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Disciplina:Sistemas Fluidomecânicos
Análise de Turbomáquinas
Análise de Turbomáquinas
• O método empregado para a análise de turbomáquinas depende essencialmente dos dados a serem obtidos.
• Volume de controle finito: metodologia empregada para se obter informações sobre vazão, variação de pressão, torque e potência, aplicando o princípio da quantidade de movimento angular.
• Volume de controle infinitesimal aplicado sobre elementos de pás individuais: metodologia usada para se obter informações sobre ângulos de pás e perfis de velocidade.
• Como nesta disciplina estamos trabalhando com escoamentos idealizados, será empregada a aproximação por volume de controle finito.
Princípio da Quantidade de Movimento Angular• Abaixo, a equação geral do princípio da
quantidade de movimento:
�⃗ × �⃗� + � �⃗ × �⃗ ��∀
��
+ ����� =
=�
��� �⃗ × � ��∀
��
+ � �⃗ × � ����⃗
��
Eq. 4.475ª ed.
• Detalhando:
• O vetor �⃗ localiza cada elemento de massa ou de volume do sistema com respeito ao sistema de coordenadas.
• �⃗� é a força de superfície exercida sobre o sistema.
• Primeiro termo da equação: torque exercido pelas forças de superfícies atuantes no VC.
• Segundo termo: torque devido à ação da gravidade sobre o fluido dentro do VC.
�⃗ × �⃗� + � �⃗ × �⃗ ��∀
��
+ ����� =
volume Torque no eixo motor
Influência das forças externas sobre o sistema!
=�
��� �⃗ × � ��∀
��
+ � �⃗ × � ����⃗
��
• No outro lado:
• A primeira integral estima o momento da quantidade de movimento (QM) do sistema.
• SC, índice mostrado na segunda integral, significa superfície de controle. A segunda integral é relacionada ao fluxo de momento de QM através da superfície do VC.
volume x densidade = massa
massa x velocidade = quantidade de movimento (força!)
quantidade de movimento x vetor localização = momento da quant. movimt.
Influência do momento da quantidade de movimento interno sobre o sistema!
Equação de Euler para Turbomáquinas• Para a análise de turbomáquinas, é
conveniente escolher um volume de controle fixo abrangendo o rotor, a fim de avaliar o torque no eixo.
• A equação 4.47 é simplificada pois não são consideradas significativas as forças de superfície nem as relativas ao campo gravitacional (desprezadas devido à simetria).
• Para um escoamento permanente:
�⃗ × �⃗� + � �⃗ × �⃗ ��∀
��
+ ����� =
=�
��� �⃗ × � ��∀
��
+ � �⃗ × � ����⃗
��
= 0 (insignificante)
= 0 , pois o Volume de controle é fixo
����� = � �⃗ × � ����⃗
��
Eq. 10.1a5ª ed.
• Volume de controle finito e componentes da velocidade absoluta para análise de quantidade de movimento angular.
VC sobre um rotor genérico de uma turbomáquina.
O eixo Z, alinhado com o eixo de rotação do rotor, é perpendicular ao plano XY
• Para um escoamento permanente:
O fluido entra no rotor com velocidade V1
O fluido sai do rotor com velocidade V2
Índice t: tangencialÍndice n: radial
• Integrando:
• ou, na forma escalar:
• A eq. 10.1c é chamada de equação de Euler para turbomáquinas.
����� = � �⃗ × � ����⃗
��
Eq. 10.1a5ª ed.
������� = ����� − ����� �̇��
����� = ����� − ����� �̇ Eq. 10.1c5ª ed.
• As velocidades tangenciais são convencionadas como positivas quando no mesmo sentido da rotação do rotor.
• Isto faz o torque no eixo Teixo positivo para bombas, ventiladores, sopradores e compressores (consomem torque, este entra no VC), e negativo para turbinas (torque é gerado, sai do VC).
• A potência �̇� gerada ou consumida no eixo do rotor é dada pelo produto escalar da velocidade
angular �do rotor pelo torque �����.
�̇� = ������ = � ����� − ����� �̇Eq. 10.2a
5ª ed.
• A equação 10.2a pode ser escrita de duas outras formas de grande utilidade.
• Seja U = r , onde U é a velocidade tangencial do rotor no raio r :
• Dividindo por �̇�, obtemos a chamada altura de carga, ou carga, adicionada ao escoamento:
�̇� = ����� − ����� �̇Eq. 10.2b
5ª ed.
� =1
������ − �����
Eq. 10.2c5ª ed.
Diagramas de Velocidade
• Diagramas de velocidade são úteis para definir as componentes de velocidade do fluido e do rotor na entrada e na saída.
Perfil da pá saída
entrada
����
����
����
����
• Uma situação idealizada é mostrada na figura abaixo:
• O escoamento no rotor é idealizado entrando e saindo tangencialmente ao perfil da pá (modelo chamado de entrada sem choque).
• 1 e 2 são os ângulos de entrada e saída da pá, medidos a partir da direção circunferencial.
saída
entrada
• A velocidade do rotor na entrada é �� = ���• A velocidade absoluta do fluido é a soma vetorial da
velocidade tangencial do rotor (U1 na entrada) com a velocidade do fluido em relação à pá (Vrb1).
• O diagrama de velocidades na saída é similar ao da entrada.
• Estes diagramas permitem estimar o torque e a potência ideais consumidos ou entregues pelo rotor, representando o máximo desempenho sob condições ideais de projeto (limite superior de desempenho).
����
Entrada
Exemplo 10.1• Bomba centrífuga idealizada.
• Água a 150 gpm entra axialmente no impulsor de uma bomba centrífuga, através de uma entrada com diâmetro de 1,25 pol. A velocidade de entrada é axial e uniforme. O diâmetro de saída do impulsor é de 4 pol. O fluxo sai do impulsor a 10 pés/s em relação às pás radiais. A rotação do impulsor é de 3450 rpm.
• (a) Determinar a largura b2 de saída do impulsor, (b) o torque entregue ao impulsor e (c) a potência requerida predita pela equação de Euler para turbinas.
VC fixo����
• Q = 150 gpm 0,0094635 m3/s (galão EUA)
• Vrb2 = 10 pés/s 3,0480 m/s
• R1 = 0,625 pol. = 0,015875 m
• R2 = 2 pol. = 0,0508 m
• = 3450 rpm = 361,283 rad/s
• água = 1000 kg/m3
VC fixo����
• Vazão: �̇ = ���
�� = �̇ = ����� 2�����
�� =�
���� 2���=
0,0094635
3,048 × 2 × � × 0,0508
�� = 0,00973�
• Da equação da quantidade de movimento angular com fluxo de saída uniforme:
• Entretanto, na entrada não há momento angular na direção z, portanto:
• Desenvolvendo:
������� = ����� − ����� �̇��
������� = ����� �̇�� = ����� ����
����� = ����� �� = 0,0508� ×3450 × 2 × �
60× 1000 × 0,0094635
����� = 8,8232Nm
• Calculando a potência:
• Respostas
• a) 9,73 mm; b) 8,82 Nm; c) 3187,7 W ou 4,28 hp
�̇� = ������
�̇� =3450 × 2 × �
60× 8,8232 = 3187,7W ≈ 4,28ℎ�
Exemplo 10.2Um ventilador de fluxo axial opera a 1200 rpm. O diâmetro na ponta da pá é de 1,1m e o diâmetro do cubo é de 0,8m. O fluido é ar na condição padrão e o escoamento considerado incompressível. Não há mudança na componente axial da velocidade através do rotor.
Ventilador de Fluxo Axial Idealizado
VC estacionário, é o canal de escoamento
Fluxo
zRm
Os ângulos de entrada e de saída da pá são de 30° e 60°respectivamente. Pás de guia de entrada dão ao fluxo absoluto que entra no primeiro estágio um ângulo de 30°.
Admita que o fluxo relativo entra e sai do rotor nos ângulos geométricos da pá e utilize as propriedades no raio médio da pá para os cálculos. Para essas condições idealizadas:
(a) desenhe o diagrama de velocidade de entrada,
(b) determine a vazão volumétrica,
(c) esboce as formas das pás do rotor,
(d) desenhe o diagrama de velocidade de saída,
(e) calcule a potência necessária para acionar o ventilador,
(f) calcule o torque mínimo necessário para acionar o ventilador.
Solução:
• Aplique a equação da quantidade de movimento angular a um volume de controle fixo:
Considerações:
1. Torques devido a forças superficiais ou de massa são desprezíveis;
2. Escoamento permanente;
3. Escoamento uniforme nas seções de entrada e saída;
4. Escoamento incompressível;
5. Não há variação na área de escoamento axial;
6. Use o raio médio das pás do rotor, Rm.
����� = � �⃗ × � ����⃗
��
Eq. 10.1a5ª ed.
• As formas das pás são:
• O diagrama de velocidade de entrada é:
1 = 30°
Movimento da pá
Vrb1
Vrb2
2 = 60°
z
1 = 30°
Vrb1
Vn1
Vt1
V1
1 = 30°
U = .Rm Item (a)
Item (c)
Atenção:U foi estimado usando Rm.Porque?
• Da continuidade, a vazão que entra é igual à vazão que sai:
• Como A1 = A2, então Vn1 = Vn2
1 = 30°
Vrb1
Vn1
Vt1
V1
1 = 30°
U = .Rm
� = ����� = �����
• Como A1 = A2, então Vn1 = Vn2 e o diagrama de velocidade de saída é conforme mostrado abaixo:
2 = 60°
Vrb2Vn2
Vt2
V22
U = .Rm
Item (d)
• No raio médio das pás:
� = �. �� = �.��2
� =1200 × 2�
60.
121,1 + 0,8
2= 59,69026�/�
Dpá
Dcubo
Dm
• Da geometria do diagrama de velocidade de entrada:
1 = 30°
Vrb1
Vn1
Vt1
V1
1 = 30°
U = .Rm
���30° =���
�� = �. ���30° = 29,84513�/�
���30° =�����
��� = ��. ���30° = 25,84664�/�
���30° =�����
��� = ��. ���30° = 14,92257�/�
��30° =������
���� =����30°
. = 51,69328�/�
• A vazão em volume:
� = ����� = ��� �
4��á� − �����
�
� = 25,84664 �
41,1� − 0,8� = 11,57095��/�
Item (b)� = 11,6��/�
• Torque no eixo, para escoamento uniforme:
• Do diagrama de velocidade de saída:
����� = ����� − ����� �̇ Eq. 10.1c5ª ed.
2 = 60°
Vrb2Vn2
Vt2
V22
U = .Rm
���� =������
� = ��� + �a
��30° =�
���� = ��� + ��30° × ���
2 = 60°
Vrb2Vn2
Vt2
V22
U = .Rm
���� =������
� = ��� + ��30° × ���
���� =� − ��30° × ���
���=59,69026 − ��30° × 25,84664
25,84664
���� = 1,732050875 �� = 60°
��� = ������� = ��60° × 25,84664 = 44,76769�/�
����� = ����� − ����� �̇
����� = ����� − ����� ��
�̇ = ��
����� = 0,475 × 44,76769 − 14,92257 × 1,2250 × 11,57095
��� = 1,2250��/��
����� = 200,942613�.�
Item (e)
�̇� = ������ =1200 × 2�
60200,9 = 25251,1934�
����� = 200,9�.�
�̇� = 25, 25�� Item (f)
Mas é para usar o raio médio!
Diagramas de Velocidade
• Se o fluido entrar no impulsor com uma velocidade absoluta puramente radial, não haverá quantidade de movimento angular e Vt1 será nula.
Perfil da pá saída
entrada
����
����
����
����
(continuação)
• Se Vt1 = 0, então
• Sabemos que
� =1
������ − �����
Eq. 10.2c5ª ed.
� =������
Eq. 10.35ª ed.
��� = �� −�������
= �� − ��������Eq. 10.4
5ª ed.
• Então
• Para um impulsor de largura w, a vazão em volume é
� = � 2�� ���� = �������
• Substituindo na equação 10.5:
� =����� − ��������
Eq. 10.55ª ed.� =
��� − ����������
�
� =��� − ��
�����
�����
�
• Reescrevendo:
• Ou
onde
Observa-se que a equação 10.7a prevê uma variação linear da altura de carga H em relação a vazão em volume Q.
Eq. 10.7a5ª ed.� =
���
�−������������
�
� = �� − ���
�� =���
�
�� =������������
Eq. 10.7b5ª ed.
• A constante C1 representa a altura de carga ideal desenvolvida pela bomba para vazão em volume zero (altura de carga de bloqueio).
• Por outro lado, a inclinação da curva de altura de carga versus vazão em volume (curva H – Q) depende do sinal e da magnitude de C2.
� = �� − ���
�� =���
�
�� =������������
Eq. 10.7b5ª ed.
Curvada para frente
Curvada para trás
Seção transversalSeção
meridional
Altu
ra d
e c
arg
a H
Vazão volumétrica Q
Vrb2 (rel)
• Se 2 < 90°, ou seja, se as aletas forem viradas para trás (figura abaixo), então C2 > 0. A altura H diminui em proporção à Q.
� = �� − ���
�� =���
�
�� =������������
Eq. 10.7b5ª ed.
• Se 2 = 90°, ou seja, se as aletas forem radiais, então C2 = 0. A altura de carga H ficará independente da vazão Q.
� = �� − ���
�� =���
�
�� =������������
Eq. 10.7b5ª ed.
• Se 2 > 90°, ou seja, se as aletas forem voltadas para frente, então C2 < 0, e a altura de carga H aumentará com a vazão Q.
• Entretanto, pás curvadas para a frente quase nunca são utilizadas na prática porque tendem a um comportamento instável.
� = �� − ���
�� =���
�
�� =������������
Eq. 10.7b5ª ed.
Potência Hidráulica
• O torque e a potência preditos pela aplicação da quantidade de movimento angular ao rotor, vistos até este momento, são valores idealizados.
• Na prática, a transferência de energia entre o rotor e o fluido tem perdas devido efeitos viscosos, desvios de escoamento uniforme e desvios de direção de fluxo em relação aos ângulos das pás.
• A transformação de energia cinética em aumento de pressão pela dispersão do fluido introduz mais perdas.
• Dissipação de energia ocorre pelo atrito nos selos e mancais, e também pelo atrito entre o fluido e o rotor e carcaça, e calor é perdido para o ambiente.
• Para uma bomba, potência hidráulica é definida por
�̇� = �����
onde
�� =�
��+��
2�+ �
��������
−�
��+��
2�+ �
���çã�
Eq. 10.8a5ª ed.
Eq. 10.8b5ª ed.
• Para uma bomba real, a taxa de energia mecânica recebida é menor que a taxa de aumento de carga produzida. A eficiência de uma bomba é dada por:
�� =�̇�
�̇�=�����
��
Eq. 10.8c5ª ed.
• Para avaliar a variação real na altura de carga, deve ser conhecida a pressão, velocidade e elevação do fluido nas duas seções de medição.
• A velocidade do fluido pode ser estimada através da vazão volumétrica e dos diâmetros dos tubos.
• A pressão estática é medida em trechos retos a montante e a jusante da bomba, com a elevação de cada manômetro ou as leituras de pressão estática corrigidas para uma mesma elevação (normalmente a linha de centro da bomba).
Exemplo 10.3O sistema de escoamento empregado no teste de uma bomba centrífuga a 1750 rpm é mostrado abaixo. O líquido é água a 80oF e os tubos tem diâmetro de 6 pol. Os dados medidos em teste são apresentados na tabela a seguir. O motor é trifásico, 460V, fator de potência 0,875 e eficiência constante de 90%.
Estimativa de características de uma bomba a partir de dados de teste
• Calcule a altura de carga líquida e a eficiência da bomba para uma vazão volumétrica de 1000 gpm. Monte os gráficos de altura de carga da bomba, potência e eficiência em função da vazão volumétrica.
Vazão(gpm)
Pressão de sucção
(psig)
Pressão de descarga
(psig)
Corrente do motor
(amp)
• Para uma turbina hidráulica, a potência liberada pelo rotor (potência mecânica) é menor do que a taxa de energia transferida do fluido para o rotor, porque o rotor tem de superar perdas de atritos mecânico e viscoso.
• A potência mecânica fornecida por uma turbina é relacionada à potência hidráulica através da equação abaixo:
�� =�̇�
�̇�=��
�����
onde �̇� = �����
�� =�
��+��
2�+ �
�������
−�
��+��
2�+ �
���
Eq. 10.9c5ª ed.
Eq. 10.9a5ª ed.
Eq. 10.9b5ª ed.
• A equação 10.9b indica que, para se obter potência máxima de uma turbina hidráulica, é importante minimizar a energia mecânica do escoamento na saída da turbina. Isto é realizado fazendo-se a pressão, velocidade e elevação do fluido, na saída da turbina, tão menores quanto possível.
• Por isto a turbina é montada o mais próximo possível do nível do rio a jusante, o que é feito sempre considerando o histórico de enchentes do rio.
�� =�
��+��
2�+ �
�������
−�
��+��
2�+ �
���
Eq. 10.9b5ª ed.
Bibliografia
Robert W. Fox, Alan T. McDonald
Introdução à Mecânica dos Fluidos. Rio de Janeiro RJ, 4ª.Ed.; Editora Afijada.
ISBN-10: 8521610785
ISBN-13: 978-8521610786