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Disciplina de “Orçamento Público” do Curso de Tecnologia em Gestão Pública do Instituto Federal de Brasília
1º Semestre de 2017.
Professor Paulo Eduardo Nunes de Moura Rocha
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Prof. Paulo Eduardo Rocha
A matéria pertinente à receita é disciplinada, em linhas gerais, pelos artigos 3º, 9º, 11, 35 e 57 da Lei nº 4.320, de 1964.
Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado, que se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas compensatórias.
Em sentido estrito, são públicas apenas as receitas orçamentárias.
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Receitas públicas originárias, segundo a doutrina, são as arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas pela Administração Pública. Resultam, principalmente, de rendas do patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de preços públicos, de prestação de serviços comerciais e de venda de produtos industriais ou agropecuários.
Receitas públicas derivadas, segundo a doutrina, são as obtidas pelo poder público por meio da soberania estatal. Decorrem de norma constitucional ou legal e, por isso, são auferidas de forma impositiva, como, por exemplo, as receitas tributárias e as de contribuições especiais.
Essa classificação possui uso acadêmico e não é normatizada; portanto, não é utilizada como classificador oficial da receita pelo poder público.
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Receitas Públicas
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Principal fonte de recursos do Governo Federal, tributos são uma receita orçamentária corrente.
Trata-se de receita derivada, cuja finalidade é obter recursos financeiros para o Estado custear as atividades que lhe são correlatas.
Sujeita-se aos princípios da reserva legal e da anterioridade da Lei, salvo exceções.
Embora, atualmente, os tributos englobem as contribuições, a classificação orçamentária por Natureza de receita, faz uma distinção entre as receitas de origem Tributária e as de Contribuições, atendendo ao disposto na Lei nº 4.320/64.
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Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (EC nº 42/2003).
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158, 159, I, a e b, e II, para prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta; (EC nº 03/1993).
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CAPÍTULO I - DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (Art. 145 a 162).
Seção I - Dos Princípios Gerais
Seção II - Das Limitações do Poder de Tributar
Seção III - Dos Impostos da União
Seção IV - Dos Impostos dos Estados e do Distrito Federal
Seção V - Dos Impostos dos Municípios
Seção VI - Da Repartição das Receitas Tributárias
CAPÍTULO II - DAS FINANÇAS PÚBLICAS (Art. 145 a 162).
Seção I - Normas Gerais
Seção II - Dos Orçamentos
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Art. 145. A União, Estados, DF e Municípios poderão instituir impostos, taxas (pelo exercício do poder de polícia ou pela utilização de serviços públicos divisíveis) e contribuições de melhoria (decorrentes de obras públicas).
Art. 146. Lei complementar disporá sobre conflitos de competência em matéria tributária entre os entes, regulará as limitações constitucionais ao poder de tributar e estabelecerá normas gerais de legislação tributária.
Art. 147. À União competem os impostos estaduais em Território Federal e ao DF cabem os impostos municipais.
Art. 148. A União poderá instituir empréstimos compulsórios para despesas extraordinárias e para investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
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Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir
contribuições (sociais, sobre o domínio econômico e de
interesses das categorias profissionais ou econômicas).
§ 1° - Demais entes instituirão contribuição para o
custeio do regime previdenciários de seus servidores
(cobradas deles).
Art. 149-A. Municípios poderão instituir contribuição para
o custeio do serviço de iluminação pública.
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Art. 150. É vedado aos entes (portanto ao Estado):
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente (...);
III – cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores anteriores ao início da vigência da respectiva lei; b) no mesmo exercício em que foi publicada a lei; c) antes de decorridos 90 dias da publicação da lei; (...)
VI – instituir imposto sobre: a) patrimônio, renda ou serviços uns dos outros; (...)
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Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação
a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de
outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do País;
II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos
demais entes [...] bem como a remuneração e os proventos
dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos
que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
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Art. 151. É vedado à União:
III – instituir isenções de tributos da competência dos
demais entes.
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino.
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Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
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Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
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Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federalinstituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bensou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias esobre prestações de serviços de transporte interestaduale intermunicipal e de comunicação, ainda que asoperações e as prestações se iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores
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Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana (IPTU);
II - transmissão inter vivos , a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar (ISS).
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1. Transferências obrigatórias (receitas compartilhadas): Imposto de Renda - IR;
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI;
Imposto Territorial Rural – ITR;
Imposto sobre Circulação de Mercadorias – ICMS;
Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores - IPVA.
2. Transferências Voluntárias da União também são relevantes: apenas 10% dos Municípios tem arrecadação própria para bancar suas despesas e 60% terminarão o ano no vermelho em 2016, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM)
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Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
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Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III;
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VI - propriedade territorial rural;
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.
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Art. 158. Pertencem aos Municípios:
III – 50% do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;
IV – 25 % do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Art. 159, II, § 3. Fundo de Compensação pela Exportação de Produtos Industrializados – FPEX, repassado pela União (ver adiante; (Regulamentado pelas Leis Complementares 61/89 e 65/91).
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Art. 159, I - Da arrecadação da União com o IR e IPI,são repassados 49% aos Estados, Distrito Federal eMunicípios (EC 84/2014):
21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e DistritoFederal – FPE;
24,5% ao Fundo de Participação dos Municípios – FPM(sendo 1% no primeiro decêndio de julho e 1º noprimeiro decêndio de dezembro);
3% para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste.
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Art. 159. A União entregará: (...)
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados;
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que refere o inciso II, c, do referido parágrafo (EC 44/2004)(...)
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido. (...)
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso (EC 42/2003).
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Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. (EC no 20/98).
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (EC no 20/98, EC no 42/2003 e EC no 47/2005)
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Art. 195.
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
III – sobre a receita de concursos de prognósticos;
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
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Art. 195.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.
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Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir
contribuições (sociais, sobre o domínio econômico e de
interesses das categorias profissionais ou econômicas).
§ 1° - Demais entes instituirão contribuição para o custeio do
regime previdenciários de seus servidores (cobradas deles).
Art. 167. São vedados:
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.
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CF88/ADCT, ART. 76
Art. 76. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2023, 30% (trinta por cento) da arrecadação da União relativa às contribuições sociais, sem prejuízo do pagamento das despesas do Regime Geral da Previdência Social, às contribuições de intervenção no domínio econômico e às taxas, já instituídas ou que vierem a ser criadas até a referida data. (Redação dada pela Emenda constitucional nº 93)
§ 1º (Revogado)
§ 2° Excetua-se da desvinculação de que trata o caput a arrecadação da contribuição social do salário-educação a que se refere o § 5º do art. 212 da Constituição Federal.
§ 3º (Revogado)
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Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.
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LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
§ 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
§ 2º O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária.
§ 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subseqüente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.
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LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário -financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
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LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000
Art. 14.
§ 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
§ 2º Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica:
I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1o;
II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.
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LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000
A classificação da receita orçamentária, a exemplo do que ocorre na despesa, é de utilização obrigatória por todos os entes da Federação, sendo facultado o seu desdobramento para atendimento das respectivas necessidades.
As receitas orçamentárias são classificadas segundo os seguintes critérios:
1. esfera orçamentária;
2. indicador de resultado primário;
3. natureza de receita; e,
4. fonte/destinação de recursos.
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A classificação por esfera orçamentária tem por finalidade identificar se a receita pertence ao Orçamento Fiscal, da Seguridade Social ou de Investimento das Empresas Estatais, conforme distingue o § 5º do art. 165 da CF.
Além das características comuns à classificação da despesa por esfera orçamentária, vale destacar os seguintes pontos:
Receitas do Orçamento Fiscal: Referem-se às receitas arrecadadas pelos Poderes da União, seus órgãos, entidades, fundos e fundações, inclusive pelas empresas estatais dependentes, excluídas as receitas vinculadas à Seguridade Social e as receitas das Empresas estatais controladas (não dependentes) que compõe o Orçamento de Investimento (vide art. 2º, inciso III, da LRF).
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Receitas do Orçamento da Seguridade Social: abrangem as receitas de todos os órgãos, entidades, fundos e fundações vinculados à Seguridade Social, ou seja, às áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência Social.
No caso do Orçamento da Seguridade Social, a complementação dos recursos para financiar a totalidade das despesas de seguridade provém de transferências do Orçamento Fiscal, após as dedução de 30% da DRU das receitas de contribuições sociais.
Receitas do Orçamento de Investimento das Empresas Estatais: referem-se aos recursos das empresas estatais não dependentes [não enquadradas no art. 2º, inciso III, da LRF] em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
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Conforme esta classificação, as receitas do Governo Federal podem ser divididas em:
a) primárias (P), quando seus valores são incluídos no cálculo do resultado primário; e
b) financeiras (F), quando não são incluídas no citado cálculo.
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As receitas primárias referem-se, predominantemente, às
receitas correntes que advêm:
1. dos tributos;
2. das contribuições sociais;
3. das concessões;
4. dos dividendos recebidos pela União;
5. da cota-parte das compensações financeiras pela utilização de
recursos hídricos e pela exploração de recursos minerais (Lei
nº 8.001, de 1990, Artigos 1º e 2°).
6. das decorrentes do próprio esforço de arrecadação das UO’s;
7. das provenientes de doações e convênios;
8. outras também consideradas primárias.
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As receitas financeiras da União são adquiridas junto ao mercado financeiro, decorrentes:
1. da emissão de títulos;
2. da contratação de operações de crédito por organismos oficiais;
3. das receitas de aplicações financeiras da União (juros recebidos, por exemplo);
4. das privatizações e outras.
As receitas financeiras da União são aquelas que não alteram o endividamento líquido do Governo (setor público não financeiro) no exercício financeiro correspondente, uma vez que criam uma obrigação ou extinguem um direito, ambos de natureza financeira, junto ao setor privado interno e/ou externo.
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Operações intraorçamentárias são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente federativo.
Não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de receitas entre seus órgãos.
As receitas intraorçamentárias são contrapartida de despesas classificadas na modalidade de aplicação 91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes do Orçamento Fiscal e do Orçamento da Seguridade Social
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A origem é o detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos.
A atual codificação amplia o escopo de abrangência do conceito de origem e passa a explorá-lo na sequência lógico-temporal na qual ocorrem naturalmente atos e fatos orçamentários co-dependentes.
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Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria: são decorrentes da arrecadação dos tributos previstos no art. 145 da Constituição Federal.
Contribuições: são oriundas das contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, conforme preceitua o art. 149 da CF.
Receita Patrimonial: são provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente público, tais como as decorrentes de aluguéis, dividendos, compensações financeiras/royalties, concessões, entre outras.
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Receita Agropecuária: receitas de atividades de exploração ordenada dos recursos naturais vegetais em ambiente natural e protegido. Compreende as atividades de cultivo agrícola, de cultivo de espécies florestais para produção de madeira, celulose e para proteção ambiental, de extração de madeira em florestas nativas, de coleta de produtos vegetais, além do cultivo de produtos agrícolas.
Receita Industrial: são provenientes de atividades industriais exercidas pelo ente público, tais como a extração e o beneficiamento de matérias-primas, a produção e a comercialização de bens relacionados às indústrias mecânica, química e de transformação em geral.
Receita de Serviços: decorrem da prestação de serviços por parte do ente público, tais como comércio, transporte, comunicação, serviços hospitalares, armazenagem, serviços recreativos, culturais, etc. Tais serviços são remunerados mediante preço público, também chamado de tarifa.
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Transferências Correntes: são provenientes do recebimento de recursos financeiros de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas de manutenção ou funcionamento que não impliquem contraprestação direta em bens e serviços a quem efetuou essa transferência. Por outro lado, a utilização dos recursos recebidos vincula-se à determinação constitucional ou legal, ou ao objeto pactuado. Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou entre entidades públicas e instituições privadas.
Outras Receitas Correntes: constituem-se pelas receitas cujas características não permitam o enquadramento nas demais classificações da receita corrente, tais como indenizações, restituições, ressarcimentos, multas previstas em legislações específicas, entre outras.
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Operações de Crédito: recursos financeiros oriundos da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos junto a entidades públicas ou privadas, internas ou externas.
Alienação de Bens: ingressos financeiros provenientes da alienação de bens móveis, imóveis ou intangíveis de propriedade do ente público. O art. 44 da LRF veda a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.
Amortização de Empréstimos: ingressos financeiros provenientes da amortização de financiamentos ou empréstimos que o ente público haja previamente concedido. Embora a amortização do empréstimo seja origem da categoria econômica Receitas de Capital, os juros recebidos associados ao empréstimo são classificados em Receitas Correntes / de Serviços /Serviços e Atividades Financeiras / Retorno de Operações, Juros e Encargos Financeiros, pois os juros representam a remuneração do capital.
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Transferências de Capital: recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas com investimentos ou inversões financeiras, independentemente da contraprestação direta a quem efetuou essa transferência. Por outro lado, a utilização dos recursos recebidos vincula-se ao objeto pactuado. Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou entre entidades públicas e instituições privadas.
Outras Receitas de Capital: registram-se nesta origem receitas cujas características não permitam o enquadramento nas demais classificações da receita de capital, tais como resultado do Banco Central, remuneração das disponibilidades do Tesouro, entre outras.
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O art. 44 da LRF veda a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.
A Amortização de Empréstimos é uma origem da categoria econômica Receitas de Capital.
Os juros recebidos representam a remuneração do empréstimo (do capital) e são classificados em Receitas Correntes / de Serviços / Serviços e Atividades Financeiras / Retorno de Operações, Juros e Encargos Financeiros.
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A utilização de recursos de transferências correntes e de capital vinculam-se à determinação constitucional ou legal, ou ao objeto pactuado.
Transferências correntes visam atender despesas de manutenção ou funcionamento.
Transferências de capital visam atender despesas com investimentos ou inversões financeiras.
Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou entre entidades públicas e instituições privadas
Não implicam na contraprestação direta de serviços de quem efetuou a transferência.
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A espécie, nível de classificação vinculado à origem, permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas.
Por exemplo, dentro da origem Contribuições, identificam-se as espécies :
1. Contribuições Sociais
2. Contribuições Econômicas, e
3. Contribuições para Entidades Privadas de Serviço Social e de Formação Profissional.
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Foram reservados 4 dígitos para desdobramentos com a finalidade de identificar peculiaridades de cada receita, caso seja necessário.
Esses dígitos podem ou não ser utilizados conforme a necessidade de especificação do recurso.
No caso de receitas exclusivas de Estados e Municípios, o quarto dígito utilizará o número “8”
Ex.: 1.9.0.8.xx.x.x – Outras Receitas Correntes exclusivas de Estados e Municípios.
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O tipo, correspondente ao último dígito na natureza de receita, tem a finalidade de identificar o tipo de arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo:
“0”, quando se tratar de natureza de receita não valorizável ou agregadora;
“1”, quando se tratar da arrecadação Principal da receita;
“2”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da respectiva receita;
“3”, quando se tratar de Dívida Ativa da respectiva receita; e
“4”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa da respectiva receita.
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Instrumento criado para assegurar que receitas vinculadas por lei a finalidade específica sejam exclusivamente aplicadas em programas e ações que visem a consecução desse objetivo.
As fontes/destinações de recursos agrupam determinadas naturezas de receita, conforme haja necessidade de mapeamento dessas aplicações de recursos no orçamento público, segundo diretrizes estabelecidas pela SOF
Como mecanismo integrador entre a receita e a despesa, o código de fonte/destinação de recursos exerce duplo papel no processo orçamentário:
1. na despesa, identifica a origem dos recursos que estão sendo utilizados;
2. na receita, indica o destino de recursos para o financiamento de determinadas despesas.
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LC 101/2000. Art. 8º [...]
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. [...]
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada.
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Enquanto a natureza de receita orçamentária busca identificar a origem do recurso segundo seu fato gerador, a fonte/destinação de recursos possui a finalidade precípua de identificar o destino dos recursos arrecadados.
Em linhas gerais, pode-se dizer que há destinações vinculadas e não vinculadas:a) destinação vinculada: processo de vinculação entre a origem
e a aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela norma.
b) destinação não vinculada (ou ordinária): é o processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades, desde que dentro do âmbito das competências de atuação do órgão ou entidade.
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Indica a origem do recurso, especificando qual o imposto, taxa, contribuição, etc., que gerou a receita.
Exemplo (União):
Fonte 100 – Recursos Ordinários do Tesouro Nacional.
Fonte 113 – Contribuição do Salário-Educação.
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O Ementário de Receitas Orçamentárias da União evidencia as fontes, o resultado primário, a esfera orçamentária e respectivas naturezas de receita.
Portaria Conjunta SOF/STN
Pode ser obtido em:
http://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-
orcamentarias/arquivos-receitaspublicas/receitas-publicas
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IFB
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As RECEITAS PRÓPRIAS são decorrentes do
próprio esforço de arrecadação dos Órgãos da
Administração Direta e Indireta.
A estimativa da receita depende:
do modelo de projeção;
do conjunto de parâmetros; e
da série histórica, na maioria dos casos
Art. 12 da LRF:
“ As previsões de receita observarão as normastécnicas e legais, considerarão os efeitos dasalterações na legislação, da variação do índice depreços, do crescimento econômico ou de qualqueroutro fator relevante e serão acompanhadas dedemonstrativo de sua evolução nos últimos três anos,da projeção para os dois seguintes àquele a que sereferirem, e da metodologia de cálculo e premissasutilizadas. ”
Modelos de projeção são estruturas matemáticas
que representam o comportamento de uma
receita ao longo do tempo.
O SIOP oferece uma série de funções
matemáticas que podem ser utilizadas para
elaborar um modelo de projeção.
Base Projeção Projeção Final
Preço Quantidade Legislação e Outros
(a) (b) (c) (d) (a * b * c* d)
Valor X Valor Y
Base Projeção = Realização anterior (modelo incremental)
Preço = geralmente índice de correção da receita por elevação de inflação;
Quantidade = geralmente índice de correção da receita por elevação real da economia;
Parâmetros
Legislação e Outros = geralmente índice de correção da receita por alteração de legislação
específica ou outro fator relevante que tenha influência na arrecadação.
Os indicadores do modelo de projeção sãoparâmetros da economia utilizados pararepresentar o comportamento da receita.(exemplos: PIB, IGP, Taxa de Juros, etc).
O conhecimento do comportamento da receita é fundamental para a escolha do parâmetro correto
É importante acompanhar constantemente o comportamento da arrecadação para analisar a aderência do parâmetro.
Série Histórica:
Representa um conjunto observado de dados arrecadados durante um período de tempo.
Base Limpa ou Ajustada:
A série histórica que servirá de base para a projeção não deve conter atipicidades. (SISTEMA DE RECEITA PERMITE ESTE AJUSTE)
Sobre a Série Histórica:
Em alguns casos problemas de alinhamento “quebram” a série histórica que serviria de base de projeção;
Sobre os Parâmetros:
Muitas naturezas da receita utilizam os parâmetros básicos (PIB e Inflação) embora a arrecadação não apresente esse padrão de crescimento.
Sobre a Legislação:
Grande parte da alteração na legislação não é registrada no SIOP e em algumas vezes não é considerada no cálculo da projeção.
FIMProf. Paulo Eduardo Rocha
Eixo de Gestão e Negócios
Campus Brasília
E-mail:
Lattes:
http://lattes.cnpq.br/44144
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