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Controle
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ALESSANDRO BARBOSA SHIRAHIGE
METODOLOGIA PARA AFERIO DA AO DE CONTROLE PROPORCIONAL INTEGRAL DERIVATIVA IMPLEMENTADA EM
CONTROLADORES INDUSTRIAIS
SO PAULO 2007
ii
ALESSANDRO BARBOSA SHIRAHIGE
METODOLOGIA PARA AFERIO DA AO DE CONTROLE PROPORCIONAL INTEGRAL DERIVATIVA IMPLEMENTADA EM
CONTROLADORES INDUSTRIAIS
Dissertao apresentada Escola Politcnica da Universidade de So Paulo como requisito de parcial para obteno de ttulo de Mestre em Engenharia
rea de Concentrao: Sistemas de Potncia
Orientador: Prof. Dr. Sergio Luiz Pereira
SO PAULO 2007
iii
FICHA CATALOGRFICA
Shirahige, Alessandro Barbosa
Metodologia para aferio da ao de controle proporcional integral derivativa implementada em controladores industriais / A.B. Shirahige. -- So Paulo, 2007.
117 p.
Dissertao (Mestrado) - Escola Politcnica da Universidade de So Paulo. Departamento de Engenharia de Energia e Auto-mao Eltricas.
1.Controle automtico I.Universidade de So Paulo. Escola Politcnica. Departamento de Engenharia de Energia e Automa-o Eltricas II. t.
iv
AGRADECIMENTO
Sra. Luzia do Carmo Namiki, secretria do GAESI, pela ajuda nesta Etapa de
concluso do mestrado
Ao Departamento de Suporte Tcnico Telefnico da Rockwell Automation do
Brasil, em especial a Wheeler Sanchez e Marcos Oliveira S, pelos esclarecimentos
tcnicos.
Ao convnio EPUSP e Rockwell Automation do Brasil que me concederam
condies e recursos para realizar este trabalho de pesquisa.
Ao Departamento de Engenharia de Energia e Automao Eltricas (PEA) da
EPUSP por fornecer o laboratrio para realizao dos experimentos e testes do trabalho.
Ao Prof. Dr. Ccero Couto de Moraes pelo apoio e incentivo neste perodo de
trabalho de pesquisa.
Ao Prof. Eng. Raul Victor Groszmann pela incentivo e compreenso neste perodo
de neste perodo de trabalho de pesquisa.
Ao Prof. Dr. Sergio Luiz Pereira, pelo apoio, confiana e pela sua dedicada
orientao.
Aos meus familiares, meus avs, Tacino, Alice, Kenichi (em memria) e Tetsu
(em memria), meu irmo Flvio, vulgo Fidlis, a minha me, Aparecida e Karin
Keunecke, pelo apoio e a pacincia neste perodo de trabalho de pesquisa.
Em especial ao meu pai, Takashi que desde minha infncia me ensinou os
caminhos do estudo e da dedicao.
v
RESUMO
Uma das atribuies da engenharia de automao o desenvolvimento de
soluo de automao e controle de processos contnuos industriais. Para tanto, a
principal ferramenta emprega para este controle a ao de controle Proporcional-
Integral-Derivativo (PID).
Nas ltimas dcadas diversas empresas fabricantes de equipamentos de
automao industrial tm desenvolvido e aprimorado seus controladores industriais.
Estes, alm de realizarem o controle de processo por lgica de intertravamento, tambm
possuem a ao de controle PID com a finalidade de executar o controle de processo
contnuo como controle de velocidade, controle de presso, controle de nvel, etc.
Porm, devido a grande variedade de controladores industriais por conseqncia,
a grande variedade de implementaes instruo PID, implica, muitas vezes, em falta
padronizao da programao e operao do algoritmo da equao PID implementados
nos mais diversos controladores industriais. Tal fato, dificulta a engenharia de automao
industrial em desenvolver controle de processos contnuos atravs de instrues PID.
Este trabalho de pesquisa aborda o desenvolvimento de metodologia MAFPID
como ferramenta de engenharia de automao para aferir o funcionamento da instruo
de controle PID implementada em equipamentos de controle e automao. Esta
metodologia constituda de trs Etapas de testes. A primeira Etapa constitui o estudo
do equipamento testado a partir das documentaes fornecidas pelo fabricante. A
segunda Etapa constitui de teste dos parmetros proporcional, integral e derivativo,
realizados no controlador industrial isolado de qualquer processo. A terceira Etapa
constitui de teste do controlador interagindo com um circuito analgico. Este circuito
simula o comportamento de alguns processos industriais, fornecendo ao controlador
aferido sinais de entradas e de sada semelhantes aos processos reais. Este trabalho
tambm apresenta dois estudos de caso, nos quais foi aplicada a metodologia MAFPID.
Palavras-chave: Automao Industrial. Controladores Industriais. PID.
vi
ABSTRACT
One of attributions of the automation engineering is the development of
automation solution and control of industrial continuous processes. For in such a way, the
main tool uses for this control is the action of Proportional-Integral-Derivative control (PID).
In the last diverse decades companies equipment manufacturers of industrial
automation have developed and improved its industrial controllers. These, besides
carrying through the control of process for interlocking logic, also possess the action of
control PID with the purpose to execute the control of continuous process as control of
speed, control of pressure, control of level, etc.
However, due to great variety of industrial controllers for consequence, the great
variety of implementations instruction PID, it implies in lack standardization of the
programming and operation of the algorithm of equation PID implemented in the most
diverse industrial controllers. Such fact, it makes difficult the engineering of industrial
automation in developing control of continuous processes through instructions PID.
This work of research approaches the development of methodology MAFPID as
tool of engineering of automation to survey the functioning of the instruction of control PID
implemented in control equipment and automation. This methodology is constituted of
three stages of tests. The first stage constitutes the study of the equipment tested from
the documentations supplied for the manufacturer. The second stage constitutes of test of
the parameters proportional, integral and derivative, carried through in the isolated
industrial controller of any process. The third stage constitutes of test of the controller
interacting with an analogical circuit. This circuit simulates the behavior of some industrial
processes, supplying signals of input and output to the surveyed controller of similar to the
real processes. This work also presents two studies of case, in which was applied
methodology MAFPID.
Key-words: Industrial Automation. Industrials Controllers. PID.
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Diagrama da localizao do trabalho de pesquisa em relao a rea do
conhecimento. ..............................................................................................................3
Figura 2 - Classificao de sistemas modificada a partir de Cassandras (1993).................6
Figura 3 - Sistema de controle em malha fechada ............................................................11
Figura 4 - Controle liga e desliga .......................................................................................12
Figura 5 - Diagrama da ao de controle PID....................................................................13
Figura 6 - Controle de nvel de um tanque.........................................................................14
Figura 7 - Ao de controle em funo do sinal de erro gerada pelo controlador..............17
Figura 8 - Grfico ilustrativo da resposta do termo integral no sistema. ............................19
Figura 9 - Grfico ilustrativo da resposta do termo derivativo no sistema..........................20
Figura 10 - Diagrama da ao de controle utilizando Fuzzy como controlador. ................22
Figura 11 - Diagrama da ao de controle utilizando Fuzzy como supervisor...................22
Figura 12 - Converso analgica - digital. .........................................................................24
Figura 13 - Converso digital - analgica ..........................................................................24
Figura 14 - Diagrama de execuo das operaes de converso A/D e D/A. ...................25
Figura 15 - Exemplo de Single-loop...................................................................................27
Figura 16 - Exemplo de CLP............................................................................................29
Figura 17 - Linguagem de programao de Ladder...........................................................31
Figura 18 - Principais partes do CLP. ..............................................................................32
Figura 19 - Linguagem de Programao de SDCD Function Block...................................35
Figura 20 - Arquitetura SDCD............................................................................................36
Figura 21 - Arquitetura do PCU. ........................................................................................37
Figura 22 - Diagrama da metodologia MAFPID.................................................................47
Figura 23 - Fluxograma simplificado da MAFPID. .............................................................47
Figura 24 - Diagrama do teste do parmetro proporcional (KP). ........................................51
Figura 25 - Resposta esperada no teste do parmetro KP.................................................51
Figura 26 - Diagrama do teste do parmetro integrativo (Ti). ............................................52
Figura 27 - Resposta esperada no teste do parmetro Ti..................................................53
Figura 28 - Diagrama do teste do parmetro derivativa (Td). ............................................54
Figura 29 - Resposta esperada no teste do parmetro TD.................................................54
Figura 30 - Ao do filtro passa-baixo na sada da instruo PID. ....................................55
viii
Figura 31 - Configurao para cada bloco do circuito do simulador analgico..................56
Figura 32 - Diagrama de blocos do sistema amortecido....................................................57
Figura 33 - Diagrama de blocos do sistema sub-mortecido...............................................57
Figura 34 - Diagrama de blocos do sistema oscilatrio. ....................................................58
Figura 35 - Esquema do simulador analgico construdo. .................................................59
Figura 36 - Simulador analgico montado. ........................................................................59
Figura 37 - Grfico de Resposta em Degrau do Simulador Analgico para o Sistema
Amortecido. ................................................................................................................60
Figura 38 - Grfico de Resposta em Degrau do Simulador Analgico para o Sistema Sub-
amortecido..................................................................................................................61
Figura 39 - Diagrama do arranjo experimental. .................................................................62
Figura 40 -Resposta esperada da instruo PID na Etapa 3.............................................63
Figura 41 - Fluxograma completo da MAFPID...................................................................65
Figura 42 - Continuao do Fluxograma completo do MAFPID.........................................66
Figura 43 - Resposta da instruo PID para o parmetro proporcional.............................70
Figura 44 - Resposta da instruo PID para o parmetro integral.....................................70
Figura 45 - Resposta da instruo PID para o parmetro derivativo. ................................71
Figura 46 - Sada CLP no carto analgico quando executado o teste do parmetro
derivativo. ...................................................................................................................72
Figura 47 - Efeito do clculo da derivada para entrada com conjunto de degraus. ...........73
Figura 48 - Resposta da instruo PID para o parmetro derivativo, aps modificao na
entrada da instruo. ..................................................................................................73
Figura 49 - Resultado do teste de linearidade do carto analgico. ..................................74
Figura 50 - Resultado da Etapa 3 utilziando o Simulador Analgico. ................................75
Figura 51 - Resposta da instruo PID para o parmetro proporcional.............................78
Figura 52 - Resposta da instruo PID para o parmetro integral.....................................79
Figura 53 - Resposta da instruo PID para o parmetro derivativo. ................................79
Figura 54 - Resultado do teste de linearidade do carto analgico. ..................................80
Figura 55 - Teste com simulador analgico - Resposta a Degrau do Sistema Amortecido
...................................................................................................................................81
Figura 56 - Caractersticas da resposta ao salto do processo relevantes para o ajuste de
Ziegler-Nichols............................................................................................................85
ix
x
LISTA DE EQUAES
Equao 1 - Controle liga e desliga (OGATA 1995) ..........................................................12
Equao 2 - Equao PID segundo OGATA. ....................................................................15
Equao 3 - Equao PID padro ISA (ANSI/ISA51.1-1979). ...........................................15
Equao 4 - Equao PID proveniente dos controladores pneumticos. ..........................16
Equao 5 - Parcela Proporcional da equao PID...........................................................16
Equao 6 - Relao entre Kp e banda proporcional percentual. ......................................17
Equao 7 - Parcela Integral da equao PID...................................................................18
Equao 8 - Parcela Derivativa da equao PID...............................................................19
Equao 9 - Equao PID em tempo discreto segundo OGATA.......................................25
Equao 10 - Parcela Derivativa com filtro passa-baixo da equao PID. ........................43
Equao 11 - Relao da tenso de entrada e tenso de sada em um circuito AMP-OP.
...................................................................................................................................56
Equao 12 - Funo de transferncia do sistema amortecido de 2 ordem: ...................57
Equao 13 - Funo de transferncia do sistema sub-amortecido de 2 ordem..............57
Equao 14 - Funo de transferncia do sistema oscilatrio de 3 ordem. .....................58
Equao 15 - Equao PID utilizada pelo SLC-500. .........................................................68
Equao 16 - Primeiro modo de operao da instruo PID utilizada pelo ControlLogix.77
Equao 17 - Segundo modo de operao da instruo PID utilizada pelo ControlLogix.
...................................................................................................................................77
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Parmetros PID calculados. .............................................................................62
Tabela 2 - Dados do SLC-500 fornecidos pelo fabricante................................................68
Tabela 3 - Dados do ControlLogix fornecidos pelo fabricante..........................................76
Tabela 4 - Tabela de Ziegler e Nichols pelo Mtodo da Resposta ao Salto. .....................86
Tabela 5 - Tabela sumrio de ajuste manual de parmetros PID......................................87
xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS
A Perodo de amostragem do conversor A/D H Perodo de atualizao do conversor D/A Perodo de varredura do controlador industrial A/D Converso Analgica - Digital
CLP Controlador Lgico Programvel
CPU Unidade Central de Processamento
CV Varivel Controlada
D/A Converso Digital - Analgica
I/O Entrada / Sada
IHM Interface Homem-Mquina
ISA The Instrumentation Systems and Automation Society
KP Parmetro Proporcional da instruo PID
MAFPID Metodologia de Aferio da Funo PID
MES Manufacturing Execution Systems
MIMO Sistema de mltipla entrada e mltipla sada (Multi Input, Multi Output)
PCU Unidade de Controle de Processo (Process Control Unit)
PID Controle Proporcional - Integral - Derivativo
PI Controle Proporcional - Integral
PV Varivel de Processo
s Varivel complexa de Laplace (s = +j) S88 Norma da ISA referente ao controle de processo a batelada
SCADA Sistema de Controle, Supervisrio e Aquisio de Dados (Supervisory
Control And Data Acquisition)
SDCD Sistema Digital de Controle Distribudo
SISO Sistema de uma entrada e uma sada (Single Input, Single Output)
SP Valor de referncia (Set Point)
Td Parmetro Derivativo da instruo PID
Ti Parmetro Integral da instruo PID
xiii
NDICE
1. INTRODUO ............................................................................. 1 1.1 MOTIVAO DO TRABALHO DE PESQUISA............................................................3
1.2 OBJETIVO.........................................................................................................4
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO DE PESQUISA ...........................................................4
2. CONCEITOS GERAIS DA TEORIA DE SISTEMAS E DE
CONTROLE.................................................................................. 6 2.1 CLASSIFICAO DE SISTEMAS ..................................................................6
2.1.1 Classificao dos Processos Industriais a partir da Classificao de
Sistemas.....................................................................................................8
2.2 CONCEITOS DA TEORIA DO CONTROLE DE SISTEMAS DINMICOS....10
2.2.1 Sistema de Controle Dinmico .................................................................10
2.2.2 Sistema de controle em malha aberta e em malha fechada.....................11
2.2.3 Aes de Controle ....................................................................................11
2.2.3.1 Controle liga e desliga ..............................................................................12
2.2.3.2 Controle PID.............................................................................................13
2.2.3.3 Controle por Lgica Fuzzy ou Nebulosa...................................................21
2.2.3.4 Controle Avanado...................................................................................23
2.3 ALGORITMO PID DIGITAL ..........................................................................23
2.4 PRINCIPAIS CONTROLADORES INDUSTRIAIS ........................................26
2.4.1 Controladores Isolados de Malha - Single-Loop e Multi-Loop ..................26
2.4.2 Controladores Lgicos Programveis - CLP...........................................28
2.4.2.1 Arquitetura do CLP .................................................................................31
2.4.2.2 Funcionalidade do CLP ..........................................................................33
2.4.3 Sistema Digital de Controle Distribudo - SDCD.......................................34
2.4.3.1 Arquitetura do SDCD................................................................................35
2.4.3.2 Funcionalidade do SDCD .......................................................................38
2.4.4 Convergncia das Tecnologias de Automao Industrial.........................38
2.5 INSTRUES PID EM CONTROLADORES COMERCIAIS ........................................39
2.5.1 Transio Manual-Automtico..................................................................39
xiv
2.5.2 Normalizao das Variveis .....................................................................40
2.5.3 Integrao Excessiva em Caso de Saturao..........................................41
2.5.4 Limitaes da Ao Derivativa .................................................................42
2.5.5 Implementaes Digitais em Controladores .............................................43
3. METODOLOGIA MAFPID........................................................ 45 3.1 ETAPA 1 - DOCUMENTAO E REFERNCIAS .....................................................48
3.2 ETAPA 2 - TESTE DO CONTROLADOR ISOLADO ..................................................50
3.3 ETAPA 3 - TESTE DE AFERIO COM SIMULADOR ANALGICO ............................55
3.3.1 Simulador Analgico.................................................................................56
3.3.2 Descrio da Etapa 3 - Teste de Aferio com Simulador Analgico.......61
3.4 CONCLUSES APS APLICAO DA MAFPID ....................................................64
4. APLICAO DA METODOLOGIA MAFPID EM
CONTROLADORES INDUSTRIAIS COMERCIAIS ................... 67 4.1 ESTUDO DE CASO I .........................................................................................67
4.1.1 Etapa 1 - Documentao e Referncias...................................................67
4.1.2 Etapa 2 - Teste do Controlador Isolado....................................................69
4.1.3 Etapa 3 - Teste de Aferio com Simulador Analgico ............................74
4.1.4 Concluso ................................................................................................75
4.2 ESTUDO DE CASO II ........................................................................................76
4.2.1 Etapa 1 - - Documentao e Referncias.................................................76
4.2.2 Etapa 2 - Teste do Controlador Isolado....................................................78
4.2.3 Etapa 3 .....................................................................................................80
4.2.4 Concluso ................................................................................................81
5. CONCLUSES E CONSIDERAES FINAIS .......................... 82 5.1 SUGESTO PARA TRABALHOS FUTUROS ...........................................................83
6. ANEXO A - MTODOS DE ZIEGLER-NICHOLS....................... 84 6.1 MTODO DA RESPOSTA AO SALTO ...................................................................85
6.2 TCNICAS DE AJUSTE MANUAL DE PID .............................................................87
7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................... 88
1
1. INTRODUO
A economia do mundo moderno anseia por produtividade e eficincia nos modos
de produo, sejam eles processos de produo agrcola, comercial, industrial ou de
servios. Este processo facilmente notado no decorrer da histria na qual as ltimas
dcadas as empresas tm perseguido exaustivamente a melhoria dos ndices de
produtividade e de qualidade, etc.
Em sua maioria, a evoluo nos meios produtivos est atrelada a inovaes
tecnolgicas, sejam elas a simples utilizao de equipamentos mais modernos, ou at
mesmo o emprego de novas tcnicas de produo (DUARTE, 1999).
Nas ltimas dcadas pode-se observar que cada vez mais a implementao de
novas mquinas e computadores afetaram significativamente todos processos produtivos,
principalmente nos meios industriais. Em meados do sculo passado, este fato
comprovado a partir do incio da utilizao de mquinas eletrnicas e computadores nos
processo de controle e automao dos processos industriais (MIYAGI, 1996). O principal
objetivo em utilizar estes dispositivos para controle e automao industrial otimizar a
produo a partir de maior produtividade e flexibilidade dos sistemas. Estas mquinas
eletrnicas e computadores dedicados para o controle e automao industrial so
denominados controladores industriais.
Inicialmente surgiram dois tipos de controladores industriais, o Controlador Lgico
Programvel (CLP) dedicado automao das indstrias de manufatura e o Sistema
Digital de Controle Distribudo (SDCD) dedicado para a automao da indstria de
processo contnuo.
O CLP, a princpio, era destinado para substituir painis de controle
eletromecnico. Estes painis eram compostos basicamente de rel e contatores.
Portanto o mesmo deveria ser capaz de executar programas de lgica combinacional em
lgebra Booleana com a finalidade de realizar intertravamentos de eventos em processos
industriais.
O SDCD foi concebido para realizar controle e automao de processos
contnuos, cuja caracterstica principal possuir muitas malhas de controle e
predominncia de variveis contnuas. Portanto o mesmo deveria ser capaz de executar
2
diversas malhas de controle ao mesmo tempo. Porm, o custo dos SDCDs era mais
elevado em relao aos CLP.
Entretanto, a evoluo tecnolgica resultou na convergncia destas tecnologias,
atualmente os CLP realizam funes de controle de malha antes dedicados aos SDCDs
e, por outro lado, os SDCDs tiveram seu custo reduzido. E por isso, dependendo da
aplicao, o custo do SDCD se compara ao custo do CLP.
Dentro deste cenrio, o engenheiro de automao necessita de um profundo
conhecimento dos equipamentos de automao que abrange desde as configuraes
bsicas at o funcionamento das instrues mais complexas como controle de malha. A
absoro deste conhecimento dificultada pelo fato de que atualmente existem inmeros
fabricantes de equipamentos de automao industrial e, ainda cada fabricante, ou at
mesmo modelo de controladores industriais, apresenta modo de operao e configurao
das instrues de controle diferentes. Este fator preponderante para o sucesso da
implementao da automao industrial, j que o bom funcionamento das instrues de
controle inicia-se pela configurao correta destas.
Uma das instrues de controle mais utilizada na automao industrial a ao
de controle de malha Proporcional Integral Derivativa (PID). Esta ao de controle est
presente em todo processo de automao que necessita controle de malha, e necessita
de um ajuste de parmetros para que a mesma funcione de forma adequada.
Existem inmeras tcnicas de ajuste de parmetros PID (OGATA, 1995)
(ZIEGLER NICHOLS, 1942), que vo desde tcnicas mais sofisticadas de ajuste, como
anlise de diagrama de estabilidade, at tcnicas empricas, como tcnica de resposta a
salto de Ziegler-Nichols. Porm, no difcil detectar plantas industriais operando
instrues PID em modo manual, ou seja, o controlador industrial no atua no processo
conforme a instruo PID, e sim a atuao no processo realizada pelo operador do
sistema manualmente. Este problema pode acarretar em muitas conseqncias
indesejadas a indstria, por exemplo, obteno de produtos fora de especificao no
perodo de transio de set point, sobre-sinal excessivo, instabilidade no processo, entre
outros.
evidente que difcil afirmar a real causa do problema da operao em modo
manual de uma forma geral, mas pode-se listar algumas causas, como o
desconhecimento das tcnicas de ajuste dos parmetros do controle de malha PID,
desconhecimento pleno do processo controlado, desconhecimento das funcionalidades do
3
controlador industrial, entre outros. No caso da ao de controle de malha PID, a
implementao desta ao nos equipamentos de automao e controle, muitas vezes no
so plenamente conhecidos pelos engenheiros de automao, e isto dificulta a otimizao
do sistema. O pouco conhecimento do engenheiro de automao da funcionalidade das
aes de controle de malha PID nos controladores industriais ocasionada pela grande
quantidade de controladores industriais presentes no mercado, e que no existe um
padro de implementao desta ao e at mesmo um padro de configurao dos
controladores.
1.1 Motivao do Trabalho de Pesquisa
Existem pouco material acadmico sobre a implementao da ao de controle
de malha PID em controladores industriais, sendo que a maioria dos trabalhos de
pesquisa desta rea esto focados em tcnicas de ajuste dos parmetros de controle PID,
ou implementao e aplicao de novos algoritmos de controle. Este trabalho de
pesquisa se foca no estudo da implementao da ao de controle de malha PID, e se
localiza na interseco de trabalhos de tcnicas de ajuste de malha e trabalhos
implementao e aplicao de tcnicas de controle.
Tcnicas de Ajuste de Malha de Controle PID
Implementao e Aplicao de Tcnicas de
Controle
Trabalho de Pesquisa: Proposta de Nova Metodologia
Figura 1 - Diagrama da localizao do trabalho de pesquisa em relao a rea do
conhecimento.
As motivaes deste trabalho de pesquisa se baseiam no fato que existem muitos
controladores indstrias instalados em plantas indstrias operando de forma inadequada,
desenvolver uma metodologia que permita o engenheiro de automao a conhecer
melhor o controlador industrial e desenvolver um trabalho em um ramo do conhecimento
4
importante da automao industrial que a aferio de instrues de controle. A
proposta desta metodologia que a mesma pode ser aplicada em controladores
industriais j implementados em plantas, ou em controladores ainda no utilizados em
processos industriais.
No foco deste trabalho desenvolver tcnicas de ajuste de malha de controle
PID, mais sim, fornecer uma ferramenta de engenharia para possibilite o engenheiro de
automao conhecer o funcionamento do controlador industrial.
1.2 Objetivo
O objetivo deste trabalho de pesquisa o desenvolvimento de uma metodologia
de aferio da instruo PID implementada em controladores industriais que possibilite o
engenheiro de automao industrial conhecer os limites de operao e a confiabilidade
apresente do controlador. Deseja-se que a metodologia possua assertidade, praticidade
e confiabilidade, pois a inteno que desta metodologia se torne uma ferramenta
principalmente para os engenheiros de automao que atuam mais prximos do processo
industrial.
1.3 Estrutura do Trabalho de Pesquisa
Este trabalho de pesquisa estruturado da seguinte forma:
No captulo 2 descreve-se o embasamento terico utilizado neste trabalho de
pesquisa. Nele discute-se a definio e a classificao de sistema, alm do
enquadramento desta classificao nos processos industriais. Tambm so abordados
as tcnicas de controle de processos industriais, e a implementao de algumas destas
tcnicas em controladores industriais. Ainda so apresentados os principais
equipamentos de automao industriais utilizados.
No captulo 3 descreve-se na Metodologia de Aferio da Funo PID (MAFPID),
no qual descreve-se as Etapas de execuo, com suas motivaes, e os resultados
esperados.
No captulo 4 descreve-se a aplicao da MAFPID em dois estudos de caso,a
ttulo de validao da metodologia proposta. No primeiro estudo de caso, aplica-se a
MAFPID em um controlador industrial presente no Laboratrio de Automao Industrial do
5
Departamento de Engenharia Eltrica de Energia e Automao da Escola Politcnica da
Universidade de So Paulo, e discute-se os resultados obtidos. No segundo estudo de
caso, aplica-se a MAFPID em um controlador industrial de tecnologia de avanada, e
discute-se os resultados obtidos.
No captulo 5 descreve-se as concluses e consideraes finais do trabalho de
pesquisa e os possveis trabalhos futuros aps a finalizao deste trabalho.
Em anexo descreve-se os mtodos de ajuste de parmetros PID denominado
Ziegler-Nichols, que se utilizou neste trabalho.
6
2. CONCEITOS GERAIS DA TEORIA DE SISTEMAS E DE CONTROLE
Antes de abordar a implementao das instrues de controle em controladores
indstrias, sero explorados conceitos de sistema e a teoria de controle, com a finalidade
de direcionar a presente pesquisa.
Segundo Monteiro (2002, p.39), um sistema pode ser definido como um conjunto
de objetos agrupados por alguma interao ou interdependncia, de modo que existam
relaes de causa e efeito nos fenmenos que ocorrem com os elementos desse
conjunto. O estudo de sistemas fundamental para a engenharia de automao, j que
os processos industriais so modelados a partir da Teoria de Sistemas.
Para tanto necessrio o estudo da classificao dos sistemas para entender a
dinmica de cada modelo. No captulo 2.1 demonstrada a classificao de sistema
utilizada nesta pesquisa.
2.1 CLASSIFICAO DE SISTEMAS
Existem diversas maneiras de se classificar os sistemas. Neste trabalho de
pesquisa utilizado a classificao modificada a partir da classificao proposta por
Cassandras (1993), conforme ilustrado na Figura 2. Esta classificao se fundamenta
nas caractersticas de relao de causa e efeito dos elementos do sistema.
SISTEMAS
Figura 2 - Classificao de sistemas modificada a partir de Cassandras (1993).
ESTTICO DINMICO
VARIANTE NO TEMPO
INVARIANTE NO TEMPO
ESTADO DISCRETO
ESTADO CONTINUO
7
Sistemas Dinmicos e Estticos: Nos Sistemas Estticos a sada sempre independente dos valores passados de
entrada. Nos Sistemas Dinmicos a sada depende dos valores passados de entrada. As
equaes diferenciais so geralmente utilizadas para descrever o comportamento dos
sistemas dinmicos.
Sistemas Invariantes no Tempo e Variantes no Tempo: O comportamento do Sistema Invariante no Tempo no muda com o tempo. Esta
propriedade implica em possibilidade de aplicar uma entrada especfica em um sistema e
este sempre responder da mesma maneira. O comportamento do Sistema Variante no
Tempo muda com o decorrer do tempo. Esta propriedade causa dificuldade para o
modelamento deste sistema j que para uma entrada especfica aplicada em dois
instantes diferentes podem resultar em respostas distintas.
Sistemas de Estado Contnuo e Estado Discreto: No Sistema de Estado Contnuo, as variveis de estado podem geralmente ser
qualquer valor real ou complexo. No Sistema de Estado Discreto, as variveis de estado
so elementos de um conjunto discreto.
Apesar de no ser abordado no diagrama da Figura 2, os sistemas apresentam
outras classificaes que tambm so utilizadas nesta pesquisa. Estas outras
classificaes no foram inseridas na Figura 2 devido a complexibilidade em estabelecer
todas as relaes entre as classificaes, e estas no so o objeto principal deste
trabalho de pesquisa. Segue as outras classificaes:
Sistemas Lineares e No Lineares: Um Sistema Linear satisfaz a propriedade linear f(C1.u1 + C2.u2) = C1.f(u1) + C2.f(u2),
onde u1 e u2 so vetores de entrada, C1 e C2 so constantes reais, e f( ) a sada
resultante. Um Sistema No Linear no satisfaz a propriedade linear a cima citada. Uma
caracterstica importante dos Sistemas Dinmicos Lineares Invariantes no Tempo que
os mesmos so descritos por modelo de Espao de Estado.
8
Sistemas em Funo do Tempo e em Funo de Eventos: No Sistema em Funo do Tempo, a varivel de estado continuamente se altera
conforme o tempo muda. No Sistema em Funo de Eventos, a varivel de estado
apenas muda com ocorrncia de eventos discretos geralmente assncronos que fora
instantaneamente a mudana de estado. Entre a ocorrncia de eventos, o estado
continua inalterado.
Sistemas Determinsticos e Estocsticos: Um Sistema se torna Estocstico sempre que uma ou mais variveis sadas deste
so variveis aleatrias. Neste caso, o sistema torna-se um sistema estocstico, e uma
abordagem probabilstica requerida para descrever o comportamento deste sistema.
Um Sistema Determinstico apresenta todas as variveis sadas no aleatrias. Este
sistema normalmente modelado atravs de equaes aritmticas ou equaes
diferenciais.
Sistemas de Tempo Discreto e Tempo Continuo: Um Sistema de Tempo Continuo aquele em que todas as variveis de entradas,
estados e sadas so definidas em todos possveis valores de tempo. No Sistema de
Tempo Discreto uma ou mais destas variveis so definidas em pontos discretos no
tempo, normalmente resultado de algum processo amostrado.
2.1.1 Classificao dos Processos Industriais a partir da Classificao de Sistemas
Normalmente os processos produtivos industriais apresentam caractersticas
dinmica e invarivel no tempo, nos quais, segundo a ISA, destacam-se trs grandes
grupos, a indstria manufatureira, a indstria de processo contnuo e a indstria de
processo a batelada.
A indstria manufatureira apresenta como caractersticas variveis de processo
de estado discreto e seu controle em funo dos eventos, ou seja, as variveis so
independentes do tempo, e as aes de controle so desenvolvidas ao decorrer dos
acontecimentos do processo. Esta pode ser modelada como sistema dinmico, invariante
no tempo de estado discreto, e envolve os processos de fabricao de produtos ou bens
9
atravs de montagem de peas e/ou partes. As principais indstrias que enquadram
nesta classificao so Indstrias Automotiva, Eletrodomstica, etc.
A indstria de processo contnuo apresenta como caractersticas variveis de
processo de valores contnuos no domnio do tempo, como presso, velocidade,
densidade, etc., e seu processo utiliza malhas de controle. Esta pode ser modelada como
sistema dinmico, invariante no tempo de estado contnuo, e envolve os processos de
fabricao que possui um fluxo contnuo de material. Esto nesta classificao as
indstrias qumicas, petroqumicas, etc.
A indstria de processo a batelada pode ser modelado como sistema dinmico,
invariante no tempo, porm apresenta ora estado discreto, ora estado contnuo. Isso
devido a sua natureza, pois este processo industrial dividido em Etapas bem definidas
denominadas clulas de processo, que acontecem de forma consecutiva em funo dos
eventos do processo. Cada clula de processo ainda apresenta um conjunto de
operaes que podem envolver controle em funo dos eventos ou controle de malha. Ao
contrrio da indstria de processo contnuo as matrias primas so processadas em uma
ordem definida e em quantidades determinadas, este processo denominado Receita. A
automao e controle desta indstria normalizada pela ISA S88, e as principais
indstrias que so classificadas como indstria de processo a batelada, so a indstria
farmacutica, indstria de pneus, etc.
Historicamente, cada tipo de indstria apresentava um equipamento especfico
para a automao e controle de seu processo. Todavia, atualmente h uma converso de
tecnologias na qual os equipamentos de automao modernos podem controlar
processos industriais com caractersticas diferentes. Isso exigem do engenheiro de
automao um conhecimento vasto dos equipamentos e tecnologias envolvidas para
todos os tipos de indstrias.
Porm, devido ao objeto desta pesquisa, no ser detalha as tcnicas de controle
de processos de estado discreto presentes na indstria manufatureira, e nem as tcnicas
de controle descritas na norma ISA S88, cujo foco o processo a batelada. No capitulo
2.2, explanado as tcnicas de controle dos sistemas dinmicos, invariantes no tempo de
estado contnuo presentes na indstria de processo contnuo.
10
2.2 CONCEITOS DA TEORIA DO CONTROLE DE SISTEMAS DINMICOS
Resumidamente, entendido por controle o processo contnuo pelo qual se altera
o valor de uma grandeza que se deseja controlar para que este assuma um determinado
valor pr-estabelecido, denominado valor de referncia ou set point. Uma vez existindo
um erro entre estes valores, resulta em uma ao, conhecida por ao de controle, que
minimizar esse erro. Esta ao pode ser manual, quando existe atuao direta do
homem sobre a mquina, ou automtico, quando a interao se restringe apenas entre
mquinas ou dispositivo de qualquer natureza. Assim, para compreender esse processo
so descritos, com mais rigores, tpicos da teoria de controle.
2.2.1 Sistema de Controle Dinmico
Um sistema de controle dinmico um arranjo de componentes, conectados ou
relacionados de forma a comandar, dirigir ou regular a si prprios ou a outros sistemas.
Alm disso, os sistemas de controle dinmico podem apresentar caractersticas linear ou
no-linear, deterministico ou estocstico e de tempo discreto ou de tempo contnuo.
Comumente o sistema de controle representado por diagrama de blocos, no qual
possvel facilmente visualizar a dinmica do sistema. No diagrama de blocos, cada
componente individual representado por um bloco com entrada e sada unidirecional
bem definidas, que interligado com os demais por meio de setas que indicam o fluxo de
energia ou de informao de um componente para o outro. Sistemas que possuem uma
nica entrada e uma nica sada so denominadas sistemas SISO (Single Input, Single
Output). Caso contrrio, para sistemas que possuem mais de uma entrada e mais de
uma sada so denominados sistemas MIMO (Multi Input, Multi Output).
A entrada de um sistema de controle o estimulo ou excitao aplicado a um
sistema atravs de uma fonte de energia visando obter uma resposta especfica na sada.
A sada de um sistema de controle a resposta fornecida pelo sistema a uma excitao
que pode ser ou no da mesma natureza fsica do sinal de entrada.
Normalmente um sistema de controle classificado em duas formas, sistema de
controle em malha aberta, e sistema de controle em malha fechada.
11
2.2.2 Sistema de controle em malha aberta e em malha fechada
Um sistema de controle est em malha aberta quando as sadas no so
comparadas em nenhum instante com os sinais de entrada. Um sistema de controle est
em malha fechada (ou realimentado) quando as informaes na sada tambm so
utilizadas no controle do sistema. A Figura 3 apresenta o diagrama de blocos de um
sistema SISO de controle realimentado genrico.
Sistema
de Controle
Figura 3 - Sistema de controle em malha fechada
A grande maioria os sistemas indstrias utiliza sistema de controle em malha
fechada, pois este garante maior eficcia no controle e estabilidade do mesmo.
2.2.3 Aes de Controle
compreendido, como ao de controle, toda atuao em um sistema com a
finalidade de manter um valor de sada em um valor desejado, conforme descrito
sucintamente no inicio do capitulo 2.2. Para atuar em um sistema existem algumas aes
de controle consagradas, na qual podemos destacar:
Controle liga e desliga; PID; Lgica Fuzzy ou Lgica Nebulosa; Controle Avanado;
No capitulo 2.2.3.1, detalha-se as aes de controle acima citadas demonstrando
como estas so aplicadas no controle de processos industrias, e tambm como estas
aes de controle sero abordadas neste trabalho de pesquisa.
Entrada Sada Referncia +
12
2.2.3.1 Controle liga e desliga
A ao de controle liga e desliga a ao de controle mais simples. Esta atua de
acordo com o modelo de um dispositivo de dois estados ilustrado na Figura 4.
Figura 4 - Controle liga e desliga
Onde y(t) o sinal proveniente do transmissor ou sensor que monitora uma
varivel do processo, u(t) o sinal de controle proveniente do dispositivo controlador e
controla um dispositivo (ex. motor, vlvula, aquecedor, etc.) que atua no processo, r(t) o
valor de referncia, e e(t) a diferena entre r(t) e y(t). Esta diferena pode ser realizada
de duas formas e(t) = r(t) - y(t) e e(t) = y(t) - r(t), sendo que esta forma ajustada no
dispositivo controlador. Na Figura 4 adotado e(t) = r(t) - y(t).
Basicamente o controle liga e desliga atua no processo a partir do sinal de controle
do processo u(t), e este pode assumir apenas dois valores, conforme o e(t) seja positivo
ou negativo. Pode-se modelar matematicamente este controle como:
=
0)( ,0)( ,
)(2
1
teseUteseU
tu
Equao 1 - Controle liga e desliga (OGATA 1995)
Este tipo de funo pode ser implementado como um simples comparador ou
mesmo um rel fsico. Neste caso tem-se uma inconsistncia em zero e, na presena de
rudos, tem-se chaveamentos esprios quando o sinal e(t) for prximo de zero.
Processo
+
-
Dispositivo Controlador
u(t) y(t) r(t) e(t) U1
U2
13
A ao de controle liga e desliga pode assim ser considerada a ao de controle
mais simples e mais econmica. Entretanto, este tipo de ao possui limitaes no que
diz respeito ao comportamento dinmico e em regime permanente do sistema em malha
fechada. Suas aplicaes so restringidas a sistemas onde no necessria preciso e
nem um bom desempenho dinmico. Como a ao de controle liga e desliga apresenta
uma caracteristica simples, sendo que a mesma no resulta em dificuldades em seu
ajuste, esta ao de controle no ser foco da metodologia porposta neste trabalho de
pesquisa.
2.2.3.2 Controle PID
A ao de controle PID a ao de controle mais empregada nas indstrias
atualmente que necessitam de controle de malha. Os processos em que normalmente
utilizada a ao de controle PID, so do tipo entrada e sada simples (SISO), nos quais h
apenas uma varivel controlada de entrada do processo e uma varivel de monitorada na
sada do processo. O controle PID apresenta uma varivel de processo (PV), um valor de
referncia (SP) e uma varivel controladora (CV). A varivel de processo a grandeza a
ser monitorada no processo controlado. O valor de referncia o valor que se deseja
manter a grandeza monitorada. A varivel controladora a grandeza a ser controlada no
processo. A varivel erro determinada pela diferena entre o valor de SP e o valor PV.
A Figura 5 ilustra a implementao em diagrama de blocos da ao PID em um sistema
SISO e com uma nica malha de realimentao.
PID Processo Erro CV
PV
SP
Sensor
Atuador
-
+
Figura 5 - Diagrama da ao de controle PID.
Para exemplificar, um tanque onde que deseja-se controlar o nvel (Figura 6),
apresenta uma tubulao de entrada que tem sua vazo controlado por uma vlvula
14
automtica, e tambm apresenta uma tubulao de sada com uma vlvula manual. Para
manter o nvel do tanque (PV) em um valor constante (SP) a partir do controle de vazo
da tubulao de entrada deste tanque (CV), a ao de controle PID atua no processo por
meio de CV, monitorando a discrepncia entre os valores de PV e SP, de tal forma a
eliminar esta.
Figura 6 - Controle de nvel de um tanque.
A varivel PV obtida por uma bia de nvel (sensor) e SP determinado pelo
operador do processo. A ao de controle PID recebe o valor do erro entre PV e SP, e
executa o clculo para fornecer CV que atua na vlvula controlada automtica. Caso PV
seja menor que SP, a instruo fornece um valor para CV para que a vlvula abra mais.
Para PV maior que SP, o valor de CV resulta em fechamento da vlvula. Qualquer
mudana na vlvula de sada implica em uma ao de controle do PID na vlvula de
entrada. Dependendo da variao na vlvula de sada, a atuao da instruo PID pode
ocasionar um erro estacionrio entre os valores de PV e SP.
A ao de controle PID executada a partir de uma equao diferencial. Essa
equao composta por trs parcelas, uma proporcional, uma integrativa e outra
derivativa. A parte proporcional dada pela multiplicao do erro entre o PV e SP por um
fator. A parte integrativa obtida pela integral do erro em relao ao tempo multiplicado
15
por um outro fator. A parte derivativa calculada pela variao do erro em relao ao
tempo multiplicado por um outro fator. Historicamente existem trs principais
implementaes da equao da ao de controle PID.
A primeira implementao deriva da teoria de controle clssico (OGATA, 1995), e
especificada segundo a Equao 2.
( )dttdeTdtte
TteKCV d
ip
)()(1 ++= onde: e(t) = SP - PV
Equao 2 - Equao PID segundo OGATA.
Pode-se notar que para cada termo da equao (Proporcional, Integral e
Derivativo) existe um parmetro multiplicativo independente.
A segunda implementao segue o padro ISA (ANSI/ISA51.1-1979), descrita na
Equao 3.
( )
++= dttdeTdtteTteKCV dip)()(1
onde: e(t) = SP - PV
Equao 3 - Equao PID padro ISA (ANSI/ISA51.1-1979).
Ao contrrio da Equao 2, a Equao 3 padro ISA h dependncia dos
parmetros integrativos e derivativos com o parmetro proporcional.
O terceiro modo de implementar a equao PID deriva dos antigos controladores
pneumticos, no qual descrito na Equao 4.
16
+
+= dtdTdtteTteKCV dip 1)(1)(
onde: e(t) = SP - PV
Equao 4 - Equao PID proveniente dos controladores pneumticos.
Este modo de implementao da equao PID apresenta complexas inter-relaes
entre os parmetros proporcional, integral e derivativo. Todavia, a mesma entrou em
desuso a partir do momento que os controladores pneumticos se tornaram obsoletos.
Apesar destas diferenas no modo de implementao da equao PID, todos os
modos de equaes PID apresentados possuem trs parcelas, a proporcional, integral e
derivativa, onde cada qual influncia de maneira especifica a dinmica do sistema
controlado. A seguir, detalha-se o comportamento de cada parcela da equao PID
segundo OGATA (1995).
2.2.3.2.1 Parcela Proporcional da equao PID
A ao de controle gerada pelo modo proporcional diretamente proporcional a
sua entrada, ou seja, o sinal de erro em funo do tempo, como mostrado na Equao 5.
)(teKCV p = onde: e(t) = SP - PV
Equao 5 - Parcela Proporcional da equao PID.
A Figura 7 mostra a relao entre o sinal de erro e a ao de controle gerada pelo
modo de controle proporcional. Excluda a faixa de saturao da varivel manipulada
(sinal de erro fora da banda proporcional), cada valor de erro tem um nico valor
correspondente de ao de controle e vice-versa.
17
-20
0
20
40
60
80
100
120
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Erro (%)
CV
(%)
Banda Proporcional
Figura 7 - Ao de controle em funo do sinal de erro gerada pelo controlador.
Como o ganho do controlador dado pela inclinao da reta sobre a banda
proporcional percentual (BP), a relao entre ambos dada pela Equao 6. Esta
representao genrica para o caso onde a sada do controlador varia entre 0 e 100%.
Para casos especficos onde isto no ocorre, esta relao no vlida.
pKBP 100=
Equao 6 - Relao entre Kp e banda proporcional percentual.
Neste caso, o controlador apenas um amplificador com um ganho constante,
quanto maior o erro, maior a ao de controle gerada. Assim, a parcela proporcional
aumenta a velocidade resposta do sistema de forma proporcional ao parmetro KP, assim
diminuindo o tempo de acomodao do sistema, contudo, este aumento pode resultar em
instabilidade e aumento do sobre-sinal do sistema de controle. A principal desvantagem
deste modo que ele apresenta erro em regime permanente. O erro em regime
18
permanente diminui com o aumento do ganho proporcional KP, no entanto isto diminui a
faixa correspondente banda proporcional, tornando o controlador mais oscilatrio.
2.2.3.2.2 Parcela Integral da equao PID
A ao de controle gerada pelo modo integral proporcional integral do sinal de
erro no tempo, como mostrado na Equao 7. O grande benefcio da sua utilizao a
eliminao do erro estacionrio em regime permanente, contudo, ela reduz a estabilidade
da malha de controle (MOORE, 1999).
= dtteTCV i )(1
onde: e(t) = SP - PV
Equao 7 - Parcela Integral da equao PID.
A Equao 7 mostra que a ao de controle integral depende do histrico do erro,
desde que o processo de integrao foi iniciado (t = 0) at o instante atual. A ao
integral tambm pode ser vista como um mecanismo que atualiza automaticamente o
valor base do controlador com ao proporcional.
A presena do termo de natureza integral reduz ou elimina erros estacionrios,
pois atua na integral do erro entre SP e PV, conforme Figura 8. Em contrapartida, esse
benefcio geralmente obtido s custas de uma reduo da estabilidade ou do
amortecimento do sistema.
Uma das caractersticas do termo integral a capacidade de fornecer, na sada
do controlador, um sinal no nulo, mesmo aps o sinal de erro, que o sinal de entrada
do controlador, ter-se anulado. A explicao para este comportamento o fato da sada
do controlador depender no apenas dos valores instantneos do erro, mas tambm dos
valores acumulados. Em outras palavras, erros passados so acumulados no integrador
com um determinado valor, o qual se mantm acumulado mesmo aps o valor
instantneo do erro ter-se anulado. Ao contrrio do controlador proporcional, no
controlador integral as perturbaes de valores constantes podem ser rejeitadas mesmo
que o sinal de erro instantneo seja nulo.
19
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
-1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2Tempo (minutos)
Tempo
Sin
al A
dim
ensi
onal
Erro
Ao
Figura 8 - Grfico ilustrativo da resposta do termo integral no sistema.
2.2.3.2.3 Parcela Derivativa da equao PID
A ao de controle gerada pelo modo derivativo proporcional taxa de variao
do sinal de erro, ou seja, a sua derivada no tempo, segundo a Equao 8. Ela estima a
tendncia de aumento ou diminuio do erro futuro. Assim, este modo capaz de
aumentar a velocidade de correo do processo, pois atua de forma antecipatria quando
so detectadas variaes no sinal de erro. Por causa disso, a ao derivativa bastante
sensvel a erros de alta freqncia, como rudos de processo e mudanas no valor de
referncia da varivel controlada.
dttdeTCV d)(=
onde: e(t) = SP - PV
Equao 8 - Parcela Derivativa da equao PID.
A funo do termo derivativo aumentar o amortecimento, e desta forma,
melhorar a caracterstica de estabilidade de um sistema. No entanto, se o erro apresentar
uma taxa de variao no nula, o termo derivativo assume a funo de antecipar a ao
20
do controlador. Esta caracterstica torna o controlador sensvel taxa de variao do erro
e atua no sentindo de aumentar o amortecimento do sistema.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
-1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2Tempo (minutos)
Tempo
Sin
al A
dim
ensi
onal
Erro
Ao
Figura 9 - Grfico ilustrativo da resposta do termo derivativo no sistema.
Nota-se que o modo derivativo somente age quando h variao do erro no tempo.
Se o erro for constante, mesmo que grande, no h ao corretiva. Por isso, este modo
no utilizado sozinho, mas associado com outros modos de controle.
A combinao dos termos de natureza proporcional, integral e derivativa permite
reduzir o erro estacionrio e simultaneamente satisfazer as exigncias relativas ao
amortecimento e, portanto, de estabilidade.
A titulo de esclarecimento deste trabalho, utiliza-se o termo instruo PID, o
conjunto de regras e operaes matemticas, sendo elas discretas no tempo ou no, que
implemente um controle de malha PID. A equao PID a forma matemtica que a
mesma se apresenta.
21
2.2.3.3 Controle por Lgica Fuzzy ou Nebulosa
Com a evoluo tecnolgica, principalmente no campo do processamento de
dados dos controladores industriais, possibilita a implementao de lgicas mais
complexas para o controle de processo, tal como a Lgica Fuzzy ou Nebulosa.
Lgica Fuzzy ou Nebulosa uma tcnica de Inteligncia Artificial, disciplina que
procura maneiras de mquinas simularem o raciocnio humano na soluo de problemas
diversos. Esta abordagem procura mimetizar a forma humana atuar. Um sistema
baseado em Lgica Fuzzy pode ter sua ao esquematizada pelos seguintes elementos
constituintes:
Fuzzificador,
Regras, ou base de conhecimento,
Inferncia, ou lgica de tomada de decises,
Defuzzificador. O fuzzificador responsvel pelo mapeamento das entradas numricas em
conjuntos Fuzzy, variveis lingsticas. A Inferncia realizada mapeando-se valores
lingsticos de entrada em valores lingsticos de sada com o uso das regras. Esta usa
implicaes Fuzzy para simulao de decises humanas, gerando aes de controle,
chamados de conseqentes, partindo-se de um conjunto de condies de entrada,
chamada de antecedentes.
Esta base de conhecimento representa o modelo do sistema a ser controlado,
consistindo numa base de dados e uma base de regras Fuzzy lingsticas. A base de
dados fornece definies numricas e a base de regras caracteriza os objetivos do
controlador e sua estratgia usada, geralmente fornecida por pessoas especialistas no
sistema.
O defuzzificador mapeia valores lingsticos em valores numricos de sada. Esta
funo realizada por uma interface de defuzzificao, obtendo-se um valor discreto que
possa ser usado numa ao de controle no mundo real.
A determinao do grau de pertinncia, para conjuntos Fuzzy contnuos, se d pela
anlise de Funes de Pertinncia. Estas funes possibilitam o clculo do grau de
22
pertinncia de acordo com o valor assumido pela varivel. Elas representam os aspectos
fundamentais de todas as aes tericas e prticas de sistemas Fuzzy.
A utilizao de lgica Fuzzy em controladores industriais pode ocorrer basicamente
de duas formas. A primeira forma a implementao desta lgica como um controlador
em substituio da instruo PID, conforme Figura 10. Esta implica na implementao de
regras especficas a cada processo para obter o controle desejado.
Controlador Fuzzy
Processo Erro CV
PV
SP
Sensor
Atuador
-
+
Figura 10 - Diagrama da ao de controle utilizando Fuzzy como controlador.
Uma outra forma de implementao da lgica Fuzzy no controle de processos
uma ao em conjunto com a instruo PID. Esta ao estabelecida com a lgica
Fuzzy atuando como um supervisor da instruo PID. O supervisor Fuzzy possui regras
especficas que atuam sobre a instruo PID a partir do monitoramento dos valores de
entrada da instruo PID e das informaes fornecidas pela planta controlada, conforme
Figura 11. Estas regras especficas e as informaes da planta dependem do tipo de
processo controlado.
Figura 11 - Diagrama da ao de controle utilizando Fuzzy como supervisor.
PV
SP
Sensor
-
+
Informao da Planta
SupervisorFuzzy
InstruoPID
Processo Erro
CV
23
Como os parmetros da instruo de controle por lgica Fuzzy depende das regras
e da base de conhecimento, alm do modo de implementao no controlador, e isso
ampliaria significativamente o objeto de pesquisa deste trabalho. Assim, este trabalho de
pesquisa no se aprofunda nas tcnicas de controle de processo e nem no detalhamento
das caractersticas deste controle. A metodologia proposta neste trabalho no dever ser
aplicada com fins de aferio deste sistema de controle por lgica Fuzzy.
2.2.3.4 Controle Avanado
Em muitas aplicaes de controle de processos industriais, a utilizao da
instruo PID no suficiente para a controle, otimizao e estabilidade do processo.
Normalmente estes processos apresentam grau de complexibilidade elevado, sendo que
as equao diferenciais que descreve o processo normalmente so no-lineares ou de
ordem elevada.
Para o controle destes processos so utilizadas tcnicas de controle que utilizam
algoritmos de Inteligncia Artificial, tal como Redes neurais, ou em tcnicas mais
sofisticadas de controle, tal como controle preditivo, controle adaptativo, entre outros.
Estas tcnicas so realizados por software especialistas, e muitas vezes atuam em
conjunto com instrues PID dos controladores. E por isso, as solues de Controle
Avanado apresentam uma arquitetura de software e hardware complexa.
Devido a grande variedade de tcnicas de Controle Avanado, e tambm a
variedade de sistemas de software e hardware empregados neste tipo de controle, a
metodologia proposta neste trabalho no dever ser aplicada para controle Avanado.
2.3 ALGORITMO PID DIGITAL
Devido a advento de novas tecnologias e a utilizao da eletrnica digital e
microprocessadores na automao industrial, os controladores industriais evoluram e,
atualmente, as aes de controle so executadas em tempo discreto. Para tanto, os
controladores industriais modernos apresentam mdulos de converso A/D e D/A que
convertem os sinais analgicos de campo proveniente dos sensores e transmissores do
24
processo em sinais digitais (Figura 12), e os sinais digitais processados pelo controlador
em novamente sinal analgico que atua no processo (Figura 13).
O modulo de converso A/D apresenta um perodo de amostragem A est na ordem de micro segundos, conforme ilustrado na Figura 12.
Figura 12 - Converso analgica - digital.
O modulo de converso D/A apresenta um perodo de atualizao H est na ordem de micro segundos, conforme ilustrado na Figura 13.
Figura 13 - Converso digital - analgica
O perodo de amostragem, perodo de atualizao e perodo de execuo da
instruo do controlador no so necessariamente sincronizados. Assim, estes tempos
de execuo podem ser diferentes e fora de fase. A Figura 14 demonstra o diagrama de
execuo de um controlador industrial que possui perodos de execuo de instrues
internas e amostragens de entrada e sada diferentes.
t
f(t)
t
f(nA)
t
f(t)
A/D A AA A .... A
t
f(nH)
D/AH HH H ....H
25
Controlador
clock clock clock
A/D CPU A/D
Processo
Figura 14 - Diagrama de execuo das operaes de converso A/D e D/A.
Assim, a execuo da equao PID realizada em tempo discreto, a equao da
teoria de controle clssico descrita na Equao 9.
( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ] )1(
2)1(
1+++=
=neneTnene
TneKCV
n
d
ni
onde: e(n) = SP - PV(n) Equao 9 - Equao PID em tempo discreto segundo OGATA.
Note-se que a parcela integral implementada como a somatria dos trapzios
formados pelos valores dos erros consecutivos e o perodo de discretizao. J a parcela
derivativa dada pela diferena dos valores dos erros consecutivos dividido pelo perodo
de discretizao.
Uma questo relevante os perodos de amostragem do conversor A/D, perodo
de clculo do algoritmo e o perodo de atualizao do conversor D/A, normalmente para o
algoritmo ter bom desempenho o perodo de clculo deve ser maior que os outros dois, e
todos este deve ter um valor adequado ao processo controlado.
Segundo OGATA (1995), o perodo de clculo pode influenciar drasticamente a
dinmica do controle recomendado em sistemas trmicos constantes entre 10 a 30
segundos, em sistemas que envolvam presso entre 1 a 5 segundos e em sistemas de
nvel de lquido entre 1 a 10 segundos.
26
2.4 PRINCIPAIS CONTROLADORES INDUSTRIAIS
A constante busca das indstrias em otimizar seus processos, tanto no ponto de
vista de produo e de eficincia, como de segurana e de confiabilidade, torna a
automao industrial uma das principais alternativas utilizadas nos dias de hoje.
Segundo Moraes e Castrucci (2001), pode-se definir a automao industrial como
qualquer sistema, apoiado em computadores, dispositivos mecnicos ou eltricos, que
substitua o trabalho humano e que vise a solues rpidas e econmicas para atingir os
complexos objetivos das indstrias.
Defina-se neste trabalho de pesquisa, controlador industrial todo sistema ou
equipamento capaz de atuar e/ou controlar um processo industrial. Dentro dos inmeros
controladores industriais para a automao, podem-se destacar trs mais utilizados,
denominados Single-Loop ou Multi-Loop, Controladores Lgicos Programveis (CLP) e
Sistema Digital de Controle Distribudo (SDCD).
2.4.1 Controladores Isolados de Malha - Single-Loop e Multi-Loop
Historicamente, os controladores isolados de malha, Single-loops (Figura 15),
foram os primeiros dispositivos utilizados para o controle de malha em processos
contnuos industriais. Em sua concepo inicial, os Single-loops eram dispositivos
eletrnicos analgicos de pequeno porte que eram dedicados a realizar uma nica ao
de controle PID, na qual seus ajustes de ganhos proporcional, integral e derivativo eram
realizados atravs de variao de potencimetros neste circuito eletrnico.
27
Figura 15 - Exemplo de Single-loop.
Atualmente, os Single-loops continuaram sendo de pequeno porte, mas evoluram
e deixaram de ser um dispositivo analgico, para ser digitais, possibilitando a utilizao de
microprocessadores e, conseqentemente, implementao de instrues mais avanadas
de controle de malha. Este avano tecnolgico tambm possibilitou a conexo de redes
industriais e o adjeto de entradas e sadas digitais nestes dispositivos, sendo isso
importante para a atuao dos equipamentos de automao industrial atuarem de forma
integrada.
Os Single-loops modernos podem operar desde em modo controle liga-e-desliga
at controle de malha mais avanado. Os controladores industriais que apresentam
tamanhos similares que os Single-Loops e podem implementar mais de uma malha de
controle, denomina-se Multi-loop.
A programao e a parametrizao do Single-loop atuais so realizadas pela
Interface Homem-Mquina (IHM) presente na parte frontal deste dispositivo, assim no
necessitando de microcomputadores e nem software de programao para a
implementao das aes de controle.
Ultimamente, os Single-loops so utilizados em poucas aplicaes industriais.
Mais precisamente, utiliza-se os Single-Loops em processos isolados no qual
controladores como CLPs e SDCDs so solues mais caras.
28
2.4.2 Controladores Lgicos Programveis - CLP
Durante a dcada de 50, nas indstrias manufatureiras, os dispositivos
eletromecnicos foram os recursos mais utilizados para efetuar controles lgicos e de
intertravamentos nas linhas de produo e em mquinas isoladas. Tais dispositivos so
baseados principalmente em rels (MIYAGI, 1996), tinham especial importncia na
indstria automobilstica em que a complexidade dos processos produtivos envolvidos
exigia, no raro, instalaes em painis e cabines de controle com centenas de rels e,
conseqentemente, um nmero maior ainda de interconexes deles.
Tais sistemas de controle, apesar de funcionais, apresentavam problemas de
ordem prtica bastante relevantes. Como as instalaes possuam uma grande
quantidade de elementos, a ocorrncia de uma falha qualquer significava o
comprometimento de vrias horas ou mesmo dias de trabalho de pesquisa e correo do
elemento faltoso. Alm disto, pelo fato de os rels apresentarem dimenso fsica elevada,
os painis ocupavam grande espao, o qual deveria ser protegida contra umidade, sobre
temperatura, gases inflamveis, oxidaes, poeira, etc.
Outro fator ainda comprometedor das instalaes a rels era o fato de que como
a programao lgica do processo controlado era realizada por interconexo eltrica com
lgica fixas, eventuais alteraes na mesma exigiam interrupes no processo produtivo a
fim de se reconectarem os elementos. Interrupes estas nem sempre bem-vindas na
produo industrial. Como conseqncia ainda, tornava-se obrigatria atualizao das
listas de fiao como garantia de manter a documentao do sistema.
Com o advento da tecnologia de estado slido, desenvolvida a princpio em
substituio s vlvulas a vcuo, alguns dispositivos transistorizados foram utilizados no
final da dcada de 50 e incio dos anos 60, sendo que tais dispositivos reduziam muitos
dos problemas existentes nos rels. Porm, foi com o surgimento dos componentes
eletrnicos integrados em larga escala, que novas fronteiras se abririam ao mundo dos
computadores digitais e, em especial s tecnologias para a automao industrial. Assim,
CLP foi idealizado pela necessidade de poder se alterar uma linha de montagem sem
que tenha de fazer grandes modificaes mecnicas e eltricas. A Figura 16 ilustra um
CLP.
29
Figura 16 - Exemplo de CLP.
O CLP nasceu praticamente dentro da indstria automobilstica, especificamente
na Hydronic Division da General Motors, em 1968 (MIYAGI, 1996).
A idia inicial do CLP foi de um equipamento com as seguintes caractersticas
resumidas:
Facilidade de programao;
Facilidade de manuteno;
Alta confiabilidade;
Dimenses menores que painis de Rels, para reduo de custos;
Envio de dados para processamento centralizado;
Preo competitivo;
Expanso em mdulos;
Mnimo de 4000 palavras na memria.
Pode-se dividir a histria do CLPs de acordo com o sistema de programao por
ele utilizado:
30
1a. Gerao: Os CLPs de primeira gerao se caracterizam pela programao
intimamente ligada ao hardware do equipamento. A linguagem utilizada era o Assembly
que variava de acordo com o processador utilizado no projeto do CLP, ou seja, para
poder programar era necessrio conhecer o hardware do projeto do CLP. Assim a tarefa
de programao era desenvolvida por uma equipe tcnica altamente qualificada,
gravando-se o programa em memria EPROM, sendo realizada normalmente no
laboratrio junto com a construo do CLP.
2a. Gerao: Surgem as primeiras Linguagens de Programao no to
dependentes do hardware do equipamento, possveis pela incluso de um Programa
Monitorao no CLP, o qual converte as instrues do programa, verifica o estado das
entradas, compara com as instrues do programa do usurio e altera o estados das
sadas. Os Terminais de Programao eram na verdade Programadores de Memria
EPROM. As memrias depois de programadas eram colocadas no CLP para que o
programa do usurio fosse executado.
3a. Gerao: Os CLP's passam a ter uma Entrada de Programao, onde um
Teclado ou Programador Porttil conectado, podendo alterar, apagar, gravar o
programa do usurio, alm de realizar testes e depuraes no equipamento e no
programa. A estrutura fsica tambm foi alterada para os Sistemas Modulares com
Bastidores ou Racks.
4a. Gerao: Com a popularizao e a diminuio dos preos dos
microcomputadores, os CLP's passaram a incluir uma entrada para a comunicao
serial. Com o auxlio dos microcomputadores a tarefa de programao passou a ser
realizada nestes. As vantagens eram a utilizao de vrias representaes das
linguagens, possibilidade de simulaes e testes, treinamento e ajuda por parte do
software de programao, possibilidade de armazenamento de vrios programas no
micro, etc.
5a. Gerao: Atualmente existe uma preocupao em padronizar protocolos de
comunicao para os CLP's, de modo a proporcionar que o equipamento de um
fabricante comunique com o equipamento outro fabricante, no s CLP's, como
Controladores de Processos, Sistemas Supervisrios, Redes Internas de Comunicao e
etc., proporcionando uma integrao a fim de facilitar a automao, gerenciamento e
desenvolvimento de plantas industriais mais flexveis e normalizadas, fruto da chamada
31
Globalizao. Existem Fundaes Mundiais para o estabelecimento de normas e
protocolos de comunicao.
Para a programao e parametrizao dos CLP's utilizado software de
programao instalados em microcomputadores, no qual as lgicas so implementadas a
partir da linguagem denominada Ladder, conforme ilustrado na Figura 17. A linguagem
de programao Ladder baseada na lgica de contato, utilizada em circuitos de contator
e rel de painis eltricos.
Na programao Ladder, semelhante aos diagramas de circuitos de rels, cada
contato ao assumir dois estados (fechado ou aberto), representa uma varivel boolana, ou
seja, uma varivel que assume dois estados: verdadeiro ou falso. Ao contrrio dos
circuitos eltricos de rel, a programao Ladder apenas uma representao lgica,
trabalhando somente com smbolos, no considerando a tenso envolvida nas barras de
alimentao nem a intensidade da corrente que normalmente um diagrama de circuito a
rel apresentaria.
Figura 17 - Linguagem de programao de Ladder.
2.4.2.1 Arquitetura do CLP
Um CLP constitudo basicamente de:
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Fonte de Alimentao;
CPU;
Memrias dos tipos fixo e voltil;
Dispositivos de entrada e sadas (cartes I/O);
Terminal de Programao;
FONTE DEALIMENTAO
Figura 18 - Principais partes do CLP.
A fonte de alimentao converte corrente alternada em continua para alimentar o
controlador. Caso falte energia, h uma bateria que impede a perda do programa do
usurio. Ao se retornar a energia, o programa se reinicia.
A Unidade Central de Processamento responsvel pela execuo do programa
do usurio, atualizao da memria de dados e memria-imagem das entradas e sadas.
As memrias podem ser divididas em quatro partes, memria EPROM, memria
do usurio, memria de dados e memria-imagem das entradas e sadas. A memria
EPROM contm o programa monitor elaborado pelo fabricante que faz o inicializao do
controlador, armazena dados e gerencia a seqncia de operaes. Este tipo de memria
no est acessvel ao usurio do controlador programvel. A memria do usurio
armazena o programa aplicativo do usurio. A CPU processa esse programa, atualiza a
memria de dados internos e imagem entrada e sadas e retorna novamente para essa
33
rea da memria. Ela possui dos estados: em operao, com varredura cclica; e parado,
quando se carrega o programa aplicativo no CLP. Na memria de dados so
encontrados os dados referentes ao processamento do programa do usurio, isto , uma
tabela de valores manipulveis. A memria-imagem das entradas e sadas reproduz os
estados dos perifricos ligados nas entradas e sadas do CLP.
Os mdulos de entradas e sadas correspondem aos cartes nos quais so feitos
as ligaes fsicas dos sensores, atuadores chaves, seletoras, botes, etc provenientes
do processo de controle.
O terminal de programao, normalmente, microcomputador, um acesso para
o usurio do CLP ter ao programa ou memria do CLP, normalmente pode ter esse
acesso via porta serial localizada na CPU. Uma outra possibilidade o CLP ter cartes
de comunicao de rede, tal como um carto de comunicao Ethernet.
2.4.2.2 Funcionalidade do CLP
Inicialmente os CLP foram desenvolvidos para controle de lgica de
intertravamento, conforme j descrito neste trabalho. Normalmente este tipo de controle
realizado em pontos especificos e isolados do processo industrial.
Com a evoluo da tecnologia dos CLP e seus componentes, e o advento dos
sistema supervisrios, possibilitou-se o desenvolvimento de Sistemas de Controle,
Supervisrio e Aquisio de Datas (SCADA). Este sistema destinado automao e
controle de processos com predominncia de sisnais discretos, e foram concebidos para
integrar diversas mdulos de entradas e sadas ligados em rede. Assim, o controle dos
processos passaram a ser integrados, ou seja, cada parte da planta industrial poderia
trocar informaes com a outra.
Atualmente, com a crescente reduo no custo do CLP e incorporao de
instrues funes cada vez mais avanadas como, por exemplo, lgica Fuzzy, controle
de batelada conforme ISA SP88, etc. observa-se o incremento de sua utilizao nas
indstrias em geral, independente de seu porte ou ramo de atividades. Os CLP
modernos so capazes de processar grande quantidade de informaes, controlando
sistemas de variveis discretas e continuas. Apesar desta evoluo, ainda no existem
aplicaes de controle Avanado utilziando como controlador o CLP.
A grande conseqncia desta evoluo tecnolgia o aumento da funcionalidade
e por conseqncia das aplicaes dos CLP, porm a configuraes dessas
34
funcionalidade so cada vez mais complexas e exigem do engenheiro de automao
investimento de tempo e recursos para implementar alguma destas.
2.4.3 Sistema Digital de Controle Distribudo - SDCD
Os Sistemas Digitais de Controle Distribudo (SDCDs) foram concebidos
inicialmente para substituir os Single-loops analgicos e incrementar novas
funcionalidades automao industrial. Sua principal aplicao foi nas indstrias de
processo contnuo como as indstrias qumicas, petroqumicas, etc.
O SDCD composto basicamente por um conjunto integrado de dispositivos que
se completam no cumprimento das suas diversas funes - o sistema controla e
supervisiona o processo produtivo da unidade. Utilizam-se tcnicas de processamento
digitais (discreto) em oposio ao analgico (contnuo), com o objetivo de proporcionar
uma manuteno no comportamento de um referido processo na planta da indstria,
dentro de parmetros j estabelecidos.
O sistema dotado de processadores e redes redundantes, normalmente
proprietria, e permite uma descentralizao do processamento de dados e decises,
atravs do uso de unidades remotas na planta. Alm disso, o sistema oferece uma IHM
que permite o interfaceamento com CLP, controladores PID, equipamentos de
comunicao digital e sistemas em rede.
atravs das Unidades de Processamento, distribudas nas reas, que os sinais
dos equipamentos de campo so processados de acordo com a estratgia programada.
Estes sinais, transformados em informao de processo, so atualizados em tempo real
nas telas de operao das Salas de Controle.
Os SDCDs foram introduzidos no mercado mundial em 1975, pioneiramente e
simultaneamente pelas empresas Honeywell, de origem norte-americana, e Yokogawa, de
origem japonesa, que desenvolveram respectivamente os sistemas TDC 2000 e
CENTUM. Posteriormente, no mesmo ano, a empresa US-based Bristol lanou o
sistema denominado UCS 3000. Em 1980, a empresa norte-americana Bailey
(atualmente conhecida como ABB) introduziu no mercado o sistema NETWORK 90.
35
Atualmente os SDCD utilizam linguagem de programao denominada Function
Block (exemplificado na Figura 19), na qual utilizados para a programao de lgicas e
parametrizao as estaes de Engenharia que compe o SDCD.
A Function Block um meio de programao que permite especificar algoritmos
ou conjuntos de aes aplicados aos dados de entrada. A estruturao desta
programao realizada atravs de conexes de blocos, e cada bloco possui uma funo
definida. Por exemplo, o bloco OR que executa a operao de lgica booleana OR.
Figura 19 - Linguagem de Programao de SDCD Function Block.
2.4.3.1 Arquitetura do SDCD
Um SDCD um sistema composto de diversos equipamentos, sendo que os
principais so:
Unidade de Controle de Processo (PCU);
Rede de comunicao entre PCU;
Rede de comunicao entre Estaes;
Estao de Operao;
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Estao de Engenharia;
Central de Dados;
A arquitetura de um SDCD tpico mostrada na Figura 20.
PCU PCU
REDE DE COMUNICAO ENTRE PCU (REDUNDANTE)
PCU
ESTAO DE OPERAOCENTRAL DE DADOS ESTAO DE OPERAO ESTAO DE ENGENHARIA
PCU (REDUNDANTE)REDE DE COMUNICAO ENTRE
Figura 20 - Arquitetura SDCD.
A programao da lgica e do controle, e a parametrizao do sistema so
realizadas na Estao de Engenharia do SDCD. As Estaes de Operao responsvel
pela superviso e operao do sistema quando este se encontra em funcionamento
controlando o processo, sendo que estas estaes no permitem parametrizaes ou
mudanas da lgica ou do controle do sistema.
A Central de Dados responsvel pela armazenagem de parmetros do sistema
e do histrico de algumas variveis do sistema. Este pode ser considerado um servidor
de dados do SDCD.
O SDCD possui basicamente dois nveis de rede, que normalmente apresenta
caracterstica determinstica e proprietrias. O primeiro nvel a rede responsvel pela
comunicao entre as PCU, na qual os controladores trocam informaes entres as reas
controladas. O segundo nvel a rede responsvel pela transmisso de informaes
entre PCU e as Estaes de Operao e Engenharia.
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A PCU funciona como sub-sistemas de controle do SDCD, ela possui arquitetura
semelhante aos CLPs conforme ilustrao.
Fonte de Alimentao;
CPU;
Memrias dos tipos fixo e voltil;
Dispositivos de entrada e sadas (cartes I/O);
PCU
FONTE DE
Figura 21 - Arquitetura do PCU.
Igualmente como o CLP, a fonte de alimentao converte corrente alternada em
continua para alimentar o controlador. Caso falte energia, h uma bateria que impede a
perda do programa do usurio. Ao se retornar a energia, o programa se reinicia.
A Unidade Central de Processamento responsvel pela execuo do programa
do usurio, atualizao da memria de dados e memria-imagem das entradas e sadas.
As memrias podem ser divididas em quatro partes, memria EPROM, memria
do usurio, memria de dados e memria-imagem das entradas e sadas. A memria
EPROM contm o programa monitor elaborado pelo fabricante que faz o inicializao do
controlador, armazena dados e gerencia a seqncia de operaes. Este tipo de memria
no est acessvel ao usurio do controlador programvel. A memria do usurio
armazena o programa aplicativo do usurio. A CPU processa esse programa, atualiza a
memria de dados internos e imagem entrada e sadas e retorna novamente para essa
rea da memria.
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Os mdulos de entradas e sadas correspondem aos cartes nos quais so feitos
as ligaes fsicas dos sensores, atuadores chaves, seletoras, botes, etc provenientes
do processo de controle.
2.4.3.2 Funcionalidade do SDCD
Inicialmente os SDCDs era empregados para controle de plantas indstrias de
processos contnuos que possuem predominncia sinais analgicos. Ao contrrio dos
CLP, os SDCDs foram desenvolvidos de forma integrada, sendo implementados para
controlar deste parte de uma planta industrial at mesma a planta inteira.
Ao decorrer da evoluo tecnolgica, os SDCDs tiveram seu custo reduzido e
diminuiram seu porte fsico, sendo que atualmente um SDCD possui tamanho simular ao
CLP.
Devido a sua configurao mais complexa, os SDCDs so capazes de realizar
funcionalidades mais complexas como MES (normalizados pela ISA SP 95), que consiste
na organizao do fluxo de informaes, e permite o gerenciamento do processo
produtivo pelo sistema coorporativo, e at mesmo aplicaes mais sofisticadas como o
controle Avanado.
2.4.4 Convergncia das Tecnologias de Automao Industrial
Historicamente, os SDCD foram fortemente difundidos na automao de
indstrias de processo contnuos, por outro lado os CLP foram empregados na indstria
manufatureira. Todavia, com os avanos tecnolgicos tanto no campo da microeletrnica
quando no campo da informtica resultou na convergncia das tecnologias de automao
industrial.
Atualmente um CLP possui funcionalidades que antes s eram possveis aos
SDCD, ainda se agregado s tecnologias das redes indstrias de protocolo aberto, os
CLPs podem realizar funes antes apenas dedicadas aos SDCDs. Por outro lado, os
SDCDs tiveram seu custo reduzido ao longo dos anos e deixaram de possuir redes de
comunicao com protocolo fechado.
Atualmente, devido a protocolos de comunicao abertos e redes no
proprietrias, os sistemas de automao industrial modernos utilizam-se equipamentos de
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diversos fabricantes. As sistemas de automao industrial que utilizam controladores do
tipo SDCD e CLP em conjunto so denominados sistemas hbridos.
Os sistemas hbridos no possuem influncia direta nas instrues PID, j que
funcionalmente a atuao em conjunto dos cotnroladores no afeta o desempenho
induvidual de cada controlador. Mas os sistemas hbridos fornecem uma flexibilidade na
soluo de automao industrial muito importante atualmente.
Como as instrues PID no apresentam caracteristicas diferentes de uma
instruo PID implementa em outros controladores, tambm recomenda-se a utilizao da
metodologia sugerida neste trabalho de pesquisa para aferir os sistemas hbridos.
2.5 Instrues PID em Controladores Comerciais
As instrues PID apresentadas no captulo 2.2.3.2. so padres de
implementao das equaes PID. Porm, para utilizao em processos industriais,
alguns detalhes devem ser considerados para garantir a funcionalidade e
operacionalidade do sistema de controle. Adicionalmente, cada fabricante implementa o
algoritmo de forma particular, de acordo com a tecnologia desenvolvida pelo mesmo.
Dessa forma, grande o nmero de parametrizaes de controladores PID existentes em
plataformas comerciais e operando diariamente nas indstr