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Tatyana Mabel Nobre Barbosa
Claudianny Amorim Noronha
Estágio SupervisionadoD I S C I P L I N A
Módulo de orientação
Autoras
Planejamento de ensino I:
objetivos, conteúdos, métodos
e avaliação da aprendizagem
06
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”
Governo Federal
Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva
Ministro da EducaçãoFernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
ReitorJosé Ivonildo do Rêgo
Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral
Secretaria de Educação a Distância- SEDIS
Coordenadora da Produção dos MateriaisMarta Maria Castanho Almeida Pernambuco
Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky
Projeto Gráfi coIvana Lima
Revisores de Estrutura e LinguagemJanio Gustavo Barbosa
Eugenio Tavares Borges
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Revisora das Normas da ABNTVerônica Pinheiro da Silva
Revisoras de Língua PortuguesaJanaina Tomaz Capistrano
Sandra Cristinne Xavier da Câmara
Revisor TécnicoLeonardo Chagas da Silva
Revisora Tipográfi caNouraide Queiroz
IlustradoraCarolina Costa
Editoração de ImagensAdauto Harley
Carolina Costa
DiagramadoresBruno de Souza Melo
Ivana Lima
Johann Jean Evangelista de Melo
Mariana Araújo de Brito
Adaptação para Módulo MatemáticoJoacy Guilherme de A. F. Filho
Imagens UtilizadasBanco de Imagens Sedis
(Secretaria de Educação a Distância) - UFRN
Fotografi as - Adauto Harley
Stock.XCHG - www.sxc.hu
Barbosa, Tatyana Mabel Nobre.
Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. –
Natal, RN: SEDIS, 2008. 11v
224 p.
1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny
Amorim. II. Título.
ISBN: 978-85-7273-489-9
RN/UF/BCZM CDU 371.133
1Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
1
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3
Apresentação
Certamente, você ouvirá duas frases que são, quase sempre, mencionadas pelos
Professores Colaboradores para justifi car sua participação no Estágio Supervisionado:
“eu recebi o estagiário porque eu sei o quanto foi difícil para mim quando comecei,
então, é uma maneira de colaborar”; “é uma forma conhecermos novas possibilidades de
trabalho para a sala de aula”.
Ambas as justifi cativas não se excluem e estão, quase sempre, em seqüência na fala dos
professores que, de um lado, reconhecem os pontos difíceis ao se iniciar na profi ssão e se
propõem, dessa forma, a atuar como formadores dos estagiários; de outro, disponibilizam-se
a aprender a partir de novos planejamentos de ensino.
Nesse sentido, este módulo propõe, justamente, discutir como o estagiário e Professor
Colaborador podem planejar o ensino, considerando os objetivos, conteúdos, métodos e formas
de avaliação.
Conteúdos
Orienta o planejamento de ensino para sua atuação
ao longo do Estágio Supervisionado.
Orienta a seleção dos métodos de ensino, objetivos,
conteúdos e formas de avaliação possíveis.
Orienta o planejamento e desenvolvimento de ensino
a partir da aula expositiva e do seminário.
2 Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Os elementos constituintes
do plano de ensino
O planejamento de ensino permite ao professor sistematizar ações, organizar seu
trabalho de acordo com as especifi cidades escolares e estabelecer a coerência entre
os objetivos, conteúdos, métodos e avaliação. É uma forma do professor projetar
sua ação docente, ainda que, ao longo do seu desenvolvimento, diversos ajustes sejam
realizados.
O conteúdo a ser trabalhado requer a exploração das suas propriedades, das suas
relações com outros objetos e fenômenos a partir de diferentes ângulos. A apropriação dos
conhecimentos delimitados pelo professor deve manter sua ligação com as necessidades da
vida humana e com as transformações da sociedade e esse aspecto deve ser um critério para
a escolha do método de ensino que abordará os conhecimentos.
O objetivo a ser alcançado a partir de um determinado plano de ensino deve ter em vista
a preparação do aprendente para uma compreensão mais abrangente da realidade social, de
modo a situar esse conteúdo numa rede de conhecimento mais ampla, em que o aluno torna-
se agente ativo de transformação dessa realidade.
A seleção dos métodos de ensino assume uma função primordial no planejamento, pois
responde pela possibilidade de pôr em prática a articulação entre os objetivos, conteúdos e
avaliação num tempo específi co de trabalho. Trata-se de dinâmicas escolhidas pelo professor
a partir da relação estabelecida por ele durante o planejamento e desenvolvimento das aulas,
com os objetivos e conteúdos que se pretende alcançar.
3Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Os métodos de ensino são ações do
professor pelas quais se organizam as
atividades de ensino e dos alunos para
atingir objetivos do trabalho docente
em relação a um conteúdo específi co.
Eles regulam as formas de interação
entre ensino e aprendizagem, entre o
professor e os alunos, cujo resultado
é a assimilação consciente dos
conhecimentos e o desenvolvimento das
capacidades cognoscitivas e operativas
dos alunos. (LIBÂNEO, 1994, p. 152).
A avaliação deve se constituir em instrumento de acompanhamento e em momentos
de aprendizagem para os alunos. Ela deve está em consonância com os demais elementos
do planejamento, a fi m de que se constitua numa verdadeira oportunidade de aprendizagem.
Lembramos que o planejamento a ser desenvolvido no Estágio Supervisionado deve ser
uma ação participativa, que envolva o Professor Colaborador em todas as suas etapas.
Na disciplina de Didática, na aula 12
(Planejar: para que, por que, como?),
você terá orientações para a escolha dos
objetivos de sua aula; e nas aulas 13 e
14 – Elaboração de um plano de Ensino
I e II – há vários encaminhamentos para
seleção dos conteúdos. A consulta a
esses materiais serão fundamentais para
a elaboração do seu plano de ensino para
o Estágio Supervisionado.
Para o planejamento, “ter um método” é mais do que dominar procedimentos e técnicas
de ensino. Sua escolha expressa, também, uma compreensão global do processo educativo na
sociedade: os fi ns sociais e pedagógicos do ensino; as exigências e desafi os que a realidade
social coloca; as expectativas de formação dos alunos para que possam atuar na sociedade
de forma crítica e criadora; as implicações das origens de classe dos alunos no processo de
aprendizagem; a relevância social dos conteúdos de ensino etc.
4 Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Sugestão de atividade 1
Escrevendo em seu diário de campo
Converse com o Professor Colaborador do seu estágio para identifi car quais métodos ele usa e por que – Avalie, junto com ele, em que medida essas
estratégias são importantes para a aprendizagem dos conteúdos, objetivos e
avaliação.
Retome outros módulos – Para escolher entre as diferentes formas de
organização do trabalho em sala de aula, retome os módulos em que você
observou as condições materiais da escola, as especifi cidades do seu aluno, do
professor e as orientações do projeto político pedagógico. Veja suas anotações
no diário de campo e identifi que quais métodos, conteúdos, objetivos e avaliação
são pertinentes para seu planejamento.
Registre suas observações em seu diário de campo – Compare seus registros
com as sugestões de planejamento contidas a seguir.
Uma vez que a especifi cidade de cada método se ajustará melhor a uma dada situação
de aprendizagem, discutiremos com você um pouco sobre as diferentes formas de trabalho,
orientando-o acerca das situações educacionais indicadas para seu uso, considerando as
demais etapas do planejamento.
Quando (não) usar uma aula expositiva
Você já se deu conta que a aula expositiva é, certamente, a forma mais recorrente de se
trabalhar em sala de aula? Já refl etiu porque muitos alunos a consideram monótona? E por
que, mesmo assim, ela é tão usada pelos professores?
No método da aula expositiva, os conhecimentos, habilidades e tarefas são apresentadas,
explicadas e/ou demonstradas pelo professor. São várias as críticas a essa dinâmica. Muitas
ocorrem em função de seu uso, em diversos casos, focalizar, principalmente, a transmissão
do conhecimento, favorecendo uma aprendizagem menos participativa do aluno; ao fato
do conteúdo exposto ser apresentado como um produto fi nal; e ainda a regulação das
interações verbais dos alunos tornar-se uma difi culdade para o professor compreender quais
os conhecimentos prévios de seus alunos, e, conseqüentemente, conseguir acompanhar
sua aprendizagem.
Sendo assim, quando realizar uma aula expositiva?
5Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Apesar de todas essas críticas, Godoy (1997) aponta algumas vantagens que nos
permitem orientar o uso da aula expositiva nas seguintes situações: quando você precisar
iniciar um novo campo de conhecimento, principalmente, quando se tratar de um conteúdo
que os alunos, normalmente, consideram difícil; quando o tema da aula for polêmico e
desejar apresentar aos alunos as diferentes facetas do assunto, sem desviar as discussões
para comentários pouco pertinentes para o tema; ou quando precisar fazer a síntese de uma
dada unidade em que utilizou dinâmicas variadas e considerar pertinente retomar/sistematizar
os principais pontos discutidos.
Dessa forma, a aula expositiva é importante para explicar de modo sistematizado quando
o assunto é desconhecido ou quando as idéias que os alunos trazem são imprecisas; contribui
também para estimular o aluno em relação ao conteúdo em questão.
Libâneo (1994) ressalta que a exposição lógica da matéria continua sendo um
procedimento necessário, desde que o professor consiga mobilizar a atividade interna do
aluno de concentrar-se e de pensar, combinando-a com outros procedimentos, ou seja, outros
métodos.
Como você pode ver, a aula expositiva pode ser vista como uma atividade dinâmica,
participativa e estimuladora do pensamento crítico do aluno. Entretanto, para isso, é necessário
que o professor esteja empenhado em mostrar o caráter transformador dessa técnica. Nesse
sentido, apresentamos a seguir algumas orientações de como planejar e organizar uma aula
expositiva.
Como planejar a aula expositiva?
Etapas Orientações Tema da aula: a Equação do 2º grau
Conhecer profundamente o assunto
Avalie o seu conhecimento a
respeito do assunto. Lembre-se
de que na aula expositiva há uma
centralidade no professor.
É necessário o conhecimento do assunto que você irá trabalhar, nesse caso
equação do 2º grau, e isso inclui saber itens que vão além do desenvolvimento
das fórmulas. Pesquise sobre a história desse conteúdo. Você poderá expor
esse conhecimento de modo ilustrativo, a fi m de ressaltar a importância do
surgimento dele para a solução de questões prática; ou mesmo na elaboração
de atividades históricas que podem ser apresentadas antes ou depois da
exposição.
Conhecer seus alunos
Considere os conhecimentos
prévios para preparar sua
exposição.
Retome e analise seus registros nos diários de campo e fi cha de observação,
focalizando as difi culdades e repertórios dos seus alunos. A partir dessa
análise, verifi que se antes de introduzir o assunto será necessário fazer uma
revisão de outros conteúdos matemáticos, a exemplo de raiz quadrada ou
potenciação.
Defi nir os objetivos da aula
Selecione quais metas são
pertinentes de serem alcançadas
a partir do conteúdo e da
dinâmica de trabalho.
Você precisa ter claro o que pretende atingir. No caso da equação do 2º grau,
por exemplo, um objetivo que pode ser alcançado através da exposição
oral é a compreensão do contexto histórico de surgimento da equação de
2º grau, mas, para isso, o conteúdo deve ser introduzido a partir de uma
pequena explanação de seu surgimento histórico como forma de motivar o
aluno ou ressaltar a importância daquele conteúdo para o seu aprendizado.
Se você pretende demonstrar a aplicabilidade da equação de 2º grau
através da resolução de situações-problema é interessante partir de uma
situação-problema que considera uma aplicação prática do conteúdo.
6 Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Elaborar notas de leitura
Essas notas devem orientar a
sua exposição, a fi m de que você
selecione os trechos dos materiais
didáticos que deseja retomar
durante a aula.
Se você for utilizar um texto de um livro, revista ou produzido por você para
a exposição, por exemplo, de fatos interessantes da história da equação do 2º
grau, ou mesmo que trata do desenvolvimento desse assunto, primeiramente,
é importante que escolha um texto correspondente ao nível de entendimento
do seu aluno, a fi m de que ele possa desenvolver uma leitura compreensível em
seus estudos. Posteriormente, organize sua exposição selecionando os tópicos
a serem tratados na aula, buscando articulá-los.
Observar o tempo
Organize o tempo de sua aula de
modo a alternar a exposição com
outros métodos.
Esteja atento aos sinais de cansaço e desatenção e seja sensível para saber o
momento certo de intercalar a aula expositiva com outras atividades, um jogo,
por exemplo, (em anexo, apresentamos o jogo “Quais são os números?” que
trabalha as relações entre a soma e o produto das raízes e os coefi cientes de
uma equação de 2º grau). Considere que, como a aula expositiva é menos
participativa, pode ser mais cansativa para o aluno. Portanto, pense em
dinâmicas que podem ser trabalhadas em complemento a sua exposição.
Usar recursos audiovisuais
Utilize recursos para esclarecer
e apoiar sua exposição, eles
podem ajudar você a demonstrar,
ilustrar, exemplifi car e, assim, se
fazer entender.
No caso da sua aula de equação do 2º grau, você, com certeza, irá usar o
quadro negro para desenvolver alguns exemplos. Na utilização da história, você
pode necessitar de um data-show, retro-projetor ou cartazes para apresentar
como esse conteúdo foi, inicialmente, desenvolvido. Esses meios audiovisuais
podem auxiliá-lo na organização e condução metódica do processo de ensino
e aprendizagem.
Avaliar
Estabeleça um procedimento que
lhe permita saber o que o seu
aluno aprendeu sobre o assunto
tratado, se o objetivo da aula foi
alcançado e se a sua aula precisa
ser melhorada em algum aspecto.
Entre os instrumentos avaliativos que você pode dispor para esse planejamento,
temos: a produção de um texto, em que o aluno possa descrever o que foi visto
em aula e o que ele aprendeu sobre aquilo – e que pode compor um diário de
aula, caso você utilize esse instrumento em sua disciplina; e/ou atividades com
situações-problema cujas soluções podem ser socializadas com a turma, como
forma de acomodar o conteúdo aprendido.
Etapas Orientações Tema da aula: a Equação do 2º grau
IntroduçãoDeve-se preparar/envolver o
aluno, apresentando os objetivos e
relacionando-os ao conteúdo da aula.
Introduzir a sua aula a partir de um problema de aplicação prática da equação do 2º
grau em que seus alunos podem tentar resolver sem, necessariamente, conhecer o
conteúdo em questão, mas apenas lançando mão de suas experiências e de seus
conhecimentos matemáticos adquiridos.
Desenvolvimento
Deve-se expor o conteúdo,
explicitando seus princípios,
conceitos, definições etc. É
possível dinamizar essa etapa:
questione seus alunos; oriente-os
a fazer as próprias anotações;
exemplifi que etc.
A partir da socialização das diferentes respostas surgidas da situação-problema
colocada por você, apresente a equação como um método facilitador na busca da
resposta. A partir daí, recorra à história da matemática para explicar a utilização e
o seu processo de desenvolvimento. A seguir, apresente como a equação é escrita,
as formas completas e incompletas em que elas se apresentam, e como encontrar
as raízes de uma equação de 2º grau.
Fechamento
Esta etapa deve permitir que o aluno
relacione o conteúdo exposto a
discussões anteriores e ao que ainda
será ensinado-aprendido, bem como
ajudá-lo a avaliar a aprendizagem
obtida, o alcance dos objetivos e a
sua própria aula.
Ao terminar a explicação de cada um dos tipos de equações, apresente uma
atividade de fi xação/aplicação do conteúdo. Ao corrigi-la coletivamente você estará
fazendo algumas correções conceituais dos alunos e fazendo relações, não apenas
entre os tipos de equações, como também entre outros conteúdos matemáticos
anteriormente trabalhados. Ao vermos a avaliação como um processo do ensino e
aprendizagem, a dinâmica utilizada por você pode servir como um instrumento de
avaliação do aprendizado dos alunos, bem como de seu próprio método de ensino.
Como desenvolver a aula expositiva?
7Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Sugestão de atividade 2
Vale lembrar que o sucesso da aula expositiva, como método de ensino, depende da
mediação do professor e está diretamente relacionado ao conteúdo e objetivos. Portanto, não
adianta traçar um objetivo mirabolante, como redescobrir a fórmula de Bhaskára se o método
adotado por você, no caso, a exposição oral, permite apenas que você apresente esta fórmula
para seus alunos e demonstre como desenvolvê-la.
Você já tem os passos para planejar e desenvolver uma aula expositiva a partir do
exemplo dado com o ensino de equação do 2º grau. Agora é a sua vez! Identifi que
os conteúdos que serão vistos pela sua turma e selecione aqueles que mais
se adeqüam ao método de aula expositiva. A seguir, elabore o plano de ensino
considerando os conteúdos relacionados por você.
Para a elaboração desse plano, você pode retomar os roteiros de planejamento de
unidades de ensino das aulas: 11 – “Interação, mediação e planejamento”; 12 –
“Planejar: para que, por que, como?”; e 13 – “Elaboração de um plano de ensino
I”, da disciplina de Didática; além do módulo “Propostas de ações colaborativas
para o Estágio”, de Estágio Supervisionado I. Na disciplina Instrumentação para
o ensino de Química, veja a aula 5 –“Refl exões sobre a aula expositiva”.
Tema
Público alvo
Objetivos
Conteúdo
Metodologia de trabalho / descrição das ações
Formas de avaliação
8 Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Ao realizar seu trabalho, registre em seu diário de campo: quais pontos você considerou
mais difíceis ao organizar seu planejamento. Caso você tenha aplicado a aula planejada,
observe como foi a participação dos alunos, quais as principais perguntas que realizaram, se o
desenvolvimento da exposição do conteúdo conseguiu envolvê-los e quais foram os momentos
da aula (introdução, desenvolvimento e fechamento) que você sentiu mais difi culdade e por que.
O seminário como oportunidade de pesquisa para o aluno
O seminário é também uma das formas correntes de se trabalhar em sala de aula. Neste,
a atuação do professor é um pouco diferenciada da aula expositiva: ele orienta, acompanha os
estudos dos alunos, a organização e apresentação de um conteúdo previamente defi nido. Nas
escolas, normalmente, todas as etapas do seminário são realizadas em grupo e pressupõe os
seguintes objetivos voltados para o aluno:
9Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
colocar o aluno em contato com
fontes e espaços, sejam escolares
(como biblioteca, sala de vídeo, livros
didáticos, enciclopédias, mapas etc.)
ou não (como estação de tratamento
de água, sites de busca, revistas,
jornais, entrevistas etc.);
permitir que ele aprofunde seu
conhecimento sobre o assunto,
relacionando-o a outros contextos,
além da escola;
permitir que discuta suas idéias, formule questões, amplie sua aprendizagem
com as intervenções dos colegas, seja ao longo do planejamento, ou na
apresentação do seminário;
levar o aluno a compreender a importância de seu papel na própria aprendizagem,
criando, assim, uma postura ativa diante da escola.
Nesse sentido, o seu papel como professor é fundamental, seja no acompanhamento
da elaboração do trabalho, seja no apoio aos grupos durante sua apresentação. Assim, para planejar o seminário o professor deve considerar:
o conteúdo que será estudado, a fi m de que não tenha surpresas no desenvolver
da pesquisa por seus alunos;
se os estudantes têm condições de visitar locais fora da escola, e se a biblioteca
ou laboratório dão suporte para a pesquisa;
os objetivos que pretende alcançar com a aula;
o tempo que será destinado para a atividade;
os recursos que a escola pode dispor para o momento da apresentação dos
alunos;
os instrumentos e parâmetros que você irá utilizar para a avaliação.
Diante de tantos objetivos, você deve ter concluído que a realização de um seminário
requer diferentes etapas para preparar, motivar e acompanhar os alunos. Essa dinâmica está
ligada à atividade de pesquisa, dessa forma, exige um grau de relativa autonomia dos alunos
e, ao mesmo tempo, de vínculo com o grupo para que seja bem sucedida.
10 Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Como acompanhar a
organização do seminário?
Etapas Orientações Tema do seminário: Água
Seleção e divisão do conteúdo entre os grupos
Observe se seu objetivo é desenvolver
um trabalho de ordem prática, teórica ou
teórico-prática. Isso direcionará o foco
do seminário: o estudo de um conceito,
ou a realização de um experimento, por
exemplo.
O tema água, por exemplo, pode ser subdividido em cinco tópicos: abundância,
escassez, contaminação, tratamento, mau uso. Dependendo da quantidade de
alunos, um tópico pode ser trabalhado por cada um ou dois grupos. Indicamos
grupos com até cinco alunos.
Indicação de fontes e acesso a material para realização do trabalho
Será fundamental que você realize a
pesquisa antes dos alunos para saber
indicar onde será possível encontrar as
fontes. Motive-os a utilizar o acervo da
biblioteca e tente viabilizar apoio material
da escola.
Para pesquisar o conteúdo, os alunos poderão procurar fontes de pesquisas
(livros, folders informativos, fi lmes) na biblioteca ou vidioteca da escola, em
postos de saúde, na Companhia de Fornecimento de Água da sua cidade. Alguns
alunos também podem investigar em sua região se há algum caso de pessoas
contaminadas com alguma doença transmitida pela água etc.
Ajuda na distribuição das atribuições de cada componente
Alguns a lunos podem, mesmo
involuntariamente, assumir funções
que deveriam ser partilhadas. Por isso,
é importante que você colabore nesse
sentido.
Oriente seus alunos a dividirem as tarefas do grupo, por exemplo, enquanto um
procura materiais impressos, outros elaboram as questões para entrevista e a
desenvolvem. Posteriormente, o grupo se reúne para socializar o trabalho. A
seguir, o grupo pode decidir o roteiro de sua apresentação.
Dar visibilidade às diferentes aprendizagens envolvidas nesta etapa
Or ien ta r pa ra que os a lunos
compreendam o trabalho que estão
fazendo, superem os equívocos e tenham
clareza do que estão aprendendo.
Durante a organização do trabalho, oriente os grupos de modo a corrigir
equívocos de aprendizagem e propiciar a máxima compreensão dos itens
que englobam cada tópico. Ao estudar o tratamento da água, o grupo deve
explorar as etapas de seu tratamento (decantação, fi ltração e clorifi cação),
problemas advindos do mau tratamento, a exemplo do excesso de nitrato e
suas conseqüência (vários tipos de câncer). É importante que o professor tenha
clareza do que engloba cada tópico, a fi m de orientar de modo a evitar repetições
nas apresentações.
Talvez você precise agendar com os alunos um momento na biblioteca (extra horário
de sala de aula) para dar esse apoio, ou mesmo utilizar algumas de suas aulas para orientar
essa participação.
Durante a preparação e apresentação dos seminários, é interessante que o professor
assuma algumas posturas. A seguir, temos orientações a esse respeito.
11Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Como deve ser sua participação
como professor durante o seminário?
Durante o seminário, você deve estar atento a, basicamente, dois pontos:
orientação das interações: permitindo que todos os componentes do grupo
possam se expressar, sem terem sua participação prejudicada por um colega
mais falante; lançando orientações ao grupo ou comentários de estímulo,
interferindo quando perceber que o grupo se afastou do tema durante a
discussão; orientando que a turma registre o que pareceu importante, o que
não fi cou claro ou não concorda para, no momento da discussão, se posicionar;
explicitação das particularidades do seminário: dando visibilidade à turma
acerca da contribuição do grupo na aprendizagem do conteúdo; avaliar a forma
de organização do trabalho, as fontes usadas, os materiais, pesquisas realizadas
etc. Com isso, você fornecerá parâmetros para a turma sobre todo o processo
de organização e realização de um seminário;
avaliação contínua: suas anotações de como se deu o desempenho dos alunos
durante o processo de organização do seminário, bem como as anotações dos
alunos, são valiosos instrumentos de avaliação. Não esqueça, porém, que são
várias as formas de se comunicar (oral,
pictórica, escrita) e que seu aluno pode
expressar o que aprendeu utilizando-se
de várias delas, ou mais de uma que de
outra. Isso ressalta a importância da
sua interlocução durante o processo.
Ao longo do trabalho, esteja sempre
atento às dificuldades enfrentadas pelos alunos,
às vezes, alguns ajustes no tema, nos objetivos
do trabalho podem ser necessários diante dessas
particularidades. Avalie a interação entre o grupo, se há confl itos e como você pode apresentar
alternativas. Observe que algumas normas para organização do trabalho são importantes –
estabelecer prazos, explicar as metas, delimitar número de alunos etc. –, mas outras podem
prejudicar o trabalho – determinar a composição dos grupos, dedicar-se mais a um grupo do
que a outro, por exemplo.
12 Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Sugestão de atividade 3
O seminário pode ser um método contemplado em um procedimento maior, a exemplo de
um projeto. Apresentando-se como uma atividade em uma etapa introdutória ou fi nalizadora
de um projeto, que em outras etapas pode contemplar visitas a companhias de tratamento,
atividades experimentais e outras. Nesse caso, é importante que o professor tenha clareza dos
objetivos desse método dentro do projeto para adequar o seu planejamento.
Agora que você tem os passos para planejar e desenvolver um seminário com sua
turma a partir do exemplo que mostra como o tema Água pode ser trabalhado,
planeje um seminário para trabalhar um conteúdo a ser visto pela sua turma de
estágio.
Tema
Público alvo
Objetivos
Metodologia de trabalho / descrição das ações
Formas de avaliação
13Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Ao realizar seu trabalho, registre em seu diário de campo: quais pontos você considerou
mais difíceis ao organizar seu planejamento; caso você tenha aplicado a aula planejada, sobre
o desenvolvimento, observe como foi a participação dos alunos, as principais difi culdades
enfrentadas por eles e se o desenvolvimento da pesquisa sobre o conteúdo conseguiu envolvê-
los, e ainda quais foram os momentos do desenvolvimento da atividade que você viu como
obstáculos e por que.
Leituras complementares
BIBLIOTECA VIRTUAL DO ESTUDANTE DE LÍNGUA PORTUGUESA - BIBVIRT. Disponível em:http://montaigne.futuro.usp.br/. Acesso em: 23 jun. 2008.
No site BibVirt, você encontra materiais que oferecem subsídios para o planejamento e
desenvolvimento de atividades curriculares e extra-curriculares. São livros (digitados e falados)
e vídeos de diferentes autores e da TV Escola com temas interessantes e diversifi cados de
modo a contemplar diferentes áreas de ensino.
SÓ MATEMÁTICA. Disponível em: <http://www.somatematica.com.br/>. Acesso em:23 jun. 2008.
No site Só Matemática, você encontra artigos interessantes, descobertas e curiosidades
matemáticas que podem auxiliá-lo no planejamento de suas aulas.
Referências
GODOY, Arilda Schimidt. Revendo a Aula expositiva. In: MOREIRA, Daniel A. (Org.). Didática do ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo: Pioneira, 1997.
LIBANEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
MENDES, Iran Abreu; MARTINS, André Ferrer Pinto. Didática. Natal, RN: EDUFRN, 2006.
MOREIRA, Daniel A. (Org.). Didática do ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo.
Pioneira, 1997.
PAIVA, Irene Alves de; PERNAMBUCO, Marta Maria Castanho Almeida. Educação e realidade:
interdisciplinar. Natal, RN: EDUFRN, 2005.
SANT’ANNA, Ilza Martins; MENEGOLLA, Maximiliano. Didática: aprender a ensinar. 5. ed. São
Paulo: Edições Loyola, 1997.
14 Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Anexo A
Jogo – Quais são os Números?
Organizado por: Humberto Luis de Jesus - Pesquisador do Mathema < http://www.mathema.
com.br/>.
Objetivos
Operações com números inteiros.
Relações entre a soma e o produto das raízes e os coefi cientes de uma equação de
segundo grau.
Competências e habilidades
Desenvolver estimativa e cálculo mental.
Promover a análise de erros.
Idade/série recomendada
A partir do 9º ano.
Organização da classe
Grupo de 4 alunos.
Material
Calculadoras que tenham a tecla +/- (uma por grupo pode ser a do computador). Para
acionar a calculadora do Windows, clique em INICIAR > PROGRAMAS > ACESSÓRIOS
> CALCULADORA.
Descrição da atividade1ª etapaProponha a seus alunos o seguinte jogo:
Objetivo do jogo Descobrir os números escolhidos pelos outros componentes do grupo.
Atenção, professor,Organize os grupos e, se for preciso, relembre como determinar a soma e o produto de dois
números inteiros em uma calculadora.
A soma - 6 - 4 pode ser encontrada, por exemplo, assim: 6 +/- + +/- 4 =; e o produto entre
esses dois números pode ser determinado teclando-se: 6 +/- * 4 +/- =.
15Módulo de orientação 6 | Estágio Supervisionado
Regras
1) Sem que os outros vejam, cada componente do grupo escolhe dois números inteiros
(entre - 30 e + 30) e calcula a soma e o produto entre eles.
2) Os componentes decidem a ordem dos jogadores e o tempo disponível para a descoberta
dos números, que não pode ultrapassar três minutos para cada par de números.
3) Na sua vez, um componente diz aos demais a soma e o produto dos dois números
escolhidos por ele, conforme o exemplo: - A soma dos dois números é – 16 - O produto
dos dois números é 48.
4) Os outros devem descobrir, no menor espaço de tempo possível, quais foram os dois
números escolhidos.
PontuaçãoSe algum jogador descobrir os números escolhidos por outro, dentro do limite estipulado,
ganha 5 pontos. Se isso não ocorrer, o jogador que escolheu os números ganha 10 pontos.
Ganhador: aquele que, ao fi nal de oito rodadas, obtiver o maior número de pontos.
2ª etapaJogue com seus alunos pelo menos mais duas vezes. Converse com eles para saber como
fi zeram para determinar o número desconhecido. Se possível, registre no quadro, em forma
de texto, as estratégias utilizadas. Solicite então que realizem novamente o jogo utilizando uma
das estratégias registradas pela turma.
3ª etapaApós os alunos realizarem essa vivência, proponha problemas, como estes:
a) João escolheu os números – 20 e + 15. Quais números ele dirá aos outros componentes
do grupo dele?
b) Ana disse a soma é – 15 e o produto é 56. Cláudia disse que os números que ela escolheu
foram o – 8 e o 7. Ela acertou? Por quê?
c) Quando um jogador diz: a soma é 0 e o produto é n (um número entre -900 e + 900),
o que podemos afi rmar, com certeza, sobre os números escolhidos por esse jogador?
d) E se fosse o contrário, isto é, soma n (um número entre – 60 e + 60) e produto 0? O que
podemos afi rmar, com certeza, sobre os números escolhidos por esse jogador?
Discuta com a turma a resolução dos problemas propostos garantindo a participação de todos.
Para saber mais
Esta atividade foi retirada do livro:
CHICA, Cristiane Rodrigues; JESUS, Humberto Luis. Matemática. São Paulo: Editora SER,
2008. (9º ano).
EMENTA
Claudianny Amorim Noronha
Tatyana Mabel N. Barbosa
Estágio Supervisionado I – INTERDISCIPLINAR
AUTORAS
AULAS
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01 Módulo de orientação 1 – O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário
02 Módulo de orientação 2 – O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação
03 Módulo de orientação 3 – O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e
ações de uma antiga conhecida nossa
04 Módulo de orientação 4 – Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos
escolares e acadêmicos
05 Módulo de orientação 5 – Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar
06 Módulo de orientação 6 – Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem
07 Módulo de orientação 7 – Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem
08 Módulo de orientação 8 – A avaliação do estágio: um processo de refl exão contínua
09 Módulo de orientação 9 – A (re)escrita do trabalho avaliativo fi nal: o relatório, o artigo científi co e o memorial
10 Módulo de orientação 10 – Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora
11 Fichário de estágio
Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções
e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o
planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também
os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD.
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