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Língua Portuguesa: a pesquisa e o trabalho em sala de aula dlp em ação diálogos sobre ensino e pesquisa - 2012

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Aula 4 - Beth Costa

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Língua Portuguesa: a pesquisa e o trabalho em sala de aula

dlp em açãodiálogos sobre ensino e pesquisa - 2012

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O processo de produção de artigo de divulgação científica

4º encontro – 27/03/2012

Maria Elizabeth da Costa

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1- Descrição do artigo de divulgação científica

O gênero surge da junção: discurso científico e discurso jornalístico (objetividade/formalidade/neutralidade/impessoalidade)

Tem o objetivo de aproximar o público leigo dos conhecimentos acumulados pela ciência.

Necessidade de tornar-se interessante e atraente para ser comercializado.

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Contexto de produção e de uso do gênero Revista Ciência Hoje das Crianças (publicação da

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) Artigos relacionados à Biologia, Astronomia,

História, Meio Ambiente e outros ( comumente usados em sala de aula em livros didáticos)

Direcionada a público pouco familiarizado com o vocabulário científico, mas que deseja manter-se informado sobre os avanços das ciências.

Temática voltada às questões atuais das pesquisas científicas que possam interessar ao público infantil, informar descobertas que possam contribuir com a melhoria da qualidade de vida e estabelecer relações entre a ciência e cotidiano.

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2-Apresentação da pesquisa

A pesquisa e sua relação com meu trabalho como educadora

Necessidade de desenvolver uma investigação relacionada com o gênero

Descrição da pesquisa: a) realização do experimento b) registros de observação c) discussão a respeito das observações d) registros da discussão:

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Registro das discussões

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2-Apresentação da pesquisa (continuação)

e) observação e leitura de diversos exemplares da Revista Ciência Hoje das Crianças;

f) leitura e discussão dos artigos da Revista CHC : “Por que a semana tem sete dias?” e “ Por que as estrelas parecem piscar no céu?”

g) realização da produção de texto.

Os textos produzidos foram analisados considerando os seguintes aspectos: conteúdo temático, estrutura composicional, coesão referencial e coesão sequencial .

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3-Análise de um artigo de divulgação científica

Estrutura composicional composta de três subpartes:

a) Abertura: apresenta o conteúdo temático e mobiliza a atenção do leitor, problematizando um aspecto do tema que necessitará de uma explicação.

b) Desenvolvimento: explica a ocorrência dos fenômenos mencionados na abertura.

c) Fechamento: apresenta as conclusões sobre a exposição realizada.

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3-Análise de um artigo de divulgação científica

De acordo com Bronckart, a planificação de cada subparte pode ser descrita em termos do que conhecemos com sequência textual:Sequências textuais presentes no artigo: Abertura: dialogal/injuntiva Desenvolvimento: explicativa/descritiva Fechamento: dialogal/injuntiva

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Características das sequências textuais presentes no texto modelar Sequência injuntiva: visa a “fazer agir” o

destinatário, presença de formas verbais no imperativo ou infinitivo. Tem a finalidade de ativar os conhecimentos prévios do leitor e mobilizar a sua atenção, estabelece contato com o leitor de modo a criar curiosidade e o desejo de saber a resposta do título.

Sequência explicativa: tem predominância no gênero. Apresenta fases distintas: constatação inicial, problematização, resolução e conclusão/avaliação

Sequência descritiva: aparece no artigo como uma sequência secundária, para diferenciar os três insetos é preciso descrevê-los e compará-los. Desta forma, tem a a função de explicar.

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Análise de uma parte do texto de referência considerando as sequências textuais Qual a diferença entre grilos, gafanhotos e esperanças?

Impossível um bicho esverdeado fazendo “cri-cri-cri” passar despercebido aos nossos olhos. De pronto, dizemos: “Lá vai um grilo!” (constatação) Mas poderia ser também uma esperança ou um gafanhoto. Como afirmar? Complicado? Que nada. Depois de ler este texto, você conseguirá diferenciar cada um desses três animais. Por mais parecidos que sejam, esses insetos têm características que os distinguem uns dos outros. Vamos ao quem é quem? (problematização)

Grilos São insetos ágeis, de tamanho pequeno a médio – variando, em geral,

de um a três centímetros – e que se alimentam essencialmente de outros insetos e plantas – por isso, são considerados onívoros. (resolução da sequência explicativa, realizada com uma sequência descritiva)

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Análise de uma parte do texto de referência considerando as sequências textuais (Problematização implícita: “Por que essencialmente?”)

Dizemos “essencialmente” porque a versatilidade da alimentação destes insetos é enorme. Imagine que é possível criar algumas espécies em laboratório usando ração de peixe e aveia, mas se forem oferecidas folhas de alface e restos de comida, eles também comem. (Resolução)

Os grilos possuem antenas com mais de 30 partes e tão longas quanto seu corpo. Falando em corpo, o dos grilos é dividido em cabeça, tórax e abdome. No final do abdome, as fêmeas possuem uma estrutura longa e cilíndrica, chamada ovipositor, pela qual liberam os ovos já fecundados. (sequência descritiva: decomposição dos aspectos do grilo)

Os grilos possuem tímpanos – órgãos semelhantes aos dos nossos ouvidos – que ficam localizados – acredite! – nas pernas anteriores. Uma outra característica curiosa desses animais é a produção de sons, embora nem todos os grilos possuam a habilidade de “cantar”. (sequência descritiva: partes do corpo do grilo e suas propriedades)

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Análise de uma parte do texto de referência considerando as sequências textuais Somente os grilos que têm asas conseguem emitir o “cri-cri-

cri”. (constatação) (problematização implícita: “ Por quê?” ) E por uma razão muito simples: para produzir o som, é

preciso esfregar uma asa na outra. (resolução). Portanto, grilo sem asa não “canta”. Outro detalhe importante: apenas os machos são capazes de fazer o barulhinho. (conclusão/avaliação)

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Análise de parte do texto modelar considerando alguns mecanismos de coesão De acordo com Koch e Elias (2006), a coesão refere-se ao

encadeamento e à estruturação dos enunciados na linearidade textual. Os processos de coesão são responsáveis pela estruturação da sequência do texto.

Podemos observar dois tipos: a) coesão referencial: responsável pela manutenção temática,

realizada por aspectos mais especificamente semânticos. Exemplos a partir de trechos do texto modelar:

Qual a diferença entre grilos, gafanhotos e esperanças? Impossível um bicho esverdeado fazendo “cri-cri-cri” passar

despercebido aos nossos olhos. De pronto, dizemos: “Lá vai um grilo!” Mas poderia ser também uma esperança ou um gafanhoto. Como afirmar? Complicado? Que nada. Depois de ler este texto, você conseguirá diferenciar cada um desses três animais. Por mais parecidos que sejam, esses insetos têm características que os distinguem uns dos outros. Vamos ao quem é quem? (Referente linguístico)

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Análise de parte do texto modelar considerando alguns mecanismos de coesão Os grilos possuem antenas [...] Falando em corpo, o dos grilos [...] Os grilos possuem tímpanos [...] Somente os grilos que têm asas [...] Portanto, grilo sem asa [...] (Repetição)

Grilos são insetos ágeis, de tamanho pequeno a médio [...] (Hiperônimo)

Campo lexical: uso de holônimos (grilos)e merônimos (antenas, cabeça, tórax, abdome, ovipositor, asas, tímpanos)

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Análise de parte do texto modelar considerando alguns mecanismos de coesão b) Coesão sequencial: responsável pela ´rpgressão

temática, realizada por elementos conectivos. Recorrência de tempo e aspecto verbal:

Gafanhotos são insetos maiores que os grilos, medindo, em geral, de cinco a seis centímetros de comprimento. A maioria se alimenta de plantas. Os gafanhotos são herbívoros e possuem antenas curtas, se comparadas com as dos grilos. Os tímpanos dos gafanhotos ficam na base do abdome e, ao contrário dos grilos, as fêmeas desses insetos não possuem ovipositor desenvolvido. Os gafanhotos-machos também cantam, mas produzem o som de uma forma diferente. Em vez de roçarem as asas uma na outra, esfregam as pernas traseiras nelas.

Conectores e articuladores textuais

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4- Textos dos alunos: Aluno 1 (Fabrício)

Aposto que vocês queriam que as frutas nunca estragassem, mas agora vamos ao assunto.

As frutas se estragam porque os microorganismos (bichinhos super pequenos que se alimentam das frutas) esses bichinhos super pequenos devoram as frutinhas.

Esses bichos se reproduzem e ficam em um número muito grande.

Eles não comem as frutas verdes, pois elas não têm muito açúcar e água como as frutas maduras.

As frutas estragam mais rápido na fruteira, pois lá está mais quente e na geladeira é muito mais frio.

Você já tentou fazer uma experiência pondo frutas no calor, ficar uns vinte e um dias e ir observando para ver como a fruta se decompõe? Queridos, sigam o conselho, a experiência é super legal.

     

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Análise do texto produzido por Fabrício Análise da estrutura composicional/sequências Aluno representativo do grupo 1 Aposto que vocês queriam que as frutas nunca estragassem, mas agora

vamos ao assunto. (sequência dialogal) (Deveria apresentar uma constatação para iniciar a sequência explicativa e, em seguida, uma problematização.)

As frutas se estragam porque os microorganismos(bichinhos super pequenos que se alimentam das frutas) esses bichinhos super pequenos devoram as frutinhas.

Esses bichos se reproduzem e ficam em um número muito grande. Eles não comem as frutas verdes, pois elas não têm muito açúcar e água

como as frutas maduras. As frutas estragam mais rápido na fruteira, pois lá está mais quente e na

geladeira é muito mais frio.(sequência explicativa que apresenta apenas a resolução)

Você já tentou fazer uma experiência pondo frutas no calor, ficar uns vinte e um dias e ir observando para ver como a fruta se decompõe? Queridos, sigam o conselho, a experiência é super legal. (Nova sequência dialogal, que não esclarece o leitor. O fenômeno observado no experimento poderia ter sido utilizado para a apresentação da constatação e da problematização).

 

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Análise do texto produzido por Fabrício

Coesão sequencial – recorrência de tempo verbal Aluno representativo do grupo 1 Aposto que vocês queriam que as frutas nunca estragassem, mas

agora vamos ao assunto. As frutas se estragam porque os microorganismos (bichinhos super

pequenos que se alimentam das frutas) esses bichinhos super pequenos devoram as frutinhas.

Esses bichos se reproduzem e ficam em um número muito grande. Eles não comem as frutas verdes, pois elas não têm muito açúcar e

água como as frutas maduras. As frutas estragam mais rápido na fruteira, pois lá está mais quente

e na geladeira é muito mais frio. Você já tentou fazer uma experiência pondo frutas no calor, ficar uns

vinte e um dias e ir observando para ver como a fruta se decompõe? Queridos, sigam o conselho, a experiência é super legal.

 

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Análise do texto produzido por Fabrício Análise dos conectores lógico-semânticos: Aluno representativo do grupo 1 Aposto que vocês queriam que as frutas nunca

estragassem, mas agora vamos ao assunto. As frutas se estragam porque os microorganismos

(bichinhos super pequenos que se alimentam das frutas) esses bichinhos super pequenos devoram as frutinhas.

Esses bichos se reproduzem e ficam em um número muito grande.

Eles não comem as frutas verdes, pois elas não têm muito açúcar e água como as frutas maduras.

As frutas estragam mais rápido na fruteira, pois lá está mais quente e na geladeira é muito mais frio.

Você já tentou fazer uma experiência pondo frutas no calor, ficar uns vinte e um dias e ir observando para ver como a fruta se decompõe? Queridos, sigam o conselho, a experiência é super legal.

 

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Aluno 2 (Gabriela) Você sabe por que as frutas apodrecem? As frutas apodrecem porque existem

microorganismos (seres vivos) chamados fungos, eles se alimentam do açúcar e da água das frutas maduras porque elas são mais doces e têm mais água e as que ficam na fruteira apodrecem mais rápido porque é mais calor e na geladeira é mais fresco.

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Aluno 3 (Marina)

Olá, você sabe por que as frutas apodrecem? Então eu te falo. Elas apodrecem por causa dos fungos chamados de microorganismos (seres vivos). Os fungos ficam na superfície da fruta. Eles atacam as frutas maduras [tem mais água e açúcar].

Quanto mais calor mais rápido eles atacam e as frutas apodrecem mais rápido se você não quiser que elas apodreçam você tem que colocar na geladeira.

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Aluno 4 (Ângelo)

Você já reparou que as frutas apodrecem mais rápidas na fruteira do que na geladeira, porque os microorganismos (fungos) precisam do calor para comer e começar a estragar a fruta.

Mas os fungos só atacam as frutas maduras porque é mais doce e tem água, as frutas estragam por causa dos fungos eles comem a fruta até estragar.