26
Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil. DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO Tribunal de Contas do Estado de Rondônia Porto Velho - RO sexta-feira, 10 de janeiro de 2014 nº 589 - ano IV DOeTCE-RO SUMÁRIO DELIBERAÇÕES DO TRIBUNAL PLENO, DECISÕES SINGULARES E EDITAIS DE CITAÇÃO, AUDIÊNCIA E OFÍCIO Administração Pública Estadual >>Poder Executivo Pág. 1 Administração Pública Municipal Pág. 15 ATOS DA PRESIDÊNCIA >>Portarias Pág. 26 Cons. JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO PRESIDENTE Cons. PAULO CURI NETO VICE-PRESIDENTE Cons. EDÍLSON DE SOUSA SILVA CORREGEDOR Cons. FRANCISCO CARVALHO DA SILVA OUVIDOR Cons. WILBER CARLOS DOS SANTOS COIMBRA PRESIDENTE DA ESCOLA SUPERIOR DE CONTAS Cons. BENEDITO ANTÔNIO ALVES PRESIDENTE DA 1ª CÂMARA Cons. VALDIVINO CRISPIM DE SOUZA PRESIDENTE DA 2ª CÂMARA DAVI DANTAS DA SILVA AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO OMAR PIRES DIAS AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO FRANCISCO JÚNIOR FERREIRA DA SILVA AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO ERIVAN OLIVEIRA DA SILVA AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO ADILSON MOREIRA DE MEDEIROS PROCURADOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS ÉRIKA PATRÍCIA SALDANHA DE OLIVEIRA PROCURADORA YVONETE FONTINELLE DE MELO PROCURADORA SÉRGIO UBIRATÃ MARCHIORI DE MOURA PROCURADOR ERNESTO TAVARES VICTORIA PROCURADOR Deliberações do Tribunal Pleno, Decisões Singulares e Editais de Citação, Audiência e Ofício Administração Pública Estadual Poder Executivo DECISÃO MONOCRÁTICA PROCESSO N.: 2736/2012 – TCE-RO ASSUNTO: Relatório de Controle Interno UNIDADE: SEARH – Superintendência Estadual de Administração e Recursos Humanos INTERESSADO: Carla Mitsue Ito RELATOR: Conselheiro Wilber Carlos dos Santos Coimbra DECISÃO MONOCRÁTICA N. 002/2014/GCWCSC I – RELATÓRIO Tratam os autos de Relatório de Controle Interno, pertinente à extinta Secretaria de Estado da Administração – SEAD – que, firme no disposto no art. 50, da Lei Complementar n. 733/2013, passou para o nível de Superintendência Estadual de Administração e Recursos Humanos, agora, vinculada e subordinada à Secretaria do Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão – SEPOG - referente ao exercício de 2012, sob a responsabilidade do Sr. Rui Vieira de Sousa, à época, Secretário titular daquela Unidade Administrativa. 02. Em análise inaugural, o Corpo Instrutivo detectou as fls. 1028/1031, em tese, ocorrência de dano ao erário, dentre outras supostas irregularidades, conforme abaixo descrito, in verbis: “...3 – CONCLUSÃO Analisados os Relatórios de Inspeções da Controladoria Geral do Estado – CGE, no âmbito da Secretaria de Estado da Administração – SEAD, pertinentes ao exercício de 2012, verificou-se que os mesmos evidenciam várias infringências legais e falhas formais, com fatos que podem resultar em danos ao erário. Isso posto, e considerando que os Relatórios em comento arrolaram, também, uma série de falhas que, se não sanadas, podem vir a ser prejudiciais bem como comprometer, em parte, os fins almejados pelo Secretaria de Administração, sugerimos ao Relator dos autos que determine o seguinte aos atuais gestores da SEAD: 3.1) Prestar esclarecimentos a respeito dos servidores nomeados com CDS sem vínculo exercendo suas funções em outros órgãos, e percebendo na folha de pagamento da SEAD, ou seja, com ônus a este órgão. Tais fatos podem ser comprovados por meio da documentação constantes nos anexos IX, X e XI do relatório do 1º quadrimestre, fls. 53/188 dos autos, conforme apontamentos do item 2.1.1 deste relatório. 3.2) Providenciar a regularização da quantidade de 19 (dezenove) cargos comissionados concedidos a mais do que o permitido pela Lei Complementar 670/2012, conforme demonstrado nas tabelas constantes às (fls. 212/216), item 2.1.2 deste relatório. 3.3) Implementar as providências devidas e as diligências necessárias para atestar o regular pagamento à servidora Emile Suelen Duenhas Costa em relação aos meses de outubro, novembro e dezembro inclusive 13º salário, referente ao cargo de CDS 11, sendo que a mesma já havia sido exonerada em 30/06/2012, conforme Decreto de 25 de junho de 2012, publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento ao Erário dos valores correlatos, Conforme apontado no item 2.1.2 deste relatório. 3.4) Providenciar a regularização das diárias e suprimentos de fundos pendentes que não foram homologados ou comprovados, adotando medidas com intuito de regularizar junto ao SIAFEM tais infringências, e envidando esforços no sentido cumprir todos os procedimentos necessários para o regular processamento das diárias e de suprimentos de fundos, conforme apontamentos contidos nos itens 2.2 e 2.3 deste relatório.

DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO Tribunal de Contas do Estado de Rondônia

Porto Velho - RO sexta-feira, 10 de janeiro de 2014 nº 589 - ano IVDOeTCE-RO

SUMÁRIO

DELIBERAÇÕES DO TRIBUNAL PLENO, DECISÕES SINGULARES E EDITAIS DE CITAÇÃO, AUDIÊNCIA E OFÍCIO Administração Pública Estadual >>Poder Executivo Pág. 1

Administração Pública Municipal Pág. 15

ATOS DA PRESIDÊNCIA >>Portarias Pág. 26

Cons. JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO PRESIDENTE Cons. PAULO CURI NETO VICE-PRESIDENTE Cons. EDÍLSON DE SOUSA SILVA CORREGEDOR Cons. FRANCISCO CARVALHO DA SILVA OUVIDOR Cons. WILBER CARLOS DOS SANTOS COIMBRA PRESIDENTE DA ESCOLA SUPERIOR DE CONTAS Cons. BENEDITO ANTÔNIO ALVES PRESIDENTE DA 1ª CÂMARA Cons. VALDIVINO CRISPIM DE SOUZA PRESIDENTE DA 2ª CÂMARA DAVI DANTAS DA SILVA AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO OMAR PIRES DIAS AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO FRANCISCO JÚNIOR FERREIRA DA SILVA AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO ERIVAN OLIVEIRA DA SILVA AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO ADILSON MOREIRA DE MEDEIROS PROCURADOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS ÉRIKA PATRÍCIA SALDANHA DE OLIVEIRA PROCURADORA YVONETE FONTINELLE DE MELO PROCURADORA SÉRGIO UBIRATÃ MARCHIORI DE MOURA PROCURADOR ERNESTO TAVARES VICTORIA PROCURADOR

Deliberações do Tribunal Pleno, Decisões Singulares e Editais de Citação, Audiência e Ofício

Administração Pública Estadual

Poder Executivo DECISÃO MONOCRÁTICA PROCESSO N.: 2736/2012 – TCE-RO ASSUNTO: Relatório de Controle Interno UNIDADE: SEARH – Superintendência Estadual de Administração e Recursos Humanos INTERESSADO: Carla Mitsue Ito RELATOR: Conselheiro Wilber Carlos dos Santos Coimbra

DECISÃO MONOCRÁTICA N. 002/2014/GCWCSC

I – RELATÓRIO

Tratam os autos de Relatório de Controle Interno, pertinente à extinta Secretaria de Estado da Administração – SEAD – que, firme no disposto no art. 50, da Lei Complementar n. 733/2013, passou para o nível de Superintendência Estadual de Administração e Recursos Humanos, agora, vinculada e subordinada à Secretaria do Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão – SEPOG - referente ao exercício de 2012, sob a responsabilidade do Sr. Rui Vieira de Sousa, à época, Secretário titular daquela Unidade Administrativa.

02. Em análise inaugural, o Corpo Instrutivo detectou as fls. 1028/1031, em tese, ocorrência de dano ao erário, dentre outras supostas irregularidades, conforme abaixo descrito, in verbis:

“...3 – CONCLUSÃO

Analisados os Relatórios de Inspeções da Controladoria Geral do Estado – CGE, no âmbito da Secretaria de Estado da Administração – SEAD, pertinentes ao exercício de 2012, verificou-se que os mesmos evidenciam várias infringências legais e falhas formais, com fatos que podem resultar em danos ao erário.

Isso posto, e considerando que os Relatórios em comento arrolaram, também, uma série de falhas que, se não sanadas, podem vir a ser prejudiciais bem como comprometer, em parte, os fins almejados pelo Secretaria de Administração, sugerimos ao Relator dos autos que determine o seguinte aos atuais gestores da SEAD:

3.1) Prestar esclarecimentos a respeito dos servidores nomeados com CDS sem vínculo exercendo suas funções em outros órgãos, e percebendo na folha de pagamento da SEAD, ou seja, com ônus a este órgão. Tais fatos podem ser comprovados por meio da documentação constantes nos anexos IX, X e XI do relatório do 1º quadrimestre, fls. 53/188 dos autos, conforme apontamentos do item 2.1.1 deste relatório.

3.2) Providenciar a regularização da quantidade de 19 (dezenove) cargos comissionados concedidos a mais do que o permitido pela Lei Complementar nº 670/2012, conforme demonstrado nas tabelas constantes às (fls. 212/216), item 2.1.2 deste relatório.

3.3) Implementar as providências devidas e as diligências necessárias para atestar o regular pagamento à servidora Emile Suelen Duenhas Costa em relação aos meses de outubro, novembro e dezembro inclusive 13º salário, referente ao cargo de CDS 11, sendo que a mesma já havia sido exonerada em 30/06/2012, conforme Decreto de 25 de junho de 2012, publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento ao Erário dos valores correlatos, Conforme apontado no item 2.1.2 deste relatório.

3.4) Providenciar a regularização das diárias e suprimentos de fundos pendentes que não foram homologados ou comprovados, adotando medidas com intuito de regularizar junto ao SIAFEM tais infringências, e envidando esforços no sentido cumprir todos os procedimentos necessários para o regular processamento das diárias e de suprimentos de fundos, conforme apontamentos contidos nos itens 2.2 e 2.3 deste relatório.

Page 2: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

2 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

3.5) Implementar providências devidas a fim de melhorar a estruturar do almoxarifado do órgão de forma a estabelecer um controle rígido de entrada e saída de bens do almoxarifado, bem como um rigoroso controle na distribuição dos bens pelos setores, conforme apontado no item 2.4 deste relatório...”.

03. Instado a se manifestar, o Parquet de Contas, às fls. 1036/1037, assim opinou:

“...Diante do exposto, antes de manifestar-se conclusivamente quanto ao mérito, opina este Ministério Público pela:

1. Conversão dos presentes autos em Tomada de Contas Especial, nos termos do artigo 44 da Lei Complementar nº 154/96 c/c artigo 65 do Regimento Interno;

2. notificação do gestor acerca das ilegalidades detectadas no relatório anual da Controladoria Geral do Estado, determinando a adoção de medidas preventivas;

3. determinação ao Controlador Geral do Estado que observe o disposto no art. 49 da Lei 154/96;

4. após a Conversão do Processo em Tomada de Contas Especial, sejam adotadas as medidas previstas nos artigos 11 e 12 da Lei Complementar nº. 154/96...”.

04. Sobreveio Decisão Monocrática n. 167/2013/GCWCSC, em 29.09.2013, às fls. 1039/1041, que, por sua vez, determinou a citação do Senhor Rui Vieira de Sousa, à época Secretário de Estado da Administração.

05. O Mandado de Audiência restou devidamente cumprido, às fls. 1044/1045.

06. Transcorrido o prazo in albis, restou decretada a revelia de Rui Vieira de Sousa , com substrato jurídico no art. 19, do Regimento Interno do TCE-RO e §3º, do art. 12, da Lei Complementar n. 154/96.

07. Novamente instado, o Corpo Técnico, às fls. 1054, opinou pela citação da Senhora Carla Mitsue Ito, atual Superintendente Estadual de Administração e Recursos Humanos.

É o sucinto relatório.

II – DA FUNDAMENTAÇÃO

08. Como visto, trata-se da análise de Relatório de Controle Interno, da Secretaria de Estado da Administração – SEAD, referente ao exercício 2012, de responsabilidade do Sr. Rui Vieira de Sousa, Secretário.

09. Extrai-se dos autos que O Corpo Técnico analisou os relatórios da Controladoria Geral do Estado – CGE, e, em face dos documentos apresentados, acabou por evidenciar ilegalidade, ineficiência e descontrole na realização de despesa referente a diárias e suprimento de fundos; nos atos e despesas com pessoal; no almoxarifado e patrimônio.

10. Por sua vez, o Parquet de Contas opinou pela instauração de Tomada de Contas Especial, para apurar dano ao erário e responsabilizar os gestores.

11. Nada obstante, reitero que a imediata conversão do feito em Tomada de Contas Especial não coaduna com o due process of law (ampla defesa e contraditório), normatizado no art. 5º, da Constituição Federal, pelo que, igualmente, se faz necessária a oitiva da atual responsável, Senhora Carla Mitsue Ito, para que, querendo, esclareça as questões aduzidas na Peça Técnica e, também, no Parecer Ministerial de Contas n. 36/2013, no que tange as impropriedades já apontadas.

III – DO DISPOSITIVO

PELO EXPENDIDO, em razão dos fundamentos lançados em linhas pretéritas, DETERMINO ao Departamento da 2ª Câmara desta E. Corte de Contas que promova AUDIÊNCIA, por competente MANDADO DE AUDIÊNCIA, da Senhora Carla Mitsue Ito, pelos motivos expostos no relatório técnico de fls. fls. 1028/1031, corroborado pela Cota Ministerial, de fls. 1036/1037, para que, querendo:

I – OFEREÇA manifestação de justificativa, por escrito, no prazo de 15 (quinze) dias, contados a partir da notificação pessoal, na forma do art. 97, Inciso I, alínea “a”, do Regimento Interno do TCE/RO, cuja defesa poderá ser instruída com documentos, bem como poderá alegar o que entender de direito, nos termos da legislação processual, em face das irregularidades indiciárias apontadas;

II - ALERTE-SE a responsável, devendo o Departamento registrar em relevo no referido MANDADO, que a não-apresentação de razões de justificativas, ou sua apresentação intempestiva, como ônus processual, reputar-se-ão como verdadeiras as irregularidades indiciárias imputadas aos jurisdicionados, com decretação de revelia, com fundamento no art. 12, § 3º, da LC 154/96, c./c art. 19, § 5º, do RITC-RO, e art. 319 do Código de Processo Civil;

III – JUNTE-SE esta Decisão nos autos em epígrafe;

IV - PUBLIQUE-SE na forma da lei de regência;

V – SOBRESTEM-SE os autos no Departamento da 2ª Câmara deste Tribunal, para adoção do que ora se determina;

VI – APÓS, devolva os autos ao Gabinete deste Conselheiro-Relator para as providências cabíveis.

À Assistência de Gabinete, para que cumpra, adotando, para tanto, todas as medidas legalmente cabíveis, inclusive anexando ao mandado de audiência as respectivas cópias da Peça Técnica, de fls. 1029/1031v., e da Cota Ministerial n. 36/2013, de fls. 1036/1037.

Porto Velho-RO, 07 de janeiro de 2014.

Conselheiro WILBER CARLOS DOS SANTOS COIMBRA Relator

DECISÃO EM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE PROCESSO N.: 2675/1995-TCER. ASSUNTO: Tomada de Contas Especial. UNIDADE: Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária – SEAGRI. RESPONSÁVEIS: Wilson Stecca - Ex-Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária (SEAGRI) – e Jurandir Vieira – Ex-Secretário Executivo da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia – EMATER/RO. RELATOR: Conselheiro Wilber Carlos dos Santos Coimbra.

DESPACHO EM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE N. 60/2013/GCWCSC

Page 3: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

3 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

I – DO RELATÓRIO

Versam os autos sobre Tomada de Contas Especial instaurada por força da Decisão n. 033/2004 (fls. 407/408), proferida pela 1ª Câmara desta Corte aos 16 de março de 1995, tendo em vista a existência de indícios de dano ao erário oriundos do Convênio n. 146/95-PGE, firmado entre o Estado de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária (SEAGRI), e a Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (EMATER).

02. O Convênio em questão fora firmado em 18/10/95 (fls. 01/06), tendo por objeto o repasse de R$ 2.336.000,00 (dois milhões, trezentos e trinta e seis mil reais) à EMATER — que seriam repassados em parcelas mensais e em conformidade com o plano de aplicação e cronograma de desembolso — para execução de serviços daquela associação conforme o “Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Um Novo Modelo de Gestão” (PROATER).

03. Às fls. 307/312 estão acostados os 03 (três) termos aditivos que seguiram o convênio, de modo que ao final houve o efetivo repasse de R$ 5.526.000,00 (cinco milhões, quinhentos e vinte e seis mil reais) e a vigência do instrumento em questão perdurou até 31/12/96.

04. A análise técnica inaugural (fls. 385/389) constatou que a prestação de contas apresentada não estava apta a atingir sua finalidade, pois se referia a apenas parte dos recursos repassados e alguns documentos não estavam legíveis, impossibilitando a aferição de legalidade dos dispêndios.

05. O Ministério Público de Contas (fls. 397/401), por sua vez, além de assentir com o Corpo Técnico, sugeriu a conversão do feito em TCE, sugestão acolhida pelo então Relator, Conselheiro Natanael José da Silva.

06. Como consequência da conversão em questão, definiu-se a responsabilidade dos Secretários de Estado e Executivo da EMATER (fl. 410), respectivamente, citando-os solidariamente para responder pela quantia total do convênio, ante a omissão no dever de prestar contas.

07. O Sr. Jurandir Vieira, na qualidade de Secretário Executivo da EMATER, apresentou defesa e juntou documentos (fls. 420/712), insurgindo-se, inicialmente, contra o fato de o convênio referir-se ao exercício de 1995 e ter sido citado apenas em abril/2007, reclamando a “indispensável segurança jurídica” . Continuou sua argumentação aduzindo que prestou contas do convênio em questão à SEAGRI e que a esta cabia o ônus de apresentá-la perante o Tribunal, sendo que na tentativa de ver afastada sua responsabilidade juntou aos autos toda a prestação de contas.

08. O Sr. Wilson Stecca, responsável pela SEAGRI à época dos fatos, por sua vez, deixou de responder ao mandado de citação, estando à fl. 3119 o respectivo termo de revelia.

09. Em manifestação conclusiva (fls. 3124/3131), o Corpo Técnico sustentou que a omissão no dever de prestar contas, que levou à conversão do feito em TCE, decorreu da ausência de materialidade das informações que vieram a esta Corte e não do seu não envio. Seguiu afirmando que por meio da cópia das conciliações e extratos bancários não era possível a identificação dos destinatários dos valores; e que no quadro comparativo entre despesa e receita no balanço orçamentário não constava o desdobramento dos recursos e aplicações.

10. A Unidade Instrutiva, com arrimo na Resolução Administrativa n. 002/92-TCER, fez um comparativo entre os documentos efetivamente apresentados pelo responsável e aqueles necessários à prestação de contas de convênio, concluindo, a partir daí, que não houve uma descrição sistematizada da despesa, não sendo possível verificar se ela foi efetuada para o fim visado e em compatibilidade com o programa de trabalho definido.

11. Instado a se manifestar, o Ministério Público de Contas (Parecer n. 07/2011, às fls. 3156/3161) acompanhou o entendimento técnico, pugnando pelo julgamento irregular da TCE e imputação de débito, no valor integral do convênio, e multa aos responsáveis.

12. Foram os autos submetidos à apreciação colegiada 9ª sessão da 2ª Câmara, ocorrida em 08 de junho de 2011, ocasião na qual o digno representante do parquet, Dr. Sérgio Ubiratã Marchiori de Moura, pediu vista dos autos.

13. Em decorrência do fato acima narrado, juntou-se o parecer n. 262/2011 (fls. 3176/3180), subscrito por aquele douto Procurador de Contas.

14. Segundo o membro do MPC, existiriam distorções quanto ao real valor do convênio, sendo que, a despeito de falar-se no valor global de R$ 5.526.000,00 (cinco milhões, quinhentos e vinte e seis mil reais), haveria, formalmente, prestação de contas de apenas R$ 3.190.000,00 (três milhões, cento e noventa mil reais) — valor este referente ao 1º termo aditivo) —, não ocorrendo o mesmo com a quantia de R$ 2.336.000,00 (dois milhões, trezentos e trinta e nove mil reais) — valor inicial do convênio.

15. Considerando, assim, não estarem os autos suficientemente instruídos, sugeriu a juntada aos autos do processo administrativo que trata da prestação de contas apresentada pela EMATER à SEAGRI. Caso não acolhida tal sugestão, opinou pelo julgamento irregular das contas, com imputação de débito e multa.

16. Em que pese a sempre diligente manifestação do Ministério Público de Contas, entendendo ser desnecessárias as medidas propostas pelo Parquet, porquanto, na ótica deste Relator, afigurava-se descabido protelar o deslinde do feito, movimentando a máquina administrativa para buscar elementos que já se encontram nos autos, apresentei, na 20ª Sessão – 2ª Câmara - de 30 de novembro de 2011, o seguinte Voto:

29. Pelo exposto, mantenho a divergência em relação ao Corpo Instrutivo e ao Ministério Público de Contas para propor o seguinte voto:

I – julgar regular a Tomada de Contas Especial instaurada para apurar a legalidade na aplicação dos recursos transferidos à EMATER pelo Estado de Rondônia por meio do Convênio n. 146/95-PGE, sob responsabilidade de Wilson Stecca — Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária —, e Jurandir Vieira — Secretário Executivo EMATER —, nos termos do artigo 17, I, da Lei Complementar n. 32/1990, concedendo-lhes, via de conseqüência, quitação plena nos termos do artigo 18, do mesmo diploma legal;

Page 4: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

4 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

II – dar ciência da Decisão aos interessados;

III – arquivar os autos após as providências de praxe.

17. Durante a Sessão Plenária supracitada, o Douto Conselheiro Valdivino Crispim de Souza apresentou divergência quanto a proposta de Voto apresentada por este Relator, posto que entendia ser mais adequado, razoável e ponderada a proposição Ministerial, consistente na assertiva de que houve prestação de contas tão somente em relação aos valores repassados através do 1º Termo Aditivo, no valor de R$3.190.000,00(três milhões cento e noventa mil reais). E que o valor inicial de R$2.336.000,00(dois milhões, trezentos e trinta e seis mil reais) sofreu aditamento no valor de R$3.190.000,00(três milhões, cento e noventa mil reais) totalizando o valor de R$5.526.000,00 (cinco milhões, quinhentos e vinte e seis mil reais), restando, desta forma, portanto, a comprovação do emprego da diferença constatada entre o total do convênio e o que ficou comprovado por meio do primeiro termo aditivo, ou seja, a diferença de R$2.336.000,00.

18. Disse ainda o digno Conselheiro Revisor que não consta nos autos comprovante de devolução de valores ou qualquer termo de ajuste do convênio para R$3.190.000,00. Neste sentido, visando dar maior segurança na decisão e em busca da verdade real, apresentou aos digníssimos pares VOTO SUBSTITUTIVO, o qual foi acompanhado por maioria, dando azo a Decisão n. 374/2011 – 2ª Câmara, verbis:

DECISÃO Nº 374/2011 – 2ª CÂMARA

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, que tratam da Tomada de Contas Especial, instaurada no âmbito da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária, como tudo dos autos consta.

A 2ª Câmara do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, em consonância com o Voto Substitutivo do Conselheiro VALDIVINO CRISPIM DE SOUZA, vencido o Conselheiro WILBER CARLOS DOS SANTOS COIMBRA (Relator), por MAIORIA de votos, decide:

I – Notificar os Senhores Wilson Stecca — ex-Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária, e Jurandir Vieira — ex-Secretário Executivo Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia para que, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da ciência desta Decisão, faça a juntada de cópia do processo nº 1006/0113 referente à Prestação de Contas da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia à Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária para fins de complementação da prestação de contas feita a esta Corte ou que apresentem justificativas, sob pena de responsabilização e multa prevista no artigo 55, IV da Lei Complementar nº 154/96;

II – Determinar à Secretaria Geral de Controle Externo que diligencie junto à Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia, Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária e Controladoria Geral do Estado para que de forma complementar, busque os documentos capazes de garantir a fiel prestação de contas relativas ao Convênio 146/95-PGE com a respectiva homologação da controladoria;

III - Dar ciência da Decisão aos interessados e à Secretaria Geral de Controle Externo;

IV – Sobrestar os autos na Secretaria Geral das Sessões desta Corte, até que se cumpram os itens desta Decisão.

19. Em consequência disto, em 23.1.2012, foi expedido o Memorando nº 38/2ª Câmara/SGS/2012, da lavra da Senhora ELINE GOMES DA SILVA – Secretária das Sessões Substituta, dirigido à Secretaria Geral de Controle Externo, dando ciência dos exatos termos do item II da DECISÃO Nº 374/2011 – 2ª CÂMARA, bem como expediu-se as pertinentes notificações aos responsáveis, conforme se extrai dos Ofícios acostados às fls. 3.209/3.211.

20. Em atenção ao chamado supra, compareceu aos autos o Senhor Jurandir Vieira – Ex-Secretário Executivo da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia – EMATER/RO - apresentando suas teses defensivas às fls. 3.219/3.220, e, posteriormente, às fls. 4.135 e 4.136/5.424, o Senhor Elisafan Batista de Sales – então Secretário Executivo da EMATER-RO.

21. No que tange ao Senhor Wilson Stecca – Ex-Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária -, o mesmo não foi localizado, conforme se infere do Aviso de Recebimento às fls. 3.213, razão por que procedeu-se a sua notificação via Edital n. 4/2012 (fls. 4.118), disponibilizado no D.O.E-TCE/RO n. 159 de 14/03/2012.

22. Apesar do chamamento via edital do Senhor Wilson Stecca – Ex-Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária -, o mesmo não respondeu ao chamado, conforme Certidão n. 286/2012 expedida pela Divisão de Documentação e Protocolo, subscrito pelo Senhor Marco Túlio Trindade de Souza Seixas.

23. Submetido os autos ao Secretaria Geral de Controle Externo, após cotejar as defesas apresentadas com as peças que integram o vertente feito, emitiu Parecer às fls. 5.674/5.709, cuja conclusão passa-se a transcrever, verbis:

3. CONCLUSÃO

Analisado os documentos pertinentes à Prestação de Contas do Convênio n° 146/95-PGE, celebrado em 18.10.1995, entre o Estado de Rondônia, por intermédio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária – SEAGRI -, e a Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia – EMATER/RO -, tendo por objeto o repasse de recursos para serem aplicados na execução do projeto “Um Novo Modelo de Gestão”, implantado pela EMATER/RO, constatamos as inconsistências elencadas abaixo, de responsabilidade do Senhor WILSON STECCA – Ex-Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária – SEAGRI –, solidariamente com o Senhor JURANDIR VIEIRA – Ex-Secretário Executivo da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia – EMATER/RO, os quais, em atendimento ao princípio constitucional de ampla defesa e do contraditório, nos termos do art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal de 1988 c/c as disposições lecionadas no artigo 30 da Lei Complementar Estadual nº 154/96, devem, com a máxima vênia, ser chamados novamente aos autos para esclarecimento dos seguintes pontos controversos:

Page 5: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

5 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

3.1 DE RESPONSABILIDADE DO SENHOR WILSON STECCA – EX-SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA, ABASTECIMENTO E REFORMA AGRÁRIA – SEAGRI -, SOLIDARIAMENTE COM O SENHOR JURANDIR VIEIRA – EX-SECRETÁRIO EXECUTIVO DA ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE RONDÔNIA – EMATER/RO -, POR:

3.1.1 Descumprimento ao estatuído no Art.1º, inciso IV, línea “j” da Instrução administrativa 02/1992 TCE/RO, em razão de não constar nos autos a “Declaração passada pelo ordenador da despesa que os recursos foram rigorosamente aplicados aos fins concedidos”, conforme analisado no subitem 2.1 deste Relatório Técnico;

3.1.2 Descumprimento dos artigos 83, 85, 87 e 89 da Lei Federal nº 4.320/64, c/c a aliena “c” da Cláusula Oitava do CONVÊNIO 146/95PGE, em virtude das diferenças evidenciadas no quadro infra, conforme analisado no subitem 2.2.1 deste Relatório Técnico:

DESCRIÇÃO

A - VALOR TOTAL DOS CRÉDITOS EFETUADOS NA CONTA CORRENTE DO CONVÊNIO Nº 146/95PGE

B - VALOR TOTAL DO CONVÊNIO Nº 146/95PGE

C - VALOR IDENTIFICADO COM AS NOTAS FINANCEIRAS INERENTES AO CONVÊNIO Nº 146/95PGE

D – DIFERENÇAS

D.1 (A - B) D.2 (A - C) D.3 (B - C)

R$ R$ R$ R$ R$ R$

Valores financeiros

6.973.991,02 5.526.000,00 5.477.000,00 1.447.991,02 1.496.991,02 49.000,00

3.1.3 Descumprimento dos artigos 83, 85, 87 e 89 da Lei Federal nº 4.320/64, c/c a aliena “c” da Cláusula Oitava do CONVÊNIO 146/95PGE (ORIGINAL – Parcela de R$2.336.000,00), em razão das seguintes inconsistências técnicas:

3.1.3.1 Pagamento de despesas de competências anteriores a vigência do Convênio nº 146/95-PGE-SEAGRI/EMATER (ORIGINAL), no valor de R$672.378,35 (seiscentos e setenta e dois mil, trezentos e setenta e oito reais e trinta e cinco centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.1 “a” deste Relatório Técnico. Devendo ser os responsáveis advertidos de que eventual não esclarecimento desta imputação poderá caracterizar dano ao erário, o que implica na obrigação do ressarcimento ao erário da quantia indevidamente aplicada;

3.1.3.2 Ausência de comprovação do efetivo pagamento (não apresentação das cópias das guias de recolhimentos, devidamente quitadas) do FGTS, do IRRF e do INSS, no valor de R$664,05 (seiscentos e sessenta e quatro reais e cinco centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.1 “b” deste Relatório Técnico. Devendo ser os responsáveis advertidos de que eventual não esclarecimento desta imputação poderá caracterizar dano ao erário, o que implica na obrigação do ressarcimento ao erário da quantia não/ou indevidamente aplicada;

3.1.3.3 Pagamento de “juros e multas de mora”, em detrimento ao princípio da eficiência (art. 37 da CF/1988) e da economicidade (art. 70 da CF/1988), relativo ao recolhimento intempestivo do FGTS, do IRRF e do INSS, implicando dispêndios extras de recursos públicos no valor de R$125,26 (cento e vinte e cinco reais e vinte e seis centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.1 “c” deste Relatório Técnico. Devendo ser os responsáveis advertidos de que eventual não esclarecimento desta imputação poderá caracterizar dano ao erário, o que implica na obrigação do ressarcimento ao erário da quantia indevidamente aplicada;

3.1.3.4 Não conciliação entre o valor dos cheques emitidos e pagos contra a Conta Corrente BERON nº 0.121.377-8 – EMATER/SEAGRI/CONV. 146/95PGE-ORIGINAL (PARCELA DE R$2.336.000,00), no valor de R$2.472.856,71 (dois milhões, quatrocentos e setenta e dois mil, oitocentos e cinquenta e seis reais e setenta e um centavos), e o valor dos pagamentos relacionados na “Relação da Despesa Realizada”, às fls. 3.227/3.232, de R$2.336.000,00 (dois milhões, trezentos e trinta e seis mil reais), acarretando uma diferença aritmética de R$136.856,71 (cento e trinta e seis mil, oitocentos e cinquenta e seis reais e setenta e um centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.1 “d” deste Relatório Técnico; e

3.1.3.5 Emissão de cheques contra a Conta Corrente BERON nº 0.121.377-8 – EMATER/SEAGRI/CONV. 146/95PGE-ORIGINAL (PARCELA DE R$2.336.000,00), no valor de R$131.332,02 (cento e trinta e um mil, trezentos e trinta e dois reais e dois centavos), sem correlação direta com as despesas pagas constantes da “Relação da Despesa Realizada”, às fls. 3.227/3.232, conforme analisado no subitem 2.2.2.1 “e” deste Relatório Técnico.

3.1.4 Descumprimento dos artigos 83, 85, 87 e 89 da Lei Federal nº 4.320/64, c/c a aliena “c” da Cláusula Oitava do CONVÊNIO 146/95PGE (1º, 2º e 3º Termos Aditivos – Parcela de R$3.190.000,00), em razão das seguintes inconsistências técnicas:

3.1.4.1 Pagamento de “juros e multas de mora”, em detrimento ao princípio da eficiência (art. 37 da CF/1988) e da economicidade (art. 70 da CF/1988), em razão dos pagamentos do FGTS, do IRRF, do INSS e de Contas de Energia/Telefone fora dos prazos legais (além de multas de trânsito), implicando dispêndios extras de recursos públicos no valor de R$224.566,03 (duzentos e vinte e quatro mil, quinhentos e sessenta e seis reais e três centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.2 “a” deste Relatório Técnico. Devendo ser os responsáveis advertidos de que eventual não esclarecimento desta imputação poderá caracterizar dano ao erário, o que implica na obrigação do ressarcimento ao erário da quantia indevidamente aplicada;

3.1.4.2 Pagamento de despesas de competências anteriores a vigência do Convênio nº 146/95-PGE-SEAGRI/EMATER (1º, 2º e 3º Termos Aditivos), no valor de R$340.365,53 (trezentos e quarenta mil, trezentos e sessenta e cinco reais e cinquenta e três centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.2 “b” deste Relatório Técnico;

3.1.4.3 Não conciliação entre o valor dos cheques emitidos contra a Conta Corrente BERON nº 0.121.377-8 – EMATER/SEAGRI/CONV. 146/95PGE- (1º, 2º e 3º Termos Aditivos – parcela de R$3.190.000,00), no valor de R$4.565.823,05 (quatro milhões, quinhentos e sessenta e cinco mil, oitocentos e vinte e três reais e cinco centavos), e o valor dos pagamentos relacionados na “Relação da Despesa Realizada”, às fls. 4.140/4.154, de R$3.190.000,00 (três milhões, cento e noventa mil reais), acarretando uma diferença aritmética de R$1.375.823,05 (um milhão, trezentos e setenta e cinco mil, oitocentos e vinte e três reais e cinco centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.2 “c” deste Relatório Técnico; e

Page 6: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

6 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

3.1.4.4 Emissão de cheques contra a Conta Corrente BERON nº 0.121.377-8 – EMATER/SEAGRI/CONV. 146/95PGE- (1º, 2º e 3º Termos Aditivos - Parcela de R$3.190.000,00), no valor de R$1.136.177,28 (um milhão, cento e trinta e seis mil, cento e setenta e sete reais e vinte e oito centavos), sem correlação direta com as despesas pagas constantes da “Relação da Despesa Realizada”, às fls. 4.140/4.154, conforme analisado no subitem 2.2.2.2 “d” deste Relatório Técnico.

24. O Parquet Especial, por seu turno, na forma regimental, manifestou-se por meio da Cota n. 23/2013-GPETV (fls. 5.718/5.720-v, Vol. XIX), da chancela do douto Procurador Ernesto Tavares Victoria, opinando, em suma, da forma que segue:

A análise dos autos evidencia dano ao erário que envolvem cifras milionárias, seja porque não houve a devida comprovação dos recursos públicos repassados à convenente, ou porque a aplicação dos recursos foi realizada em desacordo com os termos do convênio.

Nesse sentido, é impositiva a atuação célere da Corte de Contas para prontamente definir a responsabilidade dos responsáveis e citá-los para apresentarem suas justificativas, sob pena de responsabilização pessoal dos ex-gestores, a fim de que recomponham o erário lesado.

Diante do exposto, o Ministério Público de Contas opina sejam definidas as responsabilidades de Wilson Stecca, ex-Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária – SEAGRI, e de Jurandir Vieira, ex-Secretário Executivo da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia – EMATER/RO, em consonância com o Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709 e versos, e procedidas as suas citações para, caso queiram, oferecerem suas defesas ou recolherem a quantia devida, no termos do artigo 12, da Lei Complementar n° 154/96, e do artigo 19, do Regimento Interno do Tribunal de Contas.

25. Assim, vieram os autos conclusos para deliberação deste Conselheiro.

É relatório.

II – DA FUNDAMENTAÇÃO

26. De início, faço consignar que a presente fase processual serve tão somente à exposição, em sede preliminar, dos ilícitos administrativos apontados pela Unidade Técnica – v. Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709 - Vol. XIX -, e corroborado pelo Ministério Público de Contas – v. Cota n. 23/2013-GPETV (fls. 5.718/5.720-v, Vol. XIX) -, cuja procedência ou não só poderá ser enfrentada por este Tribunal após a abertura de contraditório e amplitude defensiva aos jurisdicionados.

27. Assim, aprecia-se, em juízo perfunctório, se os ilícitos administrativos arrolados possuem ou não plausibilidade jurídica, identificando-se o responsável e o nexo causal entre as condutas e os resultados dos supostos ilícitos a ensejarem a abertura de contraditório e amplitude defensiva aos jurisdicionados.

28. Vistos tais elementos, tendo em vista que os processos no âmbito desta Corte de Contas, à luz do ordenamento jurídico pátrio, possuem natureza administrativa especial, e, por esta condição, submetem-se à cláusula insculpida no art. 5º, LV, da Constituição Federal, necessário seja conferido prazo para apresentação de justificativas.

III – DO DISPOSITIVO

Pelo exposto, em vista das imputações feitas pela Unidade Técnica e corroboradas pelo Ministério Público de Contas no curso da instrução processual, as quais foram evidenciadas, respectivamente, no Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709 - Vol. XIX - e na Cota n. 23/2013-GPETV de fls. 5.718/5.720-v - Vol. XIX -, DETERMINO ao DEPARTAMENTO DA 2ª CÂMARA a adoção das providências adiante arroladas:

I – NOTIFIQUE, por competente MANDADO DE AUDIÊNCIA, os Senhores Wilson Stecca - Ex-Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária (SEAGRI) –, solidariamente com Jurandir Vieira – Ex-Secretário Executivo da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia – EMATER/RO -, para que, querendo, OFEREÇAM suas razões de justificativas, por escrito, no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do art. 30, §1º, II, c/c o art. 97 do Regimento Interno do TCE/RO, em face das irregularidades indiciárias apontadas pela Secretaria Geral de Controle Externo e corroboradas pelo Ministério Público de Contas, por meio dos seus respectivos Pareceres de fls. 5.674/5.709 - Vol. XIX - e fls. 5.718/5.720-v - Vol. XIX -, em princípio não reputadas como danosas, podendo tais defesas ser instruídas com documentos e ser alegado tudo o que entenderem de direito para sanar as impropriedades a si imputadas, nos termos da legislação processual, por:

a) Descumprimento ao estatuído no Art.1º, inciso IV, línea “j” da Instrução administrativa 02/1992 TCE/RO, em razão de não constar nos autos a “Declaração passada pelo ordenador da despesa que os recursos foram rigorosamente aplicados aos fins concedidos”, conforme analisado no subitem 2.1 deste Relatório Técnico (item 3.1.1 do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709, Vol. XIX);

II - NOTIFIQUE, por competente MANDADO DE CITAÇÃO, os Senhores Wilson Stecca - Ex-Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária (SEAGRI) – e Jurandir Vieira – Ex-Secretário Executivo da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia – EMATER/RO -, para que, querendo, OFEREÇAM suas razões de justificativas, por escrito, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, nos termos do art. 30, §1º, I, c/c o art. 97 do Regimento Interno do TCE/RO, podendo, inclusive, instrui-las com os documentos que entender necessários, nos termos da legislação processual vigente, em face das irregularidades indiciárias veiculadas pela Secretaria Geral de Controle Externo (fls. 5.674/5.709, Vol. XIX) e corroboradas pelo Ministério Público de Contas (fls. 5.718/5.720-v, Vol. XIX), por meio dos seus respectivos Pareceres, da forma que se segue:

a) Descumprimento dos artigos 83, 85, 87 e 89 da Lei Federal nº 4.320/64, c/c a aliena “c” da Cláusula Oitava do CONVÊNIO 146/95PGE, em virtude das diferenças evidenciadas no quadro infra, conforme analisado no subitem 2.2.1 do Relatório Técnico (item 3.1.2 do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709):

Page 7: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

7 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

DESCRIÇÃO

A - VALOR TOTAL

DOS CRÉDITOS

EFETUADOS NA

CONTA CORRENTE

DO CONVÊNIO Nº

146/95PGE

B - VALOR TOTAL

DO CONVÊNIO Nº

146/95PGE

C - VALOR IDENTIFICADO

COM AS NOTAS

FINANCEIRAS INERENTES

AO CONVÊNIO Nº

146/95PGE

D – DIFERENÇAS

D.1 (A - B) D.2 (A - C) D.3 (B- C)

R$ R$ R$ R$ R$ R$

Valores financeiros 6.973.991,02 5.526.000,00 5.477.000,00 1.447.991,02 1.496.991,02 49.000,00

b) Descumprimento dos artigos 83, 85, 87 e 89 da Lei Federal nº 4.320/64, c/c a aliena “c” da Cláusula Oitava do CONVÊNIO 146/95PGE (ORIGINAL – Parcela de R$2.336.000,00), em razão das seguintes inconsistências técnicas (item 3.1.3 do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709):

b.1) Pagamento de despesas de competências anteriores a vigência do Convênio nº 146/95-PGE-SEAGRI/EMATER (ORIGINAL), no valor de R$ 672.378,35 (seiscentos e setenta e dois mil, trezentos e setenta e oito reais e trinta e cinco centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.1 “a” do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709, Vol. XIX. Devendo ser os responsáveis advertidos de que eventual não esclarecimento desta imputação poderá caracterizar dano ao erário, o que implica na obrigação do ressarcimento ao erário da quantia indevidamente aplicada;

b.2) Ausência de comprovação do efetivo pagamento (não apresentação das cópias das guias de recolhimentos, devidamente quitadas) do FGTS, do IRRF e do INSS, no valor de R$ 664,05 (seiscentos e sessenta e quatro reais e cinco centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.1 “b” do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709, Vol. XIX. Devendo ser os responsáveis advertidos de que eventual não esclarecimento desta imputação poderá caracterizar dano ao erário, o que implica na obrigação do ressarcimento ao erário da quantia não/ou indevidamente aplicada;

b.3) Pagamento de “juros e multas de mora”, em detrimento ao princípio da eficiência (art. 37 da CF/1988) e da economicidade (art. 70 da CF/1988), relativo ao recolhimento intempestivo do FGTS, do IRRF e do INSS, implicando dispêndios extras de recursos públicos no valor de R$ 125,26 (cento e vinte e cinco reais e vinte e seis centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.1 “c” do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709, Vol. XIX. Devendo ser os responsáveis advertidos de que eventual não esclarecimento desta imputação poderá caracterizar dano ao erário, o que implica na obrigação do ressarcimento ao erário da quantia indevidamente aplicada;

b.4) Não conciliação entre o valor dos cheques emitidos e pagos contra a Conta Corrente BERON n. 0.121.377-8 – EMATER/SEAGRI/CONV. 146/95PGE-ORIGINAL (PARCELA DE R$ 2.336.000,00), no valor de R$ 2.472.856,71 (dois milhões, quatrocentos e setenta e dois mil, oitocentos e cinquenta e seis reais e setenta e um centavos), e o valor dos pagamentos relacionados na “Relação da Despesa Realizada”, às fls. 3.227/3.232, de R$ 2.336.000,00 (dois milhões, trezentos e trinta e seis mil reais), acarretando uma diferença aritmética de R$ 136.856,71 (cento e trinta e seis mil, oitocentos e cinquenta e seis reais e setenta e um centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.1 “d” do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709, Vol. XIX; e

b.5) Emissão de cheques contra a Conta Corrente BERON n. 0.121.377-8 – EMATER/SEAGRI/CONV. 146/95PGE-ORIGINAL (PARCELA DE R$ 2.336.000,00), no valor de R$ 131.332,02 (cento e trinta e um mil, trezentos e trinta e dois reais e dois centavos), sem correlação direta com as despesas pagas constantes da “Relação da Despesa Realizada”, às fls. 3.227/3.232, conforme analisado no subitem 2.2.2.1 “e” do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709, Vol. XIX.

c) Descumprimento dos artigos 83, 85, 87 e 89 da Lei Federal nº 4.320/64, c/c a aliena “c” da Cláusula Oitava do CONVÊNIO 146/95PGE (1º, 2º e 3º Termos Aditivos – Parcela de R$ 3.190.000,00), em razão das seguintes inconsistências técnicas (item 3.1.4 do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709):

c.1) Pagamento de “juros e multas de mora”, em detrimento ao princípio da eficiência (art. 37 da CF/1988) e da economicidade (art. 70 da CF/1988), em razão dos pagamentos do FGTS, do IRRF, do INSS e de Contas de Energia/Telefone fora dos prazos legais (além de multas de trânsito), implicando dispêndios extras de recursos públicos no valor de R$ 224.566,03 (duzentos e vinte e quatro mil, quinhentos e sessenta e seis reais e três centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.2 “a” do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709, Vol. XIX. Devendo ser os responsáveis advertidos de que eventual não esclarecimento desta imputação poderá caracterizar dano ao erário, o que implica na obrigação do ressarcimento ao erário da quantia indevidamente aplicada;

c.2) Pagamento de despesas de competências anteriores a vigência do Convênio n. 146/95-PGE-SEAGRI/EMATER (1º, 2º e 3º Termos Aditivos), no valor de R$ 340.365,53 (trezentos e quarenta mil, trezentos e sessenta e cinco reais e cinquenta e três centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.2 “b” do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709, Vol. XIX;

c.3) Não conciliação entre o valor dos cheques emitidos contra a Conta Corrente BERON nº 0.121.377-8 – EMATER/SEAGRI/CONV. 146/95PGE- (1º, 2º e 3º Termos Aditivos – parcela de R$3.190.000,00), no valor de R$ 4.565.823,05 (quatro milhões, quinhentos e sessenta e cinco mil, oitocentos e vinte e três reais e cinco centavos), e o valor dos pagamentos relacionados na “Relação da Despesa Realizada”, às fls. 4.140/4.154, de R$ 3.190.000,00 (três milhões, cento e noventa mil reais), acarretando uma diferença aritmética de R$ 1.375.823,05 (um milhão, trezentos e setenta e cinco mil, oitocentos e vinte e três reais e cinco centavos), conforme analisado no subitem 2.2.2.2 “c” do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709, Vol. XIX; e

c.4) Emissão de cheques contra a Conta Corrente BERON nº 0.121.377-8 – EMATER/SEAGRI/CONV. 146/95PGE- (1º, 2º e 3º Termos Aditivos - Parcela de R$ 3.190.000,00), no valor de R$ 1.136.177,28 (um milhão, cento e trinta e seis mil, cento e setenta e sete reais e vinte e oito centavos), sem correlação direta com as despesas pagas constantes da “Relação da Despesa Realizada”, às fls. 4.140/4.154, conforme analisado no subitem 2.2.2.2 “d” do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709, Vol. XIX.

III - ALERTE os responsáveis indicados nos itens I e II, devendo registrar em relevo nos respectivos MANDADOS, que, pela não apresentação ou a apresentação intempestiva das razões de justificativas, como ônus processual, será decretada a revelia, com fundamento no art. 12, § 3º, da LC 154/96, c/c art. 19, § 5º, do RITC-RO e art. 319 do Código de Processo Civil, do que poderá resultar o julgamento irregular da tomada de contas especial, com eventual imputação de débito e multa, na forma do art. 54 da LC 154/96, c/c o art. 102 do RITC-RO, ou a aplicação de multa por ato praticado com infração à norma legal

Page 8: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

8 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

ou regulamentar de cunho contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial, com espeque no art. 55, II, da LC 154/96, c/c o disposto no art. 103 do RITC-RO;

IV – ANEXE aos respectivos MANDADOS cópia deste DDR, bem como do Relatório Técnico de fls. 5.674/5.709 - Vol. XIX- e da Cota Ministerial n. 23/2013-GPETV de fls. 5.718/5.720-v - Vol. XIX -, para facultar aos jurisdicionados o pleno exercício de defesa;

V - Apresentadas as justificativas, no prazo facultado, REMETA os autos à Unidade Técnica, para pertinente exame; ou, decorrido o prazo fixado nos itens “I” e “II”, sem a apresentação de defesas, CERTIFIQUE tal circunstância nos autos, vindo-me conclusos para apreciação;

VI – JUNTE-SE; e

VII – PUBLIQUE-SE.

Cumpra a Assistência de Gabinete as medidas preordenadas nos itens “VI” e “VII” e, após, remeta aos autos ao Departamento da 2ª Câmara, a fim de efetivar os demais comandos dispostos neste DDR. Expedindo, para tanto, o necessário.

Porto Velho-RO, 17 de dezembro de 2013.

Conselheiro WILBER CARLOS DOS SANTOS COIMBRA Relator

DECISÃO MONOCRÁTICA PROCESSO Nº.: 2956/2008 INTERESSADO: Valdir Nunes - CPF nº. 458.713.459-72 ASSUNTO: Aposentadoria por invalidez (Proventos Proporcionais) ÓRGÃO DE ORIGEM: Secretaria de Estado de Administração – SEAD NATUREZA: Registro de Concessão de Aposentadoria RELATOR: Erivan Oliveira da Silva Conselheiro-Substituto

DECISÃO PRELIMINAR N.º 6/2014 - GABEOS

EMENTA: Aposentadoria por invalidez. Retificação da fundamentação legal e dos cálculos dos proventos. Impossibilidade de registro. Sobrestamento. Necessidade de saneamento.

Cuidam os autos da apreciação, para fins de registro, da legalidade do ato concessório de aposentadoria por invalidez, com proventos proporcionais, do Senhor Valdir Nunes, no cargo de Auxiliar de Serviços Fiscais, Classe “Especial”, Referência, “A”, cadastro nº. 3000.07.351, pertencente ao quadro efetivo de servidores públicos do Estado de Rondônia.

O ato administrativo que transferiu o servidor à inatividade se concretizou por meio do Decreto de 28 de janeiro de 2008, publicado no Diário Oficial do Estado nº. 936, de 15.2.2008 (fl. nº. 96), fundamentado no art. 40, §1º, inciso I, da Constituição Federal, com redação da Emenda Constitucional nº. 41/2003 c/c art. 43 da Lei Complementar nº. 228/00 e art. 44, §1º, da Lei Complementar nº. 253/02 (proventos proporcionais, com base na média aritmética simples de 80% maiores bases contributivas).

A Diretoria de Controle de Atos de Pessoal (DCAP), em análise preliminar (fls. nºs. 105/108), verificou impropriedades na fundamentação legal do ato, bem como na metodologia de cálculo dos proventos, uma vez que aduz que a patologia originadora da invalidez demanda o pagamento de aposentadoria integral e não proporcional.

Em suas conclusões, registrou o órgão técnico que o servidor em questão faz jus ao benefício previdenciário, todavia, merece reparos o ato concessório ora objeto de análise.

Instado a se manifestar, o Ministério Público junto ao TCE (MPC), em convergência com o Corpo Técnico, sugeriu a retificação do ato concessório, com vistas à modificação da fundamentação legal, bem ainda a intimação do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado

de Rondônia – IPERON, para que esclareça a diferença de valores dos proventos noticiada pelo órgão que elabora a folha de pagamento (fl. nº. 87).

É o relatório.

Decido.

Analisando detidamente os presentes autos, tenho que merecem prosperar as considerações expendidas pelo Corpo Técnico e pelo MPC.

Base de cálculo do benefício

A aposentadoria por invalidez, objeto dos autos, rege-se pela regra do artigo 40, §1º, inciso I, da Constituição Federal c/c Emenda Constitucional nº. 70/2012, uma vez que o interessado ingressou no serviço público antes de 31.12.2003.

A referida norma estabelece que a aposentadoria por invalidez concedida a servidor que tenha ingressado no serviço público antes da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº. 41/2003 será remunerada com proventos calculados sobre o valor da remuneração do cargo efetivo, e não sobre a média aritmética simples das maiores remunerações contributivas percebidas em atividade.

Com essas razões, a 2ª Câmara desta Corte de Contas determinou, em sessão realizada no dia 23 de maio de 2012, a remessa dos presentes autos ao Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia – IPERON para adequação dos proventos à Emenda Constitucional nº. 70/2012.

No tocante a esse aspecto, verifico que os proventos estão sendo calculados sobre a base de cálculo correta, todavia, ainda subsistem falhas na metodologia de pagamento, como evidenciarei a seguir.

Da integralidade dos proventos

A junta médica, por meio de laudo acostado aos autos (fl. n.o 45), atestou a invalidez do servidor e a impossibilidade definitiva para qualquer atividade laborativa, porque é acometido de doença incapacitante (CID: F – 31.2 transtorno afetivo bipolar com princípio e sintomas psicóticos), patologia que é espécie do gênero Alienação Mental, expressamente elencada no art. 44, §1º, da Lei Complementar n.o 228/2000 , de 10.1.2000.

Page 9: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

9 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

A doença em questão é uma das espécies de alienações mentais, conforme já decidiu esta Corte de Contas na Decisão n.o 300/2011 – 2ª Câmara. Quanto ao tema, o Ministério Público de Contas, por meio do Parecer nº. 553/2006, igualmente se manifesta no sentido de que transtorno afetivo bipolar consubstancia um tipo de alienação mental.

Não é outro o entendimento da jurisprudência pátria, consoante se verifica do acórdão proferido pelo E. Superior Tribunal de Justiça, cuja ementa transcrevo:

STJ. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 3.451 - GO (2011/0043598-0). RELATOR: MINISTRO HUMBERTO MARTINS. AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS. AGRAVADO: MÔNICA MARIA MEDEIROS DE OLIVEIRA RIZZO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DOENÇA GRAVE E INCURÁVEL ALIENAÇÃO MENTAL. ATESTADA POR PERITO. ART. 186 DA LEI N.8.112/90. ROL EXEMPLIFICATIVO. PROVENTOS INTEGRAIS. POSSIBILIDADE. AGRAVO CONHECIDO PARA NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. DECISÃO:

Vistos. Cuida-se de agravo manejado pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS contra decisão que obstou a subida de recurso especial interposto, com fundamento no art. 105, III, "a" e "c", da Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, nos termos da seguinte ementa (fls. 194/211e): "MANDADO DE SEGURANÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DECORRENTE DE DOENÇA GRAVE E DE CURA IMPROVÁVEL. TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR. PROVENTOS INTEGRAIS. ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE GOIÁS (LEI Nº 10.460/88). Em observância ao princípio das isonomia e igualdade, os servidores públicos titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando aposentados por invalidez, se acometidos por doença grave contagiosa ou incurável, como o Transtorno Afetivo Bipolar, fazem jus à percepção integral da aposentadoria. Inteligência do artigo 40, § 1º, inciso I da CF. [...] E, embasando na prova carreada aos autos, verifica-se que a Impetrante está acometida de doença grave e de improvável cura denominada transtorno afetivo bipolar (Alienação mental) - que foi confirmada pela Administração. [...] Não há como considerar taxativo o rol descrito no art. 186, I, § 1º, da Lei n. 8.112/90, haja vista a impossibilidade de a norma alcançar todas as doenças consideradas pela medicina como graves, contagiosas e incuráveis, sob pena de negar o conteúdo valorativo da norma inserta no inciso I do art. 40 da Constituição Federal. [...]. De se ressaltar que o INSS, através de orientações internas, estabelece que são excepcionalmente considerados casos de alienação mental as psicoses afetivas (transtornos afetivos) mono ou bipolar, quando comprovadamente cronificadas e refratárias ao tratamento, ou quando exibirem elevada freqüência de repetição fásica, ou ainda, quando configurarem comprometimento grave e irreversível de personalidade (CID-10: F31). Diante do exposto, com fundamento no artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, nego provimento ao recurso especial. (grifo)

A ser assim, insofismável que a doença incapacitante é modalidade de alienação mental, a qual é prevista expressamente no art. 44, §1º, da Lei Complementar nº. 228/2000. Todavia, o órgão de origem concedeu o benefício de forma proporcional, equivocadamente, o que demanda a necessidade de retificação, para que seja pago de forma integral, como determina a legislação de regência.

Com essas razões, verifico que a forma de cálculo dos proventos do interessado deve ser alterada para se aplicar a integralidade, e não proporcionalidade, incidente sobre a última remuneração percebida em atividade.

Da fundamentação legal do ato

O ato concessório utilizou como fundamentação o art. 40, §1º, inciso I, da Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº. 41/2003 c/c art. 43 da Lei Complementar nº. 228/00 e art. 44, §1º, da Lei Complementar nº. 253/02.

Como se vê, o ato ora em análise está alicerçado também no art. 44, §1º, da Lei Complementar nº. 228/00 (proventos integrais), muito embora esteja redigido de forma incorreta, dando a entender que o referido artigo é da Lei Complementar nº. 253/02. A norma em tela dispõe acerca das doenças

que ensejam proventos integrais, como já evidenciado, o que faria concluir, em análise perfunctória, que os fundamentos legais estão corretos.

Contudo, não há manifestação expressa ao art. 6º-A da Emenda Constitucional nº. 41/2003, o que é necessário, conforme restou consignado por esta Corte de Contas através da Decisão nº. 338/2013 – 2ª CÂMARA, de relatoria do Eminente Conselheiro Paulo Curi Neto, cuja ementa passo a transcrever:

APOSENTADORIA – INVALIDEZ – PROVENTOS PROPORCIONAIS AO TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO, COM BASE NA ÚLTIMA REMUNERAÇÃO (integralidade) E REAJUSTADOS CONFORME O PESSOAL DA ATIVA (paridade)- INCIDÊNCIA DA EC N° 70/2012 – PERDA DA VISÃO DE UM OLHO – MOLÉSTIA PARCIAL NÃO CONSIDERADA CEGUEIRA - VEDADA A CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ QUALIFICADA - RETORNO DE DILIGÊNCIA – RETIFICAÇÃO NA BASE LEGAL (inclusão dos comandos emergentes da EC nº. 70/12) - REGISTRO DO ATO. UNANIMIDADE. (grifo).

Faz-se imperativo, portanto, ao Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia – IPERON providenciar a retificação do fundamento legal do ato concessório, de forma a constar expressamente o art. 6-A da Emenda Constitucional nº. 41/2003, incluído pela Emenda Constitucional nº. 70/2012.

Esclareça-se que as rubricas dos proventos não serão analisadas nesta sentada, mas poderão sê-los em inspeção e/ou auditoria futura.

Em face do exposto, decido acolher parcialmente a proposição do Corpo Técnico para:

I - Determinar ao Presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia – IPERON que, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contados do recebimento desta decisão:

a) Retifique a fundamentação legal do ato concessório de aposentadoria do servidor Valdir Nunes, para fazer constar na fundamentação o art. 40, §1º, I, da Constituição Federal/88, c/c Art. 6º-A da EC nº. 41/03 (redação dada pela EC nº. 70/2012) e Art. 44, §§ 1º e 2º da Lei Complementar nº. 228/00, com redação dada pela LC nº. 253/2002;

b) Encaminhe a esta Corte de Contas cópia do ato concessório devidamente retificado e publicado;

c) Retifique os cálculos dos proventos, para que sejam calculados de forma integral, com base na última remuneração percebida do cargo efetivo em que deu a aposentadoria e com paridade;

d) Encaminhe planilha de cálculos dos proventos, nos moldes do Anexo TC – 32, em que conste memória de cálculos, bem como a ficha financeira atualizada.

II - Cumpra o prazo previsto no item anterior, sob pena de, não o fazendo, tornar-se sujeitos às sanções previstas no art. 55, IV, da Lei Complementar Estadual nº. 154/96;

III - Determinar à Assistente de Gabinete deste setor que providencie a publicação desta decisão, sobrestando os presentes autos no Gabinete, para acompanhamento e posterior análise conclusiva do feito.

Porto Velho, 9 de janeiro de 2014.

ERIVAN OLIVEIRA DA SILVA Conselheiro-Substituto Relator

Page 10: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

10 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

DECISÃO MONOCRÁTICA PROCESSO Nº.: 3845/2013 ÓRGÃO DE ORIGEM: Secretaria de Estado da Administração - SEAD NATUREZA: Registro de Ato de Admissão ASSUNTO: Análise da Legalidade dos Atos de Admissão – Concurso Público Estatutário regido pelo Edital nº. 149/2009 RELATOR: Erivan Oliveira da Silva

Conselheiro-Substituto

DECISÃO PRELIMINAR Nº. 8/2014 – GABEOS

EMENTA. Análise da legalidade do ato de admissão. Concurso Público. Edital nº. 149/2009/SEAD. Secretaria de Estado da Administração. Falhas nos atos de admissão. Determinações.

Cuidam os autos do exame da legalidade dos Atos de Admissão de Pessoal decorrentes do Concurso Público deflagrado pela Secretaria de Estado da Administração - SEAD, regido pelo Edital Normativo nº. 149/2009 .

A fim de verificar o cumprimento das disposições legais vigentes, visando registrar os atos ora examinados, em análise preliminar, o Corpo Técnico concluiu nos seguintes termos :

[...]

2.2. IRREGULARIDADES DETECTADAS

Depois de empreendida zelosa análise dos atos admissionais integrantes dos presentes autos, constatamos diversos atos de admissão regulares, ou seja, que atendem as normas pertinentes a matéria, assim como também encontramos irregularidades nas admissões de alguns servidores, tais como insuficiência de informações sobre acumulação de cargos públicos, descumprimento da IN nº. 013/2004-TCER, art. 22, I, alínea “a”, e ainda descumprimento de norma federal.

A fim de subsidiarmos uma análise organizada e sistemática dos atos de admissão em apreço, abordaremos por bloco de admissões que se enquadram em cada situação específica (regular/regular com ressalva/irregular), passando a expô-las em itens apartados, conforme seguem adiante nesta peça técnica.

2.3. DAS ADMISSÕES REGULARES (APTAS A REGISTRO):

No intuito de tornar mais objetiva e célere a análise do vultoso quantitativo de informações envolvidas na análise da legalidade do provimento de cargos públicos efetivos, inserimos na tabela a seguir, que contém os dados dos servidores, coluna nomeada respectivamente com o nome de cada servidor cuja admissão sofreu análise. Desta forma, na presente instrução foi aferida a regularidade dos seguintes atos admissionais:

2.4. DAS ADMISSÕES REGULARES COM RESSALVAS:

Da análise minuciosa dos atos de admissão oriundos do edital nº. 149/2009-SEAD, observamos algumas incongruências relativas à carga horária de trabalho a que os profissionais ocupantes dos cargos de Assistente Social e Técnico em Radiologia estão sujeitos, isso porque o que estabelece o referido edital não condiz com a prescrição legal contida nas Leis nº. 8.662/93 e 7.394/85, que dispõem sobre essas profissões.

Conforme prevê a Lei nº 8.662/93, em seu art. 5º-A, a duração da carga horária do profissional assistente social deverá ser de no máximo 30 (trinta) horas semanais. Em relação às admissões dos técnicos em radiologia, deve ser observado o prescrito no art. 14 da Lei nº. 7.394/85, que estabelece que a duração da carga horária para o técnico em radiologia deverá ser de no máximo 24 (vinte e quatro) horas semanais.

Portanto, à luz da legislação pertinente, sugerimos ao Eminente Relator que determine a unidade jurisdicionada a comprovação de adequação da carga horária dos cargos de Assistente Social para 30 (trinta) horas semanais e de Técnico em Radiologia para 24 (vinte e quatro) horas semanais, ao invés das 40 (quarenta) horas semanais constantes do quadro disposto no subitem 1.10 do edital e ainda dos Anexos TC-29 de cada servidor ocupante dos cargos em comento, a fim de que, em observância ao princípio da legalidade, se amolde a carga horária desses servidores aos ditames das Leis.

Listamos abaixo, em duas tabelas separadas por cargo, as admissões que, embora estejam em conformidade com os requisitos cuja observância é exigida normativamente por este Tribunal, devem ter a carga horária reduzida buscando atender o que regem as Leis nº. 8.662/93 e 7.394/85:

[...]

2.5. ADMISSÕES IRREGULARES (INAPTAS A REGISTRO):

Ainda da análise detalhada dos atos de admissão oriundos do edital n.º 149/2009-SEAD, verificamos admissões cuja documentação não comprova, nestes autos, o atendimento aos requisitos exigidos pelo art. 22, inciso I da Instrução Normativa nº. 13-TCER/2004, apresentando, pois, as irregularidades que especificamos no quadro a seguir:

[...]

Quanto às acumulações irregulares elencadas na tabela acima, entendemos pertinente registrarmos a respectiva disposição constitucional, que veda a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários nos casos previstos no inciso XVI do art. 37 da CF/88, in verbis:

(...) Art. 37 - XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (...)

Torna-se também oportuno trazer à baila o entendimento desta Corte de Corte acerca da acumulação regular de cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, sedimentado por meio do Parecer Prévio n.º 21/2005, alterado pelo Acórdão n.º 165/2010-Pleno deste Egrégio Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, in verbis:

(...) d) É possível a acumulação remunerada de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, que decorra a sujeição do servidor a jornada de trabalho que perfaça o total de 80 (oitenta) horas semanais, desde que prestadas pelo menos parcialmente sob o regime de plantão, devendo para tanto, ser observada a compatibilidade de horários entre os cargos, na forma do artigo 37, inciso XVI, alínea “c”, da Constituição Federal. (...)

Da análise das admissões elencadas acima, observamos ausência de comprovação do cumprimento da carga horária em escala de plantão, ainda que parcialmente, nos termos do entendimento desta Corte, acima colacionado.

Assim, em vista das irregularidades especificadas no quadro acima, sugerimos ao eminente Conselheiro Relator que determine o desentranhamento da documentação citada na listagem acima, a fim de que seja autuada em apartado e prossiga na sua instrução (incluindo diligências saneadoras) até que se conclua por meio de Decisão e não atrapalhe o curso normal com o conseqüente registro das demais admissões constantes destes autos.

Page 11: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

11 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

O Ministério Público junto ao TCE (MPC) não se manifestou nessa fase procedimental, em razão da regra disposta no art. 1º, alínea “c”, do Provimento nº. 001/2011-MPC/TCE-RO, que possibilita a emissão de parecer verbal nos atos de admissão de pessoal.

É o relatório.

Decido.

Analisando detidamente os presentes autos, verifico que a Secretaria de Estado de Administração - SEAD realizou concurso público destinado ao provimento de cargos das diversas categorias funcionais de seu quadro de pessoal, nos termos do Edital nº. 149/2009, publicado no Diário Oficial do Estado nº. 1.230, de 24.4.2009.

Admissões Regulares

Ab initio, cumpre ressaltar que, nos termos do art. 22, I, da Instrução Normativa nº. 013/TCER-2004, a formalização do processo de admissão de pessoal perante esta Corte exige os seguintes requisitos:

a) preenchimento completo do anexo TC-29 desta Instrução Normativa;

b) cópia da publicação do Edital do Concurso;

c) cópia da publicação do resultado final do concurso, na imprensa oficial e em jornal de grande circulação, contendo relação por ordem de classificação dos aprovados;

d) cópia do edital de convocação;

e) cópia da publicação do ato de nomeação no órgão oficial de imprensa;

f) cópia do termo de posse ou inclusão;

g) declaração de não acumulação remunerada de cargos públicos ou de acumulação legal, assinada pelo servidor civil ou militar.

Quanto a informações e documentos necessários, conforme prescrevem os artigos 22, I, e 23 da supramencionada norma, a Diretoria de Controle de Atos de Pessoal (DCAP) relatou em quadro próprio os nomes dos servidores que cumpriram com os requisitos exigidos para admissão. Assim, a conclusão técnica foi pelo registro dos atos relativos aos servidores constantes da citada relação.

No tocante às admissões consideradas regulares, compulsando os documentos colacionados aos autos, é possível concluir que foram cumpridas as exigências legais no que tange ao ingresso dos servidores em questão, não havendo qualquer consideração adicional a ser feita, ao menos nessa fase processual.

Inadequação da carga horária

Ainda em análise vestibular, o Corpo Técnico informa a presença de algumas irregularidades relativas à carga horária de trabalho a que os profissionais ocupantes dos cargos de Assistente Social e Técnico em Radiologia, porquanto a duração da carga horária do primeiro deveria ser de no máximo 30 (trinta) horas semanais, enquanto que dos segundos deveria ser de no máximo 24 (vinte e quatro). Assim, listou os servidores cujas admissões considerou regulares com ressalvas (fls. nºs. 758/759). Relativamente à impropriedade observada nos autos referente à carga horária dos servidores ocupantes dos cargos de Assistente Social e Técnico em Radiologia , ressalta o Corpo Técnico que para os cargos de Assistente Social deveria ser observado o que dispõe a Lei nº. 8.662/93, no seu art. 5º-A, ou seja, duração de carga de no máximo 30 (trinta) horas semanais, e, para os cargos de Técnico em Radiologia, o regramento contido na Lei nº. 7.394/85, em seu art. 14, qual seja, duração da carga horária de no máximo 24 (vinte e quatro) horas.

Todavia, o Edital nº. 149/2009 dispõe que a carga horária semanal de trabalho para os cargos de Assistente Social e Técnico em Radiologia é de 40 (quarenta) horas, portanto, a discussão circunscreve-se acerca da possibilidade de uma lei federal alterar a carga horária laboral, fixada em estatuto próprio, de servidores titulares de carga efetivo municipal.

O entendimento jurisprudencial acerca da matéria pode ser retirado da leitura do texto abaixo transcrito, produzido no Processo nº. 0005083-82.2011.4.05.8100 – julgado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“A Advocacia-Geral da União (AGU) comprovou, na Justiça, que não se pode aplicar a jornada de trabalho de 30 horas semanais para os servidores públicos ocupantes do cargo de assistente social sem reduzir o salário. Os advogados da União defenderam que a redução na jornada de trabalho implicaria na readequação dos rendimentos, sendo impossível manter o mesmo pagamento à categoria caso diminuísse o tempo de atividade.

O Ministério Público Federal ajuizou Ação Civil Pública para declarar a nulidade dos efeitos da Orientação Normativa nº 1/2011, expedida pela Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que reduziu proporcionalmente a remuneração dos servidores do cargo de assistente social, devido conversão da carga horária para 30 horas semanais. O órgão pedia ainda o cumprimento integral da Lei 12.317/2010 para evitar que o salário fosse adequado à nova norma.

A Procuradoria-Regional da União da 5ª Região (PRU5) e a Procuradoria da União no Estado do Ceará (PUCE) argumentaram que a redução da jornada de trabalho implica na adequação da remuneração, tendo em vista que a Lei nº 12.317/2010 não tem a finalidade de produzir o incremento na remuneração dos servidores públicos federais, o que só seria possível mediante a edição de lei específica, de iniciativa do Poder Executivo.

Os Advogados da União sustentaram que a Lei nº 12.317/2010 trata apenas de matéria trabalhista, destinada a regular as relações jurídicas de direito privado, sendo inaplicável ao regime jurídico dos servidores públicos civis.

Segundo a AGU, esses servidores têm regra própria quanto à carga horária na Lei n.º 8.112/90 , cujo artigo 19 faculta à Administração Pública a possibilidade de alterar, de acordo com seus critérios de conveniência e oportunidade, as jornadas de trabalho dos servidores em razão das atribuições inerentes aos respectivos cargos.

O Tribunal Regional Federal da 5ª Região acatou os argumentos da AGU e negou o pedido do MPF. A decisão destacou que a Presidenta da República pode, utilizando-se do poder regulamentar que lhe é outorgado pelo art. 84, IV, da CF/88, sem inovar na ordem jurídica, proceder à fixação dos limites mínimo e máximo da jornada de trabalho dos servidores, dentro do que é previsto na lei nº 8.112/90” (Notícia extraída do site www.agu.gov.br de 20.11.2012).

Vê-se, portanto, que a Administração não está obrigada a reduzir a carga horária dos referidos cargos em debate. Tampouco, lei federal pode alterar regras próprias previstas em estatuto próprio do ente da federação. A Administração Pública ao deflagrar o certame por sua conveniência e necessidade, ofertou cargos a serem preenchidos com a devida remuneração e carga horária prevista no edital, 40 (quarenta) horas para os cargos de Assistente Social e de Técnico em Radiologia, e, mais, os servidores empossados nos referidos cargos declararam as cargas horárias constantes do Edital nº. 149/2009. Incontroversa a vinculação dos atos procedimentos do certame às cláusulas editalícias, eis que erigido, o instrumento, à Lei entre as partes, no caso Administração Pública e candidatos.

Logo, neste ponto, deixo de acolher a sugestão do Corpo Técnico, por entender que é faculdade da Administração Pública a possibilidade de alterar, de acordo com seus critérios de conveniência e oportunidade, as jornadas de trabalho dos servidores em razão das atribuições inerentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de 40 (quarenta) horas, de acordo com o prescrito no art. 55, §1º, da Lei Complementar Estadual nº. 68/1992.

Page 12: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

12 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

Incompatibilidade de horários e acumulação ilegal

A DCAP apontou vícios consistentes na falta de documentos imprescindíveis à análise dos atos, procedendo assim a confecção de mais um quadro demonstrativo, com nomes dos servidores cuja admissão considerou irregular, mencionando, ainda, a falha detectada.

Pontua o Corpo Técnico que há servidores empossados em cargos públicos que não comprovaram a compatibilidade de horários, ou acumulam ilegalmente cargos públicos, ou ainda que não comprovaram o trabalho em regime de plantão.

Sobre o tema, no âmbito estadual, a Lei Complementar nº. 68/1992 assim dispõe:

Art. 156 - É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos ressalvados os casos previstos na Constituição Federal.

§ 1º - A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, Estado e dos Municípios.

§ 2º - A acumulação de cargos, ainda que lícita, é condicionada à comprovação de compatibilidade de horários.

(...)

Art. 159 - Verificada acumulação ilícita de cargos, funções ou empregos, o servidor é obrigado a solicitar exoneração de um deles, dentro de 05 (cinco) dias.

Parágrafo único - Decorrido o prazo deste artigo, sem que manifeste a sua opção ou caracterizada a má fé, o servidor é sujeito às sanções disciplinares cabíveis, restituindo o que tenha percebido indevidamente.

Sobre o que versou o relatório técnico no tocante a não comprovação da escala em regime de plantão, observo que, nestes casos, deve o gestor, fiscalizar a carga horária laboral de cada servidor, bem como a escala de plantão, pois a Lei Complementar nº. 68/1992 disciplina a forma pela qual se dará a acumulação de cargos.

Ademais, deve-se observar, ainda, o entendimento firmado por esta Corte de Contas no Parecer Prévio nº. 21/2005, alterado pelo Acórdão nº. 165/2010-Pleno:

d) É possível a acumulação remunerada de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, que decorra a sujeição do servidor a jornada de trabalho que perfaça o total de 80 (oitenta) horas semanais, desde que prestadas pelo menos parcialmente sob o regime de plantão, devendo para tanto, ser observada a compatibilidade de horários entre os cargos, na forma do artigo 37, inciso XVI, alínea “c”, da Constituição Federal.

Impende ressaltar que a Corte de Contas é a entidade máxima responsável pela fiscalização externa, todavia, o trabalho em regime de plantão dos servidores nos cargos públicos não está entre os objetos de análise do processo de registro de ato de admissão, razão pela qual deixo de acolher a sugestão técnica.

Quanto à acumulação ilegal de cargos, o não cumprimento da compatibilidade de horários, e das cargas horárias que excedem 65 (sessenta e cinco) horas semanais, tenho que os dispositivos da Lei Complementar nº. 68/1992 são claros no sentido de que a acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada a comprovação da compatibilidade de horários. Entretanto, uma vez verificada a acumulação ilícita de cargos públicos, o servidor optará por um deles, no prazo improrrogável de 05 (cinco) dias, sob pena de abertura de processo administrativo para apuração da infração disciplinar.

Como se percebe, a acumulação ilegal de cargos, o não cumprimento da compatibilidade de horários, bem como as cargas horárias que excedem 65 horas semanais, não são causas impeditivas de registro do ato de admissão, no entanto, podem configurar ilícito disciplinar. Para tais casos, a Lei Complementar nº. 68/1992 prevê tratamento específico que deve ser tomado pelo gestor responsável caso verificada a situação irregular. Assim, tendo em vista que os documentos acostados aos autos - termos de posse e declarações de acumulação – dão conta de indícios da perpetração das ilegalidades citadas, torna-se necessária a notificação do Sr. Secretário Estadual de Administração, para comprovar as medidas saneadoras tomadas.

Em face do exposto, considerando o teor do relatório do Corpo Técnico o qual acolho parcialmente, DECIDO:

I – Determinar ao Secretário Estadual de Administração do Estado de Rondônia, para que no prazo de 60 (sessenta) dias (IN nº. 13/2004, artigo 24 ), contados do recebimento desta decisão, adote as seguintes medidas:

a) apresentar as razões de justificativas e encaminhar os documentos pertinentes acumulação de cargo público, comprovação da compatibilidade de horários e não excesso da carga horária de até 65 horas semanais, relativamente aos servidores listados a seguir:

NOME CPF CARGO

Aline da Silva Morong 790.547.492-53 Fisioterapeuta

Renata Isabel de Sousa Carmim Gonçalves

528.681.842-00 Fisioterapeuta

Mariana Maria Cartaxo de Moura 908.385.482-53 Psicóloga

Ana Paula Folador 684.831.472-20 Psicóloga

II – Cumpra o prazo previsto no item I, sob pena de não o fazendo tornar-se sujeito às sanções previstas no artigo 55, IV, da Lei Complementar nº. 154/96;

III – Determinar à Assistente de Gabinete que encaminhe cópia desta Decisão à Secretaria Estadual de Administração do Estado de Rondônia e providencie a sua publicação, sobrestando os presentes autos no Gabinete para acompanhamento.

Em seguida, retornem-me os autos conclusos.

Porto Velho, 9 de janeiro de 2014.

ERIVAN OLIVEIRA DA SILVA Conselheiro-Substituto Relator

DECISÃO EM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE DECISÃO EM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE N. 019/2013-GCBAA

O Conselheiro BENEDITO ANTÔNIO ALVES, Relator do Processo n. 3701/2012-TCE-RO, que trata do Contrato n. 252/PGE-2010, firmado entre a SEDUC e a empresa MG Assessoria e Planejamento Empresarial LTDA – ME – Processo Administrativo n. 1601/866/2010, cujo o objeto é a realização de curso de formação inicial para Professores Indígenas – Magistério Indígena, na cidade de Ouro Preto do Oeste, no período de 7.11 a 14.12.2010, 1ª Etapa, Fase II, do Projeto Açaí II, ante as evidências de pagamento integral da NF n. 415, sem comprovação inequívoca da real execução de todas as parcelas que compunham o objeto pactuado (liquidação da despesa), bem como o pagamento para uma projeção de 174 alunos quando apenas 138 compareceram e foram instruídos pelo programa, encarecendo em 20% o custo do serviço contratado, além da prática de preços abusivos onerando ainda mais o custo total do contrato, convertida em Tomada de Contas Especial, por meio da Decisão nº 342/2013 – 1ª Câmara, no cumprimento do disposto no item II da decisão e

Page 13: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

13 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

das disposições insertas no artigo 12, incisos I, II e III da Lei Complementar nº 154/96.

DEFINE a responsabilidade i) das Sras. IRANY FREIRE BENTO, Secretária da SEDUC (período 1º.04 a 31.12.2010) e TANANY ARALY BARBETO, Diretora Administrativo-Financeiro da SEDUC (período 09.06 a 31.12.10), do Sr. ELIZEU CORDEIRO MACHADO e das Sras. LUIZA PEREIRA ZAMORA e ÂNGELA FERREIRA GADU DA SILVA, nomeados especificamente para acompanhamento e fiscalização do contrato; ii) das Sras. MARLI FERNANDES DE OLIVEIRA CAHULLA, Secretária SEDUC (período 25.07.08 a 31.03.10), SÔNIA APARECIDA DE OLIVEIRA ALVES CASIMIRO, Gerente de Educação/SEDUC (PERÍODO 28.02.05 A 31.12.10) e MILVA VALÉRIA GARBELLINI SILVA, Superintendente do PRODEF/GE/SEDUC (período 15.08 a 31.12.10), iii) dos Srs. ADEMOR EMANOEL MOREIRA e MÁRCIO AFONSO BASEGGIO, Superintendente e Pregoeiro da SUPEL, respectivamente, e iv) das Sras. IRANY FREIRE BENTO, Secretária da SEDUC (período 1º.04 a 31.12.10), TANANY ARALY BARBETO, Diretora Administrativo-Financeiro da SEDUC (período 09.06 a 31.12.10) ADEMIR EMANOEL MOREIRA e MÁRCIO AFONSO BASEGGIO, Superintendente e Pregoeira da SUPEL respectivamente, pelas impropriedades apontadas na conclusão do Relatório Técnico.

Em consequência, observando os princípios do contraditório e da ampla defesa insculpidos no inciso LV, do artigo 5º da Constituição Federal, no bojo do devido processo legal, determino que o Departamento do Pleno da Secretaria de Processamento e Julgamento promova a:

I – AUDIÊNCIA das Sras. IRANY FREIRE BENTO, CPF n. 178.976.451-34 e TANANY ARALY BARBETO, CPF n. 251.224.522-53, do Sr. ELIZEU CORDEIRO MACHADO, CPF n. 505.410.999-49 e das Sras. LUIZA PEREIRA ZAMORA, CPF n. 204.210.442-68 e ÂNGELA FERREIRA GADU DA SILVA, CPF n. 407.550.822-00, para, querendo, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, apresentem suas razões de justificativas acompanhadas de documentação probante do saneamento acerca da impropriedade constante do Tópico 5, item 1, letras “a”, “b”, “c” e “d” (fls. 502v/503), da conclusão do Relatório Técnico;

II – CITAÇÃO das Sras. IRANY FREIRE BENTO, CPF n. 178.976.451-34 e TANANY ARALY BARBETO, CPF n. 251.224.522-53, do Sr. ELIZEU CORDEIRO MACHADO, CPF n. 505.410.999-49 e das Sras. LUIZA PEREIRA ZAMORA, CPF n. 204.210.442-68 e ÂNGELA FERREIRA GADU DA SILVA, CPF n. 407.550.822-00 para, querendo, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, apresentem suas razões de justificativas acompanhadas de documentação probante do saneamento acerca da impropriedade constante do Tópico 5, item 1, letras “d” (fls. 502v/503), da conclusão do Relatório Técnico, ou recolham a importância de R$ 216.956,14, devidamente corrigida e atualizada deste a data do fato gerador até a data do efetivo recolhimento, juntando a documentação probante do respectivo recolhimento.

III – CITAÇÃO das Sras. MARLI FERNANDES DE OLIVEIRA CAHULLA, CPF n. 301.081.959-53, SÔNIA APARECIDA DE OLIVEIRA ALVES CASIMIRO, CPF n. 040.513.338-33 e MILVA VALÉRIA GARBELLINI SILVA, CPF n. 080.436.518-09, para, querendo, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, apresentem suas razões de justificativas acompanhadas de documentação probante do saneamento acerca da impropriedade constante do Tópico 5, item 2 (fls. 503), da conclusão do Relatório Técnico, ou recolham a importância de R$133.789,62, devidamente corrigida e atualizada desde a data do fato gerador até a data do efetivo recolhimento juntando a documentação probante do respectivo recolhimento;

IV – AUDIÊNCIA dos Srs. ADEMIR EMANOEL MOREIRA, CPF n. 415.986.361-20 e MÁRCIO AFONSO BASEGGIO, CPF n. 644.522.042-87 para, querendo, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, apresentem suas razões de justificativas acompanhadas de documentação probante do saneamento acerca da impropriedade constante do Tópico 5, item 3, letras “a” e “b” (fls. 503/503v), da conclusão do Relatório Técnico;

V – CITAÇÃO das Sras. IRANY FREIRE BENTO, CPF n. 178.976.451-34 e TANANY ARALY BARBETO, CPF n. 251.224.522-53, do Sr. ADEMIR EMANOEL MOREIRA, CPF n. 415.986.361-20 e do Sr. MÁRCIO AFONSO BASEGGIO, CPF n. 644.522.042-87 para, querendo, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, apresentem suas razões de justificativas acompanhadas de documentação probante do saneamento acerca da

impropriedade constante do Tópico 5, item 4 (fls. 503v/504) da conclusão do Relatório Técnico, ou recolham a importância de R$438.382,90, devidamente corrigida e atualizada desde a data do fato gerador até a data do efetivo recolhimento juntando a documentação probante do respectivo recolhimento;

VI – DETERMINAR que o Departamento da 1ª Câmara da Secretaria de Processamento e Julgamento encaminhe cópia do Relatório Técnico (fls. 493/504), e desta Decisão visando subsidiar a defesa, e alerte que em caso de não atendimento aos Mandados de Audiência e Citação, os responsáveis serão considerados revéis por este Tribunal, devendo o processo seguir o seu rito legal, na forma estabelecida no artigo 12, parágrafo 3º da Lei Complementar nº 154/96.

Cumpra-se, Publique-se. Porto Velho-RO, 19 de dezembro de 2013. Conselheiro BENEDITO ANTÔNIO ALVES Relator

DECISÃO MONOCRÁTICA EXTRATO PROCESSO N.: 04219/2013 INTERESSADO: Superintendência Estadual de Compras e Licitações ASSUNTO: Análise de Edital de Licitação: Pregão Eletrônico n. 845/2013/SUPEL/RO (Proc. Admin. n. 01.1601.05863-0000/2013) RESPONSÁVEIS: EMERSON SILVA CASTRO – Secretário de Estado da Educação, CPF nº 348.502.362-00 MÁRCIO ROGÉRIO GABRIEL, CPF n. 302.479.472-00, Superintendente da SUPEL FABÍOLA RAMOS DA SILVA, CPF n. 670.808.982-34, Pregoeira da SUPEL RELATOR: Conselheiro BENEDITO ANTÔNIO ALVES

Ementa: Administrativo. Fiscalização de Atos e Contratos. Edital de Licitação. Pregão Eletrônico n. 845/2013/SUPEL/RO, promovido pela Superintendência Estadual de Compras e Licitações. Formação de Registro de Preços para futura e eventual aquisição de armários, estantes e carros para remolho de talheres em aço inox para cozinha, a fim de atender à Secretaria de Estado da Educação. Impropriedades detectadas no edital. Deferimento de pedido de Tutela Antecipatória. Determinação para suspender o procedimento licitatório em tela. Fixação de prazo aos responsáveis para remessa de razões de justificativas e/ou adotem providências tendentes a saná-las, com envio de documentos comprobatórios.

DECISÃO MONOCRÁTICA N. 001/2014/GCBAA

Dessa forma, presentes os requisitos para a concessão de tutela antecipatória, quais sejam fumus boni iuris, pela aparente violação do direito, e o periculum in mora, em face do receio de consumação de impropriedades de natureza grave, com possível comprometimento à concorrência do certame e dano ao erário, bem assim ante a iminência de realização da sessão inaugural marcada para o dia 14.01.2014, às 10 h (horário de Brasília-DF) DEFIRO, com arrimo no art. 108-A do Regimento Interno deste Tribunal, a tutela antecipatória - de caráter inibitório - requerida pela Unidade Técnica e pelo Parquet de Contas, bem como DECIDO:

I – DETERMINAR ao Superintendente e a Pregoeira da SUPEL, Sr. Márcio Rogério Gabriel e Fabíola Ramos da Silva, ou quem os estejam substituindo, para que SUSPENDAM, até posterior autorização desta Relatoria, a licitação levada a efeito por meio do Pregão Eletrônico nº 845/2013/SUPEL/RO (processo administrativo nº 01.1601.05863-0000/2013), em virtude de terem sido detectadas impropriedades nesse procedimento, listadas a seguir, que impedem a sua continuidade, sob pena de, não o fazendo, incorrerem na aplicação da sanção prevista no art. 55, IV, da Lei Complementar nº 154/1996 c/c art. 103, IV, do RITCE/RO, sem prejuízo de outras cominações legais:

Page 14: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

14 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

a) Infringência ao art. 21, §1º, da Lei Federal nº 8666/1993, uma vez que a documentação correlata à licitação, disponibilizada eletronicamente, está incompleta, pois estão ausentes no Anexo II do Termo de Referência (endereços das Escolas), os dados referentes às unidades escolares localizadas nos municípios de Pimenta Bueno, Rolim de Moura e Vilhena. Como o objeto da licitação deverá ser entregue, às expensas do fornecedor, em diversas unidades escolares, cfe. se depreende da peça juntada às fls. 77v, o acesso prévio às informações citadas é indispensável para que os interessados formulem suas propostas (cfe. item 2 do Relatório Técnico);

b) Infringência ao art. 3º, inciso II, da Lei Federal 10520/2002 c/c art. 3º, §1º, inciso I, da Lei Federal nº 8666/1993, tendo em vista que: i) na motivação para as compras que se pretende realizar não se encontra nenhum respaldo técnico que justifique a eleição das dimensões mínimas do mobiliário escolhido em detrimento de várias outras existentes no mercado; ii) o Edital prevê dimensões mínimas para o objeto e não as dimensões máximas, impedindo que dimensões inferiores sejam adquiridas e permitindo, em princípio, que quaisquer outras dimensões superiores sejam aceitas; iii) no item “carro para remolho de talheres” não foi definida a capacidade da cuba, em litros (cfe. itens 4 e 5 do Relatório Técnico);

c) Infringência aos arts. 3º, §1º, I e 15, I, da Lei Federal 8666/1993, por exigir dos interessados que ofereçam garantia mínima de longevidade para os bens, sem estabelecer no Edital qual o espaço de tempo mínimo para tal garantia, por cada item que se deseja registrar (cfe. item 6 do Relatório Técnico).

II – Fixar o prazo de até 15 (quinze) dias, a contar do recebimento desta decisão, para, querendo, os agentes públicos nominados no item anterior e ao Secretário de Estado da Educação, Sr. Emerson Silva Castro, ou quem os estejam substituindo, apresentem razões de justificativas que entenderem cabíveis acerca das impropriedades identificadas por este Tribunal, de suas respectivas competências, e/ou adotem providências tendentes a saná-las, com remessa de documentos comprobatórios;

III – Determinar que sirva como mandado esta Decisão, visando dar agilidade ao feito, em obediência ao princípio da celeridade processual, expresso no inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição Federal, a qual deve ser enviada pela Assistência de Apoio Administrativo deste Gabinete aos agentes públicos nominados no item II desta Decisão, seguida de cópias do relatório técnico (fls. 122/129) e do Parecer do Ministério Público de Contas n. 003/2014-GPETV (fls. 133/135-v);

IV - DETERMINAR à Assistência de Gabinete do Relator que promova a publicação do extrato desta Decisão e posterior remessa dos autos ao Departamento da Primeira Câmara para providências de sua competência;

V – ENCAMINHAR as comprovações que tratam o item II desta decisão à Secretaria Geral de Controle Externo, visando à análise da Unidade Técnica respectiva, para produção de relatório conclusivo e, posteriormente, remetê-las ao Ministério Público de Contas, para emissão de Parecer na forma regimental.

Porto Velho, 09 de janeiro de 2014.

Conselheiro BENEDITO ANTÔNIO ALVES Relator

DECISÃO MONOCRÁTICA PROCESSO: 4290/1997 – I volume (Apenso nº 2053/2006) UNIDADES: Secretaria de Estado de Obras e Serviços Públicos - SEOSP e Secretaria de Estado da Educação - SEDUC ASSUNTO: Contrato nº 129/97-PGE RESPONSÁVEIS: Tomás Guilherme Correia Ex-Secretário de Estado de Obras e Serviços Públicos Dirceu Bettiol Ex-Secretário de Estado da Educação RELATOR: Conselheiro Francisco Carvalho da Silva

EXTRATO DA DECISÃO MONOCRÁTICA Nº 001/GCFCS/2014

EMENTA: Contrato nº 129/1997-PGE, firmado entre o Estado de Rondônia, por intermédio da Secretaria de Educação e da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, com a Construtora Rio Mar Ltda., tendo por objeto a construção de uma quadra poliesportiva coberta, na Escola Aluízio Ferreira, localizada no Município de Ji-Paraná. Acórdão nº 81/2005 – 2ª Câmara. Contrato ilegal. Aplicação de multa aos Senhores Tomás Guilherme Correia e Dirceu Bettiol. Recolhimento da multa por parte do Senhor Tomás Guilherme Correia. Quitação reconhecida por meio do Acórdão nº 115/2010 – 1ª Câmara. Responsável Dirceu Bettiol. Recurso de Reconsideração conhecido, por preencher os requisitos de admissibilidade, para negar provimento quanto ao mérito. Existência de sentença judicial transitada em julgado, reconhecendo a prescrição da multa aplicada por esta Corte de Contas ao Senhor Dirceu Bettiol. Matéria protegida pelo manto da imutabilidade. Reconhecimento, de ofício, monocraticamente, da nulidade da multa aplicada no item III do Acórdão nº 81/2005 – 2ª Câmara. Determinações.

Trata-se de análise da legalidade do Contrato nº 129/1997-PGE, celebrado em 1.9.1997, entre o Estado de Rondônia, por meio da Secretaria de Educação e da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, e a Construtora Rio Mar Ltda., objetivando a construção de uma quadra poliesportiva coberta, na Escola Estadual Aluízio Ferreira, localizada na zona urbana do Município de Ji-Paraná, cujo feito retorna a esta Relatoria para apreciação do documento acostado às fls. 250/261, no qual o Senhor Luciano Brunholi Xavier, Procurador do Estado, informa que o egrégio Tribunal de Justiça de Rondônia, em decisão transitada em julgado, reconheceu a prescrição da multa aplicada ao Senhor Dirceu Bettiol por meio do Acórdão nº 81/2005 – 2ª Câmara, e, por conseguinte, extinguiu a Certidão da Dívida Ativa decorrente, motivo pelo qual solicita as baixas devidas por parte desta Corte.

Com relação à multa aplicada ao Senhor Dirceu Bettiol, constante do item III do Acórdão nº 81/2005 – 2ª Câmara, nota-se que foi inscrita em dívida ativa no dia 20.9.2010, conforme Certidão de Dívida Ativa nº 20100200036131, acostada às fls. 239, tendo sido ajuizada Ação de Execução Fiscal pela Fazenda Pública do Estado de Rondônia, autuada sob o nº 005896-59.2010.822.0010, perante a 1ª Vara Cível da Comarca de Rolim de Moura .

No entanto, o Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito Leonardo Leite Mattos e Souza, acolhendo a Exceção de Pré-Executividade oposta por Dirceu Bettiol, prolatou, em 16.5.2012, sentença extinguindo a ação de execução fiscal por considerar o crédito prescrito, no que diz respeito à multa aplicada, vez que o Acórdão nº 81/2005 – 2ª Câmara data de 23.11.2005, enquanto que a inscrição em dívida ativa está datada de 20.9.2010, sendo a ação ajuizada apenas em 21.12.2010 e o despacho que ordena a citação exarado em 31.1.2011, ultrapassando, assim, o prazo prescricional de 05 (cinco) anos entre a data da constituição definitiva do crédito e o despacho que ordenou a citação, conforme sentença às fls. 251/254, publicada no Diário da Justiça Eletrônico nº 90/2012, divulgado em 18.5.2012.

A mencionada sentença foi confirmada pelo egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia em sede de Apelação, conforme Decisão às fls. 255/261, de modo que a matéria encontra-se dirimida perante o Poder Judiciário.

Assim, consubstanciado em sentença judicial transitada em julgado, bem como diante das ponderações acima expostas, DECIDO:

I – Determinar a baixa de responsabilidade do Senhor Dirceu Bettiol, referente ao item III do Acórdão nº 81/2005 – 2ª Câmara, diante da sentença judicial carreada às fls. 251/254 dos presentes autos, que julgou prescrita a sobredita multa e extinguiu a Ação de Execução respectiva, com fulcro no Decreto nº 20.910/32 concomitante com o artigo 174, parágrafo único, I, do CTN e o artigo 219, § 5º, e artigo 269, IV, ambos do Código de Processo Civil;

II – Dar ciência desta Decisão ao jurisdicionado e à Administração Fazendária Estadual;

Page 15: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

15 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

III – Determinar ao Assistente de Gabinete que promova a publicação desta Decisão Monocrática;

IV – Encaminhar o feito a Secretaria de Processamento e Julgamento para que, após os trâmites legais, promova o arquivamento dos autos.

Porto Velho, 8 de janeiro de 2014.

FRANCISCO CARVALHO DA SILVA Conselheiro Relator

Administração Pública Municipal Município de Jaru DECISÃO MONOCRÁTICA Extrato de Decisão Preliminar

Ato: DECISÃO PRELIMINAR Nº 188/GABOPD/2013. Processo: 2055/2010. Jurisdicionado: Órgão Gestor: Instituto de Previdência dos Servidores de Jaru – Jaru-Previ. Assunto: Aposentadoria compulsória. Interessado: Wilson Terra, CPF: 559.319.017-87. Responsáveis: Paulo Werton Joaquim dos Santos, ex-Superintendente do Jaru-Previ, e Rogério Rissato Júnior, Superintendente do Jaru-Previ. Decisão: Trata-se de apreciação, para fins de registro, do ato de concessão inicial de aposentadoria compulsória ao servidor Wilson Terra, no cargo de Motorista – veículo leve, cadastro n. 183-1, Referência TONM40-018, do Quadro de Pessoal da Prefeitura do Município de Jaru, com fundamento no artigo 40, §1º, II, e artigo 69 da Lei Municipal n. 850/2005, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição (10.616 dias), com base na média aritmética de 80% das maiores remunerações contributivas, com reajustes nos termos da lei local. A diretoria de controle de atos de pessoal levantou que o interessado, ao completar 70 anos de idade em 31/7/2008, atendeu os requisitos estabelecidos no artigo 40, § 1º, II, da Constituição Federal, com redação da EC 41/2003, que impõe a aposentadoria compulsória do servidor, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, calculados com base na média aritmética e, consequentemente, reajustes pelo RGPS. Ao fim, concluiu pela regularidade da concessão, com ressalvas. Dissinto, contudo, quanto à regularidade do ato. Afigura-se relevante içar quatro pontos detectados nos autos, que, caso não esclarecidos e retificados pelos órgãos gestores do Fundo de Previdência e de recursos humanos do Município de Jaru, poderão tisnar o ato concessório do direito. O primeiro deles vincula-se à legitimidade da autoridade responsável pelo envio do ato à Corte de Contas. As normas regimentais estabelecem que o ato seja submetido ao órgão de Controle Interno para manifestar-se acerca de sua legalidade, encaminhando-o para apreciação deste Tribunal. É o manifesto comando do artigo 55 do Regimento Interno. Vê-se, entretanto, que o ato foi remetido à apreciação da Corte, e admitido por esta, sem que a formalidade, à qual se obriga o remetente, tenha sido observada, padecendo o ato de vício em razão do sujeito incompetente, tornando o ‘ato anulável’, no dizer de Celso Antônio Bandeira de Mello. Demais disso, não foi contemplado com a manifestação sobre a legalidade do órgão de controle interno. A par disso, o procedimento sequer foi submetido à manifestação do órgão de controle. Constam dos autos Parecer Administrativo n. 004/2010, da lavra do Superintendente, e parecer da Assessoria Jurídica do IPJ, acerca do deferimento da aposentadoria, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. O segundo refere-se à mora com que houve a administração na concessão da aposentadoria. O servidor, nascido em 31 de julho de 1938, completara 70 anos de idade em 31 de julho de 2008. No entanto, o ato foi editado em 21 de maio de 2010. Nascedouro das normativas acerca dos RPPS, o Ministério da Previdência, perseguindo os fundamentos da Carta Magna, na ON n. 01, de 23/1/2007, para citar apenas essa, veda expressamente previsão de outro marco temporal – artigo 52. O terceiro diz respeito à contagem do tempo de serviço excedente ao permitido legalmente, em afronta ao que determina a Constituição Federal e ao ato concessório. Não se trata, aqui, de discutir se adequado ou não a contagem do tempo exercido além do limite etário: 70 anos de idade. Diversas decisões da Corte de Contas, relativamente a registro de aposentadoria compulsória, sentenciam no sentido de considerar, para fim de contagem de tempo de serviço e de contribuição, o período exercido além da linha demarcada constitucionalmente. O que se tem por alvo é o

ato concessório. No artigo 2º da Portaria n. 013/2010, expressamente determina que os efeitos retroajam a 31 de julho de 2008, data em que completou 70 anos de idade. A despeito disso, o cálculo da média aritmética contemplou remunerações de agosto de 2008 a maio de 2010, período em que o servidor permaneceu no serviço. O quarto ponto refere-se a remunerações utilizadas para apuração da média aritmética, base de cálculos dos proventos do servidor: a) Foram utilizadas remunerações de períodos não abrangidos pelo ato, ou seja, de agosto de 2008 a maio de 2010; b) O servidor ingressou no serviço público municipal no dia 12/3/1990, porém a relação de remuneração apresenta valores a partir de janeiro de 2002. A legislação infraconstitucional, ON MPS/SPS n. 02/2009, artigo 61 e seguintes, determina a obrigatoriedade da contagem do tempo de contribuição a partir da competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela competência. Quanto à certidão de Tempo de Contribuição do INSS, deverá ser averbado o tempo ali indicado – no total de 3.241 dias – pelo Instituto de Previdência de Jaru, nos termos previstos em norma local, utilizados para fazer face ao tempo de contribuição, inicialmente calculado em 10.616 dias (3241 + 7375). Demais disso, o Jaru Previ deverá expedir Certidão de Tempo de Contribuição, nos termos da Portaria MPS n. 154, de 15 de maio de 2008. Dessa forma, o tempo de contribuição deverá ser recalculado, cuja apuração deverá ser ultimada em 31 de julho de 2008. Decorrente disso, tem-se ilegalidade na contagem da proporção aplicada (83,09%). Por tais razões, invocando a função instrutiva da Corte de Contas, visando evitar que o ato de aposentadoria padeça de ilegalidade, decido fixar o prazo de trinta (30) dias, contados da ciência do teor desta Decisão, com fundamento no RITCRO, artigo 97, I, c, sob pena de o gestor incorrer na aplicação das penalidades contidas no artigo 55, inciso IV da Lei Complementar nº 154/96, para que o Instituto de Previdência de Jaru adote as seguintes providências: a) Justifique a ausência de manifestação do Controle Interno acerca da legalidade, conforme preceitua o artigo 55 do Regimento Interno do Tribunal de Contas; b) Justifique a demora entre a abertura do processo n. 118/2008 no Instituto de Previdência, ocorrida em 19/8/2008, e a edição do ato de aposentadoria – 21/5/2010; c) Retifique a planilha de cálculo dos proventos, fazendo constar todas as remunerações desde a competência julho de 1994 até julho de 2008, para obtenção da média aritmética, nos termos descritos no ato de aposentadoria - Portaria n. 13/2010; d) Retifique a planilha de cálculo dos proventos, fazendo constar a proporção obtida pela somatória do tempo de contribuição até a data fixada no ato (31/7/2008) – RGPS + RPPS; e e) Averbe o tempo de contribuição do servidor ao RGPS, fazendo-o constar na Certidão de Tempo de Contribuição a ser expedida nos termos da Portaria MPS n. 154/2008. À Assistente de Gabinete: a) Promova todos os atos processuais objetivando oficiar o órgão de origem; e b) Publique a decisão, na forma regimental. Gabinete do Relator, 7 de janeiro de 2014. Omar Pires Dias, Conselheiro-Substituto.

DECISÃO MONOCRÁTICA Extrato de Decisão Preliminar

Ato: DECISÃO PRELIMINAR Nº 001/GABOPD/2014. Processo: 3303/2012. Jurisdicionado: Órgão Gestor: Instituto de Previdência dos Servidores de Jaru – Jaru-Previ. Assunto: Aposentadoria voluntária – Tempo de Contribuição. Interessado: Antônio de Oliveira Valadão - CPF: 044.008.799-68. Responsáveis: Paulo Werton Joaquim dos Santos, ex-Superintendente do Jaru-Previ, e Rogério Rissato Júnior, Superintendente do Jaru-Previ. Decisão: Trata-se de apreciação, para fins de registro, do ato de concessão inicial de aposentadoria por Tempo de Contribuição ao servidor Antônio de Oliveira Valadão, no cargo de Assessor Jurídico, cadastro n. 3006, sem informação sobre a referência, do Quadro de Pessoal do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Jaru, com fundamento no artigo 40, §1º, III, a, da Constituição Federal, com proventos integrais com base na última remuneração e paridade. A diretoria de controle de atos de pessoal, priorizando a análise, em cumprimento ao despacho desta relatoria , em face do teor do Ofício n. 159/JP/2013 , levantou que o interessado não dispõe do tempo de contribuição exigido na alínea a do inciso III do § 1º do artigo 40, da Constituição Federal. Identificou também ilegalidade no cálculo dos proventos, os quais tiveram como base a última remuneração do servidor, ao arrepio da legislação que determina sejam com base na média aritmética de 80% das maiores contribuições. Ao fim, concluiu que o servidor tem direito à aposentadoria por idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, calculados com base na média aritmética de 80% das maiores contribuições. Decido. Afigura-se relevante içar seis pontos detectados nos autos, que, caso não esclarecidos e

Page 16: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

16 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

retificados pelos órgãos gestores do Fundo de Previdência e de recursos humanos do Município de Jaru, poderão tisnar o ato concessório do direito. O primeiro deles diz respeito ao cargo em que o servidor tomou posse (Assistente Jurídico ) e o cargo que consta do ato inativatório (Assessor Jurídico). Entendo presente a necessidade de comprovação de que o segundo evoluiu do primeiro. Melhor dizendo, deverá ser comprovada a existência do cargo efetivo de Assessor Jurídico na estrutura administrativa do Instituto de Previdência. O segundo, ao fundamento do ato – letra a do inciso III do § 1º do artigo 40 da CRFB – para cuja regra exige que o servidor comprove 35 anos de contribuição. Em exame aos documentos hábeis para comprovar o tempo de contribuição , verifico que o servidor tem tempo concomitante, no total de 1.824 dias. A exclusão do tempo concomitante reduz o tempo de contribuição do servidor, donde se obtém o total de 11.751 dias/contribuição, equivalente a 32 anos. Portanto, o servidor faz jus à aposentadoria por idade , nos termos do artigo 40, § 1º, inciso III, letra b, calculados os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, com base na média aritmética de 80% das maiores contribuições. A unidade técnica apurou o tempo de 12.449 (34 anos, 1 mês, 9 dias). Quanto a esse fato, obrigo-me a discordar do corpo técnico. Constato flagrante desacerto no cômputo do tempo de contribuição, que considerou tempo concomitante, no total de 700 dias. Constato que, ainda que se tratasse de dois cargos acumuláveis legalmente – o que não é o caso –, e fosse o caso de o tempo ser computado concomitantemente, o tempo de contribuição não seria suficiente para albergar a aposentadoria por tempo de contribuição, que exige, dentre outros, 35 anos de contribuição. Desse modo, a fundamentação utilizada no ato – artigo 40, § 1º, alínea a, com redação dada pela Emenda 20/98 – encontra-se desprovida de documentos que comprovem o tempo de contribuição alegado. A terceira questão é decorrente da inadequada fundamentação do ato. Diz respeito aos valores constantes na planilha de proventos . Não há nos autos a relação das remunerações, para apuração da média aritmética e confrontá-la com a última remuneração do cargo efetivo. Com efeito, verifico que os proventos foram calculados, sem embasamento legal, de forma integral e com base na última remuneração. Urge a necessidade de identificar a fundamentação legal das verbas componentes dos proventos, nos termos do comando contido no TC-32 e no artigo 51 da IN 13/2004. O quarto tem relação com a documentação e peças produzidas, que não guardam relação com o ato, já que o procedimento que encaderna o ato editado em 1º de abril de 2012 é o de n. 164/2004. Sobressai dizer que trata do mesmo processo no qual foi editada a Resolução n. 01/GS/2005 , revogada pela Portaria n. 16/GS/PWJS/09 , em face de determinação da Corte de Contas – Decisão n. 410/2009-1ª Câmara. O quinto, à legitimidade da autoridade responsável pelo envio do ato à Corte de Contas. As normas regimentais estabelecem que o ato seja submetido ao órgão de Controle Interno para manifestar-se acerca de sua legalidade, encaminhando-o para apreciação deste Tribunal. É o manifesto comando do artigo 55. Vê-se, entretanto, que o ato foi remetido à apreciação da Corte, e admitido por esta, sem que a formalidade, à qual se obriga o remetente, tenha sido observada, padecendo o ato de vício em razão do sujeito incompetente, tornando o ‘ato anulável’, no dizer de Celso Antônio Bandeira de Mello . A par disso, o procedimento foi submetido à manifestação do órgão de controle. Constam dos autos parecer da Assessoria Jurídica do IPJ, que opina pelo deferimento da aposentadoria, sem, contudo, proferir divergência sobre a forma de cálculos dos proventos, e parecer da lavra do Coordenador Técnico de Controle Interno , que, igualmente, nada diz sobre a planilha de proventos e a regra em que se deu a aposentadoria. O sexto refere-se à certidão de Tempo de Contribuição do INSS , cujo tempo foi contado para aposentadoria, mas, no entanto, não houve averbado o tempo ali indicado – no total de 7.673 dias – pelo Instituto de Previdência de Jaru, nos termos previstos em norma local. Demais disso, o Jaru Previ deverá expedir Certidão de Tempo de Contribuição, nos termos da Portaria MPS n. 154, de 15 de maio de 2008. Por tais razões, invocando a função instrutiva da Corte de Contas, visando evitar que o ato de aposentadoria padeça de ilegalidade, decido fixar o prazo de trinta (30) dias, contados da ciência do teor desta Decisão, com fundamento no Regimento Interno do Tribunal de Contas, artigo 97, I, c, para que o Instituto de Previdência de Jaru adote as seguintes providências: a) Retifique o ato de aposentadoria, para conceder a aposentadoria por idade, fundamentando-a no artigo 40, § 1º, inciso III, b, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, correspondente à proporção de 91,98%, com base na média aritmética de 80% das maiores contribuições, com reajuste pelo RGPS, nos termos da Lei 10.887/2004; ou b) Promova o chamamento do interessado, notificando-o para que opte em permanecer na inatividade ou retorne à atividade até implementar todos os requisitos necessários para fazer jus a uma outra regra que lhe seja mais benéfica; c) Corrija, de imediato, a planilha de proventos para que estes sejam calculados com base na média das maiores remunerações, nos termos do artigo 40, § 1º, inciso III, b, da CRFB, com redação da Emenda

n. 41/2003, com reajustes na mesma data dos concedidos ao RGPS caso a opção seja pela permanência na inatividade; d) comprove a existência do cargo efetivo de Assessor Jurídico, no qual se deu a aposentadoria, na estrutura administrativa do Instituto, bem como o quadro remuneratório da carreira; c) Identifique e descreva a fundamentação legal das verbas componentes dos proventos, nos termos do comando contido no TC-32 e no artigo 51 da IN 13/2004; d) Observe o que dispõe o artigo 55 do Regimento Interno do Tribunal de Contas, quando do encaminhamento de ato para registro; e) Proceda à averbação do tempo de contribuição, bem como observe, quando da expedição da Certidão de Tempo de Contribuição, os termos da Portaria MPS n. 154, de 15 de maio de 2008. À Assistente de Gabinete: a) Promova todos os atos processuais objetivando oficiar o órgão de origem; e b) Publique a decisão, na forma regimental. Gabinete do Relator, 7 de janeiro de 2014. Omar Pires Dias, Conselheiro-Substituto.

DECISÃO MONOCRÁTICA PROCESSO Nº.: 229/2009 INTERESSADO: Wilson Batista de Souza – CPF nº. 289.670.032-34 ASSUNTO: Aposentadoria municipal por invalidez (Proventos Integrais) ÓRGÃO DE ORIGEM: Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Jaru NATUREZA: Registro de Concessão de Aposentadoria RELATOR: Erivan Oliveira da Silva Conselheiro-Substituto

DECISÃO PRELIMINAR N.º 5/2014 - GABEOS

EMENTA: Aposentadoria Municipal por Invalidez. Ausência de laudo elaborado por junta médica. Impossibilidade de registro. Sobrestamento. Necessidade de saneamento.

Tratam os autos da apreciação, para fins de registro, da legalidade do Ato Concessório de Aposentadoria Municipal por Invalidez, com proventos integrais, do Senhor Wilson Batista de Souza, no cargo de Auxiliar Operacional de Serviços Diversos, cadastro nº. 2202-1, pertencente ao quadro efetivo de servidores públicos da Prefeitura Municipal de Jaru/RO.

O ato administrativo que transferiu o servidor à inatividade se concretizou por meio da Resolução nº. 015/G.S./2008, de 05 de setembro de 2008, publicado no Diário Oficial do Estado de Rondônia, fundamentado no art. 40, §1º, inciso I, da Constituição Federal, c/c art. 62 ss. da Lei Municipal nº 850 de 28 de julho de 2005.

A Diretora de Controle de Atos de Pessoal, em análise preliminar (relatório de fls. nºs. 45/46), atestou as seguintes irregularidades: a) ausência do último contracheque antes da inatividade (inciso VII); e b) não encaminhamento do laudo expedido por junta médica credenciada, onde conste a natureza da moléstia.

O Ministério Público junto ao TCE (MPC) não se manifestou nessa fase procedimental, em razão da regra disposta no art. 1º, alínea “b”, do Provimento nº. 001/2011-MPC/TCE-RO, que possibilita a emissão de parecer verbal nos atos de revisão de aposentadoria cujo valor do benefício não exceda a dois salários mínimos.

É o relatório.

Decido.

Analisando detidamente os presentes autos, tenho que merecem prosperar as considerações expendidas pelo Corpo Técnico.

Da ausência do último contracheque

No que tange à ausência do comprovante de rendimento, observo que o contracheque de agosto/2009 não foi encaminhado. Nesse aspecto,

Page 17: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

17 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

pontuo inicialmente que o envio do documento em questão é regra cogente expressamente prevista na Instrução Normativa nº. 13/TCER-2004.

Não bastasse isso, entendo que o comprovante de rendimento permite uma ampla apreciação do ato concessório, possibilitando a verificação de enquadramentos financeiros e funcionais do interessado.

Em regra, diligência com vistas a suprir somente a falta desse documento pode ser dispensável, em especial porque os valores dos proventos serão objeto de auditorias e/ou inspeções a serem realizadas na folha de pagamento dos inativos e pensionistas, ante o que foi firmado na Ata de Reunião de Trabalho/TCE-RO, de 10.2.2006. Contudo, uma vez que o órgão de origem será notificado para adoção de outras providências, o envio do último contracheque ou ficha financeira deve ser imposto por esta Decisão.

Da Cópia da Publicação do Ato de Aposentadoria

A cópia da publicação do ato de aposentadoria deve ser juntada no processo administrativo para fins de registro de concessão de aposentadoria, nos termos do art. 26, V, da Instrução Normativa nº. 13/TCER-2004. A mencionada regra confere transparência aos atos da administração, pois permite o conhecimento geral das razões para concessão do benefício.

No caso dos autos, apesar de juntada a cópia da publicação do ato na imprensa oficial, não é possível identificar o número do D.O.E, bem como a data, pois ambos estão ilegíveis. Logo, uma vez que o órgão de origem será notificado para adoção de outras providências, o envio da cópia da publicação do ato de aposentadoria com o número do D.O.E e data legíveis deve ser imposta por esta Decisão.

Do laudo médico

A necessidade de laudo médico, devidamente expedido por junta médica credenciada, é documento necessário para registro do ato de concessão de aposentadoria por invalidez, uma vez que tem por finalidade não somente comprovar a incapacidade, mas, também, atesta a natureza da moléstia: se grave, contagiosa ou incurável; se especificada em lei; ou mesmo se motivada por questão profissional ou acidente em serviço, nos termos do art. 26, X da Instrução Normativa nº 13/TCE-2004.

As possibilidades acima elencadas refletem diretamente na aposentadoria, quer no tocante à base de cálculo dos proventos, quer no atinente à proporcionalidade/integralidade do benefício. Ademais, é o meio probatório de maior relevância para atestar a incapacidade do servidor, assim, tenho que o laudo médico é documento imprescindível para o registro do ato de concessão de aposentadoria por invalidez.

No presente caso, os atestados e exames médicos colacionados aos autos consubstanciam-se em indícios relevantes da patologia causadora da incapacidade, contudo, não suprem a ausência do laudo médico, que deve ser trazido aos autos pra os fins probatórios legalmente previstos.

Com essas razões, verifico que é necessária expedição de comunicação ao órgão concessor do benefício para providenciar a remessa do laudo médico em questão, a fim de regular a instrução do feito.

Dispositivo

Em face do exposto, decido acolher a proposição do Corpo Técnico para:

I - Determinar ao Superintendente do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Jaru que, no prazo de 60 (sessenta) dias, contados do recebimento desta decisão:

a) Encaminhe o último comprovante de rendimentos do servidor em atividade, referente ao mês de agosto de 2009, ou a ficha financeira do ano de 2009;

b) Envie o laudo elaborado por junta médica credenciada, onde conste a natureza da moléstia que gerou a incapacidade laborativa.

c) Remeta cópia da publicação do ato de concessão de aposentadoria (Resolução nº. 015/GS/2008) com o número do D.O.E e data legíveis, de acordo com a previsão disposta no item V, do art. 26 da IN nº. 13/TCER-2004;

II - Cumpra o prazo previsto no item anterior, sob pena de, não o fazendo, tornar-se sujeito às sanções previstas no art. 55, IV, da Lei Complementar Estadual nº. 154/96;

III - Determinar à Assistente de Gabinete deste setor que providencie a publicação desta decisão, sobrestando os presentes autos no Gabinete, para acompanhamento e posterior análise conclusiva do feito.

Porto Velho, 9 de janeiro de 2014.

ERIVAN OLIVEIRA DA SILVA Conselheiro-Substituto Relator

Município de Ji-Paraná DECISÃO MONOCRÁTICA PROCESSO Nº.: 3253/2009 INTERESSADA: Helena Alves de Souza Brasil Freire – CPF nº. 068.027.452-91 ASSUNTO: Aposentadoria por idade (Proventos Proporcionais) ÓRGÃO DE ORIGEM: Fundo de Previdência Social do Município de Ji-Paraná NATUREZA: Registro de Concessão de Aposentadoria RELATOR: Erivan Oliveira da Silva Conselheiro-Substituto

DECISÃO PRELIMINAR Nº. 2/2014 - GABEOS

EMENTA. Aposentadoria por idade. Art. 40, §1º, III, “b”, da Constituição Federal. Necessidade de retificação na fundamentação legal. Inclusão da Emenda Constitucional nº. 41/ 2003. Retificação dos cálculos. Impossibilidade de registro. Exigência de sobrestamento.

Cuidam os autos da apreciação, para fins de registro, da legalidade do Ato Concessório de aposentadoria por idade, com proventos proporcionais, da Senhora Helena Alves de Souza Brasil Freire, no cargo de Auxiliar de Serviços Diversos, cadastro nº. 0060, pertencente ao quadro efetivo de servidores públicos da Prefeitura Municipal de Ji-Paraná/RO.

O ato administrativo que transferiu a servidora à inatividade consubstanciou-se na Portaria nº. 061/2009, de 10 de agosto de 2009, com fundamento no art. 40, §1º, III, ‘b’, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº. 20/98, combinado com o art. 32, incisos I, II, II da Lei Municipal Previdenciária nº. 1403, de 20 de julho de 2005.

A Diretoria de Controle de Atos de Pessoal (DCAP) em análise exordial (fls. nºs. 41/43), confirmou que a servidora cumpriu os requisitos necessários para concessão de aposentadoria por idade com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, todavia, identificou falhas na fundamentação legal e consignou que a interessada preencheu as condições para aposentação após o advento da Emenda Constitucional nº. 41/2003, a qual determina que seus proventos sejam calculados com referência na média aritmética das maiores remunerações percebidas em atividade.

O órgão técnico também apontou ausência dos seguintes documentos: a) último contracheque antes da inatividade; e b) cópia de publicação do ato de aposentadoria.

Page 18: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

18 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

Ao final, sugeriu determinação ao Diretor do Fundo de Previdência Social do Município de Ji-Paraná para que retifique a fundamentação legal do ato concessório, bem ainda que encaminhe os documentos faltantes.

O Ministério Público junto ao TCE (MPC) não se manifestou nessa fase procedimental, em razão da regra disposta no art. 1º, alínea “b”, do Provimento nº. 001/ 2011-MPC/TCE-RO, que possibilita a emissão de parecer verbal nos atos de revisão de aposentadoria cujo valor do benefício não exceda a dois salários mínimos.

É o relatório.

Decido.

Compulsando os autos, verifico que merecem prosperar as ilações expendidas pelo Corpo Técnico.

Da ausência do último contracheque

No que tange à ausência do comprovante de rendimento, observo que o contracheque de julho/2009 não foi encaminhado. Nesse aspecto, pontuo inicialmente que o envio do documento em questão é regra cogente expressamente prevista na Instrução Normativa nº. 13/TCER-2004.

Não bastasse isso, entendo que o comprovante de rendimento permite uma ampla apreciação do ato concessório, possibilitando a verificação de enquadramentos financeiros e funcionais do interessado.

Em regra, diligência com vistas a suprir somente a falta desse documento pode ser dispensável, em especial porque os valores dos proventos serão objeto de auditorias e/ou inspeções a serem realizadas na folha de pagamento dos inativos e pensionistas, ante o que foi firmado na Ata de Reunião de Trabalho/TCE-RO, de 10.2.2006. Contudo, uma vez que o órgão de origem será notificado para adoção de outras providências, o envio do último contracheque ou ficha financeira deve ser imposto por esta Decisão.

Da Ausência da Cópia da Publicação do Ato de Aposentadoria

A cópia da publicação do ato de aposentadoria deve ser juntada no processo administrativo para fins de registro de concessão de aposentadoria, nos termos do art. 26, V, da Instrução Normativa nº. 13/TCER-2004. A mencionada regra confere transparência aos atos da administração, pois permite o conhecimento geral das razões para concessão do benefício.

A despeito do caráter louvável do regramento acima, sua inobservância não enseja ilegalidade do ato concessório, em especial porque todos os demais requisitos do ato foram cumpridos. Mesmo no tocante à publicidade, o procedimento administrativo que ensejou a concessão da pensão é público, podendo qualquer interessado tomar conhecimento diretamente junto ao órgão de origem.

Todavia, uma vez que o órgão de origem será notificado para adoção de outras providências, a cópia da publicação do ato de aposentadoria deve ser imposta por esta Decisão.

Da fundamentação legal

O benefício previdenciário objeto dos autos encontra previsão legal no art. 40, §1º, III, “b”, da Constituição Federal, combinado com o artigo 32, incisos I, II, III da Lei Municipal Previdenciária n.º 1403, de 20.07.2005, o qual garante a aposentadoria ao servidor que preencher os seguintes requisitos:

a) dez anos de efetivo exercício no serviço público;

b) cinco anos no cargo em que se dará a aposentadoria;

c) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher.

Em análise superficial, entendo preenchidos os requisitos para a aposentadoria perquirida pela interessada, todavia, é possível verificar que a fundamentação legal do ato concessório deve fazer referência à Emenda Constitucional nº. 41/03.

Com efeito, a aposentação do art. 40, §1º, III, “b”, da Constituição Federal, é remunerada com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, cuja proporção é representada por um índice encontrado a partir da metodologia de cálculo previsto no artigo 56, §10 e §12, da Lei Municipal nº. 1.403/2005.

Analisando detidamente o ato concessório, verifico que há referência à Emenda Constitucional nº. 20/98, norma que não contempla o cálculo dos proventos pela média aritmética, pelo contrário, nas aposentações fundamentadas na referida norma, a base de cálculo é a última remuneração percebida pelo servidor em atividade.

Assim, tenho que a concessão do ato não pode ter por referência a Emenda Constitucional nº. 20/98, pois isso pode gerar eventual equívoco quanto à forma de cálculo. Correto, então, é a referência expressa à Emenda Constitucional nº. 41/03, norma essa aplicável ao caso, como já exposto.

Ainda, como bem observado pela área técnica, há ocorrência de erro de digitação na fundamentação do ato de concessão de aposentadoria, a Portaria nº. 061/2009 (fl. nº. 27), considerando que consta o art. 32, incisos I, II e II da Lei Municipal n. 1403, de 20.07.2005, quando o correto seria art. 32, incisos I, II e III da Lei Municipal nº. 1403 de 20.07.2005.

Por conseguinte, a retificação do ato é medida que se impõe, a fim de restarem aperfeiçoados os requisitos necessários ao seu registro.

Da base de cálculo dos proventos

Nos termos do art. 40, §3º, da Constituição Federal, para cálculo dos proventos de aposentadoria da interessada devem ser consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor ao longo de sua vida funcional.

A regulamentação do assunto, no âmbito municipal, advém do art. 56 da Lei Complementar Municipal nº. 1403/2005 , o qual determina que a base de cálculo dos proventos deve ser a média aritmética de 80% das maiores remunerações contributivas percebidas pelo servidor em atividade.

Contudo, observo da planilha de cálculos colacionada à fls. nºs. 21/22 que a base de incidência dos proventos foi R$ 575,70 (quinhentos e setenta e cinco reais e setenta e centavos), montante este que significa a remuneração do cargo em que se deu a aposentadoria, como pode se verificar do comprovante de rendimentos (fl. nº. 23).

Ante o exposto, verifico que a forma de pagamento dos proventos afronta o comando insculpido no art. 40, §3º, da Constituição Federal, o que demanda, portanto, retificação para adequação à norma regente.

Da proporcionalidade dos cálculos

Ab initio, consigno que a planilha de proventos (fl. nº. 21) faz menção a proporcionalidade 23/30, portanto, verifico impropriedade também no tocante à proporcionalidade, pois a metodologia utilizada pelo órgão concessor levou em consideração a quantidade de anos do tempo de contribuição.

Com efeito, o benefício previdenciário objeto dos autos deve ser remunerado com proventos proporcionais ao total do período contribuído pela servidora, cuja proporção é representada por um índice encontrado a partir da metodologia de cálculo previsto no artigo 56, §§ 10 e 12, da Lei Municipal nº. 1403/2005 .

Page 19: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

19 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

No tocante ao total de dias a ser considerado para fins de proporcionalidade, verifica-se que a DCAP aponta como correto o montante de 8.528 (oito mil, quinhentos e vinte e oito) dias, superior àquele apontado pelo órgão concessor (fls. nºs. 19/20). A diferença reside no período em que o servidor permaneceu em atividade, mesmo após a confecção da certidão de tempo de serviço/contribuição (09.7.2009 a 12.08.2009).

Dessa forma, o Corpo Técnico sugeriu determinar ao órgão de origem a retificação do cálculo dos proventos, fazendo considerar o período prestado após a confecção da certidão de tempo de serviço/contribuição, que totalizará 8.528 (oito mil, quinhentos e vinte e oito) dias e representará o percentual de 77,88% (setenta e sete inteiros e oitenta e oito centésimos por cento).

Dispositivo

Em face do exposto decido acolher a proposição do Corpo Instrutivo para:

I – Determinar ao Diretor-Presidente do Fundo de Previdência Social do Município de Ji-Paraná, para que no prazo de 60 (sessenta) dias, contados do recebimento desta decisão, adote as seguintes medidas:

a) Retifique a fundamentação do ato concessório de aposentadoria por idade concedida à Senhora Helena Alves de Souza Brasil Freire, fundamentando-o no art. 40, §1º, III, “b”, §§ 3º e 8º da Constituição Federal (redação dada pela Emenda Constitucional nº. 41/03), c/c art. 32, incisos I, II, III, da Lei Municipal Previdenciária nº. 1403, de 20/07/2005;

b) Envie cópia do ato devidamente retificado e sua publicação na imprensa oficial;

c) Encaminhe o último comprovante de rendimentos da servidora em atividade, referente ao mês de julho de 2009, ou a ficha financeira do ano de 2009;

d) Remeta cópia da publicação do ato inicial de aposentadoria (Portaria nº. 061/2009), de acordo com a previsão disposta no item V, do art. 26 da IN nº. 13/TCER-2004;

e) Retifique os cálculos dos proventos da beneficiária, para aplicar a proporcionalidade no percentual de 77,88%, incidentes sobre a média aritmética simples das 80% maiores remunerações contributivas percebidas em atividade, conforme determina os termos do art. 56, caput e §§10º e 12 da Lei Complementar nº. 1.403/2005, demonstrando os cálculos e valores na nova planilha e na memória de cálculos, e encaminhe a esta Corte.

II – Cumpra o prazo previsto no item anterior, sob pena de não o fazendo tornar-se sujeito às sanções previstas no artigo 55, IV, da Lei Complementar nº. 154/96;

III – Determinar à Assistente de Gabinete deste setor que encaminhe cópia desta Decisão ao Fundo de Previdência Social do Município de Ji-Paraná e providencie a sua publicação, sobrestando os presentes autos no Gabinete para acompanhamento. Após o recebimento da documentação, remetam-se os autos à DCAP, para que promova a devida análise conclusiva.

Em seguida, retornem conclusos. Porto Velho, 9 de janeiro de 2014. ERIVAN OLIVEIRA DA SILVA Conselheiro-Substituto Relator

Município de Machadinho do Oeste DECISÃO MONOCRÁTICA

PROCESSO Nº.: 0213/2009 INTERESSADA: Darci Sales da Silva - CPF nº. 421.162.872-00 ASSUNTO: Aposentadoria por invalidez (Proventos Proporcionais) ÓRGÃO DE ORIGEM: Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos Municipais de Machadinho D’Oeste - IMPREV NATUREZA: Registro de Concessão de Aposentadoria RELATOR: Erivan Oliveira da Silva Conselheiro-Substituto

DECISÃO PRELIMINAR N.º 7/2014 - GABEOS

EMENTA: Aposentadoria municipal por invalidez. Retificação dos cálculos dos proventos. Impossibilidade de registro. Sobrestamento. Necessidade de saneamento.

Cuidam os autos da apreciação, para fins de registro, da legalidade do ato concessório de aposentadoria municipal por invalidez, com proventos proporcionais, da Senhora Darci Sales da Silva, no cargo de Auxiliar de Serviços Gerais, Classe “B”, Nível/Referência “9”, cadastro nº. 00061, pertencente ao quadro efetivo de servidores públicos do Município de Machadinho D’Oeste.

O ato administrativo que transferiu o servidor à inatividade se concretizou inicialmente por meio da Portaria nº. 038/2008, de 11 de dezembro de 2008, publicada no Diário Oficial do Estado nº. 1.147, de 18.12.2008 (fl. nº. 84), posteriormente retificada pela Portaria nº. 030/2012, de 20 de setembro de 2012, publicada Diário Oficial dos Municípios do Estado de Rondônia nº. 799, de 28.9.2012, com fundamento no art. 40, §1º, inciso I, da Constituição Federal, com redação da Emenda Constitucional nº. 41/2003 c/c art. 6º-A da Emenda Constitucional nº. 41/2003, com redação dada pela Emenda Constitucional nº. 70/2012 e art. 14 da Lei Municipal nº. 689/05.

A Diretoria de Controle de Atos de Pessoal (DCAP), em análise preliminar (fls. nºs. 104/106), verificou impropriedades na metodologia de cálculo dos proventos, uma vez que aduz que a patologia originadora da invalidez demanda o pagamento de aposentadoria integral e não proporcional. Em suas conclusões, registrou o órgão técnico que a servidora em questão faz jus ao benefício previdenciário.

O Ministério Público junto ao TCE (MPC) não se manifestou nessa fase procedimental, em razão da regra disposta no art. 1º, alínea “b”, do Provimento nº. 001/ 2011-MPC/TCE-RO, que possibilita a emissão de parecer verbal nos atos de revisão de aposentadoria cujo valor do benefício não exceda a dois salários mínimos.

É o relatório.

Decido.

Analisando detidamente os presentes autos, tenho que merecem prosperar as considerações expendidas pelo Corpo Técnico.

Base de cálculo do benefício

A aposentadoria por invalidez, objeto dos autos, rege-se pela regra do artigo 40, §1º, inciso I, da Constituição Federal c/c Emenda Constitucional nº. 70/2012, uma vez que a interessada ingressou no serviço público antes de 31.12.2003.

A referida norma estabelece que a aposentadoria por invalidez concedida a servidor que tenha ingressado no serviço público antes da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº. 41/2003 será remunerada com proventos calculados sobre o valor da remuneração do cargo efetivo, e não sobre a média aritmética simples das maiores remunerações contributivas percebidas em atividade.

Page 20: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

20 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

Ocorre que a Emenda Constitucional nº. 70/2012, que acresceu o art. 6º-A à Emenda Constitucional nº. 41/2003, estabeleceu critérios para o cálculo e correção de proventos de aposentadoria por invalidez dos servidores públicos que já haviam ingressado no serviço público na data de publicação da Emenda Constitucional nº. 41/2003 (31.12.2003), dando-lhes direito ao cálculo dos proventos proporcionais ou integrais com base na última remuneração, com paridade e extensão de vantagens, in verbis:

Art. 1º A Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 6º-A:

O servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até a data de publicação desta Emenda Constitucional e que tenha se aposentado ou venha a se aposentar por invalidez permanente, com fundamento no inciso I do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, tem direito a proventos de aposentadoria calculados com base na remuneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria, na forma da lei, não sendo aplicáveis as disposições constantes dos §§ 3º, 8º e 17 do art. 40 da Constituição Federal.

Parágrafo único. Aplica-se ao valor dos proventos de aposentadorias concedidas com base no caput o disposto no art. 7º desta Emenda Constitucional, observando-se igual critério de revisão às pensões derivadas dos proventos desses servidores.

Art. 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, assim como as respectivas autarquias e fundações, procederão, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da entrada em vigor desta Emenda Constitucional, à revisão das aposentadorias, e das pensões delas decorrentes, concedidas a partir de 1º de janeiro de 2004, com base na redação dada ao § 1º do art. 40 da Constituição Federal pela Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, com efeitos financeiros a partir da data de promulgação desta Emenda Constitucional.

Assim, sem muito esforço de interpretação, a aposentadoria por invalidez permanente dos servidores que ingressaram no serviço público até a data de publicação da Emenda Constitucional nº. 41/2003 será calculada com base na remuneração do cargo efetivo, garantida a paridade, não lhes sendo aplicável a forma de cálculo pela média dos salários contributivos, dada pela Lei Federal nº. 10.887/2004.

Da integralidade dos proventos

A junta médica, por meio de laudo acostado aos autos (fls. nºs. 32/33), atestou a invalidez da servidora e a impossibilidade definitiva para qualquer atividade laborativa, porque é acometida de doença incapacitante (CID: M 17.0 gonartrose primária bilateral), patologia equivalente à espondiloartrose, expressamente elencada no art. 14, parágrafo único, da Lei Municipal nº. 689/2005 .

A patologia em questão equipara-se à espondiloartrose, conforme já decidiu esta Corte de Contas na Decisão nº. 138/2013 – 1ª Câmara, prolatada nos autos do Processo nº. 658/2007, cuja ementa transcrevo:

EMENTA: CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. IPAM. RETIFICAÇÃO DO ATO CONCESSÓRIO ANTE A VERIFICAÇÃO DE IMPROPRIEDADE. RETROAÇÃO DOS EFEITOS FINANCEIROS. CUMPRIMENTO DE DECISÃO. LEGALIDADE. DETERMINAÇÃO DE REGISTRO. Unanimidade.

Não é outro o entendimento da jurisprudência pátria, consoante se verifica do acórdão proferido pelo E. Tribunal Regional Federal da 5ª Região, cujo excerto transcrevo:

V O T O

O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL LÁZARO GUIMARÃES (RELATOR):

A Lei 8112/90 assim dispõe: Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da Constituição)

I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;

II - Omissis.

III - Omissis:

§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada.

Incensurável a r. sentença monocrática. Entendo que a recorrida possui direito de aposentar-se por invalidez, com proventos integrais, haja vista ter comprovado, através da juntada de laudos periciais, a gravidade de sua doença física (gonartrose bilateral e artrose), cujos sintomas assemelham-se muito à “espondiloartrose anquilosante”, especificada na lei. Ora, diante das inúmeras enfermidades registradas no repertório médico, é de se concluir que a citação da lei é exemplificativa, devendo-se, por conseguinte, considerar os transtornos e comprometimentos que a doença causa à pessoa, muito menos que a nomenclatura a esta imposta. Encontram-se, portanto, preenchidos todos os requisitos legais à percepção do mencionado benefício, em pleno acordo com o teor do art. 186, inciso I da Lei nº 8.112/90. (grifo)

A ser assim, insofismável que a doença incapacitante assemelha-se à espondiloartrose a qual é prevista expressamente no art. 14, §único, da Lei Municipal nº. 689/2005. Todavia, o órgão de origem concedeu o benefício de forma proporcional, equivocadamente, o que demanda a necessidade de retificação, para que seja pago de forma integral, como determina a legislação de regência.

Com essas razões, verifico que a forma de cálculo dos proventos da interessada deve ser alterada para se aplicar a integralidade, e não proporcionalidade, incidente sobre a última remuneração percebida em atividade.

Esclareça-se que as rubricas dos proventos não serão analisadas nesta sentada, mas poderão sê-los em inspeção e/ou auditoria futura.

Em face do exposto, decido acolher parcialmente a proposição do Corpo Técnico para:

I - Determinar a Diretora-Executiva do Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos Municipais de Machadinho D’Oeste - IMPREV que, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contados do recebimento desta decisão:

a) Retifique os cálculos dos proventos, para que sejam calculados de forma integral, com base na última remuneração percebida do cargo efetivo em que deu a aposentadoria e com paridade;

b) Encaminhe planilha de cálculos dos proventos, nos moldes do Anexo TC – 32, em que conste memória de cálculos, bem como a ficha financeira atualizada.

II - Cumpra o prazo previsto no item anterior, sob pena de, não o fazendo, tornar-se sujeitos às sanções previstas no art. 55, IV, da Lei Complementar Estadual nº. 154/96;

Page 21: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

21 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

III - Determinar à Assistente de Gabinete deste setor que providencie a publicação desta decisão, sobrestando os presentes autos no Gabinete, para acompanhamento e posterior análise conclusiva do feito.

Porto Velho, 9 de janeiro de 2014.

ERIVAN OLIVEIRA DA SILVA Conselheiro-Substituto Relator

Município de Mirante da Serra DECISÃO EM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE DECISÃO EM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE N. 018/2013-GCBAA

O Conselheiro BENEDITO ANTÔNIO ALVES, Relator do Processo n. 1840/2013-TCE-RO, que trata de Denúncia de acumulação remunerada ilegal de cargos públicos por servidores, no exercício de 2012, configurando dano ao erário, em razão do recebimento de remuneração da Secretaria de Estado da Educação sem a devida contraprestação dos serviços, convertida em Tomada de Contas Especial, por meio da Decisão nº 170/2013 – PLENO, no cumprimento do disposto no item II da decisão e das disposições insertas no artigo 142, inciso I, II e III da Lei Complementar nº 154/96.

DEFINE a responsabilidade dos Srs. VITORINO CHERQUE, Prefeito Municipal de Mirante da Serra e SILVESTRE LUIZ ROSSO, Superintendente do Instituto de Previdência do Município e da Sra. EDNA DO NASCIMENTO NUNES, Secretária Municipal de Ação Social, pelas impropriedades apontadas na conclusão do Relatório Técnico e do Parecer Ministerial.

Em consequência, observando os princípios do contraditório e da ampla defesa insculpidos no inciso LV, do artigo 5º da Constituição Federal, no bojo do devido processo legal, determino que o Departamento do Pleno da Secretaria de Processamento e Julgamento promova a:

I – AUDIÊNCIA do Srs. VITORINO CHERQUE, CPF n. 525.682.107-53 para, querendo, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, apresentem suas razões de justificativas acompanhadas de documentação probante do saneamento acerca da impropriedade constante do Tópico 4, item 4.1 (fl. 038), da conclusão do Relatório Técnico;

II – CITAÇÃO do Srs. VITORINO CHERQUE, CPF n. 525.682.107-53 solidariamente com o Sr. SILVESTRE LUIZ ROSSO, CPF n. 422.588.392-20 para, querendo, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, apresentem suas razões de justificativas acompanhadas de documentação probante do saneamento acerca da ilegalidade constante do Tópico 4, item 4.2, da conclusão do Relatório Técnico (fl. 038), ou recolham a importância de R$ 76.786,58, devidamente corrigida e atualizada desde a data do fato gerador até a data do efetivo recolhimento, juntando a documentação probante do respectivo recolhimento;

III – CITAÇÃO do Sr. VITORINO CHERQUE, CPF n. 525.682.107-53, solidariamente com a Sra. EDNA DO NASCIMENTO NUNES, CPF n. 606.251.046-68, para, querendo, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, apresentem suas razões de justificativas acompanhadas de documentação probante do saneamento acerca da Ilegalidade constante do Tópico 4, item 4.3 (fls. 038/038v), da conclusão do Relatório Técnico, ou recolham a importância de R$9.632,30, devidamente corrigida e atualizada desde a data do fato gerador até a data do efetivo recolhimento juntando a documentação probante do respectivo recolhimento;

IV – DÊ CONHECIMENTO ao atual Chefe do Poder Executivo do Município de Mirante da Serra sobre as determinações constantes do Tópico 5, itens 5.2 e 5.3 (fls. 038/038v), da conclusão do Relatório Técnico;

V – DETERMINAR que o Departamento do Pleno da Secretaria de Processamento e Julgamento encaminhe cópia do Relatório Técnico (fls.

033/038v), e desta Decisão visando subsidiar a defesa, e alerte que em caso de não atendimento aos Mandados de Audiência e Citação, os responsáveis serão considerados revéis por este Tribunal, devendo o processo seguir o seu rito legal, na forma estabelecida no artigo 12, parágrafo 3º da Lei Complementar nº 154/96.

Cumpra-se,

Publique-se.

Porto Velho-RO, 19 de dezembro de 2013.

Conselheiro BENEDITO ANTÔNIO ALVES Relator

Município de Ouro Preto do Oeste DECISÃO MONOCRÁTICA PROCESSO Nº.: 2650/2008 INTERESSADO: Sergio de Paula – CPF n.o 350.420.282-34 ASSUNTO: Aposentadoria municipal por invalidez (Proventos Proporcionais - média) ÓRGÃO DE ORIGEM: Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Ouro Preto do Oeste – IPSM NATUREZA: Registro de Concessão de Aposentadoria RELATOR: Erivan Oliveira da Silva Conselheiro-Substituto

DECISÃO PRELIMINAR N.º 3/2013 - GABEOS

EMENTA: Aposentadoria Municipal por Invalidez. Ausência de laudo elaborado por junta médica. Impossibilidade de registro. Sobrestamento. Necessidade de saneamento.

Cuidam os autos da apreciação, para fins de registro, da legalidade do Ato Concessório de Aposentadoria Municipal por Invalidez, com proventos proporcionais, do Senhor Sergio de Paula, no cargo de Trabalhador Braçal, Nível NP I, Classe A, matrícula nº. 44571, pertencente ao quadro efetivo de servidores públicos da Prefeitura Municipal de Ouro Preto do Oeste/RO.

O ato administrativo que transferiu o servidor à inatividade se concretizou por meio da Portaria nº. 974/G.P./2008, de 26 de junho de 2008, publicada no Diário Oficial do Estado de Rondônia nº. 1.026, de 30.6.2008 (fl. nº. 106), fundamentado no art. 40, §1º, inciso I, da Constituição Federal, c/c art. 36, §§ 1º e 2º, e art. 64, da Lei Municipal nº. 1.153/2006.

A Unidade Técnica, em análise preliminar (relatório de fls. nºs. 121/122), atestou as seguintes irregularidades: a) ausência do último contracheque antes da inatividade (inciso VII); e b) não encaminhamento do laudo expedido por junta médica credenciada, onde conste a natureza da moléstia.

O Ministério Público junto ao TCE (MPC) não se manifestou nessa fase procedimental, em razão da regra disposta no art. 1º, alínea “b”, do Provimento nº. 001/ 2011-MPC/TCE-RO, que possibilita a emissão de parecer verbal nos atos de revisão de aposentadoria cujo valor do benefício não exceda a dois salários mínimos.

É o relatório.

Decido.

Analisando detidamente os presentes autos, tenho que merecem prosperar as considerações expendidas pelo Corpo Técnico.

Da ausência do último contracheque

Page 22: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

22 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

No que tange à ausência do comprovante de rendimento, observo que o contracheque de maio/2008 não foi encaminhado. Nesse aspecto, pontuo inicialmente que o envio do documento em questão é regra cogente expressamente prevista na Instrução Normativa nº. 13/TCER-2004.

Não bastasse isso, entendo que o comprovante de rendimento permite uma ampla apreciação do ato concessório, possibilitando a verificação de enquadramentos financeiros e funcionais do interessado.

Em regra, diligência com vistas a suprir somente a falta desse documento pode ser dispensável, em especial porque os valores dos proventos serão objeto de auditorias e/ou inspeções a serem realizadas na folha de pagamento dos inativos e pensionistas, ante o que foi firmado na Ata de Reunião de Trabalho/TCE-RO, de 10.2.2006. Contudo, uma vez que o órgão de origem será notificado para adoção de outras providências, o envio do último contracheque ou ficha financeira deve ser imposto por esta Decisão.

Do laudo médico

A necessidade de laudo médico, devidamente expedido por junta médica credenciada, é documento necessário para registro do ato de concessão de aposentadoria por invalidez, uma vez que tem por finalidade não somente comprovar a incapacidade, mas, também, atesta a natureza da moléstia: se grave, contagiosa ou incurável; se especificada em lei; ou mesmo se motivada por questão profissional ou acidente em serviço.

As possibilidades acima elencadas refletem diretamente na aposentadoria, quer no tocante à base de cálculo dos proventos, quer no atinente à proporcionalidade/integralidade do benefício. Ademais, é o meio probatório de maior relevância para atestar a incapacidade do servidor, assim, tenho que o laudo médico é documento imprescindível para o registro do ato de concessão de aposentadoria por invalidez.

No presente caso, os atestados e exames médicos colacionados aos autos consubstanciam-se em indícios relevantes da patologia causadora da incapacidade, contudo, não suprem a ausência do laudo médico, que deve ser trazido aos autos pra os fins probatórios legalmente previstos.

Com essas razões, verifico que é necessária expedição de comunicação ao órgão concessor do benefício para providenciar a remessa do laudo médico em questão, a fim de regular a instrução do feito.

Dispositivo

Em face do exposto, decido acolher a proposição do Corpo Técnico para:

I - Determinar ao Diretor-Presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Ouro Preto do Oeste – IPSM que, no prazo de 60 (sessenta) dias, contados do recebimento desta decisão:

a) Encaminhe o último comprovante de rendimentos do servidor em atividade, referente ao mês de maio de 2008, ou a ficha financeira do ano de 2008;

b) Envie o laudo elaborado por junta médica credenciada, onde conste o Código Internacional da Doença – CID e a natureza da moléstia, se é grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei ou que a invalidez foi motivada por moléstia profissional ou por acidente em serviço.

II - Cumpra o prazo previsto no item anterior, sob pena de, não o fazendo, tornar-se sujeito às sanções previstas no art. 55, IV, da Lei Complementar Estadual nº. 154/96;

III - Determinar à Assistente de Gabinete deste setor que providencie a publicação desta decisão, sobrestando os presentes autos no Gabinete, para acompanhamento e posterior análise conclusiva do feito.

Porto Velho, 9 de janeiro de 2014.

ERIVAN OLIVEIRA DA SILVA Conselheiro-Substituto Relator

Município de Porto Velho DECISÃO MONOCRÁTICA Extrato de Decisão Preliminar Ato: DECISÃO PRELIMINAR N. 002/GABOPD/2014. Processo n. 1384/2008-TCRO. Jurisdicionado: Órgão Gestor: Instituto de Previdência do Município de Porto Velho. Aposentadoria compulsória. Interessado: João Luziário de Almeida, CPF: 106.709.982-49. Responsáveis: Joelcimar Sampaio da Silva, Secretário Municipal de Administração, e José Carlos Couri, Diretor-Presidente Instituto de previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho. Decisão: Trata-se de apreciação, para fins de registro, do ato de concessão inicial de aposentadoria compulsória do servidor João Luziário de Almeida, no cargo de Agente de Vigilância do quadro efetivo de pessoal do Município de Porto Velho, matrícula n. 291.063, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, com fundamento no artigo 40, § 1º, inciso II, da Constituição Federal, com redação dada pelas Emendas Constitucionais nº 20/98 e 41/03, e art. 32 da Lei complementar 227/2005. A diretoria de controle de atos de pessoal, instrumentalizada pelo programa de cálculos de aposentadoria, levantou que o interessado, ao completar 70 anos de idade em 12/12/2007, atendeu os requisitos estabelecidos no artigo 40, § 1º, II, da Constituição Federal, de acordo com a EC 41/2003, que impõe a aposentadoria compulsória do servidor, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, calculados com base na média aritmética e reajustes pelo RGPS. Entendeu, contudo, que se observam impropriedades que obstaculizam pugnar pela regularidade do ato concessório. Eis que a planilha de proventos (fls. 73) demonstra que o benefício está sendo calculado de acordo com a remuneração do cargo em que o servidor foi aposentado, a razão de 23/35, quando o autorizado por lei é que o cálculo seja de acordo com a média aritmética de 80% das maiores remunerações contributivas. Assim, vieram os autos. Decido. Tenho que a medida apresentada pelo corpo técnico deve ser deferida, pelos fundamentos apresentados, com os quais concordo integralmente. De toda análise conclui-se que o servidor João Luziário de Almeida cumpriu todos os requisitos constitucionais, perfazendo, desta maneira, jus à aposentadoria compulsória com proventos proporcionais ao tempo de serviço, pois, quando a inativação ocorreu (13/12/2007), o servidor contava com 70 (setenta) anos de idade. Desse modo, a fundamentação do ato de concessão de aposentadoria compulsória adequou-se à norma, em conformidade ao artigo 40, § 1º, inciso II, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional n. 41/2003, e artigo 32 da Lei Complementar 227/2005. Vale ressaltar que, conforme relatório geral do tempo de contribuição , o servidor totalizou 8.493 dias, ou 23 anos, 3 meses e 8 dias, de efetiva contribuição, até a inativação. Obteve-se, assim, um percentual de 66,48% correspondente ao tempo de serviço/contribuição do aposentado. Não há controvérsia no sentido de que a aposentadoria compulsória não possui regra de transição, já que independe da data de ingresso no serviço público. A norma aplicável à matéria é aquela em vigor no tempo em que o servidor reuniu os requisitos necessários para a inatividade (Súmula 359-STF). A inativação por aposentadoria compulsória encontra-se constitucionalmente capitulada sob dois aspectos. Até a edição da EC 41, os proventos eram calculados proporcionais ou integrais com base na remuneração do cargo efetivo. Após isso, a base de cálculo passou ser a média do período contributivo – 80% das contribuições maiores. Sabendo que o ato de concessão ocorreu em 13/12/2007, verifica-se que a base de cálculo deve ser a média aritmética das maiores contribuições, conforme Emenda Constitucional 41/2003. Porém, conforme a planilha de proventos, acostada às fls. 73, verifica-se que foi utilizada a remuneração do cargo efetivo, o que não guarda consonância com a redação da EC supracitada, dada ao artigo 40 da Constituição Federal, cuja aplicação foi regulamentada pela MP 167, de 19/2/2004, convertida na Lei 10.887, de 18/6/2004. Assim, há necessidade impreterível de que a planilha seja retificada, para que esteja em harmonia com o embasamento jurídico. Ou seja, que a base de cálculo seja na média aritmética, na forma da ON SPS Nº 03/2004. Ademais, verifico que o instituto não observou as normas do Ministério da Previdência, em cuja Orientação Normativa n. 1/2007, artigo 57, § 2º, determina que sejam considerados em dias os períodos de tempo utilizados no cálculo. Essa medida se faz necessária, pois tem consequência direta no valor do benefício. Já que se trata de aposentadoria proporcional. Além disso, como já abordado, é certa a necessidade de retificação da planilha, para que a base de cálculo seja a média aritmética das 80% maiores contribuições,

Page 23: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

23 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

sendo necessário que haja a expedição do documento comprobatório das remunerações utilizadas como base contributivas. Assim, disciplina o MPAS na ON n. 01/2007 – art. 58. Nesse sentido, determino a baixa dos autos em diligência, para que os gestores dos órgãos responsáveis pelo ato de inativação adotem medidas saneadoras indicadas e outras consideradas devidas, sob pena de o gestor incorrer na aplicação das penalidades. Isso posto, decido fixar o prazo de trinta (30) dias, contados da ciência do teor desta Decisão, com fundamento no RITCRO, artigo 97, I, c, para que o Instituto de Previdência do Município de Porto Velho adote as seguintes providências: a) Retifique a planilha de proventos do servidor João Luziário de Almeida, no cargo de Agente de Vigilância do quadro efetivo de pessoal do Município de Porto Velho, matrícula n. 291.063, com um percentual de 66,48%, ou seja, com o cálculo da proporcionalidade efetuado em dias, conforme Orientação Normativa n. 01/2007, e passe a ter como base de cálculo a média aritmética de 80% das maiores contribuições, conforme Emenda Constitucional n. 41/2003 e ON/MPAS n. 1/2007 (artigo 57, § 2ºe artigo 58); e b) Remeta a esta Corte de Contas, a planilha de cálculos dos proventos modificada para atender o disposto nas ON MPS/SPS n. 01/2007 e Emenda Constitucional n. 41/2003, para fim de análise da legalidade e registro, na forma que dispõe o artigo 71, III, da Constituição Federal. À Assistente de Gabinete: a) Promova todos os atos processuais objetivando oficiar o órgão de origem; e b) Publique a decisão, na forma regimental. Gabinete do Relator, 07 de Janeiro de 2014. Omar Pires Dias, Conselheiro-Substituto.

DECISÃO MONOCRÁTICA PROCESSO Nº.: 3062/2009 INTERESSADO: Antônio Pereira dos Anjos – CPF n.o 240.494.509-25 ASSUNTO: Aposentadoria por idade (Proventos Proporcionais) ÓRGÃO DE ORIGEM: Prefeitura Municipal de Porto Velho NATUREZA: Registro de Concessão de Aposentadoria RELATOR: Erivan Oliveira da Silva Conselheiro-Substituto

DECISÃO PRELIMINAR Nº. 1/2014 - GABEOS

EMENTA. Aposentadoria por idade. Art. 40, §1º, III, “b”, da Constituição Federal. Necessidade de retificação dos cálculos dos proventos. Impossibilidade de registro. Exigência de sobrestamento.

Cuidam os autos da apreciação, para fins de registro, da legalidade do Ato Concessório de aposentadoria por idade, com proventos proporcionais, do Senhor Antônio Pereira dos Anjos, no cargo de Artífice Especializado, Pedreiro, Classe “A”, Referência “01”, cadastro nº. 243501, pertencente ao quadro efetivo de servidores públicos da Prefeitura Municipal de Porto Velho.

O ato administrativo que transferiu o servidor à inatividade consubstanciou-se na Portaria n.o 1393/SEMAD/CMRH/DICAS, de 10 de julho de 2009, com fundamento no art. 40, §1º, III, “b”, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº. 41/03.

A Diretoria de Controle de Atos de Pessoal (DCAP) em análise vestibular (fls. nºs. 115/117), consignou que o interessado preenche os requisitos legais para concessão do benefício previdenciário objeto dos autos, contudo, apontou a ausência do último contracheque, bem como verificou impropriedade nos cálculos do servidor, sugerindo ao final por sua retificação.

O Ministério Público junto ao TCE (MPC) não se manifestou nessa fase procedimental, em razão da regra disposta no art. 1º, alínea “b”, do Provimento nº. 001/ 2011-MPC/TCE-RO, que possibilita a emissão de parecer verbal nos atos de revisão de aposentadoria cujo valor do benefício não exceda a dois salários mínimos.

É o relatório.

Decido.

Compulsando os autos, verifico que merecem prosperar as ilações expendidas pelo Corpo Técnico.

Da ausência do último contracheque

No que tange à ausência do comprovante de rendimento, observo que o contracheque de junho/2009 não foi encaminhado. Nesse aspecto, pontuo inicialmente que o envio do documento em questão é regra cogente expressamente prevista na Instrução Normativa nº. 13/TCER-2004.

Não bastasse isso, entendo que o comprovante de rendimento permite uma ampla apreciação do ato concessório, possibilitando a verificação de enquadramentos financeiros e funcionais do interessado.

Em regra, diligência com vistas a suprir somente a falta desse documento pode ser dispensável, em especial porque os valores dos proventos serão objeto de auditorias e/ou inspeções a serem realizadas na folha de pagamento dos inativos e pensionistas, ante o que foi firmado na Ata de Reunião de Trabalho/TCE-RO, de 10.2.2006. Contudo, uma vez que o órgão de origem será notificado para adoção de outras providências, o envio do último contracheque ou ficha financeira deve ser imposto por esta Decisão.

Da fundamentação legal

O benefício previdenciário objeto dos autos encontra previsão legal no art. 40, §1º, III, “b”, da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº. 41/03, o qual garante a aposentadoria ao servidor que preencher os seguintes requisitos:

a) dez anos de efetivo exercício no serviço público;

b) cinco anos no cargo em que se dará a aposentadoria;

c) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher.

Em análise dos autos, entendo preenchidos os requisitos para a aposentadoria perquirida pelo interessado, na medida em que faz referência à Emenda Constitucional nº. 41/03, aplicável ao caso porque os requisitos para aposentação foram atingidos após sua edição.

A despeito do texto do art. 40, §1º, III, “b” não ter sido modificado pela Emenda Constitucional nº. 41/03, foi com essa alteração constitucional que foi modificada a metodologia de cálculos dos benefícios previdenciários concedidos aos servidores públicos, em especial com os regramentos trazidos nos §§ 3º e 17 do art. 40.

As normas em questão fizeram com que os proventos concedidos sob sua vigência tivessem como base de cálculo a média aritmética simples das 80% maiores remunerações contributivas percebidas em atividade, desde a competência do mês de julho/1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior a dita competência, e não mais a remuneração do cargo efetivo. Assim, correto é o procedimento do órgão concessor em fundamentar a aposentadoria em tela na Emenda Constitucional n.o 41/03, pois assim explicita como se dará a forma de pagamento do benefício.

Da proporcionalidade dos cálculos

Com efeito, o benefício previdenciário objeto dos autos deve ser remunerado com proventos proporcionais ao total do período contribuído pelo servidor, cuja proporção é representada por um índice encontrado a partir da metodologia de cálculo previsto no artigo 58, §§ 10 e 12, da Lei Complementar Municipal nº. 227/2005.

No tocante ao total de dias a ser considerado para fins de proporcionalidade, verifica-se que a DCAP aponta como correto o montante de 11.989 (onze mil, novecentos e oitenta e nove) dias, superior àquele apontado pelo órgão concessor (fl. nº. 24). A diferença reside no

Page 24: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

24 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

período em que o servidor permaneceu em atividade, mesmo após a confecção da certidão de tempo de serviço/contribuição (31.12.2008 a 13.7.2009).

Dessa forma, o Corpo Técnico sugeriu determinar ao órgão de origem a retificação do cálculo dos proventos, fazendo considerar o período prestado após a confecção da certidão de tempo de serviço/contribuição, que totalizará 11.989 (onze mil, novecentos e oitenta e nove) dias e representará o percentual de 93,84% (noventa e três inteiros e oitenta e quatro centésimos por cento).

Da Emissão de Atos com Efeitos Futuros

Verifico que o ato de concessão da aposentadoria foi publicado em 13.7.2009, mas com efeitos a partir de 1.8.2009 (fl. nº. 110). Quanto ao tema, consigno que é temerária a emissão de atos com efeitos previdenciários para o futuro, pois podem cercear direitos adquiridos, deixando lacunas, inclusive no tocante à natureza do vínculo do servidor com a Administração nesse interstício.

Com efeito, é a data da publicação do ato concessório o termo a quo para início dos efeitos jurídicos decorrentes da aposentação, exceto nos casos dos artigos 31 e 32 da Lei Complementar Municipal nº. 227/2005, quais sejam, aposentadoria por invalidez e compulsória, respectivamente, o que não se amolda à situação dos autos.

A ser assim, verifica-se necessário alertar o Diretor do IPAM para que, na concessão dos próximos benefícios, evite publicar atos com efeitos futuros.

Dispositivo

Em face do exposto decido acolher a proposição do Corpo Instrutivo para:

I – Determinar ao Diretor-Presidente do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho – IPAM, para que no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contados do recebimento desta decisão, adote as seguintes medidas:

a) Encaminhe o último comprovante de rendimentos do servidor em atividade, referente ao mês de julho de 2009, ou a ficha financeira do ano de 2009;

b) Retifique os cálculos dos proventos do beneficiário, para aplicar a proporcionalidade no percentual de 93,84%, incidentes sobre a média aritmética simples de 80% das maiores remunerações contributivas percebidas em atividade, conforme determina os termos do art. 58, §§ 10 e 12, da Lei Complementar Municipal nº. 227/2005, demonstrando os cálculos e valores na nova planilha e na memória de cálculos, e encaminhe a esta Corte.

II – Alertar ao Diretor-Presidente do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho – IPAM que se abstenha de proceder à inclusão de efeitos futuros, nos atos concessórios de benefícios, devendo os mesmos vigorarem a partir da data da publicação;

III – Cumpra o prazo previsto no item anterior, sob pena de não o fazendo tornar-se sujeito às sanções previstas no artigo 55, IV, da Lei Complementar nº. 154/96;

IV – Determinar à Assistente de Gabinete deste setor que encaminhe cópia desta Decisão ao Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho – IPAM e providencie a sua publicação, sobrestando os presentes autos no Gabinete para acompanhamento. Após o recebimento da documentação, remetam-se os autos à DCAP, para que promova a devida análise conclusiva.

Em seguida, retornem conclusos.

Porto Velho, 9 de janeiro de 2014.

ERIVAN OLIVEIRA DA SILVA Conselheiro-Substituto Relator

DECISÃO MONOCRÁTICA PROCESSO Nº.: 059/2009 INTERESSADO: Messias Amorim - CPF nº. 581.341.907-15 ASSUNTO: Aposentadoria por invalidez (Proventos Integrais) ÓRGÃO DE ORIGEM: Prefeitura Municipal de Porto Velho NATUREZA: Registro de Concessão de Aposentadoria RELATOR: Erivan Oliveira da Silva Conselheiro-Substituto

DECISÃO PRELIMINAR N.º 4/2014 - GABEOS

EMENTA: Aposentadoria municipal por invalidez. Necessidade de retificação na fundamentação legal do ato. Inclusão do art. 6-A da Emenda Constitucional n. 41/2003. Retificação dos cálculos dos proventos. Impossibilidade de registro. Sobrestamento. Necessidade de saneamento.

Cuidam os autos da apreciação, para fins de registro, da legalidade do ato concessório de aposentadoria municipal por invalidez, com proventos integrais, do Senhor Messias Amorim, no cargo de Artífice Especializado/Pintor, Classe “A”, Nível/Referência “01”, cadastro nº. 711615, pertencente ao quadro efetivo de servidores públicos do Município de Porto Velho.

O ato administrativo que transferiu o servidor à inatividade se concretizou por meio da Portaria nº. 2198/DRH/DICA/SEMAD, de 26 de novembro de 2008, publicada no Diário Oficial do Município nº. 3.401, de 27.11.2008 (fl. nº. 147), com fundamento no art. 40, §1º, inciso I, da Constituição Federal, com redação da Emenda Constitucional nº. 41/2003 c/c art. 31, §§1º e 6º da Lei Municipal nº. 227/05.

A Diretoria de Controle de Atos de Pessoal (DCAP), em análise preliminar (fls. nºs. 159/161), verificou a legalidade na concessão da aposentadoria ao interessado, todavia, ressaltou que há impropriedade nos cálculos dos proventos, sugerindo, ao final, que seja determinado ao órgão de origem a retificação pertinente.

O Ministério Público junto ao TCE (MPC) não se manifestou nessa fase procedimental, em razão da regra disposta no art. 1º, alínea “b”, do Provimento nº. 001/ 2011-MPC/TCE-RO, que possibilita a emissão de parecer verbal nos atos de revisão de aposentadoria cujo valor do benefício não exceda a dois salários mínimos.

É o relatório.

Decido.

Analisando detidamente os presentes autos, tenho que merecem prosperar as considerações expendidas pelo Corpo Técnico.

Da Certidão que indica a forma de ingresso no serviço público

Quanto à indigitada ausência da certidão que consigna a forma de admissão do servidor, consigno que a Folha de Instrução Cadastral acostada aos autos à fl. nº. 62 supre a falta do documento, pois faz constar que o interessado foi admitido no cargo sem concurso público em 29.1.1988.

Relativamente ao comprovante do tempo de cinco anos no cargo, a Folha de Instrução Cadastral supramencionada, analisada em conjunto com a Certidão de Tempo de Serviço/Contribuição (fls. nºs. 68/69), faz concluir que desde a admissão do servidor (29.1.1988) até a concessão de sua aposentadoria, este permaneceu no mesmo cargo, assim, prescindível o referido atestado.

Page 25: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

25 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

Da integralidade dos proventos

A junta médica, por meio de laudo acostado aos autos (fl. nº. 04), atestou a invalidez do servidor e a impossibilidade definitiva para qualquer atividade laborativa, porque é acometido de doenças incapacitantes (CID: I 42 – cardiopatia dilatada e CID: I 50.0 – cardiopatia congestiva), a qual é expressamente elencada no art. 31, §5º, da Lei Municipal nº. 227/2005 .

Dessa forma, correto o procedimento do órgão de origem em conceder a aposentadoria ao de forma integral.

Base de cálculo do benefício

A aposentadoria por invalidez, objeto dos autos, rege-se pela regra do artigo 40, §1º, inciso I, da Constituição Federal c/c Emenda Constitucional nº. 70/2012, uma vez que o interessado ingressou no serviço público antes de 31.12.2003.

Referida norma estabelece que a aposentadoria por invalidez concedida a servidor que tenha ingressado no serviço público antes da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº. 41/2003 será remunerada com proventos calculados sobre o valor da remuneração do cargo efetivo, e não sobre a média aritmética simples das maiores remunerações contributivas percebidas em atividade.

Ocorre que a Emenda Constitucional nº. 70/2012, que acresceu o art. 6º-A à Emenda Constitucional nº. 41/2003, estabeleceu critérios para o cálculo e correção de proventos de aposentadoria por invalidez dos servidores públicos que já haviam ingressado no serviço público na data de publicação da Emenda Constitucional nº. 41/2003 (31.12.2003), dando-lhes direito ao cálculo dos proventos proporcionais ou integrais com base na última remuneração, com paridade e extensão de vantagens.

Assim, sem muito esforço de interpretação, a aposentadoria por invalidez permanente dos servidores que ingressaram no serviço público até a data de publicação da Emenda Constitucional nº. 41/2003 será calculada com base na remuneração do cargo efetivo, garantida a paridade, não lhes sendo aplicável a forma de cálculo pela média dos salários contributivos, dada pela Lei Federal nº. 10.887/2004.

Verifico da planilha de provento (fls. nºs. 121/127) que os mesmos estão sendo calculados sobre a média aritmética das últimas remunerações percebidas em atividade, necessária, portanto, a retificação da forma de cálculo dos proventos, para que sejam calculados sobre a remuneração do cargo efetivo.

Dos efeitos financeiros

De se ressaltar que os efeitos financeiros (adequação dos cálculos) somente serão aplicados à aposentadoria em tela a partir de 29.3.2012, data da promulgação da Emenda Constitucional nº. 70/2012, não sendo devidos pagamentos de valores retroativos antes dessa data.

Faz-se imperativo, portanto, ao Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho (IPAM) retificar o fundamento legal do ato concessório, bem como encaminhar nova planilha de valores (Anexo TC - 32), com a memória de cálculo, e a ficha financeira atualizada, a fim de analisar o cumprimento das ponderações determinadas.

Da fundamentação legal do ato

O ato concessório utilizou como fundamentação o art. 40, §1º, inciso I, da Constituição Federal, com redação da Emenda Constitucional nº. 41/2003 c/c art. 31, §§1º e 6º da Lei Municipal nº. 227/05.

Observo do ato concessório que não há manifestação expressa ao art. 6º-A da Emenda Constitucional nº. 41/2003, o que é necessário, conforme restou consignado por esta Corte de Contas através da Decisão nº. 338/2013 – 2ª CÂMARA, de relatoria do Eminente Conselheiro Paulo Curi Neto, cuja ementa passo a transcrever:

APOSENTADORIA – INVALIDEZ – PROVENTOS PROPORCIONAIS AO TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO, COM BASE NA ÚLTIMA REMUNERAÇÃO (integralidade) E REAJUSTADOS CONFORME O PESSOAL DA ATIVA (paridade)- INCIDÊNCIA DA EC N° 70/2012 – PERDA DA VISÃO DE UM OLHO – MOLÉSTIA PARCIAL NÃO CONSIDERADA CEGUEIRA - VEDADA A CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ QUALIFICADA - RETORNO DE DILIGÊNCIA – RETIFICAÇÃO NA BASE LEGAL (inclusão dos comandos emergentes da EC n.° 70/12) - REGISTRO DO ATO. UNANIMIDADE. (grifo).

Faz-se imperativo, portanto, ao Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho (IPAM) providenciar a retificação do fundamento legal do ato concessório, de forma a constar expressamente o art. 6-A da Emenda Constitucional nº. 41/2003, incluído pela Emenda Constitucional nº. 70/2012.

Da Emissão de Atos com Efeitos Futuros

Verifico que o ato de concessão da aposentadoria foi publicado em 27.11.2008, mas com efeitos a partir de 1.12.2008 (fl. nº. 147). Quanto ao tema, consigno que é temerária a emissão de atos com efeitos previdenciários para o futuro, pois podem cercear direitos adquiridos, deixando lacunas, inclusive no tocante à natureza do vínculo do servidor com a Administração nesse interstício.

Com efeito, é a data da publicação do ato concessório o termo a quo para início dos efeitos jurídicos decorrentes da aposentação, exceto nos casos dos artigos 31 e 32 da Lei Complementar Municipal nº. 227/2005, quais sejam, aposentadoria por invalidez e compulsória, respectivamente, o que não se amolda à situação dos autos.

A ser assim, verifica-se necessário alertar o Diretor do IPAM para que, na concessão dos próximos benefícios, evite publicar atos com efeitos futuros.

Por fim, esclareça-se que as rubricas dos proventos não serão analisadas nesta sentada, mas poderão sê-los em inspeção e/ou auditoria futura.

Em face do exposto, decido acolher parcialmente a proposição do Corpo Técnico para:

I - Determinar ao Diretor-Presidente do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho (IPAM) que, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contados do recebimento desta decisão:

a) Retifique o ato concessório de aposentadoria do servidor Messias Amorim, para fazer constar na fundamentação o art. 40, §1º, I, da Constituição Federal/88 c/c Art. 6º-A da EC nº 41/03 (redação dada pela EC nº. 70/2012) e art. 31, §§§ 1º, 5º e 6º, da Lei Municipal nº. 227/05;

b) Encaminhe a esta Corte de Contas cópia do ato concessório devidamente retificado e publicado;

c) Retifique os cálculos dos proventos, para que sejam calculados de forma integral, com base na última remuneração percebida do cargo efetivo em que deu a aposentadoria e com paridade;

d) Encaminhe planilha de cálculos dos proventos, nos moldes do Anexo TC – 32, em que conste memória de cálculos, bem como a ficha financeira atualizada.

II - Alertar ao Diretor-Presidente do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho – IPAM que se abstenha de proceder à inclusão de efeitos futuros, nos atos concessórios de benefícios, devendo os mesmos vigorarem a partir da data da publicação;

III - Cumpra o prazo previsto no item anterior, sob pena de, não o fazendo, tornar-se sujeitos às sanções previstas no art. 55, IV, da Lei Complementar Estadual nº. 154/96.

Page 26: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - TCE-RO...2014/01/10  · publicado no DOE nº 2003 de 28/06/2012 (fls. 325/326). Em se verificando o pagamento indevido, providenciar o ressarcimento

26 Porto Velho - RO DOeTCE-RO – nº 589 ano IV sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tribunal de Contas do Estado de Rondônia www.tce.ro.gov.br

Documento assinado eletronicamente, utilizando certificação digital da ICP-Brasil.

IV - Determinar à Assistente de Gabinete deste setor que providencie a publicação desta decisão, sobrestando os presentes autos no Gabinete, para acompanhamento e posterior análise conclusiva do feito.

Porto Velho, 9 de janeiro de 2014.

ERIVAN OLIVEIRA DA SILVA Conselheiro-Substituto Relator

Atos da Presidência

Portarias Portaria n. 50, de 9 de janeiro de 2014.

Convoca Conselheiro-Substituto.

O PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA, usando da competência que lhe confere o art. 187, inciso XXVII c/c § 1º do art. 114 do Regimento Interno, e considerando o Memorando n. 001/2014/SPJ, de 8.1.2014, resolve:

Art. 1º Convocar o Conselheiro-Substituto DAVI DANTAS DA SILVA, cadastro n. 119, para, no período de 7 a 31.1.2014, substituir o Conselheiro PAULO CURI NETO, em razão de que este exercerá a função de Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, durante as férias regulamentares do Conselheiro Presidente.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos retroativos a 7.1.2014.

Conselheiro PAULO CURI NETO Presidente em Exercício