DIZIMOS

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duvidas sobre dar dizimos

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  • DIZIMOS

    1 carta

    Exmo. Pastor ....................

    Recebi o ltimo nmero da sua publicao .................Por discordar da sua doutrina,

    decidi devolver.

    No entanto, pelo respeito que o Pastor me merece, pois penso que est a fazer trabalho

    til para o Senhor, decidi escrever estas linhas.

    Embora nem sempre me manifeste, quando so pormenores secundrios, j o mesmo

    no acontece quando se trata de pormenores doutrinrios importantes como o caso

    presente.

    Refiro-me ao artigo Dar!.... No Dar? .... Em que se pretende pr em vigor a lei do dzimo nos nossos dias. Nesse ponto, tenho de reagir, no com o vigor com que o faria o

    autor das carta aos Glatas, mas com as fracas possibilidades que tenho.

    Segundo os claros ensinos das epstolas paulinas, em especial.

    Glatas 5:18 18 Mas, se sois guiados pelo Esprito, no estais debaixo da lei.

    e Filipenses 3:9 9 E seja achado nele, no tendo a minha justia que vem da lei, mas a que vem pela f em Cristo, a saber, a justia que vem de Deus pela f;

    o crente cristo no est debaixo da lei que foi dada ao povo de Israel. Se o assunto em

    questo duma maneira geral a contribuio e o dzimo em particular, entendo que uma

    abordagem sria e honesta do assunto deveria comear pelo estudo das passagens didcticas

    sobre a contribuio neotestamentria com por exemplo,

    1 Corntios 16:1/2, Ora, quanto coleta que se faz para os santos, fazei vs tambm o mesmo que ordenei s igrejas da Galcia.

    No primeiro dia da semana cada um de vs ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua

    prosperidade, para que no se faam as coletas quando eu chegar.

    2 Corntios 8:1/3 Tambm, irmos, vos fazemos conhecer a graa de Deus dada s igrejas da

    macednia;

    Como em muita prova de tribulao houve abundncia do seu gozo, e como a sua profunda pobreza

    abundou em riquezas da sua generosidade.

    Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram

    voluntariamente.

    ( ... deram voluntariamente), 2 Corntios 9:7 Cada um contribua segundo props no seu corao; no

    com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que d com alegria.

    (..nem por constrangimento..),Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflio.

    E bem sabeis tambm, filipenses, que, no princpio do evangelho, quando parti da macednia, nenhuma

    igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, seno vs somente;

    Porque tambm uma e outra vez me mandastes o necessrio a tessalnica.

    Filipenses 4:14-16

  • Quero tambm mencionar as concluses da Assembleia de Jerusalm sobre o nosso

    caso, isto , sobre o crente gentio em face da lei judaica. E, quando chegaram a Jerusalm, foram recebidos pela igreja e pelos apstolos e ancios, e lhes

    anunciaram quo grandes coisas Deus tinha feito com eles.

    Alguns, porm, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncid-

    los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moiss.

    Atos 15:4,5

    Por isso julgo que no se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus.

    Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminaes dos dolos, da fornicao, do que sufocado e do

    sangue. Atos 15:19,20

    Estas so as passagens que deveriam ser consultadas de acordo com as boas regras da

    hermenutica, e no encontro nelas qualquer referncia ao dzimo.

    No sei em que que se baseiam para afirmar que pelo facto do dzimo ser anterior

    Lei de Moiss no se deve considerar revogada por Cristo.

    Se aceitar o vosso argumento de que o dzimo est em vigor por ser anterior a Moiss, ento

    tambm pelas mesmas razes a poligamia est em vigor por ser anterior a Moiss. E que

    diremos da escravatura que era anterior a Moiss embora este a tivesse incorporado nas suas

    leis. Se comprares um servo hebreu, seis anos servir; mas ao stimo sair livre, de graa.

    Se entrou s com o seu corpo, s com o seu corpo sair; se ele era homem casado, sua mulher sair com

    ele.

    Se seu senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos

    sero de seu senhor, e ele sair sozinho.

    xodo 21:2-4

    No quer isto dizer que eu defenda a poligamia ou a escravatura, mas simplesmente que

    no posso aceitar a lgica sugerida no vosso artigo.

    Quando s passagens apresentadas, Mateus 23:23, Ai de vs, escribas e fariseus, hipcritas! pois que

    dizimais a hortel, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juzo, a misericrdia e a f; deveis,

    porm, fazer estas coisas, e no omitir aquelas. e Lucas 11:42, Mas ai de vs, fariseus, que dizimais a hortel, e a arruda, e toda a hortalia, e desprezais o juzo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas,

    e no deixar as outras.

    quero comentar o seguinte: Trata-se de versculos isolados, arrancados ao seu contexto. Para

    se fundamentar uma doutrina, deve-se procurar uma passagem escrita com a inteno de

    doutrinar sobre o assunto. Ora o desgnio ou objetivo destas passagens no de maneira

    nenhuma o ensino do dzimo, porque:

    1. A ocasio no era prpria, pois Cristo no estava a falar para os seus discpulos,

    2. As pessoas a quem Cristo se dirigia eram dizimistas escrupulosos no sendo pois

    necessrio ensin-los a dar o dzimo.

    3. Cristo no elogiou os dizimistas, mas at os chamou de hipcritas.

    4. Os fariseus estavam sob a Lei. Deveriam portanto dar o dzimo, guardar o sbado,

    praticar a circunciso e todos os rituais do V. T.

    Queria colocar ainda a seguinte questo? Se todos os portugueses fossem evanglicos e

    dizimistas, seria aceitvel que 10% do rendimento bruto nacional fosse entregue s

    igrejas ?

    Pelos dados estatsticos de que disponho, admito que estejam um pouco desatualizados,

    Portugal gasta cerca de 9% do oramento do estado com a sade e segurana social

  • (construo e manuteno de hospitais, apoio infncia, terceira idade e deficientes),

    8% com a educao (escolas e universidades, cultura e investigao), 5% com os

    servios de administrao (funcionalismo, representaes diplomticas e modernizao

    da nossa organizao) .... No seria um escndalo uma verba superior a essas para as

    igrejas ?

    No me diga que nesse caso as igrejas se iriam dedicar beneficncia e instruo em

    substituio do Estado ...

    Aceito que haja quem defenda tal situao, mas no prescindo de afirmar que no esse

    o modelo de sociedade que defendo para o nosso pas.

    Que se fale no dzimo do Velho Testamento.

    Que se apresente o dzimo como um incentivo. At a tudo bem.

    Mas desde o momento em que se coloque uma lei do V.T. em vigor, seja ela do dzimo,

    da circunciso, do sbado (ou do domingo), penso que os irmos ultrapassaram a

    fronteira entre o genuno Evangelho e as ideias judaizantes. A partir desse momento no

    me posso identificar convosco, razo porque me sinto obrigado a devolver-lhe a revista

    que me enviou.

    Com os melhores cumprimentos.

    Camilo

    2 carta

    Estimado Irmo:

    A sua carta aqui recebida em 6 do corrente, e em que faz uma apreciao ao artigo Dar !... No dar ?... publicado no nosso boletim ............ em Maio, mereceu-nos a maior ateno e suscitou em ns de imediato, duas observaes.

    Primeiro, o artigo no nosso; foi transcrito de um livreco (que por puro lapso no foi

    enunciado), pertence a um autor da Igreja Evanglica do Brasil, e foi publicado naquelas

    condies, simplesmente por falta de oportunidade da nossa parte para, rapidamente,

    para aquele boletim, produzirmos um texto mais prprio, j que por fora das

    circunstncias, somos ns somente quem pode produzir os imensos textos que

    regularmente se usam nesta Casa.

    Como segunda observao, vincamos que no essencial estamos de acordo, j que no

    penltimo pargrafo da sua carta o Irmo admite que se pode falar do dzimo e us-lo

    mesmo como um incentivo. Para ns, o dzimo, como verificar adiante, de acordo com

    as Escrituras, estudadas ampla a coerentemente, uma lei da propriedade, ensinada por

    Deus nos primrdios da raa, de valor perptuo, mas no o conceito mais alargado de

    contribuio, e ainda mais largo, da mordomia, vinculados pelas Escrituras.

    Posto isto, a argumentao que permeia a carta o reflexo de uns ensinos muito

    populares entre alguns evanglicos, mas que no representam qualquer escola ou linha

    de pensamento sria e abalizada, que no tem produzido os melhores resultados no

    campo da mordomia, e, por isso, nos entristece muito, mas que ns, com facilidade,

    pelas Escrituras desmontaremos.

    Em referncia s passagens paulinas de Glatas 5:18, Mas, se sois guiados pelo Esprito, no estais debaixo da lei. e Filipenses 3:9, E seja achado nele, no tendo a minha justia que vem da lei, mas a que vem pela f em Cristo, a saber, a justia que vem de Deus pela f; so passagens isoladas e que nada tm a ver, diretamente, com o dzimo ou a

    contribuio e, desse modo, contrariam os critrios por si estabelecidos, de uma boa

  • hermenutica e de no usar passagens isoladas ainda que esse no seja o problema maior. O equvoco maior est na definio do que a lei e o estar ou no debaixo da lei.

    Com efeito, a ideia popular que tudo que provem do V.T. Lei; o que provm do N.T.

    Graa. Outra ideia popular mas mais prxima do equilbrio da Verdade, a que divide

    a Lei em dois sectores: assim, a Lei Cerimonial reuniria as cerimnias, as leis civis; a

    Lei Moral, os princpios espirituais permanentes. Neste segundo sentido, o Sermo do

    Monte, o maior de sempre, a reinterpretao da Lei, por Jesus, e da qual Ele disse que

    no veio ab-rogar, mas cumprir, Mateus 5:17/18. Jesus cumpriu a Lei em quatro sentidos: guardando-a perfeitamente segundo a vontade do Autor, Joo 8:29;

    transformando a sombra na realidade, sobretudo no aspecto cerimonial, Hebreus 9:12;

    estendendo-a a todos os povos e culturas, Marcos 3:1/6; exaurindo as suas penas,

    Colossenses 2:14.

    Alm do muito mais, o carcter permanente dos valores espirituais da Lei, verifica-se no

    facto de os dez mandamentos do Declogo estarem todos includos nos ensinos do N.T.,

    com exceo nica do Sbado, ainda que este haja dado lugar ao Descanso de Deus, Hebreus 4:3, Hebreus 4:9/10.

    As duas passagens primeiro citadas, de Paulo, esto num contexto da sua controvrsia

    com os judaizantes, em que ele vinca o carcter nico da justificao pela f, com base

    na graa, pelo que, de acordo com o seu critrio de no se utilizarem textos isolados e

    no correspondentes ao assunto em causa - o Dzimo - e que utiliza na sua argumentao

    sobre a interpretao de Mateus 23:23, no podem ser interpretadas como uma excluso

    dos valores espirituais permanentes da Lei. At por que para Paulo A lei santa: e o mandamento, santo, justo e bom, Romanos 7:12; e a justia do preceito da lei cumpre-se na vida daqueles que andam segundo o Esprito, Romanos 8:4. O cristo no est

    debaixo da Lei apenas no sentido que esta seja o meio da sua justificao a santificao.

    O USO DO TERMO LEI NO N.T. E POR PAULO:

    a referncia comum entre os Judeus era, certamente, ao sistema de leis de Moiss. Mas,

    as controvrsias de Paulo foraram-no a refutar os seus oponentes na sua prpria base e

    a usar o termo com outras nuances. Como, por exemplo, na definio de filhos de Abrao como equivalente a participantes no concerto, Glatas 3:6/9; ou em, aquele que observar os seus preceitos (da lei), por eles viver, vr.12; ou ainda, a lei no contrria s promessas v. 21. Segundo, Romanos 2:12/16, declara que a lei no de todos os homens, mas h um

    sentido em que a mesma est em todos, v.14. e que os que praticam a lei ho de ser justificados, v.13, significando que, no julgamento actual, so aprovados. H muitas outras nuances que aqui no podemos agora tratar. Para Paulo, NOMOS, era, salvo raras

    excepes, a vontade revelada de Deus, e a referncia primria do termo, era a revelao

    dessa vontade no V.T., quer em estatutos passageiros, quer em princpios ticos

    permanentes.

    Demonstremos:

    1-Um estatuto; Neemias 10:51; xodo 12:49; Levtico 6:9; Romanos 7:2b; Hebreus

    8:10; Hebreus 10:16;

    2-Lei divina, a vontade geral de Deus: facto concreto, regime histrico; lei divina sem

    referncia sua expresso; Romanos 2:13; lei divina como um sistema puramente

    legalista, Deuteronmio 27:26; Glatas 3:10/15, em estreita relao com outros

    significados; lei divina como princpios ticos, centralizada no amor, Mateus 7:12;

  • Mateus 5:17/18; Lucas 16:17; Glatas 5:14; e, talvez, Romanos 7:22/23b, Romanos

    7:25a; Glatas 5:23; Glatas 6:2, seriam classificados aqui, ou no ponto 2.

    3-Por metonmia, os livros que contm a lei;

    4-Lei, sem referncia origem ou autoridade; Actos 7:15; Romanos 7:1/2; 1 Timteo

    1:9, etc.;

    5-Fora ou tendncia; Romanos 7:21/25; Romanos 8:2. (2).

    ANTINOMISMO O RESULTADO DO ABANDONO DA LEI: a justificao no

    pode conduzir-nos a uma "graa barata". A parbola de Jesus do Credor Incompassivo,

    Mateus 18:23/35, mostra claramente que aqueles a quem Deus cancela os pecados, tm

    obrigaes para com Ele. O Antinomismo (contra-anti; a lei-nomos), equivalente a

    libertinagem, trata dos que pensam que a graa to abrangente que todo o esforo para

    fazer o que Deus manda desnecessrio e at errado. Paulo tinha esse erro em mente ao

    escrever Romanos 6. Ao desprezar a Lei faz com que ela no tenha nenhuma funo

    legtima. Na antiga aliana a Lei compungia a conscincia a buscar refgio no

    Evangelho. Assim pensava Calvino. (3). Como disse M.Lloyd-Jones: Se a graa que voc recebeu no o ajuda a guardar a lei, voc no recebeu a graa. (4) A obrigao que o Antinomismo desconhece o preo da libertao, Mateus 18:23/24.

    No satisfaz as condies do relacionamento pois o amor de Cristo constrange, 2 Corntios 5:14. Os antinomistas adoptam a posio extremada dos dispensacionalistas

    que negam a necessidade de arrependimento ou mudana tica de comportamento ao se

    aceitar a salvao em Cristo. Uma vez pressuposto que o Sermo do Monte no descreve

    a vontade de Deus para a Igreja de hoje, nega-se a responsabilidade de tentar viver de

    acordo com as suas ordenanas. O arrependimento que Deus quer - dizem - sinnimo

    de f, Dr. Charles Ryrie, Dallas. A lei nada acrescenta graa, a no ser confuso e

    contradio, Chafer. O arrependimento um acrscimo falso graa; quer dizer mudar a

    mente, no a vida! Dr. Ryrie.

    No podem esquecer que Lucas escreveu, alm de Actos, o Evangelho, incluindo nele o

    Sermo da Planura, Lucas 6:47/49. Simo o Mgico creu mas no se arrependeu e foi

    rejeitado, Actos 8:21/23. Ler ainda Actos 17:30/31; e Actos 26:19.

    Professar a f pode ser um acto apenas intelectual; no chegar a ser f salvadora, Tiago

    2:14/24. Entende-se como acreditar apenas nos factos bblicos, como sucede muitas

    vezes com filhos de crentes educados nas Escolas Dominicais. Desse modo, quase toda a

    gente estaria salva! Paulo ensinou aos corntios que baptismo nas guas no garante a

    salvao; que necessria a mudana de comportamento, 1 Corntios 10:1/13. O

    Evangelho algo que deve ser obedecido. Romanos 10:16; 2 Tessalonicenses 1:8. Os

    romanos obedeceram, Romanos 6:17. Uma teologia que apresenta a graa sem arrependimento no verdadeira. O Antinomismo depende de uma graa barata em

    lugar de uma graa transformadora Romanos 5:5, o amor; a fome pela justia, Mateus

    5:6; a busca do reino, Mateus 6:33; crescer na obedincia produz comunho, 1 Joo

    1:4/7. O Cristianismo verdadeiro no pode existir com base numa graa to leviana que

    o cristo no a valorize.

    Mas, a graa verdadeira no pode ser desviada, como C.F.D.Moule escreveu:

    Um dos resultados do confronto que Paulo teve com J.C. como a incorporao do amor

    de Deus uma nova atitude quanto observncia da lei. Ele entendeu que somente

    quando algum justificado por Deus pela resposta da f graa antecedente que se

  • torna possvel cumprir as demandas reais da lei formuladas em termos do esprito e no da letra ... Uma f genuna muda o comportamento e conduz obedincia. (5)

    PASSAGENS DIDCTICAS SOBRE A CONTRIBUIO

    NEOTESTAMENTRIA

    1 Corntios 16:1/2: esta passagem no necessariamente uma de ensino da contribuio

    para a sustento da Igreja, do Culto, do Ministrio; antes, relativa beneficncia para os

    crentes pobres da Judeia, como aparece em outras escrituras. Contm, entretanto,

    elementos valiosssimos para a teologia da Mordomia, nomeadamente o princpio da

    proporcionalidade, que est na base do Dzimo, aqui no expresso mas subentendido, na

    frase conforme a sua prosperidade. Esta expresso no sustenta a prtica de qualquer cristo contribuir com qualquer coisa! 2 Corntios 8:1/3: do mesmo modo o objectivo deste ensino a beneficncia para os

    cristos aflitos pela crise na Judeia, destacando-se, entretanto, o princpio bsico de que

    aqueles que contribuam no o faziam da sua fartura, muito ao contrrio, de muita prova de tribulao e da extrema misria. Destacam-se tambm a graa, a abundncia de alegria, a generosidade, a voluntariedade. Mas, quem diz que o Dzimo no pode ser

    entregue com estas mesmas qualidades ?

    2 Corntios 9:7: uma vez mais, as ofertas para os cristos pobres da Judeia so feitas

    com presteza, 2, esto preparadas com tempo, 3, com zelo, 3, com generosidade e no

    avareza, 5, segundo o princpio da proporcionalidade, 6 e, sem constrangimento mas

    com alegria, 7. Todas estas qualidades so sustentadas por aqueles que criam a

    disciplina de calcular, separar e entregar os dzimos de todos os seus rendimentos e no

    por aqueles que tiram uma moeda qualquer, apressada e inconscientemente do bolso

    quando passa o saco da coleta !

    Filipenses 4:14/16: esta passagem, que preciosa, no acrescenta algum elemento novo,

    registando o cuidado dos Filipenses pelas necessidades de Paulo, que eles satisfizeram

    o bastante, no o mnimo. preciso referir aqui que estes textos nada dizem contra a prtica do Dzimo, e tambm que estas no so as nicas passagens sobre contribuio,

    havendo dezenas de muitas outras, que precisam igualmente de ser interpretadas.

    AS CONCLUSES DA ASSEMBLEIA DE JERUSALM

    A Igreja vivia um perodo de transio, como se releva em Atos.

    Judaizantes que desceram de Jerusalm para Antioquia ensinavam que os gentios

    conversos deviam sujeitar-se Circunciso. Os Irmos nascentes, com Paulo e Barnab,

    resolveram que estes dois e outros subissem Igreja em Jerusalm para dirimirem ali

    este diferendo. A Igreja decidiu por pleno acordo, recomendar-lhes, por epstola, que se abstivessem das coisas sacrificadas aos dolos, do sangue, da carne sufocada e das

    relaes sexuais ilcitas, A primeira e a ltima referem-se a valores permanentes; a

    segunda e a terceira a prescries cerimoniais. Mas, nem aqui o Dzimo revogado.

    Convm notar bem o que a texto de Actos 15:28 diz: ... pareceu bem ao Esprito Santo e a ns no vos impor maior encargo.... H alguma coaco, alguma disciplina, alguma limitao, alguma norma. Porque o estar no debaixo da Lei, mesmo no N.T., no estar

    sem lei alguma! E haveria que adicionar expresses do N.T. tais como, os mandamentos de Deus, os mandamentos de Jesus e outras.

    O DZIMO ANTERIOR LEI E NO FOI REVOGADO POR CRISTO

  • As duas instituies citadas da Poligamia e da Escravatura, como pretensos paralelos,

    no tm razo de ser, j que so instituies pertencentes ao foro cvico, enquanto o

    Dzimo pertence ao fora religioso, alm de se basearem em valores rejeitados quer no

    Velho quer no N.T., enquanto que o Dzimo como princpio da propriedade,

    permanente, nunca aparece revogado em qualquer Escritura. Como valor permanente,

    no foi revogado, como outros, tais como a f, a justia e a misericrdia, igualmente

    anteriores Lei, no foram tambm revogados.

    Os Pais da Igreja Ireneu e Clemente, Tertuliano, ligavam a rejeio da oferta de Caim

    com o Dzimo, ensinado por Deus e traduziam Gnesis 4:6/7, ....Se todavia procederes mal ..., como, Mas no a dividiste rectamente significando, segundo Tertuliano, que ele no deu o dzimo das primcias. E, mais tarde o escritor aos Hebreus, que leria na Septuaginta o V.T., comentava as ofertas de Caim e Abel, dizendo que este ofereceu a Deus um mais abundante sacrifcio do que Caim, Hebreus 11:4/7 Alm de ser muito anterior Lei, os Israelitas entregavam trs Dzimos, no um s ! O primeiro Dzimo,

    Dzimo do Senhor, Dzimo para os Levitas, que estes, por sua vez, partilhavam com os

    Sacerdotes, Levtico 27:30/33; Nmeros 18:21/30. O segundo, o Dzimo do Festival,

    Deuteronmio 12:5/28; Deuteronmio 14:22/29; Terceiro, o Dzimo dos Pobres, s de

    trs em trs anos, era armazenado para a Ano Sabtico, de sete em sete anos, e dedicado aos Levitas, aos pobres, vivas e rfos. Se assim era sob a Lei quanto mais

    deveria ser sob a Graa !!! Deuteronmio 26:12/15.

    O DZIMO NO NOVO TESTAMENTO

    McConoughy, erudito bblico e histrico, diz que Em todo o mundo pago antigo se reconhecia Divindade o direito dcima parte dos bens. E no N.T. ele no referido mais fortemente porque todos, Judeus e Gentios, o entregavam. Como prova disso est

    que nem Jesus nem os Apstolos tm de repreender os Cristos por faltarem na entrega

    dos Dzimos, pelo contrrio, eles so zelosos, Actos 21:20. Mas, no N.T. h muitas

    referncias ao Dzimo, umas directas, outras por metfora, e ainda subentendidas:

    Referindo-se aos fariseus, Jesus disse aos discpulos: Fazei, pois, e guardai tudo quanto eles vos disserem ..., Mateus 23:1/3, o que inclua o Dzimo; Jesus no os censurou por darem os Dzimos: Sem omitir aquelas refere-se a dizimar a hortel, o endro e o cominho; enquanto deveis, porm, fazer estas coisas, refere-se aos preceitos mais importantes da lei, a justia, a misericrdia e a f, em Mateus 23:23; censurou, sim, por negligenciarem estes !

    Tratando do sustento do Ministrio da Palavra na 1 Corntios 9:4/14, Paulo usa uma

    poro de metforas, muito expressivas e refere-se aos sacerdotes e levitas no v.13, os

    quais, indefectivelmente, eram suportados pelos dzimos, apelando, inclusivamente,

    antes, autoridade da Lei no v.8; De Cristo, diz o autor de Hebreus que, como anttipo

    de Melquisedec recebe dzimos aquele de quem se testifica que vive, Hebreus 7:4/10, ver v.8. Fica demonstrado inequivocamente que o Dzimo foi ensinado e praticado no

    N.T., e que os Cristos Primitivos iam muito alm do Dzimo; Nenhum deles dizia que coisa alguma era sua prpria ..., Actos 4:32/35.

    TODOS OS PORTUGUESES EVANGLICOS E DIZIMISTAS?

    Esta ltima questo da sua estimada carta inconsequente, porque no h pas algum

    onde todos os habitantes sejam evanglicos. A concluso errada porque as premissas o

  • so tambm. 10% do rendimento bruto nacional para as Igrejas? A questo

    importantssima, mas o espao no a comporta.

    Sempre temos lido e estudado que os graves problemas da fome, das injustias da no

    evangelizao dos Povos No Alcanados, seriam totalmente resolvidos se todos os

    Cristos dessem os seus dzimos. Quanto questo de a beneficncia e a instruo

    pertenceram Igreja ou ao Estado, poltica; ultrapassa-nos. Contudo, declaramos que

    em toda a Histria da Redeno, o amor ao prximo, a generosidade a justia, sempre

    tiveram lugar, e disso h nobres exemplos.

    Vou ter o prazer de lhe enviar o livro .......... que espero, cimentem ainda melhor a nossa

    amizade.

    (1) Lei, Shed, 20-26.

    (2) Comentrio Internacional, Burton, 443-450

    (3) Calvino, Intitutas, Vol.II,II,9.

    (4) Richard Alderson, 30.

    (5) Lei, Shedd, 28-34.

    (6) O Dzimo, Arthur Brown.

    (7) F. B. Westcott.

    3 Carta

    Prezado Pastor ............

    Recebi h dias a sua estimada carta, juntamente com o livro .......

    Ainda no tive tempo de ler o livro nem os apontamentos, pois parto nos prximos dias

    para o Algarve onde vou em servio, mas quero desde j escrever para lhe agradecer a

    sua carta e o tempo precioso que deve ter certamente distendido para a escrever.

    A maior parte dos argumentos apresentados j era do meu conhecimento.

    Concordo com a sua afirmao de que no essencial estamos de acordo.

    Certamente que o crente se deve esforar por contribuir o mais liberalmente possvel,

    tendo em vista o crescimento das igrejas e a sua autonomia em relao ajuda exterior,

    pois a autonomia administrativa nunca poder funcionar eficientemente enquanto as

    nossas igrejas estiverem to dependentes do exterior.

    Onde discordo, e no posso colaborar, na maneira com tal contribuio incentivada,

    apelando-se para a lei do Velho Testamento e no para a espontaneidade dos crentes.

    Sem entrar em pormenores, vejo que ambos lemos o Novo Testamento com mentalidade

    diferente.

    Eu continuo a afirmar que no h passagens no N.T. em que Cristo ou algum dos seus

    discpulos tenha posto em vigor a lei do dzimo, e a sua carta veio confirmar esta

    afirmao, pois se houvesse uma tal passagem, certamente o Pastor a teria mencionado.

    O Pastor ........... Prova com as passagens que menciona que no h passagens no N.T.

    em que o dzimo seja revogado.

    De facto, no h passagens a revogar o dzimo no N.T., nem tal faria sentido. Como afirmei

    na minha carta, se aceitar o dzimo porque no foi revogado no N.T., teria de aceitar tambm

    a escravatura, a obrigao dos cunhados das vivas que no tivessem filhos em

    Deuteronmio 25:5/10,

  • Quando irmos morarem juntos, e um deles morrer, e no tiver filho, ento a mulher do falecido no se

    casar com homem estranho, de fora; seu cunhado estar com ela, e a receber por mulher, e far a

    obrigao de cunhado para com ela.

    E o primognito que ela lhe der ser sucessor do nome do seu irmo falecido, para que o seu nome no se

    apague em Israel.

    Porm, se o homem no quiser tomar sua cunhada, esta subir porta dos ancios, e dir: Meu cunhado

    recusa suscitar a seu irmo nome em Israel; no quer cumprir para comigo o dever de cunhado.

    Ento os ancios da sua cidade o chamaro, e com ele falaro; e, se ele persistir, e disser: No quero tom-

    la;

    Ento sua cunhada se chegar a ele na presena dos ancios, e lhe descalar o sapato do p, e lhe cuspir

    no rosto, e protestar, e dir: Assim se far ao homem que no edificar a casa de seu irmo;

    E o seu nome se chamar em Israel: A casa do descalado.

    e a poligamia, pois tambm no h passagens a revogar estas leis.

    No aceito a sua explicao de que estes exemplos pertencem ao foro cvico enquanto o

    dzimo ao foro religioso. No V.T., no vejo que seja sustentvel esta diviso, pois estava-se

    numa sociedade cvico-religiosa.

    Os levitas eram sustentados pelos dzimos. E que funo tinham eles? No eram

    simplesmente funes religiosas, tinham funes que nos nossos dias competem aos

    tribunais, ao delegado de sade (exame dos leprosos) etc.

    Quanto sua referncia a Mateus 23:3, embora com todo o respeito, discordo que seja

    uma aluso ao dzimo, pois no s no est de acordo com o contexto, como o Pastor

    transcreveu s parte desse versculo, que nesta traduo diz: Portanto, tudo o que vos

    disserem, isso fazei e observai; mas no faais conforme a suas obras, porque dizem e

    no praticam. Uns versculos mais adiante (vr.23) Cristo volta a referir-se aos fariseus,

    dizendo que eram dizimistas escrupulosos. Se considerarmos esta passagem como

    passagem didtica sobre o dzimo, teria de concluir que Cristo proibiu o dzimo, porque

    os fariseus o davam! Penso, no entanto, que o objetivo desta passagem era a censura dos

    fariseus e nada tem a ver com o ensino do dzimo.

    Como lhe disse ainda no li os seus apontamentos, escritos h alguns anos. Li somente a

    carta, embora tencione voltar a ler mais atentamente quando regressar a casa.

    Termino com os meus agradecimentos pelo livro que me ofereceu e pelos seus

    apontamentos, que so para mim, tanto mais valiosos por representarem opinies

    diferentes da minha. Tenho por norma ler tudo, embora tal no signifique

    necessariamente a sua aceitao

    Saudaes fraternais em Cristo

    Camilo

    4 Carta

    Prezado Pastor .

    A minha ltima carta do dia 27 do ms passado foi escrita logo que recebi os seus

    apontamentos e o livro que fez o favor de me enviar, pois segui no dia seguinte para o

    Algarve em viagem de servio.

    Agora, depois de ler com mais vagar a sua carta, resolvi voltar a escrever-lhe, pedindo

    ao Senhor que o ajude a ultrapassar as ideias preconcebidas para que possa efetuar um

    exame imparcial das Sagradas Escrituras.

  • Vejo que a minha carta foi transcrita no nmero 55 da sua publicao. embora omitindo

    o meu nome. Por mim indiferente. No me importa que o meu nome seja mencionado,

    pois assumo a responsabilidade do que escrevo.

    Quero, no entanto felicit-lo pela atitude de abertura que manifestou ao publicar a minha

    carta na, carta em que discordo da sua posio sobre a doutrina do dzimo nos nossos

    dias.

    Concordo que no essencial estamos de acordo. Conheo as dificuldades das igrejas e sou

    certamente a favor da contribuio dos crentes.

    O problema no esse, como o Pastor compreendeu, embora muitos defensores da lei

    do dzimo, talvez por falta de argumentos bblicos prefiram acusar quem discordar das

    suas posies doutrinrias de falta de f e de querer fugir responsabilidade da sua

    contribuio, arrumando assim o assunto, ou desviando as atenes para casos pessoais

    que nada tm a ver com um exame imparcial das Sagradas Escrituras.

    Muitas vezes me fizeram tal acusao, mas depois de 30 anos de crente, j estou

    suficientemente calejado para que me deixe influenciar facilmente no estudo da minha

    Bblia que espada de dois gumes, tanto d para incentivar contribuio como d para

    moderar os exageros de interpretao da doutrina.

    Como disse na minha primeira carta, concordo que se fale no dzimo do V.T. e at que

    se apresente o dzimo como um incentivo contribuio, o ponto em que discordo que

    se coloque a lei do dzimo em vigor nos nossos dias.

    A diferena est neste pormenor. Pormenor talvez pequeno, mas de grande importncia

    doutrinria. Se se consideram obrigados a guardar uma lei, ento esto debaixo da lei.

    No vejo a diferena entre o Velho e o Novo Testamento sob o aspecto quantitativo, em

    que um fala em 10% e o outro em mais ou menos uns tantos %. A diferena est numa

    nova mentalidade.

    O crente do V.T. contribua para cumprimento duma lei que estabelecia os 10%.

    Impor essa lei ao crente neotestamentrio ameaando-o com o castigo do Inferno com a

    referncia a Mateus 7:23 caso o no possa pagar, refiro-me ao artigo que saiu na sua

    revista, desvirtuar a mensagem do Evangelho que apela para a espontaneidade, falta

    de confiana na generosidade dos remidos, atitude legalista que transforma Cristo num

    contabilista ou num fiscal de impostos. Sem qualquer desprestgio para estas duas

    profisses quando exercidas honestamente, penso que Jesus Cristo no pode ser

    comparado com qualquer destes profissionais.

    Concordo que as passagens que mencionei em Glatas 5:18, Mas, se sois guiados pelo Esprito, no estais debaixo da lei. e Filipenses 3:9, E seja achado nele, no tendo a minha justia que vem da lei, mas a que vem pela f em Cristo, a saber, a justia que vem de Deus pela f; Nada tm a ver com o dzimo ou a contribuio, nem eu afirmei tal coisa, como pode

    verificar por uma segunda leitura dessa minha carta. Essas passagens foram

    mencionadas para afirmar que o crente no est debaixo da lei que foi dada ao povo de

    Israel. Este ponto no foi mais desenvolvido, pois suponho haver unanimidade entre ns.

    Concordo com o Pastor, quando diz que no sigo qualquer escola ou linha de

    pensamento. Talvez essa seja uma das principais diferenas que nos separam. O irmo

    Pastor segue uma escola ou linha de pensamento a quem procura manter a sua

    fidelidade. Eu no estou comprometido com nenhuma escola nem tal me interessa.

    Basta-me a minha Bblia que a revelao de Deus ao homem, que no foi escrita para

    telogos, mas para o homem vulgar de todos os tempos. No sou contra a teologia, mas

  • sou contra tudo que possa limitar ou condicionar o estudo das Sagradas Escrituras, para

    que temos um nico mestre, o Esprito Santo.

    Quanto ideia que me leva a identificar a lei com o V.T. e a graa com o N.T., que o

    irmo Pastor diz ser ideia popular, dou graas a Deus por esta ideia estar difundida entre

    o nosso povo, pois no estamos ss. Joo tambm concorda conosco ao afirmar em Joo

    1:17 Porque a lei foi dada por Moiss, a graa e a verdade vieram por Jesus Cristo.

    Tambm encontro em Lucas 16:16 A lei e os profetas duraram at Joo; desde ento

    anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega fora para entrar nele.

    Na minha carta, afirmo que as passagens em 1 Corntios 16:1/2, Ora, quanto coleta que se faz

    para os santos, fazei vs tambm o mesmo que ordenei s igrejas da Galcia.

    No primeiro dia da semana cada um de vs ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua

    prosperidade, para que no se faam as coletas quando eu chegar.

    2 Corntios 8:1/3, Tambm, irmos, vos fazemos conhecer a graa de Deus dada s igrejas da

    macednia;

    Como em muita prova de tribulao houve abundncia do seu gozo, e como a sua profunda pobreza

    abundou em riquezas da sua generosidade.

    Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram

    voluntariamente.

    e Filipenses 4:14/16, Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflio.

    E bem sabeis tambm, filipenses, que, no princpio do evangelho, quando parti da macednia, nenhuma

    igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, seno vs somente;

    Porque tambm uma e outra vez me mandastes o necessrio a tessalnica.

    se referem contribuio dos crentes. Nunca afirmei que eram passagens em apoio do

    dzimo, simplesmente porque tais passagens no existem.

    Uma vez que o dzimo pertencia ao A.T. e uma vez que a lei e os profetas duraram at

    Joo Batista, teria de haver referncias claras no N.T. para coloc-lo novamente em

    vigor.

    Ora essas referncias no existem pelo menos eu no as encontrei, e pela carta que me

    escreveu mais uma vez tive oportunidade de confirmar que no h passagens em que

    Cristo ou algum dos apstolos tivessem imposto o dzimo aos crentes do N.T. caso

    contrrio o Pastor as teria mencionado.

    H, no entanto uma passagem que o irmo Pastor menciona nesta sua carta que merece

    um exame mais atento. Refiro-me a Mateus 23:3. De facto, aqui Cristo fala para a

    multido que o seguia e para os seus discpulos quando disse, referindo-se aos fariseus, e

    segundo transcrio da sua carta Fazei, pois, e guardai tudo quanto eles vos disserem...

    Vejo que teve o cuidado de sublinhar a palavra tudo. Quero respeitosamente chamar a ateno para os greves problemas a que d origem com

    a sua precipitao em arranjar argumentos para provar o que o N.T. no diz ...

    Vejamos a que nos conduz o seu argumento e a particular nfase dada ao tudo que os fariseus ensinavam.

    Eles estavam sob a lei de que eram rigorosos cumpridores. Eles ensinavam a lei do

    dzimo, verdade, mas no s o dzimo. Tambm ensinavam a circunciso, tambm

    ensinavam que os casos de adultrio deviam ser punidos com a pena de morte de acordo

    com Levtico 20:10, tambm ensinavam que se devia aplicar a pena de morte para quem

    no guardasse o dia do descanso segundo Nmeros 15:32/36, tambm ensinavam que se

    dois irmos vivessem juntos e um deles morresse sem deixar filhos, a sua mulher

    deveria juntar-se ao seu cunhado para lhe suscitar descendncia de acordo com

  • Deuteronmio 25:5/10 e muitos mais outros ensinamentos eram ministrados pelos

    fariseus que s podiam ser aceites no contexto cultural dessas pocas to remotas e que

    seriam um escndalo luz da revelao neotestamentria.

    No acredito que seja essa a posio do prezado Pastor ao mencionar Mateus 23:3 em

    apoio do dzimo na nfase que deu palavra tudo. Julgo que ser melhor rever o seu argumento.

    Quero ainda chamar a vossa ateno para o facto de que nem sequer se trata dum

    versculo solto, mas de parte do versculo. O versculo completo diz, referindo-se aos

    fariseus: Observai, pois e praticai tudo o que vos disserem; mas no procedais em

    conformidade com as suas obras, porque dizem e no praticam. Uns versculos mais

    adiante, (vr.23) Cristo volta a referir-se aos fariseus, dizendo que eram dizimistas

    escrupulosos.

    Portanto, se considerasse esta passagem como uma referncia ao dzimo, teria de

    concluir que Cristo proibiu o dzimo, porque os fariseus o davam escrupulosamente.

    Penso, no entanto, que o objetivo desta passagem era a censura aos fariseus e nada tem a

    ver com o dzimo.

    A posio doutrinria assumida pelo Pastor quanto a este pormenor do dzimo estar em

    vigor nos nossos dias, penso que mais moderada que grande parte dos nossos pastores

    que se limitam a apresentar Mateus 23:23 acusando de descrena e de falta de

    consagrao a quem duvidar das suas posies, o que equivale a uma espcie de

    excomunho evanglica, atitude que me entristece, no s por no ser bblica como pelo que demonstra de intransigncia e de falta de liberdade de expresso.

    Alegrei-me por ver que o Pastor, publicou a carta que lhe tinha escrito, embora fosse

    carta pessoal, mas tal facto mostra j uma mentalidade bem diferente dos exemplos que

    referi.

    Duma maneira geral, penso que ambos lemos o N.T. com uma preocupao diferente.

    O Pastor procura passagens a provar que a lei do dzimo foi revogada, e como no as

    encontra apresenta a sua concluso: Ento porque est em vigor.

    Certamente que no h passagens a revogar a lei do dzimo, simplesmente porque no

    pode ser revogado o que no est em vigor. Pelo seu raciocnio, teramos de procurar

    passagens a revogar cada uma das leis do V.T. e como sabe melhor do que eu, h

    muitas leis no V.T. que seriam escandalosas nos nossos dias e no h referncia sua

    revogao no N.T. nem se menciona que Cristo no as tivesse cumprido.

    No posso em conscincia aceitar qualquer lei do V.T. em vigor nos nossos dias, no s

    porque trair o genuno Evangelho, como pelo facto de se abrir um precedente que nos

    levaria a ter de guardar toda a lei aplicando os mesmos argumentos que o Pastor

    apresenta, em relao a todas as leis e tradies do V.T.

    Talvez possa exprimir melhor a minha posio em relao contribuio empregando

    um paralelo de ideias com o descanso.

    No V.T. havia o sbado que devia ser cumprido com uma mentalidade legalista e um

    rigor que levava a aplicar a pena de morte a quem no o guardasse de acordo com os

    vrios pormenores da lei. No N.T. permanece o princpio moral da necessidade de dar

    descanso aos trabalhadores e aos animais, tendo-se optado pelo domingo, embora grande

    parte da nossa populao j no trabalhe ao sbado. Qualquer dia da semana seria uma

    opo possvel. Permanece o principio moral do descanso, embora sem o rigor do

    legalismo do V.T.

  • Com a contribuio havia o dzimo no V.T., entregue a uma autoridade cvico-religiosa.

    Havia o rigor do seu cumprimento com a mentalidade legalista caracterstica dessa

    poca. Nos nossos dias, permanece a necessidade da contribuio para as igrejas, mas tal

    dever ser feito com uma nova mentalidade. No com o rigor do legalismo do V.T., mas

    com alegria e espontaneidade.

    Se no considero a lei do sbado em vigor nos nossos dias, tambm no posso aceitar a

    lei do dzimo. Ou ento, teria de aceitar tanto o dzimo como o sbado. Pelo menos neste

    ponto os sabatistas so mais coerentes, pois tm um critrio uniforme.

    Penso que alguns telogos tentam colocar a lei do dzimo em vigor nos nossos dias mais

    por motivos econmicas do que doutrinrios facto que me entristece, principalmente

    porque ns os crentes somos em parte responsveis por tal atitude devido ao pequeno

    volume das nossas contribuies.

    No entanto, continuo a pensar que foi uma m opo, pois a mentalidade

    neotestamentria dar certamente contribuies mais liberais se dermos ao Esprito do

    Senhor o seu devido lugar na Igreja, se apelarmos mais para o esprito e menos para o

    legalismo nas nossas igrejas. E mesmo que as contribuies diminuam, mais vale que

    cada um contribua segundo props no seu corao do que apelar para a lei para obrigar

    os crentes a contribuir com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que d com

    alegria.

    Esta carta pessoal, e dirigida ao prezado Pastor, mas poder divulg-la e mencionar o

    meu nome, se assim o entender.

    Saudaes fraternais em Cristo.

    Camilo

    5 Carta Estimado Irmo;

    Desejando muito que esteja a passar bem, bem como todos os que lhe so

    queridos, agradeo muito as suas estimadas cartas de 9 de Setembro, bem como o

    livro de estudos do Pastor ........., que esperamos mesmo incluir na Seco, depois

    de ser examinado com cuidado.

    E, sem pretender manter e aprofundar mesmo esta questo da contribuio,

    dzimo, espero que me permita alguns esclarecimentos, pois poder ser que

    algumas partes dos textos no tenham sido lidas pausadamente.

    A prxis:

    Sabemos que na prtica e no ministrio da contribuio haver quem se

    comporte de modo incorreto, mas isso no interfere com o ensino bblico global das

    Escrituras e interpretado igualmente de uma forma global, sem dividir

    demasiadamente as Escrituras.

    O Dzimo como uma lei:

    Tambm ns, de modo algum, interpretamos o Dzimo como uma lei, do tipo

    do V.T., para ser cumprida no esprito legalista. O que encontramos no N.T., nas

    referncias que citei, so o ensino e a prtica do Dzimo tal como outros ensinos. A

    referncia que feita danao, pelo autor brasileiro, no primeiro artigo do

    boletim n ..., no prpria, j que a justificao do indivduo baseia-se s na graa

    de Deus. Fazendo referncia a Mateus 7:23, teramos que concluir que a

    desobedincia a qualquer ensino bblico seria castigada desse modo! Contudo

  • aquele texto, especialmente o v.21, muito importante, j que assevera que o

    discpulo de Cristo est para obedecer vontade de Deus.

    Lei e graa:

    evidente que ns no opomos nada noo de Lei no V.T. e Graa no N.T.,

    a no ser que no V.T. j havia a manifestao da Graa de Deus, como evidente,

    pois nunca algum foi salvo em outra base, Romanos 4:3. claro que a Lei como

    dispensao acabou. Mas, note, Joo diz A lei e os profetas..., o que no significa que os ensinos dos profetas acabaram: eles esto, muitas vezes, no N.T.!

    Conhecemos muito bem os ensinos da escola dispensacionalista, que tem uma

    grande tendncia para dividir as Escrituras, muitas vezes com consequncias

    prejudiciais, como tem sido comprovado na histria, mas, tambm ns no estamos

    presos a qualquer linha limitada de interpretao.

    O Dzimo no N.T.:

    Citamos quatro passagens, no nosso estudo, sob este mesmo tpico do N.T.

    mostrando claramente a prtica do Dzimo no perodo do N.T., e para ns essas

    passagens so suficientes porque a Palavra de Deus para ser obedecida, quer ela

    seja ampla ou reduzida. Essas passagens, umas citam o Dzimo, outras referem-se a

    ele indirectamente.

    Praticai Tudo Que Vos Disserem Mateus 23:3: A salincia dada palavra tudo foi apenas para lembrar que o Dzimo estava includo. So palavras de Jesus.

    Mas, evidente, era a sociedade judaica; preciso retirar o que entretanto passou.

    A prpria Igreja, na sua formao, sofreu esse perodo de Transio durante os

    Actos. O que o Irmo citou, passou: mas a Dzimo no passou, pois est referido

    at na Carta aos Hebreus, escrita no ano 67 ou perto disso.

    Que o Dzimo no est revogado no N.T.:

    Mas a Lei est revogada nos textos que citou, enquanto Jesus disse que veio para cumprir, no para ab-rogar. O nosso argumento muito simples: no est revogado, mas est afirmado, como j verificou.

    A espontaneidade do N.T.:

    evidente que no h nada contra as pessoas entregarem os seus dzimos com

    alegria, com liberdade, com espontaneidade. Alis, isso j acontecia no V.T.

    quando, em relao ao Dzimo do Festival, o povo aparecia diante do Senhor, com

    a famlia, em festa e grande alegria, dizem os textos.

    No N.T. o Dzimo era o princpio. O povo dava mesmo mais. O Caro Irmo

    faz eco do pequeno volume das nossas contribuies. Estou bem informado do que se passa em algumas Denominaes, para o sustento do Ministrio, das

    dificuldades, do recurso a duplo emprego, dos medos que h em relao aos cortes

    das entidades estrangeiras, da necessidade de aprofundarmos a mordomia. No

    tenho dvida alguma que precisamos salientar a operao profunda da Graa, na

    vida do crente, que tira riquezas de onde h pobreza; de salientar a liberdade e o

    ministrio do Esprito.

    Com toda a considerao crist.

    6 Carta Prezado Pastor.

    Recebi o numero da sua publicao que veio acompanhada do suplemento que me

    foi dirigido em que me pergunta pela razo do meu silncio.

  • Quero em primeiro lugar agradecer a sua preocupao e interesse, mas a razo

    continua a ser a mesma que foquei nas minhas cartas anteriores.

    No me posso identificar com a vossa posio doutrinria sobre a Lei nos nossos

    dias.

    Embora na sua carta de 91/10/01 o Pastor manifeste uma posio mais moderada,

    no , no entanto esta a posio do vosso Boletim, que no nmero transcreve a

    minha primeira carta e a sua resposta a confirmar a posio do artigo do boletim n,

    e vejo que no voltou a abordar o assunto com a publicao da minha segunda

    carta.

    No voltei a escrever em virtude ao Prezado Pastor me dizer na sua carta de

    91/10/01 que no pretendia manter e aprofundar a questo do dzimo nos nossos

    dias.

    Tambm concordo consigo. Parece que j ambos dissemos o que havia a dizer e eu

    j estou esclarecido de que a sua posio pessoal um pouco mais moderada que a

    posio assumida pelo vosso Boletim, mas eu mantenho a minha posio de firme

    rejeio da antiga Lei seja ela qual for, quer se trate da circunciso, do dzimo, do

    sbado (ou do domingo).

    Penso que o seu tempo demasiado precioso para continuar a escrever sobre o

    assunto e sugiro que suspenda o envio do vosso Boletim para minha casa, pois

    despesa desnecessria. Embora com todo o respeito que me devem merecer

    opinies diferentes da minha, no podem identificar-me com a vossa organizao.

    Peo que compreenda a minha posio, pois devido s nossas divergncias

    doutrinrias, no me posso considerar como um colaborador da vossa embora

    reconhea os seus aspectos positivos em especial o carcter indenominacional do e

    o trabalho que tm feito o na divulgao da Palavra de Deus.

    pena que no caso da contribuio se desviem do genuno Evangelho abrindo uma

    exceo Velha Lei.

    Admito, no entanto a possibilidade de ainda vir a colaborar com o Prezado Pastor

    quando os nossos objetivos forem comuns com todo o respeito pelas diferenas

    doutrinrias que nos separam.

    Fraternalmente em Cristo.

    Camilo Marinha Grande, Portugal

    Novembro de 1991

    Para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de

    Deus, a qual a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade. 1 Timteo 3:15

    O objetivo deste estudo no o de se contrapor ao dzimo, mas de

    esclarecer a verdade da forma certa de como contribuir pela graa, no por coao

    psicolgica e doutrinria, utilizada por muitos lderes de igrejas, atravs de

    versculos da lei judaica, mas sim contribuir sem constrangimento exposto em 2

    Corntios 9:7

    O cristo no obrigado a dar o dzimo, nem por medo do devorador Malaquias 3:11 ou de ser amaldioado, porque o dzimo um mandamento da lei

  • judaica, alm disso, nenhuma condenao h para os que esto em Cristo e Ele j

    nos abenoou com todas as bnos nas regies celestiais Romanos 8:1 e Efsios

    1:3. Nem rouba a Deus o cristo que no d o dzimo... no temos o dever de

    chamar de ladro a quem Jesus libertou, se ele contribui com 0% ou 100% uma

    atitude pessoal, ele livre para decidir. Jesus condenou a atitude dos judeus

    escribas e fariseus que dizimavam at o cominho e no ofertavam o seu amor ao

    prximo. Mateus 23:23, infelizmente, muitos cristos tm repetido esta mesma

    atitude.

    No h um s versculo no Novo Testamento, que registre a obrigatoriedade

    do cristo dizimar.

    Por outro lado, se o cristo deixa de contribuir ou diminui esta contribuio,

    por que descobre que no obrigado, est agindo de m f para com Deus, como

    fez Ananias e Safira, ele deve contribuir sim e feliz porque sabe que pode faz-lo

    por amor a Deus e no por imposio de homens, e segundo o que propuser em seu

    corao. Toda a contribuio para a Igreja era feita unicamente atravs de ofertas e

    partilha de bens. Ns, cristos, devemos ter o cuidado de no ficarmos como

    passarinho no ninho: obrigados a engolir o que colocam na nossa boca.

    Pela Lei, o dzimo era destinado tribo levtica, aos sacerdotes desta tribo.

    Eles recebiam e se mantinham dos dzimos, porque no tinham herana e

    cuidavam do Templo de Deus, a Casa do Senhor, para onde os dzimos eram

    levados. Nmeros 18:21/30 O Templo foi destrudo e no existem mais os

    sacerdotes levitas. Pela Graa, a instituio do dzimo ilegal e sem respaldo

    bblico, porque todos ns somos sacerdotes de Cristo. Apocalipse 1:6, pois no h

    mais necessidade desta tribo sacerdotal. O Dzimo foi estabelecido para os judeus;

    no para a igreja de Jesus Cristo. Hebreus 7:5

    Devemos compreender a diferena entre contribuir em LEI e o contribuir

    em GRAA, para no ficarmos debaixo de maldio, e obrigados a guardar toda a

    lei, se escolhermos seguir um mandamento dela, como disse o apstolo Paulo em

    Glatas 5:3/4, pois quem cumpre um mandamento da lei obrigado a guardar toda

    a lei.

    Somos servos do Senhor Jesus, no escravos de homens. 1 Corntios 7:23;

    Glatas 5:1 e foi para a liberdade que Ele nos chamou.

    Na Lei, o DZIMO era a causa principal da bno do povo judeu e a

    bno era consequncia deste DZIMO. Malaquias 3:10 A maneira certa do povo

    judeu contribuir na LEI era dando o Dzimo para ser abenoado.

    Na GRAA, o Sacrifcio de Cristo a causa principal da bno do povo

    cristo.

    Paulo, em Efsios 1:3 nos afirma que Deus nos abenoou EM CRISTO, no EM DZIMO, por este motivo, a maneira correta do povo cristo contribuir em GRAA no uso de 2 Corntios 9:7, porque abenoados j somos.

    Ao invs de incentivar os cristos, com amor, a contriburem na casa de

    Deus, muitas autoridades dizem que no o obrigam o pagamento do dzimo, mas

    usam textos do antigo testamento, como: ...repreenderei o devorador; ...roubais ao

    Senhor nos dzimos.. etc, que produzem temor nas pessoas e medo de maldio,

    porque tais autoridades dependem de altos salrios pagos pelas igrejas ou tm

    receio que a obra do Senhor seja prejudicada se no houver imposio ou, por

    despreparo repetem os erros dos outros lderes, a todos faltando f suficiente de que

  • Deus prosperar a igreja, atravs da contribuio espontnea dos irmos, como

    ocorria na igreja primitiva. O resultado disso tudo o engano, o desvio da Verdade.

    Cristo no colocou VINHO NOVO(A GRAA) em ODRES VELHOS(A LEI). Marcos 2:22

    Jesus estabeleceu tudo novo e jogou fora o que era velho Glatas 4:30;

    Hebreus 8:13. No podemos fazer do cristianismo uma seita judaica. Paulo afirma

    Glatas 2:14 Toda esta confuso sobre o Dzimo seria erradicada do nosso meio se

    nos empenhssemos mais em conhecer profundamente a Palavra, sermos adultos na

    f e no meninos. Se quisermos nos aprofundar na Palavra, devemos confrontar

    sempre o que as pessoas ensinam com o que a Bblia realmente diz 1 Joo 2:27,

    fazermos como os crentes de Beria.

    Origens do dzimo

    DZIMO um preceito da LEI de Moiss Nmeros 18:24, embora Abrao

    tenha dizimado antes da Lei, no lugar do nmero dos sacerdotes, os quais se

    encontravam nos seus lombos. Hebreus 7:9/10 O Dzimo passou a ser um pacto

    Deuteronmio 12:6/17, um contrato, entre Deus e os israelitas Deuteronmio

    14:22/28. Todavia, nem os gentios, e nenhum representante da Igreja de Cristo

    estavam l para ouvir este pacto, ficando assim, a Igreja atualmente, comprometida

    com o dzimo. Porm, como Jesus cumpriu toda a lei Romanos 10:4, ao estabelecer

    uma Novo Testamento Hebreus 8:13, nem mesmo o judeu tem qualquer

    compromisso com a observncia do Dzimo, uma vez convertido a Cristo.

    DISPENSAO: um perodo em que o homem provado na sua

    obedincia a certa revelao da vontade de Deus. Encontra-se trs vezes no Novo

    Testamento, em Efsios 1:10; Efsios 3:2 e Colossenses 1:25.

    POVOS nas Escrituras Sagradas: judeus, gentios e Igreja (judeus +

    gentios).

    O DZIMO surgiu na dispensao da Promessa, de Abrao at Moiss.

    Deus estava para estabelecer o nmero de sacerdotes (10% da tribo de Levi), na

    dispensao da Lei, dentre os filhos de Levi, que j se encontravam nos lombos (no

    corpo) de Abrao, seriam seus descendentes Hebreus 7:9/10 com a finalidade de

    ministrarem no Templo onde passariam a habitar. Foi o principal motivo, pelo qual,

    o Esprito inspirou Abrao a pagar a Melquisedeque o dzimo Hebreus 7:4,

    referente a 10% dos sacerdotes da tribo de Levi que estavam nos seus lombos.

    Quando o dzimo foi institudo na Lei, os levitas ficaram isentos de pag-lo, como

    diz o texto: ...Levi que recebe dzimos, pagou-os na pessoa de Abrao. Hebreus

    7:5/9

    Ficaram isentos porque o dzimo deles foi pago na pessoa de Abrao a

    Melquisedeque, que era a figura do sacerdcio eterno de Cristo. Os sacerdotes

    levitas foram os nicos autorizados por Deus, aqui na terra, segundo as Escrituras,

    a receberem dzimo 2 Crnicas 31:5/6 e 2 Crnicas 31:12; Neemias 10:37 e

    Neemias 12:44, no o Sistema eclesistico atual.

    Muitos irmos indagam: Mas porque Deus tem me abenoado, depois que tenho dado o dzimo?

    Ora, se a Palavra diz que Deus misericordioso at com os maus Mateus

    5:45, quanto mais com um filho seu, que generoso para contribuir na Obra do

  • Senhor, mesmo que no tenha conhecimento real da profundidade desta

    contribuio, sendo o seu corao sincero diante de Deus, Deus o prosperaria

    independentemente do que ele oferta ou do que vota. Deus est mais interessado na

    misericrdia dos nossos coraes, que nos sacrifcios de nossas mos, como dito

    em Mateus 9:13.

    Foi extinto o sacerdcio levtico, que era da lei, para que um outro

    sacerdcio fosse levantado, segundo a Graa, Eterno Hebreus 7:11/12. Somos

    livres em tudo, inclusive na forma de contribuir:

    No h limite de contribuio, segundo o que voc prope no seu corao,

    0% ou 100%. A obrigao do dzimo, no mais existe. um preceito da Lei

    judaica! 2 Corntios 9:7

    Como contribuir? Em Lei ou em Graa?

    Para voc entender melhor, usamos o seguinte exemplo:

    O Adultrio

    Na Lei: Para no adulterar, o meio utilizado foi o apedrejamento Levtico

    20:10

    Na Graa: Para no adulterar, o meio utilizado foi o amor a Cristo 2

    Corntios 5:14

    Contribuio

    Na Lei: Para contribuir, o meio utilizado foi o medo do devorador.

    Malaquias 3:10/11

    Na Graa: Para contribuir, o meio utilizado o amor a Cristo 2 Corntios

    9:7.

    No Adultrio e na Contribuio, mudou o meio, mas o objetivo foi o

    mesmo: No adulterar e sempre contribuir.

    isto que Deus quer revelar sua igreja. Voc vive debaixo da GRAA e

    no debaixo da LEI. Porque quando se faz uso da lei estando em graa, para

    alcanar certo objetivo, mesmo que certo, mas se o meio utilizado estiver errado, o

    resultado a separao de Cristo e o cair da graa, sendo assim, a pessoa

    obrigada a cumprir toda a lei, como nos afirma o Esprito Santo atravs de Paulo

    em Glatas 5:3/4. por este motivo que se torna um erro gravssimo o uso de

    Malaquias 3:10 em plena GRAA em que vivemos, neste sentido Malaquias 3:10,

    tornou-se no meio evanglico, o pezinho de coelho e ferradura da sorte para muita gente, principalmente para o Sistema Religioso atual, que no consegue viver

    por f, porque a f no de todos 2 Tessalonicenses 3:2 s dos eleitos de Deus

    Tito 1:1. Infelizmente, muitos se comportam como aqueles que queriam atirar a

    primeira pedra na mulher adltera, provavelmente, se Jesus estivesse aqui diriam:

    Mestre, este irmo ou irm foi apanhado(a) em flagrante roubo, no tem dado o dzimo, vive roubando a Deus, Malaquias 3:10 diz que tais sejam entregues ao

    devorador e que Deus no deve abrir as janelas dos cus para abeno-las. Tu, pois

    o que dizes? Creio que Jesus daria esta resposta: O que voc tem a ver com isso?. Assim como ningum vive perguntando se voc adltero, tambm no deve viver perguntando se voc dizimista. Muitos chegam at ao absurdo a

    constranger o irmo ou irm, expondo-o vergonha de ter o seu nome numa

    relao de no dizimistas pregada na porta da igreja, quando no, tiram-lhe o

    ministrio ou o discriminam, mas quando um(a) irmo() que d um dzimo

    elevado, este, muitas vezes, o mais honrado na igreja.

  • Notemos que O Deus que fala em Malaquias 3:10, o mesmo que diz em

    Malaquias 2:16 ... Pois eu detesto o divrcio, diz o Senhor Deus de Israel... e quase no ouvimos falar deste assunto nas igrejas. Repetimos: no se faz aqui,

    apologia AVAREZA, porque isso no de Deus e os avarentos, diz a Bblia, no

    herdaro o Seu Reino, podemos dar at tudo o que temos, por amor, ao Senhor e

    isto alegra o corao de Deus: como alegrou o corao de Jesus observar a viva

    pobre que deu tudo o que tinha. O que errado a forma escandalosa e nada crist,

    relativa s contribuies. O crente em Jesus d com alegria e amor, at mais de

    10%, se puder.

    Mateus 23:23

    Jesus, acima, est falando para os fariseus daquela poca, no para a igreja,

    que at ento, no havia sido totalmente formada com fundamentos da graa, o

    ministrio de Cristo no havia ainda sido consumado. (o vu do templo no havia

    sido rasgado), tanto que Jesus ordenou ao homem que era leproso para apresentar-

    se ao sacerdote e fazer oferta pela purificao, conforme a Lei Lucas 5:14.

    Os conservadores do dzimo ainda dizem: O DZIMO uma tradio que

    devemos manter para no transgredir. O mesmo argumento utilizaram para Jesus

    em relao ao Sbado Marcos 2:24 e o Lavar as mos antes de comer Mateus 15:2.

    Porque o Sbado fazia parte da Tor (lei judaica) e o Lavar as mos fazia parte da

    Halak (comportamento judaico). Veja o que o dinheiro faz, a ponto de esquecerem

    que, tanto o Dzimo como o Sbado e o Lavar as mos eram tradies judaicas e

    no gentlicas. O DZIMO passou a ser a nica tradio judaica que o Sistema

    Religioso vem mantendo at hoje no seio da Igreja gentlica. No um absurdo???

    Fazem uma lavagem cerebral religiosa porque o dzimo a galinha dos

    ovos de ouro para muitos: a nica tradio que traz estabilidade financeira, mas

    no para Deus, porque Ele de nada necessita, pois o dono de todas as coisas. Nem

    tampouco servido por mos humanas, Atos 17:25

    Infelizmente, muitas igrejas tm se tornado bem parecidas com a Antiga

    Igreja Romana, que usava as indulgncias como fonte de lucro, induzindo os fiis a

    contriburem por medo da maldio, a comprarem sua salvao do Inferno e do

    Purgatrio. Se um crente amaldioado pelo falta do seu dzimo, ladro, como

    pode estar liberto? Isto nos faz julgar o irmo e afirmar que o sacrifcio de Cristo

    no foi suficiente na sua vida, como faz a Igreja Romana.

    Pare!... Confira na Palavra e reflita sobre tudo o que foi escrito aqui, No

    permanea debaixo da lei, mas se dizimar, faa-o com uma conscincia liberta,

    mesmo que preguem ou faam o contrrio.

    A Verdade deve sempre prevalecer. Como disse o apstolo Paulo: Tornei-me acaso vosso inimigo, porque vos disse a verdade? Glatas 4:16; Romanos 7:4, Glatas 5:1.

    Dzimo luz da Bblia

    Dzimo: Hebraico: maaser esse termo tem origem no numeral dez eser (Asar), asarah,; Grego:`Dekate.

  • H duas citaes apenas do dzimo antes de se tornar parte da lei mosaica,

    ambas na dispensao dos patriarcas, embora alguns digam que se dizimava antes

    disto (Ado-Abel-Enoque) esta afirmao no bblica.

    A primeira citao do dzimo ocorre em Gneses 14:20 E bendito seja o Deus Altssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mos! E Abrao deu-lhe o

    dzimo de tudo onde Abrao deu o dzimo de todo o despojo que retirou das naes confederadas que haviam seqestrado seu sobrinho L ao sacerdote

    Melquizedeque que lhe veio ao encontro com vinho e po.

    Na segunda ocorrncia fala de Jac fugindo do seu irmo Isa por causa da

    usurpao do direito de primogenitura, ao chegar em Betel tem um sonho onde v

    uma escada com anjos de Deus subindo e descendo e o prprio Deus encima dela

    lhe faz promessas confirmando as promessas feitas aos seus pais ento, unge a

    pedra que lhe servira de travesseiro e ps por coluna, denomina aquele lugar Betel

    (casa de Deus), antes se chamava Luz. Nesta ocasio Jac faz um voto condicional

    contendo seis pedidos; Fez tambm Jac um voto, dizendo: Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e me der po para comer e vestes

    para vestir, de modo que eu volte em paz casa de meu pai, e se o Senhor for o

    meu Deus, ento esta pedra que tenho posto como coluna ser casa de Deus; e de

    tudo quanto me deres, certamente te darei o dzimo Gnesis 28:20/22. Obs. No este tipo de dzimo que querem de ns hoje, alis Abrao sequer

    seria tido como um dizimista fiel como chamam hoje aos dizimistas, pois Abrao desde que conheceu a Deus em Ur dos Caldeus nunca havia dizimado; nunca

    dizimou dos seus bens pessoais (Abrao era muito rico em gado, em prata e em

    ouro Gnesis 13:2) e sim apenas dos despojos daquela guerra em particular

    (despojos = saques, esplio de guerra, tudo o que era tomado em guerra e que tinha

    valor); no h registro bblico que tenha dizimado depois disto, nem que tenha se

    encontrado com Melquizedeque novamente para que pudesse faze-lo. Dizem que

    temos que dar o dzimo para sermos abenoados, observe que Abrao no foi

    abenoado por dar o dzimo e sim antes, Ora, Melquisedeque, rei de Salm, trouxe po e vinho; pois era sacerdote do Deus Altssimo; e abenoou a Abrao,

    dizendo: bendito seja Abrao pelo Deus Altssimo, o Criador dos cus e da terra!

    E bendito seja o Deus Altssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mos! E

    Abrao deu-lhe o dzimo de tudo. Gnesis 14:18/20. A beno no foi conseqncia do dzimo.

    Abrao deu sem ningum lhe pedir, hoje usam cultos completos s para este

    fim

    Abrao deu o dzimo apenas de uma bno especfica e no de todos seus

    rendimentos

    Abrao deu uma nica vez. Se agirmos assim seremos considerados

    dizimistas?

    Se Abrao no tivesse dado no pecaria em nada, no haveria represlias

    pois no havia ainda a lei para o constranger e sem lei no h transgresso

    Romanos 4:15. Hoje nos dizem que o dzimo voluntrio como foi o de Abrao,

    mas quem no dizima discriminado, perseguido, evitado como um leproso, no

    lhe dada nenhuma atividade na igreja, criticado, censurado, exposto a vergonha

    e constrangimento, ofendido verbalmente (xingado de ladro), ameaado com

    maldies previstas na lei, etc. Sim, com certeza no o tipo de dzimo que Abrao

  • deu que cobram de ns hoje! No tambm o tipo de dzimo que Jac deu que

    querem de ns, pois a exemplo de seu av, no era cobrado ou pedido, no era do

    que ele j tinha, no era mensal, no seria dado agora e sim muito tempo depois

    quando estivesse casado (duas vezes), com filhos, com muita riqueza e estivesse

    voltando pra casa, alis, nem dzimo era, era apenas um voto condicional (se =

    conjuno condicional = caso; exprime hiptese, condio) como o texto mesmo

    diz, se no fizesse o voto nenhuma obrigao teria, nem represlias Eclesiastes 5:4,

    isto tambm no fazia de Jac um dizimista fiel como querem hoje. Afirmam que cobram o dzimo com base anterior Lei, mas citam Malaquias

    3:10 que da Lei (ltimo livro do antigo testamento). J viu algum citar Gnesis

    14:20 para requerer o dzimo? E Gnesis 28:20/22? Quer exigir o dzimo porque

    a anterior lei? Exija tambm a circunciso pois tambm anterior lei.

    Gnesis17:14

    Mesmo que (quem dera) fosse o dzimo que querem hoje como o dzimo

    anterior Lei, no valeria para os que esto na graa, pois vivemos num tempo

    regido por outro sistema, outra promessa, outro juramento que o Dom gratuito

    de Deus diferente dos que viveram sob a ofensa (pecado de Ado) sem redentor.

    Veja: Porque a lei constitui sumo sacerdotes a homens que tm fraquezas, mas a

    palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, para sempre

    aperfeioado. Hebreus 7:28 e mais, Mas no assim o Dom gratuito como a

    ofensa; porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graa de

    Deus, e o dom pela graa de um s homem, Jesus Cristo, abundou para com

    muitos Romanos 5:15. Devemos lembrar que no somos regidos pela gesto

    anterior lei e sim pela posterior, saber, a graa que s veio com Jesus Cristo na

    chamada plenitude dos tempos Glatas 4:4/5 Quanto a Isaque, filho de Abrao, no h registro bblico que tenha pago o

    dzimo em tempo algum.

    Entrou a dispensao da Lei, o que era voluntrio passou ento a ser

    absorvido pela Lei Judaica, o dzimo que era espontneo passou a ser exigncia de

    Deus, contribuio exigida pelo prprio Deus atravs de seu legislador Moiss.

    Levtico 27:30 No era um pedido nem era voluntrio nem sequer pela f e sim

    pela ordenana trazendo, como toda a desobedincia lei, condenaes vrias para

    quem no pagasse, coisa que no acontecia com os patriarcas porque a

    obrigatoriedade no para os justo mas para os transgressores 1 Timteo 1:9. O

    dzimo passou a ser uma forma de imposto nacional israelita para o sustento dos

    Levitas, que no poderiam ter bens propriedades nem herana. Nmeros 18:24.

    Obs. Os recolhedores de dzimos hodiernos no querem nem ouvir falar em

    no ter propriedades.

    Destes dzimos seria tirada uma oferta alada que seria o dzimo dos dzimos que seria dado Aro o sacerdote. Nmeros 18:28 O resto (neste tempo) ficava nas mos de todos os levitas Nmeros 18:30. Hoje apenas um punhado de

    levitas usufrui desta gordura. (Coloquei levitas entre aspas porque no mais existem levitas desta ordem).

    O dzimo era algo anual, por ser fruto do campo Deuteronmio 14:22

    Verdadeiramente Deus no muda em sua essncia, mas sua forma de lidar

    com os homens adequada periodicamente segundo sua prpria sabedoria, o que

    era para os levitas passou a ser consumido tambm pelo povo contribuinte numa

  • grande festa, o que era anual, passou a ser de trs em trs anos, o que era apenas

    para o sustendo da tenda e dos levitas, passou a ser tambm para os rfos, os

    pobres, os estrangeiros, Deuteronmio 14:23/29

    Os Israelitas de ento compreenderem o sentido e o alcance da ordem de

    comer as oferendas no lugar indicado por Deus somente uma parte delas seria comida e em sacrifcio, significando-as em sua totalidade, para a santificao. Comeriam-nas o ofertante e sua famlia, o sacerdote e, com a queima de algumas partes delas, o prprio Deus (Levtico 3,5,16 etc.) Agora o prprio Jesus Ressuscitado, o Filho de Deus Vivo, o Santo de Deus, que alimenta o Seu Prprio

    Corpo, unificando-O e santificando-O: So Paulo quem esclarece com maior

    objetividade o sentido da manducao (ato de comer) das oferendas, quando afirma

    em 1 Corntios 10:17/18 .

    Inaugurou-se ento o ano dos dzimos com maiores detalhes legais que obrigariam estes transgressores da lei do amor a fazerem uma melhor distribuio

    de renda entre as pessoas; Deuteronmio 26:12.

    Em 1 Samuel captulo 8, o povo pede um rei rejeitando Samuel e por

    conseqncia rejeitando Deus, ento Samuel, que era profeta e sacerdote

    profetiza acerca deste rei, entre muitas atrocidades e perverses, ele cobraria

    dzimos do povo para dar aos seus criados e eunucos.

    Veja em 1 Samuel 8:10/19

    O rei Salomo instituiu o dzimo como um dos impostos para sustentar seu

    aparato oficial. No este tipo de rei, fruto da rejeio de Deus que queremos para

    ns hoje. Desde que reis comearam a dominar o povo de Israel, o povo passou a

    viver de altos e baixos, periodicamente surgia um bom rei e o povo era abenoado,

    e quando surgia um mau rei o povo se dispersava, se distanciava de Deus e parava

    de cumprir a lei de Moiss.

    Acaz tinha vinte anos quando comeou a reinar e reinou por 16 anos em

    Jerusalm sendo um rei mpio sendo afligidos pelo Senhor atravs dos srios 2

    Crnicas 28. Nesta poca todo o Israel deixou de cumprir a lei inclusive de dizimar,

    mas depois dele veio o rei Ezequias 2 Crnicas 29, 2 Crnicas 30 e 2 Crnicas

    31, que mandou purificar o templo e restabelece o culto de Deus. O povo ento

    volta a observar a lei e trazem com prazer muitos mantimentos em forma de dzimo

    e o justo rei divide tudo conforme a lei a todos. Neste tempo mandou Ezequias que

    fossem construdas cmaras na casa do Senhor para fielmente guardar o que

    sobejasse, 2 Crnicas 31:11/12

    No tempo de Neemias, o dzimo dos dzimos que era para Aro, passou a ser

    depositado nestas cmaras. Neemias 10:38. Neste tempo (de Neemias) tambm

    houve outro grande avivamento e retorno a obedincia lei pelo exemplo de

    fidelidade e prontido em atender o povo dada pelos levitas. Neemias 12:44

    Obs. H alguns espertinhos que querem confundir dzimos com primcias

    para ampliar o conceito do que dzimo. Sugerem um conveniente mesclado entre

    primcias e dzimos, porm veja a diferena em Deuteronmio 26:1/11 primcias, e

    Deuteronmio 26:12/14 dzimos.

    Havia ordem rigorosa para que este grande volume de mercadorias fosse

    repartido por todos com justia, para os levitas, para os cantores, at para os

    porteiros, tirava-se uma oferta para os sacerdotes Neemias 13:5. Porm, no muito

    depois, no tempo de Ams o povo j havia se corrompido novamente. As ameaas

  • so preditas pelo profeta nos captulos 1- 3- 4- 5- 6-7 e 8 e no captulo 9 promessas

    de restaurao. (Leia-os todos para que no se diga que so textos isolados.)

    Neste tempo o povo mais uma vez havia cado no formalismo religioso, um

    falso avivamento. Os dzimos que deveriam ser pagos de trs em trs anos eram

    trazidos para Betel e Gilgal de trs em trs dias, todas as manhs eram trazidos os

    sacrifcios obrigatrios e at voluntrios. No entanto eram condenados pelo Senhor,

    pois alm de sacrificarem aos deuses, quando faziam estas coisas tinham prazer em

    publica-las e no havia separao de parte para os pobres, os necessitados no

    tinham assistncia, enquanto eles engordavam como vacas de Bas (eram os mais lindos e bem tratados animais que havia). Apesar de tantos dzimos, Deus lhes

    daria limpeza de dentes ou seja, falta do que comer, falta de po. Em vez de abrir as janelas do cu, reteria a chuva de maneira que em uma cidade choveria e em

    outra no. Estes assduos dizimistas sairiam de uma cidade outra procurando

    melhor condio de vida. Veja ao menos Ams 4:4/6

    Malaquias (por ser este livro da lei o preferido dos arrecadadores de dzimos,

    que isolam o captulo 3 e verso 10 de seu contexto, farei uma exegese mais

    pontual) traz ento um novo chamado para reconciliao, clamor este dirigido aos

    sacerdotes e no ao povo que apenas refletia o desprezo dos sacerdotes. Malaquias

    1:6b diz o Senhor dos exrcitos a vs, sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vs dizeis: Em que temos ns desprezado o teu nome? pois trazendo o povo os

    dzimos, era oferecido por eles Deus s o resto, s o coxo e o enfermo, ficando

    para si todo a melhor parte (vr.8)

    Deus no tinha prazer nos sacerdotes vr. 10 Eu no tenho prazer em vs, diz

    o Senhor.. Estes sacerdotes roubavam para oferecer ao Senhor vr.13 E tendes

    trazido o que foi roubado, e o coxo e o doente... sendo amaldioados pelo Senhor

    vr.14.

    No Captulo 2, Deus reafirma que esta mensagem de Malaquias para os

    sacerdotes, representantes do povo, hoje os pastores querem redirecionar esta

    mensagem para o povo. Porque no tomam para si? Seria mais bblico. Malaquias

    2:1 Agora, sacerdotes, este mandamento e para vs.

    Por causa destes, as festas (cultos) no eram aceitas (vr.3). Que situao

    difcil estava o povo, a lei da verdade que era esperada para orientar, no mais

    havia, pois os sacerdotes estavam desviados dos caminhos do Senhor induzindo

    todos ao erro. Malaquias 2:7/11. Faziam preferncias, quem mais agradasse os

    sacerdotes mais eram honrados. Tem percebido algo assim nos dias atuais? Por isto

    Deus os fez desprezveis diante de todo o povo vr. 9.

    O povo ento, sem lei, sem justia, roubado por seus prprios lderes, se

    afastou mais uma vez da lei, fazendo casamento com povos pagos e assimilando

    cultos destes povos vr.11.

    No captulo 3 Deus anuncia o Messias precedido por Joo Batista, que para

    os sacerdotes no seria algo prazeroso de se esperar pois ele viria como o sabo dos lavandeiros pondo tudo limpo como realmente aconteceu, os sacerdotes foram todos desqualificados pelo Messias. Por favor, leia Mateus 23, versculo

    isolado diz-se o que quiser.

    Em Malaquias 3:5/10, no verso 5 Deus promete ser nosso juiz quando o

    Messias vier e julgar com rapidez os que enganam, tomam o salrio do trabalhador

    (defraudam o jornaleiro) no acodem a desamparada (que tem direito ao socorro), o

  • rfo, e at o de fora que precisa de ajuda (o estrangeiro) sem nenhum temor ao

    Senhor que vingador de todas estas coisas. Deus s no os destruiria por causa do

    seu poderoso Nome, como vemos no vr. 6. No que Deus no muda em relao

    lei ou ao dzimo, pois isto j mudou, Ele no mudaria sua promessa feita Davi,

    pois no homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. 2

    Reis 8:19.

    Deus avisa aos sacerdotes que eles se desviaram dos seus estatutos, e que

    deveriam devolver tudo o que roubavam do senhor, porem eles no admitiam suas

    culpas vr.7 e 8, muito diferente de Zaqueu o publicano que reconheceu muito antes

    de ser acusado Lucas 19:8.

    As cmaras feitas pelo rei Ezequias estavam vazias, os sacerdotes haviam

    roubado tudo. O povo no tinha confiana para continuar trazendo, a casa de Deus

    estava abandonada, os pobres desamparados, as vivas ao leu, e o estrangeiro sem

    socorro, Deus insiste dando nova oportunidade. Vr. 10. Casa do tesouro eram as cmaras de Ezequias e abrir janelas do cu, derramar bno que dela advenha abastana significa, fazer com que chova em suas plantaes, suas lavouras sejam fartas e tenham novamente mantimento para atender os levitas, os rfos, os

    estrangeiros carentes, e as vivas que no tinham sustento. O dzimo no era para

    construir igrejas, pois s havia um nico templo, tampouco era dado em espcie

    (prata-ouro-moedas), deveria ser levado em mercadoria at o templo. Se no fosse

    possvel por ser longe o caminho, venderia e indo at o lugar determinado as

    compraria novamente. Deuteronmio 14:24/25

    Malaquias 3:10 o preferido deles para arrecadar verbas mesmo sendo um

    livro da lei. Isto ningum nega. Por favor, no se prenda a este versculo apenas,

    ignorando o seu contexto, (como eles fazem) leia o livro todo, to pequeno,

    versculo isolado no prova nada, pode servir de base inslita para mal intencionados.

    Jesus veio para cumprir a lei, nasceu sob a lei, s depois de cumpri-la

    poderia tir-la e estabelecer outra, a saber, a graa, Mateus 5:17 Isto aconteceria

    por ocasio da sua morte onde diria est consumado, o vu do templo que separava o lugar santo do lugar santssimo e que necessitava da pessoa do sacerdote

    para interceder pelo povo, se rasgou totalmente, desautorizando o sacerdcio da lei,

    valendo aqui as palavras de Hebreus 10:9 Foi tirada a lei, o imprio do pecado e da

    morte, e estabelecida a graa acessvel a todo o que crer sem as obras da lei.

    Antes que implantasse a graa que regeria a sua igreja, ele tinha que

    recomendar a lei, como por exemplo, no caso de Mateus 8:4 e tambm em Lucas

    17:14. Claro que no faramos isto hoje, mesmo sendo recomendado pelo prprio

    Senhor Jesus em pleno Novo Testamento. Ocorre o mesmo em Mateus 23:23 como

    veremos a seguir.

    Em Mateus 23:23 Jesus repete este comportamento quando censura a

    hipocrisia dos escribas e fariseus que roubando a Deus na justa interpretao da lei,

    traziam apenas (como em Malaquias) o dzimo de coisas insignificantes,

    desprezando o pobre, a viva, a justia, a misericrdia e a f, achando eles que

    estavam bem com Deus. Jesus lhes diz que se quiserem se justificar na lei,

    deveriam faze-la direito, de maneira completa, com dzimos que honrassem a Deus

    e sem deixarem a justia, a misericrdia e a f de lado. Como nos exemplos acima,

    Jesus recomenda que fizessem estas coisas a justia, a misericrdia e a f, que era

  • a parte mais importante da lei sem omitir aquelas, o dzimo. Ns no queremos

    nos justificar na lei, o prprio Jesus afirma serem estas coisas da lei. Deve o

    estudioso da Bblia observar que o captulo 23 de Mateus, quase inteiro destinado

    censura e juzo para os escribas e fariseus, trazendo mais de sete Ais inclusive no versculo 23 em apreo, e no aconselhamento para seus discpulos.

    Em outra ocasio vemos outro dizimista que, alias, tambm chamava o que no dizimava de ladro, ser desaprovado e um no-dizimista ser aceito pelo Senhor,

    mostrando que o dzimo e seu squito haviam chegado ao fim, Lucas 18:10/14.

    Voc como o fariseu, ou como o publicano?

    O legalismo leva ao fanatismo, muito comum se vr pobres vtimas de

    ensino errado sobre o dzimo deixarem seus pais desamparados, mas no deixarem

    de trazer fielmente seus dzimos para sua igreja mudando assim a lei de Deus de

    honrar seu pai e sua me. Mateus 15:1/9 Nem sempre estar de bem com os homens

    estar bem com Deus. Saulo era um dos mais brilhantes e admirados homens do

    sindrio, mas no estava bem com Deus. Pedro era amigo dos crentes gentios, mas

    quando chegavam os irmos judeus da sede ele se afastava sorrateiramente para

    ficar bem com eles, no andava retamente conforme a verdade do evangelho

    Glatas 2:12. Veja tambm Actos 5:29.

    Finalmente o escritor ao Hebreus ratifica que o dzimo embora mencionado

    duas vezes antes ser incorporado pela lei, propriedade da lei dizendo: Hebreus

    7:5. Muitos so os que, na nsia de justificar to lucrativa arrecadao, arrancam o

    verso 8 de Hebreus de seu contexto e distorcem fazendo sofismas, vejamos em

    Hebreus 7:8.

    Dos versos 1 at o vr 7 Hebreus 7:1/7 fala sobre Levi e Melquisedeque, neste

    verso quando diz aqui diz sobre o sacerdcio levtico, e quando diz ali se refere a Melquizedeque, que era da mesma ordem sacerdotal de Cristo mas no era Cristo,

    no morreu por ns, no deixou doutrina para a Igreja, isto questo gramatical.

    Encerrando, no h em nenhum lugar no Novo Testamento

    obrigatoriedade de se pagar dzimos. Confira e veja que nenhum escritor sacro

    deu tal ensino. Vivemos na graa dada por Jesus Cristo no na lei nem antes da lei,

    no sistema patriarcal. Na verdade Deus, na sua infinita sabedoria, deixou

    mandamentos que providenciam fundos para sua obra na terra e at sua finalidade,

    est em 2 Corntios 9 aconselho a ler com ateno o captulo inteiro vrias vezes,

    com especial nfase nos versculos 7 e 12 2 Corntios 9

    Obs. Quando fazem uso da frase genrica sustento da obra no prevem as necessidades dos santos na participao do dzimo.

    No deixe de contribuir, avareza pecado. Colossenses 3:5

    Conclumos pois que o homem justificado pela f sem as obras da lei

    Romanos 3:28. Somos salvos pelo sangue de Cristo, que poderosamente

    suficiente para nos salvar. Nenhuma condenao h para os que esto em Cristo.

    Romanos 8:1 Portanto, agora nenhuma condenao h para os que esto em

    Cristo Jesus. Efsios 2:8 Porque pela graa sois salvos, por meio da f, e isto no

    vem de vs, dom de Deus.

    O suprimento cotidiano do Crente vem de ofertar com amor e buscar o reino

    de Deus e sua justia, e no do dzimo que uma ortodoxia morta.

  • Veja o que est em Mateus 6:25/33

    (Se no concordou, no me deteste, conteste-me com argumentos bblicos,

    terei prazer em te ouvir).

    Sinta-se livre para reproduzir, distribuir, ou copiar, porem proibido

    fazer alteraes ou cpias parciais deste artigo.

    Osni de Figueiredo

    Dzimo (ER) Poder clicar nas referncias bblicas para ter acesso aos textos

    Ser que o dzimo pregado nas igrejas atualmente o dzimo que citado

    na bblia? Aqueles 10% (dez por cento) que colocamos nos envelopes,

    verdadeiramente o dzimo que se encontra nas escrituras sagradas? O dzimo para

    ser praticado por ns que vivemos as promessas de Cristo?

    Lembrando antes de qualquer coisa que esse texto no trata de ofertas voluntrias, mas nica e exclusivamente de DZIMOS (A dcima parte de tudo o que voc ganha do bruto, 10% do que est no seu contracheque ou da sua retirada mensal e tambm do seu 13 salrio e Frias. Assim como todos os pastores pregam em suas igrejas).

    Quando escutamos as pregaes de plpito nas igrejas evanglicas,

    ouvimos em diversos momentos eles falarem sobre o dzimo. Que o dzimo

    sinnimo de prosperidade, que se voc no dizimar voc estar roubando de Deus e

    outras coisas parecidas com essas. No caso de voc fazer parte da liderana da

    igreja, voc passa a ser ameaado inclusive de perder at o seu cargo no caso de

    no dizimar. E que Abrao deu o dzimo de tudo a Melquisedeque, portanto que

    desde a era patriarcal que se praticava o dzimo, portanto devemos seguir os

    mesmos caminhos que o nosso pai Abrao seguiu.

    ABRAO E A ERA PATRIARCAL

    Com relao era patriarcal, o dzimo na verdade no era praticado, assim

    como muitos afirmam. Em Gnesis 14 vemos que Abro foi buscar de volta o seu

    sobrinho L, que havia sido seqestrado juntamente com vrias outras pessoas e as

    riquezas das cidades, portanto Abro deu a dcima parte daquilo que no o

    pertencia, e nem almejava possuir, portanto Abro nunca deu o dzimo do que era

    dele, e a prova disso biblicamente est em toda a vida de Abrao, Isaque e Jac,

    pois nenhuma parte da bblia nos informa que eles foram dizimistas. E, se, Abrao

    tivesse sido dizimista, com certeza ele teria passado isso para o seu filho e neto,

    pois se tratava de um ensinamento muito importante. Vemos em Gnesis 28:20/22

    que Jac faz um voto com Deus de que s seria dizimista se Deus cumprisse 5

    (cinco) propsitos em sua vida, enquanto esses propsitos no fossem cumpridos,

    Jac no teria obrigao alguma de ser dizimista. Isso quer dizer que Jac, antes

  • disso no era dizimista, e a bblia tambm no relata se Jac cumpriu o voto, mas

    provavelmente cumpriu. Portanto se formos seguir o dzimo da era patriarcal,

    ficaria muito fcil, dar o dzimo somente do que e quando recuperarmos algo que

    no nos pertence de um ladro, ou dar o dzimo somente aps Deus cumprir

    algumas promessas em nossas vidas.

    A LEI DE MOISS

    Com relao lei de Moiss, se observarmos como Deus deixou a lei sobre

    os dzimos em Deuteronmio 14:20/28, veremos que a lei era completamente

    direcionada para os judeus que trabalhavam nica e exclusivamente com

    agropecuria, e que o dzimo era somente referente a alimentos e nunca em

    dinheiro. Naquela poca j existia dinheiro e (a) trabalhadores de outras profisses

    como os (b) Artesos; (c) Padeiros); (d) Carpinteiros; (e) Cozinheiros; (f) Guardas;

    (g) Pescadores; (h) Mestres de Obra; (i) Ourives (Aquele que trabalha em ouro); (j)

    Caadores; (k) Mercadores; (l) Msicos; (m) Alfaiates; (n) Coletores de Impostos

    etc, que no pagavam dzimos. A prpria lei sobre o dzimo cita o dinheiro, e cita

    claramente os trabalhadores do ramo da agropecuria. Pela lei os prprios

    dizimistas deveriam consumir o dzimo durante dois anos seguidos, juntamente

    com suas famlias e, somente na terceira colheita, ou terceiro ano, que deveria ser

    entregue todo o dzimo aos depsitos do Templo que deveriam ser destinados aos

    sacerdotes, levitas, vivas, rfos e estrangeiros. Em nenhuma parte da bblia

    feito modificaes nessa lei. Em nenhum momento cita para levar dinheiro como

    pagamento dos dzimos.

    MALAQUIAS E OS QUE ROUBAM DE DEUS

    Vemos nos textos de Malaquias uma distoro bblica praticada por muitos

    pastores, dizendo que se no dermos os dzimos seremos amaldioados e que

    seremos considerados como ladres, e que ladres no entram no reino dos cus.

    Concluindo, quem no der os dzimos no ir para o cu, ir para o inferno.

    Se lermos em Ams 4:4/13, vemos as maldies que Deus preparava para o

    povo israelita. E em Malaquias 3:5/12 vemos que Deus faz promessas de salvar o

    povo israelita, referente s mesmas coisas citadas no livro de Ams. Vemos que

    tudo citado nesses livros completamente referente agropecuria, e que Deus,

    atravs do profeta Malaquias, cita que os sacerdotes estavam explorando os

    trabalhadores, roubado das vivas, dos rfos e dos estrangeiros, porque assim

    como dizia a lei, os dzimos da terceira colheita ou do terceiro ano, era para os

    sacerdotes, vivas, rfos e estrangeiros; ficando claro assim que tudo o que Deus

    falava era para os sacerdotes e no para o povo israelita. Quando Deus fala que

    abrir as janelas do cu, ele quer dizer que far chover, pois, assim como vemos em

    Ams 4, faltava gua inclusive para beber, e quando Ele fala que no deixar que

    os gafanhotos des