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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
A INOVAÇÃO E A GESTÃO DAS
EMPRESAS EMBRIONÁRIAS DE INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA: UMA ANÁLISE DO PROCESSO
DE PRÉ-INCUBAÇÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Paulista - UNIP para obtenção do
título de mestre em Engenharia de Produção.
DEMÉSIO CARVALHO DE SOUSA
SÃO PAULO
2015
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
A INOVAÇÃO E A GESTÃO DAS
EMPRESAS EMBRIONÁRIAS DE INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA: UMA ANÁLISE DO PROCESSO
DE PRÉ-INCUBAÇÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Paulista - UNIP para obtenção do
título de mestre em Engenharia de Produção.
Orientador: Profº Dr. Rodrigo Franco Gonçalves
Área de Concentração: Redes de Empresas e
Planejamento da Produção.
Projeto de Pesquisa: Gestão do Conhecimento e
formação de núcleos e redes no empreendedorismo
de inovação.
DEMÉSIO CARVALHO DE SOUSA
SÃO PAULO
2015
Sousa, Demésio Carvalho.
A inovação e a gestão de empresas embrionárias de inovação tecnológica: uma análise do processo de pré-incubação / Demésio Carvalho Sousa. - 2015. 79 f.: il. color.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista, São Paulo, 2015. Área de Concentração: Redes de Empresas e Planejamento da Produção. Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Franco Gonçalves.
1. Inovação tecnológica. 2. Incubadoras. 3. Parque tecnológico. I. Gonçalves, Rodrigo Franco (orientador). II. Título.
DEMÉSIO CARVALHO DE SOUSA
A INOVAÇÃO E A GESTÃO DAS
EMPRESAS EMBRIONÁRIAS DE INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA: UMA ANÁLISE DO PROCESSO
DE PRÉ-INCUBAÇÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Paulista - UNIP para obtenção do
título de mestre em Engenharia de Produção.
Data de aprovação: _____/_____/_____
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Profº Dr. André Leme Fleury
Poli - USP (Convidado)
____________________________________________
Profº Dr. José Benedito Sacomano
Universidade Paulista - UNIP
____________________________________________
Profº Dr. Rodrigo Franco Gonçalves
Universidade Paulista - UNIP
DEDICATÓRIA
“À minha família, amigos e professores, pela orientação e empenho, vocês fizeram e fazem a
diferença na minha vida, hoje, sou uma pessoa melhor que ontem, amém”
AGRADECIMENTOS
“À minha mãe Cleonice Carvalho de Sousa que me deu a vida, e nela me auxilia em todos os
momentos, minha esposa Helenilsa de Sousa, minhas irmãs Rosemari, Jocilene e Jorlene pela
paciência e compreensão, meu nobre amigo e mestre prof. Paulo Fernando Minotti, minha
amiga Liliam Sayuri Sakamoto, e um agradecimento especial aos meus professores Dres.
Rodrigo Franco Gonçalves , José Benedito Sacomano, Jair Minoro Abe, Oduvaldo
Vendrametto, Pedro Luiz Costa Neto, João Gilberto, Mario Mollo Neto, Irenilza Naas e
Ivanir Costa, e o meu muito obrigado a todas as pessoas que participaram direta ou
indiretamente do meu aprendizado educacional”
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar aspectos do impacto da inovação para o
desenvolvimento dos países/nações e analisar a gestão das empresas embrionárias de inovação
tecnológica - EEIT, através da análise do processo de pré-incubação. Utilizam-se como
métodos de pesquisa a análise horizontal e vertical da literatura e, a partir desta, o estudo da
aplicação da Lógica Paraconsistente Anotada e o Estudo de Caso para estruturação dos dois
artigos acadêmicos, que compõe a estrutura final desta dissertação. A pesquisa analisa o
cenário das patentes, segundo as métricas do Índice Global de Inovação - GII e do Fórum
Mundial da Economia - WEF e o processo de pré-incubação de empresas embrionárias de
inovação tecnológica, apresentando o ponto de vista dos gestores e empreendedores de um
Parque Tecnológico e de duas Incubadoras de empresas de base tecnológica, utilizando como
base de estudo o modelo de hélice tríplice. A primeira parte da pesquisa identifica em função
dos resultados obtidos através do estudo da análise do impacto das patentes no GII, que as
nações que apresentam propostas para melhorar o registro de suas inovações têm uma
condição mais favorável para desenvolvimento local e regional e, por consequência podem
melhorar sua posição no ranking global de inovação do GII. A segunda parte da pesquisa
apresenta os aspectos relevantes para que o empreendedor tenha sucesso no processo de pré-
incubação de sua EEIT. O estudo de caso apresenta o ponto de vista dos gestores e dos
empreendedores e o que eles consideram como aspectos relevantes para aprovação no
processo de pré-seleção e, busca tentar dirimir as dúvidas existentes neste processo. Conclui-
se que, falta de planejamento prévio, gestão deficiente do negócio, insuficiências de políticas
de apoio, flutuações na conjuntura econômica e problemas pessoais dos proprietários, podem
levar o empreendedor ao fechamento ou reprovação no processo de seleção de sua EEIT.
Palavras Chave: Inovação tecnológica. Incubadoras. Parque tecnológico.
ABSTRACT
The present work aims to analyze aspects of the impact of innovation for the development of
countries/Nations and analyze the management of embryonic companies of technological
innovation-EEIT, by examining the pre-incubation process. Used as methods of horizontal
and vertical analysis research of literature and, from this, the study of application of
Paraconsistent logic noted and the case study for the structuring of the two scholarly articles,
which makes up the final structure of this dissertation. The research analyzes the set of
patents, according to the metrics of the Global Innovation Index-GII and World Economic
Forum-WEF and the pre-incubation process of embryonic companies of technological
innovation, presenting the point of view of managers and entrepreneurs of a technological
park and two Incubators of enterprises of technological basis, using as a base to study the
triple helix model. The first part of the survey identifies in the light of the results obtained
through the study of analysis of the impact of patents on the GII, that Nations that present
proposals to improve the record of his innovations have a more favorable condition for local
and regional development and consequently can improve its position in the global ranking of
innovation of the GII. The second part of the research presents relevant aspects for the
successful entrepreneur in the pre-incubation process your EEIT. The case study presents the
point of view of managers and entrepreneurs and what they consider as relevant aspects for
approval in the pre-selection process and seeks to try resolve the doubts existing in this
process. It is concluded that lack of prior planning, poor management, insufficient business
support policy, fluctuations in economic and personal issues of the owners, can lead the
entrepreneur to closing or disapproval in the selection process of your EEIT.
Keywords: Technological innovation. Incubators. Technology park.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Histórico de algumas aplicações da Lógica Paraconsistente Anotada ................... 22
Tabela 2 – Indicadores GII - 2013 ............................................................................................ 27
Tabela 3 – Pesos dos indicadores PARALPK .......................................................................... 28
Tabela 4 – Artigos do portfólio bibliográfico final .................................................................. 31
ARTIGO 1
Tabela 1 – Indicadores do GII 2013 ......................................................................................... 42
Tabela 2 – Indicadores selecionados do relatório GII .............................................................. 43
Tabela 3 – Normatização do primeiro par de indicadores ........................................................ 43
Tabela 4 – Normatização do segundo par de indicadores ........................................................ 43
Tabela 5 – Normatização do terceiro par de indicadores ......................................................... 44
Tabela 6 – Graus de indicadores de certeza e incerteza ........................................................... 44
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Objetivos e Escopo da pesquisa .............................................................................. 14
Figura 2 – Mapa geral da pesquisa ........................................................................................... 15
Figura 3 – QUPC em doze regiões ........................................................................................... 23
Figura 4 – Sistema de análise paraconsistente ......................................................................... 24
Figura 5 – Inovação e o PARALPK ......................................................................................... 25
Figura 6 – Comparison of scores (Brasil e China) ................................................................... 26
Figura 7 – Comparison of scores (China e Rússia) .................................................................. 26
Figura 8 – Scores (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul) - BRICS .............................. 27
Figura 9 – Modelo Hélice Tríplice ........................................................................................... 32
Figura 10 – Delimitação do estudo ........................................................................................... 34
Figura 11 – Esquema de investigação: Estudo de caso ............................................................ 35
ARTIGO 1
Figura 1 – Os subpilares de grande divergência na pontuação entre países BRICS ................ 38
Figura 2 – Sistema de análise paraconsistente ......................................................................... 41
Figura 3 – Algoritmo para-analisador ...................................................................................... 41
Figura 4 – Quadrado unitário do plano cartesiano ................................................................... 45
Figura 5 – Quadrado unitário do plano cartesiano ................................................................... 45
LISTA DE ABREVIATURAS
ANPROTEC- Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores.
APL - Arranjos Produtivos Locais
CIETEC - Centro Incubador de Empresas de Base Tecnológica
CT&I- Ciência Tecnologia e Inovação
EEIT - Empresas Embrionárias de Inovação Tecnológica
EPO - Escritório Europeu de Patentes
FUNTTEL - Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações
GCI - Índice de Competitividade Global
GII -Índice Global de Inovação
ICT - Instituto de Ciência e Tecnologia
INSEAD - A Escola de Negócios para o Mundo
LPI - Lei da Propriedade Industrial
MC - Ministério das Comunicações
MCTI - Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação
MDICE - Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior
NIT - Núcleo de Inovação Tecnológica
OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
PARQTEC - Parque Tecnológico
PITCE - Política Industrial e Tecnológica Comércio Exterior
USP - Universidade de São Paulo
WEF - Fórum Mundial de Economia
WIPO - Organização Mundial da Propriedade Intelectual
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11
1.1 Contexto e problematização ....................................................................................... 11
1.2 Questões de pesquisa ................................................................................................. 12
1.3 Objetivos e Escopo .................................................................................................... 13
1.4 Organização do Trabalho ........................................................................................... 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 17
2.1 Inovação e Tecnologia ............................................................................................... 17
2.2 Inovação Tecnológica ................................................................................................ 18
2.3 Lógica Paraconsistente Anotada ................................................................................ 21
2.3.1 As ferramentas para auxiliar a avaliação qualitativa paraconsistente ................ 22
2.3.2 As ferramentas da LPA2V .................................................................................. 22
2.3.3 QUPC - O quadrado unitário do plano cartesiano .............................................. 24
2.3.4 Aplicação da LPA2V neste trabalho .................................................................. 24
2.3.5 Relatórios e gráficos no método clássico do GII ................................................ 25
2.3.6 Aplicação da Lógica Paraconsistente Anotada ................................................... 28
2.4 Núcleos de Inovação Tecnológica - NIT ................................................................... 29
2.5 Leis e Políticas de Inovação ....................................................................................... 30
2.6 Hélice Tríplice ........................................................................................................... 30
3 MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................................. 33
3.1 Tipo de pesquisa ........................................................................................................ 35
3.2 Estratégia de pesquisa ................................................................................................ 35
3.3 Parâmetros éticos e limitações da pesquisa ............................................................... 36
4 ARTIGO1: Análise do impacto das patentes no índice global de inovação com
aplicação de lógica paraconsistente anotada ........................................................................ 37
5 ARTIGO 2: Parques tecnológicos e Incubadoras: Uma análise do processo de pré-
incubação de empresas de base tecnológica ......................................................................... 47
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 71
6.1 Discussão Final .......................................................................................................... 71
6.2 Conclusão ................................................................................................................... 71
6.3 Limitações e aspectos não abordados ........................................................................ 72
6.4 Continuidade do trabalho e estudos futuros ............................................................... 73
7 ANEXOS .......................................................................................................................... 74
8 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 75
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contexto e problematização
O crescimento econômico dos países desenvolvidos através do investimento em
inovação tecnológica tem sido verificado a partir de meados dos séculos XX e XXI, conforme
evidenciado nos relatórios da Global Innovation Index (GII, 2013), Global Competitives
Innovation (GCI, 2013), World Intellectual Property Organization (WIPO, 2013), The
Business School for the World (INSEAD, 2013) World Economic Forum (WEF, 2014) e a
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2014). Esta situação
está atrelada às novas tecnologias e ao novo papel das pequenas e médias empresas na
geração de emprego e renda, através do empreendedorismo em alta tecnologia. (INZELT,
2004; ETZKOWITZ, 2005; LEYDESDORFF et al., 2012).
O tema “inovação” é bem abrangente, porém, foi delimitado a partir do problema
apresentado em 1960 pelos países membros da OCDE, que buscavam adotar um sistema
padrão de avaliação da Pesquisa e Desenvolvimento e que deu origem ao Manual de Frascati
em 1963 e por consequência ao Manual de Oslo, sendo seguidos pelo Manual do Fórum
Mundial de Economia (WEF, 2014) e pelos Relatórios do Índice Global de Inovação (GII,
2014). Estes documentos norteiam medir a competitividade entre as nações comparando suas
melhores práticas; todos seguem as diretrizes estabelecidas pela OCDE em 1960, e suas
atualizações e sistemas de avaliação estão disponíveis na internet, com domínio público.
Neste contexto, nota-se o modelo de Hélice Tríplice da Inovação de Leydesdorff e
Etzkowitz (2000), este propõe que um ambiente de inovação necessita da integração entre
universidades, empresas e governo. Este é o modelo mais citado, segundo um estudo
biblimétrico realizado sobre o tema inovação Rossa et al., (2013). O modelo de hélice tríplice
visa avaliar os impactos das interações entre universidades, indústria e governo
(ETZKOWITZ, 2009).
Desta forma, segundo pesquisa realizada pela Associação Nacional de Entidades
Promotoras de Empreendimentos Inovadores em parceria com o Ministério de Ciência
Tecnologia e Inovação - MCTI e o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas
e Parques Tecnológicos - PNI, nota-se no Brasil a presença de 384 incubadoras, que são
12
responsáveis por 2509 empresas graduadas, empregando em média 29.205 pessoas, resultando
em um faturamento anual de R$ 4,1 bilhões (ANPROTEC, 2012).
Relata-se que as Incubadoras de empresas atuam nos setores de Tecnologia,
Tradicional, Mista, Cultural, Social, Agroindustrial e de Serviços. As incubadoras de base
tecnológica, ou incubadoras tecnológicas respondem por 40% do total de incubadoras
registradas na pesquisa, ou seja, aproximadamente 154 incubadoras (ANPROTEC, 2012).
A missão de uma das incubadoras pesquisadas, segundo análise documental é “A
missão do centro incubador é incentivar o empreendedorismo, a inovação tecnológica e apoiar
a criação, o fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica”, e a de um
Parque Tecnológico é “Institucionalizar a transferência de tecnologia da academia para o setor
produtivo”. (BRASIL. MCTI, 2014).
As incubadoras de empresas de base tecnológica e os parques tecnológicos constituem
dois mecanismos de apoio à inovação e ao desenvolvimento local e regional, porém, nota-se
que ainda são tratados de forma independente e desconecta. (ETZKOWITZ 2005; KWON et
al., 2012).
A apresentação dos aspectos relevantes provenientes da análise do processo de pré-
incubação de Empresas Embrionárias de Inovação Tecnológica - EEIT é uma das variáveis
que devem ser pesquisadas neste contexto de inovação e inovação tecnológica, e segundo
dados provenientes do (WEF, 2014) os países emergentes para sustentação de suas políticas
empresariais, industriais e/ou econômica visando o crescimento, têm o dever de
primeiramente entender o desafio da inovação tecnológica e devem criar leis e políticas de
incentivo para as instituições de ensino e pesquisa, empresas e governo.
Esta dissertação visa analisar o impacto das patentes no desenvolvimento de um país e
o processo de pré-incubação de empresas embrionárias de inovação tecnológica, apresentando
o ponto de vista dos gestores e empreendedores das unidades pesquisadas.
1.2 Questões de pesquisa
Neste contexto, estabelecem-se as seguintes questões de pesquisa:
13
1. Analisar o cenário da inovação através das métricas do GII? Esta questão é
desenvolvida e delimitada no primeiro artigo acadêmico desta dissertação,
segundo indicadores do Índice Global de Inovação - GII e do Fórum Mundial da
Economia - WEF.
2. Identificar quais são os aspectos relevantes para que o empreendedor tenha
sucesso no processo de pré-incubação? Esta questão é desenvolvida e delimitada
no segundo artigo acadêmico desta dissertação, resultado de um estudo de caso
realizado em um Parque Tecnológico e duas Incubadoras de empresas de base
tecnológica.
1.3 Objetivos e Escopo
Este trabalho tem os seguintes objetivos:
a) Analisar o cenário da inovação através dos indicadores de patentes, segundo do
GII.
b) Analisar o processo de pré-incubação de Empresas Embrionárias de Inovação
Tecnológica - EEIT.
c) Apresentar o ponto de vista dos gestores e empreendedores de um Parque
Tecnológico e das Incubadoras selecionadas.
A figura 1 apresenta os objetivos e escopo desta pesquisa. O estudo do tema inovação
é delimitado, segundo as métricas utilizadas pelo GII e o WEF para análise do impacto das
patentes na competitividade das nações, e resulta no primeiro artigo acadêmico desta
dissertação. Neste mesmo arcabouço teórico relata-se a importância dos Parques Tecnológicos
e das Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica e resulta no segundo artigo acadêmico,
que busca analisar o processo de pré-incubação de empresas de base tecnológica e apresentar
o ponto de vista dos gestores e empreendedores das instituições a serem pesquisadas.
O estudo apresenta dois artigos acadêmicos correlatos ao tema inovação, com um
enfoque mais aprofundado no estudo do processo de pré-incubação de EEIT e o modelo de
Hélice Tríplice - HT.
14
Figura 1 – Objetivos e Escopo da pesquisa
Fonte: Elaborado pelo autor.
As considerações finais desta dissertação devem apresentar as limitações e aspectos
não abordados nesta dissertação, bem como continuidade do trabalho e estudos futuros.
1.4 Organização do Trabalho
Este trabalho está dividido em oito capítulos:
1. Introdução: Neste capítulo relata-se uma introdução objetiva sobre o tema inovação
tecnológica, sua relevância em um cenário mundial, responde a primeira questão de pesquisa
que visou: “Analisar o cenário da inovação através das métricas do GII?”, para esta análise
inicial foram adotadas as métricas utilizadas pelo The Business Scholl for the World do
Global Index Innovation (GII, 2014) e no tocante ao impacto da inovação no desenvolvimento
econômico das nações foi utilizado o ranking do The Global Competitiveness (GCI, 2014)
Report 2012-2013 do World Economic Forum (WEF, 2014). Segundo as metodologias
adotadas por estas instituições, é possível instituir um ranking de inovação entre as nações,
resultado da parceria da OCDE, WIPO e INSEAD, onde foi analisado o impacto das patentes,
seguido pela aplicação de um estudo de caso em um Parque Tecnológico e duas incubadoras
de empresas de base tecnológica, abordando o tema inovação e hélice tríplice, respondendo à
segunda questão de pesquisa que visou “Identificar quais são os aspectos relevantes para que
o empreendedor tenha sucesso no processo de pré-incubação?”.
15
Esta pesquisa deve estimular novas reflexões sobre as estratégias dos Parques
Tecnológicos e Incubadoras para com os empreendedores, com enfoque no modelo de hélice
tríplice, que busca integrar os três atores: universidade, empresa e governo, em um ambiente
competitivo e inovador, analisando o processo de pré-incubação de empresas de base
tecnológica.
A delimitação e interação destes atores: universidades, empresa e governo, que estão
relacionados ao tema Inovação, resultou em um arcabouço teórico onde foram analisadas
algumas métricas que são utilizadas mundialmente para aumento da competitividade das
nações, quando analisado o impacto da inovação e a importância dos Parques Tecnológicos e
das Incubadoras de empresas de base tecnológica para o desenvolvimento econômico das
nações, sendo associado ao modelo de hélice tríplice da inovação.
Após a varredura horizontal da literatura, legislações, manuais e órgãos de fomento a
ensino e pesquisa, foi possível delimitar a pesquisa e definir o Mapa Geral da Pesquisa,
conforme figura 2.
Figura 2 – Mapa geral da pesquisa
16
Fonte: Elaborado pelo autor.
2. Fundamentação teórica: A fundamentação teórica tem como base uma análise horizontal
e vertical do cenário da inovação e tecnologia, inovação tecnológica, lógica paraconsistente
anotada, núcleos de inovação tecnológica, leis e políticas de inovação no Brasil e o modelo
hélice tríplice, sendo seguidas pelo arcabouço teórico proveniente dos artigos acadêmicos que
apresentam uma revisão da literatura, apresentando o estado da arte sobre os temas inovação,
patentes, índice global de inovação, inovação e competitividade, parques tecnológicos e
empresas de base tecnológica. Esta fundamentação teórica associada à busca de artigos
acadêmicos com análises bibliométricas proporcionou um melhor entendimento para
elaboração dos artigos acadêmicos e serve como base para pesquisas futuras.
3. Método de pesquisa: Neste capítulo apresentam-se as metodologias que foram utilizadas
na pesquisa, de forma resumida.
Método 1: Análise horizontal e vertical da literatura.
Método 2: Lógica paraconsistente anotada, para analisar o impacto das patentes,
segundo os indicadores do GII, com foco no desenvolvimento das nações pela
inovação.
Método 3: Estudo de Caso.
4. Artigo 1: Análise do impacto das patentes no índice global de inovação, com aplicação de
lógica paraconsistente anotada.
5. Artigo 2: Parques Tecnológicos e Incubadoras: Uma análise do processo de pré-incubação
de empresas de base tecnológica.
6. Considerações finais: Este capítulo busca discutir os resultados obtidos, por meio de uma
análise detalhada da dissertação, fazendo correções e declarando as limitações do estudo.
7. Anexos: Outros artigos publicados.
8. Referências: São apresentados referenciais teóricos na dissertação e artigos.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Inovação e Tecnologia
A palavra inovação vem do latim innovatione, que significa renovado ou tornado novo
segundo os autores Barbieri (2011); OCDE (2014). A inovação pode ser entendida de diversas
maneiras e olhares. Nesta dissertação adota-se o ponto de vista do pesquisador Schumpeter
(1955), que ressaltou em suas análises sobre o tema inovação, como sendo a atividade de
transformação, quando se descreve a necessidade de se destruir o velho para construir o novo
e atingir um novo nicho de mercado, e, assim manter o desenvolvimento econômico.
A inovação pode ser classificada em três divisões, podendo ser radical, incremental e
desruptiva. A inovação radical baseia-se em novos conjuntos científicos e de engenharia,
como desenvolvimento e introdução de um novo produto, processo ou forma de organização
da produção inteiramente novos, e incremental, esta se refere ao aprimoramento que se realiza
em um produto, processo ou serviço, quando da introdução de alterações relativamente
simples ou menores em relação ao produto existente, aproveitando e reforçando o potencial
do design existente. (FREEMAN, 1987; HERDERSON; CLARK, 1999; DAMANPOUR,
2009; REIS, 2004; TIDD; BESSANT; BESSANT E PAVITT, 2005).
Um dos objetivos desta dissertação é analisar o impacto da inovação na
competitividade entre as nações, através da análise dos indicadores do Índice Global de
Inovação GII e a correlação da Inovação com os Parques Tecnológicos e Incubadoras de
Empresas de Base Tecnológica, desta forma, adota-se uma das definições de tecnologia para
fundamentação teórica.
O termo tecnologia tem uma ampla conotação e refere-se às técnicas, métodos,
procedimentos, ferramentas, equipamentos e instalações que concorrem para a realização e
obtenção de um ou vários produtos. O termo implica o que fazer, por quem, por que, para
quem e como fazer. Em geral, divide-se a tecnologia em duas grandes categorias: tecnologia
de produto e tecnologia de processo. As de produto são aquelas cujos resultados são
componentes tangíveis e facilmente identificáveis, tais como: equipamentos, instalações
físicas, ferramentas, artefatos, etc. As de processo são aquelas em que se incluem as técnicas,
métodos e procedimentos utilizados para se obter um determinado produto (FINEP, 2015).
18
Esta é uma das diversas definições para o termo tecnologia, porém, será adotada esta
terminologia devido a estar mais associada à definição de inovação tecnológica utilizada nesta
pesquisa.
2.2 Inovação Tecnológica
A inovação tecnológica esta sendo tratada como fator determinante para o sucesso e
para o desenvolvimento econômico das nações, em alguns casos sendo invocada como
estratégia competitiva (OCDE, 2014).
No Brasil a inovação tecnológica teve o início dos trabalhos com maior ênfase a partir
do ano 2000, quando o governo faz uma abertura e coloca como pauta a necessidade de uma
abordagem no tocante à Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior - PITCE,
sendo que esta iniciativa resultou na apelidada “Lei da Inovação” - Lei nº 10973/4 e foi
promulgada em 2005.
Após esta iniciativa do Governo Federal foram sendo criados decretos estaduais, frutos
do projeto São Paulo competitivo, este, aqui sendo relatado por ser o estado que mais investe
em Pesquisa e Desenvolvimento. Devido a alta complexidade do entendimento do termo
Inovação Tecnológica foram seguidas as bases para um movimento de Inovação Tecnológica
no Brasil Ades e Plonski (2009). Os autores relatam que existe a necessidade de uma
compreensão do que é (e do que não é) inovação tecnológica, sendo esta uma das bases de seu
estudo, desta forma podemos avaliar que nos diferentes setores a inovação tecnológica é
conceituada de maneiras distintas na agricultura, indústria e serviços.
Freeman (1982) estudioso da inovação relata que um dos problemas em geri-la é a
variedade de entendimentos que as pessoas têm desse termo, frequentemente confundindo-o
com invenção. Inovação é o processo de tornar oportunidades em novas ideias e colocar estas
práticas em uso extensivo. Drucker (1986) relata que a inovação não precisa ser técnica, não
precisa sequer ser uma ‘coisa’. Poucas inovações técnicas podem competir, em termos de
impacto, com as inovações sociais, como o jornal ou o seguro. Fuck e Vilha (2011), retratam
as dimensões e abrangência do termo inovação, que segundo eles representa uma tentativa de
descrever de forma dinâmica a interação entre os aspectos ambientais, sociais e econômicos,
relatadas também por Elkington (2012) no Triple Botton Line, que em seus estudos
apresenta estas três variáveis como sendo os pilares da sustentabilidade.
19
A inovação e sua correlação são tratadas como um dilema, devido ao aspecto
tecnológico ser um diferencial competitivo para as empresas e nações. O termo gestão da
inovação tecnológica está diretamente ligado aos aspectos econômicos, e também são
abordados temas correlacionados a ensino e pesquisa científica e tecnológica. Uma conclusão
de Fuck e Vilha (2011) cita a importância da inclusão da palavra “inovação” quando da
alteração do nome do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para (MCTI) Ministério da
Ciência Tecnologia e Inovação, conforme a Lei de Inovação Tecnológica nº 10973/2004,
principal referencial legal do tema e que foi promulgada em 2005, sendo que o seu objetivo é
efetivar a atuação das Universidades, Institutos de Pesquisa e Empresas privadas, focando em
pesquisas científicas e tecnológicas. (BRASIL. MCTI, 2014).
É relatado por Porter (1989) que a vantagem competitiva é colocada como diferencial
para a sustentabilidade das empresas e a inovação tecnológica não pode ser tratada como um
processo estático e sim muito complexo devido à amplitude de suas definições e as incertezas
do cenário econômico mundial.
Existem segmentos que se utilizam da inovação tecnológica como diferencial
competitivo, sendo os seus maiores investidores os segmentos da Indústria automobilística
(incremento da robótica), Telefonia (terceiro setor) e Serviços (terceiro setor). (DIACONU,
2011).
Relata-se que inovar é produzir outras coisas, ou as mesmas coisas de outra maneira,
combinar diferentemente materiais e forças, enfim realizar novas combinações. Schumpeter,
(1982). O mesmo autor também retrata a concorrência como fator decisivo para o
investimento em Pesquisa e Desenvolvimento. No cenário atual vislumbra-se a globalização
e a busca pela excelência na competição entre países. (GII; WEF, 2014).
Porter (1989) relata que as ameaças de um ambiente competitivo, podem ser avaliadas
em suas cinco forças que dirigem o mercado, elas sempre devem ser consideradas para análise
e um melhor entendimento do ambiente empresarial e mercadológico de concorrência. Devido
à complexidade do tema relacionado à inovação foi necessária a criação da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), voltada exclusivamente para relatar
com fatos e dados às atividades de Ciência Tecnologia e Inovação (CT&I) na Europa e conta
em 2014 com 33 membros ativos.
20
A inovação que uma empresa pode produzir pode ser classificada de quatro formas
sendo: Inovações mercadológicas, Inovações organizacionais, Inovações de produto e
Inovações de processo (MANUAL DE OSLO, 2005).
Nota-se que as inovações tecnológicas de norteiam este processo podem ser avaliadas
através da implementação da robótica nas linhas de produção da indústria automobilística,
desta forma, apresenta-se um incremento no modelo fordista de linha de produção,
Crisóstomo, et al., (2011), estando esta afirmação alinhada com a definição do pesquisador
Diaconu.
É relatado por Vanderstraeten e Matthyssens (2012), em seu artigo publicado na
revista Technovation que a inovação tecnológica está dividida em dois segmentos, pode ser
classificada como rígida e incremental.
O entendimento deste cenário é tratado como um desafio pelos autores Plonski (2006),
Fuck e Vilha (2011) e está listado a seguir:
a) Complexidades do entendimento correto dos conceitos de Inovação e Criação;
b) Análise dos sistemas de tecnologia no cenário brasileiro e mundial norteando a
competitividade;
c) Política industrial brasileira e a Pesquisa e Desenvolvimento; e
d) Movimento de Inovação Tecnológica.
A análise do cenário e do termo inovação norteia a implementação de suas práticas, ou
seja, tem se tornado um diferencial competitivo e de sucesso para a sustentabilidade das
empresas e demais partes interessadas, nos dias atuais a literatura internacional coloca o termo
stakeholders, sendo uma de suas traduções clientes e partes interessadas, desta forma, toda a
sociedade é parte interessada em questões que tangem a implementação de Ciência,
Tecnologia e Inovação. Neste cenário, pode-se avaliar que os países economicamente
desenvolvidos estão na vanguarda deste complexo e sistêmico processo de inovação. (GII,
2014).
Os países emergentes para sustentação de sua política empresarial, industrial e/ou
econômica visando o crescimento, têm o dever de primeiramente entender o desafio inovação
tecnológica e criar leis e políticas de incentivo para as instituições de ensino e pesquisa,
empresas e governo (WEF, 2014).
21
Relata-se que a capacidade de interação destes órgãos tão distintos e interdependentes
neste sistema, foi uma das causas que resultaram na inserção do termo “cooperação” na sigla
OCDE (OCDE, 2014).
Os artigos atuais sobre este cenário começam a tratar e inserir aspectos no tocante a
marketing e sustentabilidade para entendimento do complexo paradigma, sendo justificado
pelos trabalhos dos autores a seguir (TIDD et al., 2008).
Tidd et al., (2008) relata que o entendimento da inovação tecnológica se compara a
taxonomia e o cenário deve ser avaliado como um organismo vivo em processo de evolução
contínua e com alta complexidade. A inovação pode ser considerada dependente da geração
de conhecimentos científicos e tecnológicos.
2.3 Lógica Paraconsistente Anotada
A lógica paraconsistente apresenta em seu histórico, por volta de 1910, os estudos de J.
Lukasiewicz e N.A. Vasilév, que simultaneamente de maneira independente, apresentaram
seus estudos sobre lógicas diferentes das clássicas. Vasilév batizou seus estudos de lógica
imaginária, já em 1948, Jàskowski formalizou com base na lógica discursiva um cálculo
proporcional paraconsistente denominado cálculo proposicional discursivo. Neste mesmo
período, Newton Carneiro Afonso da Costa apresentou vários estudos sobre a aplicação de
sistemas paraconsistentes, contendo todos dos níveis lógicos usuais: cálculo proposicional,
cálculo de predicados, cálculo de predicados de igualdade, cálculo de descrições e linguagem
de ordem superior Dill, (2011). Outros pesquisadores apresentaram estudos sobre a aplicação
da lógica em diversos seguimentos, conforme tabela 1:
22
Tabela 1 – Histórico de algumas aplicações da Lógica Paraconsistente Anotada
Autores Aplicação Ano
DA COSTA, ABE e
SUBRAHMANIAN
Fundamentos da LPA 1991
ABE Lógica de predicados 1992
ÁVILA Em sistemas frames. 1996
ÁVILA, ABE e PRADO
97
Linguagem de programação paraconsistente Paralog 1997
SILVA FILHO Construção e implementação de circuitos eletrônicos. 1999
ABE, DA SILVA FILHO Dispositivo para tratamento de sinais 2003
CARVALHO,
BRUNSTEIN E ABE
Na tomada de decisão para avaliação do projeto de
implantação de uma fábrica
2003
TORRES Controle de robôs móveis 2004
FALQUETE Tratamento de inconsistências em sistemas de
raciocínio baseado em casos
2004
BISPO E GILBERTONI Avaliação de um sítio de comércio eletrônico 2005
MASOTTI No processamento de sinais digitais 2006
SANSONE, RUSILO E
SILVA
Metodologia para análise da confiabilidade de
escavações em rocha
2009
SOUZA Apoio a decisão médica para análise em diabetes
gestacional
2009
DILL Evidenciação de princípios de gestão autônoma 2011
SAKAMOTO, ABE Análise de Fraudes 2014
SOUSA, SAKAMOTO,
GONÇALVES, ABE
Análise da importância das patentes no Índice Global
de inovação
2014
Fonte: Elaborado pelo autor.
2.3.1 As ferramentas para auxiliar a avaliação qualitativa paraconsistente
A técnica da avaliação qualitativa paraconsistente foi criada a partir da Lógica
Paraconsistente Anotada de dois valores - LPA2V Costa et al., (1999). Essa lógica é uma
ramificação da Lógica Paraconsistente Anotada e, em sua técnica de anotação, são adotados,
para cada variável, os valores do grau de certeza e de incerteza: p (µ1, µ2). A variável p
representa aquilo que está sendo avaliada, a anotação µ1 representa seu grau de crença ou de
certeza e µ2, o seu grau de descrença ou de incerteza.
2.3.2 As ferramentas da LPA2V
Segundo Costa et al. (1999), após a obtenção dos valores dos graus de certeza e de
incerteza, a Lógica Paraconsistente Anotada de Dois Valores - LPA2V possui duas
23
ferramentas distintas para classificar aqueles valores em doze resultados distintos: • v:
verdadeiro; • f: falso; • ⊥: indeterminado; • T: inconsistente; • T → f: inconsistente tendendo
ao falso; • T → v: inconsistente tendendo ao verdadeiro; • ⊥ → f: indeterminado tendendo ao
falso; • ⊥ → v: indeterminado tendendo ao verdadeiro; • Qf → T: quase falso tendendo ao
inconsistente; • Qf → ⊥ : quase falso tendendo ao indeterminado; • Qv → T: quase verdadeiro
tendendo ao inconsistente; e • Qv → ⊥: quase verdadeiro tendendo ao indeterminado.
Figura 3 – QUPC em doze regiões
Fonte: Carvalho (2006).
Desses doze resultados possíveis, quatro são valores extremos e os únicos utilizados
nas avaliações qualitativas tradicionais, são eles: verdadeiro, falso, indeterminado e
inconsistente. Porém, nestas avaliações, na prática, quando há uma paraconsistência, ou seja,
uma divergência, uma contradição ou uma inconsistência, essas são desconsideradas ou
menosprezadas se o sistema avaliado puder prosseguir sem elas, mesmo que apresentem
resultados um pouco mais distantes da realidade. Os oito valores intermediários são
exclusividade da LPA2V e constituem as divergências. Com todos esses valores, essa lógica
permite trabalhar naturalmente com divergências, inconsistências e contradições e permite
obter resultados mais precisos e mais próximos da realidade. Uma das ferramentas para se
obter os resultados acima é o algoritmo para-analisador e a outra é o quadrado unitário do
plano cartesiano, ambas publicadas em (COSTA et al., 1999).
24
2.3.3 QUPC - O quadrado unitário do plano cartesiano
A outra ferramenta adotada pela LPA2V é o quadrado unitário do plano cartesiano -
QUPC, conforme mostra a figura 3. Por meio dessa ferramenta pode-se chegar aos mesmos
resultados do algoritmo para-analisador. Sua vantagem está na representação gráfica dos
resultados, que permite uma percepção mais rápida do cenário a ser analisado. Como,
originalmente, tanto o algoritmo para-analisador como o QUPC trabalham com valores entre
0 e 1, e as notas atribuídas nas duas simulações variam de 0 a 10, houve a necessidade dos
ajustes. Os valores submetidos ao algoritmo foram divididos por 10, enquanto o QUPC foi
ajustado para trabalhar com valores entre 0 e 10.
2.3.4 Aplicação da LPA2V neste trabalho
A aplicação da Lógica Paraconsistente Anotada neste trabalho forneceu parâmetros
para análise e discussão dos resultados para formulação de estratégias e avaliação de
tendência. A aplicação de uma ferramenta específica, baseada em lógica não clássica,
proporcionou a apresentação de um filtro representando a dispersão e possível relevância de
cada indicador para delimitação estratégica e posterior elaboração de um possível plano de
gestão estratégica para as nações focarem nos indicadores que têm impacto sistêmico. Dos
conceitos básicos da Lógica Paraconsistente Anotada de anotação com dois valores é criado
um algoritmo denominado Para-Analisador. (ABE, 2011).
Figura 4 – Sistema de análise paraconsistente
Fonte: Abe, 2011.
25
Esta dissertação apresenta dois estudos abordando o tema inovação, um baseado na
aplicação de um algoritmo para-analisador que será registrado como PARALPK, este tem por
objetivo realizar uma análise quantitativa que poderá ser evidenciada em um QUPC. O
objetivo é apresentar alternativas para tomada de decisão estratégica dos stakeholders sobre a
influência do indicador analisado sobre o resultado dos países no ranking de inovação, como
por exemplo, focar ou não no registro de patentes, que é um dos indicadores do Índice Global
de Inovação - GII. Este método de análise não clássico proporcionará resultados preliminares
que podem ser utilizados para planejamento das nações que se utilizarem das informações.
Figura 5 – Inovação e o PARALPK
Fonte: Elaborado pelo autor.
2.3.5 Relatórios e gráficos no método clássico do GII
A metodologia utilizada no site http://www.globalinnovationindex.org/ do Índice
Global de Inovação apresenta algumas limitações, uma delas é que o usuário ou pesquisador
pode comparar no máximo, apenas 2 (dois) países e pode se utilizar de 4 (quatro) indicadores
a serem escolhidos aleatoriamente conforme necessidade do avaliador a outra que pode ser
considerada limitação para um país emergente é a utilização dos relatórios apenas na língua
inglesa, esta pode ser considerada uma limitação devido a utilização de termos técnicos em
língua estrangeira, porém pode ser considerada injustificada. São apresentadas duas
possibilidades de observação dos resultados por meio de gráficos modelo radar, apresentados
nas figuras 6 e 7.
PARALPK
LPA2V
GII
ANÁLISE DO ÍNDICE
GLOBAL DE INOVAÇÃO
(GII)
26
Figura 6 – Comparison of scores (Brasil e China)
Fonte: GII, 2013
Figura 7 – Comparison of scores (China e Rússia)
Fonte: GII, 2013
Outra forma de apresentação gráfica é no modelo de barras e pode ser evidenciado na
figura 8, porém, neste modelo o usuário ou pesquisador pode selecionar 4 nações/países para
comparação.
27
Figura 8 – Scores (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul) - BRICS
Fonte: GII, 2013
Nesta análise clássica foram utilizados os indicadores: importação de alta tecnologia;
registro nacional de patentes; registro de patentes por cooperação e impacto do conhecimento,
os quais foram selecionados buscando avaliar o impacto das patentes no índice global de
inovação. Os resultados podem ser observados na tabela 2.
Tabela 2 – Indicadores GII - 2013
País cor dados dados dados dados
Brasil Azul (1º) 48,5 5,1 6,7 35,6
China Vermelho (2º) 77,8 100 28,2 65,5
Índia Verde (3º) 18,9 8,4 7 35,7
Rússia Roxo (4º) 31,2 47,9 9,8 33
África Bebe (5º) 33,6 4,9 12,8 34,1
Fonte: GII - 2013
É apresentado no relatório do GII 2013, um estudo da Thonson-Reuters que informa
que contar o número de patentes não é uma métrica perfeita para acompanhar a inovação, mas
diz que é uma das melhores medidas tangíveis, e adota-a em sua análise. Adotando o gasto
bruto em pesquisa e desenvolvimento (GBPD) - agregando os investimentos públicos e
privados em P&D - como fração do produto interno bruto (PIB) como indicador. Chega-se a
resultante que a China é o país mais eficiente, gerando, em 2009, 185.100 patentes por ponto
de GBPD, ante 45.900 da Coreia.
28
A Thonson-Reuters utiliza como parâmetro a análise da União Europeia, que
considera adequado um GBPD de 2% do PIB. No caso do Brasil o indicador apresenta uma
oscilação próxima a 1% do PIB. (Inovação Unicamp, 2013).
O estudo do tema inovação através do modelo da hélice tríplice apresenta-se quando
da citação da necessidade de investimento público e privado em P&D, pelo GII e União
Europeia, ou seja, empresas, governo e universidades. Esta pesquisa apresenta inicialmente a
aplicação da Lógica Paraconsintente Anotada - lógica não clássica e busca dirimir algumas
lacunas sobre a importância das patentes para a nações e empreendedores apresentando outro
artigo que enfoca a importância do entendimento dos aspectos relevantes para os gestores de
um Parque Tecnológico e Incubadores selecionadas para pesquisa, com enfoque no tema
inovação e o modelo de hélice tríplice.
2.3.6 Aplicação da Lógica Paraconsistente Anotada
A LPA2V é aplicada aos indicadores do GII da seguinte forma: Para cada critério P de
Inovação dos países, alguns indicadores do GII são considerados evidências favoráveis à
inovação enquanto outros são considerados evidências desfavoráveis. Os primeiros geram as
entradas µ1 e os segundos as entradas µ2. Assim, formam-se os critérios P (µ1 , µ2 ). A tabela
3 apresenta os critérios e as respectivas entradas relacionadas aos indicadores.
Tabela 3 – Pesos dos indicadores PARALPK
Tipo de evidência µ1 e µ2 Descrição Resultado esperado
Evidência favorável µ1
Registros patentes no país
São indicadores considerados como (peso 2) no
software PARALPK, ou seja, mais importantes
para e evolução da país/nação no ranking de
inovação, sendo considerados estratégicos.
O Resultado
apresentado no QUPC
direciona se o
indicador é estratégico
µ1= Nº pedidos de patentes
nacionais e de escritório e
Patentes de cooperação
A análise destes dois indicadores no
PARALPK determina se o indicador é
estratégico ou não
O resultado do QUPC
deve direcionar a
decisão
Evidência desfavorável µ2
Registros em escritórios externos
São indicadores considerados como (peso 1),
pois são resultantes ou saídas de inovação
O resultado do QUPC
direciona a decisão
estratégica
µ2 = exportação de alta
tecnologia e saída de alta
tecnologia
A análise destes indicadores no PARALPK
determina se o indicador é favorável ou
desfavorável
O resultado do QUPC
direciona a decisão
estratégica
Fonte: Elaborado pelo autor.
29
Os resultados preliminares foram apresentados no congresso COPEC 2013, realizado
em Portugal, e posteriormente revisado no ano de 2014, sendo publicado nos anais da revista
Exacta, no mesmo ano, no Brasil. Uma das justificativas para escolha dos BRICS foi porque a
economia mundial produziu US$ 55 trilhões em mercadorias e serviços em 2013. Do total,
cerca de 40% veio de países em desenvolvimento - China, Índia, Rússia, Brasil (BRICS) e
México responderam por quase 20% (WEF, 2013).
2.4 Núcleos de Inovação Tecnológica - NIT
Observa-se no cenário brasileiro a presença dos Núcleos de Inovação Tecnológica
(NIT), suas atribuições, responsabilidades e interações estão descritas na Lei da Inovação.
Os Núcleos de Inovação Tecnológica e as Empresas Embrionárias de Inovação
Tecnológica estão diretamente ligados à normativa a seguir.
A Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, denominada "Lei da Inovação", reflete a
necessidade do país contar com dispositivos legais eficientes que contribuam para o
delineamento de um cenário favorável ao desenvolvimento científico, tecnológico e ao
incentivo à inovação. (BRASIL. MCTI, 2014).
O decreto nº. 5.563, de 11 de outubro de 2005, regulamenta a LEI
nº 10.973, de dezembro de 2004, que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa
científica e tecnológica no ambiente produtivo, e dá outras providências. (BRASIL. MCTI,
2014).
As generalidades são atribuídas conforme a especificidade de cada Instituição
Cientifica e Tecnológica (ICT) e têm como norte gerenciar a política de inovação. A
apelidada “Lei da Inovação” que é a lei 10.973/2004 regulamenta:
a) As várias formas de transferência de tecnologia entre as ICT´s;
b) Os critérios para comercialização e criação desenvolvida pela ICT;
c) O estabelecimento de parcerias para o desenvolvimento de produtos e processos
inovadores.
30
Existem outras variáveis previstas na lei, porém o item (c) norteia duas resultantes da
inovação tecnológica (produto e processo) sendo este, nosso tema para aprofundamento
acadêmico.
2.5 Leis e Políticas de Inovação
No âmbito do Ministério das Comunicações, a principal ferramenta de apoio à
Inovação Tecnológica é o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações
(Funttel), fundo setorial para inovação no setor de telecomunicações, criado pela Lei
10.052/2000.
A Lei de Inovação Tecnológica é a Lei No. 10.973 [1] de 2 de dezembro de 2004,
regulamentada no dia 11 de outubro de 2005 pelo Decreto N. 5.563 [2]. Esta lei foi criada
para:
1. Estimular a criação de ambientes especializados e cooperativos de inovação;
2. Estimular a participação de Instituições Científicas e Tecnológicas (ICT) no
processo de inovação;
3. Estimular a inovação nas empresas;
4. Estimular o inventor independente;
5. Estimular a criação de fundos de investimentos para a inovação.
É a primeira lei brasileira que trata do relacionamento entre Universidades,
Instituições de Pesquisa e Empresas. (BRASIL. MC, 2014).
2.6 Hélice Tríplice
A história do modelo de Hélice Tríplice da Inovação nasceu da ideia de Galbraith
(1908-2006) que foi professor na Universidade de Harvard nos EUA e editor da revista
Fortune e atribuía que a inovação é sustentada pelos pilares econômico e industrial, e que a
falta de ações neste sentido tem impacto social, sendo este o primeiro triângulo da inovação.
31
Seus estudos foram desenvolvidos posteriormente por Sábato (1924-1983), através do
seu modelo de política científica e tecnológica onde estudou o impacto do capital secundário e
que tinha como base inovar para produzir. O triângulo de Sábato (1968) tem seus pilares
baseados no entendimento da influência do governo, estrutura produtiva e infraestrutura
científica e tecnológica.
Neste estudo abordaremos o modelo Hélice Tríplice da Inovação de Etzkowitz e
Leydesdorff (2000) sendo redesenhada e desenvolvida por Etzkowitz e Zhow (2006) através
do modelo Triple Helix 3 (HT3) que tem como pilares o governo, empresas e universidades
elencando qual o papel das incubadoras de empresas neste cenário.
Através da análise do estudo bibliométrico realizado por Rossa et.al., (2013) são
evidenciados os artigos e seus autores na tabela 4:
Tabela 4 – Artigos do portfólio bibliográfico final
Nº Ano Autor (s) Título nº citações
1 2000 Etzkowitz, H.;
Leydesdorff, L.
The dynamics of innovation: from National Systems
and ‘‘Mode 2’’ to a Triple Helix of university-
industry-governmentrelations
2751
2 2004 Inzelt, A. The evolution of university-industry-government
Relationships during transition 145
3 2005
Etzkowitz, H.; de
Mello, J. M.
C.; Almeida, M.
Towards “meta-innovation” in Brazil: The evolution
of the incubator and the emergence of a triple helix 114
4 2012
Kwon, Ki-Seok;
Park, Han
Woo; So,Minho;
Leydesdorff, L.
Has globalization strengthened South Korea's
national research system? National and international
dynamics of the Triple Helix of scientific coauthor ship
relationships in South Korea
11
Fonte: Adaptado de Rossa et. al (2013).
O modelo de Hélice Tríplice (HT) preconizado por Etzkowitz; Leydesdorff (2000) e
Dagnino (2004) apresenta uma relação semelhante ao Triângulo de Sábato (1968), estas
abordagens correlacionam três variáveis que devem ser trabalhadas em conjunto: Governo,
Indústria e Universidades.
32
Figura 9 – Modelo Hélice Tríplice
Fonte: Extraído de Etzkowitz; Leydesdorff (2014).
O modelo HT apresenta uma diversificação em níveis HT1 (Triple Helix1), HT2
(Triple Helix 2), HT3 (Triple Helix 3) e o HT Twins (Triple Helix - twins) de Etzkowitz e
Zhow (2006). Neste estudo abordaremos o modelo HT3, devido à particularidade do estudo.
A hélice tríplice que visa nortear interações entre universidade, indústria e governo
pode ser considerada a chave para a inovação. (ETZKOWITZ, 2009).
No Brasil relata-se a existência do Triple Helix Research Group Brasil, uma
organização focada no estudo e publicações de artigos correlatos ao modelo e suas
implementações no país.
33
3 MÉTODO DE PESQUISA
Este tópico aborda a descrição dos métodos utilizados para desenvolvimento do estudo
e está composto por: (item 3.1) tipo de pesquisa, (item 3.2) estratégia de pesquisa, (item 3.3)
parâmetros éticos da pesquisa, na busca pela geração de conhecimento.
A pesquisa teve início na análise das métricas utilizadas para dimensionar o impacto
da inovação, onde são apresentadas as métricas que são utilizadas para criação do ranking de
inovação do Índice Global de Inovação (GII) e do Fórum Mundial da Economia (WEF), estas
instituições em parceria com universidades e centros de pesquisa fornecem relatórios anuais,
utilizando-se de metodologias e indicadores específicos para este fim.
Dentro deste arcabouço teórico surge a oportunidade de estudar o impacto das patentes
no Índice Global de Inovação. O impacto das patentes é um dos indicadores que compõe as
métricas do GII e do WEF, sendo que, para delimitação, foram utilizados os dados
provenientes dos países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que compõem os
BRICS. Foram inseridas as nações Suíça e EUA neste estudo, para tornar o resultado o mais
próximo da realidade justificando-se por serem o 1º primeiro (Suíça) e 5º quinto (EUA) do
ranking do GII respectivamente. Os EUA devido ao aspecto demográfico.
De posse dos dados, foi aplicado o método da Lógica Paraconsistente Anotada que
resultou no primeiro artigo acadêmico, apresentado no capítulo quatro desta dissertação, e
suas conclusões e resultados podem ser observados no mesmo. Uma das conclusões
resultantes do artigo foi a possível necessidade de avaliação da Hélice Tríplice da inovação
como diferencial competitivo para as nações.
Neste cenário de inovação apresenta-se a Hélice Tríplice e a atuação dos Parques
Tecnológicos, Incubadoras de empresas, governo e universidades. Desta forma, é proposta
para delimitação do estudo, a aplicação do método Estudo de Caso em um Parque
Tecnológico e em dois centros Incubadores de empresas de base tecnológica respectivamente,
esta delimitação pode ser verificada na figura 10:
34
Figura 10 – Delimitação do estudo
Fonte: Elaborado pelo autor.
Nota-se que a aplicação do Estudo de Caso em um Parque Tecnológico e nas
Incubadoras de empresas de base tecnológica, foi o caminho utilizado para identificar e
posteriormente analisar as necessidades dos gestores e empreendedores no processo de pré-
incubação para seleção de EEIT, destes ambientes tecnológicos e sua relação benefício/custo
para os agentes.
A pesquisa buscou identificar quais são os aspectos relevantes para a escolha de uma
empresa embrionária de inovação tecnológica no processo de pré-incubação, e por
consequência, quais são os aspectos que devem ser mais bem apresentados pelos
empreendedores em sua proposta de negócio ao gestor do Parque Tecnológico ou Incubadora
e uma possível mensuração dos benefícios para aceleração e crescimento do negócio.
O efeito e as possíveis causas justificam a escolha dos métodos de pesquisa, e estes,
podem ser considerados relevantes para uma possível melhora no posicionamento estratégico
dos empreendedores, visando proporcionar vantagem competitiva para os novos
empreendedores, o resultado final da pesquisa deve trazer um benefício à comunidade
científica, governo e stakeholders (YIN, 2001).
35
3.1 Tipo de pesquisa
Nesta pesquisa ressalta-se o caráter descritivo e exploratório, pois, estudos desta
natureza têm por finalidade medir, avaliar ou coletar dados sobre diversos aspetos, dimensões
ou componentes do fenômeno a ser pesquisado, que neste caso, foi o impacto das patentes
para desenvolvimento das nações e o estudo do processo de pré-incubação de empresas de
base tecnológica. (SAMPIERE et al., 2006).
A pesquisa utiliza-se de um Estudo de Caso em duas Incubadoras e um Parque
Tecnológico e buscou avaliar o processo de pré-incubação de EEIT. O esquema da
investigação para elaboração do estudo de caso, conforme figura 11, trata da condução do
estudo de caso e como está elaborada a estratégia de pesquisa.
3.2 Estratégia de pesquisa
Optou-se no primeiro artigo por uma pesquisa documental, como fonte de dados,
informações e evidências e no segundo artigo foi a aplicação do Estudo de Caso, justamente
devido às particularidades interagentes e interdependentes do fenômeno em estudo, que
possuem aspectos qualitativos e quantitativos respectivamente Elkington (2012). Para
elaboração do estudo de caso foi adotada a estratégia conforme figura 11:
Figura 11 – Esquema de investigação: Estudo de caso
Fonte: Elaborado pelo autor.
36
A partir da aplicação desta abordagem foi possível um maior entendimento científico
sobre o problema de pesquisa, focando em responder questões e restringir limitações (YIN
2001).
O processo de pré-seleção de empresas apresentou um questionário com cinco
questões que deviam ser respondidas pelos empreendedores e foram consideradas segundo os
gestores das Incubadoras, como questões eliminatórias para aprovação no processo de pré-
seleção de EEIT.
3.3 Parâmetros éticos e limitações da pesquisa
Os dados coletados junto aos entrevistados foram devida e exclusivamente utilizados
nesta pesquisa, suas fontes foram mantidas em sigilo, conforme solicitações dos entrevistados,
as outras informações pesquisadas em sites, são consideradas de domínio público.
A pesquisa teve como objetivo, responder às questões propostas no mapa geral de
pesquisa. Nota-se um fator que pode ser considerado como uma das limitações do estudo, que
é a necessidade de sigilo das informações provenientes dos entrevistados.
37
4 ARTIGO1: Análise do impacto das patentes no índice global de inovação com
aplicação de lógica paraconsistente anotada
38
Figura 1 – Os subpilares de grande divergência na pontuação entre países BRICS
39
40
41
Figura 2 – Sistema de análise paraconsistente
Figura 3 – Algoritmo para-analisador
42
Tabela 1 – Indicadores do GII 2013
43
Tabela 2 – Indicadores selecionados do relatório GII
Tabela 3 – Normatização do primeiro par de indicadores
Tabela 4 – Normatização do segundo par de indicadores
44
Tabela 5 – Normatização do terceiro par de indicadores
Tabela 6 – Graus de indicadores de certeza e incerteza
45
Figura 4 – Quadrado unitário do plano cartesiano
Figura 5 – Quadrado unitário do plano cartesiano
46
47
5 ARTIGO 2: Parques tecnológicos e Incubadoras: Uma análise do processo de pré-
incubação de empresas de base tecnológica
RESUMO:
Os Parques Tecnológicos e as Incubadoras de empresas de base tecnológica são organizações
que surgiram no Brasil a partir de 1980. O objetivo deste trabalho é identificar os aspectos
relevantes para o sucesso dos empreendedores na fase de pré-incubação de sua empresa em
uma incubadora de base tecnológica. Este estudo tem caráter qualitativo e descritivo,
utilizando a metodologia de Estudo de Caso em duas Incubadoras e um Parque Tecnológico
do Estado de São Paulo, que segundo o Índice Global de Inovação 2013 é uma das vinte
cidades consideradas ecossistemas mundiais de startups. As entrevistas foram realizadas com
gestores e empreendedores, de forma semiestruturada, sendo baseadas na hélice tríplice da
Inovação (universidade, empresa e governo) e relatório da ANPROTEC 2012. Sendo
relatados pontos fortes e fracos do processo de pré-incubação de empresas de base
tecnológica.
Palavras chave: Inovação/ Inovação Tecnológica/ Gestão
SUMMARY:
Technological Parks and Technological Basis Companies Incubators are organizations that
emerged in Brazil from 1980. The objective of this work is to identify the relevant aspects for
the success of entrepreneurs in the pre-incubation phase of your company in a technological
incubator. This study is qualitative and descriptive, using the case study methodology in two
incubators and a São Paulo State Technological Park. That according to the Global Innovation
Index 2013 is one of the twenty cities considered global ecosystem of startups. The interviews
were performed with managers and entrepreneurs, in a semi structured way, being based on
Triple Helix innovation (University, Company and Government) and the report of 2012
48
ANPROTEC. Being reported strengths and weaknesses of the pre-incubation process of
technological basis companies.
KEYWORDS: Innovation / Innovation Technology / Management
INTRODUÇÃO
O crescimento econômico dos países desenvolvidos através do investimento em
inovação tecnológica tem sido verificado a partir de meados do século XX, conforme
evidenciado nos relatórios da Global Innovation Index (GII, 2013), Global Competitives
Innovation (GCI, 2013), World Intellectual PropertyOrganization (WIPO, 2013), The
Business School for the World (INSEAD, 2013) World Economic Forum (WEF, 2014) e a
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2014). Esta situação
está atrelada às novas tecnologias e ao novo papel das pequenas e médias empresas na
geração de emprego e renda, através do empreendedorismo em alta tecnologia. (INZELT,
2004; ETZKOWITZ, 2005; LEYDESDORFF et al., 2012).
O papel de atores institucionais tais como a universidade, as empresas e os governos
em aumentar a inovação tem sido salientado por meio da literatura sobre sistemas nacionais
de inovação Nelson e Winter, (1982), Freeman, (1987); Lundvall, (1992); Edquist, (1997),
sistemas regionais de inovação Cooke, (2001); Malerba, (2002); Malerba e Nelson, (2012)
bem como, no modelo da hélice tríplice (ETZKOWITZ E LEYDESDORFF, 2000).
Estas abordagens teóricas salientam que determinados fatores, atores e natureza das
interações, bem como a interdependência entre instituições são importantes no crescimento
econômico das nações. São orientadas a partir da visão de Schumpeter (1998), em que a
inovação é considerada como fator chave do crescimento econômico. Esta literatura considera
que o desenvolvimento econômico pode estar relacionado aos arranjos institucionais entre
estes atores.
49
As economias emergentes e em desenvolvimento têm buscado estimular por meio de
políticas públicas o processo de inovação. No Brasil, a política de inovação é um elemento
novo na agenda de política pública. Foi introduzida em 2004, quando da aprovação da Lei
nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, denominada "Lei da Inovação", e reflete a necessidade
do país contar com dispositivos legais eficientes que contribuam para o delineamento de um
cenário favorável ao desenvolvimento científico, tecnológico e ao incentivo à inovação.
(MCTI, 2014). Desde então, esta política pública consolidou-se fazendo parte por três planos
sucessivos do governo federal e de governos estaduais. Após a iniciativa do governo federal
em aprovar a Lei de Inovação em 2004, foram sendo criadas leis de inovação estaduais para
permitir o uso de recursos públicos pelas empresas em projetos de inovação.
Para Viotti (2008) as políticas de desenvolvimento no Brasil e a inserção da política de
P&D e de Inovação neste contexto podem ser divididas em três grandes períodos, cujos
principais aspectos são:
1) Até a década de 80 - desenvolvimento pelo crescimento, em que a ênfase das políticas
públicas privilegiava a substituição de importações, considerava que a industrialização
permitiria o acesso às tecnologias, bem como às relações sociais e instituições
características dos países desenvolvidos; é o resultado tecnológico natural da
industrialização;
2) Décadas de 80 e 90 - Desenvolvimento pela eficiência - absorção, adaptação e difusão de
tecnologia importada, por meio de licenças e outros acordos, seja na tecnologia
incorporada em máquinas, equipamentos e sistemas. Visava elevar o nível de
produtividade e competitividade;
3) A partir dos anos 2000 - Desenvolvimento pela Inovação - a inovação como objetivo da
política científica e tecnológica.
50
Uma diferenciação do Sistema de Inovação Brasileiro frente a outros países da OCDE
(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) - é o foco da inovação, e,
particularmente em áreas de alta tecnologia está na universidade, mais do que nas empresas
Póvoa, (2008). Fernandes et al. (2010) sugerem o Sistema de Inovação no Brasil ainda está
atrás de outros países, mesmo considerando os avanços consideráveis dos últimos anos, e que
esta trajetória é lenta com uma produtividade relativamente pequena no que tange à produção
científica e tecnológica Ribeiro et al., (2009). Esta visão coincide com uma avaliação
governamental sobre este período recente em que é citada a urgência em superar a distância
observada na produção científica no ranking mundial, principalmente com relação à
incorporação de conhecimento em novos bens e serviços (MCTI, 2012).
No último levantamento do nível de inovação da indústria no Brasil a taxa de inovação
é de 35,7%, considerando-se um universo de 128.699 empresas, com dez ou mais pessoas
ocupadas. Deste total, verifica-se que a maioria das empresas realizou inovação apenas nos
processos internos (18,3%), sendo citada majoritariamente a substituição de máquinas e
equipamentos, em seguida têm-se aquelas que inovaram tanto em produto quanto em
processos (13,4%), sendo que apenas (3,9%) realizou inovação apenas em produtos. Levando-
se em conta os setores econômicos observa-se que no setor de serviços 36,8% das empresas
realizaram algum tipo de atividade inovativa, enquanto na indústria esta taxa é de 35,6%
(IBGE/PINTEC, 2013). Neste quadro, em que o número de empresas que desenvolvem
atividades voltadas para a inovação é ainda pequeno, as incubadoras e parques tecnológicos
possuem um papel estratégico importante na busca por novos productos/serviços inovadores.
As incubadoras no Brasil surgiram de forma botton-up (Etzkowitzet et al., 2005) a partir de
1987 e foram inseridas nas políticas públicas de C&T no Brasil, somente quando já havia 60
incubadoras criadas nas maiores universidades do país.
51
Segundo a pesquisa realizada pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos Inovadores - ANPROTEC em parceria com o Ministério de Ciência
Tecnologia e Inovação - MCTI e o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas
e Parques Tecnológicos - PNI. Relata-se a presença de 384 incubadoras de empresas que são
responsáveis por 2509 empresas graduadas, empregando em média 29.205 pessoas, resultando
em um faturamento anual de R$ 4,1 bilhões (ANPROTEC, 2012) e 88 parques tecnológicos
entre aqueles em operação (28) e os demais em planejamento ou execução de obras (MCTI,
2012).
O objetivo deste artigo é avaliar o processo de pré-incubação de empresas de base
tecnológica em duas unidades de estudo no estado de São Paulo, apresentando o ponto de
vista dos empreendedores e gestores das Incubadoras de empresas de Base Tecnológica,
especificamente, busca-se identificar os aspectos relevantes para o sucesso dos
empreendedores na fase de pré-incubação. Para tal, foram escolhidas duas instituições como
unidades de análise. A escolha por instituições do estado de São Paulo deve-se ao fato deste
ter sido incluído no relatório do GII 2013 que identificou vinte ecossistemas de startups no
mundo, localizados em doze países, sendo cinco destes localizados em mercados emergentes,
incluindo Singapura, Moscou (Rússia), Bangalore (Índia), São Paulo (Brasil) e Santiago
(Chile).
Este artigo é composto por cinco seções incluindo a presente introdução. A seção 1
apresenta o referencial teórico utilizado. A seção dois trata da metodologia utilizada para o
desenvolvimento da pesquisa. A seção três apresenta os resultados e discussões das
entrevistas com os gestores e empreendedores do Parque Tecnológico e Incubadoras
pesquisados. A seção quatro relata as conclusões dos autores e a seção 5 relata as referências
bibliográficas utilizadas para fundamentação teórica.
52
REFERENCIAL TEÓRICO
A revisão da literatura abrange quatro grandes temas: a inovação tecnológica, a
relação entre a inovação tecnológica e a competitividade, o modelo da hélice tríplice e os
instrumentos de apoio à inovação: parques tecnológicos e incubadoras de empresas de base
tecnológica.
Inovação Tecnológica
A inovação tecnológica está sendo tratada como diferencial competitivo para o
desenvolvimento econômico das nações, em alguns casos sendo invocada como estratégia
competitiva, segundo dados do World Economic Forum - (WEF, 2013).
Na década de 60 foi criada a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico - OCDE que contava com 30 países neste período, e de acordo com o Global
Innovation Index o Brasil está na 71a posição entre 143 países (Cornell University et al.,
2014). Aumento da inflação, crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB), volatilidade
de mercados e aumento da desigualdade social, são algumas das causas prováveis que
contribuíram para que a inovação pudesse se tornar um diferencial competitivo (SENNES e
FILHO, 2011).
A política pública de estímulo à inovação pode ser considerada como uma ação
pública que, em decorrência do desenvolvimento e da difusão de inovações tanto de produto
como de processo, seus resultados podem ser estendidos tanto no campo econômico, quanto
do ponto de vista cultural, social, ambiental ou militar (CHAMINADE E EDQUIST, 2006).
Na literatura que aborda a prática inovadora, a política pública de inovação e a teoria
da inovação, existe uma preocupação constante em encontrar alternativas que conduzam à
melhoria da eficácia e à eficiência relacionada tanto com a prática da política pública quanto
com a prática inovadora conduzida pelas empresas. Como resultantes deste processo dinâmico
53
de interação entre os atores envolvidos na prática da inovação, tem-se as ideias, as
racionalidades e os instrumentos, e as estratégias de intervenção das políticas públicas.
Também estão presentes neste contexto a teoria e pesquisa da inovação, fazendo com que seja
ressaltado o processo de aprendizado, onde se inclui o aprendizado da política pública e da
sua interação estreita entre o trabalho analítico acerca da inovação e o planejamento e a
implementação da política pública (KUHLMANN et al., 2010).
Devido a alta complexidade do entendimento do termo Inovação Tecnológica,
abordaremos as bases para um Movimento de Inovação Tecnológica no Brasil segundo
Plonski (2006). O autor coloca que existe a necessidade de uma compreensão do que é (e do
que não é) inovação tecnológica, sendo esta uma das bases de seu estudo, desta forma, pode-
se avaliar que nos diferentes setores, a inovação tecnológica é conceituada de maneiras
distintas na agricultura, indústria e serviços, sendo necessária a criação de um movimento de
inovação tecnológica (MIT) no Brasil, para ajustar as lacunas existentes.
Inovação e competitividade
Em um estudo bibliométrico abordando o tema Inovação realizado por Gonçalves et
al., (2012), relata-se, que em primeiro lugar existe uma preferência pela citação do nome do
autor Porter, a partir de seu diamante competitivo, que aborda o tema inovação, sendo seguido
em segundo lugar pelo autor Schumpeter. Uma das principais definições sobre o tema
inovação é proveniente dos estudos de Schumpeter (1988). Ele relata que a Inovação deve
produzir outras coisas, ou as mesmas coisas de outra maneira, combinar diferentemente
materiais e forças, enfim, realizar novas combinações.
O Índice Global de Inovação - GII está na sua sexta edição em 2014, e é resultado da
colaboração entre a Johnson Cornell University, World Intelectual Property Organization -
WIPO, The Business School for the World - INSEAD. A pontuação do GII é calculada pela
54
compilação de dados privados e públicos de doze categorias principais, consideradas os
pilares da competitividade, que juntos formam um retrato global da competitividade de um
país. O GII também estabelece que quanto maior o número de inovações registradas em um
país melhor se apresenta o resultado no ranking global de inovação, porém, este aspecto
qualitativo deve ser estruturado de forma a estabelecer parâmetros quantitativos, com critérios
analíticos que possam ser interpretados por meio de gráficos Para-Analisadores resultantes
dos graus de certeza e incerteza, outra fundamentação teórica dentro deste arcabouço é
resultante do The Global Competitiveness Report 2012-2013 do World Economic Forum -
WEF, que define a competitividade como sendo o conjunto de instituições, políticas e fatores
que determinam o nível de produtividade de um país.
Percebe-se neste cenário, que uma organização pode obter retorno financeiro por estar
à frente de seus concorrentes por meio de sua inovação Shumpeter (1988). Nota-se nos relatos
que quando a técnica for copiada por outra empresa, o equilíbrio de vantagem volta ao seu
patamar inicial, baseando-se na teoria do desenvolvimento econômico, que norteia a busca
por algo novo, e visa estabelecer novas regras rompendo com as antigas, sempre em busca da
lucratividade (TIDD, BESSANT e PAVITT, 2008).
Hélice Tríplice
Neste estudo abordaremos o modelo teórico da hélice tríplice proposto por Etzkowitz e
Leydesdorff (2000), que tem como pilares o governo, empresas e universidades, elencando
qual o papel das incubadoras de empresas neste cenário. Nos sistemas de inovação as
universidades e outras instituições semelhantes têm um destaque relevante, pois, constituem o
espaço onde são formados e treinados os cientistas e engenheiros que mais tarde irão atuar nas
empresas, que em alguns países, são o local onde se desenvolve uma parcela considerável de
pesquisas em áreas relacionadas a tecnologias específicas (NELSON, 2006).
55
A ideia central em torno da qual o modelo da hélice tríplice se desenvolve é de que a
interação entre universidade - empresa - governo é a chave para estimular a inovação na
sociedade baseada no conhecimento. Observa-se neste contexto que a universidade adquire
um papel crescente na produção de inovações tecnológicas, em decorrência da diminuição da
fronteira entre invenção e inovação Etzkowitz e Leydesdorff, (2000). O modelo de Hélice
Tríplice (HT) preconizado por Etzkowitz; Leydesdorff (2000) apresenta uma relação
semelhante com o Triângulo de Sábato (1968), pois, estas duas abordagens correlacionam três
variáveis que devem ser trabalhadas em conjunto universidade, empresa e governo.
Como resultado da evolução dos sistemas de inovação e do aparecimento de conflitos
sobre o papel da universidade e das empresas, surgiram diferentes arranjos institucionais entre
as relações das três esferas, que resultam em três distintas configurações da hélice tríplice. Na
hélice tríplice I ou estático, o estado abrange a empresa e a universidade assume a direção do
relacionamento entre essas duas esferas. Na hélice tríplice II ou laissez-faire, nota-se uma
separação institucional das esferas, que possuem limites bem definidos apresentando um
relacionamento restringido entre as hélices Leydesdorff e Etzkowitz, (1998); e na hélice
tríplice III, existe uma infraestrutura de conhecimento, localizada no espaço de superposição
entre as esferas, fazendo surgir nas interfaces, redes de instituições trilaterais e organizações
híbridas Leydesdorff e Etzkowitz, (1998). A hélice tríplice visa nortear interações entre
universidade, indústria e governo e pode ser considerada a chave para a inovação em uma
sociedade que se baseia em gestão do conhecimento. (ETZKOWITZ, 2009).
Parques Tecnológicos
O tema “Parques Tecnológicos” começou a ser tratado no Brasil a partir da criação de
um Programa do CNPq, em 1984, para apoiar este tipo de iniciativa. A falta de uma cultura
voltada para a inovação e o baixo número de empreendimentos inovadores existentes na
56
época fizeram que os primeiros projetos de parques tecnológicos acabassem dando origem às
primeiras incubadoras de empresas no Brasil. Com o transbordamento deste movimento,
devido ao grande número de incubadoras e empresas incubadas, a proposta de Parques
Tecnológicos voltou a se fortalecer como alternativa para promoção do desenvolvimento
tecnológico, econômico e social a partir do ano 2000, chegando atualmente a um número de
cerca de 60 projetos, entre iniciativas em fase de operação, implantação ou planejamento.
(ANPROTEC, 2012).
No Brasil existem legislações específicas para inovação, atuação de núcleos de
inovação tecnológica (NIT), incubadoras de empresas, startups, aceleradoras de startups,
atuação do governo e universidades e estatais; nota-se neste contexto, o Índice Brasil de
Inovação (IBI), caracterizando o cenário das patentes e sua importância para o
desenvolvimento econômico (KOVALESKI e LAMANA, 2010).
Incubadoras de empresas de base tecnológica
As incubadoras de empresas de base tecnológica e os parques tecnológicos constituem
dois mecanismos de apoio à inovação e ao desenvolvimento local e regional, porém nota-se
que ainda são tratados de forma independente e desconecta. (ALMEIDA, 2004;
ETZKOWITZ et al., 2005; KWON et al., 2012).
A incubadora pode ser vista como um exemplo do modelo de hélice tríplice, sendo
tratada como organização híbrida, ou seja, aquela que internaliza o relacionamento entre as
três esferas, de forma a estimular e criar um espaço de interação. Uma das características da
incubadora é que a formação de empresas pode ser facilitada ao ser abordada como um
processo educacional Etzkowitz, (2002), motivo que levou à escolha deste modelo teórico
para desenvolvimento desta pesquisa.
57
Segundo a pesquisa realizada pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos Inovadores - ANPROTEC em parceria com o Ministério de Ciência
Tecnologia e Inovação - MCTI e o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas
e Parques Tecnológicos - PNI existem no Brasil 384 incubadoras de empresas que são
responsáveis por 2509 empresas graduadas, empregando em média 29.205 pessoas, resultando
em um faturamento anual de R$ 4,1 bilhões (ANPROTEC, 2012). As Incubadoras de
empresas atuam em diversos setores do mercado brasileiro e de acordo com a pesquisa da
ANPROTEC, as incubadoras de base tecnológica, ou incubadoras tecnológicas respondem
por 40%, ou seja, aproximadamente 154 incubadoras, sendo estas, o foco do presente estudo
para análise do processo de pré-incubação de empresas embrionárias de inovação tecnológica
(EEIT) e que tem como meta apresentar o ponto de vista dos Gestores do Parque Tecnológico
e Incubadoras de empresas pesquisados.
As empresas de base tecnológica ou EEIT são empreendimentos geralmente
individuais ou de um grupo pequeno de sócios, em média de 2 a 5 pessoas. A produção de
bens e serviços de alto valor agregado e potencial de mercado se traduz em tendência ao
crescimento ao longo do processo de incubação e de consolidação como graduadas. Assim, a
média de tamanho das empresas multiplica-se por quase 2,5 vezes quando se comparam às
incubadas e graduadas, 6,21 para 15,06 postos de trabalho. (ANPROTEC, 2012).
MÉTODO DE PESQUISA
A metodologia de estudo de caso foi escolhida como estratégia de investigação devido
ao acesso a fontes documentais relacionadas com a temática e a possibilidade de entrevistas,
pois, segundo Yin (2005), a entrevista é uma das fontes mais importantes de informações, e
essencial em uma pesquisa. Foi aplicada uma entrevista semiestruturada que norteou o âmbito
da inovação tecnológica e mostrou quais são os principais fatores que influenciam na decisão
58
de um gestor de uma Incubadora ou Parque Tecnológico para aprovação no processo de pré-
incubação. Neste artigo são apresentados os critérios de pré-seleção de empresas embrionárias
de inovação tecnológica, nos habitats de inovação do estado de São Paulo (Agência USP de
Inovação, 2014). Desta forma, são determinados os motivos desta investigação, passa-se à
próxima fase que é a definição de quais etapas são consideradas críticas no processo de pré-
incubação.
Miguel (2012) destaca que o Fluxo de Resolução de Problema (FRP) é composto por
cinco etapas. Estas fases foram adaptadas neste artigo a partir da questão de pesquisa: (1)
Problema - Quais são as premissas básicas para gestão de uma empresa embrionária de
inovação tecnológica (startup) no processo de pré-incubação? (2) Método - Pesquisa
documental descritiva, qualitativa, utilizando-se de entrevistas, pesquisa a sites, relatórios
anuais de Incubadoras, Parques Tecnológicos e resultados obtidos a partir de órgãos
reguladores do governo brasileiro. (3) Solução - Delimitação do estudo através da análise dos
habitates de inovação do estado de São Paulo - Brasil. (4) Aplicação - Utilização do modelo
de Hélice Tríplice para entendimento do cenário da inovação tecnológica em empresas
embrionárias de inovação tecnológica e base do roteiro semiestruturado (5) Conhecimento –
Obtenção de conhecimento a partir da análise dos resultados e conclusões dos gestores e
empreendedores.
O estudo foi realizado a partir de entrevistas semiestruturadas, pesquisa documental de
artigos e relatórios anuais publicados por ambas as unidades bem como em seus editais de
seleção de candidatos, sendo estas informações de domínio público.
A presente pesquisa tem caráter descritivo sendo de natureza qualitativa. Foi realizada
a partir de um Estudo de Caso em duas unidades que são consideradas habitats de inovação no
estado de São Paulo, segundo a Agência USP de Inovação. Foram entrevistados dois
59
empreendedores sócios proprietários das empresas “M” e “G”, visando relatar suas principais
dificuldades no processo de pré-incubação.
Os entrevistados foram os gestores do Parque Tecnológico “PTX” e Incubadoras “α” e
“β”, e os empreendedores das empresas “M” e “G”. A delimitação do estudo visou tratar
apenas do processo de pré-incubação de empresas embrionárias de inovação
tecnológica/EEIT.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Parque Tecnológico “PTX”
A missão do Parque Tecnológico pesquisado é: “Institucionalizar a transferência de
tecnologia da academia para o setor produtivo” (Parque Tecnológico “PTX”). Segundo o
gestor, seu modelo lógico foi influenciado pelo benchmarking resultante de visitas aos
habitats de inovação e empreendedorismo de alguns países. Um dos locais visitados foi o
Centro de Inovação da Alemanhã, situado na Universidade Técnica de Dortmund, na
Alemanhã, em 2012. O modelo de gestão utilizado é considerado modelo de referência para o
gestor. A Fundação Parque Tecnológico “PTX” é a entidade pioneira que surgiu da primeira
política pública para institucionalizar a transferência de tecnologia da academia para o setor
produtivo e fundou o Centro Incubador de Empresas Tecnológicas que será tratado neste
estudo como Incubadora “α”. O Parque Tecnológico “PTX” conta com uma rede de seis
incubadoras de base tecnológica. A seleção de empreendimentos é feita através da análise do
estudo de viabilidade técnica, econômica e financeira do projeto, com avaliação do Plano de
Negócios (se houver) e oferece aos aprovados assessoria para que o empreendedor aprimore
seu estudo de viabilidade, desenvolvendo protótipos de produtos, serviços ou software para
iniciar seu negócio. O resultado da pesquisa no Parque Tecnológico “PTX” apresenta a
atuação da Incubadora “α”, com enfoque em empreendimentos de base tecnológica e que
60
conta com onze empresas incubadas. O perfil dos empreendedores que estão participando da
incubadora “α” segue algumas características: faixa etária dos sócios proprietários de 20 a 35
anos, com nível de graduação de mestrado e doutorado, possuindo em média 5 a 6
colaboradores por empresa participante do projeto de incubação.
Os empreendedores ao serem abordados pelos gestores da Incubadora e o pesquisador
fizeram uma breve apresentação de seus empreendimentos, elencando produtos e serviços
disponibilizados ao mercado e sua visão de futuro para os negócios a curto, médio e longo
prazos. Foi relatado que a maior dificuldade está na gestão do negócio, e salientam que é
primordial o auxílio que obtêm dos órgãos de assessoria do Parque Tecnológico e da
Incubadora (gestores). Nota-se uma relação de amizade e trabalho em equipe. Segundo os
gestores, a taxa de mortalidade das empresas está em torno de 15%, devido à má gestão do
negócio e problemas particulares entre os sócios, estes por sua vez relacionados a conflito de
interesses entre os proprietários.
Os empreendedores optaram por não responder a questão sobre o capital inicial
investido para abertura da empresa.
Incubadora “β”
A Incubadora “β” é uma associação civil sem fins lucrativos de direito privado
estabelecida com a missão de promover o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e
Inovação, incentivando a transformação do conhecimento em produtos e serviços inovadores
e competitivos.
Após análise do relatório anual da incubadora “β”, nota-se uma redução de 25,85% no
total de empresas incubadas no período que compreende de 2010 a 2013. Em 2013 das 109
empresas incubadas nota-se que 19 estão no processo de pré-incubação, 54 estão no processo
de incubação e 36 empresas estão no processo de pós-incubação. De acordo com o gestor da
61
incubadora a mortalidade das empresas está em torno de 15%. Os empreendedores de duas
empresas em processo de pré-incubação “M” e “G”, ao serem entrevistados, informaram que
as empresas não possuem Planejamento Estratégico e não atualizam seu Plano de Negócios
mensalmente, justificando que isto é devido à falta de tempo e conhecimento para elaboração
e gerenciamento. Reconhecem que seria importante fazer tais controles, pois, poderia auxiliar
e acelerar seu negócio, mas neste estágio de pré-incubação não têm tempo e falta aporte
administrativo e financeiro para tal investimento. O capital semente investido conforme
informado pelos empreendedores no processo de pré-incubação nas duas empresas incubadas
chegou ao montante aproximado de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) em média, isto para
cada empreendimento.
Observou-se que a relação de vizinhança entre as empresas incubadas e a participação
dos gestores é de suma importância para melhoria contínua dos processos, porém evidencia-se
um distanciamento da academia (universidade) em relação aos projetos da incubadora.
Critérios de seleção de empresas de base tecnológica Incubadoras “α” e “β”.
Os critérios de seleção de empresas nas duas Incubadoras “α” e “β”, obedecem uma
estratégia de fluxo contínuo, ou seja, todo empreendedor pode submeter-se ao edital durante
os doze meses do ano. Existe um roteiro específico com três etapas para seleção com posterior
aprovação.
1º etapa de seleção: Entrevista com os empreendedores, caso estes possuam um Plano de
Negócio, este é analisado e, se necessário, são sugeridas recomendações. Esta é uma etapa
eliminatória do processo de seleção e são abordadas cinco perguntas na entrevista entre
gestor e empreendedor que são consideradas chave para aprovação: 1 - Potencial de
viabilidade tecnológica, econômica e mercadológica do empreendimento; 2 - Equipe técnica
envolvida no empreendimento ou projeto; 3 - Potencial de recursos dos empreendedores para
62
o primeiro ano de empreendimento; 4 - Conteúdo tecnológico e grau de inovação dos
produtos ou serviços; 5 - Potencial de interação com os serviços oferecidos pela Incubadora e
ou Parque Tecnológico.
2º etapa de seleção: Os candidatos aprovados na pré-seleção deverão participar pessoalmente
ou, por intermédio de seus representantes, do programa de capacitação oferecido pela
incubadora para elaboração ou aprimoramento do seu Plano de Negócios. Nesta etapa,
participam de um treinamento específico, em média com 40 horas de duração, além de
encontros com assessores e gestores para esclarecimento de dúvidas.
3º etapa de seleção: Apresentação do Plano de Negócios do empreendimento para entrevistas
e avaliação final da proposta de negócio. Alguns aspectos referentes ao processo seletivo
considerados relevantes pelos gestores e citados na entrevista são:
a) capital inicial, ou disponibilidade de recursos para implantação do negócio;
b) conteúdo tecnológico e um grau de inovação que possa viabilizar a busca por apoio
financeiro para o projeto e bolsas de fomento de ensino e pesquisa;
c) justificativa das principais causas que influenciaram para a busca da parceria com o Parque
Tecnológico ou Incubadora;
d) necessidade de retorno proporcionado pelo empreendimento às partes envolvidas no
processo, mesmo considerando-se a missão da incubadora, pois, isto influencia os
indicadores de sucesso da mesma.
Para delimitação do estudo abordaremos apenas o processo de pré-incubação de EEIT, que
é a 1º etapa do processo, sendo analisadas as questões chave, ou seja, alguns requisitos
elencados pelos gestores, que devem ser observados pelos empreendedores para possível
aprovação da empresa na primeira etapa de seleção, além das cinco questões chave
apresentadas.
63
a) Governo: O empreendedor deve possuir um projeto com potencial de receber apoio
financeiro pelo governo ou órgão de fomento, sendo necessário que este busque estas
informações nos sites específicos, visando avaliar qual é o órgão ou entidade parceiro da
incubadora.
b) Parque Tecnológico: O Parque Tecnológico ou Incubadora deve oferecer um retorno para
o desenvolvimento local e regional conforme sua missão, desta forma, seu
empreendimento deve estar alinhado a esta estratégia.
c) Empreendedor: O empreendedor deve possuir capacidade financeira para viabilizar seu
projeto no estado inicial ou de pré-incubação no 1º ano.
d) Parcerias chave: O empreendedor deve possuir uma equipe de profissionais qualificados
no mercado, e desenvolver seus conhecimentos no tocante à elaboração e gestão do seu
plano de negócio, e, segundo os gestores, o empreendedor deve ficar atento ao item gestão
do negócio.
Pontos fracos dos empreendedores, segundo os gestores
No cenário do empreendedorismo uma das premissas que é avaliada pelos gestores das
incubadoras é o nível de conhecimento dos empreendedores. Considera-se que o
conhecimento é determinante, pois, segundo o gestor do Parque Tecnológico PTX, “massa
cinzenta é ouro em pó”. Deve-se ordenar a apresentação com introdução, desenvolvimento e
conclusão, relatando-se a ideia de forma sistêmica e objetiva.
Empreendedorismo no Brasil, segundo os gestores
De acordo com os gestores, o único elemento que falta é a estruturação de uma
Universidade específica com foco em Inovação Tecnológica, desta forma, seguiria os passos
de algumas universidades, como a francesa Joseph Fourier, sediada em Grenoble, a Escola
64
Inglesa de São João da Madeira, a Universidade Stanford, situada no estado da Califórnia e a
Universidade de Cambridge que é uma tradicional instituição de ensino superior do Reino
Unido. Assim sendo, teríamos uma escola de negócios, que teria como base os cursos de
Empreendedorismo, Plano de Negócios e Ferramentas de Gestão Estratégica de Negócios.
Este relato dos gestores apresenta um alinhamento com o pensamento de Plonski (2006) que
descreve que o Brasil possui quase todos os elementos para um movimento de Inovação
Tecnológica. Assim sendo, pela entrevista com o gestor pode-se deduzir que a lacuna no
conhecimento interdisciplinar entre o aspecto técnico que permite a inovação e a capacidade
de avaliação da oportunidade de negócio advinda da tecnologia e sua posterior gestão seria
um dos elos faltantes para ampliação do processo de inovação nas empresas nas
incubadoras/parques, ou até no país.
Gestão do negócio e inovação tecnológica, segundo os gestores
Os gestores relatam que uma das possíveis causas para a empresa se manter
competitiva não é a Inovação Tecnológica e sim a Gestão do Negócio, desta forma, precisam
capacitar/ensinar o gestor a gerir seu Plano de Negócios, a formar preços, aplicando regras de
custeio, análise de mercado, inserção de produtos e a gestão financeira são algumas variáveis
que devem requerer uma maior atenção por parte dos gestores, empreendedores e partes
interessadas. Existe a necessidade de se criar uma ponte entre a academia e o mundo externo,
pois, ensinar ferramentas de Gestão aos empreendedores é determinante para o sucesso ou
fracasso de qualquer empreendimento. A partir deste relato dos gestores pode-se inferir que
no Brasil a inovação tem um valor social, porém ainda falta cultura/conhecimento ao povo
brasileiro, isto permitiria um acesso a um número maior de empreendedores aos Parques
Tecnológicos e Incubadoras. Estudos indicam que as regiões mais desenvolvidas, possuem
uma porcentagem da população maior com nível superior, verifica-se uma maior porcentagem
65
de pesquisadores, seja em empresas ou universidades, considerando-se o total da população, e
que aumentar a taxa de pessoas capacitadas, é uma das mais importantes iniciativas voltadas
para incrementar a inovação, a produtividades, o crescimento econômico e melhorar o bem
estar social e a equidade, segundo a Cornell University et al., (2014). Neste contexto, a
utilização do modelo da hélice tríplice para inspirar políticas públicas pode contribuir com a
criação de alternativas para o desenvolvimento econômico social e regional no cenário da
inovação. Sem inovação a indústria/empresas brasileiras não conseguem competir, pois, os
produtos dos concorrentes serão sempre melhores e mais funcionais, isto, avaliando apenas o
aspecto do setor industrial (FIESP, 2014).
A criação de um ambiente baseado em inovação e conhecimento com compromisso
social e ambiental pode quebrar as barreiras entre estudos acadêmicos e casos práticos. A
empresa deve estar dentro da universidade, e estas, devem fazer pesquisas em que as
empresas tenham interesse, pois, o dinheiro do estado/governo não é suficiente. Segundo os
gestores, as teorias que lidam com este problema, sustentam as possíveis hipóteses de que as
empresas embrionárias não se utilizam de metodologias para acelerar os seus negócios, nem
tampouco têm os dados para mensurar seus benefícios, não tendo portanto, possibilidades de
minimizar o risco de fracasso de sua ideia inovadora.
Possíveis causas da mortalidade das empresas, segundo os gestores
Um dos pontos citados pelos gestores é a falta de recursos para manter e oferecer
serviços aos empreendedores por parte da incubadora/parque tecnológico, pois, as empresas
ou iniciativa privada diminuíram o investimento em novos empreendimentos nos últimos 10
anos. Um dos entrevistados resume a situação com a seguinte frase: “Se você é filho do rei,
você tem oportunidade, se não, você fica onde está.” Este fato, é surpreendente, pois, no
cenário de aprovação e implementação da Lei de Inovação, quando a política pública
66
específica é criada e aumenta os recursos públicos disponíveis para esta finalidade, tem-se a
diminuição de recursos privados. Uma diferença que deve ser avaliada no Brasil é a relação
entre universidade pública e gratuita “federal” e os recursos/verbas serem destinados sem
critério social, nota-se neste cenário uma necessidade de proporcionar oportunidades a todas
as classes sociais. Segundo um dos gestores, um exemplo de adoção das melhores práticas é a
universidade de Harvard, que se utiliza de fundos de doação, participação de empresas,
participação da sociedade e lista de financiadores. Estes mantenedores garantem um acesso
mais eficiente a um número maior de empreendedores, outro aspecto é que o possível
problema não seja a falta de recursos, mas, a não inclusão das incubadoras na política de
inovação brasileira de forma efetiva. As incubadoras não têm sido consideradas como
estruturas permanentes que, portanto, necessitam de um mínimo de recursos também
permanentes. Os gestores gastam parte preciosa de seu tempo elaborando projetos de tempo
curto para financiamento das atividades das incubadoras. Para uma ação mais efetiva este
aspecto deve ser revisto, pois, isto inviabiliza a manutenção da incubadora e principalmente
prejudica os empreendedores que confiam nestas estruturas e depositam nelas os seus sonhos
mas, não recebem permanente assessoria, pois, a incubadora não consegue viabilizá-la de
forma contínua.
Uma das sugestões propostas pelos gestores para mitigar este ponto fraco seria a
criação de uma escola de negócios, estabelecendo um convênio com o SEBRAE. Alguns
cursos sugeridos são: Plano de Negócios e Ferramentas de Gestão, para empreendedores,
norteando bolsas de fomento como, por exemplo: FAPESP-PIPE, BNDES, FINEP, BNDES
entre outros.
67
CONCLUSÕES
Este trabalho teve como objetivo identificar aspectos relevantes para o sucesso dos
empreendedores na fase de pré-incubação.
Os gestores relatam que existe uma falta de conhecimento dos empreendedores no
processo de pré-incubação, que é evidenciado na fase de seleção de novos empreendimentos.
Segundo os gestores, os empreendedores apresentam falta de conhecimento sobre a estrutura
formal de um Plano de Negócios, não apresentam noções básicas de custeio, formação de
preços, planejamento operacional e estratégico. Também é relatado pelos gestores que falta
conhecimento sobre ferramentas de gestão. Eles sugerem o modelo de hélice tríplice da
inovação como uma possível solução para integração dos processos entre universidade,
empresa e governo, a partir do redesenho de políticas públicas integradas entre estes três
atores, na busca de mitigação destes pontos fracos.
Pode-se concluir que os pontos fracos que devem ser monitorados e desenvolvidos
pelos empreendedores segundo os gestores dos Parques Tecnológicos e Incubadoras de
empresas, têm correlação com o “Relatório de sobrevivência e mortalidade de empresas”
(SEBRAE, 2010). Estes podem levar ao fechamento ou reprovação no processo de seleção de
seu empreendimento e são:
Comportamento pouco desenvolvido do empreendedor;
Falta de planejamento prévio;
Gestão deficiente do negócio;
Insuficiência de políticas de apoio;
Flutuações na conjuntura econômica; e
Problemas pessoais dos proprietários.
Segundo os resultados obtidos, existe uma sinergia entre empreendedores e os gestores
das Incubadoras estudadas “α” e “β”, sendo fornecidos cursos de aperfeiçoamento,
68
treinamentos específicos, acompanhamento, elaboração e refinamento dos Planos de Negócios
e uma busca constante de órgãos de fomento, isto, visando o sucesso dos negócios e um
atendimento à missão da Incubadora, e, mesmo com os pontos fracos apresentados
anteriormente, a mortalidade das empresas cai de 27% para 15% quando a empresa está em
processo de incubação, quando comparado aos dados do SEBRAE.
A pesquisa realizada corrobora com uma das conclusões provenientes do relatório da
Anprotec (2012) que evidencia a necessidade de aprofundamento nas discussões no tocante à
gestão de serviços de capacitação de empreendedores. A presente pesquisa busca servir de
parâmetro para que os empreendedores tenham consciência dos aspectos relevantes, visando
estar preparados para a entrevista de pré-seleção.
Como continuidade à presente pesquisa, pretende-se aprofundar a discussão do
referente tema por parte do Governo, Universidades e Empresas. Deve-se buscar um
entendimento e hierarquização das necessidades e interesses por parte do governo e
universidades, visto que o presente estudo enfocou predominantemente o ponto de vista dos
gestores dos Parques Tecnológicos e Incubadoras.
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71
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 Discussão Final
Esta dissertação apresentou dois artigos acadêmicos, voltados à pesquisa do tema
“inovação”. Em sua fase inicial, o trabalho é conduzido através do estudo do impacto das
patentes, segundo os indicadores do índice global de inovação – GII, visando o contexto geral
da inovação. Parte-se para o contexto específico enfocando-se os Parques Tecnológicos e
Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica. No contexto geral, o trabalho limitou-se ao
estudo do impacto das patentes, focando no desenvolvimento das nações pela inovação e
apresenta um resultado quantitativo sobre sua relevância através de uma metodologia não
clássica: a Lógica Paraconsistente anotada. No contexto específico, apresenta-se um Estudo
de Caso em um Parque Tecnológico e duas Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica,
que resultou na descrição dos aspectos relevantes provenientes da análise do processo de pré-
incubação de empresas de base tecnológica, segundo os gestores das unidades pesquisadas.
Os objetivos pretendidos nesta dissertação, a saber: a) Analisar o cenário da inovação
através dos indicadores de patentes, segundo o GII e WEF; b) Analisar o processo de pré-
incubação de Empresas Embrionárias de Inovação Tecnológica - EEIT; c) Apresentar o ponto
de vista dos gestores e empreendedores de um Parque Tecnológico e das Incubadoras
selecionadas, foram alcançados, o que verifica-se, por meio dos resultados obtidos, através da
publicação dos artigos acadêmicos apresentados nos capítulos 4 e 5.
6.2 Conclusão
Relembrando as questões de pesquisa, propostas nesta dissertação, a saber:
1– Analisar o cenário da inovação através das métricas do GII?
2– Identificar quais são os aspectos relevantes para que o empreendedor tenha
sucesso no processo de pré-incubação?
No tocante à questão 1, conclui-se que o investimento em registro de patentes,
proporciona à nação que adota esta estratégia, a possibilidade de estar mais alinhada a uma
estratégia competitiva global, segundo as métricas do GII e justifica a proposição apresentada
72
no artigo que relata que as patentes podem influenciar de forma favorável o desenvolvimento
da inovação de um país integrante do BRICS.
No tocante à questão 2, conclui-se que os aspectos relevantes relatados pelos gestores
estão alinhados ao modelo de hélice tríplice e devem servir de parâmetros para que os
empreendedores estejam melhor preparados para o processo de seleção de EEIT, e por
consequência possam vir a ter sucesso no processo de pré-incubação.Verifica-se que os
empreendedores devem apresentar o conhecimento sobre alguns temas, a saber: a) A estrutura
formal de um Plano de Negócios; b) As etapas do processo de seleção de EEIT; c) As noções
básicas de custeio; d) As noções básicas de formação de preços; e) As noções gerais sobre
planejamento operacional e estratégico; e f) O conhecimento sobre o modelo de hélice
tríplice, que visa a integração dos atores universidade, empresa e governo.
Destaca-se, ainda, como conclusão adicional, conforme relato dos empreendedores,
que seu investimento inicial, antes de sua participação no processo de pré-incubação, é em
média de duzentos mil reais.
6.3 Limitações e aspectos não abordados
As limitações iniciais apresentadas nesta dissertação no item 3.3, a saber: As fontes
(Parques Tecnológicos e Incubadoras) devem ser mantidas em sigilo, conforme solicitações
dos entrevistados, as outras informações pesquisadas em sites, são consideradas de domínio
público.Outro agente limitador identificado foi a indisponibilidade dos gestores e
empreendedores de outros Parques Tecnológicos e Incubadoras, sendo relatado e justificado
por alguns, a saber: “ausência de tempo para isso”; “estou cansado de responder questionários
de discentes que não servem para nada”; “nossa diretoria não aprova pesquisas acadêmicas”.
Estas limitações relatadas pelos gestores e empreendedores, corroboram com a metodologia
de hélice tríplice, que apresenta que a universidade e a empresa atuam de maneira desconecta.
Neste cenário pode-se analisar que os países economicamente desenvolvidos estão na
vanguarda deste complexo e sistêmico processo de inovação. (GII, 2014).
Um dos aspectos não abordados nesta pesquisa é relatado como um problema de alta
complexidade para países emergentes segundo o WEF e outros autores já citados no
arcabouço teórico do presente estudo, pois, se relata que os países emergentes para
sustentação de sua política empresarial, industrial e ou econômica visando o crescimento, têm
73
o dever de primeiramente entender o desafio inovação tecnológica e criar leis e políticas de
incentivo para as instituições de ensino e pesquisa, empresas e governo (WEF, 2014).
6.4 Continuidade do trabalho e estudos futuros
Esta dissertação possibilita para continuidade dos estudos as opções a seguir:
a) Registro do software PARALPK;
b) Aplicação do algoritmo para-analisador baseado em Lógica Paraconsistente
Anotada, para análise de outros indicadores do GII e comparação de um número
maior de países;
c) Aprofundamento do estudo da aplicação do modelo de Hélice Tríplice, em
Incubadoras e Parques Tecnológicos;
d) Elaboração de um modelo prescritivo para aprovação no processo de seleção de
empresas de base tecnológica.
74
7 ANEXOS
Artigo apresentado no Advances in Production Management Systems - APMS 2014,
publicado em revista qualis B2.
75
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