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1 Disciplina: Transtornos Globais do Desenvolvimento Autores: Esp. Elizabeth Nater Revisão Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva / D.ra Maria Tereza Costa Revisão Ortográfica: Jaqueline Morissugui Cardoso Ano: 2016 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais.

Disciplina:Transtornos Globais do Desenvolvimento

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Disciplina: Transtornos Globais do Desenvolvimento

Autores: Esp. Elizabeth Nater

Revisão Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva / D.ra Maria Tereza Costa

Revisão Ortográfica: Jaqueline Morissugui Cardoso

Ano: 2016

Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais.

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Elizabeth Nater

Transtornos Globais do Desenvolvimento

1ª Edição

2016

Curitiba, PR

Editora São Braz

3

FICHA CATALOGRÁFICA

NATER. Elizabeth.

Transtornos Globais do Desenvolvimento / Elizabeth Nater – Curitiba,

2016.

52 p.

Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva / Maria Tereza Costa.

Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso.

Material didático da disciplina de Transtornos Globais do

Desenvolvimento – Faculdade São Braz (FSB), 2016.

ISBN: 978-85-5475-106-7

4

PALAVRA DA INSTITUIÇÃO

Caro(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz!

Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier,

nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de

dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão

Universitária.

A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e

comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do

desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas

também brasileiros conscientes de sua cidadania.

Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar

comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as

ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão

de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e

grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e

estudantes.

Bons estudos e conte sempre conosco!

Faculdade São Braz

5

Apresentação da disciplina

Esta disciplina apresentará os Transtornos Globais do Desenvolvimento

(TGD) / Transtorno do Espectro Autista: definição, classificação, causas,

diagnóstico e características. Os TGD na Classificação Internacional de Doenças

- CID 10 e no Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais -

DSM V. O Espectro Autista: Síndrome de Rett, Transtorno de Asperger,

Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Global do Desenvolvimento

sem Outra Especificação, TGD associado a outras deficiências. Identificação de

habilidades, dificuldades e necessidades específicas do aluno com TGD e as

alternativas de ensino e de atendimento. A formação e a aprendizagem de

estudantes com TGD – intervenção pedagógica, comportamental, comunicativa

e social. O Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a Sala de Recursos

Multifuncionais (SRM). O TGD e as Tecnologias Assistivas (TA). Recursos da

Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA). Auxílio em atividades de vida

diária. Currículo, material escolar e pedagógico adaptado. Adequação dos

critérios avaliativos. Reconhecimento do papel da família e do contexto

educacional para o desenvolvimento de estudantes com TGD.

Todas as informações serão valiosas para quem se apropriar delas, pois

permitirão maior entendimento sobre TGD e ações assertivas diante da realidade

social dentro e fora do contexto escolar.

6

Aula 1 – Conhecendo o aluno com Transtornos Globais do

Desenvolvimento (TGD)

Apresentação da Aula 1

Nesta aula serão abordos os Transtornos Globais do Desenvolvimento,

sendo que o conhecimento dos mesmos é de extrema importância educacional

e social, pois as escolas e os profissionais que recebem esses alunos (TGD),

não sabem como organizar e conduzir suas aulas, para que o ensino ocorra

satisfatoriamente, tanto quanto para que o relacionamento entre os membros da

turma seja produtivo e contribua para o bom desenvolvimento de todos.

1. Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)

Para melhor entendimento, os Transtornos Globais do Desenvolvimento

apresentam as funções do desenvolvimento afetadas. Vejamos alguns

transtornos:

TRANSTORNOS COM FUNÇÕES AFETADAS QUALITATIVAMENTE

AUTISMO

SÍNDROME DE RETT

TRANSTORNO OU SÍNDROME DE ASPERGER

TRANSTRONO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA

TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO SEM OUTRA ESPECIFICAÇÃO

Fonte: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - adaptado pelo autor

(2016).

1.1 Transtorno do Espectro Autista

Também conhecido como TEA, o Transtorno do Espectro Autista

manifesta-se antes dos 3 anos de idade da criança, cujo cérebro apresenta uma

desordem complexa, com características percebidas desde muito cedo ou

somente no período de desenvolvimento da criança.

7

1.1.1 Desordem

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

1.1.2 Definição

O autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno

do neurodesenvolvimento infantil caracterizado por dificuldades na interação

social, comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos, podendo

apresentar também sensibilidades sensoriais.

O conceito de espectro reflete a ampla gama de desafios e até que ponto

as pessoas com autismo podem ser afetadas. A ocorrência do TEA é de cerca

de um em cada 100 pessoas. Sabe-se que é quatro vezes mais comum em

meninos do que meninas.

Os AUTISTAS têm sua

comunicação prejudicada devido

ao atraso ou a própria ausência da

linguagem.

Devido desejarem um ambiente

mais previsível os

comportamentos são repetidos.

Comportamentos repetitivos

Comunicação social

Repertório restrito de interesse

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1.1.3 Classificação

O grau de comprometimento de dificuldade do autista pode ser variável,

isso é o que caracteriza a expressão espectro autista, ou espectro de desordens

autísticas.

O comprometimento pode ser identificado como grave ou moderado. Leo

Kanner, definiu autismo que tem comprometimento moderado e os indivíduos

com a Síndrome de Asperger, a qual são autistas com linguagem e intelecto

preservados. A Síndrome de Asperger foi descrita por Hans Asperger.

Saiba Mais

Leo Kanner ou Klekotow Klekotiv (1894 - 1981), foi um psiquiatra austríaco radicado nos Estados Unidos. Em 1943, publicou a obra que associou seu nome ao autismo: Autistic disturbances of affective contact, nela descreveu os casos de onze crianças

que tinham em comum "um isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação da mesmice", denominando-as de "autistas".

Hans Asperger (1906 - 1980), nasceu na Áustria, foi um pediatra, pesquisador, psiquiatra e professor de medicina, sendo conhecido por seus primeiros estudos sobre transtornos mentais, especialmente em crianças.

1.1.4 Causas

Antigamente, as causas (fatores) do autismo, eram um pouco

equivocadas, pois consideravam culpado o ambiente, que quando não ideal

(adequado), transformaria a criança normal em autista ou outro mais intenso

seria de considerar a mãe como “culpada” por ter uma criança autista.

O autismo é uma patologia e são inúmeras as suas causas. Ele altera o

sistema nervoso central durante o seu desenvolvimento.

9

Importante

As causas que provocam o autismo ou TEA são desconhecidas.

A complexidade desse Transtorno e o fato de que os sintomas e severidade podem variar (Espectro), provavelmente são quadros resultantes da combinação de diferentes genes. Alguns problemas genéticos acontecem espontaneamente e outros são herdados. De fato, estudos sugerem uma herdabilidade muito alta, mais ainda quando se considera a presença de traços do espectro autista numa mesma família. Em muitas delas parece haver um padrão de autismo ou deficiência relacionados, apoiando ainda mais a tese de que esses Transtornos têm uma base genética. Apesar de nenhum gene ter sido identificado como causador de autismo, pesquisadores estão procurando mutações do código genético que as crianças com autismo possam ter herdado. Estudos recentes indicam também que o autismo não é regido apenas por causas genéticas. A suposição é que fatores ambientais que tenham impacto no desenvolvimento do feto, como stress, infecções, exposição a substâncias químicas tóxicas, complicações durante a gravidez, desequilíbrios metabólicos podem levar ao desenvolvimento do autismo. Dentro dos fatores ambientais, pesquisadores detectaram uma maior importância para o risco de TEA dos fatores ambientais individuais, que incluem complicações durante o nascimento, infecções maternas ou a medicação que se recebe antes e após o nascimento, face aos fatores ambientais partilhados pelos familiares. (A & R, S/d., S/p.).

Ainda que as causas do autismo sejam desconhecidas, existem algumas

doenças neurológicas e/ou genéticas que foram associadas ao autismo:

infecções depois do parto como herpes simplex;

infecções antes do parto como a rubéola congênita, sífilis congênita,

toxoplasmose;

intoxicações diversas.

10

Saiba Mais

Toxoplasmose, segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia a transmissão pode ser transplancentária, que aproximadamente atinge 40% dos fetos, através da mãe que foram infectadas no período da gestação. Sugere-se testes sorológicos com o objetivo de tomar medidas antes do nascimento do bebê. Herpes simples, o vírus tende a ficar no organismo infectado para sempre (Herpes Genital) Decorrente de algumas situações, como cansaço ele reaparece, por exemplo.

1.1.5 Diagnósticos

O diagnóstico se dá com a entrevista com os pais, a anamnese da criança

em uma clínica e com a realização de alguns exames, não para identificar a

existência do autismo, mas para a presença de doenças associadas. A partir de

1 ano e 6 meses já é possível realizar o diagnóstico.

Vocabula rio

Anamnese: Trata-se de uma entrevista para iniciar o diagnóstico. Originária do grego ana, trazer de novo e mnesis memória.

11

Importante

Os critérios diagnósticos do Transtorno de Espectro do Autismo, segundo o DSM 5 (APA, 2014) são:

1) déficits persistentes na comunicação social e nas interações, clinicamente significativos manifestados por: déficits persistentes na comunicação não-verbal e verbal utilizada para a interação social; falta de reciprocidade social; incapacidade de desenvolver e manter relacionamentos com seus pares apropriados ao nível de desenvolvimento.

2) padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo menos dois dos seguintes aspectos: estereotipias ou comportamentos verbais estereotipados ou comportamento sensorial incomum, aderência excessiva à rotinas e padrões de comportamento ritualizados, interesses restritos.

3) Os sintomas devem estar presentes na primeira infância (mas podem não se manifestar plenamente, até que as demandas sociais ultrapassem as capacidades limitadas).

4) Os sintomas causam limitação e prejuízo no funcionamento diário.

O DSM 5 também sugere o registro de especificadores: Com ou sem Deficiência intelectual, com ou sem comprometimento da linguagem concomitante, associado à alguma condição médica ou genética conhecida, ou a fator ambiental, associado a outro transtorno do desenvolvimento, mental ou comportamental, com catatonia.

Fonte: Associação de Amigos do Autista

1.1.6 Características

Existe uma característica muito marcante e conhecida pela maioria das

pessoas referente ao autista, à dificuldade na comunicação. Estudos mostram

que o autismo se caracteriza pela presença de um desenvolvimento acentuado

que prejudica a interação com as pessoas e o mundo que o rodeia. Mas além da

característica mencionada o autista apresenta comportamentos (gestos,

palavras e frases) repetitivos.

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Alguns autistas não falam, outros apresentam comprometimento devido

ao atraso na linguagem falada e outros ainda, apesar de falarem, não dão

sequência nas conversas. O som da voz pode apresentar anormalidades quanto

ao:

timbre;

ritmo;

entonação;

velocidade.

Amplie Seus Estudos

SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus conhecimentos lendo a cartilha disponibilizada pela OAB/DF, na qual fornece informações para a sociedade de forma explicativa os direitos do autista. Link: http://www.oabdf.org.br/wp-content/uploads/2015/09/CartilhadosDireitosdaPessoacomAutismo.rar

As principais características corporais do autista são:

Balançar o corpo, oscilando o mesmo para cima para baixo.

Caminhar nas pontas dos pés.

Movimentar as mãos.

Bater as mãos uma contra a outra.

Fazer movimento de pinça e estalar as pontas dos dedos.

13

Ví deo

Assita o documentário Coragem de mãe: falando sobre o autismo (A Mother’s Courage: Talking Back to Autism - 2009), com produção de Margret Dagmar Ericsdottir, o documentário mostra de forma clara os movimentos corporais descritos no quadro autista, mostrando a jornada de uma mãe na procura de maneiras de entender a mente do filho autista. A forma de abordagem revela toda dinâmica de uma família com um filho autista e outro não. Durante a trajetória do TDG as dificuldades vão sendo apresentadas, mas de forma realista e possível as soluções para conviver com o autismo vão sendo apontadas.

Link do trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=dQFd7tcIMPQ

1.2 Os TGD na Classificação Internacional de Doenças

O autismo é conhecido como Transtorno do Espectro do Autismo, descrito

assim na mais nova edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos

Mentais, O DSM – V (2013), da Associação de Psiquiatria Americana. Nele, o

autismo passa a ser visto como um espectro, ou seja, o transtorno passa a ser

visto por um conjunto de condutas e deve ser caracterizado de acordo com a

gravidade: leve, moderada e severa.

Com essa mudança, alguns transtornos como Síndrome de Asperger,

passam a não ter mais uma classificação separada do autismo, sendo assim,

vistos como um Transtorno de Espectro do Autismo com níveis que variam.

As mudanças na forma de enxergar o autismo aconteceram através dos

avanços em estudos sobre o transtorno e pela forma como os transtornos

mentais passaram a ser vistos. Muita coisa ainda está por descobrir-se, como a

causa do autismo. Porém, é inegável o quanto buscam-se saber os fatores

responsáveis pelo autismo (em tão pouco tempo), pois será o maior

conhecimento sobre ele acarretará em pessoas diagnosticadas com o

transtorno, possibilitando uma qualidade de vida cada vez melhor.

14

1.2.1 CID-10

Faz-se importante o entendimento do que é o CID, como classifica-se para

o autismo e como diagnostica-se.

O que é CID-10?

CID significa Classificação Internacional de Doenças.

Como o CID-10 classifica o Autismo?

O CID-10(2000), classifica o autismo nos Transtornos Invasivos do

Desenvolvimento, cuja sigla é (TID).

Segundo a OMS (CID -10) a deficiência mental está dividida em:

Leve: QI 50-55-70

Moderada: QI 35-40 até 50-55

Grave ou severa: QI 20-25 até 35-40 abaixo da média

Profunda: QI 20-25 significativamente abaixo da média.

TESTES PSICOMÉTRICOS

Fonte: http://euquerotrabalho.com/testes-psicometricos.html

Os testes psicométricos constituem apenas uma parte dos procedimentos

de avaliação amplamente estudados por profissionais da área da Psicologia.

Com aprofundamento dos estudos e de pesquisas observa-se que outros

recursos devem ser agregados demonstrando diferentes modelos na tentativa

de classificar, fazer a intervenção e, de igual maneira, auxiliar de forma melhor

a pessoa com TGD.

15

1.2.2 Mas o que é o TID?

É um grupo de transtornos caracterizados por alterações qualitativas das

interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação e por um repertório

de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Estas anomalias

qualitativas constituem uma característica global do funcionamento do sujeito,

em todas as ocasiões (OMS, 1993).

Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS (1993):

TID é diagnosticado por meio de critérios de observação descritos no DSM-IV e CID-10. É considerando um transtorno que ocorre em diferentes graus de comprometimento [espectro autista]. (OMS, 1993, S/p.).

1.2.3 Quem pertence ao grupo dos TID?

Estão incluídos no grupo dos TID, além do Autismo, a Síndrome de

Asperger e o Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação.

1.3 Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais

A finalidade do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

é atender aos profissionais que atuam na área da saúde mental. O Manual

apresenta diferentes categorias de transtornos mentais e critérios para

diagnosticá-los. Vale destacar que está em conformidade com a Associação

Americana de Psiquiatria.

1.4 DSM V

A DSM-5, é uma edição que apresenta 10 anos de trabalhos, com

resultados de especialistas mundiais na área de saúde mental. O Manual (DSM-

5) contempla classificação e diagnósticos atuais referentes à área de saúde

mental. A base para a elaboração do Manual DSM5 se deu com as 13

Conferências Internacionais realizadas por volta dos anos de 2003 a 2008.

16

Fonte: http://pro.psychcentral.com/wp-content/uploads/2015/04/dsm-5.png

Ví deo

Assista o filme Mozart e a Baleia - loucos de amor (Mozart & the Whale - Crazy in Love), o qual traz compreensões de como o autista percebe o seu transtorno e busca conviver com ele. Donald (protagonista) sofre de autismo de alta funcionalidade e lidera um grupo de ajuda com pessoas com perturbações semelhantes, porque não quer sentir-se sozinho. Isabel também sofre desse espectro, sendo incapaz de ouvir tilintares pelo que, numa manhã como outra qualquer, acaba por entrar na vida de Donald através desse grupo de terapia

Link: https://www.youtube.com/watch?v=JpkB5wGTNP8

Resumo da Aula 1

Nesta aula evidenciou-se o entendimento e compreensão do TGD, o qual

se trata de um transtorno que acomete algumas pessoas (afetando as funções

de seu desenvolvimento). É conhecido como Transtorno do Espectro do Autismo

e apresenta características corporais específicas (estereotipadas). O CID-10

(2000), classifica o autismo nos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento.

Uma de suas características do Autismo é a realização de

comportamentos repetitivos. Foram abordados também a Síndrome de Rett,

Transtorno ou Síndrome de Asperger, o Transtorno Desintegrativo da Infância e

o Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação.

17

Atividade de Aprendizagem

Discorra sobre as características do autismo.

Aula 2 – O Espectro Autista

Apresentação da Aula 2

Nesta aula será dada a continuidade sobre o TGD, apresentando

especificamente o Espectro Autista: Síndrome de Rett, Transtorno de Asperger,

Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Global do Desenvolvimento

sem Outra Especificação e o TGD associado a outras deficiências. Será

elucidada a identificação de habilidades, dificuldades e necessidades

específicas do aluno com TGD e as alternativas de ensino e de atendimento,

com a percepção de abordagem e indicações de orientações para que

profissionais e familiares possam atender, conviver e ensinar o autista durante

suas etapas de vida.

2. O Espectro Autista

Na aula anterior apontou-se o comprometimento na comunicação, e em

suas áreas comportamentais e relacionais, evidenciando o Autismo como sendo

uma condição única, que de acordo com Kanner (1943), não pertencia ao grupo

de crianças com Deficiência Mental. Esse destaque é necessário para a

especificidade do transtorno.

Desde 1938 têm chamado a minha atenção algumas crianças cujas condições diferem de forma marcante e tão específica de qualquer coisa até agora registrada que creio que cada caso merece, e eu espero que eventualmente receba uma apreciação detalhada de suas fascinantes peculiaridades [...] (KANNER, 1943, S/p.).

Além dos estudos de Kanner foi possível contar, naquela época, com o

estudo de Hans Asperger, apresentou crianças com características próximas ao

18

autismo, mas com pouco atraso na linguagem e inteligência. Por conta da sua

dedicação a Síndrome levou o nome do médico, sendo conhecida como

Síndrome de Asperger.

http://cdn.spectator.co.uk/content/uploads/2015/09/booksfeat.jpg

2.1 Síndrome de Rett

O conceito de Síndrome de Rett apresenta-a como uma desordem rara

do desenvolvimento neurológico que acomete consideravelmente o sexo

feminino. O índice é considerável e pode ser entendido com a informação de que

no mundo, de 5 em 5 horas nasce uma menina com a Síndrome de Rett, ou seja,

se pensarmos num contexto, por dia teremos quatro crianças nascidas com Rett.

Historicamente, os estudos mostram que o médico austríaco Andreas

Rett teve interesse pela síndrome, em função de sua profissão (pediatra),

acompanhando crianças as quais tinham seu desenvolvimento neurológico

normal, mas que depois sofriam alterações conforme identificação na sequência:

19

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

O Transtorno de Rett apresenta suas características nos primeiros 6

meses de vida podendo estender até doze meses.

Gradualmente, a criança perde os movimentos e habilidades das mãos.

Há diminuição dos interesses sociais, crises convulsivas, prejuízo na linguagem

receptiva e expressiva. Ocorre também desaceleração do crescimento cranial

(microcefalia) com perda dos movimentos adquiridos de origem motora.

As pessoas que têm a Síndrome de Rett fazem movimentos repetitivos com as mãos como se estivesse lavando. O comprometimento cognitivo é mais grave do que os observados no autismo.

Conforme o MEC (2010) os mecanismos envolvidos na Síndrome de Rett

são desconhecidos, porém existe reduções significativas no lobo frontal, no

núcleo caudado e no mesencéfalo, assim como evidências de desenvolvimento

sináptico.

Segundo Honora (2008) podem ainda apresentar: crises convulsivas,

alterações respiratórias, alteração de sono, bruxismo e constipação intestinal.

Desaceleração do perímetro

cefálico Apraxia manual

Perda de habilidades

comunicativas

20

Vocabula rio

Bruxismo: é o hábito de pressionar e ranger os dentes durante o sono, produzindo ou não sons. Presente em adultos e crianças, o distúrbio normalmente acompanha a pessoa por toda a vida, já que o sucesso do tratamento depende essencialmente da resolução de questões emocionais.

Fonte: http://www.clinicansl.com.br/upload/dicas_img/46_img-42.jpg

21

Saiba Mais

Andreas Rett (1924 - 1997) nasceu em Fürth, foi escritor e neurologista. A Síndrome de Rett deve o nome a ele, que foi o primeiro ao descrever e classificar a Síndrome que tem como característica o fato de se manifestar ainda muito cedo na criança, sendo predominante em meninas e é uma doença progressiva.

Existe a Associação Brasileira de Síndrome de Rett de São Paulo (Abre-

te), é uma ONG que promove palestras e cursos anuais sobre os temas de maior

interesse para melhor conhecimento e entendimento da Síndrome de Rett,

voltados para profissionais das áreas da saúde e da educação.

2.2 Transtorno de Asperger

O Transtorno de Asperger é ocasionado por uma desordem genética, que

não compromete atraso intenso na fala, como também, no cognitivo de quem o

tem, como ocorre no Autismo. Pertence ao grupo dos Transtornos Globais do

Desenvolvimento (TGD). O desenvolvimento motor apresenta déficit e a criança

que tem a Síndrome encontra limitações em sua comunicação gestual. Os

estudam mostram que o Transtorno de Asperger surge mais tardiamente que o

Autismo.

A criança que tem o Transtorno de Asperger estrutura o seu pensamento com base concreta, encontra total dificuldade para interpretar informações metafóricas. Busca a manutenção de atividade com rotina, pois a rotina não provoca um desconforto com o novo, inesperado, assegura os acontecimentos. Existe grande tendência para vivenciar rituais.

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Saiba Mais

Para saber mais sobre o TGD leia a reportagem: O que são os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)? de autoria de Paula Nadal, a qual evidencia a relação à interação social das crianças com TGD e suas dificuldades. A reportagem fala também sobre os diferentes transtornos que englobam o TGD (transtornos do espectro autista, as psicoses infantis, a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Kanner e a Síndrome de Rett). Nesse contexto apresenta-se elucidações de como lidar com o TGD na escola. Link de acesso: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/transtornos-globais-desenvolvimento-tgd-624845.shtml

2.3 Transtorno Desintegrativo da Infância

Em 1908, o Transtorno Desintegrativo da Infância foi apresentado por

Heller. É considerado como sendo um transtorno raro, que ocasiona impacto

intenso na vida da criança, mesmo não se desenvolvendo com o crescimento da

mesma.

Há semelhança quanto aos déficits sociais, comunicativos e

comportamentais, também apresentados no autista. TDI indica que áreas do

funcionamento ou das habilidades, após serem adquiridas pela criança, sofrem

regressão ou perdas clinicamente significativas.

Entre 2 a 10 anos ocorre a manifestação do Transtorno, que é mais

comum no sexo masculino.

Ví deo

Assista o vídeo explicativo sobre o Transtorno Desintegrativo da infância, o mesmo traz considerações importantes de forma clara.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=nn3HHmaFJQ4

23

Importante

No Transtorno Desintegrativo da Infância ocorre perda em áreas de funcionamento nas crianças. Das cinco que serão mostradas abaixo, verifique aluno que para se ter um diagnóstico com TDI pelo menos duas áreas a criança deve ter perdido.

Refere-se a linguagem expressiva e receptiva ou compreensiva – como a denominação aponta a criança não junta mais as palavras, esquece o nome e quais são os objetos e deixa de compreender comandos.

Refere-se as competências sociais e adaptativas – a comunicação comum na criança como despedir-se com o tchau deixa de acontecer, ações que levam a autonomia são perdidas, não consegue mais usar copos e nem talheres.

Refere-se ao controle de esfíncteres vesicais e/ou anais – a criança deixa de ser autônoma no seu controle orgânico (urinar e evacuar).

Refere-se ao jogo – a criança não brinca com o brinquedo, pois não tem mais o interesse pelo brinquedo e brincadeira.

Refere-se as destrezas motoras – a criança não consegue fazer o movimento de pinça. Na questão escolar há comprometimento, pois não segura o lápis para realizar as tarefas. Além de perder a destreza dos membros superiores, perde a destreza dos membros inferiores, não anda e não corre mais.

Fonte: Adaptado pelo autor - Diário: mãe de um Autista (2016).

A característica essencial do Transtorno Desintegrativo da Infância é uma

regressão pronunciada em múltiplas áreas do funcionamento, após um período

de pelo menos 2 anos de desenvolvimento aparentemente normal.

O desenvolvimento aparentemente normal é refletido por comunicação

verbal e não-verbal, relacionamentos sociais, jogos e comportamento adaptativo

apropriados à idade. Após os primeiros 2 anos de vida (mas antes dos 10 anos),

a criança sofre uma perda clinicamente significativa de habilidades já adquiridas

em pelo menos duas das seguintes áreas: linguagem expressiva ou receptiva,

24

habilidades sociais ou comportamento adaptativo, controle intestinal ou vesical,

jogos ou habilidades motoras.

Os indivíduos com esse transtorno exibem os déficits sociais e

comunicativos e aspectos comportamentais geralmente observados no

Transtorno Autista. Existe um prejuízo qualitativo na interação social e na

comunicação e padrões restritos, repetitivos e estereotipados de

comportamento, interesses e atividades.

A perturbação não é melhor explicada por um outro Transtorno Invasivo

do Desenvolvimento ou por Esquizofrenia. Esta condição também é conhecida

como síndrome de Heller, demência infantil ou psicose desintegrativa.

2.3.1 Esquizofrenia

A Esquizofrenia é caracterizada no ser humano quando ele perde o

contato com a realidade. Refere-se a uma doença psiquiátrica que ocorre no

interior do organismo (endógena).

Delírios e alucinações são sintomas mais comuns da esquizofrenia, mas

o esquizofrênico também sofre alteração de pensamento e afetividade. No

primeiro, os pensamentos são confusos e no segundo há indiferença nas

circunstâncias.

Fonte: http://dicionariosaude.com/wp-content/uploads/2014/01/Esquizofrenia.jpg

25

2.3.2 Transtorno da personalidade esquizotípica

O Transtorno da personalidade esquizotípica é caracterizado por um

diálogo difícil de acompanhar devido à complexidade. O relacionamento não flui

satisfatoriamente devido a quem tem o transtorno, desconfiar do outro.

Curiosidade

ESQUIZOFRENIA E PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA

Vários estudos demonstram que, aqueles com transtorno de personalidade esquizotípica têm resultados de maneira parecida àqueles com esquizofrenia em inúmeros testes neurofisiológicos como, déficits cognitivos em pacientes com transtorno de personalidade esquizotípica são muito semelhantes, apenas mais moderados, àqueles com esquizofrenia.

2.4 Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação,

TGD associado a outras deficiências.

Faz-se necessário saber que o TGD surgiu no final dos anos 60 e não faz

referência apenas ao Autismo, como muitos imaginaram por longo período.

Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação, TGD

associado a outras deficiências apresentam característica, mas não são

estabelecidos os critérios para um TGD ou outros quadros diagnósticos, apesar

de apresentarem dificuldades profundas no desenvolvimento da interação social

recíproca.

O Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação é

aquele que não tem especificação, caracterizado por:

Prejuízo no desenvolvimento;

Prejuízo nas interações sociais recíprocas;

Prejuízo na linguagem verbal e não verbal de comportamento de

interesse;

Atividades estereotipadas.

26

Segundo Assumpção (2010) movimentos estereotipados corporais se

manifestam por: balanceio do corpo, movimento das mãos, movimento de

cabeça, rotação das mãos e outros.

Fonte: http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Transtorno+de+Movimento+Estereotipado&lang=3

Interesses e atividades estereotipadas são aquelas realizadas sempre de

forma igual para produzir sensação de prazer.

Quando tais características estão presentes, mas não são satisfeitos os critérios diagnósticos para o um Transtorno Global do Desenvolvimento ou para outros quadros diagnósticos como Esquizofrenia, Transtorno da Personalidade Esquizotímica ou Transtorno da Personalidade Esquiva. (BRASIL, 2012)

Por tais definições pode-se concluir que há prejuízo no desenvolvimento

e nas interações sociais. Na linguagem verbal e não verbal, comportamentos,

interesses e atividades estereotipadas, mas não apresenta componente no

comportamento ou nas demais ações que caracterize quaisquer um dos outros

transtornos.

Pode-se ainda considerar pessoas que possuem pelo menos seis dos

sintomas apresentados ou idade maior do que 36 meses.

27

2.5 Alunos com TGD

Docentes informam, com base em suas experiências, que os alunos com

Transtorno Global do Desenvolvimento têm dificuldades para entender

informações e dificuldades de simbolização. Aconselham o uso do concreto,

clareza e ludicidade para o ensino de quem tem TGD. Educadores e profissionais

de saúde partilham da mesma ideia de que a metodologia aplicada contemple a

inclusão, ou seja, atenda a todos.

2.5.1 Alunos com TGD (Identificação de habilidades)

Alunos com Asperger apresentam habilidades para algumas áreas e

dominam um assunto do seu interesse. Cabe ao docente aproveitar as

habilidades identificadas e estimular áreas de conhecimentos que não estão

desenvolvidas.

Os estudantes com TGD precisam contar com profissionais da área da

educação, da mesma forma que contam com os profissionais da saúde, para

que aconteça a inclusão no contexto educacional, com retorno positivo na

aprendizagem e convivência.

O vínculo é o elemento dinamizador da aprendizagem e abrange todas as dimensões de desenvolvimento humano. O vínculo positivo é essencial, porque faculta ao educador manter um elo afetivo com educandos, aproximando-se deles até chegarem a um verdadeiro entendimento educacional (BOSA, 2006, p. 47).

2.5.2 Alunos com TGD (dificuldades)

As dificuldades que acometem os alunos com TGD são as de

relacionamento social, comunicação verbal, escrita, gestual e visual em sua

grande maioria, trazendo consequências significativas no ambiente escolar. A

pouca interação gera dificuldades na manutenção das amizades, porque o

aluno que não tem TGD muitas vezes não compreende o porquê do aluno com

TGD apresentar alguns comportamentos e reações. Surge aqui uma

oportunidade pedagógica de se inserir e praticar rotinas que asseguram

mudanças de atitude do aluno que não lida bem com surpresas ou improvisos.

Ao inserir medidas rotineiras, porém educativas, o aluno reduz o medo, a

insegurança e a desconfiança, dependendo do transtorno que apresenta.

28

2.5.3 Alunos com TGD (necessidades específicas)

Em conformidade com a Política Nacional de Educação Especial na

Perspectiva da Educação Inclusiva, os alunos com Transtornos Globais do

Desenvolvimento devem frequentar as salas de aula comuns, juntamente com

os outros alunos e, no período contrário ao do ensino regular, receber o

Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas Salas de Recursos

Multifuncionais.

Resumo da Aula 2

Nesta aula foram evidenciados o Autismo, a Síndrome de Asperger e o

Transtorno Desintegrativo da Infância onde ocorre perda em áreas de

funcionamento, nas crianças. Trazendo também as compreensões de que a

Esquizofrenia e a Personalidade Esquizotípica possuem algumas semelhanças,

as quais tratam-se de quadros diagnosticados (causadores de confusões no

pensamento dos indivíduos).

Finalizando, reforçou-se a importância das Salas de Recursos

Multifuncionais (SRM), as quais oferecem a condição de um Atendimento

Educacional Especializado (AEE), pois contam com materiais que auxiliarão os

alunos na superação de suas dificuldades de aprendizagens.

Atividade de Aprendizagem

Escolha um dos transtornos abordados nesta aula e discorra sobre o mesmo.

Aula 3 – A formação e a aprendizagem de estudantes com TGD

Apresentação da Aula 3

Nesta aula será dada a continuidade sobre os estudos dos Transtornos

Globais do Desenvolvimento, com aprofundamentos nas questões pedagógicas.

Aprofundando a formação e a aprendizagem de estudantes com TGD –

intervenção pedagógica, comportamental, comunicativa e social, enfatizando a

29

importância do Atendimento Educacional Especializado (AEE), Sala de

Recursos Multifuncionais (SRM), Tecnologias Assistivas (TA) e os Recursos da

Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA).

3. A formação e a aprendizagem de estudantes

O ensino, nos últimos anos, tem recebido grande atenção, mesmo que

ainda não tenha alcançado o resultado esperado. Porém, é crescente o

entendimento de que é direito adquirido do cidadão um ensino de qualidade.

Cabe aqui um destaque: refere-se a “todo e qualquer cidadão”, trazendo a

notoriedade da inclusão.

Dentro de um cenário escolar espera-se que o aluno com Necessidades

Educacionais Especiais (NEE) receba os atendimentos necessários ainda

quando pertencente a Educação Infantil e que esses permaneçam até a sua

formação total, passando pelo Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e chegue

a sua graduação, tendo assim, uma formação educacional completa e que

contemple a expectativa de uma sociedade justa e igualitária. Porém, nem

sempre o aluno conclui as etapas de ensino mencionadas. Alguns, no meio da

caminhada, ficam em períodos que os distanciam da reta final, por inúmeras

questões. Vale reforçar que os empecilhos decorrentes do Transtorno Global do

Desenvolvimento, os quais acometem muitos dos nossos estudantes e que por

falta de diagnóstico preciso, são considerados inaptos para a turma ou ano em

que estão matriculados, quando não são rotulados como alunos sem limites e

desobedientes. Também é possível que a avaliação diagnóstica, quando

realizada, não seja aceita pela família e novamente se retarda o devido

atendimento, comprometendo a formação e aprendizagem desses estudantes.

E é nisto que a escola deve centrar sua atenção: como se podem criar possibilidades de aprendizagem no contexto escolar, interpondo uma substancial mudança de foco, onde as dificuldades não são aprendidas simplesmente como fatores inerentes à condição biológica, mas como, também, provenientes das limitações do contexto social, no caso, escolar (OLIVEIRA, 2012, p.18).

30

3.1 Intervenção Pedagógica

A intervenção pedagógica é o grande diferencial para uma aprendizagem

efetiva. O docente é o mediador indispensável no ato educativo quando é

consciente de sua importância na relação produtiva de troca, proximidade e

apoio, entre outras qualidades atribuídas aquele que ensina.

O AEE faz uma diferença primordial no atendimento do aluno com TGD.

Esses alunos precisam contar com uma aprendizagem que os conduza ao

desenvolvimento de novas formas de funcionamento intelectual. É preciso

oportunizar o “sair da zona de conforto” e superar limites. É significativo realizar

atividades pedagógicas no procedimento inclusivo, para que se estabeleça um

currículo apropriado ao aluno com TGD, respeitando, é claro, as especificidades

de cada um.

Reconhecer a individualidade do aluno é o desejo que cada estudante tem

intimamente consigo. Sendo assim, acredita-se que o aluno com TGD também

deva ser respeitado nesse quesito. É preciso não homogeneizar os transtornos

e erroneamente ensinar a todos da mesma maneira. Não se pode incorrer no

erro comum do ensino padrão, onde o mencionado ensino é repassado de uma

única forma para todos os alunos, esquecendo-se que são sujeitos com algumas

características similares, mas seres diferentes.

A trajetória do ensino de sucesso conta com intervenções

pedagógicas produtivas, centradas no aluno e focadas na aprendizagem.

Segundo a Lei nº 12.796/2013, a qual garante em seu Artigo 4, inciso III:

[...] atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, 2013, S/p.).

Para Trevarthen (1996):

A falta de reconhecimento e intervenção precoce pode comprometer o desenvolvimento, a qualidade de vida, a participação e inclusão na sociedade. Portanto, os profissionais devem tornar-se pesquisadores e focar na observação do aluno, criando uma relação entre os dois, lenta em avanços ao longo da convivência, mas estável (TREVARTHEN, 1996, S/p.).

31

De acordo com o MEC (2008), “o projeto pedagógico da escola, como

ponto de referência para definir a prática escolar, deve orientar a

operacionalização do currículo”, devem-se considerar os seguintes aspectos:

- A atitude favorável da escola para diversificar e flexibilizar o processo de ensino aprendizagem, de modo a atender às diferenças individuais dos alunos; - A identificação das necessidades educacionais especiais para justificar a priorização de recursos e meios favoráveis à sua educação; - A adoção de currículos abertos e propostas curriculares diversificadas, em lugar de uma concepção uniforme e homogeneizadora de currículo; - A flexibilidade quanto à organização e ao funcionamento da escola, para atender à demanda diversificada dos alunos; - A possibilidade de incluir professores especializados, serviços de apoio e outros, não convencionais, para favorecer o processo educacional. (MEC, 2008, p.32).

A escola que consegue contemplar, em sua prática, os aspectos que você

acabou de ler, certamente é a escola inclusiva. Essa escola busca a igualdade

de direitos e deveres e prioriza fazer do seu espaço um local apropriado de

convívio. Entende-se que ela conta com uma gestão colaborativa e pautada em

uma legislação de inclusão.

3.1.1 Intervenção Comportamental

Refere-se às seleções de reforçadores motivacionais para a manutenção

de comportamentos ou redução de outros. Trata-se de entender as preferências

das crianças e caminhar aliados a elas (caso sejam benéficas).

A intervenção comportamental deve contar com profissionais dispostos

em instalar novos repertórios de comportamento, cujo objetivo principal é

promover na criança o desejo em aprender, mesmo que cometa enganos. O erro

não é evidenciado, mas a credibilidade, a motivação e a insistência cuidadosa

norteiam esse tipo de intervenção.

3.1.2 Intervenção Comunicativa

O bom resultado de uma interação comunicativa encontra-se na

possibilidade de trocas de experiência de quem esteja interagindo. Identificar

parceiros significativos na interação faz a grande diferença.

32

As interações ocorrem em diversos ambientes, sendo elas:

Familiar;

Social;

Escolar.

Destaca-se que nesses ambientes as atividades devem ser interativas e

diversificadas. Adequar o tempo e permitir que ele seja mais abrangente para

quem tenha a multideficiência, é necessário, inclusive, considerar o ambiente

físico com o objetivo de inserir recursos/materiais na construção da interação

comunicativa.

3.1.3 Intervenção Social

Existe o Transtorno de Personalidade juntamente com a má organização

da relação do eu com o social. Portanto, é urgente a intervenção social enquanto

uma medida funcional, que tende a amenizar as situações advindas de

preconceitos, falta de informação, falta de recursos, medo, entre outras

dificuldades.

A Declaração de Salamanca, de 1994, evidencia a urgência da escola ser

inclusiva. Segundo a declaração: "onde todos os alunos devem aprender juntos

independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentam".

(SALAMANCA, 1994).

3.2 O Atendimento Educacional Especializado (AEE)

Refere-se a oferta da instituição escolar para que os alunos consigam

aprender sem prejuízo por falta de condições e está alinhada com a Proposta

Pedagógica da Escola.

33

Resolução nº 4 de 2 de outubro de 2009 Art. 13.

[...] Art. 13. São atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado: I - identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da Educação Especial; II - elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a

funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade; III - organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos

multifuncionais; IV - acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de

acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola; V - estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade; VI - orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno; VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia e participação; VIII - estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares. [...] Disponível na integra no acesso: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf

Além de conhecer as atribuições do professor de AEE, o artigo 13, da

Resolução nº. 4, de 2 de outubro de 2009/MEC, reforça as ações para a

aplicação dos recursos pedagógicos quanto a acessibilidade, aplicabilidade e

funcionalidade dos mesmos. A Resolução conversa com professores e familiares

na busca de melhora na qualidade de vida educacional e social aos alunos com

TGD.

3.3 Sala de Recursos Multifuncionais (SRM)

A SRM é apropriada para atender os alunos em suas necessidades e

eliminar barreiras para a aprendizagem, permitindo a inclusão.

34

Quando a escola não apresenta condições para ter a SRM, ela conta com

escolas-polo, que atendem os alunos que precisam desse recurso para o seu

desenvolvimento.

3.4 Tecnologias Assistivas (TA)

A Tecnologia Assistiva tem por objetivo evitar a separação, a seletividade

e inserir o sujeito na sociedade. A inserção deve ser justa atendendo a qualidade

do ensino.

O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT, 2007) define as seguintes propostas,

onde as TA são divididas em dois grupos.

GRUPO DOS SERVIÇOS GRUPO DOS RECURSOS

Tem como responsável o Professor do AEE, por estar envolvido no contexto escolar. São os seguintes serviços:

a) Avaliação. b) Prescrição. c) Treinamento. d) Produção de Tecnologia

Assistiva.

Objetivo dos diversos profissionais: Auxílio na escolha e uso de recursos.

Produtos e equipamentos diversos simples e sofisticados. São os seguintes recursos:

a) Produzidos para atender à necessidade específica, de forma mais artesanal.

b) Tecnológicos. Objetivo: Atender a necessidade de quem fará uso integralmente por mobilidade reduzida.

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

3.5 Recursos da Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA)

A comunicação alternativa destina-se a pessoas sem fala ou sem escrita

funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua

habilidade de falar e/ou escrever.

35

Para Refletir

Fonte: http://www.assistiva.com.br/CAA04.gif

Resumo da Aula 3

Nesta aula abordaram-se as informações sobre as ações/intervenções

pedagógicas mostrando que elas precisam propiciar a participação e ação do

aluno, deixando-o inserido e o distanciando da exclusão, podendo desenvolver

a inclusão e o AEE na SRM, conduzindo o aluno a uma forma nova de

funcionamento intelectual, atendendo de forma mais eficaz o aluno com

Transtorno Global de Desenvolvimento.

O Sistema Simbólico mais utilizado em todo o mundo foi criado em 1980. O PCS (Picture Communication Symbols), prancha de comunicação com dezoito símbolos gráficos. A criadora foi a fonoaudióloga estadunidense Roxanna Mayer Johnson. Reflita sobre a importância da utilização do Sistema Simbólico.

36

Atividade de Aprendizagem

Discorra sobre a importância da Sala Multifuncional de Recurso (SRM).

Aula 4 – A formação e a aprendizagem de estudantes com TGD

Apresentação da Aula 4

Nesta aula serão evidenciadas as atividades diárias, a necessidade de um

currículo diferenciado, o material escolar (e pedagógico adaptado), o critérios

avaliativos e a importância do papel da família e do contexto educacional para o

desenvolvimento de estudantes com TGD. O espaço, o currículo e a missão

favorecem a inserção de todos, tanto quanto esclarecem junto a equipe

pedagógica e a família o direito a um ensino de qualidade.

4. A formação e a aprendizagem de estudantes com TGD

4.1 Estudantes com TGD

Na aula anterior destacou-se a importância da Lei nº 12.796/2013. Ela

garante em seu Artigo 4, inciso III o “atendimento educacional especializado

gratuito aos educandos com deficiência [...]” (BRASIL, 2013).

Os estudantes com TGD devem ter grande identificação com os tópicos

que são apresentados a eles durante o momento de aprendizagem. Essa

iniciativa em buscar temas correspondentes aos interesses dos estudantes é

aliada na devolutiva esperada para eles, pois estimulados e motivados, passam

a comunicar-se cada vez mais, aumentando a interação.

A comunicação é a ponte entre o aluno com TGD, o professor e a família.

Mesmo que ela seja comprometida, não deve ser abandonada, ao contrário, sua

manutenção diária fará com que as relações sejam mantidas e as interações

sejam executadas. Com base nas relações, as respostas adquiridas são

37

acompanhadas e mantidas quando beneficiam a criança com TGD, ou

trabalhadas se prejudicam as crianças.

Downing (1999, apud Nunes, 2005), afirma que:

[...] os profissionais envolvidos no seu processo educativo devem facilitar o desenvolvimento da comunicação e das capacidades comunicativas, pois estas constituem um direito e são a chave da aprendizagem, pelo que devem ser o eixo central dos planos de intervenção. (DOWNING, 1999, apud NUNES, 2005, S/p.).

4.2 Auxílio em atividades de vida diária

As atividades diárias devem caminhar em busca da Lei Nº 13.146, de 6

de julho 2015, lei da Inclusão. Esta Lei foi relatada pela deputada Mara Gabrilli,

na Câmara dos Deputados, e pelo senador Romário, no Senado. Vale destacar

que a deputada menciona seu posicionamento perante a lei, dizendo que ela

atende as pessoas com deficiência, assim como promove uma democracia, duas

conquistas advindas de uma lei.

Assim como na Escola, onde primeiramente ocorre a familiarização do

ambiente (na própria sala de aula depois os demais ambientes) e socialização,

em casa também deve ocorrer as medidas inclusivas, para a criança se

familiarizar com seu quarto e demais ambiente da casa. Indica-se dar mais

importância ao que agrada a criança. A adaptação irá acontecer com mais

facilidade e consequentemente o aluno realizará as atividades propostas,

mesmo que com dificuldade.

As atividades diárias também devem ter intervenções pedagógicas de:

Socialização,

Comunicação.

SOCIALIZAÇÃO COMUNICAÇÃO

As atividades buscam ações cooperativas, que estabeleçam união no grupo, interação, mas que possam ser possíveis de serem desenvolvidas por quem as pratica (independência).

As atividades buscam a compreensão de comandos simples e essenciais entre os seres na sociedade como: “sim” e o “não”.

Entre o comunicador e o receptor deve haver o entendimento.

Fonte de apoio: Revista Ciranda da Inclusão – Ano 2- Nº20

38

4.3 Currículo, material escolar e pedagógico adaptado

Como o próprio nome diz, o currículo e o material escolar e Pedagógico

devem ser adaptados, ou seja, preparados, adequados, ajustados para quem irá

usá-los. Nossos estudos, até agora, foram evidenciando que o aluno com TGD,

apresenta algumas características que o colocam em situações de desvantagem

em relação a quem não tenha o transtorno, para adquirir o ensino ofertado nos

moldes tradicionais. Dessa forma, a adaptação do ensino permitirá respeitar a

individualidade do indivíduo e reconhecer ele como sujeito que tem o transtorno

ou a síndrome, e sujeito de direito ao uso de recursos facilitadores para seu

desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo.

Vocabula rio

Currículo é a interação planejada dos alunos com o conteúdo instrucional, materiais, recursos e processos para avaliar a consecução dos objetivos educacionais.

Quando volta-se o olhar para a deficiência Intelectual, é possível que o

foco esteja na busca da melhor forma de intervenção num espaço menos

restritivo, nas eventuais adaptações da estratégia e do currículo das Escolas

Inclusivas.

Quando há uma medida educacional específica, é importante que o

acesso a essa medida seja socializado, concretizado conduzindo a níveis de

generalizações possíveis, para que haja a aprendizagem.

É a escola que conta com uma rede de apoio, multiprofissional, que prevê

um trabalho especializado, com professores com formação específica e que

entendem a diversidade. No âmbito da estrutura escolar, é aquela que se

prontifica a realizar adaptações curriculares, abrindo seu espaço para a inclusão

de todos os sujeitos.

39

Sendo assim, é fundamental que todos que estejam inseridos no espaço

escola entendam o funcionamento da criança, com suas especificidades e

tenham condições de uma intervenção positiva quando necessário.

Em relação aos professores pré-escolares, é fundamental que eles

promovam a atenção, a imitação motora, a linguagem expressiva e receptiva, a

diversão com os brinquedos, a interação social e, principalmente a

contextualização, dizer o que são e para que servem as coisas.

Para promover a Educação Inclusiva é primordial que se ofereçam interações apoiadas, normativas e programadas com as crianças de desenvolvimento normal, permitindo um ambiente menos restritivo possível. E, principalmente, que o trabalho seja coordenado entre os profissionais que atuam com a criança e com a família, pois essas duas instituições trabalhando coordenadas em espaços organizados, permitirão às crianças entender os limites e comportamentos mais adequados em cada momento.

Junto com uma equipe multidisciplinar, é preciso que a escola proponha

a flexibilização curricular e promova a aprendizagem mediada, com atividades

estruturadas com base em requisitos adquiridos antes e que se adaptam ao nível

da capacidade da criança. Assim, deve proporcionar reforçadores imediatos,

contigentes e potentes.

As tarefas devem ser estruturadas, seguindo a estrutura do simples para

o mais complexo. Segundo Piaget, o processo se faz do empírico para a

generalização reflexiva e que a experimentação/vivência anteceda a reflexão,

elemento reforçador para o TGD.

Em relação ao registro escolar, a avaliação do desenvolvimento e da

aprendizagem, deve ser descritivo, no qual seja possível visualizar a

multiplicidade de dimensões e o avanço em cada uma das áreas (cognitiva,

afetiva, social e intelectual). Somente assim a avaliação se dará de forma justa

e correta, permitindo ao aluno superar cada fase e demonstrar seus ganhos

diários.

40

Fundamentalmente, propõe-se que o trabalho desenvolvido discuta

todos os conhecimentos por meio do interesse da criança, principalmente a

linguagem que deverá ser significativa e permitir a ampliação do vocabulário.

O Projeto Político Pedagógico (PPP), de uma instituição de ensino vai

apresentar um currículo para atender as necessidades específicas de cada ano,

porém, deve também contemplar as necessidades específicas dos seus alunos.

Quando isso ocorre, podemos dizer que o Currículo Adaptado está sendo

aplicado.

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), são contribuintes

para a adaptação dos currículos. Contar com as TIC no âmbito escolar tem sido

uma das modernidades efetivas e assertivas na área educacional, que beneficia

o aluno e contribui muito para com o docente, para desenvolver suas aulas com

qualidade.

Saiba Mais

[...]

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) exercem um papel cada vez mais importante na forma de nos comunicarmos, aprendermos e vivermos.

O desafio é equipar essas tecnologias efetivamente de forma a atender aos interesses dos aprendizes e da grande comunidade de ensino e aprendizagem.

A UNESCO acredita que as TIC podem contribuir com o acesso universal da educação, a equidade na educação, a qualidade de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento profissional de professores, bem como melhorar a gestão, a governança e a administração educacional ao fornecer a mistura certa e organizada de políticas, tecnologias e capacidades.

A UNESCO aborda as TIC para a educação de forma abrangente por meio de uma plataforma intersetorial própria, focada no trabalho conjunto dos setores de Comunicação e informação, Educação, e Ciências, onde as questões sobre acesso, inclusão, equidade e qualidade na educação são tratadas.

[...]

Fonte: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/communication-and-information/access-to-knowledge/ict-in-education/

41

4.4 Adequação dos critérios avaliativos

Assim como adaptar materiais e programas de ensino, adequar o sistema

avaliativo é outro grande diferencial indispensável para que a qualidade no

ensino não seja questionada. A presença de critérios bem estabelecidos na

avaliação do ensino tem sido a mola propulsora da qualidade de vida para muitos

estudantes, pois eles se beneficiam com a demanda de ações corretas por parte

dos ensinantes. Também contam com programa proativo de avaliação e um

feedback constante, dando rumo ao alvo desejado: qualidade educacional.

Para obter informações sobre a criança com transtorno há investigações

que são encaminhadas aos professores para que respondam com maior

veracidade possível.

Observe o modelo que segue abaixo.

Após os dados de identificação temos:

Considerado por exames clínicos ¨ Autismo ¨ Síndrome de Asperger ¨ Transtorno Desintegrativo de Infância / Psicose

Infantil ¨ Síndrome de Rett ¨ Outro. Especifique: __________________________________________________

(anexe cópia do laudo ou do relatório da saúde)

Não apresentou parecer médico e a escola fez a seguinte orientação à

família:_______________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

A partir da tríade presente no TGD (linguagem, comportamento e interação social recíproca), observe em seu aluno

quais as especificidades presentes para pensarmos em uma proposta pedagógica adequada.

Indicar o uso da interação social recíproca, comportamentos específicos, o foco de interesse na escola, o uso da

Língua Portuguesa e demais disciplinas.

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

O professor possui cursos na área de Educação Especial /TGD e na área de Tecnologia Assistiva /CAA.

( ) SIM ( ) NÃO

MODELO

42

Nas pesquisas de González (2007) o autor afirma que existem três

paradigmas nos procedimentos avaliativos que mudam o foco de uma

classificação por apenas classificar.

Tais paradigmas giram em torno de três vertentes importantes. São elas:

O déficit na inteligência e o grau de deficiência determinados

basicamente pelo QI ou pelos estágios piagetianos do

desenvolvimento.

As dificuldades na conduta adaptativa.

O grau de educabilidade (“educáveis” e treináveis”, embora

ambos os vocábulos estão em desuso) que determina as

possíveis ações ou intervenções psicopedagógicas.

Na prática da avaliação Psicopedagógica há ainda que observar as

seguintes questões:

Motricidade (ampla e fina);

Orientação e organização espaço temporal;

As produções acadêmicas;

Grafismo;

A linguagem expressiva e receptiva;

Os aspectos sociais.

As principais competências do Psicopedagogo são acompanhar a escola

facilitando as adaptações e adequações curriculares, a elaboração do currículo

funcional e as avaliações.

É possível, por meio de determinadas medidas, evitar que as crianças

fiquem expostas a fatores de risco que levem a instalação da Deficiência

Intelectual. Essas medidas são conhecidas como Medidas preventivas.

O modelo cognitivo de processamento da informação se subdivide em

dois grupos, a saber um pelo enfoque racionalista ou construtivista e o outro pelo

processamento da informação.

Na análise qualitativa é importante observar como é que respondem

pessoas com graus de deficiência mental diferenciados, segundo MEC (2010):

43

Deficiente mental leve: Pode apresentar dificuldades de

aprendizagem, boa capacidade para o trabalho e relacionamento

social.

Deficiente mental moderado: Tem atrasos na infância, algum

grau de dependência no autocuidado, comunicação adequada,

habilidade intelectual e apoios para viver e trabalhar na

comunidade.

Deficiente mental grave: Tem necessidade contínua de apoio; na

deficiência mental profunda, a pessoa terá sérias limitações no

autocuidado, na continência, na comunicação, necessitando de

apoio contínuo.

O próprio processo de avaliação no ingresso para um programa de

Atendimento Educacional Especializado (AEE) deve ser revisto, pois serão

realizadas através de Estudo de Caso. A avaliação, segundo proposta do MEC

(2010), é realizada em três etapas: na Sala de Recursos Multifuncionais, na sala

de aula e na família.

Essa avaliação deve passar as informações em seis aspectos, a saber: o

desenvolvimento afetivo-social, as interações sociais, os comportamentos e

desenvolvimento intelectual e funcionamento cognitivo, a expressão oral, o meio

ambiente, as aprendizagens escolares, comportamentos e atitudes em situação

de aprendizagem e o desenvolvimento psicomotor.

4.5 Reconhecimento do papel da família e do contexto educacional

para o desenvolvimento de estudantes com TGD.

É de suma relevância considerar a família como elemento contribuinte

para que haja a inserção do aluno com TGD na sociedade.

O primeiro meio social em que a criança surge é no familiar, exceto casos

diferenciados, mas na grande maioria, a criança nasce e é inserida junto de seus

familiares e nesse local colhe informações, orientações, aprendizados e

estabelece vínculos com a família. Pode-se perceber quanto essa instituição

44

contribui para a formação do indivíduo em seu processo desde o seu

nascimento, porém, caso haja rejeição, o indivíduo deixa de receber amparo,

limites, aprendizagens, amor etc., comprometendo o seu desenvolvimento.

Para Refletir

Como é esse impacto nas famílias?

Em alguns casos alguns, pais têm uma primeira vivência da rejeição pelo

filho que gostariam de ter (em primeiro momento), muitas vezes esse vivenciam-

se mesclas de condutas de rejeição ou de superproteção. Essas condutas

extremas podem alterar o tipo de relacionamento que esses pais têm com seus

filhos e interferir nas condutas de acolhimento sadio que refletirão em condutas

de aceitação e da própria estimulação.

Para sua sobrevivência o ser humano precisa de outro ser humano que o

cuide durante boa parte de sua vida. Posteriormente, mesmo não dependendo

de muitos cuidados, ainda necessita do outro para se relacionar. Destacar o

papel da família é reconhecer o quanto ela pode ser eficaz na adaptação social

da criança com TGD, dela consigo mesma e com os outros. Uma família que não

se envergonhe de apresentar o seu familiar com TGD, significa que permitiu o

diagnóstico que identifica suas necessidades, promove o adequado

acompanhamento e oportuniza à criança, receber o tratamento correto.

A família de uma criança com Transtornos Globais do Desenvolvimento

necessita compreender que nem sempre a rotina poderá dar certo, e que, faz-se

necessário o diagnóstico diferenciado do TGD.

Em outros graus de ensino se busca com o TGD, os adjetivos válidos para

cada idade.

Algumas intervenções pedagógicas podem ser realizadas pela

professora, em sala de aula, com as crianças que apresentam TGD. Uma delas

permite que o estudante tenha a oportunidade de compartilhar objetos, cooperar

45

com os outros, compreender e obedecer a regras sociais, ser independente e

participativo no grupo, as quais deverão ser estendidas para o ambiente familiar.

Segundo Gonzáles (2008), existe outra forma apresentada pelos pais que

pode refletir de forma inadequada no processo terapêutico e na aprendizagem.

Essa forma aparece quando há problemas no relacionamento entre os cônjuges

atribuindo um ao outro a culpa por ter o filho com deficiência. Os pais com

excessivo sentimento de culpa desenvolvem uma imagem pobre de si mesmos,

afetando a estima, podendo sentir-se inseguros e desmotivados.

Outra questão muito importante é aquela em que os pais veem em seu filho um pouco de si mesmos. “Percebe o filho como uma extensão de si mesmo, e transferem para o filho sentimentos ou mesmo necessidades que os pais já tiveram ou ainda têm”. (González, 2007. p.75)

Quando o terapeuta (ou avaliador) consegue realizar tais leituras, pode

identificar as variáveis intervenientes nas condutas dos pais que podem também

interferir na conduta do filho, fazendo jus aos comentários dos mesmos para que

efetivamente tenha o senso de pertencer àquela família.

Tanto a criança quanto os pais, necessitam de intervenção terapêutica

para o crescimento, desenvolvimento e maturidade. Essa intervenção auxiliará

nas aquisições ligadas ao processo de aprendizagem acadêmica e também nas

atividades cotidianas.

Nesse processo de intervenção é importante o trabalho do Psicólogo

auxiliando os pais na convivência com esse filho que tem diferenças, mas precisa

enfrentar uma sociedade que é excludente de todas as minorias. Que o filho

possa viver no lar de forma segura e não camuflada os efeitos acarretados pelo

TGD e se estruture para enfrentar em dimensão maior quando tiver contato com

o grupo social.

Para a eficácia dessa conduta de estimulação é necessário, segundo

Smith (2008), observar as seguintes condutas colocando-as em prática:

Compreender que não é todo dia que as coisas darão certo;

Estabelecer rotinas;

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Organizar o ambiente da casa;

Vibrar com cada mudança positiva da criança;

Estar atento quando mudar a medicação;

Buscar informação;

Incentivar a independência da criança;

Dividir responsabilidade entre os pais;

Auxiliar nas experiências concretas para que a criança venha

evoluir para a generalização;

Estabelecer diariamente pelo menos uma refeição em conjunto

com a família;

Conversar com outros pais de crianças com dificuldades similares;

Trabalhar em conjunto com a escola e terapeutas;

Criar estratégias para vencer os objetivos;

Buscar ajuda especializada;

Buscar desenvolver habilidades sociais.

Curiosidade

COMENIUS

O educador crê que todas as pessoas são igualmente portadoras de uma condição humana, embora manifestem inteligências distintas, para ele produtos de um grau elevado ou de uma carência de harmonia própria; por essa razão as mentes devem ser moldadas logo cedo, para que os intelectos se desenvolvam sem tantas discrepâncias.

Jan Amos Comenius, foi uma significativa liderança religiosa no contexto em que viveu, de 1592 a 1670. Ele era devotado seguidor de Jan Huss e, predecessor do filósofo Jean Jacques Rousseau. Foi o criador da Pedagogia Moderna. Seu ideal pedagógico era movido pelo preceito "Ensinar tudo a todos", o qual resumia as bases e as normas que regem o Homem no seu desempenho na esfera terrena, como criador de sua trajetória.

Disponível na integra no acesso: http://www.infoescola.com/educacao/a-pedagogia-de-comenius/

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Ví deo

Assista a animação Jan Amos Komensky (John Amos Comenius), a qual traz de forma breve e ilustrada o seu ideal pedagógico de "Ensinar tudo a todos”, sem distinção.

Link: https://youtu.be/JVKTnZCD7qo

A curiosidade busca trazer a percepção de que mesmo em séculos

anteriores, existiram estudiosos preocupados em evitar a exclusão e trazer o

ensino para mais indivíduos. Comenius tinha como preceito “Ensinar tudo a

todos”, ficando notório que a sociedade é dividida entre os que são seletivos e

os que não são. Ou seja, entre os que excluem e os que incluem.

Ví deo

Assista o vídeo da reportagem Escola Especial Alternativa Institucional, no qual são evidenciadas as aplicabilidades e a eficácia das mesmas. O vídeo apresenta uma escola, com depoimentos de alunos, professores e comunidade beneficiados com as ações pedagógicas existentes e praticadas pela escola. Além do conhecimento, o vídeo serve de alerta e busca incentivar às demais instituições, no sentido de seguirem exemplos semelhantes em prol dos alunos com TGD.

Link: https://youtu.be/ADmQWieLo90

É necessário o entendimento de que o aluno com TGD poderá ser

identificado com diferentes nomenclaturas e suas respectivas características,

mas, independentemente de qual seja o transtorno ou síndrome, elas

“conversam entre si” quanto as intervenções e ações para que ele (o aluno) seja

atendido o melhor possível diante das suas limitações.

Foi possível entender que há uma dificuldade na interação com os pares

e urgência em inserir práticas correlacionadas a vida de quem tenha TGD,

estimulando a superação dessa dificuldade.

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Contar com docentes e familiares sem preconceitos, porém, informados e

multiplicadores de uma causa que busca a inserção social é o diferencial mais

desejado. Afinal a inclusão se sobrepõe a exclusão, fazendo-se importante

contar também com tecnologias, locais, currículo e profissionais especializados

em auxiliar o aluno com TGD é o que a legislação reforça com sua

regulamentação e decreto, assegurando o cidadão em todas as suas

necessidades, dando-lhe condições de uma vida com qualidade.

Amplie Seus Estudos

- Para ampliar seus conhecimentos acesse o site do A&R, no qual apresentam-se diversas ferramentas de apoio ao atendimento ao TGD.

Link: http://autismoerealidade.org/ferramentas-de-apoio/downloads/ - Para ampliar seus estudos eia o Decreto Nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004 - DOU, no qual estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Disponível no acesso: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm

- Leia também a cartilha disponibilizada pelo Ministério da Saúde, Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde, na qual traz considerações importantes no que tange ao atendimento dos TGDs.

Disponível no acesso: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_atencao_pessoas_transtorno.pdf

Resumo da Aula 4

Nesta aula foram abordados pontos importantes para o atendimento e na

formação dos alunos com TGD, evidenciando a importância da família e da

escola, a qual deverá aplicar um currículo diferenciado e material escolar (e

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pedagógico adaptado com critérios avaliativos diferenciados), enfatizando a

eficácia da conduta de estimulação, a qual se faz necessária.

Atividade de Aprendizagem

Discorra sobre a importância da família e da escola nos processos integrativos dos TGDs.

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Resumo da disciplina

Nesta disciplina foram abordados os conceitos sobre o TGD,

apresentando especificamente o Espectro Autista: Síndrome de Rett, Transtorno

de Asperger, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Global do

Desenvolvimento sem Outra Especificação e o TGD associado a outras

deficiências, elucidando as suas identificações, dificuldades e as possibilidades

de atendimento (e indicações de orientações para que profissionais e familiares).

Foram aprofundadas a importância dos aprofundamentos e intervenções

nas questões pedagógicas, quanto a formação e a aprendizagem de estudantes

com TGD, enfatizando a importância do Atendimento Educacional Especializado

(AEE), Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), Tecnologias Assistivas (TA) e

os Recursos da Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA).

Para finalizar foram apresentadas as necessidades da flexibilização

curricular e a importância da família e da escola, para a eficácia dos sucessos

positivos nos alunos TGDs.

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Referências

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