Direitos Humanos de Viena, Áustria, em junho de 1993.

Page 33: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

31

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

objetiVos e deseMpenho

Objetivos gerais da organização visando o desempenho referente aos aspectos trabalhistas, indicando seu vínculo com normas internacionalmente reconhecidas.

Deve-se utilizar indicadores específicos da empresa (conforme necessário), além dos indicadores de desempenho da GRI, para demonstrar os resultados de desempenho em relação aos objetivos.

política

Política(s) resumida(s) da organização como um todo que defina(m) o compromisso global para com os aspectos trabalhistas ou indicação de onde essas informações podem ser encontradas no domínio público (como um link para uma página da internet). Além disso, deve-se fazer referência ao seu vínculo com as normas e convenções internacionais citadas.

Responsabilidade oRGanizacional

O cargo mais alto com responsabilidade operacional referente a aspectos trabalhistas ou explicação sobre como é dividida na alta gerência a responsabilidade operacional para esses aspectos. Isso é diferente da Divulgação 4.1, que enfoca as estruturas em nível de governança.

tReinaMento e conscientização

Procedimentos relativos a treinamento e conscientização sobre os aspectos trabalhistas. Inclua informações sobre quem participa de treinamento sobre diversidade, igualdade de oportunidades e sensibilização sobre gênero (ex.: mais altos órgãos de governança, alta gerência), assim como os temas abordados no treinamento e em qualquer tipo de conscientização informal.

MonitoRaMento e acoMpanhaMento

Procedimentos relativos a monitoramento e medidas corretivas e preventivas, incluindo as referentes à cadeia de suprimento.

Relação das certificações por desempenho ou sistemas de certificação ou outras abordagens de auditoria/verificação, na organização relatora ou em sua cadeia de suprimento.

Inclua procedimentos para avaliações/auditorias relacionadas a igualdade de remuneração e para ações visando a reparação de quaisquer diferenças de remuneração entre gêneros.

outRas infoRMações contextuais

Outras informações relevantes necessárias para compreender o desempenho organizacional, tais como:

• principais resultados/metas atingidos e não atingidos;

• principais riscos e oportunidades organizacionais;

• principais mudanças, no período coberto pelo relatório, de sistemas ou estruturas visando melhorar o desempenho;

• principais estratégias e procedimentos para a implementação de políticas ou alcance de objetivos.

• descrição do ambiente jurídico e socioeconômico que proporcione oportunidades ou barreiras para a igualdade de gênero entre os trabalhadores, incluindo, entre outros, o índice de participação das mulheres no total de trabalhadores, sua participação nos níveis mais altos de governança e igualdade de remuneração.

IndicadoresdeDesempenhoreferentesaPráticastrabalhistasetrabalhoDecente

aspecto: eMpReGo

ESSE

NC. LA1 Total de trabalhadores, por tipo de emprego,

contrato de trabalho e região, discriminados por gênero.

ESSE

NC. LA2 Número total e taxa de novos empregados

contratados e rotatividade de empregados, por faixa etária, gênero e região.

AD

ICIO

NA

L

LA3 Benefícios oferecidos a empregados de tempo integral que não são oferecidos a empregados temporários ou em regime de meio período, discriminados pelas principais operações em locais significativos.

ESSE

NC. LA15 Retorno ao trabalho e taxas de retenção

após licença maternidade/paternidade, discriminados por gênero.

Page 34: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

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aspecto: Relações tRabalhistas

ESSE

NC. LA4 Percentual de empregados abrangidos por

acordos de negociação coletiva.

ESSE

NCI

AL

LA5 Prazo mínimo para notificação com antecedência referente a mudanças operacionais, incluindo se esse procedimento está especificado em acordos de negociação coletiva.

aspecto: saúde e seGuRança no tRabalho

AD

ICIO

NA

L

LA6 Percentual dos empregados representados em comitês formais de segurança e saúde, compostos por gestores e por trabalhadores, que ajudam no monitoramento e aconselhamento sobre programas de segurança e saúde ocupacional.

ESSE

NC.

LA7 Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias perdidos, absenteísmo e óbitos relacionados ao trabalho, por região e por gênero.

ESSE

NCI

AL

LA8 Programas de educação, treinamento, aconselhamento, prevenção e controle de risco em andamento para dar assistência a empregados, seus familiares ou membros da comunidade com relação a doenças graves.

AD

ICIO

NA

L

LA9 Temas relativos a segurança e saúde cobertos por acordos formais com sindicatos.

aspecto: tReinaMento e educação

ESSE

NC. LA10 Média de horas de treinamento por ano, por

funcionário, discriminadas por gênero e por categoria funcional.

AD

ICIO

NA

L

LA11 Programas para gestão de competências e aprendizagem contínua que apoiam a continuidade da empregabilidade dos funcionários e para gerenciar o fim da carreira.

AD

ICIO

NA

L LA12 Percentual de empregados que recebem regularmente análises de desempenho e de desenvolvimento de carreira, discriminados por gênero.

aspecto: diVeRsidade e iGualdade de opoRtunidades

ESSE

NCI

AL

LA13 Composição dos grupos responsáveis pela governança corporativa e discriminação de empregados por categoria funcional, de acordo com gênero, faixa etária, minorias e outros indicadores de diversidade.

aspecto: iGualdade de ReMuneRação paRa MulheRes e hoMens

ESSE

NC.

LA14 Proporção de salário base e remuneração entre mulheres e homens, discriminados por categoria funcional e por operações em locais significativos .

Page 35: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

33

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

Direitos Humanos Há um crescente consenso global de que as organizações têm a responsabilidade de respeitar os direitos humanos. Os indicadores de desempenho referentes a direitos humanos requerem que as organizações incluam em seus relatórios até que ponto os processos foram implementados, casos de violações de direitos humanos e mudanças na capacidade dos stakeholders de usufruir e exercer seus direitos humanos durante o período coberto pelo relatório. Entre as questões de direitos humanos incluídas estão não discriminação, igualdade de gênero, liberdade de associação, acordo de negociação coletiva, trabalho infantil, trabalho forçado e escravo e direitos indígenas.

A estrutura jurídica internacional para os direitos humanos compreende um conjunto de leis constituído por tratados, convenções, declarações e outros instrumentos. A pedra fundamental dos direitos humanos é a “Carta Internacional dos Direitos Humanos”, formada por três instrumentos:

i) Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948);

ii) Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (1966);

iii) Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966).

Esses são os primeiros pontos de referência para o relato de direitos humanos por parte de qualquer organização. Além desses três instrumentos fundamentais, a estrutura jurídica internacional para os direitos humanos é complementada por mais de 80 outros instrumentos, que vão de declarações e princípios norteadores a tratados e convenções vinculantes, variando de âmbito regional a universal.

As organizações podem afetar uma grande variedade de direitos humanos. Ao analisar quais direitos humanos são relevantes para relatar, recomenda-se que a organização considere todos os direitos humanos. Alguns instrumentos adicionais que podem ser úteis na reflexão de uma organização relatora são os seguintes:

• Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho (1998) (baseada nas oito Convenções fundamentais da OIT, a saber, as Convenções 29, 87, 98, 100, 105, 111, 138 e 182)12;

• As convenções regionais, aderindo ao princípio da universalidade da Carta Internacional dos Direitos Humanos, para as áreas onde a organização opera, entre as quais: a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (1981), a Carta Árabe dos Direitos Humanos (1994), a Convenção Americana de Direitos Humanos

(1969) e a Convenção Europeia de Direitos Humanos (ECHR) (1950);

• Convenções protegendo os direitos de indivíduos que podem ser impactados pelo trabalho das organizações, entre as quais: a Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres (CEDAW) (1979), a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1966), Convenção nº 107 da OIT, relativa a Povos Indígenas e Tribais (1957), Convenção nº 169 da OIT, relativa a Povos Indígenas e Tribais em Países Independentes (1991), Declaração da ONU dos Direitos de Povos Indígenas (2007) e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2007).

É importante notar que muitos Aspectos que fornecem informações sobre o desempenho em direitos humanos podem ser encontrados em outras Categorias de Indicadores nas Diretrizes e não estão limitados à Categoria de Indicadores de Direitos Humanos.

InformaçõessobreaFormadeGestão

Forneça informações concisas sobre a implementação de processos de diligência devida para os itens de Forma de Gestão a seguir, com referência aos Aspectos de direitos humanos elencados abaixo.

Os principais pontos de referência deverão ser a Declaração Tripartite sobre Empresas Multinacionais e Política Social da OIT e as Diretrizes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) para Empresas Multinacionais.

• práticas de investimento e processos de compras

• não discriminação;

• liberdade de associação e acordo de negociação coletiva;

• trabalho infantil;

• prevenção de trabalho forçado e escravo;

• práticas de segurança;

• direitos dos indígenas;

• avaliação;

• reparação.

12 As convenções nº. 29 e nº. 105 se referem à prevenção de trabalho forçado e escravo; as convenções nº. 87 e nº. 98, à liberdade de associação e a acordo de negociação coletiva; as convenções nº. 100 e nº. 111, à não discriminação; e as convenções nº. 138 e nº. 182, à abolição do trabalho infantil.

Page 36: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

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objetiVos e deseMpenho

Objetivos gerais da organização visando ao desempenho relevante quanto aos aspectos relacionados a direitos humanos, com indicação do seu vínculo com as convenções e declarações mencionadas na introdução.

Deve-se utilizar indicadores específicos da organização (conforme necessário), além dos indicadores de desempenho da GRI, para demonstrar os resultados de desempenho em relação aos objetivos.

política

Política(s) resumida(s) da organização como um todo que defina(m) o compromisso global para com os aspectos relacionados a direitos humanos, incluindo:

• direitos identificados como prioridades;

• aplicação da política ou políticas em termos de país de operação e parceiros de negócios;

• política ou políticas que podem ser razoavelmente consideradas como contendo um provável impacto nas decisões dos empregados de se filiar a um sindicato ou fazer uma negociação coletiva.

De outra forma, declare onde uma política ou políticas podem ser encontradas no domínio público (como um link para uma página da internet). Além disso, faça referência para a relação entre a política ou políticas organizacionais e Convenções e Declarações sobre os direitos humanos.

As políticas relevantes para essa informação podem ser uma política de direitos humanos separada ou podem exigir critérios de informação integrados em um conjunto de políticas.

Estratégias para expandir e incorporar políticas, objetivos e processos de direitos humanos em toda a organização e estratégias para expandir políticas e procedimentos aplicáveis para partes externas como joint ventures, subsidiárias e fornecedores. Especificamente, recomenda-se que a organização explique sua abordagem para o uso de critérios ou cláusulas de direitos humanos em contratos, inclusive os tipos de cláusulas e os tipos de contratos e acordos em que são comumente aplicados (como investimentos, contratos de compra, joint ventures).

aValiação de Riscos oRGanizacionais

Descreva procedimentos de avaliação de riscos que incluam os direitos humanos, inclusive o uso de orientações e práticas setoriais.

Identifique outros processos para analisar e entender questões de direitos humanos que sejam relevantes para a organização e seus stakeholders, e a frequência com que são utilizados.

Identifique quaisquer oportunidades e riscos organizacionais ou setoriais específicos relacionados com direitos humanos, considerando práticas ou vetores internos que poderiam promover ou debilitar esforços para a promoção dos direitos humanos (como práticas de compra).

aValiação de iMpacto

Processos e procedimentos para avaliar, analisar ou rastrear impactos nos direitos humanos no nível de operações individuais ou para avaliar decisões específicas de negócios, entre as quais a análise de projetos, operações ou outras atividades com linhas específicas de negócio (como estratégias de terceirização). Isso é diferente da avaliação de riscos organizacionais, que avalia a organização como um todo.

• até que ponto o engajamento de stakeholders internos e externos está incluído no processo;

• até que ponto as minorias e os grupos vulneráveis são considerados no processo:

• se e como a organização avalia suas relações com outras partes, como trabalhadores e seus sindicatos, fornecedores, parceiros de negócio, governos e empresas de segurança para avaliar a possibilidade de ela estar associada com a violação de direitos humanos ou ser considerada cúmplice em tal violação;

• que parâmetros são usados para implementar a avaliação (como país de operação, legislação relevante de direitos humanos, políticas e compromissos organizacionais de direitos humanos;

• como e quando os resultados da avaliação de impacto embasam os processos que investigam alternativas e/ou assistem no desenvolvimento de estratégias de mitigação e reparação.

Responsabilidade oRGanizacional

O cargo mais alto com responsabilidade operacional referente a Aspectos relacionados a Direitos Humanos ou explicação sobre como é dividida na alta gerência a responsabilidade operacional para esses aspectos, incluindo:

Page 37: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

35

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

• A distribuição de responsabilidades para a implementação de políticas e práticas de direitos humanos, inclusive qualquer envolvimento do mais alto órgão de governança;

• Uma lista das questões de direitos humanos que foram tratadas em nível de conselho ou diretoria durante o período coberto pelo relatório;

• A inclusão de critérios de direitos humanos em avaliação de desempenho de empregados, programas de bônus anual e outros mecanismos de incentivo;

• Quaisquer acordos/parcerias com partes externas que visem ajudar a organização a identificar e cumprir suas responsabilidades de direitos humanos (como acordos de diretrizes internacionais com sindicatos/federações sindicais mundiais, procedimentos externos de queixa estabelecidos com ONGs locais/internacionais ou comissões nacionais de direitos humanos).

Os critérios acima diferem do item 4.1, que enfoca as estruturas em nível de governança.

tReinaMento e conscientização

Procedimentos relativos a treinamento e conscientização sobre os Aspectos relacionados a direitos humanos, incluindo descrições da estratégia para fortalecer a conscientização dos direitos humanos, das principais operações que são o foco do treinamento interno, dos métodos e recursos usados nos treinamentos sobre direitos humanos e do treinamento sobre disponibilidade e acessibilidade de mecanismos de queixas e processos de reparação.

MonitoRaMento, acoMpanhaMento e RepaRação Procedimentos relativos a monitoramento e medidas corretivas e preventivas, incluindo as referentes à cadeia de suprimento.

Relação das certificações por desempenho relativo a direitos humanos ou sistemas de certificação, ou outras abordagens de auditoria/verificação, na organização relatora ou em sua cadeia de suprimento.

Procedimentos descrevendo como os resultados do monitoramento são aplicados e procedimentos para determinar reparações para impactos negativos nos direitos humanos, incluindo processos de reparação associados a procedimentos de queixa e respostas a reclamações de representantes da comunidade local e dos trabalhadores, além de outros stakeholders.

Descreva processos para monitorar partes internas e externas (como uso de auditoria interna, monitoramento de terceiros, priorização de locais de risco). Além disso, recomenda-se que a organização descreva a disponibilidade e acessibilidade de mecanismos de queixas e processos de reparação e o envolvimento de representantes da comunidade local e dos trabalhadores no monitoramento do desempenho.

outRas infoRMações contextuais

Outras informações relevantes necessárias para compreender o desempenho organizacional, tais como:

• principais resultados/metas atingidos e não atingidos;

• principais riscos e oportunidades organizacionais;

• principais mudanças, no período coberto pelo relatório, de sistemas ou estruturas visando melhorar o desempenho;

• principais estratégias e procedimentos para a implementação de políticas ou alcance de objetivos.

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36

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

© 2000-2011 GRI

IndicadoresdeDesempenhoreferentesaDireitos Humanos

aspecto: pRáticas de inVestiMento e de pRocessos de coMpRa

ES

SE

NC

IAL

HR1 Percentual e número total de acordos e contratos de investimentos significativos que incluam cláusulas referentes a preocupações com direitos humanos ou que foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos.

ES

SE

NC

IAL

HR2 Percentual de empresas contratadas, fornecedores e outros parceiros de negócio significativos que foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos, e as medidas tomadas.

ES

SE

NC

IAL

HR3 Total de horas de treinamento para empregados em políticas e procedimentos relativos a aspectos de direitos humanos relevantes para as operações, incluindo o percentual de empregados que recebeu treinamento.

aspecto: não discRiMinação

ESSE

NC

. HR4 Número total de casos de discriminação e as medidas corretivas tomadas.

aspecto: libeRdade de associação e neGociação coletiVa

ES

SE

NC

IAL

HR5 Operações e fornecedores significativos identificados em que o direito de exercer a liberdade de associação e a negociação coletiva pode estar sendo violado ou estar correndo risco significativo e as medidas tomadas para apoiar esse direito.

aspecto: tRabalho infantil

ES

SE

NC

IAL

HR6 Operações e fornecedores significativos identificados como de risco significativo de ocorrência de trabalho infantil e as medidas tomadas para contribuir para a efetiva erradicação do trabalho infantil.

aspecto: tRabalho foRçado ou análoGo ao escRaVo

ES

SE

NC

IAL

HR7 Operações e fornecedores significativos identificados como de risco significativo de ocorrência de trabalho forçado ou análogo ao escravo e as medidas tomadas para contribuir para a erradicação de todas as formas de trabalho forçado ou análogo ao escravo

aspecto: pRáticas de seGuRança

AD

ICIO

NA

L

HR8 Percentual do pessoal de segurança submetido a treinamento nas políticas ou procedimentos da organização relativos a aspectos de direitos humanos que sejam relevantes às operações.

aspecto: diReitos indíGenas

AD

ICIO

NA

L HR9 Número total de casos de violação de direitos dos povos indígenas e medidas tomadas.

aspecto: aValiação

ESSE

NC

. HR10 Percentual e número total de operações que foram suvmetidas a análises e/ou avaliações de impactos relacionados a direitos humanos.

aspecto: RepaRação

ESSE

NC

. HR11 Número de queixas relacionadas a direitos humanos protocoladas, tratadas e resolvidas por meio de mecanismo formal de queixas.

Page 39: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

37

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

Sociedade Os indicadores de desempenho relativos à sociedade enfocam os impactos que as organizações geram nas comunidades locais em que operam e a divulgação de como os riscos resultantes de suas interações com outras instituições sociais são geridos e mediados. Buscam-se em especial informações sobre os riscos associados a suborno e corrupção, influência indevida na elaboração de políticas públicas e práticas de monopólio.

Os membros da comunidade possuem direitos individuais com base em:

• Declaração Universal dos Direitos Humanos;

• Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos;

• Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais;

• Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento.

Se, por um lado, há um debate atual sobre direitos comunitários coletivos, os povos indígenas e tribais têm seus direitos coletivos reconhecidos pelas Convenções 107 e 169 da OIT e pela Declaração da ONU dos Direitos de Povos Indígenas. Em termos de identidade, os direitos desses povos se baseiam tanto no coletivo como no individual. Seu direito a consulta livre, prévia e consciente visando seu consentimento é um direito fundamental expressamente reconhecido nos pontos de referência acima.

InformaçõessobreaFormadeGestão

Deve-se fornecer um relato conciso sobre as formas de gestão com referência aos seguintes aspectos relacionados à sociedade:

• Comunidades locais;

• Corrupção;

• Políticas públicas;

• Concorrência desleal;

• Conformidade.

objetiVos e deseMpenho

Objetivos gerais da organização visando o desempenho relevante quanto aos aspectos acima mencionados.

Deve-se utilizar indicadores específicos da organização (conforme necessário), além dos indicadores de desempenho da GRI, para demonstrar os resultados de desempenho em relação aos objetivos.

Informe até que ponto os objetivos gerais da organização contribuem para os direitos coletivos das comunidades locais ou interferem nesses direitos.

política

Política(s) resumida(s) da organização como um todo que defina(m) o compromisso global para com os aspectos relacionados à sociedade ou indicação de onde essas informações podem ser encontradas no domínio público (como um link para uma página da internet).

Política(s) ou normas gerais da organização relativas à avaliação de riscos às comunidades locais e à gestão de impactos nas comunidades locais. Abranja os itens abaixo, cobrindo todo o ciclo de vida das operações da organização (entrada, operação e saída):

• Referências/declarações referentes aos direitos coletivos das comunidades locais;

• Avaliação do risco de impactos nas comunidades locais em todo o ciclo de vida;

• Mitigação dos impactos nas comunidades locais;

• Engajamento tanto da população feminina como da masculina nas comunidades locais;

• Aplicação da política em diferentes níveis da organização.

Responsabilidade oRGanizacional

O cargo mais alto com responsabilidade operacional referente a aspectos relacionados à sociedade ou explicação sobre como é dividida na alta gerência a responsabilidade operacional para esses aspectos. Isso é diferente do item 4.1, que enfoca as estruturas em nível de governança.

Explique a divisão de responsabilidade no mais alto órgão de governança por impactos nas comunidades locais. Para organizações que não possuem sequer uma política ou uma norma, explique os papéis de diferentes departamentos no processo geral de gestão de impactos. Indique até que ponto os impactos são tratados pelas estruturas organizacionais identificadas na seção Governança (Item 4.1) e nos mecanismos para que empregados e acionistas deem orientações ao mais alto órgão de governança (Item 4.4). Informe se e como comissões de empresa, comissões de saúde e segurança no trabalho e/ou outros órgãos independentes de representação dos trabalhadores têm autonomia para lidar e têm, efetivamente, lidado com impactos nas comunidades locais.

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

© 2000-2011 GRI

tReinaMento e conscientização

Procedimentos relativos a treinamento e conscientização sobre os aspectos relacionados à sociedade.

Refira-se especificamente a treinamentos formais e informais que abranjam impactos sobre comunidades locais, mencionando, entre outras coisas, as partes que recebem treinamento ou para quem a organização comunica sua(s) política(s), inclusive partes externas à organização.

Procedimentos de treinamento e conscientização de empregados e empresas contratadas (inclusive pessoal de segurança) para a gestão de impactos nas comunidades locais.

MonitoRaMento e acoMpanhaMento

Procedimentos relativos a monitoramento e medidas corretivas e preventivas, incluindo as referentes à cadeia de suprimento.

Relação das certificações por desempenho ou sistemas de certificação, ou outras abordagens de auditoria/verificação, na organização relatora ou em sua cadeia de suprimento.

Procedimentos para avaliar riscos e gerir impactos nas comunidades locais, abrangendo entrada, operação e saída. Incluir informações sobre como os dados foram coletados e o processo para escolha dos membros da comunidade local (indivíduos ou grupos) de quem as informações foram obtidas.

outRas infoRMações contextuais

Outras informações relevantes necessárias para compreender o desempenho organizacional, tais como:

• Principais resultados/metas atingidos e não atingidos;

• Principais riscos e oportunidades organizacionais;

• Principais mudanças, no período coberto pelo relatório, de sistemas ou estruturas visando melhorar o desempenho;

• Principais estratégias e procedimentos para a implementação de políticas ou alcance de objetivos.

IndicadoresdeDesempenhosocial Referente à Sociedade

aspecto: coMunidades locais

ESSE

NCI

AL

SO1 Percentual de operações que implementaram programas de engajamento da comunidade, de avaliação de impacto e de desenvolvimento.

ESSE

NCI

AL

SO9 Operações com impactos negativos significativos potenciais ou reais nas comunidades locais.

ESSE

NCI

AL

SO10 Medidas de prevenção e mitigação implementadas em operações com impactos negativos significativos potenciais ou reais em comunidades locais .

aspecto: coRRupção ES

SEN

CIA

L

SO2 Percentual e número total de unidades de negócios submetidas a avaliações de riscos relacionados a corrupção.

ESSE

NCI

AL

SO3 Percentual de empregados treinados nas políticas e procedimentos anticorrupção da organização.

ESSE

NC. SO4 Medidas tomadas em resposta a casos de

corrupção.

ASPECTO: POLíTICAS PúbLICAS

ESSE

NC. SO5 Posições quanto a políticas públicas e

participação na elaboração de políticas públicas e lobbies.

AD

ICIO

NA

L SO6 Valor total de contribuições financeiras e em espécie para partidos políticos, políticos ou instituições relacionadas, discriminadas por país.

ASPECTO: CONCORRêNCIA DESLEAL

AD

ICIO

NA

L SO7 Número total de ações judiciais por concorrência desleal, práticas de truste e monopólio e seus resultados.

AsPEcto:conFormIDADE

ESSE

NCI

AL

SO8 Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não monetárias resultantes da não conformidade com leis e regulamentos.

Page 41: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

39

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

Responsabilidade pelo Produto Os indicadores de desempenho referentes à responsabilidade pelo produto abordam os aspectos dos produtos e serviços da organização relatora que afetam diretamente os clientes, a saber: saúde e segurança, informações e rotulagem, marketing e privacidade.

Esses aspectos são tratados principalmente por meio da divulgação sobre procedimentos internos e o quanto eles não são seguidos.

InformaçõessobreaFormadeGestão

Deve-se fornecer um relato conciso sobre a forma de gestão com referência aos seguintes aspectos relacionados à responsabilidade pelo produto:

• Saúde e Segurança do Cliente;

• Rotulagem de Produtos e Serviços;

• Comunicações de Marketing;

• Privacidade do Cliente;

• Conformidade.

objetiVos e deseMpenho

Objetivos gerais da organização visando o desempenho relevante quanto aos aspectos relacionados à responsabilidade pelo produto.

Deve-se utilizar indicadores específicos da organização (conforme necessário), além dos indicadores de desempenho da GRI, para demonstrar os resultados de desempenho em relação aos objetivos.

política

Política(s) resumida(s) da organização como um todo que defina(m) o compromisso global da organização para com os aspectos relacionados à responsabilidade pelo produto ou indicação de onde essas informações podem ser encontradas no domínio público (como um link para uma página da internet).

Responsabilidade oRGanizacional

O cargo mais alto com responsabilidade operacional referente a aspectos relacionados à responsabilidade pelo produto ou explicação sobre como é dividida na alta gerência a responsabilidade operacional para aspectos relacionados à responsabilidade pelo produto. Isso é diferente do item 4.1, que enfoca as estruturas em nível de governança.

tReinaMento e conscientização

Procedimentos relativos a treinamento e conscientização sobre os aspectos relacionados à responsabilidade pelo produto.

MonitoRaMento e acoMpanhaMento

Procedimentos relativos a monitoramento e medidas corretivas e preventivas, incluindo as referentes à cadeia de suprimento.

Relação das certificações por desempenho referentes à responsabilidade pelo produto ou sistemas de certificação, ou outras abordagens de auditoria/verificação, na organização relatora ou em sua cadeia de suprimento.

outRas infoRMações contextuais

Outras informações relevantes necessárias para compreender o desempenho organizacional, tais como:

• principais resultados/metas atingidos e não atingidos;

• principais riscos e oportunidades organizacionais;

• principais mudanças, no período coberto pelo relatório, de sistemas ou estruturas visando melhorar o desempenho;

• principais estratégias e procedimentos para a implementação de políticas ou alcance de objetivos.

Page 42: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

© 2000-2011 GRI

IndicadoresdeDesempenhoreferentes à Responsabilidade pelo Produto

aspecto: saúde e seGuRança do cliente

ESSE

NCI

AL

PR1 Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em que os impactos na saúde e segurança são avaliados visando melhoria, e o percentual de produtos e serviços sujeitos a esses procedimentos.

AD

ICIO

NA

L

PR2 Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados aos impactos causados por produtos e serviços na saúde e segurança durante o ciclo de vida, discriminados por tipo de resultado.

ASPECTO: ROTULAGEM DE PRODUTOS E SERVIçOS

ESSE

NCI

AL

PR3 Tipo de informação sobre produtos e serviços exigida por procedimentos de rotulagem, e o percentual de produtos e serviços sujeitos a tais exigências.

AD

ICIO

NA

L

PR4 Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados a informações e rotulagem de produtos e serviços, discriminados por tipo de resultado.

AD

ICIO

NA

L

PR5 Práticas relacionadas à satisfação do cliente, incluindo resultados de pesquisas que medem essa satisfação.

ASPECTO: COMUNICAçõES DE MARkETING

ESSE

NCI

AL

PR6 Programas de adesão às leis, normas e códigos voluntários relacionados a comunicações de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio.

AD

ICIO

NA

L

PR7 Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relativos a comunicações de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio, discriminados por tipo de resultado.

ASPECTO: PRIVACIDADE DO CLIENTE

AD

ICIO

NA

L PR8 Número total de reclamações comprovadas relativas a violação de privacidade e perda de dados de clientes.

AsPEcto:conFormIDADE

ESSE

NCI

AL

PR9 Valor monetário de multas (significativas) por não conformidade com leis e regulamentos relativos ao fornecimento e uso de produtos e serviços.

Page 43: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

Esclarecimentos Gerais sobre a Elaboração de RelatóriosColeta de Dados

aValiação de Viabilidade

O processo de definição do conteúdo do relatório resultará em um conjunto de temas e indicadores que a organização deve abordar. Entretanto, desafios práticos, tais como a disponibilidade de dados, o custo para sua coleta, a confidencialidade de informações, a privacidade ou outras preocupações legais e a confiabilidade das informações disponíveis, entre outros fatores, poderão redundar numa decisão legítima de não divulgar determinadas informações. Caso sejam omitidas informações relevantes, o relatório deverá fazer uma clara indicação do fato e de suas razões.

aGReGação e desaGReGação de dados

As organizações relatoras precisarão determinar o nível de agregação das informações apresentadas. A agregação de informações pode resultar na perda de muitos detalhes significativos, além do risco de não dar destaque a um desempenho especialmente forte ou fraco em áreas específicas. Por outro lado, a desagregação desnecessária de dados pode dificultar a compreensão das informações. As organizações relatoras deverão aplicar a desagregação de informações num nível apropriado, utilizando os princípios e a orientação dos indicadores do relatório. A desagregação pode variar de indicador para indicador, mas geralmente torna a informação mais compreensível e clara do que um dado único e agregado.

FormaePeriodicidadedorelatório

definição de RelatóRio de sustentabilidade

O relatório de sustentabilidade é uma publicação única e consolidada, que apresenta de maneira razoável e equilibrada o desempenho da organização em determinado período de tempo. Os stakeholders devem ter fácil acesso a todas as informações do relatório, a partir de um único local, como o sumário de conteúdo da GRI. Não devem ser citadas outras publicações como fonte de informações para um item do conteúdo do relatório (um indicador de desempenho, por exemplo), a menos que se forneça o meio para que o stakeholder acesse diretamente a informação (como um link para uma página da internet ou o número da página de uma publicação correspondente). Não há tamanho definido para um relatório no padrão GRI, desde que a organização tenha aplicado adequadamente as diretrizes e os documentos da estrutura que decidiu utilizar.

Meio de diVulGação

As versões eletrônicas (CD-ROM, por exemplo) ou publicadas na internet, assim como as impressas em papel, são meios apropriados para a divulgação de relatórios. As organizações podem utilizar uma combinação de mídias – com relatórios publicados na internet e também impressos em papel − ou somente uma mídia. Por exemplo, uma organização pode publicar um relatório detalhado em seu site e fornecer impresso um sumário executivo, incluindo sua estratégia, sua análise e informações sobre o desempenho. A escolha dependerá das decisões da organização acerca do período coberto pelo relatório, seus planos de atualização de conteúdo, os prováveis usuários do relatório e fatores práticos, como a estratégia de distribuição, por exemplo. Mas pelo menos uma mídia (internet ou papel) deve propiciar aos usuários acesso ao conjunto completo de informações referentes ao período coberto pelo relatório.

peRiodicidade da diVulGação

As organizações devem definir um ciclo consistente e periódico para produzir um relatório. O ciclo anual é o mais comum, mas algumas organizações preferem relatórios bianuais. Pode-se também optar por atualizar as informações regularmente no intervalo entre as publicações dos relatórios consolidados de desempenho. Isso é vantajoso em termos de propiciar aos stakeholders acesso mais imediato às informações, mas é desvantajoso em termos de sua comparabilidade. Entretanto, as organizações devem manter um ciclo previsível, em que todas as informações relatadas sejam referentes a determinado período de tempo.

Os relatórios de desempenho econômico, ambiental e social podem coincidir com outro relatório organizacional ou ser integrados a ele, como as demonstrações financeiras anuais. Essa sincronicidade reforça as relações entre o desempenho financeiro e o desempenho econômico, ambiental e social.

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42

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

© 2000-2011 GRI

atualização do conteúdo do RelatóRio

Ao preparar um novo relatório, a organização relatora poderá identificar informações que não sofreram mudanças desde o relatório anterior (como uma política que não foi alterada, por exemplo). Nesse caso, é possível optar por atualizar somente os temas e indicadores que sofreram mudanças e publicar novamente as informações que permaneceram inalteradas. Por exemplo, uma organização pode reproduzir as informações de políticas que não sofreram alterações e atualizar apenas seus indicadores de desempenho. A flexibilidade de adotar uma abordagem como essa dependerá em grande parte da escolha do meio de publicação do relatório. Temas como estratégia e análise e indicadores de desempenho tendem a apresentar alterações a cada período relatado, enquanto outros, como perfil organizacional ou governança, podem se modificar em ritmo mais lento. Independentemente da estratégia utilizada, o conjunto completo de informações para o período coberto pelo relatório deverá estar disponível em um único local (seja em papel, seja pela internet).

Verificação

escolhas de VeRificação

As organizações usam uma série de abordagens distintas para aumentar a credibilidade dos relatórios e podem fazer uso de sistemas de controle interno, com funções de auditoria, como parte de suas formas de gestão e divulgação de informações. Tais sistemas são importantes para a integridade e a credibilidade de um relatório como um todo. Para relatórios de sustentabilidade, entretanto, a GRI recomenda o uso de verificação externa, além dos recursos internos.

Variadas abordagens são usadas atualmente pelos responsáveis pela elaboração de relatórios para implementar a verificação externa, incluindo o uso de empresas especializadas, comitês constituídos por stakeholders e outros grupos ou indivíduos externos. No entanto, seja qual for a escolha, a verificação deverá ser conduzida por grupos ou indivíduos externos à organização, que sejam competentes e obedeçam a normas profissionais de verificação, ou envolver abordagens que sigam processos sistemáticos, documentados e comprovados, mas não dirigidos por uma norma específica.

A GRI usa o termo “verificação externa” para se referir a atividades que visam resultar em conclusões publicadas sobre a qualidade do relatório e das informações nele contidas. Isso inclui, sem limitação, consideração a processos subjacentes à preparação dessas informações. É diferente das atividades que visam avaliar ou

validar a qualidade ou o nível de desempenho de uma organização, como a emissão de certificação de desempenho ou avaliações de conformidade.

De forma geral, as principais qualidades que as verificações externas de relatórios que usam a Estrutura de Relatórios da GRI devem possuir são:

• Ser conduzidas por grupos ou indivíduos externos à organização, comprovadamente competentes tanto no assunto em questão quanto em práticas de verificação;

• Ser implementadas de forma sistemática, documentada, comprovada e caracterizada por procedimentos definidos;

• Avaliar se o relatório faz uma apresentação razoável e equilibrada do desempenho, levando em conta a veracidade dos dados e também a seleção geral do conteúdo;

• Utilizar grupos ou indivíduos para conduzir a verificação que não estejam indevidamente limitados por sua relação com a organização ou com seus stakeholders, a fim de elaborar e publicar uma conclusão independente e imparcial sobre o relatório;

• Avaliar até que ponto o responsável pela elaboração do relatório aplicou a Estrutura de Relatórios da GRI (incluindo os princípios de relatório) na elaboração de suas conclusões;

• Resultar em um parecer ou conjunto de conclusões que estejam disponíveis publicamente e uma declaração da empresa que forneceu a verificação sobre sua relação com o responsável pela elaboração do relatório.

Conforme indicado no item 3.13 (“Verificação”), as organizações deverão divulgar informações sobre sua abordagem para verificação externa.

Page 45: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

Glossário

Administração Unitária

Refere-se a uma estrutura de direção que possui um único órgão de governança responsável pela organização.

Aspectos do Indicador

Os tipos gerais de informações relacionadas a uma categoria específica de indicador (como uso de energia, trabalho infantil, consumidores/clientes).

Categorias de Indicadores

Áreas amplas ou agrupamentos de temas referentes a sustentabilidade. As categorias incluídas nas Diretrizes da GRI abordam os seguintes itens: econômico, ambiental e social. O agrupamento social é categorizado em termos de práticas trabalhistas, direitos humanos, sociedade e responsabilidade pelo produto. Uma determinada categoria pode ter vários aspectos do indicador.

Conteúdo do Relatório

As Diretrizes trazem temas e informações considerados essenciais para a maioria das organizações e de interesse para a maioria dos stakeholders. Eles são agrupados em três tipos de informação:

• Informações sobre estratégia e perfil estabelecem o contexto geral para o relatório e para a compreensão do desempenho organizacional, tais como sua estratégia, perfil, governança e forma de gestão;

• Informações sobre a forma de gestão descrevem como uma organização trata determinado conjunto de temas para estabelecer o contexto para a compreensão do desempenho em uma área específica;

• Indicadores de desempenho produzem informações comparáveis sobre o desempenho econômico, ambiental e social da organização.

Downstream

O termo “entidades downstream” se baseia no conceito de uma cadeia produtiva que se estende desde a extração de matérias-primas até a utilização de um bem ou serviço por um usuário final. “Downstream” (que significa “a jusante”) se refere às organizações que desempenham um papel na distribuição ou uso de bens e serviços fornecidos pela organização relatora ou, de forma mais geral, desempenham um papel em uma etapa posterior na cadeia produtiva em relação à organização relatora.

Estrutura de Relatórios da GRI

Visa fornecer uma estrutura amplamente aceita para a elaboração de relatórios de desempenho econômico, ambiental e social de uma organização. A Estrutura de Relatórios da GRI consiste das Diretrizes para Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade, dos protocolos de indicadores, protocolos técnicos e suplementos setoriais.

Global Reporting Initiative

A visão da GRI é a de uma economia global sustentável em que as organizações possam gerir seu desempenho econômico, ambiental, social e de governança bem como seus impactos de forma responsável e os relatem de forma transparente. A GRI confirma essa visão ao fornecer orientações e apoio que possibilitam que as organizações relatem de forma transparente e com responsabilidade, como vetores da mudança para uma economia global sustentável. Todos os componentes da Estrutura de Relatórios da GRI são desenvolvidos utilizando uma abordagem multistakeholder, que visa ao consenso.

IndicadordeDesempenho

São informações qualitativas ou quantitativas sobre consequências ou resultados associados à organização que sejam comparáveis e demonstrem mudança ao longo do tempo.

Indicadores Essenciais

Indicadores essenciais são aqueles identificados nas Diretrizes da GRI como de interesse da maioria dos stakeholders e considerados relevantes, salvo consideração em contrário, com base nos princípios de relatórios da GRI.

Indicadores Adicionais

São aqueles, identificados nas Diretrizes da GRI, que representam práticas emergentes ou tratam de temas que podem ser relevantes para algumas organizações, mas em geral não o são para a maioria.

Informações sobre o Perfil

São as informações numeradas requisitadas na Parte 2 das Diretrizes, as quais fornecem o contexto geral para a elaboração do relatório e para a compreensão do desempenho organizacional (por exemplo, 2.1, 3.13).

Page 46: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

© 2000-2011 GRI

Limite

O limite de um relatório de sustentabilidade se refere às unidades de negócios ou empresas cujo desempenho está coberto pelo relatório de sustentabilidade da organização.

Membro Independente da Alta Direção

As definições para “independente” podem variar entre jurisdições legais. Em geral significa que o membro não tem nenhuma participação financeira na organização nem outros benefícios potenciais que poderiam criar um conflito de interesses. As organizações que usam as Diretrizes deverão declarar a definição usada para “independente”.

Princípios de Relatório

São conceitos que descrevem os resultados que um relatório deveria atingir e orientam as decisões tomadas ao longo de seu processo de elaboração, como, por exemplo a que indicadores responder e de que modo.

Protocolo de Indicador

Um protocolo de indicador fornece definições, orientações para compilação e outras informações para auxiliar as organizações relatoras e assegurar coerência na interpretação dos indicadores de desempenho. Há um protocolo de indicador para cada um dos indicadores de desempenho contidos nas Diretrizes.

Relatório de Sustentabilidade

Relatórios de sustentabilidade são a prática de medir e divulgar o desempenho organizacional enquanto se trabalha rumo ao desenvolvimento sustentável. Um relatório de sustentabilidade fornece uma declaração equilibrada e razoável do desempenho de sustentabilidade da organização, incluindo contribuições positivas e negativas.

Stakeholder

Os stakeholders (partes interessadas) são definidos de forma ampla como os grupos ou indivíduos que, estima-se, possam ser significativamente afetados pelas atividades, produtos e/ou serviços da organização; ou cujas ações, estima-se, possam afetar a capacidade da organização de implementar suas estratégias e atingir seus objetivos com sucesso.

Sumário de Conteúdo

Um sumário de conteúdo da GRI é uma tabela ou matriz que relaciona todo o conteúdo e onde as respostas para as informações podem ser encontradas (número de página do documento ou página na internet). As organizações relatoras também poderão incluir referência a indicadores específicos à organização (não pertencentes às Diretrizes da GRI). Um sumário de conteúdo fornece aos usuários uma visão geral do que foi relatado e facilita o uso do relatório. É especialmente importante caso alguns dos informes apareçam em outros relatórios, como o financeiro ou os de sustentabilidade anteriores.

Suplemento Setorial

Suplementos Setoriais são versões das Diretrizes da GRI customizadas para setores em particular. Alguns setores se deparam com questões específicas. Os Suplementos Setoriais reúnem essas questões, que podem não estar abordadas nas Diretrizes originais. Os Suplementos Setoriais apresentam comentários integrados e novos Indicadores de Desempenho, assegurando que os relatórios de sustentabilidade abordem as principais preocupações setoriais.

Upstream

O termo “entidades upstream” se baseia no conceito de uma cadeia produtiva que se estende desde a extração de matérias-primas até a utilização de um bem ou serviço por um usuário final. “Upstream” (que significa “a montante”) se refere às organizações que desempenham um papel na cadeia de suprimentos da organização relatora ou, de forma mais geral, desempenham um papel em uma etapa anterior na cadeia produtiva em relação à organização relatora.

Para obter definições de palavras ou conceitos contidos nos textos dos indicadores, consulte os protocolos de indicadores.

Page 47: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

45

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

Agradecimentos das Diretrizes G3:

Um Esforço Global

As seguintes organizações deram apoio significativo para o processo de desenvolvimento da G3:

Apoio Ad Hoc para a G3.1

O Departamento para Assuntos Ambientais, Alimentícios e Rurais (DEFRA) do Reino Unido e o Ministério de Relações Internacionais da Holanda também contribuíram para o Desenvolvimento das Diretrizes G3.

Apoio para a G3.1 On-Line

Impressão da G3.1

Desenvolvimento de Conteúdo das Diretrizes e Protocolos da G3

Voluntários de empresas, organizações não governamentais, trabalhadores, profissionais de contabilidade, investidores e comunidade científica, entre outros, se reuniram para, juntos, criar todos os aspectos das Diretrizes e Protocolos da G3. Os grupos de trabalho técnico de caráter multistakeholder relacionados abaixo se reuniram entre janeiro e novembro de 2005 e cada um entregou uma parte distinta do conteúdo das Diretrizes G3.

Membros do Grupo de Trabalho dos Indicadores (IWG)

O Grupo de Trabalho dos Indicadores (Indicators Working Group – IWG) foi responsável pela revisão do conjunto de indicadores como um todo, assegurando qualidade e coerência em sua elaboração, assim como no alinhamento geral com as diretrizes do Technical Advisory Committee (TAC).

• Sr. David Bent, Forum for the Future

• Sr. William R. Blackburn, William Blackburn Consulting

• Sra. Julie-Anne Braithwaite, Rio Tinto/ICMM

• Sra. Sarah Forrest, Goldman Sachs International

• Sra. Somporn Kamolsiripichaiporn, Chulalongkorn University

• Sr. Robert Langford, Federation des Experts Comptables Europeens (FEE)

• Sra. Stephanie Maier, Ethical Investment Research Service (EIRIS)

• Sra. Asako Nagai, Sony Corporation

• Sr. Ron Nielsen, Alcan Inc.

• Sr. Michael Rae, World Wide Fund Austrália

• Sra. Ulla Rehell, Kesko Corporation

• Sr. George Nagle, Bristol-Myers Squibb

• Sra. Filippa Bergin, Amnesty International

• Sra. Giuliana Ortega Bruno, Instituto Ethos

O IWG trabalhou com seis Grupos Consultivos de temas específicos, que foram responsáveis pela revisão dos indicadores e pela criação de protocolos técnicos para indicadores em suas áreas de especialização.

Page 48: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

46

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

© 2000-2011 GRI

Membros do Grupo Consultivo para Sociedade

• Sra. Anne Gambling, Holcim

• Sr. Sachin Joshi, Center For Social Markets (CSM)

• Craig Metrick, Investor Responsibility Research Center (IRRC)

• Sr. Keith Miller, 3M

• Sra. Ruth Rosenbaum, Center for Reflection, Education e Action (CREA)

• Sra. Gláucia Terreo, Instituto Ethos

• Sr. Peter Wilkinson, Transparência Internacional

Membros do Grupo Consultivo para Direitos Humanos• Sra. Marina d’Engelbronner, Humanist Committee

on Human Rights (HOM)

• Sra. Bethany Heath, Chiquita Bres

• Sr. Jorge Daniel Taillant, The Center for Human Rights e Environment (Cedha)

• Sr. Brian Kohler, Communications, Energy e Paperworks Union of Canada (CEP Canada)

• Sr. Rev. David M. Schilling, Interfaith Center on Corporate Responsibility

• Sra. Susan Todd, Solstice Sustainability Works Inc.

• Sr. Hirose Chuichiro, Canon

• Sr. Steve Ouma, Kenyan Human Rights Commission

• Sr. Björn Edlund, ABB Ltd.

• Sra. Marleen van Ruijven, Anistia Internacional

Membros do Grupo Consultivo para Meio Ambiente (Biodiversidade e Água) trocar todos por:

• Sr. Ian Blythe, Boots Group PLC

• Sr. Ian Dutton, The Nature Conservancy

• Sra. Annelisa Grigg, Fauna & Flora International

• Sra. Nancy Kamp-Roelands, Ernst & Young Holanda / Royal Nivra

• Sra. Erin Musk, City West Water

• Sr. Mike Rose, Sasol

• Sr. Fernando Toledo, Codelco

Membros do Grupo Consultivo para Meio Ambiente (Poluição) • Sra. Tanja D. Carroll, Coalition for Environmentally

Responsible Economies (Ceres)

• Sr. Yutaka Okayama, Toyota Motor Corporation

• Sra. Maria Fatima Reyes, Philippine Institute of Certified Public Accountants (Picpa)

• Sr. Yogendra Kumar Saxena, Gujarat Ambuja Cements

• Sr. David Stangis, Intel Corporation

• Sra. Sonia Valdivia, Universidade Católica do Peru

• Sr. Eric Shostal, Institutional Shareholder Services

• Sra. Lucian Turk, Dell, Inc.

Membros do Grupo Consultivo para Práticas Trabalhistas• Sra. Michiko Arikawa, Matsushita Electric Industrial

(Panasonic)

• Sr. Stephen Frost, Southeast Asia Research Centre

• Sra. Kyoko Sakuma, Sustainability Analysis & Consulting

• Sr. Sean Ansett, Gap Inc.

• Sr. Brian Kohler, Communications, Energy e Paperworks Union of Canada (CEP Canadá)

• Sra. Deborah Evans, Lloyd’s Register of Quality Assurance (LRQA)

• Sr. Pierre Mazeau, Electricité de France (EDF)

• Sr. Dan Viederman, Verité

Membros do Grupo Consultivo para Indicadores Econômicos• Sra. Christine Jasch, Institute for Environmental

Management e Economics (IOEW)

• Sr. Martin Tanner, Novartis International AG

• Sra. Helen Campbell, ex-membro do AccountAbility

• Sr. Eric Israel, KPMG LLP

• Sra. Martina Japy, BMJ CoreRatings

• Sra. Michelle Smith, Rohm e Haas

• Sra. Lisa Acree, Business for Social Responsibility (BSR)

• Sr. Johan Verburg, Novib/Oxfam Holea

Page 49: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

47

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

Membros do Grupo de Trabalho Elaboração de Relatórios como Processo (RPWG) O Grupo de Trabalho Elaboração de Relatórios como Processo (Reporting as a Process Working Group – RPWG) foi criado para a atualização e o aprofundamento dos princípios de relatório, assim como outras orientações para o processo de aplicação das Diretrizes G3.

• Sra. Amy Eerson, Starbucks Coffee

• Sr. Pankaj Bhatia, World Resources Institute (WRI)

• Sr. Bill Boyle, BP

• Dr. Uwe Brekau, Bayer AG

• Sra. Debra Hall, Coalition for Environmentally Responsible Economies (Ceres)

• Sr. Dunstan Hope, Business for Social Responsibility (BSR)

• Dr. Aqueel Khan, Association for Stimulating Know How (ASK)

• Sra. Judy Kuszewski, SustainAbility Ltd.

• Sr. Brian Kohler, Communications, Energy & Paperworkers Union of Canada

• Sr. Ken Larson, Hewlett Packard

• Sr. Steve Lippman, Trillium Invest

• Sr. Luis Perera, PricewaterhouseCoopers (PwC)

• Sr. Dante Pesce, Vincular, Pontificia Universidad Católica de Valparaíso

• Sra. Mizue Unno, So-Tech Consulting, Inc.

• Sr. Cornis van der Lugt, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Divisão de Tecnologia, Indústria e Economia (DTIE)

• Sr. Robert Walker, The Ethical Funds Company

• Sr. Ian Whitehouse, Manaaki Whenua Lecare Research

• Sr. Alan Willis, Alan Willis & Associates

• Sra. Jennifer Iansen-Rogers, da KPMG, Holea, que, embora não sendo membro do grupo, forneceu aconselhamento contínuo para questões relativas ao processo.

Comentários Públicos

Entre janeiro e março de 2006, foram recebidas 270 contribuições dentro do processo de comentários públicos para a versão preliminar das Diretrizes G3. Esses comentários foram essenciais para sua versão final.

Consultores

A Secretaria da GRI elencou a colaboração (remunerada) dos seguintes consultores durante o processo da G3:

• csrnetwork (consultor-chefe: Mark Line)

• Just Solutions (consultor-chefe: Vic Thorpe)

• onValues (consultor-chefe: Ivo Knopfel)

• Ove Arup (consultor-chefe: Jean Rogers)

• Responsibility Matters (consultor-chefe: Mark Brownlie)

• Sera Pederson, editora

• Source-Asia (consultor-chefe: Paul Wenman)

• Triple Innova (consultor-chefe: Michael Kundt)

• Universidade de Amsterdã (consultor-chefe: Jeffrey Harrod)

Page 50: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

48

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

© 2000-2011 GRI

Agradecimentos das Diretrizes G3.1:

Grupo de Trabalho sobre Impactos na Comunidade

• Sra. Luz Barragan, CEMEX

• Sr. Derk Byvanck, Oxfam/Novib

• Sr. Pierre Habbard, TUAC (Comitê Consultivo Sindical (TUAC) da OCDE)

• Sra. Constance Kane, World Education

• Sra. Helen Macdonald, Newmont Mining Corporation

• Sra. Liane Lohde, Corporação Financeira Internacional (IFC), Estados Unidos da América

• Sr. Manohar Paralkar, Tata Motors

• Sr. Claude Perras, Rio Tinto

• Sr. Johan Verburg, Oxfam/Novib

Grupo de Trabalho sobre Direitos Humanos

• Sr. Tom Etty, ex-FNV Holea

• Sra. Karin Ireton, Steard Bank

• Sra. Margaret Jungk, Danish Institute for Human Rights

• Sr. Stephen Ouma Akoth, ex-Comissão de Direitos Humanos do Quênia

• Sra. Jeehye Park, SK Telecom

• Sr. Dante Pesce, Vincular: Centro de RSE – Chile

• Sra. Anna Pot, APG All Pensions Group

• Sr. Ed Potter, Coca-Cola Company

• Sra. Soraya Ramoul, NovoNordisk

• Sra. Jo Render, Newmont Mining Corporation / ERM

• Sr. Martin Summers, British American Tobacco

• Sra. Jet Urmeneta, Verité Sudeste Asiático

• Sr. Bob Walker, Northwest & Ethical Investments

• Sr. John Wilson, TIAA-CREF

Grupo de Trabalho sobre Gênero

• Sra. Gemma Adaba, Confederação Internacional de Sindicatos Livres (ICFTU)

• Sra. Amy Augustine, Calvert /CERES

• Sr. Stefan Chojnicki, Steard Chartered Bank

• Sra. Heloisa Covolan, Itaipu Binacional

• Sra. Janet Geddes, KPMG Índia

• Sra. Jane Gronow, Rio Tinto

• Sra. Kate Grosser, Nottingham University Business School

• Sra. Cecily Joseph, Symantec

• Sra. Tahereh Kharestani, CSR Irã

• Sr. Tur-Od Lkhagvajav, XacBank

• Sra. Jyoti Macwan, SEWA

• Sra. Laraine Mills, UNIFEM

• Sra. Alisha Mirea, Steard Chartered Bank

• Sra. Carmen Niethammer, Corporação Financeira Internacional (IFC)

• Sra. Pratibha Peya, SEWA

• Sra. Liz Potter, LendLease

• Sra. Srimathi Shivashankar, Infosys Technologies Índia

• Sra. Ines Smyth, Oxfam GB

• Sra. Anne Stenhammer, UNIFEM

• Sra. Annie Tennant, LendLease

• Sra. Noortje Verhart, KIT Royal Tropical Institute

• Sr. Vusa Vundla, AMSCO

• Sr. Jean-Paul Zalaquett Falaha, Chilectra

• Sra. Jo Zaremba, Oxfam GB

Comentários Públicos

A elaboração das Diretrizes G3.1 seguiu um processo previamente estabelecido que incluiu comentários públicos. 358 contribuições foram recebidas durante o Período de Comentários Públicos. Recomendações e preocupações foram consideradas e abordadas pelos Grupos de Trabalho e pelos órgãos de governança da GRI, influenciando significativamente o formato da G3.1.

Page 51: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

49

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

Agradecimentos – Protocolo Técnico

Grupo de Trabalho sobre Conteúdo do Relatório e Materialidade

• Sr. Glenn Frommer, MTR Corporation

• Sr. Bradley Googins, Carroll School of Management - Boston College

• Sr. Jong Ho Hong, Graduate School of Environmental Studies Seoul National University

• Sra. Daisy Kambalame, African Institute of Corporate Citizenship (AICC)

• Sr. David Kingma, Holcim

• Sr. Carlos Eduardo Lessa Brandão – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

• Sr. Jason Morrison, Pacific Institute

• Sr. Graham Terry, The South African Institute of Chartered Accountants (SAICA)

• Sr. Luis Perera, PriceWaterHouseCoopers

• Sr. Cornis van der Lugt - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)

• Sra. Janet Williamson, TUC

Comentários Públicos

A elaboração do Protocolo Técnico – Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório seguiu um processo previamente estabelecido que incluiu comentários públicos. 40 contribuições foram recebidas durante o Período de Comentários Públicos. Recomendações e preocupações foram consideradas e abordadas pelo Grupo de Trabalho e pelos órgãos de governança da GRI, influenciando significativamente o formato do Protocolo Técnico.

Órgãos de Governança da GRI

Comitê Consultivo Técnico: Esse grupo, composto de, no máximo, 15 especialistas, dá suporte à manutenção da qualidade e coerência geral da Estrutura de Relatórios da GRI, fornecendo aconselhamento e conhecimentos de alto nível técnico. Suas principais funções no processo de elaboração das Diretrizes é sugerir um direcionamento para as orientações, solucionar questões importantes que surjam referentes ao conteúdo, assegurar que a

elaboração seja feita com base em um processo sólido e fazer uma recomendação favorável ou contrária ao Conselho Diretor para a aprovação das Diretrizes para publicação.

conselhodeStakeholders (SC): Esse grupo, composto de, no máximo, 50 membros, compõe o fórum formal de política de stakeholders da estrutura de governança da GRI. O SC orienta o Conselho Diretor em questões relativas a política e estratégia. Alguns membros do SC participam de Grupos de Trabalho das Diretrizes.

conselhoDiretor:Esse grupo, composto de, no máximo, 16 membros, detém a responsabilidade fiduciária, financeira e legal pela GRI, sendo a autoridade máxima para deliberação final referente às revisões das Diretrizes, estratégia organizacional e planos de trabalho.

Secretaria da GRI: A Secretaria trabalha para consolidar a Missão da GRI de tornar os relatórios de sustentabilidade uma prática comum. A Secretaria implementa as Diretrizes e o plano de trabalho técnico aprovado pelo Conselho Diretor. Também gerencia comunicações, programas de extensão, relações com stakeholders, serviços de aprendizagem e de pesquisa e gestão financeira. A Secretaria dá suporte às operações do Conselho Diretor, do Conselho de Stakeholders e do Comitê Consultivo Técnico.

Responsabilidade LegalO presente documento, concebido para a promoção de relatórios de sustentabilidade, foi desenvolvido por meio de um processo consultivo singular, com vários stakeholders, entre os quais representantes de organizações relatoras e usuários de informações de relatórios de todo o mundo. Se, por um lado, o Conselho Diretor da GRI incentiva o uso das Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade (Diretrizes da GRI) por todas as organizações, a preparação e publicação de relatórios total ou parcialmente fundados nas Diretrizes da GRI são de total responsabilidade de quem os produz. Nem o Conselho Diretor da GRI nem a Fundação Global Reporting Initiative podem assumir responsabilidade por quaisquer consequências ou danos que resultem, direta ou indiretamente, do uso das Diretrizes da GRI na preparação de relatórios ou do uso de relatórios baseados nas Diretrizes da GRI.

Page 52: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

50

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

© 2000-2011 GRI

Solicitação para Notificação de Uso Solicita-se que as organizações que usaram as Diretrizes e/ou outros elementos da Estrutura de Relatórios como base para seus relatórios notifiquem a GRI no momento de sua publicação. Ao notificarem a GRI, as organizações poderão escolher as seguintes opções:

• Registrar seu relatório no banco de dados de relatórios on-line da GRI

• Solicitar que a GRI divulgue seu relatório no Serviço de Relatórios em Destaque

• Solicitar um Exame de Nível de Aplicação pela GRI para confirmar sua autodeclaração de Nível de Aplicação.

Aviso de Direitos Autorais e Marca Registrada Os direitos autorais deste documento pertencem à fundação Global Reporting Initiative (GRI). Sua reprodução e distribuição para informações e/ou utilização na preparação de um relatório de sustentabilidade são permitidas sem prévia autorização por parte da GRI. Entretanto, nem este documento nem qualquer parte dele poderão ser reproduzidos, arquivados, traduzidos ou transferidos, em qualquer forma ou mídia (eletrônica, mecânica, fotocopiada, gravada etc.), para qualquer outro fim sem que haja prévia autorização por parte da GRI.

“Global Reporting Initiative”, o logotipo da Global Reporting Initiative, “Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade” e “GRI” são marcas registradas da Global Reporting Initiative.

Mais informações sobre a GRI e as Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade podem ser obtidas em:

www.globalreporting.org

[email protected]

Global Reporting Initiative

PO Box 10039

1001 EA Amsterdam

The Netherlands

Tel: +31 (0) 20 531 00 00

Fax: +31 (0) 20 531 00 31

© 2000-2011 Global Reporting Initiative. All rights reserved.

Page 53: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

51

Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade RG

Versão 3.1

Patrocínio da versão em Português do Brasil da G3.1:

Apoio

Coordenação Glaucia Terreo

Tradução Alberto Bezerril e Martha Villac

Análise CríticaCarlos Eduardo Lessa Brandão Maria Sulema M. B. Pioli

Produção Gráfica Report Sustentabilidade

Tiragem Material disponível somente em pdf

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1

Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

IP

Conjunto de Protocolos de Indicador Ambiental

© 2000-2011 GRI Versão 3.1

Page 55: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

© 2000-2011 GRI Versão 3.1

Page 56: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

1

Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

Environment Performance Indicators

Aspecto: Materiais

Es

sE

nc

IAIs EN1 Materiais usados por peso ou volume.

Es

sE

nc

IAIs EN2 Percentual dos materiais usados provenientes

de reciclagem.

Aspecto: Energia

Es

sE

nc

IAIs EN3 Consumo de energia direta discriminado por

fonte de energia primária.

Es

sE

nc

IAIs EN4 Consumo de energia indireta discriminado

por fonte primária.

Ad

IcIo

nA

Is EN5 Energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência.

Ad

IcIo

nA

Is

EN6 Iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo consumo de energia, ou que usem energia gerada por recursos renováveis, e a redução na necessidade de energia resultante dessas iniciativas.

Ad

IcIo

nA

Is EN7 Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções obtidas.

Aspecto: Água

Es

sE

nc

IAIs EN8 Total de retirada de água por fonte.

Ad

IcIo

nA

Is EN9 Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água.

Ad

IcIo

nA

Is EN10 Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada.

Aspecto: Biodiversidade

Es

sE

nc

IAIs

EN11 Localização e tamanho da área possuída, arrendada ou administrada dentro de áreas protegidas, ou adjacente a elas, e áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.

Es

sE

nc

IAIs

EN12 Descrição de impactos significativos na biodiversidade de atividades, produtos e serviços em áreas protegidas e em áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.

Ad

IcIo

nA

Is EN13 Habitats protegidos ou restaurados.

Ad

IcIo

nA

Is EN14 Estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão de impactos na biodiversidade.

Ad

IcIo

nA

Is

EN15 Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e em listas nacionais de conservação com habitats em áreas afetadas por operações, discriminadas por nível de risco de extinção.

Aspecto: Emissões, Efluentes e Resíduos

Es

sE

nc

IAIs EN16 Total de emissões diretas e indiretas de gases

causadores do efeito estufa, por peso.

Es

sE

nc

IAIs EN17 Outras emissões indiretas relevantes de gases

de efeito estufa, por peso.

Ad

IcIo

nA

Is EN18 Iniciativas para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e as reduções obtidas.

Es

sE

nc

IAIs EN19 Emissões de substâncias destruidoras

da camada de ozônio, por peso.

Es

sE

nc

IAIs EN20 NOx, SOx e outras emissões atmosféricas

significativas, por tipo e peso.

Page 57: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

2

Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

© 2000-2011 GRI

Es

sE

nc

IAIs EN21 Descarte total de água, por qualidade

e destinação.

Es

sE

nc

IAIs EN22 Peso total de resíduos, por tipo e método

de disposição.

Es

sE

nc

IAIs EN23 Número e volume total de derramamentos

significativos.

Ad

IcIo

nA

Is

EN24 Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados considerados perigosos nos termos da Convenção da Basiléia – Anexos I, II, III e VIII, e percentual de carregamentos de resíduos transportados internacionalmente.

Ad

IcIo

nA

Is

EN25 Identificação, tamanho, status de proteção e índice de biodiversidade de corpos d’água e habitats relacionados significativamente afetados por descartes de água e drenagem realizados pela organização relatora.

Aspecto: Produtos e serviços

Es

sE

nc

IAIs EN26 Iniciativas para mitigar os impactos ambientais

de produtos e serviços e a extensão da redução desses impactos.

Es

sE

nc

IAIs EN27 Percentual de produtos e suas embalagens

recuperados em relação ao total de produtos vendidos, por categoria de produto.

Aspecto: conformidade

Es

sE

nc

IAIs EN28 Valor monetário de multas significativas

e número total de sanções não monetárias resultantes da não conformidade com leis e regulamentos ambientais.

Aspecto: Transporte

Ad

IcIo

nA

Is

EN29 Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e outros bens e materiais utilizados nas operações da organização, bem como do transporte dos trabalhadores.

Aspecto: Geral

Ad

IcIo

nA

Is EN30 Total de investimentos e gastos em proteção ambiental, por tipo.

Page 58: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

3

Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

Relevância Os Aspectos contidos no Indicador Ambiental estão estruturados de forma a refletir os insumos, produções e tipos de impacto que uma organização gera no meio ambiente. Energia, água e materiais representam três tipos básicos de insumos usados pela maioria das organizações. Esses insumos resultam em produções relevantes sob o ponto de vista ambiental que são descritas nos Aspectos referentes a Emissões, Efluentes e Resíduos. A biodiversidade também está relacionada ao conceito de insumos na medida em que pode ser considerada um recurso natural. Entretanto, a biodiversidade também sofre impactos diretos de produções como os poluentes.

Os Aspectos referentes a Transporte e Produtos e Serviços representam áreas em que uma organização pode também impactar o meio ambiente, mas geralmente através de terceiros, tais como clientes ou fornecedores de serviços de logística.

Conformidade e Aspectos Gerais são medidas específicas que a organização toma na gestão do desempenho ambiental.

Cada um dos Aspectos referentes a Energia, Água, Emissões e Biodiversidade contém vários Indicadores cujas relações são explicadas mais detalhadamente abaixo.

Aspecto Referente a Energia

Os Indicadores de Energia cobrem as cinco áreas mais importantes do consumo de energia organizacional, que incluem tanto a energia direta como a indireta. O consumo de energia direta é a energia consumida pela organização e seus produtos e serviços. O consumo de energia indireta, por sua vez, é a energia consumida por outros que servem a organização. As cinco diferentes áreas de consumo de energia deverão ser relatadas como segue:

• No Indicador EN3, o consumo de energia direta da organização relatora é relatado incluindo a energia produzida no local (ex.: através da queima de gás).

• O Indicador EN4 fornece informações sobre o consumo de energia necessário para a produção de energia comprada externamente, como eletricidade.

• O Indicador EN5 solicita informações sobre energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência.

• O Indicador EN6 aborda o desenvolvimento de produtos e serviços com baixo consumo de energia.

• Finalmente, o Indicador EN7 cobre o consumo de energia indireta das atividades da organização relatora.

A medição de consumo de energia é relevante para emissões de gases de efeito estufa e mudanças climáticas. A queima de combustíveis fósseis para gerar energia gera emissões de gás carbônico (um gás de efeito estufa). Para atender aos objetivos formulados no Protocolo de Kyoto e reduzir o risco de mudanças climáticas graves, a demanda de energia precisa ser diminuída. Isso pode ser atingido através de um consumo mais eficiente da energia (medido nos Indicadores EN5 e EN6) e da substituição de fontes de energia fósseis por renováveis (medida nos Indicadores EN3 e EN4). Além de diminuir o consumo de energia direta, o desenvolvimento de produtos e serviços com baixo consumo de energia (EN6) e a redução no consumo de energia indireta (EN7) (ex.: a seleção de matérias-primas com baixo consumo de energia ou o uso de serviços como viagens) são estratégias importantes.

Aspecto Referente a Emissões

O Aspecto referente a “emissões, efluentes e resíduos” inclui Indicadores que medem emissões-padrão no meio ambiente consideradas poluentes. Esses Indicadores incluem vários tipos de poluentes (ex.: emissões atmosféricas, efluentes, resíduos sólidos) que são tipicamente contemplados em estruturas regulatórias (EN20 ao EN23 e EN24). Além disso, há indicadores para dois tipos de emissões que são o tema de convenções internacionais: gases causadores do efeito estufa (EN16 e EN17) e substâncias destruidoras da camada de ozônio (EN19). O Indicador EN16 pode ser calculado usando-se os dados relatados nos Indicadores EN3 e EN4. O Indicador EN18 aborda as reduções de emissões atingidas e as iniciativas para reduzir emissões.

Page 59: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

4

Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

© 2000-2011 GRI

Definições Energia direta

Formas de energia que entram nos limites operacionais da organização relatora. Pode ser consumida tanto pela organização dentro de seus limites ou pode ser exportada para outro usuário. Energia direta pode aparecer tanto nas formas primária (ex.: gás natural para aquecimento) ou intermediária (ex.: eletricidade para iluminação). Pode ser comprada, extraída (ex.: carvão, gás natural, petróleo), cultivada (ex.: energia de biomassa), colhida (ex.: solar, eólica) ou trazida para dentro dos limites da organização relatora por outros meios.

Emissões de gases de efeito estufa (GEE)

As seis principais emissões de gás causadores do efeito estufa são:

• Gás carbônico (CO2);

• Metano (CH4);

• Óxido nitroso (N2O);

• Hidrofluorcarbonos (HFCs – um grupo de vários compostos);

• Perfluorcarbonos (PFCs – um grupo de vários compostos);

• Hexoflúor sulfuroso (SF6).

Energia indireta

Energia produzida fora dos limites da organização relatora que é consumida para suprir a demanda da organização de energia intermediária (ex.: eletricidade ou aquecimento e resfriamento). O exemplo mais comum é o combustível consumido fora do limite da organização relatora para gerar eletricidade para ser utilizada dentro do limite da organização.

Energia intermediária

Formas de energia produzidas convertendo-se energia primária em outras formas de energia. Para a maioria das organizações, a eletricidade será a única forma significativa de energia intermediária. Para um pequeno percentual de organizações, outros produtos de energia intermediária poderão ser também importantes, como vapor ou água fornecidos por uma usina de aquecimento ou de resfriamento de água do bairro, ou combustíveis refinados, tais como combustíveis sintéticos, combustíveis biológicos, etc.

Fonte (ou energia) primária

A forma inicial da energia consumida para atender a demanda de energia da organização relatora. Essa energia é usada para fornecer serviços de energia final (ex.: aquecimento de ambientes, transporte) ou para produzir formas intermediárias de energia, tais como eletricidade e calor. Exemplos de energia primária incluem fontes não renováveis como carvão, gás natural, petróleo e energia nuclear. Incluem também fontes renováveis como biomassa, solar, eólica, geotérmica e hidrelétrica. A energia primária pode ser consumida no local (ex.: gás natural para aquecimento dos prédios da organização relatora) ou fora do local (ex.: gás natural consumido pelas usinas de energia que fornecem eletricidade às instalações da organização relatora).

Energia renovável

Energia renovável é aquela derivada de processos naturais que são constantemente regenerados. Isso inclui eletricidade e calor gerados de recursos renováveis como sol, vento, oceano, hidrelétricas, biomassa, recursos geotérmicos, combustíveis biológicos e hidrogênio.

Page 60: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

5

Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

En1 Materiais usados por peso ou volume.1. Relevância

Esse Indicador descreve a contribuição da organização relatora à conservação da base de recursos globais e os esforços para reduzir a intensidade dos materiais e aumentar a eficiência da economia. Esses objetivos são expressos pelo Conselho da OCDE e por várias estratégias nacionais de sustentabilidade. Para gerentes internos e outros interessados na situação financeira da organização, o consumo de materiais está diretamente relacionado a custos operacionais gerais. O rastreamento interno desse consumo, tanto por produto ou categoria de produto, facilita o monitoramento da eficiência dos materiais e do custo de fluxos de materiais.

2. compilação

2.1 Identifique o total de materiais usados, incluindo os materiais comprados de fornecedores externos e os obtido de fontes internas (produção cativa e atividades de extração). Isso poderá incluir:

• Matérias-primas (ou seja, recursos naturais usados para conversão de produtos ou serviços, tais como minérios, minerais, madeira, etc.);

• Materiais associados a beneficiamento (ou seja, materiais necessários para o processo de fabricação, mas que não fazem parte do produto final, tais como lubrificantes para a fabricação de maquinário);

• Mercadorias ou peças semifabricadas, incluindo todas as formas de materiais e componentes que não sejam matérias-primas que fazem parte do produto final;

• Materiais para embalagens.

2.2 Identifique materiais não renováveis e materiais diretos usados. Converta qualquer medição em peso ou volume estimado, calculado “na condição em que se encontra” ao invés de “substância seca/peso“.

2.3 Relate o peso ou volume total dos:

• Materiais não renováveis usados;

• Materiais diretos usados.

3. definições

Materiais diretos

Materiais que estão presentes no produto final.

Materiais não renováveis

Recursos que não se renovam em períodos curtos de tempo, tais como minerais, metais, petróleo, gás, carvão, etc.

4. documentação

Possíveis fontes de informação incluem sistemas de faturamento e contábeis ou os departamentos de compra ou gestão de suprimentos.

5. Referências

• Recomendações do Conselho da OCDE sobre Fluxo de Materiais e Produtividade de Recursos, 2004.

Page 61: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

6

Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

© 2000-2011 GRI

En2 Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem.1. Relevância

Esse indicador visa identificar a capacidade da organização relatora de usar insumos reciclados. O uso desses materiais ajuda na redução da demanda por material virgem e contribui para a preservação da base de recursos globais. Para gerentes internos e outros interessados na situação financeira da organização relatora, a substituição de materiais reciclados pode contribuir na redução dos custos operacionais gerais.

2. compilação

2.1 Identifique o peso ou volume total de materiais usados conforme o relatado no Indicador EN1.

2.2 Identifique o peso ou volume total de insumos reciclados. Se uma estimativa for necessária, declare os métodos utilizados na estimativa.

2.3 Relate o percentual de insumos reciclados usados aplicando a seguinte fórmula:

EN2 = Total de insumos reciclados usados x100______________________________

Insumos usados

3. definições

Insumos reciclados

Materiais que substituem materiais virgens que são comprados ou obtidos junto a fontes internas ou externas, e que não são subprodutos ou non-product output – NPO (materiais que saem da empresa sem fazer parte do produto final) produzidos pela organização relatora.

4. documentação

Possíveis fontes de informação incluem sistemas de faturamento e contábeis, os departamentos de compra ou gestão de suprimentos e registros de produção interna e de disposição de resíduos.

5. Referências

• Grupo de Trabalho da OCDE sobre Prevenção de Resíduos e Reciclagem

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

En3 Consumo de energia direta discriminado por fonte de energia primária.1. Relevância

A capacidade da organização relatora de usar eficientemente a energia pode ser revelada através do cálculo da quantidade de energia que ela consome. O consumo de energia tem efeito direto nos custos operacionais e na exposição a flutuações em abastecimento e preços de energia. A pegada ambiental da organização é parcialmente moldada por sua escolha de fontes de energia. Mudanças no equilíbrio dessas fontes podem indicar os esforços da organização no sentido de minimizar seus impactos ambientais.

As informações sobre o consumo de fontes de energia primária permitem avaliar como a organização poderia ser afetada por novas regulamentações ambientais como o Protocolo de Kyoto. O consumo de combustíveis fósseis é uma das principais fontes de emissões de gases de efeito estufa e o consumo de energia está diretamente relacionado às emissões de gases de efeito estufa da organização.

A substituição de fontes de energia de combustível fóssil por fontes renováveis é essencial para o combate às mudanças climáticas e outros impactos ambientais gerados pela extração e processamento de energia. O apoio à tecnologia de energia renovável e eficiente também reduz a dependência atual e futura da organização relatora de fontes não renováveis de energia e sua exposição à possível volatilidade em preços e fornecimento.

Esse Indicador mede o consumo de fontes primárias de energia direta pela organização relatora. O Indicador abrange o escopo 1 do Protocolo de Gases de Efeito Estufa (GEE) do WRI/WBCSD. O Indicador EN4 mede o consumo de fontes de energia primária para fornecer energia intermediária à organização relatora como eletricidade, aquecimento e resfriamento, etc.

2. compilação

2.1 Fontes de energia direta compradas

Identifique as fontes de energia primária compradas pela organização relatora para seu próprio consumo. Isso inclui:

• Fontes não renováveis de energia direta, tais como:

• Carvão;

• Gás natural;

• Combustível destilado de petróleo bruto, incluindo gasolina, diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP), gás natural comprimido (GNC), gás natural liquefeito (GNL), butano, propano, etano, etc.

• Fontes renováveis de energia direta, tais como:

• Combustíveis biológicos;

• Etanol;

• Hidrogênio.

Observação: Excluiu-se a biomassa das fontes de energia direta para fins de elaboração de relatório para o Protocolo de GEE do WRI/WBCSD. Visando um alinhamento com o Protocolo de GEE do WRI/WBCSD, as emissões diretas de CO2 da combustão da biomassa devem ser relatadas separadamente.

2.2 Fontes de energia direta produzida

Identifique a quantidade de energia primária que a organização relatora adquire produzindo, extraindo, cultivando, colhendo ou convertendo-a a partir de outras formas de energia em joules ou seus múltiplos (exemplo: gigajoules). Isso pode incluir as mesmas fontes de energia mencionadas no item 2.1.

2.3 Fontes de energia direta vendida

Identifique a quantidade de energia primária exportada para fora dos limites da organização relatora em joules ou seus múltiplos.

2.3 Calcule o consumo total de energia em joules ou seus múltiplos, tais como gigajoules (um bilhão de joules ou 109 joules) usando a seguinte equação:

consumo total de energia direta = Energia primária direta comprada + Energia primária direta produzida – Energia primária direta vendida

XP
Comentário do texto
Pode tirar essa parte: (exemplo: gigajoules)
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Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

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2.5 Relate o consumo total de energia direta em joules ou seus múltiplos por fonte primária renovável.

2.6 Relate o consumo total de energia direta em joules ou seus múltiplos por fonte primária não renovável.

3. definições

Recursos renováveis

Recursos capazes de serem regenerados em pouco tempo através de ciclos ecológicos (ao contrário de recursos como minerais, metais, petróleo, gás, carvão que não se renovam rapidamente).

4. documentação

Informações poderão ser obtidas de faturas, contabilidade, estimativas, defaults, etc. de calor/combustível medido (ou calculado). As quantidades de joules podem ser diretamente extraídas ou convertidas de faturas ou notas de entrega. Informações sobre a combinação de fontes primárias usadas na geração de energia intermediária poderão ser obtidas de fornecedores.

5. Referências

• GHG Protocol Initiative (Iniciativa do Protocolo de GEE) – um padrão de contabilização e elaboração de relatórios corporativos (Edição Revisada, 2004) criada pelo World Resources Institute (WRI) e pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

carvão GJ Petróleo Bruto GJ Gasolina GJ Gás natural GJ Eletricidade GJ

tonel. (métrica) 26,00 barril 6,22 galão (EUA) 0,125 unidade térmica 0,1055 quilowatt-hora 0,0036

tonel. (curta) 23,59 tonel. (métrica) 44,80 tonel. (métrica) 44,80 1000 pés cúbicos 1,1046 megawatt-hora 3,6000

tonel. (longa) 26,42 tonel. (curta) 40,64 diesel 1000 metros cúbicos 39,01 gigawatt-hora 3600,0

tonel. (longa) 45,52 galão (EUA) 0,138 MMBtu 1,055

tonel. (métrica) 43,33

Óleo combustível

galão (EUA) 0,144

tonne (metric) 40,19

Use a tabela a seguir para converter volumes de fontes primárias em gigajoules:

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

En4 Consumo de energia indireta discriminado por fonte primária. 1. Relevância

A quantidade e a fonte de energia primária consumida indiretamente pela organização relatora através da compra de eletricidade, calor ou vapor podem indicar esforços que uma organização faz para gerir impactos ambientais e reduzir sua contribuição às mudanças climáticas. O efeito específico que a energia indireta causa nas mudanças climáticas depende do tipo de energia primária usada para gerar energia intermediária.

Energia intermediária se refere a formas de energia produzidas convertendo-se energia primária em outras formas. Para a maioria das organizações, a eletricidade será a única forma significativa de energia intermediária. Para um pequeno percentual de organizações, outros produtos de energia intermediária também poderão ser importantes, como vapor ou água fornecidos de uma usina de aquecimento ou de resfriamento de água do bairro, ou combustíveis refinados, tais como combustíveis sintéticos, combustíveis biológicos, etc.

Esse Indicador mede a energia necessária para produzir e entregar eletricidade e qualquer outro produto de energia intermediária (como aquecimento do bairro) que envolvam consumo significativo de energia upstream (a montante, ou seja, desempenhando um papel em uma etapa anterior na cadeia produtiva) dos limites da organização relatora. Essa informação também possibilita o cálculo de emissões indiretas de gases de efeito estufa. O Indicador abrange o Escopo 2 do Protocolo de GEE do WRI/WBCSD.

2. compilação

2.1 Identifique a quantidade de energia intermediária comprada e consumida de fontes externas à organização relatora em joules ou seus múltiplos, tais como gigajoules (um bilhão de joules ou 109 joules). Isso inclui:

Energia intermediária comprada e consumida de fontes não renováveis, conforme mencionadas no Indicador EN3, incluindo:

• Eletricidade;

• Aquecimento e Resfriamento;

• Vapor;

• Energia nuclear;

• Outras formas de energia importada.

Energia intermediária comprada e consumida de fontes renováveis, incluindo:

• Solar;

• Eólica;

• Geotérmica;

• Hidrelétrica;

• Energia intermediária de origem em biomassa;

• Energia intermediária de origem em hidrogênio.

2.2 Identifique a quantidade de combustíveis primários consumidos para produzir energia intermediária com base no total de energia comprada de fornecedores externos (EN3 – Energia Comprada). Para calcular os combustíveis consumidos para produzir energia comprada, adote uma das seguintes alternativas:

• Dados de consumo de combustível obtidos junto ao fornecedor de eletricidade se esses dados estiverem disponíveis;

• Dados default para eletricidade e calor;

• Estimativas onde dados default não estiverem disponíveis.

2.3 Usando dados do item 2.1, relate:

• O total de energia indireta usada por fontes não renováveis e renováveis em termos de energia intermediária;

• A energia primária correspondente consumida na sua produção.

Observação: A soma das fontes de energia primária (expressa em joules) usadas para gerar energia intermediária irá, dependendo da fonte primária usada, exceder significativamente a quantidade de energia intermediária comprada (em joules) devido a perdas na rede elétrica e de eficiência na conversão e transporte da energia.

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3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Fornecedores de energia e serviços relacionados são as fontes de informações mais importantes para esse Indicador. Outras informações poderão ser obtidas de faturas, contabilidade, estimativas, defaults de calor/combustíveis medidos (ou calculados), etc. Além dos dados default extraídos da Agência Internacional de Energia (IEA), informações poderão ser obtidas dos relatórios anuais submetidos por governos à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC). Esses relatórios irão detalhar o consumo de energia nacional e as emissões relativas a defaults específicos do país, etc.

5. Referências

Publicação anual da Agência Internacional de Energia (IEA) sobre Balanços Energéticos para países membros e não membros da OCDE.

• GHG Protocol Initiative (Iniciativa do Protocolo de GEE) – um padrão de contabilização e elaboração de relatórios corporativos (Edição Revisada, 2004) criada pelo World Resources Institute (WRI) e pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

• Protocolo de Kyoto, 1997.

Page 66: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

En5 Energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência.1. Relevância

Esse Indicador demonstra os resultados de esforços proativos para melhorar a eficiência energética através de melhorias tecnológicas de processos e outras iniciativas de conservação de energia. A melhoria da eficiência da energia poderá resultar em redução de custos, levando a vantagens competitivas e diferenciação de mercado. O apoio à tecnologia de energia eficiente tem um impacto direto nos custos operacionais, reduzindo a dependência da organização relatora de fontes de energia não renováveis no futuro. O consumo de energia eficiente é uma estratégia fundamental no combate às mudanças climáticas e outros impactos ambientais criados pela extração e processamento de energia.

2. compilação

2.1 Identifique o total de energia economizada devido a esforços na redução do consumo de energia e aumento na eficiência energética. A redução no consumo de energia devido à redução na capacidade de produção ou terceirização não deverá ser incluída nesse Indicador.

2.2 Relate o total de energia economizada em joules ou seus múltiplos, tais como gigajoules (um bilhão de joules ou 109 joules). Considere a energia economizada devido a:

• Redesenho do processo;

• Conversão e retrofitting (reforma ou modernização) de equipamentos;

• Mudanças no comportamento dos empregados.

3. definições

Energia economizada

A quantidade de energia a menos necessária para a realização dos mesmos processos ou tarefas. O termo não inclui redução global no consumo de energia devido à redução nas atividades organizacionais (ex.: terceirização parcial da produção).

Melhorias na conservação e eficiência

Inovações organizacionais ou tecnológicas que permitem que uma tarefa ou processo específico seja realizado com um nível menor de consumo de energia. Isso inclui o redesenho de processo, a conversão e retrofitting de equipamentos (ex.: iluminação com baixo consumo de energia) ou a eliminação do uso desnecessário de energia devido a mudanças em comportamento.

4. documentação

Informações poderão ser extraídas de medições internas de energia, assim como de fornecedores de energia (ex.: especificações relacionadas a energia de novo maquinário, lâmpadas, etc).

5. Referências

Nenhuma.

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En6 Iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo consumo de energia, ou que usem energia gerada por recursos renováveis, e a redução na necessidade de energia resultante dessas iniciativas.1. Relevância

O consumo de energia é um fator fundamental nas mudanças climáticas, uma vez que a queima de fontes de energia de combustível fóssil gera gás carbônico (um gás de efeito estufa). O objetivo do Protocolo de Kyoto é o uso mais eficiente da energia, essencial para combater as mudanças climáticas. O fornecimento de produtos e serviços com baixo consumo de energia é uma parte importante das iniciativas de responsabilidade sobre produtos. Esses produtos podem ser uma fonte de vantagem competitiva pelo fortalecimento de diferenciação do produto e da reputação. Tecnologias visando o baixo consumo de energia também podem reduzir o custo de bens de consumo. Quando iniciativas de organizações diferentes em um mesmo setor são comparadas, pode-se obter uma indicação de tendências prováveis no mercado para um produto ou serviço.

2. compilação

2.1 Relate iniciativas existentes para reduzir as necessidades de energia de produtos/grupos de produtos ou serviços importantes.

2.2 Quantifique as reduções nas necessidades de energia de produtos e serviços atingidas durante o período coberto pelo relatório.

2.3 Se forem empregados valores relativos ao uso (ex.: necessidade de energia de um computador), relate quaisquer suposições de padrões de consumo ou fatores normativos subjacentes (ex.: consumo de energia 10% menor por dia útil médio, considerando-se operação durante 8 horas com carga de processador variável). Refira-se a padrões disponíveis do setor (ex.: consumo de combustível para automóveis percorrendo 100 km a 90 km/h).

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

As informações poderão ser obtidas de testes/medições de produtos internos, pesquisa sobre padrões de uso, padrões do setor, etc.

5. Referências

• Padrões de eficiência de energia e procedimentos de testes relevantes estão disponíveis na International Organization for Standardization (ISO).

• Padrões de eficiência de energia e procedimentos de testes relevantes estão disponíveis na Comissão Internacional de Eletrotécnica – IEC

Page 68: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

En7 Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções obtidas.1. Relevância

O consumo de energia indireta ocorre na compra de materiais e componentes ou serviços como viagem, transporte de empregados e produção terceirizada. Quando monitorado de forma abrangente, o consumo de energia indireta pode ser eficazmente reduzido (ex.: seleção criteriosa de materiais, serviços ou capacidades de produção com baixo consumo de energia, ou substituição de viagens por telefonemas e videoconferências).

A quantificação do consumo de energia indireta oferece uma base para o cálculo de “outras emissões indiretas significativas de gases de efeito estufa”, conforme solicitado no Indicador EN17. O rastreamento e redução do consumo de energia indireta podem melhorar o desempenho geral do ciclo de vida de produtos e serviços e servir como parte de um programa abrangente.

Por fim, esse Indicador aborda a economia de energia obtida no consumo de energia indireta das atividades da organização relatora.

2. compilação

2.1 Para esse Indicador, exclua o consumo de energia indireta relacionado à compra de energia intermediária, conforme relatado no Indicador EN4.

2.2 Identifique o consumo relevante de energia upstream/downstream (a montante / a jusante, ou seja, desempenhando um papel em uma etapa anterior/posterior na cadeia produtiva) nas quatro áreas seguintes:

• Uso de materiais com consumo alto de energia;

• Produção terceirizada;

• Viagens de negócios;

• Transporte de empregados.

2.3 Relate iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta.

2.4 Relate quantitativamente até que ponto o consumo de energia indireta foi reduzido, durante o período coberto pelo relatório, nas quatro áreas mencionadas no item 2.2.

2.5 Indique suposições e metodologias subjacentes usadas no cálculo de outro consumo de energia indireta e indique a fonte da informação.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Dados relevantes poderão ser obtidos de informações de fornecedores, cálculos/estimativas de ciclo de vida (realizados internamente ou por empresas de pesquisa), etc.

5. Referências

• Publicação anual da Agência Internacional de Energia (IEA) sobre Balanços Energéticos para países membros e não membros da OCDE

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

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En8 Total de retirada de água por fonte.1. Relevância

A divulgação do volume total de água retirada por fonte contribui para a compreensão da magnitude global dos impactos e riscos potenciais associados ao uso de água por parte da organização relatora. O volume total retirado fornece uma indicação do tamanho e importância relativos de uma organização como usuária de água e fornece também um valor de referência para outros cálculos relativos a eficiência e uso.

O esforço sistemático para monitorar e melhorar o uso eficiente de água pela organização relatora está diretamente relacionado a custos de consumo de água. O uso total de água também pode indicar o nível do risco imposto por interrupções no abastecimento de água ou aumento em seu custo. A água potável está se tornando cada vez mais escassa e pode impactar processos de produção que dependem de grandes volumes de água. Em regiões onde as fontes hídricas são altamente limitadas, os padrões de consumo de água da organização também poderão influenciar as relações com outros stakeholders.

2. compilação

2.1 Identifique o volume total de água retirada de qualquer fonte hídrica, quer seja diretamente retirado pela organização relatora ou por intermediários como empresas de abastecimento de água. Isso inclui a captação de água para resfriamento.

2.2 Relate o volume total de água retirada em metros cúbicos por ano (m3/ano), discriminado pelas seguintes fontes:

• Água de superfície, incluindo áreas úmidas, rios, lagos e oceanos;

• Água subterrânea;

• Água de chuva diretamente coletada e armazenada pela organização relatora;

• Efluentes de uma outra organização;

• Abastecimento municipal de água ou outras empresas de abastecimento de água.

3. definições

Total de retirada de água

A soma de toda água trazida para os limites da organização relatora oriundas de todas as fontes (incluindo água de superfície, subterrânea, de chuva e abastecimento municipal) para qualquer uso durante o período coberto pelo relatório.

4. documentação

As informações sobre retirada de água pela organização poderão ser extraídas de medidores de água, contas de água, cálculos provenientes de outros dados disponíveis sobre a água ou (se não houver medidores nem contas nem dados de referência), das próprias estimativas da organização.

5. Referências

Nenhuma.

Page 70: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

En9 Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água.1. Relevância

As retiradas de um sistema de água podem afetar o meio ambiente ao abaixar o nível do lençol freático, reduzir o volume de água disponível para uso ou, ainda, alterar a capacidade de um ecossistema de desempenhar suas funções. Tais mudanças geram impactos mais amplos na qualidade de vida da região, incluindo consequências socioeconômicas.

Esse Indicador mede a magnitude dos impactos associados ao uso de água por parte da organização. Em termos das relações com outros usuários das mesmas fontes hídricas, esse Indicador também possibilita uma análise das áreas específicas de risco ou melhoria, assim como a estabilidade das próprias fontes hídricas da organização.

2. compilação

2.1 Identifique fontes hídricas significativamente afetadas pela retirada de água por parte da organização relatora. Retiradas significativas atendem a um ou mais dos seguintes critérios:

• Retiradas que respondem por uma média de 5% ou mais do volume médio anual de um determinado corpo d’água;

• Retiradas de corpos d’água que são considerados por especialistas como particularmente sensíveis devido ao seu tamanho, função ou situação considerados de sistema raro, ameaçado ou sob risco (ou devido ao apoio que prestam a uma espécie em particular de planta ou animal ameaçada de extinção);

• Qualquer retirada de uma área úmida contida na lista de Ramsar ou qualquer outra área proclamada nacional ou internacionalmente como de preservação, independente do nível de retirada.

Observação: Se a água for fornecida por um fornecedor de água público ou privado, a fonte hídrica ou o corpo d’água original deverá ser identificado e relatado adequadamente.

2.2 Relate o número total de fontes hídricas significativamente afetadas, discriminadas por tipo, de acordo com os critérios especificados no item 2.1. e indique o seguinte:

• Tamanho da fonte hídrica em metros cúbicos (m3);

• Se a fonte é ou não designada como área protegida (nacional e/ou internacionalmente);

• Valor da biodiversidade (ex.: diversidade e endemismo das espécies, número de espécies protegidas);

• Valor/importância da fonte hídrica para as comunidades locais.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Informações sobre as características de uma fonte hídrica ou área protegida podem ser obtidas junto a ministérios ou departamentos de governo locais ou nacionais responsáveis por questões referentes a água, ou através de pesquisa realizada pela organização ou outras instituições, tais como estudos de impacto ambiental.

5. Referências

• Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais).

• Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas, 1971.

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En10 Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada.1. Relevância

A taxa de reutilização e reciclagem de água pode ser uma medida de eficiência e pode demonstrar o sucesso da organização na redução da retirada e descarte total de água. O aumento na reutilização e reciclagem pode resultar em uma redução nos custos de consumo, tratamento e descarte da água. A redução no consumo de água através da reutilização e reciclagem também pode contribuir para os objetivos locais, regionais ou nacionais de gestão de abastecimento de água.

2. compilação

2.1 Esse indicador mede tanto a água tratada antes da reutilização como a água que não foi tratada antes da reutilização. Gray water (ou seja, água de chuva e efluentes provenientes de processos domésticos, tais como lavagem de louça, roupa e chuveiros) deverá ser incluída.

2.2 Calcule o volume de água reciclada/reutilizada com base no volume da demanda de água atendida por água reciclada/reutilizada ao invés de retiradas adicionais. Por exemplo, se uma organização tem um ciclo de produção que requer 20 metros cúbicos de água por ciclo, a organização retira 20 metros cúbicos de água durante um ciclo de processo de produção e depois a reutiliza em três ciclos adicionais. O volume total de água reciclada/reutilizada para aquele processo é 60 metros cúbicos.

2.3 Relate o volume total de água reciclada/reutilizada pela organização em metros cúbicos por ano (m3/ano) e também como percentual do volume total de retirada de água relatado no Indicador EN8.

3. definições

Reciclagem/Reutilização

O ato de processar água utilizada/efluentes através de mais um ciclo antes do descarte para tratamento final ou descarte no meio ambiente. Em geral, há três tipos de reciclagem/reutilização de água:

• Efluentes reciclados de volta no mesmo processo ou maior uso de água reciclada no ciclo do processo;

• Efluentes reciclados/reutilizados em um processo diferente, mas dentro da mesma instalação;

• Efluentes reutilizados em outras instalações da organização relatora.

4. documentação

As informações poderão ser obtidas em medidores de água, contas de água, ou (se não houver medidores nem contas) em cálculos baseados em auditoria ou inventário de água, ou junto ao fornecedor de água.

5. Referências

Nenhuma.

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

En11 Localização e tamanho da área possuída, arrendada ou administrada dentro de áreas protegidas, ou adjacente a elas, e áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.1. Relevância

Ao relatar sobre o impacto potencial em terras dentro de áreas legalmente protegidas, que contenham as referidas áreas ou sejam adjacentes a elas, assim como áreas de alto índice de biodiversidade fora de áreas protegidas, a organização poderá identificar e compreender certos riscos associados à biodiversidade. O monitoramento de quais atividades estão sendo realizadas tanto em áreas protegidas quanto em áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas possibilita à organização relatora reduzir os riscos de impactos. Possibilita também à organização gerir impactos na biodiversidade ou evitar a má gestão dos mesmos. A gestão inadequada de tais impactos poderá resultar em danos à reputação, atrasos na obtendo de licença de planejamento e perda da licença social de operação.

2. compilação

2.1 Identifique unidades operacionais próprias, arrendadas, administradas, localizadas dentro de áreas legalmente protegidas, que contenham as referidas áreas ou sejam adjacentes a elas, assim como áreas de alto índice de biodiversidade fora de áreas protegidas. Inclua locais onde operações futuras foram anunciadas formalmente.

2.2 Relate as seguintes informações para cada unidade operacional identificada acima:

• Localização geográfica;

• Solo subsuperficial e/ou subterrâneo que possa ser próprio, arrendado ou administrado pela organização;

• Posição em relação à área protegida (dentro da área, adjacente ou contendo partes da área protegida) e à área de alto índice de biodiversidade fora da área protegida;

• Tipo de operação (escritório, fabricação/produção ou extração);

• Tamanho da unidade operacional em km2;

• Valor da biodiversidade caracterizado por:

• O atributo da área protegida e da área de alto índice de biodiversidade fora da área protegida (ecossistema terrestre, de água doce ou marinho);

• Classificação pelo estado de conservação (ex.: Categoria IUCN, Convenção de Ramsar, legislação nacional, site na Internet da Rede Natura 2000, etc.)

3. definições

Área protegida

Uma área geograficamente definida que é designada, regulada ou gerida para atingir objetivos específicos de preservação.

Áreas de alto valor de biodiversidade

Áreas não sujeitas a proteção legal, mas reconhecidas por suas importantes características de biodiversidade por uma série de organizações governamentais e não governamentais. Elas incluem habitats que são prioritários para preservação (geralmente definidos em Estratégias e Planos de Ação Nacionais de Biodiversidade preparados nos termos da Convenção sobre Diversidade Biológica). Além disso, várias organizações internacionais de preservação já identificaram áreas específicas de alto valor de biodiversidade.

4. documentação

As fontes de informações para os dados exigidos poderão incluir contratos de compra e venda, contratos de arrendamento ou o registro nacional/regional de títulos e documentos.

Em nível nacional, os órgãos públicos responsáveis pela proteção e conservação ambiental poderão manter informações sobre áreas protegidas nacional e internacionalmente, assim como áreas de alto valor de biodiversidade. Além disso, as Estratégias e Planos de Ação Nacionais de Biodiversidade geralmente incluem informações e registros de áreas protegidas e áreas de alto valor de biodiversidade.

5. Referências

• Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas, 1971.

• Sítios Patrimônio Mundial da UNESCO.

• Reservas da Biosfera, ONU.

• Estratégias e Planos de Ação Nacionais de Biodiversidade preparados nos termos da Convenção sobre Diversidade Biológica.

• Hotspots de Biodiversidade e Áreas Selvagens da Conservation International.

• “Global 200” do WWF (ecorregiões)

• Áreas Importantes para a Conservação das Aves da Bird Life International.

• Centros de Diversidade de Plantas da IUCN.

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

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En12 Descrição de impactos significativos na biodiversidade de atividades, produtos e serviços em áreas protegidas e em áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.1. Relevância

Esse Indicador fornece informações sobre os impactos diretos e indiretos significativos causados pela organização relatora na biodiversidade de áreas protegidas e áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas. Fornece também a base para a compreensão (e desenvolvimento) de uma estratégia organizacional para mitigar esses impactos. Ao solicitar informações qualitativas e estruturadas, o Indicador possibilita a comparação entre organizações e ao longo do tempo da magnitude, importância e natureza relativas dos impactos.

2. compilação

2.1 Identifique impactos significativos na biodiversidade associados a atividades, produtos e serviços da organização relatora, incluindo tanto os impactos diretos como os indiretos (ex.: na cadeia de suprimentos).

2.2 Relate a natureza de impactos diretos e indiretos significativos na biodiversidade em relação a um ou mais dos seguintes aspectos:

• Construção ou uso de fábricas, minas e infraestrutura de transporte;

• Poluição (introdução de substâncias que não ocorrem naturalmente no habitat tanto a partir de um ponto definido como sem um ponto de partida definido);

• Introdução de espécies invasoras, organismos nocivos e agentes patogênicos;

• Redução de espécies;

• Conversão de habitat;

• Mudanças em processos ecológicos fora do nível natural de variação (ex.: salinidade, mudanças no nível do lençol freático).

2.3 Relate os impactos diretos e indiretos significativos, sejam eles positivos ou negativos, em relação ao seguinte:

• Espécies afetadas;

• Extensão das áreas impactadas (isso poderá não se limitar a áreas formalmente protegidas e deverá incluir consideração de impactos em zonas-tampão, assim como áreas formalmente designadas como tendo importância ou sensibilidade especial);

• Duração dos impactos;

• Reversibilidade ou irreversibilidade dos impactos.

3. definições

Impacto significativo

Impactos que poderão afetar adversamente, direta ou indiretamente, a integridade de uma área/região geográfica, mudando substancialmente a longo prazo suas características, estruturas e funções ecológicas em toda a área. Isso significa que o habitat, seu nível de população ou as espécies particulares que o tornam importante não podem ser sustentados.

No que tange as espécies, um impacto significativo causa um declínio de população e/ou uma mudança na distribuição, de forma que o recrutamento natural (reprodução ou imigração de áreas não afetadas) não pode voltar a níveis anteriores dentro de um número limitado de gerações. Um impacto significativo também pode afetar o uso de recursos de subsistência ou comerciais ao ponto de o bem-estar dos usuários ser afetado no longo prazo.

4. documentação

As informações para esse Indicador podem ser encontradas no sistema de gestão ambiental da organização relatora ou em outra documentação interna. Se disponíveis, também poderão ser obtidas informações de estudos de impacto ambiental e social e/ou estudos de ciclo de vida, bem como de outras organizações upstream/downstream na cadeia de suprimentos.

5. Referências

• Referência Cruzada da GRI: GRI Biodiversity Resource Document

Page 74: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Versão 3.1

En13 Habitats protegidos ou restaurados.1. Relevância

Uma estratégia de biodiversidade contém uma combinação de elementos relacionados à prevenção, gestão e mitigação de danos a habitats naturais resultantes das atividades da organização. Esse Indicador mede a implementação de uma estratégia específica para prevenir ou reparar impactos negativos associados a atividades. Assegurar a integridade de habitats naturais pode fortalecer a reputação da organização, a estabilidade do meio ambiente e recursos naturais no seu entorno e sua aceitação pelas comunidades circunvizinhas.

2. compilação

2.1 Esse Indicador se refere a áreas onde a restauração foi concluída ou a área está ativamente protegida (vide Definições). Áreas onde as operações ainda estão ativas poderão ser contadas se estiverem em conformidade com as definições de “área restaurada” ou “área protegida”.

2.2 Avalie a situação da área com base na sua condição ao fim do período coberto pelo relatório.

2.3 Relate o tamanho e localização de todas as áreas de habitat protegido e/ou restaurado em hectares e se o resultado das medidas de restauração foi aprovado por especialistas externos. Se a área for maior que um km2, relate em km2.

2.4 Relate se há parcerias com terceiros visando proteger ou restaurar áreas de habitat diferentes daquelas para que a organização supervisou e implementou medidas de restauração ou proteção.

3. definições

Área restaurada

Áreas usadas durante atividades operacionais ou por elas afetadas, e onde medidas de mitigação restauraram o meio ambiente para seu estado original ou para um estado onde elas formam um ecossistema saudável e funcional.

Área protegida

Áreas que são protegidas de qualquer dano durante atividades operacionais e o meio ambiente permanece em seu estado original com um ecossistema saudável e funcional.

4. documentação

As informações sobre áreas protegidas podem ser encontradas na documentação do sistema de gestão ambiental da organização, plantas das unidades, estudos de impacto ambiental e social ou políticas organizacionais.

As informações sobre restauração do solo (ou seja, exigências para restauração de áreas) podem ser encontradas em contratos de arrendamento, aluguel ou compra e venda de terra, ou em estudos de impacto ambiental e social ou registros de riscos.

5. Referências

Nenhuma.

Page 75: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

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En14 Estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão de impactos na biodiversidade.1. Relevância

O desempenho em políticas, objetivos e compromissos de biodiversidade depende da existência de programas estruturados para a gestão de impactos. A presença e estrutura de programas são particularmente importantes quando regulamentos nacionais não fornecem pontos de referência claros para que uma organização planeje sua gestão de biodiversidade.

Membros das comunidades locais geralmente têm um conhecimento singular de áreas biodiversas e de seu valor para as comunidades locais, que é importante para gerir impactos na biodiversidade.

Esse Indicador permite que tanto os stakeholders internos como os externos analisem como as estratégias, ações atuais e planos futuros da organização relatora abordam os impactos potenciais na biodiversidade. A qualidade da abordagem da organização na gestão de impactos na biodiversidade (conforme identificados nos Indicadores EN11 e EN12) afetará sua exposição a riscos, tais como danos à sua reputação, multas ou rejeição de planejamento ou licenças de operação. As ações para proteger ou restaurar habitats e espécies são de especial importância.

2. compilação

2.1 Se regulamentos nacionais influenciaram as estratégias, ações ou planos específicos relatados neste Indicador, isso deve ser salientado.

2.2 Relate a estratégia da organização para realizar sua política de gestão da biodiversidade, incluindo:

• Integração de considerações de biodiversidade em ferramentas analíticas tais como estudos de impacto ambiental local;

• Engajamento de stakeholders relevantes;

• Metodologia para determinar a exposição da biodiversidade a riscos;

• Estabelecimento de metas e objetivos específicos;

• Processos de monitoramento;

• Elaboração de relatórios públicos.

2.3 Relate as ações em andamento para gerir riscos de biodiversidade identificados nos Indicadores EN11 e EN12 ou planos para empreender tais atividades no futuro.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Informações sobre programas e objetivos podem ser encontradas em diretrizes de gestão ou obtidas no Sistema de Gestão Ambiental, Estudos de Impacto Ambiental e Social, políticas de Responsabilidade Social Empresarial ou Registros de Riscos da organização.

5. Referências

Nenhuma.

Page 76: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

En15 Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e em listas nacionais de conservação com habitats em áreas afetadas por operações, discriminadas por nível de risco de extinção.1. Relevância

Esse Indicador ajuda a organização relatora a identificar onde suas atividades podem trazer uma ameaça a espécies de flora e fauna em extinção. Ao identificar essas ameaças, a organização pode dar início a passos apropriados para evitar danos e prevenir a extinção de espécies. A Lista Vermelha da IUCN e listas nacionais de conservação de espécies podem servir como autoridades acerca da sensibilidade do habitat em áreas afetadas pelas operações, e acerca da importância relativa desses habitats sob o ponto de vista da gestão.

2. compilação

2.1 Identifique a localização dos habitats afetados pelas operações da organização relatora que incluam espécies relacionadas na Lista Vermelha da IUCN e em listas nacionais de conservação.

2.2 Relate o número de espécies em habitats identificados como afetados pela organização relatora, indicando um dos seguintes níveis de risco de extinção:

• Criticamente ameaçado;

• Ameaçado;

• Vulnerável;

• Quase ameaçado;

• Mínimo de preocupação

3. definições

Espécies da Lista Vermelha da IUcn

Um inventário do estado de conservação global de espécies de fauna e flora realizado pela União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

4. documentação

Informações sobre a presença de espécies relacionadas na Lista Vermelha da IUCN e em listas nacionais de conservação podem ser obtidas junto a agências de conservação nacional/regional, autoridades municipais ou ONGs ambientais. Para organizações que operam dentro de áreas protegidas ou adjacentes a elas, ou dentro de áreas de alto valor de biodiversidade, estudos de planejamento ou outros materiais relativos a licenças podem também conter informações sobre a biodiversidade dentro das áreas protegidas.

5. Referências

• Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da IUCN

Page 77: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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En16 Total de emissões diretas e indiretas de gases causadores do efeito estufa, por peso.1. Relevância

As emissões de gases de efeito estufa são a principal causa de mudança climática e são regulamentadas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC) e pelo subsequente Protocolo de Kyoto. Consequentemente, diferentes regulamentos e sistemas de incentivo nacionais e internacionais (como o comércio de certificados de emissões reduzidas – CER’s) visam controlar o volume e recompensar a redução da emissão de gases de efeito estufa.

Esse Indicador pode ser usado em combinação com o Indicador EN17 para explicar metas para regulamentos ou sistemas de comércio em nível nacional ou internacional. A combinação de emissões diretas e indiretas também permite avaliar possíveis implicações dos sistemas de tributação e comércio no custo das organizações relatoras.

2. compilação

2.1 Diferentes metodologias de conversão estão disponíveis para calcular o volume de emissões de gases de efeito estufa por fonte. Indique o padrão usado e indique a metodologia associada aos dados, no que se refere às seguintes categorias:

• Medição direta (ex.: analisadores contínuos na linha de produção etc.);

• Cálculo baseado em dados específicos ao local (ex.: para análise de composição de combustível, etc.);

• Cálculo baseado em dados default;

• Estimativas. Se forem feitas estimativas devido à falta de valores default, indique em que base os dados foram obtidos.

Maiores detalhes sobre a compilação desse Indicador estão disponíveis no Protocolo GHG da WBCSD-WRI e no documento IPCC mencionado abaixo nas Referências.

2.2 Identifique emissões diretas de gases de efeito estufa de todas as fontes de propriedade da organização relatora ou por ela controladas, incluindo:

• Geração de eletricidade, calor ou vapor (conforme relatado no indicador EN3);

• Outros processos de combustão como fogacho;

• Beneficiamento físico-químico;

• Transporte de materiais, produtos e resíduos;

• Abertura de respiradouros;

• Emissões fugitivas.

Emissões de processos e fontes de combustão irão corresponder à energia primária direta de fontes não renováveis e renováveis, conforme relatado no Indicador EN3. Observe que as emissões diretas de CO2 da combustão de biomassa não deverão ser incluídas, mas relatadas separadamente no GHG Protocol Corporate Standard (Padrão Corporativo do Protocolo de GEE) (Edição Revisada).

2.3 Identifique emissões indiretas de gases de efeito estufa resultantes da geração de eletricidade, calor ou vapor comprados (isso corresponde ao consumo de energia informado no indicador EN4).

Outras emissões indiretas (ex.: provenientes de viagens a trabalho) não serão incluídas, uma vez que já foram contabilizadas no Indicador EN17.

2.4 Relate o total de emissões de gases de efeito estufa como a soma das emissões diretas e indiretas (conforme relatado nos itens 2.2 e 2.3) em toneladas equivalentes de CO2.

Page 78: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

23

Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

3. definições

Emissões diretas

Emissões de fontes que são propriedade da organização relatora ou por ela controladas. Por exemplo, emissões diretas relacionadas a combustão seriam provenientes da queima de combustível para gerar energia dentro dos limites operacionais da organização relatora.

Emissões indiretas

Emissões que resultam das atividades da organização relatora, mas que são geradas em fontes que são propriedade de outra organização ou por ela controladas. No contexto desse Indicador, as emissões indiretas se referem a emissões de gases de efeito estufa resultantes da geração de eletricidade, calor ou vapor importados e consumidos pela organização relatora.

Equivalente de gás carbônico

O equivalente de CO2 (Dióxido de Carbono) é a medida usada para comparar as emissões de diversos gases de efeito estufa com base em seu potencial de aquecimento global (GWP). O equivalente de CO2 para um gás é obtido multiplicando-se as toneladas do gás pelo seu GWP.

4. documentação

As emissões resultantes do uso de energia direta e indireta podem ser calculadas a partir dos dados informados nos Indicadores EN3 e EN4.

5. Referências

• GHG Protocol Initiative (Iniciativa do Protocolo de GEE) – um padrão de contabilização e elaboração de relatórios corporativos (Edição Revisada, 2004) criada pelo World Resources Institute (WRI) e pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

• Protocolo de Kyoto, 1997.

• Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC, Mudanças Climáticas 2001 - Grupo de Trabalho I: A Base Científica.

Page 79: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

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En17 Emissões indiretas relevantes de gases causadores do efeito estufa, por peso.1. Relevância

As emissões de gases de efeito estufa são a principal causa de mudança climática e são regulamentadas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC) e pelo subsequente Protocolo de Kyoto. Para algumas organizações, as emissões indiretas de gases de efeito estufa são significativamente maiores que as suas emissões diretas. Estão também suficientemente sob a influência da organização, de tal forma que uma mudança em suas próprias práticas pode conduzir a reduções significativas. A medição e a demonstração de esforço para reduzir emissões indiretas podem indicar liderança no combate à mudança climática e podem fortalecer a reputação da organização.

2. compilação

2.1 Identifique as emissões de gases de efeito estufa resultantes do uso indireto de energia. Exclua emissões indiretas de eletricidade, calor ou vapor importados, uma vez que esses estão cobertos pelo Indicador EN16.

2.2 Além disso, identifique quais atividades da organização relatora causam emissões indiretas e avalie suas quantidades (ex.: transporte de empregados, viagens de negócio, etc).

Ao definir a relevância dessas atividades, considere se as emissões da atividade:

• São grandes em comparação a outras atividades que geram emissões diretas ou emissões indiretas relacionadas à energia (conforme informado no Indicador EN16);

• São consideradas críticas pelos stakeholders;

• Poderiam ser substancialmente reduzidas por medidas tomadas pela organização relatora.

2.3 Relate a soma de emissões indiretas de GEE identificadas em toneladas equivalentes de CO2.

3. definições

Emissões indiretas

Emissões que são consequência das atividades da organização relatora, mas que são geradas em fontes de propriedade de outra organização ou controladas por outra organização. No contexto desse Indicador, emissões indiretas não incluem as geradas por eletricidade, calor ou vapor importados consumidos pela organização relatora (ex.: transporte, embalagem).

Equivalente de gás carbônico

O equivalente de CO2 (Dióxido de Carbono) é a medida usada para comparar as emissões de diversos gases de efeito estufa com base em seu potencial de aquecimento global (GWP). O equivalente de CO2 para um gás é obtido multiplicando-se as toneladas do gás pelo seu GWP.

4. documentação

Podem ser obtidas informações de fornecedores externos de produtos e serviços. Para certos tipos de emissões indiretas, tais como viagens de negócio, a organização poderá precisar combinar seus próprios registros com dados de fontes externas para chegar a uma estimativa.

5. Referências

• GHG Protocol Initiative (Iniciativa do Protocolo de GEE) – um padrão de contabilização e elaboração de relatórios corporativos (Edição Revisada, 2004) criada pelo World Resources Institute (WRI) e pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

• Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC, Mudanças Climáticas 2001 - Grupo de Trabalho I: A Base Científica.

• Protocolo de Kyoto, 1997.

Page 80: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

En18 Iniciativas para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e as reduções obtidas.1. Relevância

As emissões de gases de efeito estufa são a principal causa de mudança climática e são regulamentadas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC) e pelo subsequente Protocolo de Kyoto. Consequentemente, diferentes regulamentos e sistemas de incentivo nacionais e internacionais (como o comércio de certificados de emissões reduzidas – CER’s) visam controlar o volume e recompensar a redução da emissão de gases de efeito estufa. Quando monitoradas de forma abrangente, as emissões podem ser eficazmente reduzidas (ex.: seleção criteriosa de materiais, serviços ou capacidades de produção com baixo consumo de energia).

Esse Indicador pode ser usado em combinação com os Indicadores EN16 e EN17 para estabelecer e monitorar metas de redução, no que tange a regulamentos ou sistemas de comércio em nível nacional ou internacional.

O rastreamento e redução das emissões de gases de efeito estufa podem melhorar o desempenho geral do ciclo de vida de produtos e serviços e servir como parte de um programa abrangente que visa ser amigável ao meio ambiente.

2. compilação

2.1 Identifique as reduções de emissões de todas as fontes de propriedade da organização relatora ou por ela controladas, conforme relatadas no Indicador EN16 e resultantes do uso de energia indireta e atividades da organização relatora, conforme relatadas no Indicador EN17. Faça distinção entre reduções de emissões obrigatórias e voluntárias.

2.2 Relate iniciativas para redução de emissões de gases de efeito estufa, incluindo as áreas onde as iniciativas foram implementadas.

2.3 Quantifique as reduções de emissões de gases de efeito estufa atingidas durante o período coberto pelo relatório como resultado direto da(s) iniciativa(s) em toneladas equivalentes de CO2.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Informações podem ser obtidas a partir de dados relatados nos Indicadores EN16 e EN17, de medição das emissões, calculadas a partir de dados da contabilidade e defaults ou podem ser estimadas. Informações sobre as iniciativas provavelmente serão encontradas em registros mantidos por departamentos responsáveis por gestão ambiental.

5. Referências

• GHG Protocol Initiative (Iniciativa do Protocolo de GEE) – um padrão de contabilização e elaboração de relatórios corporativos (Edição Revisada, 2004) criada pelo World Resources Institute (WRI) e pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

• Protocolo de Kyoto, 1997.

• Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC, Mudanças Climáticas 2001 - Grupo de Trabalho I: A Base Científica.

Page 81: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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En19 Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio, por peso.1. Relevância

A camada de ozônio (O3) filtra a maior parte da radiação ultravioleta biologicamente nociva do sol (UV-B). O Protocolo de Montreal regulamenta internacionalmente a retirada progressiva de circulação de substâncias destruidoras da camada de ozônio (SDO). A medição das emissões de ODS possibilita uma avaliação de como a organização relatora obedece à legislação atual e futura e seus prováveis riscos nessa área. Isso é particularmente relevante para organizações cujos processos, produtos e serviços fazem uso de SDO e deverão fazer uma transição para novas tecnologias para se adequarem aos compromissos com a retirada progressiva de circulação dessas substâncias. Os resultados da organização relatora referentes à retirada progressiva de circulação das SDO podem ajudar a indicar seu nível de liderança em tecnologia e posição competitiva nos mercados dos produtos e serviços afetados por regras referentes às SDO.

2. compilação

2.1 As Substâncias destruidoras da camada de ozônio contidas em produtos ou emitidas por eles durante seu uso e disposição não são abrangidas por esse Indicador.

2.2 As emissões de substâncias abrangidas pelos Anexos A, B, C e E do Protocolo de Montreal sobre substâncias que Destroem a Camada de Ozônio estão incluídas.

2.3 Identifique emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio que usam as seguintes fórmulas:

Emissões = Produção + Importações – Exportações de substâncias

Produção = substâncias Produzidas – substâncias destruídas por Tecnologia – substâncias usadas totalmente como feedstock na fabricação de outras substâncias químicas

Observação: As SDO recicladas e reutilizadas não são consideradas como produção.

2.4 Relate as emissões de substâncias específicas destruidoras da camada de ozônio em toneladas e toneladas equivalentes de CFC-11.

3. definições

substâncias destruidoras da camada de ozônio (sdo)

Qualquer substância com potencial de degradação da camada de ozônio (ODP) maior que 0 que pode destruir a camada de ozônio estratosférica. A maioria das substâncias destruidoras da camada de ozônio são controladas nos termos do Protocolo de Montreal e suas emendas e incluem CFCs, HCFCs, halons e brometo de metila.

EQUIVALEnTE dE cFc-11

CFC-11 é uma medida usada para comparar várias substâncias com base em seu potencial relativo de destruição de ozônio. O nível de referência 1 é o potencial do CFC-11 e do CFC-12 para causar destruição de ozônio.

4. documentação

Informações podem ser obtidas a partir de contabilidade e medições internas.

5. Referências

• Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio

• Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, Manual de Halon.

Page 82: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Versão 3.1

En20 NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso.1. Relevância

Esse indicador mede a magnitude das emissões atmosféricas da organização e pode demonstrar o tamanho e importância dessas emissões em comparação a outras organizações.

Poluentes atmosféricos causam efeitos adversos em habitats e na saúde humana e animal. A deterioração da qualidade do ar, acidificação, degradação de florestas, assim como preocupações com a saúde pública levaram a regulamentos locais e internacionais visando controlar as emissões atmosféricas. As reduções nos poluentes regulamentados levaram à melhoria das condições de saúde dos trabalhadores e comunidades vizinhas. As reduções ou a demonstração de um desempenho que tenha sido melhor do que o exigido pela legislação podem melhorar as relações com as comunidades e trabalhadores afetados e a capacidade de manter ou ampliar operações. Em regiões onde um teto de emissões foi estabelecido, o volume de emissões tem também implicações diretas de custo para a organização.

2. compilação

2.1 Identifique emissões atmosféricas significativas e calcule seu peso.

2.2 Já que calcular certas emissões atmosféricas como NOx exige esforços de quantificação complexos, indique a metodologia usada para seus cálculos, escolhendo uma das seguintes abordagens:

• Medição direta de emissões (ex.: analisadores na linha de produção, etc.);

• Cálculo baseado em dados específicos ao local;

• Cálculo baseado em dados default;

• Estimativa (se forem feitas estimativas devido à falta de valores default, indique em que base os dados foram obtidos).

2.3 Relate o peso de emissões atmosféricas significativas (em quilogramas ou seus múltiplos, como toneladas) para cada uma das seguintes categorias:

• NOx;

• SOx;

• Poluentes orgânicos persistentes (POP) ;

• Compostos orgânicos voláteis (VOC);

• Poluentes atmosféricos perigosos (HAP);

• Emissões de chaminé e fugitivas;

• Material particulado (PM);

• Outras categorias-padrão de emissões atmosféricas identificadas em regulamentos.

3. definições

Emissões atmosféricas significativas

Emissões atmosféricas que são reguladas por convenções internacionais e/ou leis ou regulamentos nacionais, incluindo aqueles mencionados em licenças ambientais de operação da organização relatora.

4. documentação

Informações podem ser obtidas a partir da medição das emissões, calculadas a partir de dados da contabilidade e defaults ou podem ser estimadas.

5. Referências

• Protocolo de Genebra para a Convenção sobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça de Longo Alcance, 1979.

• Protocolo de Helsinque para a Convenção sobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça de Longo Alcance, 1985.

• Procedimento de Consentimento Prévio Informado (PIC) estabelecido pela Convenção de Roterdã, 1998.

• Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) (Anexos A, B e C), 2001.

• Protocolo de Sofia para a Convenção sobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça de Longo Alcance, 1988.

• Protocolo de Gotemburgo para o abatimento de acidificação, eutrofização e ozônio troposférico para a Convenção sobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça de Longo Alcance de 1979

Page 83: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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En21 Descarte total de água, por qualidade e destinação.1. Relevância

O volume e a qualidade da água descartada pela organização relatora estão diretamente vinculados a impacto ecológico e custos operacionais. Ao melhorar progressivamente a qualidade da água descartada e/ou reduzir os volumes, a organização relatora tem o potencial de reduzir seu impacto no entorno. O descarte não controlado de efluentes com uma alta carga química ou nutriente (principalmente nitrogênio, fósforo ou potássio) pode ter um impacto significativo em águas receptoras. Isso, por sua vez, pode afetar a qualidade do abastecimento de água disponível para a organização e sua relação com as comunidades e outros usuários de água.

O descarte de efluentes ou água de processo em uma estação de tratamento não apenas reduz os níveis de poluição, mas também pode diminuir os custos financeiros da organização e o risco de uma ação normativa por não conformidade com a legislação ambiental. Tudo isso fortalece a licença social de operação da organização.

2. compilação

2.1 Identifique os descartes planejados e não planejados de água (excluindo água de chuva coletada e esgoto doméstico) por destinação e indique como ela é tratada. Se a organização relatora não tiver um medidor para medir os descartes de água, esse valor precisará ser estimado subtraindo-se o volume aproximado consumido no local do volume retirado, conforme informado no Indicador EN8.

2.2 Relate o volume total dos descartes planejados e não planejados de água em metros cúbicos por ano (m3/ano), discriminado por:

• Destinação;

• Método de tratamento;

• Se foi reutilizada por outra organização.

2.3 Organizações relatoras que descartam efluentes ou água de processo deverão relatar a qualidade da água em termos de volumes totais de efluentes usando parâmetros-padrão de efluentes tais como Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Sólidos Suspensos Totais (SST), etc. A escolha específica de parâmetros

de qualidade variará, dependendo dos produtos/serviços/operações da organização. A escolha dos parâmetros deverá ser coerente com aqueles usados no setor a que a organização pertence.

Água limpa refere-se a água que atende à legislação nacional no tocante a qualidade de água doce ao deixar os limites da organização relatora. Poderá ser água doce cuja qualidade não foi afetada pelo uso da organização ou efluentes tratados para satisfazer os padrões de água doce antes do descarte.

3. definições

descarte total de água

A soma dos efluentes de água no decorrer do período coberto pelo relatório para águas subsuperficiais, águas superficiais, esgotos que descarregam em rios, oceanos, lagos, zonas úmidas, instalações de tratamento e água subterrânea, por meio de:

• Um local de descarte definido (descarte de fonte a partir de um ponto definido);

• No solo de uma maneira dispersa ou indefinida (descarte de fonte sem um ponto de partida definido);

• Efluentes removidos da organização relatora por caminhão. O descarte de água de chuva coletada e esgoto doméstico não é considerado descarte de água.

4. documentação

Fontes de informações sobre os volumes de água descartados pela organização relatora incluem medidores de fluxo (descarte de fonte a partir de um ponto definido ou quando os descartes ocorrem através de tubulação) e licenças regulatórias.

5. Referências

• Convenção MARPOL (Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios), 1973.

• Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), 2001.

Page 84: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

En22 Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição. 1. Relevância

Dados sobre geração de resíduos durante vários anos podem indicar o nível de progresso que a organização atingiu no esforço de reduzir resíduos. Pode também indicar possíveis melhorias na eficiência e produtividade dos processos. Do ponto de vista financeiro, a redução de resíduos contribui diretamente para a redução dos custos de materiais, beneficiamento e disposição.

As informações sobre o destino da disposição revelam até que ponto a organização relatora tem gerido o equilíbrio entre as opções de disposição e diferentes impactos ambientais. Por exemplo, aterros sanitários e reciclagem resultam em tipos muito diferentes de impactos ambientais e efeitos residuais. A maioria das estratégias de minimização de resíduos enfatizam a priorização de opções de reutilização, reciclagem e depois recuperação em relação a outras opções de disposição.

2. compilação

2.1 Identifique a quantidade de resíduos gerada pelas operações da organização por:

• Resíduos perigosos (conforme definido pela legislação nacional no local de geração);

• Resíduos não perigosos (todas as outras formas de resíduos sólidos ou líquidos, exceto efluentes).

2.2 Se nenhum dado sobre peso estiver disponível, faça uma estimativa do peso usando as informações disponíveis sobre a densidade e o volume dos resíduos coletados, balanços de massa ou informações semelhantes.

2.3 Relate a quantidade total de resíduos em toneladas por tipo, conforme identificados no item 2.1 para cada um dos seguintes métodos:

• Reutilização;

• Reciclagem;

• Compostagem;

• Recuperação, incluindo Recuperação de Energia;

• Incineração (queima de massa);

• Injeção subterrânea de resíduos;

• Aterro sanitário;

• Armazenamento no local;

• Outros (a serem especificados pela organização relatora)

2.4 Relate como o método de disposição foi determinado:

• Disposto diretamente pela organização relatora ou por terceiros, desde que confirmado diretamente pela organização relatora;

• Informações fornecidas pela empresa contratada responsável pela destinação dos resíduos; ou

• Defaults organizacionais da empresa contratada responsável pela destinação dos resíduos.

3. definições

Método de disposição

Método pelo qual os resíduos são tratados ou dispostos, incluindo compostagem, reutilização, reciclagem, recuperação, incineração, aterro sanitário, injeção subterrânea de resíduos e armazenamento no local.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem auditorias externas de resíduos ou balanços de resíduos de fornecedores de serviços de disposição, assim como sistemas internos de faturamento e contabilidade e o departamento de compras ou de gestão de suprimentos.

5. Referências

• Emenda à Convenção da Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seus Depósitos, conhecida como a “Proibição da Basileia”, 1989.

• Convenção sobre a Prevenção da Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e outras matérias, 1972

• Convenção MARPOL (Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios), 1973.

Page 85: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

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En23 Número e volume total de derramamentos significativos. 1. Relevância

Derramamentos de substâncias químicas, óleos e combustíveis podem ter impactos negativos significativos no entorno, potencialmente afetando o solo, a água, o ar, a biodiversidade e a saúde humana. O esforço sistemático para evitar derramamentos de materiais perigosos está diretamente vinculado ao cumprimento da legislação por parte da organização, seus riscos financeiros devido a perdas de matérias-primas, custos de remediação e o risco de medidas regulatórias, assim como danos à reputação. Esse Indicador também serve como uma medida indireta para avaliar a capacidade de monitoramento de uma organização.

2. compilação

2.1 Identifique todos os derramamentos significativos registrados e o volume desses derramamentos.

2.2 Relate o número total e volume total dos derramamentos significativos registrados.

2.3 Para derramamentos que foram relatados na demonstração financeira da organização, relate as seguintes informações para cada um dos referidos derramamentos:

• Localização do derramamento;

• Volume do derramamento;

• Material derramado, categorizado por:

• Derramamentos de óleo (no solo ou em superfícies de água);

• Derramamentos de combustível (no solo ou em superfícies de água);

• Derramamentos de resíduos (no solo ou em superfícies de água);

• Derramamentos de substâncias químicas (principalmente no solo ou em superfícies de água);

• Outros.

2.4 Relate os impactos de derramamentos significativos.

3. definições

derramamento

Descarga acidental de uma substância perigosa que pode afetar a saúde humana, a terra, a vegetação, corpos d’água e o lençol freático.

derramamento significativo

Todos os derramamentos que estejam incluídos na demonstração financeira da organização relatora (ex.: devido a responsabilidades resultantes) ou registrados como derramamentos pela organização relatora.

4. documentação

Possíveis fontes de informações relativas a derramamentos de combustível, óleos e substâncias químicas podem ser registros internos dentro de um sistema de gestão ambiental existente, assim como comunicados oficiais feitos para a / pela agência oficial reguladora do meio ambiente.

5. Referências

Nenhuma.

Page 86: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

EN24 Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados considerados perigosos nos termos da Convenção da Basileia – Anexos I, II, III e VIII, e percentual de carregamentos de resíduos transportados internacionalmente. 1. Relevância

A gestão de resíduos perigosos é uma importante área de preocupação para muitos stakeholders. O transporte inadequado de resíduos perigosos, especialmente para países que carecem de infraestrutura e regulamentação nacional para lidar com tais resíduos, pode resultar em danos à saúde humana e ao meio ambiente. Além disso, a má gestão de resíduos perigosos cria responsabilidades associadas à não conformidade com as legislações nacionais e internacionais, assim como potenciais danos à reputação.

2. compilação

2.1 Identifique resíduos perigosos transportados pela organização relatora ou em nome dela dentro do período coberto pelo relatório, discriminados por destinação.

2.2 Identifique o peso total dos resíduos perigosos transportados usando a seguinte equação:

Peso total dos resíduos perigosos transportados, discriminados por destinação

=

Peso dos resíduos perigosos transportados para a organização relatora, a partir de fontes/fornecedores externos que não pertençam à organização relatora, discriminados por destinação

+

Peso dos resíduos perigosos transportados a partir da organização relatora para fontes/fornecedores externos que não pertençam à organização relatora, discriminados por destinação

+

Peso dos resíduos perigosos transportados nacional ou internacionalmente, entre locais pertencentes, arrendados ou administrados pela organização relatora, discriminados por destinação

2.3 Identifique o peso total de resíduos perigosos transportados por fronteiras internacionais e que

entraram nos limites da organização relatora, por destinação. Resíduos transportados entre diferentes locais da mesma organização não são considerados importados.

2.4 Identifique a proporção do total de resíduos perigosos transportados, discriminados por destinação, a partir da organização relatora para locais no exterior. Inclua todos os resíduos que deixaram os limites da organização relatora para cruzar fronteiras internacionais, excluindo o transporte entre diferentes locais da organização relatora.

2.5 Identifique a parcela do total de resíduos transportados e exportados, que a organização tenha tratado, discriminados por destinação.

2.6 Identifique a parcela do total de resíduos tratados por fontes/fornecedores externos, que tenham sido transportados, exportados ou importados pela organização relatora, discriminados por destinação.

2.7 Converta os volumes em uma estimativa de peso com uma breve explicação da metodologia usada.

2.8 Relate as seguintes informações em quilogramas ou toneladas:

• Peso total dos resíduos perigosos transportados;

• Peso total dos resíduos perigosos importados;

• Peso total dos resíduos perigosos exportados;

• Peso total dos resíduos perigosos tratados.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem dados de faturamento das empresas contratadas responsáveis por logística ou disposição, dos sistemas contábeis, assim como do departamento de compras ou gestão de suprimentos. Alguns países exigem documentação acompanhando carregamentos de resíduos perigosos que forneceriam todos os dados pertinentes a esse Indicador.

5. Referências

• Emenda à Convenção da Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seus Depósitos, conhecida como a “Proibição da Basileia”, 1989.

Page 87: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

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EN25 Identificação, tamanho, status de proteção e valor de biodiversidade de corpos d’água e seus habitats significativamente afetados por descartes de água e drenagem realizados pela organização relatora. 1. Relevância

Esse Indicador fornece uma contrapartida qualitativa para Indicadores quantitativos de descartes de água que ajuda a descrever o impacto desses descartes. Descartes e drenagem de água que afetam habitats aquáticos podem ter um impacto significativo na disponibilidade de recursos hídricos. A identificação de corpos d’água afetados por descartes fornece uma oportunidade para a identificação de atividades em regiões que inspiram preocupação significativa ou áreas onde a organização relatora pode enfrentar riscos específicos devido a preocupações da comunidade, recursos hídricos limitados, etc.

2. compilação

2.1 Identifique corpos d’água significativamente afetados pelos descartes de água da organização relatora que atendam a um ou mais dos seguintes critérios:

• Os descartes correspondem a uma média de 5% ou mais do volume médio anual do corpo d’água;

• Os descartes que, segundo orientação de profissionais competentes (ex.: autoridades municipais), são conhecidos por causarem ou apresentarem uma alta probabilidade de causar impactos significativos no corpo d’água e seus habitats;

• Os descartes em corpos d’água que são reconhecidos por profissionais como sendo especialmente sensíveis devido ao seu tamanho, função ou status como um sistema raro, ameaçado ou sob risco de extinção (ou devido ao seu suporte a uma determinada espécie de planta ou animal em extinção);

• Qualquer descarte em uma zona úmida incluída na lista da Convenção de Ramsar ou qualquer outra área de conservação proclamada nacional ou internacionalmente, independentemente do nível de descarte.

2.2 Relate os corpos d’água significativamente afetados por descartes de água de acordo com os critérios acima, incluindo informações sobre:

• Tamanho do corpo d’água em metros cúbicos (m3);

• Se a fonte é designada como sendo uma área protegida (nacional e/ou internacionalmente);

• Valor de biodiversidade (ex.: número de espécies protegidas).

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Informações sobre o status de uma fonte hídrica ou área protegida podem ser obtidas junto a ministérios ou departamentos de governo locais ou nacionais responsáveis por questões referentes a água ou através de pesquisas realizadas pela organização ou outras instituições, tais como estudos de impacto ambiental.

5. Referências

• Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da IUCN (União Mundial para a Conservação da Natureza).

• Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas.

Page 88: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

EN26 Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e serviços e a extensão da redução desses impactos. 1. Relevância

Para alguns setores, os impactos de produtos e serviços durante sua fase de uso (ex.: consumo de água de uma máquina de lavar roupa) e ao término de sua vida útil podem ter importância igual ou maior do que na fase de produção. A importância de tais impactos é consequência tanto do comportamento do consumidor como do design geral do produto/serviço. Espera-se que as organizações adotem abordagens mais proativas para avaliar e melhorar os impactos ambientais de seus produtos e serviços.

Essa medida avalia ações que a organização relatora realiza para reduzir impactos ambientais negativos e aumentar os impactos positivos no que se refere ao design e entrega de seus produtos e serviços. Um design favorável ao meio ambiente pode ajudar a identificar novas oportunidades de negócios, diferenciar produtos e serviços e estimular inovações tecnológicas. A integração de considerações ambientais no design de produtos e serviços pode também reduzir o potencial de incompatibilidade com a futura legislação ambiental, assim como fortalecer a reputação.

2. compilação

2.1 Nesse Indicador, os seguintes impactos estão excluídos por estarem cobertos por outros Indicadores Ambientais:

• Recuperação de produtos e de embalagem de produtos (EN27);

• Impactos na biodiversidade (EN12).

2.2 Descreva iniciativas no período coberto pelo relatório visando mitigar os impactos ambientais mais significativos de grupos de produtos/serviços em relação a:

• Uso de materiais (ex.: uso de materiais não renováveis, com alto consumo de energia e materiais tóxicos);

• Uso de água (ex.: volumes usados durante a produção e/ou uso);

• Emissões (ex.: emissões de GEE, tóxicas, destruidoras da camada de ozônio);

• Efluentes (ex.: qualidade da água usada durante a produção e/ou uso);

• Poluição sonora;

• Resíduos (ex.: não recuperáveis, materiais/compostos tóxicos).

2.3 Relate quantitativamente até que ponto impactos ambientais de produtos e serviços foram mitigados durante o período coberto pelo relatório. Se valores relacionados ao uso forem usados (ex.: uso de água por uma máquina de lavar roupa), indique claramente as suposições subjacentes referentes a padrões de consumo ou fatores de normalização (ex.: 10% a menos no uso de água por 5 kg de roupa lavada).

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Informações podem ser obtidas de Avaliações de Ciclo de Vida do Produto (LCA) ou documentos relacionados a design, desenvolvimento e testes do produto.

5. Referências

Nenhuma.

Page 89: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

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EN27 Percentual de produtos e suas embalagens recuperados em relação ao total de produtos vendidos, por categoria de produto.1. Relevância

A disposição de produtos e suas embalagens ao término da fase de uso é um desafio ambiental em contínuo crescimento. O estabelecimento de sistemas efetivos de reciclagem e reutilização para fechar os ciclos de produtos pode contribuir significativamente para um aumento na eficiência de materiais e recursos. Ajuda também a mitigar problemas e custos referentes a disposição.

Esse Indicador permite avaliar até que ponto os produtos, componentes ou materiais da organização relatora são coletados e convertidos com sucesso em materiais úteis para novos processos de produção. Também permite avaliar até que ponto uma organização projetou produtos e embalagens capazes de serem reciclados ou reutilizados. Essa medida pode ser uma fonte especial de diferenciação competitiva em setores que enfrentam exigências formais de reciclagem de produtos e suas embalagens.

2. compilação

2.1 Identifique o volume de produtos e suas embalagens recuperados (ou seja, reciclados ou reutilizados) ao término de sua vida útil dentro do período coberto pelo relatório. Devoluções e recalls de produtos não deverão ser computados. A reciclagem ou reutilização de embalagens também deverão ser relatadas separadamente.

2.2 Relate o percentual de produtos e suas embalagens recuperados por cada categoria de produtos (ou seja, um grupo de produtos relacionados que compartilham um conjunto de características comuns que satisfazem necessidades específicas de um mercado selecionado) usando a seguinte fórmula:

2.3 Dadas as possíveis variações na fonte de dados, relate como os dados para esse Indicador foram coletados (ex.:, dados fornecidos por um sistema interno de coleta ou dados fornecidos por sistemas externos de coleta que recuperam produtos em nome da organização).

3. definições

Recuperado

Refere-se à coleta, reutilização ou reciclagem de produtos e suas embalagens ao término de sua vida útil. A coleta e tratamento podem ser realizados pelo fabricante do produto ou por uma empresa contratada. Isso se refere a produtos e suas embalagens que são:

• Coletados pela organização relatora ou em seu nome;

• Separados em matérias-primas (ex.: aço, vidro, papel, alguns tipos de plástico, etc) ou componentes;

• Usados pela organização relatora ou outros usuários.

4. documentação

Nenhuma.

5. Referências

Nenhuma.

% de produtos recuperados

produtos e suas embalagens recuperadas dentro do período

coberto pelo relatório

produtos vendidos dentro do perído coberto pelo relatório

= ——————————————— x100

Page 90: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

EN28 Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não monetárias resultantes da não conformidade com leis e regulamentos ambientais. 1. Relevância

O nível de não conformidade dentro da organização ajuda a indicar a capacidade da gestão de assegurar que as operações obedeçam a certos parâmetros de desempenho. Do ponto de vista econômico, assegurar a conformidade ajuda a reduzir riscos financeiros que ocorrem diretamente, através de multas, ou indiretamente, pelos impactos na reputação. Em algumas circunstâncias, a não conformidade pode levar a obrigações de limpeza ou outras responsabilidades ambientais dispendiosas. A força do histórico de conformidade da organização também pode afetar sua capacidade de ampliar as operações ou obter licenças.

2. compilação

2.1 Identifique as sanções administrativas ou judiciais impostas à organização por descumprimento a leis ou regulamentos ambientais, incluindo:

• Declarações/convenções/tratados internacionais e regulamentos nacionais, subnacionais, regionais e locais. Inclua não conformidades relacionadas a derramamentos, conforme divulgados no indicador EN23 que atendam aos critérios do indicador EN28;

• Acordos ambientais voluntários com agências reguladoras que são considerados obrigatórios e foram desenvolvidos em substituição à implementação de nova regulamentação. Em certas jurisdições, tais acordos são chamados “pactos”;

• Processos movidos contra a organização através de mecanismos internacionais de arbitragem ou mecanismos nacionais de arbitragem supervisionados por autoridades governamentais.

2.2 Relate multas significativas e sanções não monetárias em termos de:

• Valor monetário total de multas significativas;

• Número de sanções não monetárias;

• Processos movidos através de mecanismos de arbitragem.

2.3 Quando a organização relatora não tiver identificado nenhuma não conformidade com leis e regulamentos, uma breve declaração sobre esse fato será suficiente.

3. definições

Legislação e regulamentos ambientais

Referem-se a regulamentos relativos a todos os tipos de questões ambientais (ou seja, emissões, efluentes e resíduos, assim como uso de material, energia, água e biodiversidade) aplicáveis à organização relatora. Isso inclui acordos voluntários obrigatórios feitos com agências reguladoras como alternativa à implementação de uma nova regulamentação. Acordos voluntários podem ser aplicáveis se a organização relatora diretamente subscrever o acordo ou se agências públicas tornarem o acordo aplicável para organizações em seu território através de legislação ou regulamentação.

4. documentação

Fontes de dados incluem resultados de auditoria ou sistemas regulatórios de rastreamento operados pelo departamento jurídico. Informações referentes a multas monetárias podem ser encontradas nos departamentos de contabilidade.

5. Referências

Nenhuma.

Page 91: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

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EN29 Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e outros bens e materiais utilizados nas operações da organização, bem como do transporte dos trabalhadores. 1. Relevância

Os impactos ambientais decorrentes de sistemas de transporte têm um longo alcance, do aquecimento global à poluição atmosférica e sonora locais. Para algumas empresas, particularmente aquelas com extensas redes de suprimentos e distribuição, os impactos ambientais associados a logística podem representar uma grande parte de sua “pegada” ambiental. Avaliar os impactos do transporte de produtos, bens e materiais para fins logísticos e do transporte do público interno faz parte de uma abordagem abrangente para o planejamento de estratégias de gestão ambiental.

2. compilação

2.1 Identifique os impactos ambientais significativos dos meios de transporte usados pela organização, incluindo:

• Uso de energia (ex.: petróleo, querosene, combustível, eletricidade);

• Emissões (ex.: emissões de gases de efeito estufa; substâncias destruidoras de ozônio; NOx, SOx e outras emissões atmosféricas);

• Efluentes (ex.: tipos diferentes de substâncias químicas);

• Resíduos (ex.: tipos diferentes de material de embalagem);

• Poluição sonora;

• Derramamentos (ex.: derramamentos de substâncias químicas, óleos e combustíveis).

2.2 Relate os impactos ambientais significativos do transporte usado para fins logísticos e do transporte do público interno. Quando dados quantitativos não forem declarados no relatório, divulgue a razão.

2.3 Indique os critérios e metodologia usados para determinar quais impactos ambientais são significativos.

2.4 Relate como os impactos ambientais decorrentes do transporte de produtos, do público interno da organização, assim como de outros bens e materiais são mitigados.

3. definições

Transporte

O ato de transferir recursos e bens de um local para outro (entre fornecedores, unidades de produção, armazéns e o cliente) utilizando-se diferentes meios de transporte, incluindo o transporte de passageiros (ex.: transporte diário de empregados e viagens de negócios).

Fins logísticos

O fluxo de duas vias e o armazenamento de bens e serviços entre o ponto de origem e o ponto de consumo.

Transporte do público interno da organização

Transporte utilizado para o transporte diário de ida e volta do trabalho de membros do público interno ou viagens para fins de trabalho incluindo por avião, trem, ônibus e outras formas de viagem motorizada ou não.

4. documentação

Possíveis fontes de dados incluem faturas de fornecedores e prestadores de serviços de logística, relatórios do departamento de logística, registros de uso e manutenção de veículos, e monitoramento/medição realizados, por exemplo, pelo departamento de meio ambiente.

5. Referências

• Recomendações das Nações Unidas para o Transporte de Produtos Perigosos.

Page 92: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

37

Conjunto de Protocolos de Indicadores: EN IP

Versão 3.1

EN30 Total de investimentos e gastos em proteção ambiental, por tipo. 1. Relevância

A medição de mitigação ambiental e despesas com proteção ambiental permite que as organizações avaliem a eficiência de suas iniciativas ambientais. Fornece, também, dados valiosos para análises internas de custo/benefício. A comparação dos dados sobre desempenho ambiental com as despesas com mitigação e proteção ambiental permite avaliar a eficácia da organização no uso de recursos para melhorar o desempenho. Quando rastreados e analisados de forma abrangente ao longo do tempo, esses dados sobre despesas permitem que a organização relatora julgue o valor de investimentos organizacionais ou tecnológicos complexos visando melhorar seu desempenho ambiental.

2. compilação

2.1 A compilação das despesas nesse Indicador deverá excluir as seguintes categorias, conforme definidas no “Documento de Orientação Internacional em Contabilidade da Gestão Ambiental” da IFAC:

• Custos de non-product output – NPO;

• Multas por não conformidade com a legislação ambiental.

2.2 Identifique os custos de disposição de resíduos, tratamento de emissões e de mitigação com base em despesas relacionadas aos seguintes itens:

• Tratamento e disposição de resíduos;

• Tratamento de emissões (ex.: gastos com filtros, agentes);

• Despesas com compra e uso de certificados de emissão;

• Depreciação de equipamentos específicos e despesas com materiais e serviços de manutenção e operação, além das despesas com pessoal para essa finalidade;

• Seguro para responsabilidade ambiental;

• Custos de limpeza total, inclusive custos com

remediação de derramamentos, conforme informado no indicador EN23.

2.3 Identifique os custos de prevenção e gestão ambiental com base em despesas relacionadas aos seguintes itens:

• Pessoal utilizado em educação e treinamento;

• Serviços externos de gestão ambiental;

• Certificação externa de sistemas de gestão;

• Pessoal para atividades gerais de gestão ambiental;

• Pesquisa e desenvolvimento;

• Despesas extras para instalar tecnologias mais limpas (ex.: custo adicional além das tecnologias-padrão);

• Despesas extras em compras verdes;

• Outros custos de gestão ambiental.

2.4 Relate as despesas totais de proteção ambiental, discriminadas por:

• Disposição de resíduos, tratamento de emissões e custos de remediação;

• Custos de prevenção e gestão ambiental.

4. definições

despesas com proteção ambiental

Todas as despesas com proteção ambiental por parte da organização relatora, ou feitas em seu nome, visando prevenir, reduzir, controlar e documentar aspectos, impactos e perigos ambientais. Inclui também despesas com disposição, tratamento, saneamento e limpeza.

Page 93: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: ENIP

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5. documentação

Possíveis fontes de informações incluem sistemas de faturamento e contábeis (ex.: Contabilidade da Gestão Ambiental), assim como os departamentos de compras, recursos humanos e jurídico.

6. Referências

• IFAC – Federação Internacional de Contadores (2005) – “Documento Internacional de Orientações sobre Contabilidade da Gestão Ambiental”.

• UNDSD – Divisão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2003): Procedimentos e Princípios de Contabilidade da Gestão Ambiental, EMARIC – Centro de Pesquisa e Informação sobre Contabilidade da Gestão Ambiental, 2003

Page 94: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

1

Conjunto de Protocolos de Indicadores: EC IP

Versão 3.1

IP

Conjunto de Protocolos de Indicadores: Econômico

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Page 95: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

© 2000-2011 GRI Versão 3.1

Page 96: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

1

Conjunto de Protocolos de Indicadores: EC IP

Versão 3.1

Economic

Performance Indicators

Aspecto Desempenho Econômico

Es

sE

nc

IAIs

EC1 Valor econômico direto gerado e distribuído, incluindo receitas, custos operacionais, remuneração de empregados, doações e outros investimentos na comunidade, lucros acumulados e pagamentos para provedores de capital e governos.

Es

sE

nc

IAIs EC2 Implicações financeiras e outros riscos

e oportunidades para as atividades da organização devido a mudanças climáticas.

Es

sE

nc

IAIs EC3 Cobertura das obrigações do plano de pensão

de benefício definido que a organização oferece.

Es

sE

nc

IAIs EC4 Ajuda financeira significativa recebida

do governo.

Aspecto Presença no Mercado

AD

IcIo

nA

Is EC5 Variação da proporção do salário mais baixo, discriminado por gênero, comparado ao salário mínimo local em unidades operacionais importantes.

Es

sE

nc

IAIs EC6 Políticas, práticas e proporção de gastos com

fornecedores locais em unidades operacionais importantes.

Es

sE

nc

IAIs EC7 Procedimentos para contratação local e

proporção de membros de alta gerência recrutados na comunidade local em unidades operacionais importantes.

Aspecto Impactos Econômicos Indiretos

Es

sE

nc

IAIs

EC8 Desenvolvimento e impacto de investimentos em infraestrutura e serviços oferecidos, principalmente para benefício público, por meio de engajamento comercial, em espécie ou atividades pro bono.

AD

IcIo

nA

Is EC9 Identificação e descrição de impactos econômicos indiretos significativos, incluindo a extensão dos impactos.

Page 97: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

2

Conjunto de Protocolos de Indicadores: ECIP

© 2000-2011 GRI

Relevância Os dados de desempenho gerados a partir dos Indicadores dessa seção devem ilustrar:

• O fluxo de capital entre diferentes stakeholders;

• Os principais impactos econômicos da organização sobre a sociedade como um todo.

O desempenho econômico de uma organização é fundamental para que essa organização e sua base para a sustentabilidade sejam compreendidas. Entretanto, em muitos países, essas informações já são normalmente bem relatadas nas demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras fornecem informações sobre a situação financeira, desempenho e mudanças na situação financeira de uma entidade. Indicam também os resultados atingidos na gestão do capital financeiro cedido à organização.

O que é relatado com menor frequência, mas geralmente desejado por usuários de relatórios de sustentabilidade, é a contribuição da organização à sustentabilidade dos sistemas econômicos em que a organização está inserida. Uma organização pode ser financeiramente viável, mas à custa da geração de externalidades significativas que impactam outros stakeholders. Os Indicadores de Desempenho Econômico visam medir os resultados econômicos provenientes das atividades de uma organização e o impacto desses resultados em uma ampla gama de stakeholders.

Os Indicadores nessa seção são divididos em três categorias:

1. Desempenho Econômico: Essa categoria de Indicadores aborda os impactos econômicos diretos das atividades da organização e o valor econômico agregado por essas atividades.

2. Presença no Mercado: Esses Indicadores fornecem informações sobre as interações em mercados específicos.

3. Impactos Econômicos Indiretos: Esses Indicadores medem os impactos econômicos resultantes das atividades econômicas e transações da organização.

Há vários vínculos entre Indicadores Econômicos diferentes. Elementos da tabela de valor agregado no Indicador EC1 estão relacionados a outros Indicadores Econômicos, havendo também ligações entre salários e benefícios (EC1. 2.1c e EC5), transações com governos (EC1. 2.1e e EC4) e investimentos na comunidade (EC1. 2.1f e EC8). Os Indicadores Econômicos também estão intimamente relacionados a Indicadores em outros Protocolos, incluindo:

• EC1. 2.1c, EC5 e LA14, relativos a salários;

• EC1. 2.1c, EC3 e LA3, relativos a benefícios de empregados;

• EC1. 2.1f, EC6, EC8 e SO1, relacionados a interações com comunidades locais;

• EC2, (risco de mudanças climáticas) e EN3 (consumo direto de energia);

• EC10, (impactos econômicos indiretos) e SO1 (impactos sócio-econômicos nas comunidades).

Page 98: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

3

Conjunto de Protocolos de Indicadores: EC IP

Versão 3.1

Definições Unidades operacionais importantes

Unidades onde receitas de um único mercado, custos, pagamentos para stakeholders, produção ou número de empregados representam uma parcela significativa do total global da organização e são suficientes para serem especialmente importantes para os processos decisórios da organização ou de seus stakeholders. Combinadas, essas unidades tenderão a representar a maioria dos valores acima. As organizações relatoras deverão identificar e explicar os critérios específicos aplicados para determinar o que é significativo. As organizações relatoras deverão utilizar as Normas de Contabilidade Internacional 14 (IAS14) como referência para definir as unidades operacionais importantes. Referências Gerais

• O site na Internet do Conselho de Normas de Contabilidade Internacional (International Accounting Standards Board – IASB) (www.iasb.org) fornece informações sobre Padrões Internacionais de Relatórios Financeiros (International Financial Reporting Standards – IFRS) relevantes.

• Ao preparar as respostas aos Indicadores Econômicos, os dados deverão ser compilados dos valores contidos nas demonstrações financeiras auditadas da organização ou nos seus relatórios de gestão auditados internamente, sempre que possível. Em todos os casos, os dados deverão ser compilados usando-se um dos seguintes critérios:

• As Normas Contábeis Internacionais (IFRS) relevantes e Interpretações das Normas, publicadas pelo IASB, (alguns Protocolos de Indicadores referem-se a Normas Contábeis Internacionais específicas, que deverão ser consultadas);

• Normas nacionais ou regionais reconhecidas internacionalmente para fins de elaboração de relatórios financeiros.

A organização relatora deverá indicar claramente quais normas foram aplicadas e fornecer referências claras às fontes relevantes.

Relatório por segmentoAs organizações relatoras deverão utilizar as Normas de Contabilidade Internacional 14 (IAS14) como referência para definir “local”, conforme exigido nos Indicadores EC1, EC5, EC6 e EC7.

Page 99: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

4

Conjunto de Protocolos de Indicadores: ECIP

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EC1 Valor econômico direto gerado e distribuído, incluindo receitas, custos operacionais, remuneração de empregados, doações e outros investimentos na comunidade, lucros acumulados e pagamentos para provedores de capital e governos.

1. Relevância Dados sobre a geração e distribuição de valor econômico fornecem uma indicação básica de como a organização gerou riqueza para os stakeholders. Vários componentes da tabela de Valor Econômico Gerado e Distribuído (EVG&D) também fornecem um perfil econômico da organização relatora que poderá ser útil para normalizar outros valores de desempenho. Se apresentada em detalhes discriminados por país, a tabela EVG&D pode fornecer um panorama útil do valor monetário direto agregado às economias locais.

2. Compilação 2.1 Apresentação

• Os dados da tabela EVG&D deverão ser compilados, sempre que possível, de dados apresentados nas demonstrações financeiras ou de lucros e perdas (L&P) auditadas da organização ou nos seus relatórios de gestão auditados internamente. Recomenda-se, também, que os dados de valor econômico sejam apresentados em um

componente comentário Valor econômico direto gerado

a) Receitas Vendas líquidas mais receitas provenientes de investimentos financeiros e venda de ativos

Valor econômico distribuído

b) Custos operacionais Pagamentos para fornecedores, investimentos não estratégicos, royalties e pagamentos de facilitação

c) Salários e benefícios de empregados Total da folha de pagamento para empregados (pagamentos atuais, e não as obrigações futuras)

d) Pagamentos para provedores de capital Todos os pagamentos financeiros feitos aos provedores de capital da organização

e) Pagamentos ao governo (por país – vide observação abaixo)

Impostos brutos

f ) Investimentos na comunidade Contribuições voluntárias e investimento de fundos na comunidade como um todo. (inclui doações)

Valor econômico acumulado (calculado como Valor econômico gerado menos Valor econômico distribuído)

Investimentos, hipotecas, etc.

regime de competência de exercícios em uma tabela que inclua os componentes básicos das operações globais da organização mencionados na tabela abaixo. Os dados também poderão ser apresentados em um regime de caixa, quando justificável, e divulgados em uma tabela que inclua os componentes básicos, conforme elencados abaixo:

Para melhor avaliar os impactos econômicos locais, a tabela EVG&D deverá ser apresentada separadamente, discriminada por país, região ou mercado, conforme a importância. As organizações relatoras deverão identificar e explicar os critérios para a definição do grau de importância.

2.2 Orientações para a Inserção de Dados nas Linhas da Tabela EVG&D

a) Receitas:

• As vendas líquidas correspondem às vendas brutas de produtos e serviços menos devoluções, descontos e abatimentos.

• As receitas de investimentos financeiros incluem dinheiro recebido na forma de juros sobre empréstimos financeiros, rendimentos provenientes de participações de capital, como royalties e como renda direta gerada de ativos (ex.: aluguel de propriedades).

• As receitas de venda de ativos incluem ativos físicos (propriedade, infraestrutura, equipamentos) e intangíveis (ex.: direitos de propriedade intelectual, modelos e nomes de marcas).

Page 100: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

5

Conjunto de Protocolos de Indicadores: EC IP

Versão 3.1

b) Custos operacionais:

• Pagamentos em dinheiro feitos fora da organização relatora referentes a materiais, componentes de produtos, instalações e serviços adquiridos. Isso inclui aluguel de propriedade, taxas de licença, pagamentos de facilitação (desde que tenham um claro objetivo comercial), royalties, pagamentos para trabalhadores terceirizados, custos de treinamento de empregados (onde forem utilizados instrutores externos), equipamentos de proteção para empregados, etc.

c) Salários e benefícios de empregados:

• Total da folha de pagamento significa os salários de empregados, incluindo valores pagos a instituições do governo (encargos e taxação de empregados, e fundos de desemprego) em nome dos empregados. Não empregados que trabalham em um cargo operacional geralmente não deverão ser incluídos aqui, mas em Custos Operacionais como um serviço adquirido.

• O total de benefícios inclui contribuições regulares (ex.: para aposentadorias, seguro, veículos da empresa e seguro saúde), assim como outros auxílios ao empregado tais como moradia, cooperativas de crédito, vale transporte, bolsas de estudo e indenizações por demissão. Eles não incluem treinamento, custos de equipamento de proteção ou outros itens de custos diretamente relacionados ao cargo do empregado.

d) Pagamentos para provedores de capital:

• Dividendos para todos os acionistas;

• Pagamentos de juros a instituições financeiras.

• Isso inclui juros sobre todas as formas de dívidas e empréstimos (não só dívida de longo prazo) e também dividendos em mora devido a acionistas preferenciais.

e) Pagamentos ao governo:

• Todos os impostos da empresa (corporativos, de renda, sobre a propriedade, etc.) e respectivas multas pagas em nível internacional, nacional e local. Esses valores não deverão incluir os impostos diferidos porque eles poderão não ser pagos. Para organizações que operam em mais de um país, relate os impostos pagos por país. A organização deverá relatar qual definição de segmentação foi utilizada.

f ) Investimentos na comunidade:

• Doações voluntárias e investimento de recursos na comunidade, sendo os beneficiários externos à empresa. Estas incluem contribuições a instituições de caridade, ONGs e institutos de pesquisa (não relacionados ao departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa), recursos para apoiar projetos de infraestrutura da comunidade (ex.: áreas de lazer) e custos diretos de programas sociais (incluindo eventos artísticos e educativos). Os valores incluídos deverão representar as despesas reais no período coberto pelo relatório e não as obrigações.

• Para investimentos em infraestrutura, o cálculo do investimento total deverá incluir custos de material e mão de obra além dos custos de capital. Para patrocínio a serviços ou programas em andamento (ex.: uma organização financia as operações diárias de um serviço público), o investimento relatado deverá incluir os custos operacionais.

• Isso exclui atividades legais e comerciais, ou cujo propósito do investimento seja exclusivamente comercial. Doações para partidos políticos são incluídas, mas também são abordadas em separado e mais detalhadamente no Indicador SO6.

• Quaisquer investimentos em infraestrutura motivados principalmente por necessidades empresariais essenciais (ex.: construção de uma estrada para uma mina ou fábrica) ou que visem facilitar as operações de negócio da organização não deverão ser incluídos. O cálculo dos investimentos poderá incluir infraestrutura construída fora das principais atividades de negócio da organização relatora, tais como uma escola ou hospital para os empregados e seus familiares.

3. Definições Nenhuma.

4. Documentação O departamento financeiro, a tesouraria ou a contabilidade deverão ter as informações que esse Indicador requer.

5. Referências • As seguintes normas IAS (Normas Internacionais de

Contabilidade) deverão ser consultadas: IAS 12, relativa a Imposto de Renda; IAS 14, relativa a Relatórios por Segmento; IAS 18, relativa a Receitas; e IAS 19, relativa a Benefícios de Empregados.

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EC2 Implicações financeiras e outros riscos e oportunidades para as atividades da organização devido a mudanças climáticas. 1. Relevância

As mudanças climáticas trazem riscos e oportunidades para as organizações, seus investidores e seus stakeholders. As organizações podem enfrentar riscos físicos devido a mudanças no sistema climático e em padrões de tempo. Esses riscos podem incluir o impacto do aumento de tempestades, mudanças no nível do oceano, na temperatura ambiente e na disponibilidade de água; impactos no público interno, tais como efeitos na saúde (ex.: doenças relacionadas ao calor); ou a necessidade de mudar o local das operações.

Conforme os governos agem no sentido de regular as atividades que causam mudanças climáticas, as organizações que são direta ou indiretamente responsáveis por emissões enfrentam riscos regulatórios através do aumento nos custos ou outros fatores que impactam a competitividade. Limites para as emissões de gases causadores do efeito estufa também poderão criar oportunidades para as organizações, conforme novas tecnologias e mercados vão sendo criados. Esse é especialmente o caso das organizações que podem usar ou produzir energia e produtos energéticos mais eficientemente.

O Indicador EN16 permite a divulgação do total de emissões de gases causadores do efeito estufa, enquanto que o Indicador EN18 divulga o total de redução obtida e iniciativas para redução da quantidade de emissões produzidas pela organização relatora.

2. compilação

2.1 Relate se a alta direção da organização considerou mudanças climáticas e os riscos e oportunidades que elas trazem à organização.

2.2 Relate os riscos e/ou oportunidades trazidos por mudanças climáticas que têm implicações financeiras potenciais para a organização, incluindo:

• Riscos devido a mudanças físicas associadas a mudanças climáticas (ex.: impactos de mudanças em padrões de tempo, doenças relacionadas a calor);

• Riscos regulatórios (ex.: o custo de atividades e sistemas para se adequar a novas regulamentações);

• Oportunidades de fornecer novas tecnologias, produtos ou serviços para enfrentar desafios relacionados a mudanças climáticas;

• Possíveis vantagens competitivas criadas para a organização por mudanças regulatórias ou tecnológicas relacionadas a mudanças climáticas.

2.3 Relate se a gestão calculou quantitativamente as implicações financeiras (ex.: custo de seguros e créditos de carbono) de mudanças climáticas para a organização. Onde possível, a quantificação será benéfica. Se forem quantificadas, divulgue as implicações financeiras e as ferramentas utilizadas para se realizar a quantificação.

3. Definições

Nenhuma.

4. Documentação

Registros ou atas dos órgãos de governança da organização, incluindo comitês de meio ambiente, poderão conter as informações que esse Indicador requer.

5. Referências

Nenhuma.

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EC IP

Versão 3.1

EC3 Cobertura das obrigações do plano de pensão de benefício definido que a organização oferece. 1. Relevância

Quando uma organização oferece um plano de pensão para seus empregados, esses benefícios poderão se tornar compromissos que os participantes dos esquemas planejam visando seu bem-estar econômico de longo prazo. Planos de pensão de benefício definido apresentam implicações potenciais para os empregadores em termos de obrigações que devem ser cumpridas. Outros tipos de planos, como planos de contribuição definida, não garantem acesso a um plano de aposentadoria ou a qualidade dos benefícios. O tipo de plano escolhido tem implicações tanto para empregados como para empregadores. Por outro lado, um plano de pensão corretamente financiado pode ajudar a atrair e manter uma mão de obra estável e dar suporte ao planejamento financeiro e estratégico de longo prazo do empregador.

2. compilação

2.1 Identifique se a estrutura de planos de aposentadoria oferecida aos empregados está baseada em:

• Planos de pensão de benefício definido;

• Outros tipos de benefícios.

2.2 Para os planos de pensão de benefício definido, identifique se as obrigações do empregador de pagar as pensões nos termos do plano devem ser atendidas diretamente pelos recursos gerais da organização ou através de um fundo detido e mantido separadamente dos recursos da organização.

2.3 Quando as obrigações do plano forem cobertas pelos recursos gerais da organização, relate o valor estimado dessas obrigações.

2.4 Quando houver um fundo especialmente alocado para o pagamento das obrigações do plano de pensão, relate:

• Uma estimativa de até que ponto o passivo do esquema é coberto pelo ativo alocado para essa finalidade;

• A base de cálculo para essa estimativa;

• Quando a estimativa foi feita.

2.5 Quando um fundo criado para o pagamento das obrigações do plano de pensão não for totalmente coberto, explique a estratégia, se houver, adotada pelo empregador para atingir cobertura completa e cronograma, se houver, segundo o qual o empregador espera atingir a cobertura completa.

2.6 Relate a porcentagem de salário contribuída pelo empregado ou empregador.

2.7 Relate o nível de participação em planos de aposentadoria (ex.: participação em esquemas compulsórios ou voluntários, esquemas regionais ou nacionais, ou aqueles com impacto financeiro).

2.8 Jurisdições diferentes (ex.: países) possuem interpretações e orientações diferentes no que diz respeito a cálculos utilizados para a determinação de cobertura do plano. Calcule conforme os regulamentos e métodos para as jurisdições pertinentes e relate os totais agregados. As técnicas de consolidação devem ser iguais às aplicadas na preparação das demonstrações financeiras da organização. Observe que planos de pensão de benefício definido fazem parte da Norma Internacional de Contabilidade (IAS) 19. Entretanto, a IAS 19 cobre também outras questões.

3. Definições

cobertura completa

Ativos do plano que igualam ou superam as obrigações do plano.

4. Documentação

Os departamentos financeiro ou contábil deverão ter as informações que esse Indicador requer.

5. Referências

• Norma Internacional de Contabilidade (IAS) 19, relativa a Benefícios de Empregados.

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: ECIP

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EC4 Ajuda financeira significativa recebida do governo. 1. Relevância

Esse indicador fornece uma medida da contribuição de governos hospedeiros para a organização relatora. A comparação entre a ajuda financeira significativa recebida de um governo e os impostos pagos pode ser útil para obtenção de uma visão equilibrada das transações entre a organização relatora e o governo.

2. compilação

2.1 Relate, quando significativa, uma estimativa do valor financeiro agregado apresentado em um regime de competência de exercícios do seguinte:

• Incentivos fiscais/créditos;

• Subsídios;

• Subvenções para investimento, pesquisa e desenvolvimento e outros tipos relevantes de concessões;

• Prêmios;

• Royalty holidays (incentivos que retardam o pagamento de royalties);

• Ajuda financeira de Agências de Crédito de Exportação (ECAs);

• Incentivos financeiros;

• Outros benefícios financeiros recebidos ou recebíveis de qualquer governo para qualquer operação.

2.2 Report whether the government is present in the

shareholding structure.

3. Definições

Ajuda financeira significativa

Benefícios financeiros significativos diretos ou indiretos que não representam uma transação de bens e serviços, mas que são um incentivo ou compensação por ações empreendidas, pelo custo de um ativo ou por despesas incorridas. O provedor de ajuda financeira não espera um retorno financeiro direto da ajuda oferecida.

4. Documentação

A contabilidade financeira inclui itens da IAS 20, mas estes não são consolidados, como esse Indicador requer.

5. Referências

• Norma IAS 20, relativa a Contabilidade para Subsídios Governamentais e Divulgação da Ajuda Governamental.

guilherme
Retângulo
guilherme
Chamada
FALTA TRADUZIR
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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EC IP

Versão 3.1

EC5 Variação da proporção do salário mais baixo, discriminado por gênero, comparado ao salário mínimo local em unidades operacionais importantes. 1. Relevância

Bem-estar econômico é uma das formas de uma organização investir em seus empregados. Esse Indicador ajuda a demonstrar como uma organização contribui para o bem-estar econômico de seus empregados em unidades operacionais importantes. O Indicador também fornece indicações sobre a competitividade dos salários pagos pela organização e informações relevantes para a avaliação do efeito do salário no mercado de trabalho local. A oferta de salários acima do mínimo pode ser um fator na construção de relacionamento sólido com a comunidade, na lealdade dos empregados e no fortalecimento da licença de operação. Esse Indicador é ainda mais relevante para as organizações em que uma parcela considerável de empregados é remunerada de um modo ou nível fortemente vinculado com leis e regulamentos referentes a salário mínimo.

2. compilação

2.1 Identifique se uma parcela significativa dos empregados é remunerada com base em salários sujeitos às regras do salário mínimo.

2.2 Em termos percentuais, compare o salário mínimo local com o salário mais baixo da organização relatora, discriminado por gênero, em unidades operacionais importantes.

2.3 Identifique a variação nas proporções entre unidades operacionais importantes.

2.4 Relate a distribuição da proporção do salário mais baixo, discriminado por gênero, em relação ao salário mínimo.

2.5 Relate a definição usada para “unidades operacionais importantes”.

2.6 Para as organizações que só oferecem salário mensal, o salário deverá ser convertido em uma estimativa de ganho por hora de trabalho.

2.7 Indique se não houver um salário mínimo local ou quando ele for variável em unidades operacionais importantes, discriminado por gênero. Em circunstâncias onde mínimos diferentes poderiam ser usados como referência, explique qual salário mínimo está sendo usado.

3. Definições

salário mínimo local

Salário mínimo refere-se à remuneração por hora ou outra unidade de tempo para emprego permitido por lei. Devido ao fato de alguns países terem vários salários mínimos (ex.: por estado/província ou por categoria funcional), identifique qual salário mínimo está sendo usado.

salário mais baixo

Salário mais baixo deverá ser definido pelo salário de tempo integral oferecido a um empregado da categoria funcional mais baixa. Os salários de estagiários ou de aprendizes não deverão ser considerados.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem o departamento responsável pela folha de pagamentos da organização ou departamento financeiro, a tesouraria ou a contabilidade. Legislação relevante em cada país/região de operação também poderá fornecer informações para esse Indicador.

5. Referências

Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres (CEDAW), 1979.

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EC6 Políticas, práticas e proporção de gastos com fornecedores locais em unidades operacionais importantes. 1. Relevância

A influência que uma organização pode exercer sobre uma economia local vai além de empregos diretos e pagamento de salários e impostos. Ao apoiar os negócios locais na cadeia de suprimentos, uma organização pode indiretamente atrair investimentos adicionais para a economia local.

As organizações relatoras podem obter ou manter sua “licença social de operação” em parte através da demonstração de impactos econômicos locais positivos. A contratação de fornecedores locais pode ser uma estratégia para assegurar a oferta e apoiar uma economia local estável, podendo se mostrar ainda mais eficiente para regiões afastadas. A proporção de gastos locais pode ser também um fator importante na contribuição para a economia local e manutenção do relacionamento com a comunidade. Entretanto, o impacto geral da contratação de fornecedores locais também dependerá do desempenho de sustentabilidade do fornecedor no longo prazo.

2. compilação

2.1 Relate a definição geográfica de ”local” para a organização.

2.2 Para os cálculos seguintes, observe que as porcentagens deverão se basear em faturas ou obrigações assumidas durante o período coberto pelo relatório (ou seja, regime de competência de exercícios).

2.3 Relate se a organização tem uma política ou práticas comuns de preferência aos fornecedores locais tanto para a organização como um todo como para locais específicos.

2.4 Nesse caso, declare a porcentagem do orçamento para processos de compra (procurement) de unidades operacionais importantes que é gasta com fornecedores locais (ex.: porcentagem de mercadorias e suprimentos comprados localmente). Compras locais podem ser feitas tanto de um orçamento gerido na unidade operacional ou na sede da organização.

2.5 Indique os fatores que influenciam a seleção de fornecedores (ex.: custos, desempenho ambiental e social), além de sua localização geográfica.

Definições

Fornecedores locais

Fornecedores de materiais, produtos e serviços localizados no mesmo mercado geográfico que a organização relatora (ex.: não é feito nenhum pagamento transnacional para o fornecedor). A definição geográfica de “local” poderá variar, pois, em determinadas circunstâncias, cidades, regiões dentro de um país e até pequenos países poderão ser considerados “locais”.

4. Documentação

Nenhuma.

5. Referências

Nenhuma.

Page 106: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EC IP

Versão 3.1

EC7 Procedimentos para contratação local e proporção de membros da alta gerência recrutados na comunidade local em unidades operacionais importantes.1. Relevância

A seleção de pessoal e da alta gerência baseia-se em uma série de considerações. Assegurar que cargos da alta gerência sejam ocupados por moradores locais pode beneficiar tanto a comunidade local como a capacidade da organização de compreender as necessidades locais. A diversidade dentro de uma equipe de gestão e a inclusão de membros locais pode fortalecer o capital humano, o benefício econômico para a comunidade local e a capacidade da organização de compreender as necessidades locais.

2. compilação

2.1 Relate se a organização tem uma política global ou práticas comuns de preferência para contratação de moradores locais em unidades operacionais importantes.

2.2 Nesse caso, relate a proporção de membros da alta gerência em unidades operacionais importantes provenientes da comunidade local. Use dados referentes a empregados que trabalham em regime de tempo integral para calcular essa porcentagem.

2.3 Relate a definição de ”alta gerência” utilizada.

3. Definições

Local

“Local” refere-se tanto aos indivíduos nascidos como àqueles com direito legal para residir indefinidamente (ex.: cidadãos naturalizados, estrangeiros com visto permanente) no mesmo mercado geográfico da operação. As organizações relatoras poderão escolher sua própria definição de “local”, pois, em alguns casos, cidades, regiões e até mesmo pequenos países podem ser classificados como “local”. Entretanto, a definição deverá ser claramente informada.

4. Documentação

Os departamentos pessoal ou de recursos humanos deverão ter as informações que esse Indicador requer.

5. Referências

Nenhuma.

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EC8 Desenvolvimento e impacto de investimentos em infraestrutura e serviços oferecidos, principalmente para benefício público, por meio de engajamento comercial, em espécie ou atividades pro bono. 1. Relevância

Além de gerar e distribuir valor econômico, uma organização pode afetar uma economia através de seus investimentos em infraestrutura. Os impactos do investimento em infraestrutura podem ir além do escopo das próprias operações de negócio da organização e atingir uma escala de tempo maior. Isso pode incluir conexões de transporte, serviços públicos, áreas de lazer, centros esportivos, centros de saúde e bem-estar social, etc. Além do investimento em suas próprias operações, essa é uma medida da contribuição do capital de uma organização à economia.

2. compilação

2.1 Explique a extensão do desenvolvimento (ex.: tamanho, custo, duração) dos principais investimentos e apoios, e dos impactos atuais ou esperados (positivos ou negativos) nas comunidades e nas economias locais. Indique se esses investimentos e serviços são um engajamento comercial, em espécie ou gratuito.

2.2 Relate se a organização realizou uma avaliação das necessidades da comunidade em relação a infraestrutura e outros serviços. Em caso afirmativo, explique brevemente os resultados da avaliação.

3. Definições

Infraestrutura

Obras (ex.: serviço de abastecimento de água, estrada, escola ou hospital) visando principalmente fornecer um serviço ou bem público, em vez de movido por um propósito comercial, do qual a organização não busca obter um benefício econômico direto.

Apoio a serviços

Fornecimento de um benefício público tanto através de pagamento direto dos custos operacionais como do fornecimento de pessoal para a instalação/serviço com os próprios empregados da organização relatora. Benefício público também poderá incluir serviços públicos.

4. Documentação

O departamento financeiro, a tesouraria ou a contabilidade deverão ter as informações que esse Indicador requer.

5. Referências

Nenhuma.

Page 108: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: EC IP

Versão 3.1

EC9 Identificação e descrição de impactos econômicos indiretos significativos, incluindo a extensão dos impactos. 1. Relevância

Os impactos econômicos indiretos constituem uma parte importante da influência econômica que uma organização exerce no contexto do desenvolvimento sustentável. Se, por um lado, os impactos econômicos diretos e a influência do mercado tendem a se concentrar nas consequências imediatas de fluxos monetários para os stakeholders, os impactos econômicos indiretos incluem os impactos adicionais gerados pela circulação do dinheiro pela economia.

Os impactos econômicos diretos são geralmente medidos como o valor das transações entre a organização relatora e seus stakeholders, enquanto que os impactos econômicos indiretos são os resultados, às vezes não monetários, da transação. Os impactos indiretos são um aspecto importante do papel que uma organização desempenha como participante ou agente de mudança socioeconômica, especialmente nas economias em desenvolvimento. Os impactos indiretos são particularmente importantes para serem avaliados e relatados em relação a comunidades locais e economias regionais.

Para fins de gestão, os impactos econômicos indiretos são um indicativo importante de onde podem se desenvolver riscos de reputação, ou onde podem surgir oportunidades de ampliação do acesso ao mercado ou de uma licença social de operação.

2. compilação

2.1 Explique o trabalho realizado no sentido de se compreender os impactos econômicos indiretos que uma organização gera em nível nacional, regional ou local.

2.2 Relate exemplos de impactos econômicos indiretos, tanto positivos quanto negativos, tais como:

• Mudanças na produtividade de organizações, setores ou da economia como um todo (ex.: através da adoção ou distribuição mais ampla de tecnologia da informação);

• Desenvolvimento econômico em áreas de alto índice de pobreza (ex.: número de dependentes sustentados pela renda de um único emprego);

• Impacto econômico da melhoria ou deterioração das condições sociais ou ambientais (ex.: mudanças no mercado de trabalho em uma área de pequenas propriedades rurais familiares convertidas em grandes plantações, ou o impacto econômico da poluição);

• Disponibilidade de produtos e serviços para pessoas de baixa renda (ex.: política de preços preferenciais para produtos farmacêuticos contribui para uma população mais saudável que possa participar mais amplamente da economia; estruturas de preços que excedem a capacidade econômica de pessoas de baixa renda);

• Fortalecimento das habilidades e conhecimento de uma comunidade profissional ou em uma região geográfica (ex.: a necessidade de uma base de fornecedores cria uma atração para empresas com trabalhadores qualificados, o que, por sua vez, estimula a criação de novas instituições de ensino);

• Empregos indiretos nas cadeias de suprimentos ou distribuição (ex.: avaliação dos impactos de crescimento ou de retração da organização em seus fornecedores);

• Estímulo, viabilização ou restrição a investimento direto externo (ex.: a expansão ou encerramento de um serviço de infraestrutura em um país em desenvolvimento poderá levar a um aumento ou redução no investimento direto externo);

• Impacto econômico da mudança no local das operações ou atividades (ex.: terceirização de empregos para um local no exterior);

• Impacto econômico do uso de produtos e serviços (ex.: relação entre padrões de crescimento econômico e uso de determinados produtos e serviços).

2.3 Relate o grau de importância dos impactos no contexto de benchmarking externo e prioridades dos stakeholders, tais como normas, protocolos e agendas de políticas nacionais e internacionais.

3. Definições

Impacto econômico indireto Uma consequência adicional do impacto direto das transações financeiras e do fluxo monetário entre uma organização e seus stakeholders.

Impacto econômico Uma mudança no potencial produtivo da economia, a qual poderá exercer uma influência no bem-estar de uma comunidade ou de stakeholders e em perspectivas de desenvolvimento a longo prazo.

4. Documentação Nenhuma.

5. Referências Nenhuma.

Page 109: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

IP

Indicator Protocols SetHuman Rights (HR)

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Page 110: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

© 2000-2011 GRI Versão 3.1

Page 111: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

1

Conjunto de Protocolos de Indicadores: HR IP

Versão 3.1

Direitos Humanos

Indicadores de desempenho Aspecto: Práticas de Investimento

e de Processos de Compra

Es

sE

nC

IAIs

HR1. Percentual e número total de acordos e contratos de investimentos significativos que incluam cláusulas referentes a preocupações com direitos humanos ou que foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos.

Es

sE

nC

IAIs

HR2. Percentual de empresas contratadas, fornecedores críticos e outros parceiros de negócio que foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos, e as medidas tomadas.

Es

sE

nC

IAIs

HR3. Total de horas de treinamento para empregados em políticas e procedimentos relativos a aspectos de direitos humanos relevantes para as operações, incluindo o percentual de empregados que recebeu treinamento.

Aspecto: não Discriminação

Es

sE

nC

IAIs HR4. Número total de casos de discriminação e as

medidas corretivas tomadas.

Aspecto: Liberdade de Associação e negociação Coletiva

Es

sE

nC

IAIs

HR5. Operações e fornecedores significativos identificados em que o direito de exercer a liberdade de associação e a negociação coletiva pode estar sendo violado ou estar correndo risco significativo e as medidas tomadas para apoiar esse direito.

Aspecto: Trabalho Infantil

Es

sE

nC

IAIs

HR6. Operações e fornecedores significativos identificados como de risco significativo de ocorrência de trabalho infantil e as medidas tomadas para contribuir para a efetiva erradicação do trabalho infantil.

Aspecto: Trabalho Forçado ou Análogo ao Escravo

Es

sE

nC

IAIs

HR7. Operações e fornecedores significativos identificados como de risco significativo de ocorrência de trabalho forçado ou análogo ao escravo e as medidas tomadas para contribuir para a erradicação de todas as formas de trabalho forçado ou análogo ao escravo.

Aspecto: Práticas de segurança

AD

ICIo

nA

Is HR8. Percentual do pessoal de segurança submetido a treinamento nas políticas ou procedimentos da organização relativos a aspectos de direitos humanos que sejam relevantes às operações.

Aspecto: Direitos Indígenas

AD

ICIo

nA

Is HR9. Número total de casos de violação envolvendo direitos dos povos indígenas e medidas tomadas.

Aspecto: Avaliação

Es

sE

nC

IAIs HR10. Percentual e número total de operações que

foram submetidas a análises e/ou avaliações de impactos relacionados a direitos humanos.

Aspecto: Reparação

Es

sE

nC

IAIs

HR11. Número de queixas relacionadas a direitos humanos protocoladas, tratadas e resolvidas por meio de mecanismo formal de queixas.

Page 112: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

2

Conjunto de Protocolos de Indicadores: HRIP

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Relevância

Os Indicadores de Desempenho referentes a Direitos Humanos produzem divulgações sobre os impactos e atividades que uma organização tem nos direitos humanos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais de seus stakeholders. Os Aspectos dentro desses Indicadores de Desempenho são baseados em normas internacionalmente reconhecidas e, principalmente, na Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas e na Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho, 1998 (em particular as oito convenções da OIT identificadas como fundamentais). Embora estejam intimamente relacionadas, as categorias de Direitos Humanos e Práticas Trabalhistas servem a propósitos distintos. Os Indicadores de Direitos Humanos enfocam como a organização relatora mantém e respeita os direitos básicos de um ser humano e os Indicadores de Práticas Trabalhistas refletem a qualidade das condições de trabalho no ambiente de trabalho.

Os Indicadores de Desempenho buscam fornecer medidas comparáveis de resultados ou suas consequências e, portanto, focam principalmente nos casos relativos aos direitos humanos fundamentais. Os casos tipicamente incluem “pontos de impacto” em grupos de stakeholders assim como riscos para a organização onde ocorreram violações. O conjunto de Indicadores aborda três áreas gerais:

• Aspectos básicos dos direitos humanos (HR4, HR5, HR6, HR7 e HR9);

• A capacidade e conhecimento que permitem à organização abordar eficazmente os direitos humanos, inclusive através de treinamento e procedimentos internos (HR3, HR8, HR10 e HR11);

• A integração dos direitos humanos nas relações externas de negócio da organização através de investimentos ou fornecedores (HR1 e HR2).

Definições

Direitos Humanos

Os direitos humanos geralmente reconhecidos estão definidos pela Carta Internacional dos Direitos Humanos, que é composta por três instrumentos:

1. Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948.

2. Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, 1966.

3. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, 1966.

Além da Carta Internacional dos Direitos Humanos, o conjunto de leis dos direitos humanos se estende a vários outros tratados, declarações e convenções de instância internacional, regional e sub-regional. Entre esses outros instrumentos, os seguintes são de particular relevância para o mundo empresarial:

1. Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, 1998, (em particular, as oito convenções da OIT, a saber, Convenções 100, 111, 87, 98, 138, 182, 29 e 105);

2. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, 1966;

3. Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres (CEDAW), 1979;

4. Convenção sobre os Direitos da Criança, 1989;

5. Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e de seus Familiares, 1990;

6. Convenção nº 107 da OIT, relativa a Povos Indígenas e Tribais, 1957, Convenção nº 169 da OIT, relativa a Povos Indígenas e Tribais em Países Independentes, 1991 e Declaração da ONU dos Direitos de Povos Indígenas, 2007.

Referências Gerais

• Declaração Tripartite da OIT Sobre Empresas Multinacionais e Política Social, 2001, Terceira Edição.

• Diretrizes da OECD para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

• Declaração de Viena e Programa de Ação, 1993.

Page 113: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: HR IP

Versão 3.1

HR1 Percentual e número total de acordos e contratos de investimentos significativos que incluam cláusulas referentes a preocupações com direitos humanos ou que foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos.1. Relevância

Essa medida é uma indicação de até que ponto os direitos humanos estão integrados nas decisões econômicas de uma organização. Isso é relevante para organizações que operam ou são sócias de empreendimentos em regiões onde a proteção dos direitos humanos é objeto de grande preocupação. A integração de critérios de direitos humanos na avaliação ou inclusão de direitos humanos nas exigências de desempenho pode ser parte de uma estratégia para reduzir o risco de investimentos. Problemas com o histórico da organização referente a direitos humanos podem resultar em danos à reputação do investidor e podem afetar a estabilidade dos investimentos.

2. Compilação

2.1 Contabilize somente os acordos e contratos que forem significativos em termos de tamanho ou importância estratégica. A importância pode ser determinada pelo nível de aprovação exigido dentro da organização para o investimento ou outros critérios que possam ser coerentemente aplicados a “contratos importantes”.

2.2 Identifique o número total de acordos e contratos de investimento significativos fechados durante o período coberto pelo relatório que levaram a organização a uma participação acionária majoritária em outra entidade ou iniciaram um projeto de investimento de capital que tenha sido relevante para as demonstrações financeiras.

2.3 Se vários acordos de investimento significativos forem celebrados e contratos assinados com o mesmo sócio, o número de contratos deverá refletir separadamente o número de projetos realizados ou entidades criadas.

2.4 Relate o número total e o percentual de acordos e contratos de investimento significativos que incluam cláusulas de direitos humanos ou foram submetidos a uma avaliação de direitos humanos.

3. Definições

Cláusulas de direitos humanos

Termos e condições específicos em um acordo por escrito que definem expectativas mínimas de desempenho com relação a direitos humanos como uma exigência para o investimento.

Avaliação referente a direitos humanos

Processo formal ou documentado que aplica critérios de desempenho em direitos humanos como um dos fatores que determinam se deve-se ou não dar continuidade a uma relação de negócios.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico, de relações com investidores e financeiro, assim como a documentação coletada pelos sistemas de gestão de qualidade.

5. Referências

Nenhuma.

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: HRIP

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HR2 Percentual de empresas contratadas, fornecedores e outros parceiros de negócio significativos que foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos, e medidas tomadas.1. Relevância

O desenvolvimento de redes extensas de empresas contratadas e fornecedores para produzir produtos e serviços gerou interesse em como as organizações relatoras aplicam suas políticas de direitos humanos com respeito às suas redes de fornecimento. Isso é particularmente relevante para organizações em setores que dependem pesadamente de terceirização e redes globais.

Os processos de avaliação e monitoramento do desempenho em direitos humanos na cadeia de suprimentos, empresas contratadas e outros parceiros de negócio, podem evidenciar o impacto positivo e/ou negativo de uma organização na comunidade empresarial como um todo. As questões envolvendo o desempenho em direitos humanos por parte de empresas contratadas, fornecedores e outros parceiros de negócio significativos podem resultar em danos à reputação de seus parceiros de negócios e/ou criar instabilidade nas operações de fornecedores. Essa avaliação é parte da gestão de risco e o percentual aqui indicado demonstra com que regularidade uma organização leva em conta esse risco específico.

2. Compilação

2.1 Identifique o número total de empresas contratadas, fornecedores e outros parceiros de negócio significativos.

2.2 Relate o percentual de contratos com empresas contratadas e fornecedores significativos que incluíram cláusulas ou critérios de avaliação de direitos humanos. Vide definições de “cláusulas” no indicador HR1.

2.3 Relate o percentual de contratos com empresas contratadas, fornecedores e outros parceiros de negócio significativos que foram recusados ou exigiram condições de desempenho, ou estiveram sujeitos a outras ações como resultado de avaliação referente a direitos humanos.

3. Definições

Empresas contratadas, fornecedores e outros parceiros de negócio significativos

Terceiros de quem são obtidos produtos ou serviços ou com quem são celebrados contratos para o fornecimento de tais produtos e serviços. No contexto desse indicador, “significativos” se refere a empresas contratadas e fornecedores que são:

• Os principais fornecedores de um determinado tipo de bem ou serviço e, no cômputo geral, representam a maioria das compras da organização; ou

• Identificados como tendo o risco mais alto de ocorrência de violações de direitos humanos.

Avaliações referentes a direitos humanos

Processo formal ou documentado que aplica critérios de desempenho em direitos humanos como um dos fatores que determinam a continuidade de uma relação de negócios.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos de compras ou processos de compras e jurídico da organização relatora.

5. Referências

Nenhuma.

Page 115: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

5

Conjunto de Protocolos de Indicadores: HR IP

Versão 3.1

HR3 Total de horas de treinamento para empregados em políticas e procedimentos relativos a aspectos de direitos humanos relevantes para as operações, incluindo o percentual de empregados que recebeu treinamento.1. Relevância

As informações fornecidas por esse Indicador permitem avaliar a capacidade de uma organização de implementar suas políticas e procedimentos referentes a direitos humanos. Os direitos humanos se tornaram bem estabelecidos em normas e leis internacionais e isso obrigou as organizações a implementarem treinamento especializado que prepara os empregados para tratar dos direitos humanos no decorrer de suas atividades. O número de empregados treinados e a quantidade de treinamento recebido permitem uma avaliação da profundidade do conhecimento sobre direitos humanos dentro de uma organização.

2. Compilação

2.1 Identifique o número total de horas dedicadas ao treinamento de empregados usando os dados do Indicador LA10.

2.2 Identifique o número total de empregados, usando os dados do Indicador LA1.

2.3 Identifique empregados que receberam treinamento formal nas políticas e procedimentos da organização relativos a questões de direitos humanos e sua aplicabilidade no trabalho dos empregados. Isso pode se referir tanto a treinamento dedicado somente ao tópico de direitos humanos como a um módulo de direitos humanos dentro de um programa geral de treinamento.

2.4 Relate o número total de horas no período coberto pelo relatório dedicadas a treinamento nas políticas e procedimentos referentes a aspectos de direitos humanos que são relevantes para as operações.

2.5 Relate o percentual de empregados no período coberto pelo relatório treinados nas políticas e procedimentos referentes a aspectos de direitos humanos que são relevantes para as operações.

3. Definições

Nenhuma.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem os registros de treinamento e programação de treinamento dos empregados.

5. Referências

Nenhuma.

Page 116: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

6

Conjunto de Protocolos de Indicadores: HRIP

© 2000-2011 GRI

HR4 Número total de casos de discriminação e as medidas corretivas tomadas.1. Relevância

Os direitos humanos vão além dos direitos dos empregados no local de trabalho. A política de não discriminação é uma exigência fundamental das convenções internacionais, da legislação e diretrizes sociais. A questão da discriminação é também abordada pelas Convenções Fundamentais nº 100 e 111 da OIT. É necessário um sistema de monitoramento eficaz para garantir conformidade nas operações da organização relatora. Os stakeholders buscarão garantia de que tais políticas e monitoramento sejam eficazes.

2. Compilação

2.1 Identifique casos de discriminação por motivos de origem étnica, cor, sexo, religião, ideologia, nacionalidade ou origem social, conforme definidos pela OIT, ou outras formas relevantes de discriminação envolvendo stakeholders internos e/ou externos nas operações durante o período coberto pelo relatório.

Os “casos” se referem a ações judiciais, reclamações registradas junto à organização ou às autoridades competentes através de um processo formal, ou casos de não conformidade identificados pela organização através de procedimentos estabelecidos, tais como auditorias de sistemas de gestão ou programas formais de monitoramento.

2.2 Relate o número total de casos de discriminação durante o período coberto pelo relatório.

2.3 Relate a situação atual dos casos e as providências tomadas com referência ao seguinte:

• A organização analisou o caso;

• Um plano de reparação está sendo implementado;

• O plano de reparação foi implementado e seus resultados analisados através de processos rotineiros de análise de gestão interna;

• O caso não está mais sujeito a ação (ou seja, está resolvido, concluído, etc.).

3. Definições

Discriminação

O ato e o resultado de tratar uma pessoa de forma desigual, impondo encargos desiguais ou negando-lhe benefícios, ao invés de tratar a pessoa de maneira justa com base em seu mérito individual. A discriminação também pode incluir assédio, definido como uma série de comentários ou ações indesejados, ou que sabe-se que serão indesejados, pela pessoa a quem são direcionados.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico e de conformidade da organização relatora.

5. Referências

• Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e de Discriminação com base em Religião ou Crença, Resolução 36/55 da Assembleia Geral da ONU – 26 de novembro de 1981.

• Declaração sobre Raça e Preconceito Racial: 20ª sessão da Conferência Geral da UNESCO – 27 de novembro de 1978.

• Declaração de Direitos de Pessoas Pertencentes a Minorias Nacionais ou Étnicas, Religiosas e Linguísticas; Resolução 47/135 da Assembleia Geral da ONU – 18 de dezembro de 1992.

• Convenção nº 100 da OIT, relativa a Igualdade de Remuneração, 1951.

• Convenção nº 111 da OIT, relativa a Discriminação em Matéria de Emprego e Profissão, 1958.

• Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos; Assembleia Geral da ONU – Resolução 2200 A XX1 – 16 de dezembro de 1966.

• Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial; Resolução 1904 (XV111) da Assembleia Geral da ONU – 20 de novembro de 1963.

• Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres; Assembleia Geral da ONU – Resolução 34/180 – 18 de dezembro de 1979.

• Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial: Resolução 1904 (XVlll) da Assembleia Geral da ONU – 20 de novembro de 1963.

Page 117: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

7

Conjunto de Protocolos de Indicadores: HR IP

Versão 3.1

HR5 Operações e fornecedores significativos identificados em que o direito de exercer a liberdade de associação e a negociação coletiva pode estar sendo violado ou estar correndo risco significativo e as medidas tomadas para apoiar esse direito.1. Relevância

Inerente ao direito à liberdade de associação e negociação coletiva é a proteção do direito dos trabalhadores (e empregadores) de organizar-se coletivamente em associações de sua escolha. O Direito à Liberdade de Associação é uma cláusula fundamental da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU e é definido pelas Convenções Fundamentais nº 87 e 98 da OIT.

Este Indicador visa revelar medidas que a organização relatora tem tomado para avaliar se há oportunidades para os trabalhadores exercerem seus direitos de liberdade de associação e negociação coletiva. Visa também revelar medidas tomadas para apoiar esses direitos em todas as operações da organização. Esse Indicador não exige que a organização relatora expresse uma opinião específica sobre a qualidade dos sistemas jurídicos nacionais.

2. Compilação

2.1 Identifique operações e fornecedores significativos identificados em que o direito de exercer a liberdade de associação e a negociação coletiva pode estar sendo violado ou estar correndo risco significativo. O processo de identificação deve refletir a abordagem da organização para a avaliação de risco nessa questão e pode recorrer a fontes de dados internacionalmente reconhecidas como os relatórios da OIT (relatório anual do Comitê de Especialistas na Aplicação de Convenções e Recomendações – CEACR, bem como os relatórios do Órgão de Governança sobre liberdade de associação).

2.2 Relate operações e fornecedores significativos identificados em que o direito de exercer a liberdade de associação e a negociação coletiva pode estar sendo violado ou estar correndo risco, discriminados por:

• Tipo de operação (ex.: fábrica); ou

• Países ou áreas geográficas com operações consideradas sob risco.

2.3 Relate as medidas tomadas pela organização no período coberto pelo relatório visando apoiar os direitos a liberdade de associação e negociação coletiva. Para maiores orientações, vide as Declarações Tripartite da OIT e as Diretrizes da OCDE.

3. Definições

Liberdade de associação

Os trabalhadores e empregadores podem estabelecer e unir-se em associações de sua própria escolha sem a necessidade de autorização prévia.

Fornecedores significativos

Terceiros de quem são obtidos produtos ou serviços ou com quem são celebrados contratos para o fornecimento de tais produtos e serviços. No contexto desse indicador, “significativos” se refere a fornecedores que são:

• Os principais fornecedores de um determinado tipo de bem ou serviço e, no cômputo geral, representam a maioria das compras da organização; ou

• Identificados como tendo o risco mais alto de ocorrência de violações de direitos humanos.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico e de conformidade, assim como o departamento de recursos humanos da organização relatora.

5. Referências

• Convenção nº 87 da OIT, relativa a Liberdade Sindical e a Proteção do Direito Sindical, 1948.

• Convenção nº 98 da OIT, relativa a Direito de Sindicalização e de Negociação Coletiva, 1949.

• Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, 1948.

• Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, 1966.

Page 118: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

8

Conjunto de Protocolos de Indicadores: HRIP

© 2000-2011 GRI

HR6 Operações e fornecedores significativos identificados como de risco significativo de ocorrência de trabalho infantil e as medidas tomadas para contribuir para a efetiva erradicação do trabalho infantil.1. Relevância

A abolição do trabalho infantil é um princípio e objetivo fundamental das principais declarações e legislação de direitos humanos, e está sujeita às Convenções da OIT nº 138 e 182. A presença e implementação efetiva de políticas de combate ao trabalho infantil são uma expectativa básica da conduta socialmente responsável.

2. Compilação

2.1 Identifique as operações que possam estar correndo risco de casos de:

• Trabalho infantil; e/ou

• Trabalhadores jovens expostos a trabalho perigoso.

O processo de identificação deve refletir a abordagem da organização para a avaliação de risco nessa questão e pode recorrer a fontes de dados internacionalmente reconhecidas como os relatórios da OIT.

2.2 Relate as operações que possam estar correndo risco de casos de trabalho infantil discriminadas por:

• Tipo de operação (ex.: fábrica); ou

• Países ou áreas geográficas com operações consideradas sob risco.

2.3 Relate as medidas tomadas pela organização no período coberto pelo relatório visando contribuir para a abolição do trabalho infantil. Para maiores orientações, vide as Declarações Tripartite da OIT e as Diretrizes da OCDE.

3. Definições

Criança

Esse termo se aplica a todas as pessoas abaixo da idade de 15 anos ou abaixo da idade de conclusão da escolaridade obrigatória (o que for mais alto), salvo em determinados países em que a economia e o sistema educacional são insuficientemente desenvolvidos e poderia se aplicar a idade mínima de 14 anos. Essas exceções são especificadas pela OIT em resposta a solicitação especial feita pelo país interessado e consulta junto a organizações representativas de empregadores e trabalhadores.

Observação: A Convenção nº 138 da OIT se refere tanto a trabalho infantil quanto a trabalhadores jovens. Vide abaixo a definição de “trabalhador jovem”.

Fornecedores significativos

Terceiros de quem são obtidos produtos ou serviços ou com quem são celebrados contratos para o fornecimento de tais produtos e serviços. No contexto desse indicador, “significativos” se refere a fornecedores que são:

• Os principais fornecedores de um determinado tipo de bem ou serviço e, no cômputo geral, representam a maioria das compras da organização; ou

• Identificados como tendo o risco mais alto de ocorrência de violações de direitos humanos.

Trabalhador jovem

Pessoa que se encontra entre a idade mínima para admissão no trabalho e 18 anos de idade.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico e de conformidade, assim como o departamento de recursos humanos da organização relatora.

5. Referências

• Convenção nº 138 da OIT, relativa a Idade Mínima, 1973.

• Convenção nº 182 da OIT, relativa a Piores Formas de Trabalho Infantil, 1999.

• Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho, 86ª Sessão, 1998.

• ONU – Convenção sobre os Direitos da Criança, 1989.

Page 119: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

9

Conjunto de Protocolos de Indicadores: HR IP

Versão 3.1

HR7 Operações e fornecedores significativos identificados como de risco significativo de ocorrência de trabalho forçado ou análogo ao escravo e as medidas tomadas para contribuir para a erradicação de todas as formas de trabalho forçado ou análogo ao escravo. 1. Relevância

Não estar sujeito a trabalho forçado ou análogo ao escravo é considerado um direito humano fundamental, é uma cláusula da Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas e está definido pelas Convenções Fundamentais nº 29 e 105 da OIT. Esse tipo de trabalho pode existir de várias formas e os dados fornecidos indicarão os desafios da organização relatora visando contribuir para a abolição do trabalho forçado e escravo.

2. Compilação

2.1 Identifique as operações que possam estar correndo risco de casos de trabalho forçado ou análogo ao escravo. O processo de identificação deve refletir a abordagem da organização para a avaliação de risco nessa questão e pode recorrer a fontes de dados internacionalmente reconhecidas como os relatórios da OIT.

2.2 Relate as operações que possam estar correndo risco de casos de trabalho infantil discriminadas por:

• Tipo de operação (ex.: fábrica); ou

• Países ou áreas geográficas com operações consideradas sob risco.

2.3 Relate as medidas tomadas pela organização no período coberto pelo relatório visando contribuir para a abolição de todas as formas de trabalho forçado ou análogo ao escravo. Para maiores orientações, vide Declarações Tripartite da OIT e Diretrizes da OCDE.

3. Definições

Trabalho forçado ou análogo ao escravo

Todo trabalho ou serviço exigido de um indivíduo sob ameaça de qualquer penalidade e para o qual ele não se ofereceu de espontânea vontade (Convenção nº 29 da OIT, relativa a Trabalho Forçado, 1930). Os exemplos mais

extremos são trabalho escravo e servidão por dívida, mas também podem ser usadas dívidas como forma de manter os trabalhadores em uma situação de trabalho forçado. São exemplos de trabalho forçado a retenção de documentos de identidade, a exigência de depósitos compulsórios ou a coação de trabalhadores, sob ameaça de demissão, a trabalhar horas extras com as quais eles não tenham concordado previamente.

Fornecedores significativos

Terceiros de quem são obtidos produtos ou serviços ou com quem são celebrados contratos para o fornecimento de tais produtos e serviços. No contexto desse indicador, “significativos” se refere a fornecedores que são:

• Os principais fornecedores de um determinado tipo de bem ou serviço e, no cômputo geral, representam a maioria das compras da organização; ou

• Identificados como tendo o risco mais alto de ocorrência de violações de direitos humanos.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico e de conformidade, assim como o departamento de recursos humanos da organização relatora.

5. Referências

• Convenção nº 29 da OIT, relativa a Trabalho Forçado, 1930.

• Convenção nº 105 da OIT, relativa a Abolição do Trabalho Forçado, 1957.

• Convenção da Liga das Nações (predecessora da ONU), relativa a Escravatura, 1927.

• Convenção Suplementar da ONU sobre a Abolição da Escravatura, do Tráfico de Escravos e das Instituições e Práticas Análogas à Escravatura – 226 U.N.T.S.3, 1957.

• Declaração Universal dos Direitos Humanos (Resolução nº 217 A (III) da Assembleia Geral da ONU de 10 de dezembro de 1948), Artigos 4 e 5.

• Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho, 86ª Sessão, 1998.

Page 120: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

10

Conjunto de Protocolos de Indicadores: HRIP

© 2000-2011 GRI

HR8 Porcentagem do pessoal de segurança submetido a treinamento nas políticas ou procedimentos da organização relativos a aspectos de direitos humanos que sejam relevantes às operações.1. Relevância

A conduta do pessoal de segurança em relação a terceiros é fundamentada pelo seu treinamento nas questões de direitos humanos, particularmente no tocante ao uso de força. Treinar o pessoal de segurança pode ajudar a evitar riscos para a reputação e riscos de ações judiciais resultantes de abordagens ou atos impróprios não tolerados pela organização relatora. As informações fornecidas por esse Indicador ajudam a demonstrar até que ponto os sistemas de gestão referentes a direitos humanos estão implementados. Essa medida demonstra a proporção do pessoal de segurança que está consciente das expectativas da organização quanto a seu desempenho em direitos humanos.

2. Compilação

2.1 Identifique o número total de pessoal de segurança que a organização relatora emprega diretamente.

2.2 Relate o percentual do pessoal de segurança que recebeu treinamento formal para as políticas da organização ou procedimentos específicos relativos a questões de direitos humanos e sua aplicação na segurança. Isso pode se referir tanto a treinamento dedicado somente ao tópico como a um módulo dentro de um programa mais geral de treinamento.

2.3 Relate se as exigências de treinamento também se aplicam a empresas contratadas que fornecem pessoal de segurança.

3. Definições

Pessoal de segurança

Indivíduos contratados para a vigilância das instalações e do patrimônio da organização, controle de multidões, prevenção de perda e escolta de pessoas, bens e valores.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem os registros do departamento de recursos humanos da organização relatora referentes a treinamento recebido pelo pessoal interno de segurança. As contratadas poderão deter informações semelhantes a respeito de seus empregados.

5. Referências

• Convenção nº 29 da OIT, relativa a Trabalho Forçado, 1930.

• Convenção nº 105 da OIT, relativa a Abolição do Trabalho Forçado, 1957.

• Princípios Voluntários de Segurança e Direitos Humanos, 2000.

Page 121: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

11

Conjunto de Protocolos de Indicadores: HR IP

Versão 3.1

HR9 Número total de casos de violação de direitos dos povos indígenas e medidas tomadas. 1. Relevância

O número de casos registrados envolvendo direitos dos povos indígenas fornece informações sobre a implementação das políticas da organização para povos indígenas. Essas informações ajudarão a indicar o estado das relações com essas comunidades de stakeholders, principalmente em regiões onde povos indígenas residam ou tenham interesses nas proximidades de operações da organização relatora. As informações também fornecem um registro adicional para grupos de apoio. As Convenções nº 107 e 169 da OIT abordam os direitos dos povos indígenas.

2. Compilação

2.1 Identifique casos envolvendo direitos indígenas entre os próprios empregados da organização relatora e em comunidades próximas às atuais operações que serão provavelmente afetadas por operações futuras planejadas ou propostas pela organização relatora.

Os “casos” se referem a ações judiciais, reclamações registradas junto à organização ou às autoridades competentes através de um processo formal, ou casos de não conformidade identificados pela organização através de procedimentos estabelecidos, tais como auditorias de sistemas de gestão ou programas de monitoramento formais.

2.2 Relate o número de casos identificados envolvendo direitos indígenas durante o período coberto pelo relatório.

2.3 Relate a situação atual dos casos e as providências tomadas em relação ao seguinte:

• A organização analisou o caso;

• Um plano de reparação está sendo implementado;

• O plano de reparação foi implementado e seus resultados analisados através de processos rotineiros de análise de gestão interna;

• O caso não está mais sujeito a ação (ou seja, está resolvido, concluído).

3. Definições

Povos indígenas

Povos indígenas são pessoas cujas condições sociais, culturais, políticas e econômicas os distinguem de outros setores da comunidade nacional dominante ou que são considerados indígenas por descenderem de populações que habitaram o país ou uma região geográfica ao qual o país pertence no momento da conquista ou colonização ou do estabelecimento das atuais fronteiras do país, e que, independente de sua situação legal, mantêm a totalidade ou parte de suas próprias instituições sociais, econômicas, culturais e políticas.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem os procedimentos e diretrizes operacionais da organização relatora sobre a questão. Outras informações poderão ser fornecidas por gerentes gerais e por especialistas jurídicos da organização relatora. Os dados sobre povos indígenas dentro do público interno poderão ser obtidos nos registros de empregados.

5. Referências

• Carta das Nações Unidas, Preâmbulo, São Francisco, 1945.

• Políticas e Padrões de Desempenho sobre Sustentabilidade Socioambiental da IFC (Corporação Financeira Internacional), 2006.

• Convenção nº 107 da OIT, relativa a Povos Indígenas e Tribais, 1957.

• Convenção nº 169 da OIT, relativa a Povos Indígenas e Tribais em Países Independentes, 1991.

• Declaração da ONU dos Direitos de Povos Indígenas, 2007.

Page 122: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: HRIP

© 2000-2011 GRI

HR10 Percentual e número total de operações que foram submetidas a análises e/ou avaliações de impactos

relacionados a direitos humanos. 1. Relevância

As organizações relatoras precisam estar cientes de sua especial responsabilidade com o respeito aos direitos humanos. A presença das operações da organização relatora pode ter efeitos positivos e negativos sobre o respeito à proteção dos direitos humanos. As organizações podem afetar os direitos humanos diretamente, por meio de suas ações e operações, e indiretamente, por meio de sua interação e de suas relações com os outros, como governos, comunidades locais e fornecedores.

As informações relatadas nesse Indicador irão revelar até que ponto a organização relatora leva em conta os direitos humanos ao tomar decisões sobre suas unidades operacionais. Irão também avaliar o potencial de a organização estar associada à violação de direitos humanos ou de ser cúmplice em tal violação.

2. Compilação

2.1 Identifique países onde a organização relatora está inserida.

2.2 Relate o número total de operações por país.

2.3 Relate o número total e o percentual das operações que foram submetidas a análises ou avaliações de impactos relacionados a direitos humanos, discriminadas por país.

3. Definições

Análises relacionadas a direitos humanos

Processo de avaliação formal ou documentada que aplica um conjunto de critérios de desempenho em direitos humanos.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico e de conformidade, assim como o departamento de recursos humanos da organização relatora, informações fornecidas por gerentes gerais e pelo departamento de gestão de risco.

5. Referências

• Global Compact Business Guide for Conflict Impact Assessment and Risk Management (guia de negócios do Pacto Global para avaliação de impactos e gestão de risco de conflitos), 2002.

• Guidance on Responsible Business in Conflict-Affected and High -Risk Areas: A Resource for Companies and Investors (responsabilidade empresarial em áreas afetadas por conflitos e de alto risco: orientação para empresas e investidores), UNGC/PRI, 2010.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000

• OCDE – Ferramenta de Conscientização de Riscos para Empresas Multinacionais em Áreas de Governança Fraca (em especial, itens 2, 4 e 7), 2006.

(empresas multinacionais em situações de conflitos violentos e violações generalizadas aos direitos humanos, OCDE, documentos de trabalho sobre investimento internacional, nº 2002/1, 2002).

Page 123: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

13

Conjunto de Protocolos de Indicadores: HR IP

Versão 3.1

HR11 Número de queixas relacionadas a direitos humanos protocoladas, tratadas e resolvidas por meio de mecanismo formal de queixas. 1. Relevância

Podem ocorrer disputas sobre o impacto nos direitos humanos das operações e decisões de uma organização. Mecanismos eficazes de queixas desempenham um papel importante para que a proteção dos direitos humanos seja bem-sucedida.

2. Compilação

2.1 Identifique mecanismos formais de queixas existentes.

2.2 Relate o número total de queixas relacionadas aos direitos humanos protocoladas por meio de mecanismos organizacionais formais de queixas durante o período coberto pelo relatório.

2.3 Relate o número total de queixas relacionadas aos direitos humanos tratadas entre as protocoladas no período coberto pelo relatório, discriminadas por:

• Stakeholders internos;

• Stakeholders externos;

• Gênero, minorias e outros indicadores de diversidade (para queixas protocoladas por um indivíduo ou grupo de pessoas, e não por uma organização).

2.4 Relate o número total de queixas relacionadas aos direitos humanos resolvidas entre as protocoladas no período coberto pelo relatório, discriminadas por:

• Stakeholders internos;

• Stakeholders externos;

• Gênero, minorias e outros indicadores de diversidade (para queixas protocoladas por um indivíduo ou grupo de pessoas, e não por uma organização).

2.5 Relate o número total de queixas relacionadas aos direitos humanos tratadas e resolvidas durante o período coberto pelo relatório que foram protocoladas antes do período coberto pelo relatório, discriminadas por:

• Stakeholders internos;

• Stakeholders externos;

• Gênero, minorias e outros indicadores de diversidade (para queixas protocoladas por um indivíduo ou grupo de pessoas, e não por uma organização).

3. Definições

Mecanismo de queixas

Sistema que consiste em procedimentos, regras e papéis especificados para que reclamações possam ser tratadas e disputas resolvidas metodicamente. Espera-se que os mecanismos de queixas sejam legítimos, acessíveis, previsíveis, equitativos, compatíveis com os direitos, claros, transparentes e baseados no diálogo e na mediação.

4. Documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico e de conformidade, assim como o departamento de recursos humanos da organização relatora.

5. Referências

Nenhuma.

Page 124: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

IP

Conjunto de Protocolos de Indicadores: Práticas Trabalhistas & Trabalho Decente

© 2000-2011 GRI Versão 3.1

Page 125: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

© 2000-2011 GRI Versão 3.1

Page 126: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

1

Conjunto de Protocolos de Indicadores: LA IP

Versão 3.1

Práticas Trabalhistas & Trabalho Decente

Indicadores de Desempenho

Aspecto: Emprego

Es

sE

nc

IAIs LA1 Total de trabalhadores por tipo de emprego,

contrato de trabalho e região, discriminados por gênero.

Es

sE

nc

IAIs LA2 Número total e taxa de novos empregados

contratados e rotatividade de empregados por faixa etária, gênero e região.

Ad

IcIo

nA

Is LA3 Benefícios oferecidos a empregados de tempo

integral que não são oferecidos a empregados temporários ou em regime de meio período, discriminados por operações em locais significativos.

Es

sE

nc

IAIs LA15 Retorno ao trabalho e taxas de retenção

após licença maternidade/paternidade, discriminados por gênero.

Aspecto: Relações entre os Trabalhadores e a Governança

Es

sE

nc

IAIs LA4 Percentual de empregados abrangidos por

acordos de negociação coletiva.

Es

sE

nc

IAIs LA5 Prazo mínimo para notificação com antecedência

referente a mudanças operacionais, incluindo se esse procedimento está especificado em acordos de negociação coletiva.

Aspecto: segurança e saúde no Trabalho

Ad

IcIo

nA

Is LA6 Percentual dos empregados representados em

comitês formais de segurança e saúde, compostos por gestores e trabalhadores, que ajudam no monitoramento e aconselhamento sobre programas de segurança e saúde ocupacional.

Es

sE

nc

IAIs LA7 Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias

perdidos, absenteísmo e óbitos relacionados ao trabalho, discriminados por região e por gênero.

Es

sE

nc

IAIs

LA8 Programas de educação, treinamento, aconselhamento, prevenção e controle de risco em andamento para dar assistência a empregados, seus familiares ou membros da comunidade com relação a doenças graves.

Ad

IcIo

nA

Is

LA9 Temas relativos a segurança e saúde cobertos por acordos formais com sindicatos.

Aspecto: Treinamento e Educação

Es

sE

nc

IAIs LA10 Média de horas de treinamento por ano, por

empregado, discriminadas por gênero e por categoria funcional.

Ad

IcIo

nA

Is

LA11 Programas para gestão de competências e aprendizagem contínua que apoiam a continuidade da empregabilidade dos funcionários e para gerenciar o fim da carreira.

Ad

IcIo

nA

Is

LA12 Percentual de empregados que recebem regularmente análises de desempenho e de desenvolvimento de carreira, discriminados por gênero.

Aspecto: diversidade e Igualdade de oportunidades

Es

sE

nc

IAIs

LA13 Composição dos grupos responsáveis pela governança corporativa e discriminação de empregados por categoria funcional, de acordo com gênero, faixa etária, minorias e outros indicadores de diversidade.

Aspecto: Igualdade de Remuneração para Mulheres e Homens

Es

sE

nc

IAIs LA14 Proporção de salário base e remuneração entre

mulheres e homens, por categoria funcional e por operações em locais significativos.

Page 127: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

2

Conjunto de Protocolos de Indicadores: LAIP

© 2000-2011 GRI

Relevância

A Agenda do Trabalho Decente da OIT está estruturada dentro do contexto de uma globalização justa que visa tanto o crescimento econômico como a equidade através de uma combinação de objetivos sociais e econômicos. A Agenda é composta de quatro elementos:

• Emprego;

• Diálogo;

• Direitos;

• Proteção.

A estrutura dos Indicadores de Práticas Trabalhistas está profundamente baseada no conceito de trabalho decente. O conjunto de Indicadores começa com divulgações sobre o escopo e diversidade do público interno da organização relatora, enfatizando-se os aspectos da distribuição por gênero e faixa etária.

A abordagem de diálogo entre a organização e seus empregados e o grau de organização dos empregados em órgãos representativos são abordados nos Indicadores LA4 (o qual complementa o Indicador HR5 referente a Liberdade de Associação e Negociação Coletiva) e o Indicador LA5.

A proteção física e o bem-estar das pessoas no local de trabalho são tratados nos Indicadores referentes a Segurança e Saúde no Trabalho (LA6, LA7, LA8 e LA9), que abordam tanto o escopo dos programas como o desempenho estatístico em segurança e saúde.

O escopo dos benefícios aos empregados e das contribuições visando o amplo objetivo social de diversidade e igualdade de tratamento é tratado nos Indicadores LA14 (Igualdade de Remuneração), LA13 (Diversidade) e LA3 (Benefícios). Os Indicadores na categoria referente a Economia também fornecem

informações relevantes. O apoio que as organizações oferecem a seus empregados para o desenvolvimento de competências e potencial pessoais (o que também melhora o capital humano da organização) é representado nos Indicadores LA10, LA11 e LA12.

Definições

Total de trabalhadores

O número total de pessoas que trabalham para a organização relatora ao término do período coberto pelo relatório (ou seja, a soma de todos os empregados e trabalhadores contratados conforme definição abaixo).

Trabalhador

Termo genérico para qualquer pessoa que exerça trabalho, independentemente da relação contratual.

Empregado

Indivíduo que, nos termos da legislação e práticas nacionais, é reconhecido como um empregado da organização relatora.

Trabalhador contratado

Indivíduo que exerce trabalho regularmente no local onde se situa a organização relatora ou em nome dela, mas que não é reconhecido como um empregado nos termos da legislação e práticas nacionais.

Trabalhador contratado independente

Indivíduo que é legalmente reconhecido como profissional autônomo ou liberal.

Acordos de negociação coletiva

Há dois tipos de acordos de negociação coletiva, visando tanto os interesses de empregadores como de empregados. Os referentes aos empregadores são acordos por escrito relativos a termos e condições de trabalho celebrados entre um empregador, um grupo de empregadores ou uma ou mais organizações de empregadores. Os referentes aos empregados são acordos celebrados entre um ou mais representantes de organizações de trabalhadores ou, na ausência de tais organizações, os representantes dos trabalhadores devidamente eleitos e autorizados por eles conforme a legislação e os regulamentos nacionais.

Page 128: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: LA IP

Versão 3.1

categoria funcional

Discriminação dos empregados por nível (ex.: membros do mais alto órgão de governança, diretoria, gerência, etc.) e função (ex.: técnicos, administrativo, produção, etc.) provenientes do próprio sistema de recursos humanos da organização.

Discriminação geral de empregados com base na função ou departamento dentro da organização (ex.: diretoria, gerência, profissionais, técnicos, administrativo, produção, manutenção, etc.) proveniente do próprio sistema de recursos humanos da organização.

Referências Gerais

• Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres (CEDAW), 1979.

• Convenção nº 135 da OIT, relativa a Representantes dos Trabalhadores, 1971.

• Convenção nº 87 da OIT, relativa a Liberdade Sindical e Proteção do Direito Sindical, 1948.

• Convenção nº 98 da OIT, relativa a Direito de Sindicalização e de Negociação Coletiva, 1949.

• Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho, 1998.

• Agenda do Trabalho Decente da OIT, 1999.

• Declaração Tripartite da OIT sobre Empresas Multinacionais e Política Social, 1977, revisada em 2000.

• Princípios da OCDE de Governança Corporativa, 2004.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

• UNIFEM & UNGC (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher e Pacto Global das Nações Unidas) – Princípios de Empoderamento das Mulheres, 2010

• Declaração do Milênio das Nações Unidas, 2000.

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LA1 Total de trabalhadores por tipo de emprego, contrato de trabalho e região, discriminados por gênero. 1. Relevância

O tamanho do público interno fornece uma visão da extensão dos impactos gerados por questões trabalhistas. A discriminação do público interno por tipo de emprego, contrato de trabalho e região (região se refere a “país” ou “área geográfica”) mostra como a organização estrutura seus recursos humanos para implementar sua estratégia geral. Também permite avaliar o modelo de negócios da organização e fornece indicação de estabilidade no emprego e nível de benefícios que a organização oferece. A discriminação desses dados por gênero possibilita a compreensão da representatividade por gênero em toda a organização, assim como da otimização da mão de obra e dos talentos disponíveis. O tamanho do público interno é uma base para cálculos usados em vários outros Indicadores e é um fator de normalização de padrão para muitos Indicadores integrados. A elevação ou queda no emprego líquido, conforme demonstrada por dados divulgados ao longo de três ou mais anos, ilustra um aspecto importante da contribuição da organização ao desenvolvimento econômico e sustentabilidade do público interno.1

2. compilação

2.1 Identifique o total de trabalhadores (empregados e trabalhadores contratados), discriminados por gênero, trabalhando para a organização relatora ao término do período coberto pelo relatório. Os trabalhadores da cadeia de suprimentos não serão incluídos nesse Indicador.

2.2 Identifique o tipo de contrato e a situação referente a tempo integral/meio período dos empregados com base nas definições da legislação federal do país onde estão sediados.

2.3 Combine estatísticas de país para calcular estatísticas globais e desconsidere diferenças nas definições legais. Embora as definições sobre os tipos de contratos e a relação de emprego de tempo integral ou meio período possam variar de um país para outro, o valor global ainda refletirá as relações perante a lei.

1 Vide Diretrizes da GRI sobre expectativas referentes à divul-gação de dados de vários anos.

2.4 Relate o total de trabalhadores, discriminados por empregados e trabalhadores contratados, e por gênero.

2.5 Se uma parcela substancial do trabalho realizado pela organização for desempenhado por trabalhadores legalmente reconhecidos como profissionais autônomos ou liberais, ou por outros indivíduos que não empregados ou trabalhadores contratados, isso deverá ser relatado.

2.6 Relate o total de trabalhadores, discriminados por contrato de trabalho e gênero.

2.7 Relate o número total de empregados permanentes, discriminados por tipo de emprego e gênero.

2.8 Relate o total de trabalhadores, discriminados por região e gênero com base na escala das operações da organização.

2.9 Se aplicável, explique qualquer variação sazonal significativa em número de empregos (ex.: na indústria de turismo ou agronegócio).

3. definições

Tipos de emprego

Emprego em tempo integral: Um “empregado em tempo integral” é definido de acordo com a legislação e as práticas nacionais relativas a jornada de trabalho (ex.: a legislação nacional define que “tempo integral” significa um emprego com um mínimo de nove meses por ano e trinta horas por semana).

Meio período: Um “empregado de meio período” é aquele cujas horas de trabalho por semana, mês ou ano são inferiores às em “tempo integral” conforme definido acima.

contrato de Trabalho

Um contrato de trabalho conforme reconhecido pela legislação ou práticas do país, que poderá ser por escrito, verbal ou implícito (ou seja, quando todas as características de emprego estiverem presentes, mas sem um contrato por escrito ou verbal com testemunhas).

contrato por Prazo Indeterminado ou Permanente: Um contrato de trabalho permanente é aquele com um empregado em tempo integral ou meio período por prazo Indeterminado.

contrato por Prazo determinado ou Temporário: Um contrato com prazo determinado é um contrato de trabalho conforme definido acima, que termina quando um período de tempo específico expira ou quando uma tarefa específica com duração prevista é concluída.

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: LA IP

Versão 3.1

Um contrato de trabalho temporário tem duração limitada e terminada por um evento específico, incluindo o final de um projeto ou fase de trabalho, retorno de pessoal substituído, etc.

4. documentação

A folha de pagamento disponível em nível nacional ou local deverá fornecer as informações para esse Indicador.

5. Referências

• OIT: Classificação Internacional Segundo a Situação na Profissão.

• OIT: Principais Indicadores do Mercado de Trabalho.

• OIT: Indicadores do banco de dados na Internet LABORSTA.

• ONU: World Macro Regions and Components (Macrorregiões Mundiais e Componentes).

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LA2 Número total e taxa de novos empregados contratados e rotatividade de empregados por faixa etária, gênero e região.1. Relevância

Uma alta taxa de rotatividade pode indicar níveis de incerteza e insatisfação entre empregados ou pode sinalizar uma mudança fundamental na estrutura das operações essenciais da organização. Um padrão desigual de rotatividade por idade ou gênero pode indicar incompatibilidade ou possível desigualdade no local de trabalho. A rotatividade resulta em mudanças no capital humano e intelectual da organização e pode impactar a produtividade. A rotatividade tem implicações diretas em custos tanto em termos de redução na folha de pagamento como em aumento nas despesas de recrutamento de trabalhadores.

O número, idade, gênero e região de novas contratações de empregados da organização relatora podem indicar a estratégia e capacidade da organização de atrair empregados com qualificação diversificada. Essas informações podem indicar o esforço da organização para implementar práticas inclusivas de contratação baseadas em idade e gênero, assim como a otimização da mão de obra e dos talentos disponíveis em diferentes regiões.

A geração líquida de emprego pode ser calculada usando-se os dados relatados no indicador LA1.

2. compilação

2.1 Identifique o número total de novos empregados contratados durante o período coberto pelo relatório, discriminados por faixa etária, gênero e região.

2.2 Identifique o número total de novos empregados contratados que deixaram o emprego durante o período coberto pelo relatório, discriminados por faixa etária, gênero e região.

2.3 Relate o número total e taxa de novos empregados contratados e também dos que, entre esses, deixaram o emprego durante o período coberto pelo relatório, discriminados por faixa etária (ex.: <30; 30 a 50; >50), gênero e região.

As taxas deverão ser calculadas usando-se o número total de empregados ao término do período coberto pelo relatório.

3. definições

Rotatividade de Empregados: Número de empregados que deixam a organização voluntariamente ou devido a demissão, aposentadoria ou morte em serviço.

novos Empregados contratados: Novos empregados que entraram na organização pela primeira vez.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem dados disponíveis na folha de pagamento, em nível nacional ou local. Planos operacionais e reformulações dos objetivos estratégicos fundamentais da organização poderão fornecer os motivos para as grandes variações nesses dados.

5. Referências

Nenhuma.

Page 132: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: LA IP

Versão 3.1

LA3 Benefícios oferecidos a empregados de tempo integral que não são oferecidos a empregados temporários ou em regime de meio período, discriminados por operações em locais significativos.1. Relevância

Os dados relatados nesse Indicador fornecem uma medida do investimento que a organização faz em recursos humanos e os benefícios mínimos oferecidos aos empregados de tempo integral. A qualidade dos benefícios para pessoal em tempo integral é um fator-chave para a retenção de empregados. O Indicador também mede o investimento relativo em partes diferentes do público interno.

2. compilação

2.1 Identifique benefícios oferecidos a todos os empregados.

2.2 Relate quais dos benefícios abaixo são padrão para empregados de tempo integral da organização, mas não são oferecidos a empregados temporários ou em regime de meio período, discriminados por operações em locais significativos:

• Seguro de vida;

• Plano de saúde;

• Cobertura para incapacidade/invalidez;

• Licença maternidade/paternidade;

• Fundo de aposentadoria;

• Plano de aquisição de ações;

• Outros

2.3 Benefícios-padrão são aqueles tipicamente oferecidos para pelo menos, a maioria dos empregados de tempo integral. Isso não deverá ser interpretado como sendo oferecido a literalmente cada um dos empregados de tempo integral da organização. A intenção do Indicador é divulgar o que os empregados de tempo integral podem esperar.

3. definições

Benefícios

Referem-se a benefícios diretos oferecidos na forma de contribuição financeira, serviço ou atendimento pago pela

organização relatora, ou reembolso de despesas pagas pelo empregado. Indenizações por demissão iguais ou superiores ao mínimo exigido por lei, pagamento por dispensa temporária, benefícios adicionais em caso de acidentes do trabalho e doenças profissionais, benefício a sobreviventes e pagamento adicional de férias poderão ser incluídos nesse Indicador. Benefícios em espécie, tais como fornecimento de instalações para a prática de esportes ou creche, refeições gratuitas durante a jornada de trabalho e programas similares de bem-estar geral dos empregados deverão ser excluídos desse Indicador.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem acordos de negociação coletiva locais ou centrais, que poderão oferecer exemplos de benefícios pagos além do mínimo exigido por lei. Outras ferramentas de consulta poderão incluir relação de benefícios, materiais de orientação/integração de empregados e contratos de emprego.

5. Referências

• Convenção nº 102 da OIT, relativa a Seguridade Social (Norma Mínima), 1952.

• Convenção nº 121 da OIT, relativa a Benefícios em Caso de Acidentes do Trabalho e Doenças Profissionais, 1964.

• Convenção nº 128 da OIT, relativa a Benefícios de Invalidez, Velhice e Sobreviventes, 1967.

• Convenção nº 130 da OIT, relativa a Assistência Médica e Benefícios Pecuniários por Doença, 1969.

• Convenção nº 132 da OIT, relativa a Férias Remuneradas (Revisada), 1970.

• Convenção nº 140 da OIT, relativa a Licença Remunerada para Estudos, 1974.

• Convenção nº 156 da OIT, relativa a Trabalhadores com Encargo de Família, 1981.

• Convenção nº 157 da OIT, relativa a Manutenção de Direitos de Seguridade Social, 1982.

• Convenção nº 168 da OIT, relativa a Fomento do Emprego e Proteção contra o Desemprego, 1988.

• Convenção nº 183 da OIT, relativa a Proteção à Maternidade, 2000.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

Page 133: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: LAIP

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LA15 Retorno ao trabalho e taxas de retenção após licença maternidade/paternidade, discriminados por gênero. 1. Relevância

Muitos países aprovaram leis que preveem um período específico de licença maternidade/paternidade. Entretanto, a aplicação das leis irá variar conforme a interpretação de governos, empregadores e empregados.

O intuito da legislação é permitir que os empregados usufruam da licença e retornem ao trabalho no mesmo cargo ou em cargo semelhante. No entanto, muitas mulheres são desestimuladas a usufruir da licença e retornar ao trabalho por práticas do empregador que afetam sua segurança no emprego, sua remuneração e sua carreira. Muitos homens não são estimulados a usufruir da licença a que têm direito.

Uma escolha equitativa em termos de gênero referente a licenças maternidade e paternidade, além de outros direitos relacionados a tais licenças, pode levar a um aumento no recrutamento e na retenção de pessoal qualificado e elevar o moral e a produtividade dos empregados. O uso das opções de licença paternidade por parte dos homens pode indicar até que ponto uma organização estimula os pais a usufruir dessa licença. Um maior número de homens usufruindo dos direitos relacionados à licença terá um efeito positivo para que as mulheres também usufruam da sua licença sem prejudicar sua carreira.

2. compilação

2.1 Relate o número de empregados, discriminados por gênero, que tinham direito a licença maternidade/paternidade.

2.2 Relate o número de empregados, discriminados por gênero, que usufruíram da licença maternidade/paternidade.

2.3 Relate o número de empregados, discriminados por gênero, que retornaram ao trabalho após o término da licença maternidade/paternidade.

2.4 Relate o número de empregados que retornaram ao trabalho após o término da licença maternidade/paternidade e que ainda permaneciam empregados doze meses após seu retorno ao trabalho, discriminados por gênero.

2.5 Relate o retorno ao trabalho e as taxas de retenção dos empregados que retornaram ao trabalho após o término da licença maternidade/paternidade, discriminados por gênero.

3. definições

Licença Maternidade/Paternidade

Licença concedida a trabalhadores homens e mulheres com base no nascimento de um filho.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos de recursos humanos.

5. Referências

• Convenção nº 156 da OIT, relativa a Trabalhadores com Encargo de Família, 1981.

• Convenção nº 183 da OIT, relativa a Proteção à Maternidade, 2000.

Page 134: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: LA IP

Versão 3.1

LA4 Percentual de empregados abrangidos por acordos de negociação coletiva.1. Relevância

Liberdade de associação é um direito humano conforme definido por declarações e convenções internacionais, especialmente as Convenções Fundamentais da OIT nº 87 e 98. A negociação coletiva é uma forma importante de engajamento dos stakeholders e especialmente relevante para as diretrizes usadas na elaboração de relatórios. É uma forma de engajamento dos stakeholders que auxilia na construção de estruturas institucionais e é vista por muitos como uma contribuição para a estabilidade da sociedade. Juntamente com a governança corporativa, a negociação coletiva faz parte de uma estrutura geral que contribui para a gestão responsável. É um instrumento utilizado pelas partes para viabilizar e melhorar os impactos sociais positivos de uma organização. O percentual de empregados abrangidos por acordos de negociação coletiva é a forma mais direta de se demonstrar as práticas de uma organização no que se refere à liberdade de associação.

2. compilação

2.1 Use os dados do indicador LA1 como base para calcular as porcentagens nesse Indicador.

2.2 Acordos de negociação coletiva vinculantes incluem aqueles assinados pela própria organização relatora ou por associações de empregadores das quais é membro. Esses acordos poderão ser setoriais, nacionais, regionais, organizacionais ou por unidade operacional.

2.3 Identifique o número total de empregados abrangidos por acordos de negociação coletiva.

2.4 Relate o percentual de empregados abrangidos por acordos de negociação coletiva em relação ao número total de empregados.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Os acordos formais de reconhecimento e acordos de negociação coletiva assinados com sindicatos independentes são geralmente arquivados pelo Departamento de Recursos Humanos / Departamento Pessoal da organização relatora.

5. Referências

• Convenção nº 87 da OIT, relativa a Liberdade Sindical e Proteção do Direito Sindical, 1948.

• Convenção nº 98 da OIT, relativa a Direito de Sindicalização e de Negociação Coletiva, 1949.

• Convenção nº 135 da OIT, relativa a Representantes dos Trabalhadores, 1971.

• Convenção nº 154 da OIT, relativa a Negociação Coletiva, 1981 e Recomendação nº 91, relativa a Negociação Coletiva, 1951 e Recomendação nº 163, relativa a Negociação Coletiva, 1981.

• Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho, 86ª Sessão, 1998, Artigo 2º (a).

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Capítulo IV, Parágrafo 2 (a).

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LA5 Prazo mínimo para notificação com antecedência referente a mudanças operacionais, incluindo se esse procedimento está especificado em acordos de negociação coletiva. 1. Relevância

Esse Indicador permite avaliar a prática de uma organização de assegurar que discussões acerca de mudanças operacionais significativas sejam realizadas com antecedência e de engajamento de seus empregados e representantes dos mesmos em negociações e implementação dessas mudanças (que poderão implicar impactos positivos ou negativos para os trabalhadores). Consultas prévias e eficazes junto a trabalhadores e outras partes relevantes, quando viáveis (tais como a autoridades governamentais), ajudam a minimizar os impactos adversos ocasionados por mudanças operacionais nos trabalhadores e nas comunidades do entorno.

Prazos mínimos para notificação com antecedência são um Indicador da capacidade de uma organização em manter a satisfação e motivação dos empregados ao implementar mudanças significativas nas operações. Esse Indicador também possibilita a avaliação das práticas de consulta da organização em relação a expectativas expressas em normas internacionais relevantes. Práticas consultivas que resultam em boas relações industriais podem propiciar ambientes de trabalho positivos, reduzir a rotatividade e minimizar transtornos operacionais.

2. compilação

2.1 Relate com quantas semanas de antecedência os empregados e seus representantes eleitos são notificados acerca da implementação de mudanças operacionais significativas que possam afetá-los substancialmente.

2.2 Para organizações com acordos de negociação coletiva, relate se o período de notificação e/ou os mecanismos para consulta e negociação são especificados nos referidos acordos.

3. definições

Mudanças operacionais significativas Alterações no padrão de operações da organização relatora que resultarão em consequências significativas, quer positivas ou negativas, para seus empregados. Tais mudanças poderão incluir, por exemplo, reestruturação, terceirização de operações, encerramento de atividades, expansões, novas unidades, aquisições, venda da totalidade ou de parte da organização ou fusões.

4. documentação

Acordos específicos à organização fornecerão dados para esse Indicador.

5. Referências

• Declaração referente aos fins e objetivos da Organização Internacional do Trabalho (Declaração da Filadélfia), 1944 – Anexo à Constituição da OIT – Artigos 1º (a) e 3º (e).

• Convenção nº 158 da OIT, relativa a Cessação do Contrato de Trabalho por Iniciativa do Empregador, 1982.

• Declaração Tripartite da OIT Sobre Empresas Multinacionais e Política Social, 1997.

• Recomendação nº 94 da OIT, relativa a Colaboração no Plano da Empresa, 1952.

• Convenção nº 135 da OIT, relativa a Representantes dos Trabalhadores, 1971.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000, Artigo 4º, Parágrafo 2º e 3º.

• Princípios da OCDE de Governança Corporativa, 2004 (especialmente o Artigo 4º - itens C, D e E).

Page 136: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Versão 3.1

LA6 Percentual dos empregados representados em comitês formais de segurança e saúde, compostos por gestores e trabalhadores, que ajudam no monitoramento e aconselhamento sobre programas de segurança e saúde ocupacional.1. Relevância

Um comitê de segurança e saúde com representação conjunta pode promover uma cultura positiva de segurança e saúde. O uso de comitês é uma forma de envolver os trabalhadores nas ações de melhoria da segurança e saúde ocupacional no local de trabalho. Esse Indicador mostra até que ponto os empregados estão ativamente envolvidos em segurança e saúde.

2. compilação

2.1 Identifique comitês formais de segurança e saúde que ajudam a dar acompanhamento e aconselhamento em programas de segurança ocupacional tanto em nível de unidade operacional ou acima desse nível, com representação conjunta da gestão e dos trabalhadores. “Formais” referem-se a comitês cuja existência e função estão integradas na estrutura organizacional e de poder da organização relatora e que operam de acordo com certas regras acordadas por escrito.

2.2 Relate o percentual dos empregados representados por comitês formais de segurança e saúde compostos por representantes da gestão e dos trabalhadores:

• Nenhuma;

• Até 25%;

• Entre 25% e 50%;

• Entre 50% e 75%;

• Acima de 75%.

2.3 Relate o(s) nível(is) em que o(s) comitê(s) tipicamente opera(m) (ex.: na unidade operacional e/ou em várias unidades operacionais, região, grupo, ou em nível de empresa). Isso poderá ser resultado tanto de uma política ou procedimento formal como de uma prática informal dentro da organização.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem procedimentos organizacionais e atas do(s) comitê(s) de segurança e saúde.

5. Referências

• Convenção nº 155 da OIT, relativa a Segurança e Saúde dos Trabalhadores, e seu Protocolo nº 155, 1981.

• Convenção nº 161 da OIT, relativa a Serviços de Saúde no Trabalho, 1985.

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LA7 Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias perdidos, absenteísmo e óbitos relacionados ao trabalho, discriminados por região e por gênero. 1. Relevância

O desempenho em segurança e saúde é uma medida fundamental do dever de cuidar de uma organização. Baixas taxas de lesões e de absenteísmo estão geralmente relacionadas a tendências positivas no moral e produtividade do pessoal. Esse Indicador mostrará se as práticas de gestão de segurança e saúde estão resultando em um menor número de incidentes relacionados a segurança e saúde no trabalho. Uma avaliação das tendências e padrões também poderá indicar uma possível desigualdade no local de trabalho.

2. compilação

2.1 Esse Indicador deverá fornecer uma discriminação por região e por gênero para o seguinte:

• O total de trabalhadores (ou seja, número total de empregados mais trabalhadores contratados);

• Trabalhadores contratados independentes que trabalham no local, perante os quais a organização relatora é responsável pela segurança geral do ambiente de trabalho.

2.2 Como algumas organizações relatoras incluem em seus dados pequenas lesões (em nível de primeiros socorros), indique a inclusão ou exclusão de tais lesões.

2.3 Ao calcular “dias perdidos”, indique:

• Se “dias” significam “dias civis” ou “dias de trabalho programado”;

• Onde a contagem de “dias perdidos” começa (ex.: no dia seguinte ao acidente ou 3 dias após o acidente).

2.4 Relate as taxas, total e discriminada por região, de lesões, doenças ocupacionais, dias perdidos e absenteísmo no período coberto pelo relatório, discriminando ambas as taxas por gênero e usando as seguintes fórmulas:

• Taxa de lesões (TL)

Observação: A taxa de lesões deverá computar óbitos.

• Taxa de doenças ocupacionais (TDO)

• Taxa de dias perdidos (TDP)

• Taxa de absenteísmo (TA)

Observação: O fator 200.000 é derivado de 50 semanas de trabalho com 40 horas por 100 empregados. Usando-se esse fator, a taxa resultante relaciona-se ao número de empregados e não ao número de horas.

2.5 Relate os óbitos no período coberto pelo relatório, discriminados por gênero, como um número absoluto, não uma taxa.

2.6 Relate o sistema de regras aplicado no registro e relato de estatísticas de acidentes. O “Código de Práticas de Registro e Notificação de Acidentes e Doenças Profissionais da OIT” foi desenvolvido para o relato, registro e notificação de acidentes no local de trabalho. No caso da legislação nacional seguir as recomendações da OIT, será suficiente declarar o fato e que a prática segue a lei. Nas situações em que a legislação nacional não estiver em conformidade, indique qual sistema de regras é aplicado e sua relação com o código da OIT.

TLnº total de lesões

total de horas trabalhadas= —————————————— x 200.000

TDO

nº total de casos de doenças ocupacionais

total de horas trabalhadas= ———————————————— x 200.000

TA

nº total de dias com faltas no período

total de horas trabalhadas pelo público interno no mesmo período

= ——————————————————— x 200.000

TDPnº total de dias perdidos

total de horas trabalhadas = ———————————————— x 200.000

Page 138: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Versão 3.1

3. definições

Lesão

Uma lesão não fatal ou fatal decorrente do trabalho ou ocorrida no curso do trabalho.

Taxa de lesão

A frequência de lesões em relação ao tempo total trabalhado pelo total de trabalhadores no período coberto pelo relatório.

doença ocupacional

Uma doença decorrente da situação ou atividade de trabalho (ex.: estresse ou exposição frequente a produtos químicos nocivos), ou de uma lesão relacionada ao trabalho.

Taxa de doença ocupacional

A frequência de doenças ocupacionais em relação ao tempo total trabalhado pelo total de trabalhadores no período coberto pelo relatório.

dia perdido

Tempo (“dias”) que não pode ser trabalhado (portanto, dias “perdidos”) como consequência de um trabalhador ou trabalhadores não terem podido executar seu trabalho habitual devido a um acidente de trabalho ou doença ocupacional. Um retorno para tarefas limitadas ou trabalho alternativo para a mesma organização não conta como dias perdidos.

Taxa de dias perdidos

O impacto de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais que resultaram em afastamento do trabalho por parte dos trabalhadores afetados. É expressa comparando-se o total de dias perdidos com o número total de horas programadas para serem trabalhadas pelos empregados no período coberto pelo relatório.

Absenteísmo

Quando um empregado se ausenta do trabalho devido a qualquer incapacidade, não apenas resultante de lesão ou doença relacionada ao trabalho. Licenças temporárias permitidas tais como feriados, estudo, licença-maternidade/paternidade ou por luto deverão ser excluídas.

Taxa de Absenteísmo

Percentual do número real de dias perdidos, conforme definido no item anterior, em relação ao total de dias programados para serem trabalhados pelos empregados no mesmo período.

Óbito

A morte de um empregado ocorrida no período coberto pelo relatório atual, decorrente de uma lesão ou doença relacionada ao trabalho sofrida ou contraída na condição de empregado da organização relatora.

4. documentação

Registros de empregados, contratos de trabalho, registros de frequência e registros de acidentes fornecerão os dados pertinentes a esse Indicador.

5. Referências

• Convenção nº 155 da OIT, relativa a Segurança e Saúde dos Trabalhadores, e seu Protocolo nº 155, 1981.

• Código de Práticas de Registro e Notificação de Acidentes e Doenças Profissionais da OIT, 1995.

• Diretrizes da OIT Relativas a Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, 2001.

Page 139: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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LA8 Programas de educação, treinamento, aconselhamento, prevenção e controle de risco em andamento para dar assistência a empregados, seus familiares ou membros da comunidade com relação a doenças graves. 1. Relevância

Como parte de uma estratégia preventiva de gestão de segurança e saúde, esse Indicador é relevante para qualquer organização. Ele também tem uma relevância específica para organizações operando em países com alto risco ou incidência de doenças contagiosas e para aquelas com profissões com alta incidência de doenças específicas. Esse Indicador ajuda a demonstrar até que ponto tais questões foram abordadas em programas organizacionais e o grau de aplicação de melhores práticas. A prevenção de doenças graves contribui para a saúde, satisfação e estabilidade dos empregados e ajuda uma organização a manter sua licença social de operação em uma comunidade ou região.

2. compilação

2.1 Relate os programas de assistência aos empregados, seus familiares ou membros da comunidade com relação a doenças graves usando a tabela abaixo:

Programas de Assistência

Educação / Treinamento

Aconselhamento Prevenção / Controle de risco

Tratamento

Contemplados pelos programas

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Trabalhadores

Famílias dos trabalhadores

Membros da comunidade

2.2 Relate se há trabalhadores envolvidos em atividades ocupacionais em que haja uma alta incidência ou alto risco de doenças específicas.

3. definições

controle de risco

Práticas que buscam limitar a exposição e transmissão de doenças.

doenças graves

Dano à saúde relacionado ou não ao trabalho com consequências graves para os empregados, seus familiares e para as comunidades, tais como HIV/AIDS, diabetes, LER e estresse.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem políticas organizacionais e procedimentos operacionais, atas de comitê(s) interno(s) de saúde ocupacional e arquivos do departamento de recursos humanos e do centro de saúde.

Referências

• Referência cruzada da GRI: Reporting Guidance on HIV/AIDS: A GRI Resource Document (Orientação para Elaboração de Relatórios sobre HIV/AIDS: Um Documento de Referência da GRI). O Indicador LA8 é um Indicador-padrão relevante para HIV/AIDS. As organizações relatoras que operam em áreas com alta prevalência deverão considerar a ampliação de seus relatórios no tocante a essa questão e poderão verificar exemplos no documento de referência da GRI mencionado.

Page 140: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

15

Conjunto de Protocolos de Indicadores: LA IP

Versão 3.1

LA9 Temas relativos a segurança e saúde cobertos por acordos formais com sindicatos. 1. Relevância

Esse Indicador demonstra uma das formas de se garantir a segurança e saúde dos empregados. Acordos formais podem promover a aceitação de responsabilidades por ambas as partes e o desenvolvimento de uma cultura positiva de segurança e saúde. Esse Indicador irá revelar até que ponto os empregados estão ativamente envolvidos em acordos formais entre os trabalhadores e a governança, que determinam as providências relativas à gestão de segurança e saúde.

2. compilação

2.1 Relate se acordos formais (locais ou globais) com sindicatos cobrem segurança e saúde. (Sim/Não).

2.2 Em caso afirmativo, relate até que ponto os vários temas de segurança e saúde estão cobertos pelos acordos locais e globais assinados pela organização.

Acordos em nível local geralmente tratam de temas como:

• Equipamento de proteção individual;

• Comitês conjuntos de segurança e saúde compostos pela governança e por trabalhadores;

• Participação de representantes dos trabalhadores em vistorias de segurança e saúde, auditorias e investigações de acidentes;

• Treinamento e educação;

• Sistema de reclamações;

• Direito de recusar trabalho inseguro;

• Vistorias periódicas.

Acordos em nível global geralmente tratam de temas como:

• Conformidade com a OIT;

• Providências ou estruturas para solucionar problemas;

• Compromissos relativos a padrões de desempenho almejados ou nível de prática a ser aplicada.

3. definições

Acordos formais

Documentos escritos, assinados por ambas as partes, declarando a intenção mútua de cumprir o que neles está estabelecido. Esses acordos podem incluir, por exemplo, acordos locais de negociação coletiva, assim como acordos de diretrizes (framework agreements) nacionais e internacionais.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem acordos de negociação coletiva com sindicatos.

5. Referências

• Convenção nº 155 da OIT, relativa a Segurança e Saúde dos Trabalhadores, e seu Protocolo nº 155, 1981

Page 141: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: LAIP

© 2000-2011 GRI

LA10 Média de horas de treinamento por ano, por empregado, discriminadas por gênero e por categoria funcional. 1. Relevância

A manutenção e melhoria do capital humano, especialmente através de treinamento que amplia a base de conhecimento dos empregados, é um elemento fundamental para o desenvolvimento organizacional. Esse Indicador fornece uma visão da dimensão do investimento da organização nessa área e do grau em que o investimento é feito em toda a sua base de empregados. O acesso a oportunidades de treinamento também pode colaborar com outras áreas de desempenho social, como a garantia de igualdade de oportunidades no local de trabalho. Isso também contribui para a busca de aperfeiçoamento em nível pessoal e organizacional.

2. compilação

2.1 Identifique o número total de empregados, discriminados por gênero, em cada categoria funcional em todas as operações da organização ao término do ano coberto pelo relatório.

2.2 Identifique o número total de horas dedicadas a treinamento de pessoal dentro de cada categoria funcional.

2.3 Relate o número médio de horas de treinamento por ano, por empregado, por categoria funcional usando a seguinte fórmula:

Total de horas por categoria funcional _________________________________

Total de empregados por categoria funcional

2.4 Identifique o número total de horas dedicadas a treinamento de pessoal, discriminadas por gênero.

2.5 Relate o número médio de horas de treinamento por ano, discriminadas por gênero, usando a seguinte fórmula:

Total de horas por gênero _________________________________

Total de empregados por gênero

3. definições

Treinamento

Refere-se a:

• Todos os tipos de treinamento e instrução profissional;

• Licença remunerada para estudos fornecida pela organização relatora para seus empregados;

• Treinamento ou capacitação realizados externamente e pagos parcial ou integralmente pela organização relatora;

• Treinamento em temas específicos como segurança e saúde.

Não inclui coaching na empresa por supervisores.

categoria funcional

Discriminação dos empregados por nível (ex.: membros do mais alto órgão de governança, diretoria, gerência, etc.) e função (ex.: técnicos, administrativo, produção, etc.) provenientes do próprio sistema de recursos humanos da organização.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem o registro de empregados e programação de treinamentos.

5. Referências

• Convenção nº 142 da OIT, relativa a Valorização dos Recursos Humanos, 1975.

• Convenção nº 140 da OIT, relativa a Licença Remunerada para Estudos, 1974.

• Convenção nº 155 da OIT, relativa a Segurança e Saúde dos Trabalhadores, 1981.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000, Artigos 2º, Parágrafo 4º e Artigo 4º, Parágrafos 2º (c), 3º e 5º.

Page 142: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

17

Conjunto de Protocolos de Indicadores: LA IP

Versão 3.1

LA11 Programas para gestão de competências e aprendizagem contínua que apoiam a continuidade da empregabilidade dos funcionários e para gerenciar o fim da carreira. 1. Relevância

Programas de gestão de competências permitem que as organizações planejem a aquisição de competências que irão capacitar seus empregados a atingirem objetivos estratégicos em um ambiente de trabalho em mudança. Um público interno mais qualificado e consciente enriquece o capital humano da organização e contribui para a satisfação do empregado, o que guarda uma íntima relação com a melhoria no desempenho. Para aqueles que estão se aproximando da aposentadoria, a confiança e qualidade das relações de trabalho são melhoradas pela consciência de que eles receberão apoio em sua transição do trabalho para a aposentadoria. O objetivo da aprendizagem contínua é promover o desenvolvimento de conhecimento e competências que possibilitarão que cada cidadão se adapte às rápidas mudanças do mercado de trabalho e participe ativamente de todas as esferas da vida econômica.

2. compilação

2.1 O treinamento ou programa de capacitação dos empregados oferece algum dos seguintes itens?

• Cursos internos

• Apoio financeiro para capacitação ou formação externa

• Períodos sabáticos com reinserção profissional garantida

2.2 Os programas de apoio à transição para empregados que estão se aposentando ou foram demitidos oferecem algum dos seguintes itens?

• Planejamento de pré-aposentadoria para quem pretende se aposentar

• Recapacitação para aqueles que pretendem continuar trabalhando

• Indenização por demissão

• Se há indenização por demissão, ela leva em conta idade e tempo de serviço?

• Serviços de colocação no mercado de trabalho

• Assistência (ex.: treinamento, aconselhamento) na transição para uma vida sem trabalho

3. definições

continuidade da empregabilidade

Adaptação às novas exigências do local de trabalho através da aquisição de novas competências.

Fim de carreira

Aposentadoria ao atingir o limite de idade estabelecido pela legislação nacional ou demissão em consequência de reestruturação.

Gestão de competências

Políticas e programas que visam o desenvolvimento de competências de empregados para atender às crescentes necessidades estratégicas da organização e/ou do setor.

Aprendizagem contínua

Aquisição e atualização de habilidades, conhecimento, qualificações e interesses ao longo da vida, desde a pré-escola até depois da aposentadoria.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem procedimentos organizacionais para demissão e registro de empregados.

Referências

• Convenção nº 142 da OIT, relativa a Valorização dos Recursos Humanos, 1975.

• Convenção nº 168 da OIT, relativa a Fomento do Emprego e Proteção contra o Desemprego, 1988.

Page 143: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: LAIP

© 2000-2011 GRI

LA12 Percentual de empregados que recebem regularmente análises de desempenho e de desenvolvimento de carreira, discriminados por gênero.1. Relevância

As análises de desempenho de empregados à luz de metas comuns ajudam no desenvolvimento pessoal dos empregados e contribuem tanto para a gestão de competências como para o desenvolvimento de capital humano dentro da organização. A satisfação dos empregados também pode aumentar, guardando uma íntima relação com a melhoria no desempenho organizacional. Esse Indicador demonstra indiretamente como a organização relatora trabalha para monitorar e manter os conjuntos de competências de seus empregados. Quando divulgado em conjunto com o Indicador LA12, esse Indicador ajuda a mostrar como a organização aborda o fortalecimento de competências. O percentual de empregados, discriminados por gênero, que recebem regularmente análises de desempenho e de desenvolvimento de carreira demonstra até que ponto esse sistema é aplicado em toda a organização e se há desigualdade de acesso a essas oportunidades.

2. compilação

2.1 Identifique o número total de empregados, discriminados por gênero. Ele deverá coincidir com o relatado no Indicador LA1.

2.1 Relate o percentual do total de empregados, por gênero, que receberam análise e acompanhamento formal de desempenho durante o período coberto pelo relatório.

3. definição

Análises regulares de desempenho e de desenvolvimento de carreira

Metas e análises de desempenho são baseadas em critérios conhecidos pelo empregado e por seus superiores. Essa análise é feita com o conhecimento do empregado interessado pelo menos uma vez por ano. Ela poderá incluir uma avaliação feita pelo superior direto do empregado, uma avaliação feita por seus pares ou por um grupo mais amplo de empregados. A análise também poderá envolver pessoal do departamento de recursos humanos.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem registros de pessoal.

5. Referências

• Convenção nº 142 da OIT, relativa a Valorização dos Recursos Humanos, 1975.

Page 144: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

19

Conjunto de Protocolos de Indicadores: LA IP

Versão 3.1

LA13 Composição dos grupos responsáveis pela governança corporativa e discriminação de empregados por categoria funcional de acordo com gênero, faixa etária, minorias e outros indicadores de diversidade. 1. Relevância

Esse Indicador fornece uma medida quantitativa da diversidade dentro de uma organização e pode ser usado em conjunto com benchmarkings setoriais ou regionais. O nível de diversidade dentro de uma organização fornece uma visão do capital humano da mesma. Comparações entre a diversidade no público interno como um todo e a diversidade na equipe de gestores também fornecem informações sobre igualdade de oportunidades. Informações detalhadas sobre a composição do público interno também podem ajudar a avaliar quais questões podem ser especialmente relevantes para certos segmentos do público interno.

2. compilação

2.1 Identifique os Indicadores de diversidade usados pela organização relatora em seu próprio monitoramento e registro que possam ser relevantes para o relatório.

2.2 Identifique o número total de empregados em cada categoria funcional. O número total de empregados deverá coincidir com o relatado no Indicador LA1.

2.3 Relate o percentual de empregados por categoria funcional em cada uma das seguintes categorias de diversidade (% de empregados):

• Gênero;

• Minorias;

• Faixas etárias: abaixo de 30 anos, entre 30 a 50 anos, acima de 50 anos.

2.4 Relate o percentual de empregados, discriminados por gênero, para as faixas etárias e minorias identificadas em 2.3.

As categorias devem ser discriminadas por gênero e pelas categorias de diversidade acima.

2.5 Relate o percentual de indivíduos dentro dos órgãos de governança da organização (ex.: conselheiros, comitê gestor ou órgão similar para organizações relatoras não corporativas) em cada uma das seguintes categorias de diversidade (% de Indivíduos dentro dos Órgãos de Governança):

• Gênero;

• Minorias;

• Faixas etárias: abaixo de 30 anos, entre 30 a 50 anos, acima de 50 anos.

3. definições

categoria funcional

Discriminação dos empregados por nível (ex.: membros do mais alto órgão de governança, diretoria, gerência, etc.) e função (ex.: técnicos, administrativo, produção, etc.) provenientes do próprio sistema de recursos humanos da organização.

Órgãos de governança corporativa

Comitês ou conselhos responsáveis pela orientação estratégica da organização, o efetivo monitoramento da gestão e a prestação de contas da gestão à organização como um todo e aos seus stakeholders.

Indicadores de diversidade

Indicadores para os quais a organização relatora coleta dados poderão incluir, por exemplo, cidadania, ascendência e origem étnica, credo e deficiências.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem o registro de empregados e atas de comitês de igualdade de oportunidades.

Page 145: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: LAIP

© 2000-2011 GRI

Referências

• Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres; Resolução 34/180 da Assembleia-Geral da ONU – 18 de dezembro de 1979.

• Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e de Discriminação com base em Religião ou Crença; Resolução 36/55 da Assembleia-Geral da ONU – 26 de novembro de 1981.

• Declaração sobre Raça e Preconceito Racial: 20ª sessão da Conferência Geral da UNESCO – 27 de novembro de 1978.

• Declaração de Direitos de Pessoas Pertencentes a Minorias Nacionais ou Étnicas, Religiosas e Linguísticas; Resolução 47/135 da Assembleia-Geral da ONU – 18 de dezembro de 1992.

• Declaração Tripartite da OIT sobre Empresas Multinacionais e Política Social, Artigos 21, 22 e 23, 1977.

• Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho, 1998.

• Convenção da OIT nº 111, relativa a Discriminação no Emprego e na Profissão, 1958.

• Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, 4 de janeiro de 1969.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000 (Capítulo sobre Emprego e Relações Industriais).

• Pacto Global da ONU: Princípio 6, 26 de julho de 2000.

• Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial; Resolução 1904 (XVIII) da Assembleia-Geral da ONU – 20 de novembro de 1963.

Page 146: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

21

Conjunto de Protocolos de Indicadores: LA IP

Versão 3.1

LA14 Proporção de salário base e remuneração entre mulheres e homens, discriminados por categoria funcional e por operações em locais significativos.1. Relevância

Muitos países introduziram legislação para exigir o cumprimento do princípio de remuneração igual para trabalho de igual valor. Essa questão é tratada pela Convenção nº 100 da OIT, relativa a Igualdade de Remuneração da Mão de Obra Masculina e Feminina por Trabalho de Igual Valor. A igualdade de remuneração é um fator de retenção de empregados qualificados na organização. Quando há desequilíbrio, a organização corre risco para sua reputação e de ações judiciais com base em discriminação.

2. compilação

2.1 Identifique o número total de empregados em cada categoria funcional de todas as operações da organização relatora, discriminados por gênero, usando as informações do Indicador LA13. A organização deverá definir categorias funcionais com base no sistema de seu departamento de recursos humanos. O número total de empregados deverá coincidir com o relatado no Indicador LA1.

2.2 Identifique o salário base para mulheres e homens em cada categoria funcional.

2.3 Identifique a remuneração para mulheres e homens em cada categoria funcional.

2.4 Relate a proporção de salário base e remuneração entre mulheres e homens, discriminados por cada categoria funcional e por operações em locais significativos.

3. definições

salário Base

Um valor fixo e mínimo pago a um empregado pelo desempenho de suas tarefas. Isso não inclui quaisquer remunerações adicionais.

categoria funcional

Discriminação dos empregados por nível (ex.: membros do mais alto órgão de governança, diretoria, gerência, etc.) e função (ex.: técnicos, administrativo, produção, etc.) provenientes do próprio sistema de recursos humanos da organização.

Remuneração

Salário base mais adicionais como os baseados em anos de casa, bônus, inclusive em dinheiro e/ou em ações, pagamento de benefícios, horas extras, horas devidas ou quaisquer auxílios adicionais (ex.: vale-transporte, auxílio-moradia, auxílio-creche).

4. documentação

Fontes de informações para esse Indicador incluem os registros de empregados e a folha de pagamento.

5. Referências

• Convenção nº 100 da OIT, relativa a Igualdade de Remuneração da Mão de Obra Masculina e Feminina por Trabalho de Igual Valor, 1951.

• Convenção nº 111 da OIT, relativa a Discriminação em Matéria de Emprego e Profissão), 1958.

• Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho, 1998.

Page 147: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

IP

Conjunto de Protocolos de Indicadores: Responsabilidade pelo Produto (PR)

© 2000-2011 GRI Versão 3.1

Page 148: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

© 2000-2011 GRI Versão 3.1

Page 149: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

1

Conjunto de Protocolos de Indicadores: PR IP

Versão 3.1

Responsabilidade pelo Produto

Indicadores de Desempenho

Aspecto: Saúde e Segurança do Cliente

eS

Se

nC

IAl

PR1 Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em que os impactos na saúde e segurança são avaliados visando melhoria, e o percentual de produtos e serviços sujeitos a esses procedimentos.

Ad

ICIo

nA

l

PR2 Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados aos impactos causados por produtos e serviços na saúde e segurança durante o ciclo de vida, discriminados por tipo de resultado.

Aspecto: Rotulagem de Produtos e Serviços

eS

Se

nC

.

PR3 Tipo de informação sobre produtos e serviços exigida por procedimentos de rotulagem, e o percentual de produtos e serviços sujeitos a tais exigências.

Ad

ICIo

nA

l

PR4 Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados a informações e rotulagem de produtos e serviços, discriminados por tipo de resultado.

Ad

IC. PR5 Práticas relacionadas à satisfação do cliente,

incluindo resultados de pesquisas que medem essa satisfação.

Aspecto: Comunicações de Marketing

eS

Se

nC

.

PR6 Programas de adesão às leis, normas e códigos voluntários relacionados a comunicações de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio.

Ad

ICIo

nA

l

PR7 Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relativos a comunicações de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio, discriminados por tipo de resultado.

Aspecto: Privacidade do Cliente A

dIC

. PR8 Número total de reclamações comprovadas relativas a violação de privacidade e perda de dados de clientes.

Aspecto: Conformidade

eS

Se

nC

.

PR9 Valor monetário de multas (significativas) por não conformidade com leis e regulamentos relativos ao fornecimento e uso de produtos e serviços.

Page 150: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

2

Conjunto de Protocolos de Indicadores: PRIP

©2000-2011 GRI

Relevância O conjunto de Indicadores de Responsabilidade pelo Produto aborda os efeitos da gestão de produtos e serviços em clientes e usuários. Espera-se que as organizações tenham o devido cuidado na concepção de seus produtos e serviços para garantir que os mesmos sejam adequados para seu uso pretendido e não apresentem perigos indesejados para a saúde e segurança. Além disso, as comunicações tanto sobre os produtos e serviços quanto sobre seus usuários precisam levar em conta as necessidades de informações dos clientes e seus direitos à privacidade. Os Indicadores são estruturados normalmente de dois em dois, com um Indicador Essencial buscando a divulgação sobre os processos em andamento para abordar o aspecto e um Indicador adicional para relatar o grau de conformidade.

Definições Tipo de não conformidade

Sentença de um tribunal para ato em desacordo com os regulamentos ou leis, categorizado pela natureza das leis ou regulamentos infringidos.

Informações/rotulagem de produtos e serviços

Informações e rotulagem são sinônimos e descrevem a comunicação entregue junto com o produto ou serviço a respeito de suas características.

Privacidade do cliente

O direito do cliente à privacidade e proteção pessoal, incluindo assuntos como proteção de dados, uso de informações/dados apenas para seu propósito original (salvo se especificamente acordado em contrário), a obrigação de respeitar a confidencialidade e proteção contra uso indevido ou furto. Entende-se cliente como os clientes finais (o consumidor), assim como os clientes B2B (comércio eletrônico entre empresas).

Comunicações de marketing

A combinação de estratégias, sistemas, métodos e atividades usados por uma organização para promover sua reputação, marcas, produtos e serviços junto aos públicos-alvo. As comunicações de marketing podem incluir atividades como publicidade, venda pessoal, promoção, relações públicas e patrocínio.

Referências gerais

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, versão 2000.

Page 151: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

3

Conjunto de Protocolos de Indicadores: PR IP

Versão 3.1

PR1 Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em que os impactos na saúde e segurança são avaliados visando melhoria, e o percentual de produtos e serviços sujeitos a esses procedimentos.

1. Relevância

Essa medida ajuda a identificar a existência e escopo de esforços sistemáticos para abordar saúde e segurança ao longo do ciclo de vida de um produto e/ou serviço. Os clientes esperam que os produtos ou serviços cumpram suas funções satisfatoriamente e não apresentem riscos para a saúde e segurança. Essa responsabilidade não só está sujeita a leis e regulamentos, mas também está prevista em códigos voluntários como as Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais.

Os esforços feitos para proteger a saúde e segurança das pessoas que usam ou entregam o produto/serviço têm impactos diretos na reputação de uma organização, no risco legal e financeiro da organização devido a recall, diferenciação de mercado em relação à qualidade e motivação dos empregados.

2. Compilação

2.1 Assinale para cada um dos seguintes estágios do ciclo de vida se os impactos em saúde e segurança dos produtos e serviços são avaliados visando melhoria:

Sim não

Desenvolvimento do conceito do produto

Pesquisa e Desenvolvimento

Certificação

Fabricação e produção

Marketing e promoção

Armazenamento, distribuição e fornecimento

Uso e serviço

Disposição, reutilização ou reciclagem

2.2 Relate o percentual das categorias significativas de produto ou serviço para as quais esses procedimentos são aplicados e sua conformidade é avaliada.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico e de vendas da organização relatora, assim como a documentação coletada pelos sistemas de gestão de qualidade.

5. Referências

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

Page 152: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: PRIP

©2000-2011 GRI

PR2 Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados aos impactos causados por produtos e serviços na saúde e segurança durante o ciclo de vida, discriminados por tipo de resultado.1. Relevância

A proteção da saúde e segurança é uma meta reconhecida de muitos regulamentos nacionais e internacionais. A não conformidade com exigências legais indica sistemas e procedimentos internos de gestão inadequados ou não implementação. Além das consequências financeiras diretas, a continuidade da não conformidade impõe um crescente risco financeiro devido a danos tanto à reputação como à motivação dos empregados. Para uma organização, o número de casos de não conformidade deveria permanecer o mais baixo possível. As tendências reveladas por esse Indicador indicarão melhorias ou deterioração na eficácia dos controles internos.

2. Compilação

2.1 Esse indicador aborda o ciclo de vida do produto ou serviço uma vez que estejam disponíveis para uso e, portanto, sujeitos a regulamentos relativos a saúde e segurança de produtos e serviços.

2.2 Nos casos em que a organização relatora não tenha identificado nenhuma não conformidade com regulamentos e códigos voluntários, uma breve declaração sobre esse fato será suficiente.

2.3 Identifique o número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relativos a saúde e segurança de produtos e serviços durante o período coberto pelo relatório.

2.4 Esse indicador se refere a casos de não conformidade dentro do período coberto pelo relatório. Se um número significativo de casos se relacionarem a eventos em anos anteriores, isso deverá ser indicado.

2.5 Os casos de não conformidade em que a organização foi considerada isenta de culpa não são computados neste Indicador.

2.6 Relate o número total de casos de não conformidade com a saúde e segurança de produtos e serviços, discriminados por:

• Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram em multa ou penalidade;

• Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram em advertência;

• Casos de não conformidade com códigos voluntários.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico e de pesquisa e desenvolvimento da organização relatora, assim como a documentação coletada pelos sistemas de gestão de qualidade.

5. Referências

Nenhuma.

Page 153: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

5

Conjunto de Protocolos de Indicadores: PR IP

Versão 3.1

PR3 Tipo de informação sobre produtos e serviços exigida por procedimentos de rotulagem, e o percentual de produtos e serviços sujeitos a tais exigências.1. Relevância

Informações acessíveis e adequadas sobre os impactos de sustentabilidade (positivos e negativos) dos produtos e serviços são necessárias para que os clientes e usuários finais façam escolhas bem informadas para suas compras e para que essas preferências sejam refletidas no mercado. A disponibilização de informações e rotulagem apropriadas referentes a impactos de sustentabilidade está diretamente vinculada à conformidade com certos tipos de regulamentos e códigos (tais como a legislação nacional ou as Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais) e potencialmente vinculada a estratégias para diferenciação de marca e mercado. Essa medida indica até que ponto as informações e rotulagem abordam o impacto de um produto ou serviço na sustentabilidade.

2. Compilação

2.1 Relate se as seguintes informações sobre produtos e serviços são exigidas pelos procedimentos da organização referentes a informações e rotulagem de produtos e serviços:

Sim não

Terceirização de componentes do produto ou serviço

Conteúdo, principalmente com respeito a substâncias que possam gerar um impacto ambiental ou social

Uso seguro do produto ou serviço

Disposição do produto e impactos ambientais/sociais

Outros (explique)

2.2 Relate o percentual de categorias significativas de produto ou serviço cobertas e avaliadas pela conformidade de tais procedimentos.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico e de vendas e a documentação coletada pelos sistemas de gestão de qualidade.

5. Referências

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

Page 154: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: PRIP

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PR4 Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados a informações e rotulagem de produtos e serviços, discriminados por tipo de resultado.1. Relevância

A exibição e disponibilização de informações e rotulagem referentes a produtos e serviços estão sujeitas a muitos regulamentos e leis. A não conformidade indica sistemas e procedimentos inadequados de gestão interna ou implementação ineficaz. Além de consequências financeiras diretas, tais como penalidades e multas, a não conformidade impõe um risco à reputação e à lealdade e satisfação do cliente. O número de casos de não conformidade de uma organização deve permanecer o mais baixo possível. As tendências reveladas por esse Indicador podem indicar melhorias ou deterioração na eficácia dos controles internos.

2. Compilação

2.1 Esse Indicador se refere a casos de não conformidade resolvidos dentro do período coberto pelo relatório. Se um número significativo de casos se relacionarem a eventos em anos anteriores, isso deverá ser indicado.

2.2 Nos casos em que a organização relatora não tenha identificado nenhuma não conformidade com regulamentos e códigos voluntários, uma breve declaração sobre esse fato será suficiente.

2.3 Identifique o número total de casos de não conformidade com regulamentos e informações/rotulagem voluntárias de produtos e serviços durante o período coberto pelo relatório.

2.4 Os casos de não conformidade em que a organização foi considerada isenta de culpa não são computados neste Indicador.

2.5 Relate o número total de casos de não conformidade com regulamentos relativos a informações e rotulagem de produtos e serviços, discriminados por:

• Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram em multa ou penalidade;

• Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram em advertência;

• Casos de não conformidade com códigos voluntários.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem o departamento jurídico e departamentos técnicos da organização relatora, assim como a documentação coletada pelos sistemas de gestão de qualidade.

5. Referências

Nenhuma.

Page 155: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

7

Conjunto de Protocolos de Indicadores: PR IP

Versão 3.1

PR5 Práticas relacionadas à satisfação do cliente, incluindo resultados de pesquisas que medem essa satisfação.1. Relevância

A satisfação do cliente é uma medida da sensibilidade de uma organização às necessidades de seus clientes e é, do ponto de vista organizacional, essencial para o sucesso a longo prazo. No contexto da sustentabilidade, a satisfação do cliente propicia a compreensão de como uma organização aborda sua relação com um dos grupos de stakeholders (os clientes). Ela também pode ser usada em conjunto com outras medidas de sustentabilidade. As necessidades e preferências dos clientes poderão diferir de acordo com o gênero e outros fatores de diversidade. Usada dessa forma, a satisfação do cliente pode mostrar até que ponto uma organização considera as necessidades de outros stakeholders.

2. Compilação

2.1 Relate as práticas em vigor usadas em toda a organização para avaliar e manter a satisfação do cliente, tais como:

• Frequência da medição da satisfação do cliente;

• Exigências-padrão para metodologias de pesquisas;

• Mecanismos para obtenção de feedback dos clientes.

2.2 Relate os resultados ou conclusões fundamentais de pesquisas (baseadas em amostragens estatisticamente relevantes) realizadas no período coberto pelo relatório referentes a informações sobre:

• A organização como um todo;

• Uma categoria importante de produtos/serviços; ou

• Locais significativos de operações.

2.3 Para cada resultado de pesquisa relatado, identifique a categoria de produtos/serviços ou os locais de operações aos quais eles se referem.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos de relações com clientes e de pesquisa e desenvolvimento das organizações relatoras.

5. Referências

• UNIFEM & UNGC (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher e Pacto Global das Nações Unidas) – Princípios de Empoderamento das Mulheres: Princípios 5 e 7, 2010.

Page 156: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

8

Conjunto de Protocolos de Indicadores: PRIP

©2000-2011 GRI

PR6 Programas de adesão às leis, normas e códigos voluntários relacionados a comunicações de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio.1. Relevância

Comunicações de marketing visam influenciar opiniões e decisões de compras. O crescimento da atitude consciente do consumidor demonstra que os stakeholders consideram as comunicações de marketing uma questão significativa quando elas:

• não se adequam a padrões éticos ou culturais geralmente aceitos;

• são irresponsáveis no que se refere a invasão de privacidade e padrões duplos;

• são irresponsáveis nas suas tentativas de influenciar públicos vulneráveis como as crianças;

• são irresponsáveis ao representarem os papéis feminino e masculino de forma não respeitosa;

Abordagens de marketing vistas como inapropriadas podem trazer riscos para as organizações, entre os quais a perda de clientes e outros stakeholders, danos à reputação, custos financeiros e ação judicial.

Somando-se às legislações nacional e internacional, os códigos voluntários ou autorregulatórios (tais como o Código Internacional da Prática Publicitária da ICC ou as Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais) buscam expressar conceitos de responsabilidade em comunicações de marketing. A adoção de tais códigos ou regras autodisciplinares pode ajudar as organizações a garantirem que suas práticas de comunicações de marketing se adéquem a padrões geralmente aceitos.

2. Compilação

2.1 Relate quaisquer códigos ou padrões voluntários relacionados a comunicações de marketing aplicados por toda a organização.

2.2 Relate a frequência com que a organização analisa sua conformidade com esses padrões ou códigos.

2.3 Relate se a organização vende produtos que:

• Estão proibidos em certos mercados; ou

• São objeto de perguntas de stakeholders ou de debate público.

2.4 Relate como a organização respondeu a perguntas ou preocupações sobre esses produtos.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico, de vendas e de marketing das organizações relatoras.

5. Referências

• Recomendações da ICC – Câmara de Comércio Internacional (ou seja, o Código Internacional da Prática Publicitária) e seus respectivos códigos de conduta.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

• Plataforma de Ação de Pequim da ONU – Parte J, 1995.

Page 157: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

9

Conjunto de Protocolos de Indicadores: PR IP

Versão 3.1

PR7 Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relativos a comunicações de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio, discriminados por tipo de resultado.1. Relevância

A não conformidade indica sistemas e procedimentos inadequados de gestão interna ou implementação ineficaz. Além de consequências financeiras diretas na forma de penalidades e multas, a não conformidade impõe um risco à reputação e à lealdade e satisfação do cliente. O número de casos de não conformidade de uma organização deve permanecer o mais baixo possível. As tendências reveladas por esse Indicador podem indicar melhorias ou deterioração na eficácia dos controles internos.

2. Compilação

2.1 Este Indicador se refere aos casos de não conformidade dentro do período coberto pelo relatório. Se um número significativo de casos se relacionarem a eventos em anos anteriores, isso deverá ser indicado.

2.2 Nos casos em que a organização relatora não tenha identificado nenhuma não conformidade com regulamentos e códigos voluntários, uma breve declaração sobre esse fato será suficiente.

2.3 Identifique o número total de casos de não conformidade com regulamentos relativos a comunicações de marketing durante o período coberto pelo relatório.

2.4 Os casos de não conformidade em que a organização foi considerada isenta de culpa não são computados neste Indicador.

2.5 Relate o número total de casos de não conformidade com regulamentos relativos a comunicações de marketing, discriminados por:

• Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram em multa ou penalidade;

• Casos de não conformidade com regulamentos que resultaram em advertência;

• Casos de não conformidade com códigos voluntários.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem os departamentos jurídico, de vendas e de marketing da organização relatora.

5. Referências

Nenhuma.

Page 158: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

10

Conjunto de Protocolos de Indicadores: PRIP

©2000-2011 GRI

PR8 Número total de reclamações comprovadas relativas a violação de privacidade e perda de dados de clientes.1. Relevância

A proteção da privacidade do cliente é um objetivo geralmente reconhecido em regulamentos nacionais e políticas organizacionais. A não conformidade indica sistemas e procedimentos inadequados de gestão interna ou implementação ineficaz. Esse Indicador fornece uma avaliação do sucesso dos sistemas e procedimentos para proteção da privacidade do cliente. Além de consequências financeiras diretas na forma de penalidades e multas, a não conformidade impõe um risco à reputação e à lealdade e satisfação do cliente. O número de casos de não conformidade de uma organização deve permanecer o mais baixo possível. As tendências reveladas por esse Indicador podem indicar melhorias ou deterioração na eficácia dos controles internos.

2. Compilação

2.1 Identifique o número total de casos de violação da privacidade do cliente durante o período coberto pelo relatório.

2.2 Se um número significativo desses casos se relacionarem a eventos em anos anteriores, isso deverá ser indicado.

2.3 Relate o número total de reclamações comprovadas relativas a violação da privacidade do cliente, categorizadas por:

• Reclamações recebidas de partes externas e comprovadas pela organização; e

• Reclamações de agências reguladoras.

2.4 Relate o número de vazamentos, roubos ou perdas de dados de clientes que foram identificados.

2.5 Quando a organização relatora não tiver identificado quaisquer reclamações comprovadas, uma breve declaração sobre esse fato será suficiente.

3. definições

Violação da privacidade do cliente

Abrange qualquer não conformidade com regulamentos legais e normas (voluntárias) existentes, dos quais a organização relatora é membro, relativos à proteção da privacidade do cliente.

Reclamação comprovada

Declaração por escrito feita por agência reguladora ou órgão oficial similar endereçada à organização relatora identificando violações da privacidade do cliente ou reclamação apresentada contra a organização que tenha sido reconhecida como legitima pela organização.

4. documentação

As informações podem ser obtidas junto aos departamentos responsáveis por atendimento ao consumidor, relações públicas ou escritórios de advocacia.

5. Referências

Nenhuma.

Page 159: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

11

Conjunto de Protocolos de Indicadores: PR IP

Versão 3.1

PR9 Valor monetário de multas (significativas) por não conformidade com leis e regulamentos relativos ao fornecimento e uso de produtos e serviços.1. Relevância

O nível de não conformidade dentro de uma organização é um indicador da capacidade da gestão de garantir a conformidade das operações com parâmetros de desempenho específicos. Do ponto de vista econômico, garantir a conformidade ajuda a reduzir riscos financeiros que ocorrem diretamente, através de multas, ou indiretamente, através de impactos na reputação. A força de um histórico de conformidades de uma organização também pode influenciar sua capacidade de expandir operações ou obter licenças ou alvarás.

2. Compilação

2.1 Identifique as sanções administrativas ou judiciais impostas à organização por descumprimento a leis ou regulamentos, incluindo declarações/convenções/tratados internacionais e regulamentos nacionais, subnacionais, regionais e locais referentes ao fornecimento e uso de produtos e serviços da organização relatora. Informações relevantes para esse Indicador incluem, sem limitação, dados dos Indicadores PR2, PR4 e PR7.

2.2 Relate o valor monetário total de multas significativas.

2.3 Quando a organização relatora não tenha identificado nenhuma não conformidade com leis e regulamentos, uma breve declaração sobre esse fato será suficiente.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Fontes de dados incluem resultados de auditoria ou sistemas regulatórios de rastreamento operados pelo departamento jurídico. Informações referentes a multas monetárias podem ser encontradas nos departamentos de contabilidade.

5. Referências

Nenhuma.

Page 160: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

1

Conjunto de Protocolos de Indicadores: Sociedade IP

Versão 3.1.Versão 3.1

IP

Conjunto de Protocolos de Indicadores: Sociedade Indicadores de Desempenho

© 2000-2011 GRI

Page 161: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

© 2000-2011 GRI Versão 3.1

Page 162: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

1

Conjunto de Protocolos de Indicadores: Sociedade IP

Versão 3.1.

Sociedade

Indicadores de Desempenho

Aspecto : Comunidades Locais

esse

nC. SO1 Percentual de operações que implementaram

programas de engajamento da comunidade, de avaliação de impacto e de desenvolvimento.

esse

nC. S09 Operações com impactos negativos

significativos potenciais ou reais nas comunidades locais.

esse

nCI

AL SO10 Medidas de prevenção e mitigação

implementadas em operações com impactos negativos significativos potenciais ou reais em comunidades locais.

Aspecto : Corrupção

esse

nC. SO2 Percentual e número total de unidades de

negócios submetidas a avaliações de riscos relacionados a corrupção.

esse

nC. SO3 Percentual de empregados treinados nas

políticas e procedimentos anticorrupção da organização.

esse

nC. SO4 Medidas tomadas em resposta a casos de

corrupção.

Aspecto : Políticas Públicas

esse

nC. SO5 Posições quanto a políticas públicas e

participação na elaboração de políticas públicas e lobbies

Ad

ICIo

nA

L SO6 Valor total de contribuições financeiras e em espécie para partidos políticos, políticos ou instituições relacionadas, discriminadas por país.

Aspecto : Concorrência desleal

Ad

IC.

SO7 Número total de ações judiciais por concorrência desleal, práticas de truste e monopólio e seus resultados.

Aspecto : Conformidade

esse

nCI

AL SO8 Valor monetário de multas significativas e

número total de sanções não monetárias resultantes da não conformidade com leis e regulamentos.

Page 163: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

2

Conjunto de Protocolos de Indicadores: SociedadeIP

© 2000-2011 GRI

Relevância As categorias Mão de Obra, Direitos Humanos e Responsabilidade pelo Produto abordam impactos sociais associados a grupos específicos de stakeholders (como empregados ou clientes). Entretanto, os impactos sociais das organizações também estão vinculados a interações com estruturas de mercado e instituições sociais que estabelecem o ambiente social dentro do qual grupos de stakeholders interagem. Essas interações, assim como a abordagem da organização para lidar com grupos sociais, tais como as comunidades, representam um componente importante do desempenho de sustentabilidade. Os Indicadores de Desempenho referentes à Sociedade, portanto, focam nos impactos das organizações nas comunidades em que operam e em como são geridas e mediadas as interações da organização com outras instituições sociais. Em particular, buscam-se informações sobre suborno e corrupção, envolvimento na elaboração de políticas públicas, práticas de monopólio e conformidade com leis e regulamentos fora da esfera trabalhista e ambiental.

Definições Corrupção Corrupção é ”o abuso de uma função para obter ganhos particulares”1 e pode ser instigada por indivíduos nos setores público ou privado. Esse termo, na forma como é entendido aqui, inclui práticas de corrupção como suborno, fraude, extorsão, conluio, conflito de interesses e lavagem de dinheiro. Neste contexto, inclui a oferta ou recebimento de qualquer presente, empréstimo, taxa, recompensa ou outra vantagem por parte de qualquer pessoa como uma indução a fazer algo que é desonesto, ilegal ou uma quebra da confiança na conduta dos negócios da empresa.2 Isso pode incluir presentes que não sejam dinheiro, como mercadorias e viagens gratuitas ou serviços pessoais especiais prestados com a finalidade ou passíveis de resultar em uma vantagem imprópria ou que possa resultar em pressão moral para receber tal vantagem.

Comunidade Local

Pessoas ou grupos de pessoas que vivem e/ou trabalham em quaisquer áreas que sejam economicamente, socialmente ou ambientalmente impactadas (positiva ou negativamente) pelas operações da organização. A comunidade local pode variar desde pessoas que vivem próximas às operações até vilarejos isolados e distantes que venham a sofrer os impactos dessas operações.

operação

Uma única unidade usada por uma organização para a produção, armazenamento e/ou distribuição de seus produtos e serviços ou para fins administrativos (ex.: escritório). Dentro de uma única unidade de operação pode haver várias linhas de produção, depósitos ou outras atividades. Por exemplo, uma única fábrica pode ser usada para vários produtos ou um único ponto de vendas de varejo pode conter diversas operações de varejo que são pertencentes ou administradas pela organização relatora.

Grupos Vulneráveis

Um grupo vulnerável é um conjunto ou subconjunto de pessoas com alguma condição ou característica física, social, política ou econômica específica que aumenta o risco do grupo de sofrer um transtorno ou cria o risco de um transtorno de grande magnitude decorrente dos impactos sociais, econômicos ou ambientais das operações de uma organização. Os grupos vulneráveis podem incluir, entre outros, crianças e jovens, idosos, pessoas com deficiência, ex-combatentes, pessoas deslocadas internamente, refugiados ou refugiados que retornaram ao país de origem, domicílios afetados pela Aids, povos indígenas e minorias étnicas. As vulnerabilidades e os impactos podem ser diferentes para mulheres e homens dentro dos grupos.

Referências Gerais

• Convenção Interamericana Contra a Corrupção, 1996.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

• Convenção da OCDE sobre o Combate à Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Empresariais Internacionais, 1997.

• Princípios da OCDE de Governança Corporativa, 2004.

• Stakeholder Engagement: A Good Practice Handbook For Companies Doing Business In Emerging Markets (engajamento de stakeholders: um manual de boas práticas para empresas que fazem negócios em mercados emergentes), IFC, 2007.

• Convenção da ONU contra a Corrupção, 2003.

1 Transparency International2 Estas definições se baseiam nos “Princípios Empresariais Contra

o Suborno”, que foram desenvolvidos através de um projeto gerido pela Transparency International.

Page 164: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

3

Conjunto de Protocolos de Indicadores: Sociedade IP

Versão 3.1.

SO1 Percentual de operações que implementaram programas de engajamento da comunidade, de avaliação de impacto e de desenvolvimento.

1. Relevância

Um elemento essencial na gestão de impactos nas mulheres e nos homens em comunidades locais é avaliação e planejamento para entender os impactos potenciais e reais. e um efetivo engajamento das comunidades locais para entender suas expectativas e necessidades. Há muitos elementos que podem ser incorporados no engajamento, avaliações de impacto e programas de desenvolvimento. Esse Indicador visa identificar que elementos foram consistentemente aplicados em toda a organização.

Programas de engajamento, avaliação de impacto e desenvolvimento, combinados com a consistência de sua aplicação, revelam a qualidade geral dos esforços da organização, assim como seu grau de acompanhamento da(s) política(s).

2. Compilação

2.1 Identifique o número total de operações (o número total de operações deve ser igual ao relatado no item 2.8 de Informações sobre Perfil)

2.2 Identifique os programas de engajamento, avaliação de impacto e desenvolvimento.

2.3 Relate o percentual de operações que implementaram programas de engajamento da comunidade, avaliação de impacto e desenvolvimento incluindo, entre outros, o uso de:

• Avaliações de impacto social, inclusive avaliações de impacto referente a gênero, com base em processos participativos;

• Avaliações de impacto ambiental e monitoramento em curso;

• Divulgação dos resultados das avaliações de impacto ambiental e social;

• Programas de desenvolvimento da comunidade local com base nas necessidades da comunidade local;

• Planos de engajamento de stakeholders com base no mapeamento dos stakeholders;

• Comitês e processos de consulta ampla à comunidade local que incluam grupos vulneráveis;

• Comissões de empresa, comissões de saúde e segurança no trabalho e/ou outros órgãos de representação dos trabalhadores para lidar com impactos;

• Processos formais de queixa na comunidade local.

3. definições

Programas de desenvolvimento da Comunidade

Plano que especifique ações para minimizar, mitigar e compensar impactos socioeconômicos negativos e para identificar oportunidades e ações para ampliar os impactos positivos do projeto na comunidade.

4. documentação

Possíveis fontes de informações para esse Indicador incluem:

• Consulta pública e planos de consulta;

• Agenda e relatórios de reuniões de comissões de empresa, comissões de saúde e segurança no trabalho e outros órgãos de representação dos trabalhadores;

• Estudos de base – socioeconômico, de saúde, ambiental, cultural, etc.;

• Avaliações de impacto social;

• Avaliações de impacto referente a gênero;

• Avaliações de impacto na saúde;

• Avaliações de impacto ambiental;

• Planos de ação social;

• Planos de ação de reassentamento;

• Planos de desenvolvimento da comunidade;

• Mecanismos de queixas ou reclamações;

• Documentos mantidos em centros de informações da comunidade.

XP
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Page 165: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

4

Conjunto de Protocolos de Indicadores: SociedadeIP

© 2000-2011 GRI

5. Referências

• Políticas e Padrões de Desempenho sobre Sustentabilidade Socioambiental da IFC (Corporação Financeira Internacional), 2006.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais (em especial itens II.3 e V.2.b).

• OCDE – Ferramenta de Conscientização de Riscos para Empresas Multinacionais em Áreas de Governança Fraca, 2006 (em especial itens 2, 4 e 7).

Page 166: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

5

Conjunto de Protocolos de Indicadores: Sociedade IP

Versão 3.1.

SO9 Operações com impactos negativos significativos potenciais ou reais nas comunidades locais.

1. Relevância

As operações organizacionais relacionadas a entrada, operação e saída podem apresentar vários impactos negativos significativos nas comunidades locais. Indicadores da Estrutura da GRI, tais como emissões ambientais ou dados econômicos, oferecerão uma visão geral desses impactos positivos e negativos, mas podem não ser capazes de apresentá-los no nível de comunidades locais.

Esse Indicador enfoca impactos negativos significativos potenciais e reais relacionados a operações e não investimentos ou doações na comunidade (que são tratados no Indicador EC1).

O Indicador informa os stakeholders sobre a conscientização da organização acerca de seus impactos. Também possibilita que a organização priorize melhor e aumente o grau de atenção da organização como um todo às comunidades locais.

A compreensão de operações com desafios específicos aliada a informações sobre os processos da organização como um todo levam a uma melhor avaliação por parte dos stakeholders do desempenho geral da organização em relação à comunidade. Uma análise dos impactos negativos possibilita que a organização reflita sobre sua abordagem para sistemas de gestão e, consequentemente, fortaleça a marca e reputação da organização como um parceiro potencial, ao mesmo tempo em que aumenta a capacidade da organização de manter as operações existentes e iniciar novas.

2. Compilação

2.1 Identifique fontes internas de informação sobre impactos negativos potenciais e reais, incluindo fontes como:

• Dados sobre o desempenho atual;

• Planos de investimento interno e análises de riscos associados;

• Todos os dados coletados nos indicadores GRI (ex.: EC9, EN1. EN3, EN8, EN12, EN14 e 15, EN19 a 26, EN29, LA8, HR6 a 9, PR1 e 2) conforme se relacionem a comunidades individuais.

2.2 Identifique impactos negativos significativos potenciais, entre os quais:

• Vulnerabilidade e risco de impactos potenciais para comunidades locais devido a fatores como:

• Grau de isolamento físico ou econômico da comunidade local;

• Nível de desenvolvimento socioeconômico, incluindo o grau de igualdade de gênero na comunidade ;

• Situação da infraestrutura socioeconômica (saúde, educação);

• Proximidade das operações;

• Nível de organização social;

• Força e qualidade da governança de instituições locais e nacionais próximas a comunidades locais.

2.3 Identifique a exposição da comunidade local às operações devido ao uso ou impacto de recursos compartilhados maior que a média por meio de:

• Uso de substâncias perigosas que impactam o meio ambiente e a saúde humana em geral e, mais especificamente, a saúde reprodutiva;

• Volume e tipo de poluição liberada;

• Situação como principal empregador na comunidade local;

• Conversão do uso do solo e reassentamento;

• Consumo de recursos naturais.

2.4 Identifique os impactos negativos significativos potenciais e atuais econômicos, sociais, culturais e ambientais nas comunidades locais e seus direitos, levando em consideração:

• Intensidade/gravidade do impacto;

• Duração provável do impacto;

• Reversibilidade do impacto;

• Escala do impacto.

Page 167: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

6

Conjunto de Protocolos de Indicadores: SociedadeIP

© 2000-2011 GRI

2.5 Relate:

• Operações e comunidades associadas com impactos negativos significativos potenciais ou reais;

• Localização das operações com impactos negativos significativos potenciais ou reais;

• Impactos negativos potenciais ou reais das operações.

3. definições

operações com impactos negativos significativos potenciais ou reais em comunidades locais.

Isso se refere principalmente a operações, consideradas tanto sozinhas como em combinação com as características das comunidades locais, que apresentem impactos negativos potenciais ou reais altos ou acima da média no bem-estar social, econômico ou ambiental das comunidades locais (como saúde e segurança da comunidade local).

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem as políticas e procedimentos organizacionais de avaliação de risco, resultados de coleta de dados de programas na comunidade local e resultados de análise de fóruns de stakeholders externos, comitês conjuntos com a comunidade, relatórios de stakeholders e outras contribuições.

Deverão ser usadas fontes e referências internas e externas.

5. Referências

• OCDE – Ferramenta de Conscientização de Riscos para Empresas Multinacionais em Áreas de Governança Fraca, 2006.

• Políticas e Padrões de Desempenho sobre Sustentabilidade Socioambiental da IFC (Corporação Financeira Internacional), 2006.

Page 168: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

7

Conjunto de Protocolos de Indicadores: Sociedade IP

Versão 3.1.

SO10 Medidas de prevenção e mitigação implementadas em operações com impactos negativos significativos potenciais ou reais em comunidades locais.

1. Relevância

Esse Indicador apresenta as medidas implementadas em resposta aos impactos negativos significativos potenciais e reais identificados no Indicador SO9.

A qualidade e extensão das medidas de prevenção e mitigação são importantes para a compreensão dos impactos potenciais e reais das operações da organização como um todo. As informações também fornecem uma visão acerca da capacidade da organização de responder adequadamente aos problemas potenciais e, consequentemente, aos riscos potenciais que os impactos trazem à reputação ou à capacidade de operar da organização. A abordagem para medidas de prevenção e mitigação pode também fornecer informações sobre como a organização implementa sua missão, seus valores e compromissos.

2. Compilação

2.1 Use as informações sobre impactos negativos potenciais e reais relatadas no Indicador SO9.

2.2 Relate se, para os impactos negativos significativos potenciais e reais relatados no Indicador SO9:

• Medidas de prevenção e mitigação foram implementadas;

• Medidas de prevenção e mitigação foram implementadas para:

i. Reparar não conformidades com leis e regulamentos;

ii. Manter conformidades com leis e regulamentos;

iii. Atingir um padrão acima da conformidade legal;

• Objetivos de prevenção e mitigação foram atingidos ou não.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem:

• Estudos de base – socioeconômico, de saúde, ambiental, cultural, etc;

• Agenda e relatórios de reuniões de comissão de empresa, comissão de saúde e segurança no trabalho e outros órgãos de representação dos trabalhadores;

• Avaliações de impacto social;

• Avaliações de impacto referente a gênero;

• Avaliações de impacto na saúde;

• Avaliações de impacto ambiental;

• Planos de ação social;

• Planos de ação de reassentamento.

5. Referências

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais (em especial itens II.3 e V.2.b), Versão 2000.

• OCDE – Ferramenta de Conscientização de Riscos para Empresas Multinacionais em Áreas de Governança Fraca, 2006.

• Políticas e Padrões de Desempenho sobre Sustentabilidade Socioambiental da IFC (Corporação Financeira Internacional), 2006.

Page 169: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

8

Conjunto de Protocolos de Indicadores: SociedadeIP

© 2000-2011 GRI

so2 Percentual e número total de unidades de negócios submetidas a avaliações de riscos relacionados a corrupção.1. Relevância

Esforços para gerir riscos à reputação decorrentes de práticas de corrupção por parte de empregados ou parceiros de negócio exigem um sistema com procedimentos de apoio em vigor. Essa medida identifica duas ações específicas para assegurar o uso efetivo das políticas e procedimentos da organização relatora por parte de seus próprios empregados e intermediários ou parceiros de negócio. Avaliações de risco são uma forma de gestão importante e necessária que ajuda a avaliar o potencial de casos de corrupção dentro da organização.

2. Compilação

2.1 Identifique as unidades de negócios submetidas a avaliações de riscos organizacionais relacionados a corrupção durante o período coberto pelo relatório. Isso se refere tanto a uma avaliação formal de risco focada em corrupção como à inclusão da corrupção como um fator de risco em avaliações de risco em geral.

2.2 Relate o número total e o percentual de unidades de negócios submetidas a avaliações de riscos organizacionais relacionados a corrupção.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem os relatórios de monitoramento.

5. Referências

• Convenção da OCDE sobre o Combate à Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Empresariais Internacionais, 1997.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

• Convenção Interamericana Contra a Corrupção, 1996.

• Convenção da ONU contra a Corrupção, 2003.

• Princípios Empresariais Contra o Suborno, 2003.

Page 170: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

9

Conjunto de Protocolos de Indicadores: Sociedade IP

Versão 3.1.

so3 Percentual de empregados treinados nas políticas e procedimentos anticorrupção da organização.1. Relevância

Esforços para gerir riscos à reputação decorrentes de práticas de corrupção por parte de empregados ou parceiros de negócio exigem um sistema com procedimentos de apoio em vigor. O treinamento é um elemento importante desse sistema por desenvolver conscientização e capacitação internas necessárias para prevenir casos de corrupção. Essa medida revela a proporção de empregados da organização que devem estar conscientes das políticas e procedimentos anticorrupção.

2. Compilação

2.1 Identifique o número total de empregados, diferenciados entre gestores e não gestores, que utilizam dados do Indicador LA1.

2.2 Relate, separadamente, o percentual do número total de empregados gestores e não gestores que receberam treinamento anticorrupção durante o período coberto pelo relatório.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem os registros de treinamento.

5. Referências

• Convenção da OCDE sobre o Combate à Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Empresariais Internacionais, 1997.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais,

Versão 2000.

• Convenção Interamericana Contra a Corrupção, 1996.

• Convenção da ONU contra a Corrupção, 2003.

• Princípios Empresariais Contra o Suborno, 2003.

Page 171: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: SociedadeIP

© 2000-2011 GRI

so4 Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção.1. Relevância

Casos de corrupção podem criar riscos significativos à reputação e ao negócio. A corrupção está amplamente vinculada ao aumento da pobreza em economias em transição, danos ao meio ambiente, violação de direitos humanos, violação da democracia, investimentos desviados e enfraquecimento do estado de direito. Cada vez mais o mercado, as normas internacionais e os stakeholders esperam que as organizações demonstrem sua adesão à integridade, governança e às boas práticas de negócio. Esse Indicador demonstra ações específicas realizadas para limitar a exposição a fontes de corrupção e reduzir o risco de novos casos de corrupção. Para os stakeholders, há interesse tanto na ocorrência de casos como na maneira pela qual a organização decide responder a eles.

2. Compilação

2.1 Relate medidas tomadas em resposta a casos de corrupção, incluindo:

• O número total de casos em que empregados foram demitidos ou punidos por corrupção;

• O número total de casos em que contratos com parceiros de negócios não foram renovados devido a violações relacionadas a corrupção.

2.2 Relate quaisquer ações judiciais encerradas referentes a práticas de corrupção movidas contra a organização relatora ou seus empregados durante o período coberto pelo relatório e os resultados de tais casos.

3. definições Nenhuma.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem arquivos do departamento jurídico referentes a processos movidos contra a organização relatora, seus empregados, parceiros de negócios ou empresas contratadas, atas dos procedimentos de audiências disciplinares internas e contratos com parceiros de negócios.

5. Referências

• Convenção da ONU contra a Corrupção, 2003.

• Convenção da OCDE sobre o Combate à Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Empresariais Internacionais, 1997.

• Convenção Interamericana Contra a Corrupção, 1996.

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

• Instrumentos Anticorrupção e as Diretrizes para Empresas Multinacionais da OCDE, 2003.

• Princípios Empresariais Contra o Suborno, 2003.

Page 172: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: Sociedade IP

Versão 3.1.

so5 Posições quanto a políticas públicas e participação na elaboração de políticas públicas e lobbies.1. Relevância

Esse Indicador fornece informações que permitem às organizações comparar as posições das políticas públicas com as políticas e os objetivos formais de sustentabilidade. Essas informações indicam até que ponto as posições publicamente expressas referentes a sustentabilidade estão incorporadas de forma coerente por toda a organização e alinhadas entre diferentes unidades. Isso permite uma comparação entre as prioridades organizacionais (especialmente ao se realizar comparações dentro de um mesmo setor) ao mesmo tempo em que as posições específicas sobre políticas ajudam a esclarecer a relevância estratégica de questões de sustentabilidade para a organização. Ajuda também a dar transparência às atividades de lobby para aqueles preocupados com a integridade das práticas e os possíveis impactos nos stakeholders.

2. Compilação

2.1 Participação se refere a esforços em que a organização adotou uma posição formal ou atividades em que a participação foi formalmente reconhecida. Se, por um lado, isso pode incluir atividades através de associações comerciais, mesas-redondas, forças-tarefa e outras formas de lobby com formuladores de políticas públicas, a divulgação se relaciona à posição da organização e não à dos órgãos em que está envolvida.

2.2 Relate as questões significativas que são o foco da participação da organização relatora no desenvolvimento de políticas públicas e lobbies. Isso se refere à participação realizada no nível da organização ao invés de operações individuais.

2.3 Relate as posições essenciais assumidas em cada uma das questões acima mencionadas e explique quaisquer diferenças significativas entre posições de lobby e políticas, objetivos de sustentabilidade ou outras posições públicas declaradas.

3. definições

desenvolvimento de políticas públicas

Atividades organizadas ou coordenadas para influenciar a formulação das políticas governamentais.

Lobbies

Esse termo se refere a esforços para persuadir ou influenciar pessoas que ocupem cargo político, ou candidatos a tal cargo, a patrocinar políticas e/ou influenciar o desenvolvimento de legislação ou de decisões políticas. Nesse Indicador, isso pode se relacionar a atividades de lobby junto a governos em qualquer nível ou junto a instituições internacionais.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem as declarações sobre políticas públicas da organização relatora; atas internas de comitês ou departamentos de relações com o governo; declarações de posições adotadas pela organização relatora em associações comerciais relevantes; registros de interações com formuladores de políticas públicas.

5. Referências

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

• Princípios da OCDE de Governança Corporativa, 2004.

Page 173: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: SociedadeIP

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so6 Valor total de contribuições financeiras e em espécie para partidos políticos, políticos ou instituições relacionadas, discriminadas por país.1. Relevância

O propósito desse Indicador é refletir o grau de compromisso das organizações relatoras no financiamento de campanhas políticas e assegurar transparência em acordos e relacionamentos políticos da organização relatora. Muitos países têm legislação que fixa limites nos gastos oficiais por partidos e candidatos para fins eleitorais.

2. Compilação

2.1 Identifique o valor monetário total de contribuições em dinheiro e em espécie feitas pela organização relatora durante o período coberto pelo relatório para partidos políticos, políticos ou instituições relacionadas. O valor das contribuições em espécie deverá ser estimado.

2.2 Calcule as contribuições conforme regras nacionais de contabilidade (quando existirem).

2.3 Relate o valor monetário total discriminado por país, de forma a abranger os países onde:

• A organização tem suas principais operações e/ou vendas;

• A organização detém uma participação significativa de mercado em comparação a outras organizações; ou

• As somas concedidas sejam significativas em comparação ao total concedido globalmente.

3. definições

Contribuições

As contribuições podem incluir doações, empréstimos, patrocínios, compra de ingressos para eventos de arrecadação de fundos, publicidade, uso de instalações, design e gráfica, doação de equipamentos, gastos com consultoria ou empregos para políticos eleitos ou candidatos a cargos, etc.

Instituições relacionadas

Quaisquer órgãos estabelecidos com o objetivo principal de levantar apoio financeiro oficial ou extraoficial para partidos políticos, seus candidatos eleitos ou pessoas que buscam cargo político. Essa definição também inclui grupos de especialistas, órgãos responsáveis por políticas, associações comerciais e outras organizações de apoio a partidos políticos, seus representantes ou candidatos a cargos.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem os registros contábeis de pagamentos externos e prestações públicas de contas.

5. Referências

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

Page 174: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: Sociedade IP

Versão 3.1.

so7 Número total de ações judiciais por concorrência desleal, práticas de truste e monopólio e seus resultados.1. Relevância

Fusões e aquisições podem afetar a escolha do consumidor, a formação de preços e outros fatores essenciais para mercados eficientes. Muitos países introduziram legislação buscando controlar ou evitar monopólios, tendo por base a suposição que concorrência entre empresas também promove eficiência econômica e crescimento sustentável. Ação judicial indica uma situação em que as ações ou situação de mercado da organização alcançaram um grau suficiente para merecer preocupações por parte de terceiros. Decisões judiciais nesse caso podem trazer para a organização o risco de transtornos significativos às suas atividades de mercado e/ou medidas punitivas.

2. Compilação

2.1 Esse indicador se refere a ações judiciais movidas nos termos de leis nacionais ou internacionais concebidas principalmente com a finalidade de regulamentar a concorrência desleal, e enquadrar as práticas de truste e monopólio.

2.2 Identifique ações judiciais pendentes ou encerradas durante o período coberto pelo relatório referentes a concorrência desleal e violações da legislação antitruste e da regulamentação de monopólio em que a organização relatora tenha sido identificada como participante.

2.3 Relate o número total de ações judiciais por concorrência desleal, práticas de truste e monopólio.

2.4 Relate os principais resultados de tais ações, incluindo quaisquer decisões ou sentenças.

3. definições

Concorrência desleal

Ações da organização relatora e/ou de seus empregados que possam resultar em conluio com concorrentes potenciais visando fixar preços, coordenar licitações, criar restrições de mercado ou produção, impor cotas geográficas ou alocar clientes, fornecedores, áreas geográficas e linhas de produto com o propósito de limitar os efeitos da concorrência de mercado.

Práticas de truste e monopólio

Ações da organização relatora que possam resultar em conluio visando criar barreiras à entrada no setor, práticas injustas de negócio, abuso de posição de mercado, cartéis, fusões que levem a concorrência desleal, cartelização de preços e outros atos envolvendo conluio que evitem a concorrência.

4. documentação

Possíveis fontes de informações incluem os registros do departamento jurídico e registros públicos.

5. Referências

• Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, Versão 2000.

Page 175: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Conjunto de Protocolos de Indicadores: SociedadeIP

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so8 Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não monetárias resultantes da não conformidade com leis e regulamentos.1. Relevância

O nível de não conformidade dentro de uma organização ajuda a indicar a capacidade da gestão de garantir a conformidade das operações com parâmetros de desempenho específicos. Do ponto de vista econômico, garantir a conformidade ajuda a reduzir riscos financeiros que ocorrem diretamente, através de multas, ou indiretamente, através de impactos na reputação. A força de um histórico de conformidades de uma organização também pode influenciar sua capacidade de expandir operações ou obter licenças ou alvarás.

Os indicadores EN28 e PR9 abordam a conformidade em relação a aspectos legais específicos. Um histórico geral da organização de conformidade com as várias leis sob as quais deve operar é igualmente importante. Esse Indicador pretende mostrar as multas significativas e sanções não monetárias sob leis e regulamentos não cobertos pelos indicadores EN28 e PR9, tais como as leis e regulamentos referentes a fraude contábil, discriminação no local de trabalho, corrupção, etc.

2. Compilação

2.1 Identifique as sanções administrativas ou judiciais impostas à organização por descumprimento a leis ou regulamentos, incluindo:

• Declarações/convenções/tratados internacionais e regulamentos nacionais, subnacionais, regionais e locais;

• Processos movidos contra a organização através de mecanismos internacionais de arbitragem ou mecanismos nacionais de arbitragem supervisionados por autoridades governamentais.

2.2 Relate multas significativas e sanções não monetárias em termos de:

• Valor monetário total de multas significativas;

• Número de sanções não monetárias;

• Processos movidos através de mecanismos de arbitragem.

2.3 Quando a organização relatora não tiver identificado nenhuma não conformidade com leis e regulamentos, uma breve declaração sobre esse fato será suficiente.

2.4 As organizações são estimuladas a relatar multas e sanções não monetárias a partir do enfoque da legislação.

3. definições

Nenhuma.

4. documentação

Fontes de dados incluem resultados de auditoria ou sistemas regulatórios de rastreamento operados pelo departamento jurídico. Informações referentes a multas monetárias podem ser encontradas nos departamentos de contabilidade.

5. Referências

Nenhuma.

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1

Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório TP

Protocolo Técnico – Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório: visão geral

TP

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Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório TP

Índice

Protocolo Técnico – Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório: visão geral

Introdução 7

O que é coberto pelo Protocolo Técnico – Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório? 2

Público 2

Materialidade no contexto da Estrutura de Relatórios da GRI 3

Relato de Sustentabilidade e Empresas 3

Definição do conteúdo do relatório: o processo 4

1o Passo: Identificação – identifique tópicos relevantes 5

2o Passo: Priorização 7

Principais características do Passo de Priorização 7

Análise da “Importância para os Stakeholders” e da “Importância para a Organização” 7

Determinação da Materialidade e da prioridade relativa para o relato 9

3o Passo: Validação – verificação da Abrangência dos Aspectos materiais 10

Revisão 11

Conclusão 12

Glossário 13

Page 179: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

2

Protocolo Técnico TP

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Protocolo Técnico – Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório: visão geral

IntroduçãoUma organização relatora deve considerar muitos tópicos ao reunir informaçãoes para um relatório de sustentabilidade. Para fornecer uma apresentação razoável e equilibrada de seu desempenho de sustentabilidade, recomenda-se que tópicos que sejam relevantes para uma organização sejam cobertos por seu relatório.

Identificar os tópicos que são relevantes para um relatório de sustentabilidade e priorizar os que sejam materiais é um desafio para a maioria das organizações relatoras. O conjunto de tópicos em um relatório de sustentabilidade varia, dependendo da definição do conteúdo do relatório e dos tópicos identificados como materiais. Tópicos materiais são os que refletem os impactos ambientais, econômicos, e sociais significativos da organização, e os que influenciariam substancialmente as avaliações e decisões dos stakeholders.

Definir corretamente o conteúdo do relatório é crucial para tornar o relato de sustentabilidade um exercício valioso para as organizações relatoras e para os usuários de relatórios.

O que é coberto pelo Protocolo Técnico – Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório?Esse Protocolo Técnico fornece orientações sobre o processo de definição do conteúdo de um relatório de sustentabilidade. Isso inclui decidir sobre o Escopo do relatório, o conjunto de tópicos cobertos, e o alcance das informações a prioridade relativa de cada tema para o relato e seu nível de cobertura, bem como o que divulgar no relatório sobre o processo de definição do seu conteúdo.

É importante observar que o processo de definição do conteúdo do relatório depende das características individuais de uma organização relatora. É um processo altamente reiterado e complexo. O protocolo visa ajudar as organizações relatoras a visualizar o processo como uma série de passos.

O Protocolo deve ser usado em conjunto com as Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI, os Suplementos Setoriais e outros Protocolos Técnicos1. Propõe uma abordagem genérica sobre como aplicar as “Orientações para a Definição do Conteúdo do Relatório”2 e os “Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório”, que são descritos nas Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI. Ter conhecimento da Estrutura de Relatórios da GRI é um pré-requisito para aplicar o Protocolo. As definições dos principais termos usados ao longo desse Protocolo podem ser encontradas no Glossário de Termos da página 13.

Ao aplicar o Protocolo, a organização relatora será capaz de fornecer uma explicação, além de documentação, de como aplicou as “Orientações para a Definição do Conteúdo do Relatório” e os “Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório”, conforme exigido nos itens 3.5 a 3.73 das Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI.

PúblicoO Protocolo Técnico tem como público-alvo os responsáveis pela preparação, aprovação e asseguração de relatórios de sustentabilidade. O Protocolo também é valioso para outros stakeholders, sejam eles internos ou externos à organização relatora, que queiram saber mais sobre o processo de definição do conteúdo do relatório descrito na Estrutura de Relatórios da GRI, inclusive para fins analíticos, educacionais e/ou de pesquisa. O Protocolo foi elaborado para uso por organizações de qualquer porte, setor ou localização.

1 Para mais informações sobre a Estrutura de Relatórios da GRI, acesse: www.globalreporting.org 2 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 7 a 13.3 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 21 e 22.

Page 180: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

3

Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório TP

Materialidade no contexto da Estrutura de Relatórios da GRI

Tópicos materiais para uma organização relatora devem incluir aqueles que têm impacto direto ou indireto na capacidade da organização de criar, preservar ou deteriorar os valores ambientais, econômicos e sociais para si, seus stakeholders e a sociedade em geral.

As operações e atividades de uma organização geram impactos ambientais, econômicos, e sociais positivos e negativos. Alguns desses impactos de sustentabilidade serão reconhecidos pelos stakeholders, que expressarão seu interesse neles diretamente. Entretanto, nem todos os impactos de sustentabilidade serão reconhecidos pelos stakeholders. Alguns impactos podem ser lentos e cumulativos. Outros ocorrem longe dos stakeholders, de forma que as relações causais podem não ficar claras.

Os impactos de sustentabilidade criam tanto oportunidades como riscos para uma organização. A capacidade de uma organização em reconhecer as oportunidades e os riscos e atuar neles de forma efetiva irá determinar se a organização cria, preserva ou deteriora valor.

Ao seguir as “Orientações para a Definição do Conteúdo do Relatório” e aplicar os “Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório” contidos nas Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI, a organização relatora deverá estar apta a relatar esses tópicos, que demonstram seus impactos, reconhecer, lidar e encaminhar oportunidades e riscos, além de medir e entender seu valor em termos financeiros e não financeiros.

O foco na materialidade de relatórios de sustentabilidade é mais amplo do que as medidas tradicionais de materialidade financeira. Nos relatórios financeiros, a materialidade é comumente percebida como um limiar para influenciar as decisões econômicas dos que usam as demonstrações financeiras de uma organização, os investidores em particular. O conceito de limiar é também importante no relato de sustentabilidade, mas está vinculado a uma maior variedade de impactos e stakeholders. A materialidade no âmbito do relato de sustentabilidade não se limita somente aos tópicos de sustentabilidade que têm impacto financeiro significativo na organização. A determinação da materialidade para um relatório

de sustentabilidade também inclui a consideração de impactos ambientais, econômicos e sociais que atravessam um limiar em que afetam a capacidade de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a necessidade das futuras gerações. Esses tópicos materiais geralmente terão um impacto financeiro significativo de curto ou longo prazo na organização. Eles serão, portanto, também relevantes para os stakeholders que se atêm estritamente à condição financeira de uma organização.

Muitos tópicos que atraem bastante interesse dos stakeholders em uma organização ou representam importantes impactos ambientais, econômicos e sociais resultam em consequências financeiras em um determinado prazo que será relevante para, pelo menos, alguns participantes dos mercados de capital.4

O limiar para a definição de tópicos materiais a se relatar deve ser configurado para identificar as oportunidades e os riscos que são mais importantes para os stakeholders, a economia, o meio ambiente, a sociedade ou a organização relatora e, portanto, merecem uma atenção especial em um relatório de sustentabilidade.

Relato de Sustentabilidade e organizações relatoras

Pode haver superposição entre o conteúdo de um relatório de sustentabilidade e o conteúdo existente em requisitos regulatórios vigentes em termos de:

• Indicadores de desempenho de sustentabilidade correlacionados com importantes vetores de valor ou métricas financeiras

• Riscos e oportunidades de natureza qualitativa em um determinado prazo, relevantes para atendimento de requisitos regulatórios vigentes de relatórios

Recomenda-se que o relato de sustentabilidade contemple todos os tópicos de sustentabilidade relevantes para a compreensão de como uma organização relatora pode criar, preservar ou deteriorar valor ao longo do tempo. Os impactos ambientais, econômicos e sociais podem se tornar importantes no decorrer de um longo período de tempo. Os relatórios devem ser capazes de refletir tanto os tópicos imediatos e agudos como tópicos previsíveis no longo prazo. Um relatório de sustentabilidade, portanto, abrange uma gama mais ampla de tópicos do que requisitos regulatórios vigentes para relatórios, incluindo mas não limitados a:

4 Esses impactos poderiam vir em uma variedade de formas, incluindo mas não limitadas as que seguem:* Impactos contínuos significativos em indicadores financeiros de curto prazo (como fluxo de caixa) * Mudanças repentinas na posição financeira de uma organização devido à realização de uma oportunidade ou de um risco * Efeitos cumulativos ao longo do tempo que resultam em consequências financeiras que não são materiais no curto prazo, mas

poderão ser materiais para investidores de longo prazo

Page 181: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

4

Protocolo Técnico TP

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• Impactos nos grupos de stakeholders que têm grande importância para as organizações relatoras

• Oportunidades de contribuir com objetivos mais amplos de sustentabilidade

• Oportunidades de se adaptar a mudanças planejadas em políticas e marcos regulatórios

Definição do conteúdo do relatório: o processo

Esse capítulo descreve o processo recomendado para que as organizações respondam a questão “o que relatar”.

O processo começa com a identificação de tópicos relevantes. Tópicos relevantes são então priorizados como Aspectos materiais, que são então validados. O resultado final desse processo é uma relação dos Aspectos materiais e itens do Conteúdo do Relatório a eles relacionados que devem ser informados no relatório de sustentabilidade da organização.

Os principais responsáveis pela tomada de decisões da organização relatora devem assumir o controle do processo de definição do conteúdo do relatório e aprovar quaisquer decisões estratégicas a ele associadas.

A Figura 1 retrata a terminologia usada na Estrutura de Relatórios da GRI. É importante conhecer essa terminologia para entender o processo de definição do conteúdo do relatório.

Os três passos do processo de definição do conteúdo do relatório são apresentadas na Figura 2. Eles são:

1. Identificação

2. Priorização

3. Validação

Após ter cumprido os passos do processo, é de fundamental importância que todas as organizações relatoras façam uma revisão de seu relatório de sustentabilidade.

Os quatro “Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório” constantes nas Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI devem ser usados

Topics

Categories

AspectsSTANDARD DISCLOSURES

Management Approachand

Performance Indicators

GRI REPORTING FRAMEWORK

Strategyand

Pro�le

Figura 2: Definição do conteúdo do relatório – o processo

Topics, Categories, Aspects, Disclosures on Management Approach and Performance Indicators

Report

VALIDATIONPRIORITIZATIONIDENTIFICATION

REVIEW

Completeness

Stakeholder Inclusiveness

MaterialitySustainability Context

5 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 8 a 13.

Figure 1: GRI Reporting Framework Terminology

Page 182: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

5

Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório TP

no processo de definição do conteúdo do relatório: “Materialidade”, “Inclusão dos Stakeholders”, “Contexto da Sustentabilidade” e “Abrangência”.5 Cada Princípio de Relatório contém três componentes: uma definição, uma explicação e testes. Todos os três componentes precisam ser considerados no processo.

A Figura 2 indica quais desses Princípios de Relatório são significativos nos diferentes passos do processo. “Inclusão dos Stakeholders” se aplica em diferentes graus durante todo o processo.

É importante notar que o processo de definição do conteúdo do relatório é reiterado e dinâmico, em vez de linear e estático. A organização relatora repete o processo para cada período de relatório, refinando dessa forma o processo de relato.

A documentação do processo é crucial, inclusive suas metodologias, suposições e as decisões tomadas. Registros precisos facilitam a análise e a verificação, ajudam a preencher os itens 3.5 a 3.8 do Conteúdo do Relatório nas Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI6 e capacitam a organização relatora a explicar e defender a abordagem escolhida por ela.

Inevitavelmente, o processo de definição do conteúdo do relatório requer apreciações subjetivas. A organização relatora deve ser transparente em relação às suas apreciações e julgamentos. Isso permitirá aos stakeholders internos e externos entender o processo.

Esse Protocolo Técnico se baseia na suposição de que a organização relatora determina o Escopo do Relatório juntamente com o estabelecimento do Limite do Relatório – o conjunto de entidades cujo desempenho é representado no relatório (como subsidiárias, joint ventures, empresas contratadas etc).

As “Orientações para o Estabelecimento do Limite do Relatório”7 e o Protocolo de Limites da GRI8 fornecem orientações sobre como estabelecer o Limite de um relatório de sustentabilidade e como descrever o Limite escolhido para os usuários do relatório. Isso está referenciado nas fases materiais na descrição do processo a seguir.

1º Passo: Identificação – identifique tópicos relevantes

O objetivo da passo de Identificação é criar uma relação de tópicos relevantes que devem ser avaliados para inclusão no relatório de sustentabilidade de uma organização.

Tópicos relevantes são aqueles que podem ser razoavelmente considerados importantes por refletirem os impactos ambientais, econômicos e sociais da organização ou que podem influenciar as decisões dos stakeholders. Todos esses tópicos potencialmente merecem inclusão em um relatório de sustentabilidade.

Organizações relatoras deveriam aplicar um amplo radar para identificar todos os tópicos relevantes. Todos os Aspectos e os itens do Conteúdo do Relatório a eles relacionados identificados dentro de cada Categoria nas Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI e nos Suplementos Setoriais aplicáveis devem ser considerados relevantes. Eles foram desenvolvidos por meio de processos multi-stakeholder da GRI e são geralmente aplicáveis para o relato do desempenho de sustentabilidade de uma organização. Além desses, qualquer outro tema fora da Estrutura de Relatórios da GRI que se enquadre na definição de tópicos relevantes deve ser considerado.

Para computar impactos de sustentabilidade e expectativas e interesses razoáveis dos stakeholders ao definir tópicos relevantes, a organização relatora precisa definir o conjunto de entidades ou grupos de entidades que se enquadram no Limite do Relatório. Para tanto, a organização relatora precisa determinar que entidades controla ou influencia significativamente.

Os Princípios de Relatórios 1. “Inclusão dos Stakeholders”

6 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 21 e 22.7 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 17 a 19.8 O Protocolo de Limites é disponibilizado para download gratuito no site www.globalreporting.org.

Topics, Categories, Aspects, Disclosures on Management Approach and Performance Indicators

Report

VALIDATIONPRIORITIZATION

REVIEW

Completeness

Stakeholder Inclusiveness

MaterialitySustainability Context

IDENTIFICATION

Page 183: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

6

Protocolo Técnico TP

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e 2. “Contexto da Sustentabilidade” são os Princípios mais relevantes para a passo de Identificação e devem ser aplicados. Ao avaliar o conjunto de tópicos potencialmente relevantes, é fundamental usar os testes que acompanham esses dois Princípios.9

Esses dois Princípios de Relatórios envolvem diferentes pontos de partida.

1. “Inclusão dos Stakeholders” enfatiza a atenção a tópicos levantados por meio do amplo engajamento de stakeholders. Para elaborar um relatório que forneça uma apresentação razoável e equilibrada do desempenho da organização relatora, e possa informar a avaliação e a tomada de decisões dos stakeholders, a organização relatora deve entender as expectativas e interesses razoáveis desses stakeholders, e ser capaz de descrever o processo de engajamento. A organização relatora precisa identificar seus stakeholders e conhecer suas expectativas e interesses para tomar uma decisão fundamentada sobre o Escopo do Relatório. O Princípio salienta a utilidade do engajamento de stakeholders no embasamento da tomada de decisões durante o processo de relato.

2. “Contexto da Sustentabilidade” enfatiza a necessidade de considerar o impacto real na sustentabilidade. Os impactos podem ser considerados em termos absolutos e relativos.

O Princípio destina-se a avaliar a contribuição da organização às tendências ambientais e sociais que são o foco das preocupações com sustentabilidade. O entendimento dos impactos da organização e de sua dependência dos serviços de ecossistemas também podem ser vistos como parte do “Contexto da Sustentabilidade”.

Os testes para esse Princípio10 irão orientar a organização relatora. Ao usar os testes, as ações da organização poderão incluir, entre outros, a análise de documentos e fontes de informações que ajudem a determinar e avaliar seus impactos ambientais, econômicos e sociais significativos.

Esses documentos e fontes de informação poderão incluir, mas não estão limitados a:

• Pesquisas e previsões confiáveis sobre tópicos ambientais, econômicos e sociais como, por exemplo, as publicadas por instituições públicas e organizações governamentais locais e internacionais

• Metas e indicadores nacionais e internacionais relevantes sobre tópicos ambientais, econômicos.

• Desempenho organizacional em relação a informações sobre condições ambientais, econômicos e sociais em locais relevantes como, por exemplo, discussão do consumo de água em relação à oferta disponível em um determinado local

• Desempenho organizacional em relação a outros atores. Por exemplo, relacionando o uso de recursos, criação de empregos ou salários, ao de outras organizações

Novas perspectivas para a análise de impactos ambientais, econômicos e sociais significativos poderão incluir, mas não estão limitados a:

• Escala do impacto e suas implicações atuais e futuras

• Comparação dos impactos com uma escala relativa; normas absolutas; limites globais x locais

• As consequências dos impactos

• Tamanho e tipo (positivo/negativo) da contribuição, incluindo externalidades

• A gravidade dos impactos cumulativos no decorrer do tempo

• Análise da importância absoluta e relativa dos impactos da organização em termos de tendências gerais ambientais, econômicas e sociais

Horizontes de tempo e critérios desempenham um papel crucial na avaliação dos impactos. A cumulatividade dos impactos no decorrer do tempo e as repercussões nas gerações devem ser avaliados. Também é importante documentar como as tendências que são identificadas no momento serão priorizadas e rastreadas em futuros relatórios.

A análise da organização de seus impactos deve ser sistemática e considerar o Princípio da Precaução. Além disso, sempre que possível, a organização relatora deveria utilizar uma abordagem de medição científica e válida internacionalmente, baseando-se em conhecimentos comprovados e pesquisas confiáveis.

Após aplicar esses dois Princípios ao conjunto de possíveis tópicos a considerar, a organização deverá ter identificado uma breve relação de tópicos relevantes que poderão, então, ser avaliados quanto à materialidade e à prioridade relativa para o relato.

9 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 11 e 12.10 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 12.

Page 184: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

7

Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório TP

Topics, Categories, Aspects, Disclosures on Management Approach and Performance Indicators

Report

VALIDATIONIDENTIFICATION

REVIEW

Completeness

Stakeholder Inclusiveness

MaterialitySustainability Context

PRIORITIZATION

2º Passo: Priorização

O passo de Priorização envolve o exame de todos os tópicos identificados que poderiam ser incluídos em um relatório de sustentabilidade, avaliando quais tópicos são materiais e decidindo com que nível de cobertura e detalhamento eles serão oferecidos; a prioridade relativa para o relato.

No passo de Priorização, a análise deve ser feita em nível de Aspecto. O passo também envolve a decisão de como apresentar o desempenho da organização em tópicos materiais no relatório.

A metodologia aplicada no passo de Priorização varia

de acordo com a organização relatora. Circunstâncias específicas como o modelo de negócios, contexto setorial, geográfico, cultural e legal, estrutura societária, tamanho da organização, e natureza dos impactos, afetam como uma organização prioriza os tópicos e Aspectos cobertos em seu relatório de sustentabilidade. O que importa, dada essa variação, é a necessidade de a organização criar um processo lógico, a capacidade de documentá-lo e a capacidade de replicar o processo em ciclos de relato subsequentes.

As Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI exigem informações sobre essas áreas no item 3.5 do Conteúdo do Relatório11.

Análise da “Importância para os Stakeholders” e da “Importância para a Organização”

É importante notar que, se por um lado, cada Aspecto deve ser avaliado quanto à “Importância para os Stakeholders” e à “Importância para a Organização”, esses pontos de vista se superpõem até certo ponto com respeito aos stakeholders internos. Os interesses e expectativas dos stakeholders que estão diretamente envolvidos no sucesso da organização (como trabalhadores, acionistas e fornecedores) devem embasar a análise de ambos os pontos de vista.

11 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 21 e 22.

CaraCTerísTiCas básiCas do Passo de Priorização

O passo de Priorização deve incluir, no mínimo, as seguintes características:

1. Uma avaliação dos Aspectos baseada na análise da:

• Importância para os Stakeholders;

• Importância para a Organização.

Uma análise dos Aspectos usando esses pontos de vista ajudará a organização relatora a combinar informações obtidas do engajamento dos stakeholders (sobre como os stakeholders percebem os impactos) com uma avaliação das prioridades organizacionais.

2. Determinação da materialidade e da prioridade relativa para o relato. Dependendo do Aspecto, essa determinação deve envolver análise qualitativa e discussão, ou avaliação quantitativa, ou ambas, com base em critérios. É importante notar que o fato de um tema ser difícil de quantificar não significa que o tema não seja material.

A organização relatora precisa estabelecer os limiares que tornam um Aspecto material e dar apoio à tomada de decisões sobre prioridade relativa para o relato. O estabelecimento de limiares deve incluir a consideração horizontes de tempo. Os limiares e os critérios subjacentes devem ser claramente definidos, documentados e comunicados.

3. Uma abordagem sistemática. A avaliação da Priorização deve ser sistemática, documentada e replicável, além de ser utilizada consistentemente de um ano para o outro. Mudanças na abordagem de avaliação e suas implicações devem ser documentadas.

4. Comunicação visual. A organização relatora deve ser capaz de comunicar os resultados de sua passo de Priorização em um formato visual simples, explicando a relação entre os Aspectos selecionados para a análise dos dois pontos de vista acima mencionados. A apresentação de Aspectos dentro dessa explicação visual deve ser embasada por comprovação ou por uma fundamentação documentada.

Page 185: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

8

Protocolo Técnico TP

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imPorTânCia Para os sTakeholders

A análise desse ponto de vista deve incluir, entre outras medidas, a avaliação das visões expressas por stakeholders durante o período coberto pelo relatório.

Pontos de vista dos stakeholders podem ser extraídas de mecanismos de engajamento existentes, assim como de engajamento de stakeholders iniciado especificamente para a definição do conteúdo do relatório de sustentabilidade. Ao longo do processo de engajamento, o Princípio da “Inclusão dos Stakeholders” é aplicado em detalhes.

A natureza do impacto da organização deve informar o foco geográfico do engajamento; e o processo de engajamento deve ser apropriado para o grupo de stakeholders. O engajamento de stakeholders deve identificar os interesses dos stakeholders que são incapazes de articular seus pontos de vista (como gerações futuras, fauna, ecossistemas, etc). Esses pontos de vista poderão ser apresentadas por representantes. A organização relatora deveria identificar um processo para levar os pontos de vista em consideração na determinação da materialidade. A organização deve identificar os interesses dos stakeholders com quem ela pode não estar em constante ou óbvio diálogo.

O engajamento de stakeholders deve se dar em duas direções, isso é, em via dupla, no que se refere à natureza, sistemática e objetivo. Alguns processos de engajamento com grupos específicos de stakeholders, tais como trabalhadores e comunidades, devem ser independentes de gestão e incluir mecanismos para que os stakeholders expressem pontos de vista coletivos relevantes para sua localização.

A organização deve ser capaz de identificar e considerar seus principais stakeholders e suas respectivas preocupações, e como seus pontos de vista podem afetar as decisões sobre o conteúdo do relatório.

O processo de engajamento deve ser sensível aos Aspectos que são importantes aos principais stakeholders e, ao mesmo tempo, reconhecer lacunas entre as percepções da organização e dos stakeholders. Aspectos de alta importância para os principais stakeholders devem ser considerados materiais, especialmente os Aspectos que estejam relacionados aos interesses dos próprios stakeholders.

A análise requer que a organização relatora traduza as

opiniões variadas dos diferentes stakeholders em uma série de decisões sobre o que incluir e excluir de seu relatório.

A consideração dos Aspectos identificados pelos stakeholders poderá incluir, mas não estão limitados a:

• Percepção de cada grupo de stakeholders sobre o impacto da organização sobre aquele grupo de stakeholders

• Percepção de cada grupo de stakeholders sobre a dependência do grupo para com a organização

• Localização geográfica dos stakeholders e a importância do Aspecto para sua região

• Diversidade e o conjunto de stakeholders que expressam interesse e/ou são afetados

• Expectativas dos stakeholders sobre a ação e a resposta a um Aspecto

• Expectativas dos stakeholders sobre a transparência em relação a um determinado Aspecto

Além disso, a priorização dos stakeholders requer a análise de como os stakeholders se relacionam com a organização relatora. Esse processo poderá incluir, mas não está limitado a, até que ponto os stakeholders:

• Estão interessados nos impactos da organização ou são afetados por eles

• Têm a capacidade de influenciar resultados dentro da organização

• Estão envolvidos no sucesso/fracasso da organização

As Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI exigem informações sobre engajamento de stakeholders nos itens 4.14 a 4.17 do Conteúdo do Relatório12. A organização relatora deve estar apta a descrever como os stakeholders são identificados e priorizados, como sua contribuição foi ou não usada e como são avaliados diferentes interesses e expectativas, bem como a justificativa da organização para a abordagem escolhida.

A análise da “Importância para os Stakeholders” deve incluir o uso dos testes relacionados aos stakeholders do Princípio da “Materialidade”13.

12 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 24. 13 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 8.

Page 186: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

9

Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório TP

imPorTânCia Para a organização

A análise deve incluir, entre outros:

• Implicações financeiras e não financeiras correntes e futuras

• Impactos nas estratégias, políticas, processos, relações e compromissos da organização

• Impactos na vantagem competitiva/excelência da gestão

O objetivo da análise é priorizar os Aspectos que podem influenciar positiva ou negativamente a capacidade da organização de cumprir com sua visão e/ou estratégia.

Para priorizar esses Aspectos para fins do relatório, a avaliação da organização poderá incluir, mas não se limitar a:

• Probabilidade de riscos ou oportunidades decorrentes de um Aspecto

• Probabilidade de um impacto potencial de longo ou curto prazo

• Gravidade do impacto

• Até que ponto o impacto afeta o desempenho de longo prazo da organização

• Capacidade/maturidade da organização para responder ao impacto

• Prontidão

• Oportunidade para a organização crescer ou obter vantagem do impacto

Elementos dessas informações poderão ser disponibilizados por meio de políticas, práticas e procedimentos internos (como estratégia, principais indicadores-chave de desempenho- KPIs, avaliações de risco e relatórios financeiros), assim como informações regulatórias.

A análise da “Importância para a Organização” deverá incluir o uso dos testes referentes a fatores organizacionais do Princípio da “Materialidade”14.

Determinação da Materialidade e da prioridade relativa para o relatoApós concluir a análise da “Importância para os Stakeholders” e da “Importância para a Organização”, a organização relatora estará apta a apresentar visualmente um Aspecto com relação a ambos os pontos de vista.

A organização deve agora definir limiares que tornam um Aspecto material. A análise dos dois pontos de vista deve estar refletida nesses limiares. A análise dos dois pontos de vista deve estar refletida nos limiares

A definição de limiares tem um efeito significativo em um relatório de sustentabilidade. É importante que os

limiares sejam claramente definidos, documentados e comunicados pela organização relatora.

Ao definir limiares, a organização precisa decidir como abordar Aspectos que pesam mais em um ponto de vista do que no outro.

Questões emergentes – Aspectos que podem se tornar relevantes ao longo do tempo – são um exemplo disso. Um Aspecto não precisa pesar fortemente em ambos os pontos de vista para ser considerado como prioridade para o relato. O peso do Aspecto dentro de um ponto de vista é mais importante do que a convergência entre os diferentes pontos de vista e deve-se evitar o estabelecimento de um mínimo denominador comum. Além disso, conforme observado anteriormente, Aspectos de alta importância para os principais stakeholders referentes a seus próprios interesses devem ser considerados materiais para o relato.

Após a decisão sobre quais Aspectos devem ser considerados materiais, a organização relatora precisa fazer uma avaliação das prioridades relativas para o relato. Dependendo da prioridade relativa para o relato atribuída, varia a cobertura de Aspectos materiais no relatório. A organização relatora pode, então, decidir sobre o nível de cobertura para os Aspectos individuais.

Na Figura 3, a área entre os dois eixos inclui os Aspectos identificados durante o passo de Identificação. Aqui, os Aspectos estão colocados com respeito às considerações dos stakeholders e da organização. Todos os Aspectos dentro do gráfico devem ser considerados para o relato. Os limiares, representados pelos arcos vermelhos, são definidos pela organização. O local onde um Aspecto se situa dentro de limiares definidos irá determinar o nível de cobertura que o Aspecto deverá receber em um relatório de sustentabilidade.

Significance to the Organization

Sign

ifica

nce

to S

take

hold

ers

Level of C

overage

Aspects of high signi�cance to either Stakeholders or to the Organization should be considered for reporting

Figura 3: Prioridade relativa para o relato

14 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 11 e 12.

Page 187: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Protocolo Técnico TP

© 2011 GRI

Topics, Categories, Aspects, Disclosures on Management Approach and Performance Indicators

Report

PRIORITIZATIONIDENTIFICATION

REVIEW

Completeness

Stakeholder Inclusiveness

MaterialitySustainability Context

VALIDATION

Uma organização poderia considerar os seguintes exemplos de como pode abordar conteúdo e níveis de cobertura de acordo com a prioridade relativa para o relato:

• Aspectos com prioridade relativamente baixa para inclusão no relato poderão ser Aspectos relatados para cumprir exigências regulatórias ou outros requisitos. Pode-se decidir não incluí-los no relatório.

• Aspectos aos quais foi atribuída média prioridade para o relato poderão ser considerados para inclusão no relatório, mas irão receber menos atenção e conteúdo.

• Aspectos considerados de alta prioridade para o relato poderão ser relatados com muitos detalhes, receber mais atenção ou constituir um tema em si dentro do relatório.

Nesse ponto da definição do conteúdo do relatório, o processo de relato deverá voltar ao conjunto de entidades ou grupos de entidades que se enquadram no Limite do Relatório. Para tanto, a organização precisa determinar o nível de impacto das entidades sobre as quais exerce controle ou influência significativa e determinar sua importância relativa.

Juntamente com isso, a organização relatora precisa decidir sobre a profundidade das informações em seu relatório; para quais de suas entidades deve incluir Indicadores de Desempenho, Informações sobre a Forma de Gestão ou um conteúdo narrativo sobre estratégias e dilemas. Para mais orientações e definições, vide “Orientações para o Estabelecimento do Limite do Relatório” e “Protocolo de Limites da GRI”.

Ao terminar a passo de Priorização, a organização relatora terá definido todos os Aspectos a serem incluídos no relatório e o nível de cobertura que cada Aspecto irá receber.

3º Passo: Validação – verificação da Abrangência dos Aspectos materiais

O passo de Validação requer que todos os Aspectos materiais identificados sejam avaliados segundo o Princípio de Relatório da “Abrangência” antes de coletar as informações a serem relatadas. Isso garante que os Aspectos identificados no passo de Priorização sejam verificados segundo as dimensões de Escopo, de Limites e Temporal. Caso necessário, devem ser feitos ajustes na seleção e cobertura dos Aspectos materiais.

A organização relatora também poderá usar a abordagem de avaliar a materialidade dos Indicadores de Desempenho durante o passo de Validação. Se um Indicador de Desempenho for considerado relevante, mas o Aspecto a que ele pertence não tiver sido identificado como relevante, a materialidade do Aspecto deverá ser reavaliada.

A Validação deverá ser feita com o objetivo de assegurar que o relatório apresente de maneira razoável e equilibrada o desempenho de sustentabilidade da organização, incluindo tanto suas contribuições positivas como as negativas.

O passo de Validação consiste na avaliação dos Aspectos materiais segundo:

1. Escopo do Relatório – o conjunto de tópicos de sustentabilidade cobertos em um relatório

2. Limite do Relatório – o conjunto de entidades cujo desempenho será representado no relatório

3. Tempo – a abrangência das informações selecionadas em relação ao período coberto pelo relatório

Os quatro testes apresentados no Princípio de Relatório da “Abrangência”15 devem orientar a organização relatora durante a Validação de seu conteúdo do relatório.

15 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 13.

Page 188: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório TP

A realização desses testes ajudará a garantir que o conteúdo do relatório foi decidido apropriadamente.

É fundamental que os Aspectos materiais identificados para inclusão no relatório sejam aprovados pelos principais responsáveis pela tomada de decisões da organização relatora. Algumas organizações poderão escolher envolver stakeholders externos nessa autorização. O processo de Validação deve ser documentado.

Após a aprovação do conteúdo do relatório, os Aspectos materiais identificados devem ser traduzidos em itens de divulgação a serem relatados.

Muitos dos Aspectos identificados irão corresponder a Aspectos das Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI e dos Suplementos Setoriais. Esses documentos estabelecem Informações sobre a Forma de Gestão e Indicadores de Desempenho para cada um dos Aspectos.

Os Indicadores de Desempenho, conforme definidos na Estrutura de Relatórios da GRI, são o resultado de um processo singular de engajamento e podem ser considerados uma importante referência: a melhor prática para uma forma globalmente consistente de medir e monitorar o desempenho em cada Aspecto. Os Indicadores de Desempenho incluem Indicadores Essenciais e Adicionais.

Os Indicadores Essenciais são os Indicadores das Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI de maior aplicabilidade e são considerados os que melhor medem os Aspectos materiais para a maioria das organizações. Poderá haver casos em que um Aspecto será considerado material, mas um Indicador específico não será considerado material dentro do contexto ou circunstância.

A organização deve relatar Indicadores Essenciais, salvo se forem considerados não materiais com base nos Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório.16 Os Indicadores Adicionais também poderão ser considerados materiais.

A organização relatora poderá identificar Aspectos materiais que não são abordados na Estrutura de Relatórios da GRI. Para abordar esses Aspectos, a organização poderá aplicar Indicadores alternativos ou desenvolver seus próprios Indicadores. Indicadores

específicos à organização incluídos no relatório deverão estar sujeitos aos mesmos Princípios de Relatórios e ter o mesmo rigor técnico que os itens do Conteúdo do Relatório da GRI.

Após o passo de Validação, a organização relatora deverá ter autorizado que seus Aspectos materiais escolhidos sejam incluídos no relatório. A organização poderá agora iniciar a coleta de informações a serem relatadas para a composição do relatório. Ao coletar informações, a organização precisará determinar os Aspectos para os quais já possui informações sobre gestão e desempenho disponíveis, e aqueles para os quais ainda precisa estabelecer abordagens de gestão e sistemas de medição de desempenho. 17

Revisão Após o relatório de sustentabilidade ter sido compilado e apresentado, é de vital importância que ele seja revisado pela organização relatora. É crucial que os três passos 1. Identificação, 2. Priorização e 3. Validação sejam seguidas na compilação do relatório. A revisão do relatório é tão importante quanto seguir os três passos.

A revisão ocorre após o lançamento do relatório e quando a organização estiver se preparando para o próximo ciclo de relato. A revisão deve ser feita como se a organização estivesse utilizando um radar de longo alcance. Os achados irão informar e contribuir no passo de Identificação para o próximo ciclo de relato.

Os Princípios de “Inclusão dos Stakeholders” e “Contexto da Sustentabilidade”, e seus respectivos testes contidos nas Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI18, devem embasar a revisão do relatório de sustentabilidade. Eles servem como verificação em relação à apresentação e avaliação do conteúdo do relatório, bem como verificações do processo de relato como um todo.

A organização relatora pode escolher engajar tanto stakeholders internos como externos para verificar se o conteúdo do relatório fornece uma visão razoável e equilibrada do desempenho de sustentabilidade da organização e se o processo que originou o conteúdo do relatório reflete o intuito dos dois Princípios de Relatórios.

16 Se um Indicador Essencial não for relatado e a organização relatora planeja declarar um Nível de Aplicação A ou A+, a organização deverá explicar o motivo da omissão do Indicador. Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI e www.globalreporting.org para maiores detalhes sobre os Níveis de Aplicação da GRI e informações de apoio para motivos de omissão.

17 Se um Aspecto tiver sido identificado como material e a organização relatora não tiver informações suficientes para relatá-lo, o relatório de sustentabilidade deverá declarar que ação será adotada para solucionar a falta de informações e o prazo para fazê-lo.

18 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 11 e 12.

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Protocolo Técnico TP

© 2011 GRI

Conclusão

Esse Protocolo Técnico fornece orientações sobre o processo de definição do conteúdo de um relatório de sustentabilidade. Isso inclui decidir sobre o Escopo do relatório, o conjunto de tópicos cobertos, a prioridade relativa de cada tema para o relato e seu nível de cobertura, bem como o que divulgar no relatório sobre o processo de definição do conteúdo.

A definição do conteúdo do relatório é um processo que varia de acordo com as circunstâncias individuais da organização e depende de uma apreciação bem fundamentada. Como o Protocolo não pode abordar todas as variáveis, o site da GRI apresenta uma coletânea de exemplos de organizações relatoras que descrevem o processo pelo qual elas definiram seu conteúdo do relatório, conforme exigido nos itens 3.5 a 3.7 das Informações sobre a Forma de Gestão19.

Os exemplos na Internet podem ser encontrados em:

www.globalreporting.org

O Protocolo de Conteúdo do Relatório e Materialidade visa ajudar as organizações a otimizar a qualidade e o valor de seus relatórios de sustentabilidade. Com uma ideia clara do que esta envolvido na definição de conteúdo do relatório, as organizações podem concentrar os relatórios de sustentabilidade em tópicos materiais de sustentabilidade. A identificação e priorização de tópicos materiais ajuda as organizações a identificar oportunidades e antecipar riscos, e permite um maior entendimento de sua capacidade de criar, preservar ou deteriorar valores ambietnais, econômicos e sociais para si, seus stakeholders e a sociedade em geral.

19 Vide Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade da GRI – Versões 3.1 e 3.0, pg. 21 e 22.

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Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório TP

Glossário

Aspectos

Os tipos gerais de informações relacionadas a uma categoria específica de indicador (como uso de energia, trabalho infantil, consumidores/clientes).

Categorias

Áreas amplas ou agrupamentos de tópicos referentes a sustentabilidade. As categorias incluídas nas Diretrizes da GRI abordam os seguintes itens: econômico, ambiental e social. O agrupamento social é categorizado em termos de Práticas Trabalhistas, Direitos Humanos, Sociedade e Responsabilidade pelo Produto. Uma determinada categoria pode ter vários Aspectos do Indicador.

Conteúdo do Relatório

As Diretrizes trazem tópicos e informações para relato considerados essenciais para a maioria das organizações e de interesse para a maioria dos stakeholders. Eles são agrupados em três tipos de informação:

• Informações sobre Estratégia e Perfil estabelecem o contexto geral para o relatório e para a compreensão do desempenho organizacional, tais como sua estratégia, perfil, governança e forma de gestão.

• Informações Sobre a Forma de Gestão descrevem como uma organização trata determinado conjunto de tópicos para estabelecer o contexto para a compreensão do desempenho em uma área específica;

• Indicadores de Desempenho produzem informações comparáveis sobre o desempenho econômico, ambiental e social da organização.

Dependência dos Serviços de Ecossistema

Para mais informações sobre “dependência”, vide estudos de TEEB (The Economics of Ecosystems and Biodiversity) em www.teebweb.org.

Entidade

Organização ou às vezes uma operação considerada para inclusão ou exclusão de um limite do relatório, quer seja legalmente constituída ou não.

Escopo do Relatório

O escopo se refere ao conjunto de tópicos de sustentabilidade contidos em um relatório. A soma dos tópicos e indicadores relatados deverá ser suficiente para refletir os impactos econômicos, ambientais e sociais significativos, bem como permitir que os stakeholders avaliem o desempenho da organização. A decisão quanto às informações contidas no relatório serem suficientes ou não deverá basear-se tanto nos resultados do processo de engajamento dos stakeholders como em expectativas sociais mais amplas, que possam não ter surgido diretamente no processo de engajamento dos stakeholders.

Estrutura de Relatórios da GRI

A Estrutura de Relatórios da GRI visa fornecer uma estrutura amplamente aceita para a elaboração de relatórios de desempenho econômico, ambiental e social de uma organização. A Estrutura de Relatórios da GRI consiste nas Diretrizes para Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade, nos Protocolos de Indicadores, Protocolos Técnicos e Suplementos Setoriais.

Indicador Adicional

São aqueles, identificados nas Diretrizes da GRI, que representam práticas emergentes ou tratam de tópicos que podem ser materiais para algumas organizações, mas em geral não o são para a maioria.

Indicador Essencial

Indicadores essenciais são aqueles identificados nas Diretrizes da GRI como de interesse da maioria dos stakeholders e considerados materiais, salvo consideração em contrário, com base nos Princípios de Relatórios da GRI.

Indicador de Desempenho

São informações qualitativas ou quantitativas sobre consequências ou resultados associados à organização que sejam comparáveis e demonstrem mudança ao longo do tempo.

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Protocolo Técnico TP

© 2011 GRI

Limite do Relatório

Limite se refere ao conjunto de entidades (como subsidiárias, joint ventures, empresas contratadas etc.) cujo desempenho é declarado pelo relatório. Ao estabelecer o limite de seu relatório, a organização deverá considerar o conjunto de entidades sobre as quais tem controle (geralmente chamado de “limite organizacional” e vinculado a definições usadas em relatórios financeiros) e o conjunto de entidades sobre as quais exerce influência (geralmente chamado de “limite operacional”). Ao avaliar influência, a organização tem de considerar sua capacidade de influenciar entidades tanto upstream (em sua cadeia de suprimentos, por exemplo) como downstream (os distribuidores e usuários de seus produtos e serviços, por exemplo). O Limite pode variar dependendo do tipo de informação ou do Aspecto específico relatado.

Princípio da Precaução

O Princípio da Precaução refere-se à abordagem adotada para lidar com impactos ambientais potenciais. Vide a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992), Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. “Princípio 15: De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com as suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação.”

Princípios de Relatório

São conceitos que descrevem os resultados que um relatório deveria atingir e orientam as decisões tomadas ao longo de seu processo de elaboração, como, por exemplo, a que indicadores responder e de que modo.

Protocolo de Indicador

Um Protocolo de Indicador fornece definições, orientações para compilação e outras informações para auxiliar as organizações relatoras e assegurar coerência na interpretação dos Indicadores de Desempenho. Há um Protocolo de Indicador para cada um dos Indicadores de Desempenho contidos nas Diretrizes.

Stakeholder

Os stakeholders (partes interessadas) são definidos de forma ampla como os grupos ou indivíduos que, estima-se, possam ser significativamente afetados pelas atividades, produtos e/ou serviços da organização; ou cujas ações, estima-se, possam afetar a capacidade da organização de implementar suas estratégias e atingir seus objetivos com sucesso.

Suplemento Setorial

Suplementos Setoriais são versões das Diretrizes da GRI customizadas para setores em particular. Alguns setores se deparam com questões específicas. Os Suplementos Setoriais reúnem essas questões, que podem não estar abordadas nas Diretrizes originais. Os Suplementos Setoriais apresentam comentários integrados e novos Indicadores de Desempenho, assegurando que os relatórios de sustentabilidade abordem as principais preocupações setoriais.

Tópicos

O maior grupo de assuntos dentro da terminologia usada na Estrutura de Relatórios da GRI (vide Figura 1 nesse Protocolo Técnico).

Page 192: Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade

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Aplicação dos Princípios do Conteúdo do Relatório TP

Responsabilidade Legal

O presente documento, concebido para a promoção de relatórios de sustentabilidade, foi desenvolvido por meio de um processo consultivo singular, com vários stakeholders, entre os quais representantes de organizações relatoras e usuários de informações de relatórios de todo o mundo. Se, por um lado, o Conselho Diretor da GRI incentiva o uso das Diretrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade (Diretrizes da GRI) por todas as organizações, a preparação e publicação de relatórios total ou parcialmente fundados nas Diretrizes da GRI são de total responsabilidade de quem os produz. Nem o Conselho Diretor da GRI nem a Fundação Global Reporting Initiative podem assumir responsabilidade por quaisquer consequências ou danos que resultem, direta ou indiretamente, do uso das Diretrizes da GRI na preparação de relatórios ou do uso de relatórios baseados nas Diretrizes da GRI.

Aviso de Direitos Autorais e Marca Registrada Os direitos autorais deste documento pertencem à Fundação Global Reporting Initiative (GRI). Sua reprodução e distribuição para informações e/ou utilização na preparação de um relatório de sustentabilidade são permitidas sem prévia autorização por parte da GRI. Entretanto, nem este documento nem qualquer parte dele poderão ser reproduzidos, arquivados, traduzidos ou transferidos, em qualquer forma ou mídia (eletrônica, mecânica, fotocopiada, gravada etc.), para qualquer outro fim sem que haja prévia autorização por escrito por parte da GRI.

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